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O general Gosip Broz Tito. cujo retrato ilustra a capa de nosso mensário, é o chefe supremo dos atualmente 50 anos guerrilheiros iugoslavos. Conta de idade. E' considerado o "terror n.° 1" dos alemães na região balcânica. À Agência Alemã de Informações divulgou, recentemente, estes detalhes sobre o general Tito, colhidos entre prisioneiros iugoslavos: "A arma favorita de Tito é uma pistola automática, que êle traz sempre consigo. Sua mascote é um cão alsaciano. Monta invariavelmente o cavale branco que pertenceu ao governador da Croácia. Gosta de usar no gorro, como emblema, a estrêla soviética. E' um fumante inveterado que não tem competidor..."

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NEM TODOS SABEM QUE... Quem serviu de modelo para a BE A TRIZ de Canova Edmond Biré, outor das anotações e comentários que enriquecem as edições das Memórias d'além-Tumulo, de Chateaubriand, conta que, em 1813, o escultor Canova fez, de memória (ou de cabeça, como se costuam dizer) um busto de mulher, de uma mulher formosa, que lhe fora apresentada. Era Mme. Récamier, que ficou imortalizada numa Tela de David. Tendo mostrado o busto à ilustre senhora, esta se aborreceu. 0 artista, ferido em seu amor-próprio, guardou a sua cbra-prima- E fez bem. Quando menos esperava, Mme Récamier procurou-o e perguntou-lhe: Que fim deu àquele busto que lhe inspirei? Canova, pesaroso, respondeu: Eu o transformei numa Beatriz. "Tal é a origem — explica Edmond Biré -- desse magnífico busto da Beatriz de Dante que, mais tarde, o estatuário executou em mármore". O padre Canova, irmão de artista, enviou uma reprodução a Mme. Récamier, cem dois versos da Divina Comédia, bem expressivos. AS ÁGUIAS EMPALHADAS Por ocasião de um congresso de cientistas, reunido em Pisa (Itália) em 1839, Gaetano Gicrgino e Luciano Bonaparte discutiam política. Falando sobre o príncipe de Cavino, de quem era um grande admirador, Giorgini exclamou: Que modelo para os estadistas ! Luciano encolerizou-se: Você não passa de um cortezão ! — vociferou. — E você — retrucou Giorgini — é apenas o empalhador das águias .que Napoleão conduzia vivas pelo mundo. A CURA DA CANÍCIE Entre as substâncias, de que as glândulas carecem para elaborar o cabelo, encontram-se as que permitem dar-lhe coloração. A caníce é conseqüente à falta de ditas substancias ou da incapacidade das mesmas glânduIas para se servirem delas. Em obediência no mesmo princípio, pelo qual os criadores de canários dão a esses pássaros a coloração almejada per meio de alimentos, é possível devolver ao cabelo branco a côr que tinha anteriormente, ainda que as glândulas sejam incapazes, temporariamente, de extraí-la dos alimentos que lhes proporcionamos. Essa possibilidade consiste em tomarmos alimentos que, ao se desintegrarem na assimilação, conservem, não obstante, o pigmento contido neles. Podem-se incluir no número dessas substâncias as uvas pretas e a beterraba; as primeiras, chupadas com as cascas, e as segundas, usadas ao natural, seja aproveitando-lhe o suco da preparada em salada. Uma ração de meio quilo de uvas pretas e 200 grs. de beterraba produzem efeitos positivos, transcorridos os três primeiros meses de tratamento. Aconselha-se, além disso, que se suprimam o pão branco, as massas e doces, e se adotem, em seu logar, frutas frescas e secas, de preferência em jejum.

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QUANTA ÁGUA HA NO MUNDO Um físico tudesco, o prof. W. Halbfass, dedicou-se aos cálculos complicados. Desejando saber a quantidade de água existente sobre o globo, entregou-se a sérios estudos. Em sua opinião, há sobre a crôsta terrestre 1.307.318.300 quilômetros cúbicos de água. Os oceanos cobrem quasi três quartos da superfície terrestre, ocupando o primeiro plano, com 1.300.000.00 de quilômetros cúbicos. A seguir, vem, por ordem de importância, a água contida nos gelos polares, aproximadamente 3.500.000 quilômetros cúbicos; a água dos lagos e das lagunas, que têm quasi a mesma quantidade. Os rios e cursos dágua, 50.000 quilômetros cúbicos; os paúes, 6.000; a neve que se espurge sobre o solo, 250.000; a água existente nas nuvens e na atmosfera, 12.300. UM EPITAFIO DO XVI SÉCULO Monsenhor Louis Barbier, bispo de Langres, legara a soma de 100 escudos a quem fizesse o seu epitafio. Surgiram logo vários pretendentes ao prêmio, mas o único epitafio que agradou à S. Exa foi o de La Monnoye, assim concebido: Aqui jaz mui gran personagem Que foi duma ilustre linhagem. Que mil virtudes possuia, Que a ninguém iludiu e foi sempre direito... E aqui paro, por não ter geito P'ra mentir mais por tal quantia. A FLOR QUE A DAMA DAS CAMKLIAS NÃO COMPRAVA Maria Duplessis, a-Margarida Gouthier do drama intenso de Alexandre Dumas Filho, ficou conhecida em todo mundo entre os sentimentos amorosos com o nome de Dama das Camelias. Pois bem, foram encontrados agora papeis e documentos dessa dama, em sua maioria contas e recibos, que nos revelam coisas interessantes sobre os preços dessa época, que em 1845. eram muito mais baixos dos que os de hoje. A Dama das Camelias pagava pelo seu palacete 600 francos; por um vestido doméstico, 2,50. A sua preferência era pelas luvas, a julgar-se pelos contas. A média era de 24 pares por mês. Havia também muitas contas do fornecedor de flores, porém, coisa curiosa, de tantas e variadas flores, nessas contas, nenhuma se referia às camelias ! às pálidas camelias 1 O QUE VALEM AS FERAS As feras, apesar de ninguém as desejar em casa, custam preços elevados nos mercados europeus. E, talvês, por isso, não consiga o nosso pobre Jardim Zoológico adquirir alguns exemplares que se possa admirar... O rinoceronte idiano e o gorila — por exemplo — custam, em média 130.000 francos; a girafa e o elefante, 85 a 90.000 francos; o hipopotamo, 70 a 75.000 francos. O leão está, entretanto, muito depreciado pela facilidade com que se reproduz no cativeiro. Um leão que custava 20 a 25.000 francos antes da guerra, não vale atualmente mais que 1.500 francos. Que desprestígio para o rei dos animais'! Sobre as serpentes, dois fatores intervém para se estabelecer o seu preço: a raridade da espécie e o tamanho. As serpentes se vendem aos metros, como as modestas fitas de setim... A Python e a Giboia valem 550 francos o metro, quando antesentam o tamanho médio. Certas espécies chegam a alcançar o preço de 2.000 francos o metro.

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O Centro de Cultura Afro-Brasileiro promoveu em maio último, uma semana de festividades comemorativas do Abolicionismo no Brasil, que denominou "Semana, des Palmares", e durante a qual muitas expressivas homenagens foram prestadas à memória de. Brasileiros que teem o nome ligado os ao grande feito da nessa história. São aspectos dessas comemorações fetos aqui estampados; a primeira fixa a reunião inaugural da "Semana dos Palmares" e a segunda mostra o jernalista Osório Nunes pronunciando eloqüentíssimo discurso ao pé da herma do poeta Castro Alves na solenidade de encerramento das festividadss, no Passeio Público.

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Aos que não gostam d. comprar livros... E' um costume que, com minha larga experiência d_ bibliotecátio considero inconveniente a de solicitar livros presenteados. As obras que geralmente se recebem não valem o espaço que ocupam nas estantes, e embora façam número não aumentam por certo nem o prestígio nem os benefícios da biblioteca. E' necessário saber que as editoras e os autores dos livros realmente bons não podem presenteá-los. Êle repre entaria grandes capitais que um particular não pode inverter em distribuir gratuitamente a mercadoria. O que se deve ter não chega, e os livros presenteados são os inserviveis, em sua quasi totalidade. Adquirir as obras d"gnas de serm lidas é justamente o que significa ter e former uma

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O espírito do c Imperador da Rússia era por modesto e bom. Depois O índole de sua entrada em Paris, á testa de seu exército, em 1814, mostrou desejos de alojar-se, não nas Tulherias, mas no Elysée. A Mme de Staèl, que o lisonjeava, afirmando que os seus súditos deviam ser felizes por serem governado por êle, Alexandre 1.° disse: Eu não sou senão o produto de um acaso feliz. Ao contemplar a estátua de Napoleão 1.°, na Praça Vendôme, exclamou: Se eu estivesse tão alto, teria mêdo que uma vertigem me fizesse cair. Certa vez, no Elysée, um alto dignatário da côrte lamentava-se: NÓS O

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Alexandre I.* Há bastante tempo, Majestade, que vossa chegada era esperada e desejada em Paris. Ao que Alexandre 1.° retrucou, sorrindo: Minha demora dependeu do heroismo francês. A estadia do czar em Paris favoreceu as anedotas. Contam que, indo a uma casa de saúde, perguntou a uma enfermeira se o número das loucas por amôr era considerável. A mulher teve esta resposta espirituosa: Até êste momento, não. Mas é de crer que aumente, devido à permanência de V. M. em nossa capital. Precisamos dizer que o czar era uma figura simpática...

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O interessante "cowboy" Virgilino, de cinco anos de idade, filhinho do Snr. Alceu da Motta Leite, residente na cidade de Franca, São Paulo. A

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Enlace do Snr. Adely Ferreira dos Santos — Senhorita Zeny Montenegro, rcalisado nesta Capital.

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DIAMANTES

retirado I^T CJM parque de Londres há um lugar "jardim dos que diai\ muito bem se pôde chamar o mantes". Ali se reúnem todos os dias, exceto aos sábados e domingos, regular grupo de homens, russos na maioria e quase todos maltrapilhos. Quem os visse em tal lugar e com tão pobre indumentária, não pensasaria que levam nos bolsos de seus miseráveis casacos verdadeiras fortunas. São negociantes em diamantes ainda não polidos. Fazem seu negocio do modo mais simples; sem agentes nem notários, nem livros, nem cadernetas de contas. Um diamante de um lado, uma pilha de bilhetes do banco de outro, e a operação fica terminada. Estes traficantes são todos peritíssimos. Entre 200 pedras de igual tamanho e lapidadas igualmente reconhecem sem vacilar u m brilhante lapidado na TONICO Holanda. Há diamantes que em NUTRITIVO uma mesma jorESTIMULANTE nada trocam de dono quatro e cinFORTIFICANTE co vezes deixando cada um deles Jarespeitável lucro. V I — 1 9 4 4

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JlatM ds j^zsvsdo literatura portuguêsa-brasiNA leira, o norr.e de Joaquim Leitão é justamente respeitado. Trata-se dum grande escritor de além-mar, amigo decidido do Brasil, e que já conviveu conosco. Pertencendo às duas Academias, a de ciências e a de Letras, êle é um romancista, contista, historiador, critico, ensaísta, jornalista. Assim, critico, último livro que recebemos. Os Deuses voltaram, foi lido com encanto e carinho. Trata-se duma 2.a edição, este com um prefácio notável de Júlio Dantas (Bertrando, Irmãos, & Ltda., Lisboa, 1943). O livro talvês seja o melhor entre os melhores do escritor luso. Falta-nos o espaço devido, senão, com satisfação, acompanhavamos, capítulo a capítulo, o precioso volume, também formosamente impresso. Podemos dizer que Os Deuses voltaram é um verdadeiro acontecimento para Portugal-Brasil. Traça o autor nestas páginas vividas alguns soberbos Quadros da Renascença. Reaparecem figuras celebres de papas e reis, artistas e príncipes. Grande escritor, o Snr. Joaquim Leitão, no seu estilo verso, tem capítulos soberbos, como O Baile da Morte, Pintor de Pecados, Mistério de um Gênio, e outros. Leiam o livro, que darão razão ao cronista. Gravuras ótimas. Xavier Placer dá-nos A Escolha, romance de estréia (Snr. José Olimpio, editora, Rio de Janeiro, 1944). E' um novo, e vamos contar com mais um romancista. Perfeito? Não. A perfeição vem somente com o tempo. Êle tem talento, e tem uma decidida vocação para esse gênero difícil de literatura. Nem sempre o estilo segurc, nem sempre a observação será precisa e clara. Mas, à verdade, é que ai está o estofo dum romancista. E' a história, a vida dum seminarista, e o campo é vasto. Mas o moço perde os seus entusiasmos pela carreira sacerdotal. Um padre diz no livro, ao rapaz, — fuja da mulher, "fuja dessa serpente de mil tentações, meu filho !" O enredo vai se desenvolvendo, e os religiosos, não se desencantam. Nem os outros. O livro A Escolha fecha com um hino à vida, — "Eis senhor de todas as possibilidades: olha como a vida é bela e como as horas são frágeis... Oh, vive ! Deixa para trás o que fôste. Vive, Cesario !" E Cesario está vivendo. Um prefácio do mestre Álvaro Moreyra recomenda realmente um livro. Aí está o caso de Canções dos Mares do Sul, de Dirceu Quintanilha (Pongetti, Rio, 1944). Álvaro Moreyra é a graça, a observação, o estilo leve dansando as idéias proMALHO

fundas. Tudo o que êle escreve, trás uma ironia à Oscar Wilde, e é um encantamento. Os seus paradoxos esfusiam, e a gente sorri. Salvo se o sujeito é mesmo um misantropo. Há versos bons, alguns cheios de emoção. O poeta é um moço cheia de sonhos, — numa época brutal de guerras e, sangue. E fome. Êle canta, às vezes com felicidade, o amor, a natureza, a lua, as mulheres. Está certo. E' preciso sonhar de vez em quando. E o poeta sonha. Pequenos poemas, vejamos um Noturno: Enlaçaste-me, há pouco, o pescoço E me beijaste o rosto. Na penumbra do quarto Não vi os seus olhos mas os senti [molhados. Depois, ficou entre nós um silêncio [sem fim... Quase todo o livro do Snr. Dirceu Quintanilha é assim. A sua poesia é simples. Mas aqui e ali há uma certa emotividade. Aguardemos o seu segundo livro. A tradução para o nosso idioma do livro inglês ou norte-americano, principalmente na seara do romance, entrou nos hábitos do leitor brasileiro. Os romances e novelas, então bem grossos, de centenas de páginas, os editores lançou nos mercados, certos da vendagem. São todos bons? A maioria realmente não valeria uma tradução bôa. Há porém traduções ruins que estão afinal na relatividade do livro. Temos aqui um romance alentado de Helen Mac Innes, Encontro com o perigo, com uma tradução discreta de Lygia Junqueira Smith (Comp. Edit. Nacional, São Paulo, 1944). Livro duma escritora norte-americana traduzido por uma escritora brasileira. A autora dera um livro muito divulgado, — Above Supcion. Valeu a pena Encontro com o perigo ser traduzido? Sim, este merecia uma versão para o português-brasileiro. E' uma obra de ficção sim, mas há dentro dela muita observação justa e muito comentário feliz. Assunto? Um dos do momento, — guerra, espionagem. E' bem atualisado. E' a história de certo oficiai britânico, do Serviço Secreto, que é mandado à força, depois da celebre retirada de Dunquerque. Disfarça-se em soldado francês, vitimado. Êle vai para se aposssr dos planos nazistas referentes à costa da mancha. O assunto é movimentado, e a autora consegue prender a atenção do leitor. E isso, num romance desse gênero, é tudo.

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Eça de Queiroz é eterno. Hontem como hoje, todos nós lemos saborosamente o autor das Cartas de Fradique Mendes O segredo da Arte de Eça é que está sempre atualizado. As suas criações ou as suas cópias, ficam sempre. Os Pachecos, os Acacio, e a ronda grossa das suas personagens. Assim, a ótima Edição Dois Mundos (Rio de Janeiro, 1944) deu-nos um excelente presente, na sua "Coleção Clássicos Contemporâneos", — ! Eça de Queiroz, Homens e Idéias do Século XIX, antologia de verdade, seleção e prefácio de Vianna Moog, que num livro já estudara dentro do de Eça, bom critério, a personalidade o homem e o escritor, — "o escritor mais característico de sua época". Êle é todo um século de literatura. O prefaciador coloca Eça além de Balzac e Zola, como o mais representativo, o mais ligado ao espírito dó seu tempo. Esta antologia bem merece o respeito e a procura dos entendidos, e honra qualquer estante selecionada. Relemos o livro com intenso prazer, havendo nesses capitulos cuidadosamente selecionados, sempre um sabor novo. -A

Jesus Nazareno, de Humberto Robden (Edit. Epasa, Rio de Janeiro, 1944), é um livro célebre. Está, na nossa lingua, na quarta edição, o que já poi si representa uma recomendação. O autor aprecia Jesus como os Evangelhos o desconhecem e como a sua alma o contempla. Escritor católico brasileiro, Humberto Robden dá-nos uma obra volumosa, bem meditada, e com uma grande elevação moral. E' um livro profundo. E' um psicólogo que, através dum estilo claro, apresenta as suas idéias ou comenta as dos outros, com felicidade e critério. Jesus Nazareno é obra que os cato-

S. Pedro disse...

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lícos estão lendo com interesse semDeus e a Igreja têm pre crescente. Exnele um verdadeiro apóstolo. plica-se nestas centenas de páginas o Evangelho, e esclarecem-se certos pontos que podariam parecer obscuros. Um autor fascinantes. Alguns dos nossos leitores pedem pensar aue somos otimistas ao tratar-mos dos livros que recebemos, e são afinal quase todos os que se publicam no Brasil, e muitos do estrangeiro, principalmente de Portugal. Geralmente fazendo pequenas observações. Explica-se. O critério seguido nestas criticas ou notícias, é o da seleção. Devemos atender primeiro a carência de espaço, pois que há fome de papel. Vemos os livros bons, ou aceitáveis, e tratando deles. Os outros, que nada valem, porque não tèm "sentido", bom senso, estiIo, e afinal talento, — seria disparate nos ocuparmos deles. Roubaria o espaço que pôde ser empregado sobre um bom livro. Assim, que não tratando deles, ou às vezes fazendo uma simples referência ao seu título e ao seu autor, — uma referência muito vaga... Por exemplo — Sombras, "poemas" de Oscar da Silva Techeira. Esse senhor não é um poeta. Encobre a sua pobreza espiritual apresentandose como "modernista", que aliás é uma cousa passada. Se tivesse talento, está certo, — mas não tem. Adeante. Sangue ardente, contos, de Josefa Ribeiro Monteiro. Soma e segue. Aquele seu "conto" Maldição de pai, bem merecia que fosse a autora condenada a trinta anos de prisão, e , mais um dia. Paisagens mortais, de Pabricio PeFrancamente, é difícil reunir reira. tantas asneiras num só livro !

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Carlos de Laet, o polemista, — de Antônio J. Chediak. Segunda série (Zélio Valverde, edit. Rio de Janeiro, 1944) j O assunto é empolgante e curioso. Carlos de Laet é uma das nossas figuras literárias de maior relevo. Acresce que a sua feição principal foi a polêmica, e é desse tema que o livro trata com propriedade. Antônio J. Chediak é um entendido, um professor, um erudito. Êle soube apreciar em conjunto a obra vasta e complexa de Carlos de Laet, que precisava a seu respeito dum livro assim. Carlos de Laet não será esquecido, porque a ironia é eterna. O trabalho de pesquisa do autor foi enorme e exaustiva. Êle não fez apenas um passeio pela obra de Carlos de Laet, e sim um estudo demorado, tirando as suas conclusões que nem sempr.e poderão ser aceitas, mas que merecem todo o respeito. Pontos de vista. Carlos de Laet foi tremendo na polèmica, e a sua obra será sempre relembrada. Do livro, propriamente, o maior elogio que podíamos fa^ zer é lamentar que não tivéssemos lido a primeira série. Moacyr de Almeida foi um dos nossos grandes poetas, que a morte roubou cedo. Agora, na "Coleçãc Grandes poetas do Brasil", saem asl suas poesias completas (Zelio Vai- ¦ verde, edit. Rio de Janeiro, 1944)'. Aqui estãc Gritos bárbaros e outros poemas. Poeta dos melhores e dos maiores, o editor patrício fez muito bem em lançar este livro, reunindo nele o que o poeta brasileiro escreveu de melhor. BarVlo de grande amplitude de pensamentos e idéias, Moacyr de Almeida tinha profunda sensibilidade. Dentro do seu verso havia idéias. Lembram-se da Tua voz e do seu olhar? Branca filha de mar e da alvorada, Entre flores e músicas nascida, Tens o céu na garganta perfumada, E um mar em cada palpebra dorida. Na ânsia de tua vóz anda perdida A alma de Ofélia, em sonhos de [balada... E. em seu olhar cheio de aurora e [vida, Ha uma sombra — minh'alma ! — [ajoelhada. Olhas...

^UITAS pessoas saudáveis geralmente o são. Se você é desanimado torne-se forte alegre e satisfeito tomando a Emulsão de Scott. Feita do mais puro óleo de figado de bacalhau combinado com calcio e sódio, mais fácil de digerir quatro vezes que o óleo puro, opplicada portanto a todas as estações do anno. O vidro grande é muito mais econômico.

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E enches de sói meus ne[gros dias ! Falas... E sua vóz rasga em [minh'alma Uma verde clareira de harmonia ! Falas e olhas...

