Baixo poder competitivo

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edição inFormativa da cnt

CNT

ano XXi número 237 junho 2015

T R A N S PO R T E A T U A L

Baixo poder competitivo Infraestrutura inadequada causa prejuízo no escoamento de soja e milho. Estudo da CNT aponta desperdício de R$ 3,8 bilhões pela condição do pavimento entrevista com HEIKO HOSOMI SPITZECK, da Fundação dom cabral




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CNT TRANSPORTE ATUAL

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CNT

REPORTAGEM DE CAPA cnt lança o estudo “transporte & desenvolvimento - entraves logísticos ao escoamento de soja e milho”. Foi a primeira vez que os problemas do transporte com foco específico em duas cadeias produtivas são analisados pela entidade Página 20

TRANSPORTE ATUAL ano XXi | número 237 | junho 2015

ENTREVISTA

heiko hosomi spitzeck fala sobre sustentabilidade Página

8

CONCESSÕES • segunda etapa de Programa de investimento em logística prevê r$ 198,4 bilhões para ferrovias, rodovias, portos e aeroportos Página

CAPA Pesquisa cnt

OIT

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL

lucimar coutinho

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br saus, quadra 1 - bloco j - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar ceP 70070-010 • brasília (dF) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

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bernardino rios Pim bruno batista etevaldo dias

americo ventura

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

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mtb 5125

Publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do

[americoventura@sestsenat.org.br]

tiragem: 40 mil exemplares

1º ofício de registro civil das Pessoas jurídicas do distrito Federal sob o número 053.

os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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AÉREO

cnt representou sucatas de aviões os empregadores viram restaurantes brasileiros na suíça e até salas de aula Página

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Página

44

SUSTENTABILIDADE

FERROVIÁRIO

monitoramento seminário discute da carga aumenta o biocombustível a segurança na frota de ônibus Página

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Página

52


www.

cnt.org.br

Notícias em áudio também são disponibilizadas na Agência CNT

AQUAVIÁRIO • após um ano da interrupção da navegação na tietê-Paraná, autoridades divergem quanto ao retorno das atividades na hidrovia Página

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CONHECIMENTO

Propostas do núcleo de inteligência para o setor de transporte Página

60 SEST SENAT

Seções duke

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opinião

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mais transporte

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boletins

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tema do mês

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alexandre garcia

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cartas

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a segunda etapa do comandos de saúde nas rodovias Página

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a agência cnt de notícias, além de manter atualização diária sobre os principais assuntos do setor de transportes, produz áudios para que a experiência do internauta seja muito mais enriquecedora. nas publicações mais recentes, você pode conferir, por exemplo, comentários de ministros e do presidente do bndes sobre o novo pacote de concessões do Pil (Programa de investimentos em logística). o discurso do presidente da cnt, clésio andrade, na 104ª conferência internacional do trabalho, também pode ser conferido, na íntegra, no nosso site.


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Duke

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“o montante projetado pelo governo corresponde somente a um quinto do investimento previsto no Plano cnt de transporte e logística 2014” OPINIÃO

clÉsio andrade

Iniciativa necessária, mas não suficiente

O

anúncio da segunda etapa do Pil (Programa de investimento em logística) no início do mês de junho representa um alento para o setor de transporte, que carece de projetos e melhorias em todos os modais. o governo federal prevê o investimento de r$ 198,4 bilhões, nos próximos anos, em concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. o arcabouço dessa nova fase é mais realista, define bem as prioridades e deixa em evidência a importância da iniciativa privada para a concretização das obras. se executado como apresentado pela presidente dilma rousseff e seus ministros, poderá eliminar alguns sérios gargalos na infraestrutura do país. entretanto, o brasil ainda precisa de mais intervenções para oferecer a infraestrutura capaz de garantir seu pleno desenvolvimento econômico. o montante projetado pelo governo corresponde somente a um quinto do investimento previsto no Plano cnt de transporte e logística 2014, que prevê r$ 987 bilhões e 2.045 projetos necessários para alavancar a economia e aumentar a competitividade do brasil. no final de maio, estive com o ministro da Fazenda, joaquim levy, ocasião na qual entreguei a ele o Plano cnt e pontuei a premente necessidade de investimentos no setor para retomarmos o rumo do crescimento econômico. Fico satisfeito em perceber que o encontro, de alguma forma, foi pródigo e surtiu efeito. a despeito de se tratar de uma iniciativa que não comporta todos os anseios do setor, é um primeiro passo para priorizar as ações estruturantes do campo logístico. o sucesso desse pacote,

contudo, dependerá da atratividade e clareza das regras dos processos de concessão, além das mudanças nos modelos e na participação das estatais nos empreendimentos. o ambiente político e econômico tem sido marcado por forte desconfiança em relação ao governo e grande cautela quanto a investimentos. nesse sentido, é preciso verificar o detalhamento das regras para saber se o programa é suficientemente atraente. em 2012, foi realizada uma primeira rodada, no qual entraram os aeroportos de guarulhos, confins e galeão. no entanto, nada andou em ferrovias e pouco se avançou em rodovias. defendemos, há anos, nos nossos estudos, as intervenções anunciadas no Pil. no nosso último trabalho, por exemplo – o estudo da cnt “transporte & desenvolvimento - entraves logísticos ao escoamento de soja e milho” –, chamamos a atenção para uma série de obras de infraestrutura necessárias para reduzir os custos do transporte de dois elementos-chave da nossa economia: a soja e o milho. É inegável que temos uma cultura de baixos investimentos no setor. em 2014, apenas 0,29% do Pib (Produto interno bruto) brasileiro foi investido em infraestrutura de transporte. isso, para um país que urge por modernização e ampliação de rodovias, aeroportos, portos, hidrovias, ferrovias e terminais, está incontestavelmente aquém das expectativas. diante desse cenário, é inevitável que os representantes do setor questionem se a nova versão da aposta do governo para estimular a economia brasileira atrairá, efetivamente, os investimentos privados.


“assim como os resultados financeiros, a mesma importância deve ambientais e sociais. os desafios que empresas brasileiras enfrentam

ENTREVISTA

HEIKO HOSOMI SPITZECK - mestre em administração

Sustentabilidade Por

s empresas que desejam ser mais competitivas precisam enxergar a sustentabilidade como algo relevante para os resultados e inserir esse conceito na estratégia de suas ações, buscando ganhos além dos ambientais. na área de transporte, o investimento em tecnologias inovadoras, rotas inteligentes e treinamento de motoristas são algumas ações sustentáveis para agregar valor financeiro, conforme destaca o professor heiko hosomi spitzeck, gerente do núcleo de sustentabilidade da Fundação dom cabral. doutor em Ética nos negócios, pela universidade de gallen (suíça), e mestre em administração, pela universidade de bamberg (alemanha), ele ressalta a importância das empresas entenderem as questões ambientais como boas

A

CYNTHIA CASTRO

oportunidades e adotarem posturas mais pró-ativas, e não reativas, em relação a exigências legais e outros aspectos. heiko spitzeck nasceu na alemanha e vive no brasil desde 2010. o cumprimento das legislações e o respeito às normas de trânsito também são ressaltados por ele como um caminho para se obter maior qualidade de vida nas cidades. leia a seguir a entrevista.

ve ser dada a aspectos ambientais e sociais. os desafios que empresas brasileiras enfrentam hoje mostram isso. algumas empresas tiveram que suspender parcialmente a produção pelo problema da falta de água. o processo de investigação da operação lavajato, por exemplo, mostra a importância de uma empresa considerar aspectos sociais, como ética e transparência.

A palavra sustentabilidade é utilizada em diferentes situações do mundo corporativo. É um conceito que vai além da questão ambiental? a definição clássica da sustentabilidade vem de john elkington, que no livro “canibais de garfo e Faca” criou a expressão da “triple bottom line”. ele quis dizer que, assim como os resultados financeiros, a mesma importância de-

Como inserir sustentabilidade na estratégia das empresas e enxergar oportunidades? a sustentabilidade tem que ser relevante para o negócio, para que assim seja inserida na estratégia da empresa. infelizmente, a maioria das empresas aprende a lidar com a sustentabilidade pela dor – ou seja, por riscos mal administrados. o problema da falta d´água, o envolvimento com

corrupção, a falta de energia, o não cumprimento da legislação de resíduos sólidos. todas essas questões são grandes motivadoras para empresas porque podem colocar em risco até a existência da organização. a maioria das empresas aprende assim. e imagino que esses temas levem a reuniões bem estressantes das diretorias executivas ou dos conselhos de administração. o passo seguinte é, normalmente, preparar-se para não confrontar esses riscos e atuar de forma mais próativa. quando ocorre a postura pró-ativa, as empresas começam a mapear riscos sociais. um deles pode ser um protesto da comunidade que fecha o acesso a uma fábrica, por exemplo. ou mesmo os riscos ambientais, como a falta d´água.trabalhar esses temas com antecipação é um grande avanço, passando da gestão de


arquivo Pessoal/divulgação

ser dada a aspectos hoje mostram isso”

estratégica O risco deve ser trocado por oportunidade? com a experiência em sustentabilidade, a empresa nota que o outro lado da moeda de risco é a oportunidade. a empresa começa a aprender com o prazer, ou seja, com um processo de inovação sustentável. veja o exemplo da coca-cola, que tem o projeto “coletivo”. eles começavam a treinar jovens das comunidades para atuar em liderança e varejo. esses jovens atuavam com o varejo local, que melhorou o desempenho, e as vendas começavam a crescer.

de forma mais estratégica, recomendamos identificar as alavancagens de valor - o crescimento de vendas, a redução de custos, a entrada em novos mercados. deve ser construído um mapa de materialidade. essa ferramenta contribui para a visualização de todos os assuntos sociais e ambientais. É feita uma matriz de dois eixos: daquilo que tem importância para a empresa e cria valor competitivo e daquilo que tem importância para stakeholders, como comunidade, governo, clientes, fornecedores etc. assim que os assuntos estiverem mapeados, fica fácil priorizar ações e começar a implementar as estratégias.

Como as estratégias devem ser implementadas? Para quem quer começar a olhar o tema de sustentabilidade

Na área de transporte, como a sustentabilidade agrega valor financeiro para as empresas? Quais os ganhos reais uma or-

sustentabilidade reativa para uma gestão pró-ativa.

ganização pode obter com ações sustentáveis? transporte é chave para a sustentabilidade. a maioria das emissões da natura, por exemplo, não estão na produção. mais de 60% das emissões são geradas no transporte de matéria-prima e dos produtos. as emissões têm ligação direta com o negócio. quanto menos rodam os caminhões, quanto mais ecoeficiente for a frota, quanto mais treinados os motoristas, menos consumo de combustível e também menos emissões. eu vejo um futuro ruim para empresas de transporte que não percebem isso. os concorren-

tes pró-ativos vão conquistar esse mercado. a maioria da frota nas rodovias no brasil é velha, anda com motoristas não treinados e consome muito combustível. como essas empresas vão ficar competitivas no futuro? A diretoria de sustentabilidade precisa pensar nos riscos que podem prejudicar uma empresa no futuro? Como isso ocorre no transporte? Posso citar alguns riscos. a concorrência pró-ativa é o primeiro deles. empresas que oferecem um pacote diferenciado tipo “transporte verde” para os clien-


tes, com rastreamento, cálculos de emissões e garantia de menor emissões podem representar um risco para aquelas que não oferecem esses serviços. empresas europeias e americanas, por exemplo, que costumam pensar em sua cadeia de valor em termos de emissões, vão dar preferência a fornecedores que colaboram para que sejam atingidas as metas de sustentabilidade. no brasil, vamos perceber as mesmas tendências de legislação que se pode observar em outros países. novas leis em relação a emissões e desempenho, em relação a condições de trabalho dos motoristas, definição de rotas não permitidas por caminhões etc. quem não se antecipar às tendências legais vai ficar atrás. Na área de transporte, o que as empresas alemãs têm feito em busca da sustentabilidade? as empresas alemãs de logística estão de olho em quatro assuntos principais: emissões, satisfação dos clientes, satisfação dos colaboradores e respeito à legislação. elas aplicam um olhar abrangente e oferecem aos clientes uma logística sustentável com certificações, menor impacto socioambiental, equipes treinadas e qualificadas, parceiros com os mesmos valores e o uso de novas tecnologias que otimizam as rotas, combinam modais diferentes, reduzem emissões e custos. elas

têm as mesmas motivações: regulamentação mais rígida, tecnologias avançadas, pessoal satisfeito que entrega maior valor ao cliente e redução de custos. tudo isso só é possível de se alcançar com visão e estratégia claras para os próximos anos. isso norteia as decisões de toda equipe. Para ganhar mercado, as empresas oferecem soluções online que permitem aos clientes acompanhar a carga em tempo real e com dados como emissões e pausas obrigatórias dos motoristas. O governo da Alemanha incentiva medidas sustentáveis nas empresas, especialmente de transporte? O senhor enxerga algo que poderia se aplicar à realidade brasileira? o governo alemão investe em diversos modais para oferecer uma mobilidade mais sustentável. como se trata de um país no meio da europa, articula-se com vizinhos para estandardizar aspectos técnicos como a largura dos trilhos etc. em geral, existe um ambiente favorável à inovação e isso cria novas tecnologias como motores híbridos ou elétricos. isso se pode notar nas ofertas de montadoras e outras empresas alemãs. o governo brasileiro podia desafiar empresas de logística a ofertar um transporte com menos impactos e financiar pesquisas e aplicações de novas tecnologias para traçar um cami-

ALEMANHA

nho para uma logística sustentável que aumente a qualidade de vida de todos.

“Quanto mais ecoeficiente a frota, quanto mais treinados os motoristas, menos consumo e menos emissões”

O Brasil precisa de um plano nacional para renovação de frota de caminhões. Como a Alemanha trata a questão dos veículos que precisam ser retirados de circulação? na alemanha, todo mundo odeia o tÜv – technischer Überwachungsverein. É a instituição que aprova seu carro a cada dois anos. se eles acham que seu carro não é mais apto para livre circulação, eles não aprovam e você precisa arrumar o veículo ou comprar um novo. o brasil podia aproveitar os centros de inspeção veicular para um processo semelhante. mas precisaria, realmente, haver fiscalização efetiva, sem abrir espaço para a corrupção.


Wikimidia commos/divulgação

“A empresa nota que o outro lado da moeda de risco é a oportunidade” País investe em diferentes modais e incentiva a mobilidade sustentável

O Brasil passa por um momento em que necessita de fortes investimentos em infraestrutura de transporte. Que oportunidades o senhor enxerga em relação à sustentabilidade? a grande oportunidade ao criar coisas novas é pensar desde o começo em questões ambientais e sociais. isso é algo muito mais difícil com portos e ferrovias já existentes. muitas vezes, um investimento maior e a adoção de tecnologias de ponta na hora de construção se pagam rapidamente com o uso. mas isso não é o que eu vejo acontecendo no brasil.

isso graças à ação colaborativa de catadores que atuam em todo território nacional. há muitos outros materiais, como plástico, lixo orgânico e vidro, que podem ser bem reaproveitados. mas o país não oferece uma solução logística para a captação de todo esse material.

O senhor destacaria alguma ação de empresas brasileiras de transporte que tem obtido sucesso em relação à sustentabilidade? uma empresa que eu sempre cito em sala de aula é a eco Frotas. eles administram frotas e alguns anos atrás publicaram sobre o caso com a vivo. a administraComo o Brasil está em rela- ção conseguia reduzir as emissões da frota da vivo em 40% e ção à logística reversa? o brasil é líder mundial em re- os custos em 14%. qual cliente ciclagem de latas de alumínio e não vai querer isso? Para obter

esse resultado, eles otimizam caminhos da frota, treinam os motoristas e recomendam troca de veículos velhos por novos mais eficientes. De que forma as diferentes gerações (tantos as novas quanto as antigas) que atuam em uma empresa podem ser úteis em busca de oportunidades sustentáveis? na nossa pesquisa, da Fundação dom cabral, sobre sustentabilidade nas empresas brasileiras, descobrimos que os jovens e os velhos são os mais engajados. o papel dos executivos sêniores é criar uma visão, missão e objetivos. eles motivam os colaboradores para embarcar numa estratégia sustentável. eu vejo que os mais novos trazem novas ideias e podem virar algo que eu

chamo de “intraempreendedor social” – alguém que entende o negócio e as oportunidades de sustentabilidade e lança um novo negócio dentro da empresa. isso cria valor para os acionistas e para a sociedade. O senhor comenta que no Brasil as pessoas têm mania de dizer que “a lei não pegou”, o que é diferente de sua experiência na Alemanha. Quais principais exemplos citaria em relação a transporte e trânsito, que se a postura fosse diferente, teríamos resultados melhores? acho que uma fiscalização mais rígida pode ajudar, principalmente, com a segurança no trânsito. em relação à faixa de pedestres, em todos os países onde eu vivi (alemanha, espanha, suíça, estados unidos, inglaterra), o pedestre tem preferência. aqui, ninguém para na faixa dos pedestres. nas rodovias, seria natural pensar que a faixa da esquerda é onde se deve andar mais rápido e a faixa da direita é a mais lenta. mas isso não é o que acontece no brasil. todo mundo fica na esquerda, mesmo a 60 km/h. começam então a passar pela direita com mais de 100 km/h. acredito que isso seja a causa de muitos acidentes graves. na mudança de faixa, para que serve seta mesmo? muitas pessoas deixam de obedecer regras fundamentais. l


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MAIS TRANSPORTE Samsung quer reduzir acidentes em rodovias o departamento de marketing da samsung lançou, no mês de junho, uma iniciativa com o objetivo de aumentar a segurança em rodovias da argentina. chamada de safety

truck, trata-se da ideia de colocar uma câmera na frente de caminhões e transmitir a imagem para um painel de lcd na traseira, servindo como uma forma segura de

quem vem atrás fazer a ultrapassagem. isso é ainda mais útil em um país repleto de vias de mão dupla, como é o caso argentino. o conceito de “caminhão

transparente”, no entanto, não é novo. em 2009, designers russos já haviam projetado a ação. a diferença é que agora o projeto saiu do papel e ganhou as rodovias. samsung/divulgação

azul/divulgação

Azul: 100 milhões de passageiros a azul celebrou, em maio, a marca de 100 milhões de passageiros transportados. o número foi alcançado em pouco mais de seis anos desde a fundação da companhia. Para comemorar o marco, a empresa promoveu uma festa no saguão do aeroporto de viracopos, em campinas. ela também aproveitou a data para

personalizar um de seus aviões modelo embraer 195 com uma pintura especial. ao todo, a empresa conta com 60 jatos embraer 195 e 22 modelos embraer 190. Possui também 50 turboélices atr 72, quatro atr 42 e sete airbus a330 que integram a frota da empresa.

