CNT
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT
ANO XVIII NÚMERO 210 MARÇO 2013
TRANSPORTE ATUAL
Basta um toque Aplicativos para celular facilitam a vida de usuários de transporte coletivo e, ao mesmo tempo, trazem ganho de produtividade para as empresas ENTREVISTA COM ERIK CAMARANO DO MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO
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MARÇO 2013
REPORTAGEM DE CAPA Com o desenvolvimento da tecnologia, é cada vez mais comum o uso de aplicativos para celular que auxiliam no momento de localizar um táxi ou a linha de ônibus disponível. Esses apps têm facilitado a vida de usuários e empresas de transporte Página 24
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ANO XVIII | NÚMERO 210 | MARÇO 2013
ENTREVISTA
Erik Camarano fala sobre competitividade PÁGINA
CAPA INTERVENÇÃO SOBRE FOTO DE JÚLIO FERNANDES/CNT
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PERSONAGEM DO TRANSPORTE • Série apresenta o taxista e poeta mineiro que divulga seu trabalho para os passageiros durante as corridas PÁGINA
PARCERIA PROMISSORA
CARGAS QUÍMICAS
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Lucimar Coutinho Tereza Pantoja Virgílio Coelho
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Os procedimentos Sest Senat deve para transportar formar motoristas produtos perigosos em Pernambuco PÁGINA
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ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:
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EDITORA RESPONSÁVEL
Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]
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ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:
atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares
Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
AVIAÇÃO
COMPORTAMENTO
Viajar com animais Os equipamentos em aeronaves que são proibidos exige cuidados no trânsito PÁGINA
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www.
cnt.org.br
PRAZO ENCERRADO O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) decidiu manter o prazo para iniciar a fiscalização das regras de regulamentação da profissão de motofretista. Ou seja, desde o dia 2 de fevereiro, quem desrespeitar a lei poderá ser multado. No site da CNT, é possível consultar informações sobre o curso obrigatório e sobre as unidades do Sest Senat que oferecem o treinamento. Fique de olho. http://bit.ly/agenciacnt123.
HIDROVIAS
AQUAVIÁRIO • Plano Nacional de Integração Hidroviária elaborado pela Antaq projeta crescimento para a utilização do setor nos próximos 17 anos PÁGINA
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FERROVIAS
Conclusão de trechos a partir de 2014 gera expectativa PÁGINA
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E MAIS SEST SENAT
Seções Alexandre Garcia
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Duke
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Mais Transporte
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Boletins
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Debate
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Opinião
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Cartas
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A Agência CNT de Notícias acompanhou o lançamento do PNIH (Plano Nacional de Integração Hidroviária), estudo que analisa as seis principais bacias hidrográficas do país e cria uma base de dados para contribuir com a logística nacional. Confira, no site da CNT, mais detalhes do plano que deve melhorar a infraestrutura do modal hidroviário do país nos próximos anos. http://bit.ly/agenciacnt120
Ciclo de Palestras apresenta os temas para o ano de 2013 PÁGINA
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Programa Despoluir
Canal de Notícias
• Conheça os projetos • Acompanhe as notícias sobre meio ambiente
• Textos, álbuns de fotos, boletins de rádio e matérias em vídeo sobre o setor de transporte no Brasil e no mundo
Escola do Transporte Sest Senat • Conferências, palestras e seminários • Cursos de Aperfeiçoamento • Estudos e pesquisas • Biblioteca do Transporte
• Educação, Saúde, Lazer e Cultura • Notícias das unidades • Conheça o programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
O portal disponibiliza todas as edições da revista CNT Transporte Atual
“Eu confesso que já perdi a crença na tal ‘conscientização’, que virou remédio para tudo neste país irresponsável” ALEXANDRE GARCIA
Caminhões a álcool
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rasília (Alô) - Dois em cada dez condutores presos por embriaguez ao volante são motoristas de caminhões e carretas. Não é pouco, se considerarmos que eles têm nas irresponsáveis mãos algumas centenas de toneladas de força de um veículo desgovernado a 80 km/h. E alguém turbinado pelo álcool, rodando literalmente mais alto que os demais, pesadão, sobre seis ou 18 pneus, sente-se poderoso, intocado, sem consciência de que corre risco pessoal e, muito menos, consciência de que está provocando riscos para os demais. A ideia de “passar por cima” ronda fácil a etílica cabeça zonza: “eu tenho a força!” Mesmo com o aumento da severidade da lei contra o álcool na direção, os acidentes com motoristas de caminhão alcoolizados já enchem os noticiários deste ano. Em Pinhão, na PR-459, um caminhão atropelou uma camioneta e matou o motorista dela, de 31 anos. O bafômetro mostrou que o condutor estava alcoolizado e foi preso. No Distrito Federal, um motorista de carreta, trafegando sobre 18 rodas, ia em direção a Goiânia e provocou um acidente. Estava com quatro vezes o mínimo tolerado para não ser crime. Foi preso, perdeu a habilitação e recebeu multa de R$ 1.915. Outro, com 25 toneladas de farelo de soja, foi preso em Cascavel por estar com 11 vezes o limite de álcool. Perto de Goiânia, na BR-060, o motorista parou um bitrem em cima do canteiro central. Confessou ter ingerido “só meia dúzia de tragos de cachaça”.
Cansaço, saudades de casa, solidão... e a marvada da pinga vira companheira de alguém responsável por um pesado caminhão e sua carga, compartilhando a estrada com centenas, milhares de outros veículos, tudo se movendo em alta velocidade. Uma roleta viciada, em que todos perdem. Há três anos, existe no Brasil um equipamento que impede a partida do motor se o motorista não soprar nele. E se o ar expelido dos pulmões contiver álcool, isso emperrará a partida. Uma empresa transportadora que, animada, estava instalando o equipamento, fez a experiência com seus motoristas. Metade estava sem condições de permitir a partida. O que significaria prejuízos imediatos depois de paradas para lanche ou refeição à beira da estrada. Se a Lei Seca é ameaça e se um equipamento impede o arranque e ainda assim a bebida alcoólica é habitual entre os que enfrentam a estrada com carga, o que fazer? Eu confesso que já perdi a crença na tal “conscientização”, que virou remédio para tudo neste país irresponsável. A tal “conscientização” em geral substitui a multa, a punição, a aplicação da lei com severidade. Em país sério não existe “conscientização”. Existe punição. De punição em punição, quem está torto acaba endireitando. Na minha infância, cada chinelada me ensinou a distinguir entre o certo e o errado. Tapinha nas costas e afago na cabeça não ensinam ninguém. Sem isso, o que se ensina é a impunidade.
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“A soja brasileira é mais competitiva do que a americana na faze que ela é embarcada e chega ao porto, passa a custar mais caro ENTREVISTA
ERIK CAMARANO - MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO
Poupar é ess POR
Brasil vive uma janela de oportunidades, mas precisa saber poupar para fazer crescer a competitividade dos seus produtos. É assim que Erik Camarano, diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo, vê o país nos próximos 20 anos. Para ele, que é doutor em economia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), sem aumentar a nossa poupança e, consequentemente, as taxas de investimento externo, corremos o risco de viver episódios de crescimento esporádicos e nos transformarmos em uma nova Grécia. “Não podemos apenas depender do cenário externo e não resol-
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LIVIA CEREZOLI
ver as questões estruturais nas áreas de educação, infraestrutrura, tributária e trabalhista”, afirma. Nesta entrevista à revista CNT Transporte Atual, Camarano fala dos principais entraves que ainda impedem o Brasil de ser competitivo e avalia o nível de investimento que tem sido aplicado em infraestrutura de transporte no país nos últimos anos. Desde o seu lançamento, em 2001, como tem sido a atuação do Movimento Brasil Competitivo? O movimento surgiu com a missão de trazer as práticas de boa gestão, que as empresas brasileiras começaram a investir fortemente na segunda me-
tade dos anos 1980, para as micro e pequenas empresas em todo o Brasil, para o setor público e, com isso, discutir uma agenda de competitividade do país. Essa agenda passa por gestão, inovação e comparação da nossa competitividade com a de outros países. O que é ser um país competitivo? A competitividade dá margem a interpretações muito diversas. Mas, essencialmente, estamos pensando em um conceito amplo que significa aumentar a renda per capita do país de forma sustentada ao longo dos anos. Quer dizer, tornar o país mais rico com uma distribuição de riqueza mais
adequada. Para isso, são necessários vários componentes da competitividade, desde a parte de infraestrutura física, boa qualidade de saúde e educação, até as questões institucionais e regulatórias (boas regras de negócios, respeito aos contratos, sistema Judiciário que funcione, baixo nível de corrupção - ou nenhum, se possível - e transparência nas contas públicas). E um último grupo que está mais ligado à capacidade empreendedora, à inovação, à criatividade, à pesquisa de ponta e a como esses setores mais dinâmicos da economia são integrados ao restante da sociedade. Em 2012, o Brasil subiu posições no ranking do Rela-
MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO/DIVULGAÇÃO
nda, mas, a partir do momento e deixa de ser competitiva”
encial tório Global de Competitividade por causa de aspectos macroeconômicos, mas caiu em relação à infraestrutura, principalmente de transporte. Como explicar que a sétima economia do mundo ocupe a 48ª posição no ranking? Temos uma discrepância entre o tamanho da economia brasileira e as características de um país competitivo. O Brasil, independente do seu tamanho, é um país que ainda tem um desafio muito grande a superar. Mas a leitura que fazemos desse relatório é que o país tem conseguido melhorar. Nos últimos nove anos, a gente teve uma gradual melhora na nota de competitividade, mas ela poderia ser mais rápida.
Uma questão preocupante é que a pauta de competitividade do país não mudou de forma relevante nos últimos cinco anos. Quais os principais entraves que ainda impedem o Brasil de se tornar um país competitivo? A educação, a infraestrutura, especialmente a de transporte, a complexidade e a elevação da carga tributária e, por último, a regulamentação trabalhista. Essas são as grandes barreiras que impedem o país de crescer de forma sustentada. Esses quatros fatores ajudam a explicar o porquê de o Brasil não crescer mais rápido. Os outros integrantes do Bric (Rússia, Índia e China) andam muito
mais depressa. Mesmo havendo incentivo do governo, como a redução de impostos e a redução de juros, parece que, de alguma forma, o paciente não responde. O que é preciso fazer para mudar esse cenário? As receitas são muito diferentes. Na educação, por exemplo, a gente tem duas pautas: inclusão e desempenho. Temos um percentual alto de alunos – praticamente 8,5% da população em idade escolar - fora da escola. Isso impede o acesso ao conhecimento e exclui essas crianças do mercado de trabalho no futuro.
Na questão do desempenho, das crianças que estão estudando, apenas metade termina o ensino médio e, desse percentual, apenas 5%, na região Norte do país, têm o conhecimento considerado adequado em matemática, por exemplo. O desempenho estudantil brasileiro ainda é pífio e, para mudar isso, é preciso mexer com a gestão do sistema escolar, criar metas a serem cumpridas e avaliações externas das escolas. De que maneira e educação pode influenciar a alta da competitividade do país? Um exemplo bem claro disso é o
que aconteceu na Coreia do Sul. Há 40 anos, nós tínhamos a mesma renda per capita deles. A Coreia é um país relativamente pequeno, que não tem a oferta e a abundância de recursos que nós temos, mas fez um investimento muito forte na capacitação dos seus cidadãos. Lá, existe escola em tempo integral. São 13 anos de estudo ao todo. As pessoas entram no mercado de trabalho com um nível de produtividade muito alto. Se a comparação for feita com os Estados Unidos, por exemplo, a produtividade do trabalhador brasileiro é 20% menor do que a de um norte-americano. Precisamos, em média, de cinco brasileiros para fazer o trabalho que um norte-americano faz. Tudo por causa da base educacional. É possível medir o impacto causado pelo excesso de burocracia e pela alta carga tributária do Brasil? O que dá para medir são alguns impactos em áreas específicas, como o comércio exterior. Hoje, 17 instituições são intervenientes em qualquer desembaraço aduaneiro no Brasil. Quando se recebe um contêiner de Cingapura, são 17 órgãos - Anvisa, Polícia Federal, Receita Federal etc - para examinar a carga. Como não há um sistema integrado de fiscalização, o que acontece são coisas prosaicas, do tipo, o responsável pela Anvisa só trabalha à tarde, o da Receita Federal só às terças e quintas-feiras pe-
la manhã. Por isso, o tempo de desembaraço de carga é gigantesco. Na parte tributária, a gente deveria comparar o Brasil a outros países de renda per capita semelhante à nossa (México, Chile, Colômbia). Nesses locais, a carga tributária costuma ficar entre 25% e 28% do PIB (Produto Interno Bruto). No Brasil, ela está acima de 36%. Como o senhor avalia a infraestrutura de transporte no país? O Brasil está relativamente bem em infraestrutura, do ponto de vista de energia e telecomunicações, mas em transporte, ficamos bem atrás. O principal impacto disso é o custo do frete em relação ao valor da carga. O frete brasileiro responde hoje entre 15% e 18% do valor da carga. Nos Estados Unidos, isso não ultrapassa 6%, 6,5%. Só isso significa dez pontos percentuais de dólar por tonelada que a gente poderia diminuir se a infraestrutura fosse mais moderna e mais eficiente. Em segundo lugar, fizemos uma opção equivocada no passado ao investir somente em rodovias. Não desenvolvemos o transporte ferroviário que é mais barato, e existe um potencial de transporte hidroviário que ainda é muito pouco aproveitado. Em relação ao PIB, qual deve ser o percentual de investimento no setor? Com base na necessidade de
GARGALO
“Se o Brasil fosse um país mais fácil para fazer negócios, o volume de investimentos cresceria de forma muito mais rápida”
aumento da melhoria de infraestrutura de transporte, a gente calculou, com o Banco Mundial, que esse número deveria dobrar. Sair de 2,5% para pelo menos cinco pontos percentuais do PIB. Isso para que a gente consiga sair rapidamente do que está virando um gargalo. Um exemplo emblemático é o caso da soja brasileira que na fazenda é mais competitiva do que a norteamericana. Mas a partir do momento em que ela é embarcada em um caminhão e chega ao porto, ela passa a custar mais caro por causa das deficiências da infraestrutura, deixando de ser competitiva. Qual análise pode ser feita dos programas de investimento em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos anunciados recentemente pelo governo federal? Com esses programas, o go-
PESQUISA CNT DE RODOVIAS
Ineficiência da infraestrutura de transporte impede a competitividade do país
verno percebe que essas são ações prioritárias que precisam avançar. Agora, vamos precisar de uma combinação da inteligência e de recursos do setor privado com investimentos públicos. Nenhum dos lados sozinho vai dar conta de resolver essa equação. Por isso precisamos rapidamente avançar em PPP (Parceria Público-privada) e em concessões. Esse modelo tem de ter a soma dessa inteligência de regulação por parte do governo, mais investimento e operação por parte do setor privado. Então, abrir a gestão e a operação para a participação privada é uma decisão acertada? Não tenho a menor dúvida. Acredito que esse processo poderia ser ainda mais agressivo com a concessão de novos serviços. Existe uma priorização por parte do
governo nesse sentido, o que é muito bom, mas sempre ficamos com a sensação de que se poderia fazer mais e melhor. Existe muitas áreas em que poderia se aproveitar mais a disposição da parceria com o setor privado para poder avançar. A da saúde é um exemplo. Existe um prazo ideal para a conclusão desses investimentos? O prazo ideal seria anteontem, mas como o tempo não volta, é preciso correr mesmo. Acho importante ter um plano ambicioso porque isso sinaliza que haverá dedicação de recursos e de tempo das equipes envolvidas. O que vai ser necessário é que o governo se profissionalize. No Movimento Brasil Competitivo, trabalhamos muito tempo com o setor público e constatamos que quando há mais recursos para investir, o gar-
“Quando há mais recursos para investir, o gargalo é a capacidade gerencial por parte do governo” galo passa a ser a capacidade gerencial por parte do governo. Além do ajuste dos investimentos e dessa profissionalização, a reformulação dos marcos regulatórios do setor também é necessária? É importante que se faça sempre a adequada combinação entre a exigência da alta qualidade por parte do prestador privado de serviço e a garantia da remuneração adequada do investimento. Uma regulação benfeita impulsiona investimentos privados. Em 2011, observamos, com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), algumas estatísticas de regulação no Brasil, e os números são preocupantes. Foram, em média, 33 novas regulações por dia só na esfera federal.
A intervenção do Estado no domínio econômico do país pode ser considerada um entrave para o crescimento da competitividade? Quando ela é ineficiente, acredito que sim. O Estado tem que entrar como regulador. Porém, para funcionar bem, o país precisa ter uma regulação forte. Isso significa ter regras claras. Hoje, temos um avanço grande nos aspectos regulatórios, embora ainda seja menos do que se poderia fazer. Ainda temos um caminho grande a seguir se combinarmos a desburocratização com regras mais simples e a garantia de execução de negócios mais ágil. Isso só vai ajudar o país a ganhar mais competitividade. Investir no Brasil é atraente? Com certeza. Constatamos isso ao ver o grande volume de investimento externo direto que as companhias têm feito no Brasil, apesar do marco regulatório, da burocracia, da regulamentação trabalhista. É até uma constatação óbvia: se o Brasil fosse um país mais fácil para fazer negócios, o volume de investimentos cresceria de forma muito mais rápida. Acredito até que a gente está subestimando o potencial de atrair investimentos que o Brasil tem se não mexermos em aspectos regulatórios e tornarmos as regras do jogo mais transparentes. l
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MAIS TRANSPORTE
VIEX/DIVULGAÇÃO
Ecoinfra A Viex realiza, no dia 12 de março, a segunda edição da Ecoinfra – Legislação ambiental em projetos de infraestrutura. O evento, que acontece no Novotel Morumbi, na capital paulista, reúne construtoras, concessionárias de serviços públicos e representantes do governo. O foco é debater os processos de licenciamento ambiental, compensações ambientais
exigidas e demais aspectos da legislação envolvidos nos grandes empreendimentos de infraestrutura. Entre os principais temas que serão discutidos pelos vários palestrantes estão o Código Florestal; as regras para o financiamento de projetos e a gestão de áreas protegidas. As inscrições podem ser feitas no site: http://www.viex-americas.com.
DEBATES Ecoinfra 2013 está confirmada ALIANÇA NAVEGAÇÃO E LOGÍSTICA/DIVULGAÇÃO
Frota de cabotagem renovada A Aliança Navegação e Logística recebeu o primeiro de uma série de quatro navios que serão empregados em seu serviço de cabotagem no Brasil. O porta-contêineres "Sebastião Caboto" tem capacidade
nominal de 3.800 TEUs e 500 tomadas para contêineres refrigerados. De acordo com a empresa, os outros três navios serão incorporados à frota no decorrer deste ano.
A Aliança investiu mais de R$ 450 milhões na aquisição das embarcações, que possuem os menores índices de emissão de gases de efeito estufa por tonelada transportada.
