Horizonte chinês

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CNT

ANO XXI NÚMERO 236 MAIO 2015

T R A N S P O R T E AT UA L

Horizonte

chinês

Brasil e China assinam acordo para estudar viabilidade de construção da ferrovia Transoceânica, ligação entre Goiás e os portos peruanos ENTREVISTA COM JOSÉ AUGUSTO DE CASTRO, PRESIDENTE DA AEB




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CNT TRANSPORTE ATUAL

MAIO 2015

REPORTAGEM DE CAPA Megaferrovia, denominada Transoceânica, vai integrar Brasil e Peru e facilitar o escoamento da produção brasileira de grãos e minérios; 4,4 mil km de linha devem interligar Goiás aos portos peruanos Página 24

CNT TRANSPORTE ATUAL ANO XXI | NÚMERO 236 | MAIO 2015

ENTREVISTA

Entrevista com o presidente da AEB, José de Castro PÁGINA

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BRASIL-CHINA • CNT realiza, em sua sede, em Brasília, encontros com empresários chineses durante visita de primeiro-ministro da China ao Brasil PÁGINA

CAPA VALEC/DIVULGAÇÃO

SEGURANÇA

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim Bruno Batista Etevaldo Dias Lucimar Coutinho EDITOR

Americo Ventura Mtb 5125

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET: www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

[americoventura@sestsenat.org.br]

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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INDÚSTRIA AERONÁUTICA

Passarelas ajudam Pequenas fábricas a evitar acidentes de aeronaves nas rodovias lutam por espaço PÁGINA

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RODOVIÁRIO

Altos índices de roubo de cargas no ano passado PÁGINA

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PÁGINA

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cnt.org.br

Adiada a exigência de exame toxicológico para os motoristas profissionais

AQUAVIÁRIO • Burocracia portuária é percebida por organizadores estrangeiros de regata no Brasil; logística da competição requer forte planejamento PÁGINA

MEIO AMBIENTE

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CONSCIENTIZAÇÃO

Eletromobilidade e Sest Senat participa eficiência energética da campanha são debatidas Maio Amarelo PÁGINA

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PÁGINA

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DIA DO TRABALHADOR

Seções Duke

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Opinião

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Mais Transporte

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Boletins

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Tema do mês

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Alexandre Garcia

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Cartas

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Sest Senat promove diversas atividades para celebrar a data PÁGINA

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A Agência CNT de Notícia traz na editoria Trânsito uma matéria sobre o adiamento do prazo para a exigência do exame toxicológico aos motoristas profissionais. O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) adiou para 1º de janeiro de 2016 a nova data de vigência da medida. A lei que obriga a realização dos testes de larga detecção para motoristas profissionais das categorias C, D e E é de 2013 e, inicialmente, valeria a partir de janeiro de 2014. O exame tem o objetivo de identificar o uso de substâncias psicoativas no organismo do motorista e oferecer mais segurança no trânsito em relação ao transporte de cargas e vidas.


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Duke

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“Que essa parceria com os chineses seja duradoura e estimule outras ações que possam fazer o Brasil retomar o crescimento econômico” OPINIÃO

CLÉSIO ANDRADE

No caminho certo

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stive presente neste mês de maio em encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês Li Keqiang. Na ocasião, foram anunciados investimentos da China no Brasil em diversas áreas, como aviação, petróleo, mineração, agronegócios e infraestrutura. O governo chinês pretende investir aproximadamente US$ 53 bilhões no Brasil. O destaque no setor de infraestrutura de transportes é a ferrovia Transoceânica, que vai ligar os oceanos Pacífico e Atlântico, passando por Brasil e Peru. Com 4,4 mil km, a estrada de ferro sairá de Goiás, passará pelos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre e vai atravessar os Andes, chegando aos portos do Peru. No Brasil, se integra à malha da ferrovia Transcontinental, até o porto de Açu, no Rio de Janeiro. A iniciativa abre um nova saída pelo Oceano Pacífico e, com isso, facilita e reduz custos no escoamento do nosso minério, da soja e outros produtos de exportação. Esse é um investimento que a Confederação Nacional de Transporte vem defendendo desde o primeiro Plano CNT de Transporte e Logística, lançado em 2007. O acordo bilateral assinado prevê que os estudos de viabilidade se estendam até maio de 2016. A partir daí é que se poderá saber os custos do empreendimento. A CNT sempre defendeu que o país procure parceiros estrangeiros que possam trazer investimentos que permitam a reto-

mada do crescimento econômico. No contexto atual, no qual o governo brasileiro reduziu sua capacidade de investimento para cumprir meta de superavit primário para pagar dívidas, a parceira com os chineses é muito bem-vinda. A China já é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2014, as trocas comerciais entre os dois países alcançaram quase US$ 80 bilhões. Também neste mês de maio, recebemos aqui na CNT mais uma comitiva de empresários chineses interessados em conhecer os caminhos para investir na infraestrutura brasileira. Há tempos, nós percebemos a importância estratégica da China no comércio mundial e as possibilidades que uma aproximação com o país asiático poderiam trazer Por isso, instalamos um Escritório de Representação da CNT em Pequim que tem realizado um trabalho notável de aproximação entre empresários chineses e brasileiros. Mostramos a eles as oportunidades de investimento em portos, ferrovias, rodovias e aeroportos. Temos certeza que estamos cumprindo nosso papel de indutor do desenvolvimento. Depois de tantas notícias desanimadoras nos últimos meses, como inflação alta e aumento do desemprego, o mês de maio traz alguma perspectiva de dias melhores. Que essa parceria com os chineses seja duradoura e estimule outras ações que possam fazer o Brasil retomar o crescimento econômico.


“Esse ano deverá ser o quinto consecutivo em que as exportações do Brasil país tem deficit comercial. A corrente de comércio também terá queda, o que

ENTREVISTA

JOSÉ AUGUSTO DE CASTRO - PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE

Investir para POR

Brasil passa por um cenário de crise interna, com taxa de câmbio e juros elevados. A situação afeta diretamente o comércio exterior. Exportações e importações apresentam quedas sucessivas e as previsões são cada vez mais pessimistas. De um lado, produtos importados se tornam mais caros, o que gera o fortalecimento da indústria nacional. De outro lado, a exportação de produtos manufaturados pode ganhar força com a alta do dólar. Essa é a análise do presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro. À frente da entidade desde 2010, trabalhou em diferentes empresas na área de exportação, além de já ter atuado em

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EVIE GONÇALVES

consultorias de comércio exterior. É autor de 12 livros sobre o assunto e foi docente de diferentes universidades. Também foi consultor da ONU (Organização das Nações Unidas), onde trabalhou em países como Guatemala, El Salvador e Costa Rica. Em entrevista à revista CNT Transporte Atual, ele comentou não só a condição do Brasil em relação a outros países, mas também a necessidade de investimento em infraestrutura e a carência de recursos para o transporte. Confira os principais trechos: Passado o primeiro quadrimestre do ano, qual é o balanço parcial do comércio exterior brasileiro? Infelizmente é ruim. Estamos em um ano em que as

commodities, que representam 60% do que Brasil exporta, estão em queda. E os outros 40%, que são produtos manufaturados, começam a sofrer em decorrência da taxa de câmbio. Todos os dois caem nesse primeiro quadrimestre. O deficit comercial está ao redor de US$ 5,5 bilhões. O cenário é otimista para 2015? Não. Esse ano deverá ser o quinto consecutivo em que as exportações do Brasil caem e pode ser o segundo ano consecutivo em que o país tem deficit comercial. A minha expectativa é que esse número se torne positivo no final do ano, mas será, na

verdade, um superavit negativo, pois ele não será gerado pelo aumento das exportações, mas sim, por redução das importações. Numericamente é um bom resultado. Ocorre que superavit ou deficit não é causa. É sempre consequência ou efeito de alguma coisa. Este ano, se os US$ 5,5 bilhões se confirmarem, será efeito da forte queda nas importações e uma queda menor nas exportações. Para efeito de país, o mais importante não é o superavit. É a corrente de comércio, que é somatório das exportações e importações. Em mais um ano, a corrente de comércio do Brasil terá uma queda, o que significa menor atividade econômica.


AEB/DIVULGAÇÃO

caem e pode ser o segundo em que o significa menor atividade econômica.” COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL

crescer De que maneira a crise que o país enfrenta afeta o comércio exterior? Esse cenário de crise interna, que é uma realidade, com taxa de câmbio e juros elevados, faz com que tenhamos uma retração da atividade ou claramente uma recessão. Com isso, as empresas se voltam para o mercado externo para compensar a queda no mercado interno. Essa busca está sendo ajudada pela taxa de câmbio. Só que ela só ajuda a exportação dos produtos manufaturados. Não ajuda a exportação de commodities, que têm um preço uniforme no mercado internacional. Não é porque tem uma taxa de câmbio melhor que a China vai comprar mais minério do Brasil ou que a União Europeia vai comprar mais

farelo soja. Nesse momento, a taxa de câmbio representa um fator de rentabilidade sobre as commodities, o que vai ajudar a tornar os produtos manufaturados mais competitivos. A expectativa é haja um aumento da exportação, principalmente para os Estados Unidos. De que maneira a alta do dólar, que chega ao patamar de R$ 3, afeta no consumo interno do país, sobretudo em relação às importações? A taxa de câmbio faz com que o produto importado se torne mais caro. Antes, se alguém comprava um produto importado, ou vai deixar de comprar ou vai passar a comprar o nacional. Essa taxa, que ainda não é ideal em termo de equilíbrio, tem uma

função de proteger a indústria nacional porque se nós importarmos tudo, vamos gerar muito emprego no exterior e não vamos gerar emprego no Brasil. A taxa de câmbio elevada vai fazer com que empresas que antes estavam importando produtos que eram mais baratos, agora talvez passem a fabricar no mercado interno ou reduzam a quantidade de produtos importados e passem a comprar mais dentro do país. Então, temos o lado negativo de o custo do produto importado reduzir o consumo, mas, por outro lado, permite a criação de empregos no mercado interno.

Colocando na balança, o que é mais vantajoso para o Brasil? A taxa de câmbio ao redor de R$ 3. Ao mesmo tempo em que se estimula a exportação, se desestimula a importação. Isso é bom. Desde 2007, temos uma taxa de câmbio estimulando só as importações. Tanto é que o número de empresas importadoras dobrou nos últimos sete anos. E o número de empresas exportadoras caiu 10%. O objetivo de todo país é ter mais empresa exportadora do que importadora, pincipalmente de produtos manufaturados.


Em 2014, segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), houve queda de 7% nas exportações em relação a 2013 e baixa de 4,5% nas importações em relação ao mesmo período. A que se deve essa diminuição? As exportações caíram por duas razões. Em 2013, o Brasil exportou sete plataformas de petróleo no valor de US$ 7,7 bilhões. Em 2014, foram apenas duas no valor de US$ 2 bilhões. Além disso, as commodities, principalmente minérios, tiveram uma queda fortíssima de preço. O preço do petróleo também caiu. Tivemos ainda a crise na Argentina, que reduziu as exportações de automóveis. Nas importações foram coisas pontuais. O petróleo teve pequena queda, com isso houve redução no volume de importação. O mercado está sendo muito afetado em 2015. Para se ter uma ideia, no acumulado do ano até abril, as importações caíram 14,6% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado. Já as exportações caíram 15,6% em relação ao mesmo período. Quais são os principais parceiros internacionais do Brasil em relação ao comércio exterior? A China é o maior país comprador do Brasil. Em 2014, foram US$ 40,6 bilhões. O segundo maior mercado foram os Esta-

dos Unidos, com US$ 27 bilhões. Depois vem a Argentina, com US$ 14,2 bilhões. Em seguida, a Holanda, com US$ 13 bilhões, e, por fim, o Japão com US$ 6,7 bilhões. China, Estados Unidos e Argentina representam quase 40% de tudo que o Brasil exporta. Em relação à importação, a China continua em primeiro lugar com US$ 37,3 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo, com US$ 34,9 bilhões, Argentina em terceiro, com US$ 14,1 bilhões, Alemanha em quarto, com US$ 13,8 bilhões, e Nigéria em quinto, com US$ 9,4 bilhões. Os cinco países representam quase 50% de tudo o Brasil importou no ano passado. A China é o principal parceiro comercial do Brasil. De que maneira é possível fortalecer ainda mais essa bilateralidade? A China só compra commodities e vende manufaturados. O ideal deveria ser o inverso. A gente precisa aumentar as exportações de manufaturados. Não que tenhamos que reduzir as commodities. Com isso, a rentabilidade seria maior, assim como a geração de empregos. Dos 15 maiores exportadores do mundo, 13 são de manufaturados. O mundo todo briga para exportar manufaturados. O Brasil também deveria fazer o mesmo. A sugestão para isso é reduzir custos. Nosso dever de casa é fa-

INTEGRAÇÃO Portal Único do

“O Brasil é muito competente na hora de produzir, mas quando é para transportar, não consegue competir”

zer reformas estruturais, como tributária, trabalhista, previdenciária, além de investir em infraestrutura e reduzir burocracia. Se não fizermos o que precisa, vamos sempre depender de exportação de commodities. O transporte é vital para alavancar o comércio entre o Brasil e outros países. Quais são as principais carências nesse setor? Temos uma rede de transporte que não é suficiente para atender a demanda. O Brasil é um exportador de peso. Existem produtos que devem ser transportados em trens ou barcaças. Como temos poucas ferrovias e hidrovias, acabamos usando o modal rodoviário. A


COMPANHIA DOCAS RJ/ARQUIVO

Comércio Exterior deve reduzir excesso de burocracia nos portos brasileiros

soja que é produzida no Mato Grosso, por exemplo, para ser levada para os portos de Santos ou Paranaguá, tem que ir via rodoviário. E isso é muito caro. O Brasil é muito competente na hora de produzir, mas na hora de transportar a mercadoria para o destino, não consegue competir. Tem que melhorar as malhas rodoviária e ferroviária exatamente para se criar condições para que as mercadorias cheguem aos portos. Se conseguirmos fazer novas concessões, com certeza haverá redução de custos. Essa redução fará com que o país possa aumentar a produção e, então, tenha mais recursos, o que significa maior emprego e maior receita de exportação.

O Brasil investe pouco em transporte? Muito pouco. As decisões são muito lentas porque o governo tem muita dificuldade interna. Já o setor privado tem mais liberdade e agilidade. Além do mais, o governo não tem dinheiro para investir. Quem tem recurso é o setor privado. Se deixar por conta do governo, a cada ano a defasagem no setor de transporte vai aumentando, como tem ocorrido. Existem duas opções: ou não se faz nada ou se fazem concessões. Já está provado que elas são uma boa alternativa. Quem recebeu a concessão tem todo interesse que a obra termine o mais rápido possível porque pode começar a cobrar o pedágio.

“Quem tem recurso é o setor privado. Se deixar por conta do governo, a defasagem para o transporte só aumenta” A estrutura e burocracia dos portos atrapalham o comércio exterior? O custo de logística não é só transporte, mas também o operacional. A burocracia deve diminuir um pouco com o Portal Único do Comércio Exterior, que será lançado pelo governo. A previsão é que ele fique pronto em 2017. Ele vai fazer com que todos os órgãos que atuam no comércio exterior obrigatoriamente estejam integrados. Depois de pronto, haverá redução de papel, de tempo e de custo. O programa já foi lançado, está na fase de implantação, que é demorada por ser muito complexa, já que abrange todas as possíveis operações de comércio exterior. Mas

ele está caminhando. E com uma grande vantagem: o documento fornecido vai servir para todos os órgãos. Não será como funciona hoje, em que vários órgãos solicitam o mesmo documento. Só vai fornecer uma vez e eletronicamente. Infraestrutura deficiente, sobretudo em relação a portos, ferrovias, rodovias, hidrovias e transporte aéreo, é uma limitação para a expansão da cadeia produtiva nacional? Sim. Principalmente de produtos manufaturados. O Brasil consegue vender esse tipo de mercadoria aqui na América do Sul, no máximo nos Estados Unidos. Países que, teoricamente, estão próximos. A gente vende muito pouco para a Ásia, Europa, Oriente Médio, que são os mercados grandes no mundo. Os principais competidores são China, Coreia, Japão e Europa. O Brasil também tem condições, só precisa investir. Temos o famoso Custo Brasil, que é a soma de diferentes custos, como logística, tributos, pessoal, burocracia. Temos produtos de qualidade, mas com custos elevados. Outro detalhe é que o Brasil é o sétimo PIB (Produto Interno Bruto) do mundo, mas é apenas o 25º país exportador. Das dez maiores riquezas, oito são também os maiores países exportadores. Apenas Brasil e Índia estão de fora da lista. l


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MAIS TRANSPORTE MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

Aplicativo facilita acesso a condições na BR-040 Usuários da BR-040, trecho entre Juiz de Fora (MG) e o Rio de Janeiro (RJ), contam, desde abril, com um aplicativo disponibilizado pela Concer, concessionária responsável pela administração do trecho.

O app possui uma série de recursos que facilita os deslocamentos pela rodovia e é encontrado nas lojas do Google Play, iOS e Windows Store. Entre as funcionalidades da ferramenta está o acesso

às imagens de 12 câmeras instaladas em pontos estratégicos da rodovia para o monitoramento do tráfego em tempo real e as condições de trânsito e clima. O usuário ainda pode acionar os canais

de atendimento da concessionária, como os operadores de teleatendimento do 0800-2820040 e do socorro médico e mecânico e registrar manifestações para a Ouvidoria da Concer.


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LANÇAMENTO

Ministério das Cidades lançou o Caderno de Referência para orientar Estados e municípios na elaboração do Plano de Mobilidade Urbana. Composto por oito capítulos sobre fundamentos de infraestrutura para o sistema de mobilidade no país, o material traz os meios de transporte, as redes, as respectivas infraestruturas e a forma com que interagem com o espaço urbano. A Política Nacional de Mobilidade Urbana, estabelecida pela Lei nº 12.587/2012, busca promover a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade da população e cargas

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no território dos municípios brasileiros. A norma determina que os municípios acima de 20 mil habitantes e os demais obrigados por lei devem elaborar seus Planos de Mobilidade Urbana para que recebam recursos federais a serem investidos no setor. O prazo para que os municípios com mais de 20 mil habitantes concluam os seus respectivos planos terminou no dia 12 de abril, mas os municípios que não concluíram e têm parcerias em andamento com o governo federal não serão prejudicados. Contudo, para projetos futuros, é necessário que tenham o plano de mobilidade ou serão impedidos de celebrar novos contratos.

