SEXTA-FEIRA SÃO PAULO, 15 DE MAIO DE 2015 EDIÇÃO CONCLUÍDA ÀS 00:03
O COMETA A INFORMAÇÃO COM AGILIDADE
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DESTAQUE
Cruzeiro vence o River pela Libertadores
Anderson Silva é pego no antidoping ESPORTES
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Time mineiro dá um grande salto para a próxima fase da libertadores
Divulgação/ Trivela.com.br
Juiz condena Youssef, Costa e mais seis POLITICA
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Indígenas abandonam filme de Adam Sandler CULTURA PAG 7 Divulgação
Marquinhos comemora o único gol marcado pela equipe contra os argentinos
Pedro Ladeira/Folhapress
Câmara aprova terceirização para todas as atividades União do PMDB com partidos da oposição resultou em derrota do governo em projeto polêmico Página 5
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Cruzeiro venceu o River porque entendeu que ter a bola no pé não seria bom Divulgação/ Trivela.com.br
Algumas coisas eram esperadas pelo Cruzeiro quando enfrentasse o River Plate no Monumental de Núñez pelas quartas de final da Libertadores. Uma delas é que o time argentino tomaria a iniciativa. A outra é que tentaria usar a pressão da torcida para impor um ritmo intenso e criar volume de jogo. É o que times argentinos normalmente fazem nessas situações, e costuma funcionar. A Raposa entendeu isso, e venceu porque soube jogar den-
tro do contexto criado pelo adversário. LIBERTADORES: O jogo do Santa Fe chamase Omar Pérez, e um descuido custou caro ao Inter
para si a posse de bola, cadenciando o jogo para criar um braço de ferro em quem conseguiria ter ainda mais volume. Seria uma atitude corajosa, mas burra. E Marcelo Oliveira sabia disso.
O River Plate propunha seu jogo com um 4-3-3 bastante avançado. Todas as linhas jogavam avançadas para ter compactação e permitir a pressão em cima do Cruzeiro. O time mineiro poderia tentar quebrar esse jogo, tendo
O Cruzeiro não tem um time de cadenciar, até porque essa não é as características das equipes montadas por seu técnico. Os celestes têm jogadores que sabem ser incisivos, partindo em velocidade e concluindo as jogadas
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sem perder tanto tempo. Por isso, a Raposa deixou o River acreditar que tinha sua pressão, mas não se intimidou e aproveitou que a defesa argentina jogava adiantada para esticar bolas nos contra-ataques, deixando Marquinhos, Leandro Damião e Willian no mano a mano com os zagueiros em diversos momentos. E aí ficava claro que o domínio riverplatense não era tão óbvio quanto parecia em uma observação apressada.
A postura celeste foi corajosa, pois muitas vezes deixou o jogo aberto e acelerado, o que também expunha sua defesa em alguns momentos. Mas funcionou. Com as saídas rápidas, o Cruzeiro impedia que o River fizesse um abafa eficiente, o que acabou ofuscando o contestável Téo Gutiérrez e, no segundo tempo, Cavenaghi. Enquanto isso, a limitada defesa argentina ficou mais vulnerável, e acabou falhando quando pressionada. Não conseguiu se livrar da bola após um lateral do ataque cruzeirense, se enrolou em um bate-rebate e a oportunidade surgiu para Marquinhos com o gol aberto.
para os argentinos, e 7 a 5 em chutes certos. Ou seja, o River dava 24,3 passes a cada arremate, enquanto que os mineiros o faziam a cada 14,8. Objetividade. O Cruzeiro poderá aproveitar a vantagem no placar para explorar ainda mais essa velocidade em Belo Horizonte. Ainda é um duelo perigoso, pois o River Plate é forte. Mas o cenário ficou bastante favorável aos celestes.
