Revista O Malho

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/~\ rganizado sob a dire^"^ ção de Romão da Silva, terá lugar a 13 do corrente, um festival comemorativo da emaneipação dos escravos. Tomarão parte* nessa festa, que promete ser interessante, Biga e seu conjunto colorido, J. Santos, o soprano Zulmira Barbosa e Mary Cardoso, ,que aparecem no grupo. Na outra foto se vê Rida Jordão, a bailarina negra, no seu bailado "Mãe Preta", e que também tomará parte no festival.

-

4 -

FALAR EM DISTINÇÃO DE TRAJOS, EM ELEGÂNCIA DAS ÚLTIMAS CREAÇÕES... É LEMBRAR O ESPLENDOR DE

"Moda e Bordado" O FIGURINO DE TODA A SOCIEDADE BRASILEIRA, A BELEZA E O INEDITISMO DAS SUAS PÁGINAS TRANSFORMAM "MODA E BORDADO" EM COSTUREIRO DA MULHER ! CUSTA SOMENTE

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Preta", a expressiva tela de Lucílio de Albuquerque, é uma das mais conhecidas da vasta obra pictôrica do saudoso artista, é a linda tricromia que publicamos em nossa capa.

Edição da S. A. O MALHO 'Diretorei:

ANTÔNIO A. DE SOUZA E SILVA OSWALDO DE SOUZA E SILVA

Ela representa algo mais do que uma simpies composição, cujos méritos não há como deixar de reconhecer, pois é além disso uma "mãe homenagem emocionante à preta" que, em período recuado da nossa história representou papel de inequívoca saliência na vida do lar brasileiro. O MALHO, estampando-a neste número do mês da abolição, fá-lo muito intencionalmente, homenageando aquele mestre da nossa pintura e associando-se à sua intenção.

ANO XLI — NÚMERO 40 MAIO — 1943 PREÇO Um ano Seis meses Número avulso Número atrazado

DAS

ASSINATURAS

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EM TODO O BRASIL Redação e Administração RUA SENADOR DANTAS, 15 — 5.» andar Caixa Postal, 880 — Tels. 22-9675 e 22-0745 Oficinas

NÁO lõ NOENIOVAl mas, também nos detalhes da ornamentação do novo lar devem pensar as jovens que se casam. Ambas essas coisas serão feitas com requintes depois do manuseio do GUIA DAS NOIVAS, a magnífica publicação da "Biblioteca de Arte de Bordar".

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1943

NÚMERO

CONTÉM

70

CAPA

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ILUSTRADO

MENSARIO

NOSSA

PÁGINAS

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CRUCI GRAMA

CABELLOS BRANCOS QUEDA DOS CABELLOS

JUVENTUDE ALEXANDRE

Leiam » ILUSTRAÇÃO BRASILEIRA

CHAVES

VERTICAIS HORISONTAIS 1 — O mesmo que frigir; 4 — An1 — Cavalo pequeno e fraco; 2 — Planta, do tipo das aráceas; 3 — tigo instrumento de tortura; 5 — Estado do réu. Obrigação de cumNome de algumas espécies de miprir penitência, imposta pelo conlhafres. fessor. (Solução no próximo número) VV«».»W*M«W,

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TEXTOS FIGURADOS

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DOS

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EDIÇÃO

PASSADA

TEXTO ENIGMÁTICO "Com algumas flores em meu jardim, meia dúzia de quadros e alguns livros, eu vivo sem maiores .ambições". (Lope de Vega)

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Para se defender.. . para vencer uma guerra imposta, a Pátria conta com destemidas legiões, prontas para lutar em terra, mar e ar! E o inimigo pode estar certo de que estamos preparados e que não nos surpreenderá! Nos dias incertos hã, porem, um problema que só o Sr. pode resolver... só o Sr. pode decidir! Ê o preparo do futuro para que a familia não seja surpreendida pela fatalidade. Se o Sr. desaparecer inesperadamente, sua esposa e filhos ficarão protegidos ou ficarão sós? sem amparo e sem defesa? Para se defender. . . para vencer em face de tal ocorrência, que o Sr. não pode prever, comece agora a preparar o futuro de sua familia Lembre-se de que o seguro de vida na Sul America é o melhor meio que uma senhora tem — na eventualidade de ficar viuva — para garantir a subsistência do lar e a boa educação dos filhos. Entretenha uma palestra com um Agente da Sul America ou consulte-a diretamente, com o "coupon" abaixo, para conhecer o tipo de seguro que mais convém à sua familia. Decida-se. hoje mesmo!

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(Solução no próximo número)

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LIVROS E AUTORES ETERNA INQUIETAÇÃO

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Eis um romance cujo entrecho tem por cenário o Rio, e que na sua aparente futilidade de obra de ficção, tem méritos outros que só com a leitura é possível apreender. O autor, Sr. Fontenela, em vez de apresentar suas personagens como um médico psiquiatra, faria o íichario dos seus casos, resolveu escrever uma novela, e nela realizou estudos e analises de almas com tal profundeza, que faz de " Eterna Inquietação" um livro deveras interessante.

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O uso das PASTILHAS MINORATIVAS restituiu-me a alegria e bem estar. Esse produto é um laxativo suave para todas as idades. Siga o meu conselho e tome

a prisão

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Nabor Fernandes é um poeta jovem, a cuja obra poética temo-nos referido aqui em outrás oportunidades. Nabor Fernandes nos deu agora ensejo de conhecer os seus esperados volumes " Eu' .

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Este é um dos recentes livros editados pelo " Epasa" — Obra do notável ginecologista Dr. Arnaldo de Moraes, professor da Universidade do Brasil

Adcrbal Sales Acrescendo de mais um brilhante trabalho a lista de livros já publicados, o Dr. Aderbal de Paula Sales vem de lançar em edição Ramos & Pauchain, de Fortaleza, "Povos e Líderes", estudo comparativo entre as diversas correntes políticas do nosso tempo e seus líderes ou Roosevelt, Hitler. creadores. Stalin, De Gaulle, todos são estudados nesse ensaio, que culmina em páginas notáveis sobre o Presidente Getulio Vargas. E' um ensaio dos mais interessantes ultimamente aparecidos. 37 DIAS EM NOVA YORK Os livros de viagens, quando bem escritos, e espelhando não apenas observações futeis de turista em férias, tornam-se obras de valor real e indiscutivel. E' o que ocorre com "37 dias em Nova York", em que a escritora Adalzira Bittencourt, do I. B. de Cultura e

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Fundação Lindolfo Collor — que maior sucesso tem alcançado. Alexandre Poliakov nos descreve, nele, a resistência sovietica em seus quadros mais vivos e a leitura dessas páginas se faz de uma assentada.

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1943


da Soe. de Homens de Letras do Brasil, estudiosa dos problemas educacionais e sociais "sua frutuosa permanos relata nência em Nova York, observando, estudando, tomando os mais valiosos apontamentos. A apreciada escritora, que é dona de belo estilo próprio, e de profunda acuidade mental, dános da grande cidade ycnikec uma bela e bem feita noticia, nas quase 400 páginas do seu excelente livro. "A MONTANHA MÁGICA" Projetando o mais famoso de todos os seus livros, Thomas Mann teve a primitiva idéia de escrever uma réplica a "A Morte em Veneza"; criar uma obra cujo tema fosse a sedução da morte e da enfermidade. Essa concepção primitiva, entretanto, foi se ampliando durante 12 anos de trabalho; as meditações do escritor se estenderam por todo o mundo contemporâneo, e os problemas suscitados pela Grande Guerra de 1914 se condensaram em torno do grande acometimento. "A Montanha Mágica" adquiriu as proporções de um imenso aerólito maciço, de fogo e de pedra, de ideal e de amor, de uma sedução mágica da enfermidade e da morte, de paixão inebriante e de lutas igualmente dolorosas e desesperadas. Não sem razão afirmam abalisados críticos que, depois de Goethe, o gênio alemão não chegou a produzir algo semelhante em profundeza e magmtude. Tal a obra que EPASA acaba de oferecer, em primorosa tradução, ao público brasileiro.

CHAMAVAM-ME CASSANDRA A segunda edição de " Chamavam-me Cassandra", editada pela Epasa (Editora PanAmericana S. A.) representa um indicio de que, apezar das afirmações tendenciosas e m contrário, o público brasileiro recebe e anima o esforço editorial em nosso pais, quando o que se lhe apresenta constitui, de, fáto, obra de real valia. "Chamavam-me Cassandra" exgotou-se, em sua l.a edição, num tempo "record" e hoje seus editores brasileiros, lançam a público o livro em segunda tiragem, escoimado dos senões inevitáveis verificados na primeira. Desnecessário será encarecermos a importância do ingente trabalho dessa afamada autora. Não há no meio ledor brasileiro quem já não a conheça e as suas revelações, divulgadas em nosso meio pela imprensa é que merecem a atenção dos nossos melhores comentaristas internacionais, no precaver o Brasil das insidias do quinta-colunismo.

DIGA AQ SEU eA mamai pui E Papaç o rtDAtí, o mãÊã ^si^oo D° brasil

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TROCAMOS OU dEVOLVEMOS QEVOLVEMOS IMPORTANC/A mportanc/a A A

INSINUANTE -48 - CARIOCA *48

ESQUADRÃO 303 Arkady Ficdler é um dos nomes populares e mais altos da moderna geração de escritores poloneses. Esteve em 1929 no Brasil, pois é grande viajante e é antigo oficial da grande guerra n.° 1. "Esquadrão 303", seu livro de mais recente sucesso, é um dos que EPASA tem lançado com mais oportunidade, pois todos se interessam hoje pelo queocorre entre os poloneses. Foi traduzido por Japi Freire. Tem expressivas fotografias ilustrativas.

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FLORES,

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MAIS.

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TERCEIRO

CINCOENTA E CINCO ANOS. TODO O BRASIL NACIONAL.

CONCIÊNCIA

FLORES,

RÊCEM-FECUNDA-

PÔLENS

DÉCIMO

SEU

E

GRANDES

DOS. PARA NÔS, BRASILEIROS, O QUARTO MftS DO ANO TEM A

ALMA

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MUITAS

VÉSPERA

VEGETAL,

ADORMECIDAS

AINDA

LEVANDO

VIRGENS

DE

PORQUE MAIO ft O MÊS DA FESTA FRUTIFICAÇÕES,

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DO CALENDÁRIO.

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AÇUCENAS

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RESPIRA O DOCE AMBIENTE MAIS

NATUREZA

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QUE

EM

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EXPLICA-SE, DESSE MODO. PORQUE, MES

OS POETAS.

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QUE

SE FUNDIU NUMA ÚNICA

ISABEL, A REDENTORA,

ABOLIU O CATIVEIRO

E NEGOU TODA E* QUALQUER SUPERIORIDADE DE RAÇA, CHAMANDO OS NEGROS A PARTICIPAR DA COMUNHÃO BRASILEIRA. NAO HÁ, DESDE ENTÃO, NENHUM ESCRAVO SOI! O SOL DE SANTA CRUZ.

REAFIRMAMOS OS NOSSOS SENTIMENTOS

DO-OS

A

COM

CONTRIBUIÇÃO

DE

TODAS

DE NAÇÃO, CALDEAN-

AS

PARCELAS

DE

NOSSO

ESPIRITO DE POVO. DENTRO DOS IDEAIS DO RESPEITO A INTELIGÊNCIA E A DIGNIDADE HUMANA, EVOLUÍMOS DE MODO A ATESTAR DE

CAPACIDADE ANGUSTIOSO TODOS

SOBREVIVÊNCIA

DA

VIDA

PAÍSES

OS

INSTANTE,

QUALQUER

CRESCEMOS

UNIVERSAL.

NOSSA

A

EM

DE

MENSAGEM

A XOSSA

E

MAIS

O

LEVAMOS

TRABALHO

E

A

FRATER-

NIDADE. AS

ROSAS

POIS,

CONSTITUEM, SEMPRE

FOI

CAÍRAM

QUE

UMA

HOJE,

MOMENTO. ELA ESTA ETERNA,

AGORA,

LEIRAS. EM PULSAO SENTIMOS

COMPLETA

APROXIMAÇÃO DECENDO

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DESEJADA

CÓRDJA E FELICIDADE.

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DA

QUE CUMPRIRA

DEVASTADOS

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DE

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DA LIBERDADE,

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NUNCA,

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FORÇAS

DE AÇÃO, PROFETISA

DA HORA EM CAMPOS

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TERRAS LIVRES

COMANDANTE

CAMPO DOS

SÍMBOLO: DAS

MAIS

QUE

PLENO

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UM

VOCAÇÃO

ISABEL,

SOBRE

SUA

PARA

DA

BRAS1A EX-

JUNHO XA

ÁFRICA.

LIBERDADE

O SEU DESTINO,

FRUTIFICANDO

PUREZA

AÉREAS

DA TIRANIA FLOR

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PAZ,

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Crianças famintas na Europa ocupada pelos nazistas.

HORRORES da GUERRA

•Vira soldado alemão que Hitler preparou para encontrar a morte, assim, no deserto. Saque dos cobertores de uma loja em Amsterdam e destinadas ao "front" russo. ^o.tí,ad°s

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o aumento do poderio bélico conseqüente ao superCOM aperfeiçoamento dos meios de matar, a guerra em que se debate c universo atingiu proporções de brutalidade jamais conhecidas na história humana. Aqui, nas nos sas costas, já tivemos amostra eloqüente da selvagieria nazista, responsável pela hecatombe que abala o universo. Não se pode

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mesmo assim, imaginar os horrores diariamente repetidos nos chamados teatros da guerra. Cidades sade vestuário queadas, populações famintas despojadas e sem família pão, execuções e alimento, crianças se — são indefesos quadros quotiem massa de aldeões visadas pelo teiras e nas ocupados dianos nos países

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Mulheres chinezas famintas apanhando, avidamente, os grãos de arrôs caídos de um caminhão, na China devastada pelos niponicos. ataque totalitário. Por toda a parte a morte espreitando os passos do civil e do soldado. Em 21 de setembro último, a Comissão InterAliada anunciou, em Londres, que cerca de 200.000 pessoas haviam morrido em campos de concentração na Polônia, fuzilados ou vítimas de máos tratos por parte dos nazistas. Desse número, 70.000 eram reféns. 1.765 tchecos já foram executados pelas hordas de Hitler, sendo que 525 pela morte do Enforcador Heydrich. Enquanto isso, os japoneses repetem a façanha dos ademães, nas terras do Oriente. As fotos aquí estampadas são alguns dos documentos que patentearão, para sempre, as características atrozes tjjesta conflagração em que o mundo decide o seu destino.

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Uma mulher chineza entre as ruinas do seu lar, destruído pelos jcponeses.

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"NO EXÉRCITO E NA HERÁLDICA"

Marechal Marquês do Herval HORM1NO LYBA

Brasão de armas do Marquês de Herval. LEGENDÁRIO... Era assim que O o povo o chamava. O nome de Manuel Luiz Osório é um símbolo de valor e patriotismo. E a carreiia das armas imortalizou-o nos corações dos compatriotas, admimiradores da sua vida militar cheia de agruras e da coragem indômita do guerreiro, cuja saúde muitas vezes sacrificou em defeza da Pátria. Barão com grandeza, visconde com grandeza e marquês do Herval, nasceu êle na freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Arroio, Rio Grande do Sul, a 10 de Maio de 1808, sendo filho legitimo do tenente-coronel Manuel Luiz da Silva Borges e de Dona Ana Joaquina Luiza, neto materno do tenente José Luiz Osório e de Dona Joaquina de Scuza, e casado com Dona Francisca Fagundes Osório. Esta faleceu, quando viscondêssa do Herval. Iniciando a carreira das armas aos 15 anos de idade, sentou praça na Legião de Cavalaria a 1.° de Maio de 1823 e galgou todos cs postos até marechal do Imperial Exército Brasileiro, a 2 de Junho de 1877, data da última promoção. Na revolução de 35, denominada Guerra dos Farrapos, tomou parte saliente ao lado da legalidade, como bravo e leal comandado de Caxias. Na guerra platina, como cornardante do 2.° regimento de cavalaria, foi o herói de Monte-Caseros, cabendo-lhe a glória de influir poderosamente na queda do tirano Manuel Rosas, a quem arrebatou 36 canhões. Na guerra contra o governo do Paraguai teve oportunidade de muitas vezes mostrar o seu valor, a sua coragem e o grande patriotismo nos notáveis feitos de Abril de 1866, plantando a lança gloriosa no solo paraguaio, e nas memoráveis batalhas de Maio, sendo que na de 24, a maior da América do Sul, no fragor da luta, derrotou êle o corajoso exército de Solano Lopez. Entregou, em Tuiutí, a 15 de Julho de 1866, o comando do aguerrido 1.° Corpo do Exército Brasileiro ao general Polidoro Jordão, por lhe ser im-

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possivel, devido ao estado de saúde, continuar à frente dos bravos camaradas. Estava tão enfermo que não podia andar a pé nem a cavalo, consoante cficiara ao seu substituto Percebeu ei coronel Palleya haver causado grande pesar nos três exércitos a saída do general Osório; pois tcdos o apreciavam muito pelo caráter franco e por ser um valente. Deplorou ei general Mitre não somente a separação como a sensível causa que a motivara, e ofereceu o seu testemunho, c'omo general em chefe do Exército Aliado, em declarar ter S. Ex. exercido digna e honrosamente o comando superior com perícia, valor e constância, conquistardo para a sua Pátria, ao mesmo tempo que para a Aliança, em operações árduas, glórias que fariam memorável o seu nome na história da campanha paraguaia e lhe assegurariam o respeito e a estima de todcs os companheiros e subordinados. Doente, recolheu-se mais de uma vez ao Rio Grande do Sul, onde pouco se demorava para voltar ao teatro da guerra, continuando a fulgir-lhe a estrela em tremendas pelejas, desde a famosa passagem de Humaitá até a Campanha das Cordilheiras, sob os comandos do marechal marquês de Caxias e Marechal conde d'Eu, sendo que no Avaí foi ferido na boca, fia turando-lhe a bala o maxilar inferior; mas, tanto quanto possivel, o general Osório ocultara o ferimento, afim de continuar animando a batalha. Amigo do trabalho, desconhecia a fadiga. Terminada a guerra, foi chefiar o partido liberal na sua província. Eleito senador e escolhido pela Coroa a 11 de de Janeiro 1887, fez-lhe a população da Corte magnificiente recepção quando aí chegou para tomar assento no Senado. miNomeado nistro da Guerra a 5 de Janeiro de 1878, faleceu a 4 de Outubro de 18 7 9, testemunhando-lhe o povo, as amigos e os adversários políticos prolunpesar. Alem de ser do Conselho de Sua M. I. e duas vezes grande do Império, brilhavam-lhe no peito muitas medaa- 14 —

lhas honoríficas e de Ordem militar. O seu brasão de armas, com coroa de marquês, acha-se registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, Folhas 111. Scbre ser nobre por graça do Soberano. era artista de mérito com periior para a poesia. * * * Acerca da estátua do marquês do Herval. erigida no Rio de Janeiro, à Praça 15 de Novembro, há uma curiósidade interessante: no bronze, o herói com o 2.° uniforme, de que faziam parte as botas de montar, está sem estas; e o carioca estranha a estátua eqüestre de um grande soldado gaúcho sem aqueles petrechos de cavaleiro. Sabe-se que na maqueta moldada em gêsso o general tinha as botas calçada; entretanto, preparado o esboço estatuário e pelo mestre Rodolfo Bernardeli convidada Dona Manuela Luiza Osório Mascarenhas a visitar-lhe a oficina artística, com o firme propósito de lhe ouvir a opinião sobre este seu trabaiho, a filha do notável guerreiro achou tudo muito bem, mas teve uma observação a fazer, a qual se resume nisto: Quando, em Abril de 1866, o Exéicito Brasileiro com o intrépido Osório — à sua frente invadiu o Paraguai pelo Passo da Pátria, durante 24 horas manobrou êle o desenrolar dos acontecimentos. Chovia torrencialmente. Após transpor o rio Paraná, percebeu que não podia tirar as botas e mandou o bagageiro cortá-las à faca, pois estavam as pomas mui(Conclue na pág. CA)

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PAI E FILHO. . . E' esta a primeira foto do jovem abutre, tirada poucos dias depois de sua saída do ovo. O abutre macho, com olhar ciumento, monta guarda junto ao filhote. A mãe saiu, piovavelmente à procura de alimento para o filhinho que tem um apetite!. ..

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Êle tem, em comum com qualquer outro ser vivo, uma infância — um tempo em que é loucamente amado pelos Mesmo nessa pais. época de sua vida. não pode ser consi"atraente"; dera do "interessante", mas sem dúvida que o é, Possue já em promessa aquele bico a d u n c o , poderoso, que caracterisa seus pais; e também aquele pescoço pelado, comprido, que mais tarde o tornará tão repelente. A seguinte série de fotografias mostra ao leitor os vários estágios por que passa a criação de um abutre-bébé. São fotos invulgares, conseguidas à custa de muito tempo e paciência.

