Vidas Salvas

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edição informativa da cnt

CNT

ano XX número 233 fevereiro 2015

T R A N S P O R T E

AT UA L

Vidas salvas Atuação das companhias aéreas e de parceiros, como a FAB, é essencial no transporte de órgãos para a realização de transplantes no Brasil MARCELO MARCELINO aborda o manejo de aves em aeroportos




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CNT TRANSPORTE ATUAL

FEVEREIRO 2015

CNT

REPORTAGEM DE CAPA

TRANSPORTE ATUAL

a realização de transplantes no brasil conta com aliados importantes, como as companhias aéreas e a fab. cerca de 30% dos procedimentos são realizados com órgãos e tecidos transportados de forma gratuita pela aviação comercial página 20

ano XX | número 233 | fevereiro 2015

ENTREVISTA

marcelo marcelino e o manejo de aves em aeroportos página

8

FERROVIÁRIO • locomotiva retira as imperfeições da malha e aumenta a vida útil do sistema; performance melhora em até 40% página

CAPA força aérea brasileira/sargento johnson barros/divulgação

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL

lucimar coutinho

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br saus, quadra 1 - bloco j - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar cep 70070-010 • brasília (df) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

EDITOR

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bernardino rios pim bruno batista etevaldo dias

americo ventura

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

atualizacao@cnt.org.br

mtb 5125

publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do

[americoventura@sestsenat.org.br]

tiragem: 40 mil exemplares

1º ofício de registro civil das pessoas jurídicas do distrito federal sob o número 053.

os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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AQUAVIÁRIO

ECONOMIA EM FOCO

seca paralisa a tietê-paraná e causa prejuízos

estudo da cnt analisa o aumento dos impostos

página

34

página

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SUSTENTABILIDADE

EXAME TOXICOLÓGICO

sugestões para o reúso da água no transporte

contran adia para o fim de abril a exigência do teste

página

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www.

cnt.org.br

Aumento de impostos ampliará obstáculos ao desenvolvimento do setor

CRIATIVIDADE • veículos são adaptados para as mais variadas funções: de consultórios médicos a lanchonetes, e fazem sucesso pelas ruas do brasil página

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CONHECIMENTO

PASSAGEIROS

ações que melhoram itl abre vagas para novas turmas de a convivência no transporte coletivo curso de gestão página

54

página

58

CONTRAN

Seções duke

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opinião

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mais transporte

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boletins

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tema do mês

78

alexandre garcia

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cartas

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novas regras para condutores começam a valer página

62

SEST SENAT

cursos de formação e a chance do primeiro emprego página

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o informativo “economia em foco” divulgado pela cnt em janeiro destaca os impactos provocados no setor pelo aumento da carga tributária sobre combustíveis. a elevação passa a valer em fevereiro e é repassada aos consumidores. a medida foi adotada pelo governo federal como uma das alternativas para aumentar a arrecadação e garantir que a meta de superavit primário seja atingida em 2015. acesse a agência cnt de notícias para saber mais sobre esse e outros assuntos do setor de transportes.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

Duke

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CNT TRANSPORTE ATUAL

FEVEREIRO 2015

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“os custos do transporte no brasil têm ligação direta com o valor do diesel. com certeza, o preço do frete será afetado por esse aumento” clésio andrade

OPINIÃO

Aumento no diesel e o impacto no transporte

O

aumento no preço dos combustíveis terá impacto direto no setor de transporte. o governo federal decidiu elevar a arrecadação com os impostos do diesel e da gasolina, o que afeta significativamente a prestação do serviço de transporte, tanto na área de cargas como na de passageiros. os transportadores já trabalham com o peso da alta carga tributária e agora terão que driblar mais esse problema. os custos do transporte no brasil têm ligação direta com o valor do diesel, que é o principal insumo do setor. com certeza, o preço do frete será afetado por esse aumento. Quando o combustível sobe, a atividade sente o reflexo. na área de cargas, até 37% dos custos estão relacionados ao diesel. na área de passageiros, cerca de 25%. com a movimentação de cargas a um custo maior, são vários os reflexos negativos. e o consumidor, que já sentiu no bolso o alto preço do combustível vendido nos postos do país, será afetado novamente. a alta no frete, provocada pelo aumento do diesel, levará ao encarecimento, para o consumidor final, de alguns produtos transportados. também haverá reflexo negativo no comércio exterior, fazendo com que o brasil perca competitividade e fique em desvantagem em relação aos concorrentes. ao elevar as alíquotas do pis (programa de integração social) e da cofins (contribuição para o financiamento da seguridade social), não há garantia de que essa maior arrecadação será revertida para melhorias na infraestrutura de transporte. esses tributos não têm destinação específica para o setor. a cide (contribuição de intervenção no domínio econômico), que começa a

ser arrecadada em maio, deveria ser usada em projetos de infraestrutura de transporte. entretanto, de 2002 a 2012, a cide arrecadou r$ 76 bilhões, mas somente r$ 37,6 bilhões foram para a infraestrutura de transporte. na prática, o governo federal aumenta a arrecadação com o combustível, afeta o transporte de cargas e de passageiros, mas o setor transportador não verá, necessariamente, os benefícios desse aumento dos impostos. o alto custo do diesel é uma preocupação antiga dos transportadores. no final do ano passado, a sondagem expectativas econômicas do transportador 2014, feita pela cnt, mostrou pessimismo entre os empresários sobre os rumos da economia e sobre os impactos do preço do combustível em suas atividades. é importante destacar as péssimas condições das nossas rodovias. os buracos e outras situações críticas impactam a atividade e aumentam o consumo, deixando a atividade ainda mais onerosa. a última pesquisa cnt de rodovias mostrou que mais da metade dos trechos possui algum problema, aumentando os custos das viagens, a poluição e o risco de acidentes. as condições do pavimento proporcionam aumento médio de 26% no custo operacional do transporte. se o pavimento das rodovias fosse bom ou ótimo, há estimativas de que poderia ser possível reduzir o consumo em até 5%. e diante de tantas dificuldades que precisam ser solucionadas, o governo opta pelo mais fácil. em vez de reduzir seus próprios gastos, prefere onerar ainda mais os transportadores, já tão penalizados nos últimos anos. temos, assim, um início de ano nada animador para o transporte no país.


“o abate é utilizado quando já foram esgotadas todas as opções. existem métodos e regras para isso. uma delas é não causar dor

ENTREVISTA

MARCELO MARCELINO - icmbio

Perigo no por

presença de aves em aeroportos é um problema antigo e causa preocupação para a segurança dos voos no mundo todo. o risco maior é de colisão com os aviões, principalmente, nos momentos de pouso e de decolagem. o primeiro acidente desse tipo com vítima fatal aconteceu em 1912, nos estados unidos. no brasil nunca houve vítimas fatais, mas há relatos de pilotos que se machucaram devido ao choque. levantamento do cenipa (centro de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos) mostra que somente em 2013, foram registradas, no

A

LIVIA CEREZOLI E NATÁLIA PIANEGONDA

país, 1.625 colisões entre pássaros e aviões. o número de avistamentos de aves informadas ao centro chegou a 2.344. desde 2012, a lei nº 12.725 fixa as diretrizes das medidas que devem ser tomadas para o controle da fauna nas imediações de aeródromos, mas foi só em novembro do ano passado que o conama (conselho nacional do meio ambiente) aprovou uma resolução, proposta pelo ministério da defesa, com os procedimentos que devem ser adotados para a elaboração e a autorização dos planos de manejo de fauna nos aeroportos. de acordo com o diretor

de pesquisa, avaliação e monitoramento da biodiversidade do icmbio (instituto chico mendes de conservação da biodiversidade), marcelo marcelino, a expectativa é que, com isso, os procedimentos sejam agilizados, aumentando a segurança dos voos em todo o brasil. até então, não havia uma regra clara para a adoção de tais medidas, nem mesmo em caráter emergencial, quando ocorrem situações inesperadas de alto risco de colisão entre as aves e as aeronaves. nesta entrevista, concedida à revista CNT Transporte

Atual, marcelino esclarece alguns pontos importantes sobre a execução dos planos de manejo e dá orientações sobre os procedimentos que podem ajudar o trabalho de gestores de aeroportos no controle das aves nesses locais. pela nova regra, o plano de manejo tem validade de cinco anos, mas desde que sejam apresentados relatórios anuais do andamento das ações previstas. para os planos que foram apresentados anteriormente e ainda estão sendo executados, nada mudou. apenas os novos planos e aqueles que precisam ser atualizados, de-


icmbio/divulgação

Quando ele é necessário, nem sofrimento ao animal”

céu vem seguir as novas recomendações.

nas dos aviões e causar sérios problemas.

Quais espécies de aves mais frequentes estão presentes em aeródromos? são várias, mas podemos citar como as mais comuns urubus, quero-queros, carcarás e biguás.

Quais os principais motivos de atração de aves nas regiões próximas aos aeroportos? são diversos fatores. no caso dos urubus, o mais comum é a presença de lixões próximos aos aeroportos. os quero-queros, por exemplo, são atraídos pela vegetação rasteira entre as pistas. existem outras espécies que podem ser atraídas pela presença de outros animais ou por algum tipo de alimentação. também precisamos considerar que, em muitos ca-

Quais riscos cada uma delas representa para a aviação? os riscos são sempre de colisão com as aeronaves, principalmente, nos momentos de pouso e de decolagem. isso independe da espécie. as aves podem entrar também nas turbi-

sos, a região onde está o aeroporto era o habitat natural dessas espécies. o empreendimento veio depois. Quais medidas devem ser tomadas para afastar as aves desses locais e impedir a colisão com os aviões? de modo geral, você pode ter intervenções no próprio ambiente. digamos que exista um pequeno lago de água, que pode ser um foco de atração. é preciso fazer a drenagem desse local e retirar a água. outro exemplo é retirar a vegetação. outra opção

ainda é adotar medidas de afugentamento de animais, utilizando artifícios de efeito sonoro e luminoso. além disso, destaco a importância de o brasil ampliar os investimentos na utilização de falcões-robô (aeromodelo operado por controle remoto e pintado como um falcão que simula o comportamento de uma ave de rapina e dá rasantes para espantar os pássaros), uma técnica que está sendo testada em alguns aeródromos e já tem resultados positivos. existe também a utilização de cães perdigueiros para encontrar ninhos e depois


efetuar a retirada dos mesmos. a captura e a translocação dos animais, que significa levar as aves para outros locais, é mais uma medida. para isso, é preciso ter alguns cuidados, como conhecer o local onde os animais serão levados para evitar que ele não seja super povoado e cause outros problemas, por exemplo. além disso, o local deve ser distante o bastante do aeroporto para evitar o retorno das espécies. de qualquer maneira, no momento da captura, as aves devem ser identificadas caso elas retornem. outra alternativa é encaminhar o animal para os órgãos ambientais e, por fim, o abate. de forma geral, essas são algumas opções, mas podem existir outras que vão depender de cada local e das espécies que ali existem. Então o abate das aves também pode ser uma solução? Quais as dificuldades para que isso ocorra? o abate de aves pode ser uma das soluções, mas ele deve estar previsto no plano de manejo. geralmente, ele é utilizado quando já foram esgotadas todas as demais opções para a remoção das aves. Quando o abate é necessário, existem métodos e regras para isso. uma delas é não causar dor nem sofrimento ao animal. uma das premissas da lei que trata do controle da fauna nos aeroportos é também a legislação sobre maus

tratos de animais. no caso do manejo das espécies que apresentam riscos aos aeroportos ser realizado sem método ou autorização, pode ser considerado crime de maus tratos. A licença ambiental que permite a construção dos aeroportos não avalia, ou deveria avaliar, se existe ou não a presença dessas espécies? a licença, para ser dada, se baseia em estudos ambientais. esses estudos, por sua vez, dependem muito do entendimento do órgão licenciador, se ele vai ou não exigir um eia-rima (estudo de impacto ambiental – relatório de impacto ambiental) do empreendedor. o licenciador pode apenas exigir um relatório simplificado. o ideal é que todas essas questões (de presença de animais) apareçam no estudo de impacto ambiental, para que se saiba quais são as “espécies problema” que podem trazer riscos para a segurança da aviação. porém, a licença ambiental pode até prever ações de monitoramento, mas não tem força para autorizar o abate das aves, por exemplo. por isso, a necessidade de uma lei específica para o manejo das espécies. A lei nº 12.725, que fixa as diretrizes das medidas que devem ser tomadas para o controle da fauna nas ime-

SOLUÇÃO alguns aeroportos também

“O plano de manejo está restrito ao sítio aeroportuário. Ele não prevê ações para além do aeroporto”

diações de aeródromos é de 2012. Por que o problema ainda existe? a dificuldade que a infraero e o ministério da defesa tinham e nos apresentaram era da aprovação dos planos de manejo pelos órgãos ambientais. a lei precisava de mais clareza e é isso que a resolução traz. o relato deles é que existem dificuldades ao apresentar os planos. acredito que alguns aeroportos tiveram sucesso na aprovação do plano de manejo, mas outros, pela experiência relatada, encontraram dificuldades devido à falta de clareza da lei. existiam muitas dúvidas sobre como elaborar e aplicar os planos. Quais os principais pontos esclarecidos pela reso-


infraero/divulgação

“As aves podem entrar também nas turbinas dos aviões e causar sérios problemas” utilizam a técnica da falcoaria para espantar outras aves dos aeroportos

lução aprovada em novembro de 2014? a resolução traz o roteiro metodológico, que nada mais é que o passo a passo para se elaborar o plano de manejo. isso é um ponto fundamental. outra questão é que ela traz um conjunto de regras a ser seguido pelo órgão responsável pela autorização do plano. e por fim, ela detalha as situações nas quais é possível recorrer ao abate, por exemplo. além disso, é preciso destacar que a resolução permite que se faça uso do conhecimento científico já disponível sobre o assunto para tomar determinadas medidas, como a translocação e o abate das aves, sem que haja a necessidade de passar por todo o proces-

so. significa que é possível utilizar a literatura para determinar quais medidas serão adotadas porque os resultados já são conhecidos. isso dá clareza e agiliza a elaboração e a execução do plano de manejo. Quem é o responsável pelo plano de manejo dentro do sito aeroportuário? normalmente, o aeroporto tem um profissional responsável pela execução do plano ou ele é elaborado a partir da contratação de uma consultoria. o que a resolução exige é que o profissional responsável pela elaboração do plano tenha formação específica na área, como é o caso de biólogos, zootecnistas etc.

Todo aeroporto tem de ter o plano de manejo? nem todo o aeroporto precisa ter o plano de manejo. a anac já tem uma regra que define quando os aeroportos devem recorrer a esse instrumento. uma das exigências da resolução aprovada no ano passado é que, no roteiro metodológico do plano, seja apresentado o histórico de risco dos últimos cinco anos daquele aeroporto, abrangendo o número de colisões por dia, por ano e por fase de voo. isso é importante para que a autoridade ambiental autorize as medidas previstas no plano. De quem é a responsabilidade pela adoção das medidas que vão garantir a retira-

da das aves? Qual a participação dos órgãos ambientais? a execução do plano de manejo é de responsabilidade do gestor do aeródromo. é ele quem deve tomar todas as providências para colocar as ações previstas e aprovadas no plano em prática. de qualquer maneira, o plano de manejo precisa, necessariamente, ser autorizado pela autoridade ambiental. existe outra questão a ser abordada. o plano de manejo está restrito ao sítio aeroportuário. ele não prevê ações para além do aeroporto, mas a lei estabelece a chamada asa (área de segurança aeroportuária), que corresponde a um círculo imaginário de 20 km de raio no entorno do aeroporto. nessa área, todas as ações necessárias para a segurança dos voos deverão ser executadas tanto pela autoridade aeroportuária, pela ambiental e pela municipal, dependendo da responsabilidade de cada um. isso significa dizer, por exemplo, que se existe um matadouro ou um lixão dentro dessa região, é preciso remover, mas isso não cabe ao gestor do aeroporto. além disso, a lei traz um programa nacional de gerenciamento de risco de fauna. o documento tem caráter normativo de estabelecer objetivos e metas para melhorar a segurança operacional no país. a lei traz as diretrizes e cobra as soluções para que seja observada, por todos os responsáveis, a segurança aeroportuária nesse perímetro da asa. l


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MAIS TRANSPORTE carla lima/divulgação

SEP aprova expansão do Porto Chibatão o grupo chibatão pretende investir r$ 262 milhões para o biênio 2015-2016 na modernização das operações do terminal portuário e demais unidades da empresa. o objetivo é oferecer melhores serviços aos clientes, principalmente do polo industrial de manaus. o projeto foi aprovado pela sep (secretaria de portos). a nova área do pátio alfandegado terá acréscimo para armazenar 7.500 teus, medida padrão de capacidade de contêiner. outra novidade é a expansão do píer, que passa de 450 metros para 710 metros de comprimento e deve ser entregue em março. a ampliação aumentará a capacidade do terminal em 50%. o projeto prevê ainda a construção de uma segunda ponte de acesso no cais do terminal, que deve reduzir pela metade o tempo de transporte de contêineres entre pátios e navios com a circulação em sentido único de carretas e veículos em cada pista. os pátios do complexo portuário também estão inclusos no projeto e estão sendo ampliados para 2 milhões de m2 de área.

Empresas desenvolvem balizador de custos de fretes empresas de transporte de cargas e entidades ligadas ao setor desenvolveram, em janeiro, um balizador de custos de fretes que servirá como referência nas negociações das tarifas para a próxima safra. a ideia é evitar prejuízos

financeiros, como ocorreu em 2014, para os transportadores envolvidos com o agronegócio. o balizador consiste em uma tabela com as principais rotas rodoviárias de escoamento da safra agrícola, bem como, as

tarifas mínimas de fretes a serem praticadas durante o ano de 2015. o objetivo é orientar o dono do caminhão no momento da negociação do frete. no ano passado, companhias projetaram safra recorde e renovaram

ou aumentaram suas frotas, mas, como as previsões não se confirmaram, amargaram deficit, uma vez que grande oferta de caminhões significa redução na tarifa de fretes.


