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ESPUMANTES BAIRRADA
A seleção do consumidor
Alto Patrocínio
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BAIRRADA
A seleção do consumidor
índice 4 Editorial 6/7 Entrevista Pedro Soares (Comissão Vitivinícola da Bairrada) 8 A prova 9 10 11 12 13 14 15 16/17 18 19 20 22 24 26 27 28/29 30 32 33 34
Montanha Chardonnay-Arinto Super Reserva Montanha Baga-Pinot Noir (Blanc de Noirs) Quinta do Poço do Lobo Arinto-Chardonnay Aliança Particular Quinta da Mata Fidalga Aplauso Bical Castelar Baga Brut de Baga Trono Real Montanha Real Caves São João Reserva Prova de Espumantes Aplauso Bruto Campolargo Rosé São Domingos (Blanc de Blancs) Encosta de Mouros Encontro Bruto 2010 Quinta da Mata Fidalga Opinião Luís Pato (Viniportugal) Marquês de Marialva Bruto Reserva Marquês de Marialva Baga (Blanc de Noirs) Ataíde Semedo Cuvée Bruto 2011 Quinta do Ortigão Baga São Domingos Rosé Bruto Entrevista Fernando Castro (Confraria dos Enófilos da Bairrada) História Espumantes na Bairrada (Associação Rota da Bairrada) Primavera Baga Quinta do Valdoeiro Baga/Chardonnay 2011 Íssimo Opinião Pedro Machado (Turismo Centro Portugal)
ficha técnica Direção Jornal da Bairrada: Francisco Rebelo dos Santos (Diretor) e Oriana Pataco (Diretora Adjunta) Textos: Catarina Cerca | Fotografias: Oriana Pataco | Projeto gráfico e paginação: Carla Coelho Publicidade: Diana Martins e Nancy Margarido | Impressão: Procer | Tiragem: 20.000 exemplares
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Um brinde à Bairrada!
editorial
ORIANA PATACO Diretora Adjunta do Jornal da Bairrada
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O Jornal da Bairrada tem vindo a assumir como suas as causas da região da Bairrada. Os espumantes DOC Bairrada são um dos produtos diferenciadores da nossa terra, com uma marca de qualidade hoje verdadeiramente assumida e reconhecida. As primeiras experiências com espumantes foram realizadas na Estação Vitivinícola da Bairrada, em Anadia, há 125 anos, o que nos leva a anunciar com orgulho a Bairrada como Berço do Espumante! O setor vitivinícola é, sem dúvida, um dos motores económicos desta região, havendo hoje um número considerável de agentes económicos dependentes dos vinhos e dos espumantes. E é notória a sua evolução nos últimos anos. Se antigamente o espumante era feito utilizando uvas de fora da região, atualmente o espumante é maioritariamente feito na região e com uvas da Bairrada. A aposta dos agentes do setor num espumante de qualidade e verdadeiramente da Bairrada levou o Jornal da Bairrada a assumir mais uma causa, apoiando a promoção e divulgação deste produto dentro e fora das fronteiras da região. Esta revista “25 Espumantes Bairrada – A escolha do consumidor” é mais um sinal de que este semanário não descura a sua missão, de formar e informar. Proposto o desafio à Comissão Vitivinícola da Bairrada, esta aceitou desde o primeiro momento ser parceira do JB. Organizámos então, em conjunto, uma prova de espumantes apenas com produtos certificados pela CVB, feitos a partir de uvas produzidas na Bairrada (e/ou região Beira/Atlântico), pois apenas estas valorizam a região em toda a cadeia, do viticultor ao consumidor. Mas fomos ainda mais longe, ao apostar na “seleção do consumidor”. De facto, um dos problemas que a Bairrada apresenta é junto do consumidor. A imprensa especializada tem tecido rasgados elogios à região - esta é realmente uma região diferenciada! E esse é um argumento extremamente forte a nível mundial e que valoriza o nosso produto. Falta agora valorizar os nossos produtos endógenos junto do consumidor. Esta seleção de 25 Espumantes Bairrada traduz-se, pois, num guia de produtos de qualidade inquestionável, validados por pessoas ligadas ao setor, mas não da produção, que escolheram a sua preferência enquanto consumidores. Os espumantes estão ordenados nesta revista pelo ano de colheita. Esperamos que esta revista seja um roteiro pelo que de melhor a Bairrada oferece ao nível dos Espumantes, e que acompanhe o consumidor, seja ele nacional ou estrangeiro. Boas provas!
Pedro Soares lidera a CV Bairrada há quase um ano e meio. Defensor acérrimo dos espumantes DOC Bairrada, diz que estes “têm de ser o produto bandeira da região”, assim como urge acabar com o espumante ilegal que ainda abunda.
