BS5I ¦^r^mmmm^^ CONFIDENCIAS
— TELA DE GEORGINA DE ALBUQUERQUE
mWâ ANNO XL - NUMERO
13 —
FEVEREIRO, 1041 - PREÇO 3SOOO
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Kl F. X S A R I O I L L U S T R A Edição da Soe. A. O M.M.HO
A NOSSA CAPA
D O que publicamos no nossa copa de hoje é um trabalho da pintora Georgina de
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Directores : ANTÔNIO
A.
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Albuquerque. Ahi esta um nome que tem merecido prestigio no nosso meio de bellas-artes. Tel prestigio não é rece Me m foi conquistado a golpe de talento pela ar-
ANNO XL - NUMERO 1 3 FEVEREIRO - J9-.I
Um ann° Seis mezes
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Desde que surgiu, Georgina de Albuquerque se impor, pelo temperamento arrojado» e -peto desejo de trabalhar. Sua technica sempre denunciou o seu temparamento irriquieto. e a sua pintura sempre attestou
uma
personalidade.
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Convivendo com Lucilio de Albuquerque, de quem foi esposa, era natural que o amadurecimento artistico
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da pintura se requintasse como se requintou . E Georgirto de Albuquerque adquiriu uma grande virtuosidade de pincel que lhe permitte jogar com as tintas com _ segurança de um verdadeiro mestre. quadros de cotumes e typos p.pulares. preferencia. Georgina possue alguns nús verdedeiramente notáveis. Sua pintura é uma festa pp'a os olhos, tal o esplendor da luminosidade. Pintando
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ESTE
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o quadro que publicamos em nossa prova do que acabamos de affirmar.
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PIERROT. 0 TEÜ SEGREDO É TRISTE... ás quatro da manha, Pierrot occultou a ultima QUANDO, lagrima, Colombinà fez sclntillar o primeiro sorriso. No céo, ainda uma coroa de estrellas evocava olhares de mulheres cansadas. Soluços de chuva tentavam encortlnar o azul do espaço. E ao longe, infinitamente ao longe, vozes extranhas diziam cousas de amor . . . Dentro da minha dôr, qual bailarina do tédio, a saudade murmura segredos — falou Pierrot. A saudade ? — interrogou, então, Colombinà. Sim. A dos beijos que deste a Arlequim. Elle é, para mim, o que o vinho é para a memória : uma hora de abandono . . . Nos lábios de Colombinà fremia uma expressão alegre. Uma expressão triste percorria os de Pierrot. Não sabes olvidar. Bebes como quem fuma : para fitar o copo ou o cigarro. Esqueço, desde que o desejo morre. j— Mas, em ti, elle é eterno, Colombinà. Vês Arlequim, Pareço um palhaço . . . mesmo na minha phantasia. Ora, Pierrot! Es o poeta do Carnaval, a tradição
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dos que sonham. Comprehendo.
GAXETAS
O lyrico de versos engraçados . . . E Arlequim é o satyrico do sentimentalismo . . . Era multa a melancolia de Pierrot. Brincava Colombinà com o soffrimento que elle nem buscava esconder. E ella assim lhe confessou : Tranforma a tua alma. Sê o jardineiro da minha coração. carne, e não o musico do meu Arlequim já é o domador do teu corpo — respondeu Plerrot, quasi a chorar. Ao longe, infinitamente ao longe, vozes extranhas diziam cousas de amor . . . E elle acabou, em tom que envolvia as palavras dum
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silencio de seda : Ouve, Colombinà. O ciúme é o supremo desespero meu, porque resume a vida inteira de Pierrot! . . .
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As casas de café em Madrid, no Século XIX, eram em grande numero, e constituíram o ponto de reunião de personagens illustres em todos os sectores da civilização. Os mais assiduos freqüentadores eram Moratin e Larra. Os escriptores de nomeada passaram, horas a fio nos cafés Lorenzini", "Platerias", "Pombo" e "Fontana de Oro". Benito Pérez Galdós, o fecundo novellista, descreve em uma de suas obras que o "café tinha em politica mais importancia que um ministério e, em litteratura, mais que uma bibliotheca". O café , que se tomava nesses estabelecimentos, era saboroso. Preparavam-no de accordo com as prescripções de Jean Thévenot, que assim pontificou: Esta bebida obtem-se de uns grãos pretos, que se torram numa sertã. Os grãos são amargos e devem saber a queimado. A infusão deve ser absorvida bem quente. E' preconisada pelos médicos como excellente para impedir que os vapores da digestão subam do estomago á cabeça. Os Turcos crêm que cura varias enfermidades e influe sobre a duração da vida. Em Stambul todas as classes fazem uso do café, que é uma das coisas que um marido deve facilitar ét sua esposa".
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PARA
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INFLAMAÇÕES,
A Sorbonne foi fundada em 1253 por Robert de ESPINHAS, CRAVOS, SARDAS, ETC. Sorbon, tendo por finalidade ministrar aos jovens pobres os conhecimentos da sciencia theologica. Em 1554, transMELHOR QUE QUHLQUER CRÊMEoeTOUCROÔR formou-se em recinto exclusivo dos Doutores em Theologia. Reconstruída por ordem de Richelieu, sob os planos de Lemercier, em 1626. Dois séculos depois, todos os edifícios que a compunham foram incorporados á Universidade de Leiam (INEÂIIE Paris. Na hora presente, comprehende as Faculdades de Direito, Medicina, Sciencias e Lettras e Pharmacia; cada qual sob a direcção de um deão, que é nomeado pelo Ministro da Justiça. O Conselho da Universidade é presidido pelo Reitor da Academia de Paris. Dependem da Sorbonne 71 institutos, 50 escolas, 261 bibliothecas, 30 hospitaes, 53 museus, 2 conservatorios, 7 01J collegios, 16 archivos, vários laboratorios, a Escola Normal Superior, o Observatório AstroHIS3 nomico e o Jardim Botânico. a IIP9& w ¦¦¦¦Ml Em Maio passado, um campeão do bilhar, Alfredo de Oro, cubano, completou 77 annos de existencia. Alfredo detem o record de carambolagem por tres tabellas e em goal ou pina. Seus triumphos maiores foram conquistados entre os annos de 1900 e 1910. Tinha como rivaes, nesse tempo, os "tabellistas" John Lalley, Augie Kieckfer, Bobby e Cannefax, 6 °s pinistas" Jimmy Houstan, Jerome Keogh, Benny Allen e Frank Taberski. Levantou pela primeira vez um campeonato mundial de bilhar Por tres tabellas em 1910. Seus primeiros triumphos datam de 1887. Em 1909, derrotou Daley e ^ouston. Em regra geral, começa o jogo faZendo tacadas de 300. 11 — 1941
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o Natal, como um triste deserto... não vi Deus; vi o Tempo sómente roda atroz, monstruosa, inclemente, tudo, esteja longe ou perto...
Foi-me triste Não vi céu, Com a sua Pulverizando
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Foi-me triste o Natal, como um triste deserto... Uma vez mais falliu o meu Sonho demente! — Eu me sentia só em meio a tanta gente, Que parecia entrar num Paraíso aberto... As mulheres gentis dansavam, leves, loucas, Como se a Vida fora um roseiral, um guia, Que só lhes desse aroma As nacaradas boccas.,
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E a Volúpia infernal as sacudia, insana, Emquanto eu, pobre e só, mais uma vez sentia O esforço inútil da batalha humana !
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MATERNIDADE
Os sSres.que as fadas faziam derramar riquezas pela bocca, se tornaram reaes com a grande creaçéo da lechnlca — o . . . SPEAKER /
MORAES ARNALDO DE M0RAES ARNALD0 DE SENH0RAS SENHORAS E CIRURGIA PART0S rARTOS 110 27-<110 TEL. 27-t medica permanente pan para Aasistencia mtdica dcade 50(000. A*»i«tenel« Diaria» deade Diariaa Parta com internamento por 8 dia» urgencia. Partd caso» de urgência. attender a casos exame e inaerlpeio mediant* mediante 1:200$000, aaaialcncia medica por com aasistencia medicos extranho». extranhos. doente» de medico» Acceitamae doente* previa. prívia. Aeeeitarase Constante Ramo»). Ramo») . FREDERICO PAMPLONA, 82 — (fim de Constant* COPACABANA BIB U,
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n — 1941
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II - 1941
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A seiencia alimentar possue, entre nós, os seus dedicados paladinos, constituindo um grupo de illustres especialistas que se vem dedicando ao seu estudo e ao seu ensino, situando-se entre elles, como um dos pioneiros de taes estudos entre nós, o dr. Dante Costa, professor de Dietetica do Ministério do Trabalho "BASES DA ALIMENTAÇÃO RACIONAL", e autor do livro cuja 2.a edição acaba de apparecer. O facto de exgottar-se a primeira edição de um livro especializado como este, bem mostra o seu valor como significativa obra de seiencia. Mas o que explica o grande successo de venda obtido não é apenas o valor scientifico do livro mas, principalmente, a maneira pela qual foi escripto, que o torna comprehendido pe¦os leigos, pois foi feito principalmente para o publico distanciado da medicina, Trata-se de um livro já vastamente conhecido, tendo sido recebido com grandes louvores da critica, quando do seu apparecimento. Esta segunda edição augmencada, e caprichosamente editada pela Companhia Editora Nacional, vem apee hoje nas satisfazer ao enorme publico que já aguardava a reedição deste livro, Paiz. do Educação de Escolas Normaes Institutos e adoptado em varias — 7
O MALHO
Livros e Autores w_w _p__-_r_sv^fl «i _F
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IMPRESSÕES DO JAPÃO
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Cláudio de Souza esteve no Japão e viu com olhos de artista a vida desse povo exótico que attrahiu a admiração de todo o mundo pela sua intelligencia, energia e capacidade de adaptação. Quando regressou do Império do Sol Nascente, não trazia, a principio, um livro mas somente uma conferência — uma esplendida conferência pronunciada na Academia Brasileira de Letras e que foi uma das mais bellas horas literárias do anno passado. A conferência, entretanto, acabou transformando-se mesmo num livro — " Impressões do Japão" — agora publicado pelo Instituto Brasileiro de Cultura Japoneza e que todo o paiz lera com summo prazer. MACHADO DE ASSIS NO TKMPO E NO ESPAÇO
A figura de Machado de Assis, que attrahiu a attenção de tantos ensaístas brasileiros, no anno do seu centenário, é thema de mais um livro — " Machado de Assis no tempo e no espaço" — de autoria de Lindolfo Xavier, editado pela Coeditora Brasilica Cooperativa. E' um estudo muito interessante do grande mestre da literatura brasileira, porque se oecupa principalmente do homem, da sua vida, do ambiente em que decorreu sua existência, tornando fácil comprehcndcr o caracter de sua obra e do seu gênio.
O uso das PASTILHAS MINORATIVAS restituiu-me a alegria e bem estar. Esse producto é um laxativo suave para todas as idades e também um excellente tônico
e
estimulante do appetite.
DESFILE DE SOMBRAS AMADAS
Siga
o meu conselho e tome
«Si*-JjlIlM.L IVAS coniRp r prisão oe uen.Re
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Heitor Beltrão, que é tão excellente jornalista como grande orador, pronunciou, de improviso, no Auditório da Casa do Jornalista, um bello discurso em memória dos collegas fallecidos em 1939. Evocou elle as sombras queridas de Cândido Mendes, Evaristo de Moraes, Saldanha Marinho Diniz, Ephigenio de Salles, Raphael Pinheiro e outras figuras que desappareceram. Por felicidade, esse bello improviso foi tachygraphado e acaba de ser publicado em interessante plaqttetlc. CA1ÍBIANTES
A Sra. Mariana Coelho, do Centro de Letras do Paraná, reuniu alguns trabalhos literários e editou-os sob esse titulo. São fantasias e contos, escriptos sem
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SECÇÃO Enconira-t»
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1941
maior pretensão e que podem ser lidos com prazer. O volume é illustrado com desenhos do professor Guido Viaro. COISAS DA VIDA E DA TERRA NOSSA O Sr. José Caetano Alves Neves publicou, ha tempos, "A anquilostomia produz infantilismo". Agora, os Irmãos Pongetti acabam de editar outro livro do mesmo autor — " Coisas da vida e da nossa terra". São narrativas colhidas ao accaso, casos do interior, alguns com um aspecto de pura fantasia, capazes de entreter a attençâo do leitor. Ao todo, .340 paginas de leitura interessante. NOTURNOS " Noturnos" é um livro de versos do Sr. Passos de Mello. O Sr. Passos de Mello é um poeta modernista, já tendo publicado dois poemas e uma conferência e possuindo varios inéditos. O livro presente traz prefacio de Onestaldo de Pennaforte. O
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P O R O N G O Paulo Bentcs é um bello poeta. Sente como ninguém os panoramas e a poesia da vida amazônica. " Porongo" é a expressão dessa sensibilidade. Ujn Jjello livro de versos, illustrado por Alves de Menezes e editado pelos Irmãos Pon-
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pEÇAM CATÁLOGOS GRÁTIS 1941
Pensamentos Ter a consciencia de que se é ignorante, é um grande passo para a sabedoria. • 0 que nós mais precisamos, não é tanto realizar o ideal como idealisar o real. • Ter idéas é apanhar flores ; pensar é tecel-as em grinaldas.
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Sol c Saude... mas tambem pode prejudicar um O rosto bonito... Si a Sra. aprecia passar horas e horas na praia, resguarde seu rosto das injurias do Sol, para não se lastimar de manchas e sardas... Use diariamente Leite de Colônia para tornar sua tez mais resistente aos ardores do Sol c á salsugem das praias... Lembre-se que a "maquillage" não restaura os estragos da pelle. Com Leite de Colônia sua pelle ficará protegida contra sardas, manchas e borbulhas produzidas pelo Sol. Leite de Colônia limpa, alveja e amacia a pelle.
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fixa o cabello, dando mais distincçáo e elegância, a Senhoras e Cavalheiros!
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O ÔúAftúMXrl — Recomeça o Carnaval... Céus! Durante quattos dias serei forçado a figurar de nove resta da brilhanie na vistosa faranduiagem multicôr desses cortejos ! Ai de mim ! eis o que luar, cruze. legenda que vivi... outrora, tive oalees de Ijtfl s de paixão, amei a sombra e o dos balcões em flor... beleza a armas no silencio da parques adormecidos ás estrelas, gosei Abençoado o primeiro poeta que soube compreender a essência, do meu ser maguado ! Quem escarnece. Ridiculo da plebe, era eu? De onde sairá? Do riso e da miséria, filho da dôr que Dapois, faz pensar, eu ena tudo isso... torça quasi anônima e vingadora, leviandade que doloroso... Nao os ha l.nd.csi-~bolo um simbclo, pequeno um tomei-me mercê dos ppétlas, borboleta simos? Os Gegos representavam Eros queimando Psiché sob c emblema de uma na. minha pa'idez e ••!¦ l^i„. ora assim. <-u eu oíomora Po'1 ifrajilim-a, rua eremera... — o amor-iaonipotente, a beleza aspiração conno rr.eu estouvamento.. . Que significa? Quasi nada : o logro no amor, uma um drama tececia, em abortada denada a bima. uma comedia que faz soirer. uma trajedia com
remate
bufo. fazes: o amor é o luxo dv>s fortes, Ah ! pois arrxas, Pierrct? Deveras? Vê lã o que ha de construir, destruir reconsama. vencedores. Quem direito dos audazes, o ester-a dos volúvel, lens a natureza dos bardos... truir para ser digno de amar, e tu, Pierrot, és leviano e Pierrot, canta-nos pra a, umas tra teu o mundo, e que possúes? Vá. toma do bandolim. -
diverte-nos um pouco... e morria ás mãos de Arlequim. t se eu. a pensar em Colombin.a. arrancava da espada que tempesfade de aplausos ! a vida, a fortuna e o _ Não tons sorte? não scubeste vencer? não pudeste dominar nalgum d.sparate resuscita nosso gáudio, amor? Desaparece tiero.r, morre e, depois, para copias
cênico
de
; razenteira.
peça
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Eu ora ássin, um pequeno sirrbolo doloroso... de ribalta, de poema, de te a O romantismo foi o meu transfigurados devo-lhe gloria» constataram de lagrimas a lemde brnnze. Devo-lhe mais: o pranto de todas as mulheres que baladas românticas e e,s por das ia consagração branca de pena que me escruciava. Recebi dos deuses e dos heavatar o triste fato mais ha não Mas, que imortal... que me julgo beleza ! Se eu puvisão da a róes ! Como os homens mudam e como se modifica com eles alegórico, espimeu ser do transformação cruel esta é desse morrer! O que me desespera hoje... de costumes dos decadência na lamentável ritual, Ai de mim ! o Carnaval. . e brejeiro que sempre revesti na traDurante tres dias, a imajem ideial de amor infeliz folia dos séquitos burguezes ou no na ruas, das atravez em caricatura, arrastada diaio será a fiüstria dos maxixes, os contavez tumulto dos cordões grosseiros. Conhecerei ainda uma ao deboche. Carnaval isto, alvoroçados sentidos dos i os brutais da multidão, o atordoamento viajens que fiz atravez da h,sas memórias, minhas as contasse eu ! se isto bacanal ! Ah Como eu me lembro ! No baixorelevo toria, o que- aprendi com os artistas a com os sábios ! orjias sem gosto, era representado de uma frisa coreogralica, Bacho, hoje profanado nestas a um rochedo, sorridente e Sentado entre sátiros, que o libertavam do poder dos piratas. oferecendo-lhe, para que se desalleão, soberbp um dextra a tranqüilo, o dous animava com •terasse, uma taça a transbordar; e, em torno, ,por toda parte, os sátiros alipro, saltavam, enchendo crateras, num uns cobertos de peles de téra, outros inocentemente* nus, todos das parras verdes. Que verdes chanfros os grande surto de alegria, á tèpidez do,vinho, entre ! execução ventura sadia ! que soberba monumento de LisicraPretendeis compreender o espirito ritual das bacanais? Olhai o revive naquele esp'endor, sem éra uma de violentado Pierrot . Para mim, meditativo na terra ainda risonho produto da imajinação helenica o encanto sujestivo da alma F|agã vrgem. . . as animava, as Morreram todos os grandes sonhos e, sem a rusão que sempre O amor é no presenectude. a realidade todos decaíram. No mundo aviltado, chama-se de sente uma patuscada de velhos de vinte anos e a I turjia estética outrora ofertada aos deuses pelo homem veiu acabar nesta bambochjeta. . . Eia.
Pisrrot.
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aspectos da pista do "Trampolim do Diâbo", onde, DOIS no ultimo domingo d« 1940, o Au tomoval Club (*i realizar a "G<s vaa doi Nacionaes", prova despsr tiva que despertou o máximo en thusiasmo, a da qual sahiu victo rioso o "ai" Rubens Abrunhosa
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Os guardas masculinos apenas guardam o edificio na parte exterior. No portão ve-se, de facto, uma sentinella-homem. Este é, de resto, o único sêr do sexo forte encontrado dentro dos limites do estabelecimento. Nas demais dependências, como ficou dito, a entrada do homem é rigorosamente prohibida, sem excepção. Sera que uma das penalidades, impostas ás presidiárias é que ellas não podem ver o homem, ou isto é apenas uma medida preventiva para evitar a tentação? Qual será
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penitenciaria torna mais facilmente impostas á vaidade feminina.
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mmmm^mm^mm^ Ao palco da prisão, detentas fazem lenha sob as vistas de um carcereiro. Elle está desarmado e não tem permissão Para por o pe no interior do edificio.
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dos gêneros alimentício*
trabalham na cozinha, sob lização de uma freira.
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resposta satisfactoria. entretanto, é certa: a ausência
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0 fim de um dia attribulado as detentas da Mana Mostra; a ceia é servidapara a uma dellas numa cella simples.
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religioso
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restricções
Não ha espelhos ali ; nem mesmo um simples pedaço é permittido dentro das paredes da prisão. Mas, uma vez que - mulheres têm a certeza de não estarem sendo vistas pelos homens, nas suas blusas desageitadas, nas suas cabeças cobertas por um bonet ou por um chalé, que importa, afinal, a sua apparencia ? O guarda que fiscaliza os trabalhos externos não influe, pois não se trata de um homem, mas de uma instituição.
Nos domínios de Maria Nostra todas são iguais. Todas usam blusas de algodão de corte uniforme, onde não se vê a mais ligeira interferência da moda. Todas trabalham infatigavelmente. Como se.sentirão ellas quando voltarem á vida no mundo exterior, depois de um anno, cinco, dez, quinze, de uma existencia laboriosa e ingrata, entre as quatro paredes do cárcere' NSo ha duvida que algumas se sentirão saudosas da vida monótona da Maria Xostra, pois ali, pelo menos, ha paz. 0 giande acontecimento na vida duma reclusa de Maria Xostraconversar com um visitante atravis da rede dc areme qne separa as prisioneiras do resto do mundo.
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A penitenciaria abriga muitas heroinas de crimes verdadeiramente sensacionaes, mulheres que estiveram em evidencia como autoras de famosos crimes passionaes, assassinas de sanguefrio que mataram por dinheiro ou por amor, ladras de inconcebivel audácia ou larápias que se viram arrastadas á pratica do crime por fraqueza ou necessidade.
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penitenciaria está nas mãos das Misericórdia substituem os carcereiros; são ellas que se communicam com as autoridades, que superintendem todo o trabalho do estabelecimento, que ensinam as variadas prendas ás presidiárias, que conduzem as actividade* ua lavoura e as praticas religiosas. A prisão dc Maria Nnstra basta-se a si mesma, tanto quanto freiras.
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XOSTRA. a famosa penitenciaria feminina da Huné a instituição mais moderna da sua natureza na Eugria, MARIA ropa. Sua organização é muito original e talvez única. No seu interior vivem apenas as mulheres condemnadas ao carCere por quaesquer crimes, não sendo em absoluto permittida a entrada de homens.
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Mario Noetra, a penitenciaria para mulheres mais moderna da F.inopa, cr.ií situada num local muito aprazível, na Hungria.
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tabelecimento são plantados pelas detentas. Estas estão sempre em actividade. Emquanto umas cuidam do trabalho ciomestiço, outras são enviadas para os serviços externos, derrubada das mattas, jaidinagem, etc.
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Entrega de diploma á turma que con cluiu o Curso de Arte Decorativa. ESCOLA *m\
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MAESINHAS
Aspecto da entrega de diplomas ás alumnas que completaram o curso da " Escola de Mãe-sinhas" que, sob os auspicios do Instituto de Puericultura da Universidade do Brasil funeciona Junto ao " Lar da Crianca", vendo-se entre outras pessoas, as seguintes: Prof. Olinto de Oliveira, director do Departamento Nacional da Creança; Dr. Lemos Brito, desembargador A. Saboya Lima, Dra. Adalzira Bittencourt, Prof. Maitagão Gesteira, senhoras General Pedro Cavalcanti, Clotildc Gonçalves c Tlicrczita Porto da Silveira; Dr. Pio Duarte, Rcv. Padre A. P. Soares c Dr. Alfredo
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[ollegio Ycarahy Encerramento do anno leclivo no Collegio lcarahy, vendo-se, á M os directores Dr. Jorge Abreu e D. Carlota Abreu, o inspector federal, Dr. Duryal Baptisto Pereira, es pre ia Intente convidado para assistir aos exames dos cursos primarios. O MALHO
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A CAROLINA Querida! Ao pé do leito derradeiro Em que descanças desta longa vida, Aqui venho e virei, pobre querida, Trazer-te o coração de companheiro Pulsa-lhe aquelle affecto verdadeiro Que, a despeito de toda a humana lida, Fez a nossa existência appetecida, E num recanto poz o mundo inteiro... Trago-te flores — restos arrancados Da terra que nos viu passar unidos, E ora mortos nos deixa e separados... Que eu, se tenho nos olhos mal feridos Pensamentos de vida formulados, São pensamentes idos e vividosl... MACHADO DE ASSIS ii — 1941
19
O MALHO
E chegando-se a uma prateleira da livraria,
tirou
de lá um livro, no qual, entre outrás phrases latinas traduzidas, e n c o ntrava - se
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vez, á porta da antiga ^»ERTA livraria Leite Ribeiro, um grude intellectuaes abrigava-se dum po aguaceiro, que então desabava com intensidade. Santos Dumont fazia parte do grupo. Conversava. A certa altura, interessa-se pela traducção de uma "IPSIS phrase latina. Quer saber LITTERIS" o que ella, a frase, revela em portuguez. Soluciona o "problema" Mario José, o autor de ASAS NO AZUL, que diz ao nosso grande patrício: Só mesmo por acaso poderia lhe dar a traducção ... porque não sou latinista... E, sem pestanejar, com aquella admirável memória, esclarece Mario
José: "Casa
pequena, grande tran"Parva domius, mag quillidade"... na quies" ... (era a phrase procurada). # * # "furo causou sensação. E a O uma indagação de Santos Dumont, o escriptor fluminense responde: É muito fácil adquirir o meu latim. Custa apenas mil e nikeis ... O MALHO
aquella ... Santos Dumont sorri e compra o volume, com vivo interesse, põese a manuseal-o. E depois de um silencio mais ou menos prolongado, fala: — O livro é bom. Mas é deficiente... É in-
Sente-se isto nos seus próprios livros "O que eu vi...", ou em "Dans l'air", que já está traduzido para o nosso idioma. Vê-se, ainda, o homem de lettras, que elle era, na sua dedicatória aos "pássaros do progresso" e na citafaz do ção que poema de Victor Hugo, ou na referencia a Bartholomeu Lourenço. Ha
mesmo,
que parece, um trabalho seu, inédito, sobre as cataratas de Iguassú. ao
* # # Modelo de alta dignidade humana é, ainda, além de todos os outros trabalhos, o que escreveu á "Liga das Nações", considerada como
üfflH REDMNISCENCIH DE SHHT0S DUMONT... completo, porque não diz quem é o autor de tal observação ... E, passando a explicar, accrescenta: — Se quem disse isto morou no Castello, é interessante. Mas, se foi Diogenes, já não tem o mesmo interesse; porque, como vocês sabem, elle morava num tonei !...
