Tribuna Municípios - Rio Largo

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MUNICÍPIOS

TETO DA PRAÇA HUMAITÁ: RIO LARGO DO FUTURO

FOTOS / EDILSON OMENA

MACEIÓ - ALAGOAS QUARTA-FEIRA, 15 DE DEZEMBRO DE 2021

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INVESTIR EM RIO LARGO

Novas indústrias geram emprego e renda Com a chegada da Predilecta, maior fabricante de goiabada industrializada do Brasil, Rio Largo tem impulso na geração de empregos, já com 250 operários na nova planta, e no fortalecimento da cadeia produtiva da goiaba na região. Págs. 2 e 3

Fruticultura chega como nova vocação Pág. 3

ENTREVISTA / GILBERTO GONÇALVES

“Vamos gerar sete mil empregos até junho” Págs. 4 e 5

Prefeitura estimula empreendedorismo Pág. 6

MEMÓRIA/GUSTAVO PAIVA

O “Comendador do Povo” Pág. 7


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MACEIÓ - ALAGOAS QUARTA-FEIRA, 15 DE DEZEMBRO DE 2021

MUNICÍPIOS CRESCIMENTO ECONÔMICO

INCENTIVOS FISCAIS ATRAEM EMPRESAS NACIONAIS DE GRANDE PORTE

Diretores da Nordeste Mais e a da Predilecta durante o lançamento da pedra fundamental em novembro de 2020; Leandro do almoxarifado (abaixo) foi o primeiro contratado

Todo mundo sabe que Rio Largo é uma terra de vocação industrial, tanto pela sua disposição logística – cortada por rodovias de grande porte, a localização do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares – mas agora, Rio Largo cresce a olhos vistos sob a gestão do prefeito Gilberto Gonçalves. Um dos pontos altos foi o forte programa de incentivos fiscais e creditícios para empresas e indústrias, o Progride - incentivos garantidos por lei estadual e municipal. Terceira cidade mais populosa da Região Metropolitana de Alagoas, Rio Largo passa hoje por um ciclo virtuoso em sua economia, com o fortalecimento de seu distrito industrial, que será ampliado de 17 para 30 hectares de área industrial. Desde a chegada da fábrica da Bauducco, em 2013, sendo a primeira unidade do grupo no Nordeste, Rio Largo volta a conquistar importantes indústrias para o município. Dessa vez é a Nordeste Mais, do grupo Predilecta, líder nacional no segmento de doces industrializados, que também inaugura sua primeira fábrica no Nordeste. “Acertamos em cheio nessa área, buscamos grandes empresas do país, que hoje estão investindo forte em Rio Largo. A Nordeste Mais, do grupo Predilecta, que recebeu concessões de benefícios fiscais do município, está investindo R$ 150 milhões na construção da fábrica, e já gerando empregos. Eles acreditaram tanto que já duplicaram a planta”, comemora o prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves. Leandro Gonçalves Oliveira foi o primeiro contratado pela Nordeste Mais e acompanha a evolução do chão da fábrica. Ele trabalha no almoxarifado, já preparando a empresa para sua abertura. “As obras começaram na metade do ano passado e entrei em junho desse ano como almoxarife, cuidando de todo o material. A fábrica será aberta no começo do próximo ano, e espero estar firme na inauguração”, se animou Oliveira. A Predilecta Alimentos atua no mercado brasileiro desde

1990 e é atualmente uma das principais indústrias de alimentos do país, líder no segmento de doces (goiabadas). A construção da nova unidade começou em novembro de 2020, com o lançamento da pedra fundamental e projeta a abertura de produção para o início de 2022. A nova empresa já emprega 240 trabalhadores e, em dois anos, tem uma projeção de gerar mil empregos. “Quero agradecer de coração ao município de Rio Largo. Para nós sempre foi um sonho poder ter uma empresa do nosso segmento aqui no Nordeste. O Estado de Alagoas como um todo tem nos acolhido muito bem, e agora em Rio Largo temos todas as condições que a gente acredita que são necessárias para ter uma empresa de sucesso”, contou Leonardo Bolzan, sócio-proprietário da Nordeste Mais, durante a solenidade da pedra fundamental.

