Revista O Malho

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ANO XLII - NUMERO 54 JULHO, 1944 - PREÇO CR $3,00 v:.

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é sabido, Fermat, 0 granfrancês, rarade matemático COMO rnente publicava seus trabalhos ou descobertas cientificas. E, do mesmo modo que a,.filosofia"de Sócrates roi transmitida à posteridade por Xenofonte, Platão e Aristóteles, a matemática de Fermat veiu até nós por d'Alembert, Lagrange e Laplace, além da "Varia opera matemática" publicada por seu filho em 1679. Muitas descobertas expostas por Descartes e Pascal já tinham sido mesmo tratadas por Fermat, que, entretanto, era destituído de qualquer método nos seus estudos. Quando lhe vinha uma inspiração, escrevia e calculava em qualquer parte: sobre uma mesa, uma parede ou mesmo sobre o solo. E, satisfeito seu espirito, não mais se preocupava com aquilo, que tão útil poderia ser aos outros cientistas.

RECOMENDAMOS — 4

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VER

PERDIDA

De uma feita, quando no seu cerebro genial brotou a centelha que fez luz sobre a demonstração do teorema: "A soma ou a diferepça entre dois cubos não é nunca um cubo", Fermat não tinha para escrever sinão os punhos engomados, nos quais desenvolveu a demonstração genérica do que enunciou. Mas tais punhos foram depois enviados à lavadeira, que os lavou tão bem que nenhum vestígio neles ficou do que havia escrito o matemático. Dizem que nesses punhos Fermat havia exposto a demonstração geral deduzida daquele teorema. Isto é: "Nenhuma potência pode ser composta em duas potências do mesmo nome". Entretanto, lavados os punhos, n demonstração geral ficou perdida. Pois parece que, até hoje, só têm sido demonstrados casos particulares.

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J. Carvalho veio do ensolarado norte sobrançando dezenas de telas e abriu sua exposição no Salão Pinheiros. Juro que êle anda de capote, luvas, "cachenez" e "pullo-wer", porquanto aqui um brusco frio fino, enchendo de espirros a bruma matinal, desfez a carga de soalheiras que J. Carvalho trazia na pele. É que o simpático nordestino furão de florestas, viveu de pincel em punho do comburente inferno amazônico, nos caldeirões fumegantes dos seus igapós, nesse mundo larval que é um misto de floresta e de charco. A luz verde que se escoa entre o trançado de cipós, da abóbada selvagem das folhas, como setas tíe sol desferidas pelo arco luminoso dos vitrais coloridos de uma imensa catedral gótica, tornou-se familiar aos quadros de J. Carvalho. Éle pôs-se a desenhar e a colorir o mundo angustiado e serpentino dos troncos alucinados; os reflexos dos grandes pássaros erráticos nas águas quietas e mortais aos igarapés; os urupês asfixantes grudados como polvos na pele áspera dos troncos moribundos... Depois começou enseadas, a caçar trechos de mar largo na terra 'em que e Iracema gemeu morreu de amor peIo guerreiro branco. As jangadas heróicas atracadas junto das palmeiras que o vento e n c u r v a e fustiga; os areais chapeados pelo ouro do sol; as plantas mirradas do litoral, tudo isso é material que J. Carvalho fixa nas suas telas por-'__P__ msa- I\ s-/ ¦• xmTm mm-.---.- #' que a função deste artista é essencialJ. Carvalho mente documental. Os críticos encontrarão uma virtuosística facilidade na sua pincelada larga, nas suas cores sem mistério, numa certa ingenuidade de desenho, quase pueril, mas essas subtilezas técnicas não me interessam. O que me interessa é a soma de Brasil, de sol, de ar, de mar, de costumes, de ambientes que êle trás nas pupilas e que espelha nos seus quadros, Brasil bem creoulo. bem nativo, sem o cosmopolitismo das metropoles. Esse gosto ingênuo de que se impregna sua obra é qus a valoriza e a torna preciosa. Um metro de lona que o pincel de J. Carvalho pintar é uma janela de sol cearense que se rasga numa parede de interior paulista quando nela se pendura um seu quadro. J. Carvalho já vendeu um largo estoque de fragmentos de Brasil do norte que êle trouxe da zona equatorial "onde a jandaia canta na frondes da carnaúba". Os paulistas aqueceram os olhos nessas telas doiradas, de areias claras e ardentes, de céu azul-ferrete sob o qual, na crista das ondas ,dansam as jangadas e cantam os jangadeiros. J. Crvalho deve estar contente com São Paulo. Contente e resfriado, porque a bruma do planalto o envolveu quando ainda vinha tostado pelas soalheiras comburentes da sua terra... _______

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Urrica Ventura ENOCH EDUARDO LINS Roubem-me tudo: sonhos e chiméras. Os olhos meus esbanjem-n'os de pranto; Calcem-me os pés de espinhos, soltem feras Mas se ficares tudo tenho, entanto.

SORRINDO

Cerrem-me a voz, a inspiração, o canto. Mudem-se as flores em chacais panteras E não me deixem vêr do sol o manto... Em ti verei milhões de primaveras.

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Guardem-me o corpo em cancerosa chaga Na convulsão de quem pranteia e ri... Serei feliz si a tua mão me afaga. Que importa a vida ? — Podem-na levar ! Mas ficarás... porque ficar sem ti, É bem peor que a morte — é não amar !

"3)a Sontasinlra

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EXCELENTE TÔNICO DOS PULMÕES

O afluente é um lago, cujo alvôr encanta, lindo cristal que espelha a lua cheia. Se a brisa o encrespa, ingenuidade santa, julga-se um Mar, beijando a branca areia. Y

A água vem de uma rocha e salta e canta. E nos declives florestais serpêia. Alegra o ambiente. Refrigera a planta. E corre e corre sempre, a tudo alheia. Quando encontra empecilho no caminho, ela o contorna, então, devagarzinho. Vencido este, prossegue com firmeza

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para o lago, trilhando a tragetória. E parece que vai dizendo a história da sua lenda à própria natureza. HERMINA -LYRA

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desperdice o seu dinheiro em experiencias inúteis. A melhor lamina, a que resiste a maior numero de barbas, é a legitima

Cochichava-se, numa roda de literatos, em Paris, no tempo de Voltaire, que a tragédia Alzire não era da autoria desse gênio das Tetras francesas. Eu desejaria que assim fosse — exclamou um es>critor. E por aue ? Teríamos mais um ótimo poeta ! O ESPIRITO DE VOLTAIRE

Lamina GILLETTE

DA

Irmãos

O peta Jean Baptiste Rousseau escreveu uma ode intitulada "A' Posteridade". Voltaire leu-a e comentou com um amigo: Essa ode nunca chegará a seu destino.

AZUL

A MORDACIDADE DE VOLTAIRE Um historiador sueco, Nordberg, meteu-se a criticar a História de Carlos XII, escrita por Voltaire, e este, que não despresava a oportunidade de se corrigir, declarou, em 1741, estar pronto para fazer as correções apontadas pelo crítico, mas precisava, primeiro, ler a sua obra em 4 volumes, intitulada igualmente História de Carlos XII. Desde que Voltaire a leu, indignou-se com as acusações que o autor, no prefacio, lhe fazia, e procurou dar-lhe uma resposta à altura. Do libelo endereçado pelos filosofo francês ao historiador sueco extraímos este pedacinho, que mostra bem a mordacidade de Voltaire. "Um historiador tem muitos deveres. Permiti-me assinalar-lhe aqui dois de certa importancia: o de não caluniar e o de não enfastiar. Posso perdoar-lhe o pirimeiro, porque o seu trabalho será pouco lido; mas não posso perdoar-lhe o segundo, porque fui obrigado a ler o seu livro..."

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JEjm - l|[ a^®S®M «*•# W ~tMii '¦ Enlace de Adália Gonçalves Pinto e José Cardoso Loureiro, realisado no dia 27 de Maio passado, na Igreja dei São Sebastião (Capuchinhos). Vil — 1944

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HOMENAGEADO O PRIOR DA ORDEM 3.a DO CARMO DA LAPA — Na igreja do Carmo da Lapa realizaram-se ontem as homenagens promovidas pela Venerável Ordem 3.a do Carmo ao seu Prior, Comandante Álvaro Guimarães Bastos, por motivo da passagem do seu aniversário natalício. Às 8 horas da manhã foi celebrada missa em ação de graças, sendo oficiante o Rev. Frei Policarpo, Comissário da Ordem Carmelitana. Após o áto religioso teve lugar na sacristia daquele templo uma significativa manifestação prestada pela diretoria e demais Irmãos, sendo intérprete dos sentimentos afetnos da comunidade o Prof. Augusto Paulino. Agradeceu, em comovido improviso, o Comandante Álvaro Bastos. Ao aniversariante foi oferecida "corbeille" de flores naturais. O clichê acima é de pelos diretores, rica um aspecto da homenagem.

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Ilustração Brasileira

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desperte b bilis bo seu fígado t Saltara da Cima Disposto para Tada Seu fígado deve produzir diariamente um litro de bilis. Se a bilis não corre lirremente, os alimentos não são digerido» e apodrecem. Os gases incham o estornago. Sobrevém a pris»-) de ventre. Você sente-se abatido e como que envenenado. Tudo é amargo e a vida é um martírio. Uma simples evacuação não tocará a causa. Neste caso, as Pílulas Carter são extraordinariamente eficazes. Fazem correr esse litro de bilis e você sente-se disposto para tudo. São suaves e, contudo, especialmente indicadas para fazer a bilis correr livremente. Peça as Pílulas Carter. Não aceite outro produto. Preço: Cr. S 3,oo.

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AUTORES tRaul de «Azevedo

INTERCÂMBIO INTELECTUAL COM PORTUGAL O momento é ótimo para restabelecermos, intensificando, o intercâmbio intelectual Brasil-Portugal. O mercado português no nosso País, o literário, foi cm certa época verdadeiramente intenso. Os nomes de lá eram familiares aqui, e os daqui não eram nem conhecidos lá. Não argumentemos com uma ou outra exceção. O que nos faltava era ação, movimento. O autor desta crônica, por exemplo, tem seis ou mais livros editados por grandes livrarias do Porto e Lisboa, entre os quais três romances. Alguns desses volumes não foram nem expostos no Brasil, e esgotaram-se por lá mesmo. Depois, houve um grande interregno. Pouco a pouco o mercado literãrio português perdeu a sua colocação aqui. Dominou como nunca, do estrangeiro, somente o livro francês. E' claro que o Brasil relê sempre, com prazer, o Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Latino Coelho, Alexandre Herculano, Camillo Castello Branco, Trindade Coelho, Teixeira de Queiroz, Fialho de Almeida, Anthero do Quental, Antõnio Feliciano de Castilho e mais alguns, — daquela época que não se repete. Como não se repete no Brasil a fase de Machado de Assis, Olavo Bilac, Raymundo Correia, Alberto de Oliveira, Aluisio e Arthur Azevedo, Guimarães Passos. Pardal Mallet. José do Patrocínio, e tantos outros. Porque? Falta de talentos? Não. O mundo é que vai perdendo a sua graça, com uma evolução muito material, trepidante, abandonando a observação aguda, a ironia, a leveza. Quase não há lugar para o espírito, para a graça. Os humoristas escasselam. Eça de Queiroz é eterno, como Machado de Assis dentro dos nossos muros. Dos dois, o Eça ainda é o mais lido e o mais querido no nosso idioma. Erguemos-lhe ali na praia de Botafogo, num recanto sombreado, uma estátua sugestiva. A de Machado de Assis ficou encravada na parede externa da Academia Brasileira de Letras. Machado de Assis merecia uma outra estátua, numa praça pública, rodeada de árvores é flores. Mas, chegou a bôa aportunidade de reagirmos, e realizarmos enfim um grande intercâmbio de livros, jornais e revistas. Há dois academicos nas Embaixadas do? dois Paises. 12

Ambos bons escritores: João Neves da Fontoura e Martinho Nobre de Mello. As taxas postais são as mesmas, em bôa hora reduzidíssimas, ao alcance de todos. A navegação já está, póde-se dizer, regularizada, e teremos pelo menos um vapor mensal. Logo que termine a guerra, o que não está para muito longe, com a próxima e justíssima vitória dos Aliados — mercê de Deus ! — essas comunicações aumentarão, pois que, pelas taxas altas, não será possível que volumes, revistas e jornais sejam em grande quantidade permutados por via-aérea. Mas é necessário que se combinem e se movimentem os dois mercados. Há lugar para todos. A par dos velhos escritores de lá e daqui, há romancistas, poetas, cronistas, teatrologos, ensaístas, críticos, gente moça, gente nova, que tem talento, seja desta ou daquela escola, não importa. O que é preciso é ter talento e saber escrever. Os livros dessa gente não passarão. Serão logo esquecidos, sim, os falhos e mediocres. Tem que se fazer a seleção, do contrario é melhor que não haja intercâmbio. Portugal e Brasil têm salsugem literária. Pois que ela fique no lugar em que está, e que não cruze os mares. Exemplificando, — um serviço a fazer, sem mais tardança, será pôr a Convenção literária com Portugal em melhor funcionamento. Tudo evolue, e o momento é outro. Há agora certas dificuldades, que os dois Govêrnos bem podem remover. Há contratempos e até certas incoerencias, dentro do acordo cultural, — prejudicando talvez as relações que devem existir entre Portugal e Brasil. Naquela oportunidade foi um grande passo à frente, mas a pratica e o tempo nos fizeram refletir, exigindo diversas modificações. Banquetes e salamaleques não bastam. E' preciso agir harmônicamente, dentro dum programa sério e eficiente. Há uns "cristãos-novos", d'aqui e d'além-mar, que numa exibição de cartaz, tratam do assunto complexo com leviandades condenáveis. Para vencermos, temos que ser inteligentes e verdadeiros. Temos que exigir para os livros portugueses e brasileiros, e para as relações entre os dois Paises, a máxima lisura e correção. Há, na outra banda do oceano, um campeão que trabalha com ardor e V I I — l 9 4 4


lealdade neste sentido e que nesta hora não pôde ser esquecido. E' um jornalista e-escritor. E mais, — viveu em nossa terra, neste Rio de Janeiro bem amado dos deuses e dos homens, e assim é um profundo conhecedor dos nossos probleduas superiormente mas. Dirige das nossas melhores revistas do idioma pátrio — Ocidente e Revista de Portugal. A primeira é colaborada brilhantemente. Ilustrada. Trás ensaios históricos e páginas de apreciável sabor literário. Vélhos e novos, desde que tenham valòr, têm lá guarida. A segunda, na série A, já recebidos aqui 15 numeros, é dedicada à lingua portuguesa, e os seus estudos são famosos. A primeira é de 1938 e a segunda de 1942. Nós brasileiros não podemos deixar de lêr e comentar as duas publicações. Da primeira honro-me em ser colaborador, modestíssimo embora. O direitor é Álvaro Pinto, de ambas. E' o jornalista e escritor a quem me referia linhas atrás. E' um lutador, um trabalhador aguerrido pela causa em jogo, que é a bôa causa de Portugal e Brasil. Sem cultura, pouco faremos. Precisamos realisar as bases fecundas dum intercâmbio que nos traga vantagens mutuas, hoje e amanhã. Trabalhamos para o presente e mais para o futuro. As nossas revistas, as boas, assim como livros e jornais, precisam ser adquiridos e lidos em Portugal, que pouco conhece da nossa cultura atual, assim como pouco conhecemos a dele. Neste momento mesmo, sabedores os meus amigos de lá, que combato pela bôa causa, enviam-me diversas novidí.des literárias. Recebo, com prazer, muitos livros interessantes e úteis entre os quais os editados pela empresa do Ocidente, cuja inteligência na escolha dos seus editados é notável. Mais de espaço — pois não é possível neste número, — tratarei, desses volumes, a proporção que forem lidos. Essas obras precisam ser lidas pelos brasileiros, para maior conhecimento nosso da atual cultura portuguesa, e se encontram pelo menos na "Livraria Antunes", desta capital. Nesta secção de Antôres e Livros terei prazer de me referir aos livros que recebo de Portugal, assim como acompanho a vida intelectual brasileira, no seu enorme desenvolvimento. E no Brasil se trabalha também por um maior conhecimento do ambiente cultural português. Revivese a obra dos maioráis, numa ótima oportunidade. Apresentam-se alguns de hoje, modernos que têm talento. Esse serviço — estudamos o fato nas suas vantagens e repercussões, — estamos devendo a um eminente escritor português, que o Brasil hóspeda com o maior carinho, e que é Jaime Cortesão. Notável homem de letras, êle é um bom protuguês que ama o Brasil. Com as "Edições dois Mundos" tem divulgado VII

19 4 4

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para o Brasil e relembrado para Portugal coletâneas selecionadas de autores famosos, sempre com um prefácio de escritor brasileiro. E' uma aproximação, é uma alta conpreensão das duas literaturas, na interpretação brasileira. E' mesmo uma Coleção de Clássicos Contemporaneos. Jaime Cortesão, que é da Academia de Ciências de Lisboa, está prestando assim um grande serviço aos dois Paises. Essa belíssima Coleção, é talvez a melhor antologia da cultura portuguêsa até hoje lançada ao público. Foi iniciada com um estudo sobre a célebre Carta de Pero Vaz de Caminha, trabalho superior e sereno de Jaime Cortesão. E obras de Latino Coelho, Anthero de Quental, prosa e verso, Fialho de Almeida, Gonçalves Crespo. Ramalho Ortigão, Camilo Castello Branco, Antônio Feliciano de Castilho, Ambrosio Fernandes Brandão, Eça de Queroz. E os prefácios? São de Afranio Peixoto, Jaime Cortesão, Manuel Bandeira, Fidelino de Figueiredo, José Lins do Rego, Gustavo Barroso, Gilberto Freire, Costa Rego, Antônio Guimarães, Cecília Meirelles e Viana Moog. E mais algumas obras, que no seu conjunto, se tornaram interessantes c úteis, — O que o povo canta em Portugal, Os melhores contos históricos de Portugal, Os melhores contos rústicos, e Os poetas novos de Portugal. Há, dessas obras, de todos os quatro, a necessidade premente de se organisar segundos volumes, para se tornarem mais completos nos seus gêneros. A oportunidade é excelente para estreitarmos mais as nossas relações intelectuais com o País irmão e amigo. O nosso idioma, no Brasil, transformou-se numa grande confusão. Quis simplificar-se, e as conseqüências foram más, porquê não se chegou a um acordo geral e equilibrado. Cada um passou a escrevêr como lhe parecia melhor! Acordos, decretos, resoluções, não solucionaram o assunto premente e básico da nacionalidade. O Brasil entrou numa balburdia ortográfica, e acabou não sabendo escrever a sua lingua! Foi então que o Governo, vendo o panorama, resolveu mandar uma comissão de membros da Academia Brasileira de Letras — a escolha desta, — a Portugal afim de, conjuntamente com a Academia das Ciências de Lisboa, sêr resolvido em definitivo os nossos problemas da lingua e os ortográficos. Se a lingua é a mesma, a linguagem é outra. Entre centenas de exemplos, — o português diz e es"aluguére" e o brasileiro creve nunca deixará de dizer e escrever

"aluguel". O idioma é um só. As linguagens são duas. A Academia Brasileira de Letras já organisou a sua comissão. Todos eles sabem tudo mas, ao que me 13 —