E, aos céus vibran[do um grito, Minh'alma ardente a asa do sonho [espalma E com a asa do sonho enche o in[finito... Um bom livro é esse Poetas Novos de Portugal, da "Coleção clássicos e Contemporâneos" (Edições "Dois Mundos", Rio de Janeiro, 1944) com prefácio muito interessante da poetisa Célia Meirelles.E' uma obra de divulgação que torna r.3 —

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beneméritos os seus editores. A verdade é que muitos desses nomes andavam desconhecidos ou quase desconhecidos no Brasil. E a mesma lingua... Uma seleção criteriosa, com os retratos dos autores. A no tável poetisa Celicia Meirelles faz uns conmentários justos, e salienta os valores dos que estão nesta coletânea, alguns mal compreendidos. Aqui estão Adolfo Casais Monteiro, Afonso Duarte, Antônio Botto, Camillo Pesanha, Carlos Queiroz, Fernanda de Castro Osório, José Regio, Manoel da Fonseca, Miguel Torga! Natercia Freire, Vitorino Nemesio e mais uma dezena de nomes. E' um grande serviço aue este livro presta ao Brasil e Portugal. De certo teremos breve uma coleção de poetas novos do Brasil para o conhecimento de Portugal e talvês até do próprio Brasil. Ao acaso, versos de Antonio Botto: O' meu tesoiro, por quem Padece meu coração Dolorido ! — Que linda noite aí vem !... A tua carta, Mil vezes a tenho lido. Nunca me troaues por outro, Nem me enganes — vida minha ! Sofro tanto ! A quem contarei meus males, Negros males, tristes queixas, Se tu não me deixas? 'de Remessa Livros — Redação d'0 Malho — Rua Senador Dantas, 15-5.° andar — Rio — Brasil. O

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Enquanto os homens vem apenas o "conjunto", as mulheres vão aos mínimos detalhes, ao analisar outra mulher... Com que rigor o fazem! E o primeiro olhar é sempre para a pele! Defenda-se, pois, assegurando uma cutis sempre juvenil com o uso diário, pela manhã e à noite, do Leite de Colônia. Cientificamente preparado, Leite de Colônia limpa, amacia, aveluda a pele. Não disfarça, apenas, corrige os defeitos, removendo espinhas, cravos, sardas e manchas. Para proteção da sua beleza, use Leite de Colônia, a juventude permanente da cutis.

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frios e indiferentes aos acontecimentos aleassinalam a marcha do tempo, cs calendátristes ou que gres APARENTEMENTE rios têem um prodigioso potencial de emoções guardadas aqui e além nas folhas que cada um de nós, em gesto quase automático, arranca do bojo das folhinhas de ano. Ê.,se potencial se revela ou para os indivíduos ou para as multidões. Um aniversário de familia • marca na criatura um momento de ventura é o tempo que dá ao homem a sensação de que esse homem, vivendo mais um ano, conseguiu vencer o própro tempo. Desse paradoxo deriva a alegria dos lares. Também pode trazer uma recordação dolorosa: a lembrança de uma existência interrompida e a fúnebre imagem de um esquife que resurge da sombra do passado e provoca um compasso mais vivo no ritmo do coração. O indivíduo, dessa forma, para sua emoção pessoal, pode encontrar, na presença de uma data que a outros parecerá apagada ou vasia, uma poderosa reserva de sensibilidade traduzida em tristeza ou alegria. Essas são as efemérides de familia, ou, uma imagem mais arrojada, os feriados do lar. Também as multidões têem as suas datas. Um dia, assinalado vermelho a pelos critérios oficiais na tinta das folhinhas, pode erguer toda uma coletividade na vibração da mesma alegria ou da mesma piedade. Agora, no frio mês de junho, o São João é uma dessas efemerides que descerram o seu potencial lírico aos olhos de toda gente. E coramos, diante da folinha, o perfil de santo do precursor de Christo a batisar no Jordão a figura sagrada do Nazareno. E vemos exsurgir, fagulhantes e belas, as labaredas das fogueiras joanina.. enquanto no céu, misturando-se à cintilação das estrelas, brilham os balões que acrescentam luminárias à amplidão e enchem de ruidosa alegria a alma das crianças... Depois de uma experiência cemo essa, na data feliz do São João, não se pode acreditar mais na mutíez e no indiferentismo dos

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calendários.


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pre apetite dormem bem trabalham com gosto 3 conhecem a alegria ds viver". À medida que as pessoas vão entrando em anos, tornam-se mais moderadas no riso. Devia ser o contrário, porque reduzindo-se a aptidão física para os esportes e os exercícios físicos em geral, mais necessário se torna o riso, particularmente no caso dos anciões e dos indivíduos de hábitos sedentários que, por esse simples fato, estão expostos ao afrouxamento da circulação sangüínea, atraso da secreçâo grandular, constipação intestinal e insuficiência hepatica. A alegria é para o organismo humano o mesmo que o sol para as plantas. Se queremos sentir-nos transbordantes de vida, necessitamos de abundant3 provisões de oxigênio, o que facilmente podemos conseguir por meio do riso, com a vantagem de que a profusa oxigenação que desse modo obtém o nosso sangue, se verifica sem a fadiga consiente que tem lugar no caso dos exercicios físicos; podendo nós portanto, mesmo sentados em confortável poltrona, revivificar o sangue. Está calculado que em cada ciclo respiratório se renovam nos pulmões 350 centímetros cúbicos de ar, ou seja a décima parte do ar que essas viceras podem conter; mas por meio de uma gargalhada, a quantidade do ar renovado neles pôde multiplicar-se por sete. Isto eqüivale ao exercicio que executam os pulmões da um jogador de bola, em ação, não havendo em compensação no primeiro caso o risco de quedas ou pancadas, de fraturas de ossos ou contusões musculares.

RIA O QUANTO PUDER.. os princípios da civilização se vem escrevendo acerca dos benefícios que o DESDE riso implica para a saúde. Há vinte e oito séculos os sábios das Sagradas Escrituras assentaram: "um coração alegre te fará tanto bem como um remédio". Poetas, médicos e romancistas sempre atribuíram ao riso virtudes curativas.Mas ninguém descrevera essas virtudes, nem explicara o seu porque. Fora sempre considerado como uma arte. Tornou-se agora parte integrante dc uma ciência. O riso não é só benéfico para a saúde fisica, mas também para o espírito. O riso é a linguagem da paz, da simpatia e da bôa vontade. E' a própria essência da vida. Produz saúde, conquista amizade e rende dinheiro. Segundo uma autoridade médica, "o riso é saudável e rejuvenescedor. Abre o apetite, auxilia a digestão, facilita a respiração e a circulação do sangue, dá o brilho da alegria aos olhos e às faces, um toque de juventude. As pessoas de temperamento alegre têm sem-

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O riso é o melhor tratamento das palpitações de origem nervosa. As pessoas que delas padeçam receiam rir, crendo que o coração se lhes pôde paralisar, quando o certo é que as experiências demonstraram que as gargalhadas, a certos intervalos, constituem um excelente remédio. O coração encontra-se sob a influência estrita das emoções, e o estimulo que a sua ação mecânica recebe com uma gargalhada é-lhe muito benéfico. A gargalhada estimula igualmente a ação dos órgãos digestivos, pela vibração é massagem que os músculos abdominais lhes imprimem. O movimento convulsivo que acompanha a gargalhada deve-se à ação externa dos músculos abdominais e toracicos, e do diafragma. A este respeito escreveu um fisiologista: "Esta atividade muscular vai da garganta ao pelvis. Todas as glândulas do pescoço e todo o conteúdo do tórax e cio abdomem vibram, sacodem-se, dilatam-se e j contraem-se alternadamente, isto é, recebem ^ uma perfeita massagem, no curso de uma\ gargalhada. Claro está que entre as partes^, que recebem essa massagem estão as glanduIas de secreção interna, dantes consideradas inúteis a que hoje se sabe terem importância vital; entre elas se contam o corpo tiroideo e

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as cápsulas suprarenais. Sua ação e a circulação do sangue, nelas, recebem um estimulo imediato com a gargalhada". Como quase todas as glândulas de secreção evidente recebem esse estímulo, é evidente que a visível convulsão produzida pelas emoções alegres constitue um fator terapêutico de grande importância. S«ndo o riso, como é, um relaxamento do corpo e do espíritto, evita a tensão de diversos órgão. Muitas das afecções nervosas poderiam se evitar por meio do riso. que é muito mais eficás do que qualquer medicina para esses casos, dele não derivando certos efeitos nocivos de muitos remédios. O riso é um tônico para os indivíduos de vida sedentária, e um calmante para os nervosos. O riso é tão contagioso como a tristeza, mas com a vantagem de ser saudável. O medo, a ansiedade e a ira figuram entre os peores inimigos do homem; sãc eles que formam a ferrugem e os residuoa encarvoados que empastam e corroem seu mecanismo físico e seu espírito, e para os evitar, ou combater o dano que produzem nâo há melhor que o óleo do riso. Por que não rir, quando isso nada custa, e tão benéfico nos é fazê-lo?


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BATALHA A VARIAS MILHAS DE ALTURA Por

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twaffe.;. Goering previu as caraterísticas das bai-alhas; vindouras, e a prova disto é que consegulu, lançando não de recursos extremos, aumentar o número dos seus caças em 30%. Como flflflflflBIBW*BBflflBBBBflflflJfl é de supor, este aumento se fez a expensas duma diminuição no número de bombardeiros, Curiosa fotografia de uma esquadrilha de Fortalzzas Voadoras, no sendo devido a isto o grande período de inatimomento de um bombardeio. Pode-se observar o nutrido fego do vidade efensiva da Luftwaffe sobre a Inglaartilharia aue parte da terra. terra. se oporem à nova tática da Luftwaffe, os Aliaos alemães invadiram a Rússia, fizeram-se dos Para enviam, durante todo o percurso, um grand? número muitas comparações entre as batalhas navais da de aparelhos de escolta. Nada pôde desagradar QUANDO frota, e as terrestres que as divisões motorizadas mais os chefesde dacaça Luftwaffe do que a visão, sobre o coteriam que sustentar nas extensas planuras da Ucrânia. ração da Alemanha, dos últimos tipos de caças de grande Hoje em dia, os alemães têem estendido à guerra no ar, raio ds ação. as idéias em que se baseam as operações da frota, sendo O resultado disto era que os caças alemães, prepaa última manifestação destas as batalhas travadas por rados para atacarem os bombardeiros, se expunham a centenas de aparelhos, os quais, formando uma unidade. s;rem atingidos entre o íog0 ofensivo destes e o ataque atuam em obediência a um plano estabelecido antecipa- dos caças de escolta. E' isto exatamente o que tem acondamente. A Luftwaffe vê-se na necessidade de intentar tecido em muitas operações, nas quais os alemães sofrea defesa do seu território, e em especial de Berlim, com ram consideravelmente. Com a introdução do caça de grande raio de ação' todos os meios ao seu alcance. logra-se que, até a uma distância dumas 300 milhas, a os caças, nos canhões-íoguete figuram cs Entre estes Luftwaffe se veja na precisão de entabular combate, não caças munidos de holofotes, os aviões que arrastam bom- só com os aparelhos de bombardeio atacantes, mas tambas seguradas à extremidade dum cabo, a ação conjunta bém com caças tão bons como os seus; os movimentos de milhares de canhões anti-aéreos, milhares dc holofotes destes caças estão baseados num sistema de mudas de multicolores de grande potência, e aparelhos que soltam meditado estudo, segundo o qual um grupo de caças procentenas de fogos de Bengala, com objeto de iluminar o tege os bombardeiros durante certa parte do percurso, e gasolina céu, deixando ver as silhuetas dos bombardeiros que ata- ao ser substituído por outro, fica com suficiente e munições para travar combate com os alemães onde cam durante à noite. que estes apareçam. A Alemanha perdeu a sua ofensivas quer Antes de ser possível realizar as grandes maior vantagem, a de se encontrar à grande distância, "Flyng Forts" e no durante o dia, utilizando centenas de próprio momento em que vê desaparecer a sua antiga "Liberators", foi necessária a adapção de novas táticas. superioridade em números. O resultado é evidente na formidável lista de cidades Anteriormente a estas, a Luftwaffe enviava os seus cacincoenta por ças, com único fito deles empreenderem combates iso- alemãs, encabeçada por Berlim, mais de destruídas. se foram separassem das cento já bombardeio aparelhos quais que de lados com os "ATLANTIC PACIFIC PRESS AGENCY") de sua formação. Os americanos chegaram a compreen- (Copyright by der perfeitamente que o fogo coordenado de vários aparelhos em formação constituia a sua Um grupo dc Lancasters vcando a baixa altura sobre a vila fratimelhor defesa, e que era possível lançar um ceza de Chatillcn-sur-Loire, rumo às fabrica?, dei canhões Schneider. grande volume de metralha e projéteis conem Creusot em qualtra os caças que se aproximassem com quer direção. O bombardeiro isolado era, fácil muita freqüência, embora não sempre, presa dos caças. motivo disto, Goering deu ordens aos Por "caças de intentarem fazer fogo direto seus contra os "costados" das grandes formações de bombardeiros. As grandes esquadrilhas de aparelhos de caça aproximavam-se, _ adotando posições favoráveis, e à máxima distância possível, abriam fogo com. os seus canhões-foguetes. canhões e diferentes armas de alcance suficiente. Estas ordens eram devidas tamHH bèm a outro motivo: A Luftwaffe evita, sem^^mms/Mk___\WrSu\^P^t__mk aaÉMsiat»-w-.. caças seus de ___\_)&ú&_^ -Z^lf^mWWWaimSy?! a participação pre que pode, em combates isolados: em Dieppe saiu-lhes muito cara a lição. Escusado é dizer que uma das constantes aspirações da aviação inglesa "fae americana consiste na repetição desta *JàK ¦sfl LHs&iBk aa-afE BPWgg, ..MmmWeK.***—»—""-si" _fll^a> " • •^^flQflflHBLT ^lrTr 4T akaSflaflaVlflaSHr çanha" contra o maior número possível de caças inimigos. Os altos chefes das forças aéreas aliadas sabem ser necessário lutar para conseguir su'-•** premacia no ar sobre o interior da Alemanha, flar ¦BaBflJflflfls£* ** só sendo possível destruindo os caças da Luf19 4 4 V I 18 MALHO O


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, vl do trecho Um lindo do jardim e praia —• Rio. Jardim Guanabara O

MALHO


I Obra de Osvaldo Orico Realçada na Academia Brasileira uma das últimas reuniões seEM manais-da Academia Brasileira, o acadêmico Cláudio de Souza usou da palavra para se referir aos recentes aparecimentos, em Buenos Aires, de vários livros do seu confrade, escritor e poeta Osvaldo Orico, que se encontra atualmente no Chile, em missão diplomática do nosso Governo. O ilustre acadêmico exaltou, em breves palavras a obra daquele nosso antigo companheiro e atual colaborador, expressando-se, sobre ela, nos seguintes termos: "Com muito e jubiloso entusiasmo venho falar-vos do último livro de nosso companheiro Osvaldo Orico, que não obstante seus esforçados trabalhos na nossa representação diplomática no Chile, continua a enriquecer nosso patrimônio artistico com obras da mais fina concepção e apurado lavor. Em poucos meses sairam à luz em Buenos Aires seus livros: Hombres de América, Raíces Heróicas y Politicas de Ia Independência dei Brasil, e Sus Mejores Cuentos. Vem-nos. agora, a Ruta Sentimental de Rio de Janeiro, preciosíssimo álbum ilustrado das belezas do Rio, em que cada ilustração é acompanhada de versos ricos de colorido, de sol e de fragância, de nobreza e imponência igual aos mais altos cumes que circundam nossa baía, e cuja elegância e flexibilidade de ritmo parecém colhidas do perpassar dos ventos por nossas florestas e modu-

a de ternura e de meiguice em encantador lirismo. E se o admiro como prosador, parece-me ainda masi sedutora sua inspiração lírica. Daquele breviario de orações modelares, doirado com o melhor de nosso ouro e incrustado com as mais preciosas de nossas gemas, pensei em ler-vos uma página, mas. fiquei indeciso na escolha entre tantas jóias, como as do Largo do Boticário, do Altar-Mór da Igreja de S. Bento, da Pia da Igreja de N. S. do Carmo, do Outeiro da Glória, do Flamboyant da Praia Vermelha, das belíssimas Cartas de Amor e outras. Tomei, ao acaso, um trecho de paisagem da Tijuca, em que duas pinceladas enchem a tela de ouro profuso de uma acácia em flor: SENDERO DE TIJUCA '¦

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ladas pela aura de saudade da nostalgia misteriosa qu-j constitua a pauta melodiosa de nossa raça. O que há de mais comovente nesses lindos e delicados cantos é a saudade intensa e pungente da pátria que eles exprimem. Osvaldo Orico que nos tem dado obras magistrais de história e de fantasia, numa prosa muscular e sangüínea de vida pletórica e impulsiva, apresenta-se nesses pequenos poemas numa expressão artística diametralmente oposta, ou seja, ¦ ¦

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Arriba una lluvia de oro, En ei suelo ei oro en flor. Acácia dorada, Campanilla de color. Bajo Ia acácia dorada, El azul de una mirada Volvió mi vida encantada, Y ei alma, quedo parada En Ia tarde iluminada. Lluvia de oro desprendida Hacia ei suelo de Ia vida, Ei alma quedo florida En Ia tarde iluminada, Como una acácia dorada Bajo Ia acácia florida... .:¦:¦¦¦-¦::¦ ..:.:.;.;.::;.;.;.:.:.:.

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PEDIATRAS

Completaram a 10 de Maio o curso de especialização de Pediatria e Puericultura os médicos Alberto de Souza, Oswaldo Richicri, Paulo S. Santos, Osmand K. Araujo, Silvio Plenamente, Arthur P. Studart, A. C. Mattos, Prof. Flavio Lombardi, O. O

MALHO

Mafra Pinto, Gama Corrêa, F. Guedes Pereira, Rosalvo Moura, Barone Nostari, R. Souza Vignoli, C. Vianna Guerra. Este curso foi dirigido pelo Prof. Flavio Lombardi e ministrado no Ambulatório da Obra de Proteção à Infância Pobre. Entre esses novos pediatras destaca-se o Dr. Arthur P. Studart — o terceiro sentado a contar da esquerda — formado pela Universidade Nacional em 1939 e figura de relevo nos nossos meios científicos e sociais que, pelos seus dotes de inteligência e cultura goza de grande prestigio na classe a que pertence. 20

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Associação Brasileira de Imprensa elegeu, ha dias, a sua nova A diretoria, tendo a solenidade da posse se realisado no dia 13 de Maio, no auditório da casa dos jornalistas. Neste segundo conclave foi reeleito presidente, mais uma vez, o r»nr. Herbert Moses, recondução que representa, sem dúvida, um ato de justiça, diante da grande obra empreendida pelo atual presidente, e que, em seus detalhes, é do conhecimento de todos. O resultado geral da eleição, de que resultou a organização da Diretoria que regerá os destinos da A. B. I. no biênio de 1944 — 194G, foi o seguinte: Presidente — Herbert Moses; 1.° vice-presidente Heitor Beltrão; 2.° vice-presidente — Oswaldo de Souza e Silva; 3.° vicepresidente — M. Paulo Filho; 1.° secretário — Gastão de Carvalho; 2.° secretario — Júlio Barbosa; 3.° secretario — Oscar Guerra Fontes>; 1.° tesoureiro — Hugo Barreto; 2., tesoureiro — Manoel Lourenco de Magalhães; 1.° bibliotecário — M. Bastos Tigre; 2.° bibliotecario — Francisco de Paula Job; procurador — Raul de Borja Re>s; diretores — Belisario de Souza, Ozéas Motta e Ignacio Bittencourt Filho; diretor do Departamento de Cultura — Celso Kelly.

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BRASILEIRA

Grupo /eiío per ocasião do almoço oferecido pelo Snr. Antonio Lago, diretor e proprietário d'A Gazeta da Farmácia, em sua residencia, aos redatores e principais colaboradores dêsse jornal especializado, para comemorar o 12.° aniversário de sua funda-ção. O snr. Antonio Lago aparece ao centro, ladeado petos presidentes da Associação Brasileira de Farmacêuticos e União Farmacêutica de São Paulo, que foram convidados especiais. OMALHO 21 1944 — VI


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O Rio elegante continua a afluir com o mais vivo interesse às reuniões que o Jockey Club oferece aos amantes do elegante esporte turfistico. Aqui estão três fiagrantes feitos naquela derby em uma das suas recentes tardes de corrida.

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BERTA SINGERMAN — A grande declamadora Berta Singerman, que tantas vezes a platéia carioca aplaudiu e terá oportunidade de ouvir outra vez dentro em breve, em recente fotografia tirada em La Paz. Ao seu lado uma llama- boliviana, animal tipico daquele país.

ELISA RfllBERGER Elisa Naiberger é uma de nossas mais festejadas pianistas e compositoras de música. E' muito jovem ainda, o ^ue lhe aumenta o valor artístico. Aluna do Prof. J. Otaviano, venceu brilhantemente, em 1938, as etapas de seriação do Curso Oficial, conquistando a medalha de ouro. No curso de Aperfeiçoamento do Prof. Fontainha, adquiriu essa virtuosidade invejável que a notabiliza. Referindo-se à Elisa Naiberger, a Prof. Magdala de Oliveira disse: Seria útil o seu aproveitamento pela Prefeitura nos concertos de artistas nacionais do Teatro Municipal MALHO

— 22 —

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O RIO GRANDE E SUAS RIQUEZAS NATURAIS

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Um Jahú de 40 quilos. Este peixe atinge até cem quilos.

