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Suricato,
movida a gratidão Banda que estourou em 'reality' musical lança disco e prega: 'felicidade só serve se puder ser compartilhada'
outro lado, vejo muitos artistas tomando a postura de colocar seu trabalho como uma “iguaria rara”, selecionando as pessoas que possivelmente o entenderão. É tudo o que Suricato não pretende fazer. Música não serve para ser entendida, mas sentida. Misturar os públicos é uma boa diretriz. Por que fãs de axé não podem gostar de ouvir blues?
Por Bruno Calixto, do Rio
Misturar as coisas sem critério nenhum é uma característica do brasileiro. Nesse sentido somos o povo mais estrogonofe com feijão do mundo, e isso é lindo. A lista de instrumentos tende a aumentar, mas podemos incluir o didjeridu (instrumento aborígene australiano), a tábua de lavar roupa e a mala-bumbo como os mais incomumente usados por bandas daqui.
O sucesso no programa “SuperStar”, da TV Globo, foi só um dos sinais de uma trajetória ligada em grande parte ao apoio dos fãs. A Suricato lança o álbum “Sol-te”, recheado de canções autorais de folk-pop, entre elas “Talvez”, que a turma que os acompanha, na base da mobilização, conseguiu emplacar na parada de uma rádio carioca. “Nosso principal objetivo é desmitificar e popularizar uma música com elementos pouco comuns no Brasil, levá-la para o grande público e vê-la consumida pelas massas”, diz o vocalista Rodrigo Suricato. Também presente no disco, “Um Tanto”, faixa composta dois dias depois da apresentação do grupo nos duelos do reality, é como um agradecimento público aos seguidores. “É quase uma oração, fala de gratidão. Tem muita relação com o nosso caminho”, segue o líder da banda sediada no Rio, que oferece aos fãs streamings de músicas e vídeos no site suricatooficial. com.br. Ele bateu um papo com a Revista UBC sobre música e processo de criação. Você prega a desmitificação da música. O que isso quer dizer? Sou contra a monocultura. Somos o país da diversidade, e é um desperdício de civilidade artistas novos não terem espaço e ficarem em guetos. O novo pode ser rentável e atrativo. Por
A Suricato é conhecida por utilizar instrumentos nada comuns. Qual é o resultado?
O novo álbum é 100% autoral. De que tratam as composições? Assino quase todas as composições sozinho, exceto uma canção com Dudu Falcão e Moska e a minha primeira canção com o Gui Schwab (guitarrista da banda). Sobre as letras, diria que são quase autobiográficas, mas com leveza, sem transformar tudo numa sessão de análise. É um disco sobre amor. Com o disco nas mãos, quais são os planos? Estamos doidos para cair na estrada com o show dele, promovê-lo pelo Brasil todo. Temos muita confiança no que realizamos, é um disco com razão de ser, um disco em todas as faixas. Temos um Brasil inteiro para abraçar, nosso sonho é ver isso se tornar realidade e fazer com que nossas histórias e canções façam parte da memória afetiva das pessoas. Afinal, a felicidade só serve se puder ser compartilhada.