Jornal da UNISC

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JORNAL DA

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Professor de universidade americana fala sobre desenvolvimento e capital social

JORNAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, ANO XIII, NÚMERO 67, NOVEMBRO DE 2006 Luciano Pereira

PÁG. 15 Fernanda Mallmann

"ESTEJA PREPARADO PARA UMA MUDANÇA". É A DICA DE ADRIANO SILVA

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Presidente da Finep fala sobre financiamentos para projetos de inovação PÁG. 11

Divulgação

Luciano Pereira

RÁDIO E EDUCAÇÃO Curso de Comunicação Social da Unisc produz programas para a Rádio Comunitária e incentiva a criação de rádios em duas escolas públicas do município PÁGs. 8 e 9

PARQUE TECNOLÓGICO Iniciativa da Unisc e da ACI deverá tornar a região um pólo tecnológico PÁG. 11

INCLUSÃO DIGITAL

Projeto Colegas Virtuais leva a informática para cerca de 150 estudantes do Ensino Médio PÁG. 10 Luciano Pereira


página 2 novembro de 2006

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carta ao leitor

palavra do reitor Muitos fatos importantes têm marcado este ano de 2006. Um deles deu-se em outubro com a realização do 1º Encontro de Capacitação para Gestão da Universidade, que reuniu todos os coordenadores de curso e chefes de departamentos para efetuar um acurado diagnóstico da graduação da Unisc, procurando embasar a revisão dos currículos e dos projetos pedagógicos dos cursos, dando continuidade à revisão da proposta político-pedagógica da graduação, que teve seu referencial comum aprovado em março deste ano. Os resultados do encontro servirão ainda para identificar as necessidades sentidas pelos cursos de graduação das diversas áreas e realizar projeções de ações que se tornam necessárias para qualificá-los ainda mais. A meta é criar as condições para que todos os cursos possam atingir o ideal de qualidade almejado pela comunidade acadêmica. Nesse sentido, um acontecimento que nos trouxe grande satisfação foi a excelente avaliação feita pela Comissão de Avaliação do INEP, órgão vinculado ao MEC, na primeira avaliação do curso de Engenharia Ambiental da Unisc. Também o curso de Comunicação Social/Produção em Mídia Audiovisual foi muito bem avaliado, em especial pela coerência do projeto pedagógico do curso com as novas diretrizes do MEC. Também a infra“É preciso estar estrutura dos cursos mereceu atendo e preparado destaque. No último mês também para saber estivemos envolvidos na diaproveitar as novas vulgação de um empreendimento que deve trazer granoportunidades” des benefícios à comunidade local e regional e que está sendo implementado pela Unisc, em parceria com a Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul. É o Projeto do Parque Tecnológico (PTR). Esse projeto deve promover, em diversos municípios da região que optarem por sua implantação, um fluxo de novos conhecimentos e de tecnologias entre a Universidade, as instituições de pesquisa, os órgãos públicos, as empresas e os mercados. Esse projeto foi apresentado pela Unisc e pela ACI ao Executivo e ao Legislativo de nosso município, estando na dependência de uma resposta positiva para dar início à sua execução. Em novembro está prevista a apresentação do projeto para a comunidade de Venâncio Aires. Essas e muitas outras metas importantes estão sendo perseguidas neste ano e muitas outras ainda estão por vir. Para atingi-las queremos continuar contando com o apoio de todos. A Universidade precisa apontar novas alternativas para o desenvolvimento da região. E precisa também buscar novas formas de bem preparar os profissionais, para que possam conquistar seu espaço no mundo do trabalho, onde constantemente surgem novos desafios e ao mesmo tempo novas oportunidades. É preciso estar atento e preparado para saber aproveitá-las. Vilmar Thomé Reitor da Unisc

Há muito tempo, a comunidade já pôde perceber o caráter comunitário e regional da Unisc, especialmente por meio dos projetos de extensão que ela desenvolve favorecendo Santa Cruz do Sul, o Vale do Rio Pardo e as demais regiões onde possui campi. No decorrer deste ano, a Universidade trabalhou mais uma vez neste sentido, mas em uma área nova: a de tecnologia. Um dos projetos formulados neste ramo é o Parque Tecnológico Regional (PTR), que deverá transformar a cidade num pólo, promovendo na região a geração de conhecimento e de tecnologia, numa conjunção entre a Unisc, as empresas e o mercado. No mês de outubro, a iniciativa, que tem a parceria também da Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI), foi apresentada para órgãos como a prefeitura e a Câmara de Vereadores. Para esse projeto, a Unisc já conta com o suporte de setores, estrutura e profissio-

nais. Entre eles, o Pólo de Modernização Tecnológica do Vale do Rio Pardo (PMT/ VRP), a Incubadora Tecnológica Unisc (Itunisc), além de cursos de graduação e de pós-graduação na área que contribuem para o desenvolvimento de pesquisas e a for-

“Essa é uma área em que a Unisc aposta como sendo o futuro” mação de profissionais na área tecnológica. O enfoque a esse tema e a apresentação do PTR é dado na página 11 desta edição do jornal. Neste jornal e no dia-adia da Universidade, constam e ocorrem várias ações que promovem o desenvolvimento da tecnologia, beneficiando a comunidade. Afinal, essa é uma área em que a Unisc aposta como sendo o futuro, o caminho para o crescimento.

Apesar do trabalho concentrado em tecnologia, a Unisc não deixa de iniciar e de manter outros projetos. Um exemplo disso está nas páginas centrais do jornal. Com o projeto de extensão Rádio Universitária: uma experiência de programação, do curso de Comunicação Social, a Universidade tem apoiado a criação de rádios dentro de escolas. Hoje já são três programas na Rádio Comunitária de Santa Cruz do Sul, além do apoio para a implantação de duas rádios em escolas do município. As iniciativas, além de serem uma prestação de serviço, principalmente nas escolas, colaboram para a formação do espírito crítico dos jovens. Os assuntos destacados na Carta do Leitor são apenas uma parte do que está nesta edição. Basta seguir a leitura para conhecer e saber mais sobre projetos, pesquisas, cursos, enfim, sobre o que movimentou a Universidade no mês de outubro.

Onde encontrar o Jornal da Unisc Campus Venâncio Aires Campus Sobradinho Campus Capão da Canoa A Banca Aquarius Hotel Flat Residence Biblioteca Municipal Casa das Artes Colégio Luiz Dourado

Escola Ernesto Alves Escola Willy Carlos Fröhlich Escola Goiás Escola Santa Cruz Galeria Farah Hospital Santa Cruz Iluminura Livraria Café Loja do Posto do Gordo Shopping Center Santa Cruz

CONSELHO EDITORIAL Reitor Prof. Vilmar Thomé Vice-Reitor Prof. José Antônio Pastoriza Fontoura Pró-Reitora de Graduação Profª Carmen Lúcia de Lima Helfer Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Profª Liane Mählmann Kipper Pró-Reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof. Luiz Augusto Costa a Campis Pró-Reitor de Administração Prof. Jaime Laufer Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional Prof. João Pedro Schmidt Editor: Luciano Pereira, reg. prof. 9234 Reportagem e Redação: Fernanda Mallmann, reg. prof. 10.208; Lilian Tremea, reg. prof. 12.860; Luciano Pereira, reg. prof. 9.234; Caroline Rodrigues; Daniele Kipper; e Yaskara Ferreira

Sine Zaffari Campus Santa Cruz: Central de Informações Centro de Convivência Clínica de Fisioterapia Blocos 8, 12, 18 e 53 Reitoria

Projeto Gráfico e Capa: Agência da Casa Editoração Eletrônica: Assessoria de Imprensa Revisão: Beatriz M. Sperb e Roque A. Neumann JORNAL DA UNISC: Órgão Informativo da Universidade de Santa Cruz do Sul; Entidade filiada ao Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), ao Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e à Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc) Editado pela Assessoria de Comunicação e Marketing. Tiragem: 9 mil exemplares Versão On-Line: Desenvolvida pelo Núcleo de Informações no Ciberespaço - NIC/Proplan Webmaster: Erion da Silva Lara Site: www.unisc.br/jornaldaunisc Endereço: Avenida Independência, 2293, bloco 3, sala 309. Santa Cruz do Sul/RS CEP: 96.815-900. Telefone: (51) 3717-7466. E-mail: fernandm@unisc.br ou lpereira@unisc.br Este material é produzido em papel reciclável.


revisão dos projetos pedagógicos dos cursos e a reestruturação dos currículos. “Também irão identificar a que distância estão os cursos de graduação da Unisc e a vivência da formação em relação ao ideal projetado no marco referencial do projeto na dimensão graduação”, define. Atividades O diagnóstico do Projeto Político-Pedagógico da Unisc, na dimensão Graduação, terá suas atividades desenvolvidas em três etapas. A primeira consiste no diagnóstico nos colegiados, tendo como objetivo visualizar o curso e o seu contexto e levantar justificativas e evidências de projeções e vivências. Essa atividade, encaminhada no encontro realizado em outubro, deverá ser realizada até julho de 2007. A segunda etapa é a de diagnóstico nas áreas, por meio de um instrumento organizado por categorias. Esse deverá ser discutido, refletido e respondido pelos integran-

Encontro de Capacitação para a Gestão de Graduação diagnosticou cursos e projetos pedagógicos

tes da área, resultando em um único relatório que será encaminhado à Pró-Reitoria de Graduação, responsável pela sistematização dos dados. Por fim, a terceira e última etapa será a programação das ações a serem realizadas na Universidade. Essa etapa irá envolver a definição e/ou a redefinição dos projetos pedagógicos dos cursos e

das matrizes curriculares por área e por curso. Avaliação Durante o Encontro de Capacitação, a subcomissão de avaliação da graduação apresentou à comunidade acadêmica o cronograma e as informações sobre o diagnóstico do desempenho docente. O trabalho será realizado até o fi-

nal deste semestre e tem como objetivo aperfeiçoar o processo avaliativo da graduação, envolvendo debates com alunos e professores. “Todos os cursos da graduação irão realizar o trabalho, que será organizado em dois eixos”, explica Carmen Lúcia. “No 1º será feita uma avaliação conjunta dos alunos e, no segundo, uma avaliação conjunta dos docentes”.

