EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT
CNT
ANO XX NÚMERO 227 AGOSTO 2014
T R A N S P O R T E
AT UA L
Quase R$ 1 trilhão Plano CNT de Transporte e Logística 2014 indica mais de 2.000 projetos prioritários para o Brasil
ENTREVISTA COM MAURICIO BORGES, PRESIDENTE DA APEX-BRASIL
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REPORTAGEM DE CAPA Plano CNT de Transporte e Logística 2014 indica mais de 2.000 projetos prioritários para o Brasil e a necessidade de investimentos de quase R$ 1 trilhão; as propostas elencadas no levantamento têm foco em planejamento sistêmico Página 18
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ANO XX | NÚMERO 227 | AGOSTO 2014
ENTREVISTA
Mauricio Borges fala dos negócios gerados na Copa PÁGINA
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BRASIL E CHINA • Empresários chineses CAPA PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2014
participam de seminário em Brasília e conhecem áreas para se investir em infraestrutura PÁGINA
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MANUTENÇÃO
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Tereza Pantoja Virgílio Coelho Wesley Passaglia
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Combustível pode impactar em até 40% nas empresas PÁGINA
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Vanessa Amaral [vanessa@sestsenat.org.br] EDITOR-EXECUTIVO Americo Ventura [americoventura@sestsenat.org.br]
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atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 40 mil exemplares
Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
FERROVIAS
Proposta para reduzir acidentes nos cruzamentos PÁGINA
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www.
cnt.org.br
CNT lança site em madarim para atrair investimentos chineses
Com o objetivo de aproximar as relações entre Brasil e China, a CNT lançou uma versão do seu site em mandarim. A página traz uma seleção das principais notícias e produtos da entidade, que inaugurou um escritório na capital chinesa, Pequim, em abril deste ano. Por meio do portal, os empresários chineses podem acompanhar as oportunidades de investimento no Brasil e também a cobertura dos principais eventos de integração entre os dois países. Para acessar, basta entrar em www.cnt.org.br e clicar na bandeira da China, no canto superior direito.
AQUAVIÁRIO • Moradores do interior, às margens dos rios da Amazônia, sofrem com precariedade dos terminais, passagens caras e viagens longas
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AÉREO
HIDROVIAS
Governo estuda subsídio para a aviação regional
As consequências da falta de chuvas para a navegação interior
PÁGINA
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PÁGINA
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COMEMORAÇÃO
Seções Alexandre Garcia
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Duke
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Mais Transporte
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Balanço
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Boletins
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Tema do mês
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Opinião
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Cartas
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Sest Senat comemora nas unidades o dia dos caminhoneiros PÁGINA
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SEST SENAT
O Circuito Sest Senat de Caminhada e Corrida de Rua PÁGINA
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“Não vamos aprender nada com a goleada da Alemanha; não vamos descobrir que com planejamento e organização se tem resultados” ALEXANDRE GARCIA
O Brasil espera lá fora
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ai a Copa, entra a eleição. O que muda para o Brasil real? Os impostos são os mesmos, as estradas as mesmas, os portos os mesmos, os aeroportos melhoraram e o PIB piorou com as paralisações futebolísticas, os feriados improvisados, a queda no movimento do comércio, o despencar da indústria e da poupança, e a ousadia está cada vez maior dos ladrões de cargas – mais organizados que a seleção nacional. Não vamos aprender nada com a goleada da Alemanha; não vamos descobrir que com planejamento e organização se tem resultados. As empresas podem estar fazendo a sua parte, mas se a cultura nacional não acompanha, as próprias empresas se perdem em suas ações isoladas. Será esse o nosso destino de Tropicália? Agora que a campanha eleitoral começou, nossa ausência de censura mental vai encontrar outro narcótico para substituir bolas e chuteiras: as promessas fantásticas dos candidatos, as utopias bem disfarçadas pelos marqueteiros, as chaves da felicidade em troca de voto. Vivemos de ilusão em ilusão; a frustração passada é substituída pela nova esperança. Os alemães tiveram uma guerra que os deixou arrasados, literalmente no chão, e isso serviu para se erguerem como uma fênix que virou potência econômica e social, uma pátria de bemestar. Aqui, a catástrofe no Mineirão só tem feito que continuemos a discutir porque perdemos no campo de futebol, enquanto o Brasil real vai continuar esperando fora do estádio. O eclipse da Copa ainda piorou nossa es-
curidão e vamos fechar mal este ano. E devemos nos preparar porque o ano que vem será pior, já que as mazelas e suas dolorosas soluções foram empurradas para baixo do tapete verde. Que candidato vai ter coragem de dizer que é preciso rever o Bolsa Família? Quem vai mostrar a dura realidade da humilhação de viver de esmola, do estímulo ao não trabalho e à fertilidade dos úteros? Quem vai ter a audácia de mostrar que aumento de salário precisa guardar relação com a produtividade, e não com a demagogia? O salário-mínimo está inchando o deficit da Previdência. Quem vai demonstrar que não se pode continuar segurando os preços de combustíveis e eletricidade? E a distribuição dos impostos? Quem vai ter a sensatez de falar no óbvio - que é preciso menos para a União e mais para os municípios? Saímos do canto das sereias do futebol, e não haverá Ulisses capaz de nos encher os ouvidos de cera para que as novas sereias dos palanques nos seduzam com seus acordes sedativos. A opção da maioria vai continuar imperando no resultado das eleições. Na fórmula do pão e circo, é bom lembrar que até a indústria da panificação está em crise. “Estuda e trabalha” – quando será que vamos nos dar conta disso? Sem precisar estudar, o país doente gera famosos e milionários. Sem trabalhar, milhões vivem do trabalho alheio. Ainda não recebemos cartão vermelho no concerto das nações porque há os que estudam, trabalham, planejam e pagam impostos.
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“Na Copa, tivemos representantes de mais de 700 empresas e se reunindo com 2.300 empresários, investidores e formadores
ENTREVISTA
MAURICIO BORGES - PRESIDENTE DA APEX-BRASIL
Possibilidade de POR
urante a realização da Copa do Mundo, a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) promoveu no país cerca de 850 agendas de negócios, mobilizando mais de 700 empresas e entidades setoriais brasileiras e mais de 2.000 empresários, investidores e formadores de opinião de diferentes países. Isso resultou em negócios para quase 80 setores da economia brasileira, o que reforça a necessidade de o país oferecer uma infraestrutura de transporte cada vez mais adequada ao seu desenvolvimento econômico. Na entrevista a seguir, o presidente da agência, Mauricio Borges, fala sobre a realização desses negócios durante o Mundial de Futebol, sobre o potencial brasileiro para se desenvolver mais e
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CYNTHIA CASTRO
também sobre a importância do fortalecimento do comércio e dos investimentos entre China e Brasil. Na opinião de Borges, nessa relação sino-brasileira, há oportunidades em diversos setores que contribuem para diversificar e agregar valor à pauta de exportações do Brasil para a China, como no setor aéreo e de autopeças. Qual é hoje o foco principal do trabalho da Apex-Brasil? Em 2014, a Apex-Brasil dividiu em dois momentos a sua frente de ação: o Projeto Copa do Mundo e o lançamento da nova marca: Brasil Beyond (Brasil que vai além), mostrando o país que vai além dos conceitos já estabelecidos (exuberância, biodiversidade, alegria, calor humano, futebol, Carnaval, en-
tre outros). Queremos mostrar o Brasil que inova em diversos setores econômicos e que entrega negócios relevantes para o mundo. No Projeto Copa, realizado ao longo do torneio, foi cumprida a meta de trazer 2.300 compradores, investidores e formadores de opinião estrangeiros de mais de cem países ao Brasil para realizar agendas de negócios e acompanhar os jogos do Mundial. Em relação à nova marca, a Apex-Brasil contratou a empresa Tátil para ajudar na tarefa de encontrar os atributos que deveriam ser trabalhados pela agência em projetos realizados em parceria com quase 80 setores da indústria. A Apex-Brasil também ampliou o seu trabalho de capacitação a empresas exportadoras
ao iniciar uma parceria com o Centro Brasil de Design. O objetivo é oferecer suporte para o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores e mais atraentes. O programa projeta o lançamento de 70 novos itens para exportação até o fim deste ano, como equipamentos médicos e hospitalares, confecções e calçados, móveis, softwares, máquinas e equipamentos e iluminação. A Copa do Mundo no Brasil foi, então, positiva para a realização de negócios entre diferentes países? Sim. Tivemos representantes de mais de 700 empresas e entidades setoriais brasileiras se reunindo com 2.300 empresários, investidores e formadores de opinião de 104 países. Isso re-
APEX-BRASIL/DIVULGAÇÃO
entidades setoriais brasileiras de opinião de 104 países”
negócios sultou em negócios para quase 80 setores da economia brasileira – muitos contratos de exportação e investimentos estrangeiros que deverão ser aplicados no Brasil. Alguns dos principais ganhos foram o reforço e a consolidação do relacionamento entre essas empresas e seus parceiros de negócios nos mais diversos mercados. É possível falar no volume de negócios gerados durante o Mundial de Futebol e das características dos principais negócios? Os números ainda estão sendo contabilizados. A estimativa é superar o resultado obtido durante a Copa das Confederações da Fifa, que totalizou US$ 3 bilhões entre exportações e atração de investimento estrangeiro direto.
Foram quantas rodadas? Elas aconteciam nas cidades-sede? Foram realizadas cerca de 850 agendas de negócios, que incluem visitas a fábricas, feiras, showrooms e pontos de venda, degustação de produtos, treinamentos, palestras e algumas rodadas de negócios. As reuniões aconteceram em cidades diversas de 18 Estados. Houve alguma oportunidade importante para o transporte? Tivemos participação de algumas empresas dos setores de veículos automotores, componentes e indústria naval. Os convidados vieram principalmente de países da América Latina, mas também da África e da Europa.
O senhor considera que os representantes dos outros países que participaram das rodadas de negócios durante a Copa se surpreenderam com o Brasil? Sim. Recebemos vários relatos dos convidados que se disseram surpreendidos com a qualidade dos produtos brasileiros, com o profissionalismo, com o talento desses profissionais e com as oportunidades de negócios no Brasil. O turismo no Brasil pode alavancar negócios em outras áreas? O turismo movimenta res-
taurantes, bares, hotéis, agências de turismo e de eventos, estrutura de transporte, parques, comércio em geral, entre outros serviços. Isso significa negócios, pois reflete a geração de oportunidades de emprego e de empreendedorismo, além do incentivo à inovação e ao conhecimento. Isso sem falar na busca pela eficiência e qualidade nos serviços, uma vez que conveniências são identificadas por meio de críticas, elogios, troca de ideias. O Brasil recebeu, em 2014, mais de 6 milhões de visitantes, segundo dados do Ministério do Turismo, a negó-
cios ou a lazer. Na Copa, levantamento realizado também pelo ministério indica que tivemos turistas de 203 nacionalidades. A maioria (61%) ainda não conhecia o país e elogiou os serviços. Isso significa que grandes eventos podem funcionar como impulsionadores de negócios. Foi exatamente o que fizemos na Copa e o que fazemos no Carnaval. Usamos momentos culturais ou esportivos relevantes para trazer empresários e investidores, além de formadores de opinião, que podem ver de perto como é o Brasil. Quais dificuldades o senhor observou durante a Copa que precisam ser melhoradas para que os negócios com diferentes países sejam estimulados? Os convidados do nosso projeto eram tomadores de decisão das empresas convidadas a partir de uma rigorosa seleção, e vieram ao Brasil muito focados na realização de negócios. Cada setor tem suas particularidades, mas não identificamos problemas que pudessem dificultar a concretização de negócios. Ao contrário, o que identificamos foi o fortalecimento da relação comercial entre as empresas a partir de um conhecimento mais profundo do setor produtivo e do relacionamento pessoal. No âmbito de atuação da Apex, qual foi a importância
do encontro dos Brics ser realizado no Brasil e do país receber a visita do presidente da China, Xi Jinping, e de empresários chineses? Em relação ao trabalho da agência, são dois os resultados positivos. O primeiro deles refere-se a um memorando de entendimento que assinamos com a Agência de Desenvolvimento Comercial do Ministério do Comércio da China (TDB – sigla em inglês). A intenção é aumentar os esforços para termos maior participação das empresas brasileiras em feiras e seminários empresariais na China. Estabelecemos um plano de trabalho conjunto que prevê a troca de informações e a facilitação de entendimento dos empresários sobre os marcos regulatórios bilaterais. Também vamos compartilhar dados a respeito do ambiente de negócios brasileiro. Essas informações são importantes para, por exemplo, produzir estudos de viabilidade econômica para a decisão e a realização de aportes estrangeiros. O outro resultado refere-se à assinatura de um memorando entre os presidentes do Brasil e da China que prevê investimento de R$ 920 milhões da empresa chinesa BYD para a instalação de uma fábrica no Brasil até 2015. A ação faz parte do portfólio de atração de investimentos estrangeiros diretos trabalhados pela Apex-Brasil. O memorando prevê investimentos para a instalação de
COPA Mundial foi atrativo para que empresários
“Os convidados se disseram surpreendidos com a qualidade dos produtos brasileiros”
uma unidade de montagem de ônibus elétricos e de baterias de fosfato de ferro e a implantação de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas (SP). E também para a construção de fábrica de células de baterias de fosfato de ferro e para a montagem de ônibus híbridos, que poderá chegar a 5.000 chassis de ônibus. Como a Apex avalia a relação de Brasil e China, hoje, em relação a comércio bilateral e a investimentos? De que forma essa relação pode crescer? Conforme a presidente Dilma Rousseff citou ao se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, em Brasília, o Brasil e a China cele-
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mento das exportações brasileiras de partes e peças de aviões, que ainda são incipientes.
“Queremos mostrar o Brasil que inova em diversos setores econômicos” estrangeiros viessem ao Brasil e participassem também de rodadas de negócio
bram 40 anos de relações diplomáticas. Desde o governo Lula, tais relações têm se estreitado, inclusive com a ampliação de cooperação em áreas diversas e pelo fato de o Brasil ter se tornado o principal destino de investimentos chineses na América Latina. Em relação à Apex-Brasil, o que posso dizer é que aproveitamos essa oportunidade para formalizar, por meio do memorando de entendimento, uma parceria com a Agência de Desenvolvimento Comercial do Ministério do Comércio da China. A meta é realizar esforços conjuntos para incentivar a maior participação das empresas brasileiras em feiras e seminários empresariais na China. Estabelecemos um plano de
trabalho conjunto em que nos comprometemos em trocar informações e facilitar o entendimento dos empresários sobre os marcos regulatórios bilaterais. A agência chinesa também vai encorajar a importação de produtos brasileiros de alto valor agregado, promovendo o fechamento de acordos entre setores estratégicos para ambos os países. Na área de transporte e logística, quais as oportunidades o senhor enxerga no Brasil para que os empresários chineses invistam? O que posso dizer é que China é mercado-alvo prioritário de 17 diferentes projetos setoriais de promoção comercial
que a Apex-Brasil mantém com entidades representativas de diferentes áreas da economia. Entre os setores que atuam em parceria com a agência no mercado chinês, destacam-se carne de frango, carne bovina, carne suína, vinhos, mel, frutas, insumos para ração animal, calçados, couro e outros. No entanto, há oportunidades em outros setores também, que contribuem para diversificar e agregar valor à pauta de exportações brasileiras para a China, como aviões e autopeças. A Embraer, por exemplo, é a empresa com maior valor de exportação de produtos industrializados para a China. Vislumbram-se também oportunidades para o au-
E como está hoje a atuação dos empresários brasileiros na China? Há espaço e interesse de crescer mais? Em quais áreas? A China é o principal parceiro comercial brasileiro. Entretanto, a pauta de exportações brasileiras para o mercado chinês ainda é muito concentrada em commodities. Durante o encontro dos presidentes Dilma Rousseff e Xi Jinping, um dos assuntos da pauta foi a abertura do mercado chinês para a exportação de carne bovina. Atualmente, o Brasil é bastante presente no mercado chinês de carne de aves, sendo que mais da metade da importação chinesa desse tipo de produto é oriunda do Brasil. O suco de laranja nacional também é um produto bastante encontrado no mercado chinês. Estudos da Apex-Brasil apontam que há oportunidades para as exportações de café, mel e própolis, vinho e produtos orgânicos. A China também é um promissor mercado de luxo. No ano passado, as exportações de gemas e joias somaram US$ 72 milhões. A China é o maior fabricante de calçados do mundo. Entretanto, o Brasil exporta para lá as peças classificadas no segmento high end. Esses calçados têm alta qualidade, design e preço médio mais baixo que de calçados de luxo de grifes europeias e americanas. l
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MAIS TRANSPORTE TECNOLOGIA
Infraero adquire novos ambulifts Rucker venceu licitação do governo federal e vai fornecer 65 unidades de ambulifts para os aeroportos brasileiros administrados pela rede Infraero. O veículo é usado para embarque e desembarque de passa-
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geiros com mobilidade reduzida nos aeroportos. Segundo a Rucker, o modelo piloto está pronto, e as entregas vão ser iniciadas ainda este ano. O ambulift é fabricado sob uma plataforma similar ao dos veículos usados para abaste-
cer as aeronaves com utensílios, alimentos e bebidas servidos a bordo. A Rucker fabrica dois modelos diferentes de ambulift, o VPMR 3.70, que atinge a altura de até 3,7 metros, podendo embarcar passageiros de mobilidade reduzida
até em um Airbus A320; e o VPMR 5.80, que chega a 5,8 metros de altura, sendo adequado, por exemplo, para operar com um Boeing 747 ou até com o Airbus A380 (no piso inferior), previsto para desembarcar no Brasil em 2016. AMBULIFIT RUCKER/DIVULGAÇÃO
CONTRATO Rucker fornecerá 65 unidades para os aeroportos administrados pela Infraero
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Congresso debate a mobilidade urbana é considerado um dos mais importantes congressos técnicos de transporte metroferroviário do país. Durante os quatro dias, técnicos das operadoras, dirigentes empresariais e profissionais do setor
debaterão questões importantes relacionadas à mobilidade urbana nas grandes cidades. Na ocasião, serão apresentados 44 trabalhos e 12 painéis que abordarão temas voltados aos deslocamentos de pessoas. Paralelamente ao congresso
será realizada a Metrofer, feira que reúne empresas, fabricantes de equipamentos, fornecedores de peças e serviços e mídias especializadas que levam as inovações oferecidas ao mercado. Mais informações: www.aeamesp.org.br. METRÔ SP/DIVULGAÇÃO
A Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô) promove, entre os dias 9 e 12 de setembro, a 20ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). O evento
OPORTUNIDADE Congresso debate temas relacionados à mobilidade urbana nas grandes cidades
Fenacargo 2014 O Fenacargo (Fórum Especial Nacional do Transporte de Carga) deste ano acontece entre os dias 26 e 28 de setembro, no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro. Voltado aos empresários e operadores
logísticos, o evento tem o objetivo de promover negócios e propiciar análise e debate de grandes questões que envolvem o transporte rodoviário de cargas. Entre as temáticas estão a busca de soluções
para a gestão da cadeia logística (supply chain), entraves jurídicos e segurança, entre outras. De acordo com os promotores, a expectativa é receber mais de 10 mil visitantes, de todo o país,
entre empresários, diretores, gerentes e administradores de empresas, transportadoras, associações, prestadoras de serviços, empresas de frotas, além de profissionais autônomos do setor.
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MAIS TRANSPORTE EMBRAER/DIVULGAÇÃO
Embraer supera marca de aviões entregues A Embraer entregou 29 jatos comerciais e outras 29 aeronaves para a aviação executiva no segundo trimestre de 2014. Os 58 aviões superam a marca da fabricante no mesmo período de 2013, quando a companhia entregou 51 aeronaves. À aviação comercial foram entregues pela Embraer os modelos E170, E175, E190 e E195. O setor executivo recebeu 22 jatos leves e sete unidades de jatos grandes.
Melhorias para aeroportos baianos Os aeroportos de Irecê, Barreiras, Lençóis e Teixeira de Freitas (BA) vão receber melhorias por meio do PIL Aeroportos (Programa de
Investimentos em Logística: Aeroportos). De acordo com a SAC (Secretaria de Aviação Civil), 20 municípios baianos vão ser beneficiados com as
obras. O investimento será de, aproximadamente, R$ 548 milhões na ampliação, construção ou melhoria dos terminais
aéreos. Ainda segundo a SAC, ao todo, o PIL aeroportos deve investir R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais no Brasil.
