UPorto Alumni #09

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Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto, Nº 09, II Série, Dezembro de 2009, 2.5 Euros

O C É U N Ã O É O L I M I T E , P á g. 1 6 D O C U M E N T A R I S T A D O S “ E S Q U E C I D O S ” , P á g. 1 0 R E N A S C I M E N T O D O O B S E R V A T Ó R I O D E A S T R O N O M I A , P á g. 1 2 E N T R E V I S T A A M A R I A D E S O U S A , P á g. 2 0 A V I D A P O É T I C A D E A R N A L D O S A R A I V A , P á g. 3 0 Á F R I C A S O B E S T U D O , P á g. 3 4 N O V O S P R O J E C T O S L I D E R A , P á g. 3 8 E R A S M U S E M V I N D I M A N O D O U R O , P á g. 4 2 T E S O U R O S D A C A R T O G R A F I A N Á U T I C A , P á g. 4 8


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José Carlos Marques dos Santos Reitor da Universidade do Porto

última edição do ano da revista UPorto Alumni presta-se, naturalmente, a um pequeno balanço das actividades desenvolvidas pela nossa Universidade em 2009. Devo dizer que encerrámos o ano com o sentimento de dever cumprido, pois foram muitas as metas alcançadas e muitas as perspectivas abertas para o futuro. De facto, 2009 foi um ano marcado por mudanças significativas no que diz respeito ao modelo de governo da U.Porto, mas também por uma evolução favorável ao nível da qualidade de ensino, das actividades de investigação, desenvolvimento e inovação, do empreendedorismo e da internacionalização. De destacar desde logo a aprovação, em Conselho de Ministros, da passagem da U.Porto a fundação pública com regime de direito privado. Concluiu-se assim um processo que foi precedido de um amplo debate interno sobre o assunto e de aturadas negociações com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, mediante as quais se assegurou um conjunto de compromissos, garantias e condições indispensáveis à constituição da fundação. Desta forma, a U.Porto pôde aderir a um regime que possibilita uma maior flexibilidade e eficiência na gestão financeira, patrimonial e dos recursos humanos da instituição. Apesar do tempo e energia dedicados a este importante desiderato, não deixámos de perseguir os restantes objectivos definidos na nossa estratégia institucional. Um desses objectivos é colocar a U.Porto entre as 100 melhores universidades da Europa, meta de que nos aproximámos em vários rankings: SCImago Institutions Rankings (109.0 posição europeia), Professional Ranking of World Universities (131.0), Academic Ranking of World Universities (171-208.0), Webometrics (40.0) e Performance Ranking of Scientific Papers for World Universities (140.0), por exemplo. Este último ranking mede a produção científica, que na nossa Universidade representa mais de 20% do total nacional. Assim se percebe o crescente prestígio internacional da U.Porto. A nossa instituição está cada vez mais virada para o exterior, o que se traduz em protocolos de cooperação com universidades de quase todo o mundo, na integração em numerosas redes interuniversitárias, na gestão de consórcios académicos a nível europeu, na participação em programas transnacionais de ensino/ investigação e na organização de eventos de projecção mundial. Quanto à capacidade de atracção de estudantes, a U.Porto voltou em 2009 a liderar todos os indicadores que medem o acesso ao ensino superior público, registando uma inédita taxa de preenchimento de vagas de 100%, logo na primeira fase do concurso nacional. Isto apesar de ter sido a instituição com o maior número de vagas a concurso: 4.050. Por outro lado, a Universidade recebeu, em 2009, 2.479 estudantes estrangeiros de 77 nacionalidades diferentes (mais de metade a realizar estudos para a obtenção de grau e os restantes ao abrigo de programas de mobilidade), o que constituiu um novo recorde para a instituição e representou um reforço do multiculturalismo na nossa comunidade académica. Sem ser exaustivo, podia ainda salientar, como factos relevantes de 2009, a celebração do “Ano de Pousão” (assinalando o 150.0 aniversário do nascimento do pintor), a organização da exposição “Charles Darwin (1809-2009) – Evolução e Biodiversidade”, a inauguração dos primeiros espaços da incubadora de empresas de base tecnológica no Porto de Leixões e a realização da I Gala do Desporto da nossa Universidade. De salientar ainda a oferta de um vasto e rico programa cultural totalmente aberto à sociedade e a participação no Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, onde ocupamos já a primeira posição. Por aqui se vê a vitalidade da U.Porto, vitalidade essa à qual não é alheio o espírito de concretização e de trabalho da nossa comunidade académica. E é animado por esse mesmo espírito que termino desejando aos leitores da UPorto Alumni um bem-aventurado ano de 2010.


O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) foi um dos promotores do programa do Ano Internacional da Astronomia 2009, que assinalou o trabalho de Galileu, e está envolvido nas redes europeias que expandem a herança do sábio de Pisa. Alguns dos investigadores do CAUP participaram, recentemente, na descoberta de novos planetas extra-solares.

Face-a-Face

Cultura

Em entrevista, a investigadora Maria de Sousa, recentemente jubilada, descreve uma vida, a sua, repleta de descobertas científicas e êxitos no campo da formação. Conta porque decidiu dedicar-se à investigação, explica os resultados das suas pesquisas mais importantes, caracteriza o panorama da ciência em Portugal e descreve o contributo formativo do programa de pós-graduação GABBA.

Recentemente jubilado, o ensaísta, cronista, antologista, poeta e professor catedrático da FLUP Arnaldo Saraiva espera, agora, dispor de mais tempo para se dedicar à leitura e à escrita. Diz ter cerca de 20 livros de ensaio por publicar e pretende criar, no Porto, uma grande biblioteca da cultura brasileira. No entretanto, gostava de continuar a “viver poeticamente”.

Mérito Prémios, distinções e descobertas que valorizam a comunidade académica da U.Porto. Destaque para os doutoramentos Honoris Causa de Luís Portela, Guilherme de Oliveira Estrella, Jacques Rogge e Susan Hockfield, bem como para o Prémio Grunenthal Dor 2008 – Investigação Básica atribuído a Isaura Tavares.

Alma Mater Foto-reportagem do quotidiano da Faculdade de Economia (FEP). O emblemático edifício de Alfredo Viana de Lima (1913-1991) foi gizado em 1960 e é “uma composição geral de grande qualidade, notável pela pujança plástica retirada do betão, visível na articulação dos efeitos de ensombramento e luz”, segundo descrição do IPPAR.

Mobilidade

Desporto

No âmbito da 1.ª edição do programa “Vindima Erasmus 2009”, 12 estudantes estrangeiros da U.Porto puderam desfrutar, durante três dias, de quase todos os encantos da mais antiga região demarcada do mundo, o Douro. No final, e apesar de algum esforço físico, o contentamento era geral entre os jovens.

Manuel Campos tem 28 anos, 20 deles passados entre as argolas, os saltos encarpados e os trampolins. Em Outubro último, o atleta e estudante da Faculdade de Desporto da U.Porto conseguiu a melhor classificação nacional num Mundial de Ginástica Artística. Agora, o grande objectivo do ginasta é participar, em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres.

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No ano de 2008/2009 deu-se o alargamento dos Projectos Lidera a todas as faculdades da U.Porto, no âmbito do programa “Viver a Inovação”. Foram então apreciadas 80 propostas de projectos, mas só 52 se tornaram Lidera. Perto de 500 estudantes de nove faculdades estiveram, assim, envolvidos nesta última edição da iniciativa.

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Com mais de 10 anos de existência, o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP) possui vasta experiência em formação pós-graduada e enquanto unidade de I&D obteve a classificação de “Muito Bom” pela FCT. Mas quis ir mais longe no conhecimento do “continente esquecido”, tendo para tanto requerido o estatuto de ONGD. Novas perspectivas se abrem agora para o CEAUP.

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Empreender

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REDACÇÃO Pedro Rocha (PR) Raul Santos (RS) Tiago Reis (TR) DIRECTOR José Carlos D. Marques dos Santos

UPorto Alumni Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto Nº 09 II Série

Notícias que marcaram a actualidade da comunidade académica, com destaque para a participação da U.Porto na Feira Internacional de Educação de Banguecoque, para o arranque do Nomadic.0910 – Encontros entre Arte e Ciência, para o preenchimento total das vagas da Universidade no concurso de acesso de 2009/10 e ainda para o 4.º Programa de Estudos Universitários para Seniores.

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DEPÓSITO LEGAL 149487/00

Com 60 anos, o Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros é uma instituição de referência das Ciências da Terra e do Espaço e da Engenharia Geográfica. Importa, pois, conhecer a sua história e compreender o processo de requalificação de que tem sido alvo nos últimos anos. Novos horizontes se abrem, hoje, para o Observatório.

No Campus

EDIÇÃO E PROPRIEDADE Universidade do Porto Gabinete do Antigo Estudante Serviço de Comunicação e Imagem Praça Gomes Teixeira 4099-345 Porto Tel: 220408178 Fax: 223401568 ci@reit.up.pt

SUPERVISÃO REDACTORIAL João Correia (JC) Ricardo Miguel Gomes (RMG)

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PERIODICIDADE Trimestral IMPRESSÃO DigiPress

TIRAGEM 60.000 DESIGN Rui Guimarães

ICS 5691/100 COORDENAÇÃO EDITORIAL Assunção Costa Lima (G-AAUP) Vasco Ribeiro (SCI)

COLABORAÇÃO REDACTORIAL Conselho Coordenador de Comunicação: Angelina Almeida (FCNAUP) Carlos Oliveira (FEUP) Deolinda Ramos (FADEUP) Elisabete Rodrigues (FCUP) Fátima Lisboa (FLUP) Felicidade Lourenço (FMDUP), Joana Cunha (FBAUP) Mafalda Ferreira (EGP) Maria José Araújo (FPCEUP) Maria Manuela Santos (FDUP) Mariana Pizarro (ICBAS) Pedro Quelhas de Brito (FEP) Suzana Figo Araújo (FAUP) Teresa Duarte (FMUP)

FOTOGRAFIA Ana Roncha, António Chaves Egídio Santos

Porto, Cidade, Região

Investigar

Vintage Debaixo das escadas monumentais da Reitoria da U.Porto foram encontradas 22 cartas náuticas e seis vistas de costa, maioritariamente em bom estado. Os documentos terão sido adquiridos para aprendizagem na Aula Náutica, fundada no Porto em 1762. Agora, estão na posse do Museu de Ciência da FCUP.


Fotos: Luís Barbosa

NO CAMPUS

ENCONTROS ENTRE ARTE E CIÊNCIA

CIÊNCIA EM “DIÁLOGO” NA REITORIA

PRIMEIROS DIPLOMADOS DO MAGELLAN MBA

À CONQUISTA DA ÁSIA

O potencial criativo existente na U.Porto está mais activo do que nunca desde o início do presente ano académico. A responsabilidade cabe ao Nomadic.0910 – Encontros entre Arte e Ciência, o ciclo de iniciativas organizado pela Reitoria da U.Porto com o objectivo de promover o diálogo entre a criação artística e a actividade científica, a partir dos vários pólos da Universidade e espaços associados. Comissariado por Heitor Alvelos (FBAUP) e Maria Strecht (ICBAS), o ciclo Nomadic.0910 “parte do reconhecimento de lugares híbridos entre arte e ciência” existentes na Academia para se projectar num conjunto de eventos onde o desafio passa por ensaiar publicamente cruzamentos férteis entre os dois mundos. “Ainda que continue muito presente no senso comum, a divisão tradicional entre

Tudo começou com um cientista e um bispo sentados à mesma mesa. Por essa mesma mesa passaram, entretanto, políticos, médicos, engenheiros, escritores e astrólogos, todos eles movidos pelo desafio de criar “Diálogos com a Ciência”, o ciclo de conferências que, desde o início de Outubro, tem como palco a Reitoria da U.Porto. Comissariado por Vicente Ferreira da Silva, o projecto aponta para a “criação de pontes entre vários campos do saber” que se fundem com a ciência. Um objectivo cumprido a avaliar pelos primeiros de uma série de onze diálogos que, até Março de 2010, vão analisar a relação entre a ciência e campos do conhecimento como a religião, a poesia, o humanismo, o esoterismo, a política, a arte, a ética, a cidadania e a ciência militar. “As expectativas

A EGP – University of Porto Business School (EGP-UPBS) acolheu, no passado dia 20 de Novembro, a sessão de entrega de diplomas aos estudantes que integraram a primeira edição do programa The Magellan MBA. No total foram distinguidos 23 finalistas do programa iniciado no ano lectivo de 2008/2009, resultante da fusão dos programas de formação avançada em Gestão das universidades de Aveiro, Coimbra, Minho e Porto e do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa. Totalmente leccionado em inglês, o The Magellan MBA foi pensado de modo a ser competitivo no mercado internacional dos MBA`s (Master in Business Administration) e atrair candidatos de todo o mundo, especialmente do Norte da Península Ibérica. As aulas de-

Quase 500 anos depois dos navegadores portugueses terem sido os primeiros ocidentais a entrar em contacto com o povo tailandês, a U.Porto repetiu esse percurso para participar, pela primeira vez, na Feira Internacional de Educação de Banguecoque, realizada a 31 de Outubro e 1 de Novembro últimos. Mais de 31 mil visitantes, à procura de novas oportunidades de ensino fora dos seus países natais, passaram pelo recinto da exposição que contou com a participação de mais de 240 universidades de 29 países diferentes. A U.Porto foi uma das três universidades portuguesas presentes, todas incluídas na missão organizada pela União Europeia, que aposta cada vez mais na Ásia como mercado de recrutamento de “cérebros”. Centenas de jovens e famílias de toda a Ásia

arte e ciência faz cada vez menos sentido. Sempre existiu uma enorme criatividade nas disciplinas científicas e, por outro lado, a arte necessita cada vez mais de se legitimar como ciência”, sustentam os dois professores da U.Porto. Palavras que, na prática, se configuram num projecto iniciado a 17 de Setembro, na Reitoria da U.Porto, com a conferência Internacional “Stories of Art and Science”. No mesmo dia foi inaugurada a exposição “Design 4 Science”, uma mostra organizada pela Universidade de Sunderland e que esteve patente, até finais de Novembro, no Átrio de Química da Reitoria. O “prato forte” do ciclo Nomadic assenta, porém, no leque de eventos locais protagonizados pelos investigadores, professores e estudantes da U.Porto. Entre instalações, performances, um ciclo de cinema, exposições de fotografia e ilustração e residências artísticas, destacam-se ainda acções conjuntas de várias unidades orgânicas. “Se estes cruzamentos derem frutos, podem vir a ser realizados projectos de investigação de maior longevidade”, perspectiva Heitor Alvelos, antecipando a conferência que vai assinalar, em Março de 2010, o encerramento do Nomadic.0910. Informação actualizada sobre as iniciativas Nomadic.0910, abertas à comunidade académica da U.Porto e também ao público em geral, pode ser obtida no endereço http:// nomadic.up.pt.

foram excedidas a partir da primeira conferência. Temos tido mais de cem pessoas por sessão, o que, tratando-se de um evento que decorre a meio da semana, é muito bom”, destaca o comissário. Para o sucesso dos “Diálogos” têm contribuído mais de 30 personalidades a quem cabe dinamizar as várias sessões. Dom Manuel Clemente, Paulo Portas e João Lobo Antunes foram algumas das figuras que passaram pelos “Diálogos”, em 2009. A estes juntar-se-ão, nas sete sessões agendadas para 2010, nomes como Fernando Nobre, Adriano Moreira, Nuno Júdice e Alexandre Quintanilha. “A Universidade não pode ser uma coisa fechada”, desafia Vicente Ferreira da Silva, vincando o propósito de “se criarem relações externas, não só com personalidades fora da Universidade, mas com a própria cidade e a sua população”. A última sessão do ciclo, agendada para 18 de Março, tem como convidados o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Os “Diálogos com a Ciência” são abertos ao público e decorrem sempre à quinta-feira, pelas 21h30, no Auditório Gomes Teixeira, na Reitoria da U.Porto. O programa completo pode ser consultado em http://dialogos2009. wordpress.com.

correm nas instalações da EGP-UPBS e da Escola de Gestão Empresarial (universidades de Aveiro e Católica), e contam com a participação de professores das cinco instituições nacionais e de dois parceiros internacionais: a London Business School e o Instituto de Empresa (Espanha). Durante a cerimónia – na qual marcaram presença o reitor da U.Porto, José Carlos Marques dos Santos, o dean da EGP-UPBS, Nuno Sousa Pereira, o coordenador do The Magellan MBA, Jorge Farinha, e o CEO da Martifer, Jorge Martins (orador convidado) –, foi ainda entregue o Magellan MBA Award, destinado ao estudante que mais se destacou ao longo do ano lectivo, tanto pelas suas capacidades académicas como pelas suas qualidades humanas. O vencedor foi André Justino Soares Lopes, licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), que doou os 2.500 euros do prémio à Casa do Gaiato.

visitaram o stand da U.Porto, especialmente interessados nos cursos de mestrado e doutoramento leccionados na Universidade. Mais de 100 manifestaram oficialmente essa vontade por escrito. Para isso também terá contribuído o já longo historial de mobilidade estudantil entre a U.Porto e a Tailândia: cerca de 50 tailandeses estudaram no Porto durante os últimos 10 anos e alguns deles ofereceram-se para dar o seu testemunho aos visitantes da feira. De facto, a delegação da U.Porto aproveitou a deslocação para reforçar a sua cooperação com várias universidades tailandesas, abrindo portas à elaboração de novos acordos bilaterais de colaboração. Por outro lado, a presença da U.Porto teve como resultados imediatos a inscrição de novos estudantes tailandeses em programas de doutoramento, um aumento significativo de pedidos de informação e a confirmação da participação da Universidade nas comemorações oficiais dos 500 anos da chegada dos portugueses à Tailândia.

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NO CAMPUS

PROCURAM-SE VOLUNTÁRIOS

SUIM PRESTA SERVIÇOS DE INVESTIGAÇÃO

4.º PROGRAMA PARA SENIORES

ANO MAIS INTERNACIONAL DE SEMPRE

GENES NO COMBATE AO CANCRO Uma equipa de investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da U.Porto (IPATIMUP) liderada por Raquel Seruca (na foto) identificou, pela primeira vez, um gene mutado no cancro gastrointestinal que poderá servir como biomarcador de prognóstico (para perceber o estado da doença), modificar a terapêutica dos doentes ou ajudar a desenvolver novos fármacos. Apesar de já antes ser conhecido o envolvimento desta proteína na proliferação celular, Raquel Seruca esclarece que “não se sabia que podia estar mutada no cancro”. Para chegar a esta conclusão, o grupo responsável pelo estudo realizou um conjunto de ensaios in vitro e estudos bioinformáticos que demonstraram a importância das mutações na indução de tumores. A preocupação em encontrar genes mutados, especialmente nos cancros colo-rectal e gástrico, “já é antiga”, acrescenta Raquel Seruca, que lança outro desafio: “Agora são necessários outros estudos, de outros grupos, para suportar estas observações”. Para além do IPATIMUP, a investigação envolveu ainda cientistas do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) e do Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia (IBB) do Instituto Superior Técnico. TR

No âmbito das suas actividades de ligação à comunidade local, foi recentemente criada a Comissão de Voluntariado da U.Porto, estrutura que pretende reunir e coordenar num mesmo espaço todos os projectos de voluntariado da Universidade, para assim promover mais eficazmente uma maior participação da instituição em acções de apoio social. Neste momento, existem já cerca de dez iniciativas de voluntariado organizadas na U.Porto, divididas pelas várias faculdades e por acções tão díspares como o apoio tutorial a alunos do Ensino Básico e Secundário ou a estudantes universitários estrangeiros e o desenvolvimento de acções de assistência humanitária. A U.Porto recolheu e organizou a experiência adquirida por estes grupos autónomos para criar, então, uma estrutura – a Comissão de Voluntariado da U.Porto – capaz de estender a toda a Academia o espírito de apoio à comunidade. A primeira acção pública desta Comissão, o I Encontro de Voluntariado na Universidade, realizou-se precisamente na véspera do Dia Internacional do Voluntariado, que se celebra a 5 de Dezembro. O evento reuniu, no Salão Nobre da Reitoria, os grupos de estudantes voluntários da U.Porto e representantes de entidades nacionais de apoio ao voluntariado e de organizações de recepção de trabalho voluntário. Como primeira consequência deste encontro ficou a promessa da criação de uma Bolsa de Voluntários, constituída por funcionários, docentes, estudantes e antigos estudantes que desejem participar nos projectos de voluntariado organizados pela Universidade. Os interessados podem inscrever-se através do e-mail voluntariado.up@reit.up.pt. RS

A Unidade de Prestação de Serviços em Interfaces e Macromoléculas (SUIM) desenvolve um vasto conjunto de actividades de I&D e de formação técnica dirigidas a empresas, organismos públicos e centros de investigação. Para tanto, a SUIM dispõe de equipamento tecnologicamente sofisticado, recursos humanos bastante qualificados e conhecimento científico avançado. Esta unidade encontra-se, de resto, sedeada no Laboratório de Biointerfaces do INEB – Instituto de Engenharia Biomédica, uma associação privada que goza de grande prestígio científico e da qual a U.Porto é membro fundador. Refira-se, a propósito, que a SUIM possui uma série de equipamentos de caracterização avançada (física, química e estrutural) de materiais e superfícies, tanto à escala micrométrica como nanométrica. Por conseguinte, está particularmente vocacionada para o estudo da interacção de superfícies e interfaces de materiais com células e tecidos. Importa salientar ainda que a SUIM introduziu um Sistema de Gestão da Qualidade, de acordo com a norma ISO 9001:2008. Isto significa que, nesta unidade do INEB, os ensaios são realizados com elevados níveis de exigência, tendo em conta os procedimentos implementados. Para mais informações, deve consultar-se a webpage http://www.ineb.up.pt/index. php?content=46 ou contactar a SUIM através do endereço de correio electrónico info. suim@ineb.up.pt. Resta dizer que o INEB, que institucionalmente se encontra ligado ao Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), foi fundado em 1989 e, hoje, conta com cerca de 100 colaboradores, 35 das quais doutorados e 38 estudantes de pós-graduação. Em 2000, foi concedido ao IBMC.INEB o estatuto de Laboratório Associado. Sob o lema “Engenharia que vive”, o INEB orienta “a sua investigação para o desenvolvimento de tecnologias, equipamentos e materiais destinados a melhorar a qualidade de vida das pessoas, inspirando-se frequentemente nos sistemas vivos”. RMG