FÁBRICA DE CELULARES O prefeito também revelou, na entrevista exclusiva que deu ao jornal Tribuna Independente, da chegada da empresa Flay, que vai montar a linha Galaxy da sul-coreana Samsung, em Rio Largo. O processo de incentivo e a doação do terreno para a construção do projeto estão em estágio avançado.

A empresa, de acordo com o prefeito, vai gerar em torno de mil empregos, com uma previsão de faturamento de R$ 400 milhões anuais. Em novembro, também foram fechados outros processos, como a Via Luzes, RB Balanças, DAF Baú, e em processo de negociação estão a Mobi e a Renove.

Além da Aleplast, que há 25 anos vem atuando no mercado plástico e a Bauducco, uma das gigantes do mercado alimentício nacional, que projeta a duplicação da planta e a inauguração de uma loja da fábrica no Distrito Industrial, em Rio Largo. “Rio Largo cresceu na eco-

nomia, com empregos gerados pela iniciativa privada, mas se deu principalmente pelo avanço de investimentos públicos na área social, como saúde, educação e infraestrutura. Certamente vamos atrair mais empresas e investidores”, diz o secretário de Planejamento, Orçamento e Captação de Re-

cursos, Thyago Melo, titular da Septi. A demanda e a necessidade dessas obras públicas foram escolhidas pela própria comunidade, por meio de um orçamento participativo. A saúde, a educação, a infraestrutura urbana de emprego e renda, foram prioridades eleitas pela

própria população: “O que está acontecendo é que ficamos muitos anos parados, e agora está acontecendo a revitalização de toda a estrutura física da cidade, é uma coisa visível, que a população vê. Hoje estamos atraindo empresas, gerando emprego e fazendo girar a economia”, completa o secretário.


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FRUTICULTURA: APOSTA NO FUTURO A fruticultura é uma das apostas da prefeitura de Rio Largo para encorpar os investimentos na área rural, inclusive para acompanhar a demanda das linhas de produção da Nordeste Mais, que vai começar com a industrialização do doce de goiaba. Portanto essa fruta será o carro-chefe de um amplo programa de capacitação de produtores locais e regionais, com a possibilidade de entrar o tomate e outras frutas regionais. “Nossa ideia é transformar Rio Largo na nova Petrolina”, adianta o prefeito Gilberto Gonçalves. A alusão do prefeito à Petrolina, é que na Região do Submédio do Vale do São Francisco existem hoje mais de 100 mil hectares irrigáveis, em condições de propiciar, ao produtor da região, altos níveis de produtividade com a exploração de frutas, como a

Vamos buscar novas tecnologias e um melhor manejo para a fruticultura na região” CÍCERO ALMEIDA PRODUTOR RURAL

goiaba, seja para o mercado local, seja para exportação. A goiaba é consumida “in natura” e, principalmente, industrializada, na forma de goiabada, geleias, pastas, fruta em calda, purê, alimentos para crianças, base para bebidas, refrescos, sucos e xaropes. De acordo com números do Sebrae de 2017, o consumo interno da fruta “in natura” ainda é pequeno, estimado em 300 gramas por habitante ao ano, embora a goiabada seja um dos doces mais apreciados pelos brasileiros. Para dar o start no processo de plantio e de abertura da cadeia produtiva da goiaba, à frente das articulações e da mobilização está o titular da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Captação de Recursos (Septi), Thyago Melo. Ele informa que a própria indústria está entrando com essa

parte do incentivo. A empresa já realiza eventos junto aos produtores no país para demonstrar como funciona toda a cadeia de produção da empresa, desde o plantio, passando pela colheita e chegando ao processamento da matéria-prima na fábrica. “Nos também estamos fazendo parcerias com produtores, o Estado está fazendo a mobilização e o acompanhamento técnico, e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), as pesquisas. Rio Largo também está fomentando essa nova vocação econômica da goiaba e outras frutas tropicais. Estamos na área da Mata Atlântica, com abundância do solo e a presença da água, que são favoráveis ao plantio, além de ser uma cultura que agrega, consegue manter uma família com poucos hectares de terra”, informa Thyago Melo. Para o produtor Cícero Almeida,

