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PÁGiNA
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CARTA AO LEITOR
PALAVRA DO REITOR A Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul – Apesc comemorou, no dia 17 de março, 47 anos de atuação. Desde o início, o compromisso da Apesc para com a sociedade inclui ações sociais que oferecem oportunidades de crescimento social e intelectual a um número cada vez maior de pessoas, proporcionando melhores condições de vida, de saúde e de educação, contribuindo para a vivência plena da cidadania. Dois anos após a sua criação, a união de forças da comunidade que formavam a Apesc conseguiu implantar em Santa Cruz do Sul a Faculdade de Ciências Contábeis. Logo depois veio a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a Faculdade de Direito e a Escola Superior de Educação Física, culminando com as Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul (Fisc). O que não se poderia imaginar, há 47 anos, era a dimensão que a Apesc alcançaria atualmente com as suas quatro mantidas: a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), reconhecida em 1993; a Escola Educar-se, fundada em 1984; o Centro de Educação Profissional (Cepro), criado em 1999; e o Hospital Santa Cruz (HSC). No total, são mais de 1,7 mil funcionários e mais de 80 mil atendimentos prestados gratuitamente à comunidade em 2008, especialmente nas áreas da saúde, da educação e do direito, além do incentivo à cultura e ao esporte. O caráter comunitário da Apesc levou a Unisc ao estágio de desenvolvimento em que se encontra hoje, característico de uma Universidade em construção, que cresce acompanhando os avanços tecnológicos sem descuidar-se da qualidade e do humanismo. A Unisc já está presente com campi nos municípios de Santa Cruz do Sul, Capão da Canoa, Sobradinho e Venâncio Aires. Para 2010 está previsto o início das atividades no campus de Montenegro e está em fase de avaliação a implantação de um campus em Porto Alegre. Ao todo, são mais de 12 mil alunos nas mantidas da Apesc/ Educação, divididos em 46 cursos de graduação, 40 de especialização, seis programas de mestrado e um de doutorado na Unisc, incluindo-se ainda a Escola Educar-se e os oito cursos do Cepro. Desses alunos, mais de 40% estudam com algum tipo de bolsa ou financiamento. Os cursos da Unisc também já ultrapassaram os limites do Estado, por meio de parcerias com outras instituições de ensino e da Educação a Distância. A atuação da Apesc na comunidade deu outro salto significativo em 2003, quando foi adquirido o HSC, principal centro de saúde do Vale do Rio Pardo. Também com caráter filantrópico, o Hospital realizou em 2008 mais de 120 mil atendimentos, sendo quase 70% pelo Sistema Único de Saúde – SUS em serviços médico-hospitalares, diagnósticos e tratamentos. Vários setores foram reestruturados e modernizados, novos equipamentos foram adquiridos e a capacitação profissional é uma constante. Ao mesmo tempo em que qualificamos o ensino e a pesquisa, melhoramos o atendimento. Enfim, são diversas as atividades de ensino, pesquisa e extensão da Apesc que vão ao encontro das necessidades da comunidade, realizadas em escolas, empresas, no meio rural ou nos bairros, e em parceria com a gestão pública. Cada vez mais essas ações estão alicerçadas no ideal comunitário, enraizadas na Apesc desde a sua fundação, em 1962. Por meio de suas mantidas, ela trabalha para fazer com que saúde e educação sejam direitos de todos. E é assim, incentivando o crescimento humano, que a Apesc garante o desenvolvimento de toda a comunidade. Vilmar Thomé Reitor da Unisc
A edição de abril do Jornal da Unisc ainda está quentinha, recém “saiu do forno”, mas já queremos falar da edição de maio. Sim, porque em maio já estarão abertas as inscrições para o Vestibular de Inverno da Instituição. Por isso, a exemplo do que foi feito em 2008, vamos elaborar uma edição especial sobre o processo seletivo da Unisc, principal evento da Universidade. O Jornal de maio trará informações sobre cada um dos 15 cursos de graduação que serão oferecidos no Vestibular de Inverno, com depoimentos de estudantes que se formaram na Unisc e que hoje atuam em suas profissões. A intenção é ajudar os futuros candidatos que ainda
têm dúvidas sobre qual carreira seguir, levando até eles um pouco da experiência daqueles que já encararam a Universidade. A edição especial também contará com o artigo do nosso colunista Adriano Silva, que irá escrever com base no tema da campanha institucional deste ano. Mas, não esquecendo do Jornal da Unisc de abril, a presente edição apresenta nas páginas centrais uma série de novidades nos serviços acadêmicos oferecidos por meio da Pró-Reitoria de Graduação. Além disso, intercâmbios, o Prêmio Honra ao Mérito e outros projetos acadêmicos e de pesquisa serão tratados nas páginas a seguir. Uma boa leitura!
Por que um dia para a mulher? No dia 8 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher, quando se festejam as conquistas conseguidas na história em termos de igualdade de direitos para as mulheres. Esta é uma ocasião para refletir sobre e celebrar os avanços conseguidos, exigir mudanças e projetar as oportunidades que estarão à disposição de futuras gerações de mulheres. A ideia de se instituir essa data está ligada a uma proposta feita em 1910 durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. É comum associar o dia a um incêndio ocorrido em uma fábrica em Nova York, no final do século XIX, onde várias operárias teriam morrido. Entretanto, há controvérsias sobre esse acontecimento. Algumas pesquisadoras consideram que esse incêndio na verdade teria acontecido em 1911, data em que já se comemorava o dia da mulher. Independente da origem da data, a ideia de se ter um dia para a mulher estava associada às lutas por direito ao voto e a melhores condições de trabalho. No final do século XIX e início do século XX, na maioria das repúblicas, inclusive no Brasil, as mulheres não votavam; não eram consideradas cidadãs para exercer esse direito básico da vida democrática. Além disso, as condições de trabalho eram absolutamente precárias: o trabalho fabril era realizado em jornadas de 14 horas diárias, em seis dias inteiros por semana, em condições insalubres e com salários miseráveis. Há relatos históricos de que muitas fábricas trancavam as portas dos estabelecimentos durante o expediente, impedindo a saída das trabalhadoras, controlavam a ida aos banheiros e cobriam os relógios, impedindo o controle do tempo de trabalho. Além disso, as mulheres trabalhadoras necessitavam submeter seus filhos a estas condições, pois não havia creches, muito menos licença maternidade, dispensa para acompanhar filhos ao médico. As crianças acompanhavam as mães nessa jornada e cedo, muito cedo (cinco ou seis anos de idade), também já eram incorporados ao mundo do trabalho e a essas condições desumanas. Com o fortalecimento do movimento feminista, nas décadas de 1960 e 1970, a data passou progressivamente a ser
comemorada com mais intensidade. Com a conquista do sufrágio universal, de melhores condições de trabalho e direitos trabalhistas, outras reivindicações passaram a compor a agenda da luta das mulheres: direito à sexualidade, à liberdade do corpo feminino, à opção ou não pelo casamento, ao controle e planejamento do número de gestações e filhos. Na verdade, mesmo que não se saiba com certeza por que o dia 8 de março foi escolhido, ele se consolidou ao longo do processo. Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu oficialmente o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Atualmente, em pleno século XXI, pode-se pensar: por que um dia para a mulher? As mulheres já votam, as condições de trabalho melhoraram, os direitos trabalhistas estão garantidos, a mulher está em postos qualificados no mercado de trabalho... O mundo mudou, melhorou, não precisamos ficar resgatando essa história de lutas e de direitos todos os anos. Agora é a hora de se comemorar com flores, bombons, limpeza de pele com desconto e maquiagem gratuita no shopping. Para alguns, o Dia Internacional da Mulher se transformou em uma versão do Dia das Mães, dia de compras, de gastos e presentes, bem ao gosto do mercado e de uma sociedade de consumo. Entretanto, não podemos esquecer que se o mundo mudou, isso se deveu a lutas, reivindicações, embates, processos dolorosos e que exigiram muita força e dedicação. Além disso, este mundo melhor ainda contém injustiças e desigualdades que precisam ganhar visibilidade para serem conhecidas e solucionadas. É por isso que o Dia Internacional da Mulher ainda é um dia de reflexão e celebração. Comemorar as conquistas das mulheres, refletir sobre as desigualdades de gênero ainda existentes e reivindicar a plena participação da mulher em condições de igualdade em todas as esferas da sociedade são atitudes fundamentais para a conquista da justiça, do desenvolvimento e da paz, para todos, homens e mulheres. Paula Camboim de Almeida Professora do Departamento de Ciências Humanas da Unisc
EXPEDIENTE Conselho Editorial: Reitor: Prof. Vilmar Thomé Vice-Reitor: Prof. José Antônio Pastoriza Fontoura Pró-Reitora de Graduação: Profª Carmen Lúcia de Lima Helfer Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Profª Liane Mählmann Kipper Pró-Reitora de Extensão e Relações Comunitárias: Profª Ana Luiza Teixeira de Menezes Pró-Reitor de Administração: Prof. Jaime Laufer Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: Prof. João Pedro Schmidt Editor: Luciano Pereira, reg. prof. 9234 Reportagem e Redação: Josemar Santos, reg. prof. 13.267; Luciano Pereira, reg. prof. 9.234; Yaskara Ferreira, reg. prof. 13.187; Guilherme Mazui, Márcia Müller e Ana Paula Greine (estagiários) Projeto Gráfico e Capa: Agência da Casa Editoração Eletrônica: Assessoria de Imprensa Revisão: Roque Neumann e Beatriz Menezes Sperb JORNAL DA UNISC: Órgão Informativo da Universidade de Santa Cruz do Sul. Entidade filiada ao Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), ao Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e à Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc) Tiragem: 8 mil exemplares Versão On-Line: Erion da Silva Lara Site: www.unisc.br/jornaldaunisc Endereço: Av. Independência, 2293, bloco 3, sala 309. Santa Cruz do Sul/RS. CEP: 96.815-900. Telefone: (51) 3717-7466. E-mails: lpereira@ unisc.br ou josemarsantos@unisc.br Este material é produzido em papel reciclável.
ENSiNO
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ARGENTINOS ENCERRAM INTERCÂMBIO Quatro estudantes de Engenharia da Universidade Tecnológica Nacional, de San Rafael, Argentina, finalizaram em março um estágio de um mês realizado em empresas da região por meio da Unisc. O convênio entre as duas universidades também proporcionou, em fevereiro, o intercâmbio de 24 alunos da Unisc à instituição argentina. O certificado de participação no intercâmbio foi entregue aos quatro estudantes argentinos na sexta-feira, dia 20 de março, pelo coordenador da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII) da Unisc, Carlos Renê Ayres. Os visitantes elogiaram a infraestrutura da Unisc e a receptividade dos brasileiros, em especial, a estreita relação entre a Unisc e as empresas, facilitando os estágios e a inserção no mercado de trabalho. Um dos argentinos é Carlos Farina, 26 anos, que está concluindo o curso de Engenharia Industrial na UTN San Rafael. Pela primeira vez no Brasil, ele realizou o estágio na Suhma Engenharia, no projeto residencial do Parque Eldorado, onde elaborou um estudo da logística de materiais para a construção dos últimos três blocos. “Foi uma experiência muito positiva, tanto pessoal quanto profissional”, avaliou. Já a estudante Maria Eugênia Compagnoni atuou na Rebelli Indústria e Comércio, de Vera Cruz. Ela montou um sistema ope-
racional padrão para o setor de controle de qualidade. “O resultado é que iremos colocar em prática as suas sugestões e implementá-las conforme a nossa rotina de produção”, disse o sócio-proprietário da empresa e professor da Unisc, Jorge André Ribas Moraes. O professor afirmou ainda que, para a empresa, esse tipo de atividade possibilita uma nova forma de enxergar teorias e sistemas. “Também a capacidade de interação entre os funcionários para se adequar a novas práticas, tornando-os mais qualificados para lidar com as pessoas”, complementa. Os demais intercambistas foram Jesica Elizabeth Romero, que trabalhou na Imply Tecnologia Eletrônica, e Alberto Javier Barrera, que estagiou na Germani Alimentos. A atividade teve ainda o apoio da Excelsior e do Balada Jovem. Pelo mesmo convênio, um grupo de 24 alunos das engenharias e do curso de Química Industrial da Unisc já havia participado, de 9 a 18 de fevereiro, de uma viagem de estudos à instituição argentina. Os alunos foram acompanhados por três professores e dois funcionários. Durante a estada no país vizinho, eles participaram de aulas de espanhol, exposições de engenharia, palestras e outras atividades acadêmicas, além de visitas técnicas a empresas e atividades recreativas, validadas como horas complementares de seus cursos.