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RODONAVES/DIVULGAÇÃO
Rodonaves renova frota A RTE Rodonaves ampliou sua parceria com a montadora Iveco, adquirindo um lote de 80 caminhões da marca. Entre as novidades, há veículos de variados portes: Vertis HD 90V18, Tector 6x2, Stralis 6x2 e mais da metade do pacote, 45 unidades, do modelo Iveco Stralis, de 360 e 400 cavalos de potência. A negociação teve início em outubro de 2013. E, hoje, mais de 50% da frota da empresa contam com veículos Iveco. A empresa não informou o valor investido.
Certificação por eficiência A Renault do Brasil foi contemplada com a certificação do Conpet (Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural) pelos resultados obtidos no desenvolvimento de motores mais eficientes. O Selo Conpet de Eficiência Energética Veicular destaca
para o consumidor os automóveis mais bem avaliados no consumo de combustível, confrontados com modelos semelhantes, como também quando comparados com todos os demais modelos participantes do PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular), coordenado pelo Inmetro.
MRS lança loja virtual A concessionária ferroviária MRS lançou uma loja virtual com peças de ferromodelismo, vestuário, brindes e acessórios licenciados pela marca MRS. Os produtos estão disponíveis no site http://www.lojamrs.com.br, e o pagamento pode ser feito em até 18 vezes, via PagSeguro. As entregas serão efetuadas
pelos Correios (padrão e-commerce). Com a iniciativa, a MRS espera fortalecer a sua marca. A concessionária, desde 2010, mantém uma loja física em Juiz de Fora (MG), voltada para os seus colaboradores. Com a loja virtual, os produtos passam a ser acessíveis também ao público em geral.
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MAIS TRANSPORTE COOPERCARGA/DIVULGAÇÃO
Caminhão movido a GNV O caminhão movido 100% a GNV (gás natural), desenvolvido pela MAN Latin America, que fabrica os caminhões para a Ambev, entrou em operação. O veículo vai passar os próximos seis meses em teste de rua e vai realizar a distribuição dos produtos da Ambev em bares e restaurantes do estádio Maracanã, de seu entorno e também no bairro da Tijuca (RJ). A operação é da Coopercarga e o abastecimento é feito com combustível da Gás Natural Fenosa. De acordo com a Coopercarga, o caminhão consegue uma redução de 20% de emissão de CO2 e tem autonomia de 200 km. O sistema de armazenagem de gás natural não altera a capacidade de carga útil do caminhão, que é a mesma da versão a diesel (aproximadamente, 9.400 garrafas).
Cargas consolidadas em Itajaí A Asia Shipping, empresa brasileira especializada em agenciamento de carga global, iniciou a entrega de cargas LCL (less than container load), consolidadas a partir do porto de Itajaí (SC). O novo serviço está sendo oferecido em parceria com a transportadora DMX e a APM Terminais. Depois da descarga do
contêiner em Itajaí, a mercadoria passa pelo processo de desembaraço aduaneiro e segue diretamente aos clientes por meio rodoviário. Na modalidade LCL, o exportador não possui carga suficiente para preencher o container inteiro e por isso embarca sua carga com outros exportadores, sendo cada um responsável pela sua mercadoria.
Recorde de passageiros O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), registrou a segunda maior movimentação de sua história. A marca foi alcançada em julho, com 860.080 passageiros transportados, 10,68% a mais que o mesmo período ano passado. O número, conforme a assessoria de imprensa do aeroporto, também é o maior para o mês em toda a história do terminal.
Com o resultado, julho de 2014 se consolida como o segundo maior mês em número de passageiros movimentados no terminal, ficando atrás somente de janeiro de 2014, quando 867.279 pessoas viajaram pelo aeroporto. No acumulado do ano, o movimento foi 5,6% maior, se comparado a 2013. Foram 5.615.445 passageiros movimentados este ano, contra 5.317.667 nos sete primeiros meses do ano anterior.
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Terminais investem em novas tecnologias O Grupo Wilson Sons investiu em novas tecnologias para os Tecons (Terminais de Contêineres) de Salvador (BA) e Rio Grande (RS), atendendo à Portaria da Alfândega da Receita Federal do Brasil, que determina o escaneamento digital de todas as unidades de carga de exportação e importação. Para o Tecon de Salvador, a companhia investiu R$ 7,4 milhões em um scanner (equipamento de inspeção não invasiva) e no software OCR (Optical Character Recognition; em português, Reconhecimento Óptico de Caracteres). O scanner contribui para redução do tempo de desembaraço aduaneiro e evita o manuseio das cargas, diminuindo o risco de incidentes e avarias. A tecnologia OCR, instalada nos portões de entrada e saída, converte os dados dos veículos diretamente para o sistema do terminal de forma ágil e automatizada. Em Rio Grande, o investimento na aquisição e instalação do scanner óptico foi de, aproximadamente, R$ 4,5 milhões.
FORD/DIVULGAÇÃO
Sistema inovador A Ford desenvolveu um novo sistema de airbag. Além de aumentar a segurança do passageiro, ele é menor, mais leve, amplia o espaço interno e o conforto na cabine. A tecnologia permite que os airbags sejam instalados em novos locais dentro do veículo. A primeira aplicação do sistema será no airbag de joelho para o novo Mustang, com lançamento previsto para o fim deste ano. A bolsa inflável foi produzida com um
novo tipo de plástico e fica integrada à tampa do porta-luvas. Ela protege o joelho do passageiro da frente, como um airbag de joelho convencional, montado sob o painel de instrumentos. Segundo a Ford, o novo acessório é 65% mais leve e a bolsa é 75% menor que a convencional, com o mesmo nível de proteção para o passageiro. O sistema conta também com acabamento mais discreto, sem costuras ou cobertura visíveis.
AIRBAG Novo acessório é 65% mais leve, segundo a Ford
REPORTAGEM DE CAPA
FOTOS PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2014
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Plano CNT de Transporte e Logística 2014 indica mais de 2.000 projetos prioritários para o Brasil; propostas têm foco em planejamento sistêmico
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uase R$ 1 trilhão é o valor que o Brasil precisa investir em sua infraestrutura de transporte para conseguir, assim, alavancar a economia, reduzir os custos, aumentar a competitividade e oferecer mais segurança e conforto aos transportadores e à população. O Plano CNT de Transporte e Logística 2014 elenca 2.045 projetos. São intervenções condizentes com o desenvolvimento econômico e social atual e futuro do país, abrangendo a modernização e a ampliação de rodovias, aeroportos, portos, hidrovias, ferrovias e terminais. Os investimentos necessários somam R$ 987 bilhões, em projetos que propõem uma visão sistêmica do transporte. O Plano CNT de Transporte e Logística, já em sua quinta edição, é dividido entre projetos de integração nacional, que incluem obras ao longo de eixos estruturantes multimodais (englobando os modais aéreo, aquaviário, ferroviário, rodoviário e terminais), e também projetos urbanos – voltados principalmente para o transporte público. Esse se-
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PROPOSTAS Intervenções indicadas condizem com o desenvolvimento atual e futuro do país
Foram elencados
2.045 projetos em todos os modais de transporte
gundo bloco inclui projetos relevantes nos contextos urbano e metropolitano, com o objetivo de oferecer respostas às demandas de transporte da população nas diversas atividades cotidianas. Para que ocorra o estímulo ao desenvolvimento, o Brasil precisa de um sistema de transporte eficiente e integrado. Com isso, o Plano da CNT identifica e propõe um conjunto de intervenções prioritárias na infraestrutura de transportes, visando promover, da forma mais conveniente, e
com os menores tempo e custo, o deslocamento de pessoas e de bens. Contribuir para melhorar o nível de serviço para os operadores de transporte e para aumentar a qualidade do serviço prestado aos usuários também são objetivos do estudo da CNT. Dentro das propostas de integração nacional, foram avaliados nove eixos estruturantes. Nos projetos urbanos, estão 18 regiões metropolitanas. O plano também divide as propostas de investimento por Estados do país, e ainda pelos diferentes modais.
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RECURSOS Veja quais são os valores indicados por infraestrutura de transporte
MATRIZ Estudo sugere mais equilíbrio entre os modais
Os projetos são agrupados para cada uma das regiões, por eixo e por tipo de infraestrutura. A apresentação dessas propostas permite que se avalie o impacto dessas obras, assim como a sua potencialidade para a diminuição das disparidades regionais. Gestão Na avaliação da CNT, o país passou por décadas sem dispor da atenção necessária para a infraestrutura de transporte, e a dificuldade geren-
cial dos governos para investir da forma que o país precisa agravou o quadro atual, que é desfavorável. “O país não consegue se desenvolver economicamente com uma infraestrutura de transporte de cargas e de passageiros ruim. É preciso investir no maior equilíbrio da matriz, com mais utilização dos modos ferroviário e aquaviário. As rodovias e os aeroportos também precisam oferecer mais qualidade aos usuários”, disse o diretor exe-
cutivo da CNT, Bruno Batista. A oferta inadequada de infraestrutura no Brasil é um fator problemático para a realização de negócios, inibindo a competitividade global do país. O Plano CNT de Transporte e Logística cita um ranking do Fórum Econômico Mundial com 148 países, no qual a qualidade da infraestrutura de transporte no Brasil ocupa posições desfavoráveis. Em qualidade de rodovias, o Brasil alcançou a posição 120. Os portos ficaram em 131º
lugar; os aeroportos em 123º e as ferrovias em 103º. Em relação aos demais países da América Latina (para os quais há dados disponíveis), a qualidade geral da infraestrutura no Brasil situa-se em 13º lugar no ranking de competitividade de 19 países. Conforme destaca o diretor executivo da CNT, a infraestrutura de transporte no Brasil não tem acompanhado o crescimento da economia. A falta de planejamento e o excesso de burocracia também contri-
PROJETOS DE INTEGRAÇÃO NACIONAL Veja quais são as principais intervenções propostas em cada um dos 9 eixos estruturantes e qual a estimativa de investimento. No total, os projetos
Eixo Nordeste-Sul (E1) R$ 167,8 bilhões Atravessa o país, com extremidades no acesso ferroviário do Porto de Rio Grande (RS) e no acesso rodoviário do Porto de Fortaleza (CE). No itinerário, o município de Salgueiro (PE) será um ponto logístico estratégico com a conclusão da Ferrovia Transnordestina. Também se destaca Belo Horizonte (MG), importante centro logístico · Projetos fundamentais correspondem principalmente a intervenções rodoviárias, tais como as duplicações da BR-116, do Sul ao Nordeste · Conclusão da duplicação da BR-381, em Minas Gerais, entre Belo Horizonte e Governador Valadares · Obras de recuperação do pavimento e de construção de ferrovia
Eixo Litorâneo (E2) R$ 178,2 bilhões Desenvolve-se ao longo da costa oceânica, com extremidades em Belém (PA) e Porto Alegre (RS). Suas infraestruturas conectam algumas das principais capitais e centros urbanos, provendo acessibilidade à maior parte dos portos marítimos · Duplicação de 1.712 km da BR-101 (trechos mais extensos são entre Mucuri e Jandaíra - BA, e Porto Real do Colégio e Novo Lino - AL) · Construções de contornos rodoviários na região metropolitana de Florianópolis (SC), no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP) · Implantação da Ferrovia Transnordestina, interligando Piauí, Ceará e Pernambuco e adequações dos terminais intermodais desse eixo
Eixo Norte-Sul (E3) R$ 123,6 bilhões Atravessa o território nacional em sua porção central, com extremidades em Belém (PA) e Uruguaiana (RS). Passa pelas capitais de Tocantins e Goiás e por áreas de expressiva produção agrícola do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Tocantins · No Paraná, duplicações da BR-163, da BR-277 e do acesso a Foz do Iguaçu até a fronteira Brasil/Paraguai · Intervenções nas hidrovias dos rios Tocantins e Paraná · Ampliação e construção de terminais rodoviários, hidroviários e intermodais · Construção do trecho da Ferrovia Norte-Sul (FNS), entre Estrela D’Oeste (SP) e Araguaína (TO), com 1.765 km
Eixo Amazônico (E4) R$ 15,3 bilhões Diretriz exclusivamente aquaviária e ligações formadas por infraestruturas rodoviária, aeroportuária, portuária e complementar. Extremidades no Porto de Santana, em Macapá (AP), e em Tabatinga (AM), na fronteira Brasil-Peru · Ampliação de terminais existentes e construção de novos terminais no Amazonas e no Pará · Ampliação das áreas retroportuária e portuária no Porto de Manaus e ampliação do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes · Construção de terminal e ampliação de profundidade para as infraestruturas hidroviárias · Construção e recuperação do pavimento de rodovias, como a BR-174
somam cerca de R$ 747,4 bilhões
Eixo Centro-Norte (E5) R$ 48,2 bilhões Tem suas extremidades em Santarém (PA) e Mundo Novo (MS), sendo constituído pela hidrovia Teles Pires-Tapajós (de Santarém a Itaituba -PA) – e pela BR-163. O perfil de carga é formado, sobretudo, por commodities agrícolas, principalmente do Norte e do Sul mato-grossenses · Expansão da hidrovia Teles Pires-Tapajós, entre Itaituba (PA) e Jacareacanga (PA), com dragagens e derrocamentos · No âmbito rodoviário, destacam-se a recuperação do pavimento da BR-163, de Campo Verde (MT) a Itiquira (MT), e a duplicação dessa rodovia, de Campo Grande (MS) até Mundo Novo (MS)
Eixo Norte-Sudeste (E6) R$ 54,1 bilhões As extremidades estão no encontro dos rios Madeira e Amazonas e em Santos (SP), passando por Porto Velho (RO), Cuiabá (MT) e São Paulo (SP). Os investimentos permitirão o melhor escoamento de produtos químicos, açúcar, álcool, suco de laranja e commodities agrícolas · Expansão da hidrovia do rio Madeira, incluindo a abertura de canal navegável, o que proporcionará uma ligação com a Bolívia · Recuperação de pavimento da BR-364, da BR-317 e da BR-319 · Sinalização de passagens em nível da malha ferroviária operada pela América Latina Logística (ALL Malha Paulista), entre Minas Gerais e São Paulo
Eixo Leste-Oeste (E7) R$ 77,1 bilhões Tem extremidades em Cruzeiro do Sul (AC) e em Salvador (BA), fazendo a conexão entre as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Trata-se de um eixo rodo-hidroviário de grande relevância para a otimização do transporte de cargas para o complexo portuário da Bahia · Pavimentação da BR-364 (Campo Novo do Parecis e Diamantino - MT) e da BR-135 (Cocos –BA – a Itacarambi -MG) · Duplicação da BR-242 · Construção e ampliação de aeroportos · Construção da Ferrovia de Integração Leste-Oeste, na Bahia: Ilhéus a Barreiras
Eixo Cabotagem (E9) R$ 57,2 bilhões Interligação dos principais portos da costa brasileira por meio de rotas comerciais, desde o Amapá até o Rio Grande do Sul. Operações de cabotagem e de comércio exterior para cargas conteinerizadas, a granel, roll on-roll off e carga geral · Dragagem e derrocamento nos portos de Santos (SP), São Sebastião (SP) e Itaguaí (RJ) · Adequações portuárias e retroportuárias e dragagem no Porto de Itaqui (MA) · Ampliação de terminais especializados – frigoríficos, contêineres, granéis, petroquímicos e agrícolas
Eixo Nordeste-Sudeste (E8) R$ 25,9 bilhões Consiste na ligação de São Luís (MA) ao Rio de Janeiro (RJ). Abrange acessos ferroviários dos portos de Itaqui (MA) e do Rio de Janeiro (RJ) e passa por capitais importantes: Belém (PA), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) · Qualificação da hidrovia do São Francisco, incluindo dragagem, balizamento e sinalização · Recuperação do trecho ferroviário entre Corinto e Pirapora (MG) · Recuperação do pavimento da BR-222, melhorando o acesso à EFC (Estrada de Ferro Carajás) · Ampliação de aeroportos de aviação regional em Minas Gerais e Pernambuco
PROJETOS URBANOS Veja qual o valor sugerido para projetos urbanos em 18 regiões metropolitanas do Brasil As obras propostas incluem, entre outras: · Implantação de corredor expresso ou BRT · Construção e adequação de terminal de passageiros · Construção de infraestrutura para VLT, monotrilho, metrô, trem urbano · Construção e adequação de vias urbanas · Construção de plataformas de ônibus e de terminais de passageiros Outros centros urbanos R$ 10,0 bilhões
Região Metropolitana de Fortaleza (CE) R$ 8,9 bilhões
Região Metropolitana de Belém (PA) R$ 1,3 bilhão Região Integrada de Desenvolvimento – Ride, do Distrito Federal e Entorno (DF) R$ 6,5 bilhões
Região Metropolitana de Manaus (AM) R$ 4,0 bilhões
Região Metropolitana de Natal (RN) R$ 1,1 bilhão Região Metropolitana de Recife (PE) R$ 7,8 bilhões
Região Metropolitana de Aracaju (SE) R$ 150,9 milhões
Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (MT) R$ 1,6 bilhão
Região Metropolitana de Salvador (BA) R$ 11,0 bilhões
Região Metropolitana de Goiânia (GO) R$ 2,0 bilhão
Região Metropolitana de Vitória (ES) R$ 1,6 bilhão
Região Metropolitana de Curitiba (PR) R$ 10,1 bilhões
Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG) R$ 53,6 bilhões
Região Metropolitana de Florianópolis (SC) R$ 744,0 milhões Região Metropolitana de Porto Alegre (RS) R$ 7,4 bilhões
Região Metropolitana de São Paulo (SP) R$ 78,4 bilhões
Região Metropolitana da Baixada Santista (SP) R$ 7,9 bilhões
Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RJ) R$ 25,8 bilhões
TRILHOS Estudo da
buem para essa situação crítica que afeta e compromete o desempenho do transporte de cargas e de passageiros. “O governo tem dificuldade de investir os recursos disponíveis. O Brasil tem espaço para novos investimentos, e as oportunidades estão surgindo. Hoje estamos
“O governo tem dificuldade de investir” BRUNO BATISTA, DIRETOR CNT
desperdiçando recursos pela nossa ineficiência”, diz Bruno Batista. Em 2003, 0,07% do PIB (Produto Interno Bruto) era destinado à infraestrutura de transporte no Brasil. Em 2013, o percentual passou para 0,3%, mas ainda pode aumentar, na avaliação da CNT. De acordo com as considera-
ções finais do estudo, “a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura de transporte, em anos recentes, apesar de assinalável, não tem sido suficiente para ajustar a oferta de transporte às demandas existentes e previstas. A execução dos investimentos, por outro lado, tem es-
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REGIÕES METROPOLITANAS
Mais de 300 projetos sugeridos
CNT sugere construção e ampliação de redes de trem, metrô, VLT, monotrilho
tado aquém dos valores que têm sido planejados e autorizados”. Intervenções Os projetos indicados no Plano CNT de Transporte e Logística se mostram viáveis, e a implementação pode contar com recursos da iniciativa pri-
vada brasileira e também de investidores estrangeiros. Muitas dessas ações sugeridas pela CNT estão contempladas no PIL (Programa de Investimentos em Logística), do governo federal, que tem como base a participação de empresas privadas. No mês de julho, empresários
Do total de 2.045 projetos elencados no Plano CNT de Transporte e Logística 2014, mais de 300 são urbanos, incluindo corredores exclusivos para ônibus, infraestrutura para o transporte sobre trilhos e construção de terminais. Conforme o estudo da CNT, os sistemas de mobilidade em contexto urbano têm uma importância fundamental para a economia do país e para a qualidade de vida dos seus cidadãos. São as cidades que concentram a maior parte da população e onde acontece a maioria das atividades cotidianas. “A ausência de planejamento adequado e de investimento continuado nas redes de transporte das cidades brasileiras, ao longo dos anos, tem-se refletido, em particular, na diminuição do número de
Em 2013,
0,3% do PIB foi para transporte
passageiros do transporte público e nos frequentes congestionamentos”, aponta o estudo. De uma maneira geral, as ineficiências no transporte levam à perda de competitividade dos municípios e da capacidade em atrair investimentos, de acordo com o Plano CNT de Transporte e Logística. Os projetos urbanos propostos abrangem os diferentes modais, com foco na integração. O maior montante sugerido, R$ 78,4 bilhões, é para a região metropolitana de São Paulo, que tem 39 municípios. Em seguida, está a região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. São R$ 53,6 bilhões para projetos em dez municípios. Entre as obras previstas, está a ampliação da linha 1, entre Eldorado/Novo Eldorado e a construção das linhas 2 e 3.
chineses estiveram no Brasil e demonstraram interesse em investir em infraestrutura de transportes em diferentes modais (leia sobre o assunto e conheça alguns projetos indicados pela CNT em reportagem entre as páginas 28 e 37). No caso do modo ferroviário, o Plano CNT de Transporte e Logísti-
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CUSTOS Fatores que contribuem para a baixa competitividade e para o aumento do Custo Brasil
INVESTIMENTO POR REGIÃO Confira o valor que o Plano CNT de Transporte e Logística indica para cada região do país Norte
R$ 116,4 bilhões
Nordeste
R$ 159,6 bilhões
Sudeste
R$ 418,7 bilhões
Sul
R$ 160,7 bilhões
Centro-Oeste
RS 111,0 bilhões
(A soma dos valores apresentados não corresponde ao total de investimentos do Plano CNT de Transporte e Logística 2014, pois não contempla os projetos integrados que passam por mais de uma UF - que totalizam R$ 20,8 bilhões)
ca indica construção, duplicação e recuperação de trechos ferroviários; ampliação e construção da rede de metrôs, trens urbanos, VLTs (veículos leves sobre trilhos), monotrilhos; TAVs (trens de alta velocidade). E também aquisição e melhoria de material rodante, recuperação de infraestrutura de passageiros e a eliminação de gargalos. A CNT sugere quais são as necessidades do país em relação à ampliação e à construção de aeroportos, melhoria das pistas, ampliação das estruturas de carga e de passageiros. Para o modo rodoviário, são propostas adequação, duplicação e construção de rodovias e vias urbanas, recuperação do pavimento, implantação de corredores expressos e sistemas de BRTs (Bus Rapid Transit).