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Talvez o ruído da câmera esconalguma coisa espantou o abutre pai. A cabeça do júnior mal ficou viao soltar um grito.

PETISCO. . . A mãe trás para o seu [ilhote um HHlB'^**^^*"'¦¦¦ te* pouquinho de comida; esta é uma dentre as cente- uÀ mKB^^^^mm^mmm^^',^ví' aaaWaWÊÊÊ W0T jáÈÊÊaama*&Lx~ nas de vezes que o faz durante o dia. Ambos os *: ¦M|iyWW'»»Pr»^'»»»»»'^¦ ¦ -i»»swlMii| imÍÈa*aa%M. Wm^Êmt^f^^m^mmmmmma^^^tWsm rttfÊpLh£ *-: estão constantemente em atividade pais procurando „__—>" ™^tçmj~-~*-~~~~~~~'^ *Í sss^stv^^V *i«*2 bss^CÍssV alimento para o insaciável apetite do filhote. i&kW WJlA!mZía\*a\^A* 'J^L^ W/fA^"^ ^m^W^" r**mmi !&9»k^»>>>>isl .^aMBfflÉfc. Watfmmtt^aaaa\\WM^^Êm1iaÍ:AÊA----.y '" ¦ *- ^WEMW BÉtÉfa^^iSP^ Ssss^t^BBÍsC** ^Bh SVssVv ^Hss»l sHssC* ^TJhkvA^^^B BBBfe: ^^sH .ÍssSsftssSSSSSsVSsl <".<'.',..........

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Do que se segue poder-se-á ficar com a impressão de que o abutre não ocupa um lugar — expliquemos, um lugar de utilidade — no plano das coisas creadas. Engano! Êle é um grande saneador porque devorador de cadáveres; e não é nem um pouco luxento quanto ao regime. . . Na índia, algumas seitas religiosas servem-se dos abutres, em vez de enterrarem ou cremarem os seus mortos. "Torres Bem mereciam as do Silèncio" da índia, que se contasse a sua história. . ,

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ATÉ QUANDO? O olhar da mãe. aqui — quando o filhote lhe rouba um pouco de comida do bico — rem uma expressão que parece indicar que ela já está ficando cansada de dar de comer a um filho tão crescido. Qualquer dia destes o júnior será lançado fora do ninho para que passe a lutar por si. E êle já é bem capaz disso.

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FORA! O júnior ainda não desconfiou... mas não tardará a chegar o momento em que será lançado fora do ninho familiar. Erguc-o o Papai, pari, obrigá-lo a dar o primeiro vôo. O júnior vai ficar muito assustado, por uns tápidos segundos, quando se sentir desamparado. Mas suas asas poderosas cumprirão a tarefa que a Mãe Natureza lhes destinou, já da sua própria maneira de ser. .

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A VISITA DO PRESIDENTE DO PARAGUAI AO BRASIL

EXPOSIÇÃO J. CARVALHO Tela alegórica do pintor cearense J. Carvalho, que faz parte da exposicão inaugurada por esse artista no Palace Hotel, em homenagem á data natalicia do Presidente Getulio Vargas.

LETRAS

FEMININAS

Senhorinha Leonor Telles, nossa colabocujo r adora, livro de estréia "PorVelha" tetra acaba deaparecer, énfeixando em suas paginas contos interessam tes que con.,„; quistam para N> a jovem auto- * ra um lugar de destaque entre as novas escritoras do momento. A apreciada contista, nome conhecido na imprensa periodica do Rio, é funcionaria do Ministerio da Educação e Saúde.

A INFLUÊNCIA DOS

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General Firmo Freire.

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Um médico londrino, que se consagrou a estudos sobre a influência dos perfumes, vem de publicar o resultado de suas observações. Diz-nos êle que o aroma das violetas predispõe à simpatia e ao carinho; o odor do gerânio torna audaz e imprudente a quem o aspira; a essencia da hortelã desenvolve as faculdades para as artes e para os negócios; o cheiro do apopónax entontece e nos inclina à extravagância. O perfume "Couro da Rússia" causa indolência; o das verbenas desperta a afeição ãs belas artes e o dos cravos a quietude e o descanso. O aroma das rosas espanta a melancolia e as dores de cabeca.

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BRASIL hospedaf\ ^¦^ rá, dentro de poucos dias, o general Higino Morinlgo, atual presidente da Republica do Paraguai. O gran. de estadista americano, a cuja competencia se acham entregues os destinos da Republica visinha, ch.gará a esta Capital no pro_imo dia cinco do.corrente — e será íecebi. do com as honras de que se faz merecedor na qualidade de Chefe de Estado e Amigo do Brasil. e Para organizar orientar as homenagens que serão prestadas ao General Morinigo, foi constituiria uma Comissão de Recepção, cuja presidência, por, designação do Presidente Getulio Vargas, foi confiada ao General Firmo Freire, chefe da Casa Militar da Presidência da Republica.

O sua vida se

General Firmo Freire, pela tradição de cultura e de militar, é um vulto no qual acham reunidas aquelas qualidades de valor intelectual e finura de trato que bastam para assegurar o desempenho mais brilhante à tarefa que o Presidente da Republica houve por bem atribuir-lhe. Da Comissão de Recepção ao Presidente do Paraguai faz parte ainda, p Ministro José Roberto de Macedo Soares, que é digno, por todos os titulos, da elevada missão de que se acha investido na organização das homenagens ao General Morinigo.

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Sessão solene no Teatro João Caetano, promovida pelas classes trabalhistas para comemorar o "Dia do Presidente".

Grande comício promovido pela Liga da Defesa Nacional/ em frente ao Teatro Municipal, ao qual afluiu numerosa assistência.

uonforme vem fazendo todos os anos, o Presidente Getulio Vargas passou a sua data natalícia na intimidade, tendo-se retirado para a fazenda do seu genro, Comandante Ernani do Amaral Peixoto, em cuja companhia o vemos, neste flagrante. Apesar disso, porém, inúmeras foram, também este ano, as manifestações e homenagens prestadas ao Chefe do Governo, das quais oferecemos alguns aspectos na página ao lado.

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Lançamento da pedra fundamental das novas obras da Prefeitura no Instituto de Educação, promovidas pela Secretaria de Educação e Cultura.

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MALHO"

"C7 lagrantes expressivos de uma ' das últimas reuniões turfística?, da Gávea, através dos quais se .. "mapôde ver o interesse que as tinées" esportivas e elegantes do Jockey Club despertam na sociedade carioca.

COMEMORATIVA ANIVERSARIO PRESIDENTE

MAI. HO

DO

VARGAS

lançaassistir A FIM de o 'v mento da grande edição de O MALHO, comemorativa do aniversário do Presidente Getulio e para a qual brilhantemente cooperou, dando a público preciosos detalhes inéditos da infância do atual chefe da nação, esteve em visita à redação o Coronel Viriato Vargas. Durante a visita, foi fixado o flagrante ao lado, em que o ilustre membro da família presidenciai aparece folheando O MALHO, ao lado do nosso diretor Osvaldo de Souza e Silva.

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1943 i


As galinhas de Aben-al-Raschid

pacifica e tranqüila, a primeira coisa que fei instalou em Harum —

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Aben-aURachid, depois que se

povoeçãosinha alegre e pitoresca perto de Algazar-Farouh — foi comprar meia dúzia de Rasgalinhas. E desde então nunca mais Aben-aU chid deixou de se levantar cedo! Mal vinha ao longe a manhã — o sol a espiar medrosamente ficava por detrás da cortina de montanhas, que defronte à casa de Aben-al-Rachid — rubro eomo um disco de cobre polido, faiscante e bizarro — e logo Aben-al-Rachid punha-se fora de sua otomana de brocardo dè seda fiava, floristada de ramagens. Calçava as babuchas de belbute com sola de madeira, enfiava na cabeça um féz de pêlo

de algum monturo, de parceria com o galo — um latagão de barbelas rubras e de esporão de acicate, que lhe fora presenteado pelo compadre Ibrahim — êle Aben-al-Raschid o que fazia era sentar-se à distancia à sombra de um pessegueiro, e dali punha-se a observar o par enamorado!

envolvia-se num albornoz de algodão, lá se ia para que comprara a um felá, no Egito, e o quintalejo- Então é que era de vér a alegria com que Aben-al-Rachid deixava-se enlevar de zelos pelos seus galinaceos !.. . Dava-lhes o milho roxo, lontra,

de

O menor arrulho do galo, tinha para Aben-alRaschid, um significado de um madrigal, tecido numa linguagem que só êle Aben-al-Raschid, e as galinhas podiam entender! E quantas vezes Aben-

mudava-lhes a água dos bebedouros de pedra, e lá um dia ou outro êl^ próprio ia colher no cercado, onde improvisara uma horta, a herva tenra, para deitá-la na

tenro,

vindo de

Engel-Hazar;

al-Raschid, sosinho no seu canto, alegremente, os ia traduzindo em voz compassada, como se estivesse a WÓ escrever êle próprio um poema. Dizia o galo: — Vê amante, implacável adorada como é minha o pó da terra com que Allah criou esse mundo de prazeres e alegrias!... Embebe o teu corpo dele e amacia com êle as tuas penas!.*. Vê como esse pó bendito lembra caricias desfiadas por mãos de odaliscas, ébrias de vinho e de mel !... Espoja-te !

capoeira! Depois que as galinhas se fartavam de milho e se dessedentavam na água limpida ou debicavam algum broto da herva que lhes oferecera Aben-a!Raschíd — a mostarda que tem o don de lhes apressar a postura ou a aveia que lhes enriquece a carne de proteinas — ai então é que Aben-alRaschid deixava-as correr pelo quintal. E assim, horas a fio, ficava Aben-al-Raschid a lhes admirar

Envolve teu corpo

nessa poeira de prata pois só assim enriquecerás ainda mais o teu corpo, tanto como se o untasses da resina do balsamo de Engadi, ou do nardo ou do incenso, que Allah reserva para o nosso festim de amor, que por certo nem

Se alguma mais gulosa corria a perseguir o verme —, a lagarta que rasteja na folha da amoreira — logo Aben-al-Raschid ia em seu socorro: com a ponta de uma varinha tocava a os

movimentos.

igual

o terá

Haraum-al-Raschíd,

que é o homem dessas terras!,.."

mais rico e mais poderoso Outras vezes o madrigal tomava

a expressão de uma elegia, e então o galo entrava a cantar as belezas da vida, da sua existência de rei das ca— poeiras, só similar a do Sultão! E repetia : "Senhor! glorificai o milho tenro que loureja nas espigas maduras nos campos de Azir-al-Rabur!...

que caía, e isto era quanto bastava para a galinha enguli-la de um golpe. Ao contrario disso, se era uma outra que se ia espoiar na terra fofa larva

a vossa benção, sobre a herva macia que nos vales e nas vertentes ! . . . Elas é que sao a seiva que vigora os nossos músculos, Senhor! Elas é que abrem a minha voz para o canto da manhã e amenisam as minhas cordas vocais, Deita

medra

delas que se quando o sol desce do horizonte, e é beneficiam as minhas companheiras, e é por isso anda em seus que elas vos saúdam na alegria que cacarejos buliçosos ! . . . Ó Senhor! Só Mahomet

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é grande, e só Allah é poderoso!" Aben-al-Raschid ouvia-o sempre- Ouvia igual"Pintada", a mente o que lhe diziam as galinhas, a "Tupetuda", "Nanica", "Calçuda", "Pedrez", a a a e como se a gratidão de cada uma delas lhe en-

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trasse pelo coração a dentro, é que Aben-al-Raschid, .voltava para casa e se dispunha a fumar "narguilé" ... vez no seu pela primeira

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fumava,

deixando-

Enquanto Aben-al-Raschid se envolver de abstrações, mal advinhava, entretanto, que seu visinho Salim, de há muito lhe esimaginava como usufruir propreitava os gestos, e veitos de semelhante tarefa. Mais de uma vez

JUNIOR

chegara até a dizer a Aben-al-Raschid, com ar de falso entusiasmo : — Meu bom visinho! Não calcula como lhe invejo o gosto!... Estou que não há por esses arredores quem não o invejaria! Ah! mas são tantos os trabalhos e canseiras, que franqueza! mas me vale renunciar a um prazer igual, que ter que arcalo sobre os meus ombros ! . . . E Aben-al-Raschid logo retrucando, amável, cordato: — Senhor, as canseiras e trabalhos nada valem quando arranjamos um meio por onde servir à Allah ! .. . Acredite que me dou por muito mats bem pago pela alegria que me dão essas pobres aves, que pelo fruto que elas me rendem ! .. . E depois de uma pausa, Aben-al-Raschid, ccnti— nuou: Mas eu náo sei se Allah me deixará gosar por muito desse prazer que me alegra a velhice vem ... chegando — As que já meu galinhas querido visinho — são como as mulheres: amam melhor o que as impressiona à primeira vista, que aquilo que se lhes dá de bôa vontade e de coraEnfim . . çao ! Lá veiu o dia que as galinhas de Aben-alRaschid começaram a desaparecer. Cada tarde que Aben-al-Rascíiid corria ao quintal para assistir o recolher de suas amigas, era uma de menos que seus dedos contavam ! . .. De seis que eram, passaram a cinco, a quatro, a três, a duas, a uma e a nenhuma . . . E quando uma bela manhã Abenal-Raschid olhou a capoeira nem o galo de crista e barbela rubra lhe restava ! . . . Então Aben-al-Raschid retornando à casa, macambuzio, a cofiar o bigode ralo, triste, caido, como o de um chinês, sentenciou: — Nem só as galinhas são como as mulheres que se deixam arrastar quasi sempre pelas primeiras impressões, pelas lábias de qualquer valdevinos ! . . . Aí vezes com os gaios e com os homens acontece a mesma coisa !... Só o seu visinho Salim é que não pensava talvês igual modo: — As galinhas e as mulheres, querem-se gordas e bem nutridas! — dizia éle, naquele ;nstante, a olhar ternamente para a terrina onde nadava o galo do visinho, em oleo de

grosso e espesso. E já arriscando um olho _ mulher, a sua Rachel, interpelou-a com ar canalha e a lhe bater eom c dedo no queixo: — Não é assim, meu amor ? s-—v *\ t s-^y \ yy^r-l

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TANQUES

durante a grande guerra mundial passada, que os FOIingleses construíram os primeiros tanques, essas máquinas de guerra de poder destruidor. Mas tudo foi feito sob o mais completo sigilo. Nem mesmo os operários que trabalhavam na construção de tais máquinas, sabiam o que estavam fazendo. Disseram lhes que esses tratores, eram destinados ao transporte de grandes depósitos de água no Egito, e nos documentos oficiais, eram designados simplesmente: "carregadores de água". Com o decorrer do tempo, os operários empregados em sua produção, adotaram a palavra "tanque", por ser mais breve. O nome pegou, e atualmente é usado em todos os países.

_y^T"^N.

CORAÇÃO

E

LONGEVIDADE

um indivíduo gosa saúde e seu coração bate em média, 72 vezes por SE minuto, na idade maduia, tem mais probabilidades de vida longa do que outro, cujo coração palpite com mais rapidez. Esta é a conclusão a * uma comissão de médicos norte-americanos que após a obserchegou que "casos" nos arquivos das vaçãò de 2.332 grandes companhias de seguros "causa-mortis", o coração dos se declarou convencida de que, seja qual fôr a que tiveram vida curta, bartia com mais velocidade do que os segurados do grupo longevo. Isto, naturalmente, é uma regra geral e se refere à maioria, havendo como em tudo, excepções.

A

FORÇA

DOS

INSETOS

proporção a seu tamanho e a seu peso, os insetos são muito mais fortes EM do que o hom^m ou o cavalo. Isso foi mais uma vez demonstrado por. um naturalista britânico, por meio de fotografias e de pequenos filmes cinematográficos. Neles se pôde ver insetos, arrastando de 150 a 530 vezes seu próprio peso e levantando de 20 a 104. Em condições similares, um cavalo pode arrastar apenas cinco vezes seu próprio peso e um homem no máximo, poderá fazer outro tanto numa distância muito curta. Quanto menor é o inseto, maior sua força, proporcionalmente. Um bezouro pode arrastar um peso 162 vezes superior ao próprio. Se tivesse similhante força um homem de 80 quilos poderia arrastar dois vagões de estrada ferro, carregados.

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O

QUE

BEBI AM

OS'

INTELECTUAIS

geral se imagina que Shakespeare escrevia seus dramas nas tabernas, EM e que Alfredo Musset não teve talento enquanto não se entregou ao álcool. Para desengano de todos os que assim pensam, vejamos o que bebiam alguns intelectuais. Camilo Saint-Saens bebia, quando tinha sede, água mineral ou simples; raramente vinho, sem excesso e alguma cerveja. Vitoriano Sardou não suportava nem mesmo um cálice de aguardente. Em compensação era grande bebedor de café. Emile Zola bebia água e não podia trabalhar senão pela manhã, em jejum, pois achava maior facilidade de idéias Augusto Rodin considerava que o vinho é coisa excelente e ingeria-o fartamente. Mas, Camilo Plammarion nos deixa embasbacados ! jamais bebeu água depois que se fez homem. Usava-a somente para tomar banho !

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MALHO

20

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V — 1943


O

QUE

mm

SUCEDE

A POR

NOS

FAMOSOS

CONTOS

BAILARINA PIERRE

F R O N D A I E

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Eu e meu amigo Pedro conhecemos, num café, aquele velho que acabava de chegar a. Paris, e Pedro, sempre foie, meso "fenômeno" por toda a cidade gazão, decidiu exibir "cabaret", onde pensava "alegrá-lo" à mo, levá-lo a um força de champagne. Não me opuz a seus projetos, embora os desaprovasse.

— "Vamos" -- disse Pedro, comovido com as lágrimas melhor do pobre pai "Não pense mais nessas coisas. E' "musicno entrámos e café do Saímos distrair-nos". irmos hall" mais próximo, onde achámos por acaso uma mesa disnua, danponivel. No palco, uma fomosa bailarina, quasi sava ao compasso de uma música endiabrada, agitando-se em requebros provoeadores, que a assistência aplaudia com frenesi.

"E —"Ser apresentada a uni velho?" - perguntou — camarim, do fora — trouxe-a Pedro está?" para rico? Onde e. mostraiido-llie o velh*. que se encontrava ao fundo da "I" — A bailarina, li vida. tremula, aquele" platéia, disse: — agarrando-se ao braço de Pedro, para não cair. balbuciou: "Papai! Papai! .." — Pensámos que ia desmaiar l>êmos-llie um pouco dágua, e ela nos suplicou, chorando: — Por favor, não lhe digam nada!".

V — 1943

xX

I

O velho, muito expansivo, contou-nos emocionado a tragédia de sua vida. Sua única filha, uma encantadora moça de 15 anos, morrera afogada no Sena, numa noite de festa nacional. Não se encontrou o corpo da infeliz, nem tampouco o do João, filho de meu médico, que fora a Paris para assistir às festas. O velho estava ausente, e, ao voltar à casa, teve ciência da triste ocorrência.

— "Como se parece com minha filha!" — exclamou logo o velho, a quem o champagne despertara de sua melancolia. "Não se deviam permitir essas dansas! Minha filha era "Quer tão pura, tão inocente!" — que o apresente à baila"Vou trazê-la aqui." — Um — — Pedro rina?" perguntou tanto inquieto, acompanhei meu amigo. Sabia que era capaz de uma loucura. Quando penetrámos no camarim, a ballarina acolheu-nos como se fossemos antigos camaradas

ciou-se que a bailarina estava indisposta, e então deixá-mos o "music-hall" Como puderam enganar o velho, fazendo-lhe crer que a filha tinha morrido? Xo hotel, voltou a lastimar-se — "Queria falar a essa mulher... E' tão parecida com minha filha! Alas a outra era tão inocente, tão para!..." — Nunca esquecerei a sublime convicção"E"daquele ela!", pai que viu sua filha impudica e não pensou: — tão pura, tão inofilha era mas exclamou: — "Minha cente!..."

21

O

MALHO


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I

Ipanema, garota alviçareira e trêfega, Ipanema encantadora, namoradeira e linda. Menina-moça, mocinha faceira, Pequena bronzeada e dengosa Que vive deitada na areia, Na vazante ou na cheia . . . E' uma louca sereia Essa vermelha rosa.

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E nas noites de luar ? Ah ! Ela não escreve nenhum poema de amor ou de Saudade Mas deixa no coração dos namorados Que conversam escondidos, agarrados, A promessa bonita da felicidade ! Tem sempre no seu olhar travesso, De mocinha maldosa, A volúpia de um beijo roubado . . . llm beijo loucamente enfeitiçado, Que lá ficou perdido como um garoto simplório, Esquecido, calado, silencioso, Na "Praça General Osório".

