Retrato desolador

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CNT

ANO XIX NÚMERO 218 NOVEMBRO 2013

T R A N S P O R T E

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Retrato desolador Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que, do total da extensão avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência, contra 62,7% em 2012

ENTREVISTA COM O PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ANIP ALBERTO MAYER




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REPORTAGEM DE CAPA Pesquisa CNT de Rodovias 2013 mostra que no último ano a situação piorou. Do total da extensão avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via. Em 2012, o índice havia sido de 62,7%. Página 20

CNT TRANSPORTE ATUAL

ANO XIX | NÚMERO 218 | NOVEMBRO 2013

ENTREVISTA

Alberto Mayer fala sobre destinação correta de pneus PÁGINA

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TAXISTAS • Dilma Rousseff sanciona MP que garante a transferência da licença aos herdeiros em caso de falecimento do titular

CAPA PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013

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FENATRAN 2013

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Tereza Pantoja Virgílio Coelho Wesley Passaglia

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

Montadoras veem mercado no Brasil em expansão PÁGINA

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EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

SONDAGEM

PASSAGEIROS

Transportadores Seminário discute se mostram mais soluções para a pessimistas mobilidade urbana PÁGINA

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www.

cnt.org.br

ACESSE A PÁGINA DA PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013 A 17ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias conta com uma nova página, repleta de novidades, no site da CNT. Os transportadores e interessados podem acessar, pela primeira vez, o mapa interativo e o álbum completo das fotos classificadas por Estados e rodovias. Além disso, o internauta tem à disposição o ranking das 10 melhores e piores rodovias brasileiras. Confira!

NEWSLETTER DE CARA NOVA

TECNOLOGIA • Estudantes brasileiros vencem concurso internacional da Airbus com solução para agilizar a carga e a descarga das bagagens PÁGINA

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AQUAVIÁRIO

FERROVIAS

Falta embarcação nacional nos oceanos

Brasil é destaque na 4ª edição do BcnRail

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LOGÍSTICA

Seções Alexandre Garcia Duke Mais Transporte Assembleia da CIT Sest Senat Boletins Tema do mês Opinião Cartas

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Estudo da Abralog revela a evolução dos profissionais PÁGINA

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EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

Unidades alertaram do risco da mistura álcool e direção PÁGINA

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Este mês, a CNT lança a nova newsletter. Com layout moderno, o boletim semanal é uma produção da Agência CNT de Notícias, com edição da Coordenação de Internet e da Superintendência de Comunicação da confederação. Os assinantes recebem, por e-mail, uma newsletter cada vez mais atraente, com acesso a conteúdos textuais e audiovisuais atualizados e um espaço dedicado a infográficos. As cores assumem papel ainda mais relevante, fortalecendo a identidade visual da confederação. Participe e envie sugestões. Cadastre-se no site da CNT e receba notícias semanalmente!

E MAIS Programa Despoluir

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• Conheça os projetos • Acompanhe as notícias sobre meio ambiente

• Textos, álbuns de fotos, boletins de rádio e matérias em vídeo sobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

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Sest Senat

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• Educação, Saúde, Lazer e Cultura • Notícias das unidades • Conheça o programa de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O portal disponibiliza todas as edições da revista CNT Transporte Atual


“O setor público brasileiro sempre teve uma ideologia: a burocracia – que também contamina grandes empresas privadas” ALEXANDRE GARCIA

Ideologia e eficiência

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rasília (Alô) - Depois do nazismo, fascismo e comunismo terem chegado ao fim na balança do poder mundial, filósofos e cientistas políticos têm sugerido que o jogo do poder, hoje, tem, numa ponta, a eficiência de governos e países e, na outra ponta, a incapacidade de governos e países lidarem com os seus problemas. A China é um exemplo típico. No fundo, o chinês sempre foi mais Confúcio e menos Marx. Na administração Deng, o comunismo ficou reduzido a um rótulo, e a eficiência passou a ser o motor na nova China. Há 20 anos, quando o Rio de Janeiro já tinha uma linha de metrô, Xangai não tinha um só metro de subterrâneo. Hoje, Xangai tem uma malha de metrô que supera Tóquio, Londres e Paris, e o Rio continua avançando seu metrô a passos de tartaruga. Neste país tropical, parece que conseguimos combinar duas forças negativas, sem que isso resulte em algo positivo. Estamos juntando ineficiência com ideologia. Queremos, por exemplo, nas concessões, que a atividade econômica privada não gere lucro. No Rio Grande do Sul, o governo do Estado acabou com as concessões nas rodovias estaduais. Sumiram os pedágios – e sumiram as ambulâncias de plantão, os auxílios de emergência, e reapareceram os buracos. O cenário é de abandono das RS. Se a ideologia considera a empresa privada como vilã egoísta, exploradora e usurpadora, fica difícil o país crescer e gerar emprego, já que a ineficiência do Estado não tem como substituir a iniciava de empresa e indivíduos.

O setor público brasileiro sempre teve uma ideologia: a burocracia – que também contamina grandes empresas privadas. Quando a burocracia é comandada por autos de fé partidários ou ideológicos, aí mesmo é que o Estado tropeça em si próprio, ensimesmado e existindo para a sua própria sobrevida, agindo pela manutenção do poder. Aí os serviços públicos despencam e os tributos sobem. Os da minha geração se lembram de tempos em que o Brasil era um país mais adiantado que a China e a Coreia. Foi logo ali, 50, 60 anos atrás. Sim, fizemos rodovias, mas a maioria é um arremedo disso. E abandonamos o transporte ferroviário. Desprezamos nossas águas como meio de transporte. E não conseguimos administrar com eficiência os aeroportos. Não deslindamos um trem-bala. A China comprou cem de uma vez. Os arautos da eficiência recebem, de tempos em tempos, uma acolhida às vezes sincera, às vezes fingida. Mas, nesse país ciclotímico, logo aparece um barulho mais forte do que essas vozes, e elas são emudecidas. Não bastam exemplos no mundo inteiro de que é a eficiência, não a ideologia, que contém a fórmula óbvia da paz social, do bem-estar e da prosperidade – não é mesmo, Frau Merkel? Parece tão óbvio que a riqueza da terra do Centro-Oeste deva sair pelo porto mais próximo. Mas o agronegócio, para a ideologia, é pecaminoso. Apenas fica salvando a balança comercial de um vexame, e, no entanto, é submetido a um escoamento que é um vexame.


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“Do total de pneus destinados, 67% acabam em fornos de cimen e usados como combustível; outros têm destinações até mesmo

ENTREVISTA

ALBERTO MAYER - PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ANIP

Destinação ad POR

cada ano, aumenta a frota de veículos em muitas cidades e, com isso, cresce também a necessidade de oferecer a destinação ambientalmente adequada para diversos materiais de carros, ônibus, caminhões e motocicletas. Coletar e destinar pneus corretamente são medidas fundamentais para evitar danos ao meio ambiente. No ano passado, foram mais de 338 mil toneladas de pneus inservíveis coletados e destinados pela Reciclanip – entidade ligada à Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos). De acordo com o presidente-executivo da associação, Alberto Mayer, a

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CYNTHIA CASTRO

maior parte dos pneus que não têm mais condições de circular (67%) é destinada para as cimenteiras, servindo como combustível para os fornos. Mas os pneus inservíveis têm também outras aplicações, inclusive para a indústria de calçados. Um dos desafios é conscientizar as distribuidoras e os consumidores para fazerem o descarte de forma correta. E, em relação à segurança, também é importante que os motoristas brasileiros fiquem mais atentos com os riscos dos pneus que não têm mais condições de circular. Leia a seguir a entrevista com o presidente-executivo da Anip.

A frota de veículos das cidades tem aumentado constantemente. A cada ano, qual o volume de pneus que precisa ser descartado no Brasil? Usando dados do relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), publicado recentemente – o relatório de pneumáticos, que é de 2013, mas tem dados de 2012, são cerca de 50 milhões de unidades de pneus no Brasil descartadas anualmente. Isso é muito. Em volume, é mais do que em 2011, quando foram descartados 46,4 milhões de pneus. Mas, em relação a peso, é menor. Em 2012, foram 62,7 mil toneladas e, em 2011, 66,9 mil. Isso significa que

o volume cresceu em relação a pneus leves. São mais pneus de automóveis e de motocicletas. E como a indústria tem trabalhado para destinar os pneus inservíveis? Há uma obrigatoriedade, do fabricante e do importador, de dar a destinação ambientalmente adequada e prevista na lei. A Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) é uma associação que existe há 53 anos e se preocupa com a destinação dos pneus. Com a resolução nº 416 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de 2009, as indústrias se valeram de um instrumento implantado pela Anip. Foi criado


FOTOS ANIP/DIVULGAÇÃO

teiras e são queimados como solados de sapatos”

equada um programa nacional de coleta e destinação de pneus inservíveis, e constituímos a Reciclanip – entidade que tem a missão de assegurar a sustentabilidade do processo de coleta e a destinação dos pneus inservíveis. A Política Nacional de Resíduos Sólidos trouxe mudanças para esse setor? A lei que trata dos resíduos sólidos adotou o que já estava previsto em relação à coleta e destinação de pneus. Essa política está alinhada com a resolução do Conama de 2009. Como é feita a coleta desse material? Hoje, temos 819 municí-

pios conveniados com pontos de coleta espalhados por diferentes regiões do Brasil. A Reciclanip recolhe os pneus e encaminha para uma destinação final ambientalmente adequada. São empresas que já estão autorizadas e licenciadas pelos órgãos ambientais reconhecidos pelo Ibama. Quais são atualmente as principais aplicações dos pneus inservíveis? Do total destinado, 67% acabam em fornos de cimenteiras. Lá, os pneus são queimados e usados como combustível nos fornos para produção do clínquer, que é a fa-

se inicial do cimento. É um combustível alternativo, utilizado no lugar de carvão e dos óleos combustíveis. O pneu tem um poder calorífico altíssimo e é muito eficiente nesses fornos. Mas há também destinação para uso em asfalto, borracha, gramados sintéticos e solados de sapatos. Com o total de 50 milhões descartados anualmente, a destinação que ocorre é suficiente? Como fabricante, a meta é destinar e reciclar cerca de

70% do que se produz. Cumprimos essa meta em abundância. Sempre superamos a meta obrigatória. Já os importadores não conseguem ou não querem. Combatemos muito a importação que não cumpre as exigências. Isso gera um passivo ambiental grave. Qual o investimento previsto neste ano para a execução da logística reversa na indústria de pneus? Há previsão de aumento de pontos de coleta? Para recolher esses pneus e


levar para a cimenteira é como se 65 caminhões trabalhassem 24 horas durante 365 dias por ano. A Reciclanip faz gestão da coleta para o encaminhamento e destinação. São dez empresas associadas, com 16 fábricas no Brasil. Por ano, são cerca 67 milhões de unidades produzidas e, em 2013, a previsão é de 66 milhões de pneus. Devemos gastar, em 2013, R$ 83 milhões, valor que inclui toda a logística para o recolhimento. Como são feitos os “pneus verdes” e quais os benefícios? Pneu verde é um apelido, porque, na realidade, ele continua preto. É um apelido para o pneu fabricado a partir de novos processos. São utilizadas misturas diferentes de matérias-primas, com baixo impacto ambiental e menor resistência ao rolamento. Eles são mais eficientes, geram economia de combustível e reduzem as emissões. São os biopneus. Ele é uma evolução do pneu convencional. O Brasil tem produzido esses “pneus verdes”? Eles já estão sendo introduzidos no Brasil. Mas ainda está em um processo inicial. E vem com outras medidas, como a etiquetagem de veículos e outras ações, com o objetivo de se buscar a maior eficiência energética. Fabrican-

tes de automóveis que querem melhorar sua eficiência estão investindo em pneus verdes. E essa será uma tendência. Primeiro, pela parte ambiental, que está cada vez mais sendo difundida entre os consumidores e as autoridades públicas. Então, isso pode se adequar a uma política de governo. É uma exigência dos consumidores e do mercado o investimento em alternativas mais eficientes energeticamente. É possível comparar os ganhos dos “pneus verdes” em relação ao pneu convencional? Há também diferença no preço? Como eles oferecem menor resistência ao rolamento, possuem maior vida útil e maior aderência à pista molhada. Se essa redução de resistência chegar a 30%, há uma economia de combustível de cerca de 3,5%, a uma velocidade constante. E essa redução de combustível leva à menor emissão de ruídos, a menos emissões, entre outras vantagens. Mas ainda não dá para saber exatamente qual será a diferença de preço. O pneu verde ainda é uma novidade no mundo. No Japão, foi introduzido há menos de cinco anos. Nós, no Brasil, estamos alinhados com essa introdução no mercado mundial. Mas ainda é tudo muito novo.

RECICLAGEM Em 2012, foram mais de 338 mil toneladas de pneus

“Hoje, temos 819 municípios conveniados com pontos de coleta espalhados por diferentes regiões do Brasil”

É possível comparar a destinação de pneus, de forma geral, no Brasil com o que ocorre em outros países? Na Alemanha, foram destinados, em 2012, 483 mil toneladas de pneus para a reciclagem. No Brasil, somente a Reciclanip reciclou 338 mil toneladas. A França reciclou 323 mil toneladas. O Reino Unido, 279 mil. E os distribuidores destinam corretamente? Os distribuidores deveriam sempre levar o pneu inservível para um ponto de coleta. Mas o que acontece é que, muitas vezes, o pneu que é deixado pelo consumi-


“O pneu careca vai derrapar, não vai frear corretamente e vai aquaplanar” inservíveis coletados pela Reciclanip

dor em uma distribuidora nem sempre tem a destinação correta. Há um valor residual no pneu inservível e muitos acabam vendendo para borracharias ou para outras finalidades. Esse é um problema de país pobre e acontece muito no Brasil. De qualquer forma, o melhor caminho para o consumidor descartar o pneu é deixá-lo em alguma distribuidora e essa distribuidora deve fazer o encaminhamento para o ponto de coleta.

processo acontece de forma mais natural. Quem paga pela reciclagem é o usuário, o consumidor. Quando compra um pneu, ele paga um pequeno valor, na Europa e no Japão, destinado à futura reciclagem. Na Alemanha, por exemplo, assim que o pneu precisa ser trocado, o consumidor já está levando para a destinação correta.

Como o brasileiro (motorista) se comporta em relação à destinação dos pneus que não têm mais condições Nesse caso, como ocorre a de circular? diferença em relação aos paíNo Brasil, por ser um país ses mais ricos? continental, o comportamenNos países ricos, esse to não é uniforme. No Sul e

no Sudeste, há uma maior consciência ambiental. Os próprios motoristas deixam os pneus inservíveis na distribuidora. Não há tantos pneus desperdiçados. No restante do Brasil, há situações menos cuidadosas. Em relação ao uso seguro do pneu, também falta conscientização no Brasil? Falta sim. Mas nos outros países há uma fiscalização maior do que no Brasil. Se o pneu atinge o limite de desgaste, ele precisa ser trocado porque a fiscalização vai cobrar isso. As pessoas sabem que são passíveis de multa e já fazem a troca por conta própria. No Brasil, é comum os pneus circularem carecas para depois serem recauchutados. Não deveria existir recauchutagem para pneus de veículos leves no Brasil devido à questão da segurança. Qual dica você daria para os motoristas em relação à importância do pneu para a segurança? Para grande parte dos consumidores, a última preocupação no carro é com o pneu. Muitos se esquecem que os pneus são um dos itens mais importantes não só para o desempenho do veículo, como também para a segurança. É necessário

criar hábitos, criar uma consciência sobre a necessidade de cuidar melhor. Evitar sobrecarga, fazer manutenção. Isso é importante, inclusive, para a questão econômica. Calibragem correta é fundamental. Também é necessário fazer rodízio a cada 10 mil quilômetros. Ficar atento ao alinhamento, usar os pneus certos. Se você tem um pneu desbalanceado ou se houver vibrações no carro, tem que rever e realinhar. O pneu careca vai derrapar, não vai frear corretamente e vai aquaplanar. Qual é um desafio importante atualmente da indústria de pneus no Brasil? É fazer com que o Estado brasileiro ofereça condições para se melhorar a competitividade. O Brasil poderia melhorar bastante a sua produção de pneus, gerar mais empregos nessa indústria, se a importação fosse feita apenas com uma concorrência leal. Muitas vezes, enfrentamos uma concorrência desleal. Muitas importadoras não fazem a reciclagem, conforme deveriam fazer. Em 2007, por exemplo, o Brasil exportava 47% da produção e, em 2012, passou para 25%. A importação passou de 27%, em 2007, para 38% em 2012. Isso é o resultado da falta de competitividade. l


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MRS/DIVULGAÇÃO

MAIS TRANSPORTE Bike elétrica na concessionária A bicicleta elétrica Villagio, de origem italiana, está sendo comercializada nas concessionárias da rede Ford do Brasil. O produto é montado em São Paulo pela General Wings, com componentes

nacionais e chineses. A bike pesa 24 kg, dos quais 2,8 kg correspondem à bateria bivolt de lítio-íon de 36 volts. A autonomia aproximada é de 40 km. O valor pode chegar a R$ 4.500, dependendo dos componentes.

EQUIPAMENTO Simulador de condução da MRS

FORD/DIVULGAÇÃO

Simulador completa 15 anos

REDE FORD Bicicleta elétrica pode custar até R$ 4.500

O simulador de condução de trens adquirido pela MRS, em 1998, completou 15 anos. Nesse período, a ferramenta capacitou 10 mil colaboradores. O simulador desenvolve conceitos da condução de trens, incluindo vários tipos de trens e perfis de linha, com inúmeras formações de locomotivas e vagões vazios ou carregados. Ele é usado tanto na formação de novos

maquinistas quanto no desenvolvimento de maquinistas experientes. Antes da chegada do simulador, todo treinamento da MRS era feito no posto de trabalho, o que não permitia a repetição imediata dos conceitos. Sem o equipamento, a formação ou o desenvolvimento operacional dos colaboradores necessitava de um tempo maior, além de demandar custos mais elevados. FERROESTE/DIVULGAÇÃO

Novo ramal na Ferroeste Mais um terminal privado no anexo da unidade ferroviária da Ferroeste, em Guarapuava (PR), começa a ser construído. O projeto da Lustoza Agrologística terá um custo total de R$ 9,3 milhões. De acordo com a Ferroeste, parte da obra, no valor de R$ 1,3 milhão, incluindo o ramal ferroviário, já está pronta. “A capacidade de estocagem de grãos será de 25,2 mil toneladas quando o empreendimento estiver concluído, em 2016”,

disse o presidente da concessionária, João Vicente Bresolin Araújo. A obra, construída com capital privado, faz parte da reestruturação das operações no pátio ferroviário de Guarapuava. A construção do novo ramal permite um ganho no giro das locomotivas no retorno a Cascavel (PR). Até então, para fazê-lo, os trens tinham que se deslocar por 10 km fora do pátio de manobras.