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LOGÍSTICA
Grupo investe em tecnologia e equipamentos Grupo Chibatão está testando, em seu terminal portuário, um sistema de pré-agendamento de exportações por meio fluvial. A expectativa é que, até o fim de julho, as empresas que operam no PIM (Polo Industrial de Manaus) possam utilizar a tecnologia. A inovação pretende reduzir custos e aumentar a eficiência para todas as partes envolvidas na operação. Por meio do site da empresa, os clientes vão informar à administração portuária, com antecedência e on-line, todos os contêineres a serem embarcados nos navios de longo curso ou de cabotagem, com os horários de entrada e saída antes mesmo que a carga chegue aos pátios de armazenamento. A companhia também investiu em novos equipamentos e colocou em operação a
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primeira unidade de RTG (guindaste de pórtico sobre pneus) da região norte do Brasil. O guindaste está funcionando no Terminal Portuá-
rio Alfandegado do grupo em Manaus. A empresa adquiriu seis unidades do RTG, com investimento de R$ 80 milhões. O aparelho reduz em 40% o
tempo de movimentação dos contêineres e cargas importadas e exportadas pelas indústrias do PIM em navios de longo curso e de cabotagem. M.ROCHA/GRUPO CUBATÃO/DIVULGAÇÃO
TECNOLOGIA Expectativa é reduzir os custos e aumentar a eficiência
Manobras especiais noturnas Câmeras a cada 2 km A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de Santa Catarina, em conjunto com a Delegacia da Capitania dos Portos de São Francisco do Sul, autorizou a realização de manobras especiais noturnas para entrada de navios com comprimento de até 300 metros, largura até 43 metros
e calado máximo de 10,5 metros nos portos de Itapoá e São Francisco do Sul. Os parâmetros para as manobras diurnas para os dois portos da baía da Babitonga, permitindo a entrada e saída de navios até 334 metros de comprimento, no caso de Itapoá, e 310 metros, em São Francisco do Sul, já eram autorizados.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) vai exigir que as empresas que vencerem os próximos leilões de concessão de rodovias federais instalem câmeras de monitoramento a cada dois quilômetros de vias. Conforme a autarquia, os equipamentos terão de estar em pleno funcionamento a partir do segundo ano de concessão. As imagens serão enviadas para um centro de controle operacional da
concessionária, que terá condições de atuar de forma mais eficiente nos casos de acidentes. As equipes de guincho e de pronto-socorro também vão ser beneficiadas com a possibilidade de chegar ao local da ocorrência mais rapidamente. De acordo com a agência, as câmeras também vão poder ser usadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) para multar motoristas infratores.
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MAIS TRANSPORTE JADLOG/DIVULGAÇÃO
O Cotidiano da Espera De 29 de setembro a 6 de outubro de 2008, o jornalista Gustavo Queiroz tornou-se um caminhoneiro para reportar a vida desses profissionais que “carregam o Brasil nas costas e não deixam faltar produtos nas gôndolas e prateleiras das lojas”, segundo o autor. De: Gustavo Queiroz, Ed. KBR, 120 págs., R$ 24
Entrega de triciclo A JadLog implantou em algumas cidades a “Entrega Ecológica”. Por meio de um triciclo elétrico, a empresa realiza a coleta e a entrega de encomendas fracionadas. Ele tem capacidade para percorrer 30 km ao custo de R$ 0,2: valor suficiente para carregar a bateria.
Cooperação Logística A RGE, empresa do grupo CPFL Energia, firmou parceria com a DHL Supply Chain para atuar em suas operações logísticas. As atividades estão centralizadas em Caxias do Sul (RS), onde fica a sede da RGE. O diretor-presidente da empresa, Luís Henrique Ferreira Pinto, diz que a
operação vai permitir que a empresa amplie o atendimento à demanda gerada pelo crescimento dos clientes, que atingiu o total de 1,35 milhão em 2012, superior em 3% ao total de 2011. “A CPFL compra todo o material necessário, e ele é entregue nos centros de distribuição
da DHL. Esse material fica armazenado e, quando há uma solicitação, a separação e a entrega são feitas até o ponto em que foi pedido”, explica Nelson Filippe, diretor de operações da DHL. São 63 depósitos de entrega e mais de 3.200 itens de estoque, avaliados em R$ 20 milhões.
Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis Fornece conhecimentos teóricos básicos, assim como indica regras e procedimentos aplicados na logística, a fim de orientar o profissional no desenvolvimento do seu trabalho. Apresenta desde sugestões de arranjos em redes logísticas com as suas diversas cadeias até a preocupação com os impactos ambientais. De: Vitório Donato, Ed. Érica, 256 págs., R$ 93,50
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METRA/DIVULGAÇÃO
Híbrido no corredor A Metra, empresa que opera o Corredor Metropolitano de Ônibus ABD (ligação entre a zona leste e a zona sul da cidade de São Paulo) vem realizando testes com o modelo HíbridoBR. O veículo reduz em até 90% a emissão de poluentes. Desenvolvido pela
Eletra, com tecnologia 100% nacional, o ônibus tem tração elétrica e se mantém por meio do diesel. A energia gerada pelo diesel possibilita que a partida e a frenagem sejam acionadas via motor elétrico, diminuindo a emissão de poluentes. O motor
diesel é isolado acusticamente na parte traseira do veículo, e o controle eletrônico evita os trancos típicos da aceleração inicial. Com 12 metros de comprimento, tem capacidade para transportar até 77 passageiros, sendo 37 sentados e outros 40 em pé.
BALANÇO
Produção de veículos atinge recorde em janeiro Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou os números do setor no mês de janeiro. Segundo a entidade, foi produzido um total recorde de 279.332 unidades no período. O volume representa alta de 7,7%, se com-
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parado ao mês de dezembro, e crescimento de 31,9% frente ao mesmo intervalo de 2012. Automóveis e comerciais leves atingiram a produção de 263.505 unidades, alta de 6,3% perante o mês anterior e de 27,1% sobre janeiro de 2012. A produção de caminhões
chegou a 12.705 unidades, uma elevação de 42,7%, se comparado a dezembro último, e alta de 269,5% sobre janeiro do ano passado. Já com relação aos ônibus, foram produzidas 3.122 unidades em janeiro, crescimento de 19,5% sobre o mês anterior e de 189,9% sobre janei-
ro de 2012. Apesar do acréscimo na produção, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus (243.412 unidades) diminuíram 14,2% em janeiro, se comparados a dezembro, mas houve avanço de 21,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
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MAIS TRANSPORTE LANÇAMENTO
Montadoras esperam recuperação em 2013 epois de fechar 2012 com queda na produção e nas vendas de caminhões, as montadoras projetam um ano mais favorável para o setor em 2013. A expectativa é de um crescimento de até 10% na participação do mercado de veículos. E para alcançar esse percentual, as empresas já começaram a anunciar novidades. No fim de janeiro, Ford e Iveco reuniram a imprensa especializada em dois eventos realizados em São Paulo (SP) para apresentar os seus novos modelos. As duas montadoras se antecipam à Fenatran - Salão Internacional do Transporte que tem data marcada para acontecer entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro deste ano, quando deverão ser anunciadas as demais novidades do mercado. Segundo dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), no ano passado, a produção de caminhões caiu 40,5% em todo o país. O número de unidades produzidas passou
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de 223.388, em 2011, para 132.820, em 2012. Os licenciamentos também tiveram redução. No ano passado, foram 139.147 unidades, contra 172.871, em 2011. Grande parte dessa redução está diretamente ligada à mudança de motorização dos caminhões. Desde janeiro de 2012, esses veículos só podem sair de fábrica com a nova tecnologia que atende às exigências da fase P7 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). Com veículos de 2011 ainda no estoque das concessionárias, muitas montadoras não produziram determinados modelos. A Iveco, por exemplo, viu suas vendas caírem no segmento de médios, e a tacada para a recuperação do mercado é o lançamento do Vertis HD (Heavy Duty), o primeiro da categoria com a nova tecnologia. O caminhão chega ao mercado em duas versões: de 9 e de 13 toneladas com cabine estendida. Voltado para o mercado varejista, o novo modelo apresenta ganho de potência e redução de até 5,5%
no consumo de combustível. O Vertis HD 9 toneladas está 10% mais potente e com 7,6% de torque a mais que a motorização anterior. Na versão 13 toneladas, o ganho foi de 3,4% no torque. Em números, são 177 cv para a versão de 9 toneladas e 182 cv na de 13 toneladas. Com o novo modelo, a Iveco espera alcançar 8% do mercado em 2013. De acordo com Alcides Cavalcante, diretor-comercial da marca, a expectativa é vender 3.500 unidades – 1.000 na versão 13 toneladas e 2.500 na versão 9 toneladas – até o fim do ano. “O mercado de caminhões de 8 a 15 toneladas tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, devendo atingir a marca de 45 mil unidades comercializadas apenas em 2013”, afirma ele. O Iveco Vertis HD tem preço inicial de R$ 115 mil para a versão de 9 toneladas e de R$ 135 mil para a versão de 13 toneladas. O novo Ford Cargo com capacidade de até 56 toneladas anuncia a entrada mundial da marca no seg-
mento de extrapesados. Na apresentação prévia, realizada simultaneamente com a Ford Otosan na Turquia, onde o modelo também será produzido, foi mostrado o primeiro protótipo do cavalo mecânico. Segundo Oswaldo Jardim, diretor de operações de caminhões da Ford América do Sul, com o novo modelo, a montadora passará a competir numa faixa que apresenta grande crescimento no mercado brasileiro. “Os extrapesados representam 40% da receita do setor de comerciais no Brasil e se aproximam de bater os R$ 30 bilhões de receita”, ressalta.
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FORD/DIVULGAÇÃO
ESTREIA Novo Cargo marca a entrada da Ford no segmento de extrapesados IVECO/DIVULGAÇÃO
APLICAÇÃO Iveco Vertis HD apresenta soluções para o mercado varejista
O novo produto foi criado e desenvolvido em conjunto pelas equipes de design e engenharia da Ford do Brasil e da Turquia. Por lá, o modelo já está sendo comercializado, mas os consumidores brasileiros só receberão as primeiras unidades no segundo semestre deste ano. Na apresentação inicial realizada em São Paulo, não foram fornecidos detalhes técnicos do novo Cargo, mas é possível que o modelo chegue ao mercado brasileiro com 420 cv, com duas caixas de marcha (automatizada e mecânica) e versão de trações 6x2 e 6x4. Há quatro anos, a montadora trabalha no desenvolvimento do novo modelo. O projeto faz parte do plano de investimentos da empresa de R$ 670 milhões entre 2011 e 2015. A produção será realizada na fábrica da Ford em São Caetano do Sul (SP), e o novo modelo deve ser exportado também para a Argentina. (Livia Cerezoli) A jornalista viajou a convite das montadoras
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MAIS TRANSPORTE SCANIA/DIVULGAÇÃO
Projeto pioneiro A Scania desenvolveu, em parceria com seu provedor logístico Cargolift, um projeto para otimizar seu sistema de coletas programadas de peças e materiais realizadas em um ou mais fornecedores, chamado “Milk Run”. As empresas identificaram a possibilidade de utilizar um modelo bitrem de 30 metros, em
vez de dois caminhões, para realizar a coleta de materiais dos fornecedores que fazem parte da rota sul do “Milk Run”. O objetivo do novo processo é melhorar a estrutura do sistema e fazer uso racional dos veículos disponíveis para a operação. “É feita a análise do volume de materiais que cada empresa
fornece e então se identifica em qual região o uso de bitrens é pertinente”, afirma Wagner Varela, chefe da área de Transport Managment da Scania. De acordo com a montadora, a operação de coleta do sistema com bitrens pode ser expandida para outras rotas caso seja identificada a necessidade.
MRS/STADLER/DIVULGAÇÃO
Novas cremalheiras A MRS Logística e a fabricante Stadler apresentaram as locomotivas de cremalheira mais potentes do mundo, fabricadas especialmente para a operação no trecho de acesso ao porto de Santos. As máquinas vão atender a demanda entre Paranapiacaba (SP) e Cubatão (SP) para o transporte de cargas agrícolas, contêineres e celulose. Segundo a MRS, com o sistema em pleno funcionamento, o número de
caixas metálicas transportadas passa de 60 mil para 1,5 milhão por ano. A expectativa é quadriplicar a movimentação atual de cargas, alcançando 28 milhões de toneladas anuais. As cremalheiras são 60% mais eficientes que as máquinas Hitachi, de 1972, atualmente em funcionamento. Segundo a MRS, com os novos equipamentos, 2.000 caminhões serão retirados das estradas. O investimento total foi de R$ 130 milhões.
LOCOMOTIVAS Transporte de cargas agrícolas, contêineres e celulose
FETRANSPORTES
Fetransportes (Federação das Empresas de Transportes do Estado do Espírito Santo) realizou no final de 2012, no Centro de Convenções de Vitória (ES), a 18ª Edição do Prêmio Destaque - Trabalhador do Transporte e Logística do Espírito Santo. O objetivo do prêmio é homenagear os profissionais das empresas de transportes e logística do Estado do Espírito Santo que, pelo desempenho e capacidade profissional, destacaram-se no exercício de suas funções. Além da premiação entregue aos vencedores do ano, foram apresentados ainda José Antonio Fiorot e Luiz Wagner Chieppe como presidente e vice-presidente, respectivamente, para a nova diretoria da federação para o triênio 2013-2015. No evento também foi entregue a Medalha do Mérito Empresarial Fetransportes aos empresários Aylmer Chieppe, do Grupo Águia Branca, e José Geraldo Valadão, da Transportadora Transilva. O Destaque 2012 premiou 12 dos 59 candidatos inscritos. Os vencedores foram Elizângela Rodrigues Carvalho Meirelis (Viação Pretti), Giancarlo Theodoro Kist (Viação Joana D’arc - Colatina), Vagner Zandomingue Monti (Transportadora Jolivan), Charles Carvalho de Souza (Viação Real Ita), Adilson de Assis Cardoso (Corpus Saneamento e Obras), Divone Miranda Teixeira (Expresso Santa Paula), Antônio Carlos Moraes de Sousa (Viação Águia Branca), Geraldo Damiani (Viação Joana D’arc - Linhares), Nilton Sérgio Mangifeste Pereira (Viação Flecha Branca), Jocimar Pavani (Viação Itapemirim), Milton Pereira de Carvalho (Granvitur Fretamento e Turismo) e Manoel de Frei-
FOTOS TAKE 1/DIVULGAÇÃO
Prêmio destaca os melhores do ano no Espírito Santo
A
DIRETORIA José Antonio Fiorot assina o termo de posse na presidência da Fetransportes
tas Neto (Viação Grande Vitória). Os vencedores receberam notebooks, TVs, troféus e certificados. Em seu último discurso como presidente da Fetransportes, Luiz Wagner Chieppe disse que ano após ano há investimentos em novas ações para garantir a grandiosidade do evento que demonstra a força e a capacidade dos profissionais. Para ele, o Destaque tem papel fundamental na história da Fetransportes e do setor porque premia os profissionais que fazem a diferença dentro de suas empresas, afirmou. “Sei que esse novo cargo será um desafio, afinal estaremos à frente da entidade maior do setor no Estado. Porém, ao mesmo tempo, ao assumir o novo capítulo da Fetransportes, afirmo que nosso trabalho terá como base a gestão construtiva e inovadora de Luiz Wagner Chieppe. Dessa forma, todos podem esperar um mandato focado, principalmente, nas grandes demandas do setor”, destacou José Antonio Fiorot. (Katiane Ribeiro)
CAPACIDADE Vencedores na categoria Transporte & Logística
HOMENAGEM Premiados na categoria Motorista
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MAIS TRANSPORTE RECONHECIMENTO
Cepimar entrega prêmio ambiental a técnico do Despoluir técnico do Despoluir – Programa Ambiental do Transporte desenvolvido pela CNT e pelo Sest Senat - Marcelo Lopes de Oliveira foi o vencedor do prêmio Técnico Modelo 2012, oferecido pela Cepimar (Federação das Empresas de Transportes Rodoviários dos Estados do Ceará, Piauí e Maranhão). Oliveira se destacou pelo desempenho no programa durante todo o ano de 2012. A cerimônia de entrega do troféu aconteceu na sede da federação, em Fortaleza, no Ceará, no fim de janeiro. O prêmio foi criado em 2011 com o objetivo de reconhecer e gratificar os profissionais da área que se destacam no exercício de suas funções. Os técnicos são avaliados com relação à média anual de aferições veiculares realizadas a partir de uma meta estipulada pela federação. Em 2012, a Cepimar realizou 21.580 aferições. Desse total, 4.746 foram feitas por Oliveira. Para a premiação também são avaliados quesitos como disciplina, iniciativa, relacionamento com a coordenação e comunicação, além do conhecimento sobre o assunto e a transmissão das informa-
O
ções sobre meio ambiente, manutenção e condução econômica aos transportadores. Para o presidente da Cepimar, David Lopes de Oliveira, premiar os técnicos que realizam as aferições nos veículos é mais uma forma de promover o envolvimento de todo o setor de transporte com a questão ambiental. “Precisamos que todos estejam engajados no verdadeiro desenvolvimento sustentável.”
De acordo com o dirigente, a premiação também tem impacto bastante positivo no desempenho da equipe como um todo. “Ao se destacar um trabalho benfeito, isso serve como exemplo para a atuação de todos, valorizando também o lado humano do profissional, uma vez que ele acaba conquistando uma vitória pessoal”, afirma.
Segundo o técnico Oliveira, a conquista garante que o trabalho realmente tem valido a pena. “Ser agraciado com esse prêmio mostra o reconhecimento por parte da federação ao meu trabalho realizado durante todo o ano. Agradeço a homenagem e aos meus colegas de trabalho pela parceria”, afirma o técnico. CEPIMAR/DIVULGAÇÃO
RECOMPENSA Marcelo Lopes de Oliveira foi o vencedor do prêmio Técnico Modelo 2012
PERSONAGEM DO TRANSPORTE
Movido a música e poesia Taxista de Belo Horizonte aproveita as viagens nas ruas da capital mineira para divulgar seu talento POR
estresse do dia a dia no trânsito pode ser aliviado com poesia e boa música em uma das maiores cidades do Brasil. No carro do taxista José Antônio de Souza, de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, as corridas são embaladas com as canções que ele mesmo compõe e interpreta. Zantôni, como é conhecido e gosta de ser chamado, já tem dois CDs gravados e material para a produção de mais quatro. Intitulados “Patrimônio de
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LIVIA CEREZOLI
Minas” e “Patrimônio de Minas 2”, os discos foram produzidos de forma independente, e todas as faixas dos CDs retratam um “pedacinho das Minas”, como afirma o próprio taxista. “Todas as minhas letras reverenciam as cidades, as tradições, a história e o povo mineiro”, conta ele. Estão presentes nas letras a capital, carinhosa e popularmente chamada de BH, as cidades históricas de Ouro Preto e Diamantina, personalidades, como o ex-presidente Juscelino Kubitschek, e a
rivalidade travada entre os times Atlético e Cruzeiro. Trabalhando com o transporte de passageiros desde 1983, Zantôni iniciou sua carreira artística com o texto Taxista, publicado no jornal “Diário da Tarde”, em 1994. Era época de inflação alta e, de acordo com ele, foi depois de observar e viver as dificuldades como taxista que veio a inspiração. “Eu coloquei no texto os problemas que a gente enfrentava. Os combustíveis aumentavam todo dia, e
nem sempre era confortável o trabalho”, recorda. Vieram outros textos e, naquele mesmo ano, Zantôni publicou seu primeiro livro. “Psiu, Brasil” é uma coletânea de contos e crônicas que retratam o dia a dia da profissão de taxista e o convívio com os passageiros. Hoje, além do primeiro título, já fazem parte da coleção dele “Psiu, Brasil II” (1997), “Maná 2000” (2000) – livro de poesias que posteriormente foram musicadas e deram origem aos CDs – e “Cora-
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PARTICIPAÇÃO A seção “Personagem do Transporte”, publicada na CNT Transporte Atual, tem como objetivo principal contar a história de profissionais do setor que abraçaram uma causa e lutam por ela. Com esse novo espaço, a revista pretende valorizar os profissionais que se destacam por um talento especial e utilizam isso para promover uma vida melhor em suas comunidades. A ideia também pretende despertar o interesse em outros trabalhadores para correrem atrás do que eles realmente querem e acreditam. Sugestões de novos personagens e histórias podem ser encaminhadas para revista@cnt.org.br.
