Revista O Tico-Tico

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RIO DE JAWEI8©,-QUARTA-FEIRÂ, 28 DE FEVEREIRO DE 1906

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Num. 21

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I odos os dias, quer na ida quer na voita do colIeg;o, o travessso Duduca o cordão da sineta da casa visinha, fazendo um puxava barulho ensurdecedor.

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Vinha o creado e Duduca ria a bandeiras despregadas, gritando. . . Fiau! Fiau! e fazendo lhe caretas e figas.

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ns muito agora, pensou o creado, mas melhor Dali a pouco veio Duduca, todo catita com a sua roupa Ju eu rir. e hei de o seu gorro novo, puxou a sineta e zaz: levou £. certa manhã virou a sineta e encheu-a de água. uma molhadella em regra! . REDACÇÃO E ABMINISTRAÇÃO, «"U-a do Ouvidor, 1Í3J3 - rio DE JANEIRO publicação d'0 MALHO) TIRAGEM: 27.000 EXEMPLARES Numero avulso 200 réis


A CORAGEM

Pepito é um menino que gosta muito de metter medo aos companheiros. Num domingo de carnaval o Pepito sahiu á rua com uma mascara terrível

DE PEPITO

e roncando como um bicho perseguiu os outros meninos

Pepito com voz rouca dizia: que amedrontados corriam gritando, emquanto as crianças. vai -O boi /á/á /á com fome! Elle papar

depois appareceu um mascarado muito feio e Pepito, chorando como um Mas pouco tempo bezerro - Mamãe, mamãe, soccorro!! I.. a ' começou gritar:


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O Tioo-Tioe

BÓí^ETE DE REUT^R

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Todaa correspondência, pedidos de assignatura, etc, deveu; ser dirigidos ao escriptorio e redacção d'0 Malho, rua do Ouvidor n. 132, Ri i do Janeiro. A eiirpri za d'0 Malho publicará todas as quartafciilr:ts 0 Tico-Tico, no jornal' illustrado para crianças, «rualcollaboram escriptoros e desenhistas de nomeada. Condi íõcs da assignatura : I--TIH10H: 1 anno HgOOO, 6 mezes CgOOO, Extkiuor: 1 anno 2US0Ü0, G mezes 12gt)00, Numero avulso 200 réis. Numero atrazado 500 réis. Tiragem : 27.000 exemplareè. ¦ As assinaturas começnn em qualquer mez, terminando em junho ou dezembro de cada anno.

PARA

CRIANÇAS

. — Bem, menino máo, disse a velha que era uma fada polerosa, todas as vezes que tiveres sôde, a água seccará para que não a bebas, e quantas pancadas deres nos teus semelhantes, serão outras tantas que receberás... Vai, menino Diabo, vai, e caminha, caminha! Dahi a pouco tempo penetrou na floresta um outro menino, filho de um pobre lenhador das redondezas, porém um verdadeiro modelo de bondade, a completa antithese do outro. Vendo a velhinha, elle correu para ella alegremente, e, sorridente, perguntou-lhe o que fazia alli e se desejava alguma cousa.A velha então, pediu; — Meu netinho, sei que és bom, por isso peço-te que mo dês um pouco d'agua. O bom menino sahiu correndo e apanhando uma grande folha, delia fez uma vasilha que encheu no riacho

^/leintnO diabo (CONTO DA CAROCHINHA) Havia outr'ora num reino, cujo nome se perdeu na ampulheta do tempo, um menino, filho de um grande titular da época, tão máo e perverso que o povo alcunhou-o de menino Diabo. Com effeito o rapazinho era um verdadeiro gênio do mal : por ortde passava, as suas mãos perversas damnificavam tudo. Si uma flor pendia da haste, garbosa e inebriante de perfume, o máo menino arrebatava-a e num frenesi de malvadez, fazia-a em mil pedaços; si via uma arvore coberta de saborosos fruetos o menino Diabo fustigava-a com uma vara até ver por terra todos os seus fruetos... Todos os meninos do reino tinham muito medo delle, e ató os homens evitavam-no, pois nada podiam fazer porque o pequeno era filho do primeiro ministro de sua magestade, o muito poderoso duque de Carapés. E assim se passaram muitos mezes até quo um dia o menino Diabo, se embrenhou na floresta, sósinho como era sou costume, afim de dar pasio á sua ruindade. Não tinha caminhado muitos passos quando deparou com uma velhinha, muito volhinha, encostada num annoso tronco, coberta com esfarrapados andrajos. A velhinha ao vô-lo, pediu numa voz fraca e entrecortada : —Meu netinho.. .dá-me um pouco.. .d'agua, morro de

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sede...

Nos olhos do terrível menino brilhou um fogo estranho e chicoteando a pobre velhinha com o chicote que sempre trazia comsigo, exclamou furioso : - Por qnem me julgas tu, velha coróea? Era só o que faltava!,,., Olha: o rio passa alli bem perto, vai beber se quizer.

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E dando as costas a velhinha, sahiu murmurando: ° iilho cIe um fid»lg° Ir basear a.. ua i ra uma „ velha ,0ra feia como o diabo !...

e trouxe á pobre mulher que bebeu de uma só vez. Depois indagou si ella não precisava de mais nada. Não. respondeu. Para recompensar a tua boa acç-ão, tudo quanto desejares terás. Basta chamar pela fada Bonifacia e serás obedecido. E levantando-se lépida, desappareceu no emmaranhado da floresta. Nesse interim.o menino Diabo,devorado por uma sede louca, corria para o riacho, afim de mitigar a sôde, mas, oh ! assombro ! o rio tinha seccado ! Com a garganta secca, os olhos esbugalhados, offegante, o perverso monino procurava por toda a parte uma gotta d'agua pára mitigar a sede, em vão. Nesse momento o menino bom chocava ao logar em que estava o menino máo. Este, logo que o viu, correu para elle e implorou : Menino, dá-me um pouco d'agua, morro de sôde ! O bom menino dirigiu-se immediatamente para o riacho, onde pouco antes tinha tirado água, mas, com grande es panto seu, o riacho estava secco. Invocou então a fada : Fada Bonifacia dá-mo água para matar a sôde de um infeliz ! ^Immediatamente surgiu água do fundo do rio e o bom menino, apanhando um pouco numa folha, levou-a ao outro, quo bebeu a largos goles. Mas,depois de se ter saciado á vontade,o menino Diabo, perverso sempre, attribuiu tudo aquillo ao outro menino. Com os olhos injectados, a saltarem-lhe das orbitas, possesso, bradou : -Ali! miserável! fosle tu de conluio com aquella velha maldita, que mo fize;!o quasi morrer á sedo. M ;,r;a mando-se de um cacete atirou uma formidável pancada cabeça do outro. A bordoada, porém, estalou na sua própria cí"*j^ r elle cahin por terra, gritando de do» Lev intou-^-J 1'/.;,,. , , cego de furor, atirou-se ao outro brandi ninadas elle dava, tintas eram as lai -


