ESPIRITUALIDADE CARISMÁTICA

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Comissão de Formação – MUR­JF Encontro2 : ESPIRITUALIDADE CARISMÁTICA 1. Introdução Em Pentecostes, a promessa do Pai anunciada por Jesus é cumprida. O Espírito Santo é derramado sobre os apóstolos fazendo­os compreender e iluminar a fé nas dificuldades relativas à Encarnação de Deus Filho. Já que nossa fraqueza não nos permite compreender nem o Pai nem o Filho, o Dom que é o Espírito Santo estabelece um certo contato entre nós e Deus. “13.Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar­vos­á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar­vos­á as coisas que virão. 14.Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo­lo anunciará.” (Jô 16, 13­14). E a promessa não foi apenas para os apóstolos, esse Dom de Cristo está inteiramente à disposição de todos (At 2, 38­39) e encontra­se em toda parte, mas é dado na medida do desejo de cada um. Ele está conosco até o fim do mundo; é o Consolador no tempo de nossa espera; pela atividade de seus dons é o penhor de nossa esperança futura; é a luz de nosso espírito e o resplendor de nossas almas. “16.E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. 17.É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.” (Jô 14, 16­17). A promessa de amor é cumprida ao ser derramado o Espírito Santo sobre cada coração. “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). O Espírito Santo transformou o coração dos discípulos, operando uma mudança interior, os fez homens novos. (Rm 8, 1­17) “24.Pois os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências. 25.Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito” (Gl 5, 24­25). De tímidos e temerosos os apóstolos se transformaram em ardentes e audazes testemunhas de Cristo e para construir a Igreja de Cristo, o Espírito Santo comunicou­lhes inúmeros carismas. Todos esses carismas existentes na Igreja primitiva aos poucos foram desaparecendo e no século passado houve como que uma redescoberta mundial de alguns dons que pareciam perdidos desde os primeiros séculos. Após o Concílio Vaticano II, que foi qualificado como o Concílio do Espírito Santo, pode­se dizer despertou um grande desejo da presença criadora e libertadora do Espírito. O Papa João Paulo II, fazendo­se eco do Concílio, formulou esta frase: ‘O Espírito Santo é a fonte e o motor da renovação da Igreja de Cristo!’. Paulo VI definiu o Concílio como o ‘perene Pentecostes da Igreja’ e sendo assim esse novo Pentecostes deve apresentar as mesmas características daquela primeira doação do Espírito, a saber: • Transformação interior, mudança de vida e conversão; •

Dinamismo evangelizador para edificar a Igreja;

Vida fraterna, comunidade.

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eewerwerwer No momento em que se começava a procurar caminhos para pôr em prática a renovação da Igreja, desejada, ordenada e inaugurada pelo Concílio Vaticano II, surge a Renovação Carismática Católica e a manifestação de dons e carismas, como na Igreja primitiva. Conhecer a promessa do Pai que também a nós é dirigida e receber o Amor deve ser o desejo de nosso coração, assim como vivenciar essa espiritualidade carismática para edificar a Igreja de Cristo e penetrar cada vez mais os mistérios de Deus.

