Antotipia: Processo de Impressão

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ANTOTIPIA: PROCESSO DE IMPRESSÃO

Alex Rezende

Camila Chaves

Celeste Nascimento

Lupe Carvalho Herrlein

1. Introdução

2. Artistas pesquisadores

3. O que é antotipia?

4. História da antotipia

4.1. Artistas

4.1.1. Henri August Vogel

4.1.2.Mrs. Mary Somerville

4.1.3.Michel Eugène Chevreul

4.1.4 Sir John Herschel

5. Processo

5.1. Emulsões

5.2. Suportes

5.3. Positivos

5.4. Print Frame

5.5. Exposição ao sol

6. Exemplos de resultados

7. Referências Bibliográficas

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

A antotipia é uma técnica fotográfica única que perdura desde o século XIX. Sua relevância e interesse permanecess até hoje devido a várias razões. Em primeiro lugar, a antotipia é um processo sustentável e ecológico, uma vez que não requer produtos químicos ou materiais tóxicos para a criação das imagens. Em vez disso, utiliza pigmentos extraídos de plantas, flores ou frutas, tornando-se uma opção mais amigável ao meio ambiente em comparação com outras técnicas fotográficas.

Além disso, a antotipia permite uma ampla gama de possibilidades artísticas, graças à variedade de cores e tonalidades que podem ser obtidas a partir de diferentes espécies vegetais. Cada planta possui pigmentos únicos, o que resulta em uma paleta de cores diversificada e efeitos visuais únicos em cada imagem criada. Essa singularidade atrai artistas, fotógrafos e entusiastas que buscam uma abordagem distintiva e inovadora na fotografia, permitindo a expressão criativa de suas visões artísticas.

Antotipia feita por Nettie Edwards, retirada do site Alternative Photography

https://www.alternativephoto graphy.com/nettie-edwards/

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ARTISTAS PESQUISADORES

Estudante de Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Atualmente reside e atua em Porto Alegre/RS Em 2022, participou da mostra coletiva “Afetos: a Arte como Percepção do Amor”, sob curadoria da Santa-Cruzense Paula Sophia Rosa, na Biblioteca da Universidade de Santa Cruz do Sul. Já em 2023, participou da exposição coletiva “ILUSTRAÊ! 2023”, realizada no espaço Evelyn Ioschpe, na Casa de Cultura Mario Quintana.

CAMILA CHAVES

Camila Chaves, 1994, Campo Grande. Vive e estuda em Porto Alegre, Brasil. Trabalha com cerâmica, fotografia, projeção mapeada, vídeo e artesanato. Explora a interação de diferentes poéticas entre si. Estudante de Artes Visuais Bacharelado em Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

CELESTE NASCIMENTO

Nascida em 29 de Junho de 1996, na cidade de Torres-RS, residente em Porto Alegre-RS, Aluna pesquisadora do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ingressou em 2019. Realiza uma pesquisa sobre arte, na área de história, teoria e crítica, sobre Representações Queer em Mangá.

LUPE CARVALHO HERRLEIN

Nascido e residente de Porto Alegre Lupe estuda Licenciatura em Artes Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul Suas áreas de interesse incluem escultura, com um foco em toy art e bonecas, e o papel da arte na infância e sua importância na educação primária.

ALEX REZENDE
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O QUE É ANTOTIPIA?

Antotipia é um processo fotográfico muito delicado e uma forma ecologicamente consciente de fazer impressões usando apenas o material fotossensível de plantas encontradas no jardim, no mercado de flores ou na natureza. Tudo que você precisa adicionar é água, luz solar, inspiração e muita paciência!

PONTO POSITIVO

O cheiro gostoso quando ela é feita de flores; Ecologicamente consciente; Jeito divertido de experimentar com fotografia; Ótimo para crianças interagirem.

PONTO NEGATIVO

A imagem nem sempre fica nítida; As impressões são monocromáticas; O tempo de exposição é longo, pode durar dias e até mesmo semanas.

Antotipia feita por André Coelho, encontrada em sua dissertação de mestrado

O processo é bastante básico e simples.

Utilizando os próprios pigmentos coloridos da natureza presentes nas pétalas de flores, frutas, plantas, vegetais ou até mesmo especiarias, são produzidas imagens através da ação da luz. O pigmento natural é usado para criar uma imagem fotográfica. As plantas são esmagadas e misturadas com álcool ou água para criar uma emulsão sensível à luz. Papel aquarela comum é revestido com a emulsão e uma imagem pode ser criada expondo o papel ao sol por alguns dias ou semanas. O suco da planta sofre uma mudança química ou física quando exposto à luz, alterando sua cor. Alguns desbotam e outros escurecem.

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HISTÓRIA

A fascinação com a cor das plantas existiu muito antes da antotipia. Desde o início da humanidade, plantas tem sido usadas para fazer roupas e ferramentas, e também a cor desses objetos, usadas como pigmento decorativo na pele das pessoas, usadas para dar cor à comida.

A descoberta do uso de plantas e flores na fotografia foi cuidadosamente mapeada, várias descobertas requiriram a junção da pesquisa de várias pessoas para se obter a obra final. A descoberta das antotipias não foi uma exeção, e dentre muitas pessoas, as principais foram: "Antotipía#4"

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de Sir John Herschel, feito com papel vermelho. Fotografia de 1839 intitulada "The Royal Prisoner" © Harry Ransom Humanities Research Center, The University of Texas em Austin Essa imagem foi retirada do livro Anthotypes : explore the darkroom in your garden and make photographs using plants. de Mallin Fabri.

HENRI AUGUST VOGEL

Vogel foi um químico alemão que estava estudando banha e publicou uma dissertação sobre a banha e algumas preparações medicinais que são produzidas a partir dela. A banha, assim como o interesse de Vogel em como o fósforo emite luz, não contribuiu para os anthotypes. Mais importantes foram seus experimentos com plantas.

Em 1816, Vogel experimentou fazer emulsão a partir de violetas e papoulas e descobriu que elas eram fotossensíveis. Os experimentos são descritos no Journal de Schweigger, em 1813.

Retrato de Henri August Vogel, feito por Hanns Haufstaengl, em 1844, localizada em University of Oklahoma Libraries History of Science Collections https://digital.libraries.ou.edu/cdm/singleitem/collection/LPC/i d/753/rec/24

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SIR JOHN HERSCHEL

A fotografia moderna deve muitos de seus avanços a Sir John Herschel. Ele foi o homem que conseguiu fixar uma fotografia pela primeira vez, após sua descoberta de que hipossulfito de sódio poderia ser usado para esse fim. Basicamente, é o mesmo usado hoje em dia. Ele cunhou os termos fotografia, negativo, positivo e snapshot (instantâneo). Ele teve um papel fundamental na descoberta, de vários processos fotográficos: o cianótipo, também chamado de processo blueprint, o processo antotipo, também conhecido como "impressões de essência de flores de Herschel", e desenvolveu as bases para os processos ambrotipo e tintipo. O processo crisótipo também foi uma das suas contribuições para a fotografia.

colódioúmido.CameronfezquatroretratosdeHerschel,todosnamesmasessão queocorreuemsuaresidênciaCollingwood,emHawkhurst,Kent,ReinoUnido,em 1867.AsfotografiasestãonoMuseuVictoraandAlbertemLondres Essaversãodafotografiafoiretiradadolivro.Anthotypes:explorethedarkroomin yourgardenandmakephotographsusingplants.Stockholm M.Fabbr, Alternativephotography.com,2012-

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JFW HerschelfotografadoporJuliaMargaretCameronutilizandooprocessode

SRA. MARY SOMERVILLE

Sra. Somerville era filha de Sir William George Fairfax e nasceu em Jedburgh, na Escócia. Ela tinha interesse em filosofia, astronomia e matemática, o que eram interesses bastante incomuns para as mulheres naquela época. Ela era casada com o Capitão Samuel Grieg e tiveram dois filhos. Quando ele faleceu, ela se casou com o Dr. William Somerville, com quem teve mais quatro filhos. Apesar de cuidar de todas as crianças, ela ainda encontrava tempo para realizar experimentos sobre magnetismo. Em 1831, como escritora de ciências populares, ela publicou um livro chamado "The Mechanism of the Heavens" (O Mecanismo dos Céus). Em 1835, Somerville e Caroline Herschel se tornaram as primeiras mulheres membros honorárias da Royal Astronomical Society.

Retrato de Mary Sommerville, feito por Thomas Phillips (17701845) em 1844

Nomeado: Mary Fairfax, Mrs William Somerville, A pintura se encontra na National Galleries of Scotland

https://www.nationalgalleries.org/art-and-artists/3813/maryfairfax-mrs-william-somerville-1780-1872-writer-science

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MICHEL EUGÈNE CHEVREUL

Chevreul, um francês que realizou vários experimentos no campo da tinturaria, foi professor de química no Lycée Charlemagne, membro da Académie des Sciences em Paris e da Royal Society em Londres. Durante sua longa vida de mais de 100 anos, ele estudou as mudanças e a permanência das tinturas em tecidos quando expostas à água, ar, sol e calor.

Ele também investigou como o oxigênio do ar e a umidade afetam a decomposição das cores quando expostas à luz. Um dos documentos em que ele publicou suas descobertas sobre o contraste de cores (em francês em 1839 e em inglês em 1854) foi intitulado "Os Princípios da Harmonia e do Contraste das Cores".

Fotografia de Michel Eugène Chevreul, autoria desconhecida, retirada do artigo dele na wikipédia em 20 de Julho de 2023

https://en.wikipedia.org/wiki/Michel Eugène Chevreul#/media/Fil

e:Michel Eugène Chevreul 2.jpg

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PROCESSO

EMULSÃO SUPORTE POSITIVOS

PRINT FRAME

EXPOSIÇÃO AO SOL

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EMULSÃO

Usar o almofariz para as pétalas é mais econômico, já que uma impressão pode ser produzida usando apenas uma ou duas flores enquanto o liquidificador requer uma maior quantidade de pétalas para fazer a polpa.

A técnica da fixação artesanal da imagem requer o preparo da emulsão aplicada sobre papel. Na antotipia a emulsão é preparada ao misturar álcool, óleo ou água ao vegetal, flor ou fruta escolhidos.

A extração do pigmento pode ser feita através da maceração dos materiais com um almofariz, da trituração dos materiais em um processador ou liquidificador, ou através da fervura.

Usar vegetais ou frutas como base para sua emulsão pode ser uma escolha melhor com o liquidificador, já que moer vegetais ou frutas em um almofariz é um trabalho difícil. Picá-las ou simplesmente cortá-las em pedaços menores com um par de tesouras pode facilitar o processo, mas os resultados serão diferentes dependendo da ferramenta que você usar.

Esmagar as plantas manualmente usando um pilão e um almofariz é uma escolha terapêutica, mas ao usar uma fruta como base para a emulsão cujo pigmento está na cascacomo mirtilos por exemplo - pode se mostrar desafiador, já que quando esmagado e coado posteriormente através de um pano, acaba perdendo muito de sua pigmentação. Por isso, para determinar o melhor método de extração de cor para cada material, são necessários testes para obter o resultado desejado.

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ALMOFARIZ

Coloque as pétalas ou as frutas no almofariz. Quando estiver usando o almofariz, pode ser mais rápido moer as plantas se você cortá-las primeiro com tesoura. Gire o pilão em movimentos circulares ao moer. Moa até obter uma polpa fina, adicionando um pouco de água ou álcool, se necessário.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Precisa de apenas

algumas pétalas para fazer uma impressão

Terapêutico

Fortalece os braços

Rápido e fácil de limpar

A casca não se mistura à polpa, mas é coada e separada

Mais difícil de extrair pigmento em alguns casos Suas mãos podem ficar com bolhas

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LIQUIDIFICADOR/PROCESSADOR DE ALIMENTOS

Coloque as pétalas, frutas ou o pigmento de sua escolha na tigela de mistura e misture usando um liquidificador elétrico ou processador de alimentos. Eu prefiro usar um pequeno mixer de mão, pois é fácil de limpar.

Adicione um pouco de álcool ou água - de preferência destilada - à mistura para tornar a emulsão em uma sopa espessa. Não adicione muito líquido, pois isso diluirá a emulsão e tornará a impressão mais clara. Se a planta já tiver suco suficiente por si só, como framboesas, não há necessidade de adicionar mais líquido.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Rápido ao fazer grandes quantidades

Inclui pigmentos da casca de frutas

Barulhento

Requer mais material

Leva tempo para limpar

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FERVURA

Ferver a emulsão pode ajudar a concentrar e fortalecer o pigmento, mas também irá reduzir o seu volume. Além de ajudar a obter melhor pigmentação a fervura também é um ótimo método para extrair o pigmento de certos materiais - como o repolho roxo ou o hibisco - sem precisar de usar um almofariz ou liquidificador.

ATENÇÃO: podem ser fervidas apenas emulsões feitas utilizando água, mantenha álcool bem longe de qualquer fonte de calor para evitar acidentes!

COANDO A EMULSÃO

Após a mistura ser triturada ou esmagada em polpa, coe a emulsão através de um pano de queijo, um pedaço de tecido de algodão ou um filtro de café. Quando todo o líquido tiver escorrido, use uma colher para espremer o excesso de líquido e depois descarte a polpa que sobrou no filtro. Certifique-se de lavar o pano completamente entre diferentes emulsões, ou as emulsões podem ficar "contaminadas".

COMO DECIDIR O QUE USAR?

Diferentes receitas recomendam misturar a emulsão com diferentes líquidos: água da torneira, água purificada (água destilada e água deionizada têm sido as formas mais comuns de água purificada), álcool desnaturado (etanol que foi tornado tóxico ou não próprio para consumo), óleo, outra tintura (uma tintura é um extrato alcoólico, por exemplo, de uma erva ou emulsão de uma substância não volátil) ou simplesmente uma vodka barata.

Experimentações feitas com os diferentes líquidos mostra que:

ÓLEO Os óleos testados não extraem o pigmento melhor do que a água da torneira comum e não valem a pena a dificuldade extra de pegajosidade e sujeira. É bastante irritante trabalhar com eles, pois tudo fica oleoso.

ÀGUA

Se você não coar a emulsão corretamente após esmagar ou triturar a planta, pedaços da planta ficarão presos na impressão final, causando manchas. Coe a emulsão, a menos que esse seja um efeito que você realmente queira obter.

Testes comparando água da torneira comum e água destilada não mostram diferenças na extração de pigmentos ou tempos de exposição. A água é um diluente muito bom para usar, já que está sempre à mão.

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ÁLCOOL

Testes comparando vodka barata com álcool desnaturado não mostram diferenças. Ao comparar álcool e água, o álcool tende a extrair muito mais pigmento da planta do que a água, resultando em uma emulsão mais forte e escura. A única desvantagem é que ele penetra bastante no papel, portanto, se você tiver anotações no verso do papel, elas ficarão visíveis. O álcool é o diluente recomendado para uso. Se o álcool não for adicionado, a aplicação sobre o papel deve ser feita imediatamente, uma vez que a exposição ao ar dos sucos da maioria das flores (em alguns casos, até mesmo por alguns minutos) muda ou destrói sua cor. Mas se o álcool estiver presente, essa mudança geralmente não ocorre, já que o álcool auxilia em preservar a integridade do pigmento.

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ATENÇÃO:

A antotipia é segura para o meio ambiente, mas não assuma que é segura para você. Apenas porque as plantas crescem naturalmente ao seu redor não significa que sejam inofensivas. Sempre use luvas ao fazer as emulsões, para proteger sua pele de manchas. E lembre-se, apenas porque algumas plantas são usadas para fins medicinais não significa que sejam seguras para consumo.

Tenha cuidado extra ao envolver crianças em seu projeto. Muitas plantas domésticas, cultivadas e selvagens são bastante venenosas quando consumidas. Azaleias (Rhododendron pentanthera) podem causar náuseas, vômitos e até mesmo coma; e narcisos (Amaryllidaceae narcissus) podem causar desconforto estomacal e visão embaçada, sem mencionar a dedaleira (Digitalis purpurea), que possui folhas, sementes e flores fatais, que causam problemas cardíacos.

31 32 EVGENIYA, Vlasova. Azaleias. [S. l.], 22DC. Disponível em: https://www.thespruce.com/thmb/wDssF0FHBShMEn3UE6gfbwR4SY=/750x0/filters:no_upscale():max_bytes(150000):strip_icc():format(webp)/azaleas-varieties-for-garden1315790_hero-9827d71fa31c424989d3a428271ee4b8.jpg. Acesso em: 20 jul. 2023.

Além disso, as sementes de maçã (Malus domestica) e cereja (Prunus cerasus) são levemente venenosas. A beladona (Atropa belladonna) é uma das plantas mais tóxicas encontradas no hemisfério ocidental e pode causar visão embaçada, taquicardia, perda de equilíbrio, dificuldade de caminhar, dor de cabeça, erupção cutânea, vermelhidão, boca e garganta seca, fala arrastada, retenção urinária, constipação, confusão, alucinações, delírio e convulsões.

Esses são apenas alguns exemplos. Antes de começar, certifique-se de fazer sua pesquisa e ler sobre a planta que pretende usar. Existem milhares de opções inofensivas - escolha uma planta segura para trabalhar e evite as plantas perigosas. Se você ou qualquer outra pessoa ingeriu uma planta prejudicial, ligue para o serviço de emergência e solicite os primeiros socorros. Se possível, leve a planta consigo se for levado(a) ao hospital.

33 34 GIBBONS, Bob. Belladonna. [S. l.], 22DC. Disponível em https://www.britannica.com/plant/belladonna#/media/1/59724/200151. Acesso em: 20 jul. 2023.

SUPORTE

O material que você escolhe para imprimir sua antotipia afetará a aparência final da sua impressão. A estrutura, textura e cor do suporte são todos fatores a serem considerados.

Papel de aquarela ou papel de arte são suportes comuns e muito utilizados, mas existem várias opções mais interessantes para experimentar. Não se limite a usar apenas papel. Qualquer material que possa segurar a emulsão pode ser usado. Experimente com diferentes tipos de tecido - a seda adicionará brilho à sua impressão, diferente de um algodão áspero, por exemplo - cada material tem suas próprias características.

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COBRINDO O PAPEL

Qualquer papel que possa segurar a emulsão pode ser usado. Experimente um papel de aquarela de média ou alta gramatura antes de começar a experimentar com outros suportes base. Quando você se sentir mais confiante, pode tentar revestir e imprimir em qualquer material que possa segurar a emulsão.

Apenas lembre-se de que ficará exposto ao sol por um longo período, portanto, não deve ser muito frágil.

Sempre trabalhe em uma área com pouca luz, pois qualquer exposição à luz solar destruirá a cor da emulsão. Prepare uma área de secagem no escuro antes de começar a revestir.

COMO APLICAR?

Existem duas maneiras de aplicar a emulsão: pincelando ou mergulhando o papel, ambas adicionando qualidades diferentes à sua impressão final. Revestir com um pincel permitirá que você deixe traços de pincel no papel, adicionando uma qualidade artesanal. Revestir mergulhando dará uma camada mais uniforme.

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POSITIVO

Para realizar a impressão da antotipia, é necessário possuir um positivo. Qualquer imagem pode ser feita em positivo, contanto que essa seja impressa em uma folha transparente ou em um acetato. A frente segue um passo a passo de como transformar uma imagem em positivo utilizando o photoshop, outros programas seguem passos similares em que se consegue chegar ao mesmo resultado.

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1 - Certificar-se que a imagem escolhida está em RGB

2 - Abrir o channel mixer, selecionar a opção monocromática e modificar os sliders para preparar a imagem para o aumento do contraste da imagem

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3 - Modificar os Levels da imagem

4 - Modificar os Curves da imagem. O positivo final fica a critério seu, o que ressaltar e o que contrastar pensando já em como ficará o resultado final na antotipia

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Por fim, lembre-se de que o resultado final será impresso em uma folha mais transparente ou em um acetato, então lembre-se de ajustar a resolução e prepará-la para essa impressão. Nesse caso, a imagem foi posta em 21cm(o menor lado de uma folha A4) em 300ppi.

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PRINT FRAME

Após aplicar a emulsão na folha adequada para o suporte, coloca-se ela pressionada à um vidro e ao negativo, com algo que assegure que os mesmos permaneçam-se presos, como um MDF. Algo como: Vidro-->Positivo/Negativo-->Suporte Emulsionado-->MDF Com essa estrutura, observa-se que moldura de fotos podem ser utilizadas como um print frame. Ou uma estrutura mais solta que depende apenas do tamanho do vidro e objeto utilizado no fundo do print frame, prendendo-as com prendedores.

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EXPOSIÇÃO AO SOL

A antotipia se revela quando os raios do sol destroem o pigmento, desbotando o suporte. Para atingir esse efeito de desbotamento, exponha o print frame ao sol por uma quande quantidade de tempo. O sol é preferível a uma lâmpada de raios UV, pois o tempo de exposição pode variar de horas até semanas. Uma caixa de lâmpada talvez sobreaqueça, fora utilizar eletricidade e tempo de vida útil da lâmpada. A lâmpada também pode não utilizar todo o espectro de cores, o que alteraria o resultado final. O quanto mais forte e mais direta a luz solar seja, mais rápido a revelação ocorrerá.

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Quando você puder ver que a cor na área exposta do papel desapareceu, a impressão estará pronta. Você terá que experimentar até encontrar o tempo de exposição adequado para a emulsão escolhida. A imagem provavelmente será bastante onírica e, às vezes - dependendo da cor inicial da emulsão - bastante suave. Cada emulsão exigirá um tempo de exposição diferente. Algumas emulsões precisam de apenas algumas horas para mudar de cor, outras precisam de algumas semanas. Não é necessário enxaguar, fixar ou fazer qualquer outro processo adicional. A impressão está pronta para ser pendurada na parede e admirada. No entanto, tenha cuidado para que a parede em que a impressão é pendurada não seja exposta ao sol, caso contrário, as áreas mais escuras da impressão também começarão a desbotar.

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RESULTADOS em açafrão

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas: 31/05/2023

(sol entre nuvens)

Emulsão: Açafrão da terra (pós da raíz) - 4

colheres de sopa em 100 ml álcool 70°

(curtido sem filtrar, apenas decantado)

Papel: Papel sulfite Canson 180g/m²/m²

Número de Camadas: 8 camadas

Tempo de Exposição: 5h

Sensibilidade: 3 - 4

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RESULTADOS em açafrão

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas: 18/06/2023 (sol entre nuvens)

Emulsão: Açafrão da terra

Papel: Papel sulfite Canson 180g/m²

Número de Camadas: 4 camadas

Tempo de Exposição: 3h

Sensibilidade: 3 - 4

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RESULTADOS em açafrão

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas: 20/06/2023

(sol)

Emulsão: Açafrão da terra

Papel: Papel sulfite Canson 180g/m²

Número de Camadas: 4 camadas

Tempo de Exposição: 2h

Sensibilidade: 4

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RESULTADOS em beterraba

Nome: Eduarda Dalavechia

Data do teste e condições climáticas:

10/06/2023 (céu claro e nublado)

Emulsão: beterraba

Papel utilizado: papel de impressão

Hahnemuhle

Número de camadas: 2 camadas

Tempo de exposição: 6h

Sensibilidade: 3

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RESULTADOS em beterraba

Nome: Camila Chaves de Souza

Data e condições climáticas: 16-18/07/2023

(ensolarado)

Emulsão: 1/3 de beterraba + 1 tampinha de álcool 36º

Papel: Canson aquarela 300g/m²

Número de Camadas: 2 camadas

Tempo de Exposição: 6h

Sensibilidade: 2

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RESULTADOS em

beterraba

Nome: Camila Chaves de Souza

Data e condições climáticas: 16-18/07/2023

(ensolarado)