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Ipanema que deslumbra e que encanta que fala pelos sinos da capelinha santa Da igrejinha de Nossa Senhora da Paz. de Alah" Que sorri pelo "Jardim Enfeitiçando o "Bar Vinte" . . . Como c provocante Essa moderna Sinhá !

Ipanema fútil e vaidosa Volúvel, inconstante e leviana De uma leviandade singular; E' namorada do lago E' namorada do mar. /y SK^> MfflflDk /

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O lago é um poeta, um romanesco Temperamento calmo, um cavalheiro, Beija-lhe as mãos, dá-lhe suspiros E ela sonha com os olhares dele E ela gosta das maneiras dele. Mas o mar tão inquieto e forte, E' o namorado moderno E' másculo, é gigante e sabe amar melhor. Beija-lhe a boca nervosa e quente Dá-lhe rendas de espumas de presente. E na paisagem distante, longamente. Fica imaginando o nosso olhar : Ipanema inquieta e sorridente Exquisita e contente, Namorada do lago Namorada do mar !

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MALHO


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de espectadoplatéia do imenso teatro estava repleto ouvindo a grande res silenciosos que se extasiavam "SERENATA", A orquestra a últisinfônica executar a ma e festejada composição do maestro Leonardo Loane. anos, o maestro dois Afastado dos meios artísticos quasi voltava conseguindo superar os louros anteriores, regendo a mais inspirada das suas composições. Não se ouvia o menor ruido, todos os olhares e sentidos sob os acordes maviosos da sinfonia, sob o enlêvo mágico da melodia encantada, toda uma orgia de ritmos, ora dolente, ora sensual, ora bravio e enigmático, e as vezes agonizante Simbolizava a própria vida, com a sucessão variada dos sentimentos mais íntimos, o tumulto da adolescência, o vigcr da juventude, o estágio da maturidade, e os derradeiros eflúvios da velhice, captados no espaço para encantamento dos sentidos A magia da música é arrebatadora, o seu encanto indecifravel e entorpecente como um narcótico ministrado lentamente e de resultados benéficos. E a platéia do imenso teatro vibrava acompanhando o nervosismo febril das mãos do maestro. Deslumbrante de encantamentos, elegante em sua toilette negra e suas peles prateadas, só no confortável camarote. Denise perpetuava a inspiração do marido e o acompanhava nos gestos mais imperceptíveis, mergulhada no atordoament< sublime da música, exaltando a mais perfeita comunhão d' sentimentos. Com os olhos estáticos e o busto ofegante em bora oprimido pela comoção, ela se orgulhava de ter sido a musa da mais bela e humana das composições do marido, .1 página mais festejada o aplaudida dentre todas que o maestro havia composto. A vaidade e a alegria já perturbavam a sua serenidade, fazendo brotar de seus olhos expressivos, as incontidas lágrimas de contentamento. O mesmo se sentia nas mãos do maestro, um mixto de alegria convulsa que irradiava em toda platéia. Nesta noite se repetia pela quinta e última vez, o recital de despedida tantas vezes reprisado para atender os insistentes pedidos. Terminado o concerto, o maestro em breve alocução agradeceu os aplausos da assistência, as manifestações recebidas, as corbeilles, cartas, telegramas e demais provas de simpatia, prometendo regressar dentro de poucos meses de sua excursão pelas capitais e principais cidades do País. Depois do espetáculo, em sua luxuosa residência, recebia os amigos que o foram cumprimentar, e até tarde mantiveram palestra cercados pela gentileza de Leonardo e Denise. E Leonardo sentia de novo a felicidade ao lado da espelo calôr dos posa tão querida, e juntos, ainda embriagados aplausos, comentavam os planos futuros e a trajetória brilhante de suas vidas. Denise era a mais perfeita das esposas, um modelo de virtudes, encantos, e um grande »e nobre coração. Fôra o anjo redentôr na vida romântica e sofredôra de Leonardo. Conhecera-o quando ele mais necessitava de seu amparo e de sua amizade, e procurava advinhar-lhe os pensamentos e completa felicidade. Era proporcionando-lhe a maisdè perfeita Leonardo, que enviuvara muito o segundo matrimônio à sua filhinha Regina. afeição sua toda jovem, dedicando Denise nào conhecia a sua enteada, que fugira para unir-se ao homem que amava loucamente, mesmo depois de sabê-lo casado. Este grande abalo estremeceu a vida então feliz de Leonardo, que abandonou a carreira, os amigos, entregandose à bebida, no desordenado afan de esquecer o ente que mais queria, — sua idolatrada filha. Neste doloroso transe conheceu Denise, que com sua nobresa e finura. elevou-o moralmente até ao retôrno sensacional à sociedade e ao meio habitual de vida.

u D DESHONRa 0

HONESTA" I

Encorajou-o, fê-lo subir os degraus da vida, mostrou- se a viagem do marido, forjou qualquer desculpa, contanto lhe o verdadeiro caminho, dando-lhe o braço amigo e o am- que a verdade fosse encoberta. Notou que o homem ia falar na estrada triunfante de sua existencia. Fazia-o a Leonardo, talvez descrever o desastre com os seus pormedigno paro feliz trocando a amargura pelas venturas consecutivas. nores, e, rapida, levou às mãos aos lábios do homem, impe Jamais pronunciava o nome de Regina, ao acontecimen- dindo-lhe de falar, e, dirigindo-se para Leonardo, disse-lhe to doloroso, ou uma circunstancia que o fizesse rememorar cm K>m grave e decisivo: — este homem é meu amante.. a desdita, e com isto proporcionava-lhe o direito cs viver e de produzir as suas maravilhosas composições musicais. A cena foi chocante, ligeira e quasi silenciosa tombou pesadamente numa com as mãos Quasi dois anes se haviam passado desde a fuga de Re- Leonardo os cabelos grisalhos. Denise e opoltrona, homem se retiraram gina, e jamais Leonardo quizera qualquer noticia a seu res- sobre em seguida transformado em peito. Todo o seu grande amor se havia ódio, jal a expressão que traduzia os seus sentimentos com respeito à filha. No íntimo. Denise sentia a presença de Re gina como complemento à sua felicidade e de Leonardo, mas, D;as e noites de vigília, renunciando os seus sentimenjamais encontrara em suas meditações, uma solução para caso. Na noite seguinte Leonardo seguia de viagem para íos ma»s íntimos, passou Denise à cabeceira de Regina, que a sua excursão, cumprindo um vantajoso contrato. aos poucos convtalecia. Ocultava a sua grande dôr e o seu Denise não gostava de viajar, e também das despedidas, abatimento moral com verdadeiro desvélo e a mais heróica e havia resolvido ficar em casa durante a viagem do mando. resignação. Fizera o bem deshonrando o seu nome e des. Nem mesmo o acompanhava à estação onde o espera- truindo a única felicidade que conhecêra. vam os reporters e demais componentes d» orquestra^ Ernesto, o homem que Ppresenciára os dois desastres. Era a primeira vez que se separavam desde o casamento, era 0 nheir0 e ami£0 confortava as duas mulheres e a despedida foi prolongada c afenva. sofrjam Leon.rdo Pr Momentos depois da partida do mando, Den.se se re- n â e Djversas 0 mací,tr0 recusPaya receher 9a . . . ., seguida colheu. aos seus aposentos, . . , M e, pensava foi e em procurada por D#nln, ignorava Kegina o ocorrido daquela . . com urgência. . . , com o maestro . K 7 o noite, . '. , e aguardava um homem desejava , 0 estivesse viajando, ~Como o \quehomem • .falar Denise seu regresso •insistia, Pai r\ w ^ue ,r J .? . com o sofrimento recebeu-o e notou-o vie ¦ . para , c , ,, qualquer . ínti, esconder-lhe . Ernesto todos . . . e se aproximou sivelmente r.penalisado ocor. de Denise, nervoso, *; pedir-lhe p. *\perdão.enfrentou procurando os obstáculos K. . , , „ mo r. , „ rencia. Finalmente disse-lhe que naquela tarde quando vi- de Uon,rdo contando_|he „ que acontecera na P,a noite nha de Fr,burgo, em seu carro, presenciara um grande de- Só reend „ verdadeir0 *Dias ^t0 de sua sastre entre um caminhão de transporte e um carro que eon- # entSo,5o[ eonardo t, ti ^obre e ,âo dj d duzia um casa à cidade serrana. Prestara os primeiros so- como e despertado d/um mo maléPolo corros ao casal vitimado transportando-os ao Hospital de recebjaHem ressusc;tado seus as d„Ps criíturas |as Fr,burgo, onde o rapaz falecera, e a jovem se encontrava em e ,á0 senhda5 b havia chorado ApPertan^0.as' de e,T. estado melindroso, requerendo com urgência uma interven- contfò a0 it csom os o|hos d t > /fll j u'"' filha do maestro, cão cirúrgica. Tratava-se de Regina, que „cfAr'' .. eu ?.... j-r u j dissera j j com esíôrÇo estas doj pai. Em poucom dificuldade o nome e endereço r palavras: quem e mais feliz do tiue cu cos minutos Denise se preparou para acompanhar o homem, levando consigo o dinheiro que tirara do cofre do marido. Neste momento entra Leonardo apressado procurando uma pasta contendo musicas que esquecera sobre a mesa. Notando Denise com elevada soma de dinheiro, e em presença de Uma corbeille de flftres significativas acompanhada de um desconhecido em seus aposentos, e ambos em estranhas um cartão romântico, recebia Regina, enviados por Ernesto. situações, Leonardo pediu uma explicação rápida. Ambos silenciaram. Leonardo insistiu, duas, três vezes, e a expressão de todos era angustiosa, de ansiedade e nervosismo. Denise num instante poude refletir a dôr que Leonardo ia sentir, e, temerosa de que este incidente perturbasJOSÉ DE PINHO

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senhora será convidada para -A um passeio que aceitará com *¦ prazer; nêsse passeio, conhecerá aquele que a fará feliz. Com os lábios entreabertos, os olhos brilhantes de excitação, Helena bebia-lhe as palavras. E... pôde descrever-me seu tipo? Mergulhando novamente o olhar naquela extranha bola de vidro, madame Cristal, levou ainda alguns instantes para responder. E' alto, louro, simpático e... rico. Helena repetiu baixinho. Alto, louro, simpático e... RICO. Ergueu-se alvoroçada. Com mãos tremulas, abriu a bolsa, de onde tirou uma nota novinha de dez cruzeiros que depositou sôbre a mesa. A adivinha, não pareceu ligar a mínima importancia ao dinheiro indiferente também à excitação da jovem, que quase correndo, saiu. Na rua, esbarrava nos transeuntes sem nada vêr, com o pensamento preso àquela sala escura e misteriosa. Uma senhora gorda, recebendo um empurrão, explodiu. Não enxeraga, sem educação? Helena porém, não demonstrou ¦ouvir as reclamações em altas vozes. Mentalmente, repetia as palavras de madame Cristal; tomou o bonde, tropeçando nas pernas de um homem mal vestido, que sorriu cinicamente. O condutor, já mal humorado, estendeu-lhe a mão pela terceira vez, e ela só o notou, quando um colegial a seu lado, chamou-lhe a atenção. Com um maravilhoso sorriso, entregou-lhe o dinheiro da passagem, que"Sefoi-lhe arrebatado bruscamente. fosse ontem, pensou Helena, eu teria me aborrecido, mas hoje... sou tão feliz... Não tem importancia a zanga e cara feia do condutor. A tarde está linda, o mundo parece um imenso jardim florido e cheio de sol. Alto, louro, simpático e rico. E Rico! Sempre fôra seu sonho, encontrar um noivo rico. Na loja onde tratalhava, todos sabiam disso. As companheiras, zombavam de sua mania, os colegas faziam-lhe criticas mordazes. * Um entretanto havia entre êles, que nada dizia; desde a primeira vez que a figurinha bonita e atraente de Helena apareceu-lhe, ficára facinado. A principio, tentára uma conquista, mas falhára. Vendo infrutiferos seus esforços, recolheu-se num indifercntismo ostensivo, que ocultava apenas, sua paixão, aumentada pelo fracasso. Helena não namorava. Não que faltassem pretendentes, mas por... O

MALHO

ALTO,

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talvez capricho. Idealizára um milionario, e esperava-o. Notára, com sua perspicacia bem feminina, o quanto representava para Arnaldo, o chefe de vendas de sua secção. Analizandoo friamente, convencera-se que poderia ser o marido ideal "Se fosse rico", mas, infelizmente não o era. E desinteressara-se. Ao ter noticia da "infalível" madame Cristal, que deslumbrára as companheiras, reselvera consultá-la também. Revoltava-a contudo, o preço. Dez cruzeiros! Era um absurdo, um furto! Jamais daria tanto dinheiro por uma bobagem daquelas. Intimamente porém, sentia-se tentada. Ganhava apenas Cr.$ 300,00 tinha as prestações da capa de borracha e da bolsa de crocodilo, suas últimas extravagancias, mas... E naquela tarde, vencendo afinal ias últimas duvidas, dirigiu-se de pressa, antes que se arrependesse, à casa da ocultista. Impressionou-a, a obscuridade da sala de consultas, o ar misterioso da dama. recosteda num divam, parecendo alheia à vida à sua volta. Madame Cristal, assemelhava-se em sua imobilidade, a uma divindade exótica, vinda de algum lugar fantástico. Enquanto sua sorte era lida na bola de vidro, Helena observava-a; era moça ainda, e bonita. Suas sobrancelhas mefistofelicas, eram dois traços negros no rosto branco de neve. Os cabelos brilhantes e negros, como uma noite sem lua, repartidos ao meio, caiam em' duas tranças pelas costas. — Encontrará seu ideal. Louro simpático e rico. Não precisava ouvir mais. Convencida afinal, do poder divino de madame Cristal, Helena achou bem empregados os dez cruzeiros que tanta falta lhe fariam. Helena, Dulce telefonou que vem buscar-te para um passeio ao Alto da Bôa Vista. Helena não respondeu. O calor estava excessivo, ela trabalhára na vespera até tarde, pois com a aproximação das festas, o movimento era intenso. Seu corpo pedia descanço, pedia cama. Não; não iria ao Alto. Sentia-se sem coragem para mudar de roupa. Fechou os olhos e tentou dormir. Acordou logo porém, com a algazarra de Dulce, em pé ao lado da cama. Ainda não estás pronta? Telefonei há tanto tempo! 24

SIMPAfl

Tentou um sorriso. Desculpe-me Dulce, mas estou tão cançada... A irmã mais nova interrompeu-a.* Esqueceste mana, as palavras de madame Cristal, o convite para o passeio ? Oh... Levantou-se de um salto. Um momentinho Dulce. Em três minutos estarei pronta. Correu para o quarto de vestir. Reagia contra a moleza que quase a paralizava. "Se não fosse pelo marido rico nem sairia de casa! Que calor, santo Deus!" A viagem foi mais um suplício. O bonde apinhado, os solavancos que maltratavam seu corpo dorido... No Alto felizmente, havia uma aragensinha. Seria agradavel, sentarem-se no bar e tomarem um refresco, mas... onde arranjar dinheiro? Puzeram-se a andar pela estrada deliciosamente fresca. Repentinamente, um carro verde escuro, apareceu na curva e por um triz, não as apanhou. Uma cabeça curvou-se pela janela* Oh Dulce, onde vais? A limousine verde parou logo adiante, e dela saltaram dois rapazes. Um, Alto, Louro e Simpático. O coração de Helena deu uma camb.2lhota e disparou numa corrida desenfreada. "Coração maluco" tentou zombar. Fugindo ao calor, hein? Fizeram-se as apresentações. Apresento-te Cláudio Moreira Assunção. Dulce arregalou os olhos. E' parente do milionário Moreira Assunção? Sou seu filho. Oh! Oh!... Helena, , sem o sentir, fizéra éco a Dulce. "Madame Cristal era um assombroü!" Cláudio convidou-as para o seu carro; Dulce respondeu pelas duas, e os quatro instalaram-se nas almofadas macias da limousine. Enquanto a companheira sentava-se atrás com o amiguinho, cujo nome nem ouvira, Helena recostavase ao lado do moço louro, altp, simpático e... Rico. Com a convicção de que defrontava seu futuro marido, lançou-lhe olhares inflamados e sorrisos ternos, que êle retribuiu enòantado. V - 1943

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RH RICO!..:

Conto de

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E. SILVA

Não tardou o arrependimento. Aproximando-se, o rapaz passou-lhe um braço pela cintura, e puchou-a a si. Tentou desvencilhar-se, mas o braço era forte, e prendeu-a. Sentiu-se nervosa e atrapalhada. Logo ela, que sempre condenava as intimidades modernas, e não perdoava os beijos os aconchegos excessivos dos pares que encontrava... Repentinamente, Helwia sentiu lábios ardentes correrem sôbre suas faces coradas e acariciar-lhe a ponta da orelhinha rozada. Um suor frio, começou a percorre-la. Que faria, Senhor do Céu! Veiu a salvação, na pessoa de Dulce, pedindo ao automobilista quê parasse o carro, pois sentia-se tonta. Soltou um suspiro de alivio, quando saltaram. Apertando-lhe de leve o braço, Cláudio, numa voz macia e estudada, propôs-lhe. Irás depois até meu apartamento, beleza? Helena encarou-o entre incrédula e ofendida. Tentou se convencer de que era maliciosa, sem razão. Em teu apartamento? Tua mãe. .. Minha mãe? Que tem minha mãe a vêr com isto? Soltou uma rizada cínica. Crês que te desejo em meu apartamento, para conheceres minha mãe? Essa é bôa!... Humilhada e envergonhada, ela deu-lhe as costas. Agora sabia porque sua mãe sentia aquela prevenção contra a amiga, aborrecendo-se com aquela convivencia. Sem se preocupar com o outro casal, que ria perdidamente de alguma tolice, afastou-se quase correndo. Aprendera dura lição. Bastára aquela insinuação grosseira, para torná-la a si. Ah, madame Cristal, farçante, mentirosa; repetia baixinho. Gastára seus dez cruzeiros, para ouvir a maior das fantasias, chegando mesmo a esquecer o par de meias, que tanta falta lhe fazia, e que teria de esperar o próximo mês. No bonde, com o coração pesado e' um profundo desengano, os olhos nadando em lágrimas quentes e indiscretas, não notava o assombro dos companheiros de banco. "Continuaria a ser a caixeirinha bonita, mas agora sem ideais douraV -

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dos, tão falsos como as jóias que vendia a um cruzeiro na loja. Casar-se-ia com algum colega de serviço, teria filhos corados e risonhos, e procura"Sem saria a felicidade em seu lar. ber como, veiu-lhe ao pensamento, a história do Pássaro Azul, que lêra há tempos, e com que sonhára muito. Deixaria de ser ingênua.. . Com um sentimento prático e muito feminino, pôs-se mentalmente a fazer contas e mais contas; economisaria bastante, para os estudos dos futuros pimpolhos, que cresceriam fortes e corajosos. O príncipe louro, alto, simpático e rico, que continuasse em suas cone desquistas galantes, enganando tolas, outras de que truindo as ilusões sonhavam com seu dinheiro.

um sorriso deslumbrante e um olhar provocador, ao cumprimentar a colega. À saída, ainda incrédulo, acompanhou a deusa de seus sonhos até sua casa. —. Se soubesses Helena, como me atormentaste com tua indiferença. Momentos houve, em que estive à beira da alucinação. Cheguei mesmo a... confesso, cheguei a... Balbuciava contuso e os olhos voltados para a ponta dos sapatos, apertava as mãos, num gesto de indecisão. Chegaste a que, Arnaldo? Tomado de súbita coragem, êle sorriu. Cheguei a consultar uma adivinha. O que?

No dia seguinte, Arnaldo recebeu

(Termina no fim do número)

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MALHO


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MATARÁ S!

