Jornal da UNISC

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Fernanda Mallmann

TEATRO POPULAR

Diretora Patrícia Fagundes, da Cia. Rústica, fala do seu sonho de popularizar o teatro e torná-lo mais acessível PÁG. 7

JORNAL DA

É PRECISO SABER VENDER Quem aprender a usar essa ferramenta, um pouquinho que seja, terá grande dianteira PÁG. 15

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WWW.UNISC.BR

JORNAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, ANO XIV, NÚMERO 74, AGOSTO DE 2007

MESTRADO EM EDUCAÇÃO

linhas de pesquisa. Com duração de dois anos, divididos em oito trimestres, o Mestrado em Educação da Unisc fará sua primeira seleção entre os dias 19 e 30 de novembro PÁG. 6 Divulgação

Recomendado no final de julho pelo Conselho Técnico Científico da Capes, o Mestrado em Educação será o sexto oferecido pela Unisc. Sua área de concentração será em Educação e contará com três

RONDON 2007 Estudantes da Unisc e do Canadá iniciam trabalhos em Santa Cruz do Sul PÁG. 10

PROTEÇÃO DO CONHECIMENTO Saiba o que é o Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia, o NITT PÁG. 11

DESCONTOS NAS MENSALIDADES Unisc oferece novas opções de desconto aos seus alunos PÁG. 3

MEIO AMBIENTE

Na Unisc, trabalhos em favor do meio ambiente são feitos de diferentes formas e por diversos setores. No Vestibular de Inverno, por exemplo, foi inaugurado na Instituição o Selo Neutralize, que consiste em contabilizar e minimizar todas as ações que causaram impacto ao meio ambiente, como gasto de energia elétrica e de papel PÁGs. 8 e 9 Luciano Pereira

ESTUDO, TURISMO E CULTURA Buenos Aires, a capital argentina, foi o destino da 7ª Viagem de Estudos da Unisc, realizada em julho. Mais do que o idioma espanhol, o grupo de 18 integrantes da Universidade trouxe na bagagem belas imagens, lembranças e um pouco da cultura portenha PÁG. 6

REDE DO BEM Doze entidades sociais de Santa Cruz do Sul lançam rede de cooperação PÁG. 5

VIDA DE ALUNO

Estudante de Educação Física atravessa o país para treinar uma equipe de futebol no Maranhão PÁG. 14


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NÚMERO 74 AGOSTO DE 2007

PÁGiNA

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CARTA AO LEITOR

PALAVRA DO REITOR É com muita alegria que recebemos nossos estudantes que retornam para mais um semestre letivo. Estendemos nosso abraço também aos alunos dos novos cursos que iniciam neste semestre: Superior de Tecnologia em Gastronomia e Bacharelado em Geografia e a todos os demais estudantes de graduação e de pós-graduação que estão agora ingressando na Unisc. Estamos começando bem o semestre. Temos muitas coisas boas para comemorar. Uma delas é a recomendação do Mestrado em Educação da Unisc pela Capes. Além do doutorado, esse será o sexto programa de mestrado a ser oferecido por nossa Instituição. No final de julho vibramos com as conquistas de nossos atletas, Sabine Heitling e Fabiano Peçanha, ouro e bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, e com o sucesso da categoria cadete do Projeto Cestinha, campeã sul-americana. Esses resultados mostram o esforço e a capacidade dos atletas e da equipe técnica da Unisc, mas também refletem um longo trabalho da Instituição, cujo objetivo principal não é a formação de campeões, mas sim a promoção da cidadania através do esporte. Visando promover a educação, a saúde e a inclusão social, esse trabalho no momento envolve mais de 4 mil atletas, de variadas faixas etárias, em atividades desenvolvidas não só na Unisc, mas em escolas, em bairros, na zona rural de Santa Cruz e na região. Nosso gradual aprimoramento para ações na área esportiva

Visando promover a educação, a saúde e a inclusão social, o esporte na Unisc envolve mais de 4 mil atletas começou em 1970, quando foi criada a Escola Superior de Educação Física, uma das quatro faculdades que depois se transformaram na Fisc, antecessora da Unisc, que contribuiu para a qualificação dos docentes dessa área em toda a região. A partir da década de 1990, muitos investimentos foram feitos em espaços físicos e laboratórios, e hoje temos um complexo esportivo que oferece bom suporte para ações nessa área. Paralelamente, na última década, após investir por alguns anos no patrocínio de equipes esportivas, a Unisc decidiu focar sua atuação na preparação de categorias de base. Hoje temos projetos envolvendo equipes de atletismo, basquete, vôlei de praia, futebol, lutas, além do apoio a eventos esportivos de nossa região. Para todos, essas conquistas são importantes pois servem de exemplo e de estímulo para os jovens. Outro fato que quero lembrar hoje, é que no início deste mês o Conselho Universitário criou uma comissão para coordenar os estudos sobre a estrutura organizacional da Universidade. De acordo com a tradição participativa e democrática da Unisc, essa comissão deve ser constituída por representantes do Conselho Superior da Apesc, da Reitoria, dos Cursos, dos Departamentos, da Adunisc, da Afunisc e do DCE e tem como funções efetuar um diagnóstico da atual estrutura e estabelecer o cenário da situação desejada, definindo políticas e diretrizes básicas, bem como os necessários planos de ação para atingi-la. Trata-se de um trabalho árduo e complexo, de grande relevância institucional, que exige não só o conhecimento pleno dos fluxos e processos de nossa Universidade, como também o entendimento das estruturas de outras IES com características semelhantes à nossa, para identificar adequações que possam contribuir para aprimorar o cumprimento da missão institucional. Desejo a todos um bom trabalho! Vilmar Thomé Reitor da Unisc

Agosto é mês de volta às aulas e também de início de caminhada para quase mil alunos aprovados no Vestibular de Inverno da Unisc. Mas enquanto os estudantes curtiam as férias de julho, a Unisc não parou. Pelo contrário, correu muito. Representada pelos atletas Sabine Heitling e Fabiano Peçanha, a Unisc comemorou as conquistas do ouro e do bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. E as conquistas não foram apenas no esporte. No final de julho, a Unisc teve mais um programa de pós-graduação recomendado pelo Conselho Técnico Científico da Capes: o Mestrado em Educação. Esse será o sexto curso de mestrado oferecido pela Unisc, além de um doutorado. Mais detalhes sobre o novo mestrado estão na página 6 desta edição. Ainda em julho iniciaram os trabalhos de 20 jovens, nove estudantes da Unisc, nove canadenses e um supervisor de cada país, na terceira edição do Projeto Rondon/RS - Unisc. Na página 10 esses jovens falam um pouco das suas expectativas e do trabalho que já está sendo

feito na etapa brasileira, em nove pontos de Santa Cruz do Sul. Voltando à página 6, o Jornal conta como foi a sétima edição da Viagem de Estudos / Curso de Espanhol da Unisc. Um grupo de 18 pessoas, entre alunos, professores e funcionários da Instituição, passou oito dias na cosmopolita Buenos Aires, conhecendo não apenas as particularidades portenhas da língua espanhola, mas também as riquezas e as singularidades da cultura e da história argentina, tão enraizadas na arquitetura e no jeito de viver de nossos hermanos. Esses, por sinal, amam o Brasil e são fãs do nosso futebol, ao contrário da rivalidade quase doentia criada do lado de cá. Julho também teve novos convênios e contratos assinados, como o protocolo de intenções com a prefeitura de Montenegro, que prevê a instalação do campus naquele município, e a parceria com o Instituto Padre Reus, que possibilitará a oferta de cursos profissionalizantes a distância. São novas conquistas que chegam, e muitas certamente ainda virão. E a vitória é da comunidade.

como

CONSERVAR VITAMINAS NOS ALIMENTOS? Cada vez mais as pessoas estão preocupadas em manter sua saúde, buscando nos alimentos nutrientes indispensáveis à manutenção e ao equilíbrio de seu organismo. Entre eles estão as vitaminas, presentes nos alimentos de forma variada, dependendo de diversos fatores. Além dessa variação, podem ocorrer perdas de nutrientes desde o processo pós-colheita ou abate do animal até a distribuição para os consumidores. Para otimizar os processos de preparo e, assim, garantir maior qualidade em termos nutricionais, seguem as dicas: Fazer um planejamento para compra de mercadorias, evitando que essas permaneçam por muito tempo armazenadas. Armazenar os grãos e outros alimentos com teores reduzidos de umidade, embalados adequadamente, em ambientes ventilados, evitando a incidência direta de luz fluorescente e luz solar. Estocar alimentos com alto teor de umidade em baixas temperaturas. Adquirir produtos que já passaram pela etapa de pré-preparo (higienização, descascamento, fatiamento) pode ajudar nas etapas de trabalho. Porém, conhecer as agroindústrias ou supermerca-

dos é importante para saber se os processos utilizados preservam as vitaminas. Fatiar os vegetais próximo ao horário de servir e em pedaços maiores, para reduzir a exposição dos nutrientes ao oxigênio, responsável pela oxidação. Utilizar o suco resultante do processo de descongelamento de carnes. Ele é riquíssimo em vitaminas hidrossolúveis. O cozimento de vegetais, quando possível, deve ser efetuado a vapor, por pressão ou refogado em óleo, para evitar o contato direto dos alimentos com a água. Se não for possível, a água de cocção deve ser aproveitada na preparação de caldos e molhos, para aproveitamento das vitaminas hidrossolúveis perdidas por extração. Evitar cozinhar os alimentos por períodos muito prolongados. Dar preferência aos refogados e grelhados, que utilizam tempos rápidos e temperaturas menos elevadas. Procurar consumir as refeições imediatamente após preparar. Bianca Inês Etges Professora do curso de Nutrição e do Departamento de Educação Física e Saúde

Onde encontrar o Jornal da Unisc Campus Venâncio Aires Campus Sobradinho Campus Capão da Canoa A Banca Aquarius Hotel Flat Residence Biblioteca Municipal Casa das Artes Colégio Luiz Dourado

Escola Ernesto Alves Escola Willy Carlos Fröhlich Escola Goiás Escola Santa Cruz Galeria Farah Hospital Santa Cruz Iluminura Livraria Café Loja do Posto do Gordo Shopping Center Santa Cruz

Sine Zaffari Campus Santa Cruz: Central de Informações Centro de Convivência Clínica de Fisioterapia Blocos 8, 12, 18 e 53 Reitoria

EXPEDIENTE Conselho Editorial: Reitor: Prof. Vilmar Thomé Vice-Reitor: Prof. José Antônio Pastoriza Fontoura Pró-Reitora de Graduação: Profª Carmen Lúcia de Lima Helfer Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Profª Liane Mählmann Kipper Pró-Reitor de Extensão e Relações Comunitárias: Prof. Luiz Augusto Costa a Campis Pró-Reitor de Administração: Prof. Jaime Laufer Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: Prof. João Pedro Schmidt Editor: Luciano Pereira, reg. prof. 9234 Reportagem e Redação: Fernanda Mallmann, reg. prof. 10.208; Luciano Pereira, reg. prof. 9.234; Bruna Ortiz Lovato; Greice Guilhermano e Thiago Stürmer Projeto Gráfico e Capa: Agência da Casa Editoração Eletrônica: Assessoria de Imprensa Revisão: Roque Neumann e Yaskara Ferreira JORNAL DA UNISC: Órgão Informativo da Universidade de Santa Cruz do Sul. Entidade filiada ao Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), ao Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e à Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc) Tiragem: 8 mil exemplares Versão On-Line: Erion da Silva Lara Site: www.unisc.br/jornaldaunisc Endereço: Av. Independência, 2293, bloco 3, sala 309. Santa Cruz do Sul/RS. CEP: 96.815-900. Telefone: (51) 3717-7466. E-mails: fernandm@unisc. br ou lpereira@ unisc.br Este material é produzido em papel reciclável.