O estudo indica quais portos devem ser construídos, recuperados e também terem os acessos melhorados e a profundidade dos canais ampliada. Na navegação interior, há a indicação sobre abertura de canais, adequação de hidrovias, construção de dispositivos de transposição, aquisição e melhoria de embarcações de passageiros. O plano mostra também a necessidade de adequação e de construção dos terminais de carga, dos pátios de estacionamento, das estações metroviárias e terminais de passageiros e a construção de plataformas de ônibus. Contribuição O Plano CNT de Transporte e Logística é mais uma contribuição
da Confederação Nacional do Transporte para auxiliar os governos e a iniciativa privada na identificação das prioridades de investimentos em relação a projetos de infraestrutura de transporte. O estudo também é uma fonte de informação para o meio acadêmico e para a sociedade em geral sobre as necessidades do setor. Com ele, é possível identificar o caminho a seguir para um sistema de transporte condizente com o desenvolvimento desejado para o Brasil. l A íntegra do Plano CNT de Transporte e Logística 2014 pode ser acessada no site da CNT: www.cnt.org.br
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BRASIL E CHINA
Oportunidades de investimentos
Empresários chineses participam de seminário em Brasília e conhecem áreas para aplicar recursos em infraestrutura de transporte POR
CYNTHIA CASTRO
s oportunidades de investimentos estrangeiros em projetos de infraestrutura de transporte no Brasil, em todos os modais, foram apresentadas aos chineses no Seminário Empresarial em Brasília (DF), durante a visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, no mês de julho. O encontro celebrou também os 40 anos de parceria entre os dois países e debateu outras áreas, como indústria, agronegócios e serviços. Em 2013, o comércio bilateral chegou a US$ 83 bilhões, e os chineses estão aumentando e di-
A
versificando cada vez mais os investimentos no Brasil. O seminário foi promovido pelo CEBC (Conselho Empresarial BrasilChina) em parceria com a CNT e outras entidades. A realização foi na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O diretor-geral de Desenvolvimento Comercial do Ministério do Comércio da China, Sun Chenghai, destacou o aumento da cooperação entre as duas nações nos últimos anos. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. E o Brasil está entre os dez principais da China. Ainda há um pre-
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FOTOS FRAME PRODUÇÕES
INTERCÂMBIO Seminário Empresarial em Brasília mostrou que parceria pode ser positiva para os dois países
PARTICIPAÇÃO Empresários chineses e brasileiros e representantes do poder público de Brasil e China estiveram no evento
domínio de exportações de produtos do agronegócios e da mineração para o país asiático, mas os participantes do evento enfatizaram que o caminho é seguir também para cooperação na área de infraestrutura. “O comércio é um motor para os investimentos. A parceria em agricultura e infraestrutura, por exemplo, ainda tem muito potencial para crescer. É uma parceria que traz benefícios para os dois povos e tem o apoio do governo chinês. A importação chinesa dos produtos brasileiros também tem crescido nos últimos anos”, disse Chenghai. Segundo ele, há um ambiente político seguro para a atuação de empresários dos dois países. O ministro dos Transportes, Paulo Passos, afirmou que os dois países têm aspectos de complementaridade e algumas semelhanças, citando a dimensão continental e a população expressiva. “A China tem a característica de grande importadora de matéria-prima e tem uma infraestrutura já estruturada. O Brasil tem desempenhado um papel importante como grande exportador de commodities agrícolas e minérios – seja o minério de ferro ou outros produtos, como alumínio, manganês e estanho. E tem o desafio de aprimorar sua infraestrutura”, disse o ministro.
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Paulo Passos afirmou que o governo precisa da iniciativa privada para conseguir melhorar o escoamento de sua produção. “Mesmo com todo o esforço que temos feito, ainda foi insuficiente para dar resposta às necessidades que se colocam em relação à infraestrutura nacional. Levamos duas décadas com baixíssimos investimentos e precisamos recuperar”, afirmou Passos. Ele reforçou que o PIL (Programa de Investimentos em Logística), lançado pelo governo federal há dois anos, busca basicamente o setor privado para estar junto do governo. Segundo o ministro, o programa “se apoia na atração de parceiros e de capitais internos e externos”. De acordo com os participantes do Seminário Empresarial, a área de ferrovias – tanto de cargas como de passageiros – é possivelmente a que oferece maiores possibilidades para os investimentos chineses. No PIL, estão previstos melhoramentos e construção de 11 mil quilômetros de linhas férreas. Durante o Seminário Empresarial, iniciativa privada e poder público apresentaram
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PROPOSTAS Chineses conheceram os projetos de infraestrutura de transporte que podem receber investimentos
os projetos essenciais de infraestrutura de transportes. Plano CNT de Transporte e Logística Além da área ferroviária, o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, também destacou propostas para portos, rodovias, terminais de cargas e soluções urbanas (veja nas páginas 32 e 33). A confederação apresentou propostas contidas no Plano CNT de Transporte e Logística 2014. Há mais de 2.000 projetos descritos,
INTERESSE Participantes disseram que China quer aproximar mais do Brasil
INFRAESTRUTURA Valores de investimentos sugeridos pelo Plano CNT de Transporte e Logística 2014 em todos os Estados brasileiros, incluindo os diferentes modais (em R$ bilhões)
Pará 46,2
Roraima 3,7
Tocantins 19,7
Amapá 2,1
Ceará 25,4
Maranhão 17,4
Pernambuco 22,3
Piauí 9,9
Rio Grande do Norte 7,5
Paraíba 4,7 Amazonas 20,9 Alagoas 6,3 Acre 8,2
Bahia 61,9
Rondônia 16,9 Mato Grosso 47,2
Espírito Santo 11,8
Goiás 38,3 Mato Grosso do Sul 17,9 Distrito Federal 7,6 Paraná 63,6 Rio Grande do Sul 53,8
Sergipe 2,8
Minas Gerais 148,4 Rio de Janeiro 65,7 São Paulo 192,9 Santa Catarina 43,3
A soma dos valores apresentados não corresponde ao total de investimentos do Plano CNT de Transporte e Logística 2014, pois não contempla os projetos integrados (que passam por mais de uma UF) que totalizam R$ 20,8 bilhões
que podem atrair o interesse dos chineses. Muitas dessas propostas estão contempladas também no PIL, programa do governo federal. Na opinião de Bruno Batista, o Seminário Empresarial aconteceu em um momento oportuno. Ele citou que o Brasil está aberto aos investimentos da iniciativa privada na área de infraestrutura, há um plano atual da CNT sobre as necessidades prioritárias, e os chineses têm interesse em se aproximar ainda mais do Brasil.
“Sabe-se da importância do setor de transporte como mola propulsora para qualquer ação de desenvolvimento. Os projetos do Plano CNT de Transporte e Logística são importantes para modernizar e ampliar a infraestrutura de transporte no Brasil. Os chineses vão precisar conhecer as características desses projetos prioritários, o nível de investimento e a importância que eles terão tanto para a integração da malha do Brasil em todas as modalidades
como para a obtenção de potenciais ganhos que os chineses terão no escoamento dos produtos que eles compram do Brasil”, afirmou Bruno Batista (leia reportagem completa sobre o plano da CNT na página 18). O diretor de Planejamento do Ministério dos Transportes, Francisco Costa, destacou que a complementaridade das economias chinesa e brasileira está crescendo e afirmou que “os investidores chineses são muito bem-vindos”.
Costa apresentou algumas obras de transporte abertas à iniciativa privada. Entre os projetos ferroviários previstos, ele citou propostas que vão do Centro-Oeste para a saída Norte do Brasil, em direção a Porto Velho (RO) e ao rio Amazonas, e também o prolongamento da Ferrovia Norte-Sul até Belém (PA). Segundo Costa, são de fundamental interesse sob o ponto de vista do escoamento da produção agrícola para a China. "É a continuação da Ferrovia Norte-Sul, do
POTENCIAL DE INVESTIMENTO Confira alguns projetos de infraestrutura, sugeridos no Plano CNT de Transporte e Logística, que podem ser realizados em parceria com a China
PROJETOS DE INTEGRAÇÃO NACIONAL CONSTRUÇÃO DE TERMINAL DE CARGA Projeto Construção de terminal hidroviário em Pedras de Maria da Cruz – rio São Francisco Construção de terminal rodo-ferro-hidro-aeroviário em Araquari Construção de terminal rodo-ferro-aeroviário em Anápolis: plataforma logística multimodal Construção de terminal rodo-ferroviário em Cascavel Construção de terminal de carga rodo-hidroviário em Santarém Construção de terminal rodo-ferro-hidroviário em Imperatriz: hidrovia Araguaia-Tocantins DUPLICAÇÃO E CONSTRUÇÃO RODOVIÁRIA Rodovia/Projeto
Dimensão
Unidade da Federação Minas Gerais Santa Catarina Goiás Paraná Pará Maranhão
Investimento mínimo (RS) 2,2 bilhões 1,5 bilhão 682 milhões 236 milhões 128 milhões 117 milhões
Unidade da Federação inicial
Unidade da Federação final
Investimento mínimo (RS)
BR-116 Duplicação da BR-116: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
2.762 km
Ceará
Rio Grande do Sul
25,7 bilhões
BR-153 Duplicação da BR-153: Tocantins, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
2.043 km
Tocantins
Rio Grande do Sul
19,0 bilhões
BR-101 Duplicação da rodovia BR-101: Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
1.712 km
Pernambuco
São Paulo
16,2 bilhões
BR-070 Duplicação da rodovia BR-070: Goiás e Mato Grosso, de Cuiabá a Águas Lindas
874 km
Mato Grosso
Goiás
8,1 bilhões
BR-242 Construção da rodovia BR-242/ Mato Grosso e Tocantins
523 km
Mato Grosso
Tocantins
2,3 bilhões
BR-242 Duplicação da rodovia BR-242/Bahia, de Barreiras a Rafael Jambeiro
680 km
Bahia
Bahia
6,3 bilhões
BR-262 Duplicação da rodovia BR-262: Espírito Santo e Minas Gerais
633 km
Espírito Santo
Minas Gerais
5,9 bilhões
PROJETOS URBANOS INFRAESTRUTURA FERROVIÁRIA DE PASSAGEIROS Categoria
Título
Construção de Metrô ou Trem Urbano
Construção de metrô na Região Metropolitana de Porto Alegre: 1ª e 2ª partes
Recuperação de Infraestrutura Ferroviária de Passageiros
Recuperação de infraestrutura ferroviária de passageiros na Ride do DF: construção de VLT entre Luziânia (GO) e Brasília (DF)
Construção de VLT ou Monotrilho
Construção de monotrilho na Região Metropolitana de Manaus: linha Norte-Centro
Construção de VLT ou Monotrilho
Construção de VLT na Região Metropolitana do Rio de Janeiro: área central e portuária
Construção de VLT ou Monotrilho
Construção de VLT na Região Metropolitana de Fortaleza: Caucaia–Pecém
CONSTRUÇÃO DE FERROVIA Projeto Construção da Ferrovia Uruaçu – Campos
Dimensão
Unidade da Federação inicial
Unidade da Federação final
Investimento mínimo (RS)
1.706 km
Goiás
Rio de Janeiro
20,3 bilhões
Construção da Ferrovia Norte-Sul
3.746 km
Pará
Rio Grande do Sul
18,4 bilhões
Construção da Ferrovia Transcontinental
2.307 km
Rondônia
Acre
14,2 bilhões
Construção da Ferrovia Cuiabá – Santarém
1.800 km
Mato Grosso
Pará
11,9 bilhões
Construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste
1.630 km
Mato Grosso
Goiás
10,1 bilhões
Construção do Corredor Ferroviário de Santa Catarina
862 km
Santa Catarina
Santa Catarina
7,6 bilhões
Construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol)
1.527 km
Bahia
Tocantins
8,5 bilhões
CONSTRUÇÃO DE PORTO OU AMPLIAÇÃO DE ÁREA PORTUÁRIA Projeto Dimensão (unidades)
Unidade da Federação
Município
Investimento mínimo (RS)
Construção de novo terminal portuário na margem esquerda de Santos
1
São Paulo
Santos
3,7 bilhões
Construção de novo terminal portuário no porto de Imbituba
1
Santa Catarina
Imbituba
2,2 bilhões
Construção do porto de Coruripe
1
Alagoas
Coruripe
2,0 bilhões
Construção do porto do Mercosul
1
Paraná
Pontal do Paraná
1,4 bilhão
Área portuária do porto de Itaqui: construção da retroárea dos berços 98 e 99
2
Maranhão
São Luís
1,0 bilhão
Dimensão
Município
Investimento mínimo (RS)
42,3 km
Porto Alegre (RS)
3,4 bilhões
60,0 km
Brasília (DF)
2,5 bilhões
20,3 km
Manaus (AM)
2,2 bilhões
30,0 km
Rio de Janeiro (RJ)
1,4 bilhão
52,0 km
Fortaleza a São Gonçalo do Amarante (CE)
213,8 milhões Fonte: CNT
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APROXIMAÇÃO
Governos assinam acordos em Brasília Os governos do Brasil e da China assinaram 32 acordos no dia 17 de julho, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), em uma cerimônia com a presença da presidente Dilma Rousseff; do presidente da China, Xi Jinping, entre outros representantes dos dois países. Os acordos incluem os setores de transporte, energia, comércio, infraestrutura e educação. Na área de transporte sobre trilhos, foi assinado um memorando de entendimento sobre cooperação ferroviária entre o Ministério dos Transportes do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China. A proposta é que haja uma ajuda mútua para a elaboração de projetos ferroviários e capacitação de recursos humanos. Em relação à aviação, a fabricante brasileira Embraer venderá 40 aeronaves (20 E190 e 20 E-190E-2) à Tianjin Airlines, companhia aérea da Hainan Airlines. Também serão comercializados 20 jatos E-190, da Embraer, em um negócio feito com o ICBC (sigla em inglês do Banco Industrial e Comercial da China). A SAC (Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República) do Brasil e a CAAC (Administração Nacional de Aviação Civil) chinesa assinaram uma cooperação
nas áreas de infraestrutura aeroviária, transporte aéreo, navegação aérea, combustíveis ambientais e sustentáveis, indústria aeronáutica e capacitação de recursos humanos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o CDB (sigla em inglês para o Banco de Desenvolvimento da China) também firmaram uma cooperação na área de infraestrutura, com foco em projetos no Brasil e na América Latina. A proposta é diversificar e ampliar os canais de financiamento ao desenvolvimento. Os outros acordos entre os dois países incluem, por exemplo, a promoção de investimento industrial, a facilitação de vistos de negócios, o incentivo à tecnologia da informação e telecomunicação e também o aprendizado em mandarim no Brasil. A presidente Dilma Rousseff destacou a importância da proximidade das relações comerciais entre os dois países e do incentivo aos investimentos. “China e Brasil são as maiores economias em desenvolvimento nos respectivos hemisférios. E estão cada vez mais integradas. Partimos de uma corrente de comércio de US$ 3 bilhões para a cifra recorde de quase US$
90 bilhões, em 2013”, destacou Dilma Rousseff. Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente disse que apresentou a Xi Jinping as oportunidades que se abrem no Brasil em licitações nos setores ferroviário, portuário, aeroviário e rodoviário. “Aqui, as empresas chinesas encontrarão segurança jurídica e marco regulatório estável e também serão muito bem-vindas”, garantiu Dilma Rousseff. Xi Jinping enfatizou que a visita dele ao Brasil “constitui uma viagem para intensificar a cooperação e para consolidar a confiança”. Segundo ele, a China irá estreitar ainda mais o intercâmbio com o Brasil, em todos os níveis, para que ocorra maior aprofundamento do conhecimento mútuo. “A China está disposta a conduzir com o Brasil uma cooperação estratégica na construção de ferrovias e outras infraestruturas”, disse Xi Jinping, que participou no Brasil da sexta Cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O presidente da China afirmou também que serão estimuladas as parcerias com o Brasil nas áreas de petróleo, energia elétrica, minério de ferro, agricultura e outras.
TRILHOS Setor ferroviário oferece opor
município de Açailândia a Barcarena (no Maranhão e Pará); a construção de uma nova ferrovia, do Centro-Oeste a Miritituba; e a construção de outra ferrovia até Porto Velho, fazendo a conecção com a hidrovia do rio Madeira, direto para o rio Amazonas." De acordo com o representante do governo federal, o melhor caminho para os chineses que se interessarem em investir no Bra-
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CPTM/ANPTRILHOS/DIVULGAÇÃO
WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
porque não se trata apenas das empresas que constroem ferrovias e que serão parceiras das construtoras brasileiras, mas também porque atrás delas vem um grande número de empresas fornecedoras de equipamentos e de tecnologias, que poderão se associar a empresas brasileiras.” O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, afirmou que há uma base sólida para o crescimento dos investimentos privados no Brasil. “A parceria entre as duas nações é de mútuo interesse e de alta complementaridade”.
tunidades para os chineses investirem
sil é procurar, inicialmente, alguma entidade que represente o setor privado, como a CNT ou o CEBC, entre outras. “O que ficou claro nas discussões desse seminário é que, até mesmo pelas diferenças culturais, é muito melhor e mais prático que os chineses se associem aos parceiros brasileiros. A legislação brasileira não veda a participação deles sozinhos, mas essa ideia de se asso-
VISITA O presidente da China, Xi Jinping, esteve no Brasil
ciar aos brasileiros é mais por uma questão de praticidade e de agilidade na elaboração de propostas”, afirmou Costa. Parceria O presidente do CEBC, Sergio Amaral, também afirmou que Brasil e China entram agora em uma nova fase de cooperação e parcerias, especialmente na área de infraestrutura. Confor-
me levantamento do CEBC, em 2012 e 2013, foram anunciados pelo menos 31 projetos chineses no Brasil, totalizando US$ 8,43 bilhões. São projetos nos setores automotivo, energia, bancário, agronegócios, eletrônicos, entre outros. Sergio Amaral também destacou as possibilidades que se abrem em relação às ferrovias. “Esse é o modal mais atrativo
Apoio Alguns empresários chineses se mostraram favoráveis à ideia de investir no Brasil. Um deles, Li Dongfang, é presidente da Empresa de Recursos Energéticos e Transportes do Nordeste Asiático. Ele ressaltou que encontros como o seminário são importantes para que os dois países possam se conhecer mutuamente e, assim, estabelecer parcerias e projetos. “Nesse seminário, os empresários chineses puderam se familiarizar mais com a economia do Brasil, com a conjuntura atual. A China tem um grande volume de capi-
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CNT TRANSPORTE ATUAL
PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013
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ESTÍMULO
CNT tem Escritório em Pequim Atenta ao quadro favorável para os investimentos estrangeiros no Brasil, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) abriu o Escritório em Pequim no último mês de abril. A confederação vai atuar fazendo a ponte entre empresários dos dois países para estimular e atrair os investimentos chineses. Desde 1954, a CNT representa o setor transportador, tanto na área de cargas como na de passageiros. São mais de 70 mil empresas e quase 2 milhões de trabalhadores. O diretor de Assuntos Internacionais, Harley Andrade, afirmou que o Escritório em Pequim realiza um trabalho para mostrar o que precisa ser feito no Brasil na área de infraestrutura de transporte. “A CNT vai estar em contato com os empresários chineses, apresentando esses projetos prioritários. Nosso Plano CNT de Transporte e Logística será essencial porque ele descreve as necessidades prioritárias e estima o custo de cada uma delas, em todos os modais”, disse Harley Andrade.