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Tico-Tico SABONETE DE

REUTER

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recebia no lombo. Por fim cahiu extenuado. Nesse instante appareceu a fada Bonifacia e vendo-o prostado exclamou: Promettes regenerar-te,menino perverso ? Juras que de hoje em deante serás um menino tão bom coino esle-que aqui está? - Promcllo ! Juro ! Euláo estás perdoado, mas se quebrares o juramento soffrerás o castigo até á tua morle. Em seguida a velha fada transformou-se numa moça formosíssima, e desapparcceu envolta numa nuyem cor de rosa, deixando os dons meninos deslumbrados. Dahi em deante menino

Mas o cavalheiro acha o fumo do operário tâo ordinano que, tonto ja, aconselha-o a que ponha o cachimbo íóra. —Jogue esse cachimbo no matto 1 Irra, nâo se póie i

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Diabo tornou-se um modelo de virtudes; chegando depois le homem feito aos mais culminantes postos,sempre adorado do seu povo. E foi bom filho, bom esposo e bom pai. HlLDEBERTO.

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E ainda náo tinha acabado de dizer isso, quando cahiu no chão, inteiramente embriagado pela fumaça do cachimbo.

_________ Este caso passa-se nos Estados Unidos, embora tambem se possa passar na Hespanha. Um cavalheiro de alta sociedade, todo cheio de fumaças, encontra um operário na rua e üede-lhc o fogo. —Oh! pois nao, doutor.

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Enláo o operário carregou-o ás costas dizendo- Vejam que homem ! Tâo prosa, tao cheio de fumaças e nem ao menos agaenta a fumaça do cachimbo deTm^pcrario


O Tico-Tico SABONETE DE REUTER PARA CRIANÇAS 3SLA.O

AGÜENTOU

— Arre ! que com o susto até se me rebentaram os suspensorios !,que desgraça! Mas o engraçado é que a força do jacto era tanta que o menino ficou lá em cima, e para o descer sem perigo só houve um meio : ir fechando o repuxo pouco a pouco... Foi baixando o jacto até elle chegar de novo á terra. E então jurou nunca mais duvidar da força dos repuxos, principalmente quando elles são hespanhóes, como esse. Sim, porque este caso suecedeu na Hospanha.

O REPUXO

3VEILA.GrFlES E>'« O TICO-TICO» (resposta ao concurso n. 23) «A fada Amcthysta, madrinha da princeza Florisbella, no dia do baptisado de sua afilhada, em que houve grandes festas, vaticinara-lhe toda a sorte de felicidades. Foram convidadas muitas fadas para a festa, mas a fada Coral, que gostava muito da rainha Athyr, mãi da princeza, resentiu-se de ser outra o não ella a madrinha de Florisbella e jurou vingar-se dessa preterição. Soube do vaticinio de Amcthysta e acerescentara : Sim, terás muitas felicidades, mas só até & idade de 16 annos, porque d ahi em deante tornar-te-âs uma flor, e só um poder igual ao meu poderá volver-to ao que é. Isto tudo, porém, a fada Coral desejara com rancor, sem se manifestar. Os annos passaram e Bella, como a chamavam, cada vez se tornava mais linda o querida. Ia sempre, ás tardes, sentar-se no jardim do palácio e, no dia cm que coinpletava 16 annos, acompanhada de muitas camaradas, alü se achava quando estas, indo colher algumas violetas, ao voltarem não mais a viram. O desespero e tristeza cada vez maiores se tornavam quando, depois de mil esforços, em sua procura, não a encontraram. Como dc costume, o jardineiro varrera o jardim e jogara as flores na. estrada; por ahi passou um mendigo, e vendo algumas flores no chão, apanhou a melhor, uma rosa, que era Bella. Ao encontrar, porém, entre as suas pétalas uma abelha, atirou a rosa fora, indo ella cahir sobre uma pedra. Amcthysta, que passava, reconheceu na rosa a sua afilhada, tocou-a com a sua vara, dizendo-lhe : Volve ao que eras, Bella... A fada Coral, que as espreitava o vira a transformação da princeza, approximou-se delia e disse-lhe : Voltaste ao quo eras e deste estado não te posso destituir. Porém, de hoje em deante, só poderás articular as syllabas ti-co-ti-co, até que te desencantem. Por onde Bella estava passaram umas jovens que lhe perguntaram porque se achava só e se desejava alguma cousa, o a tudo respondia ella : lico-tico. Suppondo-a uma doente levaram-na para casa, mandando chamar diversos médicos para lrata.l-a, mas nenhum delles soube dizer qual era o seu mal. Uns rapazes mandaram-lhe por pagode um casal de tico-ticos, por ser o nome destes passarinhos a única cousa que cila sabia dizer. Até que um dia um menino da casa onde estava Bella, o pequeno Lot, de 8 annos de idade, e um dos amantes leitores d'0 Tico-Tico, disse : Eu também vou fazer-lhe presente de um Tico-Tico. E dc fado, tendo-lhe dado a mama dinheiro para cõYnpral-o, sahiu a correr e, de volta, trazia o interessante Tico-Tico, dando-o à Bella e, qual não foi a admiração de . todos, quando, abrmdo-o, ella poz-so a lel-o com voz clara, c cheia dc contentamento disse : Está quebrado o encantamento me poz a fada Coral, o qual foi só poder recuperar a que fala lendo O Ticol^co... Saudosa de sua mãi, a rainha Athyr, partiu para onde ella se achava, o a rainha, já sem esperança de tornar a vel-a, recebeu a transportada de alegria, exclamando : Milagres d'0 Tico-Tico !!... Por este motivo mandou a rainha que se fizessem grandes festas em todo o seu'reinado, distribuindo a todas as crianças presentes um mimoso d'0 Tico-Tico, que o c tahsman da alegria para os meninos.