— A ordem do Comitê Central é terminante — declarou o que parecia ter maior au.toridads na reunião. — Amanhã, ao meio dia, o assunto se resolverá: é o assunto» da Chefatura de Polícia." Um curto silêncio se seguiu. (A ordem do Comitê Central é terminante). . . Para aquele punhado de homens e\nfregues em corpo e alma a uma idéia política, que constituia a sua única obsessão, e em cuja defesa lutavam sem quartel, fazendo teatro sangrento do país que os acolhera hospitaleiramente, quando o desterro os expulsara de seu próprio país, só

AFONSO

SOLE'

Vestiu-se silenciosamente, sem abrir as persianas, para não despertar a companheira. Não pudera dormir em toda a noite; a ordem inapelável do Comitê, cuja execução correspondia a éle por desígnio da sorte, tornéra-se-!he uma obsessão, uma ameaça monstruosa do destino. Sentado na cama, olhava tristemente o rosto da esposa, destacado confusamente contra o branco travesseiro. E pela primeira vez desde que entrara para o partido demolidor, seu coração foi assaltado por uma dúvida terrível. Não seria um crime imperdoável assassinar friamente seres inocentes como essa mulher que dormia a seu lado, alheia à tragédia que se preparava? Não era delito execrável arruinar lares, destruir felicidades, separar para sempre creaturas como êle e Francina, que se amavam? Porque Orsino julgava que êle próprio corria perigo de ser descoberto, encarcerado, condenado, martirisado, talvez, afim de delatar os nomes dos seus cúmplices. . . Por um momento, sentiu a poderosa tentação de fugir com Francina para longe, muito longe, para onde não houvesse lutas políticas, nem rancores . mas a fria realidade o chamou à ordem. Fugir? Como? Quando? Embora tratasse de ocultar-se e despistar os outros do bando,,o tempo que empregasse para arranjar seus documentos, seria suficiente para que os companheiros o encontrassem e o matassem, pois a morte era o instrumento com que se castigavam os traidores, no partido. Não. nada de desfalecimentos. As ordens daquele misterioso e implacável Comitê aram concisas e severas. Não quiz, pois, despertar a esposa, para E saiu. não ser vencido pela sua ternura

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Enterrando o gorro até os olhos, com as mios metidas nos bolsos das calças, regressava Orsino agora à süa casa, surpreendido de como lhe havia sido tão fácil realisar a tarefa. A máquina infernal já estava colocada na Chefatura de PolíciaCaminhava rapidamente, ávido de acalmar ni_s braços de Francina essa dôr que o oprimia, como uma garra tremenda. sombra desusou pela silenciosa rua de UMA bairro, e entrou no único estabelecimento àquela tardia hora que se achava ainda aberto da noite. Aproximou-se do balcão de madeira, altar supremo do culto de Beco, e pediu um '•-"" copo de vinhoNa sala, havia uma dúzia de homens mal encarados, de expressão ameaçadora, vestidos como operários, e reunidos ao redor de uma mesa, sob a luz de um candieiro enfumaçado. Esses homens, suspenderam por um momento o jogo de cartas, e olharam para o recénchegado, com atitude hostil. O homem tomou lentamente a bebida, suspirou e depositou uma moeda em cima do ba!cão. E, silenciosamente, desapareceu na noite de onde viére. Uma sensação de alívio, semelhante a uma forte descarga elétrica, produziu-se entre os jogadores, que se desanuviaram. O jogo continuou; esse jogo era apenas um pretexto para uma conversação que se devia manter secreta, pois se não o fora, poderia custar a vida aos murmuradores.

O

MALHO

a intenção de discutir uma ordem do inexorável Comitê, teria sido considerada crime de alta traição à causa. Estavam juramentados: afim de que triunfasse seu ideal, não deveriam respeitar amizades, afetos, nem carinhos. Uma vida, ou mil, que fosse preciso destruir, não influiria em suas decisões.Era o princípio do fim; era a sentença de morte, era a voz de comando do exército destruidor; antes do meio dia, no dia seguinte, uma máquina infernal devia ser colocada na Chefatura de Polícia, para castigar o Chefe de Policia, que havia detido dois companheiros da turma, autores do último atentado terrorista. — Vamos a vér quem terá a honra de executar a sentença — disse um deles- Esta partida de cartas decidirá. Puzeram-se a jogar. Na última corta, um dos jogadores levantou-se e lentemente aproximando-se de um dos companhei ros, disse: — Orsino! Terás a honra de executar o

golpe!

*

Na rua onde morava, notou um grupo insólito de pessoas que comentavam alguma cousa na calçada. Prestou atenção e percebeu que alguém os traíra — talvez o desconhecido da noite anterior, haviam pois quando êle saíra, agentes de polícia entrado em sua casa, levando presa sua mulher. A inesperada notícia sumiu-o no mais profundo espanto. Presa sua mulherzinha, a sua inocente esposa, que não tinha a mais leve suspeita de seus manejos? Seria possível? uma idéia despertou em seu céreMas . bro. Uma idéia que o mergulhou no mais profundo horror: Francina presa, deveria ter sido levada para a Chefatura e ai! estaria agora quando faltavam somente uns minutos para Deitou a correr como um louco; não sabia o que ia fazer. Só queria chegar a tempo, chegar uns momentos antes da hora fatal, e evitar a todo custo a explosão. Subiu para um taximetro e ordenou ao chóíér que andasse depressa: a cada parada do (Termina no fim do número)

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V — 1943


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MITRE-A conferência há pouco realizada no Itamarati, pelo brilhante escritor e jornalista Christovam de Camargo, sobre a figura lendária do general Bartolomeu Mitre, constituiu brilhante áto de confraternização brasileiro-argentina, de funda repercussão nos nossos meios politicos e culturais. A presença do chanceler Oswaldo Aranha, que presidiu à cerimonia, e do embaixador Adrián C. Escobar, convidado a ocupar à mesa o lugar de honra, emprestou à solenidade do Itamarati relevan te cunho de aproximação entre os dois grandes paises do continente. Os eloqüentes, cálidos discursos por amb os pronunciados frizaram as relações de amizade que unem os dois povos entre si e a todos os membros da grande família americana. Vemos no instantâneo acima o chanceler Oswaldo Aranha, tendo à sua direita o embaixador da República Argentina e, à sua esquerda, o conferencista.

j IMAGEM DA BRAVURA Grupo feito no Palácio da Guerra, por ocasião da inauguração, em Março último, do retrato do Tenente-general Conde de Porto ^legre, vendo-se entre as altas patentes das nossas forças de terra que compareceram a cerimonia, Goycochêa, que nessa ocasiao pronunciou o escritor e historiador Castilhos "Imagem da Bravura . aplaudida conferência sob o título E-*

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ILUSTRAÇÃO V —

1943

BRASILEIRA

DE

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O Cel. Abdon de Arroxelas, atual prefeito da Capital alagoana, é um desses vultos de homem público que sempre merecem destaque nas colunas da bòa e patriótica imprensa. Funcionário de elevada categoria federal, que foi por longos anos, onde deixou uma das mais brilhantes folhas de serviços, constituiu, sem dúvida, um feliz acêrto do Interventor Ismar de Gòis Monteiro a sua escolha para a mais alta administração municipal alagoana, a qual vem servindo há dois anos, com inteligência e o mesmo devotamento à coisa pública. O

MALHO


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EVELYN STALDER A musica só atinge a beleza em toda a sua plenitude quando o gênio que a compóz tem por interprete genio de igual estatura. Ninguém podera afirmar que sentiu Lizst, Chopin ou Beethoven, si os não sentir atravez de Evelyn Stalãer, a grande virtuose suissa. Visitar-nos-á este ano. Essa a alviçareira noticia que damos.

7$intuka ÂNGELO AGOSTINI ,— o mês de Abril comemorou o centenário do nascimento de um artista que, ei ribora tivesse nascido na Itália, veiu para o Brasil muito joven ainda, de tal fôrma se identificando conosco, que acabou sendo considerado brasileiro: Ângelo Agostini. Caricaturista por excelência, apreciando os fatos pelo seu lado fraco, Ângelo Agostini tomou parte saliente em todas as campanhas políticas de seu tempo, tendo concorrido, poderosa-

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Ângelo Agostini.

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MALHO

mente, com o seu lápis e com a sua ironia, para a abolição da escravatura. Trabalhou na "Revista Ilustrada", na "Semana Ilustrada" e no "Mosquito", colaborando com assiduidade no "O Malho", no último "charperíodo de sua vida. Suas caricatuges" foram notáveis, suas ras, apreciadíssimas, estando hoje extraordinariamente valorizados os^ pouquíssimos trabalhos de fantasia, a bico de pena, que deixou, fora da política. HELIOS SEELINGER — Cincoenta anos de atividade artística! Eis a proesa que Helios Seelinger pôde mostrar aos seus admiradores, reunindo tudo quanto pôde e que se acha esparso nesta Capital, em uma exposição retrospectiva, levada a efeito nas salas do Museu Nacional de Belas Artes. Inteligência altamente fantazista, Helios tem sido um artista eminentemente decorador, sendo poucas as vezes em que a sua palheta pintou outro genêro que não fosse a decoração. Nessa modalidade tão bela da pintura, produziu até agora aiguns painéis admiráveis, nos quais a mulher, como obra-prima da natureza, lhe tem merecido a preferência, inspirando-lhe as mais encantadoras composições. Capaz de realisações as mais interessantes, baseadas em motivos os mais audaciosos, Helios Seelinger é um elemento para o qual se pôde apelar com confiança, porque criar e produzir continua a ser a sua grande alegria. MARQUES JÚNIOR — Depois ae uma longa temporada de retraimento, tivemos Marques Júnior, com a sua encantadora exposição do flores, no Museu Nacional de Belas Artes. Tanto tempo havia decorrido sem que o pintor se animasse a aparecer, que, para os eternos demolidores, Marques Júnior não passava de um decadente. Entretanto, o que se viu foi que Marques Júnior está em plena fôrma, absolutamente senhor de uma técnica de mestre e de artista sensibilidade de uma como os que mais o sejam. Dividindo o seu tempo entre as suas aulas da Escola de Belas Artes, onde leciona desenho e pintura, e o seu retiro pitoresco de Caxias, Marques Júnior foi produzindo em silêncio aquela série encantadora de quadros que expoz, aliás, menos da metade do que poderia oferecer aos nossos olhos, se tivesse querido, e diante dos quais a nossa emoção não podia conter-se, tão convincentes eram eles, como obras sinceras da sensibilidade agudíssima do autor.

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Marques Júnior.

iHudUár VOLTOU ao Rio a pianista Maryla Jonas, depois de uma vitoriosa excursão por vários paises amerieanos. Mas voltou por pouco tempo, pois terá üe prosseguir na sua peregrinação artística, no desempenho ae contratos firmados. Maryia Jonas 101 uma conquista que a guerra nos permitiu fazer. O Kio seauz.ua e ela por aqui se deixou ficar longa temporaaa, fazendo arte e fazeiiuo amigos. Mas o Rio so nao lhe basta. Uma artista do valor de Maryla Jonas nao se imobiliza. Nem em Paris, nem em Nova Yorque! Só nos resta, portanto, agradecer a oportunidade que ela nos deu para que pudéssemos aplaudil-a de novo. Sua arte é das mais empolgantes e das mais "afinadas" com o gosto ca.rioca. Daí o formidável sucesso de seu reaparecimento. DOS ESTADOS UNIDOS — regressou o maestro brasileiro Camargo Guarnieri, que ali, em numerosas ocasiões, teve oportunidade de evidenciar o seu talento de pianista, regente e compositor. Sua passagem "país das maravilhas" foi rápelo pida, mas o suficiente para deixar a mais entusiástica impressão. SOB A REGÊNCIA do maestro Alexandre Sienkievics, teve início a estação de concertos sinfônicos oíiPrograma Prefeitura. da ciais abundante, taivez, mesmo, um tanto pesado, apresentava diversos atrativos: a estréia do regente, que, se não é uma celebridade, todavia, é

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7 MpMíiL^üaQL^^^^ar um esforçado, que promete muito; a colaboração da cantora Cristina Maristany, muito conhecida e merecidamente aplaudida por toda se tem exibido; e a parte por onde"Festa Dionisíaca", de execução da Francisco Mignone, peça de folêgo e de grande beleza, que o autor tratou com extrema habilidade, obtendo todos os efeitos que desejava. Mignone, mais uma vez, mostrou a sua inspiração e a sua segurança de ténica na contestura dessa página magnífica, com que enriqueceu o repertório nacional. FOOT-BALL FLUMINENSE O CLUBE ofereceu mais um concerto sinfônico aos seus sócios. O programa, confiado à Orquestra Sinfônica

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Brasileira, foi realizado no Ginásio do Clube, sob a regência do maestro Eugen Szenkar. Peça nacional foi o "Garatuja", de Alberto Nepomuceno, que se ouve muito pouco nos nossos concertos,e que entretanto, merecia não ser esquecido.

COPACABANA

Mário Domingues e Mário Magalhães — brilhante parceria que nos tempos áureos do Trianon, casa de espetáculo da elite carioca, tanto êxito alcançou — voltam agorp. à atividade teatral. Depois de terem conquistado o prêmio Agamemnon ENTROU JÁ EM ENSAIOS o Magalhães com a peça O REI DOS toB., que corpo Coral da O. S. no Concurso de Romance TECIDOS, mará parte nos programas da atual . e Teatro do Ministério do Trabalho, temporada, proporcionando, assim,* têm em cena no Teatro Serrador ao público, oportunidade para apre- desde 30 de Abril, a linda comeciar as grandes peças de coros e ordia "Copacabana", interpretada pela questra, até aqui, ao de raro em graça perturbadora de Eva Todor, raro ouvidas nos nossos concertos. hoje uma das comediantes brasileiras de mais talento, e pelos artistas formam magnífico ela NA ESCOLA NACIONAL DE MÚque com "Copacabana" agradou aos elenco. SICA, fundou-se o "Coral Eleasav de pôde críticos e ao público o quanto Carvalho", o qual já principiou as agradar uma peça. O "clichê" resuas atividades, ensaiando peças de B a c h , Montewerdi, Palestrina, presenta os autores quando trabalhavam na sua comédia. Brahms, Francisco Braga e VillaLobos. MARIA OLENEVA deixou o teatro Municipal do Rio, para assumir a O CONSERVATÓRIO BRASILEIRO direção do corpo de bailes do MuDE MUSICA acaba de criar uma Esnicipal de S. Paulo. Em compencola de Música Sacra, que é, como sação, o sr. Vaslav Veltchek deixou se sabe, uma modalidade musical o Municipal de S. Paulo, para asdas mais difíceis. O novo departasumir a direção do corpo de bailes mento ficou a cargo de Frei Pedro do Municipal do Rio... Apenas uma troca de figuras, coSinzig, que é um apaixonado cultor da arte musical. A iniciativa tem mo se vê. Resta agora que a nova direção do corpo.de bailes do nospor fim, não ao formar compositores de música sacra, mas tamso Municipal lhe dê, pelo menos, o mesmo brilhante esplendor a que já bem preparar cantores, regentes e nos havia habituado a velha. organistas especialisados. r^^.-*^,^.-^

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EROS VOLUSIA não é apenas uma apaixonada do bailado. Ela é uma grande e linda bailarina, quc já venceu ha muito, pela beleza e pela arte que exibe. Eros Volusia criou o bailado brasileiro. Sua entrada para o corpo de bailes do Municipal, pois, impunha-se como um prêmio aos j_eus méritos incontestáveis.

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A "VELHA GUARDA" DO HUMORISMO — O tiosso colaborador Max Yantok, conhecido e festejado humorista, vem de expor, com grande sucesso, um curió"Velha Guarda" do humerismo gráfico so quadro a óleo representando a como se vêm, pela reprodução fotográfica nacional, no qual figuram, que aqui aparece, da esquerda para a direita: Aporelli, Rubem GUI, Ricardo Casanova, Terra de Senna, Storni, Seth, Vasco Lima, J. Carlos, K-Lixto, Helios Seelinger, Raul Pederneiras, Bricio de Abreu, Bastos Tigne. Max Yantck Leonidas e Luiz Edmundo.

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MALHO


SUBSTITUIÇÃO "FAVELAS" OE POR CASAS PROLETÁRIAS O Prefeito Henrique Dodsworth, em companhia do Coronel Jesuinc de Albuquerque, secretário geral d; Saúde e Assistência. Dr. Victcr Moura. Chefe do Serviço Social e altas autoridades federais e municipais, no palanque de onde presidiu a inauguração do novo Parque Proletário n. 3, nn Praia do Pinto. Dodsworth Prefeito Henrique está desenvolvendo um grande serviço de higiene social com a pau"favelas" cariocas latina extinção das e sua substituição por habitações pcpulares. No dia 20 de Abril último, o governador da cidade alcançou mais uma etapa do benemérito empreendimento, inaugurando, nesse dia, o Parque Proletário da Praia do Pinto, ' no Leblon, em homenagem ao aniversário natalício do Presidente Getulio Vargas. O Prefeito Henrique Dodsworth presidiu, pessoalmente, o ato, com a presença do Coronel Jesuino de Albuquerque, Secretário de Saúde e Assistência e a cujos desvelados esforços está confiada a solução do "favelas", isto é. meproblema das lhorar as condições de vida dos habitantes pobres da metrópole. Compareceram, ainda, outras autoridades, sendo entregues 140 casas a exmoradores de "favelas". Nessa ocasião, foram, também, inaugurados o Orfeão constituído dos moradores beneficiados e o grupo de escoteiros "Barata Ribeiro", formado por filhos dos proletários. _»*| "

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Moradores,

após entrar na posse das casas que a Prefeitura "favelas" trocou pelas onde habitavam.

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As crianças e moradorer- do novo bairro, formados por ocasião aa festividade.

Um trecho das habitações inauguradas. $ÊSÊÊÊm0SsS »-.

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1943


VOLTA

DO

TRABALHO

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Tela

de CARLOS

CHAMBELLAND


Capitú — Téla de Rocha Ferreira na pintura de Joaquim da Rocha HA Ferreira a inspiração e a técnica. Já conhecia diversas das suas telas, algumas notáveis. Numa visita rápida a Águas do Araxá vejo as obras em construção do Hotel-Balneário, que será ao final uma das maravilhas da América do Sul. E com prazer de brasileiro, entro no " atelier" improvisado desse pintor patrício, e vejo, observo, estudo, analiso, muitos dos seus desenhos, que figurarão nas decorações do estabelecimento modelar. Toda a história desenrolada da conquista de Araxá por uma bandeira paulista. As águas milagrosas. As fontes divinas que dão saúde. As florestas. Os ocasos. Os panoramas. Mulheres e creanças. A caçada, a pesca, os animais. Caravanas. Toda a vida palpitante duma terra cheia de tradições, de antiguidades, ide belezas. Esse pintor sabe de verdade desenho, e sem desenho não há pintura que perdure, que se eternise. Tem uin dos segredos da sua arte — a distribuição das tintas, o colorido, a naturalidade. E' um dos discípulos amados de Bernardelli, de Chamberlain. Prêmio de viagem à Europa, do Salão Nacional de Belas Artes, os seus quadros, as suas télas teem harmonia. HarO

MALHO

UM

PINTOR

BRASILEIRO RAUL

DE

AZEVEDO

monia em Arte é necessária e imprescindivel. As suas pinturas murais "ficarão' como diria Jules Lemaitre. São sugestivas. Há emoção, há temperamento. E não esquecer nunca, — visitantes desta região tradicional — que ele é o pintor, o Mestre, desses azulejos soberbos, magníficos, que nos lembram as obras célebres de Portugal, representando o banho dessa fascinante Dom Beija, mulher que era carne fascinante e espírito irriquieto, sonho e realidade, formosa e famosa, azuleijos perfeitos, encravados ao alto da fonte das águas rádio-ativas, e que é uma obra de Arte e de inspiração, que não se esquece nunca ! E esse pintor ficará porque, acima de tudo, dentro da sua vida honesta, as suas figuras se movem, teem alma e são profundamente humanas. Aperfeiçoou-se na Itália, paneipalmente em Roma. Desenhos, óleos, a Arte -

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pura e paciente dos mosáicos, a pintura mural salientemente, fizeram desse artista um nome nacional. Ele tem alguma coisa do seu. Joaquim da Rocha Ferreira " sente" o que interpreta, o que pinta. Ele deteve-se nos " afrescos" de Giotto e de Michelangelo. Estudou Corot, Renoir, Cezanne. Aprofundou-se na época paleótica, a arte egipcia, a grega, a etrusca, a romana, a medievai, a do renascimeoto até ao nosso momento. São notáveis o seu Papa Pio XII, em mosáico, e a Cópia de Madona de Gentile da Fabiano, pintura, quatrocentista, do Museu Civ. de Pisa; o São Sebastião, mosaico, feito em Roma. O Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, possuem diversos trabalhos seus. J. da Rocha Ferreira tem do nosso Salão menção honrosa, medalha de bronze, prêmios em dinheiro, medalha de prata e o prêmio de Viagem à Europa, o maior de todos. Fez a escala trabalhando sempre, vencendo sempre. Ele conseguiu o equilíbrio entre o clássico e o moderno. É um «dos renovadores da pintura brasileira. É o néo-clássicismo. A técnica moderna e o estudo clássico. Enfim, o equilíbrio e a harmonia na pintura. É um Mestre principalmente na pintura mural. V — !943


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cidade deste mundo febricitante possue sua característica de acordo com o aspecto e não há nenhuma, cujos habitantes não se CADA utane de sua beleza especial, quando ela mesmo seja repetida em outras cidades. O povo gosta que os estrangeiros admirem as belezas urbanas e suburbanas, até seus defeitos, mas êle próprio fica indiferente a essas belezas, que talvez ainda nâo viu de perto. Quanto carioca ainda não subiu ao. Corcovado, ao Pão de Açúcar, nâo foi à Tijuca ou nem siquer foi à Avenid; Rio Branco! Desculpase dizendo que terá sempre ocasião de vêr as maravilhas de sua cidade-berço, mas deixa passar o o tempo e, quando, afinal, surge a idéia, já está paralitico, reumatico ou está dando seu primeiro e ultimo passeio ao Caju, a S. João Batista ou a Catumbí. Submeta-se um carioca a um microscópio psicologo. Vagaroso, imperturbável, fatalista, segue na onda, tanto se lhe fazendo ir dependurado ao estribo de um bonde como sentado a fumar, num dos pri1 meiros três bancos desse estardalhante veículo, gocando de burlar a proibição. De repente o vemos vivo, saltitante, a passo de samba, indo de cima para baixo e vice-versa, sob o sol causticante. Daí resulta o carioca trabalhar como um "viralata" à procura de meios de vida, mexer-se, "cavar", nas horas de trabalho. Findas essas horas está êle a fazer uma barulhada dos diabos, pondo o rádio a berrar, cantando e sambando, correndo atrás do bonde, do ônibus, para chegar em casa o mais depressa, nâo para ficar a descansar, mas para ir ao cinema, com ou sem a ^ lf-W" -JÜE-1 cara metade. Seguir um desses cariocas de azougue nas veias, mas sem aparencia de moleza daria trabalho insano a mais de um detetive. E' raro encontrar-se em outra qualquer cidade um povo que agüente tâo firme, ruídos de carros, gritos de vendedores, de vacas leiteiras, berros de crianças, de rádios, choros e esperneios de crianças. Bombas de S. João, boladas nas vidraças, palavrões cabeludos, brigas de vizinhos. Já habituado, de nascença, a esse 0 ruido e, quando Vê que o caso está passando da conta, êle próprio mete-se a fazer um estardalhaço do diabo. Deita-se tarde, mas de manhã corta o sono ao meio com a preocupação dos trabalhos diários ou sem preocupação nenhuma, dá um quináu no despertador, porque acorda sempre antes de disparar a campainha, afoba-se sem saber porque, mas pouco antes de sair de casa está calmo. Assim que se vê na rt/a, ei-lo a correr como cachorro espancado para alcançar o bonde ou o ônibus. Embora haja lugar nos assentos, êle prefere ficar no estribo, para ser o primeiro a apear e isso êle faz, sem deixar que o veiculo pare. E' capaz de levar o guarda-chuva quando há sol e de esquecê-lo em dia de chuva. Quando lhe vier

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na cachola de rogar pragas êle sempre o faz contra objetos inanimados, mas lá no seu pensamento, o objeto é apenas um intermediário que representa o desafeto. Expliquemos. No escritório o chefe passou-lhe uma saboada. Êle nada respondeu ao chefe, mas vinga-se com a caneta, o tinteiro ou bate o fone.

