Momento ruim

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edIção InformatIva da cnt

CNT

ano XXI XX número 241 outubro 2015

T R A N S PO R T E A T U A L

Momento ruim Retração econômica afeta o transporte, que já sente perdas de receita e da capacidade de investimento




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CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2015

REPORTAGEM DE CAPA setor de transporte já sente efeitos da retração econômica enfrentada pelo brasil. área de cargas e produção e venda de veículos apresentam, em 2015, números preocupantes. página 22

CNT TRANSPORTE ATUAL ano XXi | número 241 | outubro 2015

ENTREVISTA

bernardinho fala de disciplina e trabalho em equipe página

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AVIAÇÃO • uso dos pneus recauchutados é econômico e seguro para as companhias; tecnologia é utilizada em quase toda frota das empresas página

CAPA sergio alberto/cnt

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CONSELHO EDITORIAL aloisio carvalho bernardino rios pim bruno batista etevaldo dias lucimar coutinho nicole goulart

FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 • imprensa@cnt.org.br saus, quadra 1 - bloco J - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar cep 70070-010 • brasília (df) ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:

EDITOR

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:

americo ventura mtb 5125 [americoventura@sestsenat.org.br]

atualizacao@cnt.org.br

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publicação da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do 1º ofício de registro civil das pessoas Jurídicas do distrito federal sob o número 053. tiragem: 40 mil exemplares

os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

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AUTOMOBILISMO

LEGISLAÇÃO

f-e reinventa conceitos e mira sustentabilidade

pec do transporte é promulgada pela presidência

página

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página

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FERROVIÁRIO

ROUBO DE CARGAS

contêineres em ferrovias são alternativa à crise

cnt e pf buscam integração para combater o crime

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página

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www.

cnt.org.br

Crise econômica afeta o setor de transporte

FORMATURA • itl forma 4ª turma de especialização em parceria com a fundação dom cabral. presidente da cnt, clésio andrade, participa da cerimônia página

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AQUAVIÁRIO

paraguai investe em transporte hidroviário para escoar produção página

58 SAÚDE NOS PORTOS

Seções duke

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opinião

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mais transporte

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boletins

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tema do mês

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alexandre garcia

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cartas

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projeto do sest senat busca atender 6.000 trabalhadores página

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PEDALANDO

ação do sest senat reúne 19 mil ciclistas em todo o país página

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em 12 meses, as empresas de transporte acumulam redução de 6% na receita líquida, conforme a pms (pesquisa mensal de serviços) do ibge (instituto brasileiro de geografia e estatística). de acordo com a cnt, o resultado é efeito da crise econômica sobre o setor. “o baixo desempenho da economia brasileira, a alta da inflação, a elevação da carga tributária e da taxa de juros afetaram negativamente o desempenho do setor”, diz o informativo economia em foco, produzido pela entidade. o boletim pode ser acessado, gratuitamente, no site da cnt. além disso, a página é atualizada diariamente com notícias do setor de transporte. acesse: www.cnt.org.br.


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Duke

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“o caminho para mitigar os efeitos desse momento e, posteriormente, superá-lo passa pelo forte investimento em infraestrutura” OPINIÃO

clÉsio andrade

Estabilidade para voltar a crescer momento por que passa o brasil inspira cuidados a todos os segmentos da sociedade. estamos vivenciando uma séria crise, que é sistematicamente retroalimentada por um cenário de instabilidade política. tal quadro só serve para distanciar investimentos e engessar nossos setores produtivos. e o horizonte não é lá dos mais animadores. as perspectivas do fmi (fundo monetário internacional) sobre o desempenho da economia brasileira, neste ano, pioraram e os técnicos já veem uma retração de 3%, o dobro da estimativa anterior. o reflexo claro deste momento pode ser visto no transporte, importante termômetro do pib (produto interno bruto), dada a sua capilaridade e relação com os demais setores. diante da baixa na atividade econômica, da alta dos juros e do dólar e da elevação da tributação e da inflação, houve uma considerável queda na demanda pelos serviços de transporte e, por extensão, do faturamento das transportadoras. Já temos empresas com queda de até 30% na sua receita líquida. os números recentes da produção e venda de veículos ilustram bem esse cenário. o último mês de setembro foi o pior para as vendas de veículos novos no país desde 2006, com pouco mais de 200 mil emplacamentos, segundo a fenabrave (federação nacional da distribuição de veículos automotores). a expectativa é que o mercado tenha uma retração de quase 20% até o final do ano. em relação à produção, as notícias também não são boas, pelo menos no curto prazo. a anfavea (associação nacional dos fabricantes de veículos automotores) divulgou que a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, no nono mês do ano, teve queda de 19,5% na comparação com agosto e recuo de 42,1% ante o mesmo mês do ano passado.

O

além disso, com a queda na produção industrial, não há demanda satisfatória para o transporte de cargas, especialmente o rodoviário. Há relatos de que milhares de transportadoras e caminhoneiros estejam parados por falta de serviço. o setor enfrenta desde a alta do diesel, de lubrificantes e de pneus até a dificuldade de refinanciamentos dos veículos. ainda nos deparamos com reduções expressivas de demanda nos setores aquaviário, aéreo e ferroviário. a despeito de visões político-partidárias, o brasil não pode parar e nem tampouco ter sua população e seu setor produtivo penalizados por instabilidade na condução econômica e política. É preciso que haja um pacto nacional de todas as instâncias para correção de rumos e retomada do crescimento. necessitamos, em caráter de urgência, de medidas para melhorar o ambiente de negócios no país, evitando o crescimento do desemprego ou o prolongamento da recessão. no caso do transporte, já temos casos de demissões, fechamentos de empresas, férias coletivas etc. isso é preocupante. sabemos que a nação está em meio a um período de ajustes e cortes, e temos consciência da sua relevância para correção de erros passados. o caminho, contudo, para mitigar os efeitos desse momento e, posteriormente, superá-lo passa pelo forte investimento em infraestrutura, em parceria com a iniciativa privada nacional e estrangeira. aliadas a esse aspecto estão a necessidade de ampliação da segurança jurídica no país – com regras claras e cumprimento de contratos e obrigações – e a desburocratização dos processos produtivos. por fim, precisamos resgatar a estabilidade política para poder tocar os projetos necessários para o brasil voltar a crescer.


“a disciplina é a ponte que liga os nossos sonhos às nossas realizações. realizar o que queremos, seja correr uma maratona, perder peso, passar

ENTREVISTA

BERNARDINHO - treinador de vôlei

Inconformismo e por

s lições que a quadra tem a ensinar ao ambiente corporativo foram passadas aos funcionários do sest senat por um dos treinadores mais famosos do brasil, reconhecido pelo grande número de vitórias. bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei e da equipe feminina do rexona/ades/rio de Janeiro, fez uma palestra que fechou o 1° Workshop integração e desafio, na sede do sest senat e da cnt, em brasília. disciplina, habilidade para trabalhar em equipe e questionamento crítico constante são caminhos para conseguir crescer e desenvolver, seja no esporte ou fora dele. buscar a superação de metas, questio-

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CYNTHIA CASTRO

nar métodos estabelecidos, sair da zona de conforto, não se acomodar. para bernardinho, essas atitudes devem estar presentes no dia a dia de todos os profissionais que querem melhorar. “instigue o inconformismo entre pessoas à sua volta. pessoas de sucesso são, em sua natureza, inconformadas, sempre querem buscar mais”, disse o treinador, ao ressaltar que temos sempre de pensar no que podemos fazer para que a instituição ou empresa seja mais produtiva. durante mais de uma hora, bernardinho contou aos funcionários do sest senat histórias do mundo esportivo e afirmou que nem sempre os melhores jogadores conseguirão os melhores resultados.

“eles jogam como se estivessem defendendo uma causa. essa é a diferença. e, para isso, precisamos de líderes que abracem uma causa, que acreditem naquilo que estão fazendo”, disse o treinador ao comentar um dos títulos da seleção brasileira. antes da palestra aos funcionários do sest senat, bernardinho conversou com a CNT Transporte Atual. famoso também pelo nervosismo em quadra e por exigir muito dos atletas, o treinador afirmou que o gestor precisa ser rígido em relação a valores e princípios. A que você atribui tantas vitórias no seu trabalho no vôlei brasileiro? acho que não há uma razão

específica. existem alguns componentes que levam um time ou uma instituição ao sucesso. eu tive, obviamente, a oportunidade de trabalhar com muitos atletas de talento. embora eu pense que talentos, por si só, não te levam a grandes resultados. tem que haver muita determinação, muita capacidade de superação, de entrega. mas eu diria que dois fatores são fundamentais. são pilares que eu considero que sustentam uma trajetória longa de bons resultados: a consciência do trabalho em equipe, somos um time antes de qualquer coisa e isso é muito superior que a soma das individualidades; e a preparação, ou seja, o treinamento extremo, a capacitação


sergio alberto/cnt

se não houver preparação, não vamos no vestibular ou qualquer outra coisa”

disciplina das pessoas que compõem esse time. esse espírito de coletividade e a consciência da importância da preparação, eu diria que são duas razões fundamentais para que os grandes resultados se sustentem. Quando encontramos alguém muito talentoso, mas pouco determinado, vamos nos deparar com frustração. para que o binômio determinação e talento gere resultados, há que se haver um alto grau de motivação. não adianta talento se não apresentar resultados. As lições que a quadra tem a ensinar às empresas passam essencialmente por dois pontos: trabalho em equipe e preparação? Como formar equipes

de alta performance fora do esporte? não há nenhuma diferença entre uma empresa, uma corporação e uma equipe esportiva. você depende de gente preparada, gente engajada numa missão, numa causa, para que tenha sucesso. e isso serve para qualquer ambiente, seja ele esportivo ou empresarial. então, é escolher pessoas. pessoas que tenham paixão pelo que fazem, pessoas capacitadas em fazer aquilo que delas se espera e que estejam dispostas a trabalhar em equipe porque ninguém consegue nada sozinho. os paralelos são muito claros entre a vida de um esportista, de alguém que trabalha com esporte no alto rendimento e uma instituição

que pretende e tem objetivos muito claros, metas – seja uma empresa que busca lucro, seja uma instituição que presta um serviço e quer atingir um certo nível de resultados. para tudo isso, depende do comprometimento das pessoas e de uma boa preparação. ninguém consegue trabalhar sozinho, por melhor que seja, por mais habilidades que possa ter. para bater grandes metas, tem de haver um bom time. e, para formar esse time, os líderes precisam saber escolher. eu escolho pessoas, monto

equipes e tento extrair o melhor de cada um. nem sempre os melhores formam a melhor equipe, mas sim os certos. Como as pessoas se motivam? pela necessidade de modificar algo. o espírito de equipe é fundamental para que um grupo de pessoas se transforme em uma equipe. É necessário ter objetivos em comum. Queremos que a nossa missão seja a missão de todos. É essencial ter a consciência de que só va-


sergio alberto/cnt

mos atingir tais objetivos com a participação de todos, mesmo daqueles que, inicialmente, possam parecer menos importantes. no esporte coletivo, por exemplo, muitas vezes o reserva é visto como menos importante por não ser o titular. mas um reserva bem treinado tem o papel, inclusive, de levar o titular para frente. Há diferenças no rendimento de homens e mulheres? A forma de treinar precisa ser diferenciada? talvez na questão emocional. mas eu acho que pessoas são diferentes. independentemente de serem homens ou mulheres, temos pessoas. É importante que você entenda e conheça essas pessoas. Há pessoas em que você tem que trabalhar a autoestima. outras são movidas a desafios. você desafia, a pessoa rende. ela se alimenta do desafio. independentemente do gênero, o mais importante é que você entenda como cada um é movido, como cada um é estimulado, como é inspirado a render o seu melhor. É claro que quando você fala de um grupo de homens ou de mulheres, há certas peculiaridades. o lado emocional, talvez, tenha que ser trabalhado de forma diferente. porque no esporte, diferentemente das empresas, você não tem equipes mistas. mas, numa empresa, tem homens e mulheres trabalhando

REFERÊNCIA bernardinho fala de disciplina e trabalho em equipe aos funcionários do sest senat

juntos, lado a lado. isso é muito bom porque você tem uma complementaridade de talentos. a mulher tem uma sensibilidade e um talento que talvez o homem não tenha. e é muito bom você poder complementar, usar os atributos da mulher junto com os atributos do homem e fazer disso uma força a mais. Como um líder pode extrair o melhor de cada profissional? É conhecendo bem cada um da equipe? esse é um exercício diário. não existe uma fórmula a se empregar para conseguir que cada um da minha equipe dê o seu melhor. um eu tenho que estimular, o outro tenho que desafiar, o ou-

“O mais importante é entender como cada um é movido, como cada um é estimulado, como é inspirado a render o seu melhor”

tro tenho que estar junto, no sentido de ser mais colaborativo. outro, que é mais proativo, eu tenho que deixar um pouco mais, dando sempre um feedback. passa pelo conhecimento de cada um. eu sempre falo que é importante ter proximidade com a equipe. como estimular as pessoas se eu não as conheço, se estou distante delas? a proximidade é importante. por isso, quando falo que temos uma empresa nacional, os diversos multiplicadores espalhados pelo brasil são as pessoas que vão transformar. não tem como alguém situado em brasília poder transformar sem ter os seus multiplicadores no campo, próximos às suas equipes nas diversas regiões do país.


gaspar nobrega/novafoto/divulgação

“Nem sempre os melhores formam a melhor equipe, mas sim os certos” RESULTADOS treinador notabailizou-se pelo rigor e por inúmeras conquistas

Você fala que é necessário manter um senso de inconformismo. Como é isso no dia a dia? É você não se conformar com as marcas que já alcançou. É ir além. não se conformar com o nível que você já atingiu. É querer progredir, evoluir, crescer. não se contentem com uma meta, com uma boa nota. vamos sempre pensar para frente com o objetivo de melhorar isso. alimentar as pessoas com esse inconformismo, em fazer melhor, em evoluir é muito importante. a acomodação te leva à perda de rendimento ao longo do tempo. tem que estar sempre buscando alguma coisa a mais, em todos os níveis, em todas as áreas. não é diferente no esporte, em que a

competitividade é tão alta, e não é diferente no transporte. pessoas que trabalham nessa área, onde há um estresse cada vez maior, em um mundo cada vez mais exigente e competitivo, têm sempre um nível de exigência maior. se você se acomodar com técnicas do passado e coisas do passado, certamente, você não vai conseguir atender às demandas do mundo moderno onde as exigências são diferentes. É preciso estar sempre pensando em algo diferente, em inovar permanentemente e não se conformar com aquilo que você já fez no passado. A disciplina e o foco são marcas do seu trabalho. Como

conciliar disciplina, inovação e criatividade? eu acho que isso não se obriga. isso não é uma ordem, mas é o despertar da consciência. se as pessoas não entenderem que a disciplina é fundamental para atingir os objetivos, se você não conseguir despertar isso nas pessoas, não haverá um grupo disciplinado na busca disso. o conceito de disciplina tem uma frase que o simboliza muito bem: a disciplina é a ponte que liga os nossos sonhos às nossas realizações. se não formos disciplinados, não vamos realizar os nossos sonhos. o sonho de correr uma maratona, por exemplo. se eu não for preparado, não vou conseguir chegar lá. perder peso também é bem bá-

sico. a realização do objetivo, seja de que natureza for, é consequência. Quero passar no vestibular para medicina. para isso, preciso ser disciplinado naquilo que foi planejado, que é estudar, treinar, me capacitar para que eu possa realizar aquilo. então, disciplina nada mais é do que essa ponte que liga, que nós pactuamos com nosso objetivo, com a realização, seja daqui a seis meses ou um ano. depende do prazo que estabelecemos. A rigidez é necessária para o gestor? você precisa ser rígido quanto a duas questões básicas: valores e princípios. você não pode transgredir. as instituições devem ter valores muito claros e princípios. e, em relação a isso, não se deve haver transgressões. mas em relação ao restante, pode haver maior flexibilidade, o que é natural. Quais são os grandes vilões de uma equipe de alta performance? egos e vaidades fora de controle prejudicam o trabalho. mas também não acredito em ambientes harmônicos em excesso. a harmonia excessiva pode indicar a falta de confiança. pessoas não se cobram porque não confiam umas nas outras. se há confiança, deve-se haver cobrança, no sentido de crescer e de melhorar. l


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MAIS TRANSPORTE Novidade nos boletins ambientais a partir desta edição, a CNT Transporte Atual traz novas versões do boletim despoluir e do boletim ambiental da cnt. o informativo do programa despoluir conta, agora, com publicações técnicas sobre o programa da cnt e do sest senat que garante saúde e bem-estar aos profissionais do transporte, bem como novos gráficos e infográficos. no encarte ambiental, são disponibilizadas as fases do proconve (programas de controle de emissões veiculares); informações sobre o uso

dos principais combustíveis (óleo diesel, gasolina e etanol); produção anual de biodiesel; percentagem de participação setorial nas emissões de co2; e seção sobre o monitoramento da qualidade do óleo diesel. além disso, o boletim fala da oferta do diesel s10 no brasil e apresenta dados sobre as emissões dos principais poluentes por categorias de veículos e seus impactos na saúde humana e no meio ambiente. confira essas e outras novidades nas páginas 72 a 76 deste número.

cristino martins/agência pará/divulgação

Uso de extintor é opcional

FACULTATIVO nova regra começou a vigorar em setembro

o uso de extintor de incêndio em veículos de passeio passou a ser facultativo, desde o último dia 18 de setembro de 2015. assim, a ausência do equipamento não será mais considerada infração de trânsito. até então, era grave, com multa de r$ 127,69 e cinco pontos na cnH (carteira nacional de Habilitação). a decisão foi tomada pelo contran (conselho

nacional de trânsito) e alterou uma regra que vigorava no brasil desde a década de 1970. a obrigatoriedade permanece válida para veículos utilizados para o transporte comercial de cargas e de passageiros. a nova medida altera outra regra recente do contran, que tornava obrigatório o uso dos extintores abc em todos os veículos. fundação proteste/divulgação

Meta para o transporte público o brasil se comprometeu a, até 2030, expandir e melhorar os sistemas de transportes públicos, com atenção especial às necessidades das pessoas mais vulneráveis, como os idosos. a meta é uma das que estão fixadas na nova agenda global das nações unidas, aprovada por unanimidade

durante a cúpula da onu sobre o desenvolvimento sustentável, em nova iorque, em setembro. nela, os 193 estados-membros, incluindo o brasil, assumem a responsabilidade de proporcionar acesso a sistemas de transporte seguros, sustentáveis e a preço acessível para todos até 2030.

ACESSO país se comprometeu com agenda global da onu


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representatividade

CNT recebe nova federação de passageiros como filiada cnt (confederação nacional do transporte) recebeu, em setembro, mais uma federação junto ao seu quadro de entidades filiadas: fetpesp (federação das empresas de transportes de passageiros do estado de são paulo). com a nova filiação, 58 entidades já integram a confederação nas áreas de passageiros, cargas, autônomos, aquaviário, aéreo e ferroviário. para o presidente da cnt, clésio andrade, o melhor de

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ter uma nova federação junto aos quadros da entidade é a representação de um dos estados mais significativos do país. “É uma alegria muito grande poder assinar a filiação com o presidente gerson fonseca e, com isso, completar cada vez mais o anseio que nós tínhamos de ter o estado de são paulo cada vez mais próximo. a área de cargas já era muito próxima”, afirmou, após a cerimônia do ato de filiação. a fespesp - que congrega

oito sindicatos na área de transporte de passageiros de serviço público delegado – foi registrada como federação no mesmo mês da filiação. até então, a atuação dos sindicatos era grande, mas estava restrita ao estado de são paulo. “o que nós buscamos é uma melhoria no status de representação. como atuávamos como sindicato, às vezes não tínhamos essas portas abertas. como federação filiada à cnt, rompemos

a fronteira e esse horizonte se amplia”, comemorou o presidente gerson fonseca. para ele, estreitar laços com a confederação nacional do transporte é fundamental. “existe uma velocidade muito grande na área de legislação que afeta muito o âmbito das empresas e, estando na cnt, ficamos mais próximos do parlamento e podemos opinar e ter suporte nesses pleitos”, concluiu fonseca. (Evie Gonçalves) sergio alberto/cnt

FILIAÇÃO Júlio luiz marques (viação santa brígida), gerson oger fonseca (empresa de ônibus pássaro marrom), clésio andrade (confederação nacional do transporte), João antônio setti braga (auto viação abc) e João carlos vieira de souza (viação cidade dutra) durante solenidade na sede da confederação, em brasília (da esq.para dir.).