CABELLOS BRANCOS^ QUEDA DOS CABELLOS

JUVENTUDE ALEXANDRE consta, não há ali um especialista, um verdadeiro filologo. Não é uma critica. E' um reparo. A Academia, nesta emergência, deve estar arrependida de não ter eleito um verdadeiro filologo como é o professor Snr. Júlio Nogueira, autêntico mestre da lingua. Não que houvesse má vontade com o homem ilustre, e tanto que o mesmo, a convite da própria Academia, colaborava há anos no dicionário inacabado da lingua, e, ao que se diz, ainda em conclusão a letra A. Duas vezes bateu às portas ambicionadas e combatidas das mesmas, sendo derrotado. A política de bastidores vencia mais uma vez, e nós folgamos em registrar que a Academia está se reabilitando, com a eleição por exemplo dum escritôr autêntico e historiador profundo como é o senhor Luiz Edmundo. E a Academia Brasileira de Letras, pesando as suas responsabilidades, fez muito bem em convidar um não acadêmico, porém filologo notável, o Snr. Sá Nunes, para fazer parte da embaixada dos 5. O momento é de agir e trabalhar, dentro de rumos certos, e definitivos. Chegou a hora de, apurandose e harmonizando-se a lingua, firmarmos um intercâmbio cultural mutuamente proveitoso entre Pcrtugal e Brasil. N. B. — O assunto de que tratamos aí acima é tão interessante, empolgante e momentoso, que não nos deixou espaço para nos referirmos à uma vintena de livros que recebemos no mês. Ficará tudo para a próxima crônica. — R. A. Remessa de Livros — Redação d'0 Malho — Rua Senador Dantas, 15-5° andar — Rio — Brasil. O

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mundo: a queda y| de Julho é uma data niágna da consciência do social mais interpretação 1-bLda Bastilha deixa de ser, à luz de uma França, para conprofunda, simples acontecimento da História da verter-se num episódio de repercussão universal. O desmoronamento dos paredões que abrigavam prisioneiros políticos, representa o início da marcha da idéia democrática que, irradiando-se pela Europa e atingindo as Américas, daria ao velho e ao novo Mundo a idéia mais pura da liberdade humana como um bem do indivíduo e um patrimônio do povo. Há quatro anos. sob os grilhões germânicos, a França não celebra condignamente a mais simbólica das efemérides de sua História. Agora, com o avanço das tropas aliadas sobre o solo onde floresceu o mais puro ramo da civilização latina, prenuncia-se, para o próxima 14 de Julho, uma comemoração que se revestirá da significação mais alta, por isso que tende a marcar, nos fastos políticos da Europa, a liberdade de Paris, arrancada à tirania dos nazistas pelo êxito espectacular das armas aliadas. Murmura-se que a 14 de Julho provavelmente, as tropas de Montgcmery chegarão à capital da França. Novamente tremulará na capital do Mundo Latino a flâmula da Liberdade, reposta em seu pavilhão pela bravura dos soldados que a 6 de Junho atiraram-se sobre o chão europeu, e então levando de vencida, numa arrancada heróica, as hostes a serviço da prepotência e da pilhagem germânicas. A civilização está reconquistando, assim, os seus baluartes. E se a libertação de Paris se verificar, na verdade, a 14 de Julho, essa data não será mais uma data a assinalar o abrimento das paredes de um presidio: será a efeméride que marcará o esboroamento das muralhas de uma cidadela transformada em covil pela presença dos soldados alemães. Paris tem. agora, a esperança de tanger o sino de suas igrejas ao raiar de 14 de Julho: a liberdade todas /de anuncia sob os céus da França como a mais ambicionada de as alvoradas.


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IOI EXPEDICIONÁRIA capa da presente edição de A O MALHO é uma homenadêste

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mensário

à Fôrça

Ex-

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do nazismo.

Figura das mais brilhantes, cultas e capazes do nosso Exército, o geO

MALHO

DA

COMANDO

BRASILEIRA

neral escolhido pelo Govêrno Nacional para comandar o contingente com que nos faremos presentes para colaborar na tarefa de libertação de outros povos, tem como colaboradores e auxíliares imediatos dois outros oficiais-generais de igual projeção e valor profissional, que são os generais Zenobio da Costa e Cordeiro de Farias, respectivamente comandantes

da

Infantaria

e da

FORÇA

Artilharia

São

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Fôrça Expedicionária que aparecem na fotografia acima, à frente dos soldados que comandam, e em cuja eficiência e conhecimento da moderna técnica da guerra tanto confiam os que lhes estão subordinados como todos os brasileiros que aqui ficam, a rogar a Deus pela vitória das Nações Unidas na reconquista

da

Liberdede

para

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Mundo.

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V I I — 1 9 4 4


wÊ CORRETO — Esta moça sabe qual a posição que (lez-c assumir quando ocupada rum trabalho desse genero. Ela distribúe o peso do corpo sobre ambos os fies, dando liberdade às cspaditas. Nessa posição ela pode dcsciwolvcr toda a força disponível para rua tarefa.

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já um axiotna o fato dc que quando as condições são boas necessariamente deve ser E> bôa a produção. Quando ha milhões de homens e mulheres trabalhando com a maior rapidez para incrementar a produção de material de guerra, afim de conseguir a paz o mais de pressa possivel, é importante saber com que esforço isso é conseguido. Essa dissertação se refere principalmente ás mulheres, devido á sua aplicação eíiciente nas industrias, elas que sabem aliar a beleza do sexo ao trabalho profícuo. Com isso, nâo esqueçamos os homens que servem de base para esse sucesso. A Dra Dorothy Bocker, especialista na higifeminina e treinadora nos exercícios físicos, membro do corpo medico do Colégio da cidade de New York, realisou estudos especiais com reene

V I I — 1 9 4 4

DA PRODUÇÃO Iução ao organismo humano na mecânica das industrias. Para muitas mulheres, inclusive mocinhas, os trabalhos que não são particularmente árduos mas requerem longas estadias ao lado de u'a maquina, de u'a mesa de desenho ou de uma escrevaninha, devem necessariamente resultar fatigantes e dispendiosos quanto ás energias gastas. Mas isso depende justamente das condições em que é feita a produção. ^ O cansaço, os músculos doloridos, o suporte de pesos excesivos, a grande atenção, a tensão dos músculos, podem causar incômodos e acidentes. Podem ocasionar até deformidades. Nas seguintes fotografias ha demonstrações dos estudos feitos pela Dra. Bocker e por miss Cinthia Bergman, assistente e estudante de engenharia no Colégio, afim de demonstrar a atitude correta das operárias. — 19 —

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ESTA ERRADO — Exsa posição é incorrêtc. A deficiencia ou defeitos visuais obrigam a trabalha,- curvado, afim de aproximar o mais possível o trabalho aos olhos, mas isso cança os músculos, com reflexos de cansaço aos outros, que concorrem para essa curvaluru forçada.

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ESTA CERTO — Quando não se pode vèr bem o qne se está condição ncccsfasendo, arranje óculos apropriados. É uma sária aos olhos, além de dar seu benefíaio ó saúde C aos nervos.

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com as CORRETO — Endircitando-se nível, siispi-ndcndo-se sobre ns dedos dos lhe a posição justa, quando se trata de alto. fi assim que sc procede quando se num vaporisador dc soluções de sal, no

ESTA ERRADO — Alcançar uma prateleira alta pode ser fathiante e não sempre sc observa nisso, a correta atitude para faze-lo. A ctirvatura das costas logo degenera em cansaço e mais tarde cm sérios incômodos que acariciarão des%'ios da espinha. Os pés, por sua :cz, :'ão se ressentir nessa posição e as eonseqüências são laceis dc sc prever.

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ESTA ERRADO — As mulheres empregadas nas indusirias dc guerra tèm de .suportar, ás vezes, grandes pesos. Susentando-os efe -manciái impróprio, isso provoca cansoco na região sacroiliaca, com reflexo nos músculos das costas. Iso pode ocasionar a separação dos ossos das costas

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ESTA CERTO -- Note como Cyuthia levanta esse pesado cano. Ela está empregando todos os músculos das pernas c dos braços, mas pouco empregando ns das costas, os quais facilmente estão sujeitos a pcv.osas canseiras.

ESTA CERTO — O equipamento usado mente ajustado seja para comodidade que produção. Sentada numa cadeira de altura thia pode trabalhar com a devida correção conforliivcliucnlc pousados no chão.

deve ser correiapara favorecer a apropriada,, Cynestando seu.; pés Wm.''¦'. ^¦¦í-flflfl

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ESTA ERRADO — Nunca adote essa Sentando numa cadeira demasiado alta, essaposição. inposição correta pode ser causa de Kifose on curvatura da cspinha. Em pouco tempo, nessa posição, Cyuthia quanao quker endireitar-se deve esperar algum tempo para se iivrer da grande sensação dc cansaço.

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CELSO KELLY NÂ DIREÇÃO DO DEPARTAMENTO DE CULTURA DA A. B. I

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Associação Brasileira de Imprensa, que dia a dia vem ampliando os próprios setores de atividade, em benefício do seus associados, de maneira a corresponder ao seu renome e ao prestigio sempre crescente em todo o p_ís. acaba de instalar o seu Dapartamento de Cultura, com um programa de alta significação e que A

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se ampliará, é bem de ver, à medida que as possibilidades o permitam. Foi escolhido para dirigir o novo órgão da Casa do Jornalista o escritor Celso Kelly, jornalista brilhante e crítico de arte de relevo nas nossas letras, por todos os titulos perfeitamente à altura de imprimir ao Departamento de Cuitura numa orientação dinâmica e moderna. Num dos pontos já anunciados, do seu programa à frente daquele Departamento, é a creação do Museu de Imprensa, iniciativa que, pelo seu remarcado alcance, será recebida, sem dúvida, com os aplausos gerais por todos os homens d^ jornal. O Departamento de Cultura da A. B. I. vem, já. proporcionando aos associados oportunidades freouentes de deleite cultural, como sejam concertos, sessões cinematcgráficos, conferências, recitais artísticos, etc, cumprindo, assim, a Diretoria da Casa do Jornalista um dos pontos mais interessantes do seu vasto plano de realizações.

POMBO

T RÊS almas luminosas e puras força. Diminuiu a enormidade de das mais puras e luminosas que amarguras com que o destino lhe hão visitado a terra, foram todo o marcou a vida. Revelando ao Braenlevo, todo o encanto, tcda a edisil o filósofo único da nossa terra, ficação moral da minha vida: CaFarias de Brito, êlp se sentia tão rolina Pereira Correia, Ildefonso feliz como aquele camponês sem Pereira Correia. José Francisco da camisa do reino dos tristes. Rocha Pombo. Minha mãe era uma Aparentemente frio, sem os exsanta, meu tio era um apóstolo, cessos transbordantes do entusiasmeu amigo era um justo. E justo mo latino, era um emotivo superde tal feitio, que tendo entrado na delicado. A sua emoção era invida por um deserto, como diz Baiterior e, por isso, mais profunda, zac, e num deserto havendo permais intensa, mais sentida. Nes maneado, quando de sua boca sc derradeiros tempos da sua permapoderia esperar uma nência na terra, dc queixa, um grito de raro em raro era visrevolta, uma apóstroto no seio da multiHL_. jgzÊMM fe, uma praga — dela dão, com a qual cruM' JM\ escorria, como da ^ zava sem dar cotove(Má m boca dos deuses ladas para abrir ca' _ _ _ _ _ _ _ ^J&uW*mW imortais, o doce mel minho, como medroque o tornava quase so de chamar a atendivino.. . ção sobre si, de atrair Cultor conciente atenções para a sua de várias ciências, a pessoa. E mal sabia a turba, a onda huque mais carinhosamente cultivou, foi a mana em fluxo e reciência da bondade. fluxo contínuo, que 'flfl Essa bondade foi o esse homem franzino seu arrimo e a sua melancólico que pisaO MALHO — 22 —

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Um concerto de Arnaldo Rebello ARNALDO Rebello, ilustre pianista patrício, tocou a 21 de Junho último, na E. N. dc Música, para o Centro Artístico Musical. O aplaudido recitalista interpretou, com expressivo êxito, entre outros, Carlos Gomes, A. Nepomuceno, Barroso Neto, Miguez. H. Oswald, Villa-Lobos, Lorenzo Fernandez, Mignone e Ernesto Nazareth. Arnaldo Rebello será solista dc um dos próximos concertos da conceituada O. S. B. e dará um recital, em Setembro, incluído na série organizada pelo Conservatório Brasileiro de Música em combinação com a A. B. I. va o asfalto das ruas como se pisasse felpudos e altos tapetes persas, carregava às costas quatrocentos anos da nossa história! Todo homem é um fragmento do pensamento universal. Esse pensamento pode ser estreito como o círculo que prende o perú, ou imensurável como os horizontes que se dilatam a perder de vista; pode ter o tom sombrio da hora crepuscular ou enfeitar-se de uma apoteose aurorai, mas será sempre uma partícula da alma do universo. O pensamento de Rocha Pombo teve o fulgor da aurora e a vastidão do oceano sem truculências e sem urros. Por isso foi belo e augusto. LEONCIO

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HOMENAGEM DA COLÔNIA PORTUGUESA À Flagrante teito no cemitério de São João Batista, qu da colônia lusitana em no Lampreia, figura destacada "Eederação das Associações através da nesta Capital, mate, significativa homenagem, tendo

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EM QUITANDINHA UM GRUPO DE HOMENS DE NEGÓCIOS Uma ilustre comitiva de figuras representativas do alt. mundo econômico e financeiro do pais esteve domingo. em visita ao Hotel e ao Bairro Qui.andinha, que a arrojada capacidade realizadora de alguns patrícios está fazendo surgir nos arredores de P-trópolis. Esta comitiva, que foi presidida pelo ir. Clemente de Faria, presidente do Banco da Lavoura de Minas Gerais, foi oficialmente recebida pela administração de Quitandinha, tendo sido saudada, em cordial almoço que lhe foi oferecido, pelo Sr. Dr. Loureiro Sobrinho. Acima vemos uni flagrante da visita. MALHO

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tema empolgante na história UMdo romantismo brasileiro: a morte de Casemiro de Abreu. Em muitos detalhes comparavel à de Gonçalves Dias, foi a morte do primoroso vate das "Primaveras" parti.. ^ ii '.is cularmente dolorosa para os corações brasileiros porque se caracterizou pelo trinômio de sentimentos amor, mêdo e saudade. Talvês mais que em nenhum dos demais poetas brasileiros de sua época a saudade teve nêle tão acentuada influência; influêneia essa que distinguimos perfeitamente na formação de sua obra. José Veríssimo, na sua História da Literatura Brasileira, aludindo a Casemiro de Abreu, afirma: "Dos. poetas da sua geração é Casemiro de ¦ Abreu, talvês, mais que outro qual- m • .:v ¦' .> m quer, o poeta do amor e da saudade". Casemiro de Abreu UM

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ceu ainda Casemiro em Indaiassú até 4 de junho de 1860. De lá regressou para o seio da família, com promessas risonhas de uma vida nova e feliz. Possuidor de uma herança respeitavel e livre dos grilhões que lhe toIhiam os vôos, sonhava Casemiro con uma vida pródiga em felicidades, ao lado daquela que lhe dera a vida, de sua querida maninha e daquela que, tão dignamente, soubera Vencer as saudades de um seu primeiro amôr, cêdo dessipado pela morte. Parecia inacreditável que aquela criatura, prematuramente imolada no altar do sofrimento, fôsse, finalmente, conhecer uma felicidade relativa. Em verdade, a vida do poeta sempre foi marcadamente agitada pelo sofrimento. Daí o carisma da sua obra. /

ROMANTISMO -

Mário de Andrade assinalou a frequência com que surge o binômio de amor e mêdo na obra do poeta. Não seria demais, pois, indicar nessa obra o trinômio amor, mêdo e saudade porque, em verdade, nela distinguimos o inadaptado, o tímido e o saudoso que foi Casemiro de Abreu. Entrelaçando em sua obra êsses três sentimentos, o poeta conseguiu arrebatar os corações brasileiros, principalmente os femininos, que tinham por êle verdadeira veneração, advindo daí a grande consternação que causou o seu prematuro passamento. Um dos grandes culpados dêsse trinômio de sentimentos, talvês invo1 luntário e bem intencionado, foi sem dúvida José Joaquim Marques de Abreu, pai do poeta. Era tão acentuada a condição de dependência de Casemiro de Abreu a seu pai e tão notável a sua aversão à vida do comércio, na qual, bem intencionado, queria aquêle encaminhá-lo, que uma profunda e inconsolável tristeza deáde cêdo invadiu a alma do poeta. Mas a doença também veiu colher José Joaquim Marques de Abreu em suas malhas tenebrosas e assustadoras. E êste, acossado pela moléstia, tornou-se menos tirano com o filho. Casemiro, apesar de consumido pelo doce martírio da poesia, gozou, então, momentos de relativa calma. Mortificado por uma moléstia que crescia assustadoramente, viu-se o pai do primoroso poeta obrigado a retirarV I I _ 1 9 4 4

JOÃO

se do convívio da corte, onde era comerciante. A morte aproximava-se e rumou para Indaiassú, em busca de melhoras. Já não impunha sérias reprimendas ao inditoso poeta por não atendê-lo. Desaparecèra o velho austero, que desejava ver Casemiro no comércio. Estava moribundo. Assim são os acontecimentos importantes da vida. Atitudes caprichosas desmoronarão um dia, como se a um ódio profundo sucedesse um louco amor, a uma desconfiança uma ilimitada confiança ou a uma ogeriza uma afeição, numa velha repetição do sempre novo princípio de que os extremos se encontram e confundem. A muralha, aparentemente inexpugnavel, sentiu por fim o pêso dos tempos sôbre si e teve orgulho e toierância diante dos objetivos não atingidos: o filho continuava sendo um poeta profundo, festejado pelo incenso da glória e da popularidade. Em Indaiassú, pouco tempo depois, cerrou os olhos para sempre Marques de Abreu, depois de se despedir de Casemiro, orgulhoso, certamente, do seu filho, pelo bem que êste causou ao desenvolvimento das letras brasileiras. Com a morte de Marques de Abreu, uma vida nova esperava Casemiro. Uma vida na qual, talvês, entrasse uma compensação para os seus v sofrimentos. É que, livre da dependência a seu pai, Casemiro encontraria livre expansão para os seus vôos literários, na sua mais profunda amplitude Procurando melhoras, permane* • 25 fi

DE

CARVALHO

Nela se revela um notável acento para a tristeza, que é um dos sinetes caracterizantes do romantismo. Não se pôde precisar quando teria começado o seu sofrimento. Talvês êle o encontrasse quando desabrochou para a vida. Talvês se conjugassem no berço. Nada se pôde afirmar nêsse sentido. O primeiro período da vida do poeta é obscuro e dêle apenas temos conhecimento, de um modo neblinoso, através da sua obra. Separado da família aos desesseis anos de idade, demorou-se quatro anos em Portugal, por vontade de seu pai, que tentava, dessa fôrma, fazê-lo esquecer a sua predestinação. Tentativa vã. Percorrendo as paragens pitorescas do Douro ou do Minho, sentia Casemiro cada vez mais arraigado em si um lirismo que desabrochou nas fiores mais lindas da nossa literatura. Longe da pátria, longe da família, longe dos amigos, possuído pela saudade, o seu estro poético consubstanciou-se em páginas inefáveis da nossa literatura. Num centro intelectual como Portugal, as primícias de Casemiro foram recebidas com gerais aplausos, sendo, por isso, severamente repreendido pelo pai. Longe do Brasil, longe dos amigos e longe da família, esperava o pai que êle perdesse as tendências literárias e *ao se adaptasse, finalmente, comércio. Nada conseguiu, entretanto. E diante disso, ordenou a volta do poeta ao Brasil, onde o empregou em seu escritório. Uma vez no Brasil, novamente Casemiro patenteou a sua indocilidade para o comércio. O MALHO


Em vista disso, poucos dias após % a sua chegada, verificada a 11 de julho de 1857, procurou o poeta a fazenda paterna, situada às margens do Rio São João, em Idaiassú, em busca de melhoras, pois os sofrimentos morais muito danificaram a sua saúde. Ao chegar a Indaiassú, onde permaneceu um mês, longe de encontrar lenitivo para a dôr de sua alma, encontrou a recordação dos momentos doces e felizes, passados à sombra das laranjeiras, junto a um primiero amor quasi infantil e que a morte varrera atrós em seu manto. Encontrou apenas, para se recordar de um passado ditoso, não muito distante, os ciprestes de um túmulo erguido em memória daquela que amava com profundo sentimento. Por entre o leve ciciar da aragem, embalando canções romanticas, vinham-lhe à lembrança os momentos de amor que jamais voltariam. Em setembro de 1857, entrou Casemiro para a casa dos srs. Câmara, Cabral e Costa, onde se manteve até 13 de junho de 1859, a custo de ingentes esforços. Nêsse curto lapso de tempo, mais se lhe avigorou a vocação poética e mais acentuada se mostrou a sua condição de dependência aos preconceitos.da autoridade paterna. Assim, fácil se torna ajuizar as duras reprimendas a que se sujeitou o poeta. Reprimendas que partiriam ifeo só de seu pai, como de seu superiores também. É que êstes, como aquêle, não sabiam apreciar as suas tendências, agravando-lhe as dores íntimas e arruinando-lhe o organismo doentio. Subitamente, porém, vê-se o pai de Casemiro possuido por grave moléstia que o mina assustadoramente. Às portas*da morte, Marques de Abreu tornou-se menos rigoroso com o filho. E morreu conciliando-se com êste. Daí a razão de se sentir então Casemiro em condições de gozar de uma relativa felicidade. Mas, traiçoeira e de surpreza, em pleno peito, revela-se, sem remédio, a tuberculose.