—Menino não abra o repuxo, nao entre ahi: olhe que esse repuxo tem uma força extraordinária. Vocô nao imagina! Tem um jacto com uma força talvez de 40 cavallos! —De 40 cavallos ? Não sou burro acreditar nisso. . Vai ver como eu agüento o repuxo 1 para

A torneira está dura, isso sim... mas nao tem duVida. Aqui ha muque ! —Olhe lá, olhe lá... —Qual o que, já está desandando ! Vamos lá a ver este famoso repuxo....

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¦U.__ ,» ; Ai|! Al! onde vou eu ter? Nossa Senhora, valei-me!...

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Nelson Moss de Almeida (11 annos)


O Tico-Tico ^BdNETÊ"DÊ~REuftÊR A VOLTA

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Quando Foi assim que este menino acabouc?Carnaval. fez b mito. Ma ellcsahiu de casa ia mesmo cte um fiasco. voltou assim sem mascara, fazendo furiosa, porque a pn«ui E o peior 6 que a mamai ficou tasia agora nao serve para o anno que vem.

DEüsl^RANDE

enviada pelo menino Pli(Concurso n. 23-historia , nio Rocha). nnn uma choupana Um pobre pescador que morava e em h>liz h com sua mulher, vivia muito alegreem casa, quer acnas Sempre que sahia e entrava . cantando buzina sua peixes ou nao, levava a Don, don, don, Deus é grande. Deus é grande. dl« O rei que sempre escutava esta cantiga, toçeom canjando sempre anda «Quero conhecer este typo que elhí pasque Deus é grande... Foi para a janella e quando sou disse : «Você anda sempre dizendo que Deus e granuc, ,. ,. , será mesmo —«Sim senhor, respondeu o pescador, disse c Qirei sempre : Deus é grande... .. — Então, tornou o rei, aqui tens este annel. K deu-me nunca como um lindo annel com um enorme brilhante, vira o pescador. Vo»e guarde-o muito bem, mas no dia em que eu lhe pedir de-m'o immediatamente, sinao será enforcado, ouviu ? —Cumprirei as suas ordens, respondeu o pescador, ainda maravilhado pelo brilho do annel. Eguardando-o no bolso, despediu-se do rei. De caminho para casa là ia cantando: Don, don, don, Deus é grande, Deus é grande. Contou a mulher o que lhe acontecera, recommenbem o annel. Ella, depois de dando muito que guardasse jóia, contrariou-se pela responmuito admirar tíio rica o consolou-a cansabilidade que tinha; pescador, porém, tando: Don, don, don, etc. em uma caixinha, feAntes de deitar-se, poz o annel tirou a chave pendurannã gaveta, rhou-a guardou-a bem guardado, pensou ella do-a no pescoço; está

EMBEL^EZA^CUTIS mais fieis criaO rei dias depois, chamou os seus dous amulherdo pescachama de vocês dos o disse 11io8.-«Uin entra i ^.,, fa ¦ dé casa e assim que ella sahir. o outro depois annel, jogando-o fà°rePpfocuíabemWáKteiS bMnA^imte?an?:os criados e ft noite estando o.pobre um emissário do rei. o qual ordeentra casal descansando, levasse o annel no dm seguinte. u tva fiueu pescador e depois a caixinhae ^mulher quando abre a gaveta exçhimatu o : «QuedesnâotcS o annel, da um gr&, o pescador e depois de certihcar-se que o graça! „ Açode casa diz sempre alegre: em está annel nâo "táfa^aiitãr °° c eu tao afflicta I que será de nós, Tuí mea^fpaciencia, mulher, Deus é grande, repetiu o pescad"r'Bem cedo partiu elle com a sua buzina, cantando sem-o de peixes. Separou nre e voltou para a casa carregado -«Prepara companheira: desolada sua maior, dizendoá abriu a muSempre triste, f.nnc.» com estou nste deixe qne duro nao lhero neixe.quando a faca encontrando um corpo encontra ella ooude proseguir. Verificand i esle obstáculo depois um annel, e extasia*!, mostra-o ao marido. Este,com senexclamando dejoelhos, cahe examinal-o, de bem timento: , Deus é grande, Deus é grande \ mulher imita-o e reconhecendo a grande bondado agrade Deus, p lis logo concluiu que era o annel do rei, abraça satisfeitíssima e milagre esse Altíssimo ao dece . seu marido. , Este, depois de dar todo o brilho ao annel, apresentourei, o disse «De-me o annel Sr. pescador, se ao rei. a olhando-o fixamente. O pescador com toda a calma tirou caixinha do bolso e deu-a ao rei,que muito surprehendido, : «tens pois reconhecera o seu annel, disse !conimovido e teu o annel Este é Deus meu grande razão, pescador, apresentares basta cousa alguma quando precisares de este annel que serás logo satisfeito». (i pescador agradeceu muito ao rei e sahiu com a sua buzina. Don, don, don, Deus é grande, Deus é grande. Deixa de sahir hoje a Historia do Brasil em figuras, mas no próximo numero ella náo falará. Nada, que nós nao historia queremos que os nossos leitoresinhos esqueçam a pátria 1 MA' PARECENÇA

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— Dizerem que eu pareço com o Chiquinho! Deus mO livre! Elle vive só a apanhar pancada c pódc haver alguém que se queira enganar !...