Têm mais de meio século de experiência, uma licenciatura no currículo e vontade de alargar conhecimentos na maior universidade portuguesa. É este o perfil procurado pela U.Porto no sentido de preencher – até 6 de Fevereiro de 2010 – as vagas disponíveis para a 4.ª edição do Programa de Estudos Universitários para Seniores (PEUS), um projecto que, desde 2006, promove o regresso à Universidade de licenciados com idade igual ou superior a 55 anos. Com a duração de dois anos lectivos, o PEUS visa incentivar a (re)actualização de conhecimentos e o desenvolvimento pessoal dos seus participantes, a partir do acesso a um conjunto de matérias diversificadas, muitas das quais ligadas à cidade do Porto. Geografia, Património e História do Porto; Língua, Literaturas, Figuras e Arquitectura da cidade; Direito Aplicado à Vida Quotidiana, Informática, Astronomia e Inglês são algumas das disciplinas a abordar com o apoio de docentes da Universidade. O curso propõe ainda um terceiro ano opcional que, para além de permitir a frequência de outras disciplinas na área das humanidades ou ciências, visa a elaboração de uma monografia em torno de uma das temáticas tratadas ao longo da formação. Com início marcado para 9 de Março (1.º semestre), as aulas do PEUS realizam-se, maioritariamente, nas instalações da Faculdade de Letras da U.Porto, de terça a quinta-feira, das 15h30 às 17h30. As aulas teóricas serão complementadas por visitas de estudos, pesquisas de campo e intercâmbios com outras universidades internacionais. Para esclarecimento de dúvidas sobre o processo de candidatura e informações mais detalhadas sobre o PEUS, os interessados devem contactar a Unidade de Educação Contínua da Reitoria da U.Porto – através dos telefones 220 408 053 / 220408198 ou do e-mail: educacao.continua@reit.up.pt – ou visitar a página do programa em http://www.up.pt -> Estudar na U.Porto -> Estudos Seniores. TR

A U.Porto recebeu mais estudantes e investigadores estrangeiros em 2008/09 do que em qualquer outro ano da sua história. No mesmo período, reforçou a cooperação com instituições universitárias de todo o mundo e subiu posições nos mais importantes rankings internacionais do Ensino Superior. Estes são alguns dos dados disponibilizados pelo Relatório de Internacionalização da U.Porto 2008/2009 (RI0809), divulgado em Novembro passado. Do ano mais internacional da U.Porto, começam por se destacar os cerca de 2.500 estudantes e investigadores de 77 países que ali realizaram os seus estudos superiores (8,3% do total de estudantes da instituição) ao abrigo de 1.073 acordos e programas de mobilidade que envolvem a Universidade. A estes juntam-se os 53 projectos de cooperação internacional em que a U.Porto se encontra envolvida, cabendo-lhe a coordenação de dezassete desses consórcios. Contas feitas, a ascensão nos rankings internacionais de instituições do ensino superior é o reflexo lógico de uma estratégia que, até 2011 (ano do centenário), visa fixar a U.Porto no top 100 das universidades europeias. Um objectivo que ficou mais próximo com as subidas registadas nos rankings de investigação: Taiwan (140.º lugar na Europa) e Scimago (109.º), e no Webometrics (40.º). Consistente é também a presença da U.Porto nas últimas edições dos rankings de Shangai (171.º) e do Times (220.º). Apesar dos números positivos, a fasquia da internacionalização permanece em alta para 2009/10. O primeiro sinal foi dado pelos mais de 1.000 estudantes inscritos na U.Porto só no primeiro semestre do ano, ao abrigo de programas de mobilidade temporária (em 2008/09, o número total foi de 1.225 estudantes). Para o reitor da U.Porto, José Carlos Marques dos Santos, a meta passa pela aposta numa “universidade cada vez mais internacionalizada”, com pelo menos “10% de alunos estrangeiros”. O RI0809 pode ser consultado na área “Internacional” do site da U.Porto, em http://www. up.pt. 7

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NO CAMPUS

ESTÓRIAS

U.PORTO PREENCHE 100% DAS VAGAS

Uma greve académica em 1946

A U.Porto conseguiu este ano mais uma marca histórica: foi a primeira universidade portuguesa a conseguir preencher todas as suas vagas na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior. Mesmo sendo a instituição com o maior número de vagas a concurso (4.050), a U.Porto conseguiu atrair um número suficiente de candidatos a “caloiros” para registar uns inéditos 100% de taxa de preenchimento de vagas, no início deste ano lectivo. Na verdade, com um total de 4.052 candidatos colocados, a U.Porto conseguiu mesmo ultrapassar o número de vagas inicialmente colocadas a concurso – as duas vagas adicionais foram criadas para resolver situações de empate entre candidatos –, liderando este indicador entre as instituições universitárias públicas. A U.Porto liderou mesmo todos os indicadores do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior Público Universitário, ao ser também a instituição com a mais alta classificação média ponderada do último colocado: 15,5 valores. Para isso muito contribuiu o facto de pertencerem à U.Porto os três cursos com as mais altas notas de entrada do país (Medicina da Faculdade de Medicina; Arquitectura da Faculdade de Arquitectura; e Medicina do ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar). A U.Porto, que conseguiu ainda incluir o curso de Bioengenharia da Faculdade de Engenharia no top 10 das mais altas notas de entrada, foi mesmo a única instituição nacional a colocar mais do que um curso nos dez primeiros desta lista.

ecorria o ano académico de 1946 e nós estávamos no 1.0 ano de Engenharia, depois de termos passado três anos a frequentar a Faculdade de Ciências, conforme o esquema de então. Entre várias disciplinas, tínhamos uma que se intitulava Teoria Geral e Descrição de Máquinas, cujo Lente era o Eng. Paulo Barbosa – pessoa bastante sisuda, demasiado exigente, atingindo por vezes, ou mesmo muitas vezes, o exagero. Vários colegas se queixaram de reprovações injustas, que lhes tinham atraso o seu curso. Não era visto, por consequência, com simpatia pelos alunos. Num período de “frequências” (termo usado nessa época para se designarem as provas periódicas que se realizavam para aquilatar dos conhecimentos dos alunos), logo que nos sentámos para sermos submetidos a uma dessas provas, fomos informados de que as perguntas seriam ditadas pelo Professor [Paulo Barbosa], uma de cada vez, assim que fosse dada a resposta anterior. O Professor marcava o tempo e, sem apelo nem agravo, terminado esse tempo que era anunciado no início de cada pergunta, seria ditada a seguinte. Além de tal exigência, chamava-se a atenção para a letra que devia ser legível e para os esquemas que também tinham de ser bem desenhados. Caso contrário, as classificações das provas seriam afectadas. Imediatamente se sentiu um murmúrio pela sala que fazia prever o grande descontentamento sentido pela “malta”. Acabada a prova, saímos e imediatamente se gerou um movimento de repúdio e de contestação, de tal forma que ficou decidido, logo ali, que não se frequentariam as aulas e que se iria pedir uma audiência ao director, que era o Prof. Dr. Antão de Almeida Garrett, para pedir a substituição do Mestre. Esta nossa atitude foi conhecida em toda a massa académica e em breve surgia uma lista de apoio com elevado número de assinaturas, algumas de engenheiros já formados há uns tempos.

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Como a disciplina era comum a todas as especialidades de Engenharia existentes nessa época – Civil, Electrotecnia, Mecânica, Minas e Químico-Industrial – e alguns dos cursos bastante numerosos, os alunos atingiam cerca de 200! Nas horas da aula, o átrio de entrada da Faculdade de Engenharia enchia-se totalmente, o corredor ficava vazio, assim como a sala de aula (que era o anfiteatro para poder conter tal número de alunos), enquanto o Professor escrevia no quadro negro o sumário da matéria destinada àquele dia. Passou-se algum tempo até sermos recebidos pelo Director e pelo Reitor, Dr. Amândio Tavares, que entretanto nos tinha aconselhado a enviarmos os “sebenteiros” às aulas para evitar que as nossas ausências fossem consideradas faltas colectivas, o que implicaria com o estado político vigente. Finalmente, no início de uma aula prática regida pelo Eng. Fernando Madeira (aulas, essas, que se tinham mantido), este anunciou-nos, dando-nos os parabéns, que as aulas teóricas iam recomeçar e que o Professor seria o Dr. Miguel Machado. Tínhamos ganho aquela batalha. Contudo, tenho de confessar que, na minha vida profissional, principalmente nos primeiros tempos, foram-me bastante úteis os ensinamentos recebidos nas aulas do Prof. Paulo Barbosa, recorrendo, por vezes, à respectiva “sebenta”.

Joaquim Emílio Torcato Barroca Cuso de Engenharia Electrotécnica

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TIAGO REIS

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os 32 anos, Pedro Neves sabe bem o que é testemunhar situações de pobreza e decadência humana. Desde 1999, ano em que começou a trabalhar como jornalista/colaborador do jornal Expresso, já passou por “zonas proibidas” como os bairros da Bela Vista e da Cova da Moura, em Lisboa, e os vários bairros de “bolinha vermelha” que pontuam a geografia do Porto. Mas naquela noite de 8 de Fevereiro de 2008, os números atingiram-no no estômago. “Fui fazer um trabalho sobre o lançamento do ‘Livro Negro da Pobreza do Porto’ [edição do Bloco de Esquerda] e percebi que havia mais de meio milhão de pessoas a viver na pobreza, no distrito. Decidi que queria fazer alguma coisa”, revela o homem que, entre 2007 e 2008, percorreu os lugares escondidos da Invicta para a filmagem e produção de “Os Esquecidos”, o documentário que originou uma série de oito curtas-metragens documentais a preto e branco publicadas no site do Expresso. Pedro Neves não é um jornalista convencional ou, pelo menos, à imagem dos gurus da objectividade que lhe tentaram impor na licenciatura em Ciências da Comunicação (pela Universidade Fernando Pessoa), concluída em 1999. “É uma mentira que contam nas escolas e nas redacções. Eu não sei ser objectivo”, atira. Talvez por isso se assuma como documentarista, a arte que abraçou, “quase por acaso”, com a ajuda da U.Porto. “A minha namorada, agora minha mulher, viu num jornal o anúncio de uma pós-graduação em Documentário na Faculdade de Letras [FLUP]. Fui, e foi uma coisa espantosa”, recorda. Tanto que, concluída a formação em 2002, regressaria à FLUP para frequentar e concluir, em 2007, a primeira – e única – edição do mestrado em Cultura e Comunicação, na variante de Documentário.

para contar

Marcadas as posições, rebobinem-se 40 horas de filmagens até ao dia em que Pedro Neves descobriu que “não é fácil entrar no mundo da pobreza do Porto”, a não ser que se tenha um amigo como o “Chalana” (José António Pinto), o assistente social da Junta de Freguesia de Campanhã que lhe abriu a portas d’“Os Esquecidos”. As estatísticas diziam-lhe que o perfil dos pobres do distrito correspondia a idosos, famílias monoparentais, jovens com abandono escolar precoce e desempregados. Pedro Neves optou por procurá-los sozinho e sem prazos. “As pessoas acham que, para se fazer uma reportagem, se fala com alguém durante dez minutos, conhece-se-lhe a vida toda e depois se transmite a verdade absoluta. É mentira. No documentário há mais tempo para criar uma relação de confiança que permita que a pessoa não esteja preocupada com o que os outros querem que diga, mas com aquilo que verdadeiramente sente”, diz. Foi nesse percurso de descoberta que Pedro Neves se cruzou com Candidinha, a mulher que vivia numa barraca improvisada num galinheiro, com o marido que “até não lhe bate” e um filho toxicodependente. Ou Ramiro, um homem que vivia “como um cão” com a mulher doente, numa casa sem casa de banho. Ou Zé Luís, Albino, Helena, Alexandre, entre muitos outros nomes que ficaram impressos na memória. “Não dá para desligar. Eu ia regularmente ter com as pessoas. Filmava um dia e ia no dia seguinte se fosse preciso. Às vezes parecia que transportava os cheiros comigo”. Não são precisos avisos intimidadores com cães imaginários para desencorajar a entrada no Porto esquecido. “Aquela gente é que está lá e tem um nome, mas é mais confortável não olhar”.

“Um filme não muda nada” mas… Estima-se que 30 mil pessoas tenham visto “Os Esquecidos” no Expresso online. Outras centenas estiveram nas sessões de apresentação em Lisboa (a última das quais no festival DocLisboa 2009), em Leiria e Alcobaça. “Em todas se gerou um debate que só acabou porque tiveram que nos calar. A verdade é que mexe com as pessoas o facto de verem que [os ‘Esquecidos’] vivem no Porto, não são os refugiados africanos que nos levam o rendimento mínimo, nem os ciganos que roubam. São brancos iguais a nós”. Pedro Neves não voltou aos bairros e “ilhas” de Campanhã desde o final da rodagem do documentário, mas conhece os passos de cada um dos “actores” acidentais que passaram pela sua objectiva. Como o senhor Albino, a dona Helena e o Alexandre, que “até estão numa casa nova” e o “convidaram para lá ir jantar”. Em muitos dos casos, porém, a realidade serve-se crua. “O José Luís anda a viver em pensões. O Senhor Ramiro e a Dona Laurinda continuam a viver no mesmo buraco. A Candidinha também”. À pergunta lógica antecipa-se Pedro Neves: “Um filme por si só não muda nada! Quem pode mudar são os políticos”. Nem de propósito, a CDU vai apresentar excertos do filme numa próxima sessão da Assembleia Municipal do Porto. “A ver se dá alguma coisa…”.

Ao desencanto com a política, Pedro Neves junta algum desânimo face ao estado do documentarismo em Portugal. Apesar de notar a crescente “democratização dos meios” e o “maior interesse das pessoas”, o realizador queixa-se do “fosso” existente entre Porto e Lisboa. “Os subsídios vão todos lá para baixo” e as consequências são evidentes: “Um trabalho de montagem que me levaria um mês e meio, leva-me quatro ou cinco meses porque tenho que trabalhar noutras coisas. Os documentários não dão dinheiro”, sentencia. Ainda assim, Pedro Neves está decidido a “viver só dos documentários”. O currículo ajuda. Antes de “Os Esquecidos”, filmou “A Olhar o Mar” (Portugal), distinguido com o Prémio do Público do Festival de Cinema e Vídeo de Vancouver e, ainda em 2007, co-realizou a curta-metragem documental “En la Barberia” (Cuba), presente em diversos festivais internacionais. Para além disso, é sócio fundador da Red Desert, uma produtora que desenvolve, desde 2008, vários projectos na área do documentário. Entre os projectos do jornalista/empresário/académico e sempre “documentarista” está ainda a publicação da tese de mestrado concluída na FLUP, sobre documentarismo no 25 de Abril, “o período da nossa História em que mais se filmou e experimentou”. Um tema que traz à memória “as noites passadas a escrever”, enquanto a filha recémnascida “chorava no quarto ao lado”. O passo em falso não se repete. “Tive uma orientadora fantástica – a professora Conceição Meireles –, com uma paciência incrível. Além disso, pedi que o arguente na apresentação da tese fosse o professor Eduardo Geada, que é a pessoa que mais escreveu sobre o meu tema. Hoje somos amigos”. Ignorar os amigos é pecado mortal para quem já passou pela terra d’“Os Esquecidos”, até porque, mais de um ano depois, as marcas ainda se reflectem em Pedro Neves: “Gostava de fazer um documentário sobre a solidão…”.

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Foi à terra d’“Os Esquecidos” e voltou

Foto: Egídio Santos

s e v e N o r Ped


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oi ainda no final da década de 30 que Manuel de Barros, então assistente da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), começou a congeminar a construção de um observatório astronómico que viria a ser projectado, em 1936, pela Direcção de Edifícios Nacionais do Porto, a pedido do Gabinete de Astronomia da FCUP. Destinado exclusivamente ao ensino na sua vertente prática, o Observatório Astronómico do Porto (como na altura era designado, até a Faculdade lhe atribuir o nome do seu mentor após falecimento deste, em 1971) estava previsto para o Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia. Tratava-se de um local ermo, relativamente próximo do Porto e com uma cota (235 metros) que o colocava a salvo da proverbial bruma portuense. Graças à pertinácia de Manuel de Barros, o Observatório foi concluído em 1948 e viria a ser equipado com um círculo meridiano de espelho. Este instrumento destinado à determinação das horas e à observação dos astros era bastante sofisticado para a época, só existindo no mundo três círculos meridianos com as mesmas características (hoje, só o de Gaia e o de Pulkovo, na Rússia, é que permanecem em funcionamento). De resto, quem propôs o círculo meridiano de espelho foi o físico R. d’E. Atkinson, do Observatório de Greenwich, organismo no qual Manuel de Barros permaneceu como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura. Convencido por Atkinson das vantagens do moderníssimo instrumento, o professor da FCUP obteve dos ministérios da Educação e das Obras Públicas verbas especiais para a construção e instalação do círculo meridiano de espelho.

RICARDO MIGUEL GOMES

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Fotos: Egídio Santos

Quando foi fundado, o Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros estava na vanguarda mundial das Ciências da Terra e do Espaço e da Engenharia Geográfica. Todavia, com o decorrer do tempo, os seus equipamentos deterioraram-se, não teve capacidade económica para acompanhar a evolução tecnológica, foi condicionado pela poluição do Monte da Virgem e viu o seu orçamento minguar. Contudo, soube reagir e passou a prestar mais serviços à comunidade, a desenvolver novas linhas de investigação e a angariar fontes alternativas de financiamento. Agora, o futuro do Observatório já não se encontra toldado por nuvens sombrias.


PORTO, CIDADE, REGIÃO

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Introdução de sistemas GPS Sob a direcção de José Pereira Osório, o Observatório volta a modernizar o seu equipamento e a manter-se na vanguarda tecnológica. Desta feita foi introduzido, já na década de 80, um sistema GPS (sistema de posicionamento geográfico que determina as coordenadas de um lugar na Terra, a partir de satélites artificiais). Aliás, o Observatório foi o primeiro instituto a desenvolver projectos de investigação nas áreas do posicionamento por satélite e da detecção remota, tendo para tanto integrado grupos de pesquisa internacionais. O Observatório estava, então, mais direccionado para a Engenharia Geográfica, acompanhando, justamente, a evolução que esta disciplina conheceu com a utilização dos satélites artificiais. Tal não significou, contudo, o abandono da investigação mais directamente relacionada com a observação de corpos celestes. Uma prova disso mesmo foi a instalação, também na década de 80, do primeiro radiotelescópio em Portugal, também

ele construído no Observatório. Contudo, o radiotelescópio seria deslocado para Arouca devido à poluição electromagnética (antenas de rádio e telemóveis) no Monte da Virgem e, hoje, está instalado na Pampilhosa da Serra, ao abrigo do projecto GEM (Cartografia da Emissão Galáctica). Paralelamente aos projectos de investigação desenvolvidos sobretudo por estudantes de pós-graduação, o Observatório acolhia ainda as aulas dos 4.0 e 5.0 anos do curso de Engenharia Geográfica. Mas deixou de o fazer aquando da transferência da FCUP para as novas instalações no Campo Alegre, no ano escolar de 1996/97. Nessa altura, o orçamento do Observatório foi significativamente reduzido e, já sob a direcção de Luísa Bastos, o instituto teve de encontrar fontes alternativas de financiamento. “Desde sempre foi minha preocupação a abertura do Observatório ao exterior e a rentabilização dos resultados da investigação, através da resolução de problemas concretos da comunidade”, esclarece Luísa Bastos. Neste sentido, para além da participação em projectos científicos nacionais e internacionais, o Observatório passou a prestar serviços de apoio técnico e consultoria quer a empresas do sector privado, quer a organismos públicos. Estes serviços centram-se nos domínios do posicionamento e navegação por satélite, dos sistemas de informação geográfica, da produção de cartografia, da detecção remota, da altimetria área e por satélite, da geodesia espacial e geodinâmica e da radioastronomia solar. Nestes âmbitos, merecem destaque os projectos que o Observatório desenvolveu com o Parque Biológico de Gaia (monitorização do litoral do concelho de Gaia), com a APDL (monitorização da restinga do Douro) ou com os STCP (instalação de navegação por satélite nos autocarros).

Projecto com a Gaianima Actualmente, o Observatório está a lançar as bases de um projecto que vai ser implementado em parceria com a empresa municipal Gaianima. Projecto esse que visa retomar as actividades de divulgação científica e tecnológica já antes desenvolvidas pelo instituto, mas, por ora, dirigidas apenas às 12 mil crianças das escolas básicas do concelho de Gaia. Recorde-se que, no passado, o Observatório chegou a organizar visitas de estudo para, em média, 2.000 alunos por ano. Todavia, devido aos cortes orçamentais já referidos, deixou de ter recursos humanos para o fazer. O contacto com a Gaianima foi estabelecido pela Reitoria da U.Porto, que está a financiar a recuperação do núcleo museológico do Observatório. Os trabalhos de restauro do círculo meridiano de espelho já estão em curso, seguindo-se os do telescópio de 30 polegadas. E uma vez recuperados estes equipamentos, o Observatório espera arrancar com o projecto com a Gaianima – o qual prevê a formação de monitores para acompanharem as visitas de estudo e a reconversão das oficinas, de forma a tornar estes espaços mais aprazíveis para as crianças e mais adequados às acções pedagógicas que aí vão ter lugar. “Agora olhamos com mais esperança para o futuro”, conclui Luísa Bastos.

