TFG - INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DA ARQUITETURA Habitação e Capacitação para Pessoas em Situação de Rua

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INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DA ARQUITETURA: HABITAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Ully Silva


UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO I

ULLY GONÇALVES DA SILVA

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DA ARQUITETURA HABITAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO - TFG I

SÃO PAULO 2021


ULLY GONÇALVES DA SILVA

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DA ARQUITETURA HABITAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Trabalho final de Graduação apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela universidade São Judas Tadeu - USJT. Orientadora: Profª Drª Beatriz Bezerra Tone

SÃO PAULO 2021


Quero agradecer imensamente a minha orientadora professora Drª Beatriz Bezerra Tone, pelo empenho dedicado ao meu projeto de pesquisa e a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização da minha pesquisa.


Lista de Figuras FIGURA 01: Pessoas em situação de rua recebem atenção da administração municipal. Fonte:<https://www.garca.sp.gov.br/noticia/3372/pessoas-em-situacao-de-rua-recebem-atencao-da-administracao-municipal/> Acesso em: 10 de mar. de 2021.

FIGURA 17: Planta de tipologias. Fonte: Archdaily - Editado pela autora. Acesso em: 09 de abr. de 2021.

FIGURA 02: Morador em situação de Rua. Fonte: <https://comunicacao.mppr.mp.br/galeria/1032/6575/Covid-Pop-Rua.html> - Editado pela autora. Acesso em: 10 de mar. de 2021.

FIGURA 19: Diagrama. Fonte: Archdaily. Acesso em: 09 de abr. de 2021.

FIGURA 18: Planta do Térreo. Fonte: Archdaily. Acesso em: 09 de abr. de 2021.

FIGURA 03: Despejar os despejados reordenamento urbano e higienismo social contra pessoas em situação de rua. Fonte:<https://www.tribunal-evictions.org/international_tribunal_on_evictions/evictions_cases/session_on_brazil/despejar_os_despejados_reordenamento_urbano_e_ higienismo_social_contra_pessoas_em_situacao_de_rua> Acesso em: 10 de mar. de 2021.

FIGURA 20: Fachada do Stepping Stones. Fonte: Archdaily. Acesso em: 15 de abr. de 2021.

FIGURA 04: Dados Gráficos. Fonte: Prefeitura.sp - Produzido pela autora. Acesso em: 10 de mar. de 2021.

FIGURA 22: Planta 1º andar. Fonte: Archdaily. Acesso em: 15 de abr. de 2021.

FIGURA 05: Modelo de Housing First. Fonte: <https://www.housingfirstchch.co.nz/Homelessness/> Acesso em: 10 de mar. de 2021. FIGURA 06: Morador em situação de rua durante a pandemia. Fonte: <https://vermelho.org. br/2020/05/07/numero-de-obitos-de-moradores-de-rua-por-covid-19-confronta-damares/> - Editado pela autora. Acesso em: 15 de mar. de 2021. FIGURA 07: População de rua busca saídas para não morrer de frio em São Paulo. 2021. Fonte: <https://noticias.r7.com/sao-paulo/fotos/populacao-de-rua-busca-saidas-para-nao-morrer-defrio-em-sao-paulo-27052021#/foto/3> Acesso em: 15 de mar. de 2021.

FIGURA 21: Planta do Térreo. Fonte: Archdaily. Acesso em: 15 de abr. de 2021. FIGURA 23: Planta 2º andar. Fonte: Archdaily. Acesso em: 15 de abr. de 2021. FIGURA 24: Perspectiva das tipologias. Fonte: Archdaily. Acesso em: 15 de abr. de 2021. FIGURA 25: Corte AA. Fonte: Archdaily. Acesso em: 15 de abr. de 2021. FIGURA 26: Perspectiva das tipologias. Fonte: Archdaily. Acesso em: 15 de abr. de 2021. FIGURA 27: Planta de Implantação. Fonte: Autoral.

FIGURA 08: População de rua busca saídas para não morrer de frio em São Paulo. 2021. Fonte: <https://noticias.r7.com/sao-paulo/fotos/populacao-de-rua-busca-saidas-para-nao-morrer-defrio-em-sao-paulo-27052021#/foto/3> Acesso em: 15 de mar. de 2021.

FIGURA 28: Planta de Terreno. Fonte: Autoral.

FIGURA 09: Moradores de rua tentam se proteger do frio no centro de São Paulo. 2019. Fonte: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/06/17/brasil-registra-mais-de-17-mil-casosde-violencia-contra-moradores-de-rua-em-3-anos.ghtml> Acesso em: 16 de mar. de 2021.

FIGURA 30: Diagrama de Usos. Fonte: Autoral.

FIGURA 10: Mapa de Localização. Fonte: Autoral

FIGURA 32: Corte AA. Fonte: Autoral.

FIGURA 11: Mapa Síntese. Fonte: Autoral

FIGURA 33: Corte BB. Fonte: Autoral.

FIGURA 12: Mapa de Localização. Fonte: Autoral

FIGURA 34: Corte CC. Fonte: Autoral.

FIGURA 13: Fachada do Crest Apartaments / Stepping Stones. Fonte: Archdaily. - Editado pela autora. Acesso em: 09 de abr. de 2021.

FIGURA 35: Corte DD. Fonte: Autoral.

FIGURA 14: Fachada Lateral do Crest Apartaments. Fonte: Archdaily. Acesso em: 09 de abr. de 2021.

FIGURA 37: Imagens do Projeto. Fonte: Autoral.

FIGURA 15: Fachada de fundo do Crest apartaments. Fonte: Archdaily. Acesso em: 09 de abr. de 2021. FIGURA 16: Planta 2º andar. Fonte: Archdaily. - Editado pela autora. Acesso em: 09 de abr. de 2021.

FIGURA 29: Diagrama de Implantação. Fonte: Autoral. FIGURA 31: Quadro de Áreas. Fonte: Autoral.

FIGURA 36: Corte EE. Fonte: Autoral. FIGURA 38: Imagens do Projeto. Fonte: Autoral. FIGURA 39: Imagem do Projeto. Fonte: Autoral.


