INDAGA – EXPLICA – TRANSFORMA
UMA NOVA ERA PARA A HUMANIDADE
PREFÁCIO .................................................................................................................................
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INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................
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ESPIRITISMO ............................................................................................................................
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ESPIRITISMO E O FUTURO .......................................................................................................
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TRIDADE UNIVERSAL ................................................................................................................
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FUNDAMENTOS BÁSICOS DO ESPIRITISMO .............................................................................
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OBRAS DA DOUTRINA ESPÍRITA ...............................................................................................
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A PRÁTICA ESPÍRITA .......................................................................................................... .......
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A EVOLUÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO .................................................................................
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OS EXILADOS DE CAPELA ....................................................................................................... ..
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O VALOR DA PRECE ..................................................................................................................
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O PAI NOSSO ............................................................................................................................
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O PAI NOSSO DOS TEMPLARIOS ..............................................................................................
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O PAI NOSSO DA UMBANDA ...................................................................................................
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A PRECE DE CÁRITAS ................................................................................................................
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O FLUÍDO CÓSMICO UNIVERSAL ..............................................................................................
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OS ESPÍRITOS ...........................................................................................................................
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O PERISPÍRITO OU PRINCÍPIO VITAL ........................................................................................
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O DUPLO ETÉRICO ...................................................................................................................
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AS ENERGIAS CÓSMICAS ..........................................................................................................
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CENTROS DE FORÇAS OU CHACRAS ........................................................................................
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FUNÇÕES DOS CENTROS DE FORÇAS .......................................................................................
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DESARMONIA DOS CENTROS DE FORÇAS ................................................................................
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A AURA HUMANA ............................................................................................................... .....
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A AURA DOS ANIMAIS .............................................................................................................
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A AURA DAS PLANTAS .............................................................................................................
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ESTUDO DAS DOENÇAS MATERIAIS E ESPIRITUAIS .................................................................
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CUIDAR DO CORPO FÍSICO .......................................................................................................
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LEI DO EQUILÍBRIO ...................................................................................................................
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MÉDIUNS PASSISTAS ...............................................................................................................
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MEDIUNIDADE E ANIMISMO ...................................................................................................
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MEDIUNIDADE DOS ANIMAIS ..................................................................................................
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EFEITO FÍSICO – ECTOPLASMA ................................................................................................
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INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS ....................................................................................................
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FORÇA MAGNÉTICA ............................................................................................................. ....
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O PASSE ...................................................................................................................................
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FÉ, MERECIMENTO E VONTADE ..............................................................................................
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A CURA ATRAVÉS DO PASSE ....................................................................................................
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APOMETRIA .............................................................................................................................
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CIRURGIA ESPIRITUAL ......................................................................................................... .....
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ÁGUA FLUIDIFICADA ........................................................................................................... .....
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REFORMA MORAL ...................................................................................................................
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O EVANGELHO NO LAR .......................................................................................................... ..
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A VIDA E A OBRA DE ALLAN KARDEC .......................................................................................
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ANDRÉ LUIZ .............................................................................................................................
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FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER .................................................................................................
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RESUMO DA DOUTRINA ESPÍRITA ...........................................................................................
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A NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO DO ESPIRITISMO ..........................................................
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VAMOS REFLETIR .....................................................................................................................
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SOMOS O QUE PENSAMOS .....................................................................................................
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CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ ..
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................
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“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”
No século XIX, manifestações mediúnicas começaram a se tornar mais e mais frequentes nos Estados Unidos e na Europa. O fenômeno chamou a atenção de Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), professor, pedagogo e tradutor francês, ligado aos princípios do racionalismo e da liberdade de pensamento. A fim de entender a mediunidade, ele formulou - com o nome de Allan Kardec - uma doutrina pessoal que reunia aspectos científicos, filosóficos e religiosos. Baseada na possibilidade da comunicação com os espíritos e na crença da reencarnação, a nova disciplina chamada espiritismo buscava explicar os processos que definem a vida e a morte. Almejava também desvendar as leis científicas que regem o funcionamento do Universo. A doutrina de Kardec logo ganhou adeptos no Brasil, atraindo inicialmente membros da classe média liberal - advogados, intelectuais, jornalistas, juristas, médicos e militares. Em 1865, ocorreu a primeira sessão espírita nos moldes kardecistas, em Salvador, onde foi criado o pioneiro Grupo Familiar do Espiritismo. Em meados do século XX, a religião já se consolidara em todo o país, graças ao trabalho de importantes líderes religiosos, como Bezerra de Menezes.
Allan Kardec
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Viver é uma grande viagem. Cada vida é uma estrada individual de mão única que percorremos com imensa bagagem, nessa viagem, mergulhamos no mar das exigências comuns do dia a dia, escolhas, posicionamentos, decisões, iniciativas ou não, interação com o próximo, familiares, amigos, colegas de trabalho e responsabilidades. Além do conquistado ou perdido aqui nessa existência, temos as relações materiais ou afetivas que trazemos na bagagem de outras viagens. São fardos ou merecimentos que nos escapam ao entendimento por não termos ainda a visão da realidade espiritual e suas consequências em nossa trajetória existencial. Em nosso orbe, de modo geral, há mais deméritos do que méritos no contingente de espíritos encarnados, pois, ainda predomina entre nós o ódio, o orgulho, a inveja, os vícios e a vaidade fazendo, a roda da nossa vida girar num novo ciclo de dor e dívidas que serão cobradas, quando não nessa vida, inevitavelmente em outra viagem. A maioria das pessoas, vivendo a vida atribulada de hoje, não estão interessadas nos problemas fundamentais da existência. Antes se preocupam com seus negócios, com seus prazeres, com seus problemas particulares. Quando, porém, tais pessoas são surpreendidas por um grande problema, uma queda financeira desastrosa, a perda de um ente querido, uma doença incurável - fatos que acontecem na vida de todo mundo - não encontram em si mesmas a fé necessária, nem compreensão para enfrentar o problema com coragem e resignação, caindo, invariavelmente, no desespero. As dificuldades que você está vivenciando através de doenças, problemas emocionais, familiares ou profissionais podem ser resolvidas ou atenuadas através da modificação interior, ou seja, mudando a forma como você entende a vida e suas dificuldades. Compreendendo que o grande desafio não é exterior, mas interior, pode-se gradualmente mudar os padrões mentais desregrados que se arrastam há várias vidas e trazem sofrimento, agravam as dificuldades e acabam trazendo desequilíbrios físicos, emocionais e espirituais. A busca espiritual em geral se inicia pelo anseio por descobrir uma nova maneira de viver e, só surge quando as circunstâncias da existência se tornaram insuportáveis e uma necessidade premente de mudança se instala em nosso interior. A busca espiritual nos fornece recursos para lidarmos com as adversidades e nos auxilia a entender os nossos desafios e como superá-los.
O CONHECIMENTO ESPÍRITA ABRE-NOS UMA VISÃO AMPLA E RACIONAL DA VIDA, EXPLICANDO-A DE MANEIRA CONVINCENTE E PERMITINDO-NOS INICIAR UMA TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA, APROXIMANDO-NOS DE DEUS.
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O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele se mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil e transparente. A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, e sim, pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera. Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra. O Espiritismo esclarecido, como o é hoje, procura destruir as ideias supersticiosas, mostrando o que há de real ou de falso nas crenças populares, denunciando o que nelas existe de absurdo, fruto da ignorância e dos preconceitos. O sobrenatural desaparece à luz do facho da Ciência, da Filosofia e da Razão, como os deuses do paganismo ante o brilho do Cristianismo. Sobrenatural é tudo o que está fora das leis da Natureza O Espiritismo repudia, nos limites do que lhe pertence, todo efeito maravilhoso, isto é, fora das leis da Natureza; ele não faz milagres nem prodígios, antes explica, em virtude de uma dessas leis, certos efeitos, demonstrando, assim, a sua possibilidade. Ele amplia, igualmente, o domínio da Ciência, e é nisto que ele próprio se torna uma ciência; como, porém, a descoberta dessa nova lei traz consequências morais, o código das consequências faz dele, ao mesmo tempo, uma doutrina filosófica.
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Somente o Espiritismo, bem entendido e bem compreendido, pode tornar-se, conforme disseram os Espíritos, a grande alavanca da transformação da Humanidade. A experiência deve esclarecernos sobre o caminho a seguir. Mostrando-nos os inconvenientes do passado, ela nos diz claramente que o único meio de serem evitados no futuro consiste em assentar o Espiritismo sobre as bases sólidas de uma doutrina positiva que nada deixe ao arbítrio das interpretações. As dissidências que possam surgir se fundirão por si mesmas na unidade principal que se estabeleceria sobre as bases mais racionais, desde que essas bases sejam claras e não vagamente definidas. Também ressalta destas considerações que essa marcha, dirigida com prudência, representa o mais poderoso meio de luta contra os antagonistas da Doutrina Espírita. Todos os sofismas quebrar-se-ão de encontro a princípios aos quais a sã razão nada acharia para opor. Para que a doutrina da vida futura doravante dê os frutos que se devem esperar, é preciso, antes de tudo, que satisfaça completamente à razão; que corresponda à ideia que se faz da sabedoria, da justiça e da bondade de Deus; que não possa ser desmentida de modo algum pela Ciência. É preciso que a vida futura não deixe no espírito nem dúvida, nem incerteza; que seja tão positiva quanto à vida presente, que é a sua continuação, do mesmo modo que o amanhã é a continuação do dia anterior. É necessário seja vista, compreendida e, por assim dizer, tocada com o dedo. Fazse mister, enfim, que seja evidente a solidariedade entre o passado, o presente e o futuro, através das diversas existências. Tal a ideia que da vida futura apresenta o Espiritismo, O que a essa ideia dá força é que ela absolutamente não é uma concepção humana com o mérito apenas de ser mais racional, sem, contudo oferecer mais certeza do que as outras. Ë o resultado de estudos feitos sobre os testemunhos oferecidos por Espíritos de diferentes categorias, nas suas manifestações, que permitiram se explorasse a vida extracorpórea em todas as suas fases, desde o extremo superior ao extremo inferior da escala dos seres. As peripécias da vida futura, por conseguinte, já não constituem uma simples teoria, ou uma hipótese mais ou menos provável: decorrem de observações. São os habitantes do mundo invisível que vêm, eles próprios, descrev er os seus respectivos estados e há situações que a mais fecunda imaginação não conceberia se não fossem patenteadas aos olhos do observador. Ministrando a prova material da existência e da imortalidade da alma, iniciando-nos em os mistérios do nascimento, da morte, da vida futura, da vida universal, tornando-nos palpáveis as inevitáveis consequências do bem e do mal, a Doutrina Espírita, melhor do que qualquer outra põe em relevo a necessidade da melhoria individual. Por meio dela, sabe o homem donde vem, para onde vai, por que está na Terra; o bem tem um objetivo, uma utilidade prática. Ela não se limita a preparar o homem para o futuro, forma-o também para o presente, para a sociedade. Melhorando-se moralmente, os homens prepararão na Terra o reinado da paz e da fraternidade.
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CONSTITUEM O PRINCÍPIO DE TUDO O QUE EXISTE
É A TRINDADE UNIVERSAL DEUS é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. ESPÍRITO (Alma) é o princípio inteligente criado por Deus, simples e ignorante. Deus lhe concedeu o livre-arbítrio, a escolha entre o bem e o mal. Ofereceu-lhe também a fonte inesgotável da inteligência universal, para se abastecer vagarosamente. MATÉRIA é a energia condensada do Fluido Cósmico Universal para formar todos os diferentes estados da matéria.
O Espiritismo em seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião, permitiu ao Homem conhecer o mundo espiritual e com isso ter conhecimento da amplitude do universo e de sua existência verdadeira como Espírito. FILOSOFIA - O Espiritismo é uma filosofia porque dá uma coerente e exata interpretação da vida. Toda filosofia gera uma ética. Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom senso. Como filosofia, o Espiritismo compreende todas as consequências morais que dimanam das relações que se estabelecem entre nós e os espíritos. CIÊNCIA - O Espiritismo é ciência porque estuda a luz da razão e de pesquisas específicas os fenômenos mediúnicos, isto é, os fenômenos provocados pelos Espíritos e que são fatos naturais. Não existe o sobrenatural; todos os fenômenos, mesmo os mais estranhos, têm explicação científica. Sintetizando, Kardec afirma: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos, e de suas relações com o mundo corpóreo. RELIGIÃO - É religião porque ele tem por fim a transformação moral do homem, retomando os ensinamentos de Jesus Cristo, para que sejam aplicados na vida diária de cada pessoa. Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de amor e caridade. A fé espírita é a fé racionada e coloca a CARIDADE, o AMOR como a condição básica de evolução do Espírito, independente do credo. A caridade é a maior das virtudes porque proporciona aos homens colocar em prática o mandamento essencial que é "Amar ao próximo com a si mesmo" A CARIDADE ABRANGE TRÊS REQUISITOS ESSENCIAIS: 1. Benevolência para com todos 2. Indulgência para com as faltas do próximo 3. Perdão, esquecimento completo e absoluto das ofensas alheias. Segundo Emmanuel, "a ciência, a filosofia e a religião constituem o triângulo sublime sobre o qual a doutrina do espiritismo assenta as próprias bases, preparando a humanidade do presente para a vitória do AMOR”.
"FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO" 8
BENEVOLÊNCIA - A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação. Entretanto, nem sempre se deve fiar nas aparências, pois a educação e o traquejo do mundo podem dar o verniz dessas qualidades. Quantos há, cuja fingida bonomia é apenas uma máscara para uso externo, uma roupagem cujo corte bem calculado disfarça as deformidades ocultas! O mundo está cheio de pessoas que trazem o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são doces, contanto que ninguém as moleste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, suave, quando falam face a face, se transforma em dardo venenoso, quando falam por trás. A essa classe pertencem ainda esses homens que são benignos fora de casa, mas tiranos domésticos, que fazem a família e os subordinados suportarem o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como para compensar o constrangimento a que se submetem lá fora. Não ousando impor sua autoridade aos estranhos, que os colocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vaidade se satisfaz com o poderem dizer: “Aqui eu mando e sou obedecido”, sem pensar que poderiam acrescentar, com mais razão: “E sou detestado”. Não basta que os lábios destilem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente. É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabem que se podem enganar os homens pelas aparências, não podem enganar a Deus. INDULGÊNCIA - A indulgência, esse sentimento tão doce, tão fraternal, que todo homem deve ter para com os seus irmãos, mas que tão poucos praticam. A indulgência não vê os defeitos alheios, e se os vê evita comentá-los e divulgá-los. Oculta-os pelo contrário, evitando que se propaguem, e se a malevolência os descobre, tem sempre uma desculpa à mão para os disfarçar, mas uma desculpa plausível, séria, e não daquelas que, fingindo atenuar a falta, a fazem ressaltar com pérfida astúcia. A indulgência jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar um serviço, mas ainda assim com o cuidado de atenuá-los tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados. Quando criticais, que dedução se deve tirar das vossas palavras? A de que vós, que censurais, não praticastes o que condenais, e valeis mais do que o culpado. Oh, homens! Quando passareis a julgar os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos e os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quando fitareis os vossos olhos severos somente sobre vós mesmos? Sede, pois, severos convosco e indulgentes para com os outros. Pensai naquele que julga em última instância, que vê os secretos pensamentos de cada coração, e que, em consequência, desculpa frequentemente as faltas que condenais, ou condena as que desculpais, porque conhece o móvel de todas as ações. Pensai que vós, que clamais tão alto: “anátema!” talvez tenhais cometido faltas mais graves. Sedes indulgentes meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita. PERDÃO - Há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitos dizem do adversário: “Eu o perdoo”, enquanto que, interiormente, experimentam um secreto prazer pelo mal que lhe acontece, dizendo-se a si mesmo que foi bem merecido. É esse o perdão segundo o Evangelho? Não. O verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado. É o único que vos será levado em conta, pois Deus não se contenta com as aparências: sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos, e não se satisfaz com palavras e simples fingimentos. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de baixeza e de inferioridade. Não esqueçais que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras. 9
FUNDAMENTOS BÁSICOS DO ESPIRITISMO A EXISTÊNCIA DE DEUS. Que é o Criador e causa primária de todas as coisas. A Suprema Inteligência. É eterno, imutável, imaterial e soberanamente justo e bom. A IMORTALIDADE DA ALMA OU ESPÍRITO. O espírito é o princípio inteligente do Universo, criado por Deus, simples e ignorante para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus próprios esforços. Como espíritos, já existíamos antes do nascimento e continuaremos a existir depois da morte do corpo. A REENCARNAÇÃO. Criado simples e sem nenhum conhecimento, o espírito é quem decide e cria o seu próprio destino. Para isso, ele é dotado de livre-arbítrio, ou seja, capacidade de escolher entre o bem e o mal. Tem a possibilidade de se desenvolver, evoluir, aperfeiçoar-se, de tornar-se cada vez melhor, mais perfeito, com o um aluno na escola, passando de um a série para outra, através dos diversos cursos. Essa evolução requer aprendizado, e o espírito só pode alcançá-la encarnando no mundo e reencarnando, quantas vezes necessárias, para adquirir mais conhecimento, através das múltiplas experiências de vida. O progresso adquirido pelo espírito não é somente intelectual, mas, sobretudo, o progresso moral. Mas, assim como o aluno pode repetir o ano escolar uma, duas ou mais vezes o espírito que não aproveita bem a sua experiência na Terra pode permanecer estacionário por muito tempo, conhecendo maiores sofrimentos, e atrasando, assim, sua evolução. Não sabemos quantas encarnações já tivemos, e muito menos quantas temos pela frente. Sabemos, no entanto, que, como espíritos atrasados, teremos muitas e muitas encarnações, até alcançarmos o desenvolvimento moral necessário para nos tornarmos espíritos puros. Todavia, nem todas as encarnações se verificam na Terra. Existem mundos superiores e inferiores ao nosso. Quando evoluirmos muito, poderemos renascer num planeta de ordem elevada. O Universo é infinito e "na casa de meu Pai há muitas moradas", já dizia Jesus. A Terra é um mundo de categoria moral inferior, haja visto, o panorama lamentável em que se encontra a humanidade. Contudo, ela está sujeita a se transformar numa esfera de regeneração, quando os bons decidirem a praticar o bem e a fraternidade reinar entre eles. ESQUECIMENTO DO PASSADO. Não nos lembramos das existências passadas e nisso também se manifesta a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viv er entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos que, presentemente, se encontram junto de nós para a reconciliação. A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, assim como é, também, oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Pelo mecanismo da reencarnação vemos que Deus não castiga. Somos nós os causadores dos próprios sofrimentos, pela lei de “ação e reação”. Quando reencarnamos, trazemos um "plano de vida", compromissos assumidos perante a Espiritualidade e perante nós mesmos, e que dizem respeito à reparação do mal e à prática de todo o bem possível. Dependendo de nossas condições espirituais, podemos ou não ter escolhido as provas, os sofrimentos, as dificuldades que provarão nosso desenvolvimento espiritual.
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A COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS. Os Espíritos são seres humanos desencarnados. Eles são o que eram quando vivos: bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou medíocres, verdadeiros ou mentirosos. Eles estão por toda parte. Não estão ociosos. Pelo contrário, eles têm suas ocupações, como nós, os encarnados, temos as nossas. Não há lugar determinado para os Espíritos. Geralmente os mais imperfeitos estão junto de nós, por causa de nossas imperfeições. Não os vemos, pois se encontram numa dimensão diferente da nossa, mas eles podem ver-nos e até conhecer nossos pensamentos. Os espíritos agem sobre nós, mas essa ação é quase sempre restrita ao pensamento, porque eles não conseguem agir diretamente sobre a matéria. Para isso, eles precisam de pessoas que lhes ofereçam recursos especiais: essas pessoas são chamadas médiuns. Pelo médium, o espírito desencarnado pode comunicar-se, se puder e se quiser. Essa comunicação depende do tipo de mediunidade ou de faculdade do médium: pode ser pela fala (psicofonia), pela escrita (psicografia), por batidas (tiptologia), etc. Mas, toda e qualquer comunicação não deve ser aceita cegamente; precisa ser encarada com reserva, examinada com o devido cuidado, para não sermos vítimas de espíritos enganadores. A comunicação depende da conduta moral do médium. Se for uma pessoa idónea, de bons princípios morais, oferece campo para a aproximação e manifestação de bons espíritos. Chico Xavier, por exemplo, era um bom médium pelas qualidades morais de que era portador. LEI DA CAUSA E EFEITO. A lei da causa e efeito é o mecanismo de retribuição ética universal a todos os espíritos, segundo a qual, nossa condição atual é resultado de nossos atos passados. A escolha nos pertence, logo, as consequências boas ou más são resultados de nossas próprias decisões. Se agora estamos sofrendo, podemos concluir que a causa do sofrimento advém das nossas atitudes, desta ou de outra encarnação. Nós construímos a nossa evolução e escolhemos o caminho a percorrer. LEI DA EVOLUÇÃO. Cada um de nós é um espírito encarnado a caminho de Deus. A vida na Terra é sempre uma oportunidade de reajustamento no caminho do bem. A escolha nos pertence. Logo, as conseqüências boas ou más são resultados de nossas próprias decisões. É a lei da "ação e reação", das causas e conseqüências. Se, agora, estamos sofrendo, podemos concluir que a causa do sofrimento advém de erros anteriores. Se, portanto, fizermos o mal, cedo ou tarde, sofreremos a sua conseqüência. "A cada um segundo as suas obras"- disse Jesus. Isso explica a razão de tanto sofrimento no mundo. Por isso, uns caminham mais depressa que outros, como os diferentes alunos de uma classe escolar. Quanto melhor nossa conduta, mais depressa nos libertará dos sofrimentos, encurtando o caminho da evolução, e a Vontade de Deus, a Suprema Vontade, é a Lei. Se a sorte do ser humano fosse inapelavelmente selada após a morte, todos estaríamos perdidos, visto termos sido muito mais maus do que bons e quase ninguém, hoje em dia, mereceria ir para o céu de bem-aventuranças, onde só caberiam os puros. Por outro lado, uma vida, por mais longa que seja não é suficiente para nos esclarecer a respeito dos planos de Deus. Muitos não têm sequer como garantir a própria sobrevivência e menos ainda, oportunidade de uma boa educação. Muitos nunca foram orientados para o bem. Outros morrem cedo demais, antes mesmo de se esclarecerem sobre o melhor caminho a seguir. FÉ RACIOCINADA. Para podermos crer de verdade, antes de tudo precisamos compreender aquilo em que devemos crer. A crença sem raciocínio não passa de uma crença cega, de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos algo como verdade, devemos analisá-lo bem. O mal de muita gente é acreditar facilmente em tudo que lhe dizem, sem cuidadoso exame. "Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade". - Allan Kardec. 11
CÉU E INFERNO. Não há céu nem inferno. Existem, sim, estados de alma que podem ser descritos como celestiais ou infernais. Não existem também anjos ou demônios, mas apenas espíritos superiores e espíritos inferiores, que também estão a caminho da perfeição os bons se tornando melhores e os maus se regenerando. Deus não se esquece de nenhum de seus filhos, deixando a cada um o mérito das suas obras. Somente desta forma podemos entender a Suprema Justiça Divina. A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS. Os diferentes mundos, disseminados pelo espaço infinito, constituem as inúmeras moradas aos Espíritos que neles encarnam. As condições desses mundos diferem quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridades dos seus habitantes. A LEI MORAL. Seguir o exemplo vivo de Jesus deve ser o ideal de todo cristão sincero. Não adianta você dizer que pertence a esta ou àquela religião. Não adianta permanecer orando o tempo todo. O importante é a prática é a vida de todos os dias, porque, como disse Tiago: "A FÉ SEM OBRAS É MORTA". E não há outra maneira de amar, se não formos caridosos. Caridade é ser benevolente, paciente, tolerante, humilde. É fazer para os outros o que desejamos que nos façam. Como não queremos que nos façam mal, mas todo o bem possível, assim também devemos agir para com eles: familiares, parentes, amigos, estranhos e até inimigos. A obrigação do cristão é ser um trabalhador do bem, dando sua parte, por pequena que seja, na luta por um mundo melhor. Podemos fazer tudo isso, cuidando melhor de nossas atitudes, vigiando nosso comportamento diário, sendo mais atenciosos e gentis, vendo nos outros mais suas qualidades e, finalmente, sendo mais exigentes para conosco mesmos. Ajudar o pobre, socorrer o desesperado, assistir ao doente, orientar o desajustado, levar palav ras de conforto e esperança ao aflito, divulgar e viver os ensinamentos de Jesus, tudo isto constitui as bases do verdadeiro amor por ele ensinado e exemplificado, há mais de 2.000 anos. Seguindo as pegadas de Jesus, pelo amor vivo que manifestou ao mundo, Allan Kardec proclama: "FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO". O ESPIRITISMO É O CONSOLADOR PROMETIDO POR JESUS. "Se vós me amais, guardai meus mandamentos; e eu pedirei ao meu Pai, e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que permaneça eternamente convosco: o Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e não o conhece. Mas, quanto a vós, vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Mas, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará, em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo àquilo que eu vos tenho dito." (Jesus) João, cap. 14:15,16,26. EVOLUÇÃO DA DOUTRINA. O culto espírita é feito no próprio coração. É o culto do sentimento puro, do amor ao semelhante, do trabalho constante em favor do próximo. Somente o pensamento equilibrado no bem nos liga a Deus e somente a prática das boas ações nos fazem seus verdadeiros adoradores. Assim, o Espiritismo procura reviver os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade e sinceridade, sem luxo, sem convencìonalismos sociais, sem pompas, sem grandezas, pois, como nos recomendou o Mestre de Nazaré, Deus deve ser adorado "em espírito e verdade". São estes princípios que constituem os alicerces da codificação espírita. Sobre estas bases se assentam o Espiritismo. Ele não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê -los e a submeter seus ensinamentos ao crivo da razão. Cada espírita é livre para concordar ou não com estes conceitos. Kardec, inclusive, nos adverte para que, caso a Ciência comprove que alguns pontos doutrinários estejam equivocados, fiquemos com a Ciência. Com certeza não podemos alterar a codificação, mas, o Espiritismo, acima de tudo, é uma doutrina evolucionista e não pode ficar estagnada em dogmas. 12
OBRAS DA DOUTRINA ESPÍRITA O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental para o correto conhecimento da Doutrina Espírita. Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade. Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional e social.
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
O Evangelho Segundo o Espiritismo
O Céu e o Inferno
A Gênese
O que é Espiritismo
Obras Póstumas
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei." Allan Kardec.
