edição informativa da cnt
CNT
ano XX número 235 abril 2015
T R A N S P O RT E
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Sest Senat
Números expressivos O total de atendimentos realizados pelo Sest Senat cresce a cada ano. Em 2014, 8,7 milhões de pessoas foram beneficiadas em todo país
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CNT
REPORTAGEM DE CAPA
TRANSPORTE ATUAL
total de atendimentos feitos pelo Sest Senat nas áreas de promoção social e desenvolvimento profissional crescem a cada ano. no total, a instituição registrou 8,7 milhões de atendimentos em todo o país em 2014 Página 20
ano XX | número 235 | abril 2015
ENTREVISTA
José montal fala sobre acidentes no trânsito brasileiro Página
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SEST SENAT • Primeira etapa do comandos de Saúde nas rodovias 2015 atendeu, no mês de março, caminhoneiros em 17 estados e no distrito federal Página
CAPA SeSt Senat/divulgação
GESTÃO AÉREA
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL
lucimar coutinho
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EDITOR
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bernardino rios Pim bruno batista etevaldo dias
americo ventura mtb 5125 [americoventura@sestsenat.org.br]
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:
atualizacao@cnt.org.br Publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do 1º ofício de registro civil das Pessoas Jurídicas do distrito federal sob o número 053. tiragem: 40 mil exemplares
os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
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AQUAVIÁRIO
novas concessões Porto de São de aeroportos Sebastião recebe apenas em 2016 a certificação iSo Página
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FERROVIÁRIO
transporte por trem e metrô aumenta 4,4% Página
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www.
cnt.org.br
Entrevistas abordam temas de interesse do transportador
REÚSO • empresas do setor de transporte estão envolvidas com o uso racional e o reaproveitamento da água e dão exemplo de sustentabilidade
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SEGURANÇA NO TRÂNSITO
MOBILIDADE
andar de carro sem encontro debate o cinto de segurança alternativas para os traseiro traz riscos problemas de trânsito Página
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TRANSPORTE AÉREO
Seções duke
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opinião
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mais transporte
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boletins
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alexandre garcia
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cartas
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impactos econômicos no transporte aéreo foram discutidos Página
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a agência cnt de notícias publica, periodicamente, entrevistas com personalidades do transporte e especialistas, abordando temas de destaque, polêmicas e assuntos de interesse do setor. São abordados tópicos sobre os modais terrestre, aéreo, aquaviário e sobre mobilidade urbana. além disso, a equipe de reportagem produz, semanalmente, boletins de rádio sobre temas atuais para manter os transportadores bem informados. o conteúdo está disponível, gratuitamente, na agência cnt de notícias, em www.cnt.org.br
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“estamos preparados para atingir nossos objetivos com eficiência e contribuir para um brasil mais justo e com mais oportunidades” cléSio andrade
OPINIÃO
Compromisso assumido e cumprido
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esenvolver e disseminar a cultura de transporte, promovendo a melhoria da qualidade de vida e o desempenho profissional do trabalhador, bem como a formação e a qualificação de novos profissionais para a eficiência e a eficácia dos serviços a serem prestados à sociedade. esta tem sido a missão do Sest Senat desde a sua fundação e que tem norteado toda a sua existência. os números mais do que comprovam que estamos indo no caminho certo. ano passado, foram mais 8,7 milhões de atendimentos realizados em todo o país, nas 149 unidades espalhadas por todas as regiões. São mais de 300 cursos ofertados para proporcionar emprego, renda e bem-estar aos profissionais que atuam no setor de transporte. aproximadamente 1,5 milhão de pessoas participaram dos cursos, palestras, campanhas e seminários do Programa de desenvolvimento Profissional, divididos em cursos presenciais e a distância. a demanda por motoristas profissionais tem sido uma grande preocupação do setor de transporte no brasil. a estimativa é que o mercado tenha 100 mil vagas abertas para serem preenchidas. diante desse cenário e visando aumentar o número de jovens qualificados para atuar no setor de transporte, o Sest Senat lançou, em 2014, o projeto Primeira Habilitação para o transporte – cnH Social, criado para conceder carteira nacional de Habilitação (cnH), categoria b, gratuita, para 30 mil jovens de baixa renda. em 2014, foram inscritos mais de 130 mil candidatos. destes, mais de 70 mil já foram convocados a comparecer às unidades do Sest Senat para entregar a documentação necessária para a comprovação dos critérios de obtenção da cnH. foi lançado também o projeto Habilitação Profissional para o transporte: inserção de novos motoristas,
que tem o objetivo de viabilizar a mudança da cnH, categoria b, para c, d ou e, gratuitamente, para 30 mil candidatos. e ainda promover a qualificação em cursos especializados, numa tentativa de estimular o interesse de novos profissionais em atuar no setor de transporte. em 2014, o projeto recebeu mais de 95 mil inscrições. os candidatos já estão sendo convocados para início do processo de mudança de categoria. na área de Promoção Social, mais de 1,2 milhão de atendimentos foram registrados nas áreas de odontologia, fisioterapia, com foco na coluna, psicologia e nutrição. o Sest Senat entende a importância da saúde e da qualidade de vida para o bom desempenho da atividade profissional. Pensando nisso, ano passado agregamos aos nossos projetos para difundir a atividade física como valorização do corpo e da mente um novo: o circuito de caminhada e corrida de rua. Sucesso comprovado de público já na sua primeira edição. Sabemos que nosso trabalho é árduo, mas seguimos confiantes, contando sempre com a inestimável colaboração e a parceria de nossas federações. Sem elas, o caminho seria muito mais difícil de ser percorrido e os desafios seriam ainda mais árduos de serem superados. faço a vocês um convite: entrem em nosso site (www.sestsenat.org.br), nos procure nas redes sociais, faça uma visita a uma das unidades do Sest Senat e conheça a nossa trajetória em prol do trabalhador em transporte. vejam o que temos a oferecer em saúde, bem-estar, qualidade de vida e qualificação profissional. estamos prontos e preparados para atingir nossos objetivos com eficiência e contribuir para um brasil mais justo e com mais oportunidades. Para nós, do Sest Senat, compromisso assumido é compromisso cumprido.
“uma das razões que explicam a mortalidade no trânsito brasileiro é situamos. aceitamos conviver com o acidente, acreditando que o
ENTREVISTA
JOSÉ MONTAL - PreSidente da abramet
Brasil admite o Por
brasil é hoje o quarto país que mais registra mortes no trânsito. Só perde para a Índia, china e nigéria, conforme informações da abramet (associação brasileira de medicina de tráfego). São cerca de 50 mil pessoas que perdem a vida no trânsito a cada ano e outras milhares que ficam com sequelas físicas e mentais. Para o presidente da associação, José montal, os brasileiros se acostumaram “a admitir e aceitar o acidente”. ele defende maior fiscalização e aplicação do que está previsto na legislação. montal considera que a mídia deve ter um papel mais educativo na proposta de sensibilizar os cidadãos a realmente mudar o comportamento para reduzir os altos índices dessa verdadeira epidemia que atinge, em grande
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CYNTHIA CASTRO
parte, a juventude. esse será um dos assuntos destaque no Xi congresso brasileiro sobre acidentes e medicina de tráfego, que acontecerá em gramado (rS), no segundo semestre. a melhoria do processo de formação do condutor e mais educação também são apontadas como medidas essenciais para a segurança no trânsito. Como o senhor classifica o motorista brasileiro em relação aos condutores de outros países? É possível traçar um perfil que se adeque à maioria? uma das razões que explicam o índice de mortalidade no trânsito brasileiro, que está bem afastado dos países do primeiro mundo, é o estágio de cidadania em que nos situamos. nós, brasileiros, admitimos e aceitamos
conviver com o acidente, acreditando que o infortúnio do trânsito é fruto do acaso. Qual exemplo o senhor citaria? nossa taxa de mortalidade está em torno de 25/100.000 habitantes. Portanto, a cada ano, cerca de 50.000 brasileiros perdem a vida devido a acidentes de trânsito. na alemanha, são 5/100.000. na inglaterra e na Suécia, menos ainda, em torno de 3. estados unidos, 11/100.000. Somos o quarto maior matador no trânsito no mundo. Só perdemos para china, Índia e nigéria. apesar da nossa população ser bem menor que a da rússia e a dos estados unidos, esses países conseguiram diminuir sua mortalidade no trânsito a níveis menores que os nossos.
Dentro do Brasil, como está a distribuição desses acidentes? Quando olhamos os “acidentes de trânsito no brasil, um atlas da sua distribuição”, editado em 2013 pela abramet, observamos que a mortalidade por acidentes de trânsito em nosso país não tem distribuição homogênea. aquelas áreas para onde o desenvolvimento caminha, como o oeste brasileiro, e o estado de rondônia (são mais de 40/100.000 habitantes) são um exemplo doloroso. nossos índices se igualam aos dos menos desenvolvidos países africanos. e não são somente as mortes, pois para cada morto, outras dez pessoas são gravemente incapacitadas fisicamente ou mentalmente. do ponto de vista epidemiológico, uma tragédia.
arQuivo PeSSoal
o estágio de cidadania em que nos infortúnio do trânsito é fruto do acaso”
acidente Como se dá a relação do desenvolvimento de uma região e o número de acidentes? é fácil fazer um paralelo com o velho oeste norte-americano, onde prevalecia a lei da selva, a lei do mais forte. o vazio do estado e o consequente descontrole e falta de fiscalização explicam a amarga realidade desses lugares. o automóvel é visto como sinal de status, poder, progresso. no caso do ctb (código de trânsito brasileiro), o texto é considerado um dos melhores do mundo. o problema é a efetiva aplicação, a punição do que está previsto na lei. o texto é bom, mas não se pune efetivamente. O senhor faria alguma comparação? na alemanha e nos estados unidos, parece que não se come-
tem erros no trânsito sem que o olhar do estado perceba. o estado está sempre testando o cidadão em relação a não beber e dirigir, a não ultrapassar a velocidade permitida. Há também a punição social. o vizinho está sempre atento, sabe que ele próprio e sua família estarão também sob risco. ainda não alcançamos esse estágio no brasil. A Lei Seca é um exemplo de algo que precisa ser mais efetivo? apesar de ser um marco sob o ponto de vista regulatório, o brasil ainda não consegue tornar a lei Seca efetiva. é discutido se seria inconstitucional a pessoa produzir prova contra si mesmo. Soprar o bafômetro ainda está sub judice no brasil. e só no brasil. em nenhum outro país há es-
sa interpretação. o agente policial do exterior é percebido como braço do estado mais próximo do cidadão e sempre a serviço do interesse público. essa percepção de que a fiscalização é parte de uma estrutura do estado que funciona faz toda a diferença. a presença da autoridade que tem poder de polícia concedido pelo estado é fator inibidor. Quando a lei Seca foi implementada, em 2008, algumas regiões da grande São Paulo tiveram diminuição de até 60% na mortalidade no trânsito, conforme dados do iml (instituto médico legal). a eletropaulo, empresa de eletricidade, tam-
bém noticiou expressiva redução no número de postes danificados por acidentes com automóveis e que precisavam ser trocados, em torno de 28% a 30%. em questões dessa natureza, parece natural que deva prevalecer o interesse coletivo e a vida. Além do álcool, quais as outras grandes preocupações no trânsito? Quando a omS (organização mundial de Saúde) definiu o acidente como uma doença real, com grande relevância para a saúde pública, ela também definiu fatores de risco, que devem ser vistos
como prioridade. os vilões do trânsito são o álcool, a velocidade, o não uso do capacete, a não contenção de crianças por mecanismos como cadeirinhas e a falta do uso do cinto de segurança. É possível falar em quantas vidas seriam poupadas? Se considerarmos o controle do álcool, leva a reduções de até 50% na mortalidade e, ao lado do controle da velocidade, geraria efeitos espetaculares na redução das mortes e ferimentos. uma vítima de atropelamento por um veículo a 30 km/h tem mais de 90% de chances de sobreviver. a 60 km/h, mais de 90% não resistem. O senhor considera importante que a velocidade seja controlada nas vias por radares ou outros equipamentos? o controle da velocidade no brasil é ainda visto como elemento da indústria da multa, do poder público em busca de recursos do contribuinte para complementar a arrecadação. uma visão tacanha, pois bastaria obedecer à lei para levar a referida indústria à falência. Há falhas na comunicação com o condutor e a sociedade em geral. a mídia tem papel educativo fundamental e deveria atuar com as armas da ciência da comunicação nesse campo da prevenção de acidentes de trânsito. tratar o acidente de trânsito terrestre com a mesma seriedade com que se lida com o acidente
áereo seria um bom começo. conhecer as causas é meio caminho para evitar o próximo acidente. No segundo semestre, a Abramet vai realizar em Gramado (RS) o XI Congresso Brasileiro sobre Acidentes e Medicina de Tráfego. Quais questões serão destacadas sobre o papel da mídia? Queremos debater a mídia educativa. Quando um acidente é comunicado, geralmente, são negligenciados os fatores que levaram ao acidente. as reportagens privilegiam os números, falam dos engarrafamentos. mas nem sempre consideram a pessoa que sofreu o dano ou morreu. é necessário comunicar de uma forma que tenha efeito positivo do ponto de vista da sensibilização de quem é atingido pela mídia. Para que, assim, as pessoas realmente mudem o comportamento no trânsito e tomem atitude preventiva na sua próxima viagem. De que forma a mídia poderia atuar? o organismo humano não tem grande capacidade de resistir a impactos de veículos de grande massa e em velocidade. tratar essa questão tecnicamente, tornando o conhecimento disponível para todos, seria o começo de uma saudável mudança. os acidentes de motocicleta, que atingem preferencialmente um grupo de faixa etária muito jovem, deveriam ser
INSEGURANÇA trânsito no brasil é
Dos 15 aos 30 anos, no Brasil e no mundo, os acidentes de trânsito representam a primeira causa de morte de jovens
comunicados com propósitos voltados para a identificação das causas e a prevenção. a preocupação, geralmente, é com o transtorno que o acidente causou ao trânsito, e não com a pessoa que se feriu. o fluxo de veículos torna-se mais importante do que a vida. A vida dos jovens é uma das maiores preocupações? dos 15 aos 30 anos, no brasil e no mundo, os acidentes de trânsito representam a primeira causa de morte de jovens. temos a esperança de que as mães e os pais possam modificar essa realidade e tornar a habilitação dos seus filhos algo tão importante como a vacinação para as doenças infecciosas graves. chama a atenção o fato de uma doença dessa importância (os
cnt/divulgação
“Tratar o acidente de trânsito terrestre com a mesma seriedade com que se lida com o acidente áereo seria um bom começo” experiência, as portas da habilitação como condutor são abertas. e mesmo com o mecanismo da permissão, que prevalece no primeiro ano com controles mais rigorosos, o potencial de risco de acidente chega a ser 40 vezes maior do que para um condutor na faixa dos 40 anos. Sem a experiência necessária, seduzido pela velocidade e pelo grupo, e com a possibilidade de ter contato com substâncias como o álcool, o acidente pode estar na próxima curva.
Qual avaliação o senhor faz da Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas)? a meta foi proposta em 2011. em dez anos, seria reduzido em 50% o número de mortos no trânsito. foram 181 países assinando esse compromisso com a onu. Por ano, pouco mais de 1,2 milhão de pessoas morrem no mundo. alguns países têm reduzido muito as ocorrências. na espanha, por exemplo, houve redução de mais de 60% da mortalidade em uma ação similar. o brasil ainda está longe. talvez a lei Seca ii seja uma medida com efeitos positivos. mas, por enquanto, o número de mortes no trânsito ainda está muito alto.
A maior deficiência está na educação ou na fiscalização? elas se somam. não se educa e também se fiscaliza mal. o estado muitas vezes tem precário controle do processo. existem vários “brasis” e é necessário trabalhar
O uso de celular e outros equipamentos eletrônicos contribui para agravar a epidemia dos acidentes? tudo que desvia a atenção de quem está conduzindo é perigoso. conduzir um veículo é
o quarto que mais mata no mundo
acidentes de trânsito) não ser percebida com o impacto potencial de risco que carrega como ameaça para a vida dessas pessoas. a comunicação, mais uma vez, poderia fazer a diferença. O senhor considera a necessidade de melhorar o processo de formação dos condutores no Brasil? temos muito o que evoluir na formação do condutor. o sistema de habilitação não se mostra eficaz, e o novo motorista é conhecido fator gerador de acidentes. a habilitação gradativa é método usado com sucesso mundo afora. aqui no brasil o jovem é legalmente impedido de conduzir veículos automotores até os 18 anos. nesse momento, totalmente carente de
para modificar essa realidade. na Suécia, desde os 7 anos, as crianças começam a receber instruções. o estado fornece informações permanentes para toda a sociedade a respeito do risco de dirigir. a criança já cresce com essa perspectiva. o bom comportamento precisa ser mais estimulado no brasil, inclusive na sala de aula.
administrar riscos. Se negligencia a atenção, aumentam as chances de acidente. no momento em que o condutor está teclando, realiza um voo cego. muitas vezes, anda 100m ou 200m sem nenhuma noção do tráfego, e o risco de ocorrer um acidente é muito grande. Falar ao telefone pelo viva voz ou utilizando bluetooth, sem retirar a mão do volante, também é arriscado? o risco não está na ocupação das mãos, está na ocupação do cérebro por tarefas múltiplas concomitantes. dirigir é uma tarefa extremamente complexa e exige permanente utilização das ferramentas cognitivas – atenção, memória, juízo crítico etc. São muitos riscos administrados a cada segundo. o questionamento que é feito pelo fato de o condutor se comunicar com o passageiro no assento ao seu lado e isso não ser visto como aumento potencial de risco, não se sustenta. ambos estariam com a sua atenção voltada para aquele deslocamento e, além disso, apesar de menor, existe sim aumento de risco também nesse processo. mas o risco aumenta quando a conversa acontece com alguém que não está participando da viagem e não compartilha os riscos a cada momento. não é seguro falar por viva voz ou sistema de bluetooth quando está na direção de um veículo. l
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MAIS TRANSPORTE
infraero/divulgação
Dnit reequilibra contratos o dnit (departamento nacional de infraestrutura de transportes) aprovou uma instrução de serviço para reequilibrar os contratos em função dos aumentos expressivos dos materiais betuminosos, como o asfalto. após dois aumentos sucessivos nos preços do asfalto, realizados pela Petrobras em novembro e dezembro, somando uma elevação média de 37% no valor dos dois principais tipos do insumo utilizados em obras de pavimentação - o cimento asfáltico
de petróleo (caP) e o asfalto diluído de petróleo (adP) construtoras que atuam com obras públicas rodoviárias e entidades representativas do setor passaram a reivindicar um ajuste nos preços dos contratos. o departamento procurou contemplar todos os tipos de contratos atualmente vigentes na autarquia, sejam aqueles oriundos da lei nº 8.666/93, sejam aqueles oriundos do rdc (regime diferenciado de contratações).