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O Bubü que tinha ganho uma fantasia de bebê para brilhai no Carnaval, scismou que também havia de fantasiar o cachorro e o gato O cachorro envergou uma sobrecasaca e ficou quieto, como se já estivesse acostumado com essas violências do luxo...

um gato:^o merecia aquelle Mas assim que elle viu o gato mettido na sobrecasaca ou teve ciúmes ou entendeu quea bandeja do chã... com o creado entrando vinha Exactamente ckiquismo e então, furioso, atirou se atras, dclle...

E gaio e cachorro, embrulhando-se-lhe nas pernas, fizeram-n:o estender-se ao comprido sobre a bandeja. O assucareiro, chicaras e pires ficaram em pedaços e em de ta.de quasi ficou uma orelha do Bubú, que por maior castigo não sahiu pedaços com a sua tantasia de bebê. E' o acontece muito arteiros aos meninos I que


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QUEM VAE A' CUERRA DA' E LEVA!

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Christiano é um petiz levado da brecai... No outro dia arranjou um plano de judiaria e logo o foi pôr em pratica. Imaginem que foi buscar uma lata de kerozene e depois de enganar o Mercurió fazendo-lhe festinhas...

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_ . • .amarrou-lh'a com toda a gana de me-' nino travessei... Foi um I O cachorro fiilo de rawa desatou pagode a correr tanto que parecia um automóvel...

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E o cachorro cerreu, correu até Christiano, o perdeu de vista! Mas que o curió na sua carreira em menos o Merde 10 minutos andou toda a cidade e tanto assim que tinha voltado ao ponto de partida

^^^[f ^ Christiano já estavãTãl fisSl k ^^ ...que caejustamente dentro =pjr=_ J 11/ planejar outra brincadeira, Hjjl^* TlIBipSlililj/da lata com grande contenta: lhe surge de ^^rilBIr traz Hjpf ^,_Jr|^ /.y quando por mento do cachorro que se vê liiBL^ o Mercúrio, veloz como uma IP^ ^HBBKPv. do trambolho! E o Chrisyre ^^ ^=jWf locomotiva e, desesperado, 7_ ^r^SfS^ tiano nunca mais amarrou lata em cachorro porque afinal J3 embarafusta se nas pernas ^gÉ|ü|{gl|||y \ ^^ do petiz... ,/-V V^^ a levou foi elle mesmo ! quem ^«^.

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GATUNOS

O capitão Rompe e Rasga, que fora á caça, sabia que estava sendo perseguido por dois ladrões. Querendo se ver livre delles tomou uma resolução. Muito ^olemnemente e como quem não queria ser visto, poz-se a abrir um buraco num tronco.

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ROUBADOS

Levou meia hora nesse trabalhinho e depois, cautelosamente, metteu a mão no bolso e tirou qualquer coisa que guardou no buraco que abrira. Feito o que, raspou-se. Os gatunos não cabiam em si de contentes!

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Mas, oh desgraça! O que o finório do capitão Rompe desaPParecer atiraram-se logo, ÍOZ°< anci a"ci" e Ra5a ^ guardara era apenas um pedaço de p-pel ^ rfi k .os para o buraco. osos, buraco"o7d"â Cada qual mTâl X™"56 queria -Vejam uuiliu branco! primei »<-jam i a mão, mão um com intenção como luiiiuj fomos miseravelmente Tn?;r^ de enganar o outro. emroubados! bados ! exclamaram os nc dois Hí-iic gatunos. o-ariinns.


O T^LEITTO _D_E__ TTTQTJ"I_I_T-E__:uA. ll-N'UM

DIA DE CARNAVAL-

depois de ter pregado peça a todos que encontrou, appareceu-lhe um terrível diabinho. Occorreu-lhe logo a idéa de uma nova pilhéria. lembrou-se de uma salxicha que trazia no bolso e Juquinha, fantasiado com uma roupa de pitrrot, sahiu á rua no domingo de carnaval e.,.

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r^^á. K-ife^^^

amarrar-lhe ao rabo a tal lingüiça.

seguiu vagarosamente o intrépido mascarado, conseguindo

O diabinho, pulando como um cabrito lá ia correndo seguidesejava muito comer o saboroso, do por um cachorro que petisco-