• # • La fora a chuva continuava a cahir ... Naquelle dia chuvoso. Santos Dumont mostrara-se um observador penetrante, um curioso intellectual que, ao lado da sua excepcional intelligencia em acção, cogitava tambem, com um amor pouco commum, de uma simples proposição de linguagem, perdida num livro de mera belleza contemplativa... Mas, Santos Dumont era, assim, não só o glorioso "pae da aviação", como também o escriptor eximio da phrase, que sabia conduzir. 20
uma das mais bellas nossa litteratura.
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# # Santos Dumont era — em que se extranhe o paradoxo — um contemplativo, uma autentica alma de carnera, a tal ponto que ouvia a todos os momentos (é elle mesmo quem o diz) chalaças deste gênero: — O Senhor não faz nada ? Está sempre fechado em seu quarto, a dormir !... # # Imagine-se: Santos Dumont "não fazia nada", Santos Dumont imaginava, Santos Dumont pensava, Santos Dumont realizava ! Entretanto, para o mundo apparente dos outros, Santos Dumont dormia ! ...
Gastão Pereira da Silva II — 1941
general, vinte clavinoteiros á retaguarda, surgia e se destacava na transparência daquela noite melancólica, gigante e ameaçador aos meus olhos assombrados. O luar caia sobre a terra como o sudario sobre um cadáver: frio e solene. O estrépito daquela cavalgada ressoava no seio da noite como um brouhaha de morte, e a poeira, que levantava, dansando sob a via-látea, era de uma prata sinistra. Todo o campo, imóvel e extenso, se desdobrava como um lago de águas verdes e paradas. General e soldados passavam, em cachinadas, rente á arvore, á qual, como parasita estranha, me colocara numa imobilidade de estatua, guardando dela a mudez terrivel e eloqüente. Senti-lhes a respiração — tào próximos a mim passaram! — ouvi-lhes os dichôtes, que eram de sombria ferocidade... Ai, dos vencidos de uma luta entre irmàos! o, os vencedores voluntariosos, impondo com a espada, arrogantes e insolentes, a vontade soberana. Entre gargalhadas ultrajantes, sumiram-se com trágico fragor na longa curva da estrada coleante. A derradeira injuria, já atirada de longe, contra os vencidos, chegava aos meus ouvidos como uma imprecaçào tremenda. Nesse momento supremo e único, tive opresso o coração para sofrer, lúcida a inteligência para avaliar, claro o espirito para compreender do soldado brioso a humilhação dolorosa quando, disputando-lhe ao valor heróico a bandeira sagrada, sente que de suas máos crispadas pelo ódio e pela cólera, arrebata o inimigo o simbolo querido, á cuja sombra batalhara cem batalhas! Derramei o olhar em derredor: nem uma casa. Escutei: nem um ruido... Solidão de morte. Silencio de morte. Horrível! Horror! Cego naquela claridade suave, os passos tateei sem norte, até ganhar um exquisito. Por invios, estreitos, acertados caminhos, dentre a folhagem que se abobadava no alto, dando agora discreta sombra protetora, atirava o olhar ancioso para o largo e lindo descampado que o luar banhava de poesia e de tristeza. E me lembrei dos que ficaram... Com que doloroso aperto de coração evoque a desfilada procissional dos entes queridos e dos companheiros de armas! Errei ao acaso. As tontas. Já me invadiam a alma a solidão e o desespero, quando, do alto de um rincão do campo, lá ao longe, sorrindo como uma esperança, ou alvejando como um sepulcro, branca, pequena casa, sem arvores em torno nem luzes dentro. Toda ela mergulhava em trágico silencio naquela noite silenciosa. Em frente, e dos lados, como pardas manchas amiudadas, bois e vacas, em repouso, ruminavam tranqüilamente. Cheguei á porta. Ergui o braço. Quiz bater, chamar por gente. Recuei, tremendo. O', como é pungente e covarde a tristeza dos vencidos! Pela madrugada, que raiava transparente e doce, os ouvidos cheios dos desafios dos gaios, dos mugidos do gado, e, jl agora embalado pelas harmonias dos Orpheus saltitantes das matas — corações sonoros de desditosas virgens sofredoras, debulhado em as recalcadas queixas — aquelas toscas e pranto misteriosas portas para mim se abriram como as do Palácio da Ventura, rodando em gonzos de ouro sobre a alvura miraculosa do mármore luzidio.
O
Milagre LEONÇIO CORREIA saltos, e para a qual a minha se voltava com en ternecido reconhecimento. Vencemos um dia inteiro de sol mordicante e inclemente, cheios de precauções, evitando o campo raso, buscando sempre poder ver sem sermos vistos. E zig-zagueando aqui, coleando mais acolá, dando preferencia aos vales nas ondulações dos campos, de um verde vivo e harmonioso, galgámos, já noite fechada, a sinistra Garganta do Inferno. Rodolfo tagarelara incessantemente durante toda a rude jornada com o delicioso e amável objectivo de me distrair, de chamar o riso aos meus lábios e a despreocupação ao meu espirito. Agora, cuidado! avisou-me, grave. O caminho não é de seu trilho. Parece feito para almas penadas. Solte a rédea ao animal. A minha ruana conhece todos estes fundões, mas o pampa é tabaréó. Nunca palmilhou estes pagos. A noite cerrara de todo. O céo vestia luto rigoroso, e a terra era de uma lacrimosa e dolorosa tristeza... Por um atalho muito estreito e muito escuro, seguindo a ruana, dificilmente visivel na treva fechada, batendo cascalhos, o abismo de um lado, de outro lado o abismo, por entre pios agourentos de aves noturnas e nuvens de vagalumes, acendendo e apagando sem cessar, pequeninas lanternas verdes no espesso da vegetação que se agarrava ás encostas do morro, abandonei a rédea sobre o pescoço do animal, e ergui, com fé maravilhosa e ardente, minha alma até Deus. Seguíamos em silencio, agora. Apenas, de espaço a espaço, Rodolfo batia o isqueiro e chupava um cigarro de fumo brabo: Muito cuidadinho, amigo, que o passo é de agonia e de morte. Um fugaz, rápido relâmpago riscou uma pedra que a ferradura da ruana raspara. E outros fuzis serpentearam pelo solo — que de pedras roliças e escorregadias era esse trilho, b mais apertado da lugubre Garganta. O pampa, orelhas retezas, movia-as levemente com descdhfiança e. suspeita. Súbito, escorrega numa coroanha lisa,' humida de orvalho e dansa macabramente para ganhar firmeza — e a pedra se desconjunta, e um infernal fragor acorda a solidão adormecida, e o cavalo rola, precipício abaixe, quebrando galhos, abatendo arbustos, roçando pedras, num
bravio estardalhaço, de ecos soturnos e sombrios as patas em arco como querendo abarcar o vácuo, o pêlo eriçado de pavor, os dentes rilhando de raiva impotente — e eu, suspenso de um frébil galho, o céo negro em cima, aquela mancha minguando, a se sumir lá em baixo, sentindo a éternidade nesse angustiado instante- de duelo com a morte! Sorris? Duvidas? Nunca! A mentira é a ,moeda falsa do espirito, e tu és bastante honesto para que ponhas em circulação tão feia coisa... Mas era irônico o teu sorriso... Perdão! A imagem é o sinal grafico do pensamento, e, pois que de imagens formosas douravas a narrativa, tão de ti sentida, o meu sorriso nâo podia ser senão de aplausos ao relevo que lhe davas. E Rodolfo? Não podendo dar de rédea â besta, obrigando-a a voltar, deixou-se escorregar pelas ancas do animal, e ao mesmo tempo lépido e cauto, me estendia os robustos braços quando ainda o éco do seu nome, gritado pelo meu desespero, galopava de grota em grota, pelas quebradas da montanha. E porque eu lhe pedisse, aquiesceu a que nesse sitio quedássemos até o romper do dia. O' meu Alfredo! nem o clarão de um relampago, para que eu pudesse deixar, como uma lamentação de Job, na fria imobilidade da pedra, alguma coisa do que agitava a minha alma, e que eu não poderei exprimir nunca mais! Quando a aurora, virginal e serena, desabotoou luminosa, e a névoa, como um exereito de sombras claras, desceu, em marche-marche acelerada pelos flancos, pelas vertentes, pelos contrafortes da montanha, até se espraiar pela campina, que se adivinhava estendida ao sol, eu pude contemplar o galho exiguo e frágil que, só por milagre, susteve tanto tempo o meu corpo sobre o abismo! Alfredo sorriu ambiguamente. A tarde fazia a derradeira patrulha da luz. Toda a paisagem emergia de uma tinta suave e evocativa. Uma avesinha, perseguida por gavião hostil, tatalava as azas num vôo oblíquo desesperado. Na velocidade que trazia, transido de medo, cego de terror, o pequenino pássaro esbarrou num muro, e foi ao solo. Não crês em milagres, Alfredo? O passarinho, as penas estiradas de sangue, agonisava. Em pouco, suavemente, como um perfume aue se evóla, aquela tênue vida se partiu. Alfredo mordicou um charuto, acendeu-o com lentidão e preguiça, estirou o braço num desolado gesto de vencido, apanhou melancolicamente a avesita, e, suspirando: Tambem assim a minha Crença encontrou os muros da Rü7ào...
<**2
• •
— Deus vos acompanhe! Essas, as ultimas, dolentes, suaves, consoladoras palavr-s de Sinhá Joana, a excelente mulher de Rodolfo, que no-las dirigiu de pé, encostadai ao batente da no momento em que, saudosos, abalávamos,porta, de partir. Havia uma semana jâ que aquele hospitaleiro teto me dava asilo. E que de coisas chegavam aos ouvidos- °u confusamente ou com a bru_ _S_°_ . ade das verdades estarrecedoras. Era a noticia da degola de um, do fuzilamento de outro, e mais saques, de roubos, de trucidações, de mil horrores, enfim, incapazes de serem imaginadas ou compreendidas pela alma ingênua e bôa daquela gente simples e honesta. Partimos escoteiro; eu num árdego cavalo Pampa; Rodolfo numa nédia mula ruana. O dia ainda vinha em Jesus Cristo, e já nos encontravamos a um bom quarto de légua da casa, na auai o meu abnegado companheiro deixara o co¦-ação sangrando de saudade e povoado de sobreJl — 1941
Mm»»-1"
O BRASEIRO DO RIO CEDRON Conto de MALBA TAHAN
A$mm\.f\\?
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vertências maternas, con-
cado
trapós
tava
argumento
seria
que
Ij, j jí^$mmmwF~
o
de
o meio
saírem
pois
a
pelo
rico
oferecida
apostador
constituir à
pecúlio
único
miséria,
da
paga
de
iria
um
pequeno
sua
alquebra-
da velhice. Aceitas, afinal, ai condições
e
da
aposta,
anca-
que, metido nágua até o pescoço, lucontra o frio impiedoso que lhe gelava os membros. As horas se alongavam para a mãe infeliz e o destenrdo moço numa trágica e cruciante
lentidão.
E alta
noite
a temperatura
baixara
tanto que a mísera anciã, sem o menor abrigo, não dispondo de chalé ou simples manta, se lembrou de que poderia aquecer-se a uma fogueira. E apanhando, aqui e ali, alguns gravetos e dois punhados de folhas secas, acendeu
minharam-se o milionário
um pequenino braseiro; só assim pôde, aconchegada ao tímido calor, res;$tir ao ven-
judeu, o destemido rapaz a desolada mãe, se-
to gélido e cortante que varria, mente, os campos da Judéia.
desoladora-
A rubra luz do Sol, erguen-
¦"ZmtmArf~^S3SÂ*m- — -
" ¦ - ¦_____________________________________________»____________ ^•*ir-Tr_uB_»"r^ Mmm—__—¦—_.»»
UM uma
'"
guidos das testemunhas, Cedron.
paz de passar, na época da invernia, noite inteire dentro do ribeiro do
E logo que o Sol entrou a descambar no novo de inicio o assinalando horizonte,
Cedron. Cedron,
O
tantas
vezes
citado
no
Livro
Santo, náo passa de um filete liquido que se esgueira pela Terra Santa a poucas milhas do Templo, triplicando, porém, o volume de suas
tura
durante
águas
cbuvas
as
longas
e> copioses
Nesse
hiberneis.
período, a temperaa tal ponto, que seria
das águas baixa
suplício
insuportável
uma
imersão
demorada
•m seu lençol.
se
singular
o
Propalado apresentou que
para as margens do
judeu rico e impiedoso apostou, d» uma feita, am como ninguém seria ca-
de
um
desafio, origem
logo
jovem, dispunha a realizar a audaciosa fazer
çanha, para A mãe do
jús rapaz,
ao arriscado tentame
se
humilde, fa-
ao prêmio prometido. entretanto, opunha-se apontando ao filho te-
merário os inconvenientes do perigoso banho onde éle poderia encontrar a morte, ou, pelo menos, uma grave enfermidade. A nada quis atender o tresloucado, que. ás prudentes ad-
O MALHO
dia judaico, o moço entrou no rio, suportando a ação frigidlssima da água, em presença da multidão que se apinhava curiosa. Alguns populares, ansiosos por que o orgulhoso rtcaço perdesse a aposta, estimulava o moço a manter o ânimo ovante: —•
Muito
bem!
Coragem
rapaz!
O
frio
porém, lamentavam, de antemão, o fim trágico daquela temeridade. Outros,
— Não estará com vida ao despontar do
Ml Com o lento andar da noite, retirou-te c judeu
da
assistência,
enfim, Foi
o
dentro
a
dolorosa rapcrt
amigos
de
alguns
por enregelado,
já
semi-morto,
termo,
aposta.
retirado
rio
do
pós
do
e
estranho
desafio
procla-
mado vencedor. Juntamente com as testemunhas dirigiram-se
todos
á
casa
do
rico
Judeu, autor da
aposta, a quem tudo narraram. Um dos pretentes exaltou a extraordinária dedicação materna:
não atemoriza os valentes!
com
do-se no horizonte,
a
O frio era táo intenso, velha,
senhor, que a
náo abandonar
o .filho para pobre viu forçada a acender um brasido.
se
Como! — extranhou o milionário — a mãe do rapaz acendeu uma fogueira? Fiz, sim, umas poucas brasas, confirmou
grande parte quem o espetáculo se tornava monótono, permanecendo. apenas, as testemunhas da apósfa, protegidas por bons agasalhos a a mãe
Nesta caso, — retorquiu o pérfido ri— náo pago cousa alguma. Foi um ardil caço
do jovem que, da margem do rio, de quando em vei, quebrava o silêncio com a sua voz débil e plangente. a chamar pelo fítSo dedi-
de que ela lançou máo para aquecer o filho e abrigá-lo, também, do frio. Está, portanto, nula a aposta ! A escusa cínica do judeu, o
22
a boa velhinha.
desprezivel motivo que alegava, não tinham nenhum cabimento. Como poderia um pequeno braseiro à margem do Cedron aquecer quem estava mergulhado nas fr:as águas do rio? O rtipaz não se conformou com a recusa e, a conselho de amigos, recorreu ao juiz da cidade. O digno e respeitável magistrado, depois de ciente do caso pelas inúmeras testemunhas; depois de ouvir as razões alegadas pelos litigantes, reconheceu, por sentença, contra a opinião unânime do povo, que o d;reito estava do lado do rico e a aposta não devia ser paga. Filho e mãe, desapontados com o julgarrtento não hesitaram em recorrer ao Tribunal Superior denominado "Camara dos três juizes". Atendendo ^aps argumentos do réu milionário o Tnbunal confirmou a sentença proclamando que o braseiro á margem do Cedron aquecia as águas impetuosas do rio. Essa iniqüidade não desanimou os dois infelizes e a questão foi levada i "Corte de Apelação", Tribunal de alto prestígio, onde mais de trinta juizes, depois de largos e eloquentes arrazoados julgaram boa a decisão anterior. Restava, agora, como último recurso, o Tribunal dos Seterfta Anciãos, ao qual os interessados levatam a demanda que devia ser distribuída e julgada em presença do rei Davi e do principe Salomão. Salomão, por. êsse tempo, muito moço, iniciava a sua esplêndida carreira. Dotado, porém, de inteligência agudíssima, compreendeu logo pelos comentários feitos que os Setenta Anciãos se inclinavam em favor do rico e, uma vez mais a sem-razão da sentença inicial seria confirmada pela mais alta Corte do P<ts. A ameaça daquela damorosa injustiça revoltou o jovem príncipe.
Antes, pois, de ser iniciado o julgamento do célebre pleito, Salomão convidou o rei Davi, seu pai, e os venerandos juizes do alto Tribunal para um grande banquete. Aquele convite do principe foi recebido com as mais vivas demonstrações de alegria. Vamos a êles — diziam alegremente os juizes São sempre apetitosos os manjares na corte do rei Davi! Aconteceu, porém, que, todos já i mesa, a aparatosa refeição começou a demorar. Em dado momento o rei Davi, impaciente, reclamou: Mas, afinal, quando pretendes anunciar êsse banquete? <r— Senhor — desculpou-se Salomão — a comida ainda não está pronta. E' bem possivel que dentro de alguns momentos possamos saboreá-la. Passaram-se, porém, mais duas horas. Os a juizes famintos resmungavam irritados com demora. O rei Davi protestou com energia: — Que fazem os servos que nunca mais saem com êsses pratos? Rei Davi — explicou Salomão com voz sombria e arrastada — Acabo de ser informádo, pelos nossos auxiliares, dé que na cozinha de vosso palácio está ocorrendo um caso misterioso que não consigo decifrar. O fogo, por mais forte que seja, não é suficiente para aquecer a comida!
Como assim? — ertranhou o rei Davi num vozeirão soturno. —- Que fogo é esse que não aquece a comida? Convido-vos, 6 rei! — sugeriu logo Salomão com alvoroço — juntamente com os vossos esclarecidos juizes, a admirar a extranha ocurrencia. O rei Davi e os Setenta Juizes, levados por Salomão, foram até ás cozinhas do palácio. Ali chegados, viram, com assombro, sobre uma larga prancha, os manjares do banquete, inteiramente crus, dentro das panelas ou enchendo os grandes caldeirões; a pequena distancia vários fogões e fogareiros, bem acesos, lançavam inultimente as suas labaredas para o ar. Que loucura! — protestou, num tom entre sério e jocoso, o rei Davi — Como pretendes, aquecer a comida se o fogo está aqui, de um lado, e as panelas a três passos, do outro lado! Isso é arrematado disparate! Em terras de Israel — ponderou gravemente Salomão — deve ser tida como muito acertada a disposição que se observa aqui. A nossa infalivel justiça proclamou, em várias sentenças, reconhecidas como justas pelos mais íntegros doutores, que um insignificante braseiro, um mísero punhado de brasas, ás margens do Cedron, é suficiente para aquecer um homem imerso nas águas geladas désse rio. Ora, é evidente que as chamas destes enormes fogões e fogareiros deverão, forçosamente, aquecer as panelas que lhes estão a dois passos. O rei Davf e os Setenta Anciãos reconheceram a fina alegoria do inteligente príncipe. E, nesse mesmo dia, reformaram a iníqua decisão e resolveram que o rico apostador pagasse ao jovem o prêmio fixado, acrescido de pesada multa.
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23
XI _ 19£1
A
linguagem
preciosa
de
dntholoqia
Lecor
P
XINHA Leoor certos meneios de linguagem com alguma preterição literaria. Não se contentava de dizer e escrever bem e claro, preoccupava-o a arrumação artística com preciosismo amaneirado. E não lhe faltava, ás vezes, um certo rythmo que ainda nos sôa bem ao ouvido. Aqui está um exemplo neste parecer que elle manda ao ministério, quando foi dos fundados receios da Côrte do Rio de Janeiro de que a Hespanha, abandonando medeiações e diplomacias, se aprestava a mandar, em frota numerosa, uma divisão militar de forte poder para atacar Monte vidéo e Santa Catharina. Para começar, perguntava Lecor : que será melhor ? — "retirar para as fronteiras e vir cobrir Santa Catharina ? ou defender Santa Catharina e Monte vidéo ?" E passou a responder, oom penna aparada, conceituoso e guindado "Nas com reminiscencias classicas na fôrma castigada : differentes idades dos impérios tem influencia varia os achaques políticos a que elles estão sujeitos. O mesmo mal na sua infancia não os deixará continuar ; no seu augmento os atrazará ; no seu estado os fará decahir e na sua decadencia os levará rapidamente- ao precipício. Devem, pois, os remedios ter aquellas épocas em vista, e ser, na infancia, brandos ; no augmento, decisivos ; energicos no estado ; e na decadencia palliativos."
Os
bonecos
R
O
Machado
CA
ES
de
Assis
.
M ACHADO DE ASSIS era uma creatura do mais agradavel pontífice de trato. Apesar da proemlnencia a que attingiu, pontifice humilde modesta, attftude a nossas letras, jamais jámais perdeu Náo falava muito talvez mesmo, com que se apresentava. N&o devido a uma pequena gagueira que o affllgia e que elle procurava dissimular dissimular; ; mas conversava, na roda dos amigos, com vivacidade e espirito. circulou um caso, por E a proposlto dessa gagueira clrculou interessante. Disse-se que lnvenç&o, mas lnteressante. certo de pura lnvene&o, repartição que Cardoso de Menezes, tendo Machado sabido na reparti?ao Bar&o de Paranapiacaba, foi dar a ia receber o titulo de Barào Araújo que, passando &á tarde noticia a Ferreira de Araujo agradavel noticla "Gazeta de Noticias". pela rua do Ouvidor, viu &á porta da E este dialogo se travou entre os dois : Sabe, o nosso Jo&o Cardoso vae ser feito bar&o. baráo. Bar&o Baráo ? — de que ? De Pari Paraná . . . Pa — paran& paraná . . . PaPará . . . Parana ranipi ,. . ,,.. ranápi Acaba, homem homem!! Aoertaste ! £Ê Isso lsso mesmo . . .
"Minhas memobas memohas dos outros", — 193k 193i —
de
Como
escrevia
Ruy
Azevedo IGNO de ser mencionado, quando se trata de Ruy Barbosa escriptor, é o modo como elle escrevia. Refiro-me, sobretudo, á ultima phase da sua actividade, que è a de que dou testemunho. A expressão lhe sahia da penna pausadamente, aos jactos. Escripta uma phrase ou um período, mantinha a mão levantada durante um breve intervallo, como a reflectlr sobre a phrase ou o período a seguir-se, deixando sempre entre as linhas o espaço necessário, para o caso de alguma correcção que se tornasse precisa, o que raramente acontecia. Trabalhava assim horas a fio, e o que ha de extraordinário é que, terminada a tarefa, náo se lhe haveria de encontrar, na cesta dos papeis, nem uma folha perdida. Paginas que ahi correm mundo, citadas a cada passo, ou incluídas para sempre nas nossas anthologias, escreveu-as assim definitivas, logo á primeira vez em que as traçou.
Ah ! Os processos de escriptor de Aluizio ! . . . Elles eram ^únicos nesta Patría. Era um homem de cidade e para a feitura dos seus livros ia ás pocilgas, ás pedreiras, farandulando com as zabaneiras, fazendo-se intimo da babugem, da ralé humana. Viveria, se preciso fosse, com rufiões e capangas, no sonho de sua Arte immortalizada. D'ahi a victoria do "Cortiço", da "Casa de Pensão", do "Homem", do "Muiato", do "Coruja", Elle estava na época, no. meio, no momento flagrante de verdade. E pertln&z, methodico, assombroso de paciência, recortava em papel&o as suas personagens, os heroes dos seus livros, os seus clasaicos e pequeninos bonecos, com a mesma figura, com que iam apparecer nos volumes e fazia-os andar, dançar, voltear, em cima da mesa ! E só depois de assim ter dado vida a elles é que ia escrever, reconstituindo as scenas reaea surgidas da sua forte imaginação.