2. Os Dons de Santificação Depois de Pentecostes o Espírito Santo habita em nós e não nos deixa nunca. Quer conduzir­nos, guiar­nos em todas as ações e em todas as coisas. Em Gálatas 5, 16 São Paulo exorta­nos dizendo “deixai­vos levar pelo Espírito Santo e não correreis o risco de satisfazer o desejo da carne.” O homem, em sua simples natureza humana ferida pelo pecado original, desprovida de graça santificante, desprovida de santidade, carecendo de tudo isso, não poderia ser guiado nem dirigido pelo Espírito Santo, então Ele coloca em nós uma nova capacitação, realiza em nós uma transformação, implantando em nós um novo coração, um espírito novo mediante os dons que nos dá para a nossa santificação. Esses dons de santificação, para a divinização de nossa pessoa (porque se o temos tornamo­nos seres divinizados), diferem dos carismas, que são dons para a nossa ação. Os dons de santificação não são carismas, são ao mesmo tempo energias e disposições que tornam mais eficazes a ação das virtudes teologais e morais que recebemos por infusão do Espírito Santo no nosso batismo. Esses dons que nos santificam, nos tornam capazes de captar as inspirações do Espírito Santo, são da mesma natureza do Espírito Santo, pois com nosso batismo recebemos uma participação da natureza divina. Em Isaías 11,2 são listados 6. A esses 6 se acrescentou um sétimo, porque o número 7 significa na Bíblia plenitude. São eles: dom de temor (temor de Deus), de piedade, ciência, fortaleza, conselho, inteligência e sabedoria. 2.1 O Dom do Temor O amor é delicadamente atencioso. Presta atenção para não ferir de modo algum o objeto de seu amor, pois teme desagradar o ser amado. Por isso o Espírito Santo coloca em nós esse dom do temor, para que por amor ao nosso Deus e Senhor evitemos fazer coisas que o desagradem. Temor não é medo, temor é aquela reverência pelo ser amado, aquela delicadeza para com o ser amado, temendo feri­lo. Estamos longe do medo, estamos no amor. Passamos a ser tementes a Deus, temendo desagradar o nosso Deus, temendo ferir o seu coração, porque o amamos acima de todas as coisas. 2.2 O Dom da Piedade Piedade aqui não é compaixão, não é pena. É uma qualidade que transforma o nosso coração de pedra em coração de carne, um coração capaz de captar a inspiração pela qual o Espírito Santo lhe inspira uma afeição filial por Deus, fazendo­nos considerá­lo como nosso Pai (Gl 4,6).

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eewerwerwer O dom de piedade é essa qualidade nova. Nós nos colocamos diante de Deus sabendo que Ele é nosso Pai. Se temos o dom da piedade, essa afeição filial por nosso Pai, temos que ter também uma afeição fraterna por nossos irmãos, nossos próximos, do contrário não estamos tendo afeição filial por nosso Pai. 2.3 O Dom de Ciência Esse dom permite ao nosso coração conhecer melhor o verdadeiro objeto do seu amor que é Deus. Esse objeto de seu amor ele já conhecera antes, pela virtude da fé. A fé nos faz conhecer Deus, mas o dom de ciência nos faz ver as belezas nas criaturas e, através delas, o bem maior que é Deus. Se alguma criatura tem tantas coisas lindas e belas, quão maior, mais lindo e mais belo deve ser o criador! E assim o dom de ciência nos faz conhecer melhor nosso Deus. E mostra que as criaturas por si só são vazias, são incapazes de satisfazer o nosso coração, são simples reflexos.

2.4 O Dom de Fortaleza O dom de fortaleza nos impele para Deus apesar de tudo o que possa acontecer. Através dele somos capazes de renunciar a tudo por nosso Deus porque o dom de fortaleza nos dá essa força, nos torna capazes de captar a inspiração de força do Espírito Santo e passar por todos os obstáculos. É esse dom que vai nos permitir, se preciso for, dar o testemunho do nosso sangue no martírio. Ser mártir é testemunhar, é dar testemunho pelo sangue. 2.5 O Dom de Conselho Pelo dom do conselho que é um tipo de Discernimento, o Espírito Santo nos leva a discernir o caminho e os meios mais seguros para chegarmos a Deus evitando os desvios. E nos capacita para aconselharmos os irmãos para irem, de uma maneira mais direta e mais reta, pelo caminho mais certo e seguro para o nosso Deus. 2.6 O Dom de Inteligência Inteligência vem do latim intus legere, ler lá dentro, no íntimo. É uma qualidade, um dom, graças ao qual o Espírito Santo torna o nosso coração capaz de captar as intuições que o inspira e pelas quais nos permite penetrar intimamente, mais além das palavras e das imagens, o objeto do nosso amor, Deus. O dom da fé nos faz descobrir Deus. O dom de ciência nos permite discernir Deus com mais nitidez. O dom de inteligência nos faz entrar no interior de Deus, conhecer as suas profundezas. O Espírito Santo penetra as profundezas de Deus (1Cor 2,10), perscruta­as e nos dá a conhecê­las. Esse conhecimento das profundezas de Deus é realizado pelo dom de inteligência, que nos torna capazes de penetrá­las. 2.7 O Dom de Sabedoria Sabedoria vem do latim sapere, de onde se originou saber, no sentido de provar o sabor. A sabedoria nos dá a capacidade de saborear o objeto do nosso amor, saborear Deus. É o dom de sabedoria que nos permite “provar e ver como o Senhor é bom” (Sl 33,9), nos dá a conhecer Deus por experiência, vivencialmente e não apenas intelectualmente. É ele que realiza aquilo que ouvimos tantas vezes: a união mística da alma com Deus.