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Acampamento da Caravana Magaldi, nas proximidades da Cochoeira do Quisaçú-Rio Grande. situadas as Uzinas Junqueira, a maior produtora de açúcar e álcool do Brasil meridional. As belas fotografias que aqui estampamos, atestarão não só os encantos da natureza luxuriante deste caudaloso rio, como também a extraordinária riqueza de sua fauna iauitiológica. . Estas fotografias foram apanhadas pelo Snr. Braz Magaldi, de São Paulo, quando da excursão de sua caravana a essa região afortunada.

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tributário do rio Paraná, GRANDE o Rio Grande, limite natural de São Paulo e Minas Gerais, além de suas invernadas e pastagens nos municípios de Olimpia, Barretos e de toda a zona privilegiada que vai de Igarapava a Presidente Vargas, possúe notável riqueza piscicola. Cortando toda a imensa interlândia do extremo oeste paulista e das lindes mineiras fronteiriças, este volumoso curso d'agua além de servir a uma região em pleno desenvolvimento, possue características naturais bastante acentuadas. Para mostrar de maneira mais positiva o seu papel na economia brasileira, basta lembrar que êle banha toda a face do Triângulo Mineiro que confina com São Paulo e que a sua margem, em Igarapava, se acham — 24 —

Um pintado e um paerí pescado no Rio Grande, afluente do Paraná.

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tivemos oportunidade de escrever sobre o asJÁsunto, chegámos a apresentar sugestões ao Instituto do Livro, sugestões essas que, parecem, vão ser aproveitadas pelo Sindicato de Editores, segundo o que conseguimos saber e que pretende realizar uma campanha coletiva de publicidade do livro não apenas do nacional como desejávamos... Por várias vezes se tem feito a pergunta: — Por que o livro nacional, tem tão pouca tiragem? Por que não alcança as cifras dos livros estrangeiros, lançados aqui com tanto espalhafato? Está, justamente, no espalhafato o segredo... Já dizem que o ovo da galinha tem mais procura porque a sua produtora grita aos ventos quando põe. ao passo que a pata, silencíc... E o americano brada que reconhece dois únicos poderes: — O de Deus e o da Propaganda! Andam querendo dizer que são os nossos 60% de analfabetos e o preço do livro nacional que não ajudam nas tiragens... Mas como há tiragens grandes mesmo de livros importados, pelo preço extorsivo de 20 a 30$000 o volume? Fizemos certa vez uma enquette nas estâncias de veraneio e encontrámos 90% de leitores lendo livros estrangeiros, no original e na tradução... Apenas 10% nacionais. Qualidade? Cremos que não. .. Poderemos deduzir que há leitores no Brasil para grandes tiragens e o nosso preço não é proibitivo. E se há livros maus nacionais, também há terríveis estrangeiros. .. Falta, pois, ao livro nacional, propaganda. Dos nossos escritores modernos mais lidos no momento, é Erico Veríssimo. E por que? Suas obras são superiores a dos outros? O escritor gaúcho tem boas obras como as tem fracas. . . Mas são todas anunciadas! Nem todos os escritores ou editores, porém, teem recursos para VI _ l 9 4 4

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Uma campanha de publiseria o cidade coletiva ideal. Nas nossas sugestões enviadas ao instituto do Livro falámos na criação de taxa sobre vendas, uma editores cobradas e por da livreiros custeio para propaganda do nosso livro. O Instituto do Ltvro poria, entretanto, um técnico de propaganda à frente de "nf __f Ym\\ L»»_-a-<*r_r tal empreendimento (The right man in the right piaE essa campanha ce...) ser desenvolvida poderia pelos pontos abaixo: 1) Despertar o gosto pela leitura, preferindo o livro nacional. 2) Obrigar os livreiros a expor em 1." linha os livros nacionais na razão de 2 terços). (Atualmente acontece ao contrário). 3) Contra o empréstimo do livro. Deve-se ter ciúme de um livro como daquilo que se ama. E o autor ganha "_P"^ rnsm rim\. V_*_»* mamam ganha por exemrjlar vendido... 4) Despertar interêsse para que cada pessoa organize uma biblioteca de livros nacionais, mostrando a biblioteca também como ornamento de um lar. — E há uma biblioteca há onde ALVARUS DE OLIVEIRA alguém que lê, e alguém que lê é alguém que sabe e aiuma propaganda organizada _ técguem que sabe é alguém superior... 5) Convencer o público a nicamente orientada. Há também liir menos uma vez por semana ao vros que não comportam uma camcinema e comprar um livro naciopanha de publicidade porque há nal por mês. 6) Ajudar a comobras em que não confiam os edibater o analfabetismo. Há entre saem da e tores prateleira, que nós cerca de 30 milhões què não enquanto depositam confiança em sabem lêr. Se os 15 milhões que outras que não teem êxito de livrasabem ensinassem aoS que não ria. .. porque a crítica condena sabem, a um por ano, em dois livros que o público gosta, e eleva sem anal f abeestaríamos anos, . não tolera. . livros que o público tos... E o que interessa é o público que Com estes pontos teríamos uma o compra. Este é o verdadeiro terbela publicidade do livro nacional mómetro da popularidade de um e incremento muitíssimo grande da escritor. fato procura do nosso livro. A nossa Houve um que reforça o leitura é tão boa como qualquer afirmamos, bem interessante que outra. Os nossos escritores antialiás: — A escritora brasileira Cagos e modernos rivalizam-se com rolina Nabuco, depois que se falou os estrangeiros. Possuímos temas muito no plágio de que teria sido históricos tão belos como qualquer vítima pela autora americana de "Rebeca", mundo. do pais a interessar ao passou Falta unicamente ao nosso livro: público e seus livros sacudiram um a das PUBLICIDADE! poeira pouco prateleiras... O M A L H J 25

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ecõoii surda voz dele Frei Bernardo ecoou

Eu lhe direi, meu pai. O senhor talvez não possa me compreender muito EUS grande./. Deus é grande vibem porque é um santo, e os santos Òo N T of de L OnÇ> S TQASH A R B E N / /l i sombra da nave., onde os vitrais esboçavam mundeste vem longe das mesquinharias é cores, sabre o lagedo de.^ mármore, a do. Eu era um homem feliz. Proprietário ' voJde frei Bernardo/soou longamente com de uma grande fábrica de tecidos, l-u s r a/» cyo^E GOUL A R V^Jjm\W% ' | oficinas, minhas em Ali, t> /silíncio/era uma espécie de^-fiar] muitos empregados \ ^^__—~""*""«L g^j^nvisiv*»! cujas ^^^ /*"**>. I XarnSm» ____. tdas tremessem /4o menor ruido. Petés ajrtadi_S altas, as' os meus teares encheram os meus cofres paaBA ^AmA^—aA. s"^"^ ^T* '_. \P~ __fl I 11 de mais ouro do que eu desejaria. Basvras do/frade ficaram vibrando tante rico. mandei construir a minha casa I^eus é/grande... Detís é gra num vasto parque, entre colunas de ínárSim, JL>eus/é grande, meu pai. ^B I n meu; sofrimento >. 11 J o more e portões de de bonze... Casei-me [Mas^ Rehão se/ quando /acabara — respondeu ti ma outra vpz.l na so\ m\\ ml/l f com a filh» de um velho general da I muitos anos lidão fa igíe durante estivera púbhca, que cana Índia c que vivia sozinho num _j»_dots/se//blharam>Í!las pupilas de Frei Bernardo havia Nuits-St.de ruínas sarlo quase em um sossego triste, .aríís doce. como aquele próprio ambiente . .X Georges. .. cm 4ue se encontravam. Nos olhos do outro, porém, sentiajM Georges. — fl —. ela morava com o pai?. E se uma aflição i desesperada. X

AaduÍao de/adu/de almeida/

.

Tenha iim pouco de calma, procure sentimentos — aconselhou-lhe o religioso.

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dominar

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_^*^vn___T ,!

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que

E seus lá rios, muraram, débil nent< Màteu O quente

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meu

confessionário,

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E frei Bernardo ergueu-se,

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persignando-se.

E o desespero era tão terrivel em seus olhos, que o confessor tornou a sentar-se, contra a sua vontade. Está crime

horrivel

bem.

Arrependeu-se

sinceramente

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do

que praticou?

O. outro baixou a cabeça e não respondeu.

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Diga. Está arrependido de todo coração? O estranho ainda dessa vez ficou calado. W

Fale.

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A noite já caíra suavemente entre as esguias nervuras góticas da capela, e, dos vitrais à sala do coro. dos sinos às pies de prata da sacristia. uma serenidade imensa enchia aquele an.icnte sagrado.

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um rapaz inteligente, alegre, de bons músculos,-"*., mãe jà falecera, de uma"*_íhíe, que a atacara subitamente, numa noite em que regressávamos de um passeio a

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i-m. Continue... Quando José, m*u filho, fez vinte e sete anos, começou a sentir os primeiros sinais de uma doença misteriosa. A principio, {le .não quiz me pôr a par do que lhe acontecia, e esquivava-se de mim. conservando-se longe de casa. Tenho uma quinta em Chambertein. e para lá éle se retirava habitualmente. Isso não me

A igreja ficou toda iluminada de pequeninas flamas. que c-Uvam, tremulamente. Uma lâmpada de ferro, suspensa sobre o órgão. foi. também, acesa, projetando uma claridade arro\cada em toda a nave.

bucólico,

seria

razoável,

nervosamente. Vamos,

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meu

amigo.

Prossiga.

estava. . .

esta-

... porque estava leproso. O mal lhe surgira traiçoeiramente. Uma noite, êle se preparava pra ir a um baile, em Paris, quaitdo descobriu uma grande mancha no peito. Dois dias depois, seu corpo estava Um

MALHO

meio

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26

para

medonhamente.

Aquilo/ era uma desgraça além das minhas fôcçaj. Sou,,um homem de setenta anos, fatigadó de uma existência ilhos contínuos. Âh! O infeliz esdeformado. Era um

.tjjva comjlfet amente verdadeiro monstro

teu padre.. .

— Sim.7^>v[

Dijon...

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Por qué êle não o /avisou, tratamento como devia ?

cias..\ Mas, no \momento em que/ché^quarto dd meu/ filho, este' jâ esguei ao tava à minha espera. Kteu 'coração sofria

Sim, meu pai, não me demorarei... Pois como lhe dizia, meu filho era uma criança robusta, sã... Mas, os tempos foram passando: o menino fez-se rapaz,

— Diga. ¦— i

fazer o

Bernardo, escutándo-o com atenção

Chegado à quinta, fui recebido meu administrador ali, o qual me pelo disse que tinha um assunto sério a tratar comigo. Fomos para mi mr ,JÊ ym sk o escritório, e êle, então, me revelou a tráverdade que eu \i_ I gica /'•'>: <--4f ****----^rO\_ ^_____r^__TÍ **_í__ desconhecia. Meu fia_k lho fugia de mim por-

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— Não sei, meu padre/ file era muito parecido com o avô, o pai de minha mu? Iher.\ Não gostada de /fazer confidjfíi-

que va.

Surgiu um frade com uma chama e começou a acender os ri rios dos altares.

O

muito

estenda

se

rapidamente: meu filho abria-se/todo em dilatadas. chagas, e as suas carnes, redaços. em a desfazer-se puseram-se

porque, dentro de déz minutos, teremos aqui a reunião do cabido, e eu preciso estar presente... — observou-lhe Frei

mãos, \

não

O desconhecido interrompeu-se. Um soluço lhe torceu os lábios, numa contração de dôr, e êle apertou a cabeça nas

Meu pai, não me abandone — implorou o in— Não me abandone, pelo amor de Deus. . .

feliz.

Rogo-lhe

ciedade, metido naquele por mais tempo do que decidi ir a Chambertain.

hálito

pena de si, desgraçado...

-

preocupou, durante vários meses, porque aquela minha propriedade, com «uas parreiras de magníficas uvas brancas, l realmente encantadora. Julguei que Cie se deixasse ficar naquele sitio por simples amor à natureza. Mas, um dia, vendo que o rapaz não voltava a vida de to-

filho.

frade 1 ivoú as mãos ao rosto, horrorizado. do desi o nhecido lhe atingiu as faces. Deus

espirito

3b,

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Por um rrinuro a nave/mergulhou, outra ver, no silêncio. li. nesse instai te, a tranqüilidade, ali. era tão grande que se podia ouvir o < stertor de .urna vela que bruxoleava adiante, aos pes de um cru ifixo de ébano. para

Não. meu padre. Até casar-se conuma mlgo. estivera sempre hospedada de Beauvizinhanças nas granja, ne. onde d conheci, num domingo, na praça FJeury. quando

os\seus

Estavam num confessionário..- Frei Bernardo e o nhecido que o procurara naquela tarde, suplicando-lhe ouvisse. Ningu ;m mais. r. /

Eu lhe contare/ tudo, Aifse o ¦ estranl o.

íaMP• ¦

"Notre da voltava de uina missa de Dame". Casei-the com ela — isso Jâ, faz "— e. um dia, nasceu-nos ihji trinta anos filho. Uma criança forte, linda.._x*^\

cheio

daquelas

mês decorreu.

A

2f-T

nódoas doença

horríveis. marchava

Quando\mc>riu, nnju filhp etgti.use da cama. Seds c lhos cravaram-se no? meus, desesperadas ente. E sUns mãos horrfndi s. ir chadas, sem disformes, unhas, cobertas de pús, se estenderam "l leu p ii, meu amigo, para mim... pena de i lim Eu ireciso morrer. Aqui, debaixo di ste travesseiro, está um revólver. Há muito que jtento suicidarme, mas não tenho :oragem. O senhor é bom. Por que nio me mata?..." — im"Não, não posso"... — plorou-me. — tenha

E êle, estendendo-me t respond>-lhe. "O se arma, gritou-me, com rancor: — nhor deu-me a vida, atirando-rae a esta desgraça irremediável. Agora, seja humano para comigo; aqui está este revólver: mate-me. Mate-me, mate-me meu pai..." file chorava, e as lágrimas escorriam pelas suas faces horripilantes. Sim... Uma névoa passou-me pelos olhos. vertigem, e, num impulso aluuma Senti cinado. tomei-lhe a arma da mão, e deilhe um tiro na cabeça. Um tiro, um só. Êle caiu morto, instantaneamente. Que infelicidade...

Sabia Deus. tei o tanto.

Então, sai correndo e vim ter aqui. que o senhor havia de aliviar-me. com certeza, esta contra mim. Mameu filho, mas êle sofria tanto.. . . Sou um desgraçado.. Daqui a me apresentarei à policia. Antes,

pouco porém, eu precisava de confiar ao senhor a minha tragédia... Frei Bernardo pensou um instante, de palpebras cerradas, apertando o crucifirs que trazia à cintura. E, levantando-se, porque os outros monges, reunidos, já o esperavam velho:

na

Que abençôo,

sacristia,

Deus

meu

me

disse

perdoe,

ao

mas

pobre eu

o

filho. VI _

1 9 4 4


Pompéia quem no pórtico de Atheneu apresenta um pai que leva o filho para o colégio e, indicando o estabelecimento, diz: — Vais encontrar o mundo, coragem para a luta! Este caso de despir a criança das ilusões da educação caseira para o embate com a realidade também o menciona Stefan Zweig, ao relembrar com melacolia a sua infância, quando mostra a sua infelicidade de menino, num educandário, em Viena, onde toda uma série de desencantos lhe rodeou os primeiros anos escolares com os velhos e bolorentos métodos de ensino, nos quais não havia uma visão de professores c dirigentes para menos sofrimentos das crianças. Os métodos pedagógicos não comungavam Raul

máu professor que dá aula com o relógio sobre a mesa, para contar os minutos fatigantes da obediência. Também existe o educador dedicado que, sem olhar o tempo, decorre sobre a matéria, procurando ensinar, orientar. Podemos juntar a estes o coronel Jonas Correia p«lo descortinio que tem para elevar-se além do tempo, visando ao homem dc amanhã — no futuro de sua pátria. Quando imprimir ao ensino primário da metrópole uma orientação brasileira, pensa também despertar nas novas gerações a conciência duma realidade que, sentimos, os antigos métodos pedagógicos estavam longe de formar. Tivemos uma adolescência idêntica à do europeu Zweig,

Et

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Jonas

Correia

UM EDUCADOR com as almas delicadas que mal desabrochavam para a vida. E tinha razão Raul Pompéia ao ditar o conselho paterno: — Vais encontrar o mundo. .. E foi relendo, agora, a página sentida do grande escritor austriaco, que me rejubilei ao ler a "Exposição de Motivos da Reorganização do Ensino Primário", pelo Secretário Geral de Educação e Cultura do Distrito Federal. Para as finalidades do regime escolar as considerações do coronel Jonas Correia mostram, com sua cultura o sentido profundo, que êle, com os acontecimentos da nossa amarga hora presente, está vigilante para dar à criança um mundo menos áspero. Na verdade, só os espíritos tocados duma unção de crença e bondade deveriam ser levados aos deveres sagrados de ensinar a infância. E no coronel Jonas Correia encontramos essa altitude de alma bem formada para os misteres de 0 MALHO

empreender uma reorganização do ensinp primário. Sendo homem culto e tendo perfeita intuição de educador, pienejou êle uma reorganização que está principalmente de acordo com nossa época tão cheia de transmutações econômicas e sociais, mais sacrificada ainda pelos horrores da guerra dos homens que se denominavam civilizados. .. Os homens eram progressistas, inventaram todas as máquinas, abriram todos os caminhos e acabaram presos pelos braços de aço e perdidos em tantas encruzilhadas. Cabe aos educadores a tarefa mais árdua. Exemplos não faltam. As lições serão eternas se os homens não esquecerem!... Para o nosso regime escolar a reorganização do ensjno primário estava exigindo figura de tanta envergadura. E' de Escragnolle Doria — grande e querido mestre — uma consideração sobre o sistema errado de

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talvez pior pela grandeza e riqueza de nosso vasto solo adormecido em berço esplêndido por incúria da polticalha nefasta. Hoje, diante dos embates duma realidade pavorosa para sentimentais e emotivos tão mal educados, estamos envolvidos numa guerra durante a qual só se fala no futuro de após-guerra para um melhor sentimento de amor, justiça e liberdade. Mudou um pouco o rótulo de igualdade, fraternidade e liberdade... Quaisquer que sejam os aspectos que o mundo político de amanhã possa apresentar, nossos filhos que forem guiados, orientados e instruidos dentro dum plano come o que acaba de elaborar o coronel Jona3 Correia, serão jovens e homens capazes de enfrentar sua época melhor do que nós, tristes barcos desarvorados ao sabor dos ventos e marés... SEBASTIÃO

FERNANDES VI — 1 9 4 4


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JURACY CORREIA

logo no começo do mundo. O FOICreador ultimava a sua obra prima. o Homem, assistido por todos os componentes de sua divina c&rte. Tendo que se retirar por um momento, o Senhor proibiu a todos que lhe tocassem. Mal o Creador saiu, a Solidão, furtivamente, fechou os olhos ao Homem. Receiosa pelo que sua irmã havia feito, a Ambição tornou a abrilos, mas fê-lo em demasia. E Deus colocou o Homem, que julgava puro, na Terra. Calma e tranqüila corria a vida do Homem. E êle se considerava feliz. Certo dia, porém, ao fechar os olhos para dormir, êle sentiu-se sosinbo; quando acordou já desejava uma companheira, Quando o Senhor preparava aquela que seria a companheira do- Homem, descuidou-se. Dentre outros o Pudor, a Sinceridade, a Honestidade, a Ingenuidade e a Meiguice se acercaram da Mulher e penteiaram-lhe as longas madeixas. Tudo pronto, aproxima-se distraidamente a tréfega Malícia e desfaz, ^le uma vez, o que pacientemente haviam feito as irmàp Virtudes. E o Homem levou a Mulher que. de inicio, comeu a maçã. . . A Ambição deixara no Homem o seu estignva indelével, e êste tornou à presença do Senhor, em busca de algo que lhe completasse a existência. Bem. considerou o Creador. levas uma vida tranqüila e ociosa. Queres algo que te faça sofrer, tê-lo-ás. O que é sofrer? — perguntou o homem Tu verás, respondeu-lhe o Senhor. E o Senhor entregou ao Homem uma enorme caixa, com a tampa transparente, dizendo; leva-a. Tens aí o que procuras. Debalde tentou o Homem erguer a caixa: não o conseguiu. Desiste, pediu-lhe o Senhor. Ai estão o peso de um Ódio, a Extensão de uma Maldade e o volume de uma Dor. Escuta: ouves os gemidos do Sofrimento, o riso falso do Prazer, o choro da Saudade, os urros do Ódio e os lamentos da Dor? Olha: vês VI — 1 9 4 4

tjaícajWi-uji.eiwJ'

a descuidada Ilusão, a Vaidade que se contempla, o impávido Orgulho que bate no peito e o Desespero com a cabeça nas mãos? E o Senhor concluiu: vês a Tristeza ali no canto? O Despreso. irmão do Esquecimento. é aquele que nos voltou as costas. Cada um dêles bastará para te acabar com a existência, ou. pelo menos, para torná-la insuportável. Ainda os queres? Sim. quero, respondeu o ambicioso Homem. Mas. como levá-los? Gostarias de tê-los comigo. Será divertido... Divertido e doloroso, tu verás. Para teu castigo darei um geito. E o Senhor tranjformou a enorme e pesada caixa em um pequeno escrinio. fácil de conduzir, e o entregou ao Homem, dizendo, pesaroso: toma. 29

ai tens o que desejas — é o Amor. Será a tua preocupação de viver e uma das causas de tua morte: a maior. Satisfeito em seus desejos o Homem partiu. Ao voltar-se. o Creador notou vultos que fugiam e imediatamente os reconheceu. Eram a Lógica e a Razão, irmãs gêmeas. E elas faltavam ao escrinio, ao Amor. .. Correu o Senhor a chamar o Homem, mas êste havia desaparecido. Então o Creador, aflito, ordenou à Lógica » à Razão, que corressem a alcançar o Homem, o que elas teem feito, através do? séculos, sempre repelidas e repudiadas, mas insistindo sempre, porque a vontade do Senhor é onipotente e tem que ser cumprida. O MALHO