O C T A V I O MANGA BEIRA
DE RAUL AZEVEDO Do meu livro de saudades, — 1936 —
O MALHO
T
RRODRIGO O D R I G O O C T A V I O ,
Aluizio
T
Sclecçio de FRAGUSTO
WANDERLEY PINHO Palestra no Instituto Historico, — 1936
I
Na Academia Brasileira, — 1936 — 24
II — 1941
Profissões
fr" GUIA DE CEGO dç. cinema
A protissão de "olheiro" não obriga quem a exerce a possuir mais olhos de que a Natureza lhe concedeu. Dois olhos só são sufficientes para vigiar todo um exercito de automoveis, no intuito de evitar que algum chauffeur amador tome a liberdade de dar passeios em automovel alheio, passeio que sempre vae acabar com valente trombada num poste ou entrando num botequim para abastecer-se de combustível. Temos o "estafermo" muito nosso conhecido, abundante na Avenida, possuidor d e vocabulario especial para envernisar as pequenas que passam.
modernas .Já se toram os tempos em que havia os "pescadores a prego". Que vem a ser isso ? Eram certos individuos que circulavam com uma ben"pescar" gala, cuja ponta trazia um prego, para transseriam tarde tocos de cigarros, que mais formados ou integrados em cigarros. Temos, a substituil-o o nosso "Diogenes de papel". Aqui convém mais uma explicação. São os apanhado res de papeis velhos, que andam com um sacco ás costas, arrebanhando tudo quanto é papel, para mais tarde convertel-o em notas não menos sujas. "grampo" Ja houve quem denominasse de do bond o fiscal No trajecto aos fiscaes de bond. grampea um, que tem de andar quasi parado e desce mais adiante para grampear outro. Profissão moderna é a de trocador de omnibus. O "cambista" de porta de theatro nunca pratica o cambio assim como ha "bicheiros" que nunca estudaram zoologia, mas conhecem de sobejo o "sapo" que é o investigador da policia. O jogador de foot-ball é agora um profissional, profissão pedál comparavel com a do pedicura. Escrever, portanto, um "Manual do jogador de foot-ball é um erro, porque devia sei "Pedal Foot-Ball". Ha duas especies de collector, o de impostos e o dos papeis: escolham os interessados. Na
profissionalismo O também evolue. Havia no tempo dos nossos conspicuos tatatavós profissões que eram consideradas como despreziveis. Advogados eram "DEmenos estimados do ATLETA que os criminosos que defendiam, engenheiros não passavam de pedreiros e músicos tinham que se limitar ao campo do histrionismo como qualquer comediante mambembe. Pianistas e tocadores de instrumentos de sopro ou sem elle, não faziam parte da sociedade. Meu tataravô nunca pôde ingressar na aristocracia porque tocava flauta. Na ante câmara profissional surgiram os bachareis com aquelle clássico anel distinctivo e symbolico no furabolos e o esfusiante titulo de TEMOR DE B£iNrtE»W> "doutor". Qualquer explorador da sabugice humana Com o advento do automobilismo expedia diplomas como se expedem facturas de soum muitos chauffeurs, que o vocabulário mercadorias e, em virtude do cartapacio, lemnissimo burro podia trajar a classica rabona exotico classificou de "cinesiphoro' o e passear sua entunecencia pletorica pela Avenão pegou, porque o vocábulo muito "barnida, fazendo olhos de tainha ás pequenas. Sur- que com "desaforo", viraram se parece giram, depois as leis importunas e a vassoura dos profissiofez uma limpa, senão completa, pelo menos mo- beiros" contra vontade naes da navalha, que deviam ser chamaralisadora. "navalhistas". Até os caEssa providencia não podia, entretanto, eü- dos de UH minar a vontade que muita gente tem, de "tra- chorros são agora chamados tivo. balhar". Quando o exercício de uma profissão de "vira-latas" e a raça tem mais um derivativo, fôr impedido, escolhe-se outra. E* por isso que de chacara". o "cachorro de fundo "confetti" classificou-se a os italianos dizem: — "ímpara l'arte e mettila como de Um fabricante da parte". (Aprenda a arte e ponha-a de parte). "confeiteiro" e danou-se-quando al"cão Vemos, actualmente, legiões de advogados e de si proprio de era um verdadeiro médicos empregados em escriptorios commer- euem lhe disse que ciaes a rabiscar facturas, engenheiros dirigindo feito". A crise actual (sempre o foi) obriga o indinegocios de exportação de cebolas e carne secca, exquesitas dentistas exercendo a profissão de arrancador de viduo a exercer muitas profissões de chatocos e guarda livros que trocaram os livros de Em Paris havia até mulheres limpadoras rende, não Rio porque no contabilidade para vender rádios, refrigeradores minés, profissão que "chamicom anda ninguém tempo ou ser cobradores de. contas desenganadas. já ha muito É claro que as exigencias modernas, provo- nés" na cabeça, embora sempre tenha fumaça. cadas pelo despotismo do estomago, tiveram que para soltar. promover a creação de novas profissões adaptaTalvez o carioca ainda não saiba que existe yeis á epocha. Vamos ennumerar algumas, mui uma especie de "guia de cégo". Expliquemos. to nossas conhecidas. São aquelles empregados de cinema que conduHa, por exemplo, o "tenor de banheiro . zem os espectadores aos assentos vasios na sala Não seguiu escola alguma de canto, mas obedece na escuridão, se desenvolve a uma natural vocação liquida provocada pela do cinema emquanto. ducha impressionante. Essa especie de tenor não o film. "Borboleta" o que é ? Zoologicamente já o 'az questão de até se encerra no publico, porque banheiro e admitte apenas como acompanhador sabemos, mas ha outra especie. Os vendedores andam pelos escriptorios para vender artigos Parais suas árias á' "plein "P"Ín poumon", °o ruido do que P0"™"" «ÈuichoT rádios, refrigeradores, apólices, machiZ diversosT* ou diversos. do chuveiro. O ronco do aquecedor » "palhafatosa tempestade de escrever ou bugigangas. E muito antig das aguas revoltas nas — "cometa" di ba"heira- aau °uou caixeiro «'"'r0 viajante, as são SUIIlCien a profissão de suHicientes para encobrir commer ciaes. uu° Pfovaveis desafinaçõ eclipses muitos delles provocando oes. n 1941 25
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DOADO CL De. 5ANQÜC. America do Norte e particularmente em Hollywood existe o "double" parecido e imitador j-"estrella" "»«"•» ou do "estrello". São os que aguenda tam as pancadas quando ha tempo quente. Te mos as "abelhas", aquellas mocinhas que andam angariando donativos para instituições de caridade... egoista ou philantropoide. Mais uma profissão, muito incrementada com as peiias de sangue causadas pela guerra, a dos "doadores de sangue". Trocam globu os sangüíneos por discos de metal de valor moneta que rio. E' profissão sanguinaria, tão commum san ha poucos entre nós que não tenham doado isso e gue para mosquitos, pulgas e percevejos, sem nenhuma compensação monetaria. Emfim, na China ha uma profissão arriscada. conPessoas que se offcrecem para substituir os demnados a morte, em troca de uma quantia ?ue os mantenha em vida ou até a hora insubstituível. Depois disso, sua profissão fica a. mas Muitas outras profissões modernas ™ assumpto, para o sobre calar convém ^ ainda nao e"rcer" per,ar a vontade dos que de Registro o trabalho para nenhuma e evitar Industrias e Profissões. MAX YANTOK O MALHO
Assumpção foi pera casa, os livros debaixo do braço. Contente. Tinha ido LÚCIO muito bem nos exames. A relação das notas havia sido affixada na portaria, nessa tarde. Mas quando foi se approximando de sua casa, entristeceu. Do portãosinho de ferro mesmo, começou já a ouvir os gemidos do pae. Aquedes gemidos quo não acabavam mais. Depois, a tosse secca. E aquella ansia, aquelle desespero. Não podia mesmo estar alegre.
VORAGEM [
Entrou. Guardou os livros e foi ver o Tinha tanta pena do velho. Coitado, sempre pae. sosinho naquelle quartinho estreito. A mãe e os irmãos não entravam no quarto. Tinham medo da doença. Elle era o único que cuidava do velho. Limpava o quarto. Trocava a roupa da cama, sempre suja de sangue. Abria as janellas para renovar o ar. Fazia tudo aquillo sosinho. No dia seguinte levantava cedinho para estudar. Mas não estudeva. Aquelles ii B gemidos atravessavam o corredor. Entravam pelo seu quarto. Vinham bulir com os seus nervos. Não estudava. As vezes, sehia com os livros. Ia para o jardinz:nho, ali perto, ver si conseguia dar uma olhada pelo menos nos pontos. J\ Sp JK/ Voltava logo, com cuidado. As vezes o pae tinha uns accessos de tosse que o deiy ^ xavam roxo. Sem fala. Largado na Av P*Esk% cama. Chegava a hora das aulas. Pegava os livros, os cadernos, le até o quarto, ver si o pae estava bem. Depois sahia apressado, semHE*"/ -•s^BP/j pre com medo de perder a hora. ^H# /I \ Todos os dias, a mesma coisa. Na Faculdade, ficava mais alegre. Discutia, ria com os collegas. f7 Quando havia jogo, ia jogar. Era um dos melhores cestobolistas da turma. Mas i tarde, quando regressava para casa, os pensamentos funebres enchiam-lhe a cabeça. Entristecia. Nem tinha vontade do sahir i noite. A noiva havia de comprehender. «\ /v • ^ \*Jv /' Bvcvj
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HI HSHi la p ^ Kj
Um dia, ao chegar em casa, não ouviu gemido elgum. Estava tudo quieto. Entrou no quarto do pae. A mosquitada voou assanhada. Na cama, o velho, com a bocca cheia de sangue. Morto. Chorou ali mesmo como uma creançe. O pae havia morrido abandonado, sem ninguém. No dia seguinte, o enterro. Grende acompanhamento. Todo o pessoal de Faculdade, inclusive alguns professores, acompanhendo.
Passou um mez. Dois meies. A vide parece que ia melhorendo. Voltou a alegrie. Estudava com mais vontade. A formatura esteve próxima. A' noite, ia ã casa da noiva, As vezes sahiam os dois pelas ruas, olhando aqui, um tapete muito bonito, ali, uma pulseire de ouro. Olhando vitrines. Sempre elegres. Pensando no casamento proximo. Em cima de sue meta de ettudo», e folhinha commercial emagrecendo. O anno estava passando depressa.
Ficou alarmado. Não podia ter. AquiSo ere grippe. Nada O MALHO
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mais. E o sangue 7 Fez o eume medico. Estava tuberculoso. A doença do pae. Ficou sem saber o que fazer. Blasfemou, chorou. Mai não encontrou consolo. Aquillo era muito doloroso. Não se conformava com a situação. Então havia justiça no mundo 7 Elle, depois de toda aquella luta, teria de agüentar outra mais doida? E a sua mocidade? E a sua noiva? Passou uma porção de d:as sem ir i casa da noiva. Desesperado. Não sabia o que fazer. Não queria contar que estava doente. Não tinha coragem. Nem abnegação sufficente. Mas precisava contar. Terminar com o noivado. E isso custava tanto. Resolveu-se. Contou tudo. A moça chorou. Fez um barulhão. Mas se conformou. Não terminariam o noivado. Apenas não conversariam mais. Atí que elle sarasse. O medico tinha garantido que elle ficaria bom. Precisava apenas mudar de dima. Ir para um lugar mais frio. Submetter-se a um tratamento bem feito. Arrumou as malas e foi. Cheio de esperanças. Naturalmente, em pouco tempo voltaria bom. A doença ainda estava no inicio. A cura não seria dtfficil. •
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Durante quasi um anno, manteve correspondencia com a noiva. Mais ainda não podia voU tar. Precisava ficar. Talvez mais um anno sómente. No começo, preoccupou-se bastante. Serã que a noiva não tinha recebido suas ultimas cartas? Escreveu outras. Nada de resposta. Naturalmente teria mudado de casa. Mas não fazia mal. Também, dali a alguns mezes estaria de volta. *
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Regressou para a cidade natal. Gordo, corado. Completamente curado, segundo a affirmativa do medico. , Sahiu pelas ruas, alegre. Sorrindo tudo. Encontrou-se com um antigo collega,parajã formado. Estiveram conversando. Relembrando os tempos passados. Os jogos, ai victorias, as patuscadas. A Helena se casou. Soube? Appareceu ehi um sujeito de f6ra. Tudo muito rápido. Po** que foi mesmo que voeé rompeu com o noivado 1 Ah?! Parecia que vocês se queriam tanto... Ah I... Eu não podia me casar. Tinha um negocio complicado para resolver, longe daqui. E Isso ia demorar muito. Voei comprehende... Ble comprehendia sim. e
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Jã fazia bem uns seis mezes que esteve eK, sem fezer nada. Inútil, anniquitledo. Pensou em volter pere a Faculdade. Completar o curso. Mas desistiu. Aquillo nãofce servia mais. Não tinha mesmo vontade de fezer nada. Veiu a tosse secca. Poz sangue pele bocce. A doença voltou. Dominou-o. Não se impressionou. Foi pare a cama. sem uma queixa. — Agora não tem me rs importencie ... Para qua me serve e saúde? Pare que? A LM BOA
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OS GRANDES MÚSICOS
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.TN ARA se ter uma immediata Idéa do papel que Gmseppe dramática V Verdi representou na evolução da musica mau. italiana, basta lembrar-lhe algumas operas das que ose popularizaram no mundo inteiro : Ernani, ( 184 4 ) Mg 18o3 ( Tra^afa L« letto (1851), fl Trovatore (1853), bailo / Vespri siciliani ( 1855 ), Simon Bocanera < 1857 ).,ün Don in maschera ( 1859 ), Zrfi forza dei destino ( 1862). (1887) Cario (1867), Aúia (1871), O the 11 o FaUtaff ( 1893 ) . nem a Verdi nào tem nem o poder, nem a sensibilidade oe variedade incrível uma fecundidade de Rossini, mas possue se em que idéas, uma dramaticidade perfeitamente italiana, misturam a vehemencia e o senUmentalismo, o ardor eop« theüco, o drama e a poesia. Com elle, reapparece "»»"»"* italiana a innuencia allemà, primeiramente de M^*™,\ spirando-lhe o desenvolvimento do lado exterior e do.etteiw «cênico de sua obra, e por ultimo, de Wagner de cujoipro comtudo, U«a»« cessos pessoaes procurou uUlizar-se. sem, Penetrado profundamente o espirito esthetico, mas conser vando-se sempre nitidamente italiano. __ . Seu estylo obedeceu a tres ™™*™\.f™TtutÍeUo melra, de mocidade, que finda com a par^ura de Sh//eíu? f ao Bailo. m ma i*£*« l85» ) : a segunda, que vae do Rigoletto tr^n^ç&o Essa ; e dahi S» deante até Falstaff. do estylo passar lenta e progressivamente, ^r^itUu-lhe, e ^U^ra chega* até onde chegaram os maiores Zir-r Plnt°s dc sua época. «« ren^iar âs caracterlsücaa da muaicató Patrí"1 trla ¦• rmelodia, clareza, doçura, expressão, paixão
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tira das partituras tudo quanto ellas podem dar, para os Exemplo effeitos de emoção, e realiza obra immortal. único na historia da musica italiana, Verdi impôz-se, principalmente, pela extraordinária habilidade com que educou o seu próprio estro, até attingir a um grau de ideal artistico Sua vida foi uma successão excepclorealmente superior. Foi idolo, não só de sua Pátria, como nal de triumphos. também, de todas as platéas, onde continua e continuará ainda a fazer delirar as multidões. Verdi nasceu em Roncale, perto de Busseto ( Parma ), em 10 de Outubro de 1813, e morreu em 27 de Janeiro de 1901, deixando a grande fortuna que reuniu, á modelar instituição que é a "Casa di riposo per i musicisti", por elle creada em homenagem á memória de sua segunda esposa, Josephina Strepponi, cantora de nomeada. Filho de um modestissimo hoteleiro, Verdi recebeu as primeiras lições de musica do organista de sua aldeia. Com um auxilio da Municipalidade foi, depois, mandado para O director do Conservatório, porém, Francesco Milão. Basily, recusou-lhe a matricula, por havel-o considerado sem talento musical ! Coube, por isso, ao Maestro Lavigna a honra de preparar para a gloria, o maior musico dramático da Itália. De seu primeiro casamento teve dois filhos, que morreram pequenos. Além de operas, escreveu : Missa de Requiem ; Quartetto para arcos ; Avé Maria e Padre Nostro para coro sem acompanhamento.
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O MALHO
Comedia engraçadissima, que se desenrola entre qui-pro-quós imprevistos, " O paraquedista do amor" agrada em cheio. Xem outra coisa desejavam os seus autores José Wanderley e Daniel Rocha.
O tenor Francisco Pezzi tambem gosta de apresentar-se, de vez em quando. Por isso, nos ultimos dias do anno realizou um recital.
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Foi das mais interessantes a sessão solemne de encerramento do anno lectivo do Conservatório do Districto Federal. Presidida pelo Director Augusto Lopes Gonçalves, que expoz á assistência, cm re-
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TÂeaUtx O theatro de verão não passa mesmo de um theatro de fim de anno. Coisas leves, coisas ligeiras, peças que se montam sem grandes difficuldades e que se ensaiam sem maiores preoccupai.7 O anno theatral que findou, aliás, não foi dos mais brilhantes. Se a peça de Er" Sinhá Moça chorou", reanani Fomari, lizou um record de permanência em scena, trazendo doces recordações dos tempos de Leopoldo Fróes, com os triumphos sensaciona/es dc " Flores da sombra", " Sympathko Jeremias" e outros, por outro lado, o theatro official não produziu, em absoluto, o resultado que delle se esperava. Foi uma experiência completamente fracassada. Houve, entretanto, recursos pecuniários, artistas dispouiveis e peças novas em grande numero. Em materia de comedia, porém, o Serviço do Theatro parece ter sido muito exigente, recusando peças e autores e fazendo representar duas comédias do próprio director do Serviço, ambas fracas, aliás. Pequeninos interesses de politica pessoal fizeram das suas estrepolias, conseguindo pór á margem esse excellente artista que é Jayme Costa. E só isso recommendaria mal um anno theatral em qualquer época. Aguardemos, pois, melhores dias e façamos votos para que esses não tardem. Manteve-se em scena, com agrado geral, no Theatro Recreio, a revista "Disso é que eu gosto", de Oscarito, Marclu-lli e Orrico. Defenderam a peça: Aracy Cortes, Zaira Cavalcanti, Margot Louro, Oscarito, Ma mui Vieira c outros.
** () Paraquedista do Amor", foi a uitima comedia do anno, montada no Carlos Gomes. De sua ltpUl.lU.IClr. estiveram incumbidos Palinerim Silva, Cecy Medina, Belmira de Almeida, Rodolfo Mayer, Grijó Sobrinho, Noemia Soares e Samaritana Santos. O MALHO
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e cuja batuta era a garantia do êxito obtido. Realmente, o concerto merece o mais elogioso registro, pelo prog\ramma apresentado e pelo desempenho que ao mesmo foi dado. A Sociedade, portanto, encerrou com brilho extraordinário as suas actividades no anno que findou. E mais do que isso, deunos a esperança de que a sua tarefa, este anno, prosseguirá, com a mesma animação, conquistas as mais brilhantes ainda. As duas irmãs Guaspari — Sylvia, pianista, e I.illia, violinista — proporcionaram aos seus admiradores, a opportunidade para lhes apreciarem a arte que cultivam. O seu concerto foi realizado no salão da Associação dos Artistas Brasileiros, com um programma exclusivo de autores nacionaes; José Maurício, Murilo Furtado, Camargo Guarnieri, Chiafitelli, Luiz Cosmc, Barroso Netto, Edgardo Guerra, Souza Lima, Francisco Mignone, Villa Lobos e Cláudio Santoro. Muitos applausos a todos: autores e interpretes. O pianista Mario Neves pertence ao pequeno grupo dc pianistas de elite brasileiros. Muito moço, elle possue já technica amadurecida pelo treino. Alma de artista, suas interpretações têm sempre qualquer coisa de imprevisto c de agradável. Regressando de uma excursão feliz ao Rio Grande do Sul e ao Rio da Prata, elle apresentou-se ao nosso publico e venceu mais uma vez. Seu recital decorreu entre justos applausos á sua technica brilhante e ao seu temperamento communicativo.
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sumo, as actividades do Conservatório no anno findo, a sessão teve a presença do maestro Francisco Braga c findou com a entrega dos diplomas dos alumnos que terminaram o curso em 1940. Como uma homenagem especial e muito justa, ao nosso confrade do " Correio da Manhã", J. Itiberè da Cunha, foi conferido o titulo de "professor honorário" do Conservatório, tendo o homenageado agradecido a distincção de que íoi alvo.
O Salão da Associação Christã de Moços abrigou por algumas horas os esforçados componentes da Sociedade Propagadora de Itoriea Symphonica c dc Camera, a que o maestro Francisco Braga empresta o brilho de seu prestigio pessoal, como director. Varias vezes temos registrado a realização dc concertos dessa Sociedade, que vae caminhando segura no sentido de uma evolução brilhante. Desta vez, commandava a orchestra o maestro Eduardo de Guarnieri, muito conhecido dos meios musicaes — 28 —
Fructuoso Vianna, um dos nossos melhores artistas do teclado c dos mais acatados compositores, acaba dc fazer uma brilhante tournée ao Rio Grande do Sul, de onde trouxe as melhores impressões. Realizou nada menos dc 10 recitacs em Porto Alegre, Pclotas, Rio Grande, Santa Maria, Santa Cruz, Cachoeira, Sant'Anna do Livramento e São Gabriel. Este anno far-se-á ouvir no Rio num programma cm que figuram varias obras de sua autoria.
O pianista Oswaldo Parizot realizou um recital. No programma, entre outros, a " Appassionata" dc Beethoven, que elle exteriorizou com justa comprehensão, e alguns números brasileiros, todos merecedores dos applausos com que foram recebidos. A senhora Lucilia Villa Lobos, a ideadora, creadora e directora do Coral dos Apiacá\ reuniu, mais uma vez, o seu grupo, e realizou uma audição interessante.
A " Hora do Brasil" tem procurado aperfeiçoar os seus programmas, apçllando para os melhores elementos dc que dispõe o nosso meio artistico. Foi o que fez, recentemente, confiando a Lcna Suarez dc Sá a parte vocal dc um de seus programmas. II — 1941
m*mwm Lcna Suarez de Sá é um nome novo, que surge com todas as credenciaes para uma carreira brilhante. Ella possue esse thesouro rarissimo, que é uma voz de mçiosoprano avelludada, voz que tem pureza de crystal, e que se insinua como uma caricia de arminho. E', por isso, uma voz privilegiada, rara, muitíssimo rara, pois, em geral, as vozes de meio-soprano fogem da doçura dos sopranos lyricos, para se approximar da aspereza, muito commurn, dos contraltos. Lcna Suarez de Sá, porém, não é apenas uma voz bonita que canta. E', principalmente, um temperamento que sente e uma intelligencia que interpreta. A sua "Hora do Brasil" foi um prepresença na festas de da emissora official aos sente seus ouvintes. E para Lena Suarez, uma feliz opportunidade para mostrar a linda voz que Deus lhe deu e que a arte dedicada da professora Riva Pasternac cuidou com tanto desvelo.
Francisco Manuel da Silva tem tido o seu glorioso nome, mais ou menos, em evidencia, ultimamente. E' que querem ergucr-lhe um monumento de bronze, na praça publica, estando, para isso, funecionando a commissão respectiva. Poderá parecer, a muitos, um paradoxo, immoitalizar em bronze e granito um homem que já está immortalizado em notas de musica. Porque, de facto, o Hymno Nacional Brasileiro é o monumento imperecível de Francisco Manuel. Emquanto o hymno existir, existirá o seu autor. Um não se separará do outro, porque um lembra logo o outro. E, a não ser que o Brasil, um dia, perca o controle de si Hymno Nacional mesmo, nunca mais o deixará de ser o hymno do Brasil. Mas não ha paradoxo algum, em immortalizar um homem que já está immortalizado. O busto apenas a muitos fará conhecer e a todos fará lembrar a figura do autor do nosso lindo canto de paz e de guerra. E a sua physionomia clássica, suave e romântica ficará, mais facilmente, na nossa retina, como a sua musica já está nos nossos ouvidos e no nosso coração. O monumento de Francisco Manuel esta. pois, para vir. E deve vir quanto antes. Mas deve vir á altura do glorioso compositor — embora, por mais grandioso que seja, nunca seja maior do que o propno hymno que já o glorificou.