Qual a importância dos espumantes para a Bairrada? O espumante deve ser o produto bandeira da região! Existe um conhecimento instalado sobre a metodologia de elaboração deste tipo de produto na nossa região, distribuído por um conjunto de técnicos e empresas e que teve na sua génese um conhecimento inicial com mais de 100 anos, produzido pelo EngºTavares da Silva, na Estação Vitivinícola da Bairrada. A Região encarou esse conhecimento como uma oportunidade e virou muito da sua atenção para a investigação nesta área. Para além de tudo isto, a região possui condições ímpares no país para a produção de vinhos base espumante de qualidade inquestionável e com fatores de diferenciação positiva dos demais. Do ponto de vista económico é,sem dúvida,o produto que deve alavancar a região. De que forma é que a CVB tem trabalhado esta questão? Primeiro, existiu a necessidade de alterar alguns regulamentos que estavam desatualizados e não permitiam que os produtores de espumante pudessem trabalhar de acordo com aquilo que são as necessidades de hoje, quer ao nível do mercado quer da própria elaboração do produto. Parte dessa 6
Espumantes DOC Ba ser o produto bande alteração ainda está para ocorrer também,mas fez-se já uma alteração significativa por exemplo, na forma e na altura em que são provados os espumantes que se apresentam para certificação. Depois, tendo em conta os poucos recursos que temos, tivemos a preocupação de centrar a promoção no produto “espumante DOC BAIRRADA”. Acredito que estas ações, conjugadas, produziram os seus frutos e levando a que mais produtores vejam na certificação uma mais valia para os seus produtos. Depois, é necessário que exista uma ajuda maior quer por parte do IVV, quer por parte da ASAE, em termos de fiscalização e controlo. Isso quer dizer que a Bairrada ainda produz muito espumante ilegal? Acredito que mais de um milhão de garrafas de espumante são feitas na Bairrada de forma ilegal. Quando se produz espumante ilegal, nomeadamente sem rótulo, o que acontece é o seguinte: se o espumante for bom, ninguém se lembra, mas se for mau é da Bairrada.A pior coisa que pode acontecer à região é deixar que isso continue. A CVB controla os espumantes certificados, mas não tem autoridade para controlar aqueles que não passam pelo nosso crivo. É uma situação grave, do ponto de vista de saúde
pública porque, não existindo rótulo, ninguém é responsável se algo acontecer (não existe número de lote, nem de engarrafador), depois é uma fuga aos impostos porque um milhão de garrafas é muito dinheiro, para além de fazer mossa. Para além destes, sobejamente falados, existe ainda um outro tipo de produto que muito prejudica a Região, pois é rotulado de forma ilegal, indiciando o consumidor que se trata de um produto Bairrada, mas na verdade não o é, porque não há forma de garantir a proveniência das uvas sem certificação e controlo. A CVB está a conseguir mobilizar os produtores para a mais valia que é ter produtos certificados? É fundamental que os produtores sintam que a CVB faz alguma coisa no sentido de valorizar os seus produtos. Temos procurado fazer ações de promoção, estar presentes em eventos de prestígio nacional, ajudando o consumidor a diferenciar o que é produzido na Bairrada com vinhos que não se sabe de onde vêm, daquilo que é produzido na Bairrada, com uvas da Bairrada, e que têm uma garantia de genuinidade, caráter, identidade completamente diferente dos demais. O Pedro Soares está na CVB há mais de um ano. Já vê
entrevista Deixo um desafio: por que não, nos nossos
airrada devem ira da região
eventos, nos municípios, nas empresas, etc., deixar de existir, como normalmente, um lugar para um “Espumante de Honra” e passar a existir lugar para um “BAIRRADA DE HON-
resultados desse trabalho? Sim, vejo. Porque temos neste momento mais produtores a certificar, porque também estamos a certificar mais produtos. Fechamos o ano de 2012 em contra-ciclo com aquilo que foi o país porque a CVB foi das poucas em Portugal em que o número de garrafas certificadas cresceu (entre 7 e 8%). Temos já 35 a 40 operadores a certificar espumante na Bairrada, com uma média de três a quatro marcas por operador. Mas mais importante do que os números, é necessário recriar o “sentimento BAIRRADA”, voltar à sua base. Penso que estamos no bom caminho. Deixo um desafio: por que não, nos nossos eventos, nos municípios, nas empresas, etc., deixar de existir, como normalmente, um lugar para um “Espumante de Honra” e passar a existir lugar para um “BAIRRADA DE HONRA”? Pequenos pormenores que fazem toda a diferença e que nos devem envolver a todos os que desejamos um futuro risonho para esta nobre região vitivinícola.
RA”? Pequenos pormenores que fazem toda a diferença e que nos devem envolver a todos os que desejamos um futuro risonho para esta nobre região vitivinícola.”
Pedro Soares Presidente da direção da Comissão Vitivinícola da Bairrada 7
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A prova António Dias Cardoso O espumante natural, enquanto bebida efervescente, apresenta especificidades sensoriais ao nível do exame visual, do aroma e do sabor.
1. Exame visual A libertação do dióxido de carbono contido no espumante faz-se a partir de pequenas irregularidades existentes na superfície interna dos copos, dando origem ao fenómeno da efervescência, movimento ascendente das bolhas, percorrendo trajetórias com alguma estabilidade, e acumulando-se à superfície na interface entre o vinho e o vidro, dando origem a um cordão de espuma. O provador avalia a intensidade da efervescência, a finura da bolha e a altura e longevidade do cordão de espuma.
O exame da cor dos espumantes brancos de uvas brancas tem em conta que a cor de um vinho jovem deve ser pouco intensa sem atingir o extremo da descoloração e se vai intensificando com a idade, não devendo, porém, apresentar intensidade demasiado intensa, reveladora de fenómenos de oxidação. Relativamente aos espumantes obtidos a partir de uvas tintas, aceita-se a cor rosada pouco intensa, avaliando-se menos favoravelmente uma tonalidade mais amarelada.
