Saúde do trabalhador

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edição informativa da cnt

CNT

ano XXi número 240 setembro 2015

T R A N S P O R T E

AT UA L

Saúde do trabalhador Ações do Sest Senat garantem mais bem-estar e qualidade de vida para os profissionais que atuam no setor de transporte

entrevista com MAX GEHRINGER, administrador e comentarista de rádio e tv




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CNT TRANSPORTE ATUAL

SETEMBRO 2015

REPORTAGEM DE CAPA Há 22 anos, sest senat desenvolve ações voltadas para a promoção da saúde do trabalhador em transporte com foco na prevenção de doenças e na melhoria da qualidade de vida desses profissionais página 20

CNT TRANSPORTE ATUAL ano XXi | número 240 | setembro 2015

ENTREVISTA

max gehringer fala sobre mudanças nas empresas página

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DRONES • anac abre audiência pública para definir as regras e regulamentar o uso desses equipamentos no país até o fim do ano página

CAPA sergio alberto/cnt

SUSTENTABILIDADE

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL aloisio carvalho bernardino rios pim bruno batista etevaldo dias lucimar coutinho nicole goulart

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br saUs, quadra 1 - bloco J - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar cep 70070-010 • brasília (df) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

EDITOR

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

americo ventura mtb 5125 [americoventura@sestsenat.org.br]

atualizacao@cnt.org.br

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publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do 1º ofício de registro civil das pessoas Jurídicas do distrito federal sob o número 053. tiragem: 40 mil exemplares

os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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TÁXIS

e-diesel começa serviço de wi-fi a ser desenvolvido é oferecido em na alemanha várias cidades página

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AERODINÂMICA

Uso de defletor reduz consumo de combustível página

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página

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www.

cnt.org.br

Sest Senat lança novo site

MOBILIDADE URBANA • orçamento é reduzido pela metade; obras em todo país devem atrasar. apenas calendário olímpico está mantido no rio de Janeiro página

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ARMAZÉNS

AQUAVIÁRIO

cresce a utilização de condomínios logísticos no brasil

as condições do transporte fluvial na região amazônica

página

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página

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RODOVIAS

Seções duke

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opinião

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mais transporte

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boletins

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tema do mês

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alexandre garcia

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cartas

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novas concessões devem ser realizadas a partir de 2016 página

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Já está no ar o novo site do sest senat, mais moderno, organizado, com facilidade de acesso ao conteúdo. no portal, é possível entrar em contato com as 149 unidades da instituição, encontrar informações sobre as ações de formação e qualificação profissional, atendimentos em saúde e programas de promoção social. o site é atualizado com notícias sobre as atividades desenvolvidas pelo sest senat em todo o país, além de notícias e vídeos com informações de interesse dos trabalhadores do transporte. acesse: www.sestsenat.org.br<http://www.sestsenat.org.br>


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Duke

SETEMBRO 2015


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“o preço de insumos, como combustível, lubrificantes e pneus, sofreu elevação significante, afetando a rentabilidade dos transportadores” OPINIÃO

clésio andrade

Transporte no meio da crise

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baixo desempenho da economia brasileira, a alta da inflação e a elevação da carga tributária e da taxa de juros já impactam negativamente o setor de transporte. de acordo com a pesquisa mensal de serviços do ibge (instituto brasileiro de geografia e estatística), os transportadores acumulam queda de 12,15% na receita líquida até junho de 2015. em alguns casos, essa redução chega a 30%. como consequência desse momento, no primeiro semestre deste ano, foi registrada queda de 2,8% no consumo de diesel, que é o principal insumo do transporte rodoviário, ferroviário e aquaviário. além disso, houve forte aumento do preço desse combustível, com reajuste de 7,4% no ano. esse cenário pode ser ainda mais deteriorado diante da diminuição de r$ 4,21 bilhões no investimento autorizado para infraestrutura de transporte, que já era aquém do necessário. isso porque corre-se o risco de obras serem paralisadas e, por extensão, piorar a situação da malha viária, aumentando assim o custo operacional do transporte. outro grave problema está na rentabilidade dos transportadores. o preço de insumos, como combustível, lubrificantes e pneus, sofreu elevação significante. para acentuar ainda mais a situação, há uma considerável piora das condições de financiamento de infraestrutura de transporte pelo bndes (banco nacional de desenvolvi-

mento econômico e social), com aumento da taxa de juros e redução dos prazos. diante desses entraves, figura uma inconteste tendência de redução da demanda pela atividade de transporte. exemplo disso está na queda de 43,1% no licenciamento de caminhões e de 28,6% no licenciamento de ônibus, entre janeiro e julho de 2015, na comparação com o mesmo período do ano passado. apesar de todos os dados negativos, o setor tem se esforçado para manter seus empregados. dados do ministério do trabalho atestam que há estabilidade nesse quesito. mas esse quadro pode se agravar, caso medidas anticíclicas não sejas implementadas rapidamente. afinal, estamos falando de uma área que é termômetro da atividade econômica nacional, em decorrência da sua capilaridade e conexão direta com outros setores. para tentar atenuar as consequências deste período crítico, há que se ampliar e diversificar os investimentos, facilitando o acesso ao crédito para a compra de veículos e a renovação de frota; investindo no desenvolvimento de projetos básicos e executivos e em análises de viabilidade de novas obras; envolvendo, cada vez mais, a iniciativa privada nesses processos e não aumentando a tributação. apenas dessa forma conseguiremos reerguer o setor e dar a guinada necessária para um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento econômico do brasil.


“é necessário entender que mudança não é questão de se perder algumas alterações são imprescindíveis e ocorrem para marcar

ENTREVISTA

MAX GEHRINGER - administrador e comentarista de

Mudança para por

s organizações estão sempre vivendo algum momento em relação à mudança: algo mudou, vai mudar ou precisa ser mudado. Quem afirma é o administrador de empresas, comentarista da rádio cbn e do fantástico, na rede globo, max gehringer. durante o 1° Workshop sest senat integração e desafio, em brasília (df), gehringer falou sobre gerenciamento de mudanças e ressaltou a importância de cada profissional compreender a situação atual da empresa em que trabalha e acreditar que muitas transformações são essenciais para o crescimento. além de acompanhar as alterações necessárias dentro da organização, o profissional precisa ficar atento à própria carreira para

A

CYNTHIA CASTRO

não se acomodar. trocar de funções na empresa é um caminho para buscar aprimoramento profissional. gehringer destaca temas como a gestão da ambição dos funcionários e a divulgação de informações essenciais para todos os membros da equipe. “o subordinado aprecia muita coisa no superior imediato, mas nada é mais apreciado que a sinceridade”. Como gerenciar mudanças no ambiente corporativo? Os profissionais estão preparados para as modificações necessárias? de forma geral, quem tem menos de 25 anos é favorável à mudança, e quem tem mais de 55 é contra. Quanto menos idade, menos posses, menos dívidas, me-

nos obrigações, mais a pessoa quer mudança. como ela não tem nada, se mudar e continuar com nada, empatou. Já é um bom resultado. na medida em que o tempo vai passando, não é que as pessoas ficam refratárias a mudanças por si só, mas elas começam a pensar muito mais. é por isso que o jovem tem a impressão de que os que são muito mais velhos são contra. na verdade, eles estão pensando ainda. O medo do risco é um grande empecilho? é um processo de avaliação do risco. o que eu consegui até agora e o que eu estou arriscando com uma mudança? Quais são as opções que eu tenho para não mudar ou para me encaixar me-

lhor na mudança? as pessoas mais velhas, geralmente, não aceitam a mudança só porque alguém falou que vai mudar e isso pode ser bom. mas, tirando essa situação individual, as organizações estão sempre em algum momento diferente em relação à mudança. Quais momentos são esses? Qualquer organização sempre está em um desses três momentos: ou mudou alguma coisa ou vai mudar ou precisa mudar. as que ficam muito tempo sem mudar nada gastam muito. os grandes impérios da humanidade terminaram por isso. gasta-se com o tempo. se não muda, não acompanha as novidades e sempre aparece alguém com uma ideia melhor. é preciso renovar periodicamente


fotos sergio alberto/cnt

tempo, mas de se ganhar tempo. uma nova fase da empresa” rádio e tv

crescer para poder acompanhar o novo. é necessário entender que mudança não é questão de se perder tempo, mas de se ganhar tempo. algumas alterações são imprescindíveis e ocorrem para marcar uma nova fase da empresa, seja ela pública ou privada. De forma geral, o profissional aberto às alterações, dentro da empresa ou em relação a um novo emprego, tem mais benefícios que os fechados? ele leva vantagem na carreira. chefes gostam de pessoas que, quando surge a vontade de fazer algo novo, estejam dispostas a fazer, mesmo sem terem entendido com clareza o que é. técnico de futebol adora jogador assim, chefe adora funcionário assim. mas

chefe não costuma gostar daquele funcionário que pede mais explicação sobre a novidade a se fazer, antes de aceitar a proposta de mudança. se o comportamento for esse, da próxima vez, o chefe vai conversar com outro. então, se a organização está dizendo que alguma coisa vai mudar, eu preciso pensar que muitas pessoas, hierarquicamente na organização, pensaram nas mudanças. os profissionais deveriam acreditar nisso, principalmente nas grandes mudanças culturais. Mudar sempre é positivo nas organizações? nem sempre é bom. em alguns sites de cirurgias plásticas malsucedidas, por exemplo, você percebe que não é toda mudança que é

boa. mas tem um tipo de operação plástica que é maravilhosa. e essa é a que funciona também para as empresas. é aquela em que a pessoa já fez muitas cirurgias, mas ninguém ficou sabendo de nenhuma. ela fez tão pouquinho de cada vez, mudou sem radicalizar, que, depois de 20 anos, não se parece mais com o que ela era e ninguém percebeu em que momento ela ficou diferente. essa é a grande mudança que acontece. as melhores empresas mudam assim, sem que em algum momento os funcionários tenham sido avisados de que iria haver uma grande mudança, uma reestruturação, uma reorganização. é

necessário mudar sempre, todos os dias, todos os minutos, mas sem ser de forma brusca. Quais os sinais de que está na hora de trocar de empresa ou de função dentro da mesma empresa? Há vários sinais de que está na hora de mudar. Um exemplo pode ocorrer quando uma pessoa sai numa sexta-feira à noite com os amigos. conseguimos perceber que ela já deveria ter mudado de emprego há mais tempo quando alguém fala algo sobre a empresa e essa pessoa logo diz “não, pelo amor de deus, não vamos falar de emprego”. essa deveria ter muda-


do. a hora dela passou. ela não admite com os amigos nem com uma piada se lembrar que teve que trabalhar em uma empresa a semana inteira e, na segunda-feira, precisará estar lá de novo. esse é um tremendo sinal de que algo não está bem. Quais outros citaria? Uma enorme dificuldade para acordar de manhã, para sair da cama, trocar de roupa, pegar o carro ou a condução para ir trabalhar. se isso for um exercício penoso, algo está errado. a pessoa que se sente bem no trabalho acorda fácil. sabe que nada funciona tão perfeitamente, que vai encontrar um problema no trânsito, mas ela não vai se estressar por estar indo trabalhar. outro sinal é a pessoa que só enxerga o que é negativo no lugar onde ela trabalha. deixar de enxergar as coisas boas no trabalho também é um sinal de que chegou a hora de mudar. algumas pessoas enxergam rapidamente o que é ruim e divulgam isso, potencializam. são vários sinais que mostram que o profissional precisa mudar, desde a hora em que acorda até alguns comportamentos no trabalho e fora dele. Quando isso acontece, ele realmente precisa mudar para não atrapalhar a si mesmo nem o restante. tem gente que muda porque acha que o salário vai ser melhor, tem gente que acha que é preci-

so mudar muito de emprego. Uma nova geração pensa assim. E é preciso mudar muito de emprego? Tem um prazo para buscar algo novo? não. Uma vez me perguntaram qual é o tempo ideal que uma pessoa deve ficar em uma empresa. eu disse que a resposta é óbvia: a vida inteira, se você estiver bem. passamos a vida toda procurando uma empresa que nos trate com dignidade, que nos trate bem, que nos dê oportunidade. Queremos a oportunidade de mostrar o que sabemos. se a pessoa encontra uma organização assim, com oportunidade, respeito, remuneração e bom ambiente, não tem motivo para sair. pode permanecer nela por toda a vida. O que fazer para não se acomodar ao permanecer anos na mesma empresa? mudar dentro da empresa é interessante, mudar de departamento, de função. aprendi muito mais em mudanças internas do que aprendi fazendo cursos. a mudança de função é importante. mas há também a característica de cada uma das pessoas. algumas adoram o que fazem e não querem ser promovidas. Querem fazer aquilo que já fazem e se orgulham daquilo. normalmente, são pessoas que já têm um trabalho que requer atenção grande e que não há muitas pessoas que fazem. contabilidade é assim. al-

CARREIRA max gehringer, durante palestra para

“O subordinado aprecia muita coisa no superior imediato, mas nada é mais apreciado que a sinceridade”

guns estão felizes fazendo a mesma coisa há 25 anos. a acomodação está ligada ao que a pessoa enxerga nela mesma. pode haver alguém com cinco anos de empresa, mas completamente acomodado, e alguém com 30 anos, mas que não está acomodado. Em relação à gestão, como reter talentos? primeiro, é não prometer nada que não tenha certeza que poderá acontecer. como trabalhei em multinacionais, fazia parte do processo de contratação você dizer que a pessoa poderia ser transferida para os estados Unidos ou europa, por exemplo. mas o profissional pode entrar na empresa e descobrir que tem 15 mil funcionários e que, nos últimos dez anos, apenas três foram transferidos. é verdade que o novo profissional


tratar pessoas que não tinham tanta ambição, mas que eram também dedicadas ao que faziam

“A gestão da ambição dos funcionários é muito importante” funcionários do sest senat, em brasília

poderá um dia morar fora, mas essa possibilidade é ínfima. só que isso não é dito. a pessoa já entra achando que foi enganada. outra coisa é não dizer que a pessoa terá uma boa carreira muito rapidamente. cuidado com o que as palavras podem significar para quem fala e para quem ouve. então, primeiro, tem de dizer toda a verdade durante a entrevista, responder com sinceridade todas as perguntas para que ninguém entre na empresa iludido. O senhor fala também sobre gestão da ambição. Como isso deve acontecer? a gestão da ambição dos funcionários é muito importante. se temos 200 funcionários e em um departamento específico há 30 funcionários, qual a possibilidade nos próximos três ou quatro anos

de se oferecer uma, duas ou três vagas de promoção nesse departamento? se eu contratar dez profissionais novos e disser para os dez que existe a possibilidade de promoção, vou perder vários bons profissionais desse grupo. é preferível contratar dois ambiciosos e outros que tenham a ambição de fazer o melhor que podem naquilo que estão fazendo, sem o desespero de que se não forem promovidos será o fim do mundo. eu fazia isso quando contratava pessoas. media o grau de ambição na hora de contratar. são aquelas famosas perguntas: como você se vê daqui a cinco anos ou o que você espera do seu futuro? não podemos contratar somente pessoas que têm ambição de progresso rápido, porque não vamos poder oferecer tudo que elas esperam. muitas vezes, preferi con-

Depois que o bom profissional já está na empresa, como segurar grandes talentos? tem que investir na pessoa, em treinamento e desenvolvimento, em cursos. tem muita empresa que oferece curso, mas o funcionário não faz. então, a empresa desiste. se dois funcionários fizerem, já valeu o investimento. Hoje é difícil fazer um plano de carreira organizado. não dá mais para dizer que daqui a dois anos irá acontecer determinada coisa com a pessoa. Houve um tempo em que dava, pois o mundo andava mais devagar. mas o que podemos fazer é dizer para a pessoa que o que acontecer será conversado com ela. se o funcionário estiver indo bem, vamos fazer uma avaliação, perceber o que está faltando ou não. é importante aprender a falar. sempre manter a pessoa bem informada sobre o que acontece na empresa é muito importante. o subordinado aprecia muita coisa no superior imediato, mas nada é mais apreciado que a sinceridade. O seu livro “Todas as Respostas” apresenta a proposta de buscar na Bíblia as respostas para dúvidas de carreira e emprego. Como é isso? em 2001 ou 2002, escrevi um artigo de uma página sobre isso.

fiquei surpreso com a repercussão. está no Youtube e é surpreendente. eu peguei algumas perguntas comuns e tirei as respostas do livro eclesiastes, que tem respostas muito boas. Por que a Bíblia? O senhor é religioso? sempre li a bíblia, desde criancinha. existe uma suspeita de que a pessoa que lança um livro ou é oportunista ou teve uma epifania na vida e começou a enxergar tudo de outra forma. não aconteceu nada disso comigo. a bíblia sempre foi uma das minhas boas leituras. é o livro mais influente já escrito até hoje, pelo menos na civilização ocidental. tem trechos ótimos, tem respostas ótimas. muitas delas são bem propícias para o ambiente das empresas. Qual o senhor citaria? tem que ter a pergunta e achar a resposta na bíblia. Uma das que mais gostei, muito boa, é de uma jovem que chorava muito. ela me perguntava se chorar era tão ruim assim e se havia algum executivo que subiu na vida chorando. tem um trecho na bíblia que diz que Jesus chorou. é um versículo inteiro. mesmo tendo chorado, ele chegou aonde chegou. então, o restante tem direito a chorar. as respostas do livro são versículos. eu não fico explicando o versículo, não correria esse risco. me propus a fazer 366 perguntas e respostas. Uma para cada dia do ano. l


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MAIS TRANSPORTE

infraero/divUlgação

Menor participação da Infraero segundo a sac (secretaria de aviação civil), o governo avalia a possibilidade de comercializar fatias da participação que a infraero tem nos aeroportos concedidos à iniciativa privada. a estatal administra 60 aeroportos públicos no brasil. essa reestruturação da infraero buscaria sanear as contas da empresa e oferecer serviços de qualidade nos aeroportos que continuará administrando. de acordo com a sac, entre as medidas de reestruturação, está a

venda de parte de sua participação nos terminais de guarulhos, viracopos, galeão, brasília e confins. a infraero tem 49% de participação em cada um deles e não há nenhuma definição sobre esse percentual que seria vendido, porque tratam-se de aeroportos diferentes com realidades distintas umas das outras. a reengenharia da infraero acontecerá antes da concessão dos aeroportos de porto alegre, florianópolis, salvador e fortaleza. esses terminais serão leiloados no 1º semestre de 2016.

ECONOMIA iniciativa visa a sanear as contas da estatal

monotrilHo/divUlgação

Primeiro monotrilho em operação

INÍCIO linha 15-prata começou a funcionar comercialmente em agosto

o monotrilho da linha 15-prata de são paulo começou a operar comercialmente e com horário ampliado no mês de agosto. inicialmente, o monotrilho funcionará das 7h às 19h em apenas um trecho dos 26,6 quilômetros prometidos pelo governo estadual, ligando duas estações. os trens percorrem 2,9 quilômetros entre

o oratório e a vila prudente, onde há integração com a linha 2-verde do metrô. o intervalo de circulação é de seis minutos. é o primeiro monotrilho em operação no país. a tarifa de r$ 3,50 passa a ser cobrada, com preço igual ao dos bilhetes da cptm (companhia paulista de trens metropolitanos) e do metrô.

Argentinos testam carro autônomo o prefeito de buenos aires, Horacio larreta, testou, no mês de agosto, dois protótipos de veículos que dirigem sozinhos nas ruas da capital argentina. os microcarros elétricos foram desenvolvidos e construídos no país, em

parceria com engenheiros norte-americanos. os modelos usam sensores e informações de gps para escolher as melhores rotas, evitar obstáculos e identificar os sinais de trânsito. os protótipos fazem parte de um projeto de

aplicação da inteligência artificial na mobilidade urbana, com objetivo de aumentar a segurança no trânsito, além de reduzir congestionamentos e emissões de gás carbônico. em outubro de 2013, uma equipe da Usp (Universidade

de são paulo) testou, pela primeira vez, na américa latina, um carro autônomo por 5,5 quilômetros em são carlos, no interior paulista. em outubro, o mesmo grupo de pesquisadores colocará o veículo para ser usado como táxi – sem o taxista.


sergio alberto/cnt

RECONHECIMENTO o presidente da cnt e do sest senat, clésio andrade, foi homenageado pela anptrilhos (associação nacional dos transportadores de passageiros sobre trilhos), neste mês de setembro, em brasília. clésio andrade recebeu uma placa de agradecimento pelo apoio prestado ao longo dos cinco anos de fundação da entidade. a anptrilhos foi fundada no âmbito da cnt, crescendo com o apoio da confederação. “a associação traz para dentro da confederação a visão e a voz dos operadores metroferroviários de passageiros e essa placa é um agradecimento ao clésio andrade por todo o apoio”, destaca o presidente da anptrilhos, Joubert flores.