E. VICTOR VISCONTI ilustracXo

DE GOULART

cia

olhava, indiferente, a esteira de esHÉLIO pumas que o navio deixava e o sol violento dos trópicos coloria de várias cores. Em torno, o espelho fragmentado das ondas refletia o azul faiscante do céu. Depois pareceram aquelas espuma, fugitivas interessaIo. e, olhando-as tristemente, sentiu que simbolizavam os sonhos de sua juventude, na Itália, donde a guerra, com a desorganização das condições de vida de toda a Europa, o forçara a partir.. . Lá, ao longe, o esperava o Brasil, o pais dos Pactolos e dos diamantes. Rico. dentro em pouco, voltaria á pátria para tirar da humilhação da pobreza o brasão dos seus... suas meditações, Enquanto, entregue às o imigrante sonhava com a Terra da Promissão, no céu umas nuvenzinhas brancas, cheias da luminosidade elétrica prenunciadora da^ tempestades, iam, pouco a pouco, como capuchos flutuantes de algodão, invadindo todo o espaço. Em seguida, uma barra negra surgiu, projetando a sombra na face, traiçoeiramente quieta, das águas. Subitamente, ríspido, o vento soprou, cavaram-se as ondas, os coriscos zigue-zagueavam no ar e os estampidos medonhos dos trovões amedrontavam até à maruja, embora habituada àqueles duelos de Um gigantes contra os elementos enfurecidos. estálido seco se ouviu. O navio todo estremeceu. O terror ensombrava todos os rostos, na espectativa de irremediável desgraça. Então o comandante anunciou — o navio desviára-se da rota e fora bater de encontro a uns cachoupos, tendo o casco avariado. Mas não estavam longe da costa do Brasil.. . Talvez algum navio por ali passasse, além do mais iria pedir socorros pela radiotegrafia. Não era toda a verdade. O rombo do casco deixava a água entrar francamente, o rádio não funcionava, o vapor daí a instantes naufragaria. Acalmados os ânimos, o comandante declarou ser mais conveniente que descessem os escaléres e tentassem ganhar a costa. Devia estar bem próxima... No dia seguinte, um barco flutuava no dorso crespo das ondas. Nele, Hélio vagueava com os companheiros de infortúnio. Após alguns dias, restavam apenas três sobreviventes. Os outros, mais fracos, caiam meio-mortos, c os companheiros se apressavam a jogá-los no mar. dando-lhes sepultura e alijando a carga inútil. Dos restantes náufragos, um era brasileiro, regressava da Europa; outro, a sua filha; o terceiro, finalmente, o pobre expatriado, que demandava às terras generosas do Brasil, na ânsia do Eldorado...

A moça. naquela solidão horrível, sentindo o seu velho pai morrer, abatido pelos sustos, privações e fadiga, em Hélio via toda esperança de salvamento. O pobre rapaz esfalíava-se em esforços, talvez vãos. para alcançar a terra, remando heroicamente, e se. acaso esmorecia-lhe a energia. meigos olhos fitavam-no em angustiada súplica, mixto de confiança e incerteza. Êle vibrava, redobrando os esforços, e procurava mesmo sorrir. Amando-a em silencia, não podia sofrer a humilhação de que essa mulher duvidasse da sua superioridade, embora em circunstâncias tão trágicas. Havia dt vencer! Depois pensava: — Um dia >rendo-se salva, rica e bela, recompensá-lo talvez quizesse materialmente para libertar-se de uma obrigação incômoda. Como aspirar a casar-,se com uma milionária, pobre fidalgo arruinado? Antes vê-la morta. Morreriam juntos. Que bela tragédia! Mas "talvez o amasse. . . Quem sabe? A noite vestia de treva a solidão do oceano. Indizivel pavor invadia os pobres naufrágos. que julgavam, a cada passo, ver dentre as ondas torvas surgir hediondo monstro, lestes a tragá-los. Irritante e fria. a chuva caia, molhando-os impiedosamente. O pobre velho, ardendo em febre, agonizava, não tardando a falecer. .Com a perda do pai, a moça vencida pelo sofrimento, náo. mais ssntia encanto na vida. mostiando-se indiferente a sorte que a esperava. No dia seguinte, o sol floria corimbos de ouro na amplitude verde. O céu ostentava-se dolorosamente infinito. . . nem leve sombra d: longe montanha denunciava a terra. Estenuado. Hélio fizera uma pausa, largando os remos. Enquanto descansava, procurava tirar a companheira seu do abatimento. profundo Vendo-a no desalinho da roupagem, mal escondendo as perfeições do corpo, feito para os delírios do amor, sentia estranho encantamento. sedução irresistível quebrar-lhe a vontade, exaltando o instinto. Ela fitava-o. insistente, faces pálidas, emoldurando-as o negror dos cabelos, que mais realçava seu palôr e a flor sangrenta dos lábios, toda fremindo na ânsia de uma «xpectativa dolorosa. Hélio, vendo-a assim, numa exaltação sublime de amor. sentiu um Ímpeto de revolta ante sua impotência para vencer a fatalidade. Então, criando energias sobrehumanas, entrou a remar desesperadamente. E. na glória do dia luminoso dos trópicos, se lhe ex tendia diante a amplitude do céu e do oceano, numa ironia muda... Depois de muito vaguear pelo mar imenso, o pobre náufrago sentiu o desanimo. Ali. ao lado, dormia a companheira de infor-

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prelúdio de e. como ções maravilhosas... dos mediante surgir, via tado, tasiados. o esplendor único da

mente

O sol de-linava. acendendo maravilhas de luz na tela azul do céu. O náufrago e sentiu uma sensação de entorpecimento rolando bronze, de côr alivio. As ondas

Santa

no infinito pedaços irisados da abóbada celeste, pareciam, entoar canção tão meiE a musica ga e vaga como uma prece. suave das águas rumorosas fundia-se com

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e pedrarias. Esquecido dos padecimentos lislcos. diante de tais deslumbramentos, Hélio erguera-se. no delírio da febre, estendendo as mãos ávidas para se apoderar de riqueza tamanha e, alucinado, precipltou-se no abismo das águas...

Cruz.

Via. deslumbrado, a terra pródiga de árvores de esmeralda rutilante, o sol cascateando fasquias de ouro sobre os rios

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diamantíferos. que se contorciam entre os troncos verdejantes como gigantescas sersafira pentes de prata. E, lá em cima a incandescente do céu. entornado, reflexos metálicos sobre a magia daquela oaisagem cintilante da fria rutilância de metais

música não menos suave das dúbias tintas da paisagem crepuscular. Aquela sonoridade fugitiva, longínqua, penetrando a alma do mísero, o embalava doce-

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so. famélico, sem torças e sem o estimulo de sua amaria. Hélio, deitando-se no funda da embarcação, abandonou-a à mercê das ondas.

túnio, ««anime, a morrer. Contemplanao-a, com os olhos rasos dágua, tendo uas mãos trtmúlas o derradeiro pedaço de pão esperava que ela acordasse. Despertando, Helena gemera: Tenho fome. Heróico, domando o instinto de conservação, o mísero deu-lhe sua última migalha. Após dias de indescritível tortura, Helena acabou morrendo â mingua. Em meio do oceano imen-

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El DESAGRAVO DE SÓCRATES Sabemos que Sócrates, por uma conduta cívica impecavel, sua interpidez e bravura nas lutas civis e nos campos de batalha e, acima de tudo, por sua morte heroica, quem, não sabe que Sócrates fascinava com a ação de .sua presença os próprios inimigos que não ouzavam dele se aproximar como se deu na batalha de Delium? Não quero me estender em argumentos defensivos contra a leviana acusação, pois seriam tantos que algumas edições do Malho não bastariam. Basta apenas a seguinte citação tirada do Banquete de Platão, a qual deixei no original francês para que se não perca o sabor: "Croyez, ó mes amis, que ce nest point um piége que je tends ici á Socrate, il boirait autant qu'on le voudrait; en buvant ainsi, il me serait jamais enivré". Quem fala é Alcebiades apontando, no banquete, para Sócrates donde se infere que este sabia beber como homem distinte, mas o fazia sem excesso, nos limites do decoro e da sobriedade. A constante preocupação, a verdadeira vocação de Sócrates foi a instrução dos seus semelhantes, despertando-os para a sabedoria; e, para alcançar isto a sua vida foi um modelo de perfeição, o que lhe valeu a grande noteriedade entre os athenienses. Platão, levado pela força irresistível do seu gênio e pela admiração ao mestre, mostra-nos este como a alma de maior pureza que jamais a Grécia deu à antigüidade. A alma divina do sábio incomparável que viveu com a intxepidez de um santo e morreu com o heroísmo de um Deus, encontrará sempre quem lhe venha fazer justiça à sua memória, prestando culto de amor àquele que soube afrontar impávido os últimos instantes enquanto os discípulos choravam a perda irreparável. O seu conhecido apoftegma "Conhece-te a ti mesmo", que todo o mundo repete mas ninguém compreende, quer apenas dizer: apercebe-te das tuas fraquezas, das tuas limitações, de teu egoísmo e vaidades, e vence com pensamento intrépido o ambiente estreito em que viver, sufocado pelo preconceito religioso e pelas tradiçôes irpbecis do passado. Como Krishnamurti e como o Cristo, Sócrates veio trazer à humanidade o ensinamento sagrado das idades, mostrando que dentro do coração ae cada homem há uma realidade oculta, uma verdade eterna, que se alcança quando ficamos apercebidos das ilusões das couzas transitórias. Sócrates, pobre e modesto, mas profundamente sábio, vivia a vida eterna e cada instante, o amor ao próximo, porque sabia que o "reino de Deus está dentro de nós", e quem procura este reino e sua justiça, tudo o mais lhe será concedido", disse o Cristo no Sermão da Montanha. Que importa, pois. o dia de amanhã"? Na sua defesa perante o tribunal, quando foi condenade, no momento em que todos tremem vencidos pelo pavor da morte, êle enfrentou desassombrado os juizes com vibrante eloqüência, afirmando que a sentença já estava lavrada por aqueles que não possuem a iniquidade dos juizes da terra; e terminou: "E' tempo de nos separar, eu para morrer e vós para viver; a quem está reservada a melhor sorte, eis um segredo para todos, excepto para Deus". E. NICOLL

sociMrfís como estou, em adquirir os números sucessivos do "Malho" para acompanhar o estudo INTERESSADO, que vem fazendo o Sr. Belarmino Vianna sobre a personalidade impar e incomparável de Krishnamurti, não foi o meu espanto ao deparar, no número de qual 'Maio último, com um artigo do Sr. Pedro Timotheo no qual ultrajosamente é tratada a figura imortal de Soorates. Há mais de trinta que venho me dedicando à filosofia de Platão como também aos trabalhos de Xenofonte, os dois principais discípulos de Sócrates. Nestas obras aprerfSi a vencer a memória daquele que foi o Mestre da Grécia. Sei que, há dois mil e quinhentos anos, vem atravessando as idades, deixando sempre um sulco luminoso e profundo nas almas dos homens que ainda possuem um pouco de beleza, emoção e respeito pelos grandes Instrutores da humanidade. Vítima da intolerância clerical da época, a sua vida foi um modelo de perfeição e nenhum dos seus discípulos jamais ousou levantar contra o mestre a mais elementar censura. Tão grande foi a repercussão dos seus ensinamentos que muitos são os que se formaram e se purificaram no crizol da sua palavra augusta, verbo que despertava os espíritos para a verdade e para a imortalidade. Quem não sabe que S. Agostinho, 800 anos depois, formou a sua teologia à luz dos seus ensinamentos, pois, nas suas "Confissões", mostra a cada passo o quanto deve a Platão, o principal discípulo do mestre. Foi neste discípulo de Sócrates que o grande Bispo de Hippoma, o filho de Santa Monica, encontrou o caminho da verdade. Assim vemos em todas as partes do planeta inúmeros estudiosos de Platão cujos diálogos apenas se preocupam com a vida e o ensino socratico, diálogos admiráveis que continuam atraindo. 2.500 anos depois, a atenção dos filósofos de todos os tempos. O

MALHO

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19 4 4


^_,

Eu não

quero

morrer!...

Eu não

quero

morrer!...

Eu não quero morrer porque eu amo esta vida! Eu não quero morrer porque a vida me quer! Porque a vida é beleza, é paixão, é veemência! Eu não quero morrer, pois me sinto envolvida Na volúpia

da cósmica existência!...

Eu

quero continuar na luta pela vida Nesta luta febril de todos os momentos! Eu quero continuar nesta ânsia incontida De poder dominar os próprios elementos! Eu quero continuar semeando o bem na terra. Fundando em todo o mundo escolas e hospitais! No médico espargindo os dons que a ciência

Eu quero continuar pelas eras a fora Nas almas onde exista o culto pelo bem! E mitigar a dor para o que chora!

[encerra, Do sábio acompanhando as creações geniais!

Distribuir alegria ao que não tem!

Eu quero continuar junto aos leitos de dor Pelas almas de escól das doces enfermeiras.

Eu quero continuar espargindo a verdade! Saciando na justiça os corações! E num anseio de fraternidade

Almas

Guiar as desnorteadas

multidões!

feitas

E mãos

Eu quero continuar no que de puro existe! Em tudo o que há de belo e de sublime! Matando a fome e consolando o triste, Semeando a luz para extirpar o crime!. .. Eu quero continuar nas frases cariciosas, Nas palavras de amor, nos gestos de perdão! Eu quero continuar, como mulher, nas rosas, E em rosas reflorir no humano coração!

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Eu quero continuar no que existe de terno! Em tudo o que fatiga e em tudo o que repousa! Eu quero continuar no carinho materno! Eu quero continuar na ternura da esposa!

soes,

Eu quero

continuar Na

feitas

de

amor

mensageiras!. .. nas almas

música!

Eu quero continuar

almas

nas

Na

dos artistasl

côr!

fúlgidas

conquistas

Do Direito, da Ciência e do Labor! Eu quero continuar em luz, em carne, em alma, De geração em geração cantando! De geração em geração sorrindo! De geração em geração amando! Desse Amor gigantesco, onipotente! Amor que leva a todos os amores! Amor à Humanidade, à Ciência, à Luz! Desse Amor que amou Krishna e Confúcio. Desse Amor que amou Buda e amou Jesus! Desse

Amor

misterioso,

incompreensível,

Que faz parte do Nada e do Infinito, Que é forte, que é violento e que é invencível! Razão da vida e do universo rito!. ..

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de

do lenitivo

Na poesia!

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MOLIÉRE E APOLONIA PINTO M. SILVA REILLE

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cartaz de apresentação do Boletim Sociedade BrasiNO leira de da Autores Teatrais, Paulo Magalhães, no 2.° ato de apresentação, dando conta a nova função na direção do órgão oficial da "SBAT", substituindo o brilhante jornalista e escritor Mario Domingues, declarou: "O melhor elogio que se póde fazer a um homem de gênio é difundir a sua obra". E' que a "SBAT", homenageando o Tricentenário de MOLIÈRE, resolveu realizar um "Trimestre de Comemorações", iniciadas com a compra de um primoroso retrato a óleo que figura na Galeria de Honra da sede da "Academia dos Teatrologos", e terminadas com a publicação, no Boletim, de "Sganarélo", traduzido em versos, por Armando Gonzaga. A justa homenagem que "SBAT'' presta ao Tri-centenário de MOLIÈRE, vem a propósito de um encontro acidental, no Teatro Municipal, com o velho critico teatral A.T.C., recentemente nas representações da Companhia Dulcina-Odilon, levantanto peças de Bernard Shaw e Giraudoux que, não íoram só um encanto para o seu antigo e numeroso público da Cinelandla, mas atraíram também a atenção dos meios culturais da cidade. Foi justamer..e no nosso Municipal que tive às mãos o Boletim da "SBAT" e que roportamos um pouco da história do Teatro Nacional, narrando A. T. C , a brilhante atuação de APOLONIA PINTO na primeira representa.jão de "Sganarélo" na nossa sebastiarópolis. O nosso amigo, comentando e comparando os papeis de Dulclna e da saudosa Apolonia, com intérpretes, teve oportunidade de apresentar um recorte de "Gazeta de Noticias", onde o grande critico, jornalista e teatrólogo francés Georges Duval, redator da Ilustração Francesa e tradutor das obras de Shakespeare fez elogios a Apolonia Pinto, na personagem de G

MALHO

Célia de "Sganarélo", considerando-a uma perfeita intérprete da difícil arte do Teatro Clássico. Naquela época não havia a publicidade em grande estilo e os recursos mecânicos para cenários como atualmente. Apolonia Pinto possuía *o segredo" da transformação dando rendimento completo de ¦'viver" com a devida segurança e intimidade. Não exagerava em palavras, gestos: era divina e impecável na personagem que incarnavá. Tinha consciência e segurança de interpretar qualquer papel: drama, comédia, tragédia, enfim, em todos os gêneros de ficção dos mais variados do teatro. A atuação de Apolonia Pinto incarnando as personagens criadas por Corneille, Moilère, Shakespeare e tantos outros clássicos está registrada nas crônicas dos nossos jornais e revisias, da metade do século passado na primeira década do que século em primeira década do século em curso. APOLONIA PINTO, se ainda fosse viva, completaria no mês andante 90 anos. Nasceu no camarim do antigo Teatro São Luiz, hoíe Arthur de Azevedo, na cidade de São Luiz, então capital da Provincia do Maranhão, em 21 de junho de 1854. Nasceu cresceu, viveu e digamos morreu no teatro. Sua morte no Asilo de Jacarépaguá em 24 de novembro de 1937, foi a última cena de sua vida teatral, pois ela morreu com seus pensamentos voltados para a ribalta: — "Qutntas saudades levo para o túmulo de uma arte que é minha própria vida". Se Paulo Magalhães declarou que "o melhor elogio que se póde fazer a um homem de gênio é difundir a sua obra", ouero aqui, preatando uma homenagem de graditão e saudade à memória da Apolonia Pinto, seguindo assim os conselho5 do grande comediógrafo que é o atua? diretor do Boletim da "SBAT". O nome de Apolonia Pinto em uma referência de René Bazin escrita na revista "CHANTECLAIR", bi-mensário parisiense, sob a direção dó critico e humarista Carnine Lefrancq, n.° 11, novembro de 1912, íoi o meu primeiro contacto, em espírito com a genial atris brasileira. Achavame em Paris. O nome qualquer de um brasileiro elogiado pela critica da cidade-luz, para mim representava um prêmio. Mas, o elogio nào sómente partia do grande escritor, vinha também de Sarah Bernhardt, nas crônicas do teatro francês. Era, portanto, duas valiosíssimas opiniões que consagrava a máxima representante do teatro do Brasil. ¦U

Passaram-se anos. Fui visitar Apolonia Pinto no Asilo. Julgava encontrá-la morta de espirito, e_squecida, macróbia, destestável para uma entrevista e para orientar-me em dados da história do nosso teatro que ela tanto atuou e foi sua própria animadora, dando-lhe vida. com os demais pioneiros da tão relegada e divina arte. Qual foi minha decepção em encontrá-la vivaz, cheia de "saudades" da ribalta, abrindo-me o cofre dos seus segredos para narrar toda sua vida, completamente dedicada ao Teatro Nacional. Nossa palestra que foram de quatro horas: pairamos na velha Europa, onde ela como "magica", reportou, todos os movimentos da cultura que vem de séculos... Seus conhecimentos, sua erudição, apesar da idade e dos sofrimentos — nostalgia'— não perturbava-a. Sabia citar fatos da infância, da juventude, da maturidade e de toda sua gloriosa carreira. Citoü-me nomes de peças, autores nacionais e estrangeiros, cujas representações ela procurou interpretar na altura dos seus conhecimentos. Dissertou, com facilidade e interessantes detalhes o movimento teatral do Brasil num periodo de 70 anos. Falandolhe do teatro clássico, Apolonia Pinto expandiu-se, recitando, citando cenas, atos e intérpretes. Seus conhecimentos, foram tão perfeitos no leito, a l.a cena que recitou-me, do 1.° ato de "LE CID" de Corneille. quando ela pela primeira vez atuou na ribalta no papel de El vira: Tous mes sens á moi-même en [son encor charmes, II estime Rodrigue autant que [vous Taimez, Et si je m'abuse á lire dans [son âme, II vous commandera de répon[dre á sa *"'amme". Os proolemas fundamentais e essenciais do. teatro foi para Apolonia Pinto toda sua dedicação, toda sua existência, procurando assis elevar o nome da cultura teatral brasileira nos grandes centros, como ela teve oportunidade de frisar: "Quero ainda receber* noticias que no palco do velho mundo brilhe uma atris do meu Brasil". Prestando uma homenagem ao Tri-centenário de MOLIÈRE, devemos não esquecer de APOLONIA PINTO, principalmente na data do seu natalicio. Si MOLIÈRE representa um século de cultura da gloriosa França é justo que APOLONIA PINTO represente também um século de cultura teatral do Brasil

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fumo,, do qual tão mal se fala, foi nos tempos de sua importação na primeiros O Inglaterra considerado droga benéfica. No ano de 1664 uma epidemia de peste assolava Londres.- Os aiunos de todas as escolas eram então obrigados a fumar para

o geniai compositor francês, padecia de uma fraqueza inexplicável MaSSENET, em um homem de seu espírito: era muito superticioso. O número treze exercia sobre êle um poder enorme. íle jamais pronunciava esta palavra, nem gostava de ouvi-la. Não lia nunca a página treze dos

imunizar-se contra a peste e, os que se negavam a fazê-lo, desobedecendo à ordem de seus mestres, sofriam severos castigos. Mais tarde, em Worcester, o mestre chegava mesmo a interromper a aula para permitir a seus jovens discípulos que enchessem calmamente seus cachimbos e os acendessem.

livros, nem respondiam as cartas para os amigos que morassem em casas com êsse número. Nunca escreveu, mesmo, semelhante número.Mas o destino vingou-se, pois Massenet morreu a 13 de Agosto de 1912. O número fatídico apareceu-lhe até fta sôma do ano, mesmo contra o seu desejo. ——————— — QTJAL QUAL A ORIGEM DAS MASCARAS ?