Engenharia Ambiental recebe nota máxima O curso de Engenharia Ambiental da Unisc recebeu nota máxima na avaliação feita em setembro pela Comissão de Avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Com o conceito 5 atribuído na avaliação, a graduação obteve o seu reconhecimento, juntamente com o curso de Comunicação Social/Produção em Mídia Audiovisual, que recebeu nota 4. Conforme o coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Unisc, Diosnel Rodrigues Lopez, o resultado coloca a graduação em um seleto grupo de excelência no País. “Dificilmente um curso recebe conceito máximo em sua primeira avaliação”, comemora o professor. “Devese isso, principalmente, à interação existente entre os

professores da graduação e da pós-graduação, por meio do Mestrado em Tecnologia Ambiental”, aponta. Os dois avaliadores do Inep, um institucional e outro específico, analisaram em setembro o corpo docente, a infra-estrutura e o projeto pedagógico do curso de Engenharia Ambiental da Unisc, atribuindo conceito máximo em todas as dimensões avaliadas. “Eles destacaram o fato de os professores terem projetado e construído grande parte dos equipamentos utilizados nos laboratórios do curso”, conta Lopez. “Muitos alunos também atuam como bolsistas em atividades internas e externas por meio dos projetos de pesquisa”, complementa. O curso de Engenharia Ambiental da Unisc tem hoje nove turmas em andamento, com cerca de 150 alunos. A primeira turma de formandos

do curso tem colação de grau marcada para julho de 2007, com 15 alunos. Mais informações podem ser obtidas no site www.unisc.br/cursos/ graduacao/eng_ambiental. Produção em Mídia O outro curso da Unisc reconhecido pelo Ministério da Educação, o de Comunicação Social/Produção em Mídia Audiovisual, recebeu nota 4 na avaliação feita pela comissão do Inep no início de setembro. O resultado, para os professores do curso, foi considerado muito bom. “É a primeira turma do curso e estamos satisfeitos pelo reconhecimento do curso”, afirma a subcoordenadora do curso de Comunicação Social da Unisc, Ângela Felippi. Segundo a professora, a infra-estrutura do curso foi a dimensão mais destacada pelos avaliadores. “Eles elogia-

ram muito a qualidade e o conforto das salas de aula, da biblioteca e dos laboratórios de rádio, TV, fotografia e informática”, salienta. “Também o projeto pedagógico do curso foi considerado coerente com as diretrizes do MEC e com o que está sendo implantado na prática”. O curso de Comunicação Social/Produção em Mídia Audiovisual forma profissionais para trabalhar na produção de vídeos, cinema e produções para web e rádio. A primeira turma de formandos da Unisc conclui o curso no final deste ano. Ao todo, são cinco turmas em andamento, com cerca de 70 alunos. Conforme Ângela, boa parte desses alunos já estão no mercado de trabalho. Para saber mais, acesse o site www.unisc.br/cursos/ graduacao/comunicacaosocial. htm.

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Coordenadores e subcoordenadores de curso da Unisc participaram, no dia 3 de outubro, do 1º Encontro de Capacitação para a Gestão de Graduação da Universidade. O objetivo, conforme a próreitora de Graduação da Instituição, Carmen Lúcia de Lima Helfer, é dar continuidade à proposta político-pedagógica da graduação por meio de uma etapa de diagnóstico dos cursos e projetos pedagógicos dos cursos. O processo de reconstrução do Projeto Político-Pedagógico da Unisc, na dimensão Graduação, iniciou em 2004 com a discussão e a sistematização de um referencial comum, sendo aprovado em março de 2006. Com o encontro realizado em outubro, a Universidade deu início a uma segunda etapa, que se caracteriza pela realização do Diagnóstico da Graduação. “Essa nova fase deve ser entendida como a identificação das necessidades sentidas pelos cursos das diversas áreas de conhecimento que integram a Instituição, a partir da reflexão e da análise da realidade vivida hoje e da projeção de ações a serem realizadas para que se atinja o ideal desejado”, explica Carmen Lúcia. Para a pró-reitora, a participação no primeiro encontro foi excelente. “Tivemos a presença de 100% dos coordenadores de curso de graduação da Unisc”, comemora. Na parte da manhã foram encaminhadas as atividades para os projetos pedagógicos, etapa que tem a previsão de conclusão em julho de 2007. À tarde, os coordenadores e subcoordenadores de curso, os chefes de departamento e secretárias participaram de oficinas sobre legislação interna, rotinas administrativas e procedimentos para as rematrículas 2007/1. Os resultados do diagnóstico, segundo a coordenadora pedagógica Giana Diesel Sebastiany, irão definir as ações a serem realizadas na Universidade, envolvendo a

ensino

1º Encontro de Capacitação marcou o início da segunda etapa do projeto político-pedagógico

Luciano Pereira

DIAGNÓSTICO PARA A GRADUAÇÃO

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Pesquisa em Educação De 6 a 8 de novembro a Unisc promoveu mais um evento na área da Educação. É o Seminário Nacional Pesquisa em Educação no Brasil, com o tema Redes de produção e difusão do conhecimento. O evento refletiu sobre os rumos da pesquisa em educação no Brasil e a perspectiva de atuação em redes e parcerias. Foram discutidas também as diferentes dimensões da pesquisa em educação, como temáticas, áreas de concentração, difusão e avaliações. Outro objetivo foi socializar a produção do grupo de pesquisa Educação, cultura e sociedade: processos emancipatórios (Unisc – CNPq), além de favorecer o debate entre os diferentes grupos de pesquisa em educação.

SEMINÁRIO E JORNADA

No exterior

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...otimizar processos e reduzir custos na Unisc

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O Setor de Materiais, como outras unidades administrativas da Unisc, vem evoluindo e assumindo novas responsabilidades na busca constante de redução de custos e otimização de processos. Os compradores voltam-se também para a otimização do fluxo de compras. Buscando alternativas de melhorias no processo, será implantado em dezembro o fluxo automatizado de compras (via workflow), o qual possibilitará, além de uma visualização do processo como um todo, desde a entrada da solicitação de compras pelo usuário até a entrega do produto, uma redução no custo de impressão de formulários e no tempo demandado para trâmite junto às pessoas para coleta de assinaturas. Desse modo, haverá uma redução significativa no custo da operação. A automatização visa à padronização, tanto do processo como das atividades inerentes, o que conseqüentemente proporcionará uma melhoria nos controles e acompanhamentos de desempenhos, mas, principalmente, na maior transparência do processo. Essa transparência torna-se evidente quando o solicitante, além de poder verificar os dados preenchidos, acompanhar o encaminhamento de sua solicitação e verificar o seu status, passa também a receber retorno do valor da compra e o fornecedor escolhido. Percebe-se que, pela dinamicidade da atividade de compras, o Setor de Materiais figura como meio de atender às solicitações efetuadas por todas as unidades da Universidade, de acordo com as estratégias Institucionais. Entretanto, a avaliação da real necessidade de compras e o seu adequado planejamento transcendem essa área, uma vez que os gestores devem focar, além das diretrizes orçamentárias, o Planejamento Estratégico da Instituição.

Silvane Wenzel Gressler Coordenadora do Setor de Materiais Confira o texto na íntegra no site www.unisc.br

A professora Marilia Ramos, do Departamento de Ciências Humanas e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado e Doutorado da Unisc, palestrou no dia 20 de outubro na Texas A&M University, em College Station, Texas, EUA. O título da palestra foi Social cohesion as a prerequisite of economic development: a tentative comparative analysis of two regions in southern Brazil. O tema se refere aos resultados de uma pesquisa desenvolvida pela professora no programa de pós-graduação da Unisc sobre o capital social enquanto variável explicativa para se compreender níveis de desenvolvimento regional diferenciados. A professora também se reuniu com docentes e alunos do Mestrado e Doutorado em Turismo e Desenvolvimento para apresentar o trabalho que é feito na Unisc e, a partir disso, iniciar possíveis trabalhos que possam vir a se transformar em futuros convênios.

A produção acadêmica desenvolvida na Unisc foi apresentada de 24 a 27 de outubro no 12º Seminário de Iniciação Científica e 11ª Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da Instituição. Ao todo foram 547 trabalhos selecionados, sendo 242 de iniciação científica, 109 de graduação, 99 de extensão e 97 de investigação científica em nível de mestrado e doutorado. O evento envolveu ainda a apresentação de 11 trabalhos apoiados com bolsas Pibic/CNPq. Este ano também houve inovações, como a realização de palestras de abertura por área do conhecimento abordando temas específicos e a promoção de sessões de comunicação coordenadas, que objetivam

estimular o debate interdisciplinar sobre temas advindos da pesquisa realizada pelos grupos da Instituição. O Seminário e a Jornada apresentam os resultados das atividades dos pesquisadores e extensionistas da Unisc e de outras instituições de ensino superior por meio de apresentações orais, de sessões de pôsteres e de mesas redondas, qualificando o processo de universalização do conhecimento. É um momento privilegiado de divulgação da produção científica, das atividades de extensão e das atividades de ensino, bem como de intercâmbio entre pesquisadores e extensionistas das diferentes áreas do conhecimento.

Semana de Saúde Bucal O curso de Odontologia da Unisc participou, de 23 a 27 de outubro, da Semana Municipal de Saúde Bucal na Terceira Idade, que este ano teve como tema Chegue lá sorrindo. Os acadêmicos dos projetos de Educação em Saúde: Diagnóstico Bucal e Odontologia Hospitalar realizaram atividades durante toda a semana nos postos de saúde do município. O encerramento da semana contou ainda com distribuição de folhetos, exames e atividades de lazer, com apresentações de coral, grupo de danças e música. As alunas da Unisc que participam do projeto Educação em Saúde: uma abordagem lúdica apresentaram uma peça de teatro direcionada à terceira idade. Divulgação

ITUNISC O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), divulgou em outubro o resultado do Edital MCT/ Finep, que tem o objetivo de formar redes de trabalho entre incubadoras tecnológicas. A Rede Gaúcha de Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos (Reginp) foi contemplada com o projeto Núcleos de competência para consolidação de incubadoras. Do projeto enviado pela Reginp foi aprovado o valor de R$ 802.648,00. A Unisc, por meio da Itunisc, receberá o equivalente a R$ 34.140,00. Esse montante inclui computador, impressora, material de consumo, passagens para eventos nacionais, marketing e R$ 10 mil em consultorias e assessorias para as empresas incubadas. O objetivo da proposta enviada pela rede é integrar e apoiar as incubadoras afiliadas, compartilhando conhecimento da incubadora âncora e incrementando ações de prospecção de projetos nas instituições científicas e tecnológicas.

Entrega de certificados ocorreu no auditório da Famurs, em Porto Alegre

Gestão Estratégica Municipal No dia 20 de outubro, ocorreu no Auditório da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) a entrega dos certificados de conclusão do MBA em Gestão Estratégica Municipal. O curso, realizado em parceria entre a Escola de Gestão Pública da Famurs (EGP/Famurs) e a Unisc, teve início em março de 2005 e foi promovido pela coordenação geral do Núcleo de Planejamento Urbano e Gestão Municipal da Universidade, com a participação dos departamentos de Direito, Engenharia, Arquitetura e Ciências Agrárias, Ciências Humanas, Administração e Ciências Econômicas. A coordenação do MBA foi dos professores Luiz Schneider, Ricardo Hermany, Rosângela Schulz, William Gomes Soto e Elpídio Oscar Benitez Nara.