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Ao sentir-se tão fortemente afetado dos pulmões, pretendeu Casemiro de Abreu partir para a Madeira. Pareceu-lhe, entretanto, máis agradavel uma estação na serra, onde decorrera, aparentemente, feliz, a sua primeira juventude. Decidiu, pois, a partir para Nova Friburgo, de onde, em breve viria a falsa notícia do seu falecimento. Como era de se esperar, tal notícia afligiu sobremaneira os amigos das letras, que já bastante o admiravam através das "Primaveras", seu brilhante trabalho de estréia, publicado em 1859, com aplausos gerais da crítica. Não tardaria muito em se revelar a verdadeira notícia do seu falecimento. Surgiram os sintomas alarmantes da moléstias. Sucederam-sr rapidamente as hemoptises e o enfraqueci-1 mento do poeta tornou-se visível e assustador. Eram chegados os seus últimos dias e Casemiro foi para o leito. Dêle acercaram-se os parentes e os escravos, que sempre o reconheceram como a mais sublime expressão de bondade. A cabeceira encontrava-se sempre o tio paterno, resignado e calmo. O primoroso vate, temendo atormentar as pessoas que o rodeavam, abafava as expressões de sua dôr em íntimos e dolorosos gemidos. Sem recusar, aceitou o consolo que a religião oferece aos moribundos. Sua alma, pura como a água cristalina, poderia comparecer confiante ao julgamento final. Prevendo, como Alvares de Azevedo, a sua morte próxima, Casemiro aguardava o dia em que se veria também na eternidade. E essa previsão o poeta francamente a confessa nesta endeixa, composta durante os horrores do exílio: "Se eu tenho de morrer na flor dos anos. Meu Deus, não seja já! Eu quero ouvir na laranjeira, á tarde, Cantar o sabiá!", Deus concedeu-lhe essa ventura. Trouxe-o ao Brasil e, pouco depois, levou-o para a eternidade. Perdeu a nos-

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sa pátria um dos mais fulgurantes talentos da literatura- americana. Casemiro, como bem asseverou Pinheiro Chagas, não poderia dizer com Musset, que, saciado dos gozos da vida, esperava a morte, como consoladora do fastio já próximo: "Est que, quand on meur jeune on est [animé des dieux." Casemiro sempre teve ante si a face negra da vida e o descanso eterno seria uma compensação para a sua vida de sofredor. Repousava à sua cabeceira um exemplar das "Primaveras", que êle gostava de folhear, lembrando-se, talvês, de um passado feliz, não muito distante. Não tardou muito e veiu a se aborrecer de seus próprios versos. Abraçou e beijou a mãe, pedindo-lhe que escondesse aquêle livro. Depois, tomando a pasta onde depositava os seus rascunhos, dela retirou tôdas as suas produções e as inutilizou. Passou um olhar pela serra coroada de florestas e não pode conter as lágrimas. va-se. A hor^ do trespasse aproximava-se. Ergueu-se do leito, num derradeiro esforço, olhou para a mãe com os olhos já meio enevoados pelas primeiras sombras da morte e lhe disse o derradeiro adeus. A mãe correu a ampará-lo em seus braços e tentou animá-lo: — Não, meu filho! Não morrerás ainda! Casemiro ergueu a cabeça, ier.ni- mou-se e exclamou: —Pois é a morte tão terrível? E, sobre o colo materno, pendeu para sempre a cabeça juvenil que dera às letras americanas uma fantástica colaboração. Caía a tarde de 18 de outubro de 1860. Os ponteiros do relógio, esguios como dois tísicos, abraçavam-se nervosamente sobre o quinto algarismo. Eram cinco horas e vinte e cinco minutos da tarde.

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OMALHO

26

VII

1944


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Chêlo ! —Era a voz esALÔtimulante do Pedro — Felicidades, tôdas que você merece, para êste novo ano. Si quer mesmo o cachorrinho pôde mandar buscá-lo, é seu. Chêlo demorou um segundo para responder; o copeir0 passava; compoz o roupão que. entreaberto desvendava-lhe as pernas, além dos joelhos. Mas é uma surpreza ! Sabe que não contava mai§ com êle ? Soube da distribuição, estive com os premiados e vendo que o tempo corria e você não se manifestava pensei que não tivesse ligado ao meu pedido. Pedro riu grosso antes de falar de novo. Má fé, minha beleza ! Pura dissimulação. Coisas que é preciso cultivar quando se tem cães de raça. Aparece uma multidão de interessados nas crias e geralmente arrisca-se a perder excelentes amigos porque não se póde agradar a todos. E você ficou para o fim mas vai receber o espécime mais perfeito. Deixei que viessem que escolhessèm, que saíssem orgulhosos e deliberadameríte desviei tôdas as atenções do melhor da turma que lhe reservei. Estou encantada e muito grata. Você é um amor, é 0 primo mais Sentil do mundo. Passarei com o gasogenio hoje à tarde para trazer o bichinho. Ah ! ah ! ah ! * Diga < "bichão". Com cincoenta dias engole muito "terrier" por ai. E* pesado. Olhe ! Já, tem nome. Gostaria que você conservasse, si não lhe desagradar, é claro. * * * Raf entrou. Pesado, incerto, meio desengonçado, os olhos claros e desiguais fixando-se atônitos nas pessoas e nos objétos estranhos que via, à proporção que a cabeça se inclinava de um lado com essa graça incom-, parável dos animais novos. Chêlo ergueu-o. Parecia um bêbê, cheirando a leite,, rôliço e palpitante. gostoso. Nenê grandão ! Seja bemvindo. Tôda gepte desta casa há de gostar muito de você. Vai crescer, vai ficalr desta altura; seráj nossa 'defeza; nenhum inimigo toc'ará no que é nosso, e não será necessário empregar tôda a sua força; bastará um tapa desta manapula possante. VII — 1944

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Raf ! O Pedro andou inspirado escolhendo êste nome. Admiro imensoo.que êle evoca. Mas Raf era vim moleirão. Não se animava quase. Pedia colo sempre. Pedro ! Pronto, flôr ! o regime está certo, mas hoje exatamente êle completa dois-mêses, pôde começar a comer carne crúa. E' não se espante. Dinamarquês; deve ser tratado assini,. primeiro carne crúa. Dê-lhe um osso com alguçs fiapos para principiar. Depressa ! Ajudem aqui. — Chêlo gritava do quintal. Vieram. Três massas projetaram-se sobre o pequeno volume pintaigado. Ele engasga. A "cozinheira deulhe ,esso çom rabada. E' capaz de morrer. Vem Raf. Olhe a bola. Pega. O bebê, dinamarquez mostrava-se írredutivel. Dir-se-ia um tigre defendendo sua caça. Olhos fuzilantes, presas à mostra e dentro da boca o bocado sangrento bem seguro. CONSUELO

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Veja um páu. E tentaram acovardá-lo. Ronca como féra. Desista ! Ele fére as patas mas não larga a carne. Enquanto tomavam fôlego o cãozinho desapareceu. E agora ? ! Quem o encontrará nêsse tufo de hortênsias ? !

Raf, Raf, Raf ! Raf ! Como um boxer vencedor o massa saiu debaixo do massiço. Vasto peito, plantas fortes, cabeça alta e firmç. Entre os dentes o osso limpo. Vitória Raf ! Bravo ! Não engasgaste. Soubeste defender 0 que era teu. Não consentiste que pretensões erradas sobrepujassem tua extraordinária fôrça de vontade. E's tenaz. E's defeza certa. Confio em ti. Como si compreendesse,t o belo animal foi até o gradíl e latiu energico, inúmeras vezes, anunciando a posse de seu pôsto. RAF !

PIMENTEL

ILUSTRAÇÃO 27

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DE

MARQUES

GOULART O

M A L H O


e arisco. o delicado pasESPANTADO sarinho de plumagem mais macia do que o arminho e mais doirada do que a manhã gloriosa que nascia, pousou os seus pesinhos de âmbar na caliça pálida da janela do cárcere, toda cheia das grcssas bí/.rras de ferro das grades. Seu peito" arfava ofegante. Ó! como tivera que voar aflito para escapar à ira de um grande e impiedoso gavião de bico arrogante e assassino!... Seus olhinhos muito vivos certificaram-se, mirando em todas as direções, Se o perigo passara. Sim, o gavião ficara para trás, entre as copas altas das centenárias mangueiras, farejando novas presas... O passarinho espiou então para dentro daquela cela escura e úmida. Estirado no seu catre grosseiro, o prisioneiro tinha os olhos bem abertos para os seus pensamentos. Não ouvia nada, não dizia nada, não se movia. Duas grandes lágrimas, tão grande como dois pingos de orvalho, rolavam-lhe vagafósamente pelas faces. O passarinho ficou triste e odiou as grades negras, o cárcere, os homens que roubam a liberdade aos seus irmãos. Contemplou o céu azul e infinito, e sentiu vontade de lançar aos ventos, às montanhas e às árvores, o seu protesto. E começou a cantar, em trinados fortes, vibrantes, que ecoavam e se perdiam pela manhã tão inutilmente quanto a sua indignação sincera. Quando terminou, as grades mostraram-se irritadas: Vagabundo! exclamou elas. Quem é você para protestar contra o que fazem os homens, reis da Criação? O passarinho sacudiu a sua plumagem de oiro e não lhes deu ouvidos. E, para patentear o seu desprezo por elas, bicou uma formiga, que subia pachorrentamente por um dos varais de ferro. Depois, zangado, pôs-se na pontinha dos pés e retrucou às grades: Quem sou eu? E qqem são vocês? Eu sou o sonho bonito de todos os jardins por toda parte a alegria dos meus gordo mundo, a alma da natureza levando geios. Eu sou o mensageiro alado e sonoro, que em cada raiar do sol canta as glórias do Senhor!... Eu gou aquele que desperta as flores para o seu banho de orvalho, que enche de som os ramos verdes das árvores. Minha plumagem é uma gota volante de oiro que voa do regato às pétalas, que salta da copa dos carvalhos às torres das igrejas, onde os sinos louvam o Criador, dando côr e movimento à paisagem. E vocês, megeras!, que são senão um bloco de ferro sem aima? Negras, imóveis e frias, vocês são as inimigas da liberdade. A sombra sinistra de vocês apenas podem medrar, a angustia, a saudade, a dôr, o desespero das aimas, quando lá fora é o infinito, a luz, o amor!... Vocês são a som, a alegria, p"intriga, a humilhação, a lei, o egoísmo, a impiedade, enquanto eu sou uma fagulha do oiro de Deus, a graça das cousas... As grades más ficaram geladas de ódio com a ousadia do pequeno passarlnho que lhes falara tão duramente, mas, como não tinham cofação nem alma, não se podiam mover para castigá-lo. E êle sem receio delas, enfiou a sua cabecinha curiosa para dentro da cela, e perguntou ao prisioneiro por que lhe rolavam pelas faces aquelas duas grandes lágrimas. Vem até cá, respondeu. Não quero que as grades nos ouçam. Elas são minhas Inimigas,.. O

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Batendo as azinhas, o passarinho entrou no cárcere e veiu pousar os seus pesinhos à borda do catre. Depois, saltitando como uma bailarina, chegou-se ao rosto do prisioneiro, cujas lágrimas enxugou na sua plumagem côr de oiro. Não fiques triste, disse. Breve voltarás à liberdade. Mas, enquanto aqui estiveres, eu te virei vêr todas as manhãs. Sei que a tua alma está inocente. Sei também que quando eras pequeno, jamais perseguiste os pássaros, que acordavam com os seus cantos o jardim da.tua casa paterna. Sei ainda que nunca aprisionaste os meus irmãos, para teres egoisticamente, só para ti, dentro de infames gaiolas, os nossos gorgeios de veludo, que Deus criou para todas as árvores, todas as flores, todos os arroios!... Sim, respondeu o prisioneiro. A minha alma está inocente e eu sempre quis bem aos passarinhos, que, como tu, são os bardos da Natureza, que não vivem senão para cantar as alegrias do mundo e colorir a paisagem com as suas plumagens delicadas e multicores. tfPor que tinhas duas grandes lágrimas nos olhos? — indagou, bisbilhoteiro. Porque tenho saudades... Saudades de quem? Dela! Não a conheces? Não! Queres uma migalha de — Obrigado. Já comi uma pão? « formiga. Não tenho fome. Quero que me digas quem é ela... Ah! meu caro... retrucou o prisloneiro, passando as mãos nervosas pelos cabelos revoltos. É a mais bela mu-

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lher do mundo! Se a visses, cantarias para os seus ouvidos as mais lindas baladas de amor! Extasiado pela sua beleza e enamorado pela sua alma mais pura do que a mais pura água das fontes, que vivem no âmago das florestas, tu louvarias a Deus, como nunca um pássaro O louvou! Passarias as manhãs, as tardes e as noites sob a sua janela, cantando a glória do Senhor, que criou tão bela criatura!... E cantarias tão apaixonadamente, com tal inspiração e entusiasmo, que até o sol baixaria à terra no seu carro de fogo, para ouvir-te! E então êle também compreenderia a razão dos teus gorgeios de oiro e prata I... O passarinho quedou cismarento e curioso: E como podes ainda viver longe dela? Ela vem te ver de quando em quando ao menos, para dar-te um pouco de alento e de vida através dos seus beijos, da sua voz, das suas carícias? Não! Ela não pode ver-me, porque maior do que as nossas ânsias é a crueldade humana. Entretanto, se ainda vivo, é porque a minha alma está inocente e é porque tenho fé! Ainda acredito na Justiça e sei que quando ela pousar os seus olhos em mim, ordenará a essas grades que deixem livres os meus passos. E eu ressurgirei nela, para viver.» a mais bela vida que já foi vivida no universo! Mas, a Justiça tem os olhos vendados... — atalhou êle, malicioso. Sim, é verdade. Pelo menos nas estátuas ela aparece assim... talvês para não ver o que de injusto se faz em seu nome... Mas, eu tenho fé! E ela?

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E UMA ALIA APAIXONADA FICOU ESPIANDO A FESTA DO LUAR...