Musica ao ar livre... Por mais paraaoxal que isso pareça, a verdade é que a musica ao ar livre ainda não constitue um Habito no Rio. O carioca "prefere" a musica de estufa, isto é, a que se lhe ofdcntro de quatro Compreparedes. hCf nende^se, perfeitamente, es$a preferencia, no inverno. No verão, as coisas deviam mudar de figura. porém, 9S grandes concertos symphonicos deunara scr realizados ao ar livre. E' inII — 1941
teressante tentar encaminhar o publico para o estádio do Fluminense, para que elle se habitue á boa musica, com mais conforto. Foi o que pensou Stokowski, quando deu os seus dois concertos ao ar livre, e foi o que tentou o maestro Szenkar, quando fez o mesmo, recentemente. O programma foi original: dedicara-o o maestro a Johann Strauss, o celebre compositor de tantas valsas viennenses que nossos avós e pães dançaram, que dançamos nós e nossos filhos e que, provavelmente, nossos netos e bisnetos também dançarão. "DaStrauss bem o merecia. Só a sua nubio Azul" valia por essa consagração. Mas o autor não rjarou nella: deu-nos também " Sangue v.ieinnense", " Vida de e Artista", "Bella Itália", "O beijo" outras.
T^irxtu^a O pintor Vicente Leite, prêmio de viagem ao estrangeiro, do Salão de 1940, recebeu, ha dias, em seu atelier, a visita de um illustre excursionista argentino, que aqui se encontrava a passeio, gosando as maravilhas da paizagem carioca.
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dois soberbos panoramas de Vivente Leite, o autor da encommenda titubeou. E resolveu ficar com os dois! Dessa fórma, figurarão em uma das mais notavuis galerias particulares de Buenos Aires duas paizagens cariocas, de autor genuinamente brasileiro — além de uma terceira, adquirida no atelier, mas de menores proporções. O viajante argentino tem enthusiasmo pela nossa natureza. Agora, está contente, não só porque leva um pouco da belleza carioca para dentro do seu próprio lar, como porque encontrou o pintor que procurava, havia tempo.
O Foto Club brasileiro iniciou as suas actividades com um interessantíssimo Salão de Photographias Artísticas, verdadeiro torneio de amadores que se aperfeiçoam cada vez mais nesse bello gênero de arte. De facto, o Rio de Janeiro em matéria de paizagens e bellezas naturaes não seduz apenas os pintores. Seduz igualmente os que sabem tirar photographias, e, portanto, os que sabem sentir uma paizagem bella ou um detalhe de panorama, suggestivo. Ha. entre os expositores do Foto Club alguns que são verdadeiros artistas piasticos. Não apresentam apenas paizagens, em que a belleza é innata na natureza. costumes, typos Apresentam populares, ruinas e estudos de nú verdadeiramente soberbos. A iniciativa, pois, do Foto Club, em pôr á mostra a capacidade e a maestria technica de seus consocios foi digna de louvor. Deve, pois, o seu Presidente actual, Nogueira Borges, tomar em consideração o suecesso registrado pelo seu Salão do anno passado e proseguir.
O Director do Museu Nacional de BelIas Artes conseguiu reunir telas da escola clássica italiana, e com ellas organizou a primeira exposição official do corrente anno. Essa exposição acha-se (aberta e tem despertado interesse. Vicente
Leite
Lcna Suarez de Sá " EntardeImpressionado com o quadro cer", com que Vicente Leite conquistou o prêmio de viagem, e com os dois outros com que completou o seu envio ao Salão, o nosso illustre visitante resolveu confiar ao artista premiado a encommenda de um panorama da bahia de Guanabara vista das Paineiras. Tomando a encommenda, Vicente Leite subiu a montanha privilegiada, e, depois de varias sessões, de lá trouxe, não um, mas dois panoramas de grandes dimensões, cada um mais bello do que o outro. Dessa fórma, o excursionista, argentino escolheria o que mais lhe agradasse, para a sua famosa collecção de Buenos Aires. Succcdeu, porém, o imprevisto. Deante dos — 29 —
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M Instantaneo fixado quando o chefe do governo mineiro, encerrando a lamente ás creanças que
cerimonia, pronunciava enthusiasticas palavras de felicitações e incireceberam diplomas.
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O Dr. Christiano Machado, Secretario da Educação e Saúde Publica Estado, pronunciando o discurso allusivo á solemnidade.
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Horizonte assistiu, ha dias, a uma festa empolgante BELLO e de rara belleza. Acompanhados das professoras e de elementos de suas famílias, mais de duas mil creanças que, em 1940, concluíram o curso nos diversos estabelecimentos de ensino primario da capital mineira, reuniram-se no Stadio " Benedicto Vailadares", afim de receber os certificados de approvação. A solemnidade, organizada com esmero pela Secretaria da Educação do Estado, revestiu-se de brilho e imponencia, sendo prestigiada pela presença do governador Benedicto Valladares, notando-sc ainda o comparccimento de todos os auxiliares do governo de S. Excia., altas autoridades civis e militares, numerosas pessoas de destaque e grande massa popular. - A cerimonia constituiu verdadeira demonstração da excellencia e dos bons resultados do ensino primário em Minas ás questões que dizem respeito á formação da juventude. H — 1941
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todas as deEjroiWí c assistência lotam "Stadio Bcnedtcto pendências do yrtmde Valladcres".
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governador do Estado abraçando dos pequenos diplomados.
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aos artistas Gilberto Trompowsky e Fcrnando Valentim.
O Ministro da Educação, Sr. Gustavo Capanema, realizou no Palácio Tiradentes uma conferência sobre o thema: " A educação e a saúde no dccennio getuliano", na qual fez um perfeito e documentado estudo desse período tão cheio de salutares iniciativas no terreno pedagógico e educacional.
Foi eleito presidente da Academia Carioca de Letras, o escriptor Affonso Costa, que já oecupou anteriormente essa invéstidura e que deu á sua gestão notável relevo, conquistando para aquelle grêmio de intellectuaes ainda mais prestigio c renome.
fim offerecida aos paulistas.
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Os membros da Secretaria Geral de Segurança Nacional, recentemente criada pelo Presidente da Republica, após terem realizado a reunião inaugural, estiveram, incorporados, no Palácio do Cattete, em visita ao Chefe do Governo, ao qual foram apresentados pelo Gal. Francisco José Pinto. • Obteve inteiro êxito a primeira sessão "A Tribuna Brasileira", sob publica de a orientação do jornalista francez Léo Poldés, á semelhança do "Club de Fauburg"
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Ocorreu em Poços de Caldas o fallccimento repentino do Sr. Carlos Noel, politico argentino, presidente da Câmara dos Deputados da Republica visinha, que viera ao nosso paiz cm viagem de tratamento de saúde. O nosso governo tomou ao seu cargo o retorno, por via aérea, do corpo do extincto para Buenos Aires.
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Por decreto do Sr. Presidente da Republica, foi extincto o cargo de Director da Divisão de Imprensa do Departamento de Imprensa e Propaganda, ficando essa funcção outorgada ao próprio Director Geral do D. I. P.
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A Companhia Finlandeza S. A. fez entrega á Associação Brasileira de Imprensa de um cheque no valor de cinco contos de réis destinados ao fundo de beneficência mantido pela Casa do Jornalista.
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Xa Escola Technica do Exercito, presidida pelo Chefe do Governo Nacional, foi realizada a cerimonia da collação de grão dos novos engenheiros militares, tendo estes recebido das mãos do Presidente Getulio Vargas os seus diplomas. • No salão nobre do Lyceu Literário Portuguez, realizou-se a cerimonia da posse da nova Directoria da Federação das Academías de Letras do Brasil, assim constituida: presidente, Dr. Monte Arrais, da Academia do Ceará; 1.° secretario, Sr. Francisco Leite, da Academia do Paraná; 2." secretario, Sr. Elpidio Pimcntel, da Academia do Espirito Santo; thcsOurciro, Sr. Paulo Bcntcs, da Academia do Acre; bibliotlieiario. Sr. Aldo Dclfino, da Academia de Minas Geraes; director da revista.Sr. Soares Filho, da Academia do Estado do Rio. • Pelo governo de São Paulo foi nomeado Director do Departamento de ImprenPropaganda daqucllc Estado o academito Cassiano Ricardo, expoente das letrás paulistas e iiertencente á nova corrente intellectual que se impoz ultimamente no paiz. Chegaram a S. Paulo, sendo recebidos letivamente pelos elementos catholicos da capital bandeirante, os peregrinos bahianos portadores da imagem do Senhor do BomO UAUIO
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De passagem pelo Rio o escriptor gaucho Erico Verissimo, que vae aos Estados Unidos a convite do governo daqucllc B. I. paiz, realizou no auditorium da A. uma conferência sob o thema: "' Viagem atravez da literatura americana", na serie promovida pelo Instituto Brasil-Estados Unidos.
AFFONSO
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Depois de accidentada viagem chegou ao " Siporto desta Capital o navio nacional queira Campos", que trouxe da Europa a Missão Militar Brasileira chefiada pelo coronel Gustavo Cordeiro de Faria. O "Siqueira Campos" estivera retido pelas autoridades inglezas cm Gibraltar, devido a exigências decorrentes da guerra, sendo o caso resolvido pela nossa diplomacia.
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Foi nomeado Procurador da Justiça do Trabalho o conhecido advogado do foro da Capital da Republica e ex-deputado federal Dr. Antônio Baptista Bittencourt, dono de solida cultura jurídica e conceituado como uma das mais brilhantes figuras da nossa advocacia. Foi publicado o relatório animal das actividades da "Casa de Ruy I!arlx>sa". em 1940, annunciando-sc para breve a publicação de 4 volumes das obras completas do grande jurista bahiano.
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de Paris. Presidiu a abertura 0 Dr. Lourival Fontes, director do D. I. P. c tomaram parte vários intclkctuaes c jornalistas.
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N'a concorrência aberta pela Prefeitura para a COncessio do Baile de Carnaval DO Theain Municipal,' foi apresentada uma única proposta, pelo maestro Sylvio Piergile, que fel-a acompanhar de croquis e planos de decoração que ficarão entregues — 32 —
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Na residencia do casal Jayme Léon Péres, á Avenida Atlantica, realisou-se, no dia 18 de Janeiro, o enlace matrimonial de sua filha, senhorinha Arlette Péres, figura muito apreciada dos nossos meios sociaes, com o Dr. João de Oliveira Samuel Filho, do qual foram paranymphos por parte da noiva, o professor J. V. Collares Moreira e senhora, e do noivo, o coronel Casimiro Villela Junqueira. No acto religioso que se realisou na igreja de N. S. da Paz, em Ipanema, serviram de padrinhos da noiva, o dr. Christiano França Teixeira Guimarães, presidente do Banco Commercio e Industria de Minas Geraes, e sua senhora; e do noivo, o dr. Virgilio Moojen de Oliveira e senhora.
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verão trouxe para o Hipodromo O Brasileiro a alegria das toilettes multicores das senhoras e a alvura dos ternos brancos masculinos que, confundidos com o aspecto verdejante das pelouses ainda mais vieram realçar a belleza do mais bsllo hipodromo do mundo, onde o ar puro das montanhas funde-se com a brisa leve do mar... /^
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KEDERAÇAO DAS ACADEMIAS DE I.ETRAS DO BRASIL Grupo feito no Lyceu Literário PortuKuei, a|>ós a cerimonia da i»oss4* da nova Directoria «Ia Federação <las Academias de Letras Jk1: la^fc^Ml ^^-w m^j/kS -. do Brasil, vendo-se sentados, da esquerda para a direita, acadc^HP?i JHAk, * micos <la nova e da velha Directoria: Elpidio Pim?ntel, tia Aca ' ilWM I t H^BH^^^ftBr s demin do Espirito Santo: Alcides Maia, d» Academia RiogranV' Sft V / w^VhH dense de letras; Monte Arrais. cb Academia do Ctará e Fran^HflR flK 'H cisco Leite, da Academia do Paraná, De p£, na morna ordem* JjL. Aldo Del fino, <la Academia de Minas Geraes; Paulo Bentcs, d.i Tk)' "y / { Jf;i '-7^ Academia do Acre; Domingos Barbosa, da Academia do Maranhão; Crrlos Xavier, da Academia Espiritosantense: Coita Fi<S| BH^MMMBK^tH^ v. ^ -1 Iho, d«*i Academia Sergipana; Alfredo de Assis, da Academia do IBBHifl^lHHBHiBHKR?$ Maranhão e Virgilho Correia, da Academia Matogrossense. Hi I^P
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CONFRATERNISAÇÃO JORNALÍSTICA Aspecto do almoço ojferccido pela Direcção de A GAZETA, de S. Paulo, o vespertino de popular Libero, no ultimo Casper dia de 1940 aos auxiliares da empreza. Vê-se o direde "A ctor-proprietário GAZETA" discursando, de pé.
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A graciosa Sônia Maria, /<lha do casal Lincoln Machado, com suas amiguinhas quando completou seu 4.° cnniversario.
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IMAGENS
I
O ASTRÔNOMO De CHRISTOVAM DE CAMARGO
Pimenta andava sempre de mau humor. Tudo JUVENAL o aborrecia, com tudo implicava, tudo lhe era pretexto para fazer reclamações, brigar com os filhos, zangar-se com a mulher. A sua casa era um inferno. Quando sahia para a repartição, que allivio ! Ao voltar, á tardinha, lá comecava o martyrio: — Porque o Quincas se atrasou em vir para mesa, quando sabe que o pae não transige em questões de pontualidade, — ah, lá isso não ! Porque Cecy estava á janella, quando elle chegou, fazendo signaes ao caixeiro da loja em frente. Porque no seu pyjama faltava um botão, porque a sopa estava morna, porque a carne vinha estorricada, porque chovia, porque fazia um sol de rachar, porque o governo não queria promovel-o, — raio de governo, quando virá outra revolução ? ! Juvenal, de repente, começou a ser outro. A salada trazia excesso de vinagre, D. Marietta tremia. Juvenal, calado. O trem chegava dez minatos fora do horário e Juvenal, bicd, nem um protesto. O Quincas entrou, uma vez, ás duas da manhã. Ao ajantarado do dia seguinte, apresentou-se murcho. — Gozando a mocidade, hein, Quincas ? Em todo caso, nada de excessos ... Um sorriso equivoco, de benevolencia e cumplicidade. Quincas H — 1941
pulou de alegria: êta, velho camarada ! D. Marietta não sabia em já que mundo estava. Juvenal dera para reler um nho que um titulo sito.
agora lêr e livritrazia exqui-
Um dia, á mesa, voltou-se para a mulher: Você vê, Marietta, que coisa estupenda ... Imagine só: com a velocidade approximada de setenta e cinco mil léguas por segundo, a luz gasta, para atravessar a via láctea 15.000 annos ! e chegar á terra, nada menos de D. Marietta arregalou os olhos: que significava aquillo, o Pimenta teria enlouquecido ? Para alcançar a nossa retina, continuou Juvenal Pimenta imperturbavel, partindo de certas nebulosas, a luz precisa de cinco milhões de annos ! Veja um pouco, minha velha, cinco milhões de annos, correndo setenta e cinco mil léguas por segundo ! Isto é que^é distancia, hein, Marietta ? E todo esse espaço formidável está coalhado de mundos, muitos delles habitados, como o nosso ! Que maravilha, hein ? Deante de tudo isso, concluiu senten37
ciosamente, vemos que a terra não passa de miserável grão de areia 1 Que importância tem a nossa pobre existência, quando sabemos que a vida palpita nesses milhões de astros ? Para que ha de dar o homem tanta importância aos seus pequeninos negócios deste mundo, que não é nada quando observamos a vibração das espheras ? D. Marietta cahiu em si. O marido mudara de gênio porque andava agora todo entregue á sciencia. Juvenal comprara no engraxate o único exemplar existente de uma traducção barata de Flammarion. Bemdita sciencia ! A boa senhora exultava e aconselhou ás duas filhas casadas que fossem habilmente insinuando nos maridos o gosto pela mechanica celeste. D. Marieta custou, mas acabou comprehendendo que é na astronomia que reside a paz dos lares... O MALHO
Pra que você me mentiu, Catharina? MARIO Fernanda ficou olhando para o jer-
defronte
appareceria
despedindo-se
dim, Li em baiio. At dhalias vermelhas
do marido; da pensão de junto aqueL
orvalKadai • o capinii-
les homens tehiriam, como sempre, me-
estavam ainda
nho que rendilhava todo o oval do carv
chinalmente
feiro
a ruasinha
sorver,
parecia
consciente
com
volúpia, o calor morno daquelle bonito
em frente,
o
ainda
olhar
a
para
ruasinha
deserte aquella hora.
recahiria
ne
sua
paz
habi-
tuel. Fernanda
sol de verão, que ia nascendo... Desviou
trabalho, e
tristes para o
fechou
os
olhos,
lenta-
de
despertas pare-
as outras,
seus so-
do pensou nos que ella também tivera
mães, de quem invejava o ar de accei-
e acalentara. Via-se ji crescida,
do quotidiano, sem revol-
pene-
ta, sem rencor 7 E quando, emfim, rei-
trando
naria na sua pobre cabeça
do qual nada conhecia mas que
atormenta-
com
soffreguidão
num
mundo advi-
Com a cabeça plena de projectot e o
vida
que
palpitava
quasi
nella, não a bebía com a mesma indrfferença
Porque
nio
se
com que os outros o faziam 7
um manto,
repousar
parecia
serena sobre tudo, sobre todos ?
integrava
de
surprezas
andando
enchette,
te, dos seus sonhos de menina, dos pro-
e
perigos.
por um ideal que o
o pottuitta
todo,
ella dispu-
zera-se a enfrental-o.
ir
Professora na cidadeslnha do inte-
adiante, para não reviver teus
rior. Chegara alvoroçada, numa alegria
de
jectos
cheio
coração
Lembrou-se de tua infância dlstan
__.-_
adolescente
fracassos fixar-se
e
não
de moca... numa
época
quiz
Procurou
de menina que tem uma porção de bo-
feliz.
necas lindas para cuidar (oh I como se-
As
imagens se suecedíam com va-
ria
gar, sem nitidez. Apenas peda-
recter
çoi de acontecimentos bons, o
complezot). Depois,
engenho, a corrida pelos cam-
uma tristeza enorme notara que até ali
absoluta
liberdade,
pos
em
sue
communhão
intima
com a terra amiga, acolhedora. E, aqui e ali, vinham-lhe 6 memória uns de cantigas
dolentes,
saudosas,
bom modelar, ao teu gôtto, daquelles teretinhot
o ce-
inquietot e
a detillutão.
Com
havia filhos de ricos e filhos de pobres. E aquelle
caso... Não.
não queria
ella
mais relembrar a conspiração dos seus
restos
para jogal-a
e fra-
e
gmentos de historias compridas, cheias
nos braços de um homem
admirava,
quem
respeitava,
met
e
quem jamais poderia amar !
de lealdade, de heroismos, que Calha-
E um dia partira, deitara tudo. Da
rine lhe contava, a noite, embalando»
janelinha do trem que a trazia de volta
para o somno...
á capital, ella olhava ot campos e não
as
Depois,
lições,
primeiras
as
podia
eomprehender,
senão
como um
primeiras surprezas, uma curiosidade ja
insulto a sua triste:», que enes ettivet-
desperta e sempre insaciável, a Escola
sem
Lembrava-te agora nitidamen-
Normal.
pathico dr. Cardoso inicíando-a, pacien-
tão
verdes,
que
houvesse
tenta
luz... Agora,
te dot seus professores. O bom e sym-
fltV-
umas
nhos da noite passada. Sonhos... Fernan-
si mesma ? Porque não era como os de-
tação plena
contar,
to, como
daquella
ta de mil ruídos repetidos,
a visinha
de fugir
ciam
ma
teriormente.
Depois
desejo
esse
nhava
que com humildade em torno de si, ex*
iquaes.
constante de se atordoar,
Olhou novamente para o canteiro, onde at dhaliat agora
da uma paz idêntica a que, no momen-
Só dahi a pouco era que ella começa-
terrivelmente
NOBRE
insatisfação,
essa
riam outras tantas folhas ao sabor dot bons e maus ventos...
mente. Pai... Ella só sentia e pez, e cal-
ríe a der signaii de vide. Dessa vide feimonótonos,
Porque
definido, ou, temelhante a ella, não te-
aquelle
completitude,
a
vácuo,
sensação
aquella de
que
insua
mathemeti-
vida é como um fio solto, sem continui-
ce. O dr. Paulo, aéreo, distente. O dr.
dade. O desejo de se deitar levar, sem
ar
resistência. E em torno de si, sob ume
nos segredos da
temente,
Silva
com
aquele
luperioridade,
de
m-
1/
apparente
tranquillidade,
a
maldade
humana, o egoísmo, a incomprehensão. Então,
mundo
o
creençe,
o
de sues historiei
mundo
de
de
encantamentos,
de heroismot. de lealdade, are aquillo ? Aquelle empurrar constante, o ódio rei-
irritante,
cheio
de
irônicas...
attitudes
Ela, Fernanda, jamais supportara mesmo
}\s
entre
Fernenda abriu ot
Cieirot,
teimevem
com
a dôr
divididos
in-
alheia ? Não lh»
i».
viam ensinedo que lodot eram
rmãot,
igueei ?
daqui,
Não,
Cetherine,
ot
dette mundo reel. não tão como ot do
os olhos.
Na rua,
?eu. daquelle que tua alma ingenue me
enormes
em eccommoder
vatsourões,
dere
as folhas
» conhecer e detejer... E Fernende. tahindo de sues dolo-
téccet que um vento rebelde insistia em
roses
fazer rodopiar,
para o que
sem direcção. Na
lentos, para o trebelho.
pen-
Fernanda pen-
tou sa aqueles homens feriem um rumo certo, mercjvariam para um ponto fiao.
38
os homens,
intimoi.
são de junto os homens sehiem, passos
o MALHO
entre
mais
seus
os
ironia,
e
nando
dlfferentes
recordações,
num
epezer de
chamamento mi,
apezay
de
tudo era e vide, murmurou, numa quesi queixa: — Pra que
você me mentiu,
Ce-
therine ?
ir
1M1
BUCÓLICAS Um velho e manso boi, de uma velha fazenda, de tanto trabalhar mereceu alforria, houve festa, houve dança, houve muita alegria, houve discurso e até houve le"ilão de prenda. Do descanço alcançado os seus dias primeiros, fizeram-lhe suppor que existia o ideal — Pastava, livremente, á sombra do bambual, e bebia feliz nos corregos ligeiros. Quando, no fim, porém, de uma semana só, do descanço que em festa havia merecido, lá do campo chegava um profundo mugido que quebrava o silencio e que causava dó.
; :
Era o boi que mugia, ininterruptamente, de olhar parado e fito sobre a natureza, atirado no chão, vencido de tristeza, dando a impressão de estar enfermo, gravemente, Veio o veterinário e em menos de um instante, fez-lhe um exame serio e deu-lhe um bom remedio. Mas, o tempo corria e sempre o mesmo tédio prostrava, impiedoso, o velho ruminante.
V* i
Eis senão quando, um dia, um empregado antigo, que ao velho boi carreara em annos já passados, trouxe até junto delle os petrechos usados e disse, meigamente: "Olha tua canga, amigo". Ergueu-se o velho boi, quasi que de repente, lambeu, carinhoso, a canga e olhou para o empregado, dizendo em seu olhar que já estava cançado, de descançar assim, demasiadamente. E el-lo que volta alegre a trabalhar, feliz, conduzindo a carroça antiga e musical, no caminho que corta o grande cannavial, e vai passar detraz das ruinas da matriz.
O facto foi, por tempo, um continuo espantalho. O velho boi, porém, phibsopho profundo — considerou que aqui dentro do nosso mundo a alegria melhor vem sempre do trabalho.