INVESTIMENTO Projeto tem custo total estimado em R$ 9,3 milhões


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VEÍCULOS HÍBRIDOS

Ônibus menos poluentes transportam turistas nas Cataratas transporte de turistas no interior do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, começou a ser feito por ônibus panorâmicos híbridos, veículos com tração elétrica, a diesel, e menos poluentes que os convencionais. Da frota de 15 veículos que prestam o serviço, cinco já foram substituídos e começaram a rodar em outubro. A tecnologia, que reduz a emissão de gases poluentes, foi desenvolvida pela Volvo e é chamada “híbrida em paralelo”, porque o motor elétrico e o motor a diesel podem funcionar juntos ou independentes. Conforme o coordenador da Engenharia de Vendas da Volvo Latin America, Fábio Lorençon, se comparado com os padrões mais recentes de fabricação dos ônibus no Brasil, de 2012, os híbridos emitem até 50% menos gases poluentes e nocivos à saúde, além de material particulado, a fumaça. Na comparação com a maior parte da frota em circulação no país, fabricada até 2011, a redução chega a 90%. A redução também é observada no consumo de combustível, que chega a ser 35% menor. O sistema funciona da seguinte maneira: ao ser ligado, acelerado e até atingir os 20 km/h, a tração do ônibus funciona por meio de uma bateria. A partir disso, é

VOLVO/DIVULGAÇÃO

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SUSTENTABILIDADE Da frota de 15 veículos que transportam turistas, cinco já foram substituídos

acionado o motor a diesel. A bateria também alimenta equipamentos do veículo e é recarregada por meio da energia gerada na desaceleração, durante a frenagem. Apesar da exigência de maior potência, o equipamento pesa 200 kg e mantém a capacidade para transportar até 90 passageiros. O presidente da Volvo na América Latina, Luis Carlos Pimenta, explica que, além disso, a redução de ruído será outro benefício notado pelos passageiros: “Nos intervalos em que sai do ponto ou reduz a velocidade para uma parada, o sistema elétrico é que está em funcionamento. Nesses momentos, não há qualquer emissão de gases ou barulho.” No transporte de pas-

sageiros nas cidades, por exemplo, o modelo é considerado adequado para linhas que fazem muitas paradas ou enfrentam o trânsito carregado. Segundo Pimenta, enquanto os convencionais consomem combustível e emitem poluentes mesmo parados, o híbrido, a velocidades baixas, funciona apenas com o sistema elétrico. O investimento da empresa que opera o serviço de transporte de passageiros no parque, a Cataratas do Iguaçu, foi de R$ 4,5 milhões. Os ônibus são os primeiros do modelo double deck híbridos a circularem no país. A carroceria, produzida pela Marcopolo, teve de ser adaptada à tecnologia. O custo chega a ser 50% maior que

de um ônibus convencional. Mas, para a empresa, o maior tempo de vida útil (dois anos a mais que os veículos a diesel), a economia do combustível e a redução do impacto ambiental garantem o retorno do investimento. O chefe da unidade de conservação, Jorge Pegoraro, afirma que toda a frota deve ser renovada, mas isso ainda depende de uma autorização do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICMBio). No ano passado, o parque recebeu 1,5 milhão de visitantes. (Natália Pianegonda) A repórter viajou a convite da Volvo

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MAIS TRANSPORTE SMART/DIVULGAÇÃO

Políticas de transporte no Brasil: a construção da mobilidade excludente Autor analisa e resume a história das políticas de transporte no Brasil, buscando tanto suas virtudes quanto suas limitações. De: Eduardo Alcântara de Vasconcellos, Ed. Manole, 306 págs., R$ 86,25

Edição exclusiva A Smart, marca da alemã Daimler, lançou a edição limitada “Nightstyle” exclusivamente para o mercado brasileiro. Assim como os outros modelos Smart Turbo, essa edição também traz de série itens como computador de bordo e piloto automático, entre outros. Preços sugeridos de R$ 68,9 mil a R$ 73,2 mil.

Frotas e Fretes Verdes A 2ª edição do Seminário Frotas e Fretes Verdes acontece nos dias 11 e 12 de dezembro no Rio de Janeiro (RJ). Realizado pelo Instituto Besc de Humanidades e Economia e pelo Instituto Nacional de Eficiência Energética, o tema principal do evento será a discussão das técnicas de aumento

de eficiência no uso de combustível para reduzir a poluição e os custos no transporte de passageiros e de cargas. O seminário também vai propor a análise de ações focadas na redução do consumo no transporte rodoviário, como: melhoria na aerodinâmica dos veículos; uso de pneus com menor

resistência de rolamento; monitoramento do desempenho dos veículos; treinamento de motoristas; entre outras iniciativas. As inscrições podem ser feitas no site do evento. Para estudantes, o custo é de R$ 150, e para os profissionais, R$ 300. Mais informações: http://frotasefretesverdes.com.br/2013/

Despoluindo sobre Trilhos Na visão do autor, o Brasil possui uma má logística de transporte de cargas, calcada no transporte sobre pneus, em detrimento dos mais econômicos e ecológicos transportes sobre trilhos e o aquaviário. De: José Manoel Ferreira Gonçalves, Ed. Sendas, 250 págs., R$ 50


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COMEMORAÇÃO

ABTI completa 40 anos de trabalho ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais) completou, no início de outubro, 40 anos de atuação no setor. A entidade trabalha diretamente na defesa dos interesses e dos direitos dos transportadores rodoviários internacionais de cargas dentro do alicerce infraestrutura, agilização nas fronteiras e imagem do setor. A cerimônia de comemoração foi realizada em Uruguaiana (RS) e contou com a presença de representantes da categoria, autoridades e entidades internacionais que atuam na área do transporte. No evento também foi lançado o novo vídeo institucional da associação. Nessas quatro décadas, o trabalho da ABTI esteve pautado por ações relacionadas à precificação dos combustíveis, à fiscalização, à regulamentação social, à política laboral, à modernização empresarial e à regulação da concorrência e do acesso ao mercado. De acordo com José Carlos Becker, presidente da entidade, uma das grandes conquistas da ABTI foi a redução do tempo gasto pelos caminhões nas fronteiras. “Se antes os veículos fica-

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vam até cinco dias parados aguardando os trâmites burocráticos, hoje, esse tempo foi reduzido para 36 horas na importação e seis na exportação. Ainda não é o ideal. Queremos reduzir mais esse tempo, mas já evoluímos muito”, afirma. Segundo ele, um dos trabalhos que vai continuar pautando a atuação da ABTI nos próximos anos é a integração das fronteiras nos países que fazem parte do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela). A entidade defende a unificação das fronteiras, em um modelo semelhante ao que já acontece na União Europeia. “Nosso objetivo é possibilitar que um caminhão realize a viagem entre São Paulo (SP) e Buenos Aires, na Argentina, sem parar em nenhuma fronteira. Precisamos fazer valer o conceito de mercado comum”, destaca o presidente. A ABTI foi fundada em 1973, no Rio de Janeiro (RJ), por um grupo de oito empresários que buscavam uma representação para o setor. A entidade já teve suas sedes localizadas em São Paulo (SP) e em Brasília (DF). Em 1998, foi transferida para Uruguaiana, onde permanece instalada.

“A presença em Uruguaiana se justifica pelo grande fluxo de transporte realizado nas fronteiras. A ABTI precisava de uma representação mais próxima, que atuasse diretamente com os transportadores internacionais. Ao estar próxi-

ma das fronteiras, a associação consegue mapear os avanços e os problemas de forma mais pontual”, afirma Becker. Atualmente, 700 empresas brasileiras, com uma frota de 80 mil caminhões, atuam no transporte internacional. ABTI/DIVULGAÇÃO

CERIMÔNIA José Carlos Becker, presidente da ABTI, durante o evento

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MAIS TRANSPORTE

EMERSON ELEUTÉRIO

Caminhões para resíduos A Iveco venceu licitação da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e vai fornecer 232 caminhões Vertis HD para mais de 200 prefeituras paulistas. São 200 unidades da versão de 13 toneladas e 32 modelos da de 9 toneladas. Os Vertis HD foram equipados com implementos de carga seca e compactadores de lixo e estão

sendo adquiridos para os serviços de gestão de resíduos sólidos. Os recursos são provenientes das administrações municipais. De acordo com a Iveco, durante a adaptação para a tecnologia Euro 5, os motores ganharam redução de até 5,5% no consumo de combustível, em relação à versão anterior, o Euro 3.

PARCERIA Assinatura de acordo para combater crimes

IVECO/DIVULGAÇÃO

Combate ao roubo de cargas

VENDA Iveco fornecerá caminhões para São Paulo

O presidente da Fetcemg (Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais), Vander Costa, oficializou, em outubro, a assinatura de um convênio com o governo de Minas, por meio da Polícia Civil, para o estabelecimento de base de cooperação mútua e administrativa entre a entidade, a Polícia Civil e

a Delegacia Especializada de Repressão ao Furto, Roubo e Desvio de Cargas. A Fetcemg será responsável pelo imóvel destinado ao funcionamento da delegacia, em um esforço para que a polícia possa desenvolver e aprimorar o sistema de segurança, no combate aos crimes de furto, roubo e desvio de cargas em Minas Gerais.

Serviço personalizado

Prêmio Guia Marítimo

A DHL lançou um serviço para facilitar o desenvolvimento, a produção e o lançamento de novos veículos, com foco em três estágios. Na fase de pesquisa e desenvolvimento, oferece suporte à pré-produção para desenvolver modelos, como acondicionamento especializado de protótipos, desembaraço alfandegário e

A Aliança Navegação e Logística e a Hamburg Süd foram as campeãs do “Prêmio Guia Marítimo 21 anos” realizado em São Paulo. Juntas, as duas levaram oito troféus. A Aliança foi eleita a melhor transportadora de contêineres na cabotagem. A Hamburg Süd se destacou em outras sete categorias: melhor agência de

transporte. Na fase de manufatura, a DHL organiza toda a logística do material, reduzindo os riscos da cadeia de suprimentos e protegendo o processo de produção. Na fase de lançamento, ela disponibiliza a cobertura na comunicação, como distribuição de mala-direta e circulação de carros em eventos de testes.

navegação, melhor transportadora de contêineres para a América do Sul, para o Golfo do México, para a América do Norte, para o Norte da Europa, para a Europa/Mediterrâneo e como a melhor transportadora de contêineres na categoria Geral. O prêmio homenageia as melhores companhias com atuação em comércio exterior.


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LOGÍSTICA

Aerovale ganha forma projeto Aerovale está na fase final de terraplenagem. O empreendimento da Construtora Penido oferece um total de 117 lotes aeronáuticos de até 13,5 mil metros quadrados. Eles vão ter acesso direto à pista de pouso com extensão de 1.550 metros. O condomínio com a área aeronáutica, industrial e comercial já tem 30% dos lotes vendidos. Os espaços serão entregues no fim de 2014, mas, segundo os empreendedores, a pista de pouso vai entrar em operação em maio do próximo ano. O objetivo é que ela seja uma alternativa para a aviação executiva durante os jogos da Copa do Mundo. Empresas de manutenção de aeronaves, táxi aéreo, hangares, entre outros, devem se insta-

O Nova empresa aérea O Grupo Piex, que atua no setor rodoviário, incrementou seus negócios e apresentou ao mercado sua nova empresa com foco no transporte aéreo de cargas. A ALP Aero Táxi demandou investimentos de aproximadamente R$ 5 milhões. Com base administrativa e operacional em Porto Alegre e em São Paulo, respectivamente, a

nova companhia nasce com estrutura aérea própria e está homologada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) desde outubro deste ano. Duas aeronaves Cessna vão atender todo o país. Para 2014, estão previstas novas aquisições de aeronaves, operações no Mercosul e incremento dos serviços de transporte aéreo. GRUPO PIEX/DIVULGAÇÃO

lar no condomínio. Os lotes industriais e comerciais devem abrigar empresas de prestação de serviços, entre elas: restaurantes, bancos, hotéis e conveniências. O Aerovale está a 107 km de São Paulo (SP) e será conectado com o Campo de Marte na capital paulista, por meio de um serviço de táxi aéreo já anunciado pela Helivale, empresa de táxi aéreo do mesmo grupo empresarial do empreendimento. O Aerovale está sendo construído em Caçapava, no Vale do Paraíba (SP), a 23 km de São José dos Campos. O acesso rodoviário é feito pela Via Dutra/SP-60 (km 127) e pela Rodovia Carvalho Pinto (Estrada Caçapava Velha), que tem previsão de ser concluída em dezembro deste ano. A obra é de responsabilidade da Ecopistas. EGOM/DIVULGAÇÃO

CARGAS A ALP Táxi Aéreo foi homologada em outubro

Lufthansa Cargo troca Boeing O novo Boeing 777F da Lufthansa Cargo começa a voar a partir de novembro deste ano. A aeronave, que voará para Atlanta, Chicago e Nova York, precisa apenas de dois motores para conectar a Europa aos Estados Unidos ou à Ásia. O 777F cargueiro é capaz de ficar no ar por dez horas e meia com uma carga de 103 toneladas. Em todo

esse tempo, pode voar 9.000 km sem escalas. A aeronave atende aos padrões da aviação civil internacional de proteção contra ruídos. A Lufthansa adquiriu cinco 777F, cujo preço de lista é de US$ 270 milhões cada. Dois deles serão inicialmente usados para substituir os cargueiros MD11F mais antigos da frota.

TERRENO Área onde está sendo erguido o empreendimento

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PASSAGEIROS

Vitória dos taxistas Dilma Rousseff sanciona MP que garante a transferência da licença para terceiros e para os herdeiros em caso de falecimento do titular DA REDAÇÃO

presidente Dilma Rousseff sancionou, em outubro, artigo da medida provisória nº 615 que garante a transferência da licença de taxista aos seus herdeiros em caso de falecimento do titular. A lei permite também a transferência para terceiros desde que satisfaça as exigências da legislação vigente. A cerimônia aconteceu no Sinpetaxi (Sindicato dos Permissionários de Táxi e Motoristas

A

Auxiliares do Distrito Federal), em Brasília, e contou com a presença do presidente da CNT, senador Clésio Andrade. Os taxistas de todo o país foram representados por diversos sindicatos estaduais. A legislação é uma reivindicação antiga do setor. “Uma grande vitória dos taxistas, do nosso pessoal do transporte, um grande trabalho do Senado, do Congresso, que levou a presidente Dilma Rousseff a sancio-

nar a medida provisória nº 615”, afirmou o senador e presidente da CNT, Clésio Andrade. Segundo Clésio Andrade, a medida resgata um sonho, um direito do taxista, do transportador autônomo de táxi. “Essa medida provisória é de grande importância. Todos nós, que somos transportadores, estamos muito gratos por essa grande decisão da presidente”, afirmou o presidente da CNT. A presidente disse na soleni-

dade que o texto sancionado por ela dá segurança jurídica aos taxistas. “Este é um direito de sucessão, não uma transferência de permissão, portanto, não há que ser questionada. A lei significa que a família do trabalhador pode sucedê-lo na atividade, garantindo o sustento para sua família”, destacou, em seu pronunciamento. Segundo Dilma Rousseff, a nova legislação atende a uma reivindicação histórica: “Os taxistas, agora,


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ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/DIVULGAÇÃO

BRASÍLIA Presidente Dilma Rousseff cumprimenta o senador Clésio Andrade durante cerimônia de sanção da MP nº 615

podem ter certeza de que aquele medo de deixar uma dívida para a família, agora passa a ser a segurança de que será deixado trabalho e renda”. A mudança foi aprovada pelo Senado, no começo de setembro, como parte da medida provisória nº 615/2013, que tratava de mais de 20 temas. Depois, foi transformada em Projeto de Lei de Conversão e, com isso, alterou o artigo 12 da lei nº 12.587/2012, que

trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana. O mesmo tema já havia sido aprovado duas vezes pelo Congresso Nacional, mas vetado pela presidente Dilma. Em 2011, por exemplo, o item estava previsto na lei 12.468, que regulamentou a profissão de taxistas, mas não teve o aval do Palácio do Planalto, que esperava adequações para garantir mais segurança jurídica por meio do texto. A nova redação prevê que a

outorga será repassada aos sucessores legítimos do permissionário, com autorização do poder público municipal e desde que sejam seguidos requisitos de segurança, conforto, higiene e qualidade do serviço. A legislação que regulamenta o serviço de taxista estabelece que, para exercer a atividade, os profissionais têm que fazer cursos de primeiros socorros, relações humanas, direção defensiva, mecânica e elétrica básica de veí-

culos. Eles também necessitam de inscrição na Previdência Social. A presidente do Sinpetaxi, Maria do Bonfim, conhecida por Mariazinha, destacou a importância da medida para a categoria: “Os trabalhadores que, por vezes, até perdem a vida durante a atividade em razão da violência, agora, poderão deixar um legado para suas famílias”, disse. Estimativas oficiais apontam que 600 mil pessoas atuem como taxistas no Brasil. l


REPORTAGEM DE CAPA

GO-174 (GOIÁS)

Gestão ineficiente e

rodovias co


FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013

Pesquisa da CNT aponta deficiências em 63,8% da extensão avaliada; foram registrados 250 pontos críticos

m problemas


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BR-150 (PARÁ)

POR

CYNTHIA CASTRO

crescimento econômico do Brasil depende do modal rodoviário, que hoje é responsável por pelo menos 66% do transporte de cargas no país e por 95% da movimentação de passageiros. Entretanto, as condições das rodovias comprometem o desenvolvimento, trazendo risco de um apagão logístico, além de contribuírem para reduzir a segurança de quem viaja. A Pesquisa CNT de Rodovias 2013, divulgada no fim de outubro, mostra que no último ano a situação piorou. Do total da extensão avaliada, 63,8% apresentam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via. Em 2012, o índice havia sido de 62,7%. A Pesquisa avaliou 96.714 km em 30 dias de coleta em campo e também identificou um aumento nos pontos críticos, que passaram de 221 para 250. São consideradas como pontos críticos situações que trazem graves riscos à segurança dos usuários, co-

O

PREJUÍZOS Problemas no pavimento das rodovias aumentam o custo operacional do

RESULTADOS


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CARACTERÍSTICAS Veja algumas variáveis analisadas na pesquisa PAVIMENTO

SINALIZAÇÃO

transporte no país, em média, em 25%

mo erosões na pista, buracos grandes, quedas de barreira ou pontes caídas. Em relação à sinalização, foram detectados problemas em 67,3% da extensão pesquisada. Em 2012, o percentual foi de 66,2%. E também houve piora no pavimento, com 46,9% da extensão avaliada apresentando algum tipo de deficiência. No ano passado, era 45,9%. O estudo avalia toda a malha federal pavimentada e as principais rodovias estaduais do país. A maior parte da extensão pesquisa-

GEOMETRIA DA VIA

da (88%) é formada por pistas simples e de mão dupla e 40,5% não possuem acostamento. Outro dado preocupante é que em 56,7% da extensão percorrida, onde há ocorrência de curvas perigosas, não há placas de advertência nem defensas completas, comprometendo ainda mais a segurança dos usuários. E na maior parte das rodovias pavimentadas, a pintura da faixa central está desgastada ou inexistente (55,8%) e não há faixas laterais ou a pintura está desgastada em 63,2% da extensão. De acordo com o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, os números mostram a necessidade urgente de aumentar os investimentos nas rodovias brasileiras, principalmente em duplicação. Ele considera que o governo não tem investido adequadamente. “Há um problema gerencial gravíssimo. Muitos projetos não saem do papel. Há um excesso de burocracia. Os investimentos precisam ser ampliados de fato para que o Brasil possa melhorar sua competitividade”, diz o senador.