Ela espera-me, eu sei. E é por isso que o meu sangue me circula ainda nas veias e aquece o meu corpo!... Estás pálido!.. Doem-me os ouvidos. Aqui é tão escuro, tão úmido... O passarinho ficou pensativo. Depois perguntou: O que poderei fazer para suavizar a tua dôr física, já que nada posso fazer que te minore os males da alma. O prisioneiro sorriu. Disse: Talvês pudess e s trazer-me um pouco do azul dos olhos dela ou» uma gota do seu calor... Onde encontraria eu outro bálsamo para ; o meu corpo e para a minha divina elèita? O passaririno empinou o peitinho cheio de rgsolução e exclamou com voz decidida: Vou buscar o que precisas! Pousarei à janela e cantar-lhe-ei com tanto entusiasmo e com tal calor a tua angústia, a tua apixão, a tua dôr, que ela compreenderá o meu canto. Espera pela minha' volta!... E, dizendo isto, saltou para as grades, fez-lhes uma careta e, abrindo ao sol as suas azas mais leves do que a seda, ganhou o azul do céu. Voou até sentir-se exausto. Pousou então sobre um grande lírio, que lhe deu de beber um pouco de orvalho na sua taça de marfim. Lírio! disse êle, quando se sentiu refeito: Onde fica a morada da mulher mais bela do mundo, aquela por quem o prisioneiro vem definhando de saúdades? Ao certo, ao certo, nào sei. pois jamais deixo os meus canteiros, senão para acompanhar as meninas à Primeira Comunhão.' Mas deve ser atrás daquela montanha. É para lá que vejo as estreIas olharem enciumadas, e é de lá que a brisa me trás um pouco do seu hálito divino. O passarinho agradeceu e partiu, passando como uma gota de oiro sobre o cimo das árvores e refletindo o seu vôo no cristal dos regatos tranqüilos, que, lá em baixo, no vale, serpenteavam pela terra, faiscando os seus dorsos de prata ao sol. ¦ fatigado, Sentindo-se novamente pousou aos pés de uma grande roseira, que exibia vaidosa ao mundo a sua mais

ALEXANDRE

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linda coleção de pétalas perfumadas. Roseira! Sabes onde fica a morada da mulher mais bela do mundo, aqueIa por quem o prisioneiro vem definhando de saudades? Ao certo, ao certo, não sei, respondeu a roseira. Como não ignoras, daqui só saio para levar o meu perfume aos aitares, onde minhas pétalas preciosas se associam ao cântigo dos fiéis, na exaltação de Deus. Mas deve ser naquela direção, afirmou, apontando o monte verde, porque é para lá que se volta, cada manhã, mais apaixonado, o sol... O passarinho continuou o seu caminho. Perguntou ainda ao arrolo, ao jasmim, às hortências, à violeta. Esta, vendo-o tão ofegante e aflito, pois as sombras da tarde já enchiam as alamedas, disse-lhe, resoluta: Arranca-me da haste e leva-me no teu bico, que te mostrarei o caminho... Mas, se eu te desligar da terra, morrerás!... Que importa a vida de uma violeta, quando se trata de levar um pouco de feücidade a dois corações apaixonados? Arranca-me! eu te ordeno. Êle obedeceu e carregou-a pelo espaço afora, voando suavemente por sôbre as planícies e as montanhas. É ali! exclamou súbito a violeta, agitando-se nervosa. É ali no jardim daquela casa que nascem as minhas mais belas irmãs, as únicas que podem tingir as suas túnicas azues inspiradas no azul dos olhos dela!... O passarinho volteou o solar e saltou sem ruido no peitoril de uma grande janela aberta, largando delicadamente a violeta. Seus olhinhos muito vivos prescrutaram o'interior do quarto. Seu coração batia forte, emocionado. Ela lá estava! Sim, era ela que ali estava com o olhar perdido no infinito!... Céus! balbuciou êle. Que linda ela é!... E de que azul divino é a côr dos seus olhos!... Não, nunca existiu mulher mais bela na terra1... E entusiásmaéo, quasi em êxtase, começou a cantar o seu mais romântico canto de amor. Era tal a candura daquela melodia, que ninguém se lembrou que já havia soado, o Angelus e que depois dessa hora os pássaros não cantam mais todos vieram escutá-lo, maravilhados... Cerrando os olhos, esquecido de tudo, êle continuava o seu gorgeio todo feito com a sua alma e a sua emoção. Isto já não é um canto, sussurraram entre si as telhas, as árvores, as portas, as janelas, as sombras do crepúsculo. • É uma mensagem da vida, um apelo de amor!... Estilada no peitoril da janela, a violeta agonizava sorrindo, despedindo-se feliz do mundo através da voz do seu perfume. O passarinho cantava agora a angústia do prisioneiro, a sua saudade. E,

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— Ilustração de GOULART

da sua garganta, saiam cada vez mais suaves, mais delicadas, mais aflitas, as mais puras notas, na mais pura harmonia. Depois cantou o amor, e o seu canto ef a uma sinfonia feita com o brilho de todos os sóis e de todos os plenilúnios. Tinha a grandeza do infinito e a suavidade dos sonhos... Era como que um cascatear de esmeraldas, de brilhantes, de pérolas, de rubis, de todas as gemas preciosas da terra!... Seu peito arfava. Não podia mais, mas sabia que já agora não poderia parar. Nem que caisse fulminado pelos seus agudos, cantaria até o fim aquela mensagem que lhe confiara o prisioneiro. Sua plumagem eriçara-se. Todo êle nada mais era do que uma bolinha de oiro, refletindo-se nas rendas de prata da lua que nascia. E o seu gorgeio continuava apaixonado, sincero, cristalino como ás águas serenas do regato, que brota entre as raizes centenárias dos carvalhos e a eternidade das pedras, no fundo da fioresta... Enfim, sentiu que ela copreenderà o que lhe queria dizer. Percebia agora, que os seus dedos macios como carícias, alisavam-lhe de mansinho, emocionados, a sua plumagem. Grandes lágrimas, pesadas como pérolas e quentes como o sangue, tombavam-lhe dos olhos azues.e empapavam-lhe o corpinho frágil. Seu canto tornara-se tão brando como uma serenata. Êle lhe jurava que levaria aqueIas lágrimas ao prisioneiro, que voaria seai parar, para que as sentisse ainda úmidas e quentes... E num "finale" arrepatador,, delicioso, todo ternura, escapou súbito das mãos dela, mergulhando o seu vôo na noite cheia de estrelas. Sobre o peitoril da janela,- um cheiro sutil de violeta e uma alma apaixonada ficaram espiando a festa do luar... Ruflando as azinhas, pôs-se a voar com todas as forças de que ainda dispunha, rumo ao cárcere. Para não esbarrar nos galhos das palmeiras e dos carvalhos, alçara o. seu vôo mais alto possível. Fazia frio, mas êle não o sentia, tal a alegria que lhe causava poder levar nas suas penas doiradas aquelas lágrimas de amor, saidas do coração da mulher mais bela do mundo... As horas corriam, mas a prisão ficava longe, muito longe. Olhinhos bem abertos, êle ia se guiando pelas luzes da metrópole, pela brancura das gazes do luar esparramando-se pelos montes, pelo curso dos rios que espelhavam as estreIas. — Lá está! exclamou, afinal, lobrigandò as torres altas, severas, antipáticas do presídio, recortadas no crayon da noite como um desenho sinistro. Um vento forte jogou-o quasi rente ao solo. Tentou reanimar-se. Faltavam poucos metros apenas, mas as forças o abandonavam, e teve que ceder à rajada, tombando em meio ao capinzal escuro, (continua no fim do númnb) y I i ._ 1 9 4 4


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GALERIA DE ARTE Sou grande apreciador de Tintoretto Pois eu não; ,em questão de vinhos, os brancos. prcliio 30

V I I —

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Nossa luxuria assim quizera Um Éden sempre imaginar, Sem se lembrar que a Primavera E a mesma carne hão de acabar.

Wa^W Juventude, almo tesouro, & ^fl^Que já te vais, p'ra não volver! Quero chorar, porém o choro Só vem, às veses-, sem querer... Variada foi esta celeste História do meu coração. Era uma doce criança., neste Mundo de lut? 3 de aflição.

ó Juventude, almo tesouro, Que já te vais, p'ra não volveri Quero chorar, porém o choro Só vem, às vezes, sem querer...

No olhar — a luz da aurora pura; Sorria como linda flor. A cabeleira, multo escura, Tinha das noites o negror.

E as outras mais! Em tantos climas, Em tantas terras, sempre são, Senão pretextos destas rimas, Fantasmas do meu coração.

Eu era tímido — como é Qualquer petiz. Foi ela, em suma, P'ra meu amor feito de pluma, Herodias e Salomé...

Em vão busquei essa princesa Que, triste, andei sempre a esperar. A vida é dura. Amarga e pesa. Nem há princesas que cantar!

Ó Juventude", almo tesouro, Que já te vais, p'ra não volver! Quero chorar, porém o choro Só vem, às vezes, sem querer...

Mas, apesar do tempo, a sede Do amor teimoso não tem fim: Já com o cabelo branco — vede! — Busco os rosais deste jardim...

Mais carinhosa, e também mais Consoladora e sensitiva, A outra foi tão expressiva, Como jamais peiusei, jamais!

ó Juventude, almo tesouro, Que já te vais, p'ra não volver... Quero chorar, porém o choro Só vem, às vezes, sem querer...

Aos seus afagos de ternura Uma paixão violenta unia. Num puro alvôr de gase pura Uma bacante se envolvia...

.

Mas me pertence a Aurora de curo!

Tomou nos braços o meu sonho E o acalentou como um bebê... E êle morreu, logo, tristonho, Por náo ter luz e não ter f é... ó Juventude, almo tesouro, Que já te vais, p'ra não volver! Quero chorar, porém o choro Só vem, às vezes, sem querer... Outra julgou que minha boca Fosse um estojo de paixão; E que, com os alvos dentes, louca, Iria roer-me o coração.

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Punha no amor delituoso Toda a intenção de tal desejo, Enquanto em seu abraço e beijo Se resumia o eterno gôso.

Canção de Ou RUBENDARIO naPÀ Iradução

de

MANOEL MOREYRA VII _ 1 9 1 ,

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MALHO


Qual, coronel Firmino, o menino é franzino e não agüenta o repuxo do trabalho na roça. Se eu pudesse êle ia estudar, como era da vontade da finada. — Sim senhor, homem, isto é que é falar. A instrução deve estar acima de tudo e o nosso Roberto ha-de ser um cidadão de bem, instruído e cumpridor de seus deveres. Ao ouvir tais palavras exultei. Ir para a escola, como os filhos dos fazendeiros ricos, sempre fora o meu maior desejo. Era, e eu bem o sabia, como querer um pedaço da Jua ou um punhado de estreIas. No logarejo não havia escolas e meu pai. pequeno sitiante, não podia se dar ao luxo de me mandar interno para um colégio da capital. Conclui, pois. que meu avó ia mandar-me para o Rio e cheguei até a pensar em lhe dar um beijo. Pouco durou a minha ilusão. Pelo que se seguiu, conclui que o velho era mesmo incapaz de um ato de generosidade. Pois é, seu compadre, disse êle a meu pai. O nosso filho vai estudar com D. Rita. a mulher do farmacêutico, que como o senhor sabe é muito prendada e gosta de lidar com crianças. Já falei com

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hoje me enchem os olhos de lágrimas o passar pelos queridos AINDA lugares de minha infância. Fazem quasi sessenta anos que nasci no arraial de Avelar, município de Vassouras, no Estado do Rio. Os primeiros anos de minha vida correram monótonos corno os de toda criança do interior. Minha mãe morrera ao me dar à luz e meu pai não dispunha de posses e nem sequer de tempo para cuidar de minha pessoa. Os dias, passava-os em companhia de outros desocupados, jogando malha, pulando amarelinha, ou dizimando as amorosas rolinhas com armadilhas de todo gênero, inclusive um arco tosco, feito com caniços do brejo, e no manejo do qual me tornara exímio. O único fato digno de menção, nessa época, ocorreu quando da inauguração da linha da estrada de terro: eu tinha então seis, sete. ou oito anos. não me recordo bem. Numa manhã ensolarada, por entre vivas, flores, e outras demonstrações entusiásticas do povo, correu o primeiro trem que meus olhos viram e do qual. com muita honra, fui dos primeiros passageiros. Escondido no vagão de bagagens, eu ia muito mais emocionado que qualquer dos convidados especiais, de roupas vistoaas e cravos na lapela, de que os carros estavam repletos. Espiando pela fresta da porta, eu via a multidão postada ao longo do caminho, sentindo-me como um em revista suas general que passasse tropas. O

MALHO

REMINICÊNCIAS Em dado momento avistei a figura esbelta de meu avó materno, rodeado de bajuladores, envergando impávido um fraque várias vezes reformado e com as inseparáveis polainas da mesma cór dos cabelos escuros; é que, se umas estavam sujas, os outros estavam pintados, num requinte de vaidade que a sua misantropia não conseguia sufocar. A cada apito da locomotiva eu estremecia involuntariamente e nervoso me punha a olhar para os lados temendo ser descoberto. Ao vêr, porém, o meu avô, não pude reprimir o desejo de fazer-lhe umas caretas em retribuição ao seu desdém pela minha pessoa a quem, mais tarde soube, êle atribuía a morte da filha. Para aquele fim abri rapidamente a porta do carro, mas fi-lo com tal infelícidade, que fui visto pelo guarda-freios do carro imediato. Na ânsia de fugir, precipitei-me do comboio em movimento, levando um formidável tombo. Perdi os sentidos: ao voltar à conciência dos fatos estava em casa, deitado em minha cama de armar, sentindo dores horríveis na perna quebrada que o bóTicário da localidade, solicito, se esforçava por encanar. Nessa noite meu avó foi à nossa casa e ouvi-o discutir com meu pai: — Roberto já está ficando um homem, "seu" Joaquim. E' tempo de pensarmos no seu futuro. 32

JURACY

CORREIA

ela e o senhor não terá que lhe pagar coisa alguma. O próprio Roberto poderá retribuir o favor ajudando-lhe o marido no balcão. E assim êle vai desde logo aprendendo a ter responsabilidades. — Meu pai apenas disse: — Oh!... • Um mês mais tarde eu estava aprendendo as primeiras letras e vendendo pós de Joanne, sal amargo, fedegoso. lombrigueiros e outras drogas. Isso quando meu pai não me mandava á feira vender aboboras. Todas as tardes, ao voltar para casa. o caminho obrigava-me a passar pelas terras de meu avô. onde os cafezais se estendiam a perder de vista, em infermináveis fileiras, e o gado coalhava as pastagens. Quasi sempre eu pulava a cerca para roubar mangas ou jaboticabas. ou -vntâo para montar os seus cavalos, arriscando-me a partir o pescoço, até que o animal parasse sem fôlego. Aqueles momentos de perigo e emoção eu não os trocaria por coisa alguma, e bastavam para deslumbrar-me com a perspectiva de vir a ter um cavalo, meu próprio. Era outro sonho irrealizável. Mas... As queixas eram freqüentes e as surraa que levei quasi que lhes igualava. Certo dia, porém, meu avô mandou-me esperar. V I I — 1 0 4 4


Andas galopando os meus cavalos, diabrete. — disse-me êle. amigavelmente, reforçando as palavras com um pescoção pouco amável. Olheio-o desconfiado, enquanto êle, abraçando-me chamou-me a si.

vaidade. Ali estava o que eu pintara com as tonalidades alegres da fantasia e do desejo: um poldro russo, esquelético, que mal se sustinha em pé, em virtude do ferimento que trazia em uma das pernas. O pêlo, estragado pelo uso de cangalha, dava ao animal uma aparência de leproso.

Amanhã é dia de teus anos, e como sei que gostas de cavalos, resolvi fazer-te presente de um Como se chama? — perguntei, aflito. sem mesmo pensar em agradecer-lhe ou em estranhar um gesto_ tão p_»uco comum. "Ventania", meu filho. Vai depressa para casa que já mandei levá-lo. Anda, concluiu êle com uma forte paimada. Desprendi-me rapidamente de seus braços e, sem me deter para analisar o porque do sorriso irônico que pairava nos seus lábios, disparei a correr pela estrada a fora, como nunca dantes havia feito.

Uma raiva tremenda surgiu dentro de mim. E' foi meio alheiado que ouvi o rapaz dizer: Está-entregue, boa tarde. E voltou pela estrada em que viera, levantando nuvens de poeira, montado no cavalo que eu julgara meu. De meus olhos rolaram grossas lágrimas, não de sentimento, mas de ódio, profundo ódio. "Ventania . coitado, olhava-me de tal modo. que parecia resignado de antemão ao destino que o aguardava, acostumado que estava aos maus tratos que lhe prodigalizavam pela sua inutilidade. Não pude me conter. Apanhei rápidamente uma pedra e arremessei-a com toda força na cabeça do miserável, que caiu pesadamente no chão. Cuidei tê-lo morto e senti-me profundamente arrependido e amargurado. Fôra-se a única oportunidade que tivera de possuir um cavalo, ainda que pestilento. Desatei em prantos e abracei-me ao desgraçado, enquanto meu pai dizia:

Durante o percurso não pensei senão em como seria o animal. Deveria ser muito ligeiro, em virtude do nome, e. certamente, forte e belo. De fato: em frente ao portão de casa estava o mais lindo cavalo que jamais eu vira. Grande, castanho luzidio e de belas crinas. êle escarvava impaciente o chão. afugentando ao mesmo tempo as moscas com a cauda cuidadosamente trançada. Cego pela alegria, corri para o animal sem pensar que poderia ser colhido por um coice. Meu pai, que já me esperava, tomou-me por um braço, em meio a corrida, e disse-me em tom ríspido: — Vem. vem vêr o teu presente. Ao lado da casa, um empregado de meu avô amarrava, naquele momento, a um poste da cerca, uma verdadeira alimária. O choque foi tremendo para mim. Era a primeira vez que feriam a minha

Foi melhor assim. Poupou-nos capim e milho e o traLalho de o matar. "Ventania", porém, não morreu. Êle sarou e viveu muitos anos. depois de têIo tratado com um carinho inexcedivel, auxiliado pelo bom do Ângelo farmacêutico, e isto de mistura a lágrimas e súplicas, para evitar, primeiro que o meu pai o matasse, e depois que o submetesse a trabalhos pesados. "Ventania" cresceu e ficou forte. Ensinei-lhe a saltar e a me obedecer. Tor-

nou-se êle um bom animal de sela, dos melhores mesmo do lugar. Aos domingos eu saía a passeiar e detinha-me a fazer evoluções no largo fronteiro à igreja, causando inveja aos rapazes, recebendo sorrisos das moças e angariando a simpatia dos velhos. Somente meu avô se mostrava carrancudo ao cruzar comigo no caminho. Êle nunca se perdoara pelo rasgo de generosidade que tivera, e chegara mesmo, certo dia, a me propor compra para o animal, por alto preço, disposto que estava a me privar daquilo que eu mais amava, depois de meu pai. Vivi assim, completamente feliz, durante cinco anos, até que completei os dezessete, época em que os meus vencimentos na farmácia foram aumentados para trinta mil réis mensais. Certa noite, ao voltar para casa, "Ventania fora cosoube da desgraça: lhido por um trem e estava agonisando. Não houve geito de salvá-lo. e o meu amigo morreu, levando consigo parte de minha vida e toda a minha alegria. Tempos depois, cansado da vida insipida do lugar, em decadência devido à crise do café, fugi para a capital e empreguei-me no comércio. Com muito esforço consegui tirar o curso de bacharel em ciências e letras e passei a ocupar um cargo público. Muitos anos já se passaram e hoje estou aposentado. Com as economias que ajuntei penosamente, adquiri um sítio, no mesmo arraial de Avelar, o mesmo de que meu pai fora arrendatário, e que fizera parte da fazenda de meu avô. Comprei, também, um cavalo russo, "Ventania" e pretenpuz-lhe o nome de do ensinar-lhe a saltar e a obedecer-me. até que chegue o dia em que eu mesmo terei que saltar a sébe alta e espinhosa da vida. 1

SONAMBULISMO

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V I I __ 1 9 4 4

Por

PAULO

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"HOMBRES.DE AMERICA" Por SADY ZANARTU

_^7 D. Pedro 1 abrange um tempo vital da América lusitana. A apostasia não foi do monarca Libertador, que jurisdicionou "Independência em República, e consagrou a frase do terço: ou morte". E' ijto o que é formoso no Brasil histórico: renascer na fraternidade humana e chamar o homem à convivência no campo social.