AÉREO companhia tem seis anos de existência


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Fiscalização

Exigência de exame toxicológico é adiada contran (conselho nacional de trânsito) adiou, mais uma vez, o prazo para exigência do exame toxicológico para motoristas profissionais. a nova data para vigência da medida é 1º de janeiro de 2016. a lei que obriga a realização dos testes de larga detecção para motoristas profissio-

O

nais das categorias c, d e e é de 2013 e, inicialmente, valeria a partir de janeiro de 2014. os adiamentos se deram em função da necessidade de credenciamento de laboratórios autorizados a realizarem os testes. o exame tem o objetivo de identificar o uso de substâncias psicoativas no organismo

do motorista e oferecer mais segurança no trânsito em relação ao transporte de cargas e vidas. o custo deve variar de r$ 270 a r$ 290. o contran também publicou a resolução que proíbe o registro e o licenciamento de veículos automotores com o volante de direção no lado direito. Fo-

ram considerados, para a norma: a obrigatoriedade da circulação pelo lado direito; os projetos de iluminação para os veículos em circulação no país, que observam o fluxo do tráfego; e a sinalização vertical, projetada para condutores posicionados no lado esquerdo do veículo. arquivo/cnt

VIGÊNCIA novo prazo inicia em janeiro de 2016


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MAIS TRANSPORTE miguel von behr/divulgação

Patrimônio cultural do Mercosul a ponte barão de mauá, que liga o brasil ao uruguai, a partir da cidade de jaguarão do sul, no rio grande do sul, será o primeiro bem a ser reconhecido como Patrimônio cultural do mercosul. a estrutura, construída entre 1927 e 1930, foi a primeira entre os dois países. na época, a obra recebeu financiamento uruguaio, em razão de uma dívida de guerra com o brasil. ela já é declarada monumento histórico pelo uruguai e pelo brasil, onde está tombada pelo iphan (instituto do Patrimônio histórico e nacional). segundo o Palácio do Planalto, ela será restaurada.

arquivo/cnt

Lei dos desmanches de veículos entraram em vigor, no último dia 21 de maio, as regras para a atividade de desmanches de veículos. estabelecimentos que descumprirem as condições estão sujeitos a multa de r$ 2 mil a r$ 8 mil. em caso de reincidência no período de um ano, o valor dobrará. segundo a regra, os estabelecimentos deverão abastecer o banco de

dados com informações sobre as peças removidas. os veículos poderão ser desmontados somente depois que for dada a baixa junto ao detran (departamento de trânsito). os desmanches deverão ser registrados junto ao órgão de trânsito, possuir alvará de funcionamento e estar regular no registro Público de empresas.

LEGISLAÇÃO norma entrou em vigor no mês de maio


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segurança

Novos procedimentos na inspeção de passageiros anac (agência nacional de aviação civil) publicou os novos procedimentos para inspeção no embarque de medicamentos, filmes fotográficos (iso 800 ou superior), animais domésticos, cães-guias, cinzas provenientes de cremação, órgão, tecidos, células humanas e instrumentos cirúrgicos. a partir de 18 de julho, passageiros que desejarem uma verificação diferenciada deverão fazer a so-

A

licitação aos agentes antes do início da inspeção nos aeroportos. no caso de medicamentos, é possível solicitar que não sejam utilizados o equipamento de raios X ou detectores de metal. nessas situações, os remédios deverão ser entregues separados dos demais itens da bagagem de mão, para uso de detector de traços de explosivos ou inspeção manual. o mesmo deve ocorrer para filmes foto-

gráficos com sensibilidade iso 800 ou mais, a fim de que não sejam danificados ao passarem pelo equipamento. os animais domésticos deverão ser retirados da caixa de transporte e passar pelo pórtico detector de metais, e nunca por raios X. a revista deverá incluir verificações da parte interna da coleira ou vestimentas. a norma também traz alternativas para situações em que o passageiro estiver

acompanhado de cão-guia, como a possibilidade de revista, caso o detector de metais dispare, incluindo os componentes da guia do animal. na inspeção de cinzas provenientes da cremação de restos mortais humanos, o recipiente deverá passar por detector de explosivos ou de equipamento de raios X. a abertura da urna somente poderá ocorrer em caso de suspeita e após o consentimento do passageiro. arquivo/cnt

CUIDADOS verificação diferenciada pode ser solicitada aos agentes


febrAbAn/divulgAção

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MAIS TRANSPORTE Scania implanta novo método A scania, fabricadora internacional de caminhões pesados, ônibus e motores industriais e marítimos, implantou um novo conceito de produção para atender com mais agilidade e flexibilidade às demandas dos clientes. Com o conceito batizado de Hsl (High service level), aplicado desde fevereiro na fábrica de são bernardo do Campo (sP), o cliente aponta sem restrições

sua necessidade para o concessionário, e a scania trabalha para atender à demanda por meio da área de planejamento, que verifica diariamente cada caso e flexibiliza a produção e a logística dos pedidos. o conceito permite reduzir o tempo de espera entre uma operação e outra no processo produtivo, agilizando o atendimento dos clientes sCAniA/divulgAção

TECNOLOGIA Aplicativo compara despesas e emissão de carbono

App: uso consciente do transporte REDUÇÃO Conceito permite o monitoramento diário dos pedidos

Portos do PR batem recordes A Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) registrou mais um recorde de movimentação. em abril, o Porto de Paranaguá escoou 1,476 milhão de toneladas de soja, superando o recorde anterior de 1,396 milhão de toneladas no mesmo período no ano passado. A alta de 6% é considerada um recorde histórico.

Além disso, o Porto de Paranaguá também foi a principal via de escoamento da produção brasileira de farelo de soja, óleo vegetal e congelados no acumulado de 2015. o porto paranaense foi o líder na movimentação desses produtos em comparação com os demais portos brasileiros nos primeiros meses do ano.

A febraban (federação brasileira de bancos) lançou, no fim de maio, em parceria com o instituto Akatu, o aplicativo móvel nosso Transporte, para smartphones Android. A proposta é contribuir para o desenvolvimento sustentável do planeta por meio do uso consciente do transporte. o aplicativo oferece dicas de transporte, economia, saúde e meio ambiente, visando o equilíbrio ecológico, social e financeiro. ele inclui o Jogo Catalisador, em que se filtram todas as fumaças lançadas na atmosfera. Mas a principal

ferramenta do software é mesmo a Calculadora Transporte Consciente. nela, o usuário insere o preço do combustível em sua região, o valor do transporte público e seu endereço de destino. ela então compara gastos financeiros, a emissão de carbono e as calorias gastas pelo usuário se fizer o percurso de carro, transporte público, bicicleta ou a pé e pode escolher a opção com menor impacto negativo para o meio ambiente e mais vantajosa para seu bolso e sua saúde.


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Tetos tarifários do aeroporto de Natal são reduzidos os tetos das tarifas aeroportuárias do aeroporto de são gonçalo de amarante, em natal, no rio grande do norte, foram reduzidos em 5,54%, conforme fórmula estabelecida para o segundo

reajuste constante no contrato de concessão assinado em 2011. com a alteração dos valores, a tarifa máxima de embarque doméstico paga pelos passageiros no aeroporto

passará de r$ 21,49 para r$ 20,29. a tarifa já considera a incidência do percentual de 35,9% relativo ao ataero (adicional de tarifa aeroportuária). já a tarifa máxima de

embarque internacional passará de r$ 80,42 para r$ 78,31, valor esse que inclui, além do ataero, o adicional do Fnac (Fundo nacional de aviação civil) de us$ 18.

sergio alberto/cnt

Aprovado reajuste de pedágios

TARIFAS novos valores valem para automóveis particulares

a antt (agência nacional de transportes terrestres) aprovou, em maio, a primeira revisão extraordinária da tbP (tarifa básica de Pedágio) da br-040 trecho brasília (dF) / juiz de Fora (mg), explorado pela concessionária via 040; e da br-163 - trecho entre a divisa com o estado de mato grosso e a divisa com o Paraná, explorado pela ms via concessionária de rodovia sul-matogrossense. na br-040, a tbP passou de r$ 3,22528 para r$ 3,33170, para a categoria 1 de veículos (automóveis particulares). na br-163/ms, a taxa subiu de

r$ 0,04381 para r$ 0,04498, também para os veículos particulares. as demais categorias não sofreram reajuste. a antt também aprovou a segunda revisão extraordinária da tbP da br-163/mt - trecho de 822,8 km na br-163 e 28,1 km na mt-407, com início na divisa com mato grosso e término no km 855,0 (mt), no entroncamento com a rodovia mt-220. o trecho é explorado pela cro concessionária rota do oeste. a tarifa básica de Pedágio na rodovia passará de r$ 0,02661 para r$ 0,02730, para a categoria 1.


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MAIS TRANSPORTE bus&coach/divulgação

Ônibus movido a excremento de vaca bate recorde um ônibus movido a excremento de vaca registrou a velocidade recorde de 123,6 km/h na pista de testes de millbrook, em bedfordshire, no reino unido. o veículo utiliza o gás biometano

produzido pela digestão anaeróbia do excremento. o “bus hound”, nome inspirado pelo carro britânico supersônico bloodhound, é pintado de preto e branco para se parecer com uma

vaca frísia, usada para produção de leite no reino unido. segundo seu inventor, john bickerton, as bactérias decompõem esse material biodegradável e

produzem um gás rico em metano. depois disso ele é comprimido, liquefeito e armazenado em uma série de tanques fixados dentro do teto do ônibus.

PreFeitura de camPinas (sP)/divulgação

Primeiros táxis elétricos do país

ALTERNATIVA veículos devem circular já em junho, em campinas

campinas, em são Paulo, agora conta com os dois primeiros táxis elétricos do brasil adquiridos diretamente por taxistas com permissão para trabalhar. Produzidos por uma montadora chinesa, os veículos devem entrar em operação ainda em junho. além da emissão zero de ruído e poluentes, eles têm um custo de combustível de r$ 0,12 para cada quilômetro rodado.

Para comparação, o carro a álcool com melhor desempenho do brasil gasta r$ 0,19 para cada quilômetro rodado na cidade, considerando o preço médio atual do etanol na região de r$ 1,77. serão construídos alguns pontos de abastecimento na cidade, que, à medida que a frota cresça, aumentarão. com uma carga total da bateria, um táxi elétrico pode rodar cerca de 300 km.


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arquivo/cnt

Estrada de ferro ligará RJ e ES rio de janeiro e espírito santo entregaram, no início de junho, ao ministério dos transportes, um projeto para construção da nova estrada de Ferro rio-vitória. ao receber o documento, o ministro dos transportes, antonio carlos rodrigues, autorizou a marcação das audiências públicas nos municípios do rio, de campos dos goytacazes e de

vitória para julho. essas audiências são a última etapa a ser vencida para que o projeto seja encaminhado para apreciação do tcu (tribunal de contas da união). a nova ferrovia deverá ter 577 km de extensão e interligará os complexos portuários (sepetiba, itaguaí, macaé, barra do Furado e açu central e tubarão) nos dois estados.

FERROVIA mt autorizou a marcação das audiências maersk/divulgação

Maersk entra no mercado brasileiro de rebocadores líder mundial no transporte marítimo de contêineres, o grupo dinamarquês maersk anunciou sua entrada no mercado de rebocadores brasileiros. a medida foi possível a partir da compra

do bloco controlador da operadora de rebocagem transmar serviços marítimos, sediada no rio de janeiro. os planos da maersk preveem investimentos de r$ 200 milhões na

empresa, destinados ao aumento de sua frota e à expansão dos serviços pela costa do país, não descartando passar a operar no Porto de santos. o grupo já atua no brasil em outros

segmentos, como o da navegação de cabotagem, e pretende investir até us$ 4 bilhões no país nos próximos cinco a sete anos, a depender das oportunidades.


REPORTAGEM DE CAPA

Bilhões desperdiçados estudo da cnt aponta que infraestrutura ruim aumenta custo do transporte; só condições do pavimento causam perdas de r$ 3,8 bilhões Por

CYNTHIA CASTRO

brasil perde por ano r$ 3,8 bilhões no escoamento de soja e milho somente pelas más condições das rodovias. além disso, a falta de investimento em modais como o ferroviário e o aquaviário contribui para encarecer o escoamento da produção agrícola, aumentando o custo brasil e reduzindo a competitividade do país. Para analisar a logística do agronegócio, identificar gargalos à exportação e propor soluções, a cnt realizou o estudo “transporte & desenvolvimento - entraves logísti-

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cos ao escoamento de soja e milho”, divulgado em maio. Foi a primeira vez que a confederação analisou os problemas do transporte com foco específico em duas cadeias produtivas. soja e milho têm participação de 85,8% no volume total de grãos produzidos no brasil. o estudo da cnt avaliou as rotas de escoamento de quatro regiões produtoras: centro-oeste, Paraná, rio grande do sul e matopiba (maranhão, tocantins, Piauí e bahia). mostrou as perspectivas de transportadores e embarcadores. Foram entrevista-


Fotos cnt

dos os responsáveis pela logística das maiores exportadoras do brasil. o trabalho também é baseado em outras pesquisas, como o Plano cnt de transporte e logística 2014 e a Pesquisa cnt de rodovias 2014. o presidente da cnt, clésio andrade, ressalta que “a competitividade do agronegócio brasileiro está condicionada à existência de um sistema logístico eficiente”. de acordo com clésio andrade, “os projetos de transporte precisam ser implementados com uma visão sistêmica, integrando ferrovias, portos, hidrovias, rodovias e terminais de transbordo”. as melhorias propostas para o escoamento da safra também favorecem outros setores produtivos do agronegócio, a indústria e a área de serviços. atualmente, o brasil é o 2° maior exportador desses dois tipos de grãos. em 2014, foram 45,7 milhões de toneladas de soja e 20,6 milhões de toneladas de milho exportadas. somente as condições do pavimento das rodovias geram um aumento de 30,5% no custo operacional do transporte. esses r$ 3,8 bilhões perdidos ao longo do ano correspondem ao valor de quase 4 mi-


PRINCIPAIS ROTAS DE ESCOAMENTO DAS REGIÕES PRODUTORAS Centro-Oeste

lhões de toneladas de soja ou a 24,4% do investimento público federal em infraestrutura de transporte em 2014. o diretor-executivo da cnt, bruno batista, afirma que “o brasil paga uma conta alta pela ineficiência em infraestrutura”, perdendo a oportunidade de dinamizar a pauta de exportações e perdendo competitividade. “no caso da soja e do milho, que são transportados por longas distâncias, se houvesse um uso mais intenso das ferrovias e das hidrovias, o custo da movimentação seria bem mais baixo e vantajoso para quem produz. o país ganharia muito com mais investimentos nos diferentes modais.” com a má distribuição da malha, 65% da soja é transportada por rodovias. nos estados unidos, principal concorrente do brasil nesse mercado, 20% da produção é feita por rodovias. na argentina, o principal modo também é o rodoviário (84%). mas as distâncias médias entre regiões produtoras e portos são mais curtas na argentina. com isso, o rodoviário torna-se mais vantajoso. em relação às hidrovias, enquanto os norte-americanos utilizam 49% em sua matriz de escoamento de soja, o brasil usa 9%. os avanços tecnológicos e as condições climáticas transformaram o centro-oeste na principal área de produção de grãos do brasil. entretanto, o

Rio Grande do Sul


DE SOJA E MILHO Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)

Paraná


Medidas para solucionar os entraves logísticos • definir uma política nacional de transporte • reduzir o número de órgãos planejadores e reguladores do transporte (hoje são 14) • simplificar documentos e processos exigidos na operação do serviço de transporte hidroviário (hoje são, no mínimo, 44) • maior agilidade no desembaraço de cargas nos portos • instituir o Porto sem Papel como única forma de apresentar documentos nos portos • definir claramente como os dois marcos regulatórios do setor ferroviário deverão se relacionar no período em que ambos estiverem em vigor • investir continuamente em infraestrutura de transporte • Propiciar segurança jurídica paa a realização de investimentos • desburocratizar trâmites para implantação de infraestruturas logísticas privadas

sistema logístico não propicia diversidade de alternativas para o escoamento. a distância percorrida por caminhões, do centro-oeste para os portos do sul e do sudeste, chega a ser superior a 2.000 km. isso é realidade na maior parte dos deslocamentos. em 2014, 67% das exportações de soja, milho e farelos ocorreram pelos portos de santos (sP), Paranaguá (Pr) e rio grande (rs). a nova fronteira agrícola (matopiba) precisa de investimentos em infraestrutura de transporte. o brasil investe pouco em infraestrutura de transporte e tem problemas gerenciais. com isso, cerca de 30% dos recursos autorizados não são aplicados pelo governo federal. em 2014, foram investidos apenas r$ 15,6 bilhões, em todos os modais, o que representa cerca de 0,29% do Pib (Produto interno bruto). em 1975, o percentual em relação ao Pib era de 1,8%.

cadores apontaram problemas graves nos portos, rodovias, ferrovias e hidrovias. dentro das obras listadas no Plano cnt de transporte e logística, eles apontaram quais intervenções são necessárias para melhorar o escoamento. Para a definição das empresas que seriam o foco desse estudo, foi utilizado o relatório mensal da balança comercial brasileira publicado pelo mdic (ministério do desenvolvimento, indústria e comércio exterior). Foram selecionadas as dez que representaram, em 2014, 82% das exportações realizadas pelo grupo. são empresas que possuem como atividade principal ou secundária a comercialização de soja e de milho. desse universo, sete aceitaram participar das entrevistas. a escolha levou em consideração também a orientação de federações e associações de agricultores dos maiores estados produtores.

Entrevistas no estudo da cnt, os embar-

Nas páginas a seguir, veja os principais resultados do estudo


CNT TRANSPORTE ATUAL

JUNHO 2015

85,8% dos embarcadores reclamam das condições das rodovias má qualidade das rodovias é considerada problema grave ou muito grave por 85,8% dos embarcadores. a percepção é confirmada pela Pesquisa cnt de rodovias 2014, que identificou que a maioria (63,4%) das vias de escoamento

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apresentam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria. as rotas com origem no centro-oeste direcionadas a santarém (pela br163), no estado do Pará, têm 100% da extensão com problemas.

no ranking de competitividade do Fórum econômico mundial, que avalia a qualidade da infraestrutura de diferentes países, o brasil ocupa o 122° lugar em relação a rodovias; estados unidos estão na posição 16, e a argentina, na 110.

Avaliação dos problemas associados ao transporte rodoviário pelos embarcadores entrevistados

Preço do frete é motivo predominante na escolha por modal principal motivo para a escolha modal no escoamento de soja e milho é o custo do frete (85,7%). em seguida, estão oferta de transporte (42,9%), seguran-

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ça da carga (28,6%), confiabilidade dos prazos (28,6%), conforme relataram os embarcadores entrevistados no estudo realizado pela confederação nacional do transporte.

de acordo com o estudo, o custo do frete pode representar cerca de 50% do valor recebido pela tonelada de milho e mais de 20% do valor da soja.

Fonte: transporte & desenvolvimento - entraves logísticos ao escoamento de soja e milho

25


83,3% apontam a pouca disponibilidade de ferrovias pouca disponibilidade de ferrovias é considerada problema grave ou muito grave por 83,3% dos embarcadores. outros problemas se referem à falta de in-

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fraestrutura, má qualidade de pátios e terminais e outras questões. o brasil tem 3,4 km de infraestrutura ferroviária para cada 1.000 km2 de área. os estados unidos têm 22,9 km, e a

argentina, 13,3 km. no ranking de competitividade do Fórum econômico mundial, que avalia a qualidade da infraestrutura, o brasil ocupa o 95° lugar em relação a ferrovias.

