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Educação
Por: Tamara Drumont Fonoaudióloga desde 2007 - Especialista pela Santa Casa de SP - desde 2010. Tamara é Master Coach, atua na educação desde 2012 e atua no Colégio Bilíngue Hipercubo desde 2020.
Como posso ajudar meu filho a melhorar na escola se eu mesmo tenho dificuldades?
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Não é incomum que esta angústia alcance meus ouvidos enquanto fonoaudióloga. Não poucos pais-responsáveis se sentem incapazes de ajudar seus filhos por perceberem em si dificuldades similares ou até maiores do que o pedido de ajuda que trazem.
A fala e a escrita são expressões humanas de conexão de ideias com o meio em que se está inserido e qualquer dificuldade de expressão deve ser vista e conduzida de forma intencional, assertiva e gentil. Seja com a criança, ou seja com o adulto, a pergunta que não quer calar é: Como posso (me) ajudar?
A fonoaudiologia é a ciência da saúde que se ocupa em estudar, tratar e prevenir disfunções que afetam a capacidade de comunicação em suas mais diversas formas. Na escola, o profissional fonoaudiólogo exerce importante papel na equipe nas áreas de linguagem oral, escrita, voz, fluência, articulação da fala, função auditiva (rastreio) e até na função de deglutição.
As alterações na fala mais comuns englobam dificuldades de dicção/articulação, memorização de palavras e defluências comuns e gagas. Defluência comum são aquelas naturais a qualquer falante, já nas defluências gagas existem movimentações corporais, bloqueios, prolongamentos, repetições, pausas (maiores que 3 segundos), intrusão (palavras fora de contexto) e tantas outras. Na escola, temos crianças que podem apresentar dificuldades na fala entre seus 2 ou 3 anos e meio; neste caso a indicação de terapia com o fonoaudiólogo é definida a partir de alguns critérios, que podem te ajudar a perceber também se as dificuldades que você ou algum dependente seu possuem precisam de ajuda especializada, perceba:
Intensidade: as alterações na fala são muito fortes, relevantes ou incômodas?
Frequência: estas alterações acontecem sempre? Ou de vez em quando? Se de vez em quando, em que momentos surgem e como posso evitar que aconteçam?
Duração: esta alteração na fala acontece faz muito tempo? Teve alguma melhora e depois piorou ou nunca teve variação alguma? Se melhorou em algum momento, o que aconteceu para que melhorasse?
Prejuízos: esta dificuldade na fala está trazendo algum tipo de prejuízo, social, educacional, financeiro ou outro que justifique a diminuição de algum prejuízo?
Levando em conta estes critérios, ocorre então a indicação de acompanhamento especializado.
No ambiente escolar, buscamos junto à equipe de professores, orientar e intervir preventivamente para que pequenas alterações sejam contornadas e manifestações iniciais não se tornem graves com o tempo. Se forem identificadas dificuldades, o acompanhamento formal é indicado com muito mais critério e agilidade.
Se você é adulto e percebe também que sua fala poderia/deveria ser um pouco melhor, coloco aqui três dicas para ajudar você a se ajudar e a ajudar a pessoa que você conhece:
1) Os músculos e outras estruturas da sua face estão em boas condições de expressão/execução? Língua presa ou solta demais, lábios “moles”, bochechas caídas, dentes com oclusão ruim ou ausentes, dentre outras características. 2) Sua respiração, audição ou voz estão saudáveis e com bom potencial de resposta para a comunicação? 3) Seu repertório de palavras, vocabulário e seu nível de exposição a novos conteúdos favorecem a organização da sua fala? Às vezes os meios eletrônicos e a pouca exposição a estilos de escrita e fala diferentes podem comprometer em algum nível a criatividade na fala.
Sobre as medidas práticas no dia a dia: procure mastigar dos dois lados na boca; respire de forma profunda intencionalmente em alguns momentos do dia; brincadeiras que movimentem a língua, os lábios e as bochechas, como trava-línguas e canto, podem favorecer, e muito, sua melhor forma de falar, seja você adulto ou criança.
No colégio bilíngue Hipercubo, a assessoria e acompanhamento fonoaudiológico são um diferencial no desenvolvimento das crianças e seus familiares, acreditamos verdadeiramente que a união de saberes pode formar falantes mais inteligentes, críticos e gentis em sua comunicação. Sou Tamara Drumont, Fonoaudióloga desde 2007, mãe de 3 filhos lindos e aqui uma comunicadora que desejou nestas linhas melhorar a sua fala e a fala de quem você ama.
Por: Amanda B. Guaglioni Pedagoga e Psicopedagoga, especialista em Neuropsicopedagogia
Em uma sala de aula é comum encontrarmos alunos que aprendem em ritmos diferentes uns dos outros. Mas e quando esse ritmo é muito lento e prejudica significativamente o rendimento da criança?
Como descobrir se estamos lidando com apenas uma dificuldade de aprendizagem, que pode ser passageira, ou com um transtorno de aprendizagem, que traz maiores obstáculos e prejuízos à vida escolar e social? Continue lendo para saber mais!
O que são Dificuldades de Aprendizagem
Dificuldades de aprendizagem possuem causas cognitivas e/ou emocionais, mas podem passar com o decorrer do tempo e auxílio de um acompanhamento adequado, se necessário.
Apresentam-se durante a infância, quando a criança começa a lidar com obstáculos que impedem seu progresso em algumas disciplinas na escola.
Se as dificuldades de aprendizagem forem persistentes, afetarem várias áreas do conhecimento e não melhorarem com o tempo, é preciso investigar a presença de um transtorno de aprendizagem, onde há um comprometimento neurológico que prejudica o desenvolvimento intelectual e sensorial da criança.
Assim como com os transtornos de aprendizagem, as dificuldades de aprendizagem também podem existir em uma escala, ou seja, podem apresentar diferentes graus de intensidade, desde os mais leves até os mais severos.
O que são Transtornos de Aprendizagem
Os tipos de transtornos de aprendizagem podem variar muito. Alguém com transtornos leves pode ser capaz de viver de forma independente e autônoma, enquanto alguém com um transtorno severo pode precisar de cuidados intensivos e de ajuda para realizar suas atividades cotidianas.
De acordo com o nível de severidade do transtorno, essas dificuldades podem variar de pessoa para pessoa, mas podem incluir aspectos como: aprender novas competências, comunicação, administrar dinheiro, ler, escrever e até mesmo cuidados pessoais.
Algumas pessoas nascem com transtornos de aprendizagem, mas também é possível que outras desenvolvam algum por conta de um acidente ou doença durante a infância.
Diferença entre Dificuldade e Transtorno de Aprendizagem
De maneira geral, um transtorno de aprendizagem constitui uma condição de origem neurobiológica que afeta o aprendizado e a inteligência de um indivíduo em diversas áreas da vida.
Enquanto uma dificuldade de aprendizagem se refere a uma condição onde existe um obstáculo específico para seu desenvolvimento, que pode desaparecer espontaneamente ou com monitoramento pedagógico.
As crianças com transtornos de aprendizagem podem se sentir frustradas por não conseguirem dominar um assunto, apesar de se esforçarem, e por isso a combinação de problemas pode dificultar a trajetória escolar da criança.
Com o diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, essas crianças podem ter uma vida plena e significativa.
No entanto, se esse apoio não for fornecido, eles podem enfrentar problemas para ganhar independência e autonomia, no acesso a atividades de lazer e recreação e no desenvolvimento de amizades e relacionamentos.
O diagnóstico adequado de cada distúrbio é crucial, para que a criança possa obter o tipo certo de ajuda próprio a ela.