A CNT se associou ao CEBC (Conselho Empresarial BrasilChina). De acordo com Harley Andrade, o trabalho conjunto das duas entidades será ainda mais positivo para contribuir para a melhoria da infraestrutura de transporte no Brasil. “A CNT está associada ao CEBC, e vamos buscar atrair esses investidores. Precisamos melhorar nossa infraestrutura, reduzir o Custo Brasil e contribuir para o maior desenvolvimento econômico e social.” Em Pequim, o executivo Jose Mario Antunes está à frente do Escritório da CNT. Para auxiliar, três consultores trabalham junto com a confederação. Um deles é o presidente do CEBC, Sergio Amaral, que foi embaixador em Londres e Paris. Os outros também são grandes conhecedores sobre China: Clodoaldo Hugueney Filho, que foi embaixador do Brasil na China; e Marcos Caramuru de Paiva, que foi cônsul-geral do Brasil em Xangai e foi embaixador na Malásia.
RODOVIAS Brasil precisa duplicar e construir novos trechos CODESP/DIVULGAÇÃO
PORTOS Dragagem e melhor acesso são necessidades urgentes CYNTHIA CASTRO
AQUAVIÁRIO Terminais de integração precisam ser ampliados
tal. Tenho certeza que haverá interesse em investir por aqui porque há grandes possibilidades. No meu caso, temos interesse em investir especialmente na infraestrutura de portos e também em rodovias e no transporte aéreo”, disse Dongfang.
Sobre a abertura do Escritório da CNT em Pequim, Dongfang disse que considera a iniciativa importante para que ocorra maior divulgação sobre as possibilidades. “A escolha por Pequim também foi muito boa porque a cidade tem a importância política por
ser a capital, mas também se destaca pela questão econômica.” Outro participante do seminário, Wu Gang, atua na área de produção de veículos, mas disse que tem interesse em diversificar os seus negócios. “Tenho interesse na área ferroviária e também
achei muito interessante os projetos de transporte aquaviário”, disse Gang. Para ele, o mais importante das discussões do Seminário Empresarial foi o foco na apresentação de soluções que contribuam para reduzir o Custo Brasil. (Com Natália Pianegonda)
WANG CHUNLEI - CENTRO DE INVESTIMENTO E COMÉRCIO BRASIL-CHINA
O diretor comercial e de investimentos do Centro de Investimento e Comércio Brasil-China, Wang Chunlei, acredita que a área de infraestrutura de transporte, especialmente ferroviária, oferece grandes oportunidades no Brasil. Ele considera também que, apesar das diferenças culturais entre os dois países, tem havido maior aproximação e conhecimento mútuo nos últimos anos, o que favorece a relação comercial e de investimentos. Chunlei participou do Seminário Empresarial em Brasília. O senhor considera que a infraestrutura é o principal caminho para a parceria sinobrasileira nos próximos anos? Os problemas na infraestrutura vêm atrapalhando o crescimento da economia brasileira. A China é o maior comprador de minério, soja, desses produtos de commodities. Mas estamos enfrentando um custo de logística muito alto. No próprio Brasil também tem questões de custos de logística muito altos. Isso atrapalha a competitividade do produto brasileiro. Temos o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o PIL (Programa de Investimentos em Logística) com foco em infraestrutura. Há uma necessidade de se investir mais em ferrovias e também nas rodovias. O porto de Santos também está sobrecarregado e existe necessidade de se investir mais para escoar os produtos. Infraestrutura é muito importante, e os chineses estão com foco nessa área, visando mais parcerias com o Brasil.
CYNTHIA CASTRO
“Os chineses estão visando mais parcerias com o Brasil” Quais são as oportunidades de investimentos da China em infraestrutura de transporte no Brasil? A China tem muitos grupos. São empresas tradicionais que focam na área de construções portuárias, ferroviárias. O Banco de Desenvolvimento da China poderia ajudar, se houver necessidade de financiamento. Com a experiência de grupos chineses, na área de equipamentos, com o apoio de bancos e fundos, poderia atender muito à necessidade do mercado brasileiro. Tem alguma área do transporte que pode ser mais atrativa para essa parceria? Eu acho que a área ferroviária é a mais avançada até hoje. Claro que precisamos também investir no portuário. Mas no ferroviário, há muitos anos, vejo vários grupos chineses conversando e está mais avançada. Há uma diferença cultural entre os dois países. Como contornar essa situação? Realmente, hoje há uma dificuldade que não é mais de linguagem. Mas há sim uma dificuldade entre as culturas. Por exemplo, chineses, às vezes, confiam, fazem parceria e não precisam do contrato. Só com o olho no olho. No Brasil, considera-se mais protegido pelas legislações, contratos, acordos. Cria-se mais burocracia de análise, de assinar algum acordo. Existe grande diferença cultural sim e precisa ter mais conversa e
mais entendimento. Em 2008 (ano que foi realizada a Olimpíada em Pequim), os brasileiros conheceram mais a China. Agora, com a Copa, os chineses conheceram mais o Brasil. E essa aproximação ajuda a resolver as diferenças culturais. As diferenças entre legislações ambientais e trabalhistas podem dificultar a maior aproximação entre os dois países? Nós achamos que as legislações brasileiras, tanto as ambientais como as trabalhistas, são muito mais rigorosas que as da China. A China está começando a melhorar muito essa parte ambiental e também está aumentan-
do as remunerações trabalhistas. Nessa parte, o Brasil está mais avançado. E, estando aqui no Brasil, torna-se obrigatório observar todas essas legislações e regulamentos locais. Então, teremos que aprender mais. De que forma o senhor considera que o Escritório da CNT na China pode ajudar nesse trabalho de aproximação dos empresários chineses e brasileiros? Com a abertura do Escritório da CNT na China, é possível entender melhor o mercado chinês, o comportamento do empresário chinês. Isso poderá ajudar a criar mais oportunidades entre Brasil e China nessa área de transporte. l
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MANUTENÇÃO
Economia ao alcance de todos Consumo de combustível pode representar até 40% do custo total de ônibus e caminhões POR
consumo de combustível é responsável por um gasto que pode chegar a 40% do custo total da operação de caminhões e ônibus. Para aliviar o ônus e manter a frota em boas condições, empresas investem na renovação dos veículos e em treinamentos para que os motoristas consigam lidar de maneira eficiente com as novas tecnologias embarcadas que têm como foco, entre outros benefícios, economizar o diesel. Para especialistas do setor, a capacitação dos condutores, além dos investimentos em novos veículos e manutenção eficiente, é o
O
LETICIA SIMÕES
ponto fundamental para o menor consumo de combustível. Daniel Lauri, do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), afirma que algumas empresas possuem departamentos de treinamento próprios, uma vez que perceberam que o investimento vale a pena. “Há aquelas que recorrem a companhias terceirizadas. Por meio dos treinamentos, os motoristas profissionais têm uma maior ciência das ações para minimizar o consumo de combustível.” Lauri ressalta ainda que, além da manutenção adequada da frota ou do veículo, a utilização correta do tacômetro, conhecido co-
mo “conta-giros”, também é uma dica importante para reduzir o consumo de combustível. “Geralmente, ele possui uma faixa de RPM (rotações por minuto) verde, sendo que, para um melhor rendimento do motor e menor consumo do diesel, é importante o motorista trabalhar as acelerações e as trocas de marcha dentro dessa faixa verde específica.” O engenheiro Wagner Fonseca, integrante do Comitê de Caminhões e Ônibus da SAE Brasil, destaca que o treinamento é mesmo um dos investimentos mais eficazes para a economia de combustível, tanto para empresas como para o motorista autônomo. “O
condutor capacitado se tornou artigo raro no mercado. O Brasil comercializa, em média, 150 mil caminhões por ano. A atividade rodoviária aumentou bastante e houve um apagão de profissionais da área. Estar preparado para lidar com as novas tecnologias disponíveis é um diferencial para empresas e autônomos.” Segundo Fonseca, a economia de combustível deve ser baseada em dois pilares: treinamento e gerenciamento. “Isso envolve, além da capacitação, manutenção constante e auxílio aos motoristas em qualquer circunstância. Algumas empresas usam sistemas de premiação como reconhecimento
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PANEX/DIVULGAÇÃO
PREVENÇÃO Panex realiza check-list antes e depois de qualquer viagem para reduzir os custos
por metas alcançadas pelos profissionais. Essa medida também incentiva o motorista a ter uma condução econômica.” O condutor autônomo, segundo ele, também deve buscar capacitação. “Há cursos disponíveis em todo o Brasil, por meio das unidades do Sest Senat, além de outras instituições. O autônomo tem de conhecer a fundo o caminhão que opera e o tipo de serviço que executa. Economizar combustível é uma vantagem para todos.” A empresa de ônibus urbano Transkuba opera em São Paulo (SP) com 15 linhas regulares. A frota é composta por 274 veículos com idade média de 5,7 anos. São
551 motoristas na ativa, sendo que 276 condutores são formados na própria empresa. “Os motoristas foram capacitados por meio do programa intensivo e ininterrupto de formação, chamado Escolinha”, afirma Denise Monteiro Costa, analista de RH da empresa. Segundo Denise, o gasto com combustível na Transkuba representa 17,5% da planilha de custos. A empresa, desde 2008, conta com ações que visam a economia de combustível. “À época, foi realizada uma campanha interna sobre economia de combustível. Ela envolveu todos os setores da empresa, como abastecedores, fiscais, inspetores, pessoal da área
de manutenção, entre outros. O resultado foi muito positivo. Outra ação integrante foi o treinamento Condução Econômica, teórico e prático, realizado em sala de aula e em percurso preestabelecido.” O treinamento contou com equipamentos instalados nos veículos para avaliar o desempenho dos motoristas antes e após as orientações. “Desde então, realizamos reciclagens anuais sobre o tema”, diz a analista. A empresa investe também em novas tecnologias para o controle do consumo de combustível, como equipamentos eletrônicos montados nas bombas de abastecimento. Segundo Denise,
os aparelhos tornam os dados mais precisos para uma posterior análise do desempenho da frota. “O maior ganho alcançado com as ações é cultural. Todos os colaboradores, além das respectivas atribuições, têm suas ações voltadas para a importância da redução no consumo de combustível, que representa o segundo maior custo para a companhia.” De acordo com Lauri, do Cesvi, outra forma de se adquirir conhecimentos sobre como conduzir o veículo de forma mais econômica é ler o Manual de Instrução de Operação do Veículo. “O estudo do manual é fundamental não somente por informar como conduzir o veículo com melhor eficiência e menor consumo de combustível, mas também por informar como utilizar todas as funções e opções que o veículo pode fornecer.” As fabricantes de motores para caminhões e ônibus também têm focado seus produtos para uma direção cada vez mais econômica. Uma prática comum é a “entrega técnica”. Os fornecedores oferecem todas as informações relativas aos veículos adquiridos ao cliente assim que são retirados da concessionária. Muitas delas também oferecem treinamentos periódicos, como a FPT Industrial América Latina. A empresa produz pro-
PREPARAÇÃO
Sest Senat oferece curso As técnicas a serem seguidas para a economia de combustível são ensinadas no curso Condução Econômica, oferecido pelo Sest Senat. O conteúdo está disponível nas mais de 140 unidades em funcionamento no Brasil e tem como objetivo ensinar os motoristas a utilizar toda a tecnologia dos veículos para uma condução cada vez mais econômica e segura. A carga horária do curso é de 20 horas/aula. Durante as aulas, ministradas para motoristas de veículos de cargas e de passageiros, são identificados os componentes envolvidos com a operação, o funcionamento completo do veículo, os principais ganhos com a condução econômica e como os novos equipamentos auxiliam na economia do óleo diesel. De acordo com Ivanildo Lody, instrutor do Sest Senat de Cariacica (ES), a tecnologia existente hoje nos veículos facilita a redução no con-
pulsores que equipam veículos comerciais destinados a diversas aplicações, desde utilitários a caminhões pesados. O diretor de engenharia Helton Lage afirma que a empresa disponibiliza o Plano de Manutenção Programada, que prevê todas as manutenções preventivas necessárias para o correto funcionamento do motor. Lage destaca que mudar velhos hábitos também auxilia o motorista na redução de combustível. “É importante que o profissional conviva bem com as novidades. Existe o costume de trocar a marcha
sumo do combustível, porém é importante ter domínio do equipamento. “No curso, ensinamos como fazer uma arrancada programada, como vencer a inércia ou usá-la de maneira favorável.” As técnicas ensinadas no curso, segundo o instrutor, podem, em até três meses, reduzir em até 9% o gasto com combustível, mas a economia vai além. “As técnicas repassadas contribuem também para a redução no consumo de pneus, do sistema de freios, de óleo lubrificante e do próprio motor”, explica Lody. Ele também ressalta que as técnicas utilizadas para a redução do consumo do óleo diesel nos veículos de cargas e de passageiros mantêm os equipamentos em melhores condições de uso, o que, consequentemente, reduz o risco de acidentes nas vias urbanas e nas rodovias do país. (Livia Cerezoli)
‘pelo ouvido’. Observar a faixa verde do conta-giros garante que o motor entregue a melhor potência e torque de maneira econômica.” A Scania, além da entrega técnica, oferece o treinamento chamado de Master Driver. Ele é ministrado por instrutores capacitados e selecionados pela fabricante e auxilia na condução ideal e no melhor desempenho do veículo. Marcel do Prado, responsável pelo portfólio de produtos da Scania no Brasil, afirma que a preocupação pela capacitação adequada dos motoristas e a busca por veículos mais econômicos estão cada
APRENDIZAGEM Motoristas são orientados sobre a con
vez mais presentes no setor transportador, inclusive com relação ao motorista autônomo. “Os programas de incentivo para aquisição de novos veículos facilitam a compra para o autônomo, que também se preocupa com o consumo de diesel e quer ter o benefício de um caminhão mais econômico.” Segundo Prado, o custo com combustível em algumas frotas pode chegar a 40% do custo total. “Com consumo menor, por meio de treinamentos e manutenção, as vantagens são maiores, como a rentabilidade do veículo.”
Os veículos da marca contam com o sistema Opticruise, um tutor eletrônico, instalado no painel, que auxilia o motorista com dicas de melhorias na condução em tempo real. Jorge Carrer, executivo de Desenvolvimento e Assistência Técnica da MAN Latin America, destaca que a fabricante oferece treinamentos contínuos em sua planta em São José dos Campos (SP). As concessionárias da marca também contam com instrutores capacitados para aplicar os treinos. Segundo Carrer, as transmissões automáticas, além de ser
COMO ECONOMIZAR COMBUSTÍVEL
SEST SENAT/DIVULGAÇÃO
• Mantenha os pneus sempre com a pressão correta, de acordo com o Manual do Fabricante, pois pneus descalibrados fazem com que o veículo consuma mais combustível • Procure não andar com os vidros abertos. Essa ação proporcionará menor arrasto aerodinâmico do veículo, diminuindo sua perda de velocidade e melhorando o consumo • Procure reduzir o uso do ar-condicionado, deixando para ligá-lo apenas nas horas mais quentes do dia e desligando-o minutos antes de chegar ao seu destino • Procure eliminar cargas desnecessárias no interior do veículo: quanto maior o peso no interior, maior o consumo • Procure aproveitar ao máximo a velocidade do veículo, reduzindo as marchas em breves paradas, como em semáforos e faixas de segurança. Quando menos o freio for usado, menor será o consumo de combustível • Arranque suavemente. Os momentos de maior consumo são aqueles quando o veículo é colocado em movimento a partir do repouso (inércia). Desta maneira, quanto mais suave, mais econômica será a partida • Procure desligar o veículo em paradas com tempo superior a 5 minutos • Preste atenção na rotação do motor. Todo motor possui uma faixa de rotação ideal em que o motor possui maior eficiência térmica e volumétrica. Rotações abaixo ou acima da ideal fazem com que o motor consuma mais que o necessário para a realização do mesmo trabalho • Não conduza o veículo desengrenado. Os veículos com injeção eletrônica de combustível possuem um dispositivo chamado cut-off, em que o consumo é reduzido quando o veículo se encontra engrenado e com o acelerador na posição de repouso. Caso o veículo ande “na banguela”, haverá maior consumo para manter o motor em marcha lenta • Esteja atento para a manutenção do veículo. Filtros de ar e combustível obstruídos, válvulas injetoras sujas, velas de ignição desgastadas e defeitos nos sensores e atuadores da injeção eletrônica poderão aumentar consideravelmente o consumo Fonte: Programa Despoluir/CNT
dução econômica nos cursos do Sest Senat
uma tendência para caminhões e ônibus, não oferecem as penalidades da troca de marchas manual que geram maior consumo. “Os comandos são simples e, com uma orientação básica, os motoristas conseguem lidar com a tecnologia. Empresas mais atentas às novas técnicas adquirem os veículos dotados com tais mecanismos mais rapidamente. Mas o mercado como um todo está cada vez mais aberto a essas novidades.” A MAN investiu na tecnologia V-Tronic de transmissão automática para caminhões e ônibus. A Panex, empresa especializada no transporte de carga seca,
com atuação nos mercados das regiões Sul, Sudeste e CentroOeste do Brasil, conta com uma frota de 380 veículos, sendo que a idade média dos caminhões pesados é de três anos. O diretor operacional Paulo Bedin afirma que o gasto com combustível representa 14% do custo total. “A empresa possui um check-list, realizado antes e depois de qualquer viagem. A ação permite identificar os problemas com manutenção ligados ao gasto de combustível. Quando verificada alguma alteração, a manutenção preventiva e corretiva é realizada.”
De acordo com Bedin, no processo, são verificadas a regulagem do veículo, a calibragem do pneu, a bomba injetora, a análise de ajuste do aerofólio do veículo, bem como a troca dos filtros, conforme determinação do fabricante. Bedin ressalta ainda que os investimentos na renovação da frota geram uma “economia considerável em relação a veículos mais antigos”. “Contudo, o que determina se os veículos vão oferecer maior economia não é apenas o tempo de fabricação, e sim como são conduzidos pelo motorista. A empre-
sa investe em ferramentas para o controle da velocidade, freada brusca, aceleração, média de consumo, tempo do veículo parado com o motor ligado, entre outras medidas, incluindo treinamentos.” A manutenção da frota, conforme esclarece Daniel Lauri, do Cesvi, depende da marca e do modelo. “Cada veículo possui um plano de manutenção específico, podendo variar de acordo com sua utilização e ou aplicação, que pode ser de uso severo, de uso misto (trajetos urbanos interligados com estradas e trechos de serras) e de uso rodoviário. Todos os prazos são especificados pela montadora do veículo.” Outra dica imprescindível, segundo ele, é utilizar combustíveis de procedência confiável. “Combustíveis adulterados podem gerar perda de rendimento do motor, causar danos aos componentes do sistema de injeção Diesel e aumentar o consumo.” Para Lauri, a manutenção, com trocas, ajustes e regulagens, conforme os prazos e quilometragens sugeridos pelo fabricante, e a capacitação adequada são garantias de menor consumo de combustível e de maior eficiência da operação para empresas e autônomos. l
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PASSAGEIROS
Produtividade em baixa Balanço divulgado pela NTU mostra que, em 2013, 560 mil passagens de ônibus urbano deixaram de ser vendidas por dia POR
produtividade do setor de transporte urbano vem caindo nos últimos anos devido a fatores, como a queda da velocidade operacional dos ônibus, o aumento dos insumos e a competição crescente com o transporte individual. De acordo com dados do balanço divulgado pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), no início de agosto, no ano passado, 175 milhões de passageiros deixaram de usar os sistemas de ônibus coletivos em nove cidades brasileiras – Belo Ho-
A
LIVIA CEREZOLI
rizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo. Diariamente, são 560 mil passageiros a menos por dia. Os números contabilizam viagens únicas realizadas por pessoa. Em 18 anos (1995-2013), a demanda de passageiros registrou queda de 30%. Com a redução, as empresas passaram a gastar mais para manter o mesmo padrão dos serviços, o que impediu a economia de R$ 47 bilhões no período, valor que poderia estar sendo aplicado
em melhorias na infraestrutura e na prestação dos serviços, reduzindo, inclusive, o custo para os usuários. “Hoje, a tarifa paga pelos passageiros é mais alta do que em anos anteriores, justamente, por essa redução. Se a produtividade de 1995 fosse mantida, as passagens poderiam custar até 30%”, afirma Otávio Vieira da Cunha, presidente da NTU. Um dos principais fatores que explicam a fuga dos passageiros nos sistemas é a baixa velocidade alcançada pelos ônibus nos grandes centros urbanos. Os números
mostram que a velocidade comercial desses veículos teve redução de 50% nos últimos dez anos, passando de 25 km/h para 12 km/h, em média. “Infelizmente, estamos andando na contramão daquilo que existe no restante do mundo. Em vez de incentivar o transporte coletivo, atrair novas demandas e baratear o custo do serviço, verificamos queda no número de passageiros transportados, aumentando o custo do serviço e a tarifa, fazendo com que haja uma migração para outro tipo de transporte”, destaca Cunha.