Avaliação dos problemas associados ao transporte ferroviário pelos embarcadores entrevistados

Invasões de faixa de domínio e 206 passagens em nível críticas os trechos mais utilizados para o escoamento da safra de soja e milho, há 206 passagens em nível críticas (cruzamentos de ferrovias com

N

rodovias) e invasões de faixa de domínio da linha férrea em 50 municípios. com isso, há necessidade de redução da velocidade das composições, gerando desgaste

nas locomotivas, aumento do consumo de combustível, de emissões e de poluentes. também reduz a segurança da operação ferroviária.


Resultado das simulações: comparação de custos de transporte

Hidrovia Teles Pires-Tapajós reduziria quase a metade do custo viabilização da hidrovia teles Pires-tapajós reduziria em cerca de r$ 125,36 o custo do transporte de grãos por tonelada, na comparação com a rota totalmente rodoviária, utilizada hoje para santos. atualmente, a produção que sai por rodovias de lucas do rio verde (mt), e tem como direção o porto de Paranaguá (Pr), percorre, em média, 2.300 km. o

A

custo do transporte por tonelada é de cerca de r$ 230. com a teles Pires-tapajós, a distância percorrida por rodovias seria reduzida para cerca de 320 km e outros 1.425 km seriam navegados por hidrovias até santarém (Pa). nesse trajeto que utiliza dois modais, o custo estimado do transporte por tonelada seria de cerca de r$ 130, o que represen-

ta 58% do valor do deslocamento rodoviário até Paranaguá. mas a ausência de eclusas, falta de dragagem, derrocagem, sinalização e balizamento impossibilitam essa navegação. outras alternativas que facilitariam o escoamento de soja e milho são as hidrovias do Paraguai e a tocantins-araguaia. todas dependem, contudo, de investimentos para se tornarem viáveis.

Fonte: transporte & desenvolvimento - entraves logísticos ao escoamento de soja e milho


Paralisação da Tietê-Paraná reduz mais de 70% a movimentação ntre 2013 e 2014, houve diminuição do volume transportado de soja, milho e farelo nas vias navegáveis do país. tanto a seca como a cheia trouxeram problemas. a hidrovia tietê-Paraná, paralisada por causa da seca, transportou 73,4% a menos de milho, 53,5% a menos de

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soja e 79,2% a menos de farelo em 2014, em relação a 2013. com a paralisação, o trajeto precisou ser realizado exclusivamente por rodovias, acarretando aumento dos custos para os embarcadores. já na saída norte, a cheia do rio madeira levou a uma redução de 22,7% na movimentação de milho

e de 8,7% na de soja. além desse problema da seca e da cheia, os comboios brasileiros têm capacidade limitada, até mesmo nas vias navegáveis com mais estrutura. na tietê-Paraná, a capacidade é para até 6 mil toneladas. no mississipi (estados unidos), são transportadas de 18 mil a 60 mil toneladas por comboio.

Avaliação dos problemas associados ao transporte hidroviário pelos embarcadores entrevistados

Pouca profundidade dos rios e falta de eclusas são problemas os cerca de 41 mil km de vias navegáveis no brasil, apenas 50,3% são economicamente navegados. o estímulo à navegação interior é fundamental para melhorar o es-

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coamento da safra de grãos. 40% dos embarcadores de soja e milho consideram a pouca profundidade dos rios um problema grave ou muito grave. a ausência de eclusas foi conside-

rada como problema pela maioria dos embarcadores entrevistados no estudo da cnt. eles também reclamaram da falta de infraestrutura para carga e descarga.


100% dos embarcadores reclamam de equipamentos portuários baixa produtividade dos equipamentos portuários é um problema grave ou muito grave para 100% dos embarcadores. as operações portuárias em todo país apresentam deficiências. 80% avaliam a pouca pro-

A

fundidade dos berços, bacias de evolução e canais de acesso como problema grave ou muito grave. os embarcadores indicaram também que a elevada burocracia no desembaraço das cargas é um ponto crítico das operações. essa

deficiência relatada pelos embarcadores foi comprovada no ranking de competitividade do Fórum econômico mundial, que avalia a qualidade da infraestrutura. o brasil ocupa o 122° lugar em relação a portos.

Avaliação dos problemas associados aos portos pelos embarcadores entrevistados

R$ 195,2 bilhões são necessários para melhorar escoamento s embarcadores entrevistados no estudo selecionaram os projetos do Plano cnt de transporte e logística 2014 essenciais para melhorar o escoamento da safra de soja e de milho no brasil. eles apontaram 139 intervenções para ferrovias, rodovias, hidrovias, portos e terminais de transbordo. a cnt identificou outras 111, to-

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talizando 250 projetos e r$ 195,2 bilhões necessários para a melhoria do escoamento da safra de soja e milho. Para ferrovias, são 67 projetos e r$ 80,1 bilhões. Para portos, 75 projetos e r$ 18,8 bilhões. Para navegação interior, 46 e r$ 34 bilhões. Para rodovias, 48 e r$ 60,5 bilhões. e para terminais, 14 intervenções e r$ 1,8

bilhão. se forem implementadas, todas essas intervenções também irão favorecer o transporte de diversos outros produtos no brasil, além dos do agronegócio. no total, o Plano cnt de transporte e logística 2014 sugere 2.045 projetos, com valor estimado de r$ 987,18 bilhões, como investimento mínimo no sistema logístico brasileiro. l

Fonte: transporte & desenvolvimento - entraves logísticos ao escoamento de soja e milho


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CNT TRANSPORTE ATUAL

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CONCESSÕES

Pacote

insuficiente

segunda etapa do Programa de investimento em logística prevê r$ 198,4 bilhões, de recurso privado, para ferrovias, rodovias, portos e aeroportos; presidente chama empresas para participar Por

anúncio do governo federal sobre a segunda etapa do Pil (Programa de investimento em logística), em junho, trouxe boa expectativa para o setor de transporte em relação a projetos que precisam ser implementados com urgência, com a participação da iniciativa privada. entretanto, o brasil precisa de mais intervenções para oferecer a infra-

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CYNTHIA CASTRO E EVIE GONÇALVES

estrutura capaz de garantir o desenvolvimento do país. no total, o programa do governo prevê r$ 198,4 bilhões em concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos – as hidrovias ficaram de fora do pacote. o valor representa somente um quinto do investimento necessário previsto no Plano cnt de transporte e logística 2014 r$ 987 bilhões e 2.045 projetos.

além do recurso anunciado ser insuficiente, pouco será investido até o final do mandato da presidente dilma rousseff. apenas r$ 69,2 bilhões (35%) estão previstos para até 2018. os outros r$ 129,2 bilhões ficarão para a partir de 2019. o maior montante está previsto para as ferrovias (r$ 86,4 bilhões), seguido das rodovias (r$ 66,1 bilhões), portos

(r$ 37,4 bilhões) e aeroportos (r$ 8,5 bilhões). os recursos anunciados no Pil deverão vir da iniciativa privada. na avaliação da cnt, o governo ainda terá que fazer um esforço grande para solucionar os problemas de infraestrutura. considerando o montante indicado no plano de logística da confederação, se a iniciativa privada investir os r$ 198,4 bi-


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sergio alberto/cnt

ANÚNCIO Programa foi detalhado no Palácio do Planalto, com a participação de ministros, governadores e empresários

lhões, ainda faltarão outros r$ 788,8 bilhões. as intervenções anunciadas no Palácio do Planalto vêm sendo defendidas pela cnt há muitos anos, inclusive no estudo lançado em maio, “transporte & desenvolvimento - entraves logísticos ao escoamento de soja e milho”. o presidente da cnt, clésio andrade, considera que, apesar

de ainda estar aquém do que o brasil precisa, essa nova etapa do Pil é importante, pois sinaliza que o governo reconheceu o transporte como elemento fundamental para estimular o crescimento econômico. entretanto, a proposta não está totalmente clara e traz preocupação sobre como serão exatamente as regras dos processos de concessão, além das mudanças nos mo-

delos e na participação das estatais nos empreendimentos. no final de maio, clésio andrade entregou o plano da cnt ao ministro da Fazenda, joaquim levy. “Fico feliz em ver que o encontro foi proveitoso e gerou frutos com esse anúncio. Porém, a confederação quer mais investimentos em infraestrutura para a retomada do crescimento econômico”, destacou.

no pacote do governo, há projetos que já faziam parte da primeira etapa do Pil, lançada em 2012. mas, nesses três anos de programa, muitas obras não saíram do papel e nem sequer tiveram interesse da iniciativa privada. uma dúvida entre os representantes do setor é se a nova versão da aposta do governo federal para estimular a economia brasileira em crise


avaliação cnt

Obras fundamentais ficam fora da proposta o programa de concessões do governo federal é insuficiente para atender o que o brasil precisa e deixou de fora muitas intervenções essenciais. não foi apresentada, por exemplo, nenhuma proposta para investimentos em terminais de cargas, fundamentais para a promoção da integração modal. o Plano cnt de transporte e logística 2014 indica a necessidade de r$ 25,9 bilhões para esses terminais. a deficiência no acesso aos portos e dragagem praticamente não foram consideradas. o estudo da cnt aponta que os acessos portuários precisam de r$ 11,25 bilhões e a ampliação de profundidade dos canais de acesso, de r$ 3,06 bilhões. ape-

sar de a navegação interior ser uma das formas mais eficientes de transporte de muitos produtos, principalmente dos graneis agrícolas, nenhuma intervenção foi apresentada. o estudo transporte & desenvolvimento – entraves logísticos ao escoamento de soja e milho, da cnt, mostrou que somente para o transporte desses dois produtos fundamentais do agronegócio, tem de haver investimento de r$ 34 bilhões em navegação interior. e a produção de soja e de milho de matopiba foi pouco beneficiada no programa de concessões. essa região inclui maranhão, tocantins, Piauí e bahia. Produz 9,6% da safra de grãos e

é considerada a mais nova fronteira agrícola do país. algumas obras que facilitariam o escoamento de soja e milho no brasil, mas ficaram de fora do plano do governo são a construção da Ferrovia nortesul, na região sul; construção da Ferrovia de integração lesteoeste; adequação das hidrovias do madeira e do tietê-Paraná, entre outras. a iniciativa do governo também não contemplou nenhuma obra de mobilidade urbana, como investimentos em sistemas de metrô. a cnt considera que outras rodovias deveriam ter sido incluídas nesse novo bloco, como a recuperação e pavimentação de parte da br-135 ba/Pi/ma.

INTERVENÇÕES NECESSÁRIAS Veja o que está previsto pelo governo e o que indica o Plano CNT de Transporte e Logística 2014: Intervenções Ferroviária navegação interior Portuária rodoviária terminais aeroportos mobilidade urbana TOTAL

PIL 2015 86,4 0 37,4 66,1 0 8,5 0 198,4

Plano CNT 281,7 60,1 61 293,9 25,9 24,9 239,8 987,2

Não será objeto de concessão 195,3 60,1 23,6 227,8 25,9 16,4 239,8 788,8

MONTANTE maior

irá atrair, de fato, os investimentos privados. durante o anúncio junto a ministros, governadores, parlamentares e empresários, a presidente dilma rousseff afirmou que o pacote se sustenta na parceria e confiança entre governo e iniciativa privada. “o diálogo é decisivo para essa carteira de in-

vestimentos, para o seu prosseguimento e para todas as etapas”. segundo ela, o programa beneficiará a agricultura, a indústria, o setor de serviços e a população, em geral. o diretor- executivo da cnt, bruno batista, ressaltou que o histórico de investimento do governo em transporte é baixo

e há incerteza sobre a consolidação das medidas. “muitos projetos da primeira etapa do programa do governo foram mantidos. o cenário hoje está bem mais restritivo e há um risco de novamente os anúncios não se concretizarem”, avalia. em 2014, somente 0,29% do Pib (Produto interno bruto)

brasileiro foi investido em infraestrutura de transporte. Ferrovias a presidente dilma rousseff destacou a importância das ferrovias, que devem receber o maior montante de recursos. do total de r$ 86,4 bilhões, praticamente a metade (r$ 40 bilhões)


antF/divulgação

FERROVIAS

R$ 86,4 bilhões

• • 5 leilões e investimentos em concessões já existentes veja a extensão total, valor estimado e objetivo das licitações: FERROVIA NORTE-SUL • (Palmas/TO-Anápolis/GO e Barcarena/ MA-Açailândia/PA) * 1.430km * r$ 7,8 bilhões * concluir o corredor norte-sul, no seu trecho norte, com saída pelos portos do arco norte FERROVIA NORTE-SUL (Anápolis/GO-Estrela D’Oeste/ SP-Três Lagoas/MS) * 895km * r$ 4,9 bilhões * concluir o corredor norte-sul, em seu trecho sul, com interligação com polo agroindustrial em três lagoas

LUCAS DO RIO VERDE/MT-MIRITITUBA/PA * 1.140km * r$ 9,9 bilhões * melhorar o escoamento da produção agrícola do mt pela hidrovia do tapajós RIO DE JANEIRO/RJ-VITÓRIA/ES * 572km * r$ 7,8 bilhões * integrar o porto do rio de janeiro e os terminais privados de ambos estados ao porto de vitória e tubarão

parte dos recursos irá para as ferrovias; quase a metade, para a bioceânica

deve ser destinada à bioceânica. se for viabilizada, a ferrovia ligará a região centro-oeste, maior produtora de soja, e o oceano Pacífico, facilitando o escoamento para o mercado asiático. entretanto, não existem garantias de que a obra será viabilizada. ela é considerada por críticos como o novo “trem bala”, que ti-

nha valor elevado e nunca saiu do papel. em vários trechos da bioceânica, não há sequer estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental realizado. o programa prevê o direito de passagem e integração das malhas das concessões existentes e novas. “em qualquer infraestrutura, o livre acesso é o prin-

FERROVIA BIOCEÂNICA * trecho brasileiro – 3.500 km * r$ 40 bilhões * escoar a produção, via Pacífico, para os mercados asiáticos

CONCESSÕES EXISTENTES * Projetos em negociação com os concessionários para ampliação da capacidade de tráfego, novos pátios, redução de interferências urbanas, duplicações, construção de novos ramais, equipamentos de via e sinalização e ampliação de frota. * r$ 16 bilhões


RODOVIAS

R$ 66,1 bilhões

• Valor previsto: • 16 leilões e investimentos em concessões já existentes

2015

2016

4 leilões

11 leilões

R$ 19,6 bilhões

R$ 31,2 bilhões

Veja a extensão total, investimento estimado e objetivo das concessões:

Veja a extensão total, investimento estimado e objetivo das concessões:

• BR-476/153/282/480/PR/SC * 460 km * r$ 4,5 bilhões * escoar produção de grãos, aves e suínos pelo arco sul • BR-364/GO/MG * 439 km * r$ 3,1 bilhões * conectar a região produtora de grãos do sul de goiás ao triângulo mineiro • BR-364/060/MT/GO * 704 km * r$ 4,1 bilhões * escoar produção do centro-oeste para os arcos norte e sul • BR-163/MT/PA * 976 km * r$ 6,6 bilhões * aumentar o escoamento de grãos pelo arco norte

• BR-101/232/PE * 564 km * r$ 4,2 bilhões * construir arco metropolitano e melhorar acesso e duplicação • BR-101/BA * 199 km * r$ 1,6 bilhão * duplicar trecho e melhorar o transporte de cargas entre nordeste e sudeste • BR-262/381/MG * 305 km * r$ 1,9 bilhão * duplicar trecho, melhorar segurança e reduzir custos • BR-101/493/465/RJ/SP * 357 km * r$ 3,1 bilhões * ampliar capacidade de trecho, via de turismo, com concessão do arco metropolitano do rj • BR-470/282/SC * 455 km * r$ 3,2 bilhões * duplicar trecho que liga região agroindustrial aos portos do arco sul • BR-280/SC * 307 km * r$ 2,1 bilhões * melhorar escoamento da safra e produção industrial pelo arco sul • BR-101/SC * 220 km * r$ 1,1 bilhão * ampliar capacidade e melhorar a segurança da via • BR-101/116/290/386/RS * 581 km * r$ 3,2 bilhões * duplicar rodovia e garantir qualidade na Freeway


Financiamento

‘Não vai faltar dinheiro’, diz Levy

CONCESSÕES EXISTENTES 9 projetos em avaliação e 2 em obras R$ 15,3 bilhões

o bndes (banco nacional de desenvolvimento econômico e social) continuará sendo o estruturador dos projetos de infraestrutura nos diferentes modais de transporte. a garantia é do ministro da Fazenda, joaquim levy, e do presidente do banco, luciano coutinho. contudo, a participação do bndes nesse novo cenário é reduzida em relação à primeira etapa do programa, com limitação do montante a ser financiado e também com menor subsídio nas taxas. o bndes vai desembolsar até 70% do financiamento para rodovias e os outros 30% serão de participação do capital empreendedor. além do aporte direto, o banco vai apoiar a emissão de títulos privados (debêntures), uma estratégia para as empresas conseguirem empréstimo maior com

correção pela tjlP (taxa de juros de longo Prazo). conforme joaquim levy, “não vai faltar dinheiro” para os investimentos. segundo o ministro, “o brasil tem condições extraordinárias” e o desenho do plano de concessões está sendo feito de acordo com os interesses do setor privado. “está muito alinhado com o que é necessário para atrair”. levy afirma que o governo vai trabalhar para oferecer segurança jurídica aos investidores, reduzindo riscos. o ministro do Planejamento, nelson barbosa, disse que há “há uma disponibilidade de investimento no brasil”, tanto de agentes brasileiros como de internacionais. Para realizar as construções, as empresas estrangeiras poderão participar. mas terão que constituir filiais, usando mão de obra brasileira.