Luciano Pereira
Quatro estudantes da Universidade Tecnológica Nacional, da Argentina, realizaram estágio em empresas da região
Os argentinos Carlos, Jesica, Maria Eugênia e Alberto entre os professores Carlos Ayres e Jorge André Ribas Moraes
Mais informações sobre o intercâmbio podem ser encontradas no blog do Departamento de Engenharia, Arquitetura e Ciências Agrárias, http://engenhariasunisc. blogspot.com. Intercâmbios A Unisc também recebeu, de 29 de março a 2 de abril, um grupo de estudantes alemães para atividades do programa de Geoecologia. Tam-
Centro de Línguas recebe avaliação positiva A Unisc realizou durante o segundo semestre de 2008, em caráter piloto, uma avaliação dos cursos oferecidos pelo Centro de Línguas da Instituição. O objetivo foi verificar a satisfação dos usuários em relação aos diversos aspectos pertinentes aos cursos, como atendimento recebido, infraestrutura, material de apoio e desempenho dos professores durante as aulas. No total, 182 estudantes participaram da avaliação de 38 cursos. O índice de alunos que aplicou conceito ótimo ou bom foi de 91,3% para o atendimento na Secretaria de Pós-Graduação e Extensão no ato da matrícula; 87,9% para infraestrutura física oferecida para os cursos (salas de aula, climatização, recursos de áudio e vídeo) e 80,6% para o material de apoio aos cursos (apostilas, livros e CDs). Também a avaliação do desempenho dos professores nos
cursos de línguas foi bastante positiva. O percentual de respostas ótimo ou bom foi de 98% para atenção e receptividade do professor às questões dos estudantes; 95,6% no quesito dinamismo na condução das aulas; 94% no aproveitamento do tempo das aulas e 98,4% para o domínio do conteúdo e de técnicas. De acordo com a Assessora de Avaliação Institucional da Unisc, Ana Karin Nunes, neste ano de 2009 será dada continuidade à avaliação dos cursos do Centro de Línguas, bem como aos demais cursos de extensão oferecidos pela Instituição, com carga horária igual ou superior a 30 horas aula. “O objetivo é tornar essa sistemática permanente, a exemplo do que já ocorre com os cursos de graduação e de pós-graduação. A avaliação é um processo indispensável à política de
qualidade assumida pela Unisc”, salienta. Para o Chefe do Departamento de Letras e Coordenador do Centro de Línguas e Culturas da Unisc (Celinc), professor Carlos Ayres, o resultado é muito positivo e está ligado diretamente à qualidade dos professores que são, em sua maioria, detentores de Curso de Mestrado ou Doutorado, com larga experiência no ensino de línguas. “Os investimentos permanentes em equipamentos e materiais de apoio, bem como em bibliografia, também são ingredientes fundamentais para um trabalho de qualidade”, destaca. Atualmente, o Centro de Línguas e Culturas está com matrículas abertas para 70 cursos nas opções de alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e português. Informações pelo telefone (51) 3717-7381 ou pelo e-mail linguas@unisc.br.
bém da Alemanha, uma estudante iniciou em março o estudo de um semestre no curso de Ciências Biológicas. Ela será supervisionada pelo professor Andreas Kohler. Mais informações sobre in-
tercâmbios podem ser obtidas na Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais da Unisc, no bloco 2 do campus-sede, pelo telefone (51) 3717-7314 ou pelo e-mail aai@unisc.br.
Fies tem inscrições abertas Alunos da Unisc podem candidatar-se ao Programa de Financiamento Estudantil (FIES), do Governo Federal, até o dia 17 de abril. A Unisc solicitou 500 novas vagas para esse processo seletivo. A taxa de juros do FIES é fixada em 3,5% ao ano para os cursos de licenciatura e tecnólogos e de 6,5% ao ano para os demais cursos. Após a formatura, o aluno tem um período de seis meses de carência antes de começar a pagar as prestações. Depois desse período, o financiamento começa a ser pago: no primeiro ano, a prestação é igual ao valor da última mensalidade paga pelo estudante à instituição no último semestre cursado. A partir daí, a dívida é dividida em parcelas iguais para serem pagas em um prazo de duas vezes o período de utilização do financiamento. Os percentuais a serem financiados são de 75% para os alunos regularmente matriculados em cursos considerados prioritários, e 50% para os alunos regularmente matriculados nos demais
cursos. São considerados cursos prioritários, conforme Portaria nº 02, de 31/03/2008 do MEC, os cursos de licenciatura em química, física, matemática e biologia, graduação em engenharia, medicina e os cursos superiores de tecnologia constantes no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do Ministério da Educação. Mais informações e o cronograma do Fies podem ser encontrados no site www.mec.gov.br/ fies; diretamente na Unisc, no Setor Financeiro – Atendimento ao Aluno; pelo telefone (51) 3717-7434 ou ainda nas secretarias dos campi de Capão da Canoa, de Sobradinho e de Venâncio Aires. Quem pode se inscrever? Alunos regularmente matriculados em cursos superiores de graduação não gratuitos, oferecidos por instituições que tenham aderido ao Processo Seletivo, e que tenham obtido avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação.
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Yaskara Ferreira
MESTRADO EM EDUCAÇÃO O Mestrado em Educação da Unisc traz para a sua aula inaugural, no dia 16 de abril, o professor Attico Inacio Chassot. A palestra será realizada na sala 5328, no bloco 53 do campus de Santa Cruz do Sul, às 19h. O evento é aberto a todos os alunos e professores do Programa de Pós-Graduação. Doutor em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Chassot tem pós-doutorado pela Universidade Complutense, de Madrid, na Espanha. Atualmente, ministra aulas na graduação e pós-graduação e desenvolve pesquisas na área de Ciências Humanas no Centro Universitá-
rio Metodista - IPA/RS. Seu foco de trabalho é a alfabetização científica e a história da ciência, temas inclusos em sua palestra, intitulada Das disciplinas à indisciplina: caminho ao inverso para alfabetização científica. Chassot possui trabalhos relevantes com a formação de educadores para os acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ex-professor titular da Ufrgs, Puc/RS, Unisinos e Ulbra, ele também possui seis publicações, uma lançada pela Edunisc. Mais informações sobre o autor, no seu blog, o www. atticochassot.com.br. (G.M.)
ARQUITETURA E URBANISMO
DIA DA MULHER A Unisc supreendeu alunas, professoras e funcionárias no Dia Internacional da Mulher. Como a data caiu este ano em um domingo, na sexta-feira elas encontraram os espelhos dos 45 banheiros femininos do campus com pinturas relativas à mulher, com desenhos de flores, arabescos e rostos femininos. Também foram colados adesivos remetendo ao site www.unisc.br/teudia, que exigia um texto alusivo à data. A atividade foi idealizada e coordenada pela Assessoria de Comunicação e Marketing da Unisc. Os desenhos foram feitos pelas ex-alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo Leila Copelo Bremm, Bruna Vieira Spenner, Fabiani Marciniak, Suen Trevisan Kothe e Clarissa Robaina Leite e pelo aluno do curso de Publicidade e Propaganda Giuseppe Fontanari Leite, o Pepe.
Eu jogo junto O Projeto Eu jogo junto iniciou em março as atividades da temporada 2009. Neste ano, o programa terá como novidade a realização de atividades paralelas aos treinamentos de futebol e futsal. Em parceria com as escolas envolvidas nas comunidades, serão proferidas palestras sobre temas como drogas, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e meio ambiente. O Projeto foi criado em fevereiro de 2002 e tem como objetivo promover a inclusão social e combater o trabalho infantil e a evasão escolar. Além disso, busca oferecer oportunidade para que crianças e adolescentes de sete a 17 anos das comunidades rurais da região, de ambos os sexos, pratiquem esportes no turno inverso ao das aulas, em parceria com as escolas. O projeto já beneficiou mais de 3,2 mil crianças e adolescentes. Atualmente são cerca de 700 atletas que participam das atividades. A iniciativa é da Unisc, da Liga de Integração do Futebol Amador de Santa Cruz do Sul (Lifasc), da Alliance One, da Modal Transportes, da Intab, da Fundação Gazeta e da Prefeitura Municipal de Vale do Sol.
UNISC-ESCOLA Têm início no dia 13 de abril as atividades do novo Grupo de Estudos do Programa Unisc-Escola. A iniciativa consiste em um curso gratuito oferecido para alunos de 3º ano do Ensino Médio. O objetivo é oferecer aulas de revisão e de aprofundamento de conteúdos das diferentes áreas do conhecimento com o intuito de preparar os alunos para participarem de processos seletivos de qualquer natureza. As aulas serão realizadas nas salas 207 e 208, no bloco 2 do campus da Unisc em Santa
Cruz do Sul, das 13h30 às 16h45. O aluno opta pela turma, disciplina e pelo dia da semana em que pretende participar do grupo de estudos. São disponibilizadas 50 vagas por disciplina. Se o número de inscritos exceder o número de vagas fornecido pela Instituição, é feita uma seleção mediante avaliação do rendimento escolar do 2º ano do Ensino Médio. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3717-7686 ou diretamente na Unisc, sala 511, bloco 5.
HOMENAGEM AMBIENTAL O curso de Ciências Biológicas da Unisc recebeu, do Lions Clube Santa Cruz do Sul - Centro, um prêmio pelas atividades voltadas à comunidade na área do meio ambiente. O certificado foi entregue ao coordenador do curso, professor Andreas Kohler. Entre as atividades desenvolvidas pelo curso estão os trabalhos de educação ambiental e a prestação de serviços à comunidade, como, por exemplo, a identificação de material biológico (mosquito da dengue, barbeiro, fungos venenosos etc.). Nas escolas são feitos trabalhos de conscientização para chamar a atenção de crianças e adolescentes sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente. Segundo Kohler, em 2008 foram mais de 50 escolas visitadas em toda a região de abrangência da Unisc, o que inclui o litoral. “É a primeira vez que a Unisc recebe essa certificação por ações na área de educação ambiental, o que é muito importante, pois é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo nosso curso”, avalia o professor.
Para marcar a passagem dos 10 seus anos de criação, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisc promoveu em março uma palestra gratuita sobre Arquitetura Comercial. O evento teve como palestrante a arquiteta Arlene Lubianca. Ela abordou diversos conceitos do varejo como foco, conceituação e diferenciação na Universidade. A arquiteta, responsável pelo projeto de reforma do Charrua Hotel de Santa Cruz do Sul, também apresentou as melhorias no ambiente e nas funcionalidades como case aos acadêmicos. Há 30 anos no mercado, a Lubianca Arquitetura Completa é referência em arquitetura comercial e design na área corporativa nos mais variados segmentos. O escritório possui um portifólio de mais de 200 clientes, como Azaléia, Grupo Habitasul, Hotel Laje de Pedra, Terra Networks, entre outros.
MESTRADO INTERINSTITUCIONAL As inscrições para o Mestrado Interinstitucional em Desenvolvimento Regional (Minter), resultado do convênio da Unisc com a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), campus de Xanxerê, foram prorrogadas até o dia 15 de abril. Com isso, a pré-seleção (prova escrita) será no dia 22 de abril e a seleção (entrevistas) ocorrerá nos dias 23 e 24 de abril. As matrículas serão no dia 27 de abril, pela manhã, e o início das aulas está marcado também para o dia 27, em Santa Catarina. O candidato poderá atualizar sua inscrição/anteprojeto de pesquisa, bem como emitir (ou reemitir) boleto bancário para pagamento da taxa de inscrição. O formulário de inscrição será habilitado
novamente nos sites www.unisc.br/ppgdr ou www.unoescxxe.edu.br. Os documentos necessários para efetivar a inscrição deverão ser enviados ou entregues na Unoesc/Xanxerê até o dia 15 de abril. O objetivo do Programa é promover a formação e a capacitação de profissionais para o exercício de atividades de pesquisa, assessoria e consultoria, avaliação e planejamento estratégico, em instituições públicas e privadas. O curso é dirigido aos graduados em diversas áreas do conhecimento, preferencialmente nas áreas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, interessados na temática do Desenvolvimento Regional.