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ELZA FIÚZA/AGÊNCIA BRASIL
Outro fator que tem provocado impacto nas empresas do setor de transporte urbano é o reajuste no preço do óleo diesel. Somente nos meses de novembro e dezembro do ano passado, o combustível registrou alta de 16,9%. O óleo diesel representa 25% dos custos operacionais das empresas e é o segundo insumo de maior peso, perdendo apenas para a mão de obra. Além disso, as empresas passaram a conviver nos últimos anos com atos criminosos, como a queima de ônibus, que também
impactam nos serviços prestados pelas empresas. De acordo com os dados da NTU, em dez anos (de 2004 a junho de 2014), 965 veículos foram incendiados em 52 cidades brasileiras. Só nos primeiros seis meses deste, ano foram 429 casos, uma alta de 230% em relação a 2013, quando foram registradas 130 ocorrências. O artigo nº 250 do Código Penal prevê pena de três a seis anos de prisão e multa a quem causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Quando o incêndio
é causado em veículo de transporte coletivo, a pena aumenta em um terço. Para solucionar o problema da produtividade no setor, a NTU apresentou oito medidas fundamentais para que em médio prazo o transporte público no Brasil seja mais eficiente e tenha mais qualidade. Entre as propostas da associação estão a priorização de circulação para o transporte coletivo sobre o individual, a continuidade dos investimentos federais, estaduais e municipais na infraestrutura, a implantação
de redes de transporte integradas, multimodais e de alto desempenho, a implantação de uma política de mobilidade construída com a participação efetiva da sociedade. Também compõem a lista de propostas a necessidade de elaboração imediata de planos diretores e de mobilidade em cumprimento à lei nº 12.587, a desoneração dos tributos municipais, estaduais e federais, a criação de subsídio com recursos públicos às gratuidades e o subsídio ao serviço, a ser pago por meio de fundo com recursos dos combustíveis. No fim deste mês, a NTU realiza mais uma edição do seu seminário nacional onde serão discutidas as necessidades e as propostas de melhoria dos serviços de transporte no país. l
EVENTO Seminário Nacional NTU 2014 Transporte Público Urbano: Como atender as demandas sociais? Data: 27 e 28 de agosto Onde: Hotel Royal Tulip – Brasília (DF) Maiores informações: www.ntu.org.br
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FERROVIAS
Segurança nos trilhos Proposta quer incluir a sinalização ferroviária no Código de Trânsito Brasileiro para reduzir ainda mais o número de acidentes nos cruzamentos POR
s placas de Parada Obrigatória, Dê a Preferência e Proibido Parar e Estacionar já são de conhecimento obrigatório de todos os motoristas, profissionais ou não. E no dia a dia, pedestres, que muitas vezes também são motoristas, acabam entendendo o significado delas. Mas o que fazer quando nos deparamos com uma Cruz
A
LIVIA CEREZOLI
de Santo André, com uma placa de Pare, Olhe, Escute ou mesmo com uma barreira basculante? Todos são elementos de sinalização utilizados nos cruzamentos rodoferroviários, chamados de passagens em nível, e servem para alertar motoristas e pedestres da presença de uma linha ferroviária ativa. Porém, como nem todo mundo conhece esses sinais, eles acabam sendo igno-
rados em várias localidades, o que resulta na ocorrência de acidentes nos cruzamentos entre ruas e ferrovias. Para solucionar esse problema, a ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) encaminhou ao Contran (Conselho Nacional de Trânsito), em abril, uma proposta de alteração da resolução nº 160/04, que dispõe sobre os sinais de trânsito. O
objetivo é incluir a sinalização ferroviária dentro do Código de Trânsito Brasileiro, fazendo com que ela seja de conhecimento obrigatório e obedecida por motoristas e pedestres para reduzir o número de acidentes que ainda ocorrem nos cruzamentos. “Nem toda a sinalização ferroviária está incluída no código brasileiro de sinais de trânsito. E, por isso, falta conhecimento sobre ela. Quem trabalha no setor identifica as placas de alerta, mas motoristas e pedestres não. Isso faz com que haja muito desrespeito à sinalização”, explica Aloysio Libano Paula, especialista em análise de risco da MRS Logística. De acordo com Paula, atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro apenas institui como infração gravíssima, sujeita à multa e perda de sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea. “Precisamos incluir também nas infrações o avanço da linha quando houver um trem no campo de visão do motorista, independente da distância em
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FTC/DIVULGAÇÃO
VARIAÇÃO Os modelos de placas e sinais de alerta levam em conta a movimentação de trens e veículos nas passagens em nível
que ele esteja, o não respeito aos sinais de alerta e a ultrapassagem das barreiras quando essas estão abaixadas”, destaca ele. A sinalização ferroviária é definida pela norma 15.942 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e pode ser passiva ou ativa, dependendo das características do cruzamento, como volume de trânsito e movimentação de trens
no cruzamento. Entende-se por sinalização passiva aquela que permanece estática, anunciando apenas a existência do cruzamento e, normalmente, constituída de placas. Entre os elementos que compõem a sinalização ferroviária passiva estão placa de advertência no formato de Cruz de Santo André, exibindo em um dos braços a mensagem Via Férrea e no outro,
Cruzamento, placa de regulamentação transmitindo a ordem Pare, Olhe, Escute, com cada uma das palavras em uma linha horizontal, placa de indicação informando o número de linhas componentes da passagem em nível e placa com a palavra Trem, alçada ao centro da pista de rolamento. A sinalização ativa é aquela que muda de aspecto devido à aproximação de uma
composição, podendo ser um sinal sonoro ou luminoso, e até mesmo, quando necessário, uma cancela, que impeça a invasão da linha durante a passagem do trem. Os conjuntos da sinalização devem ser compostos de um ou mais desses elementos, de acordo com as necessidades específicas de cada local (veja detalhes na figura da página 46). “Os cruzamentos têm ca-
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SINALIZAÇÃO FERROVIÁRIA Veja exemplos Os conjuntos devem ser compostos de um ou mais dos elementos apresentados na figura, de acordo com as necessidades específicas de cada local:
• Sinal sonoro
• Placa de advertência no formato de Cruz de Santo André, exibindo em um dos braços a mensagem “Via Férrea” e no outro, “Cruzamento”
• Placa de indicação informando o número de linhas componentes da passagem em nível
• Sinal luminoso com um ou mais pares de focos luminosos, com emissão de luz na cor vermelha, de funcionamento intermitente e em alternância entre os integrantes de um mesmo par
ALERTA Sinalização de
• Placa de regulamentação transmitindo a ordem “Pare, olhe, escute”, com cada uma das palavras em uma linha horizontal
Obs.: Em casos extremos, é necessária também a utilização de cancelas que impedem temporariamente o acesso à linha férrea
Fonte: ANTF
racterísticas e necessidades diferentes, que variam de acordo com a movimentação ferroviária e de veículos e de pedestres. Existem situações em que apenas a Cruz de Santo André é suficiente. Em outras, deve-se acrescentar um sinal sonoro e luminoso, até chegar a implantação de cancelas”, explica Abel Passagnolo Sergio, coordenador do Comitê Operacional da ANTF e
SEGURANÇA
Acidentes caem a cada ano MRS/DIVULGAÇÃO
ve ser respeitada por motoristas e pedestres nos cruzamentos rodoferroviários
gerente da divisão de manutenção e transporte da FTC (Ferrovia Teresa Cristina). O decreto presidencial nº 1.832/96 afirma que a responsabilidade pela implantação e manutenção da sinalização nas passagens em nível é do ente que se instalou por último no local e, portanto, criou o cruzamento (prefeituras em vias municipais; Estado em vias estaduais e o governo federal em
vias federais). “Na maioria dos casos, as ferrovias são anteriores aos cruzamentos, mas as concessionárias, para garantir a segurança das comunidades onde atuam, assumiram o controle da sinalização nas passagens em nível”, explica Ellen Capistrano Martins, superintendente da ANTF. De acordo com ela, a implantação de novos cruzamentos está sendo analisada com mais rigor.
Os investimentos realizados pelas concessionárias na implantação e na manutenção da sinalização ferroviária têm contribuído para a redução do número de acidentes nos cruzamentos. Segundo o balanço divulgado pela ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), em maio, no ano passado, foram registrados 864 acidentes, contra 952 em 2012, o que corresponde a uma queda de 9,2%. Desde que a iniciativa privada assumiu a malha ferroviária, o número de ocorrências de acidentes caiu de 3.703 em 1997 para 864 em 2013, uma queda de 77%. Essa redução, em grande parte, é resultado dos investimentos realizados pelas concessionárias em modernização tecnológica, em treinamentos e em manutenção, de acordo com a entidade. No que se refere ao índice de acidentes, de 2012 para 2013, a redução no número de ocorrência envolvendo trens de carga passou de 12,96 para 12,05 por milhão de trens por quilômetro. Com o resultado de
Atualmente, a malha ferroviária brasileira de transporte de cargas operada pela iniciativa privada possui 27.782 km, sendo 23.053 km com densidade de tráfego. Ao todo, são 12 concessões sob a responsabilidade de 11 concessionárias. Em toda a extensão, existem 12.289 passagens em nível, sendo 2.659 consideradas críticas e 276 prioritárias, segundo levantamento realizado pelo Prosefer (Programa Nacional de
2013, o índice de acidentes das ferrovias de cargas concessionadas permanece dentro dos patamares dos níveis de referência internacional, que variam de 8 a 13 ocorrências por milhão de trens por quilômetro. De acordo com a ANTF, além da implantação e da manutenção da sinalização, a realização permanente de campanhas educativas, preventivas e de conscientização nas comunidades por onde as ferrovias passam também contribuíram para a redução no número de acidentes. Nas ações realizadas pelas concessionárias, são distribuídos panfletos, gibis, livretos e material escolar contendo orientações sobre os cuidados necesários. Também são realizadas palestras, blitze nas passagens em nível, colocação de cartazes em pontos críticos e divulgação nas mídias locais. Agora, a ANTF também trabalha com o Contran para que seja realizada uma campanha nacional de conscientização sobre a importância de se respeitar a sinalização ferroviária.
Segurança Ferroviária em Áreas Urbanas), de responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Além de aumentar o risco de acidentes, as passagens em nível, com as invasões de faixa de domínio reduzem a velocidade e dificultam as manobras dos trens em áreas densamente povoadas. Nesses locais, a velocidade passa de 40 km/h para até 5 km/h. l
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TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
Mais atenção aos ribeirinhos Moradores do interior, às margens dos rios da Amazônia, sofrem com precariedade dos terminais, passagens caras e viagens longas POR
ara milhares de pessoas que moram na região amazônica, o acesso às suas casas só é possível pela água ou pelo ar. Até mesmo no entorno de Manaus, capital do Amazonas, há famílias vivendo em moradias flutuantes ou construídas sobre palafitas: sistema que usa pilares e é útil
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nessas regiões alagadas. A vida dessa população ribeirinha depende totalmente das vias fluviais, e o transporte regional ocorre em embarcações mistas que compartilham passageiros e cargas. Mas, muitas vezes, as passagens são caras e as condições de muitos barcos e dos terminais hidroviários são precárias, necessitan-
do de maior atenção do poder público. A reportagem da CNT Transporte Atual esteve em Manaus e Iranduba, no Amazonas, e conheceu um pouco a realidade dessas pessoas. Por ano, são 9 milhões de passageiros no transporte regional da Amazônia e cerca de 4 milhões de toneladas de cargas
VIAGEM
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FOTOS CYNTHIA CASTRO
COSTUME Casas construídas sobre a água, no rio Negro; vida das pessoas depende do transporte fluvial
Família de Juruá e Codajás em barco que irá para o interior
ENSINO Alunos em escola flutuante na Comunidade Lago do Catalão
TRANSPORTE REGIONAL Muitos barcos saem de Manaus com passageiros e cargas
movimentadas, conforme dados de uma pesquisa da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), incluindo o transporte misto nos Estados do Amazonas, Pará, Amapá e Rondônia. Dos 106 terminais avaliados na região, 81% têm baixo padrão de qualidade. Grande parte das embarcações analisadas pela Antaq apresenta problemas, como má qualidade da água a bordo, lançamento de dejetos no rio, condições ruins de equipamentos de refrigeração e congelamento e ambiente não adequado nas cozinhas. Mas, mesmo nos barcos que oferecem melhores condições, há problemas, como o elevado preço das passagens. Essa foi a principal queixa da família da amazonense Angenina Gomes da Silva, 44. Moradora de Codajás, ela estava em Manaus com as filhas Maria, 22, e Valeska, 8, e com o neto, Eduardo, 5. Foram à capital para a consulta do menino a um cardiologista. “Ele estava sentindo falta de ar, e descobriram um sopro no co-
ABASTECIMENTO Balsas com produtos diversos para cidades ribeirinhas
“É muito caro e só venho a Manaus uma vez por ano” MARIA SILVA, MORADORA DE JURUÁ
ração.” O caminho até Manaus foi longo e caro, conforme relatou a mãe, Maria. Ela e o filho moram em uma cidade diferente de Angenina, Juruá. São cerca de três dias de viagem até a capital, e as passagens custam R$ 300 por pessoa, apenas um trecho. “É muito caro e só venho a Manaus uma vez por ano. O aeroporto da região onde moro está interditado porque não
era legalizado. Mas, de avião, cada trecho custaria o dobro, uns R$ 600”, disse Maria. Ela trabalha revendendo roupa e, apesar das dificuldades vividas no município ribeirinho, não sente vontade de sair de lá. “A vida é muito melhor do que na correria da cidade grande. Tem natureza e tranquilidade onde eu moro. Em Manaus, há muita violência.” Maria e sua família passaram a
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QUALIDADE
Pesquisador defende subsídio
ALTERNATIVA Antônio se mudou para Manaus para trabalhar
EQUILÍBRIO Carregamento de balsa que abastece o interior
noite na embarcação. Assim como os outros passageiros, elas levaram suas redes para dormir no barco e iniciar a viagem no dia seguinte. A dificuldade de acesso e a vontade de conseguir um melhor emprego levam muitos moradores do interior a quererem viver nas capitais. Foi assim com Antônio Edmar, 32. Ao conversar com a reportagem dentro da embarcação onde
trabalha, uma das mais estruturadas que operam em Manaus, ele fez um apelo: “o Brasil precisa olhar mais para essa população ribeirinha da região Norte. Tem que haver um incentivo do governo para melhorar esse transporte por aqui”. Antônio Edmar nasceu em Benjamin Constant, a uma distância de 1.100 km da capital, em linha reta, e a pouco mais de 1.600 km, na rota pelos
O estudo Caracterização da Oferta e da Demanda do Transporte Fluvial de Passageiros na Região Amazônica foi desenvolvido pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) por meio de um termo de cooperação com a UFPA (Universidade Federal do Pará). A pesquisa analisou 600 embarcações regulares. Mas estima-se que o número, incluindo as que não são oficialmente registradas, seja bem maior. A maioria (63,5%) é construída com cascos de madeira. Segundo o coordenador da pesquisa, o engenheiro e doutor naval Hito Braga, é necessária uma ação governamental para que os problemas do transporte regional de passageiros possam ser solucionados na região. “Essa realidade só mudará se o governo inter-
“As perspectivas são pequenas. Falta emprego, falta tudo” ANTÔNIO EDMAR, GERENTE DE EMBARCAÇÃO
vir de alguma forma. Pode ser uma ação federal, mas com o envolvimento de todas as esferas, já que são linhas interestaduais”, disse Braga, que é diretor da Faculdade de Engenharia Naval da UFPA. O pesquisador ressalta que a população da região amazônica tem pouco recurso e que o transporte deveria ser subsidiado. “Há muitas embarcações de madeira, antigas. Muitos desses proprietários de barcos que operam o transporte de passageiros não têm condições de bancar uma embarcação nova, e a população não teria como pagar passagens ainda mais caras. Para que o serviço tenha mais qualidade, falta o governo investir mais.” De acordo com Braga, esse transporte regional misto é de fundamental importância para a economia local.
rios. No Amazonas, é assim. O Estado banhado pela bacia amazônica tem referências diferentes de outras regiões do Brasil. A estrada, na maioria das vezes, é o rio. Na cidade natal de Antônio Edmar não é possível ter acesso via terrestre. Ele viveu lá até os 15 anos e foi para Manaus. Hoje, trabalha como gerente de uma embarcação que leva passageiros, mantimentos, medica-
LAGO DO CATALÃO
Mais de cem famílias vivem em casas flutuantes Na comunidade de Lago do Catalão, que pertence ao município de Iranduba (AM), as ruas são feitas de água. Para ir à escola, à igreja, ao comércio ou à casa de um amigo, o transporte fluvial é imprescindível. Mais de cem famílias vivem em casas flutuantes, construídas com uma madeira chamada assacu. A reportagem da CNT Transporte Atual visitou essa comunidade, que fica próximo da cidade de Manaus e também do encontro das águas dos rios Negro e Solimões. Saindo do porto da Ceasa, em Manaus, são cerca de 30 minutos em uma pequena embarcação muito comum na região, a voadeira. O tempo do percurso pode demorar mais um pouco para que se possa apreciar o encontro das águas e outras belezas da região amazônica. No trajeto, o piloto José Raimundo Araújo, 29, conta que mora com a mãe na comunidade e se acostumou a viver sobre a água. Ele lembra que muitas embarcações foram evoluindo com o tempo e que, geralmente, cada morador tem a sua própria para poder se locomover, seja ela uma canoa ou um barco com motor. Para quem vive longe desses rios enormes da Amazônia, em cidades onde o transporte fluvial não é usual, há um primeiro impacto de estar em um lugar em que a vida se constrói totalmente sobre as águas. O lazer das crianças gira em torno do rio, mas elas também arrumam espaços para jogar até mesmo futebol.
Aprender a nadar é uma das primeiras necessidades logo na infância, conforme comenta o morador Raimundo Ferreira Luiz, 66, que é agricultor aposentado. Ele e sua esposa, Sebastiana da Silva, 57, receberam a CNT Transporte Atual na casa flutuante onde o casal mora com seis filhos e um neto. No tempo em que estivemos lá, não foi possível sentir qualquer balanço. “Esse é um primeiro cuidado que precisamos ter: ensinar as crianças a nadar. Já houve caso de crianças morrerem afogadas. Então, tem de aprender a nadar o quanto antes. Assim, todos ficam mais tranquilos”, diz Raimundo Ferreira. Ele é o pastor da igreja Mensageiro da Luz, que funciona em uma construção de madeira ao lado da casa onde mora com a família. Ferreira e a esposa levaram a reportagem para conhecer o quintal da casa onde vivem. Nos fundos da residência, há uma área de serviço aberta, com vista para o rio, onde ficam estacionadas as embarcações da família. “Todo mundo tem que ter um barco aqui. Senão, não dá para viver”, reforça Ferreira. Sonho Diariamente, ele leva e busca o filho que trabalha em Manaus. E costuma ir uma vez por mês à capital do Amazonas para fazer compras ou para se consultar com algum médico. Em Catalão, há comércio local. Mas Ferreira afirma que o preço é mais alto, então, vale a pena ir a Ma-
naus. Ao comentar sobre o estilo de vida de se morar sobre as águas de um rio, o pastor e agricultor aposentado é enfático, e não tem a menor dúvida em dizer: “Eu não trocaria nunca a vida que tenho aqui pela vida na cidade.” Ferreira lembra que sempre cultivou o sonho de morar em uma casa flutuante na região amazônica. Ele vivia no município de Manaquiri, quando trabalhava como agricultor. Há poucos anos, conseguiu juntar dinheiro e comprar a casa flutuante. “Esse era o meu maior sonho. Não me acostumo a morar na cidade. É sempre muito agitado. Aqui, temos mais tranquilidade. É uma vida bem melhor, com muita paz e natureza.” Ferreira conta que a casa - com três quartos, sala e cozinha - custou R$ 6.000 e hoje deve valer mais de R$ 40 mil. Na Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida, estudam cerca de 130 alunos, crianças e adolescentes. Conforme o professor Gilson Amsterdã, 30, na época de cheia, eles chegam à escola sempre de barco. Mas na seca é possível ir caminhando para algumas casas da comunidade, que deixam de ser flutuantes. Entretanto, o acesso a Manaus continua sendo de barco. Segundo os moradores, a seca é pior porque a região fica mais poluída, com mau cheiro – tanto pela morte de peixes como pelo esgoto. O professor comenta que não é difícil administrar os alunos em uma escola flutuante. “Eles já estão acostumados a viver assim sobre as águas.”
