Jornal Urbano

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Quarta-Feira 27 de Maio de 2015

Edição concluída as 00:08

Apertem os cintos, o crédito sumiu! economia

Dólar sobe e atinge a marca de R$ 3,00 Com a crise financeira nacional, no Brasil eleva-se os impostos, as taxas e inflações, enquanto isso nos Estados Unidos o dólar está em alta atingindo a margem de R$ 3,00 com uma valorização de 14,44% ano ano. E3

cultura Cisne Negro em crise “ Vivo o dia a dia. Amanhã resolvo se devo tomar alguma atitude. Temos que dançar conforme a música e esperar os acontecimentos.”, Hulda Bitencourtt diretora da Comapnhia Cisne Negro C6

O mercado comprou o discurso do Banco Central de que a taxa básica de juros vai colar em 9% e agora especula sobre a duração do ciclo de estabilidade da Selic. Não há dúvida de que será longo, mas é improvável que seja muito longo, caso o BC decida adotar medidas

macroprudenciais sem aposentar a política de juros. Se o BC contasse apenas com o manejo da Selic para conter pressões inflacionárias, em março do ano que vem a taxa já estaria subindo, dada a inflação esperada. Mas um evento classificado como prudencial estará

em curso e não deve ter seus efeitos desprezados - o acordo de Basileia 3. Basileia 3 reúne novas regras de capital dos bancos e, no Brasil, entra em vigor em janeiro de 2013. Mas especialistas avaliam que as pressões decorrentes da introdução das novas regras serão identi-

ficadas no segundo semestre deste ano. O ajuste de posição de um grande banco brasileiro poderá apertar a liquidez do mercado num primeiro momento. E, posteriormente, a adoção das regras pelo sistema bancário levará a um aperto do crédito.

Política É vetado reeleição para grandes poderes Após uma noite de discussões e votações na Câmara do Deputados, chegouse ao resultado de 452 a favor e 19 contra ao fim da reeleição dos grandes cargos políticos p8


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Apertem os cintos, o crédito sumiu! Aperto nas condições de financiamento liderado por bancos estatais dificulta liberação de dinheiro e frustra planos de brasileiros

O administrador fluminense Hugo Rodrigues costumava usar seu cartão de crédito vinculado à seguradora Porto Seguro para compras pessoais e relacionadas ao seu trabalho, já que é vendedor autônomo. Numa das compras que realizou, percebeu que a operação foi cancelada por falta de crédito. No

início do mês, sem que tenha havido qualquer mudança em sua renda, a Porto reduziu o limite de Rodrigues de 8.300 para 4.200 reais. “Não me comunicaram previamente. Simplesmente cortaram o limite sem que eu tivesse qualquer restrição de crédito ou deixasse de pagar qualquer fatura”, conta. Assim como Rodrigues,

muitos brasileiros têm enfrentado problemas na obtenção de crédito desde que os bancos apertaram as regras, no final do ano passado, temendo o aumento da inadimplência. Em algumas agências, gerentes são autorizados a reduzir o limite dos clientes sem qualquer aviso prévio, se notarem que os gastos estão avançando num ritmo

maior do que a renda. O objetivo é limitar o risco de emprestar a possíveis maus pagadores. Contudo, o aperto também respinga naqueles que mantêm as contas em dia. O coordenador do laboratório de Finanças do Insper, Michael Viriato, explica que o novo cenário reflete o avanço da taxa básica de juros (Selic), atualmente em

13,25%, e a redução do nível de poupança no sistema financeiro. No ano, até abril, a caderneta já “perdeu” 29,08 bilhões de reais, a maior saída de recursos para o período da história, segundo dados do Banco Central (BC). “Não é tanto o ajuste fiscal que afeta o crédito, mas a queda dos recursos que são poupados. Com isso, os bancos começam a puxar as rédeas. Se até a Caixa está restringindo, é natural que as outras instituições sigam o mesmo caminho”, afirma Viriato. Diante da queda dos depósitos na caderneta de poupança, a Caixa Econômica Federal se viu obrigada a reduzir drasticamente o porcentual de financiamento imobiliário para imóveis novos e usados, freando o motor do

crédito no país. O aperto ocorre porque esse tipo de crédito é financiado com recursos de poupadores. Agora, o governo estuda alternativas, como o ampliar o limite de financiamento com dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Com a mudança anunciada pela Caixa, o banco financiará entre 40% e 50% do valor de imóveis usados, ante o intervalo de 70% a 80%. O impacto é brutal porque o banco estatal responde por 70% do crédito imobiliário no país. Para a compra de imóveis novos, o limite foi cortado de 90% para 80% do valor.