ção de Ouro” (2003), um romance. Para 2013, ele prepara o quinto livro. “Estou finalizando a produção e espero que ainda neste início de ano ele já esteja disponível.” Quando perguntado sobre a motivação para desenvolver o trabalho, o taxista é taxativo. “Eu gosto. Sinto necessidade de compartilhar isso com as pessoas.” A ideia inicial dele era que as músicas fossem gravadas por algum cantor já reconhecido. Não foi possível e, depois da insistência do res-
ponsável pelo estúdio de gravação, Zantôni arriscou cantar. “Pelo jeito está dando certo.” Aos 61 anos, o taxista trabalha na zona central de Belo Horizonte, das 7h às 20h, sete dias na semana e aproveita o bom convívio com os passageiros para divulgar seu trabalho. “Eu sempre apresento os meus livros, coloco um CD para tocar ou, se o cliente permitir, é claro, eu mesmo canto as minhas músicas”, conta ele. Desde o lançamento do primeiro CD, em 2008, Zantôni já vendeu mais
de 4 mil cópias do disco durante as corridas. Mesmo garantindo que produz os livros e os discos sem intenção de obter lucro, o dinheiro da venda ajuda a complementar a renda familiar. Ele não é proprietário do táxi e para rodar com o carro, paga um aluguel de R$ 700 por semana. “A minha profissão é ser taxista. É dela que tiro o meu sustento. A venda dos livros e CDs é mesmo para cobrir os custos que tenho com a impressão e a gravação”, ressalta.
Zantôni também mantém o blog Taxista-escritor (taxistaescritor.blogspot.com) onde pode ser acessada parte de suas obras. Casado, pai de três filhos e avô de dois netos, o taxista se diz satisfeito com o reconhecimento que tem recebido pelo seu trabalho artístico, mas garante que se sentiria muito mais realizado se a cultura tivesse uma valorização maior em todo o país. “Infelizmente as pessoas valorizam muito pouco ainda as produções artísticas no nosso país.” l
Na ponta do
JÚLIO FERNANDES/CNT
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Aplicativos para celular facilitam a vida de usuários e de empresas do setor de transporte em diversas cidades do país
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REPORTAGEM DE CAPA
POR
LIVIA CEREZOLI
om apenas um toque na tela sensível do celular já é possível conseguir um táxi, descobrir qual a melhor rota a seguir na saída do trabalho para fugir do trânsito, confirmar o embarque na companhia aérea escolhida para a viagem e até mesmo saber se o ônibus ou o metrô estão operando com tranquilidade. A criação de aplicativos voltados para o setor de transporte tem facilitado muito a vida de usuários de transporte coletivo em todo o país, nas mais diversas modalidades (ônibus, trem, metrô, táxi, avião). Ao mesmo tempo, traz ganho de produtividade para as empresas que prestam um serviço melhor ao usuário e gerenciam de maneira mais rápida e precisa as suas operações. De acordo com Christian Marra, diretor da Nethics, consultoria em estratégia de mídia digital, é possível explorar inúmeras funcionalidades dos aplicativos no setor de transporte. “Companhias aéreas, transportadoras rodoviárias, companhias de metrô, trens e outras podem desenvolver aplicativos que prestem vários serviços aos usuários”, ressalta ele. Hoje, já existem diversas opções nas principais lojas on-line do mercado. Em uma busca simples realizada pela Internet, a reportagem da CNT Transporte Atual identificou pelo menos 20 aplicativos disponíveis, quase todos com acesso gratuito. Essa febre pelos apps, como são conhecidos esses produtos, pode ser explicada pelo número de pessoas com acesso ao celular. No Brasil, há mais aparelhos móveis do que habitantes. Segundo levantamento divulgado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o país fechou 2012 com 261,78 milhões de linhas de celulares ativas. No ano, foram registradas 19,54 milhões de novas habilitações, o que representa um crescimento de 8,07% na base de assinantes. Pelo menos 35% das
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s dedos
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linhas ativas no país são de smartphones, aparelhos que possibilitam o uso de aplicativos. O país tem 190,7 milhões de habitantes, de acordo com o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em São Carlos, interior de São Paulo, um desses apps foi criado para auxiliar deficientes visuais a utilizarem o transporte coletivo. Desenvolvido pelo Grupo Criar, em junho de 2012, o Bus Alert avisa ao usuário, por meio de mensagem de voz, onde o ônibus está. Além disso, uma mensagem também é enviada ao motorista informando que em determinado ponto, um deficiente visual aguarda o embarque. De acordo com Sérgio Soares, diretor-presidente do Grupo Criar, a iniciativa da criação do aplicativo acompanha a necessidade de o Brasil priorizar a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas, principalmente nas grandes cidades. “Acompanhando as diretrizes de Lei da Mobilidade Urbana, principalmente no que diz respeito à acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade, decidimos desenvolver o produto”, explica. Usuário do sistema, o deficiente visual Ailton Alves Guima-
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FACILIDADE Aplicativos oferecem mais segu
rães afirma que hoje tem muito mais autonomia no seu dia a dia. “Antes, eu ficava no ponto perguntando para as pessoas qual ônibus estava vindo. Quando não tinha ninguém para ajudar, parava todos os ônibus que ouvia chegar. Hoje, com o aplicativo, faço tudo sozinho.” Segundo ele, o sistema é de utilização simples. Basta indicar o número da linha e do ponto de origem e de destino. O aplicativo se encarrega de avisar quando o ônibus estiver próximo. “Como sei quanto tempo ele vai levar para chegar ao ponto que eu
quero, consigo me programar para sair de casa com calma. Antes, sempre perdia o ônibus. Não conseguia correr com a bengala”, conta Guimarães. Para a empresa que opera o sistema de transporte público em São Carlos, o Bus Alert também trouxe benefícios. “Ganhamos na qualidade do nosso serviço porque passamos a atender aos deficientes visuais de uma maneira muito melhor e, além disso, ganhamos em operação”, ressalta Fernando Carvalho, analista de GPS da Athenas Paulista. Os 250 motoristas da empre-
sa passaram por um treinamento interno para aprender a operar o sistema e atender aos deficientes visuais da maneira adequada. Carvalho explica que o sistema informa ao motorista o nome do deficiente visual cadastrado que está aguardando o coletivo. Além dos deficientes visuais, o aplicativo também está disponível para os demais usuários do serviço de ônibus de São Carlos. O app também está sendo implantado em Ribeirão Preto e, em breve, deve estar disponível em outras cidades. De acordo com
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REDES SOCIAIS
Um novo canal de comunicação
rança aos taxistas durante as corridas
Soares, as prefeituras de Indaiatuba, de Jundiaí, de Campinas, de Santos e de Curitiba já demonstraram interesse pelo serviço. Voltado para os usuários do transporte sobre trilhos, o Komutá informa a situação das linhas de metrô e trens urbanos de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Recife (PE), além de Santiago, no Chile, e Bueno Aires, na Argentina. Os próprios usuários alimentam o aplicativo com informações em tempo real sobre a velocidade dos carros, se existem ou
Muitos aplicativos também possibilitam o acesso às redes sociais, um novo canal de interação entre empresas e clientes que se tornou tão essencial, segundo especialistas, quanto ter uma página na Internet por se tratar de uma ferramenta sem custos altos e que pode ser atualizada em tempo real. Segundo a consultora e professora de comunicação digital, Carolina Frazon Terra, antes de ingressar nas redes sociais, é aconselhável que as empresas analisem as características do
não problemas na via e como está a lotação dos vagões. Para Marcos Bicalho, diretor administrativo e institucional da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), esses aplicativos vieram ocupar uma lacuna muito grande que existia nos serviços de transporte público no Brasil, a oferta de informações precisas sobre horários e situação do serviço aos usuários. “Como o serviço é muito capilar e complexo, a utilização dos aplicativos facilita essa gestão de horários e informações. Para a mobilidade urba-
público-alvo. Isso, inclusive, permite definir qual a melhor rede para se fazer presente. “No caso das empresas de transporte, os públicos são bastante diversos”, ressalta ela. Para a especialista em mídias sociais e sócia da empresa Mesa de Marketing, Alessandra Sleiman, é preciso também estudar a empresa minuciosamente para saber quais canais são indispensáveis, lembrando sempre que quantidade não é qualidade. “É melhor ter uma boa presença digital em poucos
na de forma geral, esse é um ganho muito positivo.” Fã dos aplicativos, o designer Carlos Eduardo Carvalho Sanches coleciona os ícones de vários deles na tela inicial do celular. Os preferidos são os que permitem escolher a melhor rota do trânsito por meio de mapas de localização, realizar check-in de empresas aéreas e localizar táxis. “Todos esses aplicativos facilitam muito a minha vida. Os de check-in me dispensam de utilizar um computador só e gastar papel com cartão de embarque. Os de localização me
canais do que manter uma presença ‘a desejar’ em muitos”, explica. Entre as redes mais populares estão o Facebook, o Twitter e o Youtube. Em todas elas, é preciso observar certas regras de convivência para manter a imagem da empresa. Estar aberta sempre ao diálogo e permitir que o público externo possa fazer comentários sobre o que está sendo postado é fundamental. “A empresa tem de saber receber críticas e dar as respostas necessárias”, afirma Carolina.
ajudam muito a achar rotas mais fáceis para qualquer destino. E com o de táxi, consigo chamar um carro com apenas um toque na tela do celular.” Um dos apps utilizados por Sanches para encontrar um táxi é o ResolveAí. Disponível em 26 cidades, o sistema integra 65 cooperativas com 15 mil carros. Até o fim do ano, o aplicativo deve estar disponível em 50 cidades brasileiras. De acordo com Gabriel Silva, sócio-fundador da empresa responsável pelo produto, a ideia surgiu depois de ele próprio pas-
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APLICATIVOS DISPONÍVEIS Conheça algumas opções existentes
TÁXI ResolveAí • Informa taxistas próximos, permite agendar corrida e fornece modelo e número do carro antes do táxi chegar • Sistemas iOS e Android • Disponível em 26 cidades
Easy Táxi 7608 / 7611 • Fornece mapa da cidade com a localização dos taxistas cadastrados • Sistemas iOS e Android • Disponível em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cidade do México (México), Caracas (Venezuela), Seul (Coreia do Sul), Lima (Peru) e Bogotá (Colômbia)
99 Táxis • Mostra lista com nome e telefone dos taxistas mais próximos e o tipo de pagamento aceito por eles • Sistemas iOS e Android • Disponível em São Paulo (SP)
Taxibeat • Mostra lista com taxistas mais próximos disponíveis para fazer a corrida. Com a corrida confirmada, usuário recebe modelo e placa do carro e acompanha deslocamento do táxi em tempo real • Sistemas iOS e Android • Disponível no Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)
Táxi Aqui para Passageiros • Permite verificar se há pontos de táxi próximo ao local do usuário e de empresas de táxi da região em que ele está • Sistema iOS e Android • Disponível em Fortaleza (CE), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ)
Onde Tem Táxi Aqui • Ajuda a localizar o ponto de táxi mais próximo • Sistemas iOS e Android • Disponível em todo Brasil
TRÂNSITO Waze • Fornece informações sobre como está o trânsito, se existem eventuais acidentes ou intervenções • Sistemas iOS e Android • Disponível em todo o país
Olho na Estrada • Mostra as condições do trânsito em 20 rodovias brasileiras • Sistema iOS e Android
Tomtom • Mostra mapa com localização de locais • Sistema iOS e Android
Mãos no Volante • Bloqueia as chamadas e envia mensagem padrão ou personalizada avisando que o motorista está dirigindo • Sistema Android • Disponível em todo o Brasil
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ÔNIBUS E METRÔ America Metro Maps • Traz o mapa do metrô de várias cidades do mundo. Para utilizar, não é necessário estar conectado à internet • Sistema iOS • Disponível no Brasil em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) Consultar Ônibus • Programa permite consultar horários dos ônibus na cidade de Porto Alegre (RS) • Sistema iOS
Ônibus Belo Horizonte • Exibe horários e itinerários de ônibus na cidade de Belo Horizonte (MG) • Sistema Android
Ônibus SP • Indica localização dos ônibus mais próximos do usuário que vive em São Paulo (SP) e exibe a situação do metrô da cidade • Sistema iOS
Komutá • Usuários fornecem as informações de acordo com as observações que vão fazendo durante seus trajetos diários • Sistemas iOS e Android • Disponível para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina).
Moovit • Usuários fornecem as informações de acordo com as observações que vão fazendo durante seus trajetos diários • Sistemas iOS e Android • Disponível em São Paulo (SP)
Cadê o Ônibus? • Exibe a localidade dos veículos em um mapa e os horários de funcionamento da linha • Sistema Android • Disponível em São Paulo (SP)
Onde Está Meu Ônibus? • Informações com localização dos veículos, prefixo e se existe carro adaptado para deficiente próximo • Sistema iOS • Disponível em São Paulo (SP)
Próximo ônibus Curitiba • Informa ao usuário os horários de saída dos ônibus cadastrados na URBS, empresa que administra o transporte público na cidade de Curitiba (PR) • Sistema Android
Moobly Porto Bus • Além dos horários de ônibus, é possível ver informações sobre pontos de táxi, metrô, trem e bicicleta • Sistema Android • Disponível em Porto Alegre (RS)
Buzzão Vitória e Buzzão São Paulo • Consegue estimar em quanto tempo o ônibus chegará na parada em que o usuário está • Sistema Android • Disponível em São Paulo (SP) e Vitória (ES)
Fonte: Desenvolvedores dos aplicativos
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MERCADO
Opções de apps são variadas Existe, atualmente, uma variedade imensa de aplicativos disponíveis no mercado. Pela facilidade do acesso ao GPS, grande parte deles está voltada para a questão da geolocalização, mas os apps atendem aos mais variados gostos. Os mais populares e, consequentemente mais desenvolvidos, costumam ser os aplicativos de redes sociais, de games, de música, de compras, de produtividade no trabalho, de bate-papo e de controle nutricional. Segundo Roberto Icizuca, sócio-diretor da Zero Um Digital, empresa de desenvolvimento de aplicativos, atualmente existe 1,5 milhão de aplicativos para as plataformas iOS e Android, e uma das áreas mais exploradas é a de
sar por dificuldades ao tentar localizar um táxi na capital paulista no horário do rush. “O aplicativo foi criado não só para facilitar o dia a dia dos passageiros, mas das empresas de táxi também. Com a integração, é mais fácil e rápido localizar o motorista disponível mais próximo.” O ResolveAí é de uso totalmente gratuito para os passageiros. Para as cooperativas cadastradas é cobrada uma taxa por corrida. Mais de 100 mil pessoas já utilizam o app.
localização, que está diretamente ligada ao transporte. “O sistema de GPS oferece muitas possibilidades, e a tendência é de crescimento no setor para os próximos anos.” O executivo acredita que o mercado de aplicativos como um todo deve manter o índice de crescimento anual de 30% a 50%, que vem sendo registrado desde 2009, pelo menos até 2016. Para o consultor em tecnologia da informação Silvio Cesar Bogsan, o mercado de aplicativos deve crescer ainda mais com a popularização dos webphones, aparelhos com acesso a e-mails, aplicativos e redes sociais, mas com sistema operacional mais simples que um smartphone, por tanto, com preço mais acessível.
Adepto também dos aplicativos voltados para o setor de transporte, o iluminador Bruno de Castro, sempre que está em viagem a trabalho, evita problemas com atrasos nos aeroportos ao checar, pelo celular, as informações em tempo real do voo no qual vai embarcar. O aplicativo Voos Online, desenvolvido pela Infraero, fornece informações sobre a situação de cada voo. “Quando estou em conexão, dá para fazer um lanche tranquilo, sem ter tanta preocu-
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GRUPO CRIAR/DIVULGAÇÃO
DICAS ÚTEIS Como uma empresa deve agir nas redes sociais • Não abuse da paciência de seus fãs no Facebook. Tenha cuidado na hora de planejar suas postagens. Muitas mensagens, por exemplo, pode sobrecarregá-lo • Adicione fotos e vídeos na sua página. Uma forma de mantê-la sempre interessante é ter vários álbuns de fotos para os visitantes • Sempre que possível, inicie uma conversa entre seus fãs. Pode ser sobre tópicos interessantes de discussão sobre algum assunto relacionado • Poste atualizações regulares, incluindo links para blogs, mensagens ou artigos que estão em evidência e seja potencialmente de interesse para os seus fãs • Adicione notas. Enquanto as notas não parecem se destacar em uma página do Facebook, elas podem se acumular e servir como um arquivo de informação muito útil • Faça perguntas, é a melhor maneira para os fãs interagirem com você • Poste um bom dia ou parabéns em datas comemorativas • Compartilhe notícias de produtos e serviços que ainda serão oferecidos. Os fãs adoram novidades • Compartilhe seu sucesso ou algo bom que aconteceu na empresa • Cuidado para não fazer da rede social uma vitrine virtual. Para isso deve existir o site da empresa Fonte: Mesa de Marketing
INDEPENDÊNCIA O deficiente visual Ailton Alves Guimarães utiliza aplicativo que auxilia o embarque no ônibus em São Carlos (SP)
pação se vou perder o próximo embarque”, conta ele. Nas viagens, Castro também utiliza o app Taxímetro, que calcula o valor estimado das corridas em várias capitais do Brasil. Basta informar os locais de origem e destino. “Isso me ajuda muito quando não conheço a cidade e preciso economizar.” Novidade também no mercado de aplicativos é o app oferecido pela ALL (América Latina Logística) aos investidores da empresa. Em funcionamento desde
julho de 2012, o sistema facilita o acesso às informações de mercado da companhia. Com utilização diária dos acionistas, o aplicativo já tem 500 downloads. “É um número bastante expressivo porque estamos falando de um grupo restrito de interessados”, explica Patrícia Cobra, coordenadora de Comunicação da ALL. A preocupação com a violência no trânsito levou o Ministério das Cidades a criar o aplicativo Mãos no Volante. “O motorista marca o tempo que vai levar no
trânsito e o app bloqueia as chamadas naquele período. Ao mesmo tempo, quem ligar para o motorista recebe uma mensagem informando que ele está dirigindo e retorna mais tarde”, explica Marcier Trombiere, assessor especial do Ministério das Cidades. O órgão também criou o app Onde Tem Táxi Aqui, que ajuda a população a localizar o ponto de táxi mais próximo. Os celulares também têm possibilitado economia de tempo aos passageiros das companhias aéreas. Na TAM, desde agosto de 2012, é possível realizar o check-in pela versão móbile do site da empresa. Segundo informações da companhia, após fazer o check-in, o passageiro recebe por e-mail ou SMS um cartão de embarque eletrônico, com código de barras bidimensional, que deve ser apresentado ao agente de segurança no momento de embarque. “Os canais eletrônicos permitem ao passageiro uma economia média de 50% no tempo gasto nos aeroportos para efetuar o embarque”, afirma nota enviada pela empresa. Com exceção do Bus Alert e do Mãos no Volante, disponíveis apenas no sistema Android, e do aplicativo para os investidores da ALL, disponível apenas para iPad, os demais apps citados na reportagem estão disponíveis nos sistemas iOS e Android. l
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CARGA
Todo cuidado é pouco Transporte de produtos químicos exige uma série de procedimentos para evitar vazamentos POR
LETICIA SIMÕES
m dos principais problemas decorrentes do transporte de cargas químicas no Brasil está ligado aos vazamentos. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), órgão responsável pela regulação e fiscalização da atividade, apesar de não possuir estatísticas quanto ao número de acidentes envolvendo esse tipo de ocorrência, afirma que as fiscalizações para garantir o transporte seguro do produto são feitas por meio de blitze em toda a malha nacional. Minas Gerais, que possui a maior malha viária do país, com quase 270 mil quilômetros de rodovias, registrou, em 2012, 124 acidentes envolvendo vazão de cargas químicas e perigosas. São considerados produtos químicos
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as substâncias ou misturas obtidas por processo de elaboração química (em que ocorrem alterações da composição original). E os produtos perigosos são aqueles que têm potencial de causar danos ou que apresentam riscos à saúde, à segurança e ao meio ambiente e que tenham sido classificados desse modo, conforme critérios definidos pela regulamentação de transporte. Eles estão relacionados nas Instruções Complementares do RTPP (Regulamento para o Transporte de Produtos Perigosos) da ANTT. O presidente da ABTLP (Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos), Paulo de Tarso Martins Gomes, afirma que a atividade segue a classificação da ANTT, que elen-
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cou quais são os produtos perigosos incluindo-se nessa lista alguns produtos químicos. De acordo com Milton Franco, coordenador do Núcleo de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, os números envolvendo vazamentos de produtos perigosos nas rodovias mineiras “ficaram praticamente inalterados” durante os últimos três anos. Conforme dados da autarquia, foram registrados 125 acidentes em 2010 e, no ano seguinte, 133, frente aos 124 do ano passado. Em Minas, os produtos perigosos mais transportados são os combustíveis, com destaque para o álcool, a gasolina e o óleo diesel. Franco afirma que entre os procedimentos mais adotados para impedir e/ou minimizar a contaminação do meio ambiente, em casos de vazamento, está a contratação de uma empresa especializada para limpeza e remediação da área afetada. “A companhia é convocada pela transportadora para atuar no atendimento ao acidente. É realizada a remediação do solo e da água sob a supervi-
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RESPONSABILIDADE Curso forma motoristas para
Minas Gerais registrou
124 acidentes no ano passado
são de um técnico do Núcleo de Emergência Ambiental.” Um dos acidentes mais emblemáticos envolvendo vazamento de produto perigoso em rodovias mineiras aconteceu em julho de 2012. Uma carreta bitrem transportando mais de 41 toneladas de ácido sulfúrico com 98% de concentração partiu de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com destino a Aracruz, no Espírito Santo. A car-
reta chocou-se com a mureta central da pista da BR-381 no trevo do município de Nova Era (MG), a 145 km de BH. “Na ocasião, houve derramamento de toda a carga na pista contrária, atingindo um veículo. O produto caiu na canaleta, atingindo os bueiros que vão em direção ao rio Piracicaba. O acidente provocou a contaminação do solo, da água e ainda a mortandade de peixes”, diz Franco. De acordo com ele, o procedi-
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SEST SENAT/DIVULGAÇÃO
CAPACITAÇÃO
Sest Senat oferece curso especializado
atuar no transporte de cargas perigosas
mento para diminuir os impactos do acidente foi o mais usual nesses casos: uma empresa especializada foi chamada para realizar a limpeza da pista e a remediação do solo e da água. O coordenador não informou quanto tempo durou todo o processo. O capítulo 3 da resolução ANTT nº 3.665/11 dispõe sobre os procedimentos em caso de emergência, acidente ou avaria no transporte de produtos perigosos. Os veículos, con-
Ter formação específica na área é condição essencial para transportar produtos perigosos no Brasil. Esse tipo de carga requer cuidados especiais no manuseio. O curso especializado para condutores de veículos de transporte de produtos perigosos oferecido pelo Sest Senat, em todo o país, tem como objetivo principal preparar os profissionais que trabalham com esse segmento para desempenharem a função com segurança, qualidade e responsabilidade. O programa foi desenvolvido em quatro módulos: legislação de trânsito, direção defensiva, noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e prevenção de incêndio e movimentação de produtos perigosos (explosivos e gases, líquidos e sólidos inflamáveis, substâncias oxidantes, peróxidos, tóxicas e radioativas).