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OS
MELHORES
CONTOS
BRASILEIROS AFFONSO ARINOS
PEDRO
BARQUEIRO
fazer e passava-se o tempo assim. "Eis senão quando entra o patrão, com aquelles modos decididos, e, voltan,1'j do-te para um moço acompanhava, que o "Para disse: o Pedro Barqueiro bastam ettei meninos I" apontando-me e ao PasVIU choal com o indicador; ' 'não preciso buK l:r nos meus "peitos largos". O Rôr e o Paschoal d ã o - m e conta do crioulo aqui, amarrado a sedenho". "Para que mentir, patrãosinho 7 o coração me pulou cã dentro, e eu disse commigo — estou na unha I O Paschoal me olhou com o rabo dos olhos. Parece que o patrão nos queria experimentar. Éramos ot mais novos dos camaradas, • nunca tinhamos tervido senão no campo, juntando a tropa espalhada, pegando algum burro sumido. Eu tinha ouvido falar sempre no Pedro Barqueiro, que um dia apparecêra na cidade sem se taber quem era, nem donde vinha. Cheguei uma vez a conhecel-o e fallãmo-nos. Que bóa peça, patrãosinho I Crioulo retinto, alto, troncudo, pouco falante e desempenado. Cada tronco de braço que nem um pedaço de aroeira. I "Estou com elle diante dos olhos, com aquella roupa azuleja, tingida no Barro Preto; atravésI sado ã cinta um ferro comprido, afiado, alumiando sempre, maior que um facão e menorzinho do que uma espada. "Esse negro mettia medo de se ver, mas era bonito. Olhava a gente assim com ar de de cima para baixo. Parecia ter cerlhe conto — dizia-me o H&r, quesi teza soberbo, em chegando a encostar a mão num de «o chegarmos i Cruz de Pedra. "Na- cabra, o que, cabra era defunto. Ninguém bulia com tempo franzinosinho, eu era ma- elle, mat elle não mexia com os outros. Vivia teu EU quelle neiro de corpo, ligeiro de braço* e de pernas. quieto, em teu canto. Um dia, pegaram a dizer Meu patrão era avalentoado, temido e tinha que elle era hegro fugido, etcravo de um homem rapaziada de lã dat bandas do Carinhanha. Chegou aot ousempre em casa uns vinte capangas, "meia légua", tro. vidos do patrão esse boato. Para que chegou, ponta de dedo. Eu tinha uma chada de aço. que era meu osso da correia". E, meu Deus I O patrão não gottava de ver neconcertando o corpo no lombilho, soltou as redeas gro, nem mulato de proa. Queria que lhe tlá mula ruana, que era bóa estradeira. Inclinou-se ratsem o chapéo e lhe tomassem a bençam. "Dahi, ainda contavam para um lado, debruçando-te sobre a coxa, e apermuita valentia do tou na unha do pollegar o fogo do cigarro, puxanBarqueiro, nome que lhe puzeram por ter vindo baforada de fumo. dos lados do rio S. Francisco. Essas historias etdo uma "Estávamos, um dia, divertindo-nos com oi quentavam mais o patrão, que eu estava vendo de uma hora para outra extirpado no meio da ponteados do Adão, ã viola. Eu estava recojtado rua, porque era homem de chegar quando lhe fisobre os pelleqos do lombílbo, estendidos no chão. A rapaziada toda em roda. Pouco tinhamos que zessem alguma. O MALHO
40
"Tanto eu como Paschoal tinhamos medo de o que patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade. "Subiram de ponto esse nosso receio e a ira do patrão, quando se soube de uma passagem do Pedro, num batuque, em casa de Maria Nova, na rua da Abbadia. "Chegãra uma precatória da Pedra dos Angicos e o juiz mandou prender a Pedro. Deram cerco ã casa onde elle estava na noite do batuque. Ah ! meu patrãosinho! o crioulo mostrou ahi que canella de onça não i assobio. Não i dizer que "estivesse muito armado, nem por isso: só tinha o tal ferro, alunvando sempre; e com esse ferro deu panças. "Quanod cercaram a casinha e lhe deram voz de prisão, o negro fechou a cara e ficou feito um jacari de papo amarello. Deu frente ã porta da rua e encostou-se a uma parede. Maria Nova estava perto e me disse que elle cochichou uma oração, apertando nos dedos um "bentinho", que branquejava na pelle negra de sua peitaria lustrosa. "Chegaram a entrar a casa tret homens da escolta, e todos tret ficaram estendidos. Pedro tinha oração, e muito bóa oração contra armat de fogo, porque Josã Pequeno, cabodinho atarracado, ao entrar, etcancarou no negro o pinguélo de um clavinote e fez fogo. Pedro Barqueiro caminhou tobre elle na fumaça da pólvora e, quando clareou a tala, Joti Pequeno estava escornado no chão como um boi sangrado. "Dois rapazinhos quizeram chegar ainda attim, mat Pedro Barqueiro detcadeirou um e póz et tripas de f&ra a outro, que escaparam, i verdade, mas ficaram lã no chão gemendo por mui?o tempo. "Dahi para cã, Pedro evitava andar pela didade, onde só apparecia de longe em longe, e ã noite. Mas todo o mundo tinha medo delle e vivia adulando-o. "Um dia, como jã lhe contei, eppareceu lã em casa um moço pedindo euxitio a meu patrão para agarrar o negro. Era mesmo etcravo, o Barqueiro; mas hã muitjj annot vivia fugido. Jã lhe Idisse que *> pafrffoqueria tirar o topete eo valentão, e, para isso, escolheu pobre de mim'" e Paschoal. Que dizes, Rôr ? falou o patrão rindote. Uai, meu 'branco, vottemecê mandando, o negro vem mesmo, e no sedenho. Quero ver isto. Vamos embora, Paschoal! "Quando Íamos a sahir, o patrão bateu-me voltando-se para o moço, disse no hombro e."Pôde muito firme: prevenir a escolta para vir butcar o Barqueiro aqui, de tarde. Hão de dar mil rãrs a estes meninos". duzentot "Detci ao quarto dos arreiot, pastei a mão na "meie légua" e no fecão e apertei a correi* ã cinta. "Paschoal jã ettave ne porta da rua, assobiando. Tinha por costume, nos momentos de aperto, assobiar sempre ume trove, que diz essim: • "Na mette de Jotuã Ouvi o mutum "gemi"; Elle qeme aitim: Ai-rí-uê, hum! airêl" Quando Patchoel me vni. soltou uma risada. Estãs doido, rapaz I qritou-me. Porque 1 n — 1941
— Queres mesmo enfrentar com o Ped Barqueiro 7 Elle faz de nós passóca. A coisa se ha de fazer de outro modo. "Paschoal tinha tento e eu sempre tive fé nelle. Era um cabritosinho mrtrado. Sahia-lhe cada idéia... Mandou-me guardar a "meia légua" e o facão. Depois, foi á venda, escolheu anzóes de pesca e veio para casa encastoal-os. Eu, nem bico ! Ajudei a acabar o serviço, certo de que Paschoal tinha alguma na mente. Deixa a corsa commigo, ajuntava elle. "Isso ainda era cedo; o sol estava umas três braças de fora, no tempo dos dias grandes. Lá por casa madrugávamos sempre, para ir ao pasto e trazer os animaes de trato. "Vamos faier uma pescaria", disse-me o Paschoal. "Alli para os lados do Baptista, perto de um baruzeiro grande, ha um poço, onde as curumatant e os piaus são como formigas. O rancho do Pedro Barqueiro fica perto. Ble mora ¦só e eu conheço bom o logar. Pela astucia, havemos de prendel-o. Quando eu gritar — segura, fíôr! — tu^ agarras o negro, mas, segura rente I" "E fomos. Nessa hora me veio bastarrte'vontade de fugir ao perigo, de ir passear, porque "Que tinha como certo succeder-nos alguma coisa. "Um noé li, Ftôr !" — disse de m"m para mim: mem é para outro". E, depois, o Pachoal não me k-eixava nas embiras. Quando descemos o Gorgulho e fomos virando para o lado do córrego, fiquei meio sorumbatico. Nesse tempo, eu andava arrastando a asa a Emilia, filha do José Carapina. Era uma roxa bonita deveras e não estava muito longe de me querer. Posso direr mesmo que na vespera olhou muito para mim, ao passar com a ia»e de chita sarepintada de vermelho, umas chinellas novas de cordovão emarello. Ah ! que pertinho de jaó, patrãosinho I empinado, redondo, macio como um couro de lontra. Com o divido respeito, patrãosinho, eu estava na peia, enrabichado, e foi nesse mesmo dia que ella me deu esta cinta de lã, tecida por suas mios, qua guardo até
He. "Ai
! roxa da minha paixão" — pensava eu — "como hei de morrer assim, faiendo cruz na bocea 7" O diabo da idéia me atararrtou pelo caminho e cheguei a dar tremenda topada numa P*dra, no meio da estrada. Curvei-me sobre a perna, agarrei o pi com as mãos e estive danDe?ando sem querer, um pedacinho de tempo. Po;s, levantei a cabeça. Paschoal sentira num a barranco e encarava para mim, rindo. Levantei «abeça o olhei No céo para cima, ássumptande. galopavam umas nuvens escuras, a modo de um "Um bando de queixadas rodando pelo campo. vento áspero do genipapeipassava, arrancando T<* «» fruetas madurai,' no que esborrachavam «^êo assim — — as que I espantando juritis pof •ndavam esgaravatando a terra e comendo grão*">hos. Duas seriemas guinchavam, «igualavam. Depois, vi que estavam brigando — me lembra «orno se fosse hoje — e uma avançava para outra oando pulinhos, sacudindo as asas, com o cocuruto arripiado e os olhos em fogo. O coração Pereceu dizer-me outra vez — "olha, Ftôr. o *tue vaes fazer". Nessa entretanto, o Paschoal. 1U» me encarava sempre do ponto onde estava *entado, gritou-me: logar 7 v*mos Eiqueceste a cabeça nalgum embora, que va. tardando ji". Fiquei descochado; cahi em mim e fui mardisposto. Dahi em diante, fui brincando ^•ndo ° Pe.choal, _^m que era muito divertido e tinhe Um "^ * c°n*ar. Chegando em baixo, «rr»Pr* cada*1»*-01 " C*'':** * -••c•mo, ° to"")0 „""> com seu anzol na vara, ao hombro a.Prec'i<> nosso Sue ninguém desconfiasse do para prendermos o Pedro Barqueiro. conluio ' ''uan ''901o que t:nhamoi evquecido o paver_, .m,n<Jedo. tão differente andava a concom •» caçoadat do Paichoal. Par. *c"*mVi"p ,*ncurt*r • historia, patrãosinho. **• *rei j- • r.° &*rqueiro no rancho, que só ti«*«. Iv,«õej: m M|^ _ qu4r+0 j^. , â cozi-
II
"Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhando milho, que havia colhido em sua rocinha alli perto. Vocês por aqui, meninos 7 Olhem ! vão alli aquelle poço, para baixo da cachoeira. Tem ii uma lage grande e de cima delia vocês póidem fazer bichas com os piius. "Louvado seja Christo, meu tio !" havia dito o Paschoal, e nisto o imitei. "Se quizerem comer uma carne assada ao espeto, tirem um naco; está na fumaça, por cima do fogão, uma bóa manta. Olhem a faca ahi na sala, se vocês não têm algum caxerenguengue". Paschoal entrou, e viu recostado a um canto da parede o ferro alumiando. Pegou nelle, sahiu pela porta da cozinha e escondeu-o numa restinga, ao fundo. Depois, me assobiou, eu acudi "lazarina" de Pedro — bôa arma, e fui procurar a de um só cano, é verdade, mas corredeira. Ha alguma jaó por aqui, tio Pedro 7 — perguntou Paschoal. Nem uma, nem duas, um lote dellas. Se você quer experimentar minha arma, vi li dentro e tire-a. Não errando a pontaria, você traz agora mesmo uma jaó. Quero matar um passarinho para fazer isca, meu tio. Pois vi, menino. "E Paschoal descarregou a arma. "Pedro tinha-se levantado e falava com Paschoal do vio da porta da entrada. "Era hora. "Paschoal me fez um signalzinho, eu dei volta a entrei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas. A combinação era essa. fui cheEmquanto Paschoal o foi errtretendo, eu"segura — I" gando soturno, quando elle gritou eu pulei como uma onça sobre o negro des-
— "Eu não disse", gritava o patrão muito "que só bastavam esses dois meninos contente, o Barqueiro 7 Esti ahi o negro" para "E o povo corria para ver, e a frente da casa do patrão estava estivada de gente. "Recebemos os duzentos mil réis. "Tinha-me esquecido de contar-lhe que eu fizera uma promessa i Senhora da Abbadia, de levar-lhe ao altar uma vela, se voltasse são e salvo. Cumpri a promessa no dia seguinte e arranjei uma festinha para a noite. Queria um pé para estar com a Emilia. "Comprei um trancelim de ouro para aquelIa rosca de meus peccados e um chalé azul. Ella era esquiva. Fez muito momo nessa noite, e não me quiz dar nem uma boquinha, com o devido respeito ao patrãosinho.
(Continua na pag. 71)
S_"* -
'«\*
M
prevenido. "Conheci
o que era homem, patrãosinho! saltando-lhe nas costas, dei-lhe um abraço de tamanduá no pescoço. Mas o negro nio pateou, a, mergulhando commigo para dentro da sala, gritou:
Nem dez de vocês, meninos I Ah t se eu soubesse..." "Patrãosinho, eu sei dizer que o negro me sacudiu para cima como um touro bravo sacode uma garrocha. Mas eu via' que, so o largasse, estava morto, e arrochei os braços. "Chega, Paschoal!" — gritei. "Eu auero manobrar de fora. Animo! Segura bem que nós amarramos o negro'. "Que tirada de tempo ( O negro, is vezes, abaixava a cabeça, dando de popa, e minhas pernas dançavam no ar, tocando quasi o tecto do rancho. Luctimos, luetímos até que Paschoal tolete de pio entre as canelpoude metter um Ias do Pedro, de modo que elle cambaleou e caem riba delle. hiu de bruços. Nós dois pulimos "Conheceu, crioulo 7 Eu, triumpharrte, gritava: Negro é homem 7" Ble era teimoso, porque di"Nem dez de vocês, meninos! Ah ! se zia ainda: "Paschoal trazia i bandoleira um soubesse..." eu carregar peixe e veio dentro delle embornal para comprida e eicondida uma corda de sedenho, "O Barqueiro estava no chio; e foi preciso forte. amarral-o. ainda fazermos bonito para "Agora, seu negro I gripuxe na frente, tou-lhe o Paschoal. "Haviamos delle nas cosjuntado os braços completaFicou vontade. com tas e apertimoi mente tolhido. "Eu ia segurando a porrta do sedenho e leassim, houve vava o negro na frente. Mesmo arrantombo, um deu me elle um< hora em que Por seguro, a corda cando de repente a correr. mão e eu não a larguei. estava-me enrolada na tmha corrido atraz delle Paschoal Messe instante, na nuca um tremendo murro, • lhe descarregado „,,« o fez bambear um pouco e me deu tempo e segurar firme a corda. de endurecer o corpo "O Barqueiro, depoit que sahiu do rancho, não
piou. .... "Chegimos i casa de tarde e o negro ia no
H'
C4L!r.&»1
.í».
sedenho.
1941
41
O MALHO
"tia" dia a sentinela era na casa da Matilde, onde se velava o cadáver NESSE cado mulato João da Vila, que esticara a de um victimado noite, da boquinha a nela "bicho" barriga por que lhe puzeram na causa de um cachorro da velha Inez, que êle andara esbordoando. Essa velha Inez tinha mesmo fama de curandeira, e era conhecida ali na redondeza pelo apelido de Inez Perna Torta, porde um pé. Dela se contaque manquejava va cousa que não era deste mundo. Diziam "diacho" da velha tinha palta até que o com o demônio; serviço dela era bem feito. Ninguém brincasse, com ela, não, porque não, mas para praticar para fazer o bem, o mal, estava só. "tia" Matilde dizia Era por isto que sempre, com a mão na cabeça: — Num sei qui diacho futucou o João, veia. pru móde bul! cú demônio desta
* * *
Quem passava na estrada, que corria cerca de uns cinco ou seis metros da casinha de paredes de taipa, afastada um pouco para dentro do mato, via, perfeitamente, o corpo do fulo, estirado numa esteira de pindóba, bem no meio do avarandado, entre quatro velas de cera de carnaúba — uma em cada canto da esteira, enfiada num monticulo de terra. O finado tinha a cara coberta com um lenço branco, os pés amarrados com uma tira de pano qualquer, o Cordão de São Francisco na cintura e o Crucifixo do Senhor entre os dedos magros das mãos pálidas, cruzadas spbre o peito. Todo mundo que tinha de viajar por aquela estrada era obrigado a se aproximar e fazer um quarto ao defunto — sob pena de se encontrar com ele no meio caminho; depois tomava uma "pinga" e ia-se embora — se não tinha pressa ficava até o cantar do galo. A noite era escura. Vinha do interior da humilde habitação um cheiro de vela e incenso queimados — cheiro de defunto. De vez enquando, passava um vagalume piscando no espaço, • um grilo zumbia na rachadura da parede.
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NOITE DE SENTINELA Conto
Depois da parte de reza, que era arripiante, e cacete, as mulheres da ladainha ficavam ao redor do morto, e as outras pessoas vinham para o lado de fora da porta, "lorotas". A cachaça — contar para espantar o sono — corria gratuitamente. Bôa noite. Bôa noite — responderam todos, mesmo tempo. ao quasi na Quando pedi licença para entrar comehavia Preto roda, já o meu tio Chico suas monstruoçado a narrativa de uma das sas aventuras. O preto velho tirou do beiço o cigarro de palha que segurava entre o polegar e o indicador, olhou para o rumo em que me achava, fez uma pausa, e deu bôa noite tambem. Depois continuou: Apois foi cuma eu tava dizendo: a visão, fiquei arripiado inté avistei quando as ponta das oréia. Chapéu, num sei adonde foi isbarrá. O qui me valeu, foi a lem— benbranca de reza a oração das armas inté pode za-me Deus — titibiei o qui pude. e de dizê arguma coisa. Tive aquele impe I ou do diaDeus de Da parte cé pri^untei: vomcho ? I E ela arrispondeu cum aquela fanhosa: nha muito arrastada e E' de Deus... O preto velho olhou para seu Frutuoso de lado. Seu olhar que se achava um pouco da sua voi foi timbre o reluziu no escuro silencio o que houve forte, mais quebrando num instante em que os outros se entreolharam: CumDade Frutuoso ! — falou ">m coraentusiasmo — él sim, cum Deus, tive
Sertanejo
de
ROMAO
DA
SILVA
Todo mundo na roda já estava arrepiado. Houve um benze-benze, e uns tocaram nos outros — para não fcar com a morte. O preto velho tirou uma fumaça, e continuou: Num me fazendo má, pôde dizê o irmã ! E ela dixe: deseja, qui Chico, sei qui vancê tem corage... Eu andava mermo percurando um fie de Deus, qui me aliviasse desta pena. Menino, isto, isto... isto é o veio Reimundo Quitandeiro — entrometeu-se m\guem de uma banda. E quem havéra de sê ? — respondeu o velho queimando os dedos na bagana do cigarro que se consumia. E vancê, cumpade, qui dixe 7 — perguntou seu Frutuoso. O qui havéra de dizê, cumpade ? Era dinheiro interrado ! E o qui dixe mais a visão, cumpade ? Pediu pru móde eu manda acelebrar ua missa e me muda de logá ! Vancê num sabe aquele pé de moranga, qui tem bem ali na vareda de quem vai prá fazenda de Dona Lina 7
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Apois
foi
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logar
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quela péda. Adispois de me insinar cuma havéra de fazê, a visão foi andando de costa, foi indo, foi indo... inté disaparecê. Neste momento apareceu mais um — aue certa vez se encontrara com a alma do finado Raimundo Quitandeiro, naquele mes-
mo logar. O vagalume continuava piscando no espaço, e o grilo ainda zumbia na rachaduge! ra da parede. Era meia noite. Estava na hora de começar de novo a ladainha. Mãe Teresa, era quem tirava o pé de i) -^m rv^X' ^*v-r\ •_*J___V ________ !______ *i jAmwt^mr^ ________¦ ________ ____¦_"*''*""__ reza, 'jM ^*' ^ •—-, ' ___£***fe____________________ M _____v -_¦ e começava: PE-.? __r\ HZ.i__f___. ^—»• i Tl_________ Irmão de Deus, ___VQ _k_9__r________TT *__- <tP* -______É K|CSM^| Ôia pro ceu; Qui Deus te chama, Cia pro ceu... E todos respondiam: — Irmão de Deus, Irmão de Deus... I / '____'-_. ______» _k^\v__________T_____t_L ____*_____WT t.. m m. /r^mAM _F. . »——"^ L_ ^__J*-_í__r_-___ ¦_.%_» -. 1 Ia & fr j-^i m ÀTZémmW, ^WMMr »f Wk ^m+J^Mmmm*mmmmmmW .<•_______'^BL \T \ Amanheceu, e não ^\^y *e ouviu mais o fim da -jidh. \\ historia do velho Chico Preto. Quando o dia ciareou, não se via mais !________" / o vagalume piscando no espaço, e o grilo lpy!&S£SGSÈk l^^v^?H irí^tmW deixou de zumbir na rachadura da parede... Mais tarde, meteram o defunto numa rede, enfiaram a rede num páu — e lá se tocaram para o cemitério. Até certa altura do dia ainda se ouvia a voz dos carregadores quebrando o silencio da mata: — Irmão de Deus, Irmão de Deus...
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A ânsia de interpretar a natureza nos seus aspectos mais irreductiveis e na sua intimidade cósmica, levou os philosophos gregos a especular sobre a origem das cousas e as apparencias dos corpos, que nada revelam sobre a sua estructura. Thales de Mileto, Platão,' Aristóteles, Aoaxagoras, Leucippo, Democrito, Epicuro formularam eloqüentes considerações sobre a natureza, enunciaram hypotheses mais poéticas do que physicas, que deixavam o espirito perplexo, sem obter nenhuma lei essenciai. A concepção do átomo remonta á sabedoria antiga, idealisada pela philosophia de Democrito, que a herdou de Leucippo e que lhe deu notoriedade. Lucrecio cantou a doutrina da particula subtil e infinítesimal, cuja idéa viveu errante entre osphilosophoss como um symbolo predestinadcS attrahir discussões. Demccrito considerava os átomos como elementos invisiveis, alem dos quaes nada mais ha a procurar, marcando o ultimo termo da matéria, corpusculo solido e irreductivel, cujo agrupamento formou as nebulosas e deu
Ar^otele
os prob^:rs^oaos ÜO ^tl!^ lverso
Os conquistadores da verdade origem ao Universo. O nome de Democrito continua ligado á idéa do átomo, apenas symbolicamente, porque a concepção mudou por completo. Bernouilli creou em 1738 a theoria cinetica do gaz, pela qual conhecemos uma nova phase nas experiencias e no methodo de interpretar a matéria. Ampliada e corrigida por Maxwell, Boltzmann e outros physicos, essa theoria concebe a molécula como verdadeira bala, elástica e animada de movimento de translação, cuja rapidez augmenta proporcionalmente com a elevação da temperatura Até esse momento, a physica imaginava a molécula como a menor quantidade de um corpo, que pode existir em estado livre' Depois, com as experiências dos raios- cv-thodicos, Wüllam Crookes admittia cm 1891 Que a molécula divide-se u de átomos, dotados uns de electricidade positiva e outros de electricidade negativa. Seis annos mala tarde. em 1897, J. j. Thomson cons*. Provar que o projectil electrico da ral° cathodico ftge como uma sobH — 1941
stancia mais leve, multo mais vertiginosa do que o átomo do hydrogenio. Assim nasceu o electron, espécie de satellite do átomo/ diffundido em todos os elementos e formando a base physica da matéria. Stoney, Lodge, Abraham, J. J. Thomson, Perrin, proclamam a existência das particuias electricas que compõem o atomo. Crookes considerava' o electron como uma massa apparente e Abraham esclarecia a natureza da mesma, como essencialmente electromagnetica. Stoney via os electrons e os com enorme átomos deslocando-se rapidez. Quando os experimentadorr^ centavam penetrar na lei da natureza, appareceram os Raios X, cuja desçoberta cabe a Roentgen. Em 1912, Lane, Friedrich e Knipping notaram atravessando os crystaes, os que, Raios X se espalham em varias direções, soffrendo o phenomeno da diffracção^ Imaginou Lane que o crvstal se compõe de diversos planos de átomos amontoados uns sobre o outros, separados por um espaço li rior a um millionesimo de millimetro. 43
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Os átomos receberiam e reflectiriam os. Raios X, que attingem o interior dos seus planos, decompondo a emanação electrica em algumas extensoes de ondas differentes, revelando assim a estructura intima. Desde que Leibnitz revelou o seu famoso principio, que a natureza não dá saltos, os physicos se habituaram a representar a matéria como um continuo sem. falhas, sem lacunas atomicas. A applicação dos Raios X revelou a matéria descontínua e que a transparencia dos corpos varia de elemento para elemento, conforme a estructura dynamica dos átomos. As vibrações eletromagnéticas dos Raios X caracterisam-se pela extraordinaria pequenez das suas ondas, cuja extensão mede um décimo de millionesimo de millimetro. Quando Lane, Friedrich e Knipping viram os Raios X se reflectirem atravez dos átomos dos crystaes, descobria-se o principio da espectrographia. Ficamos conhecendo que, longe de ser um corpusculo rígido e inerte, como imaginava Democrito, o átomo eqüivale a um centro de forças, a immenso mundo desconhecido. Os conquistadores da verdade transfiguravam o sentido de toda a natureza e das suas maravilhas cósmicas.