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-Foge, palermal O cachorro

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O Tico-Tico

-SWSÍE

DE BEUTERj.VmEU^A^^^

OS NOSSOS CONCURSOS RESULTADO DO CONCURSO N. 23 Nós apresentámos um bcllo typo de avô, contando a dous netinhos, um menino e uma menina, uma historia, que devia ser muito linda, a julgar pela attençao com que era a elles o escutavam. Nós porém nao sabíamos qual leitohistoria e então perguntamos aos nossos queridos rosinhos qual seria cila. Ah! si aquelle bom velho soubesse contar aos netinhos to.las as formosas historias, que nos mandaram em resposta e lhe foram attribuidas São para mais do 200, e lindas, tao lindas, quasi todas tâo que a escolha nos foi difíicil. rPPebesO prêmio era um, á mais bella historia que recenes semos. Mas houve unia minoria de concurrentesque nos mandaram historias originaes- inventadas fitadas pa adaptadas por elles. A maioria enviou-nos velhas ms eiwa tonas, ouvidas aos mamais e vovós e por «mpies escriptas. Alguns papás, mesmo chegaram a copi^ mente de livros conhecidos, dizendo-nos : a historia que o Vovô está contando é esla. Os próprios que assim proce deram tiveram todo o direito de fazel-o, porque a lnstoria deite que o velho contava tanto podia ser àe invenção tempo. muito como das que ha já correm mundo Sendo assim nós achamos justo Prfm\ar>^°£Í? . a jui julgada melhor entre as originaes ou adaptadas e umj gada mais linda entre as já conhecidas, rareandodo venPrêmio, que é o direito á publicação do retrato cedor. . • ,„„,• Entre as historias originaes destacavam-se as/iisíoridia do cas e as que se referem ao caso tfagioo em ordem sente-se ellas — a explosão todas em Mas do Aquidaban. _ uma nuvem oppressora de tristeza... Foi então premiada a historia Milagres d O Tico-Tico, que nos enviou o menino NELSON MOSS DE ALMEIDA de 11 annos de idade e morador á rua Princeza, em Nictheroy, e quo pode vir buscar o prêmio, que é de ^üUU. Nao é porque a historia engrosse OTico-Tico.. ¦ e poruma idea de que é de facto interessantíssima e pode dar muitas outras que, tendo O Tico-Tico por assumpto, nos foram enviadas. Entre estas devemos destacar, e serão opportunamente publicadas, as historias dos meninos uiavo de Sá Pires e Lourenço Mourão, de Bello Horizonte, João Estanisláo, morador á rua Corroa Dutra 17; Joaquim Libanio Leite, de Ouro Preto ; Júlio Menezes, firnnno Fernando de Moraes Carneiro, e os das meninas Ueboran Marques, Larangeiras 195; Esther de Souza Dantas, Souto Carvalho 4-A; Èlsa Einsenlohr, Conde de Bomhm <&¦*, Zelina C. Ferreira e Ismar Untel. O 2o premiado é o menino ' PLÍNIO ROCHA oito de annos de idade, morador em Bomsuccesso.e autor dalmda hiitoria Deus é grande, que"damos hoje em outro logar, assim como os Milagres d'0 Tico-Tico, e outras, dignas de publicação. O menino Plínio Rocha terá a bondade de enviarnos o seu retrato, para que o publiquemos. Do concurrentes que suppuzeram estar o avôsinho narrando aos netinhos a medonha Catastrophe do Aquidaban, devemos registrar os nomes de Guilherme Cardoso, A. M. O. Richard, Yedda Chiabotto, João Eulalio Fontes Peixoto, Mario Foram, Guiomar Iehky de Lemos, e Dano Augusto X. de Brito. Mandaram-nos lindas historias, das quaes daremos uma no próximo numero. A do menino X.de Brito é magninca, mas deixa de sahir por ser um pouco longa. O menino Jubo Ribas, também sobre o Aquidaban, escreveu uma commovente historia em que tala do mallogrado jornalista Francisco Valente. Mas voltando agora ás verdadeiras historias para crianças e que, originaes ou antigas, recebemos em tào numero, diremos que, pouco a pouco) serão pulicadas,(e algumas com illustrações e a cores, muitas das frande que nos foram remettidas pelos queridos concurrentes, cujos nomes seguem :

Maria Anna Reatriz do Amaral.Oscar Przewodowishi, de Sabo a Pm o, Cuxixa, MaltadaCostafj. Lima, Beatriz Samartm Addy Ferreira Sérgio Gomes. Maria de Lourdesmenino Frederico, Flavio insué C Fonseca, 7X». Cruz, Gilberto José Fontes Frota vlètor cisar da Cunha Frandacigisco Branca, Maro Roca, Pdxoto, Albertina Alberto Potier luMaria Amalia Villela dos Santos, José Laly Queiroz Van or Cencita, Dinorah Mello Teixeira, •-- ¦¦ de Arauto (jomes, juneia uísw, umuv,^»™"Albino da Glo Manuel Bueno, Laia Pereira Amalhi Prado, Adalgisa ria Cabral, Olga Fernandes Paranhos, Rosita, JanBraea José Ribeiro, Manuel Caldeira de Alvarenga, 1 oudvra Guimarães, Thereza de Abreu Costa, Octavio da Fonrinho (bella narrativa histórica) Carmina Pinto seca Marietta Augusta Lage, Avocito, Canmnha Rocha, Fernando Eduardo Sanz, Álvaro Mondaini, Izaura Gomes, Leme, RePontes, Euclyues Braga, Renato dos Reis Paes Ohveira, Alice Cardoso, Magina dè Freitas, Herminia de Salustiano José J. de Castro gnus Osório Duque Estrada, mas aquel e avós.nr falai a Rabello (historia em francez, Regina Maldonado francez, 0V seria francez mesmo'?), Moreira de Andrade, d-FÔa Dulce A Carneiro, Adalberto Cotmha, Heitor Mendonça, Ludovico de Souza,Rodrigues, meAndrade Mana (uma Heloísa Vieira. Pinto Conslantino mas intelligente, e nina muito bonita ^^ff^f.f?: feio I), Odette de ! que cada se não tirar o prêmio; ih Prado, Octavio Floriano Cos Martins Costa, Alcides Ruas, Ângelo Cunningham, Paulo Maria do Jesus, Nair historia uma publicada no Teixeira (copiou Rodrigues que o velho estipróprio Tico-Tico; bem podia ser essa a novamente é que mas netos, aos contando publicada vesse Luiz LeoBraga Jarbas Souza, ser\Guiomarde não pode João Borges ooldo Laurière, Carmen de Jesus Jacques, &>haAlBàccarat, Arnaldo Alves Monteiro Barbosa, Machado ves Monteiro Barbosa, Raul José do Araújo velha, e que ja se acua muito mas engraçada, (historia a sahir}, até impressa no novo Almanach d'0 Malho Leovilgido Maia, Reis. dos Ernesto Marialh, Mario Viena, Paiva Filho, Stella Moreira, Argemiro Joaquim bniidea SilJavmeReis, Carmen da Silveira, Maria de Mar ha veira (2 historiasinlias originaes e.interessantes) Araújo, de Ascenção, Alavde Ramos Maurício da Silva GmLaura AsLnção, Álvaro Reis, José Lea1 Burmnaqui, A^a, Io Gonçalves Alexandre Gomes, Viáhna lherme Moauenina S. Lemos, Christovão Torres de Camargo, uma escreveu Costa da (que Ferraira Si Simonetti, João do hisioriH em aue se revê a enthusiasta das. reformas 2-, Pimentel Rio Carmen Saraiva de Castro «Figueiredo o que não e de adnuque enviou uma lindíssima historia da carochinha... historias em mestre é seu rar, ' pois já pai concurrentes desses Como já dissemos acima, muitos enviaram e essa punos historias as que terão publicadas inteligências c ao seu blicacao já é um prêmio ás suas brilharam neste conadmiravelmente tão bom gosto, que decurso;o mais importante dos concursos d'0 Tic-tico e20. 1 ns. dos pois Mandaram-nos ainda bonitas respostas e sào pois considerados também vencedores deste concurso os leitoresinhos : Wencesláo Gerhard, Nagovandoca, Francisco de PauIa Lemos de Mesquita, Wanda Rodrigues, Uma leitorssinha d'0 Tico-Tico, Etelvina Conceição, Mucio Scovola Pereira, Maria do Lourdes Soares, Joaquim Antunes de FiBenta gueiredo Meirelles, Maria Souza P. Leite, P. E, Nair, Aurca Nogueira Noronha,Floriano Peixoto da Rocha, Diva'Lopes de Moraes Rego, Ólegaria Assis, José Pinho, Attüa Velloso, Celina Pimentel Aguirre, José da Silveira, Armando Figueiredo Pimentel, Antônio da Costa Machado, José Paes da Rosa, Sara Brow, Nair Brow, J. Barros, Eugenia Silva Barros, Adahil Serqueira, Lulú de Carvalho, Mario Lessa, Guinercindo Viegas, Eurico de Castro, Tibiriçá Silva Soares, Diocesano Ferreira Gomes, Oswaldo baise Furtado Luz, José de S. Queiroz Filho, Ambrozina s£m^ Edgard G. Agra, Laura B. Olivo, Berlha Maury, Pires de Oliveira, Augusto de Saboia Lima, lsiluor do Lima, Roberto Saboia Perto, Dalila de p*n\rJX/edo, ** Floriano Lopes Rodrigues, Djalma Ramos de d Pereira Paulo, Pedro Ciodoro, Ivo Cândido ^^úa viJacmtii" L. F., Olaporcia de Almeida Doeman,