Contudo é o primeiro a manifestai suas expansões, quando ao rever um amigo, depois de um dia de ausência, abraça-o efusivamente como se não o visse há vinte anos. Paga-lhe o bonde, paga-lhe o café, mas se lhe pedirem para fazê-lo, passa-lhe uma descompostura de arrepiar. Mas, acaba quasi sempre pagando. Pela alma de um carioca passa uma saraivada de sentimentos opostos, mas tão rápidos como as poses de um filme cinematográfico. Solta chispas' quando enfrenta uma dificuldade, levanta-se perante êle uma muralha intransponível de empecilhos e outros êle próprio inventa para agravar a situação. Mas, quando, afinal, põe-se a trabalhar no assunto, esvai-se tudo,.dificuldades, impecilhos, atrapalhações e resolve o caso, como a coisa mais fácil deste mundo. Então esfrega as mãos e exclama: — Oh, isso foi "sopa"! Quando trata de negocio, o carioca poderia resolvê-lo em três tempos, mas a conversa vai tão longe, é tâo variada, que as horas vâo passando. Despede-se uma dúzia de vezes para recomeçar, perto da escrivaninha, à porta, no patamar da escada, no meio dela e até na rua, com formidável desespero de quem está esperando a sua vez para tratar de negócios. Este, por sua vez, vinga-se e desforra-se no freguês que segue.

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Negocio que em outros países, parece impossivel, o carioca é capaz de realisá-lo com lábia, apertos de mão, abraços e o geito de quem promete meter-lhe no bolso um Pão de Açúcar de ouro massiço. Quando o negocio não é tratado no escritório, realisa-se na filial, o café. E' onde são tratados os melhores negócios, graças à influencia persuasiva da preciosa rubiacea. E' difícil encontrar um legitimo carioca mal vestido fora das horas de serviço, especialmente aos domingos, ainda mais difícil distingui-lo de um capitalista. Trabalhadores braçais, empregados domesticos. jardineiros talvez apareçam mais elegantes do que os patrões. A toilette é um fato. Aos domingos a patroa vai â missa vestindo roupa comum, de algodão, mas a criada aparece com blusa de seda, de cores berrantes, perfumada e maquilada. Interessante espetáculo, para quem ainda conserva os nervos inabaláveis é assistir do assento de um bonde ao assalto de uma prolificante familia carioca. Não ficam em casa senão o cachorro e as galinhas. O resto tudo na rua, pai, mãe, vovô, e bebê no colo do pai. E' uma batalha para invadir o bonde Pai e mãe para cima e para baixo, o pequeno "pestinha" que quer ficar na ponta do banco para apreciar a paisagem, outro que não quer ficar de pé porque se considera gente, aquele outro cai na choradeira porque está longe do pai. Chupam balas e lambusaiti os bancos. Dois brigam, disputando o lugar ou porque um deles quer "bancar" o pagador da passagem, vocação para caixa. Vâo ao cinema, mas não o do bairro onde moram. Escolhem outro mais afastado, onde não são conhecidos. O carioca tem sua maneira especial de contar mentiras, dando origem à "mentira carioca" mas com tal geito o faz que a gente acaba sempre interpretando o contrario. Uma leve inflexão na voz, no vocábulo da giria (e sâo muitos) já põe o interlocutor de sobreaviso, para que se acautele contra o tiro. A começar pelas respostas: pois, sim e pois, não que querem dizer justamente o contrario há toda uma série de interpretações ambíguas, que poriam doido o estrangeiro pouco afeito à conversa oarioca. Quem passar pela rua do Ouvidor ou Avenida e se der ao trabalho de observar o mundo elegante, pôde notar com surpreza que há damas elegantes que percorrem esses dois trajetos dezenas de vezes, unicamente para rhostrar sua elegância. Se não percorrem pelo menoí trinta quilômetros por dia rua abaixo e rua acima é porque'talvez estivesse chovendo ou fazendo muito calor. Mas o percurso maior não é este. Quando dansam, talvez a noite inteira, teriam feito uma caminhada como daqui a Sâo Paulo.

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juiz: — Fica o réu condenado à prisão perpétua. Réu: — Mas.. . Juiz: — Nem mais uma palavra, senão ficará preso mais quatro dias.

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Acha então, doutor, que com banhos de piscina desaparecerão as manchas que tenho pelo corpo? Perfeitamente. Com esses banhos... e com bastante sabão.

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Tirei esta fotografia com dois hípopótamos fui com meu marido à África. Esplendida! A senhora está no meio, não? O

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O OMENTE agora, durante a terrível guerra atual, tive a oportunidade de constatar que minhas inúmeras viagens em tempo de paz eram simplesmente excursões, que me deixaram um "filme" multicôr de recordações um tanto vagas: museus, jardins, monumentos, Tais recordações estavam palácios. nao em minha memória mas... gravadas nhas malas sob a forma de etiquetasem micoladas em profusão aqui e ali! Foi mais ou menos assim que conheci Portugal. E nesta hora, três meses depois de viver em Lisbôa, o aspécto risonho dessa encantadora cidade eternamente gravado em meupermanecerá coração. Podem crer, a psicologia de um país nao difere em nada da de um ser humano: se julgamospsicologia a um com os olhos e as algibeiras abertas país, mas com o coração fechado, não teremos dele senão o que podemos obter por dinheiro; e isto ê — nada. Nada que seja um valôr real. A ociosa que sou presentemente tem, ao contrário, as algibeiras cuidadosamente fechadas e idealmente vasias, "um seu coração está bem escancarado, porém coração de ritmo acelerado, um coração ávido de bondade e de amisade e paj?ando-as dobrado. Porque o coração de um refugiado, o coração de um ser que tudo perdeu, não é um coração humano qualquer: é uma coisa dolorida, complicada, delicada ao mais alto gráu. Minto "outro". E' grave e é altivo. Creio que é o oceano, o mar informe e multiforme, o mar sempre grave e altivo, mesmo em seus dias tranqüilos e calmos, que,_ ccm a gente do mar, o pôde compreender melhor. E por isso que contei Jogo amigos em Lisbôa (e espero ter também aqui). • Sinto -tê-los deixado, e também boa, com suas casas tàc acolhedoras,Lis-e alegres, seus telhados tão azuis e roseos, que se confundem facilmente com as nuvens roseas e azuis, belas e preguiçosas, as nuvens que passam lentamente uni mais alto... pouco "Serpa Embarquei no Pinto" Brasil. — Ainda adeuses, ainda umaparavia-o gem ao desconhecido — pensava, com amargura. E para que? Nesse ínterim, a campainha tilintou, a sirena mugiu longamente. Em terra, a multidão agitava-se. ~ Obrigada, cem vezes obrigada! Vocês são tão bons e tão gentis — gritava para meus amigos que ficavam no cais. ¦ — Nada disso, minha senhora. Nós somos sómente portugueses! — responderam. Não resta a menor duvida — murmurava com convicção. Então, o navio moveu-se. Eu fiquei só. Só, ainda mais uma vez.

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MEIIS

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Tatú? Que vem a ser isso? E' um animal do mato. Olhe, isto aqui é .carne de tatú. E Nilo mostrou-me um pedaço de carne gorda, que ardia sôbre a brasa. Acabada a refeição, a mulher de Nilo deu-nos uma chicara do saboroso café. sentados sôbre esteiras, numa Tomámo-lo "altane", cujo telhado era forespecie de mado por toros de bambú ainda viridente. Foi para a Senhora que construi isto — disse Nilo. Êle me mostrou com ufania todos os seus troféus de caçador. Eram verdadeiramente invejáveis. Mas não se podia exprimr livremente sua admiração, sem que êle oferecesse um presente, e isso era feito de bom grado.v Como se está bem aqui! — exclamei. Poder-se-ia, talvez, esquecer, por um momento... A liberdade, o mar, as estrelasi E esse fogo que vive, que vibra no ar como um grito! Que é necessário ainda para ser feliz? Sonhámos em silêncio-. Ouvia-se apenas o crepitar da lenha entre as labaredas, que dansavam numa louca sarabanda, e percebia-se a voz do mar, que segredava baixinho, baixinho... Á Senhora aprecia o fogo e o mar" — perguntou Nilo. Sim. E eu pertenço ao mar e ao sertão, como vocês, meus amigos.

PRIMEIROS

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BRASIL

WANDA

NILO — UM "CABOCLO" A chegada ao Rio de Janeiro, que surpreendia feéricamente, no crepusculo hibernai — parecia um sonho das Mil e Uma Noites — inesquecível. Mas não são as cidades que me tentam nestes dias, e embora o Rio seja, sem contestar, a mais bela das capitais, eu procurei seus arredores, afim de me sentir mais perto da natureza. No "home" pclonês que eu habitava em Niterói, o "home" que nos foi oferecido por uma gentil fada, que não deseja citar seu nome (as fadas, em verdade, não precisam de nome, distinguem-se facilmenfe), havia pessoas que permaneciam o dia todo em seus aposentos. Outras jogavam bridge. Eu olhava para elas escandalisada. — Como! Os senhores jogam? Num dia^ lindo como este, a gente deve ir para a montanha ou para o mar. Acordem, senhores! Nós estamos no Brasil! No Brasil, estão ouvindo? Afinal, consegui arranca los à sua letargia, e partimos para uma grande excursão a Maricá. A beleza desperta as almas, e meus amigos se extasiavam vendo as árvores em flôr, o verde luxuriante, as soberbas bananeiras e o selvagem explendor dos rochedos. Fomos tirar a fotografia de uma árvore assaz característica, iica com as raízes à flôr do solo, extranhamente entremeadas, semelhantes aos musculos de um corpo humano. Nos galhos viam-se inumeráveis orquídeas e no tronco enroscavam-se lianas, que lhe paralisavam o movimento escursional para as alturas, quando, de repente, caiu da árvore, proximo de nós, um homem seminú, armado de arco e flexas. Todos fugimos e o extranho personagem correu, atraz de nós. Após uma longa corrida esfalfante, o indivíduo gritou: — Façam o favor de parar! Exhaustos, com os olhos escancarados de surpreza, nós estacámos, poifí quem nos falava se exprimia em polonês! ^

DE

ROYCEWICZ

O Sr. Nilo — era êle justamente — contou-nos num dialeto meio polonês, meio português, que havia trabalhado num navio que fazia viagem à Polonia, e por essa razao conhece um pouco a nossa lingua. Descemos a montanha e, extenuados, mas satisfeitos com o nosso passeio, graças ao qual tivemos uma surpresa inesperada — o encontro, em plena mata, de um Nilo que fala polonês, nós o convidámos para beber um gole de vinho, o que fizemos,alegremente, até à chegada do ônibus que nos devia transportar a penates. Alguns dias mais tarde, lui à casa de Nilo, que, como me disséra, ficava pertinho.. . Subi, com a fronte em suor cerca de meia hora (de garinhas, às vezes...) numa montanha em cujo cimo estava a casa de nosso amigo. A escalada fez-me transpirar, naturalmente. Ora me agarra va aos arbustos, ora escorregava. Custou me encontrar o caminho que levava à sua casa. Êle bem que me havia prevenido, outro dia: Siga à sua direita, um bom momen to, até o riacho. Em seguida, atravesse o bananal; corte à direita e depois à esquerda. Enfim, lá onde vir um enorme iri , páre, e estará em minha casa. Meus Deus! murmurei — Como é longe! Não é endereço para o correio postal! Mas hei de ir até ao fim. Porque não? Eu sou um velho caçador experimentado... Dito e feito. Atingi o ponto desejado. 1 inha os pés a sangrar, rasgados pelos espinhos, e trazia na mão uma grande folha de bananeira, o leque da floresta. Lobriguei uma pequena cabana sem janela. Em frente dela, flamejavam enormes brasas. Lá embaixo, cintilava o mar azul. Nilo acorreu, acompanhado da família: uma linda mulher do tipo índio e um garotinho de três anos, seu filho. Um cãozinho preto, que chamavam "Pirarucú", piruetava em volta deles. E' bom para a caça? Oh! é excelente — respondeu Nilo. Êle me chama tôda vez que topa com uma cobra, e é um ótimo apanhador de tatús. ^

nenosa, como se sabe. Nilo, que trazia um grande bastão, precipitou-se para matá-la. — Pelo amôr de Deus, deixe-a viver! pedi. Não vê como é feia? Feia até demais! acrescentei, logo baixando os olhos. Nilo afastou-se, atônito. Então, eu disse à serpente, que deslisava, sinuosa, em direção de uma paimeira. Pobre ser, não sabes por certo que é justamente a beleza que desperta a cobiça dos outros. Compreendes? Pois, então, perdoa-me, minha mentira, e até à volta, cobrazinha! Até logo!

va, cantava, cantava! Lançava-me às vagas, rolava com elas! Enfim, extenuada, arrastada por elas — eu permanecia qual uma pobre épave humana atirada à areia escaldante. A sina do artista é ser aniquilado pela beleza. Vendo-me em tal estado de prostraçào, os meus amigos, que se aproximavam, ficaram inquietos. Chora? Que tem? — perguntaram. Eu choro de feliz, meus amigos! Acham que se deva chorar por outro motivo? Mas, por favor, caluda! deixem-me ouvir a canção do Oceano! E' a canção da Eternidade.

O Oceano roncava. Guiados por sua voz, aproximámonos, vagarosamente. À direita, vimos um grupo de imensos rochedos escalvados. Nas proximidades, uma planície de areia, quasi branca, brilhando ao sol e, frente a nós, Êle. o Oceano em todo o seu explendor eterno! Póde-se exprimir a sua beleza.-1 Que gênio, no mundo, que pintor, poeta, músico. poderia revelar numa tela, num p:ema, eu num cântico a grandeza dessa bei leza instável, que foge, se dispersa a cada instante, para se remover sempre e sem pre. ainda mais altaneira, grave, pungente! l Eu o contemplava. Respirava a y / ^UT\. % ^' aura salina a plenos pulmões Voava ,—J^v 11/ 11 para êle com os braços abertos grita-

da4 mãos cheias de daUrgia Urgia partir. As maos \\ beleza, \l divas, os olhos resplendentes de beleza, a ^40«tf»" \1 \ \ cora?ao radiante, desci lentamente e o coração montanha. montanha. &¦ S ^ B 1 ao fa Domingo, pela manhã, manha, iremos ao *** ¦ xS£*. vk \ "* mar — gritei. gritei. *"* "z^Tvi V®"" longe: /&, iu^ Sr Nilo respondeu, de longe: xfF / xl'K ^§§k Esta Às As quatro da madrugada. Está \\$\ K?£»k P| certo. ..

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O OCEANO "Nisi mar- ||v il^ Há Ha jája algumas horas que marmata. mata. \V da dentro — silêncio silencio ;J em chamos ) | V A Natureza tem seus momentos de «#s8m»3S^T /^~V\ gff/ ylrK^ E'jusW/ itvMl H jusrepouso absoluto. Meio-dia. E' v>\\ v*' animais /f/' '—iV\ - (I tamente a hora em que os animais flf?/ doce- [W fazem sua sesta, dormem doce//^iu Ik ||f |y? \/feJ \b, pas- /S^ Nao se via nenhum pásmente. Não J| ,'jr % ' A \J'-J saro, nem outro animal qualquer. qualquer. ||? IP \^y | —J||sl tur- el or Só S6 as borboletas, que, num tur'% i JAr 1\ ;i \ ¥l^-\J maravilho- ^ Iiy cfires maravilho?J | vivo' de côres bilhão bilhao vivo'de g % >*f\.| ' 1 £/ \| a I H in- ^ NN^ esvoaijavam em derredor, insas, esvoaçavam — ^ J*'"'! in beleza, if conscientes conscie'ntes de sua beleza, J /JH //) : existencia ^ ^ conscientes consciente? da sua existencia B jS / II /!^-^\ J$r Pk / efêmera... efemera... p \\t\ ft / /// :7*?r:•• S 1 cor cor Bl V:^>~s centelhas / umas Súbito, Subito. ///, «' >•¦ > tj . I I do do V \ / hervas das \V //Jzk '/f'.il fog;o jorram de fo£;o meus iU».J& V. caminh caminh.oo e se imobilisam a meus , ' admiravel <j—^ /3Srjf\ Mi£ PkT^ TStta pés. p6s. Estaquei. Era uma admiravel ve|f cobra coral, que é6 bastante ve^ ~ ' ' (( }

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tôda a cauda, e que era tão arredio como a dona. Na população pobre do môrro, aqueles dois seres vulgares, passavam desapercebidos, quasi que completamente, só despertando a curiosidade de algum morador novo, que deles quizesse tomar conhecimento, acabando, como os outres, por esquecê-los como coisas inesistentes ou pouquíssimo interessante. Todos os sábados, Maria Clara saia, levando à cabeça a trouxa de roupa que ia entregar

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um desses contràstes, não muito raros. Maria Clara éra preta, uma preta feia, magra, alta, calada POR"como um póte", diziam os que perto dela viviam, na promiscuidade de aquela aldeia de barrácos, pendurada na encosta do mõrro, espiando, de longe, as suntuosidades arquitetônicas da cidade maravilhosa". Maria Clara era lavadeira, vivia só, não tinha parentes nem amisades intimas, e, no seu casinhõlo de táboas, coberto de zinco, envelhecia, serenamente, entre montões de roupa alheia, lavando, passando, engomando, para ganhar o pão de cada dia. sem que ninguém soubesse de onde tinha vindo, nem qual teria sido o seu passado. Na vizinhança, alguém, um dia, inventou que ela era feiticeira, e, de vagar, foi ganhando a alcunha de "Maria Macumbeira", embora ninguém, nunca, a visse nas "macumbas" do mõrro, nem dela tivesse recebido qualquer serviço nesse genero. Podiam estalar desordens, ou haver rumores de festas e batuques, que Maria Clara não tomava conhecimento de nada, sempre isolada e silenciosa, sempre metida no seu casinhõlo. às voltas com o trabalho de que tirava com que viver. O único companheiro de Maria Clara era o "Cotó", um cachorro branco, pequeno e enfezado, a quem havia cortado quasi O