2. Aroma As bolhas de dióxido de carbono, ao atingirem a superfície do vinho em contacto com o ar, rebentam, provocando a formação de pequenos jatos que transportam as substâncias responsáveis pelo aro-
Montanha Chardonnay-Arinto Super Reserva et nulla autpat lutpat ipisit, volutem diat. Alis atuer adigniam do et lutpat NOTAS utpat DE ver PROVA sent enis num Brilhante, de cor palha duisl digna autem deldourada. euBolha fina e alis persistente. Senisismodit et dolorper sações mistas de citrinos com acilism odolore consenotas de biscoito. quamcon voloreFresco, dolor firme, se com bolha bem dissolvida no miniamet, quatum aliquipivinho. sim vercin vel ex ea conse modo dolor si exercil SUGESTÃO iquat, vel ute diam ad ea DEfaccumsan HARMONIZAÇÃO esequi eugiam Excelente paraalis beber emulla quatuercilis et vel ocasiões especiais. conse minis exerAcompanha sustrud bem de feugue peixe assado. do pratos ea feu feu magna Regionalmente, adipit adio acompanha Leitão da Bairrada.
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ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2006 Chardonnay e Arinto
Produtor
Caves da Montanha
Enólogos
Bruno Seabra e António Selas
Grau alcoólico Tempo de estágio
12,5%vol. Mínimo de 3 anos na garrafa antes do Dégorgement
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espumantes
bairrada
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ma. Significa isto, que, para uma conveniente apreciação do aroma do espumante, não é necessário agitar o copo de prova. Pelo contrário, tal agitação, alterando a efervescência do espumante, prejudica a sua correta apreciação. Valorizam-se positivamente os aromas naturais de frutas frescas, no caso de espumantes jovens, preferindo-se aromas discretos, pouco intensos. Dependendo das castas tintas utilizadas, podem também ocorrer aromas de tipo floral, como violeta. Os espumantes com estágio prolongado apresentam aromas mais complexos, perdendo a dominante frutada ou floral e ganhando aromas de panificação e de hidrocarbonetos, que, em excesso, são apreciados negativamente.
3. Sabor
Os sabores em evidência no espumante são o doce e o ácido, já que o amargo é indesejado neste vinho. Tratando-se de espumantes bruto, a intensida-
de da sensação doce deve ser apenas a suficiente para evitar uma secura excessiva. A acidez no espumante apresenta normalmente valores mais elevados do que num vinho tranquilo ou liso (não efervescente), sendo a sensação ácida reforçada pela presença do dióxido de carbono, o que lhe confere frescura. O dióxido de carbono exerce ainda uma sensação tátil, percebida de forma agradável quando a bolha é fina e a espuma homogénea. Na verdade, é muito importante o equilíbrio entre a doçura e a acidez, sendo que no caso dos espumantes o dióxido de carbono tem, como se disse, um efeito aditivo sobre a acidez.
4. Apreciação global
Como noutros vinhos, após os exames visual, olfativo e gustativo, o provador faz a síntese dessas apreciações parcelares e traça, digamos, o perfil sensorial do espumante, pontuando-o com base numa determinada escala, indicada na ficha de prova.
Montanha Baga-Pinot Noir (Blanc de Noirs)
ficha técnica Notas de prova Brilhante, de cor palha dourada. Bolha fina e persistente. Aroma a geleia com notas tostadas. Boa mousse, firme, com bolha bem dissolvida no vinho.
Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2006 Baga, Pinot Noir
Produtor
Caves da Montanha
Enólogos
Bruno Seabra e António Selas
sugestão de harmonização Excelente para beber em ocasiões especiais. Acompanha bem cherne assado no forno com puré de espargos. Regionalmente acompanha Leitão da Bairrada.
Grau alcoólico Tempo de estágio
12,5%vol. Mínimo de 3 anos na garrafa antes do Dégorgement
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Quinta do Poço do Lobo Arinto-Chardonnay
ficha técnica NOTAS DE PROVA De cor amarela citrina, no aroma é intenso, com notas de casca de citrinos, pêssego e flores de laranjeira e de tília (seca). No sabor possui um ataque encorpado, suave e cremoso e uma bela acidez, que lhe confere persistência e frescura.
Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2007 Arinto 50% e Chardonnay 50%
Produtor
Caves São João
Enólogo
José Carvalheira
Grau alcoólico
13,1%vol.
Tempo de estágio
56 meses
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Aperitivos, carnes brancas e sobremesas.
Aliança Particular NOTAS DE PROVA Cor amarelo pálida. Cordão de bolha fina e persistente. Domínio das notas amanteigadas e frutos secos. Elegante, mas com um final de boca bastante persistente. Aliando a persistência do vinho branco da casta baga à complexidade da casta Chardonnay, criou-se este precioso “blend” de aroma frutado, com nuances de frutos secos e biscoito de manteiga. SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Para momentos especiais, como acompanhamento de entradas ou sobremesas. 10
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor
Branco Bruto 2008 Chardonnay e Baga Bacalhôa Vinhos de Portugal
Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
Francisco Antunes 12,5%vol. 24 meses em garrafa antes de Dégorgement
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Quinta da Mata Fidalga NOTAS DE PROVA Apresenta-se com aspeto límpido, cor rosada, de aurora boreal, bolha muita fina e cordão de espuma persistente. O aroma é muito intenso, dominado por notas de flores de tília e laranjeira, mescladas com nuances frutadas, lembrando pêssego e ananás. Na boca possui um agradável ataque, uma boa estrutura e um bom equilíbrio. A persistência olfato-gustativa é elevada e a espuma muito suave e bem integrada.
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ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Rosé Bruto 2008 Baga (75%) e Touriga Nacional (25%)
Produtor
Quinta da Mata Fidalga Agricultura e Turismo Rural, Lda.
Enólogo
José Carvalheira
Grau alcoólico
12,5%vol.
