A_humanidade_de_cristo_o_2_adao

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RECONHECIMENTO MEC DOC. 356 DE 31/01/2006 PUBLICADO EM 01/02/2006 NO DESPACHO 196/2006 SESU

OZEAS CALDAS MOURA

SEMINÁRIO: A HUMANIDADE DE CRISTO O SEGUNDO ADÃO ESTUDO

Cachoeira 2006


OZEAS CALDAS MOURA

SEMINÁRIO: A HUMANIDADE DE CRISTO O SEGUNDO ADÃO ESTUDO

Trabalho revisado, editorado e formatado no segundo semestre de 2006. Arquivo nº 06048

Cachoeira 2006


SUMÁRIO

1

SEMINÁRIO ..............................................................................................3

1.1

Principais Textos.....................................................................................3

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CONCLUSÃO ...........................................................................................6


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1 SEMINÁRIO

1.1 PRINCIPAIS TEXTOS

1) Jo 8:46: “Quem dentre vós me convence de pecado?” Pecado é hamartía = “erro, ofensa, princípio ou causa do pecado,, propensão ou inclinação pecaminosa” (Rm 7:17, 20 e 23). Se pecado envolve tendência pecaminosa, poderia Jesus falar o que afirmou em S. Jo 8:46? 2. S. Jo 14:30: “Aí vem o príncipe deste mundo; e ele nada [oudén] tem em mim”. Se Jesus tivesse qualquer tendência ao pecado, jamais poderia falar as palavras deste verso. Do contrário, estaria mentindo. Este “nada” é absoluto: Jesus não condescendeu com o pecado nem em atos, nem em inclinação. 3. Rm 8:3: “isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa”. A expressão grifada é, no grego: en homoiômati sarkós hamartías. A palavra-chave da expressão é homoiômati (de homóiôma) = similar, semelhança, similaridade). Se fosse “igual” à nossa, seria isótêti (de ísos = igual, mesma). Jesus era semelhante a nós? Como? Nos aspectos físicos (estatura, força física sentia fome, sede, cansaço, etc.), mental (ficava triste, sentia-se angustiado, abandonado, etc.), mas não nos aspectos moral e espiritual. Diferente de nós, que já nascemos inclinados ao mal (Ef 2:3), Jesus era totalmente puro quanto à tendência ou inclinação ao mal, pois o diabo “nada tinha nele” (cf. S.Jo 14:30). 4. II Co 5:21: “Ele [Deus] o fez [a Jesus] pecado por nós”. O contexto onde o verso está inserido não está tratando da natureza humana ou divina de Jesus, mas do fato de Deus fazer (apontar, designar) Jesus como o “Portador” de


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nossos pecados. Se Deus permitiu Jesus nascer com tendência pecaminosa, então Jesus não poderia jamais ter dito as palavras de S. Jo 8:46 e as de 14:30. Se Paulo quisesse dizer que Jesus foi feito pecado, no sentido de ter natureza pecaminosa, teria empregado o verbo guínomai (ser criado, gerado, produzido) e não poiéo (fazer), como está no texto grego. E ainda: poderia um ser com tendência pecaminosa salvar outro com o mesmo problema? 5. Fp 2:7: “...tornando-se em semelhança de homens, e reconhecido em figura humana”. Conforme o que foi dito sobre Rm 8:3, “semelhança”, aqui, é homoiômati = semelhança, similaridade, mas não igualdade absoluta. O que o texto quer dizer é que Jesus era em tudo igual a nós, exceto no pecado (seja por atos ou por inclinação). Outro detalhe no texto é a palavra “figura” (schêmati, da raiz schêma = forma, aparência exterior). Se fosse uma “figura humana” exatamente igual a nós, Paulo teria empregado a palavra morphê (algo que é tanto no exterior quanto no interior). Confira o uso destas duas palavras gregas em Fp 2:6 e 7: ao falar da divindade de Jesus, Paulo emprega morphê theou (“forma de Deus”); ao falar de Sua humanidade, emprega schêmati ánthrôpos (“figura humana”). Isto quer dizer que no que diz respeito à Divindade, Jesus era exatamente igual a Deus Pai ou ao Espírito Santo; mas quanto à Humanidade, Jesus era “semelhante” (igual em tudo, exceto no pecado - em atos ou tendências). 6. Hb 2:17: “Convinha que, em todas coisas, se tornasse semelhante aos irmãos...”. “Semelhante”, aqui, é homoiôthênai (Infinitivo, 1º Aoristo, Passivo, da raiz homoióô = “tornar-se semelhante”). Era “semelhante”, mas não igual (isótêti). O autor de Hebreus quer enfatizar que Jesus não era um ser docético (que parecia ou fingia ser homem), mas que era um ser humano real e normal (com exceção de praticar

pecados

ou

ter

inclinação

para

o

mal).


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7. Hb 4:15: “...foi ele tentado em todas coisas, à nossa semelhança [homoiótêta] mas sem pecado [hamartía]”. “Semelhança”, aqui, é homoiótêta = semelhança, similitude, e não igualdade absoluta (isótêti). A expressão “sem pecado”, indica que nem em atos nem em inclinação Jesus compactuou com o mal. O autor de Hebreus deseja que o leitor entenda que as tentações de Jesus foram tão reais quanto às nossas (tentado quanto ao apetite, a se orgulhar, a ser autosuficiente de Deus, etc.), que poderia cair como nós caímos, que dependia do Pai para vencer as tentações, como nós devemos depender, mas não que também tivesse

propensão

ao

mal,

como

nós

temos.

8. 1 Pe 2:22: “O qual não cometeu pecado [hamartía], nem dolo algum se achou em sua boca”. Se Jesus não cometeu pecado, então Ele foi totalmente isento quanto ao mal, uma vez que “pecado” (hamartía) tem a ver com atos pecaminosos e até mesmo com a inclinaçaão ou tendência para o mal.


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2 CONCLUSÃO

Graças a Deus que temos um salvador totalmente isento do mal. Nem em atos, nem em inclinação Jesus compactuou com o pecado. Ele é em tudo semelhante ou mesmo igual a nós, exceto no pecado (ato ou tendência). E ele deveria ser assim mesmo: humano para nos compreender, e divino para nos salvar.


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DEDUC doutrinaadventista@iaene.br www.doutrinaadventista.com.br www.salt.edu.br


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