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MAIS TRANSPORTE baleia/divulgação

“Avião baleia” para 755 passageiros o designer espanhol oscar vinal criou o projeto aWWa sky Whale (“baleia voadora”, em inglês), um avião que vai muito além do airbus a380, atualmente o maior avião de passageiros do mundo, capaz de levar mais de 500 pessoas. pelas contas de vinals, o sky Whale poderá carregar até 775 passageiros. a resposta para tanto espaço é uma fuselagem com 77 metros de comprimento – 10 metros a mais que o a380 – e uma cabine com três andares. para construir tal avião, que ainda está no papel, o projetista disse que serão necessárias grandes quantidades de materiais leves e resistentes, como fibra de carbono e compostos de cerâmica. Já para mover a ‘baleia voadora’, vinals propõe algo ainda mais complexo: motorização híbrida com jatos móveis. o sky Whale, ao menos no papel, é impulsionado por uma combinação de motores a jato e turbofans elétricos, que ajudariam a aumentar o alcance da aeronave. além disso, os jatos inclinam 45° para baixo, reduzindo o espaço de pista para decolagem.

agência petrobras/divulgação

Projetos na indústria naval o fmm (fundo de marinha mercante) aprovou o financiamento de projetos da indústria naval num valor aproximado de r$ 3,9 bilhões. desse montante, r$ 3 bilhões são para a construção de oito novas embarcações para cabotagem, 89 para navegação interior e três para o transporte de passageiros. o cdfmm (conselho diretor do fundo de marinha mercante)

também aprovou reparos para cinco embarcações e construção de um novo estaleiro de reparos. além disso, foram confirmadas prioridades de apoio financeiro no valor de r$ 845 milhões para projetos reapresentados em função de suplementação ou novo prazo para contratação em até 120 dias, envolvendo nove embarcações, um dique flutuante e um estaleiro

INVESTIMENTOS serão construídas novas embarcações


ocorrências

Motocicletas: aumentam acidentes com crianças ntre setembro de 2008 e setembro deste ano, 8.500 crianças com menos de 10 anos morreram ou ficaram inválidas em acidentes envolvendo motocicletas. o levantamento foi divulgado pela seguradora líder, administradora do dpvat (seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre), na semana do trânsito (18 a 25 de setembro). do total, foram 439 óbitos. outros 8.100 meninos e meninas tiveram lesões permanentes, que provocaram a invalidez. o crescimento de casos foi expressivo.

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segundo o levantamento, de setembro de 2008 a agosto de 2009, foram pagas 342 indenizações nessas modalidades de cobertura para crianças menores de 10 anos. cinco anos depois, o número foi sete vezes maior: foram 2.600, de setembro de 2013 a agosto de 2014. desta data a agosto de 2015, foram pagas 1.200 indenizações referentes à morte ou invalidez envolvendo o público mirim. mas a seguradora líder alerta que o número ainda pode ser maior, já que o prazo legal para pedir a indenização do dpvat é de três anos a partir da data da ocorrência.

sergio alberto/cnt

NÚMEROS levantamento foi divulgado pela líder

Comunicação de ocorrências em rodovias o motorista nas estradas federais pode comunicar, em tempo real, ao dnit (departamento nacional de infraestrutura de transportes), os problemas encontrados nas rodovias – como buracos e quedas de barreira. para isso, o órgão desenvolveu o dnit móvel, um aplicativo para smartphones que facilita o contato com os usuários. ele envia o registro da ocorrência direto ao banco de dados do departamento. a localização exata da ocorrência é marcada por gps. isso permite mapeamento mais preciso dos problemas da malha rodoviária federal, bem como dados mais atualizados sobre as condições. assim, com a ajuda dos usuários, o app permite reparo mais rápido nas

rodovias federais. para utilizar a ferramenta, basta fazer o download gratuitamente do programa nas lojas google play ou apple store. após a instalação, o motorista

já pode pegar a estrada e, caso observe algum problema na rodovia, basta estacionar o carro e iniciar o registro da ocorrência. o programa permite

que a comunicação seja anônima. caso o motorista queira uma resposta do dnit, é necessário um prévio e pequeno cadastro. dnit/divulgação

APLICATIVO app permite mapeamento mais preciso dos problemas da malha rodoviária


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MAIS TRANSPORTE emirates boeing/divulgaçaõ

Voo mais longo do planeta a companhia aérea emirates deve operar, a partir de fevereiro de 2016, o que será o voo mais longo do mundo (de dubai até a cidade do panamá). segundo a empresa, o voo deve durar exatas 17 horas e 35 minutos, com um percurso de 13,8 mil quilômetros. o trajeto será realizado em um boeing 777-200lr com capacidade para 256 passageiros. a nova rota coloca a companhia aérea conectada com demais destinos nas américas. em comunicado, a

emirates reforçou a necessidade de oferecer uma opção conveniente para os passageiros que viajam de ou por meio de dubai para a américa central, o caribe e na parte norte da américa do sul. o voo eK251 sairá de dubai às 8h05 e aterrissa no panamá às 16h40. Já o trajeto de volta, o eK252, deixa o país da américa central às 10h10 e chega a dubai às 23h55, no dia seguinte.

RECORDE voo deve durar 17h35, com um percurso de 13,8 mil km

arQuivo/cnt

As piores do mundo para dirigir

REGISTRO medida busca garantir manutenção das atividades

um estudo divulgado pelo aplicativo Waze coloca as cidades de são paulo e rio de Janeiro entre as piores do mundo para dirigir. o tempo médio que as pessoas levam no deslocamento entre casa e local de trabalho é de 32,8 minutos na capital paulista e de 38,4 no rio. o brasil está na 15ª posição entre os piores países para dirigir, com nota 5,2, em escala de um a dez. a grande são

paulo foi considerada a melhor do país em segurança do trânsito. brasília foi o município com vias de melhor qualidade, no quarto lugar geral. o Waze avaliou a experiência de 50 milhões de usuários de seu aplicativo em 32 países e 167 áreas metropolitanas. Holanda, letônia, estados unidos, suécia e república tcheca foram considerados os melhores países para andar de carro. arQuivo/cnt

Orientações sobre o RNTRC a antt (agência nacional de transportes terrestres) divulgou as diretrizes e o cronograma de operacionalização do rntrc (registro nacional de transportadores rodoviários de cargas). o registro será realizado em trés etapas:

cadastro e renovação; identificação visual dos veículos (adesivo); identificação dos veículos (tag). o processo terá início em 16 de novembro. o cronograma de recadastramento está disponível do site da antt.

PESQUISA Waze coloca brasil em 15º entre os piores para trafegar


governo

Secretaria de Portos tem novo ministro após reforma pós o anúncio da reforma ministerial, no começo de outubro, pela presidente dilma rousseff, a sep (secretaria de portos) foi a única pasta do setor de transporte a sofrer alterações. no lugar de edinho araújo, entrou o ministro Helder barbalho, que, até então, ocupava a cadeira da pesca. tanto a sac (secretaria de aviação civil) quanto o ministério dos transportes tiveram seus ministros mantidos pela chefe de governo: permaneceram eliseu padilha e antônio carlos rodrigues. com a medida, o governo descartou a possibilidade de criar o ministério da infraestrutura, que reuniria diversos órgãos do transporte. o ministro da sac falou sobre as prioridades da pasta nesse novo processo de reestruturação da máquina pública. entre elas

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estão: manter a operacionalidade dos aeroportos sob administração da infraero, melhorar a qualidade dos aeroportos concedidos e concluir a concessão dos terminais de fortaleza, salvador, florianópolis e porto alegre. “nós não temos medo da flutuação do mercado. temos certeza de que os leilões dos aeroportos serão bem-sucedidos. mas é impossível que as concessões sejam feitas ainda neste ano. o processo exige ao menos um ano e foi iniciado em junho. o pregão deve ocorrer no final do primeiro semestre”, afirmou eliseu padilha. Medidas a mudança na secretaria de portos fez parte de um amplo pacote de enxugamento dos gastos públicos. entre as medidas anunciadas por dilma rous-

seff, estão a criação da comissão permanente da reforma do estado, o corte de oito ministérios, passando de 39 para 31 pastas, a extinção de 3.000 cargos comissionados, a eliminação de 30 secretarias ligadas a ministérios, a redução de 10% dos salários da presidente, do vice e dos ministros e corte de até 20% nos gastos de custeio. a pasta de assuntos estratégicos foi extinta. relações institucionais, secretaria geral, gabinete de segurança institucional, micro e pequena empresa foram incorporadas ao novo ministério intitulado secretaria de governo. pesca foi incorporada à agricultura; previdência e trabalho se fundiram em um único ministério, assim como mulheres, igualdade racial e direitos Humanos. a presidente também anunciou imposição de limite de gas-

tos com telefone, passagens, diárias, água e energia aos ministérios, revisão de contratos de serviços terceirizados e de aluguel do governo, revisão do uso do patrimônio público e dos imóveis da união e criação de uma central de transporte por pasta para reduzir a frota de veículos e otimizá-la. segundo dilma rousseff, essas iniciativas contribuem para que o país saia mais rapidamente da crise. “essa reforma vai nos ajudar a efetivar as medidas já tomadas para o reequilíbrio fiscal e aquelas que estão em andamento. também vai propiciar o controle da inflação e consolidar a estabilidade macroeconômica, aumentando a confiança na economia”, afirmou durante o anúncio no palácio do planalto. (Evie Gonçalves) roberto stucKert filHo-pr2/divulgação

MUDANÇA presidente dilma rousseff empossa Helder barbalho (ex-ministro da pesca) como titular da sep


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MAIS TRANSPORTE oportunidade

SP e RJ recebem eventos nacionais de táxi o mês de novembro, são paulo e rio de Janeiro sediam importantes eventos para o segmento de táxis. na capital paulista, nos dias 7 e 8, será realizada a nova edição da expotáxi brasil – feira nacional do táxi. com entrada franca e estacionamento gratuito para taxistas, o evento será realizado no centro de convenções são paulo expo (antigo imigrantes). a feira será uma oportunidade para conhecer as novidades tecnológicas do setor automotivo com as principais montadoras, fornecedores de produtos e serviços para em-

N

presas de táxis, associações, cooperativas, bem como participar de fóruns, exposições, test drives em veículos novos, demonstrações técnicas e ino-

vações em mecânica, eletrônica e carroceria. Já nos dias 13 e 14, rio de Janeiro recebe, pelo terceiro ano consecutivo, o salão de táxi, a

ser promovido no pavilhão 5 do riocentro, em Jacarepaguá. o evento contará com palestras, exposições e serviços especializados para o público presente. eXpotaXi/divulgação

OPORTUNIDADE eventos acontecem no mês de novembro

sergio alberto/cnt

Segurança no trânsito brasília sedia, nos dias 18 e 19 de novembro, a 2ª conferência global de alto nível sobre segurança no trânsito – tempo de resultados. o evento será realizado no centro internacional de convenções do brasil e busca revisar o progresso da implementação do plano global para a década de ação para a segurança viária (2011-2020). promovida pelo governo federal

e pela oms (organização mundial de saúde), a conferência também tem como objetivo reafirmar o envolvimento dos países em torno das políticas, medidas e ações para diminuir as 1,2 milhão de mortes no mundo, a cada ano, em acidentes de trânsito, segundo a oms. para mais informações, acesse: www.roadsafetybrazil.com.br.

AGENDA evento será realizado nos dias 18 e 19 de novembro


CNT TRANSPORTE ATUAL

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sergio alberto/cnt

App de mobilidade bate recorde

SOLUÇÃO ferramenta para melhorar experiência de usuários

o moovit, aplicativo global de mobilidade urbana, anunciou que alcançou a marca de 28 milhões de usuários ativos, provenientes de 700 cidades em 58 países, tornando-se o app de transporte público mais usado no mundo. segundo a companhia israelense, pelo menos uma nova cidade é adicionada ao aplicativo a cada dia com a ajuda e a participação ativa da comunidade de usuários. a ferramenta oferece aos

usuários de transporte público soluções para viagens mais rápidas e mais fáceis. ao combinar dados dos operadores do sistema de transporte e de autoridades às informações em tempo real dos usuários, o aplicativo indica as melhores rotas e compila todos os elementos que o passageiro precisa para planejar seu trajeto a um clique do celular. no brasil, 56 cidades possuem cobertura do aplicativo, com mais de 6 milhões de usuários.

olimpíada

Planejamento aéreo para a Rio-2016 infraero/divulgação

governo federal lançou, em setembro, o manual de planejamento do setor de aviação civil para os Jogos olímpicos e paralímpicos de 2016. o documento define como se dará a ação coordenada e integrada entre operadores aeroportuários e órgãos do sistema nacional de aviação civil. a estimativa é que o público das olimpíadas ultrapasse 2,3 milhões de pessoas. ao todo, 39 aeroportos serão impactados pelo aumento na demanda. as três principais portas de entrada serão as do galeão e santos dumont, no rio de Janeiro, e guarulhos, em são paulo.

O

mais de 1.100 vagas extras para estacionamento de aeronaves serão criadas, um incremento de 130% em relação ao usual. somente nos aeroportos do rio, serão processadas 4,7 milhões de bagagens. ao todo, 400 autoridades estrangeiras são esperadas, e alterações em suas agendas podem exigir mudanças repentinas no planejamento logísticos dos terminais por onde chegarão ao brasil. ao todo, 2.200 controladores de voo estarão mobilizados 24 horas por dia enquanto durarem os jogos. de acordo com a sac (secretaria de aviação civil), a coordenação não vai afetar os horários dos voos comerciais regulares

ESTRATÉGIA aeroportos terão operação padronizada


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CNT TRANSPORTE ATUAL

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MAIS TRANSPORTE arQuivo/cnt

Transporte aquaviário: mais prazo para contribuições a antaq (agência nacional de transportes aquaviários) prorrogou o prazo da audiência pública aberta para aprimorar a norma sobre direitos e deveres de usuários e empresas que operam diversos serviços do transporte aquaviário: apoio marítimo,

apoio portuário, cabotagem e longo curso. o órgão quer ouvir a população sobre o ato normativo aprovado pela resolução 4.271-antaq, que trata do tema e estabelece sanções administrativas em caso de descumprimento das regras. os interessados

poderão enviar contribuições até o dia 12 de novembro, por meio de formulário eletrônico disponível no site da agência. também foi aberta consulta pública para obter contribuições a fim de aprimorar as regras

sobre o registro de instalações de apoio ao transporte aquaviário. para tal, foi realizada, no início de outubro, uma audiência no auditório da fieam (federação das indústrias do estado do amazonas).

Projeto de central para venda de bilhetes de trem de turismo a abottc (associação brasileira das operações de trens turísticos e culturais) está desenvolvendo uma plataforma para que passageiros possam

reservar a compra de bilhetes e passagens de trem diretamente pela internet. como os guichês de várias estações operam em horários alternativos, é comum que turistas os

encontrem fechados. por todo o país, existem pelo menos 20 estações ferroviárias, sendo que algumas estão em processo de revitalização. a ideia é que a novidade

estimule o turismo ferroviário e encoraje as pessoas a fazer passeios de trem. a previsão da associação é que a funcionalidade esteja disponível ainda neste ano.


treinamento

Formação profissional é foco das empresas setor de transportes comerciais está cada vez mais imerso na conectividade. por isso, a formação do profissional dessa área tem sido um dos focos de investimento das grandes empresas. de acordo com o presidente mundial da mercedes-benz, stefan buchner, esse é também um dos maiores desafios. “Quando entregamos o caminhão para o proprietário da frota, o motorista não está envolvido, então, é muito importante que a gente passe esse conceito da necessidade do treinamento para que eles possam utilizar toda a tecnologia embarcada nos caminhões modernos”, explica. a declaração foi dada na abertura do mercedesbenz solutions Week, realizado em outubro, na fábrica da empresa, em são bernardo do campo (sp), onde sete novos modelos foram exibidos. de acordo com o vice-presidente de vendas da mercedes-

O

benz do brasil, roberto leoncini, uma das ações de maior êxito quanto à capacitação dos motoristas na era digital tem sido a parceria da empresa com o sest senat. “nós trabalhamos para que o motorista brasileiro, via nossos treinamentos, tenha uma qualificação mais elevada. considero a capilaridade do sest senat, com suas instalações, muito boa, uma ferramenta importante para melhorarmos o nível de treinamento do profissional do transporte”, afirma o executivo. sobre o novo cenário de evolução tecnológica, leoni destaca como exemplo um dos sistemas mais avançados que a marca implantou em todos os seus caminhões: o fleetboard. “É uma ferramenta que auxilia o cliente na gestão de sua frota. entre diversas vantagens, está a otimização dos veículos e sua disponibilidade, além de possibilitar uma redução nos custos operacionais

em até 15%. o módulo é um rastreador e bloqueador inteligente de fábrica, que também oferece serviços de auxílio à segurança do veículo e da carga.” Parceria desde 2009, a mercedes-benz desenvolve ações educativas com sest senat, em seis estados brasileiros. em unidades de são paulo, minas gerais, distrito federal, santa catarina, espírito santo e paraná, os cursos de condução segura e econômica e de excelência profissional para motoristas de cargas são ministrados em caminhões pesados cedidos pela empresa para esses treinamentos. o objetivo das aulas é contribuir para a melhoria do desempenho do motorista na condução do veículo, visando à excelência, economia de combustível, condução ecológica, diminuição de acidentes e maior durabilidade dos componentes do caminhão.

além da formação e especialização de motoristas, o sest senat de campinas (sp) desenvolve outro programa com a montadora, voltado para a área de manutenção, com treinamentos para mecânicos de motor a diesel. a unidade paulista é também um centro homologado pela empresa para essa finalidade, fruto de um trabalho com a área de treinamento técnico de veículos comerciais da mercedes-benz. os treinamentos de manutenção atendem mecânicos da rede de concessionários de várias partes do brasil, além de profissionais de frotistas de transporte rodoviário de cargas e de passageiros. estendem-se ainda às turmas de formação do programa de Jovem aprendiz, que visa oferecer oportunidades de primeiro emprego no mercado de trabalho no setor de transportes. (Elisângela Freitas) mercedes-benz/divulgação

INICIATIVA mercedes-benz e sest senat matêm parceria desde 2009 com foco em ações educativas


Baixa atividade econômica já reflete no setor de transporte. Cargas, produção e venda de veículos são os mais impactados

Termômetro


sergio alberto/cnt

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REPORTAGEM DE CAPA

por

or ser uma atividade-meio e por manter conexões com os demais setores produtivos, o transporte pode ser considerado um termômetro da economia do brasil. trata-se de um dos principais fatores de produção e agente indutor de riqueza e desenvolvimento, transcendendo a equivocada percepção de ser apenas um elo entre zonas produtora e consumidora. o setor gera empregos, incrementa a distribuição de renda e reduz a distância entre a zona rural e a urbana. essencial a todas as cadeias produtivas, o transporte também é um componente importante na composição do preço de todos os bens e serviços consumidos no brasil. diante disso, o arrefecimento da atividade econômica brasileira, registrado nos últimos anos – e acentuado em 2015 – reduziu a demanda pelos serviços de transporte e, consequentemente, do faturamento das transportadoras. a alta da inflação e do dólar e a elevação da carga tributária e da taxa de juros afetaram negativamente o desempenho do setor. e, para 2016, a expectativa do mercado é que o cenário se mantenha no mesmo patamar, como aponta o boletim focus, do banco central, divulgado em outubro. segundo o documento, a previsão é de contração do pib (produto interno bruto) de 1,20%. em relação à inflação, a estimativa é de alta de 9,70% do ipca para 2015 e de 6,05%, para 2016. de acordo com dados da pms (pesquisa mensal de serviços) do ibge (instituto brasileiro de geografia e estatística), os transportadores já acumulam redução de receita líquida de 8,60% em 2015. em alguns casos, essa perda