Figura 01: Pessoas em situação de rua recebem atenção da administração municipal Foto: Garça


SUMÁRIO 01. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 7 02. CONTEXTO HISTÓRICO 2.1 MORADIA ..................................................................................................................................... 11 2.2 PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA ................................................................................................... 14 2.3 CENTROS DE ACOLHIMENTO ........................................................................................................ 18 03. COVID 19 3.1 COVID-19 E AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA ........................................................................... 22 3.2 PREVENÇÃO E ISOLAMENTO SOCIAL ............................................................................................ 24 04. PROJETO BOCAJÁ 4.1 LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................................... 27 4.2 REFERÊNCIAS PROJETUAIS ............................................................................................................ 31 4.3 IMPLANTAÇÃO .............................................................................................................................. 40 4.4 DIAGRAMA ................................................................................................................................... 42 4.5 QUADRO DE ÁREAS ....................................................................................................................... 43 4.6 DESENHOS .................................................................................................................................... 44 4.7 IMAGENS REPRESENTATIVAS ........................................................................................................ 49 05. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 52


01. Introdução


A população em situação de rua é uma consequência

excluindo pessoas que são consideradas indesejáveis pela so-

não só da desigualdade, como também do descaso por parte

ciedade e impondo limites urbanos a fim de restringir os usos.

do poder público. Usar a rua como local para morar revela uma precariedade extrema, pois essas pessoas acabam correndo risco a sua saúde, são mais sujeitas à violência e, diver-

O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, quebrou a marretadas [...] os blocos de para-

sas vezes, são expostas ao uso de drogas entre outros. Essa

lelepípedos instalados [...] na parte inferior de viadutos na Zona Leste da

população vive de forma desumana, é esquecida, excluída

de Almeida e Antônio de Paiva Monteiro, localizados na Avenida Salim

de maneira cruel e sofre preconceitos que estão enraizados na sociedade, temendo sua segurança, a pobreza extrema,

capital. As pedras foram instaladas sob os viadutos Dom Luciano Mendes Farah Maluf [...] A medida tinha recebido críticas por ser vista como higienista, uma forma de retirar a população de rua do local (REIS, 2021).

a própria exclusão e sendo classificada diversas vezes como pessoas drogadas, viciadas, perigosas e desocupadas que não querem trabalhar (SESC, 2020).

De acordo com a Constituição, a moradia adequada é um direito de todos, deve estar sempre atrelada às políticas públi-

A rua, que deveria ser um espaço público, muitas vezes

cas que busquem garantir sua efetivação. Porém, milhares de

é hostil e excludente com alguns de seus usuários, a chamada

pessoas ainda vivem em situações inadequadas, resultado

arquitetura hostil ou exclusão arquitetural utiliza empecilhos

de uma série de fatores. (ROLNIK, 2009). Uma preocupação

espalhados pela cidade para impedir que pessoas possam

recente é o aumento do número de pessoas em situação de

se abrigar em determinados espaços. Essa “arquitetura” ten-

rua de forma drástica devido à crise da pandemia do Covid-19

ta, de diversas formas, afastar e “higienizar” os espaços,

(LIMA, 2020). 9


A pesquisa sobre o assunto trouxe motivação em tentar entender e analisar os vários fatores que fazem diariamente

dificuldades, que precisam e merecem ter respeito, apoio e suporte.

pessoas usarem as ruas como meio de moradia. O presente

Baseando-se no modelo de Housing First ( Moradia Pri-

trabalho tem como objetivo abordar os problemas enfrenta-

meiro), o projeto tem como estratégia de resolução entre

dos pela população em situação de rua, assim como o contexto

moradia e meio de conexão de reinserção social, um projeto

sobre a falta de moradia, os tipos de população em situação

que seja adequado e adaptado para essa população, dando

de vulnerabilidade, a falta de apoio que esses indivíduos

oportunidades e trazendo benefícios não só para esses in-

enfrentam e os cuidados com a pandemia do Covid-19, que

divíduos, como também para a comunidade, a sociedade e o

dizem respeito não só a questões econômicas como também

poder público (GOUVEIA, 2018). Além disso, parte do desen-

a questões de saúde pública. A falta de moradia inviabiliza

volvimento da pesquisa sobre o assunto, objetivou com-

o isolamento social e as medidas de higienização sugeridas

preender e analisar a dinâmica de funcionamento de centros

como formas de prevenção ao contágio, colocando em risco

de acolhimento e Housing First.

essa população e a tornando mais vulnerável ao vírus.

O tema exige a reflexão não só do indivíduo na socie-

Afastar essas pessoas que mais precisam de ajuda não

dade mas também do conjunto de acontecimentos que levam

é a melhor solução, é preciso entender os inúmeros fatores

a essa situação, o trabalho é de extrema importância, pois a

que colaboram para o indivíduo parar nas ruas, grande par-

falta de moradia envolve não somente aspecto político e so-

te está por necessidade e não porque quer. É preciso pensar

cial, mas também psicológico, econômico e urbanístico, esses

que, antes de tudo, essas pessoas são seres humanos com

fatores podem se agravar diante dessa problemática, gerando 10


exclusão social, indiferença pela sociedade e privação dos di-

volvidos através das oficinas profissionalizantes, tendo fácil

reitos humanos básicos.

acesso para toda população e espaço compartilhado como

Com isso, é necessário que arquitetos e urbanistas

um destino ativo para a comunidade local.

pensem e compreendam o contexto e a relação com os espaços urbanos, pensando de forma prática uma moradia que seja adequada para essas pessoas em situação de vulnerabilidade. De acordo com o problema, a falta de moradia e o aumento da população em situação de rua, a proposta de trabalho consiste no planejamento de moradia adequada, adaptando-se às necessidades de pessoas em situação de rua, espaços adequados para a capacitação e reinserção no mercado de trabalho. Portanto, além da moradia, o projeto deve contemplar espaços estratégicos de viés inclusivo e viável, que possa dar suporte e apoio para essa comunidade, oferecendo a esses moradores uma solução discreta para habitação e meio de reintegração à sociedade. Além disso, visa também implementar áreas verdes, lojas comerciais e espaços onde essa população possa vender objetos desen11


02. Contexto Histórico

Figura 02: Morador em situação de Rua. Editado pela autora. Foto: Covid Pop Rua


2.1

MORADIA A moradia adequada deve ter sua importância sempre

Porém, tal população é a menos amparada, sua moradia é

atrelada a políticas públicas no que diz respeito à população

muitas vezes desvalorizada por não haver interesse de investi-

de baixa renda. Tais habitações precisam oferecer proteção,

mento na região que desencadeia diversos problemas como re-

apresentar boas condições de salubridade, dimensões suficien-

sultado. Quando há interesse por parte do poder público, vemos

tes para acolher de forma confortável as famílias e ter um bom

recursos e programas destinados à produção de habitação de in-

suporte de serviços e infraestrutura urbana, fácil acesso à rede

teresse social, sobretudo longe dos bairros centrais das grandes

pública de educação, ao transporte público, à rede pública de

cidades, em bairros distantes, que, em grande parte, possuem

saúde e áreas de lazer entre diversos serviços que são essenciais

algum tipo de carência e deficiência no transporte e infraestru-

(DUARTE, 2020; KOHARA, 2020; MORETO, 2020).