BR-498 (BAHIA)

RECURSOS

RECURSOS Até outubro deste ano, do total autorizado para as rodovias

Clésio Andrade cita que, em 2013, o total autorizado pelo governo federal para investimentos em rodovias é de R$ 12,7 bilhões, mas apenas 33,2%, ou R$ 4,2 bilhões, foram pagos até o início de outubro. “Esse valor é muito baixo, perto dos R$ 355,2 bilhões que a CNT estima que as rodovias do país precisam”, considera. Em 2012, do total autorizado (R$ 18,7 bilhões), foram pagos R$ 9,4 bilhões (50,3%). De acordo com informações da Pesquisa CNT de Rodovias, de 2002 até setembro de 2013, o total pago acumulado pelo governo fe-

deral em infraestrutura rodoviária (R$ 64,2 bilhões) representou apenas 60,7% de todo o valor autorizado para o período (R$ 105,9 bilhões). “Ou seja, o governo deixou de investir R$ 41,7 bilhões que já estavam autorizados nos orçamentos de cada ano”, diz a Pesquisa, ao citar ainda que o fato evidencia que, apesar de dispor de recursos para melhorar e expandir a malha rodoviária, o governo federal tem dificuldade em executar e gerenciar os investimentos. A Pesquisa da CNT indica o que poderia ter sido feito com esse recurso não inves-

tido ao longo dos últimos anos, com base na tabela de custos médios gerenciais do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Conforme informações da Pesquisa, poderiam ter sido reconstruídos mais de 29 mil km de rodovias no país ou então seria possível duplicar mais de 8.000 km de rodovias, incluindo a construção de pista nova, com duas faixas, restauração da pista existente e do canteiro central. Outra possibilidade seria a implantação e a pavimentação de 15,4 mil km de pista simples. O governo não consegue

investir todo o recurso autorizado para a infraestrutura rodoviária e, de forma geral, o total de recursos previstos ainda é muito baixo para a necessidade do Brasil. Desde 1975, o investimento público federal em infraestrutura de transporte caiu de 1,84% do PIB (Produto Interno Bruto) para 0,29% em 2012 (veja o gráfico na página). Custo operacional A qualidade das rodovias é um fator determinante para o custo do transporte. Vias conservadas, sinalizadas e bem planejadas têm impacto positivo no custo operacio-


ALTERNATIVA

Concessões precisam ser atrativas A Pesquisa CNT de Rodovias 2013 também faz uma comparação entre as condições das rodovias públicas e das concedidas à iniciativa privada e mostra que as maiores dificuldades estão nas rodovias mantidas pelos governos federal e estaduais. Em relação ao estado geral, apenas 2,7% da extensão sob gestão pública foi considerada ótima e 24%, boa. Já em relação ao estado geral das concedidas, os percentuais de classificação de extensão ótima e boa são de 48,5% e de 35,9%, respectivamente. A CNT tem indicado que a participação da iniciativa privada no setor de transporte é uma boa alternativa para suprir os deficits de investimento. Entretanto, de acordo com o presidente da confederação, senador

Clésio Andrade, é necessário criar alternativas para tornar o investimento atrativo para o setor privado. “As parcerias público-privadas precisam ser atrativas. O governo precisa avançar nessas concessões. O transportador brasileiro prefere pagar o pedágio e ter boas rodovias. O sistema, da forma como está, gera muitos prejuízos”, afirma Clésio Andrade. Conforme informações da Pesquisa, para atrair o investidor privado, é preciso garantir um ambiente econômico seguro, de forma que os riscos envolvidos sejam reduzidos. “Os contratos devem garantir estabilidade ao longo do prazo da concessão ou PPP e apresentar definições e objetivos adequados, além de metas de cobertura e

alocação de risco”, diz a Pesquisa. Ranking A Pesquisa CNT de Rodovias faz o ranking de 109 ligações rodoviárias. São trechos formados por uma ou mais rodovias federais ou estaduais pavimentadas, com grande importância socioeconômica e volume significativo de veículos de cargas e/ou de passageiros, interligando territórios de uma ou mais Unidades da Federação. As dez melhores ligações são formadas por rodovias concedidas e todas passam pelo Estado São Paulo. A que ocupa o primeiro lugar é a São Paulo (SP) - Limeira (SP), formada pelas rodovias: SP-310/BR-364, SP-348. Já a pior classificada é a Belém (PA) – Guaraí (TO), formada pelas seguintes rodovias: BR-222, PA150, PA-151, PA-252, PA-287, PA447, PA-475, PA-483, TO-336.

em 2013, somente 33,2% foram pagos

MALHA PAVIMENTADA

nal dos veículos utilizados para o transporte de cargas e de passageiros e reduzem a possibilidade de ocorrência de acidentes relacionados com as condições de infraestrutura. Entretanto, de acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias, no caso brasileiro, os benefícios de uma infraestrutura rodoviária adequada são restritos. As deficiências constatadas no pavimento, na sinalização e na geometria da via contribuem para aumentar o consumo de combustível e de lubrificantes, para desgastar mais os freios, para elevar os gastos com reposição de pe-


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SP-300 (SÃO PAULO)

EXTENSÃO Malha rodoviária brasileira

SEGURANÇA

ças e de manutenção. Também elevam o tempo de viagem. No transporte de cargas, por exemplo, tudo isso leva ao aumento do preço do frete. Considerando somente as condições do pavimento, a Pesquisa CNT de Rodovias aponta o acréscimo médio no país do custo operacional em 25%. A região que apresenta o maior incremento nesse custo devido ao pavimento é a Norte (39,5%), seguida pela Centro-Oeste (26,8%), Nordeste (25,5%) e Sudeste (21,5%). O menor acréscimo de custo ocorre no Sul (19%). “Esse aumento de custo é muito elevado e dificulta o desenvolvimento. Percebemos que a situação das rodovias tem piorado a cada ano, cor-

COMPARAÇÃO


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CONCEDIDAS E PÚBLICAS Veja a comparação entre a situação das rodovias sob gestão concedida (lado esquerdo) e sob gestão pública (lado direito) Estado geral

Pavimento

Pesquisa mostra que rodovias concessionadas oferecem maior qualidade

rendo o risco de haver um apagão logístico no país”, afirma Clésio Andrade. O presidente da CNT cita, por exemplo, o aumento no número de veículos circulando no Brasil, o crescimento do agronegócio, especialmente com a safra recorde de grãos, e a necessidade de circulação de outros produtos pelas rodovias. “O sistema rodoviário não está conseguindo manter nem o que existe. Em algum momento, não vamos ter somente as filas nos portos, vamos ter quilômetros de caminhões parados em todo o sistema rodoviário brasileiro sem conseguir escoar a produção”, diz o presidente da CNT. Clésio Andrade lembrou também do risco gerado pelos pontos crí-

ticos, que tiveram aumento neste ano, de 221 para 250. Meio ambiente Além dos prejuízos econômicos e da maior probabilidade de acidentes, rodovias em estado de conservação ruim são mais prejudiciais ao meio ambiente. A Pesquisa da CNT aponta que 46,9% das rodovias possuem pavimento considerado regular, ruim ou péssimo. Esse fato representa um aumento do consumo de combustível dos veículos que por elas trafegam, gerando reflexos diretos não somente nos custos das viagens, mas também nas emissões de poluentes. Rodovias com estado de con-

Sinalização

Geometria da via

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ESTADO GERAL Situação por região e por Unidade Federativa (%)

SINALI

servação adequado proporcionam uma economia no consumo de combustível de até 5% na comparação com rodovias que apresentam alguma deficiência. Se for considerado o consumo de óleo diesel no Brasil, em 2013, por exemplo, com a melhoria das condições do pavimento, seria possível uma economia de 661 milhões de litros do combustível. Isso representa cerca de R$ 1,39 bilhão e uma redução da emissão de 1,77 megatonelada de gás carbônico, o principal gás de efeito estufa. Malha A necessidade de aumen-


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BR-174 (RORAIMA)

PONTOS CRÍTICOS Ocorrências encontradas na extensão total pesquisada

ABRANGÊNCIA

ZAÇÃO Foi detectada alguma deficiência em 67,3% da extensão pesquisada

tar a malha pavimentada no Brasil é outra questão importante levantada pela Pesquisa. De 2004 a 2013, houve um crescimento de apenas 12,1% na extensão das rodovias federais. Segundo dados do Sistema Nacional de Viação, há no país 1.713.885 km de rodovias, dos quais apenas 202.589 km são pavimentados. Ou seja, apenas 11,8% da malha. E entre as rodovias pavimentadas, 64.921 km são federais. Desse total, apenas 8% são de pista dupla (5.203 km) e 2,1% (1.376 km) são vias

em fase de duplicação. A Pesquisa destaca que embora a presença de pista dupla não seja um pressuposto essencial ao adequado nível de serviço de uma via, rodovias duplicadas proporcionam aumento na capacidade de tráfego e um grau mais elevado de segurança. O estudo da CNT também identifica a infraestrutura de apoio disponível aos usuários, existente às margens das rodovias, como postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas de caminhões

ou ônibus, restaurantes e lanchonetes. Banco de dados A íntegra da Pesquisa pode ser encontrada no site www.cnt.org.br. O estudo, que chega à sua 17ª edição neste ano, é uma ferramenta para se conhecer melhor o perfil da malha rodoviária, para saber quais são os principais problemas e, assim, incentivar a implementação de políticas públicas e o aumento dos investimentos. A Pesquisa CNT de Rodovias também contribui para que o transportador planeje melhor suas viagens. Ro-

dovias com melhor qualidade auxiliam no desempenho operacional e reduzem os custos. De acordo com Clésio Andrade, ao longo de todos esses anos, a CNT solidificou a qualidade da Pesquisa. “Há um rigor em relação à metodologia aplicada, ao trabalho realizado em campo e à consolidação e análise dos dados pela equipe técnica. Tudo para que esse relatório sobre as condições das rodovias brasileiras seja uma referência para os transportadores, para o poder público, para a comunidade acadêmica e para a sociedade em geral.” l


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FENATRAN 2013

Foco no Brasil País desponta como um dos principais mercados para a venda de caminhões e chama a atenção dos fabricantes, que investem cada vez mais em tecnologia POR

afra recorde de grãos projetada para 2013/2014 – 190 milhões de toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado – economia em crescimento e obras de

S

ROSALVO STREIT

infraestrutura nas principais rodovias do país, que devem melhorar as condições de tráfego nas estradas. Esses são alguns motivos que colocam o Brasil na rota dos principais mercados para venda de caminhões no mundo para os próximos anos. Dados da Anfavea (Asso-

ciação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) confirmam que o mercado de veículos pesados está aquecido – as vendas devem aumentar, em média, até 10%, em relação a 2012. Os segmentos de mercado que mais adquirem implementos rodoviários são agronegócio,

construção civil, infraestrutura e transporte de combustíveis e de produtos perecíveis. Em 2012, o setor faturou R$ 8 bilhões e gerou mais de 70 mil empregos diretos e indiretos. Esse clima de otimismo estava presente na 19ª Fenatran (Salão Internacional do


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FOTOS VITAMINA/DIVULGAÇÃO

Transporte). Realizado no fim de outubro e início de novembro, o evento reuniu quase 380 expositores, de 15 países, em São Paulo. Mais de 60 mil pessoas visitaram a feira – número recorde de público - e conheceram o que há de mais moderno à disposição na área de veículos e

serviços destinados aos transportadores de cargas e operadores logísticos. As fabricantes de caminhões apostam alto no mercado brasileiro. A DAF, tradicional montadora europeia, anunciou que, a partir de outubro, entrou oficialmente no mercado brasileiro. Foram

investidos R$ 320 milhões na construção da fábrica em Ponta Grossa (PR), a primeira fora do continente europeu. A meta dos empresários é ambiciosa: produzir 10 mil caminhões por ano e dominar 10% do mercado em cinco anos. A cidade paranaense foi

estrategicamente escolhida. Segundo o presidente da DAF Brasil, Marco Antonio Dávila, a região é de fácil acesso às principais rodovias do país e está próxima ao porto de Paranaguá. “Nossas concessionárias terão o mesmo padrão europeu, e queremos oferecer um serviço de pon-


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FUTURO

Frota de caminhões precisa ser renovada para transporte crescer Para o transporte rodoviário de cargas crescer com sustentabilidade e eficiência, a importância da elaboração de projetos para renovar a frota de caminhões no país foi o centro das discussões da cerimônia de abertura da Fenatran. Todas as autoridades presentes destacaram a necessidade de aprofundar os debates sobre o tema, com a elaboração de projetos por parte do governo federal e dos Estados. O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), senador Clésio Andrade, destacou que essa é uma das principais preocupações da entidade, que lançou, em 2009, o RenovAR (Plano Nacional de Renovação de Frota). Segundo ele, o projeto foi desenvolvido por fatores, como a idade avançada da frota de caminhões, o que

ta aos brasileiros, um produto robusto, de excelente qualidade, com tecnologia e confiabilidade”, explicou o dirigente da empresa, em referência ao caminhão XF-105, o principal modelo que será oferecido aos motoristas brasileiros. A Mercedes-Benz já comemora o aumento das vendas em 2013. Segundo o presidente mundial da companhia, Stefan Buchner, a procura por produtos da companhia aumentou 12% de janeiro a agosto deste ano, em comparação ao mesmo pe-

diminui o rendimento e aumenta os custos de manutenção. Além dos prejuízos ambientais e econômicos causados pelos caminhões antigos em circulação, o presidente da CNT destacou a importância de promover esforços para superar as dificuldades de financiamento dos caminhoneiros autônomos que, na maioria dos casos, têm pouco acesso ao crédito. “Contamos com a boa vontade do governo federal e dos Estados para desenvolvermos programas eficientes de renovação de frota”, afirmou Clésio Andrade. O RenovAr prevê que, a partir de uma faixa de idade preestabelecida, o transportador entregue seu caminhão antigo aos centros de reciclagem e, em troca, receba um bônus para ser usado na com-

“Temos plena confiança no mercado brasileiro e queremos estar entre as três maiores fabricantes do país” CHRISTIAN GONZALEZ, IVECO

pra de um caminhão novo ou de idade inferior ao antigo. “A implantação de um programa de renovação de frota de caminhões no Brasil traz inúmeros benefícios, não só ambientais, como econômicos e sociais, uma vez que retira de circulação veículos que já não têm mais condições de operação”, disse Clésio Andrade. O presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Carga & Logística), Flávio Benatti, concordou que a criação de um programa de renovação de frota, em nível nacional, é urgente. “A idade média da frota brasileira de caminhões é de 18 anos. Precisamos mudar esse quadro, o que vai trazer ganhos em segurança no trânsito e economia de combustível”, destacou.

ríodo do ano passado – 88 mil unidades para 99 mil. O bom resultado é um contraste com a queda de 7% das vendas nos Estados Unidos. No Brasil, a meta é fechar 2013 com crescimento de 10%, enquanto na Europa, por exemplo, a queda deve chegar a 5%. Para continuar com a expansão dos negócios no país, a Mercedes-Benz anunciou que irá investir aproximadamente R$ 1 bilhão no biênio 2014-2015 em suas fábricas de caminhões e ônibus no Brasil. Os recursos serão destinados

Benatti elogiou as iniciativas de Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que estão discutindo e implantando programas voltados à renovação da frota. No entanto, acrescentou que é preciso existir sintonia entre os projetos. “Precisamos discutir uma solução integrada e buscar as correções adequadas em cada programa. Não queremos que cada Estado trabalhe individualmente e, no futuro, isso se torne uma guerra fiscal.” O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, colocou a entidade à disposição da CNT e da NTC&Logística para discutir programas e alternativas para a renovação da frota de veículos pesados no Brasil.