MINISTÉRIO DAS CIDADES/DIVULGAÇÃO

Cartilha orienta municípios para Plano de Mobilidade Urbana

MOBILIDADE Material dá dicas para elaboração do Plano

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

Recife tem melhor aeroporto O Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre, em Recife (PE), foi eleito o melhor do país pelos passageiros no Prêmio Aeroportos + Brasil 2015, realizado pela Secretaria de Aviação Civil (SAC). Ele foi o preferido de 64.539 passageiros de voos domésticos e internacionais, entre 15 aeroportos brasileiros de grande movimentação que estavam na disputa. O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, foi escolhido o

melhor em quatro das nove categorias da premiação: check-in mais eficiente, aeroporto mais confortável, aeroporto mais cordial e raio-x mais eficiente. Curitiba (PR) recebeu o prêmio de aeroporto com mais facilidades; Santos Dumont (RJ), o de restituição de bagagem mais eficiente; Confins (BH), o de serviço público mais eficiente; e São Gonçalo do Amarante (RN) foi premiado como o mais limpo.

AEROPORTO Preferido entre quase 65 mil passageiros


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MAIS TRANSPORTE GUERRA/DIVULGAÇÃO

Veículos e implementos mais leves Uma das maiores fabricantes de implementos rodoviários da América Latina, a Guerra S.A. firmou, no mês de abril, uma parceria tecnológica com a maior produtora de nióbio do mundo, a mineira CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração). A parceria é estratégica para as duas companhias, uma vez que esse elemento é usado como liga na produção de aços especiais e, quando adicionado na proporção de gramas por tonelada de aço, confere maior tenacidade e leveza. A redução de massa dos produtos é uma busca constante tanto dos fabricantes de implementos rodoviários quanto das indústrias de veículos de passageiros.

MINISTÉRIO DAS CIDADES/DIVULGAÇÃO

Novas placas: prazo prorrogado O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou a resolução nº 527 que prorroga para 2017 o prazo para veículos adotarem o modelo brasileiro de placas no padrão Mercosul. A norma, publicada em 30 de abril, também suspende o credenciamento das empresas

que fabricarão as placas. Até então, a data-limite para adequação era 1º de janeiro de 2016. Com as alterações, as novas placas serão obrigatórias a partir de 1º de janeiro de 2017 para os veículos novos, aqueles transferidos de município e com troca de categoria.

FISCALIZAÇÃO Placas padrão Mercosul serão obrigatórias a partir de 2017


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AQUAVIÁRIO

Tarifas de portos são reajustadas em até 39% Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) autorizou, em maio, reajustes das tarifas portuárias. Os aumentos foram registrados em 37 portos organizados e já estão em vigor. Nos 19 maiores portos públicos nacionais, responsáveis por mais de 90% da movimenta-

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ção de carga para esse tipo de instalação portuária, os reajustes médios chegaram a 31,7%. É o caso do Porto de Santos (SP), que havia tido a última revisão em 2005. Nos portos da cidade do Rio de Janeiro (RJ) e de Itaguaí (RJ), a alta foi de 31,4%. As tarifas portuárias do Maranhão foram corrigidas em

29,5%, e as do Paraná, em 23,2%. Para a autoridade portuária de Suape (PE), o reajuste foi de 30,5%. Os portos públicos do Pará tiveram aumento médio de 25,7%. Já os do Rio Grande do Sul, de 29%. O último aumento das tarifas nesses Estados havia ocorrido em 1995. Os portos organizados da

Bahia, do Espírito Santo e de Santa Catarina tiveram as tarifas revisadas em 20,7%, 24,7% e 14,4%, respectivamente. Os maiores reajustes médios, no entanto, ocorreram nas tarifas dos portos de Imbituba (SC), com alta de 39%, Porto Alegre (RS), de 33,2%, e Recife (PE), onde o reajuste foi de 32,9%. SUAPE/DIVULGAÇÃO

NOVOS VALORES Os reajustes envolvem 37 portos organizados


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MAIS TRANSPORTE DTNA/DIVULGAÇÃO

Primeiro caminhão autônomo do mundo é apresentado A DTNA (Daimler Trucks North America) apresentou, em maio, em Las Vegas (EUA), o primeiro caminhão autônomo do mundo. O protótipo Freightliner

Inspiration Truck ainda contará com um motorista, cabendo a ele apenas apertar um botão no volante que ativará o dispositivo de direção

automática. O piloto eletrônico, contudo, só funciona em rodovias. Nos centros urbanos, quem dirige é o humano. O veículo, que já está

licenciado para circular pelo estado de Nevada (EUA), não requer estradas especiais e consegue "ler" placas e sinais.


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AVIAÇÃO

Anac reajusta tarifas dos aeroportos de Galeão e de Confins Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) reajustou em 8,89% as tarifas aeroportuárias do Galeão (RJ) e de Confins (MG). Os novos valores entram em vigor a partir do início de junho. O órgão ex-

A

plicou que a correção considerou a variação percentual do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) entre março de 2014 e abril de 2015. Com a alteração dos valores, a tarifa máxima de embar-

que doméstico paga pelos passageiros nos dois aeroportos concedidos passará de R$ 23,37 para R$ 25,45. O valor já considera a incidência do percentual de 35,9%, relativo ao Ataero (Adicional de Tarifa

Aeroportuária), destinado ao Fnac (Fundo Nacional de Aviação Civil). Já a tarifa máxima de embarque internacional passará de R$ 83,78 para R$ 87,46, também já contando com o Ataero. RIOGALEÃO/DIVULGAÇÃO

GALEÃO Novos valores entram em vigor a partir de junho ASCOM/APPA/DIVULGAÇÃO

Embarcações são monitoradas

TECNOLOGIA Sistema possibilita a visualização de toda a frota

Está em fase de testes um sistema de monitoramento, em tempo real, das embarcações que chegam aos portos do Estado do Paraná. Isso torna o planejamento de navegação mais eficiente, já que melhora a previsão de chegada dos navios e ajuda a reduzir o tempo de espera e de atracação. O resultado é redução de custos e aumento da produtividade. Desenvolvido pela Appa

(Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), o software possibilita a visualização de toda a frota situada na Costa Atlântica brasileira e mundial. O programa também proporciona a obtenção de informações on-line sobre a origem e o destino das embarcações, características dos navios e o tipo de carga que está sendo transportada ou programada para o carregamento.


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MAIS TRANSPORTE CODESP/DIVULGAÇÃO

Ferrovia supera rodovia em cargas no Porto de Santos As ferrovias superaram, pela primeira vez, as rodovias em escoamento de mercadorias no Porto de Santos (SP). Do total das cargas entregues em

março de 2015 ao terminal portuário, 55% chegaram por ferroviárias e 45% por rodovias, informou o terminal paulista. A inversão representa

uma vitória na estratégia governamental de tornar mais competitivos os terminais e assim contribuir para redução dos custos logísticos.

Além disso, em abril, foi registrado um aumento de 13% nos embarques de soja em Santos, em comparação com abril de 2014.

VOLVO/DIVULGAÇÃO

Ônibus híbrido dual é opção

TRANSPORTE Veículo opera como elétrico híbrido ou puro (baterias)

Os municípios brasileiros que investem no modal sustentável para o transporte de passageiros contam agora com uma nova e flexível tecnologia: ônibus elétrico híbrido dual. Desenvolvida pela Eletra, empresa brasileira especializada em tração elétrica para transporte urbano, a tecnologia permite que um mesmo ônibus possa operar como elétrico

híbrido ou elétrico puro, por meio do uso de baterias. Com isso, não há necessidade de investimento em infraestrutura de recarga externa das baterias, já que elas são recarregadas na frenagem e durante a operação híbrido. A expectativa é a de que as cidades possam criar áreas de ‘emissão zero’ de poluentes.


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AÉREO

Novos traçados reduzirão rotas aéreas s rotas aéreas brasileiras poderão ter uma redução total de até 50 mil quilômetros, por ano, após o ICA (Instituto de Cartografia da Aeronáutica) ter publicado 69 novas cartas aeronáuticas que começam a ser utilizadas em voos domésticos e interna-

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cionais. São 180 rotas que terão o traçado alterado para otimizar o fluxo do tráfego aéreo. A iniciativa do ICA é resultado de um esforço conjunto entre a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), que reúne as empresas Avianca, Azul, Gol e TAM, e o Decea

(Departamento de Controle do Espaço Aéreo). A diminuição de 50 mil quilômetros equivale a 60 voos a menos por mês, levando em conta a média mensal de mais de 64,5 milhões de quilômetros voados em 2013 e a etapa média de 825 quilômetros no

mesmo período. A redução dessas distâncias diminuirá o consumo de querosene, emissões de gases e tempo de voo. Os resultados desse trabalho devem começar a surtir efeito na indústria a partir de seis meses da entrada em vigor das novas cartas. SERGIO ALBERTO/CNT

ECONOMIA Ao todo, 180 rotas serão otimizadas

TTRANS/DIVULGAÇÃO

Entregue 1º VLT brasileiro A TTrans entregou, em maio , o primeiro VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) fabricado no Brasil, produzido na fábrica de Três Rios (RJ). A empresa é parceira da alemã Vossloh na produção de 22 VLTs para o sistema que está sendo implantando na Baixada Santista (SP), ligando Santos e São Vicente. Três veículos já estão em São Vicente e em condições de operar. Eles foram produzidos na fábrica

da Vossloh em Valência, na Espanha. Os demais serão desenvolvidos no Brasil. Eles terão 2,65 m de largura por 44 m de comprimento e 3,20 m de altura, capacidade para 400 passageiros, velocidade média de 25 km/h (a máxima é de 80 km/h), ar-condicionado e piso 100% baixo, facilitando a movimentação de usuários com dificuldade de locomoção.

MOBILIDADE Veículo terá capacidade para 400 passageiros


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MAIS TRANSPORTE CONFRATERNIZAÇÃO

Dupla comemoração celebra o Dia do Ferroviário ara celebrar o Dia do Ferroviário, comemorado no dia 30 de abril, a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), em conjunto com a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, realizou, no dia 27 de abril, uma solenidade no Plenário da Casa, em Brasília (DF). Esta é a primeira vez que a Câmara abre o espaço para receber a comunidade metroferroviária, com intuito de homenagear todos os trabalhadores do setor que contribuem para a mobilidade urbana e a logística brasileiras. O presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, deputado Júlio Lopes (PP/RJ), disse que o transporte ferroviário dinamiza as trocas econômicas e culturais entre centenas de cidadãos brasileiros. “Infelizmente, passamos a privilegiar as rodovias, deixando a malha ferroviária em segundo lugar. As ferrovias foram desmontadas e seus trilhos viraram sucata. Um erro estratégico imperdoável. As ferrovias continuam sendo a melhor opção logística para o Brasil andar e, nessa tarefa, os ferroviá-

P

rios não são apenas nossos aliados, são nossos comandantes”, destacou o ex-secretário de Transporte do Rio de Janeiro (RJ). A superintendente da ANPTrilhos, Roberta Marchesi, destacou que é preciso dedicação e treinamento para atuar na área, que está cada vez mais valorizada. “Os ferroviários carregam a responsabilidade de transportar

grande parte das cargas brasileiras e mais de 3 bilhões de passageiros ao ano. Ferrovia é sinônimo de dedicação, paixão, saudosismo e progresso. Atualmente, contamos com 39 mil profissionais atuando na manutenção, operação e gerenciamento dos trens urbanos e metrôs em todo Brasil e mais 20 mil funcionários da indústria ligados diretamente à área ferroviária.”

Segundo ela, só em 2014, a geração de empregos no setor cresceu 8%, representando a contratação de 3.000 novos ferroviários. “Uma nova geração que impulsionará o setor e garantirá a continuidade do desenvolvimento do sistema transporte. A expectativa é que nos próximos cinco anos o setor possa chegar a 60 mil empregos diretos contribuindo para o aqueciANTF/DIVULGAÇÃO

AGRACIADOS Cleusadir José Pacholski, Guilherme Ribeiro de Melo, Claudio Baleeiro de Souza, Márcia Andréia Silva e Costa Bastos e Pablo Dias (da esq. para dir.) foram homenageados pela ANTF


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ANPTRILHOS/DIVULGAÇÃO

mento da indústria e serviços, mas é fundamental dar continuidade a expansão do sistema”, disse. Durante o evento a ANPTrilhos exibiu um vídeo sobre a importância das ferrovias brasileiras e depoimentos de funcionários do modal que atuam em diversas regiões do Brasil. Quatro trabalhadores de gerações diferentes que contribuem ou já contribuíram com a mobilidade urbana brasileira foram homenageados e receberam placas de agradecimento pelos serviços prestados. A Chefe da Divisão de Controle Operacional do Metrô-DF, Inalba Maria Morais Galvão, foi uma das homenageadas. A engenheira tem 29 anos de trabalhos prestados ao setor metroviário e há oito anos é responsável por toda a operação do sistema metroviário de Brasília. “Que todos os funcionários do sistema ferroviário do país se sintam representados nessa homenagem. A comemoração é de toda a categoria, que contribui para o melhor desenvolvimento do setor no Brasil”, disse. Comissão de Viação e Transportes A ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) e a Comissão de

HOMENAGEADOS José Tuguimoto, Ernani Fagundes, Inalba Galvão e Nelson Santos (da esq. para dir.) receberam condecorações da ANPTrilhos

Viação e Transporte da Câmara dos Deputados também homenagearam os ferroviários no dia 6 de maio na Casa. A convite da presidente da CVT, deputada Clarissa Garotinho (PR/RJ), o deputado Edinho Bez (PMDB/SC) abordou a importância dos trabalhadores das ferrovias e do crescimento do transporte de cargas sobre trilhos no Brasil. “Precisamos de mais infraestrutura no modal para atrair desenvolvimento e crescimento no setor. A excelência no trabalho do ferroviário trilha os novos caminhos do Brasil”, destacou o parlamentar. Para Daniel Rossi, conse-

lheiro da ANTF (Agência Nacional de Transportes Ferroviários), os investimentos são importantes para aumentar a capacidade e o desenvolvimento da ferrovia para o escoamento da produção. Segundo Rossi, as concessionárias desempenham um papel fundamental no setor, mas o desafio é aumentar a capacidade e discutir as concessões para os próximos 30 anos. “Temos um plano em conjunto com a ANTT em prol do desenvolvimento do país para trazer os investimentos necessários não apenas para dentro das ferrovias, mas também para fora dos terminais. Para-

benizo toda a categoria que orgulha o país”, disse. Há 34 anos trabalhando no setor, Claudio Baleeiro de Souza foi um dos homenageados na solenidade. Supervisor de manutenção de vagões em Alagoinhas (BA), Cláudio conta que seguiu a profissão do pai. “Foi instinto. Desde pequeno eu acompanhava o desempenho do meu pai na profissão e resolvi seguir. Nasci às margens de uma ferrovia e acredito que meu destino estava traçado. Agradeço a todos os envolvidos pela homenagem”, afirmou. (Jane Rocha)

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MAIS TRANSPORTE

SERGIO ALBERTO/CNT

Etanol alcança menor nível A relação entre os preços do etanol e da gasolina encerrou a última semana do mês de abril em 61,63%, atingindo assim o menor nível desde igual período de 2010, quando chegou a 59,37%. Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). No quarto mês do ano, a equivalência foi de 63,97%, após os 65,51% registrados em março. Segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), a queda

do etanol – que, em abril, sofreu decréscimo de 2,70% – tem permitido um cenário mais favorável aos consumidores. Em contrapartida, os especialistas afirmam que o uso do combustível derivado da cana-de-açúcar deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço representa mais de 70% do valor do litro do combustível de petróleo.

AVALIAÇÃO Devem ser feitas cerca de 5.000 entrevistas

ARQUIVO/CNT

Antaq faz pesquisa de satisfação

COMBUSTÍVEL Queda possibilita cenário favorável aos consumidores

A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) iniciou, em maio, a Pesquisa de Satisfação dos Usuários dos Serviços Portuários. O objetivo é aferir o grau de satisfação dos usuários com a qualidade dos serviços prestados nos portos organizados. Devem ser realizadas, aproximadamente, 5 mil entrevistas junto a empresas exportadoras e

importadoras, armadores e agentes marítimos selecionados aleatoriamente. O estudo aborda temas como o acesso portuário, a disponibilidade de equipamentos, burocracia, tarifas portuárias, entre outros. As empresas selecionadas para a amostra deste ano já estão sendo contatadas para o agendamento da entrevista. DNIT/DIVULGAÇÃO

Rodovias têm menos mortes Segundo dados consolidados pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), no feriado do dia 1º de maio de 2015, Dia do Trabalhador, houve queda de 46,15% nos óbitos registrados em rodovias federais concedidas, em

relação ao mesmo período de 2014. Foi registrada também diminuição de 6,71% no número de vítimas. Os dados englobam 14 rodovias, referentes à primeira e a segunda etapas do programa de concessão rodoviárias licitadas entre 1994 e 2009.