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tarifas

Anac reajusta taxa de embarque doméstico anac (agência nacional de aviação civil) autorizou, em janeiro, reajuste de 14,2% na taxa de embarque doméstico. o novo valor estava previsto para ser cobrado a partir de fevereiro no aeroportos administrados pela infraero. a agência tabelou em r$ 24,64 o teto das tarifas domésticas para os 12 aeroportos da categoria i, que incluem os terminais de congonhas (sp), santos dumont (rj), afonso pena (pr) e guararapes (pe). a tarifa anterior era de r$ 21,57. nos embarques internacionais, a anac fixou um teto de r$ 85,99. atualmente, os aeroportos da categoria i cobram r$ 38,19, acrescidos de us$ 18. além dos valores recolhidos pelos aeroportos, os novos tetos tarifários incorporam o adicional pago pelos consumidores ao fnac (fundo nacional de aviação civil) e a ataero (tarifa aeroportuária). as tarifas dos aeroportos

A

concedidos já foram corrigidas. brasília, viracopos e guarulhos cobram r$ 24,03 nos embarques domésticos.

galeão e confins arrecadam r$ 23,37. nos voos internacionais, a tarifa dos três primeiros é de r$ 42,52, e dos

dois últimos, r$ 41,40. todos os valores são acrescidos de us$ 18. (Evie Gonçalves) infraero/divulgação

SANTOS DUMONT tarifa do aeroporto será aumentada nos voos nacionais

Movimentação portuária apresenta crescimento o setor portuário brasileiro, que abrange portos organizados e tups (terminais de uso privado), movimentou, no terceiro trimestre de 2014, 251,1 milhões de toneladas. o valor representa um

crescimento de 1% em relação ao mesmo período de 2013. a informação consta de relatório divulgado pela antaQ (agência nacional de transportes aquaviários).

a movimentação nos portos apresentou queda de 1,5%, totalizando 91,4 milhões de toneladas. já os terminais privados registraram aumento de 2,4%, com 159,7 milhões de toneladas, com

movimentação, sobretudo, de minério de ferro, combustíveis, bauxita, soja e carvão mineral. nos portos públicos, o destaque foi para minério de ferro, combustíveis e soja.

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MAIS TRANSPORTE viracopos aeroportos do brasil/divulgação

Viracopos é o aeroporto mais bem avaliado do país o aeroporto internacional de viracopos (sp) foi o mais bem avaliado do país, de acordo com pesquisa de satisfação dos passageiros realizada pela sac (secretaria de aviação civil). os terminais de recife, curitiba, rio de janeiro-santos dumont e porto alegre completam a lista dos cinco mais bem avaliados. o último colocado foi o aeroporto de cuiabá. foram feitas 13 mil entrevistas, em 15 aeroportos, entre os meses de outubro e novembro.

Recife e Fortaleza lideram ranking de perigo no trânsito recife (pe) e fortaleza (ce) são as duas capitais em que mais se morre no trânsito. a informação foi divulgada no relatório "o retrato da segurança viária 2014", que

traça a situação da segurança do trânsito no brasil. segundo o estudo, recife tem 34,7 mortes por 100 mil habitantes e lidera o ranking, seguida de

fortaleza, com 27,1 mortes por 100 mil habitantes. na lista aparecem ainda belo horizonte, brasília e curitiba. as cidades menos "letais"

são são paulo e porto alegre. o estudo foi preparado pelo onsv (observatório nacional de segurança viária) e pela consultoria falconi.


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grãos

om a expectativa de uma safra recorde de 202 milhões de toneladas de grãos para este ano, o governo federal apresentou, em janeiro, o plano de escoamento da safra agrícola 2014/15. entre as principais medidas a serem implementadas pelos ministérios da agricultura, dos transportes e pela secretaria de portos está o investimento no porto de santos (sp), principal caminho de saída para a exportação dos produtos brasileiros. a previsão é que seja construído mais um pátio para o estacionamento de caminhões, somando-se aos outros três existentes, com capacidade para 200 veículos. além disso, o governo pretende investir em tecnologia no sistema de agendamento, que ajuda a evitar grandes filas na entrada do porto. “antes, o sistema era todo manual. agora passa a ser automatizado, com câmeras que vão informar a placa do caminhão, bem como a carga movimentada”, afirmou o ministro edinho araújo, da secretaria de portos. o número de caminhões agendados no porto aumentou de 48%, em fevereiro, para 95%, em dezembro do ano passado. com a medida, hou-

codesp/divulgação

Governo anuncia o Plano de Escoamento da Safra 2014/15

C

SANTOS porto deve receber a construção de mais um pátio para estacionamento de caminhões

ve diminuição na fila, além da redução no preço do frete em 7%. o governo prevê ainda ações para facilitar o escoamento da produção para os portos de belém (pa) e de itaqui (ma). atualmente existe concentração de remessa para santos e paranaguá (pr). mais de 80% da produção da

soja, por exemplo, é exportada pelo porto paulista. para isso, a previsão é de melhoria no corredor conhecido como arco norte, que compreende os estados de mato grosso, rondônia, amazonas, pará, tocantins e maranhão. entre outras medidas anunciadas, estão melhorias na infraestrutura de corredores

multimodais nesses seis estados. o foco é a br 163, classificada como a rodovia “mais esperada do brasil” pela ministra da agricultura, Kátia abreu. o trecho de 136 km entre sorriso (mt) e miritituba (pa) será pavimentado. os outros 809 km da rodovia já são asfaltados. (Evie Gonçalves)


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MAIS TRANSPORTE mobilidade

SP, RJ e BH ganham prêmio internacional rês capitais brasileiras conquistaram, em janeiro, um prêmio internacional de transporte sustentável, o sustainable transport award, organizado pelo itdp (instituto de políticas de transporte e desenvolvimento), sediado nos estados unidos. são paulo, rio de janeiro e belo horizonte foram escolhidas

T

e se tornam as primeiras cidades do país a obterem a premiação. elas se juntam às já vencedoras buenos aires, bogotá, medellín, san francisco, nova York, paris, londres e seul. a capital paulista recebeu o prêmio por implantar 150 quilômetros de ciclovias e 460 quilômetros de faixas de ônibus nos últimos dois

anos e por aprovar propostas no novo plano diretor, como a de acabar com a exigência de garagens em novas construções. a premiação para o rio de janeiro faz referência ao investimento em transporte de alta capacidade, em especial ao brt transcarioca, corredor rápido de ônibus com 39 quilômetros que atende, em

média, 270 mil passageiros por dia. já belo horizonte foi lembrada por implantar dois novos corredores rápidos de ônibus, que somam 23 quilômetros, e por promover mudanças no centro que incluem 27 quilômetros de ciclovias e proibição de tráfego de veículos em determinadas ruas. (Evie Gonçalves) sergio alberto/cnt

MOVE corredor de brt em bh foi ponto positivo para premiação


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fiat/divulgação

Anfavea registra queda na venda de veículos balanço divulgado pela anfavea (associação nacional dos fabricantes de veículos automotores), que inclui automóveis, carros comerciais leves, caminhões, ônibus e máquinas autopropulsadas, mostra que

houve queda de 7,1% na venda de veículos em 2014, em comparação com 2013. no total, foram 3,5 milhões de unidades comercializadas ano passado contra 3,7 milhões no ano

anterior. entre os motivos apontados para a queda estão seletividade na concessão de crédito, feriados em razão da copa do mundo e cenário complexo no comércio exterior.

embraer/divulgação

Embraer entrega novos jatos a embraer entregou 30 jatos comerciais e 52 executivos no quarto trimestre de 2014. o balanço total para o ano soma 92 unidades na aviação comercial e 116 na executiva. entre outubro e dezembro foram entregues 22 aviões do modelo e175, cinco unidades

do tipo e190 e três unidades do modelo e195 no segmento comercial. no mesmo período foram entregues 38 jatos leves e 14 jatos grandes na aviação executiva. a carteira de pedidos firmes a entregar totalizava us$ 20,9 bilhões no fim do ano passado.

COMÉRCIO empresa entrega cinco unidades do tipo e190


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MAIS TRANSPORTE mrs/divulgação

MRS revitaliza passagens em nível a mrs logística revitalizou, em 2014, 46 passagens em nível ao longo de toda a malha. as obras permitem a travessia de pedestres somente em locais autorizados. a cidade de juiz de fora (mg), que possui o maior número de registros de acidentes ferroviários envolvendo comunidades ao longo da linha férrea sob responsabilidade da concessionária,

obteve melhorias em quatro passagens de pedestres: mariano, tupi, senai e democrata. a empresa investiu ainda r$ 5 milhões em obras de eliminação de interferências, como construção de viadutos e passarelas, além de sete quilômetros de linha férrea que foram vedados em pontos críticos.

sergio alberto/cnt

Restrições para caminhões

ESTUDO tamanho e peso dos veículos pode impedir circulação

levantamento realizado pela ntc&logística revela que mais de cem municípios brasileiros possuem algum tipo de restrição para a circulação de caminhões nas vias urbanas. entre elas estão: áreas, vias e horários de restrição de circulação e de carga e descarga, rodízio de placas,

tamanho, peso dos veículos e impacto sobre os custos. com a substituição da frota de vuc (veículo urbano de carga) por utilitários, os custos aumentaram 19,7%. a ampliação do turno de trabalho de motoristas e ajudantes representou elevação de 18% e a da operação noturna, 16,5%.


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aviação

Empresas crescem 5,7% em 2014 s companhias aéreas avianca, azul, gol e tam registraram crescimento de 5,7% na demanda por voos domésticos em 2014, segundo balanço divulgado pela abear (associação brasileira das empresas aéreas). ainda assim, o número é menor que em 2013 e 2012, que apresenta-

A

ram incrementos de 6,5% e 7% consecutivamente. as empresas transportaram 95,1 milhões de passageiros em voos domésticos em 2014 (alta de 6,9%) e 6,4 milhões de passageiros em voos internacionais (alta de 6,2%). na análise de resultados mensais, janeiro, julho e dezembro foram os meses de

maior demanda de passageiros em números absolutos. em relação à participação no mercado, a tam fechou o ano como líder obtendo uma parcela de 38,41%. a gol aparece em segundo lugar, com 36,4%. a azul ficou em terceiro, com 16,77% e a avianca ocupou a última posição, com 8,43%. outro dado in-

teressante é que três de cada cinco passagens domésticas vendidas no primeiro semestre do ano passado custaram, no máximo, r$ 300. os preços devem-se à copa do mundo. por conta do campeonato, a pontualidade registrada pelas empresas foi da ordem de 92%. (Evie Gonçalves) tam/divulgação

MERCADO tam fecha o ano como líder obtendo parcela de participação de 38,41%

Anac libera “bastão de selfie” como bagagem de mão a anac (agência nacional de aviação civil) liberou o “bastão de selfie”, acessório utilizado para autorretratos, como bagagem de mão em

aeroportos e aviões. segundo nota emitida pela agência, desde que esteja dentro das especificações permitidas (peso máximo de 5kg e soma

das dimensões comprimento, largura e altura inferior a 115cm) o equipamento é permitido. o bastão acoplado a uma câmera ou aparelho

celular se popularizou no último ano, sobretudo, entre o público jovem e é comumente visto nos terminais aeroportuários.

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MATÉRIA DE CAPA

O transporte que

salva vidas


força aérea brasileira/sargento johnson barros/divulgação

Setor aéreo é fundamental para a realização de transplantes; 95% do transporte por esse modal ocorre gratuitamente em voos comerciais das companhias associadas à Abear, mas outros parceiros, como a FAB, são imprescindíveis


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fhemig/divulgação

por

CYNTHIA CASTRO

epois de quase um ano de diálise três vezes por semana (cada sessão, com quatro horas) e sentindo muita fraqueza e desânimo em consequência da grave insuficiência renal, o ajudante de caminhão josé eustáquio brás, 55, pôde entender melhor a importância do transporte, especialmente o aéreo. hoje aposentado, ele viu de perto que o modal é essencial não somente para o deslocamento de pessoas e produtos, mas também para salvar vidas. no final de 2014, brás estava na fila de transplante de rim, esperando para realizar o procedimento em belo horizonte (mg). o doador compatível surgiu no rio de janeiro, e o órgão precisou ser levado de avião. “o transporte aéreo é realmente fundamental porque em transplante é tudo imediato”, diz o ajudante de caminhão, morador de vespasiano, na região metropolitana da capital mineira. o brasil realiza por ano mais

D

MINAS GERAIS helicóptero da polícia civil participa da logística do transplante

O Brasil realiza mais de

20 mil transplantes por ano

de 20 mil transplantes de diversos órgãos e tecidos. em grande parte deles, o doador está na mesma cidade ou nas proximidades do receptor, podendo ser utilizado o transporte terrestre. mas quando a distância é longa e dependendo do órgão a ser transplantado, o aéreo torna-se imprescindível. segundo a abear (associação brasileira das empresas aéreas), cerca de 30% dos trans-

plantes realizados no brasil utilizam órgãos e tecidos que foram transportados gratuitamente pela aviação comercial. em 2013, as companhias aéreas associadas à abear (avianca, azul, gol e tam) conduziram cerca de 95% do total de itens de transplantes transportados no país, em mais de 4.500 voos. “o transplante está diretamente ligado ao fator tempo, é necessária a articulação do sis-


gol/divulgação

CNT TRANSPORTE ATUAL

FEVEREIRO 2015

resultado

Responsabilidade é de todos tam/divulgação

azul/divulgação

avianca/divulgação

AÉREAS empresas têm equipes disponíveis 24 horas para efetuar transporte gratuito de órgãos, tecidos e equipes

tema de transporte e de uma logística especial para que tudo ocorra rapidamente”, diz o diretor do mg transplantes, o cirurgião cardiovascular charles simão. o coração, por exemplo, tem quatro horas para ser retirado do doador e estar funcionando no receptor (tempo de isquemia). e, mesmo outros órgãos, como o fígado e o rim, que podem esperar um pouco mais (12 horas e 48 ho-

ras, respectivamente), quanto menor o tempo fora do corpo humano, mais chances de sucesso no procedimento. essa articulação na logística de transporte, indicada pelo cirurgião, tem mostrado resultados positivos. em 2013, um acordo de cooperação técnica firmado entre o ministério da saúde e as maiores empresas aéreas do país tem permitido um incremento nos deslocamentos aéreos.

o trabalho rápido, coordenado e com comprometimento é essencial para que a logística do transplante ocorra no tempo necessário. todos na equipe, entre médicos, enfermeiros, assistentes, motoristas e outros profissionais precisam se sentir responsáveis pelo sucesso do procedimento, conforme relatam a enfermeira plantonista lorena campos e a enfermeira sílvia emanoella, coordenadora da comissão intra-hospitalar de doação de Órgãos e tecidos para transplantes, do icdf (instituto de cardiologia do distrito federal). “se não tiver um sistema de transporte articulado, não tem transplante. e, para que tudo dê certo, é necessário pensar em cada detalhe. Quando o órgão chega, tem que ter alguém cuidando até da porta do elevador. Qualquer segundo que se perde é fundamental, principalmente para coração e pulmão”, diz sílvia. ela lembra de um caso recente em que a captação ocorreu em goiânia e o transplante foi feito em brasília. do hospital ao aeroporto da capital federal, a equipe se deslocou na ambulância do instituto, para embarcar em um voo da fab (força aérea brasileira). antes de sair, foi feito contato com o corpo de bombeiros de goiânia e com a polícia rodoviária federal, pa-

ra que houvesse apoio, tanto para o transporte da equipe como para abrir o caminho nas ruas da cidade. para a captação do coração e do fígado, foi necessário mobilizar duas equipes para a viagem, com médicos e enfermeiros. a primeira retirou o coração e voltou para brasília no helicóptero dos bombeiros. “o tempo de isquemia do coração é muito curto. nada pode dar errado.” Quando o coração chegou ao heliponto do instituto em brasília, uma ambulância aguardava para levar o órgão à entrada do hospital. enquanto essa logística se desenvolvia, estava iniciado o processo cirúrgico no receptor para que, assim que o coração chegasse, o transplante fosse iniciado. a outra equipe permaneceu em goiânia retirando o fígado, que tem tempo maior de isquemia (12 horas). “voltamos de ambulância. mas na estrada também tem muita adrenalina porque o ideal é tentar realizar o procedimento o mais rapidamente”, diz lorena. ela destaca que é um trabalho de confiança total nos motoristas e que a equipe precisa estar articulada. "nossa vida também está com os motoristas. e saber que tudo deu certo no final é muito gratificantes para todos os profissionais envovidos.”

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ETAPAS DA DOAÇÃO

LOGÍSTICA DE TRANSPORTE

Veja o passo a passo até a realização do transplante

Como funciona, em grande parte dos procedimentos*, o deslocamento de órgãos e tecidos de uma

1 – a equipe de profissionais de saúde identifica um potencial doador e faz contato com a central de transplantes do estado 2 – começa o protocolo de morte encefálica (inclui exames e duas avaliações de dois médicos - um neurologista). família é informada sobre o protocolo. 3 – atestada a morte encefálica, um profissional (enfermeiro, psicólogo, médico ou assistente social) ou uma equipe conversa com os familiares sobre a doação

Transporte • as centrais de transplantes nos estados e no distrito federal se responsabilizam pelo transporte terrestre dos órgãos/tecidos, disponibilizando veículos e motoristas • Quando é longa a distância entre o hospital onde o doador está e o hospital do potencial receptor, pode-se utilizar aviões ou helicópteros

• nesses casos, as centrais de transplantes nos estados e a cnt (central nacional de transplantes) utilizam aviões comerciais ou aeronaves da fab, do serviço de urgência, bombeiros • o órgão que será transportado pelo modal aéreo poderá ser deslocado de ambulância, samu, bombeiros (ou outro meio) entre hospital e base aérea, podendo ir de helicóptero, dependendo do trânsito na cidade

4 – se houver consentimento, o hospital informa à central de transplantes do estado. a central gera a documentação e informa para quem serão doados os órgãos, conforme a lista de espera para cada um 5 – a central informa também ao hospital que fará o transplante. o médico deve dizer à central se o paciente está em condições clínicas para a cirurgia ou se existe outro impedimento 6 – se o órgão for aceito, é desencadeado o processo de transporte e a posterior realização da cirurgia 7 – se o estado não tiver receptor para algum tipo de órgão, a central estadual aciona a cnt (central nacional de transplantes), que verifica onde há receptor no país, respeitando a lista de espera 8 – identificado o estado, a cnt faz contato com o médico responsável pela unidade transplantadora, que dirá se aceita o órgão. o médico aciona o paciente e começa o processo para a cirurgia

também participam o comando da aeronáutica, a sac (secretaria de aviação civil) e a anac (agência nacional de aviação civil). a partir da parceria, houve aumento de 136% na quantidade de voos que transportam órgãos, tecidos, insumos e equipes de transplantes, passando de 2.568, em 2012, para 6.064,

em 2013, conforme o ministério da saúde. o primeiro acordo com as aéreas ocorreu em 2001, sendo renovado em 2009 e em 2013. nesse último ano houve reestruturação da parceria, melhorando a logística e o envolvimento das instituições e de todos os profissionais. a maioria do transporte

ASAS DO BEM iniciativa da abear sensibiliza a população sobre importância

ocorre em voos comerciais, mas há o apoio imprescindível da fab (força aérea brasileira) e de parceiros, como polícias civil, militar, bombeiros e outros. Asas do Bem para mostrar aos passageiros, funcionários e à população em geral o papel fundamental

das companhias aéreas no transporte de órgãos para transplantes em todo o brasil, a abear lançou a iniciativa asas do bem. a campanha de conscientização tem um site específico www.asasdobem.com.br e todos podem participar. o diretor de relações institucionais da abear, guilherme freire, comen-


cidade a outra CNT (Central Nacional de Transplantes) • a central é o órgão integrante do snt (sistema nacional de transplantes), ligado ao ministério da saúde, que organiza a logística aérea do transporte de órgãos • uma equipe da central atua no cgna (centro de gerenciamento da navegação aérea), no rio de janeiro, participando da organização da logística

CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea) • o centro gerencia o tráfego aéreo no país. é uma unidade do decea (departamento e controle do espaço aéreo) – organização governamental subordinada ao ministério da defesa e ao comando da aeronáutica, com sede no rio de janeiro • identifica voos e rotas possíveis para que o transporte de órgãos seja realizado o mais rapidamente FAB (Força Aérea Brasileira) • é acionada quando não é possível o transporte nos voos regulares comerciais ou por meio terrestre • dependendo da disponibilidade e viabilidade, ocorre o atendimento • todas as unidades aéreas da fab possuem equipes de alerta • o acionamento se dá por meio de um dos centros de coordenação de salvamento, os salvaeros, ou diretamente com o comar (comando aéreo regional) da área • o pedido tem que vir da cnt (central nacional de transplantes)

Empresas aéreas • realizam o transporte gratuitamente, por meio de termo de cooperação assinado com o ministério da saúde em 2001 e renovado posteriormente, em 2009 e 2013 • as aeronaves que transportam os órgãos têm prioridade para pousos e decolagens • se todas as poltronas do voo estiverem ocupadas, os passageiros são consultados sobre a possibilidade de ceder o lugar e seguir em outro voo (mas não há obrigação para isso) • dependendo do caso, viaja também equipe com médico e/ou enfermeiro. Operadores aeroportuários • devem priorizar as equipes envolvidas em relação aos procedimentos de segurança e ao acesso aos portões de embarque e desembarque • Quando o avião pousa, há uma equipe em terra esperando o órgão (ambulância, carro dos bombeiros, por exemplo, ou até helicóptero)

do papel das companhias para os transplantes

ta que em alguns voos que estão transportando órgãos, os passageiros são informados. “já tivemos casos que não havia vaga para a equipe de transplante, e a comissária perguntou se algum passageiro gostaria de ceder o lugar (e embarcar em outro voo). os passageiros não são obrigados a ce-

• Qualquer aeronave pode ser utilizada, desde um jato até uma aeronave de pequeno porte com capacidade para operar em pistas mais curtas. também é possível o uso de helicóptero

der, mas eles se mostram solidários”, diz freire. ele explica que as companhias aéreas criaram o que ele chama de pontos focais, voltados para facilitar o contato com a cnt (central nacional de transplantes), para que ocorra a articulação durante 24 horas. de acordo com o diretor de

* há outras alternativas para o transporte de órgãos, como em minas gerais, que o estado disponibiliza aeronaves

relações institucionais da abear, os funcionários se sentem engajados no propósito de contribuir para a realização dos transplantes. “esse programa mostra que o transporte aéreo tem uma função que vai além do transporte de pessoas e de bens. é também um meio importantíssimo para salvar vidas.”

fontes: ministério da saúde, abear, fab

geralmente, o transporte aéreo é acionado quando é longa a distância entre o hospital onde o doador está sendo mantido e o hospital onde o receptor fará a cirurgia. uma equipe da central nacional de transplantes atua no cgna (centro de gerenciamento de navegação aérea), no rio de janeiro,


aeroportos

Dificuldade durante a noite as deficiências na infraestrutura aeroportuária do brasil são destacadas pelos médicos como um problema que precisa ser solucionado. “alguns aeroportos não operam à noite. a equipe tem que chegar até o meio do dia para dar tempo de retirar o órgão e voltar”, diz o diretor do mg transplantes, o cirurgião cardiovascular charles simão. mas algumas vezes não é possível viabilizar o transplante no tempo que se tem. a necessidade de ampliar a cobertura de aeroportos

regionais também é enfatizada pelo cirurgião cardiovascular fernando atik, coordenador da unidade de transplantes do icdf (instituto de cardiologia do distrito federal). “há casos em que a malha aérea não atinge a cidade. não tem pista de pouso. se forem mais distantes, fica inviável.” o governo federal desenvolve um plano de aviação regional, que prevê r$ 7,3 bilhões a serem investidos em 270 aeroportos regionais do país.

arQuivo pessoal

SÃO PAULO rodrigo palombo, condutor socorrista do samu

fazendo a articulação da logística aérea (leia nas páginas 24 e 25) e entrando em contato com as companhias. o voo comercial que transporta um órgão tem prioridade de decolagem e aterrissagem. de acordo com informações da gol, o órgão sempre é transportado na cabine do comandante. Quando é contatada pela central, a empresa emite o documento para embarque e transporte do órgão. se for necessário, viaja também a equipe

TEMPO DE ISQUEMIA Período para a retirada e o implante de cada órgão coração pulmão fígado pâncreas rim córnea pele ossos

4 horas 4 a 6 horas 12 horas 20 horas até 48 horas até 14 dias até 2 anos até 5 anos fonte: ministério da saúde

INTEGRAÇÃO

de captação. em 2014, 2.272 órgãos e tecidos foram transportados pela gol. a gerente de assuntos regulatórios da tam, tatiane novaes viana, informa que a criação do canal direto de atendimento à central nacional de transplantes permite que uma equipe especializada fique à disposição 24 horas por dia. “o setor de transporte, principalmente o modal aéreo, salva vidas por conta da sua agilidade, sobretudo num país com di-

mensões continentais como o nosso.” segundo tatiane, entre os 2.983 órgãos e tecidos transportados no ano passado pela companhia, a maior parte se refere a válvulas cardíacas, córneas e ossos. Força Aérea a fab é uma parceira constante do ministério da saúde. normalmente, quando não é possível o transporte em voos comerciais ou por meio terrestre, especialmente pela urgên-


uti mÓvel e samu

fhemig/divulgação

transporte de órgãos precisa ter articulação na logística terrestre e aérea

Desafio no trânsito um profissional que atua em terra, tanto na área de saúde como na de transporte, tem função primordial para o salvamento de vidas – seja na condução de órgãos ou de pacientes em estado grave. são os motoristas de ambulâncias e do samu (serviço de atendimento móvel de urgência). o paulista rodrigo palombo já trabalhou como policial militar, mas decidiu se dedicar à carreira de condutor socorrista. há dez anos, ele está no samu da cidade de são paulo e não tem dúvidas sobre o motivo da escolha: “eu queria trabalhar com vida, mostrar um pouco do que sei para tentar salvar alguém que nem conheço. é uma profissão que faz com que eu me sinta útil”. hoje, palombo socorre pessoas em situação de emergência. mas já dirigiu ambulâncias e conta que também transportou órgãos para transplante. “nos dois casos, sentimos que a vida está ali dentro e precisamos fazer o deslocamento

mais rapidamente possível e com segurança.” nem sempre é fácil cumprir a missão e driblar o trânsito pesado da maior cidade do brasil. ele conta que é necessário equilíbrio emocional e habilidade na direção. “trabalhamos com tempo e resposta. é o tempo que salva vida.” o condutor de emergência diogo alves já trabalhou com diagramação em brasília, mas também decidiu mudar de área. ele fez, no sest senat, o curso para condutores de veículos de emergência e trabalha no instituto de cardiologia do distrito federal. “acho bonito lidar com pessoas. é muito gratificante contribuir para salvar vidas.” diogo vive situações tensas no trânsito, driblando os congestionamentos e a falta de responsabilidade e de solidariedade de muitos motoristas. “não é todo mundo que dá passagem. Às vezes, estamos com paciente em estado gravíssimo, e os motoristas não nos deixam passar.”

cYnthia castro

“O transporte aéreo tem uma função que vai além do transporte de pessoas e de bens” GUILHERME FREIRE, abear

cia desses deslocamentos, a força aérea é acionada. o tipo de aeronave, caso haja disponibilidade, dependerá da particularidade de cada caso. o capitão aviador marco aurélio de oliveira celoni lembra de uma missão que marcou muito a equipe – o transporte do coração de uma criança de niterói (rj) para brasília. “tínhamos que fazer tudo muito rápido e coordenado. o procedimento todo demorou cerca de três horas e 15 minutos.” hoje, o

BRASÍLIA diogo alves, condutor de emergência


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FILA DE ESPERA

desafio

44% das famílias não doam no primeiro semestre de 2014, foram realizados no brasil 11,4 mil transplantes de córnea, coração, fígado, rim, pâncreas, rim/pâncreas, pulmão e medula óssea. em todo o ano de 2013, foram 23.457 procedimentos. o ministério da saúde afirma que as doações têm aumentado nos últimos anos. ainda assim, quase a metade (44%) das famílias entrevistadas em situação de morte cerebral de um familiar não autorizam a retirada de órgãos. conseguir mais doadores é um desafio importante destacado pelo coordenador-geral do sistema nacional de transplantes, ligado ao ministério da saúde, heder murari borba. “precisamos reduzir a negativa familiar, atacar a desinformação.” de qualquer forma, ele diz que o brasil tem hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, com 95% dos procedimen-

tos realizados pelo sus (sistema único de saúde). segundo borba, em 2010 o brasil tinha 9 doadores por milhão de habitantes e hoje são 14, em média. a meta é chegar a 20, em 2020. “esse é um indicador usado no mundo todo. o padrão da europa está acima de 30, e a referência é a espanha. brasil e argentina estão em torno de 14”, informou. para quem ainda tem resistência a doar órgãos, o cirurgião cardiovascular fernando atik orienta que os exames realizados nos hospitais para atestar a morte cerebral são extremamente confiáveis. “os testes são feitos por neurologistas, médicos capacitados para isso. depois da comprovação por testes clínicos de que o paciente não tem mais resposta, há exames mais complexos indicando que não há atividade cerebral”, explica o coordenador da unidade de transplantes do instituto de cardiologia do distrito federal.

Número de pacientes que aguardam doadores * rim

24.435

córnea

10.844

fígado

1.975

rim/pâncreas

609

coração

339

pulmão

223

pâncreas TOTAL

72 38.497

* os números são de novembro de 2014 fonte: ministério da saúde

capitão aviador trabalha no cecomsaer (centro de comunicação social da aeronáutica) e é ex-chefe do centro de coordenação de busca e salvamento do cindacta ii, em curitiba (pr). ele conta que é sempre muito gratificante participar desse trabalho. “Quando estamos em um voo de transporte de órgão, a preocupação em cumprir a missão aumenta bastante. sabemos que o sucesso dessa missão pode fazer a diferença e salvar vidas.” em minas gerais, o transporte aéreo de órgãos acontece de

REDE Serviços de transplantes no país • 27 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos e câmaras técnicas nacionais • 460 centros de transplantes • 1.180 equipes de transplantes • 67 opos (organizações de procura de Órgãos) fonte: ministério da saúde


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força aérea brasileira/sargento johnson barros

TRANSPLANTES 2014 (1º semestre): 11,4 mil Córnea: 6,6 mil Coração, fígado, rim, pâncreas, pulmão e rim/pâncreas: 3,7 mil Medula óssea: 965 2013: 23.457 * 2012: 24.473 2011: 23.204 2010: 21.040 *em 2013, o número de transplantes foi menor que o de 2012 porque alguns estados zeraram a fila de córneas fonte: ministério da saúde

TEMPO transporte de órgãos exige rapidez; coração tem de ser transplantado em quatro horas, no máximo

uma forma particular que tem dado certo, conforme o mg transplantes. um convênio com o gabinete militar do governo do estado permite a utilização dos hangares do governador, da polícia militar, da polícia civil e do corpo de bombeiros. sempre que há necessidade do transporte aéreo de órgãos, algum desses hangares atende à demanda, conforme a superintendente estadual de logística do mg transplantes, sara barroso da costa silva. “nosso sistema de logística pode buscar o órgão até mes-

mo em cidades menores. podemos ir de avião ou de helicóptero. e quando chega a belo horizonte, se o trânsito estiver muito ruim e estivermos transportando algum órgão com tempo de isquemia menor, um helicóptero espera no aeroporto”, comenta sara. em 2014, foram realizados 2.367 transplantes em minas gerais, número recorde de órgãos captados, segundo o mg transplantes. desde 2004, aumentou em 30,6% o número de procedimentos no estado. o cirurgião cardiovascular

“Sabemos que o sucesso da missão pode fazer a diferença e salvar vidas” MARCO AURÉLIO CELONI, capitão aviador

fernando atik, coordenador da unidade de transplantes do icdf (instituto de cardiologia do distrito federal), em brasília, enfatiza que o transporte aéreo é essencial para o maior número de transplantes no brasil, pois permite que sejam alcançados doadores em muitas localidades do território nacional. “sem o transporte aéreo, seria possível utilizar somente doadores da mesma cidade onde é feito o transplante, o que limita demais. muitas vidas são salvas pela possibilidade do transporte aéreo do órgão”, afirma o médico. l


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FERROVIÁRIO

Tecnologia para os trilhos locomotiva retira as imperfeições da malha e aumenta a vida útil do sistema; performance melhora em até 40% por

brasil adquiriu recentemente umas das tecnologias ferroviárias mais modernas do mundo. trata-se de um equipamento capaz de aumentar a vida útil dos trilhos e propiciar, com isso, economia e eficiência energética. a técnica já é usada em várias ferrovias brasileiras, mas com uma tecnologia mais

O

EVIE GONÇALVES

antiga, em alguns casos desenvolvida pelas próprias concessionárias. a máquina mais moderna, porém, fabricada no exterior, entrou em operação, em janeiro, na malha da fca (ferrovia centro-atlântica). a locomotiva esmerilhadora, que possui 222,8 toneladas a um custo de r$ 28 milhões, é capaz de polir o trilho e retirar as im-

perfeições, como trincas, fissuras e escoamento de material, deixando-o mais uniforme. assim, a circulação dos trens fica mais segura, pois evita desgaste no material rodante, além de transmitir menos vibrações para os vagões. a técnica também permite o consumo de menos diesel. “os testes revelaram uma economia de até 5% de combus-


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fotos vli/divulgação


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tível”, acredita alexandre fonte, gerente de engenharia de via permanente da vli (valor logística integrada), controladora da ferrovia e responsável pela aquisição do equipamento. segundo ele, com o atrito causado pelo contato com as rodas dos trens, os trilhos ficam desgastados. após cinco anos sem manutenção, as peças podem se romper e causar descarrilamento de composição, o que gera prejuízo à empresa, aos clientes e ainda coloca os operários em risco. antes da aquisição da máquina, a concessionária fazia a manutenção da ferrovia de outra forma: funcionários percorriam a linha férrea e viravam a parte desgastada dos trilhos para baixo, permitindo que pelos cinco anos seguintes o outro lado fosse usado. a técnica era onerosa porque demandava muita mão de obra. e, em determinado momento, o trilho não podia ser reaproveitado, a não ser como venda para sucata. “com a nova

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NÚMEROS DA LOCOMOTIVA • r$ 28 milhões • 222,8 toneladas • 4,10 metros de altura • 3,20 metros de largura • 66 metros de comprimento • três veículos para esmerilhamento • um carro auxiliar • um carro trator

ESTRUTURA a locomotiva conta com

O plano de uso da locomotiva prevê

700 km em 2015

tecnologia, conseguimos tirar as imperfeições sem precisar alterar o lado dos trilhos. basta passar a esmerilhadora nas partes danificadas e, com isso, melhorar a performance entre 30% e 40%”, acredita alexandre fonte. o equipamento foi fabricado, ano passado, em minneapolis, cidade do estado norte-americano de minnesota. para chegar ao brasil, foi transportado por ferrovia até o porto de houston

e chegou, de navio, no terminal portuário de vila velha, espírito santo. em seguida, foi levada para a oficina ferroviária da fca, em divinópolis (mg), por meio da estrada de ferro vitória a minas, em setembro de 2014. técnicos americanos fizeram treinamentos teóricos e práticos junto a uma equipe de sete funcionários da concessionária, entre eles, operadores, mecânicos, eletricistas, técnicos de es-


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“Essa tecnologia permite aproveitar os trilhos com muito mais qualidade” cabine de operação, local para reuniões, computador de bordo, microondas e pia

merilhamento e engenheiros de manutenção. após o período de testes, a empresa estabeleceu um plano de uso da locomotiva para 2015, englobando um total de 700 km. a primeira fase do processo será realizada no corredor centroleste, que transporta basicamente produtos agrícolas. desde janeiro, técnicos iniciaram o serviço por belo horizonte e continuam por divinópolis (mg), che-

gando a araguari (mg) em um trecho de 350 km. até o momento, foram esmerilhados 27 km. em seguida será reparado o corredor centro-sudeste, que também possui cerca de 350 km e abrange o trecho entre araguari (mg), uberlândia (mg), ribeirão preto (sp) e campinas (sp). Composição a composição adquirida pela vli possui 4,10 metros de altura,

ABEL PASSAGNOLO SERGIO, coordenador do comitê operacional da antf

3,20 metros de largura e 66 metros de comprimento. a locomotiva é composta por cinco veículos unidos por engate, sendo três utilizados para a atividade de esmerilhamento. além disso, possui carro auxiliar com tanque d’água para prevenção e combate a incêndio e gerador de energia. o carro trator (principal) tem cabine de operação, local para reuniões e refeições, ar-condicionado, com-

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putadores de bordo, microondas e pia. durante o serviço, a velocidade atingida pela locomotiva é de 15 km/h. de acordo com abel passagnolo sergio, coordenador do comitê operacional da antf (associação nacional dos transportadores ferroviários), os trens possuem vida útil como qualquer outro equipamento. “essa tecnologia permite aproveitar os trilhos com muito mais qualidade, sem deformações. vem para agregar muito”, acredita. a técnica já é usada nas malhas da vale, mrs logística, all (américa latina logística) e vli. no brasil, apenas a transnordestina e a ftc (ferrovia tereza cristina) ainda não contam com locomotivas esmerilhadoras. “a tecnologia é a mesma no mundo todo, mas trata-se de um equipamento caro que precisa de muito investimento. é preciso muito trem passando no trilho da concessionária para justificar a compra”, avalia abel passagnolo. l


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fotos departamento hidroviário de sp/divulgação

AQUAVIÁRIO

Prejuízo de milhões após seca, hidrovia tietê-paraná está paralisada desde o ano passado e não tem previsão para retomar as atividades; transporte de grãos caiu pela metade por

aralisado desde maio do ano passado por causa da forte seca que assolou os rios tietê e paraná, o mais importante corredor hidroviário de transporte de grãos do país, sobretudo de soja e milho, não tem previsão para retomar suas atividades. enquanto isso, as empresas responsáveis pela navegação