da cidade de Flexeiras, a 20 km de Rio Largo, a chegada da nova linha da fábrica de doces de goiaba já está deixando os produtores em busca de um melhor manejo do plantio da fruta, buscando novas tecnologias. O produtor Almeida se prepara para liderar o projeto e retomada da cultura da goiaba em um local onde já existia uma “floresta” de goiabas, quando os antigos donos deram impulso no plantio da fruta. “Tinha muita goiaba grande, e outras velhas e maltratadas”. A ideia do produtor Cícero, que divide seus 10 hectares com mais 70 produtores é que “cada um tem um pedaço, mas o que se vê é goiaba para todo lado”, mostra Cícero. São necessárias, no entanto, pesquisas de âmbito regional para o conhecimento do comportamento produtivo e da qualidade das frutas. Entre

Estamos na Mata Atlântica, com abundância do solo e de água, que são favoráveis ao plantio” THYAGO MELO SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DE RIO LARGO

os estados brasileiros, Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco são os principais centros da produção da fruta e respondem, em conjunto, por mais de 80% da produção. A produção nacional é estimada em, aproximadamente, 300 mil toneladas de frutos por ano, com previsão para produzir até 350 mil. Para o secretário municipal de Agricultura, Rosivaldo Rocha, a ideia é implantar uma agricultura familiar organizada e sustentada, com uma capacidade projetada em 80 toneladas por dia. “Os produtores terão mudas, insumos, manejo e assistência técnica. Os produtos também farão parte das cestas básicas nas escolas. A prefeitura deve entrar também com a infraestrutura, com máquinas, cadastro e o apoio nos recursos de forma sustentável”, disse o secretário.


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ENTREVISTA / GILBERTO GONÇALVES

“CAPITAL E TRABALHO TÊM QUE ANDAR DE MÃOS JUNTAS” N

a scido em Murici e desde os três anos cidadão riolarguense, Gilberto Gonçalves nasceu em uma família pobre, filho de um feirante e uma dona de casa, estudou em escolas públicas e sempre teve “o sonho de um dia ser prefeito”. Com 59 anos, Gilberto Gonçalves vai para o segundo mandato à frente do Executivo Municipal, é casado e pai de três filhos, e já foi o deputado estadual e prefeito mais votado da história de Rio Largo, reeleito em 2020 com quase 60% dos votos (58,89%). “Político é aquele cara que acorda às seis da manhã, já começa a convocar os secretários, para visitar postos de saúde. Aqui é proibida a demanda reprimida para exames médicos, a pessoa precisa dele para as cirurgias; é proibido faltar comida na mesa do cidadão. Por isso tenho hoje 86% de aprovação. Sou um cara inquieto, quando vejo alguém com fome, com falta de saúde, precisando de dignidade, aumenta minha inquietude. Uso o poder a favor do povo, o capital e o trabalho têm que andar de mãos juntas”. Por ampliar a estrutura do comércio e da indústria local, ele recebeu o prêmio Prefeito Empreendedor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Tribuna Independente Municípios – Em seu primeiro balanço de governo o senhor usou o slogan “Rio Largo como você nunca viu”. Como você encontrou o município e como o vê agora, em quase dois anos de mandato? Gilberto Gonçalves – Encontrei a cidade de Rio Largo totalmente deteriorada, sem credibilidade, onde nenhum prefeito eleito nos últimos 30 anos conseguiu terminar o mandato. Isso trouxe destruição, Rio Largo chegou a ser uma das cidades mais violentas do país. A juventude não tinha mais esperança, precisava de alguém que tivesse sentimento humano e sensibilidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Para isso estamos aqui. Tribuna Independente Municípios – Mas certamente não está sendo fácil essa retomada, tanto do crescimento econômico como do social. Como trabalhar essa realidade diante de uma crise e desafios como a pandemia? GG – A pandemia está sendo mais um desafio a ser vencido, tivemos problemas grandes para resolver e tomar pé. Tomamos decisões de choque, quebrando coisas que poucos teriam coragem, para realizar uma gestão baseada na ordem e no progresso, e respeito. Alguém que tomasse as atitudes que tomei. Tribuna Independente Municípios – Mas o motor de combustão desse novo modelo de gestão é mesmo a economia, não é? A prefeitura adotou uma política proativa de captação de novas indústrias e com isso vê o número de empresas crescendo no Distrito Industrial, e em consequência o aumento de geração de emprego e renda? GG – Rio Largo era um município que dependia muito exclusivamente da monocultura da canade-açúcar, não só a cidade, mas a Zona da Mata inteira. Os filhos da terra só tinham uma opção, trabalhar aqui no corte ou ir para o Sul e Sudeste. Essa era a opção de uma pessoa ou pai de família pobre. Mas acertamos em cheio nessa área, buscamos grandes empresas do país, que estão investindo forte em Rio Largo. A Nordeste Mais, do grupo Predilecta, que recebeu concessões de benefícios fiscais do município, e hoje investe R$ 150 milhões na construção da fábrica, e já gerando empregos. Eles acreditaram tanto que já duplicaram a planta.