A PRÁTICA ESPÍRITA Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: "Dai de graça o que de graça recebestes". A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade. O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior. O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los. A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem. Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã. O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que "o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza". 13
A EVOLUÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO Allan Kardec, em toda a sua obra, procurou demonstrar que o Espiritismo nada tem a ver com o maravilhoso e o sobrenatural, e não guarda relação com nenhum tipo de superstição. Assim, a teoria da evolução no espiritismo está intimamente atrelada à da ciência. Claro, é preciso reconhecer que, na codificação de Kardec, está atrelada ao que se sabia de ciência de sua época, com todas as suas falhas e preconceitos (e daí advém às críticas de que Kardec era racista, e tal). Mas, como o próprio Kardec postulou: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará". Assim, cabe aos espíritas a atualização da doutrina através de um contínuo estudo. O diferencial aqui é que, no espiritismo, toda a explicação da evolução do universo, planetas e seres, se processa de acordo com a ciência, mas possui sua causa em uma inteligência (ou inteligências), durante todo o processo. Creio que seja análoga a Teoria do Design inteligente, que é diferente da Teoria do Criacionismo e do Pastafarianismo.
A FORMAÇÃO DA VIDA NA TERRA Acredita-se que a vida na Terra tenha surgido há cerca de 2 bilhões de anos, e, segundo a teoria que hoje prevalece (de Oparin e Müller), o primeiro ser vivo surgiu da combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva. A fim de romper as moléculas dos gases simples da atmosfera e reorganizar as partes em moléculas orgânicas, era preciso energia, abundante na Terra jovem. Existiam calor e vapor d'água. Tempestades violentas eram acompanhadas de relâmpagos que forneciam energia elétrica. O Sol bombardeava a Terra com partículas de alta energia e luz ultravioleta. Essas condições foram simuladas em laboratório, e os cientistas demonstraram que assim se produzem moléculas orgânicas. Entre elas, estão alguns aminoácidos, os importantes blocos de construção das proteínas, componentes fundamentais da matéria viva. Em seguida, na sequência que conduziu à vida, esses compostos foram levados da atmosfera pelas chuvas e começaram a se concentrar em certas áreas do oceano. Algumas moléculas orgânicas tendem a se agarrar no oceano primitivo, esses agregados provavelmente tomaram a forma de gotas, envolvidos por fina película protetora. Denominam-se esses seres de coacervados. Essas estruturas, apesar de não serem vivas, têm propriedades osmóticas e podem se unir, formando outro coacervado mais complexo. Da evolução destes coacervados, surgem às primeiras formas de vida. Os primeiros seres vivos, segundo se acredita, eram heterótrofos (buscavam o alimento fora deles), habitantes das águas, unicelular e com um único sentido: o tato. Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreve no livro "A Caminho da Luz" que todo esse processo admirável não foi obra do acaso, resultado de forças cegas, inconsequentes, e sim, a consequência de um trabalho bem elaborado dos Espíritos superiores, responsáveis pelo destino de nosso planeta. Emmanuel nos informa que Jesus (ele mesmo) e sua falange de engenheiros, químicos e biólogos siderais estiveram presentes todo o tempo, acompanhando fase a fase o despertar da vida no planeta. Não podemos também desconsiderar a presença do princípio inteligente (que poderíamos chamar de "Deus") que, como "campo organizador da forma", deve ter exercido um papel preponderante no processo de gênese orgânica.
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Emmanuel nos diz: "E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas que envolveu o imenso laboratório em repouso. Daí a algum tempo, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada." Este relato, obviamente que de forma romanceada, sugere elementos da Panspermia, teoria marginalizada pela ciência até poucos anos e que sustenta que o "detonador" da vida na Terra foram elementos provenientes do espaço (trazidos por cometas, meteoritos e nebulosas). Nas questões 43, 44 e 45 de "O Livro dos Espíritos" (de 1857), a Quimiossíntese e a Teoria dos Coacervados, de Alexander Oparin (de 1936), são prenunciadas pelos Espíritos, com palavras diferentes, mas com a mesma ideia.
A EVOLUÇÃO ORGÂNICA Não mais se discute hoje a realidade do processo evolutivo. A evolução das espécies é um fato inquestionável. Através de processos múltiplos e fenômenos diversos, os primeiros seres vivos, unicelulares e simples, foram os precursores de todas as formas complexas de vida. Mas qual o mecanismo dessa evolução? Duas teorias, agindo conjuntamente, sem se excluírem, tentam explicar a evolução: DARWINISMO: lançado em 1859, por Charles Darwin (No livro "A Origem das Espécies"). O Darwinismo se baseia na seleção natural, ou seja, os seres mais aptos sobrevivem, enquanto os menos aptos desaparecem. MUTACIONISMO: teoria que teve em Hugo de Vries seu idealizador baseia-se no conceito de mutação (toda alteração no patrimônio genético dos seres, que se transmite às espécies descendentes). Segundo essa teoria o aparecimento de espécies novas seria o resultado de várias mutações ocorridas nas espécies anteriores. Como o macaco se tornou homíneo até hoje é uma incógnita. Nunca encontramos realmente o "elo perdido", a espécie biológica que represente esta transição. Já chegamos bem perto, mas ainda falta "algo". Tal vácuo dá espaço até para teorias de seres alienígenas que ficaram responsável por esta transição, com alterações in vitro e por meio de reprodução controlada interespécies (teoria esta não de todo maluca, se formos pesquisar nas lendas dos povos antigos, como os sumérios, indígenas e asiáticos) Mas vejamos o pensamento de Kardec, em seu tempo, numa ciência ainda fortemente influenciada pelo modelo grego em que beleza = evolução, vemos no livro "A Gênese", de Allan Kardec, cap. 11, a "Hipótese sobre a origem do corpo humano": Bem pode dar-se que corpos de macaco tenham servido de vestidura aos primeiros Espíritos humanos, forçosamente pouco adiantados, que viessem encarnar na Terra, sendo essa vestidura mais apropriada às suas necessidades e mais adequadas ao exercício de suas faculdades, do que o corpo de qualquer outro animal. Em vez de se fazer para o Espírito um invólucro especial, ele teria achado um já pronto. Vestiu-se então da pele do macaco, sem deixar de ser Espírito humano, como o homem não raro se reveste da pele de certos animais, sem deixar de ser homem. Fique bem entendido que aqui unicamente se trata de uma hipótese, de modo algum posta como princípio, mas apresentada apenas para mostrar que a origem do corpo em nada prejudica o Espírito, que é o ser principal, e que a semelhança do corpo do homem com o do macaco não implica paridade entre o seu Espírito e o do macaco. 15
Admitida essa hipótese, pode-se dizer que, sob a influência e por efeito da atividade intelectual do seu novo habitante, o envoltório se modificou, embelezou-se nas particularidades, conservando a forma geral do conjunto. Melhorados os corpos, pela procriação, se reproduziram nas mesmas condições como sucedem com as árvores de enxerto. Deram origem a uma espécie nova, que pouco a pouco se afastou do tipo primitivo, à proporção que o Espírito progrediu. O Espírito macaco, que não foi aniquilado, continuou a procriar, para seu uso, corpos de macaco, do mesmo modo que o fruto da árvore silvestre reproduz árvores dessa espécie e o Espírito humano procriou corpos de homem, variantes do primeiro molde em que ele se meteu. O tronco se bifurcou: produziu um ramo, que por sua vez se tornou tronco. O tempo passou, aprendemos coisas como ecossistema, beleza só não põe mesa, a natureza não dá saltos, jacarés e ornitorrincos, estão muito bem, obrigado, nada se perde e tudo se transforma etc. A questão evoluiu no espiritismo pelas mãos de Chico Xavier e Emmanuel, que nos esclarecem que muitas das transformações que se verificaram nos seres foram, anteriormente, promovidas em suas estruturas perispirituais, entre uma existência e outra (ou seja, no plano espiritual!). Os Espíritos construtores, sob a supervisão de Jesus, retocavam, em vezes sucessivas, as formas perispiríticas, e estas alterações criariam o campo magnético para as futuras mutações. Conta ainda, que os seres atuais não tinham no princípio da vida, suas formas biológicas totalmente definidas. Experiências múltiplas, no patrimônio genético dos nossos antepassados, coordenadas por geneticistas siderais, foram modelando aquelas formas que deveriam persistir até os tempos atuais. A seleção natural se incumbiria de fazer desaparecer as formas primitivas inaptas. Ou seja, uma mistura de Mutacionismo, Design Inteligente e Darwinismo. Interessante. Emmanuel volta a dizer: Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do invisível. As pesquisas recentes da ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado e outras descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil, são um atestado dos experimentos biológicos a que procederam os prepostos de Jesus, até fixarem no primata as características aproximadas do homem futuro. Os séculos correram o seu velário de experiências penosas sobre a fronte dessa criatura de braços alongados e de pelos densos, até que um dia as hostes do invisível operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual pré-existente dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações. Surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir.
A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL Quanto à origem dos Espíritos, quase nada se sabe. Allan Kardec diz: "Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos”; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem. Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria, por assim dizer, o período de incubação. Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem, como há filiação corporal. Hoje não resta mais dúvida de que os Espíritos, em sua longa trajetória, têm percorrido os diversos reinos da natureza. O pensamento de Léon Denis, de que "a alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem", está plenamente incorporado ao corpo doutrinário do Espiritismo.
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André Luiz, no livro "Mecanismos da Mediunidade" explica que "Temos, hoje, o Espírito por viajante do Cosmo, respirando em diversas faixas de evolução, condicionados nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou". E que tal progresso, estampado no campo mental de cada alma, vai ser condicionado por duas variantes: "o tempo de evolução, ou seja, aquilo que a vida já lhe deu, e o tempo de esforço pessoal na construção do destino, ou seja, aquilo que ele próprio já deu à vida" No livro "No mundo Maior", André Luiz completa o seu pensamento: "Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio". Assim, no reino mineral, o princípio espiritual refletiria a sua presença nas manifestações das forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em característicos sistemas cristalográficos. No reino vegetal, mostraria maiores aquisições pelo fenômeno de sensibilidade celular. No reino animal, o princípio inteligente somaria novas aquisições refletidas nos instintos. No reino hominal, todo esse cabedal de experiências estaria ampliado pelos novos lastros da conscientização, a carregar consigo raciocínio, afetividade, responsabilidade e outras tantas condições que caracterizam esta fase.
REINO MINERAL Acredita-se que antes de unir-se ao elemento material primitivo do planeta, (o "protoplasma", na expressão de Emmanuel), dando início à vida no orbe, o princípio inteligente encontrava-se nos cristais, completando seu estágio de individualização em longuíssimo processo de auto-fixação e, ensaiando aos poucos, os primeiros movimentos internos de organização e crescimento volumétrico. Até hoje constitui fato pouco explicado pela ciência acadêmica, de determinadas substâncias arranjarem-se sob a forma de cristais perfeitamente arrumados segundo linhas geométricas definidas, o que não deixa de ser uma organização, ainda que não um organismo. "O cristal é quase um ser vivente", disse Gabriel Delanne. Naturalmente que não iremos pensar numa inteligência própria da matéria. Todavia, o cientista Jean Emille Charon declarou que "o comportamento das partículas interatômicas revela vida incipiente".
REINO VEGETAL E ANIMAL Após adquirir a capacidade de aglutinar os diversos elementos da matéria em sua peregrinação pelos minerais, o princípio espiritual vai iniciar outra etapa de sua longa carreira evolutiva. Identifica-se com os vírus, logo a seguir com as bactérias rudimentares, as algas unicelulares e, sucedendo-as, com as algas pluricelulares. O princípio inteligente passa então a vivenciar as experiências nos vegetais mais complexos, melhor estruturados, onde ele vai adquirir a capacidade de reagir direta ou indiretamente a qualquer mudança exterior (irritabilidade) e depois a faculdade de sentir, captar e registrar as alterações do meio que o cerca (sensação) – conquistas do princípio espiritual em seu percurso pelo reino vegetal. Mais tarde, assinala-se o ingresso da "energia pensante", no reino animal. O princípio inteligente vai desdobrar-se entre os espongiários, os celenterados, os equinodermos e crustáceos, anfíbios, répteis, os peixes e as aves, até chegar aos mamíferos. Neste imenso percurso, o elemento espiritual estará enriquecendo a sua estrutura energética, aprimorando o seu psiquismo rudimentar e assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, da autopreservação, enfim, dos diversos instintos, preparando-se para a sublime conquista da razão. Afirma-se que a conquista maior do princípio inteligente em sua passagem pelos animais foi o instinto. 17
Denominam-se por instinto as formas de comportamento dos organismos que não são adquiridas durante a vida, mas herdadas. São impulsos naturais involuntários pelos quais os seres executam certos atos de forma mecânica, sem conhecer o fim ou o porquê desses atos (como o gato enterrar suas fezes e urina, ou certos pássaros fazerem seus ninhos de certa forma). No entanto, em muitos animais, especialmente nos animais superiores (macaco, cão, gato, cavalo, burro e o elefante), já identifica-se uma inteligência rudimentar. Além dos atos instintivos, observam-se, às vezes, atitudes que demandam certo grau de perspicácia e lucidez. Seria uma forma primitiva de inteligência relacionada apenas a coisas que importam à autopreservação do animal. André Luiz diz que nos animais superiores observa-se um pensamento descontínuo e fragmentário, a partir do qual vai desenvolver-se o pensamento contínuo do reino hominal.
REINO HOMINAL Afirma André Luiz que, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser automatizado em seus impulsos, no caminho para o reino angélico, despendeu nada menos que um bilhão e meio de anos. Com a conquista da razão, aparecem o raciocínio, a lucidez, o livre-arbítrio e o pensamento contínuo. Até então, o progresso tinha uma orientação centrípeta, ou seja, de fora para dentro; o ser crescia pela força das coisas, já que não tinha consciência de sua realidade, nem tampouco liberdade de escolha. Ao entrar no reino hominal, o princípio inteligente - agora sim, Espírito - está apto a dirigir a sua vida, a conquistar os seus valores pelo esforço próprio, a iniciar uma evolução de orientação centrífuga (de dentro para fora). Mas a conquista da inteligência é apenas o primeiro passo que o Espírito vai dar em sua estadia no reino hominal. Ele deverá agora se iniciar na valorosa luta para conquistar os valores superiores da alma: a responsabilidade, a sensibilidade, a sublimação das emoções, enfim, todos os condicionamentos que permitirão ao Espírito alçar-se a caminho da evolução.
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OS EXILADOS DE CAPELA Nesse mesmo período, no planeta Capela, localizado na constelação do Cocheiro, distante 45 anos-luz de nosso planeta Terra (Arthur Stanley, físico inglês, o descreve como: “uma estrela gasosa, e de matéria tão fluídica que sua densidade pode ser confundida com a do ar que respiramos”), terminava um ciclo evolutivo e entrava numa nova fase de evolução, o mesmo acontecendo com o planeta Terra, mas numa etapa inferior à dos Capelinos. Era chegada a hora para o povo terrestre evoluir e crescer espiritualmente e, para isso, havia necessidade de orientação de um povo mais evoluído. Em Capela, aqueles que não atingiram o grau de evolução do planeta acabaram sendo expurgados para o planeta terra. Esse intercâmbio é comum e são determinados pelas COMUNIDADES ESPIRITUAIS DIRETORAS DO COSMO. Para o povo terreno seria uma ajuda necessária e para os exilados uma empreitada angustiante, mas necessária para evolução de cada um. As reencarnações dos Capelinos começaram em diversos núcleos por todo o Globo, principalmente entre os chineses que eram os mais avançados em organização e homogeneidade. Eram espíritos evoluídos em relação aos espíritos que viviam na Terra, mas que tinham na bagagem os erros do antigo mundo, com seus valores materiais. Foram tempos de mudanças evolutivas no planeta. Transformações climáticas e terrenas dolorosas para os homens. Os Capelinos eram mais evoluídos e foram considerados semideuses. Trouxeram o conhecimento necessário para a sociedade primitiva terrena mudar, desde as escolhas dos núcleos, delimitações de territórios, e regras para viverem nas comunidades. Muitos documentos pesquisados fazem menção desses acontecimentos. Os livros de Kardec deixam claro essa miscigenação de espíritos de outros Orbes com os primitivos do planeta. Os Capelinos se desenvolvem e trazem novos conhecimentos para os primitivos. É início do processo para a homogeneidade das raças, que na época não era possível devido às diferentes condições morais de todos. Os Capelinos tinham a esperança de voltarem para a terra natal e os diversos grupos da época transformaram esse desejo como a salvação para o paraíso e que viria através de um messias. Todos os espíritos eram orientados antes de reencarnarem, mas quando encarnados, não puderam seguir as orientações por causa das manipulações terrenas cheias de cultos exclusivistas, adotando rituais com matanças de homens e animais, prejudicando a evolução moral. A vinda do “Salvador” foi prevista em todos os lugares do mundo e em diversas épocas. Na maioria das vezes sabiam que nasceriam de uma mulher virgem e que depois esse mesmo espírito seria maltratado. Até no Egito sua vinda foi registrada em hierógrafos. Jesus encarna em plena glória do Império Romano, em um lugar localizado entre a Galiléia e Jerusalém, marcando a abertura do ciclo do comportamento dos homens em acordo com os ensinamentos trazidos pelos enviados em outros tempos. Infelizmente o homem não entendeu o recado e acabaram escolhendo procurar a escuridão, se entregando aos abismos do atraso para a evolução. Mesmo avisados do que estaria para acontecer no futuro, não acataram os avisos divinos.
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Hoje, estamos no momento desses avisos e o planeta chegou à fase de transição para uma nova etapa evolutiva. Os espíritos (encarnados e desencarnados) mais evoluídos moralmente continuarão sua evolução na Terra, em um novo céu (com a mudança do eixo polar muda a posição das estrelas em relação a nós) e uma nova terra (os deslocamentos, afundamentos e surgimento de continentes) e os espíritos menos evoluídos, serão transferidos para um novo planeta mais atrasado que esse para continuarem sua evolução e ajudar a outros povos daquele planeta. Essa transformação é devido à aproximação de um astro (assunto muito polêmico entre os cientistas) ao nosso orbe, fazendo o eixo da terra mudar de posição, provocando terremotos, erupções, deslocamentos de terra e outros eventos catastróficos. Acontecerá um despovoamento em nosso planeta e apenas um terço de todo o orbe sobreviverá.
AS REVELAÇÕES ESPÍRITAS Nosso Mestre ou Cristo autorizou que mensageiros divinos, através da mediunidade ou encarnados, viessem a Terra trazer a verdade em diversas épocas diferentes, no auxílio da evolução humana, provando a imortalidade dos homens e a existência da vida paralela ao nosso mundo, suas hierarquias espirituais e os diferentes tipos de mundos. Esses princípios podem ser encontrados em vários códigos religiosos e filosóficos, adotados pelos seus seguidores como verdades divinas. Hoje, estamos ampliando com mais clareza nossos conhecimentos. Cristo cumpriu suas promessas em nos trazer à verdade e o conhecimento, não deixando seus irmãos. (O derrame dos Dons Mediúnicos para que a verdade seja dita). Assim, os apóstolos foram recebendo suas mensagens para repassarem aos seus guiados depois da morte de Jesus. Emmanuel e outros Espíritos vêm preparando aos poucos o homem para que esse busque a preparação para o fim do ciclo que está se findando e para o novo mundo renovado do nosso Terceiro Milênio. Esse novo expurgo foi predito por Jesus Cristo, anunciado antes pelos profetas hebreus, por João, no apocalipse e pelos emissários da Terceira Revelação. Assim, pois, estamos no princípio das dores e um pouco mais os sinais dos grandes tormentos estarão visíveis no céu e na Terra, não havendo mais tempo para tardios arrependimentos. Os polos se tornarão habitáveis e a Terra se renovará em todos os sentidos e, seus novos habitantes, serão de espíritos mais evoluídos e mais felizes. Apenas 1/3 da humanidade se encontrará encarnada. Nessa nova fase o planeta firmará um período de vida moral mais perfeita fazendo os ensinamentos dos Evangelhos Cristãos se tornarem realidade. Através da busca da espiritualização, superação das dores e construção de uma nova sociedade, a humanidade caminha para a regeneração das consciências. Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057. Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este é o caminho. Capítulos do livro “Plantão De Respostas “ - Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
NÃO HÁ MAIS TEMPO! "BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS PORQUE ELES HABITARÃO A TERRA" 20
O VALOR DA PRECE Rezar pode ajudar na cura de enfermidades. A medicina moderna começa a descobrir e a comprovar os laços que unem a saúde física à vida espiritual. Prece é uma palavra que vem do latim e significa discurso, oração, súplica religiosa, pedido dirigido a Deus, sermão e agradecimento. A Prece faz parte dos preceitos de todas as religiões. Na verdade, orar é reconhecer a grandeza e o amor do Pai Celeste por nós. ''A criatura que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de inexprimível significação. Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas, revela a nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores''. Francisco C. Xavier, em Missionários da Luz, Cap. 6 . Quando dizemos “Pai Nosso, que estais no Céu, santificado seja o vosso nome”, usando esta ou aquela forma verbal, nesta ou naquela atitude física, estamos, invariavelmente, louvando a Deus, sua Misericórdia e sua Justiça, porque ao Criador estamos elevando nosso pensamento respeitoso e agradecido, confiante e sincero. A Oração é a elevação de nossa alma para Deus, e é por ela que entramos em comunicação com Ele e Dele nos aproximamos.
PRECISAMOS ORAR COM FÉ Às vezes, por desespero, queremos uma solução imediata e não percebemos que a resposta pode estar no próprio problema. Por exemplo, pedimos a cura para uma doença, sem nos apercebermos que a enfermidade pode ser necessária para a nossa cura espiritual. O homem, geralmente, só vê o presente, mas se o sofrimento for útil para a sua felicidade futura ele virá ao seu encontro. O que Deus lhe concederá será a coragem, a paciência, a compreensão e a resignação para enfrentá-lo. E, ainda, os meios para se livrar das dificuldades. O esforço, entretanto, será sempre nosso. Precisamos transformar as preces em ação, trabalho, realização em favor da vida e do próximo. Quando fizer a prece, recolha-se em seu coração. Faça silêncio e irá escutar o murmúrio de Deus através dos ouvidos da alma.
O BENEFÍCIO DA PRECE Ela nos traz paz, harmonia e consolo, portanto, ela é indispensável ao nosso bem-estar emocional e espiritual. É o melhor alimento para o equilíbrio do nosso espírito. Quem ora alcança as bênçãos que necessita. Nossos pedidos devem estar em sintonia com o amor e perdão. Através dela, temos a oportunidade de praticar a Lei de Amor, em favor do nosso semelhante e nós mesmos. Mais ainda, quem ora recebe a ajuda dos benfeitores espirituais, que nos amparam e auxiliam quando necessitamos.
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PAI NOSSO PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS, SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME. A palavra Pai refere-se a Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; Céu significa o universo, os diversos mundos habitados. Santificado seja o vosso nome mostra que devemos crer no Senhor, porque tudo revela o seu poder e sua bondade. A harmonia do universo, testemunha essa sabedoria. Por isso, todos deveriam reverenciar o seu nome em quaisquer circunstâncias. De acordo com o Espírito Emmanuel, “a grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas. Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz. De início o Mestre Divino lança lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas... Em seguida, com um simples adjetivo possessivo, o Mestre exalta a comunidade. Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas”. (Xavier, s.d.p., p. 167).
VENHA O VOSSO REINO Deus apresentou-nos leis cheias de sabedoria e que fariam a nossa felicidade se as observássemos. Obedecendo a essas leis, que estão escritas em nossa consciência, faríamos reinar entre nós a paz e a justiça. Praticando a excelsa caridade, todos nos ajudaríamos mutuamente, expulsando por completo o mal de nosso planeta, pois todas as misérias vêm da violação dessas leis, porque não há uma só infração que não tenha consequências fatais.
SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, NA TERRA, COMO NO CÉU. Sabemos que a submissão é um dever do inferior para com o superior, do filho com relação ao pai. Não haveria uma razão ainda maior de nossa submissão com relação Àquele que nos criou. Ainda nos falta um sentido para compreender a existência de Deus. Contudo, conforme formos depurando o nosso Espírito do jugo da matéria, vamos também aumentando a nossa capacidade de conhecer os atributos da divindade. A atitude fundamental da prece deve ser de obediência, de adesão à vontade de Deus, de harmonização entre nós e a sua Lei, que é perfeita. Acontece que dada a nossa imperfeição oramos às avessas, ou seja, ao invés de nos conformarmos com a Lei queremos burlá-la, tornando senhores de Deus, através de pedidos de ordem inferior. O Espírito Emmanuel comenta esta passagem dizendo-nos que é comum a alteração dos votos que formulamos ao alto. Muitas petições endereçadas à Vida Maior, em muitas ocasiões, quando atendidas, já nos encontram modificados por súplicas diferentes. Ele afirma: “Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da vida para percebermos que muitas daquelas que nos afiguram bens resultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração”. (Xavier, 1986, p. 318)
DAI-NOS O PÃO DE CADA DIA “Dai-nos o alimento para a manutenção das forças do corpo; dai-nos também o alimento espiritual para desenvolvimento do nosso Espírito... Uma vez que a lei do trabalho é a condição do homem na Terra, dai-nos a coragem e a força para cumpri-la; dai-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não lhe perder o fruto”.
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Inspira-nos sempre bons pensamentos para que tenhamos em mente um trabalho profícuo. E se, porventura, a sociedade nos recusar tal ocupação, que saibamos ter a necessária resignação para com a vontade divina a nosso respeito. O Espírito Emmanuel, em Fonte Viva, capítulo 18 (Não Somente), traça alguns pensamentos a respeito da relação entre os cuidados materiais e os espirituais. Não somente o agasalho, a beleza física, o domicílio confortável e os títulos honrosos, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma, a formosura e a nobreza dos sentimentos, a casa invisível dos princípios edificantes e as virtudes que enriqueçam a consciência eterna.