P

EVIE GONÇALVES

interior de longo curso na região amargam fortes prejuízos pela necessidade de buscar outras alternativas para o escoamento da carga. o sindicato dos armadores de navegação fluvial do estado de são paulo estima que os embarcadores tiveram de desembolsar cerca de r$ 500 milhões a mais nos últimos nove meses para mi-

grar a carga para rodovias e ferrovias. e o problema ainda não está próximo de ser solucionado, pois depende do aumento do volume de chuvas e também da solução de um impasse com o setor de energia. alguns defendem o aumento da vazão de reservatórios para que os comboios possam navegar, mesmo com algum impacto energético. já ou-


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tros argumentam que o melhor é manter o setor elétrico preservado, ainda que isso signifique sacrificar o transporte. a hidrovia tietê-paraná possui cerca de 2.400 quilômetros, abrangendo os estados do paraná, mato grosso do sul, minas gerais, goiás e são paulo. entretanto, está parada por causa de um curto trecho de oito quilômetros, situado nos reservatórios de três irmãos e ilha solteira, que ficam na divisa do mato grosso do sul com são paulo. após a seca, a operação dos comboios ficou prejudicada devido à queda brusca no calado mínimo exigido para navegação, que é de 2,20 metros. nesses reservatórios, o calado foi reduzido a 1,70 metro, o que obrigou os órgãos responsáveis a determinarem a paralisação da hidrovia. em condições normais, a carga saía de goiás e mato grosso, embarcava no terminal de são simão, no rio paranaíba, e o transbordo era feito do rio tietê para a ferrovia em terminais intermodais (pederneiras, anhembi e santa maria da serra). por fim, era levada ao porto de santos para exportação. com a paralisação das atividades, a carga que sai dos mes-

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MOVIMENTAÇÃO NA HIDROVIA

6 milhões de toneladas 2014 – 4 milhões de toneladas 2013 –

PREJUÍZOS COM A PARALISAÇÃO

R$ 500 milhões • gasto de 30% a mais para o transportador

1.000 demissões

O transporte da soja teve redução de

50% entre 2013 e 2014

RESTRIÇÃO Queda

mos estados passou a ser transportada de caminhão ou de trem até o destino final, o que encareceu o transporte. além do prejuízo, o sindicato também contabiliza redução na movimentação da carga. em 2013, segundo a antaq (agência nacional de transportes aquaviários), foram transportadas pouco mais de 6 milhões de toneladas de vários materiais, incluindo celulose, madeira, cana, carvão e

areia. só de grãos, foram cerca de 2 milhões de toneladas. já em 2014 houve significativa redução no transporte desse tipo de carga no corredor hidroviário tietê-paraná: 4 milhões de toneladas. a soja passou de 1 milhão de toneladas transportadas em 2013 para 500 mil toneladas no ano passado, uma redução de 50%. “o embarcador teve um aumento de 30% para o transporte. sem falar no número de demissões,


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PRINCIPAIS OBRAS PARA A HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ Concluídas • proteção de pilar da sp-255 • ampliação do vão de navegação da ponte da sp-333 • proteção da ponte de igaraçú do tietê • amplificação e retificação do canal de igaraçú do tietê • centro de controle operacional Em andamento • derrocamento do canal de nova avanhandava • proteção de pilar da ponte da sp-333 • ampliação do vão da ponte ayrosa galvão • reforço de proteção da br-153 • dragagem do canal de anhembi • construção da ponte e da proteção de pilar da sp-425 Em licitação • atracadouro da eclusa de bariri

no calado mínimo do reservatório em três irmãos paralisou navegação

LOCALIZAÇÃO Reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira ficam na divisa do Mato Grosso do Sul com São Paulo

A licitar • canal de ibitinga • proteção de pilar da sp-295

que chegou a mil pessoas durante o período”, lamenta luiz fernando horta de siqueira, representante do sindicato. Ação judicial os impasses e as soluções para a situação da hidrovia envolvem diversos órgãos, entre eles o ons (operador nacional do sistema elétrico), que determina quanto cada reservatório deve gerar de energia, e o departamento hidroviário de são paulo,


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safra recorde

Reforço no escoamento pelo Arco Norte com a expectativa de uma safra recorde de 202 milhões de toneladas de grãos para este ano, o governo pretende reforçar o escoamento da produção pela saída norte do país, desafogando assim o direcionamento das cargas para os portos do sul e sudeste, especialmente santos (sp) e paranaguá (pr). para isso, foram anunciadas ações prioritárias, em janeiro, para as hidrovias do tocantins (pa), madeira (ro) e tapajós (am). para as duas últimas, estão previstas a utilização de 426 embarcações

responsável pela manutenção da hidrovia do tietê. desde o início da interdição da navegação de longo curso nos terminais de três irmãos e ilha solteira, duas alternativas foram apresentadas para resolver a situação, mesmo que de forma parcial. a primeira delas diz respeito à redução de vazão de água para conseguir elevar o nível dos reservatórios ao longo dos rios e, portanto, retomar a navegação em um prazo entre 60 e 90 dias. para isso, foram feitos testes nas usinas de jupiá e

(incluindo empurradores e barcaças). os comboios formam o sistema de transporte do chamado arco norte, corredor logístico que inclui a br-163, criado para diminuir a pressão no porto de santos, principal porta de saída da exportação brasileira. para a região, foram anunciados ainda oito tups (terminais de uso privado). outros três devem ser liberados em breve. a previsão de gastos é de r$ 1 bilhão, em cinco estados. outra ação prevista é a licitação, até o fim de março, para

“Temos que esperar chover para o nível da água voltar ao normal” EDINHO ARAÚJO, ministro da secretaria de portos

o derrocamento do pedral do lourenço, na hidrovia do tocantins. a última concorrência para a obra foi deserta, ou seja, não obteve participantes interessados. o certame prevê a retirada de um conjunto de pedras que se estende por quase 43 quilômetros ao longo do rio. por conta do obstáculo, a navegação é impedida de ser realizada durante todo o ano, inviabilizando o transporte hidroviário como modal para escoar a produção, principalmente de grãos, do norte e do centro-oeste brasileiro.

primavera que analisaram o comportamento dos peixes com a alteração nos recursos hídricos. a avaliação foi positiva e os relatórios foram encaminhados a diversos órgãos para análise. segundo o diretor do departamento hidroviário de são paulo, casemiro tércio, apenas o ons não se manifestou até o fechamento desta edição. por causa disso, o órgão deve entrar na justiça para que a medida seja implementada o quanto antes. já a segunda proposta tra-

ta da obra de derrocamento do canal da usina de nova avanhandava, no tietê, que está cinco metros abaixo do nível permitido. a obra deve começar ainda no primeiro semestre e leva 30 meses para ser concluída a um custo de r$ 315 milhões. a derrocagem é uma espécie de perfuração e depois escavação da rocha que foi trincada, o que também pode elevar o nível do reservatório. o problema é que a obra só recupera o canal em três metros, ou seja, mesmo assim


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o escoamento da produção por toda a hidrovia e reduziria custos, uma vez que as empresas deixariam de transportar os produtos por caminhão ou trem. “um comboio retira 172 carretas da estrada”, argumenta. a reportagem entrou em contato com o ons, mas o órgão optou por não se manifestar.

OBRAS governo prevê a ampliação do vão de navegação da ponte da sp-333

não é possível haver navegação de longo curso. as chuvas seriam a solução, segundo o ministro edinho araújo, da secretaria de portos. “tivemos uma forte estiagem na hidrovia. em alguns pontos, os reservatórios secaram muito. agora temos que esperar chover para o nível da água voltar ao normal”, avalia. para casemiro tércio, a situação na hidrovia não pode ficar à mercê de condições climáticas favoráveis. ele acredita que o governo federal prio-

riza a geração de energia em detrimento do transporte. “o único reservatório que está abaixo de zero é o de três irmãos. o ons secou o local e está sangrando todo o sistema do tietê em prol da energia. a demanda por sistemas elétricos só aumenta e não há projetos para atender esse crescimento e para que as pessoas economizem”, acredita. segundo o diretor, reduzir a vazão do reservatório sacrificaria apenas 1% da energia nacional. em contrapartida, retomaria

“O ONS está sangrando todo o sistema do Tietê em prol da energia” CASEMIRO TÉRCIO, diretor do departamento hidroviário de sp

Obras independentemente do impasse para a volta da navegação na hidrovia, desde 2011, várias obras estão previstas pelos governos federal e de são paulo para a tietê-paraná. recentemente, o ministério dos transportes atualizou o valor para r$ 2,1 bilhões, divididos entre r$ 0,92 bilhão do governo federal e r$ 1,19 bilhão do governo estadual. serão realizadas melhorias em diversas pontes em vias paulistas, entre elas proteção de pilar, que visa trazer mais segurança aos usuários, evitando colisões junto aos que trafegam sob a ponte, e ampliação do vão de navegação, que permite que os comboios passem sem a necessidade de desmembramento, o que gera economia de tempo para o transporte das cargas, que passam mais rápido pelo trecho. também estão previstos reforço de proteção de rodovias bem como dragagem de canais e atracadouros para eclusas. l


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ECONOMIA EM FOCO

O peso dos impostos análise da cnt destaca os impactos causados sobre o principal insumo das empresas transportadoras por NATÁLIA PIANEGONDA

informativo “economia em foco” divulgado pela cnt (confederação nacional do transporte), no fim de janeiro, destaca os impactos provocados no setor pelo aumento da carga tributária sobre combustíveis. a elevação passou a valer em 1º de fevereiro e já está sendo repassada aos consumidores. a medida foi adotada pelo governo federal como uma das alternativas para aumentar a

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arrecadação e garantir que a meta de superavit primário seja atingida em 2015. o litro do diesel ficará, pelo menos, r$ 0,15 mais caro. isso, de acordo com a cnt, representará aumento de 5,43% no preço do diesel s-10 e de 5,75% no diesel comum, ambos utilizados para a realização dos serviços de transporte de cargas e passageiros. já a gasolina terá alta de r$ 0,22 por litro. a elevação nesses patamares será possível por meio do aumen-

to da alíquota do pis/cofins (programa de integração social/contribuição para o financiamento da seguridade social), já a partir de fevereiro. depois, em maio, haverá redução do percentual do pis/cofins e será retomada a cide (contribuição de intervenção no domínio econômico), mantendo a taxa de aumento no preço dos combustíveis. conforme a entidade, “a decisão do ministério da fazenda prejudica diretamente o setor de

transporte brasileiro” e “intensifica os obstáculos ao seu desenvolvimento”, uma vez que o combustível é o principal insumo das empresas transportadoras. o diesel representa 25% dos custos totais no segmento de transporte de passageiros e até 37% no transporte rodoviário de cargas. “considerando a atual situação econômica do país, é compreensível que o governo federal busque formas de aumentar a arrecadação e veja o combustível como um


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júlio fernandes/cnt

IMPACTO aumento dos impostos já alterou o preço dos combustíveis nas bombas

produto de elevado potencial de contribuição. contudo, o setor transportador já vem sendo continuamente prejudicado pela inadequada condição da infraestrutura de transporte brasileira que, além de elevar o custo operacional do serviço, prejudica a produtividade das empresas do setor e diminui a competitividade da produção nacional”, destaca a análise. a entidade defende que, se optar por manter o incremento na arrecadação, o governo federal

zere o aumento da alíquota do pis/cofins a partir de maio, quando a cide poderá ser cobrada, e mantenha a meta de arrecadação apenas com essa contribuição. a cnt explica que, como não há vinculação entre o volume arrecadado do pis/cofins e benefícios ao setor de transporte, a manutenção da cobrança desse imposto sobre os combustíveis levará a um desequilíbrio econômico, em razão da transferência de re-

cursos dos transportadores para os demais setores. já a cide, por lei (nº 10.336/2001), deve ser revertida, por exemplo, ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes. “dessa forma, além de garantir os recursos almejados pelo estado, haveria uma garantia de fonte de recursos específica para os investimentos urgentes em infraestrutura de transporte”, destaca o boletim. levantamento feito pela entidade aponta que, entre 2002 e

2012, dos r$ 76 bilhões arrecadados pela cide, apenas r$ 37,6 bilhões (49,4%) foram revertidos em infraestrutura de transporte. somente entre 2003 e 2008, os recursos advindos da contribuição representaram mais de 70% dos investimentos diretos da união nesse setor. l Para ler a íntegra do documento, acesse: http://www.cnt.org.br/Paginas/Economia-em-foco.aspx.


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SUSTENTABILIDADE

reúso de água

é alternativa setor de transporte oferece diversas oportunidades para reaproveitamento de recurso hídrico, que passa por grave crise no brasil por

este momento em que o brasil vive uma grave crise de falta d´água, com rodízio no uso e indicação de racionamento em algumas regiões, pensar em alternativas inteligentes para a economia do recurso torna-se ainda mais urgente. no setor de transporte, muitas empresas já investem em sistemas de conservação e reúso, contribuindo, não só para o desenvolvimento sustentável, como para a redução dos custos. o potencial de economia é grande e ainda

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CYNTHIA CASTRO

pode ser mais explorado, com a obtenção de resultados bem positivos, conforme analisa o diretorpresidente do cirra (centro internacional de referência em reúso de água) e professor titular da escola politécnica da usp (universidade de são paulo), o engenheiro ivanildo hespanhol. “grandes oportunidades para o reaproveitamento estão na lavagem de ônibus, caminhões, trens e aeronaves, por meio de sistemas que tratam a água e fazem a captação de chuva. hoje, temos tec-

nologia para o tratamento. podemos, por exemplo, tratar o esgoto e torná-lo potável”, diz hespanhol. ele explica que, para a reutilização na lavagem de veículos, é necessário fazer o tratamento adequado para não ocorrer corrosão na pintura, perda de brilho nem outros problemas. a cnt, por meio do despoluir – programa ambiental do transporte, vem incentivando as empresas que atuam no setor a investirem em gestão ambiental, implementando medidas que

contribuem para o desenvolvimento sustentável e também para a redução de custos. neste ano, haverá um foco grande nas práticas de reúso de água. de acordo com o professor da usp, no caso dos aeroportos, a água pode ser reutilizada nas pistas e lavagem de aeronaves. “a pista acumula querosene, pode haver óleo, resíduos de borracha. então, é necessário lavar com alta pressão, e o consumo é altíssimo. fizemos um estudo para guarulhos para a reutiliza-


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gidion/divulgação

ção em áreas verdes. são muitas as oportunidades.” no caso de empresas de ônibus, o professor estima que a economia média pode ser em torno de 50% a 60% dos custos com a água. mas, dependendo do sistema, se forem utilizados meios mais avançados de tratamento, é possível ultrapassar esse índice. de acordo com hespanhol, o investimento vale a pena e, de forma geral, o período de retorno é por volta de três anos.

o cirra é vinculado à escola politécnica e realiza estudos sobre reúso de água em diversos setores. o diretor-presidente cita, por exemplo, que há muitos postos de combustível ecoeficientes, que fazem a captação da água da chuva. o reaproveitamento também pode ocorrer para a lavagem de caminhões utilizados em áreas de mineração, entre outros diversos usos. em alguns casos, até mesmo medidas simples podem contribuir para economizar o recurso.

na última edição do prêmio cnt de jornalismo, no final de 2014, uma das matérias finalistas da categoria transporte e meio ambiente mostrou que uma empresa de ônibus do espírito santo passou a economizar 1,5 milhão de litros de água por ano a partir da ideia de um motorista. ele percebeu que a água do ar-condicionado era canalizada para fora do ônibus e sugeriu à empresa que criasse uma forma de reverter esse recurso desperdiçado para o reservatório do pa-

ra-brisa. os mecânicos emendaram uma espécie de pvc, levando a água do ar para o para-brisa. mesmo com esse reaproveitamento, ainda sobrava o recurso. a alternativa foi fazer o reaproveitamento no banheiro do veículo. “uma ideia tão boa. havia desperdício e ninguém tinha pensado nisso”, disse um funcionário da empresa. Leia a seguir algumas medidas adotadas em relação a transporte


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Ônibus

Empresa de Joinville consegue economia de 80% o sul do brasil, em joinville (sc), a gidion transporte e turismo ltda, que atua no segmento de transporte coletivo urbano e fretamento, implantou um sistema de reaproveitamento de água da chuva em 2005 que permite lavar todos os 295 ônibus da empresa. esse sistema é composto por calhas na cobertura da garagem, por onde é feita a captação e o bombeamento para os reservatórios. juntos, eles

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têm capacidade de armazenamento para 120 mil litros. a água passa por um processo de tratamento e retorna às máquinas de lavagem de ônibus. parte do recurso utilizado na lavagem volta a ser tratado novamente. por mês, a empresa gasta cerca de 2,6 milhões de litros de água para fazer em torno de 8.850 lavagens de veículos. com a captação da água da chuva e com o reúso, é possível economizar 80%

desse total, o que representa cerca de 2,1 milhões de litros e aproximadamente r$ 13 mil mensais. “é claro que essa não é uma economia direta, pois há custo de manutenção do sistema e do investimento. mas os resultados são muito positivos”, diz o gerente de operações, edmilson a. viana. viana afirma que as motivações da gidion vão além dos resultados econômicos. a empresa, com mais de quatro décadas de atuação,

desenvolve uma política de preocupação ambiental, destinando corretamente os resíduos e efluentes. “joinville tem grandes incidências de chuvas, e esse recurso era desperdiçado. com o aproveitamento das condições climáticas da cidade, podemos considerar o retorno imediato. o projeto representa 80% da demanda das lavagens de ônibus. é uma economia muito grande”, afirma o gerente de operações da gidion. gidion/divulgação

EXEMPLO gidion transporte e turismo faz captação de água da chuva e reutiliza recurso para lavar ônibus o ano inteiro


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anti-incêndio infraero/divulgação

INICIATIVA caminhão faz teste lançando água em cobertura de galpão; recurso é conduzido para reservatório e reaproveitado

Teste sustentável em caminhões no aeroporto de Congonhas aeroporto de congonhas, na cidade de são paulo, tem uma iniciativa recente de captação de água da chuva, iniciada em outubro do ano passado. o recurso hídrico é utilizado nos testes de caminhões de combate a incêndio, que têm sistemas de lançamento e precisam ser avaliados diariamente. a água de chuva usada pelos veículos nesses testes é novamente captada, tratada e reusada, inclusive nos banheiros

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da área onde funciona uma oficina mecânica. a coordenadora de meio ambiente da infraero na regional de são paulo, michele bomback, afirma que o sistema instalado não é de grande porte, especialmente diante do tamanho do aeroporto de congonhas, que registra 50 mil passageiros por dia no embarque e desembarque. por enquanto, as medidas não foram aplicadas no terminal de passageiros, mas a coordenadora de

meio ambiente considera que já há resultados positivos. “há um ganho na redução do uso de água potável para descargas em sanitários. usar a mesma água própria para beber é, visivelmente, um desperdício. a iniciativa promove discussões e reflexões sobre o tema, contribuindo para o uso racional”, diz michele. ela explica que a água da chuva que cai sobre a cobertura do galpão é coletada pelas calhas e conduzidas a

um filtro. depois, segue para dois reservatórios principais, com capacidade para 10 mil litros cada um. lá, passa por outra parte do tratamento, seguindo para um reservatório intermediário. de acordo com a assessoria da infraero, mesmo para o reaproveitamento na descarga dos banheiros, há uma série de exigências sobre a qualidade hídrica que precisam ser cumpridas. o aeroporto pretende expandir o sistema de reúso de água.