Tribuna Independente Municípios – Que outras empresas estão chegando? O senhor falou inclusive de uma fábrica de celular no Distrito Industrial. É isso mesmo? Quando eles vão aportar aqui? GG – Essa fábrica vai revolucionar a região. É a empresa Flay, que vai montar celulares da sul-coreana Samsung. Já chegamos ao processo de incentivo, e ainda este ano vamos anunciar sua construção. A empresa vai gerar em torno de mil empregos. Estamos fazendo a doação de 10 hectares para a construção do projeto. A perspectiva é de gerar sete mil empregos até junho de 2022, com o apoio da iniciativa privada e os investimentos do município, que são os empregos e obras públicas que estamos construindo em áreas como a saúde e a educação. Tribuna Independente Municípios – Qual a sua visão de uma cidade como Rio Largo no futuro? Como se preparar para essas mudanças estruturais? Na geração de emprego e renda, por exemplo, a juventude precisa de qualificação para conquistar as oportunidades. Isso lhe preocupa? GG – Estamos lançando vários programas de capacitação de jovens, estamos trazendo o Instituto Federal de educação profissional, que começaremos a construir em janeiro, com dinheiro na conta e a doação do terreno já feita. Nesses programas de incentivo temos hoje mais 1.500 vagas para cursos profissionalizantes, em parceria com o Senai e o Senac. Talvez você não saiba, mas 25% dos empregos na hotelaria de Alagoas saem daqui de Rio Largo. Por isso penso em construir um hotel-escola no setor, para investir na qualificação. Vejo o futuro de Rio Largo como uma cidade desenvolvimentista, com geração de emprego, educação e saúde de qualidade. Quero transformar Rio Largo em uma Finlândia e pagar o maior salário aos professores. O professor tem que ser tratado como uma pérola, tem que chegar na sala de aula alegre e ganhando bem, com a alma leve e feliz. A prefeitura está fora do Cauc, da Secretaria do Tesouro Nacional (que verifica o cumprimento dos requisitos fiscais para fins de recebimento de transferência pelos gestores de entes políticos). O salário do servidor e pagamento dos fornecedores estão em dia, as obras estão avançando com escolas, creches e alimentação.

PROTEÇÃO ÀS

CRIANÇAS

Em tempos de pandemia, a volta às aulas começou com mais de 16 mil alunos matriculados nas escolas, seguindo todos os procedimentos de saúde. Após oito anos, o município de Rio Largo alcançou as metas exigidas pelo Ministério da Educação em 2018, com relação a 2017, tanto nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º) quanto nos anos finais (6º ao 9º). Na proteção às crianças, a gestão Gilberto Gonçalves construiu novas creches, a maior delas se tornou modelo para o Estado. Da demanda reprimida, Rio Largo se tornou também exemplo com a duplica-

Político é aquele cara que acorda às seis da manhã e já começa a convocar os secretários para visitar as obras da cidade. Aqui é proibida a demanda reprimida na saúde”

Sou um cara inquieto, quando vejo alguém com fome, com falta de saúde, precisando de dignidade, aumenta minha inquietude. Uso o poder a favor do povo”

GILBERTO GONÇALVES

GILBERTO GONÇALVES

PREFEITO DE RIO LARGO

PREFEITO DE RIO LARGO

ção da capacidade dos berçários do município: “O pai ou a mãe que sai para trabalhar, sabe que pode deixar seus filhos na creche. Lá ele tem uma alimentação saudável, como frutas e sopas; lençóis limpos e equipe médica. Somos modelo em tratamento humanizado nas creches. Na pandemia conseguimos distribuir o pão, com a entrega bem cedinho nas escolas. O cardápio contém muitas proteínas e carboidratos, acompanhado por nutricionistas. Em todos os meses durante a pandemia distribuímos mais de 17 mil feiras para cada pai e mãe, independente do cardápio que o filho recebe em sala de aula”.


