Folha Pomerana 195 — 24 Junho 2017

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N° 195, 2017 – Data de 24 de junho de 2017

A HISTÓRIA DO CANTO CORAL EM SÃO LOURENÇO DO SUL Airton Fernando Iepsen - Acadêmico de Licenciatura em História EAD Universidade Federal do Rio Grande – FURG Rogério Piva da Silva - Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Mestre e doutorando em Memória Social e Patrimônio Cultural – UFPEL. Professor da disciplina de Oralidade, Memória e Patrimônio do Curso de Licenciatura em História EAD.

Como muito se fala neste periódico eletrônico a respeito da origem ancestral do povo pomerano, entendemos desnecessário referir ao assunto, e passamos a tratar diretamente de um resumo do artigo de nossa autoria, conforme o título da matéria. Sabemos que os imigrantes que aportaram no município de São Lourenço do Sul, mais precisamente no longínquo ano de 1858, eram originários das províncias prussianas da Pomerânia e, embora em menor número, da Renânia, além de, minoritariamente, de outras regiões teutas, segundo Edilberto Luis Hammes (HAMMES, 2014:25). Sobre a criação das primeiras sociedades de canto em São Lourenço do Sul, com participação decisiva do povo pomerano, assim relata Hammes: ”A oração e o canto eram as formas de expressão coletiva dos imigrantes, mesmo nos momentos mais tristes. Inicialmente sozinho, ou em família, o canto constituía-se na maneira mais íntima de demonstrar saudade da pátria mãe ou afastá-la” (HAMMES, 2010:66). Assim, com a necessidade de somar forças, além de fazer amigos, foi fundada a primeira sociedade filarmônica no interior do município a 18 de fevereiro de 1874, denominada Sängerbund, em português, Federação dos Cantores, na localidade de Picada Moinhos. Esta sociedade ainda hoje se encontra em atividade sob o nome de Sociedade Filarmônica Picada Moinhos, ultrapassando os 140 anos de existência, participando ativamente das tradicionais festas dos cantores.


Fig. 2: Sociedade de Canto Concórdia, anos 1930, extinta. Acervo pessoal.

A 1° de janeiro de 1876, na localidade de Boa Vista, surgiu a Gesang-Verein Eintracht, Sociedade de Canto Concórdia. Em 12 de agosto de 1891 foi fundada na localidade de Evaristo a Liedertafel (Canto Orfeônico), sociedade ainda hoje existente, com o nome atual de Sociedade Filarmônica Três de Maio. E, para ficar nas sociedades de canto criadas no século XIX, em 1894 surgiu a Sociedade Quevedos, de Picada Quevedos, que esteve em atividade até os anos 1980, quando encerrou suas atividades por dois motivos, segundo um componente que esteve no coral de 1954 até 1970, Sr Arno Gehrke: a falta de um regente bem como a migração de cantores para a zona urbana do município. No início do século XX surgiram outras várias sociedades. Na figura 1 temos uma foto da Sociedade de Canto Concórdia, de Boa Vista, datada dos anos 1930. Já a figura 2 se refere à Sociedade Quevedos, da localidade de Picada Quevedos em 1964, por ocasião da passagem dos seus 70 anos de fundação. Ambas sociedades não mais estão ativas. Atualmente, se encontram em atividade pelo menos três sociedades de canto orfeônico fundadas no século XIX, a saber: Sociedade Filarmônica Picada Moinhos, fundada em 1874, na localidade de Picada Moinhos; Sociedade Filarmônica Três de Maio, da localidade de Picada Evaristo, fundada em 1891, e a Sociedade Filarmônica Feliz, fundada em 1897, na localidade de Picada Feliz. Com as sociedades de canto se disseminando pelo interior do município, surgiu a necessidade de se criar uma liga das associações para uma integração e organização de um concurso de canto. Então, a 30 de março de 1930, aconteceu uma reunião com componentes de 13 sociedades, onde foi criada a Sängerbund von São Lourenço (Federação de Cantores de São Lourenço), onde saiu eleita a primeira diretoria sob a presidência do Senhor Carlos Meyer, da localidade de Monte Alegre, um


entusiasta do canto coral. Com a seguinte diretoria:

Fig. 3: Sociedade de Canto Quevedos, 1964, extinta. Foto Arno Gehrke.

Presidente: Carlos Meyer Vice-Presidente: Wilhelm Brächer Tesoureiro: Pedro Hammes Secretário: Siegfried Protzen Sob a coordenação da nova entidade aconteceu no dia 8 de fevereiro 1931 o primeiro concurso de canto, realizado na localidade de Picada Evaristo, residência de Augusto Strelow, com a presença de 10 sociedades. Durante a II Guerra Mundial houve a necessidade de mudar o nome a associação, que passou a se denominar União Cultural e Agrícola (UCA). É importante ressaltar que a partir de 1931 em somente 2 anos o concurso não ocorreu: em 1945 por causa da II Guerra Mundial, e em 1951, em função do falecimento do então presidente da UCA, Senhor Carlos Lourenço Schneider. No final do século passado houve nova mudança do nome da entidade, que passou a se denominar Associação União Cultural e Agrícola (AUCA), e hoje em dia é presidida pelo senhor Rui Geri. Cabe salientar que São Lourenço do Sul é um dos poucos municípios onde as sociedades de canto orfeônico estão submetidas a uma associação, que rege principalmente os eventos, onde se destacam as festas dos cantores realizadas anualmente. Este ano de 2017 o concurso em sua 85ª edição ocorreu no dia 21 de maio na localidade de Picada Esperança, no salão Paroquial de Barrancos. Estes concursos são realizados sempre no outono, e cada sociedade apresenta uma música de livre escolha, além do canto oficial que é apresentado por todos os corais participantes. São escolhidos os vencedores das melhores apresentações


livre e canto oficial. Os vencedores do concurso deste ano foram: Hino livre a Sociedade Filarmônica Picada Moinhos, e o canto oficial teve como vencedora a Sociedade Filarmônica Feliz. Como uma forma de incentivo nesses eventos são sempre homenageados o cantor mais idoso, o mais jovem, e o cantor que participa mais tempo na sua sociedade. Constatamos nos últimos anos também o surgimento de jovens regentes, vitais para a sobrevivência das sociedades de canto, caso de Rigan Lutz Podewils e Renato Wolter.