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necessidade

Reaproveitamento ao lavar trens do metrô de São Paulo o metrô de são paulo, o reúso acontece nas máquinas de lavar trens de três dos cinco pátios de manutenção e estacionamento. para uma composição de seis vagões, são utilizados cerca de 7.000 litros, e o sistema implantado permite a reutilização de 90%, conforme o chefe do departamento de sistemas de gestão e sustentabilidade do metrô, joão batista de moraes ribeiro neto. por mês, há uma economia em torno de 300 mil litros de água.

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“uma máquina funciona com o uso de um filtro e as outras duas, com água de reúso, já fornecida pela sabesp (empresa de saneamento de são paulo)”, diz ribeiro neto. ele não compara a economia em relação ao consumo hídrico total para o funcionamento do metrô. mas reconhece que o volume de reúso ainda é bem baixo. segundo o chefe do departamento de sustentabilidade, o metrô tem projetos em andamento para reaproveitar a água da chuva, mas

ainda não estão concluídos. “a água em são paulo é um assunto crítico no momento. mas, independentemente disso, estamos trabalhando com a gestão ambiental para minimizar o consumo de recursos naturais.” ele diz que, entre as iniciativas, está o uso de água de fontes não potáveis para outras finalidades. o metrô de são paulo tem grandes áreas subterrâneas e há pontos de infiltração em lençóis freáticos, segundo ribeiro neto. “estamos aproveitando para algu-

mas atividades, como lavagem de vias. isso é feito, por exemplo, em um trecho da linha 2, a que passa pela avenida paulista. armazenamos em um reservatório dentro do túnel, aproveitando o recurso que ali está e não precisa ser água potável”, explica. atualmente, a rede metroviária de são paulo tem 78 km e conta com 68 estações, distribuídas por cinco linhas. a assessoria de imprensa informou que há sete grandes obras em andamento, que acrescentarão 104,5 km à rede. l metrô de sp/divulgação

MEIO AMBIENTE metrô de são paulo pretende ampliar iniciativas sustentáveis para economizar água


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sérgio alberto/cnt

EXAME TOXICOLÓGICO

Novo prazo contran adia a data para que os motoristas se submetam ao teste DA REDAÇÃO

partir do dia 30 de abril, motoristas que irão adicionar ou renovar a cnh (carteira nacional de habilitação) para as categorias c, d ou e terão que se submeter a exame toxicológico. o prazo foi novamente adiado por meio da resolução 517/2015 do contran (conselho nacional de trânsito) publicada em janeiro, no dou (diário oficial da união). antes da nova decisão, o prazo limite era 1º de março

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de 2015. de acordo com a resolução, o denatran (departamento nacional de trânsito) deverá credenciar os laboratórios que estejam aptos para realizar as análises laboratoriais toxicológicas. o exame tem o objetivo de identificar o uso de substâncias psicoativas no organismo do motorista e oferecer mais segurança no trânsito em relação ao transporte de cargas e vidas. o custo varia de r$ 270 a r$ 290. a análise clínica poderá ser

realizada pelo fio de cabelo ou pelas unhas para detectar diversos tipos de drogas e seus derivados, como a cocaína, maconha, morfina, heroína, ecstasy, ópio, codeína, anfetamina e metanfetamina (rebite). o exame é capaz de detectar substâncias usadas em um período de tempo de três meses. o contran destaca que a constatação da substância psicoativa não significa, necessariamente, o uso ilícito ou dependência química por parte do condutor, já que exis-

tem medicamentos que têm, na composição, substâncias que são detectadas pelo exame. por esta razão, a quantidade e a duração do uso identificadas no exame deverão ser submetidas à avaliação médica em clínica credenciada, que emitirá um laudo final de aptidão do candidato a condutor. na realização do exame, é garantido ao motorista o anonimato, o conhecimento antecipado do resultado e sua decisão sobre a continuidade ou não dos procedimentos de habilitação profissional. l


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CRIATIVIDADE

Muito além do transporte veículos são adaptados para as mais variadas funções: de consultórios médicos a lanchonetes, e fazem sucesso pelas ruas do brasil por LIVIA

criatividade e o desenvolvimento da tecnologia têm permitido que os veículos não sejam utilizados apenas para o transporte de cargas ou de passageiros. eles assumiram novas funções. em todo o país é possível encontrar uma van que virou lanchonete, uma kombi que virou loja, um ônibus transformado em biblioteca e até carretas que são consultórios médicos.

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CEREZOLI

a adaptação de veículos para as mais diversas atividades é uma tendência. no brasil, não existem números oficiais de quantos veículos já foram transformados, mas basta olhar pelas ruas das cidades para perceber que eles estão em várias localidades. e esse é um mercado que vem crescendo nos últimos anos. a fag brasil, oficina especializada no segmento, re-

gistrou alta de 27% nos negócios entre 2013 e 2014. as transformações mais comuns realizadas pela empresa são em vans, caminhões baú e kombis que passaram a funcionar como food trucks, pet shops, salão de beleza, lojas de produtos variados e até oficinas mecânicas. “antes, o nosso negócio estava voltado para carros escolares e reforma de veículos, mas agora o

foco é o chamado negócio sobre rodas”, afirma gislene gonçalves viana, uma das proprietárias da oficina. segundo ela, a transformação de um veículo pode demorar de 40 a 60 dias úteis, e o custo varia de r$ 30 mil a r$ 150 mil dependendo da finalidade do veículo. os modelos da fag brasil oferecem autonomia de água e de energia elétrica, graças a um sistema de bate-


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fag brasil/divulgação

rias independente com duração mínima de duas horas, mas que pode chegar até a 14 horas, de acordo com o projeto. “a parte de motorização não é alterada e, assim, o consumo de combustível também não”, explica gislene. para nilton monteiro, diretor-executivo da aea (associação brasileira de engenharia automotiva), em qualquer adaptação veicular é preciso

ter cuidado com os cálculos de engenharia, principalmente na distribuição dos equipamentos que serão instalados. “é importante considerar que o veículo e tudo que está dentro dele vai se movimentar durante os trajetos. pensar na suspensão e analisar a distribuição da carga é essencial para garantir a segurança.” porém, não é só a questão da segurança que precisa ser

observada. depois de adaptados, esses veículos precisam de uma documentação especial. de acordo com o denatran (departamento nacional de trânsito), desde que não haja alterações nas características externas do veículo, o proprietário de automóvel, caminhão, camioneta, microônibus ou ônibus, poderá diminuir o número de bancos para o uso em comércio, ven-

da de hortigranjeiros, alimentos, entre outros. porém, após a modificação, a classificação do veículo deverá ser alterada para “especial” e a sua carroceria para a do tipo “comércio”, conforme estabelece o item 13 do anexo da portaria nº 1.100/11 do departamento. ainda segundo o denatran, o ctb (código de trânsito brasileiro) determina que, para os casos em que se faz necessária a realização de mudanças nas características originais dos veículos, essas devem ser previamente autorizadas pelo órgão executivo de trânsito do estado em que o veículo encontra-se registrado. após a realização da modificação, o veículo deverá ser submetido a uma inspeção técnica para obter o certificado que garanta suas condições de segurança. o pagamento dos impostos vai variar de acordo com a categoria na qual ele será encaixado. Veja a seguir alguns exemplos de veículos que foram adaptados para diferentes funções e circulam por todo o país.


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Ônibus biblioteca dealizado em 1935 pelo escritor mário de andrade, o projeto Ônibus biblioteca da secretaria municipal de cultura de são paulo (sp), conta, atualmente, com 12 veículos que atendem 72 localidades. cada ônibus foi adaptado com estantes, toldos, mesas, cadeiras, expositores, tapetes, e tem um acervo médio de 4 mil exemplares. de acordo com joão batista de assis neto, coordenador dos serviços de extensão da secretaria, toda a transformação foi realizada pela própria equipe da prefeitura. “o design, interno e externo, foi criado por arquitetos, e a equipe de marceneiros confeccionou as estantes para a acomodação dos livros. elas

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Boate sobre rodas são todas inclinadas para que os exemplares não caiam durante o trajeto.” a escolha dos ônibus, segundo o coordenador, se deve ao fato de esse ser um veículo de fácil adaptação e bastante conhecido por grande parte da população, o que permite rápida identificação. além dos documentos oficiais, todos os ônibus têm autorização da cet (companhia de engenharia de tráfego) e do detran para circular na cidade e estacionar nos locais de parada definidos pelo projeto. o projeto funciona de terça a domingo, das 10h às 16h. a agenda com os locais atendidos pode ser acessada no site da prefeitura (http://www.prefeitura.sp.gov.br). secretaria municipal de sp/divulgação

epois de um período de 11 meses de adaptação e um investimento de r$ 300 mil, o boate bus já faz sucesso nas ruas de belo horizonte (mg). o ônibus modelo 2005, que antes realizava o transporte intermunicipal de passageiros, agora é a mais nova opção de lazer na capital mineira. de acordo com o proprietário, felippe augusto couto silva, todos os bancos do veículo foram retirados. no lugar, foram adaptados sofás, mesa de som e iluminação, um banheiro, geladeira, microondas e armários. “a transformação que deu mais trabalho foi o chão. ele é todo feito de fitas de led que acompanham o ritmo das músicas, conforme programação do dj”, explica ele.

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Prevenção ao câncer boatebus/divulgação

primeira unidade móvel do hospital de câncer de barretos (sp) foi uma bicicleta que, em 1994, circulava com uma enfermeira pelos bairros mais carentes da cidade realizando exames preventivos de câncer de colo de útero. depois, os atendimentos passaram a ser realizados em uma Kombi adaptada e hoje, o hospital conta com 12 carretas que circulam por várias cidades do país. os veículos visitam comunidades carentes realizando exames para a prevenção de diversos tipos de câncer, como de colo de útero, de mama e de próstata. as carretas são montadas em um semirreboque de 13,5 metros e contam com toda a estrutura de um consultório médio e equipamentos para a realização de exames. algumas unidades,

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inclusive, têm um pequeno centro cirúrgico onde são realizados procedimentos para o combate ao câncer de pele. desde 2010, as unidades móveis são construídas por uma equipe própria do hospital. no ano passado, a fábrica passou a comercializar também os veículos adaptados para outras localidades. “abrimos uma empresa com essa finalidade e, toda a renda da venda vai para o hospital, que hoje tem um deficit mensal de r$ 10 milhões”, explica o cirurgião raphael luiz haikel júnior, diretor-executivo da hcb unidades móveis. a empresa faz a adaptação de qualquer tipo de veículo e agora, em 2015, segundo o diretor, deve ampliar os negócios, transformando veículos para outras funções que vão além da área de saúde. hospital de câncer de barretos /divulgação

com certificação do inmetro (instituto nacional de metrologia, Qualidade e tecnologia) e autorização especial do detran-mg (departamento de trânsito de minas gerais), o veículo é utilizado para a realização de festas, como aniversários, despedidas de solteiro e confraternizações. o aluguel do boate bus, por hora, custa r$ 1.000. a capacidade é para até 42 pessoas. Quem preferir, também pode contratar o serviço de buffet, que inclui bebidas e petiscos variados. o cliente escolhe os locais de embarque e desembarque e o trajeto que será feito na cidade. “geralmente paramos em alguns pontos turísticos como a lagoa da pampulha e a praça do papa para as fotos.”


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Comida nas ruas ebre nas principais cidades brasileiras, os chamados food trucks (caminhões de alimentos, em tradução literal) têm conquistado a cada dia novos clientes. dos veículos adaptados saem os mais variados sabores: de sanduíches a pastel, de sucos a cervejas artesanais. em brasília (df), um desses food trucks é o corujinha, que está no mercado desde o ano passado servindo sanduíches diferenciados em vários pontos da capital federal. a lanchonete foi montada em uma kombi 2000. de acordo com daniel junqueira, um dos administradores do negócio, a ideia do projeto foi desenvolvida pelos proprietários e a execução foi feita por uma oficina especializada de são paulo (sp). seguindo as regras do denatran, o veí-

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Banho e tosa delivery culo não tem a obrigatoriedade de uma documentação especial porque as características principais foram mantidas. “fizemos apenas um projeto de customização e instalamos os equipamentos necessários para o funcionamento da cozinha, respeitando os padrões de segurança de veículos normais e de cozinhas industriais.” a lanchonete itinerante funciona de duas a três vezes por semana, preferencialmente nos horários de almoço (das 11h às 14h) ou à noite (das 18h às 22h). “sempre buscamos parcerias com estabelecimentos comerciais, o que acaba sendo uma proposta colaborativa. percebemos que com essa proposta também é possível gerar um movimento diferenciado e novo no comércio local”, afirma junqueira. corujinha/divulgação

m tempos de trânsito caótico, ter um pet shop na porta de casa é mais uma facilidade que o mundo dos veículos adaptados proporciona aos consumidores. a comodidade beneficia não só os proprietários, como também os animais, que não precisam mais ficar dentro de gaiolas durante o trajeto até o pet fixo. com um reservatório de 300 litros de água, um gerador de energia movido a bateria, além de todos os equipamentos necessários para banho e tosa instalados dentro de uma van (banheira, mesa, secador e máquinas), o pet shop móvel aracê embelezamento animal atende clientes em condomínios na região metropolitana de são paulo (sp). “saio sempre de casa com o re-

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Justiça mais acessível aracê embelezamento animal/divulgação

riado por emenda constitucional, o projeto justiça itinerante está presente em vários estados brasileiros. Ônibus adaptados permitem que moradores de comunidades carentes e de locais distantes de várias regiões do país tenham acesso à justiça. no rio de janeiro, o projeto existe desde 2004. em todo o estado, sete ônibus se revezam nos atendimentos realizados em 20 postos. “definimos esses locais, que são fixos, e os veículos vão até eles toda semana ou de 15 em 15 dias, dependendo da demanda. os locais são sempre os mesmos porque precisamos manter uma antena que garanta o acesso a todo o sistema do tribunal de justiça do estado e também a energia que é fornecida pela prefeitura de cada localidade”, explica josé manoel de souza

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e silva, chefe de serviço da justiça itinerante do rio de janeiro. de acordo com ele, os ônibus são transformados por uma empresa especializada e ganham, além de uma pequena cozinha e um banheiro, uma sala de audiências, uma sala de atendimento onde funciona a defensoria pública, um cartório e uma sala de espera. na parte externa, existem toldos onde são colocadas mesas e cadeiras para fazer a primeira triagem. os serviços realizados estão relacionados ao direito de família, como pagamento de pensão, divórcios, conversão de união estável em casamentos, e também ao código de defesa do consumidor. desde o início do projeto, aproximadamente 600 mil atendimentos foram realizados no estado do rio de janeiro. l tribunal de justiça do rio de janeiro/divulgação

servatório de água cheio. a energia vem do gerador, mas também tenho um cabo que, sempre que possível, ligo na rede das residências dos clientes. isso facilita o trabalho e impede que a bateria se descarregue para o próximo atendimento”, explica Karla alencar rodrigues garcia, proprietária do pet móvel. ela está no mercado há 4 anos. o investimento total, entre a aquisição e a adaptação do veículo, foi de r$ 150 mil e o retorno tem sito satisfatório. um dos diferenciais do negócio de Karla é o atendimento a animais com problemas de saúde ou idosos que já não têm mais condições de sair de casa. “esse é um serviço que garante comodidade e segurança para os animais.”


PASSAGEIROS

por VIVIANE

CRUZ

o brasil, os ônibus transportam aproximadamente 40 milhões de passageiros por dia nas 3.311 cidades atendidas por sistemas organizados. no transporte sobre trilhos, são 9,3 milhões de usuários todos os dias. de casa para o trabalho e do trabalho para casa, passageiros enfrentam diariamente longos trajetos, tarifas altas, falta de conforto, insegurança e veículos superlotados. o percurso já estressante pode se tornar ainda mais desgastante se os usuários não adotarem medidas simples de bom comportamento, uma espécie de etiqueta no transporte público. para o coordenador do mdt (movimento nacional pelo direito ao transporte público de Qualidade), nazareno afonso, a violência contra a mulher é atualmente o problema mais grave, mas ele aponta outras questões que devem ser observadas pelos passageiros a fim de se evitar situações cons-

N

GENTILEZA ceder

Manual de bom reportagem mostra medidas simples para trangedoras. como exemplo, ele citou desrespeito a assentos prioritários, uso de mochilas e outros volumes grandes e falta de organização dos espaços. “muitas vezes as pessoas ficam paradas na porta de saída, talvez com medo de perder o ponto, mas acabam atrapalhando muitos passageiros que necessitam passar”, disse.

a falta de respeito a assentos prioritários também foi destacada pelo italiano diego trambaioli, consultor de etiqueta. “Quando uma pessoa jovem ou uma que não precisa do assento prioritário o utiliza, elas chegam a simular que estão dormindo. isso é uma falta de educação grave, porque, se tem assento prioritário, é porque al-

guém precisa. e outra coisa que já presenciei é quando a pessoa questiona a deficiência de alguém que se diz portador e está pretendendo o assento. isso é de extremo mau gosto. a pessoa pode estar até querendo enganar, mas isso também não dá o direito daquele outro estar lá, já que está sentado no lugar errado”, ressaltou.


ntu/divulgação

assento a idosos é uma das principais regras de etiqueta a ser respeitada pelos usuários de ônibus

comportamento melhorar a convivência no transporte coletivo residente no brasil há cinco anos, trambaioli criou um site chamado etiqueta para todos. (www.etiquetaparatodos.com.br). na página, o italiano dá dicas de comportamento para possibilitar o bom relacionamento entre as pessoas. ele apontou 16 normas a serem seguidas pelos usuários de transporte público. “são pequenos detalhes que poderiam deixar

a gente mais tranquilo, mais bemhumorado”, afirmou. segundo ele, são vários os comportamentos que podem levar a conflitos e a constrangimentos. entre eles, jogar lixo pela janela, tossir ou espirrar na direção de outra pessoa, utilizar assento prioritário sem haver a necessidade, ficar parado trocando mensagens em locais de passagem, falar

ou ouvir som em volume alto e puxar conversa com pessoas desconhecidas. a prestadora de serviços anisangela viana mora em planaltina, no distrito federal, e utiliza transporte coletivo há mais de 13 anos. de acordo com ela, o percurso entre a casa e o local de trabalho, em brasília, envolve uma jornada de até duas horas.

apesar de nunca ter sofrido com situações provocadas pela falta de bom senso de algum passageiro, anisangela relatou episódio em que presenciou uma briga em função do uso de som sem fone de ouvido. “o problema maior é que eram cinco horas da manhã. então teve uma confusão, mas depois o passageiro entendeu que deveria abaixar o volume e tudo foi resolvido”, contou. episódios como os relatados pela prestadora de serviços são comuns em todo o país. diante dessa situação, a câmara dos vereadores de piracicaba, no estado de são paulo, aprovou, em 2012, lei que proíbe o uso de aparelho sonoro ou musical que reproduzam som em módulo alto-falante no interior de veículos de transporte coletivo regular, eventual, especial, escolar ou de fretamento em âmbito municipal. de acordo com a lei, os infratores serão prontamente alertados pelo condutor do veículo a desligar o aparelho, sob pena de serem obrigados a desembarcar. o descumprimento do pedido acarretará a


MANUAL DE ETIQUETA veja algumas dicas importantes para não cometer gafes no transporte público Assentos prioritários é fundamental ceder lugar para deficientes físicos, idosos, pessoas com crianças de colo e gestantes. é importante destacar que é inapropriado perguntar a uma pessoa para comprovar a necessidade de utilização do assento Alto falante ouvir música no transporte público deve ser feito exclusivamente com fone de ouvido. além disso, é importante estar atento ao tom de voz ao usar o telefone ou conversar com os amigos Lixo é na lixeira a máxima “lixo se joga no lixo” também deve ser aplicada ao transporte público. apesar de nem todos os veículos possuírem lixeiras, isso não dá ao passageiro o direito de jogar o lixo em qualquer lugar. o usuário deve aguardar até a próxima lixeira. além da sujeira causada, jogar o lixo pela janela do ônibus pode acertar automóveis e levar a acidentes Volumes sempre importante estar atento ao uso de grandes volumes como sacolas de compras e mochilas. o ideal é carregar perto do corpo e tentar sair de perto das portas Mantenha a distância, se possível em determinados horários e percursos é praticamente impossível manter a distância um do outro. no entanto, pequenos gestos podem ajudar. como exemplo, colocar a mochila no chão e procurar uma posição em que se mantenha equilibrado para não cair em cima de outras pessoas Embarque e desembarque na entrada e na saída do transporte, o passageiro deve ser rápido, além de não segurar a porta do veículo ou ficar parado em locais de passagens. outra questão importante é não atropelar os passageiros que vão sair do veículo “Tricotar” algumas pessoas adoram conversar, seja com amigos seja com desconhecidos. por outro lado, tem aqueles que preferem ficar calados, especialmente com pessoas que não conhecem. então, a regra é não tentar puxar conversa Dinheiro na mão tenha o dinheiro da passagem em mãos ou locais de fácil acesso. a medida evita filas e que outros passageiros esperem enquanto você procura o dinheiro Lotação coração de mãe sempre cabe mais um. o dito popular pode até ser verdadeiro, mas transporte coletivo definitivamente não é mãe. e tem passageiro que parece não entender isso Como reagir? Quando atingido pela falta de educação, a dica é sempre manter a calma. provocar brigas e desentendimentos só vai piorar a situação. se for necessário, utilize os canais de comunicação oficial da empresa que presta o serviço do transporte público. isso pode ajudar a resolver a situação com mais segurança

aplicação de multa de r$ 100, valor reajustado anualmente pelo inpc (Índice nacional de preços ao consumidor). o procurador-geral do município, mauro rontani, explicou que a medida teve por objetivo dar conforto a todos os que utilizam o transporte coletivo. “a lei veio para atender às reclamações de usuários do transporte coletivo em face de passageiros que portavam aparelhos de som funcionando no trajeto, sendo sempre em volume muito alto, a ponto de incomodar”, afirmou. rontani destacou que há pla-


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tânia rêgo/agência brasil

ORGANIZAÇÃO respeitar as filas ao entrar nos ônibus evita conflitos no transporte público

cas informando sobre a medida que restringe a utilização dos aparelhos nos coletivos. “com a proibição, a fiscalização atua quando há reclamação de usuários ou mesmo do motorista”, afirmou. ouvir música sem fone de ouvido é, na visão da relações públicas tereza cristhina, uma atitude grave. “os passageiros precisam respeitar o ouvido alheio, uma vez que as pessoas têm diferentes escolhas musicais. além disso, o ambiente coletivo muitas vezes pede silêncio, já que muitas viagens são longas”, afirmou. ela e a jornalista isis coelho relatam no blog cenas de busão situações rotineiras e

outras inusitadas que ocorrem em transportes coletivos. Educar para mudar para a prestadora de serviços anisangela, a dica básica para o bom convívio entre os usuários de transporte coletivo é o respeito. “cada um é cada um. respeitar o espaço do outro é muito importante”, disse. nazareno corrobora com essa afirmação. para ele, agir com bom senso nesse tipo de situação “é uma questão de civilidade”. o coordenador do programa de pós-graduação em transportes da unb (universidade de bra-

sília), professor pastor Willy gonzáles taco, afirmou que um conjunto de fatores envolve a questão. a peça chave, no entanto, é clara para o docente: educação. “eu defendo que se valorize a questão cívica, de respeito aos indivíduos. o comportamento é um processo que inclui primeiramente a educação. isso envolve a escola e a própria família. a questão das normas e dos princípios que nós ensinamos para as crianças. esse é o ponto mais importante”, afirmou. ele destacou, por outro lado, que isso não exclui a implementação de medidas punitivas e sócio-educativas.

de acordo com o professor, a universidade possui um grupo de pesquisa voltado ao estudo do comportamento em transportes. a linha considera elementos característicos do indivíduo, principalmente cognitivos, e também elementos relacionados ao ambiente, que observa, por exemplo, aspectos culturais. “tem havido iniciativas do ponto de vista particular dos gestores, por meio da colocação de cartazes, de alguns informes e avisos, mas isso ainda é precário, porque a cultura dos indivíduos acaba sendo mais forte do que a campanha. isso é do berço, dos valores repassados pela família. e essa mudança é mais complexa”, alertou Willy gonzáles. o consultor trambaioli também destacou a importância da educação para possibilitar a mudança de comportamento e, além disso, dar às pessoas novas possibilidades. “eu percebi no brasil que quando se fala em etiqueta as pessoas acham que é frescura ou coisa de pessoas idosas, que é algo antigo. eu acredito que a educação, além de permitir uma convivência melhor com os outros, proporciona maiores possibilidades. a educação abre portas, pois é prazeroso lidar com pessoas educadas”, afirmou. l


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CONHECIMENTO

Formação de gestores itl abre novas turmas do curso de especialização em gestão de negócios; objetivo é formar futuros executivos para o setor de transporte por

apacitar profissionais para atuar nas diversas funções que compõem a atividade transportadora sempre foi uma das maiores preocupações do setor. a formação e a especialização da mão de obra são fundamentais para garantir mais competitividade. em 2015, o itl (instituto de transporte e logística), criado pela cnt, está abrindo no-

C

LIVIA CEREZOLI

vas turmas para o curso de especialização em gestão de negócios, desenvolvido em parceria com a fdc (fundação dom cabral), uma das mais renomadas escolas de negócios do mundo. as novas turmas estão previstas para iniciar em maio, em recife (pe), e em junho, em porto alegre (rs). para o segundo semestre estão previstas novas turmas

também em são paulo (sp), no rio de janeiro (rj) e em belo horizonte (mg). aproximadamente 200 profissionais já participam das cinco turmas que estão em andamento desde o ano passado. o curso conta com o apoio do sest senat e tem como objetivo formar futuros gestores e executivos, além de contribuir para o fortalecimento do

setor, qualificando profissionais nas mais modernas técnicas de gestão de negócios para que eles possam buscar as soluções emergentes do transporte. a especialização é voltada para profissionais que já atuam ou que possuem potencial para assumir cargos de gestão nas empresas de logística e de transporte de cargas


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fotos itl/divulgação

e de passageiros, dos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo, filiadas às federações e às associações que integram o sistema cnt. para participar é preciso ser um profissional do setor de transporte, exercer cargo de média ou de alta gestão em empresas de transporte ou possuir potencial para assumir tais funções, ter nível su-

“Os valores passados durante o curso lapidam as nossas práticas de gestão” MIRIAN CRISTINA COSTA, eXpresso lamounier

perior completo em qualquer área de formação em curso reconhecido pelo mec (ministério da educação) e possuir noções básicas de inglês. os interessados devem preencher o formulário disponível no site do itl (www.itl.org.br) e encaminhá-lo à federação ou à associação do setor a qual sua empresa é filiada. essas instituições, por sua vez, são responsáveis

por fazer a pré-seleção dos candidatos seguindo critérios préestabelecidos e encaminhar os nomes para as seções representativas de cada um dos modais na cnt. todos os candidatos são selecionados com base nos critérios fixados pelo mec, pelo itl e pela fundação dom cabral. de acordo com guilherme freire, diretor de relações institucionais da abear (associa-


DETALHES SOBRE A ESPECIALIZAÇÃO Saiba mais sobre o curso O que é • curso de pós-graduação lato sensu Público-alvo • profissionais das empresas de logística e de transporte de cargas e passageiros, dos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo, filiadas às federações e/ou associações que integram o sistema cnt Carga-horária e duração • 360 horas, sendo 20% a distância (72 horas) e 80% em encontros presenciais (288 horas) • os encontros presenciais são realizados a cada dois meses durante cinco dias consecutivos • o curso tem duração de aproximadamente 14 meses Inscrição • o candidato interessado deve preencher o formulário disponível no site do itl (www.itl.org.br) e encaminhá-lo à federação ou associação do setor a qual sua empresa é filiada • a federação ou associação faz a pré-seleção dos candidatos seguindo critérios pré-estabelecidos e encaminha os nomes para as seções representativas de cada um dos modais na cnt • os candidatos são selecionados com base nos critérios fixados pelo ministério da educação, pelo itl e pela fundação dom cabral Pré-requisitos para a seleção • ser profissional do setor de transporte • exercer cargo de média ou de alta gestão em empresas de transporte ou possuir potencial para assumir tais funções • ter nível superior completo em qualquer área de formação em curso reconhecido pelo mec • possuir noções básicas de inglês Módulos do curso • dimensões do indivíduo nas organizações • visão sistêmica • instrumentos da gestão de negócios • projeto aplicativo ao transporte fonte: itl

ção brasileira das empresas aéreas), o curso faz parte de um conjunto de esforços realizados pelas empresas que visam ao aprimoramento profissional e ao desenvolvimento sustentável de todos os modais de transporte. “entendemos ser essencial a formação e a qualificação dos profissionais de níveis gerenciais, seja do setor aéreo ou do setor de transporte como

“O setor de transporte está passando por uma grande transformação” GUILHERME FREIRE, diretor da abear

CONTEÚDO a estrutura

um todo. o setor de transporte está passando por uma grande transformação, decorrente do crescimento do país e a entrada de novos concorrentes no mercado. assim, as empresas necessitam de líderes que sejam capazes de trabalhar neste novo cenário.” o currículo do curso foi desenhado buscando avaliar as práticas de gestão dos sistemas de transporte nas organi-

zações. o programa está estruturado em quatro módulos: dimensões do indivíduo na organização, visão sistêmica, instrumentos da gestão de negócios e projeto aplicado para o transporte. a carga horária total é de 360 horas/aula, sendo 20% ministradas à distância (72 horas/aula) e 80% em encontros presenciais (288 horas/aula) realizados a cada dois meses,


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“Fiquei impressionado como os professores conseguem trazer toda a teoria para a realidade empresarial” do curso busca avaliar as práticas de gestão dentro das empresas de transporte

por cinco dias consecutivos. o curso todo tem duração média de 14 meses. para aprovação, os participantes devem entregar um projeto, que busca cruzar os ensinamentos teóricos e práticos, que será avaliado por uma banca examinadora. entre as disciplinas trabalhadas no programa estão a visão integrada da gestão, a organização e os modelos de gestão, a gestão da perfor-

mance organizacional, a gestão de processos, de pessoas e da comunicação, a liderança baseada em valores, a visão integrada da cadeia de valor, a infraestrutura e a logística de transporte no brasil, entre outras. Quem participa do programa garante que, além de enriquecer o currículo, o conhecimento adquirido possibilita mudar atitudes no dia a dia da

ALEXANDRE PUPE, gerente da azul

empresa. “os valores passados durante o curso lapidam as nossas práticas de gestão. isso é positivo para a empresa onde atuamos e para nós, enquanto gestores”, afirma mirian cristina costa, gerente comercial da expresso lamounier, transportadora rodoviária de cargas com sede em contagem (mg). para alexandre pupe, gerente geral de comissários da

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companhia aérea azul, a possibilidade de aliar o conhecimento acadêmico e a realidade empresarial é um dos pontos altos do curso. “fiquei impressionado como os professores conseguem trazer toda a teoria para a realidade empresarial. consegui identificar o que executo de forma correta e o que ainda preciso melhorar como gestor.” nas empresas, os resultados da iniciativa do itl também são bastante positivos. de acordo com o diretor comercial e de operações da transnordestina logística, marcello barreto marques, os três executivos da companhia que participam do programa trouxeram um novo olhar. “existe uma carência de mão de obra especializada em diversos setores. Quando passamos a qualificar altos executivos de áreas operacionais das companhias, eles passam a entender a importância dessa capacitação e isso permeia toda a estrutura organizacional. o resultado é que temos profissionais mais bem preparados para os desafios do mercado.” as datas de início das novas turmas e os locais exatos de realização das aulas estarão disponíveis no site do itl (www.itl.org.br). l


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CONTRAN

Regras alteradas veículos fabricados até o final de 2004 devem trocar o extintor de incêndio; também há novidades para as placas, documentos e motocicletas por

s motoristas brasileiros precisam ficar atentos a algumas alterações que devem ocorrer neste e no próximo ano, conforme definições do contran (conselho nacional de trânsito). mudança de placas, freios abs em motos, novos extintores de

O

CYNTHIA CASTRO

incêndio e documentos. a mais urgente delas é em relação ao equipamento obrigatório de combate a incêndio. até o dia 1º de abril deste ano, os condutores que ainda têm veículo com o extintor mais antigo precisam se adequar à norma e substituir os

modelos do tipo bc pelos abc. desde janeiro de 2005, todos os veículos começaram a sair de fábrica equipados com o extintor com carga de pó abc. de acordo com a assessoria do denatran (departamento nacional de trânsito) e do ministério das cidades, o objetivo é ga-

rantir maior segurança aos motoristas e passageiros, pois os novos equipamentos são mais modernos e atendem todas as classes de incêndio. “o pó especial é capaz de combater princípios de incêndios em materiais sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados.” a resolução nº 157/2004, alterada pela resolução nº 333/2009, estabeleceu que os veículos automotores só poderão circular equipados com os novos extintores a partir de 1º de janeiro deste ano. entretanto, essa data foi adiada para o início do mês de abril. conforme o ctb (código de trânsito brasileiro), quem conduzir o veículo sem o equipamento obrigatório ou com o aparelho inoperante e ineficiente estará cometendo uma infração grave e será multado em r$ 127,69, perdendo cinco pontos na carteira de motorista, além de ter o veículo retido. Documentos o contran aprovou mudanças na cnh (carteira nacional


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osWaldo corneti/fotos públicas

MUDANÇAS condutores devem ficar atentos às novas determinações para a circulação de veículos


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eXtinpel/divulgação

de habilitação) e nos documentos, o crv (certificado de registro de veículo) e no crlv (certificado de registro e licenciamento do veículo). as alterações serão obrigatórias apenas para os documentos emitidos a partir de 1º de julho deste ano, conforme as resoluções 511 e 512 do contran. a nova versão dos documentos traz 28 dispositivos de segurança na carteira de motorista e 17 no crv e crlv. de acordo com informações da assessoria de comunicação do denatran e do ministério das cidades, o objetivo é impedir a falsificação e adulteração dos documentos, além das fraudes no pagamento de licenciamento e ipva (imposto de propriedade de veículo automotor). o órgão garante que as alterações não trarão custo aos condutores e proprietários de veículos. o motorista que tem o modelo atual dos documentos não precisará expedir os novos a partir de julho de 2015. a nova cnh será obrigatória nos seguintes casos: primeira permissão para dirigir; substituição da permissão pela cnh definitiva; mudança ou adição de nova categoria; perda, dano ou extravio do documento; renovação de exames da cnh; rea-

SEGURANÇA extintores bc devem ser trocados pelos abc

Até o dia

1º de abril extintor velho tem que ser substituído

FRONTEIRA BRASIL-ARGENTINA

bilitação ou alteração dos dados do condutor e substituição do documento de habilitação estrangeira. de acordo com o denatran, o principal item de segurança dos documentos é o Qr code, código gerado com base no número de documento e licenciamento do veículo e da unidade da federação, para garantia de autenticidade de origem. o Qr code deverá conter o código do renavam, a placa do veículo, cpf ou

cnpj do proprietário, ano de fabricação, ano do modelo e o código de segurança. o denatran informa ainda que o agente de trânsito fará a fiscalização com auxílio de um aplicativo de leitura do Qr code para comparar os dados impressos no documento com as informações codificadas. “os novos formulários que os detrans preenchem com informações do motorista e do veículo serão produzidos por empresas gráficas de segurança ins-


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abti/divulgação

Em janeiro de

2016 veículos que circulam nos países do mercosul deverão ter novas placas

critas e credenciadas no denatran. os critérios de credenciamento das empresas de tecnologia para geração dos códigos de segurança cifrados serão regulamentados pelo órgão”, informa o departamento nacional de trânsito. Novas placas a partir de janeiro de 2016, os veículos novos serão emplacados no padrão mercosul, conforme o novo modelo aprovado pelo contran por meio da reso-

lução 510. essas placas terão o fundo branco, com quatro letras e três números - utilizado na maioria dos países devido ao contraste, permitindo assim melhor visualização e leitura pela fiscalização eletrônica. as placas terão ainda uma margem azul superior, com o emblema do mercosul à esquerda. o nome do país estará ao centro, com a bandeira nacional à direita. outros itens são: linhas onduladas horizontais e marcas d’água com a lo-

veículos novos terão placas do Mercosul go do mercosul, gravadas na película refletiva. não haverá troca de placas dos veículos já emplacados no brasil. os equipamentos dentro do padrão mercosul serão obrigatórios somente para os modelos novos, para aqueles transferidos de município e com troca de categoria. de acordo com o denatran, a proposta adotada para a placa dos países do mercosul foi elaborada pelo grupo do mercado comum (brasil, argentina,

uruguai, paraguai e venezuela). o novo modelo terá controle nacional para identificar a origem da placa, o que poderá inibir a clonagem do veículo. “no brasil, a clonagem de placas veiculares é elevada. além da sua utilização criminosa por quadrilhas de roubos de veículos, há inúmeros casos de proprietários que utilizam placas frias para driblar a fiscalização eletrônica e, assim, evitar as multas de trânsito”, informa o denatran. Motos com ABS outra resolução do contran determina que a partir de 1º de janeiro de 2016 pelo menos 10% da produção nacional ou da importação de motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos deverá contar com sistema antitravamento de rodas, o freio abs, ou com sistema de frenagem combinada das rodas, o cbs. até 2019, a medida deverá atingir 100% da produção. as informações da matéria foram passadas pela assessoria de comunicação do ministério das cidades e do denatran. de acordo com a assessoria, não havia uma fonte disponível para falar sobre as alterações, até o fechamento desta edição. l


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SEST SENAT

Primeiro emprego projeto desenvolvido pelas unidades de todo o país oferece cursos de formação a jovens e possibilita a inserção no mundo produtivo por

ma parceria entre o sest senat e as empresas do setor de transporte tem garantido o acesso de milhares de jovens ao primeiro emprego. o projeto jovem aprendiz, desenvolvido pela instituição, oferece cursos de formação a adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos. o projeto tem como objetivos garantir o acesso dos adolescentes e dos jovens, com perfil de maior exclusão social, à qualifi-

U

LIVIA CEREZOLI

cação profissional e ao mundo do trabalho, contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos adolescentes aprendizes, conceder oportunidades e condições de desenvolvimento de potencialidades individuais e qualificar futuros profissionais para o setor de transporte. para participar, é preciso ter concluído o ensino fundamental ou estar cursando o ensino médio e ser contratado por empresa do setor como aprendiz. as

empresas são responsáveis pela mobilização dos jovens e o encaminhamento deles para os cursos disponíveis nas 149 unidades em funcionamento em todo o país. em 2014, 15.466 alunos participaram do projeto. a lei nº. 10.097, de 2000, define a aprendizagem como “forma de contratação especial entre o jovem e a empresa, intermediada por uma instituição qualificada em formação técnico-profissional metódica”. a lei alterou dispositi-


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fotos sest senat/divulgação


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CURSOS OFERECIDOS Veja as opções

vos na clt (consolidação das leis do trabalho) para inserção de normas protetoras ao menor de 18 anos, necessárias à sua formação profissional e obtenção de sua primeira experiência de trabalho. de acordo com o artigo nº 429 da clt, todas as empresas devem empregar e matricular nos cursos dos serviços nacionais de aprendizagem número de aprendizes equivalente a 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, do total de trabalhadores, cujas funções demandem formação profissional. no sest senat são oferecidos, gratuitamente, de acordo com a demanda das empresas, nove cursos de qualificação básica: assistente de logística de transporte, assistente administrativo em transportes, auxiliar de almoxarifado, despachante de transportes coletivos (exceto trem), cobrador de transportes coletivos (exceto trem), motorista de transportes de passageiros, motorista de transporte de cargas, mecânico de veículos automotores a diesel e auxiliar de eletricista veicular. em governador valadares (mg), o programa tem alcançado resultados bastante positivos, segundo o coordenador de desenvolvimento profissional do sest senat, rafael de lana rodrigues.