P

da crise

DIEGO GOMES


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CNT TRANSPORTE ATUAL

chega a 30%. esses números confirmam a previsão dos empresários ouvidos pela cnt na última "sondagem expectativas econômicas do transportador", no final do ano passado. em outubro de 2014, 81,4% dos transportadores entrevistados dos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário indicavam que a queda da atividade econômica brasileira seria refletida na manutenção ou na redução da taxa de crescimento do pib daquele ano. a percepção dos empresários foi confirmada meses depois com a divulgação, pelo ibge, do crescimento de apenas 0,15% do pib no ano passado. neste ano, o diesel – principal insumo do setor – ficou 7,58% mais caro. o índice ficou acima da inflação no país, que, de janeiro a setembro, acumulou alta de 7,64%. a elevação da carga tributária é a principal explicação para o aumento do combustível. em janeiro deste ano, o governo federal optou por elevar as alíquotas pis/cofins e cide, incidentes sobre o diesel e a gasolina. isso fez o preço médio do diesel subir r$ 0,20 por litro no período. e, até o final do ano, o valor desse combustível deve ter outra elevação significativa em função do

OUTUBRO 2015

DIESEL o preço do principal insumo do setor de

“Corremos o risco de inviabilizar a manutenção de empregos e elevar ainda mais o custo” CLÉSIO ANDRADE, presidente da cnt

novo aumento de 4% anunciado pela petrobras em setembro. outras variantes que impactam o setor são a reoneração da folha de pagamento e a alta de dois pontos percentuais da taxa básica de juros, a selic, que interferem nas projeções de investimentos das empresas. “É preciso que nos atentemos para os efeitos da elevação do dólar, da instabilidade política, da possibilidade de novos aumentos tributários e da crescente inflação dos insumos do serviço de

transporte. a soma desses fatores poderá inviabilizar a manutenção dos empregos ao elevar ainda mais o custo das empresas”, alerta o presidente da cnt, clésio andrade. Caminhões parados o setor de transporte de cargas, em especial o rodoviário, é o que mais sente a baixa da atividade econômica. segundo José Hélio fernandes, presidente da ntc&logística, estimativas apontam que mais de 200 mil caminhões este-


Júlio fernandes/cnt

aQuaviário

Transporte hidroviário contra a maré

transporte ficou, em 2015, 7,58% mais caro

jam parados à espera de cargas para transportar. “a área foi duramente afetada pela crise. nós temos informações de que a demanda está bem aquém das expectativas. até mesmo agora, no final de ano, época de preparativos para o natal, o volume de cargas não aumentou”, diz. o setor já demitiu e deve continuar nesse ritmo no próximo ano, afirma José Hélio. “por se tratar de uma atividade-meio, quando o país produz menos, transporta-se menos”, explica. o segmento tem buscado ma-

impulsionado por contratos antigos de commodities, o transporte aquaviário ainda cresce em meio a um ambiente de incertezas. dados do ibge apontam que a receita do setor cresceu, neste ano (até agosto), 18,70%, sem descontar os efeitos da inflação. descontada a inflação, entretanto, a área teve queda de -11,36% de janeiro a agosto, se comparado com o mesmo período do ano passado – ao passo que a receita do transporte terrestre subiu 2,20% em termos nominais e teve queda real de 5,96%. no transporte aéreo, a queda real da receita até agosto foi de -17,34%. contudo, o setor não deve passar incólume pelo atual momento. embora a alta do dólar impulsione as exportações, os impactos da crise se refletem sob vários aspectos, que vão desde a diminuição da demanda até o aumento dos custos. “acredito que o aumento se deve à abertura de novas rotas para o transporte de grãos, utilizando o potencial por meio de

neiras para cortar gastos de modo a fazer frente ao atual momento. Há casos de empresas que cortaram até 20% da sua mão de obra, segundo a ntc. elas estão em meio a um rigoroso controle de consumo de combustível e de pneus e inutilizando os veículos, uma vez que não tem demanda. “no mercado, há uma briga acirrada com o cliente querendo reduzir cada vez mais o valor do frete, que, por sua vez, já se encontra defasado”, comenta José Hélio. ele considera que o novo aumento

rios na região norte. não obstante a crise, ainda está em expansão”, explica o presidente da fenavega (federação nacional das empresas de navegação), raimundo Holanda. segundo ele, a área vive uma relação de causa e efeito com os demais setores produtivos. “À medida que há uma retração dos setores produtivos (causa), o efeito necessariamente será na forma de diminuição da demanda.” o movimento nos portos brasileiros aumentou 2,8% de janeiro a junho de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado. dados da antaq indicam que o transporte de carga nos portos e tups (terminais de uso privativo) foi de 479 milhões de toneladas no período. “esse modal não sente tanto quanto os outros a retração. em linhas gerais, se comparado com outros, enquanto a atividade econômica interna cai, isso não tem impacto nas exportações”, explica o presidente da seção aquaviária da

cnt, glen gordon findlay. “em contrapartida, cai a importação e aumenta o custo dos transportadores. e a expectativa para o próximo ano não é nada boa. vemos uma crise política que tem impacto enorme na confiança do investidor financeiro do brasil e do exterior, o que pode gerar uma grande paralisação no setor”, completa. enquanto os efeitos da crise ainda não são absorvidos pela área, há quem esteja se beneficiando. ático scherer, diretor operacional da navegação aliança ltda., que trabalha com exportação de soja e importação de fertilizantes, comenta que, por enquanto, “está tudo perfeito” com seus negócios. “nossa área (a de commodities agrícolas), está em expansão no mundo, porque o último segmento a ser impactado é o de alimentação. precisa-se produzir a proteína. por isso, nossa expectativa é que, no próximo ano, não haja decréscimo”, celebra scherer.

“Quando o país produz menos, transporta-se menos”

de 4% no valor do diesel também corrobora para agravar a situação. além da retração econômica, o país vive um momento de incertezas e de instabilidade política, o que só contribui para aumentar o cenário de recessão. a pouco mais de um mês da realização da maior feira de veículos comerciais do país, a fenatran, salão internacional do transporte rodoviário de carga, apenas duas montadoras confirmaram presença no evento: daf e volvo, contra 13 na última edi-

JOSÉ HÉLIO FERNANDES presidente da ntc&logística


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PREÇO DE REVENDA DO DIESEL - 2015 Mês

Preço Mínimo

Preço Médio

Preço Máximo

(R$/litro)

(R$/litro)

(R$/litro)

Jan

2,13

2,61

3,46

fev

2,20

2,79

3,74

mar

2,30

2,81

3,70

abr

2,35

2,81

3,70

mai

2,42

2,81

3,70

Jun

2,45

2,81

3,70

Jul

2,44

2,81

3,70

ago

2,45

2,81

3,70

set

2,48

2,81

3,64

16,43%

7,58%

5,20%

variação jan/set

fonte: elaboração cnt com dados da anp

RETRAÇÃO a previsão é que o pib brasileiro tenha redução de

ção. mesmo assim, o presidente da ntc avalia que o empresário tem que ser mais otimista. “essas medidas que estão aí no plano econômico são duras e impopulares, mas são necessárias para retomar o controle fiscal. só que muitas delas estão demorando para serem implementadas. então, a expectativa é que isso se resolva somente a partir do segundo semestre do ano que vem”, pondera. paulo vicente caleffi, diretor

“Os investimentos foram transferidos para serem repensados em 2016” PAULO VICENTE CALEFFI secretário-geral da cit

de gestão da empresa transportes bertolini, que realiza transportes rodoviários e fluviais a partir da região amazônica, informa que, só neste ano, houve queda de mais de 45% na demanda de serviços. para tentar contornar a situação, esclarece ele, foram mantidos somente os serviços e gastos essenciais. “os investimentos planejados foram transferidos para serem repensados no segundo semestre de 2016. um terço da frota foi retirada de circulação”,

conclui caleffi, que também é secretário-geral da cit (câmara interamericana de transportes). no caso dos caminhoneiros autônomos, o atual momento fez com que a inadimplência registrasse aumento significativo. a informação é da abcam (associação brasileira dos caminhoneiros). de acordo com seu presidente, José da fonseca lopes, estima-se que mais de 300 mil caminhões estejam em débito. as condições para financiamento previstas no “pro-


mercedes benz/divulgação

ALÍQUOTAS INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (2015) Alíquota anterior Alíquota sancionada pela presidenta Aumento na alíquota transporte aéreo (carga e passageiros)

1%

1,50%

50%

transporte marítimo, fluvial e navegação de apoio

1%

1,50%

50%

transporte rodoviário coletivo

2%

3,00%

50%

transporte rodoviário de carga

1%

1,50%

50%

transporte metroferroviário de passageiros

2%

3,00%

50%

transporte ferroviário de passageiros

2%

3,00%

50%

transporte ferroviário de cargas

1%

1,50%

50%

carga, descarga e armazenagem de contêineres

1%

1,50%

50%

ferroviário

Alternativa nos trilhos

2,97% e inflação alcance os 9,70% em 2015

caminhoneiro” foram endurecidas. “bancos que se propuserem a renegociar as dívidas dos profissionais não disponibilizaram agências para tal e isso tem levado caos à área”, diz fonseca. Um “México” de redução as vendas de veículos novos no brasil em setembro caíram 3,46%, ante agosto, e recuaram 32,47% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com a fenabrave (federação na-

o aprofundamento da crise econômica no primeiro semestre colocou o setor ferroviário diante de um dilema. para o presidente da seção ferroviária da cnt, rodrigo vilaça, a área vive um momento de encruzilhada na qual ou se avança nas obras e no planejamento para os próximos anos ou se retrocede na tentativa de recuperar uma “década perdida”. “o setor metroferroviário

cional da distribuição de veículos automotores). foram emplacadas 200.077 mil unidades no nono mês de 2015 em todo o país. trata-se do pior nível para o mês desde 2006, quando 159 mil veículos foram licenciados. com o resultado, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no brasil acumulam queda de 22,66% neste ano até setembro, na comparação com igual período de 2014, segundo a federa-

enfrenta atrasos continuados de obras e problemas de gestão”, diz. na avaliação dele, o atual momento não afeta diretamente o setor, mas imobiliza investimentos e ações estratégicos. “estamos prontos para crescer. todos sabemos que temos que avançar no sistema, precisamos de novas linhas e dar continuidade às obras. É na crise que as oportunidades aparecem. mas cor-

Com

200 mil veículos vendidos, setembro foi o pior mês desde 2006

remos o risco de continuar estagnados.” apesar da falta de investimento, o setor pode ser visto como uma alternativa à crise econômica. empresários têm migrado do transporte por rodovias para os vagões sobre trilhos. os custos do transporte ferroviário por contêineres chegam a ser 20% inferiores aos praticados em soluções com base rodoviária.

ção. esse recuo é mais intenso do que a retração de 21,36% registrada até agosto. presidente da fenabrave, alarico assumpção Júnior explica que esse quadro se deve à alta da inflação e dos juros, ao endividamento familiar e à restrição do crédito. “o brasil vai perder, neste ano, o equivalente a um ‘méxico’ de mercado interno, aproximadamente 1 milhão de veículos a menos. a previsão é que encerremos 2015 com retra-


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aÉreo

Aviação doméstica em queda a despeito do significativo crescimento dos últimos 12 anos da demanda de passagens aéreas, o setor aeroviário parece dar sinais de arrefecimento. a procura por viagens aéreas nacionais registrou queda de 0,6% em agosto, em relação ao mesmo mês no ano passado, informa a abear (associação brasileira das empresas aéreas). a oferta permaneceu praticamente estável na mesma base de comparação, avançando 0,1%. o levantamento mostra que o fator de aproveitamento das operações, de 78,7% em agosto agosto, teve queda de 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior (julho). foram pouco mais de 8 milhões de viagens domésticas em setembro, alta de 0,9% sobre agosto do ano anterior. o presidente da abear,

ção de 19,92%, retrocedendo ao patamar de 10 anos atrás”, arremata o presidente da fenabrave. até setembro deste ano, assumpção Júnior registra que foram fechadas quase 800 concessionárias em todo país, o que corresponde a menos 17 mil empregos. apesar disso, ele espera uma leve recuperação na venda de veículos no ano que vem, com uma retomada principalmente no segundo semestre. tal perspectiva está ancorada basicamente nos resultados positivos do agronegócio brasileiro, que deve investir mais em caminhões para transportar a produção. “o país está doente e precisa de remédio. esse remédio [o

eduardo sanovicz, frisa que a alta do dólar e a elevação dos custos das companhias contribuíram negativamente. “os estímulos para o consumo já não são suficientes para manter o crescimento do ano e comprometem nossas metas. isso é bastante preocupante. a aviação se sustenta pelo crescimento econômico, ao mesmo tempo em que induz o desenvolvimento. romper esse ciclo é muito ruim para o país”, avalia sanovicz. diretora de relações internacionais da azul, patrizia Xavier argumenta que a queda no setor só não é maior em função do mercado corporativo, responsável, no caso da sua companhia, por mais de 70% das operações. “as empresas e as organizações não

“Este ano deve encerrar com retração de 19,92%, retrocedendo ao patamar de 10 anos atrás” ALARICO ASSUMPÇÃO JÚNIOR presidente da fenabrave

deixaram de investir em viagens para seus funcionários. mas as pessoas comuns deixaram, sim, de viajar por conta da crise econômica”, explica. ela informa que, diante do cenário doméstico, a azul suspendeu voos para as chamadas “rotas deficitárias” (as de baixa demanda), como as para a região amazônica e interior do estado de são paulo, e tem feito promoções sistemáticas de passagens aéreas aos fins de semana. “as companhias estão pelo menos unidas para garantir a manutenção das conquistas dos últimos anos e, nesse sentido, tem apoiado o governo no ajuste fiscal. para isso, temos tentado montar uma agenda única para discutir com o executivo.”

ajuste fiscal] é amargo, mas é necessário”, declara. no caso da produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, foi registrada queda de 19,54% em setembro na comparação com agosto e recuo de 42,08% ante o mesmo mês do ano passado, informa a anfavea (associação nacional dos fabricantes de veículos automotores). foram produzidos 174.240 veículos no país até setembro de 2015. com o resultado, a produção acumula queda de 20,11% no ano. considerando apenas automóveis e comerciais leves, a produção em setembro chegou a 166.694 unidades, uma baixa de 20,75% em relação a agosto e recuo de 41,76% ante setembro de

RESILIÊNCIA companhias aéreas

2014. foram produzidos 146.699 automóveis e 19.995 comerciais leves no último mês de setembro. com isso, a produção de autos e leves acumula queda de 18,59% no período de janeiro a setembro deste ano em comparação com igual intervalo do ano passado. a produção de caminhões, por sua vez, avançou 14,54% em setembro na comparação com agosto, mas recuou 50,62% na comparação com o mesmo mês do ano passado. ao todo, a produção de caminhões atingiu 5.819 unidades no nono mês do ano. com isso, a fabricação de pesados acumula queda de 47,25% em 2015 até setembro, ante igual período do ano passado. o presidente da anfavea,


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Júlio fernandes/cnt

NÚMEROS venda e produção de veículos no brasil 0,00% -3,46%

-5,00% -10,00% -15,00% -20,00% -25,00%

-19,54%

-20,11% -22,66%

-30,00%

-32,47%

-35,00%

-42,08

-40,00% -45,00%

do ara 15) p m 0 (co de 2 o r b sto tem ago e s m co

têm feito promoções de passagens para atrair novamente o público doméstico

luiz moan Yabiku Junior, destaca que “o nível de confiança do consumidor e do investidor, em razão da conjuntura econômica, continua significativamente afetado e isso se reflete nos mercados de todos os segmentos”. a associação diz ainda que, em um ano, o número de pessoas empregadas no setor caiu 9,6%, ou seja, reduziu-se para 133.609 trabalhadores em setembro. de setembro de 2014 a setembro deste ano, foram eliminados 14.142 postos de trabalho no período de um ano. Coletivos em crise impactado indiretamente pela baixa da atividade econômica, o transporte público urbano sofre

com os aumentos do valor do diesel, que representa 25% dos custos das empresas, e com o endurecimento das condições de financiamento. a indústria de ônibus já se vê diante de uma retração de 30,05% na produção deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014. além disso, levantamento da ntu (associação nacional das empresas de transportes urbanos) mostra que houve uma redução média de 2% no número de passageiros transportados por mês entre 2013 e 2014. e o setor se prepara para uma possível perda com o reajuste da contribuição patronal sobre a folha de pagamento, aprovado pelo congresso nacional em abril e pre-

produção

do ) ara 2014 p m e (co ro d o br emb te em set s m co

venda

“O nível de confiança do consumidor e do investidor continua afetado e isso reflete nos mercados” LUIZ MOAN, presidente da anfavea

o o eir an jan o ) o d com 014 lad ado de 2 u um ar ro ac omp emb (c set a fonte: anfavea e fenabrave

visto para entrar em vigor a partir do dia 1º de dezembro. diretor administrativo da ntu, marcos bicalho explica que, em função desses fatores, o setor tem buscado duas alternativas: aumentos tarifários ou readequação de linhas e planos de viagem. “a previsão é que a demanda de passageiros tenha decréscimo de 5% neste ano. Já temos notícias de que várias cidades no país estão com perdas significativas no número de usuários”, sublinha bicalho. ele considera que o cenário para os próximos meses ainda é incerto. “estamos vendo alguma luz no fim do túnel apenas no final de 2016 ou no início de 2017. o setor ainda vai enfrentar mais um ano de situação de crise”, diz. l


AVIAÇÃO

por

EVIE GONÇALVES

esponsável pelo segundo custo do setor de aviação, só perdendo para os combustíveis, os pneus têm sido preocupação constante das companhias aéreas. para tanto, uma tecnologia econômica e segura ganha cada vez mais espaço no mercado: a recauchutagem. em todo mundo, cerca de 85% dos artigos utilizados nas aeronaves são reformados. no brasil, a prática é comum, sobretudo nos aviões de grande porte, como boeing e air bus. as vantagens da técnica são inúmeras. a começar pelo custo. a expectativa é que um pneu reformado represente 30% do valor de um novo. além disso, a durabilidade é alta, tendo como referência o número de ciclos ou pousos. para se ter uma ideia, a vida útil de um pneu dura, em média, 250 pousos. considerando que aviões de grande porte fazem cerca de oito pousos por dia, uma vez por mês os pneus necessariamente precisam ser substituídos. “com essa alta necessidade de troca, se operassem apenas com pneus novos, as empresas

R

Pneus re


azul/divulgação

Tecnologia é usada em quase toda a frota das companhias aéreas; material gera economia, é seguro e pode ser reformado até quatro vezes

cauchutados


veículos

Carros e caminhões também utilizam tecnologia a tecnologia de recauchutagem não está restrita à aviação. caminhões, carros de passeio, ônibus, motos e até mesmo tratores, máquinas agrícolas e empilhadeiras, chamados de veículos “fora de estrada”, podem utilizar pneus reformados. os caminhões são recordistas no uso da tecnologia. dados da abr (associação brasileira do segmento de reforma de pneus) revelam que, em 2014, 8,9 milhões de pneus comerciais de carga foram reformados. os automóveis de passeio ficaram em segundo lugar, com 8 milhões de reformas. além disso, cerca de 500 mil pneus de veículos “fora de estrada” foram recauchutados. motos, ônibus e aviões não constam da lista. de acordo com o presidente do sindipneus (sindicato das empresas de revenda e prestação de serviços de reforma de pneus e similares do estado de minas gerais), paulo bitarães, assim como na aviação, as vantagens da reforma dos outros tipos de pneus também são enormes. “os artigos recauchutados de carros de passeio, de cargas e de passageiros chegam a ser

iriam à falência. os artigos reformados equilibram os custos. a prática é absolutamente segura e os pneus são igualmente bons”, afirma o gerente de aviação para a américa latina da goodyear, vanderlei nazareth. a segurança também é atestada pela anac (agência nacional de aviação civil), que emite um selo de qualidade para os pneus

até 60% mais baratos”, acredita. segundo ele, a média de preço de um pneu novo de carga é r$ 1.300. Já um reformado cai para r$ 450. ele acredita ainda que o equipamento usado é tão eficaz quanto um novo, chegando em alguns casos a ter 10% de aproveitamento maior. o presidente do sindicato reforça a necessidade dos clientes comprarem apenas pneus de empresas certificadas pelo inmetro (instituto nacional de metrologia, Qualidade e tecnologia). uma boa forma de conferir a certificação é pela página do instituto na internet (www.inmetro.gov.br), no ícone pneus reformados. a certificação das empresas deve ser renovada anualmente. Diferenças embora todos os tipos de pneus possam ser recauchutados, existem algumas diferenças básicas entre eles. enquanto os da aviação permitem até quatro substituições, o inmetro diz que os de carga podem passar pelo processo quantas vezes for possível dentro de um período de sete anos. “a gente repõe somente