Osvaldo

Orico

num

desenho

Caxias foi o varão excelso da história moderna, militar e pacificador das hostes revolucionárias. Amou a sua Pátria e devotou-lhe as armas em que foi creado. Tiradentes, o herói imorredouro. é a consagração do gênero típico do escritor. Tiradentes é impressionante na história da emancipação social do Brasil. Era militar e civil. Foi genial na missão sem os lauréis com que chegou ao sacrifício. Imolado e esquartejado. A história chora em Tiradentes o amor às virtudes cidadãs. A América hispânica foi submetida a muitas med_a;òes em Hombres de America. Artigas capitalizou o destino inclemente; Bolívar conceitua o traço da forma analítica e documentação sem correlações; cria o tipo e acha-o, naturaliza-o na visão confederai e na posteridade. Benito Juarez é o milagre das virtudes zapotecas. unipessoal e sábio na vida. Orico projetou a sua sombra na típica conlluência nacional, um Juarez personalizado e um escarnecedor da humanidade sábia. Não quer amar a vida sem desamparo, forte sempre no governo, que não despoja das suas prebendas. arriscando a solução de dirigir o poder, subjugando-o. José Marti não pode se conciliar, de nenhuma forma, se não se estudar o processo colonizador. Viveu na solidão do seu tempo e na progéníe do tipo cavalheiresco e antilhano. E' o sol da América. O' Higgins, o nosso prócer máximo, tem sido selecionado com um processo conhecido pelos seus biógrafos. O escritor o visou cautelosamente e com as disposições duma análise concentrada. que o considera em repouso de seu método, onde a vida começa na sensibilidade dum homem sonhado na heroicidade. San Martin forma o daguerreotipo do tempo. Uma boa disposição de processos e revisões, sem grandiloqüência e com sobriedade. Orico encontra l realidade geográfica de matizar sem a onomatepéia antiga. Modela e lança a figura, dando-lhe a escultura de sua prosa. A prosa de Orico auriflama e consagra. Francisco de Paula Santander. o colombiano, e Sucre. o benemérito da cruzada, servem-lhe de excelentes modelos. Sarmiento não pode ficar senão como uma fórmula, que se anticípa à posteridade, do agitador de democracias e mestre de

de Calmon

nova produção do escritor e diplomata brasileiro. Osvaldo "Claridad'. de" A Orico, Hombres de América, na edição de Buenos Aires, é, nos estudos históricos, uma realização 'biografia da minima. espalhada numa forma invulgar.e num creador conteúdo. A obra emoldura um panorama dos prócercs civis e militares da história americana. Osvaldo Orico olha para uma fôrma especificada no ra talogamento das magnas figuras da epopéia da liberdade de América. A divulgação dos heróis sociais nio é simples, por quanto precisa en cada sintese o inteiro domínio da vida em estudo, o clima próprio do tempo da nação e" o exame das opiniões envolventes e sui-generis dos diversos tipos de homens humanos, sem colateralidade. nem reciprocidade. Cada autor dispõe a composição dum quadro e o esboço não sensibiliza se não possuir força emotiva e uma unidade de tempo que entre na época historiada, na creação do clima e na realidade política Estas biografias compendiadas por Orico são dum gênero diverso das usuais, nas quais a aneedota não aperfeiçoa a humanidade. desalinha a realização e oferece confrontações dissonantes, muitas redundâncias de fôrma, pouca justeza de mérito social. Jefferson e Lincoln são visados i plenitude da crença intercontinental. Encontram-se numa América socializada pela beleza do evangtlismo episódico, o templo da catecjra e a vida universalizada pela concepção democrática. Não hi senão uma única verdade: o clima creador dos Estados Unidos. Um grupo de homens que evangelizam e sonham. A vitória seria posterior. magno: Washington. O

MALHO

Agora

tem

a

palavra

o

civismo. Osvaldo Orico é um escritor americano pela posição Sua presença entre nós. assinala uma nova expressão de conviver e de realizar-se em livros de Índole continental. Hombres de América constituc um método de biografias, que. sem disparidade, forma conjunto de beleza no idealismo e na forma. Não há senão um só clima: América Social.

herói

34

V í I -

1 9 4 4


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Jy^4iZácêi(cí\z OPORTUNA primeira guerra NA mundial, o racionamento em Paris íoi severo. Nem por isso o "humour" do parisiense desapareceu. É interessante reconhecer nestas velhas piadas, uma graça toda nova; elas parecem ter sido inventadas em nossos dias, em alguma das extensas filas que o carioca adotou como coisa muito do peito... Estes desenhos são de autoria de Pulbot, famoso humorista.

NUM DIA "SEM CARNE" — Acho bom a senhora chamar o seu gato p'ra casa...

Só o óleo de fígado de bacalhau é que não é racionado.. .

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Veja só ! Brigou com o filho do carvoeiro e estragou nossa vida ! ! !

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Outra vez dando açúcar ao cachorro? Vt, mamãe Êle não entende essa coisa de racionamento ... V I I- 1 9 4 4

Sái daí, "racionamento" ! 35

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MALHO


A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO PEDRO l>\OTHEO os irmãos Pedro e André lançando a rede ao mar da Galiléa. Caminhava Jesus ao longo da praia. — Vinde apõe mim — dirige-se o meigo judeu aos ESTAVAM dois laboriosos e pacientes operários, que tarrafeavam, em vão, as revoltas águas salsas. — Vinde, e eu farei que sejais pescadores de almas. E eles, sem mais tardança, o seguiram. Pouco além, atendendo a igual convite, seguiramno também Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Acompanhado desses primeiros discipulos, Jesus continuou peregrinando, ensinando nas sinagogas e curando toda casta de enfermos. Sua fama correu por toda parte. Trouxeram-Lhe inúmeros pacientes, tomados de achaques e dores, lunáticos e pocessos, paraliticos e cegos. E a todos Ele curava. Imensa multidão o seguia, através todos os lugares que percorria. Eram gentes da Galiléa, de Decápole, de Jerusalém, da Judéa, da Betania, de Cafarnaum, de além do Jordão... Como haveria de minorar os males, morais e fisicos, dessas multidões, fatigadas e quebrantadas, como ovelhas sem pastor? Cristo, compadecido, resolveu convocar doze discipulos e ensinar-lhes sua doutrina, afim de que a transmitissem aos povos, séculos alem. Os escolhidos apóstolos, foram: — primeiro, Simão, que se chamava Pedro. E seu irmão João. E Felipe. E Bartolomeu. E Tome. E Mateus, o publicano. E Tiago, filho de Alfeu. E Tadeu. E Simão, cananeu. E Judas Iscariotes, que foi o que o traiu, e o vendeu, e o entregou aos algozes que o crucificaram. Enviando os seus discipulos aos povos, transmitiu-lhes Jesus, entre outras, estas sábias e divinas instruções: — Pregai meu evangelho. Limpai cvs leprosos. Expeli os demônios. Dai de graça o que de graça receberdes. Não possuireis ouro, nem prata, nem tragais dinheiro nas vossas cintas. Nem leveis alforges pelos caminhos. Nem cobiceis duas túnicas, nem calçado, nem bordão: porque digno já é o trabalhador do seu alimento. Notai, ademais, que eu vos mando como a ovelhas para o meio dos lobos. Sede simples, como as pombas. Basta ao discípulo sâr como o seu mestre.

Se se escrevessem esses grandes e eternos ensinamentos, — afirma o apóstolo, — um a — um, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que sobre eles se fizessem. Morto Cristo, e tendo Judas, roído de remorsos, praticado o suicídio, os onze apóstolos, em reunião, no monte de Olival, nas cercanias da Galiléa, assentaram, em definitivo, cumprir o que o Mestre lhes recomendára: Ensinai a todas as gentes o meu evangelho. Observai os meus mandamentos. E estejais certos de que estarei convosco, todos os dias,'até a consumação dos séculos. RP-K

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Muitas outras cousas, — segundo o testemunho de João, — Jesus ainda ensinou. O

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V I I

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Minha mãe, cuja ausência na terra, eu senti! ó suave lembrança... ó melíflua saudade! Quando ainda criança, apenas de pouca idade, Ajoelhado, piedoso, orava junto a ti! Orava respeitoso, como se homem fosse... Repetindo, convicto, a dôçe "Ave Maria", De mãos postas a olhar a imagem silenciosa Da "Mater Dolorosa", Chamada pelo povo humilde do Brasil Que a crença dos avós guardou no coração, E como tradição manteve e sempre encerra, Nossa Senhora Augusta da Piedade! — Crente, feliz, então, e com paz dentro dalma, como transfigurado, Não podia tirar os meus olhos, gravados, Daquela imagem calma, O símbolo da Dôr — Que trazia, chorando, aconchegado ao peito O corpo do seu filho — o Cristo Redentor! II Como outróra, conclente, é com viva emoção Que, apesar de flagélos, deseganos, Angustias e aflições, Pisando espinhos através de escombros Desta vida e descendo as escarpas dos anos ' Com as lascas da Cruz nos meus tão frágeis ombros Insisti, renovei a minha invocação; —»Dai-me, 6 Mãe de Jesus, agora e no porvir Não só o bem e a pa7, exclusivos para mim, Mas a paz dos espíritos, O bem geral do mundo e mais tranqüilidade Para os entes humanos, Mao grado penas, fracassos, máguas, danos, E não para a humanidade a catástrofe, o fim!

rece

É, que, neste recanto brasileiro Do ubérrimo e feraz jardim americano Como um ente qualquer soube apenas pedir; E, pedinte, alquebrado, enfraquecido e velho Apenas .aprendi a ler e a interpretar Epístolas e parábolas do Evangelho; Olhos fixos na imagem da Piedade Ainda com fervor peço a felicidade, Cooperação e amor, harmonia e confiança (Virtudes de quem sonha: Aspiração de criança!) Semeados nos confins e nós recônditos Desta terra por Deus creada, ampla, imensa, Para todos os mortais que, na avalanche

Tão volúvel e frágil, egoísta e precária, Salvos do vendaval e da calamidade Que varre, atros, dos âmbitos do mundo Os princípios da civilização, — Eu, na aparência um forte, Nas lutas já ferido, e mesmo ao pé da Morte Possa ajudar como um samaritano Nas fileiras de Cristo, humílimo e sem nome, Mas, no íntimo, ufano, A plantar e a colher o trigo e a fruir o pão Distribuindo-o também àqueles que" têm fome!

De ódios apocalípticos e ambições. De vândalos e maus, Tudo tentaram para destruir, Tudo o que, com suor foi plantado e regado, Tudo o que, com labor foi feito e edificador Famílias, lares, bens, templos e corações, Transformando este mundo em abismo, num caos!

IV

III ó bondosa Senhora da Piedade! Padroeira do torrão do vale do Paraíba, Que os índios denominaram "Hepacaré", Como assinala o historiador-escriba; Silencioso torrão onde os olhos abri Para o mundo dos Bons que os Maus tornaram vil! Torrão ''"rrão onde não vibra a tormenta da Guerra; do Paraíba em cujas águas f -rgiu "Aparecida" a sua imagem ,'a pesca que, sem rumos, numa viajem . m ânsias, entre enigmas e»entre 'rrágoas ízeram decendentes-Bandeirante",, iluminados pela Iuj da fé, \fim de garantir extensa e unJ.da ilidão ubertósa do Brasil; me nesta hora tMmultuária Animo varonil e vigor e von*.ade Para que, também, junto 8.0 resto de homens bons E dos desiludidos da gerarão atual 1 9 4 . V I I

Nossa Senhora da Piedade-meu fanal! Escutai, atendei esta minha oração, Auxiliando-me ainda a combater o Mal A Mentira, a Ignomínia, o Ludibrio e a Ambição! Fortalecei-me a Fé! Renovai-me a Esperança! é, aprendida, na infância a materna bondade, Para através o deserto das almas Sem encanto e poesia, No trágico momento que se passa Ver surgir, ao clarão primaveril Do sói da Liberdade, Com júbilo e alegria, alviçareiro, Florido e belo, em solo brasileiro, Como milagre e sonho de criança — O Oásis salvador da Humanidade! N 37

JOSÉ GALHANONE O

MALHO


UMA ENTREVISTA SOBRE O MOMENTO UNIVERSAL BELARMINO Repórter: — Estou em confusão diante do panorama atual do mundo. Que resultará depois da guerra que presenciamos? Vejo a crueldade dominando o homem civilizado e não compreendo a razão porque nações poderosas são avassaladas por outras de igual cultura e riqueza. Que falha imensa, que insuperavel defeito é esse dos homens que matuamente se aniquilam? Onde estão a cultura, a moral, a fé, e o "espírito" religioso que não açodem, não livram os homens de cairem na guerra devoradora? O mundo que estamos vendo, não é o mundo cantado pelos poetas, descrito pelos romancistas, pelos patriotas. Não é, tão pouco, o mundo no qual quem prática o bem não será envolvido pelo Sofri mento. Não é este o mundo onde a esperança deve existir. Não é também este o mundo onde o esforço desperta a com preensão. Sinto que algo muito importante está faltando ao homem que pensa, que tem cultura, que se julga civilizado. Entrevistado: — Como é lógico, amigo, a sua surpreza, a sua inquietação. Admita, entretanto, que legiões de seres humanos estão sentindo exatamente o mesmo que o senhor sente agora. Essas legiões estão com o senhor, anciosas por uma explicação. Esta explicação pode ser dada, deve ser dada por mais desconcertante que seja. Devemos compreender a vida a começar por nós mesmos, pelo nivel do entendimento que usamos. Qual é o nivel do nosso entendimento? É aquele resultante da educação , que recebemos do passado. Esse nivel é baixo, é deficiente porque não fomos educados para entender o que se passa em torno de nós, nem para interpretarmos os nossos próprios atos. Se o fossemos não exploraríamos o nosso semelhante. Com a educação que o passado nos legou, ficamos habilitados somente a abandonar todo o raciocínio que penetre os nossos próprios erros, vícios, crueldades. à nossa ignorância. A nossa ignoráijcia, em relação ao nosso próprio nivel de entendimento, é o impecilho maior que nos torna inválidos para evitarmos o nosso próprio sofrimento. Tudo quanto usamos, como sendo espiritualidade; crença, cultura, é apenas esse estado de egoismo de ignorância, que estamos haO MALHO

VIANA

bituados a disfarçar e encobrir. O nosso nivel de entendimento limita-se a idéia de posse, de segurança, de autoridade; e não elevaremos esse nivel enquanto recebermos a educação nos termos do passado, da tradição, da crença, da subordinação, aspectos estes estranguladores do apercebimento e do discermimento. Homens como o senhor, que se inquietam com o estado atual do mundo, já sabem, já sentem, com certeza, que a crença é a ilusão que faz sofrer a toda humanidade. Quem crê não compreende, e não compreendendo será iludido, dominado, explorado. Quem crê é conduzido pela ilusão. E como este é o estado da maioria das pessoas, facilmente estas são conduzidas, exploradas e sacrificadas. Na realidade, a educação que o homem tem conhecido até o presente, apenas o preparou para ser explorado. Por esta razão, jamais uma crença, uma filosofia, uma organização política, social ou religiosa terminou sem um choque, sem uma luta, sem uma guerra deflagrada pelos seus associados. Este é sempre o resultado da ilusão de que, uma crença, um partido, pode trazer a felicidade ao indivíduo. Dessa ilusão nascem sempre as mais torpes explorações dos grupos, das classes e do indivíduo. Náo é que não devamos pertencer às organizações necessárias à ordem nas coletividades. O caso é este: Há exploração sutilmente organizada, porém não percebida pelos que vivem iludidos pela crença, pela fé no que não comprtendem. O nível de entendimento que a educação do passado permite, mantém muitas pessoas apenas aptas para a exploraçáo, para a dominação, para a matança do homem pelo homem. Infelizmente êste é o estado em que se encontra a maioria dos civilizados. Quero dizer também que o nivel de cultura não exclue a exploração, a dominação entre os próprios homens cultos". Cultura não é sabedoria, se o fosse não haveria guerras. E, assim, amigo, a vida a seguir, depois desta guerra universal, será a mesma de exploração de dominação, de matança, se ainda for possível a contínuação dos velhos modos de educar, de ins-

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trair sem o despertar do entendimento das crianças que serão os homens do novo ciclo, do novo mundo, da nova civilização universal. Repórter: — Diga-me senhor. Por qual Filosoffia esta falando? Acha então que abandonando crenças e sistemas, podera a humanidade atingir um nivel de viver melhor? Entrevistado: — Sem a menor sombra de dúvida, amigo. Para isto será apenas necessário, o desenvolvimento da educação científica. Assim como aprendemos primeiro as quatro operações, a seguir álgebra -e depois matemática superior, para o fim de obtermos base para os conhecimentos científicos, podemos estender a instrução científica aos outros aspectos da mentalidade do homem. A mentalidade do homem do nosso século, já está enriquecido com muitos conhecimentos matematicamente certos, mas por força do hábito vejho, da crença, o homem se utiliza apenas do lastro de memórias tristemente destruidoras do encanto, do esforço, da alegria, da liberdade, da verdade que a vida encerra. Quem diz certo diz cientifico, mas certo não anda o homem culto quando deixa propositadamente analfabeto, o seU semelhante. Quando se locupleta na posse de riquezas não adquiridas pelo seu suor. Repórter: — Há outro ponto no qual também me encontro embaraçado. Julgo que tudo quanto se aprende nas escolas, inclusive a ciência da qual o senhor me fala, não tem tanta importância para a vida prática, quanto aquela parte de nós mesmos, que chamamos razão, conciência, a qual parece existir para além da nossa cultura científica, para além do nosso sub-conciente. Entrevistado: — Vamos seguindo um curso de raciocínio aproveitável. Assim chegaremos a encruzilhada dos caminhos já apontados pela ciência os quais passam pelo interior de cada homem. Esses caminhos são conhecidos por nomes diferentes, mos no caso presente vamos admiti-los com no'mes científicos: "O Conciente e o "Inconciente". O "conciente" é o caminho por onde, conduzimos as crenças, os hábitos de posse, de vingança, de ódio, de inveja e consequentemente do medo. Este caminho tambem poderá ser chamado sub-conciente — personalidade. O "Inconcier.te" é o caminho da razão do entendimento, da inteligência, da Sabedoria; do homem em essência. dom esta explicação pôde o amigo compreender que o homem real, é uma conciência, um se; que pensa e cria, mas que se encontra envolto pelo sub-conciente e que este último contém todas as memórias de atos e «desejos do passado. Cont quanto de "máu" e iluzório o honNtm poMue. V I I _ 1 9 4 4


Portanto, pôde ser compreendido que o sub-conciente é uma parte do homem perfeitamente controlável, podendo mesmo ser anulada por meio do entendimento, da compreensão de sua nulidade, quando o fôr, dependendo essa snulação do estado de apercebimento em que o homem se encontre de sua própria natureza, de suas qualidades, do seu próprio sub-conciente. A anulação do subconciente significa a libertação da vida, da inteligência, do homem real. Repórter: — Mas, para realizar a anulação do sub-conciente, será talvês necessário profundo esfôrço mental, assim como o abandono dos desejos. Para fazer isto, bem poucos são capazes, mesmo porque, isto significaria prejuízo de adquiposses, de autoridades, de hábitos"eu", da ridos, significaria o controle do personalidade. Entrevistado: — Amigo. As religiões têm pretendido resolver o controle do sub-conciente, por meio da fé, da crença e do medo. Dessa fôrma não é conseguido mais que a permanência e o desenvolvimento' do próprio sub-conciente. E isto é tão negativo quanto cavar um poço a beira do mar. Anular o sub-conciente não significa alijar uma carga mental; significa aperceber-se do conteúdo dessa carga, significa analizar a natureza de cada memória que corporifica a"hipocrizia, a crueldade, a ganância, a luxuria, a pretensão de autoridade. O meio mais positivo para realizar o dominio sôbre esses vicios, sôbre esses hábitos acumulados lio Sub-conciente, é adquirir o propósito de despertar o entendimento, dc viver pelo entendimento, pela razão, pela realidade. Não é pela fe, mas pelo entendimento, que o homem constrói um vapor, um avião, uma locomotiva. Nessa construçáo êle emprega a certeza do que está realizando. O que chamamos fé, é o medo de ser destroçado pela ignorância dos nossos semelhantes, pela ignorância coletiva. A fé, o mede e a incerteza, são resultantes da falsa < '"cação que faz do homem um ser aquisitivo à empregar os úteis aparelhos » &ja criação, expressamente para a exploração, para a destruição dos seus próprios construtores... Isto é positivamente o trabalho da ignorância em que a falsa educação do passado colocou o homem do presente. Mas o homem terá que despertar dessa ignorância, para viver pela inteligência, pela inspiração real da vida. O trabalho do homem do novo ciclo, será o de libertarse -do velho sub-conciente, o de matar a ignorância. Fazer isto, significa surgir renovado pelo entendimento, pela certeza, pelo discermimento, pela iluminação. Talvês que meu amigo, preso como está, pelo sub-conciente velho necessite dum 39

esquêma para poder compreender melhor os aspectos gerais da vida interna do homem. Mostrarei aqui um esquêma no qual, por simples exemplo, classifico em cinco grupos, as atividades internas dum ser humano. Os cinco grupos de atividades, nêste esquêma, verificam-se através dos dois caminhos: o "Conciente" e "Inconciente". No primeiro grup<>: — Atividades profissionais para obtenção dos meios de subsistência. No segundo grupo: — Atividades de relações mutuas, na família e na coletividade. 'I No terceiro grupo: — Atividades de esportes e diversões para compensação do esfôrço profissional. No quarto grupo: — Atividades literárias e científicas para aquisição de conhecimentos. NO QUINTO GRUPO: — Atividades coordenadoras da inteligência, da conciência (Razão) atuando sôbre os quatro grupos de atividades anteriores. Os quatro primeiros grupos significam o Subconciente. O quinto grupo de atividades; representa em cada/pessoa, a Razão, a conciência, a individualidade. A individualidade é o ser puro, retificador, julgador das atividades dos quatro grupos anteriores. Em geral o homem não está apercebido dêsse movimento de sua natureza. Porém, quando através dos ensinamentos de Krishnamurti se der o dispertar do apercebimento, então verificará êle que ainda não soube se servir da sua própria inteligência. Verificará que apenas costuma se utilizar das expressões, dos movimentos dos quatro grupos de atividades que re"eu", a personalipresentam apenas o dade, os hábitos, as memórias velhas, o sub-conciente. Expressões estas que lormam unicamente a conciência ilusória e comum dos homens sem discermimento, sem entendimento, dos homens que se apoiam na fé, em vez de na compreensão, no entendimento, na razão. Portanto, pôde o amigo compreender agora que somente libertando-se das influências do velho sub-conciente, com todas suas acumulações de crenças e hábitos explora ti vos, poderá o homem criar uma nova vida mental e social, sem cxpiorados n exploradores. Poderá, compreender que, como vive, como pensa, o liomem é apenas o criador dos sofrimentos que cercam a sociedade, a civilização Liberte-se o homem por meio de uma educação nova, perfeita, livre de crencas, e o mundo será livre dè hécatombes como esta que presenciamos, onde a experiência humana é aproveitada para crueldades. para destruições reciprocas. O

