Elefante 3ed

Page 1

ELEFANTE DE MENTA


EDITORIAL

Elefante de Menta é uma publicação independente, aperiódica, sem qualquer tipo de compromisso com verdades pré-estabelecidas, tão pouco com mentiras.

ou coisa que o valha

Conselho editorial: Kleber Felix Ubirathan do Brasil Publicidade: Ubirathan do Brasil (017) 9104-8047 Colaboradores: Fora do Eixo Cafezine Nhô Butiquim Cine Macaco Capa desta edição: Yuri Silva Distribuição: BAR editora Blog: www.elefantedementa.blogspot.com

Tiragem desta edição: 3.000 exemplares

bareditora@hotmail.com

QUANDO EU BEIJAVA BOCAS DE ORNITORRINCOS.........pag 3 Ubirathan do Brasil

TURISTAS .............................................................................. pag 4 Colaboradores desta edição

NOTAS FALSAS ESQUECIDAS NO FUNDO DO BOLSO ...... pag 6 Kleber Felix

UNS LANCES ......................................................................... pag 7 Marcelo Bonilha

ULTIMA PAGINA.................................................................... pag 8 Bruno Bandido

Colaboram nesta edição: Bruno Bandido Cadu Carrasco Camila f. Carla Mariel Carla Sliva Denison Mendes Diego Moraes Fernanda Ebling Issac Ruy Jef Telles

Kleber Felix Lara de Moraes Lucas Campos Marcelo Bonilha Ni Brisant Raquel Wohnrath Reider Sergio Christo Ubirathan do Brasil


QUANDO EU BEIJAVA BOCAS DE ORNITORRINCOS

Segunda odisseia no mundo do desamor

Ubirathan do Brasil www.facebook.com/ubirathandobrasil

morre um pouco, amor me ajuda com esse trago toma uma dose

MEDIDA

tínhamos trinta quilos de melancolia vem apanhar como bicho e vinte quilômetro de tédio morre, amor quarenta litros de amor com um pouquinho de dor duzentos centímetros de dança e com um golinho de espinhos de rosa tínhamos metade da vida sementes de Pata-de-Elefante e metade da morte doses cavalares de mescalinas mescladas com peiote tínhamos três milímetros de paciência engula um gás e cinco metros de ignorância um líquido oitenta léguas de palavras de homem beba um ou dois enfermos vinte polegadas de sede de outra mulher morre... quatrocentos dias em vão mais um tequinho, amor setenta segundos de sombra na varanda se interne naquele hospital psiquiátrico cinquenta minutos de corte pra se apaixonar pelo vazio dezoito semanas de incêndio se confortar com as agulhas doze horas gritando fumar as bitucas no canto do pátio e outras doze abanar a mão pra ninguém

sabe que não foi feita por ninguém sabe que não foi feita pra ninguém morre, amor tem uma faca de manteiga na gaveta azul ou um cadarço resistente do seu avô no baú morre, amorzinho coma o pássaro lilás mergulhe na solidão sem escafandro tire o brilho dessa boca e pare de cantar e recitar poemas de João de pouquinho em pouquinho, amor arrume as malas vista as roupas manchadas ou as com essência de naftalina sente só na cadeira abra o criado-mudo tem estilete e punhal tem algumas fotos da viagem passada no envelope cinza tem promessas tem fumaça e frio no seu último cigarro tem mel e açúcar pra se estancar vai que a vida é assim, amor tem um poema torto que eu escrevi no seu ouvido esquerdo e uma saudade dentro dos seus discos de samba que eu deixei vai que vai, amor o sinal está verde e tem um trecho mal acabado em um papel amassado em seu bolso e um gatilho para nos repartir em dois.

calados

pag#03

Frank'stéia!

ela tem sorriso de socos braços espadachins olhos de canabinóide suor lambuzado de flamboiã cabelos, penacho de forte apache gosto de tudo alma com luz de lampião nádegas de vaga-lume mãos malabarizantes pés-acrobatas coraçãoparaplégico curvas de formula 1 língua de dicionário pele flambada pulso de ponteiro vida de muro dentes murros. planos absurdos e eu

