Boletim Questão Sindical Ano 1 número 48

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9 de junho de 2016 - número 48 - ano 1

Centrais Sindicais protestam em São Paulo para Copom reduzir da taxa de juros

OPINIÃO

A onda regressiva Troad assessoria

Representantes da Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores) e de Sindicatos como o dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, de Guarulhos e Região e dos Comerciários de São Paulo protestaram na manhã desta quarta (8) em frente à sede do Banco Central, na avenida Paulista. Objetivo é pressionar o Copom (Comitê de Política Monetária) a reduzir a taxa de juros. O órgão manteve a taxa em 14,25% pela sétima vez seguida. Os sindicalistas querem mudanças na política econômica para fazer o País voltar a crescer e reduzir o desemprego. “O governo Temer precisa sinalizar os rumos para a retomada da economia e um passo à frente é a redução dos juros, porque aumenta os

investimentos, cresce a confiança dos empresários, aumenta a geração de empregos e o consumo”, afirma o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Para a indústria, a redução das taxas de juros já surtiriam efeito no curto prazo, avaliou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Geraldino dos Santos Silva. Ele diz: “O setor industrial, em especial o metalúrgico, precisa de juros baixos porque via de regra é o que paga os melhores salários e tem uma mão de obra especializada. Se o setor se recuperar, o restante da economia segue junto.” Ele lembra que a política econômica equivocada pesa mais para o trabalha-

dor. “Vários setores já fizeram ajustes, banco de horas, redução de jornada e de salário, mas o estoque de negociação está acabando. Se nada for feito, vai chegar uma hora que não tem como barrar as demissões.” No entanto, para o professor de finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Marcelo Cambria, a tendência é pela manutenção da taxa de juros. “A pressão dos empresários e dos trabalhadores é pela redução, para estimular o consumo. Porém, antes de juros menores é preciso manter a inflação baixa”, pondera Cambria. Saiba mais: fsindical.org.br ugt.org.br

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OPINIÃO

Possível, necessária e permanente Os trabalhadores brasileiros continuam apreensivos sobre a situação nacional. Apreensivos, mas não passivos. Em inúmeras campanhas salariais têm conseguido reajustes que garantem o poder de compra dos salários e em algumas delas conquistaram aumentos reais. Vários sindicatos têm enfrentado a onda de demissões e resistem ao desemprego com mobilizações e greves. As direções sindicais têm se manifestado contra as pretendidas reformas previdenciária e trabalhista, continuam a combater a jurolândia que infelicita o país e propõem soluções emergenciais positivas para enfrentar a desindustrialização e o desemprego. Mas não se pode ocultar o fato de que as cúpulas sindicais estão divididas politicamente a respeito do impedimento da presidente Dilma: há os que não o admitem e não reconhecem o governo de transição e os que admitem a troca mas reagem contra as medidas anunciadas, alguns até de maneira contundente. A adesão pura e simples ao governo Temer é minoritária. Por enquanto têm predominado nas manifestações políticas do movimento sindical essas divisões, o que não quer dizer que se possa abandonar a luta pela unidade de ação em torno da pauta trabalhista e sindical, o que seria um contrassenso prejudicial a todos, com exceção dos adesistas de carteirinha. Dois exemplos recentes dessas divisões demonstram as dificuldades, mas podem apontar caminhos para sua superação. Em Genebra, na reunião anual da OIT, os adversários sindicais do impedimento organizaram expressivos atos de repúdio enquanto o orador anual representante dos trabalhadores brasileiros concentrou sua intervenção na denúncia dos ataques patronais e judiciais contra os direitos dos trabalhadores, em particular ao direito de greve, sem se manifestar sobre a legitimidade ou não da transição governamental. Exceto este último aspecto toda a sua exposição merece o apoio unânime da bancada sindical. Em São Paulo, cinco centrais sindicais manifestaram-se na sede do Banco Central contra o aumento da taxa Selic, posição que com certeza, é a mesma das outras centrais que não participaram porque são contrárias ao “golpe”, mas poderiam ter participado. As divisões políticas são passageiras, a unidade de ação é possível, necessária e permanente.

Eric Hobsbawm, um dos mais prestigiosos historiadores dos últimos tempos, dentre suas valiosas obras escreveu Ecos da Marselhesa. Uma abordagem sobre a revolução francesa de 1789, contra o absolutismo, que mudou a face da humanidade. Os sistemas políticos nela inspiraram-se para as grandes transformações econômicas, sociais que culminaram com mudanças na História dos povos. Hobsbawm declarou: até hoje ainda se ouvem os ecos da Marselhesa, o hino dos revolucionários franceses, cântico que empolga seu povo pela beleza, significado histórico. A revolução francesa e sua Marselhesa consolidaram os conceitos de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, o espírito das chamadas democracias clássicas ocidentais, a linha da divisão entre os poderes que dão substância constitucional efetiva: o executivo, legislativo, o judiciário. É verdade que em nome dos princípios da revolução francesa cometeram atrocidades, agressões coloniais. Porém seus grandes ideais perpetuaram-se na tradição do Direito Universal. Como a roda da História nem sempre se move para frente, os tempos atuais notabilizam-se pela regressão das conquistas do espírito de 1789 em pleno século XXI. Em seu lugar emerge uma virulência crônica de tipo fascista. De tal forma que o intelectual

CONTRA O GOLPE

norte-americano Noam Chomsky sentenciou que as democracias formais no Ocidente vêm desaparecendo, porque já não mais existem democracias reais. É o que está em curso no Brasil. O Mercado, a Governança Mundial, sob a égide imperial dos EUA, frente à crise financeira global promovem brutal subversão contra os povos via mudanças de regime suaves ou não. No Brasil os alvos são as riquezas estratégicas, as conquistas trabalhistas, o protagonismo externo, ceifar a democracia. Na Europa, sob o jugo das corporações financeiras, vêm sendo levados à penúria os cidadãos do velho continente, à subtração da soberania de suas nações. As ações contra a América Latina viraram provocações abertas. O golpe contra a presidente Dilma Rousseff, e o ilegítimo governo Temer, são fatos inseparáveis dessa onda regressiva. Por isso assoma a resistência em defesa da nação ameaçada, da legalidade. Uma ampla plataforma política, programática, de elevada consciência social, democrática, patriótica, à altura dos históricos combates travados pelo povo brasileiro.

Eduardo Bonfim é advogado

CURTAS

CUT organiza o Dia Nacional de Mobilização nesta sexta (10) para organizar a greve geral no País prevista para ser deflagrada em julho

Comerciários de Guarulhos oferecem dentista grátis em Itaquá

Em diferentes encontros em Brasília, o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, falou a senadores e jornalistas sobre a construção da greve geral. “Dia 10 é Dia Nacional De Mobilização, de luta em defesa dos direitos sociais e trabalhistas, de construção, de aquecimento para uma greve geral que ainda não tem data marcada. As bandeiras desse dia serão ‘Fora, Temer’ e ‘nenhum direito a menos’. Como em outras mobilizações realizadas pela CUT e pelos movimentos

O Sindicato dos Comerciários de Guarulhos inaugurou quinta (2) consultório odontológico na subsede de Itaquaquecetuba. O atendimento é grátis para os trabalhadores sócios da entidade. Especialidades disponíveis: exames clínicos, emergência, dentística, periodontia, cirurgia, radiografia, odontopediatria, endodontia, odontologia preventiva e manutenção de prótese. O atendimento acontece às terças e quintas. Walter dos Santos, presidente do Sindicato, comenta: “Há muitos anos oferecemos atendimento odontológico gratuito em nossa sede, no Centro de Guarulhos. Agora estendemos o serviço para Itaquá, onde já está sendo bastante procurado. Despesas com dentista geralmente são altas e capazes de desestabilizar o orçamento das famílias. Por isso achamos importante oferecer esta tranquilidade aos comerciários”. A subsede em Itaquaquecetuba fica na rua Guilhermina Maria Conceição, 79, Centro. Para mais informações e agendamento, ligue: (11) 4642-0381 ou (11) 4642-0792.

sociais nos últimos meses, os trabalhadores podem atrasar a entrada, fazer assembleias, paralisar as atividades durante a manhã ou durante 24 horas, como a FUP (Federação Única dos Petroleiros) decidiu fazer e, no fim do dia, fazerem um grande ato em uma avenida ou praça pública das cidades. A greve geral está sendo construída, mas só vai ocorrer quando o governo interino do vice-presidente interino Michel Temer encaminhar para o Congresso Nacional as medidas de retirada

de direitos que vêm sendo anunciadas via imprensa. A CUT está construindo uma greve geral com suas bases para lutar contra retrocessos, retirada de direitos, como da previdência social, da educação, da saúde, a mudança no regime do présal, como Michel Temer, o golpista interino vem anunciando”, completou o presidente da CUT. A agenda de mobilizações está no site da Central. Saiba mais: cut.org.br

Dieese divulga estudo que apresenta dados sobre a retração econômica em 2016 e os reflexos no mercado de trabalho O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou, nesta quarta (8), os indicadores mais gerais de desempenho de 2016. Resultado: deterioração geral do mercado de trabalho, aumento do desemprego e queda nos rendimentos reais dos trabalhadores e trabalhadoras. Esse comportamento é resultante do processo recessivo em que se encontra a economia brasileira, também refletido no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1º de junho. O PIB teve variação negativa de 0,3% na comparação entre o primeiro trimestre de 2016 e o quarto trimestre de 2015. Foi o quinto trimestre= segui-