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aos freguezes. e o "Cotó" ficava tomando conta da casa, fechado à chave, no seu interior, até que a dona voltasse, com a sua bolsa de compras para só tornar a sair na segunda-feira, para ir buscar novas roupas para lavar. E nisso se resumia a vida de aquela mulher triste, silenciosa, pobre, que não fazia mal a ninguém, e que só saía do seu voluntário isolamento, para acudir a alguma vizinha doente, servindo-a. no que lhe fôsse possível, e voltando a isolar-se logo que não fosse mais necessária. Os anos se foram passando sôbre aquela vida obscura e ignorada. Lá em baixo, a cidade foi crescendo, alargando-se, subindo para o alto na imponência dos seus arranha-céos gigantescos. No môrro, também a favela ia crêscendo e subindo, à medida que crescia a população que lhe procurava o abrigo. carestia dos alugueis dos acossr.da "comodos" pela da cidade. E Maria Clara, vendo tudo se desenvolver e crescer ao redor do seu casébre de táboas. e ao alcance do seu olhar, sempre perdido numa grande sombra de tristeza, continuava a viver a sua vida obscura, longe de tudo e de todos, dentro do mun do silencioso que creára para isolar-se do veidadeiro mundo que parecia desprezar, profundamente. Entre as poucas pessoas com quem Maria Clara falava, uma vez ou outra, es-

tava a Clementina, uma mulata velhota companheira antiga de um estivador, mulher ordeira e trabalhadora, mãe de uma ninhada de garotos peraltas a quem um dia acudira, por ocasião de um parto mais difícil. Clementina, na rudeza de sua qualidade de mulher do povo. tinha bons sentimentos. e soubera ser grata ao gesto amigo de Maria Clara, de maneira que sempre dela se aproximava para rápidas palestras, que não vingavam por causa do feitio retraído da velha preta lavadeira. procurando. também, ser-lhe útil. de-certo em rçecompensa ao bem recibido. Embora a Maria Clara distinguisse a Clementina com êsses breves momentos de conversa qualquer banalidade, como: "o tempo sôbre está mau", ou os pequenos estão com tosse", nunca a lavadeira dera ensejo à vizinha, para entrar-lhe em casa. nem para saber de sua vida particular. m<tntendo-se à distância, como que" para defender-se da curiosidade do resto dos vizinhos. Certa vez, a Clementina, passando pela porta de Maria Clara, estranhou não a ver lidando no seu eterno mistér de lavadeira. a janeliembora a soubesse em casa. "Cotó"pois dormitando nha estava aberta, e o ao sol, todo refastelado. no mínusculo retângulo de terra que servia de quintal ao casebre da dona. Clementina estranhou o caso e não se conteve, que não batesse à porta, perguntando: D. Maria!? A senhora está doente? Precisa de algum? coisa? Não faça cerimonia. . . Um momento depois, a voz de Maria Clara, apagada e distante, respondeu: Entre, vizinha. . . Pôde entrar. . . E Clementina foi a primeira criatura que, em muitos anos de moradia de Maria Clara, no môrro, entrou-lhe em casa. O primeiro impulso da mulata, loi satipfazer a curiosidade de ver como era. por dentro, a casa da vizinha, coisa que muita gente de ali pagaria para conhecer, e encontrou um ambiente de absoluto asseio. móveis modestíssimos, rudimentares mesmo, paredes guarnecidas de estampas religiosas, a um canto um grande cesto cheio de roupas lavadas, alvas como a neve, e mal encobertas por uma desbotada cortina de chita: uma estreita cama de ferro, onde Maria Clara estava estendida, com um lenço branco atado à cabeça, e a respiração ofegante. Que é isso, D. Maria?! Estou-me sentindo mal, vizinha... E por que nào me chamô? Pra arguma coisa eu sirvo, e, despois... uma mão lava a outra! Ora essa! Não quiz encomodá... Isso é bobage sua! Qué que lhe faça um chá de laranja?... Chi!... A senhora V — 1943


tá cum fcbrão!... Espere ai... Vô busca um remédio que é um tiro p'ra febre . . Só um gole de Não! Espere... café... Tá pronto... é só esquenta. . Ahn... Que dô de cabeça!... Solicita, Clementina saiu para ir em casa aquecer o café que encontrou num velho bulezinho de ágata, e voltou logo com êle fumegante, numa caneca de fo lha... • Pronto, D. Maria... Tá quenti nho... Premero tome esta pastilha pra febre. . .

Apesar dos cuidados de Clementina, dos chás e cosimentos que deu à doente, usando da sua experiência de mãe de familia e de nortista, sertaneja, Maria Clara não melhorava, e numa das inúmeras visitas diárias que lhe fazia, a bôa vizinha, falou-lhe: E'. . . Isto tá mal. . . Eu queria pedi um favo a você, Clementina. Tô aqui pra que fô preciso. Deus nosso Sinhô manda que nós sirva uns aos ôtro. Que é que á senhora qué? Eu queria que fosse chama uma pessoa minha conhecida, lá em baixo. Pois eu vô... Pode dizê... — Deus lhe pague, Clementina. Entõ, assim que pude, vá na rua. .. número. .. e diga ao seu douto José Morera, pra vi aqui fala cumigo, pra uma coisa muito séria. . . Êle não me conhece, não. mas você diz a êle que é uma veia que tá pra morre, e que tem uma coisa pra dizê pra êle... Pede direitinho que êle vem... Tá bom. Vô dá armôço à gurizada e vô logo, lá. Quer mais arguma coisa? Obrigada. Só isso. Traz êle, Ciementina. Preciso fala cum êle antes de morre. . . Que morre, nada! Cruz! Seu chá tá aqui. Oie. Na caneca. .. Despois eu mando o Manduca fica ai na porta. Se a senhora precisa de arguma coisa, êle atende... Inté logo... Eu dô gêto e trago o home. Cumo é mesmo o nome dele? José Morera. . . Rua... n.... Tá bem. Inté logo...

Causou grande curiosidade, na vizinhança. a vinda à casa da Maria Macumbeira, em companhia de Clementina, davestido, quele senhor grisalho, muito bem "méum tomaram afinal, por todos, que 'luxo velha da o dico de rico , comentando "douto de gente fina". em chamar, assim, Maria Clara, na sua pobre cama de enferma, quando viu junto dela. aquele homem. ficou como que parada, suspensa por uma tamanha comoção, que não podia falar, e êle, muito admirado, olhava para aquela preta velha e doente, sem compreender por que o chamara, se nem siquer a conhecia. Depois, passado um momento de sique lêncio, a doente pediu a Clementina "por a deixasse só com o visitante, e que, favo", só voltasse quando êle fosse embora. Clementina colocou a única cadeira que havia no barraco, junto da cama de Maria Clara, indicando-a ao homem, e saiu encostando a porta. — Que deseja de mim? — perguntou o homem.

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Eu tô pra morre, sabe? . . E num queria ir imbora sem lhe dizê uma coisa que vi.. . que o sinhô não sabe. . . Pois aqui estou. Pode falar. Os olhos cansados de Maria Clara encheram-se de lágrimas e um soluço sacudiu-lhe o peito magro. E' difice. . . Mas eu digo. Deus me perdoa... Escute. Eu sô sua mãe... Um impulso violento fez curvar-se sôbre a enferma, aquele homem elegante, que pertencia a um mundo muito diferente daquele onde ela se estava acabando. O quê?! Que quer dizer com isso?! Eu sô sua mãe. E' verdade! Juro por Deus! Mas, como pode ser isso? Não é'... Minha mãe morreu há seis anos!... E. . . Tô dizendo a verdade... meu fio... Era isso que eu queria que sõbesse antes de eu morre. Fiquei calada todo esses ano, pru bem de você, mas. . . agora... agora. . . Mas. não compreendo! Que coisa estranha! Não é possível!. .. — Eu conto tudo dereitinho. Qué sabe? Tomado de um nervosismo evidente, o homem respondeu, enxugando o suor que lhe banhava o rosto e as mãos tremulas:

Fale. Óie. Eu era mocinha, quando um moço da casa onde eu era arrumadêra. me disgraçou. Quando os patrão souberam, vendo que eu táva gorda, me butaram pra fora. Eu não tinha famia, aqui no Rio. Não tinha ninguém... Fique rolando... rolando. . . de favo, nas casas dos outro, até que... você nasceu no hospitá da Misericórdia, pra onde me levo uma muié que teve pena de mim. .. O homem fez um gesto brusco e a doente continuou, lentamente, na sua fraca voz, na sua rústica linguagem: Já jure que tô contando a verdade. Juro outro vez pro aquele Coração de Jesus, que náo tô mentindo. . . Continue... Pois é. . . Saí do hospitá cum você nos braço e vortei a rola. me empregando nas casa de famía que aceitava criança, mas num parava, pru que você chorava muito. . . Quasi num tinha leite pra dá a você. . . Um dia ache emprego em casa de um casa, ainda moço, que gostava de criança e não tinha fios... Você tinha já oito mez. . . Era bonitinho. . , Tão crárinho que nem se acreditava, que era meu fio. . . A patroa fico logo doidinha pru você. . . Eu pensava que tinha achado meu sossego... Quá nada!. . . Um dia a patroa me chamô diante do paírão e de dois home, e "Maria, você qué me dá seu fio me disse: eu cria cumo meu"? Tive uma dô no prá coração que quasi me mato, e arrespondi: Não sinhora. Deus me deu êle e eu não "Pense dô a ninguém. E ela torno a fala: bem, Maria. Nós temo fortuna e você não tem nada. Cum a gente, seu fio, não terá farta de nada e pode vir a sê um grande homem... Pense bem e se qiíizé nós fica remo cum êle. de pape passado, cumo nosso fio verdadero, cum a condição de você num aparece mais, pra que êle num saiba que teve outra mãe e outro pai..."... Ah! Meu Deus! E' incrivel! Pois é. . . Fui pro meu quarto. . . Chore cumo uma doida, abraçada cum você. . . Pense dias e dias. . . Despois

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achei .que era mesmo niió pr,i você sc h>> de rico do que de unia nega pobre. . Então, disse que sim. . . Dei você a Dona Durce e fui embora, jurando que num dizia nada ._» ninguei... Mas niinca d»\é de vê você de longe... Vi você cresce, i <to coléjo. . . Chorava de orguio vendo vocü fardadinho. no meio dos menino rico... "Vi você fica home. casa... Vi tudo!... E ninguém, nunca mais. me viu... As vez eu fugia pra num grita que você era meu fio. . . Pois é.. . Mas. por que fez tudo isso? Por que? Uma mãe não deve dar seus filhos! Eu sei, mas só queria vè você feliz. * no meio de gente bôa. . . Eu só queria seu bem... O resto num vale nada... Uma explosão de ternura irrompeu, de repente, no coração daquele homem, e êle. soluçando, tomou as encarquilhadas mãos da doente, e beijou-as. murmurando: Minha mãe! Pobre mãe! Quanto lhe devo! Num chora, meu fio!... Num chora, não... Eu num disse a ninguém... Ninguém vai fica .sabendo. . . Só quero uma coisa . . . Diga. . . diga. . . Queria que vancê deixasse eu lhe dar um bejo. . . Um só... Ninguém vai sabe... Eeu... morro contente. . . Deixa, meu fio?. . . Sentado agora, à beira da cama. chorando. cm pranto, o Dr. José Moreira, o ilustre engenheiro que a melhor sociedade tanto respeitava e admirava, debjuçara-.se sobre a pobre velhinha, e cobria dc beijos seu rosto escuro, todo sulcado dc ru^as, todo molhado de lágrimas. Lá fora. o mundo, nunca saberia de aquele drama de amor materno, cujo epilogo estava próximo do fim. A respiração de Maria Clara, tornouse curta, entrecortada. como se aquela suprema emoção, estivesse lhe acelerando o fim da vida. Desvencilhando-se. mansamente. des braços do filho, falou, ainda mais de vagar e mais baixinho: Escute. . . Apanhe aquele bai';sinho... ali na pratelêra... Esse mesmo... Agora abre. . . Apanha esse embruinho. . . Esse. . Conte. . . Um conto e quinhentos... E pra Mariasinha. . . Minha filha? Pois também sabe?! Sei! Neta branca... Avó preta... Duas Maria. . Leve pra ela... mas. num diz nada. E pra ajuda o enxová de cas.. mento... Num pôde ajuntá mais... Que santa, meu Deus! Meu fio. . . num tô te vendo. . . derêto... Se. . . gu. . .re. . . minha mão... Reza ... De. . . us te. . . a. . . ben. . . çôe. . .

O enterro de Maria Macumbcira causou o maior espanto à gente do morro. Enterro de primeira classe! E, entre os vizinhos, pobres homens do trabalho, que se prestaram a carregar o "doucaixão, aquele homem bem vestido, o tor dos ricos", pálido, triste... triste...

Jvsta Jlibeiro O

MALHO


a história que Canuto, o CONTA Grande, querendo provar aos seus cortezãos bajuladores a ineíicácia da palavra real perante certas cousas, chamou-os um dia a uma praia, e, na presença de todos, ordenou às ondas então revoltas que serenassem. De nada, entretanto, valeu a sua ordem, porque as águas continuaram agitadas. E, então, à indagação patética dos que o ouviram na filosófica demonstração, teria o soberano respondido, com naturalidade: "— Vêem... Nem mesmo os reis são capazes de-tudo fazer..." Semelhante lição teria, também; p Barão de Cotegipe aprendido do nosso singularíssimo monarca, que nada fazia no sentido de reDrezar as vozes que no meio das multidões

AlúJÊ __B0 JOSÉ DO PATROCÍNIO

PATROCINIO-O se levantavam mais alto que o pregão das ordens marciais do trono. Chegada àquela altura a torrente fantástica das idéias liberais, Pedro II na sua quasi imparcialidade, em face dos fatos que atribulavam os escravocratas, dava a entender que seria igualmente impossível dominar o maremoto do idealismo libertador, que já inundava até mesmo as escadarias do Paço. Sabia-se de onde vinha a fúria do venctaval que antecipou a derrocada das Senzalas. Vinha principalmente do povo. E quem ateou no coração do povo esta de entusiasmo pelo chama viva idealismo redentor? Já se sabe: José do Patrocínio, esse mestiço extraordinário, de quem Osvaldo Orico contou vibratilmente o romance grandioso e magnifico. Pregador principal do abolicionismo, fora ele, José do Patrocínio, o audaz agitador das massas naqueles dias agitados e decisivos da campanha era que haveria de ser vitorioso; e, com justiça, o protagonista fascinador, para o qual se havia reservado o maior quinhão de flores e de aplausos consagradores, sob cuja hilariante apoteose caiu o pano, ao findar aquele espetáculo pu jante. Singularíssimo tipo de orador popular, se, como Mirabeau ou Robespierre, não possuia perfeição física nem belesa fisionômica que seduzisse ou impressionasse nos mo-' mentos comuns, na tribuna ninguem foi mais encantador. Quando

zão: — "O destino quiz que no sangue, no corpo, nas células orgânicas, na vibração dos nervos daquele homem se acumulassem e confundissem todas as torturas seculares da raça oprimida e misérrima, todas as revoltas da gente mártir contra a maldade dos opressores, toda a longa e trágica epopéia do sacrifício africano". E esta é, realmente, a explicação categórica, a razão do milagre que fez de um descendente de africanos o redentor do povo de Zumbi. Negra, medonhamente negra, era ã noite da escravidão em que se desenrolava a mais hedionda das tragédias humanas. Foi então que êle explodiu no seio das multidões, alumiando com as luzes do seu espírito

IMPASSÍVEL

aquele homem "deselegante, feio, pouco harmonioso na estatura" chegava à tribuna e começava a falar "os auditórios ficavam suspensos e perplexos". E' "Mundo que — como ajoedisse o autor de lhado" e seu grande biografo — nesses momentos "desaparecia a imagem vulgar do homem para dar lugar a uma voz que comunicava a todas as platéias o poder de sua sensibilidade bravía". Filho natural de um sacerdote com uma negra, nascera o célebre mulato na Vila de Campos dos Goitacazes, precisamente aos oito dias do mês de outubro de 1854. Veiu portanto da humildade e do opróbrio para o apogeu e para a honra. As duas maldições que trouxera ao nascer — a de vir do ventre de uma negra e o duplo sacrilégio de ser filho natural de um padre — não o impossibilitaram de tornar-se digno de figurar entre os nobres de coração, porque nenhum espírito fora mais fidalgo do que o Seu. Mas, ainda Osvaldo como argumenta "oferece à investiOrico, Patrocínio gação histórica um imediato problema de psicologia". Com efeito, Patrocínio foi um fenômeno. E é admirável como isso se deu numa época de tantos e absurdos preconceitos. Talvez para igualar as almas. Deus, às vezes, dá semelhantes exemplos aos homens. BUac tem ra-

De ROMAO DA SILVA o ambiente aonde perdurara, absoluta, aquela tenebrosidade, mergulhados na qual muitos homens, cegos de egoísmo, não se apercebiam das suas misérias e dos seus crimes impunes. E desde quando Patrocínio surgiu com o calor do seu verbo esdo pontâneo e justiceiro, a chama "Nabuco, abolicionismo, atiçada por começou a crescer. E não cessou mais o vendaval que levaria consigo o pecado mortal dum crime pagão, pela extinção do qual, impassível, se debatera de corpo e alma. Um dia, porém, aquele "tigre" indomavel que jamais se curvara perante infames adversidades, o mesmo tribuno de lingua insolente e desembaraçada que ousara desafiar o nobríssimo Barão de Gotegipe, e, até mesmo, dirigir ofensas às suas Ma"tornara-se cativo do trono gestades, da liberdade que êle pode amor por ria oferecer", mas ainda dizendo, como se dele dependesse a própria garantia da coroa que, com aquele ato, segurara a sua memória perante a posteridade: "Vossa Alteza está salva. Pôde governar". Já o 13 de maio estava feito. Não mais havia escravidão no Brasil. E então o nome de Patrocinio, vindo de todos os lábios, en o estribilho favorito daquela epopéia fantástica! Encheu a amplidão, e nunca mais deixou de vibrar no coração da raça negra, e em todos os corações liberais na nacionalidade!

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Suplemento Cinematográfico d' O MALHO

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C0NRAD Hl D T morte de Conrad Veidt, vitima A de uma sincope cardíaca — nazista idêntica à daquele general "Fuga"...— interpretou em êle que representa uma grande perda para o cinema. Conrad Veidt, mercê de uma experiência de mais de vinte e cinco anos trabalhando diante "cameras", era. realmente, um das artista. Dono de uma másgrande cara das mais expressivas que o cinema tem revelado, deu-nos trabalhos inesquecíveis, num repertório imenso. No velho cinema germanico, interpretou uma grande série de filmes, entre eles, o famoso "O Gabinete do Dr. Caligari", de Robert Wiene, no papel do soda nambulo, o film mais discutido "O "As mãos de Orlac", época; "Pavor", estudante de Praga' e este, uma das primeiras filmagens "'O médico e o monstro", de de Stevenson. Trabalhou com Greta "Os malditos", um dos Garbo em suecos imporcelulóides primeiros "estrela" escantantes da grande dinava. Em Hollywood, no silencioso, XI, de França, fez um Rei Louis "Amor de Boênotabilíssimo, em mio" de John Barrymore e um "O HoGwynplaine perfeito em Vitor Hugo. mem que ri", de Tendo regressado à Alemanha, com o advento do filme falado, lá interpretou dois celulóides note"O "País sem mulheres" e veis — último pelotão", abandonando definitivamente Berlim, quando Hitler V — 1943

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"Um rosto de mulher". Conrad Veidt em um dos melhores [Umes de sua última fase, em Hollywood. subiu ao poder. Fixando residência em Londres e se naturalizando eidadão britânico, o malogrado artista, falando um inglês impecável, teve destacada atuação nos modernos cinemas inglês e francês, e, ultimamente, no americano. Alemão de nascimento, a formação de sua alma e a sua organização artística, tudo repelia a aspereza da mentalidade germânica. Era um emotivo, um sensível, um artista de grande 45

cultura. Contava apenas cinqüenta anos e muito ainda podia esperarse da sua arte inconfundível. O seu tipo e o seu talento deixam uma lacuna impreenchivel no cinema. Êle, como Harry Baur, que também faleceu há pouco, em Paris, de um colapso cardíaco, são desses artistas que não encontram quem dos seus^ últios substituam. Um "Casablanca", ao mos filmes foi lado de Ingrid Bergman. O

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Greer Garson e Ronald Colman, lado a lado, no grande banquete.