COLÓQUIO LEITURA E COGNIÇÃO O Mestrado e o Departamento de Letras da Unisc promovem, de 13 a 15 de maio, o 4º Colóquio Nacional Leitura e Cognição. O evento ocorre no campus de Santa Cruz do Sul e as inscrições já podem ser feitas pelo site www.unisc.br/coloquio. Para alunos da Unisc, as inscrições podem ser feitas na Secretaria de Pós-Graduação e Extensão, sala 110, bloco 1. Os resumos para as comunicações podem ser submetidos à apreciação até 21 de abril, pelo e-mail mestradoletras@ unisc.br. O Colóquio é uma oportunidade de intercâmbio entre pesquisadores que, desde diferentes perspectivas, estudam quais são os processos que permitem ao leitor atribuir sentidos ao texto escrito.
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ATENDIMENTO PADRÃO O Programa de Capacitação 2009 da Unisc lançou, no dia 25 de março, a adesão ao Programa Mapa – Modelo de Atendimento Padrão do Setor Financeiro de Atendimento ao Aluno. No evento foram apresentados os princípios do Mapa às secretárias dos campi fora de sede e assinados os termos de adesão e entrega do banner que será colocado no setor. O Mapa foi desenvolvido pela consultora Lisiane Stumpf, da empresa Libera, a partir das necessidades de gestão do atendimento na Unisc. O primeiro setor a participar da implantação do Mapa foi a biblioteca e, a partir dos resultados alcançados, o programa se expandiu para outros setores que prestam
atendimento direto ao público. Para a implantação do Mapa, o Setor Financeiro de Atendimento ao Aluno passou por capacitação de desenvolvimento de equipe e construção dos princípios de atendimento. A intenção é fazer com que todos estejam alinhados no momento de transmitir as informações aos alunos. “O objetivo da atividade é que a gestão do atendimento passe a ser realizada por todos do setor, pois todos são corresponsáveis por essa ação”, explica a psicóloga Gabriela Pires Morais, do setor de Recursos Humanos da Unisc. “Cada um contribuiu para a construção desses princípios e agora passam a ter o dever de multiplicá-los e acompanhá-los no setor”.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL O Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional da Unisc realizou a aula inaugural no dia 13 de março. A atividade contou com a palestra Cultura, Nação e Região no Brasil, ministrada pelo professor Ruben George Oliven, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Ruben George Oliven é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1 “A”, doutor pela Universidade de Londres e professor titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi presidente da Associação Brasileira de Antropologia (2000-2002) e atualmente é presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (2006-2008). Ele também atuou como membro do Conselho Deliberativo do CNPq (2001-2005), tendo sido um dos criadores do Programa de PósGraduação em Antropologia Social da Ufrgs e um dos fundadores da Revista Brasileira de Ciências Sociais. Também integra o conselho editorial de vários periódicos nacionais e internacionais e é membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
POLÍTICAS E GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA O Secretário Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, general Edson de Oliveira Goulart, esteve na Unisc no dia 7 de março. Ele foi o palestrante da aula inaugural do curso de Especialização em Políticas e Gestão em Segurança Pública, que a Unisc está oferecendo na qualidade de Universidade credenciada e integrante da Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Renaesp). O curso é promovido pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), e pela Escola de Políticas Públicas e Governo (Eppg/Iuperj/Ucam). O objetivo da especializa-
ção é incentivar a reflexão crítica sobre os processos voltados à formação de profissionais atuantes nas organizações de segurança pública, na modalidade presencial, baseado em princípios de gestão e de ações operacionais identificados com os direitos humanos. Ao todo são 40 vagas destinadas aos agentes de segurança pública do Estado, custeados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública e Ministério da Justiça, e 10 vagas aos graduados em nível superior, integrantes ou não do Sistema de Segurança Pública, que custearão o valor do curso com recursos próprios.
AULA MAGNA A Unisc promoveu, no dia 6 de abril, a Aula Magna com o deputado federal e líder do Governo na Câmara Federal, Henrique Fontana. O evento foi aberto à comunidade e teve como tema Perspectivas de desenvolvimento do Brasil e o cenário internacional. Nos últimos anos, Fontana vem sendo um importante apoiador de projetos da Unisc e do Hospital Santa Cruz (HSC) em Brasília, tendo contribuído decisivamente para a obtenção de recursos e para a resolução de problemas enfrentados pela Universidade.
Espaço Aberto Apoio: Charrua Hotel Local: Centro de Convivência Dia 15 de abril - 12h15 às 13h Janaína e Emerson Violão e voz Dia 29 de abril - 12h15 às 13h Wlad Silva Violão e voz Doação foi feita pelo diretor financeiro da Kannenberg ao reitor da Universidade
MEMORIAL UNISC No dia 13 de março foi realizada a entrega oficial do recibo da doação de R$ 120 mil feita pela Kannenberg e Cia. Ltda. para a construção do Memorial Unisc. Na solenidade estavam presentes o reitor Vilmar Thomé; o diretor financeiro da Kannenberg, Astor Bublitz; e o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Unisc, João Pedro Schmidt; além do professor José Rocha Saldanha e de Rosane Weiss, do Núcleo de Assessoramento a Projetos da Instituição. O Memorial Unisc será um dos principais espaços culturais da região do Vale do Rio Pardo. Ele irá sediar eventos artísticoculturais, acolher exposições nacionais e internacionais, além de abrigar a memória histórica da região. Com uma área de 2.550 metros quadrados, o prédio contará com salão nobre, auditório, salas de exposição,
oficinas, salas de reuniões, laboratório, hall e recepção. O reitor da Unisc destacou a importância do apoio que empresas como a Kannenberg estão dando à construção do Memorial. A obra vem sendo executada desde 2003 exclusivamente com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. Os recursos doados pela Kannenberg serão investidos na continuidade das obras de conclusão do subsolo, em especial no auditório. Segundo Bublitz, é um orgulho para a empresa poder colaborar com o desenvolvimento da cultura na região. Atualmente já estão em funcionamento no Memorial o Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas (Cepa), o Centro de Documentação (Cedoc) e o Setor Artístico-Cultural, incluindo a sala de aulas do Programa Uniarte. Mais informações pelo telefone (51) 3717-7316.
FÓRUM DAS LICENCIATURAS O Fórum das Licenciaturas da Unisc realizou a sua aula inaugural no dia 11 de março. O evento teve como tema Ler e escrever: compromisso da Escola Básica. O objetivo do Fórum é integrar os cursos de formação de professores da Unisc por meio de um tema de interesse comum. Os cursos integrantes são Ciências Biológicas, Educação Física – Licenciatura, Geografia, Filosofia, História, Letras, Licenciatura em Computação, Matemática, Pedagogia e Química. Os palestrantes dessa edição foram os professores Nilton Mullet Pereira, da Ufrgs, Samuel Edmundo Lopez Bello, do PPGEDU – Ufrgs; e Paulo Guedes, do Programa de PósGraduação em Letras da Ufrgs.
Também compuseram a mesa a coordenadora pedagógica da Unisc, professora Giana Sebastiany, e a coordenadora do Fórum das Licenciaturas, professora Nadir Emma Helfer. Mullet é o organizador do livro Ler e Escrever no Ensino Médio, que aborda a leitura, a escrita e a oralidade na escola de Ensino Médio. O foco está centrado na integração da produção acadêmica, relativa a temas de Educação Básica e gestão da escola, com as necessidades de leitura e formação continuada daqueles que estão em sala de aula. A expectativa é auxiliar os educadores em suas estratégias de ensino na construção de um país de indivíduos cada vez mais leitores, escritores e debatedores.
Dia 18 de abril - 20h30 Concerto Orquestra Jovem Unisc Participação Especial: Solista Rodrigo Calveyra - Flauta Local: Auditório da Unisc Entrada franca Promoção: Unisc Dia 30 de abril - 20h30 Canto Brasileiro Angela Diel - voz, Leandro Faber - piano e Giovani Berti - percussão Local: Auditório da Unisc Entrada franca Direção: Claúdia de Bem Dia 25 de abril - 20h Sarau com professores e alunos da Escola de Música da Unisc Local: Casa das Artes Regina Simonis, com entrada franca Aos sábados - 13h30 às 15h30 Ensaios da Orquestra Jovem Unisc Local: Anfiteatro do bloco 18 Abertos ao público Exposições Exposição permanente Telas e estudos de Regina Simonis Local: Casa das Artes Regina Simonis, 2º piso Visitação de 2a a 6a, das 9h às 12h e das 13h às 17h30. Sábados, das 9h às 12h. Agendamento pelo telefone (51) 3056-2086. De 13 a 30 de abril Ser Feminino Local: Casa de Cultura Marco Mallmann, em Candelária Terças-feiras - 17h45 às 18h45 Encontros com a Poesia XIX Módulo Local: Sala de conferências da biblioteca Tema geral do Módulo: Cancionistas da Música Brasileira Aberto à comunidade acadêmica e ao público em geral Mais informações Setor Artístico-Cultural da Unisc Telefone: (51) 3717-7346 E-mail: sac@unisc.br
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GERAL
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Herbário da Ufam recebe o nome do professor Jair Putzke O professor Jair Putzke, do Departamento de Biologia e Farmácia da Unisc, esteve em Manaus (AM) entre os dias 18 e 24 de fevereiro. Putzke, que é um dos poucos especialistas em cogumelos do Brasil, realizou atividades de pesquisa e atuou como docente nos cursos de identificação de fungos macroscópicos (os populares cogumelos) junto ao Laboratório de Micologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Na oportunidade também foi inaugurado o Herbário da Ufam com ênfase em cogumelos, o qual recebeu o nome de Herbário Micológico Jair Putzke, em homenagem aos mais de 20 anos de dedicação à pesquisa. Pouco conhecidos pela população em geral, os cogumelos já contam com mais de 1,2 mil espécies conhecidas no Brasil, muitas das quais comestíveis e de excelente sabor. No trabalho de pesquisa realizado na floresta amazônica, foram encontradas pelo menos 80 espécies diferentes, das quais 12 grandes o
Arquivo Pessoal
PROFESSOR É HOMENAGEADO NA AMAZÔNIA
Professor Putzke realizou atividades de pesquisa e atuou como docente nos cursos de identificação de fungos macroscópicos junto ao Laboratório de Micologia da Ufam
suficiente para serem utilizadas como alimento. Trabalho O laboratório da Ufam é reconhecido nacionalmente como
Unisc premia trabalhos de ensino, pesquisa e extensão A Unisc realizou, no dia 25 de março, a entrega do prêmio Honra ao Mérito aos trabalhos que participaram do 14o Seminário de Iniciação Científica e da 13a Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão. A solenidade ocorreu na sede da Associação dos Docentes da Universidade (Adunisc). O 14o Seminário de Iniciação Científica e a 13a Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão foram realizados entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro de 2008. Ao todo foram apresentados 644 trabalhos, sendo 213 de pesquisa, dos quais 11 apoiados com bolsa Pibic/CNPq e 98 com bolsa do Programa Unisc de Iniciação Científica; 230 de graduação; 99 de extensão e 102 de investigação científica, em nível de mestrado e doutorado. “É importante destacar a integração da comunidade acadêmica interna e externa nestes dois eventos, além da divulgação da produção científica, resultado das atividades dos pesquisadores e extensionistas”, avalia a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
da Unisc, Liane Mählmann Kipper. “O envolvimento dos jovens na iniciação científica, nas atividades de ensino e nas atividades de extensão contribui diretamente para a formação e qualificação, tornando-os agentes transformadores da realidade e diferenciando-os no mercado de trabalho”, complementa a professora. Para o reitor da Universidade, Vilmar Thomé, os eventos são um momento privilegiado de divulgação da produção científica, das atividades de extensão e das atividades de ensino, bem como de oportuno intercâmbio entre pesquisadores e extensionistas das diferentes áreas do conhecimento. “É preciso destacar a participação dos docentes orientadores, dos estudantes e dos demais responsáveis pela organização desse evento”, cita. No ano de 2009 foram premiados 12 trabalhos inscritos no Prêmio Honra ao Mérito, conforme mostra o quadro ao lado. Os acadêmicos receberam o prêmio junto com os professores que orientaram os trabalhos.
destaque pelas pesquisas aplicadas com fungos. Dessa forma, o professor Putzke foi convidado para colaborar com o trabalho da equipe do laboratório, uma vez que conhece toda a parte básica de identificação de cogumelos.