[a última peça do seu quebra-cabeça


pag#04

UM VEZES UM

*Turistas*

Praça roosevelt, 20 de abril

Ela me mostra as tetas pela webcam, Ela entrou na minha vida diz que tá calor na Virgínia e que me queria por perto como que saída do banho mordendo sua bunda. num frescor adolescente e sacana Eu sempre acabo pensando que garotas assim precisam ser incinerou meus projetos escoteiros abraçadas jogou chope na minha vidinha pulp fic on e sinto falta de abraçá-las e de imprimir meus dentes nos seus & nunca mais parou de falar rabos melancólicos, como impressões digitais. Quebrou meu siso com um copo de conhaque Encaro os seus olhos doces malucos de quem bebe Achei que dava pra escapar quando me desse na telha taças de vinho depois do jantar e con nuei sem dinheiro, sem consultar meu horóscopo e ela parece contente quando digito sacanagens. & pensando em ligar pra ela no Natal Conta sobre a empregada de sua casa que lhe abusava na infância Sabe quando a gente morre um pouco e nem se toca? ou sobre caras que lhe mandam calar a boca e não dividem o Sabe quando o olhar não atravessa a porta? cobertor. Sabe quando você corre atrás e é tarde demais? Nenhuma mulher precisa ser discreta para chorar, eu digo Ela parecia feliz no restaurante japonês e acho que chego mais perto da sinceridade do que deveria. & eu fiquei bandidinho na beira do cais O jogo começa a ficar perigoso lavando minhas feridas com whisky como palhaços de circo contando piadas no bar, guilho nando long necks na calçada o celular de um gângster que toca no horário de almoço. Aí um dia perdeu-se a razão e eu disse: Ela pede pra ouvir minha voz “Qual é? Ainda sei o significado da palavra suavidade” Pelas voltas “Oi.” E saí socando boxes de banheiro Ela sempre enxerga beleza onde não há. As caixas de kleenex se acumulando Derreto-me Enquanto isso eu sigo sozinho O pânico tomando conta do quarteirão Decreto-me feriado É segunda-feira de carnaval A velha águia batendo a cabeça pelada na vidraça Estanco as horas e eu sigo sozinho. Então faço um favor pra mim mesmo Se tocam em mim Mas ainda posso abrir uma cerveja, resgato a velha bic azul & O que não ouso permi r olhar suas tetas através da internet desenho tatuagens efêmeras e me controlar pra não dizer de promessas eternas Mas voltar o filme eu te amo. Caminhos de cascáveis na manga da camisa preta Depois de me derreter O meu gado chicoteado pela quan dade escandalosa de Depois de estancadas as horas Bruno Bandido doses de conhaque Traz sempre a sensação www Meu acampamento improvisado no meio do bar De retrocesso Ela descendo a rua como que saída de um incêndio Em abcessos Flash back Como quem traz no cias de deuses De mim Cujos cura vos O significado da palavra suavidade Ainda pequena colecionava troços Hei de fazer sozinha. Em noites de aniversário é possível ver o céu pernas e destroços Raquel Wohnrath Mário Bortolo o se apaixonou pelos pedaços raquelwa@gmail.com www de um cara qualquer um cara que nunca aparecia numa pintura de Edward Hopper. num cisco no olho esquerdo. apoiado no balcão nha muita perna, essa menina mais que todas do bar com a cabeça rodeada pela fumaça azul de cigarro. meus cabelos envoltos. só não nha a parte toda de coisa alguma numa sala escura de um sobrado desleixado; a TV no mudo ilumina as almofadas sorvete de uva pingando na barra do uniforme o sinal tocando manchadas de vomito. eu sou o sujeito que toca as cordas do violão com as unhas ela se atrasando manchadas de nico na. Jeff Buckley fuma ópio em algum lugar do planeta. em sempre ela se atrasando paisagens com posto de gasolina abandonado. no meu reflexo no pára-brisa

LuanaVignon www

rachado do carro. num con nente de plás co. numa ilha. eu vejo Thelonious sozinho atrás do piano. eu ouço Magnólia Electric Co. cheio de afetação. eu me ceguei outro dia. cavei buracos em minhas pálpebras com uma colher. eu estava elétrico. algo coçava dentro do meu olho esquerdo.

Carlos Carah www


pag#05

*Turistas*

Tudo desaba como doses emblemá cas de gim. Almas destroçadas e pedidos misteriosos que não dão em nada. É como sen r vontade de ler a bíblia pra tentar encontrar respostas, mas saber que qualquer religião num vai com a tua cara. Que deus ri de você. Eu não agüento mais chegar em casa e me preparar um Nescafé sem açúcar com gosto de terra e ficar olhando o teto esperando ele cair. Saca que não tenho mais saco pra ouvir reclamações dos meus entes queridos, de olhar pra minha cara cheia de olheiras no espelho e me perguntar que vai acontecer da próxima vez que eu tenha que passar uma noite no hospital porque bebi demais. Nas duas úl mas noites eu pensei mesmo que fosse morrer. Tu saca o que é morrer enquanto tu bebe um Nescafé aguado pra diabo? Tu saca o que é olhar essa minha cara de babaca no espelho todo santo dia e esperar que tu foda outra e se sinta melhor enquanto não corto teus cabelos? Tô regressando pro inferno, sendo sugada como um animalzinho pelas forças que não me deixam em paz. Eu deixei na geladeira um litro de whisky e num tenho a cara de pau de beber se tu não vai dividir essa merda comigo. É que pô, eu me preocupo muito mais com teu bem-estar do que com o meu. E tudo tem desabado aos poucos. Às vezes eu acho que sou fraca demais pra aguentar. Em outras eu só inalo a fumaça e deixo meu corpo levitar como um peso-morto pronto para ignorar as leis da sica.

camila f. www

Sou uma frase escrita com sangue na tua coleção de silêncios que não virão cartas de amor. A nuvem carregada saindo de sintonia no teu rádio de pilha na beira da janela da cozinha do apê que você ganhou de herança do seu pai maçom e pedófilo. O temporal se formando dentro de sua cidadezinha do interior. Sua Caloi 21 marchas enferrujando na garagem. O seu desprezo cinza de final de sábado antes de atravessar a passarela do amazonas shopping da Avenida Djalma ba sta. Eu con nuo o mendigo namorando a poesia que não serve para nada. Con nuo arranjando novos inimigos nesse inferninho chamado literatura brasileira. Você é a ul ma página da minha obra-prima. Ul ma memória tatuada nas minhas recaídas de drogado infeliz que volta pra casa para escrever men ras bonitas. Men ras com asas.

Diego Moraes www

Weekend

testemunha ocular

Há sempre um desencontro entre Glauco era cores calmas a minha embriaguez óculos enormes e a sua. os olhos Entre a vontade calada estufados e o desejo que se deixa pra depois. em bolhas A cidade melancólica no sábado E o silencio ensandecido de domingo de plasma em suas veias finas No fim de semana os demônios dormem lá fora seus colírios no bolso Longes demais para se aconchegarem na gente. até que um dia