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Embora com o apoio de R. d’E. Atkinson, coube ao Observatório Astronómico do Porto projectar o círculo meridiano de espelho, sob orientação de Manuel de Barros. Mais: uma boa parte das componentes mecânicas e electrónicas do instrumento foram construídas pelo próprio Observatório, o que permitiu uma redução considerável de custos e a formação de um centro de trabalho de Astronomia. Refira-se, a propósito, que o Observatório dispunha de uma oficina de mecânica e electrónica, onde instrumentação diversa foi, ao longo dos anos, concebida com grande rigor científico. Na altura, o Observatório dedicavase essencialmente à Astronomia Posicional (determinação de posições para produção de cartografia, por exemplo) e permitia aos estudantes do curso de Engenharia Geográfica da FCUP (ainda não existia o curso de Astronomia) observações práticas no âmbito desta área de estudo. Neste pressuposto, foi também construída no Monte da Virgem uma torre para montagem de telescópios, equipada com uma cúpula para observações astronómicas. E ainda antes de falecer, Manuel de Barros logrou captar verbas (mormente do Instituto para a Alta Cultura e da Fundação Gulbenkian) para a instalação de um telescópio com um espelho de 30 polegadas (76 cm), dimensões grandiosas para a época e ainda hoje únicas num equipamento deste tipo em Portugal. O projecto foi concluído já após o falecimento de Manuel de Barros, que seria substituído pelo professor José Pereira Osório.


ESTRELAS” DO PORTO

CAUP

JOÃO CORREIA

HÁ 400 ANOS, GALILEU PUBLICOU “O MENSAGEIRO DAS ESTRELAS” COM OBSERVAÇÕES INÉDITAS FEITAS COM O SEU TELESCÓPIO, QUE CONSTITUÍAM PROVA DO SISTEMA HELIOCÊNTRICO E CONTRARIAVAM A TEORIA VIGENTE. O CENTRO DE ASTROFÍSICA DA UNIVERSIDADE DO PORTO (CAUP) FOI UM DOS PROMOTORES DO PROGRAMA DO ANO INTERNACIONAL DA ASTRONOMIA 2009, QUE ASSINALOU O TRABALHO DE GALILEU, E PARTICIPA NAS REDES EUROPEIAS QUE EXPANDEM A HERANÇA DO SÁBIO DE PISA. PEDRO RUSSO, NUNO SANTOS E GRAÇA ROCHA SÃO APENAS TRÊS DOS NOMES QUE MAIS RECENTEMENTE SE DESTACARAM NA CONSOLIDAÇÃO DA ASTRONOMIA NO PORTO, TANTO NA INVESTIGAÇÃO COMO NA FORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO.

á 400 anos, mais ou menos por esta altura (final de 1609), um modesto professor de Mecânica da Universidade de Pádua, de 45 anos, nascido em Pisa, Itália, apontava para os céus um telescópio aperfeiçoado por si, instrumento que tinha sido descoberto cerca de um ano antes, provavelmente na Holanda. A forma como o fez, o que viu, como o registou e analisou, mudaram o mundo e estão na origem da ciência moderna. Galileu Galilei, com o telescópio que construíra para aumentar até 20 vezes, começou por observar a Lua, registando metodicamente as várias fases e desenhando as rugosidades da sua superfície – algo que nunca tinha sido observado. Virou ainda o telescópio para Júpiter e descobriu quatro dos seus mais de 60 satélites conhecidos actualmente. Assim, nem todos os corpos gravitavam a Terra, ao contrário do que estabelecia o sistema de Ptolomeu. Ainda mais esclarecedoras foram as observações das fases de Vénus. Como eram idênticas às da Lua, não eram explicadas pelo modelo Ptolomeu (geocêntrico). Por conseguinte, Vénus não poderia orbitar a Terra e girava, sim, à volta do Sol. Inéditas foram também as observações do Sol, nas quais notou manchas solares e constatou que o astro rodava em torno de um eixo. As observações da Lua e de Júpiter foram publicadas no livro “Sidereus Nuncius” (“Mensageiro das Estrelas”), dado à estampa em 1610, e as de Vénus e do Sol em obras posteriores.

Porto com vista para o Universo Os “mensageiros das estrelas” da actualidade trabalham em regime de parceria, através de redes de investigação frequentemente à escala global, e usam equipamentos que dificilmente poderiam ser construídos e mantidos sem essas colaborações. Na senda dos trabalhos iniciáticos de Galileu trabalham actualmente grandes organizações, como a Agência Espacial Europeia (ESA), o Observatório Europeu do Sul (ESO) – com os seus actuais três equipamentos a funcionarem no Chile e um quarto em construção – ou o gigante americano NASA. Portugal participa na ESA e no ESO e, deste modo, os investigadores do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) têm acesso, mediante candidatura, aos equipamentos mais avançados do mundo e conseguem atrair investigadores estrangeiros para trabalhar no CAUP. Para os três dos mais avançados locais de observação astronómica do mundo, localizados no Deserto de Atacama, no Chile, o ESO recebe cerca de 2.000 propostas por ano, correspondentes a cinco ou seis vezes o tempo disponível para observação, segundo dados do site do próprio Observatório (http://www.eso.org). No telescópio de 3,5 metros de diâmetro de La Silla, no Chile, está instalado o HARPS (High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher). O HARPS é um espectógrafo de alta precisão construído para procurar planetas semelhantes à Terra, à volta de estrelas de tipo semelhante ao Sol, que permitiu a uma equipa

internacional onde participa Nuno Santos, também investigador do CAUP, descobrir várias dezenas de novos planetas extra-solares, 32 deles anunciados no Porto, em Outubro último. O HARPS descobriu, aliás, 75 dos 400 planetas extra-solares conhecidos até agora. O CAUP, através de Nuno Santos, lidera o consórcio português que participa no sucessor do HARPS, o ESPRESSO, que será instalado no VLT (Very Large Telescope), conjunto de quatro telescópios de 8,2 metros de diâmetro, no Paranal, Chile. Aparelhos colocados em órbita, como o telescópio espacial Hubble, o detector de planetas Kepler, ambos da NASA, e as missões da ESA, Corot (detector de planetas rochosos maiores do que a Terra), Herschel (telescópio de infra-vermelhos) e Planck, que analisa a radiação cósmica de fundo, constituem outras versões contemporâneas do primevo telescópio de Galileu. Da equipa do Corot fazem parte os investigadores de astro-sismologia do CAUP Mário João Monteiro e Margarida Cunha. Neste caso, a astro-sismologia permite perceber a constituição das estrelas, a sua idade e dimensão, embora já tenham sido detectados planetas. Da equipa do Planck, lançado em Maio juntamente com o Herschel, fazem parte António Silva, investigador do CAUP a trabalhar no grupo francês deste satélite, e Graça Rocha, dupla licenciada em Matemática e Física na U.Porto a trabalhar no CalTech, na Califórnia (ver caixa), onde coordena os grupos norteamericano, francês e italiano deste projecto.

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H

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EM FOCO

OS “MENSAGEIROS DAS


EM FOCO

NUNO SANTOS DESCOBRIDOR DE PLANETAS

PEDRO RUSSO COORDENADOR GLOBAL DO AIA2009 Pedro Russo, licenciado em Astronomia e mestre em Geofísica pela U.Porto, estava a fazer o doutoramento na Alemanha quando foi escolhido para coordenar o AIA2009. Possui vasta experiência na divulgação da Astronomia, tendo sido colaborador do Planetário de Espinho. Além disto, Pedro Russo coordena uma equipa de três pessoas a trabalhar em permanência com os recursos do Departamento de Comunicação e Divulgação da European Spatial Agency (ESA), onde está integrado. Esta unidade dispõe, no entanto, de muitos mais colaboradores a tempo parcial e voluntários, chegando aos milhares em todo o mundo. O AIA2009 abriu o ano com a “Alvorada AIA2009”, coordenada mundialmente pelo CAUP. Tratou-se de uma ideia pioneira de Ricardo Reis, membro deste Centro e também do grupo de Física Solar do AIA2009.

Sabe-se tanto e tão pouco A Astronomia actual já conta com tecnologia e conhecimento que tanto lhe permite procurar planetas extra-solares parecidos com a Terra como estudar a chamada radiação cósmica de fundo (que poderá ajudar a compreender melhor a origem do Universo) ou, igualmente, começar a preparar uma missão tripulada a Marte. Mas, mais do que descobrir novos planetas extra-solares, nas condições actuais interessa caracterizá-los, assim como identificar o tipo de estrela que orbitam e verificar os chamados marcadores de vida, afirma Mário João Monteiro, investigador e director do CAUP. Já se sabe que a composição química de estrelas que têm planetas é diferente das estrelas que não têm – trabalhos recentes de Nuno Santos e de outro investigador do CAUP, Jorge Meléndez, contribuíram para essa conclusão –, o que permite aprofundar correlações e os processos de formação dos planetas, acrescenta o director do Centro. Galileu abriu a porta a uma realidade tão vasta e misteriosa que, apesar dos enormes avanços desde o seu trabalho, é apenas conhecida uma ínfima parte. O Ano Internacional da Astronomia 2009 (AIA2009) assinalou os 400 anos das primeiras observações de Galileu e constituiu um programa global de divulgação e sensibilização para a Astronomia, cujo coordenador global foi Pedro Russo, licenciado em Astronomia e mestre em Geofísica pela U.Porto. Com um trabalho de divulgação que começou com a criação do CAUP por Teresa Lago (professora da Faculdade de Ciências da U.Porto), em 1989, primeiro com o planetário portátil e depois, a partir de 1998, com o planetário fixo, o Centro associou-se ao programa do AIA2009 com várias iniciativas, sendo coordenador mundial na primeira: a observação do Sol no primeiro dia do ano. Refira-se, a propósito, que o planetário fixo tem uma média anual de 30.000 visitantes. Calcula-se que mais de metade dos portugueses já tenham assistido a sessões de um planetário, em Lisboa, Espinho ou no Porto, ou a uma sessão de um planetário portátil, o que não nos deixará muito mal perante o ambicioso objectivo de partida do AIA2009: pôr todas as pessoas do planeta a pensar na Astronomia pelo menos num dia. Apesar de difícil e dos contextos diversos, as aplicações e implicações que os avanços da Astronomia têm hoje nas tecnologias, na economia e na sociedade justificam essa ambição.

Outra das vias possíveis de desenvolvimento do trabalho de Galileu é a compreensão das origens do Universo e da sua evolução. Acredita-se que a radiação cósmica de fundo (Cosmic Microwave Background, CMB) – calor libertado 380.000 após o Big Bang e que viaja livremente pelo espaço – é, a par do afastamento das galáxias e tal como a abundância de elementos leves, uma das mais fortes evidências do modelo de criação do Universo. O Planck, aparelho construído para estudar a radiação cósmica de fundo no contexto da primeira missão europeia para este fim, foi lançado a 14 de Março, no foguetão Ariane 5, a partir da Guiana Francesa. As primeiras leituras feitas pelo aparelho, o “First Light Survey”, abrem boas perspectivas para o estudo esperado da CMB. Da equipa de investigadores do Planck faz parte a portuguesa Graça Rocha, duplamente licenciada em Matemática e Física pela U.Porto e doutorada em Cosmologia pela Universidade de Cambridge, na área da radiação cósmica de fundo. Graça Rocha está ligada ao Jet Propulsion Laboratory, Californian Institute of Technology (Cal Tech), mantendo ainda ligações ao CAUP como investigadora. Este projecto da ESA envolve grupos dos EUA, França e Itália.

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Fotos: Egídio Santos

O Planetário do Porto é uma ferramenta preciosa para o conhecimento do nosso Universo.

A actual descoberta de novos astros também passou pelo Porto e pela sua Universidade, que lecciona a única licenciatura em Astronomia do país. Nuno Santos, investigador do CAUP, fez parte da equipa que anunciou, a 19 de Outubro, no âmbito da conferência internacional “Towards Other Earths” que decorreu na Biblioteca Almeida Garrett, os novos 32 planetas extra-solares, no âmbito do trabalho efectuado pelo detector de planetas HARPS, a funcionar com os telescópios do Observatório Europeu (ESO) em La Silla, Chile. Nuno Santos foi um dos 240 investigadores de todo o mundo que, recentemente, conseguiram um milhão de euros com as prestigiadas bolsas do European Research Council, a agência de financiamento criada pela Comissão Europeia para apoiar investigação científica de excelência. O investigador lidera o consórcio português envolvido no projecto ESPRESSO para o ESO, que tem por objectivo procurar e detectar planetas parecidos com a Terra, ou seja, capazes de suportar vida.

GRAÇA ROCHA PERSCRUTA A RADIAÇÃO DE FUNDO


UMA VIDA DE DESCOBERTAS

Logo no início da sua carreira, no final da licenciatura em Medicina, tomou uma decisão muito invulgar para a época: dedicar-se à investigação. O que a levou a tomar essa decisão? Tomei-a sem qualquer dúvida. Primeiro foi por uma questão de oportunidade. Havia um grupo de pessoas, na Faculdade de Medicina de Lisboa, que começava a pensar o que viria a ser o Instituto Gulbenkian de Ciência. Na altura, já fazia uns trabalhos com coelhos e, no último ano, entre o trabalho final de índole clínica e de investigação, eu optei pelo último. Por outro lado, era também uma necessidade minha. Naquela época havia muito pouco para oferecer ao doente… Falávamos muito com o doente, dávamos a atenção possível, mas contra os problemas de saúde havia a cortisona, alguns antibióticos e pouco mais. Para ajudar verdadeiramente as pessoas era necessário fazer investigação. Curiosamente, há dias tive a reler a minha tese de licenciatura – está tão longe no tempo que parece que foi feita por uma estranha! – e, no fim, escrevi que há evidência da relação entre o fumo do tabaco e o cancro do pulmão, mas para perceber com mais rigor seria necessário realizar trabalho experimental. Foi isso que fui fazer em Londres: aprender a fazer experiências. Sabia fazer pouca coisa, tinha uma preparação muito limitada. Mas era uma excelente microscopista e percebeu-se isso, o que, aliás, veio a ser muito importante na minha carreira.

Depois, partiu para o doutoramento… Não! Fiz uma descoberta que é muito mais importante! Foi nesse período em Londres, como bolseira da Gulbenkian, e essas descobertas foram consideradas muito importantes. Uma foi o mapeamento dos sítios onde vivem as células T (linfócitos) e ali não vivem em animais sem timo. A outra parte demonstrou que essas células iam para aqueles locais. É da combinação das duas experiências que se conclui que uma certa área é habitada por células que vêm do timo, o que é importante para a época, dado que não se sabia se todos os linfócitos vinham do timo. Também se achou surpreendente que uma mulher portuguesa fizesse alguma coisa de jeito na investigação e no estrangeiro. Na altura, tive muitas ofertas para trabalhar fora do país. Mais tarde, aceitei um lugar de Leitora (equivale a Professora Auxiliar em Portugal) de Imunologia na Universidade de Glasgow. Eu era tão convencida que não queria fazer doutoramento! Foi a professora com quem eu trabalhava que me convenceu a fazê-lo. A descoberta que fez em meados dos anos 60 perdurou… Já lá vão 40 anos! Pois… Mas é extraordinário! Normalmente, quando se descobre algo, as tecnologias que vão surgindo mostram novas facetas do que se descobriu e a importância da descoberta inicial relativizase. Eu tive muita sorte, porque aquilo que eu vi continua a ser visto com o uso da imunofluorescência e anticorpos monoclonais e das novas cores com que hoje se podem ver as células que decorrem das técnicas usadas actualmente.

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Fotos: Egídio Santos

JOÃO CORREIA

É um dos nomes mais respeitados e internacionalmente mais conhecidos da investigação da U.Porto. Maria de Sousa, professora do ICBAS e coordenadora de uma equipa de investigação no IBMC, é um caso raro na ciência portuguesa sobretudo por dois motivos: tem formação em Medicina e faz investigação; é mulher e têm-se destacado no estrangeiro; e mais ainda foi responsável, há cerca de 40 anos, por uma descoberta que se traduziu num avanço importante no campo da imunologia e do funcionamento do sistema linfoide. Desde então, formou dezenas de investigadores, hoje colocados nas mais destacadas instituições da investigação mundial; esteve na origem de um programa pós-graduado de renome mundial (GABBA); ajudou a implantar em Portugal o actual sistema de avaliação (externa) dos centros de investigação em Ciências da Saúde; e recebeu o Prémio Estímulo à Excelência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A 16 de Outubro, aos 70 anos, jubilou-se da actividade docente no ICBAS, com uma cerimónia intitulada “A School without Walls” (“Uma escola sem muros”).

MARIA DE SOUSA

FACE-A-FACE


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Cientista de craveira internacional

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Maria de Sousa formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi Leitora na Universidade de Glasgow, Escócia, onde fez o doutoramento em Imunologia; Professora Associada na Escola de Estudos Pós-Graduados de Cornell Medical College, em Nova Iorque, EUA; e, simultaneamente, Membro Associado e Directora do Laboratório de Ecologia Celular do Instituto Sloan Kettering de Investigação em Cancro (SKI), também na Big Apple. Actualmente acompanha um estudante de doutoramento em Nova Iorque. Dois artigos publicados em 1966 lançaram internacionalmente a carreira de Maria de Sousa. O primeiro destes artigos recebeu mais de 500 citações e o segundo próximo de uma centena. Em 1971, descobriu um fenómeno a que deu o nome de ecotaxis e que designa a capacidade de células de diferentes origens migrarem e organizarem-se em áreas bem delineadas dos órgãos linfoides periféricos. Posteriormente, em 1978, a possível função do sistema imunológico na protecção da toxicidade do ferro conduziu a estudos do sistema imunológico em doentes com uma doença genética de sobrecarga de ferro, a hemocromatose hereditária. Foi esta linha de investigação que a trouxe para o ICBAS e para a U.Porto, em 1985. Constituiu, então, uma equipa repartida pelo referido instituto, pelo Hospital Geral de Santo António e pelo Instituto de Biologia Celular e Molecular (IBMC). Mas nem só de investigação científica se faz a vida de Maria de Sousa, alargando-se também à cultura e à sociedade que a rodeia, sendo membro fundador do projecto “Porto Cidade de Ciência”.

Mãe da avaliação externa em Ciências da Saúde

Falta dar prioridade ao colectivo

Esteve no Instituto Sloan Kettering de Investigação em Cancro (SKI), criou aí uma equipa sua, mas acabou por vir para Portugal estudar a relação entre o ferro e o sistema imunitário… E deixou uma promissora carreira académica nos EUA e de coordenação de equipas de investigação, não é verdade? De volta a Portugal não, porque nunca tinha trabalhado verdadeiramente em Portugal e nunca tinha pensado nisso. Considero que vim trabalhar para cá e não que regressei. Apesar do passo seguinte, se tivesse seguido a progressão normal, ser a direcção de uma equipa maior e de ter mesmo recebido esses convites, achei que tinha ainda muito para fazer na investigação e que era suficientemente nova para continuar. O cargo de direcção e de professor catedrático nos EUA implica assumir um conjunto de tarefas que não me atraíam, entre as quais a angariação de fundos. Por outro lado, nos Estados Unidos era difícil encontrar casos de hemocromatose (doença por excesso de ferro no organismo).

Há alguns centros de investigação que já denotam preocupação em coligarem-se para ganharem escala suficiente para actuarem internacionalmente, mas são poucos a nível nacional… Soube agora, através dos jornais franceses, da publicação do mais recente ranking de Shangai. Os franceses estavam com a crista muito caída porque só tinham três universidades nos primeiros 100 lugares. Como sabe, a U.Porto surge em 442, num total de 500. À U.Porto e às universidades portuguesas em geral (excepto Coimbra, talvez) falta noção do corpo universitário colectivo: falamos do ICBAS, do IBMC, do IPATIMUP, etc. Nos Estados Unidos ou em Inglaterra não se ouve falar tanto do instituto X ou Y, mas antes de Harvard, Stanford, Berkeley, Oxford ou Cambridge (gargalhada)! Ainda somos, de certo modo, muito provincianos. Mesmo assim, Portugal mudou radicalmente nas últimas décadas e há gente nova de grande qualidade em todas as universidades, sobretudo nas mais jovens. Acho que não há bons professores, há bons alunos. E também não há bons programas, mas sim bons estudantes. Temos tido imensa sorte com a qualidade dos nossos estudantes, desde que comecei a trabalhar no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), em 1985, e depois com a criação do Programa Pós-Graduado em Biologia Básica e Aplicada (GABBA), em 1996, têm sido uns 10 a 12 por ano, em média. Só falta aparecer um rico (risos)!

Correu um risco ao vir para Portugal… Visto retrospectivamente… Só não foi um risco porque continuava a ser nova para, se corresse mal, poder ir embora novamente. Mas, visto a esta distância, parece ter sido um tanto disparatado, porque vim sozinha… Não foi um disparate! Se tivesse sido ainda tinha uns três ou quatro anos para voltar. Mas as coisas correram muito bem cá. Teve também um papel fundamental na implantação da avaliação externa dos centros de investigação portugueses – uma tarefa complexa… Fui convidada pelo professor Mariano Gago para coordenar esse processo na área das Ciências da Saúde, na JNICT [Junta Nacional de Investigação Científica e Tec“CONSIDERO QUE VIM nológica]. Visto retrospectivamente, foi um risco, como TRABALHAR PARA CÁ E quando decidi vir para Portugal. Ainda houve algumas NÃO QUE REGRESSEI”. resistências… Colegas que achavam que as apresentações – os pedidos eram poucos e podíamos fazer apresentações públicas – deviam ser feitas em português, porque estávamos em Portugal. Havia equipas que estavam habituadas a ser financiadas, mas que o deixaram de ser com a avaliação externa. O presidente deve ter notado mais essas resistências… Limitei-me a fazer como sempre me habituei a fazer no Reino Unido e nos EUA. Se não fosse assim, não fazia! Analisado a esta distância, foi também um êxito. A ciência em Portugal evoluiu muito desde então. Foi um êxito extraordinário. O mérito está muito na inspiração do professor Mariano Gago, como então presidente da JNICT, depois também no meu contributo e, finalmente, na aceitação pela comunidade científica. Hoje é rotina. Se fosse hoje, provavelmente, eu não faria tão bem como fiz na altura, porque, nesse período, conhecia apenas a comunidade científica portuguesa publicada nos artigos científicos. E não era tanta como se pensava! Não se pode fazer de outra maneira, sobretudo em países pequenos e periféricos. Portugal far-se-ia respeitar se o processo avançasse. Naquela época era espontâneo, mas foi tornado imposição legal durante o primeiro ministério liderado pelo professor Mariano Gago.