Essa avaliação é necessária para que mais espécies da biodiversidade possam ser utilizadas, pois o primeiro passo para isso é a identificação segura em nível de espécie. Foram encontradas espécies de até 20 centímetros de diâmetro,
de excelente sabor, algumas já conhecidas e utilizadas pelos índios da região, mas pouco utilizadas pela população urbana. Em geral utiliza-se no Brasil, como alimento, espécies cultivadas e originárias de outros países, como o champignon, que são geralmente vendidas em mercados, mas cujo preço é elevado. “A Amazônia é um centro de grande biodiversidade também no grupo dos cogumelos. Pesquisas na região poderão identificar espécies promissoras e quem sabe encaminhar estudos em vários campos”, explica o professor. “Talvez lançar espécies que possam ser muito valorizadas, como o que já aconteceu com o popular cogumelo-do-sol, que hoje é utilizado inclusive para tratamento de câncer”. Putzke disse ainda que os estudos vão, inclusive, valorizar a preservação da Floresta Amazônica, pois os cogumelos dependem da floresta e, se ambos forem preservados, o acesso às suas importâncias ecológicas e econômicas estará garantido. Ele adiantou também que o trabalho de pesquisa terá continuidade, e as atividades de coleta naquela região serão retomadas em julho e em dezembro deste ano.
Trabalhos premiados no Honra ao Mérito Programa de arqueologia na área de implantação das PCHS Caçador, Linha Emília e Cotiporã no Rio Carreiros/RS, de Jaqueline Simmianer, orientada pelo professor Sérgio Célio Klamt Saúde do trabalhador e estilo de vida: aptidão física, nutrição e fatores de risco em doenças nas diferentes ocupações, de Cinara Zambarda Pinto e Deise Buske, orientadas pelas professoras Hildegard Hedwig Pohl e Miriam Beatris Reckziegel Avaliação da substituição de aditivos químicos por naturais em geléias de figo, de Sabrina Rejane de Souza, orientada pelos professores Ana Lúcia Becker Rohlfes, Mari Silvia Rodrigues de Oliveira, Nádia de Monte Baccar e Liliane Marquardt Análise da responsabilidade social empresarial em empresas de pequeno porte, de Jacson Luiz Mai, orientado pelos professores Irineu Afonso Frey e Márcia Rosane Frey Ações em prol da saúde mental dos agricultores do município de Santa Cruz do Sul/RS: experiência com oficinas de artes manuais com materiais reciclados, de Aline Schultz, Daniele Roesch, Gabriela Kaufmann e Valdirene Vieira Weiland, orientadas pela professora Rita Basso Depois do apito final: análise das estratégias criativas nos anúncios do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, de Giovanna Berti Previdi, orientada pelo professor Fábio Hansen
Desenvolvimento de kit para o trabalho Robótica Educativa produzido entre parceria Universidade x Empresa, de Neemias Goulart Querotti, orientado pelos professores Emigdio Henrique Campos Engelmann, Márcia Jochims Kniphoff da Cruz e Werner Haetinger Arquitetura e saúde: Arquitetura para PPD - Pessoas Portadoras de Deficiências, de Renata Tolotti Ernst, orientada pela professora Rosane Jochims Backes Desafios e possibilidades do serviço social frente às diferentes expressões da questão social mascaradas na invisibilidade do gênero feminino, de Cristine Gass, orientada pela professora Tatiana Reidel Diversidade de famílias de himenópteros parasitóides em Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, de Cecília Dorfey, orientada pelo professor Andreas Köhler Software multimídia de educação sexual para adolescentes, de Josué Salomão Duarte da Silva e Marina Henckes Frey, orientados pelos professores Emigdio Engelmann e Tania Bernhar Ações para o envelhecimento com qualidade de vida – Unisc, de Andréia Cristina Stacke, Andréia Molz e Juliana Arnt Abichequer, orientadas pelas professoras Francisca Wichmann e Zélia Ohlweiler
ENTREViSTA
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Junio Nunes
Passei a ler mais e a falar, além do favelês, também o português para ter um poder maior de comunicação
JOSEMAR SANTOS Dentro da programação de volta às aulas, a Unisc trouxe a Santa Cruz do Sul, no dia 26 de março, o rapper MV Bill. Nascido na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, Alex Ebinaldo Barbosa, 35 anos, palestrou para um auditório central lotado, assim como o Centro de Convivência (CC), onde houve transmissão simultânea via telão. Por cerca de duas horas, MV Bill abordou temas que tratavam da sua infância na Favela da Cidade de Deus, da sua convivência com o tráfico de drogas, entre outros assuntos. Também falou sobre seu livro Cabeça de Porco e o documentário Falcão: Meninos do Tráfico, produzido por ele. Além disso, ilustrou sua fala com clipes musicais em que canta o cotidiano dos jovens que moram nas favelas do Brasil. Bill também está preparando o lançamento de um novo livro, cujo título provisório é Os invisíveis. A obra está sendo organizada em conjunto com o produtor musical, Celso Athayde. A publicação vai fazer um cruzamento das experiências de vida que ambos viveram na Favela, mesmo antes de se conhecerem. Após a palestra, foi aberto um espaço para perguntas do público. MV Bill respondeu a diversos questionamentos sobre vários assuntos e, depois disso, tirou fotos com a platéia. Antes do encontro, atendeu ao Jornal da Unisc nas dependências do Auditório Central. Confira alguns trechos da entrevista coletiva. Jornal da Unisc - Quanto à relação com a Rede Globo? MV Bill - A relação com a
AOS QUE NÃO TÊM VEZ NEM VOZ Globo nunca foi comercial. A gente sempre chamou essa relação de parceria. As imagens com os jovens foram obtidas com a promessa de que a gente ia fazer com que aquilo fosse discutido com o máximo de pessoas possíveis. Logo, aquelas imagens não poderiam virar produto de comercialização, ou seja, não se poderia vender a história daquelas pessoas. Mas, também vimos dentro da Rede Globo a oportunidade de quebrar vários paradigmas, entre eles o fato de um programa que na época tinha 33 anos (Fantástico) nunca ter veiculado uma matéria com aquele cunho e daquela maneira. Como exigência, eu deveria estar no estúdio junto com a apresentadora que, na época, era a Glória Maria, defendendo o meu material, porque, embora fosse exibido pela Rede Globo, as imagens eram minhas e do Celso Athayde (produtor cultural e coordenador da Central Única das Favelas - Cufa do Rio de Janeiro). A história e o depoimento, e quem conseguiu fazer com que as pessoas dessem depoimentos fui eu, não eram para a emissora, mas sim para mim. Então eu estar presente naquele momento da apresentação era uma forma de garantir o caminho certo dele, ou seja, que não ganhasse outro foco. A idéia era transformar em objeto de discussão um assunto que todo mundo já falava, mas de uma forma, em minha opinião, errônea. JU - O filme Cidade de Deus não foi fiel ao que ocorre na favela e por isso surgiu o Cidade dos Homens? MV Bill - No filme Cidade de Deus faltou fidelidade com a história da comunidade. Já o filme Cidade dos Homens traz um nome que não nos remete a nenhuma favela específica. Quando você fala
em Cidade de Deus, você está falando de uma favela que já existe carregada de vários estigmas. Por isso, eu acho que o filme, que foi muito premiado, teve muita visibilidade e movimentou muita grana, pecou ao não trazer nenhuma contrapartida para ajudar a gente a ter um pouco desse estigma, e essa é a minha inquietação. Penso que os equívocos cometidos somente poderão ser corrigidos com a produção dos nossos próprios filmes. Quanto ao Falcão: Meninos do Tráfico, não quero fazer comparativo com outros filmes, porque é um documentário e eu não sou cineasta nem jornalista, só queria dar minha versão. Toda vez que esses jovens infratores
opinião forte e expressar essa minha opinião nas minhas músicas sem ter medo de perder a oportunidade de tocar nas rádios, sem ter medo do jabá. Acho que fui me moldando e hoje vejo meu trabalho não somente como uma coisa musical. Embora a música continue movendo a minha vida em grande parte, também vi pela primeira vez a oportunidade de realizar um trabalho, ao invés de musical, de reunir jovens para trocar idéias, fazer reflexões sobre a situação do país e do mundo. Acho isso muito positivo. Então meu trabalho se transformou num conjunto constituído de audiovisual, literatura, música e debates. Isso fez também com que tivesse um amadurecimento, pois passei a ler mais e a falar, além do favelês, também o português para ter um poder maior de comunicação.
{ { O preto famoso fica incolor no Brasil
marginalizados aparecem publicamente sempre estão algemados, de cabeça baixa e com uma autoridade falando por ele. Por isso, eu queria trazer uma nova versão com os próprios jovens falando sobre o seu sentimento e, com isso, ganhar um alento para saber que o mais importante não é investir nas consequências, mas sim nas causas. JU - Como ocorreu a ampliação do teu trabalho que deixou de ser centrado apenas na música? MV Bill - Inicialmente meu foco era somente a música, o Rap, mas comecei a sentir a necessidade de me engajar em outros projetos. Então me envolvi na questão social, passei a ser atuante, ter
JU - E quando tu decidiste colocar a teoria em prática? MV Bill - A partir do momento que eu vi que a música e os videoclipes que eu também fazia eram importantes. Que as mudanças seriam de uma forma diferente não somente através da música, até porque de início minhas músicas não tinham um apelo radiofônico muito grande. Acho que o fato determinante foi quando acabei de fazer o clipe Soldado do Morro. Quando cheguei aos lugares para mostrar o trabalho, 80 por cento das pessoas que tinham participado da gravação haviam sido mortas. Ali eu vi que o clipe era importante, mas que para mudar aquele círculo vicioso ou aquela bola de neve teria que ter uma intervenção política. Dessa forma, decidi me fortalecer politicamente e criar elos também com outras fontes. Isso foi fundamental para que não fosse somente o Rap a minha única fonte de atuação.
JU - O negro famoso no Brasil sofre menos preconceito? MV Bill - O preto famoso fica incolor no Brasil. Em muitos momentos tem até que se cuidar para não achar que o Brasil mudou e que as pessoas passaram a tratar o negro de forma diferente. Comigo hoje é diferente, mas sei que uma pessoa igual a mim, com o mesmo biotipo, continua sofrendo a mesma discriminação que eu sofria quando era um anônimo. Alguma coisa já está mudando, mas acho que ainda são sinais muito tímidos diante das mudanças que precisamos. JU - Qual a tua opinião sobre a legalização das drogas? MV Bill - Quando se fala na legalização das drogas geralmente se fala apenas da maconha. Porém, as pessoas esquecem das outras drogas. Eu não sou a favor porque a gente está falando também de legalizar o crack. Fazer isso é legalizar o viciado em crack, aquele que tem uma reação totalmente diferente do viciado em bebida ou cigarro, porque ele mata para saciar o vício. Aliás, o problema do crack já existia em outras cidades do país, mas só passou a ser divulgado depois que chegou ao Rio de Janeiro, isso é um outro problema. Então, quando falamos na legalização das drogas, também estamos falando da merla que é derivada da cocaína. É uma junção das folhas da coca com alguns produtos químicos como ácido sulfúrico, querosene e cal virgem. Quando o viciado entra em abstinência, dá um tiro na própria cabeça. Então, primeiro a gente tem que educar o povo para interagir e depois, com a nação educada, até se pode voltar a trazer esse debate, mas hoje é um debate que não se aplica a qualquer brasileiro.