DE MATTOS PINTO O MALHO
rinhando de fôrma intempestiva com o vassourão de gravetos, qual se elle fosse um prolongamento da relva, exclama com um timbre de voz zem próximo do som emitido por um bombardão mal soprado: O' nipáz,
CARNAVAIS
DOIS
JACY REGO BARROS mais uma quarta-feira de cinzas, retornam a seu bairro e ás suas casas os elementos de um grupo de gente foli?. A meio dos imprevistos naturaes nos dias de tal movimento, não vinham agrupado os elementos do bando, faltando esses e áquelles, que não lograram lugares nos mesmos bondes ou nos mesmos trens. Teria sido, de certo, de um desses bandos dispersados, um rapaz, que aguardando conducção, se sentara ao grammado de uma praça, onde o cansaço o vencera, quedando em somno profundo. Agora já não são os albores da quarta-feira de cinzas, mas o pleno sol de sua manhã, que embora intenso e claro, em seu primeiro jacto de luz, não têm força bastante para despertar o nosso rapaz, que, continua a roncar sobrr o grammado, fazendo-o com a indumentária extravagante que fora o sueceso da ves-
a população externar de seus pensamentos, muitos muitos e PRECISANDO mais ingênuos, bizarros e levianos do imque máos e perversos, eil-a que se atira petuosamente ao Carnaval, synthonizando vários dos mencionados pensamentos, com as melodias popularescas do anno, umas no andamento de marchinha, outras na cadencia do samba, e outras ainda no rythmo "frevos" violento e ultra-carnavalesco dos pernambucanos. Se, em uma cidade como o Rio, muita gente não sahe de casa nos dias de Camavai, não podemos contestar que as ruas e ds salões se enchem de povo, sendo precipitado o affirmar-se que toda essa multidão vae á rua ou aos salões com objectivaem ções as mais baixas e sombrias. Se, assim pasimplista pode face do moralismo recer, não é isso que a prática nos apresenta. não sendo os dias de taes festejos que o cadastro policial se enriquece com os crimes
pera. Se os primeiros lampejos do sol náo conseguem despertar o nosso dorminhoco, o "portuguez do mesmo não acontece com o vassourão", com o. gary, com o rústico representante da Limpeza Publica que, aca-
e com os assaltos. Num desses carnavaes, quem sabe, talvez o de 1940. quando, ao longe, no afastado horizonte, já se projeetavam os clarões de
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o que estás cá a fazeret Este raio de ronpa está indecente; agora o carnavalc è oitrol * * » Agora o Carnaval é outro! Que expressão exquisita do rude varredor! O Carnavai é outro, dá a entender que naquelle dia, a quarta-feira, se apresenta como inicio de qualquer coifsa parecida com o Carnaval que findava. Quem sabe se o portuguez do vassourão de gravetos não estava com a razão? Fechadas as secções carnavalescas onde se vendem setins chamalotados ou mesmo mascaras, pois que ellas são symbolos da foigança momeana, abrem-se lojas immateriaes, que não pagam impostos á Prcfeitura, lojas que têm filiaes por toda a parte, e cujo proprietário se chama hypocrisia. hypocrisia, véo com que a virtude se apresenta deante do vicio, ou em expressão mais do autor dessas linhas, corrente com que os recalques se amarram para que o recalcador possa ler tratados de thaoria moral; a hipocrisia, será, sem duvida, quem movimenta o tal festejo carnavalesco, que o gary annunciava ter começado nos demais dias do amio que se seguem, ao pequenino grupo de quatro que compõem o verdadeiro carnaval. Meio tonto de somno o rapaz se alevanta • e vae para casa; ouve o conselho do portuguez do vassourão, muda a roupa e, arrimado ao bordão das conveniências sociaes, some-se na multidão. A nós outros, tíntretanto, cabe uma reflexão mais demorada, a respeito da resposta do portugujav do vassourão — o Carnaval agora,é outro! Do meio dia desta quarta-feira em diante, o qué temos á nossa frente é-o trabalho, esse que, segundo todas as theorias, é tudo quanto pôde confortar um cidadão ou um subdito. No primeiro dia, entretanto, que tivermos que rir quando a nossa alma se contorce de dòr, ou que tivermos que simular saúde, quando, o organismo todo, pede descanço, remédio e nutrido, é que começamos a comprchender que o honwrm do vassourão tinha razão, quando annunciava um novo carnaval, muito mais longo que o outro, e que come»?, exactamente quando este acaba. E' preciso resaltar que os episódios assignalados são os marcantes, por isso meimo dignos de referencia especial: porque em escala maior na extensão, já se comprehende, a affirmativa do portuguez do vassourão, se repete sempre, em todas as vezes que dizemos o que não sentimos, numa realização de falseie, análoga ao —- "você me conhece?" — do» mascarados de outros tempos. II — 1941
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VT ASCIDA, embora, em Paria, nâo é Claudette Col*• ' bert uma actriz de importação. Fez-se nos Estados Unidos, para onde sua familia se transportou, contando ella treze annos, apenas. Seus pães a chamavam Lili e como Lili Chauchoin fez ella sua estrea "The Wild Weno palco, interpretando uma ponta em acotta". Depois, foi subindo, obtendo suecesso, até que o film a reclamou. Estreou ainda ao tempo do cinema mudo, em "Love of Mike", mas nào gostou do trabalho, Pareceu-lhe vào o esforço artístico e declarou que voltava ao theatro. O som deu ao cinema outras possibilidades e assim, quando a Paramount lhe offereceu Papel de destaque em "The Hoie in the Wall", com
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Celeb^de *> theatro,
exPenmentou interesse e enthusiasmo Contr™. ', aqUe"a em' Preza, trabalhando com Walter Kg° f""0Maurice Chevalier e muitos outro™ H°"ston, 'lombríaff nhos, °lh°* casta^^^ Claudette é uma encantadora £_" In™ ^Pe»6rnZníngaÍ "ma creatura com Idéas próprias Sf.h- ^ original, ^"^ liter^ura, modas e costumes E um„ T"' ** 6legancia de Hollywood «ma r. """^ de escolher ella n™n-P°UCaS qUe gosam do Privilegio nos films Pr°Pria os vestidos com que apparece
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OS TEMPOS pAO OUTROS... Já não existe, no meio cincmatographico aquella bôa camaradagem de ha bons dez ou quinze annos. Por que? Simplesmente porque o interesse commcrcia! matou o sentimento. Os chefes das emprezas importadoras e lançadoras de films não vêem nos jornalistas como a intelligcncia promptt a collaborar para a prosperidade d., cinema, mas como o agente de annuncio... Isso é deplorável. Certo, emprezas commcrciaes como são as editoras de jornaes e revistas. QÍO podem descorar da remia que essas publicações, hoje carissimas, devam produzir, sob pena de caminhar para a fallencia. Mas podem co-existir o btereoe cüumiercial e a bôa camaradagem c esta sustenta para os cinematopraphistas a melhor das puMicidadcs, Ha que rão é paga, e que dcsapparemi quasi por completo dos diários, hebdodesde o nadaríoi e nemarioa, justamente empredia em que os responsáveis pelas danque, zas ciiuniatograpliicas julgaram exie desejar do o anuncio, tudo podiam E, no caso, na Vtr> gir. Knganaram-se. elles. são dade, os errados U — 1941
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OS ESTUDANTES NO CINEMA
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Ha quem não vá systematicamente ás sessoes dos cinemas á hora dos estudantes. Perturbam elles com seus chistes, suas risadas intempestivas a emoção que o film possa causar. Parecem pois nocivos á bilheteria... Arthur de Castro, chefe da publicidade da Fox cm palestra a respeito, disse: — Pois são os estudantes que fazem, no Rio. o suecesso ou o insuecesso de um film. Farejam, no dia dos lançamentos, segunda ou sexta, o melhor e enchem o cinema. Grupos, porém, vão ter ás demais salas de projecção. Trocam, depois, suas impressões, externam-nas cm casa e fique certo de que o film que lhes haja agradado
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NOTAS outro Mais um film de Robert Taylor e em entrarão producção Crawford de Joan brevemente nos studios da Metro-Goldwyn-Mayer. a ,.,. ASAa Taylor, logo que acabar o seu ira NAS TREVAS" (Flight Command), " nao agora, Até Kid". The estrellar Billy em se sabe quem será a sua deusa... Será technicolor, com direcção de Frank Borzage e producção de Irving Asher. "A Womans Face" marcará a volta de Joan Crawford á tela, após quatro longos mezes de ausência dos studios. Dirigirá George Cukor e Victor Saville produzirá. Este foi igualmente o productor de "DIVINO TORMENTO" (Bitter "cast" estarão Conrad Veidt Sweet). No e Melvyn Douglas. • Hollywood andou abalada estes últimos dias com os preparativos para a sensaciotoda conal prcmicrc da super-producção"LEGIÃO lorida de Cecil B. De Mille, DE HERÓES", (The North West Mounted Police), realizada na cidade de Regina, no Canadá. Além das personalidades officiaes canadenses, compareceram ao cinema, na noite de estréa, como convidados especiaes, Madeleine Carrol, Preston Foster, Lynne Overman e o produetor-associado William H. Pine. Immediatamente após a exhibição do film, os convidados tomaram um avião rumo a Chicago, onde, em companhia de Gary Cooper, Paulette Goddard e Preston "LEFoster, assistiram ao lançamento de GIAO DE HERÓES" ali. a<*Quiri.u l°~ A Metro-Goldwyn-Mayer "Sun m the dos os direitos referentes a Carroll e West" — romance de Richard " Betty Hopkins — e os de Lazy LaunceHiggms. Kenneth lot" — de autoria dc Ambas estas obras são originaes e meditas. ' A nota de sensação nos festejos realizados por oceasião do encerramento da Feira de São Francisco, foi dada por Susanna Foster, a notável cantora lyrica dc 15 annos dc edade que acaba de trabalhar
ao lado "de Mary Martin c Fred Mac Murray em New York Town". Susanna cantou numa câmara especial de vidro, e ao dar um dos seus famosos agudos, a câmara espatifou-se e, mediante um dispositivo adrede preparado, foi illuminado á distancia o stand principal de uma fabrica de rádios. Dizem os entendidos que poucas gargantas no mundo são capazes de repetir a façanha que tanto enthusiasmou aos visitantes da Feira. • "O Edward Arnold, cujo ultimo film foi MontRobert com Conde de Chicago",
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gomery, acaba de assignar um contracto de longo termo com a Metro-GoldwynMaver. • "new faces" em " Hullabaloo"... Varias O publico sempre pede por coisa nova e gente nova. Pois" bem, este film da Metro, traz muitos newcomers" : pela Entre outros jovens que apparecem " Hullaprimeira vez na tela, estão em baloo" os seguintes artistas: Virginia 0'Brien, uma pequena que vem precedida de grande fama como enatora e possuidora de uma attrahente personalidanas fileiras radiode. Outro, recrutado "broadeast" americano, é phonicas do Kay St. Germaine. A pequena Ltni Lynn, que tambem é uma novatasinha, apesar de já ter figurado no cinema em outras producções. Do radio veio tambem Larry "gury" extraordinário, Xunn, um que fez o seu "debut" com Mickey Rooney em "O REI DA ALEGRIA". O mestre de cerimonias é Frank Morgan. Está no seu elemento, chefiando toda aquella gente moça. Porque o Frank, já devem ter notado, ri a valer quando se encontra entre a mocidade... Acha que assim parece moço tambem. Xo " cast" estão ainda Billie Burke, Dan Dailey, Jr. Virginia Grey, Ann Morriss, Reginald Owen, Donald Meek e Sara Haden. • Jimmy Van Hensen e Johnny Burke, inspirados compositores que têm a seu credito a autoria de " Imagination", foram coutractados pela Paramount para escrever letra e musica das canções que Bing Crosby, Dorothy Lamour e Bob Hope interpretarão em " Road to Zanzibar". A filmagem desta producção foi iniciada em princípios de Novembro, e tudo leva a crer que se trata de uma comedia-musical melhor ainda do que " A Sereia das Ilhas".
Assistimos aqui á filmagem de uma "A das mais interessantes scenas de Marca de Zorro". O film nol-a mosIrará melhor. — 47 —
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Alexander Korda prepara com carinho "O ladrão de Bagdad". um grande film, O par amoroso ê constituído por John Justin c June Duprcs, que aqui apparecem tal como os veremos no film.
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— Estamos no anno novo e nada dos directores artísticos pensarem na apresentação das novidades annunciadas para a temporada.
2a&w Estamos no mez do Carnaval e vale a pena vêr-se o esforço de certos ca,ntores de valsas, como Orlando Slva para agradar com marchinhas enfesadas ! "Anjos — Podemos do In. garantir que os ferno", pouco a pouco alcançarão o pres-
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AmWmmmím.
?Zm/s nr\\LlSÊmmflm\ Carmen Dolores, a voi de ouro da PRA-9, que vem actuando com grande brilho no "Hora do Almoço", ínterprogramma da pretendo as nossas canções regionaes com "It" o de sua voz maravilhosa.
cJleredíie, se quizer,». Ha novos de valor aguardando a vez no radio. Poderemos destacar dentre esses o nome de Norma Cardoso, que fez brilhante temporada na Ipanema e continua a agrarJar ao publico atravez da Educadora. Norma Cardoso canta a marchas, tem talento o poderia estar muito caso não houvesse, de interessantes directores injustificável prevenção
muito bem sambas a personanlidade. elevada no radio, parte dos nossos artísticos, certa e contra os novos.
A verdade é esta. Todas as qualidades para vencer no broadcasting ella as possua. Mas não anda pedindo notas nos jorrtaes, não solicita o retrato publicado entre dois ou três adjectivos sonoros; a possua uma modéstia digna especialmente da registro num meio, onde o que vence, a o cabotinismo desenfreiado. FRANCISCO
O compositor Edgar Cardoso foi para Minas, encontrando-se ali na Guarany. Sylvio Caldas gravou muita coisa interessante para o Carn'aval. Todo o mundo aguarda o êxito da Cinara Rios, durante o Carnaval. Vamos a ver. Maria Eduardo faz um programma in"Pátria teressante Distante" na Nacional. Mas seleccionar mais o que poderia apresenta. Fala-se numa modificação de quadros da Tupy para este anno, logo depois do Carnaval. Dircinha Baptista, na Ipanema, contiE do
no
seu
estrellato. merece.
bem o Como é mal feito ainda radio da nossa capital !
O MALHO
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^Í mmmmm\\WKÊmm\, O samba encontra certas nuances na voz morena, amazônica de Violeta Cavalcanti, estrella da Ipanema. Ê innegavel que alia vem conseguindo uma popularidade dos mais convincentes, na estação de Xavier Filho.
.aaaBBBBBBB aflaBBBBB,
um dos melhores programmas de radio do momento. —Fala-se que Yolanda Rhodes voltará a cantor em uma das nossas emissoras. Por que não se aproveita o talento de Gentil Puget, o forte musicista paraense, cheio de motivos raciais, dos mais impressionantes, no radio. A "Jornal do Brasil" continua impass:vel sem ligar ao samba brasileiro. Nem mesmo o Carnaval acaba com a sua reconhecida ogerisa á musica popular. . . A Transmissora deseja reformar o seu cast" e melhonar linha de irradiação, estas modificações, Convém frizar
o noticiário
BaT^-BBBT-Vsl
A graça do samba, na interpretação viva a buliçosa de Leda Barbosa e do conhecimento da todos. Ella é um dos novos valores do radio qua deveria ter muito maior situação, porque a muita popular encon?ra, em sua intelligencia, uma verdadeira revelação como sua interpreta. Mas, por outro lado, si não querem reconhecer os directores ertistiscos, sem a menor razão, os «eus merecimentoi, convém dizer-se qu. Lida Barbosa conta com a consagração do publico, qua é bem mais convincente...
— 48 —
um pouco mais a sua tendo contractado para Felicio Mastrangelo.
aqui os programmas litterorios bem feitos de Alslro Zarzur na Educadora. Sente-se que a estação da rua I." de Março vem tomando largo impulso, depois que o conhecido chronista de radio passou a actuar alli, com certa autonomia. Judith de Almeida continua a fazer crochet, em matéria de radio, aguardando a sua opportunidade. Janyr Martins avança para o estrellato. E poderia tel-o na Nacional se quizesse variar de compositores. O quasi exclusivismo que faz das musicas do Príncipe Pretinrio, afrapa'ha tanto a sua carreira, como ainda ao próprio compositor, que tem, assim, as suas musicas prezas, sujeitas a uma só epresentaçãp no radio. As emissoras cariocas poderiam ter uma hora de litteratura méis bem condicionada. O que existe por ahi, salvo certas excepções, é muito abaixo da critica.
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"Bando tigio do da Lua", gosando, agora, os proventos de sua popularidade noi Estados Unidos, Devemos convir que a Nacional poderia abolir um pouco certas graço'as in"Na sulsas do programma Berlinda". A "Bibliotheca no Ar" continua a ser
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Um locutor dos mais brilhantes da Bahia é Osvaldo Bernardti, pertencente ao qutd'o da Radio Sociedade da Bahia. Conta com larga popularidade e o maior reciomo nas rodas artísticas
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O primeira disco de Norma Cardoso agradou em cheip^ E parece haver animado os donos das fabricas. Qual será o disco de Dircinha a ser popuJarisado neste Carnaval ? Joel e Gaúcho ganharam a palma com a gravação de "Aurora" para a temporac^a. , As musicas do Ary, tão aguardadas não chegaram a obter o agrado que se esperava... Houve quem falasse que Carmen Miranda gravara, dos Estados Unidos, para o Brasil. Mas, a promessa ficou no ar. E ninguém se quiz aproveitar da ausencia de Carmen para alcançar o seu titulo nas gravações carnavalescas deste anno. Bem ella dizia que não teme, nem poderá temer, a sombra de uma concurrencia entre nós. Dircinha, que poderia ter tentado a opportunidade, esteve fraqui-nha este anno. dl
Eva Maria Kovach é a violinista brilhante que nos tem apresentado bellissimos programmas de musica fina no radio. Trata-se de uma artista de merecimentos, a quem a critica tem feito a maior Justiça nos seus elogios pela sua actuação
voz
romance uma
do
A ?
.
it?
Z/A
^ folklore ora»i|Viro • ¦ - na Intelli encontra brasileiro 0"V.V" 9«nci« d» Yolanda Rhodes uma das 0r*« interpretes. Mais de uma vez e a •") ndo, em Portugal, nas suas emissoras, * 'nt»rprete nascida as 0r^®* Pura* da nossa musica todas oonsedo povo. E em guiu o elogio da critica. n 1941
Noite esplendida no Casino da Urca. Luz. Perfume. Encantamento. Mesas floridas de cravos e verbenas. Nessa noite para li hos dirigimos com o fim nao só de ouvírt mas também vê cantar Pedro Vargas A voz romance, do México. Sim, porque Pedro Vargas quando canta, tem a alma estampada nas suas attitudes. Meia noite e trinta... "en punto..." Apparece o tenor querido dos brasileirosCanta. Encanta. E' bisado. Cada qual pede a sua predilecção: Noche de ronda ! Desesperadamente ! Cuatro personas ! "Para cantar-lhes..." Perfidia. E o silencio acolhedor daquella noite recebe outra vez a voz incomparavel. Terminado o shoo, vem cumprimentar-nos e, sentando-se, pergunta-nos com a gentileza que todos lhe conhecem: — Gostou do Show ? Como não, intervém meu marido. — 49 _
Aracy Barroso canta na Véra Cruz com emoção sambas-canções* E' uma artista que se vem revelando com real agrado de seus fans, pertencendo ao rol dos valores novos que devem ser aproveitados. cflicxico,
jornalista
NOTAS A Tupy annuncia, este anno, a vinda de artistas internacionaes de largo mérito. O Ladeira parece que perdeu o velho interesse pelo radio theatro. _ O Paulo Magalhães poderia estar tarendo alguma coisa de interessante pelo radio, com as suas bo,'as admiraveis... — Quando é que teremos programmas infantis dignos deste nome?
L
jj^
falando
a
carioca
Lá em casa somos dez fans. . . Mas, o Brasil inteiro o applaude, pede bis, vence distancias de um bairro a outro, para ouvil-o... Com a simplicidade que o caracteriza, e é, uma das suas captivantes qualidades. Pedro Vargas sorriu com aquelle sorriso que vale uma confissão de carinho por nossa terra e nossa gente. Sabe que vim hoje aqui ouvnl-o, ntas estou com vontade de para entrevistai-o. conversar com você como jornaJista? Agora mesmo, responde-nos o cantor, com uma presteza encantadora. Que quer saber? Quatro perguntas, "no más..." respondemos nós. E começamos a entrevista. Que podia acontecer-lhe capaz de você a exclamação typiqa de provocar em "Ay, sua terra: caramba I Cuanta felicidad I" Haberme sacado los 5.000 contos do Natal. Deixava de cantar, Pedro Vargjbs, si você fosse contemplado com os 5.000 contos cio Natal ? Seguiria cantando para todo el puebk>. Espera voltar ao Brçasil em 1941 ? Solo en 1942 volveré, si Dios quiere. Si tivesse que fixar residência no Brasil, onde mandaria fazer "La Casita que tanto te prometti ?..." En Copacabana. Bravo ! Que attenção gentil em attendernos, Pedro Vargas! Confessamo-nos encantados com a segunda resposta. Estavamos contentes. O tenor despediuse num gesto fidilgo de beija-mão. E foi dansar, deixando-nos a convicção mais uma vez, de termos no querido cantor mexicano um dos maiores amigos do Brasil. E Pedro Vargas dansava com a mesma requintada ©'egancia com que canta e conversa. Zulmira Amadpr Colpaert O MALHO
"LA
CONGA A DANSA PREDILETA DA CIDADE DOIS SAS
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NOTÁVEIS CUBANAS,
INTERPRETES NOS
PALCOS
DAS DO
DANRIO
"La Conga", traduzindo a volúpia dos trópicos, está conquistando o publico carioca. Nas rodas mais aristocraticas, "La Conga" é uma coqueluche: todos procuram plasmar a sua elegância dentro dos movimentos da desencontrados e harmoniosos com Interesse em rivaliza dansa que a "Rumba". Dois grandes artistas cubanos se encontram no Rio, exhlbindo-se, com grande suecesso, na actual temporada de Carnaval na Urca: Stella & Papo. Sâo os mais no"La Conga" tf taveis interpretes de das mais variadas Rumbas, uma das "Noturnal" é cantada por Pequais dro Vargas, augmentando ainda mais a beileza do espectaculo. Stella ti Pana vida po marcarão uma época mundana da cidade.