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eewerwerwer A fé mesmo ajudada pelo dom de inteligência, que é aquele dom de penetrar o íntimo de Deus, ler no íntimo das coisas de Deus, a intimidade de Deus, essa fé e esse dom de inteligência ficam abaixo daquilo que o dom de sabedoria nos faz experimentar. Nesse sentimentos a pessoa se prosterna numa atitude de adoração diante do excesso divino. Deus excede tudo, Deus é mais que tudo, Deus é maior. Não há palavras para o dom de sabedoria. Todos esses dons de santificação são qualidades permanentes. Ficam em nós como uma espécie de instinto, um instinto sobrenatural pelo qual o Espírito Santo nos vai levando pelo caminho de Deus. Para isso precisamos ficar em estado de graça e orar. Depois estar atentos e dóceis à voz do Espírito Santo. Consentir em se deixar ser movido por Ele. Pelo trabalho conjugado de nossa liberdade e do Espírito Santo que age em nós nos sacramentos, em nossa obediência aos mandamentos do Senhor, somos transformados à imagem de Jesus por esse mesmo Espírito (2Cor 3,16­18). 3. A Finalidade dos Dons Deus nos dá dons que nos santificam e, além disso concede a cada um de nós aptidões, capacidades, dons que nos permitem realizar obras como ministros de Deus. São dons, não mais de santificação, e sim de operação, com os quais podemos renovar a criação para apressar a vinda do Reino de Deus. São Paulo nos diz para não ficarmos na ignorância quanto aos dons espirituais (1 Cor 12,1). Os dons são muitos, mas o mesmo Espírito Santo que distribui a cada um segundo a vontade de Deus e em vista do bem comum (1Cor 12,4­30). Eles são distribuídos não em meu benefício, mas como serviço, para edificar a comunidade. Nenhum dom é superior a outro, cada um tem uma função. A partir do momento que recebemos um dom temos uma responsabilidade, segundo a vontade de Deus. Não somos melhores por ter um dom, não temos a salvação por Deus ter derramado um dom por graça Dele em nós. E é O Espírito Santo que opera tudo em todos, não nós. É necessária sempre muita humildade para exercer um dom para não correr o risco de usá­lo com outra finalidade que não a de Deus (Rm 12,3­8). Se queremos um dom então deve ser porque olhamos para a comunidade com amor e queremos que Deus a edifique, nos colocando a disposição para que essa vontade Dele aconteça. Lembrando que a comunidade cristã foi o fruto imediato de Pentecostes compreendemos porque tantos dons foram derramados. Só o Espírito Santo congrega a comunidade e a mantém unida. É necessário também que uma relação íntima com o Senhor exista, que essa comunidade esteja centrada Nele. Deve existir entre os membros de uma comunidade uma comunhão íntima, solidariedade, participação e companheirismo e assim tornar­se um testemunho vivo de Cristo! 3.1 Efusão Podemos dizer que a Efusão do Espírito Santo é uma nova abertura ao Espírito recebido no batismo sacramental. A Efusão não é sacramento, nem imposição de mãos, mas sim uma renovação da nossa iniciação cristã, libertando o poder do alto que já habitava em nós. Essa Efusão pode acontecer de diversas maneiras: sozinho em uma capela ou em qualquer lugar, porém será melhor que outros irmãos, cheios já do Espírito Santo se unam a

