DIÁRIO - IMAGENS - GRAFIAS

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Diário-imagens-grafias

Fundação HAssis 14 de junho a 26 de julho de 2013

Carlos Donaduzzi Daiana Schvartz Edson Macalini Elias Maroso Joana do Amarante Simone Rosa Vanessa Bortucan

Curadoras: Rosangela Cherem (PPGAV/UDESC) Nara Cristina Santos (PPGART/UFSM)


Diário-imagens-grafias Esta exposição considera o cotidiano como registro artístico do vivido ou do vivenciado. Implica tanto percepções dos artistas voltadas para as coisas inscritas na ordem do comum e da aparente banalidade, como sensibilidades que as retiram desta condição, dotando-as de uma surpresa ou assombro, salvando-as da dormência. Assim, as imagens-grafias tratam o diário como trans-ações cotidianas que não estão prontas nem estão dadas no mundo, mas estão sujeitas a algum tipo de encontro. Tomadas de suas circunstâncias e contingências, passam a viver metamorfoseadas e definem-se como arte. Apresentam-se como um modo de pensar e estranhar aquilo que nos cerca, produzindo uma relação de estranhamento e suspendendo o estabelecido. Ao grupo de artistas nesta exposição, coube buscar desafios através de diferentes “imagens-grafias”, proposições e escapatórias; considerando distintas linguagens, tais como desenho, gravura, fotografia, vídeo, bem como suas diversas possibilidades de hibridações, contaminações e alargamentos. Jacques Derrida propõe uma reflexão sobre as artes espaciais como uma operação que assume a movência disciplinar e seu constante deslocamento. Sendo o espaçamento um efeito, o que se afirma são as possibilidades rítmicas, sejam visuais ou literárias, incluindo sonoridades e acústicas; portadoras de temporalidades, cuja matéria inclui rastros e devires. Eis o fio que liga aquilo que os artistas apresentam nesta exposição e aquilo que pode acionar novos diários e também novos registros.

Curadoras: Rosangela Cherem (PPGAV/UDESC) Nara Cristina Santos (PPGART/UFSM)

DERRIDA, Jacques. As artes espaciais: uma entrevista com Jacques Derrida. In: Pensar em não ver, escritos sobre as artes do visível. Florianópolis, Ed. UFSC, 2012.

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Carlos Donaduzzi

Artista: Carlos Alberto Donaduzzi Título: Jornal do Dia Técnica: Fotografia Dimensão: 20x74 cm Ano: 2013

Carlos Donaduzzi (Santa Maria/RS, 1989). Mestrando em Artes Visuais no PPGART/UFSM, linha de pesquisa Arte e Tecnologia. Bolsista CAPES, integrante do Grupo de pesquisa Arte e Tecnologia/ CNPq e do Laboratório de pesquisa LABART/UFSM. Bacharel em Artes Visuais - Desenho e Plástica pela Universidade Federal de Santa Maria (2011). Desenvolve pesquisa em fotografia e vídeo. Carlos Donaduzzi - Série “Cotidiano Mergulhado” “A série ‘Cotidiano Mergulhado’ explora cenas sutis do dia-a-dia. Nestas fotografias podemos ir mais a fundo nos conceitos que emergem das cenas aparentemente comuns. Um mergulho que remete a certa leveza. Entretanto, o conceito de submersão também se relaciona com uma grande inundação e neste sentido nos vemos desestabilizados, algo que subverte a lógica natural. É assim que tarefas banais tornam-se ‘puras’ e ao mesmo tempo complexas no tempo corrido da vida cotidiana.”


Daiana Schvartz

Artista: Daiana Schvartz Título: Da série In Audíveis Material: lápis sobre parede Dimensões: De acordo com o espaço Ano: 2009

Daiana Schvartz (Blumenau/SC, 1982). Artista Visual. Mestranda pelo PPGAV/UDESC. Licenciada em Artes Plásticas, Fundação Universidade Regional de Blumenau (2004). Individuais: “In Audíveis” Cidadela Antártica, Joinville (2012); “Prêt-à-Porter”, Universidade Regional de Blumenau (2011); Intervenção Urbana “Mimetismo Urbano,” projeto aprovado pelo Fundo Municipal de Apoio à Cultura de Blumenau (2010). Coletivas: “O Rio, eu rio,” Casa SESC, Blumenau (2011). Intervenção Urbana “A espera do ponto”. Pretexto Cidades SESC, Blumenau (2010). 9° Salão Elke Hering, Museu de Arte de Blumenau (2010). Salão Jovem Artista promovido pelo grupo RBS. Centro Integrado de Cultura de Florianópolis (2008). Daiana Schvartz - In Audíveis “A série “In Audíveis” constitui-se de fones de ouvido como um símbolo do nosso individualismo cosmopolita. A pluralidade cultural chegando aos nossos ouvidos através de milhares de músicas que baixamos da internet, e nossa surdez para com um “outro” que tenta nos falar, que berra ao nosso lado, e de cuja presença só nos damos conta quando este nos toca ou nos fere. É o que nos permitem pensar as imagens de “In Audíveis”: incontáveis fones de ouvido que se arrastam, qual vermes, para dentro de nossas orelhas, ensurdecendo-nos. E se a música se constituiu na história humana como local da socialização, agora nos individualiza, alienando-nos na hiper-estimulação sonora, que nada diz. Texto de Viegas Fernandes da Costa. Escritor e Historiador.”