Pedia-lhe agora um olhar retrospectivo sobe o seu percurso. A investigação que produziu; os investigadores que formou directa ou indirectamente; o contributo que deu para o reforço do sistema científico português, ao nível das Ciências da Saúde… É um percurso que faz uma cientista sentir-se realizada, não? Sim…É extraordinário! Devo confessar que é verdade. Mas, para isso, é preciso não ter tempo para olhar para trás. Só agora é que me dei ao luxo de olhar para trás. Mas gostaria que se tirasse uma lição disto: é preciso que as novas gerações de investigadores e de políticos percebam que se conseguiu chegar a um patamar a partir do qual o único caminho possível é a subida para patamares de melhor qualidade. Nas ciências em geral, mas sobretudo nas Ciências da Saúde, é crucial a ligação com a vertente aplicada, neste caso a prática da Medicina. Na formação em Medicina é essencial ter formação científica. Na sua última aula referiu a importância do conceito que designou “i-learning”: “i-nsatisfação com o que se sabe e como se sabe; i-nsatisfação com os meios que não vos permitem estar verdadeiramente actualizados com novas técnicas; i-nsatisfação com o que só interessa para passar exames; i-nsatisfação por estarmos a formar médicos que, sem educação científica, ficarão cativos da compra e venda de medicamentos”. É preciso estar insatisfeito, sabe!? Os portugueses, tal como os restantes povos dos países menos desenvolvidos, têm todos o mesmo problema: ficam satisfeitos com pouco. Nos jornais Cerimónia de Jubilação da Prof.ª Maria de Sousa.

“À U.PORTO E ÀS UNIVERSIDADES PORTUGUESAS EM GERAL (EXCEPTO COIMBRA, TALVEZ) FALTA NOÇÃO DE CORPO.”

franceses, como já disse, percebeu-se uma grande insatisfação por apenas três universidades francesas estarem entre as 100 melhores do mundo. No entanto, é preciso distinguir entre o lamento passivo – que é muito comum em Portugal – e a insatisfação que leva à acção. Por outro lado, é também preciso que se perceba que, quanto mais levarmos longe o nome da Universidade, mais respeitados seremos individualmente. Serei melhor, se o meu vizinho for também melhor. Isto é também um problema agora com a adequação do nosso Programa Pós-Graduado [GABBA] a Bolonha. Até agora conseguíamos sensibilizar para a melhoria do colectivo, mas com a adequação a Bolonha passou a ser mais difícil. Mas prioridade ao interesse pessoal em detrimento do colectivo é um problema da sociedade em geral, nomeadamente da portuguesa... É, mas por isso é que a formação científica é muito importante. A ciência tem a obrigação de contribuir com a lição de que o êxito mais importante é o da constelação, por mais estrelas que apareçam. Por outro lado, temos de aprender com as nossas raízes e com os valores à nossa volta. Abel Salazar é uma figura extraordinária também por isso. Se for à Sala de Reuniões da Faculdade de Medicina, as paredes estão cheias de retratos de cientistas contemporâneos por Abel Salazar, o que demonstra a sua admiração por esses homens e, na minha opinião, a sede de se sentir na companhia de grandes vultos. É o caso de Ramón y Cajal, retratado neste busto também da autoria de Abel Salazar, Prémio Nobel da Medicina em 1906 com os estudos sobre o neurónio.

A importância de ver diferente Na sua área de investigação actual, as relações entre a concentração de ferro e o sistema imunitário, que gostaria de ver clarificado nos próximos tempos? Nós estudamos o ferro numa perspectiva que nem os hematologistas – que se interessam pela falta de ferro, a anemia –, nem os hepatologistas – que estudam a acumulação no fígado – o fazem; e os imunologistas, normalmente, não estudam o ferro. Temos evidências experimentais, através do trabalho da Dra. Graça Porto, no Hospital de Santo António, de que doentes com um nível baixo de linfócitos têm um nível alto de ferro no sangue. O Jorge Pinto, investigador pós-doutorado que é meu colega no IBMC, tem em mãos experiências muito interessantes que têm a ver com uma proteína chamada hepcidina e que podem demonstrar que os linfócitos também protegem o organismo do excesso de ferro. Meteu-se-me esta questão do ferro na cabeça, que outros não viram, e temos os instrumentos para perceber se o que pensamos está certo ou errado. Os cientistas, ao contrário do artista e do escritor, sujeitam-se à discussão sobre o que fazem. A ciência é de uma humildade intelectual enorme! Faz-se, não para se ser reconhecido, mas porque se tem gosto em fazer. É uma actividade bastante enriquecedora e educativa, porque esta atitude deve aplicar-se a outros campos da vida. A pessoa tem que estar atenta, fazer escolhas e estar preparada para a eventualidade da escolha correr mal. É preciso também acreditar nos mais novos. Em Portugal temos gente nova muito boa. Mas o sucesso depende dos impulsionadores, que criam as condições para os produtores, e dos produtores, que são capazes de pensar criativamente.

Busto de Ramón y Cajal por Abel Salazar.

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A nova política para a Ciência começou em 1987 e para ela contribuíram três factos importantes: introduziu-se a avaliação externa; investiu-se imenso em bolsas de doutoramento – iniciativa do presidente da JNICT, contra a opinião de todos os que o rodeavam –; e organizou-se um grande fórum científico, com cientistas portugueses e estrangeiros, no Forum Picoas. Mas os resultados não se podem ver no dia seguinte.


CONTÍNUA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP) Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto Tlf: +351 225 074 320 • Fax: + 351 225 074 329 • www.fcna.up.pt

Faculdade de Belas Artes (FBAUP)

FORMAÇÃO CONTÍNUA DA UNIVERSIDADE DO PORTO CANDIDATURAS ENTRE JANEIRO E ABRIL DE 2010

Av. Rodrigues de Freitas, 265 • 4049-021 Porto • Tlf: +351 225 192 400 • Fax: + 351 225 367 036 • www.fba.up.pt Introdução à Arte Terapia Duração: 30 horas • Calendário: Janeiro de 2010 • Destinatários: Estudantes e profissionais das mais variadas áreas que queiram adquirir e/ou desenvolver conhecimentos em Arte Terapia: artistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, docentes, assistentes sociais, etc. • Info: 225192405 / sferreira@fba.up.pt • Propina: 220 c (Comunidade U.Porto)

Atenção A presente lista não dispensa a consulta da página do Catálogo de Formação Contínua da U.Porto 2009, em http://www.up.pt > Ensino > Educação > Contínua > Catálogos (em constante actualização), bem como as páginas das diferentes unidades orgânicas da Universidade.

Criação de Projectos escultóricos (Módulo 1 e 2) Duração: 54 horas • Calendário: Janeiro e Fevereiro de 2010 • Destinatários: Artistas Plásticos e estudantes de Faculdades ou Escolas de Ensino Artístico • Info: 225192405 / sferreira@fba.up.pt • Propina: 400 c (Comunidade U.Porto) Espaço Cénico Duração: 27 horas • Calendário: Fevereiro de 2010 • Destinatários: Estudantes ou Licenciados em qualquer curso de artes plásticas, design ou arquitectura. Interessados em processos de construção cénica e narrativa espacial • Info: 225192405 / sferreira@fba.up.pt • Propina: 180 c (Comunidade U.Porto)

Faculdade de Ciências (FCUP)

Rua do Campo Alegre • 4169 - 007 Porto • Tlf: +351 22 340 14 00 • Fax: +351 22 200 86 28 • www.fc.up.pt Matemática e Arte Duração: 25 horas • Calendário: 18 de Janeiro a 10 de Fevereiro de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 1 crédito ECTS • Info: 220 402 082 / formação. continua@fc.up.pt • Propina: 100 c

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Alterações Climáticas: analisar o passado para prever o futuro Duração: 25 horas • Calendário: 19 de Fevereiro a 19 de Março de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 1 crédito ECTS • Info: 220 402 082 / formação. continua@fc.up.pt • Propina: 100 c

Suporte Nutricional Duração: 54 horas (6 a 13 de Fevereiro de 2010) • Créditos: 2 ECTS * • Info.: 225 074 320 / ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 198 c Iniciação ao Office 2007 Duração: 9 horas • Calendário: Fevereiro de 2010 • Horário: Sábado de manhã • Destinatários: Profissionais de saúde e da educação e estudantes das respectivas licenciaturas, mestrados e doutoramentos • Info: ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 130 c (Comunidade U.Porto) Metodologia de Avaliação do Estado Nutricional Duração: 7 horas • Calendário: 12 de Março de 2010 • Horário: Sábado de manhã • Destinatários: Profissionais de saúde e da educação e estudantes das respectivas licenciaturas, mestrados e doutoramentos • Info: ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 54 c (Comunidade U.Porto) Culinária Saudável (21.ª edição) Duração: 12 horas • Calendário: Março e Abril de 2010 • Horário: Sábado de manhã • Destinatários: População em geral • Info: ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 129 c (Comunidade U.Porto) Alimentação da criança na prática pedagógica do educador de infância (e-learning + presencial) Duração: 27 horas • Calendário: Maio a Junhol de 2010 • Horário: Sábado de manhã • Destinatários: Educadores de Infância, Coordenadores de Promoção da Saúde e outros Profissionais da Educação; Nutricionistas e outros Profissionais de Saúde; e respectivos estudantes de licenciatura e mestrados • Info: ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 267 c (Comunidade U.Porto) Alimentação, Nutrição e Saúde Duração: 18 horas • Calendário: Maio a Junho de 2010 • Horário: Pós-laboral • Destinatários: População em geral • Info: ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 178 c (Comunidade U.Porto) Suporte Nutricional Duração: 54 horas • Calendário: 8, 15 e 22 de Maio de 2010 • Horário: Sábado de manhã • Destinatários: Nutricionistas, Enfermeiros, Médicos e outros Profissionais de Saúde • Créditos: 4 créditos ECTS • Info: ceciliamorais@fcna.up.pt • Propina: 178 c (Comunidade U.Porto)

Faculdade de Engenharia (FEUP) Rua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-465 Porto • Tlf: +351 22 508 14 00 • Fax: +351 22 508 14 40 • www.fe.up.pt

Análise de Imagem Biomédica EBE0056 Duração: 62 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho de 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo Créditos: 5 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

12 Fevereiro de 2010 • Destinatários: Técnicos superiores e técnico-profissionais • Créditos: 5 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 600 c Tecnologias da Automação Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6,5 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Engenharia de Bio-reacção II EBE0027 Duração: 56 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Automação Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Controlo de Processos e Instrumentação EBE0029 Duração: 135 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo Créditos: 5 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Robótica Industrial Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Engenharia de Proteínas EBE0026 Duração: 162 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Electrónica Automóvel Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@ fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Ciência de Materiais em Bioengenharia EBE0127 Duração: 135 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 5 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Mercados e Qualidade Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Ferramentas de Decisão Ambiental Duração: 52 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Projecto de Licenciamento Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 7 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Acústica Ambiental Duração: 135 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 5 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Hidráulica e Reabilitação Fluvial Duração: 135 horas • Calendário: 10, 11 e

Decisão, Optimização e Inteligência Computacional Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Comunicações Ópticas Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Sistemas de Radiocomunicação Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Comunicações Móveis Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Laboratório Multimédia Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Projecto de Circuitos VLSI Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Reconhecimento de Padrões Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Arquitectura de Sistemas de Software Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Engenharia de Requisitos de Sistemas de Software Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Linguagens de Anotação e Processamento de Documentos Duração: 162 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Inovação e Empreendedorismo Duração: 162 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Estudantes do 1º, 2º e 3º ciclos da U.Porto e externos (exteriores à Universidade do Porto) • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 200 c (estudantes da U.Porto / 300 euros (outros estudantes)

Tecnologias de Bases de Dados Duração: 125 horas • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Faculdade de Letras (FLUP) Via Panorâmica, s/n • 4150-564 Porto • Tlf: +351 226 077 100 • Fax: + 351 226 091 610 • www.letras.up.pt Os livros, caminhos de paz. Como contrariar a violência na escola e no mundo - 3ºa edição Duração: 27 horas • Calendário: 6 a 27 de Fevereiro 2010 • Destinatários: Professores • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras. up.pt • Créditos: 1,1 UC (CCPFC) • Propina: 115 c (Comunidade U.Porto)

Tecnologias de Distribuição e Integração Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c Tecnologias para Negócio Electrónico Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Os livros, caminhos de paz. Como contrariar a violência na escola e no mundo - 4ºa edição Duração: 27 horas • Calendário: 8 a 24 de Abril de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 1,1 UC (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 115 c (Comunidade U.Porto)

Biomateriais Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 4 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Reciclagem para Professores de Alemão como língua Estrangeira Duração: 25 horas presenciais • Calendário: 16 Janeiro a 13 Fevereiro 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 1 crédito ECTS / 1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 100 c (Comunidade U.Porto)

Selecção de Materiais Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

Escritores Africanos de Língua Portuguesa: Angola e Moçambique Duração: 24 horas • Calendário: Março, Abril e Maio de 2010 • Destinatários: Público Geral • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 115 c (Comunidade U.Porto)

Modelos e Protótipos Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c

De pequenino nasce o leitor. Lugares do Livro e da Infância no mundo de hoje - 2ª edição Duração: 27 horas • Calendário: 6 a 27 Março de 2010 (2.ª edição) • Destinatários: Professores • Créditos: 1,1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 115 c (Comunidade U.Porto)

Ergonomia e Saúde Ocupacional Duração: A definir • Calendário: 17 Fevereiro a 9 de Junho 2010 • Destinatários: Profissionais titulares de cursos médios ou superiores na área de estudo • Créditos: 6 créditos ECTS • Info: Gabinete de Educação Contínua / 22 508 3844 / gec@fe.up.pt • Propina: 199.20 c 25

FORMAÇÃO

E-learning no Ensino da Química Duração: 50 horas • Calendário: 12 de Maio a 8 de Julho de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: 220 402 082 / formacao. continua@fc.up.pt • Propina: 200 c


O Cinema no Ensino da filosofia 2ª edição Duração: 25 horas presenciais • Calendário: 9 Janeiro a 27 de Fevereiro 2010 • Destinatários: Professores de Filosofia no Ensino Secundário • Créditos: 2,5 créditos ECTS / 1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 120 c (Comunidade U.Porto)

Grandes Livros, Grandes Obras II Duração: 32 horas presenciais • Calendário: A partir de 2 de Fevereiro de 2010 (3.ª feira das 19h às 21h) • Destinatários: Pessoas que procuram adquirir competências de leitura em diversas áreas da literatura universal • Créditos: 3,5 créditos ECTS • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 125 c (Comunidade U.Porto)

O Cinema no Ensino da filosofia 3ª edição Duração: 25 horas presenciais • Calendário: 24 Abril a 19 Junho de 2010 • Destinatários: Professores de Filosofia no Ensino Secundário • Créditos: 2,5 créditos ECTS / 1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 120 c (Comunidade U.Porto)

Gostas de ler? Eu também não! (A importância da Leitura no Ensino) 3ª edição Duração: 27 horas • Calendário: 9 a 30 de Janeiro 2010 • Destinatários: Educadores de infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundários e Professores de Educação Especial • Créditos: 1.1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 115 c (Comunidade U.Porto)

Dilemas Éticos Contemporâneos: contributos para o ensino da filosofia Duração: 25 horas presenciais • Calendário: Janeiro e Fevereiro 2010 • Destinatários: Estudantes de Filosofia e Professores de Filosofia no Ensino Secundário • Créditos: 2,5 créditos ECTS / 1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 120 c (Comunidade U.Porto) Lógica, Linguagem e Argumentação na Filosofia Antiga, Moderna e Contemporânea Duração: 25 horas presenciais • Calendário: 6 de Março a 17 de Abril de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 2,5 créditos ECTS / 1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 100 c (Comunidade U.Porto)

Gostas de ler? Eu também não! (A importância da Leitura no Ensino) 4ª edição Duração: 27 horas • Calendário: 2 a 25 de Março 2010 • Destinatários: Educadores de infância, Professores dos Ensinos Básico e Secundários e Professores de Educação Especial • Créditos: 1.1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 115 c (Comunidade U.Porto)

Pensamento Critico Contemporâneo: alguns representantes Duração: 24 horas • Calendário: 19 de Abril a 07 de Junho de 2010 • Destinatários: : Estudantes e nas áreas das ciências sociais, ciências da informação, ciências empresariais, humanidades, etc. • Créditos: 2,5 ECTS • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 140 c (Comunidade U.Porto)

Teoria da Literatura: questões basilares na abordagem do literário Duração: 25 horas • Calendário: 4 de Março a 24 de Junho de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 100 c (Comunidade U.Porto)

Geotecnologias aplicadas ao Ensino I Tecnologias de Informação Geográfica Duração: 27 horas presenciais • Calendário: Janeiro de 2010 • Destinatários: Estudantes de Geografia e Docentes de Geografia no 3.º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário • Créditos: 3 créditos ECTS / 1.1 UC (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 130 c (Comunidade U.Porto)

Escavação Arqueológica de um sítio monumental pré-histórico Castanheiro do Vento Duração: 40,5 horas semanais • Calendário: 27, 28 e 29 de Janeiro de 2010 • Créditos: 1,5 ECTS • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@ letras.up.pt • Propina: A definir Arqueologia e Cinema Duração: 25 horas • Calendário: 25 de Março a 29 de Abril de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 1 UC - CCPFC • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: A definir 26

Geotecnologias aplicadas ao Ensino II – Análise de Dados e Cartografia Temática Duração: 27 horas presenciais • Calendário: 9 Janeiro a 6 Fevereiro de 2010 •

Destinatários: Estudantes de Geografia e Docentes de Geografia no 3.º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário • Créditos: 3 créditos ECTS / 1.1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 130 c (Comunidade U.Porto) Edição, transformação e exploração de dados Quantitativos: Iniciação ao SPSS Duração: 15 horas • Calendário: 8, 9 e 10 de Fevereiro de 2010 • Destinatários: Estudantes e nas áreas das ciências sociais, ciências da informação, ciências empresariais, humanidades, etc. • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: A definir SIG de apoio aos Planos de defesa na floresta contra incêndios Duração: 27 horas presenciais • Calendário: 22 Janeiro a 13 Fevereiro 2010 •

Destinatários: Técnicos dos Gabinetes Florestais com conhecimentos de SIG. • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 190 c (Comunidade U.Porto) Técnicas de Representação Cartográfica e SIG Duração: 18 horas • Calendário: Fevereiro e Março de 2010 • Créditos: 2 ECTS • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 130 c (Comunidade U.Porto) Análise Avançada de Dados Quantitativos com uso do software SPSS Duração: 20 horas presenciais • Calendário: 27, 28 e 29 de Janeiro de 2010 • Destinatários: Estudantes e nas áreas das ciências sociais, ciências da informação, ciências empresariais, humanidades, etc. • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras. up.pt • Propina: A definir

Faculdade de Medicina (FMUP) Rua Prof. Hernâni Monteiro, s/n • 4200319 Porto • Tlf: +351 225 513 604 • Fax: + 351 225 513 605 • www.med.up.pt • servacad@med.up.pt

Antropologia da Saúde (Curso de Primavera) Duração: 54 horas • Calendário: Maio de 2010 • Destinatários: Titulares do grau de licenciado e/ou detentores do Mestrado. Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 350 c Epidemiologia Clínica (Curso de Primavera) Duração: 54 horas • Calendário: Maio de 2010 • Destinatários: Titulares do grau de licenciado e/ou detentores do Mestrado Integrado • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 350 c

Epidemiologia Nutricional (Curso de Primavera) Duração: 54 horas • Calendário: Maio de 2010 • Destinatários: Titulares do grau de licenciado e/ou detentores do Mestrado Integrado • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 350 c Estudos de Caso-Controlo Duração: 54 horas • Calendário: Maio de 2010 • Destinatários: Titulares do grau de licenciado e/ou detentores do Mestrado Integrado • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 350 c Estudos de Coorte Duração: 54 horas • Calendário: Maio de 2010 • Destinatários: Titulares do grau de licenciado e/ou detentores do Mestrado Integrado • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 350 c Introdução à Medicina de Viagem Duração: 54 horas • Calendário: Fevereiro e Março de 2010 • Horário: Sextas-feiras, das 16h às 20h (6 sessões) • Destinatários: Médicos, Farmacêuticos e Enfermeiros • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 250 c Medicina Preventiva em Cuidados de Saúde Primários: Apoio Integrado a Idosos(II) Duração: 40,5 horas • Calendário: Janeiro a Março de 2010 • Horário: Sábados das 9h às 13h • Destinatários: Médicos, Enfermeiros, Assistentes Sociais e Psicólogos • Créditos: 1,5 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 40 c Medicina Preventiva em Cuidados de Saúde Primários: Factores de risco cardiovascular Duração: 40,5 horas • Calendário: Janeiro a Março de 2010 • Horário: Sábados das 9h às 13h • Destinatários: Médicos • Créditos: 1,5 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 40 c Otorrinolaringologia e Doenças da Comunicação Duração: 270 horas • Calendário: Funciona ao longo de um ano lectivo • Horário: Sábados das 9h às 13h • Destinatários: Médicos, Enfermeiros, Terapeutas da Fala, Audiologistas e outros profissionais de saúde, após avaliação curricular • Créditos: 10 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 1500 c