4 de Março último, Hollywood assistiu ao décimo, EM quinto barquete anual da Academia de Artes e Ciências. Apesar do país estar em guerra, o interesse e a curiosidade do público, assim como da própria industria cinematográfica foram grandes. E'. verdade que ninguém duvidava da vitória de Greer Garson. candidata número um ao premio dado ao melhor desempenho feminino, pois o seu papel em "Mrs. Minlver" foi de fato, extraordinário. Alem disso, o filme causou tanto sucesso e foi visto por todo mundo, o que, em grande parte, já era uma garantia para que a votação dos membros da Academia lhe desse a ambicionada estatueta dourada. No salão do "Cocoanut Grove" (Hotel Ambassador) mais de mil e duzentas pessoas Se comprimiam, multidão semelhante se apertava, formando o clássico "3ereno"... Ninguém queria perder a oportunidade de ver e sentir de perto o mundo celestial da colônia cinematografica... Como no ano passado, entre os convidados de honra se viam oficiais e patentes graduadas do Exército e da Marinha americanas; desta vez, ainda para mais caráter oficial, quasi que todos os cônsules das nações amigas compareceram. E... a Rússia tambem teve o seu representante oficial, na pessoa do Sr. Antonov, eiv/iado da Sociedade de Cinema dos Soviets... O i número de artistas, alistados ou chamados pelo gdverno, tambem cresceu, tanto assim que ali estavam Tyrone Power, na sua farda dos Fuzileiros e Allan Ladd. na do Exército. Van Heflin, premiado pelo melhor papel secundario, compareceu, vestindo a sua farda de tenente... Infelizmente, dado o número excessivo de convidados e curiosos, não me foi possivel, como nos anos anteriores, circular livremente pelo salão e tomar as minhas notas habituais... ninguém se podia mover... ninguém respirava com facilidade... espaço ali era di.| fícil... : A Sociedade das Américas, divisão do Escritório do Coordenador dos Assuntos Inter-americanos, teve a

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gentileza de convidar alguns jorna. listas sul-americanos e teve para conosco grandes amabilidades. Famenos escilitavam-nos tudo... paço. Dentre os premiados, muita gente sentiu que Agnes Moorhead merecia o premio pela sua admirável interpretação no filme de Orson. Welles, "Soberba"... Eu senti da mesma maneira, sem que com isso eu queira atacar a decisão da maioria dos voíantes... Se eu tivesse votado, Agnes teria, hoje, uma estatueta... Ela é uma das mais extraordinárias artistas que o cinema já nos deu. Jeanette MacDonald abriu as solenidades, cantando o Hino Nacional... ^ua voz tremia... Talvez mais do ue ninguém, ela sentia a seriedade ianue^ momento. O marido, Gene ^laymond, está na Europa lutando p For"a Aérea... Sue Carrol... quo espera um bebê ?. que não pod'a ocultar esse fato... "stava com o marido, Alan l.add, ~;aiboso dentro da sua farda de soldado raso... Annabella tambem se sentia muito feliz ao lado do seu "fuzileiro"... que, de cabelo cortado rente, com aquela carinha de rapaz, parecia mais menino do que nunca... Ronald Colman, que, em regra, é da solidão, e não aparece em festas, deu as saras... sempre alinhado e sempre distir;to. Ele era tambem candidato ao premio que, infelizmente, James Cagney recebeu. Tereza Wright... Van Heflin não sabia o que dizer agradecendo o prêmio... Estava, de fato, comovido.

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Mickey Rooney estava numa mesa grande, perto da minha, rodeado da familia, do pai e da mamãe, alem duma garota que, ao que parece, estava matando as máguas dele... A BPt ^PPtH B^P*^1ÍÍP*sbbbbbbbI sm%í. ;jB bSbbsb. Hu, sua ex-esposa tinha mesmo, dias antes decidido pedir divorcio... Mickey ria-se a mais não pcder com as piadas de Bob Hope... Afinal, a noite toda foi de glorias para a Metro... O melhor filme: "Mrs. Miniver", melhores papeis secundários Van Heflin, pelo seu pa"Johnny Eager", ao lado de pel em feminino, Teresa, Robert Taylor; Wright em "Mrs. Miniver"; melhor papel feminino, Greer Garson, no mesmo filme... e outros prêmios menores, num total de sete... sendo que nove foram os prêmios mais importantes... Foi uma noite interessante para to***** ^^^íkIP-IsbbI ffi ü* * dos nós... e para Greer Garson. nas suas próprias palavras, uma noite inesquecível... James Cagney recebeu o premia Os premiados pela Academia: Greer Garson, James Cagney, Van "Yankee Doodle pelo seu papel em Heflin e Teresa Wright. Dandy" e Noel Coward recebeu um diploma em homenagem ao melhor filmei estrangeiro que deve passar aí com o titulo "Nosso Barco, Nossa Arma". Walt Disney recebeu a estatueta pelo seu filme curto — do Pato Donald — "Vida de Nazista", uma sátira deliciosa ao regimen nefasto de Hitler.

OS PRÊMIOS DA ACADEMIA

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ARCO de 1913 deve ter sido um mês "fans" da época. para os Além dos filmes escandinavos, italianos e franceses, havia um grande celulóide norte-americano e ainda uma amostra da cinematografia espanhola. No Teatro Lírico, que por sua grande lotação era sempre alugado para a estréia dos filmes mais caros, a Companhia Internacional Cinematográfica apresentou a famosa produção sacra, "Da mangedoura à cruz" ou "A vida do Nazareno", filmada pela pioneira Kalem nos próprios lugares sagrados da Palestina. Era "o mais completo e o mais perfeito no gênero", bastando dizer que tinha seis partes e as fitas da época tinham no máximo, três. Foi apresentado no princípio do mês e reprisado na Semana Santa, ainda no Lírico. O Parisiense lançou quatro filmes da Nordisk : — "O direito da esposa" (Ebba Thomsen), "Uma intriga na Corte" (Wuppschlander ), "A comediante" ( Asta Nielsen ) e "Velha história" ( Wuppschlander e Ebba Thomsen ) . E mais : — "Tigris", filme policial da ítala, com Lydia Quaranta ; "Jesus de Nazaré", da Film d'Art, com Jacques Guilhaume (Jesus), Pouctal ( Pedro ) e Clare Dieterle ( Sa"O desamaritana ), em dez quadros ; Lydia Zacconi, parecido", da Ítala, com "O grande Quaranta e Berta Nelson ; industrial" ( "O mestre de forjas", de Ohnet, com Pierre Magnier e Jane Hading nos protagonistas, Phillipe e Ciaire, ( filme novo que o Sr. Staffa pedia ao público não confundir com outro "Mestre de forjas" . . .) ; "Mater Dolorosa", da Ambrosio, série de ouro ;

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HA 30 ANOS (DE PERY RIBAS) "Um recruta elegante" (Tire au flane), Pathé - Frères ; e ainda uma reprise de "O mais forte". No Odeon houve o reaparecimento sensacional do famoso Zi"Ressurreição de Zigomar", gomar em série, terceira da Eclair, novas aventu"Peau ras do d'Anguille", do romance policial de Leon Sazie, contra Pauline Broquet, com aeroplanos, bombas explosivas e animais amestrados ... Os outros programas foram : — "O pacto de D. Juan", da Milano ; "Os mendicantes de "Paris" ( O príncipe mendi"O beijo de Judas", go ), da Pasquali ;

FRANCESCA BERTÍNI, a grande "estrela" da Cines, de trinta anos atrás.

BIOGRAFIAS

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filme sacro da peça de M. Lavedan, da Academia Francesa, com "Mr. Lambert Fils e Mounet Sully ; e "As duas nobresas", Pathé - color, com Robinne, Mrs. Capellani, Houry, Marquet e Mlles. Tessandier e Praince. Gavroche apareceu em "Gavroche substituiu o monstro" ( Eclair ) e Bertoldinho em "Bertoldinho e a pantera" ( Gaumont ) . O Pathé exibiu : — "Lonta" ( A vergonha), da Savoia ; "O segredo do Polichinelo" ( de Pierre Wolf ), versão Pathé - Frères ; "A dôr muda", da Milano ; "Mártir calvinista", histórico dos tempos da Inquisição, com as figuras de Catherine de Médicis, Duque de Guise, Maria Stuart e Louis XIV, da Pathé ; "O Sr. Diretor" ( de Alexandre Bisson e Fabrice Carré ) com Bigodinho ; e "A fornalha", da Eclair. Também passou no Pathé um filme do inimitável Bertoldinho, "Guarda - roupas de teatro", "Bigodinho Presidente da República", "Kri-Kri lutador" (Cines) e um filme natural sobre a "forte ressaca da baía de Guanabara, de oito do corrente" . . . Finalmente, o Avenida apresentou o filme de Francesca Bertini, "Uma hora de angústia", da Cines ; "Dottie e a dançarina", da Tanhauser ; "Tempestade d'alma", estudo do ciúme da "Pathé - color ; e "No altar da morte", da Kay Bee. Gontran apareceu em "Gontran e seu cúmplice" ; o menino Abelardo em "O suicídio de Bebê" e "Bebê não tem medo de ladrões", da Eclair. O Cinema Excelsior, da rua do Catete, apresentou em première o filme espanhol "A arquibancada numero 13".

RELÂMPAGO

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JOAN LESLIE ( Joan Brodeli ), nasceu em Detroit, Michigan, no dia 26 de Janeiro de 1925. Fez a sua estréia no. palco com dois anos de idade. Entrou para o cinema com onze anos, em "A Dama das Camélias", de Greta Garbo. Foi uma ingênua deliciosa em "Sargento York", e modelo de anúncios fotográficos.

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BASIL RATHBONE nanceu em Johannesburg, Africa do Sul, no dia 13 de Junho de 1892. Começou no teatro, em Londres, ao lado de seu primo, Sir Frank Benson. No cinema também principiou nos filmes ingleses silenciosos, mas só ganhou fama com o cinema falado americano.

KEYE LUKE, o filho de Charlie Chan-Warner Oland, nasceu em Cantão, num dia 18 de Junho, segundo o nosso calendário e num dia 5 de Maio, de acordo com o calendário chinês. Começou em Hollywood, ao mesmo tempo como ator e diretor técnico de filmes passados na China.

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MARGARET LINDSAY ( Margaret Kies ), nasceu em Dubuque, Iowa, no dia 19 de Setembro de 191C. Trabalhou no palco, na Inglaterra. Estreiou no cinema num dos últimos filmes de Tom Mix, na Universal. Ganhou fama quando se fazendo passar por inglesa, trabalhou em "Cavalcade", da Fox.

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A BAÍA NA BATALHA DA PRODUÇÃO

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jíspecíó da manifestação popular ao interventor Pinto AleixO, após sett regresso do Rio.

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Tanques de petróleo na ilha de Itaparica Vista parcial da Exposição de Pecuária, em Ondina.

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intensamente, na Baía, sob seus múltiplos aspectos, a "batalha da produção". PROCESSA-SE, Governo e povo daquele Estado, cooperando patrióticamente para o "esforço de guerra" do Brasil, têm levado adiante a grandiosa tarefa do aproveitamento máximo dos vastos recursos locais. _ A fertilidade do solo baiano, formidável reserva natural, está sendo agora utilisada no esforço de guerra de todo o Estado. Os lavradores começam a receber auxilio direto, que consiste principalmente em acelerar sua produção pelo emprego de modernos métodos de cultura, enquanto farta distribuição de sementes representa uma garantia do aumento das colheitas. Ao mesmo tempo, providencias de ordem técnica são rapidamente postas em prática para que o produto possa ser transportado para os centros distribuidores e consumidores, assegurada sua bôa qualidade. A produção agricola baiana ainda não estava à altura de suprir a serias exigências, e agora tem de atender ao chamado urgente dos soldados que defendem o Brasil. Estado dotado de vasto espaço para a lavoura, nesse setor é que mais se tem desenvolvido, na Baía a verdadeira batalha econômica. Atualmente, diversos produtos agrícolas, outrora obrigatoriamente, importados de outros Estados, ou mesmo do estrangeiro, são cuidadosamente cultivados naquele Estado, e em quantidade suficiente para auxiliar a economia das regiões no norte, ora com maiores obrigações, em conseqüência do estado de guerra. O Interventor Federal naquele Estado, General Renato Aleixo, acompanhado de técnicos, acaba de realizar importante viagem de inspecção às regiões ribeirinhas do São Francisco, coligindo detalhes, de molde a imprimir naquela ampla e uberrima faixa do grande Estado, a aceleração indispensável à maior ampliação do plano econômico em execução. O pequeno lavrador que, desprotegido, via-se geralmente, forçado a produzir quasi o indispensável para o sustento dos seus, agora é estimulado a trabalhar, custodiado por leis honestas que lhe garantem financiamento fácil e módico, transporte do produto aos centros consumidores, além de assegurar a aquisição das colheitas, caso os mercados nao ofereçam as vantagens necessárias. Todo o interior está compreendido no importante programa agrário. São, entr6 outros, pontos importantes desse programa, a produção de cereais em grande escala, o aumento da produção de arroz e o incremento da criação de aves, da produção de ovos, etc. Os municípios da zona cacaueira estão sendo orientados no sentido de desenvolver a produção de cereais e suínos, pelo menos para o consumo da região. As municipalidades são convidadas a uma participação direta no programa de incrementar a produção, facilitar armazenagem, financiamento de safras etc. Através das prefeituras e cooperativas locais, estão sendo remetidos aparelhamentos beneficiadores. Três instalações completas para beneficiamento de arroz, constituídas de motores, etc, foram distribuídas às prefeituras de Poções, Campo Formoso e Conde, sendo que uma quarta instalação será remetida em breve para Santo Amaro ou Itambé. Grande cópia de material veterinário, de extintores de formigas, de material avicola. de enxadas e foices, de carpideiras e pulverisadores e outras máquinas agrícolas teem sido distribuídas. O diretor do Departamento de Saúde da Baia distribuiudo medicamentos aos habitantes pobres das margens âo São Francisco.


A pecuaria, outro setor de inestimável importância para a economia nacional de guerra, atravessa, igual mente fase de acurado progresso, na Baía. O sucesso obtido com a 9.a Exposição-Feira Estadoai de Animais e Produtos Derivados, realizada na segunda quinzena de março p. p. no Campo de Ondina, na capital baiana, foi dos mais promissores, entusiasmando aos peritos aquela verdadeira concentração de selecionados especimes da criação sertaneja. Testemunho de que o atual governo da Baia está seriamente empenhado em atender aos problemas da batalha da produção, são ainda, as medidas protetoras do mercado de gado, que estão prestes a ser adotadas. Importantes decretos, regulando o comércio de gado e oficialisando os mercados de Feira e Jequié, já fôram remetidos ao Departamento Administrativo. Tais providencias darão ás autoridades o controle dos rebanhos, permitindo o abastecimento do norte e suprimento da capital em moldes racionais, sem sacrificios inúteis e excessos hoje para faltar amanhã, além de facilitar a devida proteção, evitar altas exageradas, utilizar reprqdutores emprestados mediante contratos e aproveitar ao máximo' o peso do gado. No setor das industrias extrativas baianas — petroleo e minérios estratégicos —, o panorama não sofre diminuição de intensidade. Na zona do sudoeste, onde existem ricas jazidas de manganês, extrae-se o minério, que é erportado para as Nações Unidas, para ser transformado em canhões, tanques e couraçados para a defesa e segurança do progresso e da civilisação. O petroleo baiano, que já aciona as uzinas eletricas da Cidade do Salvador e os veículos oficiais daquele Estado, brevemente será industrializado em quantidade suficiente ,para abastecer o pais. Ininterruptamente, turmas de técnicos e operários trabalham nos diversos campos do reconcavo baiano perfurando o solo comi as suas pezadas e gigantescas máquinas, na ansia de atin"ouro negro", que há de gir novas jazidas do precioso imprimir maior aceleração ao progresso industrial da pátria, libertando-a das onerosas despezas produzidas pela aquisição de carburantes no exterior. O petroleo baiano, realidade palpavel e grandiosa, considerado pelos técnicos como dos melhores e mais ricos em octanas, está sendo extraído em grande escala e em locais de façil acesso por via ferrea ou pelo mar. Diversos poços, espalhados pelo recôncavo baiano, gão a mais segura prova de que aquela vastíssima zona abriga inesgotável manancial daquele combustível. Esse fato constitue, inegavelmente, uma das maiores conquistas do Brasil, maximé no momento atual, quando só combustíveis valem tanto quanto aguerridos exércitos. Não para aí, porém, o esforço de guerra da Baía. Também no setor de administração, observa-se o mesmo dinamismo, que se processa sem prejuízo de um firme espirito de economia. Vale registar o fato de que logo ao assumir o alto posto de Interventor daquele Estado, o General Renato Aleixo começou por reduzir, em beneficio dos cofres públicos, importância superior a seis milhões de cruzeiros, na despeza orçamentaria do presente exercício. Mesmo assim, fôram mantidas nn—A

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O interventor Pinto Aleixo agradecendo a homenagem do povo.

Hospital das Clinicas, que será o maior do genero no norte do Brasil. as diretrizes traçadas para o bom êxito das causas do Estadc inclusive o prosseguimento do plano rodoviário, cujo objetivo é ligar todos os municípios, de modo a facilitar as comunicações e estimular o comercio interno, fatos que, inexoravelmente, acarretarão num vigoroso surto de progresso para o hinterland baiano. EiS, pois, num quadro de rápidas e expressivas pinceladas, a situaçao da Baia no aiual momento brasileiro, O que se esta fazendo naquele Estado, onde todo o esforço se movimenta no sentido de encarar com ani-mo foi te a presente emergencia, é trabalho decorrente da missão confiada ao seu Governo pelo Presidente Vargas. Terra a cujos interessses sempre dedicou atenção especial, tendo íeito inverter no encaminhamento dos seus problemas esiorço e verbas dos orgaos do poder federai, o Presidente Vargas atnbue agora à Baía uma das mais importantes tarefas desta guerra. E a Baía, em cujas praias teem vindo dar curpos e destroços provenientes de pirataria dos nazis, toma aos ombros, ccnciente da sua responsabilidade, e orgulhosa de desempenha-lo, o ingente programa que lhe é traçado. Eia sabe, de antemão, que superará todos os obstáculos e que sua contribuição nao será diminuta para a vitolia da causa comum. No dia do triunto, que não tardará, o Presidente Vargas poderá citá-la entre as unidades cuja participação na luta produziu resultados mais substanciais. ¦

Uwi dos pavilhões do quartel do 19 S/C, em Narandiba, recentemente inaugurado. ' 1 1hMJ^C^S,

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DIFERENÇA esta foto em que Mona Maris, linda ccmo VEJAM sempre, mostra o seu sorriso atraente e agradável, em que há qualquer graça infantil. E' bem uma expressão da vida moderna, do instante que vivemos, em. que a mulher tendo deixado de ser a escrava, a que se ocultava atráz de véus misteriosos, ou vivia presa a preconceitos incríveis, passou a ser um dos mais amáveis encantos da existência do seu hirsuto e feio companheiro de degredo. E que diferença entre a mentalidade da mulher de hoje, e a das suas irmãs de há alguns tempos passados!

A esposa do homem que introduziu na Europa o hábito do fumo, quando o viu fumar, imitando os nativos da América recem-descoberta, pondo fumaça pelas narinas, tomou-o, medrosa, por endemoínhado. Denunciou-o como "possuido por Satanás" e êle foi preso... Hoje, qual a mulher que já pôde dispensar o seu amável cigarro, e que não sabe fumar é urna das delicias da vida, e que fumar aumenta a elegância e multiplica a sedução?


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Enlace Senhorinha Elza Saldanha - Raul Milliet. ____MMM8gBg8ffijgJjfl

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Senhorinha. En}° n*n Monteiro-

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Enlace Senhorinha Luiza Trindade Gladstcne da Silva Siqueira.

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Nára LvAza, filhinha do dr. Candido Marinho, d. d. Juiz de Direito em Colatina, Espirito W^MmWÊt\»^^^a%^^^^^^^^^^Êa\\\ Santo, e ãe sua Sra. Eláãia Maí&%mm^*.affiw*i^\%tâ**fâBmwk rinho.

Gentil senhorinha, Diana Gomes, irmã do nosso companheiro Ranáolpho Silveira Gomes, que viu passaf mais um aniversário no dia 29 do mês findo.


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SUPLEMENTO

outono, e a inauguEm MAIO. pleno inverno — rar-se o estação da grande elegância — a cidade apresenta aspecto novo. Um sol claro, bem dourado, porém suave ilumina a paisagem, e as tnulheres correm ás principais casas de modas a vêr os modelos cjue ainda vieram da Norte America. Extasiam-se diante das novidades, as quais, na essência, contam com determinada modificação nas saias dos vestidos para de tarde, porquanto sempre apresentam algum movimento á frente, oriundo de um grupo de franzidos, de apanhados que formam bolsos ou simplesmente unem-se ao centro, panejados, assim, como aigumas das vestes de estatuaria antiga.