editorial Orientador: Ronivon Delfino Diretor Editorial: Bárbara Nottari Superintendente: Bianca Rocha Editor Executivo: Géssica Esteves Redator-Chefe: Leila Aguiar Conselho Editorial: C5109E-4, C52JHJ-0, C52CCH-3, C484BB-4

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Em matéria ministrada pelo professor Roni Delfino, na disciplina de Composição e Projeto Gráfico, do curso de Comunicação Social- Jornalismo à Universidade Paulista UNIP, elaboramos o jornal intitulado “URBANO”. Utilizando os conhecimentos práticos e teóricos adiquiridos em aula, desenvolvemos um jornal que envolve assuntos políticos, econômicos e culturais, os quais se adequam ao dia a dia de uma sociedade urbanizada.


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Dólar vira e passa a subir à espera de cortes do Orçamento Na quinta, moeda dos EUA fechou em alta de 1,3%, a R$ 3,0426 Depois de um início de negócios em queda, o dólar mudou de direção e passou a subir nesta sexta-feira (22), com investidores aguardando o anúncio dos cortes de gastos que devem ser anunciados pelo governo nesta tarde. Por volta das 11h50, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,0633, em alta de 0,68%. A agenda econômica é novamente cheia, com investidores monitorando o anúncio do congelamento

de gastos do governo brasileiro e discurso da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, durante a tarde. No cenário interno, o ajuste fiscal atrai as atenções dos investidores, que aguardam o anúncio do contingenciamento do Orçamento à tarde. Uma fonte do governo afirmou à Reuters que o congelamento deve somar cerca de R$ 70 bilhões, em linha com as expectativas de analistas, que no entanto acreditam que o mont-

ante será insuficiente para garantir o cumprimento da meta fiscal do país. “Mesmo se a meta não for cumprida, o importante é que está havendo esforço”, disse à Reuters o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos nacional. Os investidores também avaliam sinais de que a inflação nos Estados Unidos está em tendência de aceleração, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve não terá

de postergar a alta dos juros para o ano que vem. A alta dos preços ao consumidor nos Estados Unidos moderouem abril, mas o núcleo da inflação – que exclui preços voláteis como energia e alimentos – avançou no maior ritmo desde janeiro de 2013. O Fed tem condicionado o início do aperto monetário à melhora sustentada no mercado de trabalho e a sinais de que a inflação caminha para a meta de 2%

do banco central norteamericano. Investidores buscarão no pronunciamento de Yellen pistas sobre como a recente leva de dados mistos se enquadra nesse raciocínio. Julgando por seus últimos discursos, “as avaliações econômicas de Yellen parecem claras. Os obstáculos à economia dos EUA são amplamente transitórios e espera-se crescimento mais forte”, escreveram analistas do banco Brown Brothers

Harriman em nota a clientes, segundo a Reuters. O Banco Central dá continuidade nesta sexta à rolagem dos swaps cambiais que vencem em junho, com oferta de até 8,1 mil contratos. Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 1,3%, a R$$ 3,0426. Na semana, a alta acumulada é de 1,48% e no mês, de 0,98%. No ano, há valorização de 14,44%.