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origem das mascaras remonta aos Egipque cobripm o rosto das múmias A cios, no correr das cerimônias fúnebres. As primeira mascaras foram de cêra, de louça, de madeira pintada, de bronze ou folheadas a ouro. Eschylo, entre os grêgos, transformou seu destino funebere e levou-as para o palc» do drama: mascaras de pessoas idosas, de escravas, de grandes senhoras, às vezes com duas faces diferentes, encheram os palcos é*

Atenas. A abçrtura da bôca era feita de modo a dar maior amplidão à voz, pôsto que as representações eram dadas ao ar livre. Os Galo-Romanos usavam mascaras para suas saturnais, nas calendas de janeiro. Na Idade Média, durante a procissão da Raposa, as mascaras representavam figuras grotescas, depois se tornaram monstruosas, medonhas, até que, para evitar tais excessos, que enervavam o público, o Concilio de Trento as proibiu.

OS 08 RATOS E A ClfiNCIA CIÊNCIA laboratório biologico de Sto. AmIowa, fez-se um orificio febrosse, NO chando-o com celulóide, no abdômen de uma rata, sem que isso tivesse influência nas atividades internas e externas do animal, fisse orificio permitiu estudar os movimentos intestinais e a circulação do sangue.

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Os órgãos internos da ratazana assemelham-se em sua disposição com os humanos e com os de outros animais grandes, de modo que o orificio com tampa de celuloide torna-se sumamente util para investigações. E assim, mais uma vez;> os ratos prestam à ciência um grande e inestimável serviço.

de uma rua do Rio, e naturalmente de outras localidades, tem tido o noMAIS me deturpado, nas próprias placas ou na reprodução verbal, em anúncios, etc. A rua que hoje se chama Imperatrís Leopoldina teve outróra o nome de Barbara de Alvarenga, em homenagem à heroina da inconfidéncia mineira. Por multo tempo, entretanto, se lia nas placas o nome Brabara de Alvarenga, que ninguém sabia quem tivesse sido. Na rua Almirante Cochrane as placas tinham êsse nome, que s« escreve com — ch — escrito com — ck.

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A praça Olavo Bilac onde fica locaiisado o mercado de flôres, absorveu o velho bêco do Fisco. O bêco, porém, não era do Fisco (Erário) e sim do Fisíco (médico), porque ali outróra faleceu conhecido esculapio, e davase aos médicos a denominação de fisicos. Na rua Toheleros as placas estão certas mas no dizer das pessoas e em anúncios de jornal aparece o nome Toneleiros (fabricantes de tonéis), quando o nome Toneleros não deve ser traduzido pois é o de uma localidade onde se feriu importante batalha na guerra contra o tirano platino Rosas.

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mulher é o sorriso da vida. A c adorno dos espetáculos, a alma das festas, a alegria dos prazeres, a animação dos bailes e. pelas graças que irradiam seus encantos, alicia, prende, seduz! A mulher é a Beleza e a beleza é a mais linda flor da nossa emoção. Nasceu bela para ter o mundo a seus pés, para apaixonar, para dominar, e, no entanto, tornou-se uma escrava incondicional, submissa, mas, satisfeita da Moda. Obedece às mais desvairadas exigências da sua dominadora. com uma passividade absoluta, humilhante! Pela Moda faz tudo, sujeifa-se a tudo, nada a atemoriza e não há ridículo que a detenha. Para servir a Moda, enfrenta críticas e sorrisos de mofa. O seu único objetivo é satisfazer a própria garridice. A mulher acata a Moda pelo simples fato de ser a Moda. Arbitrária, inestética, feia, dispendiosa, não importa, pois nenhuma dessas razões constituirá um obstáculo intransponível. O principal é estar à moda. A natureza dotou a mulher de um espírito primordial de frivolidade, ao qual se julga na obrigatoriedade de servir amorosamente, custe o que custar. Cuidados, resignações, sacrificios, curiosidades, alegrias, tudo, enfim, tem na mulher um só destino: andar à moda. A faceirice é um iman que atrái ardorosamente para a Moda. Na Moda. observam-se de tempos a tempos, aspectos .interessantes: a par de uma evolução artística moderníssima, um retrocesso para reviver coisas de éras mais ou menos remotas, embora sob linhas de hoje. Não tem sido. apenas, na maneira de trajar que. por vezes, se O MALHO

vêem voltar modas de antanho: também as temos visto no calçado, nos chapéus e, principalmente, nos penteados. A cabeça com toucados imensos, estupefacientes, como os dos séculos XVII e XVIII; os famosos penteados que usavam as damas gregas ou os do estilo etrusco. ou ainda as fartas plumagens do Diretório, sem falar' dos diademas mais ou menos fantasiosos, e mais modernamente, os cabelos cõr de bronze, platinados, dourados. enfim, tudo isso que é o ornamento para a mulher, constitue; nos nossos dias, uma séria preocupação para os cabeleireiros incumbidos de lançar a moda. As ondulações já não Satisfazem as modernas exigências da cabeça feminina. A faceirice reclama' muito mais. As cabeças apresentam configurareveladoras ções extraordinárias, de uma arte paciente. Toda essa série infindável de penteados deverá ser uma verdadeira tortura. Porém, não vá pensar-se que os caprichos e extravagâncias da Moda, escravizam unicamente as mulheres do mundo civilizado. Não, também as indígenas afticanas es-

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tão sujeitas aos rigores da câprichosa dominadora. Na África, as mulheres dão-se a um meticuloso e especial trabalho para mostrar os exóticos e complicadíssimos penteados que. sem dúvida, despertam inveja às alvas e elegantes sacerdotisas da Moda^ no velho e no novo mundo. Quem poderá prever que em futuro não remoto, não veremos no nosso Teatro Municipal —- escravizadas pela Moda — as belas e graciosas cariocas, ostentando aigum dêsses singulares penteados africanos que ilustram esta pagina7 Fõrça é confessar, entretanto, que essas jovens africanas, talvez figurinhas de Tanagra. se mostram extremamente garridas com seus estupendos, imaginosos penteados, reveladores da fertilidade de sua concepção, que deixa a perder de vista a dos atuais cabeleireiros americanos ou europeus. As africanas também são vaidosas e têm sorrisos cheios de malícia. Brincos, pulseiras, colares de fantasia... nada lhes falta... Estou a vê-las nas veredas de Ehuina, sob a poalha dourada pelo sol ardente, saracoteando-se com a leveza de levandiscas volúveis, a sorrir aos seus galãs. .. Só não se vestem, naturalmente, como as mundanos da Rua da Paz. em Paris, ou como as vamps. em Hollywood, exibindo arminhos e... outras péles...

DUAS FACES Por PAULO AFONSO

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"" ~S um caso muito simples este meu, doutor! Matei, sim; mas não sou um criminoso! E o homem, alongando o olhar alucinado pela janela gradeada, fixou -o na nesga azul, e brilhante, do céu. Conte-me, desde o principio, a sua história... Por que o matou? O preso alisou. num gesto lento, a cabeleira revolta e espessa, começando numa voz grave e bastante agradável. Bem, doutor, conto-lho primeiro como vim a conhecer Jerónimo. Pigarreou, e depois de uma pausa: Desde pequenino, eu sentia paixão pelos animais. Comprando-os aos meus próprios companheiros, admirava-me da nobreza e superioridade daqueles e da maldade destes, sempre ocupados em rixas e disputas tolas. À medida que fui conhecendo a vida e os homens, aumentava minha admiração pelos seres que, ignobilmente, tratamos de "inferiores". Li, não sei onde, um filósofo, ou que"Quanto mais coqualquer cousa assim, afirmou: nhêço os homens, mais me aproximo dos animais". Foi o que se deu comigo. Não tive amigos... Outros rapazes que conhecia causavam-me repulsão, pelas paixões abjetas que não tentavam esconder, os despeitos mesquinhos, os ódios recalcados. Ah! como a humanidade é podre, meu amigo' Soltou um suspiro prolongado, e continuou: Na adolescência, acreditava ainda na familia, no afeto imen.o que liga todos os ramos de u'a mesma árvore. Mas. qual! Até isso me foi arrebatado; Pela luta em torno de uma herança, irmãos, irmãs, tios, e até... pais! sim senhor, até pais se ameaçavam e temiam mutuamente. Se o senhor visse, como eu vi, os olhos brilhantes de cobica, as mãos trêmulas de comoção, os olhares odientos que se lançavam, quando a partilha era feita, o senhor teria, como eu tenho, este desprezo, este horror pela raça humana. Mas, continuo: parti, fui para muito longe, fui viver só. Constnú eu próprio uma cabana tosca, e alimentando-me de frutas e ervas, principiei a compreender o que era a felicidade. Os homens, esses mesmos homens qu. eu odiava, chamaram-me louco, e hostilizaram-me. Pouco se me dava! Já viu a estrela brilhante trerner, ante o olhar invejoso do pirilampo? E era in-

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O HOMEM CONHECIA A ^tlB ^^^h| ^.frí S^^J y_§^ HUMANIDADE lU ^<4;^í?i^l^ ^ LOURDES G. SILVA veja... inveja de minha solidão, minha ventura que os irritava". O homem sorriu maciamente. — Umh!... como fui feliz! Só ia à cidade raramente, e voltava logo. Ao redor de meu lar, humilde, pequenino, as flores cresciam livremente, esplêndidas e lindas, perfumando-o qual um jardim: campânulas. margaridas, jasmins, rosas... Pelas árvores vizinhas, frondosas e belas, os pássaros cantavam, construindo ninhos, enchendo de harmonia a terra amiga. E eu ria, divertia-me com os esquilos e coelhinhos do mato. Mas, contudo... Certo dia, senti falta de um amigo; um amigo sincero e fiel. Foi, então, que, por acaso, encontrei Jerónimo. Vinha cansado e suarento, pela estrada branca, quando o avistei. Dei-lhe água, alimento... Nos primeiros dias, eu sentia seu olhar desconfiado seguir-me por toda a parte. Aquela estranha solicitude por parte de um homem tornava-o precavido. Destes, só esperava pancada, maltrados e ingratidões. Era um cão feio, senhor I Magro, olhos verdes e empapuçados... E o carinho humano somente se expande quando encontra beleza que o Batisfaça. Jerónimo sabia que existiam lulús, policiais, e outros arlstocráticos animais de luxo, que recebiam confeitos, beijos... e amor. Mas isso estava fora de suas cogitações, visto ser um mísero vira-lata... Parou para tomar fôlego, e afagou, com sua "enxerga", como se grande mão, o ferro gelado da afagasse o pêlo macio de um cão. — Entretanto, os dias correram suaves e ensolarados, e, aos poucos, o meu feio amigo com-

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preendeu que era estimado sem reservas. Desde então, não mais nos separamos. Apostávamos corrida pelos campos, nadávamos juntos, dormíamos lado a lado, e quando, nas noites de lua, eu cantava mgdinhas românticas, esticado à beira dágua, meu amigo, com a cara presa entre as duas patas dianteiras, chorava baixinho, acompanhando o meu canto. Ah, senhor! E pensar que tudo isso, toda essa felicidade foi destruída pela maldade e ignorância de um homem! — Cerrou os punhos, agressivo. — Sim, matei-o. E não me arrependo!... A primeira vez que o encontrei, quando fui à cidade, vi que era um malvado. Revoltou-me o modo cruel como tratava um pobre gato que vivia em sua loja. Contudo, era amável para com os que o procuravam, e todos o consideram um "bom. homem". Só, eu sabia seu verdadeiro caráter. Digame, doutor, que espera de uma pessoa que detesta os animais? — E, sem esperar resposta, ajuntoü. — Uns covardes! Não se atrevem a mostrar sua maldade perante seus iguais, temendo reação. Mas não vacilam em atacar um sêr pequeno e Incapaz de defesa... Miseráveis, é o que são! Procurei acalmá-lo, e bati-lhe afetuosamente no ombro. Calma, rapaz. Concordo contigo, mas... continua tua história. íle me olhou sinistramente. Que hei de contar? O resto o senhor sabe... o monstro maltratou Jerónimo. Meu amigo, orgulhoso e valente, não se intimidou e saltou-lhe em cima. Ah! Que belo salto deu! E o miserável, co-

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varde, alegando defender-se, rasgou o peito do meu amigo com um facão de cozinha! Exaltára-se _, levantando-se agitado, foi apoiar-se à janela estreita. — Quando meu companheiro tombou, sangrando, sem forças, senti irromper todo o ódio contra o assassino. Vi-o voltar-se quase sorrindo, para os empregados, e abandonar a arma. Nada mais vi... Quando voltei a mim, também êle estava sangrando e sem forças, ao lado de meu cão. Matei-o, pisei-lhe o rosto demoniaco com meu sapato de páu, cuspi-lhe, amaidiçoei-o... Jerónimo morreu, não antes de lançarme um olhar de gratidão. Vinguei-o... Calou-se, arquejante, e voltou-se de frente. Quando, me trouxeram para este cubículo, falaram em crime bárbaro, em louco homicida, e outras tolices assim. E o homem soltou uma risada rouca. Engraçado! Êle atacou o meu amigo, sem motivo e traiçoeiramente, matou-o friamente, e é "bom homem". Eu apenas vinguei um crime, um e sou um "assassino desalmado". Entretanto, o homem era egoísta e máu, e meu cão era nobre, leal e valente. Livrei o mundo de um monstro, e deveria exterminar tôdn a raça humana. Não sinto remorsos... E o senhor... Acusou-me repentinamente: Saia! Vá juntar-se aos outros, e diga-lhes que sou um louco... que os desprezo... que os considero uns vermes!... São apenas is?o. Apenas... Apenas... E cuspiu, grosseiramente, no chão imundo.

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nordestino nasce sonhador e poeta. A sua ancestralidade solredora o predispõe a isso. Quem sonha e canta esquece as amarguras da vida. Daí a poesia estuante do Folk-Lore que embala constantemente a alma matuta. Bardos analfabetos transforrnam em versos pulquerrimos a preocupação eterna do homem nas terras secas. E desse motivo saem gemas como esta:

"Engenho velho

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"No meu peito já choveu Quem quisé pôde prantá Sentimentos e paixões Que outra lavoura não dá". Mas ao lado do violeiro» do repentista, que rima horas inteiras nos desafios, como Inácio da Catingueira e Josué Alves da Cruz, ha os folk-loristas estilizados gênero Catulo da Paixão Cearense e Eugênio Carneiro Monteiro em quem a cultura e a civilização não conseguiram apagar a marca regionalista. Eugênio Carneiro Monteiro é um bacharel nordestino. Nasceu no Rio Grande do Norte, viveu algum tempo na Paraíba, peregrinou pelo Amazonas, exerceu a magistratura no Rio Grande do Norte, exilou-se em Portugal na revolução de 1930, e, atualmente, é professor e advogado no Rio de Janeiro. Nunca lhe vi sair da boca uma rima, nunca publicou um soneto. Quando estive na Metrópole, ha seis meses, êle me surpreendeu com a Reclamação de versos magníficos, aiguns que fariam inveja a Catulo outros dignos de Olegario Mariano. E como eu me espantasse com a revelação, o bardo potiguar me disse entre irônico e malicioso — "isso surgiu há tempo, de repente, caw. a menopausa". E agora recebo "BRASIL RIMADO", editado na Empresa da Noite, do Rio, no qual Eugênio Carneiro se aíirma como o maig suave e expontâneo folk-lorista brasileiro. Sinão vejamos: "Porteira velha. O

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A primeira parte do livro é toda vasada nesse gênero, de um lirismo encantador. Mas a segunda é puramente matuta, embora de igual sabor regionaiista como esse: "As fias de Mane Joca. As fias de Mane Joca Eugênio Carneiro Monteiro

FOLK-LORE DUARTE LIMA Porteira velha, cansada, No mourão sempre a gemer, Por ti passou alegria E também muito sofrer: Vaqueiro tangendo boi, Gado magro e retirante, Gente velha, estropiada, Vindo de terra distante; Casamento e batizado, Água trazida da fonte, Colhida em pote de barro, Vertida do pé do monte... Gente enterrada em caixão, Defunto trazido em rede, Crianças pobres, coitadas, Morrendo de iome e sede. Como tu-meu coração, Velha porteira cansada, As alegrias que passam Andam sempre em disparada... Os dissabores, porém, Marcham sempre a passo lento, É que eles são tartarugas... É que elas são como o vento..."

E mais: ,

Engenho velho de açúcar De melado e de aguardente, Já formou muito doutor, Já fez feliz muita gente; Hoje vive despiesado, Porém prazeres já deu, Seu boelro está de luto, Pois sua dona morreu".

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Todas elas são punita; Sua mãe-Sá Catarina Quando moça era catita. Inda, hoje, lá nas quadria Das festanças do Nata, A veia cas quato fia Faz os home se anima". Destaco, porém do livro de Eugenio Carneiro essas duas quadras, que me parecem de uma intuição filosófica profunda, dignas de um João de Deus: "Cego,

porque tu vives Na vida só tropeçando? Perdi meus olhos, não vêj,? Meus pés estão procurando..." Lágrima, para! aonde vais, Na vida cheia de abtolhos? A cavalgar os meus ais, Vou em busca dos meus olhos..." Expontânea, original, amena, profunda por vezes, a poesia de "Brasil Rimado" é a melhor contribuição dada ao folk-lore brasileiro nos últimos tempos. Catulo ficou apenas no Ceará. Eugênio, porém, è de todo Norte. Das caatingas adustas pulou para os igapós do Amazonas explorando com igual maestria os motivos do Carirí e do Seridó, como os do Inferno Verde, onde gemem o mutiun e o Yrapurú.. VI- 1 944