• assistente de logística de transporte • assistente administrativo em transportes • auxiliar de almoxarifado • despachante de transportes coletivos (exceto trem) • cobrador de transportes coletivos (exceto trem) • motorista de transportes de passageiros • motorista de transporte de cargas • mecânico de veículos automotores a diesel • auxiliar de eletricista veicular fonte: sest senat

“o número de vagas nas empresas vem aumentando e os jovens têm aproveitado ao máximo a oportunidade de ter um aprendizado teórico e prático, além de ser remunerado por isso.” aos 15 anos, camilla eduarda azevedo da silva participou do projeto em 2014. com um contrato temporário em uma empresa de transporte rodoviário de passageiros, a adolescente participou do curso de assistente administrativo em transporte e afirma que a experiência foi muito

OPORTUNIDADE iniciativa

positiva. “adquiri mais responsabilidade e tenho certeza que isso vai me ajudar a encontrar outros empregos no futuro.” a técnica de formação profissional do sest senat de goiânia (go), gracy Kelly martins, também começou a sua carreira como jovem aprendiz. em 2002, aos 14 anos, ela começou como assistente administrativo em uma empresa de transporte de passageiros. três anos depois, passou a trabalhar como estagiária no sest senat e, hoje, é responsável pelas

turmas do projeto na unidade. “essa é uma experiência fantástica. vivenciei a aprendizagem como aluna e sei que é possível mudar o cenário. é possível alcançar sonhos e conquistar algo desejado.” segundo gracy, o diferencial do jovem aprendiz é a união da formação dos adolescentes como pessoas e profissionais. “o programa, primeiramente, foca na formação de um cidadão com direitos e deveres, chamando a atenção para novas possibilidades, novas atitudes, novos valo-


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No ano passado,

15.466 jovens participaram dos cursos permite que jovens participem de cursos de formação e tenham o primeiro contato com o mercado de trabalho

res para gradativamente ir inserindo a cultura profissional, considerando sempre que os alunos são adolescentes que precisam de acompanhamento, de direcionamento e de muito afeto.” em varginha (mg), leonardo cazelato, de 19 anos, comemora a contratação por uma empresa de transporte rodoviário de cargas depois de atuar durante um ano como aprendiz. “comecei a trabalhar em março de 2014 e agora recebi a notícia da minha efetivação. estou muito satisfeito. o

curso de assistente de logística de transporte que fiz no sest senat me ajudou muito.” segundo cazelato, o conteúdo que ele aprendeu no curso tem aplicação prática no dia a dia do seu trabalho na empresa. “isso é muito bom, porque descobri que posso construir uma carreira profissional. a logística é um setor que vem crescendo muito e já existem vários cursos de graduação na área.” para as empresas, a contratação de aprendizes garante a for-

mação de novos profissionais para atuarem no setor de transporte e contribui para minimizar a escassez de mão de obra. de acordo com ana lúcia rodrigues de oliveira, assistente de pessoal da viação itapemirim, o contato com os jovens permite conhecê-los melhor e descobrir o potencial de cada um deles. “é muito gratificante ver que os aprendizes conseguiram seguir carreiras no setor depois de passar pela empresa. e isso não seria possível sem a formação oferecida pelo sest senat.”

ela garante que a parceria com a instituição é importante porque possibilita uma melhor preparação dos jovens para o mercado de trabalho. “o treinamento oferecido pelo sest senat dá um suporte muito grande porque une o aprendizado teórico com a prática de cada uma das funções.” as empresas interessadas em participar do jovem aprendiz podem procurar a unidade do sest senat mais próxima. os contatos estão disponíveis no site da instituição (www.sestsenat.org.br). l


estat铆stico, econ么mico, despoluir e ambiental


FERROVIÁRIO malha ferroviária - eXtensão em Km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas

30.129 28.190 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO malha rodoviária - eXtensão em Km TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

66.675 119.691 26.827 213.192

12.708 105.601 1.234.918 1.353.227

79.382 225.292 1.261.745 154.195 1.720.614

federal estadual municipal rede planejada Total

malha rodoviária concessionada - eXtensão em Km adminstrada por concessionárias privadas 19.463 administrada por operadoras estaduais 1.195 frota de veÍculos caminhão cavalo mecânico reboque semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos nº de terminais rodoviários

2.287.049 519.030 1.124.018 787.254 17.406 57.000 25.834 107.000 173

AQUAVIÁRIO infraestrutura - unidades terminais de uso privativo misto portos

35

material rodante - unidades vagões locomotivas

80.436 3.507

passagens de nÍvel - unidades total críticas

12.289 2.659

velocidade média operacional brasil eua

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO aerÓdromos - unidades aeroportos internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados

34 29 2.389

aeronaves registradas no brasil - unidades transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo privado outros Total

669 1.579 8.825 8.328 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

176

hidrovia - eXtensão em Km e frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias

11.953 7.427 1.674 7.136 28.190

122

frota mercante - unidades embarcações de cabotagem e longo curso

malha por concessionária - eXtensão em Km all do brasil s.a. fca - ferrovia centro-atlântica s.a. mrs logística s.a. outras Total

41.635 20.956 1.944

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

rodoviário

485.625

61,1

ferroviário

164.809

20,7

aquaviário

108.000

13,6

dutoviário

33.300

4,2

aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


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CNT TRANSPORTE ATUAL

FEVEREIRO 2015

BOLETIM ECONÔMICO

R$ bilhões

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* 25 20 15 10 5 0

Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até Dezembro/2014 (R$ 13,90 bilhões)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até Dezembro/2014)

2,68 (19,3%)

18,73 13,90 5,88

0,26 (1,9%)

9,05 (65,1%)

8,02

autorizado valores pagos do exercício total pago restos a pagar pagos obs.: o total pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

1,91 (13,7%)

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até dezembro de 2014)

rodoviário

aquaviário

ferroviário

aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - DEZEMBRO/2014

Recursos Disponíveis 18.739,30 3.139,68 21.878,98

autorizado união dotação das estatais (infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário ferroviário aquaviário (união + cia docas) aéreo (união + infraero) Investimento Total (Total Pago)

9.050,62 2.683,91 523,06 3.197,05 15.454,64

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal); Notas: (A) dados acumulados até 31.12.2014 (siga brasil). (B) para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923. (D) orçamento provisório de 2015: o orçamento da união de 2015 ainda não foi aprovado pelo congresso nacional, o goveno federal abre, então, crédito extraordinário em favor dos Órgãos, ministérios e empresas estatais, através da mp nº. 667, de 2 janeiro de 2015. Nota sobre a CIDE: o ministério da fazenda decidiu, em 19 de janeiro de 2015, alterar as alíquotas da contribuições de intervenção no domínio econômico – cide. as novas alíquotas, de r$ 0,10/l para a gasolina e de r$ 0,05/l para o diesel, devem passar a vigorar a partir de maio de 2015, apesar de o decreto que as regulamenta ainda não ter sido publicado. os recursos da cide são destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

2013 pib (% cresc a.a.)1 selic (% a.a.)2 ipca (%)3 balança comercial6 reservas internacionais4 câmbio (r$/us$)5

Acumulado Expectativa Expectativa em 2014 para 2014 para 2015

2,50 10,00 5,91 2,55

0,24* 11,75 6,41 -3,93

0,14 12,00 6,38 -2,00

0,55 12,50 6,53 5,00

375,79

363,55

-

-

2,34

2,65

2,65

2,80

Fontes: receita federal, siga brasil - senado federal, ibge e focus (relatório de mercado 26/12/14), banco central do brasil. Observações: (1) expectativa de crescimento do pib para 2014 e 2015 - o valor de crescimento do pib 2013 foi revisado pelo ibge de 2,3% para 2,5%. (2) taxa selic conforme copom 03/12/2014 e boletim focus. (3) inflação acumulada no ano e em 12 meses até dezembro/2014 e expectativas segundo o boletim focus. (4) posição dezembro/2013 e dezembro/2014 em us$ bilhões. (5) câmbio de fim de período divulgado em 31/12/2014, média entre compra e venda. (6) saldo da balança comercial até dezembro/2014. * a taxa de crescimento do pib para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e setembro de 2014.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2009 investimento total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2009 2010 2011 2012 7,8 10,3 11,2 9,4 rodoviário 1,0 2,5 1,6 1,1 ferroviário 1,3 1,0 0,8 aquaviário (união + cia docas) 1,3 0,5 0,7 1,2 1,4 aéreo (união + infraero) 10,6 14,8 15,0 12,7 Investimento Total

2010

2011 rodoviário

ferroviário

2012 aquaviário

2013 aéreo

2013 8,4 2,3 0,6 1,8 13,1

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal)

8

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


REGIÕES3

Estados

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 orçamento fiscal (total pago2 por modal de transporte) acre alagoas amazonas amapá bahia ceará distrito federal espírito santo goiás maranhão minas gerais mato grosso do sul mato grosso pará paraíba pernambuco piauí paraná rio de janeiro rio grande do norte rondônia roraima rio grande do sul santa catarina sergipe são paulo tocantins centro oeste nordeste norte sudeste sul nacional Total

Rodoviário 127,28 222,99 88,14 69,57 472,73 203,65 41,34 130,76 494,58 490,18 939,48 129,99 735,70 613,92 113,60 337,71 188,91 490,70 227,23 94,76 369,47 120,62 1.076,42 717,90 122,05 149,54 205,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 75,73 9.050,62

Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 1.141,05 0,00 0,00 0,00 994,03 0,00 239,47 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 5,05 0,00 0,00 0,00 0,91 0,00 0,00 190,18 4,47 0,00 0,21 0,00 0,00 0,00 108,34 2.683,91

Aquaviário 0,00 0,00 104,96 0,00 1,35 7,00 0,00 38,61 0,00 15,73 3,40 0,00 0,00 0,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,00 0,00 11,75 22,26 0,00 25,95 0,00 0,00 0,11 2,64 0,00 0,00 23,06 261,18

Aéreo 1,03 0,28 5,34 0,47 1,32 0,77 0,00 0,06 0,13 1,17 1,64 0,25 3,70 7,69 0,18 0,77 0,63 0,74 1,65 0,02 2,41 0,82 0,80 0,64 0,27 1,11 0,28 12,19 1,65 28,05 19,82 2,11 1.813,06 1.911,06

Total 128,31 223,27 198,44 70,04 1.616,44 211,42 41,34 169,42 1.488,73 507,08 1.183,99 130,43 739,40 621,97 113,78 338,49 189,55 491,47 233,92 94,78 375,88 121,44 1.089,88 740,80 122,32 366,78 210,45 12,19 1,97 30,69 19,82 2,11 2.020,19 13.906,78

maiores desembolsos4 (total pago acumulado até dezembro - 2014)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Ações orçamentárias7

Ranking

manutenção de trechos rodoviários na região nordeste manutenção de trechos rodoviários na região norte manutenção de trechos rodoviários na região sudeste construção da ferrovia de integração oeste-leste - ilhéus - caetité - ba construção da ferrovia norte-sul - ouroverde de goiás - são simão - go manutenção de trechos rodoviários na região sul manutenção de trechos rodoviários na região centro-oeste adequação de trecho rodoviário - rondonópolis - cuiabá - posto gil - na br-163 - no estado do mato grosso adequação de trecho rodoviário - porto alegre - pelotas - na br-116 - no estado do rio grande do sul adequação de trecho rodoviário - palhoça - divisa sc/rs - na br-101 - no estado de santa catarina Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até dezembro - 2014 Elaboração: confederação nacional do transporte dados acumulados até 31.12.2014 (siga brasil).

R$ milhões6 1.120,18 999,09 753,60 713,28 643,42 623,40 612,27 272,73 264,85 245,23 6.248,05 44,9%

Notas: (1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: siga brasil (execução do orçamento fiscal da união). (2) o total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) as obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor pago + restos a pagar pagos) em 2014. (5) ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento fiscal da união no acumulado de janeiro a dezembro de 2014. (6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. (7) as ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o manual de técnico de orçamento 2014.

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


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CNT TRANSPORTE ATUAL

FEVEREIRO 2015

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

a confederação nacional do transporte (cnt) e o sest senat lançaram em 2007 o programa ambiental do transporte - despoluir, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• redução da emissão de poluentes pelos veículos • incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS* ESTRUTURA

NÚMEROS DE AFERIÇÕES 2007 A 2013 1.033.455

2014

2015

TOTAL

federações participantes

23

15.606

1.246.736

unidades de atendimento

85

74,04%

87,56%

JANEIRO

197.675

Aprovação no período 88,87% 81,78% * dados preliminares sujeitos a alterações.

empresas atendidas

11.222

caminhoneiros autônomos atendidos

12.711

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES para participar do projeto redução da emissão de poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado.

Carga (empresas)

Carga (autônomos)

Passageiros

FEDERAÇÃO fetramaz fetracan fetrabase fenatac fetransportes fetcemg fetranspar fetranscarga fetransul fetrancesc fetcesp fecam-sp fetramig fecam-rs fetranorte fetronor fetrabase cepimar fetrasul fetransportes fetram fetramar fepasc fetranspor fetergs

UFs ATENDIDAS ac, am, ap, pa, ro e rr al, ce, ma, pb, pe, pi e rn ba e se df, go, ms, mt e to es mg pr rj rs sc sp sp mg rs ac, am, ap, pa e rr al, pb, pe e rn ba e se ce, ma e pi df, go, sp e to es mg ms, mt e ro pr e sc rj rs

TELEFONE (92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (71) 3341-6238 (61) 3361-5295 (27) 2125-7643 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (31) 3322-2674 (51) 3232-3407 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (71) 3341-6238 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (27) 2125-7643 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622

a pesquisa “caminhoneiros no brasil - relatório síntese de informações ambientais” apresenta a realidade e as necessidades de um dos principais agentes do setor de transporte. informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, além de dados relacionados à frota, como distribuição e idade média; características dos veículos e dos deslocamentos; intensidade de uso e autonomia (km/l) da frota permitem aprofundar os conhecimentos relativos ao setor de transporte rodoviário.

8

SETOR

conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

o governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do programa nacional de produção e uso de biodiesel e da aprovação da lei n. 11.097. atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. essa mistura é denominada óleo diesel b e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. o objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel b, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.


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FEVEREIRO 2015

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

BOLETIM AMBIENTAL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54

SETOR

mudança no uso da terra industrial* transporte geração de energia outros setores Total

2009

2010

2011

2012

2013

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

rodoviário

38,49

34,46

36,38

38,60

40,61

ferroviário

0,83

1,08

1,18

1,21

1,20

hidroviário

0,49

0,14

0,14

0,16

0,18

39,81

35,68

37,7

39,97

41,99

MODAL

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) (%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00

PARTICIPAÇÃO

Total

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

*Inclui processos industriais e uso de energia

(novembro)

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

MODAL

rodoviário aéreo outros meios Total

diesel

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

44,29

49,23

52,26

55,90

58,49

55,31

gasolina 25,40

29,84

35,49

39,69

41,36

40,17

etanol

15,07

10,89

9,85

11,75

11,61

PARTICIPAÇÃO

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO*

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

co2 nox nmhc co ch4

16,47

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 29 de dezembro de 2014.

60% 50% 40%

co2 nox co nmhc mp

30% 20% 10% 0%

automóveis gnv comerciais leves (otto) motocicletas * inclui veículos movidos a gasolina, etanol e gnv dados de 2009 fornecidos pelo último inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários – mma,2011.

Ônibus urbanos

caminhões pesados

10 15 10 a 50

6,1%

6,1% 23,2%

25,3%

CE: fortaleza, aquiraz, horizonte, caucaia, itaitinga, chorozinho, maracanaú, euzébio, maranguape, pacajus, guaiúba, pacatuba, são gonçalo do amarante, pindoretama e cascavel. PA: belém, ananindeua, marituba, santa bárbara do pará, benevides e santa isabel do pará. PE: recife, abreu e lima, itapissuma, araçoiaba, jaboatão dos guararapes, cabo de santo agostinho, moreno, camaragibe, olinda, igarassu, paulista, ipojuca, itamaracá e são lourenço da mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: belo horizonte, rio de janeiro, curitiba, salvador, porto alegre e são paulo. RJ: rio de janeiro, belford roxo, nilópolis, duque de caxias, niterói, guapimirim, nova iguaçu, itaboraí, paracambi, itaguaí, Queimados, japeri, são gonçalo, magé, são joão de meriti, mangaratiba, seropédica, maricá, tanguá e mesquita. 10** brasil SP: são paulo, americana, mairiporã, artur nogueira, mauá, arujá, mogi das cruzes, barueri, mongaguá, bertioga, monte mor, biritibamirim, nova odessa, caçapava, osasco, caieiras, paulínia, cajamar, pedreira, campinas, peruíbe, carapicuíba, pindamonhangaba, cosmópolis, pirapora do bom jesus, cotia, poá, cubatão, praia grande, diadema, ribeirão pires, embu, rio grande da serra, embuguaçu, salesópolis, engenheiro coelho, santa bárbara d’ oeste, ferraz de vasconcelos, santa branca, francisco morato, santa isabel, franco da rocha, santana de parnaíba, guararema, santo andré, guarujá, santo antônio da posse, guarulhos, santos, holambra, são bernardo do campo, hortolândia, são caetano do sul, igaratá, são josé dos campos, indaiatuba, são lourenço da serra, itanhaém, são vicente, itapecerica da serra, sumaré, itapevi, suzano, itaquaquecetuba, taboão da serra, itatiba, taubaté, jacareí, tremembé, jaguariúna, valinhos, jandira, vargem grande paulista, juquitiba e vinhedo. demais estados e cidades 500*** * em partes por milhão de s - ppm de s ** municípios com venda exclusiva de s10. para ver a lista dos postos que ofertam o diesel s10, consulte o site do despoluir: www.cntdespoluir.org.br *** a partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser s500. para mais informações, consulte a seção legislação no site do despoluir: www.cntdespoluir.org.br

16,2%

23,2%

teor de biodiesel 25,3% outros 6,1%

pt. fulgor 16,2% enxofre 23,2%

corante 6,1% aspecto 23,2%

% nc

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - DEZEMBRO 2014 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0

trimestre anterior trimestre atual

26,7

0,0

3,7

caminhões leves

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - DEZEMBRO 2014

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S)* japão eua europa

Ônibus caminhões comerciais leves rodoviários (diesel) médios

10,5

2,6 2,7

2,7

0,0

1,6

2,3

2,5

3,8

0,0

4,0

2,8

3,7 0,0

1,2

5,4

2,0

0,0

4,6 0,0

1,8

0,8

2,7

3,5

3,5

al am ap ba ce df es go ma mg ms mt pa pb pe pi pr rj rn ro rr rs sc se sp to (*) brasil ac 3,7 26,7 2,6 2,7 2,7 0 1,6 2,3 2,5 3,8 0 10,5 4 2,8 3,7 0 1,2 5,4 2 0 0 4,6 1,8 0,8 2,7 3,5 0 3,5 2,9 21,9 5,3 2,1 0 2,3 2,4 1,9 3,8 0 7,2 3,5 2,5 4,4 0 1,2 3,8 2,1 0 0 4,6 2 0,8 2,2 0 0 2,3 3 percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades. (*) para tocantins foram considerados os três últimos meses monitorados pelo centro de pesquisas e análises tecnológicas da anp (cpt anp): trimestre atual: mar, ago e set/2014; trimestre anterior: jan, mar e ago/2014. unidades federativas para as quais não houve monitoramento nos períodos considerados: ac, ms e ro.


EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE EFEITOS POLUENTES

PRINCIPAIS FONTES

CARACTERÍSTICAS

1

SAÚDE HUMANA

MEIO AMBIENTE

monóxido de carbono (co)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

gás incolor, inodoro e tóxico.

diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.

dióxido de carbono (co2)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

gás tóxico, sem cor e sem odor.

provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

metano (ch4)

resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.

causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.

compostos orgânicos voláteis (covs)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.

composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.

Óxidos de nitrogênio (nox)

formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

o no é um gás incolor, solúvel. o no2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

o no2 é irritante para os pulmões e causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. a exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.

ozônio (o3)

formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.

gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

dióxido de enxofre (so2)

resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.

provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.

causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.

resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. o tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.

altera o ph, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.

material particulado (mp)

provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.

causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.

causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

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1. conforme o comunicado nº 213/2012 do centro internacional de pesquisas sobre o câncer (iarc), vinculado à organização mundial da saúde (oms), a fumaça do diesel é classificada como substância cancerígena, na mesma categoria em que se encontram o amianto, o álcool e o cigarro. 2. fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou gnv. 3. fontes fixas: centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. processos industriais: procedimentos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. chuva ácida: provocada por emissões de dióxido de enxofre (so2) e óxidos de nitrogênio (nox) a partir de usinas de energia, carros e fábricas.

para saber mais: www.cntdespoluir.org.br



“apenas 37% dos empreendimentos listados no pac foram concluídos e 28% ainda estão em fase de projeto, licitação ou contratação” TEMA DO MÊS

O que podemos esperar do setor de transporte em 2015?

Panorama remete à uma situação de baixa expectativa MÁRCIO DE ALMEIDA D´AGOSTO

ara uma atividade fortemente vinculada ao pib (produto interno bruto) e as flutuações do comércio e da indústria, como é o caso dos transportes, previsões de ligeiro crescimento do pib, cerca de 1%, aumento da inflação e crescimento marginal da atividade industrial remetem a uma situação de baixa expectativa de ampliação da atividade de transportes para 2015. um contexto propício para arrumar a casa e tentar saldar uma dívida oriunda de décadas de dedicação limitada ao setor que levaram a problemas bem conhecidos, como limitações de infraestrutura, desequilíbrio na divisão modal, desperdícios associadas ao “custo brasil” e “imobilidade” urbana. em que pese declaração do presidente do bndes de que o banco priorizará investimentos em transportes em 2015, o desafio a ser enfrentado tem sua dimensão ampliada quando se verifica que a previsão de gastos para o ministério dos transportes e secretaria de portos em 2015 caiu de r$ 20,8 para r$ 19,3 bilhões e de r$ 1,3 para

P

MÁRCIO DE ALMEIDA D´AGOSTO coordenador do programa de engenharia de transportes do coppe (instituto alberto luiz coimbra de pós-graduação e pesquisa de engenharia) da ufrj (universidade federal do rio de janeiro).

r$ 1,1 bilhão, representando, respectivamente, reduções de 7,1% e 13,4% nos já minguados recursos destinados ao setor de transportes. acrescente-se a isso a histórica dificuldade do poder público brasileiro em avançar com as ações necessárias ao aprimoramento de infraestrutura para qualquer segmento de atividade. para o setor de transportes, apenas 37% dos 824 empreendimentos listados no pac (programa de aceleração do crescimento) foram concluídos e 28% ainda estão em fase de projeto, licitação ou contratação. soluções destinadas a elevar a taxa de investimento em transportes num contexto de contenção de despesas pelo poder público, as novas concessões de infraestrutura parecem que vão demorar a ser efetivamente implementadas e devem ter pouco impacto em 2015. há rodovias, ferrovias, portos e aeroportos já selecionados para uma nova rodada de oferta à iniciativa privada, todas ainda em fase de estudos, sem prazo seguro para irem ao mercado. exce-

ção pontual se faz ao caso da ferrovia de integração do centro-oeste, porém, neste caso há que se vencer o impasse de valor estabelecido pelo tcu (tribunal de contas da união), outra face de complicada equação para fazer os transportes andarem. no contexto das cidades, o tema da mobilidade urbana desponta como uma das principais preocupações em 2015. a inclusão do transporte no grupo de direitos sociais estabelecidos pela constituição federal por meio da aprovação da pec (proposta de emenda à constituição) nº 90/11, potencializa a obtenção de fontes de financiamento e recursos para o transporte coletivo, uma das principais soluções para a diminuição dos congestionamentos de tráfego que comprometem o tempo, a saúde, os recursos financeiros e a qualidade de vida da população urbana. mas parece que muito pouco disso ocorrerá de fato em 2015, ano espremido entre a copa de mundo (2014) e a olimpíada (2016), cujos legados têm sido sucessivamente postergados.


“os gastos com transportes representam apenas 0,6% do pib brasileiro. isto é absolutamente insuficiente. países emergentes investem, na média, 3,4%”

É possível vislumbrar algum crescimento na infraestrutura CARLOS ALVARES DA SILVA CAMPOS NETO

ituações de consenso entre especialistas são raras. uma delas é a grande dificuldade enfrentada pelos setores da infraestrutura de transportes no brasil, decorrentes de sua insuficiência física e da escassez de investimentos. infraestrutura degradada impacta na elevação dos custos logísticos das empresas. a mudança do ano-calendário sempre traz boas expectativas de que a realidade possa tomar novos rumos e as coisas finalmente possam “entrar nos eixos”. porém, o ano de 2015 parece não sinalizar tão positivamente. estudo recente publicado pelo ipea (instituto de pesquisa econômica aplicada) mostra que os investimentos públicos e privados em transportes (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos) cresceram significativamente no período 2003 a 2013, passando de r$ 8,4 bilhões para r$ 28,3 bilhões. contudo, chegaram ao último ano representando apenas 0,6% do pib. isto é absolutamente insuficiente. países emergentes que concorrem com o brasil investem, na média, 3,4% do pib em transportes.

S

no setor rodoviário, os investimentos públicos federais totalizaram r$ 9 bilhões em 2014. mesmo com as restrições fiscais que estão sendo impostas, é possível repetir este nível de inversões em 2015. Quanto aos investimentos privados, 2015 será o primeiro ano de pleno impacto dos contratos das seis concessões realizadas no final de 2013 e início de 2014, e deverão atingir o montante de r$ 7 bilhões. o setor aeroportuário sofreu uma abrupta mudança no patamar de investimentos no ano de 2013 como consequência das concessões dos aeroportos ao setor privado (r$ 4 bilhões) e de uma melhor execução do orçamento da infraero (r$ 1,7 bilhão). a estatal deve investir aproximadamente r$ 1,5 bilhão em 2014 e mantém um programa ambicioso para 2015. o setor ferroviário enfrenta dificuldade na implantação do seu novo marco regulatório, que tem provocado insegurança nos investidores privados, destacadamente quanto ao chamado “risco valec”. mesmo que a primeira licitação ocorra este ano, os investimentos ain-

da não terão impacto expressivo. porém, os investimentos privados das concessões “antigas” são da ordem de r$ 5 bilhões por ano e os investimentos públicos (valec) cresceram para r$ 2,7 bilhões em 2014. se as dificuldades fiscais não impedirem, este deverá ser o patamar de 2015. finalmente, com relação ao setor portuário algumas ações começam a apresentar seus primeiros resultados como as solicitações e as autorizações ao governo para empreendimentos em novos portos e terminais privados, que podem se traduzir em r$ 20 bilhões de investimentos nos próximos anos. por outro lado, continuam as dificuldades para levar a termo as licitações de terminais nos portos públicos, que estão inviabilizando investimentos da ordem de r$ 10 bilhões. mesmo diante das dificuldades a serem enfrentadas no corrente ano, é possível vislumbrar algum crescimento do investimento na infraestrutura de transportes, passando para algo em torno de r$ 32 a r$ 34 bilhões. contudo, isto significaria tão somente 0,7% do pib.

CARLOS ALVARES DA SILVA CAMPOS NETO pesquisador do ipea (instituto de pesquisa econômica aplicada)



CNT TRANSPORTE ATUAL

FEVEREIRO 2015

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“o ano de 2015 será difícil, não por causa de quem produz e transporta, mas por causa dos erros da administração pública e dos excessos de gastos inúteis” ALEXANDRE GARCIA

A volta da Cide imposto chamado de contribuição sobre intervenção no domínio econômico (isso é nome?) depois de sumido em 2012 está de volta e vem acompanhado do pis/confins. será mais um aditivo que adultera o combustível. Quem se abastece de derivado de petróleo é que mais vai pagar pelos desgovernos que incharam o estado ineficiente e desequilibraram as contas públicas. vão tirar do contribuinte mais de r$ 20 bilhões além do usual, só neste ano difícil de 2015. e será difícil não por causa de quem trabalha, produz e transporta, mas por causa dos erros da administração pública e dos excessos de gastos inúteis, que não foram traduzidos em bons serviços públicos na segurança, na saúde, na educação, na justiça, nas estradas, nos portos, no atendimento ao cidadão-eleitor-contribuinte, mandante e provedor. só para lembrar, a cide entrou em vigor no primeiro dia do último ano do governo fhc, 2002. na campanha eleitoral daquele ano, o candidato garotinho perguntou ao candidato lula o que pensava da cide. lula, que nunca tinha ouvido falar na sigla, respondeu com generalidades, como se fosse um órgão público federal. embora pudesse, a cide nunca foi cobrada sobre álcool, só sobre combustíveis fósseis. a alíquota é variável. o mais importante é que a lei que a criou manda que a receita da contribuição seja destinada, na união, estados e municípios, à melhoria da infraestrutura de transportes e à redução da poluição provocada pelos derivados de petróleo. a queixa é de que isso nunca aconteceu. sempre foi usada para aliviar os desequilíbrios do governo, como vai acontecer de novo. agora, vai pesar em r$ 0,22 por litro de gasolina que sai das refi-

O

narias ou chega do exterior - e em r$ 0,15 por litro de diesel com a mesma origem. o governo, em vez de apertar seu próprio cinto, está apertando o cinto do brasil produtivo, que já está com dificuldades de respirar. e aperta nos direitos trabalhistas, na energia, nos combustíveis, no crédito, na importação, na produção, na renda. faz tudo o que a presidente-candidata negou na campanha eleitoral. ora, direis, não há saída para reequilibrar o que o governo desequilibrou. há, sim. basta reduzir o tamanho do lento e ineficaz mastodonte. os ministérios são tantos que em quatro anos não houve tempo na presidência de despachar individualmente com todos. por exemplo, para que serve um ministro ou uma ministra de direitos humanos? defendeu os direitos de 150 brasileiros que são assassinados por dia? ou de outro tanto que é morto no trânsito? protegeu os milhões de assaltados? os que procuram a saúde pública? defendeu os direitos das crianças de terem um ensino que realmente lhes abra portas para a vida profissional? ou viveu de declarações? e nós pagando. desculpem, esqueci de mais uma companhia para a cide: os juros. também necessários, para conter a inflação. mas a inflação foi causada por excessos de gastos do governo, que se endivida e perde confiança. com o tamanho da dívida, a necessidade de captar dinheiro e a falta de confiança, o governo é obrigado a pagar juros mais altos. e nós, devedores menores, somos influenciados por isso. como vocês percebem, a cide vem repleta de más companhias e, na tradicional enganação nacional, com a intenção de melhorar a infraestrutura de transportes. vamos acreditar nisso tanto quanto acreditamos nas negativas de campanha.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

FEVEREIRO 2015

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

josé severiano chaves eudo laranjeiras costa antônio carlos melgaço Knitell eurico galhardi francisco saldanha bezerra jerson antonio picoli joão rezende filho mário martins

newton jerônimo gibson duarte rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

meton soares júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

jacob barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

josé fioravanti PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

marco antonio gulin otávio vieira da cunha filho TRANSPORTE DE CARGAS

flávio benatti pedro josé de oliveira lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

josé da fonseca lopes edgar ferreira de sousa

luiz anselmo trombini urubatan helou irani bertolini pedro josé de oliveira lopes paulo sérgio ribeiro da silva eduardo ferreira rebuzzi oswaldo dias de castro daniel luís carvalho augusto emílio dalçóquio geraldo aguiar brito viana augusto dalçóquio neto euclides haiss paulo vicente caleffi francisco pelúcio

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

edgar ferreira de sousa josé alexandrino ferreira neto josé percides rodrigues luiz maldonado marthos sandoval geraldino dos santos éder dal’ lago andré luiz costa diumar deléo cunha bueno claudinei natal pelegrini getúlio vargas de moura bratz nilton noel da rocha neirman moreira da silva

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

TRANSPORTE AÉREO

urubatan helou josé afonso assumpção CONSELHO FISCAL (TITULARES) david lopes de oliveira éder dal’lago luiz maldonado marthos josé hélio fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Waldemar araújo andré luiz zanin de oliveira josé veronez eduardo ferreira rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

luiz Wagner chieppe alfredo josé bezerra leite lelis marcos teixeira josé augusto pinheiro victorino aldo saccol

DOS LEITORES TAXAS NOS AEROPORTOS

ÔNIBUS ELÉTRICO

como passageira, acho justa a cobrança da taxa de embarque nos aeroportos brasileiros, desde que bem aplicada em melhorias nos terminais. a reportagem da CNT Transporte Atual de janeiro esclareceu bastante para onde são direcionados os valores arrecadados. a qualidade dos serviços oferecidos em nossos aeroportos melhorou bastante nos últimos meses e a nossa expectativa é que isso seja mantido. por isso, acredito na importância do pagamento da taxa.

fiquei bastante satisfeito em saber que já existem iniciativas de utilização de ônibus elétricos no brasil. com a situação caótica na qual se encontra o trânsito das nossas cidades, é fundamental pensarmos em alternativas para o deslocamento das pessoas. não podemos mais ser ependentes de um único tipo de abastecimento de veículos que ainda polui o ambiente. pensar no futuro que queremos é algo urgente.

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

glen gordon findlay paulo cabral rebelo rodrigo vilaça júlio fontana neto

escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

hernani goulart fortuna paulo duarte alecrim andré luiz zanin de oliveira moacyr bonelli george alberto takahashi josé carlos ribeiro gomes roberto sffair luiz ivan janaú barbosa josé roque fernando ferreira becker raimundo holanda cavacante filho jorge afonso Quagliani pereira alcy hagge cavalcante eclésio da silva

Cláudia Regina Gomes sumaré/sp ENTREVISTA excelente a entrevista com a diretora-executiva da smart sobre mobilidade urbana. o projeto apresentado por ela é, talvez, a grande solução para os problemas que enfrentamos hoje não só no brasil, mas em várias cidades do mundo. precisamos rever nossos conceitos e entender que manter um carro, em um futuro bem próximo, será um luxo. é como diz a susan na entrevista: “chegará o momento em que a sociedade compreenderá que a era do individualismo no transporte acabou”. Daniel Rezende londrina/pr

Paulo Roberto Garcia campo dos goytacazes/rj SONDAGEM ECONÔMICA o levantamento realizado pela cnt mostra como os empresários do setor reagiram diante da situação econômica do país. todo esse pessimismo tem seus motivos. nossa economia não andou em 2014 e os primeiros sinais neste início de ano é que a situação pode ficar ainda mais difícil. o brasil continua carente de melhorias na infraestrutura de transporte para impulsionar outros segmentos econômicos. Douglas Queiroz brasília/df cartas: saus, quadra 1, bloco j edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (df) e-mail: imprensa@cnt.org.br por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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