tura urbana pública que precisam ser ofertados à população

(MONTEIRO, 2017; VERAS, 2017). O Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistên-

cia aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 2015).

processo de produção da moradia acaba restrito

constantemente ao setor imobiliário, a alta demanda por moradias nos grandes centros das cidades fazem com que os preços

subam de forma exorbitante, agravando ainda mais o problema de quem não tem condições financeiras o suficiente para se manter em locais com melhor qualidade de vida. Esse processo resulta em moradias distantes dos locais de trabalho e de equi13


pamentos diversos, infraestrutura urbana precária (BIANCHINI, 2014; SCHICCHI, 2014). Há ainda diversas dificuldades no que diz respeito a falta de moradia como, pessoas com problemas familiares, indivíduos que possuem algum tipo de deficiência mental e/ou físico que são abandonadas e não conseguem se sustentar, pessoas que saem do sistema penitenciário sem nenhum tipo de apoio, famílias que passam por algum tipo dificuldade financeira e não conseguem mais pagar seus aluguéis, imigrantes com rendimentos insuficientes e que acabam parando nas ruas, usuários de drogas entre outros. Muitas dessas pessoas não têm para onde ir, e como resultado, acabam habitando as ruas por falta de opção.

Figura 03: Despejar os despejados reordenamento urbano e higienismo social contra pessoas em situação de rua Foto: Leonildo José Monteiro Filho

14


2.2 PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA moradia, moradores de comunidades carentes que ocupam considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória de acordo com o Art. 1º da Lei nº 7.053 de 23 de Dezembro de 2009 (BRASIL, 2009).

as ruas para obter algum tipo de ganho, indivíduos que saem do sistema penitenciário e não tem para onde ir, entre tantos outros (KOHARA, 2020; VIEIRA, 2020). Esses perfis têm mudado diante da crise que se aprofundou no contexto da pandemia Covid-19, muitas famílias estão perdendo sua fonte de renda e como consequência estão indo para as ruas. Essas mudanças fazem parte de uma organização política e social

O censo realizado em 2019 em São Paulo apontou que

que cresce cada vez mais perante a desigualdade socioespa-

85% dessa população era masculina, preta, com idade média

cial.

de 41 anos e de baixa escolaridade, resultado de uma coloni-

........Em 2019 uma pesquisa feita identificou que a população

zação escravista que tem consequências até os dias de hoje.

em situação de rua na cidade de São Paulo está em cerca de

É possível identificar também que parte dessas pessoas em

24.344 pessoas, um aumento de 53% em relação ao ano de

situação de vulnerabilidade são idosos que não conseguem

2015 (QUALITEST, 2019). Destas 24.344 pessoas, 11.693 es-

mais emprego, pessoas que sofreram abandono na infân-

tão acolhidas em abrigos, e 12.651 em espaços públicos como

cia, integrantes da comunidade LGBTQIA+, imigrantes, pes-

praças e viadutos, porém esses valores podem estar obsoletos

soas dos movimentos sem teto que não possuem garantia de

diante da crise (G1, 2020; GLOBO, 2020). Em março de 2020 o

.

15


IPEA identificou que a população em situação de rua cresceu

ações que levam cada pessoa a morar nas ruas são diver-

cerca de 140% desde 2012, esse valor corresponde a quase

sas, por isso, uma única solução não será o suficiente para

222 mil pessoas em situação de rua no Brasil, sendo 56%

atender a todos os contextos. As políticas públicas sociais

só na região sudeste, número que só tende a crescer. Outro

precisam ser específicas, tratar os grupos de acordo com

problema enfrentado com a pandemia, além do aumento de

suas necessidades, contemplando suas especificidades.

pessoas em situação de rua, é o aumento da violência contra essa população, muitas vítimas de assaltos e as doações que recebiam diminuíram consideravelmente (LIMA, 2020). Essas pessoas são categorizadas como os excluídos da sociedade, fazem dos espaços públicos uma moradia, correm

Há uma coisa, que do meu ponto de vista unifica esses grupos que estão na rua, que é a ruptura dos laços fundamentais de sua vida. Então, a ruptura sistemática dos laços mais importantes da vida, isso me parece que

risco à saúde, violência, passam inúmeras dificuldades, con-

é algo comum. Então alguém não vai pra rua porque rompeu um laço

texto que acaba facilitando o envolvimento com o crime. Essa

assim essa questão, eu acho que quando alguém vai pra rua é porque já se

população constantemente é esquecida, não é vista e amparada como deveria, perde sua identidade e, como consequên-

com a família. Não vai pra rua porque bebe. Não é assim. Não entendo romperam vários laços da maior importância para essa pessoa, e tem um laço que se rompe que é o catalisador da ruptura (SESC, 2020).

cia, muitas vezes perde a perspectiva de uma vida melhor. É preciso acolher essa população, ouvir as suas necessidades e, a partir disso, tentar encontrar soluções que melhor se adequem para cada indivíduo, pois as situ16


É preciso perceber que as pessoas que moram nas

indivíduo a morar nas ruas. Outro ponto importante, se

ruas durante muito tempo são indivíduos que tiveram, em

dá ao fato de que, em alguns casos, viver estar nas ruas

grande parte, os laços familiares quebrados. Esse fato pode

foi uma escolha e isso deve ser levado em consideração.

desencadear alguns problemas como uso de drogas e

De acordo com a pesquisa feita que identificou os

problemas psicológicos. Esses laços desfeitos acabam sen-

diferentes contextos da população em situação de rua na

do refeitos nas ruas, é na rua que essa pessoa encontrará

cidade de São Paulo, o censo realizado que apresenta o perfil

novos amigos, um meio de ganhar dinheiro e refazer sua

detalhado dessa população em situação de vulnerabilidade,

vida afetiva, ou seja, na rua essa pessoa terá que reconstru-

constituem uma base para entender os casos, trazer novos

ir tudo o que perdeu. Importante lembrar que quando um

debates acerca do tema e, com isso, implementar novas políti-

Programa Social tenta tirar essas pessoas das ruas, mui-

cas públicas para um melhor atendimento dessa população

tas vezes há uma resistência por parte dessa população, que

com melhoria na sua qualidade de vida (QUALITEST, 2019).