HÁBITO Quintal
mentos e todos os outros tipos de produtos para as populações ribeirinhas. “Deixei pai, mãe e seis irmãos. Era necessário sair porque as perspectivas são pequenas. Falta emprego, falta tudo.” O morador da região cita a necessidade urgente de melhoria de acesso a muitos terminais hidroviários das cidades às margens dos rios e também a importância de o governo criar incentivos ao
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FAMÍLIA Sebastiana vive com marido, filhos e neto em Catalão
da casa flutuante de Raimundo Ferreira Luiz; embarcação é necessidade
“É uma vida bem melhor, com muita paz e natureza” RAIMUNDO FERREIRA LUIZ, PASTOR E MORADOR DE CATALÃO
transporte aquaviário para que os preços das passagens possam ser reduzidos. “As pessoas ficam ilhadas na floresta. Tem gente que não vem a Manaus há 60 anos. A população não tem muitas condições de pagar, e muitas passagens custam caro mesmo.” Distribuição Para que os produtos necessários cheguem à população ribeirinha da Amazônia,
EDUCAÇÃO Escola municipal flutua na água
há uma importante logística regional de distribuição. Uma das empresas que atuam nessa área, a HC Transportes Rodofluvial, faz a ponte entre as grandes transportadoras que trazem produtos das diversas regiões do Brasil e os barcos menores que atuam em Manaus fazendo essa distribuição regional. A empresa contrata o serviço das embarcações mistas de cargas e passageiros.
Para algumas cidades ribeirinhas, como Ipixuna, a viagem chega a demorar 22 dias. São 1.367 km em linha reta e 2.936 km de distância fluvial. O diretor-geral da empresa, José Araújo, comenta que os rios da região amazônica são como estradas com muitas curvas, aumentando a distância entre as cidades. Há problemas intrínsecos à região. No período de seca, são comuns as queimadas que tiram a visibilidade
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TRANSPORTE MISTO Veja alguns números do transporte regional de cargas e de passageiros na região amazônica pesquisada pela Antaq Terminais hidrográficos (nível de atendimento) Baixo Médio Elevado Índices gerais Movimentação de passageiros Movimentação de cargas Aumento médio da demanda Frota (material utilizado no casco) Madeira Aço Alumínio Fibra
81% 15% 4%
9 milhões por ano 4 milhões de toneladas por ano 12% até 2022
63,5% 22% 10,1% 4,5% Fonte: Pesquisa Antaq
e atrasam ainda mais as viagens. Também há ocorrência de pedrais no caminho e risco de encalhamento. Na chuva, há inundações e outros problemas. Há também a ocorrência de roubo de carga. Mas, além desses problemas, o diretor-geral da HC Transportes Rodofluvial também cita a precariedade dos terminais hidroviários das cidades ribeirinhas e as condições em que muitos barcos
“Há um certo descaso do país com a região Norte” JOSÉ ARAÚJO, DIRETOR-GERAL DA HC TRANSPORTES RODOFLUVIAL
SOBREVIVÊNCIA
transportam as mercadorias. “Em alguns locais, não há nem balsa flutuante. O barco descarrega em barrancos onde há uma escada de madeira. Há uma falta de infraestrutura geral, e o poder público precisa olhar para a precariedade das cidades ribeirinhas e tomar atitudes. Há um certo descaso do país com essa região Norte”, afirmou José Araújo. O problema do transporte de passageiros na região Nor-
te foi citado durante os debates da 2ª TranspoAmazônia (Feira e Congresso Internacional de Transporte e Logística), que aconteceu em Manaus no fim do mês de maio. O atual ministro dos Transportes, Paulo Passos, esteve em Manaus e ocupava na época o cargo de presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística). Na ocasião, Paulo Passos disse à reportagem da CNT Trans-
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TRABALHO José Raimundo Araújo, morador da comunidade e piloto de voadeira
Comunidade Lago do Catalão precisa do transporte fluvial
porte Atual que o governo federal está trabalhando para melhorar as condições dos terminais hidroviários da região amazônica. “Em relação às instalações nas cidades de pequeno porte, o Ministério dos Transportes já vem, há pelo menos sete anos, investindo nos chamados terminais hidroviários do interior. Isso tem significado criar condições de chegada e de saída das populações e das cargas, criando condições de digni-
dade que antes não existia”, afirmou Paulo Passos. Mas apesar das melhorias que o governo garante estarem acontecendo, para quem mora na região amazônica, a sensação é de que ainda há muito a se fazer. “A população ribeirinha se sente esquecida. Os terminais são praticamente inexistentes em muitos lugares. É preciso aumentar a atenção”, disse o comandante Raimundo Medeiros. Há 40
RIO NEGRO Na região, é constante a ocorrência de casas sobre as águas
“A população ribeirinha se sente esquecida” RAIMUNDO MEDEIROS, COMANDANTE DE EMBARCAÇÃO
anos pilotando barcos nos rios Negro e Solimões, ele conta que ainda hoje se sente emocionado ao levar mantimentos e outros produtos essenciais às cidades do interior. “É muito gratificante saber que, de alguma forma, conseguimos ajudar essas pessoas que sofrem com tantos problemas.” l Leia sobre subsídio à aviação regional na página 56
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AEROVIÁRIO
Subsídio para a aviação regional Voos para o interior devem receber R$ 1 bi em um ano para redução de preços de passagens e estímulo à integração POR
estímulo à aviação regional e a consequente melhoria do acesso a regiões do interior do país fazem parte dos objetivos de uma ação proposta pelo governo federal, que publicou uma medida provisória no “Diário Oficial da União”, no fim de julho. A partir de 2015, serão promovidos subsídios a esse tipo de transporte aéreo, o que poderá permitir o aumento do número de passageiros e a maior integração nacional. Com recursos do Fnac (Fundo Nacional da Aviação Civil), deve ser liberado R$ 1 bilhão para os subsídios no primeiro ano. E ou-
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tros R$ 7,3 bilhões devem ser aplicados na reforma, ampliação e construção de 270 aeroportos. “O voo regional é muito caro. Queremos dar regularidade e pontualidade. As pessoas precisam saber que em determinado dia e em horários definidos terão a possibilidade de voar. Também queremos criar condições físicas para isso”, disse o ministro da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Moreira Franco. Segundo o ministro, será feita uma reavaliação, anualmente ou de dois em dois anos, sobre esse valor de R$ 1 bilhão. “Nosso objetivo é garantir que um maior número de brasileiros te-
nha possibilidade de usar a aviação na sua mobilidade. Mas faremos avaliações periódicas sobre a eficácia para diminuir ou aumentar o volume de recursos. Quando o mercado estiver consolidado, poderemos acabar com essa ferramenta”, afirmou Moreira Franco. A medida, que cria o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional, ainda está sendo regulamentada. Mas a ideia é que o subsídio esteja vinculado a até 50% dos assentos ofertados, sendo no máximo 60 poltronas por trecho de voos que levem ou tragam pessoas do interior. Segundo informações da
SAC, 40 milhões de brasileiros vivem a mais de 100 km de um aeroporto com voos regulares. Há casos em que essa distância chega a aumentar até oito vezes. Atualmente, há apenas cem aeroportos no interior. O ministro disse ainda que, em 2013, a prioridade dos trabalhos foram os leilões de concessões dos aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (MG). Depois, veio a Copa do Mundo. E, agora, a prioridade é o maior investimento nos aeroportos regionais. Na região Norte, os valores adicionais serão maiores, mas todos os detalhes ainda vão ser regulamentados. “No Norte, as
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ministro não informou quando todas essas intervenções devem ser concluídas nos 270 aeroportos previstos no plano. Em relação à segurança, de acordo com a SAC, cerca de 30 aeroportos receberam R$ 26,1 milhões para aprimorar a estrutura de navegação aérea. Outros R$ 68,3 milhões foram destinados à compra de veículos de combate a incêndios.
ACRE Aeroporto de Cruzeiro do Sul está entre os 270 regionais que serão ampliados, reformados ou construídos
distâncias se medem por dias de balsas e horas de voo. Portanto, teremos um subsídio maior”, afirmou Moreira Franco. De acordo com o secretário de Políticas Regulatórias da SAC, Rogério Coimbra, esses valores irão variar conforme os aeroportos. Aqueles que tiverem menor densidade de passageiros deverão receber maior assistência. Ele destacou que a medida visa tanto a oferta de transporte para as pessoas que moram nessas regiões do interior quanto o estímulo ao turismo. Está prevista a isenção de tarifas aeroportuárias e aeronáuticas cobradas das empresas e
da taxa de embarque cobrada dos passageiros. “Queremos construir uma política de incentivo para que a população se beneficie”, comentou Coimbra. Segundo ele, o preço médio por quilômetro é 31% mais alto nos voos regionais em relação aos voos que passam pelas capitais. Com as medidas anunciadas, a proposta do governo é deixar 96% dos brasileiros mais próximos dos aeroportos. Conforme informações da SAC, todas as medidas irão refletir na diminuição dos custos operacionais e, consequentemente, na redução do preço da passagem. A ideia é que isso possibilite a aproxima-
ção do preço cobrado pelos ônibus. Moreira Franco afirmou que as medidas não agridem a liberdade tarifária no setor aéreo, considerada pelo ministro como um grande avanço nessa área. Moreira Franco reforçou também que, além do subsídio, o trabalho prevê outros dois eixos importantes: o da infraestrutura, com reforma e ampliação de pistas, pátios e terminais, e o da gestão, com a definição de regras para as operadoras dos aeroportos regionais. Dos 270 aeroportos que devem ser reformados, ampliados ou construídos, 40 receberam melhorias nos últimos anos. O
Gestão A SAC informou ainda que muitos aeroportos regionais são hoje administrados por municípios pequenos, sem estrutura, o que reflete na manutenção inadequada e até mesmo na suspensão das operações. Para criar regras mais rígidas, no primeiro semestre de 2014, foi colocado em consulta pública um novo Plano Geral de Outorgas, que deve ser finalizado e publicado em breve. De acordo com a SAC, pelas novas regras, a prioridade para a gestão dos aeroportos regionais será dos Estados, desde que tenham estrutura. Somente os municípios com PIB (Produto Interno Bruto) acima de R$ 1 bilhão poderão pleitear a gestão ou outorga. Os aeroportos de interesse nacinal ficariam com a União, e o plano prevê a concessão desses à iniciativa privada. l
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HIDROVIA
falta de chuvas nos últimos meses, sobretudo no Sudeste do país, trouxe graves consequências para a navegação interior na região. A Hidrovia Tietê-Paraná, via que liga cinco dos maiores Estados produtores de soja do Brasil, teve o tráfego de barcaças interrompido no fim de maio deste ano. Para especialistas, o período de seca severa tem sua contribuição para o cenário negativo, mas também são unânimes em afirmar que a decisão do poder público em direcionar o uso da água para a geração de energia, em detrimento do transporte fluvial, auxiliou o quadro. Além da Tietê-Paraná, trechos navegáveis do rio São Francisco também sofreram com a estiagem. A Tietê-Paraná, com 2.400 km navegáveis, teve trecho de, aproximadamente, 10 km interrompido para a navegação. No local, há um afloramento de rochas que, segundo especialistas, deveria ter sido derrocado para evitar medidas como a suspensão da navegação em épocas de estiagem. O consultor de recursos hídricos e logística de transportes Joaquim Carlos Riva, ex-diretor de Hi-
A
Impasse e prejuízos Falta de chuvas, especialmente no Sudeste, gera problemas para a navegação interior POR
drovias e Desenvolvimento Regional da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), explica que algumas hidrovias brasileiras, além de contar com as chuvas para operarem durante o período de seca, dependem também da operação das hidrelétricas instaladas ao longo de seus cursos. “Esse é o caso atual do rio Tietê e também de parte do rio São Francisco.” No Brasil, 84,5% da energia elétrica gerada é proveniente de hidrelétricas, conforme o último Balanço Energético Nacional, produzido pela EPE (Empresa de Pesquisa
LETICIA SIMÕES
Energética), vinculada ao MME (Ministério de Minas e Energia). De acordo com Riva, o efeito da falta de chuvas pode ser minimizado. “No caso do rio São Francisco, no trecho navegável que se estende de Ibotirama (BA) a Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), a navegação pode ser feita por dragagens e aparatos de disciplinamento de fluxo e controle de erosões.” Ele cita como referência o rio Madeira, que durante o período de estiagem tem suas embarcações operando aliviadas na capacidade de carga. “Com relação à
Hidrovia Tietê-Paraná, normalmente, os períodos de secas não afetam a navegação. Especialmente este ano ocorreram fatos importantes, como o rebaixamento dos níveis dos reservatórios das usinas de Ilha Solteira e de Três Irmãos. Essas reservas tiveram seus volumes úteis zerados, impedindo que a navegação prosseguisse nesse trecho, onde se estende uma formação rochosa.” A Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira é a maior usina da Cesp e do Estado de São Paulo e a terceira maior usina hidrelétrica do
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HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ
Brasil. Está localizada no rio Paraná, entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria (MS). Três Irmãos é a maior usina construída no rio Tietê, localizada entre os municípios de Andradina e Pereira Barreto, (SP), a 28 km da confluência com o rio Paraná. Segundo o consultor, países tradicionalmente hidroviários contam com infraestrutura adequada à navegação durante todo o ano. “Nos Estados Unidos e na Europa, foram executados investimentos no sentido de manter a navegação de forma contínua, sem sazonalidade.”
Riva afirma que durante as secas no rio Reno (via que atravessa a Europa de sul a norte), o calado das embarcações pode ser menor do que nos períodos de cheia. “Mas esses complexos hidroviários contam com regimes muito bem monitorados e transparentes.” O consultor Frederico Bussinger, do Idelt (Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente), entidade associada à Abralog (Associação Brasileira de Logística), afirma que esse panorama vivenciado pelo transporte hidroviário brasileiro na época de
seca é comum. “A falta de chuvas é localizada. No exterior, procura-se compatibilizar melhor os diversos usos da água. O Brasil conta com a Lei de Uso Múltiplo das Águas, mas essa visão não se reflete ainda no gerenciamento dela.” A Lei Federal n º 9.433, de 8 de janeiro de 1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos. Ela determina que todos os setores usuários da água têm igualdade de acesso aos recursos hídricos do país. Ela foi regulamentada com o objetivo de evitar conflitos de interesses envolvendo o uso da água .
Para Luiz Fernando Horta, presidente do Sindasp (Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo), entidade filiada à Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária), a interrupção da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná se deve à priorização para a geração de energia em detrimento dos demais usos das águas. “Ao analisar as informações do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), pode-se verificar que houve um decréscimo acentuado dos volumes armaze-
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PLANOS
Projetos em compasso de espera nados nos reservatórios à montante da hidrovia, no início do ano. Isso foi acompanhado, a partir de março, com o deplecionamento (redução no nível de água) anormal dos reservatórios de Ilha Solteira e Três Irmãos.” Segundo o dirigente, a solução viável para a Tietê-Paraná seria transferir água dos reservatórios dos rios Grande e Paranaíba (ambos com nascentes em Minas Gerais) para as reservas de Ilha Solteira e Três Irmãos. “Assim, os volumes de entrada e saída de água seriam equacionados, sem prejudicar a geração de energia, a navegação e os demais usos das águas. Infelizmente, tal medida não foi adotada na ocasião devida, agravando ainda mais a situação.” O DH-SP (Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Logística e Transportes, afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que a navegação na Hidrovia Tietê-Paraná foi suspensa por causa da redução do calado (distância entre a quilha do navio e a linha de flutuação da água) no canal de Nova Avanhandava, no município de Buritama, a 542 km da capital paulista. Segundo o DH, a autarquia mantém entendimentos com o ONS, com a ANA (Agência Nacional de Águas) e com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) para encontrar uma
Além de prejuízos à navegação interior, a seca e o baixo volume dos reservatórios na Hidrovia Tietê-Paraná está inviabilizando novos investimentos. A Antaq lamenta que os planos de incremento para o transporte na hidrovia tenham de esperar por uma melhora do panorama atual. O diretor da Antaq, Adalberto Tokarski, afirma que o governo federal tem um aporte de R$ 1,1 bilhão para ser aplicado na Tietê-Paraná. “Existe um Plano Hidroviário Estratégico em funcionamento. Para a ampliação da navegabilidade do rio Tietê estão previstos R$ 900 milhões. Outros R$ 110 milhões serão destinados para ampliar e melhorar a navegabilidade no rio Paraná. Mas, com o quadro recente,
solução para que a navegação na via seja restabelecida. O departamento confirma que a movimentação da hidrovia está restrita desde fevereiro deste ano, em função da crise no setor energético. O DH destaca ainda que, caso a seca persista, e os reservatórios das usinas de Jupiá (CastilhoSP) e de Porto Primavera (RosanaSP), localizados abaixo de Ilha Solteira, sofrerem reduções, pode haver mortandade de peixes. Horta, do Sindasp, acredita que a interrupção da navegação na Tie-
os investimentos estão paralisados.” Tokarski destaca ainda que a Transpetro projeta a construção de 80 embarcações e 20 comboios para o transporte de etanol na Tietê-Paraná. Porém, com a falta de perspectiva, os planos da empresa também vão ter de esperar. “A paralisação de uma hidrovia com o potencial da Tietê-Paraná desmonta toda a estrutura planejada. Sem navegabilidade, a arrecadação dos municípios que recebem recursos das empresas que atuam na via também é afetada. A ausência de uma política pública de incentivo ao uso equilibrado das águas faz com que todo esse universo de projetos e arrecadações seja sempre impactado”, afirma o dirigente.
tê-Paraná poderia ter sido evitada. “É inegável a seca atípica para o período, contudo, com uma gestão adequada do uso das águas, os efeitos poderiam ter sido minimizados. Desde fevereiro, a navegação vinha ocorrendo com restrições. No fim de maio, foi interrompida totalmente.” O DH não informou os números do transporte na Tietê-Paraná desde que as medidas de restrição e, posteriormente, de suspensão da navegação foram adotados. Bussinger, do Idelt, afirma que
REFLEXO Período de
o agronegócio é o setor da economia mais afetado pela estiagem que impacta o modal hidroviário no Brasil. Para o engenheiro Mário Cicareli Pinheiro, professor da graduação e pós-graduação da Escola de Engenharia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em situações de seca como a deste ano, todos os setores usuários da água sofrem impactos. “Além do problema do setor elétrico, pode-se mencionar a situação crítica do Sistema Cantareira, responsável por
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seca também baixou o nível do rio São Francisco e influenciou na navegação
parte do abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo (SP). A estiagem também piora as condições de poluição dos rios. Além disso, as áreas de agricultura irrigadas devem ser restringidas.” Pinheiro também aponta os prejuízos para o setor de turismo. “Com a seca, polos turísticos, como reservatório da Usina de Furnas, em Minas Gerais, também são afetados.” Segundo ele, as medidas para solucionar os problemas causados pelas estiagens na operação
das hidrovias podem ser classificadas como estruturais e institucionais. “A execução de obras diversas de regularização de vazões, de níveis de água e do leito fluvial, além de serviços rotineiros de dragagens e sinalização, são primordiais. Para isso, é preciso implantar uma política governamental de incentivos para o setor, pois, em geral, os investimentos são altos.” A ANA, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que a agência tem atuado para minimi-
zar os efeitos da seca. Conforme o órgão, trata-se de um dos períodos mais rigorosos de estiagem já registrados no Sudeste. Nas regiões Norte e Sul, não houve estiagem e a navegação não foi afetada. Segundo a ANA, desde o segundo semestre do ano passado, foram realizadas reuniões com setores usuários da Hidrovia TietêParaná buscando mediação para situações que envolviam impactos para a navegação. Ainda de acordo com a ANA, o DH-SP apresentou proposta para contornar as dificuldades enfrentadas pela navegação comercial na Tietê-Paraná, por meio do aumento das vazões afluentes ao reservatório de Ilha Solteira, provenientes das bacias hidrográficas dos rios Paranaíba e Grande. A ANA afirma que a proposta foi encaminhada ao ONS, que se manifestou pela não utilização dos estoques armazenados dos reservatórios das usinas dos rios Paranaíba e Grande, para a recuperação dos reservatórios de Ilha Solteira e Três Irmãos, sob a justificativa de que tal ação pode comprometer a estratégia delineada para garantir o atendimento energético do país até o fim de 2014. Em virtude do agravamento da situação na hidrovia, a ANA solicitou ao ONS que, em articulação com a Cesp, apresente uma proposta alternativa para a situação. Para a Antaq (Agência Nacional
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dos Transportes Aquaviários), a operacionalização das águas no Brasil deve ser revista. “É necessário maior equilíbrio. As águas não podem ser utilizadas com prioridade total para a geração de energia elétrica”, afirma Alberto Tokarski, diretor da Agência. Segundo ele, é preciso dotar a ANA com atribuições e poder para regular o uso múltiplo das águas. “A ANA deve fazer a mediação desse uso para que seja realmente respeitado.” O engenheiro Mário Pinheiro afirma que o problema não deve ser debitado ao setor elétrico. “O cenário reflete a falta de um planejamento consistente, que pudesse aportar recursos financeiros necessários ao compartilhamento dos custos de implantação das obras.” A previsão climática para a região Sudeste, para o próximo trimestre (agosto, setembro e outubro), segundo o Cepetec/Inpe (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), é de que os volumes de chuva serão baixos no período. O Cepetec/Inpe ressalta que o inverno tem a característica de ser um período mais seco e, normalmente, a estação chuvosa tem início a partir de outubro. No que se refere às temperaturas, a previsão é de valores acima do esperado para os três meses. l
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Homenagem aos caminhoneiros Unidades do Sest Senat realizam diversas ações para celebrar o dia dos profissionais que transportam as riquezas do país POR
s caminhoneiros são essenciais para o desenvolvimento da economia do país. São esses profissionais que possibilitam o escoamento da produção nacional e garantem o abastecimento das cidades. Por isso, nada mais justo do que um dia comemorativo só para eles. A data de 30 de junho foi instituída como o Dia do Caminhoneiro. E para homenagear esses profissionais, o Sest Senat realizou diversas atividades em suas
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unidades, nas rodovias e em empresas de transporte rodoviário de cargas de todo o país. Os motoristas de caminhão receberam orientações sobre a importância de uma alimentação saudável e os cuidados com a coluna para o bem-estar no trabalho, participaram de atividades de alongamentos e realizaram exames de saúde, como aferição da pressão arterial, acuidade visual e auditiva. Além disso, algumas unidades ofereceram vacinação gratuita e palestras sobre segurança nas rodovias e a importância
da função do caminhoneiro para o crescimento do país. Os eventos integram as comemorações dos 20 anos do Sest Senat. De acordo com dados do setor, os caminhoneiros são os responsáveis por transportar, em média, 60% das cargas do país. Mas eles ainda têm participação especial nos outros sistemas de transporte, já que os caminhões também são utilizados para a movimentação de produtos até os portos, os aeroportos e os terminais logísticos, que têm integração com as ferrovias.