SEGURANÇA Redução foi registrada no feriado do Dia do Trabalhador



REPORTAGEM DE CAPA

Conex達o

Brasil-Peru


VALEC/DIVULGAÇÃO

Megaferrovia vai integrar os dois países e facilitar escoamento da produção de grãos e minérios; 4,4 mil km de linha férrea devem interligar Goiás aos portos peruanos


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POR

EVIE GONÇALVES

m megaprojeto que deve viabilizar um novo corredor de exportação entre Brasil, América do Sul e Ásia e que tem potencial para turbinar a produção nacional, sobretudo de grãos e minérios. Trata-se da conexão ferroviária Brasil-Peru, ligação continental entre os oceanos Atlântico e Pacífico, denominada Transoceânica, que vai cortar o território brasileiro de leste a oeste. O memorando de entendimento sobre estudos de viabilidade da proposta foi assinado durante a visita do primeiro-ministro da China, Li Keqiang, em maio. Os chineses, que anunciaram um pacote volumoso de investimentos no Brasil (veja reportagem na página 32), são os principais interessados na ferrovia porque buscam facilitar a importação de soja e ferro nacionais. Ainda não foram divulgados valores do investimento. Nem tampouco a modelagem que será adotada e o percentual a ser desembolsado por cada um dos países. O que se sabe sobre o projeto é que ele integrará

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parte da malha da ferrovia Transcontinental. Com 4,4 mil km, a estrada de ferro sairá de Goiás, passará pelos estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre e vai atravessar os Andes, chegando aos portos do Peru. Incialmente, ela iria interligar o Rio de Janeiro ao país sul-americano. Mas os chineses decidiram iniciar a análise pela região Centro-oeste. O Brasil ficou responsável por fazer os estudos de impacto ambiental da ferrovia, juntamente com a análise da regulamentação necessária para viabilizar as obras. Já os aspectos técnicos, como o traçado da linha férrea, serão analisados e custeados pelos próprios chineses. Até maio de 2016, os estudos devem estar concluídos. A ideia da Transoceânica está prevista desde 2008 no Plano Nacional de Viação, do governo federal. E é pleito da Confederação Nacional do Transporte há tempos. “Nós defendemos essa ferrovia em vários estudos, como no Plano CNT de Transporte e Logística. Ela vai facilitar e baratear o escoamento, principal-

PARTICIPAÇÃO

“Vamos reduzir o custo da infraestrutura no Brasil e produzir emprego para a população local” LI KEQIANG, PRIMEIRO-MINISTRO DA CHINA

mente, do minério e da soja produzida no país. Essa decisão é muito importante. O Brasil precisa partir para investimentos que tenham parceiros estrangeiros, sobretudo os chineses”, avalia o presidente da CNT, Clésio Andrade. A possibilidade concreta de tirar o projeto do papel surgiu no fim do ano passado com a assinatura de um memorando de entendimento para a criação de um grupo de trabalho trilateral entre


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SERGIO ALBERTO/CNT

“Nós defendemos essa ferrovia em vários estudos, como o Plano CNT de Transporte e Logística” Presidente da CNT, Clésio Andrade, durante almoço no Itamaraty entre governo brasileiro, empresários e comitiva chinesa

os três países. O acordo foi feito durante a visita dos presidentes da China, Xi Jinping, e do Peru, Ollanta Humala. Para o Brasil, o investimento é tido como estratégico. “Nós sempre contornamos o continente latino-americano para exportar, seja pelo Sul, seja pelo Norte. Agora, essa ferrovia cria um verdadeiro caminho novo. É um marco na nossa logística”, afirmou a presidente Dilma Rousseff durante cerimônia no Palácio do Planalto.

A opinião também é compartilhada pelo premiê chinês. “Vamos reduzir o custo da infraestrutura no Brasil e produzir emprego para a população local por meio do apoio ao financiamento e ampliação do comércio bilateral. Queremos importar produtos agropecuários de boa qualidade”, disse. Estudos A ideia do governo brasileiro é que alguns trechos da

Transcontinental que já possuem EVTEA (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) concluídos sejam aproveitados na análise dos chineses. É o caso da ligação Campinorte (GO) - Vilhena (RO). Com cerca de 1.600 km de extensão, integra a malha da Fico (Ferrovia de Integração do CentroOeste) e deve ser uma das primeiras a serem licitadas. O segmento é visto como uma das alternativas para o escoamen-

CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

to da carga produzida no Centro-oeste dirigida aos portos do Norte e Nordeste. Além disso, é tido como vantajoso na medida em que reduz percurso e custo e desafoga o modal rodoviário, que, atualmente, está saturado para o trajeto. A licitação deve ser dividida em pequenos subtrechos. O primeiro deles, que vai de Campinorte (GO) a Lucas do Rio Verde (MT), possui em torno de 900 km e está mais adiantado. O


TRAÇADO DA FERROVIA TRANSOCEÂNICA


Ferrovia Transoceânica

projeto básico foi finalizado em duas etapas. A primeira, em dezembro de 2010, e a segunda, em fevereiro de 2012. O investimento previsto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é de R$ 4 bilhões. O trecho também integra o PIL (Programa de Investimentos em Logística), que estabelece um novo modelo de parceria públicoprivada para a concessão. Já o subtrecho Lucas do Rio Verde (MT) – Vilhena (RO), que possui por volta de 700 km, também tem o estudo concluído e possui investimento previsto no PAC de R$ 5,5 bilhões. Outros trechos integram o PIL, mas ainda estão em fase de estudo. É o caso da ligação Vilhena (RO) – Porto Velho (RO), que possui 770 km de extensão e vai ligar a região produtora de grãos do Mato Grosso e de Rondônia à hidrovia do Madeira, em Porto Velho. Com isso, também cria um corredor importante para acesso aos portos de Itacoatiara (AM) e Santarém (PA). Essas ligações com projeto básico e estudo concluídos somam, juntas, cerca de 2,4 mil km. Ou seja, outros 2 mil km ainda não foram sequer discutidos. Para Marcelo Perrupato, consultor em transportes, a ferrovia não deve sair do papel em menos de


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SERGIO ALBERTO/CNT

dez anos. “Estamos falando de um projeto de médio prazo. Se começasse hoje, a obra não levaria menos de cinco anos para ser construída. E ainda existem outros entraves, como estudos e licenças ambientais. No Acre, por exemplo, 70% do território é cercado por reservas. É um prazo realista”, acredita. O consultor faz um cálculo aproximado de custo da ferrovia, considerando o valor usual por km de uma linha férrea, que gira em torno de R$ 6,5 milhões de investimento. Logo, para os 4,4 mil km, a estimativa alcança a marca de R$ 30 bilhões. Para ele, a ferrovia é estratégica tanto para o Peru quanto para a China. O país sul-americano teria um porto capaz de receber mercadorias agrícolas e minerais em grandes quantidades vindas do Brasil e da Ásia. Logo, o corredor logístico seria um canal benéfico para a economia peruana. Do ponto de vista chinês, trata-se de um grande investimento. Atualmente, boa parte da carga importada é escoada pelos portos do Sudeste brasileiro, via oceano atlântico, ou pelos portos do Norte e Nordeste, via pacífico. Para atravessar para o pacífico, contudo, a carga tem que passar pelo Canal do Panamá, o que encarece o frete

BILATERALIDADE Presidente Dilma e premiê chinês Li Keqiang

Segundo estimativas, a ferrovia pode alcançar a marca de

R$ 30 bi

consideravelmente pelo fato do porto não ter capacidade de receber navios de maior calado. Para a China, portanto, a ferrovia é vital na medida em que a carga não precisaria mais passar pelo canal e iria pelo oceano diretamente, o que significaria economia de percurso e de tempo. Perrupato se mostra preocupado apenas com a proposta chinesa de investimento na ferrovia. Para ele, que participou de negociações anteriores quando esteve no Ministério dos Transportes, normalmente,

o país oferece investimento em troca de garantia de aquisição de produtos. “A China tem muita gente para alimentar. A renda média das pessoas aumenta, assim como os padrões de consumo, que exigem mais proteína. Além disso, o país não tem terra suficiente para plantar. Por isso, eles precisam de alternativas de importação desses produtos”, argumenta. Segundo o consultor, a equação financeira do projeto ainda precisa ser bem detalhada. “Para fazer um investimento que leva 25 anos para


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ANTF/DIVULGAÇÃO

SOJA A Transoceânica é considerada estratégica por viabilizar um novo corredor para o transporte do grão

dar algum retorno, a China tem que garantir bilhões de venda de soja e isso envolve discussões com os produtores nacionais, não é tão simples. Além disso, o pagamento do trecho peruano também deve ser definido”. Opções Apesar de considerarem a conexão bioceânica Brasil-Peru importante para a economia do país, especialistas acreditam que seria mais rentável investir nas rotas nacionais de escoamento da produção, que

já possuem discussões adiantadas. Para o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, a ferrovia não é competitiva para o transporte dos produtos do agronegócio porque a distância a ser percorrida é muito longa. Segundo ele, o melhor corredor de transporte da soja é o hidroviário. “Poderíamos investir na ferrovia Sapezal-Porto Velho, de lá enviar a carga pela hidrovia do Madeira e, em seguida, aos portos de Itacoatiara (AM), Santarém (PA) e Vila do Conde (PA).”

EXPORTAÇÕES DO BRASIL EM 2014 Principais produtos • Soja (14%) – US$ 31,4 milhões • Minérios (12,6%) – US$ 28,4 milhões Principal destino • Ásia (32,7%) - US$ 73,5 milhões Principal comprador • China (18%) – US$ 40,6 milhões Fonte: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)

Atualmente, a maior parte da exportação do grão é feita via porto de Santos. Segundo Edeon, o gasto do transporte de Sorriso (MT), principal região produtora, até o porto é de cerca de US$ 126 por tonelada. Para levar a mesma carga do município até o Terminal Portuário de Miritituba (PA) e, em seguida, ao porto de Vila de Conde, haveria redução no custo em 34%, passando para US$ 84 a tonelada. “Para isso, além das hidrovias e ferrovias, precisamos da pavimentação e duplicação de vários trechos da BR-163 e os portos funcionando devidamente”, acredita. Para ele, a vantagem da conexão bioceância é bem maior em relação ao transporte de minérios justamente por conta do Canal do Panamá. Atualmente, a maior parte da carga sai pelos portos de Tubarão (ES) e de Itaqui (MA), vai até o canal, atravessa para o oceano pacífico e, em seguida, segue para a China. “Hoje, o Panamá só recebe navios de até 66 mil toneladas. O canal amplia sua capacidade para navios acima de 150 mil toneladas, mas a carga ainda tem que ser fracionada. Quando os custos são somados, o transportador acaba sendo onerado. Se houver uma ferrovia de alta performance sem passar pelo canal, é melhor”, conclui. l


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BRASIL-CHINA

Parceria se consolida CNT realiza encontros com empresários chineses durante visita de primeiro-ministro da China ao Brasil; atuação de Escritório em Pequim estimula atração de investimentos POR

urante a visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ao Brasil, no final de maio, a Confederação Nacional do Transporte realizou reuniões com empresas chinesas no intuito de promover um intercâmbio entre os dois países e atrair investimentos e tecnologia. Há pouco mais de um ano, a Confederação Nacional do Transporte abriu um Escritório em Pequim

D

CYNTHIA CASTRO

e tem estreitado a relação entre os empresários chineses e brasileiros, com o objetivo de melhorar a infraestrutura de transporte e logística do Brasil. A China anunciou fortes investimentos no Brasil (veja matéria na página 34), e a CNT tem trabalhado para estimular as parcerias. “A proposta da CNT é fomentar as possibilidades de investimento em transporte. O país precisa melhorar suas fer-

rovias, rodovias, portos. E a China tem interesse em investir”, diz o diretor para Assuntos Internacionais da CNT, Harley Andrade. O Escritório da CNT trabalha para aproximar empresas chinesas e brasileiras. O primeiro-ministro chinês viajou para o Brasil e foi acompanhado por uma comitiva de aproximadamente 120 empresários. Um dos grupos que esteve na CNT, na mesma semana da visita,

a CNR, atua no setor ferroviário. É um dos maiores desse setor no mundo. O vice-presidente Yu Weiping destacou a importância do trabalho da Confederação para aproximar os dois países. “A CNT funciona como uma ponte de ligação entre esses dois lados. Entendemos que, em termos de tecnologia, não há obstáculos para nossa atuação no Brasil. Mas ainda existe um grande desconhecimento em


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FOTOS SERGIO ALBERTO/CNT

ENCONTRO Empresários chineses reunidos na sede da CNT, em Brasília, buscam informações para investir no Brasil

relação a financiamentos e mercado. Por isso, queremos contar com o apoio da CNT para que possa ser gerado conhecimento mútuo e muitos acordos possam ser concretizados”, afirmou Weiping, na sede da Confederação. Weiping disse ainda que a reunião com os representantes da CNT foi muito positiva no sentido de se chegar a um termo de cooperação mais consoli-

dado. Ele enxerga grande potencial de investimento na área ferroviária brasileira. “O CentroOeste do Brasil precisa do desenvolvimento de ferrovia para escoar a sua produção agrícola. Também na área de mobilidade urbana, o Brasil oferece grandes oportunidades”, afirmou. Credibilidade Harley Andrade e outros representantes da CNT também

participaram da abertura da Exposição de Equipamentos Manufaturados da China, no Píer Mauá, no Rio de Janeiro, durante a visita do primeiro-ministro chinês ao Brasil. Autoridades chinesas e brasileiras estiveram no evento. Em pouco mais de um ano de atuação em Pequim, o Escritório da CNT tem reforçado a credibilidade da Confederação Nacional do Transporte na China. A CNT conseguiu autorização do gover-

no chinês para atuar. Isso contribui para que as empresas do país asiático sintam-se mais seguras para formar parcerias, conforme destaca Harley Andrade. “Estamos conseguindo construir essa credibilidade. Muitas empresas têm nos procurado durante esse ano, demonstrando interesse pelo Brasil e querendo entender qual o melhor caminho. As culturas dos dois países são muito diferentes, e


ANÚNCIO

China quer investir US$ 53 bi O governo chinês pretende investir pelo menos US$ 53 bilhões no Brasil, em um total de 52 obras. O anúncio aconteceu durante a visita do primeiroministro Li Keqiang, em maio, em Brasília. Durante cerimônia no Palácio do Planalto, foram assinados 35 atos bilaterais em diversas áreas, entre eles o que cria o Plano de Ação Conjunta 2015-2021. No total, são oito projetos para a área de transportes, mas outros setores também serão contemplados, como agricultura e pecuária, energia, relações exteriores, comunicações, meio ambiente, ciência e tecnologia, esportes e planejamento. Além do montante anunciado está prevista a criação de um fundo de US$ 50 bilhões entre o ICBC (Banco Industrial e de Comércio da China) e a Caixa Econômica Federal. Assim sendo, os investimentos chineses no Brasil podem ultrapassar a marca de US$ 100 bilhões. A forma de financiamento dos projetos, entretanto, ainda não foi revelada. Após encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro, ficou definido apenas que os governos dos dois países têm 60 dias para apresentarem os detalhes dos projetos. Entre os atos assinados, estão o memorando de entendimento para estudos de viabilidade da Ferrovia Transoceânica Brasil-Peru, que vai interligar os oceanos Atlântico e Pacífico, cruzando o país de leste a oeste (ver matéria na página 24). Ainda na área de transportes, ficou acordado o financia-

mento para a compra de 40 aeronaves da Embraer, além de 24 navios de ferro com capacidade para 400 mil toneladas, aquisição de quatro navios carregadores de minérios de grande porte, transporte marítimo de minério de ferro, leasing operacional para a Azul Linhas Aéreas e um acordo para ampliação da cobertura e do sinal na região do centro do Rio de Janeiro e do Porto Maravilha. Outras propostas também podem ser destacadas, como o fim do embargo às exportações da carne brasileira. Desde 2012, o Brasil não destinava esse tipo de produto à China por conta de uma suspeita não confirmada de registro de mal da vaca louca no Paraná. Com a medida, mais de 20 frigoríficos de carnes bovinas, suínas e de aves serão contemplados. “Nós queremos consolidar a relação com a China com base não só nas nossas vantagens comparativas na área de commodities, o que é muito importante, mas também abrindo novas áreas tanto no que se refere à infraestrutura quanto no que se refere a investimentos nas cadeias produtivas”, afirmou a presidente durante cerimônia no Palácio do Itamaraty. Em 2014, o comércio bilateral entre os dois países totalizou quase US$ 80 bilhões. Segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), 18% das exportações brasileiras foram dirigidas para a China, ano passado. Em, 2004 o volume enviado ao país representou somente 2,1%. (Evie Gonçalves)

RIO DE JANEIRO Harley Andrade, diretor para Assuntos Internacionais na China, Waldemar Carneiro Leão durante a Exposição de Equipamentos

“A CNT está ocupando um espaço importante nessa aproximação” JOSÉ MARIO ANTUNES EXECUTIVO DA CNT EM PEQUIM

ter um escritório funcionando lá, com a permissão do governo chinês, é realmente muito importante”, diz Harley Andrade. O diretor da CNT destaca que o Brasil passa por um momento em que precisa de investimentos, e os parceiros estrangeiros representam uma boa alternativa para que o país possa melhorar a sua infraestrutura. O Plano CNT de Transporte e Logística 2014 lista 2.045 projetos que necessitam de quase R$ 1 trilhão. As intervenções propõem uma


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“O país precisa melhorar suas ferrovias, rodovias, portos. E a China tem interesse em investir” da CNT (esq.), e o embaixador brasileiro Manufaturados da China, no Píer Mauá

visão sistêmica do transporte, com obras que englobam todos os modais, tanto na área de cargas como na de passageiros. “O Brasil precisa de ligações ferroviárias para desafogar as rodovias brasileiras e permitir o melhor escoamento dos produtos. Muitas chinesas que atuam em ferrovias querem investir por aqui. Mas também temos conversado com empresas com interesse em rodovias, hidrovias, portos. O potencial é muito grande”, disse Harley Andrade.

HARLEY ANDRADE, DIRETOR PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS DA CNT

Durante a reunião na sede da CNT, o diretor-presidente da ITB (Investimento em Infraestrutura do Transporte Brasileiro S.A.), Ivan De Filippo, reforçou a importância da formação de parcerias e destacou o trabalho da CNT e da ITB para identificar oportunidades para trazer tecnologia para o Brasil na área de infraestrutura de transporte. Ao longo de um ano de funcionamento do Escritório da CNT em Pequim, foram promovidas várias reuniões com empre-

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PROJETOS EM TRANSPORTES Confira os atos assinados: • Memorando de entendimento sobre estudos de viabilidade do projeto ferroviário Transcontinental • Acordo de financiamento sobre a compra de 40 aeronaves da Embraer • Memorando de financiamento sobre projeto de compra de 24 navios de minério de ferro de 400 mil toneladas • Memorando de entendimento para aquisição de quatro navios carregadores de minério de grande porte • Acordo para transporte marítimo de minério de ferro • Contrato de financiamento de leasing operacional para a Azul Linhas Aéreas • Acordo para a ampliação da cobertura e do sinal na região do centro do Rio de Janeiro e na região do Porto Maravilha

sários chineses. Em meados do ano passado, uma missão empresarial veio da China participar de um encontro realizado em parceria com o CEBC (Conselho Empresarial Brasil China). “A CNT está ocupando um espaço importante nessa aproximação. A relação entre os dois países está se estreitando ainda mais, e temos um escritório reconhecido pelo governo chinês. Muitas oportunidades estão surgindo”, afirma José Mario Antunes, executivo da CNT em Pequim.