Tempo de estágio
48 meses
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Ideal para acompanhar canapés, mariscos, peixes grelhados, carnes brancas e sobremesas.
MEDALHA BRONZE QMF Reserva Pessoal, Espumante Branco 2007
Estrada Nacional 1, nº118 | Peneireiro | 3780-624 AGUIM Tel.: 231 525 558 | 231 518 025 | Fax.: 231 518 027 www.matafidalga.com | geral@matafidalga.com
MEDALHA BRONZE QMF Bruto, Espumante, Branco 2010
Concurso de Vinhos de Portugal 2013
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Aplauso Bical
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NOTAS DE PROVA Na cor, intensos tons limão, ligeiro amarelado e alguns toques de laivos dourados. Aroma a alperce ainda verde, frutas tropicais e ligeiras notas tostadas. Boa estrutura de boca, equilibrado, excelente mousse fina, bolha fina e persistente. Intenso, longo, cremoso e envolvente.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor Enólogo
Branco Bruto 2009 100% Bical Ampulheta Mágica Pedro Soares
Grau alcoólico
12,5%vol.
Tempo de estágio
24 meses
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Assados de forno (galinha ou pato, por exemplo) e, claro está, Leitão da Bairrada.
Castelar Baga NOTAS DE PROVA Com bolha fina e persistente, revela aspeto límpido e cor citrina, o aroma é predominante a frutos, característica que mantém no sabor fresco, equilibrado e de final de boca prolongado.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor Enólogo
Branco Bruto 2009 100% Baga Vinícola Castelar, Lda. Vanda Paiva e Manuel Póvoa
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Acompanha bem com qualquer prato de carne, de peixe e sobremesas.
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Grau alcoólico Tempo de estágio
12,5%vol. 2 anos antes da comercialização
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Brut de Baga NOTAS DE PROVA Cor amarela carregada, o que é habitual neste tipo de vinho. Aromas muito corretos e agradáveis à casta. Na boca, é onde se sente um branco com boa textura, acidez que resulta num final persistente e cheio de vida. SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Das entradas ao Leitão da Bairrada, é um excelente acompanhante.
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ficha técnica Tipo de Vinho
Branco Bruto
Colheita
2009
Castas
Baga
Produtor Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
Casa de Sarmento, S.A. Mário Dias Ferreira 13%vol. 36 meses
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Trono Real
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NOTAS DE PROVA Bolha fina e persistente. Aspeto límpido e de cor citrina. Aroma frutado. Com notas de pêssego, tem sabor elegante e persistente.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2009 Bical 30%, Arinto 30%, Maria Gomes 30%
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Excelente aperitivo e acompanhante de qualquer prato principal. Ideal para acompanhar sobremesas.
e Baga 10% Produtor Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
Vinícola Castelar, Lda. Vanda Paiva e Manuel Póvoa 12,5%vol. 2 anos antes da comercialização
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Montanha Real NOTAS DE PROVA Brilhante, de cor citrina, com nuances esverdeadas. Bolha fina e persistente. Notas de geleia e biscoito, alguma fruta mas delicada. Boa mousse, firme e elegante. SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Excelente para beber em ocasiões especiais. Acompanha bem pratos de peixe assado e carnes frias.
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ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2009 Chardonnay, Arinto, Baga e Bical
Produtor
Caves da Montanha
Enólogos
Bruno Seabra e António Selas
Grau alcoólico Tempo de estágio
12,5%vol. mínimo de 2 anos na garrafa antes do Dégorgement
Caves São João Reserva NOTAS DE PROVA De cor amarela citrina. Apresenta um aroma intenso e complexo, com notas de pêssego em calda, ananás e flores de laranjeira. Possui um ataque fresco, é volumoso, cremoso e a sua excelente acidez confere-lhe uma belíssima persistência gustativa, complementada pelos notáveis aromas de boca.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto Reserva 2010 Bical (35%), Chardonnay (39%) e Arinto (26%)
Produtor
Caves São João
Enólogo
José Carvalheira
Grau alcoólico Tempo de estágio
12,5%vol. Mínimo de 22 meses
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Aperitivos, carnes brancas e sobremesas. 15
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Aplauso Bruto
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NOTAS DE PROVA Na cor, ligeiro amarelado, com alguns toques de laivos dourados. Aroma a frutos de polpa branca, maçãs verdes, algumas notas de tosta com final ligeiramente limonado. Boa estrutura de boca, equilibrado, excelente mousse fina, bolha fina e persistente. Intenso, longo, cremoso e envolvente.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
Branco Bruto 2010 Bical, Maria Gomes e Baga Ampulheta Mágica Pedro Soares 12%vol. 12 meses
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Como aperitivo e acompanhamento de diversas entradas.
Campolargo Rosé NOTAS DE PROVA Cor salmonada, sem laivos acastanhados, com muita finura aromática e uma delicadeza muito bem conseguidas. Muito fino na boca, mousse delicada, todo o conjunto é de boa qualidade.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor
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2010 100% Pinot Noir Herdeiros Manuel dos Santos Campolargo
Enóloga SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Recomenda-se o seu consumo com aperitivos em momentos de convívio, ou acompanhando pratos de peixe, marisco ou pasta.
Rosé Bruto
Grau alcoólico Tempo de estágio
Raquel Carvalho 12%vol. Estágio mínimo, em cave, de12 meses
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São Domingos Blanc de Blancs NOTAS DE PROVA Aroma floral muito expressivo e intenso, com sugestões minerais e citrinas. Elegante e cremoso na boca, pela sua bolha finíssima, e com uma evidente fruta deliciosa que se prolonga até ao final vivo e refrescante. SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Ideal como aperitivo ou para acompanhar pratos de carne, peixe e marisco.