do de contração. Na comparação com o mesmo período de 2015, a queda foi de 5,4% - oitava retração seguida nesse tipo de comparação. Na comparação do primeiro trimestre de 2016 com os três meses iniciais de 2015, houve queda generalizada nos diversos setores da economia: a agropecuária teve retração de 3,7%; a indústria de transformação caiu 10,5%; a construção recuou 6,2%; a indústria extrativa mineral retraiu 9,6%; os serviços apresentaram contração de 3,7% e o comércio, de 10,7%. Pelo quinto trimestre seguido, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultados negativos. A despesa de consumo das famílias diminuiu 6,3%, resultado explicado pela deterioração dos indicadores de inflação,

juros, crédito, emprego e renda ao longo do período. A recessão econômica em curso resulta de uma conjunção de fatores, de origem externa e interna. Externamente, podem ser destacados o fraco desempenho das economias europeias e japonesa e a desaceleração observada na China. Internamente, os principais fatores ainda são de ordem política e a opção por medidas econômicas de austeridade. A impossibilidade de o governo estabelecer base mínima necessária de apoio parlamentar levou a uma situação de crescente instabilidade e, a partir de certo momento, à incerteza inclusive quanto à própria sustentação do mandato. Saiba mais: dieese.org.br

PIS/PASEP

Dois milhões de trabalhadores ainda não sacaram R$ 1,7 bilhão do abono; prazo para a retirada termina no próximo dia 30 deste mês Dois milhões de trabalhadores não sacaram o PIS/Pasep referente ao ano de 2014. Somando todos os benefícios a serem pagos, R$ 1,7 bilhão ainda precisa ser pago. Segundo o Ministério do Trabalho, o prazo para retirar o dinheiro acaba em 30 de junho. O abono é equivalente a um salário-mínimo (R$ 880) e pode ser retirado nas agências da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Todos os cadastradas no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos, com remuneração mensal média de até dois salários-mí-

nimos durante o ano-base de atribuição do benefício, têm direito ao dinheiro. O Ministério do Trabalho informou ainda que esse direito é para quem exerceu atividade remunerada durante pelo menos 30 dias de 2014. Em todo o Brasil, 23,6 milhões de trabalhadores têm direito a receber o abono. Desse total, 21,5 milhões já fizeram os saques. Os dois milhões que ainda não acessaram o recurso representam 8,7% dos trabalhadores beneficiados.

Como sacar? - Correspondências serão enviadas para os endereços dos beneficiários. Em nota, o coordenador do Seguro Desemprego e Abono Salarial, Márcio Ubiratan Brito, explicou que quase todos receberão essas cartas. “Pretendemos alcançar com o envio das comunicações aproximadamente 1,2 milhão de beneficiários que estão com o endereço válido na base de dados”, relata no comunicado. Saiba mais: mtps.org.br

Saiba mais: comerciariosdeguarulhos.org.br

Metalúrgicos realizam festa junina sábado (11) no Clube de Campo O Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região realiza, neste sábado (11), sua já tradicional - e concorrida - Festa Junina. Será no Clube de Campo da entidade, no Parque Primavera, das 16 às 22h. Haverá barracas de comidas típicas (doces e salgadas) e bebidas: pastel, coxinha, vinho quente, quentão, caldos, lanche de pernil, curau, milho, canjica, cachorro-quente, pipoca, tapioca, além de bingo. A paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Jardim Tranquilidade, é parceira e estará no comando de duas barracas. O secretáriogeral da entidade, Célio Ferreira Malta, diz: “As paróquias já são parceiras da Festa. Essa também é uma forma de colaborarmos com o trabalho realizado por elas em suas regiões, já que a arrecadação das barracas vai para as obras assistenciais das igrejas”. O Instituto Meu Futuro (entidade idealizada pelo presidente do Sindicato, José Pereira dos Santos, que cuida de 170 crianças carentes e oferece cursos para a comunidade) estará à frente da barracas de bingo e doces. Há amplo estacionamento. Entrada é grátis. Mas o secretário-geral pede a contribuição com um quilo de alimento não-perecível ou agasalhos. Mais informações: (11) 2463-5300. Saiba mais: metalurgico.org.br

Servidores de Guarulhos protestam por pagamento a professores Sede Guarulhos 11 2475-6565

Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792

Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região (11) 2463.5300

EXPEDIENTE

www.comerciariosdeguarulhos.org.br imprensa@comerciariosdeguarulhos.org.br

www.metalurgico.org.br sindicato@metalurgico.org.br

O Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública (Stap) de Guarulhos protestará na próxima terça (14), no Paço Municipal (Bom Cllima), contra o calote da Prefeitura. Objetivo é pressionar por pagamento da extensão de jornada, gratificação de mérito, equiparação entre PEI (Professor de Educação Infantil) e PEB (Professor de Educação Básica) e quitação das diferenças (fevereiro, março e abril). De acordo com a entidade, os direitos estão garantidos em acordo coletivo, assegurados em lei e reafirmados em audiência do Tribunal do Trabalho. Saiba mais: stapguarulhos.org.br

boletim@questaosindical.com.br

QUESTÃO sindical é uma publicação da Ubuntu Comunicação e Troadeditora.com.br e Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 3843-0355.


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