VIDA ÚTIL DOS PNEUS • automóveis e ônibus – 4 anos • caminhões – 2 anos • aeronaves – 2 anos fonte: reciclanip

o que desgasta, que é a banda de rodagem. a estrutura do pneu não é alterada”, explica bitarães. o instituto assegura que os pneus de carros de passeio, por sua vez, só podem ser reformados uma vez e, em seguida, necessariamente devem ser descartados. a regra existe apenas por uma questão de regulamentação – a dos pneus de cargas é anterior a dos artigos de passeio - e não por diferenças na qualidade. em relação à estrutura dos equipamentos, enquanto os pneus da aviação são integralmente maciços, os de carga são feitos de aço e borracha. além disso, os de aeronaves são feitos com borracha natural e os de carga e passageiros, com borracha sintética. “os pneus dos aviões gastam a borracha muito rápido. se a indústria usasse o mesmo composto dos automóveis na aviação, os artigos durariam mais. porém, o desempenho seria muito pior pela falta do atrito necessário nos pousos e decolagens”, acredita o professor e presidente do aeroclube de londrina, Jonas liasch.

que se adequam às exigências técnicas (leia sobre o selo na página 33). o número de pneus de uma aeronave varia de 4 a 12, dependendo do tamanho. em média, cada artigo pode ser reformado quatro vezes. no caso dos dois pneus de nariz, que ficam na parte dianteira do avião, a durabilidade é ainda maior, podendo

CICLO DE VIDA

Fabricação

ECONOMIA

chegar a 11 recauchutagens. segundo nazareth, pneus reformados podem durar mais do que os novos e costumam aumentar a possibilidade de pousos entre 10% e 15%. a explicação leva em conta o tempo que a borracha e a carcaça precisam para se adaptar ao conjunto do aro. fatores como temperatura, por exemplo, influen-


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Venda

Uso

Recauchutagem

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Reciclagem fonte: reciclanip

Júlio fernandes/cnt

Qualidade

Anac atesta segurança

reaproveitamento pode garantir redução de 30% nos custos das companhias aéreas

ciam no rendimento. Quando o pneu é recauchutado, a carcaça já está amaciada e isso proporciona maior durabilidade. a qualidade dos acessórios é fundamental para que os pousos e decolagens sejam feitos de forma eficiente. “muita gente pensa que o pneu de aviação gasta mais durante o pouso. na verdade, é exigido muito mais dele na decolagem

por causa do peso do combustível. no pouso, o uso dos freios é maior, mas o peso é bem menor”, informa o professor e presidente do aeroclube de londrina (pr), Jonas liasch. em um voo de dez horas de duração, por exemplo, cerca de 100 toneladas de combustível chegam a ser queimadas, ou seja, no momento do pouso, o avião fica 100 toneladas mais leve.

a etapa de certificação é uma das mais importantes do processo de recauchutagem. É o certificado de aeronavegabilidade, emitido pela goodyear em nome da anac (agência nacional de aviação civil), em duas línguas (inglês e português), que vai atestar se o pneu está em perfeitas condições de uso. sem a documentação, o arti-

outro benefício dos pneus reformados é em relação ao meio ambiente, uma vez que o mesmo artigo é utilizado cinco vezes (novo e mais quatro recauchutagens), mas apenas uma carcaça é enviada à reciclagem. os pneus da aviação vão integralmente para a indústria de cimento, que possui filtros que atendem recomenda-

go não pode ser utilizado. essa etapa é controlada pela empresa e auditada pela agência reguladora todos os anos. na lateral de todos os pneus, existe a identificação, (além da gravação da empresa responsável pela reforma)∆, o mês em que foi realizada, o número de série e a quantidade de recauchutagens realizadas.

ções rígidas do número de partículas emitidas. logo, o descarte desse tipo de material é seguro (confira mais sobre reciclagem na página 34). cientes dos benefícios da tecnologia, as companhias aéreas têm apostado cada vez mais nos pneus recauchutados. a tam, por exemplo, usa esse tipo de pneu em todas as suas


destinação

Indústria abastecida Quando o pneu não pode mais ser recauchutado, ele segue para o último destino: a reciclagem. diferentes tipos de pneus passam por processos também distintos. a principal responsável pelo reaproveitamento das carcaças é a reciclanip, entidade sem fins lucrativos criada pelos fabricantes de pneus novos. no total, existem 834 pontos de coleta em 1.100 municípios do país. anualmente são recicladas 460 mil toneladas, o equivalente a 92 milhões de pneus de carros de passeio os pneus de aeronaves inutilizados são aproveitados como combustível na indústria de cimento. a entidade recebe os equipamentos das companhias aéreas e os envia para a trituração. o material é transformado em pequenos pedaços de 70 mm. em seguida é aquecido. o pó resultante da trituração vira cimento. “o pó de borracha contamina possíveis produ-

tos a serem confeccionados. por isso, só pode ser usado na indústria de cimento”, explica o gerente-geral da reciclanip, césar faccio. nos outros tipos de pneus o processo é diferente: 70% do material é utilizado como conteúdo energético – em substituição ao combustível fóssil na indústria de cimento. os outros 30% são usados, de fato, para reciclagem – o pó ou granulado servem como matéria-prima, nesse caso. e servem para confeccionar grama sintética, tapetes de borracha, solas de sapato e asfalto. Já o aço resultante da reciclagem vai para indústria siderúrgica. de acordo com faccio, a reciclagem não é prejudicial ao meio ambiente, pois a indústria de cimento possui filtros que atendem recomendações do volume de partículas emitidas. “a europa, por exemplo, dá crédito de carbono às empresas que reciclam pneus com borracha natural”, garante.

TRANSFORMAÇÃO no processo de reciclagem,

goodYear/divulgação

CERTIFICAÇÃO anac emite selo qualidade

aeronaves, sendo 70% recauchutados e, apenas, 30% novos. a gol utiliza pneus reformados em toda frota de aeronaves boeing 737-700 e 737-800. a média mensal de uso da tecnologia na companhia é de 80%. a azul informou que não utiliza pneus recauchutados nos seus aviões. todo o processo passa por um rígido controle no momento da troca. a tam possui uma oficina de rodas, situada em são paulo, próxima ao aeroporto de congonhas, onde cerca de 50 pneus são trocados diariamente. a gol tam-

bém possui uma oficina de rodas e freios, com média de 48 pneus substituídos por dia. Processo recauchutar não é das tarefas mais simples. o processo é longo e muitas etapas precisam ser vencidas até que o artigo possa ser novamente utilizado pelas companhias aéreas. a goodyear é a única empresa do ramo de recauchutagem de pneus. diariamente, ela recolhe as carcaças nas oficinas de rodas das companhias. assim que chegam


reciclanip/divulgação

RECICLAGEM percentual de pneus destinados a outras finalidades no fim da vida útil 8% 50%

42%

caminhões

aeronaves

automóveis e ônibus fonte: reciclanip

armazenamento

Luz solar deve ser evitada

pneus da aviação são triturados e viram combustível na indústria de cimento

à fábrica, os pneus são identificados, recebem número de série e são cadastrados no sistema informatizado. em seguida, é feita uma inspeção para verificar se existem cortes e danos. logo após, são realizados testes não destrutivos para checar se os artigos estão em condições de serem usados novamente. os pneus também passam por testes de danos internos e de injeção de ar, além da colocação das carcaças em solução de água e sabão neutro para verificar se o ar no interior dos equipamentos está

MEDIDAS DE UM PNEU DE AVIÃO Altura • boeing 777 - 50 polegadas ou 1,26 m • boeing 787 - 50 polegadas ou 1,26 m Peso • boeing 737 – 198 libras ou 90 kg • air bus 320 – 180 libras ou 82 kg fonte: goodyear

assim que passam pelo processo de reforma e retornam às companhias aéreas, os pneus recauchutados devem ser mantidos longe da luz solar direta. além disso, as lâmpadas fluorescentes precisam ser evitadas justamente por causa da borracha natural. os pneus também devem ser guardados, preferencialmente, em pé. “os arti-

em boas condições. a etapa seguinte é a colocação do pneu em uma estufa a 65 graus por até 16 horas. “essa fase é importante para devolver a forma circular ao pneu, uma vez que, com o uso, ele fica em formato ovalizado”, explica o gerente de aviação para a américa latina da goodyear, vanderlei nazareth. após essa fase, os mecânicos trabalham no processo de raspagem da borracha remanescente que ficou na banda de rodagem original, na coroa do pneu. depois ele vai a consertos e recebe

gos não podem ficar empilhados porque aquele que está na base pode acabar deformando. se for estocado nas condições adequadas, o pneu pode durar por tempo indefinido”, garante o gerente de aviação para a américa latina da goodyear, vanderlei nazareth. entretanto, a média de duração dos artigos da aviação é de dois anos.

duas novas camadas de reforço, além de nova banda de rodagem, que são as tiras de borracha ao redor do pneu. em seguida ocorre o pré-balanceamento estático e a fase de vulcanização, em que o artigo é colocado em um molde em pressão e temperatura constantes. uma das últimas fases é a estética, em que o pneu é pintado com tinta natural. na inspeção final, dá-se o selo da qualidade da anac ao material reformado. o processo é feito por um engenheiro credenciado pela agência reguladora. l


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AUTOMOBILISMO

Uma f贸rmula bem-sucedida


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s foto

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ação ivulg a e/d l u m ór fia f

em sua segunda temporada, f-e, categoria com motores 100% elétricos, subverte características do automobilismo e vende a ideia de sustentabilidade por

zumbido dos propulsores de monopostos elétricos chegou mais uma vez às ruas da capital chinesa pequim para a etapa inaugural da segunda temporada da badalada fia fórmula e. cercada de novidades tecnológicas, a categoria teve, no seu primeiro campeonato, realizado entre setembro de 2014 e junho de 2015, o chamariz para aspectos que descontroem características clássicas do automobilismo mundial, como a ausência do rugido

O

DIEGO GOMES

dos motores e provas realizadas apenas em circuitos de rua. diante disso, a fórmula em que a eletricidade é responsável pela velocidade surgiu como uma opção sustentável – uma vez que não há queima de combustível e, portanto, com emissão neutra de carbono – e mais acessível ao público. e o primeiro campeão da nova categoria, organizada pela fia (federação internacional de automobilismo), foi o brasileiro nelsinho piquet, que travou uma emocionante disputa

com o suíço sébastien buemi, vicecampeão. um dos maiores diferenciais é a alimentação dos motores dos carros: totalmente elétricos, movidos a imensas baterias, e não com motores normais a combustão. dessa forma, eles são mais ecologicamente corretos do que os carros da fórmula 1. o visual dos carros, no entanto, lembra bastante o dos veículos da competição principal da fia, com um desenho aerodinâmico e arrojado. “esse


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NÚMEROS • potencia máxima (limitada): 200 Kw, equivalente a 270 cavalos. • modo corrida (potência moderada): 133 Kw, equivalente a 180 cavalos. • push-to-pass: 67 Kw, equivalente a 90 cavalos.

trabalho é uma visão para o futuro da indústria automotiva e, ao incentivar os fabricantes a desenvolver os próprios motores e baterias, esperamos que a tecnologia ajude a tornar os veículos elétricos mais desejáveis”, diz alejandro agag, chefe da categoria, em nota no início da competição. na primeira temporada, todos os pilotos correram com o mesmo carro, o spark-renault srt 01e. o responsável pela construção foi o designer frédéric vasseur, que contou com o apoio de gigantes do automobilismo como mclaren, renault, Williams, michelin e dallara, entre outras. o modelo foi homologado pela fia. os motores podem ter no máximo 200 kW de potência, o equivalente a 270 bhp (potência do freio) em um motor não-elétrico. contudo, essa potência máxima era permitida apenas nos treinos e nas qualificações. durante as corridas, a limitação da fia é de 133 kW (aproximadamente 180 bhp). essas limitações serviram para garantir a segurança da competição. por serem carros que se comportam de maneira bem diferente da dos veículos

EQUILIBRIO na primeira temporada, todos os pilotos correram com o

“Esperamos que a tecnologia ajude a tornar os veículos elétricos mais desejáveis” ALEJANDRO AGAG, cHefe da categoria

da fórmula 1, é preciso entender melhor seu desempenho nas pistas antes de tomar atitudes que possam comprometer os pilotos e profissionais envolvidos. os pneus também chamam atenção. eles foram fornecidos pela michelin e desenvolvidos especialmente para a fia fórmula e. são radiais e utilizam rodas aro 18”, sendo capazes de operar tanto em pistas secas quanto molhadas. em relação à performance, estima-se que esse carro acelera de 0 a 100 km/h (0-62 milhas por hora) em cerca de 3 segundos. os carros elétricos es-

tão associados justamente às baterias e aos sistemas de energia. a bateria para propulsão, por exemplo, é um sistema recarregável de armazenamento de energia (ress, em inglês), capaz de entregar energia elétrica ao circuito de energia que, por sua vez, entrega eletricidade ao motor elétrico. toda bateria a bordo que estiver conectada ao circuito de energia é considerada integrante da bateria para propulsão do carro. a nova temporada apresentará algumas novidades em relação à anterior, já que


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entrevista

Primeiro campeão nelsinho piquet, 30 anos, foi o primeiro campeão da história da fórmula e e o primeiro brasileiro a vencer uma das três divisões nacionais da nascar, a “stock car” norteamericana. além disso, já foi piloto da principal categoria do automobilismo, a f-1.

mesmo carro, o spark renault srt 01e

oito montadoras estão trabalhando no desenvolvimento dos carros. a fia anunciou que a disputa, novamente, contará com dez equipes no seu grid. Haverá mudanças na classificação, incluindo a superpole, e introdução do safety car virtual, com a possibilidade de o diretor de provas colocar as corridas sob fcY (full course Yellow), momento no qual os pilotos terão de manter 50 km/h. o que não muda é o barulho. “os carros elétricos da f-e não são completamente silenciosos; são mais barulhentos do que um

Qual a avaliação da primeira temporada da competição? Imaginava que poderia conquistar o título? a primeira temporada da fórmula e foi um sucesso. sentimos o interesse aumentando a cada etapa. e o final, muito emocionante em londres, mostrou que a categoria está no caminho certo. não é apenas a opinião dos pilotos. para a temporada 2, oito montadoras começam a se envolver oficialmente na categoria, que tem 10 equipes. cidades como paris investiram para entrar no calendário e tem até o interesse da suíça em ter uma etapa. É um país que não tem corrida de carro desde os anos 1950! a conquista do título foi um roteiro de filme para mim. fui um dos últimos pilotos confirmados no grid, a duas semanas do início do campeonato. tinha contrato para quatro corridas apenas, e o time não tinha a mesma credibilidade de outras organizações envolvidas na disputa. com muito trabalho, con-

seguimos melhorar etapa após etapa. em long beach, ganhei o eprix e daí soube que poderia entrar na disputa do título. Para você, como piloto, qual foi a principal diferença sentida em relação aos carros da Fórmula 1? a principal diferença foi começar uma temporada com todos praticamente nas mesmas condições. os carros eram idênticos e foi recompensado quem soube trabalhar melhor e entender o gerenciamento das baterias ao longo do ano. na f1, cada um está em um estágio de desenvolvimento, então, é uma competição muito mais entre os carros que entre os pilotos. Como foi a adaptação à ausência do "ronco" do motor e às corridas de rua? as pistas eram todas inéditas e isso foi muito desafiador também. tinha que aproveitar bem os treinos livres e aprender os circuitos, além de me dedicar no simulador do time entre as etapas. sobre a questão do silêncio dos motores, acho que tem um impacto maior com o público que com os pilotos, para ser sincero. um ponto interessante foi ter a possibilidade de ouvir o desempenho dos pneus e da suspensão trabalhando, algo que nos motores a combustão é abafada pelo barulho.

Você realmente vê na Fórmula E um campeonato promissor, com vida longa, sendo uma alternativa viável à Fórmula 1? acho um erro comparar as duas. a fórmula e tem sim potencial para um futuro promissor e surgiu com inovações muito legais como a interação com o público no fanboost, pontos para a melhor volta etc. a f1 existe há mais de 60 anos e é uma referência no esporte a motor no mundo. Quais são as expectativas para a próxima temporada e para a "defesa" do título? no plano de desenvolvimento da fórmula e, a cada temporada, as equipes serão liberadas para desenvolver por conta própria novos componentes. na temporada 2 será o “trem de força”, composto por motor e transmissão. cada time segue um caminho próprio, e confio no trabalho da nextev tcr para permanecermos competitivos. nos próximos anos, serão autorizadas mudanças no kit aerodinâmico e, posteriormente, no sistema de baterias.

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CALENDÁRIO temporada 2015/2016 24 de outubro de 2015

pequim

7 de novembro de 2015

putrajaya

19 de dezembro de 2015

punta del este

6 de fevereiro de 2016

buenos aires

19 de março de 2016

local a ser definido

2 de abril de 2016

long beach

23 de abril de 2016

paris

21 de maio de 2016

berlim

4 de junho de 2016

moscou

em data a ser definida

londres

EQUIPES E PILOTOS Renault e.dams sebastien buemi nicolas prost

Andretti Autosport simona de silvestro robin frijns

Dragon Racing Jerome d'ambrosio loic duval

Team Aguri antonio felix da costa nathanaël berthon

Abt Audi Sport lucas di grassi daniel abt

Mahindra Racing nick Heidfeld bruno senna

Team China Racing nelson piquet Jr. oliver turvey

Venturi stephane sarrazin Jacques villeneuve

DS Virgin Racing sam bird Jean-eric vergne

Trulli salvador duran vitantonio liuzzi fonte: fia

veículo normal de passeio e com um ruído que lembra o de um avião decolando. porém, não é possível comparar isso ao som de um carro de f1 ”, explica alejandro agag. ele projeta o futuro da categoria e, além de querer fisgar o público mais jovem, com inovações, tecnologias verdes e interatividade, espera resolver um ponto que ainda apresenta alguns questionamentos: as baterias. "na quinta temporada, te-

remos um grande impacto na arquitetura do carro, já que haverá quatro motores, um para cada roda, e poderemos ter finalmente um carro por piloto, e não dois, como ocorre hoje. É improvável que cheguemos a esse ponto antes da quinta temporada, mas vamos ver. É por isso que temos discussões em conjunto, para sabermos exatamente onde estamos e aonde queremos chegar e, assim, alcançar os nossos objetivos de maneira

CIRCUITO categoria tem apenas provas de rua. a grande

eficiente", informa agag, em entrevista ao site motor sport. Troca de carro e interatividade durante as corridas, os pilotos devem fazer uma parada obrigatória para mudar de carro. a troca acontece dentro das garagens, sendo observada por um delegado da fia a fim de verificar se os procedimentos de segurança estão sendo seguidos. não são permitidas trocas de pneus, a não ser em caso de furo.

além disso, os fãs da categoria podem ajudar seus pilotos favoritos com um “plus” de velocidade que pode ser usado durante a corrida. a função fanboost consiste em um sistema de votação que é aberto antes da corrida. para a segunda temporada da f-e, os fãs poderão votar em seus pilotos prediletos até seis minutos após as largadas, mesmo após o início da corrida, diferentemente da temporada inaugural, em


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CONHEÇA O CARRO* o propulsor elétrico tem 270 cavalos. o ruído chega a 80 decibéis, contra 70 de um carro de passeio ou 90 de um ônibus

1 - Chassi considerado mais barato que o de grandes categorias de monopostos, é desenhado para manter a mesma eficiência aerodinâmica e facilitar as ultrapassagens. foi construído pela dallara, que utilizou fibra de carbono e alumínio.