à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, nacionalização da linha de caminhões extrapesados, otimização de processos e modernização de áreas de produção. Também compõem o plano de investimentos projetos de cunho social e ambiental. Tecnologia A Volvo também afirma que trouxe ao Brasil o que há de mais moderno em tecnologia. De acordo com o presidente da companhia na América Latina, Roger Alm, a


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DEMANDA Anfavea estima crescimento de 10% no segmento de veículos pesados este ano em relação a 2012

empresa vai investir pesado para desenvolver caminhões seguros e com baixo consumo de combustível, além de facilitar a compra dos produtos por meio de financiamento e consórcios. “Somos líderes absolutos em segurança veicular e soluções sustentáveis.” O maior lançamento da Volvo na Fenatran foi o extrapesado modelo FH16. Segundo Alm, “um caminhão que levará o transporte de cargas brasileiro a novos patamares”. Indicado para o transporte de cargas indivi-

síveis, a fabricante diz que ele tem o motor mais potente do mundo. “Com a expansão econômica brasileira e o início da construção de grandes obras nos últimos anos, o mercado necessita de veículos com mais força, torque, durabilidade e produtividade”, disse Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da montadora. Outra inovação que valoriza o comércio brasileiro de veículos pesados no Brasil vem da Iveco. Fabricante do Hi-Way, a montadora trouxe a tecnologia de pro-

“Nossas concessionárias terão o mesmo padrão europeu, e queremos oferecer um serviço de ponta aos brasileiros” MARCO ANTONIO DÁVILA, DAF BRASIL

dução do veículo para a fábrica instalada em Sete Lagoas (MG). Foram mais de 150 mil horas de trabalho e R$ 100 milhões investidos na produção. “Fizemos um esforço para nacionalizar o produto e adaptá-lo à realidade brasileira. Foram realizados testes em mais de 2 milhões de quilômetros nas estradas do país”, explicou o diretor de marketing, Christian Gonzalez. De acordo com Gonzalez, a meta é trazer o que há de mais moderno para os transportadores brasileiros. “Nossas vendas


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PERSPECTIVA Clima de otimismo dominou a Fenatran este ano

estão acima das expectativas. Toda a produção de 2013 do HiWay foi vendida em apenas dois meses. Temos plena confiança no mercado brasileiro e queremos estar entre as três maiores fabricantes do país”, afirmou. Além da linha de caminhões, a Iveco desenvolve veículos para transporte de passageiros e veículos de defesa em parceria com o Exército Brasileiro. Para o presidente da MAN na América Latina, Anders Nielsen, três pilares sustentam o trabalho da montadora no Brasil: sus-

tentabilidade, eficiência e lucratividade. Ele elogiou a postura dos consumidores brasileiros, cada vez mais exigentes. A empresa lançou 14 novos produtos na Fenatran 2013. “Os clientes querem veículos adaptados à realidade do país, principalmente ao clima. Isso nos ajuda a melhorar a qualidade de nossos serviços no mundo todo.” Sustentabilidade Além das melhorias em tecnologia, a tendência para os próximos anos é a produ-

ção de caminhões cada vez mais sustentáveis – menos poluentes e com menor consumo de combustível. A Renault saiu na frente e fechou uma parceria com a FedEx Express, filial da maior empresa de transporte expresso do mundo. A partir de janeiro de 2014, seis veículos elétricos, modelo Kangoo Maxi Ze, com zero emissão de gás carbônico, irão circular nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Maior feira de transporte da América Latina e uma das

cinco maiores do mundo, o sucesso da Fenatran comprova que o mercado brasileiro de caminhões entrou definitivamente na rota das grandes montadoras. Outro dado importante, que justifica o potencial desse setor, é o fato de a matriz de transporte do Brasil ser predominantemente rodoviária – 66% da movimentação de cargas é feita por esse modal. l O repórter viajou a convite da Anfavea



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ECONOMIA

cenário econômico nacional, com taxas de crescimento abaixo do esperado e evolução dos juros e do câmbio, tem afetado as perspectivas de crescimento no setor de transporte. Apesar de acreditarem no aumento do volume de cargas e de passageiros em 2013, os transportadores estão mais cautelosos em relação a seus investimentos e preocupados com o custo dos insumos. De acordo com a Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2013 – Fase 2, divulgada pela CNT no início de outubro, a maior parte dos transportadores (40,6%) espera pela manutenção do nível de crescimento da economia nacional. Outros 30,3% apostam em crescimento e, 25,8%, em redução. No início do ano, os percentuais eram de 41,9%, 42,9% e 10,9%, respectivamente.

O

Redução do otimismo Em novo estudo realizado pela CNT, transportadores se mostram mais pessimistas quanto ao crescimento econômico e à evolução dos custos do setor POR

O levantamento, realizado com 488 transportadores (436 do modal rodoviário - cargas e passageiros - e 52 do modal aquaviário - navegação marítima e interior), tem como objetivo identificar as perspectivas de quem atua no setor para temas como macroeconomia, investimentos em infraestrutura e atividade empresarial. O estudo teve início em 2012. A cada ano são realizados

LIVIA CEREZOLI

dois levantamentos. No primeiro semestre, são apresentadas as expectativas dos transportadores para os próximos meses. No segundo semestre, as mesmas são reavaliadas. Segundo as avaliações da CNT, essa redução no otimismo pode ser atribuída ao desempenho da economia brasileira nos primeiros meses do ano. Entre os entrevistados, 71,3% atribuem a perda de dinamis-

mo à política econômica que vem sendo adotada. Além disso, a Sondagem revelou uma crise de credibilidade em relação à capacidade do governo de gerir a economia. A maior parte dos transportadores (95%) afirmou que seu grau de confiança na gestão do governo é baixo ou moderado. Em relação à inflação, houve aumento significativo entre os transportadores que acre-


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EXPECTATIVAS DOS TRANSPORTADORES Veja dados da sondagem IMPACTO DA INFLAÇÃO NA ATIVIDADE (%)

CRESCIMENTO DA ECONOMIA (%) 45 35 40 30 25 20 15 10 5 0

42,9

41,9 40,6

56,0

30,3 25,8

10,9 4,3 3,3 Aumento

Manutenção

Março/13

Redução

4,1 1,2

Não sabe

Outubro/13

Elevado

ÍNDICE DE INFLAÇÃO (%)

Moderado

Baixo

Não sabe

CAUSA DA PERDA DO DINAMISMO ECONÔMICO (%)

72,2

80 70

38,7

62,6

71,3

26,0

60 50 40

30,1

30

20,1

20 10 0

Aumento

Manutenção

Março/13

5,0 6,1

2,3 1,6

Redução

Não sabe

2,7

Política econômica adotada pelo governo brasileiro

Outubro/13 Reflexos das crises econômicas internacionais

CUSTO DOS INSUMOS (%) 80

Não sabe

79,3 79,0 CONDIÇÕES DA INFRAESTRUTURA (%)

70

48,6

60 50 40 30 18,2 18,2

20 10 0

2,3 1,8 Aumento

Manutenção

Combustível

Redução

0,2 1,0 Não sabe

20,5 30,5

Óleo lubrificante

0,4

INVESTIMENTOS PARA SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA (%) Não são capazes de solucionar São capazes de solucionar Não sabe

75,9 18,2 5,9

Vai melhorar

Vai manter

Vai piorar

Não sabe

Fonte: Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2013

ditam na alta do índice. No início de 2013, 62,6% esperavam por uma inflação superior a de 2012. Agora, são 72,2%. A CNT avalia esse cenário, de certa forma, como preocupante, já que 56% dos entrevistados afirmam que a inflação tem impacto elevado em suas operações. “Com a concretização de uma inflação mais alta, os custos totais podem ser aumentados. Isso reduz o dinamismo do setor e gera impacto em todos os produtos transportados”, afirma o presidente da confederação, senador Clésio Andrade. Após os reajustes no preço dos combustíveis no começo do ano e a especulação de um novo aumento ainda em 2013, 79,3% dos transportadores afirmaram temer nova elevação do principal insumo do setor. Para 18,2%, os preços atuais do diesel e do bunker (combustível utilizado nas embarcações) devem ser mantidos. Quanto ao óleo lubrificante, 79% esperam por aumento e apenas 1,8%, por redução. Para 80,8% dos transportadores do setor rodoviário


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CNT TRANSPORTE ATUAL

NOVEMBRO 2013

JÚLIO FERNANDES/CNT

de cargas e de passageiros, os pneus também ficarão mais caros. Quanto às taxas portuárias, 44,2% dos transportadores aquaviários acreditam em manutenção do valor. Já o custo da praticagem deve sofrer elevação para 30,8% dos entrevistados. A sondagem também aponta que o impacto do câmbio é elevado na atividade de transporte para 37,5% dos transportadores entrevistados. Apenas 18,4% acreditam que o impacto é baixo. O dólar já ultrapassou a marca de R$ 2,40 em 2013 e, diante dessa elevação, 76,5% dos entrevistados acreditam que um novo aumento poderá afetar a economia brasileira ainda este ano, enquanto 18% acreditam que não. O levantamento ainda faz referência aos investimentos públicos aplicados na infraestrutura de transporte. Para 75,9% dos entrevistados, os R$ 16,4 bilhões disponíveis para investimento não serão capazes de solucionar os problemas logísticos do país. O índice dos que acreditavam em uma melhora das condições da infraestrutura caiu de 38,8%, no início de 2013,

UNIVERSO Levantamento ouviu 488 transportadores do modal rodoviário e do modal aquaviário

para 20,5% neste segundo semestre. “Essa descrença na aplicação dos recursos e na melhora da infraestrutura está relacionada à dificuldade que o governo federal tem de gerenciar o orçamento disponível e em realizar as concessões anunciadas no ano passado”, ressalta o presidente da CNT, senador Clésio Andrade. A Sondagem também questionou os transportadores do setor

rodoviário de cargas e do aquaviário sobre as novas legislações que regem as atividades. Em relação à Lei do Caminhoneiro, os números da Sondagem revelam que as novas regras, em vigor desde o ano passado, exigiram novos investimentos em mão de obra e equipamentos. Entre os transportadores rodoviários, 57% afirmaram ter contratado novos profissionais e 38,6% adquiriram novos veículos para cumprir os prazos depois da lei.

No setor aquaviário, a Lei dos Portos é aprovada por 84,4% dos empresários entrevistados, gerando expectativa de melhoria no nível de serviço para 78,1% deles. Entre os maiores avanços da nova legislação, 43,7% citaram o aumento da participação da iniciativa privada na infraestrutura portuária. A íntegra do relatório está disponível no site da CNT (www.cnt.org.br). l


CIT/DIVULGAÇÃO

ASSEMBLEIA DA CIT

POR

LETICIA SIMÕES

20ª Assembleia Geral da CIT (Câmara Interamericana de Transportes), realizada nos dias 10 e 11 de setembro, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (EUA), contou com a presença de 16 países, entre entidades membros da Câmara, representantes governamentais e de organismos internacionais. O evento foi aberto pelo secretário-geral da CIT, Paulo Vicente Caleffi, e pelo chefe da Seção de Facilitação de Comércio da Unctad (Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento), Jan Hoffmann. Durante o encontro, foram discutidos, entre outros temas, o impacto das políticas dos governos sobre o setor e a situação nas fronteiras dos países do continente, considerado um dos principais desafios ao transporte internacional nas Américas. Sobre o assunto, foi aprovada uma resolução que pretende convencer os governos da região a manter os serviços de liberação de cargas nas fronteiras por 24 horas

A

Conquista relevante Entidade ganha status como entidade observadora junto à Unctad/ONU diárias, durante os sete dias na semana, de maneira ininterrupta. Além disso, a proposta sugere a revisão dos feriados, uma vez que eles interrompem os fluxos internacionais de bens e de pessoas. Hoffmann, da Unctad, enfatizou a importância dos transportes e da facilitação dos fluxos “transfronteiriços” para o desenvolvimento das nações. Na seção dedicada ao Brasil, Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF (Associação Nacional dos

Transportadores Ferroviários), fez uma apresentação sobre o transporte ferroviário brasileiro. A 20ª edição da assembleia foi marcada pela aprovação do status da CIT como entidade observadora junto à Unctad/ONU. De acordo com a Câmara, esse é um acontecimento importante para a entidade, que já mantém relações com a OEA (Organização dos Estados Americanos), Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) e outros organismos internacionais.

As assembleias da CIT são abertas ao público e ocorrem duas vezes ao ano, sempre em um dos países nos quais a Câmara tem representação ou onde estão sediadas organizações parceiras. A 21ª edição do evento tem realização prevista para abril de 2014, em Genebra, na Suíça, sede da IRU (União Internacional de Transportadores Rodoviários), com a qual a CIT mantém um acordo de cooperação desde 2012. l




TRANSPORTE COLETIVO

POR LIVIA

CEREZOLI

cada vez maior o número de pessoas que vivem em centros urbanos. Com o inchaço das cidades, os problemas estruturais ficam mais evidentes. Uma população maior significa aumento de demanda nas áreas de transporte, de moradia, de saneamento e de educação. Estimativas apontam que, até 2050, 70% da população global viverá nas cidades. No Brasil, os índices de urbanização são ainda maiores. A previsão é que esse percentual chegue a 95%. Números do Censo 2010, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que a população urbana do país já atingiu 84,3%. Diante dessa realidade, especialistas em transporte afirmam que repensar as cidades a partir da questão da mobilidade é essencial para oferecer mais qualidade de vida a quem vive nos centros urbanos.

É

Repensan Com o rápido processo de urbanização da população Para o arquiteto e urbanista Carlos Leite, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no século 20, as cidades se expandiram e se esgotaram. Agora, no século 21, é preciso reinventá-las. “No Brasil, nunca fizemos cidades para as pessoas, e che-

gamos a um ponto que elas estão doentes e precisam ser tratadas.” Leite engrossa o coro dos que defendem a não priorização do uso do automóvel e acredita que as cidades precisam ter centralidades compactas, onde as pessoas pos-

sam morar, trabalhar e se divertir em um pequeno espaço sem a necessidade de utilizar veículos motorizados para se locomover o tempo todo. O urbanista questiona como o carro pode ser uma grande invenção para os deslocamentos se na maior parte


ANPTRILHOS/DIVULGAÇÃO

do as cidades mundial, é fundamental pensar em soluções de mobilidade urbana do dia ele fica parado. “As pessoas usam os automóveis para ir até algum lugar e deixam ele lá, ocupando espaços públicos. Que invenção é essa feita para transportar cinco e, às vezes, até sete pessoas, mas na maior parte do tempo circula com apenas uma ou no

máximo duas? O carro é a invenção do século 20 e a burrice do século 21”, afirma ele. O problema da mobilidade foi o tema central do 19º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, realizado pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), no iní-

cio de outubro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. “Entendemos que por meio do transporte público podemos qualificar a vida urbana. A urbanização brasileira não aconteceu da maneira como deveria. Insistimos, há muitos

anos, que o automóvel particular não é a melhor forma de locomoção dos indivíduos. Ocupamos as cidades de maneira errada, fizemos tudo que não deveríamos, e, hoje, nossas cidades pagam um preço alto por isso”, destacou o presidente da associação,


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CNT TRANSPORTE ATUAL

NOVEMBRO 2013

GRANDES EVENTOS

A experiência de Londres Depois da Jornada Mundial da Juventude, realizada em julho deste ano, a cidade do Rio de Janeiro se prepara agora para os Jogos Olímpicos de 2016. E mesmo que a avaliação tenha sido positiva – apesar dos problemas existentes – algumas ações podem ser aprimoradas a partir da experiência de Londres, sede da Olimpíada de 2012. Mais do que oferecer serviços de qualidade para evitar problemas de mobilidade durante o maior evento esportivo do mundo, a capital inglesa se propôs a deixar um legado para a população depois da realização das competições. De acordo com Antonino Letteriello, gerente de mobilidade dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 da empresa TfL (Transport for London), foram investidos R$ 7 bilhões na ampliação e na modernização dos sistemas de trens e de metrô na cidade. Também foram criados 82 km de ciclovias. “Nossa ideia era assegurar que 100% das pessoas pudessem se movimentar por transporte público, a pé ou de bicicleta durante os dias dos jogos, mas mais do que isso,

queríamos deixar um legado para a cidade. Essa era a proposta principal”, diz ele. Todas as obras de infraestrutura foram entregues um ano antes do início das competições, permitindo assim que a população e os gestores se familiarizassem com os novos equipamentos. Segundo Letteriello, esse período foi fundamental para realizar as adaptações necessárias antes do início do evento. “Se existe uma lição de toda a experiência que vivemos, é que quanto mais cedo melhor”, afirma o gerente. Além de melhorias na infraestrutura dos sistemas, a cidade também adotou medidas para reduzir o impacto que um grande número de visitantes poderia causar no dia a dia da população. “Precisávamos garantir que a cidade continuasse funcionando em sua totalidade”, explica Letteriello. Londres elaborou um plano de deslocamento em que propôs a alteração do horário de trabalho das pessoas, incentivando o trabalho em casa e a realização de entrega de mercado-

rias em horário alternativo, já que esse serviço é realizado pelas linhas do metrô que estariam sendo utilizadas por atletas, turistas e jornalistas de todo o mundo. De acordo com o gerente, essa experiência permitiu que a cidade solucionasse, inclusive, alguns problemas de congestionamentos. “As empresas aceitaram nossas propostas, e o trânsito, hoje, funciona melhor.” Durante a Jornada Mundial da Juventude, o Rio de Janeiro recebeu 300 mil pessoas de 165 países. De acordo com o diretor regional da ANTP e responsável pela mobilidade na jornada, William Aquino, o número de pessoas que visitaram o Rio na semana do evento foi cinco vezes maior do que a população que a cidade recebe no Réveillon. Segundo Aquino, para os próximos eventos, a cidade deve levar em conta a possibilidade do deslocamento de pessoas a pé e, para isso, deve trabalhar melhor a questão das calçadas e a largura das vias de circulação de pedestres. (Com Ana Rita Gondim)

Ailton Brasiliense, durante a abertura do evento. De acordo com ele, a sociedade civil tem papel fundamental nessa nova organização das cidades que se propõe porque ela é a grande beneficiada. Brasiliense destaca a necessidade de planejar as cidades daqui para frente lembrando que, em breve, a população brasileira deve alcançar 230 milhões de pessoas.