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Traje nupeial feito de cetim brilhante.

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Pretende-se implantar simplicidade ? Mas os novos vestidos vieram guarnecidos de peles, guarnecendo-se como tal os casacos dos " tailleurs", os quais ainda levam o adorno luminoso de cetim, sobretudo — preto em cima de preto. Nos "ensembles" esporte, constituidos por longo e frouxo casaco, saia estreita, blusa " chemisier" e bolsa-mnnchon, a pele de lontra é a mais aplicada. Em oposição a este "cnsemble" está o de saia pregueada, blusa " chemisier" e. casaco bolero, gracioso e de notável linha juvenil. Os vestidos para de tarde, para recepções, jantares. etc, enfeitam-se amda de contas, missangas, lantejoulas, alguns de fina lã azul duro, vermelho maravilha, amarelo enxofre enfeitados com pedras de ricos tons azul. escarlate, verde, as quais tanibcm aparecem sobre lã preta. Um vestido vermelho, notável de elegancia e sobriedade, leva nos ombros e nos bolsos grupos de pingentes cobertos com o mesmo pano, e outro, prelo, é rodeado graciosamente grossa por franja de linha preta. Num traje de ncgro crépe fosco viam-se, a rematar a gola dois grandes botões negros com uma pedra azul ao centro, dois bolsos de veludo azul bordados a lentejoilas negras e pedras azuis completando o " chie" da saia. Algumas frentes de blusa interessantes: vermelho com lentejoilas ouro. branco com três grandes botões espalhados de branco e de preto. Magnin está empenhado em encurtar as saias dos trajes de "soirée", dandolhes, entretanto, característica espanhola, até na " écharpe" que os acompanha. Bonwit Tellez apresenta um?, jaqueta jusIa de " tafetas" quadriculado, godeado na gola alta e na basque. para com prida e estreita saia de tonalidade unida. Três tons: jaqueta verde chartreuse, blusa "chemisier" branca, e saia marinho constituem a novidade de um "cnsemble" de Carnegie. L'm colete rosa cravo na metade e verde amarelado serve a um costume rosa cravo, mas o pequenino chapéu é feito no citado verde. Usam-se redes grossas, de "crochet", nos cabelos, flores nos chapéus galantemente postos sobre os olhos, e é de bom tom possuir, entre outros, um longo casaco de peplum vermelho com três imensos botões cuja fantasia atino caráter de preciosa jóia. ge "Marron" e " beige-caniche" figuram, com o roxo batata, entre as mais bonitas cores para a estação. Um "canotier" claro, bem no gênero dos chapéus de palha dos homens, com um véu escuro para cobrir o rosto todo, justo no pescoço, apanhado atrás e caindo em pontas fartas c curtas pelos ombros, é sempre necessário á mulher que trabalha, ou quando não se está de muito boa cara... Eis as novidades, as quais nâo se enriquecem aqui das respectivas ilustrações porque em Maio é boa norma oferecer ás noivas um modelo, pelo menos, de traje nupsial.

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Início dc meia estação. As elegantes começam a preparar vestidos para de noite, os que mais lhes favorece a beleza. Aqui está um de Ida Lupino. da Warner Bros, realmente encantador no seu conjunto azul suave e preto, colar e argolas de contas douradas.

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Rosalind Russel, a elegantíssima, num moderno vestido negro, contas brancas cm três fios bem junto ao pescoço. WÊÊ»m»r > -¦ m****»

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Bonito modelo de "faille" negra e entremeios de fustão branco, para vestido à tarde.

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Fustão branco, bordado com originalidade, guarnece este bonito vestido preto, bem próprio à meia estação.

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Para a meia csíação: vestido "sport", talhado e),n grosso so "shantung" azul, duas cinto igual, pedras vermelhas em cada ponta dos desenhos taxeados de ouro.

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O chapéu e o cinto que rematam este vestido azul anil, são de pelica branca bordados com pedras de côr.

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Elegante vestido de jersey verm.êlho morango.

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Dois tons: saia havo.ua, o cinto guarnecido de taxas douradas, blusa de veludo verde pistache, um laço de ouro e diamantes por enfeite.

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" Tailleur " de jersey, preto e branco, pratico e "chic" na presente meia esteção.

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À tarde vista-se assim, de seda fôsca negra, a frente da blusa talhada em cetim Jóias de ouro, c bonitas amtttistas.

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Cetim negro e pérolas — a mais nova contribuição elegante à "formal" elegancia feminina. /1 sf i **"»

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\\ "ensemblé" Para os dias frios: "ensemble" de Para lã preta, guarnicao finafina la guarnição de veludo ingles. inglês. Elegante e muito pratico.

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Elegante " e n semble" de seda preta, grossa e de boa caída, blusa de cetim branco. Traje "cocktail". para


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' **"* « Outro canto dc sala de estar ao gosto moderno. Aí, porém, o estalo é claro e a madeira escura, embora o biombo ao fundo seja laqueado dc branco marfim.

ECORAÇÃ A CAS Moderna, bonita C confortável maneira de mobiliar um "living room", o qual é, tambem, como de atualidade, sala dc leitura, com um canto apropriado às refeições. O grande sofá cm semi-cireulo é forrado de linho escuro com desenhos alácres, a poltrona leva forro liso, verde por exemplo, c os demais moveis talham-se cm madeira clara.

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(Modelo Diimbar — Nova York)

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Elas deviam também aconselhar às menos experientes o valor de estudar, perante um espelho de grandes dimensões, toda a cena de um film antes de o representar. Todas as mulheres do Universo fariam bem em seguir este mesmo conselho, verificando, .então, a aparência de boca, lábios e queixo quando falam, assim como a graça do próprio porte, quando se sentam. MYRNA

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"Glamour'' das arDentro do sentido do tistas do Cinema, as mulheres em geral deviam aprender, por sua vez, a tirar partido do próprio reflexo ao esflelho, em benefício da aparência. Myrna Loy, Louise Rainer, Barbara Stanwick, Joan Crawford e um ilimitado número "auto-inspeção" sob exde estrelas praticam cesso de luz, com o propósito de acentuar os pontos a corrigir. "GLAMOUR"

AO

ADVERTÊNCIA

ESPELHO

Olhar-se ao espelho pode e deve spr uma bela arte. Muitas vezes, todavia, torna-se um hábito sem nenhuma significação. As mulheres devem dirigir-se ao espplho para refletir sobre a verdade que êle denuncia, como um perfeito meio de descobrir toda imperfeição da aparência pessoal, (contra a qual a mulher se deve resguardar), assim como as perfeições a ser cultivadas. LISONJA 0 fins de comete. com o

espelho não deve 3ér usado unicamente para auto-lisonja, erro que a maioria das mulheres O espelho serve ao estudo cuidadoso dos traços, "glamour". fito de melhorar o

Para o bem das mulheres que desejam obter benefícios da própria análise ao espelho, tenho diversas sugestões a oferecer. Em primeiro lugar nunca se deve olhar apenas os próprios olhos. Sempre' que se defrontar um espelho, faça-se um exame completo do rosto. Eis o que estrelas como Irene Dunne e Norma Shearer aconselhariam a colegas jovens como Florence George ou Ann Shirley.

. Esta inspeção sob abundância d.e luz tem a vantagem de trazer à evidência qualquer detalhe que tenha sido descuidado. Além disso chamará a atenção sobre "makek-up" tiver sido mal os pontos onde o posto. Pode ainda demonstrar si o mesmo está em condições na linha divisória entre o cabelo e o rosto. As madeixas que necessitarem de boa iluminação para o correto ajustamento, aparecerão sob essa luz. Estes e muitos outros conselhos podem ser seguidos por meio de uma rigorosa revista, não com a Muminação rotineira, mas sob a ação âé focos ampliados. MELHORAMENTOS A arte de olhar-se ao espelho pode ser vantajosamente aplicada a todas as fases do aprompto feminino. Uma revisão do calçado, meias, vestido, luvas, etc, esclarecerá- qualquer transformação que se tornar

mister. As seguintes palavras definem melhor o assunto: "Mulheres que se olham ao espelho devem ter a certeza de que realmente se vêem". '

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ano passaNO do o "sweater" preto, de malha ou de tecido comum, estava na ordem do dia. Agora é a vez da blusa preta, de cetim, de organza, o que assenta com uma saia comprida ou

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curta, o que se indica para qualquer circunstância. Aqui, além dos três elegantes modelos de blusa negra, ha outros tantos para tecido ciaro, um deles no gênero "blouson". Constitue, assim, uma página de interesse na hora que passa.

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que aconselha Michéie Morgan.

"forUm penteado mal", bem para o tipo de Greer Garson.

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Cada cabeça, cada penteado. E os que se inventam agora, embora trabalhosos. guarnecem lindamente as representantes do bélo sexo. Man Grey apresenta aqui um bonito pen"toilette", teado apropriado a cabcios de ouro. 63 -

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S. Pedro disse... CHAVES Y A L E

BONITA Modelos "liseuse". para TaIh am - s e em seda leve.

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e para automoveis - fazem-se em 5 minutos Outros tipos em 60 minutos. Concertam-se fechaduras, abrem-se cofres.

RUA DA CARIOCA N.° 1 (Café da Ordem) RUA 1° DE MARÇO N.° 41 (Esquina de Rosário) PRAÇA OLAVO BILAC, 16 (Frente ao Mercado das Flores) RUA SAO PEDRO, 178-180 (Ateademos a domicílio) — Telefone 43-5206 —

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S Pijama — traje ideal para dormir, quando a temperatura é suave.

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"Liseuse" acolchoada, feita com cetim estampado.

PRIMEIRO

CONGRESSO

A sociedade baiana, totalmente ou na sua maioria, de profundo sentimento católico, recebeu, como não poderia deixar de receber com as mais sinceras e efusivas demonstrações de simpatia cristã, o ato de S. Excia. Revm. o Sr. Arcebispo Primaz D. Augusto Álvaro da Silva, oficialisando, como oficialisado está, o Primeiro Congresso Mariano Estadoal, uma or ganisação e iniciativa da Congregação de Nossa Senhora de Nazaré e S. José. O Primeiro Congresso Mariano Estadoal terá logar nos dias 6, 7, 8 e 9 de Maio, sob o alto patrocínio de S. Excia. O Sr. Arcepispo Primaz do Brasil, conforme se vê da transcrição da circular do Governo Archidiocesano da Baía, firmada por Monsenhor Apio

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Bonita camisola de seda preta, renda de igual tom, fita rosa, estreitinha.

MARIANO

ESTADOAL

Silva, Vigário Geral na Cidade do Salvador, no Estado da Baía. O programa do Primeiro Congresso Estadoal de Marianos é, sem duvida, uma obra religiosa e social, merecedora de francos e calorosos aplausos e dai, como não poderia deixar de acontecer, o apoio que tambem, recebeu do Sr. General Renato Onofre Pinto Aleixo, Interventor Federal do Estado da Baía e do seu conceituado secretáriado. Ao noticiarmos a realisação do Primeiro Congresso Mariano Estadoal, congratulamo-nos com a Congregação Mariana de Nazaré e S. José, fazendo votos pelo êxito Crescente das festividades, que se efetuarão na formosa Cidade do Salvador, no Estado da Baia. 64 —

Marechal Marquês de Herval (Continuação da pág. 14) to inchadas. Sem interromper o comando e somente depois de tudo serenado, mandou chamar um médico, e este sugeriu aplicarem-se-lhe duas bichas. Onde se aplicaram as sanguesugas, rebentaram duas feridas de máu caráter. E nunca mais pôde êle usar botas, nem até na sua estância. Desta sorte, já na Batalha de 24 de Maio, em cujo dia e todos os anos o Exército adorna-lhe o monumento e festeja a data memorável, o herói cavalgava de botinas com esporas. Fundiu-se, pois, a estátua sem deixar de haver conexão entre a maqueta e o bronze. E não fugiu o artista à verdade histórica.

De todos os generais brasileiros, foi o mais popular, dí-lo escritor contemporânio de Osório em artigo que não é assinado. O homem só é grande na alma da multidão. Quando conquista de fato a admiração do povo, este grava os seus feitos na memória, transmitindo-lhe o nome de pais a filhos, de família a família, através dos anos, através dos séculos. No nobiliário do Brasil Império tem êle títulos a que fez jús, devendò, pelo último ser tratado, juntandose-lhe tambem a última patente do Exército; mas o povo não está pelos autos e dá-lhe um tratamento especiai como que para se sentir mais em contacto com o seu idolo: assim, o marechal marquês do Herval coiítinúa sendo o popularíssimo General Osório.

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«em suceesi» nas moléstias figado ou intestinos. Essas pilulas, além do toníeas, são indicadas nas dUpepsias, dores do cabeça, moléstias do lmpr»fadai

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Durante trinta anos, levou a mais desordenada das existências. E agora? Agora que está arruinado se fez guarda noturno.

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todos os elementos necessários para manter em constante alegria, das 11 às 13 horas, cada dia. os milhares de ouvintes do seu novo programa. A "audição inaugural dc "Trem da Alegria" coincidiu com o aniversário natalicio de Heber de Boscoli, que foi, por isso, duplamente felicitado.

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' AMÉLIA SIMONE Brilhante rádio-atriz, que vinha atuando com destaque nos programas da P.R.D.-2, Rádio Cruzeiro do Sul, e qu» acaba de ser contratada pela emissora P.R.G.-3, Rádio Tupi, para entegrar no teatro de Novela.

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* .¦¦jMBmM P' A#" A ;^;: : : v;:; xx: de Boscoli, o dinâmico aniHEBER mador e creador de vários programas dos mais populares e queridos pelo público ouvinte do país, #. t / I y conquistou mais uma brilhante vitóI « \ &- ! : ria com o lançamento, em companhia "Trem da de Iára Sales, do programa Alegria" na Rádio Nacional, — duas ZACARIAS LOPES horas diárias de alegria, música, vamonóriedade, charadismo, piadas, Ator de recursos, tem nos dado logos, distribuição de prêmios tentaótimas creações em vários generos, dores — e que desde a estréia conconfirmando a sua fibra de artista. quistou, de modo completo, os apreEmbora atuando em várias emissoras, a Educadora, de cujo ciadores de programas bem feitos e parece "cast" épreferir elemento destacado. cheios de originalidade. O creador da "Hora do Pato", "Que é que o teatro tem ?" e "Ci: -¦ H1 '. - ' i^ .'¦!¦: ^' fe ;: .; ., : : . . .' :'¦ ;¦.., .'• V '¦ : '¦' tm§nema às Claras", ¦ "v''' "V ;¦:':/ •: \ :¦.¦ ¦ •/.¦;¦.':¦ . . •¦' :. : ¦ contando com a colaboração d e Iára Sales tinha, ,já, de antemão, assegurado o êxito que alcançou, pois melhor elemento não podeconseguir, r i a para auxiliá-lo a levar ao público um programa de auditório, do que o entusiasmo vibrant-e e o comu- "FOLK-LORE" nicativo bom humor daquela Antonieta Lopes é, presentemente, um verdadeiro arconsagrada "cartaz" da P.R.E.-3, em cuja emissora conta com grande Heber contista. "fans". Filha da "bôa-terra" e interprete abde numero ta, entre os pas- soluta do nosso "folk-lore", Antonieta Lopes trouxe, para sageiros do seu o "broadcasting" carióca, a beleza eloqüente de sua voz comboio, canto- tropical, que é uma caricia para o ouvido e um encanto res, declamadOípara a alma. E este é o segredo de ter ela vencido, reuninres, grupos re- do em torno dos seus aplaudidos números, uma multidão enfim, de ouvidos ansiosos. gior«ais, V -

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Lenita vai dar um passeio à cavalo.

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Rosina Paga é "Lenita era Férias", na Rádio Nacional. Quem não acreditara na vivacidaãe de seu programa radiofônico, ao ver a naturalidade com que suspende Nilsa Magrassi ao mais ¦ alto ponto do maior arranha-céu carioca ?

Lenita foi à praia, onde o sol » o mar se refletem nos seus olhos verdes e translúcidos. Um tombo de Lenita e duas das mais belas pernas brasileiras. .V*-

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U'itt/mÁm^W/ *iLm*mym}*^y mmÍWÍkW*'/ ESSA ASMA QUE CHEGA QUASI A SUFOCÁ-LO E QUE LHE DEIXA O PEITO A DOER, PÔDE SER COMBATIDA USANDO

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Não aceito substituto. Exija o nome"CAMARGO MENDES".

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Paulo Ernani, robusto filhinho do Sr. colega direSebastião Valadão, nosso"Correio Cartor do hebdomadário melitano, de Monte Carmelo, um dos mais prestigiosos orgãos de imprensa do Triângulo Mineiro. ALTO, LOURO, SIMPATICO E... RICO !... (Conclusão) Uma adivinha... Madame Cristal... Conheces ? Aparentando superioridade, Helena admoestou o namorado. Como pódes perder tempo com essas babozeiras, Arnaldo ? Não tenho superstições, e nem posso me conformar com a credulidade popular, chegando a dar dez cruzeiros, para ouvir tolices e mentiras. Ele procurou desculpar-se, mas a moça manteve-se inflexivel em seu julgamento. Por favor, não repetisse

aquela leviandade imperdoável. Mas... que disséra ela ? — Prometeu-me a realisação de meus sonhos, prognosticou-me um futuro prospero e • • • aumento de ordenado. Poderei casar-me. Que achas? O olhar meigo de Helena, percorreu a figura mascula do companheiro. "Alto, louro, simpático e... muito rico !" Um último e dourado raio de sol, brincava nos cabelos esplendidamente negros do rapaz. NÃO

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(Conclusão) automóvel, gritava para o condutor: — "Depressa ! Depressa" Diminuía a distancia; tresentos metros o separavam já do edifício ameaçado... na excitação de sua repetia com justificada impaciência, vóz rouca: "Depressa. Depressa". Como se aquela palavra fosse uma fórmula mágica, à qual obedecesse a fatalidade, deu-se de repente uma formidável explosão, que fez estremecer o sólo e semeou o pânico, na rua. E após o primeiro momento de espanto e surpresa, uma onda humana se precipitou fóra do edificio sinistrado, enchendo o ar de alaridos, de espanto e lamentos desoladores...

Snr. Sebastião Valadão, dinâmico diretor do "Correio Carmelitano", que se edita em Monte Carmelo, nc Triângulo Maneiro. 4

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Nessa noite, diziam os jornais: "Durante o salvamento dos feridos, entre os montões de escombros e vigas, os bombeiros encontraram um homem, vestido de operário, que segurava nos braços o cadaver de uma mulher moça e bonita, e o qual, tendo sem duvida perdido a razão, devido à tremenda impressão recebida, ria às gargalhadas, repetindo de vez em quando: Depressa! Depressa!

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lillRlW .-.5 :l'l . Transcorrerá a 14 do corrente o aniversário natalicio da senhorinha Elvira Mucillo, filha do nosso companheiro Arlindo Mucillo, e de sua esposa, d. Selmira Mucillo.

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Sr. Bellino Baggio, da importante firma Marco Baggio & Irmãos, num flagrante feito quando de uma visita à sua Fazenda Bela Aurora, no Paraná, onde possúe um dos mais belos cafezais daquele Estado. '"*" V "' - 1943


EPOPÉIAS

BRASILEIRAS

"Sigam-me

os

que

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forem

Caxias,

o pacificador

brasileiros"

6 de Dezembro de 1868. Um dia de guerra. O invicto Condestável do Brasil grande perigo que se transformou em era mestre na arte de organizar as rememorável triunfo para a nacionalidade. servas, para utiliza-las no momento As forças brasileiras em luta contra a oportuno. Para conseguir a vitória, o tirania, avançam para a ponte de Itororó. Brasil, precisa contar também com as Em sucessivas ondas, tropeçam os nossos suas reservas econômicas, parcela do ante os obstáculos e o fogo adverso. seu potencial militar. E o senhor é uma Em meio ao fragor da peleja o grande dessas reservas. Colabore no fortaleciCaxias, num lance de epopéia, toma a ^mento econômico da nação e assegure vanguarda das tropas, bradando: "Sigam- um pecúlio certo para a sua família me os que forem Brasileiros!" E os subscrevendo títulos de Kosmos Capitabrasileiros, eletrizados, conquistaram a lização S/A., a companhia que transforma pequenas importâncias em vuldura vitória de Itororó. O gênio militar de Caxias era tão bri- tosas reservas econômicas com as quais lhante pela tática, que comanda as bata- fomenta a produção, e colabora no lhas, como pela estratégia, que dirige a fortalecimento econômico do Brasil. JL

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do Ouvidor 87 — Rio de Janeiro Rua — Realizado: CrS 800.000,00 Capital: CrS 2.000.000,00 2.000.000,00 Capital: Reservas de Garantia Reservas mais de CrV 10.500.000,00

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