ENSiNO

Ao longo do primeiro semestre deste ano, 417 alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia e Farmácia da Unisc, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, desenvolveram atividades de estágio em oito Programas de Saúde da Família (PSFs) de Santa Cruz do Sul. Os resultados desses trabalhos foram apresentados em um encontro realizado no dia 11 de julho, na Universidade. Estiveram presentes no encontro professores, alunos e coordenadores dos PSFs de Santa Cruz do Sul envolvidos nas atividades. Na abertura, a pró-reitora de graduação da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer, afirmou que os objetivos dos trabalhos estão sendo alcançados. “Os resultados já são observados na Universidade”, garantiu a pró-reitora. Para o secretário municipal da saúde, Carlos Eduardo Behm, os estágios são importantes para qualificar o trabalho na área da saúde de Santa Cruz do Sul. “Há uma melhora significativa na qualidade do atendimento à comunidade”, enfatizou. Após uma breve dinâmica de grupo com os participantes, foram apresentados os resultados obtidos neste primeiro semestre em cada uma das seis áreas. Na área de Nutrição, por exemplo, foram realizadas visitas domiciliares a pacientes que necessitaram de suporte nutricional, além de oficinas culinárias e pedagógicas, enfatizando a alimentação saudável, consultas nutricionais, atividades de educação alimentar, monitoramento em adultos, crianças, gestantes e nutrizes e incentivo ao aleitamento materno. Juntamente com a equipe de saúde, os estagiários também desenvolveram trabalhos na rede escolar com palestras, abordando a alimentação adequada, a higiene dos alimentos, a pirâmide dos alimentos, jogos e brincadeiras atribuídas a uma boa alimentação. Por fim, foi confeccionado um jornal comunitário no bairro Bom Jesus, apresentando dicas para a saúde, alimentação e nutrição, notícias e horários de atendimentos. Já os estagiários do curso de Fisioterapia realizaram atividades voltadas para a melhora da qualidade de vida e da afirmação da vida por parte da população. Foram realizados cerca de 100 atendimentos domiciliares por semana; houve realização de ativi-

Luciano Pereira

Encontro apresentou os resultados da atuação dos cursos da área da saúde na Rede de Atenção Básica do município no primeiro semestre

A pró-reitora Carmen Lúcia avaliou os resultados apresentados no encontro realizado na Unisc

dades em grupos, voltadas para educação em saúde, prevenção de doenças respiratórias, grupos de caminhadas e para a reabilitação físico-funcional da população. As atividades foram realizadas nas unidades básicas de saúde, nos domicílios e nas escolas dos bairros. Na área de Farmácia, as atividades desenvolvidas pelos estagiários da Unisc atenderam aos objetivos propostos pela disciplina, atuando junto à estratégia de saúde da família do município. Foram realizadas atividades voltadas para a educação, prevenção e promoção de saúde, além de organização dos medicamentos da população e das unidades de saúde. Também foram promovidas ações junto às escolas para a racionalização e o cuidado no uso de medicamentos. Medicina e Odontologia Os alunos do curso de Medicina da Unisc participaram das atividades das equipes de saúde da família sob diversos ângulos. O foco principal foi o primeiro contato com uma equipe estratégica, sempre com o trabalho interdisci-

plinar em mente. Em um mesmo momento, houve a inserção do aluno em famílias das áreas de abrangência dessas equipes, a fim de compreender o funcionamento das pessoas dentro de suas culturas, com a intenção de construir um nova idéia de saúde enfocada na clínica ampliada. “Os resultados foram todos muito bons, pois mesmo dentro das dificuldades, devido ao choque cultural e social que tiveram, muitos deles aprenderam”, esclareceu o professor Luciano Nunes Duro. “Isso ficou claro nas apresentações em sala de aula e nas falas durante o semestre”, disse. No curso de Odontologia, acadêmicos, professores da área da saúde e equipes de saúde da família desenvolveram trabalhos voltados para informações em saúde, juntamente com as agentes comunitárias, sendo essa atividade realizada dentro da Universidade e nas unidades básicas de saúde. Além disso, foram feitas visitas domiciliares com o objetivo de conhecer a realidade sociossituacional da população.

ENFERMAGEM Na Enfermagem, foram realizadas visitas domiciliares com as agentes comunitárias de saúde, oficinas de educação em saúde com crianças e adolescentes no ambiente escolar e oficinas lúdicas e de discussão reflexiva com as agentes comunitárias de saúde no ambiente da Universidade. Nessas oficinas foram abordados temas como atividades de relaxamento e postura corporal voltadas ao trabalho do agente comunitário de saúde, oficina de dança do ventre, acompanhamento e realização das atividades inerentes ao profissional enfermeiro, realização de rastreamento de risco cardiovascular em grupos de hipertensos/diabéticos e coordenação das atividades voltadas ao Dia do Desafio. No cronograma do próximo semestre está prevista a participação de estagiários do curso Técnico em Enfermagem, do Centro de Educação Profissional (Cepro).

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Unisc oferece novas opções de desconto aos estudantes A Unisc está oferecendo novas opções de desconto para estudantes de cursos técnicos, de graduação e de pós-graduação. Alunos com mais de 50 anos, por exemplo, poderão cursar qualquer curso de graduação com 10% de desconto. Uma outra novidade é voltada para as famílias com mais de um integrante nos cursos de graduação da Universidade. Nesse programa, o segundo membro da família estudando na Instituição terá um desconto de 5% nas mensalidades. Já o terceiro integrante poderá ter um desconto de 15% e, o quarto, de 30%. O Programa Fidelização é uma opção para os alunos egressos da Escola Educar-se e do Centro de Educação Profissional (Cepro). Esses estudantes poderão obter 10% de desconto em suas mensalidades na graduação, limitado a 33% do total nominal pago na Educar-se e a 50% do total no-

minal pago no Cepro. O programa ainda oferece desconto de 10% em cursos técnicos, limitado a 10% do total nominal pago na Escola Educar-se e no Cepro. Mais informações podem ser obtidas no Setor Financeiro Atendimento ao Aluno, bloco 6 do campus, telefones (51) 3717-7434, 3717-7436 e 3717-7448. Voltare A Universidade já vinha oferecendo descontos aos ex-alunos da Fisc e da Unisc por meio do Programa Voltare. Nesse programa, os egressos podem cursar uma segunda graduação com 30% de desconto nas mensalidades. Além disso, o Voltare proporciona 10% em cursos de pós-graduação lato sensu e 10% em cursos técnicos. Mais informações podem ser encontradas no site www.unisc.br/ portaldodiplomado, pelo e-mail voltare@unisc.br ou pelo telefone (51) 3717-7309.

Diálogos Universitários traz Waldemar Niclevicz O primeiro brasileiro a escalar o Everest, o K2 e os sete cumes do mundo (a maior montanha de cada um dos continentes), estará na Unisc no dia 22 de agosto. Waldemar Niclevicz estará palestrando no auditório central da Universidade sobre o tema Vencendo desafios e conquistando o Everest. O evento terá início às 19h15 e é uma promoção do Projeto Diálogos Universitários, da empresa Souza Cruz, e da UniJr. Niclevicz já escalou a Trango Tower, maior torre de granito do mundo, além de 6 das 14 montanhas do planeta com mais de 8 mil metros. Em seus livros Tudo pelo Everest, Everest, o diário de uma vitória e Everest, Sagarmatha, Chomolungma, bem como em seus vídeos Everest, a conquista brasileira e Um sonho chamado K2, é possível descobrir um ser humano preocupado com o mais profundo sentimento da existência humana. Em suas aventuras, Niclevicz busca, além do inigualável sabor da vitória, um contato íntimo com a natureza, com as culturas e os povos que habitam o planeta. O alpinista, fotógrafo e escritor já ministrou mais de 200 palestras para grandes empresas, enfocando temas como superação de desafios, planejamento estratégico, gerenciamento de riscos e espírito de equipe.

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PELA SAÚDE PÚBLICA

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Waldemar foi o primeiro brasileiro no Everest

“Todos nos deparamos com montanhas que parecem intransponíveis, com objetivos que parecem inatingíveis”, compara. “Mas com um planejamento minucioso, muita força de vontade, iniciativa e criatividade, todas as barreiras podem ser rompidas”, garante o alpinista. Em suas palestras, Niclevicz transmite experiências cheias de emoções. Mostra, com ênfase, a importância de um bom planejamento, da preparação, da liderança, do espírito de equipe, da superação dos desafios, da avaliação dos riscos, de acreditar na realização de um sonho, relacionando a vida em si com as alegrias e os imprevistos encontrados numa grande escalada. Mais informações sobre o Projeto Diálogos Universitários podem ser obtidas no site www. dialogosuniversitarios.com.br.


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Luciano Pereira

Contrato de parceria possibilitará a oferta de cursos profissionalizantes a distância

UNISC E IPR VISITA A HOLAMBRA Com o objetivo de trocar informações sobre novas tecnologias, a Associação de Produtores de Flores (Asflores) e a Associação das Floriculturas (Aflor) participaram do Encontro Nacional de Floristas, Produtores, Atacadistas e Empresas Acessórias, o Enflor 2007, que ocorreu em Holambra, em São Paulo, no mês de julho. A viagem fez parte do Projeto de Fomento às Redes de Agroindústrias de Conservas e Produtores de Flores, por meio do Ministério de Desenvolvimento Agrário, em parceria com a Unisc. A programação incluiu também visitas a produtores que usam novas tecnologias na produção de flores e plantas em ambientes protegidos. Uma nova viagem para agroindústrias de conservas está sendo organizada. Informações com o professor da Unisc Ricardo André Machado, pelo telefone (51) 3717-7663.

CENTRAL ANALÍTICA DA UNISC Uma missão oficial do governo da China realizou, de 19 a 29 de junho, a inspeção em folhas de fumo provenientes de fumageiras da região na Central Analítica da Unisc. As análises para diagnóstico fitossanitário foram feitas pelos representantes do Departamento de Quarentena da China, sob supervisão de técnicos da Central Analítica e de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o objetivo de identificar a presença de mofo azul. É o segundo ano consecutivo que a Central Analítica da

Unisc é indicada pelo Ministério da Agricultura e pelo Sindifumo para acompanhar as análises, por estar credenciada como laboratório de diagnóstico fitossanitário oficial junto ao Ministério da Agricultura. Ao todo, 57 amostras de fumo, coletadas pelos chineses e por fiscais do Ministério, foram analisadas no Laboratório de Fitopatologia da Central Analítica. Nenhuma das amostras analisadas apresentou o mofo azul, fungo que ataca o fumo causando manchas nas folhas e matando a planta.

REVISTA EXCEÇÃO A turma de Jornalismo Impresso III, do curso de Comunicação Social da Unisc, lançou em julho a segunda edição da Revista Laboratório Exceção. Segundo os alunos do professor Demétrio Soster, durante um semestre inteiro eles trabalharam com textos, editorias, fotografia e diagramação, com o objetivo de fazer da Exceção uma revista criativa e carregada de informação. “Todos estão convidados a conhecer um mundo onde o que é preto e branco também pode ser muito divertido”, avisam os estudantes. E para quem quiser conhecê-lo, o periódico está à disposição no Departamento de Comunicação Social da Universidade, no bloco 15 do campus de Santa Cruz do Sul. A distribuição é gratuita. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3717- 7383.

O reitor da Unisc, Vilmar Thomé, e o diretor do Instituto Padre Reus (IPR), Jorge Luiz da Rocha Bueno, assinaram, no dia 16 de julho, um contrato de parceria para a oferta de cursos profissionalizantes a distância. O ato contou ainda com a presença do pró-reitor de Administração da Universidade, Jaime Laufer; do coordenador de extensão, Ângelo Hoff; do diretor-financeiro do IPR, Jorge Cervi; e do assessor jurídico do IPR e professor da Unisc, Jorge Renato dos Reis. A parceria tem como objetivo a associação das marcas IPR e Unisc no oferecimento de cursos a distância, na forma de apostilas e fascículos. O IPR produzirá as apostilas preparatórias ao concurso do Banco do Brasil e do curso técnico de Montagem e Manutenção de Computadores, bem como todo o material de divulgação.

CINE SER NA UNISC Em sua quinta edição, o projeto Cine Ser estará apresentando o filme Minha vida sem mim, no dia 16 de agosto, às 19h30, na sala 101 do campus da Unisc. A promoção é da Associação Amigos da Vida (AAVida), com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Relações Comunitárias (Proext) da Unisc. Minha vida sem mim, uma produção espanhola dirigida por Isabel Coixet, centra-se na vida de Ann (interpretada por Sarah Polley), jovem mãe de duas meninas que, ao descobrir-se com uma doença grave, começa uma trajetória em busca de seus sonhos, desejos e fantasias. Após a projeção do filme, haverá um espaço para comentários e debates. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3717- 3285, entre 16h e 20h, ou pelo e-mail aavida@terra.com.br.

CURSOS DE EXTENSÃO A DISTÂNCIA O mercado de trabalho exige, cada vez mais, profissionais capacitados e também atualizados nas suas áreas de atuação. Uma forma de conseguir esse aperfeiçoamento é pelos cursos de extensão, que tem por característica serem rápidos. Na Unisc, cursos de extensão também são ofertados em Educação a Distância (EAD). Conforme a coordenadora de Ensino, Pesquisa e Extensão da EAD Unisc, Daniela Bagatini, os cursos podem ser feitos 100% a distância, ou seja, não há necessidade que o aluno compareça na Universidade para as atividades. Atualmente, a EAD da Unisc oferece três cursos na modalidade: Formação Docente para EAD, Gestão de Processos de Avaliação Institucional e Inglês Online

para Gestão e Secretariado. Uma novidade entre os cursos é o Direito em Questões, elaborado pelos professores do curso de Direito da Unisc. Nesse curso, a diferença é que o aluno pode começar as suas atividades de estudo a qualquer momento, sem precisar acompanhar uma turma. No entanto, assim como nas demais ofertas, o aluno poderá interagir com os tutores, para esclarecer suas dúvidas e receber orientações. “São cursos muito focados, muito objetivos, onde o aluno tem muita autonomia”, ressalta Daniela. Nos cursos de extensão na modalidade a distância, o aluno que cumprir as tarefas propostas recebe o certificado emitido pela Unisc. Mais informações podem ser obtidas no site www.ead.unisc.br.

Banca de Concurso O Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, de 11 de julho de 2007, publicou o Edital da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), onde dois professores da Unisc são designados para compor a Banca Examinadora do Concurso Público para professor adjunto da Uergs, na área de Desenvolvimento Regional. Foram indicados os professores Mario Riedl (presidente) e Silvio Marcus de Souza Correa, ambos do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado e Doutorado. O terceiro integrante da banca será o professor da Ufrgs, Pedro Bandeira. O concurso será realizado nos dias 13, 14 e 15 de agosto, na Fundação Universidade-Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec), em Porto Alegre.

Engenharia Ambiental O curso de Engenharia Ambiental da Unisc realiza, de 13 a 17 de agosto, a sua 4ª Semana Acadêmica. O evento terá como tema O engenheiro ambiental e seu campo de atuação. As inscrições podem ser feitas na Secretaria de Pós-Graduação e Extensão, no bloco 1 do campus. Mais informações pelo telefone (51) 3717-7382.


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UNISC NO CANAL FUTURA O aluno do curso de Comunicação Social/Jornalismo da Unisc, Lucas Nobre, teve o seu programa exibido no canal Futura. O nome do interprograma é Icestocksport - do asfalto gaúcho ao pódio europeu. Mostra quatro jovens que praticam esse esporte alemão no asfalto quente de Santa Cruz do Sul e ganham medalhas de bronze na Europa, ao disputar em pistas de gelo. Nobre fez uma capacitação de duas semanas na Fundação Roberto Marinho, Canal Futura e Projac da Rede Globo, no Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano,

junto com estudantes de Comunicação selecionados de todo o Brasil. A produção do acadêmico foi exibida dentro do programa Geração Futura, nos dias 4 e 7 de agosto, nos canais 15 e 32 da NET Santa Cruz. Nobre contou com o apoio de Laura Nobre - aluna de Relações Públicas da Unisc como produtora; Jocinei Pritsch - aluno de Publicidade e Propaganda da Unisc - como editor; Pablo Melo - aluno de Produção em Mídia da Unisc - como responsável pela trilha sonora; e Elio Brixius e Valmor Emmel - da Unisc TV - como cinegrafistas.

REDE DO BEM No dia 8 de agosto, 12 entidades sociais lançaram em Santa Cruz do Sul a Rede do Bem. O evento foi realizado na sede da Comunidade Santo Inácio, no bairro Verena. A Rede do Bem está em busca do desenvolvimento e da auto- sustentabilidade por meio da capacitação em rede, criando ações que sejam capazes de reunir e organizar pessoas e instituições de forma igualitária e democrática, a fim de construir novos compromissos e interesses comuns. Busca ainda atender às necessidades relacionadas à gestão do terceiro setor, desenvolvendo e fortalecendo parcerias com empresas locais e da região que buscam contribuir

para elevar a qualidade de vida da comunidade. A Rede do Bem integra a Associação das Entidades Sociais do Rio Grande do Sul por meio do Programa Redes de Cooperação, uma parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), e da Unisc. O Programa Redes de Cooperação busca unir e fortalecer as empresas gaúchas, ampliando o seu potencial. Até hoje, no Estado, já foram criadas mais de 220 redes, envolvendo mais de 4.600 empresas, que geram 46.000 postos de trabalho e apresentam um faturamento de R$ 5 bilhões anuais.

A Rede Associação Comunitária Pró-Amparo do Menor (Copame) Cooperativa de Educação e Serviços de Trabalhadores Autônomos Ltda. (Cooestal) Centro Marista Nossa Senhora da Boa Esperança (USBEE) Lar da Criança Estrela do Amanhã Clube da Terceira Idade Arte de Viver Associação de Amparo à Terceira Idade (AATI) Ação Social Maranata Associação Rio-grandense de Apoio ao Diabético de Santa Cruz do Sul (Arad) Associação Santa-Cruzense de Portadores de Deficiência Física (Aspede) Centro de Reabilitação Maranata Assistências sociais dos hospitais Ana Nery e Santa Cruz

Prefeitura de Montenegro/AI

Nova rede de cooperação reúne 12 entidades sociais de Santa Cruz do Sul

Dia 8 de agosto - 12h15 às 13h Lívia e Dilson Violão e voz Dia 22 de agosto - 12h15 às 13h Alessandra Pires Violão e voz Música Dia 9 de agosto - 20h15 Concerto Orquestra Jovem Unisc Local: Auditório Central Dia 26 de agosto - 17h Festival de Bandas Unisc Local: Auditório Central Entrada franca Dia 31 de agosto - 20h Sarau com professores e alunos da Escola de Música da Unisc Local: Capela Hospital Santa Cruz Entrada franca Sábados - 15h às 17h Ensaios Orquestra Jovem Unisc Local: Anfiteatro do bloco 18 Abertos ao público

Protocolo assinado em julho prevê a instalação de um campus da Universidade no município de Montenegro

CAMPUS EM MONTENEGRO A Unisc e a Prefeitura de Montenegro assinaram, no dia 20 de julho, o protocolo de intenções que prevê a instalação de um campus da Universidade naquele município. O próximo passo será o encaminhamento de um projeto de lei para a Câmara de Vereadores, para a aprovação da concessão de uso da área que pertence ao Estado, onde será construído o campus. No dia 12 de junho, foi aprovado por unanimidade, na Assembléia Legislativa, o projeto de lei que destina uma área de 6 hectares para a instalação da estrutura da Universidade. Conforme o reitor da

CONGRESSO DE LEITURA As mestrandas em Letras da Unisc Carine Reis, Diane Blank Bencke, Marília Nunes e Lovani Volmer participaram do 16° Congresso de Leitura do Brasil, realizado na Universidade de Campinas (Unicamp), de 10 a 13 de julho. As alunas apresentaram os trabalhos Leitura de poemas infantis: analisando as estratégias leitoras a partir do suporte; Narrativas do livro didático: a atuação do narrador; Como lê a criança não alfabetizada? e O tempo da narrativa: um aspecto importante para a compreensão leitora. O congresso ocorre a cada dois anos, sendo o maior evento de discussões sobre leitura do Brasil. Os trabalhos foram orientados pelas professoras do mestrado Flávia Brocchetto Ramos e Eunice Piazza Gai. O mestrado em Letras da Unisc tem área de concentração em Leitura e Cognição.

Espaço Aberto Apoio: Charrua Hotel Local: Centro de Convivência

Unisc, Vilmar Thomé, paralelamente à aprovação da concessão de uso de área, a Universidade também deverá definir o projeto pedagógico para o novo campus, junto ao Conselho Universitário. A previsão é de que essa aprovação, assim como a da concessão de uso da área, sejam feitas até agosto, para que, no mês de setembro, a proposta seja enviada para avaliação do MEC. A expectativa, de acordo com Thomé, é de que a Unisc inicie as atividades em Montenegro em pouco mais de um ano, com o Vestibular de Verão 2009.