AEROPORTO Já foram contemplados 49,3 mil m2 de área da obra
PeSQuiSa cnt de rodoviaS 2014
Obras no Santos Dumont
ASFALTO aumentos nos preços reajustam contratos
a infraero entregou mais uma etapa da obra de reconstrução do pátio de aeronaves do aeroporto Santos dumont (rJ). com a conclusão desse serviço, já foram contemplados 49,3 mil m2 de área da obra do pátio. nessa fase, a posição referente à ponte de embarque nº 8 foi liberada para o tráfego. dessa forma, todas as oito pontes voltaram a operar
sem restrição. essa entrega representa um sensível ganho operacional para o aeroporto, já que as pontes de embarque atendem aproximadamente 75% da movimentação total de passageiros e aeronaves. além disso, a utilização das pontes proporciona maior agilidade embarque e desembarque de passageiros. fernanda carvalHo/ fotoS PúblicaS/ divulgação
Substituição de extintores o contran (conselho nacional de trânsito) estabeleceu novo prazo para a substituição dos extintores de incêndio veicular do tipo bc para o abc. agora, com a publicação no dou (diário oficial da união) da resolução nº 521/2015, os motoristas têm até o dia 1º de julho para se adequar à norma. os extintores de incêndio de pó químico tipo bc equiparam os
carros fabricados até 2004. veículos produzidos no brasil a partir de 2005 já saem de fábrica com o extintor recomendado tipo abc. de acordo com a assessoria do denatran (departamento nacional de trânsito), o motivo do novo prazo é que o equipamento está em falta nas lojas. a exigência passaria a valer a partir do dia 1º de abril.
RESOLUÇÃO motoristas têm até o dia 1º de julho para se adequar
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avaliação
Antaq iniciará pesquisa de satisfação dos usuários dos portos antaq (agência nacional de transportes aquaviários) iniciou em março sua primeira pesquisa para aferir o grau de satisfação dos usuários dos principais portos organizados. o levantamento é de abrangência nacional e foi elaborado com rígidos critérios estatísticos. os resultados devem ser divulgados no mês de setembro.
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a pesquisa tem como objetivo conhecer a percepção das empresas sobre os serviços que lhes são prestados nos portos. Serão realizadas mais de cinco mil entrevistas com as empresas exportadoras e importadoras, armadores e agentes marítimos selecionados aleatoriamente. os entrevistados responderão a questões relacionadas
ao acesso portuário, disponibilidade de equipamentos, burocracia, tarifas portuárias, entre outros. os resultados da pesquisa permitirão a construção de diversos indicadores que nortearão a prática regulatória e a adequação dos serviços prestados, em especial no que se refere ao cumprimento dos compro-
missos e padrões com o serviço adequado. as empresas que foram selecionadas pela amostra já estão sendo contatadas para o agendamento da entrevista. a diretoria da antaq ressalta que as empresas devem atender a esse chamamento, indicando um representante com conhecimento dos serviços portuários para responder ao questionário. antaQ/divulgação
PESQUISA antaq quer conhecer a percepção das empresas sobre os serviços nos portos
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MAIS TRANSPORTE acS/SuPrg
Aumento na movimentação o Porto rio grande (rS) intensifica suas ações para se tornar o principal escoadouro da produção agrícola gaúcha. no primeiro bimestre deste ano, o complexo portuário registrou um aumento na movimentação total de cargas de 8,65% quando comparado a 2014. o número representa um acréscimo de 303.485 toneladas. na parte pública do complexo portuário está em andamento a modernização de 1.125 metros de cais, com o objetivo de proporcionar mais segurança para a operação e permitir a atracação de navios mais modernos. a obra deve consumir recursos em torno de r$ 100 milhões, vindos da Secretaria especial de Portos. em 2014, o Porto do rio grande movimentou 34 milhões de toneladas. apenas com a soja foram quase 11 milhões. Para 2015, as projeções são de que a safra gaúcha de soja seja de mais de 14 milhões de toneladas.
Terminal permite liberação de contêineres on-line o tcP (terminal de contêineres de Paranaguá) anunciou, em março, o lançamento de um novo serviço que tem como objetivo facilitar a rotina de importadores. trata-se de um sistema on-line que permite a liberação e o agendamento
para a retirada de contêineres de importação diretamente no site do terminal (www.tcp.com.br). o tcP atua como um recinto alfandegário, responsável por conferir se a carga está com todas as liberações
exigidas pela receita federal, ministério da agricultura, entre outros órgãos responsáveis por esse tipo de controle no país. com a automatização do serviço, que estará disponível 24 horas por dia, será possível
realizar todo esse processo de forma simplificada, agilizando a operação e reduzindo custos para o importador, que não precisará mais se deslocar até o terminal para realizar a liberação presencialmente.
comemoração
Ponte da Amizade completa 50 anos o dia 27 de março, a Ponte internacional da amizade, entre foz do iguaçu (brasil) e ciudad del este (Paraguai), sobre o rio Paraná, completou 50 anos. na data do aniversário, a ponte teve seu tráfego normalizado. desde o início de janeiro foi preciso alternar o tráfego em meia pista, um sentido por vez, com semáforos, para a substituição das placas danificadas de concreto do pavimento.
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inicialmente a previsão era liberar as pistas somente entre abril e maio, mas o ritmo dos trabalhos permitiu antecipar a liberação das duas faixas. agora, as obras de recuperação da ponte continuam em outras frentes, na sua parte inferior e laterais. iniciadas em outubro de 2014, as obras de revitalização foram contratadas com prazo de um ano para sua execução e valor de r$ 10 milhões. além
da substituição das placas de concreto danificadas e dos dispositivos de vedação das juntas de dilatação da pista, serão fixadas novas grades nas laterais da ponte e realizados trabalhos de acabamento e pintura. as obras possibilitarão mais segurança e conforto aos usuários, além de dificultar o descaminho e o contrabando. a última reforma havia sido feita em 2002. a ponte começou a ser
construída em 1956 e a obra foi chefiada pelo engenheiro almyr frança. na época, para que a navegação não fosse interrompida durante a realização dos trabalhos, elaborou-se uma estrutura sustentada sobre arco, um recorde mundial de vão em ponte de concreto armado e arco engastado. nove anos depois do início das obras, a ligação entre brasil e Paraguai foi inaugurada. KiKo SiericK/divulgação
OBRA Ponte da amizade foi concluída pelo extinto dner em 1965
Viracopos terá caixa-forte para cargas valiosas o aeroporto internacional de viracopos/campinas (SP) e a empresa de segurança brinks fecharam uma parceria para erguer dentro do terminal de cargas do aeroporto a primeira
área ultrassegura para armazenagem de cargas de alto valor, em trânsito de importação ou exportação, da américa latina. com uma dimensão de 2 mil metros qua-
drados, a estrutura terá características de construção similares às de um caixa-forte, com paredes mais espessas, e controle rígido de acesso ao local. a brinks já montou
estrutura parecida no aeroporto de Heatrow, em londres, e no charles de gaulle, em Paris. a previsão é de que a nova área do terminal passe a operar no segundo semestre.
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MAIS TRANSPORTE PeSQuiSa cnt de rodoviaS 2014
ANTT altera prazo de validade do RNTRC a antt (agência nacional de transportes terrestres) prorrogou o prazo de validade dos certificados de rntrc (registro nacional de transportadores rodoviários de cargas). todos os documentos que
venceriam entre 31 de março e 30 de maio deste ano tiveram os prazos de validade prorrogados para o dia 31 de maio de 2015. a agência informou que a medida tem o objetivo de garantir a continuidade
do exercício da atividade do transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, não demandando nenhuma ação por parte dos transportadores. as novas
regras e documentos necessários para inscrição e manutenção no rntrc, além do cronograma de recadastramento, podem ser consultados no site da antt no endereço www.antt.gov.br.
Jorge Woll/divulgação
Ferroeste atualiza locomotivas
MODERNIZAÇÃO motores a diesel serão recuperados
Para cortar despesas e melhorar o desempenho da frota, a ferroeste está destinando r$ 1,5 milhão para a modernização de ativos ferroviários. o valor está sendo destinado prioritariamente para recuperar motores a diesel de várias locomotivas. as duas primeiras máquinas que foram modernizadas nas oficinas da ferroeste, em guarapuava, na região central do Paraná,
diminuíram consideravelmente os gastos da empresa com lubrificantes. a redução média de consumo apenas nessas duas locomotivas é de 85%. a economia da frota, como um todo, com a redução do consumo de lubrificantes desde o final de 2014, é de aproximadamente 62% e tende a aumentar com a conclusão dos trabalhos de reforma de outras máquinas.
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aviação
Brasil tem sete aeroportos com certificação operacional brasil tem sete aeroportos com certificação operacional, registro que atesta que o terminal está em conformidade com os padrões internacionais de segurança. outros 25 estão com processos em andamento para obter o certificado. os aeroportos que já receberam o certificado, no brasil, são os de guarulhos (SP), manaus (am), maceió (al), São gonçalo do amarante (rn), galeão (rJ), confins (mg) e brasília (df). os procedimentos para a concessão do certificado obedecem ao regulamento brasileiro da aviação civil. os crité-
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rios seguem orientação da oaci (organização internacional de aviação civil), que fixa normas que devem ser atendidas por aeroportos de todo o mundo. a entidade tem cinco objetivos a serem cumpridos até 2016: elevar a segurança operacional, a capacidade e a eficiência da navegação aérea, a segurança e a facilitação da aviação civil e o desenvolvimento econômico do transporte aéreo. a certificação é dada depois que vistorias verificam o planejamento do aeroporto, sua estrutura administrativa, além de instalações de infra-
estrutura, como as de abastecimento e movimentação de aeronaves, os procedimentos de prevenção, salvamento e combate a incêndio. o processo é conduzido pela gops (gerência de operações aeronáuticas e aeroportuárias) da Sai (Superintendência de infraestrutura aeroportuária) e ocorre em quatro fases: solicitação formal realizada pelo aeroporto; avaliação do pedido – a partir da documentação entregue, das características do terminal, do cumprimento das normas e da capacidade técnico-operacional do aeroporto; inspeção ini-
cial de certificação; e certificação, que é emitida em nome do operador do aeródromo, por ato oficial da anac (agência nacional de aviação civil). conforme dados da oaci, em todo o mundo, 11% dos aeroportos estão certificados. a meta é atingir os 20% até 2016. Segundo a entidade, as explicações para o baixo número de certificações é o fato de as infraestruturas terem sido construídas antes do estabelecimento das regras, além da falta de pessoal técnico capacitado e de regulamentação nacional adequada. infraero/divulgação
PADRÃO INTERNACIONAL aeroporto do rio de Janeiro - galeão está entre os que têm certificação
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MAIS TRANSPORTE Segurança
VLI implanta projeto de manutenção ferroviária vli/divulgação
vli, empresa especializada em operações logísticas que integram terminais, ferrovias e portos, estruturou para 2015 um projeto voltado exclusivamente à manutenção preventiva de sua infraestrutura ferroviária. a estratégia visa reforçar, por exemplo, trabalhos de capina e roçada ao longo das vias da fca (ferrovia centro-atlântica), possibilitando ganhos em segurança operacional e melhorias no entorno da malha. a companhia já investiu aproximadamente r$ 1 milhão na compra de novos equipamentos para a realização dos serviços. a manutenção preventiva de infraestrutura também engloba a limpeza de canaletas e bueiros às margens da linha férrea. os trabalhos asseguram a melhoria do campo vi-
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sual nos cruzamentos rodoferroviários, reduzindo o risco de acidentes. além disso, possibilitam condições favoráveis para a drenagem da água, prevenindo alagamentos e erosões ao longo da malha. o projeto busca otimizar esses processos e garantir a qualidade das ações. Para isso, foi criada uma equipe exclusiva de técnicos e especialistas que agora são responsáveis pela inspeção da malha ferroviária. eles identificam os trechos que necessitam de manutenção e viabilizam os trabalhos. a expectativa é que o projeto consiga aumentar em até 20 vezes o alcance das ações nas vias da fca somente neste ano. a empresa também vem desenvolvendo estratégias para implantar o projeto na ferrovia norte-Sul.
FERROVIA trabalho de capina reduz risco de acidentes
embraer/divulgação
Embraer vende 17 jatos a embraer anunciou que recebeu um pedido de 17 e-Jets do grupo air france-Klm, com valor estimado de uS$ 764 milhões com base em preços de lista, segundo comunicado da empresa. o contrato, que inclui opções para 17 e-Jets adicionais, pode chegar a uS$ 1,5 bilhão, se todas as opções forem exercidas.
o pedido é composto de 15 jatos e175 e dois e190 para a Klm cityhopper, subsidiária regional da Klm. a entrega do primeiro e190 está programada para ocorrer até o final do ano, ao passo que o primeiro e175 vai se juntar à frota da Klm cityhopper no primeiro semestre de 2016.
AVIAÇÃO contrato pode chegar a uS$ 1,5 bilhão
fetergS
Empresas de transporte de passageiros são premiadas Programa gaúcho despoluir, mantido pela fetergs (federação das empresas de transportes rodoviários do estado do rio grande do Sul), em convênio com a cnt (confederação nacional do transporte), entregou troféus e certificados a 21 empresas de transportes coletivos do estado. elas foram avaliadas para aferir os níveis de emissão de gases poluentes em seus veículos. entre as classificadas, as nove que apresentaram o melhor desempenho receberam o troféu despoluir. Por meio dos opacímetros – equipamentos que medem a emissão de gases – equipes do programa avaliaram os veículos de 143 empresas de transportes de passageiros. as que apresentaram níveis de emissão de gases permitidos por resolução do conselho nacional do meio ambiente receberam o Selo despoluir. e as de melhor performance foram premiadas. Para o presidente da fetergs, Pedro antonio teixeira, o
O
número de empresas que participam voluntariamente do Programa gaúcho despoluir e os resultados apresentados demonstram que para o setor a preservação do meio ambiente não é retórica. “o trabalho da fetergs, a adesão voluntária das empresas e a disponibilização da frota para duas aferições anuais são claros in-
dicativos de ações práticas para evitar a emissão de gases poluentes. Hoje, emissão de fumaça preta é algo que não mais se vê nos ônibus que circulam em nosso estado”, disse. em 2014 foram realizadas 14.830 aferições, num universo de 8.699 veículos cadastrados. o índice de aprovação chegou a 92% dos ônibus ava-
liados, percentual que supera a média nacional que, conforme a cnt, é de 81,88%. o Prêmio gaúcho despoluir tem três categorias, reconhecendo empresas de transporte urbano, metropolitano e de longo curso. a entrega ocorreu no mês de março, em Porto alegre. (Com informações da Fetergs) fetergS/divulgação
EVENTO agraciados e autoridades no Prêmio gaúcho despoluir 2014
ford/divulgação
Consultório odontológico móvel com início de atendimentos previstos para junho, a ford apresentou o projeto odontomóvel São bernardo do campo (SP), cidade sede da montadora no país. o caminhão f-350 equipado com consultório odontológico móvel vai prestar atendimento gratuito de saúde bucal para a população do município. o odontomóvel conta com equipamento odontológico completo que permite desde a realização de procedimentos,
como evidenciação de placa bacteriana, orientação de higiene bucal, profilaxia, raspagem supragengival, aplicação de flúor e até cirurgias. a equipe é composta por três pessoas: um dentista, um auxiliar odontológico e um motorista. cada paciente atendido receberá um kit contendo escova, pasta e fio dental. os atendimentos serão concentrados em alunos da rede pública municipal de ensino entre 2 e 15 anos.
CONSULTAS veículo conta com equipamento odontológico completo
REPORTAGEM DE CAPA
Desempenho comprovado
SeSt Senat/divulgação
A instituição teve, em 2014, grandes desafios e um resultado de 8,7 milhões de atendimentos realizados em todo o país
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Por
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KATIANE RIBEIRO
prendizado nunca é demais e os cursos do Sest Senat são referência de qualidade, tanto dos instrutores quanto do material didático. mesmo depois de concluir o curso, uso o material didático que recebi para fazer consultas a todo o momento”. a declaração é do gaúcho eliardo João locatelli que foi vencedor do concurso “melhor motorista de caminhão do brasil”, em 2014. ele já realizou diversos cursos no Sest Senat de carazinho (rS). o último, de formação de motoristas, foi em 2012. locatelli já se prepara para os próximos, que deve fazer nas suas férias, em junho. “não pretendo parar. com a tecnologia avançando, o treinamento é indispensável. indico o Sest Senat sempre”, afirma. os números de atendimentos realizados pelo Sest Senat nas áreas de promoção social e desenvolvimento profissional crescem a cada ano. no total, a instituição registrou 8,7 milhões de atendimentos
“A
QUALIFICAÇÃO Projeto de formação de novos
“Os números confirmam o compromisso de oferecer mais qualidade de vida aos trabalhadores” CLÉSIO ANDRADE PreSidente do SeSt Senat e da cnt
em todo o país. “foi um ano de realizações e esforços para atingir não apenas finalidades imediatas, mas projetar a instituição em um contexto de longo prazo. os números confirmam a atuação do Sest Senat e o compromisso de oferecer mais qualidade de vida aos trabalhadores e seus dependentes”, afirma o presidente do Sest Senat e da cnt (confederação nacional do transporte), clésio andrade. muito mais que cumprir
sua missão de ampliar a oferta de qualificação e aperfeiçoamento profissional, atendimento em saúde e atividades esportivas aos trabalhadores do setor de transporte, o Sest Senat vem contribuindo também para a promoção do desenvolvimento e da integração social, assim como para a qualidade de vida desses trabalhadores. em 2014, cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram de cursos, palestras, campanhas e seminários do Progra-
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fotoS SeSt Senat/divulgação
demanda
Incentivo à habilitação
“Com a tecnologia avançando, o treinamento é indispensável. Indico o Sest Senat sempre” motoristas no Sest Senat de Petrolina (Pe)
ma de desenvolvimento Profissional do Sest Senat. Para a promoção de emprego, renda e bem-estar dos profissionais, foram ofertados novos cursos e serviços especializados. entre as mais de 300 opções, os mais procurados são transporte escolar, veículos de emergência, operador de empilhadeira e atendimento eficaz ao cliente. a modalidade de cursos presenciais registrou mais de 600 mil alunos. desempenho 7% superior ao ano anterior.
