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ANTONIO A. DE SOUZA E SILVA OSWALDO DE SOUZA E SILVA JOSÉ MARIA BELLO XL — NÚMERO 20 SETEMBRO — 1941

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Pico delia Mirandola foi um homem famoso pela sua memória. Um dia apresentaram-lhe um jornal, que éle leu e, depois, repetiu de côr tudo que nele estava impresso. Pouco depois alguém, assombrado, perguntou-lhe: Qual foi o jornal que o senhor decorou ? Não me lembro que titulo tinha respondeu.

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Hoje deparei uma cena ae rua bem comum. Eram protagonistas um burro e um carroceiro e motivo de carroça cheia discórdia uma de carga, com as molas achatadas, gemendo e estalando, e as rodas dentro de uma valeta. Carroça que o burro devia puxar, embora isso fósie superior às forças que DcUaí lhe deu, segundo entendia o mais racional dos dois, o carroceiro . E' verdade que o burro (refiro-me ao irracional», pensando bem, poderia fazer a vontade ao outro, quero dizer, ao seu dono. Era só adquirir algumas noções de física e sér um pouco mais abnegado, mais heróico, um pouco mais entusiasta da sua nobre missão de puxar carroças. Não era. E por isso apanhava. E, em vista da clamorosa cstupidez da desprezível alimária, e diante daquela covardia que a fazia esbugalhar os olhos e empinar a cabeça ao sentir pipocarlhe no crânio o cabo do chicote, mais c mais este vibrava, ímpiodoso, cingido por mão nervo, colérica. E, completamente desconfiolado, e cada vez mais burro, o pobre animal, retesando os musculos, arrancava para a esquerda quando devia puxar para a direita; recuava, tomado de terror, quando devia avançar. E a cena prolongava-se. •Meu Deus! como tive vontade de intervir !

cho que se estava prejudicando a si próprio; que, procedendo assim, agia contra seus próprios interesses porque ofendia, produzindo equlmóses, estrao gando sua propriedade; porque viciava cada vez mais destruda regime pancadaria, animal habituando-o ao indo-lhe o brio e a voluntariedade. Fazer-lhe vér que, com suavidade, paciência, lógica, método inteligente, se pôde conseguir até que os burros façam contais, dansem, sejam cortezes, como nós multas vezes não somos. Mas devo confessar, aqui entre nós : tive receio de que não fosse compreendida a minha santa intenção por aqueles dois : o racional, por estar com o seu raiiocínio conturbado devido a estupidez inqualificável do outro; este, por se acharem obscurecidos seus bons instintos pelo terror. Um, armado de chicote e do direito de esbordoar o burro de sua propriedade. O outro, pronto a atirar os cascos ferrados para a direita B para a esL1

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Aspectos do "entretieu , promovido pela Associação dos Artis?as Brasileiros, sobro Ronald de Carvalho e no pual debateram a obra e a personalidade do "Toda a America , os poeta de Srs. Austregesilo de Athayde. Ribeiro Couto., Renato Almeida, Teixeira Soares, Odilo Costa Filho e Peregrino Júnior. Bfajfr-*!»>, ¦

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O escritor Jacy Rògo Barro> 1/ reaíisou na Associação dos Artistas Brasileiros uma aplaudida conferência sob o tema "Quando a vitoria régia adormece", prestando teu concurso artístico a pianista Anna Can nJ^Rii dida, a cantora Maria Silvia e a poetisa Mercedes Silveira. *»

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Rodolfo Lima Martensen. conhecido especialista em publicidade moderna realizou na OSr. Associação Paulista de Propaganda uma coníerência sobre publicidade radiofônica, que tem merecido os mais encomiasticos comentários, dada a lar-

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"Hlmaoaque tia Carta Enigmática do Saúde da Mulher" Dois aspectos colhidos por ocasião do sorteio dos prêmios do grande 9." concurso da "Carta Enigmática", instituido pelo "Almanaque d'A Saúde da Mulher", vendo-se num deles parte da assistência e no outro um flagrante do. sorteio, vendo-se à direita o .armacêutico João Daudt, chefe do grande Laboratório, promotor do certame. O primeiro prêmio, do valor de 10:000$000, coube ao número 09.600, de propriedade do Sr. Cosmo Inforzato. residente em Lavínia, Minas Gerai.-, tendo-se elevaub a 38.260 o número de)

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primeira da série de visitas feitas às grandes inilústrias paulistas, 120 químicos brasileiros, participanCOMO tes do Primeiro Congresso Brasileiro de Química, que se realizou em São Paulo, sob os auspícios da Associação Quimica do Brasil, visitaram a Fábrica Lever. A indústria de sabonetes foi vista e estudada, assim, </< n.vic por esses Muito interessantes sao ilustres técnicos e especialistas. os processos de fabricação desse tablete perfumado, que usamos diariamente, mas de cuja fabricação pouco conhecemos. Aqui vai um resumo. Após a chegada da matéria prima — gorduras, óleos vegetais, substâncias químicas, nacionais e estrangeiras prepara-se a grande caldeira, No andar suque alimenta a fábrica de calor e vapor. per) ,!-. vêem os tanques de medição, onde despejam-se ns medida a peso exatos os tagredlantea Begus*se o tanque de alvejamcnto, que é enorme, cubcndo-lhe purificar ¦ Depois de algumas máquinas diversas, chega a massa. Ki.i!]'I.- câmara de fervura, onde a massa é neutralizada,

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smianieiiii- corta, carimba, ambnüba a sUs o sab<>ni'te trss ilepandsnctas foram também visita.ias, notada0 laboratório, a aecção de Flocos Lux, a de aatui do Baboneta Lavar, Sabonete Lifebooy a Bshonate

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visita ao grande estabelecimento

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Jean Manzon UMA EXPOSIÇÃO DE REPORTAGENS FOTOGRÁFICAS — Jean Manzon, antigo repórter fotográfico do "Paris Soir", de "Vu" e "Match", conhecidas publicações francesas, que atualmente se encontra entre nós e vem de realizar, com grande sucesso, uma Exposição de Reportagens Fotográficas, iniciativa interessante e inédita entre nós. Manzon recebeu a Cruz de Guerra da França, por seus serviços durante a última campanha em que êste país esteve empenhado. Tendo sido desmobilisado, reside agora nesta Capital.

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Enlace Dolores Piota Quintarâes Claudiano Peixoto Guimarães.

Enlace Iréne Fernandes de Oliveira José Gonçalves Rodrigues.

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MISSA EM AÇÀO DE GRAÇAS. — Grupo feito por ocasião da misse d* ação de graças mandada celebrar por amigos • admiradore» do Dr. Antonio Forjei de Araújo Coutinho, ex-chefe do Serviço da Isenção e Fiscalisação de Imprensa da Alfandega desa Capital e atual Consultor Técnico do Gabinete do Ministro da Fazenda, por motivo da pastagem do seu aniversário natalicio.

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Grupo de alunos do curso de aperfeiçoameno oferecido aos estagiarios dos Serviços de Estatística nos Estados, do qual consta uma cadeira de Esperanto, lingua auxiliar do Instituto, fotografado por ocasião d3 visita feita pelos esperantistas norte-americanos Snr. George A. Conner e Senhorita Doris Tappan, recentemente chgados a esta Capital. Além dos alunos figuram na fotografia e estão sentados da direita para a esquerda as seguintes pessoas : Dr. Januário Jardim, Dr. L. Falcão, Dr. M. Diegues Junior, Dr. Alberto Martins, Sta. Dons Tappan, eng. A. Couto Fernandes, professor da cadeira de Esperanto; Snr. George A. Conner, senhora e Dr. Benjamin Camozato Dr. Waldemar Lopes e Dr. Mario Ritter Nunes, assistente da cadeira de Esperanto.

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Tomando

que sorte!...

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forte,

CREOSOTADO

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magriçe,

Chieo-Boia, um

o Chiquinho? tar

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rapado, lambisgoia, abusado

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DESPERTE A BILIS DO SEU FIGADO

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Se o Sr. continuar a viver, seus ganhos naturalmente proverào os meio» necessérioa, todos os meses Mas de onde virá o dinheiro se o Sr. fechar os olhos, de uma hora para outra ? Quem cuidará da subsistência de sua

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Muitos chefe» de família decidiram nâo joisso. gar mai» com probabilidade»... E. por adotaram um plano de seguro de vida. capa/ de garantir uma renda determinada todos os meses... Interestalhe é»te a»»unto? E»tará o Sr. di»po»to a e«tudar o meio de deixar também uma garantia «emelhante a »ua familia ? Consulte, então - sem compromisso

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(umiianhia Nacional de >r|iuros de Vida

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laflajfl iis> itirar». •cr»ir* para fari«tr atta raiWtaa? o ttrul.lrina lilar Por q«i- nio rr»Mil*r Iflfjaj í-air nio, o>-«tr j.i f.ir oruVnuiío garantindo rrrlo, que aua r»t,»<>»*i r«*<-rl»rrri «turaiilr rititr anos». -ih.« aru falecitnritio? Penar niftlo r M"l,r trmiao, Mtttfjflaj tim fnllirtu riplicalt»». » om "h,u|hih" aliatiio. Mrsiiin • INilliin•l.i ntrtioa uu mai» dr I i SOO $000. um «.«ruir ila Btfl * in r rua uotirra «jfrrrrrr-llit- ui.lroí |jiesiH>» «ir JssslM.é]

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todos os meses ?

— um Agente da Sul America

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Se o Sr. ganha, mensalmente, 1:500$000 pôde garantir à família uma renda mensal de 500$000

Tl^UITAS vezes, por certo, o Sr. tem se di^ vertido vendo seu garoto, todo compenetrado, querendo calçar seus sapatos... Nessas ocasiões — nunca lhe ocorreu pensar nos anos e anos que hSo de passar, até seu filho fazer-se homem — e sempre preci•ando dc dinheiro,

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Estado

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CINEARTE

Sem Calomelanos-E Saltará da Cama Disposto Para Tudo Seu figado deve derramar, diariamente, no estômago, um litro de bilis. Se a bilis não corre livremente, os alimentos não são digeridos e apodrecem. Os gazes incham a estômago. Sobrevem a prisão de ventre. Você sente-se abatido e como que envenerio. nado. Tudo é amargo e a vida â um mart> a Uma simples evacuação não tocara causa. Nada ha como as famosas Pululas seção uma CASTEB8 para o Figado. para certa. Fasem oorrar livremente esse tttr* 'le bffls, c você sente-se disposto pira tudo. Sã., causam damno ; síu suaves e contudo sào maravilhosas para fazer a bilis'correr livremente. Peça as Pululas CARTERS imitações. para o Figado. Não acceite Preço 3*00.1

AS BOAS RAZÕES DE ADRIANO 0 imperador Adriano gostava de discutir com o seu amigo, o filósofo Favorino, o qual, no fim das disputas, dava sempre razão ao soberano. Adriano censurou ao filósofo este procedimento, que revelava um caráter fraco. E Favorino respondeu-lhe: Seria muito perigoso ter razão, contra um homem que dispõe de trinta legiões para rebater meus argumentos. A DISTRAÇÃO DE BEETHOVEN Sobre a distração de Beethoven, o grande músico e compositor alemão, conta-se a seguinte anedota: Uma ocasião entrou êle num restaurante de Viena e sentou-se a uma a. Mas, absorto nos seus pensamentos, não repaiou que o garçon, repetidamente, lhe perguntava o que queria para servir-se. Depois de quasi uma hora de meditação, Beethoven pediu a conta. Mas, si o senhor não pediu nada! Que quer que traga? Traga o que quiser, mas deixeme em paz de uma vez.

a melhor revista cinematográfica. Preço 3$000.

1IM10M.0M.M li V .1IH/B Tratamento sem Operação Apé» longo» eitudo» foi descoberto um remédio da componentes vegetait, qua laguro, dot hemorroida» s variies. permita talar um trotomanto, absolutamente VARIZES HEMO-VIRTUS é • nome desse remédio, que paro hemorroida» internai e Poro ai hemorroldo» esdava »er tomado na doie de 3 colhera» da ché por dia. terna», u»o-»e o HEMO-VIRTUS, pomada. Comece hoje moimo e leia com otencée depatitérlev. e tratomente no bula. N8o o encontrando em tua farmácia, peca-* «o r*.'*A POSTAI I.Í74 (UM-OITO-SETf-QUATRO) — SAO PAULO

MALHO

12 —

RECEBE, P£OS moda

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PARISIENSE no

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IX

1941


CURIOSIDADES TODO

O

DE

MUNDO

SEJA

SUA SUA

PROPRIA PRÓPRIA

Um indiano que vagava pela jungle, sem eira nem beira, quando estava comendo o que poude encontrar, dividiu com um grande cão vadio sua magna refeição. O cão não saiu mais de sua companhia. Quando o indiano dormia à beira de um rio, o cão, de repente, apanhcu-o pelas vestes e arrastou-o para o rio. O indiano danou-se e pôs-se a nadar furiosamente para castigar o animal, mas êste conseguiu nadar até à beira oposta, onde se pôs a latir. Assim que o indiano também lá chegou, ao virar-se viu que uma onça os espreitava. Adivinhou, então, as intenções do cão, que assim procedera para livrá-lo da onça. I

Uma senhora, inquirida por um magistrado sôbre sua idade, não querendo' declará-la, propôs um problema. Daqui a dez anos terei o tiiplo da idade que minha filha tinha quando ela tinha dez anos mais do que eu tinha quando acusava vinte anos. — Minha senhora — respondeu o magistrado — Só daqui a dez anos resolverei êsse problema. Por isso é melhor dcclarar logo sua idade para não perder êsse tempo.

Um arqueólogo, procedendo a certa excavaçào de ruinas antigas, com um corpo de assistentes, encontrou uma caveira de burro. — Jogue fora isso, professor. Não lhe aproveita nada — disse-lhe um dos assistentes. Mas o cientista não se convenceu e guardou cuidadosamente a caveira, para saber, pelo menos há quanto tempo existem os burros no mundo. Estudando a caveira no seu gabinete, o professor viu com assombro que ela estava cheia de moedas de ouro, ficando assim convencido de que nem sempre as caveiras de burro dão azar.

Ha sofrimentos que fazem envelhecer. E as Senhoras, que deles padecern, decem, o sabem muito bem. Taes sao as irregularidades no funcionamento do delifeminino, cado organismo leminino, faltas, pecomo excessos, laltas, periodos dolorosos, que tornam fases do mes um pecertas tases

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sai.de MM

sadèlo para suas vitimas. sadelo ésses soDefenda-se Defenda-se contra esses frimentos, que sao sáo evitaveis. frimentos, Use SAÚDE DA MULHER. Use A SAUDE Regulador, tonico, tônico, anti-doloRegulador, roso, o poderoso remedio roso, traz traz no nome o resumo de SAUDE DA suas virtudes. A SAÚDE suas MULHER e uma garantia de MULHER saúde e bem-estar saude

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M1LHEK mulher

Dois bêbados, que andavam arremedando a letra Z pelas faziam seus comentários espirituosos. Dize-me cá, Zeca — perguntou um deles — Por que ra a iluminação está precisando de dois postes? Os dois postes são para nós, amigo. Um para cada para apôio. Ah, — respondeu o outro — Então qual dos dois escolher para mim?

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— 13 —

O

MALHO


OS

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O

MALHO

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• STAFIX fixa o penteado

e dá brilho ao

— 14

cabelo de senhoras e cavalheiros.

IX

1041


O

EXEMPLO

QUE

VEM

DAS

ALTEROSAS regimen brasileiro instituído pela Constituição de 1937, o municipio torna-se realmente a célula da organização política e adquire uma importância singular. Não é mais aquela autonomia fictícia e jamais respeitada da chamada República Velha que transformou as municipalidades em meros escritórios eleitorais apoiados na repressão policial. Agora, os municípios gosam de incontrastavel autoridade administrativa, e suas relações com o Estado não se medem mais pelo grau de subserviência das prefeituras aos diretórios dos partidos dominantes, tornando-se, ao contrario, um exemplo de cooperação, de leal e proveitoso entendimento em torno dos grandes e dos pequenos problemas que exigem a intervenção do poder público. Um dos primeiros Estados a oferecer o exemplo de compreensão e acatamento ao espírito do novo regimen no que se refere à instituição do municipio foi Minas Gerais, que vem passando por oportunas reformas em todo o aparelhamento administrativo, dando resultados que começam a impressionar o país inteiro. Perseverando nesse bom caminho, o Governador Benedito Valadares realizou recentemente uma reunião de prefeitos que ocupou a atenção ^[0

pública, não somente em Minas, mas em todo o Brasil. E' que não se tratou somente de um desses movimentos destinados a aproximar os chefes de executivos entre si e de familiarisá-Ios com as autoridades do Estado. Não. Foi um conclave essencialmente prático em que se cuidou de articular os esforços das diferentes municipalidades para solução de problemas sociais e econômicos cuja importancia ultrapassa os limites municipais, embora seus efeitos se façam sentir, da mesma forma, em todos os municípios e em cada um de per si. Saindo do regimen do palavrorio inconseqüente que caracterizava tais congressos, a reunião dos prefeitos de Minas encarou todos os assuntos sob um aspecto objetivo e tomou deliberações sensatas que jamais foram alem de suas próprias possibilidades, todas, porem, de indiscutível oportunidade e destinadas a produzir magníficos resultados. Nesse terreno, como aliás tem acontecido noutros, os mineiros estão abrindo caminho ao Brasil. Não tardará muito para termos notícia da convocação de congressos semelhantes em vários outros Estados, o que será de inapreciavel vantagem para todo o país.


O

Presidente

Higino

Getulio

Morinigo.

sua

recente

do

banquete

visita que

em companhia do Gal. do Paraguai, quando de República amiga, por ocasião

Vargas

Presidente àquela lhe

foi

oferecido

pelo

governo,

em

Assunção.

O PRESIDENTE GETULIO VARGAS

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NO PARAGUAI

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i ¦¦¦¦¦a»»»>ãaa__B________HBM________B»«to O Presidente Getulio Vargas ao chegar ao palácio do governo, onde lhe foi oferecida uma recepção, é recebido entre aclamações pelas senhoritas da elll a paraguaia.

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IX — 1941

— 16 —

chefes dai duas nações, proiidenMorinigo e Vargas trocam um brinde durante o banquete.

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MALHO

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m.***1 mÊ rA_Ê_\ "Os fugitivos de Tróia". Painel pintado em 1853. Representa uma familia acossada pelo fogo.

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Museu da Cidade de New York inaugurou, reobras de O centemente, uma secção dedicada às conserO arte exclusivamente pirografícas. vador do Museu,, Sr. Jerome Irving, disse a proposito, a um jornalista : "Os bombeiros voluntários de New York de outros tempos possuíam notável senso estético a ponto de porfiarem pela posse do carro mais bonito ou mais elegante. Alguns chegavam à ousadia de mandar decorar os seus carros quando estes lhes não agradavam. Essa maneira teve incicio em 1796, no tempo da "Engine Company", cujos carros se notabilisaram pela decoração luxuosa". Entre os artistas encarregados da pintura dos carros contavam-se muitos de nome feito, tais Henry Inman, Thomas Sully, John Quidor, William Philp, A. P. Moriarty e J. A. Woodside. Os "motivos' quasi sempre eram tirados da Mitologia grego e representavam alegorias ou personalidades divinas. Damos a seguir alguns dos quadros que enriquecem a "Secção do Fogo" do Museu da Cidade de New York.

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Quadro de H. Betsch reproduzindo uma fase da batalha de Lexington.

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"Trasíadação do corpo de Psyché". Quadro de John Woodside.

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que seja necessário o empreendimento de qu.il quer campanha pró povoamento do solo, sem qu. SEM jamais tivesse sido preciso alguém clamar ou exortar os nossos patrícios do interior a tornar numeroiai suas famílias, uma das coisas mais abundantes naque las paragens é a menin.ida E os pais, bem avisa.I..-. sabem aproveitar habilmente os prestimos de seus pequenos, entiegando-lhes tarefai simples de realisar, nas quail prestam relevantes auxílios. São vendedores, são mensageiros, guias de cego, pastores ,* ate "amas>s" dos irmãos pequenos... Nem por isso se sentem eles infelizes, ou acham a vida amarga e hostil. Mais háEeis ainda que os adultos, sempre conseguem tirar as SU.1S "casquinhas" da Vida, como este que, fleugmaticamente *-,* delicia com um saboroso roléte de cana. . . 18

IX

1941


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matinées elegantei com i|Mi- " Jockcj Club Bri dleiro, brinda a etiti tm b*\<>-. oi fim <k AS semana, Kiniiiiuam a exercer irretiitivel atração làbrc ii belo icxo, E' realmente notável o nâmero de damas e lenhorinhai «Ia nossa melhor sociedade que tflnc ao Hipodromo da Gávea, iervindo-M do pretexto paradai d iM.it,. para bnpi KUiuiu

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IX -

1941


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* X \ \\V v V: v £ ?VA A^KaJiH Flagrante de um "destroyer" inglês, no tnomento em que era assestado um dos canhões de grande alcante contra um subnutrino inimii/o. •1o laao — inseantaneo colhido a bordo do destroyer " polonês Pwrun", quando um de seus torpedos atingia 0 ali-o, a umas centenas de metros de distância, "°s mares nórdicos.

Vn'a flotilha de destroyers " e m demanda do litoral italiano.

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'[~r~ssmm^ O NOVO AMBULATÓRIO DO I. A. P. B. — Aspecto colhido quando da inauguração do novo Ambulatório do Instituto de Aposen,tadona e Pensões dos Bancários, instalado à Praça 15 de Novembro, anexo à Delegacia do Distrito Federal do mesmo Instituto. O ato foi presidido pelo Sr. Ministro Interino do Trabalho, Dr. Dulphe Pinheiro Machado, que foi acompanhado dentre outrás pessoas pelo Dr. Adherbal Novaes, Dr. Romeu Leão Cavaicanti, Dr. Francisco de Sá Pires, Paulo Godoy Ilha, M. F. Araujo Jorge, respectivamente, Presidente, Chefe do Serviço Medico, Médico-Chefe do Distrito Federal, Gerente e Diretor do referido Instituto.

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SILVEIRA MARTINS E A UNIDADE DA PATRIA — Numa das últimas sessões do Instituto de Ciências Políticas realisou o jornalista e escritor José Júlio Silveira Martins uma magnifica conferência sobre "Silveira Martins e a unidade da Pátria", provocando os maiores aplausos da seleta assistência que o ouvia com o maior interesse.

