Ecoguarulhos Setembro de 2006

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Edição Especial – Semana do Meio Ambiente

Boletim Informativo do Núcleo de Prevenção de Acidentes e Qualidade Ambiental da Escola Senai “Hermenegildo Campos de Almeida” – Ano 7 – No 38

Os Dez Mandamentos do “Amigo do Planeta”

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Alerta

Editorial

Nos caminhos da existência,nem Consciência ecológica sempre a trajetória é retilínea

À

Expediente

s vezes, deparamo-nos com provas mais complexas e outras realmente difíceis. Enfrentar e ultrapassar cada etapa faz parte da trilha evolutiva. Afinal, é justamente na experiência da vida que conseguimos aprender. A alegria e o otimismo são jóias preciosas que precisamos cultivar na mente. Com pensamentos e palavras positivas, transformamos nossas ações. Seguir o caminho do meio e ter de forma clara e viva as metas traçadas são estratégias vencedoras. Molde seu universo de trabalho com energias construtivas e renovadoras. A essência de tudo está na maneira de enxergamos o mundo. Abrir portas para a entrada do que realmente é bom deve ser uma obrigação diária. Mire-se no espelho da vida e deixe impregnado em você uma expressão indelével de esperança e de luz. A flor da fraternidade e o sorriso amigo exercem uma força terapêutica e sagrada. Agindo dessa forma, nosso amanhã será diferente e muito mais harmonioso. À medida em que nosso novo século se desdobra, um dos nossos maiores desafios é o de construir e manter comunidades sustentáveis. Como tem havido muita confusão a respeito do conceito de sustentabilidade ecológica, acho que vale a pena refletir por um momento a respeito do verdadeiro significado da palavra “sustentabilidade”. O conceito foi introduzido no inicio da década de 1980 por Lester Brown. Anos depois, o chamado Relatório Brundtland, encomendado pelas Nações Unidas, usou a mesma definição para apresentar o conceito de “desenvolvimento sustentável”: A humanidade tem a capacidade de atingir o desenvolvimento sustentável, ou seja, de atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às próprias necessidades.

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ECO GUARULHOS Editor: Davide Alves Fernandes e Susane Schmieg Diagramação: Antônio Carlos de Jesus (Mtb 29.168) Produção: Troad editora e Caju Comunicações

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A Carta da Terra, um dos documentos éticos mais consistentes dos últimos anos e já assumido pela Unesco, representa a nova consciência ecológica da Humanidade. O texto abre com estas palavras: “Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a Humanidade deve escolher o seu futuro... ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida”. Esse alarme não é infundado, pois nas últimas décadas temos construído o princípio da autodestruição. A máquina de morte das armas nucleares, químicas e biológicas é de tal destruição que somente com uma porcentagem delas podemos danificar substancialmente a biosfera e abortar o projeto humano. Como espécie – Homo sapiens demens -, temos ocupado já 83% do planeta, explorando para nosso proveito quase todos os recursos naturais. A voracidade é tal, que temos depredado os ecossistemas a ponto de a Terra ter superado já em 20% sua capacidade de suporte e regeneração. Mais ainda, fizemonos reféns de um modelo civilizatório depredador e consumista que, se universalizado, demandaria três planetas semelhantes ao nosso. Evidentemente isso é impossível, o que comprova a falta completa de sustentabilidade desse nosso modo de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Não são poucos os analistas do estado da Terra que advertem: ou mudamos de padrão de relacionamento com a Terra ou vamos ao encontro do pior. Leonardo Boff

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Recursos Naturais

O Problema do risco tecnológico ambiental A partir da segunda metade do século 20, os homens, em todos os seus grupos étnicos, em todas as nações e credos do mundo, foram afetados pelas transformações progressivas no meio ambiente. Os impactos negativos mais rápidos foram percebidos na degradação dos recursos naturais não-renováveis e nos acúmulos de rejeitos e resíduos das grandes concentrações urbanas e parques industriais. O setor de energia, um dos pilares do desenvolvimento das sociedades humanas, é um dos principais responsáveis pela geração de poluentes nos segmentos de implantação, produção, distribuição e consumo. A percepção da degradação ambiental só é possível com a compreensão de que o planeta Terra, que até 150 anos atrás parecia praticamente infinito e inesgotável, tinha um limite crítico. Ao mesmo tempo, é preciso entender

Água: fonte de vida ou morte A água tanto pode ser fonte de vida como de doença e morte se não estiver em condições adequadas para consumo. Por causa da má qualidade da água, a cada 24 minutos uma criança morria de diarréia no País em 1998. Uma das maiores fontes de poluição dos rios é o lançamento indiscriminado de detergentes no esgoto doméstico. Muitas vezes, as pessoas contribuem para piorar a situação, jogando lixo nos córregos espalhados pelas cidades, ou utilizando, em lavouras, agrotóxicos que também acabam chegando aos rios por meio de chuvas. O índice habitualmente utilizado para avaliar o nível de contaminação é medido pelo número de coliformes fecais e que para ser considerada potável a água deve apresentar menos de dez unidades por litro. Entre os micróbios mais freqüentes em águas poluídas estão aqueles que causam amebíase, cólera, hepatite e leptospirose. O capitulo VI da Constituição Federal, em seu artigo 225, diz que todos têm