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DIÁLOGOS DOS GRANDES DO MUNDO

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Senhor Ernesto Feder é um homem de cultura que, apesar da formação enropéia, já se pôde dizer ii.tegrado nas letras brasileiras. Seu nome impõs-se ã aceitação de nossas jornais e revistas literárias, e o curioso a assinalarse, na organização mental desse europeu tran. plantado, é o domínio da história e dos temas de nosso pais. Ernesto Feder, que é também colaborador de "Ilustração BrasileiErnesto Feder ra", reuniu, agora em volume, alguns dos mais sugestivos ensaios por èle publicados na Imprensa Brasileira. A coletânea de estudos aparece com o belo titulo de Diálogos dos Grandes do Mundo — e pôde ser qualificado como um notável livro de pesquizas e documentos indispensáveis não somente à crônica política do Mundo, mas também à história Universal das Literaturas. E isto porque resalta de cada página de Ernesto Feder um comentário novo, pessoal, que representa contribuição valiosa à compreensão do panoruma cultural do mundo. O último ensaio do livro afasta-se um pouco da direção que Ernesto Feder imprimiu aos demais estudos: é a página que nos dá uma visão trágica dos últimos dias de Stephan Sweis. O novelista de Vinte Quadro Horas na Vida de Uma Mulher tem, no estudo de Ernesto Feder um perfil que se explica o desenlace brutal de sau destino glorioso.

Novelli Junior

SANTA

CONFERÊNCIAS Federação das Academias de Letras do Brasil é uma instituição, com serviços prestados ao Brasil cultural. Há ali um grupo de ir.telectuais que trabalha serenamente, sem ruflos de tambores por um Brasil sempre maior e melhor. A par da sua revista que se publica regularmente, com bòa colaboração, e que é uma das melhores do País, lançou agora mais um dos seus livros, este de Conferências (Rio de Janeiro, 1944>. Enfeixa a conferência magnífica de J. F. de Araujo Lima sobre Rui Barbosa em sua época, outra sobre Rui de Carneiro da Cunha, Intercãmbio Cultural PaLs Americano de Carlos Xavier Paes Barreto, duas conferências de Raul de Azevedo, uma sobre a mulher paraguaia e outra sôbrc o jornalista Antônio José de Lemos por ocasião do centenário do seu nascimento, discurso de Waldemar de Vasconcellos, do Presidente da F.A.L.B., conferência de Adauto da Câmara, do General r^edro Cavalcante, do DT. Souza Brasil, e outros, — enfim, um livro útil e interessante, profundo, um dos melhores que se há publicado em 1944. A

V I I — 1 9 4

CLARA

um bom romancista acaba de apresentar aos leitores brasileiros o editor José Olímpio: Novelli Junior, Santa MAIS Clara é o romance com que esse novo autor se apresenta ao pais, e a obra, apesar de constituir trabalho de estréia, sagra-o, sem dúvida, como um jovem mestre de ficção. O estilo e o assunto se acham harmoniosamente conjugados. Santa Clara fixa um drama da existência provinciana, vivido por um médico. As angustias da alma humana aí se espelham, e definem sob a sedução da prosa de Novelli Junior. Outra qualidade que recomenda o livro é a sua correção de linguagem. Novelli Junior escreve conscientemente a sua frase. E seu período pôde ser indicado como um modelo atual de estética da lingua brasileira. Santa Clara é um livro que ficará em nossa literatura, como um reflexo da vida brasileira de hoje. Do drama admiravelmente descrito nas páginas desse romance de estréia surgem tipos e situações que podem ser transladados para as antologias como símbolos e imagens de nosso tempo. O romance é, presentemente, o mais sedutor e o mais perigoso dos gêneros literários. Dessas aventuras de ihteligência, o escritor Novelli Junior sai galhardamente como um triunfaaor. E escrevemos estas opiniões ainda sob a emoção das páginas que dão ao novel romancista o título de Cronin brasileiro. — 41 —

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A Classe Acadêmica de Pernambuco Ao Interventor Agamemnon Magalhães das Escolas Superiores de Pernambuco prestou Amocidade ao Interventor Federal naqiele Estado, Dr. Agamemnon Magalhãts, uma grande homenagem de admiração e de apreço, visando não apenas ao homem de governo, o administrador perfeitamente em dia com os principais pioblemomento, do mas mas também o professor de Direito em adminiscuja ação trativa há toda uma elevada soma de ena sinãmentos que mocidade vem assicom milando proveito e com a mais admiraentusiástica ção. Perfeitamente int3grada nas tradições de inteligência, liberalismo e devotamento às grandes causas, a mocidade universitária do Recife impulso levou, por expontâneo, ao chefe executivo d o perO

MALHO

nambucano, cuja gestão governamental se tem feito notável sob tantos aspectos, uma demonstração de que está atenta, de que estuda, observa e aquilata com justeza o valor da grande obra que o seu governo ven; realizando err todos os rin-

cões daquele Estado. Nesta página aparecem alguns flagrantes da recepção, no Palácio -do Governo de Recife, aos manifestantes universitários, destacando-se o Interventor Agamemnon quando agradecia a homenagem.

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OS DOUTORANDOS DE JUNHO DE 1894 o movimento revolucionário contra o govêrno de Floriano Peixoto esteve fechada a FaculDURANTE dade de Medicina do Rio de Janeiro. Por isso, a turma de doutorandos de 1893 só poude concluir o curso em Junho de 1894. Eram 26 esses doutorandos. Agora, decorri.cs 50 anos, restam, apenas, 6 médicos: o Professor Manoel" Gonçalves Carneiro, antigo catedrático de Clínica Pediátrica da Faculdade de Medicina de Porto Alegre e ali residente; o Dr. Luiz Caetano Guimarães Sobral, cli-! nico em Campos, e antigo Prefeito dessa importante cidade, ex Senador pelo Estado do Rio; o Dr. Augusto Militão Pacheco, clínico em S. Paulo; no Distrito Federal; o Dr. Silvio Mario de Sá Freire, clínico de vasta clientela especialmente no bairro de S. Cristcvam onde residiu durante muitos anos, o Dr. José Mathias Gurgel'do Amaral, ginecologista e parteiro e Henrique Tanner de Abreu, catedrátrco jubilado da Faculdade Nacional de Medicnia. A turma, sempre muito unida, se tem reunido regularmente, de 5 em 5 anos, aqui no Rio de Janeiro. Em 1939, porém, foi a data de 9 de Junho festejada em S. Paulo. E, ao que parece, foi a primeira turma a estabelecer essa prática de bôa camaradagem. Impedido, no momento, o Dr. Luiz Sobral de fazer a viagem de Campos ao Rio, os filhos dele convidaram os colegas do pai para comemorarem o cinqüentenário de formatüra em Campos, convite desde logo prazeirosamente por todos aceito. Entretanto, nas vésperas da data festiva motivo de força maior cbrigou a ser abandonado o projeto de ir a Campos. Aqui, pois, foi feita a comemoração a que não puderam comparecer o Dr. Luiz Sobral e o Professor Manoel Gonçalves Carneiro. A escassez de tempo nã0 permitiu conseguir para o dia próprio, sacerdote para a Missa que sempre figurou em primeiro lugar nos programas qüinqüenais, e desta vez foi rezada no dia 14 do corrente em sufrágio das almas dos 20 colegas felecidos. No dia 9 de Junho corrente, no restaurante do Aeroporto, os quatro colegas da turma de 1893, doutorandos de lunho de 1894, cuja fotografia publicamos, se reuniram em almoço de cordialidade e ainda se demoraram em palestra cheia de gratas recordações.

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plena callc Florida, EM a artéria mais movimentada de Buenos Aires, reservou a Editorial Anaconda as suas vitrinas para exibição, durante uma semana, do novo livro de Christovam de Camargo — '* Cuentos de Hoy y de Siempre". Entre os volumes da obra agora lançada, que enchem inteiramente as montras da livraria, figuram o retrato do presidente Getulio Vargas e a cabeça em mármcre do autor, devida ao cituel da escultora belga Yvonne Dujardin. Aparecém também as bandeiras brasileira e argentina entrelaçadas e alguns exemplares da obra de Carazzoni sobre o presidente Vargas. Referindq-_e a essa exposição, de grande que classificam acontecimento literário, põem em destaque os jornais a obra de aproximação argentinobrasileira levada a cabo com tanto êxito pelos homens dc pensamento dos dois países. VII

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Os estaleiros da Organisaçáo Hen. rique Lage lançaram ao mar mais áuis pequenos tiavioz de guerra. Sao eles os caça-submarinos "Rio Negro" e Niterói. E' dessa solenidade o flagrante que aqui reproduzimos.

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Dois flagrantes cclhidos no Hipodromo da Gavea, quando do aimoço de despedida oferecido pelo Ministro Salgado Filho, ao embaixador Gonzalez Videla que regressou ao Chile. • -AW... ••

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A mais nova das Lidices nasceu no Brasil, no interior do Estado do Rio. E' um aspecto de sua inauguração a foto que aqui reproduzimos.


DE ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA

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,„ Ffrfira yola'"10 TEMPORADA DE CONCER NACIONAIS TISTAS Temporada de Concertistas Nacio. nais. organizada pelo prefeito HenA rique Dodsworth para prestigiar os artistas brasileiros, e vitoriosamente iniciada em 1943, foi aberta, este ano, a 30 de Maio último, no Teatro Municipal. Como na primeiro ano de sua instituição, o governador da cidade confiou a direção da Temporada de Concertistas Nacionais ao ilustre musicologo Arthur Imbassaí, critico musical do "Jornal do Brasil", que anteriormente se desincumbiu de igual comissão ante os aplausos de todos os seus colegas, amigos e admiradores, que são quantos lêem, há tantos anos, seus criteri isos comentários no tradicional matutino. Yolanda Ferreira, organização artística de alto teor, digna dos maiores centros culturais, foi, muito acertadamente a a artista escolhida para, abrir a Temporada de Concertistas Nacionais. Foi a inexcedivel primeira figura na interpretação de três obras para piano e orquestra, de Bach. Rachmaninofí e Liszt. Seu notável virtuo " sismo foi, de início, posto à prova 110 Conilustre nossa pianista ofecerto de Bach. A receu á seleta assistência admirável interpretação do belo lavor de Cach. Sentiu-o. como grande pianista que é. mantendo integralmente a feição clássica da obra, em instante algum recorrendo a malabarismos, ncurs^s de que se valem os que nã> possuem méritos suficientes... e querem empolgar de qualquer maneira. Aplaudidissima Yolanda Ferreira passou a executar uma das mais perfeitas edições do maravilhoso "Concerto n. 2" de Raehmaninoff. o que lhe valeu ainda aplausos mais vibrantes. Encerrando o inesquecível festival ouviu-se " Fantasia Hungra", de l.iszt. A magnífica Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal emprestou o maior brilhantismo ao excelente concerto de 30 de Maio, Regeu-a, com a segurança e a sobriedade que lhe são ]<eculiares. o experimentado e festejado maestro Henrique Spedini. Parabéns, por tão auspicioso ac nteci mento, ao Dr. Arthur Imbassai. i pianista Yolanda Ferreira, ao maestro Henrique Spedine e aos ilustres músicos.

os vários concertos até 1.° de Junho prcmovidos pela prestigiosa O. Entre S. B., três — um no Municipal e dois no Rex — merecem destaque, o do Municipal — 2.0 <!a série para os sócios — apresentou como ponto culminante o ** Scherzo' do 44 Sonho de uma ncite de Verão", de Mendelssohn. Os músicos, sob a regência do maestro Szenkar, deram-lhe impecável interpretação, sobressaindo a mágica de Moacir Liserra. O flauta " Scherzo" de Mendelssohn foi bisado, em atenção às palmas intermináveis, que soaram ao seu término. O programa, brilhante executado, incluía ainda Borodine, Nepomuceno e Wagner. Detenhamo-nos, agora, nas aludidos dominicais, dados a 21 e 28 de Maio, no Rex, quando surgiram com a O. S. B. duas lidimas expressões da nova geração de " virtuoses" na cionais: a pianista Esther Naiberger e a violinista Marilia Espanha, de 18 e 12 anos. respectivamente. O simples fato da O. S. B. apresentar tão inteligenntes e encanta- • doras instrumentistas justifica o destaque destes concert s, sabido como é que, até '043- poucos solistas atuaram, com a O. S. B., inclusive porque Szenkar se considera solista permanente e só transige com ar tistas intimamente ligados à Diretoria da O. S. B. Esther Naiberger, a solista apresenta<.a a 21 de Maio, é uma das mais futuro:;as artistas nacionais. Os freqüentadores das sessões musicais veem, desde 1931, acompanhando carinhosamente esta jovem pianista, dotada de extraordinário talent . e de excepcional musicalidade, revelados desde aqueles tempos tranqüilos, e progressivamente acentuados com a marcha do tempo. Poucas artistas têm, em plena primavera, tão expressiva coleção de triunfos, como Esther Naiberger. Foi o encanto permanente de desenas de audições de alu nos dos professores J. Otaviano e Guilherme Fontainha. Tanto isto é verdade ccmentando, em 1937. uma audição de que, alunos de que participava, João Itiberê da — Cunha o nosso presadissimo J I C, do Correio da Manha — destacou, entre mais de uma dezena, o seu nome com esta felicíssima expressão: TOMEM NOTA DES. T E NOME. Hoje, sete an:s decorridos — para orgidlio dos seus pais, mestres, cole8as e confpatrícios — é, tal como vaticinou como Prev'rani quantos a acomu desde meninota, uma das mais bripanham

MUSICA lhantes jovens pianistas nacionais. Terminando em 1939, com brilhantismo, o curso pianístico pela Escola Nacional de Música. Esther Naiberger vem figurando, desde aquele ano, em tedas as temporadas oficiais de recitais da referida Escola. E de 1942 em diante tem, igualmente atuado como solista nos concertos sinfônicos da Escola. Está. pois, suficientemente feito o elogio da nossa jovem "virtuose". Confir mando plenamente o que de tã0 sutil tem peramento de artista era lícito esperar, Esther Naiberger foi a grande atração do concerto dominical de 21 de Maio. Atraiu belíssima concorrência, onde se viam dezenas de pianistas e quasi todos os críticos musicais, que, ainda uma vez, renderam homenagens ao seu formoso talento, homenagens às quais sinceramente nos associamos. Delirantemente aplaudida no remate transcendente e empolgante " Concerto n.° 1 de Tschaikowsky, Estcher Naiberger deu ao seu público um pequeno recital suplementar. que corroborou seus grandes méritos. E aqui, com prazer, aguardaremos as próximas apresentações desta encantadora artista, que terão lugar no Teatro Municipal, no Fluminense, na Escola nacional de Música e na A. B. I. Marilia Espanha tomou a seu encargo, um concerto para a Juventude Brasileira a interpretação do " Concerto em ré maior", de Mozart. Executou-o brilhantemente, exibindo notável afinação e evidenciando técnica segura; encontra-se em bóa escola e tem muito talento. De tudo isto deu provas sobejas sentindo o mais fino músico de que se tem memória — MOZART. Seu triunfo, do qual compartilhou a professora Iolanda Peixoto, foi indiscutivel. Em ambos cs concertos dominicais a O S. B., sob a criteriosa t?géncia de Alberto Lazzoli, interpretou louvavdmente Beethoven. Wagner, Bizet. Nepomuceno e Alber to Lazzoli, o qual vem de substituir a José Siqueira no cargo de assistente de Szenkar. O ci ncerto para a Juventude Brasileiri foi precedido de brilhante preleção do Sr José Gonçalves Bandeira, ilustre secretário da O. B. S., que, em termos os mai. felizes e acessíveis à juvenil platéia, discorreu sobre a constituição do conjunto sinfônico. A preleção do Sr. J. G. Bandeira e a regência de A. Lazzoli contribuiram expressivamente para o completo êxito deste concerto para a juventude. FRANCISCO CAVALCANTI

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ENLACE — Grupo feito por ocasião do enlace da senhorinha Maria Eunice Piedade, filha do Prof. Alencar Piedade com o Snr. Ivo Carotini, industrial, filho da Viúva Ivo Carotini. O ato teve lugar na capital paulista, onde residem os nubentes, tendo sido realizado na Abadia de São Bento.

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O BANCO DAS NAÇÕES E O APÓS-GUERRA — Aspecto colhido no salão de conferências da Associação dos Empregados no Comércio, quando da realização da conferência do Dr. Ascendino da Cunha, conhecido estudioso de assuntos econômicos e figura de alta projeção social, sobre o assunto que nos serve de epígrafe. Essa aplaudida palestra foi promovida pela Faculdade de Ciências Econômicas, cujos bacharelandos aparecem de pé atrás da mesa que orientou os trabalhos, tendo como Presidente de Honra o representante do Embaixador de Portugal.