Publicação internacional

MEDICINA Nove acadêmicos e três professores do curso de Medicina da Unisc participaram, de 24 a 27 de setembro, em Gramado, do 44° Congresso Brasileiro de Educação Médica. O evento reuniu alunos, professores/médicos, representantes de universidades e de hospitais e profissionais da área da saúde de todo o Brasil, com a temática Interação da escola médica, serviço e sociedade. O curso de Medicina da Unisc destacou-se no evento com quatro trabalhos submetidos à comissão científica. “Todos foram apresentados e elogiados pelos professores/médicos avaliadores”, destacou o coordenador do curso, Pedro Lúcio de Souza. Segundo ele, houve uma participação intensa dos acadêmicos em todos os momentos do Congresso, culminando nos debates sobre Medicina de família e comunidade na graduação, no qual os acadêmicos destacaram os pontos fundamentais do currículo que estão vivenciando na Unisc.

SPI em Congresso Professores e alunos do mestrado em Sistemas e Processos Industriais (SPI) apresentaram trabalhos em dois congressos, realizados em Fortaleza, no Ceará. Os eventos - o Encontro Nacional de Engenharia de Produção (Enegep) e a Conferência Internacional de Engenharia Industrial e Gerência de Operações (Iciecom) - ocorreram de 9 a 11 de outubro. Participaram os mestrandos Viviane Müller e Gustavo Post Sabin e os professores Marco Flôres Ferrão, João Carlos Furtado, Valeriano Antonio Corbellini e Geraldo Lopes Crosseti.

Fotos: Luciano Pereira

Música Dia 10 de novembro – 20h30 Elas por Elas Hella Frank – violino Inge Schmidt – violoncelo Olinda Alessandrini - piano Local: Auditório da Unisc Apoio: Restaurante Centenário Promoção: Unisc Entrada franca Contrato assinado em Candelária prevê a assessoria da Unisc para Plano Diretor

Plano Diretor em Candelária A Unisc e a Prefeitura de Candelária assinaram, no dia 9 de outubro, o contrato que prevê a assessoria da Universidade na elaboração de um Plano Diretor Participativo no município. A solenidade ocorreu no gabinete do prefeito de Candelária, Lauro Mainardi. A Unisc esteve representada pelo reitor Vilmar Thomé e pelo coordenador do Núcleo de Planejamento Urbano e Gestão Municipal da Universidade (NPU), Luiz Carlos Schneider. O cronograma e o plano operacional de trabalho já foram definidos.

O Plano Diretor de Candelária será elaborado pelo NPU da Unisc e por uma equipe técnica da Prefeitura. Os recursos serão acessados junto ao Programa de Fortalecimento de Gestão Urbana, que permitirá a ampliação da equipe técnica do NPU. A assessoria da Unisc irá incluir a produção de mapas territoriais, a contratação de estagiários e funcionários, a realização de oficinas de capacitação e o acompanhamento dos trabalhos. A proposta do Plano Diretor de Candelária deverá ser encaminhada à Câmara de Vereadores até o mês de maio de 2007.

Química em debate na Universidade Já estão abertas as inscrições para o 26º Encontro de Debates sobre o Ensino de Química, que será realizado de 23 a 25 de novembro na Unisc. O tema do evento será A contribuição da educação química na melhoria da qualidade de vida no planeta. O encontro contará com minicursos, painéis, miniconferências e sessão de pôsteres. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3717-7401, pelos e-mails rosana@unisc.br, nadia@unisc.br ou wolmar@unisc.br e no site www. unisc.br/universidade/eventos/edeq2006, onde consta toda a programação.

Intercâmbio Brasil - Alemanha Três alunos do curso de Geo- tamento de dados empíricos na região. grafia da Unisc relataram, no dia 23 O trabalho teve o acompanhade outubro, as experiências obtidas em mento dos professores Rogério Leanintercâmbio realizado na Alemanha, no dro Lima da Silveira e Erica Karnopp. mês de julho. A viagem fez parte da O programa é coordenado na Unisc segunda etapa de um programa de pela professora Virgínia Etges e os intercâmbio iniciado em 2005 com a cursos são financiados pelo DeutsUniversidade de Tübingen. cher Akademischer Auslandsdienst Na Alemanha, os acadêmicos (DAAD), Serviço Alemão de InterEreni Bublitz, Cristiano Stoelben e Mi- câmbio Acadêmico. A duração do programa é de quatro anos. zael Dornelles, juntamente com os alunos Cristiano Sehn e Airton Mueller, do Mestrado em Desenvolvimento Regional, realizaram visitas com enfoque no desenvolvimento urbano e industrial em diferentes localidades da região de Baden-Württemberg, com visitas a empresas como a Mercedes-Benz. Também visitaram propriedades rurais com enfoque para a geografia física e para o desenvolvimento do espaço agrário, além de realizar um levan- Alunos e professores que foram à Alemanha

Dia 25 de novembro – 20h30 Concerto Orquestra Jovem Unisc Local: Casa de Cultura, em Capão da Canoa Entrada franca Teatro Dia 9 de novembro – 20h30 Travessias Direção: Lígia Riggo Texto: criação coletiva, inspirada em histórias de cura coletadas em entrevistas Projeto Lâmpada Mágica Patrocínio: AES Sul Financiamento: LIC / Sedac / RS Realização: Cida Assessoria de Eventos Local: Auditório da Unisc Entidade beneficiada: Humanitas Apoio: Rotary Aliança Santa Cruz do Sul e Restaurante Centenário Dia 7 de novembro – 20h Local: Sociedade Ginástica, em Estrela Co-promoção: Unisc e Centro de Cultura e Turismo de Estrela Dia 8 de novembro – 21h Local: Sociedade de Leituras, em Venâncio Aires Co-promoção: Unisc e Secretaria da Juventude, Cultura, Desporto e Lazer de Venâncio Aires Dia 14 de novembro – 14h30 Pluft, o fantasminha camarada Local: Auditório da Unisc Exposições Até 30 de novembro O Pampa Mostra de telas dos alunos do Programa Uniarte Orientação: Márcia Marostega e Eliana Baumhardt Local: Memorial das Artes de Santa Cruz do Sul - MASC Poesia De 12 de setembro a 14 de novembro, todas as terças-feiras, das 18h às 19h Encontros com a Poesia - 14º Módulo Local: Sala de Conferências da Biblioteca Central, com entrada franca Realização: Grupo de Pesquisa Estudos Poéticos

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Uma equipe multidisciplinar composta por alguns profissionais da Unisc irá publicar em dezembro o artigo Follow-up of sex reassignement surgery in transsexuals: a brasilian cohort na revista científica Canadense Archives of Sexual Behavior. Os autores do artigo são Maria Inês Lobato, Walter Koff, Analídia Rodolpho Petry, Esalba Silveira, Jaqueline Salvador e Alexandre Annes Henriques, do Programa de Transtorno de Identidade de Gênero do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O artigo faz uma avaliação da evolução dos pacientes que se submeteram à cirurgia de redesignação sexual no Hospital das Clínicas. O projeto, que é desenvolvido pela equipe composta por médicos, enfermeira, psicóloga e assistente social, conta com o apoio financeiro da Unisc e do Fundo de Apoio à Pesquisa (Fipe) do Hospital de Clínicas.

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Divulgação

geral

Evento discute gestão contábil Organizadores avaliam resultados do evento que levou mais de mil pessoas à Universidade No mês de setembro, entre os dias 14 e 16, reuniuse o estafe contábil na Unisc. Entre professores do Departamento de Ciências Contábeis, representantes do Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade de Santa Cruz do Sul (Sincotec), acadêmicos e egressos da área contábil, fizeram-se presentes a presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Maria Clara Bugarim, o vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC, Enory Luiz Spinelli, e o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Rogério Rockembach. Os três dias de evento serviram para que os profissionais da contabilidade pudessem discutir a Gestão

contábil para micro e pequenas empresas, tema adotado para o 1º Simpósio de Contabilidade do Vale do Rio Pardo, 4º Seminário de Trabalhos Científicos em Contabilidade da Unisc e Seminário de Assuntos Contábeis do CRCRS. Na mesma ocasião foram sediados outros dois eventos paralelos: o 8º Encontro Estadual de Professores de Ciências Contábeis e o Encontro Estadual dos Estudantes de Ciências Contábeis do Rio Grande do Sul. Ao todo foram mais de mil participantes que vieram de diversas cidades do Estado, o que comprova que a contabilidade se preocupa com planejamento e sempre está em busca de um eficiente modelo de gestão para a tomada de decisões frente

Auditório da Unisc esteve lotado nos três dias de eventos que discutiram aspectos da profissão

às empresas, sendo a peçachave para o desenvolvimento regional. “Um olhar direcionado às empresas que necessitam de atenção por parte da contabilidade”, destaca a professora e coordenadora do Centro de Estudos Contábeis da Unisc (CEC), Márcia Rosane Frey, em relação ao evento, elogiado em âmbito nacional pela representatividade que o assunto possui numa região que se destaca pelo número de empresas enquadradas como pequenas e médias.

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A Unisc, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) assinaram, no dia 24 de outubro, o primeiro contrato referente ao Programa de Apoio à Diversificação Produtiva das Áreas Cultivadas com Fumo. Ele financiará projetos destinados a viabilizar novas alternativas de cultivo nas regiões produtoras de fumo. Dentro do programa, a Unisc desenvolverá o projeto Fomento às redes associativas da agroindústria do Vale do Rio Pardo-RS. A Unisc é a proponente do projeto e a CEF, a agência financeira responsável pelo repasse dos recursos. O valor liberado é de R$ 105.958,50. O MDA concedeu R$ 93.908,50 e R$ 12.050,00 foram destinados pela Unisc. O projeto proposto pela Universidade tem por objetivo fortalecer duas redes associativas da região: a Rede Agrocon, constituída por agroindústrias de conservas, e

Fernanda Mallmann

Liberados recursos para diversificação

Unisc assinou o primeiro contrato de apoio à diversificação

a Rede Asflor, composta por produtores de flores. As redes foram organizadas a partir do Programa Redes de Cooperação, uma parceria com a Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais. Na assinatura, o delegado federal do Desenvolvimento Agrário, Nilton de Bem, destacou a importância da diversificação da agricultura e da economia, especialmente em áreas dependentes de uma única produção. “Não quere-

mos acabar com a fumicultura, mas diversificar. E esses projetos, com os recursos, possibilitam a ação para isso”. Para o reitor da Unisc, Vilmar Thomé, a Universidade cumpre com a sua missão. “Temos o compromisso com a educação, mas também com o desenvolvimento da nossa região”, salientou. A Unisc foi a primeira instituição na região a receber o valor em função de ter preenchido todas as exigências legais para a liberação.

Resultado “O Curso de Ciências Contábeis da Unisc se orgulha de, juntamente com o Sincotec, promover um evento de oportunidade ímpar em reunir pessoas ilustres da classe, integrando profissionais e acadêmicos para discutir um panorama da profissão.” Professor Irineu Afonso Frey, coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Unisc.