HOMENAGEM rodrigo vilaça, diretor-executivo da anptrilhos; Joubert flores, presidente da anptrilhos; clésio andrade, presidente da cnt; João gouveia, diretor técnico da anptrilhos e roberta marchesi, superintendente da anptrilhos (da esq. para dir.)

lançamento

Livro aborda consumo de energia no transporte queima de combustíveis fósseis no setor de transportes é uma das principais fontes de emissão de gases de efeito estufa, sendo responsável por cerca de 25% do total das emissões mundiais, segundo o ipcc (painel intergovernamental de mudanças climática). sob essa perspectiva, foi lançado o livro “transporte, uso de energia e impactos ambientais: uma abordagem introdutória” pela editora elsevier. o autor é márcio de almeida d’agosto, professor do programa de engenharia de transportes do instituto alberto luiz coimbra de pós-graduação e pesquisa da Universidade federal do rio de Janeiro e presi-

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dente da anpet (associação nacional de pesquisa e ensino em transportes). com ênfase na operação dos transportes – associada ao maior consumo de energia e aos impactos ao meio ambiente –, a publicação é indicada para as graduações em engenharia e profissionais afins. a obra traz uma visão específica sobre sistemas de propulsão e uso de energia concentrada no modo rodoviário, por sua importância na divisão modal dos transportes no mundo, além de considerar os modos ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. o autor aborda diferentes fontes de energia para os transportes e, em função das peculiaridades

do caso brasileiro, destaca os derivados de petróleo, gás natural, etanol e biodiesel, com

SERVIÇO Livro: “transporte, uso de energia e impactos ambientais: uma abordagem introdutória” Editora: elsevier Categoria: engenharia ambiental disponível em impresso e e-book Páginas: 272 Preço: r$ 85,90 À venda nas principais livrarias do brasil

descrição de suas cadeias produtivas. faz ainda um breve relato dos combustíveis do futuro.


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MAIS TRANSPORTE aneQUim/divUlgação

Avião de MG bate recordes o anequim, avião projetado pelo centro de estudos aeronáuticos da Ufmg (Universidade federal de minas gerais), quebrou cinco recordes mundiais de velocidade em sua categoria (ultraleve), em agosto, na base aérea de santa cruz, no rio de Janeiro. desenvolvida desde 2011, a aeronave apresenta um peso inferior a 500 quilos, já incluindo piloto e combustível. ela foi integralmente projetada no computador e construída por máquinas de comando numérico. além disso, o anequim é o primeiro avião brasileiro com estrutura primária feita totalmente em fibra de carbono, o que o tornou extremamente leve, rígido e forte.

sergio alberto/divUlgação

Menor número de indenizações

AUMENTO os valores pagos por invalidez permanente cresceram 4%

mais de 22 mil famílias receberam indenizações do dpvat (seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres) no primeiro semestre do ano, em razão de mortes ocorridas em acidentes de trânsito no brasil. o número caiu 11% se comparado ao mesmo período do ano passado. os valores pagos por despesas

médicas também tiveram queda. a redução foi de 5%, num total de 52,6 mil vítimas. em contrapartida, continua em crescimento os casos de invalidez permanente. a alta, no semestre, foi de 4%. a boa notícia é que a evolução foi bem menor que a observada no primeiro semestre de 2014, em comparação com 2013, quando a elevação registrada foi de 21%.


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aQUaviário

Cabotagem: desafio da logística brasil é privilegiado por suas condições naturais e distribuição demográfica. trata-se de um país com uma costa navegável de 8.000 km de extensão, com mais de 37 portos organizados e inúmeros terminais de uso privativo. por esse motivo, a cabotagem, categoria de navegação entre portos do mesmo país ou entre um porto fluvial ou lacustre e um porto costeiro, apresenta grande potencial para assumir posição de destaque na matriz brasileira de transporte de cargas. no entanto, esse modal responde por pouco mais de 10% da carga transportada no país. os entraves e os desafios desse modal foram objeto de debate no senado federal, durante o 1º Workshop sobre ca-

O

botagem. promovido pela frenlog (frente parlamentar mista de logística de transporte e armazenagem) do congresso nacional, em agosto, o evento reuniu autoridades públicas, políticos e representantes do setor, que apontaram, como desafios para a área, a desburocratização dos processos, a desoneração do combustível, a flexibilização da legislação trabalhista para os marítimos tripulantes, a revisão do fundo da marinha mercante, a redução de custos ou a isenção da praticagem em determinadas situações e o funcionamento de portos e terminais dedicados à cabotagem. o ministro dos transportes, antonio carlos rodrigues, declarou que o país tem grande potencial para o transporte de

cargas e que, por isso, é essencial o incentivo à cabotagem combinado com investimentos complementares em infraestrutura de transporte. “o incentivo à cabotagem, combinado com o investimento complementar na infraestrutura de transporte, constitui um estímulo importante à atividade econômica”, disse. na avaliação da ministra da agricultura, pecuária e abastecimento, Kátia abreu, ampliar esse transporte é um dos maiores desafios da logística do país. ela observou que, em solo brasileiro, o transporte de cargas é tratado da mesma forma que o de um exportador. “outro custo embutido no transporte brasileiro é o frete de longa distância, que cobra 25% de ta-

xas para o fundo da marinha mercante”, questionou dados da antaq (agência nacional de transportes aquaviários) mostram que, no primeiro semestre deste ano, a cabotagem cresceu 5,7% em relação ao mesmo período de 2014, com a movimentação de 10,4 milhões de toneladas. a expectativa é que esse tipo de transporte represente 29% de toda carga transportada no brasil até 2025. representante da sep (secretaria de portos), fábio lavor teixeira explicou que a pasta está coordenando um estudo para mapear gargalos e propor incentivos ao transporte marítimo de cargas pelo litoral brasileiro e pelas hidrovias do país. (Diego Gomes) frenlog/divUlgação

POTENCIAL transporte entre os portos costeiros e fluviais enfrenta infraestrutura inadequada e excesso de burocracia

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SETEMBRO 2015 arQUivo fecam/divUlgação

MAIS TRANSPORTE Morre Éder Dal'Lago morreu, em 11 de agosto de 2015, éder dal'lago, presidente da fecam (federação dos caminhoneiros autônomos dos estados do rio grande do sul e santa catarina). nascido em caxias do sul em 27 de setembro de 1946, dal’lago iniciou suas atividades profissionais na década de 1960 como motorista de caminhão e teve atuação destacada no campo sindical.

foi presidente do conselho fiscal do sindicato dos condutores autônomos e do sindicato dos transportadores rodoviários autônomos de bens de caxias do sul e diretor da cnt (confederação nacional do transporte). dal’lago fundou (e foi eleito presidente) a fecam em 1995. no seu lugar, assume andré costa, até então vice-presidente da fecam.

TRAJETÓRIA dal'lago esteve à frente da fecam por mais de 20 anos

sergio alberto/cnt

Brasil e Alemanha assinam acordo

DIREITO emenda constitucional foi promulgada em setembro

Um acordo de cooperação bilateral entre brasil e alemanha foi assinado em agosto, em brasília. o pacto fez parte da agenda que a chanceler alemã angela merkel cumpriu no brasil. o termo assinado possibilitará maior interface entre os setores público e privado e permitirá o cumprimento de um dos artigos da nova lei dos portos, que determina o

treinamento, a qualificação e a certificação profissional dos trabalhadores portuários. entre os assuntos tratados estão tópicos como intercâmbio de experiências, especialização e know-how, treinamento e formação, projetos conjuntos e fomento da cooperação entre empresas e organizações. porto de sUape/divUlgação

Transporte: direito constitucional o transporte será incluído como direito social previsto no artigo 6º da constituição federal. Uma pec (proposta de emenda à constituição), que tramitava no congresso nacional desde 2011, foi aprovada em segundo turno pelo senado no dia 9 de setembro. agora, o transporte será equiparado a outros direitos sociais que devem ser garantidos

pelo poder público, que são: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, além da assistência aos desamparados. a emenda constitucional foi promulgada em sessão conjunta do congresso, no dia 15 de setembro.

META objetivo é cumprir um dos artigos da nova lei dos portos


caminHões

Conectividade otimiza transporte volvo quer se consolidar no mercado como a fabricante que mais oferece soluções de conectividade aos seus clientes. a empresa aprofunda a investida que começou com a chegada da nova linha f, apresentada no mercado brasileiro em outubro de 2014, um ano e meio depois de chegar à europa. a montadora apresentou a jornalistas, durante evento em fortaleza (ce), em agosto, os recursos inovadores constantes da nova gama de caminhões da marca. é o caso do dispositivo isee, que armazena na nuvem dados da via. essas informações são usadas nas próximas vezes que o veículo passar pela mesma estrada para tornar a condução mais eficiente, economizando combustível. outra tecnologia de série que mostra a aposta da marca sueca em conectividade é o my truck, aplicativo de celular que exibe indicadores do painel do caminhão, como consumo, nível de combustível, de arla 32 e até mesmo se o alarme do veículo soa ou uma porta é aberta. os dados podem ser acessados remotamente tanto pelo motorista quanto pelo responsável pela gestão da frota. Já o dynafleet é o sistema de gerenciamento de frotas, aliado do transportador e do motorista na busca por um estilo de direção mais econômico. com ele, é possível gerar tanto relatórios de desempenho quanto o perfil de condução e consu-

A

mo de combustível de cada motorista individualmente. a volvo aproveitou o evento para destacar as funcionalidades do sistema on call. o dispositivo permite que, por meio de um botão, o motorista peça socorro para alguma falha do caminhão. o veículo já vem equipado com um chip e, quando necessário, completa uma ligação para a central de atendimento da companhia em curitiba (pr). a partir de 2016, a empresa fará ainda trabalho ativo de manu-

tenção preventiva. a ideia é entrar em contato com os clientes sempre que o veículo estiver perto de precisar trocar alguns componentes. “atualmente, o fluxo de informações dos veículos, da logística do transporte e de toda a infraestrutura do setor ainda está compartimentalizado em cada modal de transporte. em breve, todo esse conjunto de dados estará conectado”, afirma michael gudmunds, gerente de serviços conectados da volvo trucks.

dados da transportadora chilena rrcia international apresentados no evento mostram que o uso dos novos caminhões da marca equipados com as tecnologias garantiram redução de 7% no consumo de combustível na operação da estrada do caracol, na cordilheira dos andes, trecho conhecido por ser perigoso por causa das curvas apertadas. além do i-see, a empresa utiliza o dynafleet. (Diego Gomes) volvo/divUlgação

AUTONOMIA volvo investe em soluções e serviços compartilhados


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MAIS TRANSPORTE

porto de santos/divUlgação

Brasil terá Universidade do Ar o brasil terá em breve sua primeira Universidade do ar. isso será possível por meio da parceria entre a norte-americana embry-riddle, considerada a maior universidade exclusivamente de aviação do mundo, e a c-flY aviation, empresa brasileira de consultoria do setor aéreo. o projeto visa formar novos e qualificados profissionais diante da expectativa de crescimento do setor no brasil e

na américa latina. o centro educacional contará com um aeroporto-escola que deverá oferecer estágio supervisionado aos estudantes – que também contemplarão áreas relacionadas à gestão, como administração de aeroportos e de linhas aéreas. belo Horizonte (mg), são José dos campos, são roque e sorocaba (sp) já demonstram interesse em receber as futuras instalações do projeto.

RESULTADO movimentação foi de 55,2 milhões de toneladas

embrY riddle/divUlgação

Porto de Santos bate recorde

DEMANDA centro educacional é disputado por três cidades brasileiras

o porto de santos alcançou mais um recorde de movimentação de cargas. no primeiro semestre de 2015, o ancoradouro registrou 55,2 milhões de toneladas movimentadas. o número supera em 2,6% o recorde anterior, que foi contabilizado em 2013, com 53,7 milhões de toneladas. a soja foi o destaque no período, com embarque de 13,6 milhões

de toneladas, ficando 3% acima em relação ao ano anterior. o açúcar, segunda carga de maior movimento, atingiu 7,2 milhões de toneladas, um acréscimo de 2,4%. a terceira carga mais movimentada foi a de óleo combustível, com alta de 19,7% no semestre, em relação a 2014, com 1,2 milhão de toneladas. agência brasil/divUlgação

Cai valor das passagens aéreas o valor médio das passagens aéreas caiu 8% em 2014, na comparação com 2013, de acordo a anac (agência nacional de aviação civil). o preço médio ficou em r$ 333. no último trimestre do ano, 58% dos bilhetes comercializados custaram menos de r$ 300. de setembro a dezembro do ano passado, na média, os passageiros pagaram r$ 330 por trecho, 5% menos

que no mesmo período de 2013. na outra ponta, as passagens que superaram os r$ 1.500 no mercado doméstico, em 2014, representaram 0,6% das vendas das companhias aéreas. em cinco anos, a anac afirma que cresceu em 12 pontos percentuais a quantidade de passagens comercializadas a menos de r$ 300. em 2010, 46% dos bilhetes foram vendidos até o limite desse valor.

BILHETES redução foi de 8%. preços ficaram em r$ 333, na média


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meio ambiente

Fetransportes entrega Prêmio QualiAr a 100 empresas em empresas do setor de transporte e logística receberam, em agosto, o prêmio fetransportes de Qualidade do ar – Qualiar, durante solenidade realizada na unidade do sest senat cariacica (es). a premiação tem como objetivo reconhecer instituições que mantêm seus veículos e equipamentos a diesel aferidos ppelo despoluir - programa ambiental do transporte, desenvolvido pela cnt e pelo sest senat. para conquistar o troféu, as empresas precisam ter

C

100% da frota aprovada nos quatro testes de emissão veicular (testes de fumaça preta) feitos ao longo do ano – sempre entre julho do ano anterior e junho do ano corrente. e, de acordo com os percentuais de opacidade obtidos pela frota, elas são classificadas nas categorias ouro, prata ou bronze. na edição deste ano, seis empresas ganharam o Qualiar bronze, 35 o Qualiar prata e 59 o Qualiar ouro. os técnicos ambientais do programa despoluir-es realizaram 26.717 aferições de fumaça

em todo o estado. o número representa uma economia de aproximadamente 14,3 milhões de litros de diesel. aliado ao ganho econômico, as vencedoras também deixaram de emitir 856 toneladas de material particulado no meio ambiente. segundo o presidente da fetransportes (federação das empresas de transportes do estado do espírito santo), José antonio fiorot, “o Qualiar é um prêmio pioneiro e seu objetivo é homenagear as empresas que atingem as metas de redução da emissão de po-

luentes e do consumo de diesel”. gestora do programa despoluir, daniela fraga maier acredita que o atual momento do país é propício para a expansão do programa. “crises são berços de oportunidade. se as empresas que ainda não são parceiras do programa começarem a ver que, além do compromisso ambiental, nosso trabalho propicia redução de custos operacionais, tenho certeza que eles vão aderir”. Com informações da Fetransportes fetransportes/divUlgação

EXEMPLO vencedoras economizaram 14,3 milhões de litros de diesel. iniciativa integra programa despoluir do espírito santo

19


por mais

qualidade


sergio alberto/cnt

Sest Senat desenvolve programa de atenção à saúde do trabalhador em transporte com foco na prevenção de doenças; em 22 anos, foram realizados mais de 80 milhões de atendimentos

REPORTAGEM DE CAPA

por

romover a saúde do trabalhador em transporte, melhorando a sua qualidade de vida, é um dos focos do trabalho do sest senat. Há 22 anos, a instituição desenvolve diversas atividades voltadas para a garantia do bemestar dos profissionais que atuam nas mais variadas funções da atividade transportadora e que, devido à rotina, muitas vezes, extenuante de trabalho, não têm o tempo necessário para cuidar da saúde. nas 149 unidades em funcionamento pelo país, os trabalhadores contam com atendimentos de odontologia, de fisioterapia, de nutrição e de psicologia, além de ações desenvolvidas por meio de campanhas, palestras, seminários, realização de exames e orientações que estimulam, permanentemente, a prevenção de doenças e o engajamento na busca por uma vida mais saudável. desde a criação da instituição, em 1993, já são mais de 80 milhões de atendimentos realizados. segundo o presidente do sest senat e da cnt, clésio andrade, o objetivo é levar ao profissional do setor informações sobre a importância da prevenção de doenças e da manutenção da saúde para o bom desempenho profis-

P

de vida

LIVIA CEREZOLI


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CNT TRANSPORTE ATUAL

sional. “e isso fortalece a atividade transportadora, tão essencial para o desenvolvimento do nosso país. todas as ações têm como foco a missão do sest senat de incentivar os trabalhadores a adotarem hábitos de vida mais saudáveis, prevenindo doenças e garantindo mais bem-estar a quem está diariamente movimentando o nosso país.” neste ano, as ações foram ampliadas. o projeto saúde nos portos, desenvolvido em parceria com a sep (secretaria de portos da presidência da república) oferece diversos exames gratuitos para os trabalhadores que atuam nas áreas portuárias e, que com a rotina ocupada pelo trabalho, especialmente em razão das viagens, têm dificuldade em encontrar tempo para verificar como estão as condições básicas de saúde. nos postos de atendimentos montados em dez portos públicos brasileiros, os trabalhadores realizam exames, como verificação de glicose, aferição de pressão arterial, imc (Índice de massa corporal) e testes rápidos de Hiv e sífilis, recebem orientações sobre saúde bucal, nutrição, saúde do homem, combate ao uso de álcool e drogas, e ainda participam de palestras e de aulas de alongamento e de ginástica laboral. mais de 3.000 trabalhado-

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“O Sest Senat incentiva os trabalhadores a adotarem hábitos de vida mais saudáveis” CLÉSIO ANDRADE, presidente da cnt e do sest senat

res já foram atendidos nos portos de santos (sp), de paranaguá (pr), de vitória (es), de suape (pe) e de natal (rn). neste ano, o projeto ainda vai ser realizado nos portos do rio de Janeiro (rJ), salvador (ba), fortaleza (ce), belém (pa) e rio grande (rs). de acordo com a diretoraexecutiva nacional do sest senat, nicole goulart, facilitar o acesso dos trabalhadores à saúde, levando os atendimentos até o local de trabalho deles, é mais uma forma de garantir bem-estar. “sabemos que esses profis-

SAÚDE NOS PORTOS projeto desenvolvido

sionais, muitas vezes, não têm tempo para agendar uma consulta e, por isso, é tão importante promover esse acesso. enquanto o motorista, por exemplo, aguarda a carga ou descarga do caminhão, recebe a assistência e as orientações.” caminhoneiro há cinco anos, paulo cesar faria de souza participou da ação no porto de paranaguá e aprovou o atendimento. “acho fundamental esse cuidado com os motoristas. nosso trabalho é muito sério, precisamos estar bem de saúde para dirigir em segurança.”

em suape, a iniciativa também foi bem recebida pelos trabalhadores da área portuária. o caminhoneiro clerivan de souza lima, que está na profissão há 27 anos, ficou surpreso ao saber que poderia fazer um check up no próprio ambiente de trabalho. “o projeto nos orienta sobre a importância de se cuidar da saúde. e o melhor, sem perder tempo. gastei poucos minutos para fazer exames importantes que não fazia há alguns anos.” com os resultados positivos dos saúde nos portos, o sest se-


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sest senat/divUlgação

CRESCIMENTO CONTÍNUO Atendimentos realizados pelo Sest Senat nos últimos anos* ODONTOLOGIA 600 ??? 500 460.263 476.638

511.117

469.296

507.664

2012

2013

2014

558.888

400 300 200 100 0

2010 FISIOTERAPIA 140 120 ???

2011

127.368 105.115

100

78.285

80 60

48.348

40 20 0

em parceria com a sep está sendo realizado em dez terminais de todo o país

O programa Comandos de Saúde já atendeu mais de

80 mil motoristas

54.679

2.995 2010

2011

2012

2013

2014

2015

41.909

42.744

2013

2014

PSICOLOGIA 60

49.995

50 40

nat e a sep já estudam a possibilidade de ampliar a ação. “partindo do objetivo de garantir qualidade de vida saudável, nossa intenção é estender a campanha para os demais portos brasileiros”, afirma o ministro-chefe da secretaria de portos, edinho araújo. trabalho semelhante já é desenvolvido pelo sest senat desde 2006 nas rodovias. o comandos de saúde, realizado em parceria com a prf (polícia rodoviária federal), atende os profissionais que estão em viagem. durante a ação, os motoristas recebem orientação sobre a im-