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PROVAS
NA
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MÃO
por JOAQUIM LEITÃO SECRETÁRIO MIA
DE
GERAL
CIÊNCIAS
DA
ACADE-
DE
LISBOA
comemorações centenárias podem, em relação á do Brasil, comparar-se asenternecedora ^ tr m A A^~mmT^FJamar*Wm\ Bk. AS sim a modo de presença bodas de oiro de casal fecundo. DeHfc JmaV^Wr* M r JAW^A^ATM\.^^^mr^mm\m\ ^H denso vem ter visto as fotografias dêses festejamentos, grupo de três filas, espécie de árvore genealógica em Kodak, com o nódulo central do tronco representado pelo chefe da família, de grandes barbas, e a mulher, os filhos mais velhos e as respectivas metades, as noras, os genros, os netos e as delgadas vergonteas dos bis-nétos. Além da fecundidade e projeção esses grupos das familias felizes ^amt^^^^Mr^i A afll m !acT% oferecem ainda a curiosidade dos grados sociais que a dinastia vai subindo e às vezes tambem... descendo. Neste caso, o filho — o Brasil — apareceu-nos um rapagão, forte, cheio de talento, de sensibilidade, de força, de bondade, e já coberto de glória. Não incerto renome, Jt. iflrflt lflflfl£^ mas primado que afirmou de provas na mão. Bastavam estas três: o Livro, a Arte, e o Café. BaC W-J flfll ^Vr3Í Em boa verdade, o café, naturalmente destinado a ser a prova mais popular, e portanto, mais extensa da celebridade brasileira, e que, de facto, levou ao Pavilhão uma contínua fila indiana de visitantes, não resultou, para os paladares entendidos. O café era o autêntico café das fazendas nacionais, a torração, a lota, o processo evidentemente que não podiam deixar de ser os do ritual. Mas... a água é que não viera das límpidas nascentes do Brasil. A água era a água de Lisboa que esmalta de camada calcárea as cafeteiras e as chaleiras, que reduz a milímetros a canalização das nossas casas e que, muito provavelmente, forra de cal a nossa faringe, o nosso esó^f^^flfla^^flK»!flr fago e o nosso estômago. Ora café e chá são sensibilíssimos. Um nada lhes altera o aroma que é como que a castidade, a pudicícia das duas aromàticas plantas. Basta qualquer má visinhança para que o chá se ressinta e o café sofra. A água, então, é decisiva. Não ha bom café nem bom chá com água fer^^^^^ ruginosa ou água calcárea. Acadêmico Osvm* ^ ¦ O café apresentado no Pavilhão celebrador ressentiu-se — e quem se não sente não é filho de boa gente nem de bom cafésal! — da água de Lisboa. Mas a excelsa qualidade do café brasílico fez com que o prestígio do magno produto nada sofresse, nem fosse de longe sequer atingido. Os exigentes é que aproveitaram essências e para se queixar da nossa água atentatória das do gosto. —.duas Rodando as paredes do tabernáculo deparam-se-nos Já assim não foi com o Livro nem com a Arte maioos grandes apóstolos da arte pietórica brasileira, desde manifestações de evidente mestrado e gloriosa Pedro Alexandrino, o patriarca da paleta, a Navarro da ndaDa do Ano Costa, o errante enamorado da côr, cuja pupila ardente vinda do Livro brasileiro às celebrações tra jichameja ainda nas pedras e nas águas venezianas. Áureo hei-de ocupar-me um dia, em quee possa do seu, diretor o admirável O documentário luminoso de Portinari e a envolvente contingente desse piamente BrasileiBaiana, de Leopoldo Gottuzzo, reafirmam estar-se perante consagrado escritor Osvaldo Orico, da Academia uma mobilização de artistas que o Brasil encarregou de ra de Letras e da Estima Portuguesa foiOetentacão a ostentação saudar Portugal. Hoje aqui quero apenas sugerir o que E quando os olhos deslumbrados conseguem desço^ "ara^ufíanscrevo Livro lar-se do bronze doirado de "Vieira", do escultor Samuel a página que escrevi no Ribeiro, vagueando pelo outro lado do angulo dão com d'Oiro do Pavilhão. vulto célebre; em surpreendido assombro, o nosso coraazul do Tejo c ção desoprime-se da amargura em que andava. TelegraHor^s estivais. 1940 - Belém, entre o mas dos jornais haviam anunciado a morte do dr. Osvaldo o claro-escuro dos Jerónimos. imortal»Cruz, e eu acabava de o encontrar, vivo, vibrante de talenPavilhão do Livro brasileiro - parada de imortali to a chispar da fronte ampla, na escultura de Samuel Ridades' j j - catedral povoada de beiro que vale, pela magestosa verdade, mais do que o . Pavilhão de Arte brasileira teatral "Balzac", do Rodin. mármores, onde uma fonte plange o claustrovasio ed ima de Logo dessa primeira peregrinagem trouxe a imprescujas telas de mestres se desprendem luz e figuras certeza de que não vira apenas um Pavilhão de sionante Binárlos vltrals » a arte brasileira na Exposição do Mundo Português mas só Tudo cerca de luminosidade aquela sé de talentos As . „Próprias por si uma Exposição de Arte, ronda de escultores de anaartes aplicadas, pedras gravadas vasos «"ntilha tomias nacionais, tão humanas que transcendem, como a pro dos bronzes, taças que bocas clamar por a natodas as grandes obras, da humanidade para a univerdepostas metem matar a sedesedentas, de beijos, são oferendas saudade, e uma galeria de pintores que com as cores das ««ela capela-mór. onde se resa frente ao wtobij0 maáguas, dos morros e da flora brasílica, à luz quente dos Almeida Knifico da Fuga para o Egito em que o pintor da sertões e das cidades do cruzeiro, pintam os igarapés e Junior nacionalizou asa a deu lhe e a ansiosa Virgem os grandes "saltos", a natureza brava e generosa, os aniprodígio manto, na transparência rendada do dePn,rauÇa mais e as pessoas, a vida, mas a vida brasileira. e luz bordado na própria luz. II - l94l O MALHO 51 _
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Maternidade — íéZa de Pedro Bruno, classificado em ;primeiro Iv.gar.
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EXPOSIÇÃO "CONCURSO DA MATERNIDADE"
Sociedade Brasileira de Beilas Artes acaba de realizar interessante concurso entre os nossos artistas plásticos, denominado "Concurso da Maternidade", patrocinado pelos Drs. Arnaldo de Moraes, Ethel Filho e "Maternidade Arnaldo de Moraes". Esta mosMario Pardal, directores da"Salão de Exposições" da Associação Christã de tra de arte teve lugar no Moços, tendo a commissão julgadora classificado os seguintes artistas: 1.° Prêmio de 2:500$000. Profesor Pedro Bruno. 2.° Prêmio de 500$000; Francisco Acquarone e 3.° Prêmio de 500$000 á pintora Andrée de Groot de Sobocka. A
Grupo feito por occasião da inauguração, vendo-se ao fundo alguns dos trabalhos expostos.
o MALHO
— 52 —
n — 1941
SUPLEMENTO FEMININO
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"travestis",
Será a voz dos
a\\ (iHBBS
Sorciére
não se sabendo
o que predominará nos innumeros blocos dos adoradores de Momo que espalharão dlegria pela cidade. Tres dias para esquecer
ainda
c sisudez de centenas de outros.
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E' aproveital-os muito embora
IBvflHflaillo
numero
queno
Rio,
do
navalesca a
dos que fogem
que soffrem mais clima
po;s é sabido "fol:a" em
da
embriaguez
não seja peá loucura car-
ameno ... a coisa grande portanto, contar á leitora hoje, neste período de preparo á folia carnavalesca, em o qual só se ha,
Não
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de roupas
cogita
brilhantes de cores, de lan-
de pedrarias. A bahiana e o palhaço guarnecerão melhor o corpo das mulheres que outra qualquer sorte de traje.
tejoulas,
a volta
Logo em seguida
aos vestidos sin-
gelos, leves e claros. Em Abril E
uma
as novidades elegância
pronunciar-se-ão. reformará a boni-
nova
tesa das mulheres.
* O verão chegou forte. Antes que
1940 se findasse
estava toda
a gente
a suar,
a maldizer
da
interessante
Assim é que, findas as festas bonitas do fim do anno, o êxodo para as nontanhas começou a processar-se valentemente, ficando por aqui ainda muito boa gente, o povo amante do sol a tostar a pelle e do afago frio das
artista
iguas do mar.
e
vez que chega a época
que se deve vestir apropriadamente, linho e de algodão,
do calor, isto
mais a carioca
é,
á
preferndo compondo trajes de uma simplicidade
vai
entendendo
seda
tecidos de
encantadora,
em-
bora ornando-se de jóias de fantasias montadas com um gosto todo especial, e vistosas. O chapéo está, para a maior parte das mulheres, francamente abolido na fase que atravessamos. "quê" de elegância Por certo é complemento de infinita graça, um
o
thema
porém, o turno das fantasias, o mais curto mez do anno.
II — 1941
pois
o carnaval
findará
— 53
fevereiro,
explendido
Maternidade
nando-se do
o
de quadros onde cada com sens'bilidade diversa, da
maternidade. "Casa coube á de Saúde
Arnaldo
melhor
magnifico
de
trabalho
Moraes",
desti-
ao
nobre
salão
hospital.
Coube
o primeiro prêmio a Pedro Bruno, soube imprimir á sua tela todo o encanque to
da
vida
agasalhado cida
aliás,
grandes do
ao
seio
um
e
no
á
exemplo
instituições
mesmo
das
pequenino sér quentura enterne-
despontando
dos olhos maternos.
E',
Mas a própria indumentária de verão, e o capricho do penteado, ou mesmo a despretenção com que algumas creaturas soltam os cabellos, dispen"charme" cam aquelle fecho da arte de bem vestir, maximé quando se possue rJe verdade...
de Moços o mundo
exposição
manifestava,
A bella iniciativa
?specialissima.
Breve,
*
carioca applaudiu, em fins de Dezembro, uma
pressa com que o estío aportara.
Cada
*
Na Associação Christã
animando
extender-se
actividades
a
este
seguir,
a
a arte,
das
poden-
differentes
sectores
Professor
Arnaldo
humanas.
Parabéns,
portanto,
de
Moraes
e demais
da
Maternidade
de
ao
membros
da
d'rectona
Copacabana.
O MALHO
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ESTRELLAS ii
hlcganlc e luxuoso traje "dradc setim rosa pálido, á ii corpcte o princepc" s,i. "elips" de pérolas nas pontas da alça original. (Modelo Vionuct'
-mm\\**-nm*.-
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Lm vestido de setim azul destinado a uma creatura " loira e glamorous" tal qual Marion Martin. Indica-se, como o dc 1'ionnet, aos grandes bailes do Carnaval próximo. (1'lioto Mctro Goldwyn).
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JOYCE, di B RES DA Fox, exemplifica o chiqttismo e a frescura da saia e " soirée" de blusa numa gala: saia dc organdi de seda preto, blusa branca, de organdi tambem, faixa verde brilhante, forro de "taffetas" armado.
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O MALHO
— 54 —
II — 1941
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5
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DO CINEMA
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Dc "chiffon" verde agua, cinto c bolero dc pelúcia dc seda vermelho arroxeado, é este discreto c clegautissimo traje de noite, apresentado por Bcttc Davis, da Warner Bros.
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Bftv
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Irf ELLES' DREW (da Paramoitnt) suggcre, para veranistas na serra, este "ensemble" de seda estampada, casaco de shamtung branco azulado.
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/ Ml'RI EL ASCELUS — tambem da Paramount — niíiii.i veste estivai: saia ile "foulard" vermelho e " pois" brancos, blusa marinho e imitação de bolsos debruados de "pique" branco.
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O MALHO \
— 55 -
II -- 1941
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V E S T I » O _
Vestido
s i a. i. i_i_ l o s... ...B OI.ACIOSOS
Muito moderna c este vestido de jrsey de teda rosa claro, guantecido de fita marino inlii, csle frente, iusto na dimensão . t>or sua vez panno franzia ieada.
" shaiUung" ou crèpe fosco, branco, amarcllo, rosa ou azul, servem para este vestido bonito, de saia "godet" c pregucada á frente, mangas bem armadas nos hombros, com dragonas do tecido, botões dourados. "Riquc",
"ti
de
Num dia ¦ usar tido esporti emisier", prídas. linho e
talltado em
ufs. % r \i \ -_i km
¥/ Üjj
Estylisação ile mamarinho linlicims: t branco, cinto, ancora e botões vermelhos.
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"Enscmble"
"pique" de azul, pastel, enfeitado de "plisse" nos bolsos e na .ra do "blosson".
* •LHO
— 56 —
II — 1941 II
1941
57
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O MALHO
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"toirées" "soirees" de de I ¦ Camaval admitte pana O Carnaval pars as crear j.. gala e muita alegria, tudo que se pode crear materia de oe Xv ) de bello e de exotico, quer em matéria / de rc-jpos. quer em matéria de penteados. Aliás, es¦ ' &&v AIIAs, algumas gravuras desta pagina, es"bal têtes", apresende um apresen- 1 Bfck!' .. colhidas para urn 4am penteados e adornos respectivos que que y w5ET' JC'El servem a testas em tempo normal.
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Neste caso estí a cabeça i Pompadour da eleConstance gante Bennett .
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PATRÍCIA MORISSON numa estylisação do pent«ado da bella déo d. Mérode, de saudosa memória by
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rvj b°«Hi. Aureola \ f* I • de diamentes .ngasta•»?'•»•» <,,d0 jf v WH^ o brilho dot cabelv/ V^K^H Ri; negros, rematando penteado uma de rend# ? ; /¦' % &9H . *. * >' ^4flMI ii _ 1941 Jh 59 .„ — H oo — 1941 i "Ni
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de renda preta tobre cabellos Uma phot° «"«<)». do album de
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1941
BELLEZA DE HOLLYWOOD mWmW
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Joan Blondell — da Warner Bros — num bonito "Short" de chita estampada.
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HOLLYWOOD PERDE O PESO
"Ella não é bonita!" "Sim, entretanto, com o seu corpo delgado, apresentase como uma figurinha encantadora"! Esta é exactamente a bitola pela qual as estrellas do einema são medidas nos seus encantos. Naturalmente passam a maior parte do "beauty-time" cuidando do cabello e do rosto, mas comprehendem que um corpo desleixado pode ser um desastre na profissão. Belleza é uma cousa muito seria para uma estrella do cinema. A leitora pode dizer que é tudo para a artista. E ahi está a explicação porque cuidam tanto da apparencia. Emquanto muitas pessoas olham uma encantadora estrella e dizem. — "Seu rosto é a sua riqueza", a artista sabe muito bem que o corpo desempenha um papel importantíssimo. Agora, vamos ao caso principal, e declaremos, de antemão, que a redução de peso é uma pratica bem grave e perigosa. O delicado metabolismo do corpo pode ser facilmente perturbado. Ninguém iniciará uma rigida e fora do commum dieta sem primeiro consultar um medico autorizado. Certas extravagâncias, como meios mechanicos para redução de peso, devem ser olhadas com alarme. Os processos e methodos praticados pelas varias estrelIas do cinema no cultivo e manutenção da belleza facial são basicamente iguaes. Não se dá o mesmo com a belleza das formas. Parece que existem tantas idéias para a redução do H — 1941
MAX
GÊNIO
DO
FACTOR MAQU1LLAGE
peso como o numero de estrellas. Entretanto, é possivel tirar suggestões valiosas das praticas de emmagrecimento de certas artistas da tela. Lembra-se a leitora, por exemplo, a sensação causada quando Marlene Dietrich inadvertidamente revelou seu único methodo de perder o peso. Saracoteou no estúdio do seu costureiro e disse: "Não posso ajustar-me no meu vestido novo; dormi demasiadamente á noite passada e ganhei duas libras". Esta declaração se propagou pelo continente como um incêndio violento. Todas as mulheres diziam: Quer emmagrecer? "Tudo o que é preciso fazer é dormir menos. Este é o meio que Marlene Dietrich emprega. isso pode ser contestado em um certo modo, mas não deixa de conter muita verdade também. Marlene acha que, limitando as suas horas de somno a um minimo consegue manter o peso e abaixal-o também. Mas um ponto a discutir. Ninguém quer emmagrecer e ficar macilenta, com um aspecto feio. Em outras palavras o processo significa: dormir o necessário e nunca demasiadamente. E' uma bôa medida a ser applicada pelas mulheres que dormem demasiadamente, levantando-se muito tarde, muita vez ás primeiras horas da tarde. Todos apreciam a figura esbelta de Marlene. Na verdade, suas famosas pernas tornaram-se uma lenda em Hollywood. Assim, é justo que se diga alguma cousa sobre o seu original processo de emmagrecer. A possuidora de outro interessante processo de conservar formas invejáveis é Sally Eilers. Incidentalmente é interessante frisar que tanto Sally como Marlene conseguiram atravessar um periodo de maternidade sem damnos apparentes para as suas reputadas figuras. Sally desdenha de dietas, massagens, e todas as outras tapeações standardizadas para redução de peso. Ella affirma que, cada manhã, durante annos, toma o caldo de um limão em um copo dágua morna. Sally jura pela efficiéncia desta pratica, e a mesma tem sido adoptada por varias estrellas de Hollywood que lhe admiram as formas graciosas. Requer paciência e espera, mas qualquer pessoa poderá ver que é efficiente. Os exercicios são de grande e inestimável valor. Ginger Rogers, Eleanor Powell, Eleanor Whitney e Jessie Mathews não se preoecupam com excesso de peso. Na verdade estes nomes representam quatro figuras lindas que encantam a vista, e difficeis de imitação em qualquer parte. E assim a gente pode garantir que dansar é um excellente meio de conservar um corpo esbelto. Agora a leitora pode concluir que a dieta não é o único meio de emmagrecer. Pelo menos Hollywood não pensa assim.
— 61 —
O MALHO
*
ANDE
BONITA
EM
CASA
"deshabille Para receber as amiiades num jantar intimo, copie este vestido de chiffon rosa, bordado t frente com pencas de uvas douradas, em relevo, forro de setim rosa. — Creação para Loretta Young, da Columb'a Pictures.
Sandalias de tecido esponja.
"Robe" de seda la- ¦ vrada aiul suave, lafos de velludo preto. O MALHO
— «2
n
— 1941
IfV-*-—~-m"mZ"~"--ys~-~-y-~-J/£yj--^-_.;;-.-_.-;- -~—_~_~r .-—--*í-:-.--f .--::->-;->
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Toalha de crochet para carrinho de chá
Material necessário : — 4 novellos ( 20 grammas ) de linha Crochet - Mercer ( ecrú escuro). marca "CORRENTE", n.° 60, F 610"Milward", n. ° 6 xk . Agulha de crochet marca I
Seguir o diagramma desde a quarta carreira. — Completar os biquinhos de cima separadamente, emendando a linha onde está indicado no diagramma. A SEGUNDA METADE : — Emendar a linha pelo lado do avesso na primeira carreira e trabalhar no lado opposto da trança da base ; repetir desde a segunda carreira do diagramma.
11 carreiras = 5 cms. TENSÃO : — 11 espaços = 5 cms. O tamanho da toalha depois de terminada é approximadamente de 42 cms. x 62 cms. — meio ABREVIAÇÕES : — tr — trança, pc — ponto de crochet. mpc. Nota: — Vide a indicação do ponto Espaço = (3 tr, na revista .ponto de crochet. pedi — ponto de crochet com duas laçadas. ARTE DE BORDAR. Nu= ( 5 pedi mais 4 pedi para cada mero de Fevereiro de 1941. pular 3 pontos, 1 pedi no ponto seguinte ) . Bloco bloco addicional em grupos ) . O crochet é trabalhado começando pela carreira do centro, a qual é a carreira do diagranima. primeira 1." carr. : — 1 pedi na décima segunda trança Começar com 332 trancas. '•»» i •¦•A»»»'•••*•'• *: 'im9T**M.ÍÊ a contar da agulha, 1 pedi em cada uma das 4 tr seguintes, x 3 tr pular 3 tr, 1 •-¦-•>*-«• repetir de x mais quinze vezes, 1 pedi em cada uma das pedi na trança seguinte ; t*% ¦•••¦¦••5 »' a* 180 trancas seguintes, x 3 tr, pular 3 tr, 1 pedi na trança seguinte ; repetir do ultimo x mais quinze vezes, 1 pedi em cada uma das 4 tr seguintes, 3 tr, pular 3 tr, 1 pedi na trança seguinte, 7 tr, voltar. 2.* cair. : — 1 espaço, 1 bloco, 16 espaços, 45 blocos, 16 espaços, 1 bloco, •¦•«•¦• « ¦«¦¦«• •*»»»»»»•"»¦»,»»»»»»» •;•;*/. 1 espaço, 11 tr, voltar. ' 9 SI 3.' carr. : — 1 pedi no ultimo pedi da carreira precedente, 1 bloco, 2 espaços, 3 blocos, 3 espaços, 3 blocos, 6 espaços, 2 blocos, 2 espaços, 3 blocos, 3 esPaços, 3 blocos, 3 espaços, 3 blocos, 2 espaços, 3 blocos, 2 espaços, 3 blocos, 3 espaços, 3 blocos, 3 espaços, 3 blocos, 2 espaços, 2 blocos, 6 espaços, 3 blocos, 3 espaços, li «¦¦«"¦¦ amm ma ¦___. 3 blocos, 2 espaços, 1 bloco, 7 tr, 1 pedi no mesmo lugar do ultimo pedi, voltar. M» »M» •¦•»»»I_»»» 1 mpc em cada uma das 4 tr seguintes das 7 tr ( 1 espaço de extensão »»"-»'-*»:)>:»**.>*#! -.¦«•»'..••¦:•}*A feito ) 11 tr. ¦ MM .«• M^»« _« Nas carreiras de augmento voltar sempre com 11 tr em uma ponta e fazer 1 espaço de extensão na outra ponta, nas carreiras rectas voltar com 7 tr. Nas carreiras de diminuição, fazer mpc ao longo até o começo da carreira onde fór i««ai«a«M«i**«**«**""* necessário. mini X.1 nt . ¦ tiu»
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O MALHO
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PROF. DECIO PARREIRAS — Por motivo da passagem do parte de seus amigos, auxiliares e admiradores o Prof. Decio de Director do Departamento de Hygiene e Assistência Social da illustre homenageado agradecia "
seu annivcrsario natalicio, foi alvo de expressiva homenagem por Parreiras, que vem exercendo com grande brilho as altas funeções Prefeitura. O aspecto que aqui reproduzimos foi tomado, quando o manifestação que lhe era feita.
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"ALEGRIA" Adalzira Bittencourt é nome consagrado das nossas letras íemininas. Poetisa e prosadora, tem sido sempre recebida com applausos, nas vezes em que compareceu perante os críticos, vendo os seus livros acceitos e disputados com agrado pelo publico de " "Corça e Leão", bom gosto. Foi assim com Malmequeres", com com " S. Ex. a Presidente da Republica no anno 2.500", e, ago"Alegria", collectanea de poemas inspirados visivelmente ra, com nas sublimes emoções e na gloriosa perspectiva da maternidade, da poetisa paulista novas fontes de insque despertaram na alma rythmos novos. piração e um echoar de "Alegria", que foi distribuído por "Cultura Brasileira", é os apreciaum bello volume de agradavel aspecto graphico que com prazer. dores da poesia lerão O MALHO
—
Senhorinha Cecilia Duarte Silva, sobrinha e filha adoptiva do Sr. Gaspar S. de Sousa Leão e sua esposa D. Cecilia Duarte Silva de Sousa Leão, que vem de bacharelar-sc pelo Collegio da Companliia de Santa Theresa de Jesus.
GILBERTO, creança paulisla, com 4 annos de edade, filho do casal João Baptista de Moraes t D. Olga Pereira de Moraes. n — 1041
UM MINUTO DE
BOM HUMOR Quando Ruy Barbosa iniciava sua profissão na Bahia, appareceu-lhe em. casa, certa vez, um açougueiro perguntando-lhe : Doutor, si um cachorro de um vizinho lhe furta um pedaço de carne pesando cinco kilos, o dono é obrigado a pagar ? Tem testemunhas ? Tenho. Pois então cuide de receber a importância. Então o Doutor me deve 7$50C : foi seu cachorro que roubou a carne. O futuro jurisconsulto fez o pagamento e, quando o açougueiro ia sahindo, chamou-o : Vem ca . . . E a consulta ? Tenho de pagar ! ? Naturalmente ; 50$000. • Juiz : — Dois annos de cadeia ! Ainda tem que dizer alguma fcousa ? Sentenciado : — Por favor, avise minha mulher que volto para jantar somente em 1943. • Conversando dois lavradores sobre a excellente apparencia da estaçào, disse um delles : Se essas chuvas continuam assim por mais alguns dias, tudo sahirá da terra. Ah ! meu Deus ! que diz Você, homem! exclamou o outro, muito consternado. Que será de mim! Eu que tenho duas mulheres no cemlterlo. • r— Que tens, Joãozinho ? Fiquei preso na escola. Por que ? Porque soube mais do que os outros. Como ? O professor perguntou quem metteu o giz no tinteiro e somente eu o soube.
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QUE SE IMPÕE. a.
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valentes, decidiCORAJOSOS. dos. o* Bandeirante, embrenbando-se pelo* sertões ignoto., dilataram *• fronteiras do Brasil. O seu caracter era o caracter de authenticos "Iraders". Tal é o conceito que se aju.t* ís mercadorias britânicas. No Brasil, durante séculos, os productos da Inglaterra represe.taram sempre o mais alto padrão de qualidade. Revestidos deste caracter, jamais alguém necesü-
tou pfir em duvida o valor de uni producto inglês. E hoje, mesido sob as condições de guerra, as mercadorias britânicas con servam o aeu posto de primazia; •tnda constituem, pois, o melhor que o dinheiro pôde comprar.
flaterro. Durante os primeiros note meus de 1940 o Brasil rtcebsa mercador ms britânicas no tutor total dt *03.é*21 contos de rhs, ao passo que a Inglaterra, em igual período, impartoa ISO SSS w tos d* productos brasileiras. Estas tijrat mostram, portanto, um saldo em Londres de S17.9S! cantos a Jasot da BnuiL
Apetsr da» condições fverra notitau, as rnertadoria* inçleias etlào ckeuando ao Brasil, eoma de costume. Da mesma JUina os prodisetot irasikieoi conluim- a ter ensiados i In-
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Câmara Britânica de Comercio no Brasil, Rio de Janeiro
65 —
O MALHO
VIDA
O PRESIDENTE GETUUO VARGAS FALA ÁS CLASSES A R M A D A S
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As Classes Armadas, núcleo de integração nacional "Senhores : -r\s instituições militares do Brasil encerram as suas actividades e realizações de 1940 com mais esta expressiva demonstração de devotamento ao regimen e alta comprehensão patriotica. Quando todas as nossas energias se conccntram e convergem para um fim único e vemo3 o Exercito e a Marinha perfeitamente integrados na grande obra de renovação nacional, formando uma verdadeira união sagrada pelo engrandecimento da Pátria, temos motivos de sobra para encarar os dias futuros com optimismo e confiança. Atravessamos períodos diff.ceis no passado. Com as forças dispersas e malbaratadas, envillecido e explorado pelos corrilhos partidários, exposto á competição dos interesses pessoaes e de grupos, o Paiz offerecia um espectaculo Apesar dos seus verdadeiramente contristador. vastos recursos e de sentir-se unido pela lingua, a religião e honrosas tradições históricas, perAs manecia estacionario e por vezes regredia. rivalidades regionaes e as instituições inadequadas fomentavam a desorganização politica e administrativa, as agitações estéreis e os perigos A despeito de tudo, do separatismo criminoso. as forças armadas subsistiram como núcleo de integração nacional, polarizando as nossas esperanças e anseios de renovação, e foi por contar com ellas que lutamos e vencemos, sobrepondo-nos a difficuldades de toda sorte."