QUATRO

ENUNCIADOS ENUNCIADOS

DE DE

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KRISHNAMURTI KRISHNAMURTI il Iff A1 \ i AN VI (BELARMINO 11j jj r—STES quatro enunciado$ foram escritos no ano ano \ \ J ////' f/'/f de 1929. no Trentino. Itália, Krishnamurti, \ I i f J?J& Italia. por Krishnamurti. ESTES If j ffjk que ali se achava em companhia de um grupo grupo \ \ v de amigos. amigos. w\\ // "A verdade continua eternamente /// / ////I mcsma. A lei não nao »N\Y \\ ctcmamcntc a mesma. „ . t ¦ nota, ser verificado t. ... leitor, nota- "A , Como .. leitor. toi A\\\ verihcado [oi pode \ / ff f frm , pelo mulmutavcl. somos nos muimutável, jomos nós ¦feve \ ela i . . muda: é que muda; ' / £ &> permanente L , vel o sentido de previsão . « Krishnamurti quando , , verdade I//ASJ& quando , previsao de damos. longe '///^p e caca-^«\'V da afastado nos Temos damos. para V^\\\ , através atraves das palavras . xVvv, .. , ou minhamos , , . , do ' que se seguem anunciou ou do, VCVvv , • '///^& ignorantes e descuidadamente .. pelo . caminho $ss!s>:»\ /,•'/>%. ao mundo, melhor, . acontectmentos que mundo., os acontecimentos melnor. profetisou , c que . conhecimento 1 felicidade da e minimo conhecimento mínimo passageira." passageira. f de então entao_ para cá est So realizando. realizando. *—7-' ca se estão ensinamentos de Convém leitores dos Convem aos aos dos de Krishnamurti. não alt a\ nao perderam perderprn de vista o sentido altax ^ mente enunciados. em tão tao frequentemente a espiritualidade tern sido desenmentc significativo e util útil destes enunciados, s \ KVHVVv'* bóa boa hora trazidos àa públicoPor *>«- tendida, tornada algo vago e imaginosa. unia cousa que eles pode-se v*publico. Por éles tyst/ili l ^ \ rificar a grandeza de propósitos autor. em favor favor deSaparece nas nuvens misticas da nossa imaginagao; algo propositos do autor, Jv ?. \ mentalidade. completamente impratic^vel. a ultima esperan<;a do mode uma humanidade melhoç melhoc servida de mentalidade. A Jt ^ \ \\^ de ribundo e o recurso final dos desvalidos. Quao completaRepetiremos aqui que os ensinamentos de i \S| f||\ Krishnamurti. não nao são sao de natureza a alinhar proswBP * pros- mente errdneas sao tais concepts. Nada h£ de mais prSdtzpettar o tico do que a espiritualidade. Se nao formos praticos nao sélitos. selitos. Seu objetivo ée exclusivamente despertar com seremos espirituais. nem espirituais seremos quando somos entendimento tntendimento que dorme em todo homem. pois. nom J. tocnara criacria- negativos. A espiritualidade e o resultado natural da alegria despetto. o homem se tornará o entendimento desperto, ^ tivo. feliz e cooperador. cooperador. c da fclicidade; mas. nao da alegria e da felicidade que ^-Jlj provem do contentamento proprio da auto-satisfa^ao. pois que neste caminho encontraremos a estagna^ao. O qte y laKuta com energia: aquele que e capaz de entusiasmo. / jL ondc a Humode, onde Hu- "se e ° bcm i,mado do Todo Podero^ Desde tempo.v Devemos compreender de certo modo. manidade se encontra no momento. - temos que possuir, flWuW possuir. 'memor.ais tem corrido mundo uma concept infeliz. a futuro. de ^ue a espiritualidade so podcra ser alcan^ada por meio /isao do futuro. embora tenuemente, a /isão cm bora tenuemente. conhecimento. insins- mortifica^ao e da dor: encontra-se esta idiia errdnca 1MB Somente quando possuirmos um tal conhecimento, au- prcvalecente em todos os paises civilizados ou nao, e mesmo tintivamente ou por outro processo, processo. ée que podemos aumundc praticada com abnega^ao pessoal. en> muitos casos. Ser xiliar noyos ideais dos quais o mundo *iliar e dar nascimento a novos /* cm si próconhecimnto, em necessita. Nem mesmo semelhante pro- lirnpo. ser saudivel. ter um sorjiso nos I&bios. frequente- I/\ f\]» yemelhante conhecimnto. von- mente tem sido considerado contrdrio aos ditames da esprio, ée suficiente. Deve ser acompanhado de intensa vonV IS tade, ou antes, ante#, de imenso desejo de nos modificarmos a piritualidadc. enquanto que usar roupas sujas. estar imundo. /w\|VM entao o tenten- achar-se coberto de ieridas. fraco. miserivel. depoii então lugar. para depoi» nós nos msmos, em primeiro lugar, de IjM | cousas. a d6r [isjca, sem energia. tem sido usado comogemendo tarmos quanto ao nosso próximo. pr6ximo. Dadas estas cousas, sendo'um ideais. sacrifice perante o qual Deus se agrada de n<Ss. vida. que resulta dos novos ideais, atitude para com a vida, tornari o _ extraordiniria felicidade e tornará trará trara consigo uma extraordinária . erradas teem cumulado ... de verqonhaI A A, i • j e fácil. tin nao daconcepqoes ... O novo £onto fatil. rapido porém, porem, não ponto de vista,lals (Ml A proaesso rápido progesso "P'r""a''dad^ Para sermos necessi1IA espirituais 9'6na facil compreender-se comPreender-se a principio, porquanto a sua próserá tcri fácil Pr6- 3 ser ale9r"' e def,n,dos Deveriamos ser os U prMlco! tornarao estranhos em face face ,amos retidao se tornarão p :aa simplicidade e retidão lyj VLv. /, adquiridos". donos de no5sos corPos e n5o. como em tantos eases aeonhiibitos adquiridos". dos pensamentos e hábitos sermos dominados pelos seus desejos e (aprichos. Wa I fi & j ^fece' I gostos, desgostos e paixoes. Nao deve existir outra voz dominadora alem da de nosso "eu" real e verdadeiro Ego. "Apercebamo-nos bem da aproxima?ao das mudan«;as c desde que ela nos falou uma vez nao deve haver ine com^ vindouras e da proxima separafao entre os que sabcm e os dulgencia — ela deve exercer o cojnando absoluto "eu" O estabelecimento deste verdadeiro e que nao sabem; dos que se e$for?am para servir o mundo pletamente. ,M c dos que se sentem bem contentes era seu estieito egoismo ° mais di[icil t no entanto e a mais importante tarefa que AJj Este e o periodo breve e extrenuo, que precede a separafao nos defronta. A capacidade de ouvir a sua debil voz do eterno — s6 pode ser alcanfada por uma pAkhl\\ que se a proximo, durante a qual, temos de deseobrir a nossa — a voz vigilSncia c uaia vez que tenhamos apreendido / ¦ AJ | jfj |J| forja e a nossa fraqueza. £ este o tempo de rcmodelarmos constante nossa atitude, de fazcrmos proviso dos novos ideais. Sede o seu sussurro, podemos agir sem hesita^ao inquebranta- AJ ¥ I / 1 v6s pr6prios grandes auxiliares e nao meramente reqebe- velmente.

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Os ponfos tfo semblante feminino mais vulnerável aos golpes da idade. I A vão longe os dias em que uma mulher tornava*-* se imediatamente suspeita aos olhos da sociedade, ao fazer uso de um '.'baton" para carminar os lábios ou de um lápis preto ou azul marinho para fazer ressaltar a côr das sobrancelhas e pestanas. Uma tênue nuvem de pó de arroz num rosto feminino era o bastante para estabelecer uma barreira intransponível entre uma esposa virtuosa e uma aventureira. Hoje em dia tudo mudou. O elegante e corriqueiro gesto de acariciar furtivamente seu próprio rosto com um delicado pompom ou de avivar discretamente os contornos dos lábios, não mais desclassifica uma criatura elegante, que é sempre uma mulher de bom gosto, de bom tom. Nos salões mais honorãveis e respeitáveis, os "batons", "rouge" cremes, os os e toda a companhia "maquillage", do não escandaJizam mais ninguém, e o exemplo está nas moças modernas, as mais esportiv.is mesmo, em possuírem todas, em suas bolsas ou carteiras, o inseparável e delicado arsenal que lhes permite evitar a desgraciosidade dos lábios descorados e do nariz lustroso. Uma dama de alta roda ou uma zelosa dona de casa. que recebem amáveis convidados, teem por dever ocultar-lhes os sinais de suas preocupações, de seus aborrecimentos, de suas aflições, de suas tristerãs, quiçá de suas lágrimas estampadas em suas fi0

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sionomias desfeitas, abatidas. E' uma forma de cor(ezia, ingenita e essencialmente feminina. A mulher. com efeito, raramente comete a imprudência de deixar adivinhar ou transparecer aos seus parentes mais próximos e mesmo às suas amigas intimas, a dôr que n atormenta e, em regra geral, se condenam heróicamente ao sorriso perpétuo. "Afeu travesseiro somente conhece minhas lágrimas" — murmuram elas com aitivez e legítimo orgulho. E' um sentimento dessa natureza que induz, muita vez. uma mulher requintada à fazer desaparecer diante do espelho os traços que a garra impiedosa do tempo e da luta quotidiana marcou no seu belo semblante. Enfim, o que noutros tempos, se denominava com acerto e desdém "maquillage", veio a ser, em nossos dias. uma das formas rafinadas de polidez e civilidade. Entretanto, os higienistas, após terem-se submetido ao ukase feminino, e como tal, deixarem de proscrever sistematicamente os cremes, os leites, os pós e a chusma de preparados que descongestionam e protegem a epiderme contra a injuria do tempo, formulam uma observação inesperada. O rebique no rosto das mulheres, tal qual êle é feito, com discreção e virtuosidade, dizem eles, não merece mais os anatemas com que lhe batisamos outrora, mas... seu extraordinário êxito por todo o universo apresenta um grande inconveniente que se torna indispensável assinalar. As mulheres, no afan de corrigir os erros da natureza, habituaram-se, e isso sem a menor cerimônia, a não nos mostrar as suas verdadeiras fisionomias. Elas escondem assim de seus próprios c.irculos toda a sorte de advertências de real utilidade no interesse de sua saúde. Como se sabe. a natureza humana possúe uma variedade infinita de sinais alarmantes, pelos quais ela denuncia claramente sobre a nossa epiderme as perturbações orgânicas e psicológicas. Não seria difícil a um arguto observador surpreender no semblante duma jovem mulher tais e tais indícios, uma pigmentação singular, uma coloração significativa ou uma secura da pele, denunciando um mal interno Ainda bem que todos esses fenômenos desagradáveis, para gáudio do sexo frágil, são manhosamente dissimulados pelo "maquillage". Uma mulher "coquette" ou com pretensões a tal, tem apenas que abrir seu estojo de toucador para fazer desaparecer imediatamente todas as indicações que poderiam permitir àqueles que se interessam à sua higiene, de pô-la em guarda contra certas indisposições eventuais. Ocultando desta maneira aos olhos alheios essas pequenas exteriorizações cutâneas, a mulher moderna abstem-se de um controle eficaz em s:u próprio beneficio. "maquillage" Com ou sem a máscara feminina é sempre um ponto de interrogação. VI — 1 9 4 4


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Flagrante colhido quando o Presidente Getúlio Vargas autografava as dez primeiras cédulas de, 10 cruzeiros da série inicial desse valor posta -m circulação pela Casa da Moeda, as quais serão vendidas em leilão revertendo o produto desse licitamento em beneficio da Legião Brasileira de Assistência.

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Flagrante da entrega, na sede do Tijuco* Tennis Clube, Beltrão em pela esposa do seu presidente, Dr. Heitor nacional opedo pavilhão nome das senhoras tijucanas, recido ao "Regimento Sampaio .

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O coronel Nelson de Melo, chefe do Departamento Feãeral de Segurança Pública cercado peles novos chefes dos serviços daquele importante órgão recentemente creado pelo governo, per motivo da reorganização da Policia Civil do Distrito Federal, no dia da posse dos mesmos. Assinatura, pelo Prefeito Henrique Dodsworth. da ata de lançamento da pedra fundamental para a construseus çãc de novas casas-, pela Municipalidade, para funcionários.


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APROVEITANDO

0 SR. ALBERTO BIANCHI E O EMPREENDIMENTO

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DAS JAZIDAS DE ANTIMÔNIO, COBRE E OURO, RODRIGO

EM

SILVA,

E APROVEITAMENTO

DE RI-

ENERGIA HIDRÁULICA EM CACHOEIRA BEIRAO,

Snr. Alberto Quatrini Bianchi

DE

NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO.

energia hidráulica, em Cachoeira de Praia Grande, em Ribeirão De Cachoeira, município de Ouro Preto, Es-

um minério de importante valor estratégico e rarissimo na indústria bélica, hajam vista as dificuldades para

tado de Minas Gerais. I Snr. Alber-

sua obtenção nos teatros da guerra na Europa, e notadamente na Ásia.

to Bianchi ao que soubemos, já empregou nesse notável empreendimento

-y ODOS quantos, eco* nomistas nacionais ou estrangeiros, estão acompanhando o ritmo progressista do Brasil nos últimos tempos, não ocultam que um dos aspectos mais interessantes de nossa atualidade consiste na rápida expansão e desenvolvimento das riquezas do : ¦:•.:• -.-. • ¦ nosso sub-sólo, notadamente a indústria extrativa de mi•':' ' ' ¦ ¦: . :•:¦,¦ ¦ . , :• : " : ¦.-¦ nérios nas suas variadas es''0^ ' " H PI H Wo&i^ % , M Hi pécies. Indubitavelmente o sólo e sub-sólo, são as fontes mais Afloramento do minério auro-1 preciosas das riquezas natucupro-antimonífero. rais de um país quando inteligentemente explorados. cerca de Cr$ 8.000.000,00 De certo tempo a esta parte, o em adaptação, instalações, rumo assumido pela economia brasimaquinismos apropriados e leira se vem norteando pela exploraaquisição de profissionais ção da riqueza mineral, e daí o núde comprovado valor técmero elevado de requerimentos de nico. A mrneração acha-se concessões ou autorizações para pessituada a 18 quilômetros de quizas e lavras. Ouro Preto e a 5 da estação Agora mesmo o presidente da ReRodrigo

pública, outorgou, por decretos números 12.887 e 12.930, concessão ao operoso capitalista Alberto Quatrini

de

Manoel

Fina

Bianchi, para exploração de jazidas de antimônio, cobre e ouro em Rodrigo Silva e para aproveitamento de

técnica

do

Silva, estando sob a administração do Sr. e

Engenheiro

Minas e Civil, Guimarães.

orientação Dr.

de

Dja'.ma

O antimônio — 42 —

é

Além do antimônio e cobre, Rodrigo Silva possue ouro, quartzito, etc. O sr. Alberto Bianchi não vacilou arriscar parte de sua fortuna numa iniciativa arrojada e despendiosissima, porém de possibilidades promissoras, porque estão no sub-sólo as reservas

naturais

de

sua

pujante

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queza. É de homens dessa tempera animadora, com visão clara do futuro, que o Brasil precisa na marcha para Oeste, ajudando a forjar sua grandeza econômica.

Penhasco, de quartzito da encosta léste


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INVASÃO

^ Centenas de tanques leves norte-americanos alinhados ao longo de uma estrada, em. Inglaterra, à espera da ordem, para entrar em ação quando edmeçar1 o ataque contra a Europa ccupada pelos nazistas.

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O "Consteílation", avião quadri-motor de transporte construído pela Lockheed, chega a Washington depois de percorrer em 6 horas e 58 minutos a distancia de 4.285 quilômetros que separa Los Angeles da capital norte-americana. Êsse poderoso avião pode transportar cem soldados completamente equipados.

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vlwões de combate estadunidenses¦, já ptontcs num perto d o Atlântico, de onde serão transportados em um dos comboios que diariamente zarpam para a Europa conduzindo armas e milharse• de soldados. (Fotos da InterAmericana). V I

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"Assirio", quando do banHOMENAGEADO O DIRETOR DO INSTITUTO FELIX PACHECO — Grupo feito no quete oferecido pelos funcionários do Instituto Felix Pacheco ao Sr. José Marques de Carvalho, por motivo da sua investidura no cargo de diretor daquela repartição. Fizeram-se ouvir vários oradores, entre os quais os Srs. Gabriel Carvalho, Acacio Almeida, Alexandre Dias Filho e Manoel Ribeiro de Góis, que, em palavras vibrantes, enalteceram as qualidades do homenageado e do acerto do ato que o elevou à diretoria daquela importante repartição do. Departamento Federal de Segurança Pública.

LEVA BRECA QUER PASSAR

NA FRENTE

DA FILA

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A CARIDADE ALIVIA; O .SEGURO EVITA Os velhos, os fracos, os enfermos encontram na bondade dos contemporaneos alivio para seus tormentos. A civilização apurou os sentimentos e organizou a caridade. Mas é dever de cada um promover por seu esforço o bem estar da familia. Em vida o homem protege os seus. Mas, quando falece ? Ai o seguro de vida o hosuprir o necessário para manter o lar durante muitos anos, até que os flihos, tendo concluído a educação, consigam colocação remunerada. Assim, pelo seguro de vida mantémse a familia fora da situação incômoda — senão humilhante — de recorrer à caridade. SUL

AMERICA

Companhia Nacional de Seguros de Vida. Caixa Postal, 971. Rio de Janeiro. O

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DR GERSON PAULA LIMA — Foi alvo de carinhosa manifestação na data de seu aniversário natalicio, o Dr. Gerson Paula Lima, fundador e Presidente da Sociedade Scientifica èupermentalista. Este flagrante mostra a mesa diretora, quando discursava o Dr. J. Oliveira Martins. — 44

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Trecho de uma das

vilas construida

pelo Instituto

em São Paulo

dos Bancários,

A POLÍTICA social do presidente GETÚLIO VARGAS E O INSTITUTO DOS BANCÁRIOS fielmente a grarde CUMPRINDO política social do Presidente Getúlio Vargas—através as determinações do Min'stêrio do Trabalho — o Insttuto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários vem desenvolvendo um piaao de trabalho que é um exemplo de como a previdência social, no Brasil, já se realizou plenamente. Examinando-se apenas um dos setores de ação do I.A.P.B. — o da sua Carteira Imobiliária — logo se verificará o que nesse sentido vem sendo obtido. E' elucidativo o que sobre esse aspecto das atividades do Instituto, abaixo publicamos. ATIVIDADES DA CARTEIRA IMOBILIÁRIA As operações concluídas pela Carteira Imobiliária até 31 de Derembro de 1943 compreendem 570 casas, no valor de Cr$. . .' 24.375.202,90; 6 edifícios de uso c renda, no valor de Cr$ 31.019.664,80, somando Cr$ 55.394.867,70. em andamento As oerações abrangem 790 casas e apartamsntos. com os quais já se despendeu a importância de Cr$ 26.781 .118,40, além de já se acharem adquiridos 14 terrenos com a área total de 73.350,5 lm2 desV I —

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finados à construção e com os quais já foi despendida a quantia de i^r$ 2.623.856,50, somando, pois, o total de Cr$> 29.404.974,90. Assim, portanto, as operações realizadas (Cr$ 55.394.867,70), as e m andamento que se acham Cr$ 26.781 .118,40 — e os terrenos destinados à construção Cr$ 2.623.856,50), totalizam Cr$ 84.799.842.60, que é a imperiância global dos investimentos feitos pela Carteira Imobiliária de Julho de 1938 a 31 de Dezembro de 1943. Ne que se refere às construções em andamento, a situação era a seOutro

trecho da

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vila

guinte em 31 de Dezembro de 1943: Distrito Federal 567 São Paulo 90 Pernambuco 82 Minas Gerais 3 Rio de Janeiro 30

Bahia

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A receita da Carteira, em 1943, elevou-se a Cr$ 4.770.221,30, contra uma despesa de, apenas, Cr$ 651.299,90, tendo se obtido, assim, um resultado líquido de Cr$ 4.118.299,90, equivalente a 7,436% do capital invertido em operações já concluídas, tendo a receita bruta correspondido a 8.611% do aludido capital.

bancária à Rua

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encantada,

verdadeira triunfal por onde passeia, numa paradn espetacular de bom gosto, a "jeunesse dorie" carioca, um edifício de linhas sóbrias altana sua mole clara. Atraindo os "viveurs", habituados "féeries"' com as artísticas e com o convívio amável das pessoas cultas e de sensibilidade refinada. E' o Cassino Atlântico, por cuja "boite" magnificente e cômoda desfilam, no palco inundado

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saicos preto e branco, enquanto os autos riscam numa vertigem- o tapete macio e preto do asfalto. No

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sua roupagem negra e sorriem as mulheres formosas — radiantes pelo reinicio do "foo.ing" noturno, que é sedução e poesia. E elegante esplendor, após os jantares e as ceias. E romance, lentas

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prenunciadoras do inverno, a Avenida Atlântica é um escrínio

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é Lúcia Carroll, uma das novas "estrelas" da Warner. ESTA Todos já temos apreciado a sua graça e seu donaire e sentido a influência de sua presença em que a atração se manifesta pelas maneiras mais diversas. "fan" do seu perfil audacioso e petulante de menina malQuem não será creada mas que, ainda assim, sabe ser simplesmente adorável? Lúcia Carroll figura aqui como apareceu num de seus recentes celulóides. E encarna^ ao vivo, a graça irrequieta e viva da "jeune-fille" dos nossos dias, corações pela conciênte naturalidade de seus gestos e maneiras, que conquista "igual" é e despretenciosa, franca e arrebatada, vivendo ao vivo a compaque nheira ideal para o homem moderno, que fuma, com a gente, um cigarro, com naturalidade e graça, fazendo-se, então, mais bela, interessante e atraente...

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Lynn Bari fará para a 20 th Century Fox Tampico com Edward G. Robinson. Vemo-la aqui no seu lar, doce lar, «o lado do seu marido Sidney I.ujt.

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.Indy Devhie experimenta um novo meio de locomoção com o auxilio de Marte Montes e Jon Hall. Pesa cerca de 130 kgs vias a radiosa estrela parece não dar por isso. Vestem as roupas do Tecnicolos da Universal Ali Babá e os 40 ladrões que será uma das sensações do ano.

Hollywood apresenta um novo sistema de fotografar debaixo dágua... A invenção é devida ao chefe do Departamento Fotográfico da Metro, John Arnold, um aparelho ao qual êle deu o nome de "marisfera". A primeira vez que essa câmera é empregada submarina (aliás, com os melhores resultados possí"Aí Vem um veis) é no técnicolor Homem" (Bathing Beauty). Antes, os nadadores eram fotografados em cima ou debaixo dágua. Com a "takes" "marisfera" são tirados os fora da linha dágua, deixando visível todo o objeto compreendido no âmbito da lente. Trata-se de uma espécie de banheira com paredes de vidro, que flutua a meio corpo na piscina. Para a filmagem "ballet" aquático, em cores de um no qual aparece a campeã de natação Esther Williams, a câmera "closefocaliza o grupo inteiro em up" — e podemos garantir que êsse vai ser um dos números esplenden"Aí Vem um Homem", cotes de média musical com Red Skelton!. . .

A Metro pagou 60.000 dólares (1.200.000 cruzeiros) pslos direitos cinematográficos de Trinta Segundos Sôbre Tóquio. Será essa uma das maiores produções do ano. Robert Walker, a nova sensação de Hollywood, tem um dos papéis centrais do livro do capitão (hoje major) Ted Lawson.

Grandes amigos Roddy Mc Dowall, o aplttttdido juvenil da Metro-Goldwyn-Mayer, aparcce no Técnicolor A Força do Coração" ao lado de Lassie, o belo cão que se vc a sctt lado. Eis aqui um bom retrato de Dick Powell mi: dos melhores esteios da Paramount. Sentc-se-lhe n bom humor, esse humor com os Estados Unidos ganham a simpatia universal e com que, seguramente, ganharão a (jucrra.