forme a regra, só podem circular portando a Ficha de Emergência e o Envelope para o Transporte, emitidos pelo expedidor da carga. No caso de qualquer fato que obrigue a imobilização do veículo que transporta produtos perigosos, o condutor ou o auxiliar deve adotar os procedimentos indicados no Envelope para Transporte. Na sequência, ele ou o auxiliar deve dar ciência à autori-
Todo o conteúdo segue criteriosamente as exigências das resoluções nº 168/2004 e nº 285/2008 do Contran, que determinam as regras para a realização de cursos de qualificação na área de transporte. A carga horária é de 50 horas/aula, e a cada cinco anos os motoristas precisam passar por um curso de atualização. De acordo com Júlia Maria Saura Dettoni Argondizio, coordenadora de desenvolvimento profissional do Sest Senat de Campinas (SP), além de aprender os cuidados com o manuseio da carga, os alunos são orientados no curso a como agir em casos de acidentes. “É importante saber se, em caso de incêndio, pode-se ou não jogar água, por exemplo. Existem produtos que são inflamáveis com água. Cada um deles apresenta um perigo diferente, e os motoristas pre-
“Conscientizar os envolvidos é a solução para mitigar os acidentes” PAULO DE TARSO GOMES, PRESIDENTE DA ABTLP
cisam saber exatamente como agir”, explica. Podem participar do curso os condutores maiores de 21 anos, interessados em atuar no transporte de produtos perigosos, e que já possuam a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas categorias B, C, D ou E. É preciso não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 meses e nem estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da CNH, pena decorrente de crime de trânsito, nem estar impedido judicialmente de exercer seus direitos. Os interessados podem procurar a unidade do Sest Senat mais próxima. Para mais informações, acesse www.sestsenat.org.br. (Livia Cerezoli)
dade de trânsito com circunscrição sobre a via e às demais autoridades locais indicadas pelo meio disponível mais rápido, detalhando a ocorrência, o local, o código do número respectivo ao fato ocorrido (conhecido como número ONU, sigla da Organização das Nações Unidas) e a quantidade dos produtos transportados. Para cada produto com número ONU existe uma ficha de emergência diferente, já que
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ORIENTAÇÃO
Entidades auxiliam empresas e condutores Há oito anos, a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) aplica em aproximadamente 300 empresas do segmento de transporte de produtos químicos e perigosos o programa Olho Vivo na Estrada. O objetivo é prevenir atitudes inseguras no transporte desse tipo de carga. Com o apoio da Associquim (Associação Brasileira dos Distribuidores de Produtos Químicos e Petroquímicos), da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), da ABTLP (Associação Brasileira do Transporte e Logística de Produtos Perigosos), da Fetcesp (Federação dos Transportadores de Carga do Estado de São Paulo) e do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo), o programa oferece treinamento aos mo-
“Embarcador deve oferecer orientação ao condutor para garantir segurança da carga” CLAUDINEI PELEGRINI, PRESIDENTE DA ABCAM
toristas profissionais nas várias unidades do Sest Senat. Veja curso específico do Sest Senat para o transporte de cargas químicas na página 35. Luiz Shizuo Harayashiki, gerente de gestão empresarial da Abiquim, afirma que empresas de outros segmentos do transporte já realizaram o treinamento. “A maior concentração dos transportadores participantes está em São Paulo, mas existem companhias em diversos Estados participando do programa.” São cinco etapas: análise dos acidentes ocorridos, conscientização, com apresentação dos fundamentos do programa e definição de responsabilidades, treinamento e capacitação dos colaboradores das transportadoras, treinamento dos motoristas no Sest Senat, implementação do programa na transportadora e a fase de
os riscos e os atendimentos são distintos para cada situação. Existem nove classes de produtos perigosos, e todas elas podem ser encontradas no Brasil. Os mais comuns são os líquidos inflamáveis, como combustíveis, álcool e demais, os gases como oxigênio, nitrogênio, entre outros, e os corrosivos, como ácidos sulfúrico, clorídrico, nítrico etc., além das bases soda cáustica e demais. Segundo a ANTT, a Ficha de Emergência contém informações
monitoração e avaliação da melhoria de performance. De acordo com o gerente, as estatísticas dos embarcadores mostram que as empresas que implementam o Olho Vivo têm uma redução de, aproximadamente, 30% no número de acidentes sérios. A ABTLP também desenvolveu e vem aplicando um treinamento com seus associados, expedidores e órgãos públicos. “Ele consiste em alertar os participantes sobre todos os aspectos que cercam a atividade e procura esclarecer suas responsabilidades na expedição e no transporte de produtos perigosos”, diz Paulo de Tarso Martins Gomes, presidente da entidade. Segundo o dirigente, a fiscalização existe e é atuante. “Contudo, entendemos que a conscientização das partes envolvidas é a grande solução para mitigar os acidentes.”
referentes ao produto transportado, bem como providências a serem tomadas em caso de qualquer acidente ou incidente. No início de 2012, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) fez uma revisão nas normas pertinentes ao transporte de produtos perigosos. Glória Benazzi, coordenadora da Comissão de Estudo de Transporte de Produtos da ABNT, diz que a nova análise se fez necessária já que todas as normas da enti-
dade são passíveis de revisão a cada cinco anos, no máximo. “Esse método é feito para que as regras possam acompanhar o desenvolvimento do setor, permanecendo sempre atualizadas e aplicáveis.” As normas são complementares à legislação vigente. A Comissão de Estudo de Transporte de Produtos Perigosos é formada por profissionais do setor, além de transportadores, embarcadores (indústria e comércio), órgãos de trânsito,
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LUCAS LACAZ RUIZ/FUTURA PRESS
TRANSPORTE SEGURO Documentação de porte obrigatório para embarcar produtos perigosos TRANSPORTADOR • Certificado de Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas, via ANTT* • Certificado de Registro no Cadastro Técnico Federal, via Ibama • Certificado de Regularidade no Cadastro Técnico Federal, via Ibama • Licença para o Transporte de Produtos Controlados pelo Exército, se aplicável • Licença para o Transporte de Produtos Controlados pela Polícia Federal, se aplicável • Licenças Ambientais Estaduais e Municipais, conforme rota • Autorização Ambiental de Transporte Interestadual de Produtos Perigosos, via Ibama VEÍCULO E EQUIPAMENTO • Certificados de Registro e Licenciamento, via Detrans* • Certificados de Capacitação do Veículo e Equipamento, via Inmetro CARGA • Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga, via transportador* • Documento Fiscal da Carga, via expedidor • Fichas de Emergência Relativas aos Produtos, via expedidor • Envelope para o Transporte, via expedidor CONDUTOR • Carteira de Identidade* • CNH com indicação de curso Mopp e que exerce atividade remunerada *Documentos exigidos para todos os tipos de carga Fonte: ABTLP
REGRAS Transporte de produtos perigosos segue legislação específica
de fiscalização e de atendimento à emergência, fornecedores de equipamentos e sinalização e demais interessados. “Os membros não são selecionados, todas as Comissões de Estudo da ABNT são abertas à sociedade”, diz Glória. A ANTT afirma que a regulamentação nacional tem como base as recomendações sugeridas pela ONU, revistas e atualizadas a cada dois anos. Atualmente, o número de documentos oficiais que devem ser se-
guidos pelo transporte rodoviário de produtos perigosos se aproxima de 120. “Por ser tão abrangente e complexa, a regulamentação desse tipo de transporte remete competências a diversos órgãos da administração pública, que, por sua vez, elaboram, publicam e fiscalizam diversos aspectos. Trata-se de um transporte especializado, que só deve ser praticado por aqueles que estão adequadamente preparados”, diz Gomes, da ABTLP.
São exigidos
120 documentos
oficiais para o transporte de produtos perigosos
Condições do transporte, procedimentos em caso de emergência, acidente ou avaria;, deveres, obrigações e responsabilidades para fabricante, refabricador, recondicionador e importador dos veículos e equipamentos são alguns dos itens avaliados para a realização do transporte. Entre as principais alterações introduzidas pela revisão, em vigor desde maio de 2012, está a retirada do adesivo que
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RISCO CALCULADO Acidentes envolvendo o transporte rodoviário de produtos perigosos por 10 mil viagens Acidentes considerados sérios* 0,40 0,37 0,35 0,32 0,30
0,29
0,25 0,20
0,18
0,15 0,15
0,10 0,09
0,05 0 2006
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Pequenos vazamentos 1,40 1,20
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1,21
ATENÇÃO Motorista deve
1,01
1,00
0,85
0,89
0,80
0,70
0,82
0,60 0,40 0,20 0 2006
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*São considerados sérios os acidentes com morte, ferimentos sérios ou relevante impacto ambiental. Consideram-se aqui os casos em que a morte ou ferimentos sérios foram causados pelo acidente, com ou sem vazamento do produto. Para os casos de acidentes com relevante impacto ambiental, serão considerados os que tiveram envolvimento com a carga. Fonte: Abiquim
Do total de acidentes rodoviários registrados no Brasil,
0,4% é com produtos perigosos
indica produto perigoso, após a descarga do produto, caso o equipamento não apresente contaminação, nos casos de carga fracionada, exigência de limpeza e descontaminação como condições de segurança para liberação dos equipamentos de transporte, e operações de carregamento, descarregamento e transbordo da carga realizadas conforme as normas e Instruções de Segurança e Saúde do Trabalho, estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A validação de certificados
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JÚLIO FERNANDES/CNT
Do total de acidentes com produtos perigosos,
12% redundam em vazamentos estar preparado para agir em casos de acidentes com vazamento da carga
de inspeção internacionais dentro do prazo de validade, dispensando a tradução para o português e a não obrigatoriedade de endosso desses certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), também são novidades da regra. A revisão estabeleceu ainda que o transportador passa a assumir as responsabilidades atribuídas ao expedidor da carga sempre que efetuar quaisquer alterações no carregamento de produtos perigosos. Novos valores para as mul-
tas foram fixados, tanto para o transportador como para o expedidor e o destinatário, no caso de infrações ao regulamento. O montante pode variar entre R$ 400 e R$ 1.000, conforme a irregularidade registrada. Gomes afirma que as 17 normas técnicas revistas ou elaboradas pela ABNT para a atividade procuram facilitar o entendimento de aspectos técnicos da regulamentação. “Elas só têm caráter obrigatório quando são explicitamente citadas em documentos oficiais.” De acordo com a ABNT, entre
as principais causas de vazamento e acidentes com produtos perigosos estão a falta de treinamento dos motoristas e as más condições das rodovias, além de problemas com a amarração e a qualidade das embalagens. Questionada sobre como pretende mudar o cenário, a ANTT, por meio de sua assessoria, afirma que a partir do momento em que todas as exigências aplicáveis ao transporte de produtos perigosos forem seguidas, como a correta classificação do produto transportado, o uso de embalagens ho-
mologadas e tanques certificados pelo Inmetro, o risco do transporte é levado ao menor nível possível. Com relação à falta de treinamento dos motoristas, a agência diz que, além das qualificações e habilitações previstas na legislação de trânsito, o condutor é obrigado a ter a certificação Mopp (Movimentação e Operação de Produtos Perigosos) ou o curso de condutores de veículos transportadores de produtos perigosos, programa aprovado pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). A autarquia ratifica que as fiscalizações são feitas por meio das blitze e aplicação de multas. São previstas aproximadamente 47 infrações. Para Claudinei Pelegrini, presidente Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), a categoria precisa se conscientizar e adquirir uma postura mais profissional, respeitando a legislação e fazendo os cursos necessários. “Muitas vezes, o caminhoneiro para não perder o serviço, aceita realizar o transporte sem o preparo necessário. Os embarcadores também deveriam oferecer a devida orientação ao condutor para se assegurarem de que a carga vai estar segura.” l
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PREPARAÇÃO
Parceria promissora Sest Senat oferece cursos de qualificação profissional dentro de programa lançado pelo governo de Pernambuco DA REDAÇÃO
Sest Senat é uma das entidades selecionadas para participar do projeto Novos Talentos, lançado pelo governo de Pernambuco, em janeiro deste ano. A parceria prevê a disponibilidade de 4.000 vagas gratuitas em todo o Estado para a qualificação de profissionais na área de transporte rodoviário de cargas e de passageiros. Serão oferecidos cursos para motoristas de transporte coletivo de passageiros e turismo e motoristas de transporte rodoviário de cargas nas unidades
O
de Recife, Petrolina, Caruaru e Cabo de Santo Agostinho. Os cursos, que passarão a ser oferecidos no segundo semestre deste ano, fazem parte do Programa de Formação de Novos Motoristas, lançado pela CNT e pelo Sest Senat em agosto de 2011. O objetivo principal do programa é preparar profissionais em todo o país para suprir a demanda de vagas no setor de transporte. Estima-se que existam até 50 mil vagas abertas em todo o Brasil. O projeto Novos Talentos, realizado pelo governo de Pernambuco,
em parceria com o Sistema S, por meio da Secretaria do Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, vai oferecer 13.957 vagas em todos os cursos gratuitos de qualificação profissional durante o ano de 2013. Além do setor de transporte, também serão qualificados profissionais do setor industrial (4.457 vagas oferecidas pelo Senai) e de comércio e serviços (5.500 vagas oferecidas pelo Senac). Durante a cerimônia de lançamento do Novos Talentos, realizada em Recife, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-
PE), ressaltou a importância da parceria para o bom desenvolvimento do projeto. “Essa é uma parceria exitosa com o Sistema S que vem compor o esforço do Estado e das prefeituras no sentido de elevar a qualidade de vida das pessoas, demonstrando o talento dos trabalhadores e a produtividade econômica brasileira”, comentou. De acordo com Newton Gibson, presidente do Conselho Regional do Sest Senat Nordeste III, que engloba os Estados de Pernambuco e Alagoas, ter profissionais qualificados é essencial para o bom
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SECRETARIA DO TRABALHO, QUALIFICAÇÃO E EMPREENDEDORISMO/DIVULGAÇÃO
OPORTUNIDADE Programa do Sest Senat e do governo de Pernambuco vai formar 4.000 motoristas
desenvolvimento de qualquer setor da economia. “Na área de transportes não poderia ser diferente. Desde 1994, o Sest Senat forma e qualifica profissionais para atuação nos diversos segmentos do setor. Essa parceria agora com o governo de Pernambuco vai intensificar ainda mais os nossos trabalhos”, destacou ele durante o evento. Gibson também é vice-presidente da CNT e presidente da Fetracan (Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste). Os cursos têm carga horária
variável de 160 horas/aula a 400 horas/aula. Para participar, é necessário ter idade mínima de 18 anos, ter concluído o ensino fundamental ou estar cursando o 8º ou 9º ano. Para os cursos oferecidos pelo Sest Senat, é necessário ter habilitação nas categorias C, D ou E. Também serão contemplados os públicos do programa Governo Presente, da Fundação Terra, da Secretaria da Mulher, além de turmas formadas pela Secretaria Executiva de Ressocialização. As aulas unem teoria e prática sobre questões técnicas e opera-
cionais relacionadas ao dia a dia da profissão de motorista e ao veículo utilizado, além de temas como o relacionamento com os clientes e a postura profissional que deve ser adotada dentro da empresa. No curso para motorista de transporte rodoviário de cargas, os alunos aprendem sobre legislação de trânsito, direção defensiva, movimentação de diferentes tipos de carga, tecnologia embarcada, documentação utilizada no transporte de mercadorias, prevenção ao roubo de cargas, além de outros temas.
