10 minute read

doenças das Solanáceas

OLERÍCOLAS

Cancro bacteriano . Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis

Advertisement

Sintomas

Os sintomas iniciais tornam-se aparentes na forma de murcha das folhas inferiores. As margens das folhas sintomáticas costumam enrolar-se para cima e as áreas internervais tornam-se verde pálido a amarelo e desenvolvem áreas necróticas. Plantas severamente infectadas morrem prematuramente. Nos frutos, lesões de olho de pássaro (mancha branca elevada desenvolvendo um centro necrótico) na superfície do fruto são as principais características de diagnóstico do cancro.

Sintomas em folhas de solanáceas. No detalhe, lesões ‘olho de pássaro’ em tomate e batata. Fotos: Carlos Alberto Lopes. Retirar J.D. Janse, Plant Protection Service, Bugwood. org; Fotos 2 e 3: https:// alchetron.com/ Clavibactermichiganensis

Bactéria causadora do cancro (Clavibacter michiganensis subp. michiganensis). Bactéria grampositiva e não móvel.

Foto 01

Foto 02

Foto 03

OLERÍCOLAS

doenças das solanáceas

Mancha de Alternaria . Alternaria spp.

Sintomas

Os sintomas ocorrem nos frutos, caule e folhas de tomates e caule, folhas e tubérculos de batatas. Os sintomas iniciais nas folhas aparecem como pequenas lesões pretas ou marrons, geralmente cercadas por um halo amarelado. Com o avanço da doença, folhas inteiras tornam-se cloróticas e podem sofrer a queda. As lesões que ocorrem nas hastes geralmente são afundadas e possuem anéis concêntricos típicos. A infecção do tomate verde e maduro ocorre normalmente através do cálice. As frutas infectadas frequentemente caem prematuramente. Os sintomas nos tubérculos de batata são caracterizados por lesões irregulares e afundadas, que geralmente são cercadas por uma borda roxa elevada.

Lesões de coloração parda em folhas de tomate e sintomas em tomate e batata. No detalhe, esporulação do fungo. Foto 1: Rebecca A. Melanson; Foto 2: Henrique da Silva Silveira Duarte

Morfologia de conídios de Alternaria.

Foto 01

Foto 02

Foto 03

OLERÍCOLAS

doenças das solanáceas

Murcha bacteriana . Ralstonia solanacearum

Sintomas

Na batata e no tomate, os primeiros sintomas visíveis geralmente são o murchamento das folhas mais jovens nas horas mais quentes do dia, parecendo se recuperar durante a noite. Com o avanço da doença, toda a planta pode murchar rapidamente e secar, culminando com a morte do vegetal. Outro sintoma é o nanismo das plantas, que pode aparecer em qualquer estágio de desenvolvimento. Em hastes jovens, os feixes vasculares infectados tornam-se escurecidos (coloração marrom). Em batata, os sintomas podem estar presentes nos tubérculos, na forma de uma descoloração marrom-acinzentada dos tecidos vasculares, também chamada de anel vascular. A ocorrência de exsudado branco-leitoso indica a presença de células bacterianas.

Sintoma de murchamento em folhas de batata e lesões no tubérculo. No detalhe, escurecimento de tecidos vasculares. Fotos 1 e 2 de Carlos Alberto Lopes. Foto 3 de National Plant Protection Organization, the Netherlands Bugwood.org

Bactéria causadora da murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum). Bactéria gram-negativa, baciliforme e móvel.

Foto 01

Foto 02

Foto 03

OLERÍCOLAS

doenças das solanáceas

Oídio do tomateiro . Oidium neolycopersici

Sintomas

Lesões brancas pulverulentas em toda a parte aérea do vegetal, exceto no fruto. Em surtos graves, as lesões coalescem, debilitando a planta. Extremamente comum em estufas de tomate, porém, sua importância vem aumentando em tomates cultivados à campo.

Lesões de coloração esbranquiçada na face superior de folhas de tomate.