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ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2010 Bical (40%) e Maria Gomes (60%)
Produtor Enólogo
Caves São Domingos Susana Pinho
Grau alcoólico
11,5%vol.
Tempo de estágio
24 meses
Encosta de Mouros NOTAS DE PROVA No aroma é intenso, vinoso e frutado. Na boca, é persistente, macio, conferindo-lhe uma grande frescura no final de boca.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Excelente a acompanhar leitão da Bairrada, cabrito no forno ou vitela; combina muito bem com peixes gordos grelhados ou assados.
Tinto Bruto 2010 100% Syrah Adega Cooperativa da Mealhada
Enóloga Grau alcoólico Tempo de estágio
Olga Coelho 12,3%vol. 18 meses em garrafa
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Prova de espumantes
ANTÓNIO DIAS CARDOSO Ex-diretor da Estação Vitivinícola da Bairrada
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ARMINDA FERREIRA
PEDRO MACHADO
LUÍS LAVRADOR
PAULO PECHORRO
LUCIANA SARDO
Enóloga, proprietária da taberna urbana “Trincadeira”
Presidente do Turismo Centro de Portugal
Chefe de Divisão da Alimentação dos Serviços Sociais da Universidade de Coimbra
Dir. Restaurante do Hotel Quinta das Lágrimas, membro da Ass. Escanções de Portugal
Marketing Verallia Portugal
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Equilíbrio foi nota dominante
JOSÉ DURO
EMA MARTINS
PEDRO DIAS
Proprietário da Garrafeira de Celas
Fundadora e editora do site Magna Casta
Diretor do Museu do Vinho Bairrada
ANTÓNIO PAULO RODRIGUES Proprietário de “O Rei dos Leitões”
Esta prova de Vinhos Espumantes da Bairrada contou com a participação de provadores profissionalmente oriundos das mais diversas áreas. Todos com a mesma paixão e todos com a mesma convicção – os Espumantes da região da Bairrada nos seus mais diversos “estilos” têm hoje uma qualidade superior. A prova decorreu de forma tranquila, com a cadência certa e os vinhos a serem servidos à temperatura correta. Todos os vinhos sem exceção tiveram uma nota positiva no que concerne ao seu aspeto visual (espuma formada, tamanho da bolha, persistência e cor), tal revela segundas fermentações bem conseguidas e um vinho base bem escolhido. No que concerne ao olfato, provámos vinhos espumantes de colheitas com mais anos e colheitas mais recentes, apresentaram de acordo com o seu perfil sempre aromas francos e ajustados e livres de sensações desagradáveis. Gustativamente,Vinhos Espumantes intensos, pela quantidade de sensações percebidas, harmoniosos, persistentes no que diz respeito à permanência no palato de sensação de gosto. Provámos vinhos em que os excessos e as carências não foram sentidos – osVinhos Espumantes em prova pautaram-se pelo EQULÍBRIO. Antes de terminar esta pequena avaliação da prova realizada, quero enaltecer o trabalho que as empresas de vinhos, conjuntamente com as mais diversas entidades, têm vindo a desenvolver na melhoria da qualidade e promoção dos Vinhos Espumantes da Bairrada.Talvez não os possamos comparar em prestígio aos “Champanhes Franceses” mas podemos em Portugal e na Bairrada, sem complexos, defender a qualidade dos Vinhos dos Espumantes desta região como produtos de extrema qualidade. Arminda Ferreira Enóloga
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NOTAS DE PROVA Cristalino, com bolha fina e persistente. De cor citrina definida. No aroma é frutado com predominância de citrinos, nuances de frutos secos e subtis notas tostadas. De sabor frutado, é um espumante fresco com mousse cativante e notória persistência final. SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Como aperitivo, iguarias não muito condimentadas, à base de peixes e carnes brancas e sobremesas.