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CENTRAL
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SERVIÇOS ACADÊMICOS NA UNIVERSIDADE Criação de novos programas e melhorias dos atuais serviços estão na pauta da Pró-Reitoria de Graduação para 2009 JOSEMAR SANTOS LUCIANO PEREIRA As principais ações da PróReitoria de Graduação da Unisc (Prograd) para 2009 estão vinculadas às políticas propostas no Projeto Político-Pedagógico da Instituição, aprovado em 2008. Entre essas ações estão as melhorias e a reestruturação dos principais serviços prestados pela próreitoria aos estudantes, como o Núcleo de Apoio Acadêmico (Naac) e o Núcleo de Integração e Fomento das Atividades de Estágio (Nifae), além da criação do Programa de Nivelamento Acadêmico. Também estão na pauta para 2009 o fortalecimento da gestão dos cursos de graduação fora de sede, a avaliação da graduação e a reestruturação do Programa Pedagogia Universitária, voltado aos docentes da Instituição. Essas ações estão dentro do projeto pedagógico que inclui todo um trabalho de diagnóstico realizado pela Prograd junto aos professores e acadêmicos da Unisc. “A avaliação da graduação não pode sair da pauta de estudos e de olhares da Prograd”, afirma a pró-reitora Carmen Lúcia de Lima Helfer. Conforme a professora, a ação consiste em uma avaliação permanente dos cursos e, em especial, dos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). “Há estudos e acompanhamento dos cursos e do Enade, que a cada ano abrange uma área do conhecimento”, reforça a pró-reitora. Este ano a área em questão é a das Ciências Sociais Aplicadas. Em 2009 o Enade será universal, explica Carmen Lúcia, incluindo todos os ingressantes cadastrados e todos os concluintes, totalizando um número maior de
Fotos: Luciano Pereira
acadêmicos. “É um olhar tanto avaliativo quanto de supervisão direta da Prograd, porque o Enade ocupa hoje cerca de 70% da avaliação de um curso de graduação, implicando em conseqüências para os mesmos, para os estudantes e para a Instituição”, justifica. “O resultado do desempenho dos estudantes está vinculado diretamente à avaliação dos cursos de graduação, dentro das atuais orientações e políticas do MEC para o ensino superior”. Acompanhamento Outra política destacada pela pró-reitora para 2009 é a Política de Qualificação da Ação Pedagógica e Apoio aos Docentes. Dentro dessa proposta haverá duas ações que já faziam parte da Instituição, mas que agora vêm com uma nova roupagem: a integração dos novos professores, com encontros por área de conhecimento, e o fortalecimento do Programa Pedagogia Universitária, que vem com atividades de formação docente para todos os professores, com apoio pedagógico por área de conhecimento e com a criação de um canal de formação pedagógica em EAD. “São ações bem delineadas e que estarão sendo lançadas ainda no mês de abril”, anuncia a professora. “Será uma importante troca de experiências positivas sobre a prática docente do ensino superior, com ações ao longo de todo o ano”. Outra proposta inserida no Projeto Político-Pedagógico referente à inclusão e apoio aos acadêmicos é a que envolve a seleção, o acesso e a permanência dos estudantes na Universidade. Essas ações incluem a organização do vestibular, com a sua divulgação, execução e avaliação, realizadas pela Comissão Permanente de Processo Seletivo (Coppese). “É uma comissão de apoio à coorde-
Organização do vestibular, com a sua divulgação, execução e avaliação, é de responsabilidade da Coppese
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Fortalecimento da gestão fora de sede
Professora Carmen Lúcia é Pró-reitora de Graduação
Cada curso da Unisc fora da sede passa a ter o seu próprio coordenador a partir de 2009. Com a mudança, os coordenadores poderão acompanhar melhor tanto o projeto pedagógico do curso quanto estreitar ainda mais as relações com as comunidades, além de acompanhar mais de perto os estudantes e suas necessidades. Nesse início de semestre, integrantes da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) estiveram visitando os campi apresentando a nova proposta e os benefícios da mudança. Em Capão da Canoa, a professora Ione Sardão da Silva assumiu a coordenação do curso de Administração e o professor Edison Botelho Silva Junior do de Direito. Os mesmos cursos passam a ser coordenados, em Venâncio Aires, pelos professores Ingo Paulo Kessler e Norberto Luiz Nardi, respectivamente. No campus de Sobradinho, o curso de Administração é agora coordenado pela professora Dorângela Retzke, enquanto os professores José Rocha Saldanha e Clovis Gorazevski passam a coordenar os cursos de Ciências Contábeis e de Direito, respectivamente. Além destes, a professora Helga Haas continuará coordenando o curso de Pedagogia.
nação de Graduação e que vem fazendo um trabalho de acompanhamento não só do vestibular, mas, também, de questões referentes às provas do processo seletivo e ao desempenho dos acadêmicos, alcançando dados aos coordenadores de curso para que tenham melhores condições de conhecer e integrar o estudante no curso e na
Unisc”, explica Carmen Lúcia. Esse acompanhamento estende-se ainda à evasão de estudantes e aos processos de transferências. Assim, a Prograd disponibiliza aos coordenadores uma série de dados que permitem o monitoramento do estudante da graduação, em especial dos iniciantes. “E isso faz uma diferença
significativa na manutenção dos estudantes dentro da Universidade”, avalia a pró-reitora. “Ele entra na Unisc e já recebe o acompanhamento do coordenador na hora da matrícula, que apresenta o curso tanto a ele quanto aos seus pais, seguindo com o monitoramento ao longo do desenvolvimento da sua graduação”, finaliza.
Naac é referência no Estado A inclusão no ensino superior tem mobilizado, já há algum tempo, discussões no âmbito das universidades buscando viabilizar ações de promoção da acessibilidade. Na Unisc, desde 1998 ocorrem debates e se tomam providências para a constituição de uma política institucional de inclusão para pessoas com deficiência ou necessidades especiais, o que se materializou por meio da formação de recursos humanos, pelo Departamento de Educação, e na criação do Núcleo de Apoio Acadêmico da Instituição (Naac). O programa tornou-se a principal ação de inclusão da Unisc, voltada também ao acesso e à manutenção de estudantes. Em 2009, o Naac também está passando por mudanças. A primeira delas foi a transferência do espaço físico para a sala 401 (1 e 2), com instalações mais adequadas. O setor também terá o incremento do acompanhamento psicopedagógico aos estudantes, com psicólogos, pedagoga e psiquiatra. Para além das necessidades especiais, como o apoio aos deficientes visuais, auditivos, entre outros, o Naac está ampliando ainda o seu apoio para os transtornos emocionais e os problemas de aprendizagem, tornando-se um
Naac é coordenado atualmente pela professora Roselaine Berenice Ferreira da Silva, à esquerda na foto
canal, uma ponte ao Programa de Nivelamento Acadêmico, com a participação de estagiários do curso de Psicologia. O Naac da Unisc já se tornou, inclusive, uma referência no Estado. No dia 13 de março, a próreitoria de graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) encaminhou a Santa Cruz do Sul a equipe que está se constituindo naquela instituição para realizar o trabalho de inclusão, com o objetivo de conhecer o trabalho desenvolvido na Unisc. “As experiências partilhadas com o Naac foram norteadoras
de ações futuras na Ufrgs e, por que não dizer, um reforço para aquelas que já acontecem”, define a técnica em assuntos educacionais do Programa Incluir da Ufrgs, Fabiana Flores Guedes. “Estamos em vistas de ampliação do espaço e de formação de um Núcleo de Acessibilidade e Inclusão”, acrescenta. Segundo Fabiana, os serviços prestados pelos e para os indivíduos que estão diretamente envolvidos são de suma importância para garantir o ingresso e a permanência de pessoas com necessidades especias na Universidade.
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Com o lançamento previsto para maio de 2009, o Programa de Nivelamento Acadêmico teve origem a partir de duas necessidades. Uma delas, vinda do Ministério da Educação, questiona as universidades sobre o que elas estão fazendo quanto ao atendimento extra-classe. Quais os programas de apoio psicopedagógico e as atividades de nivelamento que estão sendo desenvolvidas para promover a inclusão de estudantes com dificuldades de aprendizagem, a fim de possibilitar que eles tenham êxito em seus desempenhos acadêmicos. A partir disso, a Unisc preparou um programa de nivelamento que será desenvolvido na forma de oficinas de aprendizagem e que
serão ofertadas aos estudantes dos cursos de graduação. Poderão participar das oficinas alunos ingressantes, aqueles que já estão no meio do curso, mas apresentam dificuldades, ou ainda os concluintes em período de trabalhos de conclusão, monografias e estágios. Conforme os coordenadores do Programa, Rudimar Abreu e Giana Sebastiany, inicialmente serão oferecidas três grandes oficinas de aprendizagem. A de Leitura e Produção de Textos é uma necessidade que atinge a todos os cursos; a de Matemática, principalmente para os alunos da área tecnológica que não vem dominando conceitos prioritários para as disciplinas das engenharias,
Erion Lara
Unisc lança Programa de Nivelamento
Josemar Santos
Melhor desempenho dos estudantes da Instituição é um dos principais objetivos do Programa de Nivelamento Acadêmico da Unisc
ocasionando um índice de reprovação muito alto; e a de Informática, porque ainda há alunos que não têm o domínio dessa ferramenta. O programa institucional de nivelamento acadêmico surgiu a partir das necessidades manifes-
tadas pelos coordenadores dos cursos e pelo próprio Núcleo de Apoio Acadêmico (Naac). “Esse programa é algo novo, está dentro da política de inclusão de estudantes para que eles obtenham êxito em suas aprendizagens dentro da Universidade”, ressaltam os
coordenadores. “Estamos tratando ainda como um programa em caráter piloto. Ele vai passar por uma contínua avaliação no sentido de ser melhorado e aperfeiçoado”. As oficinas serão ministradas por professores da Unisc e bolsistas dos cursos de graduação.
Professores Giana e Rudimar coordenam os programas de Pedagogia Universitária e de Nivelamento Acadêmico
Programa de Pedagogia Universitária é remodelado O programa prevê um espaço de estudo e reflexão sobre a docência em sala de aula, possibilitando a construção e reconstrução de conhecimentos relacionados à prática pedagógica na Universidade. O objetivo é focar todo o programa na reflexão sobre a docência universitária, tendo por dados também os resultados da avaliação, seja ela da graduação, da prática docente, dos cursos de graduação ou do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). As temáticas que serão trabalhadas nesse curso terão a ver com os resultados avaliativos. Outro foco será a oferta de oficinas pedagógicas a professores, tanto em caráter geral, incluindo todos os professores da universidade, quanto por área. “Vamos ter oficinas que envolvem aquelas necessidades mais específicas dos professores dos cur-
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sos de graduação, tratando temas como a gestão do ensino em sala de aula, avaliação da aprendizagem, interdisciplinaridade e a relação integrada e fortalecida entre ensino, pesquisa e extensão”, avaliam os coordenadores do programa, Rudimar Abreu e Giana Sebastiany. A proposta está baseada em três eixos. O primeiro prevê palestras com caráter geral. O segundo consiste em oficinas pedagógicas por área de conhecimento. Já o terceiro será uma novidade, pois terá um espaço interativo, um canal, via Educação a Distância (EAD), onde vai ser disponibilizado aos professores textos e relatos, além de relatos dos próprios professores em relação a experiências bem sucedidas no ensino de graduação. Em breve serão divulgadas as datas e as atividades do Programa a todos os professores da Unisc.
Devido a implantação da nova lei dos estágios, a Unisc está realizando um levantamento de todos os estágios não-obrigatórios realizados nos últimos dois anos. O trabalho é realizado pelo Núcleo de Integração e Fomento das Atividades de Estágio (Nifae), órgão ligado à Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). O objetivo do Nifae é fomentar as atividades de estágio que somente no ano passado, contabilizou mais de dois mil estágios não-obrigatórios. Com a nova lei houve uma mudança no fluxo dos processos de estágios. Assim, todas as atividades têm que ter um termo de compromisso, assinado entre a instituição e o campo que recebe o estagiário, com um plano de atividades, um supervisor e um relatório das atividades desenvolvidas. Dessa forma, os estágios não-obrigatórios passam por um acompanhamento e uma atenção maior por parte dos cursos e da Instituição. Um dos trabalhos que está sendo feito consiste em um levantamento de dados, com os campos de atuação por áreas do conhecimento. Esse diagnóstico serve como ferramenta de gestão e apoio à tomada de decisão no que se refere à estrutura física e de pessoal do Nifae.
Luciano Pereira
Nifae disponibiliza oportunidades de estágios
Oportunidades de estágios também são disponibilizadas pelo Nifae em um mural no bloco 3 do campus
Conforme a responsável pelo Núcleo de Integração e Fomento das Atividades de Estágio (Nifae), Eni Ferreira, o ingresso no ambiente acadêmico é uma ótima oportunidade para o estudante buscar uma vaga no mercado de trabalho. “A sua participação em processos seletivos é indispensável, pois é dessa forma que ele concorre com os demais. Em muitas ocasiões, o acadêmico conquista a vaga e, também, pela primeira vez, o tão sonhado momento de ingresso no mercado de trabalho”, frisa.
Eni disse ainda, que as regiões de abrangência da Unisc tem contribuido significativamente para que nossos estudantes realizem atividades de estágio dentro de suas empresas e que essa troca é enriquecedora para ambos. “É importante salientar que o período máximo de estágio permitido por lei, é de dois anos, mas em muitos casos o estagiário passa a ser funcionário antes de completar este ciclo. Para nós isso é muito gratificante porque entendemos que o estágio é um processo que deve ser levado a sério”, salienta.