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MUNICÍPIOS

Primeira turma dos alunos da Academia de Ensino comemora certificado de conclusão do curso de empreendedorismo

EMPREGO E RENDA

PROGRAMAS QUALIFICAM MÃO DE OBRA A prefeitura de Rio Largo fez o anúncio, no final de novembro, de três programas de qualificação profissional e técnica, e do incentivo ao microempreendedorismo. Os programas foram lançados durante o evento Pátio do Empreendedor, em frente ao Shopping Rio Largo, no Centro da cidade. Todos os trabalhos e coordenação dos novos projetos ficaram concentrados na Casa do Empreendedor, que funciona desde 2017 e que foi repaginada para abrigar esses novos serviços: o Centro de Qualificação Profissionalizante de Rio Largo (CEQUAL), de ensino a distância, a Academia de Ensino e o Pró-Cidades, que disponibiliza 30% do salário líquido dos servidores para compras em estabelecimentos dentro do município. “Os programas já estão rodando no município. Temos que preparar o jovem para essa nova onda de desenvolvimento que estamos passando. As empresas estão chegando, mas faltam pessoas qualificadas para ocupar o espaço. Daí o CEQUAL e a Academia, em parceria com o Serviço Nacional do Comércio (Senac) e Serviço Nacional da Indústria (Senai), estamos con-

PRÓ-CIDADES O terceiro programa, o Pró-Cidades, disponibilizará até 30% do salário líquido dos servidores para compras em estabelecimentos em todo o município. O benefício está

seguindo suprir a necessidade das qualificações. Já o programa Pró-Cidades conta com investimentos da prefeitura para aumentar o capital de giro e negócios dentro do próprio município”, explicou o secretário Thyago Melo. A abertura do evento contou com o “Pátio do Empreendedor”, em parceria com o Conselho de Jovens Empreendedores de Rio Largo (CJE/RL) que incentivou artesãos e pequenos produtores da cidade, permitindo a exposição de diversos produtos. Foi inaugurada também a Casa do Empreendedor, que tem o objetivo de formalizar, orientar e capacitar os pequenos e médios empresários com diversos serviços como regularização de MEI e emissão de guias. “Planejamos esse evento pensando em valorizar e incentivar a economia local, seja por meio do Pró-cidades, que vai movimentar a economia e levar fartura para o meu povo, ou pelos projetos de capacitação que vão preparar uma mão de obra qualificada para as indústrias que estão chegando na nossa querida Rio Largo”, reforçou o chefe do Executivo, Gilberto

disponível para todos os funcionários públicos de Rio Largo. Para participar é bem simples: O funcionário da prefeitura deve baixar o aplicativo “Triboo – Conta Digital” e realizar

Gonçalves. A secretária de Relações Institucionais Gabriela Gonçalves esteve presente também no lançamento do Centro de Qualificação Profissionalizante de Rio Largo. “Rio Largo não é só saúde, educação e infraestrutura. O nosso município também é desenvolvimento e geração de emprego e renda. E agora iremos também qualificar o povo rio-larguense para o mercado de trabalho”, explicou. O projeto CEQUAL tem o objetivo de fornecer gratuitamente treinamentos de qualificação profissionalizante para os munícipes que desejam a inserção no mercado de trabalho, por meio de vagas nas novas indústrias que estão se instalando em Rio Largo. A grade pedagógica tem mais de 120 cursos profissionalizantes. Na oportunidade, foram entregues os certificados dos alunos que concluíram o curso na Academia do Ensino, uma parceria da secretaria de Cidadania, Assistência, Desenvolvimento Social e Habitação e a secretaria de Planejamento, Orçamento e Captação de Recursos.

a abertura da conta inserindo os dados e informações solicitadas. Após a aprovação, o servidor deve acessar a conta e se cadastrar no programa Pró-Cidades. Assim que efetuar a adesão, o limite já estará disponível no saldo do aplicativo e liberado para uso no comércio local . A conta digital é gratuita e o limite é sem juros a todos os servidores. As compras são realizadas através de um QR Code no aplicativo e o limite só pode ser utilizado no comércio de Rio Largo. Para mais informações, basta acessar: https://redetriboo. com.br/pro-cidades-rio -largo/ .