2015

30.988

30

34.381

20 10 0

1.162 2010

2011

NUTRIÇÃO (início em 2014) 40 35 30 25 16.972 20 15 10 5 0 2014 *de janeiro a julho

2012

2015

36.964

2015 fonte: sest senat


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incentivo

Atividade física também garante qualidade de vida portância dos cuidados básicos para evitar acidentes e garantir mais segurança para quem trafega pelo país. depois de abordados pelos policiais da prf e convidados a participarem da ação, eles passam por exames rápidos, sempre acompanhados por um médico que, quando necessário, encaminha o profissional para atendimento. desde o lançamento, mais de 80 mil motoristas já foram atendidos. “para falar a verdade, há mais de três anos eu não fazia exames, como o de glicemia. estava mesmo precisando desse tempo para mim, para cuidar da minha saúde”, conta o caminhoneiro cledimar antônio amorim, que participou da ação, em agosto, na br-020, no distrito federal. neste ano, já foram realizadas três edições do projeto. a última está prevista para acontecer em outubro. para o inspetor da prf, José teógenes abreu, ações como a do comandos, atendem às necessidades dos motoristas. “nós costumamos dizer que o caminhoneiro não perde tempo e, sim, ganha 30 minutos, no máximo, para cuidar da saúde. é um atendimento completo e eficiente que tem alcançado cada vez mais frutos graças a essa parceria da prf com o sest senat, instituição que realmente sabe desenvolver

o trabalho do sest senat na promoção da saúde do trabalhador vai além dos atendimentos nas clínicas e das ações realizadas nas rodovias, nos portos e nas empresas de transporte. a organização de eventos voltados para a prática da atividade física é também uma forma de garantir mais qualidade de vida aos profissionais do setor. pelo segundo ano consecutivo, o circuito sest senat de caminhada e corrida de rua tem motivado trabalhadores em transporte a praticarem exercícios em todo o país. para o motorista luiz carlos rodrigues, que conquistou o 1º lugar na categoria 5 km – beneficiário do setor do transporte, motivação é o que não falta. “correr o circuito do sest senat é uma prova de que estou em dia com a minha saúde. é impressionante como a nossa disposição muda quando a gente pratica atividade física.” o circuito tem provas de 5 e de 10 quilômetros para corrida e de 2 quilômetros para caminhada. ao todo, estão sendo realizadas 13 etapas em 2015. além da capital mineira, brasília (df), campo grande (ms),

feira de santana (ba), curitiba (pr) e boa vista (rr) já receberam o circuito. até o fim do ano, outras sete etapas acontecem em cariacica (es), crato (ce), pelotas (rs), ribeirão preto (sp), campos dos goytacazes (rJ), chapecó (sc) e recife (pe). as inscrições podem ser feitas no site do evento (http://corrida.sestsenat.org .br). elas são gratuitas para os trabalhadores autônomos ou contratados, aposentados e proprietários de empresas do setor de transportes cadastrados no sest senat e funcionários da instituição. para o público em geral, a taxa é de r$ 30. as inscrições para a caminhada são de graça. Futebol das ruas para os gramados. a copa sest senat de futebol 7 society, além de promover o bem-estar, tem como objetivo garantir a integração dos profissionais do setor. realizada desde 2013, a competição já teve a participação de mais de 19 mil profissionais atletas. neste ano, são 5.912 jogadores divididos em 438 equipes.

as rodadas eliminatórias da fase nacional que definiram os vencedores de cada grupo foram realizadas em 19 de setembro. as semifinais estão previstas para o dia 17 de outubro, e a final no dia 18, no sest senat natal (rn). Ciclismo e já que a bicicleta é cada vez mais utilizada não só como opção de lazer, mas de transporte, nada melhor do que um passeio ciclístico para incentivar ainda mais o uso desse equipamento, que proporciona saúde e contribui para um trânsito melhor. o pedalando acontece, simultaneamente, no dia 4 de outubro em 25 cidades das cinco regiões do país. o percurso tem 10 km, com a duração prevista de três horas. a idade mínima recomendada é de oito anos. para participar, é preciso fazer a inscrição pela internet (http://pedalando.sestsenat.org.br) e doar 1 kg de alimento não perecível (exceto sal), que deve ser entregue em uma das unidades do sest senat participantes. as doações serão entregues a instituições de caridade.


sest senat/divUlgação

AQUECIMENTO atletas se preparam para o circuito de caminhada e corrida de rua em curitiba sest senat/divUlgação

COPA SOCIETY neste ano, mais de 5.000 profissionais-atletas participam da competição sergio alberto/cnt

PARTICIPAÇÃO em belo Horizonte, a corrida reuniu trabalhadores do setor na lagoa da pampulha

ações voltadas às necessidades dos trabalhadores”, destaca. dentro das unidades do sest senat, a atenção à saúde está focada nos serviços oferecidos nas clínicas de odontologia, de fisioterapia, de nutrição e de psicologia. com uma estrutura padrão espalhada por todo o território nacional, os trabalhos são feitos de forma contínua, buscando conscientizar sobre a necessidade da mudança de comportamento para reforçar as práticas de prevenção às doenças e melhorar a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores. entre janeiro e julho deste ano, foram mais de 770 mil atendimentos nas quatro especialidades, 100 mil a mais do que os registrados no mesmo período de 2014. a assistência fisioterápica já se consolidou como um serviço de saúde essencial na prevenção e no tratamento de doenças e lesões da coluna, causadas pela rotina diária de trabalho dos profissionais, principalmente motoristas, que passam horas na mesma posição. nas clínicas, são trabalhados os cuidados que eles devem ter em relação à postura durante a jornada de trabalho. nos sete primeiros meses deste ano, foram realizados 127.368 atendimentos. afastado da função de motorista de transporte coletivo desde 2013, por um problema na coluna


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impacto

Saúde e desempenho profissional as condições de saúde dos trabalhadores têm relação direta com o desempenho profissional. Quem tem um corpo saudável rende mais no trabalho e executa de maneira mais eficiente as suas funções diárias. de acordo com o diretor da anamt (associação nacional de medicina do trabalho), João anastácio dias, no caso dos trabalhadores em transporte, principalmente os motoristas, isso é ainda mais essencial, já que eles são diariamente expostos a riscos no trânsito das cidades e das rodovias. “podemos, inclusive, afirmar que o cuidado com a saúde do trabalhador é es-

que tinha indicação cirúrgica, ernani lagemann conta os dias para voltar ao trabalho. “estou muito ansioso e satisfeito com o resultado do meu tratamento. as sessões de fisioterapia que eu fiz no sest senat de viana (es) eliminaram a necessidade da cirurgia. Hoje, já estou me preparando para voltar a trabalhar”, conta satisfeito. caminhoneiro autônomo há 10 anos, João batista pereira faz tratamento odontológico no sest senat de santo antônio da platina (pr). “sempre fui muito bem

sencial para o desenvolvimento do país. Um profissional em boas condições de saúde garante mais produtividade e competitividade para as empresas, contribuindo assim para o crescimento do país como um todo.” na visão de dias, o desenvolvimento de ações voltadas para a saúde do trabalhador é fundamental, não só pela oportunidade de realizar exames simples que antes não eram feitos, mas, principalmente, pela conscientização da importância do cuidado com o corpo. e ele vai além. “promover a saúde do trabalhador é exercer a cidadania na sua forma mais pura.”

“As sessões de fisioterapia eliminaram a necessidade da cirurgia” ERNANI LAGEMANN, motorista de ônibUs

ORIENTAÇÃO atendimento

atendido por toda a equipe. ter esse serviço disponível facilita muito. não sei se conseguiria fazer o tratamento particular.” na área odontológica, são oferecidos procedimentos básicos de limpeza, curativos e de emergência, além de tratamento nas áreas de dentística, de endodontia, de periodontia, de ortodontia e de prótese. entre janeiro e julho deste ano, em todas as unidades do sest senat, foram registrados 558.888 atendimentos. e em função da organização do

horário de trabalho, de turnos irregulares e de uma alimentação inadequada, os índices de obesidade entre os trabalhadores são crescentes. por isso, o sest senat também passou a oferecer, em 2014, assistência nutricional, para que esses profissionais aprendam sobre as melhores escolhas na hora das refeições e, assim, seja possível prevenir doenças crônicas não transmissíveis. na comparação dos sete primeiros meses de 2014 e 2015, o número de atendimentos passou de 16.972 para


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sergio alberto/cnt

AGENDE-SE confira a programação dos próximos eventos do sest senat SAÚDE NOS PORTOS Local rio de Janeiro (rJ) porto de salvador (ba) porto de fortaleza (ce) porto de belém (pa) rio grande (rs)

Data 15 e 16 de outubro 22 de outubro 26 a 30 de outubro 11 e 12 de novembro a confirmar

COMANDOS DE SAÚDE NAS RODOVIAS dia 21 de outubro, em 26 trechos de rodovias federais CIRCUITO DE CAMINHADA E CORRIDA DE RUA Local cariacica (es) crato (ce) pelotas (rs) ribeirão preto (sp) campos dos goytacazes (rJ) chapecó (sc) recife (pe)

nutricional prioriza a alimentação saudável para a prevenção de doenças

36.964 e os resultados são bastante positivos. rubens marques de oliveira é taxista em belo Horizonte (mg) há 29 anos. com 11 kg acima do peso e as taxas de colesterol alteradas, ele procurou o atendimento nutricional do sest senat Jardim vitória na capital mineira. “como trabalho muito sentado, não praticava exercício físico e comia sempre errado por conta da correria do trabalho, fui engordando e já não estava me sentindo muito bem”, relata. três meses após iniciar o

acompanhamento, oliveira já comemora os primeiros resultados. “troquei a coxinha por um lanche mais saudável, comecei a fazer caminhadas e, hoje, o meu colesterol já baixou. até o meu humor melhorou. agora, atendo aos meus clientes muito mais feliz.” nas clínicas de psicologia, os serviços realizados pretendem minimizar, prevenir e tratar o uso do álcool e de outras drogas que compromem o desempenho profissional. nos últimos seis anos, o crescimento no número de aten-

PEDALANDO - Dia 4 de outubro natal (rn) brasília (df) belém (pa) são gonçalo (rJ) rio branco (ac) porto velho (ro) Uberlândia (mg) salvador (ba) aracaju (se) manaus (am) pelotas (rs) são luís (ma) boa vista (rr) maceió (al) campina grande (pb) teresina (pi) cabo de santo agostinho (pe) florianópolis (sc)

“Promover a saúde do trabalhador é exercer a cidadania na sua forma mais pura” JOÃO ANASTÁCIO DIAS, diretor da anamt

Data 4 de outubro 11 de outubro 25 de outubro 25 de outubro 8 de novembro 15 de novembro 29 de novembro

palmas (to) macapá (ap) rondonópolis (mt) foz do iguaçu (pr) três lagoas (ms) são mateus (es) sobral (ce) fonte: sest senat

dimentos foi bastante expressivo, passando de 1.162 em 2010, para 49.995 em 2015, entre os meses de janeiro e julho. além desses atendimentos, o sest senat também desenvolve ações de conscientização dos trabalhadores, como palestras e seminários, sobre a necessidade de mudança de comportamento para melhorar a qualidade de vida e tem incentivado ainda a prática de atividades físicas que contribuem para um estilo de vida mais saudável . l


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DRONES

anac promete

regras até o

fim do ano

equipamentos que voam sem tripulação, controlados a distância, serão regulamentados; população contribui com sugestões por

CYNTHIA CASTRO

s drones – aeronaves não tripuladas guiadas a distância – deverão ter regras definidas no brasil até o final deste ano. a anac (agência nacional de aviação civil) abriu audiência pública, entre o início de setembro e o início de outubro, para coletar sugestões da população sobre como deve ser o uso desses equipamentos. a proposta é que esses objetos que podem pesar cerca de 1 kg ou bem

O

mais não ofereçam risco às pessoas em terra nem à aviação. também há preocupação com segurança pública e privacidade. pela norma que está em desenvolvimento pela anac, quem está embaixo de um drone deve autorizar que ele seja operado no lugar, como, por exemplo, em estádios de futebol, locais de filmagens etc. Um drone não poderá voar a menos de 30 metros de distância das pessoas.


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pHantom/divUlgação


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Xmobots/divUlgação

VERSATILIDADE drones são usados em agricultura, mineração e em diversas outras situações

resta saber como essa anuência escrita será feita na prática e como será a fiscalização. a multa para o uso de aeronaves não autorizadas pode variar de r$ 800 a r$ 30 mil, conforme informou o diretor-presidente da agência, marcelo guaranys. o infrator ainda está sujeito a responder pelo crime de contravenção penal, podendo ser fisca-

Multa pode chegar a

R$ 30 mil pelo uso sem autorização

lizado também pelos órgãos de segurança. o grande desafio, de acordo com o diretor-presidente da anac, é oferecer segurança às pessoas e, ao mesmo tempo, permitir o desenvolvimento dessa indústria que cresce no brasil e no mundo. “entendemos que essa é uma realidade que veio para ficar, tanto para fins recreativos como

profissionais. é um segmento inovador, revolucionário. mas temos que garantir a segurança aérea e também a segurança das pessoas em solo. e ainda a segurança na fabricação”, afirmou. a edição de março da revista CNT Transporte Atual trouxe uma reportagem de capa sobre a revolução dos drones e a necessidade de regulamenta-


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abordagem

Revista CNT fez alerta sobre segurança

“É um segmento inovador, revolucionário. Mas temos que garantir a segurança aérea e das pessoas em solo” MARCELO GUARANYS diretor-presidente da anac

ção para que se ofereça segurança. no mês de abril, a reportagem abordou novamente o assunto em entrevista com o diretor-geral da anac sobre a necessidade de regulamentar os drones. esses equipamentos têm sido cada vez mais utilizados em áreas como agricultura, mineração, fiscalização e, especialmente, para filmagens e fotografias. a anac não tem

a revolução que os drones têm provocado no brasil e no mundo, tanto pelas inúmeras possibilidades de utilização como pela necessidade de regulamentação, foi tema da matéria de capa da revista CNT Transporte Atual de março deste ano. a reportagem alertou que esses equipamentos inovadores têm revolucionado diferentes áreas em todo o mundo, entretanto precisam de regras para reduzir o risco de acidentes. a fab (força aérea brasileira) disse à reportagem da CNT Transporte Atual que “qualquer objeto que voe dentro de um espaço aéreo utilizado por aeronaves pode oferecer risco à navegação aérea”. o risco, conforme a fab, está associado à colisão desse artefato com as aeronaves. ainda de acordo com a força aérea brasileira, “aspectos como tamanho e peso do objeto, velocidade no momento do impacto, área da aeronave atingida (asa, fuselagem, motor) irão influenciar diretamente no dano provocado”. neste ano, um drone que filmava uma manifestação em são paulo caiu sobre a multidão, atingindo duas pessoas. a escola de samba portela foi notificada pela anac por utilizar drones durante o desfile de carnaval na marquês de sapucaí. Um peque-

no drone também caiu na casa branca, nos estados Unidos, no início do ano. mas apesar dos diversos riscos que esses revolucionários equipamentos podem oferecer, também são inúmeras as funções que trazem muitos benefícios. a CNT Transporte Atual mostrou que esses drones têm sido aplicados para monitoramento hídrico, controle de plantações e até fiscalização de minerações. “além de trazer imagens

com altíssima resolução, ele voa abaixo das nuvens e permite conseguir essas imagens a qualquer momento”, disse a coordenadora do projeto do dnpm (departamento nacional de produção mineral), cristina prando bicho. o dnpm conseguiu da anac autorização para operar um equipamento desse em caráter experimental. cristina destacou a necessidade de haver muito treinamento para que o piloto conduza o drone com segurança.

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SAIBA MAIS Confira as classes de drones definidas pela Anac e os temas em análise para · serão requeridas licenças e habilitação · todos os voos deverão ser registrados

CLASSE 1 (PESO MAIOR QUE 150 KG) Equipamentos · devem ser submetidos ao processo de certificação similar ao existente para as aeronaves tripuladas, com ajustes dos requisitos de certificação ao caso · serão registrados no rab (registro aeronáutico brasileiro)

CLASSE 3 (PESO MENOR OU IGUAL A 25 KG)

Licença, habilitação e certificados · todos os pilotos deverão ser maiores de 18 anos · será requerido cma (certificado médico aeronáutico) · serão requeridas licenças e habilitação · todos os voos deverão ser registrados

Equipamentos · se aplicará regra simplificada, que consta na apresentação do manual de voo e avaliação de segurança

anac/divUlgação

CLASSE 2 (PESO MENOR OU IGUAL A 150 KG E MAIOR QUE 25 KG) Equipamentos · não precisarão ser certificados, mas os fabricantes deverão observar os requisitos técnicos exigidos e ter o projeto aprovado pela anac · aprovação do projeto ocorrerá apenas uma vez · serão registrados no rab (registro aeronáutico brasileiro) Licença, habilitação, certificados · todos os pilotos deverão ser maiores de 18 anos · será requerido cma (certificado médico aeronáutico)

CONTROLE anac tem o

PROPOSTA anac reúne sugestões da população sobre drones

números sobre quantos drones há no brasil. fato é que são milhares e tornam-se mais comuns a cada dia. oficialmente, os drones são chamados pela anac de vants (veículos aéreos não tripulados). podem ser aeromodelos, utilizados com fins recreativos, ou rpa (aerona-

ves remotamente pilotadas), com finalidade comercial. o que mais preocupa no momento são os comerciais, exatamente pela operação acontecer em áreas urbanas, onde há mais pessoas em terra. a agência divide os drones em diferentes classes, conforme o peso. para operar qual-

quer um deles, o piloto deverá ter mais de 18 anos e serão requeridas licenças e habilitação. de acordo com marcelo guaranys, as regras serão definidas nos próximos meses. por enquanto, estão proibidas, por exemplo, filmagens e fotografias por cima de multidões, em caso de manifesta-

ção ou outro evento. o voo autônomo, quando o equipamento é programado e não há alguém fazendo o controle, será proibido em qualquer hipótese. são muitas as dúvidas a serem esclarecidas e definidas pela anac. no caso de filmagens de casamento, por


regulamentação · equipamentos operados até 400 · não será requerido cma pés (120 m) acima do nível do (certificado médico solo e na linha de visual (que o aeronáutico) ser humano pode acompanhar) · serão requeridas licença e habilitação para quem serão cadastrados pretender operar acima · terão de ser apresentadas de 400 pés (120 m) informações sobre o operador · não será necessário registro e o equipamento de voos · as operações de rpa até 25 kg Licença, habilitação e certificados só poderão ocorrer a uma · todos os pilotos deverão ser distância mínima de 30 metros maiores de 18 anos de uma pessoa

· a distância pode ser menor no caso de pessoas anuentes (aquelas que concordarem expressamente com a operação) ou de pessoas envolvidas na operação · em áreas urbanas e aglomerados rurais, as operações serão de, no máximo, 200 pés (cerca de 60 m) acima do nível do solo divUlgação

Seguro: será exigido seguro com cobertura de danos a terceiros para todos os drones (das três classes), com exceção de órgãos de segurança pública e defesa civil Atividades ilícitas ou invasão de privacidade: atividades ilícitas ou invasão de privacidade serão naturalmente tratadas pelas autoridades de segurança pública Defesa civil e segurança pública: órgãos de segurança pública e defesa civil poderão operar em quaisquer áreas, sob responsabilidade do órgão (ou do operador que estiver a serviço deles), desde que observadas as demais exigências da futura norma. essas operações não precisarão possuir seguro com cobertura de danos a terceiros Aeromodelos: no caso de aeromodelos (que são aeronaves destinadas à recreação), não haverá necessidade de autorização da anac, mas deverá ser observada a distância mínima de 30 metros de pessoas não anuentes. no caso de pessoas anuentes (que concordem expressamente), essa distância não precisará ser observada. pela proposta, não há idade mínima para os pilotos de aeromodelos nem obrigatoriedade de seguro

desafio de garantir a segurança das pessoas sem barrar o desenvolvimento da indústria de drones

exemplo. o evento é privado, e as pessoas que estão na cerimônia terão que autorizar o uso do equipamento no local. Órgãos de segurança pública ou defesa civil poderão usar drones. outra questão levantada é em relação a estádios de futebol. Uma ideia analisada, conforme a anac, é que na

hora da compra do ingresso, o torcedor seja informado que haverá drone no estádio. mas tudo será avaliado nos próximos meses. será feito um cadastro dos equipamentos do país. mas o diretor da anac também informou que a forma desse registro dependerá do tamanho do

contra danos a terceiros

equipamento. para os drones mais simples, será exigido o envio de documento pela internet com as informações essenciais. guaranys ressaltou a importância da população participar desse debate e contribuir com sugestões. “esse é um assunto muito importante

para discutir com a sociedade. todo mundo está vendo novos usos de veículos aéreos não tripulados, com possibilidade de fazer entregas de documentos, com possibilidade de filmagem. Queremos saber o que a sociedade entende e qual é o nível de segurança adequado.” l


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SUSTENTABILIDADE

Combustível do futuro e-diesel, desenvolvido pela audi, é tido como uma alternativa ao diesel comum; tecnologia livre de enxofre ainda está em fase de testes na alemanha por

m novo combustível produzido a partir de água, gás carbônico (co2) e fontes renováveis de energia. conhecido como o “combustível do futuro”, o e-diesel, desenvolvido pela audi, na alemanha, é visto como uma alternativa ao diesel comum no país e como uma tecnologia limpa, que não polui o meio ambiente. a principal vantagem é ser isento de enxofre. além disso, possui eficiência energética de 70%.