Emulsão: 1/3 de beterraba + 1 tampinha de álcool 36º

Papel: Canson aquarela 300g/m²

Número de Camadas: 2 camadas

Tempo de Exposição: 6h

Sensibilidade: 2

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RESULTADOS em

beterraba

Nome: Camila Chaves de Souza

Data e condições climáticas: 16-18/07/2023

(ensolarado)

Emulsão: 1/3 de beterraba + 1 tampinha de álcool 36º

Papel: Canson aquarela 300g/m²

Número de Camadas: 2 camadas

Tempo de Exposição: 6h

Sensibilidade: 2

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RESULTADOS em beterraba

Nome: Camila Chaves

Data e condições climáticas: 09/07/2023 (sol)

e 10/07/2023 (parcialmente nublado)

Emulsão: ⅓ de beterraba + 1 tampinha de álcool 36°

Papel utilizado: Canson aquarela 300g/m²

Número de camadas: não uniforme [uma parte ficou mais leve que a outra, pois a outra acabou empoçando]

Tempo de exposição: 5h

Sensibilidade: 1

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RESULTADOS em cúrcuma

Nome: Katarine Rech dos Santos

Data e condições climáticas: 01/06/2023:

4 horas de exposição (das 8h às 12h) - dia ensolarado

02/06/2023: 4 horas de exposição (das 8h às 12h) - dia ensolarado

Emulsão: 300 ml de álcool misturado a 2 colheres de café (em torno de 3g) de cúrcuma em pó.

Número de Camadas: 2

Tempo de Exposição: 8h

Sensibilidade: 3

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RESULTADOS em cúrcuma

Nome: Alex Rezende Valverde

Data e condições climáticas:

18/06/2023: Exposto por 8 horas (das

09:00 até as 17:00) - Dia nublado

21/06/2023: Exposto por 4 horas (das

12:00 até as 16:00) - Dia nublado

22/06/2023: Exposto por 6 horas (das

10:00 até as 16:00) - Dia ensolarado

Emulsão: mistura feita com 300ml de álcool e 2 colheres de café (em torno de 3g) de cúrcuma em pó

Papel: papel para desenho 240g/m²

Número de Camadas: 3 camadas

Tempo de Exposição: 18h

Sensibilidade: 2

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RESULTADOS em cúrcuma

Nome: Celeste Nascimento da Silva

Data e condições climáticas: 13/06/2023 (céu

claro e sol)

Emulsão: Cúrcuma

Papel utilizado: Canson aquarela 300g/m²

Número de camadas: 2 camadas

Tempo de exposição: 4h

Sensibilidade: 5

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RESULTADOS em espinafre

Nome: Lupe Carvalho Herrlein

Data e condições climáticas: 25/05/2023

(sol)

Emulsão: Tintura feita com 200ml de álcool

70% e aproximadamente 5 punhados de espinafre (Spinacia oleracea)

Papel: papel “Aquarela Canson 300g/m²

Linha Universitária”

Número de Camadas: 5 camadas

Tempo de Exposição: 4h

Sensibilidade: 5

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RESULTADOS em espinafre

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas:

27/05/2023 (nublado)

Emulsão: Espinafre (folha)

Papel: Papel aquarela Montval 300g/m²

Número de Camadas: 4 camadas

Tempo de Exposição: 6h

Sensibilidade: 2

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RESULTADOS em hibisco

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas: 08/06/2023

(sol)

Emulsão: Hibisco ( flor seca) - Dois

punhados de flores secas em 150 ml de álcool 70° (sem filtragem ou separação -

flores ainda curtindo no álcool)

Papel: Papel sulfite Canson 180g/m²

Número de Camadas: 8 camadas

Tempo de Exposição: 5h

Sensibilidade: 2

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RESULTADOS em repolho

roxo

Nome: Eduarda Dalavechia

Data do teste: 10/06/2023 (céu claro a nublado)