PRÊMIO PARA O UNIARTE No final do mês de junho, alunas do Programa Uniarte expuseram suas obras na 16a Mostra Nacional de Pintura Artística e 1a Mostra Latino-Americana, que ocorreu em Bento Gonçalves. O resultado foi satisfatório, com seis telas das alunas premiadas no evento. São elas:

A hora do banho. Autora: Marília Martin. Mensão Honrosa (Aquarela) Primavera. Autora: Marília Martin. Mensão Honrosa (Aquarela) Guardados. Autora: Traudi Meurer. Prêmio Hors Concours Vendedora de Uvas. Autora: Márcia Marostega. Destaque (Vinhedos e sua região) Florescendo entre espinhos. Autora: Eli Grundling Lawisch. Menção Honrosa (Tema Livre) O Portal do Tempo. Autora: Liséte Maria Gewehr. Destaque (Tema Livre)

Teatro Dia 17 de agosto - 15h A princesa Engasgada Local: Sociedade Cultural e Esportiva Centenário - Agudo/RS Projeto Lâmpada Mágica Patrocínio: AES Sul Financiamento: LIC/Sedac/RS Realização: Cida Planejamento Cultural Co-promoção: Unisc Dia 21 de agosto - 20h30 Espetáculo de Dança Contemporânea Com Héctor Bohamia/Argentina Local: Auditório Central Exposição Exposição permanente Telas e Estudos de Regina Simonis Local: Casa das Artes Regina Simonis - 2º piso Agendamento para grupos pelo telefone (51) 3056.2086 Até 31 de agosto Uniarte 10 Anos Local: Memorial das Artes de Santa Cruz do Sul Telefone: (51) 3056-2825 Até 31 de agosto Telas de Glória Fernandez Local: Saguão do bloco 1, no campus da Unisc


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GERAL

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Fotos: Luciano Pereira

ESTUDANDO ESPANHOL EM BUENOS AIRES Em sua sétima edição, Viagem de Estudos/ Curso de Espanhol leva alunos, professores e funcionários da Unisc para uma das cidades mais fascinantes da América Latina Fazer compras, comprar tíquetes de metrô, andar de ônibus, pedir informações, caminhar pelas ruas com um mapa na mão, conversar com as pessoas nas ruas ou nas praças, almoçar ou jantar em restaurantes, lancherias ou bares. São essas situações que tornam um curso de idioma no exterior uma experiência única. Mesmo que seja um curso intensivo, com uma semana de duração, o aprendizado é incomparável. É com essa proposta que a Unisc, por meio de sua Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII), promove todos os anos, nas férias de julho, viagens de estudo para colocar em prática, em países do Mercosul, o aprendizado do idioma espanhol. Alunos, professores e funcionários técnico-administrativos podem participar. Este ano, 18 pessoas viajaram a Buenos Aires para a sétima edição da experiência. Em edições anteriores, a Viagem de Estudos da Unisc já foi realizada também nas cidades de Santiago, no Chile, e de Montevideu, no Uruguai. A edição deste ano foi realizada de 18 a 26 de julho, na Universidade de Buenos Aires (UBA). O curso de espa-

nhol, de nível básico ou intermediário, possibilita ainda a realização de programas culturais, com aulas teóricas e práticas, promovendo a internacionalização das relações acadêmicas e a interação do grupo com comunidades da Argentina. Os valores referentes ao curso são financiados pela Unisc, por meio de convênio firmado entre as duas instituições, além do transporte de Santa Cruz do Sul a Porto Alegre e do aeroporto até o hotel. As demais despesas são por conta dos participantes, como alimentação, hospedagem e passagens aéreas. Experiência Os participantes da 7a Viagem de Estudos/Curso de Espanhol da Unisc não têm dúvidas sobre as vantagens desse intercâmbio. “Foi uma experiência muito profícua para o entendimento da Língua Espanhola, sua gramática e a conversação desenvolvida nos encontros do dia a dia”, resumiu o professor do Departamento de Ciências Contábeis da Unisc, José Rocha Saldanha, que por oito dias voltou a ser aluno. Ele, que havia ido à capital argentina cerca de 40 vezes para realizar o seu

Aula em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino. Estudos aliam a teoria gramatical aprendida em sala de aula com o cotidiano de países de Língua Espanhola

doutorado, buscou o curso por um aspecto muito importante da área contábil, que é a harmonização de normas contábeis com relação ao Mercosul. “Ir a Buenos Aires é sempre muito bom, pelo glamour e encantamento de seus cafés”, completou. Para a estudante do curso de Automação de Escritórios e Secretariado da Unisc, Liliane Cristina Rodrigues, o curso a ajudou a colocar em prática os conhecimentos adquiridos nas disciplinas de Língua Espanhola oferecidas na graduação. “Ter conhecimento de outro idioma se torna a cada dia mais indispensável, e poder estudar e viver a cultura de outro país agrega um conhecimento enorme, tanto para a carreira profissional quanto para a vida pessoal”, avalia Liliane, que também é funcionária da Instituição. “Para

a minha carreira, essa viagem foi de grande importância, pois preciso estudar, e muito, diferentes línguas. A experiência e as amizades ficam para sempre”, diz a estudante. A experiência é tão válida que o publicitário Leonardo Zerbielli, já graduado e pós-graduado pela Unisc, bancou os custos do curso para poder fazer parte do grupo de estudos. A intenção é se preparar para um mestrado na Espanha, no qual está concorrendo a uma bolsa de estudo. “O curso insere os alunos em um ambiente totalmente novo e, ao mesmo tempo, propício ao intercâmbio com o idioma, com o povo e a cultura argentina”, analisa Leonardo. “A experiência também serviu para entender mais e melhor uma cultura tão rica como a portenha”, acrescenta.

Com aulas das 9h30 às 12h30 e das 13h30 às 16h30, os participantes da 7a edição da Viagem de Estudos da Unisc tiveram, pela parte da manhã, aulas teóricas, onde se aprofundaram no estudo da conjugação de verbos e do uso de pronomes, com exercícios práticos que remetiam a situações do cotidiano. Na parte da tarde, as aulas eram ministradas em pontos históricos e turísticos de Buenos Aires, mesclando o estudo da língua, da história e da cultura argentina. Foram realizados trabalhos na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada; na Avenida de Mayo; na Plaza de los dos Congresos; no bairro La Boca, onde se situam o Caminito e o Estádio La Bombonera; no Puerto Madero; no bairro San Telmo e no Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba).

Capes recomenda Mestrado em Educação

Grupo de 18 pessoas participou das aulas na Universidade de Buenos Aires, na capital argentina

A Unisc teve recomendado, pelo Conselho Técnico Científico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mais um programa de pós-graduação stricto sensu. A Universidade passará a oferecer também o Mestrado em Educação. A área de concentração do novo Mestrado é em Educação, com três linhas de pesquisa: Aprendizagem, Tecnologias e Linguagens na Educação; Educação, Trabalho e Emancipação e Identidade e Diferença na Educação. O curso terá duração de dois anos, divididos em oito trimestres. O primeiro ano destina-se ao cum-

primento dos créditos nas disciplinas. O segundo, à elaboração da dissertação. O currículo terá um conjunto de disciplinas obrigatórias, que objetivam a formação de uma base epistemológica e o conhecimento dos aspectos teóricometodológicos da pesquisa em Educação, específicos de cada linha. O mestrado formará pesquisadores atentos à complexidade da sociedade contemporânea, preparados para enfrentar as dificuldades da produção do conhecimento na área da Educação. Além disso, profissionais abertos para desenvolver pesquisas e ações

educativas de caráter emancipatório, capacitados para estabelecer o permanente convívio intercultural e democrático. O Mestrado em Educação abrirá inscrições a partir do dia 10 de setembro. O curso oferecerá 20 vagas, anualmente. Mais informações podem ser acessadas, em breve, no site www.unisc.br. Esse é o sexto programa de pós-graduação em nível de mestrado da Unisc recomendado pela Capes.

Inscrições A partir do dia 10 de setembro. Mais informações no site www.unisc.br.


ENTREViSTA

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{ { FERNANDA MALLMANN Patrícia Fagundes, 34 anos, literalmente, circula por todos os palcos. Ela divide o seu tempo em várias funções, mas todas em favor do teatro. Graduada em Direção Teatral pela Ufrgs, ela fez mestrado em Direção Teatral em Londres e agora cursa o doutorado em Ciências do Espetáculo, em Madri, na Universidade Carlos III, em parceria com a Real Escuela Superior de Artes Dramaticas. Fora isso, Patrícia dá aulas e dirige espetáculos. Atualmente, ela trabalha com o projeto Em Busca de Shakespeare, cujo objetivo é investigar uma linguagem contemporânea para as obras do autor, resgatando o seu caráter popular. Aliás, é a isso que Patrícia se propõe: tornar o teatro mais popular. No dia 24 de julho, ela e a Cia. Rústica estiveram na Unisc apresentando a peça Sonho de uma Noite de Verão e Patrícia conversou com o Jornal da Unisc. Jornal da Unisc – Como é fazer teatro no Rio Grande do Sul? Patrícia Fagundes – Meu QG é Porto Alegre. Tenho uma relação com a região que é importante para mim. A arte, os artistas, cada vez os projetos vão ficando mais individuais, cada um quer ter sucesso. Em parte isso é normal porque o mercado é mais restrito no Sul do Brasil, muitos querem ir para São Paulo e para o Rio de Janeiro. Tem uma parte disso que é compreensível, mas eu tenho uma relação com a raiz. Tento produzir e fazer histórias de projetos legais em Porto Alegre. A gente precisa, cada vez mais, da consciência e da abertura das pessoas para o que é produzido aqui. Porque sempre tem essa coisa provinciana do encanto com tudo que vem lá de cima, com artistas da Globo.

Fernanda Mallmann

A gente precisa da consciência e da abertura das pessoas para o que é produzido aqui. Porque sempre tem essa coisa provinciana do encanto com tudo que vem lá de cima

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POR UM TEATRO MAIS POPULAR Mas eu gosto e invisto aqui. JU – O teatro, no interior do Estado,é uma arte pouco comum. Como popularizar o teatro? Patrícia – Eu sou uma sonhadora. Eu acho que é possível, não de acordo com o ideal como se fosse em outro lugar, mas dá para criar uma outra realidade aqui, buscar outros caminhos. Não querer que Porto Alegre seja Londres, ou que Santa Cruz seja Porto Alegre. É valorizar o que é possível, dadas as proporções. Não é o tamanho ou o local que vai garantir a qualidade. Eu acho que o que é necessário é que o poder público e as pessoas percam esse preconceito provinciano de achar que tudo que vem de Paris é bom ou que o que vem de São Paulo é bom. O que é preciso é investir, é estimular o poder público e o público, acreditar e querer que melhore. Eu também não acho que tudo é uma maravilha e perfeito, eu acho que tem que melhorar.