Encontro Bruto 2010
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2010 Arinto (50%), Bical (25%) e Maria Gomes (25%)
Produtor Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
Quinta do Encontro Osvaldo Amado 12,5%vol. 12 meses em cave e 1 mês após Dégorgement
Quinta da Mata Fidalga NOTAS DE PROVA Aspeto límpido, cor amarelo limão pálida, bolha fina e cordão de espuma persistente. Aroma intenso, dominado por delicadas nuances frutadas de toranja, ananás e maçã verde. Na boca, possui um ataque bem equilibrado, um bom corpo, uma bela acidez, que lhe confere frescura e elegância. A persistência gustativa é boa e a espuma muito suave.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2010 Chardonnay (5%), Baga (10%), Arinto (10%), Bical (40%), Maria Gomes (35%)
Produtor
Quinta da Mata Fidalga Agricultura
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Acompanha entradas, carnes magras, Leitão da Bairrada, peixes assados ou grelhados. 20
e Turismo Rural, Lda. Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
José Carvalheira 12,3%vol. 20 meses sobre borras
A Bairrada e os seus vinhos espumantes Luís Pato
opinião Como esta minha perspetiva é na ótica da vice-presidência da Viniportugal, ela será mais virada para a estratégia de divulgação dos Vinhos Espumantes da Bairrada nos mercados que esta organização de promoção do vinho português definiu como prioritários. Assim, analisando esses mercados, Estados Unidos, Brasil,Angola, China nos países terceiros, ou Reino Unido, Suécia, Alemanha no mercado da União Europeia, isto é, no mercado interno, vemos que nos Estados Unidos ainda não criámos imagem qualitativa unificada que justifique um trabalho específico sobre estes vinhos, sendo que esta regra se aplica, também, ao Brasil, onde, para além do que sucede no país 22
Vice-presidente da Viniportugal
precedente, acresce ser um produtor de bastante qualidade neste tipo de vinho; já em relação a Angola, por virtude de ser um mercado que está descobrindo este vinho, o trabalho da sua educação deveria ser iniciado desde já, mas aí depara-se um problema de falta de uniformidade de tipo de vinho, pois na Bairrada há uma grande diferenciação de estilo e sobretudo de castas. Se a Suécia é um país onde o consumo de espumantes portugueses será residual e o Reino Unido é dominado pela Champanhe, já a Alemanha poderia ser um país com enorme potencial, dado tratar-se do maior mercado de Vinho Espumante do Mundo, mas aí competimos com o preço muito baixo das Cavas e do Prosseco italiano que, embo-
ra tenha um preço superior ao do espanhol, se encontra muito mais adaptado ao estilo de vida alemão do que os espumantes tradicionais da Bairrada. Julgo que, se a Bairrada se unificasse em torno de uma casta, ainda bastante abundante na região, para, tal como fez a região do Prosseco (para quem não sabe Prosseco é o nome da casta italiana que origina este vinho espumante), poder apresentar um produto com um perfil bem definido, usando a sua casta mais nobre que para esse tipo de vinho poderia ter produções bem elevadas (embora inferiores às da famosa região de Champanhe) e que em quantidade suficiente poderia ser mostrado como um rival do que de melhor se faz por esse mundo fora.
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NOTAS DE PROVA Cor citrina com laivos esverdeados. Bolha muito fina e cordão persistente. Apresenta um aroma fresco e frutado com notas de casca de laranja, de ameixa branca, maçã reineta e um ligeiro toque de pão torrado. Na boca apresenta-se cremoso e fresco, denotando notas de fermento e dando um conjunto harmonioso de acidez, frescura e elegância.
Marquês de Marialva Bruto Reserva
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2010 Arinto, Bical, Maria Gomes e Baga
Produtor Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
Adega de Cantanhede Osvaldo Amado 12%vol. 12 meses em garrafa
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Pode ser servido como aperitivo, mostrando-se uma companhia segura durante uma boa refeição, especialmente o Leitão da Bairrada.
Marquês de Marialva Baga (Blanc de Noirs) NOTAS DE PROVA Apresenta distinta cor alambreada, sendo no aroma e no sabor frutado, fresco, cremoso e com mousse crocante, que lhe transmite elegância e persistência.
ficha técnica Tipo de Vinho
“Blanc de Noirs” Colheita Castas Produtor
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Pode ser consumido em momentos de lazer ou para acompanhar entradas, pratos típicos da cozinha mediterrânica e sobremesas.
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Branco Bruto
Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
2011 100% Baga Adega de Cantanhede Osvaldo Amado 12,5%vol. 18 meses em garrafa
Rua Engยบ Amaro da Costa, 117 Apartado 1004 3061-909 Cantanhede Portugal
Tel.: +351 231 419 540 FAX: +351 231 420 768 geral@cantanhede.com www.cantanhede.com
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ES P U MA NTES
B AI R R AD A
A seleção do consumidor
NOTAS DE PROVA Cor citrina brilhante, bolha fina, cordão persistente, aromas citrinos, leve levedura e biscoito fugaz. Na boca bolha suave, sedosa e crémant, acidez viva bem integrada, final longo, harmonioso.
Ataíde Semedo Cuvée Bruto 2011
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
2011 Cerceal 35%, Bical 35%, Chardonnay 10% e Pinot Noir 20%
Produtor SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO É um óptimo parceiro num brinde antes das refeições, mas também um complemento agradável com pratos de frutos do mar, alguns peixes gordos e um excelente companheiro com carnes brancas no churrasco.
Branco Bruto
Ataíde da Costa Martins Semedo Unip., Lda
Enólogo
Ataíde Semedo
Grau alcoólico
12,5%vol.
Tempo de estágio
11 meses
Quinta do Ortigão Baga (Blanc de Noirs) NOTAS DE PROVA Cristalino com desprendimento de gás, bolha fina e persistente. Cor alambreada definida. Aroma intenso em frutos vermelhos, sendo predominante o aroma a cereja e cassis. Sabor frutado e fresco, com final equilibrado e com excelente volume de boca.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor
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2011 Baga (100%) Quinta do Ortigão - Soc. Agroturística, Lda.
Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Pratos típicos da região, mariscos e sobremesas.
Branco Bruto
Osvaldo Amado 12%vol. 12 meses
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São Domingos Rosé Bruto
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor
WWW.CAVESAODOMINGOS.COM
2011 Baga (85%) e Touriga Caves São Domingos Susana Pinho
Grau alcoólico
12%vol.
Tempo de estágio
9 meses
MOMENTOS INTENSOS
MOMENTOS INTENSOS
Rosé Bruto
Nacional (15%) Enólogo
MOMENTOS INTENSOS
BAIRRADA
A seleção do consumidor
NOTAS DE PROVA Perfumado e atrativo no aroma, com notas frutadas lembrando morangos e framboesas. Boca cremosa, com a fruta e a acidez bem equilibrada no palato, resultando num conjunto sensual e requintado. SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Acompanha aperitivos de salmão, ostras ao natural e saladas frias.