teme perder tudo aquilo que já foi reconstruído (SESC, 2020). Os programas e as políticas públicas precisam ser amplos e diversos, ouvir os indivíduos, permitindo que eles planejem uma melhora de vida, sem obrigá-los a um modelo genérico. Resgatar a vida dessas pessoas vai muito além do acolhimento, é preciso dar suporte, profissional e psicológico, entender o que de fato levou aquele 17


Idade

Escolaridade 18 a 30

Técnico 1,3%

22,1%

31 a 49

Cônjuge com filhos Outros membros da família

Médio 34,1%

11,0%

Outros

Fundamental 55,9%

Feminino 14,6%

8,5% 4,0% 4,8%

Conflitos familiares

Local onde já dormiu 40,3%

Perda de trabalho

22,9%

Consultório na Rua

19,3%

Nenhum

19,0%

CATe

15,7%

Defensorias Públicas

15,2%

14,3% 12,9%

Perda de moradia

Casa de amigos 4,4%

Outros 12,2% Somente em Centro de Acolhimento 39,0%

Imigração/ Migração

4,2%

falecimento da mãe/ pai

3,9%

Outros 11,8%

Ter uma moradia 17,8%

*Em alguns casos mais de uma opção foi respondida

Rua e Centro de Acolhimento 15,0%

36,3%

Trabalhando por conta

11,0%

Empregado sem registro em carteira

4,4%

Empregado com registro em carteira

6,0% 5,0%

Ter emprego fixo 48,0%

44,0%

Fazendo Bico

Instituições 4,7%

Ter benefícios financeiros 5,9%

7,3% 3,3%

Não quer sair da rua 2,4%

Retornar à casa da família 5,6%

Desempregado/ Não trabalha

19,0%

Dependência de álcool

Não sabe Superar a 3,6% dependência quimica 5,2%

Trabalho e Renda

23,1%

Dependência de drogas ilícitas

Outros

29,8%

Conselho Tutelar

Problema que resultou na Situação de rua

Egresso do sistema prisional

Equipamentos de Saúde

Masculino 85,4%

2,0%

Problemas de Saúde

30,2%

Ouvidoria de Direitos Humanos

6,9%

Separação conjugal

Núcleo de convivência

CREAS

Gênero 74,0%

Amigos

36,1%

CRAS

Convive Atualmente

Cônjuge sem filhos

57,3%

Centros de Acolhimento

15,9%

Sozinho(a)

Medida que acredita para sair das ruas

Uso de serviços de atendimento

Não sabe 0,4%

51,0%

50 a 59 60 ou mais

superior 8,3%

2,6%

Programa operação trabalho

0,8%

Outros

1,1%

Somente na Rua 38,7%

3,0% 15,9%

*Em alguns casos mais de uma opção foi respondida

Figura 04: Gráficos produzidos pela autora.

18


2.3 CENTROS DE ACOLHIMENTO Os serviços ofertados à pessoas em situação de rua

Os Centros de Acolhimento se constituem em espaços

caracterizam-se através de centros que direcionam diversos

que oferecem serviços de proteção social, são classificados

tipos de atendimentos como, cursos de formação e capaci-

de acordo com cada tipo de público, e variam dependendo do

tação, assistência social como o CRAS (Centro de Referência

gênero, idade, orientação sexual, entre outros. Esses tipos de

de Assistência Social) existentes em unidades públicas lo-

programas são oferecidos em unidades inseridas nas regiões

calizadas em áreas de vulnerabilidades socioeconômicas

que, frequentemente possuem características residenciais

com o objetivo de garantir a proteção social, organização dos

e tem como requisito a prestação de diversos serviços como

serviços socioassistenciais e tem se constituído como meio

higiene, segurança, acessibilidade, alimentação, local para

importante de incentivo à saída da situação de rua. Há ain-

descanso e demais atividades. Esses serviços prestados à

da programas que oferecerem refeições de qualidade a fim

população em situação de vulnerabilidade devem sempre

de diminuir a falta de alimento para as pessoas em situação

respeitar as adversidades de cada indivíduo, seja por gênero,

de vulnerabilidade, atendimento de saúde conhecido como

idade, orientação sexual, religião e etnia.

consultório na rua, formado por equipes de profissionais

Na cidade de São Paulo existem vários tipos de serviços

capacitados que atuam nas ruas para auxiliar em questões

de acolhimento social, porém, ainda insuficientes para atender

sociais,de saúde física e mental, espaços de convivência que

a toda população, já que grande parte atende não só mora-

oferecem atividades de cultura e lazer, e centros de acolhi-

dores em situação de rua como também pessoas de baixa

mento (MEDEIROS, 2020).

renda. Dentre os principais serviços há o Centro POP (Centro 19


de Referência Especializado para População em Situação de

versas etapas até conseguir se reestruturar por completo e

Rua), inteiramente voltado para esse perfil, e que obrigatori-

ter uma habitação permanente como último estágio, porém,

amente oferece o SEPSR (Serviço Especializado para Pessoas

muitos acabam desistindo do programa por não conseguirem

em Situação de Rua).

se adaptar ao sistema. Ao contrário desse modelo, o Housing

A CAPE (Central de Atendimento Permanente e de

First utiliza a habitação permanente como ponto inicial para a

Emergência) também é um serviço destinado aos mora-

recuperação desses indivíduos, oferecendo ainda serviços de

dores em situação de rua que precisam de acolhimento ime-

apoio adequados às necessidades de cada grupo. Conclui-se

diato como, por exemplo, em dias de baixa temperatura que

ainda que esse modelo de habitação traz menor custo para

trazem risco de hipotermia. A Central de Atendimento tam-

o poder público, pois, à medida que as pessoas utilizam o

bém funciona como meio de abordagem para encaminhar as

programa, há uma diminuição significativa na demanda por

pessoas da melhor maneira possível aos centros de acolhida

serviços de saúde, centros de acolhimento e redução de cus-

de acordo com cada necessidade (GUIA, 2011).

tos indiretos referentes aos programas voltados para pessoas

O modelo Housing First (Moradia Primeiro) é um

em situação de rua.

modelo adotado em alguns países que têm mostrado resul-

Aqui no Brasil essa proposta vem sendo implementada

tados positivos, tanto para quem utiliza esse programa quan-

aos poucos, através do projeto RUAS no Rio de Janeiro, esse

to para a comunidade local e o poder público. Os programas

método permite ao usuário uma melhora de vida no que diz

de acolhimento e serviços sociais tradicionais utilizam o

respeito às questões financeiras, educacionais, segurança

modelo em “escada” onde o indivíduo vai passando por di-

e saúde. O projeto tem como resultado melhores chances 20


de emprego, o apoio para as pessoas voltarem a estudar e

Em Curitiba o primeiro projeto de Housing First foi im-

uma melhora significativa na qualidade de vida e autoestima

plementado em 2018, sem qualquer financiamento ou iniciativa do poder público, e dispõe de 5 habitações. Iniciado a

Os passos da rua à Habitação

partir de uma série de discussões públicas acerca do problema enfrentado no que diz respeito à população em

Habitação permanente Habitação de transição

Rua

Acomodação de emergência

mou proporções maiores devido às dificuldades enfrentadas nos processos de superação da situação de rua, assim como

Albergue/ Pensão

os problemas referentes a falta de moradia adequada para essa população (DUARTE, 2020; KOHARA, 2020; MORETO,

Modelo Housing First

2020). Habitação permanente

Habitação de transição Albergue/ Pensão

Rua

Acomodação de emergência Acesso direto a habitação permanente com apoios. Serviços de: suporte e tratamento, orientados para a recuperação da escolha do cliente.