que as formas de produzir e comercializar os bens e serviços que sustentam a existência de nossa sociedade forçam o ecossistema no sentido de uma transformação irreversível, para um novo ponto de equilíbrio. Nesse novo ponto, toda nossa organização social ruiria, por ser incompatível com o conjunto de recursos naturais e limites de temperatura, quantidade de chuvas e nível dos oceanos, que seriam regulares após as transformações. A advertência, contida em todos os estudos sobre os pontos de equilíbrio dos ecossistemas, é de que há limites claros de resistência e estabilidade para todos os conjuntos que suportam as formas de vida. A atual capacidade de intervenção nos ecossistemas, proporcionada pela tecnologia, não direito a um ambiente ecologicamente equilibrado, sendo, portanto, dever do Poder Público, mas também da “coletividade”, defendê-lo e preservá-lo. Fazem parte do meio ambiente não apenas o patrimônio natural, mas aqueles que o homem, único animal produtor de cultura e história, criou para atender às suas necessidades modernas. Entre as quais se incluem os bens culturais, turísticos, históricos, paisagísticos e de uso ou utilidade pública. Infelizmente, ainda são comuns as cenas de muros pichados, lixos nas vias públicas e espaços comunitários como, bancos de praça, cestas de lixo e orelhões depredados. A nova Lei de crimes ambientais, em seu artigo 65, prevê pena de detenção de três meses a

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tem precedentes na história humana. A evidência desse limite colocou sob critica os modelos econômicos e as bases tecnológicas da produção, além de idéias pouco práticas sobre “modos de vida” que foram colocados como símbolos de modernidade e progresso. um ano para quem for flagrado pichando edificações ou monumentos urbanos. Assim, como à nossa volta há uma série de relações entre seres vivos e meio ambiente, também dentro de nós existem relações entre o organismo, a mente e os sentimentos, que devem ser respeitadas e mantidas em total equilíbrio. A manutenção do equilíbrio ecológico interno contribui para uma vida de melhor qualidade. Rever hábitos alimentares, combater o sedentarismo e repensar sobre valores que norteiam o nosso dia-a-dia, avaliando até que ponto não prejudicam a nossa saúde física e mental, é uma reflexão necessária neste inicio de século.

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Só Jogue Lixo no Lugar Certo Você joga lixo na sua casa? Pois é, então, não jogue nas ruas! O lixo espa­lhado, além de atrair ratos, moscas, cria um aspecto horrí­vel de poluição em sua cidade. E, depois, custa muito dinheiro de impostos para limpar. O lixo deve ser jogado em lugares apropriados, ou ser guardado no bolso e depois depositado em uma lixeira.

Não Desperdice Evite consumir além do necessário. Adquira o indispen­sável em alimentos, objetos, roupas, brinquedos, etc. Rejeite produtos descartáveis, como copos, garrafas, etc. Além de poluírem e aumentarem o vo­lume de lixo, também apressam o esgotamento dos recursos natu­rais. Prefira alimentos natu­rais a industrializados, estes são mais caros e podem causar aler­gias e outros males.

Proteja as Árvores Para fabricar papel é preciso cortar árvores, logo, poupar pa­pel é uma forma de defender as árvores. Utilize os dois lados da folha de papel. Leve sua sacola de compras ao su­ permercado. Faça coleta seletiva em sua casa. Recicle o papel, fabricando novo papel a partir do papel usado.

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Faça Coleta Seletiva do Lixo É fácil separar o lixo seco (inorgânico: papel, plás­tico, me­tal, vidro) do lixo molhado (orgânico: restos de co­mida, cascas de frutas, etc.). Você estará contribuindo para poupar os recursos natu­rais e di­minuir a poluição. É só ter duas vasilhas diferentes ao lado da pia da cozinha e um lugar para depositar o lixo seco até al­cançar um volume que permita sua venda ou doação - e boa vontade.

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Conheça Mais a Natureza Estude e leia mais sobre a natureza, mesmo que não seja tarefa da escola. Quanto mais você souber, melhor poderá agir em sua defesa.

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Poupe Água e Energia A água que você usa não sai da parede. Ela vem de algum rio ou manancial. Os rios estão sendo agredidos pela poluição e pelo desmata­mento, o que torna a água potável cada vez menos disponível, o que eleva o custo de seu tratamento. Quanto à energia, existe a elétrica ou então vem de fontes como gás, pe­tróleo, lenha e carvão. Elas vão es­cassear cada vez mais e al­gumas não são renováveis, como o pe­tróleo, por exemplo.

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Proteja os Animais e as Plantas Cada animal ou planta é um ser vivo como você e tem o mesmo di­reito à vida. Embora você não perceba, sua vida está interligada com a de to­dos os outros seres. É essa interligação que forma a ‘teia da vida’ e que garante a sobrevivên­cia de todos. Prejudicando os elementos dessa teia (plantas e animais), ela se desequilibra, afetando todos os seus elementos inclusive a “nós”.

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Evite Poluir Seu Meio Ambiente Use o menos possível o auto­móvel. Ele provoca poluição do ar. Acostume-se a ouvir música sem aumentar muito o volume do som. Som alto provoca poluição so­nora. Enfim, reveja seu dia-a-dia e tome as atitudes ecológicas que julgar mais corretas e adequa­das para você e para os que com você convivem.

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Só Use Biodegradáveis Existem certos produtos de limpeza que não se degradam na natu­reza, como sabões, detergentes, etc. Procure certificar-se, ao comprar estes produtos, de que são biodegradáveis. Evite o uso de venenos e inseticidas. Uma casa limpa é suficiente para afastar insetos e ratos. Os inseticidas são altamente no­civos para o meio ambiente e para a saúde das pessoas.

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Participe Dessa Luta Não adianta você ficar só estudando e conhecendo mais sobre a natureza. É preciso combinar estudo e reflexão com ação. Você pode agir sozinho, procurando políticos ou a im­prensa, por exemplo, para denunciar ou protestar contra os abu­sos, poluições, depredações. Também pode agir em grupo. Crie um Clube de Amigos do Planeta em sua Escola. Quando estamos unidos, somos mais fortes e capazes de encontrar soluções para enfrentar os problemas am­bientais.

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