O

Tico-Tico SABONETE

DE

REUTER

eira, Laurmdo • Bastos, Hcgcsipo Barbosa Júnior, Laura Aymbire Itauna Fonseca, Ida Monat, Leonor de Azevedo' Henrique de Sá, Jurandyr B. Paes Leme, Irene do Stephanc Varmcr.Newton Dunham, João Baptista daCarmo' Silva campos Clara Campos, Luiz Imparato, Álvaro Rodrigues' Maria lidaria Benevcnuto, Benjamin Ferreira Bastos' Jayine Motta Maria José Beis, Tyndaro Maia, Antônio Gonçalves Albcrnez, Bicarte Ferreira, Heloísa d'Almeida Adliernar N. Dias, Victoriano Borges, Sabino H. de Carvalho, Adalgisa Faria, Aristides José Ferreira e José Pinto Bastos.

EMBELLEZA^TcUTlí TROCA

DE

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CORES ^sp?u^

CONCUBSO N. 28 Um PASSEIO DE BAIXO D'AGUA

Passeando dous animaes debaixo d'agua, muito contentes, um espadarte encontrou-os e furioso com a alegria dos dous, agarrou-os c cortou-os cruelmente, deixando-os em pedaços. Esses pedaços foram atirados á praia e apanhados por um piedoso pescador, que noi-os trouxe.

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Ahi estãoelles. Nós pedimos aos leitoresinhos que com esses pedaços procurem reconstruir os dous infelizes anim í i g s. Recebem-se as respostas até o dia 20 do mez que vem. Ha dous prêmios de 108000, para serem conferidos sorteio entre os que nos mandarem a solução exacta por As soluções devem, na fôrma do costume, ser acompanhadas do seguinte:

VAT.E PARA O CONCURSO NUMERO 28 D'0 TICO-TICO E agora, e ainda uma vez mais, um pedido a certos papás e mamas, cujo zelo pelos filhos vai ao excesso dc Intervirem nas respostas que elles dão. Como nós gostamos de ler uma carta ou historieta em cuja redacçao e em cujo fundo a criança se esteja revelando, em que haja todos os característicos do seu espirito ainda simples ! h. como nos desgostam essas respostas, como algumas que temos recebido, empolladas, pretenciosas, com cheiros de tteratura, e ass.gnadaa por meninos de 8 annos ! Acred tem que taes proteccôes prejudicam antes de tudo á

HESssr-ass,m- • ¦** ~«-^ h^ pensem as respostas dos nossos concursos e o mais que nos desejem „• si. de<?Piom enviar. „„ • Pois O Tico. , j „.. é, o • Tico jornal das crianças !...

a Íra^lancÍ^o%rCeaSl>™%™ Co^ui^ríPg:ÍO Ao Sr. Alvorando Graça pagámos a importância concurso, pela menina pivmio alcançado no mesmo íhinha Vieira, moradora em S. Paulo, á rua do^Carmo

« do Fi 7

Estão vendo esses dous meninos ? Hão de dizer mie n da esquerda é branco e o outro é Pois não senhoCS^e/da qUG é Pret0 preto... e ° out™ * que é bran oT 1 EN,L°± E que elles ainda estão com a pintura com oue andaram pintando a manta no Carnaval. O branco salfiude preto e o preto sahiu de branco. Foi uma troca Bonito seria si agora as tintas nao sahissem mais !

vovô — lult?- Juriivcr A° C0NCURS° 23 -OHIGINAL E UMA DAS MAIS BELLSr08^ ~ MeUS neünhos' vôvô vai contar-vos uma bistoria™"""

bm^iSSJSffi SUSbonita como as **>*»

Ch°ra? G°nta a hisloria *f trança^ mama,1™ qUG — Vovô Sim... vou contar. Um dia, vovó e m-im-li ainda viviam, eu sonhei que caminhava só pelas brechas a noite era escura e tenebrosa e ao longe multo Iun»Te» UlÜ,mS lutt8 da daSven.SremaS ^SíÍ3j&2 Eu não sabia porque estava alli. Tive um medn hmarnpiaiam e o coração batia muito. Implorei então t nc* que me salvasse, que me tirasse daquelatortura VÍ da a8eh dSÍ2&?2 S° ?°' S™TBS mesmo iMmniin fvim tnl o iaf £° bomt^> tão brilhantes que

s^-^erSrv;ívó1r,iucIlesoniío~ 0íld° CStA° esla3 estrellasvocê guardou vôv^/f* ~Pm> a? d«as eslrellas sao vocês' mio fé,,, „ \úvíi da cordas trancas louras da Sacando ^cabellos Capital, 3 de fevereiro de 1906. Victor César da Cunha Cruz