HSBC confirma que unidade brasileira está à venda Em comunicado, banco britânico oficializa que estuda sair do Brasil O banco HSBC está explorando a possibilidade de vender sua unidade brasileira após demonstrações de interesse no negócio terem aumentado e o Santander Brasil ter dito que consideraria a compra. O banco disse nesta sextafeira (22) que está “explorando várias opções estratégicas”, incluindo a venda de suas operações brasileiras. Nenhuma decisão sobre uma transação foi tomada até agora, disse o banco em um curto comunicado. O comunicado foi repassado aos funcionários do banco, inclusive na sede brasileira, em Curitiba. Relatos de funcionários do banco in-

dicam que havia pressão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que a operação de venda fosse oficializada. O presidente-executivo do Santander Brasil, Jesus Zabalza, disse nesta semana que estava estudando os termos de compra, apesar de ter declarado que pretendia saber mais detalhes antes de tomar uma decisão. O presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver, disse em fevereiro que os quatro negócios problemáticos da instituição financeira – Brasil, México, Turquia e Estados Unidos – precisavam melhorar ou serem vendidos.

O banco iniciou processos de venda no Brasil e na Turquia, mas os

erencial para sua unidade brasileira a partir do mês que vem. As

negócios nos EUA e no México devem ser mantidos, disseram fontes. O HSBC deve selecionar um comprador pref-

ofertas pela unidade podem não ultrapassar seu valor contábil, estimado em cerca de US$ 3,3 bilhões, disseram fontes.

Além do Santander Brasil, também houve interesse de Bradesco, do BTG Pactual, do canadense Bank of Nova Scotia e do chinês ICBC, disseram fontes. As unidades brasileira e turca são grandes negócios, mas não estão entre os cinco principais bancos nem no Brasil nem na Turquia. O HSBC teve prejuízo de 247 milhões de dólares no Brasil e de 64 milhões de dólares na Turquia no ano passado, uma

vez que as perdas com as unidades de varejo ofuscaram os lucros com seus bancos de investimentos nos dois países. Gulliver deve dar mais detalhes sobre potenciais vendas em 9 de junho, como parte de sua tentativa de reduzir custos e simplificar o banco para melhorar a rentabilidade e evitar problemas de compliance.

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Corte no Orçamento será de R$ 69 bilhões Montante é o piso do bloqueio proposto por Levy; arrecadação de tributos cai 4,6% no mês passado, no pior abril em 5 anos Em um momento de queda da receita e de risco de ter seu pacote de ajuste desfigurado no Congresso, o governo Dilma anuncia nesta sexta (22) um corte no Orçamento de cerca de R$ 69 bilhões, o maior da era petista para tentar vencer o ceticismo do mercado de que irá cumprir sua meta fiscal em 2015. Ao definir o tamanho do bloqueio, o governo estimou que o país terá uma retração de 1,2% do PIB neste ano, pior do que a

previsão anterior (0,9%). A inflação oficial será de 8,26%, bemn acima do centro da meta (4,5%). O corte vai atingir R$ 49 bilhões de dispesas propostas pelo governo e R$ 20 bilhões de emendas parlamentares, recursos destinados por deputados e senadores para suas bases eleitorais. O bloqueio não vai poupar nenhuma área do governo federal, inclusive saúde, educação e desenvolvimento social. Esses setores, contudo, serão

os mais preservados. Segundo Dilma o contingenciamento “Não vai ser pequeno”, mas não vai paralizar o Executivo. O Valor do corte é próximo ao piso para o bloqueio de gastos proposto pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda), de R$ 70 bilhões. Sua equipe chegou a propor contenção de R$ 80 bilhões. Os minístros da Casa Cívil e do Planejamento, além da área política do governo, defendiam um valor perto de R$ 60 bilhões .

Para garantir mais dinheiro em caixa e cumprir a meta fiscal, o governo editou na noite desta quinta (21) MP elevando a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Liquido ) de bancos, de 15% para 20% o que deve gerar R$ 4 bilhões por ano. A equipe de Levy elabora outras propostas de aumento de impostos, como o fim de insentivo sobre o pagamento de lucros de bancos e empresas, a serem de-

cididas depois da aprovação do pacote fiscal do Congresso Nacional. A divulgação de dados sobre a arrecadação do governo, na véspera do anúncio, mostra a dificuldade do governo para cumprimento da meta de economia para pagamentos de juros de 2015. As receitas do mês passado tiveram queda real de 4,6% ante abril de 2014. É o pior resultado para o mês desde 2010. Nos quatro primeiros meses do ano, a arrecadação rec-

uou 2,7% em relação ao mesmo período de 2014. O resultado fraco reflete a queda das vendas de bens e serviços e da produção industrial. Também concorreu para esse desempenho e dificuldade do governo em aprovar seu pacote de ajuste fiscal. Nesta semana, o governo foi obrigado a adiar a votação, no Senado, da medida que restringe benefícios trabalhistas, após senadores do PT ameaçarem votar contra. R$ 66,3 bilhões para todo o setor público, o equivalente a 1,1% do PIB. O líder do governo da Câmara, José Guimarães (PT- CE), acusou senadores petistas contrários ao ajuste de fazer “firula”e disse que o país “quebra” caso o Senado não aprove as medidas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB - RJ), prometeu votar as MPs a tempo caso elas retornem

Além disso, a MP que reduz benefícios previdenciários corre risco de ser modificada no Senado porque lá está incluida a mudança na forma de cálculo da aposentadoria. Se for alterada, a MP voltará para a Câmara. O governo precisa votar as duas MPs até o início de junho. Caso contrário, elas perdem validade. Somado a isso, o projeto da desoneração da folha de pagamento não deve gerar caixa neste ano, o que agrava a situação. A Fazenda precisa poupar o máximo possível se quiser atingir a meta fiscal deste ano, de

Dilma veta fim do sigilo das operações do BNDES A presidente Dilma Rousseff vetou nesta sexta-feira (22) o fim do sigilo das operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A medida fazia parte do projeto de lei que garante crédito de até R$ 30 bilhões ao banco, aprovado na Câmara e no Senado.

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O artigo vetado afirmava que “não poderá ser alegado sigilo ou definidas como secretas as operações de apoio financeiro do BNDES, ou de suas subsidiárias, qualquer que seja o beneficiário ou interessado, direta ou indiretamente, incluindo nações estrangeiras”. Atualmente, o banco

pode se recusar a fornecer informações sob o argumento de que o contrato contém cláusula de sigilo. No entendimento de Dilma, no entanto, o BNDES “já divulga em transparência ativa diversas informações a respeito de suas operações, tais como clientes, projetos e, no caso

de operações internas, os valores contratados em cada empréstimo”. “A divulgação ampla e irrestrita das demais informações das operações de apoio financeiro do BNDES feriria sigilos bancários e empresarias e prejudicaria a competitividade das empresas brasileiras no mercado glo-

bal de bens e serviços”, complementou. Também foram vetados outros três artigos. Um deles autorizaria o BNDES a refinanciar dívidas de mutuários com renda anual acima de R$ 2,4 milhões no segmento de transporte rodoviário de carga, sem subvenção de juros pela União.

Segundo texto no Diário Oficial, “o dispositivo ampliaria consideravelmente o escopo de refinanciamento ao incluir empresas de todos os portes, o que traria impactos financeiros negativos” para o banco de fomento.


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cultura Intervenção Urbana provoca dissociação de opiniões no Butantã Prefeitura de SP notifica responsáveis por festa com piano suspenso em ponte. A Subprefeitura do Butantã afirmou nesta quarta-feira (6) que irá “aplicar as medidas cabíveis” e notificar os artistas responsáveis por instalar um piano sobre os arcos da antiga ponte do Morumbi, na marginal Pinheiros, desativada desde 1988. O piano está sobre a ponte desde 21 de março, quando um coletivo de artistas promoveu uma festa para a abertura da instalação artística “Parque Suspenso”. A subprefeitura não respondeu

Piano instalado sobre os arcos da antiga ponte do Morumbi, Marginal Pinheiros, zona sul de São Paulo.

quando questionada dos responsáveis e sobre quem deve retirar o instrumento. Tampouco disse o prazo em que a operação deve acontecer. Fontes ouvidas pela Folha que estiveram no local relataram que entre cem e 200 pessoas foram à festa, que não tinha autorização de prefeitura para acontecer. Elas foram avisadas por boca a boca ou por mensagens nas redes sociais.

Projeto Cultura e Ação em Escola de Ferraz de Vasconcelos

Evento é realizado em unidade da Vila Jamil neste sábado (23). Atividades culturais e exames médicos fazem parte da programação. A Escola Estadual José Eduardo Vieira Raduan, na Vila Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, recebe neste sábado (23) o projeto Cultura em Ação, a partir das 12h, com diversas atrações e atendimento à população. Serão oferecidas atividades culturais, comunitárias e ligadas ao bem-estar, além de entretenimento e informação ao ar livre. Haverá ainda exames médicos, como oftalmológico e aferimento da pressão arterial, gratuitos. Brinquedos infláveis e atrações musicais, com cantores locais, como Carol Brito e Matheus Calheiros, ambos cantores da Música Popular Brasileira (MPB) animam a ação.

O secretário de Cultura de Ferraz, Edson Pascotto ressalta que o projeto está se tornando tradicional na cidade e que o mesmo continuará a ser feito de forma itinerante nos bairros. “Nossa ideia é promover o Cultura em Ação uma vez por mês. Continuando na linha de descentralizar as ações culturais, assim como a Vila Jamil será contemplada neste final de semana, já estamos analisando outro bairro da cidade para receber o projeto no mês que vem”, declara.

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Em crise, cia. Cisne Negro comemora 38 anos com duas obras

Apresentações seram no Centro Cultural São Paulo; grupo não tem patrocínio desde 2008

Criado em 1977, a Cisne Negro Companhia de Dança completa 38 anos em 2015. Para marcar a data, o grupo faz três apresentações no Centro Cultural São Paulo, de hoje (22) a domingo (24), em um programa que inclui duas coreografias. As noites são abertas com Sra. Margareth - Excertos de Monger, do coreógrafo americano Barak Marshall.

Com estréia em 2013 - é o mais recente trabalho inedito da companhia-, a peça tem um enredo claro e se vale de técnicas de teatro além, é claro, da dança. Na história, um grupo de funcionários fica preso no porão da casa de uma patroa abusiva. Neste contexto, eles inventam maneiras divertidas de responder as atitudes da chefe.

‘Sra. Margareth’. Peça usa técnicas de teatro e dança.

“É um trabalho moderno, de vanguarda, que prende o público do início ao fim”, diz a diretora e fundadora da companhia, Hulda Bittencourt. “Todos entendem a história e se divertem, porque a coreografia tem seus tons de comicidade.” Classificada por Hulda como absolutamente brasileira, trama, criada especialmente para a companhia por Rui Moreira, encerra o programa. “Tem tudo que é nosso, com uma ginga bem brasileira”, diz a diretora, destacando as características que Moreira herdou, provavelmente, dos 13 anos em que dançou no mineiro Grupo Corpo. As apresentações de domingo, 24, serão acessíveis a deficientes visuais porque será usado um sistema de audiodescrição, com detalhes sobre figurinos, cenários e linguagem corporal. Crise: Apesar de a Cisne Negro estar se encaminhando para os 40 anos, atualmente não há tantos mo-

tivos para comemorações. Após perder o patrocínio da Petrobrás, em 2008, a companhia não teve mais auxílio do governo. “ A situação está péssima para nós e para todo mundo”, afirma Hulda. “O Sesc e o Sesi têm comprado espetáculos, mas isso não é o suficiente. Precisamos de mais apoio.” Segundo a diretora, para que a companhia mantenha uma vida modesta são necessários, pelo menos, R$ 100 mil mensais. Hulda não quer pensar sobre o futuro da Cisne Negro. “ Vivo o dia a dia. Amanhã resolvo se devo tomar alguma atitude. Temos que dançar conforme a música e esperar os acontecimentos.” É otimista, no entanto: “Pior do que está, acho impossível”.