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ANTP/DIVULGAÇÃO

DEBATE ANTP reuniu especialistas para discutir o futuro das cidades

De acordo com Joaquim Aragão, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB (Universidade de Brasília), ter bons serviços de transporte tem seu custo, mas é muito mais caro pagar pela ausência dele. “Fala-se muito no custo logístico para escoar a produção agrícola, mas e nas cidades? Não ter mobilidade, com certeza, é mais caro do que

ter mobilidade de qualidade.” Para garantir níveis razoáveis no serviço de transporte coletivo, o Brasil precisaria investir R$ 92 bilhões. Isso significa ampliar, nos próximos oito anos, em quase seis vezes, o volume de recursos que é destinado ao setor. Entre 2011 e 2014, a previsão de investimentos é de apenas 0,05% do PIB (Produto Interno Bruto), mas o ideal seria

“No Brasil, nunca fizemos cidades para as pessoas” CARLOS LEITE, URBANISTA

um percentual de 0,27%, segundo cálculos do técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Carlos Henrique Ribeiro Carvalho. De acordo com ele, o Brasil tem 2 milhões de habitantes para cada 10 km de metrô, totalizando 308 km. Enquanto isso, no México, onde a extensão chega a 541 km, a proporção é de 1 milhão de habitantes para cada 10 km de linhas. “Para atingirmos o mesmo nível do México, seria necessário investir R$ 58 bilhões na ampliação da nossa rede metroferroviária. A esse valor, soma-se a necessidade de investir mais R$ 34 bilhões no sistema de ônibus das principais cidades brasileiras, chegando ao valor de R$ 92 bilhões”, explica o técnico. Para alavancar recursos para o setor, Carvalho defende a criação de um processo de financiamento do transporte público no qual a população mais rica, usuária do transporte individual, contribuiria com o pagamento de pedágios urbanos ou de estacionamentos privados. “Não podemos apenas ampliar a oferta do coletivo, é preciso restringir o uso do individual


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CNT TRANSPORTE ATUAL

também. Dessa maneira, os mais ricos também se beneficiariam porque teriam um trânsito mais livre para circular com seus carros.” Operadores do sistema também defendem a criação de alternativas para financiar o transporte. De acordo com Lélis Marcos Teixeira, presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), é preciso inverter os volumes dos subsídios oferecidos ao transporte individual e ao coletivo. “É inadmissível que o transporte particular tenha 90% de incentivos fiscais, com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o cancelamento da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para regular o preço da gasolina, e o coletivo tenha apenas 10%, como acontece hoje. Em outros países, temos cidades com subsídios que ultrapassam os 60%, como é o caso de Amsterdã, com 62%, e Berlim, com 69%”, destaca ele. Depois das manifestações populares de junho, a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de um Pacto da Mobilidade e a destinação de R$ 50 bilhões ao setor. Ou-

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“O carro não é a melhor maneira de locomoção individual” DECISÃO

AILTON BRASILIENSE, ANTP

tros R$ 40 bilhões fazem parte de investimentos anunciados anteriormente no PAC Grandes Cidades e no PAC Médias Cidades. Porém, só a liberação dos valores não soluciona o problema. As dificuldades do setor também esbarram na falta de projetos que contemplem os sistemas de transportes coletivos. Segundo o secretário Nacional de Trans-

porte e Mobilidade do Ministério das Cidades, Júlio Eduardo dos Santos, poucas cidades têm projetos prontos para executar de imediato. “As obras não saem do papel pela falta de projetos. Das obras previstas no programa que contempla municípios entre 250 mil e 700 mil habitantes, apenas uma, o VLT de Santos (SP), está em execução. Todas as demais estão

em fase de elaboração de projetos ainda.” O PAC Médias Cidades foi lançado no segundo semestre de 2012. O presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbano), Otávio Vieira da Cunha Filho, afirma que a realidade vivenciada hoje nas cidades é uma crise anunciada. “Sabíamos que, com a forma como os centros urbanos estavam


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ARQUIVO/NTU

“Não ter mobilidade é mais caro do que ter mobilidade de qualidade” Priorizar o uso do transporte coletivo é a solução para congestionamentos

sendo planejados, estaríamos diante de um grave problema de transporte.” De acordo com ele, o transporte público nunca foi prioridade para as diversas instâncias do governo, e o assunto ganhou fôlego somente após as manifestações registradas pelo país no mês de junho. “Precisamos de um plano emergencial para responder às demandas das ruas, mas

também pensar no futuro. É preciso estabelecer diretrizes e dar prioridade ao transporte público, fazer planos de mobilidade, construir redes integradas e estabelecer uma política tarifária justa.” Segurança Além de solucionar os problemas da mobilidade urbana, investir em sistemas de transporte coletivos também pode

JOAQUIM ARAGÃO, PROFESSOR DA UNB

contribuir para a redução de mortes no trânsito. Dados do ITF (Fórum Internacional de Transporte, da sigla em inglês) revelam que 80% das mortes ocorrem em países de renda média, onde a população tem riquezas suficientes para comprar carros, mas as cidades não têm infraestrutura para organizar seus sistemas de transportes públicos. O ITF é formado por repre-

sentantes dos ministérios dos Transportes de 54 países membros, a maioria localizada no hemisfério norte. Na América Latina, somente o Chile integra o grupo. De acordo com José Viegas, secretário-geral do fórum, o Brasil ainda não conseguiu elencar as prioridades no trânsito e, por isso, mantém índices bastante elevados de acidentes fatais. “Não adianta fazer planos para cumprir inúmeras metas sem ações efetivas. O país precisa entender que esse problema do trânsito é um problema nacional.” Viegas ressalta a importância da valorização dos direitos dos pedestres e a necessidade de se repensar a engenharia das vias urbanas, além de campanhas para conscientizar sobre os riscos do excesso de velocidade. Estudos mostram que veículos a 30 km/h podem provocar acidentes graves ou com mortes se os envolvidos forem pedestres ou ciclistas, a 50 km/h, o risco de morte acontece nas colisões laterais entre veículos, e a 70 km/h, nas colisões frontais. l (Com Rosalvo Streit e Natália Pianegonda)


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AVIAÇÃO

Asas ao futuro Alunos brasileiros vencem concurso internacional da Airbus com solução para agilizar a carga e a descarga das bagagens POR LETICIA

terceira edição do concurso internacional universitário FYI (Fly Your Ideas), realizado pela fabricante de aeronaves comerciais Airbus, consagrou cinco alunos da FAUUSP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo). A equipe Levar foi o primeiro grupo de estu-

A

SIMÕES

dantes brasileiros a ser selecionado para a fase final da competição. O projeto vencedor propõe um sistema rápido de carga e descarga de bagagens nos porões dos aviões, reduzindo o tempo da operação em até 30%. Formada pelos alunos do quarto ano do curso de design da FAU, Marcos Philipson, Leo-

nardo Akamatsu, Adriano Furtado, Caio Reis e Henrique Corazza, a equipe apostou no tema Crescimento do Tráfego, um dos seis propostos pela Airbus para desenvolver o sistema de carga e descarga. Os outros tópicos para a disputa deste ano da FYI eram Energia, Eficiência, Crescimento Sustentável, Experiência

dos Passageiros e Políticas para a Comunidade. Para a Airbus, esses são os principais desafios do século 21 para uma indústria de aviação mais sustentável. As duas últimas temporadas do desafio (2009 e 2011) atraíram mais de 200 participantes da América Latina. Na primeira etapa dessa edição,


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AIRBUS DIVULGAÇÃO

os brasileiros concorreram com outras 618 equipes de universidades de todos os continentes. Para a segunda fase, foram selecionados 102 grupos. A Levar trouxe para o Brasil um prêmio no valor de 30 mil euros. Além da premiação em dinheiro, a Airbus oferece à equipe campeã uma semana

de workshops, com especialistas da companhia, no campus da universidade. A atividade conhecida como Semana de Inovação deve ser realizada na USP, em novembro, segundo expectativas da fabricante. O segundo lugar ficou com a equipe CLiMA, do Royal Melbourne Institute of Technology, da Austrália, que recebeu

15 mil euros. A proposta foi desenvolver uma aeronave movida por uma mistura de biometano liquefeito, produzido de forma sustentável, e gás natural liquefeito (Bio-GNL). Chamado de Sistema Rápido de Carga e Descarga para Compartimentos de Carga do Avião, o projeto dos alunos da USP utiliza uma plataforma

com colchões de ar inflados automaticamente, criando um declive no compartimento de bagagens do avião. Esse declive, somado à base curva que reduz o atrito, permite que as malas sejam carregadas e descarregadas com a ajuda da gravidade. “A proposta reduz o tempo de operação e também a carga


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CNT TRANSPORTE ATUAL

de trabalho dos funcionários que lidam com as bagagens nos aeroportos. A solução se baseia em um estofamento de ar inspirado pelas mesas de hóquei. A redução no tempo da operação pode chegar a, aproximadamente, seis minutos”, afirma Marcos Philipson, líder da equipe campeã. De acordo com ele, a ideia de desenvolver o sistema surgiu no fim de 2011, durante aulas da disciplina projeto de produto. “O grupo realizou pesquisas em aeroportos, entrevistou aeroviários e tripulação para encontrar um problema que fosse importante ser solucionado. Um funcionário nos contou sua rotina, e percebemos que a questão da carga e descarga nos porões podia ser melhorada. Então, decidimos realizar um projeto voltado para essa demanda”, diz Philipson. O estudante afirma ainda que o grupo observou a insatisfação dos passageiros com relação à demora para receber as malas quando embarcam ou desembarcam nos aeroportos. A partir daí, o foco foi dar celeridade ao manuseio das bagagens. O projeto, segundo o grupo, beneficia as três partes do processo: o passageiro, que recebe

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“A proposta reduz o tempo de operação e a carga de trabalho dos funcionários que lidam com as bagagens nos aeroportos” VENCEDORES

MARCOS PHILIPSON, ESTUDANTE

sua bagagem com maior agilidade e com menos danos; a companhia aérea, que passa a ter reconhecimento por sua postura socialmente responsável e, consequentemente, menores registros de reclamações com relação às bagagens; e o colaborador, que tem sua tarefa facilitada. Robinson Salata, professor da FAU-USP e orientador da equipe, destaca que a proposta do grupo se encaixa com a realidade observada atualmente nos aeroportos, principalmen-

te no que tange ao extravio e danificações de bagagem. O tempo mínimo e máximo para que as companhias aéreas embarquem e desembarquem a bagagem também está, conforme o professor, adequado ao atual momento da aviação. A apresentação dos brasileiros foi o ponto alto da grande final, segundo o júri da Airbus. Mais de 60 avaliadores da fabricante examinaram as propostas quanto à qualidade, os benefícios ambientais e o nível

de inovação demonstrado pelas equipes. A banca avaliadora da última etapa contou com a presença de Charles Champion, vice-presidente executivo de Engenharia da Airbus. Cinco equipes foram selecionadas para a última fase dessa edição da FYI. “A proposta da Levar é inovadora. A equipe adotou uma visão ampla de como melhorar a indústria da aviação, sem limitar suas ideias à


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AIRBUS/DIVULGAÇÃO

Brasileiros recebem premiação em concurso universitário promovido pela Airbus

aeronave, mas considerando também as operações em terra”, diz Champion. A apresentação final foi realizada em junho, na linha de montagem do modelo A380, em Toulouse, na França. O anúncio do vencedor aconteceu durante a Feira Le Bourget, uma das maiores e mais importantes exposições internacionais do modal aeroviário, realizada nos arredores de Paris. Já o prêmio foi entregue na capital francesa, na

sede da Unesco, entidade que apoia o concurso. Philipson diz que o grupo recebeu treinamentos em inglês para melhorar a entonação e convencer na apresentação. “Antes da disputa, a sensação era que o Brasil não tinha equipes capazes de fazer frente às universidades de outros países. A Levar mostrou o contrário”, afirma o líder. O grupo brasileiro estuda patentear o projeto. “A USP deve encaminhar esse processo.

O grupo está conversando com a universidade, mas ainda não há nada definido.” De acordo com ele, a Airbus ainda não se manifestou quanto à viabilidade comercial do sistema rápido de carga e descarga. “Não sei se já há interesse de empresas nacionais e internacionais. Desejo que a ideia se torne realidade, pois os benefícios atingem colaboradores e passageiros, uma vez que atenua o tempo de operação das bagagens e diminui o risco de lesão dos funcionários que atuam com as malas.” A Airbus afirma que o Fly Your Ideas foi lançado para estimular ideias e a troca entre a fabricante e a comunidade acadêmica de todos os continentes para inspirar futuros engenheiros e profissionais que podem vir a atuar no setor. Ainda conforme a companhia, o propósito do FYI é oferecer aos alunos participantes a oportunidade de desenvolver o trabalho em equipe, além de melhorar a criatividade e propor a inovação de habilidades, como a gestão de projetos e a desenvoltura na apresentação das propostas. A fabricante afirma ainda que um dos objetivos é fazer

com que estudantes e universidades de todo o mundo compartilhem informações sobre seus projetos e, desse modo, estimulem a discussão sobre as inovações e também sobre os principais desafios do setor para moldar o futuro da indústria da aviação, tanto durante a competição quanto depois. A próxima edição do FYI será em 2015. A Airbus afirma que a divulgação da disputa é feita por meio de comunicados de imprensa, campanhas de divulgação em mídias sociais e notificações em seu site. Apesar de não confirmar se estuda a possibilidade de investir comercialmente no projeto do grupo brasileiro, a Airbus ressalta que cerca de 3.000 pessoas trabalham atualmente, direta ou indiretamente, em mais de cem projetos de pesquisa e tecnologia da companhia. Ainda conforme a Airbus, a empresa arquiva mais de 500 patentes a cada ano e mais de 90% do investimento anual em pesquisa e desenvolvimento (aproximadamente 2 bilhões de euros) estão ligados a benefícios ambientais para as aeronaves atuais e futuras da marca. l


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CNT TRANSPORTE ATUAL

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AQUAVIÁRIO

Fora de rota Desde a década de 1990, o Brasil praticamente não tem embarcações de bandeira nacional operando na navegação de longo curso POR

á pelo menos 20 anos, embarcações de bandeira brasileira deixaram de cruzar os oceanos. Desde então, qualquer produto que chegue ou saia do país é transportado apenas por navios estrangeiros. Ao todo, o Brasil tem uma frota registrada de 155 embarcações, mas praticamente nenhuma delas percorre distâncias maiores do que os trajetos até a Argentina ou o Chile. Segundo informações do Syn-

H

LIVIA CEREZOLI

darma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), na década de 1970, o frete gerado no comércio exterior brasileiro pela Marinha Mercante nacional chegou a 52% do total (com embarcações próprias e afretadas), contra 48% das embarcações estrangeiras. No fim desse período, no entanto, a participação da bandeira brasileira no volume de fretes começou a diminuir e a da bandeira estrangeira, aumentar. No fim dos anos 1980, esse percen-

tual já havia baixado para 17%. Atualmente, os navios de bandeira estrangeira têm participação superior a 90% na receita gerada pelos fretes no transporte marítimo internacional no Brasil. A navegação marítima de longo curso é responsável por 95% do comércio exterior brasileiro. Dados da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) mostram que, no primeiro trimestre deste ano, foram movimentados 231,1 milhões de toneladas nos portos marítimos nacionais. O vo-


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CNT/DIVULGAÇÃO

RETOMADA Brasil precisa ter novamente embarcações nacionais na navegação de longo curso


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CNT TRANSPORTE ATUAL

lume é 1,6% superior ao registrado no mesmo período de 2012. Sem impor críticas à presença de empresas estrangeiras no Brasil, representantes do transporte aquaviário nacional ressaltam a necessidade de o país voltar a ter uma frota própria para poder competir com outros mercados. De acordo com o empresário Washington Barbeito, presidente da Transroll Navegação, empresa que chegou a operar com cinco navios porta-contêineres em anos anteriores, é essencial que o país volte ao transporte marítimo internacional para gerar mais empregos, reduzir o déficit de fretes e, inclusive, reduzir o tão falado custo-Brasil. “Ninguém é contra estrangeiros, mas é mais do que salutar se dispor de frota própria para ao menos competir”, afirma ele. De acordo com Barbeito, a inexistência de embarcações brasileiras na navegação de longo curso faz com que o país perca competitividade, principalmente entre os outros emergentes, como a China, que tem grandes estaleiros, armadores com frotas significativas e crescimento anual nas exportações. “O Brasil não pode ser a única potência emergente a não contar com navios porta-contêineres nos portos do mundo.” Até o início da década de 1990, as rotas marítimas de longo curso

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CONSTRUÇÃO Maior parte da produção dos estaleiros

eram realizadas por meio da Conferência de Fretes, um acordo que regulava as operações no setor. Pela conferência, os valores dos fretes eram distribuídos entre os operadores envolvidos, sendo 40% para a empresa brasileira, 40% para o país de destino da mercadoria e 20% para outras bandeiras que realizassem a rota. Para o vice-presidente da CNT do transporte aquaviário, ferroviário e aéreo, Meton Soares, sem operar com navios próprios,

o Brasil deixa de ganhar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões em valores de frete que compõem a balança comercial. “A arrecadação com esses fretes gira em torno de R$ 20 bilhões. Como não existe mais a garantia da participação dos 40% da bandeira brasileira, deixamos de arrecadar um montante significativo.” A volta da operação de navios brasileiros no longo curso ainda traria vantagens para a navegação costeira, afirmam os repre-

sentantes do setor. Atualmente, por lei, somente embarcações de bandeira brasileira podem operar na cabotagem. Os afretamentos de bandeiras estrangeiras são permitidos apenas quando não existem embarcações nacionais em número suficiente para realizar as operações. “Armadores brasileiros poderiam, na ida e no retorno, transportar cargas de cabotagem, ganhando economia de escala e redução de custos. Por lei, os na-


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AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

“O Brasil não pode ser a única potência emergente a não ter grandes navios no mundo” está voltada para o setor de petróleo

vios estrangeiros que hoje chegam a Recife (PE), por exemplo, não podem pegar cargas destinadas a Santos (SP), o que nacionais poderiam fazer, racionalizando o transporte, com redução de custos”, destaca Barbeito. Na visão de Nelson Carlini, engenheiro naval e presidente do Conselho de Administração da Logz Logística Brasil, existe uma série de condicionantes que impedem a operação com navios de bandeira brasileira.