Professor realiza pesquisa no Japão O professor Eduardo Lobo Alcayaga, do Departamento de Biologia e Farmácia da Unisc, participou, de 14 de julho a 24 agosto, de uma pesquisa internacional, em parceria com o Departamento de Biologia da Universidade de Tóquio (Tokyo Gakugei Daigaku), no Japão. A pesquisa Desenvolvimento de um programa de simulação da qualidade da água de rios sul-brasileiros utilizando algas diatomáceas teve a colaboração do professor da Unisc por meio de uma bolsa de pesquisa concedida pela Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência (JSPS). A pesquisa, segundo o professor, se constitui num modelo inédito de simulação de qualidade da água para rios sul-brasileiros. Ela utiliza comunidades de organismos aquáticos (algas diatomáceas) como bioindicadores, além de parâmetros químicos convencionais. O trabalho ainda observou fatores como densidade populacional, carga orgânica de origem doméstica

e animal, além dos principais usos do solo nas proximidades dos rios, que são importantes componentes na simulação da qualidade da água. Denominado de SimRiver (Simulador da Qualidade da Água de Rios), o modelo está sendo implementado na Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, na região de abrangência da Unisc. De acordo com Lobo, a possibilidade de trabalhar com pesquisadores japoneses, com uma trajetória científica reconhecida na área de monitoramento ambiental, colabora com o trabalho de pesquisa da Universidade na região do Vale do Rio Pardo. “Esse conhecimento é importante para o aperfeiçoamento de programas de monitoramento e de controle de problemas ambientais na nossa região que o Laboratório de Limnologia vem aplicando nos últimos dez anos. Esse modelo será uma contribuição para o ensino na graduação e na pós-graduação da Unisc”, destaca o professor.


Território e Capital Social foi o primeiro tema discutido no 3º Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Regional, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Unisc. O palestrante foi o professor da Duke University, nos Estados Unidos, Nan Lin. Na entrevista a seguir, o professor explica o que é Capital Social e como ele interfere em situações individuais, no dia-a-dia das pessoas, mas também como ele pode ser o definidor do desenvolvimento e do progresso de regiões e de sociedades. Jornal da Unisc – Na sua palestra e nos seus estudos, o senhor trabalha com a questão do Capital Social. Como pode ser definido Capital Social? Nan Lin – Capital Social pode ser definido como a relação entre indivíduos. Também podemos chamar de patrimônio coletivo ou comunidade ou sociedade. Mas, basicamente, é a idéia de que são alguns recursos valiosos que você extrai de relacionamentos, ao invés de seus próprios. Normalmente, dizemos que existem dois tipos de recursos: um deles é o recurso que uma pessoa ou uma organização possui, o que chamamos de capital humano. É interessante ver que tipo de patrimônios e recursos, indivíduos ou organizações, podem acessar por meio das relações. Vou dar um exemplo de Capital Social: eu preciso ir até o Centro e não há ônibus. Então preciso pedir uma bicicleta ou uma moto emprestada a um amigo. Nesse sentido, pegar a bicicleta emprestada é meu Capital Social. Ela me foi emprestada porque eu mantenho um bom relacionamento com alguém. Então, existem dois critérios que definem o Capital Social: uma é o relacionamento. O segundo é que você precisa ter certeza de que eles possuem o que você necessita. Uma coisa interes-

sante sobre Capital Social é a capa- para estabelecer as relações corretas. cidade que você utiliza. Capacidade É o que chamamos de escolha, ao insignifica que eu conheço muitos polí- vés de uma estrutura. Por exemplo, ticos poderosos. Então, eu não preciso se numa sociedade tudo é igual, se os pedir a eles que façam alguma coisa recursos são iguais, então, cabe ao por mim. Eu somente digo que eu co- governo ou aos empreendedores que nheço “fulano”, e o fato de eu ter a exploram recursos adicionais fazer a capacidade de acessar essa pessoa, diferença. Não importa se você semaumenta meu Capital Social. Porque pre teve os melhores recursos desde se alguém diz: “Ele conhece fulano”, o início. O Japão, por exemplo, é um então essa pessoa se torna mais po- país pobre, não tem recursos naturais. derosa. Nosso capital humano é muito Mas eles possuem enormes redes, limitado, nós adquirimos lentamente. então se pode ver o desenvolvimento Mas o Capital Social pode explodir, do Japão como sociedade. dependendo com quem eu mantenho relações, porque essas pessoas tamJU – Em nível mundial, quais bém têm relações. Por exemplo: meu as maiores diferenças entre socieamigo não possui uma bicicleta, mas dades impostas pelo Capital Soele conhece alguém que possui. Por cial? Como se situa o Brasil nesse esse contato, ele contexto? pode conseguir a Lin – É in“Relacionamentos são bicicleta. teressante porque algumas sociedaimportantes. Em países JU – O Cades estão mais inasiáticos, por exemplo, a teressadas em pital Social explica o desenvol- sociedade chinesa, sempre construir culturalvimento maior de mente recursos enfatiza relacionamentos” individuais, capital alguns povos e regiões? Nessa humano. Estou perspectiva, por que algumas re- propenso a pensar que o chamado giões são mais desenvolvidas? modelo anglo-saxão tende a enfatizar Lin – Eu acredito que, basica- a acumulação dos recursos indivimente, por duas razões: uma é o que duais. Esse modelo enfatiza que você nós sociólogos chamamos de “razões tem que trabalhar muito, freqüentar estruturais”. A comunidade às vezes boas escolas e aumentar suas capaexiste com certos recursos. Então, as cidades individuais e, por isso, você redes embutidas permitiram à comu- pode conseguir mais coisas. As organidade acessar esses recursos, que nizações também seguem esse mosão recursos ricos e poderosos. Essas delo. Então, elas tentam acertar para comunidades têm grandes mentes, obter vantagem no mercado. Mas em possuem recursos físicos, tecnologia outras sociedades, tradicionalmente, etc. Então, se eles têm esses recursos, eles enfatizam redes. Relacionamené claro que, por meio de suas rela- tos são importantes. As empresas, se ções, crescerão rapidamente. Isso é tiverem que escolher, preferem trabao que chamamos de causa estrutural lhar com empresas que eles considedo Capital Social. Mas existe também ram amigas. Mas existem desvantaum outro aspecto importante. Você gens, porque se você depende dos repode tentar construir um Capital lacionamentos e não se preocupa com Social, mesmo se você não possui um. concorrência, poderá ficar para trás. Para isso, é necessário um esforço dos indivíduos ou das organizações JU – As mudanças de cenário

dependem de muitos fatores? Elas se constituem em um processo lento? Lin – Os relacionamentos evoluem lentamente. Então, se existe um grande processo de industrialização acontecendo, você fica para trás. Esta é uma das razões pelas quais as grandes culturas estão ficando para trás. Deve existir uma boa mistura entre a ênfase à acumulação de capital humano e o Capital Social. Se a sociedade enfatiza demais o Capital Social, ela ficará para trás em termos de industrialização. Por exemplo o BRIC: Brasil, Russia, Índia e China. Eles ficaram para trás nas últimas décadas. Eu não conheço suficientemente o Brasil para comentar sobre ele, mas eu sei que na China e na Índia, e até certo ponto na Rússia, o interessante é que as redes ou Capitais Sociais tornam-se um valor adicional. Eles não estão somente ganhando capacidade humana e tecnologia, mas também mobilizam as redes em vantagem própria. Os chineses trouxeram, por meio das redes, recursos que eles acumularam de outras sociedades. Por exemplo: muitos chineses têm suas empresas em muitos lugares. E, de repente, as relações os puxam de volta à China, e eles ajudam a China a crescer. Quando as coisas evoluem nos países subdesenvolvidos, então as relações entre os expatriados se tornam um recurso. As redes são de uma evolução lenta, mas acabam se tornando um patrimônio útil. Os chineses indo para fora ainda são os chineses. Eles podem adquirir recursos adicionais, mas porque os laços familiares estão lá, quando tiverem oportunidade, irão adicionar esses recursos ao seu local. Uma das razões pela qual algumas economias emergentes estão ganhando, por meio das redes, é que elas adquirem esses recursos e aceleraram o desenvolvimento. Elas acumulam capital humano e Social.

entrevista

Desenvolvimento e capital social

novembro de 2006

FERNANDA MALLMANN

Fernanda Mallmann

“Nosso capital humano é muito limitado. Mas o Capital Social pode explodir, dependendo com quem eu mantenho relações”

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“O rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o animador de novas esperanças, o consolador dos enfermos e o guia dos sãos - desde que o realizem com espírito altruísta e elevado” A frase acima, de autoria do patrono do rádio brasileiro, Roquette Pinto, costumava definir esse veículo tão popular e fascinante. O rádio esteve desacreditado em várias oportunidades e sobreviveu a diversas revoluções, entre elas a mais recente, a da internet. Apesar de tudo isso, continua sendo hoje o mais abrangente, prático e eficaz meio de comunicação. O grande alcance do rádio se deve, principalmente, ao seu baixo custo tanto de produção como de acesso, atingindo todas as camadas sociais. Por esses aspectos, somados a uma maior abertura nas concessões, o rádio vem, aos poucos, substituindo fanzines, informativos e folhetos que até o início da década de 80 dominavam as portas de fábricas, escolas e universidades. Hoje, já é grande o número de estabelecimentos que se utilizam do rádio para a difusão de idéias, divulgação de serviços, entretenimento ou, até mesmo, para promover a educação por meio da comunicação. Este último, inclusive, originou um conceito conhecido como Educomunicação, que consiste, basicamente, em utilizar as tecnologias e as linguagens das mídias para que as pessoas e os grupos expressem o que sentem e pensam e, assim, decidam o que querem para si e para o mundo em que vivem. Por sua praticidade e seu baixo custo, o rádio vem se tornando uma das principais ferramentas da educomunicação. Na Unisc, por exemplo, o projeto de extensão Rádio Universitária: uma experiência de programação, coordenado pela professora Veridiana Mello, do curso de Comunicação Social, foi criado em 2001 com o objetivo de desenvolver programas radiofônicos para serem veiculados na Rádio Comunitária de Santa Cruz do Sul (105.9 FM). “Com isso, pretende-se produzir programas radiofônicos de diferentes es-

tilos e formas para construir e consolidar uma cultura de rádio na Universidade, visando à instalação de uma futura rádio universitária ou educativa”, explica Veridiana. Atualmente, o projeto conta com três programas na Rádio Comunitária de Santa Cruz do Sul. O mais antigo deles, o Papo-Cabeça, é uma oficina de rádio oferecida desde 1999 para o Centro de Atenção Psicossocial do município (CAPs). A programação é discutida, elaborada e produzida no estúdio de rádio da Unisc, às quartas-feiras, e vai ao ar todas as quintas-feiras, às 8h30. O grupo é formado por usuários do CAPs, psicólogos e bolsistas do curso, orientados pela professora Veridiana. Outros dois programas integram o projeto e são desenvolvidos por bolsistas e alunos do curso de Comunicação Social da Unisc. O Soltando o verbo é exibido ao vivo na UniscTV todas as sextas-feiras, às 13h, quando é também gravado para veiculação na Rádio Comunitária, às segundas-feiras, ao meio-dia. A rádio também transmite o programa Batepapo, com entrevistas semanais de meia hora produzidas na Unisc. “O objetivo é que os bolsistas exercitem o improviso, o relacionamento com as fontes e a produção de notícias”, aponta Veridiana. Escolas A experiência do curso de Comunicação Social da Unisc levou duas escolas de Santa Cruz do Sul a procurarem a professora Veridiana. O objetivo: implantar uma rádio dentro da escola. O que parecia inviável no início, já é realidade há cinco anos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Frederico Assmann, com programas produzidos três vezes por semana pelos próprios alunos da Escola. A experiência foi seguida pela Escola Rosário, que inaugurou a sua rádio no dia 3 de outubro.