Nova Casa do Empreendedor está instalada no Shopping Rio Largo, o maior da cidade; jovens empresários participam de mesaredonda durante o evento Pátio do Emprendedor, no final do mês de novembro

Av. Menino Marcelo, 9.350, Empresarial Humberto Lobo, Sala 28. Serraria, MaceióAlagoas. e-mail: comercial. tribunaindependente@gmail.com Fone: 3311-1330

Presidente da Jorgraf: José Paulo Gabriel; Diretor Administrativo Financeiro: Flávio Peixoto; Editor geral: Ricardo Castro; Edição e Reportagem: Mário Lima, Roteiro/Direção: José Vanderlei; Diretora Comercial: Marilene Canuto; Diagramador: Wilson Barros; Edição digital: Salvador Henrique; Fotos: Edilson Omena


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MUNICÍPIOS MEMÓRIA & HISTÓRIA

GUSTAVO PAIVA

O “COMENDADOR DO POVO” O industrial paraibano Gustavo Pinto Guedes de Paiva (1892-1947) fez sua história na cidade de Rio Largo, onde além de construir seu império durante o Ciclo do Algodão, em torno da Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos, foi considerado um patrão exemplar, com a criação de escolas, creches e departamento de saúde para seus operários. Após concluir seus estudos em Penafiel, Portugal, e com a morte prematura da mãe, Gustavo Paiva resolveu voltar ao Brasil para tentar a carreira comercial. Com 18 anos de idade, em 1913, desembarcou no Rio de Janeiro. Na capital do país trabalhou como subgerente da Companhia Petropolitana, uma fábrica de tecidos de Petrópolis. No dia 25 de novembro de 1916, casou-se com Judith Teixeira Basto, filha do comendador José Antonio Teixeira Basto, que negociava em Alagoas. Convidado pelo sogro para assumir a empresa, Gustavo Paiva mudouse com a esposa para Maceió, onde chegou em meados de 1917. Um ano depois falece seu sogro, o comendador Teixeira Basto, deixando para ele, então com 26 anos de idade, o desafio de representar os interesses da família de sua esposa na Companhia. À frente das empresas e do seu tempo, Gustavo Paiva revelou-se um empresário muito diferente dos tradicionais líderes de uma economia atrasada e ainda carregada das relações escravistas abolidas poucos anos antes no país. As leis trabalhistas engatinhavam no Brasil quando Gustavo Paiva passou a adotar relações mais humanizadas entre a empresa que administrava e os trabalhadores, fazendo investimentos para proporcionar educação, saúde, lazer e cultura aos operários. Aos 37 anos de idade, após receber homenagens dos operários

em Rio Largo, Gustavo Paiva agradeceu e disse que persistiria na sua cruzada para melhorar as condições de vida dos operários, e revelou que, por ter esta postura, já o tinham chamado até de comunista. Os operários de Rio Largo, na verdade, se referiam a ele como Comendador do Povo, outorgando-lhe um título nobiliárquico que nunca recebeu. Gustavo Paiva enviou telegrama ao presidente da República propondo a criação de uma ordem honorífica para recompensar os trabalhadores que tenham trabalhado por longos anos em uma mesma empresa. A proposta é noticiada no Jornal do Brasil de 27 de agosto de 1938 e inspirava-se no fato de haver a CAFT, ao comemorar seus 50 anos, ter mandado cunhar medalhas de ouro para quatro dos seus trabalhadores, cada um deles com 49 anos de serviço. O presidente Getúlio Vargas gostou da ideia e encaminhou a proposta ao ministro do Trabalho Valdemar Falcão. O comendador morreu em outubro de 1947. O jornal Gazeta de Alagoas assim noticiou o fato. “A partir da Rua Dr. Pontes de Miranda, os operários e funcionários oriundos do local das fábricas, retiraram o corpo do coche fúnebre conduzindo-o à mão até o cemitério. Ali se comprimia uma compacta multidão, calculada em muitos milhares de pessoas”. Para saber mais veja o documentário “O Comendador do Povo”, produzido pelo cineasta Pedro da Rocha (1957-2021). O documentário sobre a trajetória de Gustavo Paiva foi baseado em pesquisa de Arnaldo Paiva Filho, neto do industrial. O filme aborda os motivos da decadência e quase extinção do setor em Alagoas e as consequências do fechamento das fábricas Cachoeira e Progresso para a cidade de Rio Largo.

