Ar mais puro

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edição informativa da cnt

CNT

ano XXi número 239 agosto 2015

T R A N S P O R T E

AT UA L

Ar

mais puro

Programa Ambiental, da CNT e do Sest Senat, completa 8 anos e proporciona mais qualidade de vida ao trabalhador em transporte entrevista com CARLOS HENRIQUE RIBEIRO DE CARVALHO, pesquisador do ipea




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CNT TRANSPORTE ATUAL

AGOSTO 2015

CNT

REPORTAGEM DE CAPA desenvolvido pela cnt e pelo sest senat desde 2007, o despoluir - programa ambiental do transporte contribui com a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do setor ao garantir a redução da emissão de poluentes página 20

TRANSPORTE ATUAL ano XXi | número 239 | agosto 2015

ENTREVISTA

carlos Henrique de carvalho fala sobre mobilidade página

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SUSTENTABILIDADE • sondagem cnt de eficiência energética apresenta as experiências de empresas para reduzir o consumo de combustível página

CAPA sergio alberto/cnt

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL aloisio carvalho bernardino rios pim bruno batista etevaldo dias lucimar coutinho nicole goulart

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br saus, quadra 1 - bloco J - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar cep 70070-010 • brasília (df) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

EDITOR

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

americo ventura mtb 5125 [americoventura@sestsenat.org.br]

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publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do 1º ofício de registro civil das pessoas Jurídicas do distrito federal sob o número 053. tiragem: 40 mil exemplares

os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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METROFERROVIÁRIO

MOBILIDADE

sistema sobre trilhos completa 41 anos

diminui o número de passageiros de ônibus

página

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AVIAÇÃO

empresas ampliam investimentos no transporte de cargas página

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página

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www.

cnt.org.br

Vacinação reduz risco de contrair doenças durante as viagens

AEROPORTOS • levantamento da sac avalia a qualidade dos serviços oferecidos em 15 terminais do país; curitiba teve a melhor pontuação página

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RIO MADEIRA

AQUAVIÁRIO

depois de dois anos, encontro debate lei dos portos ainda pirataria e falta sofre com a burocracia de dragagem página

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página

INICIATIVA

Seções duke

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opinião

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mais transporte

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projeto saúde nos portos é lançado pelo sest senat página

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SEST SENAT boletins

72

alexandre garcia

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cartas

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nova edição do circuito de caminhada e corrida de rua página

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viajar de férias ou a trabalho requer cuidados com a imunização. internacionalmente, a vacina mais exigida é contra a febre amarela. no brasil, ela também é recomendada, já que há diversas áreas de risco de contágio. por orientação do ministério da saúde, com até duas doses, a pessoa estará protegida. elas são aplicadas em intervalos de 10 anos. mas o médico epidemiologista luiz fernando de carvalho lembra que, a depender do destino, do tempo de permanência e dos objetivos da viagem, podem ser indicadas outras imunizações. essa e outras notícias você encontra no site da cnt (www.cnt.org.br).


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Duke

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“preterir as obras ligadas à infraestrutura, como as rodoviárias, só contribui para o aumento do custo do transporte, agrava o problema” OPINIÃO

clésio andrade

Deixar de investir só agrava a crise

V

ivemos um período delicado de crise econômica e de instabilidade política, em que os nossos setores produtivos são diariamente desafiados. o reflexo disso é o baixo investimento em infraestrutura, tão necessário para fomentar políticas anticíclicas. um exemplo ilustrativo desse quadro negativo está na maioria das obras previstas no pac (programa de aceleração do crescimento). segundo levantamento da ong contas abertas, a execução orçamentária do programa teve uma redução de 36% no primeiro semestre de 2015 comparado ao mesmo período do ano anterior. entre janeiro e junho, foram investidos r$ 19,9 bilhões nas ações do programa pela união ao passo que, no ano passado, foram r$ 31,1 bilhões (valores corrigidos pelo ipca). foi o menor investimento do pac em um primeiro semestre desde 2011, paralisando importantes obras de infraestrutura, sobretudo no setor de transporte. esses números demonstram que o governo continua com sérios problemas gerenciais, reforçando sua característica de dificuldades crônicas para executar obras estruturantes para o país. isso é preocupante, uma vez que o brasil enfrenta uma fase de crescimento negativo e não dá mostras de reação a curto prazo. a economia deve ter retração de 1,7%, neste ano, de acordo com projeção de instituições financeiras consultadas semanalmente pelo banco central. cabe reiterar que já estamos em compasso de expressivos de cortes desde o anúncio, no primeiro semestre deste ano, do contingenciamento do orçamento da união, que suprimiu, só do transporte, quase r$ 6 bilhões. e esses ajustes influem não apenas nas despesas com custeio, mas também na maior parte dos investimen-

tos. o que as nossas autoridades têm de ter mente é que, ao se deixar de investir, deixa-se de gerar emprego e de arrecadar, bem como impede que o país o retome o caminho do desenvolvimento e crescimento sustentáveis. nesse sentido, preterir as obras ligadas à infraestrutura, como as rodoviárias, só contribui para o aumento do custo do transporte, agrava o problema da segurança dos usuários e trava ainda mais todo o sistema de transporte e logística, impactando, assim, em toda a economia. o mercado já sente fortemente os efeitos desse “efeito dominó” provocado pela queda nos investimentos. as vendas de automóveis, por exemplo, têm batido sucessivos recordes negativos, e as projeções indicam que o setor fechará o ano com o pior resultado em 10 anos. a esperança, contudo, fica por conta de o governo federal levar efetivamente a cabo o investimento de r$ 198,4 bilhões, nos próximos anos, em concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, previstos no pil (programa de investimento em logística). entendemos que o ajuste fiscal, por mais necessário que seja, gera incertezas na economia; a indústria em baixa e os reflexos da operação lava Jato afetam a cadeia de fornecedores de infraestrutura; e a crise política distancia potenciais investidores. no entanto, melhorar o ambiente de negócios e a confiança do setor privado e reestabelecer a estabilidade política e fiscal são compulsórios, a fim de recuperar a capacidade de investir. por esse motivo, considero imprescindível retomar o ritmo de investimentos em infraestrutura e logística, uma vez que esse é o mais estratégico caminho para alavancar a economia e aumentar a competitividade do brasil.


“se analisarmos o tempo de viagem e outros atributos ligados à para os mais pobres, as condições são muito piores do que para

ENTREVISTA

CARLOS HENRIQUE RIBEIRO DE CARVALHO - pesquisa

Transporte público por

s centros urbanos brasileiros apresentam um atraso de, pelo menos, três décadas no que diz respeito à mobilidade. por muito tempo, investiu-se no estímulo ao transporte individual em detrimento do coletivo e do não motorizado, ao passo que o modelo de ocupação espacial concentrou atividades econômicas e alijou milhões para as periferias. essa é a avaliação de carlos Henrique ribeiro de carvalho, pesquisador do ipea (instituto de pesquisa econômica aplicada), especialista em transporte urbano e mestre em engenharia de transportes. “ainda há um passivo muito grande em termos de políticas públicas, porque sempre o foco era o automóvel, mas acredito que houve um ponto de inflexão e que essas modalidades terão mais protagonismo”, afirma carvalho. promulgada em 2012, a lei da mobilidade urbana foi instituída para

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DIEGO GOMES

tentar conferir uma nova perspectiva ao planejamento das cidades brasileiras. ela buscou reverter essa lógica e já é considerada um marco para a área. Como se deu esse modelo de urbanização e organização socioespacial dos municípios brasileiros, e como eles afetaram as condições de mobilidade? o brasil passou, rapidamente, da condição de um país com população majoritariamente rural para um de população predominantemente urbana. Houve um êxodo rural, o aumento das taxas de natalidade e de fecundidade. ou seja, um forte crescimento da população, com ela, cada vez mais, deslocando-se para as regiões centrais. obviamente que as infraestruturas urbanas não conseguiram acompanhar esse crescimento no mesmo ritmo. isso impactou

nas condições de mobilidade da população. em paralelo, a população mais pobre ia se localizando nas periferias desses grandes centros urbanos, em função do valor da terra. as cidades iam se espraiando e a forma de atender a esse sistema de mobilidade era utilizando automóvel e lotação, mas com infraestrutura precária. esse foi o mote principal que, de uma certa forma, determinou as péssimas condições de mobilidade que se perpetuam até hoje. Como as políticas de mobilidade urbana acompanharam a acelerada urbano-metropolização do país? desde a constituição de 1988, a união meio que se afastou da problemática urbana, especificamente das questões ligadas à mobilidade, já que a carta magna considerou competência munici-

pal a gestão e planejamento do transporte urbano; e estadual a gestão dos sistemas metropolitanos. À união, coube apenas definir diretrizes gerais do sistema. em 2012, finalmente o governo federal publicou a lei da mobilidade urbana que nada mais é do que um conjunto de diretrizes que atendem ao que estava preconizado na constituição. com essa nova legislação, priorizou-se o transporte não motorizado (bicicleta e deslocamento a pé) em relação ao motorizado e o transporte público coletivo em detrimento do individual. isso foi importante para que dirigentes e políticos investissem efetivamente em políticas de mobilidade sob essa ótica. Nesse sentido, como tem sido a execução da Política Nacional de Mobilidade Urbana? a lei da mobilidade urbana


arquivo pessoal/divulgação

qualidade do transporte, os mais ricos” dor do ipea

prioritário deu as diretrizes para que os responsáveis pudessem executar as políticas dentro daqueles princípios que mencionei. isso já foi um avanço. a união retornou com os financiamentos pesados em sistemas de mobilidade, principalmente com o pac (programa de aceleração do crescimento) – inicialmente, tivemos um pac mais focado em sistemas metroferroviários, abrangendo mais a cbtu (companhia brasileira de trens urbanos); em seguida, teve o pac 2, abrangendo sistemas rodoviários – aí, basicamente, brts nas 12 cidadessede da copa do mundo. todo esse investimento seguiu a lógica de se priorizar o transporte público em detrimento do individual. De que maneira o aspecto socioeconômico interfere nessa equação do deslocamento cotidiano? as cidades brasileiras são, na

verdade, segregadas espacialmente. nas periferias, nas regiões mais distantes, as pessoas mais pobres vivem e residem, mas os empregos estão concentrados nas áreas mais centrais ou em alguns novos espaços dinâmicos economicamente. isso gera muitas viagens pendulares. é um problema sério, porque as pessoas de mais baixa renda estão distantes dos empregos e das melhores oportunidades que a cidade pode oferecer. para atender a esse grande contingente de pessoas de baixa renda, tem um custo alto do transporte, ao mesmo tempo em que essas pessoas têm baixo poder de pagamento. Estudo do Ipea aponta que, nas grandes cidades, 10% das famílias mais pobres comprometem até 15% da renda com o transporte – índice quatro vezes maior que a média das famí-

lias brasileiras, que é de 3% – ao passo que os 10% mais ricos comprometem apenas 1%. Isso explica a falta de tratamento prioritário para essa questão? se analisarmos o tempo de viagem e outros atributos ligados à qualidade do transporte, para os mais pobres, as condições são muito piores do que para os mais ricos. os ricos já moram perto dos equipamentos urbanos, empregos e possuem tempos de viagem baixos, ao contrário dos mais pobres. no brasil, há uma desigualdade grande de renda, então, os mais ricos tendem a ter um impacto do transporte sobre a renda menor do que os mais pobres. o transporte público é visto como

um serviço para pobre. e isso ocorre na prática se analisarmos o gasto per capita com transporte individual e público. as famílias, à medida que atingem um determinado nível de renda, tendem a reduzir seu gasto com transporte público. no transporte privado, é o contrário. com qualquer ganho a mais, elas tendem a gastar com transporte privado. temos que mudar essa consciência. Quais as alternativas ao mecanismo de financiamento baseado centralmente na tarifa? Um sistema de tarifa zero é viável? a discussão que está por trás da tarifa zero é o financia-


mento: só o usuário deve pagar pelo transporte? normalmente, é isso o que temos, com exceção de são paulo e brasília, onde o subsídio é maior. vivemos uma realidade de 8 ou 80. temos que chegar ao meio termo. uma parte do custeio do transporte tem que ser, sim, bancado pelo usuário por meio de tarifa. é complicado estipular tarifa zero porque a demanda tende a crescer muito acima da capacidade de oferta. por outro lado, é injusto jogar todo o ônus nas costas do usuário, principalmente porque sabemos que se trata do de baixa renda. temos que achar uma forma de financiamento por meio de tarifa e uma parte pela sociedade, pelas políticas específicas (e não basta simplesmente pegar do orçamento público, como são paulo faz, sob o risco de comprometer outras áreas vitais). o ideal é ter uma característica de progressividade: quem pode mais, aga mais; e quem pode menos paga menos. Os municípios com mais de 20 mil habitantes deveriam ter apresentado um Plano Municipal de Mobilidade Urbana no primeiro semestre deste ano, mas a maioria descumpriu o prazo. Como está esse processo? na verdade, a penalidade para quem não atende a esse requisito da lei é simplesmente não poder

acessar os programas de financiamento do governo federal. esses municípios menores já não acessavam mesmo. por isso que a grande maioria não se preocupou muito com essa questão. os programas federais geralmente são focados em grandes centros urbanos. o governo estendeu o novo pac, agora, para as cidades acima de 300 mil habitantes. Já é um avanço. outro problema é que muitos dos municípios fizeram um plano só para cumprir o requisito exigido para poderem acessar determinado recurso federal. normalmente, esses planos não são efetivos, são de prateleiras, adaptações do plano de outra cidade, sem representar as necessidades ou a visão futura daquela cidade. No que se refere à relação quase paradoxal entre planos de mobilidade urbana e políticas econômicas e de desoneração tributária, qual é a prioridade: esvaziar os pátios das montadoras ou melhorar a qualidade de vida nas cidades? acho que tem que ser uma coisa clara. não adianta estabelecer barreiras para a indústria automobilística, porque ela é importante para o país, gera empregos, arrecada tributos, move a engrenagem da economia. as políticas têm que ser focadas no uso, no dia a dia, não na aquisição. por exemplo, o que seria focar na aquisição? aumentar tributo co-

POLÍTICA lei da mobilidade urbana, assinada em 2012, priorizou

“Não adianta estabelecer barreiras para a indústria automobilística. As políticas têm que ser focadas no uso, no dia a dia, não na aquisição”

mo o ipi ou o icms. na europa, por exemplo, as famílias têm alta renda e não deixam de comprar seus veículos. contudo, para usá-los diariamente, o custo é alto, em função das políticas adotadas focadas no uso. para tal, pode-se aumentar a tributação da gasolina. ou seja, foca-se na propriedade, e não na aquisição. De que maneira as manifestações de meados de 2013 colocaram a questão da precariedade da mobilidade urbana como central para o bemestar das populações? elas elevaram a problemática do transporte para o primeiro escalão. em nosso país, a questão do transporte sempre ficou no segundo nível de problema, sempre foi secundária. tanto é que, em muitas cidades, concede-se à ini-


sergio alberto/cnt

o transporte público e o não motorizado

ciativa privada a operação e, frequentemente, a prefeitura se retira totalmente do problema. a população, na verdade, nessas manifestações, falou justamente o contrário: isso é um problema do poder público. ele que tem que resolver isso aí, criar as condições de melhoria, de aumento da qualidade e da redução do preço, porque a percepção geral é que o preço pago não correspondia à qualidade ofertada. Curitiba ainda é modelo em mobilidade urbana? E no exterior, quais cidades apresentam exemplos a serem seguidos? curitiba é um exemplo inovador no sentido de transformar sistema rodoviário em um de transporte de alta capacidade – é o que chamamos de “metronização” do ônibus. a grande ino-

“No nosso país, a questão do transporte sempre ficou no segundo nível de problema, sempre foi secundária” vação foi trabalhar o ônibus como se fosse um sistema metroviário, com embarque em nível, cobrança fora e área livre de circulação para os ônibus. a vantagem disso é o custo. o sistema de brt de curitiba custa 10% a menos que um sistema metroferroviário. é uma alternativa interessante. outro exemplo bemsucedido foi a integração do planejamento urbano com o de transportes – a cidade cresceu em torno dos eixos de transporte de massa. agora, não adianta pegar o modelo curitibano e querer replicar. tem que absorver os princípios. foi o que bogotá (colômbia) fez, acrescentando outros pontos, como a proibição de acesso de automóveis ao núcleo econômico da cidade. na europa, temos a participação expressiva do transpor-

te não motorizado também dentro da matriz de deslocamento, principalmente de bicicleta. em amsterdã, 50% das viagens são feitas de bicicleta. Qual a avaliação sobre a cruzada da atual gestão da Prefeitura de São Paulo para investir maciçamente em ciclovias e corredores de ônibus? após as manifestações de 2013, em que a questão da mobilidade urbana ganhou destaque, são paulo adotou essas medidas em função de um ambiente mais propício, coisa que era impossível há dez anos: você pegar uma via e falar ‘aqui só passa ônibus’. outro aspecto é o transporte não motorizado, que também está cada vez mais sendo aceito, principalmente a bicicleta. a sociedade, hoje, já permite. isso é fundamental e é reflexo da lei da mobilidade urbana. Como avalia o crescimento vertiginoso do número de motos nos principais centros? Trata-se de uma alternativa? atualmente, é mais um problema do que uma solução, especialmente em função das externalidades que as motocicletas geram. mas eu reconheço que tem que haver uma discussão mais aprofundada sobre o papel da motocicleta num sistema de mobilidade. o grande problema são os acidentes e mortes no trânsito. em um acidente com

motocicleta, a probabilidade de ter uma vítima grave ou fatal é muito superior do que num automóvel ou num transporte público. Hoje é a modalidade que mais mata no trânsito brasileiro. são cerca de 15 mil mortos por ano. Tivemos algum avanço, em termos de mobilidade, nas chamadas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014? Houve investimentos pontuais em algumas cidades mais do que em outras. belo Horizonte, por exemplo, já está com seu sistema de brt implementado. no rio de Janeiro, também houve implementação de sistemas brts, apesar de haver obras em andamento. é claro que tivemos os problemas, como cuiabá, com o seu vlt que empacou e parece que nunca será concluído. em brasília, aconteceu o mesmo com o projeto do vlt. são paulo ainda tem a grande obra do monotrilho inacabada, que é a integração do sistema metroviário com o aeroporto de congonhas. em outras cidades, como fortaleza, recife e natal, houve ganhos pontuais nas obras que foram feitas. em salvador, após 20 anos, finalmente foi inaugurada uma linha de metrô, mas ela é tão curta que não teve grandes impactos em termos da mobilidade. em suma, o evento foi positivo, porque, no brasil, antes, não havia programas tão grandes de investimento em infraestrutura de mobilidade urbana. l


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MAIS TRANSPORTE

dnit/divulgação

Honda venderá jato no Brasil a Honda aircraft company iniciará vendas do HondaJet no brasil em agosto. a responsável pelas vendas, serviços e suporte técnico será a líder, fornecedora de soluções personalizadas em aviação com sede em belo Horizonte (mg). a rede de distribuição do jato da montadora japonesa, assim, contará com 11 países na américa

do norte, europa e américa do sul. em evento, foi apresentado um modelo com capacidade para até seis passageiros e que voa na velocidade máxima de cruzeiro de 420 nós (483 milhas por hora) e altitude de até 43 mil pés. seu alcance é de 1.180 milhas náuticas (1.357 milhas).

INOVAÇÃO vdrs possuem sistema de rastreamento por satélite

HondaJet/divulgação

Dnit ampliará serviço dos VDRs

NOVIDADE modelo tem capacidade para até seis passageiros

o dnit (departamento nacional de infraestrutura de transportes) lançará, em setembro, o edital da próxima licitação para prestação do serviço de vdr (veículo de diagnóstico de rodovias), uma ferramenta do sistema de gerenciamento de pavimento da malha rodoviária federal que representa uma inovação tecnológica a serviço das rodovias federais. entre as novidades para

o próximo contrato, está em estudo a ampliação de quatro para seis lotes de concessão do trabalho de mapeamento. o vdr coleta imagens, grava e envia os vídeos dos cerca de 55 mil km de rodovias federais sob responsabilidade da autarquia. a partir dos dados de alta qualidade e confiabilidade, o dnit pode otimizar gastos e priorizar obras. prefeitura de Joinville/divulgação

Faixa exclusiva: multa mais cara motoristas que trafegarem em faixas exclusivas destinadas ao transporte coletivo de passageiros pagarão mais caro. a infração, que era leve para a faixa à direita e grave para a faixa à esquerda, passa a ser considerada gravíssima. com isso, a multa, agora, é de r$ 191,54 e soma sete pontos na habilitação. além disso, pode haver apreensão e remoção do veículo. a nova legislação, publicada no final de julho, também prevê que motoristas profissionais,

habilitados nas categorias c, d ou e, deverão fazer curso de reciclagem ao atingirem 14 pontos em razão de infrações de trânsito no período de um ano. para os condutores que não exercem atividade remunerada, permanece o atual texto do ctb (código de trânsito brasileiro): ao atingir 20 pontos, o direito de dirigir fica suspenso por seis meses e, além do pagamento das multas, é necessário realizar o curso de reciclagem.

PENALIDADE motoristas profissionais terão que fazer reciclagem


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tecnologia

Gerenciamento de Frota garante maior eficiência e rentabilidade volvo apresentou, no final de junho, em campo mourão (pr), alguns resultados do sistema de gerenciamento de frota da marca. a ferramenta foi criada com o objetivo de auxiliar os operadores de transportes de passageiros no acompanhamento da operação, garantindo maior eficiência e rentabilidade. o gerenciamento de frotas oferece ao transportador uma visão completa da operação, por veículo e por motorista. é possível acessar informações como consumo de combustível, emissão de poluentes, horas rodadas, velocidade média, percentual de operação em faixa econômica, em marcha lenta e número de ativações do freio,

A

por exemplo. além disso, permite acompanhar a posição do ônibus em tempo real, identificando atrasos, paradas não planejadas e desvios de rotas. os 40 sensores que compõem o sistema já são integrados aos chassis rodoviários e urbanos da volvo, necessitando apenas da ativação, que é oferecido em quatro opções que podem ser adquiridas combinadas ou separadamente, de acordo com a necessidade do cliente: relatórios, eventos, posição e perfil de condução. com 24 ônibus monitorados pelo sistema, a expresso nordeste apresentou a sua experiência com o gerenciamento de frota. a empresa regis-

trou, nos três primeiros meses de operação da ferramenta, redução de 18,5% nas ativações de freio e 8,5% no consumo de combustível. os números positivos apareceram após a mudança no estilo de condução dos motoristas, que passaram por treinamento e têm, constantemente, seu modo de dirigir comparado ao perfil ideal, que foi definido, na prática, para cada rota por um instrutor da empresa. “com essas informações em mãos, os empresários podem adotar ações para aumentar a performance tanto do veículo quanto do motorista, o que garante mais conforto e segurança ao passageiro e redução de custos com consumo de combustí-

vel e manutenções”, explica vinícius gaensly, responsável pela área de telemática da volvo bus latin america. considerando um veículo que roda 16 mil km por mês e faz uma média de 3,2 km/l, o consumo mensal de diesel é de 5.000 litros. com uma redução de 3% no consumo, a média sobe para 3,3 km/l, diminuindo o consumo para 4.848 litros. ou seja, uma economia de 152 litros de diesel por mês. considerando o preço médio do diesel de r$ 2,80 por litro, a economia por veículo é de r$ 425 ao mês e r$ 5.107 por ano. em uma frota com 20 veículos, a economia anual é de r$ 102.144. (Luiz Renato Orphão) eXpresso nordeste/divulgação

ECONOMIA ferramenta oferece ao transportador visão completa da operação

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MAIS TRANSPORTE mcity/divulgação

Minimetrópole para testes a universidade de michigan inaugurou, em julho, o primeiro ambiente do mundo projetado para testar potenciais tecnologias de veículos conectados e automatizados, que indicarão o caminho para carros sem condutores. a mcity tem 32 acres urbano e suburbano e foi projetada para servir de base para testes repetíveis de novas tecnologias, antes de elas serem testadas do lado de fora, em rodovias e vias públicas. a ideia é reproduzir o caos urbano moderno, com pedestres imprevisíveis, engarrafamentos, com paisagens suburbanas, autoestradas e rodovias rurais, sinais de trânsito, postes, fachadas, calçadas e obstáculos de construção do edifício. a minicidade estará disponível para uso de qualquer organização, mas os parceiros da universidade terão prioridade.

sergio alberto/cnt

Energia solar no Metrô-DF

PIONEIRO projeto é o primeiro da américa latina

o brasil será o primeiro país da américa latina e o quarto do mundo a investir em energia solar para abastecer uma estação de metrô. o projeto-piloto está em desenvolvimento pela companhia metropolitana de brasília, o metrô df. até o final de setembro, a estação guariroba, localizada em ceilândia (df), contará com um sistema de placas fotovoltaicas e baterias. a estrutura gerará energia elétrica suficiente para

suprir as atividades diárias do espaço. a iniciativa será testada por três meses. além de gerar energia para abastecer a estação de metrô, o excedente poderá ser armazenado e comercializado. a estimativa é que a economia chegue a r$ 15 mil por mês por estação que adotar esse modelo. isso é resultado de uma parceria do metrô df com uma empresa chinesa, sem onerar os cofres públicos.


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Iate de mais de 25 metros é lançado no Brasil a filial brasileira do maior fabricante de iates de luxo do mundo, a azimut yachts, apresentou, em julho, o azimut 83. maior modelo já produzido no brasil, com mais de

25 metros e três pavimentos, o maior flybridge (uma área aberta, acima do cockpit, usada para pilotar a embarcação e para servir de espaço de lazer)

da categoria e quatro suítes. a apresentação foi realizada durante evento de comemoração dos cinco anos de operação do estaleiro no país.

além da azimut 83, os convidados conheceram de perto outras três embarcações também fabricadas na filial brasileira: os iates de 42, 60 e 70 pés. divulgação

MERCADO azimut yachts do brasil apresentou o veículo no final de julho

tânia rêgo/agência brasil/divulgação

Galeão: canais de atendimento

APOIO aeroporto oferece serviço on-line

o aeroporto internacional antonio carlos Jobim (galeão) lançou dois novos canais de atendimento, com diferentes tipos de suporte. o primeiro já está à disposição e pode ser acessado por meio do chat no site da concessionária que administra o aeroporto – www.riogaleao.com.br. clicando em "atendimento on-line", o cliente pode tirar qualquer tipo de dúvida. a concessioná-

ria que administra o galeão também promete disponibilizar o serviço "atendimento volante" em época de maior fluxo de passageiros, como período de férias e feriados. o novo tipo de apoio consiste na atuação dos profissionais em diferentes localidades do aeroporto com o intuito de tirar dúvidas e auxiliar os clientes que precisarem de ajuda.


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MAIS TRANSPORTE Jovens temem motoristas pesquisa realizada pela ford e pela penn schoen berland, nos estados unidos, aponta que os consumidores das gerações y e Z (16 a 34 anos) têm mais medo de motoristas imprudentes e distraídos do que outras coisas que, normalmente, seriam causas de temores, a exemplo da morte, falar em público, cobras e aranhas. para 88% dos jovens, encontrar condutores que se comportam de forma

perigosa é o principal medo. falar em público aparece em segundo lugar para 75% e a morte, em terceiro, para 74% dos jovens. cobras e aranhas atemorizam 59%. as situações do trânsito mais preocupantes para os motoristas entre 16 e 34 anos incluem: dirigir na estrada (79%), estacionar em vagas apertadas (75%), não detectar os pontos cegos (70%) e dirigir sem saber o caminho (69%).

PESQUISA comportamento dos condutores assusta mais doug letterman creative communs/divulgação

ESPAÇO local com capacidade para abrigar animais será inaugurado em 2016

Aeroporto de Nova Iorque terá terminal exclusivo para animais um terminal totalmente voltado para animais será inaugurado em 2016 no aeroporto internacional JfK, em nova iorque. chamado de "the ark of JfK", o local de 16,5 mil metros quadrados

poderá abrigar mais de 70 mil bichos, como cachorros, gatos e até cavalos. construído em um antigo terminal de cargas, o terminal será o primeiro no mundo voltado exclusivamente aos

bichos e custará us$ 48 milhões, segundo a empresa responsável ark development. concebido para proporcionar experiências agradáveis aos animais, o espaço terá estábulos

climatizados, resort de luxo, árvores e clínica administrada pela faculdade de veterinária da universidade de cornell. a previsão é que o terminal fique pronto no ano que vem.


cargas

Caminhão 8x2 apresenta-se como alternativa econômica scania lançou, em julho, o la8x2, um caminhão com cavalo mecânico que se apresenta como mais uma opção para o transporte de cargas de longas distâncias. essa nova configuração, demandada por transportadoras, principalmente após a resolução nº 210/211 do contran, promete redução de custos, menor consumo de pneus e manutenção para alguns segmentos, e ainda pode ser 100% financiada por meio das atuais linhas de crédito disponíveis. “a configuração 8x2 rodoviária permite o aumento de capacidade de cargas em comparação à 6x2 com ´vanderleia´ e menor custo operacional em relação a um bitrem, mantendo a composição dentro da lei”, informou o gerente de desenvolvimento de negócios da scania no brasil, celso mendonça. o custo operacional desse caminhão completo, que é vendido pela scania por r$ 550 mil, reduz em pelo menos 5% o valor total investido pelas empresas transportadoras em caminhões com tecnologia similar, de acordo com o diretor de vendas de veículos da marca, victor carvalho. “atualmente, um caminhão com cavalo mecânico 6x2 tem um custo inicial de r$ 520 mil, porém, possui um gasto adicional maior na composição do conjunto. o 8x2, por sair com configuração pronta de fábrica, tem o valor fechado, estando apto para rodar”, destacou. uma outra vantagem destacada pela scania é que a confi-

A

guração do 8x2 permite que o caminhão trafegue aos fins de semana e, com autorização prévia, das 18h às 6h, conforme resolução do contran e respeitando a lei do motorista. “o 8x2 é a nova alternativa para alcançar esses objetivos, com o benefício de não ter restrições de circulação, ao contrário do rodotrem, e ainda transportar quase a mesma quantidade de carga de um bitrem, que hoje precisa rodar com um cavalo 6x4”, disse celso mendonça. o sócioproprietário da transportadora paranaense g-10, valdeci adamucho, valida esse argumento. “essa foi uma solução viável para a minha empresa. muitas vezes, carregávamos o caminhão ao final da tarde e não podíamos iniciar viagem naquele mesmo dia.” (Patrícia Pinheiro)

SAIBA MAIS Resolução Contran • no início de 2011, entrou em vigor a resolução do contran nº 210/211, que definiu a obrigatoriedade de tração dupla, tipo 6x4, para as combinações cujo peso bruto total combinado (pbtc) seja superior ou igual a 57 toneladas. o rigor dessa lei teve forte reflexo em alguns modais de transporte, principalmente na combinação cavalo mecânico mais bitrem, que antes era tracionada por um veículo 6x2 • as consequências mais impactantes no dia a dia do transportador foram o maior valor de investimento para adquirir veículos 6x4, o aumento no consumo de pneus por não haver a possibilidade de levantar um eixo quando o implemento estivesse vazio e o acréscimo no consumo de combustível, pelo fato de a tração dupla causar maior arraste com o solo Scania 8x2 • o cavalo mecânico scania 8x2 tem capacidade para 54,5 t de pbtc, de 37 t de carga líquida, leva carreta de três eixos e se encaixa entre a composição “vanderleia” (tração 6x2, carreta de três eixos espaçados e capacidade para 53 t) e o bitrem (o famoso sete eixos, tração 6x4, com duas carretas de dois eixos e capacidade para 57 t). Há opções das cabines r, r Highline ou r streamline. fonte: scania

scania/divulgação

LANÇAMENTO caminhão possui cavalo mecânico e é opção para transporte de cargas


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MAIS TRANSPORTE

agência petrobras/divulgaçaõ

GM dobra investimento no Brasil a montadora gm (general motors) anunciou, no mês de julho, que tem como objetivo ampliar seu plano de investimentos no brasil para r$ 13 bilhões no período entre 2014 e 2019. serão injetados mais r$ 6,5 bilhões no montante geral. trata-se do maior plano de investimentos já feito pela companhia no país. a estratégia é fortalecer o negócio

da empresa por meio de uma nova família global de veículos chevrolet, que está sendo desenvolvida por um time multinacional de engenheiros e designers para que os produtos atendam às expectativas dos consumidores de países emergentes, como brasil, china, Índia e méxico. a gm deve investir us$ 5 bilhões, globalmente, nesse novo projeto.

RECURSOS fundo da marinha mercante financiou projetos

gm/divulgação

Marinha entrega 2 embarcações

ESTRATÉGIA companhia eleva verba para r$ 13 bilhões até 2019

mais duas embarcações financiadas com recursos do fmm (fundo da marinha mercante), gerenciado pelo ministério dos transportes, foram entregues no mês de julho. o navio gaseiro oscar niemeyer ajudará no transporte de gás natural e a embarcação baru providencia será usada como apoio às plataformas de petróleo. o navio gaseiro oscar

niemeyer, construído no estaleiro vard promar, foi entregue à transpetro, empresa de logística e transportes da petrobras. a embarcação baru providencia, construída no estaleiro etp engenharia ltda, localizado no estado do rio de Janeiro, também foi concluída e entregue. ela servirá de apoio às plataformas de petróleo.

ANTT estuda redução de velocidade em linha de Cubatão após recomendação do ministério público federal em santos (sp), a antt (agência nacional de transportes terrestres) deu início a estudos para a redução da velocidade máxima no trecho

de linha férrea onde duas locomotivas colidiram, em outubro de 2014, em cubatão, na baixada santista. o objetivo é garantir a segurança do transporte ferroviário. a agência tem 180 dias para finalizar a

análise e apresentar parecer conclusivo sobre a necessidade e a viabilidade das mudanças. por conta do acidente, a antt já determinou a implantação de restrição permanente de 30

km/h no perímetro urbano de cubatão e proibiu que mais de um trem trafegue no mesmo sentido em uma seção de bloqueio do trecho, de modo a impossibilitar que ocorra nova colisão.


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david crigger/bHc/ap/divulgação

Voo comercial legal de drone um drone fez, um julho, o transporte de medicamentos a uma localidade remota no condado de Wise, localizado na virgínia, nos estados unidos. é a primeira vez que um veículo não tripulado tem permissão legal para realizar uma atividade como essa após a resolução de fevereiro da faa (administração federal de aviação), que proíbe a utilização do equipamento de maneira comercial. a iniciativa faz parte do projeto “vamos voar com sabedoria”. de acordo com os organizadores, a ação tem o

intuito de chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pela população da Zona rural no que diz respeito ao acesso à saúde, além de servir para mostrar o enorme leque de funcionalidades dos drones. a aeronave foi pilotada por membros do centro de pesquisa da nasa e carregou 24 pacotes de remédio de uma farmácia em oakwood, também na virgínia, até o aeroporto lonesome pine, em Wise. em fevereiro, a faa proibiu a utilização de drones para entregas comerciais.

ENTREGA veículo levou medicamentos à zona rural da virgínia

mrs/divulgação

Homenagem a Santos Dumont

SANTOS serviço começou em junho deste ano

a inframerica, consórcio que administra o aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em brasília, promoveu, em julho, uma cerimônia de reinauguração do busto de alberto santos dumont. a solenidade foi realizada em conjunto com a base aérea de

brasília, em comemoração ao 142º aniversário do pai da aviação. o monumento em homenagem a santos dumont foi colocado em um espaço em frente ao desembarque do terminal. antes, o busto estava instalado em uma área dentro do aeroporto. inframerica/divulgação

Transporte de contêiner em SP a mrs, concessionária que opera a chamada malha regional sudeste da rede ferroviária federal s.a., deu início a um serviço inédito de transporte de contêineres por ferrovia entre as duas margens do porto de santos (sp) – santos e guarujá. até então, a transferência de contêineres entre os terminais era feita 100% via caminhão. o percurso de menos de 40 km não

era considerado economicamente viável para a ferrovia. o serviço começou a funcionar em junho e, desde então, foram transportados mais de 130 teus (contêineres de 20 pés) entre o teval, terminal da libra na retroárea de santos – que serve como um pulmão de transferência – e os terminais portuários embraport e santos brasil, em guarujá.

MONUMENTO busto está em área próxima ao desembarque


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REPORTAGEM DE CAPA

por

LIVIA CEREZOLI

entado na boleia do caminhão que diariamente percorre os armazéns do porto de rio grande (rs), marcelo lopes goulart conhece bem os impactos da poluição gerada pela fumaça que sai dos escapamentos dos veículos. o caminhoneiro trabalha na movimentação de carga geral entre os navios e os locais de armazenagem dentro da área portuária. “por ser uma área fechada, com um volume grande de caminhões circulando, a concentração de poluentes dentro dos armazéns sempre foi muito grande. é muita fumaça. a gente sente a respiração até mais difícil.” porém, essa realidade está mudando. goulart é um dos mais de 13 mil caminhoneiros autônomos de todo o país beneficiados pelas ações do despoluir – programa ambiental do transporte, que tem possibilitado a redução da emissão de poluentes pelos veículos de carga e de passageiros e, consequentemente, garantido mais qualidade de vida aos trabalhadores do setor. desenvolvido pela cnt e pelo sest senat, o programa completou 8 anos no mês de julho. durante todo esse período, a iniciativa tem incentivado os

S

Responsabi


sergio alberto/cnt

Programa ambiental desenvolvido pela CNT e pelo Sest Senat garante, há oito anos, mais qualidade de vida para o trabalhador em transporte ao contribuir com a redução da emissão de poluentes

lidade ambiental


DESPOLUIR – PROGRAMA AMBIENTAL DO TRANSPORTE Acompanhe as principais ações desenvolvidas nesses oito anos

• lançamento do programa em todo o país • criação do sistema nacional de informações do despoluir • criação das categorias especiais de meio ambiente nos prêmio cnt de produção acadêmica e cnt de Jornalismo

2007

• realização da oficina nacional transporte e mudanças climáticas cnt e cts-brasil • realização da oficina programa de inspeção e manutenção de veículos em uso • participação na elaboração da resolução nº418/09 do conama que trata da implantação do programa de inspeção e manutenção de veículos em uso pelos órgãos estaduais e municipais • lançamento do renovar – plano nacional de renovação de frota de caminhões

2008

2009

• lançamento do site despoluir (www.cntdespoluir.org.br) • participação na formulação do plano nacional sobre mudança do clima • realização do fórum “gestão ambiental do transporte”, no rio de Janeiro • lançamento dos boletins ambiental e do despoluir, publicados mensalmente na revista CNT Transporte Atual

transportadores a adotarem práticas ambientalmente responsáveis e a diminuírem os impactos do setor ao meio ambiente e à saúde do trabalhador em transporte. segundo o presidente da cnt e do conselho nacional do sest senat, clésio andrade, nos últimos anos, o setor transportador passou a assumir sua parcela de responsabilidade na propagação de um mundo ambientalmente equilibrado. “as ações de conscientização, que estão sendo realizadas pelo despoluir, garantem benefícios diretos para o meio ambiente e à qualidade de vida dos trabalhadores, além do aumento da eficiência operacional e da redução dos custos.” o sucesso do despoluir pode ser verificado por meio dos resultados do projeto redução da emissão de poluentes pelos veículos, que mede a opacidade da

fumaça que sai de caminhões e de ônibus. os veículos com emissão dentro dos limites permitidos pela legislação recebem um selo do programa. goulart, que é caminhoneiro há 13 anos, conta satisfeito que recebeu a aprovação. “faço a avaliação do meu caminhão a cada três meses e é muito bom saber que ele está todo regulado. assim, contribuo para a melhoria da qualidade do ar que respiramos. o despoluir tem um valor muito grande porque, além de preservar o meio ambiente, zela pela saúde do trabalhador”, destaca ele. desde 2007, já foram realizadas mais de 1,3 milhão de aferições, com a participação de 27 federações e as unidades do sest senat. ao todo, 11.856 empresas e 13.323 caminhoneiros autônomos já foram atendidos. o índice de aprovação dos veículos é de 86,75%.

• realização do seminário “logística reversa e o setor transportador” • lançamento da publicação sobre a fase p7 do proconve (programa de controle da poluição do ar por veículos automotores) e o impacto no setor de transporte • lançamento da pesquisa “relatório síntese das informações ambientais: caminhoneiros do brasil autônomos e empregados de frota” • divulgação e distribuição da publicação “procedimentos para preservação da qualidade do óleo diesel b”

2010

2011

• lançamento da publicação “a adição do biodiesel e a qualidade do diesel no brasil” • realização do seminário internacional sobre reciclagem de veículos e renovação de frota • lançamento da “sondagem ambiental do transporte”, com a participação de 649 empresas de transporte de cargas de transporte de passageiros • realização do seminário sobre o plano de controle de poluição veicular – pcpv • criação do conselho ambiental do transporte

AFERIÇÃO opacímetro é utilizado para medir o volume


• realização do “i seminário internacional sobre eficiência energética de veículos pesados” • participação no grupo de discussão para a implantação de um programa nacional de renovação de frota no brasil com base no renovar • programa alcança um milhão de aferições

2012

• lançamento da sondagem cnt de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas • distribuição do vídeo “procedimentos para a avaliação veicular ambiental” junto às federações do despoluir

2013

2014

• realização do “ii seminário internacional sobre reciclagem de veículos e renovação de frota” • participação na rio +20, conferência da onu sobre desenvolvimento sustentável • lançamento da publicação “impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro” • lançamento da cartilha “caminhoneiro amigo do meio ambiente”

2015

• renovação dos veículos, opacímetros, medidores de rotação e notebooks das 92 unidades de operação • atualização de metodologia para o atendimento às normas ambientais vigentes

fonte: despoluir

sergio alberto/cnt

de emissões de poluentes dos veículos

reduzir a emissão de poluentes é mesmo essencial para garantir mais saúde aos trabalhadores em transporte e à população em geral. segundo mariana veras, bióloga pesquisadora do laboratório de poluição atmosférica experimental da faculdade de medicina da usp (universidade de são paulo), ficar exposto constantemente à poluição ocasiona sérios problemas de saúde. “quem fica exposto entre duas e três horas por dia já sofre com irritação nos olhos, na garganta e desconforto respiratório. entre os trabalhadores do transporte, esse quadro é mais preocupante, pois eles passam muitas horas no meio da poluição. essa exposição crônica pode comprometer o sistema respiratório e cardiovascular.”

mariana destaca que a oms (organização mundial de saúde) já reconhece estudos que comprovam que as partículas emitidas pela queima do diesel são responsáveis pelo aumento no número de casos de câncer de pulmão. “essa constatação mostra como é importante desenvolver ações, como o despoluir, que garantam a redução da emissão de poluentes pelos veículos”, afirma ela. a preocupação com a saúde dos trabalhadores também vem das empresas que participam do programa. segundo ana lúcia forattini, gerente operacional da viação grande vitória, ao controlar a emissão de poluentes dos nossos veículos, estamos zelando pela melhoria da saúde dos nossos funcionários. “sabemos que o diesel é um combustível poluente e que provoca danos

pulmonares, por isso tratamos com muita seriedade esse assunto.” a empresa, que atua no transporte de passageiros, tem 99,9% de aprovação na frota de 250 veículos. Demais projetos a contribuição do despoluir na busca pelo desenvolvimento sustentável da atividade transportadora também pode ser verificada por meio da execução dos demais projetos que compõem o programa. a capacitação dos motoristas realizada pelas unidades do sest senat busca transformar os trabalhadores do setor de transporte em disseminadores de boas práticas ambientais, além de contribuir para uma maior eficiência do setor. parceira do despoluir desde o seu lançamento, a transportadora fiorot, do espírito


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PROJETOS DESENVOLVIDOS Conheça as principais ações do Despoluir Redução da emissão de poluentes pelos veículos • unidades móveis equipadas com carro, notebook, tacômetro (medidor de rotação) e opacímetros são utilizadas para avaliar a emissão de material particulado dos veículos de empresas e de caminhoneiros autônomos • o veículo que estiver dentro dos padrões de emissão de poluentes recebe o selo despoluir • técnicos do despoluir informam sobre os procedimentos para preservação da qualidade do combustível, orientam sobre a importância da manutenção preventiva, do uso racional de combustível e de lubrificantes, bem como o descarte correto de óleos, de pneus, de baterias, de peças e de filtros usados. também orientam os motoristas sobre o meio ambiente e a condução econômica Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • elaboração e desenvolvimento de pesquisas e de estudos sobre o uso de tecnologias e energias limpas, visando incentivar, acompanhar e informar o desenvolvimento de combustíveis e tecnologias menos poluentes. são considerados aspectos ligados à qualidade, produção, comercialização, distribuição e barreiras impostas à adoção dessas inovações nos cenários nacional e internacional Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • participar e apoiar a realização de oficinas, palestras e seminários voltados à capacitação de pessoal na área ambiental • oferecer apoio técnico às empresas, caminhoneiros autônomos e taxistas para a gestão de combustível e para a redução da emissão de poluentes • incentivar e auxiliar a implementação das normas iso 14.000 nas empresas Trabalhador em transporte amigo do meio ambiente • transformar o caminhoneiro, o motorista de ônibus, o taxista e os demais trabalhadores do setor de transporte em um disseminador de boas práticas ambientais • a capacitação dos trabalhadores é realizada também nas unidades do sest senat por meio de diversos cursos que tratam da questão ambiental fonte: despoluir

DISCUSSÃO eventos realizados

santo, afirma que a redução no consumo de combustível chegou a 7% depois da verificação dos caminhões e da capacitação dos motoristas. “nossos caminhoneiros são constantemente treinados. temos a consciência que esse trabalho garante mais eficácia, porque agrega valor às informações e ao conhecimento de nossos colaboradores”, diz

a diretora de recursos Humanos da empresa, roberta fiorot (leia mais sobre os cursos do sest senat na página 25). frequentemente, dentro do despoluir, também são elaborados estudos sobre o uso de tecnologias e energias limpas, visando incentivar, acompanhar e informar o desenvolvimento de combustíveis e tecnologias menos poluentes. exemplo dis-


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Júlio fernandes/cnt

conscientiZação

Sest Senat contribui para engajamento

na cnt abordaram a temática ambiental

so são as publicações sobre a fase p7 do proconve (programa de controle de poluição do ar por veículos automotores) e os impactos para o setor de transportes, para a qualidade do diesel e a adição do biodiesel, além das sondagens sobre as ações praticadas pelas empresas para reduzir os impactos de suas atividades e aumentar a eficiência energética.

o envolvimento do sest senat com as questões ambientais tem gerado resultados bastante positivos. é cada vez maior o número de trabalhadores do setor de transporte que procuram o despoluir após participarem dos cursos voltados à temática ambiental oferecidos pelas unidades de todo o país. de acordo com carlos berwanger becker, diretor do sest senat porto alegre (rs), o conteúdo apresentado em sala de aula desperta o interesse para uma das principais questões da atualidade. “essa consciência é resultado do trabalho desenvolvido pelo sest senat. depois de participarem dos cursos, os motoristas nos procuram para saber mais sobre as ações do despoluir”, conta ele. os conteúdos apresentados durante os treinamentos do sest senat têm como objetivo transformar os trabalha-

como forma de promover um maior engajamento do setor transportador, nesses 8 anos, vários eventos ainda foram realizados no âmbito do despoluir para discutir temas ambientais relacionados à atividade transportadora. os seminários internacionais sobre reciclagem de veículos e renovação de frota apresentaram as experiências

dores do setor de transporte em vigilantes do meio ambiente e disseminadores de boas práticas ambientais. o curso de condução segura e econômica traz orientações sobre a forma adequada de dirigir para que, assim, seja possível reduzir o consumo de combustível, evitar o desgaste das peças dos veículos e emitir menos poluentes. dados da sondagem cnt de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas mostram que o treinamento de motoristas de caminhão pode gerar 12% ou mais de economia de diesel (leia mais sobre a sondagem na página 26). também merece destaque o curso noções de meio ambiente, oferecido na modalidade a distância. o conteúdo aborda o importante papel que o indivíduo desempenha nos assuntos ambientais, contribuindo para a formação de cidadãos mais atuantes e

de países como espanha, méxico e argentina sobre a renovação da frota de caminhões e a reciclagem dos materiais utilizados nos veículos. em 2011, o despoluir discutiu a logística reversa no setor transportador e as oportunidades de negócios nessa área. no seminário internacional sobre eficiência energética de veículos pesados,

preocupados com a preservação ambiental. no curso segurança, meio ambiente e saúde, os trabalhadores conhecem as ações que podem ser implementadas para melhorar a própria saúde e contribuir com a preservação do meio ambiente, além de conceitos e regras básicas para a prevenção e redução de acidentes, que podem gera consequências ao próprio motorista, a terceiros e a toda a sociedade. a temática ambiental também está presente no conteúdo dos chamados cursos legais, aqueles previstos na resolução nº 168 do contran (conselho nacional de trânsito). todos eles contêm a disciplina “noções de primeiros socorros, meio ambiente e convívio social no trânsito”. para saber mais sobre os cursos oferecidos pelo sest senat acesse www.sestsenat.org.br ou procure a unidade mais próxima.

realizado em 2013, foram discutidas as iniciativas adotadas pelos estados unidos, méxico e países da europa e da ásia para reduzir o consumo de combustível. o sest senat e a cnt também apresentaram o programa na rio+20 - conferência das nações unidas sobre desenvolvimento sustentável, realizada no rio de Janeiro (rJ), em 2012. l


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SUSTENTABILIDADE

cnt quer programa

de eficiência

energética

sondagem com empresários do transporte rodoviário de cargas mostra que a maioria implanta ou quer implantar ação para reduzir consumo de diesel por

o mês em que o despoluir – programa ambiental do transporte completou oito anos, a confederação nacional do transporte divulgou a primeira sondagem cnt de eficiência energética no trans-

N

CYNTHIA CASTRO

porte rodoviário de cargas. a maior parte das transportadoras implanta alguma medida para reduzir o consumo de combustível ou tem interesse em implantar. o levantamento mostra que somente o treinamento de motoristas de cami-

nhão pode gerar 12% ou mais de economia de diesel. essa redução torna-se ainda mais significativa ao se considerar que o diesel é o principal insumo do setor. o gasto com combustível representa cerca de 30% a 40% do custo opera-


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pesquisa cnt


treinamento de motoristas

Economia de combustível pode ser superior a 12% o treinamento de motoristas para a condução econômica é importantíssimo para estimular a eficiência energética dos veículos. a condução adequada contribui para o menor gasto de combustível, menos emissões, o que gera redução de custos para as empresas e ganhos ambientais. quase a metade (48,2%) das empresas ouvidas na sondagem cnt de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas disseram que o treinamento contribuiu para reduzir em até 6% o consumo de combustível. cerca de um quarto delas (22,1%) afirmaram ter tido redução superior a esse

valor, sendo que 4,5% das empresas conseguiram diminuir 12% ou mais o consumo. treinar motoristas e incentivar a direção segura, responsável e econômica são medidas fundamentais do trabalho do sest senat em suas mais de 140 unidades por todo o brasil e também da atuação do despoluir – programa ambiental do transporte. das empresas ouvidas na sondagem, 91,1% treinam os motoristas com foco na condução econômica, sendo que em 78,2% isso ocorre pelo menos uma vez por ano. para incentivar os bons hábitos na direção, 65,4% das empresas recompensam os motoristas que realizam a condução eficiente.

gestão

82,5% monitoram indi o desenvolvimento de uma política ambiental é uma estratégia de diferenciação que pode agregar valor aos serviços prestados na área de transporte rodoviário de cargas. das empresas entrevistadas, 82,5% monitoram algum tipo de indicador de desempenho que pode estar relacionado à gestão ambiental. o mais comum é o monitoramento do consumo de combustível (95,9%), seguido do controle do uso de água (66,0%). entre as empresas que possuem alguma meta de redução de indicadores ambientais, 95,2% querem diminuir o consumo de combustível. elas reconhecem (96,6%) a importância da manutenção preventiva como ação periódica da atividade transportadora. a cnt e o sest senat desenvolvem um trabalho intenso junto aos transportadores e aos outros trabalhadores do setor de transporte para incentivar medidas sustentáveis. por meio do despoluir – programa ambiental do transporte, oferecem aos au-

cional do transporte rodoviário de cargas. o diagnóstico da cnt permite conhecer melhor as perspectivas dos empresários do setor em relação às medidas de eficiência energética e outras questões que envolvem sustentabilidade. foram realizadas 292 entrevistas com proprietários, dire-

tores, gerentes ou profissionais com conhecimento da rotina administrativa, operacional e ambiental de transportadoras de todo o brasil. o público-alvo foram empresas de transporte com frotas maiores ou iguais a 50 veículos, sendo caminhões próprios ou agregados (com a participação de veí-

culos de caminhoneiros autônomos). a proposta da confederação é trabalhar para a construção de um programa nacional de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas, que estimule as empresas a adotarem medidas para reduzir o consumo de diesel, principal insumo do setor.

o presidente da cnt e do sest senat, clésio andrade, destaca que é realizado um forte trabalho para incentivar os transportadores a promoverem ações de gestão ambiental. “nesse mês de julho, o despoluir – programa ambiental do transporte, da cnt e do sest senat, completou oito anos. a sondagem é uma das ações importan-


reúso de água e de resÍduos

44,5% reaproveitam recursos hídricos ou sólidos o reúso de água e de resíduos sólidos são ações sustentáveis que contribuem para fortes reduções dos custos operacionais na atividade do transporte. com um sistema de reúso de água bem dimensionado, é possível economizar até 80% do recurso na lavagem de veículos. entre as empresas ouvidas na sondagem, 44,5% fazem algum ti-

po de reúso, dos quais 65,4% de água e 16,9% de resíduos sólidos. o percentual que faz os dois tipos de reúso é de 17,7%. os pneus são os principais resíduos sólidos do transporte rodoviário de cargas. por ano, o reaproveitamento (pela recapagem, recauchutagem ou remoldagem) gera economia estimada de cerca de r$ 7 bilhões no brasil.

cadores ambientais tônomos e às empresas serviços de avaliação ambiental da frota a diesel, com aferição dos veículos para o controle da emissão de fumaça preta. na sondagem, entre os entrevistados que monitoram as emissões, 54,6% têm metas.

tes em busca do incentivo à sustentabilidade no setor”, afirma clésio andrade. ele também destaca que as 149 unidades do sest senat espalhadas por todas as regiões do brasil treinam motoristas para que eles conduzam os veículos de forma econômica e segura. na sede da cnt, em brasília, já foi realizado o seminário interna-

cional sobre eficiência energética de veículos pesados, com a participação de representantes de diferentes países. “diversas medidas podem ser implementadas pelas empresas, incentivadas pelo poder público e desenvolvidas pela indústria automobilística para que se redu-

za o consumo de combustível. assim, há um estímulo à conservação dos recursos naturais, à diminuição das emissões de poluentes e à redução de custos das empresas. são medidas que passam por treinamento, investimento em tecnologia e outras práticas que geram

excelentes resultados”, destaca clésio andrade. Insumo o diesel é o principal insumo do setor rodoviário de cargas e implementar ações para reduzir o consumo pode trazer expressivos ganhos ambientais e econômicos. atualmen-


tecnologia

74,6% usam tecnologias para gastar menos diesel o uso de diferentes tecnologias pode contribuir muito para a redução do consumo de combustível. a maior parte das empresas (74,6%) adota alguma tecnologia nos veículos para economizar. os equipamentos mais comuns são os chamados defletores aerodinâmicos, que são colocados em diferentes partes do caminhão para reduzir a resistência do ar e permitir, assim, menor gasto de combustível. 67,4% das empresas utilizam defletores no teto e 51,8% nas laterais.

o sistema de enchimento automático de pneus e as rodas de liga-leve são escolhidos por 36,7% e 35,8%, respectivamente. em relação às rodas de ligaleve, seu baixo uso pode ser explicado pelo custo da roda (em média, três vezes mais que as de aço) e pela qualidade precária do pavimento de muitos trechos no brasil. a qualidade ruim pode provocar danos às rodas, o que pode desestimular a aquisição.

idade do veÍculo

82,2% têm frota própria veículos novos, com tecnologias avançadas, são mais sustentáveis, emitem menos. os resultados da sondagem mostram que a maior parte dos entrevistados (82,2%) possui frota própria com idade média de até sete anos. Já nas frotas agregadas, 38,6% têm frota com até sete anos. muitas empresas costumam agregar às suas frotas, veículos de propriedade de terceiros (caminhoneiros autônomos). entre as empresas entrevistadas, 38,3% renovam a frota quando a idade atinge de três a seis anos. a cnt lançou em 2009 o renovar (plano nacional de renovação de frota de caminhões), que prevê a promoção de incentivos para te, mais de 60% do transporte de cargas no brasil é feito por caminhões. com isso, torna-se importante pensar em alternativas para reduzir o consumo e os impactos da atividade. o diretor-executivo da cnt, bruno batista, destaca que implementar melhorias de eficiência energética que permi-

tam a redução do consumo é, na prática, aumentar a rentabilidade e a eficiência do setor. segundo bruno batista, neste ano em que o país enfrenta grandes dificuldades econômicas, o estímulo à eficiência energética torna-se ainda mais estratégico. as ações passam por tec-

nologia, treinamento ou mesmo por questões mais simples como a adequada calibragem de pneus. a sondagem de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas mostra que há boa disposição dos empresários em adotar ações no sentido de melhorar a gestão ambiental. “muitos

empresários já buscam essa eficiência com várias medidas. a estrutura do sest senat em todo o país realiza treinamento de motoristas. a condução adequada é fundamental, e a economia que pode ser gerada é muito grande”, diz o diretor-executivo da cnt. o levantamento também mostra que há um bom conhecimento dos


veÍculos vaZios

82,5% circulam sem carga em algum momento a eficiência energética do transporte está fortemente ligada à utilização completa da capacidade dos veículos. entretanto, das empresas entrevistadas, 82,5% afirmaram existir, em algum momento, operações sem carga em seus veículos. esse percentual indica a neces-

com até sete anos que caminhoneiros autônomos consigam adquirir caminhões novos. paralelamente, os veículos antigos seriam retirados de circulação e encaminhados para a reciclagem. no final de 2013, o renovar serviu de base para uma proposta construída com outras entidades. foi elaborado o programa nacional de renovação de frota, que está em análise pelo governo federal. atualmente, estima-se que o brasil tenha cerca de 230 mil caminhões com mais de 30 anos de uso. o programa é voltado aos caminhoneiros autônomos pelo fato deles representarem 89% da frota com mais de 30 anos. empresários sobre as tecnologias que podem ser utilizadas e muitos adotam equipamentos como os defletores aerodinâmicos, que reduzem a resistência do ar quando o veículo está trafegando, o que diminui o consumo de diesel. de acordo com bruno batista, a sondagem indica um bom conhecimento e interesse dos empresários

sidade de aprimorar processos para aumentar a eficiência energética nas operações. do total de empresas ouvidas, 19,2% circulam com o veículo vazio na metade dos quilômetros percorridos mensalmente e 16% circulam vazios em 30% das distâncias percorridas.

Compartilhamento de caminhões é boa solução o sistema de compartilhamento de veículos por empresas diferentes, também conhecido como transporte colaborativo, é um caminho para a maior eficiência operacional. evita-se, assim, que o caminhão circule vazio. 22,9% dos trans-

sobre o tema e, com isso, excelentes oportunidades no país para a implantação de um programa nacional de eficiência energética. apesar de muitas empresas adotarem medidas, a cnt entende que ainda há necessidade de se ampliar a disseminação de técnicas sobre o assunto e de

portadores afirmaram realizar contratos de colaboração com um ou mais parceiros. o estudo da cnt identificou a possibilidade de otimizar esse compartilhamento com a adoção de uma rede integrada entre empresas de transporte.

elaborar indicadores ambientais que forneçam parâmetros de avaliação e auxiliem os processos de gestão. “nosso passo seguinte é estruturar a ideia desse programa. queremos discutir com empresários e com o governo, de forma que, em um futuro próximo, a implementação

possa gerar bons frutos e benefícios para o empresário, para o trabalhador e para o governo, que poderá ter também uma folga na importação de diesel”, comenta bruno batista. agora, a cnt irá estudar os pontos identificados no levantamento para definir um plano de ação. l


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CNT TRANSPORTE ATUAL

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METROFERROVIÁRIO

41 anos de história inaugurado em 1974, sistema metroferroviário transporta 9,8 milhões de pessoas por dia; porém, apenas 45% das capitais possuem trens, metrôs, monotrilhos e vlts por

o dia 6 de setembro de 1972, o general emílio garrastazu médici, então presidente da república, inaugurou a fase de testes da primeira linha de metrô do brasil, em são paulo (sp). o militar deu ordens para que o novo transporte de passageiros fosse completamente

N

EVIE GONÇALVES

distinto das antigas ferrovias de trens de carga, mal avaliadas na época. para que a meta fosse atingida, profissionais da aviação foram escolhidos para trabalharem no projeto. nesse contexto histórico, surge o operador antônio lazarini. então funcionário da varig, ele foi contratado para levar sua experiência

para a construção da ambiciosa obra da linha 1 do metrô paulista, inaugurada em 1974. o que ele não esperava é que seria escolhido para conduzir o vagão perante o presidente, que assistiu à cena de um mirante a poucos metros dos trilhos. o operador lembra, com um sorriso no rosto, que médici apertou

um botão para simular o funcionamento do trem, anunciando a todos que o sistema era totalmente automático. “ele queria impressionar as pessoas”, conta. “todo mundo acreditou que o vagão estava se locomovendo sozinho. mas, na verdade, quando ele acionou o dispositivo, tocou uma sirene interna e meu


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fotos sergio alberto/cnt

chefe deu uma ordem para eu fazer o trem andar manualmente”, lembra. os relatos do homem, que viria a se tornar o primeiro operador de metrô do brasil, são vastos. Hoje aos 63 anos, lazarini conta que, naquela época, as instalações do metrô eram precárias e que havia apenas a li-

nha azul em funcionamento. além disso, uma mesma composição só andava com dois trens. “era tudo muito simples”, conta. “os computadores eram alimentados por cartões perfurados. andávamos com caixas e mais caixas cheias desses cartões. nas repartições, só tínhamos acesso à máquina de escrever”,

conta o atual chefe do núcleo de cooperação técnica do metrô/sp, conrado de souza. assim como o operador, o engenheiro eletricista foi contratado para participar do projeto de construção do metrô três anos após a primeira linha ter sido finalizada. ele é funcionário ainda hoje e já

atuou em todos os cargos e áreas: de operador de estações e de tráfego a chefe de engenharia operacional, passando por gerente e diretor de operações. mais de 40 anos após a construção da primeira linha, o setor metroferroviário – composto de trens urbanos, me-


LINHA DO TEMPO confira os principais acontecimentos do setor metroferroviário

1974

1979

início da operação do metrô de são paulo – 1ª linha de metrô do brasil

início da operação do metrô-df (companhia do metropolitano do distrito federal)

criação da cptm (companhia paulista de trens metropolitanos) para assumir os sistemas de trens da região metropolitana de são paulo

início da operação do metrô do rio de Janeiro

1985

1992

1997

2001

fundação da metrofor (companhia cearense de transportes metropolitanos)

início da operação da trensurb (empresa de trens urbanos de porto alegre)

representatividade

ANPTrilhos completa 5 anos em agosto com a missão de promover o desenvolvimento e o aprimoramento do transporte de passageiros sobre trilhos no brasil, a anptrilhos (associação nacional dos transportadores de passageiros sobre trilhos) completa 5 anos em agosto. nesse período, um dos principais méritos da associação, que está no âmbito da cnt (confederação nacional do transporte), foi congregar todos os operadores de passageiros sobre trilhos do país. “conseguimos nos tornar co-

trôs, monotrilhos e vlts (veículos leves sobre trilhos) – cresceu e ganhou forma. atualmente, são 20 sistemas em 11 estados e no distrito federal, totalizando 1.002,5 quilômetros de extensão, divididos em 40 linhas, 521 estações e uma frota de 4.300 carros. só em 2014, foram 2,9 bilhões de passageiros transportados – média de 9,8 milhões de pessoas por dia. além disso, no ano passado, fo-

nhecidos e criar representatividade de maneira que já temos contato estreito com poderes institucionais que têm atuação vinculada diretamente a nós, como o ministério das cidades e as comissões parlamentares de viação e transporte, por exemplo. conseguimos, em relativamente pouco tempo, cumprir esse papel. nosso objetivo é mostrar para os tomadores de decisão a importância do modal sobre trilhos como estruturador e organizador do transporte nas cidades”,

ram construídas 22 novas estações, sendo duas no monotrilho de são paulo, cinco no metrô da bahia, 12 no vlt de sobral, duas no metrô paulista e uma no metrô carioca. o sistema é responsável pela retirada de mais de 1,1 milhão de carros e de 16.000 ônibus por dia das ruas. em relação ao meio ambiente, a mobilidade urbana sobre trilhos também sai na frente. emite 60% me-

afirma o presidente da associação Joubert flores. a superintendente roberta marchesi também comemora a data. para ela, a criação da entidade foi crucial para a união do setor. “antes, os operadores tinham muitas ações, mas eram dispersas, cada um atuava de uma forma. agora, eles caminham na direção do interesse da sociedade. a anptrilhos vem para somar e para trazer a mobilidade urbana tanto para o país quanto para dentro da confederação”, comemora.

EXTENSÃO sistema possui

SISTEMA METROFERROVIÁRIO EM NÚMEROS • 2,9 bilhões de passageiros em 2014 • 9,8 milhões de passageiros por dia • 1.002,5 km de extensão • 40 linhas • 521 estações • 4.300 carros • consome 0,4% da energia do país • 35,5 mil funcionários • 20 sistemas de transporte urbano em 11 estados e no df


criação do pac mobilidade – médias cidades

fundação da anptrilhos

2009

início da operação do vlt do cariri, operado pelo metrofor

2010

2011

2012

início da operação do aeromóvel de porto alegre, operado pela trensurb

criação do pac mobilidade – grandes cidades

METRÔ PELO MUNDO Confira as extensões · Xangai (china) – 548,0 km · nova iorque (eua) – 501,2 km · pequim (china) – 450,0 km · londres (inglaterra) – 438,9 km · tóquio (Japão) – 390,0 km · moscou (rússia) – 327,1 km · cidade do méxico (méxico) – 226,5 km · paris (frança) – 205,8 km · santiago (chile) – 103,5 km · buenos aires (argentina) – 51,1 km fonte: comit (community of metros)

linhas em 11 estados e no distrito federal totalizando 1.002,5 quilômetros

nos gases do efeito estufa do que os automóveis e 40% menos do que os ônibus. corresponde a somente 0,4% do consumo energético do país, equivalente a 1.800gW/h. para que todo esse sistema funcione corretamente, são necessários muitos funcionários: 35,5 mil, em 2014, número 6,3% maior do que o ano anterior. “os trilhos possuem muitas vantagens. só o metrô trans-

porta 60 mil pessoas por hora e por sentido. além disso, é totalmente abastecido por energia, enquanto outros modais necessitam de combustível, com alta emissão de carbono na atmosfera. sem falar na questão da qualidade de vida, com deslocamentos muito mais rápidos, sem que se perca horas no trânsito”, ressalta o presidente da anptrilhos (associação nacional dos trans-

2013

Só o metrô transporta

60 mil pessoas por hora e por sentido no Brasil

portadores de passageiros sobre trilhos), Joubert flores. Baixo investimento apesar de todos os pontos positivos, a rede brasileira ainda é muito pequena quando comparada a outros países. segundo dados da associação, apenas 45% das capitais possuem sistemas sobre trilhos. para se ter uma ideia, o metrô de são paulo possui 41 anos e tem apenas 70 quilômetros de extensão. Xangai, na china, possui 520 quilômetros de linhas com apenas 19 anos de existência. santiago, no chile, tem 103 quilômetros e a cidade do méxico, 220 quilômetros. para conrado de souza, dois fatores explicam o baixo grau de investimento na mobilidade sobre trilhos no brasil: o tempo de construção e o alto custo. erguer uma linha de metrô não é algo simples. para cada 20 quilômetros de trilhos são necessários dez anos de obras. além disso, como as cidades já estão construídas, implementar um sistema novo que, muitas vezes, é subterrâneo se torna uma operação de alta complexidade. sem falar nos órgãos ambientais, que demoram para emitir as licenças necessárias à realização das


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convênio

Mobilidade urbana ganha nova tecnologia o sistema metroferroviário brasileiro vai contar com uma nova tecnologia, em breve. a anptrilhos assinou, em agosto, um acordo com a ustda (u.s. trade and development agency) para a realização de estudos de videomonitoramento. o acordo foi firmado na embaixada dos estados unidos, em brasília (df). a ideia é que as imagens captadas pelas câmeras dentro dos trens sejam transmitidas em tempo real para os centros de controle operacional interligados com sistemas de segurança pública. o governo norte-americano vai bancar os estudos, que vão custar us$ 650 mil, cerca de r$ 2,2 milhões, e devem ser finalizados dentro de oito meses. atualmente,

os operadores possuem a tecnologia e monitoram o que acontece dentro dos vagões. entretanto, a maior parte deles não transmite as imagens em tempo real. a principal dificuldade é a indisponibilidade de faixas de frequência de comunicação. por isso, o estudo vai avaliar as faixas disponíveis no brasil e como a tecnologia é utilizada em outros países. “vamos dar maior agilidade ao monitoramento dos trens e fazer a integração de todo o sistema com a parte de segurança pública, como polícia civil e bombeiros. os benefícios serão percebidos não só por quem controla os trilhos, mas também por todos os usuários”, afirmou a superintenden-

te da anptrilhos, roberta marchesi, ressaltando que os operadores metroferroviários trabalham a possibilidade desse convênio com a agência americana há um ano e meio. de acordo com o diretor para a américa latina e caribe da ustda nathan younge, a segurança das pessoas é fundamental para a mobilidade urbana em todo o mundo. “nossos países enfrentam os mesmos desafios na área de transportes por serem de grandes dimensões continentais. por isso a importância de se realizar estudos de aperfeiçoamento nessa área.” também participaram da assinatura do convênio o ministro conselheiros dos estados unidos, andrew bowen, e o representante da ustda no brasil, rodrigo mota. VIDEOMONITORAMENTO

obras. “os governantes não investem porque o retorno é lento. só que se trata de uma política de estado e não de governo”, acredita o chefe do núcleo de cooperação técnica do metrô/sp. o custo também é elevado. a construção de um metrô ou de um sistema de vlt envolve várias áreas de conhecimento e uma estrutura complexa de sistemas elétricos, de sinalização e de comunicações. as estações

“Temos um sistema saturado. Precisamos expandir as redes para atender à população” JOUBERT FLORES presidente da anptrilHos

modernas são sustentáveis, utilizam iluminação natural, fazem reúso de água, possuem escadas rolantes inteligentes – que só funcionam quando o usuário se aproxima – e possuem portas nas plataformas que operam de forma sincronizada com os trens para evitar que objetos caiam nos trilhos. “não é um sistema barato. e é claro que qualquer investimento em infraestrutura pos-

sui um longo prazo de maturação, sem retorno imediato. o que determina a necessidade do investimento é a demanda do trecho. é preciso usar o modo certo para o corredor certo. portanto, o custo se justifica”, explica o presidente da anptrilhos, Joubert flores. Evolução esses fatores justificam, de certa forma, a baixa expansão


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AVALIAÇÃO DOS PASSAGEIROS

é muito útil andar de metrô. no momento que saio da minha casa, sei exatamente o horário que vou chegar ao trabalho, porque não vou ter problema com trânsito.

Rogério da Silva Nascimento, analista de sistemas

prefiro usar o metrô por uma questão de trânsito e de estacionamento. se o investimento fosse maior, iria fazer grande diferença em cidades com distâncias muitos grandes.

Gabriela Tavares Borges advogada

o que vemos nas cidades é uma média de um carro para uma pessoa. isso acumula muitos veículos nas ruas, aumenta a poluição do meio ambiente e traz muitos transtornos. por isso, o trem é um ótimo meio de transporte.

Joubert flores acredita que a crise econômica afeta o interesse pelas viagens. “temos um sistema saturado. precisamos expandir as redes para melhor atender à população”, ressalta dizendo ainda que, como a oferta de linhas e corredores continua tímida, o uso do transporte sobre trilhos no brasil gira em torno de 5% a 10%. a maior parte das pessoas continua utilizando o ôni-

em outros países, desde o começo, o transporte público foi pensado para a sociedade. no brasil, o foco foi vender carro. aqui, todo o desenvolvimento é voltado para o asfalto. não se pensa na qualidade de vida. falta planejamento de mobilidade. Raquel Basílio servidora pública

da rede. dados da associação revelam que, no ano passado, houve acréscimo de somente 30 quilômetros de novas linhas no país, algo em torno de 3%. em relação à movimentação de passageiros, o crescimento foi menor quando comparado com outros anos. de 2010 a 2014, o número de usuários do setor cresceu a uma taxa média de 10% ao ano. em relação a 2013, houve uma evolução de somente 4,4%.

Técio Alves Marques técnico em radiologia

anptrilhos assina convênio de r$ 2,2 milhões com governo norte-americano


PROJETOS CONTRATADOS E/OU EM EXECUÇÃO METRÔ • fortaleza - implantação da linha leste • salvador - implantação da linha lapa a pirajá • salvador - implantação da linha bonocô ao aeroporto • recife - ampliação das linhas sul e centro • rio de Janeiro - implantação da linha 4 • são paulo - implantação da linha 6 • são paulo - extensão da linha 4 • são paulo - extensão da linha 5 • são paulo - extensão da linha 2 TREM URBANO • são paulo - extensão da linha 8 diamante • são paulo - extensão da linha 9 esmeralda • são paulo - linha 13 Jade VLT • fortaleza • goiânia • cuiabá • área central e portuária do rio de Janeiro • baixada santista MONOTRILHO • são paulo - linha 15 - prata • são paulo - linha 17 - ouro • são paulo - linha 18 - bronze

PROJETOS COM POTENCIAL DE CONTRATAÇÃO/INÍCIO DA OBRA ATÉ 2020 METRÔ • distrito federal - expansão das linhas ceilândia, samambaia e asa norte • belo Horizonte - implantação da linha 2 • belo Horizonte - implantação da linha 3 • são paulo - implantação da linha 20 • curitiba - implantação da linha 1 • porto alegre - implantação da linha 1 • são gonçalo/niterói - implantação da linha 3 TREM URBANO • novo eldorado/belvederi AEROMÓVEL • canoas - etapa 1 e 2 VLT • maceió - expansão • maceió – aeroporto • salvador - metropolitano • brasília • recife MONOTRILHO • manaus TRENS REGIONAIS • brasília-goiânia • trens regionais mineiros • projeto trens intercidades de são paulo

BAIXO CRESCIMENTO

bus como principal forma de deslocamento. em paris, a média de uso de trens e metrôs varia entre 40% e 60%. embora o crescimento do sistema seja pequeno, existem várias obras sendo realizadas em todo o país e uma cartela de futuros investimentos. entre os projetos já con-

tratados, estão a ampliação e extensão de linhas de metrôs em diversas cidades, como salvador e recife, extensão de linhas de trens urbanos em são paulo, construção do vlt em goiânia e cuiabá, além do monotrilho paulista. só para as olimpíadas de 2016, existem várias obras pres-


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energia

Alto custo impacta setor

apenas 30 quilômetros de novas linhas foram construídos ano passado

tes a serem concluídas na capital fluminense: renovação de quatro linhas de trens urbanos, ampliação e modernização da linha 1 do metrô, implantação da linha 4 e modernização da linha 2 e, também, a construção de seis linhas de vlt, partindo do porto maravilha. além disso, existem 18

projetos com grande potencial de contratação até 2020. entre eles está a expansão do metrô de brasília, o aeromóvel no rio grande do sul, o vlt de maceió e alguns trens regionais em minas gerais. “muitas propostas precisam ser implementadas. da mesma maneira que saúde e se-

o reajuste nas tarifas de energia pagas pelos operadores metroferroviários tem causado impacto negativo no setor. a estimativa é que o sistema tenha sido onerado em 95% este ano. apesar de representar apenas 0,4% do consumo total do brasil, a energia utilizada pelos trens e metrôs representa o segundo maior custo da operação, perdendo apenas para a mão de obra. o gasto é equivalente a 20% do total desembolsado pelos operadores. Há 20 anos, esse valor era somente 2%. o presidente da anptrilhos, Joubert flores, não descarta o risco de aumento no valor das passagens. “ou a sociedade paga por meio de subsídio ou o cidadão paga

Somente

10% dos usuários utilizam transporte sobre trilhos

por meio das tarifas. o que é consumido pelo sistema é muito pouco para um custo tão alto”, acredita. segundo ele, mesmo as operadoras que compram energia no mercado livre, foram oneradas em até 50%. atualmente, três fatores impactam diretamente nas passagens: o valor das tarifas, que possui reajuste anual, a demanda individualizada, que modificou as regras de contratação de energia e obrigou a cobrança por ponto de entrega e o sistema de bandeiras tarifárias. esse último determinou o pagamento do fornecimento de energia de acordo com o nível do reservatório nas usinas hidrelétricas e da necessidade de uso das termelétricas.

gurança são prioridade, mobilidade também deve ser. o mínimo que se espera é que a crise não paralise os projetos em andamento. se o poder público não puder bancar, que se utilize a iniciativa privada para atrair investimentos”, conclui o presidente da anptrilhos. l


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MOBILIDADE

Ônibus perdem passageiros balanço da ntu indica queda de 2%, em um ano, no número de usuários de nove capitais por

número de passageiros que usam o ônibus como o principal meio de transporte diminui a cada ano e tem preocupado os transportadores. dados da ntu (associação nacional das empresas de transportes urbanos) revelam que, entre 2013 e 2014, a movimentação mensal de pessoas caiu 2%. o estudo foi baseado em nove capitais: belo Horizonte (mg), curitiba (pr), fortaleza (ce), goiânia (go), porto alegre (rs), recife (pe), rio de Janeiro (rJ), salvador (ba) e são paulo (sp). segundo a asso-

O

EVIE GONÇALVES

ciação, o número de passageiros passou de 389 milhões, em 2013, para 382 milhões, no ano passado, o que representa 300 mil pessoas a menos transportadas por dia. de acordo com o presidente da ntu, otávio cunha, a queda na preferência pelo transporte público se deve, entre outros motivos, aos longos congestionamentos nas cidades. “as pessoas têm buscado velocidade nos deslocamentos. como os ônibus ficam cada vez mais parados no trânsito, os passageiros acabam optando por migrar para outros meios que co-

laborem para a redução no tempo de viagem”, alerta o presidente, ao citar motocicletas e bicicletas como alternativas escolhidas. a solução, segundo cunha, é a priorização da infraestrutura de transporte público para que os ônibus deixem de disputar espaços com os automóveis, como a implantação de mais brts (bus rapid transit, na sigla em inglês), além de corredores e faixas exclusivas. no total, apenas 79 cidades brasileiras possuem algum desses sistemas, enquanto existem 419 projetos - em obras ou em opera-

ção – que totalizam mais de 3,2 milhões de quilômetros de extensão. as faixas exclusivas de são paulo, por onde só trafegam ônibus, são uma prova de como o investimento em transporte público pode melhorar a velocidade nas cidades, na avaliação da ntu. no corredor “23 de maio” houve aumento de 21,7% na velocidade média, entre 2012 e 2013. os veículos que circulavam a 13,8 km/h passaram a trafegar a 16,8 km/h. Já uma pesquisa realizada no brt do rio de Janeiro revelou que o tempo de viagem é a principal vantagem


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sergio alberto/cnt

TRANSPORTE PÚBLICO investimento em brts, corredores e faixas exclusivas é essencial para fidelizar usuários do sistema

apontada por 86% dos usuários. o índice de satisfação dos passageiros que utilizam o sistema ficou em primeiro lugar, ultrapassando, inclusive, metrôs e trens. além da redução no número de passageiros que optaram pelo ônibus, outros indicadores também caíram, segundo o estudo da ntu. entre eles estão a quilometragem mensal produzida, bem como o índice de passageiros por quilômetro. a tarifa média das tarifas também teve redução de 2,5%. “como a arrecadação das empresas diminuiu, o setor per-

deu condição de investimento em novos veículos. a idade média da frota aumentou 4,5%, passando de 4,4 anos, em 2013, para 4,6 anos, em 2014”, ressalta cunha. o preço do óleo diesel também aumentou 3%, em média. a alta no valor do insumo, que representa 23% dos custos do setor, tem causado impactos negativos junto aos transportadores. “Historicamente o governo incentiva o uso do transporte individual. o preço da gasolina sobe menos que o do diesel utilizado no transporte público. além disso, as desonerações

dadas à indústria automobilística, com estímulo ao financiamento, geram concorrência desleal com falta de prioridade ao coletivo.” Planos de Mobilidade a falta de prioridade aos sistemas coletivos de transporte é um dado relevante da pesquisa. apenas nove capitais do país apresentaram planos de mobilidade urbana ao ministério das cidades. o prazo estipulado pelo órgão venceu em abril e a não apresentação das propostas resulta em dificuldade de obter recursos para o financiamento de

novos projetos. e não foram só as capitais que negligenciaram a necessidade de investimento em transporte público: apenas 0,04% dos municípios acima de 20 mil habitantes apresentaram planos. otávio cunha acredita que o dado é preocupante e reflete a falta de profissionais do setor no brasil. “falta pessoal qualificado para isso. Hoje os municípios não têm estrutura. eles têm que contratar consultorias para fazer os planos, que, via de regra, são muito caros. não há recursos para pagar por esse serviço”, justifica o presidente da ntu. l




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Foco nas

cargas Companhias aéreas e aeroportos investem na construção e na ampliação dos espaços destinados ao segmento


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tam/divulgação

AVIAÇÃO

por

JANE ROCHA

s companhias aéreas e os aeroportos brasileiros estão investindo no transporte de cargas. além de aumentar a produtividade e a receita com a construção de novos espaços ou ampliação dos já existentes e a aquisição de equipamentos mais modernos, as empresas também visam aumentar o número de cargas transportadas no país, ocupando os porões das aeronaves nos voos comerciais. o modal aéreo transporta apenas 0,4% da carga brasileira. líder de mercado com 57% do transporte aéreo de carga no país, a latam airlines, união da tam e da lan airlines, por exemplo, destinou r$ 94 milhões para investimentos no setor de cargas. as melhorias começaram a serem realizadas em 2013 e devem ser concluídas no próximo ano. do montante, r$ 80 milhões estão sendo aplicados na infraestrutura de 22 terminais e r$ 14 milhões em tecnologia e segurança para o controle da movimentação de cargas no mercado brasileiro. os investimentos em infraestrutura da latam airlines contemplam a construção de seis novos terminais nos aeroportos das cidades de guarulhos (sp), goiânia (go), manaus (am), brasília (df), curitiba (pr) e fortaleza (ce), além de obras de reforma, ampliação ou mudança para novas sedes em 16 terminais situados em natal (rn), uberlândia (mg), osasco (sp), imperatriz (ma), porto velho (ro), sorocaba (sp), porto alegre (rs), belém (pa), recife

A


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(pe), são bernardo do campo (sp), salvador (ba), ribeirão preto (sp), são luís (ma), são paulo, congonhas (sp), confins (mg) e no rio de Janeiro, galeão (rJ). com 13 mil metros quadrados, sendo 5.000 de área construída, o novo terminal de cargas de manaus (am) unificará as mercadorias transportadas em voos de passageiros e em cargueiros da companhia. a unidade foi a primeira a ser entregue, em 2013, seguida pelos terminais de goiânia e natal, em 2014. em 2015, a tam cargo entregou os novos galpões de guarulhos e de uberlândia, e está em fase de finalização de ribeirão preto e de sorocaba. a empresa planeja inaugurar, até o fim de 2016, os terminais do galeão (rJ), de porto alegre (rs), de curitiba (pr), de brasília (df) e de fortaleza (ce). no ano passado, a latam airlines, que oferece coleta em mais de 300 cidades e entrega em mais de 4.000 localidades no país, concluiu as obras de ampliação no terminal de uberlândia (mg) e entregou os novos galpões de goiânia (go) e de natal (rn).

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APLICAÇÃO a latam airlines destinou, desde 2013,

“Para 2015, nossa expectativa é crescer entre 10% e 15%” EDUARDO CALDERÓN diretor de cargas da gollog

em uberlândia, a área total do novo terminal foi ampliada de 119 metros quadrados para 333 metros quadrados, e a área construída, de 59 metros quadrados para 150 metros quadrados. a ampliação do terminal de uberlândia (mg) possibilitou um aumento de 264% na capacidade de armazenagem no depósito do galpão e, conse-

quentemente, uma movimentação maior de carga, composta principalmente por peças automotivas, medicamentos, eletrônicos, material biológico, documentos e alimentos em geral. Já as melhorias na unidade da capital goiana fizeram com que o crescimento da capacidade de recebimento de cargas aumentasse 150% em relação à estrutura anterior.


infraestrutura

Concessionárias miram a competitividade gol/divulgação

r$ 94 milhões para o setor de cargas

em março de 2015, a latam airlines inaugurou o maior terminal de cargas do brasil, no aeroporto de guarulhos (sp), com funcionamento 24 horas por dia. com investimentos de r$ 38 milhões, o espaço possui 15 mil metros quadrados, o equivalente a dois campos de futebol, e é bem maior quando comparado aos 9,8 mil metros quadra-

os investimentos no setor também foram adotados pelas concessionárias dos aeroportos. o terminal de cargas da riogaleão, que opera no aeroporto internacional tom Jobim, no rio de Janeiro, destinará r$ 20 milhões no setor até 2016. a verba está sendo utilizada em reformas nos terminais, novos galpões e escritórios, além da aquisição de 41 novos equipamentos e a implantação de uma nova metodologia de procedimentos operacionais para agilizar a liberação de cargas. o objetivo dessas ações é reduzir o tempo médio de liberação da carga e aumentar a competitividade, uma das prioridades da concessionária. o espaço contará ainda com uma nova câmara fria, triplicando a capacidade de armazenagem de cargas refrigeradas no terminal. o local terá dois ambientes diferentes de temperatura e um transelevador automatizado, único no país, que propicia agilidade na operação. segundo o diretor do riogaleão cargo, patrick fehring, a indústria farmacêutica já demonstrou interesse em utilizar a nova câmara fria. “mesmo quando a economia não está muito bem, o segmento tem um crescimento estável. vamos triplicar a capacidade para o setor farmacêutico, que é muito importante”, explica. de acordo com fehring, o fluxo de cargas para o rio de Janeiro crescerá bastante nos próximos anos, especialmente nos setores de óleo e gás e produtos farmacêuticos. “além disso, temos os Jogos olímpicos e o desenvolvimento do pré-sal no estado, que deve receber investimentos de r$ 180 bilhões em infraes-

trutura até 2016”, conclui o diretor do riogaleão cargo. o aeroporto internacional de viracopos, em campinas (sp), também tem recebido recursos para modernizar e ampliar o atendimento no terminal de cargas. as melhorias no terminal, onde 60% da receita vem da operação de carga, começaram em 2012. até o fim de 2016, serão investidos r$ 60 milhões. o aeroporto é responsável por movimentar cerca de 40% de toda a carga aérea importada do país. entre as melhorias realizadas em viracopos estão a ampliação das câmaras frigoríficas de 13 mil m2 para 22 mil m2, a extensão da cobertura para 100% do terminal, a mudança em fluxos de trabalho e nos procedimentos internos no despacho da carga e o investimento em softwares de gestão. com investimento de r$ 9 milhões, o novo sistema consegue identificar o melhor local de armazenagem para cada tipo e volume de carga que chega ao terminal, otimizando espaços e maximizando a eficiência operacional. Segurança viracopos fechou parceria com a empresa de segurança brinks para erguer, dentro do terminal de cargas do aeroporto um “caixa-forte”. o aeroporto é o primeiro da américa latina a ter uma área ultrassegura para armazenagem de cargas de alto valor - em trânsito de importação ou exportação. com uma dimensão de 2.000 metros quadrados, a estrutura terá características de construção similares às de um

caixa-forte, com paredes mais espessas, e controle rígido de acesso ao local. localizado a 20 quilômetros de são paulo, o terminal de cargas de guarulhos recebeu r$ 45 milhões em investimentos desde 2012. desses, r$ 25 milhões foram aplicados em melhorias em infraestrutura de armazenagem, implantação de uma nova área climatizada com 2.200 m2, além da aquisição de 83 empilhadeiras, cinco tratores e coletores de dados. outros r$ 10 milhões foram direcionados para a reforma do edifício, que abriga 60 escritórios de companhias aéreas, agentes e despachantes. os demais r$ 10 milhões foram investidos na modernização de serviços e dos sistemas operacionais utilizados no terminal de cargas. considerado o maior centro industrial e comercial do país e o maior complexo logístico aeroportuário da américa latina, o terminal de cargas de guarulhos desempenha um importante papel na logística brasileira, interligando 29 países, todas as capitais e as principais cidades brasileiras por meio de mais de 750 voos diários operados por 46 empresas aéreas nacionais e internacionais. coberto por uma área de 97 mil m2, o terminal movimenta produtos de diversos segmentos, como eletrônico, farmacêutico, têxtil, alimentos, peças e acessórios automotivos. a localização favorece o acesso a importantes rodovias que ligam o aeroporto a todo o país, e a oferta de voos diários, garante maior eficiência e agilidade no transporte da carga.


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resultados

Cresce o faturamento dos do antigo terminal. o transporte de cargas da companhia aérea equivale a 28% do total transportado em guarulhos. o local tem 11 metros de altura, 284 funcionários e capacidade para transportar uma média diária de 630 toneladas. o diferencial do novo terminal é o sistema inteligente de identificação, que usará códigos de barras para o rastreamento e a localização dos produtos transportados pela companhia. além disso, uma ampla câmara fria foi instalada no terminal. com 900 metros cúbicos e 76 posições de rack (espaço para cargas), ela será usada para o armazenamento de produtos perecíveis, como fármacos e pescados. de acordo com o diretorgeral da tam cargo, luis quintiliano, a otimização dos porões das aeronaves comerciais permitiu à empresa ampliar a sua malha de transporte aéreo e atender o maior número de destinos. “tão ou mais importante do que a quantidade descarregada de mercadoria é o aprimoramento da qualidade dos serviços

as melhorias feitas pelas companhias aéreas já apontam resultados positivos. líder de mercado, a tam cargo registrou um crescimento de 3,7% no faturamento em 2014 mesmo com a quantidade de carga transportada 7% menor do que o contabilizado em 2013. para 2015, a companhia aérea prevê um aumento de 5%. a tam cargo liderou o mercado de cargas domésticas em abril de 2015, com 11,1 mil toneladas pagas transportadas. segundo o diretor-geral da tam cargo, luis quintiliano, o acréscimo previsto deve ser decorrência de um incremento nas operações com produtos de alto valor agregado.

A liberação de carga importada caiu

46 horas em Guarulhos

“nossas estimativas são otimistas porque já registramos resultados positivos em 2014, com a estratégia de aumentar o transporte de produtos de maior valor, com bom retorno financeiro”, ressalta quintiliano. a gol foi a segunda maior transportadora de carga no mercado doméstico, com 7.200 toneladas transportadas em abril deste ano. Já a avianca cresceu 49,2% na quantidade de carga paga transportada em abril de 2015 quando comparado com o mesmo mês do ano passado. a azul passou de 7.500 toneladas transportadas em abril de 2014 para 7.800 mil toneladas no mesmo período deste ano.

e a maior agilidade na movimentação de cargas”, destaca quintiliano. Gollog e Azul além da latam airlines, empresas como a gollog, de transporte de cargas da gol, e a azul cargo, divisão de cargas da azul, têm investido no segmento. a gollog, que responde por 21,7% da carga movimentada por via aérea no


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aZul/divulgação

rotas internacionais

Viracopos premiado nas rotas internacionais, a quantidade de carga paga transportada pelas empresas aéreas brasileiras alcançou 13,9 mil toneladas em abril de 2015, o que representou aumento de 1,9% com relação a abril de 2014. os investimentos renderam bons resultados no aeroporto internacional de viracopos. em 2014, o terminal foi premiado como o melhor aeroporto de carga do brasil e o segundo melhor da américa latina no air cargo excelence awards, organizado pela air cargo World. a instituição também reconheceu o terminal como o melhor da américa latina no quesito operação de carga. segundo adam cunha, executivo responsável pela área do aeroporto de viracopos, as receitas são crescen-

AVANÇO a azul colocou um avião cargueiro em operação em 2014

brasil, investiu no transporte de produtos nos porões dos aviões de passageiros, uma vez que a companhia aérea não tem cargueiros na frota. a companhia aérea inaugurou oito centros operacionais em 2014 e tem planos de construir terminais de cargas no galeão (rJ) e em brasília (df). no início deste ano, ela entregou o novo terminal de cargas localizado no aeroporto de

tes. “o transporte de carga é muito mais rentável que o de passageiros. é possível priorizar os produtos que pagam mais. os clientes estão priorizando cargas com maior valor e menos peso, como fármacos e produtos de tecnologia”, explica cunha. os investimentos aplicados pelas concessionárias dos aeroportos apontam resultados positivos no prazo de circulação das mercadorias. o tempo médio de liberação de uma carga importada caiu de 121 horas para 75 horas após as mudanças feitas no terminal do aeroporto de guarulhos. “investimos para tornar a operação mais eficiente. não precisamos necessariamente aumentar a área”, explica o diretor de operações de cargas de guarulhos, marcus santarém.

congonhas (sp). a estrutura de 2,1 mil metros quadrados foi contemplada com r$ 1 milhão em investimentos destinados à reforma e modernização. com as melhorias, o espaço recebeu completa infraestrutura para a realização de processos de triagem e manuseio de cargas. um dos destaques é a proximidade com a área aeroportuária, com acesso fácil e direto à pista do


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retração

Queda em quatro meses segundo a anac (agência nacional de aviação civil), o mercado doméstico nacional registrou queda de 10,09% no volume de carga transportada entre os quatro primeiros meses deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado, caindo de 123 milhões para 110 milhões de quilos. Já o transporte de carga internacional, realizado por empresas brasileiras, teve uma redução menor, caindo 0,38%. ainda de acordo com a anac, o volume de carga transportada entre janeiro e agosto de 2014 está 2,5% abaixo do total apurado em igual período de 2013. nessa mesma base de comparação, a quantidade de toneladas que viajou de avião no planeta cresceu 4,5%, conforme estatísticas compiladas pela iata (associação internacional do transporte aéreo). segundo o diretor-geral da tam cargo, luis quintiliano, o mercado de cargas está sofrendo muito com a economia atual. para quintiliano, o transporte aéreo, no brasil, tem potencial muito grande, mas precisa de mais investimentos. “não faz sentido perder dias de venda com o produto na estrada se houver uma malha aérea para realizar o transporte da

carga. os investimentos da tam cargo partem do pressuposto de que o mercado irá se recuperar e a empresa estará equipada para bem atender o crescimento da demanda”, explica. o transporte de cargas representa 3,5% do faturamento total da gollog. somente em 2014, a companhia aérea transportou 73,6 mil toneladas de mercadorias. em 2015, a expectativa da empresa é alcançar um crescimento de 20%, movimentando 88 mil toneladas. de acordo com eduardo calderón, da gollog, os investimentos em processos e infraestrutura estão sendo feitos para suportar o crescimento esperado para os próximos quatro anos. para calderón, a demanda reprimida por logística ancorada, nesse modal, justifica atuais investimentos. “a gollog nunca investiu tanto em infraestrutura. estabelecemos cinco pilares para sustentar o nosso crescimento: infraestrutura, gerenciamento de riscos, informação (ti), performance e treinamento dos franqueados. para 2015, nossa expectativa é crescer entre 10 e 15%. e esses pilares sustentarão os nossos planos de crescimento para os próximos quatro anos”, explica.

RECONHECIMENTO o terminal do aeroporto internacional de

aeroporto de congonhas, sede administrativa da gollog. outra novidade adotada pelo novo terminal é o sistema de “cross-docking”. agora, as mercadorias recebidas não são estocadas, mas imediatamente encaminhadas para o carregamento no avião. toda a carga que passa pela estrutura é escaneada por um sistema de raios X. a gollog também criou o transporte de car-

“Nossas estimativas são otimistas porque já registramos resultados positivos” LUIS QUINTILIANO, diretor-geral da tam cargo


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aeroporto internacional de viracopos/ divulgação

A ampliação do terminal de Uberlândia aumentou

264% a capacidade de armazenagem no depósito do galpão viracopos foi premiado pela air cargo World como o melhor da américa latina

gas consideradas perigosas. mesmo aquelas mercadorias contendo pouquíssimo álcool na composição, como perfumes e rímeis, são transportadas separadamente. o primeiro transporte desses produtos ocorreu em março deste ano. segundo o diretor de cargas da gol, eduardo calderón, o terminal foi equipado com ferramentas tecnológicas que proporcionam maior seguran-

ça e monitoramento das cargas. “disponibilizamos informações em real time, além de oferecer agilidade nas entregas, pontualidade, confiabilidade e segurança que diferenciam a empresa da concorrência”, destaca calderón. a empresa também começou as obras do novo terminal de brasília e no galeão, no rio de Janeiro. a companhia aérea ainda investiu na mo-

dernização das unidades de salvador (ba), de fortaleza (ce) e de macapá (ap), que entraram em operação em junho deste ano. além disso, a gollog deve inaugurar dois novos terminais de cargas localizados nos aeroportos de altamira (pa) e de curitiba (pr) até o fim de 2015. a azul avançou no segmento e colocou um avião cargueiro em operação em 2014.

no ano passado, a empresa que prestou serviços em mais de 3.100 cidades brasileiras por meio de voos de cargas para 74 aeroportos no brasil, abriu quatros lojas nos aeroportos de recife (pe), de fortaleza (ce), de natal (rn) e de João pessoa (pb). em março de 2015, a companhia aérea inaugurou cinco novas unidades nos aeroportos de boa vista (rr), de rio claro (sp), de Jaraguá do sul (sc), de londrina (pr) e de Joinville (sc). outras cinco lojas devem ser inauguradas este ano em porto alegre (rs), em santo andré (sp), em taubaté (sp), no rio de Janeiro (rJ) e em niterói (rJ). a companhia aérea contratou 46 pessoas para expandir a operação direta de transporte de carga. investimentos similares estão previstos para o sul, centro-oeste e norte do brasil, além da expansão do terminal de cargas de campinas. em breve, a companhia aérea inaugurará o terminal de cargas em fort lauderdale, na flórida. nos estados unidos, a empresa já conta com dois outros terminais, em orlando e miami. l


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AEROPORTOS

Passageiros satisfeitos pesquisa da sac revela que 13 entre 15 terminais têm média acima da meta desejada; curitiba lidera a lista e cuiabá fica em último por

aeroporto internacional de curitiba – afonso pena, no paraná, é o mais bem avaliado do brasil. foi o que revelou a pesquisa trimestral de satisfação dos passageiros, realizada pela sac (secretaria de aviação civil), nos meses de abril, maio e junho deste ano. o terminal recebeu nota média de 4,43 – em uma escala de 1 a 5 – e liderou em 17 das 48 categorias estudadas. no total, 15 aeroportos brasileiros, responsáveis por 80% da movimentação dos passagei-

O

EVIE GONÇALVES

ros, foram analisados e receberam nota acima de 4. a média nacional foi de 4,09, sendo que 13 dos 15 aeroportos estudados ficaram acima desse número. em 2013, quando a pesquisa começou a ser realizada pela sac, a nota ficou em 3,86. no segundo trimestre do ano passado, apenas cinco aeroportos avaliados tiveram essa média, ou seja, o padrão da infraestrutura aeroportuária melhorou. os números foram divulgados durante o 3º seminário de autoridades aeroportuárias –

aeroportos na rota certa, realizado em agosto, em brasília. entre os critérios apreciados, estão o tempo de fila de inspeção de segurança, no check in, na imigração e na aduana, além de disponibilidade de banheiros e de assentos no embarque. o aeroporto de curitiba, por exemplo, que movimentou 7 milhões de passageiros em 2014, destacou-se nos quesitos disponibilidade de táxis, informações nas esteiras de restituição de bagagens, cordialidade dos fun-


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riogaleão/divulgação

GALEÃO aeroporto teve nota 4,1 na pesquisa e começa os preparativos para a olimpíada. o píer sul, principal obra, terá 26 novas pontes de embarque e será entregue até 30 de abril


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cionários da imigração e tempo de fila na aduana. o aeroporto que mais evoluiu foi o de guarulhos (sp), que passou de uma nota média de 3,14, no segundo trimestre do ano passado, para 4,04 nessa última rodada. o maior terminal do país recebeu 39,3 milhões de passageiros em 2014 e movimentou 504 mil toneladas de carga, grande parte de origem internacional. a avaliação positiva foi obtida por causa de obras entregues no último ano. outras intervenções, como a modernização dos terminais 1 e 2, aumento da largura do corredor de circulação nos saguões e ampliação das áreas de restituição de bagagem, embarque e desembarque, serão concluídas em 2016. na contramão dos aeroportos mais bem avaliados, o terminal de cuiabá (mt) ficou na pior posição, com média 3,35, seguido do de salvador (ba), com média 3,36. esses foram os únicos que obtiveram nota abaixo de 4, meta de satisfação geral combinada como ideal entre a secretaria e os gestores dos 15 aeroportos. eles estabeleceram que a nota mínima seria um bom indicador para traduzir uma gestão eficiente. de acordo o ministro da secretaria de aviação civil, eliseu padi-

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DESTAQUE saguão de embarque do terminal de cutiriba,

“Temos a responsabilidade de trabalhar como quem está na melhor classificação da aviação do mundo” ELISEU PADILHA ministro da secretaria de aviação civil

lha, é necessário estabelecer metas para melhorar a qualidade dos serviços que fazem parte da experiência do passageiro nos aeroportos. “temos a responsabilidade de trabalhar como quem está na melhor classificação da aviação do mundo”, disse em referência ao fato de o brasil integrar o grupo 1 do conselho da oaci (organização internacional da aviação civil, na sigla em inglês), onde estão os países com maior relevância no transporte aéreo. “evoluímos nos patamares do que é oferecido nos serviços públicos do país. mas precisamos reconhecer as deficiên-

cias que ainda existem para que possamos avançar”, reconheceu. padilha ainda afirmou que, com a crise econômica e os cortes orçamentários fixados pelo governo federal, a sac também foi afetada. mas disse que as obras nos aeroportos onde há trabalhos em execução serão mantidas. “tem orçamento para concluir”, afirmou. é o caso, por exemplo, de porto alegre (rs), de goiânia (go), de rio branco (ac) e de vitória (es). Olimpíada até o início da olimpíada de 2016, no rio de Janeiro, cerca de


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infraero/divulgação

Guarulhos transportou

39,3 milhões de passageiros no ano passado primeiro colocado na pesquisa da sac

r$ 2 bilhões devem ser investidos no aeroporto internacional tom Jobim – galeão. a previsão da concessionária riogaleão é que as obras para a melhoria do terminal, que estão 60% concluídas, sejam finalizadas em abril do ano que vem. a expectativa é que se construa um píer com 26 novas pontes de embarque, além de 2.700 vagas no estacionamento, 14 novos elevadores, 14 esteiras rolantes e 6 escadas rolantes. todos os banheiros também serão adaptados para pessoas com deficiência, justamente em função dos Jogos paraolímpicos. outra ação será a

construção de 55 lojas comerciais e a revitalização e automatização dos sistemas de energia, ar-condicionado e sinalização, além, de um novo sistema de sonorização, totalmente digital. o investimento se justifica pela expectativa da alta procura pelo aeroporto no período dos Jogos. só na capital carioca, serão 65 campeonatos, além de quatro cerimônias de abertura, 10 mil atletas e 45 mil voluntários. no aeroporto, deve funcionar uma área com mil voluntários que vão trabalhar no terminal sanando dúvidas dos turistas que chegarem à cidade.

“vamos ter dois dias de pico durante os Jogos. o primeiro será na abertura (5/8), data em que as pessoas vão chegar ao rio de Janeiro. o outro será um dia após o encerramento (22/8), quando os turistas devem retornar aos seus locais de origem. ambos os fluxos serão unidirecionais, o que faz com que reforcemos nossas atenções”, explicou o representante da concessionária riogaleão, alexandre monteiro, durante o seminário. cerca de 96 mil passageiros devem circular pelo terminal nesses dias. no carnaval, por exemplo, pico de movimentação, a circulação de um dia não passa de 63 mil pessoas. segundo monteiro, o número de bagagens também deve crescer no período, assim como os viajantes frequentes e a permanência no aeroporto. “temos que oferecer uma infraestrutura eficiente, assim como um serviço de qualidade elevada”, acredita. na pesquisa de satisfação dos passageiros, o galeão passou da nota 3,8, em 2014, para 4,1, no último trimestre. Manual entre as ações de preparação para as olimpíadas estão a criação e a implementação do manual de planejamento para os Jo-

gos olímpicos, com diretrizes e orientações para os aeroportos que serão sede do campeonato mundial. brasília (df), confins (mg), congonhas (sp), galeão (rJ), guarulhos (sp), manaus (am), santos dumont (rJ) e salvador (ba) sediarão o evento. o documento, desenvolvido pelo ctoe (comitê técnico de operações especiais), define normas, procedimentos e fluxos de gestão para áreas como segurança e defesa, recursos humanos e treinamento, melhorias de conforto, acessibilidade, gerenciamento de infraestrutura e capacidade. a previsão é de lançamento em breve e de aperfeiçoamento até o início dos Jogos. “queremos manter o padrão de atendimento da copa do mundo”, explicou o coordenador substituto do comitê técnico de operações especiais da conaero (comissão nacional de autoridades aeroportuárias), marcus pires. entre os itens do manual, estão: demanda dos passageiros, capacidade dos aeroportos, legislação do setor, segurança e defesa do espaço aéreo, plano de comunicação e os eventos que servirão de teste para os Jogos. só no galeão, serão 45 eventos testes até a olimpíada. l


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AQUAVIÁRIO

Dois anos de incertezas instituída em 2013, a lei dos portos registrou avanços nos complexos portuários privados, mas ainda padece da burocracia por

riada à luz da promessa de modernização do setor portuário brasileiro, a lei nº 12.815/13, conhecida como lei dos portos, completou no mês de junho dois anos com um misto de avanços e incertezas em decorrência do excesso de burocracia. desde que o novo marco regulatório entrou em vigor, o setor enfrenta um lento processo de espera pela liberação de processos licitatórios importantes, cuja responsabilidade passou das mãos

C

DIEGO GOMES

das autoridades portuárias para a união. envolto em acaloradas discussões que se arrastaram por madrugadas a fio no congresso nacional, o conjunto de regras foi aprovado, já que era classificado como fundamental para que o governo federal viabilizasse uma das etapas do pil (programa de investimentos em logística), anunciado em 2012. o pacote previa r$ 54 bilhões somente para o setor até 2019. a intenção era resolver alguns imbróglios com os quais a área, his-

toricamente, tem de lidar. apesar de estar envolvido em 95% das exportações brasileiras, havia necessidade de expansão física e de melhorias a fim de garantir atendimento à demanda e dar mais competitividade à produção nacional. isso passava pela modernização do marco legal. foram estabelecidos, então, novos critérios para a exploração e arrendamento, para a iniciativa privada, de terminais de movimentação de carga em portos públicos. as novas regras também fa-

cilitaram a instalação de novos terminais portuários privados. além disso, permitiram que fosse antecipada a renovação de contratos já firmados para exploração de áreas portuárias, com o propósito de conferir segurança aos investidores para a realização de obras. nesse sentido, o maior avanço, até o momento, foi registrado nos tups (terminais de uso privado). antes da nova legislação, as instalações, por serem privadas, não podiam movimentar cargas de terceiros, o que gerava demandas judiciais. a nova legislação, por sua vez, passou a permitir esse tipo de operação e facilitou a implantação de novos portos. “o setor portuário iniciou um ciclo virtuoso de investimentos após a publicação da lei, notadamente no que diz respeito aos terminais privados. vale lembrar que foram autorizados 37 terminais e expandidos cinco terminais existentes, com investimentos totais de r$ 11 bilhões”, afirma o ministro dos portos, edinho araújo. segundo a antaq, nesses dois anos, foi viabilizada a autorização de 40 terminais portuários privados e outros 60 pedidos encontram-se em análise na autarquia e na sep (secretaria de portos). “em números redondos,


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arquivo cnt

SUAPE portos pernambucanos aguardam liberação dos projetos do terceiro lote de licitações

estamos falando de algo em torno de respeitáveis r$ 20 bilhões de investimentos diretos e um significativo aumento de capacidade em prol da infraestrutura portuária nacional”, diz o diretor-geral da antaq, mário povia. Há, atualmente, 165 instalações portuárias privadas autorizadas no brasil e 35 processos de outorga de autorização em andamento. desses, 23 são para terminais de uso privado, 11 estações de transbordo de carga e uma instalação de turismo.

no entanto, os arrendamentos de áreas em portos organizados, que têm previsão total de r$ 13,8 bilhões, ainda não começaram. o diretor-presidente da abtp (associação brasileira de terminais portuários), Wilen manteli, explica que a legislação trouxe avanços em relação aos tups, o que pode ser verificado no crescimento da movimentação de cargas e da viabilização de novos investimentos. entretanto, ele avalia que a burocracia é um problema. “a mé-

dia entre o pedido para a instalação de um terminal de uso privado até o início da operação tem sido de sete anos”, diz. segundo manteli, os empreendimentos envolvem diferentes órgãos, que, por vezes, invadem competências uns dos outros e dificultam a concretização dos empreendimentos. no ano passado, de acordo com a antaq, os portos brasileiros movimentaram 969 milhões de toneladas, 4% mais que em 2013. do total, 621 milhões, o equivalente a 64%,

passaram pelos terminais privados, o que representou crescimento de 4,7% em relação ao ano anterior. uma das principais dificuldades enfrentadas pelo governo federal foi a demora na liberação, pelo tcu (tribunal de contas da união), do edital de licitação do primeiro bloco de áreas de portos públicos a serem arrendadas. o documento ficou sob análise da corte por um ano e meio e foi liberado somente em maio de 2015. o bloco é composto por 29


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situação

Portos pré-1993 empresas portuárias com contratos vencidos ou prestes a vencer – os chamados pré-1993 (anteriores à lei nº 8.630/93) – enfrentam impasse desde a instituição do novo marco legal do setor. À época, a presidente dilma rousseff vetou o item que levaria a uma renovação automática, sem necessidade de licitação, das concessões em vigor. pelas regras vigentes, apenas os contratos celebrados após fevereiro de 1993 podem ser prorrogados automaticamente pelo governo, o que vem sendo feito pela sep. segundo recente entendimento da agu (advocacia geral da união), os contratos devem ser licitados quando do término de sua

áreas localizadas em santarém, belém e vila do conde, no pará, além de santos, em são paulo, que poderão viabilizar investimentos de r$ 4,7 bilhões. agora, a sep deve publicar o edital para o leilão. depois desse, o governo federal deve licitar outros três blocos. serão, ao todo, 85 arrendamentos, com investimentos que chegarão a r$ 13,8 bilhões. “finalmente, o tcu parece ter rompido com a última amarra para que o programa de licitação de

vigência. “nesse sentido, as áreas relativas a esses contratos estão em estudo para a realização de licitações”, informa o ministro da sep, edinho araújo. enquanto isso, cerca de 60 áreas portuárias operam por meio de liminares ou contratos emergenciais. "na maioria desses casos, o juiz concedeu liminar favorável porque entendeu que o direito à adaptação foi sonegado. então, acreditamos que há chance no pedido para sustar os editais. o problema é que esse tipo de situação não oferece segurança jurídica alguma e, dessa forma, não é possível fazer investimentos", pondera manteli, presidente da abtp.

arrendamentos levante âncora. após longo ano e meio debruçado sobre esses 29 estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, relativos a terminais localizados nos portos do pará e de santos, a corte de contas federal deu sinal verde – com ressalvas, é verdade –, para o prosseguimento do procedimento licitatório. sem adentrar no mérito acerca da motivação pela excessiva demora da análise, fato é que acabamos perdendo uma ex-

SANTOS

celente oportunidade de licitar essas e outras áreas em um ambiente econômico mais favorável em relação ao atualmente vivido”, comenta o diretor-geral da antaq, mário povia. também sobre essa questão, o ministro edinho araújo demonstra otimismo com o andamento dos contratos. “para os terminais arrendados dentro dos portos públicos, foi editada uma série de normas e implantados novos procedimentos que

trouxeram a necessária padronização para o setor, primordial para a realização de renovações de contratos e licitações de novos terminais, tendo sido assinadas recentemente três renovações de contratos e com perspectivas de assinatura de renovações e licitações de novas áreas ainda em 2015”. outro desafio, segundo o diretor da antaq, é melhorar acessos aos portos públicos. na avaliação dele, é preciso


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INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA Posição no Ranking

País

Holanda 1 singapura 2 3 emirados árabes Hong Kong 4 finlândia 5 bélgica 6 panamá 7 islândia 8 espanha 9 dinamarca 10 11 nova Zelândia 12 estados unidos noruega 13 alemanha 14 bahrein 15 chile 35 uruguai 48 china 53 méxico 62 Índia 76 rússia 81 colômbia 90 argentina 91 Brasil 122

nicipais já nos permitem colecionar exemplos de sucesso em importantes portos brasileiros, como santos e paranaguá. novamente, aqui não se encontraram soluções pela via de gastos públicos, mas apenas com atos de gestão e uma boa dose de planejamento”, diz mário povia. uma das regiões que mais carece de investimentos é a norte, especialmente em razão do crescimento da demanda no agrone-

6,8 6,7 6,5 6,5 6,4 6,4 6,3 5,9 5,8 5,8 5,8 5,7 5,7 5,7 5,7 5,0 4,7 4,6 4,3 4,0 3,9 3,7 3,7 2,7 fonte: fórum econômico mundial 2014/15

pelo maior porto do país passam mais de 25% das exportações brasileiras

que haja uma maior participação do modal ferroviário e hidroviário na matriz de transporte de cargas. “desafogar o tráfego de veículos pesados do perímetro urbano dos municípios portuários tem sido objeto de enfrentamento nos principais portos nacionais. sistemas de agendamento, criação de pátios de triagem e sinergia com concessionários rodoviários, polícia rodoviária e autoridades de trânsito mu-

Nota

gócio. a região, além disso, é uma alternativa para reduzir o custo do transporte para esse setor da economia, já que pode reduzir as distâncias percorridas pelas cargas. o estudo transporte e desenvolvimento – entraves logísticos ao escoamento de soja e milho, da cnt (confederação nacional do transporte), revelou que, somente no ano passado, o brasil exportou mais de 65 milhões de tonela-

das de soja e milho. a maior parte da produção sai do centro-oeste e percorre aproximadamente 2.000 quilômetros por rodovias até portos das regiões sul e sudeste. a expectativa, segundo Wilen manteli, está nas novas licitações. “a capacidade dos portos do norte ainda é limitada. com a liberação dos editais de licitação – e o governo deve desencadear isso logo –, lá serão licitados vários terminais, o que vai aumentar a ofer-


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gargalos na importação

Dificuldades com fertilizantes os problemas de infraestrutura dos portos brasileiros podem afetar a produção agrícola nacional. segundo especialistas do setor, a capacidade portuária do país é insuficiente para atender à demanda de importação de fertilizantes até setembro, período da safra de verão da soja e do milho. de acordo com a revisão da estimativa da consultoria intl fcstone, a necessidade de importação mensal para julho, agosto e setembro está entre 2,7 e 3,3 milhões de toneladas – já acima da capacidade portuária brasileira. o número anterior, entre 2,5 e 3 milhões de toneladas, teve reajuste devido aos dados de junho indicarem uma importação de 2,025 milhões de toneladas – número significativamente abaixo do necessário para atender, integralmente, à demanda para a safra de verão. o atraso verificado nas compras de fertilizantes já havia tornado o ritmo de importações mais lento durante o primeiro semestre: foram 8,288 milhões de toneladas importadas, contra

10,513 milhões de toneladas em 2014. entretanto, outros entraves podem agravar a situação de abastecimento no brasil, mesmo com a intensificação das compras para a próxima safra. como consequência da oferta limitada, o produto que entrar a partir de agora contará com custos mais altos de “demurrage” – a taxa cobrada por cada dia de espera do navio no porto, que, em geral, significa o acréscimo de us$ 1 por tonelada por dia de espera do navio – e parte da carga deve ser deslocada para portos mais distantes, aumentando o gasto com frete. o atraso ocorrido para as importações de fertilizantes fomenta a possibilidade de sobrecarga dos sistemas de importação e distribuição domésticos. no principal porto de entrada de fertilizantes no país, paranaguá, há mais de 1 milhão de toneladas de fertilizantes em espera para o desembarque. Com informações da INTL FCStone

MELHORIA complexo privado da enseada indústria

ta de serviços portuários”, avalia o presidente da abpt. Centralização o argumento do governo para concentrar a responsabilidade das decisões licitatórias na “esplanada” foi evitar uma colcha de retalhos para a área. “antes da lei, havia total falta de padrão nos procedimentos e modelos para os processos licitatórios no setor, e isso ocasionou uma série de dificuldades para a gestão dos respectivos contratos, as quais foram e estão sendo enfrentadas pela sep e pela antaq, de modo a trazer maior segurança jurídica,

transparência e eficiência aos contratos”, explica o ministro edinho araújo. para especialistas do setor, porém, o objetivo seria criar uma estrutura que permitisse centralizar as decisões em brasília, ao mesmo tempo em que as autoridades portuárias (as companhias docas), os conselhos deliberativos (conselho de autoridade portuária) e a agência reguladora do setor (antaq) fossem enfraquecidos, para evitar longas discussões nas decisões a serem tomadas. o diretor-geral mário povia discorda dessa análise. para ele, tal movimento de delegação de atividades por parte do chamado po-


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carla ornelas/govba/divulgação

naval, no rio de Janeiro, foi um dos beneficiados com o novo marco legal

der concedente, definido na figura da sep, foi o melhor possível, uma vez que permite colocar as competências de volta ao que eram, se assim o executivo federal o desejar, com uma simples alteração no decreto nº 8.033, de 2013. “eu arriscaria dizer que, no médio prazo, ocorrerá o retorno da descentralização, evidentemente que após as licitações ocorrerem e voltarmos às condições normais de temperatura e pressão no setor portuário, considerando que a sep precisará carrear suas energias para a nobre atividade de definição das políticas públicas setoriais, quiçá tendo suas competências ampliadas.”

em pernambuco, os portos de suape e do recife aguardam a liberação dos projetos do terceiro lote de licitações. “como o tcu concluiu, recentemente, a análise do primeiro lote, temos a esperança de que os demais processos sejam viabilizados”, comentou o secretário de desenvolvimento econômico e presidente de suape, thiago norões, em entrevista ao jornal “diário de pernambuco”. em suape, os arrendamentos dos terminais de contêineres (tecon 2), de granéis sólidos, de grãos e de veículos, esse último que atenderia a demanda da fábrica

da Jeep, estão na lista dos processos paralisados. “a gente tinha projetos preparados para serem licitados, a exemplo do tecon 2, cujo edital estava pronto desde 2012 e com empresas interessadas”, destaca norões. a mudança da lei deixou investimentos da ordem de r$ 830 milhões, no tecon 2, pendentes. além de estancar investimentos, norões destaca que o retardamento dos projetos compromete a eficiência das operações. o segundo terminal de contêineres, por exemplo, traria maior competitividade ao porto, diversificando a movimentação de carga e contribuindo para atração dos meganavios de contêineres com a abertura do canal do panamá. nos terminais públicos, uma outra questão é objeto de embate entre gestores – a trabalhista. com a nova legislação, os arrendatários são obrigados a contratar empregados por meio dos ogmos (Órgão gestor de mão de obra), espécie de recursos humanos dos portos brasileiros. o objetivo era fazer com que trabalhadores avulsos fossem priorizados na contratação. contudo, na visão de operadores, isso é inexequível. “tínhamos um instrumento moderno e flexível de contratação de mão de obra, que permite a promoção de funcionários. agora, tem uma burocracia desnecessária, um acréscimo de etapas, o

que só torna o processo de contratação mais lento”, diz manteli. o país conta atualmente com 50 mil trabalhadores portuários entre funcionários das administrações portuárias (companhias docas), dos terminais portuários e aqueles registrados ligados aos ogmos. o presidente da abtp defende adoção das diretrizes da convenção 137 da oit (organização internacional do trabalho) sobre o trabalho portuário, da qual o brasil é parte, e a necessidade da adequação do contingente de trabalhadores avulsos, cerca de 26 mil profissionais, às demandas atuais e futuras dessa mão de obra nos portos, que tendem a ser menores. além disso, a nova lei implantou categorias sindicais separadas. agora, as empresas têm de negociar com portuários, conferentes, estivadores, operadores de guindaste, de caminhão, capatazes, vigias e consertadores, entre outros. especialista em direito portuário, o advogado eraldo franzese considera que o novo regramento equilibrou alguns aspectos das relações de trabalho no setor. segundo ele, com o reconhecimento do trabalho portuário como atividade diferenciada, a legislação dá um passo à frente para a proteção do trabalhador e barra a precarização das condições de trabalho dentro e fora do porto organizado. l


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RIO MADEIRA

Pirataria e dragagem quarta etapa do movimento de mobilização capital da navegação também discute, em porto velho, burocracia e outros entraves às hidrovias por

s dificuldades da navegação no rio madeira foram debatidas por representantes de entidades sindicais no movimento de mobilização capital da navegação. o evento foi realizado em porto velho (ro), em agosto, pela fenavega (federação nacional das empresas de navegação aquaviária). a quarta etapa do encontro abordou a pirataria e a privatização da hidrovia do rio madeira. também foram debatidos temas

A

JANE ROCHA

como a falta de dragagem e pirataria em outros rios da amazônia e a sinalização e transposição de troncos nas hidrovias. foram abordados ainda assuntos como a desburocratização da navegação, os investimentos no porto público de porto velho e a criação de um centro de treinamento de aquaviários. o encontro abordou também a solicitação feita junto à receita federal para que o terminal de porto velho receba mercadorias da Zona franca de manaus (am). as medidas

solicitadas serão encaminhadas à marinha do brasil, ao dnit (departamento nacional de infraestrutura de transportes), ao ministério da Justiça, à receita federal e ao ministério do meio ambiente. o movimento de mobilização capital da navegação começou em março deste ano em belém (pa), quando foram discutidas questões dos portos de belém e de manaus. em abril, em são paulo (sp), o foco foi a paralisação da hidrovia tietê-paraná. em junho,

empresários e representantes sindicais debateram a formação de aquaviários em porto alegre (rs). o presidente da fenavega, raimundo Holanda, demonstrou preocupação com o futuro do rio madeira, que necessita de fortes investimentos. segundo ele, é necessário que o governo federal invista, imediatamente, na dragagem do canal para aprofundar o rio no período da seca. “o madeira transporta um número expressivo de mercadorias e me-


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antaq/divulgação

HIDROVIAS transporte fluvial na região norte precisa de fortes investimentos

rece mais atenção. apenas no inverno são movimentadas 40 mil toneladas. no verão, o número cai para 10 mil toneladas por falta de dragagem, o que reduz as condições de navegabilidade do rio”, alertou. ainda de acordo com o presidente da fenavega, a pirataria também cresceu no rio madeira e, só em 2014, foram r$ 10 milhões de prejuízos com assaltos às embarcações. “é necessária a criação de uma política de combate a crimes no rio. Há empresas que não

querem mais utilizar a hidrovia por medo de assaltos.” Fragilidades o presidente do sindarma (sindicato das empresas de transporte fluvial no estado do amazonas), dodó carvalho, reforçou as fragilidades da navegação amazonense e de toda a região norte. segundo ele, a prioridade é a falta de segurança gerada com o aumento da presença de garimpos ilegais ao longo do rio. “a atracação desorde-

nada de balsas com dragas usadas na extração de ouro no meio do canal de navegação pode provocar graves acidentes. além disso, o número de assaltos às embarcações só aumenta”, explicou. carvalho reforça ainda que a formação de profissionais fluviários é uma demanda que deve ser atendida. segundo o gerente de desenvolvimento e regulação da antaq (agência nacional de transportes aquaviários), adalberto tokarski, o órgão defende que as contrata-

ções feitas pelo dnit para realizar o serviço de dragagem atendam períodos de cinco ou dez anos, e não períodos anuais, como é feito atualmente. “a burocracia não acompanha a demanda de dragagem da região. quando o recurso é liberado para a realização do serviço, o rio já está assolado”, reforçou. segundo tokarski, a antaq também sugeriu que seja garantido um calado mínimo estipulado previamente em meses de águas baixas. o diretor de relações institucionais da cnt (confederação nacional do transporte), aloísio carvalho, participou do encontro, representando o presidente da cnt, clésio andrade. o último plano cnt de transporte e logística indica 2.045 projetos e r$ 987 bilhões a serem investidos nos diferentes modais. mais de cem projetos são para navegação interior, totalizando cerca de r$ 61 bilhões. o plano aponta também a necessidade de dragagem e sinalização do rio madeira, entre outras intervenções. a cnt divulgou recentemente o estudo entraves logísticos ao escoamento de soja e milho. esse estudo propõe investimentos em todos os modais e recomenda intervenções para melhoria das vias navegáveis do país. l


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INICIATIVA

ais de 1.400 trabalhadores do transporte que atuam em áreas portuárias receberam atendimentos gratuitos de saúde durante a primeira semana de realização do saúde nos portos. o projeto, uma parceria do sest senat com a sep (secretaria de portos da presidência da república), lançado em agosto, espera atender, até o fim do ano, pelo menos 4.000 profissionais em dez portos organizados do brasil. os primeiros portos a receberem o projeto foram o de paranaguá (pr), onde 524 trabalhadores participaram da ação, e o de santos, o maior da américa latina, onde foram atendidos 954 profissionais. o projeto está oferecendo ao trabalhadores uma espécie de check-up de saúde, por meio de exames simples, como verificação de glicose, aferição de pressão arterial, imc (Índice de massa corporal) e testes rá-

M

Saúde nos Portos parceria entre o sest senat e a sep já atendeu 1.478 trabalhadores do transporte em áreas portuárias; eles fazem diversos exames por

pidos de Hiv, sífilis e hepatite c. além disso, recebem orientações sobre saúde bucal, nutrição, saúde do homem, combate ao uso de álcool e drogas, e ainda participam de palestras e de aulas de alongamento e ginástica laboral. com a rotina ocupada pelo trabalho, caminhoneiros e portuários podem ter dificuldade em encontrar tempo para verificar como estão as condições básicas de saúde. é por essa razão que os postos

NATÁLIA PIANEGONDA

de atendimento do projeto são instalados dentro das áreas portuárias. “isso é muito importante para nós. como trabalhamos por produção, estamos sempre em cima do caminhão, sem tempo para ir ao médico. esses facilitadores são essenciais”, comenta o diretor do sindcam (sindicato dos transportadores autônomos de bens de rio grande), grégori teixeira rios. segundo a diretora-executiva nacional do sest senat,

nicole goulart, essa foi a forma encontrada de facilitar o acesso do trabalhador aos cuidados preventivos com a saúde, um dos grandes focos do trabalho desenvolvido pela instituição. “por isso, promovemos as ações dentro do porto. enquanto o motorista, por exemplo, aguarda a carga ou descarga do caminhão, recebe a assistência e as orientações. assim, ele pode aproveitar o tempo para cuidar da saúde”, destaca.


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sergio alberto/cnt

ASSINATURA nicole goulart, diretora-executiva nacional do sest senat; maria antonieta, prefeita de guarujá (sp); paulo alexandre barbosa, prefeito de santos (sp) e edinho araújo, ministro da sep (da esq. para dir.)

para o ministro da sep, edinho araújo, isso ajuda na motivação e valorização dos profissionais. “o sest senat é um parceiro importante para qualificação e atenção em termos de saúde. essa iniciativa significa investir no trabalhador, que é um ator importante no contexto do sistema portuário”, afirma. a parceria entre o sest senat e a sep foi formalizada com a assinatura do acordo de cooperação técnica, que

ocorreu em santos (sp) no dia 11 de agosto, durante o santos export 2015 – fórum internacional para expansão do porto de santos. o diretor-geral da antaq (agência nacional de transportes aquaviários), mário povia, ressalta a importância de iniciativas como essa para avançar na melhoria das condições de trabalho nas áreas portuárias. “isso, no sistema como um todo, significa eficiência. cuidando da saúde do trabalhador,

é possível mantê-lo mais ativo. por isso, é uma parceria fundamental”, avalia povia. de acordo com sérgio pereira, diretor do sest senat de são vicente, responsável pela baixada santista, os atendimentos permitem obter um retrato das condições de saúde dos profissionais do transporte que atuam nesse segmento. isso auxilia a instituição a organizar ações e campanhas focadas nas principais necessidades. “um trabalhador com a

saúde em dia será mais produtivo, mais eficiente e terá um número de afastamentos menor”, complementa. o saúde nos portos abrange, também, os portos de vitória (es), suape (pe), natal (rn), salvador (ba), fortaleza (ce), rio de Janeiro (rJ), belém (pa) e rio grande (rs). de acordo com a antaq, pelas dez áreas beneficiadas pelo projeto, transitaram mais de 200 milhões de toneladas de cargas em 2014. l


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SEST SENAT

Correndo pela vida circuito sest senat de caminhada e corrida de rua reúne mais de 10 mil participantes nas três primeiras etapas. evento acontece em 13 cidades até o fim do ano por

DIEGO GOMES E THAYS PUZZI

modernização dos processos produtivos, o avanço da tecnologia e a correria da vida moderna são alguns dos responsáveis pela redução da atividade física da população. o estilo de vida moderno requer cada vez mais disposição, bem como leva ao consumo de alimentos industrializados e ao aumento da ingestão

A

de sódio, açúcar e gordura. o resultado disso é obesidade, hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares, entre outras complicações. essenciais aos serviços prestados à população brasileira, os trabalhadores do setor de transporte também são vítimas desse ritmo frenético. Historicamente, enfrentam rotinas extenuantes


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sergio alberto/cnt

INÍCIO atletas dão a largada à etapa de brasília


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SAÚDE, ESPORTE, LAZER E CULTURA SERVIÇOS DO SEST SENAT • a preocupação do sest senat com a qualidade de vida do trabalhador em transporte se estende também para os campos de esporte, cultura e lazer. por isso, as unidades contam com toda a estrutura para a realização de aulas desportivas e oficinas de arte, qualificação e renda. além disso, a instituição possui um extenso calendário de datas comemorativas. nessas ocasiões, são realizadas ações temáticas de lazer e de cidadania. outra atividade desenvolvida pela instituição é a copa sest senat de futebol 7 society • as ações voltadas para a saúde do trabalhador em transporte são prioritárias. as unidades do sest senat localizadas em grandes centros urbanos, oferecem atendimento em fisioterapia, psicologia, odontologia e nutrição. Já as localizadas nas principais rodovias do país, disponibilizam atendimento em fisioterapia e odontologia

de trabalho, colocando, muitas vezes, sua saúde em xeque. para tentar reverter esse quadro, o sest senat, em consonância com sua missão de desenvolver e disseminar a cultura de transporte, promovendo a melhoria da qualidade de vida e do desempenho profissional do trabalhador, organiza a segunda edição do

PREMIAÇÃO presidente da cnt e do sest senat, clésio andrade, durante

Mais de

4.000 pessoas participaram da etapa de Brasília

seu circuito de caminhada e corrida de rua. entre julho e agosto, já foram promovidas três etapas: brasília (df), campo grande (ms), e belo Horizonte (mg). os eventos reuniram mais de 10 mil atletas, entre motoristas profissionais, empresários, familiares de profissionais, colaboradores do sest senat e amantes dessa prática.

para as corridas, há as opções de provas de 5 km e 10 km. as caminhadas são de 2 km. nos locais de disputa, são feitos alongamento pré-corrida e aulão de Zumba, bem como disponibilizados espaço para massagens e camas elásticas para crianças. presente na etapa mineira, o presidente da cnt e do sest senat, clésio andrade, destacou que


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sest senat/divulgação

entrega de troféu em belo Horizonte

o circuito representa mais uma ação com o propósito de assegurar qualidade de vida aos trabalhadores em transporte. “dentro dessa missão do sest senat, o circuito mostra a importância que damos ao bem-estar do trabalhador em transporte e da sociedade como um todo. a sensação é a de missão cumprida. estão todos de parabéns”, comenta.

SAÚDE circuitos oferecem espaço para massagem

a iniciativa configura uma importante oportunidade para que muitos trabalhadores fujam da rotina, desafiem seus limites e busquem estilos de vida mais saudáveis. “é impressionante como a nossa disposição muda quando a gente pratica atividade física. correr o circuito do sest senat é uma prova de que estou em dia com a minha saú-

“Sinto-me mais preparado para encarar as longas jornadas de trabalho” EUSTÁQUIO MARIANO motorista de ônibus urbano

de”, ressalta o motorista de transporte de valor luiz carlos rodrigues, que conquistou o 1º lugar na categoria 5 km – beneficiário do setor do transporte na etapa de bH. vencedor da prova de 5 km em brasília no ano passado e segundo colocado neste ano, eustáquio mariano, 54 anos, mudou sua vida a fim de garantir o seu


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bem-estar e o da sua família. motorista de ônibus urbano desde 1992 e morador de ceilândia (df), ele é adepto das corridas de rua há mais de 11 anos. “essa nova rotina mudou tudo para mim. consegui vencer o alcoolismo e a qualidade de vida hoje não tem nem comparação. sintome mais preparado para encarar as longas jornadas de trabalho e de viagens”, relata eustáquio, que assegura que nunca se sentiu tão bem e arremata: “não tomo mais remédios”. a prática regular de exercícios físicos proporciona benefícios que se manifestam sob todos os aspectos no organismo. do ponto de vista músculo-esquelético, auxilia na melhora da força do tônus muscular e da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações, sem falar dos ganhos para a saúde. além disso, tem se mostrado um eficiente mecanismo de integração social. flávio camelo de mendonça, também motorista de ônibus urbano, foi o vencedor da categoria de 5 km para profissionais do transporte da etapa bra-

RITMO participantes tiveram uma descontraída aula de zumba

“Circuito mostra a importância que damos ao bem-estar do trabalhador” CLÉSIO ANDRADE presidente da cnt e do sest senat

siliense. Há três anos, ele decidiu investir em atividades físicas com o propósito de reduzir o estresse do dia a dia à frente de coletivos que repetem, religiosamente, o mesmo itinerário. “antes, até a convivência com a família era difícil. agora, melhorou 100%. no trabalho, me sinto mais disposto e motivado.” por esse motivo, iniciativas como essa do sest senat contribuem para o reconhecimento da instituição como referência em

esporte e saúde. vencedora da categoria de 5 km para trabalhadoras do transporte na corrida no df, euzélia Xavier de miranda, 45 anos, é professora de educação física na unidade do sest senat brasília e busca sempre estimular os profissionais do setor a investirem em atividades físicas. “tem que incentivar mais as pessoas a saírem do sofá. sou praticante de corridas há um ano e meio e, desde então, passei a dormir melhor, as dores no cor-


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sest senat/divulgação

muel, com 23 quilos a menos e com a saúde em dia.

RECORDE número de inscritos superou o de 2014

po diminuíram, a respiração melhorou, tenho mais disposição para trabalhar e a produtividade aumentou”, diz. para ela, o importante é começar. “inicia com uma caminhada e vai evoluindo aos poucos. procure se exercitar pelo menos três vezes por semana. em paralelo, tente reduzir o consumo de comidas gordurosas e massas em excesso.” reinventar a sua rotina a partir de atividades físicas. essa foi a estratégia do professor

samuel fernandes para reverter um quadro crônico de sedentarismo. com 35 anos e 118 quilos, há um ano, ele, motivado pela espera de seu primeiro filho, decidiu revolucionar seu estilo de vida. “mudei a minha alimentação e comecei a praticar esportes. iniciei com caminhadas e pequenas corridas. em fevereiro deste ano, participei da minha primeira corrida e, hoje, com a do sest senat, completo a 18ª”, comemora sa-

“Com a realização do evento, a entidade incentiva a prática de exercícios” NICOLE GOULART diretora-eXecutiva nacional do sest senat

Próximas etapas com o circuito, o sest senat busca incentivar a prática de exercícios, prevenindo e controlando doenças, aliviando ou combatendo o estresse, exercendo efeitos no convívio social dos trabalhadores do setor de transporte e da população em geral. para este ano, ainda estão programadas etapas em feira de santana (ba), curitiba (pr), boa vista (rr), cariacica (es), crato (ce), ribeirão preto (sp), campos dos goytacazes (rJ), chapecó (sc), pelotas (rs) e em recife (pe). para nicole goulart, diretoraexecutiva nacional do sest senat, o evento contribuiu para a consolidação do atendimento ao trabalhador em transporte e à comunidade. “com a realização do evento em 13 cidades brasileiras, a entidade incentiva a prática de exercícios, fundamental para a saúde e para o bem-estar físico e mental dos trabalhadores em transporte e da comunidade em geral”, diz. l



FERROVIÁRIO malHa ferroviária - eXtensão em Km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas

30.499 28.996 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO malHa rodoviária - eXtensão em Km TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

66.712 119.691 26.827 213.230

12.666 105.601 1.234.918 1.353.185

79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607

federal estadual municipal rede planejada Total

malHa rodoviária concessionada - eXtensão em Km adminstrada por concessionárias privadas administrada por operadoras estaduais frota de veÍculos caminhão cavalo mecânico reboque semi-reboque ônibus interestaduais ônibus intermunicipais ônibus fretamento ônibus urbanos nº de terminais rodoviários

19.463 1.195

2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173

AQUAVIÁRIO infraestrutura - unidades terminais de uso privativo misto portos

35

material rodante - unidades vagões locomotivas

103.517 3.472

passagens de nÍvel - unidades total críticas

12.289 2.659

velocidade média operacional brasil eua

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO aerÓdromos - unidades aeroportos internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados

34 29 2.387

aeronaves registradas no brasil - unidades transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo privado outros Total

669 1.579 8.825 8.328 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

163

Hidrovia - eXtensão em Km e frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias

12.021 7.854 1.800 7.321 28.996

122

frota mercante - unidades embarcações de cabotagem e longo curso

malHa por concessionária - eXtensão em Km all do brasil s.a. fca - ferrovia centro-atlântica s.a. mrs logística s.a. outras Total

41.635 20.956 2.055

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

rodoviário

485.625

61,1

ferroviário

164.809

20,7

aquaviário

108.000

13,6

dutoviário

33.300

4,2

aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


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BOLETIM ECONÔMICO

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até julho/2015 (R$ 5,76 bilhões)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até julho/2015)

0,88 (15,2%)

25

R$ bilhões

20

3,71 (64,4%)

15,44

15

0,15 (2,7%)

10 1,02 (17,7%)

5,76

5,02

5 0,74

0 autorizado

rodoviário valores pagos do exercício

restos a pagar pagos

obs.: o total pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - AGOSTO/2015

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até julho de 2015) Recursos Disponíveis autorizado união dotação das estatais (infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário ferroviário aquaviário (união + cia docas) aéreo (união + infraero) Investimento Total (Total Pago)

aquaviário

ferroviário

total pago

15.445,63 2.318,95 17.764,59 3.712,58 875,79 299,69 1.463,92 6.351,98

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal); Notas: (A) atualizado em 03.08.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 31.07.2015. (B) para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923.