ELIARDO JOÃO LOCATELLI motoriSta
a demanda por motoristas profissionais tem sido uma grande preocupação do setor de transporte no brasil. diante desse cenário e visando aumentar o número de jovens qualificados para atuar no setor de transporte, o Sest Senat lançou, em 2014, o projeto Primeira Habilitação para o transporte – cnH Social. o projeto foi criado para conceder carteira nacional de Habilitação, categoria b, gratuita para jovens de baixa renda. em 2014, foram inscritos mais de 130 mil candidatos. Já o projeto Habilitação Profissional para o transporte: inserção de novos motoristas tem o objetivo de viabilizar a mudança de cnH, categoria b para c, d ou e, também gratuitamente. o projeto visa ainda promover a qualificação em cursos especializados, em
PRÁTICA aula de operador de empilhadeira na unidade de São vicente (SP)
uma tentativa de estimular o interesse de novos profissionais em atuar no setor de transporte. no ano passado, recebeu mais de 95 mil inscrições. em abril, serão entregues as primeiras habilitações dos dois projetos. até o fim do ano serão concedidas 60 mil. além dos lançamentos, o Sest Senat oferece, desde 2011, o Projeto de formação de novos motoristas. em 2014, aproximadamente 5.000 alunos realizaram os cursos e elevaram seu potencial de empregabilidade no setor. os cursos oferecidos são destinados à qualificação profissional e são direcionados às ocupações de motoristas de ônibus, caminhão e carreta. a carga horária mínima é de 160 horas distribuídas entre os módulos básico, intermediário, especializado e prático.
as aulas de desenvolvimento profissional realizadas na modalidade a distância são oferecidas em dois formatos, mídia impressa e via internet. o objetivo é flexibilizar a aprendizagem dos alunos, facilitando o acesso à informação. foram ofertados cursos técnicos de nível médio e de formação inicial e continuada. no total, o Sest Senat registrou mais de 44 mil alunos, 19% a mais que no ano anterior. o ano de 2014 também trouxe avanços para suprir a demanda de qualificação de pro-
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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL Modalidades cursos presenciais cursos a distância campanhas, palestras e seminários total
Participantes 633.059 46.562 782.704 1.462.325 fonte: Sest Senat
PaleStraS
Conhecimento aprimorado mais de 400 mil participantes em todo o brasil. esse é o número do projeto Palestras do Sest Senat, criado em 2007, com o objetivo de aprimorar o conhecimento profissional e contribuir para a promoção da saúde e da qualidade de vida dos trabalhadores do setor. a ação, que acontece durante todo o ano, pretende manter os participantes informados sobre a realidade do mercado de trabalho no transporte e fortalecer as discussões sobre saúde, relacionamento humano e cidadania. entre os mais de 70 temas já abordados, estão direção defensiva, cuidados para o motofretista, manutenção preventiva e gestão de pneus, mobilidade urbana, saúde da coluna, violência doméstica e melhor idade.
realizadas de forma didática e atrativa, as apresentações contam com o auxílio de recursos audiovisuais. os participantes recebem, ainda, cartilhas com os principais temas abordados nas palestras. todos os anos são incluídos oito novos temas. os de 2015 são: qualidade de vida no trabalho, hipertensão arterial, higiene pessoal, educação ambiental e desenvolvimento sustentável, transporte de cargas, transporte de passageiros, planejamento de rotas e empregabilidade. os interessados em participar das palestras devem procurar uma das 149 unidades da entidade espalhadas no país e se informar das datas e horários previstos. mais informações podem ser obtidas pela central de relacionamento no 0800 7282891.
FISIOTERAPIA é a segunda especialidade mais
fissionais e atender a outros modais de transporte além do rodoviário. no setor aéreo, o Sest Senat atuou na oferta dos cursos de técnico aeroportuário, técnico em manutenção de aeronaves (especialidades: célula, grupo motopropulsor e aviônicos), agente de limpeza em aeronaves e agente de aeroporto. no ano passado, foram matriculados 841 alunos. Para atender o modal aquaviário, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o brasil, a apec (centro de treina-
mento Portuário de flandres), filiada ao Porto de antuérpia, na bélgica, a codesa (companhia docas do espírito Santo) e o Sest Senat. o convênio prevê novas ações para a capacitação de trabalhadores para o setor portuário brasileiro. o objetivo é desenvolver iniciativas conjuntas que englobem a formação, a qualificação profissional e a transferência de tecnologia da bélgica para o brasil. Promoção social em 2014, a assistência
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SeSt Senat/divulgação
educação
Oportunidades no mercado de trabalho
procurada na área de saúde no Sest Senat
odontológica do Sest Senat também foi destaque. foram realizados mais de 900 mil atendimentos. a especialidade é referência nacional e a mais procurada pelo trabalhador. todas as 149 unidades no país realizam procedimentos básicos em educação e prevenção, nas especialidades endodontia, ortodontia e prótese. o trabalho desenvolvido pelo Sest Senat é feito de forma contínua e busca conscientizar as pessoas sobre a
Para acompanhar as políticas públicas do país e cumprir com a missão de qualificar o trabalhador em transporte, o Sest Senat firmou parceria com o ministério da educação para atuação no Pronatec (Programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego). o programa foi criado para ampliar as ofertas de cursos de educação profissional técnico de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada. o objetivo é melhorar a qualidade do ensino médio público e aumentar as oportunidades dos jovens ingressarem no mercado de trabalho. em 2014, foram aproximadamente 100 mil alunos atendidos no Pronatec em
necessidade da mudança de comportamento para reforçar as práticas de prevenção às doenças e melhorar a saúde e a qualidade de vida. “eu sempre quis melhorar os dentes; o tratamento que realizei, na unidade de foz do iguaçu (Pr), de reabilitação oral, foi maravilhoso, devolveu harmonia ao meu sorriso. conheci a entidade por meio do meu esposo, que é motorista autônomo, e falo para todo mundo dos serviços do Sest Senat”, afirma a artesã Sirlene Soares.
131 unidades em todo o país. além disso, 70% dos cursos ofertados pelo programa foram direcionados à qualificação em ocupações que atendem às demandas das empresas de transporte, como operador de empilhadeira, operação de logística portuária e almoxarife. Para contribuir ainda com a formação de jovens
com idades entre 14 e 24 anos, o Sest Senat também registrou mais de 15 mil matrículas no projeto Jovem aprendiz. o objetivo é proporcionar à juventude brasileira os conhecimentos teóricos e práticos necessários ao desempenho de uma profissão e auxiliar na empregabilidade de jovens e adolescentes.
ALUNOS MATRICULADOS NO PRONATEC 2014
96.121
2013
60.118
2012
2.024 fonte: Sest Senat
Em 2014, foram realizados mais de
900 mil atendimentos odontológicos
Sirlene é uma das 7,3 milhões de pessoas atendidas no Programa de Promoção Social do Sest Senat, em 2014. o programa pretende promover a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores do setor de transporte e de seus dependentes. o Sest Senat oferece consultas e tratamentos nas especialidades de odontologia, fisioterapia, psicologia e nutrição. no ano passado, a instituição realizou mais de 1,2 milhão de atendimentos.
ESPORtE E lAzER
Largada para a atividade física Em 2014, as ações de esporte e lazer do Sest Senat alcançaram mais de 1 milhão de pessoas nos Programas de Promoção Social. Um aumento de 5,16% em relação a 2013. Para o Sest Senat, a atividade física significa manter a forma e valorizar o bem-estar do corpo e da mente. Visando incentivar a prática de exercícios, a instituição possui diversos projetos, como a Copa Sest Senat de Futebol Society, a Escola de Esportes, os Polos Olímpicos e o Circuito de Caminhada e Corrida de Rua. Mais de 14 mil pessoas se exercitando nas ruas. Esse foi o resultado da primeira edição do Circuito de Caminhada e Corrida de Rua, em 2014. No total, ocorreram oito etapas nas cidades de Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Ribeirão Preto (SP), Campos dos Goytacazes (RJ), Recife (PE), Cariacica (ES) e Chapecó (SC). Foram realizadas provas de 5 e 10 km para corridas e 2 km para caminhada. Puderam participar trabalhadores autônomos, proprietários de empresas do setor de transporte, além de funcionários da instituição.
Em 2015, o circuito terá início no dia 19 de julho, em Brasília (DF). Outras 11 cidades receberão etapas do evento durante o ano. São elas: Crato (CE), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), Feira de Santana (BA), Curitiba (PR), Boa Vista (RR), Cariacica (ES), Ribeirão Preto (SP), Campos dos Goytacazes (RJ), Chapecó (SC) e Recife (PE). Outro evento esportivo, a Copa Sest Senat de Futebol Society, reuniu no ano passado mais de 6.000 atletas em uma trajetória de 1.072 jogos. O campeonato, que acontece desde 2012, é disputado na modalidade futebol 7 (entre dois times de sete jogadores cada) e promove a integração, a socialização e o incentivo à prática desportiva. A edição 2015 da copa teve início no mês de março, com a fase regional, em cada unidade do Sest Senat, e vai até o mês de maio. A etapa nacional ocorre em agosto, e os vencedores devem ser conhecidos no mês de setembro. Nas demais ações desenvolvidas dentro do programa, a Escola de Esportes e os Polos Olímpicos atenderam juntos quase 400 mil participantes.
NÚMERO DE ALUNOS NAS ESCOLAS DE ESPORTE 2014
383.572
2013
289.850
2012
261.334 Fonte: Sest Senat
BEM-ESTAR
As ações de saúde e qualidade de vida reforçam as práticas de prevenção às doenças e o engajamento da população. A finalidade é levar ao trabalhador informações sobre prevenção e manutenção da saúde, cidadania e educação ambiental. Mais de 880 mil pessoas participaram dessas ações, no ano passado.
Outra atividade importante, o projeto Comandos de Saúde nas Rodovias, realizou mais de 14 mil atendimentos a caminhoneiros em todo o Brasil. A ação que iniciou em 2006 é realizada em parceria com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). A campanha educativa tem a finalidade de refor-
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FOTOS SérGiO ALBErTO/CNT
ATividAdES SOCiOCuLTurAiS
Crescimento de 30% Em 2014, o Sest Senat comemorou duas décadas e para festejar realizou eventos que divulgaram seus serviços e produtos. Entre as atividades destacam-se os mais de 50 shows das duplas César Menotti & Fabiano e Alan e Alex. Nas demais ações desenvolvidas na Promoção Social, os resultados de 2014 também são bastante positivos. As atividades socioculturais e recreativas atingiram quase 4 milhões de pessoas, o que representou um
crescimento de 30% em relação a 2013. Além desses eventos, o Sest Senat participou da 5ª edição do “Melhor Motorista de Caminhão do Brasil”, da qual o gaúcho Eliardo João Locatelli foi o vencedor. A competição realizada pela montadora Scania, em parceria com o Sest Senat, tem o propósito de reunir motoristas com CNH de categoria “E” de todo o país, para mostrar suas habilidades na direção.
ANIVERSÁRIO Shows de César Menotti & Fabiano e Alan e Alex Circuito Sest Senat de caminhada e corrida de rua em Belo Horizonte (MG)
SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA 2014 Consultas realizadas nas unidades Especialidades Odontologia Fisioterapia Psicologia Nutrição Total
Atendimentos 900.302 194.843 79.296 40.896 1.215.337 Fonte: Sest Senat
çar, junto aos caminhoneiros em trânsito, a necessidade de manter a saúde em dia para se evitar acidentes. No local do evento são realizados exames rápidos, palestras e distribuição de brindes e materiais explicativos sobre temas relacionados ao dia a dia do caminhoneiro. Entre os
exames realizados estão aferimento de pressão, colesterol, glicemia, triglicerídeos, verificação de peso, altura e massa corpórea, frequência cardíaca, acuidade auditiva e visual, dentre outros. l Veja mais sobre o projeto Comandos de Saúde na página 28
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SEST SENAT
Prevenir é o melhor remédio Primeira fase do comandos de Saúde nas rodovias 2015 atendeu caminhoneiros em 17 estados e no df Por
primeira etapa do projeto comandos de Saúde nas rodovias de 2015 atendeu caminhoneiros em 18 rodovias federais de 17 estados e do distrito federal. na primeira edição anual do evento realizada em 11 de março, profissionais de saúde levaram informações aos caminhoneiros sobre “alongamento diário para a coluna” e “Saúde e Segurança no trabalho”. as próximas edições estão previstas para acontecer nos dias 20 de maio, 19 de agosto e 21 de outubro.
A
JANE ROCHA
o comandos de Saúde nas rodovias é uma parceria entre o Sest Senat e o departamento de Polícia rodoviária federal. a ação orienta os motoristas sobre a importância dos cuidados básicos com a saúde. o evento tem como objetivos prevenir acidentes, garantir mais segurança nas rodovias, além de obter indicadores estatísticos sobre o perfil de saúde física e mental dos motoristas profissionais. os trabalhadores do setor de transporte rodoviário são abordados nas rodovias pelos agentes da
Prf (Polícia rodoviária federal) e convidados a participar da ação. depois de realizado um cadastro, os motoristas passam por exames rápidos, como aferimento de pressão, verificação de peso, altura, massa corpórea, circunferência cervical e abdominal, acuidade visual e auditiva, frequência cardíaca e glicemia. a realização dos exames é sempre acompanhada por um médico que, quando necessário, encaminha o motorista para atendimento e tratamento em uma das unidades operacionais do Sest Senat ou postos de saúde.
Para o presidente do Sest Senat e da cnt, clésio andrade, é fundamental oferecer informações sobre saúde aos caminhoneiros que circulam por todo o brasil. “o intuito é oferecer melhores condições ao trabalhador do setor de transporte rodoviário para que ele possa desempenhar suas funções de maneira segura", afirma clésio andrade. caminhoneiro há 15 anos, robson marquezini da Silva participou do comandos de Saúde nas rodovias quando passava pela br-116, próximo a
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fotoS SeSt Senat/divulgação
VISÃO caminhoneiro aproveita o comandos de Saúde nas rodovias em cariri (to) para fazer exames oftalmológicos
Juiz de fora (mg). ele conta que a iniciativa do Sest Senat e do departamento de Polícia rodoviária federal faz toda a diferença para os trabalhadores do setor de transporte rodoviário que passam muito tempo nas estradas. “fui convidado por agentes da Prf para participar da ação e encaminhado para fazer exames no local. além disso, recebi boas dicas de alongamento, saúde e segurança no trabalho que serão úteis por toda a vida. iniciativas como essa mostra preocupação com a categoria que passa dias
nas estradas do brasil“, afirma o morador de leopoldina (mg). Juliano ribeiro da Silva, 36 anos, também participou da última edição do comandos de Saúde nas rodovias. caminhoneiro há 18 anos, ele conta que a ação ajudou a alertá-lo sobre os danos à saúde causados pelo excesso de peso. “realizei todos os exames oferecidos pelo programa e me comprometi em melhorar minha alimentação, além de praticar atividades físicas regularmente. a iniciativa é excelente
oportunidade para conferir como está a saúde sem tomar tempo do motorista”, afirma. desde 2006, mais de 80 mil motoristas das rodovias participaram da ação. em 2014, foram realizados aproximadamente 14 mil atendimentos nas quatro etapas do comandos de Saúde nas rodovias. os temas abordados no evento do ano passado foram “doenças endêmicas” “Saúde e Segurança no trabalho”, “violência doméstica” e “combate a doenças Sexualmente transmissíveis”.
em 2013, 12.234 profissionais foram atendidos nas quatro edições do evento. no período, 40,49% dos motoristas avaliados estavam acima do peso e 32,53% apresentaram características de obesidade, com circunferência abdominal elevada. além disso, 28,09% apresentaram alto nível de triglicerídeos, o que representa uma alimentação irregular e rica em carboidratos e gordura. Veja a seguir imagens do Comandos de Saúde em outras rodovias.