• BR-267/MS * 249 km * r$ 2 bilhões * duplicar ligação e reduzir custos para o escoamento da produção pelo arco sul • BR-262/MS * 327 km * r$ 2,5 bilhões * duplicar ligação e reduzir

EM AVALIAÇÃO Duplicação · br-163/mt (r$ 0,8 bilhão) · br-153/sP (r$ 4 bilhões) · br-116/Pr/sc (r$ 2,5 bilhões) · br-101/rj (r$ 1,2 bilhão) · br-393/rj (r$ 1,3 bilhão) Faixa adicional · br-101/376/116/sc/Pr (r$ 0,9 bilhão) · br-381/sP/mg (r$ 0,6 bilhão) · br-324/116/ba (r$ 0,4 bilhão)

Pesquisa cnt

CRONOGRAMA 2015 ainda deve ter quatro leilões de rodovias

custos para o escoamento da produção pelo arco sul • BR-364/RO/MT * 806 km * r$ 6,3 bilhões

Via marginal · br-116/sP/rj (r$ 2,3 bilhões) EM OBRAS Faixa adicional · br-290/rs (r$ 0,2 bilhão)

* melhorar a integração das regiões produtoras de grãos à hidrovia do rio madeira

Subida da Serra · br-040/rj (r$ 1,1 bilhão)

cípio fundamental de eficiência, produtividade e garantia dos direitos do concessionário”, afirmou a presidente. nessa nova etapa do Pil, o governo informou que poderá optar entre realizar os leilões por maior valor de outorga, menor tarifa ou compartilhamento de investimento. a es-

colha do modelo se dará conforme as características de cada ferrovia. dilma rousseff também destacou os investimentos no eixo da Ferrovia norte-sul. Rodovias Para as rodovias, estão previstos 15 leilões em 2015 e 2016. os


oPinião - Paulo resende

“Esta etapa é mais realista, mais estratégica” confira a análise do professor Paulo resende, coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação dom cabral, sobre o Programa de investimento e logística do governo federal, anunciado no mês de junho. Política e economia o pano de fundo do anúncio da primeira etapa do Pil era uma economia que estava andando, saindo da crise. havia uma eleição recente da presidente dilma, que estava com forte poder político, substituindo o presidente lula. a infraestrutura logística tinha sido inserida na pauta do governo e havia boa expectativa por causa do momento político e econômico. a diferença é que agora o pano de fundo não é mais uma atratividade devido à economia aquecida. estamos quase em uma recessão, ou já em recessão. Retomada do crescimento não sabemos ainda como vai ser por parte dos investidores. o plano se caracteriza por uma tentativa quase que desesperada, ansiosa, de buscar um caminho para retomar o crescimento. a infraestrutura foi escolhida como o veículo para isso.

quatro leilões deste ano são de projetos que tiveram Pmi (Proposta de manifestação de interesse) em 2014 (br-476/153/282/480/Pr/sc; br-163/mt/Pa; br-364/060/mt/go e br-364/go/mg). o leilão da ponte rio-niterói foi em março, e o projeto também é de 2014. na segunda etapa do programa, estão previstas 11 concessões, que abrangem cerca

Regras de mercado todas as indicações me levam a crer que vai haver mais fortalecimento das regras de mercado nas próximas concessões - com redução da participação do governo como sóciooperador. teremos, por exemplo, redução drástica na participação percentual da infraero. essa nova etapa demonstra uma característica que o Pil não tinha, de se entregar ao mercado. isso não é ruim, mas o governo abre mão de ser sócio-operador. considero que não deve deixar de regular e fiscalizar. no primeiro Pil, era altíssima a participação do governo como sócio. nesse, eu enxergo um pouco menos. Iniciativa privada nessa nova etapa, o governo reconhece literalmente que a única saída de investimento para infraestrutura logística é a iniciativa privada. esse reconhecimento é ainda maior que na primeira edição do Pil. Foco o governo está reconhecendo que menos é mais. essa etapa tem menos projetos, portanto, é mais realista, mais estratégica. não há aquele emaranhado de projetos, como no Pac e

de 4.000 km, além de investimentos em trechos já existentes. Para as rodovias, o governo federal não deve exigir que a duplicação seja feita em cinco anos, regra que valeu para os trechos federais licitados na primeira etapa do programa. a medida era vista como forma de apressar melhorias nas brs.

na primeira edição do Pil. o governo fez um filtro. isso mostra uma mensagem que quer passar ao mercado, para que se invista nesses projetos porque são eles que serão realizados. Cautela e atratividade se conseguíssemos realizar todos os projetos anunciados, a logística no brasil passaria para outro patamar. mas precisamos ter cautela. ainda tenho um pé atrás com a carga ideológica que o governo pode tratar a situação quando iniciarem as concessões. há dúvidas sobre esses processos. a atratividade vai depender de quanto o governo está disposto a jogar o jogo do mercado. não temos elementos para dizer se é mais atrativo que a primeira edição. além do momento econômico ruim e incerto, há perda do nível de confiança. a operação lava-jato tirou a credibilidade. Perguntas sem respostas há ainda muitas questões. qual será o papel da valec nas ferrovias? qual será a participação da infraero? como o governo vai isolar os projetos portuários da força dos sindicatos? são essas respostas que irão definir o sucesso do plano.

“não terá obrigação de cinco anos. estamos em fase de estudos e depois disso é que vamos saber como o processo será conduzido”, afirmou o ministro dos transportes, antônio carlos rodrigues. um dia após o anúncio, o ministério publicou editais convocando empresas interessadas em

produzir os estudos técnicos sobre as rodovias. as análises devem ajudar na definição dos valores máximos de pedágio. entre as novas especificações, estão obras emergenciais no pavimento, sinalização, pontes e viadutos nos 12 primeiros meses de contrato. as duplicações estão previstas no item chamado “Progra-


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manoel F.F. souza/codesP/divulgação

PORTOS

37,4 bilhões

• investimento previsto: • 50 novos arrendamentos, 63 novos tuPs (terminais de uso Privado) e 24 renovações antecipadas de arrendamentos ARRENDAMENTOS • Bloco 1 * 29 terminais aprovados pelo tcu 9 em santos e 20 no Pará * r$ 4,7 bilhões * licitação em 2015 em duas etapas

• Bloco 2 * 21 terminais – suape, aratu, rio de janeiro, são sebastião, santos, Paranaguá, são Francisco do sul, manaus, santana e itaqui * r$ 7,2 bilhões * licitação por outorga no 1º semestre de 2016

AUTORIZAÇÕES DE TUPS * 16 estados * 63 tuPs em análise * r$ 14,7 bilhões

OBRAS Programa não contempla dragagem nos portos

ma de investimento”. essa fase abrange todo o programa de concessão, que deve durar 30 anos. Portos na etapa de concessões portuárias, serão 50 novos arrendamentos, 63 novas autorizações para tuPs (terminais de uso Privado) e renovações antecipadas

de arrendamentos. a licitação de 29 terminais nos portos de santos e do Pará deve ocorrer em 2015. o arrendamento dessas áreas foi anunciado há quase dois anos, mas o edital ficou sob análise do tcu (tribunal de contas da união) até maio deste ano. uma novidade em relação aos portos é o decreto 8.464,

RENOVAÇÕES ANTECIPADAS DE ARRENDAMENTOS * 9 estados * 24 pedidos em análise * r$ 10,8 bilhões

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inFraero

Participação pode cair para 15%

publicado no dou (diário oficial da união) de 9 de junho, dia do anúncio do programa de investimentos. o texto prevê que nas licitações de concessão e de arrendamento do setor portuário, serão utilizados, de forma combinada ou isolada, os critérios de maior valor de outorga, maior capacidade de movimentação, menor tarifa, menor tempo de movimentação de carga e maior valor de investimento. a parte que possibilita maior valor de outorga gerou polêmica, pois a opção havia sido eliminada na primeira etapa do Pil, em 2012, e foi incluída no decreto. na época, a justificativa para a decisão do governo era a tentativa de quebra de monopólios e preço mais barato ao consumidor final. a seP (secretaria de Portos) deve enviar o segundo bloco de arrendamentos ao tcu dentro desse formato. “não descartamos entendimentos com o tribunal para fazer a licitação do bloco 1 também dentro dessa nova possibilidade”, afirmou o ministro da seP, edinho silva. inicialmente, os critérios de maior movimentação e menor tarifa tinham sido

detentora da administração da maior parte dos aeroportos brasileiros, a infraero (empresa brasileira de infraestrutura aeroportuária) pode perder força com o leilão dos novos terminais, previsto para o ano que vem. a expectativa é que o investimento da estatal nas licitações dos aeroportos de Porto alegre, Florianópolis, salvador e Fortaleza caia para até 15%, dependendo do caso. na primeira etapa de concessões (brasília, guarulhos, galeão, confins e campinas), a empresa participou com aportes de 49%. “existem no governo duas correntes: uma defende que a estatal deve participar com 49% e outra acha que deve atuar com o valor mínimo de 15%. a participação vai variar, então, entre 49% e 15%. os estudos é que vão determinar. cada projeto terá um critério próprio”, explicou o ministro da secretaria de aviação civil, eliseu Padilha. o ministro sinalizou que em salvador e Porto alegre, terminais com maior necessidade de obras, a participação da in-

fraero pode ser menor para que o comprometimento do governo diminua. já nos outros dois casos, que têm necessidade de menor intervenção, a empresa deve entrar com maior participação. Aviação regional lançado pelo governo federal como a solução para alavancar a aviação em 270 terminais, o Programa de aviação regional depende agora da iniciativa dos estados, que vão definir o ritmo dos leilões. “o governo está autorizando as licitações. nós delegamos. agora os governadores e os prefeitos decidem”, disse o ministro. embora vários leilões já tenham recebido autorização da sac, como os terminais em são Paulo e minas gerais, eliseu Padilha descartou a possibilidade de conceder os aeroportos de manaus (am), congonhas (sP) e santos dumont (rj). segundo ele, os três mantêm todo o sistema operado pela infraero justamente pela importância logística e tamanho. ACESSO

aprovado pelo tcu (tribunal de contas da união). Aeroportos Para os aeroportos, estão projetadas concessões com o objetivo de ampliar a infraestrutura, melhorar a qualidade dos serviços, trazer mais inovação e experiência de operadores internacionais, incenti-

var o turismo, aperfeiçoar o transporte de cargas e criar novos hubs regionais (terminais que concentram e redistribuem voos, permitindo mais conexões entre as cidades). estão previstas ainda concessões dos aeroportos de Porto alegre (rs), de salvador (ba), de Fortaleza (ce) e de Florianópolis (sc). além disso, por modelo de outorga,

serão concedidos sete aeroportos regionais em são Paulo e goiás. o leilão dos aeroportos será separado em dois blocos. Florianópolis e Fortaleza devem ser leiloados ainda no primeiro trimestre do ano que vem. já os de Porto alegre e salvador devem ser concedidos à iniciativa privada no segundo trimestre.


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inFraero/divulgação

AEROPORTOS

R$ 8,5 bilhões

• investimento previsto: • concessões de 4 novos aeroportos, além de terminais regionais delegados • leilão no 1º semestre de 2016 AEROPORTO INTERNACIONAL DE FORTALEZA * r$ 1,8 bilhão * ampliação do pátio e terminal * 6,5 milhões de passageiros em 2014

AEROPORTO INTERNACIONAL DE SALVADOR * r$ 3 bilhões * ampliação do terminal e 2ª pista * 9,2 milhões de passageiros em 2014

AEROPORTO INTERNACIONAL DE FLORIANÓPOLIS * r$ 1,1 bilhão * novo terminal e pátio * 3,6 milhões de passageiros em 2014 AEROPORTO INTERNACIONAL DE PORTO ALEGRE * r$ 2,5 bilhões * ampliação de pista, pátio e terminal * 8,4 milhões de passageiros em 2014

AEROPORTOS REGIONAIS DELEGADOS * r$ 78 milhões * concessão por outorga * 7 terminais

movimento nos aeroportos brasileiros cresceu 154% entre 2001 e 2014

de acordo com o ministro da sac (secretaria de aviação civil), eliseu Padilha, o governo está estipulando regras para a participação das empresas que já são detentoras de concessões. um dos critérios é o raio de distância. “um mesmo concessionário não poderá ganhar na mesma região, pois precisamos estabelecer con-

corrência no mercado”, explicou. o ministro garantiu ainda que não serão realizadas obras concomitantes entre a infraero e o vencedor da licitação. a empresa que ganhar deverá assumir todas as obras no aeroporto. Demanda durante a explicação sobre

os projetos que compõem essa nova etapa do Pil, o ministro do Planejamento, nelson barbosa, destacou que a forte necessidade de transporte de pessoas e de produtos no brasil indica a importância de priorização de investimentos no setor. “de 2001 a 2014, a produção de grãos teve aumento

de quase 130%. são 130% a mais de grãos circulando por estradas e ferrovias”, afirmou. nesse mesmo período, o movimento nos aeroportos cresceu 154% e o número de veículos teve aumento de 185%. “nos portos, foi quase 100% de crescimento. isso significa que há demanda”, garantiu. l


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NORMAS TRABALHISTAS

cnt lidera delegação na suíça confederação nacional do transporte representou os empregadores brasileiros na 104ª conferência internacional do trabalho, em genebra da

adoção de programas de combate à informalidade, a proteção social à classe trabalhadora e a atuação das micro, médias e pequenas empresas foram temas discutidos neste ano, em genebra, na suíça, durante a 104ª conferência internacional do trabalho da oit (organização internacional do trabalho). o encontro com representantes de 185 países acontece uma

A

REDAÇÃO

vez por ano e estabelece normas internacionais de trabalho. na edição de 2015, a cnt esteve à frente da delegação brasileira pelos empregadores. a conferência realizada anualmente também define políticas gerais da oit e constitui um foro internacional no qual se discute problemas trabalhistas e sociais de alcance mundial. É formada por um parlamento tripartite e cada estado-membro tem o direito de

enviar quatro delegados (dois governamentais, um empregador e um trabalhador). durante o encontro, que aconteceu entre os dias 1º e 13 de junho, o presidente da cnt, clésio andrade, fez um discurso em nome da delegação empregadora brasileira. ele falou sobre proteção do trabalho e desenvolvimento econômico, abordou as condições da economia do brasil e defendeu medidas pela redu-

ção da informalidade no mercado de trabalho. “não propomos a quebra de direitos e, sim, a quebra de paradigmas nas contratações. estamos convencidos de que isso representará um visível aprimoramento dos padrões vigentes e o ajuste das relações entre capital e trabalho”, disse clésio andrade. segundo o presidente da cnt, a terceirização é uma forma de combater a informalidade. “no caso do brasil, te-


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cnt

REPRESENTAÇÃO Presidente da cnt, clésio andrade, faz discurso durante reunião da organização internacional do trabalho, na suíça

mos a convicção de que por meio da flexibilização do trabalho, redução de encargos sociais e a terceirização, teremos o sucesso almejado”, afirmou. clésio andrade destacou ainda que o crescimento econômico é muito importante para que se atinja o desenvolvimento social e melhores condições de trabalho. de acordo com o presidente da cnt, o excesso de regulamentação e de encargos sociais,

bem como a rigidez das normas trabalhistas, inibem a geração de empregos formais. clésio andrade ressaltou também que as regras são fundamentais para o controle social, mas “há que se cuidar para que haja total liberdade para a negociação, respeito aos direitos fundamentais do trabalho e liberdade sindical”. Comissões neste ano, ao final da conferência, foi feito um termo

de recomendação pela comissão sobre a transição da economia informal para a economia Formal. a indicação é para que sejam adotadas pelos países políticas de transição. segundo as discussões em genebra, essa mudança para a economia formal é decisiva no processo de se promover o desenvolvimento sustentável. os países participantes debateram que a economia informal absorve quase a meta-

de da força de trabalho no mundo em todos os setores da economia. na maioria dos países, a proporção de mulheres na economia informal é superior em relação ao número de homens. essa proporção também é maior entre os jovens, nos países em desenvolvimento e nos grupos considerados mais vulneráveis, como os imigrantes e as minorias étnicas. a conferência da oit debateu


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Publicação oit

Tecnologia exige mudanças no perfil profissional a evolução da tecnologia dos veículos do transporte rodoviário de cargas e a atuação dos profissionais do setor transportador são temas abordados pela oit (organização internacional do trabalho). em uma publicação distribuída durante a 104ª conferência internacional do trabalho, na suíça, a entidade discute qual é o caminho a seguir pelos motoristas profissionais. a publicação mostra que o caminhão do futuro poderá transitar com um motorista dentro dele, mas o próprio veículo desempenhará sozinho grande parte das funções. a reportagem mostra um teste feito na alemanha e indica que no ano de 2025 os veículos estarão bem mais evoluídos que atualmente. “Foi uma experiência extraordinária. me senti na cabine, como se não tivesse nada a ver com a condução. o caminhão fazia tudo sozinho”, disse o condutor hans luft, que fez o teste na alemanha, com um veículo com elevada tecnologia embarcada. quanto mais modernos ficarem os caminhões, novas funções podem surgir para os motoristas. “a condução autônoma permite ao condutor interagir com o seu caminhão de forma muito mais eficiente que antes, alcançando uma combinação inteligente, capaz e rentável entre o homem

e a máquina”, diz trecho da publicação da oit. a organização internacional do trabalho destaca também que a tecnologia dos caminhões pode ser um bom motivo para atrair motoristas profissionais para o transporte rodoviário de cargas. “se os trabalhadores percebem que as tecnologias modernas facilitam o seu trabalho, aumentará a atratividade da profissão. atualmente, os bons condutores escolhem as empresas que

oferecem, entre outras questões, veículos modernos para viajar até o cliente e retornar com segurança.” de acordo com a oit, o mundo do trabalho está em um processo de transformação com repercussões importantes para os trabalhadores dos diferentes países. a organização internacional do trabalho entende que as novas tecnologias dos veículos pesados estão inseridas nesse processo de transformação. reProdução

CONFERÊNCIA

ainda que há uma correlação entre a informalidade e a pobreza e baixa produtividade. as outras comissões do encontro na suíça discutiram temas como micro, médias e pequenas empresas; objetivo estratégico da proteção social em relação à declaração de justiça social e também a aplicação de normas. TESTE revista mostra o caminhão do futuro

Futuro o diretor-geral da oit, guy ryder, destacou que antecipar


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Pierre albouy/divulgação

OIT Saiba mais Estrutura · a organização internacional do trabalho é um organismo das nações unidas. tem estrutura tripartite (governos, empregadores e trabalhadores) e atua para debater questões trabalhistas e sociais Objetivos · os objetivos estão determinados por sua constituição e pela declaração da Filadélfia. atualmente, 185 países são membros da oit Conferência · o órgão supremo é a conferência internacional do trabalho, que se reúne anualmente em genebra. todos os estados-membros têm obrigação de enviar uma delegação tripartite · entre as principais funções da conferência, estão a adoção de normas internacionais do trabalho, discussões gerais relativas a temas de sua competência, aprovação do orçamento da oit a cada dois anos e a eleição de seu conselho de administração a cada três

representantes de 185 países participaram de reuniões sobre trabalho

o futuro do trabalho é algo indispensável para se promover o progresso da justiça social. ele falou sobre a importância da aprovação do termo de recomendação durante os dias do encontro em genebra. “tivemos a oportunidade de aprovar uma recomendação que, pela primeira vez, irá fornecer um quadro internacional para a transição da informalidade para a economia formal. te-

mos que agir, pois não podemos ser coniventes com a situação da informalidade, que afeta quase a metade da força de trabalho.” ryder também destacou que foi muito positivo discutir sobre as pequenas e médias empresas, pois elas são cruciais para as economias, podendo gerar empregos. o diretor-geral da oit destacou ainda a participação de quatro convidados da cúpula

Conselho · É composto por 56 membros titulares (28 governos, 14 empregadores e 14 trabalhadores) e por 66 membros adjuntos (28 governos, 19 empregadores e 19 trabalhadores) · dez postos governamentais são reservados aos membros de maior importância industrial (alemanha, brasil, china, estados unidos, França, Índia, itália, japão, reino unido e rússia) · os demais membros governamentais são eleitos pela conferência a cada três anos (as últimas eleições foram em 2014). os membros empregadores e trabalhadores são eleitos em sua capacidade individual

mundial sobre o trabalho, que estiveram na suíça. um deles é o ganhador do Prêmio nobel da Paz, kailash satyarthi, ativista indiano que luta contra o trabalho infantil. ele também citou a presença dos presidentes de gana (john dramani mahama), França (François hollande) e Panamá (juan carlos varela). “a presença deles significa que teremos uma oportunidade fantástica e uma verdadeira platafor-

ma para discutir o tema das alterações climáticas e o mundo do trabalho, em uma reunião de cúpula tripartite interativa”, afirmou. a conferência de 2015 teve como presidente uma mulher, ieva jaunzeme, que é secretária de estado do ministério dos assuntos sociais da letônia. ela tem 25 anos de experiência em cargos de chefia no serviço público e nas organizações de parceiros sociais. l


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AÉREO

á cerca de um ano, o empresário almir lopes realizou um sonho de infância: ter um avião próprio. “quando era criança, eu voava e sempre pensava na possibilidade de um dia ter uma aeronave. Foi quando viajei para a praia e vi uma sucata que servia de base para o funcionamento de dez restaurantes e quis repetir a ideia”. em 2013, ele adquiriu, em leilão, uma carcaça de um avião da antiga transbrasil, que estava abandonada no aeroporto internacional de brasília. no total, mais de cem aviões ociosos ocupam espaços livres em terminais de todo país. tratam-se de aeronaves de empresas falidas que acabam tendo que leiloar as carcaças para honrar dívidas de todas as espécies, sobretudo as tra-

H

Uso criativo para sucatas abandonados por anos em aeroportos, aviões são adquiridos em leilões e transformados em restaurantes, locais para eventos e até salas de aula Por EVIE

balhistas. nesses casos, porém, a justiça determina que, até que o processo licitatório seja realizado, as sucatas devem permanecer nos aeroportos. o avião adquirido por almir, por exemplo, ficou sete anos abandonado até ser leiloado. o último voo do boeing 767, com capacidade para 228

GONÇALVES

pessoas, foi realizado em 2007, partindo de são Paulo, com destino à capital federal. o empresário não revela o valor da compra. mas relata o processo de retirada da sucata do aeroporto. “desmontamos o avião em 12 partes. várias carretas gigantes foram responsáveis pelo transporte, sempre de ma-

drugada, até um terreno em taguatinga, cidade distante 20 quilômetros do centro de brasília. Para dar sustentação à toda a estrutura da aeronave, que possui 52 metros de comprimento, 5,8 metros de largura e 15 metros de altura, foram necessárias 13 colunas de ferro de 16 metros cada.


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sergio alberto/cnt

DISTRITO FEDERAL após ficar sete anos abandonado, avião vai servir de base para a construção de novos restaurantes; a ideia é transformar o local em ponto turístico

a ideia de almir é fazer do local um ponto de turismo para a cidade e para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de entrar em um avião. no lugar dos tradicionais assentos, quatro restaurantes devem ser construídos até o fim do ano. as asas servirão para mesas e cadeiras ao ar livre. além disso, a ideia é

revitalizar o terreno com quiosques de artesanatos e parques infantis. “Preservamos a cabine do piloto para a visitação. será uma novidade para os turistas e até para os próprios brasilienses”, acredita. ideia semelhante à do empresário brasiliense teve o comandante edinei capistrano. o

piloto adquiriu duas carcaças de aviões em leilões da massa falida da antiga vasp. o boeing 737, com capacidade para 108 passageiros, estava abandonado no aeroporto de congonhas, em são Paulo. já o boing 737, de transporte de cargas, estava no terminal de guarulhos. as duas sucatas foram

transportadas para a cidade de araraquara, que fica a 270km da capital paulista. a intenção do piloto é utilizar as aeronaves para fazer uma lanchonete e um centro de eventos. “a maior dificuldade é conseguir verba para deslanchar o projeto. além do aluguel da área, temos que fa-


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esPaço livre

CNJ facilita leilão de 50 aviões com o objetivo de desocupar terrenos nos aeroportos de todo país, o cnj (conselho nacional de justiça) chegou a criar o Programa espaço livre, em 2011, mas finalizou o projeto ano passado. a intenção era viabilizar o leilão do máximo de sucatas possíveis de aviões de grande porte sem condições de navegação. desde o lançamento, 50 aeronaves abandonadas foram leiloadas ou removidas dos aeroportos brasileiros – 19 na primeira etapa e 31 na segunda. entre os terminais contemplados encontram-se congonhas (sP) e galeão (rj).

zer adequações nos aviões, além da própria restauração. estamos sonhando alto”, explica. enquanto o espaço ainda não está aberto da maneira como o comandante gostaria, ele recebe visitações de grupos de todo país. edinei capistrano conta que adquiriu as carcaças não somente pensando no lucro que poderia obter com a exploração comercial delas, mas, sobretudo, para preservá-las. “não que-

um dos principais avanços do programa foi a conclusão da venda das aeronaves deixadas pela vasp. no total, 27 aviões de grande porte foram abandonados pela empresa em aeroportos brasileiros quando deixou de operar, em 2008. o leilão para essas aeronaves arrecadou cerca de r$ 2 milhões, dinheiro utilizado para o pagamento de credores da massa falida. o programa também leiloou três aviões deixados pela transbrasil no aeroporto de brasília. as sucatas dos boeings modelo

ria que as pessoas destruíssem os aviões da noite para o dia. a manutenção deles é tudo. eles estavam jogados nos aeroportos. além disso, sei de empresas que adquirem as carcaças nos leilões só para vender a lataria”. o funcionamento pelo menos da lanchonete deve começar ainda este ano. Escola de formação além de centros de eventos e restaurantes, as carcaças de

767-200 foram arrematadas, em outubro de 2013, pelo valor total de r$ 373 mil. a remoção das carcaças dos principais aeroportos do país viabilizou, por exemplo, as obras de ampliação previstas para a copa das confederações a pata a copa do mundo, realizadas no brasil, ano passado. com o encerramento do programa, a administração das carcaças e aeronaves restantes ficaram a cargo dos juízos responsáveis pelos processos e das concessionárias responsáveis pelos pátios dos aeroportos, dependendo de cada caso.

aviões também podem ter utilidade educacional. assim quis o empresário aldo lisboa, dono da Flight escola de aviação, em Porto alegre. em 2012, ele comprou o boeing 737 no leilão da massa falida da antiga varig. a ideia era ter uma aeronave completa dentro do centro de ensino. “temos todos os itens para os alunos aprenderem na prática, como a parte de emergência, escorregadeiras, além da parte mecânica, como trem de pouso,

PORTO ALEGRE sucata do boeing 737

sistema hidráulico e elétrico”, explica. as aulas na escola começaram em março deste ano. cerca de 350 alunos utilizam a carcaça em três cursos: mecânico, comissários de voo e pilotos. o empresário explica que o avião só veio a agregar o processo de aprendizagem, pois os estudantes conseguem visualizar a realidade na prática. aldo diz que ainda não consegue avaliar se a compra da aeronave


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Flight escola de aviação/divulgação

INFRAERO Confira os aeroportos onde ainda existem sucatas: * •aeroporto de são josé dos campos (sP): 4 • aeroporto de congonhas (sP): 2 • aeroporto de campo de marte (sP): 2 • aeroporto de salvador (ba): 4 • aeroporto de Paulo afonso (ba): 1 • aeroporto de campo grande (ms): 11 • aeroporto de goiânia (go): 7 • aeroporto de cuiabá (mt): 3 • aeroporto de Porto alegre (rs): 2 • aeroporto de bacacheri (Pr): 2 • aeroporto de curitiba (Pr): 1 • aeroporto de jacarepaguá (rj): 7 • aeroporto de Fortaleza (ce): 10 • aeroporto brigadeiro Protásio (Pa): 15 • aeroporto de são luís (ma): 4 • aeroporto de belém (Pa): 3 • aeroporto de santarém (Pa): 1 • aeroporto de manaus (am): 9 • aeroporto de boa vista (ro): 7 • aeroporto de rio branco (ac): 1 • aeroporto carlos Prates (mg): 3 • aeroporto de uberlândia (mg): 3 • aeroporto da Pampulha (mg): 2 • aeroporto de uberaba (mg): 1 total:

da antiga varig serve para auxiliar alunos de uma escola de aviação a entenderem, na prática, a realidade da profissão

dará retorno, mas tem certeza que o nível dos profissionais formados pela escola será mais elevado, o que deve aumentar a procura. “já nos tornamos referência no mercado”. aldo lisboa relata que a principal dificuldade na compra da sucata não foi o transporte para uma área alugada ao lado do aeroporto. a justiça foi morosa na liberação no avião. só para retirar a documentação, ele teve que esperar um ano. no total, fo-

ram três anos para fazer a transferência da carcaça, que foi fabricada nos anos 70 e circulou no país na década de 80. “o boeing ficou nove anos parado no aeroporto pegando sol e chuva. o processo poderia ter sido mais rápido”, lamenta. Deterioração as sucatas de aviões não chegam a comprometer a atividade dos aeroportos, pois não ficam em áreas que afe-

tam as operações. entretanto, acabam se tornando um transtorno, uma vez que esses espaços poderiam ter destinações diversas. além disso, se deterioram com o tempo e perdem valor de venda. Para o consultor em infraestrutura aeroportuária, mozart alemão, a justiça acaba emperrando o processo. “sempre tem gente interessada em comprar, mas com o passar do tempo o avião enferruja e os equipamen-

105 aviões *Fonte: infraero

tos eletrônicos internos perdem a garantia. acaba não compensando adquirir”. Para se ter uma ideia, um boeing 737 recém comprado, com capacidade para 180 passageiros, custa em torno de r$ 60 milhões. após 30 anos, vida útil das aeronaves, se tiver em boas condições de uso, passa a valer r$ 6 milhões, cerca de 10% do valor. nos últimos leilões, entretanto, as carcaças não chegaram a um valor de r$ 500 mil. l


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FERROVIÁRIO

Carga monitorada centros de controle e monitoramento aumentam a segurança e a produtividade da malha ferroviária brasileira Por CAROLINA

o brasil, o transporte rodoviário é o modal mais utilizado para deslocamento de curta e média distâncias. já o transporte ferroviário ganhou importância estratégica no país por possibilitar a movimentação de grandes quantidades de carga por longas distâncias, com fretes competitivos e baixo índice de emissões de poluentes. atualmente, o país possui

N

RANGEL

28.190 quilômetros de linhas férreas responsáveis pelo transporte de minérios de ferro, carvão, produtos siderúrgicos e agrícolas, todos sob a responsabilidade da iniciativa privada. após a privatização do setor, o investimento em tecnologia de ponta aliado a sistemas de segurança que preservam tanto as locomotivas e sua carga quanto a população e a biodiversidade ao redor das ferrovias tornaram

esse meio de transporte ainda mais moderno e seguro. como exemplo, a vli logística modernizou o seu cco (centro de controle operacional), responsável por monitorar a circulação dos trens na Ferrovia centro atlântica e na Ferrovia norte-sul. somando as duas ferrovias, o cco monitora cerca de 8.000 quilômetros da malha, controlando por dia uma média de 140 trens e 60 veículos de


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vli/divulgação

TEMPO REAL Por meio de sistemas de monitoramento automatizados, os controladores de tráfego acompanham a posição de todas as composições da vli


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serviço voltados para a manutenção das vias. “a vli sempre busca acompanhar os avanços tecnológicos disponíveis no mercado. Por isso, em 2012, nós modernizamos o centro de controle operacional da empresa, reformulando todo o espaço e trazendo novas tecnologias, como o painel de locomotivas on-line e “touch screen”. essas mudanças tiveram como objetivo tornar o sistema mais produtivo e proporcionar mais segurança para as operações ferroviárias da vli”, afirma o gerente do centro de controle operacional da empresa, mario Felipetto. Por meio de sistemas de monitoramento automatizados, os controladores de tráfego acompanham, em tempo real, a posição de todas as composições da vli em seus cinco corredores de atuação. as informações são emitidas via satélite, através de coordenadas de gPs e por computadores de bordo instalados nas locomotivas. a comunicação com os maquinistas é feita por mensagens de

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texto em um sistema conhecido como macro, que também funciona via satélite. a malha ferroviária controlada é composta por linhas singelas, ou seja, possuem apenas uma via para a circulação de trens nos dois sentidos. ao logo da linha férrea, há extensões laterais que possibilitam o cruzamento dos trens em diferentes sentidos. são os chamados pátios de cruzamento. definir em qual pátio será realizado o cruzamento desses trens e escolher qual composição ferroviária deve aguardar a passagem da outra é uma das principais tarefas dos controladores, executada com base em critérios operacionais e nas informações fornecidas por softwares. este trabalho garante a segurança, a agilidade e a confiabilidade das operações ferroviárias da empresa. as consequências dessas decisões são demonstradas em um painel gráfico, que aponta a posição dos trens em linhas que representam trechos da malha ferroviária, dividida em corredores logísticos. simbologias de

ECONOMIA com intervalos menores de tempo

“Mudanças objetivam tornar o sistema mais produtivo e seguro” MARIO FELIPETTO, vli

cores são utilizadas para identificar cada etapa do processo de liberação e circulação das composições, que dependem da autorização do cco para seguir. a concessionária mrs, operadora ferroviária de carga que administra 1.643 km férreos nos estados de minas gerais, rio de janeiro e são Paulo desde 1996, também vem investindo na segurança e na produtividade de


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mrs/divulgação

em função do monitoramento eletrônico, foi possível ampliar em até 10% a capacidade de transporte de cargas da mrs

sua malha ferroviária. de acordo com a empresa, entre 2011 e 2014 os investimentos anuais ficaram em torno de r$ 1 bilhão. e quando o assunto é segurança, está incluso o cbtc - um sistema de controle e monitoramento do movimento dos trens através de rede dedicada de comunicação interligada com a sinalização no campo. o computador de bordo troca continua-

mente informações sobre posição, velocidade e licenciamento e também recebe informações dos trens à frente, do trabalho de equipes de manutenção e de restrições de velocidade. esta tecnologia também evita os excessos de velocidade e, nos casos em que o maquinista não atuar, o sistema coloca o trem e sua vizinhança em condição segura, reduzindo a veloci-

“Podemos monitorar as composições no trecho sob nossa concessão” WILER REGINALDO DA LUZ, mrs

dade (corte de tração) ou parando composições. de acordo com o especialista ferroviário da mrs, Wiler reginaldo da luz, a ideia de implementar o cbtc surgiu a partir de um “bechmarking” amplo juntamente ao metrô de são Paulo e a uma ferrovia norteamericana. "em 2012, reformulamos o nosso centro de controle operacional para receber o sistema cbtc. hoje, ele é um dos centros de controle mais modernos do mundo. daqui, podemos enxergar e monitorar eletronicamente as composições que estão presentes no trecho sob nossa concessão. isto aumenta significativamente a confiabilidade da nossa malha ferroviária", afirma. Wiler explica que os trens trafegam em intervalos menores de tempo em função do monitoramento eletrônico e preciso. assim, foi possível ampliar em até 10% a capacidade de transporte de cargas e garantir a segurança ferroviária, impedindo que um trem invada o espaço do outro. l


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SUSTENTABILIDADE

Incentivo ao B20 seminário discute a inclusão do biocombustível na frota de ônibus de grandes cidades; mistura reduz emissões de gás carbônico Por EVIE

ensibilizar para a necessidade de abastecimento da frota de ônibus das grandes cidades do país com o combustível b20 – mistura de 20% de biodiesel ao diesel fóssil. essa foi a intenção do seminário b20 metropolitano – mobilidade sustentável para as cidades brasileiras, ocorrido em brasília, no fim de maio. um dos principais benefícios do biocombustível é ser limpo e renovável. o uso tem ação

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GONÇALVES E THAYS PUZZI

efetiva na redução de emissões de gases causadores de efeito estufa e, portanto, na qualidade de vida da população. atualmente está vigente, desde novembro do ano passado, o uso de 7% de biodiesel, em volume, em relação ao diesel fóssil comercializado no brasil. ou seja, a mistura é composta de 93% de diesel fóssil e 7% de biodiesel. segundo dados da ubrabio (união brasileira do biodiesel e bioquerosene), a mistura equiva-

le a 7,3 milhões de toneladas de emissões de gás carbônico evitadas ao ano. com o b20 metropolitano, mais 577,2 mil toneladas de co2 deixariam de ser emitidas. de acordo com o superintendente de abastecimento da anP (agência nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis), aurélio amaral, a mudança para o b20 requer estudos e análises dos impactos tributários. “É necessário discutir com tranquilidade e maturidade to-

das essas questões e analisar seus efeitos colaterais para que possamos dar esse salto. em uma ideia geral, o uso do biodiesel é sempre bem-vindo, mas é preciso analisar como ele entra de uma forma equilibrada no sistema de distribuição de combustíveis no brasil”, ressaltou durante o seminário. em regiões produtoras do biocombustível, como o sul e o centro-oeste, considerando a margem Petrobrás (r$ 0,02/li-


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agricultura Familiar do mda (ministério do desenvolvimento agrário), marco aurélio Pavarino. em 2008, o número de pessoas beneficiadas pelo programa foi de 85.968. em 2013, o índice saltou para 251.262. se em 2008 a receita anual por pessoa era de quase r$ 10 mil, em 2013, subiu para mais de r$ 34 mil.

DEBATE especialistas debateram a melhor forma de substituir os atuais 7% de biodiesel ao diesel para a mistura de 20%

tro) e a margem estimada de distribuição (r$ 0,05/litro), o óleo diesel comercializado ficaria cerca de r$ 0,09 mais barato com uma mistura b20. Para donizete tokarski, diretor-superintendente da ubrabio, o brasil tem todas as condições para adotar o b20, sobretudo nas regiões metropolitanas. “hoje, o país produz quatro bilhões de litros de biocombustível com a possibilidade de produzir o dobro. os veículos não precisam ser

adaptados. basta tomarmos uma decisão”, salientou. Agricultura Familiar um dos principais assuntos abordados no seminário foi a inclusão produtiva e o fortalecimento da agricultura familiar por meio do PnPb (Programa nacional de Produção e uso do biodiesel). os agricultores que participam do programa recebem o selo combustível social e passam a ter acesso à assistência

técnica e capacitação. a medida também garante a aquisição prioritária de matérias-primas para a produção do biodiesel. segundo a ubrabio, cerca de 75% da produção do biocombustível é oriunda do óleo de soja. “em 2014, foram movimentados, aproximadamente, r$ 3,2 bilhões em aquisição de matériaprima da agricultura familiar para a produção do biodiesel”, destacou o coordenador-geral de biocombustíveis da secretaria da

Qualidade de vida Por conta da redução de emissões, a adoção do b20 impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas. de acordo com a meteorologista samya de lara Pinheiro, doutora em medicina pela usP e pela escola de saúde Pública de harvard, os efeitos da poluição no ser humano afetam toda a população, principalmente a dos grandes centros e a menos favorecida. segundo dados da oms (organização mundial da saúde), a poluição aparece entre os dez principais fatores de risco de morte no mundo - 3,5 milhões de casos por ano. "em são Paulo, por exemplo, estudos mostraram que, em 2011, ocorreram 17,5 mil mortes e foram gastos r$ 246 milhões com hospitais e internações. não existe limiar seguro para a saúde humana”, concluiu. l


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AQUAVIÁRIO

Retomada incerta após um ano da interrupção da navegação na tietê-Paraná, autoridades divergem quanto ao retorno das atividades na hidrovia Por DIEGO

om a navegação interrompida há mais de um ano, a hidrovia tietê-Paraná já contabiliza prejuízos para os transportadores estimados em r$ 700 milhões. a cifra se refere às 7 milhões de tonela-

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GOMES

das de cargas, especialmente as agrícolas, que deixaram de ser movimentadas pela via de navegação no período. as autoridades divergem em relação à retomada das suas atividades no mais importante corredor hidroviário brasilei-

ro de transporte de grãos, celulose e outros granéis. no último dia 27 de maio, empresários, políticos e dirigentes do setor estiveram reunidos na sede da cnt (confederação nacional do transporte), em brasília, para buscar

uma solução para esse problema, em um evento promovido pela Fenavega (Federação nacional das empresas de navegação aquaviária). na ocasião, também houve o lançamento da Frente Parlamentar em defesa dos Portos, hidrovias e da navegação no brasil. uma das principais hidrovias do país, a tietê-Paraná é estratégica para o Porto de santos, escoando boa parte da produção agrícola do interior do estado e da região centrooeste até a região metropolitana de são Paulo, onde passa para caminhões e trens, que a levam até os terminais do cais santista. ela possui cerca de 2,4 mil quilômetros, abrangendo os estados do Paraná, mato grosso, minas gerais, goiás e são Paulo. entretanto, está parada há mais de um ano por causa de um curto trecho de 8 quilômetros, situado nos reservatórios de três irmãos e ilha solteira, que ficam na divisa do mato grosso do sul com são Paulo. após a seca, a


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ENCONTRO dirigentes e empresários reunidos na sede da cnt, em brasília, buscam alternativa para a tietê-Paraná

operação dos comboios ficou prejudicada em função da queda brusca do calado mínimo exigido para navegação, que é de 2,20 metros, o que obrigou os órgãos responsáveis a determinarem a paralisação da via aquática.

À época, tanto o ons (operador nacional do sistema elétrico) quanto a ana (agência nacional das águas) informaram que foi cumprida a lei nº 9.433, de uso múltiplo das águas, que, em casos excepcionais, prevê a destinação

prioritária da água para hidrelétricas, a fim de garantir a geração de energia elétrica necessária para abastecer a região. segundo o diretor-geral da antaq (agência nacional de transportes aquaviários), ma-

rio Povia, o trecho paulista da hidrovia tietê-Paraná deverá ser reaberto em meados do segundo semestre. Falando durante o evento na cnt, Povia afirmou que isso seria possível devido a obras de intervenção a serem realizadas pelo gover-


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imPactos

Rio Madeira preocupa a falta de dragagem do rio madeira preocupa entidades e empresas de navegação fluvial da região amazônica. o assunto foi debatido na reunião na sede da cnt. com a proximidade do período de vazante, quando os níveis dos rios baixam, a Fenavega e o sindarma (sindicato das empresas de navegação Fluvial no estado do amazonas) alertam sobre os impactos negativos de navegabilidade para o transporte de cargas. os armadores alegam que têm enfrentado redução das operações nos últimos anos no período da seca. durante o período das cheias, as embarcações, em média, passam oito dias navegando para cumprir o trajeto de manaus a Porto velho, que inclui o trecho do rio madeira. já no período da vazante, são necessários até 15 dias para navegar a mesma distância. o tempo de navegação é maior porque as embarcações não seguem viagem à noite e na madrugada. a restrição eleva em 30% o custo do transporte de cargas e de passageiros na vazante, que ocorre entre os meses de julho e outubro. o rio madeira, que banha o amazonas e rondônia, é uma das principais rotas fluviais das embarcações que transportam suprimentos, escoam produção agrícola e combustíveis na região. Por ele, são

transportados nas embarcações só de grãos aproximadamente 5 milhões de toneladas. a área entendida como hidrovia do madeira pelo governo federal abrange o trecho de Porto velho (ro) até a foz do rio, na confluência com os rios amazonas e apurinã. são 1.056 quilômetros do rio madeira e mais 212 quilômetros do rio aripuanã. entretanto, na prática a situação de navegabilidade é diferente da estimada pela administração da hidrovia. segundo o presidente da Fenavega, raimundo holanda, a ausência de dragagens na última seca causou redução da capacidade e da eficiência do transporte fluvial de cargas no rio madeira. “um comboio de embarcações que leva 40 mil toneladas, no período da seca do ano passado, só conseguiu transportar 9 mil toneladas por falta de investimento e dragagem. então, não existe dragagem. eles colocam a draga, o rio enche e eles fazem batimetria depois que o rio enche. isso tem acontecido todos os anos. no final, quem paga a conta são os armadores, porque deixam de navegar com capacidade total de transporte de cargas”, enfatiza holanda. Com informações da Fenavega.

IMPASSE departamento hidroviário

no paulista, como a instalação de ensecadeiras para elevar o nível de água na hidrovia. "isso vai melhorar a condição de navegação no trecho paulista e viabilizar a movimentação de celulose, grãos e combustíveis", disse. de acordo com ele, o plano de intervenções já obteve o aval do ons e já foi avaliado pela ana. contudo, os dois órgãos

Paralização da hidrovia já soma prejuízo de

R$ 700 milhões


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legislativo

Frente Parlamentar é lançada

de são Paulo aguarda repasse do governo federal para iniciar as obras

não confirmam tal informação. Procurados pela reportagem, as instituições apenas declararam que aguardam posicionamento do governo federal e do dhsP (departamento hidroviário de são Paulo). também acionado pela reportagem, o órgão paulista, responsável pela hidrovia, disse que espera o governo liberar dinheiro para fazer obras no

trecho onde as embarcações não passam, mas não tem uma previsão de quando isso deve acontecer. em janeiro deste ano, o ministério dos transportes havia anunciado que os governos federal e de são Paulo investiriam r$ 2,1 bilhões em melhorias na hidrovia. o que há de concreto é a formação de um grupo de trabalho formado pelos minis-

lançada durante o encontro na confederação, a Frente Parlamentar em defesa dos Portos, hidrovias e navegação do brasil buscará propor soluções legislativas para o desenvolvimento do transporte aquaviário, articulando suas atividades com as ações do governo e das entidades da sociedade civil. ela é presidida pelo deputado federal marcos rogério (Pdt/ro). “a bacia hidrográfica brasileira tem potencial enorme, o mundo nos inveja,

"Nosso maior problema é o consumo de energia a partir das hidrelétricas” RAIMUNDO CAVALCANTE FILHO Presidente da Fenavega

mas enquanto os estados unidos aproveitam o seu potencial hídrico, transportando mais de 60% de seu produto interno, nós transportamos apenas 13% pelas vias navegáveis. isso é pouco, o setor pode mais. só necessita de uma visão integrada de todos os envolvidos. Precisamos definir políticas públicas integradas”, comenta do deputado. a Frente Parlamentar foi assinada por 219 parlamentares, que apoiam a proposta.

térios dos transportes e das minas e energia para debater a situação. Por sistema logístico hidroviário, são transportados mais de 6 milhões de toneladas de cargas por ano. o sistema retira das rodovias, anualmente, 200 mil viagens de caminhões, reduz os custos de fretes em até 30% das origens ao Porto de santos,


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intensifica o fluxo de comércio entre são Paulo e o centro-oeste brasileiro e expande a produção e a participação do brasil no comércio mundial. a utilização do modal hidroviário promove a preservação do meio ambiente, com a redução da emissão de poluentes, maior eficiência energética e menor consumo de óleo diesel. o movimento pela retomada da hidrovia foi iniciado no dia 29 de abril, em barra bonita (sP), quando empresários e políticos se reuniram para discutir soluções para o setor, ainda sem avanços. segundo o presidente da Fenavega (Federação nacional das empresas de navegação), raimundo cavalcante Filho, apesar de as chuvas terem normalizado, o problema permanece. “não existe equilíbrio entre usuários da água. liberou demais para a produção de energia em detrimento dos demais usuários, principalmente navegação e agricultura irrigada”, explica. os transportadores avaliam recorrer à justiça para garantir a retomada das atividades. durante o evento na cnt, raimundo holanda esclareceu

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gestão

Uso múltiplo das águas conforme prevê a lei nº 9.433, a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas. assim, todos os setores usuários da água têm igualdade de acesso aos recursos hídricos. a Política nacional só traz uma exceção a essa regra, que vale para situações de escassez, em que os usos prioritários da água passam a ser o consumo humano e a dessedentação de animais. como as demandas por

que o objetivo do encontro era sensibilizar o governo e mobilizar empresários do setor com o propósito de frear o crescente impacto econômico com a crise enfrentada no tietê-Paraná. "nosso maior problema é o consumo de energia a partir das hidrelétricas. queremos tornar público o que está acontecendo no tietê-Paraná, que também es-

água para os mais variados usos vêm aumentando, o número de conflitos de interesses envolvendo a água também cresceu. Por isso, a ana age no sentido de mediar tais conflitos no brasil que podem contrapor diversos setores, como: elétrico e hidroviário, saneamento e turismo, irrigação e elétrico etc. Para garantir os usos múltiplos da água, a agência também trabalha para prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações.

tá atingindo a população, com a perda de aproximadamente 1,2 mil empregos diretos, além do aumento do movimento nas rodovias. não somos contra a produção de energia elétrica, mas é preciso haver equilíbrio e vontade política", afirma raimundo. edeon vaz Ferreira, diretor-executivo do movimento Pró-logístico de mato grosso,

SOLUÇÃO uma das soluções

demonstra preocupação com a situação. “só de grãos, mais de 2 milhões de toneladas são transportadas pela hidrovia. se fizermos uma conta, o setor privado, o produtor, está pagando por essa paralisação mais de u$ 50 milhões, que é a diferença do transporte hidroviário e rodoviário. além disso, há outros gastos para o país, como desgaste das ro-


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antaq/divulgação

“A nossa matriz de transporte prevê que, até 2025, 29% da carga serão transportados pela via aquaviária” seria reduzir a vazão nas hidrelétricas, estabelecendo o uso múltiplo das águas

dovias. acaba causando um problema não somente ao setor produtivo”, diz. Falta de planejamento além do prejuízo financeiro, há a questão do descrédito do modal hidroviário. quem faz o alerta é luiz Fernando siqueira, membro e ex-presidente do sindasp (sindicato das empresas de navegação de são Pau-

lo). “temos visto um descaso do governo com esse problema. os investimentos em navegação estão todos suspensos e sem previsão de retorno. a nossa matriz de transporte prevê que, até 2025, 29% da carga serão transportados pela via aquaviária. hoje, contudo, esse número não chega nem a 13%, e, com essa paralisação, deve diminuir”, informa.

LUIZ FERNANDO SIQUEIRA membro e eX-Presidente do sindasP

apesar de o período de estiagem ter sido utilizado para justificar a paralisação da navegação na tietê Paraná, é senso comum entre técnicos e empresários que houve falta de planejamento de longo prazo na hidrovia. em 2001, a região passou por situação semelhante e, desde então, não foram feitas as obras necessárias para evitar que o quadro se repetisse.

segundo a Fenavega, algumas soluções para reativar o escoamento da produção na região seria reduzir a vazão nas hidrelétricas, com atuação eficaz do operador nacional do sistema elétrico, e estabelecer o uso múltiplo das águas, assegurado pela agência nacional de águas. “a ana não fez cumprir a lei nº 9.433/97, que estabelece o uso múltiplo das águas, que deveria proporcionar a igualdade de acesso aos recursos hídricos”, critica o presidente da Fenavega. casemiro tércio, diretor do departamento hidroviário de são Paulo, avalia que a situação foi bem pior em 2001, mas, pelo fato de não ter havido os investimentos necessários, agravou-se o quadro. “já apresentamos três propostas para tentar retomar a navegação, mas o setor é desunido e falta uma ação política para mobilizar as autoridades. de certo, é inexorável a necessidade de uma eclusa no rio são josé dos dourados para proteger a hidrovia numa próxima estiagem. além disso, precisamos parar de fazer uma chave de braço com os órgãos competentes e começar a agir”, afirma. l


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CONHECIMENTO

Pensar o futuro do transporte dirigentes, empresários e acadêmicos do núcleo de inteligência e estratégia em transporte apresentam propostas para os próximos anos do setor Por DIEGO

setor de transporte no brasil está repleto de desafios. o país investe, atualmente, apenas 0,29% do seu Pib (Produto interno bruto) em transporte em contraste com os 1,8% investidos em 1975. no ano passado, foram injetados pouco mais de r$ 15 bilhões. além disso, o setor apresenta dificuldades de execução orçamentária, deficiências na implantação das obras, bem como sofre com planejamento inadequado e falta de priorização da agenda. Para agravar ainda mais a si-

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GOMES

tuação, o recente contingenciamento nas despesas do orçamento da união cortou mais de r$ 5,7 bilhões do ministério dos transportes. uma realidade que vai na contramão das necessidades da área. segundo o Plano de cnt de transporte e logística de 2014 elencou, o brasil precisa investir quase r$ 1 trilhão na sua infraestrutura de transporte para assegurar economia e competitividade. diante de tal cenário, pensar estrategicamente e planejar o transporte para os próximos anos são ações fundamentais

para a sustentação do setor. nesse sentido, o conhecimento acadêmico pode ser um importante aliado para os empresários. criado em 2013 pela cnt (confederação nacional do transporte), o núcleo de inteligência e estratégia em transporte é uma iniciativa que aproxima importantes atores para debater temas de grande relevância para o transporte, reunindo representantes da confederação, técnicos, executivos, empresários e acadêmicos engajados na expansão do setor. instância de assessoramento

da cnt, do sest senat e do itl (instituto de transporte e logística), o grupo é composto por 36 integrantes, sendo 13 representantes das entidades de classe filiadas à cnt, 12 especialistas do setor de transporte e 11 acadêmicos. a coordenação do núcleo está a cargo do itl, na figura da diretora-executiva, lucimar coutinho. “o nosso objetivo é extrair uma inteligência coletiva, fruto da reflexão e da análise do núcleo de inteligência. esse material serve de insumo para os nossos trabalhos do sistema cnt como um todo”, informa lucimar coutinho.


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REUNIÃO o diretor-executivo da cnt, bruno batista; a diretora-executiva do itl, lucimar coutinho; a diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart; e o diretor-adjunto do sest senat, aloísio carvalho (da esq. para dir.)

a iniciativa é inspirada em experiências internacionais exitosas, como a fórmula de conselhos profissionais dos estados unidos, que aproximam a academia do empresariado, visando a aumentar a competitividade. em sua primeira reunião ordinária de 2015 (a terceira, desde sua criação), realizada em 26 de maio, na sede da confederação, em brasília, o núcleo apresentou seus novos integrantes, que totalizam dois terços do colegiado, e buscou propor melhorias para os próximos 20 anos, sob a perspectiva

da inovação, competitividade e gestão do conhecimento. ao relatar os entraves e os desafios enfrentados pelo setor, o diretor-executivo da cnt, bruno batista, ressaltou a necessidade de reforçar a importância da área, que é imprescindível para o desenvolvimento econômico brasileiro. “nós representamos uma área que é meio para as demais atividades. isso, por um lado, gera um papel de bastante relevância, porque o transporte permite a conexão com outras atividades econômicas. Por outro lado, gera bastan-

te desafio, principalmente o da visibilidade. a imprensa repercute muito mais qualquer crise na indústria ou na agricultura. as grandes dificuldades do dia a dia do setor de transporte não aparecem na mídia, salvo alguma grande catástrofe”, diz. segundo bruno batista, um dos grandes obstáculos no brasil é a operação da multimodalidade em função de uma cultura de falta de planejamento integrado estratégico e de longo prazo. “melhora-se uma área e descobre-se outra. essa situação só vai mudar quando discu-

tirmos e debatermos boas ideias e levarmos ao governo. essa talvez é a grande missão do núcleo. temos representações setoriais de todas as áreas. uma discussão, aqui, em alto nível, pode gerar propostas para resolver o problema do transporte brasileiro”, afirma. Presidente da seção de transporte de cargas da cnt, Flavio bennati chama a atenção para a importância de o setor privado se envolver efetivamente nesse processo de melhoria da infraestrutura de transporte, de modo a pressionar as autoridades públi-


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NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA Fórum permanente de discussões estratégicas para o futuro do transporte brasileiro. Por meio de uma abordagem sistêmica, acompanha a realidade nacional e internacional do setor, identificando as principais tendências do mercado. são objetivos do núcleo: I – estimular a geração de conhecimento na área de transporte e logística, em todos os modais, com a participação de especialistas, acadêmicos e agentes decisórios do setor de transporte; II – Participar de estudos, pesquisas, análises, diagnósticos e ações orientadas ao desenvolvimento do setor de transporte e logística, com o objetivo de cooperar para o aumento de desempenho e integração dos modais de transporte; III – estimular a inteligência competitiva de mercado visando o fortalecimento das empresas de transporte e logística; IV – Participar de estudos de impactos ambientais, visando o desenvolvimento sustentável do setor de transporte; V – Pensar, com uma visão sistêmica e integrada, o transporte no futuro.

QUALIFICAÇÃ0

cas para que haja uma legislação menos burocrática e com mais segurança jurídica. “os projetos já estão mapeados. esse grupo deveria trabalhar em um processo de facilitador, para dar sinais ao governo de que temos de seguir por esse caminho. buscar essa resposta é a alternativa diante desse ciclo de investimento”, afirma. “temos que, sejam quais forem as ideias apresentadas aqui, reforçar o fórum de confederações para apresentar ao governo um projeto de transporte, logística e desenvolvimento integrado, uma vez que os problemas são comuns a todos as áreas”. essa é a percep-

ção do presidente da seção de transporte aquaviário da cnt, glen gordon Findlay. Para ele, um dos meios para pensar estrategicamente o setor é agir de maneira integrada com as demais confederações e entidades que representam importantes e estruturantes segmentos econômicos. ainda no campo das ações integradas, elton Fernandes, especialista em transporte aéreo da uFrj (universidade Federal do rio de janeiro), reiterou a necessidade de prospecção e de planejamento com antecedência. “Precisamos participar de todo o processo de tomada de decisões. temos de nos fazer presentes nas

audiências públicas realizadas pelo poder legislativo”, declara. os trabalhos e os estudos a serem desenvolvido pelo núcleo também devem levar em consideração a qualificação e a formação de profissionais. essa é a avaliação da diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart. “o núcleo pode contribuir para aprimorar a capacitação dos profissionais do setor. Podemos aproveitar os trabalhos desenvolvidos aqui para criar projetos no âmbito das nossas instituições”, diz. de acordo com ela, ao pensar nos obstáculos, nos desafios e nos projetos para o setor, é preciso buscar estratégias

para o desenvolvimento e a disseminação da cultura de transporte, promovendo a melhoria da qualidade de vida e do desempenho profissional do trabalhador, bem como a formação e a qualificação de novos profissionais para a eficiência e a eficácia dos serviços a serem prestados à sociedade. Mapa do setor como os principais gargalos para o setor, foram identificados a falta de capital humano qualificado, a ausência de informações confiáveis, integradas e atualizadas e os custos dos eventos de transporte afetados pela baixa qualidade da infraestrutura,


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Porto de santos/codesP/divulgação

núcleo pode contribuir para a capacitação dos profissionais do setor

burocracia excessiva, alta tributação, além da insegurança das operações de transporte, que sofrem com roubos e furtos. a partir disso, o grupo de especialistas apresentou propostas capazes de definir processos inovadores para ganhos de competitividade. elas serão avaliadas como um conjunto de ações estratégicas que busquem responder às necessidades no curto, médio e longo prazos, resultando no transporte do futuro, como parceiro estratégico do desenvolvimento nacional. nesse contexto, foi senso comum a importância do aumento de investimentos em programas de capacitação de mão de obra

especializada para os diferentes segmentos do transporte, a fim de atender às projeções de demanda dos diferentes modais por especialistas, graduados e técnicos. Foi ressaltada a necessidade da criação de um sistema que acomode informações relevantes para a realização de estudos e projetos do setor. na avaliação do núcleo, outro projeto fundamental é a intensificação e a participação da sociedade na formulação e na estabilização do ambiente regulatório do setor com vistas a diminuir a burocracia e reduzir a carga tributária. “as propostas serão apreciadas pela cnt e por todos os presidentes de seção. a expectati-

RESULTADO a expectativa é mapear as necessidades da área

A CNT E O SETOR DE TRANSPORTE a confederação busca apoiar o empresário na gestão do transporte e no planejamento do setor, além de estimular o desenvolvimento de políticas públicas que beneficiem o setor de transporte. Ela representa: • 31 federações • 4 sindicatos • 15 associações nacionais • 70 mil empresas • 1,9 milhão de autônomos

va é dar encaminhamento a elas e instituir um fórum de discussão. esse encontro foi o primeiro para passo para criarmos um mapa estratégico para o setor”, afirma lucimar coutinho. o núcleo seguirá trabalhando para estabelecer uma agenda estratégica do transporte brasileiro. a ideia é envolver o setor produtivo, a sociedade e o governo no processo de desenvolvimento da inteligência, inovação e competitividade da área. “tratase de um exercício prospectivo sobre as transformações necessárias que o setor de transporte deve percorrer nos próximos 20 anos e que acelerarão o crescimento do país”, declara. l


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SEST SENAT

Alerta sobre o tabagismo segunda etapa do comandos de saúde nas rodovias em 25 estados e no distrito Federal orienta os caminhoneiros sobre a importância dos cuidados com o bem-estar Por

segunda etapa do projeto comandos de saúde nas rodovias de 2015 atendeu 2.885 caminhoneiros em 26 trechos de rodovias federais de 25 estados e do distrito Federal. a segunda edição anual do evento foi realizada dia 20 de maio e abordou o tema tabagismo, tendo em vista que no dia 31 de maio comemora-se o dia mundial sem tabaco. a ação foi alinhada à campa-

A

JANE ROCHA

nha nacional de saúde de combate ao tabagismo e alertou os caminhoneiros sobre os riscos provocados pela principal causa de morte evitável do planeta. “É importante que os trabalhadores do setor de transporte rodoviário saibam os malefícios causados pelo tabaco e os riscos que o cigarro causa à saúde", destaca clésio andrade, presidente da cnt e do conselho nacional do sest senat.

na primeira edição anual do evento, realizada em 11 de março, profissionais de saúde levaram informações aos caminhoneiros sobre “alongamento diário para a coluna” e “saúde e segurança no trabalho”. as próximas etapas estão previstas para acontecer nos dias 19 de agosto e 21 de outubro. o caminhoneiro salim Firmino da silva participou da segunda edição do comandos de saúde nas rodovias quando passava pe-

lo km 13 da br-080, próximo a brazlândia (dF). Fumante há 35 anos, salim conta que recebeu boas orientações sobre os prejuízos que o fumo causa ao organismo. “Fumo dez cigarros por dia e pretendo acabar com o vício. a iniciativa do sest senat e do departamento de Polícia rodoviária Federal trouxe informações que incentivam o fumante a cortar o uso do tabaco”, afirmou. avelino gomes de jesus, 71


Fotos sest senat/divulgação

INFORMAÇÃO em brazlândia (dF), vários caminhoneiros assistem palestra sobre os riscos do tabagismo

SAÚDE motorista em cariri (to) participa da ação e aproveita para fazer o teste de acuidade visual


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EXAMES

ATENDIMENTO na br-116, em registro (sP), caminhoneiros realizaram diversos exames pelo projeto

anos, também participou da ação na br-080. hipertenso, o caminhoneiro conta que não tem tempo para cuidar da saúde e aproveita as edições do evento para aferir a pressão e realizar exames. “É uma excelente oportunidade que está no caminho dos motoristas. todas as vezes que cruzo com o comandos de saúde nas rodovias utilizo os serviços oferecidos”, afirma. ele participou pela quarta vez do projeto. o coordenador de Promocao

social do sest senat de brasília (dF), Paulo roberto de araújo cabral, acredita que é essencial repassar informações sobre os problemas causados pelo tabaco aos caminhoneiros. “campanhas de conscientização para os riscos do fumo são vistas positivamente. É sempre bom reforçar aos fumantes as consequências do vício”, destacou. Para o agente da PrF (Polícia rodoviária Federal), ronaldo ivan da cruz mesquita, o comandos de

saúde nas rodovias ajuda na redução de acidentes. “uma vez que o caminhoneiro está bem de saúde ele conduz melhor o veículo pelas estradas brasileiras. a parceria do sest senat com a PrF é fundamental, pois são duas instituições unidas que lidam com o mesmo tema”, destacou. Sobre o projeto o comandos de saúde nas rodovias é uma parceria entre o sest senat e o departamento de

CUIDADOS na br-364,


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em crato (ce), caminhoneiros aproveitaram para aferir a pressão arterial

ACOMPANHAMENTO motorista afere pressão arterial em manaus (am)

município de rio branco (ac), motorista é atendido pela equipe do sest senat

Polícia rodoviária Federal. o projeto orienta os motoristas sobre a importância dos cuidados básicos com a saúde. o evento tem como intuito prevenir acidentes, garantir mais segurança nas rodovias além de obter indicadores estatísticos sobre o perfil de saúde física e mental dos motoristas profissionais. os trabalhadores do setor de transporte rodoviário são abordados nas rodovias pelos agentes da Polícia rodoviária Federal

e convidados a participar da ação. depois de realizado um cadastro, os motoristas passam por exames rápidos, como aferimento de pressão, verificação de peso, altura, massa corpórea, circunferência cervical e abdominal, acuidade visual e auditiva, frequência cardíaca e glicemia. a realização dos exames é sempre acompanhada por um médico que, quando necessário, encaminha o motorista para um especialista.


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EXAMES motorista realiza exame de sangue no km 284, na br-040, próximo ao município de três marias (mg)

TABAGISMO em simões Filho (ba), os motoristas também receberam dicas sobre como parar de fumar

REGISTRO caminhoneiros fazem o


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ATENDIMENTO motorista confere o peso e a altura no comandos de saúde de boa vista (rr)

cadastro de atendimento em são luis (ma)

SAÚDE na br-392, rio grande do sul, caminhoneiro faz exames de saúde

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desde 2006, mais de 80 mil motoristas das rodovias participaram da ação. em 2014, foram realizados aproximadamente 14 mil atendimentos nas quatro etapas do comandos de saúde nas rodovias. os temas abordados no evento do ano passado foram “doenças endêmicas “saúde e segurança no trabalho”, “violência doméstica” e “combate a doenças sexualmente transmissíveis”. os profissionais do sest senat se mobilizam para realização do comandos de saúde nas rodovias que conta com odontólogos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e promotores de esporte e lazer. nas tendas de atendimento montadas pelo sest senat nos locais escolhidos para a realização do evento, os profissionais fazem orientações de saúde para a melhoria da qualidade de vida dos caminhoneiros. em 2013, 12.234 profissionais foram atendidos nas quatro edições do evento. no período, 40,49% dos motoristas avaliados estavam acima do peso, e 32,53% apresentaram características de obesidade, com circunferência abdominal elevada. além disso, 28,09% apresentaram alto nível de triglicerídeos, o que representa uma alimentação irregular e rica em carboidratos e gordura. l



FERROVIÁRIO malha Ferroviária - eXtensão em km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas

30.499 28.996 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO malha rodoviária - eXtensão em km TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

66.712 119.691 26.827 213.230

12.666 105.601 1.234.918 1.353.185

79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607

Federal estadual municipal rede Planejada Total

malha rodoviária concessionada - eXtensão em km adminstrada por concessionárias privadas administrada por operadoras estaduais Frota de veÍculos caminhão cavalo mecânico reboque semi-reboque Ônibus interestaduais Ônibus intermunicipais Ônibus fretamento Ônibus urbanos nº de terminais rodoviários

19.463 1.195

2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173

AQUAVIÁRIO inFraestrutura - unidades terminais de uso privativo misto Portos

35

material rodante - unidades vagões locomotivas

103.517 3.472

Passagens de nÍvel - unidades total críticas

12.289 2.659

velocidade mÉdia oPeracional brasil eua

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO aeródromos - unidades aeroportos internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados

34 29 2.387

aeronaves registradas no brasil - unidades transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo Privado outros Total

669 1.579 8.825 8.328 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

163

hidrovia - eXtensão em km e Frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias

12.021 7.854 1.800 7.321 28.996

122

Frota mercante - unidades embarcações de cabotagem e longo curso

malha Por concessionária - eXtensão em km all do brasil s.a. Fca - Ferrovia centro-atlântica s.a. mrs logística s.a. outras Total

41.635 20.956 2.055

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

rodoviário

485.625

61,1

Ferroviário

164.809

20,7

aquaviário

108.000

13,6

dutoviário

33.300

4,2

aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


72

CNT TRANSPORTE ATUAL

JUNHO 2015

BOLETIM ECONÔMICO

R$ bilhões

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até maio/2015 (R$ 1,26 bilhão)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até maio/2015)

25 20 15 10 5 0

0,02 (1,3%) 0,06 (5,2%)

1,13 (89,5%)

5,26

1,26

1,24

0,02

0,05 (3,9%)

autorizado

valores Pagos do exercício total Pago restos a Pagar Pagos obs.: o total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até maio de 2015)

rodoviário

aquaviário

Ferroviário

aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JUNHO/2015

Recursos Disponíveis 5.268,64 2.390,80 7.659,45

autorizado união dotação das estatais (infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário Ferroviário aquaviário (união + cia docas) aéreo (união + infraero) Investimento Total (Total Pago)

1.131,58 16,66 168,17 350,72 1.667,13

Fonte: orçamento Fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado Federal); Notas: (A) atualizado em 08.06.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 01.06.2015. (B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923. (D) a loa 2015 foi aprovado no congresso em 17 de março de 2015. contudo, apenas em 22 maio o contingenciamento foi divulgado com a publicação do decreto nº 8.456/15. diante disso, estes são os dados de execução orçamentária disponíveis para o fechamento de maio de 2015.(siga brasil). Nota sobre a CIDE: o ministério da Fazenda decidiu, em 19 de janeiro de 2015, alterar as alíquotas da contribuições de intervenção no domínio econômico – cide. as novas alíquotas, de r$ 0,10/l para a gasolina e de r$ 0,05/l para o diesel, devem passar a vigorar a partir de maio de 2015, apesar de o decreto que as regulamenta ainda não ter sido publicado. os recursos da cide são destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

2014 Pib (% cresc a.a.)1 selic (% a.a.)2 iPca (%)3 balança comercial6 reservas internacionais4 câmbio (r$/us$)5

Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016

0,1* 11,75 6,41 -3,96

-1,56 13,25 4,56 -2,30

-1,27 14,00 8,39 3,00

1,00 12,00 5,60 10,00

363,55

371,69

-

-

3,17

3,20

3,30

2,65

Fontes: receita Federal, siga brasil - senado Federal, ibge e Focus (relatório de mercado 29/05/15), banco central do brasil. Observações: (1) expectativa de crescimento do Pib para 2014 e 2015. (2) taxa selic conforme copom 29/04/2015 e boletim Focus. (3) inflação acumulada no ano e expectativas segundo o boletim Focus. (4) Posição dezembro/2014 e maio/2015 em us$ bilhões. (5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) saldo da balança comercial até maio/2015. * a taxa de crescimento do Pib para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014, os valores de 2015 referem-se ao valor acumulado no 1º trimestre de 2015 a preços de mercado.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 investimento total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 Ferroviário 1,0 0,8 0,6 aquaviário (união + cia docas) 1,3 0,7 1,2 1,4 1,8 aéreo (união + infraero) 14,8 15,0 12,7 13,1 Investimento Total

2011

2012 rodoviário

Ferroviário

2013 aquaviário

2014 aéreo

2014 9,1 2,7 0,5 3,2 15,5

Fonte: orçamento Fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado Federal)

8

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


REGIÕES3

Estados

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 orçamento Fiscal (total Pago2 por modal de transporte) acre alagoas amazonas amapá bahia ceará distrito Federal espírito santo goiás maranhão minas gerais mato grosso do sul mato grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná rio de janeiro rio grande do norte rondônia roraima rio grande do sul santa catarina sergipe são Paulo tocantins centro oeste nordeste norte sudeste sul não aplícavel Total

Rodoviário 36,69 65,67 0,00 11,42 97,75 2,39 0,00 18,30 39,37 79,00 153,21 0,07 2,99 88,96 0,37 38,89 1,00 16,60 60,20 2,23 0,00 0,00 125,14 205,11 40,58 0,52 45,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.131,58

Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 0,51 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16,14 16,66

Aquaviário 0,00 0,00 11,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 37,75 0,00 1,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,00 65,71

Aéreo 0,42 0,00 2,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,77 0,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 41,94 50,34

Total 37,11 65,67 13,93 11,42 98,27 2,39 0,00 18,30 44,14 89,64 153,21 0,07 2,99 88,96 0,51 38,89 1,00 16,60 60,20 2,23 0,00 0,00 125,50 242,86 40,58 1,62 45,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 63,08 1.264,29

Ranking

maiores desembolsos4 (total Pago acumulado até maio de 2015)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Ações orçamentárias7 manutenção de trechos rodoviários na regão sul manutenção de trechos rodoviários na região sudeste manutenção de trechos rodoviários na região norte construção de trecho rodoviário - divisa Pi/ba - divisa ba/se adequação de trecho rodoviário - Palhoça - divisa sc/rs - na br 101/sc - no estado de santa catarina adequação de trecho rodoviário - estiva - entroncamento br 402/ma construção de contorno rodoviário - entroncamento br- 040 - no estado de minas gerais adequação de trecho rodoviário - divisa al/Pe - divisa al/se adequação de trecho rodoviário - navegantes - rio do sul na br- 470/sc adequação de trecho rodoviário - Pedra branca - divisa se/al Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até maio - 2015

R$ milhões6 162,70 162,08 155,37 94,14 83,49 79,00 60,20 46,01 45,80 40,58 929,36 73,5%

Elaboração: confederação nacional do transporte orçamento Fiscal da união, atualizado em 08.06.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 01.06.2015.

Notas: (1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: siga brasil (execução do orçamento Fiscal da união). (2) o total Pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a Pagar Pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) as obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor Pago + restos a Pagar Pagos) em 2015. (5) ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento Fiscal da união no acumulado de janeiro a maio de 2015. (6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total Pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. (7) as ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o manual de técnico de orçamento 2015.

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


74

CNT TRANSPORTE ATUAL

JUNHO 2015

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

a confederação nacional do transporte (cnt) e o sest senat lançaram em 2007 o Programa ambiental do transporte - desPoluir, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• redução da emissão de poluentes pelos veículos • incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS* ESTRUTURA

AVALIAÇÕES AMBIENTAIS PERÍODO

2007 A 2014

aferições

1.235.589

aprovação no período

87,69%

2015

TOTAL

Federações participantes

26

100.099

1.335.688

unidades de atendimento

90

76,44%

86,85%

empresas atendidas

11.729

caminhoneiros autônomos atendidos

13.158

ATÉ MAIO

* dados preliminares sujeitos a alterações.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Para participar do Projeto redução da emissão de Poluentes pelos veículos, entre em contato com a Federação que atende o seu estado.

Carga (empresas)

Carga (autônomos)

Passageiros

FEDERAÇÃO Fetramaz Fetracan Fetrabase Fenatac FetransPortes Fetcemg FetransPar Fetranscarga Fetransul Fetrancesc FetcesP Fecam-sP Fecam-sc Fecam-rs Fecam-rj Fetac-Pr Fetac-mg Fetranorte Fetronor Fetrabase cePimar Fetrasul FetransPortes Fetram Fetramar FePasc FetransPor Fetergs

UFs ATENDIDAS ac, am, aP, Pa, ro e rr al, ce, ma, Pb, Pe, Pi e rn ba e se dF, go, ms, mt e to es mg Pr rj rs sc sP sP sc rs rj Pr mg ac, am, aP, Pa e rr al, Pb, Pe e rn ba e se ce, ma e Pi dF, go, sP e to es mg ms, mt e ro Pr e sc rj rs

TELEFONE (92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (71) 3341-6238 (61) 3361-5295 (27) 2125-7643 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (49) 3222-4681 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (42) 3027-1314 (31) 3271-9837 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (71) 3341-6238 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (27) 2125-7643 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622

a pesquisa “caminhoneiros no brasil - relatório síntese de informações ambientais” apresenta a realidade e as necessidades de um dos principais agentes do setor de transporte. informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, além de dados relacionados à frota, como distribuição e idade média; características dos veículos e dos deslocamentos; intensidade de uso e autonomia (km/l) da frota permitem aprofundar os conhecimentos relativos ao setor de transporte rodoviário.

8

SETOR

conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

o governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do Programa nacional de Produção e uso de biodiesel e da aprovação da lei n. 11.097. atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. essa mistura é denominada óleo diesel b e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. o objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel b, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.


CNT TRANSPORTE ATUAL

75

JUNHO 2015

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

BOLETIM AMBIENTAL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54

SETOR

mudança no uso da terra industrial* transporte geração de energia outros setores Total

2009

2010

2011

2012

2013

2014

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

rodoviário

31,68

34,46

36,38

38,60

40,60

41,40

Ferroviário

0,96

1,08

1,18

1,21

1,20

1,18

hidroviário

0,12

0,13

0,14

0,16

0,18

0,18

32,76

35,68

37,71

39,97

41,99

42,77

MODAL

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) (%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00

PARTICIPAÇÃO

Total

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2010 2011 2012 2013 2014 2015**

*Inclui processos industriais e uso de energia

(abril)

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

MODAL

rodoviário aéreo outros meios Total

diesel

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

49,23

52,26

55,90

58,57

60,03

18,54

gasolina 29,84

35,49

39,69

41,42

44,36

13,81

etanol

10,89

9,85

11,75

12,99

5,46

PARTICIPAÇÃO

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO*

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

co2 nox nmhc co ch4

15,07

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 25 de maio de 2015.

60% 50% 40%

co2 nox co nmhc mP

30% 20% 10% 0%

automóveis gnv comerciais leves (otto) motocicletas * inclui veículos movidos a gasolina, etanol e gnv dados de 2009 fornecidos pelo último inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários – mma,2011.