O teatro é uma experiência única, diferenciada e não tem que ser de massa, mas ele pode ser popular

{ { Esse é meu compromisso comigo mesma e eu penso que tem que ser um compromisso do artista, do professor, do intelectual, de evoluir cada vez mais e de conseguir crescer por si mesmo. Eu não espero também que o Estado ou que o mundo mude para que eu possa exercer a minha criação. Eu acredito que eu posso atuar nesse

mundo e, como artista, interferir para que alguma coisa melhore. JU – Você acha que o teatro é uma arte de acesso restrito ao grande público? Patrícia – Eu não acho que o teatro tenha acesso restrito, acontece que o público não se interessa por ir ao teatro, é diferente. O acesso a muitas peças é gratuito, quer dizer, o cinema é mais caro. O que é caro é quando as pessoas vão ao Theatro São Pedro e vão ver artistas da Globo. Mas aí eles não estão pagando para ver uma obra artística, estão pagando para ver aquela pessoa. Não acho o acesso difícil, também não acho que o teatro vá ser parte do fenômeno de cultura de massa que a gente vive hoje, onde é tudo extremamente massificado, como a tevê e o cinema. Filmes como o Homem Aranha, eu não tenho nada contra, mas são de consumo fácil. Eu acho que isso vai continuar existindo, mas o teatro é uma experiência única, diferenciada e não tem que ser de massa, mas ele pode ser popular. Tampouco acho que o teatro tem que ser erudito. Eu faço teatro para as pessoas. Não quero fazer obras incompreensíveis, mostrando toda a minha erudição e inteligência. Não é o propósito. O teatro é diferente no sentido de que ele é a única arte em que o artista e o público estão frente a frente e a obra está acontecendo naquele momento, não foi uma coisa feita muito antes e que está sendo repetida. Teatro acontece aqui e agora e cada peça é diferente da outra. A mesma peça é sempre diferente porque a gente não tem esse domínio, porque acontece uma troca com o público. A minha tese de doutorado está relacionada a qual seria o papel do teatro nessa sociedade em que a gente vive

que é extremamente tecnológica e massificada? É fazer o papel de contraponto e oferecer uma coisa que só ele pode oferecer. Eu acho que o teatro tem uma função e um espaço no mundo hoje. Claro, eu acho que precisa ter mais, ser mais popular. Acho que é um esforço do artista e do poder público investir nisso, porque se investem milhões no

Quanto ao público, as pessoas também precisam se arriscar a fazer algo diferente, além da novela

{ { cinema e não se investe no teatro. Quanto ao público, as pessoas também precisam se arriscar a fazer algo diferente, além da novela. JU – Falta ao público ter essa primeira experiência e então se encantar pelo teatro? Patrícia – Eu acho que sim. Eu gostaria que alguém, que nunca foi ao teatro, viesse e achasse: “é legal, quero ir outra vez”. É um compromisso da gente. Não existe uma tradição muito intensa de ir ao teatro no Brasil, aliás, não existe essa tradição. Em Moscou todo mundo vai ao teatro. As pessoas vão ao teatro como vão ao cinema, é normal. Então elas têm a referência para dizer: “isso é bom, isso é ruim, nesse eu vou, esse me interessa”. Aqui não temos isso. Mas eu acho que seria um hábito que enriqueceria muito o nosso panorama, as nossas perspectivas, a nossa janela para o mundo.

JU – Como o público recebe o teatro? Patrícia – Eu jamais culpo o público. O tipo de reação que o público vai ter é um diálogo que está se estabelecendo. Então, eu não posso dizer: “esse público é burro, ele não entendeu”. A minha utopia, a minha busca teatral é criar uma linguagem, fazer um espetáculo que seja interessante para todo tipo de gente. Não é fazer espetáculo fácil para as pessoas que não vão ao teatro entenderem. Mas fazer um espetáculo, em que venha um intelectual, um professor de teatro ou um adolescente da escola, ou seja, que se tenha muitos planos de compreensão, e uma mesma obra possa ser prazerosa para pessoas de interesses distintos. JU – Como você vê o papel da arte e do teatro no aspecto social? A arte é um agente transformador da sociedade? Patrícia – A arte é inerente à natureza humana, é necessária. Vários lugares do Brasil têm trabalhos artísticos ligados ao trabalho social. Por exemplo: o Olodum, em Salvador. Esse projeto do Carlinhos Brown modificou o perfil de uma comunidade que era extremamente miserável. Tem muitos projetos no mundo onde a arte é um elemento de recuperação de autoestima, de aprender um ofício. A arte tem um papel social, através de cursos de arte, por exemplo, as pessoas descobrem outras possibilidades. Eu conheço atores, colegas meus, que vêm de famílias super humildes e, através do teatro, encontraram uma possibilidade, uma outra perspectiva de vida. E, afora isso, independente desse trabalho social, eu acho que toda a comunidade que se relacione com a arte pode dizer que ela está viva, que ela está respirando.


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CENTRAL EM FAVOR DO MEIO AMBIENTE

JORNAL DA

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Universidade promove ações e desenvolve projetos permanentes que buscam a preservação ambiental FERNANDA MALLMANN A consciência de que é preciso preservar o meio ambiente, a cada dia, ganha mais força. E com a preocupação, vem também a necessidade de ações que minimizem os efeitos prejudiciais ao ecossistema. Na Unisc, trabalhos em favor do meio ambiente são feitos de diferentes formas e por diversos setores, mas sempre buscando a conscientização por meio de ações. E entre as ações, uma das que ganhará forma no mês de agosto é a neutralização do vestibular de inverno da Unisc, que ocorreu no dia 16 de junho. No caso do vestibular, que pela primeira vez teve o Selo Neutralize, foram contabilizadas todas as ações que causaram impacto ao meio ambiente, como gasto de energia elétrica e de papel. Com esses números em mãos, de acordo com o professor do Departamento de Biologia e Farmácia da Unisc Jair Putzke, foi feito o cálculo de quantas árvores terão que ser plantadas para compensar o prejuízo causado ao meio ambiente. Conforme Putzke, por meio do levantamento fitossociológico realizado no período de um ano na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Unisc, a quantidade de carbono armazenada por hectare foi estimada. Com base nisso, foi possível calcular quantas árvores precisam ser plantadas para neutralizar as ações do vestibular. O cálculo resultou em 72 árvores, tarefa que será executada no dia 18 de agosto. O plantio será feito na RPPN, que a Universidade mantém no município de Sinimbu.

põe a mão na consciência neutralize Trabalho permanente Mas não é somente com ações que a Unisc trabalha a questão do meio ambiente. A Universidade mantém setores que trabalham exclusiva e permanentemente com essa causa. Um deles é o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Gerenciamento de Recursos Hídricos (NRH), que desenvolve, atualmente, quatro projetos, entre eles, a coleta seletiva de lixo. A coleta busca conscientizar a comunidade acadêmica quanto ao retorno social, ambiental e econômico produzido pela destinação adequada de resíduos sólidos recicláveis gerados no campus de Santa Cruz do Sul. Graças ao projeto, no ano passado, foram separados quase 11 mil quilos de resíduos no campus. Para debater a questão meio ambiente, o NHR também promove, anualmente, seminários estaduais e regionais de Educação Ambiental, que já estão na terceira e na sexta edição, respectivamente. Este ano, os dois seminários ocorrem paralelamente, nos dias 16 e 17 de agosto. Outro setor que trabalha diretamente com as pesquisas que envolvem a questão ambiental na Unisc é o Pólo de Modernização Tecnológica do Vale do Rio Pardo (PMT/VRP). O pólo é dividido em quatro áreas, sendo que uma delas é meio ambiente. Hoje, o PMT/VRP tem em andamento 16 projetos de pes-

quisa na área ambiental. Com a coordenação de professores da Unisc, o auxílio de alunos bolsistas e financiamento da Universidade e de órgãos externos, são pesquisados assuntos diversos que englobam temas como a pesquisa do biodiesel, saneamento urbano e rural, qualidade da água,

Projetos

NRH

- Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo - Comitê Pardo - Gestão das Águas dos Rios Pardo e Pardinho, Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, RS, Brasil: desenvolvimento sustentável com inclusão social -Coleta Seletiva e Compostagem do campus da Unisc -Sucessão Florestal e Identificação da Composição de Matas Ciliares na Bacia Hidrográfica do Rio Pardinho

desinfecção de efluentes, sucessão florestal, entre outros. "Esses temas são articulados, a partir do pólo, com o ensino e a pesquisa, especialmente com os cursos de Engenharia Ambiental, Biologia, Química Industrial e o mestrado em Tecnologia Ambiental. Como resul-

tado prático, bolsas de pesquisa, infra-estrutura laboratorial, registro de patentes e atendimento de demandas públicas são realizadas", afirma o professor Ênio Leandro Machado, coordenador da área de Meio Ambiente do Pólo de Modernização Tecnológica do Vale do Rio Pardo.

PÓLO DE MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA - Estudos sobre comunidades de vespas (insecta, hymenoptera, vespidae) no Rio Grande do Sul, Brasil - Degradação e análise de pesticidas presentes em efluentes agrícolas líquidos - Descolorimento de efluentes têxtis através de eletrocoagulação combinada com processos oxidativos avançados - Desfluoretação parcial de águas subterrâneas - Estudos sobre formas alternativas de saneamento urbano e rural a baixo custo - Gestão das águas dos rios Pardo e Pardinho, Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, RS, Brasil: Desenvolvimento sustentável com inclusão social - Obtenção de lipases fúngicas imobilizadas por fermentação em fase sólida para produção de biodiesel - Sistema compacto para detoxificação e desinfecção de efluentes urbanos -Assistência técnica, extensão rural e capacitação para o aproveitamento integral do girassol, com ênfase na produção de biocombustível aos fumicultores dos vales do Rio Pardo e Taquari, com diversificação da propriedade -Estudo da eficiência do processo de desfluoretação parcial de águas subterrâneas em condições reais de operação para consumo humano -Novas metodologias analíticas para avaliação de misturas biodiesel/diesel -Coleta seletiva e sistema de compostagem do Campus da Unisc -Projeto de pesquisa em sucessão florestal e identificação da composição de matas ciliares na Bacia Hidrográfica do Rio Pardinho -Coleção entomológica científica da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS, Brasil -Produção e avaliação de biodiesel de óleo de girassol produzido em sistema contínuo -Índice biológico de qualidade da água (IBQA), diatomáceas epilíticas (Bacillariophyceae), bacias hidrográficas dos rios Pardo e Vacacaí, RS, Brasil


JORNAL DA

CENTRAL

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A tendência é neutralizar Neutralizar eventos é, cada vez mais, uma tendência. Na entrevista abaixo, o doutor em Botânica Jair Putzke, professor do Departamento de Biologia e Farmácia da Unisc, explica como funciona o processo.

O que significa neutralizar um evento? Putzke - Qualquer ação humana, a começar pela nossa respiração, assim como pelo consumo de materiais e de combustíveis, resulta em emissões de Carbono para a atmosfera. O nível de Carbono na atmosfera está elevado e aumentando, o que resulta no problema do efeito estufa. Entretanto, qualquer atividade pode ter suas emissões de Carbono reduzidas ou mesmo zeradas por algumas ações, entre as quais o plantio de árvores. Portanto, pode-se calcular quanto Carbono é emitido em qualquer atividade e quantas árvores seriam necessárias para acumular esse Carbono, zerando essa emissão. Isso resulta na neutralização das emissões e pode ser aplicado a qualquer evento.

Como a prática ajuda a minimizar os efeitos prejudiciais ao meio ambiente? Putzke - Essa prática está começando a se tornar comum, mas o emprego no dia a dia ainda necessita de divulgação. Várias personalidades fazem o plantio

de árvores como medida mitigadora do impacto delas, por exemplo, por voarem muito de avião. Muitos eventos têm adotado essa prática também. E há também grupos que assumem a responsabilidade até de plantar as árvores necessárias, assim que se sabe quanto cada um emite de Carbono por ano, por exemplo. Como cerca de 25% do Carbono emitido no planeta é pelas ações domésticas, imaginem o impacto da redução somente dessa fonte por meio de reflorestamento que cada pessoa pode assumir, até mesmo sem colocar a mão na terra. É importante notar que se deve priorizar plantios com espécies nativas do Brasil e em nosso caso especial, nativas do Rio Grande do Sul, pois permitirão a manutenção de outras espécies da nossa grandiosa biodiversidade. Portanto, além de reduzir as emissões de Carbono que diminuem o efeito estufa, estaremos contribuindo também para a manutenção da nossa biodiversidade em áreas novas, onde o reflorestamento foi feito, além de outros benefícios do reflorestamento como redução de erosão e de enchentes, por exemplo.