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ROSAMARIA - Completou três aros, no dia 20 de Julho, a encantadora filhlnha do escritor Romeu de Avelar, nosso companheiro de redação, e de D. Lourdes Caldas de Avelar, conheeiua pi.un .ta patrícia. Por este auspicioso motivo o casal Avelar deu unia festa intima na sua residência onde compareceram, além das pessoas da sua familia, grande número de amigos e admiradores da mimosa aniversariante. "" Baaraaaaaal

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Baaaaa-^T^*»*'^ {Wr <a^*V Saaaa^SBsasaaaV

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UMA NOVA INDÚSTRIA — Grupo feito quando da inauguração das "Confecções Fernandes S. A." que lançaram nesta Capital a nova indústria de vestidos confeccionados, segundo o sistema norte-americano. O proprietário do novo e importante estabelecimento snrs. Álvaro Chaves e Floriano G. Fernando, it-ciberam na sede das "Confecções Fernandes S. A." os respt. tantes da imprensa carioca e muitos elementos da elite local. O

MALHO

22

"A AERONÁUTICA NOS DESTINOS DO BRAde Chevalier, o consagradi SIL" — Ramayana de "No Circo sem Teto da Amazônia" tot e "Fronteiras", a convite da diretoria do Colégio realizou uma brilhante conferenUniversitário, "A Aeronáutica aos Destinos do Brada .sobre sil". A palestra que foi apresentada pelo Dr. Lelio Gomes, diretor do Colégio, e pelo sr. Renato Ribeiro, teve elevada concorrência, sendo as.si.stida por alt:..s autoridades civis e militares.

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INTERIORES

MEDINA

Uma nova empresa de moveis e tapeçaria.» acaba de em geral, surgir nesta capital tendo a assinalar, o seu êxito, desde já, c fato de estar sua dlreção etitregue ao Sr. Medina Gregorio de Júnior, um dos 1 mais hábeis e apimiorados peritos ao assunto, com vasta ex"metier" pertencia do adquirida principalGregoriii de Medina mente em Paris, onde Júnior o Sr. Medina Júnior apurou ainda mais o seu senso artístico, tornando-se um grande decorador. Tendo como seu colaborador imediato o Sr. Louls Hautier, também conhecido técnico em assur.tos de moveis e tape-ai ias, fácil é prever o sucesso que esse empreendimento rüeanrara entre nós. O escritório central da nova empresa, esta instalado á Avenida Nilo Peçanha 155 IX

1941


AS

DA

JÓIAS

POESIA

BRASILEIRA

Q&te/kz&ia, A

noite

Cobrem

lentas

desce,

e

tristes

sombras a serrania, Calam-se as aves, choram os ventos, Dizem os gênios : — Ave, Maria ! as

torre estreita de pobre templo Resôa o sino da freguezia, Abrem-se as flores, Vésper desponta, Cantam os anjos : — Ave, Maria ! Na

tosco alvergue de seus maiores, Onde só reinam pai e alegria, Entre os filhinhos o bom colono Repete as vozes : — Ave, Maria ! No

E, longe, longe, na velha estrada, Pára e saudades è patria envia Romeiro exausto que o céu contempla, E fala aos ermos : — Ave, Maria ! Incerto

por feios mares, Onde se estende nevoa sombria, Se encosta ao mastro, descobre a Reza baixinho : — Ave, Maria ! Nas Sem

nauta

fronte,

pão nem água, pouso e tenda, sem luz nem guia, Triste mendigo, que as praças busca, Curva-se e clama : — Ave, Maria I

Só Nas Não

soledades,

sem

nas

alcovas, nas salas dúbias, longas mesas de longa orgia, diz o diz o

Não

não diz o avaro, ingrato : — Ave, Maria I impio,

^ve, Maria ! — No céu, na terra ! '-uz da aliança ! Doce harmonia I divina ! Sublime estancia ! J~l°ra •ndita sejas I — Ave, Maria 1 Fagundes * ->«,

varella 23


IEI MEDICINA

DE

OUTROS l#or

constitue por certo nenhuma novidade histórica, dizer-se que a medicina, tanto em NÂO Portugal, como no Brasil, dois séculos depoli da nossa descoberta, era ainda cousa precaria e falha. Pode-se mesmo affirmar, que até aos meados do século XVII, os estudos da arte em que Hypocrates foi mestre, eram de um empiriimo chocante e incipiente: o diagnostico das enfermidades não ia além de deduções, a hheraptutica idem, não era melhor, e a pharmacopéa essa então era tão extravagante, que não nos furtaremos de dar mais adeante alguns detalhes typícos. Extraordinário exemplo do que era a therapeutica lusitana de então, pode íer o leitor, consultando a "Farça dos Physicos", de Gil Vicente, onde o mestre Felippe, sem nenhum examt clinico, sem mais aquella vae receitando: "Ora será bom que tomeis Cristal dagua de cevada Com farelos misturada" Muito mais rigorosa todavia era a dieta que •• Impunha a pobre Brasia Dias. Apenas isto: "uma alface esparregada", o que eqüivale a dlItf, que não poucas vezes enfermos como aquelli, haviam de morrer de fome ! Afóra isto quan do não é o cristel, o purqativo, é a sangria. Desta então os médicos abusavam. Não se diga pertm que tal therapeutica fosse exclusiva dos physicos setyrisados pelo chamado Plauto portuguez. Nada. Ella vinha de longe, de Italia, da frança, de Hespanha. Por qualquer nonada era • enfermo submettido a pratica tão ao sabor do

celebre dr. Sangrado do "Gil Blas" de Le Sage, a therapeutica que fazia rir a bom rir a Napoleão I, e dahi talvez o provérbio ainda em castelhano que passou a Portugal: "Sangrajo 4 purgajo 4 se morrer entertajo" Infelizmente essa era a única solução que restava ao paciente: ser enterrado caso escapasse da purga e da sangria ! Ainda assim sabe-se, que o que havia era uma absoluta descrença da arte de curar. Ainda na "Farça dos Physicos" Gil Vicente adverte ironico: "Non es bom purgatio amigo Alia qui incip com dolores Porque traz flema comsiqo Et illa que inclplt tarantran Quia tralantarum est..." O insigne mestre professor Ladislau Batalha que leu esses versos diz que "as sangrias, purgas, ventosas. lancetadas e sanguesugas eram todavia os grandes elementos, da dolorosa medicamentaçáo dos velhos tempos I" Não haviam outros, razão talvez porque se aproveitou para asslgnalar que Immenso era então o prestigio que gosava entre os portuguezes esse velho rifão: "Quando os doentes bradam, os médicos [ganham" A própria incompetência doi esculepios era qlosada em prosa e verso: Molière satyrisava a no "Malade Imaginaire", e os lusos talvez maneira á dos hespanh6es que dos seus physicos diziam: "Médicos de Valencia Luengas haldas Y poca sciencia".

C,

Repetiam querendo evidentemente absolveios de culpa, com esse outro brocardo: "Os erros do medico a terra ot cobre"

5

Tão eitravagante era então a medicina, que em Litboa, consoante a observação do autor da "Description de U Ville de Usbonne", e isto no já inicio do século XVIII, um sujeito qualquer sem ser medico, nem cirurgião, e que era dono de uma botica, um certo Estienne, fabricava um remedio milagroso que era conhecido pela "Água do Francez". A theriaga era de tal sorte miraculosa que curava todas a> moléstias! Outro remedio, muito indicado pela medicina do tempo, mas que inspirava ogerisa aos doentes, talvez por não o poderem Ingerir sem certa repugnancia, eram as pilulas! Disto é talvez que decorre um outro proverbio, ainda hoje muito citado em Portugal: "Si a pirula bem soubera, não se dourára (por fóra" Mão grado, ainda assim, mesmo que se admitte como verdadeiro aquele conceito do veho desembargador Cunha Brochado que ao falar dos médicos que tehúwn cW Coimbra por vol

O

MALHO

24

TEMPOS <; A lt C I A

J II N I O I!

ta de 1720 dizia que elles "curavam por ignorancia e matavam por experiencia", ou acceitando como originaria de boa fonte, a queixa que contra os esculapios seus patriclos articulava o celebre Cavalheiro de Oliveira, visto como sem ter ainda attingido os trinta e dois annos já havia sido sangrado cerca de quatrocentas vezes, ainda ahi, todos como se deviam censolar, pelo menos diante dos exemplos que vinham de França. Também lã parece não eram os rlvaes de Esculapio, muito melhores, pelo ~nenos, si tivermos que dar credito á aneedota que se attribue a Molière. "Sabido que Molière não depositava confiança alguma nos médicos — escreve a proposito o brilhante Aquilino Ribeiro —- é elle um dia convidado a jantar em Versailles, em companhia do rei. e diz-lhe este, apontando o dr. Mauvillain: Então o seu medico ?... Que lhe faz está doente 7 quando Maqestade — respondeu Molière — quando estou doente, eu e aqui o doutor discutimos a enfermidade: elle receita e eu despejo os remedios da janella para baiio e assim me curo !" Isto só bastaria para definir quanto era a medicina satyrisada na França, si ainda o magnífico creador de "Tartufe" não traçasse do esculapio ignorante de seu tempo esse retreto: *o homem qu# cobra talario para dizer frio* leiras á cabeceira dos doentes até que e natureza os cura, ou ot remedios o despacham para o outro mundo !" Talvez que em Portugal a cousa fosse melhor. Evidentemente não ere.«.

Não obstante tantas falhas, a verdade é que o numero de médicos e cirurgiões de Coimbre, era exiguo e escasso. Não chegavam para nada. Tanto quanto em França onde ainda em 1800 os dinicos eram contados, e onde a profissão de medico só foi regulada em 1803 —"ceui qu'on obtiennent le droit d'eiercer I art de guerir sont divises en deu» classes: le docteur en medicine ou en chirurgie" — tal como escreve >m escriptor francez do século passado — e onde havia também antes disso — "lei officier de santé" — que não podiam eiercer a clinica senão dentro do departamento em que estivessem devidamente matriculados, e que no caso de uma operação, só poderiam eiecutal-e "sous Ia surveillance d'un docteur" — também em Portugal esistia um seu homonymo que ere o licenciado. O licenciado não era mais que um cidadão pratico em clinicar, e a sua figura não raro passa em muito» romances portuguezes e brasileiros, como nos de Machado de Assn. Era pois tal licenciado indivíduo habilitado por exame, no qual optava ou pela medicina ou pela cirurgia, e feito isto se passava para o Brasil.. Pintam-no vulgarmente como uma figura grotes ca e ridicula, todo de negro, de oculos escuros IX — 1941


e espectorando phrase. »ua profisem latim... Traiia como symbolo da ou uma »ão uma enorme seringa, uma pravai caclientella sua sargedelra. e não raro corria a ! Desses magro e lerdo valgando um rouiname se fala em doutores o Brasil ficou cheio, e delles em 1744, Portugal com um certo desprezo, iito lados nestes doentes quando se escreve que os "sem ordem do Atlântico tomavam remédios minisnem methodo". remédios que lhes eram e trados "por cirurgiões mettidos a médicos com fumaças

ignorantes

de «abio.

ainda

mesma

da

cirurgia,

de que

a

Nesse nume-

maior parte nâo »ão examinados". "que embarcam nas ro é que se assignalava os de V. Manos tambem Nãos do Commercio e a entregues e vão embarcados gestade, e que tudo um barbeiro de cortina na porta, e que reputa por galico e não sabem mais que dar muita purga, muitos vomitorios, muita água de salsa, muito aióugue, e se seus doentes não sarao, é porque foi pouco o seu preparo, e sem :onsciência repetem outra, e outra cura com gravissimo damno dos mesmos doentes". Entretanto o toda essa que nos valia é que com tudo isto, com i vinham entregues praga de licenciados que barbeiros de cortina, os mesmos que aluavam a navalha e á tesoura conhecimentos outros — como aplicar sanguesugas, ventosas, moscas de Milão — ou que ainda arrancavam dentes e tocavam rabeca nas horas vaga», e nas procissões de São Jorge ou do Senhor dos Passos, ainda assim a mortempo morna?alidade era pequena. Por aquelle ia tarde, não obitante o Rio de Janeiro viver cer-

de

hospital

um

pedindo a creação lázaros. Como de praxe

de Portugal,

a coroa

classe

para

mandou o Rei, que se ocviEse Some» Freire, que dito seja não punha obstáculos á idéa, porém essa

teve

parecer dil-se,

bio Ferreira, que

foi

quem

contrario "muito

afinal

de um

certo

Euie-

perito e experiente", nos privou de levantar um

leprosario condigno. Só alguns annos depois veio

cas, já

agora

Cunha.

Assim

Hospital

uma víctoria

a constituir

emfim

dos

é que aquella idéia dos cario-

auxiliados pelo vice-rei Conde foi

que

Lázaros

1760-1761

em de

S.

da

nasceu o

Christovam.

Entre-

tanto si é verdade que o parecer do dr. Euzebio permittiu fosse creado anteriormente tão não é grande obra de caridade e philantropia,

não

menos verídico, que com a carta regia de 24 de Abril de 1744, nos chegou um documento dos "devia servir de médicos de Lisboa, e que noj formulário" que é pode-se dizer, o mais extraveqante e pedantescn parecer que noi poderia -ciência offerecer a portugueza do tempo ! Não basta que

-¦ registre

o preciosíssimo

tia linqua-

tudo, convcm observar os consegem, mas que lá se manda aos licenciados e medilhos que c'e cos do Brasil, taxados evidentemente de ignorantes, e para os quaes se manda indicações de como devem ser tratados aqueiles que a desgra"Os Hanse. que se ie,ca contaminou do ma1 de — escredessa offendidos queixa conhecem já — devem precaver-se e no citado ve-se parecer devem curar-se. com remédios frios e humidos,

depois de algumas sangrias, e sem remédio» purgativos, se forem magros e seccos, e com muito leite, .luita tizana de cevada, e de centeio, mui.mendoada feita na mesma água de cevada,

ta

com

raizes de malva,

de vacca,

chicorea,

tos banhos de rios".

de víboras

tes,

pez

uzar

os

que

do

de

atacados

vipirinos

vi-

vez

De resto longe iriamos se tivessemo» que commentar ainda o celebre parecer do» clinico! de Lisboa. Apenas é de ver, — que longa d* It pugnar

pela

se era para taminar do ja

creação

de

um leprosario,

ninguém II

terrivel

se

mal,

e que

infec.ionados

des...

inilltia-

que não deixassem

eon-

puzessem oi villas, dai cida-

para fora das Para isto dava-se aos médicos autoridade

até de prender os enfermos,

e era só. Minadoi

por um mal sem cura era contristador o aspecto de muitos

a quem a caridade de Gomes Freire de Andrade tinha feito recolher a uma» casinhas

infectas e baixas, locallsadas em S. Christovam I Lá viviam elles abandonados, esquecidos. Viviam das esmolas que a Irmandade éa Candelária en* gariava.,Tempos

depois,

como escasseiasiam

ai

foi permittido

só chegou

da assim, no Rio em geral o individuo entregava a alma ao Creador depois do» cem anno». Hou"urbs" daquelles nossa ve ate quem reputasse a

que o» próprios morpheticos estendessem a mão ò caridade publica, esmolando para a construcçáo do hospital, qua a

ser

uma

conquista da

doi

Cunha cha-

gou ao Brasil e conseguiu convencer á coroa portugueza de concorrer para aquella granda obra de caridade chritã: o dar abrigo definitivo a la-

da longevida-

gião infindável de morpheticos que se arrastava, nauseante e triste pela» vlelas, beccos e rua» do Rio de Janeiro dos ultimo» dias do século

de!... a

serpen-

sal de

de lepra confirmada ou "em elephantisiaca", porque estando neste gráo náo ha que precaver nem curar" e visto "que ja não admittia cura alguma".

depois que o Conde

a

do

um caso

realmente

a cidade

morphéa

considerada provável a cura, uma

que seria

que não fosse

brasileiros

como

mui-

boras", isto segundo ás prescripções do medico assistente, e durante dez ou vinte dias, após o

esmolas,

tempo»,

da outras

e de

cado de lagoas, charcos, paúes, as ruas atravanCaída» de detrito» - que iam desde o li«o vulgar ate ao» animaes mortos, pleno» de decomposição - ou de bacoros focinhando a» »argetas e vallas, ain-

trágico»

lingua

e com

Depois de humedecidos ri-

commendava-se "caldo usassem ou

almeirão,

serralháes e semelhantes,

a

XVIII...

Ao tampo m«l

Freire

Goqua nos governava o granda Bobadella, de de Andrade, conda

*"" por voh» de 1740, daante do numero anui?«dor de morpheticos qua diariamente invadiam * cidade, arvitrou o Senado da Câmara Ia offi-

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25

O

-

MALHO


M raio de sòl espiando pela transparência de um cortinado aventura-se no InteU' ríor da sala. Uma vez dentro, retrata sua Indiscreçào luminosa contra um vaso de fino cristal e produz efeitos de uma festa de brilho multicór. Depois, já manso, atreve-se pela parede, como o faz todas as manhãs serenas, ás de« t meia, e descobre um sorriso no rosto delicado e brilhante de Mohamed. E Mohamed está olharvdo com exquisita complacência as almofadas de séda, as flôres de nácar em um pote futurista, um bronze que representa uma enorme serpente e a parede cór de malva, cheia de grandes flóres douradas. Mohamed olha assim, porque nào sabe olhar de outra maneira Mohamed 'orrl ac escutar o piar sonoro de um passaro, o 'c-tac de um esplendido relogio que exibe p náci r de seus ponteiros, proxlmo do vaso de fino cri -tal, e o horrível fonfonar dos automovels que passam, céleres, ra rua movimentada t barulhenta Mohamed sorri assim porque não sabe sorrir de outra maneira Porque está olhando e sorrindo lá na sua téla, dentro de sua moldura de ébano, suspensa à parede, á altura do ralo do sói. Mohamed n&o é mais que um nome, gravado em letras douradas na parte baixa da moldura E' o nome de um quadro, nada mais. O quadro, porém, é o brilho de urws olhos de poeta, a aristocracia de umas Unhas suaves e estilizadas e o mistério de uma barba morena e bem culdada E' a pintura admirável que parece encher a sala de um vento cálido, de uma luz sufocante e abrazadora de deserto africano.

m OHHIIIED

COMPREENDE Conto de MARIA LUIZA OTANO Tradução de ALBERTUS DE CARVALHO

sentar-se em uma banqueta, junto às almofaNio serias um pequeno triste, senão ur.i sèda. e o olha, longamente. dar de "Mohamed, capricho do vento. E morre rias de solidão. — estou só. Como todos os dias Haverias aprendido a náo conhecer o rumo da vida, Sósinho. E ficarei só até a noite, até o mez que em dilatando o riarizinho defronte ao horizonvem. Até sempre Minha máe dorme ainda. Terlas visto a bondade nos olhos da gazeLogo que se levante, sairá no seu carro. Ouvi te. dizer que vai distribuir esmolas ás creanças po- la humilde e a coragem na bravura dos cies bres. aos meninos doentes. Minha mie, dizem, que ntarnm as hyenas. Eu refrescaria com um é multo bóa. Multo bonita e carltatlva. Nio lhe sórvr de leite a secura de tua boca. Brincaria* deve, compreendo, sobrar tempo para fazer-me com oatros meninos, com todos oa meninos vaa esmola de um pouco de companhia. Papal gabundos do deserto. Serias um verdadeiro, aesaiu cédo esta manhi e nio voltará antei de llcloso desespero em minha tenda. Eu mesmo me deitar Estou cansado de esperá-lo, Moha- te calçaria as botas e te ofereceria, bocado a bomed. querido. E' multo bom e ganha multo di- cado. tua raçio de frito e torradas com nhelro. Será que nunca se lembrou de chegar manteiga e leite... peixe até minha cama e dar-me um beijo?,... A proMohamed, certo de que pelas nolfessóra está. ás vezes, ao meu lado. Mas o co- tes a fóra, de vez estou em quando, beijar ias minha raçio de Miss Patrícia, sua vontade e seu ca- testa.:. rlnho est&o nio sei onde, nào est&o comigo, Pelas noites a fóra te beijaria a testa e cré Nào tenho amigos; possuo, entretanto, muitos brinquedos, os mais os olhos, para que dormlsses melhor. Ao teu descaros, chegadoa do Tur- pertar se abririam minhas mios repletas de pelaias de rosas fragrantes, pedaços de assucar questio. Ninguém vem ver- cristalizado... Para defender-te das féras do me e já ha vários meses nio saio de casa Todos vivem deserto., estaria o meu fuzil vigilante e certeitio ocupados! Chego a pen- ro... Tudo isso eu faria... Olha-me.. Tenho sar, até, creio, Já se esque- um rosto de homem bom. que nio te deixaria Às onze e meia entra na &ala um ceram de mim... Os vinte morrer de solidão, O sonho vai como musica longínqua. Na garoto. Tem, no máximo, dez anos. a e cinco quartos, demaalado alma cansada e o coraçao pervaslos e silenciosos, causam- parede cór de malva, á altura do ralo do lól. dldo. Afasta o cortinado, paia me médo. Estou aó. Moha- Imperturbável, o sorriso de Mohamed. que o sói cubra em cheio o sormed. e tenho pena. E' multo liso de Mohamed Depol* vai feia a solidão Faz pensar multo, tu nio achas. MohaEsta manhã, o ralo de sói Indiscreto, dspow med? Por Isso, todas as ma- de retratar-se no vaso de cristal, canhis venho vér-te. E's ml- minha pela sua superfície floreada.caminha, sem enconnha companhia, minha uni- irar o sorriso de Mohamed..". ca companhia. Nio foa*eh , As onze e mela entra na sala o menino tu. e talvez Ji estivesse mor- acompaiJiado pela professora. Como todos os Porque a solidão faz- dias. aparta o cortinado e busca com a vista o , to nos adoecer. E tá tens um rosto moreno e brilhante. Tem. entio, duas luga.i rosto de homem bom. E's noa cantos da Loca e a angustia de muitos homeu amigo O único que mens nos olhos. A voz é Incerta e humlda: -- Mlss Patrícia, onde está Mohamed? possúo nesta cesa. E esu — Mohamed? Ah! O quadro? Ontem, Junrasa é o mundo , O menino fala. com voz to com outras couaas mais ou menos inúteis, débil e um sorr'so de céu. foi enviado por tua caridosa mieplnha a uma Sua cabeça cal para traz t sociedade beneficente .. Para ser colocado na i fica olhando os adornos de cala de espera da clinica. K. me parecem ser uma colossal aranha. Na estas dados oa bastantes para um mealno que pobre cabecinha, cansada, nio deve possuir o feio vicio da curiosidade, se tece um aonho transpa- multo proprio das creanças mal educadas... O garoto náo diz nada Nio tem um gesto rente. Cada uma das teias de aranha é um logar do ps- Deixa-se cair na poltrona de espaldar a ris U>raizo Nesta estão os menl- era tico e olha para o alto . Ai conta* Oc crtsnos que nio teem brinque- tal refulgem todas à festa do lól. mas aquela .. dos, naquela, os que deixa- aquela onae os meninos que morrem de solidão ram os rastros de seus pézl- é um Incêndio, uma fogueira triunfal, uma ess w I nit, , nhos azulados de frio na ne- trela próxima Parece-me que esta náo é a hora aprove dos caminhos Naquela outra, as creancas que, no prlada para contemplar o teto, senão de esluOrfanato, esperam, em lon- dar a lição de aritmética... Sim. Mlss Patrícia, ga fila, o seu turno para le: E começa: var o Jarro onde beberam '41 A superfície do triângulo é igual a base um pouco de leite. Na ultlma. de cima, naquela maior- por altura sobre dois base por altura sobre zlnha de todas, brilhante e dois. bonita, os meninos que morE em cada palavra da formula geometrlca. reram de solidão em vez de ser um protesto, é resignarão é Depois, este sonho de crts- angustia. * tal deixa caminho para outro. Seu professor de geografia fala-lhe dos desertos. dos camelos paO marido saiu para seus negoclos. A mucientes, das gaielas esbeltas e meuros extraordinários. E' paradoxal! lher, comodamente recosiada no fófo encosto de seu luxuoso carro, ral distribuir esmolas ai* E Mohamed está com éle, com seus olhos e bo meninos pobrer e enfermos. |K tinas reluzentes Enquanto isso. Mohsmed. na sala de espe Mohamed, tú nio tens um menino? Se ra de uma clinica de suburblo. vé pasaar a mieu fosse teu fllhinho . seria dolorida com aeu bondoso olhar. Sorri á Nio serias um botão de Jasmtm, mas inutilidade de sua complacência, à dór que esuma dhalla morena .. pera turno e a um busto de Hlpocrates, que Mohamed, se me levasaes contigo, ao- parece meditar a um canto. bre teu cavalo, pelo deserto ae areia branca, no Mir Se não fosse assim, estou certa de que Momelo da caravana?. . hamed choraria de pena. . O MALHO IX 1941 26


O

NOS

SUCEDE

QUE

Por JUAN

e quando o primeiro tentiu qua André eram intimot errqot chamou André e diste : — Minha filha Marta ficara na mitéria quando eu morrer. Jura-m» qua cuidar*» dela como tua própria filha. — Juro-la — ditis André comovido. — Si faltai a »s«e prometia feita r um moribundo, voltarei do alam a pedir-te contai. — Morre tranqüilo — replicou André; — tu» filha teré a minha. fsla.ao

«

morrar

E começou par» Marta um calvário dos mais cruéis. Adré. fora de casa todo o di*. nio podia saber qusnto faliam sofrer a órfã. E asta começou a emagrecer até qua oalu d» cama. O médico diagnosticou uma tuberculose : a falta da alimentos e o eicesso da trabalho haviam conduiido Marta a ais» aitremo.