ES P UM AN T E S
Fernando Castro, presidente da Confraria dos Enófilos da Bairrada, não tem dúvidas de que o caminho da Bairrada passa obrigatoriamente por apostar em produtos de excelência, que possam dignificar e reabilitar o nome da região.
Bairrada tem de apostar na produção de espumantes de excelência
Qual tem sido a prioridade absoluta da Confraria e que contributos tem dado para o engrandecimento da região? A Confraria dos Enófilos da Bairrada tem sobretudo procurado sensibilizar os produtores para a importância da Denominação Bairrada e para a certificação dos vinhos. Não é dizer que tudo o que é produzido na Bairrada é merecedor dessa designação, mas sim fazer a distinção entre os produtos que têm qualidade, que se identificam com o passado histórico da região, as suas caraterísticas e que têm interesse para o mercado. Quando a Confraria promove os concursos de vinhos para a produção procura não só fazer uma sensibilização dos produtores para a produção de vinhos com qualidade, que respeitem os regulamentos da região, mas também que possam vir a ser certificados como Bairrada. A atribuição de prémios é sempre um incentivo para os produtores. Que ações a Confraria vai promovendo ao longo do ano no sentido de sensibilizar e mobilizar os agentes e o país para os vinhos que aqui se produzem? 28
A Bairrada no mundo Os espumantes portugueses de modo geral só conseguem ser colocados junto de países de emigração ou onde haja uma forte ligação cultural. É uma questão de imagem. Os estrangeiros não veem Portugal ainda como um país produtor de espumantes de qualidade. Como temos uma produção muito diversificada, em termos de marcas e tipo de produtos, não temos capacidade de nos afirmarmos como uma marca que para ser marca precisa de dimensão, qualidade consistente e preço competitivo. Nas atuais condições, a Confraria procura trabalhar em parceria com a Comissão Vitivinícola da Bairrada na medida em que a Comissão é que é o organismo oficial a quem compete a promoção dos vinhos da região e dispõe de meios mais adequados para o fazer. A Bairrada, ao contrário de outras regiões, não tem um vinho base atrativo ao consumidor comum. Como ultrapassar esta questão tor-
nando os vinhos Bairrada mais apelativos ao paladar do consumidor? As características da região: as suas castas, solo, clima e organização do solo são fatores que têm influência no custo e na qualidade dos produtos. Penso que o caminho da Bairrada passa obrigatoriamente por apostar em produtos de excelência, começar por produtos que tenham valor acrescentado e que possam dignificar e reabilitar o nome da região. Vinhos baratos há muitos e não são esses que promovem a região. No caso do espumante, qual deve ser a estratégia da região? A Bairrada tem de apostar em espumantes de excelência que sejam característicos das castas que se utilizam na região, pois temos boas castas, quer brancas, quer tintas. Espumantes que sejam agradáveis, que satisfaçam o consumidor mas que consigam marcar a diferença em relação aos que se produzem nas mais diferentes regiões do país. O facto de termos aqui uma gastronomia muito típica e que acompanha bem com espumante não quer dizer que qualquer espumante seja o mais indicado. Espumantes
A Bai em te são, te de e t
entrevista
rrada, devido à sua produção limitada, ermos de quantidade e à falta de dimenem de apostar na excelência, na qualidatrabalhar para nichos de mercado.
demasiado agressivos, sem aroma, pesados, vão contra a corrente do mercado e esses espumantes, feitos a pensar só na gastronomia da região não conseguem implantarse fora dela. A Bairrada tem que se projetar para outros mercados. A Baga é a casta mais emblemática da região. A utilização desta casta na produção de espumantes foi uma boa aposta? Considero que sim. Foi uma boa aposta que deve prosseguir. Será vital para a sobrevivência da casta Baga. É uma casta com qualidade, embora seja uma casta difícil, de maturação tardia, que precisa de solos e clima muito específicos para poder atingir todo o potencial para a produção de vinhos tranquilos e infelizmente está plantada em locais que não são de todo adequados para isso e o clima ideal também não se verifica todos os anos.
Fernando Castro Presidente da direção da Confraria dos Enófilos da Bairrada 29
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ES P U MA NTES
B AI R R AD A
A seleção do consumidor
HISTÓRIA
Espumantes na Bairrada A produção de vinhos na Bairrada está documentada desde, pelo menos, o período romano, mas testemunhos mais concretos só surgiram em plena Idade Média. A vinha e o vinho desta região aparecem referenciados em numerosos atos contratuais, em doações, em testamentos e em fontes iconográficas tão notáveis como a iluminura. Existem registos alusivos a vinhas situadas na Região datados dos séculos XII e XIII, e a referência ao vinho pode ser encontrada em documentos anteriores à Nacionalidade. Cabe ainda destacar o papel desempenhado por algumas instituições religiosas no povoamento e na exploração agrícola da Bairrada, nomeadamente a Sé de Coimbra e os Mosteiros de Santa Cruz de Coimbra, do Lorvão e da Vacariça. Nesta fase, o vinho servia quer como produto comercializável quer como forma de pagamento das rendas fundiárias e dos impostos. Em finais do século XIX, no 30
auge da destruição provocada pela filoxera, o mercado dos vinhos bairradinos atravessava um grave período surgindo então, nesta altura, o fabrico dos vinhos espumantes em Portugal, nomeadamente em Anadia, como forma de resolver a crise, iniciando-se a sua produção sob a direção técnica do Engenheiro José Maria Tavares da Silva, e com o apoio da Escola Prática de Vitivinicultura e Pomologia da Bairrada, criada em 1887, em Anadia, instituição da qual também era diretor. De facto, em 1890, nas instalações desta Escola José Maria Tavares da Silva produziu os primeiros espumantes nesta região pelo método «champanhês», hoje oficialmente designado de método clássico ou de fermentação natural em garrafa, sendo esta uma particularidade que o caracteriza. Em setembro de 1893,Tavares da Silva realiza uma apresentação de quatro vinhos “Champagnhe”, no Palacete do Conselheiro José Luciano de Castro. Desta apresentação surgiram os três primeiros vinhos aos quais deram o nome de “Secco, Supra e Excelcior”.
