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Não é só em época de Oktoberfest que o Vale do Itajaí cidade. marina melz
Prosit o ano inteiro É
só falar em Blumenau e pronto: a imagem de uma cerveja bem gelada com um gosto diferente do que se prova no resto do País já vem à cabeça. O que era exclusividade do mês de outubro agora é regra para o ano todo. As cervejarias artesanais invadiram o Vale do Itajaí e tornaram a região um polo obrigatório para quem é apreciador da boa cerveja. A Mercado Blumenau escolheu algumas das marcas e mostra, afinal de contas, porque elas são uma das partes mais charmosas do Vale. A jornalista Ana Paula de Sousa realizou, em 2010, uma grande reportagem sobre as cervejarias do Vale do Itajaí. A ideia era mostrar de onde surgiu esta história que hoje movimenta milhões em reais e centenas de pessoas. Ana relembra uma frase de Juliano Mendes, sócio-fundador da Eisenbahn, que marcou o seu trabalho. “Ele me disse que cerveja antigamente bebia-se apenas por beber. Com o surgimento das cervejas Premium, hoje degusta-se”, lembra a pesquisadora. “É aí que o Vale do Itajaí reforça sua importância no cenário nacional”. As descobertas com a grande reportagem foram tantas que Ana tomou gosto pela coisa. “Aprendi a saborear e tenho minhas preferidas”, brinca. A jornalista disponibiliza a grande reportagem para os interessados através do e-mail anapsps@yahoo.com.br.
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se destaca pela qualidade das cervejarias artesanais na
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Outros rótulos do Vale Mas não é apenas de Borck e de Eisenbahn que respira o ramo cervejeiro local. Uma das marcas que está se destacando dentro deste cenário é a Das Bier. Com sede em Gaspar, a empresa foi inaugurada em 2006 e vê com bons olhos o atual momento das cervejarias na região. “É um mercado em franca expansão não só em Blumenau, mas em todo o Vale. Todos estão buscando a excelência em seus produtos e o consumidor ganha com isso”, comenta Emerson Bernardes, diretor Comercial e de Logística. A Das Bier produz 30 mil litros mensais de chope que são distribuídos em 15 pontos de venda. Um dos diferenciais da empresa é um serviço que foi chamado de Disque-Chope. O cliente liga, encomenda seu barril de 15, 20, 30 ou 50 litros da bebida e busca no balcão da empresa. Para 2011, a empresa pretende aumentar sua capacidade de produção e iniciar o projeto de engarrafamento da bebida. Outra marca que está animada com o momento é a Bierland, de Blumenau. Eduardo Krueger, diretor da empresa, afirma que as vendas estão excelen-
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tes e os lançamento de novos produtos e cervejas a todo vapor. “Em março lançaremos a cerveja tipo Vienna, com ótimas características de malte e alto amargor. Já em abril as novidades serão a Imperial Stout e a Strong Golden Ale”, destaca Eduardo. A capacidade de produção da empresa é de 110 mil litros mensais da bebida que são vendidos em 50 pontos de venda. “Desde a nossa fundação, em 2003, aumentamos as vendas a cada ano e acreditamos que 2011 também será um ano bom”, comenta o executivo. “Queremos aumentar bastante as vendas de cerveja em garrafas, vendendo para vários estados do Brasil”, completa. Vem de Brusque outra marca que está crescendo muito nos últimos anos. A ZeHn Bier foi fundada em 2003 por uma das mais tradicionais famílias de Brusque. O objetivo com a fundação da empresa era a produção de um chope unicamente produzido por malte, fermento, lúpulo e água. Característica que permanece até hoje, já que nenhum produto da ZeHn Bier contém conservantes ou são filtrados. São quatro tipos de chope produzidos pela em-
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presa: Pilsen e Porter que estão disponíveis durante todo o ano e Pilsen Extra e Heller Bock, que são produzidos sazonalmente. Na cidade mais alemã no Brasil, em um prédio tomado pelo patrimônio histórico está localizada a sede da Schornstein. A fábrica de Pomerode tem capacidade produtiva de 30 mil litros mensais. A marca se orgulha em ser a primeira cervejaria artesanal catarinense a instalar uma fábrica em outro Estado. Na unidade de Holambra, SP, são produzidos 45 mil litros mensais de bebida. A Schornstein produz seis produtos diferentes: Pilsen Natural, Pilsen Cristal, Weiss, Pale Ale, Bock e Imperial Stout. Todos respeitam a Lei Alemã da Pureza, de 1516. A tradição já até saiu de Blumenau para conquistar outras regiões de Santa Catarina. De Joinville, temos a marca Opa Bier. Fundada em 2006, a empresa também respeita a Lei Alemã da Pureza e dedica-se a produção de chope artesanal com maltes e
lúpulos selecionados. O chope Pilsen da empresa é distribuído até por revendedores de Curitiba, PR, além de atender toda a região. Em Jaraguá do Sul, a marca que representa a cidade é a Königs Bier. A empresa produz quatro tipos de chope: Pilsen Natural, Pilsen Cristal, Festbier (também uma variação do Pilsen) e Malzbier. O produto já é encontrado em nove pontos de venda na região.
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Veja um trecho da pesquisa da jornalista Ana Paula de Sousa sobre as cervejarias em Blumenau “Há registros de a primeira cervejaria artesanal em Blumenau ter sido criada pelo imigrante Heinrich Hosang, dez anos após o surgimento da cidade, em 1860. Na época, havia pouco mais de 900 moradores. A localidade cresceu rapidamente nos primeiros anos. De acordo com o historiador Jader Cipriani, 33 anos, isto aconteceu porque os descendentes que vieram para cá, em 1850, eram originais de uma região da Alemanha onde as profissões eram bem distintas e voltadas para o meio urbano. Entre aqueles havia carpinteiros, comerciantes, pedreiros, costureiros e tantos outros. Os imigrantes vieram de cidades desenvolvidas, com comércio e indústria, e trouxeram para o Vale do Itajaí estes conhecimentos e, claro, a gastronomia, vestimenta, arquitetura e música. Muitos destes hábitos se perderam, no entanto, alguns se mantiveram e têm se fortalecido nos últimos anos, como a produção de cerveja. Na época da colonização, além do empreendimento de Hosang, outras cervejarias foram criadas. Uma a uma desapareceram, deixando apenas boas lembranças entre momentos bastante difíceis para os imigrantes que chegaram a Blumenau. Nas duas últimas décadas, porém, o sentimento de saudades foi trocado pela alegria de beber novamente cervejas originais do Vale, produzidas de acordo com as tradições alemãs. A primeira microcervejaria, ainda aberta, foi fundada em 1996, em Timbó, pelo ex-funcionário do Banco do Brasil, Brunhard Borck. Apenas seis anos depois, o gosto pela cerveja artesanal acabou retomando força no coração dos blumenauenses. Nasceu em julho de 2002, entre dias de sol e intenso frio, a cervejaria que trouxe de volta o orgulho à população e incentivou outros empresários a produzir sua própria cerveja. Surgiu, então, a Eisenbahn, fruto da união do pai, Jarbas, e dos filhos, Juliano e Bruno Mendes”.
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