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Compromisso de formar profissionais conscientes Além de projetar, de desenvolver e de executar trabalhos que destaquem o meio ambiente, a Unisc também tem o compromisso de formar profissionais que trabalhem pela causa ambiental. São biólogos, engenheiros e demais especialistas que terão, futuramente, no mercado de trabalho, o conhecimento e a responsabilidade de trabalhar priorizando o meio ambiente. Na graduação, há cursos específicos, como Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental, para quem pretende trabalhar, no dia-a-dia, com o meio ambiente. Em nível de especialização, a

Unisc também oferece o curso de Licenciamento Ambiental, e, em 2005, ela teve aprovado um mestrado exclusivo na área, em Tecnologia Ambiental. No mestrado em Tecnologia Ambiental, duas dissertações já foram defendidas e outras 40 estão em andamento. Conforme a subcoordenadora do curso, Lourdes Teresinha Kist, a maioria dessas pesquisas se referem ou têm como estudos de caso, exemplos das regiões dos vales do Rio Pardo e do Taquari. “Temos trabalhos de alunos que estão tentando resolver problemas já existentes em empresas que

trabalham ou de que são proprietários. Em outros, temos mestrandos buscando novas tecnologias que possam ser utilizadas para minimizar ou remediar os impactos causados pela poluição no meio ambiente”, afirma a professora. De acordo com ela, a missão do curso é a formação de profissionais direcionados à prevenção e à solução de problemas ambientais. “Nessas soluções ainda priorizamos a utilização de novas tecnologias ambientais, com enfoque na tecnologia mais limpa”, reforça a subcoordenadora do Mestrado.

tinadas à preservação, à pesquisa, a projetos de educação ambiental e a atividades de ecoturismo. Com essas iniciativas, a Unisc pretende ampliar as atividades de educação ambiental

envolvendo universitários, alunos da rede escolar e população em geral, permitindo que a comunidade se integre ao local e entenda a importância da natureza e da sua preservação.

Reserva de preservação Em 2005, a Universidade recebeu, por uma doação da empresa Souza Cruz, um espaço que ela destina exclusivamente à preservação ambiental. É a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), uma área que abrange 385 hectares, incluindo o Salto do Rio Pardinho, no município de Sinimbu, a 48 quilômetros de Santa Cruz do Sul. A área é constituída por 60% de matas virgens, 20% de matas secundárias e capoeiras em regeneração e 20% de terras recentemente ocupadas pela agricultura e pecuária em minifúndios. Com fauna e flora abundantes, a RPPN conta com áreas des-


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EXTENSÃO

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Depois de beneficiar a comunidade de Venâncio Aires em 2006, o Projeto Rondon/RS Unisc, em sua terceira edição, volta a atuar em Santa Cruz do Sul. Ao todo, nove estudantes canadenses e nove da Unisc, além de um supervisor de cada país, irão desenvolver atividades em nove pontos do município. O Projeto Rondon promove o intercâmbio entre estudantes do Brasil e do Canadá por meio de parceria firmada com a Organização Não-Governamental (ONG) Jeunesse Canada Monde. O intercâmbio tem duração de seis meses. Em setembro, eles embarcam para a segunda parte do projeto na cidade de Terrebonne, província de Quebec, Canadá, onde ficam até dezembro. Em Santa Cruz do Sul, os rondonistas realizarão atividades em zonas carentes da cidade. “A expectativa é ter um grande aprendizado, conhecer uma nova cultura e também poder ensinar”, diz Emerson Vogt, um dos participantes do projeto. Segundo Emerson, o projeto é um reflexo do ensino da Unisc, voltado para a qualificação dos alunos com convivência profissional, social e cultural. Os locais beneficiados no município são a Escola Caique, no bairro Menino Deus; o Asilo do bairro Bom Jesus; a Apae; a Escola Dr. Guilherme Hildebrand, no bairro Santo Antônio do Sul; os Pos-

Emerson: expectativa de um grande aprendizado

Bouchard: diferença entre pobres e ricos

Marluce: atividades relacionadas ao meio ambiente

Vucetic: melhorar o acesso à saúde e à educação

tos de Saúde da Família, nos bairros Pedreira e Menino Deus; a Escola Harmonia e o Centro Social Beatriz Jungblut; a Escola Santuário e o Centro Social de Turno Oposto; e o Programa Prato Forte, no bairro Menino Deus, que, em parceria com a Cozinha Social Gideões, com o Programa de Agricultura Familiar e com a Padaria Municipal, distribui refeições em nove pontos do município. “As atividades que propomos servem como uma troca de conhecimentos acadêmicos e culturais, interagindo com as pessoas da comunidade”, define a supervisora brasileira do grupo, Cristiana Mueller. “É um grupo integrado, muito a fim de trabalhar e de ajudar a comunidade”, garante.

em casas de famílias santa-cruzenses, também em duplas, mas do mesmo sexo. De origens bem diferentes, os grupos têm expectativas distintas do trabalho e da cultura que começam a enfrentar. “Há uma diferença muito grande entre pobres e ricos, entre centro e periferia”, comenta o canadense David Bouchard, 21 anos. Pela primeira vez no Brasil, ele também se impressionou com o medo com que vive a população. “No Canadá quase não temos muros ou grades nas residências, e aqui há em todas as casas”, lamenta ele. Assim como Bouchard, o também canadense Goran Vucetic, 20 anos, chocou-se com a diferença social e pretende ajudar as crianças de Santa Cruz do Sul a terem acesso a melhores condições de saúde e de educação. “Temos pobreza no Canadá, mas lá as pessoas têm acesso às necessidades básicas”, diz Vucetic, que escolheu o Brasil por se considerar brincalhão e bem humorado. “Te-

nho muito a ver com a cultura brasileira. As pessoas aqui são emotivas e alegres”, conta. Já a estudante de Engenharia Ambiental da Unisc, Marluce Purper, espera contribuir levando o diferente até a comunidade. “Pretendo trabalhar com questões

relacionadas ao meio ambiente, entre outros projetos”, destaca. Em relação aos colegas canadenses, ela confessa que se surpreendeu. “Eu esperava que eles fôssem frios, mas encontramos pessoas acessíveis e também muito emotivas”, afirma Marluce.

Experiência O grupo canadense chegou no início de julho a Santa Cruz do Sul. Após um breve período de integração, os rondonistas passaram a visitar os pontos em que iriam desenvolver os seus trabalhos. Eles atuam em duplas de sexo diferente nos bairros e moram

Participantes Canadenses: David Bouchard Mathieu Giroux Cody Jack Alex Perron Comerford Goran Vucetic Gabrielle Frappier-Allard Christine Knockaert Allison McKnight Megan Schmidt

Brasileiros da Unisc: Emerson Vogt Mateus Antunes Pereira Joel Eduardi Haas Oliveira Cássio Rosa Jeferson Henn Adriana da Silveira Motta Andressa Pens Lazzari Marluce Purper Patrícia Lucinha Fighera

Supervisores: Martin Roy e Cristiana Verônica Mueller

Divulgação

Estudantes canadenses e da Unisc atuarão em nove locais

Fotos: Luciano Pereira

RONDON CONFRONTA REALIDADES DISTINTAS


PESQUiSA PARA PROTEGER E INCENTIVAR A INOVAÇÃO NITT foi criado em dezembro de 2006 para promover a gestão da propriedade intelectual e estimular a inovação dentro e fora da Universidade Jô Nunes

Desde dezembro de 2006, a Unisc conta com o Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT), ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG). O NITT busca disseminar, dentro da Universidade e fora dela, a importância da proteção do conhecimento, da inovação tecnológica e da sua transferência e aplicação junto à sociedade. O NITT foi criado para promover a interação entre a Unisc e a comunidade externa, no que diz respeito à propriedade intelectual e à transferência de tecnologias produzidas pela Universidade. Com essa orientação, o setor propõe-se a dar o suporte necessário à comunidade acadêmica para maximizar os resultados das pesquisas institucionais, trabalhando para tornálas efetivamente úteis aos diversos segmentos da sociedade, por meio da transferência de tecnologia. Nessa perspectiva, o NITT também prospecta e recebe as principais demandas tecnológicas da comunidade externa e, internamente, procura atendê-las pela ação compartilhada com os grupos de pesquisa e com os programas de pós-graduação da Universidade. As ações do NITT realizam-se de modo integrado com o Pólo de Modernização Tecnológica (PMT/ VRP), o Núcleo de Assessoramento a Projetos (Nuap) e a Incuba-

Liane: estrutura focada na elaboração de projetos

dora Tecnológica Unisc (Itunisc), tanto na busca de recursos externos como no atendimento às demandas tecnológicas. O setor presta serviços relacionados ao registro e à gestão da propriedade intelectual, como marcas, patentes, desenho industrial e software, além de promover capacitações sobre legislação e temas da área. O NIIT busca ainda empresas que possam comercializar as inovações produzidas pela Universidade, estimulando o desenvolvimento da região. Para o coordenador do NITT, Rogério Silveira, a criação do núcleo representa mais um passo da Unisc para a conscientização da comunidade acadêmica quanto à importância da proteção e da valorização do conhecimento produ-

zido. Além disso, também significa uma aproximação e integração com as empresas e demais organizações da sociedade, por meio do desenvolvimento de pesquisas inovadoras, de interesse da sociedade e que podem ser transferidas ao setor produtivo e à comunidade. Já para a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Liane Mählmann Kipper, o NITT, além de conscientizar sobre a importância da proteção do conhecimento, é um agente indutor de desenvolvimento e de apoio para a ciência, pois suas ações também visam conhecer os bancos de patentes, mapeando as inovações já registradas por área de interesse. “A implantação do NITT faz parte do plano de ação para 2007, para construir, em conjunto com o Pólo de Modernização Tecnológica, a Itunisc e o Nuap, uma estrutura focada na elaboração de projetos em conjunto com a sociedade e na busca da captação de recursos externos para o seu desenvolvimento”, ressalta Liane. O NITT já possui um catálogo de patentes disponíveis para comercialização. A partir de setembro, oferecerá também cursos na área de gestão da propriedade intelectual e transferência de tecnologia. Informações pelo telefone (51) 3717-7516, pelo e-mail nitt@ unisc.br ou no site www.unisc.br/ pesquisa/nitt.

Biodiesel: Unisc firma parcerias A Unisc firmou, no dia 16 de julho, parceria com três empresas da região que vão possibilitar a pesquisa de produção de biodiesel. Os contratos foram assinados com a Sur – Engenharia, Máquinas e Instalações Industriais Ltda., de Santa Cruz do Sul, com a Tramontini – Implementos Agrícolas Ltda., de Venâncio Aires, e com a Hilário Schultz Técnica Comercial, de Santa Cruz do Sul. Os contratos possibilitarão o desenvolvimento dos projetos Produção e avaliação de biodiesel de óleo de girassol produzido pelo sistema contínuo-biosol e Oleoquímica: Produção, extração, caracterização e transformação de óleos vegetais com ênfase na obtenção de biodiesel e aproveitamento de subprodutos.