Em 2012, a profissão foi regulamentada pela lei nº 12.619, conhecida como Lei do Caminhoneiro. O texto, que dispõe sobre a jornada de trabalho e o tempo de descanso dos motoristas nas rodovias, ainda passa por ajustes no Congresso Nacional para viabilizar a aplicabilidade da norma. Acompanhe a seguir como a data foi comemorada em algumas unidades. Veja também na página do Sest Senat na internet (www.sestsenat.org.br) outras ações realizadas pelo país.
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FOTOS SEST SENAT
DIVINÓPOLIS (MG) Uma blitz educativa na rodovia MG-050, realizada em parceria com a Polícia Rodoviária de Minas Gerais, marcou o Dia do Caminhoneiro. Os motoristas foram abordados e receberam brindes e panfletos parabenizando-os pela data e pela importância do seu trabalho para a sociedade. Eles também receberam orientações sobre direção segura e os cuidados necessários nas viagens pelas rodovias.
BLUMENAU (SC) Os caminhoneiros que passaram pela unidade do Sest Senat durante todo o dia 30 de junho foram presenteados com um kit, contendo camiseta, CD e lixeira para o veículo. Em parceria com a Transportadora MTR, os atendimentos de saúde também foram levados para dentro da empresa pelos profissionais da unidade. Foram realizados exames de aferição da pressão arterial, orientação nutricional com cálculos do IMC (Índice de Massa Corporal), teste de estresse e orientação de saúde bucal.
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PONTA GROSSA (PR) Ações voltadas para a saúde e o bem-estar dos motoristas estiveram presentes nos eventos promovidos para comemorar o Dia do Caminhoneiro. No dia 25 de junho, uma blitz da saúde, com a realização de testes de glicemia, aferição de pressão, teste psicomotor, além de orientações nutricionais, foi realizada na empresa Buriti Transportes. No dia 30 de junho, os alunos de diversos cursos do Sest Senat participaram de uma aula de ginástica laboral e assistiram à palestra “Direitos humanos nas estradas”.
PATOS DE MINAS (MG) Os caminhoneiros que aguardavam o carregamento do caminhão em alguns postos de abastecimento nas rodovias que passam por Patos de Minas receberam atenção especial no dia 30 de junho. Pelo menos 130 motoristas passaram por avaliação odontológica e fisioterápica, além de orientação nutricional. Os atendimentos priorizaram a saúde e o bem-estar dos profissionais que passam grande parte do dia nas estradas. Os motoristas também receberam instruções sobre exercícios de alongamentos que podem ser feitos durante a jornada de trabalho.
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FOZ DO IGUAÇU (PR) A comemoração do Dia do Caminhoneiro no Porto Seco Rodoviário teve início com uma missa. Depois, os profissionais passaram por vários exames de saúde, como cálculo do índice de massa corporal, aferição de acuidade visual, aplicação de vacinas (dupla bacteriana, influenza, febre amarela, hepatite B e tríplice viral) e testes rápidos de HIV, sífilis e glicemia. Profissionais do Sest Senat passaram orientações sobre a importância da alimentação saudável, e policiais rodoviários apresentaram palestras voltadas à segurança no trânsito.
CAMPINA GRANDE (PB) Na capital da Paraíba, o Dia do Caminhoneiro foi comemorado no posto Milênio. Mais de 200 motoristas participaram das ações de saúde realizadas pela equipe do Sest Senat. Foram oferecidos diversos tipos de exames e passadas orientações sobre a importância da alimentação saudável, da prevenção das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), além de exercícios de alongamento que os caminhoneiros devem fazer para evitar problemas na coluna, já que passam grande parte do tempo sentados na mesma posição. l
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Valorização da saúde Instituição realiza circuito de corrida e caminhada em oito cidades brasileiras para promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do setor e à comunidade POR
promoção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores do setor de transporte sempre esteve entre os objetivos dos serviços oferecidos pelo Sest Senat em todo o Brasil. Prova disso são os milhões de atendimentos de saúde, lazer e esporte ofereci-
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dos nas mais de 140 unidades em funcionamento nas cinco regiões do país. Agora, para melhorar ainda mais a qualidade de vida dessas pessoas, a instituição vai realizar o Circuito Sest Senat de Caminhada e Corrida de Rua. O evento faz parte das ações reali-
zadas para comemorar os seus 20 anos de atuação em todo o país, em prol do trabalhador em transporte. Com o circuito, o Sest Senat busca incentivar a prática de exercícios, fundamental para a saúde e o bem-estar físico e mental, prevenindo e controlando doenças, aliviando ou
combatendo o estresse, exercendo efeitos no convívio social dos trabalhadores do setor de transporte e da população em geral. A primeira etapa estava marcada para o dia 17 de agosto, em Brasília (DF). No dia 31, é a vez de Belo Horizonte (MG) receber o circuito. A prova será realizada na Lagoa da
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ISTOCKPHOTO
Pampulha. As demais etapas acontecem em Campo Grande (MS), Ribeirão Preto (SP), Chapecó (SC), Campos dos Goytacazes (RJ), Recife (PE) e Cariacica (ES) (veja na página 68 o calendário com as datas dos eventos). Todas as etapas terão provas de 5 km e 10 km para corrida, e 2 km para caminhada.
As inscrições para a Etapa de Belo Horizonte podem ser feitas até o dia 27 de agosto nas unidades do Sest Senat de Belo Horizonte (Jardim Vitória e Serra Verde) e de Contagem ou pela internet (http://corrida.sestsenat.org.br). As inscrições para as provas de corrida
são gratuitas para os trabalhadores autônomos ou contratados, aposentados e proprietários de empresas do setor de transporte e funcionários do Sest Senat. A taxa para o público em geral é de R$ 25. A inscrição para a caminhada é gratuita para todos os públicos. Os
participantes do circuito de corrida receberão kit contendo camiseta de poliamida, toalha, squeeze, mochila, porta-celular e medalha de participação. A entrega dos kits será realizada dia 29 de agosto (sexta-feira), entre 9h e 17h, na sede da Fetcemg (Federação das Empre-
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AGENDE-SE Confira mais informações sobre o Circuito CATEGORIAS Prova de caminhada • Inscrições gratuitas: para todos os participantes Prova de corrida • Inscrições gratuitas: beneficiários cadastrados (como aposentado de empresa de transporte, proprietário de empresa de transporte, trabalhador de empresa, autônomo) e funcionários do Sest Senat • Inscrições no valor de R$ 25: público em geral SERVIÇO Etapa Belo Horizonte* • Dia da prova: 31/8 • Inscrições: até 27/8 pelo site http://corrida.sestsenat.org.br ou nas unidades do Sest Senat de Belo Horizonte (Jardim Vitória e Serra Verde) e de Contagem • Entrega dos kits: 29/8, entre 9h e 17h, na sede da Fetcemg (Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais) • Informações: corrida@sestsenat.org.br *As informações detalhadas das demais etapas serão divulgadas posteriormente no site do projeto PRÓXIMAS ETAPAS DO CIRCUITO Dia 14/9 28/9 9/11 23/11 30/11 7/12
Etapa Campo Grande (MS) Chapecó (SC) Campos dos Goytacazes (RJ) Recife (PE) Ribeirão Preto (SP) Cariacica (ES) Fonte: Sest Senat
sas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais). A entrega do chip será feita no mesmo dia da realização da prova, das 6h30 às 7h30, e a largada será realizada às 8h. De acordo com o educador físico e responsável técnico pela assessoria esportiva do grupo Evolua Multisport de Brasília, Éder Flávio Santos Vilanova, a prática frequente de atividades físicas reflete diretamente no bem-estar das pessoas, trazendo, inclusive,
Durante os treinos é preciso ingerir
500 ml de água
melhorias no desenvolvimento profissional. Na visão do educador, a caminhada pode ser o início para quem está parado há algum tempo. “Esses exercícios trazem inúmeros benefícios. Melhoram a condição cardiorrespiratória, ajudam na perda de peso e na redução da gordura corporal e do colesterol, além de melhorarem a pressão arterial e a glicemia.” Porém, antes de começar qualquer atividade física, é preciso observar alguns cuidados,
lembra Vilanova. Para caminhar ou correr, é necessário um tênis confortável que seja adequado para esse tipo de exercício, evitando o aparecimento de lesões e problemas nas articulações. A escolha das roupas também merece atenção. Segundo o educador, o ideal são peças confortáveis e justas ao corpo que não favoreçam o aparecimento de assaduras. “Um frequencímetro (aparelho que mede os batimentos cardíacos) também é impor-
HMENON OLIVEIRA/AGÊNCIA BRASÍLIA/DIVULGAÇÃO
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“Esses exercícios trazem inúmeros benefícios e ajudam na perda de peso e do colesterol”
BEM-ESTAR Atividade física melhora a saúde e a qualidade de vida
tante para que cada um acompanhe o ritmo do seu coração e assim obtenha os resultados esperados”, lembra. O educador ainda destaca a importância de procurar um médico antes de iniciar qualquer atividade física para verificar as condições de saúde. E o exercício físico é possível mesmo para quem tem pouco tempo. Vilanova afirma que 30 a 45 minutos de caminhada, duas vezes por semana, já traz bons resultados. “Aos sábados e do-
mingos, esse tempo pode ser um pouco maior, chegando a 60 minutos. O importante é começar e ter persistência. O primeiro mês é uma fase de adaptação, mas a partir do segundo, o corpo já sente os benefícios, e os resultados são bem visíveis.” E para que a atividade física traga resultados positivos, cuidar da hidratação e da alimentação é fundamental. Segundo a nutricionista do Sest Senat de Belo Horizonte (MG), Joyce Valé-
ÉDER FLÁVIO SANTOS VILANOVA, EDUCADOR FÍSICO
ria de Oliveira, beber água antes, durante e depois dos exercícios deve ser uma prática adotada por todas as pessoas, dos corredores amadores aos profissionais. “O correto é ingerir 1,5 litro de água antes e depois do trajeto. Além disso, durante o treino também é preciso tomar pelo menos 500 ml. Se o exercício durar mais de 1 hora, o ideal é que se faça o consumo de algum isotônico, como água de coco, nesse período”, explica ela.
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Em relação à alimentação, a dica de Joyce é reduzir o consumo de gordura e investir em alimentos integrais, frutas, legumes e verduras. De acordo com a nutricionista, antes da prática de exercícios é importante estar bem alimentado. “Essa história de que para emagrecer é preciso não comer é um grande mito.” Antes do treino, a sugestão dela é a ingestão de pães integrais com geleia de frutas sem açúcar ou uma tapioca, acompanhados de suco de laranja ou melancia. “Depois do exercício, é preciso comer proteína e carboidrato, que pode ser um pão com frango ou com atum, ou ainda uma vitamina de fruta com leite desnatado e um cereal.” De maneira geral, a recomendação de Joyce é que a refeição seja leve, em quantidade moderada e aconteça até no máximo duas horas após o término do exercício. Essas dicas devem ser seguidas em todo o período da prática da atividade física, inclusive no dia da realização das provas competitivas de caminhada e de corrida. O Sest Senat oferece orientação nutricional em 95 unidades do Brasil com o objetivo de orientar os trabalhadores sobre a importância de uma alimentação saudável. l
Estat铆stico, Econ么mico, Despoluir e Ambiental
FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas
30.129 28.190 11 12
BOLETIM ESTATÍSTICO RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO
PAVIMENTADA
NÃO PAVIMENTADA
TOTAL
66.275 110.842 26.827 203.943
12.793 111.334 1.234.918 1.359.045
79.068 222.176 1.261.745 128.815 1.691.804
Federal Estadual Municipal Rede Planejada Total
MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas 15.454 Administrada por operadoras estaduais 1.195 FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários
2.518.220 553.180 1.106.956 807.171 17.340 57.000 25.852 107.000 173
AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos
37
MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas
101.916 3.211
PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas
12.289 2.659
VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA
25 km/h 80 km/h
AEROVIÁRIO AERÓDROMOS - UNIDADES Aeroportos Internacionais Aeroportos Domésticos Outros aeródromos - públicos e privados
37 29 2.471
AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADES Transporte regular, doméstico ou internacional Transporte não regular: táxi aéreo Privado Outros Total
669 1.579 8.825 8.328 19.401
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL
176
HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Vias Navegáveis Vias economicamente navegadas Embarcações próprias
11.953 7.427 1.674 7.136 28.190
122
FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso
MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total
41.635 20.956 1.944
MILHÕES
(TKU)
PARTICIPAÇÃO
(%)
Rodoviário
485.625
61,1
Ferroviário
164.809
20,7
Aquaviário
108.000
13,6
Dutoviário
33.300
4,2
Aéreo
3.169
0,4
Total
794.903
100
72
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BOLETIM ECONÔMICO
R$ bilhões
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até junho/2014 (R$ 5,86 bilhões)
Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados atualizados junho/2014)
25 20 15 10 5 0
1,07 (18,3%)
16,11 5,86
4,68
1,18
4,54 (77,5%) 0,06 (0,9%)
Autorizado Valores Pagos do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores
0,19 (3,3%)
RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (R$ milhões correntes - até junho de 2014)
Aquaviário
Ferroviário
Aéreo
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JULHO/2014
Recursos Disponíveis 16.110,26 2.962,78 19.073,04
Autorizado União Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado Rodoviário Ferroviário Aquaviário (União + Cia Docas) Aéreo (União + Infraero) Investimento Total (Total Pago)
Rodoviário
4.537,71 1.070,86 140,05 570,29 6.318,92
Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal); Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (Siga Brasil). Notas: (A) Dados atualizados até 30.06.2014 (SIGA BRASIL). (B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro GND = 4 (investimento) Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamento da arrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de ser realizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Os recursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
2013 PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial6 Reservas Internacionais4 Câmbio (R$/US$)5
Acumulado Expectativa Expectativa em 2014 para 2014 para 2015
2,50 10,00 5,91 2,55
1,92* 11,00 3,75 -2,49
1,07 11,00 6,46 2,70
1,50 12,00 6,10 9,90
375,79
380,52
-
-
2,34
2,21
2,40
2,50
Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 04/07/14), Banco Central do Brasil. Observações: (1) Expectativa de crescimento do PIB para 2014 e 2015 - O valor de crescimento do PIB 2013 foi revisado pelo IBGE de 2,3% para 2,5%. (2) Taxa Selic conforme Copom 28/05/2014 e Boletim Focus. (3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até junho/2014 e expectativas segundo o Boletim Focus. (4) Posição Dezembro/2013 e Junho/2014 em US$ bilhões. (5) Câmbio de fim de período divulgado em 02/07/2014, média entre compra e venda. (6) Saldo da balança comercial em junho/2014. * A taxa de crescimento do PIB para 2014 diz respeito ao desempenho econômico no primeiro trimestre de 2014 (jan-mar 2014).
EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2009 Investimento Total
ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em R$ bilhões correntes) 2009 2010 2011 2012 7,8 10,3 11,2 9,4 Rodoviário 1,0 2,5 1,6 1,1 Ferroviário 1,3 1,0 0,8 Aquaviário (União + Cia Docas) 1,3 0,5 0,7 1,2 1,4 Aéreo (União + Infraero) 10,6 14,8 15,0 12,7 Investimento Total
2010
2011 Rodoviário
Ferroviário
2012 Aquaviário
2013 Aéreo
2013 8,4 2,3 0,6 1,8 13,1
Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (DEST-MPOG).
8
R$ bilhões correntes
Orçamento Fiscal da União eOrçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)
* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
REGIÕES3
Estados
INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em R$ milhões correntes)1 Orçamento Fiscal (total pago2 por modal de transporte) Acre Alagoas Amazonas Amapá Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Minas Gerais Mato Grosso do Sul Mato Grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rondônia Roraima Rio Grande do Sul Santa Catarina Sergipe São Paulo Tocantins Centro Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Nacional Total
Rodoviário 29,19 151,83 19,99 49,98 227,43 137,26 17,57 38,60 246,88 219,75 494,90 91,68 248,00 228,11 57,02 184,40 90,97 201,89 155,74 56,36 167,71 82,53 601,75 411,85 66,21 143,74 67,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 48,79 4.537,71
Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 394,24 0,00 0,00 0,00 441,60 0,00 73,42 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 3,71 0,00 0,00 0,00 0,91 0,00 0,00 71,10 4,47 0,00 0,21 0,00 0,00 0,00 81,01 1.070,86
Aquaviário 0,00 0,00 14,75 0,00 0,00 2,00 0,00 11,51 0,00 0,00 2,03 0,00 0,00 0,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,09 0,19 0,00 9,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,43 0,00 14,06 56,13
Aéreo 0,67 0,02 3,02 0,30 0,83 0,14 0,00 0,05 0,12 0,80 1,08 0,14 2,36 5,23 0,09 0,62 0,55 0,55 1,23 0,02 0,99 0,18 0,31 0,31 0,00 0,92 0,27 1,66 0,15 5,55 7,04 0,00 157,89 193,07
Total 29,86 151,84 37,76 50,28 622,50 139,40 17,57 50,15 688,59 220,55 571,43 92,01 250,35 233,54 57,11 185,02 91,51 202,47 160,68 56,38 168,70 82,70 604,05 412,35 66,21 225,64 72,33 1,66 0,36 5,55 7,47 0,00 301,75 5.857,78
Maiores Desembolsos4 (total pago acumulado até junho - 2014)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Ações orçamentárias7
Ranking
Manutenção de trechos rodoviários na região Nordeste Manutenção de trechos rodoviários na região Sudeste Manutenção de trechos rodoviários na região Norte Manutenção de trechos rodoviários na região Centro-Oeste Adequação de trecho rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116 - no estado do Rio Grande do Sul Adequação de trecho rodoviário - Palhoça - divisa SC/RS - na BR-101 - no estado de Santa Catarina Manutenção de trechos rodoviários na região Sul Construção da ferrovia de integração Oeste-Leste - Ilhéus - Caetité - no estado da Bahia Construção da ferrovia Norte-Sul - Ouroverde de Goiás - São Simão - go construção da ferrovia de integração Oeste-Leste - Ilhéus - Caetité - BA Total Part. (%) no total pago do orçamento fiscal da união até junho Elaboração: Confederação Nacional do Transporte Dados atualizados até 30.06.2014 (SIGA BRASIL).