5 - Bateria o sistema recarregável de estoque de energia (ress, em inglês) é uma bateria que estoca energia para abastecer os motores. são 200 kw de energia, sendo 133 kw no modo corrida e 67 kw no push-to-pass

2 - Dimensões Comprimento: 5 m Largura: 1,8 m Altura: 1,250 m

6 - Câmbio câmbio sequencial fabricado pela britânica Hewland engineering, com quatro marchas. a relação entre marchas é fixa para reduzir custos

3 - Performance estima-se que o carro faça de 0 km/h a 100 km/h em 3 segundos. a velocidade máxima, limitada pela fia, é de 225 km/h

7 - Freios dois sistemas hidráulicos acionados pelo mesmo pedal. o material dos discos de freio é de escolha das próprias equipes. partes das peças serão feitas em alumínio

4 - Motor fabricado pela renault em desenvolvimento com a mclaren electronic systems, o motor pesa 26 kg e foi originalmente desenvolvido para o mclaren p1.

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6

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3 2 novidade do ano é o circuito de paris

que os votos eram computados até dez minutos antes do sinal verde. além do modo tradicional de escolha, pelo site da categoria, os fãs agora poderão votar por meio de hashtags nas mídias sociais - twitter, facebook e instagram . o fanboost dará um extra de 100 kW aos três pilotos mais votados, com um limite total de 200 kW. eles só poderão utilizar a potência extra uma vez na corrida, após a troca de carros. "fanboost é

1

* da primeira temporada

uma forma única de interação da nossa categoria com os fãs. e, agora, com a possibilidade de votar durante a prova, teremos um nível de engajamento ainda maior, criando um relacionamento em tempo real entre pilotos, equipes e fãs", defende ali russel, diretor de mídia da f-e, em entrevista ao site motor sport. o jornalista e especialista em automobilismo flávio gomes considera que a nova ca-

7 fonte: fia

tegoria é diferenciada desde a sua gênese. “primeiro, tem a chancela da fia. segundo, presença de gente grande como michelin, renault, audi, mclaren, Williams. os pilotos são bons. o conceito – corrida de rua, cenários bonitos, acesso mais aberto ao público, interatividade – é muito interessante e bem pensado. tem alguns problemas, claro, como algumas pistas ruins. mas nada que uma boa avaliação da primeira

temporada não seja capaz de resolver. tem gente séria envolvida, em resumo. e o campeonato foi muito bom”, diz. segundo ele, os carros ainda são um pouco lentos, mas, para o tipo de circuito onde correm, são compatíveis. “a ausência de ruído incomoda um pouco, mas é preciso entender que se trata de uma tecnologia que não faz barulho. ela nasceu assim, não se transformou nisso”, completa. l


LEGISLAÇÃO

por

EVIE GONÇALVES

gora é constitucional. o transporte foi efetivamente incluído como direito social na constituição federal. a pec (proposta de emenda à constituição) tramitava desde 2011 no congresso nacional e terminou seu rito após quatro anos de votações na câmara dos deputados e no senado federal, tendo sido promulgada pela presidência da república em setembro deste ano. antes, o termo estava previsto somente no artigo 30º da constituição, que trata da competência dos municípios de organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. entretanto, não estava contido no rol dos direitos sociais, no artigo 6º da carta magna. na prática, portanto, não estava no mesmo patamar de áreas como educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assis-

A

Transporte na pec inclui setor no artigo 6º da carta magna; área tência aos desamparados. a nova redação da constituição equiparou os direitos. “do ponto de vista do estado, o transporte continua sendo um serviço público essencial. mas, em relação ao usuário, passa a ser um direito fundamental. a pec vem mais para explicitar a

situação. É quase como algo simbólico”, acredita o consultor legislativo do senado federal, João trindade. o professor do programa de pós-graduação em transportes da unb (universidade de brasília), paulo césar marques, acredita que a medida tem um

significado mais amplo: incentiva novas políticas públicas para o setor. “eu estou convencido de que o sus (sistema único de saúde) não existiria se a saúde não estivesse no artigo 6º, assim como o programa minha casa minha vida não teria sido criado se o di-


fotos sergio alberto/cnt

Constituição se equipara a direitos sociais como saúde e moradia reito à moradia também não estivesse previsto. a constituição permite que os governantes trabalhem e acionem os seus mecanismos para garantir que as ações sejam feitas dentro da lei. antes, não havia o embasamento. esse novo elemento dá força.”

marques avalia que não houve omissão do legislador durante a elaboração da constituição, em 1988, pelo fato de o transporte não ter sido incluído no rol de direitos sociais, uma vez que as legislações são dotadas de atemporalidade, ou seja, precisam de

esforço de atuação que reflita as compreensões da sociedade. além disso, nem todos os direitos estão explícitos como, por exemplo, o direito ao sigilo bancário, que não está previsto expressamente, mas é reconhecido. com a evolução dos anos,

outros direitos de importância relevante foram incluídos por meio de emenda constitucional. É o caso da emenda nº 26/2000, que incluiu a moradia no rol dos direitos sociais, e da emenda nº 64/2010, que inseriu a alimentação no artigo 6º. trindade avalia que a maior efetivação de políticas públicas nessas áreas nos últimos anos não ocorreu em decorrência da positivação na carta magna. “a inclusão no artigo 6º é o que chamamos de norma de eficácia limitada, ou seja, só vai produzir todos os seus efeitos quando for regulamentada. a principal vantagem é que a medida gera uma obrigação direta do estado. além disso, eventuais deficiências passam a ter respaldo para serem levadas ao poder Judiciário”, afirma. para ele, o impacto de novas políticas não depende de uma pec, ou seja, mesmo sem a inclusão da emenda, deveria haver a valorização do transporte. o promotor de Justiça do ministério público de minas gerais, carlos alberto valera, considera que a principal leitura a ser feita é o fato de o interesse público preponderar


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sobre o particular. “a pec estimula e abre caminho para que instrumentos jurídicos possam ser gestados no setor, como a criação de fundos para financiar o investimento em transporte público e melhorar a qualidade de vida dos usuários”, vislumbra. Tramitação alterar a constituição não é algo simples. após apresentada, a proposta deve ser aprovada nas duas casas do congresso nacional, em dois turnos de discussão e votação, e pelo quórum de três quintos dos parlamentares. antes da etapa do plenário, a pec é discutida na comissão especial, na câmara dos deputados e na ccJ (comissão de constituição, Justiça e cidadania), no senado federal. o projeto da pec nº 90/2011, mais conhecida como pec do transporte, é de autoria da deputada luiza erundina (psb/sp). Já o relator da matéria no senado foi o senador aloysio nunes (psdb/sp). no relatório aprovado na ccJ, o

DIREITOS SOCIAIS para especialistas, a inclusão do transporte na

“Em relação ao usuário, o transporte se torna um direito fundamental” JOÃO TRINDADE, consultor legislativo do senado federal

parlamentar defendeu que, como ocorre em toda sociedade industrial, a geografia brasileira se caracteriza pela especialização dos usos do solo. por isso, sem transporte, não há educação, não há saúde, não há trabalho, não há alimentação e não há lazer, salvo aqueles eventualmente produzidos nas próprias residências, e que a sociedade não pode tomar por base. “os direitos sociais seguem a lógica da indivisibilidade. desrespeitar um é desrespeitar todos”, explica o

consultor legislativo João trindade. o senador também fez críticas ao atual modelo de mobilidade brasileiro. “como pode ser compatível o bem-estar com viagens de ônibus cuja duração média na metrópole paulistana chega a uma hora e vinte e cinco minutos? Que condições tem o cidadão de estudar, de melhorar sua produtividade, de contribuir efetivamente para o desenvolvimento do país, quando duas ou três horas do seu dia são


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NOVA REDAÇÃO Antes da PEC art. 6º: são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta constituição Depois da PEC art. 6º: são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma

constituição federal incentiva novas políticas públicas para o setor de transporte

tempo morto, esterilizado em um desconfortável e vagaroso deslocamento urbano?”, questionou o parlamentar. para o professor paulo césar marques, a inclusão da expressão no texto constitucional é fator decisivo para que os transtornos enfrentados pelos usuários sejam minimizados. segundo ele, a ausência da previsão legal pode inibir os governantes na tomada de decisão como por exemplo, em relação ao subsídio à parcela mais carente

da população. “Quando se insere a expressão no artigo de direitos sociais, a discussão de que todos têm direito ao transporte fica superada. passa a ser obrigação do estado assegurar o serviço de forma universal. assim como acontece com a educação e a saúde, a obrigação não fica mais condicionada à capacidade de pagamento por parte do cidadão”, acredita. segundo o professor, uma das formas de assegurar o serviço é por meio da política

desta constituição

“Passa a ser obrigação do Estado assegurar o transporte de forma universal” PAULO CÉSAR MARQUES professor da unb

nacional de mobilidade urbana, em vigor desde 2012. entretanto, a maioria (95%) dos municípios não apresentou planos de mobilidade ao ministério das cidades dentro do prazo previsto na lei, segundo levantamento do próprio órgão. marques defende a participação ativa da sociedade no processo de elaboração das políticas, bem como suporte para os municípios que, segundo ele, carecem de bons técnicos em caráter permanente. l


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FERROVIÁRIO

Alternativa à crise retração da economia e maior estabilidade do modal permitem ao transporte por contêiner em ferrovias ir além das commodities e explorar novos negócios por

s custos do transporte ferroviário por contêineres chegam a ser 20% inferiores aos praticados em soluções com base rodoviária, a depender da distância e do desenho logístico global. o modal notabilizou-se pela confiabilidade, em decorrência dos baixos índices de acidentes operacionais e da alta disponibilidade

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DIEGO GOMES

dos ativos. também se destaca pela previsibilidade, já que a maior parte das companhias dispõe de serviço expresso para trens de contêineres com datas e horários fixos para partidas e chegadas, bem como segurança, uma vez que apresenta índices praticamente nulos de roubo de cargas. aliado a essas características, está o atual baixo desempe-

nho da economia brasileira, que contribui para alavancar o setor. tudo isso tem feito dessa modalidade uma alternativa viável para reduzir custos e assegurar o cumprimento de prazos, apresentando, assim, sucessivos indicadores positivos em um momento de retração econômica. marcado, historicamente, pelo transporte de granéis,


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fotos mrs/divulgação

como minério de ferro e grãos, esse mercado abriu espaço para novas cargas. a nova lista inclui açúcar, celulose, peças automotivas, motocicletas, sucatas e produtos industrializados, como tvs de plasma. até pouco tempo, a prioridade do setor produtivo era entregar a mercadoria no menor tempo possível. no atual momento, contudo, com a demanda mais fraca e margens reduzidas, o que importa é diminuir as despesas e garantir a rentabilidade. o movimento pode ser percebido no aumento do transporte de contêineres pelos trilhos. de janeiro a julho deste ano, seis das oito principais ferrovias que fazem esse tipo de transporte no país registraram aumentos de até 154% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da antt (agência nacional de transportes terrestres). outro ponto que estimula o crescimento desse modal é a produtividade, uma vez que ele facilita as operações em portos,


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DIVERSIFICAÇÃO nas grandes caixas, já são transportados: sucata, eletrodomésticos e celulose

no brasil e no mundo inteiro. Qualquer carga também pode ser transportada dentro dos vagões contando com monitoramento virtual. “nesse cenário de crise, empresas buscam migrar para soluções mais baratas. É, no momento de crise, que surgem boas e novas oportunidades de negócios”, sentencia guilherme alvisi, gerente-geral de negócios da mrs logística, operadora que administra uma

"É no momento de crise que surgem boas e novas oportunidades" GUILHERME ALVISI, gerente da mrs

malha de 1.643 quilômetros nos estados de minas gerais, rio de Janeiro e são paulo. entre o segundo e o primeiro trimestre deste ano, o transporte por contêineres cresceu mais de 30% na mrs. na comparação do primeiro semestre de 2015 com o mesmo período do ano passado, a evolução foi de 29,2%. “a crise econômica acabou fazendo com que as empresas decidis-

sem experimentar os nossos serviços. oferecemos segurança, confiabilidade e previsibilidade, além de custos mais baixos em muitos casos. elas deixaram de lado uma série de preciosismos em favor de uma redução de custos, mesmo que essa redução seja de r$ 1,00”, explica alvisi. a operadora, recentemente, conquistou o direito de transportar tvs de plasma da


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PRINCIPAIS CARGAS TRANSPORTADAS (01/2014 a 05/2015)

fonte: antt

empresa coreana lg. os aparelhos saem de manaus e descem até o porto de santos em navios de cabotagem. a partir dali, são transferidos para trens que levam a mercadoria até cajamar, na região metropolitana de são paulo. somente nessa operação, são cerca de mil contêineres por mês. isso acontece "com a vantagem de risco zero de roubo de carga em rela-

ção ao transporte por caminhão", afirma alvisi. segundo ele, a empresa está fazendo um mapeamento dos potenciais mercados para tentar explorar nos próximos anos. "estamos com cinco grandes propostas que envolvem material a granel de exportação, alumínio e produtos industrializados. o contêiner, somado à estabilidade do trem e da ferrovia, é mais lento

Os custos do transporte por contêineres são

20% mais baixos

que as rodovias, mas assegura integridade dos produtos. nesse sentido, já temos conversas com fabricantes de perfume e até brinquedos de plástico”, informa. o diferencial desse tipo de transporte, dadas as suas características, é a possibilidade de permitir às empresas realizar planejamento estratégico. essa é a percepção de silvio campos, presidente da cbc (câ-


NÚMEROS DO SETOR (ATÉ JULHO DE 2015)

fonte: boletim estatístico cnt

mara brasileira de contêineres, transporte ferroviário e multimodal). de acordo com ele, o setor, só no primeiro semestre de 2015, já transportou mais de 300 mil contêineres. “estive em belo Horizonte (mg), recentemente, por ocasião de um evento e vi que só a multitex, empresa que cuida de toda a logística ferroviária da vale do rio doce, já transporta cerca de 1.300 contêineres por mês”, exemplifica campos. para ele, trata-se de um modal que, independentemente do momen-

"O que atrasa, atualmente, são os gargalos encontrados na malha" SILVIO CAMPOS presidente da cbc

to financeiro do país, deve crescer em função da tendência das empresas de diversificar as formas de transporte de carga, a multimodalidade. “Quando as obras dos anéis ferroviários de são paulo e do rio de Janeiro acabarem, certamente vão acelerar esse crescimento. o que atrasa, atualmente, são os gargalos encontrados na malha”, diz. parceira da rumo logística (pertencente à concessionária all) na movimentação de contêineres, a brado logística

constatou que clientes antigos aumentaram o volume transportado, além de assinar novos contratos. no primeiro semestre deste ano, as malhas norte, sul e paulista da all registraram forte crescimento nesse segmento. "desde o fim do ano passado, a empresa passou a fazer o transporte de celulose em contêineres para os portos de santos e de paranaguá. normalmente, esse tipo de produto é transportado a granel. um dos aspectos positivos da ferrovia é a movimentação de cargas ‘fri-


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Santos a libra logística anunciou que está iniciando sua operação de transporte de contêi-

neres por ferrovia em parceria com a mrs. o serviço será realizado pela unidade multimodal valongo, preparada para atender a todos os tipos de cargas. a mrs deu início, no mês de junho, ao transporte de contêineres por ferrovia entre as duas margens do porto de santos (santos e guarujá). tal procedimento era realizado somente por caminhões. “estamos no início da operação, mas já realizamos três viagens, com aproximadamente o transporte de 132 teus

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SEGURANÇA operadoras têm índices de roubo de carga próximos de zero

BALANÇO em 2015, já foram transportados mais de 300 mil contêineres

gorificadas’, que exigem contêineres especiais para transportar, especialmente carnes. esse é um nicho que deve crescer bastante nos próximos anos. o brasil precisará agregar valor aos seus produtos, não só exportar a soja em grão, mas em forma de produto industrializado", explica o diretor comercial da brado, angelo baptista.

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"A opção pelo trem fica 12% mais barata e é mais sustentável" DANIEL BRUGIONI, diretor da libra logística

(contêineres de 20 pés) e com potencial para aumentar esse volume”, diz daniel brugioni, diretor-geral da libra logística. “a transferência dos serviços para o modal ferroviário torna-se importante porque atualmente o trânsito entre as duas margens do porto de santos (santos e guarujá) tem encontrado a dificuldade de fluxo e lentidão. além disso, a opção pelo trem fica 12% mais barata que o caminhão e é ambientalmente mais sustentável”, conclui. l


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ROUBO DE CARGAS

cnt (confederação nacional do transporte) e a pf (polícia federal) defendem uma atuação integrada entre órgãos públicos e o setor privado para fortalecer o combate ao roubo de cargas no brasil. o crime é uma das grandes preocupações do setor, que, em 2014, amargou um prejuízo de mais de r$ 2 bilhões em razão dessas ocorrências. o valor, segundo levantamento da ntc&logística (associação nacional de transportes de cargas e logística), contabiliza as cargas perdidas e os caminhões que não foram recuperados após os ataques criminosos. o tema foi discutido durante o iv encontro de chefes de delegacias de repressão a crimes contra o patrimônio e ao tráfico de armas da pf, realizado em florianópolis (sc) no começo de outubro. atualmente, a inexistência dessa integração dificulta o levantamento de estatísticas que permi-

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Atuação integrada cnt e polícia federal buscam integração para combater o crime; em 2014, prejuízo com produtos perdidos somou mais de r$ 2 bilhões por NATÁLIA

tam ações estratégicas das forças de segurança contra as quadrilhas especializadas. segundo o chefe da dpat (divisão de combate a crimes contra o patrimônio) da polícia federal, luiz flávio zampronha, faltam dados consistentes sobre a quantidade de ocorrências e suas características. "um dos primeiros desafios que en-

PIANEGONDA

frentamos é ter dados mais qualificados, fazendo uma diferenciação entre o pequeno roubo, o médio e o crime organizado”, afirma. conforme o delegado, a atuação e a estrutura das organizações criminosas estão cada vez mais complexas. "sabemos que há uma migração de crimes como roubo a bancos e tráfico de dro-

gas para o roubo de cargas. os ladrões criam redes de informação e têm penetração muito grande nas empresas”, conta. ainda segundo zampronha, “os grupos utilizam um sistema de logística, armazenamento e tecnologias, como o jammer (equipamento que bloqueia sinal de celular e dificulta o rastreamento da carga)”.