Reabilitação Oral e Extra-Oral com Implantes Osteointegrados Duração: 432 horas • Calendário: Funciona ao longo de um ano lectivo • Horário: Sexta-feira (das 9h às 13h e das 14h às 18h) e sábado (das 9h às 13h) • Destinatários: Licenciados ou detentores de Mestrado Integrado em Medicina • Créditos: 16 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 2800 c Pós-Graduação em Climatologia e Hidrologia Duração: 648 horas • Calendário: Funciona ao longo de um ano lectivo • Horário: Sexta-feira (das 18h às 21h) e sábado (das 9h às 12h) • Destinatários: Licenciados ou detentores de Mestrado Integrado em Medicina • Créditos: 24 créditos ECTS • Info: Instituto de PósGraduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 400 c Formação Pedagógica para Docentes do Ensino Superior na área de Saúde Duração: 81 horas • Calendário: Funciona ao longo de um ano lectivo • Horário: Terça-feira (das 11h às 14h) • Destinatários: Docentes do Ensino Superior na Área da Saúde • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 400 c (docentes da FMUP) ou 800c (docentes de outras Universidades) 6.º Curso de Actualização em Ciências Forenses para peritos Médico-Legais Duração: 108 horas • Calendário: Funciona ao longo de um ano lectivo • Horário: Terça e quinta-feira (das 17h30 às 20h30) e sábado (das 9h às 12h30) • Destinatários: Médicos a exercer funções no INML, I.P • Créditos: 4 créditos ECTS • Info: Instituto de Pós-Graduação da FMUP / 225513676 / ipg@med.up.pt • Propina: 100 c

Faculdade de Medicina Dentária (FMDUP)

Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, s/n • Tlf: +351 220 901 100 • Fax: +351 220 901 100 • www.fmd.up.pt • webmaster@fmd.up.pt Suporte Básico de Vida Pediátrico Urgências e Emergências em Odontopediatria Duração: 27 horas • Calendário: Janeiro de 2009 (início) • Horário: Sábados, das 9h às 19h • Destinatários: Estudantes de Medicina Dentária • Créditos: 1 crédito ECTS • Info: 22 090 11 97 / cec@fmd.up.pt • Propina: 250 c Cariologia Clínica (curso teórico-prático) Duração: 27 horas • Calendário: 18 e 25 de Janeiro de 2010 • Horário: Segundafeira, das 9h às 13h30 • Destinatários: Estudantes de Medicina Dentária • Créditos: 1 crédito ECTS • Info: 22 090 11 97 / cec@fmd.up.pt • Propina: 50 c

Actualização em Clínica Integrada (curso prático) Duração: 405 horas • Calendário: Fevereiro a Julho de 2010 • Horário: Quarta-feira, das 9h às 18h • Destinatários: Estudantes de Medicina Dentária • Créditos: 15 créditos ECTS • Info: 22 090 11 97 / cec@fmd. up.pt • Propina: 500 c Gestão do Stress em Medicina Dentária (curso teórico) Duração: 27 horas • Calendário: 18 e 25 de Janeiro de 2010 • Horário: Sábado, das 9h às 13h30 • Destinatários: Estudantes de Medicina Dentária • Créditos: 1 crédito ECTS • Info: 22 090 11 97 / cec@ fmd.up.pt • Propina: 100 c Prótese Total (curso teórico-prático) Duração: 54 horas • Calendário: 14 a 28 de Maio de 2010 • Horário: Sexta-feira, das 9h às 17h30 • Destinatários: Estudantes de Medicina Dentária • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: 22 090 11 97 / cec@fmd.up.pt • Propina: 150 c Geometria Dinâmica no Ensino da Matemática Duração: 25 horas • Calendário: 14 a 28 de Maio de 2010 • Horário: Sexta-feira, das 9h às 17h30 • Destinatários: Estudantes de Medicina Dentária • Créditos: 1 crédito ECTS • Info: 22 090 11 97 / cec@fmd.up.pt • Propina: 150 c

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP) Rua do Dr. Manuel Pereira da Silva • 4200392 Porto • Telf: +351 226 079 700 • Fax: +351 226 079 725 • www.fpce.up.pt A Avaliação de Desempenho e Gestão por Objectivos Duração: 15 horas • Calendário: 1 a 23 de Fevereiro de 2010 • Destinatários: Licenciados ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras; Outros Profissionais, Psicólogos, Sociólogos do Trabalho • Créditos: 1,5 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 100 c A Recolha de Dados através de Questionários Electrónicos (Software Open Source) Duração: 24 horas • Calendário: 1º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras • Créditos: 2,5 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 140 c

Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: Versão para Crianças e Jovens (CIF-CJ); Aplicação em Contextos Educativos Duração: 27 horas • Calendário: 1º Trimestre de 2010 • Destinatários: Psicólogos, Assistentes Sociais, Terapeutas, Professores, Educadores de Infância, Médicos; Outros profissionais que desenvolvam intervenção junto de crianças com incapacidades • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 140 c

ciados/as em Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Saúde e Ciências Policiais • Créditos: A definir • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 170 c O Teatro do Oprimido Duração: 39 horas • Calendário: 1º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/ as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras. Outros interessados pela temática e área de estudo • Créditos: 4 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 200 c

Gestão e Concepção da Formação I Duração: 30 horas • Calendário: 4 de Março a 15 de Abril de 2010 • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras. Outros interessados pelas questões da Gestão da Formação • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 170 c

Pós-Graduação: Prevenção da Violência de Género na Escola e na Família Duração: 270 horas • Calendário: 1º Trimestre de 2010 • Destinatários: Docentes, Educadores/as, Profissionais de Educação, Técnicos/as Superiores, Assistentes Sociais, Educadoras/es Sociais, Psicólogos, Sociólogos, Animadores Culturais, Profissionais de Saúde e Outros Técnicos que trabalham com crianças, adolescentes e jovens • Créditos: 30 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 1200 c

Inserção Social: Estratégias e Programas Duração: 18 horas • Calendário: 1º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/as na área das Ciências Sociais e Humanas; Estudantes/as dos finalistas na área das Ciências Sociais e Humanas • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 100 c

Recrutamento e Selecção de Pessoal Duração: 18 horas • Calendário: 1 a 16 de Março de 2010 • Destinatários: Licenciados/ as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Psicologia. Sociólogos do Trabalho, Gestores de Recursos Humanos, Finalistas de Psicologia, Sociologia, Gestão de Recursos Humanos, entre outros • Créditos: 2 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 120 c

Interacções da Criança em Idade Pré-Escolar: a qualidade do envolvimento Duração: 13,5 horas • Calendário: 1º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras; Psicólogos/as, Educadores/as de Infância, Terapeutas e estudantes finalistas de Psicologia • Créditos: 1,5 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 85 c

Avaliação da Formação Duração: 30 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/ as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras • Créditos: 2,5 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce. up.pt • Propina: 150 c

Intervenção em Grupo nas Perturbações do Espectro do Autismo Duração: 36 horas • Calendário: 4 de Março a 19 de Maio de 2010 • Destinatários: Licenciados/as ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras. Outros Profissionais que desenvolvam Intervenção junto das crianças com Perturbações do Espectro do Autismo, Terapeutas, Assistentes Sociais, Educadores de Infância e Professores dos 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico • Créditos: 4 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 160 c

Avaliação de Desempenho na Profissão Docente Duração: 25 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras. Psicólogos/as, Educadores de Infância. Outros Profissionais • Créditos: 2,5 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce. up.pt • Propina: 130 c Escala de Avaliação do Ambiente em Educação de Infância - Revista Early Childhood Environment Rating Scale - revised-edition (ECERS-R) Duração: 9 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/ as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação,

Marginalidade, Desvio e Sentimento de Insegurança: perspectivas a partir do terreno Duração: 35 horas • Calendário: 1º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licen27

De pequenino nasce o leitor. Lugares do Livro e da Infância no mundo de hoje - 3ª edição Duração: 27 horas • Calendário: 4 a 27 Maio de 2010 • Destinatários: Professores • Créditos: 1,1 U.C. (CCPFC) • Info: Sector de Formação Contínua / 226 077 152 / gfec@letras.up.pt • Propina: 115 c (Comunidade U.Porto)


Estudantes/as dos últimos anos das Licenciaturas em Ciências da Educação e em Psicologia • Créditos: 5 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 300 c

Intervenção Biopsicossocial no VIH/SIDA Duração: 28 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados e Estudantes finalistas e Profissionais da área da Saúde, bem como outras nas quais a temática do VIH/SIDA se apresente como relevante • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce. up.pt • Propina: 140 c

Sensibilização para a Satisfação do Cidadão-Cliente nos Serviços Públicos Duração: 21 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/as ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras. Outros Profissionais • Créditos: 1,5 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 120 c

Intervenção Psicossocial em Situações de Crise e Catástrofes Duração: 30 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/ as ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, Ciências da Saúde e Ciências Policiais, entre outras • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 150 c

Escola de Gestão do Porto University of Porto Business School (EGP - UPBS)

Rua de Salazares, 842 • 4149-002 Porto Tlf: +351 22 615 32 70 • Fax: +351 22 610 08 61 Pólo dos Salazares (Sede) Rua de Salazares, 842 • 4149-002 Porto

Introdução à Análise de Dados com o Programa SPSS - análise univariada e bivariada Duração: 30 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/ as ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, Ciências da Saúde e Ciências Policiais, entre outras • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 150 c

Pólo da Asprela (Faculdade de Economia do Porto) Rua Dr. Roberto Frias s/n 4200-464 Porto • Tlf: +351 226 153 270 • Fax: +351 226 100 861 • e-mail: geral@ egp-upbs.up.pt • www.egp-upbs.up.pt Curso Geral de Gestão - 46ª edição Duração: 225 horas • Calendário: 22 de Março a 22 de Julho de 2010 • Destinatários: Quadros que tenham evidenciado capacidades para ocuparem, no médio prazo, lugares de chefia funcional ou plurifuncional • Info: cgg@egp-upbs.up.pt • Propina: 6500 c

(Per)cursos de Educação e Formação de Adultos Duração: 30 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/as ou Estudantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, Ciências da Saúde e Ciências Policiais, entre outras. Outros profissionais do domínio da Educação e Formação de Adultos • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 150 c

Curso Geral de Gestão - 47ª edição Duração: 225 horas • Calendário: 15 de Março a 30 de Julho de 2010 (Lisboa) • Destinatários: Quadros que tenham evidenciado capacidades para ocuparem, no médio prazo, lugares de chefia funcional ou plurifuncional • Info: cgg@ egp-upbs.up.pt • Propina: 6500 c Financing Start-Ups - 1ª edição Duração: 16 horas • Calendário: 23 de Fevereiro a 2 de Março de 2010 • Destinatários: Todos aqueles que estejam envolvidos ou que planeiem envolver-se na criação de uma iniciativa empresarial de pequena dimensão • Info: fsu@egpupbs.up.pt • Propina: 1000 c

Planeamento e Gestão do Espaço em Unidades Documentais Duração: 15 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Destinatários: Licenciados/as das áreas das Ciências Sociais e Humanas, Ciências da Educação, Psicologia, entre outras. Outros Profissionais • Créditos: 3 créditos ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce.up.pt • Propina: 100 c

Elementos Essenciais de Macroeconomia - Conceitos, Indicadores e Políticas - 1ª edição Duração: 20+2 horas • Calendário: 13 a 27 de Abril de 2010 • Destinatários: Quadros superiores e quadros intermédios de instituições de grande dimensão • Info: eem@egp-upbs.up.pt • Propina: 1500 c 28

Resolução de Conflitos: A mediação Duração: 48 horas • Calendário: 2º Trimestre de 2010 • Destinatários: Licenciados/as de qualquer área de formação;

Curso de Finanças para não Financeiros - 12.ª edição Duração: 90 horas • Calendário: 3 de Março a 5 de Maio de 2010 • Destinatários: Quadros superiores de empresas e outras organizações • Info: fnf@egpupbs.up.pt • Propina: 2750 c Controlo de Gestão e Avaliação de Performance – 7ªedição Duração: 40 horas • Calendário: 8 a 30 de Março de 2010 • Destinatários: Responsáveis por unidades de negócios ou centros de responsabilidade. Actuais ou futuros responsáveis por departamentos de planeamento e controlo de gestão e responsáveis • pela construção, execução e controlo de orçamentos. Responsáveis por áreas financeiras e de controlo de gestão • Info: cgap@ egp-upbs.up.pt • Propina: 1500 c A aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade - 3ª edição Duração: 16 horas • Calendário: 24 de Março a 4 de Abril de 2010 • Destinatários: Gestores de empresas, Administradores, Directores e Sócios-gerentes, profissionais liberais na área empresarial, analistas financeiros, analistas de risco de crédito e consultores de empresas • Info: nic@egpupbs.up.pt • Propina: 900 c Advances in Strategic Management - 4ª edição Duração: 40 horas • Calendário: 11 de Fevereiro a 1 de Abril de 2010 • Destinatários: Executivos e gestores de topo de pequenas, médias ou grandes organizações • Info: asm@egp-upbs.up.pt • Propina: 2250 c Gestão Estratégica de Pessoas - 3ª edição Duração: 40 horas • Calendário: 26 de Abril a 24 de Maio de 2010 • Destinatários: Gestores, Profissionais ligados aos Recursos Humanos • Info: gep@egp-upbs.up.pt • Propina: 1500 c

pina: 1200 c (material de apoio às aulas, coffee-breaks e almoços incluídos)

Curso de Gestão de Projectos - 8ª edição Duração: 40 horas • Calendário: 22 a 31 de Março de 2010 • Destinatários: Quadros (médios e superiores) das várias áreas funcionais envolvidos ou com potencial de intervenção na gestão, desenvolvimento e implementação de projectos • Info: cgp@egp-upbs.up.pt • Propina: 1500 c Creating Blue Ocean Customer Value Proposition - 3ª edição Duração: 8 horas • Calendário: 4 de Fevereiro de 2010 • Destinatários: Gestores que tenham assumido recentemente funções na área do Marketing • Info: cbo@egp-upbs.up.pt • Propina: 600 c (inscrições até 7 de Janeiro); 1000 c (inscrições após 7 de Janeiro) Smart Negotiation – 1ª edição Duração: 8 horas • Calendário: 15 de Abril de 2010 • Destinatários: Profissionais envolvidos nas áreas da Negociação Comercial (compradores, vendedores), Negociação Laboral (sindicatos, gestão humana), Negociação de Tecnologia, Negociação com comunidades, Negociação Interna, Negociação de fusões e negociações familiares • Info: sneg@egp-upbs.up.pt • Propina: 600 c (inscrições antes de 18 de Março); 1000 c (inscrições a partir de 18 de Março)

Marketing para Executivos - 1ª edição Duração: 40 horas • Calendário: 12 a 26 de Abril de 2010 • Destinatários: Quadros de empresas que desempenhem funções directas ou indirectas de marketing, responsáveis pela gestão de marca e quadros sem formação específica que necessitem desenvolver conhecimentos de marketing • Info: mep@egp-upbs.up.pt • Propina: 1750 c

Winning With Accountability – 1ª edição Duração: 8 horas • Calendário: 15 de Março de 2010 • Destinatários: Gestores • Info: wwa@egp-upbs.up.pt • Propina: 600 c (inscrições antes de 15 de Fevereiro); 1000 c (inscrições a partir de 15 de Fevereiro) (material de apoio às aulas, coffee-breaks e almoços incluídos)

Succeeding in International Markets The Power of Language - 1ª edição Duração: 24 horas • Calendário: 23, 24 e 25 de Março de 2010 • Destinatários: Executives working in the areas of marketing, strategy and business development • Info: sim@egp-upbs.up.pt • Propina: 1500 c

Reitoria da U.Porto / Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns

Treino de Equipas de Alto Rendimento - 2ª edição Duração: 20 horas • Calendário: 28 e 29 de Maio de 2010 • Destinatários: Executivos com responsabilidades na gestão de equipas • Info: tear@egp-upbs.up.pt • Pro-

FORMAÇÃO

PÓS-GRADUADA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Curso de Gestão Logística - 7ª edição Duração: 120 horas • Calendário: 12 de Fevereiro a 24 de Abril de 2010 • Destinatários: Quadros que tenham assumido recentemente ou com potencial para vir a assumir lugares de chefia funcional nas áreas da Logística, Operações, Compras e Distribuição • Info: cgl@egp-upbs.up.pt • Propina: 3500 c

Praça Gomes Teixeira • 4099-002 Porto • Tlf: +351 220 408 000 / 043 • Fax: +351 220 408 186/7 / 4 • www.reit.up.pt Execução da segurança na construção (e-learning) Duração: 45 horas (4 semanas) • Início do calendário lectivo: Fevereiro de 2009 • Créditos: 1,5 crédito ECTS • Info: 220 408 053 / educacao.continua@reit.up.pt • Propina: 150 c

Faculdade de Farmácia (FFUP)

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Geográfica Duração:3 anos • Candidaturas: Abertas em permanência • Horário: a definir • Vagas: Informação indisponível • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 c / ano

Rua Aníbal Cunha, 164 • 4050-047 Porto • Tlf: +351 222 078 900 • Fax: + 351 222 003 977 • www.ff.up.pt 3.º Ciclo / Doutoramento em Ciências Farmacêuticas Duração: 4 anos • Candidaturas: Até 27 de Fevereiro de 2010 (3ª fase) • Horário: diurno • Vagas: sem limite • Créditos: 240 ECTS • Info: 222 078 901/ s.alunos@ ff.up.pt • Propina: 2500 c / ano

3º Ciclo / Programa Inter-Universitário de Doutoramento em Matemática Duração:3 anos • Candidaturas: A decorrer (para o ano lectivo 2010/2011) • Vagas: Informação indisponível • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2750 c / ano

FORMAÇÃO PÓSGRADUADA DA UNIVERSIDADE DO PORTO CANDIDATURAS ENTRE JANEIRO E ABRIL DE 2010

Atenção Os valores das propinas podem sofrer alterações. O período de candidaturas é, em muitos casos, alargado e noutros são criadas novas fases de candidaturas.

Faculdade de Ciências (FCUP)

Rua do Campo Alegre, s/n • 4169-007 Porto • Tlf: +351 220 402 000 • Fa: +351 220 402 009 • www.fc.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Biologia de Plantas Duração: 4 anos • Candidaturas: Até 15 de Janeiro de 2010 (2.ª fase) • Horário: a definir • Vagas: 5 • Créditos: 240 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up. pt • Propina: 2500 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução Duração: 8 Semestres • Candidaturas: Até 16 Janeiro de 2010 • Vagas: 9 (vagas sobrantes da 1.ª fase) • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Ciência de Computadores Duração : 6 semestres • Candidaturas: 1 a 19 de Março de 2010 (2ª fase) • Horário: a definir • Vagas: 30 • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Biologia Duração: 3 anos • Candidaturas: Abertas em permanência • Horário: a definir • Vagas: 50 • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Ciências e Tecnologia do Ambiente Duração: 3 anos • Candidaturas: Abertas em permanência • Horário: a definir • Vagas: 5 • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Química Duração:3 anos • Candidaturas: Abertas em permanência • Horário: a definir • Vagas: 50 • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt • Propina: 2500 c / ano

Faculdade de Medicina (FMUP)

Faculdade de Engenharia (FEUP)

Rua Prof. Hernâni Monteiro, s/n • 4200319 Porto • Tlf: +351 225 513 604 Fax: + 351 225 513 605 • www.med. up.pt • servacad@med.up.pt

Rua Dr. Roberto Frias • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225 081 400 • Fax: + 351 225 081 440 • www.fe.up.pt 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Civil Duração: 3 anos • Candidaturas: 1 a 31 e Janeiro de 2010 (7ª fase); 1 a 28 de Fevereiro (8ª fase); 1 a 31 de Março (9ª fase) • Horário: diurno • Vagas: 40 • Créditos: 180 ECTS • Info: 22 508 1977 / sposgrad@fe.up.pt • Propina: 3000 c / ano

3.º Ciclo / Programa Doutoral em Medicina Duração: 3 anos • Candidaturas: 1 a 8 de cada mês • Horário: 5ª feira (16h às 20h), 6ª feira (14h às 20h) e sábado (9h às 13h) • Vagas: Informação indisponível • Créditos: 180 ECTS • Info: 220403032 / pos.graduacao@fc.up.pt/ ipg@med.up.pt • Propina: 2500 c / ano

3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Duração: 3 anos • Candidaturas: até 31 de Janeiro de 2010 (7ª fase); 1 a 28 de Fevereiro (8ª fase); 1 a 31 de Março (3ª fase) • Horário: diurno • Vagas: 50 • Créditos: 180 ECTS • Info: 22 508 1977 / sposgrad@fe.up.pt • Propina: 3000 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Mecânica Duração: 3 anos • Candidaturas: 1 a 31 e Janeiro de 2010 (7ª fase); 1 a 28 de Fevereiro (7ª fase); 1 a 31 de Março (9ª fase) • Horário: diurno • Vagas: 60 • Créditos: 180 ECTS • Info: 22 508 1977 / sposgrad@fe.up.pt • Propina: 3000 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia e Gestão de Transportes Duração: 3 anos • Candidaturas: 1 a 31 e Janeiro de 2010 (7ª fase); 1 a 28 de Fevereiro (7ª fase); 1 a 31 de Março (9ª fase) • Horário: diurno • Vagas: 10 • Créditos: 180 ECTS • Info: 22 508 1977 / sposgrad@fe.up.pt • Propina: 3000 c / ano 3º Ciclo / Programa Doutoral em Engenharia Metalúrgica e de Materiais Duração: 3 anos • Candidaturas: 1 a 31 e Janeiro de 2010 (7ª fase); 1 a 28 de Fevereiro (7ª fase); 1 a 31 de Março (9ª fase) • Horário: diurno • Vagas: 8 • Créditos: 180 ECTS • Info: 22 508 1977 / sposgrad@ fe.up.pt • Propina: 3000 c / ano

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Psicologia, entre outras. Psicólogos/ as, Educadores de Infância. Outros Profissionais • Créditos: 1 crédito ECTS • Info: Serviço de Educação Contínua / Tel: 226061890 / educacaocontinua@fpce. up.pt • Propina: 85 c


CULTURA

Sem memória vou a caminho do que vem a caminho. Arnaldo Saraiva

“Gosto de viver poeticamente” Precursor do estudo da literatura oral Para Arnaldo Saraiva, “do ponto de vista do interesse cultural, estético e literário, a literatura popular pode ser tão fecunda como a literatura culta”. Mas “é evidente que os graus de complexidade são distintos. Não posso pedir a um provérbio que seja uma epopeia, ou que uma canção seja um drama, ou que uma advinha seja uma novela, mas também não posso dizer que num provérbio, numa advinha, numa canção, numa oração, num slogan, num grafito, não haja, no plano da imaginação e do trabalho verbal, qualidade que justifique o desinteresse pelo seu estudo. Bem pelo contrário”. Tanto assim que, em outras faculdades de Letras portuguesas, a sua cadeira de Literaturas Orais e Marginais foi replicada e se produziram, até hoje, abundantes estudos académicos sobre textos populares. Mas, para além do seu arrebatamento pela literatura popular, Arnaldo Saraiva deixou-se derriçar pela “literatura de vanguarda”, como lhe chama. “Parece um paradoxo, mas eu gostava dos textos mais simples e mais comunicativos e dos textos mais complexos da literatura moderna, sobretudo poéticos. Para mim, a poesia é a grande expressão da estética verbal, a forma que melhor trabalha a linguagem. Sempre gostei de poesia, decorando-a até com uma certa facilidade”. Acresce que, simultaneamente, deram-se uma “série de coincidências emocionantes” que empurraram Arnaldo Saraiva para o convívio próximo com poetas maiores da língua portuguesa, como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Herberto Helder ou Ruy Belo. “Tive a sorte de conhecer todos estes poetas, o que não quer dizer que não tenha amigos prosadores. Mas as pessoas a quem mais me devotei foram, sem dúvida, poetas. Isto tem a ver com a minha concepção da poesia, que é o que mais me interessa na vida. Gosto de viver poeticamente”. Arnaldo Saraiva fundou, de resto, o Centro de Estudos Pessoanos (com a sua revista Persona); foi Leitor da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, onde colaborou com o seu amigo Jorge de Sena; é presidente da Fundação Eugénio de Andrade; estudou e antologiou vários poetas (podemos acrescentar aos já referidos Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Rilke, etc.); e diz ter descoberto a literatura e cultura brasileiras graças ao sobressalto que lhe causou a obra de Drummond de Andrade. O Brasil, esse “impávido colosso”, é de facto, e desde há muito, um dos azimutes intelectuais de Arnaldo Saraiva. Mas, segundo o próprio, nada faria prever esse enamoramento, a não ser o tal estremeção provocado pelo autor de “A Rosa do Povo”. “A minha relação com o Brasil é misteriosa. Eu venho de uma região do interior da Serra da Estrela onde não havia brasilidade

à vista. Não havia na minha família emigrantes no Brasil, como aqui no Norte. Embora me tenha dado conta que nasci no dia 12 de Outubro, que é o dia da padroeira do Brasil: a Nossa Senhora da Aparecida. E nasci não muito longe da terra natal de Pedro Álvares Cabral, que é Belmonte. Coincidência curiosa”. Hoje, Arnaldo Saraiva encontra-se a concluir um livro sobre Machado de Assis, um dos autores que, juntamente com Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, considera colocar a literatura brasileira entre as maiores do mundo. E a sua intenção actual é “estar ainda mais atento à cultura e literatura brasileiras e fazer esforços para que sejam mais conhecidas em Portugal”. Isto porque Arnaldo Saraiva é, desde há cerca de dois meses, Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras. Mas, independentemente dessa circunstância, o ensaísta defende que “não se pode estudar bem a literatura brasileira sem conhecer a literatura portuguesa, e vice-versa”.

Biblioteca da cultura brasileira Enquanto Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Saraiva espera organizar, regularmente, um colóquio que junte escritores dos dois lados do Atlântico (algo que já fez em 2000) e criar, se possível no Porto, uma grande biblioteca da cultura brasileira, equipamento que não existe na Europa. “Penso que, pelo número de brasileiros a residir hoje em Portugal e o número de estudiosos da cultura brasileira, [a biblioteca] teria uma acção preponderante na formação de escritores, como no Brasil tiveram os chamados Gabinetes Portugueses de Leitura”, garante. Relativamente à sua obra futura, Arnaldo Saraiva diz ter cerca de 20 livros por publicar, na sua maior parte decorrentes da actividade de investigador e ensaísta. Confessa, até, possuir um esboço de romance e uma peça de teatro, embora não goste de falar de obras ainda em fase de projecto. Também não abandonou o seu mister de cronista, que exerceu com regularidade em títulos como o Jornal de Notícias, Público, Diário de Notícias e Jornal do Fundão (colaboração que ainda mantém). Mas o “ofício cantante”, como lhe chama Herberto Helder, é o que mais estima, apesar de só ter publicado dois livros de poemas: “ae” (1967) e “In” (1983). “Revejo-me mais na poesia, se não na minha, na dos outros. Mas tenho níveis de exigência: escrevo sempre poesia mas não publico. Se publicar o que está nas gavetas, será muito restrito”. E acrescenta, à laia de conclusão: “A humanidade já tem grande literatura. E qualquer leitor é também criador”.

Foto: Egídio Santos

E agora, José? / A festa acabou, / a luz apagou, / o povo sumiu, / a noite esfriou, / e agora José? / e agora, você?”. Apesar da afeição por este poema de Carlos Drummond de Andrade, Arnaldo Saraiva não se debate com o mesmo dilema depois da sua Lição de Jubilação – que, ainda assim, apoda de “atestado público de velhice”. Para o professor catedrático da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), a festa não acabou após a última aula, em Outubro último. “A Jubilação tem esse lado bom que é podermos administrar o nosso tempo mais em nosso proveito ou menos de acordo com as exigências dos outros”, diz a propósito. Por isso, espera dedicar-se mais à escrita e concluir investigações que interrompeu por circunstâncias variadas. Não pensa, aliás, amofinar-se em nostalgia com o término das aulas na FLUP, pois não lhe faltam solicitações para partilhar o seu saber em conferências, colóquios, apresentações e cursos, tanto em Portugal como no Brasil. Admite, contudo, algum apartamento em relação ao que considera ser um “espaço caseiro, doméstico, familiar” como é a FLUP. “Já não há muitos espaços assim, espaços que proporcionam convívio, alguma protecção e trabalho útil”, afirma com um laivo de tristeza difusa. Além do mais, para Arnaldo Saraiva, “a aula é um espaço criativo. Muitas vezes, as aulas levaram-me a descobertas e a algumas investigações. Nunca concebi um professor que soubesse tudo e que não tivesse nada a aprender com os alunos”. Nascido em Casegas, concelho da Covilhã, em 1939, Arnaldo Saraiva licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa e doutorou-se na FLUP, tendo ainda realizado estudos de pós-graduação no Rio de Janeiro, em Paris e em Urbino (Itália). Na FLUP ensinou Literatura Portuguesa e Literatura Francesa e regeu as cadeiras de Literatura Brasileira e de Literaturas Orais e Marginais. Esta última disciplina (opcional) foi introduzida no programa da Faculdade, pouco depois da Revolução de Abril, justamente por Arnaldo Saraiva, que, ao tornar-se docente universitário, não se conformou com o desprezo de que era alvo a literatura popular. “Sempre valorizei a chamada literatura oral ou literatura popular, que nunca estudei nas universidades mas que aprendi na minha aldeia ainda antes de saber ler. Decorei até alguma dela, como a “Nau Catrineta”. Depois, na FLUP, “quis dar dignidade a uma quantidade enorme de textos que eu considero literários e que não eram estudados pela intelligentsia, pela crítica ou pelos professores”.

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RICARDO MIGUEL GOMES

Arnaldo Saraiva é ensaísta, cronista, antologista, poeta e tudo. Chegou a professor catedrático da FLUP, onde introduziu a cadeira de Literaturas Orais e Marginais. Foi, aliás, precursor em Portugal dos estudos académicos sobre textos populares, como folhetos de cordel, provérbios, orações, adivinhas, slogans ou mesmo grafitos. Em Outubro proferiu a sua Lição de Jubilação, que ironicamente considera um “atestado público de velhice”. Mas não vai colocar a manta sobre as pernas e calçar as pantufas. Pelo contrário, espera dedicar mais tempo à escrita. E continuar a “viver poeticamente”.


BIOGRAFIA

J

orge Cândido de Sena nasceu em 22 de Novembro de 1919, em S. Jorge de Arroios, Lisboa, no seio de uma família da alta burguesia. Era filho único de Augusto Raposo de Sena, natural dos Açores, de ascendência aristocrata e comandante da Marinha Mercante, e de Maria da Luz Grilo de Sena, doméstica, natural da Covilhã, a qual tinha laços familiares na burguesia portuense. Frequentou a instrução primária no Colégio Vasco da Gama, entre 1926 e 1931, transferindo-se neste último ano para o Liceu Camões, onde foi aluno de Rómulo de Carvalho na disciplina de FísicoQuímica, nos 6.0 e 7.0 anos do Curso Complementar dos Liceus. Na Faculdade de Ciências da capital frequentou os cursos preparatórios, concluídos com a melhor classificação do seu curso, aos dezassete anos de idade. O pai esperava que ele seguisse, à sua imagem, uma carreira na Marinha, enquanto a mãe lhe oferecia uma educação musical. Começou a escrever em 1936. Em 1937 matriculou-se na Escola Naval, como primeiro cadete, no Curso do Condestável. Acontecimentos infelizes ocorridos durante a viagem de instrução realizada a bordo do navio-escola Sagres, relacionados com a rigidez das normas, precipitaram a sua expulsão da Marinha no ano seguinte. Este episódio traumático da sua adolescência, que coincidiu com a fascização do Estado e a luta pela liberdade em Espanha, viria a ser evocado, mais tarde, em várias das suas obras.

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U N I V E R S I D A D E D I G I TA L / G E S T Ã O D E I N F O R M A Ç Ã O , 2 0 0 8

FARIA 90 ANOS

Em 1963 naturalizou-se brasileiro e, em 1964, a sua nova vocação levou-a a defender a tese de doutoramento em Letras e de Livre Docência em Literatura Portuguesa, com “Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular”, a qual foi aprovada com mérito e distinção. Este período brasileiro (1959-1965) foi, provavelmente, um dos mais profícuos da sua obra literária. Durante estes anos escreveu, por exemplo, “Metamorfoses” (poemas), e “O Físico Prodigioso” (novela). O golpe militar de 1964 inquietou-o e precipitou a sua saída do Brasil. Em 1965 transferiu-se para os EUA com a família, começando a leccionar na University of Wisconsin, Madison, em Outubro desse ano. Nesta universidade americana viria a ser nomeado Professor Catedrático do Departamento de Espanhol e de Português, em 1967. Em 1970 transitou para a University of California, em Santa Bárbara (UCSB), onde ocupou os cargos de Professor Catedrático Efectivo do Departamento de Espanhol e de Português e Director do Departamento de Literatura Comparada. Os últimos anos de vida passados nos EUA foram problemáticos. Ao débil estado de saúde, degradado por problemas na vesícula, juntaram-se a fatalidade de ver nascer um neto com dificuldades cardíacas e a angústia suscitada pela instabilidade política portuguesa no período pós 25 de Abril. Morreu a 4 de Junho de 1978, aos sessenta e oito anos, em Santa Barbara, na Califórnia.

Esta figura maior da cultura portuguesa do século XX produziu uma extensa e variada obra, constituída por cerca de vinte antologias de poesia, uma tragédia em verso, dez peças em um acto, mais de trinta contos, uma novela, um romance (“Sinais de Fogo”, 1979), aproximadamente quarenta volumes de crítica e ensaio – sobre Camões, Fernando Pessoa, história e teoria da literatura inglesa, teatro, cinema, artes – e traduções de poesia, de ficção, de teatro e de ensaio. Jorge de Sena foi também conferencista, crítico de teatro e de literatura, comentador de cinema, director de publicações como os Cadernos de Poesia, coordenador editorial na revista Mundo Literário, consultor literário na edição dos Livros do Brasil e na editora brasileira Agir, co-fundador do grupo de Teatro Os Companheiros do Páteo das Comédias (1948), colaborador de António Pedro no programa de rádio Romance Policial, do Rádio Clube Português, e adaptador de contos. Enquanto opositor do Estado Novo foi, durante os anos 60, co-fundador da Unidade Democrática Portuguesa, membro do conselho redactorial do jornal Portugal Democrático e participante nas actividades do Centro Republicano Português de São Paulo, no Brasil. Nos Estados Unidos, a sua actividade cultural centrou-se nos círculos académicos e da emigração, mantendo, todavia, correspondência com intelectuais e autores portugueses e brasileiros e fazendo viagens de trabalho à Europa, Moçambique e Angola.

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Jorge de Sena

Estreou-se como escritor com a publicação de “Perseguição”, em 1942. Após a saída da Marinha procurou uma nova profissão condizente com o seu estrato social, inscrevendo-se então no curso de Engenharia Civil, em Lisboa. Contudo, em 1940 transferiu-se para a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. No ano lectivo de 19421943 reprovou e viu-se na contingência de cumprir o serviço militar. Retomou os estudos em 1943 e, em 1944, enfrentou algumas dificuldades financeiras na sequência da morte do pai e da avó materna, que puseram em perigo a conclusão da licenciatura. Essas contrariedades foram, no entanto, ultrapassadas com a ajuda monetária dos amigos Ruy Cinatti e José Blanc. Em 1947 iniciou a carreira de engenheiro civil, na Câmara Municipal de Lisboa, e entre 1948 e 1959, trabalhou na Junta Autónoma de Estradas. Entretanto, em 1949, casou-se com Mécia Lopes, filha de músicos portuenses, que conhecera num baile de recepção de caloiros na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Tiveram nove filhos no espaço de 10 anos. Para sustentar esta família numerosa também trabalhou como tradutor, director literário e revisor. Em 1959 exilou-se no Brasil, temendo as consequências da sua participação no falhado golpe de estado de 12 de Março, liderado pelo Movimento Militar Independente, e aproveitando um convite que tinha para ir até São Paulo. No Brasil, país onde se fixou em Agosto de 1959, mudou radicalmente de profissão, tornando-se professor (contratado) de Teoria da Literatura na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, no Estado de São Paulo. Em 1961 passou para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara como Catedrático Contratado de Literatura Portuguesa.


INVESTIGAR

cada vez mais perto Tem mais de 10 anos de existência, vasta experiência em formação pós-graduada e enquanto unidade de I&D obteve a classificação de “Muito Bom” pela FCT. Mas o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto quis ir mais longe no conhecimento do “continente esquecido”, tendo para tanto requerido o estatuto de ONGD. Novas perspectivas se abrem agora para o CEAUP, entidade que espera implementar no terreno mais projectos de investigação científica aplicada e de formação multidisciplinar.

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RICARDO MIGUEL GOMES

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mbora seja o berço da humanidade, é constantemente apodado de “continente esquecido”. Com notórios atrasos de desenvolvimento socioeconómico e dificuldades na construção de verdadeiros Estados-Nação, África continua um pouco à margem das altas instâncias internacionais e nem sempre suscita no resto da população mundial o interesse que devia. Contudo, a realidade africana tem uma importância crucial na geopolítica internacional e em particular na política externa dos países europeus com um passado colonizador, como Portugal. Ora foi precisamente para minorar o défice de conhecimento sobre África que, em 10 de Novembro de 1997, nasceu oficialmente o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP). Para os fundadores do CEAUP – os professores António Custódio Gonçalves e Carlos José Gomes Pimenta, que contaram com o apoio do então reitor Alberto Amaral –, havia que criar um centro de investigação, ensino e formação na Universidade que congregasse visões diferentes sobre África, e não apenas aquelas que são subsidiárias de áreas de estudo como a História, a Economia ou a Geografia, por exemplo. Ou seja, “um centro que tivesse como primeira característica ser inter e pluridisciplinar”, sublinha a actual presidente da Direcção do CEAUP, Elvira Mea. O CEAUP começou por integrar uma unidade de I&D – que na altura só tinha duas vias: história/cultura e antropologia/ sociologia – e por assegurar um mestrado pluridisciplinar em Estudos Africanos, o qual resultou de um protocolo entre três faculdades da U.Porto: Economia, Letras e Psicologia e Ciências da Educação. Hoje, o CEAUP é também responsável por um doutoramento em Estudos Africanos, igualmente decorrente da parceria entre as três faculdades referidas, e enquanto

“Queremos criar uma escola” Feito este breve intróito sobre as actividades nucleares do CEAUP, importa perceber como é que o Centro actua enquanto unidade de I&D. E neste campo têm-se verificado “grandes progressos”, como revelou à UPorto Alumni Elvira Mea. Actualmente, o CEAUP integra cerca de 50 investigadores de diferentes nacionalidades, na sua maioria europeus e africanos (sobretudo dos Palop) mas também já alguns brasileiros. “Estamos a ter uma enorme adesão do Brasil, porque a reforma do ensino tornou obrigatória a História de África nos liceus. E, portanto, eles têm uma grande dificuldade em arranjar pessoas com competências na área”, explica Elvira Mea. Para que haja um módico de coordenação entre os investigadores, cada um deles foi agrupado num dos quatro subprojectos ou linhas de investigação que o CEAUP tem em curso: Desenvolvimento Económico-Social e Cooperação; Ecodesenvolvimento Sustentado em África (resulta da fusão de dois anteriores subprojectos: Rumo a Sociedades Auto-sustentadas e Recursos Hídricos e Ambiente Natural em África); Identidades e Conflitos na África Subsariana; e Trabalho Forçado Africano. Cabe ao coordenador de cada subprojecto articular o trabalho dos investigadores, havendo quem tenha adaptado a sua investigação às temáticas e propósitos dos quatro subprojectos. Nas palavras de Elvira Mea, o CEAUP tem “demonstrado grande abertura aos investigadores mais jovens. Não temos muitos nomes consagrados, mas não nos faltam investigadores promissores”. Exemplos disso são o alemão Alexander Keese (professor da Universidade de Berna, Suíça), que recentemente recebeu uma bolsa do European Research Council, ou a portuguesa Ana Elisa Cascão (investigadora/doutoranda do King’s

College – Londres, Inglaterra), que se tem notabilizado pelos seus estudos sobre o problema da água em África. “Nós queremos criar uma escola e, por isso, apostamos em jovens investigadores”, esclarece Elvira Mea. Além disso, prossegue, “queremos ser cada vez mais pluridisciplinares. Tendo investigadores de diferentes áreas e não apenas das Ciências Sociais, dispomos de olhares diferentes e que se complementam – o que torna muito enriquecedora a investigação”. Com o mesmo desiderato, “nós tentamos abrir fronteiras através de investigadores da África francófona, que têm uma maneira de ver diferente da dos investigadores portugueses, naturalmente mais ligados aos Palop”, acrescenta Elvira Mea.

Dificuldades logísticas e financeiras Contudo, o objecto de estudo do CEAUP levanta diversos problemas logísticos e financeiros. “Fazer investigação em África implica grandes deslocações e muito dispendiosas. Não é como ir a Londres num voo low cost. E há muitos investigadores que não têm possibilidade de adiantar o dinheiro para uma viagem, nem a FCT paga os custos de uma transferência bancária para África. Só que obrigar um investigador africano a ter uma conta na Europa não é ético: é uma forma de paternalismo até. A FCT tem de mudar e depressa. O centro não pode ser penalizado por levar a investigação científica a lugares onde ela não existe ou é irrisória”, afirma Elvira Mea, lembrando, a propósito, o esforço que é necessário fazer para realizar colóquios em países africanos ou ministrar um mestrado em Cabo Verde (o que já aconteceu por duas vezes). O recente estatuto de ONGD vai, pensa Elvira Mea, minorar alguns destes problemas. “Ganhamos em termos económicos – mais recursos e benefícios fiscais – e não ficamos tão dependentes das regras académicas de financiamento”, o que “facilita a investigação no terreno. Vamos poder fazer uma investigação mais aplicada, o que até agora era quase impossível. Até porque a FCT e outras entidades do género não estão muito interessadas neste tipo de trabalhos”. Segundo Elvira Mea, “há um crescente interesse da comunidade científica internacional por África, sobretudo pela área da Economia e Desenvolvimento”. A que se junta, ainda de acordo com a presidente do CEAUP, uma grande receptividade das autoridades africanas e da sociedade em geral em relação ao trabalho do centro. Mas, no caso português, admite que o interesse se prende, sobretudo, com razões empresariais, o que não é necessariamente um problema para Elvira Mea. “Temos uma parceria com uma autarquia precisamente porque, no concelho, há muitas empresas com negócios com os Palop. O centro é visto como uma via para dar aos empresários know-how sobre África. E nós já podemos dar formação intensiva em várias áreas, pois temos recursos humanos para isso. Essa é outra linha de intervenção do centro”, revela a mesma responsável.

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África

unidade de I&D está classificada com “Muito Bom” pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Mais recentemente, em Fevereiro de 2008, o centro foi reconhecido como Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento. Complementarmente, o CEAUP constituiuse como Entidade Formadora, através do Conselho CientíficoPedagógico da Formação Contínua. Importa ainda acrescentar, como actividades relevantes do Centro, a publicação da revista Africana Studia (a única sobre Estudos Africanos editada regularmente em Portugal) e de compilações de actas de colóquios, a disponibilização online de obras variadas (designadamente teses de estudantes de pós-graduação) e a realização de encontros científicos em Portugal e no estrangeiro.


MÉRITO

NOVOS DOUTORES HONORIS CAUSA

PRÉMIO GRUNENTHAL PARA ISAURA TAVARES

A MELHOR EXECUTIVA DO ANO O tradicional cortejo dos doutores, devidamente trajados com as clássicas becas pretas, tem sido, nos últimos tempos, frequente na Reitoria da U.Porto. Tudo porque o salão nobre deste edifício foi palco, entre Setembro e Novembro, de três cerimónias de doutoramento Honoris Causa, o mais elevado título honorífico da Universidade. Neste período, o primeiro Doutor Honoris Causa foi Luís Portela. A distinção serviu para a U.Porto reconhecer o percurso profissional de um seu antigo estudante que, enquanto empresário, logrou transformar uma pequena empresa familiar, a Bial, numa multinacional farmacêutica. O padrinho do doutorado foi Mário Soares. Em 16 de Outubro, o grau de Doutor Honoris Causa seria atribuído ao geólogo brasileiro Guilherme de Oliveira Estrella, actual director de Exploração e Produção da Petrobras e que, nessa condição, teve uma intervenção decisiva nas recentes descobertas de reservas petrolíferas ao largo do Brasil, no âmbito de um consórcio participado pela Galp Energia. Coube a Fernando Manuel Pereira de Noronha, professor catedrático de Geologia da FCUP, ser o padrinho do novo doutor. No mês seguinte, a 26 de Novembro, o presidente do Comité Olímpico Internacional, Jacques Rogge (na foto), é, também ele, agraciado com o título de Doutor Honoris Causa. A distinção visou homenagear o centenário do Comité Olímpico de Portugal (COP), que se celebrou no dia 27 de Novembro, e o trabalho desenvolvido pelo belga Jacques Rogge na revitalização do ideal olímpico. De resto, o padrinho do novo doutor foi o presidente do COP, Vicente Moura. Por último, importa referir o primeiro doutoramento Honoris Causa conferido, em Portugal, conjuntamente por três instituições do ensino superior: U.Porto, Universidade Técnica de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa. A nova doutora foi a presidente do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Susan Hockfield, tendo a cerimónia sido realizada na Academia das Ciências de Lisboa, a 25 de Novembro.

Isaura Tavares, professora e investigadora da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), foi distinguida em Outubro passado com o Prémio Grunenthal Dor 2008 – Investigação Básica, atribuído pela Fundação Grunenthal Portugal. O trabalho premiado descreve um novo fármaco que poderá vir a ser usado no combate à dor e na terapia de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson. Desenvolvido em parceria com dois investigadores do IMM – Instituto de Biologia Molecular e Celular, o projecto assenta na descoberta de uma nova molécula – a KTP-RC – cujas propriedades analgésicas se revelaram eficazes no tratamento da dor. Daí até à criação do fármaco seria um passo dado em colaboração com uma equipa da Universidade de Girona, Espanha. O medicamento já foi patenteado e receberá financiamento europeu para o seu desenvolvimento industrial. Licenciada em Biologia (Ramo Científico) pela Faculdade de Ciências da U.Porto e doutorada em Ciências Morfológicas na FMUP, Isaura Tavares é actualmente professora associada com Agregação nesta última unidade orgânica. Ligada à investigação científica da Neurobiologia da dor desde 1989, é autora de cerca de 40 artigos científicos nessa área.

José Ferreira Duarte, professor do departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), foi eleito “Personalidade do Ano” pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK). Atribuído pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP), o Prémio “Mérito Desportivo – Personalidade do Ano” resulta da nomeação das próprias federações que, anualmente, indicam a personalidade/entidade que mais se tenha evidenciado ao longo da época desportiva. José Ferreira Duarte vê desta forma reconhecido o importante contributo que tem dado na promoção de múltiplas iniciativas de dinamização do desporto automóvel em Portugal. É ele, por exemplo, o criador do Challenge Desafio Único, uma competição de baixo custo que tem percorrido, desde 2007, diversos circuitos e rampas nacionais e impulsionado a prática do desporto automóvel nas camadas mais jovens. Com um percurso académico de 25 anos inteiramente ligado à FEUP (onde é professor auxiliar desde 1997), José Ferreira Duarte foi ainda o responsável pela criação, em 2006, de uma nova área de ensino no Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica: a Engenharia Automóvel, justamente. Foi também o responsável pela organização do 1.º Curso de Formação de Comissário Técnico na FEUP, em colaboração com a FPAK.

MEDALHA L’ORÉAL PARA MARIA NOVO LÍDER DOS JOSÉ OLIVEIRA FARMACÊUTICOS

Maria José Oliveira é uma das três jovens cientistas a quem foram atribuídas, este ano, as Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. A investigadora do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) recebeu, no dia 23 de Novembro, na Academia das Ciências de Lisboa, a sua Medalha de Honra e os 20 mil euros de financiamento destinados a cada uma das galardoadas. Nesta sexta edição do prémio, o júri científico foi presidido por Alexandre Quintanilha. Aos 35 anos, Maria José Oliveira viu assim reconhecidas a qualidade e pertinência científicas da sua actual investigação sobre o cancro, investigação essa que em que é avaliada a actividade das células que, apesar de não serem tumorais, podem contribuir para a progressão do tumor. Com base nesta premissa, a jovem cientista está a estudar, no âmbito do seu projecto, o papel dos macrófagos (as células do sistema imune) na invasão das células tumorais e os mecanismos moleculares envolvidos. Maria José Oliveira doutorou-se em Ciências Médicas na Universidade de Ghent, na Bélgica, em 2004, e é hoje professora afiliada da Faculdade de Medicina da U.Porto, actividade que desenvolve em paralelo com o seu trabalho no Departamento de Engenharia Biomédica do INEB. Resta dizer que o programa científico em apreço foi lançado em 2004 e resulta de uma parceria entre a L’Oréal Portugal, a Fundação Nacional da UNESCO e a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Carlos Maurício Barbosa, professor da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP), foi eleito, no passado dia 20 de Outubro, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF). Num acto eleitoral que contou, segundo a OF, com “uma das mais altas taxas de participação de sempre”, o docente da FFUP obteve perto de dois terços dos votos, sucedendo assim a Elisabete Faria na liderança do órgão máximo dos farmacêuticos portugueses. Maurício Barbosa chega à OF no culminar de um percurso iniciado em 1986, ano em que se licenciou em Ciências Farmacêuticas (ramo de Farmácia Industrial) pela FFUP. A classificação obtida (16 valores) garantiu-lhe o ingresso na carreira docente da Faculdade, que não mais viria a abandonar. Desde 2003 que é professor associado com nomeação definitiva, leccionando várias disciplinas no curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e no curso de Mestrado em Tecnologia Farmacêutica. É ainda investigador principal do Centro de Química Medicinal da U.Porto (CEQUIMED-UP). A tomada de posse do novo bastonário decorreu a 11 de Novembro último, na sede nacional da OF, em Lisboa. Entre as prioridades anunciadas por Carlos Maurício Barbosa para o mandato de três anos que agora se iniciou, destaca-se “a criação de uma nova regulamentação transversal ao exercício profissional farmacêutico”, segundo palavras do novo bastonário.

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Foto: EDP

Bastava ser a única mulher a ocupar o topo da pirâmide de uma empresa cotada no PSI-20 para que Ana Maria Fernandes se destacasse. Licenciada em Economia pela Faculdade de Economia da U.Porto (FEP), a CEO da EDP Renováveis foi considerada a melhor executiva portuguesa de 2009 pela European Women´s Management Development International Network (EWMD). A obtenção de bons resultados financeiros e a integridade moral e ética dentro e fora da empresa foram alguns dos critérios que pesaram na escolha unânime do júri da primeira edição do “EWMD Female Leadership Award”. A antiga estudante da U.Porto impôs-se num lote de 25 nomeadas, todas elas com cargos administrativos nalgumas das mais conceituadas empresas nacionais. Natural de Moçambique, Ana Maria Fernandes cumpriu todo o seu percurso académico na U.Porto. Para além da licenciatura, foi professora assistente estagiária da FEP. Pelo meio, fez um MBA na Escola de Gestão do Porto. Com larga experiência na banca (trabalhou na Banco Português do Atlântico, Efisa e no BPI), passou pela Galp antes de se fixar na EDP. O prémio EWMD foi entregue no dia 6 de Novembro, em Lisboa, durante a conferência “Leadership in the 21st Century”.

PERSONALIDADE DESPORTIVA DO ANO


EMPREENDER

No ano de 2008/09 deu-se o alargamento dos Projectos Lidera a todas as faculdades da U.Porto, no âmbito do programa “Viver a Inovação”. Foram então apreciadas 80 propostas de projectos, mas só 52 se tornaram Lidera. O coordenador geral da iniciativa, Barbedo de Magalhães, considera que o percurso dos Lidera tem sido “positivo”, embora pense estar na altura de “decidir o rumo” a seguir, depois de uma “avaliação externa”. Uma das opções passa pela integração dos Lidera no plano de estudos da Universidade.

Desenvolver soft skills Estes pressupostos entroncam no conceito de universidade enquanto espaço de aprendizagem, dotado de um modelo pedagógico que releva as chamadas soft skills. “Os estudantes aprendem imenso uns com os outros e aumentam a sua capacidade de trabalho. Na minha óptica, a universidade é mais uma comunidade de aprendizagem do que uma comunidade de ensino. O importante não é tanto o que os estudantes aprendem, mas sim as capacidades que desenvolvem: as soft skills. O que é preciso é saber-fazer, saber relacionar-se com os outros, saber organizar-se, saber liderar, saber desenvolver as capacidades de empreendedorismo”, defende Barbedo de Magalhães. Para a líder do projecto eCork, Sara Brysch, as principais virtudes dos Lidera são “permitir aos alunos uma maior aproximação ao ‘mundo real’, através do contacto com as empresas necessárias ao projecto”; “o facto de um dos requisitos ser reunir alunos de várias faculdades, cada um com a sua especialidade e concorrer para um objectivo comum”; e “ser possível dar seguimento a uma ideia, tornando-a real”, apenas com uma “certa ajuda monetária por parte da U.Porto”. Já Joana Vieira, líder do projecto Promover e Facilitar entre os Mais Pequenos, salienta, entre as vantagens dos Lidera, “a possibilidade de concretizar aprendizagens. Estas passam pelo saber prático, o articular e gerir recursos humanos e materiais e o aprender a conciliar diferentes saberes, tendo em vista um objectivo comum. Uma outra virtude que encontro neste tipo de iniciativa prende-se com as vias comunicação que foram sendo criadas entre a Universidade e as várias faculdades, os seus alunos e docentes”. Quanto a dificuldades na implementação dos projectos, Joa-

na Vieira assinala algumas “situações de carácter logístico, financeiro e de articulação de recursos. O facto de nem sempre haver dinheiro disponível para a compra dos materiais para realizar actividades e a falta de disponibilidade de alguns membros foram as dificuldades mais difíceis de ultrapassar”. Já Sara Brysch salienta que a “principal dificuldade foi encontrar um ambiente de trabalho fixo, uma vez que, para realizar as experiências, era necessário dirigirmo-nos constantemente às instalações da FEUP, o que envolvia, muitas das vezes, esperas burocráticas e uma falta de comunicação kafkiana entre os responsáveis pelos departamentos e o nosso grupo de trabalho. Outra das dificuldades foi a questão do financiamento do projecto, que incluía eternos pedidos de autorização para comprar umas míseras luvas de plástico e um bom tempo de espera para receber o dinheiro necessário à progressão do projecto”.

Definir um rumo Um Projecto Lidera tem necessariamente um líder, a quem compete escolher a equipa e gerir as diferentes componentes do projecto (humanas, técnicas, financeiras, etc.). Na escolha da equipa, o líder deve incluir estudantes de diferentes cursos e anos lectivos, sendo até desejável que integre estudantes com graus distintos, inclusive do ensino secundário. Assim é assegurada a multidisciplinaridade do projecto, condição essencial para que, dentro de cada grupo, haja diferentes perspectivas relativamente à mesma questão. Outra obrigatoriedade é a supervisão dos projectos por dois orientadores, devendo um deles, o principal, ser docente da U.Porto. A este orientador compete dar um parecer sobre o trabalho das equipas, tendo por base os dois relatórios que os líderes dos projectos têm de apresentar durante o ano. Importa acrescentar que os Lidera beneficiam de um pequeno financiamento do programa “Viver a Inovação”, podendo esse estímulo monetário ser reforçado pelas faculdades e por entidades públicas ou privadas.

Entre 2005 e 2008, os PESC conheceram uma adesão crescente e alguns deram origem a empresas. Daí que Barbedo de Magalhães fale em “percurso positivo”, embora considere que “se está num momento em que é preciso decidir qual o rumo e clarificar o que é que a Universidade pretende no futuro destes projectos”. O que está em causa, na sua opinião, é a manutenção dos Lidera à margem do modelo pedagógico vigente ou a sua integração nesse mesmo modelo. Para Barbedo de Magalhães, as duas soluções têm “vantagens e inconvenientes”. A integração “faria sentido em termos pedagógicos se se assumir que o desenvolvimento de soft skills é uma das funções da Universidade, como eu defendo. Mas há muitos docentes da U.Porto que acham que uma disciplina onde não há um programa e um conjunto de conhecimen“NA ESCOLHA DA tos sujeitos a avaliação não deve entrar no plano de EQUIPA, O LÍDER DEVE estudos e ter ECTS [Sistema Europeu de TransfeINCLUIR ESTUDANTES DE rência de Créditos]”. DIFERENTES CURSOS E No entanto, “a integração nos planos de estudo ANOS LECTIVOS.” também tem alguns inconvenientes. Isso implica uma avaliação, o que é mais difícil do que uma matéria bem definida. Se atribuirmos ECTS aos Projectos Lidera, vamos complicar o sistema e obrigar a uma metodologia em que a avaliação se torna preponderante. E eu pergunto se ainda haverá liberdade, liderança e empreendedorismo”. Por isso, “sempre defendi que deviam ser integrados no modelo pedagógico, mas com uma avaliação completamente diferente da que têm outro género de disciplinas. Mas tenho dúvidas que estejamos em condições culturais de o fazer sem gerar uma enorme burocracia e sem matar o espírito dos Lidera. Portanto, neste momento, não sei dizer qual é a melhor solução. A melhor solução depende do que querem para a Universidade os seus responsáveis”, conclui Barbedo de Magalhães, acrescentando que qualquer decisão só deve ser tomada depois de uma “avaliação externa” da iniciativa. 39

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RICARDO MIGUEL GOMES

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m 8 de Outubro último realizou-se o 1.0 Dia Lidera da U.Porto, tendo na altura sido apresentados sete projectos representativos dos propósitos da iniciativa: Lugares Efémeros (intervenção no espaço público urbano), da FAUP; eCork (novos materiais respeitadores do ambiente e que reforçam a qualidade das edificações), da FAUP; Tu e a Internet (sensibilização dos jovens para a sociedade do conhecimento), da FCUP; Promover e Facilitar entre os Mais Pequenos (actividades com valor pedagógico para crianças), da FPCEUP; VORsat (pequeno satélite – CubeSat – para investigação e recolha de dados da termosfera e da reentrada na atmosfera terrestre), da FEUP; AsasF (sistema computacional de bordo, webservices, gimbal terrestre e gimbal para aviões), da FEUP; e Produção de Biodiesel através de Gorduras Animais (produção de biodiesel), da FCUP. Estes sete projectos integraram os 52 Lidera que foram constituídos em 2008/09, a partir de um universo de 80 propostas iniciais. Perto de 500 estudantes de nove faculdades estiveram, assim, envolvidos nesta última edição da iniciativa, que pela primeira vez abarcou todas as unidades orgânicas da U.Porto. Convém recordar que a iniciativa estava circunscrita à FEUP, onde havia sido criada, em 2004, com a designação de Projectos PESC (Projectar, Empreender e Saber Concretizar). Em 2007, a U.Porto concorreu ao prémio Fomento do Empreendedorismo da COTEC (Associação Empresarial para a Inovação) com o programa “Viver a Inovação”, o qual previa, precisamente, o alargamento a todas as faculdades do modelo pedagógico dos PESC, agora com a designação de Projectos Lidera. A Universidade acabaria por conquistar o prémio da COTEC e, em 2008, os Lidera passam a estar abertos a todos os estudantes da U.Porto, bem como a estudantes do Instituto Superior de Serviço Social do Porto, do Instituto Superior de Engenharia do Porto, de algumas escolas do ensino secundário e de outras instituições.

Assim nasciam os Lidera que, como o nome indica, são projectos liderados por estudantes, tendo em vista o desenvolvimento de um conjunto de capacidades: “de identificação, avaliação e formulação de problemas, após observação e análise crítica da realidade; de comunicação e de trabalho em grupo multidisciplinar; de gestão de recursos humanos, financeiros, naturais e outros; de fazer a aplicação prática da teoria e de transformar ideias em realidades; de liderança; de empreendedorismo”. Para o coordenador geral dos Lidera e seu mentor, António Barbedo de Magalhães, trata-se de desenvolver “não o saber pelo saber, mas o saber com aplicabilidade. Os projectos têm que visar a concretização de qualquer coisa útil e com valor comercial”, explica o docente da FEUP.


ALMA MATER

LOUVOR AO BETÃO

A descrição histórico-artística do IPPAR (hoje IGESPAR) dissipa eventuais cepticismos: a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) é “uma composição geral de grande qualidade, notável pela pujança plástica retirada do betão, visível na articulação dos efeitos de ensombramento e luz”. E de facto o edifício impõe-se ao olhar pela sua monumentalidade, embora não cause empatia logo à primeira. Aprende-se a gostar daquela massa cinzenta contínua e compacta, cuja aparente monotonia visual é apenas, aqui e ali, quebrada por frestas rasgadas nas paredes cinzentas, janelões simétricos e varandins subtis. No interior, a mesma austeridade estética: assiste-se a um jogo de sombras que serve para melhor realçar a luz, nunca deixando a penumbra invadir o espaço. Construído eminentemente em betão, fibrocimento e alumínio, este edifício emblemático de Alfredo Viana de Lima (1913-1991) foi gizado em 1960. Contudo, a FEP só seria transferida para as novas instalações, no Pólo 2 da Universidade, em 1974. De resto, a obra é pródiga em atribulações. Para além de ter ficado a “marinar” cerca de uma década, o projecto teve de ser adaptado logo em 1978, pois carecia de algumas valências importantes. Nada que ofusque a relevância arquitectónica da FEP e a mestria do antigo colaborador de Le Corbusier. Juntamente com o bloco de Costa Cabral e a casa Aristides Ribeiro, a faculdade da Asprela é um dos marcos no Porto da obra de Viana de Lima, arquitecto que rompeu com os espartilhos da arquitectura pública da época e colaborou com Oscar Niemeyer no projecto do Hotel Pestana Casino Park, na Madeira, durante os anos 60.

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RMG


MOBILIDADE

O Douro é uma das regiões onde o pulsar da cultura tradicional portuguesa é mais forte e onde estão mais expostas as nossas raízes históricas. Razões de sobra para a U.Porto e a empresa de vinhos Poças organizarem, em Setembro último, o programa “Vindima Erasmus 2009”, no âmbito do qual 12 estudantes estrangeiros da Universidade puderam desfrutar, durante três dias, de quase todos os encantos da mais antiga região demarcada do mundo. No final, e apesar de algum esforço físico, o contentamento era geral entre os jovens.

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RICARDO MIGUEL GOMES

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lassificada pela UNESCO como Património da Humanidade, a região vinhateira do Alto Douro encerra em si uma imensa riqueza natural, paisagística, cultural e histórica. E mercê dessa riqueza, a economia duriense desenvolveu-se significativamente nos últimos anos e a população local ganhou qualidade de vida. O valor acrescentado resultante dos sectores vitivinícola, olivícola, turístico e energético, principalmente, começou a fixar-se na região e a estimular a emergência de novas actividades produtivas. Com isto, o êxodo populacional abrandou e o Douro ganhou peso no desenvolvimento socioeconómico do Norte do país. Neste contexto em que passado e presente se cruzam valorizando-se mutuamente, a U.Porto e a empresa Poças – Vinhos do Porto & Douro acordaram organizar, em conjunto, a iniciativa “Vindima Erasmus 2009”. Assim, durante os dias 23, 24 e 25 de Setembro, um grupo de 12 estudantes estrangeiros (11 nacionalidades diferentes) da Universidade pôde conhecer a mais antiga região demarcada do mundo e aquela onde se inicia o ciclo de produção do afamado vinho do Porto. Mas nem tudo foi remanso e pândega. Houve também sangue, suor e lágrimas no périplo pelo Douro. Os 12 jovens mortificaram o corpo numa árdua vindima, sentiram na pele a inclemência do sol português, revolveram as entranhas nas curvas apertadas das encostas durienses, arrepiaram-se durante uma “pisa a pé” (de uvas) em lagar de pedra, inalaram pó enquanto percorriam as vinhas em pick-ups de caixa aberta e houve até quem esfolasse uma perna ao mostrar os seus (fracos) dotes de trepador de árvores. Mas tudo acabou bem e o contentamento foi geral.

vens pareciam desconhecer a sua elevada graduação alcoólica. No último dia, o grupo Erasmus visitou o Museu do Douro, tendo regressado ao Porto em barcos rápidos semi-rígidos. Durante a descida do rio, houve ainda tempo para tirar fotos, observar a natureza e almoçar num restaurante típico. Ainda um pouco assarapantada com a lagarada, a brasileira Mariana Camargo confessou que a sua participação na “Vindima Erasmus 2009” foi motivada pela “curiosidade”. “Eu venho do Sul do Brasil e lá nós produzimos vinho na Serra Gaúcha, mas não sou muito entendida no assunto. Ainda mais de vinhos do Porto. Estou aprendendo agora. É muito interessante”. Contudo, admitiu ter sido “difícil colher as uvas debaixo do sol”. “Fazer uma vez na vida é divertido, mas não fazer todo o dia”, afirmou a estudante da Faculdade de Direito. A japonesa Yukiko Fukushige já tinha provado vinho do Porto, que considera ser “muito doce e forte”. “É um importante produto da cultura portuguesa, por isso eu tinha de saber mais”, explicou a estudante de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Faculdade de Letras, acrescentando que aprendeu bastante sobre Portugal com o programa organizado pela U.Porto e pela Poças. “O que eu gostei mais foi das provas de vinhos. Também gostei de apanhar uvas, mas, como os trabalhadores não falam inglês e eu não falo português, tive alguns problemas de comunicação. Acho que não conseguia fazer isto [a vindima] todos os dias”, rematou.

Programa para continuar Durante o jantar na Quinta da Avessada, o norueguês Nicolai Bollling assumiu-se como porta-voz do grupo e agradeceu, em nome de todos, a oportunidade que lhes foi dada de conhecerem a região do Douro. Para este estudante do ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, tratou-se de uma “experiência muito interessante” e que lhe despertou a vontade de descobrir outras regiões de Portugal. Ainda no mesmo repasto, Rita Sinde, do Serviço de Relações Internacionais da U.Porto, salientou a importância de partilharmos a nossa cultura com os estudantes estrangeiros e Pedro Poças Pintão, director comercial da Poças, anunciou que, dentro de um ano, a empresa vai oferecer a cada participante no programa uma garrafa de vinho do Douro produzido na colheita em que colaboraram. À UPorto Alumni, Pedro Poças Pintão afirmou ser vontade da empresa dar continuidade ao programa dirigido a estudantes estrangeiros e, inclusivamente, alargar a parceria com a Universidade a outros domínios. “Quando apresentámos o projecto, pensámos logo que seria por vários anos. Evidentemente que haverá sempre algumas coisas a alterar, até para introduzir um efeito novidade de ano para ano. Este programa com estudantes Erasmus é uma excelente oportunidade para quem não tem o hábito de viver o mundo do vinho”, salienta o director comercial da Poças.

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ERASMUS EM “FARMVILLE” NO DOURO

300 candidatos a vindimadores O heterogéneo grupo excursionista – uma austríaca, dois brasileiros, uma britânica, uma croata, uma japonesa, uma húngara, um italiano, um espanhol, um norueguês, uma polaca e uma romena – foi seleccionado durante um processo que arrancou com um workshop realizado no Porto, ao qual concorreram 300 estudantes. Destes, só 60 tiveram a oportunidade de conhecer todos os passos da criação de um vinho: desde o cultivo da vinha à prova, passando pelas técnicas de vinificação. Após o workshop, os estudantes realizaram e comentaram uma prova de vinhos Poças, tendo sido avaliados por um júri constituído por especialistas. Os mais conhecedores e inspirados foram escolhidos para a “Vindima Erasmus 2009”. No dia 23, os 12 estudantes de programas de mobilidade lá partiram para o Peso da Régua de comboio, desfrutando assim de uma vista panorâmica ímpar. Uma vez na capital do Douro, o grupo participou numa visita guiada à Quinta das Quartas (Centro de Vinificação, Armazém de Estágio e Envelhecimento e Núcleo Museológico), onde tiveram lugar uma prova de vinhos e um jantar de recepção. Já o segundo dia do programa foi um teste à resistência física dos jovens, que, logo pela alvorada e sentindo o calor acentuar-se à medida que as horas avançavam, colheram uvas na vindima da Quinta de Vale de Cavalos, em Vila Nova de Foz Côa, ao lado dos “jornaleiros” durienses. No final estavam exaustos, um pouco ruborizados pelo sol e tisnados pelo pó. Mas satisfeitos. Depois de um piquenique, a tarde do dia 24 foi de descompressão na Quinta da Avessada, em Favaios, onde na respectiva enoteca os estudantes ficaram a conhecer melhor a história do Douro e puderam participar numa lagarada encenada para o efeito. Ah, e também saborearam o Moscatel de Favaios, que mostrou ser um bom tónico retemperador – até porque os jo-


MONTRA

O PODER MÉDICO NO ESTADO NOVO

EDIÇÕES COLIBRI

LUÍSA PEREIRA E FILIPA M. RIBEIRO

RUI MANUEL PINTO COSTA

“Quando a flor, / Em toda a expansão das suas pétalas / Cresce sobre a coluna / E alucinada diz: / Vê-me crescer / Vê a minha expansão / Imensa, magnífica, grave, / Ouve em mim a voz do Criador” – “Flor”. Este é um dos muitos poemas que podemos encontrar ao folhear “Electri-Cidade”, um livro de poesia da autoria de Vítor Oliveira Jorge. Docente na Faculdade de Letras da U.Porto, o escritor mostrouse, desde cedo, um apaixonado pela literatura e pela poesia. Há 40 anos já Vítor Oliveira Jorge colaborava com várias revistas, publicando alguns poemas infantis. Os seus primeiros livros surgem em 1973 e 1974, em Angola, onde o poeta se encontrava deslocado como assistente da Universidade de Luanda. Arqueólogo, escritor e docente, Vítor Oliveira Jorge escreve também na área da Arqueologia Pré-histórica e do ensaio. Em 2001, recebeu o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito pelo conjunto do seu trabalho e, em particular, pela sua actividade na defesa do património arqueológico português. “Electri-Cidade” foi redigido na cidade do Porto, entre Março de 2008 e Fevereiro de 2009, e as primeiras versões dos poemas estão inseridas no blogue do autor http:// trans-ferir.blogspot.com. Esta obra, pese embora a sua diversidade, procura criar uma unidade interna e dar continuidade ao livro “Casa das Máquinas”, lançado em 2008.

Quem somos, afinal? Esta é a pergunta a que Luísa Pereira e Filipa M. Ribeiro procuram responder ao longo desta obra. “O Património Genético Português” é o primeiro livro que toca de forma clara no legado genético do povo lusitano. Combinando contributos de áreas tão distintas como a Genética, a Arqueologia, a Antropologia, a História e a Climatologia, Luísa Pereira e Filipa M. Ribeiro oferecem-nos uma visão multifacetada de uma marca que nós, portugueses, deixamos impressa neste mundo. “O Património Genético Português” é um trabalho de investigação que marca a diferença pela interdisciplinaridade, acessibilidade, complementaridade e pelo conteúdo de referência para quem trabalha na área da evolução humana. Com uma escrita acessível a todos, as autoras guiam o leitor por uma aventura com várias facetas, explorando múltiplas perspectivas face aos recentes avanços no estudo dos nossos antepassados. No fundo, “O Património Genético Português” procura fazer chegar a um público cada vez mais interessado neste tema os resultados que têm vindo a ser obtidos na área da História Genética das Populações, com natural enfoque na população portuguesa. Luísa Pereira é bióloga e doutorada em genética populacional humana, investigadora no IPATIMUP e docente afiliada na Faculdade de Medicina da U.Porto. Já Filipa M. Ribeiro é licenciada em Jornalismo, mas a paixão pela ciência esteve sempre viva. Fez duas pós-graduações, uma em Jornalismo Médico e de Saúde e outra em Genética e Direito. Concluiu o mestrado em Comunicação e Educação de Ciência e tem-se dedicado aos estudos da relação entre utopia, ciência e conhecimento.

Como se afirmou o poder da classe médica em Portugal no contexto do Estado Novo? Como se desenrolaram as estratégias de poder entre a classe médica e o poder político? Nas páginas do livro “O Poder Médico no Estado Novo (1945-1974) – Afirmação, Legitimação e Ordenamento Profissional”, com a chancela da U.Porto Editorial, Rui Pinto Costa responde a estas questões através de uma digressão histórica pela emergência e construção do poder médico em Portugal, explicitando as suas relações com o poder político instituído no Estado Novo. As mudanças de cariz técnico-científico do pós-guerra, o papel da Organização Mundial de Saúde enquanto porta-voz das últimas aquisições do saber médico, a acção desenvolvida pela Ordem dos Médicos como veículo de promoção política e social, a reorganização hospitalar e a criação da carreira pública na fase marcelista, sobressaem na análise de Rui Pinto Costa como marcos determinantes na consolidação da posição preponderante e da influência dos médicos no nosso país. Rui Manuel Pinto Costa é licenciado em História e mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da U.Porto. Dedicando-se aos domínios da historiografia moderna e contemporânea, as suas principais áreas científicas de investigação abrangem a História da Saúde, da Medicina e das Ciências Biomédicas em Portugal. É investigador do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória da Faculdade de Letras (CITCEM-FLUP).

PEDRO ROCHA 44

GRADIVA

ARTES À SOLTA NA GALERIA DOS LEÕES

U.PORTO EDITORIAL

A U.Porto lançou o desafio e a sua Faculdade de Belas Artes (FBAUP) respondeu com um projecto que promete entrar rapidamente para o topo do roteiro cultural da cidade. Abram-se, pois, as portas da Galeria dos Leões, o espaço cultural inaugurado no dia 12 de Dezembro, em pleno Edifício da Reitoria (Praça Gomes Teixeira). Instalado no prolongamento da Loja da U.Porto, este equipamento – concebido pelo arquitecto Manuel Reis – foi pensado enquanto palco de exposições e de realização de iniciativas promovidas pela comunidade da FBAUP. “É uma porta que pretendemos abrir entre a Faculdade e o exterior, através de um espaço de convergência onde estudantes, professores, artistas convidados e ateliers que colaboram com as Belas Artes possam mostrar o seu trabalho”, revela Graciela Machado, professora da FBAUP. A oferta expositiva diversificada – abrange áreas como a ilustração, as artes plásticas, o design e as técnicas de impressão – e a possibilidade de adquirir as obras de alguns dos novos talentos da FBAUP são mais-valias ao dispor dos visitantes de uma galeria cuja ambição é servida em dose dupla. Por um lado, “afirmar o papel de referência da FBAUP no ensino artístico em Portugal”. Por outro, “é uma tentativa de nos afirmarmos como centro de produção artística de excelência”, desafia Graciela Machado. Depois da recente intervenção arquitectónica levada a cabo no átrio principal da Reitoria, a galeria de arte da U.Porto constitui um passo importante na estratégia

que vem sendo desenvolvida com o propósito de tornar o edifício cada vez mais atractivo à população. Para além da Loja, confluem hoje na “casa mãe” da U.Porto equipamentos tão diversos como as salas do Museu de Historia Natural da Faculdade de Ciências, o Museu da Ciência, entre outras valências e serviços ao dispor da comunidade. A inauguração da Galeria dos Leões coincidiu com a abertura ao público da primeira exposição. Intitulada “Print-out: edições de artista”, a mostra – comissariada por Graciela Machado – reúne os trabalhos desenvolvidos pelos participantes no workshop de serigrafia realizado nos passados dias 3, 4 e 5 de Dezembro, na FBAUP. A Galeria dos Leões tem o mesmo horário da Loja da U.Porto, pelo que está aberta de segunda a sexta-feira, entre as 10 e as 19h00. A entrada é livre.

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O PATRIMÓNIO GENÉTICO PORTUGUÊS

VÍTOR OLIVEIRA JORGE

TIAGO REIS

ELECTRI-CIDADE


DESPORTO

Manuel Campos tem 28 anos, 20 deles passados entre as argolas, os saltos encarpados e os trampolins. É na ginástica que o “Joca”, estudante da Faculdade de Desporto da U.Porto, se consegue exprimir e o pavilhão é a sua segunda casa. Em Outubro, conseguiu a melhor classificação nacional num Mundial de Ginástica Artística. Agora, o grande objectivo do atleta é participar, em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres. Se o conseguir, apenas promete “trabalho e pés bem assentes na terra”.

PEDRO ROCHA

G

inástica Artística – Arte ou acto de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade. O conjunto de exercícios corporais sistematizados, para este fim, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos é aplicado com objectivos educativos, competitivos, terapêuticos (in “Aurélio – Dicionário de Língua Portuguesa Século XXI”). Estas características assentam na perfeição em Manuel Campos: “Vejo a Ginástica como um desafio. Como sempre fui uma pessoa muito competitiva e perfeccionista, a Ginástica encaixou-se que nem uma luva na minha personalidade”, constata o jovem ginasta estudante da Faculdade de Desporto da U.Porto (FADEUP). Manuel Campos criou, em pouco tempo, uma marca no desporto português e habituou-nos a ouvir a palavra Ginástica. O atleta nasceu na cidade do Porto, em 1981, e treina Ginástica Artística há mais de vinte anos. “Entrei para a Ginástica aos sete anos de idade, por incentivo dos meus pais. Inicialmente fui para uma classe de iniciação no Boavista Futebol Clube [equipa que ainda hoje representa] e, pouco tempo depois, fui seleccionado para realizar uns testes de ingresso na classe de competição”, recorda Manuel Campos. Vinte anos depois de ter iniciado os treinos, em Outubro de 2009, o portuense alcança a melhor classificação de sempre de um português na história da Ginástica. O 15.0 lugar no Mundial de Ginástica Artística, em Londres, coloca Manuel Campos num lote muito restrito de atletas. O ginasta sabe disso, mas espera não ser caso único em Portugal. “O meu maior desejo seria

MANUEL CAMPOS,

NOME DE GINASTA

que todos aqueles que gostam de Ginástica e que queiram fazer Ginástica possam, num futuro próximo, ter ainda mais apoios, mais visibilidade e melhores condições para que consigam obter ainda mais sucesso do que eu”, salienta o atleta. Porém, Manuel Campos ainda não concretizou o seu grande sonho: participar nos Jogos Olímpicos. Será em 2012, em Londres? O atleta acredita que sim: “Confesso que tenho trabalhado bastante para melhorar e continuo com vontade de treinar e competir ao mais alto nível”. No entanto, Manuel Campos sabe que existe ainda um longo caminho para cumprir esse grande objectivo. “Ao longo da minha carreira, por diversas vezes estive perto de me qualificar para uns Jogos Olímpicos, mas nunca o consegui. Neste momento, embora considere possível e atingível, tenho algumas reservas em afirmar que é uma tarefa perfeitamente acessível, apesar do nível competitivo que atingi”, confessa.

FADEUP dá apoio necessário Longe dos holofotes da fama e dos bens de luxo que outros desportos podem proporcionar, Manuel Campos foi construindo uma carreira sólida e única na Ginástica Artística portuguesa. Tudo por paixão e amor à camisola nacional, assegura: “Enquanto pessoa, tenho um enorme orgulho em ser português; enquanto atleta, é uma enorme honra poder representar Portugal nos grandes palcos da Ginástica internacional”. No nosso país, ser competitivo numa modalidade amadora

é complicado. É preciso fazer muitos sacrifícios. Mas, para o atleta, “quando gostamos do que fazemos, com maior ou menor dificuldade, com muitos ou poucos sacrifícios, conseguimos sempre direccionar os nossos esforços para que as coisas se tornem mais fáceis”. No fundo, a Ginástica “não me fez perder nada. Apenas ganhei, pois considero que aquilo que não pude fazer em determinados momentos fiz noutra altura. Portanto, foi apenas uma questão de adiamento”, conclui Manuel Campos. Manuel Campos encontra na FADEUP excelentes condições para, nas suas palavras, “passar o dia inteiro”. Primeiro, porque o mestrado requer trabalho de biblioteca e, segundo, porque a Ginástica requer treino. “A Faculdade de Desporto, principalmente as pessoas que fazem parte desta instituição, foram sempre sensíveis à minha condição de atleta de alta competição”, garante. Por isso, Manuel Campos não esquece a Faculdade e adora passar o dia no campus da U.Porto. O futuro do estudante passa “sempre pela ginástica”. Porém, Manuel Campos não escamoteia as dificuldades: “Não poderei sobreviver apenas com esta função. Portanto, a minha profissão passará por leccionar aulas de Educação Física em escolas públicas ou privadas, ou estar ligado a actividades de ginásio ou a clubes de utilidade pública”. Ao pedido de uma medalha nos próximos Jogos Olímpicos, “Joca” não promete mais do que “trabalho e pés bem assentes na terra”.

Curiosidade

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Quando Manuel Campos se estreou na competição de Ginástica Artística, um episódio marcou o atleta do Boavista: “Na minha primeira competição, eu era da altura do cavalo com arções (ou mais baixo) e, no momento em que o juiz me chama para realizar o exercício, levantei o braço direito pedindo autorização para iniciar. Mas o juiz, por estar do lado oposto do cavalo, não me conseguia ver. Então, na minha primeira competição, estive mais de 10 segundos com o braço levantado até o juiz se aperceber que eu já estava pronto para iniciar o exercício”, recorda o ginasta.


VINTAGE

tesouro

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JOÃO CORREIA

S

uspeitava-se que ali pudesse haver algo de valor. Por baixo das escadas monumentais do actual edifício da Reitoria, existia uma sala-cofre cujo conteúdo foi examinado a pedido do então director da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), dado que se preparava a exposição sobre os 200 anos da Academia Real da Marinha e do Comércio da Cidade do Porto. A haver algum “tesouro” dos antepassados da Faculdade, seria aquele o local. Entre os inúmeros exemplares do Diário do Governo e desenhos de alunos, surgiam dois austeros bustos de Carmona e Salazar e muito outros “papéis”, mais ou menos bolorentos. A operação de secagem da documentação durou meses. A limpeza e classificação foi executada por pessoas ligadas ao Museu de Ciência e coordenada pelo seu então director e professor da Faculdade de Ciências, Moreira de Araújo. Entre esses documentos estavam 22 cartas náuticas e seis cartas com vistas de costas impressas em Amesterdão, quase todas com chancela Van Keulen. Uma tem a data de 1698 e outra carta naútica estava no chamado Fundo Antigo da Faculdade. Van Keulen foi considerado quase desconhecido em Portugal pelas investigadoras em cartografia histórica Maria Helena Dias e Maria Fernanda Alegria, em artigo de 1994 publicado no periódico Penélope. Na cartoteca da Sociedade de Geografia de Lisboa, por exemplo, é apenas conhecida uma carta de Van Keulen, embora se saiba que, mesmo em colecções particulares, existem no país cartas aguareladas editadas por estes editores holandeses. Uma pesquisa na Internet revela que, entre os afamados cartógrafos holandeses, nos séculos XVII e XVIII, a família Van Keulen ter-se-á destacado a partir de 1680 e até 1823 na edição de atlas e cartas marítimas. Fundado por Iohannes, um livreiro de Amesterdão, o negócio continuou e expandiu-se com o filho Gerard. Nos documentos encontrados, o trabalho de construção das cartas foi apoiado pelos “geómetras” C. De Vries, ou Claes Janzoon Vooght.

3 14 1 1 895 1 689 29 896 22 220 4 933 468 2 275 2 479 1 155 506 409 283 126 77 641 35 18 139 49 400

Campus Universitários Faculdades Escola de Gestão Docentes e Investigadores ETI (75% doutorados) Funcionários Estudantes Estudantes de 1º Ciclo e Mestrado Integrado Estudantes de 2º Ciclo /Mestrado Estudantes de Especialização Estudantes de 3º Ciclo /Doutoramento Estudantes estrangeiros (8,3% do total) em programas de mobilidade em cursos de 1º Ciclo e Mestrado Integrado em cursos de 2º Ciclo / Mestrado em cursos de 3º Ciclo / Doutoramento investigadores Post-Doc Nacionalidades diferentes Programas de Formação em 2008/09 Cursos do 1º Ciclo / Licenciatura Cursos de Mestrado Integrado Cursos de 2º Ciclo / Mestrado Cursos de 3º Ciclo / Doutoramento Cursos de Formação Contínua

4 050 4 052 155

Vagas disponíveis em 2009/10 (15,2% das vagas nacionais) Vagas preenchidas na 1ª fase do concurso nacional 2009/10 (100% das vagas preenchidas) Mais alta classificação média do último colocado das universidades públicas

69 31 13 2 080 39 32

Unidades de investigação Unidades avaliadas com “Excelente” e “Muito Bom” Unidades integradas em Laboratórios Associados ao Estado Artigos científicos indexados na ISI Web of Science em 2008 (21,4% da produção nacional) Patentes em nome próprio Spin-offs (empresas desenvolvidas na Universidade)

30 634 449 30 607 829 601 9 1 214 20 2 270 13 600

Bibliotecas Títulos de monografias Revistas científicas disponíveis on-line Downloads de artigos científicos Residências Universitárias Camas Unidades de alimentação (cantinas, bares, etc) Lotação das cantinas Refeições servidas por dia C

As cartas do

Para treino de futuros pilotos As cartas terão sido adquiridas para aprendizagem na Aula Náutica, fundada no Porto em 1762, na sequência do pedido de 35 dos principais comerciantes da cidade. Funcionou nas instalações do Colégio dos Meninos Órfãos, no local onde está hoje o edifício da Reitoria da U.Porto, e terá marcado o início do ensino público na cidade. Suspeita-se que os documentos não tenham servido para acompanhar a navegação, porque os alunos fariam viagens náuticas inaugurais para os destinos fixados nos estatutos da Aula Náutica, como o Brasil ou outros portos europeus, particularmente dos países bálticos (por exemplo, S. Petersburgo). Eram estes os destinos mais comuns nas viagens marítimas de então, dependentes, em grande parte, dos negócios da recém-criada Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (desde 1756) – e talvez por isso as respectivas cartas não se terão preservado. Portugal assinara no início do século o Tratado de Methuen, que estabelecia a troca de têxteis britânicos por vinhos portugueses, e vivia um período de consolidação da actividade económica por acção do Estado absolutista, no âmbito das reformas empreendidas pelo Marquês de Pombal. Estas cartas e vistas de costa serviriam, assim, para treinar o traço e aprofundar o conhecimento dos futuros pilotos. Seis das 23 cartas náuticas agora conhecidas correspondem a partes da costa da América Central, nove são da Europa (quatro da costa inglesa e cinco da costa francesa) e oito são da América do Norte. As vistas de costa correspondem a sectores da costa inglesa, francesa e africana (do Zaire ao Cabo da Boa Esperança, de Cabo Verde à Serra Leoa). Os documentos encontram-se na posse do Museu de Ciência da FCUP e têm sido alvo de operações de conservação e restauro levadas a cabo pela Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos da U.Porto. Para mais informações sobre estes documentos, poderá ser consultado “20 Centenário da Academia Real da Marinha e Comércio da Cidade do Porto, editado pela Reitoria da U.Porto em 2003.

U.PORTO EM NÚMEROS



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