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EXTENSÃO
Evento apresentou os resultados do Programa em 2008 A Unisc, em parceria com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), pelo Programa Redes de Cooperação, realizou, dia 6 de março, o 2º Seminário de Avaliação e Integração das Redes de Cooperação. O evento foi realizado no campus sede da Universidade, em Santa Cruz do Sul. O Seminário apresentou detalhes sobre os resultados do Programa Redes de Cooperação. Além disso, o evento apresentou cases do Sicredi, regionais Centro Serra e Santa Cruz, focando a importância do associativismo da região; da Rede Mundi; e da Via Redes. O Programa Redes de Cooperação é uma iniciativa da Sedai para desenvolver a cultura associativa entre micro, pequenas e médias empresas. O programa tem como objetivo fomentar a cooperação entre empresas, gerar um ambiente estimulador ao empreendedorismo e fornecer o suporte técnico para a formação, a consolidação e o desenvolvimento das redes. Por meio da Sedai, e em con-
junto com dez universidades, disponibilizam metodologia específica e consultores capacitados que orientam toda a formação e evolução da rede empresarial. Até o momento foram desenvolvidas pela Unisc, nas regiões dos vales do Rio Pardo e do Taquari, 18 redes empresariais, envolvendo aproximadamente 400 empresas que geram mais de 4 mil postos de trabalho. Entre elas estão Agametal (Serralherias), Asflores (Produtores de Flores), Agaeletro (Lojas de material elétrico), Agrocon (Conservas), Aflor (Floriculturas), Beleza (Instituto de beleza), Criança (Escolas infantis), Farmavale (Farmácias), Casa Nova (Lojas de material de construção), Rede do Bem (Entidades sociais), Ponto Pão (Panificadoras), Reparasul (Oficinas de chapeação e pintura), Rede Mel (Apicultores), Rede Surf Shops (Comércio de artigos de surf e skate), Rede ATIvales (Desenvolvimento de software), Rede de Tintas (Comércio varejista de tintas) e Rede de Pet Shops (Clínicas veterinárias). Além das redes desenvol-
vidas foram expandidas na região redes de outras universidades parceiras no projeto, como a Rede Redefort (Supermercados), Rede Redemac (Materiais de construção), Rede Construir (Material de construção), Rede Mundi (Comércio Varejista de Calçados), Rede RBE (Comércio varejista de artigos esportivos) e Rede Paper (Comércio varejista de artigos de papelarias). O Programa Redes de Cooperação visa ainda unir e fortalecer as empresas gaúchas, ampliando o potencial das mesmas. No total, já foram criadas 180 redes, envolvendo mais de 4,2 mil empresas e 46,5 mil postos de trabalho gerados e/ou mantidos, que apresentam um faturamento de 5 bilhões de reais anuais. Os consultores que executam o Programa possuem a função de sensibilizar as empresas, cuidar da estrutura jurídica, realizar o acompanhamento, elaborar planejamento estratégico e realizar plano de expansão da Rede e, de acordo com as necessidades de cada rede, também oferecer cursos de capacitação profissional.
Projeto busca fortalecer clubes vinculados à comunidade negra A Unisc, por meio da PróReitoria de Extensão e Relações Comunitárias (Proext), está desenvolvendo um trabalho junto à Sociedade Cultural Beneficente União, mais conhecido como “Uniãozinho”, que no ano de 2008 completou 85 anos. O estudo deverá ainda aprofundar-se e prosseguir com outras agremiações historicamente ligadas à comunidade negra, como no caso da Sociedade Négo, de Venâncio Aires. O objetivo do projeto é estudar e propor ações junto aos clubes vinculados à comunidade negra da região do Vale do Rio Pardo, entidades de integração comunitária e resistência cultural fundadas por outros grupos étnicos minoritários, numa época em que se aceitava a discriminação em vários espaços sociais. O trabalho abordará aspectos sociais, históricos, culturais e administrativos e, em conjunto com as agremiações enfocadas, buscará formas para uma maior significação e vitalização perante a sociedade. O projeto parte da proposta de que a igualdade racial é algo básico para o desenvolvimento de qual-
quer comunidade. Entre as atividades desenvolvidas no projeto estão o levantamento e o estudo bibliográfico sobre as organizações da comunidade negra e o estudo de documentações em posse das agremiações e junto a arquivos históricos, além de entrevistas com fundadores e antigos associados, participação e coleta de informações em reuniões e eventos ligados às agremiações, análise das necessidades de infraestrutura e metodologias de administração das agremiações. O coordenador do projeto, Iuri João Azeredo, assessor de relações comunitárias da Proext, acredita que o trabalho com os clubes proporciona a valorização da história e a diversidade étnica e cultural locais. “Essas organizações profundamente ligadas à população negra buscam resistir a um processo de discriminação já muito antigo, derivado de várias questões sociais”, diz. O projeto tem como bolsista a acadêmica do curso de História, Priscila Weber, que já havia participado de outros trabalhos na área da etnicidade.
As histórias que têm sido relatadas por antigos associados lembram que há manifestações culturais locais que foram perdidas no decorrer dos anos, originalmente introduzidas por agremiações da comunidade negra. É o caso do bumba-meu-boi, festividade com diversos personagens burlescos que antecedia o período dos bailes e desfiles de carnaval em Santa Cruz do Sul. Clubes como a Sociedade Cultural Beneficente União vêm enfrentando problemas para a manutenção de suas atividades. Trata-se, no entanto, de um importante patrimônio social e cultural que necessita de apoio. O projeto de extensão Introdução ao Resgate Cultural, Valorização e Fortalecimento das Agremiações Vinculadas à Comunidade Negra no Vale do Rio Pardo, desenvolvido pela Unisc, pretende ser um meio de colaborar para que esse tipo de organização comunitária prossiga e expanda suas ações. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3717-7320 ou pelo e-mail proext@ unisc.br. (A.P.G.)
Luciano Pereira
REDES DE COOPERAÇÃO REALIZA SEMINÁRIO
Seminário também contou com a apresentação de cases do Sicredi, da Rede Mundi e da Via Redes
Mais informações sobre o Programa Redes de Cooperação na Unisc podem ser obtidas na sala
201b, bloco 2 do campus de Santa Cruz do Sul, ou pelos telefones (51) 3717-7663 e 3717-7419.
Proext promove curso Estão abertas até o dia 16 de abril as inscrições para o Programa de Aprendizagem em Extensão. O curso é promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc (Proext) e será ministrado pelos professores Ana Luisa Menezes, Felipe Gustsack e Paula Camboim de Almeida. O objetivo do curso de extensão será desenvolver as concepções e as políticas de extensão universitária, compreendendo o papel da extensão universitária na
formação profissional e a extensão universitária como produção social do conhecimento. Além disso, buscará articular o conhecimento vivencial-reflexivo dentro de um processo dialógico. Uma turma terá encontros de 28 de abril a 30 de junho, às terçasfeiras à noite, e outra de 8 de maio a 10 de julho, às sextas-feiras à tarde. O valor para estudantes é de R$ 10 e para professores o curso é gratuito. As turmas terão um mínimo de 15 e máximo de 40 pessoas.
Encontros com a Extensão AUnisc, por meio da sua Pró-Reitoria de Extensão e Relações Comunitárias (Proext), promoveu, nos dias 9 e 10 de março, a atividade Encontros com a Extensão. O encontro do dia 9 foi aberto a gestores de empresas, professores e alunos, enquanto no dia 10 a atividade era restrita a professores e funcionários da Instituição. Ambos os eventos foram ministrados pela consultora Cássia Regina de Andrade, diretora socioambiental do Instituto Nordeste Cidadania, do Banco do Nordeste. O tema discutido no dia 9 foi Desenvolvimento Organizacional e o Paradigma Biocêntrico, abordando ainda o planejamento participativo e a consciência social na empresa.
Afro-descendentes: uma outra história O projeto de apoio a agremiações vinculadas à comunidade negra no Vale do Rio Pardo vai realizar, no dia 22 de abril, o evento Afro-descendentes: uma outra história. A palestra irá ocorrer na sala 101, bloco 1 do campus de Santa Cruz do Sul, às 19h30. O objetivo é discutir pesquisas envolvendo afros-descendentes no Brasil na área das humanidades e suas contribuições. A palestra será ministrada pelo doutor em Antropologia, Iosvaldyr Carvalho Bittencourt, e pela acadêmica em História Priscila Maria Weber. Os mediadores serão o professor Mozart Linhares da Silva e Mateus Skolaude, da Unisc. Entre os dias 17 e 24 de abril será realizada ainda a exposição de fotografias Imagens Negras: afro-descendentes em Santa Cruz do Sul, no saguão do bloco 1. Mais informações pelo telefone (51) 3717-7320. (M.M.)
PESQUiSA
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Unisc é uma das poucas instituições que utilizam a avaliação externa O Comitê Assessor de Avaliação da Unisc, composto por 12 docentes doutores de outras instituições de ensino da Região Sul, esteve reunido, entre os dias 16 e 20 de fevereiro, para a avaliação anual de projetos e relatórios de pesquisa e de extensão da Universidade. Os resultados foram apresentados na reunião do Conselho de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Relações Comunitárias do dia 19 de março. O processo de avaliação da pesquisa na Unisc constitui-se por meio da avaliação de projetos e relatórios de pesquisa e de extensão e de solicitações de bolsas pelos programas PUIC, PIBIC/CNPq e Probex, bem como da avaliação de relatórios de bolsistas. A análise é feita pelo Comitê Assessor de Avaliação, distribuída nas quatro grandes áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Exatas, da Terra e Engenharias e Ciências Biológicas e da Saúde. Segundo o coordenador de pesquisa da Universidade, professor Rogério Leandro Lima da Silveira, a Unisc é uma das poucas instituições que utilizam a avaliação externa (consultores ad hoc) para avaliação das pesquisas e ati-
vidades de extensão desenvolvidas pelos seus professores e bolsistas. “A avaliação externa serve como estímulo para qualificação do trabalho, pois demonstra que a Instituição está preocupada com a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”, aponta Silveira. “Nesse sistema de avaliação, além da qualificação dos projetos, ocorre o aperfeiçoamento e o direcionamento dos trabalhos de acordo com os níveis de exigências externas dos órgãos de fomento”, explica o professor. Resultados Na avaliação feita este ano, o Comitê Assessor de Avaliação destacou que as alterações aprovadas para o formulário de avaliação dos projetos e relatórios de pesquisa contribuíram para a agilidade do processo, assim como para a qualificação do processo de avaliação. Salientou, também, o avanço qualitativo dos relatórios de projetos de pesquisa, sugerindo aos docentes a publicação e a divulgação da produção científica em forma de artigo ou paper, tanto em nível de circulação nacional quanto internacional. No que se refere aos relatórios de bolsistas, o Comitê apro-
Fotos: Luciano Pereira
PROJETOS E RELATÓRIOS SÃO AVALIADOS
Comitê composto por docentes de outras instituições avalia as pesquisas e as atividades de extensão desenvolvidas pelos professores e bolsistas da Universidade
vou todos os relatórios. “Isso demonstra a importância da qualificação constante dos bolsistas da Unisc por meio de oficinas que os capacitam para a elaboração desses relatórios”, finaliza o coordenador de pesquisa.
Trabalho científico no Chile O professor do Departamento de Biologia e Farmácia, Eduardo Lobo Alcayaga, realizou um variado programa acadêmico e de trabalho científico na Faculdade de Química e Biologia da Universidade de Santiago de Chile (Usach). O programa é resultado do convênio de colaboração acadêmica, científica e cultural firmado pelos reitores de ambas as instituições, no período de 9 a 13 de março. Durante a visita, o professor Lobo participou de reuniões de trabalho com autoridades e acadêmicos para analisar temas de desenvolvimento de projetos de pesquisa e docência, principalmente entre o Programa de Mestrado em Tecnologia Ambiental da Unisc (MTA) e o Programa de Mestrado em Manejo Ambiental de Recursos Naturais da Usach. Dentre as principais conclusões, destaque para elaboração de um projeto de workshop, que será submetido a órgãos de fomento brasileiros para fins de auxílio financeiro, a ser realizado no Chile no mês de novembro, e que contará com a participação de quatro professores
do MTA da Unisc. O objetivo será contribuir para o desenvolvimento das linhas de pesquisa dos programas de mestrado em ambas as instituições. A atividade científica que mereceu destaque foi a conferência que o professor Lobo ministrou sobre Monitoramento ambiental: indicadores da qualidade da água com especial referência à utilização de algas diatomáceas, por ocasião da cerimônia de entrega de diplomas aos alunos do curso de especialização em Manejo Ambiental de Recursos Naturais da Usach, realizada no dia 11 de março. Durante a conferência, o professor da Unisc detalhou os aspectos do seu trabalho de pesquisa sobre o novo modelo de medição da qualidade da água com a utilização de diatomáceas. A pesquisa estuda as vantagens da utilização desse grupo de microalgas como bioindicadores ambientais em sistemas lóticos (rios, arroios), particularmente para detectar problemas de contaminação orgânica da água e eutrofi-
Lobo realizou variado programa acadêmico no Chile
zação. Lobo revelou, ainda, que os estudos nesse campo das ciências ambientais são muito recentes e, portanto, devem ser realizados esforços para aumentar o número de pesquisadores na América Latina. Para isso, são necessários programas de desenvolvimento de recursos humanos, especialmente em taxonomia de diatomáceas. “Esses esforços permitirão uma constante atualização dos sistemas biológicos de monitoramento, com o propósito de buscar um modelo suficientemente testado e calibrado, capaz de satisfazer às necessidades rotineiras de avaliação das águas continentais brasileiras”, afirmou.
Direito do Futebol é tema de especialização A Unisc vai oferecer no segundo semestre deste ano de 2009 o curso de pós-graduação em Direito do Futebol. A especialização é dirigida aos profissionais que trabalham ou pretendem trabalhar no âmbito do futebol. Nesse caso, advogados, empresários e profissionais de diversas áreas que lidam com o direito do futebol terão a possibilidade de obter uma formação específica sobre o assunto. De acordo com o coordenador do curso, Edison Botelho Silva Júnior, o esporte tem avançado na profissionalização e na organização, tanto nas federações como nos clubes e entre os demais agentes. Sendo assim, ele considera que o tema tem sido tratado com maior rigor de qualidade, exigindo um melhor preparo e abandonando o caráter amador de tempos passados. Botelho salientou ainda que o curso será baseado na prática do Direito do Futebol. “Por isso foram escolhidos professores com sólida formação e que atuam diretamente com essa prática. O objetivo é avançar além da teoria e levar o dia a dia desses profissionais para a sala de aula”, adianta. Dessa forma, foi trazido para coordenar o curso, junto com Botelho, o professor, advogado e doutor em Direito Desportivo Internacional pela Universidade de Tübingen, na Alemanha, Maurício Ferrão Pereira Borges. Para o es-
pecialista, é preciso produzir uma nova geração de profissionais, não necessariamente apenas de advogados, que estejam aptos a atuar no futebol moderno. “Essa pessoa tem de estar suficientemente atualizada e ser flexível para se adaptar rapidamente ao mercado da bola, que entrará em ebulição dentro de, no máximo, dois anos”, disse ele. Ainda de acordo com Ferrão, o curso terá disciplinas voltadas para a realidade do mercado, mas com ênfase no diferencial teórico. Nesse contexto, estão previstas atividades práticas que retiram os alunos dos bancos da faculdade e os colocam no mundo real. Os estudantes terão que resolver casos simulados, prestar consultorias, redigir contratos esportivos, formular regulamentos e organizar campeonatos de futebol. “A organização de um campeonato de verdade põe à prova toda a capacidade do aluno, pois este deverá contratar times, fechar contratos de patrocínios, elaborar regulamentos e constituir um tribunal disciplinar para resolver os conflitos de interesses simulados, advindos da própria competição”, considera. O curso irá utilizar as ferramentas on-line (EAD) de apoio às aulas, onde o aluno poderá contar com materiais de leitura para o acompanhamento das aulas e realização das atividades. Mais informações pelo site www.unisc.br/pg/ 2009/direito_futebol.html.
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INSTiTUCiONAL
APESC COMPLETA 47 ANOS DE ATUAÇÃO alunos nas mantidas Educar-se, Cepro e Unisc, que possui 46 cursos de graduação e 40 de especialização em andamento, divididos nos campi de Santa Cruz do Sul, Capão da Canoa, Sobradinho e Venâncio Aires, além de seis programas de mestrado e um doutorado. Para 2010 está previsto o início das atividades no campus de Montenegro e, além disso, está em fase de avaliação a implantação de um campus em Porto Alegre. Do total de alunos da Unisc, cerca de 40% contam com algum benefício, como bolsas de extensão, de ensino e de pesquisa, financiamentos, convênios com empresas ou descontos especiais concedidos a membros da mesma família ou a ex-alunos, entre outros. “O compromisso da Apesc inclui ações sociais que oferecem oportunidades de crescimento social e intelectual a um número cada vez maior de pessoas, proporcionando melhores condições de vida, de saúde e de educação, contribuindo para a vivência plena da cidadania”, define Thomé. Com a aquisição do HSC, em 2003, a Apesc começou a mudar o rumo da saúde na região, tornando Santa Cruz do Sul um polo regional de saúde. A Associação elencou 10 prioridades que, reunidas, formam o Projeto Hospital de Ensino. Metade dos compromissos assumidos já foram realizados. O presidente da Apesc orgulha-se em apresentar os resultados.
“Todos que colaboraram foram protagonistas desses avanços”, destaca Thomé. “Mas ainda há muito por fazer”, ressalta. Desde que foi adquirido pela Apesc, o HSC já recebeu inovações nos setores de Urgência e Emergência, melhorias e modernização dos serviços já implantados (laboratórios de análises clínicas, banco de sangue e Centro de Diagnóstico por Imagem – CDI) e implantação dos serviços de litotripsia extracorpórea, medicina nuclear, ressonância magnética e hemodinâmica. Até 2011, segundo Thomé, a meta é construir o Centro Clínico. A Apesc implantou também a área de ensino no HSC, com salas de estudo, espaços de convivência e ambulatórios para os cursos da área da saúde da Unisc e do Cepro. Em parceria com a prefeitura, o Hospital passará a sediar, a partir de 2009, o Plantão de Urgência (PU), prestando um atendimento de alta qualidade a toda a comunidade. Até 2011 deverão ser ainda ampliados o bloco cirúrgico, a UTI adulto e a UTI pediátrica, além de investimentos nas unidades de pediatria, de ginecologia e obstetrícia e de hotelaria. O Hospital Santa Cruz é o principal centro de saúde do Vale do Rio Pardo e também possui caráter filantrópico. Em 2008 foram realizados mais de 120 mil atendimentos, quase 70% pelo Sistema Único de Saúde – SUS em serviços médico-hospitalares, diagnósticos e tratamentos.
Inmetro visita projeto Novo Olhar A Unisc recebeu, no dia 26 de março, os representantes do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Eles vieram conhecer o projeto Novo Olhar, que está sendo desenvolvido na Instituição desde 2006. O projeto modelo de reorganização de processos é gerenciado pela Assessoria de Desenvolvimento Organizacional (DO). A proposta tem como objetivos a implantação da Gestão por Processos e a Modelagem dos Processos da dimensão ensino. São considerados processos o conjunto de atividades que objetivam a entrega de um bem ou serviço aos usuários. Na Unisc, podem ser destacados os processos seletivos (vestibular), a matrícula, as bolsas e os financiamentos e a aprovação de novos cursos. Conforme a coordenadora do DO, Magali Carolina Ellwanger, a modelagem consiste na identifi-
cação, no mapeamento, na análise e no redesenho dos processos. Nesse contexto, são identificados todos os seus elementos, como gerente, objetivos, metas, indicadores, base legal, entradas, saídas, regras de negócio e responsáveis pelas atividades. Ela lembra ainda que na primeira fase do projeto, já concluída, foram identificados e mapeados 331 processos e subprocessos, correspondendo a 4.032 atividades. “Os principais benefícios foram a definição dos gerentes de processos; a reflexão sobre a execução das atividades; a definição de metas e a medição de desempenho e a identificação e organização dos documentos de referência”, relata Magali. “Assim, foi possível fundamentar as tomadas de decisões”. Além disso, para registrar todos os elementos do processo foi desenvolvido o Sistema de Gestão por Processos (SGP). O
sistema permite a socialização do conhecimento; visão sistêmica; transparência; facilidade na busca das informações; agilidade na execução dos processos; melhor cumprimento de procedimentos e políticas organizacionais e identificação de todas as interfaces existentes com clientes e fornecedores. Já a segunda fase do projeto, ainda em execução, trata da análise e do redesenho dos processos. Para isso, foi aplicada uma pesquisa de opinião junto aos alunos e professores, sendo o retorno utilizado para definir os indicadores de melhorias. Com os indicadores definidos, iniciou o trabalho de redesenho, que consiste em um novo olhar sobre o processo mapeado, buscando a otimização por meio de melhorias e inovações, podendo ou não utilizar soluções de Tecnologia da Informação (TI). Entre os resultados já obtidos está diminuição da visão fragmentada, em que vários processos
As mantidas Unisc: Mais de 12 mil alunos e 46 cursos de graduação. Cerca de 40 opções em cursos de especialização e seis programas de pós-graduação stricto sensu. Mais de 83% dos docentes com mestrado ou doutorado. No total, mais de 80 mil pessoas beneficiadas por diversos programas e projetos de extensão, pesquisas e ações sociais em 2008. Escola Educar-se: Oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Uma nova forma de pensar e agir em Educação. Educar para a produção do conhecimento, criatividade e sensibilidade. Educar para os novos tempos. Cepro: Cerca de 500 alunos e oito cursos oferecidos atualmente. Oferece cursos profissionalizantes com vistas ao desenvolvimento socioeconômico da região. Hospital Santa Cruz: O HSC mantém índices positivos em diversos aspectos da rotina hospitalar. São 899 internações/mês, mais de 2,7 mil atendimentos ambulatoriais/mês, média mensal de 124 partos, cerca de 560 cirurgias de pequeno, médio e grande portes/mês, quase 25 mil refeições servidas a pacientes, acompanhantes e colaboradores/mês, 481 colaboradores, 167 médicos no corpo clínico, 58 plantonistas (cerca de 70% integrando o corpo clínico), 37 especialidades atendidas, 180 leitos e 63% dos atendimentos pelo SUS.
Instituída Fundação Teleunisc: Instituída da Apesc, a Fundação TeleUnisc mantém a Unisc TV, emissora fundada em 1996. Programação voltada à cultura, à educação, à saúde e a notícias. Programas produzidos por acadêmicos do curso de Comunicação Social, documentários do Instituto Goethe e produções da TVE gaúcha. A programação pode ser conferida das 14h30 às 22h30, no canal 15 da NET. Estrutura A estrutura administrativa da Apesc é hoje formada por uma Assembleia Geral Comunitária composta por mais de 60 entidades representativas de Santa Cruz do Sul. A diretoria tem como presidente o reitor da Unisc, Vilmar Thomé, e como vice-presidente o
empresário Jacob Braun. O conselho superior da Apesc conta com dez membros: seis eleitos pela Assembleia Geral Comunitária, mais o presidente da Apesc e seu vice, o pró-reitor de Administração da Unisc e o presidente da Associação dos Docentes da Universidade.
Ana Paula Greine
A Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc) completou, no dia 17 de março, 47 anos de atuação. Com mais de 1,7 mil funcionários, entre médicos, professores e técnicos administrativos, a entidade é a mantenedora da Unisc, do Hospital Santa Cruz (HSC), da Escola Educar-se e do Centro de Educação Profissional (Cepro). Criada em 1962, a Apesc foi a responsável pela abertura dos primeiros cursos superiores em Santa Cruz do Sul. Em 1964 houve a criação da Faculdade de Ciências Contábeis. Nos anos seguintes foram instaladas outras faculdades, como a de Filosofia, Ciências e Letras, a de Direito e a Escola Superior de Educação Física. Em 1981, todos os cursos passaram a fazer parte das Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul (Fisc) que, em 1993, viria a ser reconhecida como Unisc. A partir daí a Associação passou a ampliar a sua atuação nas áreas de tecnologia e de saúde. Grande parte dos atendimentos são prestados gratuitamente à comunidade, especialmente nas áreas da saúde, da educação e do direito, além do incentivo à cultura e ao esporte. “Cada vez mais essas ações estão alicerçadas no ideal comunitário, enraizadas na Apesc desde a sua fundação”, afirma o presidente da Apesc e reitor da Unisc, Vilmar Thomé. Hoje a Apesc/Educação conta com mais de 12 mil
Representantes do Inmetro vieram à Unisc para conhecer o projeto Novo Olhar
transformaram-se em um único; a redução de 65% das atividades manuais para informatizadas em um único processo; o aumento de 38% das atividades informatizadas e o incremento de atividades automatizadas nesse mesmo processo. Magali explica, ainda, que o projeto Novo Olhar busca contribuir não somente com a qualificação dos processos, mas também
das pessoas responsáveis pelos processos. Por isso, analistas de desenvolvimento humano planejam e executam ações para minimizar os impactos causados nas pessoas em função da mudança nos processos. Para dar suporte aos processos, está sendo desenvolvido o novo Sistema de Ensino totalmente aderente aos processos redesenhados.
E AGORA
REFLEXÕES SOBRE CARREIRA E PROFISSÃO
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Adriano Silva
ESTEJA UMA CURVA À FRENTE
é executivo numa grande empresa de mídia e autor dos livros ‘E agora, o que é que eu faço? – Tudo o que você precisa saber para construir a carreira dos seus sonhos’, ‘Tudo o que aprendi sobre o mundo dos negócios – Idéias para você ser mais feliz na vida corporativa’ e ‘Homem sem Nome’ (romance) doceoficio@uol.com.br
A sensação de ter ficado para trás é angustiante. Em qualquer situação na vida. Quando sua namorada decide fazer a fila andar – e você dança. Quando a tecnologia, as gírias, os modos mostram que você se desatualizou. Quando a média das pessoas na sua classe ou no seu escritório parece estar operando algoritmos enquanto você ainda está nas operações básicas de soma e subtração. Da mesma forma, estar à frente, sobrando, com vasto crédito na praça, é muito agradável. O esforço para se manter no topo, e para administrar essa vantagem sobre os demais, não é mole. E pode se transformar numa nova e poderosa pressão sobre os seus ombros. Mas, acredite, o esforço para sair da zona do rebaixamento, com a água lamacenta subindo e já molhando seu traseiro, é bem pior. Há casos de promoção – possivelmente os mais legais e desafiadores – em que o profissional é alçado ao nível da sua incompetência. Ou seja: ele é tirado da zona de conforto, do terreno que conhece, que já conquistou, e é jogado num terreno novo, a respeito do qual terá de aprender tudo. Como um craque do interior que vai jogar na liga nacional, ele sente o chão sumir debaixo dos seus pés no primeiro treino entre os novos colegas. Sua estatura e sua autoimagem se reduzem barbaramente. Ele não domina a nova situação e terá, em muitas madrugadas insones, rolando na cama, a impressão de que a empresa errou ao promovê-lo, de que ele não merece a confiança, de que não dará conta da parada. Há quem, alçado ao nível da sua incompetência, quebre emocionalmente e decida de vez que é uma fraude e que todos os sucessos prévios foram uma ilusão. Um presente especialmente duro pode fazer o sujeito não apenas ficar cego quanto ao futuro, mas também duvidar do seu passado – o que é maluco mas não cessa de acontecer por aí. Na maioria das vezes, no entanto, a empresa sabe que o sujeito não está pronto. Ela o estica porque vê nele o potencial para queimar etapas e turbinar a sua curva de aprendizagem com aquele empurrão à frente. O paradoxo escondido nessa situação é que a competência prévia do sujeito, o fato de ele ter atingido o céu no estágio anterior da sua carreira, é precisamente o que determina a sua promoção para uma temporada no inferno, perdendo todas as sua regalias de veterano e recomeçando na área nova como novato, tomando tombo e chuva.
infelizmente. Para lidar com empresas que miguelam desse jeito a ascensão de seus melhores talentos, seja qual for o motivo, restam poucas alternativas ao profissional além de tirar o cartão vermelho do bolso.
Há outros casos de promoção em que o profissional começa a assumir as funções do próximo cargo antes de assumi-lo. Ou porque o negócio cresce mais rápido do que as políticas de RH conseguem acompanhar e o sujeito é sugado pela espiral ascendente. Ou porque o sujeito vai forçando a estrutura para cima com o seu talento e o seu trabalho. É o caso de promoção mais seguro para a empresa e, em geral, menos sofrido para o executivo. Basta, para ambas as partes, passado algum tempo, oficializar o que já ocorre de fato.
Ainda sobre promoção: você precisará dos seus pares. A partir de determinado ponto, será difícil subir sem a aquiescência de quem trabalha no mesmo nível hierárquico que você – gente com quem você, claro, compete. Não olhe, portanto, só para cima, para os chefes e para os chefes dos chefes. Nem olhe só para baixo, para o seu time e para os diretos dos seus diretos. Em algum momento, o depoimento dos seus pares - que passarão a ser liderados por você -, como a expressão do “sentimento coletivo” a seu respeito, será fundamental para você ser promovido ou não.
www.osfiguras.com.br
Só fica ruim para o executivo quando ele assume as novas funções e os novos salários e benefícios do cargo demoram a vir. Isso não é incomum,
Então esteja sempre uma curva à frente. Agarre as oportunidades com coragem e ímpeto. Mas não queime pontes nem aliados nesse processo. Você precisará deles.
DICAS PARA LER... Livraria da Unisc
John Lennon - A vida, de Philip Norman Editora: Cia. das Letras Preço: R$ 69 (à vista 10%)
A obra é o relato biográfico mais completo sobre uma das personalidades mais fascinantes do século XX: John Winston Lennon, nascido em 9 de outubro de 1940 e tragicamente morto a tiros em 8 de dezembro de 1980. Com acesso a documentos inéditos e testemunhos de Yoko Ono, Sean Lennon e Paul McCartney, entre outros, Norman descreve a infância e a adolescência do ex-Beatle.
Biblioteca A história apresenta as jornadas de trabalho do jornalista Raul, que nunca pensou viver grandes aventuras, até se separar, perder o emprego e tornarse um cafetão agenciando mulheres. O foco do romance é sobre a realidade urbana, mostrando os conflitos na vida de um A segunda vez que te conheci, homem e sua esposa, que Marcelo Rubens Paiva, 191 p. após um tempo casados e Editora: Objetiva depois separados, resolvem Localização: B869.3 P149s se dar uma outra chance.
Edunisc
A valsa da medusa, de Valesca de Assis, 120 p. Preço: R$ 25 (Na Livraria da Unisc, 20% de desconto)
Sem filtros mágicos, mas com a magia das complexas relações humanas, das circunstâncias criadas pela cultura, pelo meio social e pelo mero acaso, sem a wagneriana identificação entre amor e religião, mas com uma história de amor cercada de misticismo, ainda que latente, A valsa da medusa é um livro que se lê de um só fôlego e com crescente prazer.
ESPECiAL
JORNAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL NÚMERO 90 NÚMERO 90 ABRIL DE 2009 ABRIL DE 2009
Está finalizado o processo de criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Unisc. Após vários anos de tramitação, a Portaria foi finalmente assinada e publicada no Diário Oficial do dia 18 de março. Em 2005, a Unisc tornou-se a primeira universidade no País a possuir uma RPPN. A área de mata nativa, destinada à manutenção da biodiversidade e ao estudo de espécies vegetais e animais da região do Vale do Rio Pardo, está instalada em uma área de 221,39 hectares de terra doada pela empresa Souza Cruz. A região está localizada próximo ao Salto do Rio Pardinho, no município de Sinimbu, a 48 km de Santa Cruz do Sul. Alguns pontos da reserva são destinados à preservação total e à pesquisa, enquanto outros abrigam projetos de educação ambiental e atividades de ecoturismo. Somente em 2008, a área recebeu cerca de 900 visitantes de escolas, de cursos da Unisc e da comunidade. “Ano passado priorizamos as visitações e foram criadas mais três trilhas”, informou a gestora da Reserva, Deise Schwengber Breunig, que também integra a diretoria da Associação de RPPNs do Rio Grande do Sul. Segundo ela, três monitores do curso de Ciências Biológicas atuam na área e orientam as visitas, coordenados pelo professor Jair Putzke. “Houve também melhorias no acesso da Reserva, licenciadas pela Fepam no final de 2007, permitindo a entrada de ônibus até o Centro de Visitantes”, contou. Já o processo de criação da RPPN da Unisc estava em tramitação desde abril de 2007. “Com a RPPN criada oficialmente, é possível acessar os editais para buscar recursos que permitirão ampliar a infraestrutura da Reserva e oferecer novas atividades voltadas à
Fotos: Divulgação
RPPN DA UNISC É OFICIALMENTE CRIADA Visitas A Reserva está aberta para visitação de terça-feira a sábado, das 8h às 18h. Os grupos são acompanhados por guias da própria Reserva. As visitas devem ser agendadas pelo telefone (51) 3717-7310 ou pelo site www.unisc.br/rppn, com no mínimo 48 horas de antecedência. Ingressos: Para visitar a RPPN é cobrada uma taxa de R$ 2 por pessoa. Nos casos abaixo, são oferecidos descontos ou isenção de pagamento: - Crianças de 5 a 10 anos - 50% - Grupos fechados acima de 10 pessoas - 10% - Grupos fechados acima de 20 pessoas - 20%
RPPN é destinada à manutenção da biodiversidade e ao estudo de espécies vegetais e animais
Para a criação de uma RPPN é necessário: - Iniciativa do proprietário - Reconhecimento da importância da área pela sua biodiversidade, por aspectos ou características ambientais - Reconhecimento pelo Poder Público Qual o objetivo da criação de uma RPPN? Conservação perpétua da diversidade biológica. O que muda, para o proprietário, com a criação de uma RPPN? A partir do reconhecimento da área como RPPN, não poderá ser desenvolvida nela qualquer atividade extrativista, ou seja, nada poderá ser retirado de sua flora e fauna. Informações: Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, por meio do telefone (51) 3717-7310, ou pelo endereço eletrônico rppn@unisc.br, com Deise Schwengber Breunig. educação ambiental, ao ecoturismo e aos esportes de aventura, além de possibilitar novas parcerias com organizações não governamentais do Brasil e do exterior”, explicou o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Unisc, João Pedro Schmidt. “Queremos agradecer a colaboração de todos para a concre-
Área recebeu em 2008 cerca de 900 visitantes de escolas, de cursos da Unisc e da comunidade
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tização deste importante projeto da Instituição”, ressaltou o reitor da Universidade, Vilmar Thomé. Segundo ele, a Unisc sempre buscou aliar, em seus projetos, desenvolvimento com preocupação ambiental, além de promover ações de educação ambiental em escolas e nos cursos da Instituição. “A Universidade procura diagnosticar potencialidades e problemas, desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão e disseminar o conhecimento tecnológico e ambiental nas regiões onde atua, tornando-se referência e sempre comprometida com a qualidade, a participação e a cooperação”, concluiu. Do ponto de vista da sustentabilidade, a Prefeitura de Sinimbu irá de imediato encaminhar solicitação à parcela do ICMS ecológico a que o município tem direito. O prefeito de Sinimbu, Mário Rabuske, foi um dos pioneiros que na década de 80 abriram o caminho que hoje leva até a Reserva. Para ele, é um privilégio para o município possuir uma área tão rica
Não pagam ingresso: - Crianças de até 5 anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis - Jornalistas, pesquisadores e autoridades, que estejam a trabalho e comprovem sua condição - Guias e motoristas de grupos fechados - Alunos da Unisc, com apresentação do comprovante de matrícula - Funcionários da Souza Cruz e da Unisc: com apresentação de crachá Como pagar: A taxa deve ser paga no Setor Financeiro - Tesouraria da Unisc ou por meio de depósito identificado. Nesse caso, ligar para (51) 3717-7479 para solicitar o código do depósito e apresentar o recibo na entrada da RPPN. Benefícios com a criação de uma RPPN: - Direito de propriedade preservado - Isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR referente à área - Prioridade na análise dos projetos, pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA - Preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola para projetos a serem implantados em propriedades com uma RPPN - Possibilidades de cooperação com entidades privadas e públicas na proteção, gestão e no manejo da RPPN
A criação da RPPN permite acessar editais para buscar recursos com o objetivo de ampliar a infraestrutura da Reserva
em espécies. “É importante também porque divulga a cidade e proporciona estudos sobre a fauna e a flora da nossa região”, comentou. Já o gerente de assuntos corporativos da Souza Cruz, Flávio Goulart, salientou que a RPPN da Unisc é a maior do Rio Grande do
Sul. “Ter colaborado com esse projeto foi importantíssimo para nós e vem ao encontro do que pensamos sobre sustentabilidade ambiental”, afirma. “Foi um aprendizado, e a Unisc tem sido uma parceira fundamental na preservação das espécies da nossa região”, finalizou.