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sergio alberto/cnt

DEBATE bruno batista, diretor-executivo da cnt, e pedro lopes, presidente da fetrancesc e vice-presidente da seção de cargas da cnt

"o roubo de cargas é um problema de abrangência nacional. no ano passado, foram 17,5 mil ocorrências. e sabemos que, talvez, o quadro seja ainda mais crítico", diz o diretor-executivo da cnt, bruno batista. ele explica que faltam bons sistemas de informação que consolidem dados da maioria dos estados. "Hoje, a úni-

ca região que faz acompanhamento sistemático é a sudeste - que concentra 85% dos casos de roubo de cargas no país. e o que é pior é que não conseguimos fazer um mapeamento preciso dessas ocorrências", afirma. na avaliação de bruno batista, aprimorar a compilação de dados estatísticos favorecerá o desen-

volvimento de ações mais efetivas contra as quadrilhas especializadas. "o roubo de cargas é um grande negócio: envolve valores altos, e a maior parte da produção brasileira é transportada por caminhões. apesar disso, não há uma estrutura de controle. o transportador é uma presa fácil. É preciso estrutura de inteligência

para que esse curso seja interrompido", defende bruno batista. para o delegado zampronha, o trabalho integrado entre os diversos órgãos de segurança pública e também com o setor privado é importante para corrigir essa deficiência. "o setor de transportes é um dos principais da economia que sofrem com a violência. e é


transporte de passageiros

50 mil pessoas afetadas o transporte de passageiros tem sido outro alvo fácil dos bandidos. entre 2012 e maio de 2015, foram 1.064 ocorrências, com mais de 50 mil passageiros afetados, segundo dados da antt (agência nacional de transportes terrestres). os estados que lideram as ocorrências são goiás, minas gerais, distrito federal e bahia, com mais de cem registros cada. e acredita-se que há uma subnotificação, já que muitos casos não são levados à antt ou sequer às forças policiais. a falta de integração entre os órgãos de segurança, nesses casos, também é um desafio, conforme o assessor da diretoria de operações da gontijo, empresa de transporte de passageiros, coronel da reserva da polícia militar Walace suares. ele já realizou uma série de levantamentos sobre o tema, mas isso não tem sido tarefa fácil. de acordo com suares, assim como no caso

muito importante a parceria da pf com o setor para o enfrentamento a esse crime", diz. o chefe da dpat ainda destaca que uma das formas mais eficientes de se coibir a ação desses assaltantes está no combate ao interesse econômico do crime. “então, nossa atuação também deve estar nos receptadores, em identificar quem está por trás do agenciamento dos criminosos, fazendo a corretagem da carga roubada”, complementa. e, nos inquéritos, o desafio tem sido classificar es-

das cargas, as informações sobre as ocorrências envolvendo ônibus também são imprecisas. "enfrentamos problemas na comunicação do roubo e no registro do boletim de ocorrência. muitas vezes, o motorista é obrigado a rodar vários quilômetros até encontrar um posto policial, que não registra a ocorrência pelo fato de o crime ter sido em outra cidade ou estado”, relata. com isso, a definição dos responsáveis pela investigação também fica prejudicada. para Walace suares, a criação de um sistema integrado entre as forças de segurança é fundamental para resolver esse problema. nos assaltos a ônibus de passageiros os bandidos, geralmente, agem em quebra-molas, com objetos na pista, dificultando a passagem, abordagem direta na pista e com bandidos que compram os bilhetes e embarcam no veículo como os demais viajantes.

sas pessoas como membros das organizações criminosas. para o diretor-presidente da fbcp (fundação brasileira de ciências policiais) e delegado da polícia federal, getúlio bezerra santos, “o crime do roubo de cargas é nacional, mas estamos dando um tratamento de varejo”. ele acredita que superar essa dificuldade passa por criar uma cultura de cooperação. a partir disso, é necessário desenvolver e implantar um sistema de dados integralizados e concentrados. “o trabalho ainda é muito amador, então precisamos ter pro-

REALIDADE caminhoneiros sofrem

fissionalismo no tratamento dos dados”, sugere. para bezerra, o próximo passo seria a capacitação voltada para o tema, tanto nas empresas de transporte quanto aos agentes policiais. Outros prejuízos os prejuízos vão além das cargas perdidas e dos caminhões não recuperados. o presidente da fetrancesc (federação das empresas de transporte de cargas e logística do estado de santa catarina) e vice-presidente da seção de cargas da cnt, pedro de oliveira

lopes, destaca os problemas ligados aos recursos humanos das empresas. "Há rotas que os caminhoneiros se negam a fazer, porque é como se estivessem indo para o matadouro. além disso, a família fica aflita quando o motorista viaja. isso desestabiliza até as relações familiares", relata. outro efeito é o dano psicológico aos profissionais que foram vítimas de ataques criminosos. "eles sofrem agressões e humilhações", conta. para pedro lopes, é "urgente a adoção de uma ação específica de combate aos que di-


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arQuivo/cnt

soluções

Propostas em análise

com a falta de segurança nos pontos de parada, além de danos psicológicos

a implantação do sistema nacional de prevenção, fiscalização e repressão ao furto e roubo de veículos e carga, prevista pela lei complementar 121/2006, é uma das ações que o setor defende como primordiais. a ideia é que a norma possa resultar em informações estatísticas mais precisas e maior articulação entre diversos órgãos do poder público para reagir à ação desses assaltantes. a proposta foi um dos resultados da cpi (comissão parlamentar de inquérito) mista do roubo de cargas, realizada entre 2000 e 2002. o texto entrou em vigor em 2006, mas não saiu do papel

porque ainda não foi regulamentado. em julho deste ano, o governo federal instituiu um grupo de trabalho para tratar do tema. a proposta de regulamentação está em análise pelos diversos órgãos envolvidos, ligados à casa civil, ao ministério da Justiça e ao ministério da fazenda. outras das medidas relevantes são o aumento do foco das ações policiais sobre receptadores de cargas, leis que agravem a punição aos envolvidos, inclusive com cassação do cnpJ para empresas que comercializam produtos oriundos de roubos e a criminalização do uso do jammer.

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ATUAÇÃO luiz flávio zampronha, chefe da dpat, fala da estrutura das organizações criminosas

lapidam e levam não apenas nosso patrimônio, mas prejudicam a economia brasileira". outra dificuldade vivenciada pelos transportadores é a insuficiência e a falta de segurança em pontos de parada, segundo o presidente da abcam (associação brasileira dos caminhoneiros), José da fonseca lopes. para se ter uma ideia, em são paulo (estado que concentra a maior parte de casos, com 5.000 ocorrências somente neste ano), 18% dos ataques criminosos ocorreram em pontos de parada e em 16% quan-

do os caminhões estavam parados nos acostamentos. os dados indicam, ainda, que 63% foram com o veículo em movimento. por fim, há o crescimento das despesas operacionais dos transportadores, que precisam arcar com seguros mais caros – isso quando não enfrentam dificuldades em contratar o serviço de seguradoras, como para equipamentos eletrônicos, por exemplo –, escoltas armadas e sistemas de gerenciamento de segurança, que acabam por encarecer, também, o valor dos fretes. l


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FORMATURA

Gestão inteligente itl forma 4ª turma de especialização em parceria com a fundação dom cabral; 43 alunos concluem o curso em belo Horizonte por

entro da visão de formar novos gestores para pensar e alavancar o transporte brasileiro, a cnt (confederação nacional do transporte), o sest senat e o itl (instituto de transporte e logística), em parceria com a fdc (fundação dom cabral), concluíram, no começo de outubro, a 4º turma de especialização e gestão de negócios, em belo Horizonte (mg). no total, 43 alunos estão aptos a colocarem em prática variados projetos voltados para o setor. a formatura e entrega dos certificados contou com a presença do presidente da cnt,

D

BELO HORIZONTE

EVIE GONÇALVES

clésio andrade, da diretoraexecutiva do itl, lucimar coutinho, da diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart e do presidente do conselho regional de minas gerais do sest senat e da fetcemg (federação das empresas de transportes de carga do estado de minas gerais), vander francisco costa. também esteve presente o presidente da fdc, Wagner veloso. para clésio andrade, é cada vez mais necessário o investimento em inteligência no setor. “a cnt tem atuado fortemente na formação de jovens executivos e empresários. tudo isso

dentro da visão do itl, que pensa o transporte de forma sistêmica. estamos no auge, pois temos parceria com uma grande escola mundial”, afirmou após a cerimônia. segundo ele, a medida propiciará um salto não só nos negócios internos das empresas, mas também no ambiente externo e na visão sistêmica do transporte brasileiro. o presidente da fdc, Wagner veloso, se mostrou satisfeito com a parceria. ”a fundação acredita que pode contribuir com o desenvolvimento do país por meio das pessoas. felizmente, a cnt, o sest senat e o itl também acreditam e investem

bastante. não poderia dar mais certo”, comemorou. vander francisco da costa acredita que a pós-graduação propicia melhoria na qualidade da gestão do transporte, com maior desenvolvimento das empresas. “o transporte brasileiro, sobretudo o rodoviário, tem uma herança de caminhoneiros antigos que repassaram o conhecimento para seus filhos. não temos executivos qualificados no setor, com formação superior e pósgraduação”, afirmou. segundo ele, o curso vai permitir que os gestores tenham condições de oferecer maior competitivida-


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4ª TURMA DE ESPECIALIZAÇÃO E GESTÃO DE NEGÓCIOS Projetos aplicativos • transporte rodoviário de cargas: modelo de utilização de tipo de frota • análise de viabilidade do spin-off de uma unidade de negócios: o caso gollog • alinhamento estratégico por meio da comunicação empresarial: diagnóstico no setor do transporte rodoviário de cargas de minas gerais • Qualificação profissional nas empresas de transporte de minas gerais • elaboração do planejamento estratégico da fetcemg (federação das empresas de transportes de carga do estado de minas gerais) • influência da mão de obra nos custos de distribuição de cargas fracionadas no estado de minas gerais • viabilidade de remuneração variável na empresa transrefer transportes e logística ltda. • escritórios de representação: metodologia para

cerimônia de enecerramento contou com a presença do presidente da cnt, clésio andrade

de na negociação com clientes e fornecedores. Projetos o curso de especialização em gestão de negócios é uma iniciativa para promover a capacitação executiva dos gestores das empresas de transporte e tem o diferencial de apresentar as mais modernas técnicas de gestão, com aplicabilidade imediata, logo após o retorno do executivo à empresa, depois de uma semana de encontros presenciais. além disso, é exigido um trabalho de conclusão de curso em que os estudantes devem identificar um problema na

empresa ou possibilidade de melhoria na gestão. sob orientação de um professor, o trabalho é desenvolvido em grupo e já trouxe resultados expressivos para diversas empresas de todos os modais. em belo Horizonte, os temas propostos pelos alunos variaram desde o modelo de utilização do tipo de frota no transporte rodoviário de cargas, passando pela influência da mão de obra nos custos de distribuição de cargas fracionadas no estado de minas gerais. o diretor de relações internacionais da cnt, Harley andrade, participou da turma e apresentou a proposta

implementação do escritório da cnt na alemanha

de implantação do escritório de representação da cnt na alemanha. o projeto deve seguir os moldes do escritório que a confederação já possui na china. “o balanço do curso é muito positivo, assim como a troca de experiências. a turma colaborou para o sucesso. o nosso projeto será aplicado, pois já é uma demanda do conselho da cnt e eu tenho certeza de que os demais trabalhos também poderão ser usados nas empresas. estamos conciliando teoria e prática”, afirmou. Programa o programa começou em

2013, com uma turma piloto em brasília (df). em 2014, foram abertas mais quatro turmas, sendo: uma na capital federal e outras em são paulo (sp), em belo Horizonte (mg) e no rio de Janeiro (rJ). em 2015, outras quatro turmas foram iniciadas em são paulo (sp), em recife (pe), em porto alegre (rs) e em belo Horizonte (mg). as próximas turmas ocorrerão no rio de Janeiro (rJ) e em curitiba (pr). até o momento, foram 360 alunos inscritos e quatro turmas concluídas, totalizando 160 estudantes formados e 40 projetos aplicativos desenvolvidos. l


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AQUAVIÁRIO

Opção no vizinho paraguai investe no hidroviário para se tornar uma alternativa ao transporte de grãos. país avança na produção e na infraestrutura logística de escoamento dessa produção por

om uma economia baseada em produtos agropecuários e florestais, que representam 75% das exportações, o paraguai tem contabilizado sucessivos trimestres de aumento do seu pib (produto interno bruto) nos últimos anos. entre os recursos agrícolas, destacam-se a cana-de-açúcar, o algodão, a soja e o tabaco. o país também produz ce-

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reais, milho, erva-mate e mandioca. a pecuária é muito desenvolvida, com destaque para os bovinos. e, para exportar esses produtos, o país investe há anos em infraestrutura e transportes, principalmente por via fluvial, o que o qualificou como nova alternativa para o fluxo das exportações da américa do sul, incluindo o mercado brasileiro. segundo um estudo enco-

mendado pelo jornal paranaense “gazeta do povo”, intitulado expedição safra, o brasil despacha pelos rios paraguaios uma grande quantidade de açúcar proveniente da cidade de dourados (ms). coordenador da expedição, giovanni ferreira explica, em entrevista à revista exame, que o país está investindo maciçamente em vias fluviais, concessão de estradas e

alianças público-privadas para ampliar o acesso aos portos fluviais, com o objetivo de duplicar a capacidade de transporte de grãos pelo rio paraguai e aproveitar a carga do brasil. “no passado, os paraguaios levavam as cargas ao brasil pelo porto de paranaguá (pr) e, agora, querem ir com a carga brasileira e navegar pelo rio paraguai até os portos argentinos”, disse.


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tierras baJas/divulgação

ESTRATÉGIA objetivo é duplicar a capacidade de transporte de grãos pelo rio paraguai

o paraguai deixou de ser dependente da estrutura de exportação de grãos do brasil e se tornou exemplo de aproveitamento dos recursos disponíveis. o país avança e se consolida não apenas em produção, mas também em infraestrutura logística de escoamento dessa produção. tratase de um sistema que já movimenta milhares de barcaças nos rios paraná e paraguai,

carregando navios de soja na região de rosário, na argentina. sem acesso ao mar, mas com uma hidrovia em franca estruturação, a logística paraguaia avança em competitividade e vislumbra, no brasil, um cliente em potencial. paralelamente à retomada dos embarques de grãos pelo brasil, no porto de paranaguá, o sistema logístico paraguaio avança para ser uma

Hoje são

150 rebocadores e 3.000 barcaças

alternativa à exportação da soja brasileira – de mato grosso do sul e possivelmente do paraná e de mato grosso. nesse sentido, o país conseguiu contornar as restrições brasileiras impostas no início dos anos 2000. À época, a produção e a exportação de soja começavam a decolar no país quando o governo do paraná anunciou a proibição à produção e ao trans-


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porte de grãos transgênicos, largamente cultivados no país vizinho. o porto de paranaguá, a principal porta de saída da soja paraguaia, teria de ser desviado. “até 2004, toda a logística era voltada ao paranaguá. na época, o paraguai tinha 16 rebocadores e 100 barcaças. Hoje, são 150 rebocadores e perto de 3.000 barcaças, a terceira maior frota do mundo”, afirmou mario frutos, vice-ministro paraguaio de agricultura, à expedição safra. de acordo com o estudo, as avaliações dos setores público e privado indicam que o embarque de grãos pode passar de 5 milhões para 10 milhões de toneladas. a movimentação, considerando todas as mercadorias, é estimada em 20 milhões de toneladas/ano nos 37 terminais de embarque. a indústria naval coloca na hidrovia composta pelos rios paraná e paraguai 100 barcaças novas ao ano. zo estudo também constatou que, com 20 a 30 barcaças, os comboios levam em média três dias para chegar

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GRÃOS o porto de paranaguá é uma das

aos terminais da região de rosário, na argentina, onde as cargas passam a ser transferidas para navios de 60 mil toneladas de grãos. cada barcaça carrega de 1.200 a 5.000 toneladas, dependendo do tamanho da embarcação e do trecho da hidrovia. três comboios podem carregar

um navio. o custo do escoamento fica entre us$ 50 e us$ 100 por tonelada, relatam os produtores. por melhorias na estrutura disponível e pela demanda por soja de janeiro – quando o paraguai abre a colheita sul-americana – foi possível travar esse índice em us$ 50/t nes-

te ano. isso equivale à metade do custo do brasil. Bom para o Brasil o desenvolvimento fluvial também contribuiu para a logística de importação paraguaia. entre os produtos mais demandados no mercado interno, destaca-se o cimento,


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porto de paranaguá/divulgação

WiKimedia commons/divulgação

principais portas de saída da soja paraguaia

cujo consumo superou a capacidade de produção do país e a importação foi otimizada em função do desenvolvimento da rede fluvial. "atualmente, se traz cimento pelo rio. as barcas que descem para a argentina transportam grãos e retornam carregadas com produtos para abastecer o merca-

INVESTIMENTO por ano, são 100 novas barcaças nos rios paraná e paraguai

do interno", disse o coordenador da expedição. contudo, todo o trabalho indica para o fato de que a expansão econômica paraguaia não deve afetar o mercado brasileiro, uma vez que a capacidade de produção e seu sistema hidroviário superam o do vizinho. na avaliação de ferreira, o paraguai não deixa

de ser uma alternativa logística para o brasil, mas só para uma quantidade muito pequena em relação ao volume das exportações. a capacidade de exportação do brasil, que, na colheita 2014-2015, vendeu ao exterior mais de 12 milhões de toneladas de grãos por meio de seus portos na região norte, onde parte

da carga exportada chega por vias navegáveis dos rios madeira e amazonas, é maior que o dobro da dos paraguaios. levando em conta os investimentos feitos pelo brasil em vias fluviais, a previsão da expedição safra é que tal volume superará as 29 milhões de toneladas em 2020. l


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SAÚDE NOS PORTOS

Expectativa superada projeto do sest senat atinge meta antes do prazo e prevê agora alcançar 6.000 trabalhadores portuários atendidos por ELISANGELA

projeto saúde nos portos pretende alcançar 6.000 trabalhadores do transporte com exames gratuitos de saúde nas áreas portuárias do país. o novo desafio foi anunciado pela diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart, durante a abertura do ii seminário de integração sobre saúde e segurança na área portuária, realizado na sede da antaq (agên-

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FREITAS

cia nacional de transportes aquaviários), em brasília, no início de outubro deste ano. “o acordo de cooperação, firmado neste ano com a sep (secretaria de portos da presidência da república), previa 3.100 atendimentos em dez portos, até julho de 2016. mas já nas primeiras cinco etapas realizadas, em cinco portos, o sest senat alcançou esse número. por isso, estabelecemos uma nova marca”, afirmou.

segundo nicole goulart, a instituição entende que “precisa ir, sempre, onde se encontra o trabalhador”. “compreendemos que, devido à rotina exaustiva de trabalho, muitos profissionais do transporte não se preocupam devidamente com a sua saúde. É aí que entra o nosso papel, nossa atividade primordial, que é fomentar um cuidado maior com o bem-estar pessoal”, destacou a diretora.

o foco do encontro foi o debate das ações voltadas para o cuidado em saúde na área portuária, que beneficia o trabalhador dos portos e o motorista de transporte de carga que atua nesse segmento. o principal desafio discutido entre os participantes foi sobre como incentivar esses profissionais para ter mais atenção com a própria saúde. nesse âmbito, duas palestras estratégicas foram apresentadas pela equipe do sest senat: 1) “ações do sest senat relacionadas à saúde dos trabalhadores do transporte”, ministrada pela coordenadora de promoção social, Jamile antunes; e 2) “saúde do caminhoneiro na área portuária”, proferida pelo diretor da unidade de são vicente (sp), sérgio luís pereira. Jamile antunes apresentou as diversas ações desenvolvidas pelas unidades da instituição em todo o país. as equipes da entidade promovem palestras para a conscientização desses profissionais, blitze educativas e temáticas e campanhas nacio-


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antaQ/divulgação

ENCONTRO nicole goulart, diretora-executiva nacional do sest senat, durante o evento na antaq

nais. ela falou sobre a importância de participar desse tipo de evento. “sempre temos a oportunidade de conhecer melhor o perfil do trabalhador em transporte e, como consequência, atuar de maneira mais eficiente e eficaz no desenvolvimento das campanhas”, afirma. um dos exemplos sobre como é realizado na prática o projeto saúde nos portos foi apresentado pelo diretor

sérgio pereira, da unidade de são vicente (sp). em dois dias de ação, 7 e 8 de agosto, 959 trabalhadores foram atendidos pelo sest senat. com estações montadas no porto de santos (sp), foram oferecidos exames de verificação da glicose, aferição de pressão arterial, imc (índice de massa corporal), testes de Hiv, sífilis e hepatite c e vacinação. os beneficiários passaram ainda por avalia-

ções nutricional, postural, psicológica e bucal. outras atividades também foram desenvolvidas, como orientações sobre a prevenção de dengue, zoonoses, cessação do tabagismo e palestras sobre o enfrentamento da exploração sexual infantil. o resultado foi 5.414 atendimentos de saúde. “o objetivo é conseguir orientar o trabalhador para que ele possa dar atenção à

sua saúde. como ele tem muitos prazos a cumprir, carregar e descarregar com hora marcada, o tempo é o maior desafio. por isso, entendemos que é nosso papel e missão nos deslocarmos com a equipe do sest senat até esse profissional”, explica o diretor. o secretário de políticas portuárias da sep, fábio lavor, também celebrou os bons resultados do projeto e declarou que pretende ampliar a atuação com o sest senat. “primeiramente, agradecemos ao sest senat pelos frutos que já estamos colhendo num período bem mais curto do que imaginávamos. por isso, queremos fortalecer essa parceria, aproveitando a capilaridade da instituição, assim como sua expertise para levar adiante esse trabalho”, reforçou. além do sest senat, da sep e da antaq, o seminário contou com a participação de representantes do ministério da saúde, ministério do trabalho e emprego, anvisa, secretaria de saúde dos estados e polícia rodoviária federal. l


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Pedal solidário passeio reúne 19 mil ciclistas em todo país e proporciona qualidade de vida para os trabalhadores no transporte por

lém de ser fonte de qualidade de vida e de proporcionar deslocamentos ecologicamente corretos nas cidades, as bicicletas também podem ser um instrumento de socialização. uma prova dessa interação foi a primeira edição do passeio ciclístico pedalando, promovido pelo sest senat no último dia 4 de outubro, simultaneamente, em 25 cidades de todo país. no total, 19 mil ciclistas de todas as idades participaram do evento em brasília (df), são gon-

A

EVIE GONÇALVES

çalo (rJ), porto velho (ro), salvador (ba), manaus (am), são luís (ma), maceió (al), teresina (pi), natal (rn), belém (pa), rio branco (ac), uberlândia (mg), aracaju (se), pelotas (rs), boa vista (rr), João pessoa (pb), cabo de santo agostinho (pe), palmas (to), macapá (ap), rondonópolis (mt), foz do iguaçu (pr), três lagoas (ms), são mateus (es) e sobral (ce). voltado especialmente para o profissional do transporte, o evento atraiu um público participativo formado tanto por amadores, como por ciclistas

experientes. Houve ainda sorteio de brindes, exercícios em grupo e um espaço para pequenos reparos em bicicletas. para a diretora-executiva nacional do sest senat, nicole goulart, o objetivo do pedalando foi apoiar o uso habitual, correto e seguro das “magrelas”, além de promover a cultura da atividade física. “com esse evento, conscientizamos o trabalhador e a população a respeito dos grandes benefícios que o esporte proporciona à saúde”, afirmou.

o percurso médio, em cada cidade, foi de 10 km e teve um clima de descontração, música e alegria. na capital federal, o sol já estava quente quando a largada foi dada. o motorista antônio cassimiro participou do evento com entusiasmo. ele ficou sabendo do passeio porque procurou o sest senat para buscar apoio a um projeto que insere o ciclismo na realidade dos trabalhadores rodoviários. “o pedalando incentiva a prática de atividades físicas para uma categoria que é vítima de


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sest senat/divulgação

FOZ DO IGUAÇÚ passeio contou com ampla participação dos ciclistas na cidade paranaense

várias sequelas. os rodoviários são marcados pelo sedentarismo. logo, eventos como esse se tornam um divisor de águas”, acredita. o motorista domingos ferreira da silva ficou sabendo do passeio pelos colegas. ele pedala há 20 anos, três vezes por semana, em trajetos de longa distância. dessa vez, encarou o circuito como lazer e aproveitou para levar a esposa nilda borges. “condicionamento físico é muito importante na nossa categoria. eu me adap-

“Conscientizamos o trabalhador e a população dos benefícios do esporte para a saúde” NICOLE GOULART, diretora-eXecutiva nacional do sest senat

tei com a bicicleta e não pretendo parar tão cedo”. o passeio não foi um sucesso somente em brasília. em aracaju, mais de 700 ciclistas responderam ao convite e, sobre duas rodas, fizeram um bonito evento que atraiu autoridades, familiares dos rodoviários e os mais diversos profissionais. o colaborador da viação progresso, gladson vieira, não abriu mão da pedalada. “eu adoto a bicicleta no dia a dia como atividade física. gostei muito dessa iniciativa. os outros serviços oferecidos pelo

sest senat para os rodoviários como atendimentos de saúde e odontológicos, fisioterapia, cursos, atividades esportivas e de lazer também fazem parte da minha realidade”, disse. em João pessoa, na paraíba, o motorista murilo ramalho dos santos prestigiou o passeio e levou os filhos aline, de 14 anos, e vitor, de nove anos. “adoro praticar esportes e, embora tenha um carro, sempre que posso, prefiro me deslocar de bicicleta. além de realizar uma atividade física saudável,


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sest senat/diculgação

ARACAJU mais de 700 trabalhadores no transporte participaram do evento

ainda ajudo o meio ambiente”, contou após a pedalada. o cobrador everaldo balbino também participou do evento. “assim que soube, eu me inscrevi, pois, além de gostar de andar de bicicleta, esse passeio foi uma ótima oportunidade de fazer um exercício físico”, disse ele, que já saiu da sua casa conduzindo a magrela até o local do evento. Josivaldo da silva também prestigiou o pedalando, fazendo sua estreia no ciclismo. “apesar de ter bicicleta já há algum tem-

Instituições de caridade receberam

21 mil kg de alimentos

po, nunca tinha participado de uma pedalada e fiz isso pela primeira vez. gostei tanto que já vou procurar me informar sobre grupos ciclísticos”, afirmou o motorista, que ganhou um capacete e uma garrafa no sorteio ao final do passeio. em foz do iguaçu (pr), o evento também teve ampla participação dos ciclistas. thiago oliveira, de matelândia, foi para a cidade exclusivamente para participar do evento. para ele, a iniciativa demonstra a valorização de quem anda de bike. “atual-

BRASÍLIA

mente nós enfrentamos muito desrespeito no trânsito. os veículos não mantêm a distância necessária do ciclista e fazem ultrapassagens perigosas. com esse aumento do número de eventos que valorizam quem anda de bicicleta, podemos criar uma educação no trânsito”, pontuou. Já a iguaçuense mônica santos, que havia participado de eventos ciclísticos em outras cidades, contou que o passeio foi ao encontro da demanda do município. “Quando queremos participar de provas, sempre


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sergio alberto/cnt

sergio alberto/cnt

debaixo de muito sol, ciclistas fizeram passeio descontraído na capital federal

viajamos para cidades próximas. esse evento abre portas para um novo público que está com muita vontade de pedalar. esperamos que haja mais encontros assim durante o ano”, comemorou ao final da prova. Solidariedade o passeio ciclístico também contribuiu para fazer o bem. para se inscrever, os participantes precisaram apenas entregar 1 kg de alimento não perecível e receberam kit com camiseta, nú-

mero de peito personalizado e adesivo. no total, 21 mil kg de alimentos foram doados a instituições de caridade. Internet nas redes sociais, a repercussão do evento foi grande. o facebook do sest senat recebeu centenas de declarações e fotos dos internautas que participaram do pedalando. no total, a página teve 32 mil pessoas alcançadas, 3,7 mil visualizações e 1,6 mil pessoas postaram ou curtiram algum comentário.

PARCERIA o motorista domingos ferreira levou a esposa nilda borges

A página do evento no facebook alcançou

32 mil internautas

markus lima deixou registrado na página: “um mar de gente do bem invadiu as ruas de aracaju. uma bela iniciativa que promoveu a integração, conscientização e estimulou a melhor qualidade de vida da população. foi show”. Jéssica malacarne comemorou: “foi maravilhoso. vi pessoas de várias idades, de classes sociais diferentes e todos com o mesmo objetivo de cuidar da saúde se divertindo. espero estar nos próximos eventos e poder contribuir mais uma vez com essa linda iniciativa”, comemorou. l



FERROVIÁRIO malHa ferroviária - eXtensão em Km total nacional total concedida concessionárias malhas concedidas

30.499 28.996 11 12

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO malHa rodoviária - eXtensão em Km TIPO

PAVIMENTADA

NÃO PAVIMENTADA

TOTAL

66.712 119.691 26.827 213.230

12.666 105.601 1.234.918 1.353.185

79.378 225.292 1.261.745 154.192 1.720.607

federal estadual municipal rede planejada Total

malHa rodoviária concessionada - eXtensão em Km adminstrada por concessionárias privadas administrada por operadoras estaduais frota de veículos caminhão cavalo mecânico reboque semi-reboque ônibus interestaduais ônibus intermunicipais ônibus fretamento ônibus urbanos nº de terminais rodoviários

19.463 1.195

2.595.165 580.264 1.193.567 845.638 19.923 57.000 25.834 107.000 173

AQUAVIÁRIO infraestrutura - unidades terminais de uso privativo misto portos

35

material rodante - unidades vagões locomotivas

103.517 3.472

passagens de nível - unidades total críticas

12.289 2.659

velocidade mÉdia operacional brasil eua

25 km/h 80 km/h

AEROVIÁRIO aeródromos - unidades aeroportos internacionais aeroportos domésticos outros aeródromos - públicos e privados

34 29 2.387

aeronaves registradas no brasil - unidades transporte regular, doméstico ou internacional transporte não regular: táxi aéreo privado outros Total

669 1.579 8.825 8.328 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS MODAL

163

Hidrovia - eXtensão em Km e frota vias navegáveis vias economicamente navegadas embarcações próprias

12.021 7.854 1.800 7.321 28.996

122

frota mercante - unidades embarcações de cabotagem e longo curso

malHa por concessionária - eXtensão em Km all do brasil s.a. fca - ferrovia centro-atlântica s.a. mrs logística s.a. outras Total

41.635 20.956 2.055

MILHÕES

(TKU)

PARTICIPAÇÃO

(%)

rodoviário

485.625

61,1

ferroviário

164.809

20,7

aquaviário

108.000

13,6

dutoviário

33.300

4,2

aéreo

3.169

0,4

Total

794.903

100


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BOLETIM ECONÔMICO

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE* Investimentos em transporte da União por Modal (Total Pago acumulado até setembro/2015 (R$ 7,44 bilhões)

Investimentos em Transporte da União (Orçamento Fiscal) (dados acumulados até setembro/2015)

1,29 (17,3%)

25

R$ bilhões

20 15,41

15

0,17 (2,3%)

4,47 (60,1%)

10

7,44

5,89

5

1,51 (20,3%)

1,54

0 autorizado

rodoviário valores pagos do exercício

restos a pagar pagos

obs.: o total pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

aéreo

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - SETEMBRO/2015

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERAL ORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (r$ milhões correntes - acumulados até setembro de 2015) Recursos Disponíveis autorizado união dotação das estatais (infraero e cia docas) Total de Recursos Disponíveis Investimento Realizado rodoviário ferroviário aquaviário (união + cia docas) aéreo (união + infraero) Investimento Total (Total Pago)

aquaviário

ferroviário

total pago

15.417,63 2.390,80 17.808,44 4.474,28 1.289,62 376,92 2.149,03 8.289,85

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal). Notas: (A) atualizado em 01.10.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 30.09.2015. (B) para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento). (C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923.

2014 pib (% cresc a.a.)1 selic (% a.a.)2 ipca (%)3 balança comercial6 reservas internacionais4 câmbio (r$/us$)5

Acumulado Expectativa Expectativa em 2015 para 2015 para 2016

0,15* 11,75 6,41 -4,04

-2,07 14,25 7,64 10,24

363,55

361,37

2,65

3,91

-2,85 14,25 9,53 12,00

-1,00 12,50 5,94 24,00

-

-

4,00

4,00

Fontes: receita federal, siga brasil - senado federal, ibge e focus (relatório de mercado 02/10/15), banco central do brasil. Observações: (1) expectativa de crescimento do pib para 2014 e 2015. (2) taxa selic conforme copom 02/09/2015 e boletim focus. (3) inflação acumulada no ano e expectativas segundo o boletim focus. (4) posição dezembro/2014 e setembro/2015 em us$ bilhões. (5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) saldo da balança comercial até setembro/2015. * a taxa de crescimento do pib para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014, os valores de 2015 referem-se ao valor acumulado no 2º trimestre de 2015 a preços de mercado.

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 2010 investimento total

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTO DAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS) (valores em r$ bilhões correntes) 2010 2011 2012 2013 10,3 11,2 9,4 8,4 rodoviário 2,5 1,6 1,1 2,3 ferroviário 1,3 0,7 0,4 0,2 aquaviário (união+cia docas) 1,5 1,8 2,7 2,9 aéreo (união+infraero) 15,6 15,3 13,5 13,7 Investimento Total

2011

2012 rodoviário

ferroviário

2013 aquaviário

2014 aéreo

2014 9,1 2,7 0,3 3,3 15,4

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (siga brasil - senado federal)

8

R$ bilhões correntes

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br


REGIÕES3

Estados

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES (valores em r$ milhões correntes)1 orçamento fiscal (total pago2 por modal de transporte) acre alagoas amazonas amapá bahia ceará distrito federal espírito santo goiás maranhão minas gerais mato grosso do sul mato grosso pará paraíba pernambuco piauí paraná rio de Janeiro rio grande do norte rondônia roraima rio grande do sul santa catarina sergipe são paulo tocantins centro oeste nordeste norte sudeste sul nacional Total

Rodoviário 49,28 123,63 0,02 49,05 364,38 43,90 0,00 26,03 54,34 97,81 406,23 55,15 93,13 173,33 12,65 173,83 1,00 70,58 64,98 5,39 19,82 36,54 246,42 309,17 66,92 2,19 73,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.855,14 4.474,28

Ferroviário 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 22,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,99 0,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.164,51 1.289,62

Aquaviário 0,00 0,00 22,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,16 0,00 0,00 0,00 1,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16,79 56,75 0,00 2,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 58,03 167,62

Aéreo 0,46 0,00 2,32 0,00 8,31 0,00 0,00 0,02 4,81 0,17 0,54 0,00 1,66 0,00 0,15 3,35 0,00 0,36 0,55 0,00 0,49 0,14 0,38 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.488,14 1.511,86

Total 49,74 123,63 25,01 49,05 373,52 43,90 0,00 26,05 81,68 108,15 406,76 55,15 94,79 174,46 12,79 177,19 1,00 70,94 65,53 5,39 20,31 36,68 263,59 365,92 66,92 105,27 74,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4.565,82 7.443,37

Ranking

maiores desembolsos4 (total pago acumulado até setembro de 2015)5 Ordem 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Ações orçamentárias7 manutenção de trechos rodoviários na região nordeste manutenção de trechos rodoviários na região norte manutenção de trechos rodoviários na região sul construção da ferrovia de integração oeste-leste - lhéus - caetite - ba construção da ferrovia norte-sul ouro verde de goiás - são simão - go manutenção de trechos rodoviários na região centro - oeste manutenção de trechos rodoviários na região sudeste adequação de trecho rodoviário - porto alegre - pelotas - na br - 116/rs ferrovia transnordestina - participação da - união controle de velocidade na malha rodoviária federal Total Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até setembro - 2015

R$ milhões6 654,83 488,84 456,82 421,06 330,02 319,50 302,94 202,81 200,00 183,98 3.560,78 47,8%

Elaboração: elaboração: confederação nacional do transporte *orçamento fiscal da união, atualizado em 01.10.2015 com dados acumulados (siga brasil) até 30.09.2015.

Notas: (1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: siga brasil (execução do orçamento fiscal da união). (2) o total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos. (3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. as obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais de um estado e por isso não foram desagregadas. algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional. (4) as obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor pago + restos a pagar pagos) em 2015. (5) ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento fiscal da união no acumulado de janeiro a setembro de 2015. (6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelas empresas estatais. (7) as ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundo o manual de técnico de orçamento 2015.

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx


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OUTUBRO 2015

BOLETIM DO DESPOLUIR DESPOLUIR

PROJETOS

a confederação nacional do transporte (cnt) e o sest senat lançaram em 2007 o programa ambiental do transporte despoluir, com o objetivo de promover o engajamento de caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

• redução da emissão de poluentes pelos veículos • incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte • cidadania para o meio ambiente

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS * ESTRUTURA federações participantes 27

RESULTADOS

AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2015 (até setembro)

avaliações ambientais (setembro/2015) 1.433.065 aprovação no período

86,25%

unidades de atendimento empresas atendidas 92 caminhoneiros autônomos atendidos * dados preliminares sujeitos a alterações.

12.562 14.199

1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0

1.433.065

4.734 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES para participar do projeto redução da emissão de poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado. SETOR FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS

Carga (empresas)

Carga (autônomos)

Passageiros

Carga e Passageiros

fetramaz ac, am, ap, pa, ro e rr fetracan al, ce, ma, pb, pe, pi, e rn fenatac df, go, ms, mt e to fetcemg mg fetranspar pr fetranscarga rJ fetransul rs fetrancesc sc fetcesp sp fecam-sp sp fecam-sc sc fecam-rs rs fecam-rJ rJ fetac-pr pr fetac-mg mg fetranorte ac, am, ap, pa e rr fetronor al, pb, pe e rn fetrans* ce, pi e ma fetrasul df, go, sp e to fetram mg fetramar ms, mt e ro fepasc pr e sc fetranspor rJ fetergs rs fetransportes es fetrabase ba e se

COORDENAÇÃO

TELEFONE

raimundo augusto de araújo Jorge do carmo ramos patrícia dante marta gusmão morais solange caumo renato nery carlos becker rodrigo oda sandra caravieri claudinei natal pelegrini Jean biazotto danna campos vieira thompson bahiense felipe cuchaba regiane reis rafhael pina adriana fernandes dias marcelo brasil vilma silva de oliveira milene rodrigues souza carlos alberto da silva corso roberto luiz Harth t. de freitas guilherme Wilson aloisio bremm João paulo da f. lamas cleide da silva cerqueira

(92) 3658-6080 (81) 3441-3614 (61) 3361-5295 (31) 3490-0330 (41) 3333-2900 (21) 3869-8073 (51) 3374-8080 (48) 3248-1104 (11) 2632-1010 (19) 3585-3345 (49) 3222-4681 (51) 3232-3407 (21) 3495-2726 (42) 3027-1314 (31) 3271-9837 (92) 3584-6504 (84) 3234-2493 (85) 3261-7066 (62) 3233-0977 (31) 3274-2727 (65) 3027-2978 (41) 3244-6844 (21) 3221-6300 (51) 3228-0622 (27) 2125-7643 (71) 3341-6238

* a fetrans corresponde à antiga cepimar, conforme atualização em julho de 2015.

E-MAIL fetramaz@fetramaz.com.br fetracan@veloxmail.com.br coordenacao.despoluir@fenatac.org.br despoluir@fetcemg.org.br despoluir@fetranspar.org.br despoluir@fetranscarga.org.br cbecker@sestsenat.org.br financeiro2@fetrancesc.com.br despoluir@fetcesp.com.br fillipedespoluir@fecamsp.org.br jeanbiazotto@hotmail.com dannavieira@fecamrs.com.br thompbc@gmail.com fetacpr@hotmail.com coordenadoradespoluir@gmail.com despoluir.fetranorte.am@hotmail.com despoluir@fetronor.com.br marcelobrasil@fetrans.org.br federacao.despoluir@gmail.com despoluir@fetram.org.br fetramar@terra.com.br despoluir@fepasc.org.br meioambiente@fetranspor.com.br despoluir-rs@fetergs.org.br coordenacaodespoluir@fetransportes.org.br despoluir@fetrabase.org.br

2015


PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR conheça as diversas publicações ambientais disponíveis para download no site do DESPOLUIR: Materiais institucionais do Despoluir folder e portfólio

Série educativa de cartilhas com temas ambientais • os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro • meio ambiente: responsabilidade de cada um • caminhoneiro amigo do meio ambiente • Queimadas: o que fazer? • lixo: faça a sua parte! • aquecimento global • plante árvores

Sondagem Ambiental do Transporte demonstra as ações ambientais desenvolvidas pelas empresas de transporte rodoviário.

Caderno Oficina Nacional Transporte e Mudanças Climáticas exibe o resultado dos trabalhos de 89 representantes de 56 organizações, com recomendações referentes à mitigação das emissões, mobilidade urbana, transferência modal e tecnologias veiculares.

A mudança Climática e o Transporte Rumo à COP 15 apresenta a sua contribuição para a atuação da delegação brasileira na conferência das partes das nacões unidas para mudança do clima.

A Adição do Biodiesel e a Qualidade do Diesel no Brasil descreve as implicações da adição de biodiesel ao diesel fóssil e a avaliação quanto ao consumo e manutenção dos veículos.

Sondagem CNT de Eficiência Energética no Transporte Rodoviário de Cargas identifica as perspectivas dos transportadores sobre o assunto e as medidas que podem ser implementadas para a redução do consumo de combustível, para a conservação dos recursos naturais e para a diminuição das emissões e dos custos das empresas.

Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos e Renovação de Frota apresenta as diretrizes levantadas sobre o assunto no evento realizado pela cnt com a participação de especialistas da espanha, argentina e méxico.

A Fase P7 do Proconve e o impacto no Setor de Transporte apresenta as novas tecnologias e as implicações da fase p7 para os veículos, combustíveis e para o meio ambiente. Procedimentos para preservação da qualidade do Óleo Diesel B elaborada para auxiliar a rotina operacional dos transportadores, apresentando subsídios a adoção de procedimentos para garantir a qualidade do óleo diesel b.

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Caminhoneiros no Brasil: Relatório Síntese de Informações Ambientais – autônomos e empregados de frota presta informações econômicas, sociais, financeiras e ambientais dos profissionais deste setor de transporte.

para saber mais: www.cntdespoluir.org.br


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CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2015

BOLETIM AMBIENTAL CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)* TIPO

2010

2011

2012

2013

2014

diesel

49,23

52,26

55,90

58,57

60,03

gasolina

29,84

35,49

39,69

41,42

44,36

etanol

15,07

10,89

9,85

11,75

12,99

CONSUMO PARCIAL - 2015 (até agosto)** etanol 15% diesel 50%

gasolina 35%

* inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc). ** dados atualizados em 25 de setembro de 2015.

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3) CONSUMO DE ÓLEO DIESEL - 2010 A 2014 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

2010

rodoviário

2011

2012

ferroviário

2013

MODAL

2010

2011

2012

2013

2014

rodoviário

34,46

36,38

38,60

40,60

41,40

ferroviário

1,08

1,18

1,21

1,20

1,18

Hidroviário

0,13

0,14

0,16

0,18

0,18

35,68

37,71

39,97

41,99

42,77

2014

Hidroviário

Total

PRODUÇÃO ANUAL DE BIODIESEL - B100 (em mil m3)

BIODIESEL • biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. • as principais matérias-primas do biodiesel produzido no brasil são a soja (76,6%), o sebo bovino (19,7%) e óleo de algodão (1,2%). • atualmente, o diesel comercializado no brasil é o b7, isto é, composto por 7% de biodiesel e 93% de diesel de petróleo, em volume.

4.000

3.420

3.500 3.000 2.500

2.673

2.717

2.917

2011

2012

2013

2.617

2.386

2.000 1.500 1.000 500 0

2010

2014

PARTICIPAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 POR SETOR industrial 8,9%

mudança no uso da terra 76,3%

geração de energia 3,1%

outros setores 3,0%

Rodoviário 7,8% Aéreo 0,5% Outros meios de transporte 0,4%

Transporte 8,7%

2015

(até agosto)


CNT TRANSPORTE ATUAL

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OUTUBRO 2015

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR DE ENXOFRE NO DIESEL - BRASIL E MUNDO fases países

p1

p2

p3

-

0

i

brasil* Japão união europeia austrália eua rússia

p5

p6

p7

ii iii proconve

iv

v

p4

• proconve - programa de controle de poluição do ar por veículos automotores. criado pelo conama, tem o objetivo de reduzir e controlar a contaminação atmosférica gerada pelos veículos automotores. o programa tem como base a regulamentação praticada na união europeia (euro) para veículos pesados.

s (ppm)

10

15

euro

50

china méxico índia áfrica do sul

500 - 2000

* de acordo com o artigo 5º da resolução anp nº 50 de 23.12.2013, o diesel s500 é comercializado obrigatoriamente em todo território nacional, salvo em determinados municípios e regiões metropolitanas. no entanto, constata-se que o s10 já é comercializado em todos os estados brasileiros.

NÚMERO DE POSTOS QUE COMERCIALIZAM DIESEL S10 POR ESTADO - MARÇO 2015 5.000

4.518

4.500 4.000 3.500 3.000 2.500

2.082

2.000 1.500 1.000 500 0

1.223

1.869 1.575

914

810

1.002

676 418 657 675 354 404 290 226 176 95 40 ac al am ap ba ce df es go ma mg ms mt pa pb pe

1.369 951

422 pi

278 315 51 pr rJ rn ro rr rs

199 sc

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - BRASIL - AGOSTO 2015 (*) aspecto: número total de amostras e percentual de reprovação: norte, 77 (1,3%); nordeste, 0 (0,0%); centro-oeste, 435 (0,2%); sudeste, 1.153 (0,3%) e sul, 480 (0,3%).

outros, 4,2% teor de biodiesel, 29,2% enxofre, 27,1%

corante, 0,0% aspecto, 0,0% * ponto de fulgor, 39,6%

233

se sp to


CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE CADA CATEGORIA DE VEÍCULOS NA EMISSÃO DE POLUENTES - BRASIL 100% 90%

comerciais leves caminhões semileves caminhões leves caminhões médios caminhões semipesados caminhões pesados ônibus urbanos micro-ônibus motocicletas ônibus rodoviários automóveis

80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

co

nmHc

noX

mp

cH4

rcHo

co - monóxido de carbono; mp - material particulado incluindo o mp proveniente da combustão e do desgaste do veículo; nmHc - hidrocarbonetos não-metano; cH4 - metano; nox – óxidos de nitrogênio; rcHo - aldeídos

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

Poluentes monóxido de carbono (co) dióxido de carbono (co2)

Principais fontes resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

gás incolor, inodoro e tóxico.

Efeitos Saúde humana

provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

resultado da queima de combustíveis, além de atividades gás tóxico, incolor, inodoro. agrícolas, pecuária, aterros explosivo ao adicionar a água. sanitários e processos industriais1.

causa asfixia se inalado, além de parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.

aldeídos (rcHo)

resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

causa irritação das mucosas, vômitos e perda de consciência. aumenta a sensibilidade da pele. causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastro-intestinal.

formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e por meio da queima de biomassa e combustíveis fósseis.

o no é um gás incolor, solúvel em água; o no2 é um gás de cor castanho-avermelhada, tóxico e irritante;o n2o é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

o no2 provoca irritação nos pulmões. É capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.

resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

provoca irritação e aumento na produção gás denso, incolor, não-inflamável de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas e altamente tóxico. respiratórios e cardiovasculares.

dióxido de enxofre (so2)

ozônio (o3)

poluente secundário, resultado de gás azulado à temperatura reações químicas em presença da radiação solar. os hidrocarbonetos ambiente, instável, altamente não-metano (nmHc) são precursores reativo e oxidante. do ozônio troposférico.

resultado da queima incompleta material particulado de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais (mp) e do desgaste de pneus e freios.

material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões. sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.

provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. estes óxidos, em contato com a umidade do ar, formam ácidos causadores da chuva ácida.

causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva.

causa irritação no nariz e garganta. altera o pH, os níveis de está relacionado a doenças respiratórias e pigmentação e a fotossíntese nos casos mais graves, ao câncer de pulmão. das plantas.

processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.

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Meio ambiente

diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. em grandes quantidades pode levar à morte.

metano (cH4)

óxidos de nitrogênio (nox)

1

Características

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“para diminuir as mortes no trânsito, o poder público deve priorizar medidas que protejam motoristas, pedestres e ciclistas” TEMA DO MÊS

A influência da diminuição da velocidade na redução

Por um limite seguro de velocidade MARTA OBELHEIRO

brasil está em 4º lugar entre os países que mais matam no trânsito. só em 2013, foram 42.266 vidas perdidas. a redução dos limites de velocidade em áreas urbanas é uma medida que comprovadamente salva vidas e não implica em aumento de congestionamento. no brasil, a cidade de são paulo tem sido pioneira. Já reduziu as velocidades das marginais tietê e pinheiros e planeja reduzir a velocidade de todas as vias arteriais para 50 km/h até o final do ano. a cidade também tem implementado o projeto área 40 nas regiões com grande movimentação de pedestres e ciclistas, onde o limite de velocidade é 40 km/h. outra cidade brasileira que esboça iniciativas nesse sentido é Joinville, que, recentemente, incorporou o compromisso de reduzir o limite para até 50 km/h às ações prioritárias do seu plano de mobilidade. com velocidades mais baixas, há uma redução significativa de lesões e mortes no trânsito. exemplos no mundo

O

MARTA OBELHEIRO coordenadora de projetos de saúde e segurança viária do Wri brasil cidades sustentáveis

não faltam. segundo a organização mundial da saúde, uma redução de apenas 5% na velocidade média resulta em até 30% menos acidentes fatais. as reduções de velocidade nas marginais pinheiros e tietê, em são paulo de 90km/h para 70km/h equivalem a uma diminuição de 40% da energia do impacto do acidente, o que pode ser a diferença entre a vida e a morte. na noruega, a redução do limite de velocidade em vias urbanas de 60 km/h para 50 km/h diminuiu em 45% os acidentes fatais. em zurique, essa mesma redução resultou em 25% menos mortes. cidades que reduziram seus limites de velocidade são beneficiadas também por uma maior fluidez nos horários de congestionamento. o argumento de que a redução de velocidade prejudica a fluidez já foi posto a prova e refutado não só em são paulo, mas também em outras cidades do mundo. um mês após a adoção da medida nas marginais, foi registrada uma redução de 30% nos acidentes com vítima e de 10% nos

congestionamentos nessas vias. na prática, a medida pouco afeta a capacidade viária e resulta em um acréscimo de apenas dois minutos em uma viagem de 10 km sem congestionamento. a redução do limite de velocidade de 80 km/h para 70 km/h no anel viário de paris diminuiu em até 15% o tempo de viagem no horário de pico. ao repensar seu ambiente urbano, nova iorque também obteve um aumento na velocidade operacional de até 13%. apesar da comprovada efetividade da medida, os exemplos de cidades brasileiras que optaram pela redução da velocidade das vias ainda são poucos. para diminuir as mortes no trânsito, o poder público deve priorizar medidas que protejam motoristas, pedestres e ciclistas. a decisão de valorizar a segurança e diminuir a velocidade já foi tomada por 114 países ao redor do mundo, que devem servir como inspiração para que cada vez mais cidades brasileiras se tornem mais seguras e mais humanas.


“evitamos 118 mortes nos seis primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2014. foram 519 óbitos, a menor marca em 10 anos”

de congestionamentos e de acidentes de trânsito nas cidades brasileiras

Segurança conquistada e planejamento JILMAR TATTO

ueda de 36% no número de acidentes que provocariam mortes e ferimentos e de 21% em ocorrências que gerariam perdas materiais. esses são os resultados iniciais das reduções de velocidade implementadas nas marginais dos rios tietê e pinheiros, na capital paulista. uma notícia ainda mais recente e igualmente significativa se refere às ocorrências em toda a cidade. evitamos 118 mortes nos seis primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2014. foram 519 óbitos, a menor marca nos últimos dez anos que representa uma diminuição de 18,5%. especificamente em junho, diminuímos o índice de mortes a cada 100 mil habitantes de 10,35 para 9,45, diante de um índice nacional superior a 20. e nossas ações são para reduzir cada vez mais esses números. no caso específico das marginais, comparando as semanas de 20 de julho - quando entraram em vigor as velocidades mais seguras - a 13 de setembro de 2015 com igual período do ano passado, evita-

Q

mos 80 ocorrências que teriam vítimas fatais e outras 109 que resultariam em prejuízos. foram registradas 1.180 colisões com vítimas, houve 1.399 feridos e 73 mortos. apoiados em estudos próprios, a secretaria municipal de transportes resolveu limitar as velocidades nessas duas vias, que são as mais utilizadas no município. nossas iniciativas ainda levam em conta experiências internacionais. um trabalho da u.K. department of transport (do reino unido) revela que um impacto a 64 km/h tem 85% de chances de provocar mortes. se for a 48 km/h, a possibilidade de morte cai para 45%. as alterações nas marginais estão, também, melhorando a fluidez do trânsito. em 2015, são 8% menos congestionamentos em comparação com 2014. Há, inclusive, reflexos de melhoria na cidade com um declínio de 6% nas lentidões. desde o início de 2013, executamos o programa de proteção à vida, o ppv, em respeito ao plano nacional de mobilidade, em que o pedestre tem a prioridade no trânsito. nesse âmbito, criamos, até

junho, dez perímetros de circulação denominados “área 40”. são circuitos de tráfego em que a velocidade máxima é de 40 km/h. com isso, as mortes caíram 71% na região central. a questão vai muito além de uma decisão de diminuir velocidades. a secretaria de transportes, seguindo determinação do prefeito fernando Haddad, está implementando um dos mais amplos e importantes planos de mobilidade dos últimos anos. instalamos 326 espaços do frente segura – são áreas demarcadas nas vias destinadas a motos e bicicletas, junto aos semáforos, para que possam entrar em movimento antes dos demais veículos nas aberturas do sinal verde. temos o programa cet no seu bairro, incorporado ao prefeitura no bairro. instalamos ou reformamos 5.055 faixas de pedestres e revitalizamos 1.110 cruzamentos que possuem semáforos. desenvolvemos diversas atividades educativas de trânsito com cursos presenciais para profissionais de educação e estudantes. desde o início de 2013, atendemos 290 mil pessoas.

JILMAR TATTO secretário municipal de transportes e mestre em ciências pela escola politécnica da usp



CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2015

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“É preciso trocar de lição e voltar ao velho princípio de que o crime não compensa. e deixar bem claro que não existe dinheiro público, mas sim dinheiro do público” ALEXANDRE GARCIA

Corrupção e administração erguntam-me o que mais consome dinheiro público: a corrupção ou a má gestão. talvez haja empate entre esses dois males nacionais. os ex-ministro delfim netto, depois das duas vezes em que comandou a fazenda e o planejamento, dizia, quando era constituinte, em 1988, que o dinheiro público é gasto em três destinos: um terço em corrupção, um terço desperdiçado pela má gestão e um terço, enfim, aplicado corretamente na finalidade original. de lá para cá, percebe-se que nada mudou. pode-se aplicar a tese irônica do exdeputado em administrações municipais, estaduais e federal, com suas estatais, autarquias e agências – sem, é claro, generalizar. mas é bom considerar que corrupção e má gestão são complementares. talvez sejam irmãs gêmeas, geradas pela impunidade e nutridas no útero da passividade de nós todos. talvez estejamos mais preocupados com o futebol, que nos dá mais alegrias. vejam a refinaria abreu e lima em pernambuco. como salta de r$ 4 bilhões para r$ 24 bilhões? seriam os projetistas de uma indústria química tão maus engenheiros? ou se misturou, aí, a engenharia da esperteza para substituir a expertise? citei um exemplo que pode ser aplicado a conhecidas obras em rodovias e portos. dessa forma, podemos imaginar, aplicando delfim, que, com recursos públicos para construir 100 quilômetros de estrada, poderiam ser feitos 300 quilômetros. e ainda tem o agravante de que a obra é paralisada porque a verba orçada para finalizá-la se esgotou antes da sua concretização. agora, a operação lava Jato sacode o país e entra em rodas de conversa onde, antes, o assunto único era futebol. sobretudo revela uma nova

P

geração de delegados federais, integrantes do ministério público e juízes que põem a lei e a ética como bandeira a marcar os novos rumos. mas eles seriam apenas algumas estrelas no firmamento, ainda que capazes de nos mostrar o rumo. será preciso que cada um de nós se torne um cruzado da lei e da ética. parece um idealismo utópico essa ideia, mas, fora disso, nosso destino será trágico. e essa mudança, é claro, tem que começar em casa, nas escolas. nas empresas, nas urnas. o país só conseguirá sobreviver se resgatar a si próprio, pois não virão salvadores. aliás, um país debililado vira presa fácil de salvadores, populistas aproveitadores. nossos legisladores têm que ser pressionados a mudar leis que beneficiam criminosos. a polícia está cansada de prender assaltante pela quinta vez. eles voltam às ruas depois de presos, não por culpa da polícia ou do juiz, mas porque a lei manda – assim como corruptos mantêm a liberdade e a fortuna por causa de leis que criam recursos infinitos em todas as instâncias judiciais, enquanto os anos vão passando. e bandidos de bermuda e de gravata continuam a assaltar. nossos jovens, hoje, recebem dos adultos e das instituições nacionais a lição de que o crime compensa, porque bandidos de todos os calibres enriquecem e se livram da cadeia. É preciso trocar de lição e voltar ao velho e bom princípio de que o crime não compensa. e deixar bem claro que não existe dinheiro público, mas sim dinheiro do público. vamos sentir a diferença na segurança pública, nos portos, nas rodovias, porque o dinheirão que pagamos em impostos terá um poder de compra multiplicado por três.


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CNT TRANSPORTE ATUAL

OUTUBRO 2015

CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE PRESIDENTE clésio soares de andrade PRESIDENTE DE HONRA José fioravanti VICE-PRESIDENTES DA CNT TRANSPORTE DE CARGAS

lelis marcos teixeira José augusto pinheiro victorino aldo saccol eudo laranjeiras costa antônio carlos melgaço Knittel José luís santolin francisco saldanha bezerra João rezende filho dante José gulin mário martins

newton Jerônimo gibson duarte rodrigues TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

meton soares Júnior

luiz anselmo trombini urubatan Helou irani bertolini paulo sergio ribeiro da silva oswaldo dias de castro daniel luís carvalho augusto emilio dalçóquio geraldo aguiar brito vianna augusto dalçóquio neto euclides Haiss paulo vicente caleffi francisco pelúcio

TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da fonseca lopes PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

eurico divon galhardi paulo alencar porto lima TRANSPORTE DE CARGAS

flávio benatti pedro José de oliveira lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

edgar ferreira de sousa TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

glen gordon findlay edson palmesan TRANSPORTE FERROVIÁRIO

rodrigo vilaça Joubert fortes flores filho TRANSPORTE AÉREO

eduardo sanovicz Wolner José pereira de aguiar

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

moacir da silva sergio antonio oliveira José alexandrino ferreira neto José percides rodrigues sandoval geraldino dos santos renato ramos pereira getúlio vargas de moura braatz nilton noel da rocha neirman moreira da silva TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

CONSELHO FISCAL (TITULARES) luiz maldonado marthos José Hélio fernandes Jerson antonio pícoli CONSELHO FISCAL (SUPLENTES) andré luiz zanin de oliveira José veronez andré luis costa DIRETORIA TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

luiz Wagner chieppe alfredo José bezerra leite

marcos machado soares claudomiro picanço carvalho filho moacyr bonelli george alberto takahashi José carlos ribeiro gomes aloísio sobreira José rebello iii José roque fernando ferreira becker raimundo Holanda cavalcante filho Jorge afonso Quagliani pereira eclésio da silva andré macena de lima

escreva para CNT TRANSPORTE ATUAL as mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

DOS LEITORES REPORTAGEM DE CAPA

MAIS TRANSPORTES

bacanas as ações promovidas pelo sest senat para garantir mais bem-estar e qualidade de vida aos profissionais que atuam no setor de transporte. eu me surpreendi com os mais de 80 milhões de atendimentos de odontologia, fisioterapia, nutrição e psicologia oferecidos desde 1993. além disso, ações desenvolvidas por meio de campanhas, palestras, seminários, realização de exames e orientações que previnem doenças fazem toda a diferença para a saúde dos caminhoneiros que circulam pelas rodovias do brasil.

interessantíssimo o avião projetado pela ufmf (universidade federal de minas gerais) que quebrou cinco recordes mundiais de velocidade na categoria ultraleve. o avião foi feito com fibra de carbono, o que o tornou extremamente leve, rígido e forte. parabéns a todos os envolvidos no projeto.

Amanda Novais uberaba (mg) ENTREVISTA gostei muito da entrevista da edição de setembro. são muito boas as dicas do max gehringer. gerenciar mudanças no ambiente corporativo não é para qualquer um. o comentarista de rádio e televisão ensina que todas as empresas precisam de mudanças. além disso, é necessário saber reconhecer se estamos acomodados no emprego ou dispostos a propor e aceitar novas ideias. Jéssica Nunes são paulo (sp)

Pedro Teodoro niterói (rJ) WI-FI Já passou da hora de os taxistas inovarem no serviço de transporte oferecido. a internet sem fio é uma excelente pedida. conectar-se gratuitamente é um serviço de que todos precisam e, durante o trajeto, será muito utilizado. além do wi-fi, há profissionais que disponibilizam frigobar e livros aos passageiros. essa ideia é brilhante e promete aumentar a carteira de clientes do taxistas. Alberto Simões natal (rn) Cartas: saus, quadra 1, bloco J edifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar 70070-010 - brasília (df) e-mail: imprensa@cnt.org.br por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes




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