Figura 05: Modelo de Housing First. Foto: housing first christchurch.

situação de rua e à falta de moradia, em 2015 esse tema to-

Tais medidas são essenciais no combate à desigualdade social, cultural e econômica no país, pensando de uma maneira diferente ao estilo tradicional adotado para tratar essa população, esse modelo é um meio de

combater os

problemas enfrentados pela sociedade de forma mais prática, reduzindo a porcentagem de desistência dos programas de reinserção social. 21


03. Covid-19

Figura 06: Morador em situação de rua durante a pandemia. Editado pela autora Foto: Cézar Xavier


3.1 COVID-19 E AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA A saúde da população em situação de rua sempre foi

mesmas não possuem recursos para se resguardar. Além dis-

muito fragilizada, sem os cuidados mínimos necessários a

so, muitas vezes dormem em grupos para se proteger, for-

essa população a saúde fica de lado, tornando essas pessoas

mando aglomerações. Outro problema referente à doença diz

ainda mais vulneráveis. Os problemas de saúde enfrentados,

respeito a dificuldade ao atendimento social e à saúde física e

em sua grande maioria, são do âmbito da saúde mental, seja

mental durante a pandemia. A falta de informação, a dificul-

pelo abandono de familiares, consequências do uso de dro-

dade em detectar a doença e a dificuldade no isolamento e

gas, problemas de infância entre outros que podem desen-

atendimento são alguns dos problemas enfrentados.

cadear ou piorar com a ida para as ruas, assim como transtor-

Com o acompanhamento diário do programa Con-

no psicológico, que merece atenção tanto quanto qualquer

sultório na Rua, houve a diminuição do número de mortes

outra enfermidade, pois se trata não somente do indivíduo,

causadas pelo Covid-19, o projeto possui atualmente 14 mil

mas também da sociedade em que está inserido (SESC, 2020).

moradores cadastrados e os dados realizados pelo programa

Com a chegada da pandemia em 2020 surgiu o medo

identificou que 1132 pessoas em situação de rua que tiveram

de que a população em situação de rua fosse dizimada diante

algum tipo de sintoma da doença, dessas 33% testaram positi-

das orientações de medidas protetivas contra o novo Coro-

vo e cerca de 8% foram levadas a óbito. É importante lembrar

navírus, a higienização frequente das mãos, a disposição de

que esses valores contém apenas uma parte dos moradores

máscaras, o isolamento social, entre tantas outras medidas,

em situação de rua na cidade de São Paulo, por isso esses

não condiz com a realidade dessas pessoas, uma vez que as

dados podem estar obsoletos diante do crescimento das pes23


soas em situação de rua (DANTAS, 2021; LEÃO, 2021). A cidade de São Paulo tem atualmente o maior número de moradores em situação de rua do Brasil e, com a pandemia, esses números estão aumentando de forma brusca. Além disso as mortes por Covid-19 afetam em sua grande maioria a população masculina, seja pelo número de moradores em situação de rua, pelas condições de saúde pré-existentes, condições socioeconômicas e fatores comportamentais, além disso há ainda o fator biológico. A

Figura 07: População de rua busca saídas para não morrer de frio em São Paulo Foto: Reinaldo Canato

genética masculina pode tornar os homens mais vulneráveis a certos tipos de doenças (PUJOL, 2020).

Figura 08: População de rua busca saídas para não morrer de frio em São Paulo Foto: Reinaldo Canato

24


3.2 PREVENÇÃO E ISOLAMENTO SOCIAL A população em situação de rua é uma das mais afe-

quência, faz com que o salário muitas vezes seja baixo ou que

tadas pela pandemia, possuem dificuldades em manter o

haja desemprego, não permitindo que os mesmos consigam

isolamento e medidas de higienização. Em dezembro de 2020

pagar um lugar para morar. Por isso, é necessário pensar uma

o Ministério da saúde iniciou o Programa Nacional de Imuni-

política adequada para esses indivíduos, ampliar processos e

zação e incluiu pessoas em situação de rua dentre os grupos

programas de melhoria nas condições de vida desses grupos

prioritários para receber a vacina. A prioridade na vacinação

fragilizados.

desse grupo é de extrema importância pois, assim como os idosos, está mais sujeito à infecção e transmissão da doença. Diferentemente das demais pessoas, não dispõem de um espaço adequado para manter o isolamento, uma das medidas mais importantes adotadas na pandemia para conter o contágio do Covid-19, isso mostra de forma cruel a extrema desigualdade que parte da população do Brasil enfrenta a respeito de questões econômicas, sociais e urbanas. O problema da falta de moradia é um reflexo da nossa política pública, que falha na estruturação de um programa específico para a população em situação de vulnerabilidade e, como conse-

Figura 09: Moradores de rua tentam se proteger do frio no centro de São Paulo. Foto: Celso Tavares

25


COMO POSSIBILITAR O ISOLAMENTO SOCIAL PARA QUEM NÃO POSSUI MORADIA? É preciso lembrar que a questão da falta de moradia é

padas,hotéis ociosos, ampliação do auxílio moradia, auxílio

um problema enfrentado bem antes da pandemia e que, com

emergencial, ampliação dos serviços sociais com a finalidade

a chegada do vírus, essa situação se agravou, assim como o

de ajudar pessoas que possam ficar desamparadas, já que há

alto índice de desemprego que fez com que muitas famílias

aumento da população em situação de rua, entre outras me-

fossem para as ruas por não terem como pagar seus aluguéis.

didas (NATALINO, 2020; PINHEIRO, 2020; SILVA, 2020).