Hulda Bittencourt, (Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 28 de Julho de 1934) é uma bailarina e coreógrafa brasileira. Pioneira do balé clássico no Brasil. Especialista em vários métodos de ensino, entre eles, o da Royal Academy of Dancing. Entre seus inúmeros trabalhos coreográficos destaca-se “O Quebra-Nozes” que recebeu em 1984 da APCA o prêmio de melhor espetáculo e melhor coreografia do ano. É fundadora e Diretora Artística do Estúdio de Ballet Cisne Negro, em atividade a quase 5 décadas.

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política

Senado aprova MP que restringe acesso a pensão por morte

O Senado aprovou nesta quarta-feira (27) a medida provisória 664, que restringe o acesso ao pagamento da pensão por morte. Como o texto já havia sido aprovado pela Câmara, segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. A MP faz parte do pacote de ajuste fiscal do governo federal e é a segunda aprovada pelos senadores. Nesta terça (26), os parlamentares aprovaram a MP 665, que altera regras para o acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso.

Pelo texto aprovado, os cônjuges só poderão requerer pensão por morte do companheiro se o tempo de união estável ou casamento for de mais de dois anos e o segurado tiver contribuído para o INSS por, no mínimo, um ano e meio. Antes, não era exigido tempo mínimo de contribuição para que os dependentes tivessem direito ao benefício, mas era necessário que, na data da morte, o segurado estivesse contribuindo para a Previdência Social. O texto original enviado pelo governo previa, para

a concessão do benefício, dois anos de união e dois anos de contribuição. O Senado também confirmou a alteração feita na Câmara que institui que o benefício pago pela Previdência Social aos pensionistas continuará sendo o valor da aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito a receber se estivesse aposentado por invalidez na data da morte. O governo havia previsto no texto original a redução do benefício pela metade.

Cinco executivos da Schahin ficam calados em CPI da Petrobras

É a terceira reunião consecutiva em que depoentes ficam em silêncio. Schahin Engenharia é investigada na Operação Lava Jato. Os executivos do Grupo Schahin convocados a prestar depoimento à CPI da Petrobras nesta quarta-feira (27) decidiram permanecer em silêncio. É a terceira reunião consecutiva da comissão, que investiga denúncias de corrupção envolvendo a estatal, em

que convocados anunciam que ficarão calados. A Schahin Engenharia foi citada pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores do esquema de corrupção na estatal, como integrante de cartel de empresas que combinariam preços e contratos. Em março,

a Petrobras suspendeu temporariamente a contratação da companhia. Milton Taufic Schahin, Salim Taufic Schahin, Rubens Taufic Schahin, Carlos Eduardo Schahin e Pedro Henrique Scharin permaneceram em silêncio diante dos questionamentos dos depu-

tados nesta quarta-feira. As únicas perguntas a serem respondidas foram nome, idade e local de nascimento. A todas as outras, os representantes responderam, uma a uma, que, “por orientação dos advogados”, permaneceriam em silêncio. Sessão. O sub-relator da CPI Altineu Côrtes (PR-RJ) afirmou ter “vasta documentação” que prova que o Grupo Schahin tem envolvimento direto com o caso de corrupção na Petrobras. Ele leu saldos de supostas contas bancárias de Carlos Eduardo no exterior e questionou se ele con-

firmava os dados. Carlos Eduardo manteve a decisão de ficar em silêncio. Logo após Rubens Taufic Schahin ser chamado ao plenário, o advogado Guilherme San Juan Araujo fez um apelo aos deputados e disse que o depoente tem problemas de saúde e idade avançada. Segundo a defesa, trata-se de uma pessoa cardíaca e com 73 anos. Apesar de alguns terem feito discursos, os deputados abriram mão de questionar Rubens Schahin. Ele foi liberado em seguida. Supremo No início da sessão, o presidente da comissão,

deputado Hugo Motta (PMDB-PB) leu a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que atendeu nesta terça (26) um pedido da defesa de executivos do Grupo Schahin para que eles pudessem permanecer calados na sessão desta quarta. A decisão garantiu aos Schahin o direito de não se incriminarem e serem acompanhados por seus advogados e se comunicarem na sessão. Se deixassem de revelar informações, eles não poderiam ter prisão decretada, conforme a decisão.

Durante a sessão, deputados reclamaram da postura de Carlos Eduardo e de seus advogados. O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) reclamou que ele “sequer olha nos olhos” dos parlamentares que o questionam. “O senhor devia ter mais respeito com os deputados”, disse. (Veja vídeo ao lado) A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) reclamou que os advogados “ficam no WhatsApp”, serviço de mensagens instantâneas. “A situação está insustentável”, disse. “A colaboração é fundamental para a vida do senhor e dos outros, que estão enrolados até o pescoço.” O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que presidiu parte da ses-

são, comentou que pediria para que funcionários da comissão verificassem se os outros quatro depoentes, que não estão na sala da comissão, estavam recebendo mensagens em seus celulares. Em seguida, um dos advogados de Schahin interrompeu a fala da deputada Eliziane e pediu a palavra. Houve uma confusão, pois o presidente disse que daria a palavra ao advogado após o término da fala da parlamentar. O advogado de Schahin disse que estava se comunicando com seu escritório em Curitiba e afirmou que não admitiria que a defesa fosse coagida a não usar seus instrumentos de trabalho. A secretaria da CPI informou que os advoga-

dos que acompanham os Schahin são Henrique Zelante, Eduardo Sanz Oliveira e Silva e Guiherme San Juan Araujo. Silêncio na CPI Na sessão da CPI desta terça-feira (26), dois executivos preferiram ficar em silêncio. João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, e José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da Construtora OAS, afirmaram que ficariam calados diante de qualquer pergunta e foram liberados prontamente. Na semana anterior, o ex-vice-presidente da construtora Engevix Gerson Almada, investigado pela Operação Lava Jato, também recorreu ao direito de ficar calado.

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Câmara aprova fim da reeleição de prefeito, governador e presidente Em votação na noite desta quarta-feira (27), a Câmara Federal aprovou, por 452 votos a favor e 19 contra, o fim da reeleição para mandatos executivos - presidente da República, governadores e prefeitos. Houve ainda uma abstenção. O texto da emenda deverá agora ser votado em segundo turno na Câmara e segue para o Senado caso aprovado. A votação faz parte do pacote de reforma política em discussão no Legislativo, a PEC 182/2007. O texto aprovado é de autoria de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e prevê transição. O fim da reeleição não se aplicará aos governadores eleitos em 2014 e aos prefeitos eleitos em 2012 nem a quem os suceder ou substituir nos

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seis meses anteriores à eleição seguinte. Dilma Rousseff, reeleita em 2014, já não poderia se candidatar ao cargo em 2018. Segundo o texto, deputados estaduais e federais, senadores e vereadores continuam aptos

reeleição. O partido com maior número de votos contra o fim da reeleição foi o Democratas, com cinco votos ‘não’ de um total de 20 parlamentares. PT e PMDB, principal aliado na bancada governista, tiveram três votos

também veio do PT, com Weliton Prado (MG) O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ), afirmou ser favorável à medida mais pelo efeito em cidades pequenas, onde, segundo ele, prefeitos acabam governando

“Já tive momentos com uma posição favorável e momentos com uma posição desfavorável, mas hoje estou consciente de que é melhor para o Brasil o fim da reeleição”, disse Cunha. “A gente vê muitos problemas em

a disputar a reeleição. Todos os partidos votaram em maioria a favor da emenda que acaba com a

contra a emenda cada um. Outros três votos contra vieram de deputados do PTB. A única abstenção

para se reelegerem. No entanto, ele diz duvidar do efeito em governos estaduais e na Presidência.

prefeituras, especialmente as menores, em que o prefeito acaba, na realidade, fazendo o mandato

em função da reeleição. Isso de uma certa forma impede a renovação dos quadros políticos, mas para as prefeituras, não sei se nos Estados e até na União tem o mesmo impacto”, completou. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reforma política começou a ser votada nesta semana. Na última terça-feira (26), o plenário rejeitou uma proposta que incluía na Constituição a permissão para que empresas fizessem doações para candidatos e partidos. Após a votação, a Ordem do Dia foi encerrada. Nesta quinta-feira, a partir das 12h, os deputados continuam a votar a reforma política por temas.


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