No detalhe, esporulação do patógeno.

Foto 1: D. Blancard;

Foto 2: Inga Meadows

Morfologia de conídios de Oidium. Conídios hialinos cilíndricos em cadeia.

Foto 01

Foto 02

OLERÍCOLAS

doenças das solanáceas

Podridão mole . Pectobacterium spp.

Sintomas

Os sintomas caracterizam-se por lesões murchas e aquosas e escurecimento do caule. Na casca de tomates infectados, dobras e rachaduras, seguida pelo desenvolvimento de uma gosma branca cremosa podem ser observados, levando ao colapso total da planta. Um odor desagradável também pode ocorrer quando organismos secundários invadem os tecidos infectados.

Podridão do tubérculo de batata. No detalhe, lesões internas no tubérculo.

Foto 1: Carlos Alberto Lopes. Foto 2: https://www.picuki.com/tag/ podridaomole

Foto 01

Foto 02

Bactéria causadora da podridão mole (Pectobacterium spp.). Bactéria gram-negativa e móvel (flagelo peritríquio).

OLERÍCOLAS

doenças das solanáceas

Requeima . Phytophthora infestans

Sintomas

Os sintomas ocorrem nas folhas e são caracterizados por lesões circulares. O centro escuro é frequentemente cercado por tecido clorótico amarelado, que progride para o marrom. Essas lesõesgeralmente ocorrem nas pontas ou bordas das folhas. Os tomates afetados desenvolvem coloração escura e oleosa, com a presença de crescimento fúngico branco e cotonoso, que frequentemente se desenvolve em condições úmidas.

Sintomas de requeima em folhas e frutos de tomateiro. No detalhe, esporulação esbranquiçada do patógeno. Foto 1: Henrique da Silva Silveira Duarte; Foto 2: Yuan-Min Shen: Bugwood.org; Foto lupa: https://www.agric.wa.gov.au/ plantbiosecurity/ late-blight-potato-and- tomatodeclared-pest

P. infestans: hifas sem septos, esporângios semi- papilados e caducos. Oósporos de anterídio anfígeno

Foto 01

Foto 02

Foto 03

OLERÍCOLAS

doenças das solanáceas

Septoriose . Septoria lycopersici

Sintomas

Os sintomas caracterizam-se por lesões circulares a elípticas, com umcentro cinza escuro, cercado por um halo amarelo, principalmente nas folhas mais velhas. Geralmente, as manchas coalescem, ocasionando o desfolhamento. Picnídios são produzidos no centro das lesões.

Lesões de coloração acinzentada com halos amarelados em folhas de salsinha.

No detalhe, esporulação do patógeno (picnídios).

Foto 1: Brenda Kennedy, University of Kentucky, Bugwood.org

Foto 2: Paul Bachi, University of Kentucky Research and Education Center, Bugwood.org

Foto 01

Foto 02

Morfologia de picnídios e conídios multiseptados de Septoria lycopersici.

100

OLERÍCOLAS

doenças das solanáceas

Estádios Fenológicos

101

102

equipe técnica

103

Fitopatologia

Heloisa Thomazi Kleina heloisathomazi@ufpr.br

Flávia Santos flaviasantosbio@gmail.com

Thiago de Aguiar Carraro thiago.carraro@ufpr.br

Henrique da Silva Silveira Duarte henriqueduarte@ufpr.br

Louise Larissa May De Mio maydemio@ufpr.br

Design

Carolina Calomeno carolcalomeno@ufpr.br

104

bibliografia e sites de imagens utilizados

BASSANEZI, R. B.; SILVA JR., G. J.; FEICHTENBERGER, E.; BELASQUE JR., J.; BEHLAU, F.; WULF, N. A. Doenças dos Citros. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016. p. 271-306.

BOARI, A. J. de; ISHIDA, A. K. N.; SOUZA, M B. de. Doenças nas Hortaliças Cultivadas em Altamira, PA e Região. Brasília: Embrapa Amazônia Oriental, 2017.

CABI. Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis (bacterial canker of tomato). Invasive species compedium. Disponível em: https:// www.cabi.org/isc/datasheet/15338. Acesso em: 24 jul. 2020.

CHERRY, K. Sclerotium cepivorum. NC State University, College of Agriculture and Life Sciences. Disponível em: https://projects.ncsu.edu/cals/course/ pp728/sclerotium_cepivorum/ Sclerotium_cepivorum.html. Acesso em: 06 jul. 2020.

CHITARRA, L. G. Identificação e Controle das Principais Doenças do Algodoeiro. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2007. COLETTO, T. S.; NASCIMENTO, T.; OLIVERA, H. Interações entre fungos do pé negro da videira e do complexo da esca. Revista de Ciências Agrárias, v. 41, p. 111-120, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.19084/rca.17070. Acesso em: 27 jul. 2020.

FUNDECITROS. Cancro cítrico. Disponível em: https://www. fundecitrus.com.br/doencas/cancro. Acesso em: 05 jun. 2020.

FUNDECITROS. Clorose variegada dos citros. Disponível em: https:// www.fundecitrus.com.br/doencas/cvc. Acesso em: 05 jun. 2020.

FUNDECITROS. Greening, Huanlongbing. Disponível em: https:// www.fundecitrus.com.br/doencas/ greening. Acesso em: 05 jun. 2020.

FUNDECITROS. Pinta Preta. Disponível em: https://www. fundecitrus.com.br/doencas/pintapreta. Acesso em: 05 jun. 2020.

FUNDECITROS. Podridão Floral. Disponível em: https://www. fundecitrus.com.br/doencas/podridaofloral. Acesso em: 05 jun. 2020.

105

106

GARRIDO, L. R. da.; SÔNEGO, O. R. Podridão da Uva Madura ou Podridão de Glomerella – Biologia, Epidemiologia e Controle. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2004.

GODOY, C.V.; et al. Doenças da Soja. Sociedade Brasileira De Fitopatologia (SBF), 2014. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/ digital/bitstream/item/125697/1/ DoencasdaSoja.pdf. Acesso em: 01 set. 2020.

HENNING, A. A.; et al. Manual de identificação de doenças de soja. Londrina: Embrapa Soja, 2010.

KRAUSE-SAKATE, R.; PAVAN, M. A.; KUROZAWA, C. Doenças da Alface. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016. p. 33-40.

LAU, D.; et al. Doenças de trigo no Brasil. In: PIRES, J. L. F.; VARGAS, L.; CUNHA, G. R. da (Eds.). Trigo no Brasil: Bases para produção competitiva e sustentável. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2011. p. 283-324.

MAIA, J. D. G.; NAVES, R. L. de.; GARRIDO, L. R. de.; SÔNEGO, O. R.; KUHN, G. B. Cultivo de Videira Niágara Rosada em Regiões Tropicais do Brasil. Sistema de Produção, 5. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2003. MARINGONI, A. C.; da SILVA JR., T. A. F. Doenças das Brássicas. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016. p. 165-175.

MASSOLA JR, N. S.; JESUS JR, W. C.; KRAUSE-SAKATE, R.; PAVAN, M. A.; FRARE, V. C.; MITUTI, T. Doenças do alho e da cebola. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016. p. 63-74.

MAY DE MIO, L. L.; GARRIDO, L.; UENO, B. Doenças de fruteiras de caroço. In: MONTEIRO, L.B.; MAY DE MIO, L. L.; SERRAT, B.M.; MOTTA, A.C.; CUQUEL, F.L. Fruteiras de caroço: uma visão ecológica. Curitiba: UFPR, 2004. p. 169 - 221.

MAY DE MIO, L. L.; KOWATA, L. S.; RUARO, L. Resistência de cultivares de brássicas à hérnia das crucíferas. Scientia Agraria, Curitiba, v. 9, p. 569-573, 2008. Disponível em: http:// dx.doi.org/10.5380/rsa.v9i4.13118. Acesso em: 26 jul. 2020.

NAVES, R. L. de.; GARRIDO, L. R. da.; SÔNEGO, O. R.; FOCHESATO, M. Antracnose da videira: sintomatologia, epidemiologia e controle. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2006.

107

OLIVEIRA, E.; FERNANDES, F. T.; SOUZA, I. R. P.; OLIVEIRA, C. M.; CRUZ. I. Enfezamentos, Viroses e Insetos Vetores em Milho - Identificação e Controle. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2003. Disponível em: http://www.agencia. cnptia.embrapa.br/Repositorio/ circul26ID-SygS1kGgfx.pdf. Acesso em: 01 set. 2020.

PATAKY, J. K.; SNETSELAAR, K. M. Common smut of corn. Tradução de: NAZARENO, N. R. X. de. 2013. THE PLANT HEALTH INSTRUCTOR. DOI:10.1094/PHI-I-2013-0723-01

PAVAN, M.A.; KRAUSE-SAKATE, R.; MOURA, M. F.; KUROZAWA, C. Doenças das solanáceas. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016. p. 677-676.

REIS, E. M.; CASA, R. T. Doenças do Trigo. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016. p. 737-744.

REIS, E. M.; ZOLDAN, S.; DANELLI, A. L. D.; BIANCHIN, V. Ferrugem da folha do trigo – Ciclo da doença. OR sementes. Disponível em: http:// www.orsementes.com.br/sistema/ anexos/artigos/16/Ciclo%20da%20 ferrugem%20da%20folha%20do%20 trigo.pdf. Acesso: 01 set. 2020. SARAN, P. E. Manual de Identificação de Doenças da Soja. 2014. Disponível em: http://www.faesb. edu.br/biblioteca/wp-content/ uploads/2017/09/publication1.pdf. Acesso em: 01 ago. 2020.

SILVA, D. D.; COTA, L. V.; COSTA, R. V. Cultivo do Milho. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2010.

VALDEBENITO-SANHUEZA, R.M.; NICKEL, O.; FAJARDO T.V.M.; SEEMULLER E. Doenças da macieira. In: AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Eds.). Manual de fitopatologia. Ouro Fino: Agronômica Ceres, 2016. p. 485-496.

108

referências dos esquemas fenológicos

Esquema fenológico do tomateiro foi adaptado de Royalty Free Stock Photography: Tomato Plant Growth. ID 131513249 © Andrii Bezvershenko | Dreamstime.com (Royalty Free Stock Photography).

Esquema fenológico do citros foi adaptado do site da Yara Brasil. Disponível em: <https://www. yarabrasil.com.br/nutricao-de-plantas/ solucoes-para-culturas/timegran/ citros/>.

Esquema fenológico do milho foi adaptado de Fancelli (1986) e Soares (2020). FANCELLI, A. L. Plantas Alimentícias: guia para aula, estudo e discussão. Piracicaba: USP/ ESALQ, 1986. 131 p Soares, 2020. Disponível em: https:// blog.farmbox.com.br/8-praticaspara-o-manejo-de-cigarrinha-eenfezamentos-no-milho/. Esquema fenológico da videira foi adaptado de Junot (2017) e de Bourgognes (Bureau Interprofessionnel des Vins de Bourgogne). Disponível em: <https://contodoporto.wordpress. com/2017/09/15/regioes-produtorasde-vinhos-em-portugal/>.

Esquema fenológico da soja foi adaptado do portal da Syngenta. Disponível em: <https:// portalsyngenta.com.br/produtos/ elatus/ciclo-da-soja>.

Esquema fenológico da macieira foi adaptado de Agrozapp Community. Disponível em: <https://www. agrozapp.pt/multimedia/Infografias/ estados-fenologicos-macieira>.

109

This article is from: