UPorto Alumni #01

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Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto, Nº 01, II Série, Junho de 2007,Trimestral, 2.5 Euros

20 ANOS DE ERASMUS, Pág 8 ICBAS E IBMC INVESTIGAM MENINGITE, Pág 14 DESPOLUIÇÃO DO LEÇA, Pág 16 PERCURSO DE VASCO TEIXEIRA, Pág 23 ENTREVISTA A JOÃO FERNANDES, Pág 26 EXPOSIÇÃO DE GERARDO RUEDA, Pág 30 RAPIDINHA DAS 18, Pág 34 NEOSCOPIO NA UPTEC, Pág 38 DOTES MUSICAIS DE AURELIANO DA FONSECA, Pág 42 DESENHO DE DA VINCI, Pág 46 Esta edição contou com 0 apoio de:



Colocar a U.Porto no ranking das 100 melhores (…) é uma visão extraordinariamente estimulante para a comunidade académica e um desafio magnânimo. (…) Mas, para que tal desiderato se cumpra, será necessário desenvolver, com carácter prioritário e consistência, uma nova cultura institucional de excelência. Adicionalmente, [a U.Porto] terá de ser capaz de servir de suporte à implementação, em tempo útil e com sucesso, das estratégias melhor adequadas às exigências do Processo de Bolonha. Ora, no meu humilde entendimento, os antigos alunos da U.Porto, com o seu conhecimento e experiência acumulados, poderão e deverão, necessariamente, ser chamados a participar activamente em iniciativas alinhadas com tal objectivo estratégico. Maria Manuela Tavares (Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em 1990)

sidade do Porto, teve a programação que sucintamente se esboça: 1) Origem remota do ensino. 2) A Universidade (fundamentos, primeiros professores e metodologia). 3) As Faculdades (génese e desenvolvimento). 4) Listagem dos professores até ao presente, destacando os mais eminentes. 6) Lista dos cursados em cada Faculdade com relevo daqueles que se evidenciaram no país e no estrangeiro. 7) A Universidade na actualidade. 8) Visualização do seu futuro… De imediato o reitor (…) aplaudiu a ideia. (…) De súbito, surge a revolução em 25 de Abril de 1974 e a Associação foi assaltada e destruída! O tempo passou… A rememorar o sonho, ele dará mérito, a ficar na história, a quem no tempo certo o possa concretizar. Aureliano da Fonseca (Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto)

Como Médico Dentista licenciado pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto foi com orgulho que vi publicado um artigo sobre o excelente trabalho desenvolvido pelo Prof. Doutor David Andrade e toda a equipa da Disciplina de Odontopediatria em prol dos estratos da comunidade mais necessitados de cuidados de saúde oral. Infelizmente todo esse esforço de dotar os futuros Médicos Dentistas com esse tipo de conhecimento prático é inútil. Desde 1975 que se formam Médicos Dentistas no Porto, cuja capacidade clínica não é aproveitada pelo Serviço Nacional de Saúde. (..) Talvez seja tempo da Universidade e as suas diversas Escolas estabelecerem uma ligação mais íntima com as necessidades da população, criando assim um vínculo que dificilmente se quebrará. Pedro Moreira

Visitei recentemente uma universidade americana onde o departamento de estudos portugueses e brasileiros funciona a toda a velocidade. Dirigido por um português, claro. A universidade tem um campus completamente louco de extensão e vida: pólos de ensino, teatros, anfiteatros, salas e salões de cerimónias, de concertos de eventos múltiplos. Por que é que no Porto não há nada disto? Por que é que em Portugal quando se fala de música a um político ele responde sempre que... “isso para mim é chinês?!” Por que é que... nem sequer na maior universidade do Norte do país, a par da História, da Arte, das Belas-Artes, da Arquitectura, não nasce um departamento de Música que incluísse musicologia, teoria e prática da música, aproveitando os recursos já qualificados em universidades diversas com altíssimo grau de competência e excelência? Mário Anacleto

Sonhos que se tiveram um dia, vale a pena recordá-los, a serem porventura realizáveis num tempo surgido. Um desses sonhos está no passado de 1972/74, na Associação dos Antigos Alunos da Universidade do Porto. (…) Ajuizado um Congresso da Univer-

Os e-mails destinados à secção “Opinião do Leitor” devem ser enviados para alumni@reit. up.pt, acompanhados do nome do remetente, da sua idade, do curso que frequentou na UP, do respectivo ano de matrícula e do endereço electrónico pessoal. A revista U.Porto Alumni reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos enviados.

EDITORIAL Quando, há um ano, a actual equipa reitoral da Universidade do Porto tomou posse, desde logo elegemos como objectivo estratégico o aprofundamento do relacionamento da Universidade com os seus antigos alunos. Pretendemos que os nossos graduados tenham um papel activo no desenvolvimento da Universidade, na sua divulgação e valorização junto das entidades empregadoras e da sociedade em geral; no apoio ao alargamento da cooperação da universidade com as empresas e outras instituições; na participação nas actividades e na utilização dos seus serviços; na criação de uma cultura de mecenato científico, cultural e social à volta da Universidade do Porto. Queremos, acima de tudo, desenvolver uma ligação mais estreita e produtiva com todos os nossos antigos alunos de maneira a que estes se venham a constituir parceiros privilegiados da Universidade do Porto. A criação de uma estrutura dedicada como o Gabinete do Antigo Aluno da U.Porto e a concepção de um pacote de benefícios e regalias exclusivos para os nossos graduados – que vão desde descontos em programas de formação ao acesso privilegiado a recursos e serviços da universidade – foram os primeiros reflexos desta aposta estratégica. Mas também a publicação que agora tem em mãos marca uma nova etapa do relacionamento da Universidade do Porto com os seus antigos alunos. Com nova roupagem e nova orientação editorial, a renovada UPorto Alumni pretende assumir-se como um verdadeiro ponto de encontro entre todos os graduados da Universidade do Porto. Este será um veículo privilegiado para a José Marques troca de experiências, de memórias e de dos Santos contactos entre as largas dezenas de milhaReitor da res de antigos alunos e uma plataforma de Universidade diálogo entre estes e a sua Universidade. do Porto Estamos, por isso, à espera do seu contributo. Afinal, esta revista também é sua.

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OPINIÃO DO LEITOR


DIRECTOR José Carlos D. Marques dos Santos

UPorto Alumni Revista dos Antigos Alunos da Universidade do Porto Nº 01, II Série REDACÇÃO Anabela Santos Raul Santos Tiago Reis

SUPERVISÃO REDACTORIAL Isabel Pacheco João Correia Ricardo Miguel Gomes

DEPÓSITO LEGAL 149487/00

IMPRESSÃO DigiPress

Design Rui Guimarães

FOTOGRAFIA Ana Roncha, António Chaves 1/2 Formato

Histórias de vida que ilustram os 20 anos do programa Erasmus, experiência de aprendizagem na era global.

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PERIODICIDADE Trimestral

TIRAGEM 60.000

ICS 5691/100

Passagem em revista das notícias que fizeram o quotidiano académico da U.Porto nos últimos meses.

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EDIÇÃO E PROPRIEDADE Universidade do Porto Gabinete do Antigo Aluno Serviço de Comunicação e Imagem Praça Gomes Teixeira 4099-345 Porto Tel: 220408178 Fax: 223401568 ci@reit.up.pt

COORDENAÇÃO EDITORIAL Assunção Costa Lima (G-AAUP) Vasco Ribeiro (SCI)

COLABORAÇÃO REDACTORIAL Conselho Coordenador de Comunicação: Angelina Almeida (FCNAUP) Carlos Oliveira (FEUP) Deolinda Ramos (FADEUP) Elisabete Rodrigues (FCUP) Fátima Lisboa (FLUP) Felicidade Lourenço (FMDUP), Lino Miguel Teixeira (FBAUP) Mafalda Ferreira (EGP) Maria José Araújo (FPCEUP) Maria Manuela Santos (FDUP) Mariana Pizarro (ICBAS) Pedro Quelhas de Brito (FEP) Suzana Figo Araújo (FAUP) Teresa Duarte (FMUP)

ÚLTIMAS

MÉRITO

Os mais recentes prémios e distinções atribuídos ao universo da U.Porto, em diversas áreas da actividade académica.

EM FOCO

INVESTIGAR

Investigadores do ICBAS e do IBMC descobrem como inibir bactéria causadora de meningite em recém-nascidos.


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SEMPRE A APRENDER

A CULTURA NA UNIVERSIDADE

Oferta de formação pós-graduada da U.Porto, cujas candidaturas decorrem entre Junho e Setembro.

FACE-A-FACE

O director do Museu de Serralves, João Fernandes, relata episódios da sua vida e reflecte sobre a arte contemporânea.

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Faculdades de Engenharia e Ciências participam no projecto de despoluição do rio Leça, no concelho de Valongo.

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PORTO, CIDADE, REGIÃO

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Exposição de Gerardo Rueda traz ao Porto esculturas monumentais, pequenas esculturas e uma antologia de pintura.

COMENTÁRIO

MEETING POINT

Artigo de opinião de Paulo Pinho, professor e investigador da FEUP, sobre a segunda fase do projecto do Metro do Porto.

A U.Porto como ponto de encontro de antigos alunos e centro nevrálgico de actividades paralelas à vida académica.

ALMA MATER

VINTAGE

Foto-reportagem sobre os bastidores da FBAUP, uma faculdade onde o sortilégio da criação embala os dias de estudantes e mestres.

O longo processo de identificação do desenho de Da Vinci da FBAUP, a única obra do mestre renascentista em Portugal.


ÚLTIMAS

CURSOS DE VERÃO 2007 A U.Porto promove, no período estival, um vasto programa de cursos de educação contínua. Neste âmbito inclui-se a Universidade Europeia de Verão que, entre 25 de Junho e 1 de Julho, vai analisar e discutir “A Formação em Contextos de Educação Formal, não Formal e na sua Articulação com o Mundo do Trabalho”. Entre os Cursos de Verão 2007, destacam-se ainda as 13 acções da FBAUP previstas para Julho: Acerca da Aprendizagem do Desenho; Arte Pública; BD e Ilustração; Espaço e Paisagem; Fotografia Digital; Introdução à Arte Moderna e Contemporânea; Introdução à Programação Gráfica; Introdução ao Design para WWW; Introdução aos Meios Digitais; Moldagem com Resinas e Gessos; Os Desenhos do Corpo; Técnicas de Impressão; Temas de Arte Contemporânea. A FLUP agendou, também para Julho, duas formações nas vertentes linguística e cultural. Entre 3 e 27 tem lugar o Curso de Verão de Língua e Cultura Portuguesas para Estrangeiros, enquanto que, de 9 a 20, realiza-se o Curso de Actualização para Professores de Português como Língua Estrangeira. No mês de Agosto realiza-se a Universidade Itinerante do Mar, uma plataforma europeia para formação em questões marítimas. Desta feita, a iniciativa da U.Porto e da sua congénere de Oviedo tem por tema “O Mediterrâneo: Um Espaço de Encontro entre Culturas”. Durante os meses de veraneio, o Departamento de Botânica da FCUP prossegue o Botânica 2007. Este evento compreende vários de cursos de formação científica, estando previsto para 8, 15 e 16 de Setembro o início do Terceiro Ciclo: A Botânica na Saúde, com uma acção sobre Plantas Tóxicas e Medicinais.

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RMG


CIBIO ASSINA ACORDO COM O BES

PROGRAMA CONJUNTO DE DOUTORAMENTOS

Um acordo assinado no final do mês de Maio com o Banco Espírito Santo (BES), em que participa como assessor científico o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, prevê a criação de um prémio anual “Business & Biodiversity”, entre outras vertentes. O galardão, no valor de 75 mil euros, inclui uma faceta de investigação e inovação e outra de soluções empresariais. O prémio insere-se na iniciativa “Business & Biodiversity”, que Portugal adopta como prioridade para a presidência da UE e pretende operacionalizar no âmbito da meta, já anunciada pela Comissão Europeia, de estancar a perda de biodiversidade até 2010. Neste sentido, o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), outro parceiro no acordo assinado, está a promover um conjunto de parcerias com empresas e instituições bancárias, em que estas assumem o apoio a projectos de conservação da biodiversidade. O BES foi a primeira dessas instituições a rubricar o acordo. Este primeiro acordo prevê ainda a avaliação de impactes directos e indirectos do BES na biodiversidade, a elaboração de um estudo de oportunidades de negócio na área da biodiversidade – este estudo será conduzido pela Espírito Santo Research, com assessoria técnica do CIBIO –, o desenvolvimento de uma linha de microfinança para apoio a serviços na área da biodiversidade e ainda o apoio financeiro à preservação de três espécies ameaçadas na Herdade da Poupa. Nesta herdade, situada na região do Tejo Internacional, podem ser encontradas a águia-imperial, a cegonha-preta e a lontra.

Cooperação, internacionalização e racionalização. Foram estas as palavras que, no passado dia 17 de Maio, rimaram com a apresentação do programa conjunto de doutoramentos lançado pelas universidades do Porto, Aveiro e Minho. Ao todo são quatro os cursos do 3º ciclo (doutoramento) que vão arrancar no próximo ano lectivo, no âmbito de uma parceria inédita em Portugal. Os protocolos celebrados envolvem áreas estratégicas e de excelência das três universidades, como são os casos da Informática, Telecomunicações, Ciências do Mar e do Ambiente e Geociências, sendo que as duas últimas envolvem apenas Aveiro e Porto. As faculdades de Engenharia e Ciências e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar são as três unidades da U.Porto envolvidas no MAP – Doctoral Joint Program. Assim se designa um programa cujas ambições vão além das paredes das universidades. “A cooperação com o exterior é uma área para a qual temos que olhar com cuidado, de modo a que possamos atingir dimensão, massa crítica e qualidade que nos permita pensar em voos mais ambiciosos”, desafiou o reitor da U.Porto, José Marques dos Santos, perspectivando a adesão de empresas e multinacionais a um programa que “deve ser capaz de atingir uma presença internacional forte” e “atrair estudantes de grande qualidade, vindos de outros países”. Com início marcado para Setembro, os doutoramentos vão ser ministrados, alternadamente, nas instalações das universidades de Aveiro, Minho e Porto por docentes das três instituições. Mais informações sobre o MAP em www.map.edu.pt. TR

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ÚLTIMAS

U.PORTO NAS DEZ MELHORES IBERO-AMERICANAS A U.Porto atingiu, pela primeira vez na sua história, o top 10 da produção científica entre universidades do espaço ibero-americano: Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Cuba, México, Peru e Venezuela. Na mais recente edição do Ranking Iberoamericano de Instituciones de Investigación – no qual é avaliada, com base nos dados da ISI Web of Knowledge, a produção científica de cerca de 750 universidades e institutos de investigação ibero-americanos –, a U.Porto surge na liderança nacional e no 11º posto da geral (10ª entre universidades), atrás de instituições de Espanha, Brasil, México, Argentina e Chile. O ranking que considera a produção científica agregada dos últimos 15 anos avaliados, de 1990 a 2005, coloca a U.Porto na 20ª posição, sendo seguida pela Universidade Técnica de Lisboa (21ª), a Universidade de Lisboa (28ª), a Universidade de Coimbra (34ª), a Universidade Nova de Lisboa (48ª), a Universidade de Aveiro (62ª) e a Universidade do Minho (84ª). Porém, se se considerar apenas a produção científica do último ano de avaliação (2005), a U.Porto sobe para o 11º lugar, deixando para trás as universidades Técnica de Lisboa (19ª), de Lisboa (26ª), de Aveiro (31ª), de Coimbra (33ª), Nova de Lisboa (39ª) e do Minho (61ª). Um salto significativo de resultados que se reflecte também nos rankings de produção científica por área disciplinar. Aqui, é de salientar a 3ª posição da geral na área da Tecnologia Química, os oitavos lugares em Química e Biologia Molecular, Celular e Genética, o 9º e 10º postos nos domínios da Ciência e Tecnologia dos Alimentos e da Fisiologia e Farmacologia, ou as 15ª e 21ª classificações em Medicina e Biologia Vegetal e Animal – Ecologia.

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ACORDO COM TEXAS ENVOLVE DOUTORAMENTOS A U.Porto participa em dois programas de formação avançada e em acções de incentivo ao empreendedorismo no âmbito do acordo com a Universidade do Texas (UTA), em Austin, o qual vem na sequência de parcerias semelhantes anteriormente estabelecidas com o MIT e a Carnegie Mellon. A maior universidade portuguesa está, então, envolvida em dois dos três programas de doutoramento previstos, Computação Avançada (Advanced Computing) e Conteúdos Digitais (Digital Media), e ainda num programa de mestrado profissional nesta última área. O terceiro doutoramento, no qual U.Porto não participa, é em Matemática. O acordo passa pela constituição de uma entidade de interface, o CoLaboratório Internacional para as Tecnologias Emergentes (CoLab), e o estabelecimento de uma rede para estimular a valorização económica do conhecimento, a UniversityTechnology Enterprise Network (UTEN). Esta rede inclui os gabinetes de transferência de tecnologia das universidades públicas portuguesas e dos parques de ciência e tecnologia com actividade de investigação académica relevante, tendo sido planeado para potenciar a internacionalização e o acesso a novos mercados emergentes. Para além destas iniciativas, estão previstas parcerias para desenvolver projectos de investigação entre equipas da UTA e de instituições portuguesas, neste último caso pertencentes a centros de investigação de sete universidades e a três laboratórios associados. A Universidade do Texas dispõe do maior departamento dos Estados Unidos na área da comunicação, o qual integra um dos mais evoluídos centros de computação avançada do país, onde opera um dos supercomputadores da actualidade. É também muito conhecida na área da valorização económica do conhecimento.

PARCERIAS COM A UNIVERSIDADE DE MONTANA Lobo ibérico identificado através dos métodos do CIBIO (foto de Francisco Álvares).

A U.Porto está a preparar um acordo de cooperação com a Universidade de Montana, nos Estados Unidos da América, impulsionado por um conjunto de colaborações já iniciadas na área das ciências biológicas. O primeiro passo foi dado por investigadores a trabalhar no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), nomeadamente por Gordon Luikart, investigador da U.Porto e professor adjunto na Universidade de Montana, e Paulo Célio Alves, professor da Faculdade de Ciências e investigador no CIBIO. A colaboração já resultou em projectos de investigação apoiados pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e pela Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT), e resultará noutros a submeter aos apoios da National Science Foudation (NSF) norte-americana. Por outro lado, esta colaboração envolve já diversos alunos de mestrado e de doutoramento. Os projectos de Investigação baseiam-se, essencialmente, no desenvolvimento de mé-

todos moleculares para identificação de espécies a partir de amostras vestigiais, bem como na avaliação do modo de transmissão de parasitas e doenças emergentes em fauna selvagem. Uma das acções que resultam desta parceria é um curso avançado sobre Análise de Dados em Genética da Conservação, organizado por Gordon Luikart e Albano Beja-Pereira, em que participa um conjunto de internacionalmente reputados especialistas nesta área. Após a primeira edição, em Setembro do ano passado, que decorreu nas instalações do CIBIO no Campus Agrário de Vairão e contou com cerca de 40 participantes de todo o mundo, este ano o curso decorrerá na Flathead Lake Biological Station, Montana, de 11 a 16 Setembro (mais informações em http://cibio.up.pt). Apesar de, numa fase inicial, incidir nas ciências biológicas, o acordo pode ainda alargar-se a outras áreas de interesse para as duas universidades. JC

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EM FOCO

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JOÃO CORREIA

O programa Erasmus constitui para muitos jovens a primeira experiência de internacionalização. Com as dificuldades inerentes a viver num contexto diferente, há toda uma visão do mundo que se alarga e portas que se abrem, em termos profissionais e pessoais. A assinalar 20 anos do Erasmus, aqui ficam algumas histórias, relatos pessoais, memórias, futuros que se abrem e laços que se estabelecem. Quem faz Erasmus entra numa grande família europeia.

ueima das Fitas ao rubro, Porto, 1997. Michael Kaufmann, alemão de Berlim, estudava há alguns meses Ciências dos Computadores na Faculdade de Ciências como estudante Erasmus. Veio à procura de um país diferente, “mais fora do vulgar” e “exótico”, segundo palavras suas, que conhecia mal, apenas das férias no Algarve e de uma passagem breve por Lisboa, zona onde quase ficou a fazer Erasmus. Mas o campus da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, pareceu-lhe pouco acolhedor e demasiado longe da cidade. Falaram-lhe no curso do Porto, cidade que não conhecia, mas que diziam ser acolhedora, com a vantagem de a universidade se situar no interior da cidade. Era esse ambiente de cidade que procurava. Aventurou-se e, soube-o mais tarde, acabou por não se arrepender. Nesses animados festejos da “Queima”, quando conversas e gestos se tornam mais soltos, Michael conhece Teresa, uma estudante de Inglês/Alemão na Faculdade de Letras. Terá sido “amor à primeira vista” contam os dois, hoje, sem qualquer dúvida, casados há dez anos. De tal modo que Teresa, com Erasmus previsto no ano lectivo seguinte para Estocolmo, passado pouco tempo tentava mudar a sua experiência europeia para a Freie Universität, em Berlim,


“Bichinho” de família

A família Dias, originária de Braga, constitui um caso raro de gosto e facilidade em viajar, conhecer outras culturas e países. Os pais, professores

no Liceu Sá de Miranda, cultivaram desde cedo essa aptidão que acabou por influenciar a maneira de ser e a actividade profissional de cada um.A família estava ligada à JovemCoop (Jovem Cooperante - Natureza/Cultura) de Braga e, desde cedo, começou a receber jovens estrangeiros por temporadas de 15 dias e os filhos também participaram nessas actividades. Itália e Hungria, foram alguns destinos experimentados pelos jovens Dias, em alguns casos aproveitando o InterRail para conhecer ainda outros países para além desses. Os que iam primeiro incentivavam os restantes. São cinco irmãos. A começar pelos que nasceram primeiro, Carla, 33 anos, Pedro, 32,Vera, 30, Sílvia, 26 e António 24. Os rapazes seguiram Desporto e Educação Física. As raparigas Medicina. Todos, excepto Pedro, foram estudantes Erasmus. Carla,Vera e Sílvia chegaram a colaborar como voluntárias e representantes da U.Porto na organização que apoia a integração dos estudantes estrangeiros Erasmus na U.Porto, hoje denominada ESN-Porto, secção da Erasmus Student Network International (ESN), que na universidade portuense já assumiu vários nomes ao longo dos anos. Carla, em 1997, foi pioneira na Faculdade de Medicina, ao realizar um estágio Erasmus no Academish Medisch Centrum, Universiteit van Amsterdam, Holanda, e fez parte do Michael Kaufmann

De pé, António Dias e Rui Tenreiro. Sentadas, as irmãs Sílvia, Vera e Carla Dias.

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universidade da antiga Berlim Oriental, de onde provinha Michael. E conseguiu. No ano lectivo seguinte,Teresa fazia Erasmus e Michael concluía o seu curso, ambos na Freie Universität. O programa Erasmus, portanto, traçou-lhes o futuro. Sem ele não se tinham conhecido. A vida familiar decorre em Portugal, com escapadelas mensais a Berlim. Teresa achou que lá, com o curso de Inglês/Alemão, dificilmente conseguiria emprego. Hoje, com 31 anos, é professora de Inglês/Alemão em Santo Tirso. Michael, 33 anos, é técnico de informática e administrador de rede na Escola Paula Frassinetti, depois de uma passagem pela Caleida (gestora do portal www.aeiou.pt).


Teresa e Michael Kaufmann

Os números do programa Erasmus em 2006/2007

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então denominado Centro de Relações Internacionais de Estudantes da Universidade do Porto (CRIEUP). Eram tempos em que, para se ser estudante Erasmus, desbravava-se caminho e surgiam obstáculos hoje quase inimagináveis, sendo que a falta de um sistema de equivalências de disciplinas concluídas no estrangeiro não era decerto o menor. As equivalências eram analisadas caso a caso e algumas disciplinas não podiam mesmo ser concluídas fora, como, por exemplo, Medicina Comunitária. Vera esteve em Ghent, Bélgica, Sílvia em Catânia, Sicília, Itália, e António em Roma, Itália. Para além da extraordinária experiência pessoal, também houve o contacto com novas práticas profissionais e outros ambientes, e até outras especialidades. As irmãs sublinham a excelente preparação que levavam da Faculdade de Medicina da U.Porto, a instituição onde todas se formaram. Mas a experiência Erasmus na família não se fica apenas pelos irmãos. O marido de Sílvia, Rui Tenreiro, 27 anos, fez Erasmus na Holanda, enquanto estudante da licenciatura em Gestão e Engenharia Industrial da Faculdade de Engenharia da U.Porto.

estrangeiros estudam na U.Porto, no âmbito do programa Erasmus.

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é o número de estudantes espanhóis a estudar na U.Porto. É de Espanha que vem o maior número de alunos Erasmus. O país de origem que se encontra em segundo lugar na tabela é a Itália, com 86 estudantes.

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jovens da U.Porto estudam, durante este ano lectivo, em países Erasmus.

António Dias – da Itália para o FCP

O caso de António Dias, de Desporto e Educação Física, é paradigmático de como o Erasmus pode mudar vidas. António esteve em Itália e a experiência marcou-o bastante. As dificuldades iniciais, em encontrar casa, por exemplo, desmotivaram muitos, mas António persistiu e acabou por conseguir encontrar um espaço com a ajuda de duas italianas que estiveram em Portugal. Aprendeu italiano, entrou em várias equipas e torneios de desporto transalpinos. António cozinhou pratos de bacalhau para os colegas. Suas irmãs também divulgaram a gastronomia nacional. Sílvia deu a provar francesinha e leite-creme aos colegas estrangeiros; Carla preparou pratos de bacalhau e cabidela. “Quantas portas se terão aberto, a favor de Portugal, através da nossa influência?”, pergunta António. O paradigma de António tem a ver com importância que a sua experiência italiana acabou por ter em Portugal. Mal imaginava o jovem estudante de Desporto que, passado algum tempo de regressar, seria convidado para tradutor do treinador italiano Del Neri, em funções no Futebol Clube do Porto, naquele período. Para além de tradutor, deu apoio à estadia do italiano em Portugal, ajudando a família a encontrar casa, por exemplo. Del Neri queria-o como segundo preparador físico. Depois começou a fazer análise estatística de jogo. Quando Del Neri foi substituído por Couceiro, António manteve as mesmas funções. Com Co Adriensen começou a trabalhar na recuperação física dos jogadores, actividade que ainda hoje mantém.

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é o número de estudantes da FEUP que estuda, pelo Erasmus, no estrangeiro. A FEUP é a faculdade da U.Porto que coloca mais estudantes no estrangeiro, no âmbito deste programa. A seguir vem a Faculdade de Economia com 76.

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é o total de estudantes nesta iniciativa de mobilidade, com todos os países participantes, que consta da Declaração de Bolonha como objectivo para 2012.

Experiências que marcam

“Que bom! já temos vinte anos de intercâmbios! Já temos vinte anos a mudar o modo de pensar europeu, a mudar as nossas vidas, o nosso modo de ver a Europa, o mundo e a vida!! ...”, comentava Tiago Fortuna, 32 anos, licenciado em Design de Comunicação pelas Belas Artes e estudante Erasmus em Norwich em 1998/1999, numa frase bem sugestiva do ambiente criado à volta da mobilidade estudantil. Os participantes procuram novas experiências de vida, diferentes ambientes de estudo e a possibilidade de alargar o seu conhecimento do mundo e na área do saber a que se dedicaram. Fora dos países de origem criam-se frequentemente novas amizades, laços fortes. Mas também se procuram oportunidades. Foi o caso de Carlos André de Oliveira, hoje doutorando na Faculdade de Engenharia, licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores pela FEUP e estudante Erasmus em 1999/2000, em Manchester, para quem o Erasmus “foi absolutamente essencial”. “Através do programa Erasmus participei numa Feira de Emprego organizada pela universidade que me acolheu e foi daí que resultaram duas propostas de emprego, uma das quais aceitei”, afirma. O programa completa, este ano, o 20º aniversário em toda a Europa. A U.Porto também o assinalou com festejos que envolveram todos os estudantes Erasmus, actuais e anteriores. O programa aprovado pela Comunidade Europeia, em 1987, constitui um importante meio para incentivar a mobilidade de estudantes no seu espaço. Em 1989, entre os estudantes Erasmus, começava a ser constituída a rede, baseada no voluntariado e no princípio “estudante ajuda estudante”. Tiago Fortuna, Carlos André de Oliveira, os irmãos Dias e o casal Kaufmann, todos eles mantêm laços de amizade com os elementos do Serviço de Relações Internacionais da U.Porto, ou com ex-colegas no estrangeiro, com quem lhes “deu a mão” em hora de dificuldade, prova da gratidão pelo trabalho desenvolvido e pela marca que deixou na vida de todos eles. Poder-se-ia dizer que há uma grande família Erasmus, sempre em expansão, que continua para além destas experiências de internacionalização.


ESTÓRIAS

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Em 1968, aquando da Queima das Fitas, resolvi concorrer aos Jogos Florais Júlio Dinis. Como obtive o primeiro lugar do Prémio António Correia de Oliveira, modalidade Quadra Popular, lá fui recebê-lo no Salão Nobre da Faculdade de Letras, na altura sediada na antiga Faculdade de Medicina. Ao reler, recentemente, no falecido jornal O Comércio do Porto de 06/05/1968, a reportagem sobre a Queima das Fitas, veio-me à ideia contar no espaço “Estórias da Universidade”, da UPorto Alumni, o “espectáculo” que dei quando me dirigia à mesa para receber o referido prémio, fruto, creio, do “nervoso miudinho”. A mesa era presidida pelo Prof. Eng. Correia de Barros e dela faziam parte, igualmente, o Prof. Doutor Jayme Rios de Sousa, director da Faculdade de Ciências, que era meu professor de Análise Infinitesimal, o Prof. Doutor Gonçalves de Azevedo, director da Faculdade de Medicina, e o Prof. Doutor António Cruz, da Faculdade de Letras. A entrega dos prémios foi feita após o intervalo que se seguiu à actuação do Orfeão Universitário, dirigido pelo maestro Gunter Arglebe, e o primeiro vencedor a ser proclamado fui eu. Pouco habituado que estava a receber prémios de uma mesa composta por tal elite, não reparei que a mesma estava colocada um degrau, ou dois, acima do soalho que pisava e fui de encontro ao(s) degraus(s) e, para não me estender ao comprido, agarrei-me ao rebordo da secretária onde estavam os professores doutores. Dada a distância e a diferença de nível entre o chão e o piso superior onde a mesa se encontrava, fiquei naquela posição ridícula, a olhar de baixo para cima, com o pescoço estendido para o “Jaiminho” (como alcunhávamos o Prof. Jayme Rios de Sousa). Fosse pela posição escangalhada em que me encontrava, fosse também por me ter reconhecido como seu aluno, perguntou-me: “Deseja alguma coisa?!”. Com toda a naturalidade, respondi: “ Julgo ter ouvido o meu nome para vir receber o primeiro prémio da quadra popular e, por isso, é que estou aqui”. Já não me recordo bem, mas julgo que o “Jaiminho” me disse: “Suba e dirija-se ao senhor reitor”. No ano seguinte voltei a concorrer, tendo-me sido atribuída uma menção honrosa. Mas, pelo sim, pelo não, não fui à cerimónia de entrega, acautelando-me, não acontecesse o mesmo, ou pior, isto é, ser imagem de um quadro a preto e branco intitulado “Deseja alguma coisa?!”.


PRÉMIO EDP PARA EDUARDO BATARDA

PRÉMIO BLUEPHARMA PARA ICBAS

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edição de 2007 do Grande Prémio EDP distinguiu a carreira artística de Eduardo Batarda, professor de Pintura da Faculdade de Belas Artes da U.Porto desde 1976. O galardão, no valor de 35 mil euros, distinguiu um “espírito iconoclasta e revolucionário”, afirmou o presidente da EDP e do júri, António Mexia, durante o anúncio do artista vencedor. Já o crítico de arte e consultor da Fundação EDP, João Pinharanda, sublinhou a “cultura global e visual muito profunda, e uma obra que é imensamente complexa, com leituras de segundo e terceiro grau” de um homem cujos interesses vão “da literatura à filosofia, da estética à arte antiga”.

ESTUDANTE DA FADEUP NO EUROPEU DE GINÁSTICA

FLUP ENTREGA MEDALHAS DE OURO

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Campeonato da Europa de Ginástica, este ano realizado em Amesterdão, em Abril, contou com a presença do ginasta Manuel Campos, estudante do 5º ano da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), e do seu treinador, Manuel Pastor Costa, também licenciado pela FADEUP. Nas classificações, Manuel Campos foi apurado para as finais dos 24 melhores, tendo terminado a prova num excelente 6º lugar, a um décimo do 5º posto. Este atleta tem vindo a preparar-se para o Campeonato do Mundo da Alemanha, competição a partir da qual se poderá classificar para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

Faculdade de Letras da U.Porto entregou a Medalha de Ouro da FLUP a Fernanda Irene da Fonseca, no dia 25 de Maio, e cinco dias depois, a 30, aos professores Cândido dos Santos, Eugénio dos Santos e Francisco Ribeiro da Silva. A primeira cerimónia teve lugar após o encerramento do colóquio “O Fascínio da Linguagem”, no qual a faculdade prestou homenagem à referida professora e investigadora. No dia 30 de Maio, o Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da FLUP promoveu, em homenagem a Eugénio dos Santos, um encontro científico subordinado ao tema “Biografias Régias”.

O

professor do Departamento de Patologia e Imunologia Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da U.Porto (ICBAS) e director do Serviço de Anatomia Patológica do Instituto Português de Oncologia do Porto, Rui Henrique, foi, em Maio, distinguido com o Prémio Bluepharma pela sua tese de doutoramento sobre “A Heterogeneidade do Cancro da Próstata: Impacto das Alterações Genéticas e Epigenéticas no Diagnóstico e Prognóstico”, defendida em 2006 na U.Porto. O premiado recebeu uma bolsa no valor de 10 mil euros, atribuída pela Bluepharma com o apoio do BES.


IBMC NOVAMENTE PREMIADO

P

I

or ocasião da sua jubilação, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto homenageou Luís de Almeida, professor catedrático e director do Serviço de Ortopedia e Traumatologia da FMUP. O tributo a este docente teve lugar no dia 25 de Maio, com a apresentação da última lição do professor, na Aula Magna.

PRÉMIOS PARA INVESTIGAÇÃO

M

aria de Sousa, professora catedrática do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular da U.Porto e coordenadora da Divisão de Genética Humana e Doenças Genéticas, foi agraciada com o Prémio Seiva, em Maio. Já Patrícia Castro, investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da U.Porto, foi distinguida com o Prémio SérgioVidal da Universidade de Compostela, enquanto Pedro Leal Ribeiro, professor da Faculdade de Engenharia da U.Porto, recebeu o Prémio Jovem Investigador em Mecânica Aplicada e Computacional.

sabel Alonso, investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), recebeu o 1º Prémio CGC Prof. Doutor Amândio Tavares FWA. Lançado pelo Centro de Genética Clínica, este galardão ibérico distingue projectos de investigação na área da Genética Médica e tem um valor pecuniário de 10.000 euros. O prémio consagrou a relevância científica da tese de doutoramento de Isabel Alonso, “Genética Molecular e Mecanismo Patogénico nas Ataxias Dominantes”. Trata-se de uma investigação sobre as ataxias espinocerebelosas, um grupo de doenças neurológicas caracterizadas pela degenerescência progressiva do cerebelo.

MUNDIAL DE ESPADA

E

studante do 5º ano do curso de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP, Joaquim Videira conquistou a sua primeira medalha de ouro da Taça do Mundo em Espada, ao vencer o Torneio de Sydney, décima prova do circuito da época. O estudante da FEUP bateu, na final, o japonês Shunsuke Saka por 15-8. Este foi o segundo pódio consecutivo de Joaquim Videira, depois de ter alcançado o bronze no Torneio de Monal (realizado em Paris), duas semanas antes, quando subiu do 14.º para o 8º. lugar do ranking mundial de Espada. Agora deverá ascender ao 6.º lugar do classificação internacional. Joaquim Videira é o actual vice-campeão mundial de Espada e está no Projecto Olímpico para Pequim’2008 com o nível 1, o mais elevado.

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HOMENAGEM A LUÍS DE ALMEIDA

ESTUDANTE DA FEUP ENTRA NO TOP 10 DO RANKING


INVESTIGAR

E

quipa: oito investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), todos eles da U.Porto, em “aliança” com o Instituto Pasteur de Paris. Logística: microscópios, tubos de ensaio, lupas, entre outros. Alvo: bactéria Streptococcus agalactiae, principal causadora de meningite em recém-nascidos. Missão: eliminar o alvo através do desenvolvimento de uma vacina a ser administrada às mães. As palavras parecem saídas de um jogo de estratégia de guerra, mas é pela saúde que Paula Ferreira, Manuel Vilanova, Delfina Tavares (investigadores seniores), e os “juniores” Pedro Madureira, Liliana Oliveira, Elva Bonifácio e Vanessa Magalhães (todos alunos de doutoramento), com o apoio de Adilia Ribeiro (técnica), travam, diariamente, no Laboratório de Imunologia Mário Arala Chaves, no ICBAS, o combate contra a meningite estreptocócica. Assim se apresenta uma doença transmitida de mães infectadas para filhos, principalmente durante o parto, no momento em que o bebé ingere o líquido amniótico. Por entre os termos complexos que ecoam diariamente nas paredes do ICBAS, a equipa

Uma equipa de investigadores da U.Porto descobriu como impedir a transmissão, a partir de mães infectadas, de uma bactéria causadora de meningite em recém-nascidos. A investigação desenvolvida em roedores pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença.

– que conta ainda com o francês Patrick Trieu-Cuot, do Instituto Pasteur de Paris – descobriu a forma de impedir a transmissão da bactéria que provoca a doença. “A nossa descoberta começou com a constatação de que o Streptococcus agalactiae liberta para o meio de cultura uma proteína (Gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase – GAPDH) que condiciona o sistema imune do hospedeiro, evitando que este desenvolva uma resposta imune capaz de eliminar o microrganismo”, explica Paula Ferreira, coordenadora do grupo que trabalha, desde 2004, sobre as bases dos estudos de Mário Arala Chaves, professor do ICBAS (falecido no ano 2000) que, na década de 80, já preconizava a capacidade de certos agentes patogénicos produzirem proteínas que facilitavam a colonização do hospedeiro pelo micróbio que as produz. Descoberta a “táctica” da GAPDH na colonização por Streptococcus agalactiae, cuja descrição mereceu honras de publicação no conceituado The Journal of Immunology (publicação científica norte-americana), o desafio que se segue para a equipa de investigadores passa por neutralizar a bactéria. Para tal, “queremos desenvolver uma vacina que vai induzir no organismo a produção de anticorpos que irão neutralizar a proteína GAPDH, impedindo deste modo a colonização da Streptococcus agalactiae, causadora de meningite”, explica Paula Ferreira, para logo lançar as bases da ofensiva. “Há já algumas vacinas para este agente mas são


infecções em adultos imunocomprometidos, nomeadamente nos idosos”. Dados preocupantes que reforçam a urgência do combate que tem lugar no ICBAS. O certo é que, mais de 20 anos depois das primeiras descobertas de Mário Arala Chaves, são ainda muitas as batalhas a travar. “Tudo isto vai demorar muito tempo. Nesta fase ainda estamos em ensaios experimentais em que utilizamos o ratinho como modelo”, alerta Paula Ferreira, perspectivando um caminho que “infelizmente ainda é longo”, mas cujos resultados são “muito encorajadores, muito promissores mesmo”. E se o optimismo é nota dominante nos corredores do ICBAS, o mesmo se justifica pelo facto do núcleo duro da equipa estar perto de criar uma vacina contra a cárie dentária, usando uma “estratégia em tudo semelhante à utilizada com a Streptococcus agalactiae”, embora neste caso o estudo esteja numa “fase mais avançada”. Um caminho de sucesso que a equipa pretende percorrer, igualmente, num trabalho cuja patente nacional já foi submetida através da U.Porto (UPIN), em Março de 2006. Os próximos capítulos decorrem nos laboratórios da U.Porto, palco diário da “guerra” contra a “meningite dos recémnascidos”.

TIAGO REIS

A investigação desenvolvida em roedores pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença.

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contra um determinado serotipo da bactéria, ou seja, se a mãe possuir outro serotipo, o recém-nascido não está protegido. O que nós pretendemos com a nossa estratégia é utilizar um antigénio comum a todos os serotipos, ou seja, tentar arranjar uma vacina universal”. Mas se a palavra “meningite” gera, por si só, preocupação, a meningite estreptocócica está bem longe do senso comum e ainda mais longe de fazer parte da realidade portuguesa. “Esta é conhecida como a meningite nos recém-nascidos e o que se sabe é que o Streptococcus agalactiae é o principal agente para este tipo de meningite. Não é tão vulgar como aquela a que as pessoas estão habituadas a ouvir”, alerta Paula Ferreira sobre uma doença “não muito valorizada ainda em Portugal, não havendo, por exemplo, nenhum estudo estatístico sobre a incidência deste agente em recém-nascidos”. Menos vulgar, mas nem por isso menos perigosa, a meningite estreptocócica já é tratada através de antibióticos. Tratamento que não impede, contudo, “uma elevada taxa de mortalidade entre os recém-nascidos” infectados, sendo que, dos que sobrevivem, um quarto sofre sequelas neurológicas permanentes, como atrasos cognitivos, cegueira e surdez. E os perigos não se ficam por aí. “O que acontece é que esta bactéria, o Streptococcus agalactiae, além da meningite, pode provocar pneumonias e septicemias em recémnascido”, acrescenta Paula Ferreira, na hora de apontar as baterias a um “inimigo” declarado dos bebés, mas não só, uma vez que “a bactéria está presente em cerca de 40% dos adultos saudáveis e pode provocar


PORTO, CIDADE, REGIÃO

Várias entidades unem esforços em prol da despoluição do rio Leça, no concelho de Valongo. As Faculdades de Engenharia e Ciências participam. Apesar de representar apenas 25% do curso total, o projecto prevê um trabalho fundamental para a recuperação total do rio e avançará agora aproveitando uma “janela de oportunidade”. O projecto “Corrente Leça” poderá constituir-se mesmo como um primeiro passo, um sinal, para começar a olhar de frente para o Leça.

JOÃO CORREIA

S

e há imagem de rios poluídos, o Leça é um desses casos. Ao Leça, as pessoas foram virando as costas e, assim, entrou no esquecimento, como lixo que se tenta esconder debaixo do tapete, mas, claro, não se elimina. Porém, nos últimos anos, um paciente trabalho de sensibilização e controlo dos focos de poluição tem vindo a contribuir para alterar esta imagem de degradação. A imagem negativa demora a inverter e ainda poucos sabem que o Leça não é apenas o rio que aparenta no troço final. Por aí acima, até à nascente, em Monte do Redundo (entre os concelhos de Lousada e Santo Tirso), ainda há Leça vivo que pode trazer esperança ao restante rio. A tarefa exige, portanto, um trabalho continuado e persistente, um melhor conhecimento do estado do rio e articulação de esforços. É esse trabalho que se pretende potenciar com um novo projecto em que entra a U.Porto. A proposta agora é começar a olhar o Leça de frente. É nesse sentido que surge o projecto “Corrente Rio Leça – Limpo por Todos, Limpo para Todos”, uma parceria entre várias entidades, onde participam as Faculdade de Ciências e de Engenharia da Universidade do Porto. O desafio foi lançado por Valongo, município atravessado pelo rio Ferreira, ainda de aspecto belo e íntegro no troço que divide as serras de Santa Justa e Pias, que, para divulgar e preservar o património geológico e natural daquela primeira serra, promove o Parque Paleozóico de Valongo. O esforço financeiro é, em grande parte, suportado por privados, contrariando a lógica habitual do predomínio do financiamento público neste tipo de projectos.

Momento favorável

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As entidades unem esforços em prol da despoluição do Leça, para já, no que ao concelho de Valongo diz respeito, ou seja, cerca de 25% do curso total. O projecto decorrerá ao longo de três anos e, como sublinham Paulo Monteiro e Nuno Formigo, respectivamente representantes da FEUP e FCUP na parceria constituída, ainda não prevê a total recuperação do rio. Para uma recuperação total, seria necessário, por exemplo, que o projecto abrangesse todo o curso do rio. Às críticas dos cépticos que desvalorizam o trabalho programado por se cingir apenas ao percurso no concelho de Valongo, os técnicos e investigadores con-


Arestas importantes a limar

Nos pontos de amostragem mais à frente no rio, o investigador da U.Porto alerta para a qualidade da água “aquém do que seria expectável”, face aos 96% de taxa de cobertura de saneamento no concelho de Valongo. No troço final, zona de Ermesinde, para onde se prevê a instalação de um parque de merendas, é já notória alguma degradação da qualidade da água. Noutros pontos mais a jusante, haverá, segundo os investigadores da U.Porto, pontos de descarga de águas residuais não tratadas. Um deles foi mesmo observa-

do noutro ponto de Ermesinde, durante uma visita no dia 16 de Maio, o que evidencia a existência de descargas ainda não identificadas até agora. Mais uma razão para avançar com o projecto que tem como um dos objectivos chegar a um conhecimento mais aprofundado do estado ecológico do rio naquele concelho e passará, necessariamente, por “modelar os níveis de poluição ao longo do ano, tendo em conta a variação do caudal”, explica Paulo Monteiro. É muito importante, considera ainda, acompanhar a situação no terreno e recolher os dados directamente, como demonstrou o projecto de despoluição do rio Douro, “Douro Regressa às Origens”, que analisou parâmetros bacteriológicos e foi coordenado por Adriano Bordalo e Sá, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. A experiência adquirida com a colaboração da equipa coordenada por Nuno Formigo na preparação da implementação da Directiva Quadro da Água nas bacias hidrográficas do Noroeste de Portugal será um dos dados importantes neste projecto. O troço do Leça em Valongo foi dividido em nove pontos de amostragem, onde a Águas de Valongo tem vindo a realizar trabalho de controlo, e estes serão usados no plano de monitorização do “Corrente Rio Leça”. As unidades industriais preenchem relatórios de autocontrolo dos efluentes que produzem e essas actividades têm vindo a ser acompanhadas. Quando são detectadas irregularidades, estas são resolvidas em contacto com as empresas e, sempre que possível, usando o sistema de saneamento existente. A poluição é hoje, tendencialmente, de natureza urbana. A primeira fase do projecto envolverá a monitorização da qualidade da água, a limpeza das margens, bem como a resolução de problemas na rede de saneamento, nomeadamente ligações ilegais, e de drenagem de águas pluviais. Como explicam os professores da U.Porto, trata-se da resolução de “pequenos problemas”, mas com grande impacte em termos da qualidade da água. O projecto incluirá também uma componente de educação ambiental, com equipas disponibilizadas através do Instituto de Emprego e Formação Profissional, que procurarão situações de descarga ainda não identificadas, farão visitas e aconselhamento junto dos moradores.

União de esforços O projecto “Corrente Rio Leça – Limpo por Todos, Limpo para Todos” resulta de um acordo assinado entre as faculdades de Engenharia e de Ciências da Universidade do Porto, a Câmara Municipal de Valongo, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN), o grupo Veolia (através da Águas de Valongo), as Juntas de Freguesia de Alfena e Ermesinde, a 6ª Comissão de Fiscalização da Concessão da Exploração e Gestão dos Sistemas de Abastecimento de Água para Consumo Público e de Recolha, Tratamento e Rejeição de Efluentes do Concelho de Valongo, a LIPOR, a DECO, a Quercus e a Associação dos Amigos do Rio Leça (AMILEÇA). Entre os patrocinadores estão a Norlabor e a Fundação Vodafone e os apoios são garantidos pela EcoAmbiente, EP Construções, MeinorteOutdoor e ForeverNet.

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trapõem a necessidade de “um trabalho de casa” que teria de ser feito em qualquer circunstância e avançará agora, aproveitando um momento favorável. A recente transposição para o direito nacional da Directiva Quadro da Água, que introduz o conceito de avaliação do estado ecológico de um curso de água – muito para além do controlo de poluição que existia na legislação anterior em Portugal – e aprofunda o conceito de gestão de bacia hidrográfica, surge como pano de fundo inspirador do projecto, atribuindo-lhe sentido jurídico. Ao longo de três anos, o projecto envolverá a limpeza das margens, acções de educação ambiental, uma análise pormenorizada das fontes de poluição, avaliação das redes de saneamento e recolha de águas pluviais existentes e, na sequência disso, a apresentação de propostas para melhorar a eficácia das soluções existentes. O estado do rio não é tão mau como muitos pensam. É verdade que o troço final, em Matosinhos, após quase 47 quilómetros desde a nascente, está transformado no porto de Leixões, com as actividades que lhe estão inerentes e tornam complexo o controlo de poluição nessa zona. Ao longo de grande parte do percurso das águas, nomeadamente em zonas do concelho de Valongo, como Ermesinde, o lixo acumulou-se e acumula-se. Por isso, o projecto “Corrente Rio Leça” arrancou, a 29 de Abril, com uma acção de limpeza das margens entre a Ponte da Travagem e o limite entre o concelho de Valongo e o da Maia, perto da rotunda do MaiaShopping. A 19 de Maio houve outra acção de limpeza no troço final do rio, dentro do concelho de Valongo (freguesia de Ermesinde). O investigador e professor da FEUP, Paulo Monteiro, considera o estado do rio “bastante bom” à entrada do concelho de Valongo, em Portal do Ribeiro, perto do limite com Santo Tirso, local onde a densidade populacional é menor e onde o rio percorre parcelas agrícolas e existe alguma vegetação natural nas margens, factor que contribui para a boa qualidade da água e é importante em termos do estado ecológico do rio. Aí, o curso do Leça tem alguma vivacidade e quase faz lembrar um rio moço, de montanha.


FORMAÇÃO

PÓS-GRADUADA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Faculdade de Arquitectura

Via Panorâmica S/N • 4150-755 Porto • Tlf: +351 226 057 100 • Fax: +351 226 057 199 • www. fa.up.pt Mestrado em Metodologias de Intervenção no Património Arquitectónico Duração: 2 anos • Candidaturas: 2 de Julho a 31 de Agosto • Vagas: 30 • Horário: Quinta-feira (9h -18.30h) e sexta-feira (9h - 18.30h) • Coorden.: Prof. Doutor Manuel Correia Fernandes • Info: mestrado.mipa@arq.up.pt • Propina: €4000

OFERTA PÓS-GRADUADA DA UNIVERSIDADE DO PORTO COM CANDIDATURAS ENTRE JUNHO E SETEMBRO

A FAUP colabora ainda na organização do curso de Mestrado em Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano (sede na FEUP).

Faculdade de Belas Artes

Av. Rodrigues de Freitas, 265 • 4049-021 Porto • Tlf: +351 225 192 400 • Fax: +351 225 367 036 • www.fba.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Arte e Design para Espaço Público Duração: 2 anos lectivos • Candidaturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Gabriela Vaz Pinheiro • Info: 22 519 24 27 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600 2º Ciclo / Mestrado em Desenho e Técnicas de Impressão Duração: 2 anos lectivos • Candidaturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Pintor Mário Bismarck • Info: 22 519 24 27 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600

Atenção Os valores das propinas podem sofrer alterações. O período de candidatura é, em muitos casos, alargado e noutros são criadas segundas fases de candidaturas.

2º Ciclo / Mestrado em Design da Imagem

Duração: 2 anos lectivos • Candidaturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Doutor Heitor Alvelos • Info: 225192427 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600 2º Ciclo / Mestrado em Escultura Duração: 2 anos lectivos • Candidaturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Escultor Carlos Barreira • Info: 22 519 24 27 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600

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2º Ciclo / Mestrado em Estudos Artísticos (especialização em Estudos Museológicos e Curadoriais) Duração: 2 anos lectivos • Candi-

daturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Lúcia Almeida Matos • Info: 22 519 24 27 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600 2º Ciclo / Mestrado em Estudos Artísticos (Especialização em Teoria e Crítica da Arte) Duração: 2 anos lectivos • Candidaturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Lúcia Almeida Matos • Info: 22 519 24 27 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600 2º Ciclo / Mestrado em Pintura Duração: 2 anos lectivos • Candidaturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Doutor António Quadros Ferreira • Info: 22 519 24 27 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600 2º Ciclo / Mestrado em Prática e Teoria do Desenho Duração: 2 anos lectivos • Candidaturas: 23 a 28 de Julho • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Pintor Mário Bismarck • Info: 22 519 24 27 • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1600 A FBAUP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Multimédia (sede na FEUP) e 2º Ciclo / Mestrado em Ensino de Artes Visuais (sede na FPCEUP).

Faculdade de Ciências

Rua Campo Alegre, 823 • 4150180 Porto • Tlf: +351 226 075 507 • Fax: +351 226 003 654 • www.fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Astronomia Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 12 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Mário João Monteiro • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Biodiversidade, Genética e Evolução Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 15 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Nuno Ferrand de Almeida • Info: 223401403 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Biologia Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 40 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor José Joaquim Pissarra • Info: 22 340 14 03;pos. graduacao@fc.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Biologia e Gestão da Qualidade da Água Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 15 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria da Natividade Ribeiro Vieira • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc. up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Bioquímica Organização: FCUP e ICBAS • Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 70 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria João Ramos • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ciência de Computadores Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 60 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Sabine Broda • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ciências do Consumo e Nutrição Organização: FCUP e FCNAUP Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 24 • Horário: Sextas-feiras (10h às 13h e das 14h às 18h) e sábados (9h às 13h) • Coorden.: Prof. Doutor Luís Miguel Cunha • Info: 22 340 14 03 / 22 266 04 25 • pos.graduacao@fc.up.pt • mestr. ccn@fc.up.pt • Propina: 2.140 € (Total) 2º Ciclo / Mestrado em Ciências e Tecnologia do Ambiente Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 65 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria Teresa Vasconcelos • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ecologia, Ambiente e Território Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 40 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Francisco Barreto Caldas • Info: 223401403 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Engenharia Geográfica Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 30 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor José Alberto Gonçalves • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Engenharia Matemática Duração: 2 anos • Candidaturas:

18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 15 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria Carvalho • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ensino de Biologia e Geologia

(aguarda aprovação da adequação a Bolonha) Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Horário: Regime Diurno • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ensino da Física e da Química

(aguarda aprovação da adequação a Bolonha) Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Horário: Regime Diurno • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ensino da Matemática

(aguarda aprovação da adequação a Bolonha) Duração: 2 anos • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo/ Mestrado em Física Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 20 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Abílio Almeida • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Física Médica

Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 10 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Joaquim Agostinho • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc. up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Fisiologia Molecular e Plantas Organização: FCUP e Universidade do Minho • Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 20 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor José Joaquim Pissarra • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Genética Forense Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 12 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor António Amorim dos Santos • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Geomateriais e Recursos Geológicos Organização: FCUP e Universidade de Aveiro • Duração: 2 anos •


2º Ciclo / Mestrado em Matemática Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 40 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Isabel Labouriau • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Modelação, Análise e Optimização de Processos Industriais Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 30 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Gueorgui Smirnov • Info: 223 401403 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Química Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 90 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria das Dores Ribeiro da Silva • Info: 22 3401403 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 15 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Aires Oliva Teles • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 20 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor André Marçal • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Tecnologia, Ciência e Segurança Alimentar Organização: FCUP e Universidade do Minho • Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 16 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Victor Freitas • Info: 22 3401403 • pos.graduacao@fc.up.pt 3º Ciclo / Programa de Doutoramento em Astronomia Duração: 3 anos • Candidaturas: 11 de Junho a 16 de Julho • Vagas: 4 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria Teresa Lago • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 3º Ciclo / Programa de Doutoramento em Consumo Alimentar e Nutrição Organização: FCUP e FCNAUP • Duração: 3 anos • Candidaturas: Setembro • Vagas: 12 • Horário: Regime Diurno (sextas todo o dia e sábados de manhã) • Coorden.: Prof. Doutor Luís Cunha e Prof. ª Doutora Maria Daniel Vaz de Almeida • Info: 22 340 14 03 • 22 266 04 25 • pos. graduacao@fc.up.pt • pd.ccan@fc.up.pt • Propina: €2500 /ano

3º Ciclo / Programa de Doutoramento em Geociências Organização: FCUP e Universidade de Aveiro • Duração: 3 anos • Candidaturas: 1 a 20 de Setembro • Vagas: 25 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Fernando Noronha (FCUP) e Prof. Doutor Eduardo Anselmo Ferreira e Silva (UA) • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt 3º Ciclo / Programa de Doutoramento em Química Duração: 3 anos • Vagas: 25 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Manuel João Monte • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 3º Ciclo / Programa de Doutoramento em Química Sustentável

(aguarda aprovação da adequação a Bolonha) • Organização: FCUP, FFUP,

ICBAS e Universidade Nova de Lisboa • Duração: 3 anos • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt 3º Ciclo / Programa Inter-Universitário de Doutoramento em Matemática

Organização: FCUP e Universidade de Coimbra • Duração: 8 semestres • Candidaturas: 1 a 30 de Junho • Vagas: 20 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Jorge Almeida • Info: 22 340 14 03 • pos.graduacao@fc.up.pt A FCUP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Ciências Forenses (sede na FMUP), 2º Ciclo / Mestrado em Contaminação e Toxicologia Ambientais (sede no ICBAS), Mestrado em Métodos Computacionais em Ciências de Engenharia (sede na FEUP), 2º Ciclo / Mestrado em Multimédia (sede na FEUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências do Mar e do Ambiente (sede no ICBAS), 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Forenses (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Informática (sede na FEUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Telecomunicações (sede na FEUP).

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação

Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 074 320 • Fax: +351 225 074 329 • www.fcna.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Alimentação Colectiva Duração: 3 semestres • Candidaturas: 27 de Agosto a 8 de Setembro 2007 • Horário: Regime pós-laboral • Coorden.: Prof.ª Doutora Ada Rocha • Info: 22 507 43 20 • adarocha@fcna.up.pt A FCNAUP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2a Ciclo / Mestrado em Ciências do Consumo e Nutrição (sede na FCUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Consumo Alimentar e Nutrição (sede na FCUP).

Faculdade de Desporto

Rua Dr. Plácido Costa, 91 • 4200-450 Porto • Tlf: +351 225 074 700 • Fax: +351 225 500 689 • www.fade.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Actividade Física Adaptada Duração: 4+2 semestres • Candidaturas: 2 a 22 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Regime diurno (sextas-feiras todo o dia e sábados de manhã) • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria Adília Silva • Info: asilva@fade.up.pt • Propina: € 1500 /ano 2º Ciclo / Mestrado em Actividade Física e Saúde Duração: 4+3 semestres • Candidaturas: 4 a 22 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Regime diurno • Coorden.: Prof. Doutor Jorge Mota • Info: 225074785 • jmota@fade.up.pt • Propina: € 1500/ano 2º Ciclo / Mestrado em Actividade Física para a Terceira Idade Duração: 4+2 semestres • Candidaturas: 4 a 22 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Regime intensivo 1 semana /mês • Coorden.: Prof. Doutor Jorge Mota • Info: 22 507 47 85 • jmota@fade.up.pt • Propina:€1500 ano 2º Ciclo / Mestrado em Desporto para Crianças e Jovens Candidaturas: 2 a 22 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Regime intensivo 1 semana /mês • Coorden.: Prof.ª Doutora Paula Botelho Gomes • Info: botgomes@fade. up.pt • Propina: €1500/ano 2º Ciclo / Mestrado em Gestão Desportiva Duração: 4 + 2 semestres • Candidaturas: 4 a 22 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Regime Intensivo (sexta-feira e sábado) • Coordenador: Prof. Doutor José Pedro Sarmento • Info: 22 507 47 16 • psarmento@fade.up.pt • Propina: €1500/ano 2º Ciclo / Mestrado em Treino de Alto Rendimento Desportivo Candidaturas: 4 a 22 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Regime Intensivo 1 semana / mês • Coorden.: Prof. Doutor João Paulo Vilas Boas • Info: jpvb@fade.up.pt • Propina: €1500/ano 2º Ciclo / Mestrado em Desenvolvimento Motor Duração: 4 + 2 semestres • Candidaturas: 4 a 22 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Regime pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor José Maia • Info: 22 507 47 89 • jmaia@.fade.up.pt • Propina: € 1500/ano

Faculdade de Direito

Rua dos Bragas, 223 • 4050-123 Porto • Tlf: +351 222 041 600 • Fax: +351 222 041 614 • www.fd.up.pt Pós-graduação em Direito Fiscal Duração: 1 ano • Candidaturas: Julho a Setembro • Vagas: 30 • Coorden.: Prof.ª

Doutora Glória Teixeira • Info: 22 204 16 74 • manuela@direito.up.pt • Propina: €2285 Pós-graduação em Direito das Autarquias Locais e Urbanismo Duração: 1 ano • Candidaturas: Julho a Setembro • Vagas: 25 • Coorden.: Prof. Doutor Colaço Antunes • Info: 222041674 • manuela@direito.up.pt A FDUP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Ciências Forenses (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Forenses (sede na FMUP).

Faculdade de Economia

Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-464 Porto • Tlf: +351 225 571 100 • Fax: +351 225 505 050 • www.fep.up.pt Mestrado em Economia Duração: 2 anos • Candidaturas: Até 15 de Junho • Vagas: 30 • Horário: Póslaboral • Coorden.: Prof. Doutor Manuel M. F. Martins • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: € 3450 Mestrado em Análise de Dados e Sistemas de Apoio à Decisão Duração: 2 anos • Candidaturas: 14 de Maio a 8 de Junho • Vagas: 30 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor Alípio Mário Jorge • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: € 2750 Mestrado em Finanças Duração: 1 ano • Candidaturas: 14 de Maio a 8 de Junho • Vagas: 30 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor Manuel de Oliveira Marques • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: € 3500 Mestrado em Marketing Duração: 1 ano • Candidaturas: 14 de Maio a 8 de Junho • Vagas: 30 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor Carlos Melo Brito • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: € 3500 Mestrado em Contabilidade Duração: 1 ano • Candidaturas: 14 de Maio a 8 de Junho • Vagas: 30 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor Samuel Alves Pereira • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: € 3500 2º Ciclo / Mestrado em Gestão Comercial Duração: 18 meses • Candidaturas: Até 15 de Junho • Vagas: 30 • Horário: Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Pedro Quelhas Brito • Info: 225571170 • mestrdout@fep. up.pt • Propina: € 4650 2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão Internacional Duração: 18 meses • Candidaturas: Até 15 de Junho • Vagas: 30 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof.ª Doutora Ana Teresa Tavares Lehmann • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: €4650 19

Candidaturas: 18 de Junho a 6 de Julho • Vagas: 25 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria Manuela Marques • Info: 22 340 14 03 • pos. graduacao@fc.up.pt


2º Ciclo / Mestrado em Economia e Gestão das Cidades Duração: 18 meses • Candidaturas: 15 de Maio a 30 de Junho • Vagas: 25 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor José da Silva Costa • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: € 3150 Doutoramento em Economia Duração: 4 anos • Candidaturas: Até 15 de Junho • Vagas: 15 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor António Brandão • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: € 6450 Doutoramento em Ciências Empresariais Duração: 3 anos • Candidaturas: Até 15 de Junho • Vagas: 8 / áreas de especialização • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof. Doutor João Alves Ribeiro • Info: 22 557 11 70 • mestrdout@fep.up.pt • Propina: €9000 Pós-Graduação em Gestão e Economia do Turismo e Hotelaria Duração: 3 trimestres • Candidaturas: Até 13 de Julho • Vagas: 30 • Horário: Sextas-feiras (14h30 às 21h30) e sábados (9h às 13h) • Coorden.: Prof. Doutor Pedro Quelhas Brito e Prof. Doutor Mário Rui Silva • Info: 225571288 • pggeth@fep. up.pt • Propina: €4050 + IVA Pós-Graduação em Finanças e Fiscalidade Duração: 3 Ciclos • Candidaturas: Até 13 de Julho • Vagas: 30 • Horário: Sexta-feira (18h às 22 h) e sábado (9h às 13h) • Coorden.: Prof. Doutor Elísio Brandão • Info: 22 557 12 88 • financasefiscalidade@fep. up.pt • Propina: €3750 + IVA Pós-Graduação em Gestão e Direcção de Serviços de Saúde Duração: 3 Ciclos • Candidaturas: Até 14 de Julho • Vagas: 30 • Horário: Sexta-feira (8h às 22 h) e sábado (9h às 13 h) • Coorden.: Prof. Doutor José Fernando Gonçalves • Info: 22 557 12 88 • financasefiscalidade@fep.up.pt • Propina: €4300 + IVA MBA em Finanças Duração: 3 trimestres • Candidaturas: Até 6 de Julho • Vagas: 30 • Horário: Póslaboral • Coorden.: Prof. Doutor Rui Alves e Prof. Doutor João Loureiro • Info: 225571289 • mbafin@fep.up.pt • Propina: €5650 + IVA

20

Pós-Graduação em Gestão Imobiliária Duração: 3 trimestres • Candidaturas: Até 6 de Julho • Vagas: 25 • Horário: Sextasfeiras (18h15 às 21h30) e sábados (9h30 às 12h45) • Coorden.: Prof.ª Doutora Ana Paula Serra e Prof. Doutor Rui Alves • Info: 22 557 12 89 • pggi@fep.up.pt • Propina: €4000 + IVA

A FEP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico (sede na FEUP), 2º Ciclo / Mestrado em Multimédia (sede na FEUP).

Mestrado em Design Industrial Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 20 • Horário: 5a e 6a feiras à tarde • Coorden.: Prof. Doutor António Torres Marques • Info: 22 508 17 16 • ffonseca@fe.up.pt

Faculdade de Engenharia

Mestrado em Métodos Computacionais em Ciências de Engenharia Organização: FEUP e FCUP • Duração: 12 a 15 meses • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Horário: Dias úteis excepto 4a feira, das 18h às 21h • Coorden.: Prof. Doutor José Laginha Palma • Info: 22 508 18 95 • dci@fe.up.pt

Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 081 400 • Fax: +351 225 081 440 • www.fe.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ciência da Informação Organização: FEUP e FLUP • Duração: 4 semestres • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 30 • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Engenharia Biomédica Duração: 20 meses • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 30 • Coorden.: Prof. Doutor Fernando Mendes Monteiro • Info: 22 508 18 70 • rrebelo@fe.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais Duração: 2 anosCandidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 25 • Coorden.: Prof. Doutor João Santos Baptista • Info: 22 508 19 86 • mesho@fe.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Engenharia de Serviços e Gestão Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 25 • Coorden.: Prof. Doutor João Falcão e Cunha • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Construção Duração: 3 semestres • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico Organização: FEUP e FEP • Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 25 • Coorden.: Prof. Doutor João José Pinto Ferreira • Info: 93 2934529 2º Ciclo / Mestrado em Multimédia Organização: FEUP, FBAUP, FCUP, FEP e FLUP • Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho (FEUP) e 23 a 28 de Julho (FBAUP) • Vagas: 16 (FEUP) • 20 (FBAUP) • Coorden.: Prof. Doutor Eurico Carrapatoso • Info: 22 5081870 • 22 5192427 • rrebelo@fe.up.pt • gabestudante@fba.up.pt Mestrado em Automação, Instrumentação e Controlo Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 16 • Horário: 5a e 6a feiras à tarde • Coorden.: Prof. Doutor Francisco Freitas • Info: 22 508 15 31 • maic@fe.up.pt

Mestrado em Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano Organização: FEUP e FAUP • Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Horário: 2 feiras à tarde e 3 feiras todo o dia • Coorden.: Prof. Doutor Paulo Pinho • Info: 22 508 19 03 Mestrado em Transportes Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 11 de Julho • Vagas: 25 • Horário: 2ª feiras à tarde e 3ª feiras todo o dia • Coorden.: Prof. Doutor Álvaro Costa • Info: 22 508 19 03 3º Ciclo / Programa Doutoral em Informática Organização: FEUP, FCUP e Universidades de Aveiro e Minho • Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe. up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Líderes para Indústrias Tecnológicas (Ramo de Conhecimento em Engenharia de Concepção e Desenvolvimento de Produto) • Organização: FEUP e Universidades do Minho e Técnica de Lisboa no âmbito do protocolo celebrado entre o Estado Português e o MIT • Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe. up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Sistemas Sustentáveis de Energia Organização: FEUP e Universidades de Lisboa e Técnica de Lisboa no âmbito do protocolo celebrado entre o Estado Português e o MIT • Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Telecomunicações Organização: FEUP, FCUP e Universidades de Aveiro e Minho • Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe. up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Bioengenharia Organização: FEUP, FMUP e ICBAS • Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Biomédica Duração: 4 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Civil Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia e Gestão de Transportes Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Industrial e Gestão Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Informática Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Mecânica Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Química e Biológica Duração: 3 anos • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt Programa de Estudos Avançados em Tecnology Management Entreprise Organização: FEUP e Universidades do Minho e Técnica de Lisboa no âmbito do protocolo celebrado entre o Estado Português e o MIT • Duração: 2 semestres • Info: 22 508 21 30 • sposgrad@fe.up.pt

Faculdade de Farmácia

Rua Aníbal Cunha, 164 • 4050-047 Porto • Tlf: +351 222 078 900 • Fax: +351 222 003 977 • www.ff.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Análises Clínicas Duração: 2 anos • Coorden.: Prof. Doutor Agostinho Franklim Marques e Prof.ª Doutora Maria Pinto de Sousa • Info: 22 2078901 • f.continua@ff.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Controlo de Qualidade Duração: 2 anos • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria Beatriz Prior Pinto Oliveira • Info: 22 207 89 01 • f.continua@ff.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Química Analítica Ambiental Duração: 3 semestres • Coorden.: Prof. Doutor José Luís Fontes de Costa Lima • Info: 22 207 89 01 • f.continua@ff.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Tecnologia Farmacêutica Duração: 2 anos • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria Fernanda Coelho Guedes Bahia • Info: 22 207 89 01 • f.continua@ff. up.pt


2º Ciclo / Mestrado em História Medieval e do Renascimento Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Info: 22 6077157 • flspg@letras.up.pt

A FFUP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Ciências Forenses (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Forenses (sede na FMUP), 3º Ciclo Doutoramento em Química Sustentável (sede na FCUP).

2º Ciclo / Mestrado em História, Relações Internacionais e Cooperação Duração: 4 semestres;Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 30 • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt

Faculdade de Letras

Via Panorâmica, s/n • 4150-564 Porto • Tlf: +351 226 077 100 • Fax: +351 226 091 610 • www.letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Arqueologia Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Doutor Vítor Oliveira Jorge • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Estudos Alemães Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Doutor John Thomas Greenfield • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Estudos Anglo-Americanos Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 50 • Coorden.: Prof. Doutor Gualter Cunha • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes Duração:4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 50 • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria de Fátima Saraiva • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Filosofia Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 30 • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria José Cantista • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em História da Arte Portuguesa Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 40 • Coorden.: Prof. Doutor Fausto Sanches Martins • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em História e Património Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 30 • Info: 22 6077157 • flspg@letras.up.pt

3º Ciclo / Doutoramento em Estudos Alemães

Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 10 • Coorden.: Prof. Doutor Gonçalo Vilas-Boas • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Estudos Anglo-Americanos Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 15 • Coorden.: Prof. Doutor Gualter Cunha • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Linguística Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 50 • Coorden.: Prof.ª Doutora Ana Maria Brito • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt

3º Ciclo / Doutoramento emFilosofia Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria José Cantista • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Riscos, Cidades e Ordenamento do Território Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 40 • Coorden.: Prof.ª Doutora Teresa Maria Vieira de Sá Marques • Info: 226077157 • flspg@letras.up.pt

3º Ciclo / Doutoramento em Geografia Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 10 • Coorden.: Prof. Doutor José Alberto Rio Fernandes • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 30 • Coorden.: Prof.ª Doutora Teresa Sá Marques • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Sociologia Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 40 • Coorden.: Prof. Doutor Carlos Gonçalves • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Tradução e Serviços Linguísticos Duração: 4 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Belinda Sousa Maia • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Arqueologia Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 15 • Coorden.: Prof. Doutor Vítor Oliveira Jorge • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Crítica Textual e Crítica Genética Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria João Reynaud • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt

3º Ciclo / Doutoramento em História Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 50 • Info: 22 6077157 • flspg@letras.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em História da Arte Portuguesa Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 15 • Coorden.: Prof. Doutor Joaquim Ferreira-Alves • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Linguística Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Ana Maria Brito • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Literatura e Culturas Românicas Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria de Fátima Saraiva • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt 3º Ciclo / Doutoramento em Sociologia Duração: 6 semestres • Candidaturas: 2 a 31 de Julho e de 3 a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Coorden.: Prof. Doutor António Teixeira Fernandes • Info: 22 607 71 57 • flspg@letras.up.pt A FLUP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Ciência da Informação (sede na FEUP), 2º ciclo / Mestrado em Multimédia (sede na FEUP).

Faculdade de Medicina

Al. Prof. Hernâni Monteiro, s/n • 4200 319 Porto • Tlf: +351 225 513 604 • Fax: +351 225 513 605 • www.med.up.pt • servacad@med.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Bioética Duração: 4 semestres • Candidaturas: Junho e Julho • Vagas: 34 • Horário: 6a feiras (16h às 20h) e sábados (9h às 13 h) • Coorden.: Prof. Doutor Rui Nunes • Info: 225 513 676 • ipg@med.up.pt • Propina: € 4000 2º Ciclo / Mestrado em Ciências Forenses Organização: FMUP, FCUP, FDUP, FFUP, FMDUP, FPCEUP e ICBAS • Duração: 4 semestres • Candidaturas: Setembro • Vagas: 30 • Horário: 6º (14h às 20 h) e sábado (9h às 13h) • Coorden.: Prof. ª Doutora Teresa Magalhães • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 3000 2º Ciclo / Mestrado em Cirurgia Ortognática e Ortodontia Duração: 4 semestres • Candidaturas: 3 a 11 de Setembro • Vagas: 15 • Horário: 2a, 3a e 5a feiras (8h às 13 h) e 6a todo o dia • Coorden.: Prof. Doutor José Amarante • Info: 22 551 36 76 • ipg@med. up.pt • Propina: €3000 2º Ciclo / Mestrado em Epidemiologia Duração: 3 semestres • Candidaturas: Julho a Setembro • Vagas: 20 • Horário: 6a feira e sábado (9h às 18 h) • Coorden.: Prof. Doutor Henrique Barros • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 3000 2º Ciclo / Mestrado em Evidência e Decisão em Saúde Duração: 4 semestres • Candidaturas: 9 a 17 de Julho • Vagas: 30 • Horário: 6a feira (14h às 20h) e sábado (9h às 13h) • Coorden.: Prof. Doutor Altamiro da Costa Pereira • Info: 22 551 36 76 • ipg@med. up.pt • Propina: € 3000 2º Ciclo / Mestrado em Informática Médica Duração: 4 semestres • Candidaturas: 9 a 17 de Julho • Vagas: 30 • Horário: 6a feira (14h às 20h) e sábado (9h às 13h) • Coorden.: Prof. Doutor Altamiro da Costa Pereira • Info: 22 551 36 76 • ipg@med. up.pt • Propina: € 3500 2º Ciclo / Mestrado em Saúde Pública Organização: FMUP e ICBAS • Duração: 3 semestres • Candidaturas: Julho e Setembro • Vagas: 25 • Horário: 4a, 5a e 6a feiras (15h às 19h) • Coorden.: Prof. Doutor Henrique de Barros • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 3000 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Forenses Organização: FMUP, FCUP, FDUP, FFUP, FMDUP, FPCEUP e ICBAS • Duração: 8 semestres • Candidaturas: 3 a 14 de Setembro • Vagas: 30 • Horário: 6a feira (14h às 20h) e sábado (9h às 13h) • Coorden.: Prof.ª Doutora Teresa Magalhães • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 10000 (em aprovação) 21

2º Ciclo / Mestrado em Toxicologia Analítica Clínica e Forense Duração: 2 anos • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria de Lourdes Pinho de Almeida Souteiro Bastos • Info: 22 207 89 01 • f.continua@ff.up.pt


3º Ciclo / Doutoramento em Metabolismo - Clínica e Experimentação Duração: 48 meses • Candidaturas: 2 a 10 de Julho • Vagas: 12 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof.ª Doutora Isabel Azevedo • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 11000 (em aprovação) 3º Ciclo / Doutoramento em Neurociências Organização: FMUP e ICBAS • Duração: 4 anos • Candidaturas: Julho e Setembro • Vagas: 10 • Coorden.: Prof.ª Doutora Deolinda Lima • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: €10000 (em aprovação) Pós-graduação em Educação para a Saúde Duração: 2 semestres • Candidaturas: 3 a 28 de Setembro • Vagas: 50 • Horário: 4a, 5a e 6a feiras (15h às 19h) • Coorden.: Prof. Doutor Henrique de Barros • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 1500 Pós-graduação em Medicina da Dor

Duração: 2 semestres • Candidaturas: 10 a 28 de Setembro • Vagas: 20 • Horário: 6a feira (17h às 20h) e sábado (9h30 às 12h30) • Coorden.: Prof. Doutor José Castro-Lopes • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 1000 Pós-graduação em Medicina do Trabalho Duração: 4 semestres • Candidaturas: 10 a 14 de Setembro • Vagas: 27 • Horário: 2a, 3a, 4a e 5a feiras (14h30 às 18h30) • Coorden.: Prof. Doutor Agostinho Marques • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 4000 Pós-graduação em Ortodontia: bases, fundamentos e práticas Duração: 2 semestres • Candidaturas: 3 a 12 de Setembro • Vagas: 20 • Horário: 3 dias / mês (sábado, domingo e 2a feira (9h às 19h) • Coorden.: Prof. Doutor José Amarante • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 9600 Pós-graduação em Reabilitação Oral e Extra-Oral com Implantes Osteointegrados Duração: 2 semestres • Candidaturas: 3 a 12 de Setembro • Vagas: 12 • Horário: 6a feira (9h às 13h e das 14h às 18h) e sábado (9h às 13h) • Coorden.: Prof. Doutor José Amarante • Info: 22 551 36 76 • ipg@med.up.pt • Propina: € 2400

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A FMUP colabora ainda na organização do curso: 3º Ciclo / Doutoramento em Bioengenharia (sede na FEUP)

Faculdade de Medicina Dentária

Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, s/n; 4200-393 Porto • Tlf: +351 220 901 100 • Fax: + 351 220 901 101 • www.fmd. up.pt • webmaster@fmd.up.pt (Não tem oferta neste período) A FMDUP colabora na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Ciências Forenses (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Forenses (sede na FMUP)

Faculdade Psicologia e de Ciências da Educação

Rua do Dr. Manuel Pereira da Silva, s/n • 4200-392 Porto • Tlf: +351 226 079 700 • Fax: +351 226 079 725 • www. fpce.up.pt 2º Ciclo / Mestrado em Ciências da Educação Duração: 4 semestres • Candidaturas: 21 de Maio a 15 de Junho • Vagas: 80 • Horário: Pós-laboral • Coorden.: Prof.ª Doutora Amélia Lopes • Info: 22 6079739 • gpg@fpce.up.pt • Propina: € 3000 2º Ciclo / Mestrado Europeu em Estudos de Desenvolvimento em Ciências Sociais e Educacionais, Perspectivas Europeias sobre a Inclusão Social Duração: 4 semestres • Candidaturas: 21 de Maio a 15 de Junho • Vagas: 15 • Horário: Part-time • Coorden.: Prof. Doutor António M. Magalhães • Info: 22 607 97 39 • gpg@fpce.up.pt • Propina: € 3500

Médico-Legais Duração: 2 semestres • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 60 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof.ª Doutora Maria José Pinto da Costa • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas. up.pt • Propina: € 600 Especialização em Enfermagem de Anestesiologia Duração: 9 meses • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 30 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Dr.ª Maria Eduarda Amadeu • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas.up.pt • Propina: € 1350 Especialização em Medicina Tradicional Chinesa Duração: 3 semestres • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 30 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Jorge Machado • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas.up.pt • Propina: €1500 / ano Mestrado em Ciências de Enfermagem Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 25 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. ª Doutora Maria Arminda Costa • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas.up.pt • Propina: €1500 / ano

Organização: FPCEUP e FBAUP • Duração: 4 semestres • Vagas: 25 •

Mestrado em Ciências do Mar e Recursos Marinhos Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 17 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. ª Doutora Maria Armanda Reis Henriques • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas. up.pt • Propina: €1500 (1o ano) e €1750 (2º ano)

A FPCEUP colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Ciências Forenses (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Forenses (sede na FMUP).

2º Ciclo / Mestrado em Contaminação e Toxicologia Ambientais Organização: ICBAS e FCUP • Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 24 • Coorden.: Prof.ª Doutora Lúcia Guilhermino • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas. up.pt

2º Ciclo / Mestrado em Ensino de Artes Visuais

Coorden.: Prof.ª Doutora Manuela Terrasêca • Info: 22 607 97 39 • gpg@fpce. up.pt • gabestudante@fba.up.pt • Propina: €1840

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

Largo Prof. Abel Salazar, 23 • 4099-003 Porto • Tlf: +351 222 062 200 • Fax: +351 222 062 232 • www.icbas.up.pt Especialização em Acupunctura Duração: 300 horas • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 25 • Horário: Regime intensivo ao fim-desemana (inclui 6a feira) • Coorden.: Dr. Gustavo Quaresma • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas.up.pt • Propina: € 2400 Especialização em Ciências

Mestrado em Medicina Legal Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 25 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. ª Doutora Maria José Pinto da Costa • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas. up.pt • Propina: €1300 / ano Mestrado em Oncologia Duração: 2 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 20 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor Carlos Lopes • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas.up.pt • Propina: €2000 / ano

3º Ciclo / Doutoramento em Ciências do Mar e do Ambiente Organização: ICBAS, FCUP e Universidade de Aveiro • Duração: 4 anos • Candidaturas: 18 de Junho a 14 de Setembro • Vagas: 24 • Horário: Regime Diurno • Coorden.: Prof. Doutor João Coimbra • Info: 22 206 22 21 • secposgrad@icbas. up.pt O ICBAS colabora ainda na organização dos seguintes cursos: 2º Ciclo / Mestrado em Bioquímica (sede na FCUP), 2º Ciclo / Mestrado em Ciências Forenses (sede na FMUP), 2º Ciclo / Mestrado em Saúde Pública (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Bioengenharia (sede na FEUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Ciências Forenses (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Neurociências (sede na FMUP), 3º Ciclo / Doutoramento em Química Sustentável (sede na FCUP).

Escola de Gestão do Porto Rua de Salazares, 842 • 4149-002 Porto • Tlf: +351 226 153 270 • Fax: +351 226 100 861 • www.egp.up.pt MBA – Master of Business Administration Duração: 2 anos • Candidaturas: Até 30 de Junho • Vagas: 30 • Horário: 4 manhãs úteis (8h30-13h) • Coorden.: Prof. Doutor Jorge Farinha • Info: 22 615 32 70/71 • ipinho@egp.up.pt • Propina: de € 7700 a € 9275 MBA Executivo Duração: 1 mês + 3 trimestres • Candidaturas: Até 30 de Junho • Vagas: 50 • Horário: Sextas-feiras (8h30 – 20h), sábados (8h30-13h30) • Coorden.: Doutor Luís Filipe Reis • Info: 22 615 32 70/73 • clima@egp.up.pt • Propina: €14000 MBA/DFA em Logística Duração: 1 mês + 3 trimestres • Candidaturas: Até 30 de Junho • Vagas: 30 • Horário: 4 manhãs úteis (8h30-13h) • Coorden.: Prof. Doutor Alcibíades Paulo Guedes • Info: 22 615 32 70/71 • ipinho@egp.up.pt • Propina: de € 6500 a € 7900 Curso Geral de Gestão Duração: 225 horas • Candidaturas: Até 30 de Setembro • Vagas: 30 • Horário: 1 semana / mês (segunda a sexta-feira, das 9h00 às 19h00) • Coorden.: Prof. Doutor Daniel Bessa • Info: 22 615 32 70/72 • cgg@egp.up.pt • Propina: € 5500


PERCURSO

to da Região Norte, onde Vasco Teixeira fez o tirocínio profissional. Mas passados dez meses, verificando “as limitações da função pública para um jovem empreendedor”, aceitou o desafio de ser responsável pelas obras de uma empresa de construção civil do grupo Mota, na qual trabalhou mais de dois anos. O seu empreendedorismo leva-o, contudo, a abraçar o destino profissional que há muito lhe estaria reservado. Em 1980 propõe ao pai, também ele Vasco Teixeira, integrar a Porto Editora, empresa que o patriarca havia fundado em 1944. “Queria um projecto mais pessoal, ter maior capacidade de intervenção, traçar os meus próprios caminhos”, revela. E, para tanto, o “curso de engenharia encaixou perfeitamente. Os engenheiros têm uma capacidade de gestão fora do vulgar. São orientados para a conclusão, para o cumprimento de prazos, para a gestão de recursos, desde os humanos aos técnicos”. Com o falecimento do pai, em 1987, assume a administração da Porto Editora, juntamente com a mãe e o irmão. Do seu consulado orgulha-se, particularmente, do incremento dado ao multimédia e da adaptação dos manuais escolares à reforma do sistema educativo. Não pensa abandonar o sector editorial, pois é “o mais criativo que há”. “Quem entra nos livros dificilmente de lá sai”, garante. Hoje, a Porto Editora é líder de mercado nos manuais escolares, dicionários e software educativo. Mas Vasco Teixeira está algo céptico em relação à evolução do sector editorial português: “Assistimos a uma profissionalização da gestão das editoras.Vamos ter menos editoras, mas mais organizadas como empresas. Contudo, o livro tenderá a ser um produto sobretudo comercial. Haverá mais livros, mas mais parecidos uns com os outros. E isso, do ponto de vista cultural, é empobrecedor”.

“A engenharia é uma área em que há desafios permanentes, em que se vêem as coisas crescer. Portanto, encaixa bem nas necessidades que eu tenho para me sentir realizado”

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RICARDO MIGUEL GOMES

V

asco Teixeira é engenheiro como Álvaro de Campos e do heterónimo mais futurista de Fernando Pessoa por certo não desdenhará o verso “o mundo é para quem nasce para o conquistar”. O administrador da Porto Editora soube conquistar uma posição de relevo no mundo editorial português e continua a acreditar na força omnisciente do livro, embora admita que este produto tão especial vá sofrer profundas mudanças. Aos 51 anos, Vasco Teixeira olha para trás sem denunciar grande nostalgia. Prefere enfatizar o “carácter inovador” da Porto Editora e os desafios que o maior grupo editorial português tem pela frente: “melhorar o conteúdo dos livros” e “promover as novas tecnologias nas escolas”. É assim Vasco Teixeira, um portuense “bastante criativo, irrequieto, com alguma intolerância à monotonia”, segundo diz de si próprio. E foram estas características idiossincráticas que o levaram a ingressar, em 1972, na licenciatura de Engenharia Civil da FEUP, que concluiu cinco anos depois. “A engenharia é uma área em que há desafios permanentes, em que se vêem as coisas crescer. Portanto, encaixa bem nas necessidades que eu tenho para me sentir realizado”, justifica. Durante o curso, viveu o 25 de Abril de 1974. E é dessa efervescência revolucionária que guarda as piores recordações, até porque, segundo conta, foi preterido por razões políticas num concurso para monitor. Acabou por ser admitido um candidato que militava na UDP, força que dominava a FEUP. Assim foi abortada, ab ovo, uma eventual carreira académica de Vasco Teixeira. Apesar da “anarquia” do PREC,Vasco Teixeira encontrou na FEUP mestres que o marcaram indelevelmente, como os professores Correia de Araújo, Joaquim Sarmento e Valente de Oliveira. A influência deste antigo ministro estendeu-se, a partir de 1978, à Comissão de Planeamen-




FACE-A-FACE

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João Fernandes, 43 anos, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da U. Porto, fez do Museu de Arte Contemporânea de Serralves a “sua” casa, em 1996. Os visitantes assíduos do espaço único nascido da arte de Siza Vieira conhecem o seu passo acelerado, que não é alheio à velocidade da fala, e reconhecem a forma como o director do museu habita o espaço que a partir do seu trabalho se tornou um centro de irradiação e atracção. A isso chama “o projecto” Serralves. Outros chamam-lhe um case study. O Museu de Serralves é, hoje, o mais procurado do país, com cerca de 350.000 visitantes ano.


ENTREVISTA A JOÃO FERNANDES

E as actividades associativas? No segundo ano ganhámos as eleições. Estive na associação até ao final do curso. Com outros colegas tomámos conta

Concluiu o curso em 85, e depois? Fui professor no ensino secundário durante um ano. Depois, fui professor de Estudos Linguísticos no Instituto Politécnico do Porto. Comecei uma pós-graduação em Lisboa e, terminada a parte curricular, fui para Cabo Verde um ano. Julgava que ia ajudar a fazer a pós-graduação! Quando deixou de ter militância partidária? Já depois de ter caído o muro de Berlim. Depois, tive alguma actividade política. Estive no lançamento da Plataforma de Esquerda e da Política XXI. Acarinhei a ideia de que pudessem haver movimentos de cidadania. A prática formou em mim um sistema de valores que é independente da vida político-partidária. Museu é lugar para artistas

As suas escolhas, como director de Serralves, por artistas menos evidentes, ou por trabalhos marginais de artistas conhecidos, ligam-se a essa ética? Alguém que tivesse feito outra travessia poderia fazer as mesmas opções. Qualquer instituição cultural se deve preocupar com os seus públicos, sem existir em função deles. Um museu existe em primeiro lugar para os artistas. É um espaço de apresentação do trabalho dos artistas. Mas é também um espaço de intermediação com os públicos. É fundamental criar relação entre o trabalho do artista e o seu confronto com os públicos. O grande problema dos museus não é ter públicos, mas saber o que fazer com eles! Hoje, o turismo cultural leva as pessoas ao museu numa situação de ocupação dos tempos livres. A arte não é isso! A arte é um confronto. Um conflito com o inesperado, com o que não conhecemos. É um permanente exercício da curiosidade. A arte é, sem dúvida nenhuma, uma instância criadora de incertezas, mais do que certezas.

ISABEL PACHECO

O que retém do curso e da experiência de intervenção que foi a sua? Um curso universitário não nos dá o que não procuramos! Uma das pessoas que mais relembro é o Óscar Lopes, que não foi meu professor na licenciatura, mas que reencontrei num seminário de pós-graduação em Lisboa. O José Augusto Seabra foi também importante. Apanhei-o logo a seguir a ter vindo de Paris, onde tinha trabalhado com Roland Barthes. No ensino secundário, tive um professor que me marcou, o Fernando Guimarães. Dava-nos aulas de Filosofia e depois discutíamos poesia nos intervalos! No primeiro ano, a Maria João Reynaud convidou-me para seminários de pós-graduação, onde me confrontei com outro tipo de estar na universidade, através da pesquisa. Havia, ainda, conversas de corredor. A certa altura descobri que ler as bibliografias, discutir com os professores e apresentar trabalhos era mais importante do que ir às aulas.

de uma editora de textos. Criou-se uma revista que o José Meirinhos dirigiu e que pretendia ser uma revista científica. Sonhávamos com contrapor àquilo que a universidade era, uma universidade alternativa.Tentar mudá-la com participação. Colocando a discussão ao nível dos conteúdos. Criámos cursos livres, fizemos colóquios, convidámos pensadores, com o apoio dos institutos estrangeiros.