A diferença de estratégia das duas equipes fica nítida pelos números. O River Plate teve superioridade marcante em posse de bola (61%), passes (413 a 192) e escanteios (5 a 1), todos dados que indicam volume de jogo ou presença no campo de ataque. Mas, na produção efetiva (finalizações), houve equilíbrio: 17 a 13
EXPEDINTE Presidente: Alan Sousa Editor Chefe: Yuri Azevedo Editor-Executivo de Arte: Cassio Felipe Diretor Comercial: Guilherme Cunha Redator: Anny Francielly
O jornal O Cometa circula por várias cidades diariamente, com informações sobre Cultura, Esporte e Política. 2015
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ESPORTES Divulgação
Sorteio evita clássico espanhol nas semifinais da Liga dos Campeões A Uefa sorteou nesta sexta-feira pela manhã, na cidade suíça de Nyon, os dois confrontos das semifinais da Liga dos Campeões. OBayern enfrentará o Barcelona e decidirá a vaga em Munique, enquanto o duelo entreReal Madrid e Juventus terá a segunda
partida em Madri. Leia mais: Veja como ficaram os confrontos das semifinais da Liga Europa Bayern e Barcelona se encontraram nas semifinais há duas temporadas, e na ocasião os alemães não tomaram conhecimento dos espanhóis. No jogo de
ida, em casa, o Bayern praticamente matou o duelo com uma goleada por 4 a 0. Depois, ainda sacramentou a vaga com um 3 a 0 na Espanha. Em 2013, semifinal da Champions terminou com surra do Bayern e desolação do Barcelona
Nesta ano, porém, o confronto entre os dois times terá um ingrediente especial, que é a presença do técnico Pep Guardiola. Formado no Barcelona, ele hoje comanda o Bayern, que tem dividido com os catalães o rótulo de time que joga o futebol mais vistoso do mundo.
Já o último confronto entre Juventus e Real Madrid aconteceu há dez anos, nas oitavas de final, e naquela ocasião os italianos levaram a melhor. O primeiro jogo, na Espanha, terminou 1 a 0 para o Real, e a Juventus deu o troco na partida de volta. Aí, na prorrogação,
a equipe italiana marcou novamente e assegurou a classificação. A decisão do título está agendada para o dia 6 de junho, no Estádio Olímpico de Berlim, na Alemanha.
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UFC
Anderson Silva é flagrado no antidoping por anabolizante Segundo nota do UFC, teste apontou no organismo do lutador a substância anabolizante drostanolona O UFC anunciou em comunicado na noite desta terça-feira que o lutador Anderson Silva foi reprovado em teste antidoping realizado no dia 9 de janeiro, ou seja, três semanas antes de sua, ocorrida no último sábado. O exame revelou que havia no organismo do brasileiro dois tipos de esteroides anabolizantes. O brasileiro só vai se manifestar sobre o caso quando os re-
sultados de mais dois por parte de seus testes e uma contrap- atletas." rova forem divulgados. Anderson esteve afastado do esporte por Anderson Silva foi fla- mais de um ano por grado no teste antidop- conta de fratura sofrida em derrota para ing De acordo com o texto Chris Weidman ao fim do UFC, "mais testes de 2013. No último serão conduzidos pela sábado, em Las VeComissão Atlética de gas, o ex-campeão do Nevada para confir- peso médio derrotou mar estes resultados Nick Diaz por decisão preliminares". O UFC unânime dos jurados , ainda declarou que coroando seu retorno. "está desapontado por O lutador ainda não saber destes resultados se pronunciou sobre o iniciais". "O UFC tem suposto uso de anaboliuma rígida e consist- zante. ente política contra o Coincidentemente, o uso de qualquer droga brasileiro pode não esilegal, de alteração tar sozinho nisso. Isto de desempenho ou porque, segundo a reagentes mascarantes, portagem do site amer-
icano Yahoo!, Diaz também foi flagrado no antidoping. O americano, porém, teria consumido maconha, que não é uma droga que afeta positivamente seu desempenho no octógono. Este é o segundo caso no ano de 2015 em que um grande nome do UFC é reprovado em um teste antidopagem. Campeão dos meio-pesados, o americano Jon Jones caiu no exame por uso de cocaína . O atleta chegou a se internar em uma clínica para viciados, mas ficou apenas uma noite no local. UFC/ Divulgação
SURF
Feijão perde e Brasil terá que superar o 5º jogo