R$ milhões6 489,82 418,29 350,57 248,89 220,31 215,53 197,10 193,31 176,75 167,86 2.678,43 45,7%
Notas: (1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União). (2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional. (4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (Valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2014. (5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do Orçamento Fiscal da União no acumulado de janeiro a junho de 2014. (6) Os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela União no período em análise. Não foram incluídos os desembolsos realizados pelas Empresas Estatais. (7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o Manual de Técnico de Orçamento 2015.
Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx
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CNT TRANSPORTE ATUAL
AGOSTO 2014
BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR
PROJETOS
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • Cidadania para o meio ambiente
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS ESTRUTURA
NÚMEROS DE AFERIÇÕES 2014
2007 A 2013 1.033.455 Aprovação no período 88,87%
ATÉ MAIO
JUNHO
85.904
14.998
90,91%
TOTAL 1.134.357 88,97%
91,84%
Federações participantes
21
Unidades de atendimento
73
Empresas atendidas
11.014
Caminhoneiros autônomos atendidos
12.678
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.
Carga (empresas)
FEDERAÇÃO FETRAMAZ FETRACAN FETRABASE FENATAC FETRANSPORTES FETCEMG FETRANSPAR FETRANSCARGA FETRANSUL FETRANCESC FETCESP
Carga (autônomos)
FECAM-SP
Passageiros
FETRANORTE FETRONOR FETRABASE CEPIMAR FETRASUL FETRANSPORTES FETRAM FETRAMAR FEPASC FETRANSPOR FETERGS
UFs ATENDIDAS
TELEFONE
AC, AM, AP, PA, RO e RR AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN BA e SE DF, GO, MS, MT e TO ES MG PR RJ RS SC SP
92.3658-6080 81.3441-3614 71.3341-6238 61.3361-5295 27.2125-7643 31.3490-0330 41.3333-2900 21.3869-8073 51.3374-8080 48.3248-1104 11.2632-1010
SP
19.3585-3345
AC, AM, AP, PA e RR AL, PB, PE e RN BA e SE CE, MA e PI DF, GO, SP e TO ES MG MS, MT e RO PR e SC RJ RS
92.3584-6504 84.3234-2493 71.3341-6238 85.3261-7066 62.3233-0977 27.2125-7643 31.3274-2727 65.3027-2978 41.3244-6844 21.3221-6300 51.3228-0622
A pesquisa “Caminhoneiros no Brasil - Relatório Síntese de Informações Ambientais” apresenta a realidade e as necessidades de um dos principais agentes do setor de transporte. Informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, além de dados relacionados à frota, como distribuição e idade média; características dos veículos e dos deslocamentos; intensidade de uso e autonomia (km/l) da frota permitem aprofundar os conhecimentos relativos ao setor de transporte rodoviário.
8
SETOR
Conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
O governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e da aprovação da Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. Essa mistura é denominada óleo diesel B e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. O objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel B, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.
CNT TRANSPORTE ATUAL
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AGOSTO 2014
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
BOLETIM AMBIENTAL
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)
EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54
SETOR
Mudança no uso da terra Industrial* Transporte Geração de energia Outros setores Total
(%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00
PARTICIPAÇÃO
Rodoviário Aéreo Outros meios Total
2011
2012
2013
VOLUME
VOLUME
VOLUME
Rodoviário
38,49
34,46
36,38
38,60
40,61
Ferroviário
0,83
1,08
1,18
1,21
1,20
Hidroviário
0,49
0,14
0,14
0,16
0,18
39,81
35,68
37,7
39,97
41,99
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2009 2010 2011 2012 2013 2014** (maio)
EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15
2010 VOLUME
Total
*Inclui processos industriais e uso de energia
MODAL
2009 VOLUME
MODAL
EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)
Diesel
(%) 90,46 5,65 3,88 100,00
44,29
49,23
52,26
55,90
58,49
23,96
Gasolina 25,40
29,84
35,49
39,69
41,36
18,06
Etanol
15,07
10,89
9,85
11,75
5,08
PARTICIPAÇÃO
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO*
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL
80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
CO2 NOx NMHc CO CH4
16,47
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 30 de junho de 2014.
60% 50% 40% CO2 NOx CO NMHc MP
30% 20% 10% 0%
Automóveis GNV Comerciais Leves (Otto) Motocicletas * Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV Dados de 2009 fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA,2011.
Ônibus Urbanos
Caminhões Pesados
10 15 10 a 50
CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo do Amarante, Pindoretama e Cascavel. PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará. PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo. RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita. 10** Brasil SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, Nova Odessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do Bom Jesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, Santa Bárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, Santo André, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São José dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo. Demais estados e cidades 500*** * Em partes por milhão de S - ppm de S ** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br *** A partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br
5,1%
9,1%
32,5%
23,4%
8,1%
21,8% Teor de Biodiesel 23,4% Outros 9,1%
Pt. Fulgor 21,8% Enxofre 8,1%
Corante 5,1% Aspecto 32,5%
% NC
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MAIO 2014 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
Caminhões Leves
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MAIO 2014
QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S)* Japão EUA Europa
Ônibus Caminhões Comerciais Leves Rodoviários (Diesel) médios
Trimestre Anterior Trimestre Atual
8,7 4,9
2,0
0,0 AC 0 0
AL 4,9 4,6
AM 8,7 9,5
AP 2 2,1
1,4 BA 1,4 1,6
2,2
1,7
CE 2,9 3
DF 2,2 2,7
ES 1,7 1,3
GO 5,4 0
1,5
2,8
MA 1,5 0,8
MG 2,8 2,6
MS 0 0
Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.
3,7
2,2
0,0 MT 6,2 10,4
8,8
7,2
6,2
5,4
2,9
PA 2,2 1,8
PB 7,2 5,9
PE 3,7 2,4
0,9
0,7
2,4
1,7
0,0
PI 0,9 1,9
PR 0,7 0,6
RJ 2,4 2,3
RN 1,7 1,6
RO 0 0
RR 8,8 8,1
1,2
0,8
RS 1,2 1,5
SC 0,8 0,3
2,0
2,0
SE 2 4,1
SP 2 2,3
0,0 TO 0 0
2,3 Brasil 2,3 2,4
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE POLUENTES
PRINCIPAIS FONTES
CARACTERÍSTICAS
EFEITOS SAÚDE HUMANA
1
Monóxido de carbono (CO)
Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.
Gás incolor, inodoro e tóxico.
Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.
Dióxido de Carbono (CO2)
Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.
Gás tóxico, sem cor e sem odor.
Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
Metano (CH4)
Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.
Gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.
Causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.
MEIO AMBIENTE
Causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.
Compostos orgânicos voláteis (COVs)
Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.
Composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.
Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. Em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.
Óxidos de nitrogênio (NOx)
Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.
O NO é um gás incolor, solúvel. O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.
O NO2 é irritante para os pulmões e Causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. A exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar Causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.
Formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. Sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.
Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.
Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.
Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na Gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.
Causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. Causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.
Conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.
Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.
Ozônio (O3)
Dióxido de enxofre (SO2)
Material particulado (MP)
Resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.
Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.
Incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.
Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
8
1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel como substância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro. 2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV. 3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
“O momento é altamente favorável para aqueles que desejarem adquirir veículos de última geração, em condições vantajosas” TEMA DO MÊS
É hora de aproveitar as vendas fracas e comprar caminhão
Momento oferece oportunidades importantes de financiamento ALARICO ASSUMPÇÃO JÚNIOR
necessidade de renovação da frota de caminhões é latente e importante para o Brasil. O assunto vem sendo mote de discussão entre a Fenabrave e outras entidades do setor junto ao governo federal para que um programa eficiente seja aprovado para que os veículos, que hoje transitam pelas estradas e vias públicas, com mais de 30 anos de fabricação, e que geram transtornos e acidentes, sejam retirados de circulação, cedendo espaço para caminhões novos, com mais tecnologia e segurança. Esses caminhões com mais de três décadas de atividades correspondem a quase 230 mil unidades em circulação pelo país, sendo mais de 200 mil em poder de motoristas autônomos e o restante como propriedade de empresas transportadoras e cooperativas. Geralmente, os donos desses veículos são motoristas autônomos que não têm condições de trocar o caminhão. E o programa é uma forma de atendê-los, pois esses caminhoneiros terão acesso a veículos mais modernos e seguros.
A
ALARICO ASSUMPÇÃO JÚNIOR Presidente executivo da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores)
O projeto apresentado ao governo tem como meta retirar de circulação esses veículos, reduzindo, gradativamente, a idade-alvo, ao longo de, aproximadamente, 10 anos, com a reciclagem de mais de 30 mil caminhões por ano. Inicialmente, o programa previa retirar de circulação uma média de mil unidades em 2014, 5.000 no ano seguinte, 15 mil em 2016 e, a partir dali, reciclar 30 mil anualmente, ou seja, o programa só traz benefícios. Independente de qualquer programa, no entanto, o momento atual oferece oportunidades importantes de financiamento para quem pretende renovar ou incrementar sua frota. O BNDES oferece, por exemplo, o PSI, que disponibiliza crédito com taxas subsidiadas para aqueles que desejarem financiar perante aos agentes financeiros credenciados ao banco. É certo que a economia brasileira não vem obtendo o crescimento esperado, e a demora que ocorreu no início do ano na regulamentação do PSI e do PSI Simplificado pelo BNDES impactou, negativamente, nas vendas e perspectivas do mercado de
caminhões este ano, que aponta para uma possível queda de 15% até o fim de 2014. Com a demora na regulamentação do PSI, talvez tenhamos perdido boa parte das demandas advindas com a safra agrícola deste ano, que ocorreu até junho, assim como os feriados e a redução de dias de vendas, em função da Copa do Mundo, também refletiram na redução de comercialização de caminhões. No entanto, temos perspectivas positivas para o agronegócio nos próximos anos, o que nos garante um mercado efetivo para o setor de caminhões no país. E, considerando as taxas e oportunidades facilitadas de financiamento, oferecidas atualmente, consideramos o momento altamente favorável para aqueles que desejarem se planejar para o futuro, adquirindo agora veículos de última geração, em condições vantajosas. Estamos certos de que o Brasil continuará se movimentando sobre rodas. Que a economia do agronegócio caminha bem e gera frete, e que, a despeito de qualquer adversidade momentânea, devemos investir no futuro de nossos negócios e deste país.
“A comercialização de caminhões mostra-se relativamente estagnada desde 2011, quando as vendas aumentaram 9,6% frente a 2010”
para renovar a frota?
Comprar ou não comprar caminhão: eis a questão! FABIO SILVEIRA E ARTHUR NICULITCCHEF
os seis primeiros meses deste ano, as vendas de caminhões no mercado brasileiro encolheram 13% em relação a igual período de 2013, em função da contração da produção industrial e do menor dinamismo das atividades de comércio e serviços, provocados, em boa medida, pela vigência de juros reais superelevados desde meados de 2013. Por outro lado, o desempenho favorável do agronegócio nos últimos dois anos impediu que a comercialização de caminhões no país registrasse declínio mais drástico em 2014. O encolhimento das vendas prejudicou diretamente as montadoras nacionais, que respondem por 98% da oferta interna de caminhões, trazendo apreensão quanto ao futuro de sua cadeia produtiva. Quando se afirma que o mercado de caminhões se enfraquece em resposta à contração da produção industrial e ao fôlego mais curto de varejo e serviços, pode-se dizer que sua dinâmica espelha a tendência declinante do investimento nacional. Tal enfraquecimento, portanto, não é obra do acaso. Reflete o compor-
N
tamento da taxa de formação bruta de capital fixo da economia brasileira, que evolui negativamente há um ano. O investimento nacional perdeu ímpeto, em decorrência não apenas do que “aconteceu antes”, mas também do que pode “acontecer amanhã”. A falta de confiança do setor privado também desestimulou o comércio de caminhões. Tanto o Índice de Confiança da Indústria da FGV quanto o Índice de Confiança do Empresariado Industrial da CNI estão em seus níveis mais baixos desde a crise de 2009. Se formos rigorosos, a comercialização de caminhões se mostra relativamente estagnada desde 2011, quando as vendas aumentaram 9,6% frente a 2010, em virtude da grande antecipação de compra provocada pelo fato de que, em 2012, as montadoras cumpririam a decisão de lançar caminhões com motores menos poluentes, porém mais caros, e pelo IPI reduzido, com possibilidade de majoração também no ano seguinte. Como reflexo, em 2012, as vendas diminuíram 19,5% ante 2011. É verdade que, no ano passado, elas cresceram 11,1%. Esse volu-
me, porém, é ainda inferior ao verificado em 2011 e 2010. Além desses fatores, pode-se adicionar outro, de natureza mais pontual: a demora não apenas na definição de novas regras do PSI/Finame, mas também no repasse dos recursos. Cabe acrescentar a realização das eleições, cujos desfechos e primeiros desdobramentos são muitas vezes anteriores às decisões de investimento das empresas. A impressão imediata é de que a compra de caminhões para a renovação de frota poderia ser postergada, tendo em vista que os estoques da cadeia produtiva devem continuar crescendo, levando o varejo a promover novas rodadas de desconto de preços. Trata-se de uma alternativa com boa chance de sucesso. Mas existe outra hipótese, cuja possibilidade de ocorrência não é pequena. A de que a taxa de câmbio se desvalorize no fim deste ano ou início de 2015, atingindo o patamar de R$ 2,35 ou R$ 2,40 por dólar, em virtude do desequilíbrio das contas externas brasileiras. Caso isso se materialize, será inevitável o encarecimento dos caminhões no mercado doméstico.
FABIO SILVEIRA Diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados ARTHUR NICULITCCHEF Graduando em Economia da PUC-SP
CNT TRANSPORTE ATUAL
AGOSTO 2014
81
“O setor produtivo e os transportadores possuem visão sistêmica do transporte e estão fazendo sua parte investindo em logística empresarial” JOSÉ FIORAVANTI
OPINIÃO
Acorda, Brasil! s dimensões continentais de nosso país indicam a necessidade de dotar a nação de logística que contemple a multimodalidade e integre o país de norte a sul, de leste a oeste, que dê eficiência aos deslocamentos de cargas e de pessoas, que reduza os custos de transporte, que potencialize os diferentes modos de transporte e que equilibre a matriz nacional de transporte. A realidade, no entanto, está longe desse mundo ideal em que investimentos em infraestrutura de transportes e em logística integrada são priorizados. Em que governos sabem da importância disso para a economia nacional e para o comércio exterior. Nosso país, tantas vezes mencionado como a nação do futuro, com potencial para se destacar no cenário internacional, com a representatividade que possui no continente sul-americano, com um enorme mercado interno, investe menos de 1% do seu PIB em infraestrutura. Evidentemente que essa cifra é insuficiente para apoiar o crescimento e o desenvolvimento econômico e social. Ao lado de tão inexpressivo investimento ainda temos a dificuldade em aplicar esses poucos recursos disponíveis, revelando que o país não realiza uma adequada gestão, a nação peca por excesso de burocracia, por lentidão em seus processos licitatórios e a execução dos orçamentos de investimento apresentam o realizado abaixo daquilo que tinha sido planejado e aprovado. Acorda, Brasil! Até quando vamos ficar nesse compasso lento enquanto o mundo se organiza e os países recuperam suas economias a passos largos. Será que vamos, mais uma vez, ficar a reboque e gerando insignificantes resultados de PIB? O setor produtivo e os transportadores possuem visão sistêmica do transporte e estão fazendo sua parte investindo em logística empre-
A
sarial, que tem dinamizado os processos de produção, reduzido os custos, agregado eficiência e eficácia a toda cadeia de distribuição da riqueza produzida. Um esforço colossal para se manter produtivo em um Brasil que insiste em não realizar suas reformas estruturais definitivas que contemplem um sistema tributário que não penalize a produção, leis trabalhistas menos onerosas para o empregador e um sistema político contemporâneo adequado ao fortalecimento da democracia. Para o fim da apatia do setor público em realizar planejamento e romper sua inércia em construir a melhor infraestrutura de transporte para o país, a Confederação Nacional do Transporte está lançando o Plano CNT de Transporte e Logística 2014, um estudo completo com indicações de projetos e seus custos para dotar o Brasil de logística e transporte condizentes com os nossos anseios de desenvolvimento. O Plano CNT de Transporte e Logística apresenta, detalhadamente, orçados em R$ 987 bilhões, 2.045 projetos, nos quais as autoridades governamentais podem nortear-se para realizar a transformação definitiva da infraestrutura do país, capaz de atender à demanda atual e futura dos setores produtivos e da população. A CNT propõe, com seu levantamento, a modernização e ampliação de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, hidrovias e terminais, de tal maneira que possamos adequar todas as características regionais à multimodalidade do transporte, quebrando isolamentos de populações, unindo economicamente mercados nacionais e globais, em prol da verdadeira e completa integração do Brasil. José Fioravanti é presidente em exercício da CNT
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CNT TRANSPORTE ATUAL
AGOSTO 2014
CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE EM EXERCÍCIO José Fioravanti VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS
José Severiano Chaves Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knitell Eurico Galhardi Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Picoli João Rezende Filho Mário Martins
Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José Fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS
Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da Fonseca Lopes Edgar Ferreira de Sousa
Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Pedro José de Oliveira Lopes Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emílio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Viana Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
Glen Gordon Findlay Paulo Cabral Rebelo
Edgar Ferreira de Sousa José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Éder Dal’ Lago André Luiz Costa Diumar Deléo Cunha Bueno Claudinei Natal Pelegrini Getúlio Vargas de Moura Bratz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva
Rodrigo Vilaça Júlio Fontana Neto TRANSPORTE AÉREO
Urubatan Helou José Afonso Assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar Araújo André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
DOS LEITORES ATUAÇÃO DO SEST SENAT
PASSARELAS NAS RODOVIAS
O Sest Senat merece todo o nosso reconhecimento por esses 20 anos dedicados aos trabalhadores do setor de transporte. Os atendimentos na área de saúde e os cursos garantem uma vida melhor a quem transporta esse país dia e noite. Eu e minha família já utilizamos vários dos serviços oferecidos. Só tenho a agradecer. Depois que participei de vários cursos de transporte de cargas, hoje consigo ter um bom emprego e criar meus filhos com tranquilidade. Parabéns ao Sest Senat!
A matéria da edição nº 226 da CNT Transporte Atual faz um alerta importante sobre a necessidade do uso das passarelas na travessia das rodovias. Infelizmente, ainda vemos pedestres morrendo atropelados embaixo dessas passagens. O poder público e as concessionárias precisam investir na instalação de mais equipamentos desse tipo, mas também na educação das pessoas. É como diz a reportagem: “atravessar a rodovia sem utilizar a passarela é ameaçar a própria vida e a dos outros”.
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Hernani Goulart Fortuna Paulo Duarte Alecrim André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Roberto Sffair Luiz Ivan Janaú Barbosa José Roque
Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro
Fernando Ferreira Becker
Victorino Aldo Saccol
Eclésio da Silva
Raimundo Holanda Cavacante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Alcy Hagge Cavalcante
Juarez Antonio Moreira Mossoró/RN
Arlete Gomes Belo Horizonte/MG VOO VERDE
TRANSPOAMAZÔNIA A reportagem sobre a TranspoAmazônia, realizada em junho, em Manaus (AM), mostra como o transporte aqui na região Norte ainda carece de melhorias para ter seu pleno desenvolvimento. Temos um potencial enorme para crescer e até solucionar alguns gargalos logísticos existentes no Sul e no Sudeste do país, mas, para isso, precisamos de investimentos sérios nas nossas hidrovias e nos nossos portos. Os nossos rios são poderosos aliados na redução do custo do transporte e da emissão de poluentes. Maurício Alcântara Belém/AM
Excelente a iniciativa da Gol em passar a utilizar biocombustível em seus voos. Mesmo que ainda seja em uma proporção pequena, o ganho ambiental é grande. Que nos próximos anos, a gente possa ver o crescimento do uso de combustíveis cada vez mais limpos e eficientes em todos os setores do transporte. A popularização do uso contribui para a redução do preço do produto, que ainda é um problema a ser vencido. Roberto Teixeira Jundiaí/SP CARTAS PARA ESTA SEÇÃO
SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes