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27 de Maio de 2015 | P2

Palmeiras vence Corinthians nos pênaltis na semi-final do Paulista 2015 Os dois maiores rivais se confrontaram no Itaquerão e o Palestra levou a melhor. O dérbi deste domingo entre Corinthians e Palmeiras é especial por algumas razões. A intrínseca é por se tratar de Corinthians e Palmeiras, e não há encontro entre os dois, sob qualquer circunstância que for, que não tenha sua grandeza. Mas, além disso, essa é também a primeira vez que os dois se enfrentam em um matamata desde 2011, quando o Alvinegro eliminou o rival pela mesma semifinal do Paulistão, para depois perder para o Santos. É especial também pela possibilidade de o Corinthians, pela primeira vez nos últimos 46 anos, igualar o número de vitórias do adversário no clássico. Os 345 jogos disputados até agora tiveram 121 triunfos palmeirenses contra 120 corintianos. O ewmbate deste domingo é especial também pelo fato de o ano de 2015 poder ser o início de mais um grande

momento do tradicional duelo. A reestruturação do Palmeiras, calcada no trabalho de Alexandre Mattos, na novidade que é o Allianz Parque e no sucesso tremendo que tem sido o plano de sócio-torcedor do clube, se confrontada com o momento técnico positivo do Corinthians, que também recentemente inaugurou seu moderno estádio e baseia sua remontagem no retorno de Tite, eleva a rivalidade a uma força que não tinha há algum tempo. E isso nos faz lembrar dos anos áureos dos duelos entre corintianos e palmeirenses: o fim dos anos 1990. Por isso, republicamos a matéria Craques, taças, confusões: os três anos de Corinthians x Palmeiras

Economia

Política

Cultura

É o terceiro dia seguido de alta e o maior valor de fechamento desde 2 de abril de 2003, quando a moeda norteamericana valia R$ 3,259. É também a maior alta percentual diária desde 30 de janeiro, quando subiu 2,96%. Na véspera, o dólar havia subido 1,08% e no dia anterior, 0,77%.

Depois de derrubar o sistema de votação em listra fechada, os parlamentares rejeitaram, por 369 votos a 99, emenda de autoria do PSDB que previa instituir o sistema distrital misto.

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.


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Esporte Campeonato Paulista

Semi-Final: Corinthians x Palmeiras Semi-Final: Paulista

Rivalidade

O Corinthians está eliminado do Campeonato Paulista sem perder nenhum jogo oficial na temporada. No Paulistão, foram 12 vitórias e cinco empates, incluindo o de hoje contra o Palmeiras. O próximo jogo da equipe será na quarta-feira, contra o São Paulo, encerrando a fase de grupos da Libertadores. A invencibilidade em sua arena chegou a 31 jogos. Uma invencibilidade amarga. Depois de

um grande jogo no tempo normal, empate por 2 a 2, Palmeiras e Corinthians decidiram a vaga nos pênaltis. Robinho perdeu a primeira cobrança, mas foi salvo por Fernando Prass, que pegou os chutes de Elias e Petros. É uma das maiores rivalidades no futebol mundial: a CNN considera-o o nono maior clássico do mundo, o segundo das Américas e o único do Brasil a figurar entre as principais rivali-

passou a inverter as jogadas, cansando, iludindo os palmeirenses. Faltavam apenas mais chutes a gol. Até que uma mera falta na intermediária. Jadson bateu com de porque Valdivia não conseguia jogar. Ralf marcava bem e além disso. Corinthians e Palmeiras mantêm uma das mais antigas rivalidades do futebol brasileiro. O Derby foi disputado pela primeira vez há 92 anos. Em 6 de maio de 1917, o Palestra Itália (atuando com as cores da bandeira italiana – verde, branco e

vermelho) venceu o confronto inaugural por 3 a 0. Caetano marcou os três gols do jogo, válido pelo Campeonato Paulista. Três meses depois, um novo embate e mais uma vez o Palestra levou a melhor, agora por 3 a 1. Caetano, Ministro e Severino fizeram os gols alviverdes, e Neco marcou o tento solitário do Timão, ainda pelo Paulista de 1917. A primeira vitória do Corinthians aconteceu na sexta partida entre os dois times, disputada em 3 de maio de 1919.

O Itaquerão é do Pal- frente, o velocista Dudu e meiras. O time acabou com o favoritismo e tirou o Corinthians da decisão do Paulista. Jogando no limite, a equipe de Oswaldo de Oliveira conseguiu empatar a partida em 2 a 2. E nos pênaltis despachou a equipe de Tite: 6 a 5 nas penalidades. Fernando Prass defendeu as cobranças de Elias e Petros. Os corintianos deixaram o campeonato invictos. Os palmeirenses voltam à uma decisão de estadual depois de sete anos. “Estamos trabalhando, não começamos muito bem o campeonato, mas éramos um time em formação. Estamos mostrando nosso valor. Falamos que não existia time imbatível”, comemorava muito Dudu. Tite foi muito esperto. Sabia que seu elenco já começava a demonstrar cansaço. Ter a obrigação de disputar decisões seguidas, na Libertadores e no Paulista era demais. Até consultou seus preparadores físicos e fisiologistas. Mas a decisão foi toda dele. Tirou quem precisava e poderia. Oswaldo queria que seu time dominasse o meio de campo. Com jogadores de bom toque de bola, com a maior esperança nos pés de Valdivia, ao lado de Robinho e Arouca. Na

o limitado Rafael Marques mais à frente. A rivalidade aflorou. Os dois times disputaram uma partida vibrante. Nada tinha de truncada, como costumam ser as decisões. Muito pelo contrário. As equipes queriam vencer. Sabia que valia a vaga para a final. Logo aos seis minutos, Fagner mostrou que levaria vantagem sobre o improvisado Wellington. O lateral corintiano cruzou e Mendoza ficou livre. Chutou e a bola bateu em Victor Ramos. bateu em Victor Ramos. A sorte acompanharia o Palmeiras. Sete minutos depois, um simples escanteio. Robinho bateu, Victor Ramos cabeceou nas costas de Felipe, a bola no peito do palmeirense. Ele a dominou e estufou a rede de Cássio. 1 a 0. O gol não calou o Itaquerão. Pelo contrário. Os torcedores corintianos passaram a gritar até mais. O Palmeiras de Oswaldo cometeu um erro grave. Recuou demais e de forma precoce. O plano era explorar os contragolpes. Mas tudo o que aconteceu foi dar mais confiança ao rival.O Corinthians passou a dominar as intermediárias. E como Tite aprendeu na Europa. Seu time de posse de bola,

dades mundiais. Já o site especializado Football Derbies colocou O Derby como até a 4ª maior rivalidade do mundo (e primeira brasileira), hoje figurando como 8ª em seu ranking mundial 6 , enquanto a nacional revista Trivela classificou-o como segundo maior do Brasil. Corinthians e Palmeiras já decidiram campeonatos estaduais (Campeonato Paulista), regionais (Torneio Rio-São Paulo),

nacionais (Campeonato Brasileiro) e vaga para a final de competição continental (Taça Libertadores da América), figurando como a rivalidade brasileira que mais decidiu vagas e campeonatos de grande porte nacionais e internacionais: nenhum outro derby decidiu tanto como Corinthians versus Palmeiras, no Brasil.


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Cultura Cultura Afro-Brasileira

Os traços fortes da cultura afro brasileira Zumbi dos Palmares: um herói brasileiro

Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maior parte, trazida pelos escravos negros na época do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil a cultura africana sofreu também a influência das culturas europeia (principalmente portuguesa) e indígena, de forma que características de origem africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas a outras referências culturais. Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da cul-

tura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste. Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que

continua até os dias de hoje. Até hoje, discutese a existência ou não de uma cultura negra. “A cultura não tem cor, mas é importante discutir quem produz e também o contexto em que ela é feita”, explica Martha Abreu, docente da Universidade Federal Fluminense (UFF). Portanto, o material selecionado para trabalhar esse tema com as turmas deve ser aquele produzido por artistas e intelectuais negros.

História Nacional sciência

do da

Dia africana aqui no Brasil. bém que sempre ocorreu Con- Zumbi lutou até a morte uma valorização dos perNegra por esta cultura e pela sonagens históricos de cor

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. A homenagem a Zumbwi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura

liberdade do seu povo.

Importância da Data A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. Vale dizer tam-

branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história. e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar.


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Zumbi dos Palmares Nascido no ano de 1655, livre, já no Quilombo que faz alusão ao seu próprio nome (Palmares), Zumbi (que quer dizer o mesmo que fantasma ou espírito, no idioma africano quimbundo, e na concepção brasileira da palavra, guerreiro) foi um dos, senão o principal, ícone da resistência negra ao trabalho escravo no período do Brasil Colônia. Com aproximadamente 6 anos de idade, Zumbi tinha sido capturado em um dos ataques das tropas da colônia ao quilombo, sendo entregue a um missionário português, que o batizou com o nome ‘Francisco’ Zumbi, e educou-o com os sacramentos da igreja católica, em português e latim. Aos 15 anos de idade, Zumbi consegue fugir e retornou aos Palmares, substituindo, mais tarde, devido ao seu grande destaque como estrategista e líder,

o seu tio então falecido Ganga Zumba. Zumbi era muito respeitado por ter sido educado por brancos e ainda assim, não ter abandonado suas raízes. Em sua liderança ou reinado, como os próprios quilombolas lhe atribuíam o título de rei, conduziu o Quilombo dos Palmares ao seu apogeu militar, econômico, territorial e social, liderando os guerreiros em enfrentamentos com surpreendentes estratégias militares e táticas de guerrilha, onde se invadiam e atacavam fazendas de cana-de-açúcar e engenhos para resgatar escravos e assim adquiriam também um incrível poderio bélico, com muitas armas, usurpadas como despojo desses ataques.

Pernambuco e até mesmo de invasores holandeses que derrotaram a própria capitania dominante, mas não os quilombolas, criou-se entre o povo, e entre o próprio quilombo, o mito sobre a imortalidade de Zumbi, exímio comandante e capoeirista, que tinha estratégias de ataques e defesa incríveis, com metodologias bem elaboradas. Zumbi promovia ataques épicos às tropas da Capitania e mais tarde, aos holandeses que também tentaram subjugar Palmares. Zumbi, por muito tempo gerava essa atmosfera legendária de uma possível imortalidade concedida por seus deuses, que supostamente lhe fecharam o corpo, dando-o muito poder sobre seus inimigos.

A Lenda: Zumbi dos Palmares Imortal O da Devido à grande dificuldade enfrentada pelas tropas da colônia sob a autoridade da capitania de

Outro Lado História

Alguns historiadores e autores levantam Zumbi não como um herói em sua

totalidade da palavra, mas sim o oposto, relatando-o em seus registros e obras como uma espécie de tirano que, muitas vezes, impunha por meio de captura aos escravos que se negavam a seguir com as caravanas de Zumbi para o quilombo, uma adesão forçada à vida nos Palmares. Considera-se até o fato de um regime de escravidão entre os próprios quilombolas e o despotismo, que era executado a negros fugitivos do quilombo, recapturados e mortos, a servir de exemplo para não se transgredir a lei dos Palmares.

A Morte de Zumbi Após muitas tentativas de exterminar com Palmares (um século, a contar da liderança de Ganga Zumba, para ser mais preciso) por parte da capitania de Pernambuco, o governador, ouvindo falar dos feitos, da valentia e da habilidade dos bandeirantes que ex-

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ploravam a região de São Paulo e o sudeste brasileiro, ele resolveu contratar o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho com suas tropas a organizar uma invasão ao quilombo, quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança dos Palmares. Em uma das investidas, em 06 de fevereiro de 1694, a capital de Palmares foi destruída e Zumbi, apesar de ferido, conseguiu fugir. Porém, refugiado quase dois anos depois, foi traído por Antônio Soares, um de seus aliados que, capturado pelos bandeirantes e sob a promessa de liberdade, revelou o local onde se escondia Zumbi. Esse, por sua vez, foi surpreendido e morto pelo capitão Furtado de Mendonça na Serra dos irmãos, região de Alagoas. O herói foi decapitado e teve, por ordem do governador, em 20 de novembro de 1695, sua cabeça exposta na capital, Recife, como uma prova de que a suposta imortali-

dade de Zumbi não passara de uma lenda e de que Palmares, enfim tinha sido derrotado. Revoltado com a assinatura de um acordo de paz (1678), rompeu com Ganga-Zumba e foi aclamado Grande Chefe pelos revoltosos que não aceitaram o acordo. Atacado pelas tropas lideradas por Domingos Jorge Velho (1694), foi baleado, mas conseguiu fugir espetacularmente. Um ano depois reapareceu e com cerca de 2000 palmarinos voltou a atacar povoados em Pernambuco, especialmente para conseguir armas e munições. No entanto, em um dos ataques, um de seus grupos foi derrotado, e o seu comandante, Antônio Soares foi preso (1695). Após ser torturado pelo bandeirante e mercenário paulista André Furtado de Mendonça, este lhe ofereceu a liberdade em troca da revelação do esconderijo de Zumbi e, em 20 de novembro.


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Política Política Brasileira

Câmara derruba proposta de lista fechada para deputado e vereador Emenda previa que eleitor votasse nos partidos, que listariam candidatos.

A Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (26), durante a votação da proposta de reforma política, emenda que instituía a lista fechada nas eleições para deputado federal, deputado estadual e vereador. Pela proposta derrubada pela maioria do plenário- 402 votos pela rejeição e 21 pela aprovação- o partido faria uma lista de candidatos e o eleitor votaria somente legenda. Os deputados rejeitaram também a proposta de voto distrital misto. Cada sigla obteria um número de vagas no Legislativo proporcional aos

votos obtidos, que seriam preenchidas em ordem pelos candidatos da lista. Atualmente, para deputado e vereador, o sistema é o proporcional com lista aberta. É possível votar tanto no candidato quanto na legenda, e um quociente eleitoral é formado, definindo quais partidos ou coligações têm direito de ocupar as vagas em disputa. Cada sigla obteria um número de vagas no Legislativo proporcional aos votos obtidos, que seriam preenchidas em ordem pelos candidatos da lista. Atualmente, para deputado e vereador, o sistema

é o proporcional com lista aberta. É possível votar tanto no candidato quanto na legenda, e um quociente eleitoral é formado, definindo quais partidos ou coligações têm direito de ocupar as vagas em disputa. Com base nessa conta, o mais bem colocado de cada partido entra. O modelo de votação para deputado e vereador é um dos pontos da proposta de emenda à Constituição que altera o sistema eleitoral e político do país. Ao longo da sessão desta terça, os parlamentares analisarão outras emendas que sugerem alter-

ação no sistema eleitoral, entre as quais o chamado “distritão”, em que são eleitos os candidatos mais votados em cada estado ou município, sem levar em conta os votos para o partido ou a coligação. Esse modelo é uma das principais bandeiras do PMDB e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas enfrenta forte oposição do PT, que fechou questão contra a proposta do “distritão”. Pelo estatuto do PT, o fechamento de questão obriga todos os 64 deputados da bancada respeitem a decisão da

liderança e votem a favor da medida. Teoricamente, quem não cumpriu ficará sujeito a punições.

Distrital

Misto

Depois de derrubar o sistema de votação em listra fechada, os parlamentares rejeitaram, por 369 votos a 99, emenda de autoria do PSDB que previa instituir o sistema distrital mistouma mistura do sistema proporcional e do majoritário. Por esse modelo, o eleitor vota duas vezes. Uma para candidatos no distrito e outra para a lista

dos partidos (legenda). A metade das vagas vai para os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade é preenchida conforme o quociente eleitoral pelos candidatos da lista. Por esse sistema, os estados são divididos em distritos e cada microrregião elege um representante. Segundo defensores, o modelo distrital misto aproxima e aumenta o controle do eleitor sobre o representante eleito.. Para o deputado Marcus Pestana (PSDBMG), o sistema distrital misto também barateia as campanhas.


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Segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a decisão de votar a matéria diretamente no plenário reflete um “sentimento da maioria dos líderes”. Nesta segunda (25), ele afirmou que o relatório que seria votado na comissão especial, do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), estava “em dissonância” com a vontade da maioria dos parlamentares, o que, segundo ele, dificultava “regimentalmente” a aprovação do projeto. O próprio Cunha já havia criticado o relatório de Castro em outras ocasiões. Ele chegou a dizer que “preferível” que o texto não fosse

votado do jeito que estava. A votação feita diretamente no plenário é uma maneira de facilitar modificações no texto. Caso o relatório de Castro fosse aprovado, os deputados teriam que rejeitar o texto do relator e aprovar as mudanças desejadas por meio de destaques (propostas de alteração). Com o projeto sendo apreciado direto no plenário, os parlamentares poderão votar a proposta ponto a ponto, sem a necessidade de votar um texto-base. De acordo com o blog da Cristiana Lôbo, a falta de consenso fará que a proposta de reforma poítica seja menos abrangente e

mude um ponto com relação à lei atual. O sistema de voto proporcional que existe hoje, com permissão para coligações nas eleições proporcionais (para deputados), deve abrir lugar para o chamado “distritão”, um modelo lançado pelo vicepresidente Michel Temer e que tem a preferência de Cunha. Previa também financiamento misto (tanto público quanto privado) de campanhas, mas com teto para doações, e mandatos de cinco anos para o executivo, sem reeleição. Com a ida do texto diretamente para o plenário, a Câmara decidiu que o novo relator da matéria

será Rodrigo Maia. (DEM-RJ), que foi o presidente da comissão da qual Castro foi o relator. Segundo a Agência Câmara, os líderes decidiram em reunião ontem iniciar a votação pela escolha do sistema eleitoral. Veja a ordem dos temas acordada pelos deputados: Pouco antes dos líderes oficializarem que o projeto seria votado diretamente no plenário, Castro disse ao G1 que a decisão é “esdrúxula” e “desrespeitosa”. Ele disse ainda que nunca viu na história da Casa.

O novo relator, Maia, respondeu às criticas de Castro e disse que se sente “confortável” de assumir a relatoria do projeto. Para Maia, “ninguém foi feito de bobo”. Ele disse que prevaleceu a vontade da maioria dos líderes de votar a reforma política diretamente em plenário. “Ninguém foi feito de bobo. Ele [Castro] está sabendo há muito tempo a vontade do presidente da Câmara e do líder do partido dele, e o processo esticou até o limite de se tentar construir um texto que tivesse apoio. E, quando hoje no almoço, todos

os partidos presentes e alguns que foram contactados por telefone entenderam que era melhor ir direto para o plenário, não era uma questão pessoal de A, de B ou de C, era a vontade de todos aqueles que representam os 513 deputados, inclusive o partido dele”, afirmou Maia. O novo relator disse ainda que apenas o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), o vice-líder do PT, Henrique Fontana (RS), e a líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ) não apoiaram a decisão. ‘Comissão esfaqueada’ O líder do Psol, Chico

Alencar (Psol), que participa da comissão da reforma política, afirmou por meio de nota que a decisão de votar o relatório diretamente no plenário é uma “ofensa ao rito parlamentar”. A nota diz ainda que a comissão foi “esfaqueada”. ”Tratase de uma ofensa ao rito parlamentar e um absoluto desrespeito aos seus integrantes. Mais uma vez a vontade imperial do presidente Eduardo Cunha, seguida servilmente por aliados, sobrepõe-se aos procedimentos democráticos costumeiros”, diz Alencar no texto. Ele

também afirmou que o Psol não foi consultado sobre levar o relatório diretamente ao plenário. ”Na Comissão, “explicam” que a extinção da Comissão foi “decisão dos líderes”. O do PSOL seguramente não foi consultado e não compactuaria com este golpe.” O deputado Henrique Fontana, membro da comissão especial da reforma política, usou o plenário da Câmara para criticar Cunha. Segundo Fontana, o presidente age de forma “ditatorial” ao “impedir” que o colegiado vote o relatório de Castro.

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Economia PIB em dólar deve perder um quarto do vaor este ano

São Paulo - Na semana passada, o Ministério do Planejamento anunciou um corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento e reviu sua projeção de queda do PIB em 2015 de 0,9% para 1,2%. Se confirmada, será a pior recessão em 25 anos. E em valores do dólar, a queda do PIB deve ser muito maior: de US$ 2,353 trilhões para R$ 1,812 trilhões, ou 23%. Isso é resultado principalmente da queda relativa do real em relação a moeda americana. De acordo com as projeções do governo, a cotação deve fechar o ano em R$ 3,22, valor alinhado com as expectativas do mercado. Só nos 5 meses entre 26 de dezembro e 26 de maio, o dólar foi de R$

2,66 para R$ 3,13 - queda de 17,6%. A depreciação do real em 2015 só perde entre os emergentes para a lira, moeda da Turquia, segundo índice do JP Morgan. O realinhamento cambial é parte do ajuste necessário para dar algum impulso nas exportações, favorecer a balança comercial e controlar o déficit em conta corrente. O gasto dos brasileiros no exterior já caiu 16% até abril.

C e n á r i o

Nesta sexta-feira, o IBGE divulga os resultados do PIB no primeiro trimestre, mas os efeitos da paralisia econômica já são sentidos no mercado de trabalho. Quase 100 mil vagas formais foram fechadas em abril, o pior resultado

para o mês desde 1999. O desemprego subiu pela quarta vez seguida, não era tão alto há quase 4 anos e deve continuar em ascensão. O índice de “infelicidade econômica”, que soma inflação e desemprego, atingiu o maior patamar em quase uma década, segundo dados da LCA Consultores. Os cheques sem fundo também tiveram seu pior índice para abril desde 1991 e a atividade industrial caiu para níveis vistos pela última vez em 2009, no auge da crise mundial. Tópicos: Desemprego, Câmbio, Dólar, Moedas, Empregos, Mercado de trabalho, PIB, Indicadores, PIB do Brasil Após atingir R$ 3,28 ao longo

do dia, o dólar comercial reduziu a alta e fechou a sessão desta sexta-feira (13) valendo R$ 3,249 na venda, com valorização de 2,77%. É o terceiro dia seguido de alta e o maior valor de fechamento desde 2 de abril de 2003, quando a moeda norte-americana valia R$ 3,259. É também a maior alta percentual diária desde 30 de janeiro, quando subiu 2,96%. Na véspera, o dólar havia subido 1,08% e no dia anterior, 0,77%. Na semana, o dólar acumula alta de 6,3%. O dólar já havia subido 7% na semana passada. Nas casas de câmbio de São Paulo, a moeda norte-americana chegou a ser cotada de R$ 3,41 (em dinheiro vivo) a R$ 3,66 (no cartão pré-pago).w


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Saiba quais são os motivos do sobe e desce do dólar

Mercado reage às incertezas sobre a política de ajuste fiscal.

Embora tenho rompido a barreira dos R$ 3 pela primeira vez em mais de 10 anos nesta quarta-feira (4), após o presidente do Senado rejeitar a medida provisória que trata de desonerações tributárias, o dólar já vinha se valorizando. E a tendência, segundo analistas ouvidos pelo G1, é que a moeda dos EUA permaneça num patamar mais elevado diante do cenário político e econômico conturbado e das incertezas sobre o ajuste das contas públicas brasileiras. “Romper a barreira dos R$ 3 tem um fator psicológico, mas não tem nada de muito crítico, pois não chega a ser uma barreira de verdade. Apenas chama a atenção demais”, afirma o professor da Faculdade

de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Fabio Kanczuk. “A alta de hoje está mais associada a uma derrota política do governo do que a fundamentos do longo prazo”. Para o economista da Tendências Rodolfo Oliveira, ainda não é possível afirmar que o patamar de R$ 3 veio para ficar. “A devolução da MP mostra que o governo vai ter mais dificuldade para fazer o ajuste fiscal e que vai ter barreiras políticas no caminho”, destaca o economista. “É um momento de tensão. Hoje, o real está se desvalorizando muito mais do que qualquer moeda. Mas podem vir outros tipos de sinais e a situação pode

se acomodar”, completa. ‘Dólar está ajustado’ O professor do Insper Otto Nogami avalia que a forte alta do dólar nesta quarta esteja sendo influenciada também por uma significativa ação especulativa e que a tendência e que o câmbio recue nos próximos dias. Ele considera, no entanto, natural e razoável uma cotação acima de R$ 2,90 em razão da diminuição das intervenções do Banco Central no mercado de câmbio. “O dólar não está desajustado. Se não houvesse esta interferência do BC, o câmbio já deveria estar há alguns meses no patamar de R$ 2,90, que é razoável e aceitável hoje”. diz Nogami, lembrando que fatores externos como a política

monetária dos EUA e DO Banco Central da Europa também têm contribuído para a desvalorização das moedas frente ao dólar. Segundo ele, embora a alta do dólar traga consequências para a economia, o dólar voltou a ter um “preço natural de mercado” o que contribui para o resgate do chamado tripé macroeconômico, formado pelo câmbio flutuante, pelas metas fiscais e de inflação. “Não adianta estar com o dólar num patamar razoável se as outras lições de casa não estão sendo feitas. “Não adianta estar com o dólar num patamar razoável se as outras lições de casa não estão sendo feitas Nesse tripé não adianta ajustar apenas um

componente para garantir a sustentabilidade da economia”, para garantir a sustentabilidade da economia”, afima Nogami. “Há outros aspectos a serem observados, como a questão do ajuste fiscal e dos investimentos no setor produtivo e em infraestrutura”, completa. Daí a expectativa em torno da capacidade do governo de reequilibras as contas públicas. “Não conseguir cumprir a meta de 1,2% de superávit em 2015 coloca em dúvida todo esse processo de ajuste nas contas públicas. É isto que o mercado está hoje precificando, o aumento do risco disso não ocorrer”, diz Rodolfo Oliveira, da Tendências. Quem ganha, quem perde Na lista de beneficiados pelo dólar mais alto, além dos agentes do mercado financeiro, estão os exportadores. Mas nem mesmo para este grupo há garantia de grandes ganhos. “A

questão é que os problemas dos exportadores não passam só pelo câmbio. Há um problema de competitividade da economia brasileira como um todo”, afirma Oliveira. “Se a inflação subir muito, também não adianta muito o dólar subir. Acaba ficando elas por elas”, acrescenta. Os números da balança comercial mostram que não está sendo fácil colocar o produto nacional em outros países, mesmo com um câmbio mais favorável. Nos 2 primeiros meses do ano, o saldo negativo somou US$ 6 bilhões. Segundo os analistas, os efeitos negativos superam os positivos. “A consequência mais imediata é para o produto importado, porque estamos importando muitos insumos que alimentam a nossa base produtiva, e a tendência natural será a alta nos preços”, diz Nogami..


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