GETTY
Feijão perdeu o quarto confronto na Copa Davis contra a Argentina Depois de uma batalha de 5h na sexta-feira, o tenista número 1 do Brasil, João “Feijão” Souza (75º do ranking da ATP) ficou mais de 6h41min em quadra neste domingo e não resistiu ao melhor tenista argentino do momento, perdendo o primeiro jogo desta tarde no confronto de oitavas de final da Copa Davis, em Buenos Aires. Feijão, que mostrouse desgastado ainda do jogo de sexta e chegou a receber atendimento médico na região abdominal ao fim do segundo set, salvou oito match points, mas perdeu por 3 a 2, parciais de 7-6 (4), 7-6 (5), 5-7, 5-7 e 15-13, para Le-
onardo Mayer (29º do mundo). O brasileiro chegou a sacar para o jogo e teve 6-5 no quinto e decisivo set, mas foi quebrado. Com este resultado, a Argentina empata o confronto com o Brasil em 2 a 2. Caberá agora a Thomaz Bellucci (87º do ranking) a missão de classificar o país verde-amarelo. Ele enfrentará Federico Delbonis (83º). O Brasil não avança às quartas de final da Copa Davis desde 2001, quando o time formado por Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e cia passou pelo Marrocos nas oitavas de final.
VÔLEI
Mineirinho iguala Medina Cruzeiro supera Sesi e é em vitórias na elite do surfe tricampeão da Superliga e vibra: "É uma honra" Com o título em Margaret River, Adriano de Souza obtém Time mineiro venceu de virada a disputa no ginásio do Misua quinta conquista de etapas do Circuito Mundial e se tor- neirinho, em Belo Horizonte. Cruzeiro superou o Sesi-SP na o brasileiro mais vitorioso ao lado do campeão de virada, pelo placar de 3 sets a 1
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POLÍTICA Câmara aprova terceirização Haddad vai à Justiça para todas as atividades em busca de revisão da União do PMDB com partidos da oposição resultou em derrota do governo em projeto polêmico•
Câmara concluiu nesta quarta-feira (22) a votação do projeto que regulamenta a terceirização no Brasil e, após diversas tentativas do Palácio do Planalto em modificar o texto , a união entre o PMDB e de partidos da oposição acabou prevalencendo para permitir a subcontratação de atividades-fim das empresas e a responsabilidade solidária no pagamento dos tributos para qualquer atividade. Com o encerramento, a proposta segue para análise do Senado. Deputados aprovaram projeto de lei que prevê a terceirização em qualquer área de atividade no Brasil Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados Pela manhã e à tarde, o Palácio do Planalto tentou convencer o PMDB e partidos da oposição a modificar dois trechos apontados como cruciais para o governo no relatório do deputado Arthur Maia (SD-BA). Um desses artigos é o 2º da proposta, que permite que empresas terceirizem suas atividades-fim. Na prática, permite que escolas, por exemplo, subcontratem professores e hospitais médicos e enfermeiros.
Siga o Terra Notícias no Twitter Atualmente, uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) regulamenta o trabalho terceirizado no país. Ela autoriza somente a terceirização de atividades-meio, como limpeza, conservação e segurança. Há duas semanas, os deputados aprovaram o texto principal da proposta, retirando a proibição de ministérios assinarem contratos com outras empresas para a subcontratação de mão de obra. Nesta quarta, por meio de uma emenda aglutinativa assinada pelo relator do projeto, Arthur Maia (SD-BA), e pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), ocorreu uma mudança significativa na proposta. O deputado baiano inseriu um trecho que permite a empresas contratantes terem responsabilidade solidária no caso do pagamento dos direitos trabalhistas da firma contratada, ou seja, se houver atrasos nos repasses para o FGTS ou INSS, quem tiver contratado terá que pagar a conta. No entanto, o relator não aceitou modificar a liberação para terceirizar a atividade-fim, nem a fórmula para tributação das empresas. No fim da sessão, os deputados analisaram outras duas emendas. Uma, der-
rubada, proibia a terceirização das guardas portuárias no país. A outra garante as cotas de até 5% para pessoas com deficiências em empresas subcontratadas com mais de 100 funcionários.