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eewerwerwer nossa petição e orem por nós para ficarmos cheios do Espírito Santo (At 8,17). É Jesus que derrama esse Espírito não os irmãos que apenas nos ajudam a pedir. Muitas vezes se pergunta o que deve acontecer durante a Efusão. Poderá não haver nenhuma sensação especial, entretanto, é necessária uma confiança inquebrantável na promessa já realizada por Jesus, que se manifestará posteriormente em frutos diversos como a alegria, ousadia e coragem. O dom do Espírito não é questão de sensibilidade, mas sim de fé na promessa de Jesus. Entretanto, é freqüente e muito comum que se experimente muito palpavelmente e de maneira sensível, diversos efeitos da ação do Espírito Santo. É quando Deus pode também derramar dons para nos colocar a serviço da comunidade. Muitos servos costumam empregar o nome Batismo no Espírito Santo (BES) em referência a Efusão. Porém há uma orientação da RCC para que não se use esse nome, já que muitos podem confundir com o batismo sacramental. 4. Dons Para Agir em Parceria com Deus São Paulo várias vezes aborda o tema dos dons para servir, os carismas, não só na passagem de 1Coríntios 12, como também em Romanos 12 e em Efésio 4,12­16. O sentido dos dons espirituais é evidente. O Espírito de Deus se serve de cada um de nós para que contribuamos para edificação, para a construção do conjunto da Igreja. E para que isso seja possível precisamos estar unidos a Cristo já que somos os membros do Corpo de Cristo (1Cor 12, 27). Todos os dons do Espírito devem ser discernidos. O dom do Discernimento deve ser exercido, não só individualmente, mas pelo grupo. Uma profecia deve ser discernida pelo grupo para ver se realmente é de Deus. É por esse dom de Discernimento que podemos conhecer se ela vem do Espírito de Deus, do espírito do homem, ou do espírito do mal. É um dom do Espírito que revela a origem de uma palavra, de um sentimento, de um pensamento, de uma ação. A partir dessa relação, podemos agrupar 9 dons principalmente citados nas cartas de São Paulo em três classes, para efeito didático:

Dons de palavra, dons falados, que são o dom de Línguas, Interpretação de Línguas e a Profecia;

Dons de poder, porque o efeito exterior é uma obra de poder do Espírito, sendo eles a Fé (não como virtude, mas como dom carismático), Operação de Milagres e os dons de Curas;

Dons de Revelação, que são a Palavra de Sabedoria, a Palavra de Ciência e o Discernimento de Espíritos. Qualquer desses dons deve ser discernido pelo Discernimento de Espíritos, que é um dom fundamental. Um dos critérios para o Discernimento é verificar se o fruto do Espírito Santo se realiza no evento. 4.1 Dons de Palavra São dons que se manifestam pela locução, pela palavra, por isso chamam­se Dons da Palavra porque exigem que as nossas cordas vocais funcionem. Os Dons de Poder não se realizam necessariamente pela palavra, podem ser realizados de outras formas porque expressam a ação de Deus no nosso homem interior, no nosso espírito. 4.1.1 O Dom de Línguas É, em geral, mas não sempre, o primeiro que se recebe. É um dom de crescimento espiritual, de edificação da pessoa que por conseqüência gera a edificação da comunidade. São Paulo recomenda que quando não se tem uma pessoa com o dom de Interpretação de

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eewerwerwer Línguas em uma assembléia que é preferível exercer o dom da Profecia que o de Línguas (1Cor 12,14). Em um grupo de oração então podemos ainda orar em línguas, mas dependendo da ocasião é melhor rezar­se mais baixo. É ainda um precioso dom: “Graças a Deus que possuo o dom de Línguas superior a todos vós” (1Cor 14,19). É um dom de Louvor, é um dom de ação de graças. É um dom importante, embora seja o mais difundido e pareça não realizar nada, mas é uma linha de oração direta com Deus. Embora nós e o que nos escutam não entendamos o que é dito, Deus entende. Aquele que perscruta os corações sabe o que o Espírito está dizendo porque intercede pelos santos, segundo Deus (Rm 8,27). O Dom de Línguas não é um dom de linguagem humana, não é um dom do intelecto, não é um dom que se fixa na nossa razão. É um dom que ultrapassa os limites da nossa razão, do nosso intelecto. Ultrapassa a prisão da palavra, porque não é uma linguagem conceitual (1 Cor 14,2). É uma oração de louvor que, em si, já nos liberta. Pode, e em geral é, dirigida à assembléia e deve haver alguém que a interprete. O dom de Línguas é para todos ­ “Quero que todos vós faleis em Línguas” (1Cor 14,5) – já que é um dom de união com Deus. Podemos pedir a Deus esse dom. A disposição de receber esse dom é uma declaração pessoal de que queremos ser dóceis ao Espírito Santo, de que queremos unir­nos mais profundamente ao Senhor, no poder de seu Espírito, e mergulhar na sua contemplação. Quando estamos ameaçados pela tentação, pelo desânimo, por uma ferida que recebemos, uma machucadura na nossa afetividade, na nossa sensibilidade, o dom de Línguas trás de novo a paz. 4.1.2 A Profecia A Profecia é diferente do dom de línguas porque é dita em vernáculo. Temos a idéia de que a profecia é uma revelação em que se prediz o futuro, mas não é um dom de revelação, tendo um sentido genérico e específico. Em sentido genérico profeta designa uma pessoa que diz revelações que vem de Deus. Sendo assim se fala uma Palavra de Sabedoria ou uma Palavra de Ciência é profeta. No sentido específico de dom carismático é uma palavra de exortação, consolação e edificação (1Cor 14,3), não de revelação. A repetição de um texto da Escritura, em si (“Eu sou o caminho, a verdade, a vida”), não é profecia. A profecia exorta, consola, edifica e a comunidade percebe, como que por um instinto do próprio Espírito Santo, se uma expressão é profecia ou não. As profecias são para a comunidade, para o grupo, de forma que uma profecia dita num grupo de oração nunca pode ser desprezada (1Ts 5,20). 4.1.3 A Interpretação de Línguas A Interpretação de Línguas não é uma tradução em vernáculo do que foi dito em Línguas. É como se o Senhor desse a outra pessoa, ou à mesma pessoa, a mesma mensagem, já agora em vernáculo. Então, a mensagem em Línguas junto com a Interpretação de Línguas é como uma profecia que o Senhor dá em Línguas e depois interpreta para que todos tomem conhecimento daquilo que foi dito. Parece ter sido isto o que ocorreu no dia de Pentecostes (At 2,4­13). 4.2 Dons de Revelação São dons de revelação porque através deles o Senhor nos revela alguma coisa.

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eewerwerwer 4.2.1 A Palavra de Sabedoria Palavra de sabedoria é um dom mediante o qual o Senhor nos revela uma parcela da sua sabedoria. À sabedoria de Deus é atribuído o planejamento de Deus, as coisas que Deus planejou desde toda a eternidade, as coisas que vão acontecer, as coisas que Ele vai fazer, as coisas que Ele quer que sejam feitas. É diretiva e diz respeito ao futuro (Gn 6,13­14). 4.2.2 Palavra de Ciência Palavra de Ciência ou de Conhecimento é a comunicação de uma parte do conhecimento, da ciência de Deus. Atribuímos à ciência de Deus, ao conhecimento de Deus, todo o conhecimento que Ele tem do criado, das coisas que tem acontecido. A sabedoria de Deus planeja e o conhecimento de Deus verifica a realização desse plano. Pela Palavra de Ciência o Senhor nos revela algo que aconteceu no passado ou está acontecendo no presente. A de Sabedoria, ao contrário, é revelação de coisas que virão e ainda o que se deve fazer ou acontecer. 4.2.3 O Discernimento de Espíritos Outro dom de revelação, agora do mundo invisível, do mundo dos espíritos. Inclui também visão. Um dom que revela aquilo que vem de Deus, aquilo que vem do espírito do homem e aquilo que vem do espírito maligno. Nos revela o que está acontecendo, qual é a raiz, a causa do que está acontecendo. Por esse dom, Paulo em At 16,16­18, percebe que a moça falava não pelo Espírito Santo. É um dom extremamente importante e necessário. O combate espiritual é ineficaz sem Discernimento, esta capacidade de ver onde, como e quando Deus deseja combater conosco o inimigo. O Discernimento de Espíritos consiste na discriminação espiritual dada pelo Espírito Santo como o propósito de julgar a fonte do poder: humana, satânica ou divina. Esta capacidade pode ser imediata ou cultivada com o tempo pela observação e o aprofundamento da sensibilidade da pessoa ao Espírito de Deus. 4.3 Os Dons de Poder Dons de poder porque mediante eles o Senhor realiza conosco coisas poderosas porque são o poder de Deus em ação em nós. 4.3.1 O Dom da Fé Como dom carismático, dom de realização, o dom da Fé nos é dado para proteção em tempos difíceis, para trazer as bênçãos e a provisão divinas. É uma maneira que Deus nos dá de trazer à realidade coisas que não existem ainda. O dom de Fé dá à pessoa crer que Deus vai agir de uma forma sobrenatural. É a convicção interior que possibilita a Deus realizar algo que Ele, Deus, quer realizar em parceria com aquela pessoa (1Reis17, 8­16 a viúva e Elias colocaram as condições para que Deus pudesse agir, tendo Fé nas palavras de Deus). 4.3.2 O Dom de operação de Milagres

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eewerwerwer Esse dom altera, suspende, controla as leis da natureza. Tem por finalidade manifestar a glória de Deus e provocar a fé, a conversão das pessoas. A diferença entre o dom da Fé e o dom de Operação de Milagres é que, neste último Deus opera através de uma pessoa humana, com suas limitações, enquanto que no dom da Fé, Deus realiza algo em favor de uma pessoa humana não, porém, através dela. Ele o faz diretamente por seu poder ou através dos anjos. 4.3.3 Os Dons de Cura Os dons de Cura são para o benefício do povo, para a restauração dos filhos de Deus. O dom de Cura é um derramamento do amor de Deus, da compaixão de Deus através de nós para curar o seu povo. São manifestações do Espírito na área da saúde. Os dons operam em conjunto. Quando oramos para a cura de alguém utilizamos os dons de revelação, pois se oramos com a Palavra de Ciência, oramos mais eficazmente. Se aconselhamos com a Palavra de Sabedoria, aconselhamos mais corretamente. Também podemos orar em línguas para nossa mente ficar livre e o Senhor poder revelar­nos a origem de uma dor, sofrimento, ressentimento ou algo que esteja prejudicando a pessoa a precisa ser curado. 5 Dirigidos pelo Espírito Santo Nossa vida como um todo necessita ser guiada pelo Espírito de Deus. Precisamos a cada dia estar atentos as moções desse Espírito em nós e através de nós. É através desse Espírito que poderemos estar em Deus, conhecê­lo e saboreá­lo. Deus convida cada um de nós a ser instrumento para que outras pessoas também o conheçam e vivam Nele e somos livres para aceitar ou não o convite de Deus. 6 Referências CHAGAS, Dom Cipriano. O Poder de Deus em suas mãos – um seminário de Dons e Carismas. Edições Louva a Deus, 3ª edição, dezembro de 2006. http://www.rccbrasil.org.br/rcc_br/hist.php COUTINHO, Tácito José Andrade. Vida plena, vida no Espírito. Volume 7: Querigma: a pregação nas assembléias de oração. Arquidiocese de Pouso Alegre – MG.

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