O embaixador Sérgio Amaral, consultor da CNT e presidente emérito do CEBC, participou da reunião com os chineses na sede da Confederação e destacou a importância da viabilização de projetos concretos de cooperação entre os dois países. De acordo com Sérgio Amaral, o Escritório da Confederação em Pequim tem desenvolvido papel fundamental no sentido de identificar as possibilidades de boas parcerias. l


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SEGURANÇA

Perigo nas rodovias Atropelamentos poderiam ser evitados com o uso de passarelas; acidentes ocorrem principalmente nas vias de perímetro urbano POR

esmo com a redução no número de vítimas fatais entre 2013 e 2014, o atropelamento de pedestres continua sendo a principal causa de morte nas rodovias do país, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), houve queda nos últimos dois anos. Em 2013, a PRF contabilizou 4.395 atropelamentos, 4.214 feridos e 1.311 mortes. No ano passado, foram registrados 4.119 casos, sendo 3.933 pedestres feridos e 1.115 vítimas fatais. Apenas nos três primeiros meses deste ano, a instituição já contabilizou 831 atropela-

M

JANE ROCHA

mentos com 836 feridos e 231 mortos. Em 2015, o Estado que mais registrou atropelamentos foi Minas Gerais com 100 ocorrências. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 88 registros, seguido pelo Paraná, com 84 casos. A BR-116, que liga Fortaleza (CE) a Jaguarão (RS) em aproximadamente 4,3 mil quilômetros, foi a rodovia que mais registrou atropelamentos, em 2014. Segundo a PRF, foram contabilizados 795 atropelamentos, com 677 pedestres feridos e 273 mortos. A segunda rodovia onde há casos de atropelamentos é a BR-101, que liga

Touros (RN) a São José do Norte (RS) atravessando 12 estados em 4,7 mil quilômetros. Nela, foram registrados 715 acidentes, com 695 feridos e 202 vítimas fatais. A BR-040, que liga Brasília (DF) ao Rio de Janeiro (RJ) em 1,1 mil quilômetros é a terceira colocada nesse ranking, com 215 casos contabilizados, sendo 194 feridos e 56 pedestres mortos. As três rodovias contam com trechos concedidos à iniciativa privada que são reguladas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e trechos que não foram concedidos e ficaram a cargo do Dnit (Departa-


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PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE (SC)/DIVULGAÇÃO

TECNOLOGIA Para o professor da UnB, David Lima, passarelas modernas, como a de Joinville (SC), são mais atrativas e evitam que os pedestres se arrisquem


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mento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Ambos os órgãos não tem levantamento sobre o deficit de passarelas nessas rodovias. Os moradores das vias que cruzam o perímetro urbano são os que mais sofrem com a ausência de passarelas. E não é diferente nas três rodovias brasileiras que mais registraram atropelamentos. No distrito de Governador João Durval Carneiro (antigo Ipuaçu), em Feira de Santana (BA), por exemplo, os habitantes protestaram pela instalação de um dispositivo para travessia de pedestres no quilômetro 14 da BR-116, na entrada da cidade. Em novembro do ano passado, a rodovia foi interditada com pneus e galhos de árvores queimados em protesto pela construção de uma passarela. A solicitação foi baseada na alta quantidade de atropelamentos que ocorrem na região. Se depender da instalação de uma passarela no local, o número de atropelamentos não vai reduzir. Segundo a Via Bahia, concessionária que administra o trecho da estrada, a implantação da passarela não consta no Programa de Exploração de Rodovias, documento que engloba todas as atividades a serem desenvolvidas pela administradora da rodovia durante a concessão. A empresa afirma ainda que no início deste ano foi

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SOLUÇÃO Passarela instalada na BR-116 em São Paulo deverá

Apenas nos três primeiros meses deste ano

831

pessoas foram atropeladas

instalada uma passarela no sétimo quilômetro da rodovia. No distrito de Rio Dourado, em Casimiro de Abreu (RJ), o problema se repete. A ausência de um novo dispositivo para travessia de pedestres no trecho duplicado da BR-101, onde há previsão de uma passarela, tem revoltado os moradores da região. Em novembro do ano passado a comunidade do local interditou a via para cobrar a instalação de uma passarela. A Autopista Fluminense, que detém a concessão do trecho, alega que apresentou um estudo técnico à

ANTT para a construção da passarela e aguarda resposta. A concessionária disse que o cronograma para execução da obra será definido apenas após a aprovação do órgão regulador. Em Barbacena (MG), a situação é a mesma. No trecho da BR-040, perto da entrada da cidade, o fluxo de caminhões e carros é intenso e os moradores e ciclistas que residem às margens da rodovia se arriscam para atravessar sem o auxilio de uma passarela. Segundo a Via 040, concessionária responsável pela gestão do trecho, serão


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ARTERIS CONCESSIONÁRIA/DIVULGAÇÃO

ATROPELADOS EM RODOVIA POR ESTADO UF Circunscrição AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Total

Quantidade de acidentes 2013 2014 17 11 86 65 1 6 13 7 292 308 168 185 60 52 180 213 153 149 68 41 496 432 62 50 50 57 105 101 128 123 216 201 76 82 593 528 427 396 127 128 64 56 10 12 268 268 299 280 52 45 356 303 28 20 4395 4119

Quantidade de mortos 2013 2014 4 3 26 26 0 4 2 2 105 106 49 64 11 12 34 36 49 50 28 18 152 108 26 16 25 12 28 21 31 28 76 83 14 22 163 136 118 121 28 24 13 9 6 1 76 75 79 65 17 15 143 130 8 8 1311 1195

reduzir o número de atropelamentos

implantados 41 novos dispositivos para travessia de pedestres nos 936,8 quilômetros da BR-040 entre Brasília (DF) e Juiz de Fora (MG). O local de instalação das passarelas será baseado no cruzamento de dados de acidentes e no fluxo de travessia e será feita em conjunto com a ANTT e prefeituras dos municípios próximos. A data da instalação da passarela de Barbacena (MG) ainda não foi definida. A Via 040 afirmou também que planeja instalar mais passarelas do que as já previstas no Programa de Exploração de Rodovias, po-

Quantidade de feridos 2013 2014 23 12 92 61 1 2 14 10 274 273 194 182 64 55 194 248 136 129 55 40 455 413 48 44 40 56 116 112 138 140 204 178 91 86 559 509 399 345 131 153 77 74 8 18 246 229 305 292 47 42 274 214 29 16 4214 3933 Fonte: Polícia Rodoviária Federal

rém, o processo está na fase de estudo para implantação. Atualmente, todo o trecho conta com apenas 23 dispositivos para travessia de pedestres. Vítimas A carência de passarelas não existe apenas nas rodovias concedidas. Os flagras de pedestres cruzando a BR-116 e arriscando a vida em trechos sob gestão pública entre Novo Hamburgo e Porto Alegre são rotineiros. De acordo com o Dnit, nos local serão instalados 20 novos dispositivos para

“A redução de atropelamentos é comprovada nos locais com passarelas mais modernas” DAVID DUARTE LIMA, PROFESSOR DA UNB

travessia de pedestres e outros dois serão reformados. Segundo o órgão, o consórcio Cidade- Geottec, vencedor da licitação, já está trabalhando nos projetos de implantação dos novos dispositivos para travessia de pedestres que serão implantados em oito trechos às margens de cidades do Rio Grande do Sul entre Novo Hamburgo e Porto Alegre. “Serão priorizados pontos com maior conglomerado urbano e onde há pessoas que realmente precisam se locomover de um lado ao outro da rodovia”, disse o superinten-


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ARTERIS CONCESSIONÁRIA/DIVULGAÇÃO

SEGURANÇA Passarela instalada na rodovia Régis Bittencourt pode reduzir o índice de atropelados

dente do Dnit, engenheiro Pedro Luzardo Gomes. Os moradores de São José do Mipibu (RN) que fica às margens da BR-101 também serão beneficiados com um novo dispositivo para travessia de pedestres. De acordo com o Dnit, uma passarela será erguida na saída da cidade, próximo ao IFRN (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte), mas tem a data de entrega ainda indefinida. A nova passarela trará benefícios não somente aos alunos do local, mas também a todos que transitam pela rodovia, que conta com fluxo de veículos intenso. O problema de

Em 2014,

795

pessoas foram atropeladas na BR-116, rodovia que mais registrou casos

travessia dos moradores do município de Estância, a 68 km de Aracaju, também será resolvido. Após protesto realizado em fevereiro deste ano para instalação de uma passarela no trecho do km 151 da BR-101, o Dnit está concluindo o processo licitatório para contratação de empresa que instalará 13 passarelas na rodovia, incluindo a de Estância. Segundo o Dnit, o conflito do tráfego de longa distância com o locais que necessitam de passarelas surge a todo momento, com o crescimento nem sempre ordenado e programado das concentrações urbanas, e fazem com que as

ESPERA Moradores

cidades alcancem as rodovias. O departamento afirma ainda que este problema é mais raro nas vias já construídas em terreno urbanizado e que não há um levantamento do deficit de passarelas pois a todo momento surgem questões pontuais e melhorias a executar. Modelo atrativo Para o presidente do IST (Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito) e professor da UnB (Universidade de Brasília), David Duarte Lima, a instalação de passarelas não é o suficiente para reduzir o número de vítimas de atropelamentos. Segundo o professor, é necessário


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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE/DIVULGAÇÃO

de São José do Mipibu (RN), que fica às margens da BR-101, aguardam a instalação de uma passarela no local

que o dispositivo para travessia de pedestres se torne atrativo e não apenas uma opção distante e arriscada. “Os modelos tradicionais de passarelas fazem o pedestre perder tempo nos ziguezagues e, além disso, ter medo de assaltos. Há locais que adotaram passarelas com elevador que transportam, inclusive, bicicletas. É o caso da Avenida Juscelino Kubitschek, em Joinville (SC). A redução de atropelamentos é comprovada nos locais que instalaram as passarelas mais modernas. Ninguém que perder tempo na travessia”, afirma. De acordo com o presidente do IST, enquanto as passarelas mo-

dernas não são instaladas nas rodovias, a saída é detectar os trechos que mais registram acidentes e criar políticas públicas para evitar que o número de vítimas cresça. “Campanhas educativas que incentivem a redução da velocidade em trechos urbanos podem gerar excelentes resultados. A instalação de lombadas, quebramolas ou radares também pode reduzir o número de pedestres atropelados nas rodovias que cruzam o perímetro urbano”, disse. Grades, muretas e telas Nem sempre a ausência de passarelas é a única responsável

“Serão priorizados pontos onde há pessoas que precisam se locomover de um lado ao outro da rodovia” PEDRO LUZARDO GOMES, SUPERINTENDENTE DO DNIT

por atropelamentos nas rodovias brasileiras. A imprudência de pedestres também tem sua parcela de culpa. No trecho mais perigoso da BR-116, que fica entre Taboão (SP) e Itapecerica da Serra (SP), muitas pessoas se arriscam atravessando numa das principais rodovias, sem utilizar a passarela localizada há poucos metros de distância. Segundo a Autopista Régis Bittencourt, de janeiro a dezembro do ano passado, foram registradas 130 mortes no trecho, a maioria por atropelamentos. Para tentar convencer os pedestres a atravessarem nas passarelas, as concessionárias responsáveis pelas rodovias instalam grades, muretas e telas que passaram a ocupar o espaço ao longo da pista onde antes havia canteiros com plantas. O intuito é garantir a travessia segura, mas a medida nem sempre gera resultados. O concreto e o gradeamento, no entanto, não são sempre suficientes para evitar que pedestres invadam o espaço dos veículos. Segundo dados do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) mais de R$ 150 mil são gastos por mês para repor as grades, muretas e telas destruídas pelas pessoas que preferem rapidez e se sujeitam a correr mais riscos. Já a instalação das passarelas custa, cerca de, R$ 1,5 milhão cada. l




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INDÚSTRIA AERONÁUTICA

Mercado crescente Apesar das dificuldades, pequenos fabricantes de aeronaves lutam por um espaço no Brasil POR JANE

mbora o Brasil conte com a quinta maior fabricante de jatos executivos no mundo, outras pequenas empresas lutam em busca de notoriedade no segmento aeronáutico. A frota brasileira de aviação particular e executiva segue em crescimento. Segundo o Anuário Brasileiro da Aviação Geral 2014, realizado pela Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), houve um

E

ROCHA

avanço de 4,9% em 2013, com a aquisição de 756 aeronaves, sendo 283 novas e 473 usadas. Já em 2012, o crescimento registrado foi de 6,7% e, em 2011, de 6,4%. O estudo que reflete os dados de 2014 ainda não foi divulgado. Mesmo com aumento discreto em relação aos anos anteriores, a curva de crescimento do ramo segue apontada para cima. Atualmente, o Brasil conta com a segunda maior frota do

setor no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Ao todo, são 19.648 aeronaves, sendo 5% de aviões particulares movidos a jato. De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Sudeste é o Estado com mais aeronaves do país e conta com 9.020 unidades. Em segundo lugar está o Centro-Oeste, com 3.666. Já o Nordeste é o que menos dispõe de aeronaves, apenas 1.732.


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AEROBRAVO/DIVULGAÇÃO


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CURSOS UNIVERSITÁRIOS

Formação de engenheiros Atualmente, cerca de oito universidades oferecem curso de engenharia aeroespacial: UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), UFU (Universidade Federal de Uberlândia), Ufabc (Universidade Federal do ABC), USP (Universidade de São Paulo), Unip (Universidade Paulista), Univap (Universidade do Vale do Paraíba) e UnB (Universidade de Brasília). Já o curso de engenharia aeronáutica é oferecido no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), UFU (Universidade Federal de Uberlândia), USP (Universidade de São Paulo), Unip (Universidade Paulista), Universidade Fumec, Etep Faculdades- unidade de São José dos Campos, Univap (Universidade do Vale do Paraíba) e Unitau Universidade de Taubaté). O principal motor do mercado para engenheiros aeronáuticos é a Embraer. Segundo o professor de engenharia aeronáutica e astronáutica do ITA, brigadeiro Maurício Pazini Brandão, há carência de profissionais do ramo no Brasil. “O setor não para de crescer e as escolas formam menos profissionais do que o mercado precisa. As necessidades são muitas, os alunos são poucos e o mercado segue procurando

profissionais qualificados”, declarou. Além da Embraer, existem boas oportunidades de trabalho no conglomerado de empresas que prestam serviços para a empresa, no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacia), na Força Aérea Brasileira e em fabricantes de helicópteros, um setor em expansão no Brasil, sobretudo na capital paulista. De acordo com estudo realizado por Brandão, em 2003, os Estados Unidos contavam com 63 indústrias no ramo e o Brasil não tinha nenhuma. “Apenas após a formação de 20 turmas no ITA é que surgiu a Embraer. Os alunos do instituto são procurados pelas empresas antes mesmo de terminarem o curso”, garantiu o professor. O ITA forma, por semestre, aproximadamente 30 alunos. O instituto é conhecido não apenas pelo ensino, mas também pelas pesquisas realizadas e pela proximidade com fabricantes que oferecem estágios com experiências reais, gerando uma formação mais sólida dos estudantes. “Nossa proposta é fortemente centrada em concepção, pesquisa, desenvolvimento e produção na indústria de sistemas”, definiu o brigadeiro Pazini.

SUCESSO A Aerobravo

"Em 2014, foram investidos R$ 8,5 milhões em desenvolvimento no setor com aeronaves de todos os portes" WILLIAM RESPONDOVESK, GERENTE DE DEPARTAMENTO DE INDÚSTRIA AEROESPACIAL DA FINEP

Estimada em US$ 12,4 bilhões, a frota brasileira tem um papel fundamental para a integração nacional. Em 2013, o segmento movimentou R$ 12,5 bilhões com a fabricação, manutenção e operação das aeronaves. Um dos grandes responsáveis pelo crescimento do setor brasileiro são as pequenas fabricantes que lutam para sobreviver, com poucos recursos. Desconhecidas do público em geral, empresas como Inpaer, Edra, Aerobravo, Ipê e outras dezenas de pequenas fabricantes tentam trilhar os próprios caminhos.


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AEROBRAVO/DIVULGAÇÃO

O Brasil conta com

19.648

jatos, a segunda maior frota do mundo produz seis tipos diferentes de aeronaves na fábrica de Belo Horizonte

Para Hugo Silveira, sócio da Aerobravo, um dos maiores desafios dos pequenos fabricantes de avião é a burocracia para importar componentes. Segundo Silveira, a Receita Federal já chegou a reter peças importadas pela companhia mineira por que duvidou que a empresa fosse fabricante brasileira. “Por várias vezes, o diretor da Aerobravo precisou se deslocar da fábrica para comprovar a existência da empresa, que está no mercado há 20 anos. É desagradável saber que fiscais não sabem que existem

no Brasil outras fabricantes além da Embraer”, disse. Hugo Silveira reclama do que considera falta de sintonia entre a Anac e a Receita Federal e que não há políticas de incentivo para o crescimento da indústria de tecnologia de ponta no ramo. “Não há coordenação entre os dois órgãos e não há clareza nas leis e regulamentos do setor. Já importamos da Alemanha pneus que foram fabricados no Brasil porque as indústrias não revendem peças para pequenos fabricantes. Se houvesse políticas de incentivo, muitas ma-

térias-primas seriam compradas nacionalmente e aumentaria a geração de emprego e a renda no país. Vejo o movimento no sentido contrário e, por sorte, temos um mercado que segue em crescimento”, diz. Ele afirma, ainda, que a empresa mineira não sobrevive apenas da fabricação de aeronaves, mas oferece também aulas de pilotagem, revende aviões importados e faz obra de arte com materiais usados na fuselagem. Rodrigo Scoda, fundador da Edra Aeronáutica, com sede em Ipeúna (SP), explica que o

maior desafio do negócio é financeiro. A empresa é a segunda maior exportadora de aeronaves do Brasil e está no mercado há 17 anos. A Edra Aeronáutica já vendeu mais de 500 aeronaves para 23 países e produz dois tipos de aeronaves: Dynamic WT9 e Super Petrel LS, sendo o último tipo o único modelo anfíbio comercializado no Brasil. “Os números não justificam o negócio. O cenário tributário instável muda a regra do jogo a todo o momento e torna o negócio complexo. A instabilidade das políticas econômicas é mais um empecilho para a indústria aeronáutica brasileira. Além disso, o segmento encontra dificuldades de logística para aquisição de peças nacionais”, destacou. O superintendente comercial da Inpaer, Luciano Cruz, concorda com Scoda. Para ele, a maior dificuldade enfrentada atualmente pelo setor é a instabilidade econômica que o mercado tem enfrentado, mas a expectativa é que o segmento cresça em 2015. “Muitas pessoas estão receosas em comprar uma aeronave justamente por esse motivo. Acreditamos em uma melhora nos próximos meses. Estamos investindo cada vez mais em planos estratégicos e projetos para tornar a empresa cada vez mais sólida


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e preparada para enfrentar os impactos externos”, justificou. Para o engenheiro aeronáutico e primeiro presidente da Embraer, Ozires Silva, recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) não suprem a carência do mercado. Segundo Silva, o setor privado precisa criar alternativas para apoiar o desenvolvimento do sistema produtivo brasileiro de aeronaves. “A Finep nasceu para ser uma agente governamental, colocando capital de risco nas empresas, mas crédito com juros subsidiado não funciona nesse negócio. Os empresários do setor precisam buscar soluções que não dependam apenas do governo. Fontes de renda governamentais tomam tempo, são limitadas e de difícil acesso ”, disse. Financiamento Até conseguir dar lucro produzindo avião, as empresas têm de ter fôlego para suportar pesados investimentos nos projetos aeronáuticos. Uma alternativa de uma linha de crédito para os empresários do ramo é oferecida pela Finep e pelo BNDES por meio do programa Inova Aerodefesa, que soma R$ 2,9 bilhões. O programa seleciona projetos

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"Se houvesse políticas de incentivo, aumentariam a geração de emprego e renda no país" NEGÓCIO Empresa do interior paulista, a

HUGO SILVEIRA, SÓCIO DA AEROBRAVO

de empresas brasileiras que contemplem temas comprometidos com a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação das cadeias produtivas do ramo. Os planos de negócio deverão ter valor mínimo de R$ 1 milhão com prazo de execução de até 60 meses. O apoio oferecido pelo Inova Aerodefesa é de até 90% do valor total de cada projeto, sendo o restante contrapartida mínima obrigatória da empresa. O edital do programa para, este ano, ainda não foi divulgado. Em 2014, apenas um projeto foi aprova-

do e contará com recursos de R$ 75 milhões. Flávio Mota, engenheiro do Departamento de Indústria Metalmecânica e Mobilidade do BNDES, explica que há ainda três outras formas de adquirir financiamentos pelo banco: Apoio à Inovação, Proengenharia e Apoio à Indústria. “Não há um programa específico para atender unicamente o setor, mas há interesse em criar projetos que facilitem o acesso dos pequenos empresários e apoie a cadeia de fornecedores. A Embraer foi a única em-

presa que solicitou crédito de financiamento para desenvolvimento do ramo e, até o momento, foi a única contemplada”, afirmou. O gerente do Departamento de Indústria Aeroespacial da Finep, William Respondovesk, explica que os projetos de aviação civil de pequeno porte entregues apresentados nem sempre estão ligados à inovação. “É necessário um grau de desenvolvimento tecnológico nos projetos para conseguir os recursos. Não somos os únicos responsáveis pela falta


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INPAER/DIVULGAÇÃO

Inpaer projeta, fabrica e comercializa aeronaves em todo o país desde 2012

de crescimento das empresas. Em 2014, foram investidos R$ 8,5 milhões em desenvolvimento no setor com aeronaves de todos os portes.” Ainda assim, ele reconhece que o crédito não está ao alcance de todos os fabricantes. “Algumas empresas precisam de um sócio que corra o risco com elas. A Finep, o BNDES e a Embraer estão estruturando, juntos, um fundo de participações para aplicar no setor aeronáutico, com expectativa de R$ 131 milhões em investimentos”, adiantou.

Respondovesk acrescentou uma nova opção para os empresários do ramo, o programa Finep 30 Dias Inovação. A iniciativa reduz para até 30 dias o tempo de análise de mérito e enquadramento das propostas de financiamento na política operacional. “O programa engloba um sistema único no Brasil, que aplica um conjunto de mais de 80 indicadores de ciência, tecnologia e inovação para classificar os planos estratégicos de inovação das empresas, oferecendo maior celeri-

Estimada em USS 12,4 bi, a frota brasileira tem um papel fundamental para a integração nacional dade e segurança ao processo”, detalhou. Anac Ao deixar a linha de produção, a aeronave precisa de dois certificados da Anac para poder voar com segurança: o certificado de projeto/tipo e o de aeronavegabilidade. Para obter o certificado de aeronavegabilidade, é necessário, antes, que a aeronave possua o certificado de projeto/tipo, solicitado pela fabricante da aeronave. Com o documento, o proprietário encaminhará à Anac uma

solicitação de pedido que será expedido em média 30 dias após a inspeção da equipe técnica da agência. O certificado de aeronavegabilidade garante que a aeronave está de acordo com o projeto certificado e em condições de operação segura conforme as normas vigentes. Durante o processo de certificação da aeronave são realizadas avaliações de engenharia em cima de dados e informações obtidos por meio de testes no próprio protótipo, em laboratório ou em túnel de vento. Além disso, a certificação também demonstra que a aeronave não apresenta nenhum aspecto ou característica insegura quando operada dentro das limitações estabelecidas para o uso pretendido. Concluída a inspeção, os técnicos encaminham os certificados à gerência de Registro Aeronáutico Brasileiro, que liberará os certificados e a aeronave para que proprietário possa operar. As regras para os diferentes tipos de aeronaves produzidos no Brasil só são diferenciadas para aeronaves experimentais, que são os aviões de construção amadora. Neste caso, o proprietário encaminha a solicitação dos dois certificados e recebe um diferenciado dos demais, assim como a matrícula da aeronave. l


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RODOVIÁRIO

R$ 2,2 bi de prejuízo Atividade transportadora registra altos índices de roubo de cargas em 2014; RJ e SP lideram as ocorrências POR EVIE

lém de ser uma das formas mais visadas e perigosas de movimentação de mercadorias, o transporte rodoviário de cargas amargou fortes prejuízos em 2014. Os transportadores perderam R$ 2,2 bilhões ano passado, incluindo mercadorias e veículos não recuperados. O levantamento foi feito pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). No total, foram contabili-

A

GONÇALVES

zados 17,5 mil casos de cargas roubadas no país. Os dados, divulgados durante o XV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, na Câmara dos Deputados, em Brasília, revelam que 85% dos roubos estão concentrados na região Sudeste. Em São Paulo, estão 48% dos casos. Já no Rio de Janeiro foram 33% das ocorrências, número 10% maior do que o registrado em 2013. “De cada cinco roubos, quatro estão lo-

calizados nas capitais paulista e carioca”, alerta o assessor de segurança da entidade, Paulo Roberto de Souza. Entre as principais mercadorias roubadas estão equipamentos eletrônicos, alimentos, cigarros, itens farmacêuticos e autopeças. Só a primeira categoria representou perdas de R$ 100 milhões no ano passado. Os veículos não recuperados também incrementam as estatísticas e equivalem a 22% do total divulgado, ou, em nú-

meros absolutos, contabilizam 3.800 caminhões. As formas de abordagem dos assaltantes também são objeto de preocupação. Nas rodovias, podem ocorrer tanto por meio de obstáculos na pista quanto com o caminhão em movimento. Um aparelho bastante usado pelos assaltantes é o jammer, espécie de rastreador via satélite que neutraliza o sinal de GPS do veículo temporariamente. Com isso, bloqueia a comunicação do motorista e


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JÚLIO FERNANDES/CNT

SEMINÁRIO Mesa de abertura contou com palestra do presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes

impede que ele avise que está sendo roubado. O uso do aparelho é regulado pelas resoluções nº 306/02 e nº 308/02 da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). “Mesmo assim, pode ser comprado facilmente pela internet. Só há legislação, mas não há fiscalização”, conta o assessor. Ele explica que o jammer é uma das causas de mortes de motoristas de caminhões. Segundo a entidade, de 1998 a 2014, foram contabiliza-

das 262 mortes de motoristas, o que representou um prejuízo de 8% a 12% no faturamento das empresas e que, consequentemente, acabou gerando impacto para o produto final a ser consumido. De acordo com Fernando Donato, coordenador-geral de Fiscalização e Projetos do Ministério do Trabalho, o transporte rodoviário de cargas é umas das principais causas de mortes por acidentes de trabalho no Brasil. Segundo dados do Mi-

nistério da Previdência Social, os itens transporte, armazenagem e correios foram responsáveis por 437 casos de óbitos por acidentes de trabalho em 2013, só perdendo para a construção civil, com 451 mortes. “Não queremos a ideia de que os trabalhadores precisam morrer para que os produtos cheguem ao consumidor final”, lamenta. Entre 2008 e 2013, a despesa do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) para pagamento de benefícios

por acidentes de trabalho ultrapassou R$ 50 milhões. O incentivo à indústria dos caminhões também pode explicar os altos índices de roubos e mortes nas estradas. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a frota de caminhões do país é de 3,6 milhões de veículos. Só em 2014, foram licenciados 761 mil. De 2012 a 2015, o investimento para essa indústria cresceu em torno de US$ 10 bilhões. “Além


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MOTORISTAS

Lei altera regras do setor Sancionada em março, a nova Lei do Motorista, que regula a atividade específica dos profissionais de transporte de passageiros e de cargas, possui modificações importantes para o setor. Uma das principais alterações em relação à legislação anterior é que à jornada de oito horas diárias de trabalho podem ser acrescidas até quatro horas extras, duas a mais do que era permitido antes. Em relação ao descanso diário, a legislação assegura que dentro do turno de 24 horas serão garantidas 11 horas fora do trabalho, que, agora, podem ser fracionadas em dois períodos, sendo um de oito horas e outro de três horas. A lei também estabelece que o repouso diário que o motorista tem direito pode ser feito dentro do veículo e que o intervalo para refeição pode coincidir com o tempo de parada obrigatória, no caso do transporte de passageiros. Quando uma dupla de motorista viaja junta, o tempo de repouso de um dos profissionais pode ser feito com o veículo em movimento. Para percursos de longa distância, aqueles em que o motorista passa mais de 24 horas fora da base, matriz, filial ou residência, foi criada uma regulamentação especial para viagens com duração superior a sete dias. Dentre as princi-

pais alterações estão o fracionamento do intervalo do repouso semanal em dois períodos e a cumulatividade de até três descansos consecutivos. Os motoristas do transporte coletivo de passageiros também passam a gozar do tempo de espera durante a jornada. Esse é um período em que o condutor fica à disposição do empregador, mesmo que não haja trabalho. “As oito horas diárias contratuais são sagradas e têm que ser pagas. Se o motorista ficar oito horas esperando, o tempo conta normalmente”, explica o diretor jurídico da NTC&Logística, Marcos Aurélio Ribeiro. Outra mudança na legislação é que não há horário fixo para início, final ou intervalos da jornada de trabalho. Além disso, para cargas vivas, perecíveis e especiais em longa distância ou em território estrangeiro, poderão ser aplicadas regras específicas a serem definidas. Alguns dispositivos do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) também foram modificados, como a ampliação do tempo de direção ininterrupta de quatro horas para cinco horas e meia, intervalo de 30 minutos a cada quatro horas de condução, no caso de transporte de passageiros, e 30 minutos a cada seis horas, no caso de transporte de cargas.

MERCADORIAS Equipamentos eletrônicos, alimentos,

dos riscos de termos tantos caminhões nas estradas, ainda é gerada uma oferta excedente de, pelo menos, 300 mil veículos que ainda não foram pagos, o que representa um endividamento entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões”, afirma o diretor de diretor de Transporte Rodoviário de Cargas da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Geraldo Vianna. Ele sugere o recadastramento do setor, a ampliação

da fiscalização das operações, a renegociação da dívida dos caminhoneiros, além da reciclagem da frota antiga (veículos com mais de 25 anos que somam entre 100 mil e 150 mil caminhões). Legislação Vários projetos de lei que regulamentam e atacam o roubo de cargas tramitam no Congresso Nacional. O PL 8137/14, aprovado pela Câmara dos De-


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SERGIO ALBERTO/CNT

PROJETOS SOBRE ROUBO DE CARGAS NO CONGRESSO NACIONAL PL 8137/14 – Agrava as penas para receptação de cargas roubadas. O crime passa a ter pena de dois a oito anos de reclusão. Já a receptação qualificada passa a ter de três a dez anos de prisão e multa. Aprovado em abril. PL 1778/11 – Trata da suspensão por 180 dias da inscrição no – CNPJ/MF (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda) de estabelecimentos que comercializem cargas roubadas. A reincidência implica cancelamento definitivo do registro. Em tramitação. PL 7925/14 – Criminaliza a comercialização e o uso do Jammer. A pena prevista é de um a três anos de reclusão e multa. Em tramitação. LC 121/06 – Cria o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repreensão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas. Aprovada há nove anos. Depende de regulamentação.

cigarros, itens farmacêuticos e autopeças são os mais roubados nas rodovias

putados em abril, agrava as penas para receptação de cargas roubadas. Pelo crime entendese adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em provento próprio ou alheio, mercadorias que forem produto de crime. Atualmente, o Código Penal prevê pena de um a quatro anos para o caso geral e de três a oito anos para a receptação qualificada. De acordo com o texto aprovado, a pena geral do crime passará a ser

de dois a oito anos de reclusão, e, no crime qualificado, de três a dez anos de prisão e multa. Já o PL 1778/11 trata sobre a suspensão por 180 dias da inscrição no CNPJ/MF (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda) de estabelecimentos que distribuam, adquiram, comercializem, transportem ou estoquem produtos que tenham sido objeto de sonegação de tributos, furto ou roubo. Segundo o pro-

jeto, a reincidência no crime implicará o cancelamento definitivo do registro. “O golpe é certeiro e o sujeito vai passar a pensar duas vezes antes de cometer o crime”, acredita o relator do projeto na Comissão de Finanças e Tributação, deputado Diego Andrade (PSD/MG). Também tramitam propostas que visam coibir o uso do Jammer. O PL 7925/14 criminaliza a comercialização e o uso do aparelho. Importar, exportar,

fabricar, adquirir, vender ou expor à venda, oferecer ou ter em depósito os bloqueadores de alta potência passa a ser considerado crime com pena de um a três anos de prisão e multa. Outras leis já foram aprovadas, mas carecem de regulamentação. É o caso da Lei Complementar nº 121/06, aprovada há nove anos, que cria o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repreensão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas. l


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AQUAVIÁRIO

Desafios dentro e fora do mar Burocracia portuária é percebida por organizadores estrangeiros de regata que passou pelo Brasil; logística da competição requer forte planejamento POR

CYNTHIA CASTRO

s ventos fortes, as temperaturas extremas e as ondas gigantes de 10 metros não foram os únicos desafios enfrentados até agora pelos participantes da Volvo Ocean Race, a regata mundial que navega quase 40 mil milhas náuticas (71.745 km), passando por cinco continentes, quatro oceanos e visitando 11 países. No final de abril, os velejadores e as equipes que preparam toda a logística para a competição estiveram no Brasil, no Estado de Santa Catarina. Durante a parada em Itajaí, os organizadores perceberam um problema logístico já bem comum entre transportadores e embarca-

O

dores que utilizam os portos brasileiros: o excesso de burocracia. Para organizar esse grande evento que acontece durante nove meses em diferentes países do mundo, é necessária uma eficiente preparação logística – tanto para a montagem da Vila da Regata, com pavilhões e estandes de diferentes empresas, como para o abastecimento dos veleiros e outras necessidades da competição. Mais de 320 mil pessoas passaram pela Vila da Regata em Itajaí quando os 66 velejadores dos sete barcos estiveram no Brasil. Um dos responsáveis pela logística em terra, durante a parada em Santa Catarina,


FOTOS VOLVO/DIVULGAÇÃO

VILA DA REGATA EM ITAJAÍ Mais de cem contêineres são necessários para montar estrutura que atende competição

VOLTA AO MUNDO Durante nove meses, barcos passam por 11 países nos cinco continentes


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HABILIDADE

Motor só para emergência O barco utilizado na competição pelos diferentes oceanos tem 65 pés (cerca de 20 metros) e motor Volvo Penta D2-75, que é lacrado. Esse motor só pode ser acionado, caso ocorra alguma emergência. O uso pode desclassificar a equipe ou anular a pontuação da perna (caminho) em que o barco se encontra. Todas as equipes têm a mesma embarcação, e o que faz a diferença na navegação são as estratégias, o entrosamento e as habilidades. O que move o barco é a força do vento e a capacidade de condução nas condições mais adversas. Além do motor, há um equipamento de geração eólica de emergência. Se houver algum problema em rota e o combustível acabar, é possível gerar energia eólica para manter o sistema de comuni-

cação em operação e também a dessalinização da água, conforme Raoul Van Nistelrode, que trabalha na logística, planejamento e organização do transporte e instalações da Volvo Ocean Race. No total, são 11 portos percorridos, além das regatas internas (In-Port Race), que acontecem próximas à costa em cada porto de parada. Os vencedores da regata não têm premiação financeira, mas ganham um troféu. A competição começou em Alicante (Espanha). Durante os nove meses, os velejadores passam por Cape Town (África do Sul), Abu Dhabi (Emirados Árabes), Sanya (China), Auckland (Nova Zelândia), Itajaí (Brasil), Newport (Estados Unidos), Lisboa (Portugal), Lorient (França), Haia (entre a França e a Suécia), Gotemburgo (Suécia). LARGADA Veleiros

LOGÍSTICA Base em Vila da Regata, dentro de contêiner

o sueco Lukas Jönsson, explica que são necessários dois conjuntos completos de equipamentos, com 110 contêineres em cada um. Enquanto um conjunto segue para um destino onde os velejadores irão parar, o segundo é transportado para o destino seguinte, sempre com a antecedência necessária para que os equipamentos estejam na cidade antes da chegada dos barcos. A última parada antes de Itajaí foi em Auckland, na Nova Zelândia. Do Brasil, os velejadores seguiram

para Newport, nos Estados Unidos. “Temos dois race village idênticos. Não daria tempo se não fosse assim. O material que saiu da Nova Zelândia foi direto para os Estados Unidos. E o material de Itajaí seguiu para Lisboa”, comentou Jönsson, que é especialista na área de despacho e logística. Acostumado com portos de diferentes países e continentes do mundo, Jönsson foi enfático ao comentar qual o principal desafio logístico encontrado no Brasil. “A burocracia foi o maior problema.


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CNT

Estudos indicam burocracia O excesso de burocracia também foi apontado pelos usuários dos portos brasileiros como um gargalo que precisa ser solucionado na infraestrutura de transporte do país. A Pesquisa CNT do Transporte Aquaviário – Cabotagem 2013 ouviu usuários da navegação de cabotagem e mostrou que esse é um problema para a maioria, sendo que para 53,3% é considerado muito grave. “A navegação de cabotagem é equiparada à navegação de longo curso no que se refere à maioria das exigências legais, a exemplo dos procedimentos de despacho da carga e da quantidade de documentos necessários, superiores às exigidas nos transportes rodoviário e ferroviário”, diz a pesquisa. O estudo mostra que embora cada modal possua sua particularidade, o excesso de procedimentos relati-

vos ao controle da navegação por cabotagem onera o setor e reduz a atratividade. Tanto na cabotagem, como na navegação de longo curso, são exigidos mais de 40 documentos para as embarcações. Conforme a pesquisa da CNT, é necessário simplificar os processos e reduzir o volume de documentos. O Porto Sem Papel é uma alternativa, mas os trâmites precisam de fato serem realizados sem o uso de papel. Na Pesquisa CNT da Navegação Interior 2013, o excesso de burocracia também foi indicado pela maioria dos entrevistados como um gargalo a ser resolvido. Para cerca de 70,3% dos armadores e representantes de sindicatos ouvidos no estudo, esse é um dos principais obstáculos à melhoria dos serviços prestados pelas autoridades públicas nos portos.

deixaram Itajaí, em Santa Catarina, rumo aos Estados Unidos, no final de abril

Há uma série de requisitos a serem atendidos quando o material chega ao país. Tivemos reuniões com o pessoal da alfândega três meses antes do evento. Conversamos muito com as autoridades, como Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura e outros órgãos que atuam no porto”, diz. Para que o evento ocorresse sem atrasos, foi necessário um cronograma logístico com um número certo de contêineres a serem liberados a cada dia no porto, bem antes da chegada dos veleiros.

A competição começou em outubro do ano passado e termina em junho. Segundo Jönsson, até abril, o Brasil havia sido o país com maiores desafios, e a China, com maiores facilidades. De qualquer forma, ele ressaltou que, apesar da burocracia, um ponto positivo dos brasileiros foi a boa vontade. “Todos tinham curiosidade de conhecer e entender um evento como esse. As autoridades estavam abertas para que a regata aconte-

GARGALO Lukas Jönsson ressalta burocracia dos portos no Brasil


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EMPRESAS

Saber objetivo é essencial Durante nove meses de competição e trabalho em equipe dentro de um veleiro de pouco mais de 20 metros de comprimento, há lições que podem ser tiradas para o mundo corporativo, contribuindo para o sucesso de empresas que atuam em outras áreas. Saber com clareza qual é o objetivo principal do trabalho em equipe é um dos principais caminhos para se obter sucesso em qualquer atividade, na opinião do velejador Knut Frostad, CEO da Volvo Ocean Race. “No barco, nós sabemos exatamente o que queremos: vencer a competição. Como o objetivo da regata é claro, fica mais fácil gerenciar as ações para se alcançar o que se almeja. Percebo que em muitas empresas os funcionários não sabem qual é o objetivo número um. E isso precisa estar claro para todos”, diz Frostad. Outro aprendizado importante que pode ser levado para o mundo dos negócios, na avaliação do velejador, é a importância da liderança. Frostad comenta que o bom líder está ciente do seu papel, sabe exatamente em quais pontos ele é bom e age para tirar o melhor de cada integrante da equipe. “Isso precisa ser seguido no mundo corporativo.” Nas situações mais adversas, ter habilidade para tomar decisões é outra característica que torna o trabalho diferenciado. “Tem que ter foco e dar importância para o que realmente é importante.”

Na regata, também há uma mistura de faixa etária. Há velejadores com idades que variam de 20 a 50 anos. E essa mistura de gerações também pode ser útil no ambiente corporativo. “É um esporte em que a experiência tem muito valor. Precisamos mesclar a sabedoria dos mais velhos, que ajuda muito na tomada de grandes decisões, e a juventude, que traz também outros pontos positivos.” Brasileiro Entre os 66 velejadores, há um brasileiro, o catarinense André Fonseca, conhecido como Bochecha. Integrante da tripulação do barco espanhol, ele destacou a tecnologia de ponta das embarcações. “O que tem de mais tecnológico no mundo está nesses barcos. É como na Fórmula 1. Por isso, eles são tão radicais, tão rápidos. Correm a 30, 35 nós. Percorrem mais de 500 milhas em 24 horas. Muitas vezes, nem uma lancha consegue fazer isso em um mar agitado”, disse Bochecha, antes de deixar Itajaí rumo aos Estados Unidos. São 18 nacionalidades a bordo, e os tripulantes formam o que se chama de elite náutica mundial. Nesta edição, um dos barcos é composto exclusivamente por mulheres. As embarcações são dos Emirados Árabes, Estados Unidos, Turquia, Holanda, China, Suécia, Espanha e Dinamarca.

NACIONALIDADES André Fonseca, o Bochecha,

cesse da melhor forma. Foi tudo muito conversado.” Nova Zelândia para o Brasil foi a rota mais longa, com 20 dias de viagem. Para que o trabalho de logística funcione bem, Jönsson afirma que os profissionais precisam ter ótima capacidade de comunicação para lidar com grupos diferentes (velejadores, trabalhadores do pavilhão da Vila da Regata e os próprios profissionais de logística). “Tem que conseguir conciliar as necessidades de todos e montar a logística de forma que tudo saia corretamente.”

Além dos contêineres que chegam de navio aos pontos de parada, outros cerca de 16 são transportados pelo modal aéreo. Neles estão os pertences pessoais dos velejadores, peças de reposição, equipamentos eletrônicos. No planejamento logístico de uma regata como essa, de volta ao mundo, sempre haverá a necessidade do modal aéreo para o transporte de equipamentos, conforme relatam os organizadores. “Há uma série de componentes que só podem ser desmontados depois que o barco saiu. Também precisamos aprender a lidar


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AVENTURA Barcos enfrentam ventos fortes e ondas gigantes

é o único brasileiro entre os 66 velejadores de 18 países

com a imprevisibilidade do transporte marítimo. Nem sempre o navio chega no prazo necessário”, diz o holandês Raoul Van Nistelrode, que trabalha na logística, planejamento e organização do transporte e instalações da Volvo Ocean Race. Nistelrode também atuou no planejamento da logística dos jogos olímpicos de Londres. Incidente Antes de chegar a Itajaí, o mastro de um dos veleiros quebrou. Dois equipamentos vieram para o Brasil, um para substituir o danificado e outro para ficar como peça

de reposição. Nistelrode comenta que entre os trâmites que envolvem a logística de uma regata, há várias ocorrências inusitadas. “Temos que pensar nos mínimos detalhes. O mastro é transportado em caixas de madeira que o protegem. Mas para a caixa de madeira entrar no Brasil, é necessário liberação do Ministério da Agricultura. Tem que garantir, então, que sejam feitos os exames corretos, que a documentação esteja adequada. Senão, corre o risco de se fazer uma grande mobilização e colocar tudo a perder por causa de um detalhe”, afirma Nistelrode.

ROTA Portos por onde passa a regata; barcos saíram de Alicante

Um dos produtos pessoais dos velejadores transportados pelo avião é a alimentação. A comida congelada a seco precisa de um elevado grau de qualidade durante o transporte. Nistelrode explica que os alimentos, geralmente, representam um problema na área de logística porque há diferentes regulamentações nos países por onde os barcos passam. “Por isso, é necessário fazer uma série de pré-visitas para conversar com os profissionais da alfândega, dos ministérios e todos os órgãos responsáveis.

Assim, conseguimos atender os requisitos de cada país. Uma das soluções, em alguns casos, é trazer o produto ao porto e ficar em depósito alfandegado. Dali, o alimento sai direto para os barcos. Não pode haver consumo em terra”, diz Nistelrode. Ele comenta também que a Nova Zelândia é um dos países com elevados requisitos sanitários para a importação de alimentos. Mas, como as visitas dos profissionais de logística foram feitas com antecedência, não foi registrado problema. “Tem que haver um planejamento logístico muito grande.” l


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MEIO AMBIENTE

Transporte

desenvolvimento de novas tecnologias e a implementação de medidas que permitem um transporte mais limpo são essenciais para estimular o desenvolvimento sustentável. Durante a Volvo Ocean Race, em Itajaí (SC), dois seminários debateram o que a indústria vem estudando e produzindo para reduzir emissões e consumo de combustível e também ações que as empresas podem implementar para favorecer a eficiência energética de veículos pesados. A importância de buscar soluções integradas foi destacada pelo diretor de estratégias de caminhões do Grupo Volvo América Latina, Nilton Roeder, durante o Seminário de Eficiência de Combustível. “Temos que estar atentos à gestão dos motoristas, mas também à gestão dos veículos e do transporte e à gestão de riscos. São quatro pilares que precisam ser otimizados.” O treinamento de motoris-

O

sustentável

em foco Eletromobilidade e eficiência energética são debatidas em seminário em Itajaí POR

tas para que eles conduzam de maneira adequada é essencial no conceito de transporte sustentável e econômico. Roeder lembra que é possível economizar em torno de 10%, ou até mais, de combustível devido à condução correta. “Estamos buscando tec-

CYNTHIA CASTRO

nologias para minimizar o impacto do motorista (nessa questão do consumo), mas eles podem influenciar muito o resultado positivo, se dirigirem adequadamente.” O Sest Senat, nos diversos cursos de todas as unidades do Brasil, trabalha para incen-

tivar a condução econômica e segura dos motoristas de caminhão e de ônibus. As montadoras também desenvolvem programas de treinamento com as empresas de transporte. De acordo com Roeder, o segundo pilar importante para se buscar eficiência ener-


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HÍBRIDO Ônibus tem forte redução no consumo de diesel e emite menos ruídos nas cidades

gética diz respeito à gestão do veículo. Manutenção adequada - com troca de pneus, óleo, filtro e outros componentes – garante durabilidade e economia de combustível. A gestão do transporte e da logística de distribuição das cargas também é fundamental.

Roeder comenta que a preocupação de muitos clientes é saber quantos litros de combustível irá gastar para transportar determinado volume de carga. Com isso, a otimização da logística pode agregar valor importante na economia de combustível. “São vários exemplos que

podem influenciar o resultado final. Somando tudo isso, os ganhos para o empresário podem ser significativos”, diz o diretor de estratégias de caminhões. Durante os debates em Itajaí, foram apresentadas tecnologias que estão sendo desenvolvidas para os veículos pesa-

dos e para os combustíveis, com o intuito de reduzir o consumo. Em uma linha de caminhões lançada recentemente, a montadora afirma que é possível obter economia de até 8%, por meio de otimização de softwares e de componentes do veículo. Um deles propor-


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ELÉTRICO HÍBRIDO

Brasil vai testar articulados Em meados de 2016, deve começar a ser testado no Brasil um protótipo de ônibus elétrico híbrido articulado que está sendo desenvolvido pela Volvo na América Latina, paralelamente aos estudos na Suécia. As primeiras avaliações serão feitas em Curitiba, no Paraná, e em Bogotá, na Colômbia. Há ainda a previsão de avançar o projeto para outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, e Santiago, no Chile. “Estamos customizando um projeto global para atender as necessidades de transporte da América Latina, de ônibus de alta capacidade para circular nos corredores do BRT (Bus Rapid Transit). A demanda por ônibus com baixas ou zero emissões está crescendo na América Latina”, afirma Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. Ele afirma que a capital colombiana adotou um ousado plano de redução de emissões no transporte urbano e

que cidades como Curitiba e Rio de Janeiro também têm caminhado nessa direção. Para o Brasil, estão sendo projetados veículos nas versões articuladas e biarticuladas, com capacidades para 170 e 250 passageiros, 18 m e 28 m de comprimento. O primeiro protótipo deve estar pronto em junho do ano que vem e, em 2017, há uma expectativa para o início da produção. É possível que o protótipo tenha alguma exposição durante as Olimpíadas, no Rio de Janeiro, no próximo ano. Mas, por enquanto, ainda não há nada definido. Esse elétrico híbrido que está sendo desenhado para o transporte de massa, de grandes corredores, deve custar inicialmente em torno de 60% a mais do que um ônibus convencional. Mas deve proporcionar uma economia em torno de 70% em relação ao gasto com diesel. O ônibus terá vida mais longa que os convencionais, conforme informa Pimenta. “É um veículo

com menor exposição a variações do preço do diesel porque usa menos esse combustível. O custo de aquisição é mais alto, mas tende a ficar menor na medida em que a produção aumentar.” Segundo o presidente mundial da Volvo Bus, Hakan Agnevall, o desenvolvimento do transporte público eletrificado tem avançado muito rapidamente em diferentes partes do mundo. “O principal impulso vem dos tomadores de decisão, que querem reduzir drasticamente o consumo de energia, a poluição e o barulho nas áreas urbanas”, afirma. Lançado comercialmente em agosto do ano passado, na feira internacional de veículos IAA, em Hannover, na Alemanha, o ônibus elétrico híbrido está em operação em Gotemburgo, na Suécia; Hamburgo, na Alemanha; e Luxemburgo, em Luxemburgo. O modelo possui tecnologia plug-in, reduzindo também a emissão de gás carbônico.

PRODUÇÃO

cionou redução de até 20% no consumo de Arla 32, o aditivo do sistema de tratamento de gases de escape do motor, segundo a fabricante. Interesse No Seminário de Eletromobilidade, também promovido em Itajaí durante a regata interna-


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Fabricantes desenvolvem tecnologias para estimular transporte sustentável

cional, foram expostas tecnologias limpas utilizadas no transporte urbano de diferentes cidades do mundo. Marcela Betancourt, diretora do consórcio Express del Futuro, mostrou iniciativas que estão sendo implementadas na cidade de Bogotá, na Colômbia, que favorecem a mobilidade urbana. Marcela des-

tacou que os ônibus híbridos trazem benefícios não somente para a redução de emissões e de combustível, mas também para os passageiros. “É um ônibus sem ruído, contribui para melhorar a qualidade de vida de quem utiliza o transporte público.” Entre os desafios para que os ônibus sustentáveis se tor-

AÇÃO Marcela Betancourt destaca programa da Colômbia

nem mais presentes no Brasil, está um problema recente enfrentado especialmente nas grandes cidades do país. Na opinião do presidente da Volvo Bus Latin America, Luis Carlos Pimenta, os protestos que envolvem queima de ônibus contribuem para desestimular a aquisição. Os veículos híbridos, por

exemplo, são cerca de 50% mais caros que os ônibus a diesel. “Por qualquer razão de protesto, queima-se ônibus no Brasil. Isso dificulta a aquisição de um veículo que é mais caro.” Pimenta espera que o país recupere a capacidade de investimento e que 2016 seja um ano melhor para a renovação de frota. l


CONSCIENTIZAÇÃO

POR JANE

ROCHA

nidades do Sest Senat espalhadas por todo o Brasil participaram da campanha Maio Amarelo. A ação tem como intuito mobilizar a sociedade sobre o alto índice de mortos e feridos no trânsito e reduzir o número de acidentes por meio de atividades voltadas à conscientização, ao amplo debate das responsabilidades e à avaliação de riscos sobre o comportamento de cada cidadão, dentro de seus deslocamentos diários no trânsito. A iniciativa foi criada no ano passado e já conta com 500 parceiros em 18 países. Para o presidente da CNT e do Conselho Nacional do Sest Senat, Clésio Andrade, é necessário continuar investindo esforços a fim de que mais vidas sejam preservadas. “O Maio Amarelo é uma excelente oportunidade para alertar a população e, principalmente, os motoristas que circulam pelas rodovias do país. Todos os dias morrem pessoas no trânsito e esse índice precisa ser reduzido”, alertou Clésio Andrade. Segundo informações do Ministério da Saúde, o Brasil registra, em média, 44 mil mortes no

U

AÇÃO Blitz educativa realizada em Blumenau (SC) orientou os condutores dos veículos sobre os cuidados no trânsito

Em prol Sest Senat participa da campanha Maio Amarelo para trânsito por ano. Os acidentes automobilísticos são a principal causa de morte violenta de jovens entre 19 e 25 anos, e também está no topo da lista na faixa etária de 10 a 14 anos. As ocorrências nas rodovias e vias urbanas são a quinta principal causa de mortes no país. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no

trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito. Ainda segundo a OMS, de 2014 a 2015, houve uma redução de 10% nos acidentes com vítimas fatais, inclusive no Brasil. Além das mortes causadas, os acidentes também geram prejuízos

ao Brasil. De acordo com levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária, os acidentes custam cerca de 16 bilhões por ano ao país. Os gastos incluem pagamentos de atendimentos de saúde, seguros e indenizações. “É na formação de condutores mais conscientes que está uma das soluções para reduzir as estatísticas. Hoje, os motoristas são adestrados. Para obter a CNH, decoram placas e sinalizações de


SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

da vida mobilizar a sociedade sobre os acidentes de trânsito trânsito. Isso precisa ser diferente. O condutor deve refletir sobre as consequências do comportamento no trânsito”, defendeu a coordenadora do Movimento Maio Amarelo no Observatório Nacional de Segurança Viária, que é uma das entidades responsáveis pela organização da campanha, Natalia Gradim. Ações pelo Brasil As unidades do Sest Senat

promoveram ações educativas a fim de contribuir para o aumento do bem-estar e da segurança no trânsito. Em Blumenau (SC), 450 pessoas participaram de uma blitz educativa que orientou e conscientizou os condutores dos veículos sobre os cuidados no trânsito. O evento foi realizado no posto da Polícia Rodoviária Estadual em parceria com o Seterb (Serviço Autônomo Muni-

cipal de Trânsito e Transporte de Blumenau), EPT (Escola Pública de Trânsito), Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), Polícia Militar e Polícia Civil. A unidade do Sest Senat de Fortaleza (CE) realizou um ciclo de palestras que abordou a segurança viária, o transporte rodoviário de cargas, o transporte de passageiros, planejamento de rotas para motociclistas profissionais e

empregabilidade e valorização do motorista profissional. A unidade de Varginha (MG) realizou em Três Corações (MG) uma passeata que contou com a participação dos órgãos de segurança pública, sociedade civil e alunos das escolas do município. A passeata percorreu as ruas do centro da cidade, mobilizando toda a população em prol de um trânsito mais seguro. Em Lages (SC), houve uma programação diversificada: blitz educativa, sessão de cinema rodoviário, simulação de acidente, caminhada, palestras, pista educativa, ações de saúde e culto ecumênico. Em Pelotas (RS), uma blitz educativa chamou a atenção dos motoristas sobre os riscos de acidente. Organizada pelo Sest Senat e pela SMSTT (Secretaria Municipal da Segurança, dos Transportes e do Trânsito), a ação abordou aproximadamente 100 condutores de veículos de passeio, caminhões e motociclistas. Já a unidade de Caxias do Sul (RS) realizou uma palestra sobre trânsito para 100 jovens aprendizes e alunos de cursos do Sest Senat em parceria com a SMTMU (Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade Urbana). l


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DIA DO TRABALHADOR

Ações nas unidades Prestação de serviços de saúde, atividades físicas, recreação e palestras fizeram parte do calendário de celebração da data no Sest Senat POR

s trabalhadores de todas as regiões do Brasil comemoraram seu dia com muita festa. Nas unidades do Sest Senat, o Dia do Trabalhador foi celebrado com prestação de serviços de saúde, atividades físicas, recreação, palestras,

O

JANE ROCHA

exposições e exibição de filmes. Para o presidente da CNT e do Conselho Nacional do Sest Senat, Clésio Andrade, a data é muito mais do que um feriado. "É um dia especial para recordarmos as lutas de toda a classe trabalhadora e destacarmos as inúmeras conquis-

tas, sendo muitas delas históricas, alcançadas ao longo dos últimos anos no Brasil”, afirmou Clésio Andrade. Em Campinas (SP), foram desenvolvidas atividades recreativas, como campeonato de futebol entre empresas do setor de transporte da região,

escolinha de futebol para crianças e ginástica laboral. Na unidade de Araçatuba (SP), não foi diferente. Um torneio de futebol entre empresas animou a data. Em Macapá (AP), os trabalhadores foram contemplados com massagem, atendimento de saúde, ginástica, pescaria, teatro e pintura. Informação, conhecimento e cultura também fizeram parte do calendário de comemoração das unidades do Sest Senat. Em Regente Feijó (SP), duas palestras foram ministradas. O instrutor Gustavo Araújo abordou o tema “O trabalho ao longo dos tempos” e o instrutor Marcílio Alves deu orientações sobre alongamento funcional antes do trabalho. Os participantes também visitaram uma exposição fotográfica com imagens antigas que mostravam as condições e a evolução do trabalho no transporte. Houve também a realização de exames rápidos, como aferimento de pressão, verificação de peso, altura, massa corpórea, circunferên-


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SERVIÇO No Sest Senat de Belém (PA) os trabalhadores contaram com atendimento de saúde

cia cervical e abdominal, acuidade visual e auditiva, frequência cardíaca e glicemia. Além da distribuição de material promocional e folhetos explicativos sobre a saúde da coluna, os presentes ainda foram agraciados com um café da manhã com alimentação saudável, como salada de fruta e sanduíche natural. Em Tatuapé (SP), foram ministradas palestras sobre "Qualidade de vida no trabalho" e "Empregabilidade e valorização do motorista profissional" com distribuição de brindes. Os trabalhadores que participaram do evento também assistiram o filme "À procura da felicidade". Já em Dourados (MS), as palestras abordaram temas como cuidados com a coluna e a obrigatoriedade do exame toxicológico. Na unidade da rodovia Fernão Dias (SP) foi ministrada uma palestra com um técnico do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) sobre educação previdenciária para esclarecer aos motoristas os proce-


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“Foi um encontro intergeracional. Para comemorar a data, o Sest Senat de Bauru programou atividades diversificadas que atendessem a todas as idades” PATRÍCIA SOUZA DOS SANTOS COORDENADORA DE PROMOÇÃO SOCIAL DO SEST SENAT DE BAURU

dimentos de acesso aos benefícios, auxílio-doença, auxílio acidente, pensão por morte e , principalmente, os tipos de aposentadorias e suas exigências. A unidade também realizou uma palestra com o técnico da área social da Prefeitura de São Paulo sobre os programas governamentais de transferência de renda. Em Poços de Caldas (MG), o dia foi repleto de atividades, com diversas apresentações musicais e cul-

ESPORTE Um campeonato de futebol entre empresas do setor de transporte movimentou a unidade de Campinas (SP)

turais, além de atividades para as crianças. Na unidade, também foram oferecidos serviços de saúde, como aferição de pressão arterial, orientação de saúde bucal com escovódromo, orientação nutricional e psicológica. Segundo a Coordenadora de Promoção Social do Sest Senat de Poços de Caldas (MG), Rozana Fadini, foram atendidas cerca de 300 pessoas no estande da unidade. “O Sest

Senat está sempre presente nas atividades comemorativas do Dia do Trabalhador, especialmente porque são os trabalhadores do setor de transporte que levam toda a riqueza do nosso país”, destacou. A unidade de Bauru (SP) contou com muita alegria durante as comemorações do Dia do Trabalhador. Como parte das festividades, a programação foi extensa e contou com piscinas liberadas, cama

elástica, oficina de artesanato e torneio de truco com entrega de troféus e distribuição de brindes. O evento ainda foi abrilhantado com a disputa da Copa Sest Senat de Futebol 7 Society, que contou com oito times de empresas do setor. Além disso a unidade também ofereceu serviços de saúde, como acupuntura, nutricionista, dentista, orientação de saúde da coluna e palestras com orientações indi-


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HIGIENE A unidade de Poços de Caldas (MG) ofereceu orientação de saúde bucal com escovódromo

viduais sobre direitos humanos nas estradas, saúde do homem, atendimento à pessoa com restrição de mobilidade e saúde e segurança no trabalho. Segundo a coordenadora de Promoção Social de Bauru, Patrícia Souza dos Santos, cerca de 600 pessoas participaram do evento. “Foi um encontro intergeracional. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos participaram das atividades que fo-

ram planejadas para todos”, explicou. Em Bélem (PA), também não faltou prestação de serviços de saúde e social. A unidade ofereceu atendimento odontológico, psicológico, fisioterapia, massagem relaxante terapêutica, corte de cabelo, emissão de carteira de trabalho, atendimentos jurídicos e aferição de pressão arterial. O Sest Senat local também promoveu aula de hi-

“Apresentamos o clube aos caminhoneiros e familiares. O evento foi para todos” NEILA GOTTARDI COORDENADORA DE PROMOÇÃO SOCIAL DO SEST SENAT EM RONDONÓPOLIS (MT)

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droginástica, apresentação de capoeira, além de torneios entre empresas de transportes da região. Em Rondonópolis (MT), foram realizadas atividades lúdicas com cunho recreativo para diversas idades, como torneio de truco, futsal, hidroginástica e dança. Em Cuiabá (MT), a data foi comemorada com aula de alongamentos para a coluna, artesanato para confecção de porta canetas com garrafa pet com os alunos do reforço escolar, aferição de pressão dos motoristas além de pesquisa de prevenção sobre apnéia do sono. Para a coordenadora de Promoção Social em Rondonópolis (MT), Neila Gottardi, a data é uma excelente oportunidade de juntar os caminhoneiros e familiares para interação das famílias. “Apresentamos as vantagens que o clube da unidade pode oferecer aos trabalhadores, esposas, filhos e toda a família. O evento foi para todos”, destacou. Na unidade do Sest Senat de Agudos (SP), os trabalhadores fizeram ginástica laboral e receberam orientações e dicas de exercícios para melhorar a postura. Em Jacareí (SP), foram realizadas atividades de orientação com os temas de etiqueta profissional e saúde e segurança no trabalho. l



FERROVIÁRIO MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM Total Nacional Total Concedida Concessionárias Malhas concedidas

30.499 28.996 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO RODOVIÁRIO MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

66.712 119.691 26.827 213.230

12.666 105.601 1.234.918 1.353.185

79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607

Federal Estadual Municipal Rede Planejada Total

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Adminstrada por concessionárias privadas Administrada por operadoras estaduais FROTA DE VEÍCULOS Caminhão Cavalo mecânico Reboque Semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos Nº de Terminais Rodoviários

19.463 1.195

2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173

AQUAVIÁRIO INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privativo misto Portos

35

MATERIAL RODANTE - UNIDADES Vagões Locomotivas

103.517 3.472

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total Críticas

12.289 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil EUA

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO AERÓDROMOS - UNIDADES Aeroportos Internacionais Aeroportos Domésticos Outros aeródromos - públicos e privados

34 29 2.387

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADES Transporte regular, doméstico ou internacional Transporte não regular: táxi aéreo Privado Outros Total

669 1.579 8.825 8.328 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

163

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA Vias Navegáveis Vias economicamente navegadas Embarcações próprias

12.021 7.854 1.800 7.321 28.996

122

FROTA MERCANTE - UNIDADES Embarcações de cabotagem e longo curso

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. MRS Logística S.A. Outras Total

41.635 20.956 2.055

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

Rodoviário

485.625

61,1

Ferroviário

164.809

20,7

Aquaviário

108.000

13,6

Dutoviário

33.300

4,2

Aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


72

CNT TRANSPORTE ATUAL

MAIO 2015

BOLETIM ECONÔMICO

R$ bilhões

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até abril/2015 (R$ 2,61 bilhões)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até abril/2015)

25 20 15 10 5 0

0,32 (12,1%) 1,93 (73,9%)

5,01

0,07 (2,8%)

2,61

2,51 0,10

Autorizado Valores Pagos do Exercício Total Pago Restos a Pagar Pagos Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores. Os recursos são referentes à execução do previsto na MP nº 667.

0,29 (11,2%)

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (R$ milhões correntes - acumulados até abril de 2015)

Aquaviário

Ferroviário

Aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - MAIO/2015

Recursos Disponíveis 5.012,22 3.066,12 8.078,34

Autorizado União Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado Rodoviário Ferroviário Aquaviário (União + Cia Docas) Aéreo (União + Infraero) Investimento Total (Total Pago)

Rodoviário

1.926,74 315,21 135,75 540,10 2.917,80

Fonte: Orçamento Fiscal da União e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (SIGA BRASIL - Senado Federal);

2014 PIB (% cresc a.a.)1 Selic (% a.a.)2 IPCA (%)3 Balança Comercial6 Reservas Internacionais4 Câmbio (R$/US$)5

Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016

0,1* 11,75 6,41 -3,96

13,25 3,83 -3,52

-1,20 13,50 8,29 3,00

1,00 11,63 5,50 10,00

363,55

372,44

-

-

2,99

3,20

3,30

2,65

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 08/05/15), Banco Central do Brasil.

Notas: (A) Dados acumulados até 08.04.2015 (SIGA BRASIL). (B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro GND = 4 (investimento). (C) Os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20XV, 118T,3133, e 2923.

Observações: (1) Expectativa de crescimento do PIB para 2014 e 2015. (2) Taxa Selic conforme Copom 29/04/2015 e Boletim Focus. (3) Inflação acumulada no ano e expectativas segundo o Boletim Focus.

Nota sobre a CIDE: O Ministério da Fazenda decidiu, em 19 de janeiro de 2015, alterar as alíquotas da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE. As novas alíquotas, de R$ 0,10/l para a gasolina e de R$ 0,05/l para o diesel, devem passar a vigorar a partir de maio de 2015, apesar de o Decreto que as regulamenta ainda não ter sido publicado. Os recursos da CIDE são destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

(4) Posição dezembro/2014 e maio/2015 em US$ bilhões. (5) Câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) Saldo da balança comercial até abril/2015. * A taxa de crescimento do PIB para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 Investimento Total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em R$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 Rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 Ferroviário 1,0 0,8 0,6 Aquaviário (União + Cia Docas) 1,3 0,7 1,2 1,4 1,8 Aéreo (União + Infraero) 14,8 15,0 12,7 13,1 Investimento Total

2011

2012 Rodoviário

Ferroviário

2013 Aquaviário

2014 Aéreo

2014 9,1 2,7 0,5 3,2 15,5

Fonte: Orçamento Fiscal da União e Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (SIGA BRASIL - Senado Federal)

8

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


REGIÕES3

Estados

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em R$ milhões correntes)1 Orçamento Fiscal (Total Pago2 por modal de transporte) Acre Alagoas Amazonas Amapá Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Minas Gerais Mato Grosso do Sul Mato Grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rondônia Roraima Rio Grande do Sul Santa Catarina Sergipe São Paulo Tocantins Centro Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Nacional Total

Rodoviário 21,67 31,55 36,50 28,35 108,79 60,43 7,23 11,67 110,15 120,81 186,26 23,84 122,69 159,50 14,77 64,56 34,76 171,11 115,39 11,11 80,98 19,04 200,83 134,54 23,52 1,48 24,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,12 1.926,74

Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 165,81 0,00 0,00 0,00 52,35 0,00 53,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,57 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 25,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 17,94 315,21

Aquaviário 0,00 0,00 26,26 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,19 28,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 13,61 72,26

Aéreo 0,00 0,00 0,45 0,00 7,95 3,18 0,00 0,00 4,77 0,00 0,00 1,59 0,32 0,20 0,00 3,19 0,00 0,02 0,34 1,59 0,19 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 268,84 292,65

Total 21,67 31,55 63,21 28,35 282,55 63,61 7,23 11,67 167,27 120,81 239,63 25,43 123,01 159,70 14,77 67,75 34,76 171,13 115,73 13,27 81,17 19,04 205,04 162,74 23,52 26,65 24,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 301,51 2.606,87

Ranking

Maiores Desembolsos4 (Total Pago acumulado até abril-2015)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Ações orçamentárias7 Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Nordeste Manutenção de Trechos Rodoviário na Região Sul Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Norte Adequação de Acesso Rodoviário ao Porto no Estado do Paraná Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Centro-Oeste Construção da Ferrovia de Intregração Oeste-Leste - Ilhéus Construção da Ferrovia de Integração - no Estado da Bahia Manutenção de Trechos Rodoviário na Região Sudeste Adequação de Trecho Rodoviário - Arei - no Estado do Rio Grande Adequação de Trecho Rodoviário - Apar - no Estado de Goiás Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até abril - 2015

R$ milhões6 259,36 231,06 207,97 165,61 160,42 136,21 117,97 117,12 94,76 92,93 1.583,41 60,7%

Elaboração: Confederação Nacional do Transporte Dados acumulados até 08.04.2015 (SIGA BRASIL). Execução Medida Provisória MP nº 667.

Notas: (1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União). (2) O Total Pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de Restos a Pagar Pagos. (3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional. (4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (Valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2015. (5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do Orçamento Fiscal da União no acumulado de janeiro a abril de 2015. (6) Os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao Total Pago pela União no período em análise. Não foram incluídos os desembolsos realizados pelas Empresas Estatais. (7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o Manual de Técnico de Orçamento 2015.

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


74

CNT TRANSPORTE ATUAL

MAIO 2015

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • Cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS* ESTRUTURA

AVALIAÇÕES AMBIENTAIS PERÍODO

2007 A 2014

Aferições

1.235.589

Aprovação no período

87,69%

2015

TOTAL

Federações participantes

25

78.272

1.313.861

Unidades de atendimento

90

75,73%

86,98%

Empresas atendidas

ATÉ ABRIL

Caminhoneiros autônomos atendidos

* Dados preliminares sujeitos a alterações.

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

(empresas)

Carga (autônomos)

Passageiros

UFs ATENDIDAS AC, AM, AP, PA, RO e RR AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN BA e SE DF, GO, MS, MT e TO ES MG PR RJ RS SC SP SP SC RS RJ PR AC, AM, AP, PA e RR AL, PB, PE e RN BA e SE CE, MA e PI DF, GO, SP e TO ES MG MS, MT e RO PR e SC RJ RS

Conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

TELEFONE (92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (71) 3341-6238 (61) 3361-5295 (27) 2125-7643 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (49) 3222-4681 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (42) 3027-1314 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (71) 3341-6238 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (27) 2125-7643 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622

A pesquisa “Caminhoneiros no Brasil - Relatório Síntese de Informações Ambientais” apresenta a realidade e as necessidades de um dos principais agentes do setor de transporte. Informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, além de dados relacionados à frota, como distribuição e idade média; características dos veículos e dos deslocamentos; intensidade de uso e autonomia (km/l) da frota permitem aprofundar os conhecimentos relativos ao setor de transporte rodoviário.

8

Carga

FEDERAÇÃO FETRAMAZ FETRACAN FETRABASE FENATAC FETRANSPORTES FETCEMG FETRANSPAR FETRANSCARGA FETRANSUL FETRANCESC FETCESP FECAM-SP FECAM-SC FECAM-RS FECAM-RJ FETAC-PR FETRANORTE FETRONOR FETRABASE CEPIMAR FETRASUL FETRANSPORTES FETRAM FETRAMAR FEPASC FETRANSPOR FETERGS

12.990

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

SETOR

11.591

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

O governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e da aprovação da Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. Essa mistura é denominada óleo diesel B e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. O objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel B, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.


CNT TRANSPORTE ATUAL

75

MAIO 2015

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

BOLETIM AMBIENTAL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54

SETOR

Mudança no uso da terra Industrial* Transporte Geração de energia Outros setores Total

(%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00

PARTICIPAÇÃO

Rodoviário Aéreo Outros meios Total

2011

2012

2013

VOLUME

VOLUME

VOLUME

Rodoviário

38,49

34,46

36,38

38,60

40,61

Ferroviário

0,83

1,08

1,18

1,21

1,20

Hidroviário

0,49

0,14

0,14

0,16

0,18

39,81

35,68

37,7

39,97

41,99

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2010 2011 2012 2013 2014 2015** (março)

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

2010 VOLUME

Total

*Inclui processos industriais e uso de energia

MODAL

2009 VOLUME

MODAL

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

Diesel

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

49,23

52,26

55,90

58,57

60,03

13,81

Gasolina 29,84

35,49

39,69

41,42

44,36

10,37

Etanol

10,89

9,85

11,75

12,99

3,96

PARTICIPAÇÃO

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO*

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

CO2 NOx NMHc CO CH4

15,07

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 06 de maio de 2015.

60% 50% 40% CO2 NOx CO NMHc MP

30% 20% 10% 0%

Automóveis GNV Comerciais Leves (Otto) Motocicletas * Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV Dados de 2009 fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA,2011.

Ônibus Urbanos

Caminhões Pesados

10 15 10 a 50

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo do Amarante, Pindoretama e Cascavel. PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará. PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo. RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita. 10** Brasil SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, Nova Odessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do Bom Jesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, Santa Bárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, Santo André, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São José dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo. Demais estados e cidades 500*** * Em partes por milhão de S - ppm de S ** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br *** A partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br

6,8%

7,1% 17,0%*

37,6%

20,3%

11,2% Pt. Fulgor 20,3% Enxofre 11,2%

Corante 7,1% Aspecto 17,0%*

Teor de Biodiesel 37,6% Outros 6,8%

(*) Resultados respectivos por Região, amostra total e percentual de reprovação: Norte, 365 (1,1%); Nordeste, 1.550 (1,0%); Centro-Oeste, 486 (3,3%); Sudeste, 2.704 (0,5%) e Sul, 1.159 (0,3%).

% NC

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MARÇO 2015 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0

Caminhões Leves

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MARÇO 2015

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S)* Japão EUA Europa

Ônibus Caminhões Comerciais Leves Rodoviários (Diesel) médios

Trimestre Anterior Trimestre Atual

14,5 8,8 0

1,4

3,8

5,3

6,1 1,6

0,0

3,2

6,1

9,6

4,1

11,0

0,0

AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB 0 8,8 1,4 3,8 5,3 1,6 0 3,2 6,1 6,1 4,1 0 9,6 14,5 11 0 5,8 9,8 0 4,2 0 1,6 5,9 5,1 5,5 0 9,2 16,2 8,7 2 Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades. Unidades Federativas para as quais não houve monitoramento nos períodos considerados: AC, DF, MS, PI, RO e RR. Trimestre atual: Jan a Mar/2015; Trimestre anterior: Dez/2014 a Fev/2015.

7,0 3,0 PE 3 2,6

0,0

1,5

PI 0 0

PR 1,5 1,2

RJ 7 8,3

3,3

2,3

0,0

0,0

RN 2,3 1

RO 0 0

RR 0 0

RS 3,3 2,8

1,1

1,6

3,4

3,2

4,3

SC 1,1 0,9

SE 1,6 0,8

SP 3,4 2,6

TO 3,2 3,7

Brasil 4,3 4,1


EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE POLUENTES

PRINCIPAIS FONTES

CARACTERÍSTICAS

EFEITOS SAÚDE HUMANA

1

Monóxido de carbono (CO)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.

Dióxido de Carbono (CO2)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano (CH4)

Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor. Quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.

MEIO AMBIENTE

Causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.

Compostos orgânicos voláteis (COVs)

Resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.

Composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. Em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.

Óxidos de nitrogênio (NOx)

Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel. O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões e Causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. A exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar Causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.

Ozônio (O3)

Formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. Sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

Dióxido de enxofre (SO2)

Resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na Gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.

Causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. Causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.

Resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

Conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.

Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.

Material particulado (MP)

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

Incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

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1. Conforme o Comunicado nº 213/2012 do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC), vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), a fumaça do diesel é classificada como substância cancerígena, na mesma categoria em que se encontram o amianto, o álcool e o cigarro. 2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV. 3. Fontes fixas: centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. Processos industriais: procedimentos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. Chuva ácida: provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) a partir de usinas de energia, carros e fábricas.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br



“O aumento da concorrência não deve resultar em obstáculo intransponível à sobrevivência das empreiteiras nacionais” TEMA DO MÊS

Quais os benefícios e as desvantagens para o Brasil com a

País precisa evoluir nas suas práticas de negócios LUCIANO DE SOUZA GODOY

momento não é bom para as grandes empreiteiras nacionais; as investigações oriundas da operação Lava Jato lhes trouxeram um risco imediato de serem rotuladas como inidôneas, o que as afastará de novas obras públicas. E, por isso, seu acesso a crédito no sistema financeiro já está comprometido. E como fazemos, se há necessidade do país modernizar sua infraestrutura (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, unidades geradoras de energia elétrica, eólica, térmicas etc)? E as Olimpíadas de 2016, quando o mundo novamente nos estará olhando? Diante deste cenário, passou a ser assunto frequente a chamada de empreiteiras estrangeiras, com boa experiência em outras países. E, também, vem outra questão. E por que é tão inexpressiva a participação das empreiteiras estrangeiras no Brasil até o momento? Para que se responda a essa pergunta – feita por mais pessoas à medida que notícias da operação Lava Jato pulam nos jornais – torna-se necessário considerar a eventual existência de impedimentos legais capazes de limitar a

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LUCIANO DE SOUZA GODOY Professor da FGV Direito São Paulo, Advogado, Mestre e Doutor em Direito pela USP. * Com o auxílio dos advogados Francisco Augusto Caldara de Almeida e Leonardo Dib Freire, ambos do PVG Advogados.

participação das empreiteiras estrangeiras nas grandes obras, especialmente públicas, assim como sobre os benefícios e as desvantagens de se alavancar a entrada de capital estrangeiro nos projetos de grande interesse para o desenvolvimento econômico do país. Em tese, não há limitações legais. A existência de limitações legais não pode ser apontada como motivo concreto para a participação tímida das empreiteiras estrangeiras no Brasil. A Lei de Licitações e outras normas relacionadas (PPPs, RDC etc) não impedem a participação dessas empresas nas licitações públicas. Duas razões atinentes à burocracia podem explicar esta ausência: as dificuldades de registro de engenheiros estrangeiros e, principalmente, a exigência de atestados técnicos em obras nacionais nos editais de licitação, um requisito para habilitação impossível de ser cumprida por um ingressante no mercado (quer seja estrangeiro, quer seja nacional). Aparentemente há vantagens com a entrada de novos “players” no mercado. O aumento da concorrência representa tendência natural à redução de preços e à melhoria na qualidade

de serviços. Além disso, empreiteiras estrangeiras compartilhariam novas tecnologias e equipamentos, proporcionando desenvolvimento para o setor. Embora as empreiteiras nacionais possam acabar impedidas de atuar por meio de sanções administrativas (multas e atestado de inidoneidade), bem como por falta de crédito, acarretando risco de crise no setor de construção civil, os incentivos para participação das estrangeiras no mercado deve ser vista com parcimônia, uma vez que o aumento da concorrência não deve resultar em obstáculo intransponível à sobrevivência das empreiteiras nacionais. Para tanto, há urgência no aprimoramento ético do ambiente de negócios das licitações públicas de obras civis, evolução da governança corporativa das empreiteiras, busca de maior profissionalismo na atuação de seus dirigentes e, por fim, rigor absoluto na punição dos desvios. Quer seja nacional, quer seja estrangeira, se o país não evoluir nas suas práticas de negócios, não sairemos da lanterna das nações com piores índices de transparência dos negócios públicos.


“As consequências da internacionalização do capital apontam para diminuição de conteúdo nacional de bens e serviços nos projetos”

contratação de construtoras estrangeiras?

Objetivo é adquirir controle das companhias nacionais MARCO AURÉLIO CABRAL PINTO

formação do Brasil compreende marcha desde passado primário-exportador até sociedade industrializada e urbana, assentada em democracia multirracial com criatividade cultural, espírito colaborador e visão otimista de futuro. Ao menos duas condicionantes explicam a ascensão do país na hierarquia internacional nos últimos cem anos. A primeira, ocupação do vasto território, objeto de recorrente cobiça por interesses estrangeiros. A segunda, vigoroso processo de industrialização, erguido com importante participação do capital estrangeiro. A estratégia de expansão adotada pelas firmas de construção civil pesada coincide com interesses mais amplos e permanentes no país. A busca por autonomia energética levou a engenharia brasileira a desenvolver infraestrutura integrada com cobertura nacional. Da mesma maneira, extensa malha logística tem permitido escoamento de crescente produção voltada para o comércio exterior. Tanto a manutenção da integridade do território quanto o desenvolvimento da indústria depende-

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ram de esforço prévio realizado pela engenharia nacional. Com isso, desenvolveram-se competências únicas em construção pesada em ambientes chuvosos, quentes e de difícil acesso. Ganhou-se qualidade de processos com atendimento de requisitos legais domésticos. A engenharia brasileira tornou-se assim competitiva. O mercado internacional de construção civil pesada somou cerca de US$ 210 bilhões em 20141, entre projetos em energia (US$ 87 bilhões), rodovias (US$ 83 bilhões) e saneamento básico (US$ 35 bilhões). Nesse mercado, atuam ao menos 40 empresas norte-americanas com faturamento igual ou superior a US$ 100 milhões anuais no exterior2 (são cerca de 900 no mundo). A maior construtora brasileira faturou cerca de US$ 10 bilhões em obras no estrangeiro no ano de 2014. O mercado mundial para construção civil pesada cresceu pouco (cerca de 2%) em 2014. Dificuldades fiscais têm inibido projetos públicos em todo o mundo. Por esta razão, a concorrência tende a acirrar-se nos próximos anos. Por outro lado, a seleção pública para projetos no Brasil não admite, por lei, qualquer discrimina-

ção para firmas estrangeiras. O baixo interesse se explica por riscos tecnológicos, políticos e operacionais percebidos por entrantes potenciais. Por essas razões, dificilmente a estrutura do mercado para construção civil será modificada no Brasil nos próximos anos. O mesmo não se pode afirmar, contudo, quanto ao controle do capital das companhias. Nesse quesito, interesses estrangeiros aguardam oportunidade para adquirir, em meio a dificuldades financeiras, controle sobre operações domésticas e internacionais das firmas brasileiras. As consequências da internacionalização do capital apontam para diminuição de conteúdo nacional de bens e serviços nos projetos, cuja especificação depende do relacionamento entre principais contratantes e fornecedores. Da mesma maneira, coloca-se em risco a priorização de projetos de interesse nacional, principalmente aqueles que impliquem em ameaças para países centrais. 1

FMI’s Construction Outlook, 2nd Quarter Report, 2014 MARCO AURÉLIO CABRAL PINTO 2 The Top 400, ENR, enr.com, Professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense May 20, 2013



CNT TRANSPORTE ATUAL

MAIO 2015

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“A infraestrutura nunca vem antes da necessidade. Chega sempre depois e atrasada. Parece que o atraso está em nosso modo de pensar, sem muito planejar” ALEXANDRE GARCIA

Gigante de barro utro dia, na Comissão de Infraestrutura do Senado, a sinceridade do ministro dos Transportes causou perplexidade. Confessou que está sem dinheiro para pagar em dia as dívidas do setor. Recém havia começado a resgatar os vencimentos de janeiro. E não sabia com o que poderia contar em maio. O ministro Antônio Carlos Rodrigues confessou ficar assustado quanto toca o telefone e alguém ameaça: “ou você me paga hoje - e eu não tenho - ou vai parar a obra”. Além de não querer tapar o sol com a peneira, o ministro, com essa sinceridade, deveria estar sugerindo que os penalizados senadores o ajudem a minimizar cortes no orçamento das obras viárias. E lembrou uma verdade óbvia. Em tempos de Lava Jato, com grandes empreiteiras envolvidas - e com o pé no freio -, as pequenas não têm a capacidade de continuar obras sem receber, como costumam ter as grandes. E agora? Há muita duplicação e melhoria de rodovias entre as obras desfalcadas de pagamentos em dia. E, como se sabe, é mais fácil interromper uma obra numa estrada que já existe e apenas está sendo ampliada. Disso se livram as estradas sob concessão. Numa recente reunião com ministros, a presidente sugeriu aumentar as privatizações, já que o Estado está com reduzida capacidade de investir. Na verdade, o governo federal está entre dois fogos. Se cortar as despesas correntes, teme as reações dos atingidos. Se não investir, terá a queixa dos contribuintes, que entregam em tributos quase 40% de tudo que geram. Na comissão do Senado, os jornalistas logo concluíram que as obras parariam. Aí, o ministro recorreu a um eufemismo: as obras continuam; apenas terão que ser alterados os cronogramas. Quer dizer, o que era para ser entregue em um ano, pode levar dois anos e assim por diante. Representantes da ANTT, do TCU e do Dnit estavam na comissão ouvindo essa realidade. Como mais da metade dos projetos de investimentos destina-se a rodovias, a consequência é que as obras rodoviárias serão as

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mais afetadas. São 64 obras em rodovias federais e 11 que seriam iniciadas. Paira sobre elas uma preocupante interrogação. E, a imaginar pelas intenções expressadas pela presidente, as concessões de BRs devem ser ampliadas para bem além dos 21 trechos já concedidos. Enquanto isso, o Brasil espera. Vem esperando desde sempre. A infraestrutura nunca vem antes da necessidade. Chega sempre depois e atrasada. Parece que o atraso está em nosso modo de pensar, sem muito planejar. Às vezes, dá certo, por acaso. JK aceitou o desafio de um eleitor em Jataí, de cumprir a Constituição e transferir a capital para o interior. E Brasília acelerou a ocupação do território, inclusive para agricultura e pecuária. Mas primeiro fizeram o lago para depois fazer as pontes; antes ergueram a capital para depois construir o metrô. Ainda nessa mentalidade, abandonamos a navegação de cabotagem e a estrada de ferro. Num país de 8,5 milhões de km2 e 8 mil km de litoral. Lembre isso a um alemão e ele vai julgar muito estranha essa civilização dos trópicos. Pois bem. Agora nosso desafio é voltar a crescer, gerar riqueza, gerar emprego, baratear o dinheiro e não ter inflação. Não se faz isso mandando consumir mais, que só aumenta o endividamento. Se faz isso como todo o mundo faz. A China faz, a Alemanha e o Japão fizeram, depois de destruídos pela guerra: investindo em infraestrutura. Em 500 anos, ainda estamos em dúvida quanto a essa verdade óbvia. Preferimos gastar com benesses, empregos, favores, que saem pelo ralo sem dar estrutura ao país. Ser ou não ser dotado com infraestrutura para crescer - eis a questão. A resposta é óbvia. Falta a vontade, a coragem, a disposição. Deus pode até ser brasileiro. Mas, por ser Deus, é justo. E só ajuda quem se prepara para aproveitar o imenso país que deu para os brasileiros. Como no gênese, só pôs o barro no gigante. As artérias, veias e capilares para circular o sangue que irriga a vida do gigante, isso é por nossa conta.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

MAIO 2015

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE Clésio Soares de Andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues

Eudo Laranjeiras Costa Antônio Carlos Melgaço Knittel Eurico Galhardi José Luís Santolin Francisco Saldanha Bezerra Jerson Antonio Pícoli João Rezende Filho Dante José Gulin Mário Martins

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti Pedro José de Oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay Lúis Ivan Janaú Barbosa TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça Joubert Fortes Flores Filho TRANSPORTE AÉREO

José Afonso Assumpção Wolner José Pereira de Aguiar CONSELHO FISCAL (TITULARES) David Lopes de Oliveira Éder Dal’lago Luiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Jerson Antonio Pícoli André Luiz Zanin de Oliveira José Veronez Eduardo Ferreira Rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe Alfredo José Bezerra Leite Lelis Marcos Teixeira José Augusto Pinheiro Victorino Aldo Saccol

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini Urubatan Helou Irani Bertolini Paulo Sergio Ribeiro da Silva Eduardo Ferreira Rebuzzi Oswaldo Dias de Castro Daniel Luís Carvalho Augusto Emilio Dalçóquio Geraldo Aguiar Brito Vianna Augusto Dalçóquio Neto Euclides Haiss Paulo Vicente Caleffi Francisco Pelúcio TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Moacir da Silva Sergio Antonio Oliveira José Alexandrino Ferreira Neto José Percides Rodrigues Luiz Maldonado Marthos Sandoval Geraldino dos Santos Renato Ramos Pereira Éder Dal’lago André Luiz Costa Getúlio Vargas de Moura Braatz Nilton Noel da Rocha Neirman Moreira da Silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Marco Machado Soares Claudomiro Picanço Carvalho Filho André Luiz Zanin de Oliveira Moacyr Bonelli George Alberto Takahashi José Carlos Ribeiro Gomes Aloisio Sobreira José Rebello III José Roque Fernando Ferreira Becker Raimundo Holanda Cavalcante Filho Jorge Afonso Quagliani Pereira Eclésio da Silva André Macena de Lima

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES REPORTAGEM DE CAPA

NOVAS CONCESSÕES

A matéria de capa da última edição mostra como é importante oferecer mais qualidade de vida aos caminhoneiros de todo o país. Os números comprovam que cursos, palestras, seminários e atendimentos de saúde garantem mais formação e prevenção aos profissionais do transporte do Brasil. Parabéns ao Sest Senat pelos serviços prestados.

Interessante a matéria sobre os novos leilões para concessões de aeroportos à iniciativa privada que devem ocorrer no próximo ano. A iniciativa de construir um aeroporto na cidade de Portão (RS) para desafogar o aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre (RS) foi pensada a tempo, pois a unidade deverá chegar ao limite em breve.

Antônio Albuquerque São Paulo (SP) FERROVIAS O crescimento no número de passageiros que utilizam o transporte sobre trilhos nos deslocamentos diários reforça que esse modal necessita de mais investimentos. O lento crescimento da malha poderá sobrecarregar todo o sistema e o passageiro será o maior prejudicado. A construção de mais trilhos em todo país é necessária e urgente. Izabel Duarte Divinópolis (MG)

Roberto Nogueira Porto Alegre (RS) SEGURANÇA NO TRÂNSITO A reportagem sobre o hábito de não usarmos cinto no banco de trás reforça mais uma vez a importância do uso do equipamento. É preciso conscientizar a sociedade que passageiro transportado a trás corre os mesmos riscos que os da frente do automóvel. As estatísticas comprovam. Aline Queiroz Rio de Janeiro (RJ)

Cartas: SAUS, quadra 1, bloco J Edifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - Brasília (DF) E-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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