WASHINGTON BARBEITO, EMPRESÁRIO

“Para operar com embarcações nacionais, a tripulação também precisa ser nacional e, comparando com o restante do mundo, nossos encargos trabalhistas são muito altos.” Segundo ele, para permitir a volta da bandeira brasileira nas operações de longo curso, é preciso criar atrativos, como alguns países da Europa já fizeram. Entre as medidas que deveriam ser aplicadas, ele defende a isenção de uma série de tributos que incidem

sobre as companhias, além de uma flexibilização das leis trabalhistas que regem o sistema. “O que não pode acontecer é a volta da reserva de mercado. A valorização da atividade não pode passar pela proibição da atuação de empresas estrangeiras. Isso não é saudável e não traz competitividade”, destaca Carlini. Além dessas questões, a retomada da participação de embarcações brasileiras na navegação de longo curso também esbarra na dificuldade da construção de navios. Atualmente, a indústria naval brasileira está voltada para o mercado offshore, com foco na atividade petroleira. O Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore) afirma que, mesmo estando preparados para atender à demanda de navios mercantes, os estaleiros não têm recebido encomendas de navios porta-contêineres, por exemplo. Um dos motivos para essa falta de pedidos é o preço das embarcações. De acordo com Carlini, as embarcações nacionais têm custo de aquisição 70% superior às estrangeiras. “Enquanto lá fora os navios são vendidos a US$ 35 milhões, aqui, o valor chega a US$ 100 milhões. O país necessita de uma política que valorize a indústria naval e, ao mesmo tempo, possibilite a redução de custos. O

mercado não se sustenta dessa maneira”, afirma ele. O Sinaval reconhece que as grandes operadoras da navegação de longo curso preferem concentrar suas encomendas em estaleiros da Ásia. Segundo o sindicato, em países como China, Coreia do Sul e Singapura, os governos são proprietários, total ou parcialmente, dos estaleiros e, por esse motivo, grandes incentivos são concedidos ao setor. “Esses países reconhecem que a construção naval tem grande importância na geração de emprego e na qualificação de recursos humanos, gerando dinamismo econômico. O debate sobre a questão do custo da construção local necessita, portanto, ser realizado dentro desse contexto, caso contrário não será um debate sério”, afirma o presidente da entidade, Ariovaldo Rocha. O Sinaval tem aproximadamente 50 associados, entre estaleiros e empresas acionistas. No segundo trimestre deste ano, 373 pedidos faziam parte da carteira de encomendas de embarcações nacionais. No mundo todo, segundo estatística da Clarksons Shipping Inteligence, analista internacional do setor de transporte marítimo, existem, aproximadamente, 4.500 navios de médio e grande porte (incluindo plataformas de petróleo) em construção. O Brasil detém 8% desse total. l


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FERROVIAS

Oportunidade de

novos negócios Brasil é um dos países em destaque na quarta edição do Salão da Indústria Ferroviária, em novembro, na Espanha POR

Brasil se prepara para marcar presença em um dos mais importantes eventos do setor ferroviário – o BcnRail (Salão da Indústria Ferroviária), que acontece entre os dias 19 e 21 de novembro, em Barcelona, na Espanha. O país será representado pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) e pela Abifer

O

LETICIA SIMÕES

(Associação Brasileira da Indústria Ferroviária). O objetivo é apresentar o cenário do modal ferroviário brasileiro e atrair novos negócios para os projetos em andamento e os que ainda serão executados. Abifer e ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) estiveram presentes na última edição do BcnRail, há dois anos. De acordo com Vicente Abate, presi-

dente da Abifer, a participação, neste ano, será uma continuidade do trabalho iniciado no Salão de 2011. “A parceria entre empresas espanholas e brasileiras vem de muito tempo. O Brasil recebeu, por diversas vezes, delegações espanholas em eventos realizados aqui.” Segundo Abate, o modal ferroviário nacional tem procurado se expor para o mundo. “Dessa maneira, é possível via-

bilizar e promover o desenvolvimento tecnológico, atraindo mais negócios para o país.” Esta será a quarta edição do BcnRail. O Salão reúne as maiores companhias internacionais e realiza, paralelamente, congressos e exposições de projetos das principais empresas do setor. Serão mais de 50 expositores presentes. “Durante todo o evento, os convidados participam dos


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FOTOS ABIFER DIVULGAÇÃO

”O Brasil é o principal convidado desta edição” FRANCISCO ORJALES, DIRETOR DO BCNRAIL NO BRASIL

seminários e das rodadas de negócios entre operadores e instituições convocadas para o Salão”, destaca Francisco Orjales, diretor do BcnRail no Brasil. Além do Brasil, Uruguai, Argélia e Turquia também foram convidados pela organização para apresentar seus projetos. Essas delegações vão contar com um pavilhão exclusivo. “Todos foram convo-

cados devido ao volume de negócios ferroviários que estão desenvolvendo. O Brasil é o principal convidado desta edição”, afirma Orjales. Além delas, missões comerciais da Rússia e do Reino Unido também vão estar presentes. Segundo o diretor, a organização seleciona as delegações e instituições com foco no incremento do volume de negócios que podem surgir com as

empresas europeias durante o evento. “Os projetos de modernização de seus respectivos sistemas ferroviários também são levados em conta.” Orjales afirma que a realização do 2º Seminário BrasilEuropa dentro da programação do salão também funciona como uma plataforma de investimentos para fortalecer e incrementar os negócios entre o Brasil e os investidores europeus. “Além da presença da delegação no pavilhão, o seminário favorece as rodadas de negócios e os acordos comerciais.” O 2º Seminário BrasilEuropa será coordenado pelas entidades brasileiras presentes no salão. O Brasil conta com 15 operadores ferroviários do transporte de passageiros. A ANPTrilhos, que congrega 13 filiados, espera levar a Barcelona, ao menos, um representante de cada operador. De acordo com Roberta Marchesi, gerente-executiva da ANPTrilhos, além do panorama do mercado, os diretores brasileiros vão destacar alguns dos


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4º BcnRail – Salão da Indústria Ferroviária Quando: de 19 a 21 de novembro Onde: em Barcelona, Espanha O quê • Mais de 50 expositores entre as maiores empresas do modal ferroviário global • Simpósios e seminários são realizados paralelamente às rodadas de negócio • Destaque para o 2º Seminário Brasil-Europa, coordenado pela ANPTrilhos e pela Abifer Brasil no evento: a delegação brasileira espera levar, pelo menos, um representante de cada uma das 13 companhias do transporte ferroviário de passageiros filiadas à ANPTrilhos, além de representantes da indústria ferroviária nacional

PERSPECTIVA Salão

“Existe a possibilidade real de atrair a instalação de novas indústrias no Brasil” VICENTE ABATE, PRESIDENTE DA ABIFER

projetos em andamento ou que ainda serão executados, como a Linha 3 do metrô do Rio de Janeiro, e os projetos dos metrôs de Porto Alegre (RS) e de Curitiba (PR), que vão contar com novas extensões. No bojo das propostas ferroviárias brasileiras, destacam-se ainda os projetos de VLT (veículo leve sobre trilhos). Brasília, Rio de Janeiro, Goiânia (GO) e Cuiabá (MT) têm proje-

tos para a implantação do modo. “O Brasil tem um mercado aquecido para a área metroferroviária”, diz Roberta. Uma série de materiais específicos para o evento está sendo confeccionada. “Esses informativos vão apresentar as empresas brasileiras presentes nos pavilhões e os respectivos negócios de cada uma delas”, afirma a gerente da ANPTrilhos. De acordo com ela, não é

possível mensurar um volume de investimento a ser fechado pelos brasileiros durante o BcnRail. “Mas a expectativa é bastante positiva.” Rodrigo Vilaça, diretorexecutivo da ANTF, vai apresentar os projetos ferroviários brasileiros dentro da programação geral do evento. Já a Abifer vai mostrar aos participantes o atual cenário da indústria nacional.


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da Indústria Ferroviária é uma oportunidade de atrair investidores para o setor

De acordo com Roberta, da ANPTrilhos, expor o Brasil no mercado mundial, destacando o potencial do país para o setor ferroviário, é fundamental para o êxito dos projetos nacionais. “O BcnRail é uma oportunidade muito especial para fechar negócios e iniciar parcerias para a concretização das propostas. O Brasil tem uma indústria ferroviária concreta

Serão mais de

50

expositores em Barcelona

que pode atender de forma adequada aos projetos. Esse êxito não impede que parcerias sejam feitas e que novas tecnologias sejam absorvidas para os negócios brasileiros.” Para Abate, da Abifer, a presença do país no Salão de Barcelona pode representar novas fronteiras para o mercado ferroviário. “Existe a possibilidade real de atrair a instalação de novas indústrias no Brasil. Esses eventos permitem o intercâmbio tecnológico. E é possível que, ao invés de uma companhia cogitar exportar seu produto, acabe se interessando em produzi-lo no Brasil.” De acordo com o dirigente, tal probabilidade aumenta o nível de competição na indústria nacional, além de gerar emprego e renda. “Essa aproximação com os negócios internacionais traz ganhos para a indústria brasileira, principalmente em termos tecnológicos. O país tem capacidade para atender à demanda e avançar, mas o co-

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nhecimento e a troca de experiências abrem o leque para novos negócios.” O BcnRail deste ano tem um extenso programa de workshops técnicos. Entre os seminários, destacam-se ainda o 2º Fórum Internacional, conferência organizada pelo Colégio de Engenheiros de Caminhos, Canais e Portos de Catalunha, e a 11ª Conferência de Manutenção no Setor de Transporte da AEM (Associação Espanhola de Manutenção). Outra atração é o espaço chamado Canto Novo do Trilho. Nele, por 25 minutos, todos os expositores vão apresentar suas inovações, incluindo os projetos ferroviários espanhóis. A realização do salão coincide com outros dois eventos de destaque que vão acontecer em Barcelona no mesmo período: a terceira edição do Smart City Expo (Exposição das Cidades Inteligentes, na tradução livre) e o Simpósio Mundial sobre Carros Elétricos. l


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PESQUISA

Atuação estratégica Levantamento realizado pela Abralog revela a evolução da atuação dos profissionais de logística dentro das empresas POR

atuação operacional deu lugar à estratégica e, hoje, o profissional que atua na área de logística de pequenas, médias e grandes empresas tem cada vez mais voz e vez nas decisões das organizações. Essa é uma das principais

A

LIVIA CEREZOLI

conclusões da pesquisa Perfil do Profissional de Logística, divulgada em setembro pela Abralog (Associação Brasileira de Logística). O levantamento, que está em sua quarta edição, tem como objetivo identificar a evolução da atividade logística dentro das empresas.

Na edição 2013, foram ouvidos 946 profissionais que atuam na área. A pesquisa é uma parceria da associação com a Fundação Vanzolini, a Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo), o Senai e a Universidade Cruzeiro do Sul.

De acordo com Fabiano Stringher, coordenador do estudo e professor da Fundação Vanzolini e do Cislog (Centro de Inovação e Sistemas Logísticos) da USP (Universidade de São Paulo), a ideia da implantação desse levantamento surgiu no Departamento Acadêmico da Abralog. “A entidade precisava conhecer os profissionais que atuam na área, quais são suas expectativas, para poder desenvolver eventos, cursos e outras atividades para esse público.” De acordo com os dados da pesquisa, a maioria das empresas (36%) tem profissionais de logística ocupando cargos de diretores - 24% são presidentes e 21%, gerentes. Em 2012, os percentuais eram de 34%, 17% e 26%, respectivamente. Entre os profissionais que responderam ao questionário, a maioria (24%) afirmou ocupar cargos na gerência das empresas, seguido pelo cargo de analista, com 16%. “A cada ano do estudo, é possível perceber uma evolução do profissional de logísti-


FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

ca. Ele está ocupando cada vez mais cargos estratégicos dentro das empresas, ligados às áreas de planejamento, de análise e de inteligência. Isso comprova como vem aumentando o grau de importância que a logística tem nos negócios como item primordial de

competitividade”, afirma o coordenador. Os salários pagos também registraram evolução ao longo dos anos. O percentual de profissionais que recebem entre R$ 6.000 e R$ 12 mil passou de 17%, em 2012, para 20% neste ano. A maioria

(24%) mantém a média salarial entre R$ 3.000 e R$ 6.000. Entre os entrevistados, 14% declararam receber salários entre R$ 12 mil e R$ 24 mil, e 4%, acima de R$ 24 mil. Essa ascensão profissional tem relação direta com a qualificação de quem atua na

área. Além de uma formação específica em logística - 56% dos entrevistados declararam ser formados na área - a maioria dos profissionais (44%) tem pós-graduação e 7% têm mestrado. Os profissionais que atuam no setor de logística também têm forma-


LOGÍSTICA NO BRASIL Conheça o perfil de quem atua no setor 24 16 7

9

9

12

9

En car r Pre egad sid o en t Téc e nic Au o x Ass iliar iste Su nte p Co ervis ord or en ad o Dir r eto Ou r tr An os alis Ge ta ren te

CARGO ATUAL (%) 25 20 15 10 4 6 5 2 2 0

TEMPO NO CARGO (%) 20

27

23 Menos de 1 ano

Entre 1 e 2 anos

Entre 5 e 7 anos

Mais que 7 anos

Entre 3 e 4 anos

TEMPO DE ATUAÇÃO EM LOGÍSTICA (%) 8 43

19

14

16

Menos de 1 ano

De 1 a 3 anos

De 7 a 9 anos

10 anos ou mais

De 4 a 6 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICA (%) 39

44

7

6

1

60 50 40 30 20 10 0

53 26 16 5 Serviços

Indústria

Comércio

Educação

CARGO DO EXECUTIVO DE LOGÍSTICA (%) Presidência 4 2 3 Vice-presidência 6 Diretoria 24 Gerência 21 Coordenação 36 Supervisão Analista Operacional ATRIBUIÇÕES DA ÁREA Transporte Armazenagem Gestão de materiais/estoque Serviço ao cliente Planejamento de demanda Compras/suprimentos Comércio exterior

5

(%) 78 71 62 55 41 37 25

INTERFERÊNCIA EM DECISÃO DE CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS(%) 5 8 41 8

E ménsino dio E téc nsin nic o o E sup nsin eri o or gra Pó du saçã o Me str ad o Do uto rad o

4

(%) 1 12 20 24 22 14 4 3

SETOR DE ATUAÇÃO DA EMPRESA (%) 19

11

45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

REMUNERAÇÃO MENSAL Até R$ 750 De R$ 750 até R$ 1.500 De R$ 1.500 até R$ 3.000 De R$ 3.000 até R$ 6.000 De R$ 6.000 até R$ 12 mil De R$ 12 mil até R$ 24 mil Acima de R$ 24 mil Outra

ÁREA DE FORMAÇÃO (%) 3 Logística 11 Administração 22 Engenharia Humanas Outras

38 8 Decisora

Influenciadora direta

Influenciadora indireta

Não influencia, mas coleta informações

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Nenhuma Fonte: Abralog

ção em administração (22%), em engenharia (11%) e na área de humanas (3%). Segundo o coordenador do levantamento, o profissional de logística sabe da importância da capacitação e investe de forma crescente nesse aspecto. “Ele tem interesse em ampliar seus conhecimentos, estar mais bem preparado. É por isso que esse profissional ganha mais e é mais disputado pelo mercado”, avalia Stringher.


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PARTICIPAÇÃO O setor de transporte tem 78% das atribuições logísticas, segundo a pesquisa

Mesmo que 80% deles atuem em empresas nacionais e apenas 20% tenham experiência internacional, a maior parte dos profissionais tem domínio de um segundo idioma. Quarenta e seis por cento sabem se comunicar em inglês e 32%, em espanhol. Com relação à idade, a maioria dos profissionais (48%) tem entre 27 e 40 anos. Os dados ainda revelam que 43%

deles atuam na atividade há dez ou mais anos. A pesquisa também identificou o setor de atuação das empresas e as principais atribuições da área. O setor de serviços é o ramo da economia em que a atuação das empresas de logística é maior (53%). Na indústria, a atuação é de 26%, seguida pelo comércio, com 16%, e a educação, com 5%.

“Cresce o grau de importância que a logística tem nos negócios” FABIANO STRINGHER, FUNDAÇÃO VANZOLINI

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Dentro do setor de serviços, as áreas mais tradicionais com atribuições logísticas são o transporte (78%) e a armazenagem (71%), no entanto, a área de maior crescimento nos últimos anos foi a de serviços ao cliente, passando de 49% da participação, em 2012, para 55%, neste ano. “Essa é uma área que tem ganhado força dentro das empresas. Ela é diferente do SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) e está mais direcionada à integração empresa-cliente. É uma área que oferece serviços de monitoramento, planejamento e rastreamento de produtos”, explica Stringher. A Abralog estima que existam, aproximadamente, 15 milhões de profissionais de logística distribuídos em todo o país, atuando em atividades de transporte, de armazenagem, de suprimentos e de planejamento. A logística corresponde a 20% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Depois da divulgação dos resultados de 2013, a Abralog já iniciou o cadastramento dos profissionais que querem participar da quinta edição da pesquisa, com previsão para ser apresentada no próximo ano. Os interessados podem acessar o site da instituição (www.abralog.org.br) e informarem seus dados. l


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SEST SENAT

Blumenau ganha nova unidade Trabalhadores do transporte, seus dependentes e a comunidade contam agora com uma nova estrutura de atendimento em Santa Catarina POR

esde o dia 17 de outubro, os trabalhadores do transporte, seus dependentes e a comunidade de Blumenau e região contam com uma nova unidade do Sest Senat. A unidade oferece cursos de qualificação profissional na área de transporte, serviços de saúde e odontológicos e completa área para a prática de esportes, atividades artísticas, sociais, educativas e de lazer.