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Rei da Suécia celebrou a 16 de Junho o seu 86." aniversário, tendo estado, aproximadamente 37 anos no trôno da Suécia, ou seja tanto tempo quanto Gustaf Wasa. Durante o seu reino enorme progressos se tem verificado na vicia social, econômica e industrial do país mais democrático do mundo. O Rei Gustav muitas vezes é V I I — 1 9 4 4

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DA ATUALIDADE "o chamado democrata do trôno". Êle é o símbolo da unidade nacional e é amado por grandes e pequenos. Num recente concurso "Gallup", do tipo 84% dos suecos votaram a favor da monarquia. A sua grande popularidade foi demonstrada nos extraordinários festejos por ocasião do seu 85.° an versário, no ano passado, quando — 47 _

GEORGINA

ALBUQUERQUE

Realiza-se hoje, no saguão do Palace Hotel, a esperada exposição da pintora Georgina de Albuquerque, nome aureolado da arte brasileira e professora da Escola Nacional de Belas Artes. Nada menos de 55 trabalhos integrarão essa mostra de arte, da qual farão parte, ainda, várias telas de Lucilio de Albuquerque, o saudoso artista prematuramente desaparecido, escolhidas da sua Exposição Permanente. Uma nota curiosa é ser esta a primeira vez que Georgina de Albuquerque expõe paisagens própriamente ditas, pois sempre as fez como fundo dos quadros de figura. Por tudo isso, está distinada a franco sucesso a sua Exposição que estará aberta até o próximo dia 15.

todo o povo lhe prestou homenagens de toda espécie. O aparecimento mais recente do Rei foi no "National Day", o dia 6 de Junho, como de costume, as uniquando, dades militares, organizaçõ:s esc:lares, etc., marcharam no estádio de Estocolmo. O Rei, com a sua elasticidade habitual, atendeu à cerimônia durante duas horas. O Rei Gustavo ainda joga o seu esporte favorito, o tênis. Êste ano o seu aniversário será celebrado entre sua família, em Tullgarn. O

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cheio de sugestdes da terra do tango, /1* ^y%» s* k i.J pircsco. rrWlQ'v& que a viu nascer. lflu3^^jRf9^55 rftfrfoCt' m o Rio ha poucos Mona Maris, que visitou "fans". E como nao ser tem aqui inumeros K A ONA Maris esta novamente em evidencia, anos, taoimpressionantemente sabe ser /VI depois de um eclipse passageiro. A querida assim, quando ame- encantadora. com o seu olhar que e todo lan9. atriz argentina, veterana do cinema com o seu cigarro tao ao gosto do hofc/fiWgfga 'posi?ao com a sua inequivoca per- guidez. ricano. reconouistou infunde hoje mulher de a e moderno que em mem de que ja desfrutara sonalidade a e graqa. M Hollywood. E breve haveremos de ve-la em no- tanta personalidade


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a vida no Rio atingiu preço tão alto como nos dias que correm: nunca os cinemas contaNUNCA ram com tamanho público como na época atual. O dinheiro, que é escasso para as despesas normais, sobra para os gastos supérfluos. Os estudiosos da sociologia e dos fenômenos econômicos andam tontos, não sabem como explicar a anomalia. Sem me emaranhar na análise da origem, da evolução e do domínio dos fatores psicológicos determinantes da fisionomia dos ocorrentes momentos sociais — cruzes! — mas curioso como jornalista, não me pude furtar ao desejo de investigar a razão do contrassenso e lancei mão da mais simples de todas as fórmulas esclarecedoras — o inquérito individual, base e razão de ser de duas nobres atividades humanas — a imprensa e a justiça! O primeiro que abordei foi o Temístocles. rapaz folgazão. 'casado com creatura ciumentíssima. — Ah, meu caro! O cinema, por vezes, faz mais pela tranqüilidade do meu lar que todas as minhas

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adorarei Susan Pcters na praia de Santa Monica à hora do banho. Sua casa fica do outro lado da rua. olhando o oceano Pacífico. E' ali, nos momentos de folga, que a elegante atriz et* Metro sonha com o dia próximo da sua grande oportunidade na arte em que já é alguém.

DO

CINEMA

NUNES enérgicas juras de inocência. Vou e levo a mulher. O Diabo disse: não! valeu, por 15 dias de ventura doméstica, tornou a Helena mais indulgente e ouvi dos seus lábios esta frase desafogadora, ao deixar o Palácio : — Afinal, os homens são todos assim! — Menos eu! — retruquei, por decoro pessoal. Levo-a sempre ao cinema, vemos todos os filmes, muito embora fiquem os fornecedores esperando. .. Como sabes, a Julieta é um bocado trouxa, confidenciou-me o Camilo. Quando tenho por aí um caso... — E tens tantos! — interrompi eu —... e quero estar tranqüilo, convido-a para ir ver um filme, podendo levar uma amiguinha para lhe fazer companhia, porquanto eu, urgido por este ou aquele negócio, não posso, infelizmente, ficar a seu lado... E assim, por 11 cruzeiros ou 13 e 20 centavos, ou até mesmo 15 e 40 —- um roubo! — goso duas horas de absoluta liberdade em plena segurança! Tenho horror aos cacetes e quando encontro um na rua, — obrigado! cortei, rápido, pois acabara de tomar-lhe o passo na calçada do Odeon — trato de fugir dele como o diabo da cruz... Os cinemas são o asilo oportuno e seguro. Ainda há pouco, vinha eu em frente do Metro e vejo o Raposo, o maior cacete da cidade, que. de longe, me lobrigára e para mim — pobre vítima! — alegremente se dirigia... Embarafustei no cinema, o filme estava nas últimas seqüência e embora me amargurassem o peso e a desventura de Maria Antonieta. sofri menos do que se ficasse aturando o Raposo! Há os que, no estío, não podendo subir para Petropolis, procuram os onemas refriqcados; e os que no inverno, sem agasalhos, ad quedos L,e aqueçam ao calor das aglomerações humanas... Os que vão em busca de uma boa digestão, incomodando com seus roncos dispépticos. os malaventurados que os rodeiam. .. Há os que, escorraçados de casa ali se homisiam, só regressando ao lar quando filhos, mulher e sogra estão no segundo sono... Há os que evitam a visita de parentes e amigos, indo ver o filme do Capitólio, do S. José, do Guanabara, do Carioca, do Rian, do Modelo ou do Astoria, nas horas consagradas àqueles atentados! E há também, quem vá ao einema—um pequeno número—para ver filmes e artistas. Carmen Eloreal, vinte e dois anos esplendentes, de lábios carnudos e olhos negros, cismados e profundos, não sái dos cinemas. Por que? — perguntei, prosseguindo no meu inquérito. Baixou as pálpebras castamente, não respondeu. Quantos e quantos irão ao cinema por causa dela e por causa de outras semelhantes, pensei comigo mesmo, quando sentado a seu lado, no Vitória, eu, que lhe fizera a pergunta em frente do Teatro Municipal! E por tudo isso vivem cheios os cinemas, apesar da carestia da vida...


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Overman tomarão parte, repetindo Os papeis que tiveram na primeira filmagem. BOLGER, em todos os seus filRAYmes, nunca teve uma namorada. Desta vez, porem, em "Four Jacks and a Queen". êle acaba casando com Anne Shirley. O pobre do Ray, que é um "O Mago foi coió sem sorte em "Sunny", dos bailarinos melhores de Hollywood, de Oz" e "Rosalie". possibilidade de casamento entre A Cary Grant e Barbara Hutton, a milionária americana, é garantida ainda por muita gente que os conhece intimamente. Eles até agora têem negado que se vão casar, mas também ainda não negaram que não o farão.' Daí...

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Charles Boyer vai voltar e volta-ncs em companhia... de Barbara Stanwick, figura das mais interessantes do cinema por ter feitio próprio. O filme que já está sendo aguardado com impaciência é OS MISTÉRIOS DA VIDA. da Universal.

DIETRICH, alemã de nascimento, mas agora naturalizada americana, tem MARLENE sido uma das. mais atentas quando as autoridades lhe pedem que visite os vários regimentos de recrutas e cante para os soldados. Marlene tem sido incansável e no mês passado tomou parte em oito benifícios pelos vários acampamentos. O maLs curioso é que ela, recentemente, recusou dez mil dólares semanais de um grande teatro que a queria no palco, juntamente com a exibição do seu último filme "Manpower".

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A treze anos, o casal Robert Benchley sepa. rou-se. Agora, diz-se que eles vão fazer as pazes.

de Irene Dunne tem apenas cinco anos de idade e, no outro dia, viu a sua faAfilhinha mosa mamãe na tela no filme "Minha Esposa Favorita". Com grande embaraço para Irene, a garotinha gritou, numa cena de amor: "Moço, não beije mamãe !" anda pensando em fazer "Miss Up", seqüência ao filme que, Grows Marker AParamount verdadeiramente, serviu para a estréa de Shirley Temple há oito anos passados. Shirley, Temple há oito anos passados. Shirley, hoje contando doze anos, fará o mesmo papel, já crescida, e provavelmente Adolphe Menjou e Lynne O

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dias. a 20th Century-Fox mandou para HÁ a Flórida dois jacarés para várias cenas de "Swamp Water", filme que Jean Renoir está dirigindo. O caso é que o ambiente do filme é da Flórida, mas o estúdio insiste que os jacarés da Califórnia são menos perigosos do que os nativos da Florida... Os artistas do elenco, porem, juram que tanto um como outros, se parecem e são do mesmo modo pouco amigos...

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Mayone Reynolds que vai aparecer em UP IN MABEL'S ROOM da United Artists é uma encanta dôra comediante aue se fará uma legião de admiradores entre os que exigem, além da beleza, o dominio de arte de representar. V I I — 1 9 4 4

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Haviam conhecido ha um ano na Hollywood Bcnd Cavaicadê e a 13 de Outubro último receberam-se em matrtmonic na sua linda casa de Beverlly Hills-, Eleanor Powell, a mais famosa atriz-bailarina do cinema e o Sargento Glenn Ford, da Marinha de guerra norte-americana:, e também popularissimo astro da tela. Acabara' Miss Powell de filmar o técnicolor QUEM O ALHEIO VESTE... com Red Sketton.

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"Por Garj/ Cooper e Ingrid Bergman, os principais de quem cs sinos dobram" da Paramount.

INGRID BERGMAN, A INSPIRADA MARIA outono de 1940, Ingrid Bergman dedicava-se a ler, com o auxílio de um dicionário sueco-inglês, a noNO vela de Ernest Hemingway, POR QUEM OS SINOS DOBRAM, muito longe de imaginar que um dia iria ela viver na tela a encantadora figura de MARIA. Não só iria viver, como a sua atuação conver-ter-se-ia num dos maiores triunfos da sua carreira artística, como poderá ser comprovado quando os nossos cinemas exibirem essa surpreendente produção em técnicolor, sem dúvida a melhor de quantas a tela já nos ofereceu até hoje. Estava Ingrid Bergman praticando o seu esporte favorito, ski, em companhia do seu marido, o Dr. Lindstrom, quando recebeu um telegrama avisando-lhe de que Ernest Hemingway a queria ver com urgência. Partiu ela imediatamente para São Francisco, aonde entreteve uma longa paitstra com o autor aa novela que tanto a navia entusiasmado. Disse-lhe Hemingway que, n0 seu modc de ver, ninguém melhor do que ela poderia interpretir MARIA. E explicou que ao delinar essa personagem, havia justamente pensado em Ingrid. Com efeito, a descrição que Hemingway faz de MARIA nas paginas do livro, condizem quase inteiramente com o aspecto fisico da estrela sueca. Tanto assim que, no exemplar oferecido à Ingrid, éle "os a se "A Ingrid Bergman, a MARIA deste guinte dedicatória: romance. Ingrid se entusiasmou tanto, que por semanas e semanas em outra cousa não pensou senão no papel, certa de que a Paramount lh'o daria. Imagine-se o seu desaespontamento ao saber que a referida produtora havia ! papel o outra ambicionado atriz colhido para Nada mais tendo a fazer diante de um fato que lhe parecia consumado, ela se conformou e não mais discutiu o assunto. Qual não foi porém a sua surpresa quando, ao terminar "Casablanca", foi ela chamada pela Marca das Estréias para fazer um teste do papel de MARIA ! Sucederam-se quatro dias de angustiosa espera. Ao fim, o tão disputado papel era seu ! Que MARIA empolga e entusiasma em POR QUEM OS SINOS DOBRAM, ao lado de Gary Cooper, é coisa que não pode ser posta em dúvida. Ingrid Bergman apresenta-nos u'a MARIA simples, ingênua, de figura esbelta. tal como a imaginara o autor da célebre novela. MALHO

JONES, a suave mocinha de olhos e cabelos castanhos que o mundo inteiro aplaude, guarda preJENNIFER ciosamente não uma, mas duas copias de "A CANÇÃO DE BERNADETTE", o famoso "best seller" de Franz Worfel. E cada uma dessas copias tem para a pequena exatriz do Little Theatre de Tulsa uma significação superespecial. Como todo o mundo sabe, Jennifer foi escolhida entre milhares de candidatas para o papel-titulo de "A CANÇÃO DE BERNADETTE", a magnificente realisação da 20th Century-Fox que será apresentada no Palácio. A primeira copia do livro, Jennifer recebeu-a como sócia do Clube Livro do mês — e pela primeira vês, ao ler a novela, a moça sonhou em desempenhar o papel. Naquela época, já David O. Selznick descobrira suas pessibilidades e a pureza sob contrato, porém ainda não fizera nem uma pequena aparição na tela. A outra copia do mesmo livro chegou às suas mãos meses mais tarde — depois de infindáveis e árduos "tests", depois de meses de praparação antes que o film comecasse a ser rodado com a própria Jennifer à frente de um impressionante elenco onde brilham os nomes de William Eythe, Vincent Price, Charles Bickford, Lee. J. Cobb e Gladys Cooper, sob a inspirada direção de Henry King. Às 9 da manhã, pouco antes dela começar sua primeira cena, entregaram-lhe uma encomenda especial, um "A pequeno pacote. Dentro estava um exemplar de CANÇÃO DE BERNADETTE" em cuja primeira página lia-se: "Para Jennifer Jones, com meus sinceros votos pela sua Bernadette. Franz Werfel". Sua escolha para o papel estava oficialmente confirmada... Seu sonho era agora uma realidade... E que os "sinceros votos" de Werfel foram plenamente atendidos, provam-no os retumbantes aplausos que lhe vem sido tributados por todos os públicos, e o brilhante "Oscar" que hoje orna um recanto de sua casa, tributo máximo que a Academia de Hollywood lhe conferiu, consagrando-a publicamente como a "melhor Atriz de 1943". Jennifer Jones, estrela de "A canção de Bernadette" da 20th Century-Fox. " ^fmamgjmmm *. ,£g**W %. '*?

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Devemos louvar, sem restrições, a direção artística da Rádio do Ministério da Educação, pelos programas ali apresentados recentemente. O pianista Arnaldo Rabelo oíereceu, outro dia, pela Cruzeiro do Sul, um brilhante prcgrama de músicas amasônicas. Os humoristas existentes por aí merecem lastima. Chega a ser doloroso cuví-los querendo impingir graças chulas ao público. Alsirinha Camargo tem feito sucesso nos Estados Unidos. E' o que n;s.nda dizer aos seus Íntimos. Fala-se que Aurora Miranda vai filmar. Continuar a se falar que o Ladeira deixará a Mairink Veiga. E por falar na estação do Edmar Machado, como ela vai numa descida incrível ! Também cjs programas são n.onotoncs e os artistas continuam cs mesmos de ha cinco anos !..

MUSICAS DE SUCESSO LANÇADAS Por E. S. MANGIONE Teu amor é meu (Parou a música) — Letra de Harold Adamson — Música de Jimmy Mc Hugh — do filme "A lua ao seu alcance", da RKO-Rádio. Nunca saberás — Música de H. Warren — Letra de Mack Gordon — do filme, "Aquilo sim, era vida", da Fox. Mairzy doats — Letra e música de Milton Drake, Al Hoffman e Jerry Livingt on. Minha hora resplandecente — Letra de J. Mercer — Música de H. Arlen, do filme "Tudo por ti", da RKO-Rádio. A dookie and his rhythm (Não devemos dizer adeus) — Letra de Al Dubin — Música de James V. Mônaco, do filme "Noivas de Tio Sam", da United Artists.

CAffÇ„0 A roz bonzfa de Moacir Freitas, na Nacional, é ouvida com simpatia, contando ele com um circulo grande de "fans". Sensibilidade ele a possui em grande escala, e tem sido este o segredo de seu êxito no rádio.

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NOTAS E o infatigavel Lamartine Babo? Ninguém se lembra de que êle esteja ainda n0 rádio. Todos aguardam, de Renato Murce, mais um pouco daquele estraordinário sentido de originalidade em benefício do conceito artístico da Radio Clube. , — E era um dia o galan Paulo Gracindo, no rádio. O excelente rádio-ator, preferiu as palmas efêmeras e camaradas do público, às suas graçolas de animador de segunda classe. E o Anestesio ? Ainda ?

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VALORES Nilsa Mograzzi, é um elemento de valor da Nacional, onde conta ~x>m as íimpatias do público.

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O mais perfeito fixador do cabelo V I I — 1 9 4 4

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noite, quando as estrelas florescem transformando o céu num prado mágico e a lua derrama sobre a paisagem adormecida sua luz que é sonho e poesia, aquele edifício alto e claro é uma sentinela bem humorada no fim da praia mais formosa da cidade Uma infindável fila de autos deixa > sua porta ampla e acolhedora o que o Rio possue de mais significativo em s?us melhores circulos sociais e artísticos, não parando a estranha procissão enquanto a linha do horizonte não é atingida com as primeiras pinceladas do pintor impressionista que é o sol tropical. É que ali, naquele há tudo que recanto magnifico do Posto Seis, "soirée" uma é necessário para tornar uma emoção. Há os festa inesquecível de arte e "astros" "shows" maravilhosos, há nos que "musireconciliam com o gênero frivolo do fhall"; há os vinhos ilustres pela tradição e pela idade; há os acepipes raros preparados

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para o paladar mais exigente... E há, também — o que é mais importante — um convívio seleto de pessoas da mais alta hierarquia social. Por Isso é que os elementos exponencials do "set" mundano carioca dão preferencia Cassino )m à "boite" tricolor do Cassino horas Atlântico — lugar onde as horas transcorrem sem se sentir tal aa magia do ambiente requintado e amável.

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MARILIA BATISTA, compositora e intérprete, num de seus momentos felizes ao cantar uma de suas aplaudidas crea"boite" encantada do Posto Seis. ções na

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teza alourada da jovem senhora. Dulce de Azurém Furtado, formosíssima, veste-se de preto, casaco ajustado ao corpo, todo bordado com lantejoulas pretas e luminosas, as luvas e o "paradis" amarelo de pequenino chapéu brilhando como chama. Póde-se dizer que a elegância máxima da Carioca ali esteve em competição explendida. E os noivos, abençoados diante do altar e em nome de Deus, recebem os cumprimentos dos convidados, partindo depois para a Quitandinha, onde se foram a fruír as delicias da lua mél.

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Cetim é a matéria indicada a este vestido imperial, cuja blusa leva interessante bordado com miúdas pérolas e missangas de prata.