Ü2 annos)

Subscripção aberta entre os netizosd'fi tv,/, tas famílias das victimas do Aiuiaaüan. pai*3 s Aquidalan TlC° Quantia já publicada ^0S00O Becebemos mais: Ernani da Costa Ferreira... 2$000 Importância de uma rollcr-ió à„l.',~ ¦' MgOOO Borboleta José Theophilo Lofio de Amiln '*'HMJ J. Pedro Coelho d>M,>.ATnn° 2$000 MlranQa> em «ornoria dc sua irmãsinha ClUa 5S0OO *4J000


x

O SABONETE

DE

Tico-Tico

REUTER PARA CRSANÇAS

QUE ENTHÜSIASMO !

§^ (V) pi \\\ Senhora nfinha prima: declaro-lhe solemnemente que de amanha çm deantc não usarei mais calças curtas. Ué, você ? ! Com 5 annos?! Pois é isso mesmo ! Tenho 5 annos e papai comprou-me por uma roupa que serve para menino de 8! Mamai passou uma descompostura em papai, quer que ene leve a roupa Tpara trocar, mas eu não quero i!! È' assim que passo a usar calças compridas!

Gaiola d'0 TICO-TICO Jovelina Marlins —Sua histotiasinha será publicada. Onabla Sepol — Será aproveitado o seu desenho. t aulo Renedicto Joaquim Lopes —O seu soneto, a sua idade, 10 annos, está magnífico. Infelizmente para elle termina de um modo quasi irreverente, embora muito engraçado. H Ainda assim, publical-o-hemos depois. Joaquim F. Leal — Ahi vao os seus versos interessantes, embora portadores de uma injusta queixa: AVO TICO-TICO» QUERIDO Quando acordo âs quartas-feiras, Fico louco de alegria... Que me compre o Tico-Tico ¦ Vou pedir logo á titia. E á tardo quando ella chega, Eis-nie à bola dando tratos, P'ra resolver os concursos Desse ingrato entro os ingratos... Ingrato, sim, os resolvo, Levo-os, logo, que á redacçao, E jamais ganhar consigo Um premio de solução!"... Egberto Araújo (Maceió) — Vai ser examinado. Jose thçophilo Leão de Aquino — Obrigado. Seu contosmho ha de ser illuslrado mais tarde. c,tavia Herminia Peixoto —Entregámos seus eni„,v,. gmasá secçao de charadas d'0 Malho. HeIena ° Aracy—Bonilinho o seu conto. Mas *»™Mana tem que esperar a vez. Sd.0 tantosa serem publicqdos! A lalta (te espaço obriga-noB a deixar muitas respostas para o próximo numero

nha, ora cantando o Carneirinho Carneirão; e assim passavam algumas horas entregues aos mais descuidosos brinquedos. A noite veiu surprehendel-as interrompendo-lhes a pequena festa. Dentre estas crianças havia uma que designava todos os brinquedos que se faziam executar,era um menino bem falante, de oito annos de idade, trajando modesta, mas limpamente, de pbysionomia sympathica, deixando transparecer algo de intelligencia. Chamava-se Carlos. Carlos viu que não podia mais continuar a brincar com os camaradas devido.a adiantada hora da noite e assim se despediu de todos seguindo cada um para a sua casa. No dia seguinte, segunda-feira, reuniram-se todos como do costume em casa de Carlos, dispostos a brincarein, porém ,encontraram-no de lueto chorando muito ; então elle com as lagrimas pendidas nas faces relatou aos seus amiguinhos o seu infortúnio, dizendo-lhes: Papai era marinheiro ehontem morreu no desastre do Aquidaban, por isso meus amiguinhos eu não devo brincar com vocês e mesmo porque a mamai está chorando muito o só diz que nós ficamos sem pão, e me beijando diz que a única esperança que lhes resta sou eu. Quando Bear liomem hei do trabalhar para lhe servir de arrimo. Deus bem me podia fazer homem já hoje para mamai não chorar! Guilherme Cardoso (12 annos de idade)

CARNAVAL, O que era doce se acabou-se. Foi-se o Carnaval e com elle a alegria doida, sem peias, que faz os próprios velhos virarem crianças. Agora as pessoas grandes voltam aos seus Iogares,fazendo de gente seria. A pequenadasim, poderá continuar a rir, a saltar, a pular de contentamento, pois aqui tem O Tico-Tico, que os adorados pelizes não esqueceram nos três dias de louco falguedo. Imagem que até houve grupos e cordões com o nosso nome! Oh ! a bella homenagem ! Tivemos variados grupos dos Tico-Ticos, cordões dos Tico-Ticos e n respeitável Grupo dos Intrépidos Tico-Ticos, que alcançou um verdadeiro triumpho, um triumpho tão completo, qie até mereceu diversas coroas. Uma dessas coroas foi nossa, d'0 Tico-Tico aos Intrepidos Tiéo-Ticos. Outra foi da casa Trotti. Um suecesso, em summa. Durante esses Ires dias, que deviam ter 48 horas cada um, nós tivemos a redacçao cheia de pequenos niascaradinhos, transbordantes de belleza e espirito, na demonstração das suas sympathias e carinhos por nós. E ainda nos ferem os ouvidos as canções dos grupos e cordões que passavam, os saltitantes Tico-Ticos «Oh ! abre ala Tira lá teu bico ! Vamos saudar O bravo Tico-Tico!» «Não sou o Chiquinho Mas me chamo Chico Venho saudar.te Re Ho Tico-Tico!» Um grupo meio arrebentadosinhôv valha«o Deus, can» tava: «Seu Tico-Tico Nós não temos nada ! Seu Tico-Tico Nós não temos nada ! Passa esse premio Deixa de massada!»