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dia uma garota que cantava no rádio com UMagrado apareceu no palco do Lírico em um festival com azes do teatro e do rádio. Cantou Taí e foi um delírio. . . Carmen dava seu primeiro passo no caminho da glória. Domina hoje a Norte América, cartaz preferido de New York e das cidadezinhas do sul, do norte, do leste e oeste. Ganha milhões. Pagou, há pouco, de imposto de renda ao fisco norte-am?ricano V I — 1 9 4 4

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um milhão e oitocentos mil cruzeiros pela assinatura de um só contrato. E vive a vida das grandes estrelas de cinema. E é nos Estados Unidos uma laoareda dêste sol bendito que abraza a nossa terra e abraza os nossos corações. Essas fotos de Carmen são dos filmes da Twenty Century-Fox em que atua, Greenwich Village e Fóur Jills ir> a Jeep¦

— 49 —

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HOLLYWOOD (de GILBERTO SOUTO,

BOULEVARD. representante de "o malho-

em hollywood).

Há dias, vi Griffith... está bem notícia mais alviçareira dos mais velho, cabelos todos brancos, e Garbo Greta últimos dias é que A O galã do filme da Republic — as mãos sempre a tremer. Fuma vai voltar ao cinema, depois de "Brasil" será Tito Guizar, conhe- incessantemente e é pândego. Vive uma ausência de quase quatro anos, cido dos filmes em espanholjá e, mais a contar andedotas dos tempos dos trabalhando para o produtor inde- recentemente, da sua atuação pelos primeiros filmes e vai levando o vida calmamente. Não é o milionário que pendente Lester Cowan. A história, cassinos do Rio. E' bem provável deveria ser... O cinema deve-lhe diz-se, narrará as aventuras dos ma- que Aurora Miranda tome parte no imenso.Mas esse mesmo cinema que rinheiros mercantes da Noruega e, filme. Por falar na Aurora, ela tem apa- êle levantou, a que deu vida e cuja fala-se também, que a embaixada da- recido em dois programas de Orson carreira êle guiou nos seus primeiros quêle país, em Washington, pediu a Welles e, no desta semana, tomará passos... não toma conhecimento da filme. no Garbo que tomasse parte novamente parte, desta vez cantan- sua existência. do "No Taboleiro da Baiana"... e E... com esta notícia, desejo acresHollywood... t a 1 v ê s mostrando centar uma impressão pessoal da o Orson cantará com ela em portugrande ingratidão, ainda não achou um lugar para esse grande grande estrela... Sim, meus homem do cinema... E' uma caros amigos, na semana pena... e uma injustiça! passada, tive o prazer de vêr Garbo em pessoa, bem de perto... Há alguns anos, eu tivera a primeira oporFUTURAS ESTRÉIAS tunidade de a vêr fazendo '% T____iifj_-É_. yX ^S5__^H W§ í_-^ _r_Pv» uma cena para "Mme. Wa____fe__á_c__í:^í______í__; Dentre todos os filmes, leska", mas isso foi um tanapresentados ultimamente, sobre to de longe. Escrevi "Cinedestacar apenas um quero"GOING esse episódio para — MY WAY". da arte". Paramount. Bing Crosby e Eu fora jantar com alguns o velho ator irlandês. Barry amigos no restaurante "PeFitzgerald são os intérprerino's" do Wilshire Bouletes principais. Não deixem vard, um dos mais elegande vêr esta pequenina obra tes da cidade. este flme delicioso, -a. J^^S _9»*J________K £_B________ prima, ____F ' _____________ isso Sentamo-nos e... terno e encantador. Uma mesmo ! Lá estava Greta história simples, mas um Garbo, calmamente tomanSB^ : : : ^Sa\%raÚy%mWfâ: ¥ '""" _________ melhores estudos de un dos codo um drink, antes de padre que envelhece na sua meçar a sua refeição. paróquia... chefiando o seu Não estava sentada a um rebanho de fiéis. Leo Mc canto escuro, e não usava Carey dirigiu e o fez com contraAo óculos pretos... habilidade e muito muita torio, estava visível para sentimento. dos... bem risonha e como "MODELOS", da Columbia se o mundo não existisse à é um trabalho fotografado dela. volta em Tecnicolôr e apresentanComo é encantadora ! E' do Rita Hayworth e Gene verdade também que para Kelly, nos dois papeis prinela se acha em Hollywood cipais. O filme, histórico de há auase vinte anos e é verdade também que para aqui palco, narra um assunto mais do que batido, mas diveiu com vinte anos... mas verte muito, foi montado a sua beleza é patente. Greta Garbo como apareceu em "Mata-Hari! com grande luxo e tem linos Aquelas pestanas que da música. Dentre os núfans tanto admiram são » sica. Dentre os números, quero desguês. Sabiam oue êle toca panverdadeiras... aquele sorriso, aquêtacar uma nova canção de Jerome deiro quando a orquestra toca um les modos e aquela voz... Voz que Kern, "Long Ago and Faraway". E' acaricia... que só é dela, dessa gran- dos nossos sambas em seus prograuma das melodias mais lindas dos mas? Dizem que o faz muito bem, de e extraordinária Greta Garbo. últimos tempos. Gene Kelly tem faz no êle tudo tão bem como que Estava vestida simplesmente, com uma dansa com a sua própria sombra o seu clássico casaco esporte e tinha cinema. que assombrará as platéias. apenas um lenço de seda branco Danny Kaye, de que mjá tenho faamarrado a cabeça... Esta noite pelo rádio ouvi a notícia lado em notas anteriores, aparece no Via-a e a admirei com mesmo ferda morte do velho cameram-man, cinema em "Up in Arms". Êle é um vor dos meus tempos do Rio... dos tipo completamente novo na tela e o Foi êle um dos pioprimeiros filmes quando ela apare- Billy Mitzer. ceu na tela do velho cinema Beira- nelros do cinema americano, tendo seu sucesso aqui tem sido tremendo. começado ao lado de David Wark E' um grande mímico, se bem aue o Mar... hoje já desaparecido e quanseu estilo dependa também muito dos do a Metro a apresentava... como Griffith, nos dias dos filmes de uma diálogos. Para quem sabe inglês... heroina de Ricardo Cortez ou de An- parte. Fotografou todos os primeiros o filme é cem por cento impagável. tonio Moreno... Nesse tempo, ela era de Mary Pickford, as irmãs Gish, H. A Radio-R.K.O. tem, a-pesar-destas a artista secundária... Que bom que B. Warner, Lionel Barrymore e ouminhas restrições, uma grande oporGarbo vai voltar. Que notícia agra- tros e estrelas da infância do cinema dável para todos os que não a podem americano. Tinha setenta anos de tunidade de oferecer ao público um filme divertido, luxuoso e colorido. esquecer... E quem esqueceria aquele idade e o seu nome ficará gravado trabalho magistral que ela nos deu para sempre no rói dos pioneiros da Samuel Goldwyn foi o produtor, o em "A Dama das Camelias"...? cinematografia americana. que já é uma garantia. — 50 MALHO 19 4 4 V I


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Ginny Simms, nova estrela da M. G. M„ reurtc todas as tendências das edades, dos sexos e dos tempos: ama o esporte, tem alma de artista, dirige bem sua fazenda de San Fernando Valley, atúa no rádio e até hoje tem feito guerra ao casamento... Diz~se, porém, disposta a mudar de idéa...

NUNES

se pode levar à conta da educação mal dirigida ou da influência das modernas idéas liberatórias o sensivel afrouxamento dos laços doNÃO mestiços e da profunda e terna amisade que se entrededicavam pais e filhos, sobrinhos e tios, avós e netos e primos também — que doce evocação, essa, dos primos ! — inefável conceito de família sobre o qual assentava, solidamente, a felicidade dos nossos maiores. Prefiro lobrigar a explicação do fenômeno na ação de ncvas forças, índices de progresso, totalitariamente tiranisantes dos sexos e das idades, e que tornam extranhos uns aos outros, em torno da mesa de jantar, aqueles unidos pelo sangue ou que o amor, um dia, unio. A maturidade, nos anos que vamos vivendo do alvorecer do século para cá, significa, para os homens, a guerra, o após-guerra, um mundo melhor... para os vindouros; para a mulher; a incrível carestia dos víveres, uma galinha por vinte cruzeiros, custava três ! a manteiga que não há e como será o dia de amanhã? A juventude, para os nascidos entre duas guerras nos últimos vinte anos, nada mais é do que futebol e cinema, futebol quanto aos rapazes, cinema quanto às moças e aos juvenis, pois, que entre estes pouco pesa a distinção dos sexos. Assim se o pai, o tio ou o avô fala da retomada de Sebastopol, suas palavras de inflamado entusiasmo pelos russos e pela causa aliada que é a causa da civilisação, morrem sem éco em meio de geral indiferlença; se é a mãi, a avó ou a tia, a eterna questão dos preços gera mial disfarçada expressão de aborrecimento em todos; se são os rapazes que discutem os lances do último Fla-Flu, certo ar de desprezo e de dó dos mais velhos pela inferioridade mental dos preopinantss, os envolve...; e se narram o enredo dos filmes e o comentam as moças e os meninos, são olhados como creaturas de uma fôfice absoluta que, coitadas !, às empolgantes realidades da vida preferem contos da carochinha ! e se apaixonam, que sandice !, por fotografias animadas !! A ausência da comunhão de idéas e de sentimentos gera o desinteresse e a indiferença do individuo pelo individuo. Como admirar e estimar um pai que prefere Timoshenko a Gany Cooper? Como se enternecer por um filho que, em vês de procurar ovos mais baratos, gasta cincoenta cruzeiros para vêr um creoulo aplicar patadas em uma bola? São as afinidades que criam os élos sentimentais: sua inexistência entre parentes chegados, matou o lar, doce lar... A minha simpatia no caso — hony soit... — todo se inclina para as moças... Explico: bem podíamos deixar de parte a guerra, seus horrores e apreensões- concomitantes, os víveres e seus preços abominaveis, os esportes e sua chatice, e voltarmo-nos todos para o cinema espêlho da vida e castelo do sonho, a apontar múltiplos caminhos que nos levam a "um mundo melhor". Há, nêle, soluções honestas e aprazíveis para todos os problemas e um constante apelo aos bons sentimentos e aos preceitos da bôa moral. Cria e desenvolve, até o mais alto gráo, a emoção, educa e instrui. Exalta o culto da família, fomentando, talvês, nos que vão vindo a ância por êsse bem quasi extinto — o lar tranqüilo e o amor dos seus ! Não se pode, na verdade, exigir de uma atividade humana, propósitos nem mais altos nem mais sábios.


NOTICIAS

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DIRETOR

Por HENRY KING (DIRETOR DA VERSÃO CINEMATOGRAFICA DA 20TH. CENTURY FOX NOVELA DE FRANZ DA FAMOSA WERFEL "A CANÇÃO DE BERNADETTE"). me propuzeram a QUANDO direção de A Canção de Bernardette eu nada sabia de Bernardette. Quando telegrafei ao estúdio dizendo que aceitava, entrevia perfeitamente os problemas monumentais que teria de enfrentar antes mesmo que a produção começasse. Mas eu tinha um estranho pressentimento como também o produtor William Perlberg que todos os problemas seriam satisfatoriamente resolvidos. A primeira grande interrogação "Quem era: interpretaria "Bernardette"? Esta se impoz ass:m mesmo que voltei a Hollywood, "scre;n antes de se ter escrito o play". Não tinhamos a mínima idéia de quem faria o papel. Sabiamos apenas que podíamos procurar no mundo inteiro. Realizaram-se "tests" durante vários meses até que se chegou a seis escolhas possíveis. O "test" final consistia nas diferentes reações a Visão. Uma de cada vez O

MALHO

DA

HISTÓRIA

HENRY

KING

as jovens foram focalizadas na gruta imaginária. As outras cinco eram boas atrizes; representaram muito bem. Mas somente Jennifer Jones viu a Visão. O cast secundário — encabeçado por William Eythe, Charles Bickford, Vincent Price, Lee J. Cobb e Gladys Cooper — foi selecionado com o mesmo cuidado. Todas as facetas da produção foram indicadas foram igualmente consideradas. Segundo a minha interpretação "Bernardette" da história de a sua beleza e grandiosidade residem na sua simplicidade e humanidade. Era uma história de uma família de camponeses franceses, especialmente de uma jovem desta família, a quem aconteceu uma coisa estranha que mudou o rumo de suas vidas e mesmo da Historia, porque a jovem tinha fé e coragem. Sinto que o nome de Jennifer Jones está destinado a se perpetuar na téla. E' dona de uma rara e cintilante naturalidade. Todo o tempo em que aparece no celulóide sente-se que ela e "Bernardette". - 52 —

O Rei George da Inglaterra, deu permissão à Paramount para usar um disco reproduzindo a sua voz em A Hora Antes do Amanhecer", um drama de Franchot Tone e Verônica Lake, baseado na famosa novela de igual titulo da autoria de W. Somerset Maugham. E' esta a primeira vez que um monarca dá pessoalmente permissão para que a sua voz regravada numa película comercial de Hollyword. "A O trêcho a ser inserido em Hora Antes do Amanhecer" é aquele em que o Rei George participa aos ingleses e ao mundo a entrada da Inglaterra na guerra, no histórico discurso pronunciado em 3 de Setembro de 1939.

Dizem que John Warburton, ator inglês, vem substituir perfeitamente Leslie Howard no cinema americano. Tem a mesma classe do malogrado artista, que atingiu na arte cinematográfica o ponto culminante dos íntérpretes criados na escola shakespeareana. Foi recentemente contratado pela Metro e logo incluído, com "cast" um papel de destaque, no de "Evocação", filme estrelado por Irene Dunne.

Falando de Eleanor Powell... ela disse, uma vez, que abandonaria o cinema, quando casada. Há apenas alguns meses, el? desposou Glenn Ford, o varonil astro do ' ecran". Agora, ela assinou um contrato corno "Sensations estrela de of 1944". Mas, se bem que algumas mulheres mu"simplesmente dem de idéias por"requê...", Eleanor executou a sua viravoua" por uma razão muito mais "doida precisa. Fez isso porque ela é Durante vários anos, pelo sapateado". "sapateado ela tem , para filmes, até que tem ficado estonteada. Alguns observadores asseguram que tem havido mais "flagrajites" dos tornozelos dela que do ;*eu rosto. V I — 1 9 4 4


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concertos culturais da Orquestra Sinfônica Municipal, como OS assinalámos na edição precedente, teem sido muito bem recebidos, especialmente entre os mestres da divina arte e as mais expressivas artistas jovens brasileiras. Procuramos colher, a proposito destes concertos, imprèssões de uma eminente professora e de uma joven pianista, que tem, diante de si, largos horizontes e a quem não faltam atributos para ser, futuramente, uma das nossas grandes expressões do teclado. * * * A professora Lúcia Branco desfruta, mui justamente, de sólido prestigio na imprensa musical e no maAntigo critico gisterio pianistico. musical, imprimiu excepcional brilho à seção artística do "Correio da Noite", sendo sempre muito sentida a ausência de tão fulgurante pena em nossa crônica de arte, da qual se afastou para dedicar-se, ao magisterio, onde sua ação tem sido igualmente excepcional. Lúcia Branco traçou para a nossa revista magistral panoràma da vitória da musica erudita no Distrito Federal, que passamos a apresentar: "De franca e animadora ascenção, é o nivel musical do Brasil, no presente momento. Nunca houve em nossa terra um interesse tão grande como o que ora se observa, pelas verdadeiras manifestações de arte. Durante longo tempo atravessámos uma espécie de crise, em que pareciam baldados todos os esforços, no sentido de elevar nossa cultura artística, passando quasi desapercebidas as tentativas que alguns corajosos e abnegados faziam nesse sentido. Isolados ou reunidos

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Esther Naiberger. em pequenos grupos, em vão se esforçavam os artistas para despertar o público da apatia na qual mergulhara. Ele apenas se preocupava com os sambas do morro, ou com as músicas de Carnaval sem forma e sem nexo, construídas muitas vêzes sobre versos ainda mais tolos e chulos. Em muitos lares, onde jovens estudantes já se tinham iniciado no culto á musica seria, foram os instrumentos substituído por vitrolas rádios, que, com mais facilidade e sem qualquer trabalho, transmitiam as novidades carnavalescas em voga. Ambiente musical, como se vê, completamente decadente. Se lançarmos um olhar retrospetivo sobre o maras-

MEDICO poder£. poderá, dois entre Mas

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mo de alguns anos atraz e o cotejarmos com o febril movimento que hoje se opera na esfera da arte dos sons, teremos a impressão de um renascimento maravilhoso, de uma quasi ressurreição ! Chega a parecer incrível que tamanha transformação se haja processado em tão curto lapso de tempo. O amor pelo estudo da música intensifica-se dia a dia; os recitais são concorridíssimo; os teatros em que se exibem as nosas orquestras, tornamse pequenos para conter multidões de ouvintes que acorrem a aplaudiIas. Os estudantes de nossas escolas trocam animadamente opiniões sôbre as notáveis obras dos Mestres e discutem a personalidade de um Bach ou de um Beethoven, com o mesmo entusiasmo com que comentam o ultimo film que lhes empolgou a atenção. Tudo se vai transformando rapidamente; e a música, pela força do seu mágico e eterno poder, começa a infiltrar-se, de novo, mui suavemente em nosso espirito — tão castigado pelas asperesas das lides cotidianas — infundindo nele um sópro vivificador de puro ideal, fazendo-o pairar um pouco acima do grosselro materialismo da hora que passa. Não há dúvida que os concertos culturais de iniciativa particular e a campanha pela musica de classe, no rádio brasileiro, muito tem contribuido para isso. Em primeiro plano porem, devemos reconhecer a clarividência demonstrada nese sentido pelos nossos dirigentes e de modo mais direto, por aqueles a quem está afeta a educação da juventude. Os concertos da Orquestra Sinfonia Municipal, franqueados à mocidade das escolas, têem dado excelentes resultados e é óbvio que influirão imenso na formação cultural dos estudantes. dada a amplitude que podem tomar. A música é sem dúvida um dos fatores mais importantes para a formação de uma mentalidade sã e da

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hesitar medicamentos saúde. para a sua saude. SEU AMIGO n&o não jhesitarci (hesitará. em aconselhar o melhor empr§go emprêgo de sua economia.

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elevação dos sentimer.tos, visto como fala diretamente ac. coração. E que belo futuro não se poderá prever para os jovens brasileiros, sempre sobejamente dotados de qualidades artísticas, de fina sensibilidade e de entusiásticos impulsos, se assim forem educados e oficialmente amparados ? Infinitamente grande ! Que continuem as iniciativas desse gênero ! Que Se dilatem e se multipliquem ! E se é verdade o que diz a História — "que o grau de adiantamento de um povo deve ser aquilatado pelo seu nivel artístico" — acalentemos a feliz certeza de que o Brasil será, dentro em breve, uma das primeiras nações do mundo !" Esther Naiberger iniciou o estudo pianistico com o maestro J. Otaviano. Diplomando-se em 1939 pela Escola Nacional de 'Música, passou, desde aquele ano, a aperfeiçoar seus estudos com professor Guilherme Fontainha. Tomou parte, nos últimos anos, em vários recitais efetuados na Escola Nacional de Música, sempre com progressivo êxito. Esther Naiberger dará, este ano, um recital para a Cultura Artistica, tocará com a O.S.B. e deverá participar da Temporada de superintendida Nacionais, Artistas abalizaImbassahy, Arthur Dr. pslo "Jornal dò Brado critico musical do "Hora do sil". Tocará, tambem, na fará PRA-2; gravae Brasil" e na ções para a Discoteca Pública do Distrito Federal. E', portanto, a figura naturalmente credenciada para falar em nome das jovens pianistas brasileiras. Assim se manifestou Esther Naiberger: "Nunca prefeito algum dispensou tanta atenção aos jovens artistas brasileiros como o eminente Dr. Henrique Dodsworth. Uma das suas realisações (refirome a série de concertos culturais no Teatro Municipal), atesta o seu gran-

de interesse em dar a conhecer ao grande público os valores jovens que vêem surgindo no cenário musical do Brasil. Isso representa tambem um grande estímulo para nós jovens artistas brasileiros, que assim adquirimos novas energias para continuarmos, os nossos estudos, na certeza de que no futuro estaremos sempre amparadas. Quantos jovens de real merecimento que nunca se apresentaram ao grande público por falta de uma oportunidade, por falta de alguém que os conduzisse pela mão ? Essa oportunidade e esse guia surgiram na

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Vera-Cruz Pientznauer. pessoa do nosso emjnente prefeito Henrique Dodsworth. Só me resta agora desejar que tão útil realização não sofra interrupção, para o bem de todos aqueles que se dedicam com amor a divina Arte e tambem para que o Brasil possa conhecer todas as suas grandes vocações. Parabéns pois ao Dr. Henrique

Dodsworth pela sua magnífica reaüzação". * * A O.S.B., vultuosamente subvenclonada pelo Governo Federal para tocar para a Juventude Brasileira, tambem tem prestado valioso apoio à educação musicai da nossa mocidade escolar. Realisou em 1943 nove concertos para os estudantes, seis dos quais sob a batuta do nosso prezado amigo José Siqueira, assistente do maestro Szenkar e presidente da conceituada sociedade. José Siqueira, ou mais precisamente — o presidente da O.S.B.— foi o compositor nacional mais ouvido pela Juventude em 1943, pois figurou na quasi totalidade daqueles concertos. Esperamos que em 1944 o presidente da O.S. B. não se exiba tanto como regente e como compositor, afim de que, entre outros maleficios, os estudantes não suponham que o Brasil só dispõe de um regente e de um compositor. Como regente, o nosso dileto compatricio José Siqueira ainda não se impôs nem aos estudantes. E como compositor não foi, no campo Sinfônico, interpretado uma só vez pela Orquestra Sinfônica Municipal. Em compensação, a O.S.B. já tocou, queremos crer, toda a sua bagagem sinfônica. Iniciando a serie de concertos para a Juventude em 1944, a O.S.B. apresentou-se sob a batuta rto seu presidente. Foi solista a joven pianista Vera Cruz Pientznauer, 1.° premio do Curso de Interpretação da insigne Madalena Tagliaferro. Interpretando admiravelmente o "Concerto" de Mendelssohn, Vera Cruz Pientznauer atraiu em torno de sua personalidade a atenção unanime dos músicos e da assistência. Quanto aos números puramente sinfônicos do programa, os músicos os interpretaram absolutamente atentos às respectivas partituras, contribuindo, assim, para a manutenção de prestigio que merecidamente goza a O.S.B. FRANCISCO CAVALCANTI

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GOTAS

HUMORISTAS Ou muito nos enganamos ou, o humorisir.o brasileiro está em perfeita decadência. No rádio, pelo menos, ele é calamitoso. Calamitcso e indesejavel, pela falta absoluta de gosto e de inteligência de seus animadores, quando não seja pelo enorme cançaço mental dos interpretes deste genero. Em verdade os programas existentes cançam e maltratam o ouvido da gente. Diariamente alguns artistas espicham a veia humorística dispôstos a agradar o publico. Mas o que apresentam é sem vida, sem animo e capaz de fazer, paradoxamente não rir, mas chorar o mais bem humorado dos nossos ouvintes. Caso estejamos em face de abusos dos diretores artísticos programando os pobres oficiais de fazer rir, era de se fazer um pedido acs mesmcs a ver se distanciavam mais os programas afim de que pudessem apresentar obra mais segura.