Edson Macalini

Artista: Edson Macalini Título: Carimbo - retenção, reminiscência! Técnica: Objeto/Gravura Dimensões: 30 x 30 x 7,5 cm Ano: 2010

Edson Macalini (Cascavel/PR, 1983). Professor de Artes e Artista Visual. Mestrando em Artes Visuais pelo PPGAV/UDESC. Graduado em Licenciatura em Artes Visuais/FAP-PR. Exposição, coletiva “Possíveis Conexões II”, Museu de Arte Contemporânea do Paraná (2010). Edson Macalini - Carimbo: retenção, reminiscência! “Brincadeiras, Voos e Corridas. Este projeto tem por finalidade articular questões relacionadas às memórias da infância. É um personagem (um menino) que, sempre e em companhia com seu balão, atua em diversas situações, em uma serie de atividades e movimentos diferentes em cada ação ou proposição. Este trabalho propõe interatividade com o público, pois a finalidade está na gravação das imagens com os carimbos nos papéis, que se podem gravar e as levar consigo. As “3”caixas, são como “kit- Carimbos” que contem em cada uma 10 imagens (carimbos) diferentes, estão separados por compartimentos, uma almofada entintada com tinta preta e uma pilha de papeis brancos. Tais caixas constituem essas séries, que são desenhos do menino com aquilo que mais gosta, e estão assim, intituladas: Brincadeiras (as suas da infância) Voos (mesmo com a incapacidade de um pequeno balão o levantar) e Corridas (sempre indo ao encontro de algum desejo ou sonho).”


Elias Maroso

Artista: Elias Maroso Título: : 5# Técnica: Projeção Imagem Ano: 2013

Elias Maroso (Sarandi/RS, 1985). Mestrando em Artes Visuais no PPGART/UFSM, na linha Arte e Tecnologia com uma pesquisa voltada à noção de contágio semântico, formal e estrutural do objeto artístico em contextos urbanos de inserção. Bacharel em Artes Visuais (UFSM), fez intercâmbio na Escuela de Bellas Artes (UdelaR-Montevidéu/Uruguai), é Especialista em Design de Superfície (UFSM). Integra o Grupo Arte e Design (CNPq/UFSM). É membro fundador da Sala Dobradiça (Santa Maria/RS) onde atua como gestor e artista, participando da 7ª e 8ª Bienal do Mercosul. Elias Maroso - #5 “Oriundo da pesquisa de mestrado em Arte e Tecnologia intitulada “Contágios Poéticos no Espaço: ações e objetos no contexto Urbano”, a proposta apresentada refere-se a uma prática que visa tomar o espaço como determinado e determinante para a linguagem tridimensional artística, impregnando-a de aspectos estruturais, formais e semânticos do local onde ou se insere ou dispara a criação. Tendo como conceito suscitador o contágio, tal investigação pode alcançar um modo de espacialização site specific, pois dialoga diretamente com a arquitetura, tomando-a hospedeira. Apresenta-se nesta exposição um fragmento desse percurso em andamento, salientado a projeção de objetos tridimensionais mediante recursos tecnológicos digitais que favorecem a flexão da imagem do espaço inserida nos atributos visuais do projeto construído.”


Simone Rosa

Artista: Simone Rosa Título: Paisagens inimagináveis: Casa Rosa Técnica: projeção de imagens digitais Dimensões: duas projeções que se sobrepõem de até 120 cm de largura cada. Ano: 2012