PERDOAI AS NOSSAS DÍVIDAS COMO NÓS AS PERDOAMOS ÀQUELES QUE NOS DEVEM. PERDOAI NOSSAS OFENSAS, COMO PERDOAMOS ÀQUELES QUE NOS OFENDERAM. “Cada uma das nossas infrações às vossas leis, Senhor, é uma ofensa para convosco, e uma dívida contraída que nos será preciso, cedo ou tarde, pagar. Para elas solicitamos o perdão de vossa infinita misericórdia, sob a promessa de fazer esforços para não contrair novas dívidas”. Um estudo acurado sobre o perdão leva-nos a interpretá-lo de forma diferente daquela que é feita simplesmente pela repetição de frases feitas. Falamos que devemos perdoar não sete, mas setenta vezes sete vezes, que devemos esquecer a ofensa, que devemos nos ajustar com o adversário enquanto estivermos a caminho. Mas, na prática, como é que funciona? Estamos bem longe de praticar esses atos com conhecimento de causa. Muitos até dizem: eu perdoo, mas não quero mais vê-lo na minha frente. A prática correta do perdão, a que estabelece o esquecimento da ofensa, tem valor científico. Em primeiro lugar, como o acaso não existe, tudo o que se nos acontece deve ser bem meditado. Antes de maldizer o ofensor, o correto seria agradecer a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho para ser motivo de nossa paciência. Uma coisa que deve ficar clara: ninguém ofende ninguém. A ofensa é subjetiva e, como tal, somente nos sentiremos ofendidos se assim o interpretarmos. A ofensa é, antes de tudo, um agravo à Lei de Deus. Nesse sentido, o ofensor feriu-se a si mesmo, pois se desviou da lei de Deus e deverá, cedo ou tarde, fazer o seu ajustamento. Diante desse ensinamento, nunca deveríamos, em hipótese alguma, fazer justiça com as próprias mãos, pois ao invés de eliminar um mal estaremos cometendo outro. Não se apaga o fogo com mais fogo, mas com água.
NÃO NOS ABANDONEIS À TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DO MAL. “Dai-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus Espíritos que tentarem nos desviar do caminho do bem, nos inspirando maus pensamentos”. Cada imperfeição é uma porta aberta à sua influência, ao passo que nada podem, e renunciam a todas as tentativas, contra os seres perfeitos. Por isso deveríamos nos humilhar diante da dor e do sofrimento, rogando forças para eliminar de nós mesmos a imperfeição, a tentação, que é atrai os Espíritos menos felizes.
ASSIM SEJA Esperamos que os nossos desejos se cumpram! Mas nos inclinamos diante a vossa sabedoria infinita. Sobre todas as coisas que não nos é dado compreender, que seja feito segundo a vossa vontade e não segundo a nossa, porque não quereis senão o nosso bem, e sabeis melhor do que nós o que nos é útil. 23
O PAI NOSSO DOS TEMPLARIOS SENHOR perdoa-me se não rezo a oração que teu filho nos ensinou, pois, julgo-me indigno de tão bela mensagem. Refleti sobre esta oração e cheguei às seguintes conclusões: Para dizer o “PAI NOSSO”, antes devo considerar todos os homens, independentemente de sua cor, raça, religião, posição social ou política, como meus irmãos, pois eles também são teus filhos; devo amar e proteger a natureza e os animais, pois se tu és meu pai, também és meu criador, e quem criou a mim, também criou a natureza. Para dizer “QUE ESTAIS NO CÉU”, devo antes fazer uma profunda análise em minha consciência, procurando lembrar-me de quantas vezes te julguei como um celestial pai, pois, na realidade, sempre vivi me preocupando com coisas materiais. Para dizer “SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME” devo antes verificar se não cometi sacrilégios ao adorar outros deuses acima de ti. Para dizer “VENHA A NÓS O VOSSO REINO”, devo antes examinar minha consciência e procurar saber se não digo isso apenas pôr egoísmo, querendo de ti tudo, sem dar em troca. Para dizer “SEJA FEITA A VOSSA VONTADE”, devo antes buscar meu verdadeiro Ser e deixar de ser um falso cristão, pois a tua vontade é a união fraternal de todos os seres que criastes. Para dizer “ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU” devo antes deixar de ser mundano e me livrar dos desenfreados prazeres, das orgias, do orgulho e do egoísmo. Para dizer “O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAÍ HOJE”, devo antes repartir o pão que me destes com os meus irmãos mais carentes e necessitados, pois é dando que se recebe; é amando que se é amado. Para dizer “PERDOAIAS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO”, devo antes verificar se alguma vez tornei a estender a minha mão àquele que me fez chorar; pois só assim terei perdoado àquele que me ofendeu. Para dizer “E NÃO NOS DEIXAI CAIR EM TENTAÇÃO, MAIS LIVRAI-NOS DO MAL”, devo antes deixar limpo o foco de meus pensamentos; e amparar os aleijados, ajudando a construção de um mundo melhor. E finalmente para dizer “AMÉM” deverei fazer tudo isso agradecendo ao meu criador, cada segundo de minha vida, como a maior dádiva que poderia receber. No entanto Senhor, embora procure assim proceder, ainda não me julgo suficientemente forte, no intuito de tudo isto te prometer e cumprir. Por isso perdoa-me Senhor toda a minha imperfeição, mas estou lutando sinceramente para um dia rezar essa oração que Jesus nos ensinou com verdadeira convicção de espírito e pureza de coração.
PELA PRECE PODEMOS FAZER TRÊS COISAS
LOUVAR, PEDIR E AGRADECER. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 659).
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PAI NOSSO DA UMBANDA Pai nosso que estais no céu, nas matas, nos mares e em todos os mundos habitados. Santificado seja o teu nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas, pela luz e pelo ar que respiramos. Que o teu reino, reino do bem, do amor e da fraternidade, nos una a todos e a tudo que criastes em torno da sagrada Cruz, aos pés do divino salvador e redentor. Que a tua vontade nos conduza sempre para o culto do amor e da caridade. Dai-nos hoje e sempre a vontade firme para sermos virtuosos e úteis aos nossos semelhantes. Dai-nos hoje, o pão do corpo, o fruto das matas e a água das fontes para o nosso sustento material e espiritual. Perdoa, se merecermos, as nossas faltas e dá o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam. Não nos deixe sucumbir ante a luta, dissabores, ingratidões, tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria. Envia-nos pai, um raio de tua divina complacência, luz e misericórdia para os teus filhos pecadores que aqui habitam, pelo bem da humanidade, nossa irmã.
PRECE DE CÁRITAS Deus nosso pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; coloque no coração do homem a compaixão e a caridade, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai! Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé. Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos. Oh Poder! Oh Bondade! Oh Beleza! Oh Perfeição! E queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia. Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem. Assim Seja.
ORIGEM DA PRECE A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações: "Como servir a religião espiritual" e "A esmola espiritual". CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma das grandes médiuns de sua época Mme. W. Krell - em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe. Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.
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O FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL Constitui-se na própria matéria primitiva, da qual derivam todas as demais formas de matéria e energias. Preenche todos os vazios do espaço universal infinito em seus diferentes estados, estando presente em toda a natureza. Por ser o elemento gerador de todo o restante das manifestações materiais e energéticas, guarda similaridade e afinidade com estas, podendo, muito facilmente, sob a ação de uma vontade, interagir com todas, inclusive mudando suas propriedades físicas, temporária ou permanentemente. Para que o Espírito possa exercer ação sobre a matéria (corpo), tem que se juntar o Fluido Cósmico Universal que é um elemento semimaterial simples e primitivo, pois, é ele que desempenha o papel intermediário entre o Espírito e a matéria grosseira e cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da natureza. Essas transformações e modificações do princípio elementar do universo assumem estados que variam desde o estado fluídico ou etéreo (no plano espiritual), até a condensação ou materialização (no plano físico). Nas questões 17 a 36 do Livro dos Espíritos, os espíritos codificadores tratam deste assunto: "Esse fluido universal, primitivo, ou elementar, sendo o agente que o Espírito utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de dispersão e nunca adquiriria as propriedades que a força da gravidade lhe dá". Dizem ainda que os sabores, os odores, as cores, e os sons não passam de modificações de uma única molécula primitiva, acrescentando que "aquilo que chamais molécula ainda está longe da molécula elementar". Assim como a matéria visível se combina para formar o opaco e o transparente, também o FCU forma "a matéria etérea e sutil que é imponderável para vós, mas nem por isso deixa de ser o princípio de vossa matéria pesada".
"É o que se deve entender quando dizemos que tudo está em tudo” (Questão 33 de O Livro dos Espíritos)
O entendimento de que tudo, mundos e criaturas, provêm do mesmo Criador, nos traz a noção de todos sermos irmãos. A compreensão de que, na totalidade do universo, estamos imersos no mesmo fluido universal, interligando tudo e todos, faz perceber que somos irmãos muito próximos, estejamos em lados opostos da Terra ou em mundos sitos a milhões de anos-luz de distância do planeta que ora habitamos. O que pensamos, dizemos e fazemos, ecoa por todos os mundos; influi nessa teia energética que a todos interconecta e, portanto, faz toda a diferença. Nossa escolha por vencer nossas más tendências, traduzidas por ações em prol do Bem do próximo, irradia vibrações de frequências mais elevadas — e, portanto, de maior energia — nesse fluido. Evolui a atmosfera psíquica ao nosso redor e, por extensão, do próprio Universo. Eis o nosso compromisso. Como antenas emissoras e receptoras de radiofrequência, emitimos e recebemos pensamentos constantemente. Nossos pensamentos, como energia que são se propagam por meio do fluido universal, razão pela qual Espíritos podem “ouvir” nossos pensamentos e se afinar com os mesmos, independente de qualquer conotação de mediunidade ostensiva. Estamos todos conectados através de nossas vibrações.
SOMOS PURA ENERGIA EM TRANSFORMAÇÃO É tão simples perceber, reconhecer, compreender, valorizar, nutrir e cuidar desta Energia que Somos para se tornar possível utilizá-la e aplicá-la em nossas vidas e nas daquelas pessoas a quem amamos. É fácil usufruir os seus poderes mais profundos. Para isso, nos basta tomar consciência de nós mesmos, mantendo com esforço, em nossa continuidade, o exercício do mais amplo Amor que nos for possível, agora. 26
OS ESPÍRITOS São os seres inteligentes criados por Deus e que habitam o universo, quer estejam encarnados ou desencarnados. Todos nós, os seres humanos, somos espíritos. A criação dos Espíritos por Deus é permanente, sempre os criou, continua criando e sempre os criará. O Espírito numa primeira fase do seu desenvolvimento passa por uma série de existências que precedem o período a que chamais Humanidade. (reino mineral -> reino vegetal -> reino animal -> e finalmente o reino hominal). A cada um Deus deu uma determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de fazê-los chegar progressivamente à perfeição pelo conhecimento da verdade. Passando pelas provas é que os Espíritos adquirem o conhecimento. Uns, aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta acertada, em relação àqueles que só reclamam. O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Não haveria liberdade, se a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa está nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. O progresso é a lei da natureza. A essa lei todos os seres da criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. Segundo Allan Kardec “tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto”. Todos nós, Espíritos imortais, ao sermos criados, partimos de um mesmo ponto, recebendo como herança a capacidade de progredir, em medida absolutamente igual, em consonância com a indefectível justiça de Deus. Ao longo dos milênios sucessivos, através do esforço evolutivo individual, vamos revelando a luz divina que trazemos dentro de nós, conforme se depreende da recomendação de Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens”. A evolução do Espírito se efetiva através de inúmeras vidas sucessivas, que oferece-lhe oportunidades variadas de incorporar em si as experiências que o meio lhe propicia, num processo que se pode chamar de desenvolvimento da inteligência e das virtudes que lhe são imanentes. Essa visão da evolução do Espírito é muito clara no Espiritismo. Os Espíritos são incorpóreos, indivisíveis e sem forma definida para nós, sendo sua natureza diferente da matéria, não podemos percebê-lo. Analisando-o por seus efeitos, podemos dizer que ele é um clarão, uma chama, uma centelha etérea, de coloração variada, que vai desde o aspecto escuro e opaco até uma cor brilhante e clara, conforme sua evolução. Os Espíritos não tem sexo, podendo animar corpos de homens ou de mulheres. Eles podem movimentar-se com a rapidez do pensamento e a matéria (terra, água, fogo, ar, etc.) não constitui obstáculo para o Espírito. O Espírito atua sobre os fluidos cósmicos universais em seus diferentes estados, produzindo com isso, variados efeitos. Quando um Espírito reencarna, é pelo perispírito que se liga à matéria. Isso porque o Espírito é imaterial, necessitando de um intermediário, para que possa manifestar-se no mundo físico. Ao morrer o corpo, o Espírito se desliga dele e retorna ao estado totalmente liberto da matéria, é a desencarnação. A cada novo estágio na erraticidade, novas maravilhas do mundo invisível se desdobram diante do seu olhar, porque, em cada um desses estágios, um véu se rasga. AO MESMO TEMPO, SEU ENVOLTÓRIO FLUÍDICO SE DEPURA; TORNA-SE MAIS LEVE, MAIS BRILHANTE E MAIS TARDE RESPLANDECERÁ.
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O PERISPÍRITO OU PRINCÍPIO VITAL CORPO FLUÍDICO. Ele tem sua origem no fluido cósmico universal. É o que chamamos de fluido magnético, ou fluido elétrico animalizado. É o intermediário, o elo existente entre o Espírito e a matéria, é uma espécie de envoltório semimaterial, tem a mesma forma do corpo físico. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro (corpo). O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode se tornar visível e mesmo tangível, como sucede nas aparições. O Espírito extrai o seu envoltório semi-material do fluido ambiente do planeta em que vai habitar. Daí resulta que esses elementosdevem variar segundo os mundos e o adiantamento moral do Espírito encarnante
O perispírito é composto pela quintessência dos elementos combinados e acumulados no somatório das experiências reencarnatórias anteriores. Evolui e progride com o Espírito, pois, a cada passo do seu progresso, o Espírito vibra em ambientes mais sutis, tirando daí a sua "matéria", tornando-se o perispírito tanto mais sutil e menos material, quanto mais elevado e perfeito for o indivíduo. Se o espírito passa a outro mundo, só as porções mais identificadas com o mundo que está deixando se desagregam; somente seus elementos mais grosseiros voltam ao fluido universal desse mundo. Persistem integradas ao espírito as partes menos densas do seu invólucro fluídico, agora, mais predispostas a se articularem ao fluido universal do mundo mais adiantado a que já pode ir. É assim que 'o espírito [sempre com perispírito] se reveste da matéria própria de cada mundo. Já se disse que o espírito é uma flama, uma centelha. Isto se aplica ao espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, ao qual não saberíamos dar uma forma determinada. EM QUALQUER DE SEUS GRAUS, ELE ESTÁ SEMPRE REVESTIDO DE UM INVÓLUCRO OU PERISPÍRITO, CUJA NATUREZA SE ETERIZA À MEDIDA QUE ELE SE PURIFICA E SE ELEVA NA HIERARQUIA. O PERISPÍRITO, portanto, FAZ PARTE INTEGRANTE DO ESPÍRITO, como o corpo faz parte integrante do homem. Conceito introduzido por André Luiz em Evolução em Dois Mundos, psicografia de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira: "... o corpo espiritual retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação". André Luiz ensina que é mediante o perispírito que o Espírito encarnado rege a atividade funcional dos órgãos de seu corpo carnal. Há, pois, no homem três coisas essenciais: primeiro: a alma ou Espírito, princípio inteligente que abriga o pensamento, à vontade e o senso moral; segundo: o corpo, envoltório material que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior; terceiro: o perispírito, envoltório fluídico, leve, imponderável, servindo de liame e de intermediário entre o Espírito e o corpo.
ESPÍRITO
PERISPÍRITO
MATÉRIA
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O DUPLO ETÉRICO Funciona como um manto protetor ao ser encarnado, sua função primordial é servir de ligação entre o perispírito e o corpo carnal, promovendo vitalidade e este. Funciona como um filtro que absorve e recicla as energias vitalizadoras que passam a percorrer entre eles, protegendo o ser de cargas negativas que podem gerar desequilíbrios e doenças. Quando os elementos: espiritual, perispiritual e físico se contataram, observou-se a necessidade de haver um filtro que absorvesse e reciclasse as energias vitalizadoras que passariam a percorrer essas três entidades, assim, criou-se o filtro conhecido como "duplo etérico", que é a sede dos centros de captação de energia, o elo mais tênue, que liga o corpo ao seu perispírito, ou o mais denso, que une o perispírito e o espírito ao seu corpo físico momentâneo. O duplo etérico, composto por energias bastante densas, quase materiais, mas ainda ocultas da visão humana, é o responsável pela repercussão vibratória direta do perispírito sobre o corpo carnal. Sua atividade principal é filtrar, captar e, por isso mesmo, canalizar para o corpo físico todas as energias que deverão alimentá-lo. Esta comunicação é feita através dos chacras, que captam as vibrações do espírito e as transferem através dos plexos para as regiões correspondentes na matéria física. O Duplo Etérico é uma reprodução exata do corpo físico denso, partícula por partícula, interpenetrando o corpo físico e ultrapassando a epiderme de mais ou menos meio centímetro. Ele é "etérico" por ser constituído por éter físico emanado do próprio planeta Terra e funciona com êxito tanto no limiar do plano espiritual como do plano físico. Sua textura varia conforme o tipo biológico humano, ou seja, será mais sutil e delicado nos seres superiores e mais densos nas criaturas primitivas. Algumas criaturas que sofreram mutilação de um ou mais membros de seu corpo se queixam de dores nesses órgãos físicos amputados. Essa sensibilidade ocorre porque a operação cirúrgica não foi exercida sobre o duplo etérico, que é inacessível às ferramentas do mundo material. Assim, são comuns as pessoas sem pernas ou braços ainda conservarem certa sensibilidade reflexa por algum tempo, transmitida para sua consciência através de seus correspondentes membros etéricos. O corpo etérico é o principal responsável pela elaboração do ectoplasma, portanto participa diretamente na mediunidade de efeitos físicos e materialização dos espíritos, é a reprodução exata do corpo físico e se distancia ligeiramente da epiderme formando uma cópia vital e de contornos iguais. Os chacras do duplo etérico são temporários, existem enquanto o corpo existir, os do perispírito são permanentes, cada qual com uma localização e função principal, em correspondência com uma região de plexos nervosos do corpo físico.
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AS ENERGIAS CÓSMICAS Os seres humanos se nutrem de alimentos líquidos ou sólidos (que recebem através do aparelho digestivo), do ar atmosférico (através do aparelho respiratório), mas também se nutrem de energias cósmicas e espirituais. André Luiz no livro (Missionários da Luz) afirma que: “Descem sobre a fronte humana, em cada minuto, bilhões de raios cósmicos, oriundos de estrelas e planetas amplamente distanciados da Terra, sem nos referirmos aos raios solares, caloríficos e luminosos, que a ciência terrestre mal começa a conhecer. Os raios gama, provenientes do radium que se desintegra incessantemente no solo e os de várias expressões emitidas pela água e pelos metais, alcançam os habitantes da Terra pelos pés, determinando consideráveis influenciações. E em sentido horizontal, experimenta o homem a atuação dos raios magnéticos exteriorizados pelos vegetais, pelos irracionais e pelos próprios semelhantes”. Isto sem contar as emanações psíquicas dos seres desencarnados que rodeiam a Terra e os raios expedidos pela prece, envolvendo a todos numa permuta incessante na cura do corpo, renovação da alma e na iluminação da consciência. Existem inúmeras formas de expressão daquilo que chamamos de energia. A que nutre a tudo e a todos, a todo instante e no universo inteiro chama-se energia cósmica. Há inúmeras formas de conexão conscientes e inconscientes. Algumas pessoas têm mais facilidade de acesso que outras e o fluxo de energia é mais ou menos intenso de acordo com a limpeza dos canais internos de comunicação individuais. Não existe o critério de merecedor ou não merecedor. Ela está disponível para que todos os seres se beneficiem. Cada pessoa se inclui ou se exclui nesse processo universal. Também não existe um lugar específico nem tampouco fórmulas secretas só para privilegiados. É tão simples perceber, reconhecer, compreender, valorizar, nutrir e cuidar desta Energia que Somos para se tornar possível utilizá-la e aplicá-la em nossas vidas e nas daquelas pessoas a quem amamos. É fácil usufruir os seus poderes mais profundos. Para isso, nos basta tomar consciência de nós mesmos. Através de nossa capacidade criativa e criadora, através de nossos sentimentos e pensamentos, através de nossas mãos, de nossas peles, em livre expressão, estamos sempre doando e recebendo pura energia, mesmo estando inconscientes disso! É assim que subimos degraus evolucionais e cumprimos algumas leis cósmicas que regem, especialmente, a nossa evolução espiritual, mental e física. A ENERGIA VITAL REALIZA CURAS E DETERMINA A HARMONIA OU A DESARMONIA EM TODAS AS ÁREAS DA VIDA. O EQUILÍBRIO DA NOSSA ENERGIA MANTÉM A SAÚDE EM QUALQUER DE NOSSAS ESTRUTURAS CORPORAIS. TUDO SE CRIA, SE MANIFESTA, SE REPRODUZ, SOBREVIVE, EXPRESSANDO PURA ENERGIA! Assimilar as energias cósmicas e espirituais é função dos centros de força (ou centros vitais) que se localizam em nosso perispírito. Os centros de força captam e metabolizam essas energias transferindo-as para o corpo físico, através do Duplo Etérico e, ativam os sistemas por eles comandados. Agem como transformadores ou filtros.
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CENTROS DE FORÇA OU CHACRAS O nosso “Corpo Espiritual” é regido por “sete Centros de Força”, dispostos desde a base da coluna vertebral até o alto da cabeça e cada um corresponde a uma das “sete glândulas” do corpo humano. São terminais captadores, acumuladores e distribuidores de energia vital que trabalham em sintonia entre si e, através dos quais o nosso corpo psíquico (mente) interage com o nosso corpo físico, através de ramificações dos plexos, relacionando todo o sistema nervoso de nosso organismo. São pontos de interseção entre vários planos e, através deles, nosso corpo etérico (duplo etérico) se manifesta mais intensamente no corpo físico. A palavra chacra, de origem sânscrita, quer dizer "roda" ou "pires" que, em seus movimentos formam uma depressão no centro; portanto, seu significado etimológico é "disco giratório". Os chacras têm o formado de um disco, com o diâmetro de mais ou menos cinco centímetros. Quando bem ativado sua forma comum de um disco chato, transforma-se em um vórtice, girando lenta ou rapidamente, dependendo de cada caso. Esse vórtice tem a aparência daquele rodamoinho que se forma quando soltamos a água retida numa pia. No indivíduo primitivo, se apresentam em cores escuras, de diâmetro reduzido, com giro lento. No homem comum, formam círculos quase sem brilho. Num corpo saudável, todos esses vórtices giram a uma grande velocidade, permitindo que a energia flua por intermédio do sistema endócrino. Mas, se um desses centros começa a diminuir a velocidade de rotação, o fluxo de energia fica inibido ou bloqueado; e disso resulta o envelhecimento ou a doença. Os Espíritos assimilam energias das mais diversas, de forma contínua, automática e inconsciente, em decorrência de seu maior ou menor equilíbrio físico e espiritual. O Perispírito metaboliza essas energias nos Centros de Força e as distribui em nosso organismo. Eles se situam, par a par, uma parte no corpo Astral e a contra parte no Duplo Etérico. Assim, temos do chacra Coronário, o seu lado no corpo Astral e a contra parte do mesmo chacra Coronário no Duplo Etérico. Da mesma forma são todos os demais. Quando os corpos estão acoplados, como acontecem durante a vigília, às partes dos chacras se acoplam correspondentemente umas às outras, como se fossem colchetes. A extremidade do vórtice do chacra, que é o ponto de contato com o corpo Físico, está diretamente conectada com algum centro de feixe de nervos, ou plexo, para o qual transfere a energia canalizada. O vórtice do chacra incrustado na camada exterior do corpo Astral, e sua extremidade tocando o centro de ramificação de um plexo nervoso.
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O sistema nervoso é complexo e se distribui em todo o corpo físico em verdadeira rede de eletricidade, sendo responsável por monitorar e coordenar as atividades dos músculos, a movimentação dos órgãos. Existem inúmeros plexos no nosso corpo; mas alguns são considerados de maior importância, pela localização e pelo trabalho que realizam. Sob o comando simultâneo e automático da mente do Espírito, os Centros de Força transferem o Fluido Cósmico Universal e as energias espirituais para os plexos. Nas células, por processo ainda desconhecido, o Fluido Cósmico é transformado em Fluido Vital. No Perispírito, entretanto, tratam-se de centros de forças estáveis e definitivos, que não se decompõem com a desintegração do corpo físico, pois são órgãos preexistentes desse corpo imortal. À medida que o corpo físico vai se constituindo e se desenvolvendo, a partir de seu molde preexistente – o Perispírito, o duplo etérico também vai se formando pela emanação do fluido vital e consolidando-se como fiel intermediário das sensações físicas para o Espírito; e deste para a consciência física. Estes discos energéticos comandariam, com as suas “superfunções”, as diversas zonas nervosas e de modo particular o sistema neurovegetativo, convidando, através dos genes e do código genético, ao trabalho ajustado e bem ordenado da arquitetura neuroendócrina, dispostos desde a base da coluna vertebral até o alto da cabeça e cada um corresponde a uma das “sete glândulas” do corpo humano, que aí se instalam como manifestações da própria vida. A comunicação entre os chacras acontece através de condutos conhecidos como "meridianos", por onde flui a energia vital alterada por eles. O tamanho dos chacras depende do desenvolvimento espiritual e das vibrações que emitimos. Nas pessoas mais desenvolvidas espiritualmente, eles são amplos, brilhantes e translúcidos, podendo atingir Um raio de até 25 cm, permitindo a canalização de urna quantidade maior de energia vital e o desenvolvimento das faculdades psíquicas do homem. Quando os chacras estão em equilíbrio, desfrutamos de ótima saúde física e psíquica, caso contrário, ficamos vulneráveis aos distúrbios e às doenças. Ao estarmos saudáveis, nossos chacras giram com ritmo e sincronia, porém, com o organismo doente, eles ficam acelerados ou lentos demais, rodando com dificuldade e provocando perda de energia vital.
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FUNÇÕES DOS CENTROS DE FORÇA CENTRO DE FORÇA CORONÁRIO O “Centro Coronário” está situado na região central do cérebro. Na sede da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior. Segundo André Luiz, o Coronário é quem orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada. O “Centro Coronário” está, sutilmente, ligado a “Glândula Pineal ou Epífise”, a glândula mais alta do sistema endócrino, situada bem no centro da cabeça, logo abaixo dos dois hemisférios cerebrais. Este centro supervisiona os demais Centros Vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito. No Coronário temos o ponto de interação entre as forças do Espírito e as forças físiopsicossomáticas organizadas. Na tradição hindu ele é conhecido como “Chacra da Coroa”, e está representado por uma flor de lótus de mil pétalas. Sua cor é violeta ou branco. Em sânscrito é “Sahasra”, e é através dele que recebemos a luz divina. Do Coronário parte a corrente de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais Centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, ideias e ações. Tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta. Quando desenvolvido mantém todos os demais em pleno equilíbrio. Só deve ser desenvolvido com o controle moral, intelectual e espiritual.
CENTRO DE FORÇA FRONTAL O “Centro Cerebral ou Frontal” está situado na região central do cérebro, contíguo ao Coronário, com influência decisiva sobre os demais centros vitais. Segundo André Luiz, ele governa o córtice encefálico na sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas endócrinas, administrando o sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação e atividade. O “Centro Cerebral ou Frontal” está ligado a “Glândula Pituitária ou Hipófise”, e tem relação direta com diversos fenômenos de clarividência, intuição e percepções parapsíquicas. Na tradição Hindu ele é conhecido como o “Chacra do terceiro olho”, por situar-se entre as sobrancelhas, o Centro de Comando e sua cor é o Azul índigo. É o Chacra da visão espiritual, da intuição, da percepção, da aprendizagem, do conhecimento, da síntese intelectual e da responsabilidade, pelo qual se aprende e se guarda na memória as informações. 33
CENTRO DE FORÇA LARÍNGEO O “Centro Laríngeo” está situado em frente da garganta. É o responsável pela energização da boca, garganta e órgãos respiratórios. É o Centro da comunicação do ser humano no mundo. O “Centro Laríngeo” está ligado a “Glândula Tireoide”. É considerado também como um filtro energético que bloqueia as energias emocionais, para que elas não cheguem até os chacras da cabeça. Na tradição hindu é conhecido como “Vishudda”, o purificador. Quando bem desenvolvido, de forma geral, facilita a psicofonia e a clariaudiência e indica força de caráter e capacidade mental. Sua cor é o Azul claro. Está ligado a sensibilidade mediúnica, que capta a criatividade vinda de outras consciências. Por isso os grandes iniciados sempre ensinaram sobre o silêncio, que capta a criatividade e melhora a expressão.
CENTRO DE FORÇA CARDÍACO O “Centro Cardíaco” está situado no centro do peito e é responsável pela energização do sistema cardiorrespiratório. É considerado o canal de movimentação dos sentimentos. O “Centro Cardíaco” está ligado a “Glândula Timo”. Bem desenvolvido, torna-se um canal de amor para o trabalho de assistência espiritual. Por isso é o centro mais afetado pelo desequilíbrio emocional. Na tradição hindu é conhecido como “Anahata”. Seu nome significa o inviolável, o invicto, o som sutil do espírito imperecível. Cor verde (cura) ou Rosa (amor). Quando ativado desenvolve todo o potencial para o amor altruísta. Quando enfraquecido indica a necessidade de se libertar do egoísmo e de cultivar maior dedicação ao próximo. Este centro é, por excelência, o canal de toda transformação afetiva, em que o homem instintivo se transforma em espiritual. Todo amor, toda qualidade afetiva, todo idealismo por algo melhor está no Chacra do coração. Toda cura, todo toque terapêutico e toda assistência espiritual vibra nesse centro. É um Chacra capaz de abraçar humanidades situadas em outros orbes. Esse Centro é um sol peitoral que jamais poderá ser envenenado pelas péssimas vibrações da vingança. O ódio gera uma energia viscosa e escura que adere no Centro peitoral como uma espécie de “piche consciencial”.
CENTRO DE FORÇA ESPLÊNICO Situado à altura do baço. Possui 10 raios. Materialmente tem relação com o plexo mesentérico e o baço. Principal entrada da energia vital (prânica). Regula a distribuição e a circulação dos recursos vitais, e a formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue. É o principal centro energético de vitalização de todo o corpo físico. Abastece o baço, órgão purificador do sangue. Quando nos desvitalizamos, sentindo-se fracos e porque este chacra esta com mau funcionamento. Recebe diretamente as energias do Chacra Básico/Genésico. É um dos três chacras principais (Básico / Genésico, Esplênico e Coronário). A conhecida "aura da saúde", é constituída pela exsudação de Fluido Vital residual, anteriormente penetrado através do chacra esplênico. 34
As criaturas cuja aura da saúde é pródiga de energismo com sua simples presença, fortalecem, reanimam, vitalizam e beneficiam terapeuticamente os outros, pois nelas as partículas do Fluido Vital utilizado em seu corpo físico alimentam-se de um magnetismo muito intenso. A pessoa que tem este chacra embotado é muito nervosa, se incomoda com tudo, irritada, é um vampiro de energia, porque não consegue se energizar sozinho. Ele é muito importante para os médiuns que dão passe magnético, porque durante o passe parte dos fluidos vem da nossa vitalidade e outra parte vem do plano espiritual. O médium desvitalizado rouba energia de quem possui, a parte espiritual vitaliza os dois, mas a energia vital não é espiritual, é neste momento que o médium suga do paciente. A pessoa que tem este chacra muito desenvolvido pode trabalhar com cura, ou seja, é um médium curador. Certas árvores como o pinheiro, o eucalipto e o cedro absorvem do ambiente o Fluido Vital adequado ao próprio homem. Portanto, andar no mato, banho de cachoeira, de mar, areia e sol revitalizam este chacra.
CENTRO DE FORÇA GÁSTRICO O “Centro Gástrico” está situado na região Abdominal, sendo o responsável pela digestão dos alimentos, pelas emoções e pelo metabolismo. O “Centro Gástrico ou Plexo Solar ou Chacra Umbilical” é, por excelência, o centro das emoções inferiores, misturadas com o processo da alimentação normal. É um centro de grande vitalidade. Quando muito energizado, indica que a pessoa é voltada para as emoções e prazeres imediatos. Quando fraco sugere carência energética, baixo magnetismo. Está ligado ao “Pâncreas”, que é uma Glândula do sistema digestivo e endócrino. Bem desenvolvido, facilita a percepção das energias ambientais. Quando está bloqueado, causa enjoo, medo ou irritação. Na tradição hindu seu nome é “Manipura”, que significa a cidade das joias. Sua cor é o amarelo. É um centro de grande capacidade ectoplasma. E tem alta ressonância com as energias dos vegetais, com as energias da natureza em geral, o mar, o vento, etc.
CENTRO DE FORÇA BÁSICO, RAIZ OU GENÉSICO Situa-se na base na espinha dorsal, sobre a região sacra. Possui 4 raios, Materialmente tem relação com os plexos hipogástricos e sacral. Responsável pelos órgãos de reprodução e das emoções sexuais. Atua sobre a coluna vertebral, sistema central e periférico, todo aparelho urinário e aparelho reprodutor. Este chacra é o responsável pelo fluxo das energias poderosas que emanam do Sol e da intimidade da Terra. Os clarividentes observam que esse fluxo energético, provindo do âmago da Terra em simbiose com as forças que descem do Sol, assemelha-se a uma torrente de fogo líquido a subir pela coluna vertebral do homem, por isso esta energia é denominada de “Fogo Serpentino ou Kundalíne”. Este Chacra é o mais primitivo e singelo de todos em sua manifestação, um dos principais modeladores das formas e dos estímulos da vida orgânica. O indivíduo que abrir o chacra básico prematuramente dará entrada a uma torrente de energia tão poderosa que irá lhe alimentar todas as paixões e todos os desmandos, o orgulho poderá explodir e o recalque sensual dominá-lo-á de modo a realizar os piores caprichos e ações sobre o próximo. O chacra em desequilíbrio pode levar o homem à loucura, pois sua ação muito forte acirra o desejo sexual, semeando a satisfação aberrativa. Quando essa energia descontrolada sobe pela medula e irriga o centro frontal de um homem inferior, alimenta-lhe o orgulho da personalidade terrena. Quando, em vez da fronte, atinge o coração sem o devido controle espiritual emotivo, termina por avivar-lhe os maus sentimentos, dando-lhe força e estímulo para a dureza de sentimentos.
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DESARMONIA DOS CENTROS DE FORÇA Desde que podemos assimilar a ação dos centros de força até mesmo por força das ações orgânicas do corpo humano, de igual sorte podemos entender que sua desarmonia, sua disfunção, repercutirá diretamente nos veículos somático e perispiritual, por isso a importância de tê-los harmonizados, equilibrados, em perfeito funcionamento. Ou seja, esses desequilíbrios energéticos podem ser percebidos como insatisfações, preocupações excessivas, alteração no sono, excesso de impulsividade, infelicidade, etc. Nosso agir e nosso pensar desequilibrados fazem surgir desarmonias nos centos de força que, para se restabelecerem, carecem do restabelecimento de seu portador. E para isso, um simples passe não resolverá; ou mesmo uma oração balbuciada pelo reflexo condicionado de juntar palavras. O passe e a prece são veículos intercessórios poderosos e indispensáveis, mas não são à base do reequilíbrio e da rearmonização, às quais se estribam na reforma moral, pelo “carregar a própria cruz” sem blasfêmias, sem alvoroços e sem temeridade. Rearmonizar os centros de força, portanto, é reformar-se moralmente, agindo de maneira cristã em todos os momentos da vida. Mas como isso não é comum às nossas ampliadas comodidades, nós espíritos devedores e falíveis, nos cabe exercitar por possuí-las pelo perdão, pela fraternidade e pela compreensão, ajudando, socorrendo e, sobretudo, orando por nosso próximo. Dessa forma vibraremos em ondas de mais elevado teor moral, fazendo valer nosso centro coronário como captador das boas energias espirituais para distribuir o equilíbrio devido aos demais centros, assim espiritualizando nossa matéria.
CHACRAS SECUNDÁRIOS Há muito mais chacras do que os sete principais. Há chacras secundários nas palmas das mãos, plantas dos pés, pulmões, fígado, estômago, orelhas, mandíbulas, ombros, joelhos, entre as escápulas (omoplatas) e espalhados por todo corpo. E, em escala menor, pode-se dizer que para cada poro do corpo há um pequeno chacra em correlação direta no campo vibratório correspondente.
CHACRA DAS MÃOS Localizado no centro das palmas das mãos, não tem cor específica e é o mais fácil de ser desenvolvido. Apesar de secundário, é um Chakra importantíssimo, como podemos ver em técnicas de energização e equilíbrio como o Reiki – técnica japonesa de canalização de energia, passada através da imposição das mãos. Coordenado pelas emoções e intenções, é um canal direto através do qual podemos passar energia consciente.
CHACRA DOS PÉS Está localizado nas solas dos pés e sua finalidade principal é descarregar o excesso energético gerado no nosso dia a dia, como também a absorção da energia de aterramento – que faz a gente se sentir enraizado e seguro. Tem relação com a “mãe terra” e a estabilidade em geral.
CHACRA DOS JOELHOS Atua como um transformador, regulando a quantidade de energia telúrica (da Terra) que deve entrar no corpo. Regula nossa forma de lidar com a flexibilidade e com grandes quantidades de energia.
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A AURA HUMANA Aura é o invólucro energético, de forma ovoide, que envolve o indivíduo. Durante muito tempo a constatação da existência da aura, tanto a humana como a dos demais seres orgânicos e inorgânicos ficou restrita às crenças religiosas e à metafísica. Na área religiosa do catolicismo aprendemos a conhecer a aura pela alegórica auréola de luz sobre a cabeça daqueles denominados santos, representada em pinturas sacras. No campo filosófico a aura sempre foi citada para justificar determinados fenômenos de magnetismo. Todavia, a ciência manteve-se de lado, desconfiada. Desconfiança até certo ponto compreensível e necessária, pois é a ciência o elo entre a fé e a razão. Assim é que só em 1911, através do trabalho de pesquisa do Dr. Walter John Kilner, médico residente na cidade de Londres, Inglaterra, é que surgiu na esfera científica a primeira constatação da aura. Desta forma temos o suporte da ciência para alicerçar esta constatação. Não obstante, continuam existindo contestadores, principalmente depois que surgiram as fotografias Kirlian. O método fotográfico denominado de kirliangrafia foi inventado pelo casal russo Semyon Davidovich Kirlian e sua esposa, em 1939, utilizando filme preto e branco. Em 1971 os senhores Dr. Hernani Guimarães Andrade e Henrique Rodrigues, do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, construíram a primeira câmara fotográfica fora da Rússia, para fotos Kirlian a cores. Essas fotos apresentam a imagem de parte do corpo humano envolta por um espectro luminoso. Os pesquisadores do método Kirlian garantem que o espectro é a retratação da Aura. Outra corrente de pensadores, porém, contesta, alegando que o espectro visível nas fotos é o chamado efeito "corona". Para aqueles que não sabem, efeito "corona" é a radiação azulada que se forma em volta dos cabos transmissores de energia elétrica em alta-tensão. Como o processo da foto Kirlian utiliza uma câmara fotográfica munida de um campo de alta magnitude elétrica, os contestadores se baseiam nesse fato para tentar invalidar o resultado de tais fotos. Não bastassem esses, temos na vasta literatura espírita, bem como na teosófica, inúmeros relatos e descrições da aura, informando que todos os seres se encontram revestidos por esse manto energético. Mas, como relatou Dr. Walter Kilner, não se trata de um manto inerte e sim, como não poderia deixar de ser, dinâmico, retratando em seu dinamismo de cores e formas o estado emocional em que o indivíduo se encontra naquele momento. Assim, mais próximo de nossa época tem o trabalho da Dra. Colletti Tiret, médica, residente na cidade de Marselha, França. Seu trabalho somou 29 anos de observações. Depois de exaustivos testes e experimentos, confirmou a existência da Aura. Para nós, portanto, simpatizantes da razão e da clareza dos ensinos oriundos de Mentores Espirituais reconhecidamente sérios, que se fazem presentes através de médiuns não menos capazes, essas informações têm a soberba força de definição. Logo, por tudo isso que acima expusemos, não há porque manter dúvidas a respeito, desta forma, juntando os resultados dos trabalhos dos pesquisadores acima nomeados, com a literatura transmitida pelos Mentores Espirituais, formamos o seguinte resumo de informações: Não há corpo sólido líquido ou gasoso que não tenha sua aura, desde o átomo até o globo terrestre, portanto todos os seres se revestem de um halo energético, que lhes corresponde á natureza. No homem é o conjunto das irradiações do corpo físico e do perispírito, que corresponde ao grau evolutivo de cada ser. A aura é energia em movimentação, que se expande no contorno do corpo, refletindo saúde, sentimentos, virtudes e vícios. Sua coloração depende da elevação ou inferioridade espiritual.
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ENERGIA - Toda energia é radiante. Essa radiação espalha-se de forma esferoidal, portanto, em todas as direções. Irradiando-se em todas as direções, atinge uma determinada e igual distância de seu núcleo emissor. Essa radiação será débil se o núcleo emissor estiver enfraquecido, e será luminosa se o núcleo for vigoroso. O contorno externo dessa radiação delimita o chamado campo. Campo da Aura, portanto, é todo o espaço/volume contido nos limites desses extremos da radiação emitida pelos corpos Físico, Astral e Mental. Em conjunto ou separados. CAMPO ELETROMAGNÉTICO - A Aura Humana é um campo de forças eletromagnéticas. Tem a forma ovalada, pois como campo magnético do corpo Físico acompanha este em seu contorno. Possui coloração e luminosidade variadas, das quais falaremos mais à frente. Este envoltório eletromagnético em torno do corpo humano, para ser compreendido, pode ser comparado à camada atmosférica que envolve o planeta Terra. Em razão dessa semelhança a aura é também chamada de psicosfera. CARACTERÍSTICAS - As suas características são: a) - Existe em todos os seres e objetos; b) Modifica-se instantaneamente a cada movimento do objeto ou do ser; c) - De maneira geral, dá a aparência de ser um invólucro ornamental, ou seja, como se a criatura, ou o objeto, estivessem engastados num foco de luz. VIGILANTE - No ser humano ela ainda tem a característica de um vigilante sempre alerta. Aliás, é exatamente a isso que os textos da literatura espírita fazem referência. Uma pessoa sensível e atenta às reações da aura notará de imediato que algo invisível, por exemplo, uma entidade desencarnada ou talvez apenas um fluxo de energia, se aproximou, tocando em seu campo. Essa reação se transmite aos chacras, que de pronto, via sistema nervoso, transferem à consciência física os sinais da nova sensação, que poderá ser agradável ou não. Perceber essas diferenças reativas da aura é uma circunstância que deve ser cultivada. Significa estar apurando a sensibilidade. Significa, ainda, estar desenvolvendo um sistema defensivo. Um sistema defensivo, pois, a todo instante, as influências do plano Astral descarregam-se sobre os habitantes do plano Físico. Isto é, sobre nós. Desta maneira, podemos classificar a aura como uma porta de vigilância entre as dimensões Física e a Mental/Astral. Comparativamente, podemos, ainda, dizer que a aura, em termos de dimensões Mental/Astral, é como a pele para o corpo humano. A pele é o grande sistema defensivo a proteger o corpo humano contra invasões de bactérias, quando não apresenta fendas, ou ferimentos, da mesma forma a aura. Quanto a estes aspectos de auras rompidas, mal formadas ou debilitadas, podemos acrescentar que, algumas categorias de pessoas, e alguns profissionais como citaremos a seguir, estão sempre mais vulneráveis aos aspectos negativos comentados. Essas circunstâncias críticas recaem comumente sobre: médiuns, psicólogos, médicos, enfermeiros, pessoal geral de hospitais, pessoal de trabalhos funerários e os agentes policiais. O trabalho de todas essas categorias é lidar com a dor humana, o que as torna vulneráveis aos desajustes provindos das auras daqueles com quem lidam. A absorção desses desajustes pode culminar, se não tratados a tempo, em processos de obsessão parasitária e depressão. Importante, portanto, dar atenção às mudanças de humor que é um dos mais simples reflexos do estado da aura. RETRATO DA CONSCIÊNCIA - A Aura humana é o retrato fiel da consciência de seu dono. Reflete, sempre, a imagem exata - nua e crua - do indivíduo, que assim pode ser visto e identificado pelos clarividentes, pelos desencarnados e até, em certos casos, pelos animais que tanto podem simpatizar ou se assustar com a presença, aparentemente, inofensiva de uma pessoa.
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COLORAÇÃO - A aura retrata a expressão do pensamento emitido numa alternativa de relâmpagos sucessivos, embora algumas possam fazer pausas mais prolongadas. Essa retratação se traduz na forma e na intensidade, além disso, na coloração. De um modo geral as cores que a aura apresenta têm os seguintes significados: AZUL - Sentimento religioso, devoção, afeição e sublimação do espírito; VERDE - Simpatia, habilidade e engenhosidade; AMARELO - Intelectualidade; LARANJA - Orgulho, ambição; ROSA - Amor sem egoísmo; CINZA - Depressão, medo; MARROM - Ciúmes, egoísmo, avareza; VERMELHO - Cólera, irritabilidade, sensualidade; PRETO - Malícia, ódio, maldade. Naturalmente essas cores não se apresentam na forma pura de cada uma. Serão vistas misturadas, mescladas umas com as outras. Afinal, nossos pensamentos e sentimentos se alternam a cada segundo. Na leitura da aura, portanto, ficará evidente a emoção cuja correspondente cor for à de maior predominância naquele momento. Costuma-se encontrar na literatura espírita dois tipos distintos de aura, residentes no perispírito e no duplo etérico, respectivamente. A aura do duplo etérico, também conhecida como “aura da saúde”, pode ser visualizada pela fotografia Kirlian, ou kirliangrafia, ao passo que a aura do perispírito, em situações normais, pode ser visualizada pela faculdade de clarividência.
A AURA DOS ANIMAIS Assim como os seres humanos, todos os animais tem aura, embora suas características sejam substancialmente diferentes da aura humana. A aura dos animais é normalmente menos complexa no que se refere à estrutura, mas sua coloração á mais intensa do que a nossa. Comparada à aura dos animais selvagens, a aura dos animais domesticados tem uma amplitude maior e uma coloração mais suave. Curiosamente, a aura dos animais de estimação frequentemente assume certas características de coloração, inclusive a cor dominante, dos seus primeiros donos. Com exceção dos animais doentes ou estressados, tais como aqueles que foram retirados da vida selvagem e colocados numa jaula, raramente se constatam descoloração na aura dos animais.
A AURA DAS PLANTAS Todas as plantas, qualquer que seja o seu porte, são dotadas de sistemas energéticos próprios, além de um campo energético que as circunda, o qual, embora não seja habitualmente chamado de aura, apresenta algumas características semelhantes às da aura dos seres humanos e dos animais. Em muitos casos, os padrões energéticos ao redor das plantas aparecem como uma extensão iridescente de sua estrutura básica e de suas cores. Percebemos ao longo de experiências que a nossa interação com a vida das plantas, especialmente das arvores, pode influenciar o nosso próprio sistema energético.
Todos os seres vivos são dotados de sistemas de captação e distribuição de fluido vital, adequados à sua natureza. 39
ESTUDO DAS DOENÇAS MATERIAIS E ESPIRITUAIS Na medicina espírita, a patologia tem a mesma definição da ciência terrena, isto é, – é a parte da medicina que trata da origem e natureza das doenças. A patologia geral do organismo humano, sob o ponto de vista da doutrina espírita, não cabe aqui neste ligeiro relato, se bem que o nosso desejo seria transmitir a maior soma de conhecimentos sobre o assunto aos médiuns curadores; entretanto, procuraremos sintetizar o mais possível os ensinos a fim de que possamos ministrar bons e orientadores esclarecimentos. As enfermidades espirituais produzem distúrbios ou lesões no corpo físico decorrentes de desarmonias psíquicas originadas das condições pessoais do enfermo, da influência de entidade espiritual, ou por ação conjunta de ambos. Podem ser consideradas como de baixa, média ou de alta gravidade. As enfermidades espirituais representam uma realidade, impossível de ser ignorada, sobretudo nos tempos atuais quando sabemos da existência de um alerta superior que nos aponta para a urgente necessidade de avaliarmos a nossa conduta moral, desenvolvendo ações e atitudes compatíveis com a Lei de amor, justiça e caridade.
CAUSA DAS DOENÇAS Para nós, espíritas convictos e militantes da doutrina, não procuramos a doença no corpo físico. Reconhecemos, todavia, que ela existe, mas, geralmente, assim entendemos, as enfermidades vêm do espírito, ainda mesmo as hereditárias. O que existe na realidade, dentro das cristalizações, são pontos de aglutinação dos fluídos doentios, criando a predisposição orgânica, para determinadas moléstias que podem afetar-nos em qualquer idade.
PREDISPOSIÇÃO ORGÂNICA A predisposição orgânica é um estado que poderíamos chamar de “estado receptivo” de qualquer órgão para contrair a doença ou ainda melhor, para “atrair” a doença. Funciona como por indução em corrente elétrica. Antes dessa predisposição orgânica, houve uma causa determinante. E onde está ela? É aqui que começamos.
PREDISPOSIÇÃO CÁRMICA Sabemos perfeitamente através dos estudos espíritas, que as doenças cármicas são oriundas do perispírito enfermo que, ao reencarnar, transmite e traz já o nascituro, mesmo na vida intrauterina, os males que a matéria ou Espírito tem que sofrer.
PREDISPOSIÇÃO ATRAÍDA As predisposições atraídas são aquelas provindas de nossas vibrações. Uma criatura colérica, vibrando sempre maldade e pestilências, o que pode atrair senão essas mesmas coisas? Está dentro da lei dos “semelhantes atraem semelhantes”. É inevitável que isso aconteça. Essa atração gera a autointoxicação, pela via fluídica. E, note-se, não será somente um órgão afetado, porque os maus fluidos corroborados pela autointoxicação se espalham pelos órgãos vitais, tais como o coração e fígado, pulmões ou estômago e daí para os intestinos, arrastando um corolário de sofrimentos. Os maiores males de que padece a humanidade encontram a sua causa na lei de atração vibratória.
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PREDISPOSIÇÃO HEREDITÁRIA A predisposição hereditária tem parte na Cármica, para os leigos na doutrina. Na verdade, os pais transmitem aos filhos muitos males, porque a carne é filha da carne. É aonde vem o ensino evangélico de que “uma boa árvore não pode dar mau fruto”, ou “pelo fruto se conhece a árvore”. Entretanto, mesmo nessa herança, há causas de ordem espiritual.
PREDISPOSIÇÃO DO AMBIENTE A muitos parecerá estranha esta determinação de ambiente. Entendemos por “ambiente” o local onde fazemos a nossa morada, a casa onde residimos com nossa família, pais, mães e filhos ou parentes e mesmo estranhos. Deste local, seja a nossa casa toda e mais preferencialmente o cômodo onde mais se para, destacam-se a sala de refeições e quarto de dormir. Nestes lugares, os pensamentos emitidos estão condensados em nuvens, forrando o teto, que se movimentam por toda a casa, obedecendo, em ondulações serpenteadas, os chamamentos pelas vibrações sintonizadas. Se as vibrações dos residentes são boas, nuvens benéficas terão; se são más, escuras e doentias são as nuvens. Estas nuvens não são visíveis ao olhar humano, entretanto elas existem como existem no firmamento da crosta terrestre os produtos das mentalizações da humanidade, como nos ensina André Luís.
VIAS DE INFECÇÃO Depois das vias psíquicas, a via digestiva é por onde as enfermidades fluídicas se alojam. Por isso, insistimos em que ela fique bem gravada na mente de todos os médiuns curadores estudiosos. Os órgãos acessórios, pulmões, fígado, pâncreas e outras glândulas, na patologia mediúnica, não sofrem influenciação direta, porque são antes receptores de intoxicação, pela via psíquica. As enfermidades espirituais deixarão de existir, nos esclarecem os benfeitores espirituais, quando nos renovarmos para o bem. Nesse sentido, são oportunas as elucidações do Espírito André Luiz: (...) a enfermidade, como desarmonia espiritual (...) sobrevive no perispírito. As moléstias conhecidas no mundo e outras que ainda escapam ao diagnóstico humano, por muito tempo persistirão nas esferas torturadas da alma, conduzindo-nos ao reajuste. A dor é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental, reestruturando as peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos de que se vale a nossa inteligência para desenvolverse na jornada para a vida eterna. Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.
A doença não é uma causa, é uma consequência proveniente das energias negativas que circulam por nossos organismos espiritual e material. O controle das energias é feito através dos pensamentos e dos sentimentos, portanto, possuímos energias que nos causam doenças porque somos indisciplinados mentalmente e emocionalmente. Estados de indisciplina são os maiores responsáveis pela convocação de energias primárias e daninhas que adoecem o homem pelas reações de seu perispírito contra o corpo físico. Sentimentos como orgulho, avareza, ciúme, vaidade, inveja, calúnia, ódio, vingança, luxúria, cólera, maledicência, intolerância, hipocrisia, amargura, tristeza, amor-próprio ofendido, fanatismo religioso, bem como as consequências nefastas das paixões ilícitas ou dos vícios perniciosos, são também geradores das energias nocivas. 41
CUIDAR DO CORPO FÍSICO Vamos agora repassar em síntese o estudo sobre o preparo do corpo físico. Ensina-nos o Mestre Jesus Cristo que o corpo é um vaso divino pelo qual somos responsáveis perante Deus, a quem temos que prestar contas do bom ou mau uso que dele tenhamos feito durante a existência terrena, bem como dos cuidados que deixamos de dispensar-lhe para mantê-lo em condição salutar. Segundo os espíritos doutrinadores de elevada categoria, as tentações penetram no homem mais comumente pelo cérebro, estômago e pelo sexo. São as maiores portas abertas e vulneráveis, portanto, às más influências. Ora, se sabemos que o mal entra por elas por que mantê-las abertas, num convite ostensivo às forças inferiores? Não é lógico que as mantenhamos fechadas? – e as chaves? – perguntarão alguns imprevidentes. Não é difícil encontrá-las. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, disse o Senhor, completando: “ninguém irá ao Pai se não passar por mim.” As chaves estão na consciência dos homens. Na região do estômago, conhecemos o efeito da fome desde a vida fetal, nos impelindo para a nutrição das células que se vão formando. Mas, se ali impera puramente o instinto da alimentação, aqui se lhe ajuntam outros instintos imperfeitos e a fome vem ficar responsável como principal tentadora de gravíssimos erros, arrastando o homem a cometer os maiores desatinos perante Deus e a sociedade. É pelo estômago que a maioria dos homens se intoxica atraindo enfermidades destruidoras dos órgãos e o que é pior, dando ensejo para que perturbadores fluídicos, provindos de esferas inferiores, se alojem no tubo digestivo e glândulas, desequilibrando, assim, o próprio espírito. Na esfera sexual encontramos outros fatores que determinam o rebaixamento do homem até à condição de animais irracionais, praticando atos que a estes são desconhecidos, em virtude das más influências obsessórias a que se entregam. Por mais incrível que pareça, o homem abusa do sexo, desprezando as finalidades divinas para que foi criado, praticando atos tão perversos e abomináveis que maculam o espírito para muitas existências porvindouras. Tentações há em toda parte. Basta que o padrão vibratório desça a escala inferior harmonizando-se com os depravados e encontrará por certo o que procura. Porém, lembremos de que ninguém ficará devendo. “Será cobrado.” Então, para uns, as lágrimas levarão muito tempo para lavar as impurezas da consciência, até que chegue o arrependimento sincero, enquanto que para outros inconformados, serão ainda mais chicoteados pelo ódio, revolta da situação angustiosa que eles mesmos criaram para o futuro espiritual. No cérebro estão os geradores psíquicos que engendram mórbidas manifestações de ódio, ciúmes, vinganças cruéis, impulsionados pelos violentos desejos da carne, posse e ambição desmedidas, trazendo as consequências mais desastrosas possíveis. Sobre este assunto, meditemos com o Espírito amigo de André Luiz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier: Há pequeninos prazeres que à maneira de micróbios violentos e perseverantes que nos desintegram o envoltório físico, nos intoxicam a alma e lhe destroem as mais santas esperanças. O uso do álcool estabelece raios entorpecentes.
O uso do álcool forma elementos intoxicantes.
O uso do fumo arremessa raios venenosos.
A cólera forma nuvens de princípios destruidores.
A maldade projeta dardos de trevas.
O ciúme é uma tempestade interior. 42
A inveja é atmosfera enregelante.
O egoísmo é o casulo da sombra.
A conversação indigna é pasto de entidades vicioso.
A queixa é tradução de ociosidade.
O abuso é sempre inclinação da alma ou queda do sentimento no precipício.
O dócil e obediente corpo que provoca uma DOR DE CABEÇA como sinal de alerta de nossas emoções descontroladas recebe um CALA BOCA na forma de uma aspirina, por ele não deve nos toldar o tempo com seus caprichos... O fígado ganha um regulador hepático quando tenta mostrar a você que o ÓDIO e a FALTA DE PERDÃO então destrambelhando seu equilíbrio em ondas de energias a lhe corromper as funções nobres. Ele deve obedecer e aceitar o que você escolher comer e pensar sem reclamar. Aquela azia e desconforto gástrico são silenciados a custa de antiácidos toda vez que seu estômago tenta alertar-lhe de que A VIDA é assunto que você não está digerindo bem. Mas ele também deve calar-se e digerir á força o que você quiser, naturalmente prosseguindo os alertas até a úlcera exigente. SEU CORPO SÓ TEM UM INIMÍGO, e ele não é um vírus, nem um agrotóxico, nem uma bactéria e nem um aditivo químico alimentar... O INIMIGO DE SEU CORPO É SEU ESPÍRITO INDISCIPLINADO! Prossigamos vivendo e usufruindo no corpo os prazeres que a vida material nos prodigaliza e que são nosso direito. Mas que tal acrescentar AMOR na forma de AFETO e EDUCAÇÃO na forma de RESPEITO. Acrescentemos AFETO POR NÓS MESMOS juntamente com o RESPEITO AOS OUTROS na satisfação de nossas necessidades, cientes de que perante a LEI IMORTAL ninguém lesa o outro sem comprometer-se perante a vida a resgatar a dor e sofrimento provocados. Todos nós somos dínamos, vivendo, nos mais remotos ângulos da vida, com o Infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente. Nossas atitudes e deliberações, costumes e emoções criam cargas elétricas de variadas expressões. Devemos cuidar do nosso corpo para que o nosso Espírito tenha sucesso nas suas tarefas no plano Terrestre. A conservação do corpo se faz através de bons hábitos de higiene, alimentação e hábitos de comportamentos saudáveis. Na Terra, cada Espírito recebe o corpo que precisa. A maneira que utilizamos nosso corpo nesta encarnação reflete numa existência futura. Como disse Joanna de Angelis no livro “Dias Gloriosos”:
“Todo corpo físico merece respeito e cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da vida em desenvolvimento”. LEMBRE-SE - Você não é seu corpo nem seu corpo é você. Ele é divina concessão da SABEDORIA DE DEUS que lhe empresta como abençoada oficina-escola para a educação de seu Espírito.
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LEI DO EQUILÍBRIO O equilíbrio do corpo está em relação direta com a harmonia do espírito. Sem uma coisa não existe a outra. O nosso globo terrestre vive em harmonia com os outros astros, em cuja vida está entrelaçado. Se porventura ou pelo desígnio de Deus, cessassem os movimentos do globo, a terra seria imediatamente desintegrada, uma vez que as correntes de energia que o sustêm ficariam paralisadas. O mesmo sucederá ao corpo do homem encarnado quando na terra, desintegra-se para voltar à energia cósmica. Tudo é mantido pela lei do equilíbrio através da energia fluídica, desde o Planeta até os menores corpos atômicos. Corpos inertes não existem, pois são mantidos pela energia vibratória de suas moléculas. Tudo é energia fluídica. A harmonia dessas correntes eletromagnéticas é que mantém o equilíbrio dos corpos físico e espiritual, ou corpo perispiritual. Do corpo físico emana uma luz clara, diáfana, levemente brilhante em ondas vibratórias, que é a irradiação magnética da matéria, peculiar a todos os corpos. Já no homem, além dessa irradiação fluídica, juntam-se outras. Do perispírito, por exemplo, saem vibrações coloridas em variados matizes, devidas à ação reflexa dos sentimentos manifestados, formando uma zona ovalada, luminosa, em tomo do corpo físico, limitando assim a atmosfera em que vive o homem, sem prejuízo, todavia da sua expansão, quando purificado em elevação divina. A saúde está no equilíbrio, que pode ser conseguido através de uma dieta saudável, rica em verduras, legumes e frutas, de exercícios físicos moderados e acompanhados por um médico, do respeito às horas de descanso e de práticas religiosas, meditativas e relaxantes. Enfim, tudo aquilo que propicie a harmonia interior. O passe, a prece, a irradiação e a água fluidificada servem como apoio para a recuperação, mas não é a base real para o equilíbrio, alinhamento ou harmonização dos chacras e centros de força. Devemos lembrar que chacra bloqueado não é causa, mas consequência. A causa do desequilíbrio são nossos pensamentos, sentimentos, emoções, palavras, desejos e ações de baixo teor vibratório, como pessimismo, mágoa, rancor, inveja, egoísmo, orgulho, vingança, ódio e vícios. A energia vital realiza curas e determina a harmonia ou a desarmonia em todas as áreas da vida. O equilíbrio da nossa energia mantém a saúde em qualquer de nossas estruturas corporais, tudo se cria, se manifesta, se reproduz, sobrevive, expressando pura energia! É tão simples perceber, reconhecer, compreender, valorizar, nutrir e cuidar desta Energia que Somos para se tornar possível utilizá-la e aplicá-la em nossas vidas e nas daquelas pessoas a quem amamos. É fácil usufruir os seus poderes mais profundos. Para isso, nos basta tomar consciência de nós mesmos. Através de nossa capacidade criativa e criadora, através de nossos sentimentos e pensamentos, através de nossas mãos, de nossas peles, em livre expressão, estamos sempre doando e recebendo Pura Energia, mesmo estando inconscientes disso! É assim que subimos degraus evolucionais e cumprimos algumas leis cósmicas que regem, especialmente, a nossa evolução espiritual, mental e física. Nossos corpos são canais transmissores de energia. Somos capazes de aplicar nossos poderes para melhorar a vida. As nossas próprias vidas e, também, as de outras pessoas. Podemos acalmar os corações, harmonizar as mentes, aliviar as dores, curar as doenças, eliminar os desequilíbrios, despertar os homens para a Luz! Tudo isso, simplesmente, por sermos capazes de experimentar, vivenciar, aplicar, desenvolver, absorver e retribuir AMOR. Essa é a força maior que qualifica a energia e lhe define o grau de poder curativo. O Amor harmoniza e liberta ao mesmo tempo em que quantifica a nossa capacidade individual em realizar esses momentos de milagres essenciais em nosso cotidiano. 44
MÉDIUNS PASSISTAS Considerando que o trabalho no bem é uma bênção, a tarefa do passe, como todas as outras, na Casa Espírita é sério compromisso com a nossa própria renovação. Para ser médium passista, exige-se muito critério e responsabilidade. Isto dito pelo Espírito de André Luiz deveria calar fundo no íntimo de todos os médiuns que se aventuram a transmitir passes, sejam ou não espíritas. O médium precisa afeiçoar-se à instrução, ao conhecimento, ao preparo e à melhoria de si mesmo, a fim de filtrar para a vida e para os homens o que signifique luz e paz. Todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...) Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XIV).
Todas as pessoas sadias poderiam, em princípio, aplicar o passe. Todas possuem fluidos, em várias gradações, naturalmente, que podem ser mobilizados pelo amor na direção do semelhante que sofre. Mas para efetivamente nos qualificarmos como bons servidores do passe, precisamos muito esforço, muita vontade ativa, muita disciplina para irmos adquirindo certas condições mínimas, como por exemplo: ter grande domínio de si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino. (Cap. 19 do livro Missionários da Luz, de André Luiz)
Assim, conforme asseverou o Codificador, todos nós mantemos contato com o Mundo Espiritual, pois vivemos em incessante intercâmbio com o mesmo. Desta forma, ao fazermos uma oração recebemos o amparo da espiritualidade maior, do nosso protetor/mentor espiritual, entramos em contato com as usinas de força da Vida Maior. Por conseguinte, estamos exercendo a mediunidade, haja vista que recebemos a influência dos espíritos superiores. E, pela questão da sintonia vibratória, isso também vale para os espíritos menos elevados, pois quando alguém tem pensamentos inferiores, espíritos que se afinam com estes são atraídos. "O pensamento é o laço que nos une aos Espíritos, e pelo pensamento nós atraímos os que simpatizam com as nossas ideias e inclinações". Allan Kardec. Entretanto, usualmente só se chamam de médiuns “aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva”. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo IX)
Sempre que possível o médium deverá melhorar sua compreensão dos mecanismos do passe pelo estudo e observação. No entanto, o bom desempenho na tarefa do passe não se vincula exclusivamente ao aspecto intelectual, mas principalmente ao amor com que se participa da tarefa.
OS PRINCIPAIS TIPOS DE MEDIUNIDADE SÃO: MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS Este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os facultativos - que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos - e os involuntários ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam. 45
MÉDIUNS SENSITIVOS OU IMPRESSIONÁVEIS São pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão. Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade.
MÉDIUNS AUDIENTES OU CLARIAUDIENTES Neste caso os médiuns ouvem a voz dos espíritos. O fenômeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo. Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta, semelhante à de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, estabelecer conversação com os espíritos.
MÉDIUNS PSICOFÔNICOS Neste tipo o médium serve como um instrumento pelo qual o espírito se comunica pela fala; assim, há a acoplação do perispírito do espírito comunicante no perispírito do médium, permitindo, assim, que o espírito utilize o aparelho fonador do médium para fazer uso da fala.
MÉDIUNS VIDÊNTES Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Há os que gozam dessa faculdade em estado normal, perfeitamente acordados, guardando lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico ou aproximado do sonambulismo. É raro que esta faculdade seja permanente, sendo quase sempre o resultado de uma crise súbita e passageira. Podemos incluir na categoria de médiuns videntes todas as pessoas dotadas de segunda-vista. A possibilidade de ver os Espíritos em sonho é também uma espécie de mediunidade, mas não constitui propriamente a mediunidade de vidência. Explicaremos esse fenômeno no capítulo VI, Manifestações Visuais. O médium vidente acredita ver pelos olhos, como os que têm a dupla-vista, mas na realidade é a alma que vê, e por essa razão, eles tanto veem com os olhos abertos ou fechados. Dessa maneira, um cego pode ver os Espíritos como os que têm visão normal. Entre os médiuns videntes há os que veem somente os espíritos evocados, podendo descrevê-los nos menores detalhes dos seus gestos, da expressão fisionômica, os traços característicos do rosto, as roupas e até mesmo os sentimentos que revelam. Há outros que possuem a faculdade em sentido mais geral, vendo toda a população espírita do ambiente ir e vir e, poderíamos dizer entregue a seus afazeres.
MÉDIUNS SONÂMBULOS O sonambulismo pode ser considerado como uma variedade da faculdade mediúnica, ou melhor, trata-se de duas ordens de fenômenos que se encontram frequentemente reunidos. O sonâmbulo age por influência do seu próprio Espírito. É a sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe além dos limites dos sentidos. O que ele diz procede dele mesmo. Em geral, suas ideias são mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos são mais amplos porque sua alma está livre. Numa palavra, ele vive por antecipação a vida dos Espíritos. Em resumo: o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento e o médium exprime o pensamento de outro. Mas o Espírito que se comunica através de um médium comum pode também fazê-lo por um sonâmbulo. Frequentemente mesmo o estado de emancipação da alma, no estado sonambúlico, torna fácil essa comunicação. Muitos sonâmbulos veem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com a mesma precisão dos médiuns videntes. Podem conversar com eles e transmitir-nos o seu pensamento. Assim, o que eles dizem além do círculo de seus conhecimentos pessoais lhe é quase sempre sugerido por outros Espíritos. 46
MÉDIUNS DE CURA Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico. No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e, alguns, até a possuem, sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.
MÉDIUNS MECÂNICOS Quem examinar certos efeitos que se produzem nos movimentos da mesa, da cesta, ou da prancheta que escreve não poderá duvidar de uma ação diretamente exercida pelo Espírito sobre esses objetos. A cesta se agita por vezes com tanta violência, que escapa das mãos do médium e não raro se dirige a certas pessoas da assistência para nelas bater. Outras vezes, seus movimentos dão mostra de um sentimento afetuoso. O mesmo ocorre quando o lápis está colocado na mão do médium; frequentemente é atirado longe com força, ou, então, a mão, bem como a cesta, se agitam convulsivamente e batem na mesa de modo colérico, ainda quando o médium está possuído da maior calma e se admira de não ser senhor de si Digamos, de passagem, que tais efeitos demonstram sempre a presença de Espíritos imperfeitos; os Espíritos superiores são constantemente calmos, dignos e benévolos; se não são escutados convenientemente, retiram -se e outros lhes tomam o lugar. Pode, pois, o Espírito exprimir diretamente suas ideias, quer movimentando um objeto a que a mão do médium serve de simples ponto de apoio, quer acionando a própria mão. Quando atua diretamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente da vontade deste último. Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer e, para, assim ele acaba. Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve. Quando se dá, no caso, a inconsciência absoluta; têm-se os médiuns chamados passivos ou mecânicos. E preciosa esta faculdade, por não permitir dúvida alguma sobre a independência do pensamento daquele que escreve.
MÉDIUNS INTUITIVOS A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. E o que se chama médium intuitivo.
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Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido; nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à ideia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e capacidades do médium. O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo.
MÉDIUNS SEMIMECÂNICOS No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semimecânico participa de ambos esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro o pensamento vem depois do ato da escrita; no segundo, precede-o; no terceiro, acompanha-o. Estes últimos médiuns são os mais numerosos.
MÉDIUNS INSPIRADOS Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares ideias. Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com frequência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer. Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito frequentemente se admirará das ideias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor. Se nenhuma ideia surge, é que é preciso esperar. A prova de que a ideia que sobrevém é estranha à pessoa de quem se trate esta em que, se tal ideia lhe existira na mente, essa pessoa seria senhora de, a qualquer momento, utilizá-la e não haveria razão para que ela se não manifestasse à vontade. Quem não é cego nada mais precisa fazer do que abrir os olhos, para ver quando quiser. Do mesmo modo, aquele que possui ideias próprias tem-nas sempre à disposição. Se elas não lhes vêm quando quer, é que está obrigado a buscá-las algures, que não no seu intimo. Também se podem incluir nesta categoria as pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do comum e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá momentaneamente desabitual facilidade de concepção e de elocução e, em certos casos, o pressentimento de coisas futuras. Nesses momentos, que com acerto se chamam de inspiração, as ideias abundam, sob um impulso involuntário e quase febril. Parece que uma inteligência superior nos vem ajudar e que o nosso espírito se desembaraçou de um fardo. 48
Os homens de gênio, de todas as espécies, artistas, sábios, literatos, são sem dúvida Espíritos adiantados, capazes de compreender por si mesmos e de conceber grandes coisas. Ora, precisamente porque os julgam capazes, é que os Espíritos, quando querem executar certos trabalhos, lhes sugerem as ideias necessárias e assim é que eles, as mais das vezes, são médiuns sem o saberem. Têm, no entanto, vaga intuição de uma assistência estranha, visto que todo aquele que apela para a inspiração, mais não faz do que uma evocação. Se não esperasse ser atendido, por que exclamaria, tão frequentemente: meu bom gênio vem em meu auxílio?
MÉDIUNS DE PRESSENTIMENTOS O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla vista, que lhes permite entrever as consequências das coisas atuais e a filiação dos acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados.
MÉDIUNS PSICÓGRAFOS Transmitem as comunicações dos espíritos através da escrita. São subdivididos em mecânicos, semimecânicos e intuitivos. Os mecânicos não têm consciência do que escrevem e a influência do pensamento do médium na comunicação é quase nenhuma. Como há um grande domínio da entidade sobre a faculdade mediúnica a ideia do espírito comunicante se expressa com maior clareza. Há casos em que o médium psicografa mensagens complexas conversando com outras pessoas, totalmente distraído do que escreve. Já nos semimecânicos, a influência da entidade comunicante sobre as faculdades mediúnicas não é tão intensa, pois a comunicação sofre uma influência do pensamento do médium. Isso ocorre com a maioria dos médiuns psicógrafos. Com relação os intuitivos, estes recebem a ideia do espírito comunicante e a interpretam, desenvolvendo-a com os recursos de suas próprias possibilidades morais e intelectuais. “Mediunidade espírita, porém, é a que faculta o intercâmbio consciente, responsável, entre o mundo físico e o espiritual, facultando a sublimação das provas pela superação da dor e pela renúncia às paixões, ao mesmo tempo abrindo à criatura os horizontes luminosos para a libertação total, mediante o serviço aos companheiros do caminho humano, gerando amor com os instrumentos da caridade redentora de que ninguém pode prescindir”.
O ESTUDO Estudar não é sinônimo de ler, mas, muitas vezes, para se estudar é preciso se leia. E, para o Espírita, não há desculpa; literatura é que não falta. Para os que não sabem ler, as reuniões de estudos sistematizados da Doutrina Espírita suprem deficiências, elucidam pontos obscuros, orientam o melhor caminho; ao lado disso, as palestras doutrinárias são notáveis, principalmente àqueles médiuns que acreditam já saberem tudo; afinal, diz o refrão ”quem mais pensa que sabe, mais precisa saber que ainda nada sabe”.
FÉ E ORAÇÃO Devemos ter confiança absoluta na misericórdia e justiça de Deus, lembrando que é dela que, em última instância, provêm os recursos terapêuticos do passe. A prece, a meditação, estabelece nossa ligação com os emissários divinos, criando um clima excelente para o êxito do trabalho espiritual.
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MEDIUNIDADE E ANIMISMO A palavra ANIMISMO vem do latim ANIMA que significa alma e foi usada, pela primeira vez, por Alexander Aksakov em seu livro Animismo e Espiritismo para designar "todos os fenômenos intelectuais e físicos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou à distância do organismo humano e, mais especialmente, os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo". André Luiz, em seu livro Mecanismos da Mediunidade, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, define animismo como sendo "o conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação". Richard Simonetti, em seu livro Mediunidade – Tudo o que você precisa saber, diz que animismo, "na prática mediúnica, é algo da alma do próprio médium, interferindo no intercâmbio". “O fenômeno anímico, portanto, na esfera de atividades espíritas, significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos desencarnados, quando ele impõe algo de si mesmo à conta de mensagens transmitidas do Além-Túmulo." Partindo de definições como estas, o termo passou a ser usado de forma negativa e pejorativa para tudo aquilo que fosse produzido por um médium, mas que não tivesse qualquer contribuição ou participação de espíritos desencarnados. Com essa definição, o animismo passou a ser o pesadelo de todos os médiuns, especialmente os iniciantes, por ser usado como sinônimo de mistificação e fraude.
ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO No entanto, mistificação é outra coisa completamente diferente, caracterizada pela fraude consciente do médium e a simulação premeditada do fenômeno mediúnico, com intenção de enganar os outros. Médium mistificador, portanto, é aquele que FINGE, premeditada e conscientemente, estar em transe mediúnico, recebendo comunicação de espíritos desencarnados, quando, na verdade, está apenas inventando a mensagem para impressionar ou agradar as pessoas que estão à sua volta. A atuação anímica do médium, por sua vez, acontece de forma quase sempre inconsciente, de modo que o próprio médium dificilmente consegue perceber a sua própria interferência ou participação no fenômeno que manifesta, não conseguindo separar o que é seu do que é criação mental do comunicante, mesmo quando o fenômeno, em si, é consciente.
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MEDIUNIDADE DOS ANIMAIS Para o espiritismo, alguns animais têm o que pode ser considerado como mediunidade, já que conseguem pressentir algo no ar e geralmente estão certos. Além disso, atuam como antenas que captam a energia negativa das pessoas que não desejam o bem para seus donos. Os animais domésticos conseguem ver espíritos e até se comunicam com eles, pois têm uma visão mais penetrante que lhes permite distinguir os sinais que os espíritos fazem. Sua alma é muito parecida com a alma humana, porém é inferior. Entre a alma dos animais e a do homem existe tanta distância quanto há entre a alma do homem e Deus. De acordo com Kardec, o homem é muito parecido com os animais, porém estes agem por instinto e também por inteligência, só que limitada. Não há como negar que alguns deles parecem ter atos combinados que expressam uma vontade de agir mediunicamente num sentido determinado e de acordo com as circunstâncias. Há uma espécie de inteligência e certa educação. Também têm uma linguagem; não uma linguagem formada de palavras e de sílabas, mas de um meio de se comunicarem e expressar as suas sensações. É importante lembrar que a diferença dos animais e homens é o principio inteligente, o poder de distinguir entre o bem e o mal, e a responsabilidade de seus atos. O homem é de fato, um ser à parte, uma vez que tem faculdades que o diferem de todos os outros por ter sua destinação.
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EFEITO FÍSICO ECTOPLASMA - PALAVRA DE ORIGEM GREGA: Ektós = indica movimento para fora; plasma = obra modelável, substância plástica. Palavra utilizada por Charles Richet para definir uma substância caracterizada como uma espécie de plasma, flexível, viscoso, incolor e inodoro, sensível ao pensamento, que escapa do organismo de certos indivíduos, através dos poros e dos orifícios naturais do corpo. Trata-se de um transe biológico, quando há não apenas dissociação psíquica, mas também biológica. Segundo o Espírito André Luiz, no livro "Nos Domínios da Mediunidade", de Chico Xavier: "O ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria espiritual, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é o recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da natureza. Em certas organizações fisiológicas especiais da raça humana, comparece em maiores proporções e em relativa madureza para a manifestação necessária aos efeitos físicos. É um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade. Pode ser comparado a uma genuína massa protoplasmática, sendo extremamente sensível e animado de princípios criativos que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, ao pensamento e à vontade do médium que o exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não que sintonizam com a mente mediúnica, senhoreando-lhe o modo de ser. Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis aos olhos dos companheiros terrestres ou diante da objetiva fotográfica, dá consistência aos fios, bastonetes e outros tipos de formações, visíveis ou invisíveis nos fenômenos de levitação, e substancializa as imagens criadas pela imaginação do médium ou dos companheiros que o assistem mentalmente afinados com ele".
DEFINIÇÃO Substância que emana do corpo de um médium capaz de produzir fenômenos de efeitos físicos ou aparições à distância. Trata-se de uma exalação fluídica, sensível ao pensamento, visível ou invisível, plástica, inodora, insípida, originalmente incolor, que tem a semelhança de uma massa protoplasmática.
NATUREZA Independe do caráter e das qualidades morais do médium, constituindo emanações do sistema psicofísico, das quais o citoplasma celular é uma de suas fontes de origem. Os espíritos só conseguem mover objetos, provocar ruídos ou ficarem visíveis aos encarnados quando estão de posse desse fluido magnético. Para tanto, é necessário que haja por perto da manifestação algum médium de efeitos físicos. Ele não precisa estar no local exato em que ocorra o fenômeno, mas precisamente estará nas redondezas. Os Espíritos podem perceber aqueles que têm essa condição de doadores, aproveitando-se disso. Porém, esses médiuns são raros, o que dificulta a ocorrência dos efeitos físicos.
ELEMENTOS ESSENCIAIS 1. Fluidos sutis procedentes do mundo espiritual; 2. Recursos fluídicos do médium e dos assistentes encarnados; 3. Emanações fluídicas retiradas da natureza terrestre.
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INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS INCORPORAÇÃO - No sentido semântico do termo não existe incorporação, pois nenhum Espírito conseguiria tomar o corpo de outra pessoa, assumindo o lugar da sua Alma. O que ocorre é que o médium e o Espírito se comunicam de perispírito a perispírito, ou seja, mente a mente, dando a impressão de que o médium está incorporado. Na mediunidade equilibrada, o médium tem um maior controle de sua faculdade e o fenômeno mediúnico acontece mais a nível mental. Nos processos obsessivos graves (doenças mórbidas causadas por Espíritos inferiores), onde a mediunidade está perturbada, podem ocorrer crises nervosas. Observadores de pouco conhecimento podem achar que um Espírito mau apoderou-se do corpo do enfermo. Foi esse fenômeno que deu origem às práticas de exorcismo. Incorporação é um sinônimo, não muito adequado, para psicofonia; mas como a palavra já tem significado consagrado, vários autores continuam empregando-a; esclarecemos, porém que nenhum espirito se apossa, “entra” no corpo de um encarnado, médium ou não. A psicofonia é o fenômeno mediúnico pelo qual o médium empresta seu aparelho fonador (cordas vocais, boca etc.) para emitir as frases que o espirito deseja. O contato é telepático, entre a mente do espirito e a mente do médium, através dos períspiritos de ambos. Como o contato telepático não é visível aos espectadores, é claro que, dependendo do caráter ético do médium, esse pode estar tendo uma sessão de psicofonia, como pode estar simulando uma, caracterizando uma fraude. OBSESSÃO – Os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e atos? Sim. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos muito mais do que imaginamos. Eles influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que nos dirigem. (O Livro dos Espíritos, questões 459). Podem os Espíritos conhecer os nossos mais secretos pensamentos? Sim. Eles podem ver o que fazemos, pois que constantemente nos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá atenção, não se ocupando com o que lhe é indiferente. Eles podem também conhecer os nossos mais secretos pensamentos. Nem atos nem pensamentos se lhes podem dissimular. Quando pensamos que estamos sozinhos e ocultos, é comum termos ao nosso lado uma multidão de Espíritos que nos observam. (O Livro dos Espíritos, questões 455). A Obsessão é o domínio que alguns Espíritos adquirem sobre outros, quer encarnados ou desencarnados, provocando-lhes desequilíbrios psíquicos, emocionais e físicos É uma espécie de constrangimento moral de um indivíduo sobre outro. Pode ser de encarnado para encarnado, encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado e desencarnado para desencarnado. Essa influência negativa e irracional traz para as pessoas, problemas diversos, o que as tornam enfermas da alma, necessitando de cuidados, como toda doença. Normalmente se faz tratamento das obsessões em centros espíritas kardecistas sérios. A obsessão apresenta sintomas tais como: angústia, depressão, perturbação do sono (insônia ou pesadelos), mau humor, desinteresse pelo estudo ou pelo trabalho, isolamento social, pensamentos suicidas, desregramento sexual etc. Não se segue daí, que se conclua que todos os portadores desses sintomas estejam obsediados. Há diversas outras causas, conhecidas da ciência médica, que podem provocar sintomatologia semelhante. A obsessão, sendo uma doença da alma, deverá ser curada definitivamente com a melhoria do indivíduo no campo moral e intelectual. O Espiritismo oferece tratamento seguro para essas doenças, pois trata o problema abordando os dois lados da vida. Se for um Espírito desencarnado, ele será chamado por meio de evocações particulares, nas reuniões sérias de intercâmbio espiritual, para uma conversa e conscientização do mal que está praticando. Do lado do encarnado, se cuidará de tratar com a evangelização (moralização) e pela fluidoterapia (aplicação de passes), levando-o ao entendimento do que precisa fazer para libertar-se do mal. 53
POSSESSÃO - Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado, tomando-lhe o corpo por domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado por seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção. De posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito serve-se dele como se seu próprio fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus braços conforme o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante, em que o Espírito encarnado fala transmitindo pensamento de um desencarnado; no caso da possessão é mesmo o último que fala. Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado, que voluntariamente lhe empresta como emprestaria seu fato a outro encarnado. Quando é mau o Espírito possessor, ele não toma moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo, já por estrangulação, atirando-o ao fogo ou a outros lugares perigosos. Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a atos que apresentam todos os caracteres da loucura furiosa. Aqui, então, diante do assunto incluído nas Obras Básicas, não há mais como contestar não ser tema constitutivo da Doutrina, embora, como já o dissemos, já o aceitávamos por estar tão objetivamente na Revista Espírita, a novidade é que Kardec afirma que até um Espírito bom poderá possuir o corpo de um encarnado, desde que as condições o exijam.
FORÇA MAGNÉTICA O homem vive através de três forças conjugadas, que são:
VONTADE
PENSAMENTO
AÇÃO
A força magnética é inata no homem. Todos os corpos a possuem, em maior ou menor escala, porém o seu desenvolvimento, ou seja, o seu desdobramento em potência, só se obtém mediante exercícios consecutivos na meditação e grande força de vontade empregada na reforma moral. Não obstante, há homens despidos de qualquer evolução superior e que são dotados de imensa força magnética. Essa congenitura pertence à Suprema Sabedoria, na razão dos círculos das aquisições. Essa força irradiada está em correspondência muito íntima com as cargas elétricas (positiva e negativa) do corpo humano e com os sistemas de respiração. O corpo humano dispõe de lateralidade magnética, notando-se pelas cargas de fluidos leves ou pesados, que a mão direita carrega a corrente positiva, à esquerda, a negativa, e nas faces as correspondentes. Daí depreende-se a razão pela qual os médiuns passistas dão preferência ao passe transmitido pela frente do paciente, com “imposição dupla”, ou seja, com ambas as mãos, visto que atingem os dois polos, tendo por isso, ação mais eficiente. Entretanto, quando o passe é praticado com uma só mão, deve-se ter o cuidado de não contrariar a direção das correntes, cujos princípios eletromagnéticos são imutáveis. Os fluidos, como sabemos, são elementos que passam por várias transformações até chegar à materialização, que é a condenação dos fluidos. Os que estão mais próximos da Terra são os que formam a sua atmosfera espiritual, os conhecidos resíduos do pensamento humano, na região do Umbral, onde fazem a sua primeira parada os espíritos que não têm elevação bastante para alcançar esferas mais altas (André Luís). 54
O PASSE O passe não é magia, não está ligado a ritualismos, não é dogmatismo. O passe consiste na transmissão, normalmente através das mãos, de fluidos do corpo físico do passista, da natureza ou do Espírito operante para o assistido, atuando sobre os centros vitais, situados no seu perispírito ou corpo astral. O passe objetiva cura ou alívio, através do reequilíbrio orgânico, perispiritual e psíquico do assistido, além de auxiliar nos tratamentos espirituais e desobsessivos. Denominamos o cooperador que aplica o passe de médium passista, por ser ele o intermediário dos Espíritos especializados e responsáveis por essa atividade no plano espiritual. No passe, os pensamentos do passista e da equipe de Espíritos, reunidos, formam a energia espiritual que atua no paciente e diretamente nos fluidos, que são energia magnética, dando-lhe características necessárias ao paciente. Assim, podemos dizer que a energia relacionada ao passe é capaz de atuar diretamente no paciente. O Passe, portanto, é transmissão de fluidos de uma pessoa (encarnada ou não) a outra, ou a objetos. O passista imprime aos fluidos doados, pelo pensamento, características positivas ou negativas conforme a sua vontade e o seu merecimento. Para ser um bom passista, Allan Kardec nos instrui a respeito: "A primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração (moral e ética), a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. Esta condição não poderia ser executada sem o mais completo desinteresse material e moral. O primeiro é o mais fácil, e o segundo é o mais raro, porque o orgulho e o egoísmo são sentimentos difíceis de se extirpar, e porque várias causas contribuem para os superexcitar nos médiuns" (Allan Kardec - Revista Espírita, Novembro, 1866).
O PASSE PELA 1ª VEZ NO BRASIL Dr. Benoit-Jules Mure (francês -1809-1858) foi considerado um dos introdutores e grande incentivador da homeopatia no Brasil. Médico formado pela Faculdade de Montpellier praticou a homeopatia pela Europa e veio para o Brasil em 1840. Com a Homeopatia trouxe as práticas de mesmerismo (magnetismo), já que ele fora discípulo de Hahnemann em Paris. Estas novidades viriam e tornaram-se os alicerces da introdução das práticas espíritas no Brasil, sob os auspícios dos Espíritos Superiores durante estes 160 anos da existência do Passe. Dr. Mure – foi o fundador da Primeira Escola Homeopática do Brasil, situada no Rio de Janeiro. Com o tempo, sendo perseguido e recebendo muitas críticas dos médicos brasileiros que não aceitavam suas ideias ainda desconhecidas, ele deixou o Brasil, após 7 anos de sua estada entre nós. Fez o seu papel mais importante, plantando a semente dos que dali para frente continuaram os seus estudos e trabalhos dentro da Homeopatia, colhendo os frutos nos dias de hoje. Dr. Bento Mure e João Vicente Martins (português) aplicavam passes em seus pacientes e muitas vezes mencionavam Deus, Cristo e Caridade, quando efetuavam seus atendimentos e curas. Em muitos trechos da Bíblia, vemos relatos sobre Jesus e seus discípulos imporem as mãos sobre os necessitados, orando a Deus que os curassem. 55
TÉCNICAS DO PASSE Há certa discussão no meio espírita sobre como deveria ser aplicado o passe. Alguns defendem a tese de que os passes deveriam ser ministrados movimentando-se as mãos ao redor do corpo do indivíduo, de modo que as energias espirituais pudessem melhor atingir seus objetivos de cura. Outros acham que o ato de apenas impor as mãos sobre a cabeça de quem vai receber o passe já é suficiente. André Luiz nos informa em "Conduta Espírita" que o passe dispensa qualquer recurso espetacular. José Herculano Pires, no livro "Mediunidade", diz que o passe é tão simples que não se pode fazer nada mais do que dá-lo. Allan Kardec, referindo-se ao assunto na Revista Espírita, número de Setembro de 1865, diz aos médiuns que: "Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela forma. Às vezes, mesmo, a isto misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais se deve emprestar o valor que merecem". COREOGRAFIA DO PASSE - Oficialmente, a Doutrina Espírita não prescreve uma metodologia para o passe. Cada grupo é livre para se posicionar de um modo ou de outro, desde que sem exageros. Cada grupo deve ter o bom senso de trabalhar da forma que achar mais conveniente desde que dentro de uma fundamentação doutrinária lógica, não se encontra em Kardec nenhuma linha sequer indicando a coreografia do passe. Muito pelo contrário - são inúmeras as menções de que todas as práticas exteriores não têm nenhuma valia para os Espíritos. A codificação não prevê esse tipo de coisa que se vê por aí: gente dançando, gemendo, estalando dedos, batendo os pés, "alisando" o ar e etc. E se criaram diversas teorias para esse tipo de coisa, deram nomes aos passes, deram direções. É falta de estudo da Doutrina Espírita que tem levado a adoção de práticas estranhas nos trabalhos de passe em muitas casas espíritas. "Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano às formas de atividades materiais. Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer. Queremos dirigir, orientar os fluidos espirituais como se fossem correntes elétricas, e manipulá-los como se a sua aplicação dependesse de nós. O passista espírita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluidos espirituais – e o que ele pensa saber é simples pretensão orgulhosa – limita-se à função mediúnica de intermediário. Se pede a assistência dos Espíritos, com que direito se coloca depois no lugar deles?" PARA NÃO SE TRANSFORMAR ESTE ATO EM RITUAL, DEVEMOS ADOTAR A POSTURA QUE JESUS NOS ENSINOU, OU SEJA, “IMPOR AS MÃOS E ORAR”. O que é preciso levar em conta é que nenhuma forma de aplicar o passe surtirá efeito se o médium não tiver dentro de si a vontade de ajudar e condições morais salutares para concretizálo. Mesmo que se aplique a melhor metodologia, não se conseguirão bons resultados se o passista for pessoa de má índole. "Os elaboradores e divulgadores de técnicas do passe não sabem o que fazem. A técnica do passe não pertence a nos, mas exclusivamente aos Espíritos Superiores. Só eles conhecem a situação real do paciente, as possibilidades de ajuda-lo em face de seus compromissos nas provas, a natureza dos fluidos de que o paciente necessita, e assim por diante." O Passe é um alívio aos sofrimentos morais, espirituais e físicos, ajudando aos que buscam este recurso, pela compreensão, pelo entendimento e conhecimento do que vem a ser o Passe Espírita. As Casas Espíritas não prometem curas, mas o esclarecimento sobre a Lei de Causa e Efeito para auxiliar as pessoas a conviverem com seus problemas, buscando a melhor solução diária com o concurso da Prece sem desesperos.
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IMPOSIÇÃO DAS MÃOS Esta é a técnica mais comum, eficiente e universal de se aplicar um passe. E igualmente tão simples que não há muito que aprender: basta estender os braços para frente do corpo, pondo as mãos sobre a cabeça do paciente, ou sobre outra parte que se deseja magnetizar, ficando as mãos espalmadas para baixo, sem contração ou enrijecimento muscular, sem se fazer força ou se posicionar tipo estátua. A partir daí, manter-se firmemente em oração, pedindo ao Senhor bênçãos para o paciente, acionando a vontade de ajudar, de transmitir bons fluidos, de favorecer a fluidificação espiritual e esquecer qualquer vaidade, orgulho, rancor ou problemas materiais. Existe também a imposição de mãos localizada, que é uma derivação das técnicas do magnetismo. O paciente quando está com seu campo fluídico desequilibrado ou desarmonizado, quase sempre é conveniente fazer-se, antes, uma dispersão fluídica. Mesmo na imposição de mãos este recurso é muito válido, pois com a dispersão extraímos ou reordenamos os fluidos desequilibrantes ou desarmonizadores. Apesar de até agora termos falado da imposição no plural, não quer dizer que não se possa fazer a imposição com apenas uma das mãos. Mas o mais comum e proveitoso é usar as duas.
OUTRAS TÉCNICAS UTILAZADAS NOS CENTROS ESPÍRITAS PASSES LONGITUDINAIS - Como técnica, os passes longitudinais são aqueles feitos ao longo do corpo do paciente, da cabeça aos pés e de cima para baixo, com as mãos abertas e os braços estendidos normalmente, sem nenhuma contração, e com a necessária flexibilidade para executar os movimentos, de um mesmo lado do paciente (frente, costas ou lado). Pode ser feito com uma ou duas mãos. Quando aplicados lentamente (média de 30 segundos da cabeça aos pés) e a uma distância média de 5 a 15 cm, saturam o paciente de fluidos e, por isso mesmo, são muito ativos e excitantes; quando aplicados lentamente a uma distância de 15 cm até mais de 1 metro, se tornam calmantes. Os passes longitudinais, também conhecidos como de grande corrente, quando feitos rapidamente (cerca de 5 segundos para o percurso cabeça/pés) e a uma distância de 15 cm a mais, tem notável poder dispersivo e sua ação também é calmante além de regularizar a circulação sanguínea. Apesar dos longitudinais serem feitos, geralmente, da cabeça aos pés, também podem ser executados apenas em certas partes do corpo. Podemos, assim, usar os longitudinais só para as pernas, só para os braços ou tronco. PASSES TRANSVERSAIS - Estes passes têm grande poder dispersivo, mas apresentam alguns inconvenientes quanto ao seu uso na Casa Espírita. São executados com os braços distendidos à frente e as mãos, inicialmente, posicionadas a uma distância do paciente entre 30 e 50 cm; como função, são essencialmente dispersivos. Seu modo de aplicar é relativamente simples: o operador, colocado de pé defronte do magnetizado, estende os dois braços adiante, as mãos abertas, com a palma e, bem assim, os polegares para baixo; nessa posição, ele abre rapidamente e com muita energia os braços no sentido horizontal e depois volta com vivacidade à posição primitiva para recomeçar logo a seguir da mesma maneira. Pode-se também executar o passe transversal com apenas uma das mãos. Nesse caso, o operador impulsiona a mão, batendo vivamente o ar por cima e na altura de 5 cm da parte visada, como se fosse agredir o paciente, tendo o cuidado de, ao repetir o passe, fechar e afastar a mão. Como se vê tal dispersivo requer um jogo de mãos e braços muito violento e pede bastante espaço lateral para sua execução. Como a maioria das Casas Espíritas são pequenas e suas cabines de passes apertadas já temos ai um grande inconveniente; além do que, seria um risco ter-se outro passista por perto, pelo risco de impacto entre eles ou mesmo entre o passista e o paciente. Ademais, se temos passes mais simples, quanto à técnica, que atingem o mesmo objetivo, ou seja, são também bastante dispersivos, por que fazer um que apresenta tantos inconvenientes? 57
Outra modalidade do Transversal é o Transversal Cruzado. A técnica e a finalidade são idênticas, diferenciando que aqui os braços se cruzam à frente do paciente. Dessa forma, em vez de o passe ter os braços simplesmente estendidos, serão eles sobrepostos um ao outro em forma de “X”. Os demais procedimentos são iguais. Inclusive os inconvenientes. PASSES CIRCULARES - Estes passes são executados com a palma das mãos ou com os dedos, com movimentos rotatórios palmares e digitais lentamente, operando-se movimentos circulares da direita para a esquerda, e vice-versa, de maneira localizada e a uma altura (distância) de aproximadamente 10 a15 cm. Quando aplicados com os dedos, estes deverão estar voltados ao ponto que se deseja magnetizar, sem rigidez ou contração muscular. São muito ativantes e, por isso mesmo, muito utilizado quando se pretende tratar ingurgitamentos, abcessos, obstruções, irritações intestinais, cólicas, supressões e males em geral do baixo ventre. Uma variação desses passes, conforme nos observa Michaelus, são conhecidos como “fricções sem contato ou afloração”. A diferença entre estes e os circulares é que aqui fazemos uma espécie de massagem psíquica e não apenas rotações. Por isso estes podem ser palmares, digitais, longitudinais e rotatórios, e têm finalidades idênticas aos circulares propriamente ditos. No caso dessas fricções, as palmares são feitas com as palmas das mãos, em cheio, os dedos ligeiramente afastados, sem crispações e sem rigidez; as digitais, com a mão aberta, ficando os dedos ligeiramente afastados e um pouco curvados, evitando-se contração e rigidez, com o punho erguido; as longitudinais são executadas com a mão aberta, como as fricções palmares, ou somente com as pontas dos dedos, como as fricções digitais, ao longo dos membros do corpo, muito lenta e suavemente (cerca de um minuto da cabeça aos pés), e no sentido das correntes, isto é, do alto para baixo, seguindo o trajeto dos nervos e dos músculos; as rotatórias são feitas igualmente com as palmas das mãos ou com a ponta dos dedos, descrevendo círculos concêntricos no sentido dos ponteiros do relógio. Não devemos esquecer que, ao retornar as mãos ao ponto de partida, o operador a conservará fechada e afastada do corpo do paciente. Em nível de técnica, os circulares ou palmares, bem como as fricções, por motivo mesmo da movimentação das mãos, bloqueiam o retorno de fluidos dispersáveis àquelas extremidades quando se está procedendo a passe, o que nem sempre se verifica com as imposições. PASSES DE DISPERSÃO CIRCULARES - Por serem muito excitantes e na maioria das vezes atuarem em regiões físicas muito restritas, normalmente, após a aplicação de quaisquer das variedades dos circulares, se verifica uma concentração fluídica localizada muito forte, requerendo, por isso mesmo, uma dispersão também localizada e muito ativa. Para tanto, uma dispersão muito própria existe: põe-se a mão sobre o ponto que se quer dispersar, à mesma distância que se usou para o passe ou até mais próximo, com a palma voltada ao ponto que quer dispersar, arcando-se os dedos para cima, inteiramente abertos, firmes e imóveis, como se se quisesse dobrá-los para trás. Nessa hora perceberá nitidamente os fluidos vindos do ponto observado como que penetrando no meio da palma da mão e a esvaírem-se por seus dedos, em direção ao espaço. Além de dispersiva, esta técnica é excelente para se fizer cessar dores localizadas, resolver tumores e inflamações. Atentemos, porém, para a nossa posição mental, pois não é o simples arcar de dedos que fará fluir fluidos dispersáveis, nossa disposição e comando mentais nesse sentido são indispensáveis. PASSES PERPENDICULARES - Como os transversais, estes também são extremamente dispersivos. Devem ser aplicados a uma pequena distância do corpo do paciente – aproximadamente 5 centímetros, com as palmas estendidas sobre a cabeça e descendo-as rapidamente, sendo uma pela frente e a outra por trás do corpo do paciente, o que indica que o paciente deve ficar de lado para o passista. Lamentavelmente, como bem se percebe, oferece inconvenientes quando incorporados à prática do passe espírita, principalmente pelo fato de ficar mudando, o passista, de posição, e da conveniência de essa técnica requerer estejam, preferencialmente, os dois, passista e paciente, em pé. 58
FÉ, MERECIMENTO E VONTADE A FÉ - O poder da fé se demonstra de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que, a um grande poder fluídico normal se junta uma ardente fé, pode, só pela força de sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: “Se não curastes, foi porque não tendes fé”. Na verdade não há muito que interpretar dessas palavras de Kardec; apenas ressaltamos a ponte existente entre a fé e a ação fluídica por obra da “força da sua vontade”. Desnecessário, portanto, dizer que a ausência da fé, por parte do passista, é a anulação prática de seu “poder” e, no paciente é a falta do catalisador fundamental da cura. O MERECIMENTO - Para se entender o merecimento em maior profundidade, faz-se necessário recorrer-se à teoria reencarnacionista. Como esse tema, por si só, comporta muitos volumes e não é nosso objetivo precípuo aqui por menorizá-lo, limitar-nos-emos a um raciocínio de Kardec, simples e por demais objetivo, o qual se não leva os descrentes a aceitar a reencarnação, pelo menos os induz a pensar e reconhecer, logicamente, que sua possibilidade é mais racional e justa que sua negação pura e simples: “(...) por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias (doenças incuráveis ou de nascença, mortes prematuras, reveses da fortuna, pobreza extrema etc.) são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. (...) não podendo Deus punir alguém pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se, esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus”. Isto colocado, afiançamos que a questão do merecimento está diretamente vinculada aos débitos do passado, tanto desta quanto de outras vidas, como aos esforços que vimos empreendendo para nos melhorarmos física, psíquica moral e espiritualmente. A VONTADE - Apesar da fé e do merecimento serem importantes fatores (ditos subjetivos) em qualquer análise séria sobre as chamadas “curas espirituais”, nem todos os escritores e pesquisadores não espíritas levam-nos em consideração. Já no tocante à vontade, encontramos unanimidade sobre seus efeitos e necessidades, em toda e qualquer Escola, ainda que algumas utilizem nomes diferentes para designar tão importante agente. Vejamos o que disse Kardec: Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como se há de explicar a ação material de tão sutil agente? (...) A vontade é atributo essencial do Espírito (...). Com o auxílio dessa alavanca, ele atua sobrea matéria elementar e por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas. “Tanto quanto o Espírito errante, a vontade é igualmente atributo do Espírito encarnado; daí o poder do magnetizador, poder que se sabe estar na razão direta da força de vontade. Podendo o Espírito encarnado atuar sobre a matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-lhe as propriedades, dentro de certos limites”. E, na palavra dos Espíritos que lhe responderam, já vimos que “Se magnetizas com o propósito de curar (...) e invocas um bom Espírito (...) ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias". 59
A CURA ATRAVÉS DO PASSE A Organização Mundial da Saúde considera que, a saúde, é o completo bem estar físico, mental e social. Nós, espíritas, anuímos a essa definição; só que admitimos que toda doença de alguma gravidade, tem uma origem espiritual. A ação moral desequilibrada do Espírito afeta o perispírito; e estando o perispírito intimamente ligado ao corpo físico, seu desajuste vibratório o afeta, e ele adoece. Em sua essência profunda, o passe é a mobilização ativa de nosso amor em favor do bem do semelhante. Jesus, o Divino modelo, ensinou-nos a fazê-lo em diversas e bem conhecidas passagens de sua vida. O pensamento atua sobre a energia e as ligações espirituais, e sua fonte de energia curativa ou destrutiva deve ser mais estudada por todos os que assumem a responsabilidade de atender e consolar as pessoas que procuram os centros espíritas. A mediunidade curadora é uma faculdade conquistada pelo Espírito e concedida por Deus aos homens, de onde se infere que ela nasce não se faz. É conhecida através de todos os tempos, desde a antiguidade até os tempos atuais, tendo se firmado no conceito dos povos com a passagem do Cristo pela Terra. Entretanto, em virtude do avanço da arte de curar, no terreno científico, os médiuns curadores foram se apagando aos poucos, permanecendo, contudo, a boa vontade no espírito caritativo das criaturas bem intencionadas. Não obstante, sempre se fez sentir a ação nefasta da infiltração de espíritos pouco esclarecidos. Graças, porém, ao surto espírita que em ondas benfazejas cobre o mundo presente, os médiuns curadores têm se mostrado com mais frequência, sendo assinalados em quase todas as casas espíritas e grupos particulares. Ao traçarmos este roteiro para os médiuns passistas que estão integrados na prática de fazer o bem aos semelhantes, não nos move outro intuito senão o de servir aos nossos irmãos possuidores daquela sublime faculdade, que é a de curar os enfermos e consolar os aflitos nas suas angústias. Pois, é entristecedor depararmos com médiuns dedicados na transmissão de fluidos curadores e, no entanto, obtendo o mínimo de benefício ao seu assistido, quando poderia, com o imprescindível preparo do seu desenvolvimento mediúnico, produzir curas maravilhosas, atuando isoladamente ou no conjunto das sessões espíritas. A coluna mestra de amparo ao médium precisa apoiar-se na insofismável confiança em Deus. Um médium apático, que tem a mente conturbada pela desarmonia psíquica, cujos pensamentos não podem manter firmeza absoluta na concentração com os Poderes do Altíssimo, nada tem e nada poderá receber. E que bem poderá dar ao sofredor, se nada possui e nada recebeu? Ainda que a sua vontade tenha a força dos grandes Espíritos, mas se ele se emaranha no cipoal das dúvidas, permitindo que forças inferiores se canalizem nas suas vibrações, é um instrumento fracassado, ainda que seja momentaneamente. Ora, se o trabalho fosse desenvolvido sob a Inspiração Divina e seguisse os fios magnéticos que estabelecem a ligação com o Senhor e Mestre Jesus, receberia em retorno, como uma cascata de luz, as graças do Eterno Doador de Bênçãos. Não recomenda o Mestre: “Pedi e obtereis?” — Portanto, não vacile, peça, confie sempre e espere, que receberá. O médium curador, que não tem confiança na sua faculdade de curar, imerso em vontade duvidosa, fica impossibilitado de obter qualquer efeito curativo ou mesmo o mais insignificante alívio ao seu pobre paciente. Mas esta situação não perdurará muito se o médium estiver sob a proteção de algum Centro, Grupo ou Núcleo espírita bem orientado. Os Mentores Espirituais dessas oficinas do Mestre Amado, não deixam órfãos os filhos de Deus e buscam recursos os mais diversos para atenderem aos seus irmãos necessitados. 60
Ainda mesmo que todos os recursos falhem pela dureza do médium, não podendo fazer-se sentir pelos seus pensamentos, os Guias usarão outros instrumentos como intermediários diretos e farão chegar à sua mente os conselhos necessários à recondução da harmonia vibratória. Desta forma, retoma, ele, à confiança em Deus, uma vez que o médium não se entregue às forças inferiores por vontade própria, encontrando satisfação nas suas torpezas. Da força de vontade gera a reação. Reagindo, o médium começa imediatamente a perceber que está sendo atendido através de fluidos emanados pelos bons Espíritos assistentes daquela casa de caridade, que, embora quase imperceptíveis aos sentidos materiais os auxílios prestados, ele vai readquirindo, assim, a capacidade de emitir também os fluidos finos curadores. A Misericórdia Divina é pródiga e não falha nunca aos servidores do bem. Dá muito para salvar um pecador das garras dos inimigos da luz. E, não conhecemos nós, pelos ensinos de Jesus Cristo que há mais festa no céu pela chegada de um pecador do que por 99 justos? — É bastante o médium adquirir a confiança perfeita de que está sob a proteção do Senhor e Mestre e trabalhar confiantemente. Se nada ou pouco produzir, a culpa não lhe cabe; a sua tarefa foi bem cumprida com amor e dedicação. A falta, se houve, fica por conta de outro devedor, mas não o médium.
TIPOS DE PASSES PASSE MAGNÉTICO - É um tipo de passe em que a pessoa doa apenas seus fluidos, utilizando a força magnética existente no próprio corpo. Pelo menos em tese, qualquer criatura pode ministrálo (como a ciência tem comprovado através dos trabalhos no campo do Magnetismo Animal). No caso do homem, as qualidades magnéticas desta transferência de energia variam segundo a condição moral do passista, sua capacidade de doar fluidos e seu desejo sincero de amparar o próximo. No passe magnético, geralmente se recebe assistência espiritual. Isso acontece porque os Espíritos superiores sempre ajudam aqueles que, imbuídos de boa vontade, atendem aos mais carentes. Lembramos aqui, que o socorro dos Benfeitores é independente da crença que o passista ou magnetizador possa ter em Deus ou na Espiritualidade. Os Espíritos disseram a Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", questão 176: "... muito embora uma pessoa desejosa de fazer o bem não acredite em Deus, Deus acredita nela". PASSE ESPIRITUAL - É uma espécie de magnetização feita pelos bons Espíritos, sem intermediários, diretamente no perispírito das pessoas enfermas ou perturbadas. No passe espiritual o necessitado não recebe fluidos magnéticos de médiuns, mas outros, mais finos e puros, trazidos dos planos superiores da Vida, pelo Espírito que veio assisti-lo. Pelo fato de não estar misturado ao fluido animalizado, o passe espiritual é bem mais limitado que as outras modalidades de passes. Com isso, pode-se compreender que os recursos oferecidos nas reuniões públicas de Espiritismo, onde participam grande quantidade de encarnados e Espíritos desencarnados, são bem maiores do que aqueles que podemos contar em nossas residências, só com a ajuda do anjo guardião. PASSE MISTO - É uma modalidade de passe onde se misturam os fluidos do passista com os da Espiritualidade. A combinação é muito maior do que no passe puramente magnético e seus efeitos bem mais salutares. Este é o tipo de passe que é aplicado nos centros espíritas, contando com a ajuda de equipes espirituais que trabalham nessa área, para ajuda dos necessitados. Os benfeitores espirituais trabalham no momento do passe, atendendo aos encarnados e também ministrando eficiente socorro às entidades do plano espiritual. Eles agem aumentando, dirigindo e qualificando nossos fluidos. Mas para que se possa contar sempre com a ajuda dos bons Espíritos, é necessário observar os cuidados sobre a depuração íntima de cada um dos que estão imbuídos do desejo de fazer o bem. 61
"Para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis; desde que esses fluidos benéficos são dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter. Por isto a prece e a evocação são necessárias. Mas para orar e, sobretudo, orar com fervor, é preciso fé. Para que a prece seja escutada é preciso que seja feita com humildade e dilatada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse" (Allan Kardec - Revista Espírita, Janeiro, 1864). Segundo disse Kardec, os fluidos que doamos pelos passes, são absorvidos de forma mais eficaz se forem direcionados através das mãos às regiões dos plexos, que são zonas de maior concentração de terminações nervosas do corpo físico e onde estão localizados os centros de força do perispírito.
APOMETRIA O termo origina-se do grego, APO = além de; METRON = medida, no caso, afastamento temporário do perispírito, do corpo físico, sem comprometer a sua ligação com o "cordão de prata", com sua projeção no tempo e no espaço, para locais de refazimento e socorro espiritual. Representa a indução do clássico desdobramento, produzido por componentes materiais somáticos e espirituais do homem. Esta técnica é aplicada por encarnados e efetuada sob a direção e responsabilidade dos Mentores Espirituais, sob o comando energético da mente e faculdades mediúnicas do dirigente e seu grupo de trabalho, isto é, "mentes sob a ação da vontade". A onda energética resultante é condensada/aglomerada e seu fluxo contínuo "aplicado" à finalidade que se destina. A vontade do operador (dirigente) irá exteriorizar os recursos disponíveis através de pulsos energéticos emitidos por contagem magnética. Todo o processo conduzido com AMOR, como extensão da energia criadora, para ser aplicado na ajuda a pessoas, espíritos desencarnados ou grupos de necessitados.
REGRA DE OURO DA APOMETRIA Aqui, no entanto, devemos emitir um vigoroso alerta para os entusiasmos que possamos estar provocando. Como fundamento de todo esse trabalho – como, de resto, de todo trabalho espiritual – dever estar o AMOR. Ele é o alicerce.
LEIS DA APOMETRIA 1. Lei do Desdobramento Espiritual - “Toda vez que, em situação experimental ou normal, dermos uma ordem de comando a qualquer criatura humana, visando à separação do seu corpo espiritual – Corpo Astral – do seu corpo físico, e, ao mesmo tempo, projetarmos sobre ela pulsos energéticos através de uma contagem lenta, dar-se-á o desdobramento completo dessa criatura, conservando ela sua consciência”. 2. Lei do Acoplamento físico. - “Toda vez que se der um comando para que se reintegre no corpo físico o espírito de uma pessoa desdobrada, (o comando se acompanhando de contagem progressiva), dar-se-á imediato e completo acoplamento no corpo físico”. 3. Lei de ação à distância, pelo espírito desdobrado - (Lei das viagens astrais). “Toda vez que se ordenar ao espírito desdobrado do médium uma visita a lugar distante, fazendo com que esse comando se acompanhe de pulsos energéticos através de contagem pausada, o espírito desdobrado obedecerá à ordem, conservando sua consciência e tendo percepção clara e completa do ambiente (espiritual ou não) para onde foram enviados”. Nota importante: Esta lei, de ordinário, só funciona em sensitivos videntes os quais, vias de regra, conservam a vidência quando desdobrados.
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4. Lei da formação dos campos-de-força. - “Toda vez que mentalizamos a formação de uma barreira magnética, por meio de impulsos energéticos, através de contagem, formar-se-ão campos-de-força de natureza magnética, circunscrevendo a região espacial visada na forma que o operador imaginou”. 5. Lei da Revitalização dos Médiuns. - “Toda vez que tocarmos o corpo do médium (cabeça, mãos), mentalizando a transferência de nossa força vital, acompanhando-a da contagem de pulsos, essa energia será transferida. O médium começará recebê-la, sentindo-se revitalizado”. 6. Lei da Condução do Espírito Desdobrado, de Paciente Encarnado para os planos mais altos, em Hospitais do Astral. “Espíritos desdobrados de pacientes encarnados somente poderão subir a planos superiores do astral se estiverem livres de peias magnéticas”. 7. Lei da Ação dos Espíritos Desencarnados Socorristas Sobre os Pacientes Desdobrados. “Espíritos socorristas agem com muito mais facilidade sobre os enfermos se estes estiverem desdobrados, pois que uns e outros, desta forma, se encontram na mesma dimensão”. 8. Lei do Ajustamento de sintonia vibratória dos Espíritos Desencarnados com o Médium ou com outros espíritos desencarnados, ou de ajustamento da sintonia destes com o ambiente para onde, momentaneamente, foram enviados. “Pode-se fazer a ligação vibratória de espíritos desencarnados com médium ou entre espíritos desencarnados, bem como sintonizar esses espíritos com o meio onde foram colocados, para que percebam e sintam nitidamente a situação vibratória desses ambientes”. 9. Lei do deslocamento de um espírito no espaço e tempo. “Se ordenarmos a um espírito incorporado a volta à determinada época do passado, acompanhando-a de emissão de pulsos energéticos através de contagem, o espírito retorna à época do passado que lhe foi determinado”. 10. Lei da dissociação do espaço-tempo. “Se, por aceleração do fator Tempo, colocarmos no Futuro um espírito incorporado, sob o comendo de pulsos energéticos, ele sofre um salto quântico, caindo em região astral compatível com seu campo vibratório e peso específico karmico negativo, ficando imediatamente sob a ação de toda a energia Karmica negativa de que é portador”. 11. Lei da Ação Telúrica sobre os espíritos desencarnados que evitam a reencarnação. “Toda vez que um espírito desencarnado, possuidor de mente e inteligência bastante fortes, consegue resistir à Lei da Reencarnação, sustando a aplicação dela nele próprio, por longos períodos de tempo (para atender a interesses mesquinhos de poder e domínio de seres desencarnados e encarnados), começa a sofrer a atração da massa planetária, sintonizando-se em processo lento, mas progressivo, com o Planeta. Sofre apoucamento do padrão vibratório, por que o Planeta exerce sobre ele uma ação destrutiva, deformante, que deteriora a forma do espírito e de tudo o que o cerca, em degradação lenta e inexorável”. 12. Lei do choque do tempo. “Toda vez que levarmos ao Passado espírito desencarnado e incorporado em médium, fica ele sujeito à outra equação de Tempo. Nessa situação, cessa o desenrolar da sequência de Tempo tal qual o conhecemos, ficando o fenômeno temporal atual sobreposto ao Passado”. 13. Lei da influência dos espíritos desencarnados, em sofrimento, vivendo ainda no passado, sobre o presente dos doentes obsidiados. “Enquanto houver espíritos em sofrimento do Passado de um obsidiado, tratamentos de desobsessão não alcançarão pleno êxito, continuando o enfermo encarnado com períodos de melhora seguido por outros de profunda depressão ou de agitação psicomotora”.
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CIRURGIA ESPIRITUAL Em todos os tempos, o Ser Humano sempre padeceu de males do corpo físico, acometimentos estes, algumas vezes, de difícil diagnóstico e cura pela Medicina tradicional. Também é possível buscar a cura por meio de tratamentos espirituais, que lidam com as enfermidades que afetam o nosso períspirito, "onde ficam nossas dívidas pretéritas e onde tentamos apagar essas manchas". Não há cortes, dores ou cicatrizes, embora possam aparecer cicatrizes internas em exames de raio-X, por exemplo, e todas as doenças podem ser tratadas espiritualmente, uma vez que "foram criadas por nós mesmos e não por Deus" As doenças que invadem nosso corpo são acúmulos de energias de baixa vibração, que emitimos ou com as quais sintonizamos através da desarmonia para com as Leis Divinas. As dificuldades que vivenciamos são etapas necessárias para semear os atributos divinos no árido solo do coração. Quando a dor e o sofrimento aparecem é porque o equilíbrio precisa ser reconquistado. Nosso principal objetivo com o tratamento espiritual a distância é auxiliar a reencontrar a Harmonia e acabando com a fonte do desequilíbrio. Hoje colhemos o que foi plantado nesta ou em outras vidas, contudo, o sabor dessa colheita não precisa ser amargo. O veneno da cobra pode ser transformado em soro que cura e a mesma força que rompe a casca da semente é responsável por estimular o seu crescimento e gerar bons frutos. A compreensão das Leis Divinas e o auto-aprimoramento modificam a forma como encaramos o mundo. O objetivo do nosso trabalho é dilatar a visão dos participantes, tornando-os receptivos ao auxílio da espiritualidade superior e capacitando-os a reverter à situação em que se encontram. A Operação Fluídica espiritual vem, por intermédio de abnegados Médicos espirituais, instrumentos da infinita misericórdia de Deus, atuar no corpo perispiritual do enfermo, consequentemente repercutindo em seu corpo material, corrigindo alterações em sua estrutura físico-orgânica. As Operações Fluídicas de forma alguma objetivam substituir as terapias convencionais, sendo o paciente instruído a não interromper o tratamento médico que esteja fazendo. É lícito buscar a cura, mas não se pode exigi-Ia, pois ela dependerá da atração e fixação dos fluidos curadores por parte daqueles que devem recebê-los. A cura se processa conforme nossa fé, merecimento ou necessidade. Quando uma pessoa tem merecimento, sua existência precisa continuar ou as tarefas a seu cargo exigem boa saúde, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e lugar, até mesmo sem intermediários (aparentemente, porque ajuda espiritual sempre haverá). No entanto, às vezes, o bem do doente está em continuar sofrendo aquela dor ou limitação, que o reajusta e equilibra espiritualmente, o que nos faz pensar que nossa prece não foi ouvida. Para tanto, vejamos o que diz Emmanuel no livro Seara dos Médiuns, no capítulo "Oração e Cura": "Lembremo-nos de que lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus. A cura só se dará em caráter duradouro se, corrigirmos nossas atuais condições materiais e espirituais. A verdadeira saúde e equilíbrio vêm da paz que em espírito soubermos manter onde, quando, como e com quem estivermos. Empenhemo-nos em curar males físicos, se possível, mas lembremos de que o Espiritismo cura, sobretudo as moléstias morais". De uma maneira primorosa, Allan Kardec nos situa sobre o assunto: "A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo está, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada, mas depende também da energia da vontade, que, quanto maior for, mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou espírito". 64
ÁGUA FLUIDIFICADA A água fluidificada é a água normal, acrescida de fluidos curadores. Em termos de Espiritismo, entende-se por água fluidificada aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados à água. É a água magnetizada por fluidos. Os Espíritos ensinam que a água é um dos principais condutores de energia que existe e dela se utilizam para transmitir aos enfermos as energias de que necessitam para obterem alívio de suas dores físicas e espirituais. Assim, a fluidificação da água é um recurso de tratamento muito utilizado pelos Espíritos. "A água, em face da sua constituição molecular, é elemento que absorve e conduz a bioenergia que lhe é ministrada. Quando magnetizada e ingerida, produz efeitos orgânicos compatíveis com o fluido de que se faz portadora." (Bezerra de Menezes, "Loucura e Obsessão", capítulo "As Consultas”). Por ser um excelente condutor de energia, a água, quando fluidificada, transmite a quem a ingere os recursos magnéticos necessários ao seu equilíbrio psicofísico. Segundo Emmanuel, pode ser fluidificada para todos ou em benefício de alguém em particular, como um enfermo, por exemplo. Nessa hipótese, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo (O Consolador, pergunta 103). Também, André Luiz no livro "Nos Domínios da Mediunidade", ensina por intermédio de um seu mentor espiritual que, através da água fluidificada, precioso esforço de medicação pode ser levado a efeito. “Há lesões e deficiências no veículo espiritual a se estamparem no corpo físico, que somente a intervenção magnética consegue aliviar, até que os interessados se disponham à própria cura" (capítulo XII). Basta que se coloque um recipiente de água limpa e que se ore com determinação, sinceridade e fé, solicitando aos Espíritos Superiores que a magnetizem. O plano espiritual, então, magnetizará o líquido com raios de amor em forma de bênçãos, como diz Emmanuel, colocando nele energias reparadoras, conforme a necessidade do enfermo. Portanto, como um grande condutor de energia, a água é o líquido indicado para que os benfeitores espirituais derramem os fluidos magnetizados necessários ao nosso refazimento físico e espiritual. Concluímos com essas belas palavras de Emmanuel: "Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades físicopsíquicas ou nos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina à frente de tuas orações, espera e confia”. “Quando, porém, o homem espiritual dominar o homem físico, todos os elementos medicamentosos da Terra, estarão transformados na excelência dos recursos psíquicos e essa grande oficina achar-se-á elevada a santuário de forças e possibilidades espirituais junto das almas.” (Extraído do Livro: “Cure-se e Cure pelos Passes” – Jacob Melo)
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REFORMA MORAL Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral. As Condições Básicas para a evolução espiritual residem na reforma moral, seguida pelos esclarecimentos intelectuais. E como encetar a caminhada? Por onde começar a subir o primeiro degrau da escada evolutiva? “Não se perturbe o vosso coração”, dizia Jesus aos seus apóstolos. Procura a Luz do mundo, que é o Mestre, como ensinava João Batista, e traze-a para dentro do teu coração e segue com ele o roteiro evangélico em direção às esferas sublimadas. Pela estrada, vá despindo o “homem velho” e vestindo o “homem novo”, como ensinava Paulo de Tarso, para depois, se integrar na fé e nas obras enaltecedoras dos espíritos elevados. O primeiro passo, para a reforma moral está no bom combate, segundo ainda o apóstolo dos gentios, aos seus próprios vícios e defeitos, vencendo-os com persistência e tenacidade, intransigentemente consigo mesmo. Antes, vença os vícios da carne, esses desejos muitas vezes incontidos; depois, as imperfeições morais que desequilibram o espírito, até chegar à limpeza completa afastando os inimigos, ainda mesmo que seja em vidas sucessivas. A reforma íntima é um trabalho processual. Processual significa aquilo que obedece a uma sequência. Em conceito bem claro, é a habilidade de lidar com as características da personalidade melhorando os traços que compõem suas formas de manifestação. Caráter, temperamento, valores, vícios, hábitos e desejos são alguns desses caracteres que podem ser renovados ou aprimorados. Nessa saga de mutação e crescimento, o maior obstáculo a transpor é o interesse pessoal, o conjunto de viciações do ego repetido durante variadas existências corporais e que cristalizaram a mente nos domínios do personalismo. O hábito de atender incondicionalmente as imposições dos desejos e aspirações pessoais levou nos à cruel escravização, da qual muito será exigido nos esforços reeducativos para nos libertarmos do “império do eu”. Extenso será esse caminho reeducativo na vitória sobre nossa personalidade manhosa e talhada pelo egoísmo. O meio prático e eficaz de consegui-lo, conforme ensinam os Bons Espíritos da codificação, é o conhecimento de si mesmo. POSTURA DE APRENDIZ – Jamais perder o viçoso interesse em buscar o novo, o desconhecido. Sempre há algo para aprender e conceitos a reciclar. A postura de aprendiz se traduz no ato da curiosidade incessante, que brota da alma como sendo a sede de entender o universo e nossa parte na “dança dos ritmos cósmicos”. Romper com os preconceitos e fugir do estado doentio da autossuficiência. OBSERVAÇÃO DE SI MESMO – É o estudo atento de nosso mundo subjetivo, o conhecimento das nossas emoções, o não julgamento e a autoavaliação constante. Tendemos a avaliar o próximo e esquecer o serviço que nos compete, no entanto, relembremos que perante a imortalidade só responderemos por nós, no que tange ao serviço de edificação dos princípios do bem na intimidade. RENÚNCIA – A mudança íntima exige uma seletividade social dos ambientes e costumes, em razão dos estímulos que produzem reflexo no mundo mental. No entanto, a renúncia deve ampliar-se também ao terreno das opiniões pessoais e valores institucionais, para os quais, frequentemente, o orgulho ilude. Sem aceitação da nossa realidade presente, poderemos instaurar um regime de cobranças injustas e intermináveis conosco e posteriormente com os outros. A mudança para melhor não implica em destruir o que fomos, mas dar nova direção e maior aproveitamento a tudo que conquistamos inclusive nossos erros.
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AUTOPERDÃO – A aceitação, para ser plena precisa do perdão. Recomeço é a palavra de ordem nos serviços de transformação pessoal. Sem ela o sofrimento e a flagelação poderão estipular provas dolorosas para a alma. É uma postura de perdão às faltas que cometemos, mas que gostaríamos de não cometer mais. CUMPLICIDADE COM A DECISÃO DE CRESCER – O objetivo da renovação espiritual é gradativo e exige devoção. Não é serviço para fins de semana durante a nossa presença nas tarefas do bem, mas serviço continuado a cada instante da nossa vida, onde estivermos. Somente assumindo com muita seriedade esse desafio o levaremos avante. Imprescindível à atitude de comprometimento com a meta de crescimento que assumimos. Somos egressos de experiências frustradas no desafio do aperfeiçoamento pessoal, portanto, muito facilmente somos atraídos para ilusões variadas. Somente com severidade e muita disciplina construiremos o homem novo almejado. VIGILÂNCIA – É a atitude de cuidar da vida mental. Cultivar o hábito da higiene dos pensamentos, da meditação no conhecimento de si, da absorção de nutrição mental digna das boas leituras, conversas, diversões e ações sociais. Vigilância é a postura da mente alerta, ativa, sempre voltada a ideais enriquecedores. ORAÇÃO – É a terapia da mente. Sem oração dificilmente recolheremos os germens divinos do bem que constituem as correntes de Energia Superior da Vida. Através dela, igualmente, despertamos na intimidade forças nobres que se encontram adormecidas ou sufocadas pelos nossos descuidos de cada dia. TRABALHO – Os Sábios Guias da codificação asseveram que toda ocupação útil é trabalho. Dar utilidade a cada momento dos nossos dias é sublime investimento de segurança e defesa aos projetos de crescimento interior. TOLERÂNCIA – Toda evolução é concretizada na tolerância. Deus é tolerância. Há tempo para tudo e tudo tem seu momento. Os objetivos da melhoria requerem essa complacência conosco para que haja mais resultados satisfatórios. Complacência não significa conivência ou conformismo, mas caridade com nossos esforços. AMOR INCONDICIONAL – Aprender o autoamor é o maior desafio de quem assume o compromisso da reforma íntima, porque a tendência humana é desgostar de sua história de evolução, quando toma consciência do ponto em que se encontra ante os Estatutos Universais da Lei Divina. Sem autoamor a reforma íntima reduz-se a “tortura íntima”. Aprender a gostar de si mesmo, independente do que fizemos no passado e do queremos ser no futuro, é estima a si próprio, um estado interior de júbilo com nosso retorno lento, porém gradativo, para a identificação plena com o Pai. SOCIALIZAÇÃO – Se o interesse pessoal é o grande adversário de nosso progresso, então a ação em grupos de educação espiritual será excelente medicação contra o personalismo e a vaidade. Destaquemos assim o valor das tarefas doutrinárias regadas de afetividade e siso moral. São treinamentos na aquisição de novos impulsos. CARIDADE – Se socializar pode imprimir novos impulsos e reflexões no terreno da vida mental, a caridade é o “dínamo de sentimentos nobres” que secundarão o processo socializador, levando-o ao nível de abençoada escola do afeto e revitalização dos ensinamentos espíritas. A natureza nos leva ao esquecimento do passado exatamente para aprendermos a descobrir em nosso mundo interior as razões profundas de nossos procedimentos, através da análise dos pendores e impulsos, interesses e atrações que formam o conjunto de nossas reações denominadas tendências. 67
Com a presença das recordações claras sobre os acontecimentos pretéritos, a mente estacionaria na vergonha e no remorso, no rancor e na mágoa, sem um campo propício para o recomeço, estabelecendo torvelinhos de desequilíbrio como os dramas que são narrados pelas vias psicográficas da literatura espírita. “Matar o homem velho”, “Extinguir sombras”, “vencer o passado” – expressões que comumente são usadas para o processo da mudança interior. Contudo, todos nós sabemos que, à luz dos princípios universais das Leis Naturais, que não existe morte ou extinção, e sim transformação. Jamais matamos o “homem velho”, podemos sim conquistá-lo, renová-lo, educá-lo. Não eliminamos nada do que fomos um dia, transformamos para melhor. Ao invés de ser contra o que fomos, precisamos aprender uma relação pacífica de aceitação sem conformismo a fim de fazer do “homem velho” um grande aliado no aperfeiçoamento. Portanto, as expressões que apresentam melhor significado para a tarefa íntima de melhoria espiritual serão “harmonia com a sombra” e “conquistar o passado”, que redundam em uma das mais belas e sublimes palavras dos dicionários humanos: Educação. Nossas imperfeições são balizas demarcatórias do que devemos evitar um aprendizado que pode ser aproveitado para avançarmos. A postura de “ser contra” o passado é um processo de negação do que fomos, do qual a astúcia do orgulho aproveita para encobrir com ilusões acerca de nossa personalidade. O ensino do evangelho reconcilia-te depressa com teu adversário enquanto estás a caminho com ele é um roteiro claro. Essa reconciliação depende da nossa disposição de encarar a realidade sobre nós próprios, olhar para o desconhecido mundo interior, vencer as “camadas de orgulho do ego“, superar as defesas que criamos para esconder as “sombras” e partir para uma decidida e gradativa investigação sobre o mundo das reações pessoais, através da autoanálise, sem medo do que encontraremos. Fazemos isso enquanto estamos no caminho carnal ou então as Leis Imutáveis da vida espiritual levar-nos-ão ao “espelho da verdade”, nos “camarins da morte”, no qual teremos que mirar as imagens reais daquilo que somos e, despidos das ilusões da matéria. Postergar essa tarefa é desamor e invigilância. A desencarnação nos aguarda a todos na condição do mecanismo divino que nos devolve à realidade. Reformar é formar novamente, dar nova forma. Reforma íntima nada mais é que dar nova direção aos valores que já possuímos e corrigir deficiências cujas raízes ignoramos ou não temos motivação para mudar. É dar nova direção a qualidades que foram desenvolvidas na horizontalidade evolutiva, que conduziram o homem às conquistas do mundo transitório. Agora, sob a tutela da visão imortalista, compete-nos dirigir os valores que amealhamos na verticalidade para Deus, orientando as forças morais para as vitórias eternas nos rumos da elevação espiritual pelo sentimento. Que dizer da sementeira atacada por pragas diversas? Será incinerada a pretexto de renovação e cura? Assim é conosco. O passado – nosso plantio está arquivado como experiência intransferível e eterna; não há como “matar” o passado, porém, podemos vitalizá-lo com novos e mais ricos potenciais do Espírito na busca do encontro com o ser Divino, cravado na intimidade profunda de nós próprios. Não há como extinguir o que aconteceu, todavia, podemos travar uma relação sadia e construtora de paz com o pretérito. Reforma íntima não pode ser entendida como a destruição de algo para construção de algo novo, dentro de padrões preestabelecidos de fora para dentro, e sim como a aquisição da consciência de si par aprender a ser, a existir, a se realizar como criatura rica de sentidos e plena de utilidade perante a vida. Portanto, esse adversário interior deve se tornar nosso grande aliado, sendo amavelmente “doutrinado” para servir ao luminoso ideal do homem lúcido e integral para o qual, inevitavelmente todos nós caminharemos.