SUPLEMENTO

marca de fato principio da estação elegante. Um mês bonito, o frio progride, e as igrejas enchemJUNHO se de fieis para as novenas do Sagrado Coração de Jesus. Uma das mais bonitas cerimônias nupciais realizouse em Junho, na aristocrática Candelária, de pé, altiva e senhorial, bem num dos extremos da Avenida Getulio Vargas. A 3 de Junho então, às 5 da tarde, a bela Igreja engalanou-sc ricamente, ornamentação de acordo com o ambiente luxuoso da nave aristocrática, para receber a aristocracia social que comparecia, numa parada de grande elegância, ao casamento de Roberto de Azurém Furtado e Maria da Penha Bittencourt, êle, filho do casal José de Azurém Furtado, ela, do casal Alfredo Bittencourt. A assistência ondula num movimento de curiosidade e abre um sorriso elogioso ante a linda Maria Regina, neta do casal José de Azurém Furtado, vestida de cetim azul, traje no estilo Maria Antonieta. Ao lado do companheiro, caminha graciosa até o altar. A seguir a noiva, de braço com o pai, é uma silhueta angelical vestida de cetim branco, alvas camelias a prenderem o farto véu de seda. Um murmúrio de admiração acompanha outro par: o pai do noivo e sua sogra, a senhora Julia Pinto Coelho de Souza Coutinho, a qual lembra uma figura de quadro célebre, exibindo, na sua figura delicada de anciã, onde não se apagaram ainda os traços marcanum tes de beleza, nem os gestos de suave elegância, vestido de veludo negro, o casaco talhado em "panier" e nos punhos, a com renda branca, verdadeira, na gola Um cauda partindo de grande laçada de "faille" negra. "toilette" "coiffant" de plumas pretas põe fecho ã senhoríl. A senhora Heloísa Bittencourt, mãe do noivo, veste preto, a blusa bordada com vidrilhos, apresentando também elegante chapéu negro com plumas azuis. O :hapéu guarnecido de "aigrettes" rosadas de Maria Vitória de Azurém Furtado Saldanha completa-lhe o negro traje de veludo, este e aquele emoldurando a boniV I I _ 1 9 4 4

A cidade movimenta-je com a estação nova. Aos Bailados no Municipal sucede uma Companhia Francesa de Comédias, os concertos anunciam-se ininterruptos, os cinema exibem as melhores produções do ano. O Rio que se diverte... O Rio que trabalha também, porque o trabalho, nesta, hora, é maior e mais intenso em todos os setores da atividade humana. Mesmo em alguns divertimento há o propósito de auxiliar uma bôa causa, que vem a sêr, quase sempre a de amparo às vítimas da guerra, uma campanha em prol da França livre, a que se bate pelo direito e pela justiça, dogma pelo qual se orientam os países onde a democracia é a força que rege. Esta campanha, aliás, tem a sua força motriz aqui no Brasil, na personalidade marcante de Beatrix Reynal, grande poeta da França, realizadora incansável de obras em beneficio do povo, bem há pouco tempo empenhada com toda a vi-

FEMININO Por

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talidade que a caracterisza, em suavizar a desgraça dos lázaros, os quais precisam mesmo de muita atenção. Beatrix Reynal também incentiva, de maneira ininterrupta, nossos artistas da música e das letras, e são inúmeros os seus poemas que Mignone e outros valores tais musicaram, e as nossas emissoras transmitem pelas mais belas vozes. A leitora deve conhecer de sobra os "Poemes de Guerre", da Senhora Reynal, de constante impressos nos jornais e revistas cariocas, enfeixados em magníficos compêndios que se tornam raros à aquisição nas livrarias. Outro livro pronuncia, em alta significação, o valor da poetisa: "Au fond du coeur". "Pour nous, les humbles, le Bonheur, Cest peu de chose : Cest une chanson, une fleur, Cést un ciei rose. "Pour nous, les humbles, le Bonheur, Cést 1'harmonie De vivre à deux dans la douceur, Toute la vie". Eis um pouco do livro, singelo e grandioso, mostra do que produz a senhora Reynal, além daquelas qualidades a que se alude com orgulho. O Rio movimenta-se. Em toda a parte a vida toma fôrma de trabalho intenso nesta hora que exige a colaboração de todos. Mas o Rio é também uma lindíssima cidade emoldurada de verdes montes, do azul esfusiante do mar, do ouro do sol. No Rio a vida social torna-se febricitante. Trabalha-se. Mas também há muito divertimento.

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Irene, desenhista tnaxima dos "studios" da Metro Goldwyn Mayer, criou êste " blaek broadclcth suit" para Susan Pctcrs. A 'os recortes do casaco vêm-se bordados a contas dc ourot c que cw.~ presta luxuosa significação ao bonito traje.

Para jantar é fl "t oi!et te " estampada de Fay Emerson, da Warner Bros.

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DO

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Amores perfeitos com a acentuação rõxa guarnecem a citura do traje de Prenda Marshall, da Warner Bros. V I I

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PENTEADOS í in penteado de Potty llenediet, que ,'¦ como se apresenta um Rutherford em "./ familia lltirdy". comedia em sequencia da Metro Goldwyn — mWHHÊBm*Wêl^-*"' MÊ WWWWWÊBw^ X^-âSllll-H Wmà»'-'*.,_Â ^mm^ wWKÜI ^m _____&_•. .j#-:í%.^______ S^^^w »B r^k*^ÊÊfâ8gfó&0r^

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num cioso

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penteado de cabelos soltos.

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penteado grae dc caráter "Jornal".

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cessaria, garantindo o êxito do que corrige ou aumenta a beleza: o "make-up". Assim, qualquer moça gravará na mente que a sua pintura deve ser executada sob claridade marcante, bem como um ligeiro re oqu: "bâton" "rouge", e de pó de de de arroz. MÃOS

E BRAÇOS

Não incorra no erro de que somente as mulheres que nada fazem podem possuir mãos e braços bonitos.

SI MON E SIMON. Stae' da RKO Radio, é uma das mais pzrfeitas "make-up" ê acentuações da beleza natural, processado sepois o seu gundo os ditames de Max Factor Jr., o mais importante estilista do "glamour" das artistas do cinema. LISONJA INÚTIL As luzes suaves retocam de modo lisonjeiro a aparência feminina, e, em conseqüência, mulher muita procura o mais possivel estar sob a ação de semelhante fator. não entanto, "make-up '. pode chegar à mesa do na qual redundaria em decepção quando se tivesse de enfrentar luTal /preferencia,

VOCÊ, TALVEZ...

Mãos enrugadas, avermelhadas, ou braços flacidos podem ser perfeitamente corrigidos com massagens feitas com preparados especiais, antes, como de regra, limpos com bom sabão. Trata-se de um bom creme ("skin cream"), aplicado com abundância, permanecendo sob luvas durante a noite. Também o habito de usar loção para as mãos evita muito desgosto estético, o que está de conformidade com o uso de luvas para de.empenhar os afazeres comuns ás donas de casa, maximé hoje que as criadas de servir são escassas.

A media das mulheres, todavia, não carece de tal profusão de luzes para "make-up", reservadas o sucesso do as dúzias de globos de alto poder elétrico ás estrelas de cinema. Contudo, uma iluminação liberal é ne-

Repito: braços e mãos de cari"glamour" nhoso trato completam o "make-up" do rosto e o arque o ranjo dos cabelos proporcionam á mulher, por sua vez vestida com simplicidade, porém sempre de açordo com ;i idade e a silhueta.

ras de filmes. Os aposentos são claros, sem a suave iluminação que "boudoir" lisonjêa, empregada no "night club". Ao contrario, ou no brilhantes globos espalham a ciaridade de fôrma liberal. Tudo isso é rigorosamente necessario ao profissional sucesso de uma artista da tela, pois sob essa luminosidade qualquer detalhe faciai pode ser obsevado a rigor.

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DE HOLLYWOOD

O fato posto em evidencia ali acima anda ilustrado pela alta e eficiente iluminação das mesas de "dressing "make-up" usadas nos "studios" das produtorooms" dos V I I — 1 9 4 4

Naturalmente as que trrbalham em serviços domésticos, não chegarão a manter aquelas partes do corpo em bom estado, isto e, bem tratadas, se não cuidarem disso como cuidam, por exemplo, do "make-up" do rosto e do arranjo dos cabelos.

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Confortável c s!ngelo arranjo de sala, de estar. Um dos sofás é forrado de reps côr de vinho com estamparia branca: o outro de verde azulado. Mesinhas e fogão brancos. o espelho emoldurado de vermelho laça.

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Feitio para cortinas de organdi.

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Cortinas para sala de almoço. "voilcí" São de creme frisado de escuro.

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PASSADEIRASTAPETES-MOVEIS

UNES

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MALHO

— 64 —

V I I — 1 9 4 4


V I I — 1 9 4 4

65 —

O

MALHO


Nova fase para a Secção " JOGOS E PASSATEMPOS" a OS nossos leitores afeiçcados ^* ao charadismo e aos problemas do gênero desta página, queremos dar, hoje, cia alviçareira. Estamos

uma

afim

estudos

em

notide

promover para esta secção uma nova fase, que a tornará mais interessante e movimentada. Talvez já no próximo número tenha início essa renovação, que não é mais, aliás, que um retorno

aos

MALHO

O

tempos

bons

semanal,

de

quanda

PENSAMENTOS

ENIGMÁTICOS;

Ts ne <7<?(&^

<z^ fn & §4f/ Mt *@r £^7l cfííee.

m&i-l [^$00 0/iZZj d )^fà~+*mmí não <$ê iffr^âtè Q_-fe \comPuu\ çfr£ cidade d 4^1 +-õ íniàraviihoià Q @@ d munéb e ÍKXi

e noo âF^zf d^Jlo ç tme@@!

0 d^3r e^ÊÊiíó 0U^ d [l^oWítâ â

nossos torneios eram a prêmios e mantinhamos a mais completa de charadismo do país. Tudo nos leva a encarar com

secção

franco

otimismo

possibilidaestamos acenando

des com aos

as

que nossos leitores,

e

espera-

mos já no próximo número dar início ao novo regime ara esta secção,

será

um

conhecido

que hábil e

dirigida

por enigmo-

(Solução 110 próximo número)

QUAIS

UMA QUADRA BEM ATUAL " Porque haveis. alemães, de, num esíorIço vão. uma um caos do formar povo, Querer [nação' Vossa força aplicai, virtude, dons, vontade A edificar em vós a vossa humanidade". GOETHE

PROFISSÕES?

CALCETEIRO COMERCIANTE ESCAFANDRISTA

grafista.

PASSADO

ENIGMÁTICO

TEXTO

AS

SÃO

NUMERO

DO

PASSATEMPOS

DOS

SOLUÇÕES

JARDINEIRO

EMPRÉSTIMOS Para liberação Pagamentos a

de hipotecas onerosas ou aquisição da longo prazo, pela Tabela Price, com

INFORMAÇÕES

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de

qualquer

natureza

COMPROMISSO

HIPOTECÁRIO

LAR

BRASILEIRO

S. A. de Crédito Real Rua do Ouvidor, n. 90-1." andar O

MALHO

66

Rio

de Janeiro V I I — 1 9 4 4


"A

LEI DO DESTINO"

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M

grupo de Ui brasileiros e inteportugueses, ressados devotadamente em promover o estudo e solução de problemas que intzressam igualmenfe aos povos de Portugal e do Brasil — decidiu reunir em volume o que se tem de melhor escrito sobre esses mesmos problemas, aqui e na Mãe-Pátria — disso resultando a publicação d e interessante volume a que foi dado o título "A Lei do Destino". O principai desses problemas é — explica-o o volume — a Dupla Nacionalidade que se pleiteia para brasileiros e lusitanos, com base em fundamento.-. de peso e valor histórico.

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Homens desconhecidos que fazem parte da sua vida laboratórios da General Electric, NOSesses homens que fazem parte da sua wda. trabalham continuamente... Lidando i-oni aparelhos estranhos, ensaiando novas .xperiências, eles tudo fazem para aumenlar o seu bem estar. As suas descobertas, os melhoramentos por eles introduzidos .in toda sorte de aparelhos elétricos são Imje de grande utilidade para todos nós. Tornando mais agradáveis as condições da i ida no lar ou no trabalho, aumentando a rapidez das viagens, os resultados de suas

A coletanea apareceu sob a responsabilidade de um pseudônimo: "Conspirador X", o que se explica por não desejar o selecionador dos trabalhos apresen"alcançar à tados, notoriedade custa do esforço alheio". O volume enfeixa artigos e di cursos de destacadas figuras da imprensa tanto de Portugal c mo do Brasil, num total de quase trezentas páginas. V I I _ 1 9 4 4

UK

«fiai flaBakha^^alffiflB^m^flBflai-fll

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pesquisas se fazem sentir a cada passo. Hoje. os homens da General Electric estão inteiramente devotados ã causa das Nações Unidas, trabalhando em aparelhos bélicos. Quando conquistarmos a Vitória, as experiências realizadas durante o período do guerra servirão ao conforto da paz. Podereinos então, mais do que nunca, em proporção crescente, usufruir dos benefícios criados pela General Electric em iluminação, rádio, refrigeração, ar condicionado, televisão, meios de comunicação e transporte.

"O MUNDO DE AMANHA' * o novo r movimentado pro-rama aprrirnUila pel* General El-ctrle 8. A. Uuça-o. ->intonlxaado toda* ai Cms. ftirai, ài ti li., a Kádlo Tupi du R|y d* Janrlrv.

GENERAL H ELECTRIC I I li Ir 11

DA

INDÚSTRIA

DA

I1ITII

PERPETUAÇÃO nossa edição anterior publicaEMmos uma bela poesia com o ti tulo

acima,

de

autoria

da

jovem poetisa gaúcha Isis Figueirôa. 'PerLamentavelmente, porém, petuação" apareceu, na página que — 67 —

CIDADE

lhe dedicámos, sem o nome de sua falha de que nos apressamos a apresentar as devidas esautora, cusas

não

aos

nossos

leitores

como,

principalmente, ã brilhante intelectual sul-riograndense, que é um dos talentos mais brilhantes da nova geração literária feminina do pais. O

MALHO


m

saudades !... Serpente, serpente ! eu te peço tão pouco !.. . eu.. . Era tarde ! Entre os anéis frios da víbora, o lindo Dassarinho de plumagem cór de oiro soltou angustiado a última nota aflita do seu apelo... As serpentes são como certos homens: não pensam senão nr> estomago. Mas, do seu catre, o prisioneiro ouviu e compreendeu aquele dramatico e inútil apelo à serpente, que não tendo coração, que não sabendo o que é o amor, vê-se forçada a ras•tejar pelos cardos e Delos pântanos, à escuridão da noite, ta! colada como alguns hemens, que só podem viver à sombra da mentira...

"% è m

MARIA (Para

Mas quem sabe prever, sabe precaver-se. Muita gente confia na sorte dos entes que lhe são caros, "pé libertando sua esposa de sérios que lhe possa trazer um de coelho". E sobre essa espeembaraços, caso o senhor venha rança falaz, repousa o espírito. a faltar. Reflita sobre isto. E depois consulte um agente Os espíritos práticos, porém, não confiam em mascotes. Procure da Sul America. Êle lhe dará informações completas, sem garantir-se de modo positivo: à a si sua familia, e compromisso de sua parte, proteja-se, com um seguro de vida. orientando-o sobre o tipo de Essa é uma medida que realseguro de vida que lhe será mente garantirá <¦> futuro rjt TZIi mais conveniente. Aa.-r.r

St Sul America Companhia Nacional «le Seguro* il<* \ .«... Fundada em

lf!T>

menina

uma

de 9 anos)

Teu nome tão pequenino tem um mágico esplender! E' um verdadeiro hino, de doçura, paz e amor. . . Tão simples e tão prolirnd:\ é cheio de poesia! Toda Pureza do Mundo cabe em teu nome — Maria... Por isso deves ser bôa, ser pura, pra fazer jús, a este nome tão lindo da Virgem Mãe de Jesjs...

A Si I. AMERICA -<•_ postal 971 - mo

Luiz Octavio

(J nutra rn t iar-enr ntn /«»/íi«»f«» ..<*»( infâmia,S,. *.Hr ,Ur,, 9 _|M| 1234567890 %'«»m#»

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PÍLULAS ^.falflfl^^fl • TtV. >I

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.M.il.,

U^^^s**sV.*AS****m E UMA ALMA APAIXONADA FlCOU ESPIONANDO A FESTA AO LUAR... (Conclusão) que circundava a cadeia. Quis levantar-se. Não poude. Uma cousa fria. viscosa, horrível, enroscara-se na sua plumagem e o tinha bem seguro. O passarinho compreendeu então que estava perdido !... A serpente não o deixaria escapar e, horrorizado, com o coraçãosinho quasi a lhe saltar do peito, viu como o fitavam dois olhos horrendos, iguais a duas brazas malditas. — Serpente ! gritou, reunindo todas as suas energias. Não te peço a NOS O

LHE

vida porque ela já te pertence. Peçote apenas que me concedas um minuto, só ! para eu levar um pouco de felicidade ao prisioneiro que sofre !... A sua cela é ali. Não vês ? Ali ! onde broxoleia uma luz fraca. Êle me espera cheio de angústia. Eu voltarei para ti ! Lembra-te que os pássaros são puros, que não mentem jamais ! voltarei para ti ! juro-te !, para que me mates, Dará que me tritures o corpo nos teus anéis, para que destruas o oiro das minhas penas com a tua baba !... Tem pena dele ! Juro-te que voltarei ! Um minuto só !... Ela chorou sobre a minha plumagem e eu vim correndo em plena noite, para que as suas lágrimas pudessem chegar ainda úmidas e quentes dos seus olhos divinos aos beijos do seu amado, que está definhando de

RECOMENDAMOS

MALHO

68 —

(PÍLULAS

PAPAINA

DE

í

PODOPHYLINA) Empregadas do

pilutas,

além

dispepsias, figado

e

figado

ou

de de

prisão

moléstia»

intestinos.

Essas

sâo

indicadas

na,

cabeça,

moléstias

do

de tônicas, dores

nas

suecesso

com

estômago,

ventre.

São

roto digasrivo • r«gulani»dor

um

dai

pode-

turrecõe.

gestro-intestinies. A VENDA

Em

TODAS

AS

pharmacias

Depositários : BAPTISTA

JOÃO Vidro

2JS00,

Rua Acre, 38

V É R

pelo

DA

FONSECA

Correio

3*000

Rio de Janeiro

PÁGINA

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V I I — l 9 4 4


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^m a"DUm primorosomente impresso, L M^^JJ iHnMMilf^-^^ capas a cores, contendo nas suas 40 * ^lll^íimV^^^^))// llfÉll«> de grande formato, uma ' paginas íl ufi^^t^T^^^^^ \|/j/j valiosa coleção de trabalhos, na me- a \í'l''/;// /'/iiifííjfíf^^^^^ dida em que deverão ser executados, • //l////iro para a senhora, a casa e a criança. i, /'•^(kw 3 bebês, guarnições ^ para r /^^r\T Enxovais de senhoras, lingerie para vestidos ° v ^Ta^V^ e J adornos para o lar. ) 7o/ I \S^—\ Um álbum apresentando - em estilo \ ¦ *> -rjr\ \^yf_^/ / moderno *///eV »¦ e no mais fino gosto / / / \j> ^^"//y Xx/ O trabalhos sempre úteis a todas as * °/- senhoras //x\ // /-" e em todos os lares. •> /

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PEDIDOS COM AS IMPORTÂNCIAS

R. Senador Dantas, 15-5°

Edição

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Preeoos 12.00 j

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Gráfica Pimenta d? Mello — Rio.


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