Entre os conteúdos abordados no curso de motorista de transporte de passageiros estão temas, como noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social, a profissão do condutor de transporte urbano de passageiros, direitos e deveres do cidadão no transporte urbano de passageiros e excelência profissional para motoristas de transporte de passageiros. Para o secretário do Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo do Estado, Antônio Carlos Maranhão de Aguiar, a iniciativa da formação desses profissionais vai atender diretamente a uma demanda do mercado de trabalho. “O mercado está cada vez mais exigente no que diz respeito à combinação entre escolaridade e qualificação profissional. Estar preparado é essencial”, destacou. As inscrições para o projeto Novos Talentos serão realizadas semanalmente no site da Secretaria do Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo do governo de Pernambuco (www.stqe.pe.gov.br). Os cronogramas dos cursos oferecidos, as localidades, as datas de matrícula e o início das aulas serão divulgados todas as segundasfeiras pela secretaria. l (Com informações da Secretaria do Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo de Pernambuco)
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AVIAÇÃO
Passageiros especiais Transportar animais de pequeno, médio ou grande porte em aeronaves requer cuidados específicos POR LIVIA
om o crescimento da movimentação nos aeroportos brasileiros, aumenta também o transporte de animais de estimação nas aeronaves. É cada vez mais comum encontrar passageiros com seus cães e gatos embarcando nos aeroportos brasileiros. As duas maiores companhias aéreas do país – TAM e Gol, que juntas respondem por cerca de 74% do mercado
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CEREZOLI
de voos domésticos – não têm dados sobre o número de animais transportados em suas aeronaves de passageiros no último ano, mas afirmam que o serviço vem crescendo à medida que também cresce a procura pelo transporte aéreo no Brasil. Durante as férias de janeiro, o analista de sistemas Felipe Câmara e a veterinária Mariana Tinoco dos Santos viajaram pela primeira vez com a
pequena Maia, uma yorkshire de dez meses, entre Porto Velho (RO) e Sorocaba, interior de São Paulo. Acomodada em uma embalagem própria para a viagem, a cadelinha veio junto com os seus donos na cabine de passageiros. “A primeira etapa da viagem foi tranquila. Ela só se assustou um pouco com o pouso. Agora, ainda temos que enfrentar a segunda etapa”, conta Câmara. O casal fez
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VIAGEM O analista de sistemas Felipe Câmara e a cachorra Maia no aeroporto de Brasília
uma conexão em Brasília (DF) e aproveitou para dar água para a cadelinha enquanto aguardava o novo embarque. De acordo com as regras vigentes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o transporte de animais vivos pode ser feito em aeronaves de cargas ou de passageiros, desde que realizado com segurança, em compartimento apropriado, sem causar desconforto aos passageiros e aos animais. Para serem transportados, os animais devem estar acomodados em um kennel (caixa que pode ser adquirida em lojas de animais) com espaço suficiente para que eles deem uma volta completa em torno de si. A caixa deve ser de material resistente, livre de saliências ou protuberâncias e à prova de vazamentos. A embalagem deve estar identificada com nome, endereço e telefone do passageiro responsável pelo animal. O transporte de animais domésticos (cães e gatos) na cabine de passageiros fica a critério de cada empresa. Na TAM, animais de até 10 kg, junto com o kennel, podem viajar na cabine de passageiros. En-
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ANIMAIS EM AERONAVES Conheça algumas regras para o transporte EMBALAGEM PARA TRANSPORTE • O animal deve ser acomodado em um kennel (caixa que pode ser adquirida em lojas de animais) com espaço suficiente para o mesmo dar uma volta completa em torno de si • O kennel deve ser de material resistente, livre de saliências ou protuberâncias e à prova de vazamentos • A embalagem deve estar identificada com nome, endereço e telefone do cliente VOOS NACIONAIS • Passageiro deve informar a empresa sobre a viagem do animal com até 24 horas de antecedência do voo • Companhias solicitam o comparecimento ao balcão de check-in com duas horas de antecedência do voo • Algumas companhias, como a TAM, permitem o transporte de cães e gatos com até 10 kg (animal + kennel) na cabine de passageiros • Acima disso, os animais precisam ser despachados como bagagem: Na Gol, não podem exceder 30 kg (animal + kennel) Na TAM, não podem exceder 50 kg (animal + kennel) • Acima disso, o animal deve ser transportado como carga • A quantidade de animais por voo é definida pelas companhias. A Gol, por exemplo, só transporta dois animais – despachados como bagagem - por aeronave. Exceto em caso de filhotes da mesma ninhada de pequeno porte e que pertençam ao mesmo cliente. Na TAM, é preciso se informar com antecedência sobre a disponibilidade de vagas • Certificado de vacinação antirrábica • Atestado de saúde emitido pelo veterinário, com validade máxima de 10 dias a partir da data da emissão EM VOOS INTERNACIONAIS • As regras para acomodar os animais são bastante semelhantes às de voos nacionais • Busque informações sobre as normas sanitárias exigidas pelo país de destino • Providencie a documentação necessária, no mínimo, dez dias antes da viagem, pois a vacina contra a raiva precisa desse prazo para fazer efeito • É necessário apresentar o CZI (Certificado Zoosanitário Internacional), obtido nas unidades do Vigiagro (Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento dos aeroportos
“É preciso oferecer comodidade e conforto aos passageiros e aos animais”
Fonte: Anac, Gol, TAM, Abear, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento RONALDO JENKINS, ABEAR
tre 10 kg e 50 kg, eles precisam ser despachados como bagagem. A Gol só permite que os animais viajem despachados como bagagem. A companhia aceita que os mesmos tenham até 30 kg, somando com o peso do kennel. Em ambas as companhias, animais que ultrapassem esses tamanhos só podem viajar em aeronaves de carga. Conforme informações enviadas pela assessoria de im-
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ISTOCKPHOTO
EXIGÊNCIAS Animais devem ser transportados em compartimento adequado, chamado de kennel
prensa da Anac, cada companhia aérea é livre para adotar medidas diferentes no transporte desses animais. “A recusa e as condições de transporte que não estão na regra são de responsabilidade de cada empresa e são fixadas no contrato de transporte. Isso significa que o serviço é à parte, pode ser cobrado e oferecido ou não”, afirma nota da agência. E cada empresa adota tarifas diferenciadas
para a realização do transporte. No caso de cães-guia, os animais podem viajar gratuitamente dentro da cabine e ao lado do passageiro. Segundo Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voo da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), as empresas aéreas cumprem as normas internacionais da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo, da sigla em in-
Mais de
700 animais
foram transportados pela TAM Cargo
glês) com eventuais adaptações devido ao modelo de aeronave usado, à distância e ao tipo de voo. “É preciso respeitar essas diferenças para oferecer comodidade e conforto aos passageiros e aos animais”, ressalta. Para o embarque desses animais, também é necessária a apresentação do certificado de vacinação antirrábica e de um atestado de saúde emitido por médico veterinário em que o mesmo afirma que o animal está em condições saudáveis para viajar. Com todos os documentos em mãos e muitas malas para despachar, a estudante Daiana Aparecida Faria, levava a pequena Mel, de apenas três meses, de Brasília para Ribeirão Preto (SP). “Aqui está toda a documentação exigida pela companhia aérea. Fui orientada a chegar duas horas antes do voo e a não alimentar a Mel muito próximo do embarque para ela não passar mal”, conta Daiana. Segundo o professor do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), Marcelo Weinstein Teixeira, não se de-
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CURIOSIDADES
Empresa já transportou até tubarão Transportados como carga, não são só cães e gatos que viajam de avião. Animais mais exóticos, como cobras, capivaras, pinguins, tigres e até ursos, já foram transportados por empresas aéreas. Na TAM Cargo, o transporte mais inusitado já realizado foi o de um tubarão da espécie Carcharias Taurus de 1,8 metro de comprimento e 75 quilos. Em 2011, o animal saiu do aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, na Argentina, e seguiu para o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O tubarão viajou dentro de um tanque
“Deve-se levar em conta a real necessidade de o animal viajar” MARCELO WEINSTEIN TEIXEIRA, PROFESSOR DA UFRPE
especial, triplamente vedado e equipado com uma bomba alimentada por baterias para circular a água. O peso total da caixa, ocupada pelo animal e por água do mar em temperatura controlada, foi de 1,2 tonelada, segundo a empresa. Em janeiro do ano passado, uma onça-parda, de 150 quilos também foi transportada entre Fortaleza (CE) e a capital paulista para depois ser transferida para Jundiaí, no interior do Estado de São Paulo. Segundo a TAM Cargo, desde 2009, mais de 700 animais, como cascavéis, ca-
ve alimentar os animais menos de quatro horas antes da viagem e, além disso, a quantidade de comida também deve ser reduzida. “O ideal é que os animais comam, no máximo, 70% da porção de costume para evitar enjoo. Eles são muito mais sensíveis do que os seres humanos e precisam de cuidados especiais”, afirma. Marcelo também é membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do
pivaras, pinguins, pássaros, uma tigresa, gaivotas e até uma fêmea do urso de óculos, animal raro da América do Sul que foi enviado do zoológico de Salvador (BA) para o de Porto Alegre (RS), foram transportados pelas aeronaves da empresa. A TAM Cargo também mantém uma parceria com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para o transporte gratuito de espécies silvestres que foram resgatadas pelas autoridades ambientais e precisam ser reintroduzidas na natureza.
Conselho Federal de Medicina Veterinária. Os animais de estimação, principalmente cães e gatos, têm acompanhado seus donos nos aviões pelos mais variados motivos. Seja por falta de ter onde deixar o bichinho ou pela necessidade da presença deles. No entanto, o professor ressalta que é importante não banalizar a viagem. “A viagem é sempre um estresse. O animal não sabe
muito bem o que está acontecendo e, deve-se levar em conta a real necessidade de o animal acompanhar o seu dono nesse deslocamento.” A advogada Juliana Ramos, voltava das festas de fim de ano de Brasília para São Paulo com a sua chiwawa Meg. Dentro da caixa especial, a cadelinha de 1 ano aguardava tranquila o momento do embarque. “Essa é a segunda vez que ela voa. Durante o voo, a
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da boca muito curto e por isso têm maior tendência a engasgar e sofrer problemas respiratórios durante o voo.
OPERAÇÃO Caixa com água do mar em temperatura controlada transportou tubarão da Argentina para o Brasil
Meg fica quieta. Ela só começa a gritar na hora do pouso, mas prefiro não usar sedativos”, conta Juliana. De acordo com Teixeira, essa é a decisão mais acertada. Ele explica que o uso de sedativos só é recomendado em casos de viagens muito longas ou em casos de animais muito agitados que podem sofrer traumas. Porém não são todas as espécies de animais que podem
viajar em aeronaves. Em algumas companhias aéreas, existem restrições quanto ao transporte de caninos e felinos de raças braquicefálicas (de focinho curto), como buldogue americano, boxer, chow chow, pug holandês, lhasa apso, shih tzu, gato persa, burmês, exótico, himalaio, entre outros. Segundo o professor da UFRPE, isso se deve ao fato de que esses animais têm o céu
Embarque deve ser comunicado
24 horas antes do voo
Viagens internacionais Nos voos internacionais, os cuidados devem ser ainda maiores. Além da acomodação adequada e do certificado de vacinação, é preciso apresentar o CZI (Certificado Zoosanitário Internacional), obtido nas unidades do Vigiagro (Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional) do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), no aeroporto e obedecer às barreiras sanitárias de cada país. O ministério prepara uma normativa para regular o serviço em voos internacionais. Em breve deve ser criada uma espécie de passaporte para cães e gatos. A nova regulamentação prevê a implantação de um chip, contendo os dados da vida do animal, para evitar a apresentação de tantos papéis no momento do embarque. Segundo o ministério, esse serviço facilitará a parceria com outros países que já adotam a medida. O sistema não tem data prevista para ser implantado. l
COMPORTAMENTO
POR LETICIA
SIMÕES
ue a tecnologia chegou para valer ao universo automobilístico já há algum tempo ninguém duvida. Seja na motorização ou no interior dos veículos, o arsenal de possibilidades é vasto. Mas quando a opção em equipar o automóvel deixa de ser mecânica e se concentra em seu interior toda a atenção é pouca. Especialistas alertam: ter bom senso para usar todos os aparelhos ofertados é o melhor caminho para evitar a distração e consequentes acidentes. O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) proíbe a instalação e a utilização de equipamentos geradores de imagens para fins de entretenimento nos veículos. As exceções ficam por conta da instalação na parte traseira, de maneira que somente os ocupantes dos bancos de trás visualizem as imagens, e nos casos em que o equipamento instalado na parte dianteira possua mecanismo automático que o torne inoperante quando o veículo estiver em movimento. O descumprimento é uma infração grave, com multa no valor de R$ 127,69, cinco pontos na
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(Maus) hábito Uso indiscriminado de equipamentos, como celular, CNH (Carteira Nacional de Habilitação) do condutor e retenção do veículo para regularização. O uso do GPS é permitido pelo CTB. Apesar da legislação, muitos proprietários ainda circulam com aparelho de DVD ou TV instalados no painel, além de utilizarem o fone de ouvido e o celular enquanto dirigem. O uso do
telefone móvel ao dirigir e do fone conectado à aparelhagem sonora ou de telefonia celular também são proibidos pelo CTB. São consideradas infrações médias, com perda de quatro pontos na CNH e multa de R$ 85,13. O médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego
Ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), afirma que a distração ou desatenção ao volante configura no quarto fator de acidentes no Brasil, ficando atrás de causas, como velocidade, álcool e drogas e fadiga e sono. “Manusear os equipamentos enquanto dirige é desfavo-
OSLAIM BRITO/FUTURA PRESS
s no trânsito DVD e TV, distrai o motorista e pode causar acidentes rável para o condutor. Ele necessita de raciocínio rápido, visão nos 360 graus (à sua frente e pelos retrovisores). Executando duas funções simultâneas, o tempo de reação em caso de necessidade é menor.” Ele destaca que a resposta motora do cérebro, quando focado em uma só atividade, leva
0,75 segundo. “Manuseando qualquer um desses aparelhos há um retardo natural de resposta, dobrando o tempo para 1,80 segundo.” Parece pouco, mas o médico alerta que acidentes acontecem em fração de segundos. “Se um veículo está a 100 km/h, em 5 segundos ele vai ter per-
corrido 120 metros. Caso o condutor esteja com sua atenção voltada para outra atividade, enviando um SMS, por exemplo, é uma distância propensa a acidente, uma vez que ele não vai ter sua visão frontal.” A psicóloga Sinara Tres Soares, presidente da Comissão de Psicologia do Trânsito e da Mobi-
lidade Humana do CRP-RS (Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul), diz que esses aparelhos, hoje tão comuns no interior dos veículos, desviam o foco do motorista, pois chamam atenção pela luminosidade que emitem. “A voz do GPS também distrai o condutor. É preciso muita concentração ao volante.” Para a psicóloga, a desatenção aumenta substancialmente o risco de acidentes. “Os estímulos externos provocam um tempo de reação maior e têm como consequências acidentes que podem ser graves, como atropelamentos e colisões.” O neurologista Rubens José Gagliardi, membro do Departamento de Neurologia da APM (Associação Paulista de Medicina), confirma que o cérebro tem um tempo de reação mais lento ao executar atividades simultâneas. No entanto, ele destaca que esse intervalo varia de pessoa para pessoa. “Dirigir e executar outras funções, definitivamente, não é recomendável. O condutor utiliza, praticamente, todo o sistema sensorial: audição, visão e tato. Ele ouve, fala e tem a mão presa ao aparelho, atento ao que se fala. Um
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CAMINHONEIROS
Risco também na boleia Os cuidados e os riscos inerentes às tecnologias no interior dos automóveis também valem para os caminhoneiros. Os equipamentos acabam por tornar a vida desses profissionais menos solitária nas estradas, mas a atenção também deve estar focada no tráfego. “O caminhoneiro, de modo geral, leva seu dia a dia sozinho, e o celular acaba sendo o meio para que ele tenha contato com familiares e amigos. Muitos acreditam estar imunes a acidentes por desatenção, mas não estão”, diz o consultor em Assuntos Urbanos e de Mobilidade José Aparecido Ribeiro. De acordo com o médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Abramet, o fato de carregar toneladas expõe o caminhoneiro a acidentes mais graves em caso de desatenção ao volante. “O peso desse veículo, em determinada velocidade, quadriplica a energia da colisão. As consequências são muito mais prejudiciais”, diz. Claudinei Pelegrini, presidente da Abcam (Associação Brasileira dos
Caminhoneiros), diz que o conjunto tecnológico disponível para os condutores de todas as categorias contribuiu para a atividade. “O GPS foi fundamental para agilizar a entrega da carga nas cidades. Antes, o caminhoneiro ficava à mercê de desconhecidos para chegar ao destino.” Pelegrini afirma que alguns caminhoneiros ainda têm o “vício” de falar ao celular enquanto dirigem. O dirigente diz ainda que um grande número possui aparelho de DVD nas cabines. “Eles pernoitam na estrada. Assistir a um vídeo é uma espécie de relaxamento para o profissional. Eles estão habituados com a tecnologia, já que os caminhões de hoje demandam diversos comandos e funções.” Para Pelegrini, os aparelhos não são fundamentais para a distração do caminhoneiro. “Pior seria se não tivessem esses recursos em suas rotinas. A categoria tem consciência de que o foco deve ser a estrada. O caminhoneiro profissional dirige com segurança porque sabe da sua responsabilidade para com sua vida e para com a vida de quem também trafega nas rodovias.”
LEGISLAÇÃO Código de Trânsito
segundo de distração no trânsito pode ser letal.” O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) não possui estatísticas que relacionem os acidentes registrados no país à desatenção no trânsito. Por ser uma das principais causas de mortalidade no Brasil, o Ministério da Saúde considera o trânsito uma questão de saúde pública. De acordo com dados da autarquia, em 2010, 42.844 pessoas perderam a vida no trânsito e outras milhares ficaram com sequelas decorrentes dos acidentes. O ministério não tem
o registro das causas das ocorrências. Somente em 2011, conforme a pasta, foram registradas 155 mil internações no SUS (Sistema Único de Saúde) relacionadas a acidentes de trânsito, o que representou um custo de mais de R$ 200 milhões aos cofres públicos. O valor leva em conta apenas as internações na rede hospitalar pública, sem considerar os custos dos atendimentos imediatos às vítimas feitos pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgências), nas unidades de pronto-socorro e pronto-
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JÚLIO FERNANDES/DIVULGAÇÃO
Brasileiro proíbe a instalação de aparelhos de DVD ou TV no painel do veículo
atendimento e na reabilitação do paciente com consultas, exames, fisioterapia, entre outros. O engenheiro especialista em tráfego Silvestre Andrade afirma que o Brasil não possui um estudo que correlacione os acidentes aos motivos ligados à desatenção ao volante. “Acredito que as vias urbanas estão mais propícias a esse tipo de ocorrência. O tráfego é pesado, há trânsito de pessoas, motos, bicicletas e uma quantidade enorme de situações que acontecem a todo segundo.” José Aparecido Ribeiro, consultor em assuntos urbanos e de
mobilidade, ratifica que as cidades estão mais propensas aos acidentes motivados pela desatenção do motorista. “O campeão ainda é o uso do celular. Nos grandes centros, toda a movimentação externa já é um facilitador para a perda de atenção. Tirando o foco, o risco de algum imprevisto é iminente.” O Denatran, por meio de sua assessoria, afirma que a fiscalização quanto ao uso de equipamentos proibidos no interior dos veículos é de responsabilidade dos Detrans. Para Alves Júnior, da Abramet, os riscos são os mesmos
para qualquer distração que o motorista venha a ter no interior do carro. “Falar ao celular, ver TV ou DVD, ou ainda enviar um torpedo é como se o motorista estivesse alcoolizado. A televisão, o smartphone, toda essa tecnologia é nociva dentro do carro porque as atenções no trânsito ficam em segundo plano.” Ele diz que a possibilidade de acidente aumenta em duas vezes quando o condutor se arrisca a desviar sua atenção. “O indivíduo desconcentrado não sabe se proteger dentro do veículo. Se está distraído, não tem reação de defesa.” A psicóloga Cláudia Almeida Cabral trabalha com motoristas infratores e com educação no trânsito. Segundo ela, o condutor fica alheio aos efeitos dos aparatos tecnológicos instalados no interior do veículo, por isso, é necessário pedir auxílio ao passageiro. “Com exceção do celular, alguns equipamentos são permitidos, então o bom senso deve prevalecer. Caso seja necessário utilizar qualquer um deles com o carro em movimento, o melhor é combinar com os ocupantes do veículo, antes de dar a partida, como operá-los para continuar focado no trânsito.” Sinara Soares diz que a
postura ideal do motorista é ter coerência para utilizar os aparelhos e aproveitar os benefícios que eles oferecem. “O GPS, por exemplo, pode ser programado sem que o veículo esteja em movimento. Em outros casos, é bom pedir ao carona para auxiliar.” Ela destaca que outras atividades também distraem o condutor durante o tráfego, como ajustar o cinto e o arcondicionado, corrigir o posicionamento do retrovisor, além de comer, beber e fumar na direção. “Essas três últimas ações aumentam em 50% o risco de acidentes.” Alves Júnior acredita que, em curto prazo, a saída para inibir o uso dos aparelhos no tráfego e diminuir os acidentes é punir de modo severo os infratores. “É preciso coibir as pessoas de fazerem uso desses equipamentos no trânsito e, assim, colocar outras vidas em risco.” Ele também defende a mudança de cultura da população em relação à mobilidade. A psicóloga Cláudia Cabral concorda que a educação para o trânsito deve ser iniciada nas escolas e aplicada às crianças a partir dos 5 anos. “Com uma formação mais condizente, é possível mudar o cenário”, afirma Alves Júnior. l
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AQUAVIÁRIO
mpliar a utilização da navegação interior no Brasil, principalmente voltada para o transporte de cargas, é o principal objetivo do PNIH (Plano Nacional de Integração Hidroviária). Elaborado pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), em parceria com o LabTrans (Laboratório de Transportes e Logística) da Universidade Federal de Santa Catarina, o plano foi apresentado em fevereiro na sede da CNT, em Brasília. O PNIH traz uma análise das hidrovias brasileiras e suas instalações portuárias, além de implantar uma base de dados georreferenciada e um sistema de informações geográficas que pretende dar suporte ao desenvolvimento de estudo com análise
A
Um plano para as hidrovias Estudo elaborado pela Antaq projeta crescimento para a utilização do setor nos próximos 17 anos POR
de diferentes cenários logísticos. Em dois anos de levantamento, foram analisadas as seis principais bacias hidrográficas do país: Amazônia, São Francisco, ParanáTietê, Sul, Tocantins-Araguaia e Paraguai.
