CIDADES
Terça, 23 de Fevereiro de 2021
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PANDEMIA
Ocupação de leitos de UTI na RMC está no nível de fase vermelha
Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas/Divulgação
Houve queda no número de casos e mortes na semana, mas índice de hospitais acende sinal de alerta na região DA REDAÇÃO REGIÃO
A RMC (Região Metropolitana de Campinas) encerrou a 7ª Semana Epidemiológica (14 a 20 de fevereiro) com queda de 5,9% nos casos e 8,2% nas mortes por Covid-19. Contudo, de acordo com análise do infectologista André Giglio Bueno, divulgada em nota técnica do Observatório PUC-Campinas ontem, a situação dos serviços de saúde – que continua com taxa de ocupação de leitos de UTI acima dos 80% – é compatível com a fase vermelha. “É interessante ressaltar a distorção entre a classificação da região, atualmente na fase amarela do Plano São Paulo, e a realidade vivida em âmbito regional. Aliado ao crescimento na taxa de ocupação dos leitos de UTI, há um contexto extremamente preocupante de possível circulação de novas variantes mais transmissíveis”, alerta o professor, que defende a adoção de medidas mais restritivas. “Seria essencial, além dos esforços para aumentar a capacidade do sistema de saúde, promover ações capazes de diminuir a circulação do vírus, basicamente com medidas para reduzir e evitar circulação de pessoas e aglomerações, além de assistência, testagem ágil e isolamento rígido de todos os suspeitos”, conclui Giglio. Em relação à última semana, a RMC apresentou quedas de 5,9% nos casos e 8,2% nas mortes, que resultaram das 4,7 mil novas infecções e 112 óbitos notificados. Contudo, o
Busca por leitos privados A Prefeitura de Campinas informou ontem que está negociando leitos em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) da rede privada para atender a demanda de pacientes com Covid-19. Domingo (21), todas as vagas de UTI disponíveis pelo SUS (Sistema Único de Saúde) estavam ocupadas na cidade . Para ontem, a prefeitura contava com a abertura de novos leitos de UTI no Hospital da Unicamp (Universi-
dade Estadual de Campinas). Nas últimas duas semanas, a ocupação dos leitos no sistema público da cidade oscilou em níveis acima de 90%. O último boletim divulgado pela prefeitura indicava que na rede privada de saúde estava em 77%. Segundo o balanço do governo estadual, desde o começo da pandemia, Campinas já confirmou mais de 56 mil casos de Covid-19 e registrou e 1.811 mortes. | AGÊNCIA BRASIL
É interessante ressaltar a distorção entre a classificação da região, atualmente na fase amarela do Plano São Paulo, e a realidade vivida em âmbito regional ANDRÉ GIGLIO BUENO
Médico infectologista da PUC-Campinas
DRS-Campinas, embora também tenha manifestado um comportamento de queda, registrou aumento de quase 12% nas internações de pacientes suspeitos ou confirmados para coronavírus. Do ponto de vista econômico, segue a expectativa pela vacina e imunização da população, vistas como solução definitiva par o fim das restrições impostas às atividades econômicas. Enquanto isso, o economista Paulo Oliveira, que coordena as análises relativas à co-
vid-19 no Observatório PUC-Campinas, afirma que medidas de proteção da renda e do emprego devem ser tomadas, aponta a nota técnica. A reativação do auxílio emergencial está sendo discutida no governo. “Sem essas medidas, diante do cenário econômico e social atual, os efeitos da pandemia podem ser devastadores para a economia brasileira, e consequentemente para a economia regional nos próximos meses”, avalia o professor extensionista.
DARIO SAADI | “Como médico, eu penso primeiro na preservação da vida”, disse prefeito
Campinas: das 21h às 5h, só essenciais O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), anunciou ontem que Campinas adotará a fase vermelha entre 21h e 5h, de 23 de fevereiro a 1º de março. O decreto será publicado no Diário Oficial de hoje, no www.campinas.sp.gov. br/diario-oficial/. Durante este horário, apenas serviços essenciais estão autorizados a funcionar: farmácias, mercados, padarias, açougues, postos de combustíveis, lavanderias, meios de transporte coletivo; transportadoras, oficinas de veículos, hotéis, pousadas e outros serviços de hotelaria e pet shops. Os restaurantes só poderão funcionar presencialmente até as 21h. Já os bares terão que encerrar as atividades até as 20h. Nos dois casos, além do horário permitido, os estabelecimentos poderão trabalhar apenas no sistema delivery e retirada, sem consumo local. Saadi explicou que a decisão foi tomada a partir de dados epidemiológicos apresentados pela Secretaria de Saúde. “Como médico,
eu penso primeiro na preservação da vida. Os dados que a Vigilância demonstrou exigem uma postura mais firme no combate à pandemia”, disse. O funcionamento dos shoppings também deve se encerrar às 21h. O mesmo vale para serviços como academias, clubes, parques públicos, salões de beleza e similares e atividades presenciais em instituições de ensino. Embora considerado um serviço essencial, as igrejas também terão de encerrar suas atividades às 21h. “Neste momento, não permitiremos mais as duas horas extras de tolerância para os bares e restaurantes, que terão de encerrar suas atividades presenciais às 20h e às 21h, respectivamente. Depois deste horário, só serão permitidos delivery e retirada”, disse o secretário de Justiça, Peter Panutto. Para a diretora da Vigilância em Saúde, Andrea von Zuben, o apoio da população é essencial. “Além da abertura dos leitos, estamos atuando para conter a pandemia e vamos am-
pliar a fiscalização de aglomerações. Contamos com a população não só para denunciar as festas clandestinas, mas também nos cuidados individuais para diminuirmos a taxa de transmissão na cidade”, explicou. Os cuidados, ainda segundo a diretora, são os mesmos, independentemente do tipo de variante que circula na cidade. “Os cuidados não mudam. Evitar aglomerações, fazer a higienização das mãos e usar máscara são essenciais para a prevenção da doença”, completou. FASE AMARELA Das 5h01 às 20h59, permanece em vigor na cidade a fase amarela. Esta fase permite 40% de ocupação em academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, concessionárias, escritórios e parques públicos, com expediente até dez horas diárias para restaurantes e 12h para as demais. O horário de funcionamento não poderá exceder as 20h para bares e 21h para os demais serviços. | DA REDAÇÂO
UMA HORA MAIS TARDE
Câmara de Hortolândia muda horário da sessão PEDRO HEIDERICH HORTOLÂNDIA
A Câmara de Hortolândia aprovou ontem, por unanimidade, projeto de lei que aprova mudança do horário da sessão das
17h30 para as 18h30. O projeto é de autoria do presidente da Casa, Paulo Pereira Filho, o Paulão (PL). Na justificativa, Paulão ressalta que os cidadãos que acompanham as sessões ordinárias da
Câmara “têm reclamado que muitos ainda estão trabalhando às 17h30, situação que prejudica o acompanhamento da discussão e votação de projetos de lei de interesse da população”.
As sessões de Hortolândia têm sido realizadas com tempo reduzido desde o ano passado por conta da pandemia, com expedientes de no máximo 30 minutos. É a única Câmara da região que to-
mou esta medida. Além disso, o Legislativo de Hortolândia proíbe, por ora, a presença de público nas sessões, devido à pandemia. Em Nova Odessa, o vereador Cabo Silvio
Natal (Avante) protocolou solicitação em 10 de fevereiro para a Mesa Diretora para que revogue decreto que alterou, durante a pandemia, o horário das sessões das 18h para as 14h.