Fig. 4: O avô Sr. Arri, seu filho Leandro e o neto Lurian.

O canto coral no município de São Lourenço do Sul é uma tradição especialmente na zona rural, essencialmente contando com cantores de descendência pomerana e alemã, na sua maioria; além dos concursos, muito comum é a presença deles nas comunidades especialmente em confirmações, casamentos, sepultamentos e cultos de agradecimento, além de festas beneficentes. Um coral necessita de ensaios periódicos, de dedicação e comprometimento dos seus componentes, e não raro a preparação de um canto pode levar 3 a 4 meses, dependendo de sua complexidade. Disciplina, trabalho em grupo e obediência ao regente são requisitos básicos para um bom coral. Coral também é local de presença familiar e não raro encontram-se até 3 gerações reunidas em uma sociedade de canto, como veremos na imagem abaixo. Na foto, temos um exemplo de 3 gerações perfeitamente integradas ao canto coral: a família Bubolz – o avô Senhor Arri, seu filho Leandro e o neto Lurian. Lembrando que o bisavô Senhor Carlos, já falecido,


também era coralista, todos são cantores da Sociedade Filarmônica Três de Maio de Picada Evaristo, fundada em 1891. Esta tradição, é bom lembrar, é presente principalmente na zona rural do município, com algumas raras exceções. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HAMMES, Edilberto L. São Lourenço do Sul - Radiografia de um município. Das origens aos anos 2000. 1ª ed. São Leopoldo: Zeus, 2010. HAMMES, Edilberto L. A imigração alemã para São Lourenço do Sul. 1ª ed. São Leopoldo: Zeus, 2014. IEPSEN, Airton F., SILVA, Rogério P. Memória, Tradição e Identidade: O canto coral no município de São Lourenço do Sul – RS. Revista Momento – Diálogos em Educação, Rio Grande, 25: 129 - 144, 2016.

POMMERLAND IM BILD Gemeinschaft evangelischer Pommern e. V. Christoph Ehricht - Vorsitzender www.pommernkonvent.de. redaktionell bearbeitet: Helmut Kirsch hehe.kirsch@gmail.com

DER POMMERNKONVENT Christoph Ehricht (Pastor)

Bild 1: Vorkriegsaufnahme: Marienkirche in Köslin - Fast alle ev. Kirchen in Pommern dienen seit 1945 der polnischen Bevölkerung als kath. Gotteshäuser

Der Verein wurde nach dem 2. Weltkrieg gegründet, um pommerschen Geistlichen und evangelischen Gemeindemitgliedern nach dem Verlust des größten Teils der Kirchenprovinz einen Ort zur Bewahrung ihrer Traditionen anzubieten und zugleich Hilfen für die im polnischen


Pommern Verbliebenen zu koordinieren. Das Vermächtnis der Gründer des Konvents bleibt bis heute Grundlage der Vereinstätigkeit. Neue Aufgaben sind hinzugekommen. Nach der Wiedervereinigung kann die Zusammenarbeit mit der evangelischen Kirche in Vorpommern selbstverständlich und unkompliziert gestaltet werden.

Bild 2 Pastor Christoph Ehricht predigt in Stettin 2017

Die Entwicklung der Gemeinschaft mit deutschen und polnischen Evangelischen in den Gemeinden Stettin / Szczecin, Köslin / Koszalin und Stolp / Slupsk mit ihren vielen Filialen gehört zu den großen Herausforderungen und bildet einen wichtigen Beitrag für Versöhnung in der europäischen Kulturlandschaft Pommern. Dazu heißt es in der Vereinssatzung:


„Der Verein führt Menschen zusammen, die sich dem pommerschen Kultur- und Lebensraum in Vergangenheit und Gegenwart verbunden fühlen und sich in seinem deutschen und seinem polnischen Teil der Pflege, Bewahrung und Förderung des evangelischen Bekenntnisses und des pommerschen Kulturerbes verpflichtet wissen“. Durch regelmäßige Besuche und Betreuungsfahrten, durch Unterstützung sozialer und diakonischer Projekte und individueller Hilfen sowie durch Bildungsangebote in unterschiedlichen Formaten und mit vielen Partnern versucht der Pommernkonvent, seinen Weg zum Wohl von Land und Leuten in Pommern in einladender Offenheit für alle Generationen zu gehen und immer neu zu bestimmen.

Bild 3 deutschsprachiger Gottesdienst in Stettin 2017

Der Vorstand des Pommernkonvents hofft auf das Interesse vieler Menschen an den hier festgehaltenen Informationen, Nachrichten und Angeboten. Für alle Anregungen und Wünsche sind wir offen und freuen uns darauf.

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Up Pomerisch Srijwe un Leese leire Os pequenos quadros da Lilia Jonat Stein


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