O
NOSSO APPARELHA MILITAR MENTO
Ç_)s acontecimentos da actualidade mostram como fomos previdentes e avisados, iniciando, bem antes que irrompesse a guerra, o nosso reNáo agimos sob Inapparelhamento militar. spirações improvisadas, mas em obediência a um programma methodico, que abrange todos os sectores de defesa, em terra, mar e ar. Cuidamos de attender ao mesmo tempo o preparo E esse pessoal e o reequipamento material. reequipamento representa, sem duvida, um extraordinário esforço do Paiz em beneficio da própria segurança, dadas as difficuldades financeiras As nossas acquisiçõcs que se nos depararam. não são vultosas ; correspondem ao minlmo das Nellas applicamos recursos pronecessidades. duzidos pelo nosso trabalho, e as consideramos, por isso, legitima conquista da nossa capacidade para satisfazer os imperativos da defesa naclonal, sem pedir o auxilio ou a assistência flnanceira de extranhos. O material bellico que encommendamos é Seria uma nosso e custou o nosso dinheiro. violência aos nossos direitos querer impedir que venha ás nossas máos, e quem o tentar náo actos de bôa vontade e poderá esperar de nós espirito de collaboraçáo amistosa. (Trechos da oração do Chefe do Governo no almoço que lhe offereceram aa classes armadas, no dia 31 de Dezembro)
O MALHO
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NA ESCOLA DE ARTILHARIA DE COSTA — No dia S de Janeiro cffectuou-se na Escola de Artilharia de Costa a cerimonia do encerramento dos trabalhos da Escola. A photographia mostra o Gal. Gaspar Dutra entregando o diploma ao Cel. Sylvio Schelcder.
¦Lj STA circulando o numero 342 da "A Defesa Nacional", correspondente a Janeiro do Nas suas 240 corrente anno. paginas, a antiga revista dos nossos officiaes, ora sob a dlrecção do General Heitor Borges, insere trabalhos dos Coroneis Ascanio Vianna, Dilermando de Assis, Anapio Gomes, Pamphiro, T. A. Araripe e Mario Travassos ; Capitães Heitor Borges Fortes, José H. da Cunha Garcia, Enio da Cunha Garcia, Breno Borges Fortes, Jorge César Teixeira, Malvino Reis Netto e Augusto Fragoso ; Tenentes Umberto Peregrino e Francisco Ruas Santos e Dr. Djalma Maia. r OI muito concorrida a recepção que os Coronéis Pamphiro e Araripe ; Tenentes-Coroneis Dr. Marques Porto, Sucupira, Gayoso, Nunes Pereira e Silveira ; Majores Miguel Cardoso, Irapuan, Montezuma, Heitor de Paiva, Lage Sayâo, Valença, Adil e Rubens Miranda, por motivo de suas recentes promoções offereceram aos seus camaradas, amigos e Exmas. Famílias, na Escola do Estado Maior, no dia 9, das 18 ás 20 horas.
c
OM a presença do Chefe do Governo, realizou-se no dia 27 de Dezembro ultimo, na Escola de Estado Maior a cerimonia de entrega de diplomas aos officiaes que concluiram os Cursos de Estado Maior e de Alto Commando, tendo usado da palavra os Coroneis Baptista Nunes, Commandante da Escola e Paula Cidade, em nome dos diplomados. Os Capitães .Antônio Henrique de Almeida Moraes, de Artilharia e Alfredo Souto Malan, de Engenharia, além do — 66
Major Emilio os que Curso çando
do Exercito Paraguayo, Diaz de Vivar, foram mais se destacaram no de Estado Maior, alcana menção "Afuifo bem".
N.A Escola
Technica do Exercito, no dia 31 de Dezembro do anno findo, realizou-se sob a presidência do Dr. Getulio Vargas, a cerimonia da collação de gráo dos Engenheiros Militares de 1940. Usaram da palavra o General Pedro Cavalcanti, Inspector Geral do Ensino do Exercito ; o Coronel Bentes Monteiro, Commandante da Escola ; o Tenente Thiago Filho, em nome dos diplomados e pelo paranympho da turma, Coronel Macedo Soares, ora ausente do Paiz, o Major Hélio Macedo. •Lj M sessão solemne, realizada em sua sede á Praça da Republica, o Circulo dos Officiaes Reformados do Exercito e da Armada empossou a sua nova Directorla, eleita para o biennio 1941-42, e assim constltuida : Presidente : General Joáo Marcellino ; Vice - Presldente : Almirante Freitas Castro ; 1. • Secretario : Coronel Luiz Lobo ; 2. • Secretario : Capitão - Tenente Antônio de Andrade ; 1.» Thesourelro : Coronel Manoel Martins Ferreira ; 2.' Thesoureiro : Commandante A pio Couto ; Blbllothecario : Coronel Alberto P. de Mendonça.
*-> M of ficio ao Sr. Ministro da Guerra, o Almirante Raul Tavares, Presidente da Sociedade de Geographla do Rio de Janeiro, communicou que a Commlssáo nomeada pela referida Sociedade para assistir á Inauguração da Exposição Retrospectiva do Exercito, ren — 1941
FALAM OS CHEFES MILITARES COMO SE GRANGEIA A PALMA
MILITAR
A CHEGADA DE NOVOS AVIÕES PARA O EXERCITO — A photographia documenta um aspecto da chegada dos novos aviões comprados recentemente na America do Norte para a Aeronautica do nosso Exercito. Vê-se o Gãl. Isauro Reguera, Director da Arma, em palestra com o Major Macedo, que, chefiando uma equipe dc pilotos militares brasileiros, trouxe, ao Rio, os novos aviões. lativa ao decennio Getulio Vargas, apresentou as suas observações em um "succinto e substancioso relatorio". "Nelle — accrescenta o Almirante — a Commissão accentua o progresso realizado pelo Exercito em todos os sectores de sua ampla actividade, descreve sutnmariamente suas iniciativas e realizações no campo da industria bellica, íactos esses de notoria Importancia para o Brasil, e estuda com mais carinho — mui logicamente — a parte propriamente geographica, assumpto que constitue o objectivo principal desta agremiação." E depois das mais lisonjeiras e justas referencias aos "stands" do Serviço Geographico do Exercito e da Commissão Rondon, conclue o Presidente da Sociedade de Geographia : — "Ê com immenso júbilo ( falo com amplitude emocional, Sr. Ministro, como vosso camarada, com longo tirocinio de commando da Marinha de Guerra ), que neste momento transmitto a V. Ex. as congratulações effuslvas da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, pelo bello triumpho da Exposição Retrospectiva do Exercito no decennio do Estado Novo e em particular pela brilhante representação das entidades geographicas do Exercito, ou sejam, o Serviço Geographico e Historico do Exercito e a Commissão Rondon, dirigidas, respectivamente, pelos Srs. General José Antonio Coelho Netto e Coronel Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos, figuras que muito honram e a aciencia nacional".prestigiam vy Ministro da Guerra apProvou a indicação feita pelo do Estado do j-nefe xercito, dos officiaesMaior deque 'e o estagiar no Exercito 11 — 1941
Norte-Americano. Os officiaes brasileiros distinguidos são os seguintes : Artilharia de Campanha — Capitães : Antonio Henrique Almeida de Moraes, Breno Borges Fortes e Lindolpho Ferraz Filho. Infantaria — Capitães : Alcir Davila Mello e José Pinheiro Ulhoa Cintra. Cavallaria — Capitães: Adalberto Pereira dos Santos e Rodrigo Ferraz Koeller. Artilharia de Costa — Capitães : Origenes Soledade Lima, Voltaire Londero Schiling, Manoel dos Santos Lage, Sebastião Leão e Mercio Caldas e Primeiro-Tenente Darcy Alvares Noll. Artilharia Anti - Aerea — Primeiro - Tenente Arnaldo Santos. P OR Decreto de 30 de Dezembro de 1940, publicado no "Diário Official" de 7 de Janeiro do corrente anno, foi approvado o novo Regulamento para a Escola de Estado Maior. Por elle, a Escola passará a manter 3 cursos : o de Estado Maior, o de Preparação dos candidatos á Escola e o de Alto Commando, este a ser regulado por instrucções especiaes. Tratando do recrutamento dos alumnos o novo Regulamento permitte que ás provas de admissão, concorram, além dos officiaes que tenham frequentado o Curso de Preparação, os que se tenham preparado por conta própria, mesmo sem o Curso da Escola das Armas ou de Aperfeiçoamento de Aeronautica, desde que obtenham approvação nas provas eliminatórias. As provas de admissão executar-se-hâo na primeira quinzena de Dezembro e as eliminatórias, na primeira quinzena de Setembro. — 67 —
DA VICTORIA
(3 material não vibra e só com as vibrações da alma é que os povos grangeiam a palma da victoria. Precisamos, aliás, não esquecer de cuidar do espirito brasileiro para enfrentarmos corajosamente o lado máo da sorte quando elle vier. Sabeis como são mutáveis os fados quanto ás pessoas e quanto aos povos. O animo que inspira e resguarda as forças armadas deve ser o mesmo de toda gente no Brasil — sem E é das gerações novas differença qualquer. que particularmente carecemos zelar. Sem educar o povo — e educar o povo é educar a infancia e a mocidade — não se pôde exigir de ninguém a promessa ou a prova do sacrifício. Ahi está a questão capital na obra de segurança de uma Nação. O Senhor Ministro da Guerra, General Eurico Dutra, no seu discurso proferido ultimamente no Palacio Tiraá mostra uma verdentes, teve o ensejo de pôr Dos 'cidadãos ultimamente dade flagrante. chamados ao serviço militar, 60 por cento eram analphabetos e 30 por cento foram regeitados como physicamente incapazes. Eis o que tem sido a regra. O Exercito não recusa, porém, os analphabetos, porque seria crueldade engeitar o homem que não é culpado da sua desdita. Elle não o proscreve do seu convivio e da sua assistência. Recebe-o e lhe ensina a ler e a escrever e a conhecer um pouco as cousas do Brasil. Ê uma instrucção parallela que prejut' dica a outra, isto é, a instrucção corrente na caserna, sujeita a periodos e a um rythmo cerÊ fácil, aliás, comprehender quão defitos. ciente e parco é o rendimento do serviço militar de creaturas assim. Face a professores — deante de educadores natos da nossa infancia, o que eu desejo dizer é que patrioticamente pratiqueis a vossa missão, não só instruindo, senão principalmente educando os alumnos. A vossa tarefa precipua está em despertar na alma infantil o sentimento de amor e o desejo de ser util á Patria e á sua defesa pelo trabalho e pela rectidão dos homens na conducta. E nesse sentido que desenvolvo o dou apreço ao thema que me foi indicado por esta prestigiosa Associação. General Pedro Cavalcanti ( Na Associação Brasileira de Educação ) da Victoria A Condiçso S e ao soldado cumpre morrer com honra, a todos cabe o dever mais proveitoso de viver para a Patria. Combatente é hoje todo aquelle que coopera para a destruição do adversario, e é esta noção que explica e justifica a deshumana, mas necessaria, destruição dos centros vitaes de um Paiz, sem distinguir usinas e residenciae, porque as machinas destroçadas podem reconstituir-se em dias, mas o operário e as intelllgencias operantes custam 20 annos de formação. Na preparação moral para a guerra é preciso que a mente humana se conforme em acceitar essas verdades cruéis, immoraes e sem remédio, porque não se pôde regulamentar um cataclysmo e a guerra é um cataclysmo — porque amoral não são os processos de guerra, mas a própria guerra. Longe vae o tempo em que a superioridade numérica ou manobreira das forças em presença podiam decidir, na sorte de uma batalha, dos destinos de um povo. Por certo, o esmagamento das forças inimigas é ainda a condição essencial da victoria definitiva ; mas a massa que esmaga tem de ser impulsionada pelo braço possante de um systema economico-industrial tão solido quanto flexivel e bem articulado. Coronel Baptista Nunes (Na Escola de Estado Maior, por occatião da eolemnidade do encerramento do» eursot) O MALHO
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A 1AHIDA DE POMO ARTHUR
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SOLUÇÕES DOS PASSATEMPOS DO NUMERO PASSADO: TEXTO ENIGMÁTICO Como pensava Pascal Todas as gerações, atravez os séculos, devem sêr consideradas como um só homem, que subsiste e aprende continuamente.
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em 1904, Durante o celebre sitio de Porto Arthur, ao porto, frente em minas estas os japonezes espalharam inimigo. do fuga a impedir para atravez das Como se houveram os russos para passar, 3 pacom tres viagens em linha recta e fazendo minas 'uma em em cada lado do quadrado, mas sem tocar radas onde de deve linha A partir negros? nenhum dos pontos está a palavra Porto Arthur, em baixo. (Solução no próximo numero)
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diziam- — "Nào convidem Carmen: ettá sempre cantada e dispacote. pKcente". E, na verdade Carmen «empre catava muito fatieada para ir a farta» ou patteioa. Isto, até que começou, atar MAIZENA DURYEA. Aaaope. nu» e cmiaaia, ca legume, com um «abor novo e .« deliciou, wobnrnna*. preparada, com MAIZENA DURYEA. me despertaram o apetite... e começou a gozar do prazer de comer. Afora. Carmen t outra: oa prato, coza MAIZENA DURYEA. de alto valor i ^\ tritivo, deram-lhe nova energia e vitalidade. A tora, todot esdamaro: — "NAo deixem de convidar Carmen." Compre. boje metmo, e MAIZENA BRASIL S. A. 11 MAIZENA CAIXA POSTAL, F • SÀO PAULO DUKYEA. "Receitai 26 Grata. I Remeta-me ieu livio dt Cozinha NOME . A venda cm toda parte. SUA____ .
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SUFFRAGISTA
O antigo Primeiro Ministro Inglez não é um feminista, e quando se lhe pede de evocar alguma lembrança alegre da sua vida, elle diverte-se em lembrar em particular, o periodo heróico das suffragistas na Inglaterra. K essa historia que lhe apraz especialmente contar, resente-se, talvez, de um pouco de parcialidade, mas, entretanto, é curioso referil-a tal qual elle conta : "Lembro-me bem, diz Lloyd George, era em Londres, em pleno periodo Eu fazia em praça publica um discurso vehemente para defender as eleitoral. De repente, avisto na primeira fila da assistência um rosto de minhas idéas. mulher, enrugado, feio, descabellado, gorduroso, emfim, uma cousa horrível ! Sem duvida uma velha louca, evadida do manicômio, e que tinha vindo até nós com fcrmentos de ódios, que ella parecia espalhar em gestos desordenados e furiosos sobre meus numerosos ouvintes : Ella me invectivou bruscamente : Se o Sr. fosse meu marido, disse-me ella, eu lhe daria veneno. E se a Sra. fosse minha mulher, respondi, eu o tomaria de bom grado".
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DESPERTE A BIUS DO SEU FIGADO Sem Calomelanos-E Saltará da Cama Disposto Para Tudo 8*a ficado dev» derramar, diari.menta, no «tomago, um litro de hill.. Se a bili. nio •anal livremente, o. alimento, nfio .io diserido» • ai«>drecem. O. cate. incham o ettomago. Sobrevem a prisão de ventre. Você teníc-te abatido * como Que envenenado. Tudo i nmaritnea vida c um martyrio. V:n\ aimple. ev.ruaçio nio toeari a -ama. Nada ha remi a.i famota* !' 'ARTKUS para o Kiir.ido, para umn arçio ?erta. Fatem correr livremente ensc litro 1« biiu, e você «ente-ee di.po.to para tudo. Nio causam damno; sio suaves • contudo »&o maravilhosas para faxer a tt is correr livremente. Teca a. Pulula. CARTERS para o Ficado. Nio acceite imitações.
Praço3J000.
II -
1941
OS
MELHORES
CONTOS
BRASILEIRO
affonso arinos
PEDRO
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BARQUEIÜQ ( (Conclusão)
"Sahi de casa de José Mendes, onde dei a festa, quando os gallos estavam amiudando. "A esLrella d'alva, no céo escuro, parecia uma garça lavando-se na lagôa. O orvalho das vassouras me molhou as pernas e eu estremeci um bocadinho. Entrei num becco que ia sahir na rua de Traz, onde eu então morava. "Ia meio avexado e pequei a banzar. Emilia ! Emilia do coração ! porque me amofinas com esse pouco caso ? E desandei a cantar, bem chorada, esta cantiga : De cabeça pfa baixo, Com, azas oahidas Gavião de pennacho! Todo o mundo tem seu bem, Só pobre de mim não tem ! Ai ! gavião de pennacho ! "De repente, pulou um vulto diante de mim. Quem havia de ser, patrãosinho ? Era o Pedro Barqueiro em Tinha, não sei como, carne e osso. desamarrado as cordas e escapado da escolta, em cujas mãos o patrão o havia entregado. "O ladrão do negro tinha oração até contra sedenho ! "Sem me dar tempo de nada, o Bare me suqueiro me agarrou pela golla tres vezes, gigou. Levantou-me no ar : de braço teso, e gritou-me "Pede perdão, cabrito, desvergonhado, mando que fizeste hontem, que te vou já . Pede perdão ! inferno o dar para "A gente precisa de ter um bocado de hosangue nas veias, patrãosinho, eumdisse lhe não Eu ! mem é um homem
Guia da Belíeza Este livro entlna a fazer, na própria casa. os trata0O; |r SVv ¦ Jp'&i mantos de belleza mais úteis e proveitosos. iraz L 'jVll Yn os processos feitos peIo medico especialista LJPr-Ai DR. PIRES | na su» Clinica de BelUx» da RUA MÉXICO, 98-3.• and. {WftWrofwH Rio de Janeiro ,,i ¦¦nld'i'TiH ^J>re(oj6Sj>chJorrt^ , diminua » lu com «• P">duC,° á hormônios. Busto 2 Hormo-Vivos 1 e ° n-,d0,. P.r» desenvolver • fortificar c71.RU> diminuir um oft.1 Ratujt»d 3 « OfiUs: Peça Informes i Caixa Postal R#a C idade ° Malho
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• Veja ao lado, o grupo de estações em que o programa Ondos Musicais 4 irradiado das 13 às 14 horas. • os respe* ctivos dias d« irradiação.
ELECTRICIDADE'
pão nem pedra. Vi que morria, criei animo e disse commigo que o negro não me havia de pôr o pé no pescoço. "Exigiu-me elle, ainda muitas vezes, que lhe pedisse perdão, mas eu não respondi. Então, elle foi me levando nos braços até uma pontezinha que atravessava uma perambeira medronha. A bocca do buraco estava escura como breu e parecia uma bocca de sucuryü Suspendeu-me querendo me engulir. arriba do guarda-mão da ponte e balançou meu corpo no ar. Nessa hora, subiu-me um frio pelos pés e um como formigueiro me passeou pela regueira das costas até á nuca ; mas minha bocca ficou fechada. Então, o Barqueiro, levantando-me de novo, me pousou no chão, onde eu bati firme. "O dia estava querendo clarear. O negro olhou para mim muito tempo, depois disse : — 71 —
e
finamento da sociedade brasileira... Ouça toda» as 3as. feiras, nas ante penúltimas e últimas 6as. feiras de cada mês o nosso programa Ondas Musicais.
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Gravações
— Vae-te embora, cabritinho, tu és o único homem que tenho «encontrado nesta vida ! "Eu olhei elle, "Aquelle para de pasmado. crioulo cresceupedaço me diante dos olhos, e vi — não sei se era o dia que vinha raiando — mas eu vi uma luz esturdia na cabeça de Pedro. "Desempenado, robusto, grande, de braço estendido, me pareceu, mal comparando, o Archanjo São Miguel eugigando o Maligno. Até claro elle ficou nessa hora ! Tirei o chapéo e fui andando de costas, olhando sempre para elle. "Veiu-me uma cousa na garganta e penso que me ia faltando o ar. "Insensivelmente, estendi a mão. As lagrimas me saltaram dos olhos, e foi chorando que eu disse : — Louvado seja Christo, tio Pedro ! "Quando cahi em mim, elle tinha desapparecldo." II — 1941
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em dia, já te tornou habito Hojedos homens previdentes o na* lysar tuas necessidade» de seguro de vida, efim de provêr protecçào adequada para a família e para tuas própria» pessoas. Descobriu-se nova maneira de responder a esta pergunta embaraçosa: "Qual a quantia de seguro de que eu neces»ito realmente?" O Sr. pôde, agora, construir um programma de leguro de vida da mesma fôrma que o Sr. conitruiria a sua casa: delineando primeiro a» »ua» necessidades, para depoi» a conttruir de accordo com esses planos. E' muito simples: annote num pedaço de papel, pela ordem de importancia, a» tua» obrigações pestoses e teus objectivo» financeiros.
provável da educação do» filhos ? Qual a renda mensal que o Sr. gostará de ter, quando chegar á edade de retirar-se da» actlvldade»? Um Agente da "Sul America" Qual terá o minimo que o Sr. terá muito prazer em determinar, deseja prover como renda mensal em companhia do Sr., a parte do para a familia ? Qual será o custo programma financeiro que pôde ser iniciada agora. Elle ajudará o É DE SEU INTERESSE Sr. a traçar o plano do programIr Mtwdaodo. dxd« já. m »aat*s*oi t farili ma de teguro que convém ao Sr. d*dM qix o Mfuro 4*- «MU ott*ree«. Um -• coupoo abaixo • a a«m caaproniUM e demonstrará como t fácil con•m foi beto explicativo. cretizar as esperanças e torA* SUL AMERICA FIRME nar realidade» esses sonho». CAIXA. «71 - RIO DE JANEIRO cotneo Pd9 d» T • ZZZZ • Aitvror No mm _ Rua .
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TIUTJWIEIVTO SEM OPERADO Apés lonsot aihidoi foi d,icob.r)o um ramidlo d* componantas vagatal», qua permita fozar um tratamanto, absolutamanfa saguro, dos hamorroldas • varlzas. Hamo-VIrtu» « o nora» dana ramadio, qua paro hamorroldas Infernas • vaHia» dava sar tomado na dosa da 3 colharas da chá ao dia. Para as homorroldat «u famas, uta-ta o Hamo-VIrtu», pomada. Comaca hoja masmo • laia com atando o tratamanfo na bula. Nflo o anconfrando am »ua formado, o ao dapoiltáríe. CAIXA POSTAL 1.874 — SÀO PAULOpaço
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J| USANDO EM TOALETE
BARBAS E BIGODES QUE MORRERAM VIRGENS Mounet-Sully, um dos actores francezes mais cultos e de qualidades admiraveis, possuindo desde moço, uma linda barba castanhoclaro, conservou-a durante toda a sua carreira, caprichosamente, attentando contra os usos históricos, desprezando as modas de todos os tempos e contrariando o caracter exterior de centenas de personagens. Eugênio de Magalhães, entre nós, actor de talento, cultivando a poesia e bastante illustrado, tinha tanto amor ao seu farto bigode aloirado, de guias retorcidas, que jamais o sacrificou para representar não importa que papel importante. ; São estes, os dois casos mais typicos e pittorescos que se conhecem na moderna história do theatro. Outros haverá, mas sem egual nota de escandalo, por não se tratar de actores de tanta evidencia nos respectivos paizes. A qualificação de escandalo não é exaggerada e ajusta-se perfeimente aos attentados feitos á tradição e ao bom gosto, senão á historia. Como conceber um Júlio César de barba cerrada ? Pois MounetSully fez d'essa figura de Shakespeare um dos seus maiores e mais acclamados triumphos. E o Nero ? Não o representou tambem com barbas ? E um Petronio ostentando bigode lustroso de brilhantina e guias enceradas ? Assim o representou Eugênio de Magalhães, com applauso geral da platéa. . Só a artistas de grande valor e gosando todas as sympathias, o publico supportaria a desfiguração de figuras que, atravez os séculos, em livros, estatuas e pinturas, foram sempre conhecidas por seus rostos glabros. A arte não se compadece com taes caprichos, mas a condescendencia das platéas é assaz conhecida... | Não vemos, ás vezes, actrizes cincoentenarias representando papeis de meninas na flor da idade, que devem ser bellas e inspiram paixões ? E não nos apparecem também em scena, galãs de rostos enrugados, pernas tremulas, desmemoriados e pronuncia indecisa ? Na condescendencia das piatéas em acceitar estes decadentes interpretes, mistura-se uma grande dose de piedade e de respeito por esses idolos do passado. SUA INTIMA
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encantos ASTRE'A PODEROSO o MALHO
ANTISET1CO -SUAVEMENTE — 72 —
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EEsta Revista foi confeccionada nas Officinas Pimenta de Mello & Cia.
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