dívida de SP, diz jornal
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, entrou na Justiça para obrigar o governo da presidente Dilma Rousseff a cumprir a lei que muda a correção das dívidas de Estados e municípios e permite reduzir os pagamentos que a cidade faz para a União. A ação foi protocolada na noite de quinta-feira. As informações são da colunista do jornal “Folha de São Paulo” e da rádio BandNews FM, Mônica Bergamo. Segundo a colunista, a iniciativa de Haddad representa uma guinada em
relação ao tema. Até semana passada, ele negociava com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, uma alternativa para evitar um embate entre o município e governo. Mas as tratativas não evoluíram como Haddad desejava e, por isso, ele teve que recorrer aos tribunais contra o governo. O prefeito de São Paulo é o segundo dirigente de uma capital a ir à Justiça para resolver a questão. No mês passado, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recorreu aos
tribunais para obrigar o governo a corrigir a dívida da cidade com a União.
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Juiz condena Youssef, Costa e mais seis na Lava Jato
Citando as delações premiadas de Costa e Youssef e as provas obtidas com as quebras de sigilos fiscais, o juiz diz ter constatado 20 manobras de lavagem de dinheiro entre a Sanko e as empresas do doleiro Arquivo Hoje em Dia
O juiz federal Sérgio Moro condenou, nesta quarta-feira, oito réus da Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso do pagamento de propinas e superfaturamento da obra da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Entre os condenados estão o doleiro Alberto Youssef e o exdiretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, considerados dois dos principais personagens do “petrolão”.
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Além de Costa e Youssef, foram condenados Márcio Bonilho (do Grupo Sanko Sider), os irmãos Leonardo e Leandro Meirelles (apontados como responsáveis pelo Labogen), Waldomiro de Oliveira, Pedro Argese Júnior e Esdra de Arantes Ferreira. O juiz considera que houve desvio de recursos públicos na construção da refinaria, através do pagamento de contratos que os processos foram desmembrados e a responsabilidade dos dirigentes da
empreiteira serão avaliados em outra ação penal. No processo em questão, foi analisado o repasse de R$ 18,6 milhões da Sanko a empresas de Youssef, como a MP Consutoria e a GFD, que, segundo o juiz, ficou provado tratar-se de operações de lavagem de dinheiro.ue os processos foram desmembrados e a responsabilidade dos dirigentes da empreiteira serão avaliados em outra ação penal. No processo em questão, foi analisado o repasse de R$ 18,6 mil-
hões da Sanko a empresas de Youssef, como a MP Consutoria e a GFD, que, segundo o juiz, ficou provado tratar-se de operações de lavagem de dinheiro. Citando as delações premiadas de Costa e Youssef e as provas obtidas com as quebras de sigilos fiscais, o juiz diz ter constatado 20 manobras de lavagem de dinheiro entre a Sanko e as empresas do doleiro, relacionadas a desvios na refinaria.