INDÚSTRIAS TÊXTIL E AÇUCAREIRA MOVIAM ECONOMIA RIOLARGUENSE

Banhada pelo Rio Mundaú, a história de Rio Largo tem seus primórdios ligados ao município de Santa Luzia do Norte, município também ribeirinho. A ferrovia, que não passava em Santa Luzia do Norte, fez com que a cidade crescesse por si só, direcionado seu desenvolvimento às margens da ferrovia, onde foram instaladas indústrias têxteis pertencentes à Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos (CAFT). Dois fatores foram preponderantes nesse novo ciclo econômico, no final do século XIX: a inauguração da estação ferroviária e o aproveitamento da energia hidráulica obtida pelas cachoeiras em seu território. A fundação do ciclo do algodão em Rio Largo se deu com a fusão de duas empresas têxteis, a Cachoeira e a Progresso Alagoana,

do pioneiro no setor, o comendador José Antonio Teixeira Basto. Nesse período surge também a Usina Central Leão, que começou a moer em julho de 1894 e tornou-se, à época, uma das maiores do setor em toda a América Latina. A CAFT surgiu após a fusão e só foi inaugurada em 1889, quando a economia do município era disputada entre um polo têxtil emergente, e a cana-de-açúcar. O nome da cidade veio de um pequeno engenho de cana da região. A usina Santa Clotilde, inaugurada pouco tempo depois, sobreviveu à saga da indústria açucareira e até hoje continua ajudando a economia local. O algodão e suas indústrias têxteis caíram declínio em todo o Estado, quando teve seu surto de progresso interrompido.

A Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos nasceu da antiga Progresso Alagoana, do comendador Teixeira Bastos, quando Gustavo Paiva herdou o comando da indústria; hoje as ruínas da fábrica ainda estão na entrada da cidade de Rio Largo

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MUNICÍPIOS DESENVOLVIMENTO

ECONOMIA VIRA MOTOR DE

PROJETOS SOCIAIS

Com todo esse investimento e captação junto à iniciativa privada, a prefeitura de Rio Largo trabalha forte em obras e programas sociais. Na infraestrutura urbana, a prefeitura espera concluir anda esse ano 100% da rede com iluminação em led; pavimentação e drenagem nos bairros e na periferia da cidade, como também na área urbana.

No Natal o centro ficou mais bonito com a iluminação do mercado público revitalizado

O que se vê hoje em Rio Largo é uma cidade com outra face em seu urbanismo e bem-estar. Como a nova praça vereadora Maria Fátima Alexandre, a Humaitá, com seus bancos em madeira e o lindo teto azulado do espaço central da praça. Na feira livre e no centro a cidade se ilumina para as festas de Ano Novo. Na saúde, duas policlínicas com mais de 20 especialidades médicas, e 24 unidades básicas de saúde contam com estruturas qualificadas. O prefeito Gilberto Gonçalves conta como foi essa reviravolta: “Comecei em lugares que a gente precisa chegar. Iniciamos com a infraestrutura urbana, nas favelas da cidade, com pavimentação e iluminação pública em led. Quando assumi, a rede de iluminação pública não chegava a 10% de sua reposição em led, até o final desse ano devemos chegar com 100% da rede. No meio dessa pandemia, chegamos a mais de 16 mil alunos matriculados nas escolas, e ainda estamos contratando 59 ônibus escolares e construindo mais cinco escolas e creches”, disse o prefeito.


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