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Uma vei morto Estevão. Marta foi levada para a casa da André. Era uma mocinha de 15 anoi. polida e triite. porém mui bela, a quem a morte do pai havia deiiado em profundo desespero. Iiabel, a mulher de Estevão e He/ena, tua filha, acolheram a órfã com manifestjçõel de desagrado, principalmente Helena que era feia e invejosa.

André,

ficou cheio de remorsos. Contida quando soube da verdade, muilo culpado por não haver sabido cuidar da filha do seu amiqo Pensava no seu juramento e envergonhava-se de não havé-lo cumprido. Volteria Estevão a pedir-lhe contas como havia prometido? rava-se

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inverno. Ao enquarto e perma roslo um sopro fechadas. — Essou é

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A pobre Marta artinguiu-s* numa glecaal menhi da lardecer, da volta do cemitério, André encerrou-se no neceu muito tempo no pensativo. De reperte sentiu gelado a olhou em redor | portas a janelas estavam tevio I — murmurou estremecendo. — Juro-te que nio Outra s»u rorto. — E' ale. vai o frio pastou pelo aqonlaéo André.

IX -

RICHEPIN

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culpado. — — disse

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£ aquele sopro o perieguiu desde então, implacável ! E uma manhã decidiu terminar de uma vex; colocou-se deante de um espelho, aplicou o revolver na fronte — a couta rara ! — pareceu-lhe que o cano queimeve a sua carne com um calor delicioso. Tanto que quando acudi.am, ao ouvir a detonação, acharam André sem vida, porém com uma a*Pfeiiéío

27

dt'»-*o»a

no

rosto.

"

O

MALHO


LAR! FILHOS! LIVROS!

^±2*m^t

RAUL

DE

AZEVEDO

( Oo P. EL M, Clul>, do Inatiluto de Coiml>ra, ila Academia c da Federação Kra.ilrira dc Letra. )

Moderníssimas. A cultura.. ym

Mas onde se encontrará nos

arranha-cé

paredes ou lugares para se encostar estantes? Onde colocar os livros? Alguns livros, sim. mas somente alguns livros...

~\ ¦

A primeira preocupação do homem, ou da familia, que se transferem da Casa para as monstruosas caixas de fósforos, cortiços duma extraordinária

elegân-

cia, é... vender os livros. do,

Examinaram e chegaram

nimes problema da natalidade ettá sendo uma justa 0 preocupação do Governo do Presidente sr. Getulio Vargas. Com um território imenso excedendo na área diversas nações da Europa, a nossa população é modestíssima — cincoenta milhões? — comparativamente com o número de quilometros quadrados que possuimos. Povoar! Povoar! Eis um Kr,to que deve ft estender do Sul ao Norte, principalmente ao Sul. 1 ler filhos, muitos filhos! O arranha-céu é o Mgòcio do momento nas grandes capitais do Brasil. O Kio de Janeiro e São Paulo enchem sc dou mon tiro* quadrados ou que «úbein para o céu. etguios como flechas compridas. ÇflllHiH. milhar**, e nos mais modestos dezenas de pessoa, entopem os apartamentos, no trivial pequenos, acanhados, o teto relativamente baixo, o espaço dr cada sala ou quarto irdu/idus ao minimo. A vida em quasi promiscuidade com conhecidos ou desconhecidos, habitantes do mesmo prédio, os encontros a todo o momento nos elevadores e nos corredores, cria uma mentalidade nova. e que de certo náo é a me lhor para a nacionalidade e para a Raça. Absurdo talvés. possivelmente paradoxo, mai o certo é que o arranha-céu mata... o filho, a vida do Lar tradicional e bem brasileiro, e a cultura. O filho... Os anúncios são mais que ciaros, ou as exigências particulares, salvo aquelas clássicas exceções das regras gerais, "náo se admitem crianças". E o casal, por comodidade e cerUs vantagens diminue o.. filho. E quando êle vem é um só, como em determinado* Paises. Dum.| feita, viajando naquela terra de "verdes ma.es bravios" como diria o poeta, subindo a cavalo a serra de Maranguape, deparei com uma palhoça, e sentada * porta uma mulher ainda forte, t ao redor mais de der criancas. Ela ensinava a cartilha. Julguei que fossem meninos e meninas das proximidades que a criatura bondosa* mente ensinasse a lêr. Parei. Depois do "bom dia" conversei. Perguntei lhe se aquelas crianças moravam

são

àJj^ ^^^\1

perto. O

MALHO

a essa

bizarra.

tuuna

conclu—

pode-

MMmmlmmíb

Nio senhor. Sáo mifilha*. E há m.iis? "Si/ tenho 24. Os outros estáo na roça trabalhando com o pai. Sorri do número, c daquele "só", tão simples e sugestr/o. O senhor acha muito? Poi» vi subindo a serra que lá adiante encontrará a comadre Miquilina com 32. E era verdade A senhora Miquelina, que casara aos 14 anos, tinha 32 filhos, c 3 mortos. Alguns eram gêmeos Era o Norte, o Ceará, o nordeste, enfim. A vida do Lar... Um exemplo edilicante. Fatia anos, dezoito anos, uma certa bonita moça de Copacanana. com inúmeras amigas. Pai. mie, avó, avó, queriam festejar a data, em casa. Mas toda a familia morava em arranha-céu. em dois apartamentos. Como seria nhas

possível? A moça reso'veu, ditatorialmente: — Vamos para o Casino... Foram. Duas grandes mesas. Aos centros, os velhos. Ao redor quasi trinta moças, alegres e joviais, estilo ultra moderno, cada uma é claro com o seu companheiro... Casualmente próximo, olhava o espetáculo que era todo um ensinamento. Uma da maarugada. Os velhos, tristes, deslocados, tonolentos, observavam aquele mundo louco que nio entendiam... Para festejar o aniversário da filha * da neta? Lar, — mas aquilo positivãmente nio era o Lar... De momento, começaram a correr as ligrimas dos olhos cançados da avozinha... E eu pensava que essas moças, se casas.em — muitas com a independência dos emprego» ou da fortuna, que ainda querem casar — nio ti.iam talvés nem um só filho..

28

se

acomodar

muitas

coisas,

mas

os

livros

nio. E o dono do Lar. ou do Lar antigo, que tinha o seu pequeno jardim, com rosas # ouiras flores, o seu pequeno quintal com frutu» que e um intelectual, ou apenas gosta de lêr e obrigado a vender a biblioteca que lhe cu<>tara anos e dinheiro a construir. Ha ainda, como argumentos, a vida cara, caríssima, subindo sempre, principalmente nos setores principais — a alimentação, a instrução e a educação, a saúde e a roupa. K intuitivo que todos esses problemas complexos estio nat cogitações mais sérias do Governo do Pais. Êle estuda-os, * procura solucioni-los da fôrma a mais racional. Ot acontecimentos alucinantes

te deten

rolam no mundo, e vêem se refletir tambem no Braul.

direta ou indiretamente.

Dai, os atos

expressivos do Presidente sr. Getulio Vargas sobre a Familia, o amparo para ela. a tua manutençáo num nível moral bem alto, como um exemplo a teguir pelo* homen. e mulh< "amanhã", representativos da nacionalidade * da Raça 1941


ADA menos que cinco relógios, aqui em casa, contam os minutos com que, imponderavelmente, se formam as horas, os dias, os meses, e os anos. Cinco relógios de variadas formas, tamanhos e marcas. NTo meu pulso, pipilante como um pintainho, está o inseparável coinpanheiro de todas as horas, que parece ter mêdo de anunciar em voz alta a passagem dos segundos. E um belo relógio, que me tem prestado ótimos serviços, e lhe dou o carinho que >e dá aos bons e úteis objetos, dos quais j>or nada, no mundo, seriamos capazes de nos desfazer. Aqui bem na frente, sobre a minha secretária, está outro, niquelado ou cromado? — de fôrmas aerodina¦nicas, linhas elegantes, vidro abaulado, granfino, como unia cara molduMarcha silencioso, sobre parecendo ter as engrenagens eixos tle arminho... K êle qucn» me ra de

fotografia.

diz, quando a noite vai longa e adiantada. que devo ir rejwmsar como toda a gente, abandonando o convívio dos meus livros c cadernos. (lanhámo-lo de presente. Para ser franco, mm sei mais quem nos deu ê>>e precioso servidor. Mas sei que Adalgi>a. minha mulher, tem por êle grande carinho, cm atenção a quem nô-lo ofereceu. Adalgi*a tem o dela. minúsculo, para pulso, encastòado de pedras, dc

IX — 1941

TT t G A L VÃO brilhantes tão pequenos que até parecem grãos de areia. impossível Que jóia rara! Parece caixa quase que ali dentro, naquela microscópica, pulse um inaquinismo semelhante, guardadas as ao da pêndula soproporções devidas, nóra da nossa sala de jantar. Rodeiando o pulso fino, moreno e bem feito

em tudo

de minha mulher, ainda mais gracioso fica êle, parecendo óbra de um gênio, de uma fada ou dc gnomos. trabalho mas de enperfeito não de joalheria cantamento. do encantamento de uma vara de condão. E já que falei na pêndula da sala, devo fazer-lhe também um elogio. Sem ser muito moderno, ê um relógio interessante: pelo seu aspêto. pela sobriedade de linhas e cie adornos, casa>o bem com «i mobiliário dali. Kntroun<)S em casa há trô- anos. quando nos casámos. K tem marcado bõas horas de felicidade. Falta apenas citar um: o despertador <la nossa mesa de cabeceira. Fiel como um cão. vigilante como uma sogra ciumenta, impiedoso no cumprimento do dever dc ine cortar o sóno mal repontain no céu os primeiro^ cia-

29

DE

QUEIROZ

rões do dia. é o bom amigo que, à noite, executa seu trabalho em surdina, parecendo ter cuidado para não nos perturbar os sonhos. Cinco relógios. Cinco maquinas que trabalham, por assim dizer, em "équipe", com o mesmo fim de orientar nossa vida. nossa "felicidade a dois". Se um pára. falto de corda, os demais continuam, entregues à taréfa de orientar a pontualidade de Adalgisa — a criatura mais metódica e pontual que já conheci... l"m controla o outro, chamando o sempre à exatidão mais perfeita. E quando a casa está, às vezes, mergulhada em silêncio, dá gosto ouvir como "ticparecem querer sincronisar seus tacs". como militares acertando o passo numa "big-parade". Cinco relógios... Numa casa assim, onde o tempo decorre tão contado e medido, não devia haver atra zoa, tudo devia andar ? tempo c a hora. Entretanto, estou justamente aqui a escrever esta crônica porque perdt mos, há |)ouco, o último trem para São Paulo, Chegámos a Estação com um pequeno atraso... Um pequeno atraso de vinte minutos.

O

MALHO


BELMIRO

BRAGA,

DO

UM

ARTHUR

CAUSEUR ADMIRAVEL BRAGA Unha especial encanto em recordar os BELMIRO teu* tempos de criança, a sua Infância de menino pobre, na roça, referindo os seus anseios de ser escritor, de possuir um nome, de vèr-se publicado nos jornais da Córte, de alcangar, enfim, a glória, através das conquistas llterarias. E, alinhando essas coisas, pontllhava-as de anedotas, frisando os seus estudos mesquinhos e Incompletos, a tal ponto, dizia. ínterrompendo-se : — Quer saber ? Em tôda a minha vida só fiz e há pouco tempo, um exame, e assim mesmo, fui reprovado ! Foi um exame de sangue, assinalado por uma cruz ! Um dos meus últimos encontros com Belmiro Braga deu-se justamente, no dia 23 de Março de 1934. Era á noitlnha e estavamos na Avenida, á porta de uma casa comercial de propriedade de um seu conterrâneo de Juiz de Fóra. Pleno govérno provisório. Belmiro Braga, conquanto batido pelo tempo, a cabeça prateando, o bigode mesclado de claro, a face franzlndo-se em rugas, uns vidros grossos escondendo-lhe os olhos, con»ervava ainda aquela mesma jovialidade dos primeiros dias, umii alvoroçada alegria comunicativa. transbordante e contagiosa. Os acontecimentos políticos da época enchiam as ruas, Belmiro Braga, entretanto, falava poesia, recitava versos, contava anedotas, e, só por isso, recitou-me, sorrindo, uma quadrinha cheia de mordacidade. endereçada a um politico déaae tempo :

PHOCION

DE

AZEVEDO

atriz cantora Irêne Manzonl. de cujos dotes vocálicea A nâo era éle fervente admirador, publioou um atestado em que dizia haver recobrado a voz, graças ao Xarope de Alcatrâo de Jatai, do farmacêutico Honorio Prado. Arthur nâo se conteve, e comentou o atestado, nestas duas quadrlnhas : "A Irene Manzoni ao povo B ao farmacêutico Prado Dím poder cantar de novo Por ter a vos recobrado. Santo Deus, que coisa boa / fyue milagrosa me tinha ! Fax até uma pissoa Recobrar o que ndo tinto .. .* +++ PEDERNEIRAS, que felizmente ai eatá aempre moço, sempre ativo, sempre cintilante de "verve", e RAUL sempre utilizando o tempo de um modo que é segrêdo seu, escreveu a sua primeira revista, O es/olado ( "o estalado" era o povo ). de parceria com o Ilustre e festejado revistógrafo Vicente Reis. igualmente vivo, e labutando na imprensa do Amazonas. Arthur votava a Raul Pederneiras a admiração e a bemqutrença que todos lhe votamos, mas tinha uma valha turra com Vicente Rela, pelo que comemorou o surgimento da peça desta maneira : "Esta revista certamente Triunfará de Norte a Sul : Tem ifuuee nada do Vicente, Tem quase («do do Jtaai . ,

Mas quantas coisas inwtnas Nos trouxe a mvtluçúo Ndo queimou, nunca, as p<*(<imos Ministro da Educaçúo / 1937

ANEDOTARIO

SERPA

1H7

DOMINGOS

BARBOSA

V UM a antologia I

P

I

O

R.

C

C

A

S+n** ét PKAGUSTO

REMINISCENCIAS DA

INFANCIA

mais velho tio Francisco Jost José Teixelra Teixeira Lelte. Leite, pouco mala MEUdo que eu. eu, dotado da mals notável lniellgtncls. Inteligência, e cultura mais notivel ineomparavelmente incomparavelmente acima de seua seus anas, anos, rapazinho que com m4* amaréla mês e meio melo aldm além de tres lustros apenas, a febre amarlla admiração horas, arrebatando-o kà amlzade amizade e *á admirable proetrou proatrou em horaa. colegas, comlgo comigo travava ardoroaas ardorosas Juslas doa dos arus «eus parentis justas parentes e colegas. mnemdnicas doa enslnamentoa ensinamentos de Homem de mnemônicas a propdsito propósito dos Melo Dlacutiamos Discutíamos superficies superfícies e poputa;6es, populações, os cursos dos nomenclatura de seus afluentes, enumerable rios. a nomenclature enumeração dos lopdmmos naturais e das cldades cidades e aaslm lopómmos dos acidentes naturals assim por diante. esforçava-se por me levar kâ parede, E meu contendor eaforcava-ae curiosas que o seu mestre ensinava-ms mestra Moreira Pinto ensinava-me coisas curioaaa recursos de mnemftnica mnemônlca corogriflca Ihe lhe inculcava Inculcava como recuraos corográflca brasileira. miúdo repetlamos repetíamos a seguinte e exdruxula Aaslm, Assim, a nuudo fráse : frise; PAUFAhANUUtOfYMA . . . APAMAl'll'miPA HAE8R1MU PAUPAÜANBIMIGOYMA APAMAÍ It K8IFA ttXASKK ratASKB BAE8R1MU Seri lingua Será língua de bugre ou lingua vocês língua de Angola a que vocds dia um outro de mrus estio meus estão falando T perguntou-noa perguntou-nos certo dla assonáncia destaa tios, Intrigado intrigado com a asson&ncia bárbaras destas palavras bArbaras tios. .— N4o, respondi-lhe triunfante, Nâo, senhor ! respondl-lhe triunfam*, apenas as sílabas dos nomes das provincias províncias do Brasil e• do prlnseiras primeiras silabaa Amazonas ao Rio Grande do Sul. Neutro, do Amsaonas Municlplo Município Neutro. migoyma de Minas Gerais. Goyaz e ajuntando-se-lhes migoj/ma Inventou isto fol foi o professor de Chiquinho Mato-Grosso Quem lnventou Chiqulnho Genial lnvento nosso interlocutor Invento ! comentou o noaao vocês ao seu mestre que tie éle tire privildgio Aconselhem vocts Aoonselhem privilégio e Invenção ! patents patente de Invenjio AFONSO DE E TAUNAY 3T 1 937 19 * O

MALHO A

,

30

DUELO

SINGULAR

Irrnlo mals Joaquim mais velho ds Joaqulm NABUCO, lrmáo no Coldglo Colégio SIZENANDO oompanheiro de estudo n« Nabuco, era meu oompajihelro samprs convltea convites de sua famllia família para Marlnho, Marinho, e trazla-me trasia-ms sempre escassez do Escusava-me com a eacaaaes davam. Eacusavs-me os sarsus que davam avisou de que Justiniano noite em que me avlaou tempu, mas uma nolle Francisco OcCaOc<eRocha ) e Octavlanb ( rrancisoo J«»lmioso Joed José da Roth* It JsslHtiano despertou-sebalar-se em duelo, em sua caaa, despertou-ssnano ) lam itaao Um batsr-se -me a curloaldade, Servida a ceia, — uma curiosidade, e acompanhei-o, acompanhei-o. Servlda Gulmarâei, Confeitaria Gulmariai, cela Inula, lauta, como as sabia preparer preparar a Confettarla Direita — depals sair da rua Dlrelta Ouvidor, quase a aalr da rua do Ouvldor, as ae os cavalhairoa de se retlrarem cavalheiros que preferlrtam aa senhor senhoras retirarem as prefeririam frents. saldes da frente. rn dales dos doa salOes a sua companhia es a danaa e a música cabeceira ae na preslddBCia o Conselhetro presidência da Conselheiro Nabuco pda pós 4â cabacalra único do duelo Abnuitas, como Julz meaa o Marques Marquês de Abrantes, juiz ilnlco esquerda direita Juatinlano Justiniano ae Octavlano ká eaquerda. ajustado Tlnha Tinha Aà dlrelta condições do duelo sram declarar que as condlcdaa Depots Depois ds declarer civilizadas, maneiras civlllaadaa, comcrem comerem os contendorea, segundo aa maneiraa vencedor quem ficando como vsncedor depressa ou devagar, maa flcando combata comew mala, mais, bateu palmaa palmas s inlclou-as o combats os conhecidos nteae nêase tempo como oe dois gastrdnomos, Os Oa dots gastrônomos, conhecldoe algumas começaram por algumaa melhores garfos do Rio de Janeiro, coma^aram regadas salads, rsgadas de prssunto pio e salada, presunto com pto generosas fatiaa ds demoliram cada um ale. um vinho branoo branco Em seguida, segulda, dsmollram com alr niayonntuee de pelxe a sua mayonnaise ambos a devorar peixe — pasaaram passaram amboa depois, uma boa libra cada quel perdia trufada — depols. qual- a sua perdlz dois penis seguida dole fcee/ cada um — atacando em aegulda roasl bee/ de roast perus recheio de farofa, azeltonaa azeitonas s ovos respectivo rechelo de fdrno íôrno e respective os clrcunstantas circunstantes J*já olhavam duroa, duros, com tal bravura que qua oa estldos copelroe copelros JA combatentes ae um doa com terror para os combatentea Já estidélea em ingerido por qualquer deles alimento ingerldo n>ava o p*so pé ao do allmento sete libra*. libras. mals mais ds seta conjuntamente Passaram aos doces s quando atacaram conjuntamanta colhia com de desmamadaa, Justiniano aa colhla um grande prato ds nâo de ngo rlr so ao ponto ds tal prefteza UU presteza que Octavlano disparou as rir disseJustiniano dlaaeo duelo e voltando-se para Juatinlano poder continuar "Rocha, voed -Ihe -lhe : — "Rocha. Gargântua, última gravurm viu a ultima você J4Já vtu gravura de Garggntua, lhe mete uma empada na bdea oom a pd pá ?T quando o padeiro Ihe enfurna as !" B, tomando Voc* nâo come dssmamadaa, desmamadaa, enfoma-aa Você jaJá nio contendor. tide do contendor, saúde uma la(a taça de champagne e bebendo âk as declarou-se vencldo vencido Justiniano flthoa de Juatinlano disse-me um dos fllhoa dtae depois, disss-me Dais Dois diae função, o pad. finda a funtio, pai que. ao voltarem de carro para caaa. (lnda almdço do dla dia tirára da meaa um JaciX que ainda tirira Jacú, para o almd^o lhe deitára-lhe seguinte, pelaa alturms do chafarlz chafariz do Lagarto, deitdra pelas alturas fdra caminho. ossos, por td-lo fóra oa tê-lo liquidado no camlnho. os oaaoa, SALVADOR DE MENDON£A MENDONÇA Vix — mi