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CULTURA Indígenas abandonam filme de Adam Sandler considerado ofensivo
RIO — A produção do primeiro filme de Adam Sandler para a Netflix, "The ridiculous six" — uma paródia do clássico "Sete homens e um destino" — começou enfrentando um problema inesperado. Nove atores de origem indígena abandonaram o set alegando que o filme ofende os americanos nativos. De acordo com a rede de notícias Indian Country
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Today, primeira a noticiar o fato, os atores e um assessor em cultura indígena abandonaram o trabalho depois de saberem os nomes de alguns dos personagens do filme, entre eles "Bafo de Castor" e "Sem Sutiã" ("Beaver’s Breath" e "No Bra" no original
Exposição faz homenagem a Tomie Ohtake e apresenta obras inéditas A primeira exposição das obras da artista Tomie Ohtake após sua morte, ocorrida em 12 de fevereiro deste ano, está em cartaz até o dia 7 de junho no instituto que leva o seu nome, em São Paulo. A exposição Tomie Ohtake 100-101 apresenta obras inéditas da artista e também um vídeo em sua homenagem, com depoimentos de críticos e artistas como Jac Leirner, Leda Catunda e Carmela Gross, entre outros. A exposição, com entrada gratuita, tem curadoria de Paulo Miyada e apre-
senta cerca de 30 pinturas produzidas pela artista nos seus últimos anos de vida, entre novembro de 2013 e dezembro de 2014. “Desde 2012, a Tomie vinha fazendo apenas monocromos. E todos coloridos, com cores que já tinham aparecido em sua produção como o amarelo, o vermelho e o azul. Mas, nesse último ano de produção, já com 100 anos, ela fez uma modificação no modo de produzir. Mudou a pincelada, o gesto”, explicou Carolina de Angelis, do Núcleo de Pesquisa
e Curadoria do instituto que leva o nome da artista, em entrevista à Agência Brasil. “São pinturas que têm uma materialidade diferente. Elas têm camadas grossas de tinta, que fazem relevos”, ressaltou Carolina. Logo no início do percurso, por exemplo, o visitante vai se deparar com pinturas monocromáticas brancas produzidas por Tomie, seguida pelas de cores. “Nesse último ano, ela se dedicou a fazer obras brancas, monocromos brancos, uma coisa que nunca tinhafeito. A
exposição se dedicou a mostrar isso, dando ênfase a essas obras brancas e, ao entrar, tudo é muito silencioso. As obras brancas são as primeiras a serem vistas pelo público”, destacou. Além das pinturas, há também esculturas produzidas em metal em que o gesto manual do processo evidencia-se pelas curvas e torções. “Também faz parte da exposição um conjunto de cartas de Paulo Myiada [que dialogam com as obras]”, acrescentou Carolina. A obra de Tomie Ohtake varia da pintura à gravura e à escultura. Há também mais de 30 obras públicas espalhadas por cidades como São Paulo (no Auditório Ibirapuera e na Avenida 23 de Maio, por exemplo), Belo Hori-
em inglês). Além disso, em uma cena uma personagem indígena feminina deveria urinar enquanto fumava um cachimbo da paz. Os produtores teriam ignorado as preocupações dos atores: "Nada mudou", disse a atriz de origem Navajo Allison Young, segundo o Indian Country. "Nós ainda somo apenas
índios de Hollywood." Produzido pela empresa de Sandler, Happy Madison Productions, "The ridiculous six" traz no elenco Steve Buscemi, Nick Nolte, John Turturro, Luke Wilson e Whitney Cummings. As filmagens começaram esse mês em Santa Fé e no norte do Novo México.
zonte, Curitiba e Brasília. Em 2013, aos 100 anos de idade, Tomie ganhou 17 exposições pelo país.