Simone Rosa (Santa Maria/RS, 1969) Artista Visual. Mestranda em Artes Visuais pelo PPGART/UFSM. Graduada em Desenho e Plástica Bacharelado/UFSM. Destacamse em 2012, três exposições individuais: Fachadas Antigas: Armações Vazias do Passado, na Câmara Municipal de Porto Alegre, RS; Vila Belga: Transfiguração do Espaço Urbano,Galeria Monet Plaza Arte, Santa Maria, RS; Bento Gonçalves: percepções de uma artista turista, Casa das Artes de Bento Gonçalves, RS. E, a coletiva Arte – Participação e Interação, exposição que integra o 7º Simpósio de Arte Contemporânea: Participação e Interação, realizada na Sala Iberê Camargo/MASM, Santa Maria, RS. Em 1993 recebeu um prêmio no XX Salão de Arte Jovem, em Santos/SP. Simone Rosa - Projeção “As imagens projetadas são paisagens inimagináveis, nas quais por meio da manipulação digital associa-se passado e presente na mistura híbrida, própria do uso da tecnologia; salientando o híbrido constatado também na combinação de arquiteturas antigas com seu contexto urbano. A interpretação de uma paisagem urbana de Santa Maria/RS hibridiza imagens de uma antiga residência, considerada Patrimônio Cultural, e elementos da visualidade urbana, inferindo-se as suas lembranças, memórias e subjetivações; instigando à diversidade cotidiana e à aceleração do tempo.”


Joana do Amarante

Artista: Joana do Amarante Título: série Registro Técnica: fotografia com escrita Dimensões: 8,5 x 10,5 cm (aproximada) Ano: desde 2010 (Projeto em construção)

Joana do Amarante (São José/SC, 1986). Artista Visual. Mestranda em Artes Visuais no PPGAV/UDESC. Licenciada em Artes Plásticas/ UDESC. Coletivas itinerantes: “Gravura Contemporânea: Vestígios Singulares” (2012-2017), Santa Catarina; “DOBRAmentos: livros em trânsito” (2010-2011), principais lugares: CEART-UDESC (Florianópolis), Universidade FEEVALE (Novo Hamburgo), Museu Victor Meirelles (Florianópolis), Atelier Livre (Porto Alegre). Coletivas: “Armazém”, Museu de Arte de Blumenau - Fundação Cultural de Blumenau (2012) e no Museu Victor Meirelles (2011); “Arte Correo: 10x15 Espacio de Libertad”, organizada pela Pós-Graduação em Linguagens Artísticas Combinadas (IUNA), Galería Palermo H, Buenos Aires (2009). Joana do Amarante - Série Registro “Durante o último semestre de minha graduação em 2010/1, registrei meu trajeto diário, casa-universidade-casa, num livro/caderno de bordo. Esse caderno contou com meu relato diário dos caminhos por onde passava, o que observava, as minhas tentativas de percorrer outras trajetórias para chegar onde queria e a posterior inserção de fotografias e de outros objetos nos espaços que deixava para isso. A maior parte dos meus relatos e fotografias, muitas vezes, eram defasadas no espaço-tempo, onde misturava minhas impressões de hoje com as de ontem e com imagens da semana passada. Modificar o caderno e transformá-lo em fotografias onde poderia, instantaneamente, relatar meu trajeto/sentimento, partiu dessa necessidade do registro no momento exato ou do pensar que poderia realizar isso, por isso a escolha do formato polaróide. Os registros continuaram e continuam funcionando como ficções do meu trajeto e dos meus dias.”


Vanessa Bortucan

Artista: Vanessa Bortucan Título: Coleção-pequenos fragmentos Técnica: desenho em nanquim sobre papel Dimensões: 5,3 x 7,4 cm cada Ano: 2011-2013

Vanessa Bortucan (S. J. Rio Preto/SP, 1984) . Artista Visual e Professora de Artes. Graduada em Licenciatura em Artes Visuais/ UDESC e Mestranda em Teoria e História da Arte na mesma instituição. Trabalho individual: Performance Cansei (2010). Participou de exposições e projetos coletivos: Corporaneidade (Florianópolis, 2008), Mimesis Mülleriana (Blumenau, 2010), Diálogos Efêmeros (Florianópolis, 2010) e Ação Artística Urbana [Entre], (Florianópolis, 2009). Vanessa Bortucan - Coleção-pequenos fragmentos “A coleção de desenhos em nanquim são materializações de referências e experiências cotidianas. O processo de desenhar tem um caráter desviante, onde cada traço faz algo aparecer. O ato de desenhar não controla o gesto corrente. Sua fluidez determina quando o desenho acaba e quando outros começam - se é que podem acabar e começar. Nessa busca incessante de um diálogo com o espaço do papel, responde a delicadeza do que permanece e se perde em cada processo - único e interminável. Não se sabe o que pode surgir. De repente, no desenho algo precisa terminar para algo começar.”


Diário-imagens-grafias Fundação Hassis Rua Luiz da Costa Freysleben,87 Itaguaçu, Florianópolis, SC www.fundacaohassis.org.br Assistência CURATORIAL Carlos Donaduzzi Giovanna Casimiro Karoline Barreto Sandra Checluski CATÁLOGO Valéria Boelter


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