D

INAUGURAÇÃO Pre

KATIANE RIBEIRO

“É sempre com grande alegria que o transportador brasileiro coloca à disposição do trabalhador em transporte, do caminhoneiro e do taxista e de seus familiares dependências como essa, destinada ao aprimoramento profissional, ao acesso permanente a cuidados odontológicos, aos esportes, à cultura e ao lazer”, afirmou o presidente da CNT e do Conselho Nacional do Sest Senat, senador Clésio Andrade.

Com essa unidade, já são 146 inauguradas em todo o território nacional, das quais 10 em Santa Catarina. “Assim, contribuímos com o desenvolvimento do Estado”, disse Clésio Andrade. De acordo com o presidente da Fetrancesc (Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina) e do Conselho Regional do Sest Senat Santa Catarina, Pedro Lopes, a nova unidade é um empreendi-

mento que tem importância fundamental não só para o trabalhador em transporte, mas para a comunidade porque está localizada em uma área carente na oferta de oportunidades na qualificação profissional. Nos 20 anos de existência, o Sest Senat realizou mais de 100 milhões de atendimentos, nas diversas especialidades de serviços odontológico, fisioterapêutico, psicológico, oferecidos nas unidades, e nos diferentes


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GIOVANNI SILVA

sidente da CNT, senador Clésio Andrade, participa de solenidade em Blumenau

cursos de formação, qualificação e aperfeiçoamento profissional disponibilizados, que abrangem inúmeras áreas do transporte. Para o diretor da unidade de Blumenau, Maurício Dalpiaz, “a cidade está em festa, pois a unidade do Sest Senat veio não apenas aperfeiçoar a qualificação profissional dos trabalhadores em transporte, mas contribuir para uma melhor qualidade de vida, que, com certeza, irá refletir na

realização de um bom trabalho, no dia a dia desses profissionais”. A padronização de suas estruturas físicas e administrativas, aliada ao modelo de gerenciamento, inovador no Brasil, no qual ocorre a centralização orçamentária e a descentralização dos serviços operacionais, faz com que toda a rede Sest Senat ganhe em eficiência, aumentando a qualidade dos serviços prestados. “A chegada dessa unidade é

muito importante, pois a cidade está localizada em uma região estratégica. Graças ao Sest Senat e os seus serviços oferecidos, a população da região vai ter uma oportunidade ímpar de se qualificar e, consequentemente, de melhorar de vida”, afirmou o prefeito do município de Blumenau, Napoleão Bernardes. Com uma infraestrutura completa para a realização de cursos, a unidade possui sete salas de aulas, um laboratório de informática e uma biblioteca. Conta também com um auditório com capacidade para acomodar 149 pessoas. O Sest Senat é responsável pelo treinamento para motoristas do transporte de passageiros, do transporte coletivo, da movimentação de produtos perigosos, de emergência, de carga indivisível e transporte escolar, obrigatório pelo Conselho Nacional de Trânsito. A nova unidade do Sest Senat de Blumenau conta também com uma equipe de profissionais formada por psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e odontólogos. Para as atividades de lazer e esportivas, a unidade mantém um ginásio poliesportivo coberto, um parque infantil, quatro churrasqueiras, duas quadras poliesportivas e dois campos de futebol soçaite. O secretário de Estado de Comunicação, Nelson Santiago, que esteve no evento representando

o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, ressaltou que a unidade do Sest Senat “é uma grande conquista e veio em boa hora para atender aos trabalhadores em transporte e a comunidade de Blumenau”. O novo empreendimento recebeu o nome do líder empresarial, que foi presidente do Setcesc (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logísitca no Estado de Santa Catarina) e um dos fundadores e primeiro presidente da Fetrancesc, Edgar Thomsen. A viúva do homenageado, Adelaide Thomsen, esteve no evento. Para ela, foi uma satisfação muito grande receber a homenagem. “Com certeza, meu marido ficaria muito feliz de ver esse grande empreendimento, que trará tantos benefícios para toda a nossa população”, afirmou Adelaide. Também estiveram presentes na inauguração o presidente da Câmara de Vereadores de Blumenau, Wanderlei Oliveira, o presidente da Fetcemg (Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais), Vander Costa, e o presidente do Setcesc, Osmar Ricardo Labes. O Sest Senat Blumenau está localizado na rua Ricardo Georg, 777 – bairro Itoupava Central. Para mais informações, o telefone da unidade é (47) 3378-5005. Acesse também www.sestsenat.org.br l


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SEST SENAT

Trânsito é coisa séria Unidades desenvolveram ações voltadas para a educação no trânsito e alertaram sobre o risco da combinação álcool, drogas e direção POR

trânsito brasileiro mata mais de 40 mil pessoas por ano e, desse total, grande parte é resultado do consumo de álcool e drogas antes de dirigir. Regras cada vez mais rígidas tentam alterar essa realidade, mas a conscientização ainda é fundamental para reduzir o número

O

LIVIA CEREZOLI

de pessoas que perdem a vida nos acidentes. Com o tema “Lei Seca. É hora de levar a sério”, as unidades do Sest Senat de todo o país desenvolveram ações no período da Semana Nacional de Educação do Trânsito. Entre os dias 18 e 25 de setembro, foram realizadas palestras de conscientização

nas empresas e nas unidades, distribuição de panfletos e blitze educativas para alertar motoristas e passageiros sobre os riscos da combinação álcool, drogas e trânsito. A campanha nacional é coordenada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), órgão do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).


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FOTOS SEST SENAT

UBERLÂNDIA (MG) Mais de 900 pessoas foram atendidas nas ações realizadas em parceria com outras entidades

De acordo com o presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, a intenção de campanhas desse tipo é alertar os trabalhadores do transporte e toda a comunidade sobre os perigos do uso de álcool e de outras drogas ao volante. “É importante ressaltar que o principal objetivo da Lei Seca não é combater o uso de álcool e drogas, e sim salvar vidas. Estudos apontam que cerca de 29 mil vidas seriam poupadas, por ano, se as pessoas não conduzissem veículos enquanto estão sob efeito dessas substâncias”, destaca Clésio Andrade. Em Campo dos Goytacazes (RJ), o Sest Senat levou o trabalho de conscientização para dentro da 1ª Festa do Caminhoneiro, realizada pela Coobra Norte (Cooperativa Brasileira de Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Norte Fluminense) e pela Ascam (Associação dos Motoristas Autônomos do Estado do Rio de Janeiro). Profissionais de diversas áreas apresentaram palestras e distribuíram materiais edu-


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cativos que destacam a importância do comprometimento da população na redução dos acidentes no trânsito provocados pelo consumo de álcool e drogas. Aproximadamente, 3.000 pessoas participaram das atividades e de palestras com temas voltados para segurança, direção defensiva e mobilidade urbana. De acordo com o psicólogo do Sest Senat de Campo dos Goytacazes, Marcos Antonio Vieira Peres, as orientações são importantes para esclarecer que o uso de álcool e drogas reduz a sensibilidade de percepção de tempo e de espaço, afetando a capacidade de julgamento. “Um motorista alcoolizado é menos atento ao que acontece a sua volta, tem o poder de decisão reduzido e pode, inclusive, ter um comportamento mais agressivo no trânsito”. Pesquisa do Ministério da Saúde revela que o álcool está presente no sangue de quase metade das vítimas fatais dos acidentes de trânsito. As principais vítimas são homens com idade entre 20 e 39 anos. No início deste ano, as regras da Lei Seca ficaram mais rígidas. Desde então, não é tolerada nenhuma quantidade de álcool no sangue. Motoristas que demonstrarem qualquer dificuldade psicomotora

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CAMPO GRANDE (MS) Palestras orientaram profissionais de empresas da cidade

podem ser punidos, mesmo se negarem a realizar o teste do bafômetro. As autoridades de trânsito podem ainda comprovar a infração por meio de exame clínico, de perícia, de vídeo ou do depoimento de testemunhas. Em caso de confirmação de embriaguez ao volante, o condutor perde sete pontos da carteira e deve pagar multa de R$ 1.915,40. Em caso de reincidência no prazo de um ano, o valor é dobrado. O veículo é retido até a

apresentação de outro condutor habilitado para dirigir. Em João Pessoa, na Paraíba, a unidade do Sest Senat realizou muitas atividades, durante a Semana de Educação no Trânsito, para o público infantil. “Trabalhar com as crianças é essencial para a conscientização. Tudo aquilo que elas aprendem de forma lúdica contribui para a formação enquanto cidadãos. Além disso, as crianças são multiplicadoras porque repassam o que aprenderam para os pais e

outros familiares”, explica a técnica de formação profissional de João Pessoa, Juliana Luna. Um ônibus articulado, cedido pelo Grupo A. Cândido, serviu de cenário para diversas atividades na unidade. Foram realizadas palestras sobre primeiros socorros e teatro de fantoches com orientações sobre o trânsito. A tradicional brincadeira da pescaria trazia frases de alerta sobre as regras que devem ser respeitadas por motoristas e pedestres.


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JOÃO PESSOA (PB) Programação ofereceu atividades educativas para crianças

A unidade também participou de ação desenvolvida pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana em que voluntários se passaram por pessoas acidentadas para chamar a atenção da população. “Essa atividade foi realizada durante todo o dia em uma praça de bastante movimento. As pessoas que passavam pelo local percebiam como um acidente pode ser violento. O impacto foi grande, e o resultado, muito positivo”, afirma Juliana.

As ações do Sest Senat Campo Grande (MS) foram realizadas no auditório da unidade e nas sedes de diversas empresas da cidade. Mais de 450 pessoas assistiram às palestras que tiveram como foco principal o tema da campanha. Profissionais do Sest Senat passaram orientações para motoristas profissionais e funcionários de outras áreas das empresas, que também são motoristas no dia a dia. As ações incluíram ainda os motociclistas

que diariamente enfrentam o trânsito nas grandes cidades. Em Uberlândia (MG), mais de 900 pessoas estiveram envolvidas nas ações desenvolvidas pelo Sest Senat. Em parceria com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte, as polícias Militar e Rodoviária Federal e o Corpo de Bombeiros, foram realizadas palestras voltadas para o público infantil e para motoristas de empresas de transporte da cidade. Blitze educativas alertaram sobre os cuidados que idosos e

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pessoas com deficiência devem ter no trânsito, e uma simulação de resgate mostrou os riscos causados pelos acidentes envolvendo veículos. O evento foi encerrado com uma caminhada pelo centro da cidade que pediu a paz no trânsito. No Pará, as palestras organizadas pela unidade de Marabá associaram as orientações sobre a Lei Seca à responsabilidade da atividade profissional de cada motorista dentro das empresas do setor. Instrutores do Sest Senat falaram da importância da mudança de comportamento no trânsito e da necessidade de espalhar essa mensagem para os demais motoristas. Durante a semana, a unidade também recebeu alunos de diversas escolas públicas que participaram de debates e palestras sobre o tema. “Encerramos a Semana de Educação no Trânsito certos de que, mais uma vez, o Sest Senat contribuiu para o aprendizado e para a mudança de comportamento de muitos motoristas, profissionais ou não. Sabemos que a campanha não se encerra aqui e todas as demais ações devem também estar focadas na segurança do trânsito”, destaca Ioná da Silva, coordenadora de desenvolvimento profissional do Sest Senat Marabá. l


Estat铆stico, Econ么mico, Despoluir e Ambiental


FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas

30.129 28.692 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

Federal 65.320 Estadual Coincidente 18.032 Estadual 110.842 Municipal 26.827 Total 221.020

12.662 4.778 111.334 1.234.918 1.363.692

77.981 22.810 222.176 1.261.745 1.584.712

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas Administrada por operadoras estaduais FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários

14.768 1.195

2.442.861 520.707 1.022.171 759.350 17.309 57.000 23.489 105.000

122 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso

MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas Carros (passageiros urbanos)

104.931 3.212 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas

12.289 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO AERÓDROMOS - UNIDADES Aeroportos Internacionais Aeroportos Domésticos Outros aeródromos - públicos e privados

29 34 2.527

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADES Transporte regular, doméstico ou internacional Transporte não regular: táxi aéreo Privado Outros Total

155

41.635 20.956 1.864

669 1.579 8.825 8.328 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Vias Navegáveis Vias economicamente navegadas Embarcações próprias

11.816 8.066 1.674 7.136 28.692

173

AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

Rodoviário

485.625

61,1

Ferroviário

164.809

20,7

Aquaviário

108.000

13,6

Dutoviário

33.300

4,2

Aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


72

CNT TRANSPORTE ATUAL

NOVEMBRO 2013

BOLETIM ECONÔMICO

R$ bilhões

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES* 25 20 15 10 5 0

Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até setembro/2013 (R$5,50 bilhões)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados atualizados setembro/2013)

1,12 (20,4%)

16,40 4,23 (76,8%)

5,50

4,54

0,06 (1,1%)

0,96 0,09 (1,7%)

Autorizado* Valores Pagos do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL (ATÉ SETEMBRO DE 2013) Orçamento Fiscal e Estatais (Infraero e Cia Docas) (R$ milhões correntes) Recursos Disponíveis 16.407,27 Autorizado União Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 3.331,26 Total de Recursos Disponíveis 19.738,52 Investimento Realizado 4.231,97 Rodoviário 1.124,29 Ferroviário 309,69 Aquaviário (União + Cia Docas) 977,05 Aéreo (União + Infraero) 6.642,99 Investimento Total (Total Pago) Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal); Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG). Nota (A) Dados atualizados até 28.09.2013 (SIGA BRASIL). (B) Em 18 de junho de 2013 foram excluídos R$ 6 bilhões do valor autorizado para investimento em transporte no Orçamento Fiscal. Esses recursos eram referentes a créditos extraordinários autorizados pela MP nº 598 de 27/12/2012. Findo o prazo para a apresentação do Projeto de Decreto Legislativo para a MP, esta perdeu a validade e os créditos previstos foram devidamente retirados do orçamento. Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamento da arrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de ser realizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

Rodoviário

Ferroviário

Aquaviário

Aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - SETEMBRO/2013

PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial Reservas Internacionais4 Câmbio (R$/US$)5

2012

acumulado em 2013

últimos 12 meses

expectativa para 2013

0,9 7,25 5,84 19,43

2,6

1,9

2,40 9,75 5,82 2,00

9,50 3,43 -1,61

6,09 2,08

373,14

376,04

2,04

2,25

2,30

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 27/09/13), Banco Central do Brasil. Observações: (1) Expectativa de crescimento do PIB para 2013. (2) Taxa Selic conforme Copom 08/10/2013. (3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até agosto/2013. (4) Posição dezembro/2012 e setembro/2013 em US$ bilhões. (5) Câmbio de fim de período divulgado em 02/10/2013, média entre compra e venda.

Evolução do Investimento Federal em Infraestrutura de Transporte 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2008 Investimento Total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em R$ bilhões correntes) 2008 2009 2010 2011 5,1 7,8 10,3 11,2 Rodoviário 0,9 1,0 2,5 1,6 Ferroviário 1,3 1,3 1,0 Aquaviário (União + Cia Docas) 0,8 0,5 0,5 0,7 1,2 Aéreo (União + Infraero) 7,3 10,6 14,8 15,0 Investimento Total

2009 Rodoviário

2010 Ferroviário

2011 Aquaviário

2012 Aéreo

2012 9,4 1,1 0,8 1,4 12,7

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG).

8

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (VALORES EM R$ MILHÕES CORRENTES)1

REGIÕES3

Estados

ORÇAMENTO FISCAL (TOTAL PAGO2 POR MODAL DE TRANSPORTE) Acre Alagoas Amazonas Amapá Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Minas Gerais Mato Grosso do Sul Mato Grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rondônia Roraima Rio Grande do Sul Santa Catarina Sergipe São Paulo Tocantins Centro Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Nacional Total

Rodoviário

Ferroviário

Aquaviário

Aéreo

Total

35,88 269,61 21,47 27,29 136,03 222,75 4,78 50,65 309,57 182,67 411,96 68,54 187,17 187,92 111,47 120,82 83,79 192,78 278,65 63,57 178,65 18,64 663,12 218,55 93,75 9,57 34,61 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 47,69 4.231,97

0,00 0,00 0,00 0,00 456,28 0,00 0,00 0,00 478,19 0,00 70,57 5,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,60 17,28 0,00 0,00 0,00 0,14 0,13 0,00 68,44 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 22,98 1.124,29

0,00 0,00 3,49 0,00 0,14 2,95 0,00 10,03 0,00 16,21 0,00 0,00 0,00 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,20 0,00 0,00 0,00 3,93 0,88 0,00 11,27 0,00 0,00 0,00 3,35 0,00 0,47 6,30 59,58

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 92,56 92,56

35,88 269,61 24,95 27,29 592,46 225,69 4,78 60,69 787,76 198,88 482,53 73,87 187,17 188,28 111,47 120,82 83,79 197,38 296,13 63,57 178,65 18,64 667,20 219,56 93,75 89,27 34,98 0,00 0,00 3,35 0,00 0,47 169,53 5.508,39

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte * Dados atualizados até 28/09/2013 (siga Brasil)

Notas: (1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União). (2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional.

Nota técnica CNT

Mudança de fonte de dados de investimentos públicos federais A partir de janeiro de 2013, a CNT passa a utilizar o SIGA BRASIL como fonte de dados da execução do Orçamento Fiscal da União. Até então, eram utilizados os bancos de dados elaborados pela COFF (Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira) disponibilizados pela Câmara dos Deputados. O SIGA BRASIL é um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo e facilitado ao SIAFI e a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de consulta . Por ser atualizado periodicamente, o SIGA BRASIL permite uma análise mais dinâmica da execução orçamentária federal. Além disso, o SIGA BRASIL disponibiliza na mesma base de dados os valores pagos no exercício e os restos a pagar pagos. Esta característica confere ao sistema maior precisão e segurança no acompanhamento dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os dados de execução orçamentária para investimento em infraestrutura de transporte são divulgados mensalmente pela Confederação Nacional do Transporte por meio de seu Boletim Econômico disponível na revista CNT Transporte Atual e no site da instituição (www.cnt.org.br).