OS

GRANDES

MÚSICOS

^ O. o £-1 03 fe \ a M

• X"-'- \.*\ ".v ••* -V^r//, '%*T ,.,. «O o 5 b ,J*-'

st*'*1' TVanini

como nome de Paganinl figura na história da musica XIX. O sendo o do mais célebre violinista do século _ ou. Nascido em Gênova, em 18 de Fevereiro de— 1784 morto em e 1782 de segundo outros, em 27 de Outubro pequeno Nice. em 27 de Maio de 1840. era filho de um da músicaapaixonado grande comerciante desafortunado, musical Logo que percebeu a extraordinária vocação noções do filho ensinou-lhe bandolim e deu-lhe as primeiras cl"e pouco de música, Mas, com tal severidade e grosseria manhà, porém, Uma faltou para desanimar o menino. e ,', ouviu éle de sua mãe estas palavras serás um grande artista. Um anjo, em todo o seuesplendor, apareceu-me esta noite e disse-me que, s te fizesse fi_ w on Eu pedi-lhe que promessa, seria atendida. o m prometeu anjo o e violinistas maior de todos os célebre João Pouco depois, foi Paganinl confiado ao igreja de da principal violinista e regente primeiro Costa, escreveu anos oito aos e Gênova. Fez rápidos progressos executada a primeira Sonata, que nessa mesma igreja foi conqulsestreou em PÚWlW. pela primeira vez. Em 1793, Sua carreira de concertista, tando aplausos frenéticos. Acolhido entuslasticamente 1798. em iniciada só foi porém, vida desdiversas cidades italianas, tinha, entretanto, iam afetando a lhe vícios outros que e reirrada pelo jógo em que, para ter constltulçáo débil. Houve um momento então, uma temPassou, o violino. vendeu algum dinheiro, excursão uma iniciou 1808. Em porá da dedicado à citara. IX — 1941

— 31

pela Europa, a qual durou cérca de trinta anos de triunfoa sucessivos, como jámals o havia tido, até entào, nenhum outro concertista. Sua técnica, verdadeiramente milagrosa, e seu aspecto diabólico provocavam verdadeira agitação nos auditórios. A vida inquiéta, cheia de emoções e de fadiga, que levava, afetava-lhe cada vez mais a saúde. De modo que não foi difícil a uma tuberculose laringea consumi-lo i apidamente. Quando morreu, já possuía boa fortuna, ganha com o violino, fortuna que retalhou entre e parentes amigos. Paganini encontrou no violino efeitos inteiramente desconhecidos até então. Sua qualidade de som era de uma beleza sem igual, embora pouco volumosa. Foi éle quem lescobriu os sons harmônicos, mercê dos dava à quais juarta corda uma extensão de três oitavas. Antes dêle, ninguém tinha imaginado que seria possível, fora das harmonias naturais, executar duplas, têrças, quintas, sextas oitavas, em progressões diatônicas, sons naturais e sons harmônicos — o que éle fazia com uma facilidade maravilhosa. Para obter certos efeitos, modificava às vezes a afinação do violino, e era habllissimo em executar peças inteiras só na quarta corda. Teve várias aventuras galantes, tendo corrido o risco ae morrer muitas vezes, vitima do ciúme. Foi casado com a cantora Antônia Bianchi e teve um único filho. Foi o artista mais aplaudido, mais aclamado e mais popular do seu tempo. O

MALHO


mr€y'

W.m^Ê®

óJf\

V i' violinista,

como

interessante e,

cantora,

como

bailarina.

como

sobretudo,

mesmo,

a

lindos

quatro toria

ÀmJ

pequenos canencantadora tradi-

RIO

NO

ESTIVERAM

os

tóres da Croix de Bois, ção musical da França católica, dirigiria pelo a confirmou conjunto Mailet. O abade fama de que vinha precedido. E' um coro finura e harmonioso, impressiona pela que

O soprano dramático Wanda rVermmska, "Mestres CnnProtagonista da opera tores", dc Wagner, com que fui inaugurada

temporada

a

nos;

da

credenciais

treada

com O

listo,

de

várias

nem

num

mães

o

Procopio

e.

felizmente

com

maior

brasileiros,

mero

de

todos

pies

para o êxito ou menor nu

I

mente,

pre inovações

das

por isso a evolução cessar, embora, às vezes,

música dei».,

nem

não

linhas

Estas

detalhadas lista

por

aitista.

inicio

e o prosseguimento

horas

sioa.

em se

temporada,

significativo bem

que,

aos

de

ufanar

podem

can.ú-

para

nós.

poucos

pra-

idêntico.

zer

tista.

pela

cantora, que,

é

ROUSKAIA tripice

violinista

é

dividindo

a

baiorina.

dedicasse Todavia,

O

a

um

como

MALHO

è

claro

três

es

em

ne-

.mesmo

que

se

para

gênero de espetáculo. talento bastante, ela é

único tem

Está

perfeita

atenção

não é pecialidadet da arte, o seria Nem delas. nhuma

aiEla

personalidade.

<? é

soa

curiosa

uma

interessantes

Sinfônica

Brasileira,

concertos da sob a regên-

cia do Ilustre maestro Eugen Szenkar foi o "Festival Strauss", realizado háv dias, no Rex. Ou pelo

porque a música sinfônica hoje famoso regente esteja do

coração música

sua

MAIS

DOS

Orquestra

os

NORKA

que

êle

como

sacerdote

do

a

gira

papel, deu nho do da

nos lhe

Bibi,

toda

drama

do

um

n

de é

s.n.diiicr to-

platéia

emoção

profunda

cândida,

comédia. mais

A

o

conduziu

cedeu

afinal,

muito

que

intranzigente

res-

de

não

grotesco.

mencr

a

diante a

tipo

aa-

do

cuia

perversidade

Procopio,

infeliz

em

lorno

jovem firme

passo

no

Rodo né.so

artista,

A

m

a

doce,

1

conrogração.

Marselheza.

gloriosa

UM

capitais

gosar

do

vibrou

noites modo

temos papeis

o

quo

bôa

de

agradáveis

o

qual

pela doçura de suas imterpretações. Muita aent"e se sentiu emocionada até ao estremo. foi cantada a bela Principalmente quando e

em o

para

não nos

comédia,

alta maior

muito

enveredou

ai-

registrar

apenas da

proporcionando

muito

é

época

mundo

do

mu;to

isso

E

apreciações

espetáculo,

por

Visam

normalmente,

riocas

numa

espetáculo

se

pio desacerto.

comportam

de

corre

com

de

Bibi Ferreira

as

cena,

de

da

genuidade causadora sito.

pesada

compreendem

público reformas da

considerar,

de

é. felizprovoca conflitos. Não música de r«nc'3daria. E, si nem semdo

quem

vez,

e

trabalho

o

a

Ar

uma

para ninguoir. magistral ar.

foi,

que dau motivo a peça. Ao lado da vibração de

'^aiaV

não

ouvidos

os

verista,

ou

os

ante quée

dando,

está

W

m^

ctas

cômico

ver

comicidade.

atitude,

A

artístico.

nos

clássica

alemã,

ou

leve.

de

ponto

temporada

a

que

italiana ou

de

questão

música

visto

em

doscambar

entendem

se

dú\ida

completo,

ale-

perfoiNão há dissençcos políticas, me:tamente. "po'ítica" como mo quando entendermos essa uma

ensaios

rej-

HA

qionde

artista,

Carlos

mais

Não

emotivo.

surpresa,

D.

de

ge-

como-

da

Alonso,

Ferreina,

terreno

o

teatro

ponsabilidade

norte-americanos,

franceses,

italiano;,

sAfmWmm

a:-

se

que

cosmopolita.

^N

do

congrega

nacionalidades

repertório

ospeláculos,

dos

Municipal

Teatro

Wagner.

russos,

pelo uma e*-

excelentes

verdadeirameno

CREAÇÀO

abadonou

plono temporada lírica, "Mostres Cantores", 05

com

impor.

njjl, do rape' de Fadre "O Cura da Aldeia", dia

Ohúdíca

autora

uma

de

surge

que se

para

A

COM

lírica.

em

nome

o

~Leatió>

niches,

ESTAMOS

fôrma

cujo

executou

porá piano, de ourevelandoPedrario,

Olga

talento,

de

Carmo,

do

aplaudem,

conhecem e "Prelúdios"

senhora

dessa

cheia

Maria

pianista

todos

valor

é,

"? - jfr'*!

#» )' -Ittv

aAÚr .Vi

aaH

conduzida dentro

do

1

público; ou porque a bôa vez mais, um derivativo para

nosso oada

a.am\\mÍmm

que, mais ou menos, a todos etingem, o fato é que o teatro da ru» A varo Alvim apanhou uma enchente assustadora.

^w

^ÍH

" -Am

males

Bom

A

sinal,

HORA

sem

DO

•aaaaa»^"

^^^

'

aâSm .aáaaaaal

dúvida.

BRASIL,

dentro

gr-arru nacionalista continua cada vez mais, pela música

— 32

a

do

seu

prointeressar-se.

brasileira.

Agora

Beatris Costa, no momento em que assinava contrato para a Companhia de Revistas do Teatro Recreio. IX

l'Jll


esplenpapeis, conduziram-se bem, de modo a tornar o espstéculo muito homogêneo, os artistas Resiier Moreno, Francisco Costa, Júnior, Matilde Alma Castro, Ferreira Leite, Carlos Machado, Celmiua de Almeida, Eurico Silva e Lins Nos

demais

didamente

•Silva.

NA

"Os

COMÉDIA

viuvas",

vo'tou

renome :

deu

Dulcina o

homens ao

cômico,

preferem

as

que lhe se havia protagonista ce

gênero cio qual

para interpretar a me denorás". a A peça é leve e engraçadissima. Nela si mosprincipal figura feminina crêa, para ma. um caso complicado. Ela coioca-se, leda sua dificil situação numa vianamen'0, nfastado "Nunca

anque lhe exige diferentes aliás, ela comuma das quais é a Ela deliciosamente. a traduz preende ingênua, a surpreendida, a trágica, a leviana. Apavora-se, dá gargalhadas, sente curíosidades e sente pavor. Enfim, tem várias oportunidades para ser diferente e ela o é, com Está claro qua naturalidade. impressionante

vida,

situação

tudes,

Esperemos, pois, o salão, o louvemos os que, apesar de tudo, ainda teem forços para manter de pé as tradições de bôa arte.

mairT i______l_i_t~^^M * M, Jv A. OT*ifc_L___k__fe> ¦ ^^H

f

_•_¦'£-

^^ÉÇvíZ^

/^Y* a^.'^9fmT-'_\ ENCERROU-SE a exposição Heitor de Pinho, artista dos mais sinceros e apaixonados, que possuímos. Quem percorreu o salão da

—9m—- -^^———A.

\\^_\^^m_\m\ _^~"\j.'

O M., onde se achava a exposição, apreciou uma série de aspe-ctos encantadores do litoral e da baía de Guanabara, colhidos em do momentos felizes pela palheta pintor. Eram, em sua maioria quadros de dimensão

. a^—^smm

A.

'———— -————tf* ^mt -- '^fend ¦ ^B___________fl ^K^> '—'-" ¦¦—i& Ev mMtOmw _______ '*'

pequena, mas grandes pelo significado, pelo sentimento que lhes deu expressão. A estas horas, vários desses quadros figuram em outras tantas, gelerias particulares, para as quais foram adquiridos.

__^_________________fl 8f ^•rf^^^

cada

APRESENTOU-SE artista tura

Íta!Íeno,

do

branco

o pintor Nigro, Silvio que se especialisou na pine preto.

talentosa artista se sente sempre apoiada no seu conjunto, que conta com elementos do vaiór de Odilon, Conchita Morais, Aristotcles Poma. Suzana Negri, Sara Nobre, Auicrc Aboim. Damio Ramires, Armando Rosas. Pof tudo isso • mais pelo gesto c'o montagem a peça ora em cena no Regino vem esgo-

_K-^_nBm

e

tando

-M--^—MMM-m~k-m7MW-MMl

A jovem c talentosa cantora Leticia de Figueiredo, na noite do sen magnífico recitai, dedicado aos autores tias repúblicas hespanholat sul americanas.

lotações.

as

que observa. Felizmente, porém, nele predominam qualidades que o recomendam como um ortista equilibrado e inteligente.

aiJARDEL JERCOLIS conseguiu reaizar roi.fl tle interessante, com a orgam zação do chamado teatro brejeiro. Rcolmo;.to, o Rio é uma grande Capital a que njo faltam, entretanot, característicos ao grande loca. O teatro livre existe em todos os <ernuma

civilisução sem que esta. aliás. Rio. de espécie alguma. O - faentretanto, só se alimenta com o teatro milia, em que a menor malícia tem de passar pelo crivo da censuna. Mps, ao que paroce, o nosso dia chegará. O teatro brejero "bandeira de Jardel talvez seja a primeira "Fi has de Eva" desbravadora do caminho. constituem, talvez, o primeiro posso para o teatro livre, apesar de ser apenas uma peça ligeiramente mais irreverente do que as que dado vida ao nosso teatro ligeiro. tros

de

sofra

EXPOSIÇÃO — Pertence ROUSTON è facção dos chamados "modernos" o pintor egípcio Rouston. que encerrou a sua expo-

alta

sição

arranhão

A cantora Edla Ipanema Moreira cuja arte de fina interprete foi mereeidamente aplaudida no seu recente recital.

da A. B. I. Explorando vários gêneros, o pintor apresenta-se menos inseguro nos retratos, que traduzem o caráter do retratado. Nos demais gêneros, porém, não é considerar arte os trabalhos possivel sentados. Paisagens, marinhas, figuras, é

francamente retratista, Embora o sr. Ninumerosas composições, algumas gro expoz muito Interessantes, obedientes às boas regras do desenho. Uma vez por outra, nota-se no

pintor

certa

tendência

para

deformar

o

deturpado,

exótico. senho

Os

tudo nús.

Imperfeito

torto

é

nada e

no

tudo desproporciontado,

exprimem, seu

apre-

no

sentido

Infelizmene, o sr. Rouston não pintor, que faz da arte tão bela uma coisa tão monstruosa » tão

é

seu deartístico. o

único

da

pintura inútil !

T^intuka «19Bolas-Artes promete do SALÃO agnadaveis surpresas para este ano. f Iht- I que, com a nova organização que dada. de;de o ano passado, estão em luta franca as duas correntes em que se dividcn O mas

contemporâneos : os conservodo e os liberais, isto é, os clássicos e os futuristas ou que outro nome tenham. E' pena que ainda haja quem se preocupo com essa arte que tudo deturpa e que. pordo tanto, não interessa. Isso é coisa que há em toda parte, no como Bi«asil piissou passar morre t' questão de tempo. Morrerá como tudo que nasce sem condições de viabilidade. com Isso. Não vale a pena perder tempo os

artistas

res

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Pequenos cantores IX -

1941

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"à Ia croix de t Paris". 33 —

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e Silvino Netto.

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sentando um esplêndido aA progra-

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O

Casino

da

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está

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ma de variedades, com luxuosos e deslumbrantes quadros e a co-

MALHO

and

Alvarenga e Ranchinho

a-a^i

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Theslof Deval,

and Lee,

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CÂNDIDO

operação dos seguintes

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IX — 1M1

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(lUH-lHlIíl O

SPORT

GANDO

QUE O

ESTÁ

(III EMPOL-

CARIOCA

o mais emojá foi, em certo tempo, a luta romana E cionante de todos os esportes. OBox afóAtualmente, já conseguiu empolgar multidões. o futebol, o como polo, conjunto, ra os esportes de o basket-bail, não há nenhum outro que consiga interessar tanto ao grande publico como o catch-ascatch-can. Poderiamos chamá-lo, em português, de luta livre. Mas as platéias do Rio conhecem-no melhor sob a abreviação de catch. Em verdade, não é mais do que uma versão moderna da luta romana, com muito mais movimento, intensidade e brutal dade. Porque a luta romana tem suas regras e é sobretudo

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HOMf M MONTANHA —* Ü [ um espetáculo de força, enquanto o catch é, acima de tudo, um espe+áculo de agil dade e de brutalidade. Não há contemplações com o adversário, e na hora em que os sangues se esquentam de verdade, vale tudo: soco, pontapés, golpes baixos, e até mesmo o juiz apanha algumas sobras. . . Por isso é que o norte-americano batisou-o com aquele nome complicado, que quer dizer — agarrar-se como puder. O Rio gostou do catch desde a primeira vês em que assist.u a uma exibição, talvês mesmo antes, pois que o cinema já se havia encarregado de mostrar-nos essas lutas empolgantes, travadas entre homens gigantescos que parecem ter músculos de aço. Mas o carioca ficou ran de verdade do novo esporte, foi depois que viu lutar o grande campeão Karol Nowina, prodígio de elegância, força e malícia capaz de fazer de um esporte feroz como o catch algo parecido com um espetáculo de arte. Neste momento, o conhecido empresário N. Viggiani está nos proporcionando uma temporada magnífica de

Uma chave de pescoço (gravata) aplicada pelo Homem Montanha em Taek-Taek. C

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Cdd_l,

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rumeno,

com

114 quilos

Em sua maior parte, 03 homens concorrentes são de mais de cem quilos, mas engana-se redondamente quem supuzer que vai assistir a alguma coisa parecida como uma luta romana. Apesar de grandes e pe-

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Mascara

' ^^_____________H _á ' .____¦________¦

Negra,

com

112

sados. todos são profissionais dotados de excepcional agilidade e do recursos técnicos surpreendentes. alguns lutam como e luzem uma técnica semelhante à que fez Karol Nowina o astro máximo desse esporte nos rings cariocas. Outros, porém, empregam todos os recursos, mesmo OS mais odiosos e violentos, c o n t anto que vençam. Algumas das lutas corneçam no ring e acabam no chão, aos pós dos espectadores, e houve ocasiões em que os contendores acordaram na Assistencia Como nas temporadas anteriores, há desta vês um mascaNaturalmente,

cavalheiros '_______

Uma

cintura

quilos

aplicada pelo Montanha.

e

podemos garantir que é uma das mais sensacionais que se teem realizado, não somente entre nós, como em toda parte do mundo, poi. que é imensamente difícil reunir um grupo tão seleto de lutadore. como os que estão concorrendo ao torneio do Estádio Brasil, atualmente.

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catch-as-catch-can,

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F. Marconi, italiano, com 110 quilos.


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O sportman Ale* Pinheiro que com grande comcomo jun„ nas petência e justiça vem atuando competições do Catoh as Catch Can.

* S^H^h

Fase de uma luta, vendo-se o juiz Alex. Pinheiro

rado terrível, alguns vilões, alguns com atitudes de galans, outros que se tornaram verdadeiros palhaços para a alegre assistência que os "Homemvai ver e aplaudir três vezes por semana, e há também um Montanha" com cento e quinze quilos, que é realmente um assombro de força e resistência.

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^ZmsSGSSk Tack-Tack, polones, com

108 quilos

Uma chav» de rins, aplicada por Henry Piers, holandês, com 112 quilos —T ¦ ¦MK|anW^i9|P^RH^^


AfltíS DIA Ul UIUI

tarde ao meu eiieon tro... Demasiado tarde volVIESTE taste para o meu amor.. . 1'rometeste retroceder, si não pudesse voltar mais cedo, trazendo a Felicidade. Ha muito que te espero na encruzilhada do caminho Em dolorosa espectativa, soodava o horizonte, amparada pela ao Saudade, olhava tristemente longe a curva da estrada onde eu veria um dia o teu vulto quando voltasses. E os dias se sucediam lentamente envenenando esperanças e matando ilusões. O tempo custava tanto a passar, c tu tardava* tanto a chefiar. que eu envelheci de Saúdades... E já sem esperanças de te ver voltar, eu esperava ainda resignadamente, olhando a curva do

*Ht%

f

caminho.

E tu, palmilhando exausto, fl larga estrada da Vida. áspera. •»¦ EDGAR PROENÇA, nome por demais conuosa e cruel como a própria nhecido nas rodas intelectuais do país, tem Realidade que trouxeste contigo nos prelos um livro de lindas crônicas escrie desiludido chega-te, 10 agora tos domingueiromente no imprensa do Pará. triste, já com neves nos cabelos onde é diretor do Departamento de Imprencomlisa, em txkU e amarga ainda sa t Publicidade t do Radio Club, 1 ainda peniaçlo, tu me encontra-te on- txerce com brilho a direção da magnifica encruzilhada na espera, à tua revista "Pará Ilustrado", i) querido jorna'¦' lista paraense, que durante a sua pennacerto o futuro. C ^f^^ Htncia nesta cidade foi alvo de várias e amargo o presente. Só ¦ lembraii merecidas homenagens, por parte de seus ça do passado, nOS ajudara a vicolegas 1 amigos, teve um embarque muito ver. Vivera» como eu wvo, velha fc concorrido.... Sm.. _ <mA.mV^ x-„ „„,„„.,,., „„,„ ,„,,,,-,.,,., „., a<lvr-r-.icla<U-, enfrentando com altivez o imperativo do destino, paia nio transviarmos na trajetória, A supremacia de espirito nos ajudará ¦ Soinrci por li e p„r mim, num doloroso recai,,,,,-. Tians,,,, maien„,s vencer. Dominaremos as cm tortura 0 que desejas, e nu ia/es desejar também... tendências, limando uni sentimento por outro, paia que possamos DOS separar sem rancor, c para que nio se estabeleça tardiamente o choque entre teu orgu ; Iho, e a minha dignidade. Sou mulher e por isso confio em ti, sabendo en que o homem nSo sabe ser leal. E's generoso e altivo, eu sou humilde <• tolerante... E'i revoltado, eu sou e*40Íca, \ tua fragilidade <• igual a fortaleza da minha Fé. E's cético, eu sou te, l.s materialista, ra iou espiritual,., E's nobre e orgulhoso porque és 11111 homem vulgar... e eu... SOO apenas uma Mulher. MI.l.Il. X...

Eil um livro que alcançou grande êxito na Europa c que neste momento está sendo disputado pelo público brasileiro. LeOpold Stern. autor "Psicologia do Amor Contemporâneo", é uma de das mais respeitadas autoridades em assuntos de .... , 11 1: r psicologia do amor e da mulher. Êle escreveu livro. de retumbante êxito tóbre OI animes de Goette, de Piem Lotí, de Sacher Masoch e sobre os uno . ..., seja, de toda gente. res dfl gente anônima Achando-se atualmente no Hrasil, como reíu— cremos — presidiu a COnfei pado da guerra " Psicologia do ção da tradução hrasileira de

Amo,- Contemporâneo'', de

Uso cori-tittie, naturalmen-

fidelidade

ao

original

te,

uma

bom

gosto. "Psicologia do Amor Contemporâneo

íaciado

garantia

por

Mareei

,

e

de

,- pre

Prevost.