Consequentemente, dificultou o isolamento social, uma vez que precisam dividir Albergues e Centros de Acolhimento com diversas pessoas, assim como as ruas. Com o estudo “População em Situação de Rua em Tempos de Pandemia: Um Levantamento de Medidas Municipais Emergenciais” aponta que foi possível identificar algumas medidas protetivas para a população em situação de rua em tempos de pandemia. As atividades mais citadas são: abrigo, higiene, alimentação, saúde e equipamentos de proteção pessoal (EPI), opções de abrigos de acolhimento temporário como escolas desocu26


04. PROJETO BOCAJÁ


4.1 LOCALIZAÇÃO DEFINIÇÃO DO TERRENO •

O terreno possui 16.027m²

16 metros de desnível

O número de moradores em situação de rua tem crescido

Baixa cobertura arbórea

nos últimos anos na região, e grande parte desses moradores ficam

Grande parte do entorno possui edificações constituídos de

O local escolhido está localizado no bairro de Santana, na Zona Norte de São Paulo - SP.

residências verticais de alto padrão

abrigados no terminal de ônibus e embaixo dos trilhos do metrô Santana, além disso é possível perceber que essas pessoas tam-

O terreno está em uma área de qualificação urbana

bém acabam ocupando parte das estações Carandiru, Tietê e

O zoneamento é uma ZC - zona de centralidade

Armênia.

O bairro possui baixa vulnerabilidade

O lugar escolhido fica situado em uma área com acesso a rua

C.A máximo de 2

Doutor Zuquim, umas das principais ruas da região e de fácil

T.O de 0,7 para lotes igual ou superior a 500m²

acesso, entre as estações de metrô Jardim São Paulo-Ayrton Sen-

Gabarito de altura máxima não se aplica

na e Santana.

Recuos mínimos 5m (frente) 3m (fundos e laterais)

O terreno dá acesso a quatro ruas (rua Doutor Zuquim, rua Bocajá, rua Vitória Perpétua e rua José Debieux) 28


PERUS JAÇANÃ-TREMEMBÉ

FREGUESIABRASILANDIA

PIRITUBA-JARAGUA

SANTANA-TUCURUVI ERMELINO MATARAZZO CASA VERDECACHOEIRINHA

VILA MARIAVILA GUILHERME

SÃO MIGUEL

ITAIM PAULISTA

PENHA LAPA

GUAIANASES SÉ

MOOCA ITAQUERA ARICANDUVAFORMOSA-CARRÃO

PINHEIROS

CIDADE TIRADENTES

BUTANTÃ VILA PRUDENTE VILA MARIANA

SAPOPEMBA

IPIRANGA

SÃO MATEUS

CAMPO LIMPO

SANTO AMARO

JABAQUARA

CIDADE ADEMAR M´BOI MIRIM

CAPELA DO SOCORRO

MANDAQUI TUCURUVI

PARELHEIROS

SANTANA

Figura 10: Mapa de Localização Foto: Autoral

29


Mapa Síntese Via Arterial Via Coletora Linha do Metrô Terreno Escolhido Metrô Saúde Mental Assistência Social Posto de Saúde - UBS Clube Esportivo Biblioteca

N

0 Figura 11: Mapa Síntese Foto: Autoral

200

400

600

800m

Esc: 1/1600

30


Localização

RUA BOCAJÁ

RUA DR. ZUQUIM RUA VITÓRIA PERPÉTUA

RUA JOSÉ DEBIEUX

Figura 12: Mapa de Localização Foto: Autoral

RUA DR. ZUQUIM

31


4.2 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Figura 13: Fachada do Crest apartaments / Stepping Stones Foto: Archdaily - Editado pela autora


C R E S T

O projeto é um complexo de 64 apartamentos que são voltados

para

em

situação de rua, localizado no subúrbio de Los Angeles, tem fácil acesso

A P A R T M E N T S

pessoas

ao

transporte

público e recursos da região.

Figura 14: Fachada Lateral do Crest Apartaments Foto: Archdaily

Esse modelo de habitação permanente inclui apartamentos individuais com serviços sociais e espaços comunitários, a finalidade desse programa é apoiar os moradores em situação de vulnerabilidade e tem como objetivo diminuir a falta de moradia para essas pessoas.

Figura 15: Fachada de fundo do Crest Apartaments Foto: Archdaily

33


O edifício possui três tipologias de apartamentos, sendo dois no estilo estúdio. O primeiro espaço pode comportar até duas pessoas, tem o layout com mais apartamentos no prédio.

O segundo espaço também possui estilo estúdio, podendo comportar até duas pessoas, possuindo menor quantidade de apartamentos no edifício.

O terceiro apartamento possui dois PLANTA - 1º PAVIMENTO

pavimentos, podendo comportar até quatro pessoas. esse layout contém a menor quantidade de apartamentos no edifício, comportando um número maior de moradores.

PLANTA - 2º PAVIMENTO Figura 16: Planta 2º andar Foto: Archdaily

Figura 17: Planta de tipologias Foto: Archdaily

34


Os espaços são bem abertos, facilitando a entrada de ventilação e luz natural. O projeto foi pensado de maneira que possibilitasse o seu uso flexível, por isso foi incluído recursos comunitários no térreo como lavanderia, salas de conferência, escritórios de serviços sociais, clínica de saúde e um jardim ao ar livre. A entrada do projeto está direcionada para a recepção, tanto dos moradores quanto da comunidade.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Figura 18: Planta do Térreo Foto: Archdaily

ESCRITÓRIO DE TRABALHO RECEPÇÃO BANHEIRO ELEVADOR COZINHA COMUNITÁRIA SALÃO COMUNITÁRIO SALA DE CONFERÊNCIA LAVANDERIA SALA DE ELÉTRICA BANHEIRO SALA DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ESCRITÓRIO COMPARTILHADO SALA DE DESCANSO SALA DE LIXO SALA DE RECICLAGEM SALA DE MECÂNICA BICICLETÁRIO HORTA COMUNITÁRIA ÁREA DE CHURRASQUEIRA TRANSFORMADOR ESTACIONAMENTO

Figura 19: Diagrama Foto: Archdaily

35


S T E P P I N G S T O N E S

O projeto desenvolvido pelo escritório de arquitetura Morris + Company criou uma proposta de projeto onde uma antiga e desativada estação de metrô de Londres se transformasse em um espaço de trabalho compartilhado e albergue para moradores em situação de rua. O projeto tenta adequar acomodações temporarias para pessoas em situação de vulnerabilidade com espaços de trabalho, para que as pessoas tenham uma oportunidade de emprego na cidade. O projeto visa uma loja de caridade no andar térreo para fornecer apoio temporario a esses moradores.