Ônibus urbanos

caminhões Pesados

9,3%

10 15 10 a 50

CE: Fortaleza, aquiraz, horizonte, caucaia, itaitinga, chorozinho, maracanaú, euzébio, maranguape, Pacajus, guaiúba, Pacatuba, são gonçalo do amarante, Pindoretama e cascavel. PA: belém, ananindeua, marituba, santa bárbara do Pará, benevides e santa isabel do Pará. PE: recife, abreu e lima, itapissuma, araçoiaba, jaboatão dos guararapes, cabo de santo agostinho, moreno, camaragibe, olinda, igarassu, Paulista, ipojuca, itamaracá e são lourenço da mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: belo horizonte, rio de janeiro, curitiba, salvador, Porto alegre e são Paulo. RJ: rio de janeiro, belford roxo, nilópolis, duque de caxias, niterói, guapimirim, nova iguaçu, itaboraí, Paracambi, itaguaí, queimados, japeri, são gonçalo, magé, são joão de meriti, mangaratiba, seropédica, maricá, tanguá e mesquita. 10** brasil SP: são Paulo, americana, mairiporã, artur nogueira, mauá, arujá, mogi das cruzes, barueri, mongaguá, bertioga, monte mor, biritibamirim, nova odessa, caçapava, osasco, caieiras, Paulínia, cajamar, Pedreira, campinas, Peruíbe, carapicuíba, Pindamonhangaba, cosmópolis, Pirapora do bom jesus, cotia, Poá, cubatão, Praia grande, diadema, ribeirão Pires, embu, rio grande da serra, embuguaçu, salesópolis, engenheiro coelho, santa bárbara d’ oeste, Ferraz de vasconcelos, santa branca, Francisco morato, santa isabel, Franco da rocha, santana de Parnaíba, guararema, santo andré, guarujá, santo antônio da Posse, guarulhos, santos, holambra, são bernardo do campo, hortolândia, são caetano do sul, igaratá, são josé dos campos, indaiatuba, são lourenço da serra, itanhaém, são vicente, itapecerica da serra, sumaré, itapevi, suzano, itaquaquecetuba, taboão da serra, itatiba, taubaté, jacareí, tremembé, jaguariúna, valinhos, jandira, vargem grande Paulista, juquitiba e vinhedo. demais estados e cidades 500*** * em partes por milhão de s - ppm de s ** municípios com venda exclusiva de s10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel s10, consulte o site do desPoluir: www.cntdespoluir.org.br *** a partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser s500. Para mais informações, consulte a seção legislação no site do desPoluir: www.cntdespoluir.org.br

3,3%

36,7%

0,0%*

34,0%

16,7% Pt. Fulgor 34,0% enxofre 16,7%

corante 3,3% aspecto 0,0%*

teor de biodiesel 36,7% outros 9,3%

(*) resultados respectivos por região, amostra total e percentual de reprovação: norte, 172 (0,6%); nordeste, 1.022 (0,6%); centro-oeste, 481 (3,7%); sudeste, 2.488 (1,3%) e sul, 1.124 (0,3%).

% nc

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - ABRIL 2015 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0

caminhões leves

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - ABRIL 2015

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S)* japão eua europa

Ônibus caminhões comerciais leves rodoviários (diesel) médios

trimestre anterior trimestre atual

10,0

9,7 0,0

1,5

14,4 5,9

2,4

0,0

4,2

4,6

6,2

3,5

11,4

14,4

0,0

ac al am aP ba ce dF es go ma mg ms mt Pa Pb 0 9,7 1,5 10 5,9 2,4 0 4,2 4,6 6,2 3,5 0 14,4 11,4 14,4 0 8,8 1,4 3,8 5,3 0 3,2 6,1 6,1 4 0 9,6 14,5 11 1,6 Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades. unidades Federativas para as quais não houve monitoramento nos períodos considerados: ac, dF, ms, Pi, ro e rr. trimestre atual: Fev a abr/2015; trimestre anterior: jan a mar/2015.

3,6 Pe 3,6 3

5,1 0,0

1,3

Pi 0 0

Pr 1,3 1,5

rj 5,1 7

0,0

0,0

0,0

rn 0 2,3

ro 0 0

rr 0 0

1,8 rs 1,8 3,3

1,1

1,9

3,9

4,0

4,0

sc 1,1 1,1

se 1,9 1,6

sP 3,9 3,4

to 4 3,2

brasil 4 4,2


EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE EFEITOS POLUENTES

PRINCIPAIS FONTES

CARACTERÍSTICAS

1

SAÚDE HUMANA

MEIO AMBIENTE

monóxido de carbono (co)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

gás incolor, inodoro e tóxico.

diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.

dióxido de carbono (co2)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

metano (ch4)

resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

gás tóxico, sem cor, sem odor. quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.

causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.

compostos orgânicos voláteis (covs)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.

composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.

óxidos de nitrogênio (nox)

Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

o no é um gás incolor, solúvel. o no2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

o no2 é irritante para os pulmões e causam o aquecimento global, diminui a resistência às infecções por serem gases de efeito estufa. respiratórias. a exposição continuada ou frequente a níveis elevados pode provocar causadores da chuva ácida5. tendência para problemas respiratórios.

ozônio (o3)

Formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.

gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

dióxido de enxofre (so2)

resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.

causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.

resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. Possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. o tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.

altera o ph, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.

material particulado (mP)

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

incômodo e irritação no nariz e garganta são causados pelas partículas mais grossas. Poeiras mais finas causam danos ao aparelho respiratório e carregam outros poluentes para os alvéolos pulmonares, provocando efeitos crônicos como doenças respiratórias, cardíacas e câncer.

causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.

causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

8

1. conforme o comunicado nº 213/2012 do centro internacional de Pesquisas sobre o câncer (iarc), vinculado à organização mundial da saúde (oms), a fumaça do diesel é classificada como substância cancerígena, na mesma categoria em que se encontram o amianto, o álcool e o cigarro. 2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou gnv. 3. Fontes fixas: centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. Processos industriais: procedimentos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. chuva ácida: provocada por emissões de dióxido de enxofre (so2) e óxidos de nitrogênio (nox) a partir de usinas de energia, carros e fábricas.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br



“se não vierem notícias mais concretas rapidamente, esse episódio logo cairá no esquecimento e o barco seguirá no mesmo ritmo de hoje” TEMA DO MÊS

Os investimentos anunciados pelo governo federal em junho

Anúncio do “pacote” nada traz de efetivo FERNANDO MARCONDES

á uma expressão que descreve com bastante propriedade o anúncio feito pelo governo federal sobre os novos investimentos em infraestrutura: “espirro em penas”. quando se espirra sobre um monte de penas, elas voam, se espalham, causando grande efeito visual, para depois se acomodarem de volta sem terem trazido nenhuma modificação real do “status quo” anterior. o anúncio do “pacote” nada traz de efetivo. aponta uma série de intenções do governo, sem esclarecer como elas se concretizarão. quais serão as regras? que modelo se pretende adotar, por exemplo, para as ferrovias (da última vez que o governo propôs um modelo, o mercado não levou a sério, pois previa investimentos desproporcionais à expectativa de ganho e uma atuação da valec que ninguém acreditou possível – e hoje se sabe que, de fato, ela não tem condições de atender)? nelson barbosa disse em seu discurso que “o governo precisa proporcionar segurança jurídica”. disso todos sabemos. Faltou dizer o que se pretende fazer para isso. afinal, os sinais do go-

H

FERNANDO MARCONDES advogado especialista em infraestrutura, sócio de l. o. baptista-svmFa advogados

verno são sempre em sentido contrário. vide, quatro anos atrás, o baque sofrido pelas concessionárias de energia que se viram diante da decisão do poder concedente de, simplesmente, não depreciar os ativos conforme determinavam os contratos – e oferecendo como “alternativa” às empresas o encerramento precoce das concessões. ou a recente ameaça veiculada, de antecipar o fim de algumas concessões rodoviárias. se o governo quer a parceria da iniciativa privada, não pode mudar a regra do jogo quando bem entende. leviandade espanta o investidor. o raciocínio é simples: as empresas têm acionistas. estes só aportam dinheiro se o negócio for bom. Para tirar seus recursos de uma aplicação financeira segura e colocá-los em um negócio de alto risco (como já é naturalmente uma concessão ou uma PPP) e de longo prazo, ele precisa de uma taxa de retorno mais interessante do que aquela que ele já possui no banco; e precisa ter certeza de que as regras, uma vez fixadas, valerão para todo o período contratado. não é isso o que tem ocorrido.

quando o governo federal anunciou um pacote de investimentos em infraestrutura em 2012 (que incluiu a mP nº 576, criação da ePl etc.), o entusiasmo foi grande. o governo gozava de mais credibilidade do que atualmente. o mercado se agitou e a economia acusou positivamente. Passado o tempo, apenas as concessões rodoviárias e parte dos aeroportos se concretizaram. agora, o estardalhaço veio com muito menos subsídios do que aquele de 2012, e em um momento em que o governo vive uma crise de credibilidade sem precedentes. logo, se não vierem notícias mais concretas rapidamente, esse episódio logo cairá no esquecimento e o barco seguirá no mesmo ritmo que segue hoje. o setor da construção não para de demitir. há segmentos que já demitiram mais de 50%. não há fluxo de caixa nas construtoras, há poucas obras sendo anunciadas. a reforma política é um fiasco, a carga tributária continua brutal e a conta dos últimos anos de desmandos está explodindo no colo do trabalhador. com esse cenário e sem propostas concretas, nada mudará.


“o caminho para a solução de nossos problemas de competitividade requer investimentos pesados nos modais de transporte”

Soluções de infraestrutura não virão no curto prazo MÁRCIO SALVATO

a segunda semana de junho, vimos o governo federal anunciar a nova fase do Pil (Programa de investimento em logística) com o propósito de atrair os recursos privados para promover a expansão e a modernização da infraestrutura de transportes do brasil em todos os seus modais: aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. a previsão é que nesta nova fase sejam alocados quase r$ 200 bilhões pelos próximos anos, sendo quase r$ 70 bilhões entre 2015 e 2018 e o restante a partir de 2019. esta é mais uma tentativa do governo de tentar resolver antigos gargalos de infraestrutura que impactam diretamente no preço final dos produtos brasileiros, sendo aspecto relevante na definição da competitividade dos mesmos frente aos concorrentes externos. cabe ressaltar que na primeira fase do Pil, anunciada em meados de 2012, havia uma previsão de mais de r$ 130 bilhões apenas para rodovias e ferrovias, mas pouco saiu do papel: apenas seis de uma previsão de nove trechos de estradas foram leiloados e não houve avanços nos projetos de ferrovias. este

N

resultado frustrante é, em parte, devido ao modelo de concessão adotado para a atração de investidores. a fórmula previa que os ganhadores das concessões seriam aqueles que entregassem propostas com a menor tarifa ou maior movimento e se submetiam a cumprir os planos de investimento no período máximo de cinco anos. o resultado foi óbvio: somente aqueles projetos que exigiam menores investimentos e que tinham rentabilidade imediata é que lograram sucesso. os projetos que envolviam maior risco e maiores recursos não tiveram ofertantes. nessa nova fase, contudo, o governo propõe mudanças na fórmula de concessões de modo a atrair os investidores nacionais ou internacionais. trata-se de concessão por meio de outorga, no qual vence quem paga ao governo o maior bônus pelo direito de explorar um serviço. em momentos de baixa expectativa de crescimento (neste caso, negativa) e taxas de juros elevadas, os planos de investimentos são naturalmente “engavetados” pelo setor privado. neste caso, a atração de recursos privados para esses leilões de concessões re-

quer que sejam melhores remunerados, ou pelo menos que a remuneração seja compatível com o risco do negócio. o tamanho do nosso problema de logística de transporte é muito grave para ser resolvido de uma só vez, e ademais o volume de recursos anunciados podem ser alocados em até 30 anos para as concessões mais longas. logo, não é uma questão de curto prazo. Para aqueles que dizem que está vindo com muito atraso, digo que antes tarde do que nunca. se houver parceria com o setor privado para resolver os gargalos de competitividade, serão sempre benvindos. sobre a viabilidade, realmente temos que esperar para ver, e isso nos remete a um outro problema: a fase de editais, leilões e projetos requer muito tempo e as soluções de infraestrutura não virão no curto prazo. Por fim, se o governo está apenas criando uma cortina de fumaça para se esconder só podemos lamentar, mas certos de que o caminho para a solução de nossos problemas de competitividade re- MÁRCIO SALVATO quer investimentos pesados doutor em economia e coordenador do curso de economia do ibmec/mg nos modais de transporte.



CNT TRANSPORTE ATUAL

JUNHO 2015

81

“a confiança é a alma do negócio, e o governo terá que recuperar a credibilidade perdida em mudanças e imposições” ALEXANDRE GARCIA

À espera de R$ 200 bilhões o Palácio do Planalto, foram só aplausos; fora do Palácio, enquanto mãos aplaudiam as boas intenções, pés se punham atrás, na desconfiança aprendida nas frustrações e na dura realidade da logística brasileira. o plano anterior estava meio atolado, patinando; agora foi ressuscitado com reforços. a presidente fez o discurso ufanista de hábito, os convidados aplaudiram como de hábito e agora torcemos todos para que o anúncio não seja um tiro curto, como de hábito. as prioridades foram bem escolhidas, sem dúvida. a maior parte para ferrovias no país imenso sem trilhos. no plano semelhante de 2012, as ferrovias não saíram da estação do anúncio. será que agora esse trem sai? depois das ferrovias, as rodovias, os portos e os aeroportos, nessa ordem em tamanho de investimento. em valores, é o maior plano de logística já anunciado no brasil. espera-se que o governo tenha aprendido algumas lições com a prática de concessões. mas é preciso começar pelas agências reguladoras, que vieram para desemperrar, mas não conseguiram ter a autonomia anunciada nem a agilidade para funcionar sem burocracia. agora, o governo fala em aliviar a burocracia. mas, por enquanto, a fala é uma coisa e a ação, a prática, é outra. mudar regras de acordo com o temperamento do dia assusta investidores, que precisam de segurança jurídica e política. e o governo que se move por ideologia precisa cair no mundo real, o mesmo em que a sabedoria chinesa vem trilhando há duas décadas com excelentes resultados. um mundo gerido pela eficiência. governo eficiente é realista e precisa saber que, a iniciativa privada, para botar numa atividade o dinheiro que o governo não tem, precisa de remuneração, não de confisco. a confiança é a alma do negócio, e o governo terá que recuperar a credibilidade perdida em mudanças e imposições. o caso da medida provisória nº 579, que desarticulou o sistema elétrico, está bem presente em corações e mentes. a intromissão do governo conseguiu o milagre de fazer ninguém ganhar e todos perderem: as geradoras, as distribuidoras, os consumidores e o próprio governo. hoje a eletricidade é um dos fatores da inflação.

N

além disso, o anúncio, feito para dar ânimo a um país envolto em pessimismo, chega em momento em que todos procuram proteção; difícil encontrar espírito para investimento em tempos de encolhimento do Pib. que encontremos na crise as oportunidades, é o desejo otimista dos que sabem que o amanhã nos espera neste mesmo país. Por isso é que o governo ainda não anunciou as regras dos leilões e das concessões; apenas os investimentos esperados das concessionárias. espera-se que o governo ouça os potenciais investidores para algo de comum acordo que também seja do interesse dos que vão usar as ferrovias, as rodovias, os portos e os aeroportos. alguns desses potenciais podem estar literalmente presos à lava jato. e fora da disputa. e o dinheiro? o governo prometeu 70% de crédito, por parte do bndes, mas não totalmente com juros subsidiados. certamente, haverá interesse estrangeiro. a china já mostrou o interesse dela numa ferrovia que ligue o brasil ao Pacífico. o anúncio do governo fala em r$ 40 bilhões para essa ferrovia e menciona que se destina a exportações brasileiras para a china. a china, obviamente, pensa que a ferrovia é para exportar produtos chineses. o que o comércio entre os dois países mostra é que vendemos commodities e compramos manufaturados - o que não é muito interessante para a indústria nacional. e a ferrovia, que vai ter que cruzar os andes, não tem sequer projeto. vamos torcer para que tudo aconteça de acordo com a nossa nacional qualidade de ter esperança. que o governo seja realista, que gaste menos para poder investir em serviços públicos, porque pagar imposto ninguém mais aguenta. no ajuste fiscal, que permeia esse anúncio de concessões, que o governo faça o que dele esperamos: que corte a gordura e se livre dos parasitas. e que em alguns anos possamos ter transportes como têm os países que levam a sério a circulação física da riqueza. que a pompa e a circunstância dos anúncios não sejam apenas peças publicitárias, mas compromissos dos mandatários perante seus mandantes.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

JUNHO 2015

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio soares de andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

newton jerônimo gibson duarte rodrigues

eudo laranjeiras costa antônio carlos melgaço knittel eurico galhardi josé luís santolin Francisco saldanha bezerra jerson antonio Pícoli joão rezende Filho dante josé gulin mário martins

escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES ENTREVISTA

MEIO AMBIENTE

muito boa a entrevista com o presidente da associação de comércio exterior do brasil, josé augusto de castro. ele foi claro ao afirmar que o cenário para 2015 não é otimista, pois esse será o quinto ano consecutivo na queda de exportações no brasil e o segundo ano consecutivo em que o país tem deficit comercial. josé augusto de castro alerta ainda que o brasil tem uma rede de transporte que não é suficiente para atender a demanda de exportação e que o país investe muito pouco em transportes. Parabéns pela entrevista.

É bom saber que a indústria estuda novas tecnologias e a implementação de medidas para reduzir as emissões e o consumo de combustível. já passou da hora de se investir em projetos de transporte sustentável que permita a preservação do meio ambiente. acredito que o brasil está atrasado, mas a iniciativa já é um grande avanço. o teste do protótipo do ônibus elétrico em 2016 deve apontar se o caminho é o correto.

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

meton soares júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

jacob barata Filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

josé da Fonseca lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

marco antonio gulin otávio vieira da cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio benatti Pedro josé de oliveira lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

edgar Ferreira de sousa

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

luiz anselmo trombini urubatan helou irani bertolini Paulo sergio ribeiro da silva eduardo Ferreira rebuzzi oswaldo dias de castro daniel luís carvalho augusto emilio dalçóquio geraldo aguiar brito vianna augusto dalçóquio neto euclides haiss Paulo vicente caleffi Francisco Pelúcio

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

glen gordon Findlay lúis ivan janaú barbosa TRANSPORTE FERROVIÁRIO

rodrigo vilaça joubert Fortes Flores Filho TRANSPORTE AÉREO

josé afonso assumpção Wolner josé Pereira de aguiar CONSELHO FISCAL (TITULARES) david lopes de oliveira Éder dal’lago luiz maldonado marthos josé hélio Fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) jerson antonio Pícoli andré luiz zanin de oliveira josé veronez eduardo Ferreira rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

luiz Wagner chieppe alfredo josé bezerra leite lelis marcos teixeira josé augusto Pinheiro victorino aldo saccol

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

moacir da silva sergio antonio oliveira josé alexandrino Ferreira neto josé Percides rodrigues luiz maldonado marthos sandoval geraldino dos santos renato ramos Pereira Éder dal’lago andré luiz costa getúlio vargas de moura braatz nilton noel da rocha neirman moreira da silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

marco machado soares claudomiro Picanço carvalho Filho andré luiz zanin de oliveira moacyr bonelli george alberto takahashi josé carlos ribeiro gomes aloisio sobreira josé rebello iii josé roque Fernando Ferreira becker raimundo holanda cavalcante Filho jorge afonso quagliani Pereira eclésio da silva andré macena de lima

Carolina Alves curitiba (Pr) RODOVIAS a matéria sobre perigos nas rodovias mostra que o atropelamento continua sendo a principal causa de morte no país. a carência de passarelas, principalmente nas vias de perímetro urbano, aumenta ainda mais o número de atropelamentos. É necessário mais investimento nas rodovias do brasil ou teremos um alto índice de mortos nas estradas. Izabel Ruth Rocha bambuí (mg)

Rafaela Souza brasília (dF) MAIO AMARELO Fundamental a realização da blitz educativa pelas rodovias do brasil. Parabéns a todos os envolvidos na ação que pretende reduzir o número de acidentes nas estradas brasileiras. É preciso conscientizar os motoristas com ações eficazes. Daniel Salgado manaus (am)

Cartas: saus, quadra 1, bloco j edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (dF) e-mail: imprensa@cnt.org.br Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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