LIVIA CEREZOLI
Atualmente, o Brasil utiliza apenas 35% do seu potencial hidroviário para o transporte de cargas e de passageiros. Dos aproximadamente 60 mil quilômetros de rios existentes no país, o plano identificou que só 20.956 km
são economicamente navegáveis. Pelo estudo, a expectativa é que, até 2030, o Brasil amplie em 50% a sua malha hidroviária, chegando a 30 mil quilômetros de vias navegáveis. O volume de cargas transportadas deve che-
ANTAQ/DIVULGAÇÃO
EXPECTATIVA Crescimento na Bacia Tietê-Paraná deve ser de 92% até 2030
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gar a 230 milhões de toneladas em 2020. De acordo com Pedro Brito, diretor-geral substituto da Antaq, a competitividade de uma economia está diretamente ligada à sua eficiência logística, e a ampliação do uso do modal hidroviário é essencial em um país com as dimensões brasileiras. “O Brasil tem um potencial enorme para isso, mas ainda usamos muito pouco os nossos rios. Com esse plano, esperamos induzir novos investimentos no setor para reduzir o custo logístico dos nossos produtos”, afirmou ele durante a apresentação do trabalho. Para Meton Soares, vicepresidente da CNT e presidente da Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário), o plano divulgado pela Antaq é um trabalho esperado há anos pelo setor. “Nunca tivemos acesso a essas informações de forma detalhada. Isso impedia a elaboração de planos de investimento. Acreditamos
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DIVULGAÇÃO PNIH foi apresentado
“Esperamos induzir novos investimentos no setor para reduzir o custo logístico” PEDRO BRITO, DIRETOR-GERAL DA ANTAQ
que esse trabalho deverá servir de pano de fundo não só para o governo elaborar suas políticas, mas para o setor privado definir suas áreas de atuação.” Além dos dados geográficos e da infraestrutura de cada uma das bacias, o PNIH também indica as possíveis áreas para a instalação de novos terminais hidrográficos e faz uma projeção de
crescimento da movimentação de carga nesses locais, levando em consideração cenários de cinco anos - entre 2015 e 2030. Das 65 áreas possíveis para a implantação dos novos terminais, 45 delas se confirmaram aptas no estudo. Dessas, 21 já têm potencial para implantação entre 2015 e 2020. Na bacia Amazônica, formada pelos rios Solimões, Negro,
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LICITAÇÕES
Estão na lista 159 terminais Os terminais portuários de Santos e de Belém devem ser os primeiros a serem licitados pelo governo federal ainda no primeiro semestre deste ano. Os dois terminais fazem parte de uma lista com 159 áreas passíveis de serem licitadas – 42 novas e as demais cujos contratos estão vencidos ou por vencer. As concessões fazem parte das condições previstas na medida provisória nº 595, a MP dos Portos, em tramitação no Congresso e que trata, entre outros itens, da concessão dos portos à iniciativa privada. A MP fixa prazo de 60 dias para que todas essas áreas sejam licitadas. No entanto, o governo já admitiu que não
conseguirá concluir o processo dentro do tempo. A relação com os terminais foi publicada em 18 de fevereiro no site da Secretaria de Portos. De acordo com o ministro-chefe da pasta, Leônidas Cristino, o governo vai dar prioridade aos terminais com contratos vencidos em 2012 e aos que vão vencer neste ano. Os demais, que têm vencimento até 2017, deverão ter os estudos de viabilidade concluídos até o fim do ano. As licitações serão realizadas levando em consideração a oferta do menor preço para transportar a maior quantidade de carga, e não pelo valor da outorga. Os contratos terão prazo
de até 25 anos, prorrogáveis por igual período uma única vez. O processo de licitação está incluído no plano anunciado pelo governo no fim do ano passado para acelerar os investimentos no setor e melhorar a logística do país. O montante previsto para o setor portuário é de R$ 54 bilhões até 2017. Ao decidir quais áreas serão incluídas nessa primeira etapa do processo licitatório, o governo levou em consideração a importância dos terminais. O porto de Santos é o maior em movimentação do país e o de Belém possui terminais para movimentação de combustíveis, considerados estratégicos para o abastecimento da região amazônica. CODESP/DIVULGAÇÃO
pela Antaq, na sede da CNT, em fevereiro
Branco, Madeira, Amazonas, Trombetas, Jari e Tapajós-Teles-Pires, foram identificadas cinco áreas propícias para a instalação de terminais com fluxo de cargas acima de 500 mil toneladas/ano. Em 2010, pelas hidrovias que compõem a bacia, foram transportadas 139,028 milhões de toneladas de carga. A projeção para 2030 é que esse volume alcance 291,4 milhões de toneladas.
CONCESSÃO Terminais de Santos são os primeiros da lista
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HIDROGRAFIA BRASILEIRA Conheça detalhes das seis principais bacias BACIA DO PARAGUAI Localização: Entre Cáceres (MT) e Nueva Palmira, no Uruguai Extensão: 3.442 km Rios: Paraguai, Cuiabá
BACIA DO PARANÁ-TIETÊ Localização: Entre Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás Rios: Paraná, Tietê, Grande, Paranaíba, Paranapanema, Iguaçu e Ivaí
Movimentação de cargas (milhões de toneladas)
Movimentação de cargas (milhões de toneladas) 75,976*
80
236,424*
250
70 50
150
52,098*
40 30
179,956*
200
60
23,546
122,852
100
20
50
10 0
0 2010
2020
2030
2010
2020
BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA Localização: Abrange Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e o Distrito Federal Extensão: 2.250 km Rios principais: Tocantins, Araguaia e rio das Mortes
BACIA DO SÃO FRANCISCO Localização: Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais Área: 640 mil km2 Rios: São Francisco, Grande e Corrente
Movimentação de cargas (milhões de toneladas)
Movimentação de cargas (milhões de toneladas)
300
250 222,778*
250
150
227,625*
247,809*
180,053*
200
200
150
2030
140,535
126,786 100
100 50
50
0
0 2010
2020
2030
2010
2020
2030
BACIA DO SUL Localização: Início na divisa entre São Paulo e Paraná, estendendo-se até Arroio Chuí (RS) Área: 185.856 km2 Rios: Jacuí, Taquari, Sinos, Caí, Gravataí e Guaíba
BACIA AMAZÔNICA Localização: Abrange Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá e o norte do Mato Grosso Área: 3,8 milhões de km2 Rios: Solimões, Negro, Branco, Madeira, Amazonas, Trombetas, Jari e Tapajós-Teles-Pires
Movimentação de cargas (milhões de toneladas)
Movimentação de cargas (milhões de toneladas) 231,685*
250
350
291,496*
300
200
242,778*
250 150 100
200 93,476
150 115,741*
100
50
50 0
0 2010 * Projeção
139,028
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2020
2030 Fonte: PNIH/Antaq
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AMPLIAÇÃO Na Bacia do Sul, cinco áreas são propícias para receber novos terminais
Na bacia do Tietê-Paraná, espera-se um crescimento de 92% na movimentação de cargas nas duas próximas décadas. O volume transportado deve passar de 122,8 milhões de toneladas em 2010 para 236,4 milhões em 2030. Na região, o plano identificou seis trechos aptos a receberem novos terminais hidroviários. Localizada em uma área com 185.856 km2 de extensão, a bacia do Sul tem 1.100 km
de hidrovias navegáveis e, apesar de já apresentar diversos terminais existentes, ainda há demanda suficiente, segundo o estudo, para a instalação de pelo menos cinco novos terminais hidroviários. A hidrovia se destaca pela grande movimentação de soja. O produto é responsável por 22% da movimentação de cargas na bacia e, até 2030, deve alcançar 24% de participação.
Brasil tem
20.956 km de vias navegáveis
Na hidrovia Tocantins-Araguaia, existe a expectativa de que as vias navegáveis, que hoje têm 2.250 km, alcancem 3.000 km nos próximos anos. O minério de ferro é o principal produto transportado, mas existe também tendência de crescimento no transporte de soja, de carvão mineral e de milho, entre outros. Para atender à demanda, seis áreas se apresentaram propícias para receber novos terminais. Com taxa de crescimento anual de 6,1%, a hidrovia do Paraguai deve chegar a 2030 com 75,9 milhões de toneladas movimentadas. Os 3.442 km de vias navegáveis entre as cidades de Cáceres (MT) e Nueva Palmira, no Uruguai, têm quatro portos e cinco terminais de uso privativo. Pelo PNIH, dois novos terminais hidroviários podem ser instalados, prevendo a expansão da malha. Considerado o rio de integração nacional, o São Francisco, principal integrante da bacia de mesmo nome, tem um potencial para o transporte de cargas pouco aproveitado. Por deficiências na malha hidroviária, muitas
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INTERMODALIDADE
Rede integrada garante eficiência O PNIH (Plano Nacional de Integração Hidroviária), além de identificar as áreas propícias para a implantação de novos terminais, também apresenta as obras de infraestrutura de transporte, incluindo rodovias e ferrovias, que podem impactar o sistema hidroviário em cada uma das seis bacias analisadas. Segundo Adalberto Tokarski, superintendente de navegação interior da Antaq, o plano teve como preocupação buscar uma forma de utilização concreta das hidrovias em um futuro próximo. “A forma mais eficiente de se pensar o transporte é de maneira integrada, por isso levamos em consideração no plano as obras de rodovias e ferrovias que já fazem parte do planejamento do governo federal”, destaca. De acordo com ele, as intervenções rodoviárias e fer-
cargas acabam migrando para outros modais. No entanto, em 2015, projeta-se a movimentação de 1,2 milhão de toneladas pela hidrovia, chegando até a 14,3 milhões em 2030. Três trechos – nos rios São Francisco, Grande e Corrente - estão aptos a receberem novos terminais. Mesmo que elenque alguns projetos necessários
roviárias apresentadas no PNIH são necessárias para dar acesso às hidrovias tanto no embarque como no desembarque de cargas. Para Meton Soares, vicepresidente da CNT, integrar os modais é fundamental para a economia do país. “A intermodalidade vai permitir que o Brasil siga os rumos dos países desenvolvidos, aproveitando ao máximo as suas redes de transporte”, ressalta. As obras da ferrovia Transnordestina influenciam diretamente os fluxos de transporte de cargas das bacias do São Francisco e TocantinsAraguaia. A ferrovia que começou a ser construída em junho de 2006 tem previsão de término no próximo ano. Ao todo, são 1.728 km de extensão, entre os portos de Pecém (CE) e Suape (PE) e a cidade de Eliseu Martins (PI).
A Ferrovia Norte-Sul, com projeto inicial de 1.574 km, começando em Açailândia (MA) e terminando em Anápolis (GO), tem forte influência nas bacias do Sul, Tocantins-Araguaia, Paraná-Tietê e do Paraguai. Os 680 km da chamada extensão sul têm conclusão prevista para agosto de 2014. No futuro, a ferrovia deve chegar a Rio Grande (RS). Parte do projeto da Ferrovia Transcontinental, a Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), deve alterar os fluxos de carga nas bacias Amazônica, do São Francisco, do Paraguai e Tocantins-Araguaia, quando as obras forem iniciadas. A Fico terá uma extensão de 1.638 km, partindo da Ferrovia Norte-Sul, em Campinorte (GO), até chegar a Vilhena (RO). O projeto da ferrovia terá investimentos de R$ 6,4 bilhões.
para o desenvolvimento das hidrovias brasileiras e apresente os valores dos mesmos, o PNIH não define de onde sairão os recursos para a execução dos mesmos. Segundo o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato, uma das possibilidades de levantamento de recursos
“A integração permite aproveitar ao máximo as redes de transporte” METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT
MULTIMODAL Volume de carga na Bacia
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para beneficiar os projetos hidroviários seria a utilização de parte dos recursos do Fundo da Marinha Marcante. “Esses recursos estão totalmente voltados para a área do petróleo e seria interessante a aplicação de parte deles no modal hidroviário. Esse plano elaborado pela Antaq é o primeiro passo de uma longa caminhada de estímulo à navegação interior, sem a qual o Brasil perde competitividade.” O Fundo da Marinha Mercante tem como principal fonte de receita a arrecadação do AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante), taxa incidente sobre o frete das mercadorias desembarcadas em território brasileiro. Os recursos são utilizados para o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileira.
do Paraguai deve crescer com as ferrovias Norte-Sul e de Integração Centro-Oeste
PLANEJAMENTO Dentro do Plano Nacional de Integração Hidroviária também está incluído o Sigtaq, um sistema de informações georreferenciadas que possibilita traçar rotas de
transporte, considerando as melhores opções logísticas para escoamento de determinada carga. Pelo sistema, por exemplo, é possível identificar que a melhor maneira de escoar um carregamento de soja voltado para exportação a partir de Sorriso (MT) é pela hidrovia Teles-Pires-Tapajós até o porto de Santarém. Na simulação, o custo logístico por tonelada nessa rota foi de R$ 92,74. O transporte pelo rio Madeira custaria R$ 222,41 por tonelada, e a utilização de rodovias e de ferrovias para transportar a carga até o porto de Santos teria um custo de R$ 165,02 por tonelada. “Muitas vezes, paga-se um preço mais alto, porque a hidrovia não oferece condições de transporte. Não existiam dados concretos das hidrovias e esse novo sistema agora permite planejar o modal”, afirma Adalberto Tokarski, superintendente de navegação interior da Antaq. O sistema é de uso interno do governo, mas, segundo Tokarski, há a possibilidade de, em um futuro próximo, o Sigtaq ser aberto para uso dos transportadores. l
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FERROVIAS
Projetos em andamento Mesmo com atrasos, expectativa é que novos trechos sejam concluídos a partir de 2014 POR
modal ferroviário brasileiro está na expectativa da conclusão de novos trechos das ferrovias Transnordestina, FNS (Ferrovia Norte-Sul) e Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste). Os três traçados vivem momentos distintos, mas a expectativa é que novas extensões sejam concluídas até meados de 2014, pelo menos para os dois últimos. As obras vão servir, a princípio, para o escoamento da produção de minério de ferro,
O
LETICIA SIMÕES
grãos, fertilizantes e combustíveis, entre outros itens cultivados e explorados nas regiões atingidas pelos corredores. A FNS teve seu primeiro trecho concluído no fim de 2010. O intervalo entre Açailândia (MA) e Palmas (TO), com 720 km de extensão, é explorado pela Vale, que venceu a concessão, em 2007, e vai operar comercialmente o trecho por 30 anos. De acordo com a Valec, empresa pública responsável pela
execução dos projetos das ferrovias FNS e Fiol, o traçado original da FNS prevê um corredor de 1.574 km, começando em Açailândia (MA) e terminando em Anápolis (GO). Segundo a companhia, o trecho de Anápolis/Ouro Verde (GO) até Estrela do Oeste (SP), chamado de Extensão Sul da ferrovia Norte-Sul, será o próximo a ser concluído. São 680 km, e a previsão é que em agosto de 2014 ele seja entregue. As obras da Exten-
são Sul foram iniciadas em janeiro de 2011, a um custo estimado de R$ 2,7 bilhões, provenientes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A Valec, por meio de sua assessoria, afirma que os novos trechos a serem construídos pela empresa e os demais que serão implantados vão ser explorados comercialmente pela própria empresa, que vai assumir o papel de gestora de infraestrutura do transporte ferroviário.
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ARQUIVO/ANTF
EM OBRAS Trecho da Ferrovia Transnordestina
Em agosto passado, o governo anunciou um pacote de investimentos no total de R$ 133 bilhões que serão aplicados no Programa de Investimentos em Logística para rodovias e ferrovias. Do montante, R$ 91 bilhões serão destinados à expansão da malha ferroviária com a concessão de 10 mil quilômetros. Já na Fiol, apenas o trecho entre Ilhéus e Caetité (BA) está em obras. São 537 km de extensão e, aproximadamente 15% do total
das obras estão realizadas. A previsão de conclusão é para agosto do próximo ano. De acordo com a Valec, as intervenções para o trecho seguinte, de 4.800 km, entre Caetité e Barreiras (BA), têm previsão de começar até o fim de março. A expectativa é que ele esteja concluído em agosto de 2015. O projeto original da Fiol prevê o traçado entre os municípios de Ilhéus e Figueirópolis, no Tocantins, em um total de 1.527 km de
extensão. O objetivo da ferrovia é contemplar as regiões produtoras de minério de ferro de Caetité e Tanhaçu, no sul da Bahia, e as áreas produtoras de grãos no oeste baiano e sudeste do Tocantins. A Valec afirma que para o trecho entre Barreiras e Figueirópolis ainda não há previsão de início e conclusão das obras. A empresa ratifica que o intervalo incluído no PAC está concentrado entre Ilhéus e Barreiras, cujo custo será de R$ 5,2 bilhões.
A exploração comercial será feita pela Valec, que também vai ficar responsável pela compra e venda da capacidade de carga do trecho. Com relação à ferrovia Transnordestina, explorada pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que detém participação acionária de 76,13% no negócio, a assessoria da companhia informa que a empresa está em renegociação de preços e prazos para novos trechos.