a gente podia tanta coisa, não é? correr atrás do carteiro cantando stop, oh yes, wait a minute mister postman. e aquele cofre enferrujado no quarto, cada um de nós com uma parte da combinação. não nhamos o que guardar ali, então bolamos aquele p l a n o m i ra b o l a n t e d e t ra n s p o r ta r a r m a s cegou clandes nas num il-76 sovié co. num lugar po o Passear pela avenida afeganistão. aquele mapa mundi es cado sobre a Onde se adivinha ia aos museus mesa e compassos e canetas e réguas. você dizia, Uma vida secreta. apalpar esculturas fazendo aquele avião de papel sobrevoar o oriente, a Mirar uma mulher que não é minha frias pedia gente vai dominar o mundo, garota. você mandando Um Jesus bêbado para lhe descrever o céu may the force be with you, eu acenando com vida carregando sua cruz na calçada. e as avenidas longa e próspera. aquela coleção de falcons que a Mendigos e putas gente colocou à venda no jardim só pra dançarmos E a paz ensurdecedora dos outdoors. indolente como naquele conto do carver. e eu fico me eu passei perguntando se aquela velha jabo cabeira ainda Vlademir-Lazo a contar está por lá. eu fico me perguntando se existe um www men ras momento onde tudo acaba. mas eu acho que não. eu sobre acho que um dia acontece isso da gente soltar a ligar pra alguém que atende com a voz firme, acreditar que é todas coleira do cachorro e deixar ele ir. a gente nem pensa assim: que passa, que muda, que segue, que caminha > ouvir o as coisas barulho dos ônibus na hora do fim, quando os motoristas e muito, sabe? só parece a coisa certa pra se fazer. cobradores vão embora > pensar que a ponta do dedo cortada é pra agora uma responsabilidade sua e que lá fora, o farol marca Adriana Brunstein desenhar a ele verde, depois amarelo e você corre, porque ainda dá tempo. www o mundo muito Fernanda D´Umbra mais www

bonito

Carla Mariel www


pag#06

S A T S O N SA L A F

ESQUECIDAS Por: Kleber Felix www.deumjeitoblues.blogspot.com

Tô escrevendo essa história triste e Rebeka tá deitada no sofá... ...as teclas sangram e seus pés acariciam minha perna. Eu quero ficar sozinho, não sou uma boa companhia. Rebeka segue insistindo com os pés e não era pra eu tá achando ruim. Não. Rebeka é uma mulher maravilhosa, mas histórias tristes são sempre mais tristes quando inacabadas, paradas no meio. As teclas seguem sangrando. Eu a magoo com a minha indiferença, com essa solidão só minha. Tanto faz. Rebeka não tem pés inocentes. Quero ficar sozinho. Ajo feito um brocha, levanto e tô na cozinha mamando numa garrafa d´água. Tristeza nada tem a ver com dor. Quero escrever sobre rabos chutados e desolação e cabanas no cu do mundo, coisas quebradas. Rebeca tem pés sacanas experientes. Arranca minha camisa. É uma mulher madura. Quero ficar sozinho. Quero escrever sobre corações arrasados jogados em sarjetas imundas, meio fio correndo água de esgoto. Começo beijando seus dedos. Quero ficar sozinho. Quero escrever sobre o sujeito mais infeliz desse mundo fudido. Rebeka tem pernas lindas. Quero escrever qualquer coisa amarga. Tiro sua calcinha. Eu a amo, quando vai embora me sinto tão só.

NO FU ND DO O BO LSO

Ela acordou depois das 13 Tipo um blues, pensou num samba bem triste Chovia lá fora Tem tanta gente no mundo, pensou num poema onde coubessem todos Amigas de infância, namoro no escuro, pequenos segredos Mas tem esse carinha, personagem dum filme B, roteiro ruim Bicuda as cobertas e segue pro banheiro Amor vende até pasta de dentes Ele, o carinha, gosta de vê-la mijando O chuveiro tá queimado, passa batom Tem esse buraco no peito E a estrada, as flores na sacada, rimas forjadas Do meio fio escorre água Ela tenta, em vão, continua chovendo Ser feliz é pros covardes Talvez por isso Sorri dum jeito tão bonito pro porteiro Quando ele se precipita a ajuda-la com as malas