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EVIE GONÇALVES

a ideia da produção do e-diesel é simples: uso de gás ou energia fluida queimada. assim, a quantidade máxima de co2 emitida na atmosfera será igual ou menor à utilizada na produção. com isso, a poluição é considerada zero, pois o gás emitido é o mesmo que foi retirado da natureza. de acordo com o consultor técnico da audi, lothar Werninghaus, a produção de outros combustíveis, como álcool e gasolina, pressupõe a existência de biomassa. “nossa ideia é não

utilizá-la, pois, assim, temos que transformá-la, usar energia e jogar co2 no ar novamente”, explica. o e-diesel ainda não é desenvolvido para consumo. está em fase de testes para ser utilizado nos veículos movidos a diesel já existentes no país. de acordo com o consultor, para ser produzido em escala, precisa ser testado em uma grande quantidade de carros para que se tenha certeza que a técnica não afeta os sistemas de alimentação e de combustão, ou


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aUdi/divUlgação


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seja, para verificar se a vida útil dos motores permanece alta. em princípio, a audi anunciou uma expectativa de produzir 42 galões de 160 litros do e-diesel. a estimativa é que o preço de mercado custe entre € 1 e € 1,5 por litro, um pouco mais caro que o diesel comum na europa, mas com eficiência maior que a gasolina (20%) e o próprio diesel (45%). a escolha de produzir uma alternativa ao diesel tem uma explicação: a maior parte dos veículos da europa é movida por esse combustível. entretanto, já foram feitos testes com poucos litros em relação à gasolina. segundo Werninghaus, há tempos a montadora vem fazendo pesquisas a respeito da necessidade de produzir combustíveis sem biomassa. o gás já é fabricado em uma fábrica em Woehrle, também na alemanha, a partir da instalação de uma fazenda de energia eólica. a produção é similar ao butano e é colocada na rede de distribuição para ser utilizada pelos automóveis. o audi a3 g-tron carro movido a gás natural, existe há mais de um ano no país. ele também possui a gasolina como opção de abastecimento, mas só a utiliza em caso de ausência total do gás. “se tiver qualquer quantidade de gás, o sistema opta

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“Os consumidores que usarem o e-diesel terão a intenção de proteger o planeta” LOTHAR WERNINGHAUS consUltor técnico da aUdi

por ele. é mais conveniente para a natureza”, acredita. Brasil a tecnologia ainda não chegou ao brasil e não há estimativa de quando isso possa ocorrer. para o pesquisador da embrapa agroenergia (empresa brasileira de pesquisa agropecuária), gilmar souza, um dos principais desafios é o preço mais elevado ao consumidor, que poderá ser competitivo com a economia de escala e avanços na produção, e o fato do combustível requerer uma demanda de eletricidade elevada, ainda que o uso da energia eólica, por exemplo, minimize esse impacto. como vantagens, ele destaca o

BIODIESEL no brasil, o principal biocombustível é produzido a partir de diversas matérias-primas, como soja, óleo de dendê, mamona e macaúba


fotos embrapa agroenergia/divUlgação

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O preço de mercado do combustível deve variar entre

€ 1 e € 1,5 por litro benefício ambiental e a alta eficiência energética. “a redução de emissões, tanto de gases de efeito estufa, incluindo dióxido de carbono e metano, quanto de outras substâncias nocivas à saúde humana, deve ser considerada. outro aspecto é que a qualidade do ar das regiões metropolitanas pode ter uma sensível melhoria, podendo reduzir as doenças respiratórias”, destaca. o consultor da audi explica que é preciso capital disponível para o desenvolvimento desse tipo de tecnologia no brasil. “os primeiros sistemas de airbag só eram usados em carros de luxo porque eram caros. Hoje é lei e qualquer automóvel tem o dispositivo insta-

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lado a um custo reduzido, similar ao preço de um pneu. Quando o combustível sustentável começar a ser produzido industrialmente, vai acontecer a mesma coisa. os consumidores que usarem o e-diesel terão a intenção de proteger o planeta diminuindo as taxas de elevação da poluição. mas se for muito mais custoso, não vão querer”, garante Werninghaus. o abastecimento com esse tipo de combustível seria igual ao que funciona nos postos atualmente. segundo o consultor, ao invés do diesel derivado de petróleo, o ediesel poderia entrar nas bombas normalmente, não sendo necessário um reservatório diferenciado para isso. “para a lógica de distribuição e consumo, não mudaria nada”, garante. a assessoria da anp (agência nacional do petróleo, gás natural e biocombustíveis) informou que cabe à agência especificar a qualidade dos insumos. caso o consumo mensal do combustível seja superior a 10 mil litros, a utilização de combustíveis e biocombustíveis não especificados e de suas misturas com combustíveis e/ou biocombustíveis especificados no país está sujeita à autorização prévia, que se dá por meio da autorização de Uso experimental ou de Uso específico. a regulamentação está contida


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nas resoluções nº 19/2007 e nº 23/2012, que tratam de autorização para combustíveis e biocombustíveis não especificados, respectivamente. atualmente estão sendo testados no país biocombustíveis não especificados cuja matéria-prima é a cana-de-açúcar: diesel de cana e etanol com maximizador de ignição. Biodiesel no brasil, o combustível com mais benefícios ambientais é o biodiesel, cuja principal matériaprima é a soja. a mistura vigente é a b7 - 7% em relação ao diesel fóssil comercializado. o debate sobre o aumento da quantidade produzida do biocombustível não é recente. as dificuldades são maiores investimentos em pesquisa, otimização da produção industrial por meio de novas rotas tecnológicas, além da diversificação de matérias-primas. outro aspecto, de acordo com gilmar souza, é a abertura ao comércio exterior para colocar o combustível brasileiro de forma mais ampla no mercado internacional. “o biodiesel, produzido principalmente com a soja e com o sebo, tem vantagem comparativa em relação ao europeu, altamente subsidiado e produzido a partir de óleos nobres como a colza e a camelina”, explica.

DENDÊ incentivo à matéria-prima é uma das alternativas para

“A qualidade do ar das regiões metropolitanas pode ter uma sensível melhoria” GILMAR SOUZA pesQUisador da embrapa

o crescimento do mercado necessita ainda de previsibilidade no marco regulatório, bem como melhoria nas regras tributárias e legais para o setor, permitindo investimentos em novas plantas e processos industriais, bem como melhorias nas logísticas de distribuição. a regionalização das matérias-primas de forma competitiva, principalmente no norte e nordeste, é outra dificuldade. “esse aspecto explica, em parte, a quase ausência de usinas de biodiesel nessas regiões. Junte-se a isso, um maior incentivo à agricultura

familiar e cooperativas para fortalecimento de futuras alternativas de matérias-primas como o dendê, macaúba e pinhão-manso”, acredita o pesquisador. para ele, o que falta para que a mistura b20 (20% de biodiesel em relação ao diesel) se consolide no brasil são matérias-primas que possam competir com a soja em termos de preço, logística, escala e base industrial para obtenção do óleo. para isso, também haveria necessidade de redução da exportação da soja em grãos para maior processamento inter-


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alavancar a produção do biodiesel no brasil

no, o que exigiria mudanças na pauta da balança comercial, principalmente com a china. outra questão está relacionada à qualidade do biodiesel. a cada aumento da mistura, novos testes são necessários para averiguar o quanto o biocombustível misturado não terá impacto nos motores. ainda dentro da qualidade, também é discutida a degradação por conta da logística, desde a usina, onde ele é produzido, até os postos. existem desafios quanto aos problemas de corrosão, entupimento de fil-

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PINHÃO-MANSO biocombustível também é derivado do fruto

tros e bicos injetores, além de outros danos nos motores de veículos. o impacto da mistura b20 no preço do diesel também deve ser levado em consideração. atualmente, o valor é competitivo com o do diesel, especialmente o importado. no entanto, com os preços do barril de petróleo com tendências de queda nos próximos anos, o diesel tenderá a cair, principalmente o importado. para um b20 competitivo economicamente, haverá necessidade de alternativas de

A mistura de biodiesel vigente no Brasil é a de

7% em relação ao diesel fóssil

matéria-prima, logística e custos de produção adequados. gilmar souza diz, entretanto, que, embora existam todas essas dificuldades para ampliar a mistura do biocombustível, o brasil possui totais condições de adotar a mistura em um prazo de dez anos. “precisamos de aumentos graduais no percurso, com claros benefícios ambientais e sociais, com geração de empregos e renda. esses incrementos seriam estratégicos para os devidos ajustes ao longo do caminho na qualidade do produto”, conclui o pesquisador. l


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WI-FI

Tecnologia para atrair clientes principais cidades brasileiras já possuem táxis com serviço de internet sem fio e outras inovações por

mundo anda cada vez mais conectado. em todos os locais, a cena mais comum são pessoas empunhando seus tablets e smartphones. segundo dados divulgados pelo ibge (instituto brasileiro de geografia e estatística), mais da metade dos brasileiros já está conectada à internet. a proporção de internautas no país passou de 49,2%, em 2012, para 50,1%, em 2013, do total da população. as informações fazem parte da pnad (pesquisa nacional por amostra de domicílios) referente a 2013.

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DIEGO GOMES

seja em um café, em um barzinho, em restaurantes, na praia e até nos transportes públicos, as pessoas não prescindem de acessar notícias, vídeos e, principalmente, postar fotos e comentários nas redes sociais. nesse sentido, centros de lazer, praças públicas e estabelecimentos comerciais têm investido em internet sem fio para agradar seus usuários. e a novidade já chegou nos táxis de diversas cidades brasileiras, onde já é comum conectar-se gratuitamente à internet. a forma como o serviço é dis-

ponibilizado varia. normalmente, a conexão é feita da maneira mais simples possível. o profissional tem um smartphone com um chip de dados que é usado para compartilhar a conexão com os passageiros. é o caso do taxista carlos eduardo de sousa telles, 55 anos. na maior cidade da américa do sul, são paulo, ele lançou mão do serviço, sem custo adicional, já que utilizava o 3g do seu celular para oferecer a opção de pagamento no débito ou no crédito. “eu compartilho a senha com os meus passageiros. assim


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fotos sergio alberto/cnt

CONFORTO além de wi-fi, o taxista Josias de souza anselmo disponibiliza frigobar e livros

que eles entram no carro, já me questionam, principalmente os mais jovens, que não conseguem se desconectar”, diz. a tendência tem, aos poucos, feito a cabeça dos taxistas paulistas. enquanto uns veem isso como custo, laércio moreira pereira, 34 anos, viu como investimento e está colhendo os resultados por isso. ele instalou um modem roteador no seu veículo e já percebeu que houve uma fidelização de clientes. “a ideia surgiu a partir da constatação de que, com o trânsito da capital cada vez mais parado, eu precisava tornar a viagem dos meus passageiros mais agradável. com isso, muitos voltam”, afirma. o brasil encerrou 2014 como o sexto maior mercado de smartphones do mundo, com 38,8 milhões de aparelhos. o país perde somente para china, estados Unidos, Índia, Japão e rússia, mas o número de brasileiros conectados deve saltar para quase 72 milhões nos próximos três anos. os dados são de um estudo do emarketer, companhia norte-americana de marketing e tendências a oferta do wi-fi já influencia na escolha do taxista que fará a corrida. a radialista brasiliense maria letícia silva, 29 anos, avalia


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que a internet já é um elemento imprescindível de sua vida e, por conta disso, não pensa duas vezes ao optar por um veículo com esse serviço em detrimento de outro que não dispõe da facilidade. “a internet, para mim, é sinônimo de utilidade. Uso para ouvir música, assistir vídeos, filmes, me comunicar, me atualizar com notícias, descobrir novas informações e até para estudar. por isso, encontrar uma conexão wi-fi em táxis é bem vantajoso, ainda mais na correria do dia a dia, em que sempre temos alguma coisa para verificar on-line”, comenta. diante desse novo cenário, para o presidente do simtetaxi-sp (sindicato dos motoristas nas empresas de táxis no estado de são paulo), antônio matias, toda tecnologia que venha contribua para a melhoria da prestação do serviço de táxi é bem-vinda. “consideramos que é importante e necessário esse investimento em rede móvel de internet, carregador de celular e tudo para aperfeiçoar o atendimento do passageiro. Já são inúmeros os taxistas de são paulo que disponibilizam em seus carros acesso à internet, computador portátil, tablet. o uso da tecnologia veio para fidelizar o passageiro”, diz. o taxista de maceió, alagoas, delmario cerqueira, 54 anos, conta que, há cerca de dois anos, inquieto com a quantidade de pes-

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soas que ficam teclando sem parar no celular, resolveu fazer uma enquete no facebook. ele perguntou se os internautas conheciam taxistas que ofereciam esse serviço e todos disseram que não. delmário também questionou seus clientes, incluindo estrangeiros, e a resposta foi negativa. disposto a aproveitar a oportunidade, ele instalou um modem roteador em seu veículo. “o 3g do celular fica muito lento e não vale a pena”, afirma. o taxista revela que houve ganho de novos clientes com a introdução do sis-

tema e estreitou a relação com os passageiros. generoso, delmario ainda compartilha a internet com seus colegas de ponto. além do serviço de internet sem fio, o taxista Josias de souza anselmo, 48 anos, sediado em brasília, acredita que, para estabelecer uma boa relação com seus clientes, é necessário investir em cortesias de modo a transformar as corridas em experiências prazerosas. “meu carro tem espaço para seis passageiros, é equipado com ar-condicionado, gps, internet, notebook, televisão

com canal aberto, dvd, frigobar (com sucos, refrigerantes, cervejas e água) e nada disso é cobrado. o valor pode ser pago no cartão de crédito ou no débito e é o mesmo tabelado pela corrida dos demais taxistas”, diz anselmo, que, para receber turistas de todos os cantos do mundo, também fala inglês e hebraico. o profissional também depositou suas fichas em outro diferencial, a chamada “bibliotáxi”. em seu veículo, ele disponibiliza livros de história e geografia, literatura e religiosos, revistas se-


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sem fio

Cinto de segurança

CONECTADO brasil é o sexto maior mercado de smartphones no mundo

manais e jornais. “os passageiros ficam surpresos com essa quantidade de benefícios. alguns estrangeiros comentam que jamais viram coisa igual nos países deles”, diz. o cliente pode até levar com ele o livro e devolver na próxima viagem. “tudo isso contribui para termos pessoas fiéis e satisfeitas com o nosso serviço”, conclui Josias. de acordo com ele, o investimento mensal para garantir tudo isso fica em média r$ 350. o presidente da fencavir (federação nacional dos taxistas e

transportadores autônomos de passageiros), edgar ferreira de sousa, explica que o processo de preparação dos taxistas para prestar um serviço de excelência ainda não é sistêmico, especialmente pela falta de respaldo do poder público. “Há um grande número de taxistas que, isoladamente, vem se preparando ao longo do tempo e, hoje, são ícones do sistema em atendimento aos usuários. isso muito em função dos eventos internacionais que o país tem recebido. mas ainda falta vontade política para garantir

na carona da febre dos aplicativos para chamar taxi – 99taxis, easy, safertaxi, taxibeat etc – e atenta à importância do uso de cinto de segurança no banco traseiro, a fiat realizou, em maio, uma açãoteste em táxis de são paulo que atrela a ativação da rede wi-fi dentro dos carros ao uso do cinto pelos passageiros. a iniciativa, batizada de “Wi-fi salva vidas” é resul-

uma capacitação adequada de todos os taxistas”, avalia. durante os preparativos para a copa do mundo de 2014, realizada no brasil, os táxis de são paulo, salvador, rio de Janeiro e brasília viraram pontos ambulantes de acesso à internet via wi-fi. a partir de um projeto do governo federal, parte da frota dessas cidades foi adaptada para oferecer o serviço gratuitamente. os veículos eram equipados com tablets instalados nas costas do encosto do banco do carona. o aparelho podia ser

tado de uma parceria com a leo burnett tailor made e a rede Use taxi, consistiu na instalação de dispositivos wi-fi em alguns carros da frota, que vêm com um sensor que detecta quando os cintos de segurança no banco de trás forem afivelados. identificado o uso dos cintos, a rede, gratuita, é acionada para os passageiros se manterem conectados durante toda a viagem.

utilizado pelos passageiros, mas também funcionava como roteador. o acesso se dava por meio de senha e durava 15 minutos. ao final do período, a conexão podia ser renovada. após o torneio, contudo, a iniciativa não teve continuidade por falta de apoio institucional e de anunciantes. a comtecno, empresa baiana responsável pela tecnologia, informou que, a partir dessa experiência, o projeto está, atualmente, sendo repensado e a expectativa é que volte ao mercado em breve l


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AERODINÂMICA

Menos resistência e mais economia defletor instalado em caminhão reduz o efeito do ar no veículo em movimento e diminui o consumo por

mpresas de transporte de cargas que se preocupam com a redução do consumo de combustível da frota precisam estar atentas ao uso de um equipamento muito importante em caminhões, o defletor aerodinâmico. o dispositivo diminui a resistência imposta pelo ar durante o movimento, especialmente na rodovia, contribuindo para o menor consumo e menos emissão de gases poluentes. recentemente, a cnt divulgou uma sondagem de eficiência energética

E

JANE ROCHA

no transporte rodoviário de cargas. o levantamento mostrou que a maioria das transportadoras entrevistadas usa o dispositivo. a West air cargo ltda., empresa paulista que atua há 18 anos no transporte de cargas em todo o país, participou da sondagem. o gerente de tráfego, fabiano perazzoli, afirma que a economia de combustível com a instalação de defletores aerodinâmicos nos 80 caminhões que fazem parte da frota chegou a 8%. “além de economizar no con-

sumo de diesel, o dispositivo também poupa os pneus que não são tão desgastados. sem o defletor, o veículo precisaria de mais força para romper a resistência do ar”, explica perazzoli. os equipamentos foram instalados na frota da West air cargo ltda. há dez anos com investimento de r$ 160 mil. desde então, todos os veículos adquiridos pela transportadora recebem o dispositivo. segundo o gerente de tráfego da empresa, há poucas montadoras que fazem a venda com o equi-

pamento instalado direto da fábrica. “a maioria não comercializa caminhões com defletores já instalados. algumas oferecem a instalação apenas para veículos pesados”, lamenta na rápido transpaulo também não foi diferente. desde a inauguração da empresa gaúcha, há 35 anos, os 300 caminhões de grande porte que fazem parte da frota de 650 veículos contam com defletores aerodinâmicos. o analista de frota da rápido transpaulo, tiago bueno pereira, explica que, para os veículos menores


volvo/divUlgação

TECNOLOGIA volvo fabrica veículos com defletores aerodinâmicos (dir.) e sem o equipamento (esq.)

que fazem a coleta e a entrega das encomendas, não há necessidade da instalação do equipamento. “decidimos adquirir os defletores aerodinâmicos apenas para a frota pesada. além da economia com combustível, o equipamento evita desgastes de peças que são forçadas na tentativa de ganhar velocidade na quebra do vento”, detalha. pereira não sabe dizer qual o percentual exato de economia de combustível, mas garante que o investimento vale a pena.

segundo o diretor geral do inee (instituto nacional de eficiência energética), Jayme buarque de Hollanda, a economia gerada com os defletores varia de acordo com o peso da carga transportada, com as condições mecânicas e com as dimensões do baú dos veículos. ele afirma que a redução do consumo pode atingir até 15%. “os defletores aerodinâmicos são investimentos de baixo custo que geram retorno sustentável e financeiro. Quando o caminhão atinge 80 km/h ou mais, a potência do motor

utilizada apenas para romper a força do arrasto é de, aproximadamente, 70%”, explica. Hollanda afirma que no brasil há poucos fabricantes de defletores aerodinâmicos. ele diz que a oferta não atende toda a demanda do mercado. “alguns veículos mais modernos já saem de fábrica com o dispositivo instalado, mas a maioria ainda precisa ser adquirida separadamente, o que gera prejuízos enquanto o equipamento não é instalado”. de acordo com o diretor geral do inee, o ideal é que o dispo-

sitivo venha instalado de fábrica, pois o componente foi projetado exclusivamente para o veículo e não é uma adaptação. porém, ele explica que, para o transporte de alguns tipos de carga, o mercado não oferece de fábrica caminhões com defletores no formato adequado. os benefícios do defletor aerodinâmico não são apenas econômicos. o componente também contribui para diminuir a emissão de gases nocivos ao meio ambiente e à saúde das pessoas, reduz os ruí-


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TECNOLOGIA O que é defletor? equipamento que favorece a aerodinâmica do veículo e diminui a resistência imposta pelo ar, principalmente nas rodovias Como funciona? sem o defletor, o ar se choca na parede formada pela parte frontal do caminhão, o que faz com que o veículo precise de mais força para romper a resistência e, consequentemente, gaste mais combustível. o equipamento aumenta a estabilidade em alta velocidade Qual a redução do consumo? o defletor aerodinâmico pode gerar economia de até 15% no consumo de combustível Quais modelos? fabricado em plástico ou em fibra, sendo articulado ou fixo. pode ser instalado no teto ou nas laterais paUlo soares/cnt

dos gerados durante as viagens, gera maior estabilidade, garantindo mais segurança, não apenas aos motoristas, mas para todos os usuários das rodovias.

Dispositivo pode diminuir até

Velocidade de acordo com o professor de engenharia aeronáutica e astronáutica do ita (instituto tecnológico de aeronáutica), brigadeiro

o consumo de combustível

15%

maurício pazini brandão, todas as vantagens geradas pelo dispositivo só são alcançadas se o equipamento for utilizado em rodovias e em velocidade adequada. “se a velocidade média for baixa, o efeito no veículo será pequeno e seria um investimento elevado com pouco retorno. em caminhão urbano, por exemplo, é desnecessário instalar o equipamento”, alertou.

o diretor de emissões e consumo pesados da aea (associação brasileira de engenharia automotiva), paulo Jorge antônio, concorda. ele alerta que a redução de consumo varia dependendo do modelo, da aplicação e da velocidade do veículo. “em testes práticos, os resultados em veículos extra pesados chegaram até 5%. mas esses resultados não


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lK fibra/divUlgação

aquisição do dispositivo é de quatro a oito meses. “além do retorno no custo operacional, a revenda de um veículo equipado com defletores normalmente é mais rápida do que veículos sem defletores, o que pode apontar algum ganho na revenda”, garante.

DIVERSIDADE lK fibra desenvolve equipamentos em fibra e fixos para as linhas leve, média e pesada

devem ser esperados em casos em que a velocidade não exceda os 70 km/h”, afirma. no brasil, as condições ruins de muitas rodovias, que obrigam fortes reduções de velocidade, podem ser um empecilho para se ampliar o uso dos defletores. segundo o diretor de emissões e consumo pesados da aea, a estrutura ruim das rodovias brasileiras afeta direta-

mente o resultado do uso do dispositivo. “a má condição da estrada pode impactar na redução de velocidade dos veículos e reduzir a eficiência dos defletores aerodinâmicos. Quanto pior a situação da rodovia menor a possibilidade de usar o defletor aerodinâmico com eficiência”, defende. de acordo com antônio, o retorno do investimento na

“A má condição da estrada reduz a eficiência dos defletores” PAULO JORGE ANTÔNIO diretor da aea

Modelos o mercado disponibiliza dois tipos de defletores: o fixo e o ajustável. o equipamento pode ser feito de plástico ou de fibra de vidro. pode ser instalado no teto ou nas laterais. para veículos com o baú acoplado, o defletor fixo proporciona melhor desempenho, porém, é importante garantir que o dispositivo nunca ultrapasse as dimensões do implemento ou da carga transportada. Há 28 anos no mercado, a lK fibra produz defletor aerodinâmico para caminhões da linha leve, média e pesada e atende as principais montadoras do país. a empresa de mauá (sp) desenvolve equipamentos em fibra, fixos e com design próprio. o equipamento varia de r$ 1.300 a r$ 1.800, na


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linha leve e média, e oscila entre r$ 2.000 e r$ 2.500 na linha pesada. segundo o diretor administrativo, Wilson chinchio, a empresa fabrica defletores em fibra e fixos. “além de oferecerem resultados e benefícios superiores, os dispositivos fixos evitam as inconveniências provocadas por suportes de ferro que são utilizados para ajustar os equipamentos”, explica. chinchio afirma ainda que a empresa já comercializou 1.200 peças. “é um volume muito distante e incompatível com o tamanho da frota brasileira, considerando os benefícios do produto e o momento que requer maior eficiência no setor. as vendas deveriam ser maiores, pois o dispositivo reduz despesas com o maior fator de custos na formação do frete, o combustível”, destaca. o diretor administrativo diz também que os condutores de veículos da linha leve, presentes cada vez mais nas rodovias, relatam que após a instalação do defletor de ar, os caminhões demonstram maior estabilidade e alcançam surpreendentes resultados na economia. “infelizmente, ainda percebemos nas estradas um elevado número de caminhões sem o uso do defletor de ar. causa estra-

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EXPORTAÇÃO mercedes-benz utiliza equipamento da marca americana alliance truck part, que desenvolveu os dispositivos

“Além de economizar no consumo, o dispositivo também poupa os pneus” FABIANO PERAZZOLI da West air cargo

nheza o fato de transportadores, com grandes frotas, ainda não terem a confiança no dispositivo”, completa. Montadora a volvo fabrica veículos com e sem defletores aerodinâmicos. segundo o engenheiro de vendas grupo volvo américa latina, álvaro menoncin, nem todos os caminhões necessitam do dispositivo. “em veículos mais altos o equipamento é necessário, porém nos veículos mais baixos não faz muita diferença”, explica.

menoncin relata ainda que 35% da produção da empresa já sai com o defletor aerodinâmico instalado na fábrica. “a porcentagem é expressiva quando comparada à quantidade de veículos vendidos na empresa. os dispositivos são adequados de acordo com a necessidade do cliente e instalados de forma segura para não vibrar e não comprometer o produto garantindo a qualidade, a durabilidade e a segurança”, completa. Já a iveco, empresa que fabrica e comercializa caminhões


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mercedes-benz/divUlgação

sondagem cnt

67,4% usam dispositivo de teto

especialmente para as rodovias brasileiras

no país, oferece personificação dos veículos conforme as necessidades do cliente. segundo o diretor de desenvolvimento do produto para a américa latina da iveco, darwin viegas, a recomendação é que a instalação do defletor aerodinâmico seja feita com orientação técnica levando em conta a atividade que o caminhão executará para promover o melhor contorno aerodinâmico. “os resultados variam, mas em alguns casos a redução do consumo é superior a 10%. em geral, veículos estradeiros, que per-

a sondagem cnt de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas realizada com 292 transportadoras de todo o brasil apontou que 67,4% das empresas entrevistadas utilizam defletores aerodinâmicos de teto e 51,8% nas laterais. o levantamento divulgado em julho deste ano apontou, ainda, que 57,9% dos entrevistados não conhecem os equipamentos instalados no semirreboque, 21,2% não sabem da disponibilidade do dispositivo no teto e 26,3% não conheciam defletores aerodinâmicos usados nas laterais dos veículos. Quanto à efetividade, os defletores aerodinâmicos de teto e laterais foram as tecno-

correm longas distâncias por mês, costumam ter redução de consumo de combustível mais significativa, justificando a utilização do item na perspectiva do custo total de operação (valor do investimento em comparação com a economia do consumo) ”, diz viegas. Já a mercedes-benz não produz defletor aerodinâmico na fábrica, porém, oferece a instalação do dispositivo da marca americana alliance truck part que desenvolveu os dispositivos especialmente para as rodovias brasileiras. “os veículos com es-

logias reconhecidas por serem mais efetivas energeticamente. das empresas que conhecem as referidas tecnologias, 66,1% e 56,7%, respectivamente, acreditam que elas se classificam como efetivas ou muito efetivas. a proposta da cnt é trabalhar para a construção de um programa nacional de eficiência energética no transporte rodoviário de cargas, que estimule as empresas a adotar medidas para reduzir o consumo de diesel, principal insumo do setor. além dos defletores aerodinâmicos e outras tecnologias, o treinamento de motoristas também tem papel fundamental para a redução do consumo de diesel.

“Os defletores são de baixo custo e geram retorno sustentável e financeiro” JAYME BUARQUE DE HOLLANDA, diretor geral do inee

o professor de engenharia aeronáutica e astronáutica do ita (instituto tecnológico de aeronáutica), brigadeiro maurício pazini brandão considera que a quantidade de empresas que utilizam defletores aerodinâmicos identificadas pela sondagem cnt no transporte rodoviário de cargas (67,4%) é baixa e há um potencial para aumentar esse número. segundo o professor, todos os caminhões deveriam usar o dispositivo. “é um bom número, mas não é suficiente. é importante reforçar que o defletor reduz o consumo da frota e aumenta muito o lucro e a competitividade da empresa”, completa.

ses equipamentos são utilizados cada vez mais nas estradas brasileiras. em testes práticos, os resultados em veículos extrapesados chegaram até a 5% de economia. Um exemplo é o caminhão extrapesado axor. o investimento é de aproximadamente r$ 3.000, incluindo produto, pintura e instalação, com retorno financeiro em até oito meses, dependendo da aplicação do cliente”, explica o engenheiro de marketing caminhões da mercedes-benz do brasil, eder oliveira. l


TRANSPORTE URBANO

por EVIE

GONÇALVES

om a crise econômica e os recentes cortes orçamentários anunciados pelo governo, as obras de mobilidade urbana em todo país devem atrasar. a expectativa é que os recursos destinados para os projetos de metrôs, brts (bus rapid transit, na sigla em inglês) e faixas exclusivas caiam pela metade, em 2016. de acordo com a loa (lei orçamentária anual), enviada em agosto pelo poder executivo ao congresso nacional, cerca de r$ 804 milhões devem ser destinados ao ministério das cidades para custear as obras. o valor necessário para que não houvesse atrasos nos projetos variava entre r$ 1,6 bilhão e r$ 1,8 bilhão. a dotação total da pasta também caiu pela metade: passou de r$ 33 bilhões, em 2015, para r$ 19 bilhões, no próximo ano. a proposta ainda tramita na cmo (comissão mista de orçamento) e deve receber emendas dos parlamentares alterando algumas cifras até o fim de dezembro, data máxima de aprova-

C

Orçamento com cortes de recursos, obras de mobilidade devem ção do projeto de lei e devolução à presidência. o ministro das cidades, gilberto Kassab, assegura que os projetos estão mantidos, embora admita atrasos. “no ministério não haverá cortes (de projetos). Haverá deslizamentos, alterações de prazos de entregas. em alguns casos, não haverá nem alteração no prazo. nós

estamos falando de obras de longo prazo. a economia hoje passa por dificuldades, mas podemos ter uma melhora daqui a um ou dois anos e o que está sendo reduzido em termos de investimentos este ano, pode ser compensado depois. portanto, as grandes obras não sofrem alterações”, afirmou após palestra no seminário nacional da ntU (asso-

ciação nacional das empresas de transportes Urbanos), realizado, em setembro, em são paulo. as únicas obras que não devem atrasar são as voltadas para os Jogos olímpicos de 2016, a serem realizados em agosto do ano que vem, no rio de Janeiro. Já outros projetos, entre eles o vlt de natal e o metrô de belo Horizonte, não terão a


ntU/divUlgação

OBRAS PREVISTAS Confira projetos em andamento, em licitação e em execução incluídos no Orçamento de 2016:

CORREDORES EXCLUSIVOS diversos projetos de expansão de brts, entre eles o de curitiba, devem demorar mais do que o previsto para serem entregues pelo governo federal

• Natal (RN) - vlt e corredor de ônibus • Fortaleza (CE) - brt e metrô • Maceió (AL) - vlt • Recife (PE) - transporte público fluvial, corredor de ônibus, brt e via metropolitana • Salvador (BA) – metrô e vias estruturantes • João Pessoa (PB) - corredor de ônibus e vlt • Teresina (PI) – corredor de ônibus • Manaus (AM) - corredores exclusivos • Belém (PA) – brt • Belo Horizonte (MG) – metrô • Rio de Janeiro (RJ) – vlt • Guarulhos (SP) - corredor de ônibus • Rio Grande da Serra (SP) - corredores de ônibus • São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul (SP) - corredor de ônibus e monotrilho • São Paulo (SP) – corredores de ônibus e trens urbanos • Campinas (SP) - corredor de ônibus • Brasília (DF) - sistema de transporte de passageiros eixo oeste • Goiânia (GO) – brt, corredor preferencial e metrô • Campo Grande (MS) - reestruturação do sistema integrado de transporte • Canoas (RS) - projeto do aeromóvel • Porto Alegre (RS) – trens urbanos • Curitiba (PR) – brt e metrô fonte: ministério das cidades

cai pela metade atrasar; apenas o cronograma dos Jogos olímpicos será mantido mesma sorte. para os iniciados em 2015, o ministério trabalha com a expectativa de quitar no fim do ano todas as faturas emitidas até setembro com as empresas responsáveis pelos projetos. a média de tempo entre a emissão e o pagamento das faturas tem sido de 60 dias. diversas propostas para alavancar a mobilidade urbana e os proje-

tos de infraestrutura do país foram apresentadas durante o evento da ntU. entre elas se destacou a proposta do secretário municipal de transportes de são paulo de que os proprietários de automóveis passem a subsidiar as tarifas do transporte público por meio de uma nova taxação da gasolina. gilmar tatto explicou que a proposta está no

âmbito da fnp (frente nacional dos prefeitos), baseada em um estudo da fgv (fundação getúlio vargas), realizado ano passado. “seria uma espécie de subsídio cruzado. o usuário do carro pagaria uma parte para o usuário do transporte coletivo e este ajudaria a cidade, em termos de mobilidade urbana, para quem usa o automóvel. a

proposta poderia colaborar no financiamento do transporte, não na infraestrutura. é mais para diminuir o valor da passagem ou até mesmo para não aumentar o valor dela”, explicou tatto. o secretário sugeriu que houvesse alterações da cide (contribuição de intervenção no domínio econômico) dos municípios, em vigor desde maio deste ano.


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campinas (sp)

Nova frota de ônibus elétricos

atualmente, o valor que é arrecadado com o tributo sobre combustíveis é usado, em parte, para financiar a infraestrutura de transportes. nada é revertido para o subsídio das tarifas. entre 2002 e 2012, a cide arrecadou r$ 76 bilhões, dos quais apenas r$ 37,6 bilhões foram investidos em infraestrutura. de acordo com o estudo da fgv, caso o usuário de automóveis seja onerado em r$ 0,10 no valor do litro da gasolina consumida, parte da tarifa pública dos ônibus seria financiada e, com isso, as passagens poderiam ser mantidas em patamar equivalente, mesmo com aumentos nos valores dos contratos, insumos e mão de obra. o ministro das cidades se posicionou contra a proposta. “eu acredito que a população está no limite das suas contribuições. isso seria um novo tributo para praticamente todos os brasileiros. eu sou contra e acredito que é possível criar outras formas de financiamento do transporte público, mas não tributando o cidadão. ele já está no limite das suas possibilidades”, disse gilberto Kassab. Alternativas o financiamento do transporte público foi um dos principais focos do seminário. de acordo com o

desde agosto, o transporte público de campinas (sp) conta com uma nova tecnologia: ônibus elétricos k9, da fabricante chinesa bYd. dez veículos totalmente abastecidos por bateria já integram a frota da cidade – primeira do brasil a adotar o sistema. trata-se também do maior número de ônibus elétricos circulando em uma cidade brasileira. são paulo já possui esse tipo de ônibus, mas o carregamento é feito por uma estrutura de cabos na parte superior do veículo. no total, 150 cidades em 45 países utilizam esse transporte coletivo. os ônibus elétricos têm inúmeras vantagens em relação aos abastecidos a diesel. a principal delas é o fato de

A LOA prevê apenas

R$ 804 milhões para obras de mobilidade

emitirem zero poluentes. além disso, produzem 50% menos ruídos, além de terem acessibilidade universal e motor na roda. o custo do veículo é similar. incluindo o aluguel da bateria, vale cerca de r$ 1,5 milhão. Já o movido a combustível custa em torno de r$ 420 mil, mas, com o abastecimento em toda a vida útil, o gasto se equipara. “o pagamento pode ser feito em até 10 anos, por meio de financiamento”, explica o gerente da bYd, adalberto maluf. os ônibus elétricos têm capacidade para 80 passageiros. no caso de campinas, são 20 sentados. além disso, uma carga de duas horas da bateria gera uma autonomia de 300 km, média de deslocamento diário.

coordenador do mdt (movimento nacional pelo direito ao transporte público de Qualidade para todos), nazareno affonso, os usuários já são sobretaxados. ele defende que o governo subsidie ainda mais os meios de deslocamentos, mas que a qualidade seja observada. “atualmente, o poder público coloca dinheiro orçamentário para não aumentar as tarifas. brasília, por exemplo, financia 56% do transporte público. é mais do que são paulo,

proporcionalmente. entretanto, eu me preocupo que o subsídio venha sem que se tenha uma política de qualidade”, alertou. o coordenador também sugere que os estacionamentos privados existentes nas regiões centrais das cidades passem a se tornar concessões públicas, com número de vagas estabelecidas. Já nos arredores de sistemas como os metrôs, as áreas deveriam ser incentivadas, segundo ele. “com isso, o


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bYd/divUlgação

BATERIA dez ônibus totalmente elétricos começaram a circular, em agosto, na cidade de campinas (sp)

automóvel passa a ser um alimentador do sistema estrutural, e não o próprio sistema estrutural, como ocorre hoje”. outra sugestão é em relação à cobrança do ipva (imposto sobre a propriedade de veículos automotores). affonso relatou que em alguns lugares do mundo, o tributo não é cobrado. as pessoas pagam todos os impostos na hora que compram o carro e andam com uma espécie de taxímetro no automóvel. “se os

motoristas saírem no horário de pico, eles pagam mais. se dirigirem no fim de semana, pagam menos. se deixarem o carro na garagem, não pagam nada, ou seja, eles pagam pelo uso”, explicou. Uberaba/MG a cultura do transporte público também foi debatida. o promotor de justiça do ministério público de minas gerais, carlos alberto valera, citou o caso do

“No ministério não haverá cortes de projetos, mas mudanças de prazos” GILBERTO KASSAB, ministro das cidades

sistema de brt da cidade de Uberaba (mg). assim que o corredor exclusivo foi implantado, um grupo de comerciantes pressionou o prefeito e os vereadores para que houvesse compartilhamento entre ônibus e veículos na mesma faixa. o argumento usado foi o de prejuízo ao comércio, uma vez que as pessoas deixaram de estacionar na frente das lojas por falta de espaço. o ministério público chegou a instaurar um procedimento para investigar a situação. “após estudos, fizemos uma recomendação de que o compartilhamento do corredor não era necessário e que o interesse coletivo sempre deve se sobrepor ao individual. o prefeito acolheu nossas sugestões e as faixas exclusivas continuam funcionando. mas isso demonstra como a cultura do transporte público ainda está em segundo plano”, afirmou. o presidente da ntU, otávio cunha, reivindicou mais investimentos no transporte público brasileiro. “nos últimos 15 anos, os ônibus perderam 20 milhões de passageiros por dia, passando de 60 milhões para 40 milhões. a perda de demanda está vinculada à falta de investimento em infraestrutura. se ela é ruim, as pessoas preferem ir de automóvel”, alertou. l


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ARMAZÉNS

Condomínios logísticos galpões facilitam a distribuição de produtos pelo país. empresas apostam em ampliação dos negócios, mesmo diante da crise econômica por JANE

carência de armazéns seguros no brasil tem contribuído para o crescimento expressivo na instalação de condomínios logísticos por todo o país. e o mercado de galpões deve crescer ainda mais este ano. é o que apontam as projeções da consultoria imobiliária colliers internacional. segundo a vice-presidente da empresa, paula casarini, no primeiro semestre de 2014, foram entregues 236 mil metros quadrados de condomínios logísticos no brasil. Já de julho a

A

ROCHA

dezembro do ano passado, foram construídos 990 mil metros quadrados de galpões. ainda segundo paula casarini, até o fim deste ano, mais 665 mil metros quadrados serão entregues em todo o país. “em 2013, o estoque de condomínios logísticos brasileiro era de 8,4 milhões de metros quadrados. no primeiro trimestre deste ano, havia 9,6 milhões de metros quadrados de galpões e a expectativa é que até o fim do ano o estoque alcance 10,4 milhões de metros quadrados.” mesmo com o crescimento dos condomínios logísticos no

brasil, os números ainda não se equiparam aos de países como méxico ou estados Unidos. o estoque de galpões mexicano é cinco vezes maior que o brasileiro, chegando a 44,3 milhões de metros quadrados. Já o estoque norte-americano é de 297,2 milhões de metros quadrados, ou seja, 36 vezes maior que o do brasil. apenas em los angeles, há 72 milhões de metros quadrados de galpões e, em chicago, 105 milhões de metros quadrados. “o nosso país não está atrasado. apenas adaptou-se ao novo


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global logistics properties/divUlgação

NOVOS ESPAÇOS gpl do brasil percebeu o crescimento da demanda e, no ano passado, deu início à construção de 350 mil metros quadrados de armazéns no país


comércio eletrônico

Demanda do varejo virtual o crescimento do comércio eletrônico tem incentivado investimentos em centros logísticos no país. segundo a e-bit, empresa referência no fornecimento de informações sobre o comércio eletrônico nacional, no ano passado, o e-commerce brasileiro cresceu 24% em relação a 2013. a receita chegou a r$ 35,8 bilhões, resultado dos 103,4 milhões de pedidos feitos, sendo 17% maior que do ano anterior. o relatório aponta ainda que 51,5 milhões de consumidores fizeram compras pela internet em 2014, sendo 10,2 milhões de consumidores estreantes. a gpl (global logistics properties) do brasil percebeu o crescimento da demanda e, no ano passado, deu início à construção de 350 mil metros quadrados de armazéns no país. a

modelo de logística que já havia sido implantado em outros países”, explica paula casarini. para o vice-presidente de comercialização e marketing da abralog (associação brasileira de logística), edson carillo, a maior vantagem dos condomínios logísticos é a flexibilidade contratual oferecida aos usuários. carillo aponta ainda a segurança dos galpões como diferencial para empresas que alugam os locais. “os contratos ajustáveis permitem que as empresas que locam os espaços migrem conforme o reposicionamento do mercado ou crescimento. os condomínios logísti-

empresa, que gerencia, no mercado brasileiro, 3,4 milhões de metros quadrados de condomínios logísticos em 35 cidades de 11 estados, investirá, apenas este ano, r$ 550 milhões em mais 300 mil metros quadrados de galpões no brasil. “Há uma demanda grande por parques logísticos impulsionada, principalmente, pelo crescimento do e-commerce. a principal mudança no mercado nacional é a busca por alta qualidade em empreendimentos e a decisão por locar espaços em lugares que contam com estrutura completa e custos divididos ao invés de empreendimentos isolados. a taxa de ocupação da glp no brasil está em 97%, bastante elevada para os padrões desse mercado”, reforçou o presidente da glp, mauro dias.

No Nordeste, o crescimento no galpões foi de

54% nos últimos dois anos

ESPAÇO galpão da log

cos oferecem uma gama de serviços com valor razoável e a segurança oferecida pelos galpões impacta diretamente no fechamento do negócio.” segundo estudo realizado pelo instituto ilos, especializado logística, 67% dos clientes dos operadores logísticos priorizam a localização, 60% preferem que o espaço tenha uma boa infraestrutura física e 50% valorizam a segurança. “a localização é a chave do negócio do mercado de condomínios logísticos. os clientes procuram galpões próximos aos mercados consumidores e às grandes rodovias para facilitar o transporte das

cargas”, explica o sócio-executivo para a área de bens de consumo da ilos, rodrigo arozo. de acordo com ele, outras vantagens oferecidas pelos condomínios logísticos são o piso reforçado e a doca com altura do veículo que facilitam a descarga das mercadorias. “os galpões atuais tornam o carregamento fácil e rápido, poupando o tempo das empresas usuárias.” São Paulo segundo pesquisa realizada com empresários do ramo pelo instituto ilos, a maior parte dos entrevistados (43%) acredita que o estado mais carente de condo-


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log commercial properties/divUlgação

recorde

Novos negócios

commercial properties em fortaleza (ce) já está disponível para locação

mínios logísticos é são paulo, seguido por rio de Janeiro (26%). segundo o levantamento, as regiões mais procuradas pelos operadores logísticos para ampliar seus espaços são o sudeste, com 56%, e o nordeste, com 50%. ainda de acordo com o estudo, os principais clientes dos operadores logísticos são o comércio varejista, somando 40%, o mercado de eletroeletrônicos e computação, totalizando 40%, e o segmento de higiene, limpeza e cosméticos, com 33%. segundo a vice-presidente da colliers internacional, são paulo é o estado onde a de-

“Expectativa é que até o fim do ano o Brasil alcance 10,4 milhões de metros quadrados de condomínio logístico” PAULA CASARINI vice-presidente da colliers internacional

Uma das maiores incorporadoras do brasil para condomínios logísticos bateu o recorde em aluguel de galpões no ano passado. a log commercial properties, que está presente em 25 cidades de nove estados brasileiros, alugou 231 mil metros quadrados, sendo que 65 mil metros quadrados foram fechados no último trimestre. o resultado representou um aumento de 49,8% em sua receita líquida de locação, quando comparada a 2013. segundo o diretor da log commercial properties, márcio siqueira, a empresa deverá crescer ainda mais este ano. o executivo conta que novos espaços estão em desenvolvimento e quase 700 mil metros quadrados de novos condomínios logísticos deverão ser entregues. para siqueira, a confiança no serviço prestado é o maior trunfo dos empresários do setor. “Já fechamos contratos sem o cliente visitar o galpão. no início, me surpreendi, mas já me acostumei a atender clientes que exigem uma relação sólida e

de confiança com a empresa. a excelência e a qualidade do trabalho fazem toda diferença neste mercado.” de acordo com siqueira, o mercado do rio de Janeiro e de são paulo não está saturado, porém há outras regiões que também demandam por galpões. é o caso de fortaleza, que já conta com 50 mil metros quadrados de condomínios entregues pela log commercial properties e outros 108 mil metros quadrados em construção. “é estratégia de diversificação geográfica. várias indústrias de grande porte montaram novos centros de distribuição na capital cearense, o que demanda mais unidades de galpões”, explicou o diretor da log commercial properties. e os investimentos não param por aí. segundo siqueira, o maior condomínio logístico da empresa contará com 152 mil metros quadrados. o espaço, localizado em minas gerais, já está com 30% das obras concluídas.

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diferencial

Condomínios permitem rateio de despesas diferente dos centros de distribuição, os condomínios logísticos geralmente abrigam operações de mais de uma empresa no mesmo espaço. a grande vantagem do negócio é a possibilidade de dividir os custos operacionais de segurança, portaria e manutenção das áreas comuns com outras empresas além de encontrar a facilidade de serviços em um único local. Utilizados por operadores logísticos, transportadoras, indústrias e varejistas para armazenar e organizar a distribuição de produtos, os condomínios logísticos reúnem diversos galpões com flexibilidade. na maioria dos espaços, os armazéns são modulares, ou seja, é possível alugar apenas uma parte. os módulos são independentes e possuem doca e mezanino próprios. a ideia é fazer com que a ocupação do local seja mais racional.

assim uma empresa não precisa manter um armazém inteiro para ter operações em uma determinada região. À medida que as operações crescerem, também é possível alugar novos módulos. a bank log, que aluga galpões da log commercial properties desde fevereiro de 2013, é um bom exemplo de empresa satisfeita com o modelo de negócio. atualmente a companhia dispõe de quatro módulos locados em são paulo para estocar mobiliários, eletrônicos, cofres e diversos outros produtos de instituições financeiras. “o modelo é excelente da locação do imóvel até as necessidades pós fechamento de contrato como serviços de condomínio, reformas e reparos”, afirma o sócio da empresa, Willer reggys. o professor de logística da Unb (Universidade de

brasília), sérgio ronaldo granemann, concorda com Willer. para granemann além do rateio de despesas, os condomínios logísticos oferecem boas vantagens para quem aluga. “atualmente as grandes empresas estão localizadas perto das matérias-primas e distantes da massa de consumidores. locar estes espaços evita investimentos em terrenos, instalações e equipamentos”, explicou. o presidente da gpl (global logistics properties) do brasil vai além. para o executivo, há uma tendência das empresas em não possuir armazéns próprios e, sim, aluga-los com a finalidade de melhorar a eficiência da cadeia logística. “optar por condomínio logístico tem um impacto positivo em segurança, custos operacionais e localização privilegiada”, completou.

ESTOQUE comparativo entre os galpões (em milhões de metros quadrados) 300 250 200

297,2

150 44,3

100

9,6

50 0

estados Unidos

méxico

brasil

fonte: colliers internacional

CRESCIMENTO cerca de 700 mil metros

manda está mais concentrada. no ano passado, o estado contabilizava 5,9 milhões de metros quadrados de condomínios logísticos. no primeiro trimestre deste ano, foram entregues mais 559 mil metros quadrados de galpões. a previsão é que até o fim de 2015 sejam entregues outros 1,3 milhão de metros quadrados de condomínios logísticos. Jundiaí é a cidade mais con-


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log commercial properties/divUlgação

da há muito potencial para crescimento na região.”

Dos clientes dos operadores logísticos,

67% priorizam a localização quadrados de novos condomínios logísticos deverão ser entregues em breve

templada da região. apenas no último trimestre do ano passado, o local contava com 1,1 milhão de metros quadrados de galpões. “são paulo conta com quase dois terços de todos os galpões do país. e a expectativa é que o número de condomínios na região cresça ainda mais. a maioria das construções do estado ocorreu no entorno de importantes rodovias, como anhanguera e bandei-

rantes e, mesmo com tantas unidades, a região ainda necessita de mais espaços”, reforçou paula casarini. para mauro dias, presidente da gpl (global logistics properties) do brasil, empresa líder nos mercados chinês, japonês e brasileiro na administração dos condomínios, questões de infraestrutura em algumas regiões fora do eixo rio-são paulo dificultam o investimen-

to em empreendimentos de alto padrão. ele diz que ainda é necessário um amadurecimento do mercado. “o foco da glp é investir em regiões e propriedades com localização privilegiada que minimizem os problemas de eficiência logística e desenvolvimento de condomínios de alta qualidade. por esse motivo, em 2015 continuamos centrados principalmente no sudeste. acreditamos que ain-

Mercado nordestino o mercado de condomínios logísticos no nordeste tem registrado um crescimento bastante interessante, segundo a vice-presidente da colliers internacional, paula casarini. além disso, a região tem um diferencial: as ocupações das áreas são maiores. “de 2013 para cá, o número de condomínios logísticos na região cresceu 54%. o nordeste conta com 902 mil metros quadros de área construída e 1,3 milhão de metros quadrados em projetos. recife tem sido um dos locais mais procurados com potencial para se transformar num centro de distribuição para todo o nordeste.” rodrigo arozo, do instituto ilos, defende que o mercado de galpões no sudeste é maior por que é nessa região que está localizada a grande parte da demanda, mas ele faz um alerta. “a maior taxa de vacância está no sudeste. o nordeste conta com menos condomínios logísticos, porém, poucas unidades estão desocupadas. além disso, no nordeste há empresas novas chegando e outras antigas buscando expansão”, argumentou arozo, destacando que as unidades do sudeste contam com layout mais moderno. l


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AQUAVIÁRIO

Transporte desestruturado infraestrutura precária e falta de regulação caracterizam o transporte de cargas e passageiros na região amazônica por

navegação fluvial é o mais importante meio de transporte de pessoas e mercadorias na região amazônica. imprescindível ao desenvolvimento socioeconômico regional, essa modalidade liga as diversas comunidades ribeirinhas e polos de produção, comercialização e consumo estabelecidos. contudo, sua dinâmica econômica, as peculiari-

A

DIEGO GOMES

dades operacionais e as informações quantitativas e qualitativas ainda são pouco conhecidas. a grande heterogeneidade do perfil dos operadores e usuários, a dispersão de instalações portuárias, a predominância de práticas informais marcadas pela cultura local e suas tradições, entre outras especificidades regionais, contribuem para essa escassez de informações.

para tentar lançar luz sobre essa realidade, uma pesquisa realizada pelo sindarma (sindicato das empresas de navegação fluvial no estado do amazonas) indica a desestruturação do transporte fluvial de cargas e passageiros (misto) nos rios que banham o amazonas como um dos principais problemas do setor. desenvolvido em parceria com o intra (instituto de pesquisa em transportes), o estu-

do traz um diagnóstico do transporte fluvial misto nas rotas estaduais do amazonas e ligações interestaduais. o setor amarga com ausência de mecanismos de planejamento e de regulação nos estados. além disso, a infraestrutura portuária precária e a falta de mão de obra qualificada nas embarcações agravam ainda mais a situação. a pesquisa observou que a movimentação de passageiros no transporte fluvial do amazonas foi de, aproximadamente, 1,3 milhão no ano de 2014. Já a quantidade de carga movimentada nos 73 trechos com origem/destino o amazonas, em 2014, foi de aproximadamente, 1,8 milhão de tonelada. presidente do sindarma, claudomiro carvalho filho avalia que a região e as autoridades competentes ainda não se aperceberam da importância do transporte hidroviário, que responde por 90% de todos os deslocamentos internos. “o setor vive em meio a muita informalidade e carece de maior organização. é necessária maior regulação por parte dos entes federados para que possamos buscar políticas públicas que me-


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fotos sindarma/divUlgação


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monitoramento

Navegação mais segura a antaq e a marinha do brasil estão prestes a assinar um termo de cooperação para rastrear e monitorar embarcações reguladas pela agência que operam na navegação interior de passageiros ou misto (passageiros e cargas). a partir da assinatura do termo, será possível a obtenção de informações precisas sobre o transporte fluvial. o foco será a amazônia. entre as informações a serem obtidas por meio do rastreamento, estão: local de atracação das embarcações; horários de partida, chegada e parada; tempo de espera nas seções (cumprimento dos esquemas operacionais por parte das empresas) e desvio de rota programada (modificação da rota estabelecida dentro do esquema operacional). "Uma das maiores preocupações em relação ao serviço prestado

pelas empresas outorgadas pela antaq é a segurança dos usuários", afirma adalberto tokarski. ainda nesse âmbito de gestão da informação, foi desenvolvido o sig-sindarma (sistema de informação geográfica sindarma) para monitorar as condições de navegabilidade da hidrovia, velocidade dos ventos, temperatura, orientar a navegação das embarcações, entre outras informações. a ferramenta já está disponível no site do sindicato (acessível em www.sigsindarma.intra.org.br), mas por ora, apenas algumas empresas estão utilizando a título de teste. por meio desse sistema, será possível aumentar a capacidade dos armadores de planejar as viagens, antecipar as condições climáticas e aprimorar a segurança.

SITUAÇÃO

lhorem a qualidade do serviço. as linhas internas, no estado do amazonas, por exemplo, não têm regulação nenhuma. se quiser ser empresário do setor, é só chegar, alugar o barco e se tornar um transportador”, diz. nesse sentido, o presidente do sindarma propõe a criação de uma instância estadual que possa regular essa modalidade de transporte na região. ele também reitera a premente necessidade de formação fluviária. “precisamos ter uma comunida-

de mais qualificada. Hoje, temos a habilitação fluviária concedida pela marinha. mas ela não treina. a pessoa que quer ter essa profissão, procura agências da capitania dos portos e, depois de um curso de 90 dias, consegue”, informa. atualmente, há a carência de pelo menos três categorias de profissionais para atuarem no comando das embarcações: mestre, piloto e capitão. a expectativa é que, com o estudo, seja possível reverter esse quadro de amadorismo no trans-


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mercado intermunicipal é marcado por informalidade e falta de regulação

porte de passageiros e de cargas, o que oferece riscos tanto para os usuários quanto para os armadores. a pesquisa foi iniciada no final de 2013 e concluída no primeiro semestre de 2015. ela está dividida em quatro etapas: estudos básicos, informações sobre passageiros e cargas, banco de dados e diagnóstico operacional. as duas primeiras etapas reúnem dados de estudos já existentes do setor, mas que não tinham sido explorados totalmente. as demais fases do estudo trazem levantamentos

inéditos com dados coletados nas embarcações. "Há a percepção do sistema a partir das visitas nas embarcações e temos a percepção de um grupo de especialistas. a primeira etapa é uma alternativa para identificar o êxodo de transporte, que envolve as características das embarcações e das cargas transportadas. conseguirmos perceber a real condição do sistema de transporte que está desestruturado com a comparação de rotas estaduais e interestaduais", explica

José teixeira, coordenador-geral da pesquisa e especialista em transporte hidroviário de interior. a falta de atratividade do setor se dá por questões socioeconômicas. esse é o transporte que atende à população ribeirinha, levando na mesma embarcação os produtos para o consumo dessas pessoas do interior do estado do amazonas. segundo o professor Hito braga de moraes, da Ufpa (Universidade federal do pará), essa categoria precisa de uma atenção do poder público para que possa oferecer maior qualidade aos passageiros. “estamos transportando passageiros de uma forma muito ruim e alguma coisa precisa ser feita. apesar desse transporte misto não gerar tantos recursos como no transporte maior de cargas, ele tem uma função social muito grande”, disse o professor. moraes ressalta ainda que 80% dos terminais da região não são adequados. ele defende que o governo aporte recursos a fim de tornar o setor viável. “do jeito que está hoje, a população não tem condições de pagar por transporte seguro. as embarcações são precárias e os terminais, simples atracadores à beira de rio. Uma condição que só vai mudar se o governo federal

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resolver ajudar, seja por meio de financiamento de material dos barcos ou por subsídio do óleo diesel. a navegação na região está estagnada há 100 anos. o tempo de viagem é o mesmo e, em alguns casos, as embarcações são as mesmas”, comenta. para a armadora greicy fernandes, 33 anos, a principal dificuldade dos empresários é a falta de estrutura portuária. sua empresa, com 13 embarcações, é responsável pela linha manaus-tabatinga, pelo rio solimões. “os barcos cresceram, evoluíram e se modernizaram. os portos e terminais não acompanharam. diariamente, temos que colocar nosso patrimônio em risco nos processos de atracação e desatracação”, salienta. outra questão levantada por ela é o estado das hidrovias. “precisa ter um olhar mais cuidadoso com as hidrovias. a cada vazante e a cada seca, os rios mudam, os bancos de areia aparecem. daí, de nada adianta se não tivermos um monitoramento dessas mudanças, do que está acontecendo”, alerta. Transporte interestadual a antaq (agência nacional de transportes aquaviários) é responsável pela regulação do serviço do transporte misto na


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cargas

Cresce movimento nos portos o setor portuário brasileiro (incluindo portos marítimos e fluviais) movimentou 479 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2015, o que representa um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. desse total, os terminais de uso privado (tUps) movimentaram 311 milhões de toneladas e os portos organizados, 168 milhões de toneladas. os dados são da antaq (agência nacional de transportes aquaviários). nos primeiros seis meses do ano, a região sudeste movimentou 51,4% das cargas, seguida das regiões nordeste (24,6%), sul (14,5%), norte (8,9%) e centro-oeste (0,6%). dos 479 milhões de toneladas movimentadas, 294 milhões foram de granel sólido; 112 milhões de toneladas de granel líquido; 49 milhões de toneladas de carga conteinerizada e 24 milhões de toneladas de carga geral. em comparação com o primeiro semestre de 2014, houve aumento de movimentação em todas as cargas nos primeiros seis meses de 2015. o minério de ferro foi a carga mais movimentada, com 167,7 milhões de toneladas. em seguida, aparece o grupo formado por combustíveis, óleos minerais e produtos. na terceira posição, estão os contêineres. a movimenta-

ção de contêineres na navegação de cabotagem também cresceu, com 10,4 milhões de toneladas. o incremento foi de 5,7% no primeiro semestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. a movimentação na navegação de longo curso registrou crescimento de 1,16%, com 38 milhões de toneladas. em relação à navegação interior, os destaques são o incremento significativo na movimentação nas instalações portuárias nos rios madeira e tapajós e o decréscimo na movimentação nas instalações nos rios tietê-paraná e paraguai. diretor da antaq, fernando fonseca explica que esse aumento no setor se deve à exportação das commodities. “os destaques da movimentação portuária brasileira são minério de ferro, combustíveis e soja. as empresas brasileiras possuem contratos de exportação de médio e longo prazos para esses produtos. portanto, manteve-se o crescimento na movimentação”, diz. em relação aos portos organizados, santos (sp) manteve a liderança, com 46,1 milhões de toneladas movimentadas. depois aparecem itaguaí (rJ), paranaguá (pr), rio grande (rs) e suape (pe). Com informações da Antaq

navegação interior de percurso longitudinal interestadual. atualmente, há 21 linhas autorizadas pela antaq, nas quais 85 empresas operam 135 embarcações. o órgão vem desenvolvendo trabalhos conjuntos com instituições acadêmicas a fim de ter um retrato do setor na região amazônica. em 2013, em parceria com a Ufp (Universidade federal do pará), foi divulgado estudo sobre a caracterização da oferta e da demanda no transporte fluvial de passageiros na região amazônica. a pesquisa constatou a movimentação de 1,2 milhão de passageiros/mês, o que chega a cerca de 14,5 milhões de usuários por ano nessa modalidade de transporte. foi traçado o perfil do usuário das embarcações que os levam e trazem ao longo dos diversos cursos fluviais existentes: 53% são do sexo feminino e 47% do sexo masculino, sendo que a maioria está na faixa etária de 30 a 49 anos, 57% são casados e 30% ganham entre r$ 451 e r$ 720 reais/mês. “Já fizemos um novo convênio com a Ufp para detalhar esse estudo. a ideia é entrar em questões mais específicas em relação às condições dos serviços e

dos terminais para propor melhorias”, explica adalberto tokarski, diretor da antaq. diferentemente do transporte intermunicipal, em que a informalidade predomina, o interestadual tem apresentado, em todas as linhas, empresas autorizadas e devidamente regularizadas. os empresários também têm denunciado quaisquer incursões irregulares na região. “nossa ouvidoria recebe regularmente denúncias de transportes piratas na região. é algo que tem funcionado, especialmente após a campanha de conscientização que promovemos na tv e no rádio. também temos mantido interlocução com sindicato dos reguladores”, emenda tokarski. o desafio, contudo, é aumentar a atratividade do setor. sob essa perspectiva, a antaq está elaborando novo estudo, dessa vez em parceria com a Universidade federal do paraná, para levantar o custo operacional de todas as linhas e oferecer um diagnóstico de competitividade. “de antemão, o meu entendimento é que o governo federal deveria ter um programa de incentivo de renovação da frota de embarcações de transporte de passageiros”, comenta. l



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RODOVIAS

Governo promete novas concessões contratos serão expandidos nos próximos cinco anos. mesmo com rebaixamento do grau de investimento no brasil, taxa de retorno não será alterada por

governo federal deverá colocar mais um lote de rodovias para concessões em 2016. a informação foi dada pelo secretário do pac (programa de aceleração do crescimento) do ministério do planejamento, maurício muniz, que esteve no 9º congresso brasileiro de rodovias e concessões, realizado entre os

O

DIEGO GOMES

dias 14 e 16 de setembro, em brasília (df). mesmo sem ter lançado os editais de nenhuma das rodovias disponibilizadas para concessão na 2ª fase do pil (programa de investimentos em logística), o secretário declarou que os estudos que forem lançados em 2016 darão condições de promover concorrências em 2017 ou 2018.

“a ideia é fazer um processo contínuo em que haverá sempre leilões para serem feitos. ainda há mais demandas por concessões", afirmou muniz. nessa nova fase do pil, está prevista a concessão de 15 trechos de estradas federais, com estimativa de investimentos de r$ 66 bilhões nos próximos 30 anos. no programa anterior, lançado em 2012, o go-

verno previa fazer nove leilões de rodovias, mas fez seis. para este ano, o secretário a garantiu a realização o leilão da br-476 e de mais três trechos. conhecida como rodovia do frango, a br-476 liga o oeste de santa catarina ao paraná. o estudo de concessão foi enviado ao tcU (tribunal de contas da União) para aprovação recentemente e in-


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ecoponte/divUlgação

clui avanços considerados importantes, como regras que agilizam licenciamento ambiental. nas próximas semanas, devem ser lançadas as audiências para as concessões de dois trechos da br-364, entre goiás e minas gerais, e um lote da br-163, entre mato grosso e pará. após essas audiências, os estudos seguem para avaliação do tcU, que tem

45 dias para emitir parecer e liberar a publicação dos editais. desde 1995, quando começou o programa de concessões do setor, foram investidos cerca de r$ 43 bilhões. nos próximos cinco anos, segundo o presidente da abcr (associação brasileira de concessionárias de rodovias), ricardo pinto pinheiro, esses trechos absorverão mais de

r$ 55 bilhões em melhorias. o dirigente esclarece que esse número envolve apenas os contratos já celebrados: "se não acontecer absolutamente nada daqui para frente, as concessões que foram lançadas na última etapa do programa de investimento em logística levarão para a economia r$ 55 bilhões", disse. pinheiro enfatiza que há bastante

potencial a ser explorado, uma vez que há mais de 200 mil quilômetros rodoviários no brasil, dos quais apenas 20 mil quilômetros são concedidos. na visão dele, uma forma de acelerar esse processo é o desenvolvimento de ppps (parcerias público-privadas). em relação às dificuldades enfrentadas atualmente no cenário nacional,


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sergio alberto/cnt

articUlação

Associações de infraestrutura no 9º congresso brasileiro de rodovias e concessões, foi lançado o fórum permanente das associações de serviços outorgados de infraestrutura, composto por abcon, aneaa, abradee, telcomp, anptrilhos, abegás, antf e abcr. a iniciativa visa a promover o diálogo e o intercâmbio de ideias dos principais agentes do setor de infraestrutura. “estamos desenhando um traço comum de associações. são entidades com idades diferentes, mas com objetivos comuns no envolvimento dos contratos de concessão”, afirmou ricardo pinto pinheiro, presidente da abcr.

o presidente da abcr reforçou que o debate é importante para a busca de soluções, mas recorda que, para as concessionárias de rodovias, há 20 anos, período em que as concessões tiveram início, o risco brasil era maior e o marco regulatório do segmento, praticamente inexistente. Taxa de retorno empresas do setor têm reclamado que, em função do rebaixamento do brasil na classificação

a instância pretende ser um espaço de discussão apartidária e de sentido pluralista, com representatividade no cenário nacional para promover o debate em torno das questões e das soluções para o desenvolvimento da infraestrutura nacional. rodrigo vilaça, diretor-executivo da anptrilhos, comentou que “as entidades precisam abraçar a ideia para aperfeiçoar a modelagem como um todo. não só para prestar contas aos seus investidores, mas também na forma como de se apresentar à sociedade”. Com informações da ABCR

“As concessões lançadas na última etapa do PIL levarão para a economia R$ 55 bilhões” RICARDO PINTO PINHEIRO presidente da abcr

CENÁRIO brasil tem mais de 20 mil km de rodovias concedidas

de crédito da standard and poor's, anunciada no mês de setembro, seria necessário que as taxas de retorno dos projetos de concessão fossem maiores que as estipuladas atualmente. o secretário do pac, maurício muniz, no entanto, declarou que o governo não modificará a taxa de 9,2%, estimada para as próximas concessões de rodovias. muniz disse que esse número se baseou em 20 anos de cenário econômico, levando-se em consideração até mesmo os efei-

tos de uma eventual queda do grau de investimento. a taxa da rodada anterior de concessões, no ano passado, era de 7,2%. o porcentual, informou muniz, é apenas uma "taxa de referência", cabendo ao empreendedor buscar retornos maiores, em consonância com sua estrutura interna, produtividade e condições de acesso ao mercado. "essa taxa não impõe uma taxa de lucro, não engessa nem define que a taxa tem que ser aquela. é apenas um


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abcr/divUlgação

DEBATE evento da abcr apresentou tendências e novas tecnologias do setor

porcentual para se chegar à modelagem do estudo", disse. o dirigente alertou que a questão da taxa de retorno não pode ser transformada em uma "demanda falsa" dos empreendedores. Equilíbrio econômico durante o congresso, o economista raul veloso reiterou a necessidade de correções na busca de tarifas adequadas aos contratos de concessão e que possam sustentá-los no longo prazo, com

retorno adequado aos padrões do mercado e custo de capital. ele falou sobre a importância de contratos bem formatados. na avaliação dele, os leilões não devem preocupar as empresas, mas sim os contratos. nesse sentido, o economista criticou a atução do poder concedente, alegando que reduções de tarifas com viés populista, exigências de obras não previstas e ações políticas unilaterais, prejudicam a infraestrutura. “esse tipo de postura do

“O que precisamos é afastar do jurídico o hiato entre o poder público e a iniciativa privada” MARCO AURÉLIO MELLO ministro do stf

poder executivo funciona no curto prazo, mas compromete o longo, já que os investidores de capitais possuem outras opções e não precisam ficar presos a um capital não rentável”, ponderou. em palestra sobre essa questão, o ministro do supremo tribunal federal marco aurélio mello frisou que existe um arcabouço legal que precisa ser observado pelos agentes públicos e as autoridades. para o ministro, os contratos de concessão necessitam de um equilíbrio financeiro como pressuposto de um serviço adequado. “a maior crise é a econômico-financeira. Há de se prevalecer o entendimento entre o poder público, além daqueles que ocupam cargos de decisão e de vários segmentos que administram a sociedade”. o ministro reafirmou que o sucesso do programa de concessões e o seu equilíbrio dependem do envolvimento e o engajamento de todos. “Há ônus e bônus que buscam o equilíbrio da equação e visam, sobretudo, à prestação de bons serviços. a lei básica tem como objetivo primordial serviços adequados. temos normas suficientes para caminhar com segurança. o que precisamos é afastar do cenário jurídico o hiato entre o poder público e a iniciativa privada.” l



FERROVIÁRIO malHa ferroviária - eXtensão em Km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas

30.499 28.996 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO malHa rodoviária - eXtensão em Km TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

66.712 119.691 26.827 213.230

12.666 105.601 1.234.918 1.353.185

79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607

federal estadual municipal rede planejada Total

malHa rodoviária concessionada - eXtensão em Km adminstrada por concessionárias privadas administrada por operadoras estaduais frota de veÍcUlos caminhão cavalo mecânico reboque semi-reboque ônibus interestaduais ônibus intermunicipais ônibus fretamento ônibus urbanos nº de terminais rodoviários

19.463 1.195

2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173

AQUAVIÁRIO infraestrUtUra - Unidades terminais de uso privativo misto portos

35

material rodante - Unidades vagões locomotivas

103.517 3.472

passagens de nÍvel - Unidades total críticas

12.289 2.659

velocidade média operacional brasil eUa

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO aerÓdromos - Unidades aeroportos internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados

34 29 2.387

aeronaves registradas no brasil - Unidades transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo privado outros Total

669 1.579 8.825 8.328 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

163

Hidrovia - eXtensão em Km e frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias

12.021 7.854 1.800 7.321 28.996

122

frota mercante - Unidades embarcações de cabotagem e longo curso

malHa por concessionária - eXtensão em Km all do brasil s.a. fca - ferrovia centro-atlântica s.a. mrs logística s.a. outras Total

41.635 20.956 2.055

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

rodoviário

485.625

61,1

ferroviário

164.809

20,7

aquaviário

108.000

13,6

dutoviário

33.300

4,2

aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


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BOLETIM ECONÔMICO

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até agosto/2015 (R$ 6,56 bilhões)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até agosto/2015)

1,11 (16,8%)

25

R$ bilhões

20 15,41

15 10

6,56

5,47

5

1,21 (18,5%)

1,08

0 autorizado

0,16 (2,5%)

4,08 (62,2%)

valores pagos do exercício

rodoviário restos a pagar pagos

obs.: o total pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - SETEMBRO/2015

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até agosto de 2015) Recursos Disponíveis autorizado União dotação das estatais (infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário ferroviário aquaviário (União + cia docas) aéreo (União + infraero) Investimento Total (Total Pago)

aquaviário

ferroviário

total pago

15.417,63 2.318,95 17.736,59 4.080,41 1.105,05 328,05 1.764,84 7.278,35

Fonte: orçamento fiscal da União e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal). Notas: (A) atualizado em 03.09.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 01.09.2015. (B) para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e ade quação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923.

2014 pib (% cresc a.a.)1 selic (% a.a.)2 ipca (%)3 balança comercial6 reservas internacionais4 câmbio (r$/Us$)5

Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016

0,1* 11,75 6,41 -3,96

-1,56 14,25 6,82 7,29

363,55

370,55

2,65

3,57

-2,22 14,25 9,28 8,00

-0,40 12,00 5,51 16,80

-

-

3,50

3,60

Fontes: receita federal, siga brasil - senado federal, ibge e focus (relatório de mercado 28/08/15), banco central do brasil. Observações: (1) expectativa de crescimento do pib para 2014 e 2015. (2)taxa selic conforme copom 02/09/2015 e boletim focus. (3) inflação acumulada no ano e expectativas segundo o boletim focus. (4) posição dezembro/2014 e agosto/2015 em Us$ bilhões. (5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) saldo da balança comercial até agosto/2015. * a taxa de crescimento do pib para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014, os valores de 2015 referem-se ao valor acumulado no 1º trimestre de 2015 a preços de mercado.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 investimento total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 ferroviário 1,3 1,0 0,8 0,6 aquaviário (União+cia docas) 0,7 1,2 1,4 1,8 aéreo (União+infraero) 14,8 15,0 12,7 13,1 Investimento Total

2011

2012 rodoviário

ferroviário

2013 aquaviário

2014 aéreo

2014 9,1 2,7 0,8 3,3 15,8

Fonte: orçamento fiscal da União e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal)

8

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


REGIÕES3

Estados

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 orçamento fiscal (total pago2 por modal de transporte) acre alagoas amazonas amapá bahia ceará distrito federal espírito santo goiás maranhão minas gerais mato grosso do sul mato grosso pará paraíba pernambuco piauí paraná rio de Janeiro rio grande do norte rondônia roraima rio grande do sul santa catarina sergipe são paulo tocantins centro oeste nordeste norte sudeste sul nacional Total

Rodoviário 46,46 120,34 0,02 48,12 323,22 39,83 0,00 24,06 51,76 81,92 353,20 51,63 89,95 161,75 11,44 168,10 1,00 64,87 64,27 5,11 7,64 32,55 226,14 284,16 60,35 1,85 50,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.710,03 4.080,41

Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 22,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 69,32 0,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.011,61 1.105,05

Aquaviário 0,00 0,00 22,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 14,41 56,75 0,00 2,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 56,16 161,88

Aéreo 0,46 0,00 2,27 0,00 8,28 0,00 0,00 0,01 4,79 0,16 0,48 0,00 1,49 0,00 0,14 3,34 0,00 0,34 0,54 0,00 0,46 0,14 0,36 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.192,39 1.215,67

Total 46,92 120,34 24,60 48,12 332,33 39,83 0,00 24,07 79,09 92,23 353,69 51,63 91,44 161,75 11,58 171,44 1,00 65,20 64,80 5,11 8,10 32,68 240,91 340,91 60,35 73,26 51,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.970,19 6.563,01

Ranking

maiores desembolsos4 (total pago acumulado até agosto de 2015)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Ações orçamentárias7 manutenção de trechos rodoviários na região nordeste manutenção de trechos rodoviários na região norte manutenção de trechos rodoviários na região sul construção da ferrovia de integração oeste-leste - lhéus - caetite - ba manutenção de trechos rodoviários na região centro-oeste manutenção de trechos rodoviários na região sudeste construção da ferrovia norte-sul - ouro verde de goiás - são simão - go adequação de trecho rodoviário - porto alegre - pelotas - na br - 116/rs construção da ferrovia de integração oeste-leste - caetite - barreiras - ba construção de trecho rodoviário - divisa pi/ba - divisa ba/se - na br-235/ba Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até agosto - 2015

R$ milhões6 598,45 430,94 430,48 416,51 299,28 258,17 248,31 180,52 166,57 131,07 3.160,32 48,2%

Elaboração: elaboração: confederação nacional do transporte *orçamento fiscal da União, atualizado em 03.09.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 01.09.2015.

Notas: (1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: siga brasil (execução do orçamento fiscal da União). (2) o total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) as obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor pago + restos a pagar pagos) em 2015. (5) ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento fiscal da União no acumulado de janeiro a agosto de 2015. (6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela União no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. (7) as ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o manual de técnico de orçamento 2015.

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


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CNT TRANSPORTE ATUAL

SETEMBRO 2015

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

a confederação nacional do transporte (cnt) e o sest senat lançaram em 2007 o programa ambiental do transporte - despolUir, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• redução da emissão de poluentes pelos veículos • incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS* ESTRUTURA

AVALIAÇÕES AMBIENTAIS PERÍODO

2007 A 2014

aferições

1.235.589

aprovação no período

87,69%

2015

TOTAL

federações participantes

27

171.309

1.406.898

Unidades de atendimento

92

76,94%

86,38%

empresas atendidas

12.073

caminhoneiros autônomos atendidos

13.593

ATÉ AGOSTO

* dados preliminares sujeitos a alterações.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES para participar do projeto redução da emissão de poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado. SETOR

Carga (empresas)

Carga (autônomos)

Passageiros

Carga e Passageiros

FEDERAÇÃO fetramaz fetracan fetrabase fenatac fetransportes fetcemg fetranspar fetranscarga fetransUl fetrancesc fetcesp fecam-sp fecam-sc fecam-rs fecam-rJ fetac-pr fetac-mg fetranorte fetronor fetrabase fetrans* fetrasUl fetransportes fetram fetramar fepasc fetranspor fetergs fetransportes fetrabase

UFs ATENDIDAS ac, am, ap, pa, ro e rr al, ce, ma, pb, pe, pi e rn ba e se df, go, ms, mt e to es mg pr rJ rs sc sp sp sc rs rJ pr mg ac, am, ap, pa e rr al, pb, pe e rn ba e se ce, pi e ma df, go, sp e to es mg ms, mt e ro pr e sc rJ rs es ba e se

conheça uma das diversas publicações ambientais disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

TELEFONE (92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (71) 3341-6238 (61) 3361-5295 (27) 2125-7643 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (49) 3222-4681 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (42) 3027-1314 (31) 3271-9837 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (71) 3341-6238 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (27) 2125-7643 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622 (27) 2125-7643 (71) 3341-6238

8

* a fetrans corresponde à antiga cepimar, conforme atualização em julho de 2015.

identifica as perspectivas dos transportadores sobre o assunto e as medidas que podem ser implementadas para a redução do consumo de combustível, a conservação dos recursos naturais e a diminuição das emissões e dos custos das empresas.

para saber mais: www.cntdespoluir.org.br


CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

BOLETIM AMBIENTAL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR CO2 t/ANO 1.202,13 140,05 136,15 48,45 47,76 1.574,54

SETOR

mudança no uso da terra industrial* transporte geração de energia outros setores Total

2009

2010

2011

2012

2013

2014

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

VOLUME

rodoviário

31,68

34,46

36,38

38,60

40,60

41,40

ferroviário

0,96

1,08

1,18

1,21

1,20

1,18

Hidroviário

0,12

0,13

0,14

0,16

0,18

0,18

32,76

35,68

37,71

39,97

41,99

42,77

MODAL

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA) (%) 76,35 8,90 8,65 3,07 3,03 100,00

PARTICIPAÇÃO

Total

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO 2010 2011 2012 2013 2014 2015**

*Inclui processos industriais e uso de energia

(julho)

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE CO2 t/ANO 123,17 7,68 5,29 136,15

MODAL

rodoviário aéreo outros meios Total

diesel

(%) 90,46 5,65 3,88 100,00

49,23

52,26

55,90

58,57

60,03

33,01

gasolina 29,84

35,49

39,69

41,42

44,36

23,85

etanol

10,89

9,85

11,75

12,99

9,93

PARTICIPAÇÃO

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO*

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

co2 nox nmHc co cH4

15,07

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** Dados atualizados em 21 de agosto de 2015.

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

co2 nox co nmHc mp

automóveis gnv comerciais leves motocicletas * inclui veículos movidos a gasolina, etanol e gnv dados de 2009 fornecidos pelo último inventário nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários – mma,2011.

ônibus Urbanos

caminhões pesados

caminhões leves

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - JULHO 2015

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S)* Japão União europeia eUa

10 10 15

CE: fortaleza, aquiraz, Horizonte, caucaia, itaitinga, chorozinho, maracanaú, euzébio, maranguape, pacajus, guaiúba, pacatuba, são gonçalo do amarante, pindoretama e cascavel. PA: belém, ananindeua, marituba, santa bárbara do pará, benevides e santa isabel do pará. PE: recife, abreu e lima, itapissuma, araçoiaba, Jaboatão dos guararapes, cabo de santo agostinho, moreno, camaragibe, olinda, igarassu, paulista, ipojuca, itamaracá e são lourenço da mata. Frotas cativas de ônibus dos municípios: belo Horizonte, rio de Janeiro, curitiba, salvador, porto alegre e são paulo. RJ: rio de Janeiro, belford roxo, nilópolis, duque de caxias, niterói, guapimirim, nova iguaçu, itaboraí, paracambi, itaguaí, Queimados, Japeri, são gonçalo, magé, são João de meriti, mangaratiba, seropédica, maricá, tanguá e mesquita. SP: são paulo, americana, mairiporã, artur nogueira, mauá, arujá, mogi das cruzes, barueri, mongaguá, bertioga, monte mor, biritibamirim, nova odessa, caçapava, osasco, caieiras, paulínia, cajamar, pedreira, campinas, peruíbe, carapicuíba, pindamonhangaba, cosmópolis, pirapora do bom Jesus, cotia, poá, cubatão, praia grande, diadema, ribeirão pires, embu, rio grande da serra, embuguaçu, salesópolis, engenheiro coelho, santa bárbara d’ oeste, ferraz de vasconcelos, santa branca, francisco morato, santa isabel, franco da rocha, santana de parnaíba, guararema, santo andré, guarujá, santo antônio da posse, guarulhos, santos, Holambra, são bernardo do campo, Hortolândia, são caetano do sul, igaratá, são José dos campos, indaiatuba, são lourenço da serra, itanhaém, são vicente, itapecerica da serra, sumaré, itapevi, suzano, itaquaquecetuba, taboão da serra, itatiba, taubaté, Jacareí, tremembé, Jaguariúna, valinhos, Jandira, vargem grande paulista, Juquitiba e vinhedo. demais estados e cidades

brasil

ônibus caminhões comerciais leves rodoviários médios

0,0%

13,8%

0,0%

24,1%

41,4%

10** 20,7%

500***

* em partes por milhão de s - ppm de s. ** municípios com venda exclusiva de s10. para ver a lista dos postos que ofertam o diesel s10, consulte o site do despolUir: www.cntdespoluir.org.br. *** a partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser s500. para mais informações, consulte a seção legislação no site do despolUir.

pt. fulgor 41,4% enxofre 20,7%

corante 0,0% aspecto 0,0%

teor de biodiesel 24,1% outros 13,8%

(*) aspecto: número total de amostras e percentual de reprovação: norte, 90 (2,2%); nordeste, 0 (0,0%); centro-oeste, 428 (0,2%); sudeste, 1.714 (0,6%) e sul, 407 (0,7%).

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MAIO E JULHO 2015*

trimestre atual

% nc

trimestre anterior 9,4 0,0 ac 0 0

al 9,4 8,8

5,0 1,1

0,0

am 1,1 0

ap 0 0

ba 5 5,4

1,1

0,0

ce 1,1 1,2

df 0 0

6,8

3,9

2,8

es 3,9 4,2

go 2,8 2,4

ma 6,8 6,2

2,9 mg 2,9 2,3

4,7 0,0 ms 0 0

mt 4,7 4,7

0,0

0,0

pa 0 11,1

pb 0 14,4

3,6 pe 3,6 3,2

6,6 0,0

1,5

pi 0 0

pr 1,5 1,2

rJ 6,6 4,6

0,0 rn 0 0

0,0

0,0

1,0

1,0

0,9

ro 0 0

rr 0 0

rs 1 1,1

sc 1 0,9

se 0,9 0,7

2,1

1,7

2,9

sp 2,1 2,3

to 1,7 2

brasil 2,9 2,7

percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades. *a média nacional e os resultados nos estados de am, go, mg, rr, rs, sp e to referem-se às análises de Julho/2015, sendo mai-Jul o trimestre atual, e abr-Jun o anterior. os resultados nos demais estados referem-se às análises de maio/2015, comparando os trimestres mar-mai, o atual, e fev-abr, o anterior.


76

CNT TRANSPORTE ATUAL

SETEMBRO 2015

BOLETIM AMBIENTAL EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE EFEITOS POLUENTES monóxido de carbono (co) dióxido de carbono (co2)

PRINCIPAIS FONTES

resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

SAÚDE HUMANA

gás incolor, inodoro e tóxico.

provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

resultado da queima de combustíveis, além de atividades gás tóxico, incolor, inodoro. explosivo ao adicionar a água. agrícolas, pecuária, aterros sanitários e processos industriais1.

aldeídos (rcHo)

resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

causa irritação das mucosas, vômitos e perda de consciência. aumenta a sensibilidade da pele. causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastro-intestinal.

formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e por meio da queima de biomassa e combustíveis fósseis.

o no é um gás incolor, solúvel em água; o no2 é um gás de cor castanho-avermelhada, tóxico e irritante;o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

o no2 provoca irritação nos pulmões. é capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.

resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

provoca irritação e aumento na produção gás denso, incolor, não-inflamável de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas e altamente tóxico. respiratórios e cardiovasculares.

dióxido de enxofre (so2)

ozônio (o3)

poluente secundário, resultado de gás azulado à temperatura reações químicas em presença da radiação solar. os hidrocarbonetos ambiente, instável, altamente não-metano (nmHc) são precursores reativo e oxidante. do ozônio troposférico.

resultado da queima incompleta de combustíveis material particulado e de seus aditivos, de (mp) processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

MEIO AMBIENTE

diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. em grandes quantidades pode levar à morte.

metano (cH4)

Óxidos de nitrogênio (nox)

material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões. sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.

causa asfixia se inalado, além de parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.

provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

causa irritação no nariz e garganta. está relacionado a doenças respiratórias e nos casos mais graves, ao câncer de pulmão.

processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.

8

1

CARACTERÍSTICAS

para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. estes óxidos, em contato com a umidade do ar, formam ácidos causadores da chuva ácida.

causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva.

altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas.



“Que o transporte aéreo regional tem um papel fundamental no desenvolvimento econômico de qualquer país é consenso mundial” TEMA DO MÊS

O programa de aviação regional pode reduzir o preço das

Programa até agora tem apenas boas intenções CLÁUDIO JORGE PINTO ALVES

programa de investimento em logística foi lançado em 2012 pelo governo federal. para o modal aéreo, as concessões dos principais aeroportos (guarulhos, viracopos, brasília e, depois, galeão e confins) à iniciativa privada redundaram em oferta de melhores níveis de serviço aos seus usuários. Já foram anunciadas para 2016 mais quatro cidades: porto alegre, florianópolis, salvador e fortaleza. outras, pelo andar da carruagem, também passarão pelo mesmo processo. outro ponto desse programa, o investimento superior a r$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais caminha, porém, lentamente, e com pouquíssimas chances de se atingir o almejado fortalecimento da rede e de se obter a significativa expansão da oferta de transporte aéreo e as esperadas melhorias na qualidade da infraestrutura e dos serviços aeroportuários, que consistiam em seus objetivos no lançamento. constata-se que o momento de incertezas não é propício a grandes investimentos e o governo federal busca o equilíbrio fiscal de suas contas com todas as suas forças. de fato, o florescimento da

O

CLÁUDIO JORGE PINTO ALVES vice-reitor do ita (instituto tecnológico de aeronáutica), possui graduação em engenharia de infraestrutura aeronáutica, mestrado em engenharia civil e doutorado em engenharia aeronáutica e mecânica

aviação regional brasileira não depende apenas de uma infraestrutura adequada, seja ela o que for. temos o terceiro maior mercado doméstico de transporte aéreo no mundo (estados Unidos e china estão a frente segundo dados da iata - associação internacional de transporte aéreo), mas nossas empresas aéreas enfrentam grandes dificuldades para se manterem saudáveis ou mesmo sobreviverem. especulações sobre a abertura total do capital das empresas aéreas nacionais para investidores estrangeiros já são vistas como solução possível e, por alguns especialistas, como decreto de morte para as empresas nacionais que não suportariam um novo nível de concorrência. Que o transporte aéreo regional tem um papel fundamental no desenvolvimento econômico de qualquer país é consenso mundial. essa importância é alavancada aqui no brasil, que depende da integração entre as regiões para garantir um desenvolvimento econômico sustentável e equânime. dentre os papéis desempenhados pela aviação regional brasileira, tem-se, em especial, a prestação de serviços a regiões remotas e de fronteira na amazô-

nia, o desenvolvimento das localidades ao longo do território nacional, a promoção de maior universalização do acesso ao transporte aéreo e o fomento da promissora indústria do turismo. é indiscutível seu efeito multiplicador sobre a atividade econômica. as dimensões continentais do brasil, com mais de 8 milhões de km2 de área territorial e malha rodoviária insuficiente e ferroviária inexistente, justificam a relevância em se tratar a aviação regional como elemento de elevada importância para a própria integração nacional. porém, é provável que a implementação de melhorias em alguns aeroportos regionais muito pouco contribuirá para a redução do preço das passagens aéreas. o preço depende de muitos quesitos além da infraestrutura inadequada. dentre outros, os elevados custos operacionais, o exorbitante preço do combustível no brasil, que atinge a proporção de mais 40% dos custos, as tarifas aeroportuárias e de navegação aérea que tiveram recente anúncio de majoração, e o poder aquisitivo da população, que vem se estagnando, além de um pib em queda. o programa é cheio de boas intenções.


“a tendência é que novas empresas aéreas sejam criadas ou as próprias já existentes voltem sua atenção a esse mercado há muito desatendido”

passagens aéreas no Brasil?

Integração das cidades de médio porte com as capitais MOZART MASCARENHAS ALEMÃO

brasil é um país de dimensões continentais e as deficiências de infraestrutura de transportes rodoviários e ferroviários, fazem dos aeroportos, importantes elos da cadeia logística de movimentação de passageiros e cargas. nas décadas de 1970 e 1980, existiam, no brasil, mais de 300 cidades atendidas por movimento regular de aeronaves. atualmente, apenas metade dessas cidades continua sendo atendida por aviação regular. Um dos motivos que levaram a essa situação foi a redução real de preços das passagens aéreas. em valores atualizados, o preço das passagens aéreas é, atualmente, um terço do preço de 15 anos atrás. isso fez com que as empresas aéreas concentrassem seus voos nas rotas com maior quantidade de passageiros e reduzissem, ou mesmo eliminassem, as rotas com baixa ocupação de passageiros, menos rentáveis. as empresas aéreas, gradativamente, passaram a colocar em operação, aeronaves de maior porte, com maior capaci-

O

dade de transporte de passageiros e de cargas. com essas aeronaves maiores, a operação em rotas de pouca densidade de passageiros passou a ter custos proibitivos. as empresas aéreas reduziram, cada vez mais, a quantidade de aeroportos e cidades atendidas. com a falta de utilização, muitos aeroportos passaram a não ter manutenção e atualização adequadas de suas instalações e equipamentos, reduzindo muito a capacidade operacional desses aeroportos. alguns chegaram até mesmo a serem desativados. diante desses fatos, o governo federal tem agido no sentido de incentivar o acréscimo de movimento de aviação regional no país. algumas ações foram implementadas como subsídio às empresas que passem a operar em novas rotas, ainda não atendidas por aviação regular. outra importante ação do governo federal foi investir na modernização de vários aeroportos em todos os estados brasileiros. com essa modernização, muitos aeroportos regionais passarão a ter pista de pouso e pátio de aeronaves pavimentados, termi-

nal de passageiros e seção contra incêndio em condições operacionais adequadas ao tipo de movimento regional. com aeroportos regionais em boas condições de operação e subsídios às empresas aéreas para operação nesses locais, a tendência é que novas empresas aéreas sejam criadas ou as próprias empresas aéreas já existentes voltem sua atenção a esse mercado há muito desatendido. com o desenvolvimento da aviação regional poderá ser criado um novo mercado de ligação aérea entre as cidades de médio porte e as capitais ou cidades maiores, que já sejam servidas por tráfego regular de aeronaves. a operação com aeronaves de menor porte gera custos unitários, (custo por assento quilômetro) superiores aos custos unitários de aeronaves maiores. assim sendo, o desenvolvimento da aviação regional não necessariamente contribui para a redução dos preços médios das passagens aéreas, mas, indiscutivelmente, contribuirá para a melhor integração das cidades por ela servidas.

MOZART MASCARENHAS ALEMÃO engenheiro de infraestrutura aeronáutica, sócio-proprietário da empresa mozart alemão consultoria aeroportuária



CNT TRANSPORTE ATUAL

SETEMBRO 2015

81

“o carro baniu o ônibus e estamos perdendo mais tempo nos congestionamentos e para encontrar lugar onde estacionar” ALEXANDRE GARCIA

Automóveis, que problema! á poucos dias, fui à cidade onde mora minha mãe e, embora o município todo tenha pouco mais de 70 mil habitantes, o congestionamento de carros é igual ao da maioria das cidades do brasil. a rua onde mora minha mãe, num bairro residencial, fica congestionada de carros, estacionados em ambos os lados. é apenas uma via local, mas o trânsito é enorme. saio e não encontro lugar para estacionar em lugar algum da cidade. pego a estrada para porto alegre e a encontro sempre cheia, movimentada, e ainda vejo na margem um gigantesco depósito de milhares de carros novos da montadora próxima, que não foram vendidos, à espera de novos tempos. Quando vierem os novos tempos e o aquecimento das vendas de carros, serão tempos piores, com ainda menos espaço nas ruas, para circular e estacionar. Há uns dez anos eu disse ao então presidente da anfavea, meu conterrâneo Jackson schneider, que um dia haveria um único nó no trânsito, fatal, final, e ninguém mais sairia do lugar, tal a disparidade entre espaço e quantidade de automóveis. nada que a califórnia não tenha conseguido conviver. façamos uma continha: um carro nacional com as dimensões da maioria, ocupa cerca de 9 metros quadrados parado. espaço para abrigar 10 pessoas. rodando, ocuparia na cidade cerca de 30 metros quadrados de via, dependendo da distância que deixar do veículo da frente. ônibus transportando 50 pessoas ocuparia 30 m2 parado e menos de 100 m2 de pista rodando. a relação, portanto, de ocupação de espaço urbano, é mais ou menos de 1 para 3 entre o automóvel e o ônibus. só que a maioria dos automóveis transporta apenas uma pessoa, e o ônibus leva de 50 a 150 passageiros. o aproveitamento do espaço urbano, ou seja, a produtividade dele fica escandalosamente superior no ônibus.

H

é um suicídio da qualidade urbana de vida não cuidarmos do transporte coletivo. na riquíssima alemanha, a capital é uma cidade tranquila, porque a maciça maioria da população não usa automóvel. vai de ônibus, trem, metrô e bicicleta. aí, teremos um outro raciocínio: tudo que é escasso se valoriza. ora, o espaço urbano se tornou escasso; portanto, tem mais valor, um valor precioso para ser desperdiçado. como todos são iguais perante a lei, é de se pensar se uma única pessoa, dirigindo um carro sem passageiros, tem direito de ocupar um espaço onde caberiam 10 ou 50 outras pessoas. o ex-prefeito de bogotá, enrique peñarosa, diz que o carro usurpou o espaço urbano; o ex-prefeito de curitiba, Jayme lerner, é o ideólogo do aproveitamento do espaço urbano pelo transporte coletivo. o então prefeito de londres, Keneth livingstone, implantou a “congestion charging” - se quiser dirigir em zona congestionada, que pague uma taxa. meu amigo comandante celso franco sugere o seu Urv - Utilização racional da via. ele considera que 96% dos carros transportam apenas o motorista, quando poderiam dar lugar para três outras pessoas. a ideia é um “carpool” de transporte solidário, nas horas de pico, no início e no fim do dia, que cobraria um pedágio de quem estivesse sozinho no carro. a senha seria um chip baratinho, lido pelos pardais da zona demarcada. na europa, o carro não é usado para ir ao trabalho, mas para lazer. a saída é o transporte de massa, do metrô ao ônibus. e o brasil está atrasadíssimo nisso. na minha cidade, quando era jovem, o carro era raro e um bom sistema de ônibus não deixava ninguém sem transporte na cidade. passaram-se 60 anos e tudo piorou em qualidade de vida urbana. o carro baniu o ônibus e estamos perdendo mais tempo nos congestionamentos e para encontrar lugar onde estacionar.


82

CNT TRANSPORTE ATUAL

SETEMBRO 2015

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio soares de andrade VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

newton Jerônimo gibson duarte rodrigues

eudo laranjeiras costa antônio carlos melgaço Knittel eurico galhardi José luís santolin francisco saldanha bezerra Jerson antonio pícoli João rezende filho dante José gulin mário martins

escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES REPORTAGEM DE CAPA

FOCO NAS CARGAS

a responsabilidade ambiental utilizada pelo programa despoluir é um exemplo a ser seguido não apenas por empresas do setor de transporte, mas por todos os empresários, a fim de garantir um mundo ambientalmente equilibrado. a redução da emissão de poluentes pelos veículos de carga e passageiros garante qualidade de vida aos trabalhadores do setor e preserva o meio ambiente.

o crescimento dos espaços destinados ao transporte de cargas nos aeroportos do brasil reforça como o país tem capacidade para crescer e tornar o segmento um excelente negócio. espero que os investimentos aumentem o número de cargas transportadas e reduzam o tempo para entrega das mercadorias.

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

meton soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da fonseca lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

marco antonio gulin otávio vieira da cunha filho TRANSPORTE DE CARGAS

flávio benatti pedro José de oliveira lopes

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

luiz anselmo trombini Urubatan Helou irani bertolini paulo sergio ribeiro da silva eduardo ferreira rebuzzi oswaldo dias de castro daniel luís carvalho augusto emilio dalçóquio geraldo aguiar brito vianna augusto dalçóquio neto euclides Haiss paulo vicente caleffi francisco pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

edgar ferreira de sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

glen gordon findlay TRANSPORTE FERROVIÁRIO

rodrigo vilaça Joubert fortes flores filho TRANSPORTE AÉREO

José afonso assumpção Wolner José pereira de aguiar CONSELHO FISCAL (TITULARES) luiz maldonado marthos José Hélio fernandes CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) Jerson antonio pícoli andré luiz zanin de oliveira José veronez eduardo ferreira rebuzzi DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

luiz Wagner chieppe alfredo José bezerra leite lelis marcos teixeira José augusto pinheiro victorino aldo saccol

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

moacir da silva sergio antonio oliveira José alexandrino ferreira neto José percides rodrigues luiz maldonado marthos sandoval geraldino dos santos renato ramos pereira andré luiz costa getúlio vargas de moura braatz nilton noel da rocha neirman moreira da silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

marcos machado soares claudomiro picanço carvalho filho andré luiz zanin de oliveira moacyr bonelli george alberto takahashi José carlos ribeiro gomes aloisio sobreira José rebello iii José roque fernando ferreira becker raimundo Holanda cavalcante filho Jorge afonso Quagliani pereira eclésio da silva andré macena de lima

Laís Gonçalves blumenau (sc) MAIS TRANSPORTE

Janaina Ribeiro goiânia (go) ENTREVISTA o atraso no desenvolvimento da mobilidade urbana no brasil tem gerado prejuízos incalculáveis aos usuários do sistema público de transporte. é necessário que os governantes revejam as políticas utilizadas atualmente e modernizem as medidas adotadas para evitar um colapso ainda maior no futuro. é um absurdo 10% das famílias mais pobres comprometerem até 15% da renda com transporte. Jair Antunes belém (pa)

incrível a iniciativa do aeroporto internacional JfK, em nova iorque. criar um terminal exclusivo para animais gera mais segurança nos donos dos bichinhos e deixa a viagem deles mais segura e confortável. parabéns aos envolvidos na criação do espaço, que terá estábulos climatizados, resort de luxo, árvores e clínica veterinária. com certeza, a ambientação do espaço trará mais tranquilidade aos animais. Luiza Lima aracaju (se) Cartas: saUs, quadra 1, bloco J edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (df) e-mail: imprensa@cnt.org.br por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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