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


74

CNT TRANSPORTE ATUAL

NOVEMBRO 2013

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • Cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS ESTRUTURA

NÚMEROS DE AFERIÇÕES 2013

2007 A 2012

ATÉ JULHO

820.587

132.440

Aprovação no período 88,18%

90,30%

AGOSTO

17.947

TOTAL 970.974

90,03%

88,61%

Federações participantes

20

Unidades de atendimento

68

Empresas atendidas

9.921

Caminhoneiros autônomos atendidos

11.159

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu Estado. FEDERAÇÃO FETRANSPORTES

27.2125-7643

BA e SE

71.3341-6238

SP

11.2632-1010

FETRANCESC

SC

48.3248-1104

FETRANSPAR

PR

41.3333-2900

FETRANSUL

RS

51.3374-8080

FETRACAN

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

81.3441-3614

FETCEMG

MG

31.3490-0330

FENATAC

DF, TO, MS, MT e GO

61.3361-5295

RJ

21.3869-8073

AC, AM, RR, RO, AP e PA

92.2125-1009

ES

27.2125-7643

BA e SE

71.3341-6238

RJ

21.3221-6300

RN, PB, PE e AL

84.3234-2493

FETRAM

MG

31.3274-2727

FEPASC

SC e PR

41.3244-6844

CEPIMAR

CE, MA e PI

85.3261-7066

FETRAMAR

MS, MT e RO

65.3027-2978

AM, AC, PA, RR e AP

92.3584-6504

FETRASUL

DF, GO, SP e TO

62.3598-2677

FETERGS

RS

51.3228-0622

FETRANSCARGA FETRAMAZ FETRANSPORTES FETRABASE FETRANSPOR FETRONOR Passageiros

TELEFONE

ES

FETCESP

FETRABASE

Carga

UFs ATENDIDAS

FETRANORTE

A pesquisa “Caminhoneiros no Brasil - Relatório Síntese de Informações Ambientais” apresenta a realidade e as necessidades de um dos principais agentes do setor de transporte. Informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, além de dados relacionados à frota, como distribuição e idade média; características dos veículos e dos deslocamentos; intensidade de uso e autonomia (km/l) da frota permitem aprofundar os conhecimentos relativos ao setor de transporte rodoviário.

8

SETOR

Conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

O governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e da aprovação da Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. Essa mistura é denominada óleo diesel B e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. O objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel B, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.


CNT TRANSPORTE ATUAL

75

NOVEMBRO 2013

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

BOLETIM AMBIENTAL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

2009 EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54

SETOR

Mudança no uso da terra Industrial* Transporte Geração de energia Outros setores Total

(%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00

PARTICIPAÇÃO

Rodoviário Aéreo Outros meios Total

38,49

Ferroviário

0,83

2%

1,08

3%

1,18

3%

Hidroviário

0,49

1%

0,14

0%

0,14

0%

35,68 100%

37,7

100%

36,38

% 97%

(agosto)

Diesel

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

44,76

44,29

49,23

52,26

55,90

38,44

Gasolina 25,17

25,40

29,84

35,49

39,69

26,87

Etanol

16,47

15,07

10,89

9,85

6,72

PARTICIPAÇÃO

13,29

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 01 de outubro de 2013.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009**

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

CO2 NOx NMHc CO CH4

39,81 100%

VOLUME

34,46

% 97%

VOLUME

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2008 2009 2010 2011 2012 2013**

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

Rodoviário

VOLUME

Total

*Inclui processos industriais e uso de energia

MODAL

2011

2010 % 97%

MODAL

60% 50% 40% CO2 NOx CO NMHc MP

30% 20% 10% 0%

Automóveis GNV Comerciais Leves (Otto) Motocicletas * Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV ** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

Ônibus Urbanos

Caminhões Pesados

10 15 10 a 50

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo do Amarante, Pindoretama e Cascavel. PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará. PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo. RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita. 10** Brasil SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, Nova Odessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do Bom Jesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, Santa Bárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, Santo André, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São José dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo. Demais estados e cidades 500 ou 1800*** * Em partes por milhão de S - ppm de S ** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br *** A partir de 2013, 59% do chamado diesel interiorano passam a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br

2,4%

14,2%

4,1%

10,2%

45,1%

24,0%

Teor de Biodiesel 14,2% Outros 2,4%

Pt. Fulgor 24,0% Enxofre 10,2%

Corante 4,1% Aspecto 45,1%

% NC

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - AGOSTO 2013 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

Caminhões Leves

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - AGOSTO 2013

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s)* Japão EUA Europa

Ônibus Caminhões Comerciais Leves Rodoviários (Diesel) médios

Trimestre Anterior Trimestre Atual

11,0 6,9

6,4 3,0 0,0

AC 0,0 0,0

AL 3,0 2,3

AM 11,0 11,2

2,1

1,9

AP 2,1 4,0

BA 1,9 3,8

0,0

0,9

CE 6,4 4,9

DF 0,9 2,6

ES 2,1 3,5

3,7

3,8

2,1

GO 0,0 0,0

0.3

MA 0,3 2,0

5,3 2,8

4,8

0,0

MG 3,8 3,9

MS 0,0 0,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

MT 6,9 6,9

PA 3,7 4,7

PB 5,3 3,3

PE 2,8 3,1

PI 4,8 3,8

2,1

2,9

PR 2,1 1,6

RJ 2,9 3,0

4,5

2,3 0,0

RN 2,3 3,9

RO 0,0 0,0

RR 4,5 3,3

1,4

0,5

2,0

2,9

RS 1,4 1,2

SC 0,5 0,9

SE 2,0 1,0

SP 2,9 2,9

3,1 0,0

TO 0,0 0,0

Brasil 3,1 3,2


EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE POLUENTES

PRINCIPAIS FONTES

CARACTERÍSTICAS

EFEITOS SAÚDE HUMANA

1

Monóxido de carbono (CO)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.

Dióxido de Carbono (CO2)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano (CH4)

Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.

MEIO AMBIENTE

Causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.

Compostos orgânicos voláteis (COVs)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.

Composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. Em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.

Óxidos de nitrogênio (NOx)

Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel. O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões e Causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. A exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar Causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.

Formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. Sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na Gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.

Causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. Causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.

Conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.

Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.

Ozônio (O3)

Dióxido de enxofre (SO2)

Material particulado (MP)

Resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

Incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

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1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel como substância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro. 2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV. 3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br



“O Estado não pode prescindir de sua atribuição de atuar na infraestrutura pública como instrumento de gestão social e econômica” TEMA DO MÊS

O caminho para melhorar a infraestrutura de transportes no

A premissa básica deve ser o interesse público MARTHA MARTORELLI

omprovadamente, o processo de industrialização do período pós-guerra trouxe consigo significativo aumento do investimento na infraestrutura nacional até o fim dos anos 70. Da década de 80 até o fim do século, crises diversas abrem espaço para o aumento nas privatizações, incrementando a participação da iniciativa privada nas principais áreas de infraestrutura. No início do século 21, a redução no investimento público do setor já havia sido reduzido pela metade. Não há mais quem questione que infraestrutura é fator de desenvolvimento econômico e social. Inúmeros autores já comprovaram cientificamente que o capital público investido em infraestrutura produz mais retorno produtivo para a sociedade quando comparado com o mesmo investimento do capital privado. Isso é facilmente justificado pelo fato de não haver remuneração pelo capital, no caso público, ou seja, o retorno seria todo aplicado internamente à estrutura pública, ao contrário do inves-

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MARTHA MARTORELLI Presidente da Aneinfra (Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura)

timento privado, que requer a remuneração do investimento sob a forma de lucro, o que é justo, considerando o custo de oportunidade do capital. Por outro lado, muito se fala na ineficiência do Estado, trazendo a atuação da iniciativa privada como forma de suprir tal disfunção. Há de se considerar dois aspectos. Infraestrutura pública é, sem dúvida, atividade exclusiva de Estado, pois deve contemplar políticas públicas de desenvolvimento, entre outros fatores fundamentais de soberania de uma nação. Porém, a centralização estatal da operação dos serviços tem demonstrado produtividade aquém do desejado. A participação do capital privado na infraestrutura, em geral, e, particularmente no setor de transportes, tem atendido mais satisfatoriamente a execução dos serviços. Em contrapartida, experiências têm demonstrado que a falta de acompanhamento e de instrumentos que impeçam que interesses particulares se sobreponham ao público é o maior questionamento que a sociedade deve impor.

Por exemplo, é consenso que o crescimento do modo rodoviário, em detrimento do ferroviário, só ocorreu devido a interesses de atores privados, montadoras de veículos, produtores de petróleo, entre outros, e, como consequência, o Brasil tem hoje grande ônus financeiro, ambiental, econômico e social decorrente do abandono das ferrovias para o transporte de pessoas e cargas. Assim, evidentemente não é apenas o investimento do setor privado que proverá de melhorias a infraestrutura de transporte. O Estado não pode prescindir de sua atribuição de atuar na infraestrutura pública como instrumento de gestão social e econômica. A melhoria virá à medida que o acompanhamento estatal e o gerenciamento do governo sobre o investimento privado, na operação dos serviços de transporte, proporcione a remuneração justa que mantenha a atratividade para o setor privado, mas faça prevalecer como premissa básica da observância do interesse público.


“É na infraestrutura que está um dos maiores desafios para alcançar o crescimento sustentado e elevar a competitividade”

Brasil é apenas o investimento do setor privado?

A chave do sucesso é investir e focar em médio e longo prazo ABÍLIO DOS SANTOS BRAGA

crescimento populacional do país no último século e o consequente aumento da demanda por deslocamento de cidadãos e produtos não foram acompanhados historicamente por uma política de investimentos unificada em nível nacional que permitisse a sua adequada estruturação. Diante desse cenário, o deficit do ultrapassado sistema de transporte brasileiro acarreta uma série de prejuízos para o desenvolvimento socioeconômico nacional. Em sua configuração macro, o transporte é um gargalo para a competitividade brasileira, no momento em que transcende a ideia dos meios propriamente utilizados, mas envolve um conjunto de questões referentes à mobilidade urbana e à infraestrutura. O transporte público não pode ser planejado de forma isolada da lógica urbana, como se configura o ineficiente modelo atual, sobretudo nas grandes metrópoles, que concentram a maior parte da população do país. Essa ineficiência operacio-

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nal, que pode ser percebida em diferentes níveis nas regiões brasileiras, gera prejuízos diretos tanto para a sociedade como para a indústria nacional. É na infraestrutura que está um dos maiores desafios para alcançar o crescimento sustentado do país. O Brasil fica atrás de países emergentes e mesmo dos vizinhos em quesitos básicos: dentro do território brasileiro, por exemplo, o custo de logística chega a custar 15% do valor do produto. Sem investir em estrutura de transporte e inovação, o país não elevará sua competitividade. Apesar dos investimentos em função do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do pré-sal e de eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, o ritmo desse processo ainda é lento. No momento em que for entregue, essa infraestrutura irá atender à demanda atual e imediatamente aparecerão novas necessidades modais. Esse é o tipo de equívoco que não pode mais se repetir no país que ala-

vanca a sétima maior economia do mundo. Para sanar o gargalo, é preciso pensar o transporte brasileiro como um robusto sistema integrado, e o Estado tem papel central nisso. No contexto atual, atrair um volume maior de investimentos não é o suficiente. A chave do sucesso é realizar investimentos com foco em médio e longo prazo, baseados em modelos de gestão e transparência para potencializar os resultados alcançados para os setores público e privado. Como parte desse choque de gestão proposto pelo MBC (Movimento Brasil Competitivo), deve-se considerar um conjunto de ferramentas e técnicas de monitoramento de gastos e de gerenciamento de processos, visando gerar maior eficiência para o país e reduzir desperdícios. O caminho para gerar o verdadeiro salto de desenvolvimento no setor de transportes e prestar serviços de qualidade aos cidadãos, portanto, é investir na governança e naqueles fato- ABÍLIO DOS SANTOS BRAGA res que geram um ambiente Diretor-presidente do MBC mais inovador e competitivo. (Movimento Brasil Competitivo)



CNT TRANSPORTE ATUAL

NOVEMBRO 2013

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“Era urgente que fosse feita justiça e que os descendentes dessa categoria de profissionais pudessem se sentir mais seguros” CLÉSIO ANDRADE

OPINIÃO

Valorização do taxista

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ntre os mais importantes segmentos de transporte de pessoas estão os serviços de táxi que, com o transporte rodoviário coletivo urbano, realizam o deslocamento de milhares de pessoas com as mais variadas finalidades. Assim, além de desempenhar um papel indispensável ao dinamismo das cidades e na mobilidade das pessoas, os serviços de táxi também apoiam a atividade turística, transportando para o turismo de negócios, de lazer, religioso ou ecológico. O taxista é uma espécie de cartão de visitas vivo, já que ele é o primeiro contato de quem chega a uma determinada localidade, que transmite informações essenciais e úteis ao visitante, oferece as melhores dicas da cidade para quem está fora de casa, seja a lazer ou a trabalho, e, algumas vezes, até mesmo para os residentes. Circular pela cidade faz com que o taxista seja aquele que conhece melhor do que qualquer outro cidadão o melhor local para se hospedar, visitar, comer ou fazer compras. No último mês de outubro, esses valorosos profissionais foram beneficiados pela medida provisória nº 615/2013, que admite que a concessão da licença de taxista seja tratada como patrimônio, permitindo a sua transferência para terceiros ou para os herdeiros, em caso de falecimento do titular. Essa medida contou com meu total empenho para sua aprovação e foi com muita satisfação que participei - com a presidente Dilma Rousseff e com representantes dos taxistas - da solenidade que sancionou aquele instrumento legal. Essa foi realmente uma grande vitória para os nossos taxistas e para o setor de transporte. Trata-se de um importante trabalho do Senado e do Congresso Nacional em prol dessa categoria profissional que, sendo de autônomos, na grande maioria dos casos, luta incessantemente para garantir uma vida digna para seus familiares, sempre na incerteza do que será deles em caso de seu falecimento. Muitas lideranças de taxistas têm expressado para mim a sua ale-

gria porque essa medida resgata um sonho antigo desses profissionais, que seria garantir, de alguma forma, o futuro sustento de sua família. O dia a dia de trabalho dos taxistas é árduo. Eles enfrentam os congestionamentos, a falta de segurança, especialmente nos grandes centros urbanos, e o estresse do trânsito caótico de muitas cidades, proveniente das dificuldades modernas de mobilidade urbana. Com tudo isso, era urgente que fosse feita justiça e que os descendentes dessa categoria de profissionais pudessem se sentir mais seguros. Muitas vezes, são os taxistas os únicos responsáveis pelo sustento de suas famílias. E na ausência do titular, não fazia sentido que, além da dor da perda, os familiares ficassem também sem a única fonte de renda. Ao fim, o mais importante é o direito legítimo à sucessão que esposas, filhos e herdeiros passam a ter, garantindo a manutenção da renda, na ausência permanente do titular. Rompe-se, com a lei, o trauma financeiro que representava para a família a morte do provedor taxista. A CNT recebe com entusiasmo a nova lei da hereditariedade de concessão para os taxistas, com a compreensão de que se faz justiça a um profissional imprescindível ao bom funcionamento das cidades e merecedor de mais atenção em suas reivindicações pelo poder público. Porém, acima de tudo, os transportadores acreditam que os novos direitos aos motoristas de táxis representam aperfeiçoamento e melhores condições de prestação do serviço, especialmente às vésperas dos grandes eventos mundiais esportivos que serão realizados no Brasil no ano que vem e em 2016. Portanto, torna-se ainda mais imprescindível que esses profissionais sejam devidamente valorizados. Na Copa do Mundo e nas Olimpíadas, o trabalho dessa categoria será fundamental para o bom acolhimento dos milhares de turistas de todo o mundo que estarão no Brasil. Parabéns a todos os taxistas por essa vitória agora conquistada.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

NOVEMBRO 2013

José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Eurico Galhardi Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli João Rezende Filho Mário Martins

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Glen Gordon Findlay Paulo Cabral Rebelo

Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Éder Dal’ Lago André Luiz Costa Diumar Deléo Cunha Bueno Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Bratz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça Júlio Fontana Neto TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Roberto Sffair Luiz Ivan Janaú Barbosa José Roque

Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro

Fernando Ferreira Becker

Victorino Aldo Saccol

Eclésio da Silva

Raimundo Holanda Cavacante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Alcy Hagge Cavalcante

SUCATA É louvável a parceria da Ferroeste com o Dnit para a recuperação e posterior utilização dos equipamentos que pertenceram à extinta Rede Ferroviária Federal, como bem mostrou a reportagem publicada na edição nº 216 da revista CNT Transporte Atual. Estão de parabéns os protagonistas dessa iniciativa. Não há motivos para que essas peças se percam se elas podem ser reaproveitadas. Joaquim Simão Conselheiro Lafaiete/MG

Transporte” da revista. Elas trazem um panorama das novidades e tendências no transporte de cargas e de passageiros, além de notícias sobre os setores aquaviário, ferroviário e o de aviação. Sempre de forma clara e objetiva. As fotos são sempre bem interessantes, o que valoriza ainda mais a seção. Continuem nos informando desta forma. Joana Karla Anápolis/GO REPORTAGEM DE CAPA

CONTEÚDO DA REVISTA Conheci a revista CNT Transporte Atual por meio de um amigo taxista e gostei muito do conteúdo das reportagens. Elas abordam assuntos diversos e de interesse para pessoas que, como eu, estão atrás de oportunidades nos setores de transporte e de logística. Tenho acompanhado o crescimento brasileiro nessas áreas, e acredito que a tendência é que a cada dia elas ofereçam mais chances de trabalho. Quero parabenizar toda a equipe dessa publicação.

São vários os motivos que determinam o sucesso ou o fracasso dos leilões de obras de infraestrutura no Brasil. Mas, sem dúvida, a falta de planejamento, de regras claras e a morosidade imposta pela burocracia aos processos estão entre os principais. A reportagem de capa da revista nº 216 vai direto ao ponto. É preciso eliminar as incertezas que cercam as concessões ou veremos os interessados investindo em outros países. João Calixto Teresina/PI

César Arruda Feira de Santa/BA CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

MAIS TRANSPORTE Gosto muito de ler as notas que são publicadas na seção “Mais

SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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