HISTORIA. VERDADEIRA (RESPOSTA

AO CONCURSO N. 23)

a hisl0ria ^ «*tava ° *™ a se^Stef fi-Sé Era um domingo: no céo azul e límpido começavam a brilhar os primeiros astros. Em umapequen™ casinha de Avenida, estavam reunidas algumas modesta assim como nos; brincavam alegremente alheiascrianças as desventuras da vida, ora dansando a Ciranda aE Cirand?

—Você sahiu no Carnaval ? —Sahi. -Sahiu de que ? —Sahide banda. -De banda?... -Sim dê banda de musica.


O

Tico-Tico SABONETE DE REUTER PARA CRIANÇAS

i

OS SERVIÇOS DA ELECTRICIDAÜE

Mister John Surucucane andava pelo interior da Afn_ ca pe<í mdo giboias por methodos modernos. Amarrou um coelho aos fios de uma machina electnca uma e tendo-o collocado no ponto onde ia passartronco. sucury, Surucucane escondeu-se por detrás de um Veiu a sucury e radiante de prazer, avançou mesmo direita!

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Ensníllu rápido o coelho. Ohl que delicioso pitéo arranjei eu! Isto é que se chama estar mesmo de sorteI pensava a lerrivel bicha consigo. O coelho estava tao gostoso que a cobra até chorou de prazer. Que delicia! , , Mas logo em seguida teve que chorar de dor. Mister — nao e, electnca John Surucucane poz o dedo ná pilha lhes conto nada 1

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E dentro de uma hora a medonha serpente era carregada por uma tribu de pretos, maravilhados por aquelle systema de pegar cobras.

FILHO ÉS, PAI SERÁS... (resposta ao concurso 23) Ha muitos, muitíssimos annos passados, num dos remotos paizes do norte da Europa, havii um bárbaro, horrivel costume tradicional, que já estava profundamente enraizado ria população : Quando um homem chegava áextrema velhice, nâo podendo mais caminhar sosinho, trabalhar, prover, em summa, á sua subsistência, o filho mais velho conduzia-o á floresta, no alto de uma iu>ntanha. Abandonava-o abi. E o pobre ancião, si tinha a felicidade de escapar aos lobos e outros animaea ferozes, morria de fome e do sede, abandonado, só !... Ora.havia nesse logar um velho de oitenta annos, que passara a existência inteira, desde os mais verdes annos, a mourejar rudemente no trabalho honrado. Esse velho era lenhador. Um dia, porém, estando a derrubar arvores no bosque, um grande galho cahiu-lhe em cima, c fiacturou-lhe as pernas e os braços. Ficou impossibilitado de trabalhar. Em vista disso seu filho Francisco, que, aliás, era um bom rapaz, levou-o ao bosque, afim do o abandoiter, segundo o horrível, o bárbaro costume tradicional dw paiz Sendo, porém, como dissemos, dotado de bom coraçàOf nao quiz deixar o seu velho progenitor com frio. Deu-lhe, pois, a grande capa de lá que vestia. Quando ia se retirando, o velho perguntou-lhe : «O'! Chico?!... Não tens ahi um canivete, uma faca, uma navalha... qualquer cousa que corte •."....» «Tenho, sim, meu pai... Mas... para quô ?!...» «Para levares a metade desta capa, que te poderá servir, para quando teu filho, esquecido de tudo qv-into fizeres por elle, te abandonar á. fome, à sede e ás feras da montanha...» Francisco ficou pensativo. Reconsiderou o seu áclo, e ovou outra vez o pai para a casa, sustentando-o até o fmal de seus dias. E assim acabou tao bárbaro, tao horrível costume !...

* *

I^íI3mIÁ- ^ A sucury começou a saltar, a pular, a torcer-se, a recahindo numa dansa macabra, ainda torcer-se e acabouo cake-walk. mais agitada que meia hora dansando no espaço, Levou seguramentetocava o piano, isto é, a John Mister pilha eleemquanto etrica.

E' essa a historia que o velho avôsinho conta aos netinhos, para que elles sejam bons filhos e bons netos... Figueiredo Pimi.ntf.l 2o COUPONS Com destino ás famílias das viclimas do Aquülaban recebemos: De Ary Guimarães 500; de Waldmar Ferreira Vai 80; de Angclino de Souza 500; e do Mario Cobradinha da. Costa 3.100. Para serem entregues á irmá Paula, a menina Dulce Bivar enviou-nos 2.G00 coupons.


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O DIABO

EM FIGURA DE GENTE

D. Gertrudes Giló, apezar de já ser noite, resolve ir visitar tante da villa. A lua, muito redonda e branca, illumina o caminho.

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a sua comadre

Miquelina, que mora um pouco ú)

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Subitamente, como se houvesse sahido da própria lua, um extranho vulto se ergue ao longe. -Tem chifres! E' o' diabo! exclama D. Gertrudes. E dispara, voltando aos gritos para casa e alvoroçando a villa inteira.-Ahi vem o diabo! Ahi vem o diabo! Grita ella.

A villa em peso enche-se de coragem e vae ao encontro do diabo, mas em vez do diabo depara com o bom ao tio Chrispim, que vinha da sua lavoura, trazendo na mão uma forquilha. —E' que você com essa forquilha parece mesmo o diabo em figura de gente! bradou-lhe a D. Gertrudes. _ruzesl Canhoto 1.


_*«.>

«js__t_.__-rj_.__

lembrou-se de fazer uma brincadeira. ...E Papae que estava achando graça naquilío chalío Drimeiro dia de Carnaval Chiquinho comprou Depois seria capaz de conhecel-o. mou o jagunço. O cachorro ficou muito espantado... ver S1 ° QU1Z a.mascara Jàgimço uma mascara e um chapéu de palhaço... Foz no rosto...

...e não conhecendo o seu amiguinho atirou-se contra . elle, trincando-lhe a perna... do "^

£ Chiquinho teve que passar o Que susto, meu Deus! Só depois de tirar um naco da perna Chiquinho é que o Jagunço viu a asneira que fizera. carnaval em casa, de muletas. Mas nao brigou com o Jag mçó. Dous amigos velhos não briga n assim.


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