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POSSIBILIDADE
Transporte de passageiros é avaliado A CSN afirma que não vai se manifestar sobre os projetos previstos até que tudo esteja definido com o governo federal. O projeto original prevê a ligação entre os portos de Pecém (CE) e Suape (PE) ao cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins, totalizando 1.728 km. O objetivo também é o escoamento da produção agrícola e mineral da região. As projeções da ferrovia apontam para o transporte de, aproximadamente, 27 milhões de toneladas em 2020. A construção foi iniciada em junho de 2006, e a conclusão está prevista para 2014. O engenheiro e consultor em logística Marcílio Cunha diz que a previsão inicial dos gestores era de que a obra fosse concluída em 2010. “Do total de trilhos previstos, apenas 170 km entre Salgueiro (PE) a Missão Velha (CE) estão prontos. Isso representa menos de 10% do traçado original. Aproximadamente 45% da infraestrutura, que é a parte de terraplenagem e construção de bueiros, está pronta.” Segundo ele, as obras do trecho entre Salgueiro até o porto de Suape começaram em fevereiro de 2010. Ele afirma que a previsão da CSN é de concluí-lo ainda este ano. Entre Missão Velha e Pecém, destaca Cunha, a previsão é para o fim de 2014. “No ritmo em que se encontra a obra, acredito que a conclusão aconteça no fim de 2016. Os problemas se concentram
A Valec, empresa pública responsável pela execução dos projetos da Ferrovia Norte-Sul e da Integração OesteLeste, afirma que não há nada definido sobre o uso das ferrovias em construção para o transporte de passageiros. Por meio de sua assessoria, a empresa destaca que o Ministério dos Transportes e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) estudam a possibilidade. O Ministério dos Transportes, por meio de sua assessoria, informa que não há estudos de viabilidade em andamento visando o transporte de passageiros para a Transnordestina, a FNS e a Fiol. Segundo a autarquia, a prioridade para esses projetos é o transporte de cargas, mas a demanda de passageiros será avaliada. Havendo possibilidade de empregar o transporte ferroviário com velocidade média viável, os possíveis projetos serão estudados.
em desapropriações, licenças ambientais e nas dificuldades operacionais da empresa.” Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), afirma que a morosidade na conclusão dos projetos ferroviários é “normal”. “O país está construindo ferrovias, e esse pro-
A ANTT, também por meio de sua assessoria, destaca que a agência participa de dois estudos voltados à prestação do serviço de transporte ferroviário de passageiros na região Centro-Oeste. O primeiro vai avaliar a implantação de uma nova ferrovia para o transporte de passageiros e de cargas no corredor entre Brasília (DF), Anápolis (GO) e Goiânia (GO), empregando trens de média velocidade que atingem até 200 km/h. A ferrovia, de acordo com a ANTT, prevê uma conexão com a FNS, possibilitando a implantação de novos serviços de transporte de passageiros, já que será utilizada a mesma bitola nas duas ferrovias. O segundo estudo, em contratação pela Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), com o apoio da ANTT, tem como objetivo a implantação e a prestação do ser-
cesso consiste em diversas variantes. Isso contribui para que essas grandes obras levem um tempo maior de conclusão.” O engenheiro Telmo Giolito Porto, professor do Departamento de Transportes da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), confirma que a implantação de trechos ferroviá-
viço de transporte ferroviário com características urbanas, semelhante à operação de um VLT (Veículo Leve sobre Trilho). O traçado vai ligar as principais cidades do entorno sul do Distrito Federal, como Luziânia e Valparaíso de Goiás, a Brasília, utilizando o leito ferroviário existente. A agência não informou qual a previsão de conclusão dos estudos. O engenheiro Telmo Giolito Porto afirma que a implantação do transporte de passageiros, aproveitando a infraestrutura construída para o transporte de cargas, é positiva para o país. “É uma maneira de ampliar a mobilidade das populações, com reflexos na qualidade de vida das pessoas e na economia da região, com dispêndio de recursos ‘marginais’, ou seja, trens e plataformas de passageiros, uma vez que a infraestrutura terá seu custo majoritariamente justificado pelo transporte de cargas.”
rios demanda ações múltiplas e interdependentes. “A esse cenário se somam questões climáticas (impossibilidade de movimento de terra no período chuvoso), a complexidade da construção (dificuldade de acesso de pessoas, máquinas e materiais para determinados trechos, em função de topografia ou falta de
MAPA FERROVIÁRIO
‘caminhos de serviço’), além da complexidade dos métodos construtivos, como a definição das etapas da construção e dos equipamentos a serem utilizados.” Segundo Vilaça, da ANTF, os projetos ferroviários representam um horizonte promissor para o setor. “As obras vão eliminar gargalos. Se até 2020 o país contar com
a metade do conjunto dos projetos já concluídos, ou seja, 5.000 dos 10 mil quilômetros previstos no pacote do governo, já será muito expressivo para o modal.” Ele afirma que a expansão vai incrementar o sistema ferroviário e levá-lo definitivamente para o interior do país. “Com a inclusão das regiões Centro-Oeste,
Norte e Nordeste, o custo logístico vai ser reduzido, além de gerar ao usuário do sistema possibilidades de escoar a produção de forma competitiva.” O dirigente defende que a iniciativa privada faça parte desse novo momento do modal ferroviário. O professor Telmo Porto diz que o planejamento macro do trans-
porte ferroviário no Brasil está “correto”. “A meta de aumentar de 25% para 35% a participação da ferrovia no total de cargas transportadas é realista. O transporte ferroviário de carga no país, daqui a dez anos, será mais eficiente, com maior participação, e vai contribuir mais e adequadamente para a economia nacional.” l
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CNT TRANSPORTE ATUAL
MARÇO 2013
SEST SENAT
Ciclo virtuoso Programa de palestras permite discutir temas relacionados à saúde e à formação do trabalhador em transporte POR
ara oferecer ainda mais conhecimento aos profissionais do transporte sobre a importância de questões sociais, como a cidadania e a qualificação profissional e, ainda, dos cuidados com a saúde, o Sest Senat apresenta oito novos temas – quatro relacionados à saúde e quatro voltados para a educação profissional - para o Ciclo de Palestras 2013. O programa, lançado em 2007,
P
LIVIA CEREZOLI
tem como objetivo principal dar continuidade à capacitação das pessoas em atividades relacionadas ao setor de transporte, preparando-as para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Dessa forma, o Sest Senat acredita que os trabalhadores terão maior nível de empregabilidade. Em seis anos, mais de 1,5 milhão de pessoas já participaram das palestras ministradas por especialistas no Sest Senat ou nas
empresas de transporte. Em 2012, foram 369.487 participantes. Para 2013, a meta é atingir mais de 400 mil pessoas. A cada ano, os assuntos a serem discutidos são sugeridos pelas próprias unidades do Sest Senat por meio de sondagens realizadas com os usuários durante os atendimentos realizados. Neste ano, os temas abordados são “A combinação álcool, drogas e o trânsito”, “Doenças
endêmicas”, “Noções básicas de educação financeira”, “Violência doméstica”, “Direção defensiva”, “Fidelização de clientes”, “Mobilidade urbana” e “Segurança, meio ambiente e saúde no transporte”. Todos os assuntos são apresentados com o auxílio de recursos audiovisuais, como vídeos e slides, além de apresentações de experiências em situações específicas. O tempo de duração de cada
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MARÇO 2013
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FOTOS SESTSENAT/DIVULGAÇÃO
encontro é de aproximadamente duas horas e conta ainda com a apresentação do vídeo educativo/ilustrativo de aproximadamente vinte minutos, contendo entrevistas e depoimentos de especialistas em cada tema. A novidade deste ano é que ao final de cada palestra serão distribuídos folder com as principais informações sobre o tema e os vídeos educativos utilizados na apresentação. Com a distribuição
dos materiais, o Sest Senat espera que o conteúdo abordado nas palestras seja também repassado a outras pessoas que não puderam estar presentes nos eventos. Temas selecionados A necessidade de um trânsito cada vez mais seguro passa pela conscientização de todos os motoristas sobre o risco do uso de álcool e de drogas antes de dirigir. Na palestra sobre o
assunto, são abordados os problemas gerados por essa combinação, muitas vezes fatal. Segundo a psicóloga e instrutora do Sest Senat de Goiânia (GO), Terezilda Cândido Costa, infelizmente, esse é ainda um hábito de muitos motoristas no Brasil que precisa ser mudado. “Quem dirige qualquer tipo de veículo precisa entender que esse é um problema sério, que traz consequências graves. Na palestra, esse
é o nosso foco: conscientizar para a mudança”, explica ela. Além disso, a psicóloga ressalta que durante os encontros são apresentados os prejuízos – sociais e econômicos – que essa prática causa ao país. “Mostramos os números dos acidentes e quanto isso custa aos governos e à sociedade.” Os acidentes de trânsito também podem ser evitados utilizando inteligência, habili-
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CNT TRANSPORTE ATUAL
MARÇO 2013
CICLO DE PALESTRAS TEMAS SELECIONADOS PARA 2013 A combinação álcool drogas e o trânsito Aborda os riscos dessa combinação perigosa que tira a vida de muitos brasileiros diariamente Doenças endêmicas Orientações sobre transmissão, sintomas, diagnóstico e tratamento de doenças causadas por causa da falta de saneamento básico, ausência de hábitos saudáveis e condições precárias do cotidiano dos trabalhadores Noções básicas de educação financeira Dicas e orientações sobre como o planejamento ajuda a estabelecer limites de gastos, reorganizar as despesas, corrigir os desperdícios e estabelecer metas Violência doméstica Convida a todos a refletir sobre essa importante questão, entendendo quais os fatores que favorecem essa forma de violência e, principalmente, como evitá-los Direção defensiva Debate sobre um dos maiores problemas do Brasil: os acidentes de trânsito, que podem ser evitados utilizando inteligência, habilidade, racionalidade e bom senso Fidelização de clientes Palestra orienta sobre como conquistar o espaço no mercado e fazer bons negócios por meio da mudança de atitude coletiva e sem grandes investimentos financeiros Mobilidade urbana Tem como objetivo orientar o público em geral sobre o que é a mobilidade urbana e como ações simples e bem direcionadas podem ser realizadas para melhorar a vida nas cidades
ALCANCE Segurança, meio ambiente e saúde no transporte Traz orientações sobre formas de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais por meio da eliminação ou diminuição dos riscos no trabalho
PROGRAMA EM NÚMEROS Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 TOTAL
Participantes 135.370 205.452 226.310 280.371 345.612 369.487 1.562.602 Fonte: Sest Senat
dade, racionalidade e bom senso. A direção defensiva é mais um dos temas abordados no Ciclo de Palestras 2013. Dirigir de forma correta e preventiva reduz o número excessivo de mortos, de feridos e de pessoas incapacitadas para o trabalho e para uma vida normal. “A direção defensiva deveria ser uma prática diária de todos os motoristas, profissionais ou não. Se as técnicas forem realmente
utilizadas, reduziríamos muito o número de acidentes de trânsito. É esse o recado que queremos passar durante a palestra”, ressalta Henrique Baptista, técnico de formação profissional do Sest Senat de Ribeirão Preto (SP). Diante do crescimento das cidades, da movimentação de produtos e de pessoas, da expansão da frota de veículos e da falta de segurança no transporte, as ações de SMS (Segurança, Meio
CNT TRANSPORTE ATUAL
Programa leva as palestras sobre temas atuais para dentro das empresas
Ambiente e Saúde) no transporte são essenciais. O tema também faz parte das palestras desenvolvidas pelo Sest Senat em 2013. Durante os encontros, serão passadas orientações sobre formas de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, por meio da eliminação ou diminuição dos riscos no trabalho, tendo como meta a manutenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. E no ano em que o Brasil co-
meça a receber os grandes eventos esportivos programados até 2016, o tema mobilidade urbana se faz cada vez mais presente no noticiário e nas conversas do dia a dia. Mas será que todo mundo conhece o real sentido da expressão? A palestra oferecida pelo Sest Senat tem como objetivo orientar o público em geral – em especial os trabalhadores do setor de transportes que vivem sob a tensão adicional de lidar com o
trânsito – sobre o que é a mobilidade urbana e como ações simples e bem direcionadas podem ser realizadas para melhorar a dinâmica de movimentação dentro das cidades brasileiras. De acordo com o instrutor do Sest Senat de Deodoro, no Rio de Janeiro (RJ), José Wilton Câmara Caruso, é importante pensar e discutir a mobilidade urbana do ponto de vista não só do usuário, mas de quem também trabalha no setor. “Muito se fala em integração dos sistemas de transporte, mas ainda não conseguimos vivenciar isso de forma concreta no Brasil. Apresentar o tema aos nossos alunos e à comunidade de forma geral permite encontrar soluções para o trânsito nas cidades brasileiras.” Pensando na promoção da saúde dos trabalhadores do setor e de seus familiares, o Sest Senat apresenta dicas e orientações sobre transmissão, sintomas, diagnóstico e tratamento das doenças endêmicas que ocorrem em determinadas regiões do país por causa da falta de saneamento básico, da ausência de hábitos saudáveis e das condições precárias do cotidiano dos trabalhadores. Na palestra “Noções básicas de educação financeira” são passadas dicas e orientações sobre como o planejamento ajuda a estabelecer limites de gastos, reorganizar as despesas, enxergar e
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corrigir os desperdícios, estabelecer metas e entender o princípio mais importante do desafio de equilibrar as contas todo o mês: não gastar mais do que se tem. Infelizmente, a violência doméstica ainda é um dos grandes problemas da atualidade. Inúmeras famílias convivem com o temor das agressões e com as sequelas da violência em seus lares. A palestra sobre o tema permite refletir sobre essa importante questão, entendendo quais os fatores que favorecem essa forma de violência e, principalmente, como evitá-los. Como manter a fidelização de clientes em um mercado cada vez mais concorrido é o oitavo tema do Ciclo de Palestras 2013. Com o crescimento da concorrência e também do nível de exigência dos clientes, as empresas precisam inovar e criar diferenciais para atrair novos clientes. De forma simples, a palestra orienta como conquistar o espaço no mercado e fazer bons negócios por meio da mudança de atitude coletiva e sem grandes investimentos financeiros. As palestras seguem até o fim do ano em todas as unidades do país. Empresas de transporte interessadas em participar da programação devem procurar o Sest Senat mais próximo para agendar a palestra. Informações pelo telefone 0800 728 2891. l
Estat铆stico, Econ么mico, Despoluir e Ambiental
FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas
30.051 28.614 11 12
BOLETIM ESTATÍSTICO RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO
PAVIMENTADA
Federal Estadual Coincidente Estadual Municipal Total
NÃO PAVIMENTADA
TOTAL
12.809 5.196 111.334 1.234.918 1.364.257
77.530 22.653 222.176 1.261.745 1.584.104
64.721 17.457 110.842 26.827 219.847
MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas Administrada por operadoras estaduais FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários
15.473 1.195
2.380.780 492.640 961.795 722.572 16.778 40.000 22.870 105.000
11.738 8.066 1.674 7.136 28.614
MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas Carros (passageiros urbanos)
100.924 3.045 1.670
PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas
12.289 2.659
VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA
25 km/h 80 km/h
AEROVIÁRIO AERÓDROMOS - UNIDADES Aeroportos Internacionais Aeroportos Domésticos Outros aeródromos - públicos e privados
32 34 2.628
173
AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos
122 37
FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso
156
HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Rede fluvial nacional Vias navegáveis Navegação comercial Embarcações próprias
MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total
AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADES Transporte regular, doméstico ou internacional Transporte não regular: táxi aéreo Privado Outros Total
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL
44.000 29.000 13.000 1.628
669 1.579 8.825 8.328 19.401
MILHÕES
(TKU)
PARTICIPAÇÃO
(%)
Rodoviário
485.625
61,1
Ferroviário
164.809
20,7
Aquaviário
108.000
13,6
Dutoviário
33.300
4,2
Aéreo
3.169
0,4
Total
794.903
100
72
CNT TRANSPORTE ATUAL
MARÇO 2013
BOLETIM ECONÔMICO
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES* Investimentos em Transporte da União por Modal (total pago acumulado - até janeiro/2013) (R$ 33,07 milhões)
R$ milhões
Investimentos em Transporte da União (dados atualizados janeiro/2013)
7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0,00
6.033,36
0,46 (1,4%)
32,61 (98,6%)
0,00
33,07
33,07
Autorizado Valores Pagos do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores
CIDE - 2013
(R$ Milhões)
Arrecadação no mês janeiro/2013 Arrecadação no ano (2013) Investimentos em transportes total pago* em 2013 (com recursos de 2013 e de anos anteriores)1 Investimentos em transportes total pago* em 2013 (apenas com recursos de 2013)2 CIDE não utilizada em transportes (2013) Total Acumulado CIDE (desde 2002) O Decreto nº 7.764 (junho de 2012) zerou a alíquota da CIDE. Não haverá arrecadação a partir dessa data.
n.d. n.d. 7 7 n.d. 76.001
* O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores. 1 - Inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados no exercício corrente e em anos anteriores. 2 - Inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados apenas no exercício corrente. 3 - Até 05.02.2013, a arrecadação de janeiro de 2013 não havia sido divulgada. Obs: São considerados todos os recursos não investidos em infraestrutura de transporte.
Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE
90
Rodoviário
Aéreo
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JANEIRO/2013
PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial4 Reservas Internacionais5 Câmbio (R$/US$)6
2012
acumulado em 2013
últimos 12 meses
expectativa para 2013
0,987 7,25 5,84 19,43
n.d.
n.d.
3,10 7,25 5,68 15,50
7,25 n.d. n.d.
373,14
n.d. n.d. 373,27
2,04
2,02
2,05
76,0 Observações:
72
2 - Taxa Selic conforme Copom 16/01/2013.
37,6
36
3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até janeiro/2013. 4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até janeiro/2013 (US$ bilhões). 5 - Posição dezembro/2012 e janeiro/2013 em US$ bilhões.
18
6 - Câmbio de fim de período 25/01/2013, média entre compra e venda. 7 – Expectativa para 2012 (Relatório Focus de 28.12.2012 – Banco Central do Brasil).
0
9 6 8 7 5 4 2 3 3 0 1 2 200 200 200 200 200 200 200 200 201 201 201 201 Arrecadação Acumulada da CIDE
Investimento Federal Pago Acumulado
CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. A partir do Decreto nº 7.764 de 22.06.2012, as alíquotas da CIDE ficam reduzidas a zero. O antigo decreto nº 7.591 (outubro de 2011) estabeleceu as alíquotas de R$0,091/litro (para a gasolina) e de R$0,047/litro (para o diesel). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura de transporte. Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vigentes.
Fontes: Receita Federal (janeiro/2013), SIGA BRASIL - Senado Federal (janeiro/2013), IBGE e Focus (Relatório de Mercado 01/02/13), Banco Central do Brasil.
8
R$ bilhões
1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2013.
54
* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES (PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)
INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADO E REGIÃO (2012)* (VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1
REGIÕES3
Estados
TOTAL PAGO2 POR MODAL DE TRANSPORTE Acre Alagoas Amazonas Amapá Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Minas Gerais Mato Grosso do Sul Mato Grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rondônia Roraima Rio Grande do Sul Santa Catarina Sergipe São Paulo Tocantins Centro Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Nacional Total
Rodoviário
Ferroviário
Aquaviário
Aéreo
Total
63,3 299,3 116,9 111,2 341,1 270,1 21,9 67,5 877,3 290,2 1.193,5 144,8 556,4 576,8 92,1 407,8 186,7 284,9 298,4 171,3 299,4 252,6 778,7 463,9 318,4 641,4 112,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 113,7 9.351,9
0,0 0,0 0,0 0,0 243,0 0,0 0,0 0,0 515,8 0,0 44,3 7,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,2 13,6 0,0 0,0 0,0 1,1 1,9 0,0 140,6 5,9 0,0 3,2 0,0 0,0 0,0 102,8 1.082,5
0,0 0,0 59,8 0,0 4,1 25,3 0,0 2,0 0,0 91,1 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 86,0 0,0 0,0 0,3 14,5 0,0 5,0 32,3 66,6 0,0 31,7 0,0 0,0 0,1 3,9 0,0 0,0 19,3 443,2
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 1,0 62,4 63,8
63,3 299,3 176,8 111,2 588,2 295,4 21,9 69,5 1.393,0 381,4 1.237,9 151,9 556,4 577,8 92,1 493,7 186,7 288,2 312,3 185,8 299,4 257,6 812,1 532,4 318,4 813,7 118,2 0,0 3,4 4,4 0,0 1,0 298,2 10.941,4
Elaboração: Confederação Nacional do Transporte * Dado que até 05.02.2013 não havia valores pagos no exercício de 2013, estão sendo apresentados os dados de fechamento do ano de 2012. Tão logo os valores pagos no exercício de 2013 sejam disponibilizados, essa tabela será atualizada com os novos valores.