Figura 20: Fachada do Stepping Stones Foto: Archdaily

Os espaços de convivência foram pensados de forma a integrar os moradores de forma digna, com suporte necessario. O escritório apostou na combinação de moradia temporaria com comercio e area de convivencia ao redor, como, uma maneira de tentar reintegrar os moradores em situação de rua a sociedade novamente. 36


Figura 22: Planta 1º andar Foto: Archdaily

1 DORMITÓRIO COMUNITÁRIO 2 CO-LIVING

Figura 23: Planta 2º andar Foto: Archdaily

1 ABRIGO DE ESTADIA MÉDIA 2 CO-LIVING

Figura 21: Planta do Térreo Foto: Archdaily

1 2 3 4 5

ENTRADA RECEPÇÃO DO ABRIGO LOJA DE CARIDADE RECEPÇÃO DO CO-LIVING ESPAÇO CO-WORKING

6 7 8 9 10

SALA DE REUNIÃO LOJA DE BICICLETA LAVANDERIA / SALA DE TV SUÍTE (STUDIO) LAVANDERIA / MESA DE ESTAR

10 11 12 13 14

LAVANDERIA / MESA DE ESTAR ESCRITÓRIO JARDIM SECRETO PRAÇA DE ENTRADA PARQUE ESTADUAL

37


PASSO 1 MUDANÇA DE ACOMODAÇÃO DE CURTO PRAZO PARA ACOMODAÇÃO DE LONGO PRAZO. UNIDADE DE CURTO PRAZO USOS: DORMIR / GUARDAR / DESCANSAR METRAGEM QUADRADA: 7M²

PASSO 2

PASSO 3

MUDANÇA DE ALOJAMENTO DE ESTADIA DE CURTO PRAZO PARA A UNIDADE DE CONVIVÊNCIA OFERECIDA POR UM ALUGUEL REDUZIDO. UNIDADE DE MÉDIO PRAZO USOS: DORMIR / GUARDAR / DESCANSAR / ESTAR / ESTUDO METRAGEM QUADRADA: 11,50M²

MUDANÇA DE ALOJAMENTO COMPARTILHADO PARA ACOMODAÇÃO DE PROPRIEDADE ACESSÍVEL. UNIDADE DE LONGO PRAZO USOS: DORMIR / GUARDAR / DESCANSAR / ESTAR / ESTUDO / ENTRETERIMENTO METRAGEM QUADRADA: 21M²

Figura 24: Perspectiva das tipologias Foto: Archdaily

38


CORTE AA As principais escadas de circulação tornam-se dispositivos de organização do espaço para os ambientes. os pisos de nível são divididos e ajudam a separar o piso do térreo à altura do teto do edifício existente, além disso também ajudam a visão passiva entre o piso. Figura 25: Corte AA Foto: Archdaily

UNIDADE DE CURTO PRAZO

UNIDADE DE MÉDIO PRAZO

UNIDADE DE LONGO PRAZO

UAU! E EU POSSO CONSTRUIR ISSO MESMO. BRILHANTE!

COMPUTADOR

MAQUINA CNC

UNIDADE DE CAMA Figura 26: Perspectiva das tipologias Foto: Archdaily

KIT DE APARTS: CADA UNIDADE É PROJETADA DE FORMA MODULAR UTILIZANDO MATERIAIS DE MADEIRA LEVE QUE PERMITEM FACILIDADE DE CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E ACABAMENTO DE MATERIAL.

CONSTRUÇÃO DE MADEIRA RÁPIDA, LEVE E SUSTENTÁVEL: DIMENSÕES E VANTAGENS DA UNIDADE PERMITEM USO DA ESTRUTURA DE MADEIRA, AJUDANDO UM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO RÁPIDO E UMA SOLUÇÃO LEVE QUE ADEQUARIA A QUALQUER DESENVOLVIMENTO EXTERNO.

39


Implantação


D E

A B

A

C

B

E D C

Figura 27: Planta de Implantação Imagem: Autoral

Figura 28: Planta de Terreno Imagem: Autoral

0 5

0 5

15

15

30

30

50

50

80

80

Figura 29: Diagrama de Implantação Imagem: Autoral

41


HABITAÇÃO APOIO ADMINISTRATIVO

CENTRO DE CAPACITAÇÃO E SAÚDE MENTAL

ÁREA COMERCIAL

BIBLIOTECA COWORKING FAB LAB

Figura 30: Diagrama de Usos Imagem: Autoral

42


QUADRO DE ÁREAS Total m²

Acesso Privado 6.

Habitação

Total m²

Acesso Privado 8.

Área administrativa

Total m²

Acesso Público 1.

Área Ativa

6.1

Recepção/ Portaria

8.1

Recepção

1.1

Lojas comerciais

6.2

Salão comunitário

8.2

Almoxarifado

1.2

Espaço destinado para venda de objetos desenvolvidos nas oficinas profissionalizantes

6.3

Lavanderia compartilhada

8.3

Administração

1.3

Praça de Alimentação

6.4

Apartamentos

8.4

Diretoria

1.4

Sanitários

6.5

Salão de festas

8.5

Sanitários

1.5

Saguão

6.6

Copa

8.6

Sala de reunião

1.6

Atendimento ao Público

6.7

Churrasqueira

6.8

Sanitários

9.1

Depósito de materiais de limpeza

6.9

Horta

9.2

Depósito de materiais de jardinagem

2.1

Recepção

6.10

Espaço para jogos

9.3

Copa/Refeitório

2.2

Espaço de trabalho

6.11

Sala de Conferência/ Reunião

9.4

Sala de segurança

2.3

9.5

Sanitários/ vestiarios

7.

20.530

9.

Manutenção e Infraestrutura 502

2.

3.

Espaço Coworking

Sanitários Fab Lab

Centro de Capacitação e Saúde Mental

10.

Apoio

3.1

Recepção

7.1

Recepção

10.1

Entrada de energia

3.2

Depósito de materiais

7.2

Sala de reunião

10.2

Gerador

3.3

Espaço de trabalho

7.3

Sala de Assistencia Social

10.3

Abrigo de lixo

3.4

Sanitários

7.4

Sala de Atendimento Psicológico

10.4

Abrigo de reciclagem

4.

Biblioteca

7.5

Sanitários de Uso Geral

7.6

Sala de informatica

7.7

4.1

Recepção e Catalogação

4.2

Guarda volume

Sala de aula

4.3

Área de acervo

7.8

Secretaria

4.5

Área de estudo

7.9

Sala dos professores

4.6

Área de pesquisa

7.10

Sala de Arquivos

4.7

Sanitários

7.11

Diretoria

7.12

Sanitários de funcionarios

TOTAL

1.000

2.800

5.

1050

Praça

5.1

Espaço para apresentação

5.2

Estacionamento de carrinhos

5.3

Bicicletário

5.4

Sanitários

1.014

26.896 m²

Figura 31: Quadro de Áreas. Imagem: Autoral

43


a proposta consiste no planejamento dia

de

mora-

adequada, adaptado às

necessidades de pessoas em situação de rua, espaços para capacitação e reinserção no mercado de trabalho, espaços voltados para dar suporte e apoio para essas pessoas. Visa também áreas verdes, lojas comerciais e espaços onde esses moradores possam vender objetos desenvolvidos através das oficinas profissionalizantes, além de ter fácil acesso para toda população.

0

5

15

30

Figura 32: Corte AA Imagem: Autoral

44


0

5

15

30

Figura 33: Corte BB Imagem: Autoral

45


0

5

15

30

50

Figura 34: Corte CC Imagem: Autoral

46


0

5

15

30

Figura 35: Corte DD Imagem: Autoral

47


0

5

15

30

Figura 36: Corte EE Imagem: Autoral

48


Figura 37: Imagens do projeto Imagem: Autoral

49


Figura 38: Imagens do projeto Imagem: Autoral

50


Figura 39: Imagem do projeto Imagem: Autoral

51


05. Referências Bibliográficas


MORADIA: direito do cidadão, dever do Estado?. Jusbrasil, 2012. Disponível em: <https://amp-mg.jusbrasil.com.br/noticias/2944060/moradia-direito-do-cidadao-dever-do-estado> Acesso em: 03 de mar. de 2021. ROLNIK, Raquel. Direito à Moradia. Repositório IPEA, 07 de jun. de 2009. Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/8264/1/ Direito%20%C3%A0%20moradia.pdf> Acesso em: 04 de mar. de 2021. Direito à cidade e cotidiano: população em situação de rua em tempos de pandemia. Sesc, 15 de fev. de 2021. Disponível e m : < htt ps : / / w w w. s e s c s p . o rg . b r /o n l i n e /a r t i go / 1 5 1 1 6 _ D I R E I TO+A+CIDADE+E+COTIDIANO+POPULACAO+EM+SITUACAO+DE+RUA+EM+TEMPOS+DE+PANDEMIA> Acesso em: 04 de mar. de 2021. Sesc Carmo. Direito à Cidade e Cotidiano: a população em situação de rua em tempos de pandemia - 01. Youtube, 04 de set. de 2021. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=0QwcOtKj5PQ&ab_channel=SescCarmo> Acesso em: 04 de mar. de 2021. Sesc Carmo. Direito à Cidade e Cotidiano: a população em situação de rua em tempos de pandemia - 01. Youtube, 03 de nov. de 2020. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=LS4fxCTyI3I&t=359s&ab_channel=SescCarmo> Acesso em: 04 de mar. de 2021. LIMA, Mariana. No Brasil, mais de 220 mil pessoas estão em Situação de Rua. Observatório do terceiro setor, 10 de dez. de 2020. Disponível em: <https://observatorio3setor.org.br/noticias/no-brasil-mais-de-220mil-pessoas-estao-em-situacao-de-rua/> Acesso em: 04 de mar. de 2021. NATALINO, M.; PINHEIRO, M. B.; SILVA, T. D. População em Situação de Rua em tempos de Pandemia: Um levantamento de medidas Municipais Emergenciais. Ipea, jun. de 2020. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/ nota_tecnica/200610_nt_74_diset.pdf> Acesso em: 04 de mar. de 2021. População de rua na cidade de SP aumenta 53% em 4 anos e chega a 24 mil pessoas. G1-Globo, 30 de jan. 2020. Disponível em: <https:// g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/01/30/populacao-de-rua-

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KOHARA, L.;VIEIRA, M. A.C. Ausência de políticas públicas efetivas para população de rua. Gaspar Garcia, 08 de jun. de 2020. Disponível em: <http://gaspargarcia.org.br/ausencia-de-politicas-publicas-efetivas-para-populacao-de-rua/> Acesso em: 10 de mar. de 2021.

DUARTE, M. T.; KOHARA, L. T.; MORETO, M. É possível Housing First no Brasil?. Gov.br. Disponível em:<https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/populacao-em-situacao-de-rua/DHUM0117_21x26cm_WEB4Pg.Separadas.pdf> Acesso em: 03 de maio de 2021.

DANTAS, D.; LEÃO, A. L. Covid-19: Profissionais de saúde compartilham dramas no atendimento a moradores de rua. O Globo, 27 de fev. de 2021. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus/covid-19-profissionais-de-saude-compartilham-dramas-no-atendimento-moradores-de-rua-24795742> Acesso em: 27 de mar. de 2021.

PUJOL, Leonardo. Por que mais mortes entre homens por covid-19 é mistério para a Ciência. Uol, 24 de nov. de 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/ bbc/2020/11/24/por-que-mais-mortes-entre-homens-por-covid19-e-misterio-para-a-ciencia.htm> Acesso em: 10 de maio de 2021.

Maia, Dhiego. Alta de moradores de rua após pandemia exigirá resposta de prefeito de SP em diversas áreas. Folha de São Paulo, 27 de out. de 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/10/ alta-de-moradores-de-rua-apos-pandemia-exigira-resposta-de-prefeito-de-sp-em-diversas-areas.shtml> Acesso em: 02 de abr. de 2021.

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Pesquisa Censitária da população em situação de rua, caracterização socioeconômica da população em situação de rua e relatório temático de identificação das necessidades desta população na cidade de São Paulo. Prefeitura.sp, 29 de jan. de 2020. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Produtos/Produto%209_SMADS_SP.pdf> Acesso em: 07 de abr. de 2021. Guia de Serviços à população em Situação de rua. Defensoria.sp, 2011. Disponível em: <https://www.defensoria.sp.def. br/dpesp/Repositorio/31/Documentos/Guia%20de%20 Servi%C3%A7os%20Pop%20Rua.pdf> Acesso em: 10 de abr. de 2021. Centro POP. Criança.mppr. Disponível em: <https://cria n c a . m p p r. m p . b r / a r q u i v o s / F i l e / s u a s / c r e a s / c e n t r o _ pop_institucional.pdf> Acesso em: 14 de abr. de 2021. MEDEIROS, Juliana. Acolhimento Institucional: o que é e quais as modalidades?. Gesuas, 21 de jul. de 2020. Disponível em:<https://www. gesuas.com.br/blog/acolhimento-institucional/> 20 de abr. de 2021.

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