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RELAXAMENTO motoristas que passavam por maceió (al) fizeram alongamento sob orientação dos profissionais do Sest Senat
CORAÇÃO em natal (rn) os caminhoneiros aproveitaram para aferir a pressão arterial
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CONTROLE DO PESO motorista de campina grande (Pb) aproveita o evento para conferir a massa corpórea, circunferência cervical e abdominal
SAÚDE em manaus (am) os motoristas aproveitaram os serviços oferecidos pelo Sest Senat l
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GESTÃO AÉREA
Por JANE
ROCHA
s novos leilões para concessões de aeroportos à iniciativa privada devem ocorrer no primeiro semestre de 2016. a declaração foi feita pelo ministro da Sac (Secretaria de aviação civil), eliseu Padilha, em março, durante a abertura da airport infra expo 2015, evento sobre gestão aeroportuária realizado em brasília. Segundo Padilha, os próximos terminais concedidos serão os aeroportos Salgado filho, em Porto alegre (rS), deputado luís eduardo magalhães, em Salvador (ba), e Hercílio luz, em florianópolis (Sc). “e continuaremos depois com novos lotes de concessões. é uma meta buscar a parceria com o setor privado em todos os aeroportos em que a operação financeira se beneficie com a concessão, e o objetivo maior é manter os níveis de qualidade dos serviços prestados”, declarou o ministro. até agora, foram cinco aeroportos já concedidos à iniciativa privada: aeroporto in-
O
CONCESSÕES o ministro da Sac (Secretaria de aviação civil), eliseu Padilha, descartou o repasse dos terminais
Novas conce terminais aéreos de Porto alegre (rS), Salvador (ba) ternacional de São Paulo/guarulhos - governador andré franco montoro (SP), aeroporto internacional de viracopos, em campinas (SP), aeroporto internacional Juscelino Kubitschek (df), aeroporto internacional de confins - tancredo neves, em confins (mg) e aeroporto internacio-
nal do rio de Janeiro/galeão antônio carlos Jobim (rJ). a concessionária vencedora para assumir a unidade de Porto alegre também será responsável pela construção de um novo terminal que deverá ficar pronto até 2029 na cidade de Portão, localizada a 30 quilômetros da ca-
pital gaúcha. a proposta do novo aeroporto foi concebida para desafogar o movimento no Salgado filho, que, mesmo com as obras de ampliação, deve chegar ao seu limite em dez anos. Segundo Padilha, a licitação deverá acontecer entre 360 e 480 dias. o ministro também afirmou
fotoS Sator eventoS/divulgação
deSafioS
Melhorar a infraestrutura
de congonhas (SP), Santos dumont (rJ) e manaus (am) para a iniciativa privada
o secretário-executivo da Sac, guilherme ramalho, destacou que o desafio do país é aumentar a oferta de infraestrutura e de serviços aeroportuários. “a demanda pelo setor aéreo brasileiro triplicou nos últimos dez anos, triplicará novamente nos próximos 20 anos, e a descentralização dos fluxos e das rotas é fundamental”, disse. Segundo ramalho, nos últimos quatro anos foram investidos r$ 13,4 bilhões nos grandes aeroportos e, com as concessões, foi introduzido o conceito da concorrência, fundamental para a elevação do nível de serviços. “temos o desafio de repetir o mesmo êxito dos aeroportos grandes nos aeroportos regionais oferecendo condições adequadas e preço justo. o que não é absurdo de se pensar, considerado o aumento populacional e econômico das mais diversas regiões do país”, defendeu.
de acordo com secretárioexecutivo da Sac, entre 80 e 90 aeroportos oferecem voos regulares fora das capitais. o dado aponta que, cerca de 40 milhões de pessoas, ou seja, 21% da população, não têm acesso à aviação regional. além disso, as passagens aéreas de voos regionais são em média 31% mais caras que as dos grandes centros. “as rotas exclusivamente regionais representam 1% dos assentos ofertados, o que indica a grande concentração das rotas entre capitais, deixando de lado a aviação regional. Para algumas regiões, o acesso à aviação regular tem mais a ver com o direito de deslocamento de cada brasileiro do que com a oportunidade econômica da atividade. os programas de investimentos e subsídios visam aumentar o número de cidades atendidas e a freqüência dos voos entre elas”, destacou ramalho.
ssões em 2016 e florianópolis (Sc) serão os próximos repassados à iniciativa privada que os aeroportos concedidos elevaram o nível de serviço e atendimento dos complexos aeroportuários brasileiros e a aprovação dos passageiros. “esses aeroportos puxaram os complexos administrados pela infraero e certamente essa realidade incentivará a competição entre
os aeroportos, em um ciclo virtuoso benéfico para a nação. os esforços da pasta são para que o mercado de aviação civil dê resultados positivos nas próximas décadas”, declarou Padilha. Para o economista de investimentos em infraestrutura da gP investments, Helcio tokeshi, en-
tretanto, não deveria ser adotado nos novos leilões de aeroportos o modelo implementado nas concessões já realizadas. Segundo tokeshi, o ideal é que os leilões sejam feitos por blocos de aeroportos, e não mais por unidade, como ocorreu nos já repassados à iniciativa privada. “é
necessário mudar a forma de concessão para fortalecer o sistema e torná-lo mais ágil. aeroporto não cria desenvolvimento regional sem base econômica essencial para atrair as companhias aéreas”, defendeu tokeski, durante o seminário. de acordo com o economis-
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JogoS olÍmPicoS
Ações no Galeão e Santos Dumont Para receber os 380 mil estrangeiros e os turistas brasileiros esperados para os Jogos olímpicos e Paraolímpicos rio-2016 que serão realizados de 5 a 21 de agosto do ano que vem, os aeroportos da cidade receberão melhorias de infraestrutura e operação. o aeroporto internacional tom Jobim (galeão) será reformado e ampliado, enquanto o Santos dumont receberá melhorias na operação e conforto. Segundo o diretor de aeroportos da Sac, Paulo Henrique Possas, todo o processo está calcado em um manual de planejamento. “vamos seguir o esquema utilizado na copa do mundo. o galeão atenderá todo o público e Santos dumont ficará com as operações domésticas. temos uma série de eventos es-
portivos este ano que servirão de testes. é o caso do torneio de hipismo que conta com carga extremamente valiosa”, explicou Possas. de acordo com informações do rio galeão, consórcio responsável pela operação, manutenção e ampliação do local, o investimento em infraestrutura e melhoria de serviços no galeão é de r$ 2 bilhões. o intuito é que, até as olimpíadas, o aeroporto opere não com 17,3 milhões de passageiros por ano e, sim, com capacidade ampliada para 37,5 milhões. Já no aeroporto Santos dumont, com capacidade de atender 9,9 milhões de passageiros por ano, a infraero investirá r$ 51,09 milhões em melhoria das operações e aumento do conforto.
“É uma meta buscar a parceria com o setor privado nos aeroportos em que a operação financeira se beneficie com a concessão” ELISEU PADILHA, miniStro da Sac
ta, a definição dos blocos poderia ocorrer a partir de estratégias comerciais que considerem as operações complementares entre os terminais, como as rotas que podem ser implementadas entre cada um. tokeski argumenta que, embora alguns terminais que ainda estão sob a gestão da infraero estejam com elevado grau de saturação, não têm grande atratividade de pas-
ENCONTRO Palestrantes
sageiros, o que poderia comprometer a viabilidade econômica de uma concessão. “no méxico, por exemplo, terminais menores servem como apoio ao aeroporto maior. São relações que se completam sem competir em si”, destacou. Infraero ainda no encontro, o ministro eliseu Padilha descartou o re-
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Expectiva é receber
380 mil
debateram o futuro da infraestrutura aeroportuária no brasil e planos para a gestão brasileira a curto, médio e longo prazo
passe dos terminais de congonhas (SP), Santos dumont (rJ) e manaus (am) para a iniciativa privada. “esses aeroportos mantêm a receita mínima e necessária para a subsistência da infraero”, declarou Padilha. o ministro também comentou o processo de reestruturação da estatal, com a proposta de criação de três subsidiárias: a infraero Serviços, que teria um sócio
internacional e com o objetivo de buscar novos negócios nos mercados doméstico e internacional; a infraero Participações, que seria responsável pela gestão das participações da empresa nas sociedades de propósito específico que administram aeroportos concedidos; e a terceira, ainda em estudo preliminar, prevê a separação do negócio de navegação aérea para
uma empresa própria. “o intuito é aproveitar melhor o potencial de gestão da infraero.” o presidente da infraero, gustavo do vale, afirmou que a estatal teve que se renovar sob todos os pontos de vista. “as concessões impactaram na infraero, o que gerou o desafio da mudança da estrutura da gestão da empresa monopolista, que passou a viver em um mercado concorrencial”, disse. Segundo vale,
turistas no Rio, durante os Jogos Olímpicos de 2016 a empresa passará por uma mudança estrutural importante. “os aeroportos serão centros de negócios autônomos e com um superintendente com poder de decisão”, declarou. vale afirmou ainda que a infraestrutura ofertada pela empresa foi atropelada pelo crescimento da demanda. “Perdemos 58% das nossas receitas e só conseguimos transferir ao setor privado cerca de um terço das nossas despesas.” l
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AQUAVIÁRIO
Gestão premiada Porto de São Sebastião é o primeiro terminal público do país a receber a certificação iSo 14001 da
Porto de São Sebastião recebeu em março deste ano a certificação da norma iSo 14001, reconhecida internacionalmente. administrado pela companhia docas de São Sebastião, empresa vinculada à Secretaria de estado de transportes de São Paulo, o porto público é o primeiro do país
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REDAÇÃO
entre os 37 em operação a ter a certificação. a adesão e certificação a iSo 14001 é voluntária. comprova o desempenho da gestão ambiental da empresa, por meio do controle dos aspectos e impactos ambientais relacionados às atividades desenvolvidas, desde o consumo de recursos naturais
(água, energia e papel) até os efluentes, resíduos sólidos e emissões atmosféricas. Para a emissão da iSo 14001 também são considerados o controle, prevenção, mitigação, monitoramento e contingência da poluição ambiental. além disso, faz parte do escopo da certificação todas as atividades exercidas pela compa-
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fotoS Porto S達o SebaSti達o/divulga巽達o
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nhia docas, incluindo a exploração do Porto organizado, gestão da infraestrutura, fiscalização das operações, programas de capacitação ambiental para os funcionários e a melhoria continua do Sistema de gestão ambiental. o presidente da companhia docas de São Sebastião, casemiro tércio carvalho, disse na época que a certificação que é um exemplo de que é possível fazer gestão pública com qualidade. “a iSo 14001 traz ganhos importantes para o porto, pois atrai as empresas que têm uma preocupação socioambiental e demonstra para a sociedade, colaboradores, parceiros e clientes que o porto tem compromisso com o meio ambiente. afinal, é o único do país a ter essa certificação. as questões ambientais do porto estarão sempre em primeiro plano”, afirmou. o Porto de São Sebastião é também o primeiro do brasil a possuir um Plano de área, que reúne as medidas necessárias a serem tomadas em
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RECONHECIMENTO o porto de São Sebastião é o segundo do país no Índice de
Nos últimos quatro anos foram investidos mais de
R$ 25 mi na área ambiental
caso de acidentes com derramamento de óleo na área do Porto organizado. além disso, foi avaliado como o segundo do país no Índice de Q ualidade e gestão ambiental em Portos organizados, da antaq (agência nacional de transportes aquaviários). a conquista da certificação é fruto de constantes investimentos da companhia docas. no total, foram destinados mais de r$ 25 milhões de in-
vestimentos na área ambiental nos últimos quatro anos, contemplando dez programas de monitoramento da qualidade e de educação ambiental, construção de central de armazenamento e triagem de resíduos do porto, aquisição de equipamentos de monitoramento de emissões atmosféricas, treinamentos e capacitações, entre outros. também foi implantado, em 2013, o ceate (centro de atendi-
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“A ISO 14001 demonstra que o porto tem compromisso com o meio ambiente” Qualidade e gestão ambiental em Portos organizados, segundo a antaq
mento do Porto de São Sebastião), que opera 24 horas por dia e conta com equipes capacitadas para atender emergências ligadas a vazamentos de óleo no mar. Sobre o Porto São Sebastião localizado na costa norte paulista, na cidade de São Sebastião, a 200 quilômetros de São Paulo, o porto tem uma configuração natural que o coloca como a terceira melhor
região portuária do mundo. entre os principais produtos de importação do porto estão barrilha, sulfato de sódio, malte, cevada, trigo, produtos siderúrgicos, máquinas e equipamentos, bobinas de fio de aço e cargas. o porto exporta veículos, peças, máquinas e equipamentos, virtualhas (mantimentos), produtos siderúrgicos e cargas gerais. as instalações de atracação do porto, em formato de
CASEMIRO TÉRCIO CARVALHO PreSidente da comPanHia docaS de São SebaStião
píer, medem 362 metros distribuídos em quatro berços. o principal, com 150 metros de comprimento, está associado a dois dolfins (colunas de concreto fincadas no fundo do mar que aflora à sua superfície e serve para atracar ou para amarrar navios), o que permite atracação de embarcações de até 250 metros e profundidade de nove metros. os outros três berços de menor comprimento e profundi-
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dade de sete metros atendem embarcações de menor porte. o porto conta com um armazém em alvenaria com 1.131 m2, três armazéns estruturados em lona, com 5.000 m2 de área cada um e dois pátios, perfazendo 58,5 mil m2 para carga geral. na área do porto organizado está situado o terminal de uso Privativo - tebar (terminal marítimo almirante barroso), da Petrobras, para petróleo e derivados, operando em dois píeres e compondo quatro berços, numa extensão de 905 metros, com profundidade variando entre 14 e 26 metros. Para depósito, são utilizados 43 tanques, representando 2,1 milhões de toneladas de capacidade. nos últimos cinco anos, São Sebastião movimentou 3,5 milhões de toneladas no cais comercial público. em 2014 foram movimentados 730,4 mil toneladas de produtos siderúrgicos, veículos, pallets, contêiners, ração animal, cevada e malte a granel, animais vivos, entre outros. l
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FERROVIÁRIO
Operações sobrecarregadas trens e metrôs transportaram 2,9 bilhões de passageiros em 2014, 4,4% a mais em relação a 2013 Por
total de passageiros que utilizaram o transporte sobre trilhos nos deslocamentos diários, em 2014, chegou a 2,9 bilhões. os números representam uma evolução de 4,4% em relação a 2013. atualmente, a rede metroviária recebe, por dia, 9,8 milhões de passageiros. os dados constam no "balanço do Setor metroferroviário de Passageiros 2014/2015", divulgado pela anPtrilhos (associação nacional dos transportadores de Passageiros sobre trilhos), no dia 6 de abril. de acordo com a entidade, com o constante crescimento de usuários do transporte público urbano e o lento crescimento da malha, o sistema metroferro-
O
KATIANE RIBEIRO
viário segue com as operações sobrecarregadas. “nos últimos anos, o número de passageiros cresceu a uma média anual de 10%, enquanto a malha expande menos de 1%. isso explica o nível de congestionamento dos sistemas atuais, que têm uma demanda muito superior à oferta que se consegue pôr em operação”, avalia a superintendente da entidade, roberta marchesi. Para ela, é fundamental priorizar esse modal para desafogar o trânsito nas grandes cidades e garantir mais qualidade ao serviço prestado para os usuários. “os investimentos são pequenos frente à necessidade. além da expansão, os sistemas que já existem devem ser modernizados, para que pos-
sam transportar mais passageiros”, complementa. com a realização da copa do mundo no brasil, o setor esperava a conclusão de cinco novos projetos, que tinham recursos garantidos por meio do Pac 2 (Programa de aceleração do crescimento) e do Pac copa: o monotrilho de manaus (am), o vlt de cuiabá (mt), o vlt de brasília (df), o monotrilho linha 17 de São Paulo (SP) e o vlt de fortaleza (ce). Juntos, consolidariam um incremento de 79,4 quilômetros de linhas. no entanto, nenhum desses projetos foi finalizado. desta forma, a rede metroferroviária continua registrando um crescimento muito pouco significativo, apenas 3% em 2014. os sistemas metroviários
brasileiros estão restritos a apenas 12 regiões metropolitanas (situadas em 11 estados e no distrito federal), respondendo por um percentual de viagens muito baixo, com exceção dos estados de São Paulo e rio de Janeiro. o transporte de passageiros sobre trilhos está em operação em menos da metade dos estados brasileiros. a entidade ressalta que os custos do setor devem crescer em decorrência da elevação da tarifa da energia elétrica. considerando as altas desde outubro do ano passado, existe uma aumento real de 95%. as despesas com folha de pagamento e energia representam 70% das contas das empresas.
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fotoS anPtrilHoS/divulgação
CRESCIMENTO anPtrilhos divulga balanço do setor metroferroviário em brasília
o setor também afirma que a proposta do governo federal em alterar a atual política de desoneração da folha de pagamento gerou insegurança em todos os setores produtivos. o aumento na alíquota de contribuição sobre a receita bruta das empresas deve impactar nos custos do setor. Segundo a anPtrilhos, os três maiores operadores metroferroviários do país afirmam que a mudança na carga tributária implicará em um aumento de custo de r$ 73 milhões em 2015.
DEMANDA rede metroferroviária não é suficiente
Novos projetos conforme a anPtrilhos, existem 20 projetos já contratados
ou em execução, que correspondem à construção de mais 336 quilômetros de trilhos, entre trens urbanos e regionais, metrôs, vlts e monotrilhos. a expectativa da entidade é que as obras estejam concluídas até 2020. entretanto, há o receio de que os projetos sofram algum tipo de impacto decorrente das medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo federal e em razão das dificuldades financeiras enfrentadas por alguns estados. isso porque a maior parte deles deve ser custeada por verbas públicas. “o setor tem acompanhado os movimentos do governo. é uma preocupação garantir a continuidade dessas obras. temos alertado o poder público para a importância da manutenção desses investimentos, especialmente porque mobilidade é um gargalo nas médias e grandes cidades”, destaca roberta. Quando concluídas, as novas linhas beneficiarão moradores de São Paulo, mato grosso, goiás, ceará, Pernambuco, bahia e rio de Janeiro. Há, ainda, uma carteira de 18 projetos de sistemas sobre trilhos prontos para sair do papel. Juntas, todas as iniciativas praticamente duplicariam a malha brasileira, que hoje é de pouco mais de mil quilômetros. l
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REÚSO
exemplos de ações
sustentáveis empresas de transporte estão envolvidas com o uso racional e o reaproveitamento da água Por
crise da falta de água no país tem incentivado mais empresas de transporte a adotar projetos que reutilizem o recurso hídrico. a ideia de reaproveitar a água utilizada no trabalho desenvolvido pelo setor de transporte foi adotada por grande parte dos transportadores e pelos funcionários. Produzir de forma cada vez mais eficiente e responsável, geren-
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JANE ROCHA
ciando impactos da atividade sobre o meio ambiente, tem sido um desafio diário para as empresas do setor. de ferrovias de cargas a empresas de transporte urbano, todos os modais estão envolvidos em causas de preservação do recurso hídrico. a solução para a crise da água no brasil passa pelo planejamento do poder público e das empresas, além da conscientização da sociedade civil sobre a melhor forma de
usar o recurso. Segundo dados da onu (organização das nações unidas), o consumo mundial da água dobra a cada 20 anos. de acordo com a entidade, a população do planeta cresceu três vezes e o consumo de água se multiplicou por seis no século passado. a escassez de água no país incentivou as empresas de transporte a adotarem projetos que economizem um bem tão precioso. é o caso da veloce logística. a
empresa paulista de transporte de cargas não esperou o reservatório da cantareira em São Paulo baixar de 95% para 10% para começar a economizar. desde 2010, a veloce capta água das chuvas e trata a água utilizada na sede para reutilização na lavagem de suas 660 carretas. a medida reduziu em 80% o consumo de água para lavar cada veículos, de 660 litros para 140 litros. além disso, desde 2013, a veloce não utiliza
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veloce logÍStica/divulgação
ECONOMIA a veloce logística reduziu o consumo em 80% com a captação de água da chuva e tratamento do recurso utilizado na empresa
mais água tratada da Sabesp (companhia de Saneamento básico do estado de São Paulo) para essa finalidade. em quatro anos, a empresa economizou 2,1 milhões de litros de água que puderam ser usadas para consumo da população. “entendemos que faz parte de nossa responsabilidade social e ambiental reduzir os impactos de nossa atividade e contribuir para a sustentabilidade da cadeia produtiva de nossos clientes”,
afirma o presidente da veloce logística, Paulo guedes. as ações sustentáveis da empresa não param por aí. a veloce implantou um programa de conscientização dos funcionários para uso racional da água e de energia. três vezes por semana são ministradas palestras aos funcionários com o tema “diálogos de Segurança e meio ambiente”. a empresa também promove internamente a campanha “guar-
dião das águas”, ação criada pela Sabesp para orientar a população a reduzir o consumo. além disso, a cada dez dias são enviadas por e-mail dicas de economia de água aos funcionários. os empregados recebem avisos diários pela intranet e pelas redes sociais sobre a importância de colaborar com o meio ambiente. a mrS logística adotou um projeto criado por dez funcionários da equipe de recuperação de
componentes mecânicos e produção industrial que resultou em economia de água e ganhos sustentáveis. o grupo elaborou um sistema de testes para resfriadores de ar e de óleo e radiadores de locomotiva com o objetivo de economizar água, melhorar a ergonomia dos colaboradores, a segurança e a confiabilidade dos componentes. o projeto consiste na fabricação de um reservatório, feito de chapas de aço, tubulações de
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água e uma bomba reaproveitadas, além de uma caixa d'água, única peça comprada. a empresa, que transporta minérios, produtos siderúrgicos acabados, cimento, bauxita, produtos agrícolas e contêiner em uma malha de 1.643 quilômetros nos estados de minas gerais, rio de Janeiro e São Paulo, já economizou 7.000 litros de água em fevereiro deste ano (até o fim de março), quando o projeto foi implantado. a expectativa é que, em média, 30 mil litros de água sejam poupados por ano. a medida proporcionou também uma economia de r$ 72 mil por ano com o custo do aluguel da empilhadeira utilizada para descartar água que, agora, não é mais utilizada. o coordenador de produção industrial da empresa, João cláudio domingos, acredita que o sucesso do projeto está relacionado à criatividade dos funcionários, fator determinante para a inovação no teste de radiadores, utilizando o reaproveitamento de água. Segundo domingos, essa não é a primeira vez que a equipe elabora projetos de melhorias para a área. “ideias criativas fazem parte do nosso dia a dia. esse projeto saiu de um desconforto dos colaboradores com o desperdício de água nos testes. a
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A MRS Logística adotou um projeto criado por
10 funcionários da equipe equipe utilizou recursos considerados sucata para contribuir diretamente com o meio ambiente e trazer grandes benefícios para a companhia”, declara. o operador de máquinas Welter mendes de Paiva participou da elaboração do projeto. ele conta que a criação foi simples e que a maioria dos recursos usados já fazia parte da empresa ou foram reaproveitados. “a única peça que precisamos comprar foi a caixa d’água, que custou r$ 190. o restante foi reaproveitado de
ECONOMIA estação de tratamento de água
equipamentos que estavam desativados, como o motor. vejo esse projeto de forma muito positiva. ficamos muito satisfeitos em saber que, com tão pouco recurso, conseguimos realizar um projeto de tamanha proporção que já está trazendo benefícios para a empresa”, afirma. o mantenedor metalúrgico marcus fernando dos Santos conta que, antes da criação do projeto, os funcionários não tinham noção do desperdício de água na fase de teste dos radia-
dores. de acordo com Santos, o novo dispositivo permite reaproveitar o recurso hídrico usado nos testes. “Hoje, a água que é usada para teste de componentes é a mesma que, antes, era desperdiçada. conseguimos perceber isso quando vemos a água retornar para o reservatório várias vezes ao dia. com isso, hoje, temos a noção do ganho para a empresa que o projeto trouxe. Segurança, qualidade e água são importantes para os funcionários da empresa”, defende.
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ráPido araguaia/divulgação
“A equipe utilizou sucata para contribuir diretamente com o meio ambiente e trazer grandes benefícios para a companhia” da rápido araguaia lava, em média, 320 veículos por dia com água da chuva
a San cargo, transportadora de cargas, de guarulhos (SP), utiliza água captada das chuvas na lavagem dos 45 veículos que fazem parte da frota de 15 caminhões terceirizados, que também são higienizados na empresa. Há três anos, o recurso hídrico é armazenado em um reservatório de água pluvial subterrâneo climatizado de 90 mil litros após ser desviado por canaletas também subterrâneas instaladas pela empresa. Segundo o fundador da San cargo, Juan de dios, o sistema
economiza, em média, 1 milhão de litros de água por ano. “aproveitamos a ideia de reaproveitamento da água e construímos uma área verde para descanso dos funcionários que também é regada com água captada da chuva. além de embelezar o ambiente, o jardim ainda atrai pássaros e garante ar puro para os usuários do espaço”, afirmou. implantada na garagem da rápido araguaia há 17 anos, a estação de tratamento de água da empresa lava cerca de 320
JOÃO CLÁUDIO DOMINGOS, coordenador de Produção induStrial da mrS logÍStica
veículos por dia, onde são consumidos, em média, 600 litros de água por veículo. a empresa goiana de transporte coletivo urbano de passageiros adotou o processo biológico que capta água proveniente da lavagem de peças, do piso das áreas de manutenção e dos lavadores dos veículos através de grelhas. o sistema é composto por um tanque de concreto com capacidade aproximada de 400 mil litros, dois decantadores metálicos e um reservatório de vinil.
após recolhida, a água já utilizada é encaminhada para caixas de areia e caixas separadoras de água e óleo, onde é feito o processo de separação de resíduos sólidos, óleos e graxas para posteriormente chegar à estação de tratamento. no tanque de concreto são adicionados, periodicamente, bactérias e nutrientes para a formação de colônias que são responsáveis por tratar a água. no processo, são utilizados lavadores manuais de alta pressão juntamente com lavadores automáticos, resultando em um consumo diário aproximado de 192 mil litros de água. a tam busca constantemente aumentar a eficiência do consumo de água. Há três anos, os aviões da companhia são lavados a seco com produtos químicos aplicados diretamente na aeronave e sem uso de água. Já o abastecimento de água das aeronaves para uso nas descargas dos banheiros é feito nos aeroportos, sendo que, alguns deles, como guarulhos e congonhas, possuem poços artesianos com água captada das chuvas. além disso, a companhia ajusta a malha aérea para que os aviões sejam abastecidos com água em aeroportos de cidades que não estejam afetadas por eventual restrição de abastecimento. l
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SEGURANÇA NO TRÂNSITO
Por EVIE
GONÇALVES
que era para ser uma simples viagem de carnaval, acabou se tornando um pesadelo para a fotógrafa mariana dutra guedes. este ano, ela foi vítima de um acidente de trânsito que mudou os rumos de sua vida. o motivo? não usar o cinto de segurança no banco traseiro. no feriado, a jovem de 22 anos foi com amigos de carro para a chapada dos veadeiros, região distante pouco mais de 200 quilômetros de brasília. apenas os dois colegas da frente fizeram uso do equipamento de segurança. após uma pequena distração do motorista, que deixou o veículo sair da pista e ir para o acostamento a uma velocidade de 80 km/h, o carro capotou três vezes. na primeira, mariana bateu a cabeça no teto do automóvel. na segunda, foi arremessada para fora. na terceira, o veículo caiu em cima dela. “Se eu estivesse com o cinto, talvez nada teria acontecido”, lamenta. mariana fraturou a coluna cervical, quebrou cinco vértebras e perdeu os
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Cinto tras Falta do equipamento causa riscos para o pas
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eiro ignorado sageiro de trás; impacto pode matar quem está na frente
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criançaS
Uso da cadeirinha é obrigatório o cinto de segurança no banco traseiro não serve apenas para proteger os passageiros adultos. as cadeirinhas infantis também devem ser presas pelo equipamento de segurança. o contran (conselho nacional de trânsito) dispõe, por meio da resolução 277/2008, sobre o transporte de menores de dez anos em veículos. as recomendações do tipo de assento variam de acordo com a idade da criança. até um ano, os pais devem utilizar o bebê conforto, que deve ser colocado de forma que o menor fique de costas para os passageiros da frente. entre um e quatro anos, a criança migra para a cadeirinha comum e o assento já fica virado para frente. entre quatro e sete anos, é recomendado o uso de uma elevação de assento, mais conhecida como “booster”. e entre sete e dez anos, apenas o equipamento de segurança normal é necessário. em todos os casos, o cinto deve ser utilizado. a legislação diz ainda que é proibido o transporte de crianças no banco da frente,
com exceção para veículos que não possuem assentos traseiros. entretanto, nesses casos, o motorista deve desativar o airbag do veículo, que pode causar lesões na criança. a resolução diz ainda que, se tiverem várias crianças a serem transportadas no veículo, a mais velha deve ser levada no banco da frente e as mais novas atrás. alessandro rubio, da cesvi brasil (centro de experimentação e Segurança viária), alerta para a complexidade do uso do equipamento, que deve ser passado na parte interna da cadeirinha. além disso, os fabricantes sugerem um caminho a ser percorrido no momento da instalação. “os pais devem tomar muito cuidado na hora de passar o cinto nos assentos infantis. os procedimentos devem ser seguidos conforme os manuais de instrução porque, senão, os riscos são grandes. Se o cinto não for fixado corretamente, não serviu para nada. a cadeirinha pode rodar e a criança se machucar e ser projetada para fora do carro da mesma forma”, explica.
IMPRUDÊNCIA após capotamento,
movimentos das pernas. os outros passageiros saíram ilesos. além de passar 17 dias no hospital, a fotógrafa teve que adaptar toda a casa para conviver com a nova rotina. rampas e cadeiras de rodas foram adquiridas. agora, para ir a algum lugar, mariana vai no banco do passageiro da frente com cinto de segurança e a cadeira no banco de trás. a profissão foi deixada em segundo plano e não há perspectiva de ser retomada. “vou começar a fisioterapia e tenho otimismo que voltarei a andar, mas
“Se eu estivesse com o cinto, talvez nada teria acontecido” MARIANA DUTRA GUEDES fotógrafa
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Paloma menino/arQuivo PeSSoal
RODOVIAS FEDERAIS EM NÚMEROS: Não uso do cinto • acidentes – 1,5 mil • mortes - 413 Uso do cinto • acidentes – 15 mil • mortes - 580 Multas • 235 mil - 176 mil por condutores e 59 mil por passageiros
veículo que conduzia a fotógrafa mariana dutra guedes ficou totalmente destruído
meu corpo está muito frágil, ainda não sinto nada”, relata. mariana reforça as estatísticas de vítimas de acidentes em decorrência do não uso do equipamento de segurança no banco traseiro. de acordo com a abramet (associação brasileira de medicina de tráfego), apenas 7% dos passageiros usam o cinto atrás. as desculpas são muitas, como falta do hábito, acesso complicado (às vezes fica para baixo do banco ou está sujo), desconforto, desconhecimento do fato de ser obrigatório e
a falsa impressão de que o banco da frente protege quem está atrás. “o efeito é reverso. o banco da frente não somente não protege, como a pessoa que é lançada pode matar o passageiro dianteiro”, explica o chefe do departamento de medicina de tráfego ocupacional da abramet, dirceu rodrigues. ele argumenta que, se houver frenagem ou colisão, caso a pessoa de trás esteja sem o cinto, será projetada para cima e para frente, podendo causar lesões na coluna e no crânio do passageiro da frente.
“Sem cinto, o passageiro de trás que é lançado pode matar quem está na frente” DIRCEU RODRIGUES diretor da abramet
Segundo orientações do cesvi brasil (centro de experimentação e Segurança viária), se uma pessoa de 50 quilos bater o carro a uma velocidade de 50 quilômetros por hora e não estiver com o cinto de segurança, o impacto da batida é multiplicado por 25. isso significa que o peso do passageiro se transforma em 1,25 tonelada. “os automóveis não são preparados para reter todo esse peso. Por isso, o uso do cinto é tão necessário para impedir acidentes”, afirma o coordenador técnico alessandro rubio. a proteção do equipamento, independentemente do local do assento, é extremamente eficaz. no caso do cinto de três pontos, que prende tanto o quadril quanto a coluna ao banco, a cobertura é de 60% da coluna vertebral, 45% do tórax e 40% do abdômen. Para o corpo total, a média é de 69% de eficiência. Sem usar o equipamento, o passageiro do banco traseiro fica ainda mais vulnerável, pois, na frente, existe o airbag, bolsa de ar que amortece o impacto em caso de acidente e evita danos físicos, sobretudo no rosto, peito e coluna. dirceu rodrigues reitera que o motorista é o único responsável pela segurança das pessoas no
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rodoviaS concedidaS
Em SP, 48% não usam o cinto mesmo após campanha de conscientização nas rodovias estaduais concedidas de São Paulo, quase metade dos passageiros não usa o cinto de segurança no banco traseiro. os dados foram revelados por uma pesquisa da artesp (agência de transporte do estado de São Paulo). em dezembro do ano passado, o número era de 53%. após a mobilização na mídia, folhetos nos pedágios e faixas de pedestre e avisos nos painéis eletrônicos, caiu para 48%. na primeira etapa da pesquisa, além do número de passageiros que não usavam o cinto atrás, 17% dos dianteiros e 14% dos motoristas não faziam uso do equipamento. Já na segunda etapa, após a campanha, houve queda de 1% tanto nos passageiros da frente quanto em relação aos condutores: 16% e 13%. o estudo foi motivado pelas estatísticas de mortes nas 19 concessionárias do estado entre 2012 e outubro de 2014. do total de pessoas que faleceram nas rodovias locais, 69% não usaram o cinto atrás. na frente, o número de mortes foi de 38,4%. os pesquisadores detectaram ainda que dentre as principais desculpas para o não uso do equipamento estão falta do hábito, desconforto,
desconhecimento do fato de ser obrigatório e a crença de que o banco da frente protege o passageiro. além da campanha, a agência também criou um simulador de impacto para sensibilizar os condutores. trata-se de uma rampa com um banco de veículo. os agentes convidavam os motoristas e passageiros a sentar no equipamento usando o cinto de segurança. em seguida, eles eram jogados na rampa a uma velocidade de 5 km/h e, no final, sofriam um impacto equivalente a uma batida. “o que percebemos foi um desconforto nas pessoas, mesmo numa velocidade ínfima. em alta velocidade, o estrago pode ser grande”, afirma o gerente de sinalização e segurança da artesp, carlos campos. ele diz que o objetivo da campanha foi criar o hábito e mudar o comportamento das pessoas para que usem o equipamento de segurança assim que entrem no veículo. “é uma ação simples para um ganho imenso. é preciso modificar as estatísticas”, alerta. a pesquisa ouviu 17 mil pessoas. entre os municípios que lideram os índices de imprudência no banco traseiro estão barretos (66%), Santos (64%) e franca (56%). a grande São Paulo aparece em oitavo lugar (48%).
A multa para quem não usa o cinto atrás é de
R$ 127,69
veículo. “a obrigação é de quem conduz. nos táxis, muitas vezes, as pessoas nem encontram o cinto, que fica jogado para debaixo do banco. é necessária a conscientização. Se o condutor for flagrado pela fiscalização, paga multa”. atualmente, quem comete a infração grave desembolsa r$ 127,69. o representante da abramet acredita que deve haver uma cultura diferenciada em relação à mobilidade. além de cinto e airbags, cadeirinhas para crianças e
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CAMPANHA em São Paulo, passageiros foram convidados a participar de simulação de impacto de uma batida a 5 km/h
freio abS (sistema que evita a derrapagem quando o pedal é pisado fortemente) devem fazer parte da mentalidade de quem possui carro e carteira de habilitação. o curso de formação de condutores também é, segundo ele, outro meio de orientar os motoristas em relação à importância da segurança nos veículos. Estatísticas a Prf (Polícia rodoviária federal) não possui dados em relação
ao número de acidentes ocasionados apenas pelo não uso do cinto de segurança no banco traseiro. mas tem números interessantes. em 2014, dos 1.505 acidentes nas rodovias federais, foram contabilizadas 413 mortes pela falta do equipamento de segurança (na frente ou atrás), o que dá uma proporção de 27%. no caso de acidentes em que as pessoas usavam o cinto, dos 15.185 incidentes, houve 580 mortos. nesse caso, a proporção cai para 4%.
“As chances de morte de alguém sem cinto são sete vezes maiores” ANDERSON PODDIS Policial rodoviário federal
“as estatísticas provam que o equipamento é eficaz. ele mantém a pessoa presa ao banco e evita que ela seja arremessada. as chances de morte de alguém que esteja sem cinto são sete vezes maiores do que quem se preocupa com a própria segurança”, conclui o policial rodoviário federal anderson Poddis. no intuito de conscientizar as pessoas, a Prf atua em campanhas de educação para o trânsito em todas as unidades da federação. São duas frentes: uma educacional, com palestras em escolas e empresas, buscando a mudança de comportamento, e outra durante o processo de fiscalização nas rodovias. essa segunda ação é chamada cinema rodoviário. trata-se de uma carreta de caminhão transformada em sala de cinema. enquanto o policial verifica os dados do veículo e atua nos procedimentos administrativos, os condutores são convidados a entrar no veículo e a participar do processo educativo. além da exibição de vídeos, também são realizadas pequenas palestras sobre o uso do cinto e respeito aos limites de velocidade. “muita gente não pensa nos riscos que corre quando entra no carro. após a campa-
IMPACTO DA BATIDA PARA QUEM NÃO USA CINTO TRASEIRO
nha, os motoristas passaram a ter um comportamento mais seguro”, acredita Poddis. Legislação a legislação a respeito do uso do cinto é ampla e pode ser encontrada tanto no cbt (código brasileiro de trânsito) quanto em resoluções do contran (conselho nacional de trânsito). a obrigatoriedade e o valor da infração, por exemplo, estão previstos no código, que estabelece ainda que a
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LEGISLAÇÃO indústria tem três anos para produzir veículos com cinto de três pontos no banco traseiro intermediário
receita arrecadada com a cobrança de multas deve ser utilizada exclusivamente em sinalização, engenharia de tráfego e de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. em 2014, foram contabilizadas cerca de 235 mil autuações nas rodovias federais pela falta do uso do equipamento. dessas, 176 mil foram infrações cometidas por condutores e 59 mil por passageiros. o contran também regulamentou vários temas em relação
ao assunto. a resolução 14/98 prevê que os veículos devem ter cinto de segurança para todos os ocupantes. Já a resolução 278/08 proíbe a utilização de dispositivos que travem, afrouxem ou modifiquem o funcionamento dos equipamentos. recentemente, foi editada a resolução 518/15, que estabelece a obrigatoriedade do cinto de três pontos no banco traseiro intermediário. “ela garante ainda mais segurança, uma vez que,
Em 2014, foram
235 mil multas pela falta do cinto
até então, apenas os cintos laterais traseiros eram obrigatórios”, explica Poddis. o texto estabelece um prazo de três anos para a adequação da indústria e prevê que o equipamento deve ficar ancorado na estrutura do banco. a partir de 30 de janeiro de 2018, novos projetos deverão ter o cinto em todos os assentos. no caso de projetos antigos, o prazo muda para 2020. a regra vale para automóveis, caminhonetas (carga e passageiros ocupam o mesmo espaço), caminhonetes (carga e passageiros possuem espaço individualizado) e utilitários. no caso dos caminhões, o cinto intermediário traseiro será facultativo. a resolução prevê o mesmo prazo para que a indústria automotiva se adapte em relação aos apoios traseiros, que protege os passageiros do chamado “efeito chicote”, em que a cabeça vai pra frente e volta bruscamente em caso de colisão. “não adianta nada os veículos terem boa qualidade se as pessoas não utilizarem os equipamentos de segurança. não custa nada. não usar, entretanto, pode custar muito caro”, declara o policial rodoviário federal. l
CIDADES
mobilidade:
para onde ir?
cnt/divulgação
Encontro nacional debate alternativas para solucionar problemas de trânsito nos municípios brasileiros; outros países são referência
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CNT TRANSPORTE ATUAL
Por
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EVIE GONÇALVES
direito à cidade não é simplesmente o direito ao que já existe na cidade, mas o direito de transformar a cidade em algo radicalmente diferente”. o pensamento, do especialista em geografia urbana, professor da universidade da cidade de nova iorque e autor do livro “cidades rebeldes”, david Harvey, pode ser aplicado à necessidade de mudança na mobilidade urbana dos grandes centros urbanos do país. a Política nacional de mobilidade urbana, aprovada em 2012 pelo congresso nacional, prioriza pedestres, ciclistas e o transporte público. Para isso, os governos federal e estaduais têm investido em corredores exclusivos, vlts (veículos leves sobre trilhos), metrôs, ônibus e ciclovias. entretanto, os problemas de trânsito ainda são um gargalo enfrentado pelas cidades. Qual rumo seguir? Possíveis soluções foram debatidas durante o iii encontro dos municípios com o desenvolvimento Sustentável e na i conferência internacional
“O
ALTERNATIVA metade da população da capital
“No Brasil, as polílicas são voltadas para estimular os carros” CARLOS HENRIQUE RIBEIRO CARVALHO PeSQuiSador do iPea
cidades Sustentáveis, realizados pela fnP (frente nacional dos Prefeitos), em brasília. entre as alternativas estão novas maneiras de subsidiar o transporte público, projetos consistentes para que sejam executados de forma mais efetiva, incentivo às calçadas e ciclovias, além da acessibilidade e preservação do meio ambiente. a busca por novas formas de
custeio do sistema de transporte público foi um dos temas centrais discutidos. Segundo estudo do ipea (instituto de Pesquisa econômica aplicada), 10% das famílias mais pobres comprometem até 13% da renda com mobilidade. o índice é quatro vezes maior que a média das famílias brasileiras, que é de 3%. Para o pesquisador carlos Henrique ribeiro carvalho, se as
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iamSterdam/divulgação
amSterdã
Cidade adota a bicicleta
holandesa utiliza as bicicletas como o principal meio de deslocamento
parcelas com menos recursos são as principais financiadoras dos sistemas, devem ser criados mecanismos para que os mais ricos também colaborem. “Quanto maior a renda, maior é o gasto com automóvel. um primeiro modelo pode ser a criação de tarifas sobre a aquisição e uso do veículo e sobre a gasolina. no brasil, as políticas públicas são voltadas para esti-
A velocidade média de tráfego em Amsterdã é de
15 km/h
a capital da Holanda pode ser considerada um dos mais promissores exemplos de mobilidade urbana do mundo. o principal meio de locomoção em amsterdã é a bicicleta. Para uma população de 800 mil habitantes, existem 800 mil bicicletas contabilizadas na cidade. e desse número, 50% da população se desloca integralmente pelo veículo não-motorizado. após fortes políticas de desestímulo ao uso dos veículos, além do crescimento do número de ciclistas, a cidade teve redução tanto no uso dos automóveis quanto no do transporte público, que é mais preferido entre os turistas. as políticas para os veículos são rígidas: sair de casa de carro e parar em um estacionamento implica pagamento de, em média, cinco euros por hora. com transporte indivi-
dual caro, em amsterdã, as pessoas costumam trabalhar de bicicleta. diariamente, são 2,2 milhões de quilômetros trafegados na cidade, que tem 3.000 estacionamentos para bicicletas. em alguns casos, eles possuem até três andares. nas escolas, a cultura do ciclismo é disseminada desde a infância. as crianças fazem provas práticas de condução do transporte sobre duas rodas. “Se você quer ser uma cidade sustentável, tem que apostar em mobilidade urbana. amsterdã optou por bicicletas e não por carros. é muito difícil uma cidade evoluída se o uso do automóvel não for desencorajado”, acredita a representante do governo holandês, Petra delsing. a velocidade média de tráfego na capital é de 15 km/h, seja de trem, carro ou bicicleta.
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citieSProgramme/divulgação
medellÍn
Teleférico gera inclusão a cidade de medellín, na colômbia, é outro exemplo da implantação de sistemas de transporte melhores e mais inclusivos. um dos projetos pioneiros no mundo é o metrocable, teleférico utilizado como meio de transporte urbano e que opera de forma integrada com o metrô. até o momento, duas linhas foram implantadas nas regiões mais violentas da cidade: uma de 1,7 quilômetro e outra de 2,7 quilômetros. de acordo com o subdiretor de relações locais e internacionais da aci (agência de cooperação e investimento de medellín e região metropolitana), Pablo guzmán, as pessoas passaram a se sentir efetivamente parte de cidade. até então, quem vivia nessas áreas, quase isoladas em razão da dificuldade de acesso, levava cerca de duas horas para chegar à região central. o sistema reduziu o tempo para 15 minutos. “a comunidade mudou a forma de se expressar.
Pararam de dizer ‘vamos a medellín’ e passaram a falar, simplesmente, ‘vamos ao centro’. esse foi um fator de inclusão”, conta. mais recentemente, outra ação inovadora chamou a atenção: a implantação de escadas rolantes com um total de 384 metros de comprimento em um dos bairros mais pobres e íngremes da cidade. doze mil pessoas foram beneficiadas. o percurso de 350 degraus de cimento que existiam antes da obra tomava cerca de 35 minutos da população. com o sistema elétrico e gratuito, o tempo caiu para cerca de cinco minutos. os cidadãos ainda dispõem de bicicletas públicas e do metroplús, que é o Sistema integrado de transporte massivo de média capacidade, que melhorou a mobilidade em toda região metropolitana. todos sistemas funcionam com integração tarifária. (Natália Pianegonda)
COLÔMBIA deslocamento leva 15 minutos com novo sistema
Em SP, as isenções nas tarifas somam
R$ 1,2 bi anualmente
mular o transporte individual. Quem se beneficia mais deve pagar mais”, acredita. outra crítica é o modelo de financiamento baseado principalmente na tarifa. em São Paulo, por exemplo, 53% do valor provém das passagens pagas pelos passageiros. outros 34% são do orçamento do município e, desse montante, 25% é para pagar gratuidades. na maior cidade do país, as isenções para
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fábio aranteS/Prefeitura de São Paulo/divulgação
SÃO PAULO a capital paulista possui 264 km de rede cicloviária
idosos, pessoas com deficiência e estudantes somam r$ 1,2 bilhão anualmente. "não se discute a legitimidade, mas existe uma conta a ser paga", explica o diretor financeiro da São Paulo transporte, adauto faria. entre as propostas apresentadas para solucionar o alto custo do sistema estão a criação de tarifas sobre o uso do espaço público por veículos privados, como áreas de estacionamento,
pedágios urbanos e destinação de parcelas dos tributos pagos sobre aquisição e uso de veículos individuais para investimento em mobilidade urbana. o diretor-executivo da ntu (associação nacional das empresas de transportes urbanos), marcos bicalho dos Santos, acredita que, se todos dividirem a responsabilidade, os benefícios também serão coletivos. "transporte de qualidade
“Não temos alternativa senão encontrar formas diferentes de financiamento” MARCOS BICALHO DOS SANTOS diretor-eXecutivo da ntu
custa caro, e não temos outra alternativa que não encontrar formas diferenciadas de financiamento", afirma. Projetos além de buscar novas formas de financiamento, um dos principais desafios para quem lida diariamente com questões relacionadas aos deslocamentos nas cidades é a falta de projetos consistentes, o que dificulta a
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frança
Planos de mobilidade reduzem carros após 20 anos em que os Pdu (Planos de deslocamentos urbanos) foram criados na frança, os cidadãos do país conseguem circular livremente, longe de congestionamentos. obrigatórios para cidades com mais de cem mil habitantes, tinham como ideia inicial diminuir o tráfego de automóveis e a emissão de gás carbônico em dois terços, desenvolver modos ativos, como caminhadas e uso de bicicleta para deslocamentos de até um quilômetro, além de favorecer a intermodalidade. os resultados foram significativos. em grenoble, por exemplo, o número de carros diminuiu de 48% para 38%. em Strasbourg, baixou de 53% para 46%. em lyon, foi reduzido em 5%, assim como a emissão
de gases, que, nos últimos dez anos, caiu 10%. o transporte coletivo, por sua vez, cresceu 17% na cidade, que possui bilhete único integrado com metrô, ônibus, bicicleta e trens regionais. outra medida que funcionou em todo país foi a criação dos estacionamentos nas entradas dos municípios, com integração com o transporte coletivo. os usuários compram um bilhete único para o carro e para o ônibus. “tudo isso para que o veículo não entre na cidade. o espaço público não pode ser reservado só para os automóveis. era assim há 20, 30 anos. agora essa mentalidade mudou”, afirma françoise metayer-zeldin, vice-diretora de meio ambiente, mobilidade e desenvolvi-
mento do centro de estudos cerema, sediado na frança. o Stif (Sindicato de transportes da frança) também é considerado uma medida positiva no país. formado por 29 membros de governos locais e por 350 especialistas, financia trens, ônibus, metrôs e equipamentos relacionados à mobilidade urbana. também atua na expansão de corredores exclusivos, vlts e metrôs. “o Stif é forte, mas não se construiu em um dia. São 20 anos de revolução. não digo que é um modelo ideal. é apenas uma possibilidade para que os governos locais trabalhem a mobilidade no mundo”, acredita o diretor encarregado dos usuários, relações internacionais e institucionais, Jean christophe monnet.
LYON após
execução. de acordo com o secretário de transportes e mobilidade do ministério das cidades, dario rais lopes, só há liberação de verbas do executivo para os municípios, se os projetos estiverem de acordo com os planos de mobilidade urbana. “Precisamos que as propostas não sejam apêndices dos planos diretores”. dario também lamenta a contratação de obras por rdc (regime diferenciado de contratações),
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alSton/divulgação
“Calçadas e ciclovias não estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento” desestímulo ao uso dos automóveis, cidade investiu em transporte público e reduziu em 5% a emissão de gases
“Precisamos de projetos que não sejam apêndices dos planos diretores” DARIO RAIS LOPES Secretário do miniStério daS cidadeS
uma espécie de licitação simplificada e mais rápida. “no geral, o resultado é ruim”. especialistas criticam ainda a falta de prioridade para pedestres e ciclistas nos programas do governo, sobretudo no Pac (Programa de aceleração do crescimento). Para o secretário de transportes de São Paulo, Jilmar tatto, existe um rumo do ponto de vista do financiamento do transporte pú-
blico. “calçadas e ciclovias, entretanto, não estão na agenda política”, lamenta. na capital paulista, por exemplo, os projetos de brt, que preveem 150 quilômetros de corredores exclusivos, têm orçamento de r$ 8 bilhões. Para calçadas, não há previsão nem de r$ 1 bilhão. a rede cicloviária possui 264 quilômetros, mas ainda é pequena diante da necessidade da cidade. “é necessário demo-
JILMAR TATTO Secretário de tranSPorteS de São Paulo
cratizar o viário, ele precisa ser desencorajado”, acredita. as vantagens de investir em ciclovias são inúmeras. de acordo com a ciclocidade (associação dos ciclistas urbanos de São Paulo), as bicicletas ocupam 8% do espaço de um carro. além disso, uma ciclovia comum custa entre r$ 100 mil e r$ 200 mil por quilômetro. Já uma pista para automóveis custa, em média, r$ 1,3 milhão por quilômetro.
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acidenteS de trÂnSito
Brasil gasta R$ 16 bi o brasil gasta, em média, r$ 16,1 bilhões por ano em decorrência de acidentes de trânsito. do montante, r$ 10,7 bilhões é o custo para arcar com as mortes, que somam cerca de 45 mil, e r$ 5,4 bilhões com os feridos, que contabilizam 177 mil. os dados estão no retrato da Segurança viária 2014, elaborado pelo onSv (observatório nacional de Segurança viária). "os números são alarmantes e nós não percebemos uma política de estado de combate a esse problema", avalia luiz carlos mantovani néspoli, superintendente da antP (associação nacional de transportes Públicos). Segundo ele, a sociedade conhece fatores de risco, como velocidade, álcool, ultrapassagens perigosas, avanço de sinal e atropelamentos. entretanto, ainda faltam ações coordenadas entre os órgãos de trânsito e por parte dos executivos. o diretor-presidente do observatório nacional de Segurança viária, José aurélio ramalho, considera que uma
das falhas centrais está na educação, especialmente na formação de novos condutores. "o sistema está preparado para adestrar motoristas. todos decoram as sinalizações de trânsito para passar na prova. as pessoas não são preparadas para refletir sobre as atitudes que devem ser tomadas e os riscos envolvidos", destaca. além disso, o enfrentamento ao problema passa pela municipalização do trânsito. apesar de o ctb (código de trânsito brasileiro) prever que todos os municípios devem assumir essa responsabilidade, apenas 26% atendem à determinação. conforme ramalho, o envolvimento das prefeituras é essencial para que as ações ocorram de forma adequada à realidade local. é papel dos municípios realizar o monitoramento de dados estatísticos, cuidar da engenharia, da operação, da fiscalização e criar as escolas públicas de trânsito. "é nas cidades que as coisas acontecem", salienta. (Natália Pianegonda)
INEDITISMO em duas linhas de
outra vantagem das bicicletas, de acordo com o diretor daniel guth, é que quem pedala consegue planejar o tempo de deslocamento. estudo da fundação getúlio vargas mostra que a possibilidade de não prever quanto tempo se leva para chegar de um ponto a outro pode representar uma perda de produtividade da ordem de r$ 40 bilhões, em São Paulo. Meio Ambiente durante o evento, os especia-
Convênio prevê
US$ 6 mi para projetos com baixa emissão de carbono
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maricá (rJ) fernando Silva/Prefeitura de maricá/divulgação
ônibus do município carioca, população não precisa pagar pelas tarifas
listas também debateram a necessidade de desenvolver sistemas urbanos sustentáveis e a preocupação com a redução da emissão de gases poluentes para a atmosfera. o ministério das cidades e o bid (banco interamericano de desenvolvimento) assinaram um convênio que prevê a destinação de uS$ 6 milhões para projetos de mobilidade urbana com baixa emissão de carbono em grandes cidades. o objetivo é estimular o desenvolvimento de ferramentas
que possam avaliar a redução de gases causadores de efeito estufa no transporte coletivo urbano e não-motorizado. além disso, deve ajudar a custear a implementação de redes cicloviárias integradas com o sistema público já existente. os projetos-pilotos serão implantados em belo Horizonte, fortaleza, São Paulo e brasília. “mobilidade e sustentabilidade caminham juntas cada vez mais. essa radiologia irá nortear os investimentos nas próximas
Linhas de ônibus grátis distante 60 km da capital fluminense, o município de maricá é o único no brasil a implementar o transporte público gratuito para toda a população. a cidade possui linhas de ônibus pagas. entretanto, duas são totalmente grátis e fazem trajetos diferentes dos concedidos à iniciativa privada. Para que o serviço fosse oferecido nesses moldes, foi criada uma autarquia chamada “empresa Pública de transporte”. além disso, foram comprados 13 novos ônibus com ar-condicionado, internet e elevador para portadores de necessidades especiais. “antes, o serviço era ruim, assim como os horários. Só havia ônibus para quem trabalhava na capital e tinha que retornar para o município até as 22h40. agora, o serviço é oferecido 24 horas por dia”, explica o
“Mobilidade e ações sustentáveis caminham juntas cada vez mais” GILBERTO KASSAB miniStro daS cidadeS
secretário de transportes, luiz carlos dos Santos. após a implementação da medida, segundo ele, houve aumento de emprego, uma vez que os empresários não têm mais que arcar com o custo do valetransporte e podem repassar o valor economizado à contratação de mão de obra. Houve redução da ordem de 50% no custo do pagamento do vale. outra vantagem é o retorno financeiro para o município. “Quando o transporte é gratuito, as pessoas economizam e investem nas cidades”, acredita o secretário. maricá possui 360 quilômetros de área e 143 mil habitantes. o custeio do sistema de transporte representa somente 3% do orçamento local. a despesa de manutenção dos ônibus gira em torno de r$ 400 mil por mês.
décadas nessas cidades”, acredita o ministro das cidades, gilberto Kassab. de acordo com o bid, o transporte individual corresponde a 68% das emissões de gás carbônico na atmosfera, enquanto o coletivo, a 32%. o investimento será a fundo perdido, ou seja, sem a necessidade de contrapartida ou complementação do governo federal. os recursos virão da empresa global environment facility, responsável pelo fundo global para o meio ambiente das nações unidas. l
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infraero/divulgação
TRANSPORTE AÉREO
Custo deve subir mais de R$ 2 bi os impactos da situação econômica do país no transporte aéreo brasileiro e os desafios para que o setor continue competitivo foram debatidos pela abear em brasília Por
CYNTHIA CASTRO
anter a aviação competitiva para que o setor cresça e atenda mais passageiros, com qualidade e segurança, é o principal desafio dessa área em 2015. as companhias aéreas brasileiras transportam cerca de 111 milhões de passageiros por ano, número que aumentou mais de 200% em relação a 2002. São 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos gerados. entretanto, neste momento difícil da economia do país, o setor aéreo estima um acréscimo do custo anual em torno de r$ 2,5 bilhões. o impacto será pela alta do dólar e por medidas de ajuste fiscal, como alterações na desoneração da folha de pagamento e aumento nas alíquotas de PiS/cofins.