pUXANDO O SACO

pag#07

O que te leva a produzir teatro experimental? Eu não faço teatro experimental. Eu experimento novas possibilidades de se fazer teatro. Talvez não signifique nada mesmo e será pra sempre "teatro experimental" (que é um tipo de obra que não se "enquadra" em nenhum gênero) mas talvez um dia alguém encontre um nome melhor. Acontece que eu vejo o teatro e o cinema, esgotados. Montam-se as mesmas histórias com figurinos e coreografias diferentes. Até as coreografias começam a ser copiadas. Uma estudante de Artes me falou esses dias que gosta do tradicional, que não vê por que o artista tem que inventar e se reinventar o tempo todo. O que ele precisa, segundo ela, é se aprimorar mais tecnicamente ao invés de querer o novo mal feito. Eu concordo plenamente com isso. Só não é da minha natureza ser "clássico". Ah, e morro de medo do teatro se transformar no que o circo é hoje… uma atração tradicional. As transformações que o planeta está passando não são apenas da ordem tecnológica/capitalista. É da ordem emocional, humana também. De tal forma que o público está se transformando. O teatro, sendo a única arte que se alimenta de todas as outras (plásticas, música, dança, vídeo, cinema, etc etc), como é capaz de permanecer no mesmo lugar? Existe mais vida entre a terra e o teatro do que em William Shakespeare, apesar dos pesares. Mas a gente prefere as fórmulas seguras. Já é difícil ganhar uns trocados produzindo o convencional … pra que arriscar em querer ser diferente? Mas eu penso o contrário. Em seu coração passa um Rio Preto? Apesar de não ter nascido aqui, apesar de a cultura estar jogada às traças e às mutucas e apesar dessa cidade não reconhecer os seus artistas, sim, no meu coração passa um terno Rio Preto de asas incolores. As vezes, "dolores". Qual a condição de ser artista na atualidade? Não existe condição pra ser artista hoje. O que existe são artistas sem condições. No entanto, é o próprio artista quem desconstrói suas possibilidades. A arte não se faz importante como a Saúde ou a Educação, embora seja. Por quê? Porque nesse dito "contemporâneo" qualquer um faz qualquer coisa. O sujeito monta uma peça por ego, o menino compra uma câmera e sai fotografando, o outro um pincel, e por aí vai… sem o menor compromisso social. Ser artista me parece que não é necessidade de comunicação com o outro, mas um status. Não digo que não se tem artistas, têm e muitos. Mas uma geração nasceu no coração do Facebook e a outra no âmago de um shopping center. Qual a referência pra se produzir arte? De onde virá a necessidade? Por onde anda seu público? no Mainstream ou no underground, na Casa Kenty ou no Vila Dionísio, nos coletivos ou na solidão? Não faço a menor idéia. Mas eu sei que ele existe. Quem realmente se interessa por esse jornal? Talvez essas pessoas sejam o meu público também. Se a arte é expressão? como sobreviver da mesma? como comprar sapatos? Existe lugar pra todo mundo que quer fazer arte. Convencional, comercial, experimental, abstrata e o que for. Penso que aqueles que fazem o estritamente comercial, ganham bastante dinheiro, porque é um grande negócio. Tem aqueles também, que conseguem sobreviver com seus conceitos levemente adaptados ao comércio. Eu faço o que acho que tem que ser feito. A obra vem em primeiro lugar. As vezes também me adapto ao mercado. É possível comprar comida, mas não sapatos. Como eu compro sapatos então? Trabalhando pra alguém.

Quais são suas últimas obras ? Minhas últimas obras talvez sejam minhas últimas conversas, os meus últimos sonos, gritos, sorrisos. Acho que minhas últimas obras podem ser minhas últimas palavras, meus últimos gestos. Como foi a repercussão da peça “Quadrado” ? Ainda está sendo. Melhor não poderia ser. No Festival de Curitiba, onde apresentamos recentemente, tiveram muitos elogios. Mas eu prefiro eleger dois que me marcaram muito: "Quero o meu dinheiro de volta" e "Genialíssimo"! A arte que não agrada a ninguém têm problemas. A que agrada a todos, tem mais problemas ainda. E deu pra comer alguém? Claro que sim! Ser artista é se alimentar do outro a todo instante. São essas refeições diárias que constroem o universo da arte. Se fosse dar um tiro na cabeça de alguém, quem seria? Talvez na minha. Qual sua ligação com a boemia e o romantismo? Ligações viciosas, prazerosas, perigosas. Algum recado para os leitores? Nessa noite de lua sangrenta, chove lama, dentro do meu nariz. Evapora, por ouvidos infiéis, o nada. O oásis tem, a caminho pede - Brilho? Cascatas! No quintal; Péssimo jornal. Marginal.


pUXANDO O SACO

pag#07


ULTIMA PAGINA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.