Dentro da parceria com a Unisc, a empresa Sur é responsável pelo desenvolvimento de equipamentos necessários, a Tramontini fará os testes de uso do biodiesel e a Hilário Schultz será encarregada de fazer a análise de motores após o uso do biodiesel. A Unisc ainda é parceira da Afubra no plantio do girassol utilizado na pesquisa. “É um trabalho feito por um grupo e que resultará num produto que a comunidade poderá usufruir, ou seja, a tecnologia será aplicada”, ressaltou a professora coordenadora da pesquisa de biodiesel na Unisc, Rosana Schneider. As pesquisas serão financiadas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que já aprovou R$ 215.932,50 para os

projetos, e pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Rio Grande do Sul (Fapergs), que deve liberar R$ 150.000,00 para o estudo, além de investimentos da Afubra, que receberá recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no próximo plantio de girassol. A Unisc está investindo no projeto com a destinação de professores, de alunos bolsistas e de estrutura para o desenvolvimento e para produção do biodiesel. “Estamos satisfeitos porque conseguimos levar, para fora da Universidade, a pesquisa que é feita aqui. Nesse projeto, estamos levando a Unisc para o meio rural, para o benefício do meio rural. Esse papel da pesquisa é muito importante”, destacou o reitor, Vilmar Thomé.

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O que faz o NITT? Registro e Gestão da Propriedade Intelectual Registra e gerencia patentes, marcas, desenhos industriais e softwares junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). São feitos procedimentos, como a averiguação de anterioridade, além da análise da viabilidade técnica e econômica do invento. Após, é monitorado o cumprimento das exigências. Pesquisa, Desenvolvimento e Soluções Tecnológicas Apresenta ou desenvolve soluções tecnológicas para empresas, por meio da pesquisa feita na Universidade. Para isso, conta com o auxílio dos Grupos de Pesquisa dos cursos de pós-graduação e do Pólo de Modernização Tecnológica do Vale do Rio Pardo (PMT/VRP). Transferência de Tecnologias Gerencia a transferência de tecnologias produzidas na pesquisa desenvolvida na Unisc, para as empresas e demais organizações. Atua como agente de negociação entre Universidade e empresas, por meio de ações de licenciamentos ou de transferência de Know-how. Capacitação de Recursos Humanos Promove atividades voltadas à difusão da propriedade intelectual no âmbito da Universidade/ Empresa, por meio de palestras, cursos e outros eventos, para capacitação de profissionais nas áreas relacionadas à propriedade intelectual e à gestão da transferência tecnológica.

Serviços Para as empresas e demais organizações sociais - Apresenta produtos ou processos inovadores capazes de serem comercializados em escala industrial - Presta serviços no registro de marcas, softwares e desenhos industriais - Promove capacitações voltadas à gestão da propriedade e da transferência de tecnologias Para a Comunidade Acadêmica - Resguarda direitos de autoria de pesquisadores, alunos ou funcionários - Assessora na verificação de inovação da pesquisa, evitando que sejam feitas pesquisas já existentes e que não serão possíveis de exploração comercial - Efetua e monitora o registro da pesquisa inovadora junto ao INPI - Busca transferir tecnologias de pesquisadores, alunos e funcionários junto ao setor produtivo - Gerencia os royalties auferidos sob toda a comercialização feita, repassando-os aos autores dos inventos

Seminário de Pesquisa No mês de agosto, a Universidade terá quatro dias dedicados a divulgar a pesquisa. A Instituição vai promover o 1º Seminário de Grupos de Pesquisa da Unisc. A Universidade tem hoje 42 grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), separados em quatro grandes áreas do conhecimento: Ciências Humanas; Ciências Biológicas e da Saúde; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Sociais e Aplicadas. A inten-

ção é reunir os grupos, proporcionando a divulgação da produção científica e a integração. A abertura do seminário, no dia 20 de agosto, será feita pela pró-reitora de Pós-Graduação da Ufrgs, Valquíria Linck Bassani, e pelo pró-reitor de Pesquisa da Ufrgs, Cesar Augusto Zen Vasconcellos. Os dois professores também são líderes de grupos de pesquisa na instituição. A programação segue até o dia 24, com as apresentações dos trabalhos dos grupos da Unisc. Fernanda Mallmann

Parceria com três empresas da região irá possibilitar a pesquisa sobre a produção de biodiesel




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ViDA DE ALUNO Fotos: Divulgação

DE MALA E CUIA PARA BACABAL fissional e pessoal”, salienta. Como experiência, o técnico cita o fato de administrar um grupo de atletas com diferentes costumes e culturas e com torcidas muito atuantes e apaixonadas. O término dessa etapa da vida de Costa será neste ano, já que ele não vê a hora de rever os familiares, amigos e voltar para concluir o curso de Educação Física na Unisc. (B.L.)

Inaugurando o “gramado” Faz apenas três meses que Darley Costa está em Bacabal. Mas, mesmo assim, já passou por inúmeras experiências curiosas. A mais interessante, na qual ele afirma que nunca irá esquecer, ele narra abaixo. “Normalmente, durante a pré-temporada, são realizados amistosos preparatórios para a competição. Jogos e treinos que ficam em cidades vizinhas ou até mesmo na própria cidade. Mas recebemos um convite para inaugurar um gramado numa cidade chamada Loreto. Lugar esse que, teoricamente, seria a cinco horas de viagem. Por ser um lugar pequeno, poucos haviam ouvido falar do local. Feito isso, arrumamos as malas, organizamos a viagem e partimos em direção à tal localidade. O caminho começou a ser percorrido e o tempo começou a passar: 1, 2, 3, 4..... 15 horas de viagem e a cidade não chegava nunca! Ficamos apavorados, pois saímos no início da tarde e já era 01h30 da manhã do dia seguinte e não se via nenhuma luz. Levamos 16 horas de viagem até chegar em Loreto. Ao chegarmos fomos para o hotel dormir. No dia seguinte, fizemos o reconhecimento do gramado que, na verdade, não tinha grama alguma, era só areia! Foi algo que nunca tinha visto na minha vida. O estádio sem alambrado estava lotado, algo em torno de 5 mil pessoas, pois a cidade havia parado para o evento. Havia banda de música, fogos, carros de som e o prefeito nos entregou a chave da cidade. No final das contas, vencemos o jogo, mas tivemos uma receptividade tão boa que esquecemos os problemas de distância e comunicação. Fomos embora após o jogo, com o convite de retornar em uma outra ocasião, convite esse que gentilmente aceitamos para o próximo ano”.

Arte: Silvia Bittencourt

Bacabal. Você já ouviu falar neste lugar? Pois é lá que o estudante da Unisc Darley Costa Pires atua como técnico do Bacabal Esporte Clube (BEC). Foi em maio deste ano que Costa resolveu trocar Santa Cruz do Sul por um lugar tão diferente. Trancou a matrícula do curso de Educação Física e decidiu ir morar no Maranhão. A oportunidade surgiu por meio de um atleta que havia jogado no time e indicou Costa ao Presidente do BEC. “Devido à minha experiência profissional como atleta, durante 15 anos, e como técnico, durante quatro anos, recebi esse convite”, afirma. Longe de Santa Cruz, Costa revela que, num primeiro momento, as principais diferenças notadas são o clima quente e úmido, com temperaturas que variam entre 30° e 38°C; a culinária nordestina; as músicas tradicionais do local - forró, baião -; a arquitetura bastante diferente, com prédios baixos e com terreno plano; e o sotaque nordestino acentuado, bem diferente daqui, onde a cultura tradicional germânica predomina. O estudante da Unisc diz que durante a vida atlética teve que trabalhar em vários estados do país, o que lhe proporcionou uma idéia básica das experiências que iria encontrar. Um dos fatores que levaram Costa a aceitar a proposta foi a questão financeira. “Felizmente, consegui unir o útil ao agradável, pois a oportunidade profissional fez com que pudesse atuar em um mercado de trabalho com ótimas perspectivas futuras”, revela. Mas garante que sente falta da esposa Adriana e do filho Lucas, que ficaram em Santa Cruz do Sul. “Também tenho saudade do convívio dos amigos do futebol, dos colegas, professores e do suporte técnico que a Unisc oferece para meu crescimento pro-

Darley Costa Pires atua desde maio como técnico do Bacabal Esporte Clube, no Maranhão. Para ele, administrar um grupo de atletas com diferentes costumes e culturas é um aprendizado

Onde fica a cidade de Bacabal? É uma cidade do estado do Maranhão. Está localizada a cerca de 250km de distância da capital do Estado, São Luís, nas margens da BR-316. Segundo dados de 2006, do IBGE, o local tem 96.883 habitantes. Limita-se com os municípios de Vitória do Mearim, Lago Verde, Ipixuna, Lago do Junco, Coroatá, São Mateus do Maranhão, Olho D’Água da Cunhãs e Pio XII.


E AGORA

REFLEXÕES SOBRE CARREIRA E PROFISSÃO

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Adriano Silva é executivo numa grande empresa de mídia brasileira

VOCÊ SABE VENDER? Mais da metade das pessoas que eu conheço têm horror a serem colocadas numa situação de venda. Detestam ter que vender alguma coisa para alguém. É provável que se trate de timidez, de auto-estima baixa, de inibição pura e simples. Afinal, o quesito básico para vender é não ter medo do “não”, é estar seguro de si a ponto de não desanimar com um possível rechaço, é saber que a rejeição aí, se houver, refere-se ao produto, à proposta feita, à oferta em questão – e não necessariamente ao vendedor. Ou seja: a eventual negativa é estritamente profissional, não precisa ser tomada no plano pessoal.

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é saber se expressar. Saber vender é saber seduzir. É preciso aprender a mexer nessa ferramenta. Nós deveríamos aprender a vender na escola. Vendas deveria ser uma disciplina que acompanha o sujeito da alfabetização ao vestibular. E que o seguisse adiante, como cátedra de todos os cursos universitários. Vender é essencial em todas as áreas. Devíamos ter aulas de retórica, de discussão, de negociação. Afinal, há democracias mais antigas que a nossa – como Estados Unidos e Inglaterra – que estão vários quilômetros à frente nessa corrida por capacitar melhor seus cidadãos ao debate. Em várias escolas de ensino médio americanas, por exemplo, há clubes de discussão, em que a garotada se reúne em times e bola estratégias para a defesa de posições contra e a favor a partir de situações hipotéticas.

Como a maioria das pessoas foge da posição de vendas, imagino que os vendedores sejam aqueles que sobraram. Ou porque, no contrafluxo da manada, gostam da coisa e têm talento para ela. Ou porque não têm talento para fazer outra coisa e aprenderam na marra a gostar de vendas – e, claro, das comissões que funcionam como o bombom que se dá a uma criança depois de um xarope amargo. No entanto, vender é algo que todos temos obrigação de saber fazer. Pense em vendas não como um departamento numa empresa, ou como uma caixinha num organograma, ou numa posição ocupada por um sujeito malformado, de sorriso falso e gravata cara. Pense em vendas como uma função. Uma capacidade que representa grande vantagem competitiva a quem a tem bem desenvolvida.

É claro que tendem a sair daí melhores negociadores do que seus pares brasileiros que emergem de uma cultura em que o embate de idéias é tido como coisa a ser evitada, em que a discussão é vista como uma doença, em que os esforços são sempre para abafar o conflito, em que o bonito é acomodar os www.osfiguras.com.br interesses à força, silenciando a disputa, fingindo que não há diferenças a serem confrontadas, falando pelas costas e à boca pequena o que deveria ser dito às claras, olho no olho.

Polir a sua habilidade de vender lhe permitirá ser mais influente, arregimentar mais pessoas ao redor das suas idéias, ganhar mais adeptos às suas crenças e proposições. Saber vender significa passar uma imagem melhor de si mesmo a um número maior de pessoas. Um bom vendedor se torna mais safo socialmente, desenvolve mais alianças, engole um número menor de contrariedades. Isso tem efeito até na capacidade do sujeito de falar – os speeches ficam claros, diretos e atraentes, a argumentação ganha mais ênfase, foco e concisão, a defesa de um ponto, de uma visão, de uma idéia fica mais forte, a voz sai mais firme. Saber vender

É claro que essa deficiência coletiva abre espaço e oportunidade para o desenvolvimento de uma vantagem individual: quem aprender a vender melhor, um pouquinho que seja, terá grande dianteira.

DICAS PARA LER... Livraria da Unisc

50 contos de Machado de Assis Editora: Cia. das Letras Preço: R$ 39,50 (à vista 10%)

Um homem que tem o estranho prazer de torturar ratos, e encara a morte da mulher com a mesma satisfação; uma mulher tão obcecada em esconder a idade que impede a filha de se casar; um rapaz de quinze anos que se deixa empolgar pela visão dos braços de uma mulher mais velha... Essas são algumas das situações e personagens desta antologia de contos de Machado de Assis.

Biblioteca

Toda terça, de Carola Saavedra Editora: Cia. das Letras Localização: Ch863S112t 2007

Escrito por uma mulher, dirigido às mulheres. Mas não feminista. Toda terça é formado a partir de três histórias, narradas por mulheres. O que liga elas: a terça-feira, nas três histórias os acontecimentos se dão, sempre às terças-feiras. Um livro inteligente, para homens e mulheres.

Edunisc

Os peixes do Rio Pardinho, organizado por pesquisadores da Unisc, 98 p. Preço: R$ 30

O livro é fruto da curiosidade e da obstinação de alguns acadêmicos do curso de Ciências Biológicas e de alguns biólogos que resolveram investigar nosso rio, ainda inexplorado sob o ponto de vista de biodiversidade de animais aquáticos, em especial de peixes. Dedicado para pesquisadores, professores das escolas da região e moradores de suas margens.


JORNAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL NÚMERO 74 NÚMERO 74 AGOSTO DE 2007 AGOSTO DE 2007

ESPORTE

“Eu não acredito”. A frase, dita e lida nos lábios da atleta Sabine Heitling logo após ela cruzar a linha de chegada dos 3 mil metros com obstáculos do Pan do Rio de Janeiro, foi repetida por vários torcedores e fãs em Santa Cruz do Sul e no Estado. E por que não, agora, no Brasil. A façanha da competidora da equipe da Unisc não veio ao acaso, é claro, mas foi uma grata surpresa para quem aos 20 anos estreava nos Jogos e tinha, como rival e favorita, a atual campeã do Troféu Brasil e líder do ranking brasileiro nessa prova, Zenaide Vieira. Antes de se tornar a primeira medalhista de ouro do atletismo gaúcho em Pan-Americanos, porém, Sabine superou muitos outros obstáculos. Descoberta em competições escolares pelo treinador da equipe de atletismo da Unisc, Jorge Peçanha, ela foi lapidada e encaixada em uma prova que passou a dominar. Desde os 15 anos, ela já vinha conquistando títulos em todas as categorias, inclusive no adulto. “A Sabine já era campeã e recordista pan-americana juvenil, então para nós não foi surpresa esse resultado”, afirmou Peçanha na entrevista coletiva que recepcionou os atletas. “Em meus 30 anos no atletismo, nunca vi alguém com uma técnica tão apurada nessa prova”, garantiu. E Jorge Peçanha vai mais longe. “Estamos diante dos dois melhores atletas da história do atletismo gaúcho”, disse com convicção o treinador e pai de Fabiano Peçanha, bronze nos 800 metros rasos. Fabiano repetiu o feito de 2003, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana. Para o reitor da Unisc, Vilmar Thomé, Fabiano e Sabine são os expoentes de um projeto que já conta com mais de 130 crianças. “O compromisso da Unisc é promover a educação, a saúde e a inclusão social por meio do esporte”, destacou Thomé. “Não cobramos resultados de nossos atletas, mas é claro que, de um trabalho bem feito, irão surgir qualidades, e muitas ainda virão”, garantiu. As conquistas Além do ouro, Sabine superou o seu recorde pessoal, com o tempo de 9m51s13. As brasileiras

dominaram a prova até quase o final. Zenaide tomou a liderança nos 200 m finais, mas foi ultrapassada por Sabine após o fosso. A gaúcha se aproveitou da passagem para apertar o ritmo e ganhar a prova sem ameaça. “Ofereço essa vitória ao público brasileiro, que me apoiou durante toda a prova e principalmente na chegada”, comentou Sabine. “Foi muita emoção escutar o estádio inteiro vibrar ao anunciar o meu nome e o nome do País”, disse. Mas para a atleta santa-cruzense, os primeiros obstáculos começaram em janeiro, quando ela e Fabiano Peçanha foram treinar na Colômbia. “Ficamos longe da família, dos amigos, dos colegas de treinamento, mas essa conquista e o carinho de todos recompensa tudo isso”, confessou Sabine. Já Fabiano acha injusto o treinador não receber medalha. “O pai (Jorge Peçanha) tem um papel fundamental nisso tudo”, lamentou. “E em relação à Unisc, foi uma parceria fundamental, pois mesmo em um momento difícil e de pouco apoio ao esporte no Brasil, essa Instituição sempre acreditou na gente”, salientou o atleta. E os atletas nem tiveram tempo para descanso. Em agosto Fabiano viaja para a Tailândia, onde disputa a Universíade. Já Sabine participa do Mundial de Atletismo em Osaka, no Japão. E em 2008 tem as Olimpíadas...

Sabine conquistou uma medalha de ouro inédita para o atletismo do Rio Grande do Sul Luciano Pereira

Sabine conquista medalha inédita ao vencer a prova dos 3 mil metros com obstáculos. Fabiano Peçanha repetiu o bronze de 2003.

Comitê Olímpico Brasileiro

UNISC É OURO E BRONZE NO PAN

CMYK

No dia 28 de julho, foi realizado no Ginásio da Unisc a 2ª Copa Santa Cruz de Judô, evento de âmbito estadual organizado pela Federação Gaúcha de Judô, com o apoio da 2ª Delegacia Regional de Judô do Interior, da Assessoria de Marketing Esportivo da Unisc e da Unimed VTRP. A competição reuniu cerca de 300 atletas de todas as categorias de idade e peso, com atletas desde os seis até mais de 40 anos de idade, de várias cidades do estado. A Unisc conquistou o primeiro lugar geral masculino na divisão especial, com a KIAI, de Canoas, em segundo e, em terceiro, a Assonaju (Dom Feliciano/ Camaquã); e o terceiro lugar geral feminino, onde ficaram, respectivamente, com a primeiras colocações, a Gloc, de Venâncio Aires, e a KIAI, de Canoas. A Unisc foi representada por 38 atletas e teve nove campeões, com os atletas Augusto Bizarro, Maurício Hinterholtz, Giulia Lopes (campeã absoluto juvenil), Henrique SIlva, Carlos Eurico Pereira (campeão da categoria e absoluto master), Suely Schuller, Leonardo Penha e Ikaro Dutra; sete vice-campeões, com Alex Tomilin, Henrique Silva (absoluto senior), Giulia Lopes, Marciel Behm, Alexandre Baungarten, Lara Moraes e Fernando Holsbach; e 10 terceiros lugares, com os atletas Gabriel da Costa, Tiago de Souza, Mateus Antunes, Franciele Machado, Juliano de Campos, Hélcio de Souza (absoluto senior), Regina Schuler, Alexandre Nascimento, Luan de Souza e Diego do Nascimento.

HANDEBOL Jorge, Sabine e Fabiano foram homenageados pelo reitor Vilmar Thomé em nome da Universidade

Cestinha é campeão sul-americano A categoria cadete do Projeto Cestinha Sesi/Unisc/Educarse conquistou, no último final de semana, o título de campeã do 11º Encontro Sul-Americano Infantil/ Cadete de basquete. Cerca de 400 jovens de vários estados brasileiros, além do Paraguai, participaram do evento realizado na Sociedade Ginástica Novo Hamburgo. No infantil masculino, o Cestinha terminou em sétimo lugar. Além do título, a categoria cadete do Cestinha teve o atleta Igor Dias escolhido como um dos pivôs da Seleção de Ouro da competição. Marcelo Theisen, também do Cestinha, foi escolhido como melhor defensor. “Muitos valorizam no esporte apenas o cestinha

JUDÔ

da equipe, ou o artilheiro, mas a escolha do Marcelo como melhor defensor mostra a seriedade do nosso trabalho e o espírito de equipe que é desenvolvido nesses garotos”, enfatiza o coordenador do Projeto Cestinha, professor Gilmar Weis. O Cestinha é uma iniciativa do Sesi e foi implantado em janeiro de 2001 com o apoio da Unisc. Atualmente conta ainda com o apoio da Escola Educar-se e do Instituto Pioneer Semear Amigos, atendendo aos bairros Menino Deus, Arroio Grande, Centro, Margarida/ Aurora, Dona Carlota e Cohab. Além do basquete, o Projeto leva até os bairros saúde, educação e cidadania por meio de avaliações odontológicas que permi-

tem o agendamento de consultas gratuitas na Clínica de Odontologia da Unisc. As crianças também contam com aulas de informática. Para o coordenador, o projeto vem proporcionando o ambiente necessário para que as crianças desenvolvam o seu potencial, aliando saúde, educação e inclusão social. “Provavelmente, no basquete, muitos não se tornarão atletas, mas tiveram a oportunidade de se tornarem cidadãos”, avalia o professor. Segundo ele, o projeto tem alcançado os objetivos que se propôs. “A intenção não é formar campeões, mas criar nas crianças o gosto pelo esporte e incentivar o convívio social”, finaliza.

A primeira etapa do Campeonato Gaúcho Masculino de Handebol Adulto 2007 será realizada em Santa Cruz do Sul, no ginásio da Unisc, nos dias 25 e 26 de agosto. A equipe da Universidade jogará contra os times da UFSM, campeã de 2006, e do 15 de Novembro/Feevale, de Campo Bom.

ATLETISMO MASTER

Os atletas masters da equipe da Unisc participaram, no dia 4 de agosto, do Gran Prix Regional de Atletismo Master 2007, na pista do Município de Mato Leitão. O evento reuniu atletas de todo o Estado e é patrocinado pela Associação dos Veteranos Gaúchos de Atletismo(Avega) e pela Prefeitura de Mato Leitão. O atleta Eduardo Treglia, da Unisc, que também é delegado da Avega na região, faturou o maior número de medalhas de ouro na competição, com quatro ao todo, nas provas de lançamento de martelo, de dardo e de disco e de arremesso de peso masculino.


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