Fotos: Luciano Pereira

central novembro de 2006

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EDUCAÇÃO NAS ONDAS DO RÁDIO

LUCIANO PEREIRA CAROLINE RODRIGUES

Programa Papo-Cabeça é produzido pelo CAPs nos laboratórios do curso de Comunicação Social

Papo-Cabeça: há oito anos no ar O programa iniciou no ano de 1998, fruto de uma parceria entre o curso de Comunicação Social da Unisc, o Centro de Atenção Psicossocial de Santa Cruz do Sul (CAPs) e a Rádio Comunitária. O Papo-Cabeça, como é intitulado, é um programa de rádio feito por usuários do CAPs. Os programas são gravados às quartas-feiras no laboratório de rádio da Universidade e veiculados nas quintas-feiras na rádio Comunitária, de Santa Cruz do Sul (FM 105.9). Conforme a professora do curso de Comunicação Social da Unisc, Veridiana Mello, a proposta de iniciar programas de rádio feitos por usuários do CAPs veio por meio de uma sugestão de estagiários do curso de Psicologia da Unisc, que na época atuavam no Centro. “Naquela época já existiam experiências semelhantes no País, como a Rádio Tan-Tan (ver box), que foi a precursora dessa idéia, e se pensou em rádio pela facilidade de produção e divulgação”, afirma. Para a psicóloga do CAPs II Melissa Dorneles, que acompanha o grupo há

três anos, o objetivo de trazer os usuários até a Universidade para a produção de um programa de rádio é a reinserção e reintegração desses pacientes na sociedade. “Aqui eles têm que pensar o tema do programa e discutir em grupo o que será abordado”, diz. “O rádio possibilita que eles mostrem suas capacidades, potencialidades e se sintam capazes”, explica Melissa. O CAPs tem hoje cerca de sete mil usuários cadastrados e, desses, sete participam do programa de rádio por vontade própria, conforme Melissa. “Os profissionais do CAPs fazem uma avaliação de cada paciente, analisam qual o plano terapêutico melhor para ele e, a partir disso, convidamos para participar os usuários aptos a realizar essa oficina”, esclarece a psicóloga. Para Roque José Baierle, 45 anos, participar do projeto é mais que uma brinca-

deira. Roque ajuda a realizar o programa há cerca de cinco anos e, para ele, brincadeira é só no karaoke, em casa. “Quando comecei a participar do projeto a única experiência que eu tinha eram as brincadeiras no karaoke, mas aqui é sério”, fala. “Eu, que já tive depressão, hoje venho participar, me distraio e me sinto muito à vontade”, lembra Roque.

Baierle: programa levado a sério

A PIONEIRA A Rádio Tan-Tan foi a precursora dessa idéia na década de 80. Foi um meio considerado fundamental e efetivo na abertura de comunicação entre os doentes mentais e a sociedade em geral, contribuindo sensivelmente para a mudança de posições e idéias em relação à loucura.


A RÁDIO F. A. De uma leitura para o rádio. Foi assim que começou a Rádio F.A. na Escola Municipal de Ensino Fundamental Frederico Assmann. Os precursores da idéia, os professores Inácio Blanke, de português, e Carmencita dos Santos, de português/inglês, contam que, a partir de uma leitura que fizeram da Revista Escola, no ano de 2001, surgiu a idéia de montar uma rádio na escola. “Na revista tinha uma matéria sobre um projeto de rádio em uma escola que estava dando certo e então decidimos fazer um projeto parecido aqui na escola”, dizem. “Visitamos várias rádios e fomos até a Unisc pedir auxílio à professora Veridiana, que foi quem realizou as oficinas de Texto e seus formatos e de Técnicas e linguagem do rádio”, lembram. E então, a partir de um banheiro que estava inativo, a escola montou a rádio. E o

projeto deu tão certo que a pequena escola, com 195 alunos, já está com o seu programa de rádio no ar há cinco anos. “O rádio é um meio muito acessível e por causa dele o nosso aluno, hoje, sabe tudo o que está acontecendo e, com isso, se tornou mais crítico”, afirmam os professores. A Rádio F.A. vai ao ar na escola três vezes por semana, sempre nos intervalos do recreio e participam em média por programa cinco alunos de 5ª a 8ª série. Conforme Inácio e Carmencita, no início eles auxiliavam na produção dos programas. Hoje os alunos já fazem sozinhos. “Nós organizamos os grupos e deixamos que os alunos produzam; se eles têm dúvidas nos procuram, mas normalmente os programas são ótimos” falam os professores. Para Ana Cláudia Brust, 14 anos, aluna da oitava série e uma das participantes dos programas de rádio da escola, a experiência está sendo importante. “Eu não tinha nenhum contato com rádio antes e essa oportunidade está sendo muito importante, pois aprendi a falar corretamente e até para as aulas participar do programa de rádio Blanke e Carmencita: coordenadores nos ajuda”, assegura.

Novidades Para o próximo ano, a escola já está se organizando para realizar novas oficinas com a professora Veridiana. “Queremos que ela venha até a escola para ensinar para os alunos que estão estudando hoje na escola”, afirmam os professores Carmencita e Ignácio. “E também pretendemos abrir janelas na programação para que os alunos menores participem da rádio, queremos começar a motivá-los desde cedo”, concluem.

central

Em média, 60 alunos se revezam na programação da Rádio Rosário

meiro ano do ensino médio e participante de um dos grupos que realizam programas na rádio da escola, a primeira impressão era de que a idéia não daria certo. “Quando a professora propôs a idéia, achei que não iria funcionar. Depois, quando vimos que a escola estava comprando os equipamentos e, principalmente, quando a professora Veridiana veio até a escola realizar as oficinas, percebi que era sério”, confessa. Manoela revela ainda que, no início, os alunos da escola relevavam os seus erros na rádio, mas agora a cobrança é maior. “Hoje nossos colegas estão cada vez mais críticos, e a cada semana temos que nos aperfeiçoar mais”, enfatiza a estudante. Conforme a professora Gláucia, apesar de os grupos escolherem os assuntos dos programas, eles ficam sob a coordenação dos professores. “Realizamos uma vez por semana encontros para discutir os assuntos e revisar o que eles produziram para a programação”, conta. “Exigimos que façam no mínimo três notícias, uma em nível de mundo, outra de país e uma da região. Também os incentivamos para que leiam essas

Gláucia: diminuição da evasão

notícias antes de irem ao ar, para que entendam e consigam fazer seus próprios comentários”, acrescenta. Apesar do pouco tempo da Rádio Rosário, Gláucia afirma que já está dando resultado. O principal deles, a diminuição da evasão escolar, principalmente no turno da noite. “Os alunos estão mais participativos e assíduos, todos querem participar da rádio”, conta a professora. Na rádio, hoje, participam cerca de 60 alunos entre 5ª e 8ª série do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio, divididos em seis grupos. Para o ano que vem, a meta é aumentar o número. “Nosso objetivo é fazer programas diários mais personalizados e envolver um número maior de alunos”, conclui Gláucia.

Microphonia O Microphonia Online é outro projeto do Curso de Comunicação Social da Unisc. Está no ar desde o final de 2005 e nasceu como uma experiência do professor Militão Ricardo. A idéia é oferecer uma espécie de rádio online, com programação musical por 24 horas e notícias por meio de links, em áudio e texto, inclusive com fotos. “Primeiro começou a ser oferecido dentro do campus, como teste. Depois foi dispo-

nibilizado à comunidade”, conta o professor. Esse ano o Microphonia passou a integrar o projeto de extensão Núcleo de ação digicultural, coordenado por Militão e desenvolvido no bairro Bom Jesus. Lá, uma das atividades dos adolescentes é produzir programas para o Microphonia. Para conhecer o Microphonia e o projeto, acesse os sites http://hipermidia.unisc.br/microphonia/ e http://hipermidia.unisc.br/digicultural/

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Estúdio da Rádio F.A. foi montado em banheiro desativado

Na Escola Estadual Nossa Senhora do Rosário, a iniciativa de criar uma rádio é nova. Ela surgiu em junho deste ano, quando a idealizadora, coordenadora do projeto e professora de História Gláucia Etges, junto com outros professores da escola, assistiram ao painel Mídia, Educação e Cidadania no Fórum Nacional de Educação e Seminário Regional de Educação Básica, realizado na Unisc. Conta Gláucia que o painelista, o professor Pedrinho Guareschi, falou muito de escola e mídia, de como formar um cidadão crítico e como ensinar os alunos a lidar com a informação. “Ele nos explicou como era importante que cada escola criasse um meio de comunicação, pois seria por meio desse meio que os alunos aprenderiam a lidar com a informação”, diz. “Escolhemos o rádio por ser um atrativo diferente e, por meio dele, os alunos buscam, transmitem as informações e ainda melhoram as suas capacidades de comunicação e expressão”, afirma Gláucia. Com a idéia na cabeça, a professora Gláucia procurou a professora do curso de Comunicação Social da Unisc, Veridiana Mello. Foi então que a idéia saiu do papel. “Veridiana nos orientou sobre os equipamentos necessários e ministrou oficinas que abordavam aspectos de como elaborar o texto e seus formatos até a locução para rádio”, explica Gláucia. Assim, no dia 3 de outubro, nasceu a Rádio Rosário, que vai ao ar todas as terças-feiras e sextas-feiras, nos intervalos do recreio, com uma programação bem diversificada. A aprovação é total. Para Manoela Howe Back, 15 anos, aluna do pri-

Fotos: Luciano Pereira

Rádio Rosário invade o recreio

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Lilian Tremea

extensão/pesquisa

COLEGAS VIRTUAIS Projeto do curso de Licenciatura em Computação da Unisc promove a inclusão digital Mais de 150 alunos do Ensino Médio participaram do Projeto Colegas Virtuais, promovido pelo curso de Licenciatura em Computação da Unisc. Sob a coordenação da professora Márcia Elena Jochims Kniphoff da Cruz, o acadêmico do 8º semestre do curso, Luiz Elcides Cardoso da Silva desenvolveu as atividades junto às escolas para colocar em prática a teoria vista em sala de aula, no seu 4º Estágio Supervisionado. Oportunizar que alunos da rede pública estejam en-

gajados em iniciativas de inclusão digital e aprendam a utilizar o ambiente de educação a distância (EAD) foi a proposta do projeto. As Escolas Ernesto Alves de Oliveira, Estado de Goiás e Nossa Senhora do Rosário* receberam a proposta de liberar seus alunos para terem oportunidade de por meio das novas tecnologias discutirem a necessidade da informática no mercado de trabalho. O ambiente EAD, mesmo utilizado pela Unisc, foi a ferramenta trabalhada no pro-

Licenciatura em Computação “Trata-se de uma formação superior na qual os acadêmicos estarão, também, sendo capacitados a lidar com as dimensões humanas e éticas dos conhecimentos e das relações sociais, condição indispensável quando uma das finalidades fundamentais da Unisc é preparar as futuras gerações de modo crítico e propositivo, visando à melhoria da vida social e cultural da região, do estado e do país e, assim, fazendo a sua parte para uma sociedade mais justa e igualitária, tecnológica e ecologicamente avançada”. Marcia Elena Jochims Kniphoff da Cruz Coordenadora do Curso de Licenciatura em Computação

Cerca de 150 estudantes do Ensino Médio freqüentam as aulas ministradas por acadêmico da Unisc

jeto para discutir os assuntos. “É muito interessante esse tipo de atividade. Sempre gostei de mexer em computador e acho que as disciplinas que temos poderiam ser trabalhadas dessa forma, seria muito mais divertido aprender assim”, comenta Elias Dopke, 17 anos, aluno da Escola Goiás. Já para a professora de Geografia e monitora do laboratório de informática da Escola Ernesto Alves, Roseli Ferrari, “tudo o que vem acrescentar ao ensino hoje deve ser muito valorizado. Nem todos têm acesso a computador e somente o fato de a Unisc, por meio do Curso de Licenciatura em Computação, oferecer esse tipo de atividade, nos faz ver que há

várias possibilidades de oportunizar conhecimento aos alunos”. O curso de Licenciatura da Computação da Unisc destaca-se por formar educadores que realizem uso criativo dos meios computacionais e de suas tecnologias para finalidades educativas. Segundo Luiz Elcides, “esse tipo de trabalho pode e deve ser realizado nas próprias escolas. Mas para isso se faz necessário que os nossos go-

vernantes tenham a consciência de que os laboratórios devem ter profissionais Licenciados em Computação, trabalhando em conjunto com os professores das demais disciplinas, proporcionando aos alunos novas possibilidades de aprendizagem e também a utilização das novas tecnologias de ensino disponíveis, para que possamos então formar alunos cada vez mais críticos e capazes de aproveitar essas tecnologias”.

* As duas primeiras instituições utilizaram seus próprios laboratórios e a última, por não possuir, utilizou a estrutura da Unisc.

Divulgação

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Animais na pesquisa

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O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da Unisc, promoveu, no dia 19 de outubro, a palestra Comitês de Ética em pesquisa envolvendo seres humanos e animais: novos desafios. A palestrante foi a professora da PUC Anamaria Feijó. Anamaria falou durante a palestra que um dos maiores problemas enfrentados pelos Comitês de Ética são as pessoas acharem que ele serve só para avaliar pesquisas da área da saúde. “Todas as áreas que envolvam pesquisas com seres humanos mesmo que, sejam só por meio de questionários deveriam passar pela aprovação CEP, o que

Caroline Rodrigues

hoje não ocorre”, afirmou. A palestrante é mestre em Educação e doutora em Filosofia na linha de estudos sobre Bioética e Ética Aplicada a Animais. Também é autora do livro Utilização de Animais na investigação e docência: uma reflexão Anamaria: ética na pesquisa com animais ética necessária. Dentro dessa temática Ana- dos alternativos para consemaria destacou: “Acho que guir dar as aulas”, disse. “Se não devemos usar animais o professor possui filmes sonas aulas práticas, mas desde bre o assunto, porque usar aque o professor tenha méto- nimais”, encerrou Anamaria.

Oficina gratuita foi oferecida no saguão de supermercado

Informática para a comunidade No último sábado do mês de setembro, no saguão do supermercado Miller, situado na Avenida Independência, foram alocados computadores e a comunidade pôde participar da oficina gratuita Aprendendo a trabalhar com informática, promovida pelo curso de Licenciatura em Computação e pelo Departamento de Informática da Unisc. Além do editor de textos e da navegação na Internet, por meio de diferentes páginas, houve o entretenimento com jogos on-line e os participantes puderam controlar um robô de solo implementado no curso, para conhecimento inicial de robótica.


Parque A Unisc e a ACI aguardam agora uma resposta da Prefeitura Municipal para dar início à execução do projeto. A previsão é que ele comece a ser implantado no início de 2007. No primeiro ano teria início a construção da primeira etapa do prédio, de 900 metros quadrados, com locais para pré-incubação e incubação das empresas. O segundo ano seria destinado à área externa e ao condomínio de empresas. A segunda etapa da construção do prédio viria no terceiro ano, com outros 900 metros quadrados destinados a locais para incubação, auditório e sala de reuniões, além da construção do módulo administrativo no condomínio. Os recursos virão de órgãos de fomento federais, governos estadual e municipais e entidades empresariais.

Presidente da Finep na Unisc A Unisc, por meio do Pólo de Modernização Tecnológica (PMT/VRP), participou da 3ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. No dia 18 de outubro, dentro da programação, a Unisc recebeu o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Odilon Antonio Marcuzzo do Canto. A Finep é um órgão que tem como missão promover a inovação e a pesquisa em empresas, universidades, institutos tecnológicos e centros de pesquisa. Na Unisc, o presidente da Finep falou para alunos, professores e empresários. Na palestra, Marcuzzo do Canto incentivou as empresas locais a aproveitarem os recursos dos órgãos de fomento para o financiamento de projetos de pesquisa e de inovação tecnológica. Durante a pales-

tra, foram apresentados os Programas e Instrumentos de Financiamento e Pesquisa para a Promoção da Inovação nas empresas. O evento foi promovido pelo PMT/VRP, pela Pró-Reitoria de Pesquisa e PósGraduação e pela Incubadora Tecnológica Unisc (Itunisc). Além da palestra, na Unisc, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia teve a apresentação de posters de projetos de pesquisa, promovida pelo PMT/VRP. O evento pretendeu chamar a atenção para a importância da ciência e da tecnologia para a vida de cada um e para o desenvolvimento do país. JU – Quais financiamentos a Finep trabalha? Marcuzzo do Canto – A Finep trabalha basicamente com dois tipos de recursos.

Existem os não-reembolsáveis, que são repassados por meio de projetos para as instituições científicas e tecnológicas brasileiras. O outro ramo da Finep é o de empréstimos reembolsáveis, que funciona como um banco, em que a Finep capta recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND). A Finep capta esses fundos, pagando juro de longo prazo na devolução, e empresta para empresas. JU – Qualquer tipo de empresa pode solicitar? Marcuzzo do Canto – Qualquer empresa, mas que desenvolva inovação. Em 2005, repassamos R$ 320 milhões para empresas. Este ano a meta é chegar a R$ 600 milhões. No ano passado, o Rio

pesquisa

dir-se. “Haverá um crescimento harmônico dos diversos setores da economia”, afirma. Também estiveram presentes o presidente da ACI, Jair Jasper, e o representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Flávio Haas.

Thomé apresentou o projeto para representantes do município

INCUBAÇÃO A primeira etapa enfrentada pelas micro e pequenas empresas incubadas é a da pré-incubação, que pode levar até seis meses. A incubação interna, que é a etapa de desenvolvimento do produto, do processo ou do serviço proposto pelo empreendimento, pode levar até dois anos, prorrogáveis por mais dois. A graduação ocorre após a aprovação pelo Comitê de Acompanhamento e Avaliação, estando a empresa apta a ir ao mercado, podendo se instalar no condomínio de empresas do Parque Tecnológico. Conforme o reitor Vilmar Thomé, a implantação do Parque Tecnológico Regional deverá levar 15 anos, gerando mais de 3 mil postos de trabalho. “Consideramos como base de cálculo a entrada de 10 projetos por semestre para préincubação, sendo aproveitadas 75% das propostas recebidas”, explica. “Isso significa que as previsões poderão ser efetivamente alcançadas”, aponta.

Presidente da Finep (à direita) com membros da reitoria

Grande do Sul levou mais de R$ 100 milhões, é o grande tomador de empréstimos reembolsáveis hoje.Para o próximo ano, o orçamento deve chegar a R$ 700 milhões. JU – A Finep lançou o programa Subvenção Econômica. Ele é um novo financiamento? Marcuzzo do Canto – O Subvenção Econômica permitiu alocar recursos nãoreembolsáveis direto na empresa para projetos inovadores. É um mecanismo que

países desenvolvidos vêm usando há muitos anos e a justificativa para isso é que se trata de processos inovadores, portanto com um alto risco. E a Finep não se restringe à academia. Ela está à disposição das empresas. A Finep é a única organização brasileira que financia toda a cadeia do conhecimento. Desde a produção do conhecimento nas universidades, nos institutos de pesquisa, até a transformação desse conhecimento em riqueza, em produto e processo na empresa.