2014 pib (% cresc a.a.)1 selic (% a.a.)2 ipca (%)3 balança comercial6 reservas internacionais4 câmbio (r$/us$)5

Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016

0,1* 11,75 6,41 -3,96

-1,56 14,25 6,82 4,60

-1,80 14,25 9,25 6,40

0,20 12,00 5,40 14,79

363,55

370,75

-

-

3,39

3,35

3,49

2,65

Fontes: receita federal, siga brasil - senado federal, ibge e focus (relatório de mercado 31/07/15), banco central do brasil. Observações: (1) expectativa de crescimento do pib para 2014 e 2015. (2) taxa selic conforme copom 29/07/2015 e boletim focus. (3) inflação acumulada no ano e expectativas segundo o boletim focus. (4) posição dezembro/2014 e julho/2015 em us$ bilhões. (5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) saldo da balança comercial até julho/2015. * a taxa de crescimento do pib para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014, os valores de 2015 referem-se ao valor acumulado no 1º trimestre de 2015 a preços de mercado.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 investimento total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 ferroviário 1,3 1,0 0,8 0,6 aquaviário (união+cia docas) 0,7 1,2 1,4 1,8 aéreo (união+infraero) 14,8 15,0 12,7 13,1 Investimento Total

2011

2012 rodoviário

ferroviário

2013 aquaviário

2014 aéreo

2014 9,1 2,7 0,8 3,3 15,8

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal)

8

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


REGIÕES3

Estados

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 orçamento fiscal (total pago2 por modal de transporte) acre alagoas amazonas amapá bahia ceará distrito federal espírito santo goiás maranhão minas gerais mato grosso do sul mato grosso pará paraíba pernambuco piauí paraná rio de Janeiro rio grande do norte rondônia roraima rio grande do sul santa catarina sergipe são paulo tocantins centro oeste nordeste norte sudeste sul nacional Total

Rodoviário 40,96 100,23 0,02 48,03 290,21 36,69 0,00 22,31 50,71 81,58 328,89 39,57 76,46 137,14 11,27 155,94 1,00 57,83 63,85 4,67 5,08 27,07 211,22 259,98 54,96 1,58 49,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.556,17 3.712,58

Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 20,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 62,27 0,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 791,15 875,79

Aquaviário 0,00 0,00 22,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,69 55,75 0,00 1,77 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 55,43 156,88

Aéreo 0,46 0,00 2,23 0,00 8,25 0,00 0,00 0,01 4,77 0,16 0,48 0,00 1,49 0,00 0,14 3,34 0,00 0,31 0,54 0,00 0,46 0,14 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 993,62 1.016,75

Total 41,42 100,23 24,33 48,03 299,28 36,69 0,00 22,32 76,25 91,90 329,37 39,57 77,96 137,14 11,41 159,28 1,00 58,14 64,39 4,67 5,55 27,21 223,26 315,73 54,96 65,63 49,91 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.396,37 5.762,00

Ranking

maiores desembolsos4 (total pago acumulado até julho de 2015)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Ações orçamentárias7 manutenção de trechos rodoviários na região nordeste manutenção de trechos rodoviários na região sul manutenção de trechos rodoviários na região norte construção da ferrovia de intregação oeste-leste - ilhéus-caetite - ba manutenção de trechos rodoviários na região sudeste manutenção de trechos rodoviários na região sudeste adequação de trecho rodoviário - porto alegre - pelotas - na br - 116/rs controle de velocidade na malha rodoviária federal construção da ferrovia norte-sul - ouro verde de goiás - são simão - go construção da ferrovia de integração oeste-leste - caetite - barreiras - ba Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até julho - 2015

R$ milhões6 548,55 408,83 385,88 334,86 270,07 236,40 175,44 172,57 152,62 142,52 2.827,74 49,1%

Elaboração: confederação nacional do transporte *orçamento fiscal da união, atualizado em 03.08.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 31.07.2015.

Notas: (1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: siga brasil (execução do orçamento fiscal da união). (2) o total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) as obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor pago + restos a pagar pagos) em 2015. (5) ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento fiscal da união no acumulado de janeiro a julho de 2015. (6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. (7) as ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o manual de técnico de orçamento 2015.

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


76

CNT TRANSPORTE ATUAL

AGOSTO 2015

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

a confederação nacional do transporte (cnt) e o sest senat lançaram em 2007 o programa ambiental do transporte - despoluir, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• redução da emissão de poluentes pelos veículos • incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS* ESTRUTURA

AVALIAÇÕES AMBIENTAIS PERÍODO

2007 A 2014

aferições

1.235.589

aprovação no período

87,69%

2015

TOTAL

federações participantes

27

144.637

1.380.226

unidades de atendimento

92

76,92%

86,56%

empresas atendidas

12.073

caminhoneiros autônomos atendidos

13.593

ATÉ JULHO

* dados preliminares sujeitos a alterações.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES para participar do projeto redução da emissão de poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado. SETOR

Carga (empresas)

Carga (autônomos)

Passageiros

Carga e Passageiros

FEDERAÇÃO fetramaZ fetracan fetrabase fenatac fetransportes fetcemg fetranspar fetranscarga fetransul fetrancesc fetcesp fecam-sp fecam-sc fecam-rs fecam-rJ fetac-pr fetac-mg fetranorte fetronor fetrabase fetrans* fetrasul fetransportes fetram fetramar fepasc fetranspor fetergs fetransportes fetrabase

UFs ATENDIDAS ac, am, ap, pa, ro e rr al, ce, ma, pb, pe, pi e rn ba e se df, go, ms, mt e to es mg pr rJ rs sc sp sp sc rs rJ pr mg ac, am, ap, pa e rr al, pb, pe e rn ba e se ce, pi e ma df, go, sp e to es mg ms, mt e ro pr e sc rJ rs es ba e se

conheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

TELEFONE (92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (71) 3341-6238 (61) 3361-5295 (27) 2125-7643 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (49) 3222-4681 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (42) 3027-1314 (31) 3271-9837 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (71) 3341-6238 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (27) 2125-7643 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622 (27) 2125-7643 (71) 3341-6238

a pesquisa “caminhoneiros no brasil - relatório síntese de informações ambientais” apresenta a realidade e as necessidades de um dos principais agentes do setor de transporte. informações econômicas, financeiras, sociais e ambientais, além de dados relacionados à frota, como distribuição e idade média; características dos veículos e dos deslocamentos; intensidade de uso e autonomia (km/l) da frota permitem aprofundar os conhecimentos relativos ao setor de transporte rodoviário.

8

* a fetrans corresponde à antiga cepimar, conforme atualização em julho de 2015.

para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

o governo brasileiro adotou o biodiesel na matriz energética nacional, através da criação do programa nacional de produção e uso de biodiesel e da aprovação da lei n. 11.097. atualmente, todo o óleo diesel veicular comercializado ao consumidor final possui biodiesel. essa mistura é denominada óleo diesel b e apresenta uma série de benefícios ambientais, estratégicos e qualitativos. o objetivo desta publicação é auxiliar na rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios para a efetiva adoção de procedimentos que garantam a qualidade do óleo diesel b, trazendo benefícios ao transportador e, sobretudo, ao meio ambiente.


CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

BOLETIM AMBIENTAL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54

SETOR

mudança no uso da terra industrial* transporte geração de energia outros setores Total

2009

2010

2011

2012

2013

2014

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

rodoviário

31,68

34,46

36,38

38,60

40,60

41,40

ferroviário

0,96

1,08

1,18

1,21

1,20

1,18

Hidroviário

0,12

0,13

0,14

0,16

0,18

0,18

32,76

35,68

37,71

39,97

41,99

42,77

MODAL

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) (%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00

PARTICIPAÇÃO

Total

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2010 2011 2012 2013 2014 2015**

*Inclui processos industriais e uso de energia

(junho)

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

MODAL

rodoviário aéreo outros meios Total

diesel

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

49,23

52,26

55,90

58,57

60,03

28,05

gasolina 29,84

35,49

39,69

41,42

44,36

20,43

etanol

10,89

9,85

11,75

12,99

8,38

PARTICIPAÇÃO

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO*

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

co2 nox nmHc co cH4

15,07

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 22 de julho de 2015.

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

co2 nox co nmHc mp

automóveis gnv comerciais leves motocicletas * inclui veículos movidos a gasolina, etanol e gnv dados de 2009 fornecidos pelo último inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários – mma,2011.

ônibus urbanos

caminhões pesados

ônibus caminhões comerciais leves rodoviários médios

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MAIO 2015

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S)* Japão união europeia eua

10 10 15

CE: fortaleza, aquiraz, Horizonte, caucaia, itaitinga, chorozinho, maracanaú, euzébio, maranguape, pacajus, guaiúba, pacatuba, são gonçalo do amarante, pindoretama e cascavel. PA: belém, ananindeua, marituba, santa bárbara do pará, benevides e santa isabel do pará. PE: recife, abreu e lima, itapissuma, araçoiaba, Jaboatão dos guararapes, cabo de santo agostinho, moreno, camaragibe, olinda, igarassu, paulista, ipojuca, itamaracá e são lourenço da mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: belo Horizonte, rio de Janeiro, curitiba, salvador, porto alegre e são paulo. RJ: rio de Janeiro, belford roxo, nilópolis, duque de caxias, niterói, guapimirim, nova iguaçu, itaboraí, paracambi, itaguaí, queimados, Japeri, são gonçalo, magé, são João de meriti, mangaratiba, seropédica, maricá, tanguá e mesquita. 10** brasil SP: são paulo, americana, mairiporã, artur nogueira, mauá, arujá, mogi das cruzes, barueri, mongaguá, bertioga, monte mor, biritibamirim, nova odessa, caçapava, osasco, caieiras, paulínia, cajamar, pedreira, campinas, peruíbe, carapicuíba, pindamonhangaba, cosmópolis, pirapora do bom Jesus, cotia, poá, cubatão, praia grande, diadema, ribeirão pires, embu, rio grande da serra, embuguaçu, salesópolis, engenheiro coelho, santa bárbara d’ oeste, ferraz de vasconcelos, santa branca, francisco morato, santa isabel, franco da rocha, santana de parnaíba, guararema, santo andré, guarujá, santo antônio da posse, guarulhos, santos, Holambra, são bernardo do campo, Hortolândia, são caetano do sul, igaratá, são José dos campos, indaiatuba, são lourenço da serra, itanhaém, são vicente, itapecerica da serra, sumaré, itapevi, suzano, itaquaquecetuba, taboão da serra, itatiba, taubaté, Jacareí, tremembé, Jaguariúna, valinhos, Jandira, vargem grande paulista, Juquitiba e vinhedo. demais estados e cidades 500*** * em partes por milhão de s - ppm de s ** municípios com venda exclusiva de s10. para ver a lista dos postos que ofertam o diesel s10, consulte o site do despoluir: www.cntdespoluir.org.br *** a partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser s500. para mais informações, consulte a seção legislação no site do despoluir: www.cntdespoluir.org.br

4,9%

6,7%

% nc

0,0%*

30,1%

19,0%

39,3% pt. fulgor 19,0% enxofre 39,3%

corante 4,9% aspecto 0,0%*

teor de biodiesel 30,1% outros 6,7%

(*) resultados respectivos por região, número total de amostras e percentual de reprovação: norte, 135 (1,5%); nordeste, 671 (0,0%); centro-oeste, 521 (3,3%); sudeste, 2.397 (1,0%) e sul, 654 (0,6%).

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MAIO 2015 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 0

caminhões leves

trimestre anterior trimestre atual

9,4 0,0

0,5

5,0

0,0

1,1

0,0

3,9

2,5

6,8

1,9

4,7 0,0

0,0

0,0

ac al am ap ba ce df es go ma mg ms mt pa pb 9,4 0,5 0 5 1,1 0 3,9 2,5 6,8 1,9 0 4,7 0 0 0 8,8 0,5 0 5,4 0 4,2 3,6 6,2 2,5 0 4,7 11,1 14,4 0 1,2 percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades. unidades federativas para as quais não houve monitoramento nos períodos considerados: ac, df, ms, pi, ro e rr. trimestre atual: mar a mai/2015; trimestre anterior: fev a abr/2015.

3,6 pe 3,6 3,2

6,6 0,0

1,5

pi 0 0

pr 1,5 1,2

rJ 6,6 4,6

0,0 rn 0 0

0,0

0,0

1,3

1,0

0,9

ro 0 0

rr 0 0

rs 1,3 1,6

sc 1 0,9

se 0,9 0,7

3,2

2,1

3,0

sp 3,2 3,5

to 2,1 3,1

brasil 3 3,3


EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE EFEITOS POLUENTES

PRINCIPAIS FONTES

CARACTERÍSTICAS

1

SAÚDE HUMANA

monóxido de carbono (co)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

gás incolor, inodoro e tóxico.

diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. aspirado em grandes quantidades pode causar a morte.

dióxido de carbono (co2)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e de fontes fixas industriais3.

gás tóxico, sem cor e sem odor.

provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

metano (cH4)

resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

gás tóxico, sem cor, sem odor. quando adicionado a água torna-se altamente explosivo.

causa asfixia, parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central, se inalado.

MEIO AMBIENTE

causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa.

compostos orgânicos voláteis (covs)

resultado do processo de combustão de fonte móveis2 e processos industriais4.

composto por uma grande variedade de moléculas a base de carbono, como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canais respiratórios. em contato com a pele pode deixar a pele sensível e enrugada e quando ingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago, traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos, perda de consciência e desmaios.

Óxidos de nitrogênio (nox)

formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

o no é um gás incolor, solúvel. o no2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico. o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

o no2 provoca irritação nos pulmões e diminui a resistência às infecções respiratórias.

causam o aquecimento global, por serem gases de efeito estufa. causadores da chuva ácida5.

formado pela quebra das moléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes, como combustão de gasolina e diesel. sua formação é favorecida pela incidência de luz solar e ausência de vento.

gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva. é um gás de efeito estufa.

resultado do processo de combustão de fontes móveis2 e processos industriais4.

provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na gás denso, incolor, não inflamável respiração e agravamento de e altamente tóxico. problemas respiratórios e cardiovasculares.

causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa. causador da chuva ácida5, que deteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provoca destruição de florestas.

resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso. possuem diversos tamanhos em suspensão na atmosfera. o tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, quanto menores, maiores os efeitos provocados.

altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas, devido a poeira depositada nas folhas.

ozônio (o3)

dióxido de enxofre (so2)

material particulado (mp)

provoca incômodo e irritação no nariz e garganta. causa problemas respiratórios, cardíacos e câncer.

8

1. conforme o comunicado nº 213/2012 do centro internacional de pesquisas sobre o câncer (iarc), vinculado à organização mundial da saúde (oms), a fumaça do diesel é classificada como substância cancerígena, na mesma categoria em que se encontram o amianto, a bebida alcoólica e o cigarro. 2. fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou gnv. 3. fontes fixas: centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos. 4. processos industriais: procedimentos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala. 5. chuva ácida: provocada por emissões de dióxido de enxofre (so2) e óxidos de nitrogênio (nox) a partir de usinas de energia, carros e fábricas.

para saber mais: www.cntdespoluir.org.br




CNT TRANSPORTE ATUAL

AGOSTO 2015

81

“a cabotagem afundou ao emergir a indústria automobilística. os estímulos do governo não foram suficientes para impedir o naufrágio” ALEXANDRE GARCIA

Peguei um Ita no Norte este agosto, num auditório do senado, um seminário vai tentar ressuscitar a navegação de cabotagem no brasil. o encontro é promovido por deputados e senadores da frente parlamentar de logística de transportes e armazenagem. entre os portos de manaus e de porto alegre, são quase 7.500 quilômetros de navegação fluvial, marítima e lacustre, unindo todos os portos brasileiros nesse percurso. uma oportunidade sem igual de ligar o brasil por um transporte de grande tonelagem, de aliviar as rodovias e de se buscar eficiência e barateamento de custos. pode ser que a crise nos leve a recuperar a atividade de cabotagem como nos bons velhos tempos dos ita, da cia. nacional de navegação costeira, navios com nomes que inspiraram a música de dorival caymmi e foram pano de fundo para romances de Jorge amado. tempos áureos de cargas e passageiros, unindo o país a outras empresas, como o lloyd nacional e o lóide brasileiro. navegação o ano todo, independente de enchentes que inundam rodovias e nevoeiros que fecham aeroportos, e sem precisar de lançar trilhos, porque o leito da aquavia já está lançado desde que o mundo é mundo. a cabotagem afundou ao emergir a indústria automobilística. os estímulos do governo não foram suficientes para impedir o naufrágio. o fundo de marinha mercante e a sunaman soçobraram na esteira da prioridade que se deu às rodovias. para um país-continente, soa absurdo que tenhamos hoje pouco mais de 150 navios de diversos portes, num total de

N

3 milhões de toneladas de porte bruto e com idade média de 20 anos. cerca de metade dessa frota é da petrobras, com uma maioria de petroleiros. depois vêm os graneleiros, sobrando pouco mais de 10% para os porta-contêineres. ou seja, um décimo de nossa pequena frota doméstica é que pode realmente transportar mercadorias não-commodities. passageiros, turistas, então, já não singram em navios nacionais os nossos verdes mares. nos anos 1960, meus pais ainda tiveram a sorte de fazer férias de 26 dias em navio doméstico de passageiros, o rosa da fonseca, do rio a manaus. e se divertiram muito. Hoje, o turismo só é oferecido por navios estrangeiros e quando ficam com menos ocupação no hemisfério norte. atualmente, a cabotagem se limita praticamente a combustíveis e grãos, sendo que a carga geral sofre ventos contrários de regulamentos e normas federais e estaduais, assim como do custo dos portos brasileiros. no seminário deste mês, vão tratar da possibilidade de revisar normas e custos que entravam a cabotagem. muitos se queixam de que há carga para ir, mas não para voltar. será esse um entrave decisivo em um país com a extensão do brasil e suas diversidades regionais? como sobreviviam então, nos seus áureos tempos, as empresas de navegação nacionais? talvez tenhamos todos que acordar para o óbvio: há uma extensa estrada aquática à nossa disposição, que não aproveitamos. um desperdício oceânico. é preciso resgatar das profundezas da nossa ineficiência a navegação de cabotagem.


82

CNT TRANSPORTE ATUAL

AGOSTO 2015

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio soares de andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

newton Jerônimo gibson duarte rodrigues

eudo laranjeiras costa antônio carlos melgaço Knittel eurico galhardi José luís santolin francisco saldanha bezerra Jerson antonio pícoli João rezende filho dante José gulin mário martins

escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES REPORTAGEM DE CAPA

DIREÇÃO PERIGOSA

os prejuízos causados com os ônibus incendiados afetam as empresas e a sociedade. além disso, essa depredação de patrimônio público agrava ainda mais a situação da mobilidade urbana no brasil que está bem prejudicada. é necessária a aprovação de uma lei que tipifique o crime de dano ao patrimônio público ou privado como crime inafiançável e que garanta a segurança necessária à sociedade. não podemos ficar à mercê desses criminosos.

motoristas que usam drogas e assumem a direção causam grandes riscos ao trânsito. a lei precisa discriminar quais as drogas devem ser proibidas, como explicou na reportagem a bioquímica e farmacêutica da usp vilma leyton. a medida precisa ser tomada com urgência, antes que o número de vítimas fatais aumente nas estradas brasileiras.

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

meton soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da fonseca lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

marco antonio gulin otávio vieira da cunha filho TRANSPORTE DE CARGAS

flávio benatti pedro José de oliveira lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

luiz anselmo trombini urubatan Helou irani bertolini paulo sergio ribeiro da silva eduardo ferreira rebuzzi oswaldo dias de castro daniel luís carvalho augusto emilio dalçóquio geraldo aguiar brito vianna augusto dalçóquio neto euclides Haiss paulo vicente caleffi francisco pelúcio

edgar ferreira de sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

glen gordon findlay

moacir da silva sergio antonio oliveira José alexandrino ferreira neto José percides rodrigues luiz maldonado marthos sandoval geraldino dos santos renato ramos pereira andré luiz costa getúlio vargas de moura braatz nilton noel da rocha neirman moreira da silva

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

rodrigo vilaça Joubert fortes flores filho TRANSPORTE AÉREO

José afonso assumpção Wolner José pereira de aguiar CONSELHO FISCAL (TITULARES) david lopes de oliveira luiz maldonado marthos José Hélio fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Jerson antonio pícoli andré luiz Zanin de oliveira José veronez eduardo ferreira rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

luiz Wagner chieppe alfredo José bezerra leite lelis marcos teixeira José augusto pinheiro victorino aldo saccol

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

marcos machado soares claudomiro picanço carvalho filho andré luiz Zanin de oliveira moacyr bonelli george alberto takahashi José carlos ribeiro gomes aloisio sobreira José rebello iii José roque fernando ferreira becker raimundo Holanda cavalcante filho Jorge afonso quagliani pereira eclésio da silva andré macena de lima

João Nogueira são paulo (sp) PEDALANDO precisamos utilizar mais a bicicleta e não deixá-la empoeirando nas garagens. passeios ciclísticos como o pedalando sest senat incentivam a prática e reforçam que a bicicleta pode ser usada não apenas em momentos de lazer, mas também como transporte, conforme mostra a reportagem publicada na última edição da revista CNT Transporte Atual. achei muito bacana a iniciativa do trio de empresários que investiu em uma empresa especializada na entrega de documentos usando a bicicleta. precisamos incentivar práticas como essas. Lívia Amorim salvador (ba)

Adriana Matos rio de Janeiro (rJ) AVIAÇÃO impressionante como as melhorias realizadas no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em brasília, têm refletido no dia a dia de quem precisa usar os serviços do terminal. agora, a partir de novembro, o aeródromo será o primeiro da américa latina a permitir que dois aviões pousem ou decolem simultaneamente. as operações paralelas possibilitarão o aumento do fluxo no terminal. parabéns à inframerica. Carla Souza brasília (df) Cartas: saus, quadra 1, bloco J edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (df) e-mail: imprensa@cnt.org.br por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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