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O EVANGELHO NO LAR Lar, nossa primeira escola, quando o Espírito tem a oportunidade de vestir a roupagem da inocência e da candura, passando pela fase do esquecimento e chegam às mãos dos pais, na graça e na ternura de uma criança.
A terra está preparada; depende de nossa boa vontade semear o bem.
O lar é o coração do organismo social.
A paz do mundo começa entre quatro paredes.
Onde estiverem duas ou mais criaturas reunidas em meu nome, eu entre elas estarei. (Mateus, 18:20). (Jesus Cristo)
FINALIDADE: Trata-se de um encontro semanal, sendo previamente marcado o dia e a hora, (devendo ser repetido sempre no mesmo dia e hora da semana) com o objetivo de reunir a família em torno dos ensinamentos evangélicos, à luz do Espiritismo, e sob a assistência dos Benfeitores Espirituais. 1. PARTICIPANTES: Podem ser todas as pessoas do lar, inclusive as crianças ou ainda pode ser feito por apenas uma pessoa da casa. 2. ROTEIRO DA REUNIÃO: Leitura, sem comentários, de uma página de um livro (Pão Nosso, Fonte Viva, entre outros); Prece inicial; Leitura e comentários de um tópico do livro O Evangelho segundo o Espiritismo; Prece de encerramento. 3. RECOMENDAÇÕES: O tempo da Reunião deve ser, no máximo, de uma hora; Evitar a manifestação mediúnica de Espíritos; Pode-se colocar água para ser beneficiada pelos Protetores Espirituais e, após, repartida entre os participantes; A presença de visita, não deve ser motivo para suprimir a Reunião. No caso de se perder o dia da reunião em determinada semana, pode-se continuar na próxima; Quando toda a família participa e acontecer de ter uma só pessoa no dia marcado, a reunião deve acontecer normalmente; No caso de viagem, a família pode realizar a reunião onde estiver;
CULTO CRISTÃO NO LAR Somente depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado para distribuir o pão divino da Boa-Nova, junto da multidão, embora devamos o esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem humana, em todas as circunstâncias. Não olvidemos, assim, os impositivos da aplicação com o Cristo, no santuário familiar, onde nos cabe, o exemplo de paciência, compreensão, fraternidade, serviço, fé e bom ânimo, sob o reinado legítimo do amor, porque, estudando a Palavra do Céu em quatro Evangelhos, que constituem o Testamento da Luz, somos, cada um de nós, o quinto Evangelho inacabado, mas vivo e atuante, que estamos escrevendo com os próprios testemunhos, a fim de que a nossa vida seja uma revelação de Jesus, aberta ao olhar e à apreciação de todos, sem necessidade de utilizarmos muitas palavras na advertência ou na pregação. Emmanuel
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A VIDA E A OBRA DE ALLAN KARDEC
Em 1855, Hippolyte Léon Denizard Rivail, professor francês de aritmética, pesquisador de astronomia e magnetismo, foi convidado por um amigo seu a ver de perto estas manifestações que ocorriam nos salões da capital francesa. Rivail era discípulo de Pestalozzi, chamado de pai da pedagogia moderna, e casado com Amélie Gabrielle Boudet. Nascido em 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, já ouvira sobre o assunto das mesas girantes e não entendia bem o que estava acontecendo. Homem criterioso, Rivail não se deixava levar por modismos e como estudioso do magnetismo humano acreditava que todos os acontecidos poderiam estar ligados à ação das próprias pessoas envolvidas, e não de uma possível intervenção espiritual. O professor então participou de algumas sessões, e algo começou a intrigá-lo. Percebeu que muitas das respostas emitidas através daqueles objetos inanimados fugiam do conhecimento cultural e social dos que faziam parte do "espetáculo". Como os móveis, por si só, não poderiam mover-se, fatalmente havia algum tipo de inteligência invisível atuando sobre os mesmos, e respondendo aos questionamentos dos presentes. Rivail presenciava a afirmação daqueles que se manifestavam, dizendo-se almas dos homens que viveram sobre a Terra. Foi então, que uma das mensagens foi dirigida ao professor. Um ser invisível disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, Rivail, tinha uma missão a desenvolver, que seria a codificação de uma nova doutrina. Atento aos dizeres do Espírito, e depois de muitos questionamentos à entidade, pois não era homem de impressionar-se com elogios, resolveu aceitar a tarefa que lhe fora incumbida. O Espírito de Verdade disse-lhe ser sim uma falange de Espíritos superiores que vinha até aos homens cumprir a promessa de Jesus, no Evangelho de João, capítulo XIV; versículos 15 a 26: "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós... Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito". Através dos Espíritos, Rivail descobriu que em uma de suas encarnações anteriores foi um sacerdote druida, de nome Allan Kardec. Foi então que resolveu adotar este pseudônimo durante a codificação da nova doutrina, que viria a se chamar Doutrina Espírita ou Espiritismo. Kardec assim procedeu para que as pessoas, ao tomarem conhecimento dos novos ensinamentos espirituais, não os aceitassem por ser ele, um conhecido educador, quem estivesse divulgando. Mas sim, que todos os que tivessem contato com a boa nova a aceitassem pelo seu teor racional e sua metodologia objetiva, independente de quem a divulgasse ou a apoiasse. 70
A CODIFICAÇÃO A partir daí foram 14 anos de organização da Doutrina Espírita. No início, para receber dos Espíritos as respostas sobre os objetivos de suas comunicações e os novos ensinamentos, Kardec utilizou um novo mecanismo, a chamada cesta-pião: um tipo de cesta que tinha em seu centro um lápis. Nas bordas das cestas, os médiuns, pessoas com capacidade de receber mais ostensivamente a influência dos Espíritos, colocavam suas mãos, e através de movimentos involuntários, as frases-respostas iam se formando. Julie e Caroline Baudin, duas adolescentes de 14 e 16 anos respectivamente, foram as médiuns mais utilizadas por Kardec no início. Com o decorrer do tempo, a cesta-pião foi dando lugar à utilização das próprias mãos dos médiuns, fenômeno que ficou conhecido como psicografia. Todas as perguntas e respostas feitas por Kardec aos Espíritos eram revisadas e analisadas várias vezes, dentro do bom senso necessário para tal. As mesmas perguntas respondidas pelos Espíritos através das médiuns eram submetidas a outros médiuns, em várias partes da Europa e América. Assim, o codificador viajou por cerca de 20 cidades. Isso para que as colocações dos Espíritos tivessem a credibilidade necessária, pois estes médiuns não mantinham contato entre eles, somente com Kardec. Este controle rígido de tudo o que vinha de informações do mundo espiritual ficou conhecido por "Controle Universal dos Espíritos". Disto, estabeleceu-se dentro da Doutrina Espírita que qualquer informação vinda do plano espiritual só terá validade para o Espiritismo se for constatada em vários lugares, através de diversos médiuns, que não mantenham contato entre si. Fora isso, toda comunicação espiritual será uma opinião particular do Espírito comunicante. Com todo um esquema coerentemente montado, Allan Kardec preparou o lançamento das cinco Obras Básicas da Doutrina Espírita, a Codificação, tendo início em 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos". Estes livros contêm toda a teoria e prática da doutrina, os princípios básicos e as orientações dos Espíritos sobre o mundo espiritual e sua constante influenciação sobre o mundo material. Durante a codificação, Kardec lançou um periódico mensal chamado "Revista Espírita", em 1858. Nele, comentava notícias, fenômenos mediúnicos e informava aos adeptos da nova doutrina o crescimento da mesma e sua divulgação. Servia várias vezes como fórum de debates doutrinários, entre partidários e contrários ao Espiritismo. A Revista Espírita foi a semente da imprensa doutrinária. No mesmo ano, Kardec viria a fundar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Constituída legalmente, a entidade passou a ser a sociedade central do Espiritismo, local de estudos e incentivadora da formação de novos grupos. Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos, vítima de um aneurisma. Sua persistência e estudo constantes foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e organização dos ensinos do Espírito de Verdade.
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ANDRÉ LUIZ O espírito que conhecemos como André Luiz, em sua última encarnação foi um médico brasileiro residente no Rio de Janeiro. Com bons conhecimentos científicos e grande capacidade de observação, foi-lhe permitido relatar, através do médium Francisco Cândido Xavier, suas experiências como desencarnado. Desejando manter o anonimato - possivelmente respeitando parentes ainda encarnados - quando questionado sobre seu nome, respondeu adotando o nome de um dos irmãos de Chico Xavier. Alguns espíritas, talvez mais levados pela curiosidade do que por fins práticos, já criaram algumas hipóteses sobre a identificação do médico carioca desencarnado, mas são apenas especulações sem maior solidez ou confirmação pelo próprio André Luiz. O primeiro livro de André Luiz é de 1943. Neste livro ele descreve sua chegada ao plano espiritual, iniciando pelo período de perturbação imediato após a morte, seguindo pelo seu restabelecimento e primeiras atividades, até o momento em que se torna "cidadão" de "Nosso Lar", colônia espiritual que dá nome ao livro. Seguem-se outras obras que descrevem experiências e estudos do autor no plano espiritual, que ao longo da obra vão cada vez mais sendo direcionados à tarefa de esclarecimento dos encarnados sobre as realidades do plano espiritual, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier. A obra mediúnica de André Luiz teve - e ainda tem - uma influência considerável sobre o movimento espírita. Suas descrições do plano espiritual - tornando mais preciso e detalhado nosso conhecimento do mesmo - estabeleceram novo patamar de compreensão da vida espiritual, também incentivaram a criação de instituições espíritas devotadas às atividades assistências e grupos de estudos inumeráveis. Por exemplo, temos as "Casas André Luiz" e o "Grupo Espírita Nosso Lar", que se dedicam ao atendimento de crianças deficientes; a "Casa Transitória Fabiano de Cristo", que se dedica ao atendimento de gestantes carentes; o grupo "Os Mensageiros" que se dedica a distribuição gratuita de mensagens espíritas; a própria Associação Médico-Espírita, que tem aprofundado o estudo das obras mediúnicas de André Luiz e suas relações com a prática médica. É interessante observar que o primeiro livro de André Luiz causou grande impacto pela novidade de suas informações, alguns chegaram a contestar suas descrições de uma vida espiritual muito semelhante a que levamos na Terra, mas o acúmulo de evidências - deste mensagens descrevendo de modo fragmentário a vida espiritual, até obras completas de outros espíritos, por médiuns como Yvonne A. Pereira - provaram sua veracidade. O mais curioso é que descrições semelhantes já existiam desde os primeiros tempos do "Modern Spiritualism" - por exemplo, as que foram registradas por Andrew Jackson Davis (nasc. 1826 - desenc. 1910) - mas tinham caído no esquecimento. OBRAS DE ANDRÉ LUIZ Livros psicografados por Chico Xavier que são assinados por André Luiz: Coleção A Vida no Mundo Espiritual * Nosso Lar * Os Mensageiros * Missionários da Luz * Obreiros da Vida Eterna * No Mundo Maior * Libertação * Entre a Terra e o Céu
* Nos Domínios da Mediunidade * Ação e Reação * Evolução em Dois Mundos * Mecanismos da Mediunidade * Sexo e Destino * E a Vida Continua...
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FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Viveu, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado, desencarnando no dia 30 de junho de 2002, dia em que o Brasil sagrou-se pentacampeão mundial de futebol. Seu desenlace ocorreu pacificamente, no próprio lar, onde foi encontrado sereno, ainda em atitude de prece a Deus. Conforme revelara a amigos mais íntimos, tinha o desejo de partir num dia em que o "povo brasileiro estivesse muito feliz". Completou o curso primário, apenas. Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil; foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958. Em 8 de julho de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das quais saíram a público, estampadas, à revelia do médium, em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier. Nesse mesmo ano, vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual até hoje. O menino Chico Desde aos 4 anos de idade o menino Chico teve a sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro... Aquele seu filho era estranho!... De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara D. Maria João de Deus, a querida mãezinha, que o deixaria órfão aos 5 anos. Dentro de grandes conflitos e extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra obscena, de um gesto de desobediência. As "sombras" amigas, porém, não o deixavam... Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais. O certo é que os seus primeiros anos o marcaram profundamente; ele nunca os esqueceu... A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi, em sua vida, conforme ele mesmo o diz, uma bênção indefinível. Sim, a doença também viera precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem; depois os olhos; agora é a angina. Chico Xavier iniciou, publicamente, seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo. Contando 17 anos de idade, recebeu as primeiras páginas mediúnicas. Em noite memorável, os Espíritos deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade. Dezessete folhas de papel foram preenchidas, celeremente, versando sobre os deveres do espírita-cristão. Depoimento de Chico Xavier: (...) “Era uma noite quase gelada e os companheiros que se acomodavam junto à mesa me seguiram os movimentos do braço, curiosos e comovidos. A sala não era grande, mas, no começo da primeira transmissão de um comunicado do mais Além, por meu intermédio, senti-me fora de meu próprio corpo físico, embora junto dele. No entanto, ao passo que o mensageiro escrevia as dezessete páginas que nos dedicou, minha visão habitual experimentou significativa alteração. As paredes que nos limitavam o espaço desapareceram”.
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O telhado como que se desfez e, fixando o olhar no alto, podia ver estrelas que tremeluziam no escuro da noite. Entretanto, relanceando o olhar no ambiente, notei que toda uma assembleia de entidades amigas me fitavam, com simpatia e bondade, em cuja expressão adivinhava, por telepatia espontânea, que me encorajavam em silêncio para o trabalho a ser realizado, sobretudo, animando-me para que nada receasse quanto ao caminho a percorrer. O Espírito Emmanuel, nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado. Eis a primeira. - "Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com Jesus?" Sim, se os bons espíritos não me abandonarem... Respondeu o médium. - Não será você desamparado - disse-lhe Emmanuel - mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem. - E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? - tornou o Chico. - Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço... Porque o protetor se calasse, o rapaz perguntou: - Qual é o primeiro? A resposta veio firme: Disciplina. - E o segundo? - Disciplina. - E o terceiro? - Disciplina. A segunda mais importante orientação de Emmanuel para o médium é assim relembrada: "Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo". Em 1932 publica a FEB seu primeiro livro, o famoso "Parnaso de Além-Túmulo"; hoje com 416... livros psicografados. Várias delas estão traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc. De moral ilibada, realmente humilde e simples, Chico Xavier jamais auferiu vantagens, de qualquer espécie, da mediunidade. Dos livros que psicografou já se venderam mais de 12 milhões de exemplares, só dos editados pela FEB, em número de 88. "Parnaso de Além-Túmulo", a primeira obra publicada em 1932, provocou (e comprovou) a questão da identificação das produções mediúnicas, pelo pronunciamento espontâneo dos críticos. Francisco Cândido Xavier psicografou mais de 400 (quatrocentas) obras mediúnicas, de centenas de autores espirituais, abarcando os mais diversos e diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil, etc. Fiel ao princípio do "dai de graça o que de graça recebestes", jamais usufruiu dos direitos autorais provenientes, de seu extraordinário dom mediúnico, sempre, ao contrário, repassando-os em cartório, às editoras de divulgação espírita e inúmeras obras assistenciais.
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RESUMO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.
Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.
No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.
O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.
Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.
Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso, intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.
Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.
Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.
A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas consequências de suas ações.
A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata à ideia da existência do Criador.
A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade. 75
A NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO DO ESPIRITISMO Kardec afirmou que o Espiritismo é uma ciência experimental, constituída a partir das instruções dadas pelos Espíritos sobre todos os assuntos que interessam à Humanidade e, também, através das respostas às perguntas que lhes foram propostas, tendo sido recolhidas e coordenadas com cuidado (OE, p.186). Tais instruções possibilitaram a Kardec produzir três estudos fundamentais, um de ordem filosófica (O Livro dos Espíritos), um de ordem moral (O Evangelho segundo o Espiritismo) e um científico sobre o processo de comunicação mediúnica (O livro dos Médiuns). Porém, não podemos nos esquecer de que Kardec viveu e escreveu imbuído pelos valores dominantes do homem europeu do século XI X: o evolucionismo, o positivismo etc. Além disso, se tais livros abarcaram “todos” os assuntos que interessavam naquele momento da história europeia e ocidental, não significa que outros assuntos fossem interditados ao Espiritismo. Será que as perguntas formuladas por Kardec aos espíritos dão conta de todos os assuntos que interessaram à humanidade do século XX e dos que interessarão à humanidade do século XXI? Será que Kardec poderia prever que entre outros assuntos, o homem ocidental se preocuparia com a preservação do meio ambiente e, relacionado a esse tema, com o vegetarianismo e com o direito dos animais? Ele poderia prever o surgimento de novas terapias vibracionais como os Florais, o Reiki, a Cromoterapia ou a Musicoterapia? Ou que o homem dito “civilizado” demonstraria um interesse gradativo pelas ancestrais filosofias e práticas corporais do Oriente, tais como o Tai Chi Chuan, o Yoga, a Meditação, o Do-In, a Acupuntura? E mesmo no campo da mediunidade, será que Kardec imaginaria que no século XX a Umbanda praticada no Brasil seria renovada, abolindo o sacrifício de animais e a cobrança pelo trabalho de assistência espiritual ou que haveria uma crescente manifestação mediúnica de entidades na forma de índios, pretos-velhos, crianças, orientais etc., além dos famosos políticos, escritores e filósofos que ditaram as mensagens que possibilitaram o surgimento de seus livros? Será que Kardec poderia prever o surgimento da Transcomunicação Instrumental, justamente, no seio da Igreja Católica, no Vaticano? E a Apometria, com o diagnóstico de outras enfermidades espirituais e técnicas de desobsessão, apoiadas nos fundamentos da chamada Física Quântica? Em suma, são tantos temas e fatos espíritas que, se Kardec tivesse encarnado no século XX, teria produzido, ou orientado, muitos estudos segundo o Espiritismo. Ou seja, usando o método de intercâmbio com os Espíritos que idealizou, iria pesquisar e sistematizar as informações e os ensinamentos dos seres incorpóreos sobre os mais diversos assuntos morais e sociais. Se o pensamento de Kardec for retomado, os fatos espíritas (ou causados pelos Espíritos) podem se tornar, realmente, objetos científicos. Mas, enquanto o objetivo for fazer prosélitos, menos científico será o discurso “espírita”. Foi por isso que, antes de afirmar que existem Leis que regem o intercâmbio entre o mundo visível e o invisível, Kardec procurou reunir um número significativo de evidências da existência de tal mundo invisível. E hoje em dia elas são ainda em maior quantidade. Porém, não foi o Espiritismo que as produziu. O Espiritismo apenas é a ciência que as transformou em objeto de estudo. Lembremos que o próprio Léon Denis, possivelmente aquele que mais se preocupou em dar continuidade à obra iniciada por Allan Kardec, gostava de afirmar que o Espiritismo não poderia se restringir aos estudos de Kardec, por mais abrangente que fosse a obra do codificador.
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Muitas vezes chamamos de heterodoxos os que estudam os hodiernos “fatos espíritas”, como a Transcomunicação Instrumental, a Apometria, as novas terapias vibracionais etc., e de ortodoxos os que fazem críticas e ofensas a esses estudiosos. Nada mais falso. Os que estudam esses “fatos espíritas” estão respeitando a memória de Kardec, pois não fazem do Espiritismo palco para pregação doutrinária ou proselitismo, mas ciência. E como todo campo científico, o Espiritismo também deve se aprimorar, mudar de paradigmas, de heurísticas etc. E, no âmbito científico, a única conclusão cabal que se pode tirar do Espiritismo é que há influência do mundo invisível sobre o mundo visível. E que já se pode definir algumas das relações que existem entre eles. Porém, afirmar que o Espiritismo já revelou tudo sobre o mundo espírita e que mais nada há para se estudar é muita preguiça mental. Segundo a denominação de Allan Kardec, “fatos espíritas” são todos os fenômenos causados pela intervenção de inteligências desencarnadas, ou seja, por Espíritos.
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Jesus, em sua infinita sabedoria, resumiu todas as leis e todos os profetas, pois, se os Homens aplicassem apenas estes dois mandamentos, estariam cumprindo todas as leis.
Amarás o senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo. Sabemos que essa "revolução" a que se refere Kardec é o ensino e a exemplificação do amor, do bem, da fraternidade e todas as demais virtudes nascidas desses belos sentimentos, que estabelecem o Reino de Deus em nosso Espírito, adornando-o com as lindas e perfumosas flores do jardim do Evangelho. Como almejar à cura total dos nossos desequilíbrios orgânicos e espirituais, se ainda agasalhamos em nosso ser o orgulho, o egoísmo e todas as mazelas deles decorrentes? Como sararmos da úlcera, da alergia desconfortável, da artrite deformante, do coração em descompasso, se a ira e o grito de cólera ainda ecoam em nossa alma? Como almejarmos o fim da ansiedade, da depressão e todas as distonias anímicas de múltiplas nomenclaturas, se ainda nutrimos ódio, rancor, mágoa, ciúme, inveja, pensamentos sombrios? Como, se a excelsa virtude a mansidão cantada por Jesus em suas bem-aventuranças (Mateus 5: 512) ainda não se instalou em nossos corações? Como pretendermos ter o equilíbrio físico e psíquico vivendo em guerra com a sociedade, com o vizinho menos evoluído, com os familiares em processo de reajuste, com o nosso grupo de trabalho? Quantas vezes até mesmo em nossas lides na casa espírita nos deixamos envolver por sentimentos contrários àqueles que Jesus nos ensinou: mágoas, revoltas, melindres, que constituem sombras densas em nossos corações, enfermando-nos? Como poderemos ser felizes e saudáveis, se a ganância das posses materiais nos absorvem todo o tempo e as energias? Como, se nos esquecemos da busca dos tesouros imperecíveis que não são consumidos pelas traças, pela ferrugem e pelos ladrões? Além de se constituírem libertação das dores, dos sofrimentos, das enfermidades, os tesouros espirituais são também passaporte para as moradas celestes, como prometeu Jesus, que partiria para nos preparar o lugar no "céu" para aquele que seguisse os seus ensinos (João 14: 1-3). Onde buscar a saúde se, absorvemos os venenos dos tóxicos, do álcool, do tabaco, entregandonos ainda aos excessos da alimentação, do sexo e tantos outros? Como seguir o preceito sublime de Jesus - amar o próximo -, se não somos capazes de amar a nós próprios, mantendo vícios e paixões que desgastam a nossa harmonia orgânica? Serão de pouca valia os recursos da medicina da Terra e do Céu, enquanto não aprendermos os caminhos de Jesus. Trilhando esses caminhos, teríamos menos necessidade de hospitais, de hospícios, de presídios, de creches, de asilos, etc.
A grande cura proposta pelo Espiritismo deve ser o cumprimento de um sério e amplo programa de iluminação interior, apoiado na prática do bem e na vivência cristã constante. 78
SOMOS CONSTRUTORES DE NÓS MESMOS
"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta." Chico Xavier
É comum ouvirmos que Espiritismo não é religião e sim doutrina, pois não possui em sua prática apresentações de rituais, ou guarda em sua história demonstrações de domínios de massas ou gerações. Na verdade, não julgamos estas ponderações como ofensa, pois temos a plena convicção que o Espiritismo não será a religião do futuro, mas sim, o futuro de todas as religiões, que caminharão de forma a tornar pleno o que o mestre Jesus já pregou: "Haverá um só povo, um só rebanho e um só Pastor".
ORAÇÃO PARA SERENIDADE Deus dê-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu possa e sabedoria para que eu saiba a diferença: vivendo um dia a cada vez, aproveitando um momento de cada vez; aceitando as dificuldades como um caminho para a paz; indagando, como fez Jesus, a este mundo pecador, não como eu teria feito; aceitando que o Senhor tornaria tudo correto se eu me submetesse à sua vontade para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e extremamente feliz com o Senhor para sempre no futuro. Amém. Reinhold Niebuhr.
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Com o conhecimento da vida universal, da nossa interdependência e impermanência em quaisquer situações, materiais ou espirituais, entendemos um pouco mais o que Kardec define como “inevitáveis consequências do bem e do mal”, isto é, aquilo a que chamamos “plantio e colheita”, “lei de causa e efeito”, ou o que muitos chamam de “carma”. Fica assim bem definido o objetivo e a utilidade prática do exercício do bem, se possível, em sua plenitude, ou seja, inclusive a partir do pensamento – porque é faculdade de pensar, discernir e escolher que distingue o Espírito como “ser inteligente da criação”. Nada mais claro e prático para nos permitir compreender o de que realmente necessitamos para a construção de uma vida, tanto física quanto extrafísica, mais tranquila, menos imprudente e consequentemente mais feliz – porque isso é o que a humanidade em sua totalidade, encarnada e desencarnada, mais almeja. Com essas recomendações já temos elementos suficientes para nos precaver contra a sedução de palavras pomposas, fisionomias beatificamente estereotipadas, textos floreados, imagens bonitas e estéticas e tecnologicamente elaboradas; já podemos ficar mais atentos ao teor da mensagem propriamente dito, quer falada, escrita ou visual; ao contexto que se pretende imprimir, difundir e fazer crer e aceitar como válido. Se já conhecemos a doutrina, ainda mesmo que não de modo aprofundado, temos a possibilidade da análise imparcial e racional, sem as injunções do maravilhoso, do sobrenatural, do dogmático e indiscutível. Diz-nos ainda Kardec, na Revista Espírita de janeiro de 1867: “Livres pensadores, nova designação pela qual se designam os que não se sujeitam à opinião de ninguém em matéria de religião e de espiritualidade, que não se julgam ligados pelo culto nem obrigados à observação de práticas religiosas quaisquer (...). Todo homem que não se guia pela fé cega é, por isto mesmo, livre pensador – a este título, os espíritas são livres pensadores”. Portanto, cabe-nos o dever de tudo submeter à razão e ao bom senso, os quais, felizmente já desenvolvemos o suficiente para nos permitir escolher aquilo que verdadeiramente nos interessa e nos fortalece para seguir a caminhada evolutiva com mais segurança.
EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA NINGUÉM VEM AO PAI SE NÃO POR MIM 80
FONTE DE PESQUISA LIVROS O Livro dos Espíritos O Livro dos Médiuns O Evangelho Segundo o Espiritismo O Céu e o Inferno A Gênese O que é Espiritismo Obras Póstumas Evolução em Dois Mundos Entre a Terra e o Céu Missionários da Luz Caminho, Verdade e Vida Mecanismos da Mediunidade Nos Domínios da Mediunidade Fluidos e Passes - Coleção Estudos e Cursos
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