Notas: (1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União). (2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.
Nota técnica CNT
Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federais A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaborados pelo COFF (Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo e facitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta. Por ser atualizado periodicamente, o SIGA BRASIL permite uma análise mais dinâmica da execução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos no exercício e os restos a pagar pagos. Esta característica confere ao sistema maior precisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dados de execução orçamentária para investimento em infraestrutura de transporte são divulgados mensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômico disponível na revista CNT Transporte Atual e no site da instituição (www.cnt.org.br).
Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx
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CNT TRANSPORTE ATUAL
MARÇO 2013
BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR
PROJETOS
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • Cidadania para o meio ambiente
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS ESTRUTURA
NÚMEROS DE AFERIÇÕES 2013
2007 A 2012
TOTAL
JANEIRO
817.560
9.373
Aprovação no período 88,27%
826.933 88,29%
89,98%
Federações participantes
20
Unidades de atendimento
68
Empresas atendidas
9.415
Caminhoneiros autônomos atendidos
10.910
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu Estado. FEDERAÇÃO FETRANSPORTES
27.2125-7643
BA e SE
71.3341-6238
SP
11.2632-1010
FETRANCESC
SC
48.3248-1104
FETRANSPAR
PR
41.3333-2900
FETRANSUL
RS
51.3374-8080
FETRACAN
AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA
81.3441-3614
FETCEMG
MG
31.3490-0330
FENATAC
DF, TO, MS, MT e GO
61.3361-5295
RJ
21.3869-8073
AC, AM, RR, RO, AP e PA
92.2125-1009
ES
27.2125-7643
BA e SE
71.3341-6238
RJ
21.3221-6300
RN, PB, PE e AL
84.3234-2493
FETRAM
MG
31.3274-2727
FEPASC
SC e PR
41.3244-6844
CEPIMAR
CE, MA e PI
85.3261-7066
FETRAMAR
MS, MT e RO
65.3027-2978
AM, AC, PA, RR e AP
92.3584-6504
FETRASUL
DF, GO, SP e TO
62.3598-2677
FETERGS
RS
51.3228-0622
FETRANSCARGA FETRAMAZ FETRANSPORTES FETRABASE FETRANSPOR FETRONOR Passageiros
TELEFONE
ES
FETCESP
FETRABASE
Carga
UFs ATENDIDAS
FETRANORTE
O governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e da aprovação da Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. Essa mistura é denominada óleo diesel B e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. O objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel B, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.
8
SETOR
Conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
Em Janeiro de 2012, entrou em vigor a fase P7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) para veículos pesados. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) considera que este fato tem impactos significativos no setor, uma vez que novos elementos fazem parte do dia a dia do transportador rodoviário. Nesse contexto, a CNT elaborou a presente publicação, com o objetivo de disseminar informações importantes a respeito do tema. O trabalho apresenta ao setor as novas tecnologias e as implicações da fase P7 em relação aos veículos, combustíveis e aos ganhos para o meio ambiente.
CNT TRANSPORTE ATUAL
75
MARÇO 2013
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
BOLETIM AMBIENTAL
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)
2009 EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)
EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54
SETOR
Mudança no uso da terra Industrial* Transporte Geração de energia Outros setores Total
(%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00
PARTICIPAÇÃO
Rodoviário Aéreo Outros meios Total
38,49
Ferroviário
0,83
2%
1,08
3%
1,18
3%
Hidroviário
0,49
1%
0,14
0%
0,14
0%
35,68 100%
37,7
100%
36,38
% 97%
(até novembro)
Diesel
(%) 90,46 5,65 3,88 100,00
44,76
44,29
49,23
52,26
51,39
Gasolina 25,17
25,40
29,84
35,49
35,92
Etanol
16,47
15,07
10,89
8,95
PARTICIPAÇÃO
13,29
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 02 de janeiro de 2013.
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009**
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**
80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
CO2 NOx NMHc CO CH4
39,81 100%
VOLUME
34,46
% 97%
VOLUME
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2008 2009 2010 2011 2012**
EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15
Rodoviário
VOLUME
Total
*Inclui processos industriais e uso de energia
MODAL
2011
2010 % 97%
MODAL
60% 50% 40% CO2 NOx CO NMHc MP
30% 20% 10% 0%
Automóveis GNV Comerciais Leves (Otto) Motocicletas * Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV ** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.
Caminhões Pesados
Ônibus Urbanos
10 15 10 a 50
20,4%
1,3%
CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo do Amarante, Pindoretama e Cascavel. PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará. PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo. RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita. 10** Brasil SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, Nova Odessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do Bom Jesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, Santa Bárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, Santo André, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São José dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo. Demais estados e cidades 500 ou 1800*** * Em partes por milhão de S - ppm de S ** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br *** A partir de 2013, 59% do chamado diesel interiorano passam a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br
35,6%
23,6%
7,6% 11,6%
Teor de Biodiesel 35,6% Outros 1,3%
Pt. Fulgor 11,6% Enxofre 7,6%
Corante 20,4% Aspecto 23,6%
% NC
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - DEZEMBRO 2012 40 35 30 25 20 15 10 5 0
Caminhões Leves
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - DEZEMBRO 2012
QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s)* Japão EUA Europa
Ônibus Caminhões Comerciais Leves Rodoviários (Diesel) médios
Trimestre Anterior Trimestre Atual
18,6
0,0
AC 0,0 0,0
15,7
1,9
AL 1,9 2,7
AM 18, 12,
AP 15, 5,9
15,0 3,4
1,6
1,8
BA 3,4 3,2
CE 1,6 1,3
DF 1,8 1,8
5,3
5,2
0,0
1,9
2,4
0,0
ES 5,2 4,7
GO 0,0 4,5
MA 1,9 2,7
MG 2,4 1,4
MS 0,0 0,0
Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.
MT 5,3 7,2
4,8
PA 4,8 3,1
8,4
PB 8,4 2,8
1,2
3,3
0,7
3,0
PE 1,2 1,6
PI 3,3 2,7
PR 0,7 1,0
RJ 3,0 3,0
7,4
RN 7,4 5,8
9,8 0,0
RO 0,0 0,0
RR 15, 28,
1,5
0,8
0,6
1,8
RS 1,5 2,2
SC 0,8 1,0
SE 0,6 0,6
SP 1,8 2,1
2,6
TO 9,8 9,8
Brasil 2,6 2,4
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE POLUENTES
PRINCIPAIS FONTES
CARACTERÍSTICAS
EFEITOS SAÚDE HUMANA
1
Monóxido de carbono (CO)
Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.
Gás incolor, inodoro e tóxico.
Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.
Dióxido de Carbono (CO2)
Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.
Gás tóxico, sem cor e sem odor.
Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
Metano (CH4)
Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.
Gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.
Causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.
MEIO AMBIENTE
Causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.
Compostos orgânicos voláteis (COVs)
Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.
Composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.
Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. Em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.
Óxidos de nitrogênio (NOx)
Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.
O NO é um gás incolor, solúvel. O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.
O NO2 é irritante para os pulmões e Causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. A exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar Causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.
Formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. Sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.
Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.
Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.
Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na Gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.
Causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. Causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.
Conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.
Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.
Ozônio (O3)
Dióxido de enxofre (SO2)
Material particulado (MP)
Resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.
Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.
Incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.
Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
8
1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel como substância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro. 2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV. 3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
“O investidor tem um poder de adaptação extraordinário, e provavelmente, encontrará os caminhos para viabilizar seus projetos” DEBATE
A proposta do governo para os portos é possível de ser
Atual cenário é mais de dúvidas do que de certezas FABRIZIO PIERDOMENICO
medida provisória nº 595 tem como motivação o “estímulo à expansão dos investimentos do setor privado” em portos. Mas será que as medidas propostas pela MP efetivamente surtirão efeitos?Para tanto, é preciso analisar dois dos principais eixos do novo modelo: Terminal de Uso Privado (TUP): não mais necessita de “carga própria” para obter sua autorização, em contraposição à lei nº 8.630/93 e ao decreto nº 6.620/08, que previam essa restrição. O novo modelo cria, basicamente, quatro exigências: a) localizar-se fora do porto organizado; b) possuir área disponível para o empreendimento; c) disputar a sua instalação com outros agentes privados por meio de chamada pública; d) consulta à autoridade aduaneira, ao município e emissão do Termo de Referência para os estudos ambientais com vistas ao licenciamento. Arrendamento: continuarão existindo, porém, com duas mudanças fundamentais: o critério de julgamento da licitação será a maior movimenta-
A
FABRIZIO PIERDOMENICO Ex-secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da Secretaria de Portos (2008-2011); Sócio proprietário da Agência Porto – Consultoria Portuária e Empresarial
ção de carga com a menor tarifa e a modalidade licitatória poderá ser o leilão. Essas mudanças, aparentemente inovadoras, criam restrições que poderão causar um efeito contrário ao originalmente pensado. Alguns TUPs, sobretudo os do agronegócio, poderão ter dificuldades, a começar pelo fato de não poderem estar dentro do porto organizado. Isso significa que, provavelmente, estarão longe de acessos rodoviários, ferroviários e aquaviários já existentes e, para serem implantados, deverão considerar a construção dos respectivos acessos. Como o agronegócio, com suas margens de lucro apertadas, viabilizará seus TUPs se tiver que investir também em acessos? A MP não estaria tratando de forma igual os desiguais? E o que falar da exigência do futuro investidor ter que possuir a área e disputar com outros projetos via chamada pública? Caso seu projeto não seja o escolhido, o que o investidor fará com a área? Os arrendamentos caminham pela mesma estrada da
desconfiança. Ao disputar a licitação, o investidor terá que oferecer a menor tarifa. Até aí, tudo bem. O problema é que o negócio porto é diferente de rodovias, telecomunicações e outros serviços públicos. Um terminal de granéis líquidos pode ter até 60 itens de preços que, pela nova legislação, serão transformados em tarifas. Como o governo administrará o cotidiano de um terminal por meio de tarifa considerada a volatilidade do mercado internacional e a complexidade de cargas que um terminal pode operar? Imaginemos uma quebra de safra, de um lado, e um terminal arrendado de granel sólido, do outro. Tal situação provocará um desequilíbrio na movimentação ofertada no leilão, e o terminal fatalmente não conseguirá cumpri-la. O que acontecerá com este contrato? Rescisão? Reequilíbrio? Judicialização? O investidor tem um poder de adaptação extraordinário e, provavelmente, encontrará os caminhos para viabilizar seus projetos. Porém, até lá, será necessário superar o atual cenário que, no momento, é mais de dúvidas do que de certezas.
“O conjunto de dispositivos legais tem o mérito de ampliar o espaço para o investimento privado e, dessa forma, estimular a competição”
cumprida?
Indispensável uma mudança do modelo de gestão atual WILEN MANTELI
conjunto de dispositivos legais elaborado pelo governo para possibilitar um salto de desenvolvimento no setor portuário tem o indiscutível mérito de ampliar o espaço para o investimento privado e, dessa forma, estimular a competição. Por outro lado, as peculiaridades desse segmento da infraestrutura tornam indispensável uma mudança do modelo de gestão dos portos administrados pelo poder público. A demanda de infraestrutura de capital intensivo no setor portuário - estradas, ferrovias e canais escavados no fundo do mar e em estuários de rios – limita consideravelmente a viabilidade técnica e econômica da instalação de novos portos e a ampliação dos atuais. Nos locais mais apropriados da costa brasileira, e mais bem servidos de infraestrutura terrestre, já existem portos organizados quase sempre geridos por entes públicos, cuja situação econômico-financeira suscita preocupações. Um estudo encomendado
O
pelo BNDES mostrou que as Cias. Docas acumulam passivos financeiros bilionários e crescentes, e hoje dependem da receita de arrendamentos para rolar suas dívidas. Essa situação deverá se agravar em função de duas medidas previstas na proposta do governo: o fim do pagamento de outorgas e o critério de menor tarifa nas licitações. A alternativa de aumentar tarifas dos serviços prestados por Docas, se adotada, comprometeria o próprio princípio norteador do pacote, que é o de reduzir custos e melhorar a competitividade das exportações. Profissionalizar a administração e firmar contratos de gestão comprometidos com desempenho e metas é uma ideia louvável, mas inviável em termos práticos. As Cias. Docas são Sociedades de Economia Mista, atreladas a um arcabouço jurídico e contábil não condizente com a agilidade e a flexibilidade exigidas por um estilo empresarial de gestão. Qualquer medida não ortodoxa, administrativa ou comercial, fica sujeita ao estigma da “irregularidade” e
pode ser questionada pelos órgãos de fiscalização. Enquanto a União permanecer como gestora de portos, o sistema continuará burocratizado, vulnerável a pressões corporativistas e parasitado por interesses político-partidários. A solução desses problemas passa, inexoravelmente, pela mudança do modelo de gestão. O artigo 4º da MP nº 595, que possibilita a licitação de concessões de portos, e a lei nº 11.079/2004 (Parcerias Público-Privadas), permitem conceber um novo modelo baseado na criação de Sociedades de Propósito Específico (SPE), que podem ser companhias abertas, com valores negociados no mercado. Essa mudança deve ser complementada pela adequação dos quadros de trabalhadores às reais necessidades dos portos, tendo em vista o atual estágio das tecnologias de movimentação de cargas, pois somente contingentes bem dimensionados poderão receber treinamento e valorização à altura da importância da WILEN MANTELI atividade portuária para a Presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários) economia nacional.
CNT TRANSPORTE ATUAL
MARÇO 2013
81
“A qualidade dos investimentos públicos pode ser fator decisivo para que o país possa contar com a infraestrutura dos países modernos” CLÉSIO ANDRADE
OPINIÃO
Investir mais e melhor
E
m nosso país, o principal agente na constituição de uma infraestrutura de transporte completa é, indiscutivelmente, o poder público, em seus diversos segmentos, especialmente o governo, como orientador de políticas públicas para a atualização permanente do marco legislativo da exploração e funcionamento dela ou como investidor nos moldes do que determina anualmente o Orçamento da União. Porém, os números também mostram duas enormes dificuldades que os sucessivos governos não conseguem solucionar. A primeira diz respeito ao volume de recursos investidos e o que seria preciso de fato para a construção dessa infraestrutura. O Plano de Logística da CNT indica, para a construção da infraestrutura de transporte ideal, a necessidade de investimentos superiores a R$ 400 bilhões, em todos os modais de integração nacional e em projetos urbanos. Concluímos, dessa forma, que os investimentos do governo até aqui não são suficientes para a construção do sistema de transporte que desejamos. E é exatamente olhando para o Orçamento da União que vemos a maneira como o governo vem investindo nesse sistema essencial para o desenvolvimento do país. Há décadas, nós reivindicamos uma agenda que contemple a construção de uma infraestrutura de transporte condizente com uma atividade transportadora moderna e eficiente, sem a qual o país estará eternamente condenado a manter os custos de uma logística pouco competitiva que onera nossas exportações no concorrido mercado global e dificulta a distribuição dos produtos para o consumo interno. Ao fim do exercício fiscal de 2012, observamos no
Orçamento da União que, nos três últimos anos, houve um aumento de 34% nos valores autorizados para os investimentos, passando de R$ 17,23 bilhões, em 2010, para R$ 23,09 bilhões, em 2012. Os números em sua expressão exata mostram uma disposição do governo em promover melhorias na infraestrutura de transporte. A outra dificuldade diz respeito à qualidade do planejamento e dos projetos realizados pelo governo que implicam num reduzido efeito dos investimentos. Os insuficientes recursos reservados para investimento não são verdadeiramente investidos. Dos R$ 17,23 bilhões reservados, em 2010, apenas R$ 13,84 bilhões foram efetivamente pagos. E dos R$ 23,09 bilhões autorizados no ano passado, somente R$ 10,33 bilhões foram gastos. Ou seja, o governo, por alguma razão, (ambiental, burocrática ou outro motivo que sempre representa reações a imprevistos), fica sujeito a não executar os projetos, retardando ainda mais a disponibilidade de boa infraestrutura. No último semestre de 2012, vimos o governo anunciar planos, com a participação de empresas privadas, para ajudar a construção de nossa infraestrutura de transporte, os transportadores estão dando crédito à iniciativa. Contudo, não há razão para que se negligencie os investimentos diretos do governo, aplicando com pouco zelo os recursos do Orçamento da União. A qualidade dos investimentos públicos pode ser fator decisivo para que finalmente nosso país possa contar com a infraestrutura dos países modernos ou, no mínimo, acabe com o custo Brasil, fator fundamental para o atraso dos brasileiros no seleto clube das grandes logísticas globais.
82
CNT TRANSPORTE ATUAL
CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS
MARÇO 2013
José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Eurico Galhardi Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli João Rezende Filho Mário Martins
Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
DOS LEITORES
Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS
Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
Glen Gordon Findlay Paulo Cabral Rebelo
Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Éder Dal’ Lago André Luiz Costa Diumar Deléo Cunha Bueno Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Bratz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Rodrigo Vilaça Júlio Fontana Neto TRANSPORTE AÉREO
Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Hernani Goulart Fortuna Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Roberto Sffair Luiz Ivan Janaú Barbosa José Roque
Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro
Fernando Ferreira Becker
Victorino Aldo Saccol
Eclésio da Silva
Raimundo Holanda Cavacante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Alcy Hagge Cavalcante
SUCATA FERROVIÁRIA Parabenizo a revista pelas ótimas reportagens sobre o mundo do transporte. Na última edição, destaco a matéria do sucateamento das composições da antiga Rede Ferroviária Federal. Como ferromodelista e descendente de ferroviário, frustra-me ver o descaso com um patrimônio que foi tão útil ao país e que poderia continuar sendo até os dias atuais. Rodrigo Souza Brasília/DF REPORTAGEM DE CAPA Fiquei assustada com os números apresentados na reportagem de capa da edição nº 209 da CNT Transporte Atual. A frota de veículos do Brasil não pode continuar crescendo a taxas tão altas. Nossas cidades não suportam mais tantos carros. É urgente a necessidade de ações para melhorar o sistema de transporte público no país. Não podemos mais perder dias parados no trânsito caótico das nossas cidades.
significativo. Espero que com esse crescimento de demanda, as condições de infraestrutura dos terminais melhorem. Em muitos locais, as instalações são bastante precárias. Já está na hora dos governos voltarem as suas atenções para esses aeroportos. Os passageiros que também utilizam os aeroportos do interior movimentam grande dos terminais das capitais. Marcelo Beltrão Criciúma/SC MAIS TRANSPORTE Gosto muito das matérias publicadas na seção Mais Transporte da CNT Transporte Atual. Os assuntos são variados e dão um panorama geral das novidades do setor. Trabalho na área de transporte de cargas e fico sempre atento à indicação dos livros. Em especial, gostei muito do “Cargas, como o comércio mudou o mundo”. Já até procurei na livraria para comprar. Robson Barcelos Juiz de Fora/MG
Rosângela Moura Araçatuba/SP AEROPORTOS DO INTERIOR Felizmente, os aeroportos regionais do Brasil estão tendo movimento bastante
CARTAS PARA ESTA SEÇÃO
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