Foi a partir desta altura que se iniciou o processo de desenvolvimento comercial do espumante nesta região, com a criação, em Anadia, da Associação Vinícola da Bairrada a 3 de novembro de 1893, da qual faziam parte o Conselheiro José Luciano de Castro, Justino de Sampaio Alegre, o Padre António Alves de Mariz e o Dr. José Paulo Cancela. O Eng. José Maria Tavares da Silva seria o técnico responsável, desta Associação. A partir da década de 20 do século passado, foram diversas as caves que surgiram no território Bairrada para comercializar não só o famoso espumante como também outros vinhos de excelência. Atualmente os espumantes Bairrada são o ex-líbris desta região constituindo um dos principais fatores de atração turística, quer no seu consumo, quer na visita às diferentes Caves e Adegas, desde as seculares às mais recentes.
Um brinde Ă Bairrada!
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B AI R R AD A
Primavera Baga
A seleção do consumidor
NOTAS DE PROVA Apresenta cor salmão. Aroma delicado a frutos vermelhos, morangos, framboesas e cerejas. Na boca é cremoso, volumoso e frutado, com frescura notória, final elegante e persistente.
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas Produtor Enólogo Grau alcoólico
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO É bom como aperitivo e acompanha bem entradas, peixe, mariscos e Leitão da Bairrada.
Tempo de estágio
Rosé Bruto 2011 100% Baga Caves Primavera Antero Silvano 12%vol. 15 meses
Quinta do Valdoeiro Baga-Chardonnay 2011 NOTAS DE PROVA Cor rosa cinza pálida. Aroma mineral, com fortes nuances de fruta vermelha e notas de panificação. Este espumante de bolha fina e efervescência esparsa, denota na boca uma mousse delicada, de estímulo suave, lembrando cerejas, morangos e biscoito. Acidez crocante, transmitindo leveza no final. SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Acompanha bem entradas, Leitão da Bairrada e pratos de peixe grelhado. 32
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2011 Baga 40% e Chardonnay 60%
Produtor
Sociedade Agrícola Com. Vinhos Messias, S.A.
Enólogo Grau alcoólico Tempo de estágio
João Soares 12%vol. 10 meses
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Íssimo NOTAS DE PROVA Espumante jovem de cor citrina. Apresenta aroma com tipicidade e boa persistência. Na boca mostra-se fresco e delicado, com acidez harmoniosa e equilibrado no aroma e no corpo.
BAIRRADA
A seleção do consumidor
ficha técnica Tipo de Vinho Colheita Castas
Branco Bruto 2012 Bical, Cercial e Maria Gomes
Produtor Enóloga
SUGESTÃO DE HARMONIZAÇÃO Excelente como aperitivo, acompanha bem pratos de peixe e marisco. Ideal para acompanhar Leitão da Bairrada.
ES P UM AN T E S
Grau alcoólico Tempo de estágio
Caves Arcos do Rei, Lda. Cármen Carvalho 12,5%vol. 3 meses
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“A Bairrada é uma experiência sensorial” Pedro Machado
opinião Para Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, a Bairrada destacase, cada vez mais, como a principal região produtora de espumantes do país. Por decreto real de 30 de junho de 1887, foi criada a Escola Prática de Viticultura e Pomologia da Bairrada. Esta data marca o início de uma caminhada complexa para o sucesso dos vinhos e espumantes Bairrada, que hoje conhecemos e celebramos. Os espumantes Bairrada potenciam a notoriedade da região e são reconhecidos nacional 34
Presidente do Turismo Centro Portugal e internacionalmente pela sua frescura, sabor e intensidade. Os viticultores locais continuam a privilegiar a técnica mais nobre de produção do espumante - a fermentação em garrafa também conhecida como método clássico, garantindo elevados padrões de qualidade. A Bairrada tem sabido renovar-se e acompanhar as tendências de procura dos mercados. À qualidade dos espumantes produzidos alia-se novo design e conceitos arquitectónicos verdadeiramente diferenciadores. À conceção clássica inerente às famílias que há várias gerações produzem espumante, é hoje em dia associada a noção de modernismo e contemporaneidade. As adegas estão renovadas e foram construídos equipamentos de Enoturismo verdadeiramente notáveis. Cada vez mais, a Bairrada se
destaca como a principal região produtora de espumantes em Portugal e nesse contexto o espumante ganha maior peso na economia regional. O produto gastronomia & vinhos tem grande importância para o destino Centro de Portugal, dada a diversidade e qualidade da oferta existente. Permite dar a conhecer a história, os usos e costumes, a geografia da região, assumindo-se em simultâneo como um fator de identidade cultural regional. Neste contexto, a combinação da cultura, território e “estilo de vida” inerente ao Enoturismo cria novas dinâmicas de visitação turística, e abrange um perfil de consumidor com elevada capacidade financeira, e disponibilidade para viajar. A Bairrada é uma experiência sensorial. Celebre a vida com um espumante Bairrada.