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de alimentos, de materiais e de meio ambiente. O trabalho tem se desenvolvido com a união de esforços entre a Unisc, o Corede e outras instituições da comunidade regional, com o apoio do Governo do Estado e da Fapergs. Para o presidente da Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), Jacob Braun, o Parque irá colaborar para a diversificação da economia. “Novos setores e novos empreendimentos irão potencializar a geração de emprego e renda e, conseqüentemente, o desenvolvimento de Santa Cruz do Sul”, salienta. O prefeito de Santa Cruz do Sul, José Alberto Wenzel, disse que a iniciativa representará um salto tecnológico para a região. “Esse projeto poderá desenvolver outros setores da nossa economia, além de captar novas empresas e promover o crescimento das já existentes”, elogia. Já o presidente da Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Cultura do Vale do Rio Pardo, Antônio de Brito Lopes, complementou dizendo que o Parque irá atender a uma demanda reprimida de Santa Cruz do Sul que deseja expan-

Fernanda Mallmann

Em audiência realizada no salão nobre da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, no dia 19 de outubro, a Unisc e a Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI) entregaram ao poder público o projeto do Parque Tecnológico Regional (PTR). A iniciativa deverá promover na região o estímulo e a geração de fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades, instituições de pesquisa, empresas e mercados. Na solenidade, o reitor da Unisc, Vilmar Thomé, apresentou a representantes de diversos setores da comunidade local dados, serviços e projetos da Universidade, em especial a Incubadora Tecnológica Unisc (Itunisc) e as áreas de atuação do Pólo de Modernização Tecnológica do Vale do Rio Pardo. “A incubadora busca a formação e a consolidação de micro e pequenas empresas que tenham uma proposta tecnologicamente inovadora, criando oportunidades de desenvolvimento, de renda e de trabalho na região”, destaca. Já o Pólo de Modernização Tecnológica, segundo Thomé, tem contribuído suprindo necessidades regionais, em especial nas áreas

Luciano Pereira

PARQUE TECNOLÓGICO ESTÁ MAIS PERTO

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Projeto sobre propostas de moradias populares recebeu o prêmio pela segunda vez Pela segunda vez, um projeto do curso de Arquitetura da Unisc é premiado no Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica em Engenharia (Cricte), que teve sua 21a edição realizada no mês de outubro, em Ijuí. O trabalho Propostas de Habitações Populares Pré-fabricadas com base em avaliação pós-ocupação foi o melhor colocado na categoria Arquitetura, que reuniu projetos de universidades do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Nesta edição do Cricte, o diferencial do trabalho – já apresentado e premiado no ano passado –, foi o estudo pósocupação das casas construídas com pilaretes e placas pré-moldadas de concreto, utilizando resíduo de borracha proveniente de recauchutagem de pneus na mistura para a confecção. Das 241 residências construídas no mo-

delo, 58 foram analisadas em diferentes aspectos, como durabilidade, desempenho estrutural, instalações elétricas e hidráulicas, conforto higrotérmico, entre outros. Com essas informações, conforme a acadêmica do 10º semestre Ana Lúcia Köhler, é possível aperfeiçoar o trabalho. Uma das modificações foi na espessura das placas. Elas tinham 3 centímetros de largura e hoje são fabricadas com 5 centímetros. A espessura maior confere mais durabilidade e resistência às moradias. Uma casa, com esse novo modelo de placa, já está sendo construída no conjunto habitacional Vila Nazaré. A meta agora é aperfeiçoar as placas em um nível satisfatório para que, futuramente, as casas construídas nesses moldes possam ser financiadas com recursos do governo, beneficiando a população de baixa renda.

Divulgação

geral

ARQUITETURA PREMIADA NO CRICTE

Trabalho está na fase do estudo pós-ocupação. Novas casas estão em construção

Alunos participantes Ana Lucia Köhler, Eveline Schmitt dos Santos, Egon Vetorazzi, Leila Copelo Bremm e Kamila Kapaun

Professores Marcos Daniel dos Santos (Unisc) e José Mario Dolleys Soares (UFSM)

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A mistura de esforço, criatividade e persistência resultou em reconhecimento para alunos e professores dos cursos de Arquitetura e Engenharias Mecânica e de Produção. Em 2004, eles formaram a equipe Kamikase e, desde lá, dedicam-se a um projeto: a criação de um aeromodelo. Depois de dois anos de trabalho, o aeromodelo foi premiado e bem classificado em uma competição nacional. Uma das competições onde ele foi destaque é a 8ª SAE Brasil AeroDesign, promovida pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade, no fim do mês de setembro, em São Paulo. De 69 equipes participantes de todo o Brasil, a Kamikase ficou em primeiro lugar na classificação estadual e na 23ª colocação na classificação geral. Nessa disputa, o aeromodelo conseguiu ainda outras marcas importantes. Ele fez três vôos válidos com carga de 6,060 kg, foi o terceiro colocado no

Fernanda Mallmann

Aeromodelo alça vôo

Projeto foi destaque em competição que ocorreu em São Paulo

melhor tempo de retirada de carga (1,8 segundos), ficou em 9º lugar no cálculo de performance (que estabelece as distâncias de pouso e de decolagem, as velocidades do vôo, a influência da altitude sobre a aeronave, a potência requerida e a disponível em diversas situações). Em outubro, o aeromodelo também participou do Congresso Regional de Iniciação Científica e Tecnológica em Engenharia (Cricte) e foi premiado na 7ª Seção – Engenharia Mecânica. Esta foi

a 21ª edição do Cricte e ocorreu em Ijuí, reunindo trabalhos de universidades dos três estados da região Sul.

Equipe Kamikase Alunos: César Augusto Neitzke, Diego Junkherr, Douglas Fetter, Egon Vettorazzi, Evandro José da Silva, Fernando Biasibetti, Tiago Theisen e Vagner de Oliveira. Orientador: Prof. Cristiano Ferreira

Unisc e o Bolsa Família O professor do Departamento de Ciências Humanas e coordenador adjunto do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR), Mario Riedl, vai coordenar, no Rio Grande do Sul, uma pesquisa de avaliação do Programa Bolsa Família. O trabalho será realizado em todos os estados brasileiros, por solicitação do Ministério do Desenvolvimento Social. A pesquisa está sendo financiada com recursos do Banco Mundial, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/Unesco) e do governo federal. Conforme Riedl, o Ministério busca saber como o programa está estruturado e, principalmente, como ele funciona em cada município. Por isso, serão levantadas informações sobre quem é responsável pelo cadastramento das famílias e como são feitos os acompanhamentos de exigências como a freqüência escolar. Também serão observados procedimentos quanto à

distribuição dos cartões eletrônicos enviados pela Caixa Econômica Federal às famílias beneficiárias, quais os critérios para excluir uma família do benefício, entre outras. O Bolsa Família envolve atualmente mais de 11,6 milhões de famílias beneficiárias em todo o país. É o maior programa de transferência de renda em execução no país, sendo previstos, para o ano de 2006, R$ 9 bilhões do orçamento para o pagamento dos auxílios mensais. As famílias beneficiárias recebem mensalmente entre R$ 60 e R$ 120, dependendo do número de integrantes. Para receberem o auxílio, além de se situarem abaixo da linha de pobreza, os beneficiados se comprometem a manter as crianças em idade escolar matriculadas na rede de ensino, bem como a submeter-se ao acompanhamento de saúde em postos de saúde da rede pública. A execução da pesquisa de campo terá a participação dos alunos do PPGDR.


Gestão em família

O profissional de Letras Português/Inglês está apto para atuar no Ensino Fundamental e Médio como professor de Língua Portuguesa, literaturas e Língua Inglesa, além de poder prestar assessoria lingüística e literária e atuar como tradutor.

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Mercado de trabalho O mercado para o profissional de Letras Português/Inglês é muito amplo, permitindo atuar tanto no ensino de Inglês, quanto no de Português como língua estrangeira, além do ensino de língua materna e literatura. O graduado nesta área também pode trabalhar em órgãos governamentais de educação ou como como revisor de textos em gráficas, revistas, jornais, editoras, empresas públicas e privadas.

Infra-estrutura O curso da Unisc possui laboratórios de informática específicos para pesquisas na internet, digitação de trabalhos e aulas interativas; laboratório multimídia; Centro de Estudos e Pesquisas Lingüísticos; e um Centro de Línguas, com duas salas-ambiente para estudos de idiomas.

Em todos os quatro campi

O que faz? Exige-se do administrador capacidade de diagnóstico e de solução de problemas. Além disso, o profissional deve intervir no processo de trabalho e enfrentar situações de constantes mudanças. O profissional dessa área precisa auto-organizar-se e exercitar habilidades de análise, crítica e solução, atendendo às demandas sociais, de mercado e organizacionais, emergentes à competitividade, por meio da adaptabilidade e flexibilidade.

Mercado de trabalho

Jeferson implantou um sistema de gestão, estruturou e organizou a empresa da família

aula foram muito produtivas. “O legal era que muitas vezes os colegas trabalhavam em setores diferentes, empresas de diferentes áreas, possibilitando uma troca de idéias”, conta. Para quem pretende cursar Administração, ou está cursando, Jeferson aconselha aproveitar ao máximo

as oportunidades que o curso oferece. Além disso, indica aperfeiçoamento através de leituras, participação em congressos, cursos e palestras. “São conhecimentos que só agregam e muitas vezes podem influenciar na tomada de decisões, na vida da gente”, completa. (Y.F.)

LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS

Trajetória de professor Vivian Inês Konzen, 25 anos, formou-se na Unisc no ano de 2006, no curso de Letras Português/Inglês. Mas sua trajetória como professora iniciou em 1999, quando se formou no curso de magistério do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Santa Cruz do Sul. No ano seguinte, prestou concurso para o Estado e, em 2001, foi chamada para trabalhar em Venâncio Aires. Finalmente, em junho de 2004, foi nomeada pelo município por meio do concurso prestado para o Estado. A partir de então, Vivian começou a trabalhar na parte da manhã em Santa Cruz do Sul e na parte da tarde em Venâncio Aires até conseguir, em setembro do mesmo ano, a transferência para uma escola em Santa Cruz do Sul. Ela conta que enfrentou dificuldades financeiras, mas valeu a pena. “A Unisc tem qualidade em seu ensino”, elogia. “Eu trabalhava durante o dia e à noite estudava, era complicado conciliar o tempo para estudar e trabalhar”, lembra a professora. Vivian deixa um recado para

O administrador pode desenvolver atividades em diversas áreas, como finanças, vendas e marketing, comércio exterior, compras, informática, hotelaria e gestão de negócios. Esse profissional pode atuar ainda em empresas privadas – nacionais e multinacionais –, empresas de economia mista, empresas públicas, autarquias e fundações, independente de seu porte.

Infra-estrutura O curso dispõe de um minilaboratório, exclusivo para seus alunos, além do acesso aos laboratórios institucionais; de recursos multimídia para as aulas e de biblioteca atualizada na área.

Semestres: 8 Turnos: Noite Campus em que é oferecido: Santa Cruz do Sul

Luciano Pereira

Jeferson Schmechel, 31 anos, tinha o conhecimento prático de gerenciar uma empresa mas sentia necessidade de uma base teórica. Por isso, ao procurar o curso de Administração, a intenção foi “expandir o negócio”. Os resultados estão na gráfica Garten Sul, empresa familiar onde trabalha. Jeferson implantou um sistema de gestão, estruturou e organizou os setores. O ex-aluno comenta que o curso possibilita uma visão ampla para quem quer gerir uma empresa ou um negócio. “As disciplinas são muito dinâmicas, ou seja, tudo que é visto na teoria pode se usar na prática”, acrescenta. Ele diz que aprendeu no curso a valorizar a teoria em conjunto com a prática, e não somente um, ou outro. Visitas técnicas à empresas e participação em palestras e congressos, segundo Jeferson, trazem “informações atualizadas de como enfrentar as dificuldades do dia-a-dia e dos setores comercial e empresarial”. O administrador destaca que a troca de idéias e de experiências em sala de

O que faz?

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Semestres: 8 Turno: Manhã ou Noite Campi em que é oferecido:

Arquivo Pessoal

vestibular

ADMINISTRAÇÃO

Vivian elogia o curso da Unisc e hoje é professora em duas escolas de Santa Cruz

quem quer cursar a graduação de Letras Português/Inglês: “É preciso gostar muito de ler, procurar conhecer um pouco do curso e ter contato com alguém que já dá aulas. Afinal, a teoria é muito diferente da prática”, analisa. “Gostei muito de ter feito o curso

na Unisc e não me arrependo, pois ele foi muito além da minha expectativa”, avalia Vivian. “Os professores foram muito importantes, estão bem preparados e possuem bastante conhecimento e experiência sobre a área”, finaliza. (D.K.)


Um dia...

www.osfiguras.com.br

Um dia talvez você perceba que não tem dedicado muito tempo para os seus filhos. E que, de verdade, você foge deles. Quanto menos contato eles tiverem com você, com esse ogro em que você está se transformando, melhor. Ao menos isso você está fazendo por eles: poupando-os do convívio com você. Você não faz nada disso por mal. Mas sua família está sofrendo. Entre as várias perdas que você está colhendo, em nome das conquistas materiais que busca realizar, os seus laços familiares são de longe os maiores reveses, os que incidem em bens mais preciosos, os abandonos mais difíceis de reverter. Um dia talvez você perceba que o equilíbrio entre as várias partes que compõem a sua vida está longe demais da situação ideal. Que nenhum dinheiro ou cargo ou perspectiva de poder e prosperidade pode justificar o adoecimento que você está infligindo a si mesmo e a quem está ao seu redor, a mortificação de tudo que é mais importante que você está operando dia após dia no seu universo particular. Um dia talvez você receba uma proposta de trabalho nova, redentora, que represente uma janela, talvez a única, talvez a última, para que você repense tudo, jogue tudo para o alto e reveja seus modos de agir, seus jeitos de existir, suas decisões e seus vícios. Uma chance de dar dez passos atrás, de recuperar o tempo perdido, as emoções estranguladas, os sorrisos negados, as ausências impostas, os silêncios férreos, as brutalidades, as indiferenças. E recomeçar de um ponto a partir do qual a felicidade ainda seja possível. Quando esse dia chegar, esteja preparado.

Adriano Silva Adriano Silva, 35 anos, é diretor do núcleo jovem da Editora Abril. Sob sua supervisão estão revistas como Superinteressante, Capricho, Mundo Estranho, Bizz, Flashback e Supersurf. É o criador das revistas Mundo Estranho, Aventuras na História, Vida Simples e Revista das Religiões. É graduado em Comunicação pela Ufrgs e tem um MBA em Marketing Internacional pela Universidade de Kyoto, Japão. Adriano é autor do romance Homem sem nome (Alegro) e de dois livros de reflexão sobre carreira e negócios: E agora, o que é que eu faço? e Tudo o que aprendi sobre o mundo dos negócios, ambos pela Elsevier. Adriano mantém ainda a Coluna do Chefe, no site www.superinteressante.com.br, e é baterista e letrista da banda Os Alandelons (a maior banda desconhecida do mundo). Seu e-mail é: doceoficio@uol.com.br.

novembro de 2006

Um dia talvez você perceba que está cansado. Atingir as metas não lhe traz mais alegrias. Você realiza coisas grandes, cumpre objetivos importantes, e isso não lhe faz vibrar como antigamente, quando alcançar coisas muito menores lhe enchia de ótimas sensações. Seu dia-a-dia não é mais encantador. Seu trabalho já não lhe traz prazer. Tudo anda insosso, sem cor, sem brilho. Você está estafado. Sente muito enfado com tudo, com todos, consigo mesmo. A idéia de sair todo dia de casa para ir trabalhar lhe deixa exausto. A vontade é fugir. Sumir. Tirar longas férias. Pedir demissão. Um dia talvez você perceba que a sua carreira perdeu o sentido. Que o significado do seu trabalho evaporou lentamente, sem que você se desse conta. Tudo que você sabe é que a sua atividade perdeu o sentido para você. Você não sabe mais justificar para si mesmo por que está fazendo aquelas coisas que você faz, daquele jeito, todo santo dia, tantas horas ao dia. Você está se tornando um autômato, um andróide, uma máquina dura e fria. Um dia talvez você perceba que acelerou demais. Que transformou a sua rotina em uma ópera frenética. Que a ansiedade lhe tirou o sabor de tudo, desde as pequenas coisas até as grandes conquistas. Ou que a ansiedade lhe tirou o paladar, a própria capacidade de sentir. Talvez você descubra que a sua sanha de antecipar tudo, de resolver tudo, lhe tirou o centro, lhe tirou o chão, lhe alterou os tempos, os cursos, os fluxos, as métricas da vida. Sua galáxia gira pelo espaço de modo caótico, em movimentos desarmônicos e deselegantes. Um dia talvez você perceba que está tratando mal as pessoas. Que já não se reconhece nos seus próprios atos, na sua própria conduta. Que detesta aquele sujeito no qual você se transformou. Que se olhar no espelho deixou de ser agradável. Que repassar o que você fez durante o dia, à noite na cama, virou um exercício de constrangimento, de remorso, de decepção consigo mesmo. E, óbvio, de longas horas de insônia. Você desconfia que está passando pelo mundo espalhando asperezas, cortes, arranhões. Não era isso que você sonhava para si lá no início da sua trajetória. Você se transformou num chefe insensível, num executivo metálico, num sujeito movido a números. Você esqueceu que lida com gente. E que é gente também. Um dia talvez você perceba que esses maus ventos que sopram da sua vida profissional estão começando a castigar a sua vida pessoal também. Você tem sido árido no trato com a sua mulher. Perdeu o romantismo, não a trata mais como a sua namorada. Há muito tempo você não a beija na boca – nenhum casamento sobrevive à morte do beijo na boca. O casal pode ainda fazer um sexo rápido e impessoal, pode ter conta conjunta, pode jantar junto todo dia. Mas se não houver beijo na boca, ele não é mais um casal. Sua relação com aquela pessoa que já foi a mulher da sua vida está ficando prática, burocrática, seca.

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Rodrigo / Ag. Assmann

Unisc termina em 3º na Copa Unisinos A Unisc terminou na terceira colocação geral da 19ª edição da Copa Unisinos, olimpíada universitária realizada de 12 a 15 de outubro em São Leopoldo. O evento reúne anualmente universidades de São Paulo, de Santa Catarina, do Paraná, do Rio Grande do Sul e de países do Mercosul. A Unisc esteve representada por 167 atletas. O atletismo masculino e o judô masculino da Unisc foram as modalidades que levaram o troféu de primeiro lugar na competição. O futebol de campo ficou com a prata, enquanto que o atletismo feminino terminou na terceira colocação. A Unisc participou ainda das disputas de basquete, handebol, futsal e vôlei, todos no masculino e no feminino, além do judô feminino. Divulgação

Fernanda e Sabine venceram as provas de lançamento de disco e de 3 mil metros com obstáculos

Sabine e Fernanda são ouro no Sub-23 Atletas disputaram o Campeonato Brasileiro, em Porto Alegre A equipe de atletismo da Unisc está encerrando a temporada da mesma forma que iniciou: em alta. No dia 5 de novembro, as atletas Sabine Heitling e Fernanda Borges conquistaram a medalha de ouro nas provas de 3 mil metros com obstáculos e de

lançamento de disco, respectivamente, no Campeonato Brasileiro Sub-23 realizado na Sogipa, em Porto Alegre. Aline Sausen, também da Unisc, ficou em terceiro lugar na marcha atlética. Para Fernanda, esta foi a primeira conquista em nível nacional. Aos 18 anos, ela conta que começou no lançamento de disco há três. “Em seis tentativas, bati quatro vezes o recorde nacional”,

comemora a atleta. Ela fez a marca de 45m35. A atleta começou a disputar competições oficiais somente este ano e já havia sido medalha de prata no Brasileiro juvenil. Já Sabine confirmou o seu favoritismo na prova dos 3 mil metros com obstáculos. No próximo ano, sua meta será o Pan-Americano do Rio de Janeiro. Em novembro ela ainda disputa os Jogos Sulamericanos adulto, em Buenos Aires.

Destaque também nas categorias de base Em outubro, a equipe de atletismo da Unisc foi destaque também no Campeonato Estadual da categoria pré-mirim, para atletas com até 14 anos. A competição ocorreu em Ivoti e a equipe da Unisc esteve representada por 24 atletas, obtendo quatro títulos. As conquistas vieram com Bruna Friederich, no arremesso de peso e no lançamento de pelota; Karine Felzmann, nos 150 metros rasos; e Felipe Hickmann, no salto em altura, que com 1m56cm estabeleceu o novo recorde estadual da categoria. Com

esses resultados, aliados às demais medalhas de prata e de bronze, a equipe garantiu a terceira colocação por equipes. “O resultado demonstra um forte trabalho da Universidade nas categorias de base do atletismo”, destaca o treinador da equipe, Juliano Peçanha. “Precisamos ter um trabalho forte nessas categorias, pois nossa equipe principal é composta apenas por atletas formados dentro da própria equipe. Não contratamos ninguém de fora”, afirma. E o trabalho vem dando bons resultados. Em todos os

campeonatos estaduais, em todas as categorias, a equipe da Unisc se mantém entre as três primeiras do Estado. E o maior exemplo foi o Troféu Brasil Adulto, realizado em setembro, em que a equipe da Unisc conquistou o 10º lugar por equipes entre as 68 participantes da competição. Master O atleta Eduardo Treglia, da Unisc, encerrou a temporada participando do Campeonato Sulamericano de Atletismo Master, que no início de novembro reuniu

Judô da Unisc mantém hegemonia na Copa Unisinos e no Estado

Unisc sedia etapa do Handebol O ginásio da Unisc foi sede, nos dias 20 e 21 de outubro, da segunda etapa do Campeonato Gaúcho de Handebol Masculino, pela chave B. Foi a primeira vez que Santa Cruz do Sul sediou uma competição nesta modalidade. Com duas vitórias e quatro derrotas, a equipe da Unisc terminou o estadual na quinta colocação geral. Ao todo, oito times disputam o campeonato. Na etapa de Santa Cruz do Sul, a Unisc perdeu de 22 x 24 para a Ulbra/Santa Maria e de 30 x 17 para a ADC Ca-

noas. A vitória veio contra Bagé, por 27 x 26. Ulbra e ADC classificaram-se para as semifinais. Para a etapa de Santa Cruz a Unisc contou com o apoio da Kappa, da Via Gryff’s, da DRSul, da TB Gases e Soldas, da 1.0 Veículos, do Colégio Mauá e do Departamento de Esportes da Prefeitura. Pelos Jogos Intermunicipais do Rio Grande do Sul (Jirgs), a Unisc venceu a etapa regional ao derrotar Rio Pardo por 44 x 16. As finais ocorrem no mês de novembro, em Caxias do Sul.

1.293 competidores de 14 países no Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro. Mesmo com uma lesão no tendão, Eduardo ficou em quinto lugar nos 200 metros rasos e em quarto no arre-

messo de dardo. O atleta termina o ano com oito medalhas de ouro e quatro de prata conquistadas nos campeonatos brasileiro e estadual e no Torneio Carlos Alberto Garcia, em Porto Alegre.


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