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P – Conta que cedo fez viagens exploratórias em InterRail, que o marcaram. Como foi? JF – Comecei a viajar e a envolver-me em actividades políticas muito cedo. A minha vida foi marcada pela revolução. Fui dirigente de uma organização de juventude do Partido Comunista. Ia a Lisboa a reuniões. A preparação das festas do Avante pôs-me em contacto com artistas da área da música. Comecei a viajar sozinho com 15 anos. Gostava de traçar objectivos para as viagens e partia à descoberta de lugares. Eram orientadas em função do que lia. Bastante mais tarde, fiz uma viagem iniciática. Estava a ler Proust e quis ir ver os flamengos primitivos e o Vermeer à Flandres e à Holanda. Fui surpreendido por uma série de eventos e de exposições de arte contemporânea. A exposição chamava-se “Chambres d’Amis”. Foi uma coisa que Jan Hoet fez em Gent que visitei, longe de pensar que ia trabalhar sobre arte contemporânea um dia. Transformava uma cidade. As obras estavam em casas particulares ou estúdios de artistas.Vê-las era conhecer a cidade por dentro, ter contacto com pessoas. Comecei a interessar-me cada vez mais pela arte do nosso tempo.


Envolveu-se com o mundo da arte a ponto de mudar de vida? Comecei a achar que a universidade era também um reino de pequenos poderes. Digamos que fui “A arte é um confrontado com a retórica do poder dentro da confronto. Um instituição. A política para mim era um contexto conflito com o em que o poder era um problema. Por outro inesperado, com o lado, aconteceu-me outra coisa. Foi um convite que não conhecemos. para organizar um festival de arte contempoÉ um permanente rânea na cidade do Porto, as Jornadas de Arte exercício da Contemporânea, em 92. E a cidade tinha muito curiosidade”. pouco nessa altura. Serralves estava no seu início. Começa em 87. O Fernando Pernes fazia uma programação com grande dignidade, houve coisas muito importantes a acontecerem, mas era ainda um projecto em gestação. Lembrando-me de “Chambres d’Amis” e de outras iniciativas de relação da arte com o espaço público, quis criar programas que surpreendessem. Dava-me conta do isolamento da discussão artística em Portugal em relação ao que estava a acontecer nos anos 90. Lembro-me em 93 do contexto londrino que viu surgir os Young British Artists. O mercado ainda não tinha estratificado a situação, que era muito livre. Grande agitação e possibilidade de criações em espaços alternativos. Era uma das situações mais dinâmicas na Europa, e quis trazê-la ao Porto. Na exposição que Andrew Renton comissariou, “A pasta do Walter Benjamin”, o que os artistas traziam era uma espécie de novidade. A criação de Serralves ficou a dever-se a uma conjugação continuada de esforços? Aconteceu também como um exercício de cidadania, porque a cultura no Porto tinha sido sempre algo construída pelos cidadãos. Não havia uma única instituição cultural nacional na cidade do Porto. Serralves foi a primeira. Mais tarde, houve outras iniciativas do Estado, como a compra do Teatro S. João, ou a Casa da Música. Voltando à mudança de vida, a certa altura comecei a receber convites para fazer outras exposições. Fiz em Espanha a “Peninsulares”. Fiz um projecto em França. Então tomei a decisão de abandonar o ensino, uma profissão, e para mim foi como se tivesse sido o meu último emprego! Porque Serralves não é um emprego, é um projecto. Decidi assumir-me como comissário de exposições independente. Conquistei uma liberdade, mas passei um tempo difícil. Depois o Vicente Todoli foi convidado para dirigir Serralves e quis que trabalhasse com ele.

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O Vicente assume a direcção artística depois de Fernando Pernes. Existia já um embrião de colecção? Sim. Depósitos também.Tínhamos a colecção do Estado inclusive, da antiga Secretaria de Estado da Cultura. Quando o Vicente viu que havia mais de mil obras de arte portuguesa em depósito, pensou: “mas então a situação portuguesa já está bem documentada”. Depois achámos que não. Porquê?

Essa colecção era feita por comissões de aquisições. Há portanto uma espécie de puzzle que retira a identidade a uma possível colecção. Houve obras muito boas compradas por Serralves, mas o orçamento era muito limitado. O lançamento do museu, em 99, cria uma energia muito grande. Faz crescer o apoio do estado e dos privados. Houve aí um salto. Dispusemos de orçamentos para trabalhar que o Fernando Pernes nunca tinha tido disponíveis! O Vicente e eu começámos a trabalhar em Serralves em 96. O projecto do Siza estava a começar a ser construído, mas havia questões para responder: quantas exposições realizar por ano e de que tipo? E, inclusivamente, a periodização cronológica do museu. Decidimos começar a colecção na década de 60, em que entendíamos que acontece uma segunda ruptura epistemológica na arte do século XX. Como que um segundo modernismo, mas numa geração de vanguarda. Não criaram um espaço de exposição permanente? A colecção disponível não era suficiente, e não tínhamos obras que fossem por si só grandes atracções internacionais. Depois, não queríamos seguir o modelo Gulbenkian de uma colecção em permanência muito tempo. É uma falsa ideia, a de que ter 50 artistas reunidos num espaço nos dá noção do seu trabalho. Definimos como objectivo constituir um núcleo histórico da colecção, datado dos anos 60/70. Adquirimos obras fundamentais. Hoje seria impossível comprá-las! A primeira exposição chamava-se “Circa 1968” e comprámos 80% das obras para a inauguração do museu. É um excelente ponto de vista sobre os anos 60/70 na cena internacional, com grandes nomes como Gerhard Richter, Richard Serra, Pistoletto ou Christian Boltanski. Uma colecção é sempre um ponto de vista! Em relação à própria arte portuguesa era necessário começar um trabalho. Comprámos obras de Ângelo de Sousa, Álvaro Lapa, Alberto Carneiro. Serralves é um museu internacional que integra a arte portuguesa dentro de uma colecção. Vamos procurar artistas internacionais que se possam relacionar bem com artistas da colecção, assim como vamos buscar artistas portugueses que se possam relacionar com o contexto internacional. Realizamos predominantemente exposições


temporárias, porque havia histórias para contar. Muitos artistas não tinham tido as suas exposições antológicas, como René Bértholo, António Sena, João “Decidimos começar a Vieira. Ou, então, fazemos exposições colecção na década de 60, antológicas de artistas internacionalem que entendíamos que mente celebrados, mas diferentes. De acontece uma segunda início, diziam que éramos doidos com ruptura epistemológica a programação que íamos fazer, que o na arte do século XX. (...) museu não teria visitantes... Era necesUma colecção é sempre sário comunicar bem o que fazíamos. E, um ponto de vista!”. ao mesmo tempo, saber equilibrar uma programação entre nomes desconhecidos e conhecidos. Mesmo com esses, como Warhol, Bacon, ou, como vai ser em Outubro, Rauschenberg, procuramos fazer o que não foi feito. Assumiu a direcção artística do Museu em 2003. Quais os seus objectivos? Estávamos muito centrados nos artistas percursores na geração de 60/70. Depois, entendemos vir mais para as gerações de 80 e 90. Com o Ulrich Loock comecei a trabalhar outras situações, a abrir a colecção a essas gerações e a fazer exposições com algumas constelações de artistas da nossa época. Aí começaram a aparecer exposições de maior dimensão com artistas jovens, como Gregor Schneider, ou esse levantamento histórico que fizemos com um ponto de vista particular e muito polémico sobre os anos 80. É outra fase do museu. Não mudou de identidade, se bem que haja mudanças na programação e na colecção.

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O Ministério da Cultura deu o seu apoio à colecção Berardo, em breve inaugurada no CCB. Como vê a possível transformação da dinâmica da arte contemporânea no país? É importante que haja outros espaços para apresentação de arte contemporânea. E que haja uma série de pontos de vista, e mesmo de estratégias, no contexto português. Falta em Lisboa um centro de arte contemporânea com uma direcção clara, uma colecção, e a colecção Berardo pode ser um utensílio importante. Depende do que vier a ser o programa museológico em termos de exposições. Tenho razões para crer que há um director competente. Há outras situações que me preocupam, em relação ao contexto da colecção. Fico um pouco perplexo quando ouço falar dos valores para uma possível aquisição. Dou por mim a pensar que se me dessem um terço desses valores para o projecto de Serralves, era possível fazer uma colecção com objectivos muito mais ambiciosos do que aqueles que temos. O que acontece é que a colecção Berardo não teve um ponto de vista no início. Foi feita de forma mais ou menos enciclopédica. O que permitiu reunir algumas obras fundamentais da arte do século XX, a par de outras que, no meu entender, não o são tanto.


CULTURA

RICARDO MIGUEL GOMES

É CERTAMENTE UM DOS GRANDES ACONTECIMENTOS CULTURAIS DESTE VERÃO, EM PORTUGAL. A U.PORTO PROMOVE, EM PARCERIA COM O MUSEU NACIONAL DE SOARES DOS REIS, UMA EXPOSIÇÃO TRIPARTIDA DE GERARDO RUEDA. DA OBRA DESTE ARTISTA PLÁSTICO ESPANHOL VÃO PODER SER VISTAS ESCULTURAS MONUMENTAIS, PEQUENAS ESCULTURAS E UMA ANTOLOGIA DE PINTURA. PELAS SUAS CARACTERÍSTICAS, A INICIATIVA DEMOCRATIZA O ACESSO À CULTURA E FUNCIONA COMO ATRACÇÃO TURÍSTICA.

A

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partir de 2 de Julho e até 15 de Setembro será possível conhecer, na cidade do Porto, um número bastante significativo de obras de Gerardo Rueda. Quem calcorrear o perímetro compreendido entre a Praça Gomes Teixeira e o Jardim da Cordoaria irá deparar-se, na via pública, com esculturas monumentais do artista espanhol. Este conjunto de peças de grandes dimensões integra uma exposição itinerante promovida pela Fundación Gerardo Rueda e pelo IVAM (Institut Valencià d’Art Modern).

Em Valência, onde actualmente se encontram, as esculturas monumentais de Rueda já conheceram um milhão de visitantes e estão a receber críticas bastante favoráveis na imprensa de referência. De resto, depois do Porto, a mesma exposição seguirá, em 2008, para Nova Iorque (Park Avenue), Dallas (junto ao Meadows Museum of Art e à Phillip’s Collection), Madrid (Paseo del Prado) e Valladolid. Paralelamente, estão previstas duas outras exposições de Gerardo Rueda na cidade do Porto: uma de esculturas de pequeno formato (algumas serviram para estudo ou como maqueta de produções monumentais), a apresentar no átrio sul do edifício da Reitoria da U.Porto, e uma outra de cerca de meia centena de obras de pintura de vários períodos, que ficará exposta no Museu Nacional de Soares dos Reis. A organização desta exposição tripartida é da responsabilidade da U.Porto que, neste âmbito, celebrou um acordo de parceria com o referido museu nacional. A instituição portuense de ensino superior acolheu assim, favoravelmente, uma proposta de Bernardo Pinto de Almeida, que integra o Conselho Científico da Fundación Gerardo Rueda. Este docente da U.Porto é, aliás, comissário da exposição, juntamente com a historiadora de arte norte-americana Barbara Rose que, no dia 2 de Julho, será oradora de uma conferência sobre o artista espanhol, a realizar no Museu Nacional de Soares dos Reis. Está igualmente prevista a presença, na mesma conferência, de Consuelo Císcar, directora do IVAM. Também para turista ver

Para Bernardo Pinto de Almeida, a exposição tripartida de Rueda tem “interesse internacional”, em particular numa altura em que a obra do artista “está a ser alvo de revisão histórica”, designadamente por especialistas como Tomás Llorens, antigo director do Museu Thyssen-Bornemisza,


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Rosario, 1992 442x333x300 cm


DO CUBISMO AO NEOCONSTRUTIVISMO “A exposição no Porto afigura-se, portanto, como uma oportunidade para avaliar o trabalho de um artista relativamente desconhecido entre nós”.

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em Madrid, e Alfonso E. Pérez Sánchez, catedrático de História da Arte da Universidade Complutense de Madrid. Nos EUA, acrescenta o historiador de arte português, Rueda “é reconhecido com destaque”. “O grupo de Cuenca, do qual faziam parte Torner, Zóbel e Rueda, é muito forte em Espanha e tem grande projecção internacional”, salienta Bernardo Pinto de Almeida. Contudo, em Portugal, “a arte espanhola é conhecida, sobretudo, pelas obras de Tàpies, Millares ou Saura”. A exposição no Porto afigura-se, portanto, como uma oportunidade para avaliar o trabalho de um artista relativamente desconhecido entre nós, mas também ele de “referência”. De resto, o “carácter público” das esculturas monumentais, prossegue Bernardo Pinto de Almeida, permite a “familiarização com a arte de pessoas que habitualmente não frequentam museus”, para além de “despertar interesse turístico”. Isto numa cidade que, ao contrário das suas congéneres europeias, “não tem uma política cultural” que garanta a oferta regular de manifestações de arte pública urbana. Para Bernardo Pinto de Almeida, a exposição de Gerardo Rueda tem ainda a virtude de contribuir para a “aproximação de Portugal e Espanha, conforme é preconizado pelos governos dos dois países”.

Gerardo Rueda Salaberry (Madrid, 1926-1996) teve uma importância capital na arte espanhola do século XX, estando a sua obra presente nos principais museus e colecções do mundo (Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Fundación Juan March, The British Museum, Musée d’Art Moderne – Paris, Fine Arts Museum of San Francisco, Frederick R. Weisman Museum of Art – Los Angels, entre outros).

Expôs pela primeira vez em 1949, em Madrid, tendo então iniciado um trajecto artístico que vai do cubismo ao neoconstrutivismo. Apesar de ser considerado um dos pioneiros do informalismo em Espanha, Bernardo Pinto de Almeida ressalva que Rueda, em reacção a esse movimento do pós-guerra, “foi um dos primeiros artistas a regressar à abstracção geométrica”. De resto, na opinião do historiador de arte, a importância do artista espanhol e aquilo que hoje explica a revisão histórica de que está ser alvo prende-se, precisamente, com “essa situação concreta de reacção contra o informalismo” e de perfilhamento do neoconstrutivismo, enquanto movimento de “retorno a um certo classicismo na abstracção”. Para tanto terá contribuído o clima de paz e esperança que se viveu no Ocidente a partir de meados da década de 50, por contraponto à devastação das cidades logo após a 2ª Guerra Mundial – circunstância que, aliás, criou o quadro motivacional para o informalismo. O neoconstrutivismo marca fortemente a obra pictórica de Rueda, que passou a assumir um cunho objectualista. O artista destaca-se pela “introdução de objectos tridimensionais” nas telas, tendência estética derivada da colagem. “A pintura caminha para fora do quadro e aproxima-se da escultura”, diz Bernardo Pinto de Almeida. É assim que, a partir dos anos 60, Rueda passa a dedicar-se também à produção escultórica e se assume como um “artista de múltiplos media”, acrescenta. Resta dizer que Rueda fundou o Museo de Arte Abstracto de Cuenca, juntamente com Fernando Zóbel e Gustavo Torner, e foi autor de obras tão importantes como o mural do Museo de Escultura al Aire Libré de la Castellana (Madrid), os vitrais da catedral de Cuenca e as portas do pavilhão de Espanha na Exposição Universal de Sevilha.


COMENTÁRIO

vos traçados aos territórios que, actualmente, se apresentam mais densamente ocupados, quer em termos de residência, de emprego, de comércio ou de serviços, privilegiando, de entre aqueles, as zonas ainda não servidas e com maior potencial de geração de deslocações. A aplicação deste critério não deverá relegar para segundo plano a enorme capacidade de estruturação e qualificação urbanística que um sistema de metro ligeiro representa. Antes pelo contrário, tal capacidade deverá ser aproveitada para reforçar o policentrismo metropolitano, conter as expansões urbanas e dar coerência a tecidos urbanos fragmentados ou em processo de consolidação. Mas aconselha a prudência, face a alguns voluntarismos de um passado recente, que as áreas a servir tenham já elevados e comprovados níveis de urbanidade e centralidade. É aliás nestes territórios que um metro ligeiro de superfície tem capacidade de revelar todas as suas potencialidades. Por outro lado, importa garantir que as novas linhas não só prestam um bom e justificado serviço aos territórios que atravessam como também contribuem para o aprofundamento da intermodalidade e para um funcionamento mais flexível de toda a rede. A sua configuração deverá traduzir a coexistência dos tradicionais movimentos pendulares radiais centro-periferia, que a primeira fase deste projecto claramente privilegiou, com os novos padrões metropolitanos de deslocação. Referimo-nos aos novos movimentos circulares, em particular dentro cidade do Porto e entre os municípios que constituem a sua primeira coroa envolvente. Porém, no desenho final dos traçados, a preocupação com a abrangência das áreas cobertas pelo metro não deverá comprometer as velocidades de circulação e os tempos totais de viagem. Para além do conforto, segurança e fiabilidade – consensualmente reconhecidos ao Metro do Porto – a capacidade deste meio de transporte público competir com o automóvel privado depende, cada vez mais, dos tempos de viagem oferecidos. O nosso trabalho encontra-se, actualmente, em fase de finalização e em breve será apresentado publicamente. Partindo das soluções inicialmente avançadas para a segunda fase do projecto, introduzimos significativas alterações e novos traçados que trarão certamente alguma polémica e, esperamos, possam suscitar uma discussão alargada sobre a futura área metropolitana. Na verdade, um projecto com esta dimensão e impacto não se circunscreve à esfera dos transportes públicos de passageiros, mas antes deverá ter como ambição e desígnio último contribuir para a necessária reestruturação territorial da AMP, promovendo a sua competitividade, a sua sustentabilidade ambiental e os níveis de qualidade de vida da sua população.

por

Paulo Pinho Investigador e docente da FEUP

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A

convite da Metro do Porto, o Laboratório de Planeamento da FEUP tem vindo a desenvolver os trabalhos de concepção geral das novas linhas e extensão das existentes que irão constituir a segunda fase do projecto do Metro.Trata-se de um desafio particularmente aliciante e estimulante. No contexto de uma área metropolitana com mais de um milhão de pessoas como a AMP, será talvez difícil apontar um outro qualquer projecto que possa rivalizar com este, no que toca ao seu forte impacto na estruturação competitiva do território metropolitano, no fomento da coesão sócio-territorial ou na melhoria dos níveis de qualidade ambiental, em particular, no seu contributo para uma apreciável diminuição das emissões totais de gases com efeitos de estufa. Se os diversos estudos de opinião, entretanto realizados, convergem numa apreciação muito favorável do serviço de mobilidade prestado pelo sistema de metro, importa reconhecer que as premissas que balizaram a concepção da primeira fase deste projecto poderão não ser as mais adequadas para a segunda fase. Partindo da simples constatação que o sucesso e a sustentabilidade de um sistema de transportes depende, em última análise, da sua capacidade de fidelização e captação de novos utentes, será imprescindível que a segunda fase deste projecto se caracterize por não apenas ser eficaz na atracção de passageiros oriundos dos sistemas concorrentes de transportes públicos, mas ser capaz de captar, em maior escala, os actuais utilizadores de automóvel, contribuindo para o efectivo descongestionamento da AMP, em particular das suas zonas mais centrais. Para tal será necessário ter consciência de que os ritmos de construção que alimentaram as expansões urbanas e suburbanas, ao longo dos últimos trinta anos, dificilmente se manterão nas próximas décadas. Urge, assim, agarrar os no-


DESPORTO

Às 18 horas em ponto, o relógio arranca, imparável. O tique-taque marca o ritmo dos corpos agitados, à medida que braços e pernas se contorcem em jogos e combinações complexos. A música, de fundo, mistura-se com palavras e gestos improvisados. Os corpos suam. Em pouco mais de 30 minutos, tudo acaba com um último resfolgar de alívio. É assim a Rapidinha das 18.

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TIAGO REIS

O

cenário é sugestivo e cumpre-se em poucas palavras durante a Rapidinha das 18, uma das actividades incluídas no programa de fitness promovido pelo Gabinete de Actividades Desportivas da Universidade do Porto (GADUP), e apenas uma das que, a partir do próximo ano lectivo, vão estar disponíveis a preços especiais para todos os alumni da U.Porto. Mas, por enquanto, regressemos em ritmo lento ao Pavilhão de Rítmica da Faculdade de Desporto da U.Porto (FADEUP), palco de uma actividade nascida, em 2004, “do aproveitamento de um tempo de meia hora que não estava a ser utilizado pela faculdade. Assim surgiu a ideia de fazer aulas de ginástica localizada de alta intensidade e de curta duração, em que só se trabalham dois ou três grupos musculares. Daí chamar-se Rapidinha”, desvenda Bruno Almeida, responsável do GADUP. Palavras que passam ao lado do grupo de cerca de 15 pessoas que, a poucos metros, recuperam do esforço dispendido na Rapidinha. “Costumam ser mais. Já cheguei a ter 57 pessoas ao mesmo tempo. É uma aula muito procurada pelas alunas das faculdades aqui de perto (Pólo II, Asprela), que vêm para

tirar a barriguinha, o rabo e as gordurinhas a mais”, explica a monitora Joana Rita Pinto, num tom de voz mais baixo do que aquele com que, durante três sessões semanais (2ª, 3ª e 5ª feira), “puxa”, de forma alternada, pelos glúteos, abdominais, pernas, braços e lombares dos participantes. E para quem duvida da eficácia de apenas meia hora de exercício, Joana Rita Pinto antecipa-se: “A grande vantagem da Rapidinha é que permite que os alunos trabalhem uma área do corpo específica. Combinado com o trabalho cardiovascular, esse trabalho localizado nota-se ao nível da tonificação, para além do desenvolvimento da coordenação motora e da resistência”. Após mais uma batalha para reforçar os glúteos, Anabela Cancela comprova as vantagens da iniciativa. “Tem sido uma experiência muito positiva. São só trinta minutos, mas muito intensos. Não há tempos mortos. Passa rápido, não nos tira muito tempo e rentabiliza bastante”, destaca esta funcionária do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia que, desde o início do ano, encontrou, na companhia de mais de 2000 pessoas, o culminar de uma longa história: “Comecei na hidro-ginástica, depois


“Não há tempos mortos. Passa rápido, não nos tira muito tempo e rentabiliza bastante”.

adaptar ao participante (por motivo de lesão ou qualquer outro), “nós indicamos um exercício alternativo”. Mas para os que, ainda assim, apreciam actividades menos… rapidinhas, o programa do GADUP prevê propostas para todos os gostos e velocidades. Assim, e para lá do “Fitness na U.Porto” (que inclui ainda capoeira, danças do mundo, hidroginástica, hip hop, kung-fu, musculação, natação, taekwondo e yoga),“promovemos actividades como fins-de-semana aventura, caminhadas e cursos de mergulho, bem como campeonatos de karting, torneios de futebol, ténis de mesa, xadrez, entre outras”, finaliza Bruno Almeida, descrevendo apenas algumas das actividades que, no próximo ano, vão estar igualmente ao alcance privilegiado dos alumni. Para mais informações sobre a Rapidinha das 18 e a restante oferta desportiva do GADUP, pode contactar o gabinete pelo telefone 222 074 164, directamente na FADEUP, ou passar pelo site dos SASUP (Serviços de Apoio Social da U.Porto), em www.sas.up.pt.

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fui para a musculação e, depois de descobrir a Rapidinha, nunca mais saí”. Mas se são elas quem mais adere, nem só... nelas a Rapidinha promete fazer milagres. “Estamos abertos a toda a comunidade. As pessoas podem pagar uma mensalidade ou, então, chegam ao nosso balcão (entrada da FADEUP), compram uma senha e fazem a aula que querem”, resume Bruno Almeida, para logo concluir que “o público-alvo centra-se na Universidade do Porto, havendo preços diferenciados para alunos (€8 de mensalidade/€2 por senha), professores e funcionários (€9/€2,5) da U.Porto e externos (€12/€3)”. Uma lista de preços que, no próximo ano lectivo, vai incluir uma nova variável. Desta forma, “todos os antigos alunos da U.Porto poderão aderir à Rapidinha ao preço dos [actuais] alunos”, destaca Bruno Almeida, para quem “é estratégico para a universidade os alumni fazerem cada vez mais parte deste universo, sendo que o desporto não foge à regra”. Antecipando o crescimento da turma, Joana Pinto partilha da mesma opinião. “Acho óptimo, porque já trabalhei com pessoas dos 8 anos 80 anos e isto é benéfico para todas as idades”, explica a monitora. E se algum exercício não se


MONTRA

IRMÂNIA ÂNGELO JORGE

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A N A B E L A S A N TO S

EDIÇÃO DE JOSÉ EDUARDO REIS EDIÇÕES QUASI

Irmânia porquê? O autor, Ângelo Jorge (1888-1922), explica logo no prefácio desta “obrazinha”: “É a síntese exacta e completa do que sou moral e mentalmente, e, de certo modo, até, fisicamente, na época em que a escrevo. A Ilha misteriosa a que o meu modesto espírito deu forma literária existe realmente na minha Aspiração, no meu insofismável anseio de Bem e de Verdade. Durante o tempo em que vivi na crença duma humanidade venturosa e perfeita, dum estado social justo e equilibrado, afastei de mim a visão perturbadora do inferno presente, fechei ouvidos aos gritos dos desesperançados e às blasfémias dos sem crença, sonhei bondades de amor – e fui feliz”. Esta “novela naturista”, como define o autor, configura, no entender de José Eduardo Reis, responsável pela edição, “o modelo de uma utopia literária, melhor dizendo, de uma eutopia ou utopia positiva” (em termos de estrutura temática-compositiva). Isto é, explica o editor, faz “uma representação de sociedade imaginada por um dado autor de forma a ser lida pelo seu leitor contemporâneo como sendo qualitativamente melhor do que a sociedade em que ambos se situam historicamente”. Sobre o autor, José Eduardo Reis acrescenta ainda que, no contexto da “história transnacional da utopia do primeiro quartel do século XX, foi um autor menor português a (re)colocar, de modo involuntário, sem reconhecimento canónico nacional, a literatura portuguesa no mapa europeu da tradição literária utópica”.

O ESCRITOR INVISÍVEL

ÁGUAS FURTADAS

JORGE ALMEIDA E PINHO

LITERATURA, MÚSICA E ARTES VISUAIS

A TRADUÇÃO TAL COMO É VISTA PELOS TRADUTORES PORTUGUESES QUIDNOVI

“São os autores que fazem as literaturas nacionais, mas são os tradutores que fazem a literatura universal”. É esta a frase de José Saramago (in Jornal de Notícias, 12/03/1997) que dá início à “Razão de Ser”, primeiro capítulo desta obra, para a qual contribuiu a “actividade desenvolvida durante o Mestrado em Estudos de Tradução, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto” e as “indicações de cariz teórico-práticas recolhidas na fase curricular de tal Mestrado”. Foi na sequência desta pesquisa que Jorge Almeida e Pinho verificou a escassez de “referências ao trabalho ou às considerações teóricas dos tradutores portugueses sobre o trabalho de tradução”, isto apesar “da proliferação de obras e de autores estrangeiros traduzidos e de existir um grande número de bons tradutores literários em Portugal”. Esta constatação serviu de alavanca para uma “caracterização, ainda que elementar, das expressões individuais sobre o trabalho mais ou menos desconhecido que é a tradução literária em Portugal”. O resultado de tudo isto foi uma tese de Mestrado “com uma extensa colecção de textos dedicados à temática da tradução e em que se baseia esta obra”. Muito sumariamente, poderá dizer-se que as principais preocupações dos tradutores se centram na “fidelidade ao texto original e às supostas intenções do autor”. “Em cada ocasião e para cada novo elemento tornam-se necessárias uma nova atitude e uma nova perspectiva que possam servir na medida adequada à superação de dificuldades que se diversificam em função de cada criador, de cada criação ou até mesmo de cada momento – temporal ou espacial – de criação”.

NÚMERO 10

NJAP/JU

Ficámos a saber que esteve para se chamar Clarabóia, Eros ou até Baile no Bosque, o universo para o qual a Águas Furtadas nos remete. É que é chegado o número 10, número “redondo”, como lhes chamam Luísa Marinho e Rui Manuel, editores de literatura da revista cujo número um saiu nos inícios de 1999 com 32 páginas (agora ultrapassa as 200) de poemas e algumas ilustrações. Depois, foi tempo de dar espaço a “outros géneros literários, a outras artes visuais e à música”. De início, os leitores eram presenteados com pautas originais até que, a partir do número 6, cada revista passa a fazer-se acompanhar de um CD. “A Perfect Observer in Random Wounds”, de Gustavo Costa (electrónica realizada pelo compositor em estúdio próprio), ou “Suspensa”, de Carla Oliveira (electrónica realizada pela compositora, nos estúdios da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto), são algumas das faixas que constituem o CD deste último número. Vítor Oliveira Jorge, Pedro Amaral e Rogério Rola cedem alguns dos poemas, Manuel Resende e Hélder Moura Pereira algumas das traduções e António Gregório e André Sousa Martins alguns dos contos. E há mais textos, que encaixam na bitola da “História”, da “Música” ou do “Ensaio”. A “breve notícia” dedicada ao Winnie-the-Pooh é exemplo do que cabe no “Ensaio”: “Como o ursinho Pooh diria, as coisas são como são, e raramente são como não são. É assim (como provavelmente também diria) que as coisas funcionam, pelo menos a maior parte das vezes”, escreve o poeta Manuel António Pina.


LOJA

UMA LOJA DE AFECTOS

Relógios, velas, artigos de papelaria e escritório, serviços de café, peças de decoração, jogos, rádios, vestuário e acessórios, livros e muito mais. Tudo isto está disponível na Loja U.Porto, um espaço inaugurado a 16 de Junho, nas actuais instalações da Reitoria, na Praça Gomes Teixeira. Os horários de funcionamento são os seguintes: segundas-feiras das 14h30 às 19h00, de terças a sextas-feiras das 10h00 às 19h00, e aos sábados das 10h00 às 14h00. As compras podem igualmente ser realizadas on-line, através do site www.loja.up.pt. A Loja U.Porto oferece apenas produtos exclusivos. As peças para venda foram concebidas com materiais de qualidade e obedecem a um design cuidado e moderno. Já o catálogo editorial inclui publicações das várias editoras existentes nas unidades orgânicas da U.Porto. Ao todo são mais de três centenas as obras disponíveis, o que abarca produções artísticas, literárias, técnicas, científicas e didácticas da autoria de membros da universidade. A Loja U.Porto foi criada com o intuito de expandir a notoriedade da universidade, de consolidar as suas relações com a população e de reforçar o sentimento de pertença à comunidade académica. Neste sentido, a Loja U.Porto dirige-se não apenas aos actuais estudantes, professores e investigadores, mas também aos antigos alunos da universidade e aos cidadãos em geral. Resta dizer que a Loja U.Porto é explorada unicamente pela Reitoria, constituindo os resultados das suas vendas um benefício directo para a universidade.


EMPREENDER

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RICARDO MIGUEL GOMES

Quatro jovens investigadores conheceram-se no Curso de Empreendedorismo da U.Porto, em 2005, e rapidamente decidiram criar a Neoscopio. Este spin-off da maior universidade do país desenvolve e comercializa soluções de software open source, pretendendo tornar-se uma referência europeia nesta área. A empresa foi apoiada pelo Programa Finicia e encontra-se incubada na UPTEC.

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ideia de criar uma empresa dedicada ao “suporte, personalização e desenvolvimento” de aplicações open source pode parecer arriscada. É que, ao contrário das soluções proprietárias, o software livre está isento de impedimentos legais de uso, modificação e distribuição. O seu código-fonte é conhecido publicamente, pelo que qualquer utilizador tem a liberdade de executar, estudar, aperfeiçoar e redistribuir os respectivos programas. Assim sendo, como lucrar com uma empresa que desenvolve e comercializa soluções open source? Miguel Andrade, CEO da Neoscopio, responde com um exemplo prosaico: “Hoje, as receitas dos melhores restaurantes estão publicadas e não é por as pessoas saberem como se confeccionam os pratos que os vão fazer para casa. Mas podem! Com o software acontece a mesma coisa. Não é pelo facto de as pessoas terem o código e poderem ser elas a desenvolver as soluções que vão deixar de procurar quem saiba fazer melhor”. Foi com base neste princípio que, durante o 1º Curso de Empreendedorismo para alunos de pós-graduação da

U.Porto, em 2005, quatro jovens investigadores (idades entre os 26 e os 37 anos) decidiram, primeiro, desenvolver um plano de negócios para uma empresa de software livre e depois transpor o projecto da esfera académica para a realidade empresarial. Miguel Andrade, que já era consultor de tecnologias de informação, lançou a ideia e, “por coincidência”, diz, os outros três colegas “tinham já uma orientação no mesmo sentido”. Assim surgiu a start-up Neoscopio. Desde logo “houve uma filosofia de grupo ou de equipa”, embora os quatro promotores tenham formações bastante distintas. Miguel Andrade é formado em Engenharia Electrotécnica, Miguel Costa em Física Teórica e Computacional, Nuno Cerqueira em Química e Gustavo Mendes em Psicologia Clínica e Educacional, desenvolvendo todos eles actividades de investigação na U.Porto. Para o CEO da Neoscopio, este mosaico académico é “imensamente enriquecedor para a empresa, porque elimina a consanguinidade de pensamento. Dá-nos um horizonte mais vasto e permite-nos encontrar soluções mais criativas e eficientes”.


QUE BEM QUE SE ESTÁ NO CAMPUS Desenvolver sinergias entre as universidades e o tecido empresarial, promovendo assim o empreendedorismo e fomentando a inovação enquanto factor crítico de competitividade, é uma necessidade há muito sentida em Portugal. Cientes desta realidade, a U.Porto e a Associação do Parque de C&T do Porto lançaram, em Fevereiro de 2007, a UPTEC, uma incubadora especialmente vocacionada para acolher empresas de base tecnológica, cuja liderança está a cargo do anterior reitor José Novais Barbosa. Apoio do Finicia

A Neoscopio atraiu imediatamente clientes e, ao longo de 2006, procurou provar que o seu core business fazia sentido e que existia uma apetência do mercado português pelo software livre. “Funcionámos quase como proof of concept, mostrando que era possível”, esclarece Miguel Andrade. E de tal forma foram bem sucedidos que, nesse mesmo ano, o projecto seduziu a PME Capital (hoje Inovcapital). Através desta sociedade de capital de risco de referência do Ministério da Economia e da Inovação, a Neoscopio obteve apoio no âmbito do Programa Finicia (financiamento em três anos) e arrancou com um capital social de cerca de 108 mil euros. Entretanto, a empresa viu ser-lhe aprovado, pela Iniciativa Neotec, um financiamento de 70 mil euros. A meta dos promotores da Neoscopio é, contudo, investir 1,3 milhões de euros no projecto. Beneficiando do apoio da UPIN (Universidade do Porto Inovação) e do endorsement da U.Porto – “poder dizer que somos um spin-off da universidade ajuda-nos a conquistar clientes”, confessa Miguel Andrade –, a Neoscopio acabaria por ser incubada, a partir de Março último, na UPTEC, uma infra-estrutura que consideram “excelente” e que permitiu consolidar o projecto. A Neoscopio iniciou, assim, o seu “ano zero”, durante o qual pretende “demonstrar que é possível construir um portfólio de soluções open source de grande qualidade e a baixo preço”. Uma forma de o fazer é registar lucros já no final de 2007, acrescenta Miguel Andrade, para quem o grande objectivo da empresa, a longo prazo, é “ser uma referência europeia em open source”. Para tanto, vão continuar a “encontrar e adaptar soluções à maneira de trabalhar de cada cliente”, não deixando de “dar garantias de que o software proposto funciona e de prestar a respectiva assistência técnica”. Estes são, para o mesmo responsável, os principais factores competitivos da Neoscopio.

Segundo Alexandre Rocha Oliveira, membro da direcção da UPTEC, a nova incubadora persegue três objectivos fundamentais: “apoiar a criação de start-ups”; “contribuir para a transferência de tecnologia da Universidade do Porto para o mercado”; e “convencer empresas já constituídas de que vale a pena instalar no campus universitário os seus centros de I&D, aproveitando a massa crítica e os recursos tecnológicos aí existentes”. O mesmo responsável destaca também, como propósito da UPTEC, “incentivar o lançamento de novos negócios por antigos alunos da Universidade do Porto”. A ideia é assegurar as condições indispensáveis para que, sem abdicarem dos seus empregos, os antigos alunos possam agarrar oportunidades de negócio que lhes surjam, tendo a UPTEC como respaldo. Estes objectivos só são concretizáveis porque a UPTEC não se limita a garantir espaços para incubação e a prestar os serviços normalmente oferecidos por equipamentos similares. A incubadora da U.Porto vai mais longe ao proporcionar a orientação das ideias de negócio por um mentor com experiência empresarial, ao fornecer recursos humanos qualificados para melhor concretização dos projectos, ao assegurar aos empresários formação específica, ao permitir às empresas a criação de centros de I+D+I no campus universitário e ao facilitar o acesso a capital de risco e a business angels. O processo de incubação na UPTEC inicia-se com a admissão dos candidatos, o que pressupõe a apresentação da ideia de negócio e respectiva avaliação. Seguem-se as fases de pré-incubação, para melhor planeamento do projecto, de incubação tout court e, por fim, de aceleração, na qual se definem estratégias para o mercado externo. Três empresas encontram-se actualmente em pré-incubação e outras três em incubação, mas existe o propósito de, até ao final de 2007, acolher 15 start-ups. Resta dizer que a UPTEC funciona, por ora, em pavilhões pré-fabricados (3285 m2) na Asprela. Contudo, foi já lançado o concurso público para a construção de um novo espaço, também no mesmo pólo universitário, com cerca de 5 mil m2. Para tanto vão ser investidos quatro milhões de euros, verba financiada pelo PRIME. As obras têm início ainda este Verão.

UPTEC Rua Actor Ferreira da Silva, 100 4200-298 Porto Tel. 22 0301500 Fax 22 0301511 geral@uptec.up.pt


ALMA MATER

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, escreveu Fernando Pessoa. O sortilégio da criação acompanha a Humanidade desde os seus primórdios. São as mãos que moldam o barro com a subtileza da brisa marítima. É o pincel que rebenta em múltiplas cores na tela vazia. São os traços do desenho que irrompem, aparentemente desordenados, na folha em branco. É o cinzel que sulca a pedra com a pureza do rasto das gaivotas no areal. Este ofício de demiurgo embala os dias da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Na azáfama dos ateliers, estudantes com vestes de operário analisam os materiais, dominam os instrumentos, definem as formas, constroem as imagens. Sob o olhar atento dos mestres, a epifania tem lugar. Mãos e sentimentos convergem num turbilhão criativo. Nasce a obra de arte e o carácter industrioso do homem perpetua-se. RMG


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FOTOGRAFIAS ANTÓNIO CHAVES


VIDAS & VOLTAS

JOÃO CORREIA

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urante o concerto da Orquestra de Tangos do Orfeão Universitário do Porto, em Abril, no auditório da FEUP, houve um momento especial que ficou, certamente, na memória de quem assistia. Um solo de piano. Tratava-se da composição “Amores de Estudante”, que marcou várias gerações de universitários da U.Porto, no tempo em que Carlos Gardel fazia colar os ouvidos ao rádio. O intérprete não era apenas intérprete. Era igualmente o compositor do tema interpretado. Também não era apenas intérprete e compositor. Foi fundador do Orfeão em 1937, com vários outros colegas, entre os quais Paulo Pombo, o outro elemento da dupla de compositores e autor da letra de “Amores de Estudante”. Além do mais, quem solava ao piano é também admirado por outras facetas desta dança da vida. Aureliano da Fonseca é nome de referência na prática clínica e no ensino médico no Porto. Um pioneiro de diversas maneiras. Foi mestre na Dermatologia e Venereologia, tendo criado o primeiro serviço desta especialidade no Hospital de S. João. Pioneiro também na educação sexual no nosso país. Pioneiro na introdução do conceito de medicina social. Um humanista, que considera que o exercício da medicina obriga a encarar a vida como valor supremo, porque, na sua opinião, “todo o ser humano é um sentir espiritual”. Aos 92 assombrosos anos, vividos de corpo inteiro mas “não em linha recta”, como em tempos disse da vida, vai marcando o ritmo ao tempo e abraçando paixões como a clínica, a história da medicina, a medicina social e a música, com a qual contactou cedo, logo aos cinco anos.


A MINHA UTOPIA

das as cores e feitios, mas mantémse o olhar sonhador. Todos os dias, ao fim da tarde, os habitantes dos três edifícios descem até à praça principal. Falam animadamente enquanto o sol se põe. E adivinho que pendurados nos seus gestos afáveis de despedida vão palavras de um doce “bem hajam”. Gosto de ficar a observá-los ao fim da tarde, enquanto espero que a maré destrua os meus palácios e me faça projectar a construção de outros, no dia seguinte. A Este da minha ilha circular há uma ilha em forma hexagonal. Toda a ilha se encontra coberta por um enorme guarda-chuva que protege o chefe da ilha do sol. Como ele é alérgico aos raios solares decretou que toda a população deveria partilhar do seu sofrimento. Os habitantes dessa ilha vivem cheios de frio, vestindo camisola interior e de gola alta. Cada gomo do hexágono é ocupado por gente diferente, mas todos tentam fugir. Na calada da noite, os soldados do chefe vão buscar os foragidos a barcos em forma de lua e arrastam-nos de novo para baixo do guarda-chuva. Nunca mais ninguém os torna a ver. A Oeste da minha ilha circular há uma ilha em forma de elipse, cortada ao meio por um rio. A parte Norte da ilha é habitada por homens e mulheres loiros, de roupa branca, que caminham serenos pelos jardins, lendo livros de poesia. Na parte Sul, a vida é mais agitada, com homens de fato de executivo e mulheres de saltos altos e saias travadas e jovens de gravata entrando e saindo apressados dos edifícios da universidade, vergados pelo peso dos livros. De vez em quando os habitantes de cada metade vão até ao rio e olham para a outra margem com olhos curiosos. Mas ninguém ousa enfrentar a corrente. Da minha ilha circular observo o crescimento do mundo. E tento ensinar às crianças que deixam pegadas na areia molhada que a vida pode ter diferentes cores e estas tonalidades diversas.

Espaço reservado a crónicas da autoria de alumni da U.Porto, versando o tema “A minha Utopia”.

Por Fátima Vieira, Docente da FLUP

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eito um caroço de maçã ao mar e faço nascer uma ilha. Um círculo perfeito, e eu no meio. A minha ilha tem areias limpas e fontes de água fresca. Tem muitas macieiras com os braços carregados de frutos. Estendo a mão para apanhar um e mata-me a fome. Não preciso de mais nada para comer. Chapinho os pés na água, respiro o ar puro; o vento traz-me as gargalhadas das crianças que deixaram os pés marcados na areia da minha ilha. A minha ilha tem muitas crianças e nenhum adulto. Pouco mais fazem do que rir e deixar pegadas na areia, mas parecem felizes. E eu fico feliz também. Leio-lhes muitas vezes o único livro que tenho na ilha – O Príncipe, de Maquiavel –, e peço-lhes que não me deixem ficar assim, que me contagiem com a inocência das suas vidas. Acredito que esteja a resultar: com elas construo palácios de areia onde não vivem príncipes, e quando a maré os leva construímos mais e mais palácios, de feitios e dimensões diferentes, com várias divisões para dançarmos e cantarmos e dormirmos. A espuma do mar torna-nos ébrios. A Norte da minha ilha circular há uma ilha quadrada. Tem apenas cinco habitantes, sempre muito ocupados. Um veste roupas sumptuosas e não pára de mandar. Anda de um lado para o outro, enrolando o bigode, e a mulher sempre atrás dele, ajeitando-lhe o manto. Atrás dela vai o filho, um rapaz escanzelado de cabelo cortado em tigela, fugindo do preceptor que lhe quer impingir as fórmulas latinas do dia. A fechar o cortejo, uma criada velha, que de vez em quando tem de acelerar o passo para abrir as portas ao homem de bigode encaracolado, para de novo se posicionar no fim da fila. Andam assim em procissão todo o dia, visitam quatro vezes cada canto do quadrado. Observo-os há mais de mil anos, enquanto chapinho os pés na água, e parecem não se cansar. Confesso que espero secretamente o dia em que a mulher se não levante para ajeitar o manto daquele homem irado. A Sul da minha ilha circular há uma ilha triangular. É maior do que todas as outras, e como o seu vértice aponta para Oeste dá a sensação de que se desloca em relação às outras ilhas. Mas observo-a diariamente e sei que não é assim. A ilha tem três torres, uma em cada canto. São edifícios triangulares muito altos e nas janelas, todas triangulares e apontando para cima, adivinha-se gente esguia, de corpo rijo de tanto subir e descer escadas. Os rostos e o cabelo dessa gente são de to-


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Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (AEFMUP) comemorou 25 anos de existência. Para celebrar as bodas de prata, a AEFMUP organizou, em meados de Maio, uma semana de actividades, que arrancou com a inauguração das novas instalações da associação. Do plano de actividades agendadas pelos estudantes, constaram a realização de um ciclo de cinema e leitura, exposições, jantares-convívio, um café-concerto e várias tertúlias, onde se debateram temas como os 25 anos da AEFMUP, a promoção de revistas científicas e o associativismo estudantil nacional.

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Auditório da Faculdade de Engenharia da U.Porto conheceu lotação esgotada durante a actuação da Orquestra de Tangos da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto (AAOUP). Mais de 500 pessoas assistiram ao espectáculo que, a 13 de Abril último, comemorou os 70 anos da Orquestra Universitária de Tangos, que antecedeu a AAOUP. Fundada em 1937, a Orquestra Universitária de Tangos tocou pela primeira vez em público na Récita da Gala, realizada no Teatro Rivoli a 13 de Abril desse ano. Na altura, ouviram-se temas de Carlos Gardel interpretados por um grupo de oito estudantes da U.Porto, do qual sobrevive apenas o sócio honorário da AAOUP – Aureliano da Fonseca, co-autor da música “Amores de Estudante”. A efeméride foi igualmente assinalada com o descerramento, à entrada do edifício da Reitoria, de uma lápide comemorativa dos 70 anos da orquestra.


O grupo, que a partir dos 25 anos de graduação se reúne todos os anos, viveu momentos de fraterno convívio

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Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (AAAFEP) realizou, no dia 24 de Maio, no Hotel Le Meridien do Porto, um jantar-debate subordinado ao tema “QREN - Instrumento de Competitividade Regional?”. A iniciativa contou com a participação do Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras. O QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional traça o enquadramento para a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal, durante o período de 2007-2013. Espaço dedicado a iniciativas dos antigos alunos da U.Porto. Enviar informações para alumni@reit.up.pt.

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vestuário reflecte a solenidade do momento e os rostos, amadurecidos pelo tempo, denunciam uma sabedoria adquirida há várias décadas. Este grupo de 20 antigos alunos da U.Porto comemorava, então, os 50 anos de graduação nos cursos de Ciências Biológicas e Ciências Zoológicas. Numa romagem nostálgica ao edifício onde, em 1957, completaram as suas licenciaturas, os alumni visitaram as remodeladas instalações da Reitoria e o Museu de Zoologia Augusto Nobre. No mesmo dia, 19 de Maio, tiveram ainda a oportunidade de conhecer a actual Faculdade de Ciências e percorrer o Jardim Botânico. Segundo a antiga aluna Antonina Soares, o “contentamento foi geral”. O grupo, que a partir dos 25 anos de graduação se reúne todos os anos, viveu momentos de fraterno convívio, desfiou memórias e relembrou peripécias antigas. Mas o ponto alto do encontro foi a apresentação do livro comemorativo da efeméride.


VINTAGE

O processo de identificação do desenho de Leonardo da Vinci que pertence às Belas Artes arrastou-se por vários anos e baseou-se em inúmeras pistas, até ser provado o verdadeiro autor da obra. A história conheceu, porém, um final feliz e o pequeno tesouro do mestre renascentista esteve em itinerância por importantes museus do mundo.

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ISABEL PACHECO

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BELAS ARTES E O SEU

LEONARDO DA VINCI

o que se sabe, o desenho à pena com toque de aguada de Leonardo da Vinci, “Rapariga lavando os pés a uma criança”, que inclui um “Estudo separado das nádegas da criança”, é a única obra do génio da Renascença existente em Portugal. E porque um desenho de Leonardo da Vinci é um acontecimento que extravasa os gabinetes de connoisseurs e curiosos, o precioso desenho esteve em itinerância por alguns dos mais importantes museus do mundo, de Madrid a Paris e Nova Iorque, emparelhado com colecções também elas raras e minuciosamente estudadas. Teve, aliás, honras de abertura em exposição internacional. Esta obra única pertence ao Núcleo de Desenho Antigo da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde se encontra depositada. Lúcia Matos, responsável pelo Museu das Belas Artes, acompanha também o projecto de constituição, crescimento e divulgação da Colecção de Desenhos de Mestres Europeus, que contou com o mecenato da Unicer. O desenho, cuja autoria chegou a ser erroneamente atribuída a Raffaellino de Reggio, terá sido exposto, pela primeira vez, na ESBAP, em 1962. Três anos mais tarde, em 1965, a identificação do verdadeiro autor do desenho é feita por Philipe Pouncey, curador e historiador de arte, especialista em desenho italiano, cuja longa e prestigiada carreira inclui passagens pela National Gallery (Londres), a National Library of Wales e o British Museum. Além disso, foi director da leiloeira Sotheby’s. Através de uma fotografia, e com base em análises comparativas com outros desenhos de Leonardo da Vinci do British Museum, nomeadamente o estudo para “A virgem e o menino com um gato”, Philipe Pouncey notaria “o mesmo sentido plástico no tratamento compacto do grupo, os mesmos tipos faciais, o mesmo desenho esquemático e ainda a mesma combinação de manchas de aguada com um rápido riscar de mão esquerda de traços paralelos”. Estes pormenores inserem-se no estilo do criador italiano, a que se junta a transparência de uma inscrição em espelho (da esquerda para a direita) no verso da folha – modo de escrita característico de Leonardo – como fundamento para a atribuição da autoria. Mas a confirmação cabal só viria em 1977, através do exame do original. No ano seguinte, a descoberta foi anunciada internacionalmente num artigo de Philipe Pouncey publicado na revista Apollo (Londres), com o título “An unknown drawing by Leonardo da Vinci”.

EXPOSIÇÕES Escola de Belas Artes, Porto, 1962 Museu Nacional Soares dos Reis, Porto: “Desenhos italianos, gravuras de Bartolozzi”, 1987. Museum of Science, Boston: “Leonardo da Vinci. Scientist, Inventor, Artist”, 1997. Museo di Arte Sacra, Camaiore: “Leonardo e la pulzella de Camaiore”, Setembro 98 a Janeiro de 99. Fitzwilliam Museum, Cambridge: Old Master Drawings in Portuguese Collections, 16 de Maio-13 de Agosto, 2000. Centro Cultural de Belém, Lisboa: Desenhos de Mestres Europeus em Colecções Portuguesas, 13 de Outubro de 2000 - 7 de Janeiro, 2001. Museu Nacional de Soares dos Reis: Desenhos de Mestres Europeus em Colecções Portuguesas, 8 de Novembro -13 de Janeiro, 2001. Museo del Prado, Madrid: Dibujos de Maestros Europeos en las Colecciones Portuguesas, 10 de Maio- 21 de Julho, 2002. Metropolitan Museum, Nova Iorque: Leonardo da Vinci, Master Draftsman, 21 de Janeiro-31 de Março, 2003. Musée du Louvre, Paris : Leonard da Vinci, Dessins et Manuscrits, 5 de Maio-14 de Julho, 2003

“Rapariga lavando os pés a uma criança”, com estudo separado das nádegas da criança, c. 1480 Tinta à pena e aguada. 185mm x 114 mm. Colecção da FBAUP



QUADRO DE HONRA Este espaço é reservado a doações de pessoas singulares ou colectivas à U.Porto, às suas unidades orgânicas ou às suas unidades de investigação.

FUNDO BIBLIOGRÁFICO STEPHEN R. STOER Em Janeiro deste ano, o CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto ficou mais rico com a incorporação de um legado muito particular: o acervo bibliográfico de Stephen R. Stoer, falecido em 2005. Graças a esta doação, muito do trabalho de Stephen R. Stoer, na forma das leituras que o informavam ou dos caminhos a que se abria, poderá ser retomado noutras indagações. O fundo bibliográfico está depositado no Centro de Recursos Stephen R. Stoer, podendo ser consultado no local (sala do Centro de Recursos) ou online, no âmbito do catálogo da Biblioteca da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. O acervo abrange as áreas da Sociologia da Educação e das Políticas Educativas e inclui livros e revistas. O Centro de Recursos abrirá ao público em Outubro, durante a exposição/homenagem com que a U.Porto vai distinguir Stephen Stoer como “figura eminente” da universidade. Stephen R. Stoer doutorou-se em Ciências da Educação na Open University de Inglaterra. Professor Catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, fundador do CIIE, Prémio Rui Grácio da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação e Fundação Gulbenkian em 1992, Grã Cruz da Ordem da Instrução Pública da República Portuguesa, teve um papel determinante no desenvolvimento da sua área de estudos, quer na faculdade onde leccionou, quer no resto do país. IP

ESCULTURA PARA IPATIMUP Hans Karl Baret, artista plástico alemão nascido em Hilden e radicado em Vila Nova de Cerveira, é o autor de uma escultura alusiva à descodificação do ADN que, desde meados de Maio, acolhe os visitantes do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da U.Porto (IPATIMUP), no hall de entrada da instituição. A peça foi doada ao IPATIMUP por um mecenas que pretende preservar o anonimato. Na cerimónia que assinalou o descerramento da escultura, Manuel Sobrinho Simões aludiu à obra como o “novo emblema do instituto”.

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U.PORTO EM MÚMEROS

3 14 1

Campus universitários Faculdades Business School

2 265 1 522

Docentes (1860 ETI) Docentes com doutoramento

1 693

Funcionários

27 690 17 275 8 061 1 612 742 1 886 894 465 293 177 57 58 514

196 53 100 43 279 3 933 3 618 146,8% 71 36 8 1 553 21 30 634 449 30 607 709 465 9 1 214 20 2 270 13 600 € 1,95 81

Estudantes Número de estudantes de 1º Ciclo Número de estudantes de 2º Ciclo Número de estudantes de doutoramento Número de estudantes Pos-Doc Estudantes estrangeiros Estudantes estrangeiros de mobilidade Estudantes estrangeiros no 1º ciclo (licenciatura) Estudantes estrangeiros no 2º ciclo (mestrado) Estudantes estrangeiros em doutoramento Investigadores estrangeiros em Post-Doc Nacionalidades diferentes Universidades estrangeiras com protocolo de cooperação

Programas de Formação Cursos do 1º Ciclo Cursos do 2º Ciclo Cursos do 3º Ciclo Cursos de Formação Contínua Vagas disponíveis em 2006/07 (15,35% das vagas nacionais) Vagas preenchidas na 1ª fase do concurso nacional 2006/07 (92% das vagas preenchidas) Mais alta média ponderada do último colocado das universidades públicas Unidades de investigação Unidades com classificação “Excelente” e “Muito Bom” Laboratórios Associados ao Estado Artigos científicos publicados na ISI (20,3% da produção nacional) Patentes (das quais 12 foram criadas entre 2005-2006) Bibliotecas Títulos de monografias Revistas científicas disponíveis on-line Downloads de artigos científicos Residências Universitárias Camas Unidades de alimentação (cantinas, bares, etc) Lotação das cantinas Refeições servidas por dia Preço de refeição em cantina de aluno de 1º ciclo Prémios e distinções científicas, de ensino e de promoção cultural em 2006


Leopoldina Ferreira Paulo Primeira doutorada da Universidade do Porto Novembro de 1944


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