Imagem: ityourself.com.br
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Jornalista brasileiro lança biografia de Mujica A vida do homem que elevou o Uruguai ao status de país do ano em 2013, que foi indicado ao Nobel da Paz, que legalizou a maconha, o aborto e o casamento gay é objeto da biografia escrita pelo jornalista Marcos André Lessa. O livro "Mujica: o presidente mais rico do mundo", será lançado no dia 27 de abril, às 18h30, na Livraria da Travessa de Botafogo. A intensa história de José Alberto Mujica Cordano, conhecido popularmente como Pepe Mujica, se confunde com a de seu país. Ele participou ativamente da fundação do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros e da Frente Ampla, que há dez anos está no poder. Esse lutador social, que
disputou sua primeira eleição aos 60 anos, movido por convicções e não por cifrões, atinge o ápice de sua trajetória aos 75, quando eleito presidente. Durante o mandato, a simplicidade do chefe de Estado chamou a atenção do mundo e rendeu a acusação de marketing político. Ao que respondeu: "Mas eu vivo assim há quarenta anos!" Para biografar o personagem que apareceu na lista dos 100 mais influentes do mundo (escalados pela revista Time, com resenha da indicação assinada por Barack Obama), o autorse debruçou, durante meses, sobre mais de uma centena de entrevistas e diswwwcursos do ex-presidente latino-americano, concedidos em períodos dis-
tintos da carreira política. Pesquisou dezenas de artigos e reportagens, e teve acesso a inúmeras fontes uruguaias. Quando perguntado sobre o que o motivou, o autor explica: "A liberdade com que Mujica governou, não se furtando a criticar até mesmo o seu próprio partido, é raríssima. Ele fazia comentários fortes mesmo estando no poder", afirma. A capacidade de diálogo, o desapego e a autocrítica também são aspectos que cativaram o jornalista. Algumas passagens narradas no livro sublinham tais características, como quando o governante foi questionado quanto ao risco político da regulação da produção e do consumo da maconha: "É um
risco sim, mas definitivamente o mundo não teria mudado se só tivéssemos pensado nos riscos eleitorais. Queremos combater o narcotráfico ao roubarlhe omercado. Se conseguiremos, não sei. O que pedimos é o direito de experimentar frente ao evidente fracasso, em todos os lugares, que a repressão teve... O que queremos fazer é um teste social", conclui. Com prefácio do deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), o livro apresenta recortes diversos do uruguaio: "Mujica e a guerrilha", "Mujica e a América Latina", "Mujica e o aborto", "Mujica na Copa". Estão todos retratados vivamente nas 224 páginas. Em "Mujica e a prisão", observamos o
período mais árido deste homem que cuidava de flores, durante a infância no campo. Lessa observa que "a tristeza só se apropria do semblante de Pepe quando fala desse tempo. Ele só menciona a prisão quando é perguntado diretamente. E ainda assim, parece fazer um esforço tremendo, segurando-se para não ser mal-educado". Não à toa, o capítulo abre com o pungente depoimento do ex-guerrilheiro: "Vivi dez anos metido em um 2x3 e ficava contente quando à noite me punham num colchão. No poço, descobri que as formigas gritam. Basta aproximar o ouvido bem de perto para comprovar." O cárcere é encerrado com a fuga cinematográfica do líder
tupamaro, literalmente cavada por ele e seus companheiros. Segundo o autor, o diferencial desta obra, de cunho jornalístico e objetivo, é o referencial: "Minha proposta é transportar o leitor àquele país, sob a ótica de um brasileiro. É interessante observar que temos muitas semelhanças históricas", afirma. Lessa nos aponta paralelos inevitáveis entre as trajetórias de Lula, Dilma e Mujica. O papel da burguesia paulista (a que Pepe chama de "colonizadora" e "fagocita") na integração latino-americana também é abordado.
Oficina em SP conta história e influências do idioma guarani na cultura brasileira Butantã, Cambuci, M'Boi Mirim, Ibirapuera, Ipiranga. Todos são nomes comuns no cotidiano dos paulistanos mas que significam mais do que nomes de ruas, bairros ou parques. Por serem de raiz indígena, esses verbetes
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são uma presença importante da cultura originária do Brasil nos dias atuais, afirma o professor Almir de Toledo, instrutor do idioma guarani no curso de extensão da Universidade de São Paulo (USP). Na manhã de hoje (18),
véspera do Dia do Índio, ele ministrou uma oficina na Caixa Cultural, na qual apresentou a história do idioma e as influências na formação cultural brasileira. Um dos participantes da atividade foi o profes-
sor de criação de texto Renato Modernell, 61 anos. “Falo sempre para os meus alunos: entre as estações de metrô, mais da metade têm nomes indígenas e a gente não sabe o que é. Deveríamos saber”, destacou. Trata-se
da toponímia, explicou Toledo. Na grafia guarani Ipiranga nasceu Ypiranga, que significa rio vermelho; Cambuci era Kambuchi para os índios e indicava potes para colocação de água; e Yvytyhatã, que significa terra dura, é a
origem do nome Butantã, bairro que nomeia uma das estações da Linha Amarela do metrô.