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EXPOSIÇÃO E D Mo.XD ROUSTAN

ásSsÉsSSS*^r-a*s"sS*V

— "Retrato

de

• as»

mu-

lher", que figurou no exposição magnifica

^ Yt

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IflsfaF

do pintor egípcio Bd mond Roustan, cuja especialidade se

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revê-

Ia no retrato e no nú de

é

que

um

vertia-

ileiro mestre. A e.rpode

E d m o n d

RouStdn

constituiu,

sição

sem favor, um legitimo sucesso artístico

MALHO

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lflsst

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.,.,,, ,, , .Uiiriii Helena Morques, elemento destacado </¦* " Pcquenupolis", A graciosa Pinueeia Viçoiani, """"lo '•r,is'"" "'"«'" #** que nos enviou de SSo Ponto, mais visitadas no cor- ° professora Mar\ Huarque e cuja rente ano. atuação na capital bandeirante <** ***. «*¦ tnteressonit instantâneo. tem sido brilhante. IX 1941 38 —

entre

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exposições


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ou-

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que

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que

para

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pudesse

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manjar

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que

pensar nas

de

Mas está longe dificuldade

e

aprova.

o

paladar

do

trata

se

que

uma

de

corne

trás

peda-

imagina,

não

palmito,

de

ber

tenros

uns

onde

moso

à

está

gente

de

mesmo

nem

o

a

sorve

se

m

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da

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o

paro

as

inteirinho

vem

caule

Eii

mata.

na

cidade

da

quitandas

na

ficaram

folhas

as

crescem

quintais.

apanhadas

geral

dos

ao

estão

nem

mão,

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selva

nativa trpbalho

O vore.

ár-

das

caule

o

a

cortar

de

separar

p>al-

mas, limpá-lo e transportá-lo não certamente

dos

Daí

mão

é

para

a

destes

e

deiros

o

cosinheiros,

mais

fáceis.

dos

quitana

para

caminho

dos

não

9*al K\ bbbbbT TvVV Raff

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longo. E

fosse !

que

conserva po.

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fresco

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muito

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grossa

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tem. Reunido

afim

de

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para

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a

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história floresta

a

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para

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ser

comii

IX

1941


EU AMO ESSA

44

-íl)

EU filho. sua

Houve

mãe,

uma

e que

minha ternura.

mulher em minha

teve

toda

a

Isso está longe,

minha

vida,

que não foi a

dedicação

e

toda

»

perdido nos dias de minha

ocidade...

Eu amei essa mulher impetuosamente, eom o ardor dos meus e e poucos anos. Não sei se você compreenderá, mas foi um amor deseno que tomou conta de todo o meu destino e que ainda hoje se manifesf* nos m#us gestos . nas minhas atitudes. Nos estávamos noivos e Íamos nos casar brevemente. Estávamos nos Preparando para isso quando se deu o rompimento, por uma futilidade in'9" 'cante. Nunca mais nos aproximamos. O nosso orgulho e o nosso amor Pno, impediram qualquer gesto guiado pelo sentimento e pelo coração. Mudei-me para longe, procurando em outro ambiente alguma coisa que '• preocupasse . espirito e me fiiette esquecer. Vaguei muitas noites pelos *¦•» • pelos cabarés, embriagado e inconciente. E a imagem da mulher m«da me pertegw.ido constantemente. Foi essa uma fase sombria de minha ade. Fiquei muito tempo nessa vida, consumindo os meus dias e a • saúde, invariavelmente, numa mesa encardida de bar de segunda «»sa. Foi quando conheci sua mãe. uiado pelas mãos honestas e carinhosas de sua mãe, minha vida tomou nov0 -umo. Casei-me e fui relativamente felii. Mas a lembrança da mulher «ma acompanhou durante estes longos quarenta anos, sem ma aben0ntr um minuto siquer. 'nda há pouco» meses, quando fui visitar seu tio, em minh natal, •ncontrei-me com ala. Ambo» ficámc. imobilisado» pela turpreza olhan do ••?upid.mem*. ei para o outro. Ette momento de angustia durou algun» '•.undoi que me pareceram uma eternidade. Pastada a »urpreia, continuamo» ° no»»o caminho. Ela altava bem velhinha. O» «belos que eram negro» 0,o», pareciam uma nuvem branca perdida sobra sua cabeça. A» face» "covada», 0 andar titubeante. Mas o olhar, era o me.mo... Fatia mais de trinta •"o» que náo no» viamoi. El« não >. ca»ou, meu filho. E era pura e era bele. °l« eu gottaria de tar uma nova vida para podar tá-l com a longa eiperiêncie do» meus sessenta e tantos anos. "* m*i- °ondo»o . mais humano. •» a»tou valho e lego morrerei... Você é moço e poderá aproveitar ' '".«o da vid*.

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9um dia você amar alguém, com toda» a» forçai do teu coração ¦ ° 'V0_ ('u*l9''*»r você» brigarem, deixe o teu orgulho de lado (or, e pro_ *m*d*' *""* P*" f*"r " ' m P ' ° ' * " **" c»»»ário P*"*' f0.*"°* Por

"¦•celqu.

0 »«u amor próprio e volte. •ltr«9'.e a vida, sua um por '"Periorid.d. V_U • "*"• volta mau l humano

Ni

capricho,

e mais

tu

por

quarar

Ontem,

mos-

carinhoso...

9ü* conselho é completamente inútil. Si lhe acon'° "***' '"f'^"r"n,e- c •«ente «•** procedimento terá matamaticatá •«"lher „.._.*,tUP'd° <,u*n'° ° m*»u- você gotará da magoar e de ferir a fue a a Ju*> vida, embora ii»o lhe cu»te muito caro... Infeliimanta. Co"a» ,j 0 •«'m ¦•c»r

brigamot.

Peitei

dot meu» »onho« deifeitot, palavra» "Si

um

me»mo..

do

algum dia você

Volte

ferir

a mulher que

mais

tenha

m*'1 de quatre ano» que meu pai morreu. A tua hittória a ''•gtdia f aí°cidêd *r*m no esquecimento. Tornai-ma homem f»ilo • qojei a ** Muitas ii "¦•de vida, deitando apenat a tau do» mumere» panaram am minha ''°4 * ° *u*« bel,u P*ríum'" d» «"•» cuti». A vida foi ma mottrando as f ' •«» teduiindo e me envolvendo. E fui vivendo feSi. *9ore, há mult,*r *m m,nU* ""¦-!"*¦ £•<¦•> m>'l"»r •¦•" n-ul|.ei! ma ama. Eu amo i,1""* *" * v'd* boêmia a conttrui castelo». Vivi Pintando preocupado. no f " Ur°' Fofn«*lei todo» ot meu» planot com aua mulher. Tudo •-"¦¦¦"¦'•* <j4

IX

horrivel,

vendo

o

detfile

Lembrei-me

iilencioto então,

das

amar alguém...

a» coitat

de tofrer

Recalque

o leu

amor próprio

e vol

humano

e mai» círinhoio... Você gottará de magoar e de é a -,ue vida, embora i»»o ihe custe muito caro... Infeliz

sáo etfim

meimo..."

Contelho perfeitamente a »U4

noite

velho...

te...

mente,

uma

pela imaginação em fogo.

muito...

Náo

inútil. posto

Não voltarei.

Náo irei procurá-la,

embora

vortar...

Os me»et e ot anos passarão e nós estaremos sempre separados. E eu terei tcmpro e»te deiejo louco d" correr ao encontro Ja mulher amada, atendendo a ette chamado »em gestos e tem oalavrat que vaga pelo ar... a Mas m» dominarei. E o deíc-jo continjarÀ apenas \o p*'° *«mpo fora. ...Infelizmente,

L 194!

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GARIMPEIRO

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Que dôr profunda, que tristeza extranha podes trazer a alguém. Felicidade! Chegas de chofre, em tanta luz, tamanha, que é, decerto, demais a claridade!

\

...Descia êle, a cantar, o leito traiçoeiro dêsse rio sem rumo, que se chama Vida; amava a luta e os riscos, e amava as incertezas das traiçoeiras, ínvias correntezas, pouco importando a baga apetecida. Quanta vez, do cascalho, ao volver imprevisto, pedras lindas, fatais, de deslumbrante encanto, não as teve nas mãos, não as deixou a um canto!.

Andrade Muller e um nome nora que surge no mundo literário brasileiro já cercado do prestigio e da admiração proroçados pelos seus esplendidos poemas. éle acahu de publicar — O Urro "Instantes. que . . Emoções. . . foi recebido farorarelmente pela critica e despertando a mais rira simpatia no seio do público. o que. aliás, e fácil compreender, desde que se leiam os seus versos cheios de sentimento e de sinceridade. Andrade Mttller não é um caiadoi de rimas ricas, nem um garimpeiro de frases preciosas. E um poeta que se serre de uma linguagem simples que o ritmo raloriza. mas nem por isso de xa de <^er simples. O que prende nos seus poemas é a admirarei riqueza de emoçòes. a transparência de uma sensibilidade extraordinariamente desenrolrida. a força e a profundidade de sua rida interior. Os que puserem os olhos nas pãgi"Instantes... logc Emoções... nas de teem rontade de relê-las para merguIhar ainda mais nesse rio de águas riras que é a torrente emotira do poeta. "O Garimpeiro é um dos belos poemas do lirro de Andrade Muller que r. seguir renroduzimos.

Pois se tudo que via — tudo, tudo — apenas refletia a chama em que queimava, a luz em que cie ardia! Todo brilho fugaz das gemas deslumbrantes vinha da própria dôr que êle escondia, nessa breve ilusão, nessa chama falaz de alguns instantes... Quando chegava a noite de su'alma, nem uma pedra a brilhar na noite fria e calma! Mas um dia te achou, esplêndida e sem jaça. "E' E dizia consigo: pena! o brilho passa!" Súbito chega a noite. E quão negra era a noite de sualma! Triste, abriu a mão para perder-te. E, calma, brilhaste de uma luz — suavíssima doçura — de um calôr — carinho, branca como o luar, macia qual arminho! Tenta imergir-te mais na noite escura, afastar-te de si... e brilha'inda mais, mais límpida, mais pura! ...E o garimpeiro audaz, dêsse longo deserto — alma afeita a sorrir em face da amargura — lábio mudo, mão crispada, peito arfante, vê tão claro o caminho, a noite transformada, ao brilhar dessa chama em sua mão de incréu! êle sente, êle vê, nessa nova alvorada, que apanhou no cascalho uma estrela do céu... E

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IX — 1941


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cera guerra aos católicos, lutar com os protestantes, em justa defesa dos católicos! Homem honrado êsse, que tentou arrancar das mãos posséssas do furibundo barão de Adrets, os monumentos de pura arte, filha da enorme crença das nossas igrejas, porque lhe enojava vencer pela fôrça, pela fôrça, cuja vitória esconde sempre uma derrota: a do espírito! E espírito é que êle possuia em demazia, daí compararem-no ao autor dos Ensáioe. Quem tem espírito, tem estilo. Nêste relato do Brasil, no século um da sua história, um escritor que não era absolutamente um literato, na mais virginal maneira de falar verdade, deixou de presente ao futuro uma narrativa que, sendo autêntica, e mais linda mais atraente, mais poética do que aprimorada ficção das novelas, dos romances

Saudação lacrimosa dos Índios tupinambás, uma das ilustrações da obra de Jean YÁvySTE Jean de Léry, cuja viagem E~ à terra do Brasil comecei hoje a relêr, já agora não no original, mas na douta tradução de Sérgio Millet, tentou inocular na seiva católica dos seus conterrâneos expatriados o germe dos crédos de seu patrão espiritual: Calvino. A colônia de Villegaignon, ex-companheiro de colégio do famoso reformista, era gente dúctil, propícia à sua tarefa de ardoroso fiel da nova ceita. E por amôr dela, muito padeceu, tôda vida, o nosso Jean de Léry. Mas é s s e s dissídios religiosos não lhe importam, leitor; a você não interessa êste livro pelo que êle relembra ao presente, pela discussão de eruditos assuntos a que dá margem no terreno histórico, etnográfico, linguístico... Nem os cultos prefácios que o exhornam, o saber traduzido na» notas de Millet e as de Plinio Ayrosa, de alto valor tupinológico, não são para a sua leitura, leitor: serão para a minha, que eu, vítima dos sintomas indigestos da cultura, estimo saber que o meu confrade paulista traduziu na íntegra o texto francês do século 16, conservando na nossa língua o sabor intelectual da palavra dêsse Montaigne dos viajantes, como lhe chamavam, ao Jean de Léry. A você não importa a biografia dêsse artezào, dêsse sapateiro, aluno de teologia, formosíssimo temperamento de crente sem as angústia do fanatismo. que mais tarde viria, na sua sínO

MALHO

dos contos de funda imaginação. E é o que lhe interessa, leitor, com a mesma intensidade que também a mim, fazer uma viagem que é uma ventura, por um mundo de aventuras, ouvindo o exotismo do falar das seivas, esbarrando com gente ainda limpamente ignorante, ainda puramente ingênua, ainda honestamente núa. Sáia dos prefácios, leitor, e vá sózinho, apenas na humilde companhia da sua sombra guiando-o, seguindo-o, para aquêle Brasil que, estando parado no mesmo lugar em que o encontrou Cabral, não é, no entanto, encontrado mais, senão na memória, senão na relembrança dos fastos, senão nas páginas de saudade dos livros de viagem. Vá, leitor; ainda me demoro um pouco: estou cotejando a traduvista ção com o original, aprazeando a nestas letras trocadas por outras, o V por U, o Y pelo I, da velha grafia, e prestando atenção às elucidações de Sérgio Millet no que concerne à interpretação do sentido lídimo do conceito, ao vertê-lo. Léry esta traduzindo em holandês, em alemão, noutros idiomas e fatalmente em latim, a lingua mais viva daquêle temdo po, que fruia a universalidade 44

francês no mundo intelectual e do americano no mundo cineático. Foi dos autores mais reeditados até que outros vieram contar as suas histórias de novas viagens, distraindo a vista do homem com outras descrições de vário aspecto. Mas, »não tardo, leitor, no manuseio da formosa edição Lemerre, que Paul Gaffarel preparou, com grande cunho crítico, para servir de exemplar a êste elogiável volume da coleção Borba de Moraes, rico de ilustrações tão eloqüentes como o verbo sincero de Léry. Mais um pouco e estarei com você, despido de tôdas as conjeturas livrescas, liberto de tôdas as injunções literárias, entrando ansiadamente por êsse país de maravilhas, onde há mesmo selvagens, índios virgens na virgindade de um cenário amplo, rico, forte e por isto belo! Aos poucos, à medida que sigo pelos capítulos da edição Martins, me vou esquecendo que há quem leia êste livro em latim, no latim que então se sabia e se falava como-hoje não se sabe o português e se fala o cassange. À medida que avanço esqueço os huguenottes, a existência infernal do sincero Jean, depois do Brasil, comendo sola de sapato, fugindo do assassínio, soltando aos ventos do mundo os panfletos da sua fé. Esqueço. Vamos viajar, leitor, vamos para o Brasil, quando êle começava a narração da sua história. Abra o livro: o livro é o guia, o vade-mecum, o itinerário de quem viaja sem sair de onde estava. Machado de Assis andou assim, sem sair do seu gabinete das Águas Férreas; De Maistre andou à roda do seu quarto; Alphonse Karr deu uma volta pelo jardim; Julio Verne em 80 dias deu a volta ao . mundo da sua ficção; Guerra Junqueiro foi com um amigo, o Guilherme de Azevedo, de viagem à Parvônial Quando Léry tantas vezes recompôz o seu manuscrito duas vezes perdido, é porque sabia o bem que nos prestava: uma viagem reflete a vida, como o espelho «ncomprida a existência, porque traz a presença do passado. Que saboroso passeio, o primitivo título desta obra, longo como um capítulo dêste tamanho! Mas vamos andando, leitor, vamos dando vazão á ordem do mundo: tudo anda, até parado, olhe o moinho. Dentro de cada um de nós ha um Marco Polo. Os mares fecharam as suas fronteiras à nossa pressa de fuga para outras terras? a terra abriu-se em trincheiras impedindo-nos a entrada no mar? Esqueça estas contingências de sempre; a guerra é de sempre. Não se amofine, que saimos daqui. Vamos fazer uma longa e bela viagem à terra de um outro Brasil. MILANO ATTILIO IX — i»41


p

ela

bula

de

VI

ras

descobertas,

ttrra»

traçada

a

a

determinou por

léguas

cem

1493. o papa futuposse das uma linha ideal,

de

Maio

de

4

Alexandre

Açores.

dos

Oeste

ao

outra

a

e

Uma

parte pertenceria a Portugal parte ficaria sob o domínio da

Hespanha-

Balboa

descobriu

Vasco

Quando em

1513, a

uma

ponta de terra, do Sul e com

Fernando

Oceano

idéia

a

Magalhães

de

de

Ame-

da

extremo

no

tam-

ocorreu

Panamá,

do

bem

rica

de

Nunes

Isthmo

o

do passagem Oceano Pacifico. a

ela

para o descobrir propoz a D. Manoel, SuPortugal o estreito desconhecido. Para lusitano de pondo tratar-se quimera, o rei despresou a vantagem do empreendimento. O

Atlântico

navegador

Acompanhado éU

ie

dirigiu

Hespanha. teu

a

descobrir

minio

de

concedida merciais lago

o

santo

do

obelisco

tan,

no

deve

ter

existe

parte

de São

de

Fernando

e

MarLa-

impediu

so-te

a

Mas

dia.

«rquipe-

16 de

nome

o

O

M*-

saudade. vidade

Os do

ções.

A

Miguel

de

?«'o

em

de

de

de

Ma-ço

Ilha,

o

terra

filipina

•«uberant. P'"s *•• •

• ««

*«m

rei

ostenta

a

dos

tr6chu-

onde

abundam

ai

as

radiosas

tardes oi

manhãs

h.m.das

que

Câmpo,

_,

s,u,

representam dos

provenientes dos

japonezes O tipo

e

favor

a

põem

A

arquipélago, ai

Magalhães

nuinas

e

Borneo

ilhas,

o

domide

Fernando

encontrar figuras

indianos,

de

gea

po-

cada

vei

que

absorvendo

vai

mestiça

Filipinas,

Podemos

algumas

negritos

de

pulação

outras

que as

quando

aportou.

em

atualmente,

de

de-

que

habitantes

dos

policrômia

no

neva

e dos mest!

China,

Sumatra,

insulares

traços

freqüentaram

de

provenientes Japão.

de

hipótese,

da

asiáticas

raças

indianos

dos

das

chire-

dos

raças

outras

variedade

certa

naturais

os

aborígenes,

de

Pacifico.

Entre cio

e

renta sendo Hoje,

sae

do

•eonômico,

wundo s»

do

a

mos

entre

mais

êi pare

a

ilhas,

importantes

que

os

bons

e

mels

mapas mais

muito

que existem mais devem ter

habitantes

de vinte

de

para mais

ha

navegação,

comer-

de

qua-

mencionam,

Ilhas

dei

o

menores.

milhões

mil

de

europeus.

cultivar hulha,

«Igodão •'quip.lago

o

colher ,

obter .t„|u

a

eles o

Animal

ria

de

Santo XIX,

da

e

a

penugem o jeipe. o

Patia °»

IX

dormem

com0 «toriq.n., 1941

oi

nal

os

grandes

ramos

da

cultura

física,

latim,

do

figura furiosa

gosto

pela

Real, e

o

permitiram leitura e

a

do

Manilha

no;

Real Os

de filipinos

da

e

denotam

que eles

revê-

contra

Estados

europeu,

conhecimentos

e

adapta-se

o

envolve.

Instruídos

zados pela

pedagogia

adquiriu

a

consciência

dl'elos.

Eis

trateglco, das

bases

á

o

que

civilização

virá

obrigará concentrar

terrestres

a

•*¦

nal

guerra.

A

pelos Eitadoi

oi

fortei Filiplnai,

da

potência

americana

na

Ana.

MATTOS

uma

ser

vanguarda

D.

seus

dos

Indochina

japonesas

visões

ocidental,

da

naveis da

a

que

civi'>-

e

arquipélago

ocupação

Unidos

Uni-

Filipinas

o

seus

os

Hespa-

das

facilmente

da

Inda-

da a

os

homem

assimila

das e

guerrrilhas

contra

imita

acima

Polinesia

espirito

O

So-

intelectual,

muito

põe raças

nas

uma

Economia

plasticidade os

tempos

hespanhol,

domínio

do

ciedade

Havia

Europa.

da

em

mesmo

dos.

remaneicentei

teo-

povo. Da Uni saiam juristas e intelectuais, sabiam discutir leis com oi mental

nível

nha

arvorei.

moral,

romano,

bibliotecas do

16-

canônico,

direito

direito

Excelentes

laram

\5t^Ü_j_i [ V

de

ensinavam

pendência,

hespa-

p.im;,vol-

Universidade

século

podiam

1

caego-

do

Oceania,

ex-

a

quartel

outras

seu

Felipe

de

elevou

último

Politica.

onde

trigo

X

o

mais

que

reinado

o

Pontificai

e

cedo, com

No

versidade

guerra.

Bem

Lázaro,

as com

manifts-

de

arquipélago

São

sob

e

Thomaz.

elevação

cuja

receber

sentir,

no

Innocencio

Reel

a

dt flli-

do

Ocidente

de

de

desenvolvimento

que

a

inhospitas

e

nacionalidade.

metafísica,

gica, logia.

começam

principal

do

altiva da

1645,

papa

essa

encontra-

aptidão

uma

os ingleses e final***** d.,p.rfou â «t.nção dos ."a't.-_mericanos. A população 41 lln«« Filip;n4, oferece certas "•"eded.i. q„ provim Jos cru«•m,„to, antigo,. Oi neqritos. meúdoi ... _ ¦. "•¦ muito escuros, infano"'"• vi„m j. , _, e#., gue

sue

penetrou

em

o

Bronze japcnei, fantástico. a imagem bem representa

*">tou

na

maneira

tarde,

que

traiçoeiras

Colégio

IV

que

fenômenos

instrução

Pados

captai,

n*

virgens,

característica

espirito

antigo

Reina

estadistas —

Ilhas

Pelo

0|

A

os

Oceano

contemplação

progresso. O arquipélago como uma região atraente,

terras

reside

pino idéias,

o

doque

do

aparece

Polinesia.

enfei

min,r«|,

.

luz

a

viajante

alegria,

cidades

a

e

o

para

na

panoramas.

as

tar

China

repousar

nas

filipino

a

da

clima

do

convidam

espontânea

e

arvores

outras

Pacifico.

do

°*J'

nas

v,g,t,|

Pede

fr*ir

raro

a lindos

v»'de, , <,_, „,# di<> um yâ|4r «•'vag.n,

Mar

cífico, seus

suavidade

a

costumes,

humana,

mari.

expedi-

por

índias

dos

receber

mestiços,

Os ilhas,

Manllha, 1171,

das

povos

pro-

atribu-

Manifha,

que

o

toi,

egressi-

os

ti-

do

verdura

a

com

do

lhes

porque

plis-

Em cura

hon-

em

'«¦ de Philipp, ||, filho •"spanhol Carloi V. ^

que

convívio

me-

mental

compreensão

indianos

parte

epocaliptica

pri

conceder

Filipinas,

de

nomt

o

denominação

lhe

remoto

a

selvagens,

fundo

um

superiores,

e

dizer,

Reti-

Legaspi.

arquipélago

para

de

várias

cidade

15

Laiaro,

mitiva,

em

da

arquipélago

do

São

venceram

hespanhoes

Lepei

raram

em

e tradicional,

fortes

Orientais.

o

conquista

efetuou-se

Na

Mac-

de

Ilha

mais

possuem facilita a

Chamam

ços mostra

dos

grande argonauta lusitano, monumento de lembrança e de

caldo

que

gresso.

co-

histórico

outro

tico,

lucros

comemorativo.

lugar

da

brutos,

em

claros assim

podemos população. Menos

nos

do

galhães pereceu na Ilha de Muan, no dia 26 de Agoito de 1521, no combate aos sei»egeni, caiu ferido pelas em cuja refrega sétej envenenadas. Perto do Rio Pasig. hi um

nobre

lhe

regresso

glorioso

si

ao que passariam troca, o monarca

o

recebeu

mais

contituem

les,

vigésima

1521, o

seu

Em

indianos,

do-

governo da» ilhas. Pacifico, descoberto em

do

«ro,

a e

de

.o

Ilhas,

e

Caitó^.

promeda bula

limites

dos

dentro

terras

papal,

Magalhães

de

rei

V,

Carlos

do

corte

Fernando

Falero,

Ruy

cosmog-afo

do

O ARQUIPÉLAGO ESTRATÉGICO

dia

nor»e-

PINTO

o O

45

MALHO


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7.

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de

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V

A) \

j^l história dai rosa* de Tietê, creddas pelo Dr. Fontes, é dtiMi lindas histórias que parecem lendas, tão grande o encantamento e o perfume que ressumam de sua essência. História singela, né qual s« «ntrelíçam quirlanda: e pétalas de rosas trabalhadas como filigranas esta bis tória merece ser conhecida porque, como tudo quanto tem um traço superior de glorificeçáo e angústia, deve ser gravada na memória do povo. As mãos do Dr. Joaquim Fontes, o rosicultor qui concebeu as rosas e o roseirel mais famoso do Bresii. na tranqüila cidadezinha de Tietê, no Estado de São Paulo, tinham o poder de fazer vicejar as espécies de rosas mais belas. Sergipano ilustre que elegera São Paulo para o se eerdócio da magistratura, teve um desgosto que o acabrunhara profundamente. Estava, então, no eiplendor de suas forças e de sue inteligência. Na eialteção sublinhada do sonho que ia ser sue glória, as rosas cresceram e ccbnram Tietê que. á se melhençe da gata borra^eira. ganhara um vestido do flores tão bonito, com-» aquele da lenda Jmortel. foeta como quesi todos os que sabem lér em sua terra natal, o Dr. Fontes não se contentcu em ser um rosicultor comum. Creou. com o ceiinho de pai eitremoso a Fausto Cardoso fom seu rcsa suave e nuenças de salmão: a Frencitquinha em ouro fulvo; « Tobies Barreto em rosa forte; e Brasil anr, branco bismuto; o rosa seco prateado da Ruy Barbosa; o branco puro da Senhor do Bonfim; o rosa seco ccm nuenças de lilás da Senhora da Aparecide; a púrpura aveludada da Imperatriz Tereza Cristina: a esplêndida Kete-King que floresce o ano inteiro; a fecunda Lembrança de Minha Mae e mil outras vanedeici quo dedicou tembem aos entes querdos Lisette. Waldice, Dahyl, Emilia elegrevsm seu lar . lisette. que elegravim Emilia. Fontes, Epiteto, Epitéto, Narbal e Maria Emilia, . que teve a ventura da Gate Gata Nao foi sAmente Tietê sómente Tiete Não Borrelheira. éste principe Borrelheire, recebendo do ceu céu aste príncipe encantado da» transformar o orvelho matinal e a luz das que perecia parecia transformer estrelas numa sorridente e parfumada via latea. éste mistico que, kà se Outras cidades conheceram este caste melhan^a melhençe dos troveiros medievos que. em vez de castefecundandc-at. dendn-lhet marosas, fecundendc-as. dando-lhes os me¬ lãs, namorava roses, Us, tises tiiet mais delicados e até ate eatreinIhes o tangue licóres finiedo do-lhes sangue pora p«ra Iic6res * simot. %

Num dos seus poemas mais famosos — O Lenhador — Catulo celebra em versos cheio, de inspireçao, o episódio de um desses terríveis inimigo» das árvores que por toda parte do nosso interior, vivem a derrubar impiedosamente as matas do Brasil. Certo dia porém, o herói, cançado e arrependido, compreendeu o mal que e»tava fazendo e de lenhador transforma-se em jardíneiro. convencido de que tratando de cultivar as plantes mais delicadas. poderia redimir o «eu pecedo. Si a imaginação fulgurante do poeta foi feliz, convertendo éste malfeitor num taumaturgo, que aixer então do semeador de rosas que só ousata coitar suai polianta.., para que brotassem com meis vigor? Os versos do Dr. Fontes guardam a fr<.gáncie sutil de um roseiral e são expontâneos como éste : AMA! Ceso Setã pudesse amar. queride. Nunca teria mau, disse uma Santa : Talvez a própria dor não fosse tanta A envenenar noss'alma e nossa vida Alma tôrva, teria convertida Feio amór que castiga a a fé quebrante Amando o coração tublima e cante, Pois amór, tendo a morte, é a própria vida ! Amar é crér; é ter virtude e crença, É praticar o bem tem recompensa. Só pelo bem sentir e o, praticar. Vivei | Amai I O amór é tudo I Certc Que o mundo tem amor te fez deterto ! — Sómente Setanaz não poude «mar. Toda esta hittória formosa e singele, se t surge 9 ra no livro Joaquim Fontes. O jardíneiro do B'esil, de D. EmiSia Fontes, lindamente ilut>"Jo per E.lmont»,

¦ Preito de saudade da oompanheira que continúa a plantar *osas numa quasi predestinação mis» tica de sonho e de saudade, D. Emilia evoca neste* páginas a vida de seu esposo. Néste cofre de recordações, além da coleção das rosas creadas pelo Dr. Fontes, enfeiiou a conferéncie magistral de Epitéto Fontes, obre prima digna de um mestre cinzeledor do renascimentoPara dar ao leitor uma amostra déste trabalho em que a emoção filial tão admravelmente se caia ao cinzeluras do estilo, reproduzimos aqui um trecho des Roses Brasileiras- a magnífica conferéncie de Epltéto Fontes, a que acima aludimos. "Tiveste curiosidade de conhecer o nosso rosei ral. O dia emenheceu festivo. Vinde comigo. Entremot. O jerdim cintila de oôret sob e orvelhada fria Tênues, rolentes neblines flutuam como hálitos vi rgi" nais de jetmint. angélicat. cidrilhas, hibiscos. Por ve zes os pássaros cruiem. num centelho de asas ruftantes, vôos estonteados, em cembaleios, como embriagedos de perfume e frescure. Em caramenchéis, «m tufos. err cômorot. em pempenot. em guirlandat, em festõet, erguem-te et rosas para o azul povoado de nuvens em chamalotes de oiro. Ot rebentos novos. rubrot, entumecidot de teiva, destacam-se da verde folhagem, como embebidos em sangue. Bor boletas cór de vinho no vinho fluido de etmcsférs. como boninas ao vento» descem, ecesaledas em teste. Libélules cassam, com es asas vibrantes, como pétaIas, músicas. Enlaçando ramos, prendendo gelhot, de canteiro a canteiro, ot eranhiçot coloridos entretecerem teias, rociadas de orvalho> como antenes, de onde a brita a a lux arrancam chitpes irisedas. que tão talvez diálogos das flóres irradiados através da espessura. A nossos pés, ouvimos ainda ot çjriloi de élitrot amorotot. — Não ! não toqueis essas corolas úmidas ! estio em obsarvação. Quasi escondido entre altos ramos, cur• jerdineiro. Ei-lo, acolhedor e simpies : faz emértot. Traz á cabeça um boné azul : ot olhos brancos e negros parecem maioiet na elegrie de manhã e da nossa visite : o paletó de linho tras-

passa-lhe o peito : o bigode negro tem manchas de pólen. Com um leve canivete préso ao: lábios, saúda-nos, sem desprender o galho, que vai servir de "eglantíer", apanha um fio de ráfia- que lhe sá' do bo'so e. aqilmente. com uma perícia inegualavel o distende. o en-ola em tôrno ao qalho. enlaçando o pequenino broto eniertado. Suas mãos, esguias e morenas, estão rasgadas, ensangüentadas de espinhos. E um de nós sugére : Porque não usa luvas? — Não. Seria um absurdo. Nenhum roseirista que se preze as deve usai. Seria o mesmo que acontelhar a máscara aos apicultores. As abelha*, estra nhariam. Também as roseiras. Por mais delicado-» que fossem as luvas, roubariam aos dedos a leveza do toque. Quem quer que o deseje poderá cultivar o chegar á mania das rosas. Ser roseirista. no en* tanto, é um dom : trata-se de um faro- de um i força, de uma graça, que nao se adquire nunca que se aperfeiçoe apenas. Os hindús sabem disso há milênios : — nossas mãos descarregam fluidos, megnetismos, desconhe das eletricidedes que revigoram ou matam as plantas, principelmene as roseiret. O povo, que em a sabedoria do instinto obterve ; "mãos ruins. . "boas mãos. . E uma verdede. Na índia tir Jagadith C. Bose fitiólogo dos vegeteit, eminente sábio, reelisou surpreendente eiperiéncies e chegou á conclusão de que todas as plantas possuem um sistema ci< culatóno, distnbu dor da teive necettárie á vida. regulado por um.» borrba. uma espécie de oculto e insuspeitado co ração. PLÍNIO

CAVALCANTI

r .¦* -tehfc.', 3*

MALHO

»Lj -

46

J 1

47

IX — 1941


l««t^ Dansa, negra ! Espalha os pés, no terreiro invoca teu orixá requebra teu corpo inteiro começa logo a gingar olha que a noite é curtinha não tarda a chegar dia "Senhor" mau, chicote em punho ver negro trabalhar. quer

^¦flflfl ^^'"^^^^^^

COVAIMII.

Canta, negra I Xangó esta escutando. Tu tens saudade do Igé de palmeira 7 da cabana festa e coroação da do rei negro e do batuque 7 Tu tens saudades 7 Mas, negra, a gente não chora não. Que importa o que te vai nalma que fale teu coração 7 Ouve então: Senhor me disse que negro não sente, não.

• """*J

B

"Canta,

negra ! babá Ocú Ocú gele, oi, nagó Nego Virô saruê"

Í.SS.I. AA10IÍ

11

Esse jmor que eu senti, que tu sentiste, Esse imor que ore venho recordar, Em tempos idos me deixou bem triste, Em tempos idos je te fez chorar. Culpa não tens de que esse amor findasse Nem tenho culpa si já te esqueci... — E' Destino morrer tudo que nasce I — Morreu o que sentiste e o que senti.

Que é isto 7 Teus olhos brilham tristes, tristes, tão pretínhos mais negros que a escuridão. Já sei: aquele navio, em volta, só podridão. Teu filho, tão pequenino, gemendo lá no porão. Depois Brasil, terra nova, venda de escravos, leilão. Teu homem, também cativo, morto de tanto apanhar... Cuidado, negra, cuidado ! O tronco é o menos penoso "Senhor" castigo que dá a todo negro saudoso que vive de recordar. Cuidado, negra, cuidado ! E' preferível sambar... Espalha os pés no terreiro invoca teu orixá Yemanjá, é melhor. "Senhor" disse Melhor porque brancos não ouve dos deus o que as preces do negro, não. Que negro é peste, é doença pior que bicho danado que mordedura de cão. Dansa, negra ! Pisa no teu coração I SÔNIA

REGINA

Cheia de sal, De areia e de sol Entranhado na pele, Queimada e sonolenta, Vim da praia deserta Saudosa e inconclente... E falei iunto ao mar Debaixo da lui, Queixei-me ás conchas Brancas e indiferentes, Espalhadas no chão... Com os olhos fechados Depois no quarto sllente, Revi ainda os momentos Que unidos ficámos Lá naquele ambiente De liberdade e sonho... E relembrei tua boca Triste e desesperada A implorar meu beijo Temeroso e negado... Artista que deleita, Que desperta o amor Com teu violino bendito em tuas Mãos, Foste e sempre serás o idélal Dos meus sonhos de artista... Felizarda

mulher seria eu Se partilhar da tua vida eu pudesse. Viver da vida boêmia, Irrequieta, viajante, Mas quando me disseste tudo isso

Agora só nos resta a vã saudade De um sentimento puro que passou Do romance da nossa mocidade,

Senti os lábios trêmulos, parados, Incapazes de abrir, De sussurrar siquer...

Um belo sonho de que se acordou Com certa pena de que a realidade Ficasse longe do que se sonhou...

E te foste pela areia afora Acabrunhado, irreal, Sem querer perturbar a minha calma...

LÍVIA

O

MALHO

MARTINS

DINÊA

FALCÃO

48

FRANCO

VAZ

IX — 1941


DE

HLOLYWOOD

ramount apresentará sete histórias diversas, cada qual dirigida por um diretor diferente, como aconteceu há anos com o célebre filme "Si eu tivesse um milhão". PAUL MUNI, inativo desde "O renegado", va. voltar ao cinema em "Snovv Goose", nova produção do Gabriel Pascal, o produtor, "Pigmalião" e "Major Barbara". LARAINE DAY, a eterna namorada do Dr. Kiklare na popular série de filmes que Lew Ayres vêm fazendo na Metro vai desaparecer, morrendo no próximo filme. A Metro pretende dar maiores oportunidades "descoberta" a de Von Sternberg. DANA ANDREWS, aquele jovem amigo de Charley Grapevvin, que lhe paga o aluguel da casa, evitando que o velho vá para o asilo em "Caminho ásPero", e Linda Darne.l, teem os principais pcp.ns de "Swamp Water", o filme da T. C. -Fox, em estréia o grande diretor francês Jean Renoir. que ROBERT TAYLOR, JOAN CRAWFORD e GREER GARSON estarão reunidos em "When Ladies Meet" <.ia Metro, sob a direção de Robert Z. Leonard. Lembram-se da outra versão, com Robert Montgomery, Myrna Loy e Ann Harding, exibida no Palácio Teatro . . . ?

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JOHN HUSTON, filho do conhecido ator Walter Huston e "cenarista", dirigirá a nova versão de "O falcão maltês", que a Warner vai fazer com George Raft e Mary Astor. DOROTHY LAMOUR renova seu contrato com a Paramount, começando o sexto ano de sua carreira cinematográfica. Os quatro próximos filmes de Dolothy serão : — "The Fleefs In", "Her Jungle Mate", "Angela in Furs" e "The Road £o Morocco".

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GLÓRIA SW ANSON — Voltou ao cinema depois de una, dc vários anos — desde "Música no ar", da antiga Fox — ther Takes c. Wife", da RKO - Radio, ao lado de Adolphe outro veterano. Ainda está bonita a primeira esposa de "comeback" é um dos acontecimentos Beery e o seu cm Hollywood.

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Marie Osborne, a i»«di,no do velha p",'"" ««W ... "A vida de I,, ,„ Vemon Custle", •¦.!/,, "'"SO- , -K„tl/ Flll,_ [X Mo alguns d. teu* ,„¦"""•¦¦< filmes. IX

1941

ausência em "FaMenjou, Wallace do ano,

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WARNER BAXTER nasOi U i >n Columbu», Ohio, no dia U dc Março de is>>>. Casado com Winifnd Biiisim, antiga "estréia", hoji retirada do cinema, um repertório enorme. de seus filmes antigos mais interessantes foi "Sc cn i.nii Bainha", com Ethel Clayton, dirii/ido por Wes"O.s ley Rnggles, quatro de Adão" é ,, mai» filhos n Ci nte.

flv SUSAN HAYWARD lEdiithe Muniu ri naseru em Brooklyn, Nora - York, M dia lti de Julho de I Começou sua emitira ha Warner Bros, mas «d nenhum filme nessa com< shi iando em p a n h ia. "Beau Oeste", da Paramount. A sua revelação,

porém, deu-se em "Os qua*

tra filhos de Adão", interpretamaa um admirarei papel de "vampiro". — 51 —

fl^l M1CKEY ROONEY f Joe Yule) nasceu em Brooklyn, Nova- York, no dia :; dr Setembro de m^i. Trabalha no cinema desde ijarotinho. Seu primeiro trabalho dc sucesso foi o Puck de "Sonho de uma Ganhou noite dr Verão". hlslama. entretanto, nas Hardy. da familia tárias "O jovem. Thomas Edison" .,¦.< mt Ukor filme. O

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Lamentavel desastre de aviação ocorreu com um aparelho comercial da Panair do Brasil, resultando morrerem cito pessoas que nele viajavam, entre os quais os passageiros Snr. Álvaro Cafão, professores Ari de Abreu e Lím« e Fernando de Freitas Castro, snra. Ruth da Cruz Secco e snr. Patricio Teixeira. O avião da carreina de Porto Alegre, caiu sobro as malas da Cantareira, em S. Pauo, tendo apenas escapado do desastre, milagrosamente, o aéro-moço. • Tiveram excepcional brilho, nesta Captai as homenagens levadas a efeito por uma comissão de militares, tend-o à frente o marechal Ilha Moreira, à memória do Generaíissimo da República e Marechal do Império Monoe! Deodoro da Fonseca, proclamador da República, e ao Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, ex-presidente da Repíblica e grande figura do nosso Exército. Um busto deste último foi inaugurado no hall do novo edifício do Ministério da Guerra.

A Academia Brasileira de Letras, enr< memorável pleito que despertou o mais vivo interésse em todas as camadas sociais do país, elegeu por 33 votos, ou seja quasi a totalidade de seu* membros, o presidente Getulio Vargas, para a vaga aberta qom o falecimento do acadêmico Alcantara Machado. Êste é um flagrante da eleição, tomadc quando votava o presidente da Academia, Snr. Levi Carneiro.

Como desagravo por motivo de injustifica vel e descabida companha infamante qua desafetos gratuitos moveram ao virtuoso Arcebispo D. Augusto Álvaro da Silva, da diocese ài Baía e P-rimaz do Brasil, um grupo de amigos e admiradores do pelado baiano resolveu prestar-lhe significativa homenagem a que se associaram inumeios altas persor.aJidades não só do Estado como do rosto do Brasil. ,

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Faleceu o antigo político e ex-governador mineiro Dr. Antonio Prado Lopes, que represoniou aquele Estado na Camara Federal. Engenheiro competente, o ilustre morte foi um dos construtores ái cidade de Belo Horisonte, que foi ainda um dos primeiros a habitai. Reuniu-se na séde da A. B. I. a comissão julgadora das maquetes do ousto do Presidente Getulio Vargas a ser solenemente inaugurado na séde da Casa do Jornalista, tendo sido apreciados três excelantes trabalhos apresentado, ao Concurso, cujo resulfado será posteriormente divulgado. A fotografia mostra um flagrante da reunião.

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"Touring A comissão de Turismo Aéreo do a presença do Club do Brasil" realisou, com Ministro da Aeronáutica, Dr. Salgado Filho, e sob a presidência do general Newton Brags, uma sessão solene, em que foram dadoí a conhecer os detalhes do plano de desenvolvimento das atividades turísticas aérea* no Brasil. Vê-se na fotografia o titular da Aeronáutica ladeado por Diretores do Touring Club e pelo nosso diretor, Osvaldo de Souia e Silva. IX — 1941


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alguns dias, durante os quais foi altas camadas sociais e pelo go"Serpa a bordo do Pinto", a Embaixada Extraordirária Portguguesa chefiada escritor JuJio Dantas, expoonle máximo da oultupelo ra lusitana, e que aqui vemos quando da sua visita ao Cardeal D. Sebastião Leme.

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numa escola de formação de oficiais INGRESSAIS e, para serdes condutores de homens, deveis estar conscios que haveis muito de labutar para aumentar o vosso saber e ilustrar o vosso espírito, porque outra missão mais difícil se vos reserva, qual a de à guiar os vossos subordinados, cujas vidas ficarão mercê dos vossos desacertos irremediáveis ou dos Atentai que lances felizes de vossa inteligência. ao acertado dizer do Chefe do nosso Exército a aqui guerra se ganha na paz, e a vós que buscais as insígnias do oficialato, vai caber também a missão excepcionalmente grandiosa de preparar na paz. para o sucesso da guerra, os vossos concidadãos, advertindo-os dos perigos da insídia e da felonia, imprevenindo-os contra os espiões e a sabotagem, pelindo-os nessa campanha para o caminho do dever que saberão palmilhar ardendo na febre de defender o Brasil, de o guardar impoluto e íntegro, na plenitude de sua força a a de sua grandeza. Não vos são, por certo, desconhecidos o interesse e o zelo que os vossos instrutores porão no bom desempenho dos seus encargos, para que possais ao fim do vosso curso investir-vos na posse dos vossos atributos de chefes e de guias. Madrugai, pois, nos trabalhos ; afervorai-vos no cuidado da vossa preparação militar e cívica ; aprendei bem e seguramente os ensinamentos que aqui vos forem ministrados ; afastai desmorecimentos e desânimos ; e, medindo severa e cuidadosamente as vossas responsabilidades para com os vossos concidadãos e para com a Pátria, ajudai com todas as energias e o máximo devotamento, a conservar o Brasil na sua integridade territorial, na união de todos os Estados e de seus filhos e sempre invejado de outras Nações, pelo culto sagrado do direito, da Justiça e da Liberdade dos outros povos !" General pinto Ouses, Comandante ia 9.' R. M. (Falando aot alunos d<> c.p.o.R. de Cuiabá, por ocasião du mauguroção disse estabelecimanto, no Oa S <i> Agosto, com a presença do i>i. Qetulio Vargas, Presidente <'« BejAbUoa)

O TRABALHO DO NOSSO EXERCITO e a como bem afirmou um antigo escritor, SE, explicação da história do mundo confirma sempre, das suas forças militares, o Brasil possue agora o maior, o mais significativo sinal da sua ascendência, — a decadência de um povo começa pela decadência porquanto grande é o carinho com que ultimamente teem sido tratadas as coisas militares. E em tudo se verifica e se apura de maneira nítida que os incumbidos, como os responsáveis pelas coisas multares, correspondem com juros a todos esses carinhos nacionais, porque em toda a parte existe um grupo militar, se nota hoje o estudo, a aplicação, o carinho com que cada um, como todos, procura ficar em condições de bem desempenhar o seu papel no momento E este trabalho do nosso Exército, silenpreciso. cioso e tenaz, da dedicação estupenda dos seus componentes, ainda se nào tornou de todo conhecido para produzir uma maior confiança e uma maior gratidão de toda a Nacionalidade Brasileira, finalidade em que, com os meus modestos artiguetes, desejo colaborar." Otto Prazkrks. ho Jornal do Brasil, de 9 de Agosto

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AS MANOBRAS DOS CADETES EM GERICINÕ -- Os cadetes de todas as Armas da Escola Militar estiveram, em Agosto último, acampados no Campo de Instrução de Gericinó, executando uma interessante série de exercidos táticos e técnicos. Nas fotografias acima foram fixados dois espectos dos trabalhos realizados pelos cadetes de Engenharia, sob a direção do Major Bctamio Guimarães, Instrutor - Chefe da Arma e Capitão Alfredo Malan, Comandante du Companhia: à esauerda n destruição de uma ponte de estacas leves, no rio Guandu ; à direita, exercícios dc pontagem. —

brilhante cerimônia, rea[M lizada no dia 12 de Agosto, no suntuoso salão de recepções do Novo Quartel General do Exército, a Embaixada Especial Portuguesa que, sob a chefia do Sr. Júlio Dantas visitou o Brasil, em nome do Governo de Portugal, fez enrega ao Exército Brasileiro da espada que pertenceu ao Imperador D. Pedro I do Brasil e a D. Pedro IV de Portugal, e condecorou o estandarte do Corpo de Cadetes da nossa Escola Militar com a mais Insigne das Ordens Militares de Portugal : — a Ordem da Torre e Espada. Após os dois solenes ato.s o General Gaspar Dutra, em nome do Governo Brasileiro, passou às màos do Embaixador Especial de Portugal o decreto do Presidente Getulio Vargas concedendo ao Presidente Oscar Carmona as honras de General de Divisào do Exército Brasileiro. Discursaram nas eolenidadea o Capitão de Fragata Vi Lopes Alves, da Embaixada Especial, ofertando a espada de Pedro I ; o General Valenüm Benício, agradecendo a honagem, em nome do Exército Brasileiro ; o Major Carlos Santos, da Embaixada Especiai, entregando a condecoraçào da Torre e Espada ao Estandarte dos Cadetes ; o Coronel Alcio Souto, Comandante da Escola Militar, agradecendo a distinção e, por último, o General Gaspar Dutra, Ministro da Guerra, em nome do Governo Brasileiro. - 54 —

General Souza Doca, DiO retor da Intendência viajou para Recife, afim dc inspecionar os novos Estabelecimentos de Intendência da 7." Região Militar.

número de Agosto da "A O Defina Nacionai", distribuido com a regularidade dc sempra, reúne interessantes trabalhos do General Klinger, Coroneis Flavio Nascimento, Mi rio Travassos, Lima Figueiredo, Majores Carnaúba, Guerreiro Lima, Vasconcelos, Krucl. 1 naval Coelho, Capitàes José Garcia, Menna Barreto, Moniz de Aragào e Tenentes Peregrino, Neves da Silva, Potiguara, Ruas e K. i dlnandO de Carvalho.

Inaugurada no dia i"> d,FoiAgOttO a nova sala de piojeções da Escola da Catado Maior, na Praia Vermclh i tendo sido o ato presidido pd.. Coronel Renato Nunes, Comandante daquele alto centro da estudos militares. Especialmente convidado, o Sr. Mota Filho, Diretor do D.I.P. d.conferénBftO Paulo, fez uma "A Psicologia cia sobre o tema a serviço 'lo Kxénito", que foi muito aplaudi.Ia

Ministro da Guerra PELO...ral Gaspar Dutra, foram designados os seguintes IX

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A BRILHANTE ATIVIDADE DE 2.° BATALHÃO FERROVIÁRIO

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OS EXERCÍCIOS DA TURMA DO 1." ANO DA ESCOLA DE ESTADO MAIOR EM CAMPINAS — Na última dezena de Julho findo a turma do 1." ano da Escola de Estado Maior realizou na região dc Campinas, no Estado de Sáo Paulo, a sua primeira Manobra dc Tática Geral, Estado Maior e Armas, sob a direção do Coronel Henrique Lott. Sub - Diretor do Ensino da Escola, desenrolrcitdo-.se com excelente resultado todos os trabalhos previstos. A gravura mostra um grupo de oficiais participantes dos exercirins ú entrada da Escola Normal de Campinas, distinguindo-se alrin do Coronel Lott, os seguintes : Instrutores Majores Kruel, Descartes, Vasconcelos < Pies < Alunos Coronéis Estilac Leal e Souza Dantas; Tenentes - Coronéis Osvino, Fernando Tavora, Gayoso e Regados ; Majores Paz, Buys, Pope, Valença, Osório e Felisberto e Capitães Bragança, Domingucs, Gualberto, Leitão, Duarte, Sérgio. Galois, Americano, Pirassununga, Costa c Silva, Fragoso, Braga Mauro, Krof, Jacinto. Sardembcig, Pastor, Zcrbini, Buck, Ascendino, Faria Neto, Gonçalves, díu* Rosa. Wetmman, Salm, José Oarcia, Muni: de Aragão, Ro.s.sini, Jurtiii. Pavel, Paes Leme, Mamcde, Martins de Almeida. BtoU, Alves Limos, Cabral de Melo, Leonardo, Ma<¦< du Costa g Coimbra.

oficiais para realizar na "Bemana </< Caxias", conferências nos diversos estabelecimentos civis de ensino, sobre o Imortal Patrono do Exército : Corenal Lima BJgueiredo, no instltuto de Educação, TenenteCoronel Valter Prestes, na Concentração de alunos das escolas primárias junto ã cstátua de Caxias ; Tenente-Coronel Leoncio Pereira, na EsOOla Rivadavia Correia Tenente-Coronel José Maria ; Lei''•¦ na Escola Souza Aguiar : Major Jaibas de Aragão. na Escola orsina ,la Fonseca; Gomes de Abreu, na Capitão Ks'-'>1« Visconde de Mauá ; Ca""tão Garçào Ribeiro, na Esco'a João Alfredo Capitão 1 ; rai Potiguara, na Escola Kcireira Viana ; Capitão Danilo na Escola Bento RiJ-Unha, beiro ; Capitão Ovidio Beral"o, na Escola Amaro Cavai"lntl i Capitão Januário dei R», na Escola Paulo de FronUn : 1.» Tenente Zalmir LosS1°, na Escola Santa Cruz c " Tenente Mario de Freitas, na Escola Visconde de Cairú.

Ari Pires, segundo QGeneral Sub-Chefe do Estado waior do Exército, despedinIX _____ 1041

do-sc do Coronel Azevedo Futuro, designado para outra comissão, assim se externou : "Durante longo tempo recebi a cooperação valiosa do Tenente-Coronel Henrique de Azevedo Futuro, à frente da 4." Secção e que se afasta do Estado Maior por motivo de promoção ao seu posto atual. Cabe-me o imperativo de expressar-lhe publicamente meus agradecimentos e louvo-o pela colaboração leal e operosa prestada durante o tempo em que serviu sob minhas ordens. quando deu provas inequivocae da inteireza de sua conduta, de preparo técnico profissional e de lúcida inteligência, tudo ao lado de um caráter bom e bem formado. Ê com pesar que me vejo privado do concurso desse precioso auxiliar que deixou confirmado nesta casa o ótimo conceito que goza entre seus pares, como oficial culto e dotado de excepcional capacidade de trabalho. Estou certo de que no novo posto continuará a pôr 1 m prática sua atividade producente em bem do Exército. Sào esses os votos que aqui faço de envolta com as minhas saudades." — 55 —

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29 de Julho último, transcorreu o 3.° aniversário A da creação do 2.» Batalhão Ferroviário, sediado em Rio Negro, no Paraná, que está construindo a Da brilhante Estrada de Ferro Rio Negro - Caxias atividade dessa unidade de Engenharia dão prova as cinco fotografias desta coluna.

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Ministro Paulo Hasslocher, o comediografo Raul Pedrosa, professores Agache e Peregrino Junior, Sras. César Garcéz, Sicard, Junqueira e Souza Melo, Sr. e Sra. Silva Pinto, Democrito de Almeida, a aplaudida declamadora Marina Padua de Barros num original vestido de lã preta "à capuchon"; Sr. e Sra. Hortensio de Alcântara Filho, Zita Coelho Neto, Guerra Duval, Concei"enção Gomes muito elegante num íemble marron" e verde, a poetisa Hyldeth Faviila Nenhauser, Laura Alvaro Alvim, o escultor Leão Veloso, e outras pessoas de projeção social, artistas, escritores... Uma elegante tarde do inverno carioca.

*

*

Hyldeth Faviila tambem homenageou a sra. Ester Riera Sale com um "coclctail", reunindo no seu elegante apartamento da Avenida Atlântica alrjumas das suas preciosas amizades: acadêmico Antônio Austregesiío, professor Peregrino Junior, presidente da A. B. A.; ministro Paulo Hasslocher, Odilon Bra"«. «x-ministro da Agricultura: Haroldo Daltro, secretário da Sociedade dos Homens de Letras do Brasil; jornalista .'"•""-?as de Carvalho, Sras. Manoel:ta Etzberqer, Laport, escritor Auqusto Cesar Veiga, Sr. e Sra. cônsul Jayme de Barros, Sra. Ester Riera Sale, jornalista Nair Mesouita, G. Gobbes, Sra. e Sr. BELÍSSIMO VESTIDO DE RENDA BRANCA, UMA DAS CARACTERÍSTICAS Emvl De Frev, Sr. e Sra. professor EuA ^ODA NA ESTAÇÃO PRÓXIMA. — E" TAMBEM ÓTIMA SUGESTÃO Julio Iglesia» Sras. Oswaldo Gogenio PARA TRAJE NUPCIAL — VESTE-O J0AN FONTAINE EM mes. Laura de Moura. Sr. Wilson Barbo"BEFORE THE FACT", DA R K O. sa, Sra. Ernesta von Weber, Mary Souza Leite, Corrêa de Menezes, Sr. Pedro Setembro. Nunes, poeta Pereira Reis, Sr. Francisco Leite, Breve a Primavera deleqado do florirá. qoverno do Paraná e membro da Academ _ Paranaense de 6 o inverno vai deixar-nos saudade, Letras: Raul de Azevedo, diretor de "Aspectos""'** ^e*!a bonita, uma Sr e Sra es^Ção teatral movimentada, Oswaldo Reis e Silva, escritor Angyone muit oportunidade Costa,'Sr.'e Sra! para reuniões agradabilissimas. Olavo Marques, senhorita Beatriz '/'''-entina Magalhães e Sr. Felix e Portugal, com os seus embaixadores cultuKeppech. ra;s m servíram de "d....-0 * * pretexto a qu© se organizassem * nomes » encantadoras. reU"lu' C°m° reunira "Jo«Í°"x e Balangandans ' COm° a rematar a Jdo ,?ií°key lembrança de nos virem de visi1941 , a maior assembléia de elegância ta e do Rio, com o "boa "Sv-ee""? de demonstração de amisade", o disputado Grande Premio Brasil. /.?uin.te " brindou um dos membros da embaixada Antonio F$ E agora é no Municipal erro com o que se exibe chiquismo de verdaseu premio máximo. de, em ouvindo Grace Moore, Tito E Schipa, Violeta Coelho V°n We°er' escritôra e dama de Neto de Freitas, e outras tantas excepr*165^ predicados vozes privilegiadas. abr'u os sa,ões da sua bela residência na Tiíuca D"*'5"Um<S receP-=5° a senhora Ester Riera Sale. secretári J emba'xada medica de da$ J*ais • CALDAS, o sapateiro artista e ideafizador de todos os plástica, membro de uma importantes familias de Buenos Aires. sapatos com que Carmen Miranda aqui e na America com"hou$ecoaf" "toilettes", de setim estampado, ErnestaU' 9r<,wSa "Um as suas pleta mudou-se da rua Senador Dan*[?" recebe seus convidados: a sra. Riera ->ale SaU tas r,/eb.er 23, a Rua Álvaro Alvim 31 A, havendo oferecido, g para Í3'c'1' assistente do na data da inauguração da nova loja, um "cocktail" às suas grande especialista de Plast ica .V°i ' ,van'ssevich; Celso Kelly e a linda Senhora Kelly. freguezas.

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Joan Crawford revela também a elegância <U>s estampados com este traje vermelho, azul, verde e amarelo em íunclee preto, para de tarde: Dotem o chapéu <!<• palha, o feitio clees upatos, e a pulseira de- miro cum um pequeno coração, aplicada na perna esquerda.

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Vestido verde, accessorioi negros — composição apresentada por Virgínia

a elegante Bruce, da

Columbia.

Ér"| fe A primavera está a inaugurar-se. Começa a ronda de es leves, dos trajes tons suaves, das esMas é tamparias. elegante possuir também um " enlemblc" negro, tal como este de Príscilla Lane, jovem "star" da Warner Bros, o qual se alegra com os botSes rosados e algumas contas de " strass" em eravaçSo, sendo rosadas as luvas de "suède" e a parte interior da aba do rhapéu de palha.

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No seu primeiro jantar da Primavera vista-se de brantransparente

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Renda de filo côr de canéIa e pequenos motivos bor dados a linha creme guarnecem estas peças de bonita "lingerie", as quais se talham em crépe setim ou "voile" creme. O

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DECO-

RAÇÃO

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DA

CASA

Há um grande encanto nos moveis negros decorados à maximé japonesa, quando são distribuidos numa sala — "estúdio" — Tapete persa, de fundo claro, lampada com moderna, "abat-jour" branco, e Napoleão num quadro sôbre o fogão.

E' elegante e confortavel durante o estío, preferir, coda aposento mo casa, o salão terraço, tão comum nos bons apartamentos modernos. Aqui está a idéia da ornamentação de um, utilisando-se estôfos claros ou de violentos, e tons muita planta viçosa.

MOVEIS

TAPETES

MATRIZ E ESCRITÓRIOS t TAMBÉM NO ANEXO A 65-R. DA CARIOCA-67 - R.7» SETEMBRO-82' O

M AT."RO

— 64 —

IX — 1941


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SEGREDOS DE BELEZA DE HOLLYWOOD A VISITA IMPERFEITA "make-up" e fumo representam dois grandes O obstáculos à mulher que desejar ser uma visita perfeita em casa de alguém. "pontos ofensivos" de qualquer Atualmente os destas duas atividades podem ser descritos pela palavra DESCUIDO. PECADOS Consideremos, em primeiro lugar, os pecados do "inak-up" comumente encontrados em hospedes femii.i nos, pelas donas de casa . Fiz uma "enquête" entre senhoras que conheço cm Hollywood, tais como Merle Oberon, Jean Arthur, Alice Fave, ]oan Bennett e Miriam Hopkins, unanime— elas e quasi para mencionar apenas estas, mente estão de acordo em que um dos motivos de aborrecimento para uma dona de casa sobresai das manchas deixadas nas toalhas pelos batons de suas

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com hâton torna-se pratica de manchar toalhas hoje en. dia uma ofensa maior, pois existem tintas indeléveis aplicadas na composição dos batons modernos. Uma vez aderida à toalha, a mancha de um bâton custará muito a desmaiar, não se desfazendo, mesmo após repetidas viagens à Lavanderia. HOSPITALIDADE uma A mancha do creme para o rosto já não é a embora bâton, do ofensa tão censurável quanto a incivihdade de sua prática' seja uma demonstração tambem inapreciada pela maioria das donas de casa. Ambas as ofensas contra a hospitalidade podem tiver o ser muito simplesmente evitadas si a hospede "tecidocuidado de trazer consigo um pouco de papel crépe", muito mais eficiente que qualquer pano na re'irada do bâton e do rouge. PAPEL- CRÉPE Muitas donas de casa de hoje, em defesa de suas toalhas, cuidam de ter sempre em stock este papel. A visitante, porém, desejando ser "a hospede perfeita", não se deve prevalecer da oportunidade que lhe oferece a hospedeira. Ao contrário, deve conduzir sempre consigo um pouco do referido papel. Outro pecado capital cometido por um sem número de hospedes é o hábito de espalhar sobre a mesa gotas de esmalte, removedor de esmalte, ou loções e adstringentes sem o cuidado de limpá-las imediatamente. Todos esses materiais são capazes dé macular um mobiliário fino. Mas um número surpreendente de convivas, segundo o que observei e o que me foi dito por muitas damas que fazem reuniões em suas casas, em Hollywood, falha na observação desta simples e básica cortesia. FUMO Agora, tendo exaurido o assunto dos pecados feIX — 1941

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MONA MARIS veste elegante "enssemble" para ancai em manhãs de sol mininos, entremos em considerações acerca das ofensas do fumo, praticadas por mulheres e homens. Quasi todo dono ou dona de casa sente-se incomodado quando nota que seus convivas deixaram sôbre os móveis o cigarro aceso. E, note-se, esta deselegancia é comum em toda a parte. O arremeço da cinza sobre os tapetes é mais um procedimento irrefletido e tambem um dos mais detestados pelas donas de casa. Não obstante, póde dizer-se que é um hábito quasi universal e comum. Faço uma sugestão às donas de casa: tenho notado que em quasi todas as reuniões realizadas em Hoilywood, os pequeninos e bem feitos cinzeiros foram substituídos por outros liberalmente grandes. Este expediente simples conseguiu vencer a ameaça dos cigarros negligentemente abandonados. Agora uma palavra aos convivas: Tomem em consideração os pontos mencionados, e esforcem-se por tornar sua saída de uma reunião sentida e não comentada com um suspiro de alivio. 65 —

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MALHO


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CURIOSIDADES O ar contem 21% de oxigênio e 78% de nitrogênio. O resto é de outros gazes. • Nas índias há umas 3.000 viuvas de menos de cinco anos de idade. Não é raro haver avós de 22 anos. • As perólas vivem só 150 anos. O ' Quatro barris de óleo combustível eqüivalem a uma tonelada de carvão.

Mesa para jantar — Toalha de filó bordado, e encaixes de renda Veneza. Baixéla de prata, lirios ao centro. PARA O AJANTARADO DOS

DOMINGOS

A

NHOQUES — Cozinha-se % quilo de batatas em água e sal. Depois passam-se na máquina, acrescentam-se 2 chicaras de farinha de trigo, 1 colher de manteiga e 1 pires de queijo ralado. Amassa-se bem e fazem-se os nhoques. Põe-se uma panela, no fogo com agua quente e, quando em fervura, põemse os nhoques que se deixam ferver por alguns minutos. Quanuma travessa e adiciona-se um do prontos despejam-se em môlho composto de 1 colher de banha, 1 cebola picada, 2 tomates, pimenta, salsa e 250 gramas de lingüiça picada, cozinhando a fogo lento, pondo-se por fim uma colher de massa de tomate. Cobre-se tudo com um bocado de queijo ralado.

DE

IMP1

DONA

CASA

.

..

'1

COSTELÊTAS AO SUPREMO Batem-se as costelêtas até ficarem delgadas. Em seguida são untadas com manteiga e polvilhadas com queijo parmezão, sal e pimenta. Banham-se com ovo batido e envolvem-se em fogo brando, e em pão ralado. Fritam-se na manteiga, servem-se com bananas fritas, "petits-pois" e batatinhas. 1 abacaxi, 6 laranjas, 2 limões, 2 garrafas de vinho Bordeaux, 2 maçãs maduras. Descaíca-se o abacaxi, espreme-ise bem. Tirar todo o caldo das laranjas e limões. Misturam-se os caldos, côam-se, adiciona-se vinho branco deixando na geladeira por três horas Um pouco antes de servir, açúcara-se, gostando muita gente de picar maçãs e ainda juntar uma garrafa de champagne, o que dá delicioso gôsto. Bebe-se muito gelado. À DONA DE CASA Quando se deseja servir um pitéu novo e saboroso, prepara-se purê de tomates com ovos escaldados, na maneira seguinte: um quilo de tomates partidos em pedaços, cebolas, um dente de alho, um pouco de salsa e de louro, mais !um decilitro de água. Põe-se em fogo moderado, revolvendo de vez emquando até que o tomate se desfaça. Passe-se ao coador enretirando o ramilhete de salsa, o alho e a cebola. Bem"conxuto, põe-se novamente na cassarola com um litro de somé" e duzentas gramas de miôlo de pão cozido. Cozinhar suavemente, tendo o cuidado de não deixar pegar Vira-se a cassarola, molha-se outra vez, e, ao ferver, deixa-se cozinhar a fogo brando até criar espuma. Servir com um ovo cozido em cada prato. O

MALHO

— 66 —

TORTA DE UVAS Massa (como para pão de ló) 6 ovos bem batidos 150 gramas de açúcar refinado, 125 gramas de farinha de trigo, 1 colherinha de bicarbonato. Faz-se um pão de ló numa fôrma de torta. Depois de esfriar põe-se uma folha de "massepain" por cima, formando uma borda um pouco elevada. Dentro colocam-se uvas cruas junto a uma geléa de uvas. • Para distinguir a manteiga da margarina, põese um bocado numa colher e sôbre a chama. A manteiga, ao queimar, solta espuma. • O Coliseu de Roma tinha lugar para 100 mil espectadores, com assento para mil. IX — 1941


CAMISOLA

BORDADA

EM

DE

"^

PONTO

CRIVO

em redór do decóte e cavas com ponto de inserção — vêr o diagrama. Êste ponto torna-se mais fácil de ser executado si a fazenda fôr alinhavada sôbre um pedaço de papei. Usar dois fios'de linha e trabalhar da esquerda para a direita.

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Material necessário: — 1 meada' de cada cie linha Mouliné (Stranded Cotton) marca ANCORA b 46(verde maçã), F 546 (verde russet). (Stranded Cotton) 3 meadas de linha Mouliné marca "ANCORA" F 536 (dourado). 3 metros de crépe da China verde bem pálido.

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Esta camisóla é feita em crépe da China veide pálido. Para cortá-la, seguir o molde- que acompanha. Ajustar primeiro a fazenda sôbre o mókle prendendo-a com alfinetes antes cie cortá-la. O bordado da camisóla compõe-se cie três motivo^ do risco, e o fundo do bordado é feito em ponto de crivo. Trabalhar com três fios de linha e fazei primeiro o contorno do desenho antes de começai o ponto de crivo. Vêr o diagrama para os pontos do contorno do desenho; damos também um outro diagiama mostrando o sistema da execução do ponto de cii\o. Lsai a eôr F 536 nos lugares onde não esteja indicado, no diagrama, a côr F 546. Paj-a trabalhar o ponto de crivo, 11111 ponto bastante apropriado para hngerie, usar um só lio de linha e uma agulha bem grossa, ['ara ai rematar a ponta da linha usar uma agulha bem fina para evitar que fure a fazenda. Virar bainhas simples de 6 milímetros nas cavas e decóte e pregar uma rendinha beige bem estreitinha O •.•k.v - J -

MALHO

Si desejar, êste ponto pôde ser variado na maneira seguinte: —r em vez de pegar somente um ponto na renda e um no crépe da China, fazer dois pontos sucessi vos na renda e na fazenda. Para a camisóla, foi usada essa variação. Todas as bainhas na fazenda, elevem ser feitas logo para evitar que a fazenda desfie. Vide o risco e a indicação do ponto na revista "ARTE DE BORDAR" no número de Setembro de 1941 67

IX

— 1941


I L U L A 'S___i_^____>***^ (PÍLULAS DE PAPAINA PODOPHYLINA)

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Empregadas

eom suecesso nas moléstias do estômago, figado ou Intestinos. Essas pílulas, além d» tônicas, são indicadas nas dispepsias, dores de cabeça, moléstias do figado e prisão de ventre. São um poderoso digestivo e regularizado, das funcçôes

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MARAVAL O

MALHO

Um dos programas brilhantes do rádio, atualmente é o das "MU e Uma Noites", apresentado pela Nacional com a participação de Gilda de Abreu. Ivo Peçanha vem mente o nível artístico zeiro do Sul.

melhorando do radiatro

Sul,

d|a

Nacional.

Cicero

de Oliveira, que atuava ma Dipresentemente n,a PRA - 5. Adoníram Barbosa .lançou pela Cosmos "Sinucas um da engraçadissimo programa Vida".

______________________ __

\\\^r'"<mm

Rádio artístico

Lita

*

com

sucesso

Bandeirante levou Rosalina Fernara.

para

o seu

—A Rádio São Paulo procjnamou, com êxito reial ."Melodias em Desfile'", com os comentários de Aulrelio Campos.

v

Não resta a menor dúvida que a PRA-9 andou acertada contratando Alsiro Zarur para anirr.tador de seus programas. Souza Filho permaneceu como carbono do Cezar, para as suas férias. Em verdade a substituição é perfeitíssima. E se a Pinpinéla resolvesse entrar numa 'aposentadoriazinha? Ouvimos, outro dia, e gostamos muito, "Romance de da Preta", com letra de OÜveira Neto, na Rádio São Paulo. -- Maiu Atti vai estreiar na Rádio Tupi, cantando músicas regionais. Virginia Lane foi contratada pela Mai rinlc Veiga. Cezar Ladeira passou alguns dias de repouso em São Paulo. Gilberto Alves embarcou São para

Vem avançando grande sucesso ao microno Guanabara fone da Rádio programa "O. K." o joven locutor JIM BARBOZA, elemento ainda novo nos nossos meios raatraente ao diofónícos, nYas que, graças timbre da sua voz e ao talento brilhante que possue ao par de uma impecável dicção, vem atraindo a atenção do rádio ouvinte e merecendo os maoires elogios da crítica. Advogado militante, jornalista e orador fluente, o joven locutor por certo, dentro em breve, estará entre os maiores do país. Estão de parabéns a emisiôra da rua I." de Março e os radio-ouvintes cariocas.

Landy, cantora de tangos canla na PRE-4, de São Paulo.

Garoto é uma das atrações mais notaveis da Mairink Veiga. Sabastião Pinto, com toda a sua modestila inqualificável, é um cartaz vitorioso da Tup.í. Vamos

ter

uma

Esralinha Egg, pela sua Tupi, de São Paulo.

pequena ausência temporada curta

de na

Marilú gravou, com extrema felicidade, o disco de Crístovam de Alencar e Paulo Ri"Dança Apimentada". beiro, "Meu —• Amor", a valsa de Antônio Aimeida foi gravada excelentemente por &iiberto Alves. —• "Tea For 1 *o", o popularissimo fox dcIrving Cezar está gravado pela orquestra do Ríchard Himber. Reina gnande reserva sobre os disco, gravados para o Carnaval de 1942. A dupla Milton de Oliveira — Haroldo Lobo começa na perigrinação atir,véz dos futuros interpretes de suas música; carnavalescas.

¦¦FERMENTQS LflCTICOs"! i intoxicações intestinais i

urticária = colites Lgastr^üiteriiesJ

LEIAM "ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA" aparece

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de

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mês

5$000

•àWW

——

____¦_____! ^ Zézé Fonseca é uma das mais brilhante:, figunas do radiatro da Nacional, com a sua inteligência sadia e o seu talento indisfar-

GALVAO

OtUÍHÍiM

— 68 — .

está

A naipe

Agnaldo Amado é uma figura de relevo da PRE-8. A sua atuação tem sido brilhante, e o público guarda recordação da linda comédia "Serei Livre", estréia das mais altas feitas no radiatro da Nacional. Inaugurou éle novos moldes no gênero, novos métodos nas irradiações radiatrals.

i _______ i__^^8 ¦_&*.

sensivelda Cru-

Petra Transmissora contratou João de Barros para o seu quadro artístico. Gijberto A,'ves deveria cuidar mais um pouco da seleção de seu repertório.

'~"l_r

_____*.

Filho vem redigindo, r.a Cruzeiro "Museu o- programa de Cera". Eladir Porta merece louvores no "east"

do

fusóra

Há coisas em rádio que,, levadas em abuso servem Dentre para desgostar os ouvintes. eslas, uma há que vem causando naiva, sil bem que diretores artísticos, ensimesmados com os seus princípios, acreditem que tudo se possa de maneira contraria. Queremos nos referir aos programas feitos para os estudios. Há estações que landam enamoradas deles. Apresentam números curiosos, con animadores de primeira, geralmente humorisfas, mas, que, em verdade, mercê das gaigalhadas, dos cochichos, dos gritos, perturbam a irradiação pana os ouvintes que estão em casa. Enganados estão os seus excelentes pat.o* cinadores, porque o público é bem maior que o que se acantoria nos estúdios, e cosfuma, quando isso se dá, como derivativo único possivel. desligar o aparelho para outrn estação. Era o caso de se cuidar do assunto com mais sebedoria, e com mais inteligência. Vocês não acham?

_________

Braga

Olga Nobre é uma' artista de mérito inconfundivel no radiatro da Rádio Clube. E o seu nome é um cartaz vitorioso da estação onde Renato Murce sabe escolher os seus artistas.

fyuikek.

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TStoéqueti

A

•Ackedite te

#*«^_____

.pulo

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FRANCISCO

ATAQUES NERVOSOS t OU EPILÉPTICOS

devendo cantar na Tupi. Bonito samba "Minha proposta", cantado por Emilinha Borba na PRH - 8. Janir Martins vem fazendo sucesso na rádio de São Solvador. A Jornal do Brasil cuida com carinho da seleção de seus programas de músicas brasileiras, assim que entra no ar Marilia Batista tem o maior cuidado em escolher os números de seu repertório. Artista conscienciosa e Inteligente, aumenla dia a dia, o número de seus "fans", em que pese o silêncio da estação em que trabalha p.elos seus méritos-, . .

8

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çavel.

%mmmWaÊr*

^C______y^

K

Jf

 Damos aqui um aspecto do programa "Curiósidades Musicais", dirigido com a inteligência sadia e renovadora de Almirante, de certo uma das maiores atrações da Nacional.

IX — 1941

Carmelita Peréda é uma cantora viva, colorida que vem atraindo novos ouvintes na Nacional pela beleza das músicas de seu reper+ério.

IX — 1941

Hervé Cordovil, figura conhecida dc rádio carioca faz presentemente radiatro na Tupi, de São Paulo. Jararaca e Rl.tinho continuam animanos ouvintes do, com agradável humorismo, da Nacional. Gagliano Neto irradia bem os'jogos desportivos pela Nacional; nem paixões; nem descuidos; apenas precisaria de mais vivacidade. Carmelita Peréda agrada muito ias suas interpretações nativas pe'a Nacional. A Rádio Clube entra em fase de sensivel renascimento. Trabalha-se ali com muito gosto. Renato Murce seleciona elementos e procura agradiar os seus ouvintes. Devemos convir que Lauro Borges é um humorista vivo e inteligente.

— 69 —

CABELLOS BRANCOS QUEDA DOS CABELLOS

JUVENTUDE ALEXANDRE O

MALHO


MINHNCORR f 1* CR

U

CIG

RA

M'A SOLUÇÕES DO

PASSATEMPOS

DOS

NÚMERO

I

verdadeiro' Jlm ?//«I leéouro/

ANTERIOR 'TEXTO

ENIGMATICO Uma sentença de Confúcio "A sinceridade é o AL. principio e o fim de coisas. as todas Sem ela, nada seria

t •

O uso das PASTILHAS MINORATIVAS restituiu-me a alegria e bem estar. Esse producto ê ura laxativo suave para todas as idades e também um excellente tonico

e

estimulante do appetite.

possível."

Siga EXPRESSÃO ENIGMATICA "E' grande risco na-

o meu conselho e tome

CHAVES: minORATIVAS conTRn

a

prisão

oe

uentRe

GRIPE/ RESFRIADO/ NEVRALGIA/

(HORIZONTAIS) — Aposento — Aqueles que estimam — Qualifica — Falai em publico 10 — Pessoa de mau carater. 13 — Tabela 14 — Especie de vinho francês no Marne VERTICAIS 1.— Tubos — Paixão — Mulher, que representa comédias burlescas, servj!ido-se rte cestos paru imitar caracteres ridiculos. — Acomoda. — Tritura — Carvão incandescente (ir,vertido) 11 — A Consciência 12 — O meio do saco 13 — O mesmo que até 15 — Quadrupede de marcha muito vagarosa. (Dic. C. Figueiredo) (Solução no próximo número) PROVÉRBIOS Ptg-ra pfon.

°0°

vegar

com

vento

forte.

\

í

Or.

de

Telles Te lies

I

PARA

FERIDAS,

INFLAMACOES, I INFLAMAÇÕES,

ETC. I IESPINHAS, ESPINHAS, CRAVOS, SARDAS, ETC.

Menezes

I

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etc

504-5

PROBLEMA

DOS

CARREIÉIS

fies. 42-1948

Veja se desçobre cada um desses carretéis a que letra corresponde.

ENIGMÁTICOS

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(Solução no próximo número).. IX — 1941

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BRASIL' "OKSDURE1 "CASA

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A ESTRELA Isto não év vU " Cí/ queda mas uma vlWíVAV/j lliUu ceuU tOwi estrelado, neve em flocos. Todos sabem que a neve é composta cristais em forma de estrelas. Trate de formar->eqUen0Sestrela regular linhas retas que liguemUma w 19 pontos brancos passando sobre o fundo preto. Onde está a estrela? IX _ 1941

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REVIVENDO

O

PASSADO

OS

Tudc quanto sai da pena de Clovis Bevilaqua desperta interesse. Não fôsse . êle o mestre do Direito brasileiro e, alem de acatado jurista, o escritor sempre vigoroso de frase tersa e limpa- que todos admiram. Clovis Bevilaqua publicou agora um novo volume — um pequeno volume de umas setenta páginas, de modesto aspecto, no qual enfeixou alguns escriJos ds seus tempos acadêmicos, uns publicados entre 1878-1882, outros inéditos. Todos eles, apesar dos defeitos pr-ó prios da idade, já trazem a marca dêsso brilhante espírito: a clareza, a honestida de, o amor do justo e do belo. UM CORAÇÃO OUE SE ESVAI Doris Bevilaqua deve ser uma debutante das letras, mas seu primeiro passo não podia ser mais seguro e mais airoso. O livro que acaba de aparecer, de sua autoria, "Um coração que se esvai" é um livro escrito com a segurança e o brilho de quem sabe escolher enlre o bom e o máo, em literatura. Suas páginas respiram candura, mas o estile é rápido, vivo, brilhante, sem esses excessos de frases, sem essa

LIVROS

E

AUTORES abundância de palavreado que caracterbam os escritos dos principiantes. Certamente, esse. pequeno, livro assinaia uma bela estréia literária. ENSAIOS

CONTEMPORÂNEOS

Apresentado pela Editora Guaíra "Ensáios Contemporâneos", de Ltda., Farias A. Michaele tem recebido unà-n'mes aoláusos, por constituir um noiavel trabalho em que o estudioso autor encara e examina aspectos de religião, matemática, epistemológia etc.. São capítulos de poderosa penetração a luz da moderna filosofia e trabalhados com sinceridade e simplicidade digna de nota. "Ensaios Contemporâneos" traz um apêndice em inglês sobre a nova sociologia americana. ANJO Em cuidadosa edição de luxo, fartamente ilustrada, acaba de ser lançado pelo editor Getulio Costa nova edição do "ANJO", de Jorge de Lima. Livro" discutidiss i m o, consider ando mesmo pela critica como uma das mais fortes contrib u i ç ã o desta geração para a história do romance nacional, o certo é que a íigura do "ANJO" levemente molhada de ternura o lirismo, embalado na sua dôce loucura, vai atravessando o tempo sem perder nada de sua originalidade. BAÚ VELHO

FOR^^VI^R FORJZA VÍGOR AL eg RI a ALEGRIA E

O

TONICO

deVIVER de VIVER DE

TODOS

DTNAMOGENOL DYNAMOGENOL llhv fviodldôdóc<5 utn \yioduto- doJld&MatOAib JIOAMÚWÚOO

MALHO

\fiidn yfiüUi

O editor Getulio Costa vem de lançar nas livrarias mais um trab a 1 h o do sr. Viriato Corrêa. Trata-se de uma nova edição de "Báu V e 1 h o". Livro movimentado, encantador, em suas páginas o leitor vai en-contrar, numa deliciosa intimidade os vultos mais interessantes da nossa história. — 72 —

CAMINHANTES

SILENCIOSOS

Um novo romance policial. O gênero tem público entre nós, realmente contam-se por milhões os que se deixam empolgar por essas aventuras, pela inteligência de um arguto detetive, pela sucessão sensacional de acontecimentos, de trágicas histórias, de fatos presididos nem sempre por muita lógica mas sempre por muita imaginação e coragem. Um exemplo dêsse gênero é o romance Os Caminhantes Silenciosos" de Nicjel Morland. Romance policiai clássico, passado em Londres, vivido "Scottland Yard", en por detetives da tre o frio das ruas londrinas e o esfdrço intelectual para vencer o crime. "Os caminhantes Silenciosos" acaba de aparecer na Coleção Para Todos lia Companhia Editora Nacional. FREUD E OS ATOS MANÍACOS Mais um volume da excelente cole "Freud ao alcance ide todos" lanção Editorial Calvino Limitada, çada pala acaba de ser postò em mãos dos estudiosos dos assuntos psícanáliticos. "Freud ei os atos maníacos", terceiro tomo da série, e cuja tradução foi confiada a Galvão de Queiroz, é livro que focalisa as idéias e descobertas do sábio austríaco, criador da psicanálise, sobre a fenomenologia dos atos falhados e dos equivocos, aprofundc^ndo a análise dos pequenos enganos e lapsos que cometemos a cada passo e que antes de Freud não foram convenientemente estudados. O

BRASIL NA LENDA E NA CARTOGRAFIA ANTIGA

Os brasileiros aprendem, em geral, que o nome de sua pátria, primeiramente chamada "Vera Cruz" e logo depois Santa Cruz", foi mudado no de Brasil por causa do famoso paubrasil, muito usado na tinturaria do tempo. O sr. Gustavo Barroso, familiar dos velhos textos históricos e dos mapas arcáicos, íntimo da 'lenda e da proto-história brasileira acaba de publicar um novo livro "O Brasil na lenda e na cartografia antiga", livro novo não só na vasta bibliografia do autor, como entre nós, em seu gênero. "O Brasil na lenda e na cartografia antiga" é o volume n.° 199 da "Brasisiliana" da Companhia Editora Nacional. IX — 1941


OS RADIO - OUVINTES APRECIAM OS BONS PROGRAMAS

COMO

elas

Rádio Clube de Pernambuco,

escondiam

tou

lugar

de

6.010

que sempre mantém em cartaz, verdacieiro monopólio dos rádio-ouvintes nore

nordestinos,

a

PRA-8

é ferti!

em iniciativas que dia a dia lhe gran"fans". Ainda agora, langeiam mais "Teatro Eucalol", patrociçando o seu nado pela grande fábrica dos conhecido--, produtos dessa marca, tem o Rádio Clube de Pernambuco recebido os mais

fervorosos

aplausos,

e de vários

pontos do setentrião brasileiro lhe chegam expressões de estímulo e de encorajamento.

a

emoção

A

natal.

mostrando-se todos contentes "Maria Clara". de

edição

abraçando-o

também

desempenho

e

lhe

do

papel que Queira igualmente transmitir aos demais ani"Maria Clara" minhas felicitamadores de e

ções cordiais minha familia

bem

amigas, as

e

rapazes

dois

dos

as

como

de

desejo

publique a comédia e, assim render aos mencionando-os. interpretes

é,

segundo

O

homenagem

a

lhe

se

todas

referencias

Recife

façam

a

-smo afirmara

r

P^

que t em qUeStâo «• acha hoje duplam.I* 'à , carinho. L^^-^ada. graças ao "m f°' envo1" vida, primeiramente DL|° "* ?"*da TuP{' d° Rio, a. ora. dl\ pl°mbb; <° R"io Club. d, pJn ¦"«

em

público

geral.

emissora

das

Quem

esta

lhe

dirige,

e assina,

sentado

jornalista, autor regionais "COUSAS

tos e

CEARÁ

que obse-

Manoel

saudações

é um

livros

do

apo-

de

con-

ACONTECEM

QUE DENTRO".

POR

as

dos

amigo,

patrício

Miranda"

que minha

primeiros tem direito.

que viável,

mandar-me e

jornais obra.

revistas

fica

aqui

verdadeiro

inteiramente

amigo

Do

emotivo. ordens. — Luiz

às

ouvido,

teatro

fessando-me Essa

e

Leandro.

limo.

nambuco. Com

manifestar-lhe

destaque Sem

ainda,

para o mundo, transmissões de teatro, dia,

cada

mé-

ao

justiça a minha

sincera que

tão

as

de

número

grande

desper-

vão

quais

da

apoio-

não

programa

os

perdem

do

notável

e

Tem

e

tura.;

ainda

tão

sem

minha

casa,

saído

tendo

mente

impressionados

ficante

encenada,

simpática

e nobre

em de

com que

luco,

acompanhando-lhe,

mãe,

o

da

Destino com

além

a

figura

digni-

firmado

a

figura

os

profunda-

o homem cruel,

a

pecha sempre, da

reputação.

que,

apesar de

ma-

própria

com

hora,

o

apenas

o

aranprofes-

crescer

desprestigiado

de

matar de

cul-

e o

gosto

entre

nós. sem

programa, interessado

sa

Isso

de

bons

Os

são

artistas

apresentados

admi-

desempenham

com

perfeição os papeis a si confiados, merecendo francos aplausos pela maneira inteligente com que vivem os personagens dando graça e beleza ao enredo. E' de justiça salientar

história

apareoe

Rogério,

por um capricho do de ser um Bom, ficou ferrete

a

prograescolhido, não

instrução e

todo

como

Êst.

porque os dramas exibi"Os"Silêndos tais como : transviados", "Sublime "A cio", Sacrificio" e Grande Menravelmente.

todos

agora

escola

nascer

enfado

preocupação

tira",

ares. peça ontem levada aos SACRIFÍCIO, foi ouvida muito bem "habitues" do meu rádio, em todos os

uma

irradiando

fazendo

teat.-o

do

maravilhosa

E'

intali-

salienta-

programas

microfone, "Eucalol".

programa para mais importante e

métodos,

Ouve-se

possantes,

mero

algo

significação.

sores

ondas

cooperadores

caprichosamente

um

ra-

SUBLIME por

sabjonete

tempo.

sues

agradáveis

do

Nossos

Eucalol.

das

pelo

rádios-teatro

sucesso.

verdadeiro

causado

dio-ouviníes

A

Euque o programa do de enredo dramático,

dizer-lhe

transmissões

nas

tem

as

dramatização.

calol,

entusiasta. "bonitos apresentado

pleiade de a integram.

os

apenas

pelo

con-

ouvinte

ouvintes" (José Repor isso, um lugar d» emissoras afamadas.

teatro

oferta

de

irradiações

PRA - 8,

seus

aquf,

que

o

ma

os

entre

falar,

gentes

é

para o Brasil rádios as principalmente

e

tando,

Per-

diariamente

faz

emissões

1941.

de

Clube

difusora

Rádio

esta

a

de

Junho

verdadeira

de

preito

admiração boas

de

Sr. Diretor da Rádio — Saudações.

venho

rito,

19

Ubajara,

um

já tem

para

as

da

merecendo-lhe,

Dentre CEARÁ

desde

emissora

nato),

e

ultimamente, microfone

pelo

programas és-

abraço

um

do

de

profundamente grato por felioito-o novamente pelo "Maria Clara", emprestado à minha

brilho

Tenho

seus

a

fór

intento,

sendo,

e

obséquios

ses

seu

^eoconiuZVp.;.;^^/»^"-ente. podendo ^^ ser olassii " ""^ M™ • interpretação dada àÍ U P°»°

Eucalol,

pois, à simpática e poderosa duas ondas de Pernambuco.

Com

Confesso-me

Apraz-me

íh. rrj; :Maria «""¦*&¦*

do

de

gistas.

^ Jü'h° de l94' ~ Sr. Ul, M,PÍanh-4ba,r,3 P<m,ambuc° ~ Recife - Abraços cordiais.

do

programa

dois ouso solicitar-lhe Agora reter o foi possível quios : como não me nome dos interpretes do meu trabalho, peçolhe que mos envie, porque é provável que falei.

os

que escrevem à grande emissora se referem à clareza e nitidez de suas emissões, sem deixar de elogiar, também, a .seleção de seus elementos, como se pôde ver pelas três cartas que a seguir transcrevemos e que valem pela generalidade dos aplausos recebidos.

o

um

Meus louvores,

se

Todos

si

irradiado

pouco mais cedo. Ás 9 horas por exemplo. E' uma sugestão que faço à PRA - 8 de Pernambuco, interpretando o

com

coube.

ótimo,

Seria fosse

por este motivo, efusivamente pe!o

sumamente

Agradeço-lhe feliz

que não a voí radiorecepção foi

escutar

ao

seu/ Estado

do

fônica

e 720 quilocíclos, e possuindo, quer pelas suas magníficas "east" instalações, querpelo excelente

tistas

a

Pernambuco

de

rapazes

dois

satisfatória,

Sendo a única emissora nacional que emite em duas ondas simultaneamente, ou seja em

diversas

diação,

conquis-

destaque.

em casa, a ouvir a irraentre contando-se pessoas,

aqúí

Éramos ontem,

Entre as grandes emissoras do broadcasting do,'norte1, brasileiro, a PRA-8,

papeis si asm o.

de

Luiz no

que

Maranhão,

meio

teatral,

aparece

artista porque

executa-os

de

nome

em todos com

entu-

PRA-8 parabéns a direção da auxiliares seus aos realização, pela grande "Eucalol" esforçados e a firma pela proveitosa oferta. — Otaviano Queiroz. Finaliso

com


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VENDA

EM

TODOS

OS

JORNALEIROS

Esta revista foi confeccionada nas Oficinas de Pimenta de Mello & Cia.


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