Emulsão: repolho roxo

Papel utilizado: papel de impressão

Hahnemuhle

Número de camadas: 2 camadas

Tempo de exposição: 6h

Sensibilidade: 5

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RESULTADOS em repolho roxo

Nome: Celeste Nascimento da Silva

Data do teste: 13/06/2023 (sol)

Emulsão: Repolho Roxo

Papel utilizado: Canson aquarela 300g/m²

Número de camadas: 3 camadas

Tempo de exposição: 4h

Sensibilidade: 5

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RESULTADOS em repolho roxo

Nome: Lupe Carvalho Herrlein

Data e condições climáticas: 25/05/2023

(sol)

Emulsão: Tintura feita com álcool 70% e

repolho roxo (Brassica oleracea var.

capitata f. rubra)

Papel: “Aquarela Canson 300g/m² Linha

Universitária”

Número de Camadas: 3 camadas

Tempo de Exposição: 5h

Sensibilidade: 4

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RESULTADOS

em urucum

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas: 31/05/2023 (sol entre nuvens)

Emulsão: Urucum (semente) - 2 colheres de sopa em 100 ml álcool 70 curtindo por 3 dias, após foi batido sem filtragem (apenas decantando)

Papel: Papel sulfite Canson 180g/m²

Número de Camadas: 4 camadas

Tempo de Exposição: 5h

Sensibilidade: 4

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RESULTADOS em urucum

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas: 08/06/2023

(sol)

Emulsão: Urucum (semente)

Papel: Papel sulfite Canson 180g/m²

Número de Camadas: 4 camadas

Tempo de Exposição: 2h

Sensibilidade: 3 - 4

89 90

RESULTADOS em vinho

Nome: Anelise Krüger Goulart

Marcolino

Data e condições climáticas:

31/05/2023 (sol entre nuvens)

Emulsão: Vinho (Levato, Bordô)

Papel: Papel sulfite Canson

180g/m²

Número de Camadas: 4 camadas

Tempo de Exposição: 5h

Sensibilidade: 2

91 92

RESULTADOS em vinho

Nome: Anelise Krüger Goulart Marcolino

Data e condições climáticas:

27/05/2023 (nublado)

Emulsão: Vinho

Papel: Papel aquarela Canson 200g/m²

Número de Camadas:

Tempo de Exposição: 5h

Condições climáticas:

Sensibilidade: 1 - 2

93 94

RESULTADOS em vinho

Nome: Celeste Nascimento da Silva

Data e condições climáticas: 13/06/2023

(céu claro e sol)

Emulsão: Vinho colonial barato

Papel utilizado: Canson aquarela 300g/m²

Número de camadas: 4 camadas

Tempo de exposição: 4h

Sensibilidade 4

95 96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COELHO, André; Antotipia: Processo de Impressão Fotográfica. 2013

FABBRI, Malin; ALTERNATIVEPHOTOGRAPHY.COM. 2012 -

FABBRI, Malin; Anthotypes : explore the darkroom in your garden and make photographs using plants. Stockholm, 2012

Neste eBook foram utilizadas traduções diretas dos materiais de Malin

Fabbri

Imagens retiradas de websites:

https://www.alternativephotography.com/nettie-edwards/ Acesso em: 20 jul. 2023

https://digital.libraries.ou.edu/cdm/singleitem/collection/LPC/id/753/r

ec/24 https://www.nationalgalleries.org/art-and-artists/3813/maryfairfax-mrs-william-somerville-1780-1872-writer-science Acesso em: 20 jul. 2023

https://en.wikipedia.org/wiki/Michel Eugène Chevreul#/media/File:Mic

hel Eugène Chevreul 2.jpg Acesso em: 20 jul. 2023

https://www.britannica.com/plant/belladonna#/media/1/59724/20015 1. Acesso em: 20 jul. 2023.

https://www.thespruce.com/thmb/wDssF0FHBShMEn3UE6gfbwR4SY=/750x0/filters:no upscale():max bytes(150000):s trip icc():format(webp)/azaleas-varieties-for-garden-1315790 hero9827d71fa31c424989d3a428271ee4b8.jpg. Acesso em: 20 jul. 2023. 97 98

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