— A dupla "Quatro Azes e um Coringa" tem dado a nota no rádio. Ut Drograrra que valp a pena ser ouvido é o "Teatro Romance" da Mairínk. A Transmissora apresenta "Artistas Novos do Brasil" scb a direção de Magdala 'Jomes de Oliveira. Elba Miaramar vem encantando os ouvin.es com as suas músicas portenhas. "Bandeiras da Liberdade", é um programa recomendável apresentado na Cmz'iro do Sul. A'ice Rib°in vem sendo muito apreciada ra PRA-9. Jorge Marinho ocupou o lugar de *\lziro Zarur na Transmi sora. Testas Cmcadas" ve n sendo um cartaz muito bom na Trp-ismissora. Maria Helena ingressou com muito agrado na Mairínk para o rádioteatro.

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Almirante é talvez, a maior figura do rádio brasüTiro. Si cada estação centasse com uma inteligência como a sua, teríamos elevado o nivel artistico do nosso rádio, tão pobresinho. Ele é, por isso mesmo, um des maiores fatores áa esplendida: evolução artística da Nacional, nestes ultimos tempos. BOLA

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AURORA Aurcra Miranda está nos Estados Unidos obtendo um excelente êxito no rádio e no cinema.

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Dircinha Batista vem apresentando sambas gostosos no "Kaleidoscopio" da Tupi. O Grande Otelo, de fato, é inteligente, entretanto convinha muito que mudasse, de vez em quando, o repertorio. Rádio Clube precisa fazer certas modificações no "cast" para agitar melhor os seus programas. Ainda se aguardam os melhoramentos artísticos prometidos para a Rádio Tamoio. Maria Eduarda, quando, homenageia cada entidade literária !...

FRANCISCO GALVAO

Heloísa Helena ingressou definitivamente na Tupi, onds além de tomar parte no Rádio-Teatro está cantando músicas típicas- norte-americanas.

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Orlando Silva continua na Nacional. Barbosa Junior inventou uma distração dominical na Nacional, "Cartola Mágica". Oportunos e bem feitos os comentários de guerra matinais da Cruzeiro do Sul. Tambem o programa de noticiarios ue gu-rra da "Rádio Jornal do Brasil" merece elogios. — 56 —

Luisinha Carvalho acabou o contrato da Rádio Clube, e agora, ao que propalava nas águas de São Lourenço, irá para um Casino. Ao que sabemos, Cinara Rios afastou-se de uma vez do rádio retirando-se para os encantos da vida privada. Existe, agora, na Tupi. uma dupia caipira a de Pirací e Palmeira capaz de abafar a de Alvarenga e Ranchinho. Poderia ser cortado aquele "sketck" do programa Kaleidoscopio em amabilidades que Heloísa Helena troca irônicas com a sua "partenaire". O maestro J. Otaviano está dirina PRA-2, um programa bem gindo, "Nossa Música". feito Raul Brunini, o mais perfeito discipulo de Carlos Frias, poderia deixar de trocar apartes humorísticos com a dulpla Piraci-Palmeira. Espalha-se nas rodas de rádio que César Ladeira não renovará mais o contrato com a PRA-9, pois está em entendimentos com a Pan-Americana, de São Paulo. Manuelsinho Araújo poderia ficar nas suas emboladas, onde é inimitatavel, pois, como humorista deixa muito a desejar. Foi uma pena o Zarur ter deixado a Transmissora que muito e muito lucrou com a sua permanência ali. Um programa bem apresentado vem a ser "Movimentos Musicais" r_a Cruzeiro. V I — 1 9 4 4


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"cocktail" ou recepção á tarde, traje ricos para um uma noitada no Municipal... Cassino, jantar, para A assistência aplaude todos, aplaudindo as moças que os apresentam com uma graça verdadeiramente parisiense, apresentando pelo mesmo jeito a impressionante coleção de chapéus de Fanny.

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A assistência é das mais elegantes, também das mais ilustres, pois lá estão: a senhora Gabriela 5ezansoni Lage, contralto de renome, a escritora Ernesta Weber, a elegante senhora Chermont ae Brito, a linda senhora Eurydice Bianchi, a senhora Rocha Miranda, a formosa senhora Conceição Gomes, a figura gracil

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Elaine Kilei/, da RKO.. apresenta elegante modelo dc chapéu para o inverno. frio chegou cêdo. Mal o outono veio. baixou na cidade, embora o sol e o céu muito azul, uma temperatura adoravel. consentindo na troca de roupa, e de imediato. Foi assim que pelos fins de Abril as principais casas de modas trataram de apresentar, em desfile, as ultimas novidades. "lingères" da cidade, Didi, uma das perfeitas enriquecida a sua loja á rua Senador Dantas 23 com vestidos e accessorios de primeira classe, associou-se á Fanny, perita em chapéus, e ambas transformaram num recanto de luxo e de bom gosto algumas salas á mesma rua Senador Dantas, porém no oitavo andar do n. 45, sobre o cinema Vitoria, frês tardes consecutivas acolheram o que a nossa aristocracia social conta de mais elegante, para "mil apreciar os vestidos, chapéus e os preciosos nadas" a que o elemento feminino não resiste. . . Flores e mais flores, champagne e iguarias finas "chic", marcaram o inicio da sequencia de processada no mais agradavel dos ambientes. "Doze horas do dia de uma mulher" teve co"negligees" mcço na exibição de primorosos, alguns leves e transparentes como nuvens, outros para manhãs frias, e, em consequencia, a friorentas.. . Pijamas de cetim a rivalizar com camisas para dormir, combinações frizadas por bordados admiraveis ou encaixes de renda, e fecha a primeira [ase um pijama de seda verde forte com cinto e sapatos de pelicn prateada, traje para receber pessoas intimas. "tailleurs" "trotter". vestidos tamVêm os para "toilette", "tailleurs" e vestidos de meia bem, mais O

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Renda e organza constituem êste belo traje para jantar. da senhora Luis Costa, a notável poetisa Hyldeth Favilla, as senhoras Attilio Camilo, Baguera Leal, Siqueira Filho, Garcia Braga, Nellie Band, Oliveira Lima, Margot Cohl, Mariasinha Mendes, Lucilia Barroso e outras, inúmeras outras figuras assim de projeção social. O novo recanto de elegancia é mais uma conquista da cidade Carioca, mais um motivo de orgulho para o alto comercio do Rio de Janeiro, e onde a leitora encontrará sempre o que de bom gosto existe em materia de vestidos, de chapéus, de accessorios, coisas, aliás, indispensáveis ao realce da boniteza feminina. Fanny e Didi estão, pois, de parabéns.

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Para as recepções de agora. Gene Tierney, beleza exótica do cinema sob contrato na 20th Century Fox, indica este traje negro.

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AS ESTRELAS DO

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W Genny Simms apresenta aqui um esportivo traje composto de blusa listrada marinho e branco, saia-calça azul suavíssímo.

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Taxas douradas guarneccm o "rayon" "slack" bonito de preto de Adele Mara.

APARELHOS PARA JANTAR. CHÁ E CAFÉ. FAQUEIROS. CRISTAIS PORCELANAS. PRATARIAS. BRONZES E OBJETOS DE ARTE

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AO AR LIVRE

SETEMBRO.

— 60 —

IftjimmiDi* 66/68 - PRÓXIMO

A AVENIDA

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SEGREDOS DE BELEZA DE HOLLYWOOD Por

MAX

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"Muitas mulheres escondem o próprio encanto sob uma máscara." Um famoso astro que é um idolo masculino do cinsma, lançou a toda Hollywood esta frase enigmática. "Que quer êle dizer com isso?", foi a pergunta que de toda a parte surgiu. Conhecendo-o como o conheço, sei perfeitamente o exército masque pietende. Êle faz parte do vastíssimo "maquillage". Entanto, o culino que detesta o excesso de seu trabalho nes estúdios tem lhe dado um conhecimento dos meios certos e errados de emprego dos auxiliares da beleza. Tal franqueza deve ser admirada, porém cautelomente. Para muitas mulheres, contudo, uma proveitosa lição pode sair daí. Mas, vamos ao âmago da questão. Considerem-se, por exemplo, os olhes. Quantos olhos encantadores vivem escondido:; sob densas camadas' de "make-up", impropriamente escolhido e aplicado ! Pestanas empastadas e endurecidas não apresentam quadro mui digno de admiração. Menos ainda as sobrancelhas demasiadamente pintadas à custa de lápis. E quasi todos nós já nos acostumamos a ver os grotescos efeitos criados com c sombreado demasiado nos olhos. As olheiras e sombreados dos olhos constituem um "apronto" feminino. É isto, com dos pontos cruciais no toda certeza, o que completa ou danifica a pintura. Quando empregada corretamente enseja um efeito de beleza delicada para os olhes, que parecem estar naturais. Se é erroneamente empiegada nas clheiras, por exemplo, o resultado dificilmente poderá ser chamado de bonito. O sombreado dos olhos deve ser usado da maneira que o seu nome expressa, como sombra. Aplique-o delicada e levemente na palpeb'a superior apenas, creando uma tonalidade suave e igual, da sobrancelha ás pestanas. A maquillage das pestanas será processada com cuidados especiais. Evite-o mantendo a escova limpa. As pestanas devem ser apenas enegrecidas e nunca servir de depósito de material de "make-up". Procure separar as pestanas por meio especial. Sobrancelhas endurecidas são, às vezes, o resultado do uso de lápis mais indicado a colorir a pele. Escureça e lhes defina a fôrma seguindo a arcada natural que protege os olhes. Quando houver necessidade de realizar uma depilação, faça-o sempre com o máximo cuidado. A limpeza da pele exige cautela e delicadesa. Depois dos olhos, talvez os lábios sejam os mais es"de condidos, o mais das vezes, atraz de uma mascara maquillage" mal aplicada. Assim, muitas mulheres que possuem bocas bem formadas, deformam-nas tentando V I —

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LINDA DARNELL — Anda estrela do cinema americano. alterar as linhas. A menos que Você realmente sinta que sua boca não tem traços lisengeires, nunca tente modificações. Siga a linha natural do lábio superior na aplica"baton". Transmita o modelo ao lábio inferior, çãc do comprimindo-os. Isso feito, espalhe o tom com os dedos, de leve. Outro meio para evitar demasia de côr é comprimir um pedacinho de tecido especial entre os lábios, depois de cada aplicação. Parta sempre com o "baton" para o centro da beca, meio de evitar as linhas que não parecem naturais nas extremidades. O último detalhe a ser olhado na "maquillage" das estrelas é a aplicação do "rouge". Você, leitora, evitará muitos comentários que poderão ser formulados a seu respeito seguindo esta regra seca e rápida: "O1 "rouge" age como sombra". Deste modo, se o usa em excesso, lança todo o rosto na sombra. Se a côr usada for muito brilhante, mal se pode chamá-la de "sombra dissipada". Muitas mulheres erram mais na aplicação do "rouge" que em outro qualquer detalhe de embelezamento. Em geral elas aplicam em demasia ou procuram instalar "rouge". pontos de beleza nas faces à custa do Eis o caminho a seguir se deseja despertar a admiração dos homens ! Ponha um pouco, o minimo possivel, de "rouge" sobre as saliências dos ossos faciais, matando assim a brancura fora do natural. Espalhe para baixo mas não na direção do nariz. Pode subir a coloração até as proximidades do3 olhos, afim de evitar um espaço branco entre a face e os olhos. Lembre-se de que nunca deve colocar "rouge" em qualquer cavidade ou cicatriz da face, o que acentua tais defeitos. Eis o que um técnico d>e beleza do cinema expõe às moças da platéa... 61

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ELEGANCIA

Saia e cohte de lã cinza médio, blusa roxa pontilhada de branco.

Saia e bolero de cetim preto, blusa de cetim ricamente bordada — modelo desenhado para Carson Pirie Scott — Chicago.

Gracioso feitio para seda estampada.

Movimento de saia na parte de trás — uma das novidades da Norte America. O

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PRATICA \

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casaco de lã. da lavra Jordan Marsh.

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ideado por um dos acatados modelistas de New York.

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preparado no velho estilo tão do gôsto do povo de agora. As cortinas são "chintz" estampado de coloridos ride belo "beige", cos de vermelho, verde e o sofá á "beige" dos badireita com forro do mesmo badinhos á beira das cortinas, poltrona listráda de preto e branco, tapete grande, de coloridos vivos. O fogão pode sêr substituido por um móvel adequado ao ambiente. room"

Decoração

da

casa

mobiliado no Hall" interno, de estar: da sala mesmo estilo o velho e alguma cousa do novo estilo inglês.

PASSADEIRAS-TAPETES-MOVEIS

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IMXIÍO E IHOIMMÍO

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Venho do berço para a sepultura Pela estrada da vida aos solavancos E os meus cabelos brancos Simbolizam meus dias de amargura... Venho do berço para a sepultura !... Como uma folha solta ao léo da correntesa Pois também vivo ao léo da naturesa Como uma folha caida Na sargeta da vida...

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Ora gemendo ora chorando Minh'alma ferida Vae navegando No mar da vida Sobre os abrolhos, Com sorrisos na boca e lagrimas nos olhos !

O uso das PASTILHAS MINORATIVAS restituiu-me a oiegria e bem estar. Esse produto é um laxativo suave

Mas no entretanto Com gargalhadas eu sufoco o pranto E a dor que me tortura Pois sinto que é preciso Para ocultar a minha desventura Viver chorando em fo^ma de sorriso !

para todas as idades. Siga o mei.' conselho e tome

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RIBEIRO

De uentRe

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(Para o intelectual DE MATTOS PINTO)

PARA AS FUTURAS MÃES

Se queres que o teu viver. Seja calmo e sossegado Não procures nunca ter. Recordação do passado.

MATERNIDADE 3.a Edição

Vive sempre a hora presente, Não procures relembrar ! Não queiras trazer à mente, O que não pode voltar.

Um livro útil, mesmo necessário a todas as

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senhoras que vão ser

Recordar, não é viver, E' antes desilusão... Recordar é revolver. Os anseios do coração 1...

mães. PREÇO

LIBÓRIO DE ALHAMBRA

Cr $ 15,00

Obra do professor Dr. Arnaldo de Moraes, da Universidade do Brasil.

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RIO DE JANEIRO

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Queia-te oáddim Quero-te. assim, de forma Conforme seja o instaate, Quero-te, assim, contrita e Nos mcmentGS solenes da

diferente, a hora, a ocasião ! penitente, oração;

Quero-te, assim alegre e sorridente, Dansando entre outras moças no salão; Quero-te, assim, altiva e independente, Expondo ou defendendo uma razão Nas horas breves em que estou contigo. Quero-te sempre cheia de brandura, Dando guarida ao meu amor, mendigo Que vive à cata duma esmola pura, De um simples mimo, delicado, amigo, Das tuas mãos de celestial candura. ADELBAR SANTIAGO

ESSA ASMA QUE CHEGA QUASI A SUFOCÁ-LO E QUE LHE DEIXA O PEITO A DOER, PÔDE SER COMBATIDA USANDO Não aceite substituto. Exija o nome"CAMARGO MENDES".

XAROPE AN ti ASM AT ICO

^uú{ícaçda (Uma síntese da Purificação de Pitagoras)

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PAULO

C.POSTAL.M13

Sê bom, sincero e firme de Vontade. Bons conselhos escuta cem carinho. Sê forte, casto e justo. Ama a Verdade ! Procura sempre o justo e bom caminho. Destróe toda Paixão que, torpe, invade teu peito, e nele quer fazer seu ninho... Lembra-te sempre que a Felicidade é flor... E como flor possue espinho... Cala (tem fé !) si o Erro prevalece. Suporta a tua Dôr com toda calma e o mal que te fizerem sempre esquece !

^^"^¦S^^V'^lasmmmmss^mlffK

Os olhos fecha a toda prevenção ! Alimenta teu corpo e a tu'alma; e atingirás a Purificação ! ¦*

LUIZ

[economia |

OCTAVIO

TVTÃO desperdice o seu dinheiro em experiências inúteis. A melhor lamina, a que resiste a maior numero de barbas, é a legitima

r«MINHO flÉREO PÃO DE flÇUCflR O panorama mais belo do mundo que deve ser conhecido de todos os brasileiros FUNCIONA DIARIAMENTE Informações: ÔNIBUS URCA, N.« 13 V

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(Soluçío no próximo numera)

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AS PROFISSÕES?

Procurem as profissões dos donos de cada um dos cartoes re visitas, por meio da troca de letras. (Solução no próximo numerou

SOLUÇÕES DOS PASSATEMPOS DO NÚMERO PASSADO ©

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CUMPRE

O QUE PROMETE

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Governo Federa

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O pastor que possuia os 5 queijos, pretendeu, aliás conforme o que parece à primeira vista, tomar 5 moedas, deixando as outras 3 ao companheiro. Este, entretanto, longe de suspeitar que assim seria indevidamente favorecido, não aceitou, propondo reembolsar o preço de um queljinho para que dividissem igualmente as 8 moedas. Não havendo conseguido entrar em acordo, decidiram procurar o mestre-escola da vila mais próxima, o qual lhes declarou, antes de tudo, estarem completamente erradas as contas de ambos. E o raciocinio foi tão simples que a divergência logo cessou. repartistes — disse-lhes r _^ --Si professor — cada queijo em 3 pedaços iguais e si cada um dos três comeu 8 dos pedaços, que ao todo atingiram a 24, aquele de vós que possuia 5 queu jos contribuiu com 15 'pedaços, dos quais 7 couberam ao caçador, ao passo que o possuidor dos 3 queijos saboreou ele próprio 8 das 9 partes de seu contigente, de que 0 caçador aproveitou um pedaço. O primeiro, pois, tem direito a 7 moedas e outro somente a uma.

CARTA PATENTE, 115

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SEDE :

Pr. da Sé, 371 - B.°- Fone 2-2232 C. Postal 3522 — SÃO PAULO

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Pr. Mauá, 7 -10.° - sala 1022 ED. D'A NOITE Caixa RIO

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Fotografia tirada por ocasião da entrega do prêmio que coube ao menino ADENIR VIEIRA, representado pelo seu genitor Snr. OSCAR VIEIRA, residente à Praça Azevedo Cruz, 39 casa 3 em Niterói, portador do titulo n.° 044.486 contemplado no sorteio de Março ds 1944, entrega esta, feita pelo Snr. TAVARES FERREIRA, Superintendente da referida empreza. — 68

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PENSAMENTOS ALHEIOS

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da aceitação A meé talvez desgraça ainda nos dolorosa feda a procura que licidade. De Blocqueville A felicidade (dos ricos) é o mais das desdita vezes uma gorda e bem vestida. Cherbttliez

a Estas Reservas são destinadas a cobrir todos os direitos que os títulos garannossos tem aos seus Portadores

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A felicidade é o passarinho como verde, que se deixa aproximar e. depois, dá um pequeno pulo. Joseph de Maistri A felicidade é a chuva fina e doce que penetra a alma, mas que jorra dela, depois, em fontes de lágrimas. M. dc Guérin Sempre a desventura nos torna infelizes; raramente a felicidade nos faz venturosos. Joseph Roux O homem respira, aspira e expira. V. Hugo A dôr alarga as almas que ela fende. E. Augicr Um vintém é cobre: um bom sorriso é ouro. /. Roux Um livro pode decidir da vida de uma criança. P. Gerfaut O batismo é o remédio divino que dá luz ao cego. V. Hugo

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