M
o tema foi discutido durante o evento “aviação em debate – os desafios do setor”, promovido pela abear (associação das empresas aéreas), em brasília. Segundo o presidente da entidade, eduardo Sanovicz, as empresas estão se esforçando para não elevar os preços das passagens e tomando medidas para manter os ganhos conquistados nos últimos anos, com o maior acesso da população ao modal aéreo. mas é grande o impacto do cenário econômico nos custos do setor. “Sessenta por cento do nosso custo é dolarizado - 40% representado pelo combustível e em torno de 20% por leasing. Soma-se a isso a proposta de revisão da desoneração da folha de paga-
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CONTRIBUIÇÃO DO PIB até 2020, o setor aéreo brasileiro deve adicionar r$ 146 bilhões ao produto interno bruto do país
R$ 146 bi
* valor adicionado ao Pib diretamente pelo setor aéreo (em r$ bi nominais) fonte: abear
mento. essa proposta nos traz de 1% para 2,5%. na ponta do lápis, é mais caro do que pagávamos antes da desoneração. em terceiro lugar, há a proposta que fala da revisão das alíquotas de PiS/cofins. com tudo isso, o setor começa o ano com uma conta nova superior a r$ 2 bilhões por ano”, afirma. Segundo Sanovicz, foi importante a participação de alguns parlamentares no debate promovido em brasília, pois é no congresso nacional que muitos temas serão discutidos e ele espera alguma solução
positiva. “é um setor que em dez anos dividiu pela metade o preço médio das passagens aéreas. Queremos manter isso. Queremos continuar atendendo a população brasileira e crescer em volume de passageiros, especialmente em nossa inserção no mercado internacional. Para que isso se verifique, é necessário que tenhamos condições semelhantes de competição que encontramos em outros mercados”, afirma Sanovicz. o evento da abear aconteceu no final de março. de acordo com o presidente da entida-
DEMANDA companhias
de, as empresas aéreas já estavam percebendo menor procura pelas passagens durante o mês. “estamos sentindo que o nosso setor começou a perceber os efeitos da revisão de hábitos de consumo em consequência da situação econômica do país.” Segundo Sanovicz, desde a criação da abear, em 2012, este é o ano em que o cenário se coloca mais difícil e desafiador. nos últimos anos, o número de passageiros tem aumentado em torno de 5% a 7%. em 2014, houve crescimento no setor de
5,5%. entretanto, agora em 2015, o presidente da entidade que representa as aéreas tam, gol, azul e avianca diz que não há perspectiva de haver crescimento em relação ao ano passado. “nossa discussão é de quanto será menor. ou se, por meio de um conjunto imenso de ações como promoção comercial e revisões gerenciais, teremos um número equivalente. acreditamos que isso seja o mais provável”, afirmou. o ministro eliseu Padilha, da Sac (Secretaria de aviação civil), reconheceu a importância
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MAIS PASSAGEIROS POR ANO abear/divulgação
o crescimento de viagens domésticas e internacionais de 2002* a 2013 é de 208% 208% de crescimento
* Passageiros transportados no brasil (doméstico e internacional, em milhões) fonte: abear
MERCADO DOMÉSTICO brasil é o terceiro maior mercado doméstico do mundo
* Passageiros transportados (doméstico, em milhões)
fonte: abear
aéreas brasileiras transportam cerca de 111 milhões de passageiros por ano
da democratização do transporte aéreo nos últimos anos. ele defendeu as medidas de ajuste fiscal, mas disse que o país não pode perder os ganhos em relação ao acesso da população a esse modal de transporte. Segundo o ministro, governo, congresso nacional e os setores da economia precisam debater formas de minimizar os problemas. “Precisamos do ajuste. mas o governo tem que, obviamente, ter sensibilidade na sua modulação, para que a produtividade possa ser mantida e o nível de
emprego garantido ao máximo possível”, afirmou. o presidente da anac, marcelo guaranys, destacou alguns temas importantes de serem debatidos com a sociedade, como as condições gerais do transporte aéreo e os direitos dos passageiros, a gestão aeroportuária e a regulamentação dos drones – os veículos aéreos não tripulados (leia mais na página 70). “a sociedade precisa entender o que vamos fazer para contribuir com as discussões.” conforme o vice-presidente
da gol, alberto fajerman, um grande desafio da aviação brasileira está ligado à imprevisibilidade, devido às oscilações do dólar. “mais perigoso que o patamar em que o dólar está, é a imprevisibilidade. as empresas começam a vender com 300 dias de antecedência e não sabem o que vai acontecer nos 300 dias seguintes.” ele também ressaltou que a regulação da atividade aeronáutica é outro ponto que precisa ser debatido no país. de acordo com o diretor de assuntos regulatórios da tam,
basílio dias, além das questões referentes à alta do dólar, as empresas aéreas brasileiras sofrem forte impacto devido ao icmS (imposto sobre circulação de mercadorias e Serviços), que incide sobre o preço do combustível e varia de 12% a 25%, conforme o estado. em um cenário de incertezas, o vice-presidente de marketing da avianca, tarcisio gargioni, enfatizou que “a notícia boa é que, hoje, a viagem por transporte aéreo já faz parte da bolsa de consumo do brasileiro”. Segundo ele, nos próximos
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marcelo guaranyS - PreSidente da anac
“Os drones são o assunto mais revolucionário da aviação
meses, até julho ou agosto, a empresa deve retirar de operação todas as oito aeronaves modelo fokker 100. a frota será composta por a320. a diretora de relações institucionais da azul, Patrizia Xavier, destacou que o foco do trabalho da empresa é fazer com que mais brasileiros tenham acesso ao modal aéreo. Patrizia disse ainda que a aviação é um vetor de desenvolvimento socioeconômico, por isso, o investimento em aviação regional é muito importante para o país. a importância de oferecer infraestrutura de qualidade no transporte urbano foi outro tema debatido em brasília. Segundo a secretária nacional do consumidor, Juliana Pereira, do ministério da Justiça, a satisfação do usuário está ligada também ao processo de se chegar ou sair dos aeroportos. “Por melhor que seja a oferta de infraestrutura dentro dos aeroportos brasileiros, o consumidor também precisa de ter condições de acesso de qualidade. tem que haver integração com as cidades.”
durante o evento “aviação em debate – os desafios do setor”, o presidente da anac (agência nacional de aviação civil), marcelo guaranys, falou com a imprensa sobre a operação dos drones no brasil. Segundo ele, ainda neste semestre deve ser colocada em consulta pública uma proposta de regulamentação desses equipamentos. os veículos aéreos não tripulados, ou vants, como também são chamados, têm sido cada vez mais utilizados no
país e no mundo em diversas áreas como filmagens, agricultura, mineração. mas ainda não há regras definidas, aumentando os riscos de ocorrer algum problema, como a queda dos equipamentos sobre as pessoas ou mesmo a invasão do espaço aéreo de alguma aeronave. na edição de março da revista CNT Transporte Atual, o assunto foi debatido na matéria de capa, que chamou a atenção para a necessidade de regulamentação para au-
mentar a segurança. o presidente da anac afirmou que “os drones são o assunto mais revolucionário da aviação civil nos últimos tempos”, exatamente pelas possibilidades de uso e necessidade de que não ofereçam riscos. leia a seguir, os principais trechos do que disse marcelo guaranys durante evento da abear em brasília. Regulamentação Queremos colocar o assunto em consulta pública drone direto/divulgação
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abear/divulgação
civil nos últimos tempos” ainda neste primeiro semestre. ainda não sabemos quando a regulamentação ficará pronta. vai depender da evolução da consulta. Revolucionário esse é um assunto extremamente sensível. Para mim, é o assunto mais revolucionário da aviação civil nos últimos tempos. tem um potencial grande de mudar a forma de utilizar o transporte aéreo. o uso pode ser para várias coisas. no futuro, pode ter o transporte de cargas. Hoje, já são feitas muitas filmagens utilizando drones. mas imagina a revolução para transporte. levar cargas para áreas isoladas. na áfrica, têm sido feitos projetos para isso. levar mantimentos e doações para regiões carentes e isoladas, em áreas de guerra civil. eles têm utilização muito interessante. Segurança a segurança e a utilização comercial são grandes pontos que precisam ser discutidos. Se o drone cair na cabeça de alguém, pode ser um problema e é isso que temos que tratar com muito cuidado. todo o mundo está discutindo agora. os estados unidos co-
locaram em consulta pública. nossa intenção era ter colocado antes, mas entendemos que nesse assunto havia alguns pontos a serem ajustados com as áreas técnicas. assim que estiver pronto, irá para consulta pública. Permissão o que é permitido e entendemos que não tem problema (mas que vamos colocar a orientação nas próximas semanas de forma mais clara) é tudo que se refere a lazer, brinquedo de controle remoto. isso não tem problema, desde que seja em área isolada, não em cima de uma área com muita gente. tem que estar distante das pessoas, para não causar nenhum dano. não pode estar por cima de uma grande população.
solo. no caso dos drones, eles não estão levando ninguém, mas passam por nossas cabeças.
Uso comercial outras discussões são sobre qual o uso comercial que se pode ter. em aviação, tudo que é comercial, tudo que estou oferecendo para alguém, eu regulo mais, exijo mais segurança. Quando um passageiro vai comprar uma passagem aérea, ele tem que saber se a empresa é segura. também tenho que garantir a segurança das pessoas no
Limites como é algo muito novo, a preocupação é em relação a quais serão os limites da operação. Pode voar aqui em cima de nossas cabeças? Pode voar no centro urbano? Pode estar no espaço aéreo que tem a possibilidade de ter outras aeronaves? é isso que tem que ser regulado. é uma regulação nossa (anac) junto com o decea (departa-
mento de controle do espaço aéreo) e que tem que ter uma discussão muito firme. Se eu quiser contratar o serviço do drone para alguma coisa, é seguro ou não? vai machucar alguém? essa é uma discussão que precisa ser tratada. tudo isso tem que estar claro. Qualquer comercialização não está regulamentada. Hoje é só para lazer, brincadeira. tudo vai depender do final do estudo. mas a intenção é regular a produção, a comercialização, a operação e todas as condições de segurança decorrentes disso. l
FERROVIÁRIO malHa ferroviária - eXtenSão em Km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas
30.499 28.996 11 12
BOLETIM ESTATÍSTICO
RODOVIÁRIO malHa rodoviária - eXtenSão em Km TIPO
PAVIMENTADA
NÃO PAVIMENTADA
TOTAL
66.712 119.691 26.827 213.230
12.666 105.601 1.234.918 1.353.185
79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607
federal estadual municipal rede Planejada Total
malHa rodoviária conceSSionada - eXtenSão em Km adminstrada por concessionárias privadas administrada por operadoras estaduais frota de veÍculoS caminhão cavalo mecânico reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos nº de terminais rodoviários
19.463 1.195
2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173
AQUAVIÁRIO infraeStrutura - unidadeS terminais de uso privativo misto Portos
35
material rodante - unidadeS vagões locomotivas
103.517 3.472
PaSSagenS de nÍvel - unidadeS total críticas
12.289 2.659
velocidade média oPeracional brasil eua
25 km/h 80 km/h
AEROVIÁRIO aeródromoS - unidadeS aeroportos internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados
34 29 2.387
aeronaveS regiStradaS no braSil - unidadeS transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo Privado outros Total
669 1.579 8.825 8.328 19.401
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL
163
Hidrovia - eXtenSão em Km e frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias
12.021 7.854 1.800 7.321 28.996
122
frota mercante - unidadeS embarcações de cabotagem e longo curso
malHa Por conceSSionária - eXtenSão em Km all do brasil S.a. fca - ferrovia centro-atlântica S.a. mrS logística S.a. outras Total
41.635 20.956 2.055
MILHÕES
(TKU)
PARTICIPAÇÃO
(%)
rodoviário
485.625
61,1
ferroviário
164.809
20,7
aquaviário
108.000
13,6
dutoviário
33.300
4,2
aéreo
3.169
0,4
Total
794.903
100
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BOLETIM ECONÔMICO
R$ bilhões
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* 25 20 15 10 5 0
Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até dezembro/2014 (R$ 13,90 bilhões)
Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até dezembro/2014)
2,68 (19,3%)
18,73 13,90
9,05 (65,1%)
8,02
5,88
0,26 (1,9%)
autorizado valores Pagos do exercício total Pago restos a Pagar Pagos obs.: o total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores
1,91 (13,7%)
RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até dezembro de 2014)
rodoviário
aquaviário
ferroviário
aéreo
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - DEZEMBRO/2014
Recursos Disponíveis 18.739,30 3.139,68 21.878,98
autorizado união dotação das estatais (infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário ferroviário aquaviário (união + cia docas) aéreo (união + infraero) Investimento Total (Total Pago)
9.050,62 2.683,91 523,06 3.197,05 15.454,64
Fonte: ?????? Notas: (A) dados acumulados até 31.12.2014 (Siga braSil). (B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923. (D) orçamento Provisório de 2015: o orçamento da união de 2015 ainda não foi aprovado pelo congresso nacional, o goveno federal abre, então, crédito extraordinário em favor dos órgãos, ministérios e empresas estatais, através da mP nº. 667, de 2 janeiro de 2015. Nota sobre a CIDE: o ministério da fazenda decidiu, em 19 de janeiro de 2015, alterar as alíquotas da contribuições de intervenção no domínio econômico – cide. as novas alíquotas, de r$ 0,10/l para a gasolina e de r$ 0,05/l para o diesel, devem passar a vigorar a partir de maio de 2015, apesar de o decreto que as regulamenta ainda não ter sido publicado. os recursos da cide são destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.
2014 Pib (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 iPca (%)3 balança comercial6 reservas internacionais4 câmbio (r$/uS$)5
Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016
0,1* 11,75 6,41 -3,96
12,75 3,83 -5,56
363,55
362,74
2,65
3,21
-1,01 13,25 8,20 4,02
1,10 11,50 5,60 10,00
-
-
3,25
3,30
Fontes: receita federal, Siga braSil - Senado federal, ibge e focus (relatório de mercado 02/04/15), banco central do brasil. Observações: observações: (1) expectativa de crescimento do Pib para 2014 e 2015 (2) taxa Selic conforme copom 03/04/2015 e boletim focus. (3) inflação acumulada no ano e expectativas segundo o boletim focus. (4) Posição dezembro/2014 e março/2015 em uS$ bilhões. (5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) Saldo da balança comercial até março/2015. * a taxa de crescimento do Pib para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014.
EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 investimento total
ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 ferroviário 1,0 0,8 0,6 aquaviário (união + cia docas) 1,3 0,7 1,2 1,4 1,8 aéreo (união + infraero) 14,8 15,0 12,7 13,1 Investimento Total
2011
2012 rodoviário
ferroviário
2013 aquaviário
2014 aéreo
2014 9,1 2,7 0,6 3,3 15,7
Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (Siga braSil - Senado federal)
8
R$ bilhões correntes
Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)
* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
REGIÕES3
Estados
INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 - até dezembro/2014 orçamento fiscal (total Pago2 por modal de transporte) acre alagoas amazonas amapá bahia ceará distrito federal espírito Santo goiás maranhão minas gerais mato grosso do Sul mato grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná rio de Janeiro rio grande do norte rondônia roraima rio grande do Sul Santa catarina Sergipe São Paulo tocantins centro oeste nordeste norte Sudeste Sul nacional Total
Rodoviário 127,28 222,99 88,14 69,57 472,73 203,65 41,34 130,76 494,58 490,18 939,48 129,99 735,70 613,92 113,60 337,71 188,91 490,70 227,23 94,76 369,47 120,62 1.076,42 717,90 122,05 149,54 205,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 75,73 9.050,62
Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 1.141,05 0,00 0,00 0,00 994,03 0,00 239,47 0,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 5,05 0,00 0,00 0,00 0,91 0,00 0,00 190,18 4,47 0,00 0,21 0,00 0,00 0,00 108,34 2.683,91
Aquaviário 0,00 0,00 104,96 0,00 1,35 7,00 0,00 38,61 0,00 15,73 3,40 0,00 0,00 0,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,00 0,00 11,75 22,26 0,00 25,95 0,00 0,00 0,11 2,64 0,00 0,00 23,06 261,18
Aéreo 1,03 0,28 5,34 0,47 1,32 0,77 0,00 0,06 0,13 1,17 1,64 0,25 3,70 7,69 0,18 0,77 0,63 0,74 1,65 0,02 2,41 0,82 0,80 0,64 0,27 1,11 0,28 12,19 1,65 28,05 19,82 2,11 1.813,06 1.911,06
Total 128,31 223,27 198,44 70,04 1.616,44 211,42 41,34 169,42 1.488,73 507,08 1.183,99 130,43 739,40 621,97 113,78 338,49 189,55 491,47 233,92 94,78 375,88 121,44 1.089,88 740,80 122,32 366,78 210,45 12,19 1,97 30,69 19,82 2,11 2.020,19 13.906,78
Elaboração: confederação nacional do transporte dados acumulados até 31.12.2014 (Siga braSil)
Notas: (1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: Siga braSil (execução do orçamento fiscal da união). (2) o total Pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a Pagar Pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total Pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. NOTA DO ORÇAMENTO
os dados disponibilizados neste boletim são acumulados até dezembro de 2014. apesar da previsão de votação da lei orçamentária anual (loa) de 2015 até 23 de dezembro de 2014 pelo congresso nacional, a sessão legislativa chegou ao fim sem apreciação da loa. diante disso, o governo federal abriu crédito extraordinário, em favor dos órgãos e empresas estatais, por meio da medida Provisória (mP) nº 667, de 2 de janeiro de 2015. após quase três meses de atraso, o projeto da loa 2015 foi aprovado no congresso em 17 de março de 2015. contudo, aguarda a sanção da Presidente dilma rousseff prevista para 20 de abril de 2015. dessa forma, os dados relativos a loa 2015 – despesa de execução ainda não foram disponibilizados para a consulta no Sistema de consulta ao orçamento do Senado federal, o Siga brasil. conforme informações do Senado federal, o atraso na divulgação das informações também se deve à reformulação do próprio sistema do Siga brasil e da forma de repasse das informações do tesouro nacional ao Senado federal. assim, o acompanhamento dos investimentos realizados estava impossibilitado até a data de divulgação desse boletim.
Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx
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CNT TRANSPORTE ATUAL
ABRIL 2015
BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR
PROJETOS
a confederação nacional do transporte (cnt) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa ambiental do transporte - deSPoluir, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
• redução da emissão de poluentes pelos veículos • incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS* ESTRUTURA
AVALIAÇÕES AMBIENTAIS PERÍODO
2007 A 2014
aferições
1.235.589
aprovação no período
87,69%
2015
TOTAL
federações participantes
25
59.161
1.294.750
unidades de atendimento
87
75,20%
87,12 %
empresas atendidas
11.512
caminhoneiros autônomos atendidos
12.926
ATÉ MARÇO
* dados preliminares sujeitos a alterações.
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Para participar do Projeto redução da emissão de Poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado.
Carga (empresas)
Carga (autônomos)
Passageiros
FEDERAÇÃO fetramaz fetracan fetrabaSe fenatac fetranSPorteS fetcemg fetranSPar fetranScarga fetranSul fetranceSc fetceSP fecam-SP fetramig fecam-rS fecam-rJ fetac-Pr fetranorte fetronor fetrabaSe cePimar fetraSul fetranSPorteS fetram fetramar fePaSc fetranSPor fetergS
UFs ATENDIDAS ac, am, aP, Pa, ro e rr al, ce, ma, Pb, Pe, Pi e rn ba e Se df, go, mS, mt e to eS mg Pr rJ rS Sc SP SP mg rS rJ Pr ac, am, aP, Pa e rr al, Pb, Pe e rn ba e Se ce, ma e Pi df, go, SP e to eS mg mS, mt e ro Pr e Sc rJ rS
TELEFONE (92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (71) 3341-6238 (61) 3361-5295 (27) 2125-7643 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (31) 3322-2674 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (42) 3027-1314 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (71) 3341-6238 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (27) 2125-7643 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622
a pesquisa “caminhoneiros no brasil - relatório Síntese de informações ambientais” apresenta a realidade e as necessidades de um dos principais agentes do setor de transporte. informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, além de dados relacionados à frota, como distribuição e idade média; características dos veículos e dos deslocamentos; intensidade de uso e autonomia (km/l) da frota permitem aprofundar os conhecimentos relativos ao setor de transporte rodoviário.
8
SETOR
conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
o governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do Programa nacional de Produção e uso de biodiesel e da aprovação da lei n. 11.097. atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. essa mistura é denominada óleo diesel b e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. o objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel b, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.
CNT TRANSPORTE ATUAL
77
ABRIL 2015
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
BOLETIM AMBIENTAL
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)
EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54
SETOR
mudança no uso da terra industrial* transporte geração de energia outros setores Total
2009
2010
2011
2012
2013
VOLUME
VOLUME
VOLUME
VOLUME
VOLUME
rodoviário
38,49
34,46
36,38
38,60
40,61
ferroviário
0,83
1,08
1,18
1,21
1,20
Hidroviário
0,49
0,14
0,14
0,16
0,18
39,81
35,68
37,7
39,97
41,99
MODAL
EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) (%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00
PARTICIPAÇÃO
Total
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2010 2011 2012 2013 2014 2015**
*Inclui processos industriais e uso de energia
(fevereiro)
EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15
MODAL
rodoviário aéreo outros meios Total
diesel
(%) 90,46 5,65 3,88 100,00
49,23
52,26
55,90
58,57
60,03
8,79
gasolina 29,84
35,49
39,69
41,42
44,36
6,97
etanol
10,89
9,85
11,75
12,99
2,51
PARTICIPAÇÃO
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO*
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL
80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
co2 nox nmHc co cH4
15,07
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 24 de março de 2015.
60% 50% 40%
co2 nox co nmHc mP
30% 20% 10% 0%
automóveis gnv comerciais leves (otto) motocicletas * inclui veículos movidos a gasolina, etanol e gnv dados de 2009 fornecidos pelo último inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários – mma,2011.
caminhões Pesados
Ônibus urbanos
10 15 10 a 50
6,1%
6,1% 23,2%
25,3%
CE: fortaleza, aquiraz, Horizonte, caucaia, itaitinga, chorozinho, maracanaú, euzébio, maranguape, Pacajus, guaiúba, Pacatuba, São gonçalo do amarante, Pindoretama e cascavel. PA: belém, ananindeua, marituba, Santa bárbara do Pará, benevides e Santa isabel do Pará. PE: recife, abreu e lima, itapissuma, araçoiaba, Jaboatão dos guararapes, cabo de Santo agostinho, moreno, camaragibe, olinda, igarassu, Paulista, ipojuca, itamaracá e São lourenço da mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: belo Horizonte, rio de Janeiro, curitiba, Salvador, Porto alegre e São Paulo. RJ: rio de Janeiro, belford roxo, nilópolis, duque de caxias, niterói, guapimirim, nova iguaçu, itaboraí, Paracambi, itaguaí, Queimados, Japeri, São gonçalo, magé, São João de meriti, mangaratiba, Seropédica, maricá, tanguá e mesquita. 10** brasil SP: São Paulo, americana, mairiporã, artur nogueira, mauá, arujá, mogi das cruzes, barueri, mongaguá, bertioga, monte mor, biritibamirim, nova odessa, caçapava, osasco, caieiras, Paulínia, cajamar, Pedreira, campinas, Peruíbe, carapicuíba, Pindamonhangaba, cosmópolis, Pirapora do bom Jesus, cotia, Poá, cubatão, Praia grande, diadema, ribeirão Pires, embu, rio grande da Serra, embuguaçu, Salesópolis, engenheiro coelho, Santa bárbara d’ oeste, ferraz de vasconcelos, Santa branca, francisco morato, Santa isabel, franco da rocha, Santana de Parnaíba, guararema, Santo andré, guarujá, Santo antônio da Posse, guarulhos, Santos, Holambra, São bernardo do campo, Hortolândia, São caetano do Sul, igaratá, São José dos campos, indaiatuba, São lourenço da Serra, itanhaém, São vicente, itapecerica da Serra, Sumaré, itapevi, Suzano, itaquaquecetuba, taboão da Serra, itatiba, taubaté, Jacareí, tremembé, Jaguariúna, valinhos, Jandira, vargem grande Paulista, Juquitiba e vinhedo. demais estados e cidades 500*** * em partes por milhão de S - ppm de S ** municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do deSPoluir: www.cntdespoluir.org.br *** a partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção legislação no Site do deSPoluir: www.cntdespoluir.org.br
16,2%
23,2%
teor de biodiesel 25,3% outros 6,1%
Pt. fulgor 16,2% enxofre 23,2%
corante 6,1% aspecto 23,2%
% nc
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - DEZEMBRO 2014 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0
trimestre anterior trimestre atual
26,7
0,0
3,7
caminhões leves
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - DEZEMBRO 2014
QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S)* Japão eua europa
Ônibus caminhões comerciais leves rodoviários (diesel) médios
10,5
2,6 2,7
2,7
0,0
1,6
2,3
2,5
3,8
0,0
4,0
2,8
3,7 0,0
1,2
5,4
2,0
0,0
4,6 0,0
1,8
0,8
2,7
3,5
3,5
al am aP ba ce df eS go ma mg mS mt Pa Pb Pe Pi Pr rJ rn ro rr rS Sc Se SP to (*) brasil ac 0 3,7 26,7 2,6 2,7 2,7 0 1,6 2,3 2,5 3,8 0 10,5 4 2,8 3,7 0 1,2 5,4 2 0 0 4,6 1,8 0,8 2,7 3,5 3,5 2,3 0 2,9 21,9 5,3 2,1 0 2,3 2,4 1,9 3,8 0 7,2 3,5 2,5 4,4 0 1,2 3,8 2,1 0 0 4,6 2 0,8 2,2 0 3 Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades. (*) Para tocantins foram considerados os três últimos meses monitorados pelo centro de Pesquisas e análises tecnológicas da anP (cPt anP): trimestre atual: mar, ago e Set/2014; trimestre anterior: Jan, mar e ago/2014. unidades federativas para as quais não houve monitoramento nos períodos considerados: ac, mS e ro.
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE EFEITOS POLUENTES
PRINCIPAIS FONTES
CARACTERÍSTICAS
1
SAÚDE HUMANA
MEIO AMBIENTE
monóxido de carbono (co)
resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.
gás incolor, inodoro e tóxico.
diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.
dióxido de carbono (co2)
resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.
gás tóxico, sem cor e sem odor.
Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
metano (cH4)
resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.
gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.
causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.
compostos orgânicos voláteis (covs)
resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.
composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.
causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.
óxidos de nitrogênio (nox)
formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.
o no é um gás incolor, solúvel. o no2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.
o no2 é irritante para os pulmões e causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. a exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.
ozônio (o3)
formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. Sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.
gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.
dióxido de enxofre (So2)
resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.
Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.
causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.
resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.
conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. o tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.
altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.
material particulado (mP)
Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.
incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.
causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.
causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
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1. conforme o comunicado nº 213/2012 do centro internacional de Pesquisas sobre o câncer (iarc), vinculado à organização mundial da Saúde (omS), a fumaça do diesel é classificada como substância cancerígena, na mesma categoria em que se encontram o amianto, o álcool e o cigarro. 2. fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou gnv. 3. fontes fixas: centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. Processos industriais: procedimentos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. chuva ácida: provocada por emissões de dióxido de enxofre (So2) e óxidos de nitrogênio (nox) a partir de usinas de energia, carros e fábricas.
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
CNT TRANSPORTE ATUAL
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“não aproveitamos o supremo prazer econômico de estar quase sem inflação e agora jogamos sobre nossas cabeças as cinzas da penitência da estagflação” ALEXANDRE GARCIA
Romper as cordas esses 46 anos de jornalismo, não sei quantas vezes tive que noticiar períodos de crise junto com perdas de oportunidades. oportunidades de tempos em que o país vai bem e depois comete erros, como se fosse para se punir por ter ido bem. no catecismo da escola, me incutiram que todo prazer é pecado, que leva ao fogo do inferno. Quando desfrutamos dos prazeres do crescimento ou da estabilidade econômica, talvez nos sintamos em pecado e procuremos penitência, afundando de novo, na ciclotimia deste gigante adormecido. agora, ouço mais uma vez, como num coro: “a coisa tá feia”, mas sempre seguido de esperança: “vamos sair desta” e o costumeiro “deus é brasileiro”. um amigo meu demonstra que deus é brasileiro argumentando que deus põe as oportunidades na porta do brasil e o brasil as joga fora pela janela, mas, mesmo assim, deus insiste e manda outra oportunidade. recomendo que não esgotemos a paciência divina. Se ela se esgotar, ele pode mandar tudo para o inferno. eu cobria economia pelo “Jornal do brasil” quando o país de delfim crescia a média de 11,2% ao ano por três anos consecutivos. depois, veio a crise do petróleo e não soubemos administrar as consequências. andamos no fundo do poço com inflação de 5.000% ao ano e veio o Plano real como divisor de águas. aconteciam maravilhas. comprei um carro alemão com o dólar a 0,84 e com 20% de imposto de importação. depois, a alma nacional sentiu-se culpada do gozo e começou a se punir de novo. não aproveitamos o supremo prazer econômico de estar quase sem inflação e agora jogamos sobre nossas cabeças as cinzas da penitência da estagflação.
N
vivemos, trabalhamos, produzimos, compramos e vendemos, transportamos, pagamos, elegemos, sempre distantes de nossos representantes. e chamamos isso de democracia. alguns são mais iguais que os outros. Para alguns, aplica-se a lei; para outros, está liberado interromper estradas, destruir pesquisa, invadir propriedades. alguns assaltam e matam; outros roubam na surdina. o país se deteriora no corpo e na alma e se importa muito pouco. em cada cem brasileiros, só um se manifesta, mostraram as ruas. e uma boa parte age de forma muito parecida com a ação que condena. os eleitos gostam. ficam perto de seus representados durante as campanhas eleitorais, mas depois elegem suas claques para ouvir os aplausos que abafam as críticas. Será esse o nosso destino sul-americano? não é. no chile, o governo usou a força política que tinha para promover a abertura econômica. e o país tem perfume não apenas de vinho, mas de Primeiro mundo nos negócios e no bem-estar. no brasil, enquanto havia força política, promoveu-se a abertura política, e até hoje o país espera pela abertura econômica, amarrado às vontades do governo, enredado em tributos e burocracia, vítima de uma mistura peçonhenta de ideologia com economia. os chineses, de sabedoria milenar, expulsaram marx e deixaram o pragmático confúcio voltar aos corações e mentes. São os autores do tão citado ideograma que junta crise com oportunidade. Quem sabe encontraremos na crise força para fazer a oportunidade de nos libertar das derramas que nos amarram nas mesmas cordas que enforcaram tiradentes.
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CNT TRANSPORTE ATUAL
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CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio Soares de andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS
newton Jerônimo gibson duarte rodrigues
eudo laranjeiras costa antônio carlos melgaço Knittel eurico galhardi José luís Santolin francisco Saldanha bezerra Jerson antonio Pícoli João rezende filho dante José gulin mário martins
escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
DOS LEITORES REPORTAGEM DE CAPA
REGRAS PARA ECLUSAS
venho através desta parabenizar a equipe da cnt pela reportagem "o transporte que salva vidas" da edição de fevereiro 2015. muito interessante. dou os parabéns também às empresas aéreas privadas associadas à abear que fazem esses transportes gratuitamente. Parabéns também pela campanha "asas do bem" para incentivar as empresas no transportes dos órgãos para transplante. gostei muito dessa reportagem. Parabéns a todos os envolvidos.
a lei que garante a construção de eclusas junto com a barragem erguida para a geração de energia elétrica chega mais que na hora. a economia gerada com a medida poderá ampliar a circulação de mercadorias pelos rios navegáveis e gerar mais riqueza para o país.
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da fonseca lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
marco antonio gulin otávio vieira da cunha filho TRANSPORTE DE CARGAS
flávio benatti Pedro José de oliveira lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
edgar ferreira de Sousa
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
luiz anselmo trombini urubatan Helou irani bertolini Paulo Sergio ribeiro da Silva eduardo ferreira rebuzzi oswaldo dias de castro daniel luís carvalho augusto emilio dalçóquio geraldo aguiar brito vianna augusto dalçóquio neto euclides Haiss Paulo vicente caleffi francisco Pelúcio
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
glen gordon findlay lúis ivan Janaú barbosa TRANSPORTE FERROVIÁRIO
rodrigo vilaça Joubert fortes flores filho TRANSPORTE AÉREO
José afonso assumpção Wolner José Pereira de aguiar CONSELHO FISCAL (TITULARES) david lopes de oliveira éder dal’lago luiz maldonado marthos José Hélio fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Jerson antonio Pícoli andré luiz zanin de oliveira José veronez eduardo ferreira rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
luiz Wagner chieppe alfredo José bezerra leite lelis marcos teixeira José augusto Pinheiro victorino aldo Saccol
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
moacir da Silva Sergio antonio oliveira José alexandrino ferreira neto José Percides rodrigues luiz maldonado marthos Sandoval geraldino dos Santos renato ramos Pereira éder dal’lago andré luiz costa getúlio vargas de moura braatz nilton noel da rocha neirman moreira da Silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
marco machado Soares claudomiro Picanço carvalho filho andré luiz zanin de oliveira moacyr bonelli george alberto takahashi José carlos ribeiro gomes aloisio Sobreira José rebello iii José roque fernando ferreira becker raimundo Holanda cavalcante filho Jorge afonso Quagliani Pereira eclésio da Silva andré macena de lima
Wellington Berriel da Silva guarapari (eS) REPORTAGEM DE CAPA muito interessante a reportagem sobre drones publicada na edição de março da CNT Transporte Atual. o brasil precisa definir com urgência as regras sobre como deve ser o funcionamento desses equipamentos que voam sem controle e podem oferecer riscos às pessoas que transitam nas ruas ou até mesmo para aviões durante os pousos e decolagens. André Barroso maceió (al)
Pedro Oliveira brasília (df) AUMENTO NA CONTA DE ENERGIA é triste saber que o reajuste da energia impactará no sistema metroviário. e mais uma vez o cidadão paga a conta com aumento nas passagens. além disso, o reajuste reduz os investimentos na melhoria da malha ferroviária que tanto precisa de investimentos. lamentável. Carolina Ferreira São Paulo (SP)
Cartas: SauS, quadra 1, bloco J edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (df) e-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes