1
SEJAMOS SANTOS, PORQUE DEUS É SANTO
APRESENTAÇÃO
A santificação dos cristãos é algo primordial e requerido na Palavra de Deus. Todavia, não se está falando de algo abstrato, pois não dá mais para cogitar uma santificação superficial, como é comum se ver nos dias de hoje. Precisamos de santos reais, palpáveis, os quais o mundo possa enxergar. A separação que os filhos de Deus devem fazer em relação ao pecado e ao mundo implica em uma entrega total ao Senhor, visando tornarem-se “vasos” usáveis, que devem servir de canal para o cumprimento das Escrituras Sagradas. O tema que estudaremos é: “Sejamos santos, porque Deus é santo”. Aquele que é incorruptível exige de cada um de nós santidade integral, em toda a maneira de viver, o que implica em dizer que devemos ser diferentes dos pagãos, no que tange ao relacionamento com o Senhor e com o nosso próximo. As lições desta Revista “Crescimento Bíblico” mostrarão em que sentido o Filho de Deus deve comprovar a sua santidade de modo prático. Ser santo não é alienar-se das pessoas, mas relacionar-se de maneira adequada, sem se manchar com a nódoa concupiscente desta era, “porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.16).
MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
SEJAMOS SANTOS, PORQUE DEUS É SANTO SUMÁRIO LIÇÃO 01 - Os santos obedecem a vontade de Deus LIÇÃO 02 - Os santos se entregam plenamente LIÇÃO 03 - Os santos são consagrados LIÇÃO 04 - Os santos são cidadãos do céu LIÇÃO 05 - Os santos são diligentes LIÇÃO 06 - Os santos seguem o padrão celestial LIÇÃO 07 - Os santos têm novas atitudes LIÇÃO 08 - Os santos anunciam a salvação LIÇÃO 09 - Os santos têm o dom supremo LIÇÃO 10 - Os santos tiveram um encontro com Deus LIÇÃO 11 - Os santos buscam o Senhor de todo o coração LIÇÃO 12 - Os santos andam na presença de Deus LIÇÃO 13 - Recapitulação
COMENTARISTAS: Evandro Arruda do Nascimento (Pastor) Ana Lúcia de Souza Almeida (Pastora) Arnaldo Ribeiro Dias Filho (Pastor) Kleber Paulo Santana (Pastor)
Supervisão Geral Natanael Nogueira de Sousa Pastor Presidente Revisão Geral Evandro Arruda do Nascimento Pastor - Ministro de Educação Cristã Revisão Hermenêutica e Teológica Nilton Félix Batista Pastor Revisão Gramatical Antônia B. Costa Carvalho Maria Zélia Oliveira Freitas Adriana Oliveira de Sousa Silva Editoração Gráfica Kleber Paulo Santana Pastor Desing Kleber Paulo Santana BÍBLIA - Versões Usadas: Revista e Corrigida (RC) Revista e Atualizada (RA) Contatos: www.adgo.com.br Todos os direitos reservados à Igreja Assembleia de Deus do Gama Oeste - A/E 2/4 - DF.
3
Lição 01 - 07 de outubro de 2018 OS SANTOS OBEDECEM A VONTADE DE DEUS VERSÍCULO CHAVE: “pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornaivos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1 Pedro 1.15). TEXTO BASE: 1 Pedro 1.15-23 15 - pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornaivos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, 16 - porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. 17 - Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, 18 - sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, 19 - mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, 20 - conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós 21 - que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus. 22 - Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, 23 - pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.
4
INTRODUÇÃO Como podemos nos tornar mais parecidos com Cristo? Somente pela santificação alcançaremos isso, pois fomos chamados para sermos “conforme a imagem de Jesus Cristo” (Rm 8.29). Nesta lição, somos convocados a progredir na escalada da fé no que diz respeito à santidade, se quisermos gozar de uma estreita comunhão com Deus. Através dos séculos, Deus tem separado para si um povo e é Sua intenção que ele seja participante da Sua natureza divina (2Pe 1.4). Veremos, portanto, os propósitos, os meios e os efeitos da santificação na vida do cristão. I – OS SANTOS CONHECEM OS PROPÓSITOS DA SANTIFICAÇÃO A palavra santo, tanto no Antigo como no Novo Testamento, aponta para aquilo que foi retirado do uso comum e separado para o uso sagrado. É o ato de separar-se para dedicar-se a Deus (Rm 12.1,2). As Escrituras mostram a necessidade da santificação, destacando inclusive que, sem ela, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Portanto, eles: 1. São separados para Deus - “... sede santos em toda a vossa maneira de agir” (v. 15b). É claro que jamais conseguiremos ser santos de maneira plena, enquanto estivermos vivendo no mundo, apesar de que, em Cristo, Deus nos contempla como tais em sua totalidade. Quando nos rendemos a Cristo pela fé, somos santificados de forma instantânea. Todavia, a santificação é também progressiva quando efetuada por Deus no homem, num processo que continua por toda a nossa vida. Segundo Paulo, no decorrer da nossa existência, seremos “transformados de glória em glória na imagem do Senhor” (2Co 3.18). Mesmo não tendo ainda chegado à perfeição, devemos prosseguir para alcançar os propósitos pelos quais Cristo nos salvou, isto é, que sejamos santos em toda a maneira de viver. 2. Relacionam-se com o Deus santo - “porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (v. 16). Deus é santo no sentido mais absoluto da palavra. Nele não há mudança e nem sombra de variação (Tg 1.17). Quando Isaías contemplou a Sua glória, ficou 5
completamente abalado na sua estrutura, porque a pureza da santidade e do caráter divino contrastou com a fraqueza humana do profeta: “Ai de mim que vou perecendo...” (Is 6.5). A maneira mais contundente de se expressar um superlativo no hebraico é através da repetição tríplice da palavra. Na visão de Isaías, seres angelicais voavam ao redor do trono de Deus, bradando uns para os outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3). Portanto, torna-se imprescindível a nossa santificação, por causa do relacionamento que temos com Ele. Somos convocados a sermos santos, porque Ele é santo. 3. Portam-se com temor diante do Deus santo que invocamos como Pai - “Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (v. 17). As razões para nos empenharmos na santificação diária como objetivo final em nossas vidas podem ser vistas nas informações que o texto nos apresenta. A primeira é que, como filhos de Deus, nós o invocamos como Pai; portanto, viver uma vida pecaminosa, seguindo o curso do mundo, seria pura contradição, uma vez que um santo só pode gerar outro santo. A segunda é que o Senhor julga segundo as obras de cada um; logo, não podemos esperar complacência divina, vivendo de qualquer maneira. Por último, a exortação é para que a nossa conduta seja em temor durante toda a nossa existência efêmera nesse mundo de peregrinação. II – OS SANTOS SEGUEM OS MEIOS DA SANTIFICAÇÃO É nossa a responsabilidade de batalhar contra o pecado, entretanto, o Espírito santo nos capacita, purificando-nos a alma pela obediência à verdade (1Pe 1.22). O processo de santificação é obra de Deus, por meio da qual Ele efetua em nós “tanto o querer como o realizar” (Fp 2.13). Somos a lavoura de Deus e somente Ele pode promover o nosso crescimento. A seguir, veremos os meios pelos quais a santificação é levada a termo: 1. A graça revelada em Cristo Jesus - “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que 6
vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo” (v. 13). Esperar inteiramente na graça não significa cruzar os braços aguardando que tudo aconteça de modo mágico, mas sim confiar que todas as coisas fundamentais para nos conduzir à vida e à piedade já nos foram outorgadas por Deus, mediante nosso Senhor Jesus Cristo (2Pe 1.3). Portanto, sem essa atuação divina é inútil lutar em busca das coisas espirituais, incluindo a nossa santificação. Essa graça nos foi trazida do céu, pela revelação de Jesus Cristo, que se tornou para nós, da parte de Deus, santificação (1Co 1.30). 2. A filiação - “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (v. 14). O papel específico de Deus na santificação é o processo pelo qual Ele aplica em nós a disciplina, considerando que somos seus filhos. A Bíblia diz que Ele nos corrige para sermos participantes da Sua santidade (Hb 12.10). O processo contínuo da santificação é o meio pelo qual Deus compartilha a Sua vida conosco. Logo, a santificação nos leva à obediência, própria de um filho disciplinado. As paixões de outrora nada mais devem representar aos filhos do Deus santo, pois elas são fruto de um passado vivido nas trevas da ignorância. 3. O sangue precioso de Jesus Cristo - “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados (...) mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (vv. 18,19). Tudo começa e termina com o sangue de Jesus. No Antigo Testamento, o sangue de animais, purificava e santificava os filhos de Israel das suas impurezas, de modo imperfeito, pois era sombra do que viria em realidade (Lv 16.19). Agora, de modo superior, o sangue de Jesus purifica as nossas consciências, para que sirvamos ao Deus vivo (Hb 9.14). Portanto, é imprescindível o papel do sangue do Cordeiro na nossa santificação (Hb 13.12). Por ele, fomos libertos, transformados e santificados, visando à vida eterna (Rm 6.22).
7
III - OS SANTOS SÃO ALVOS DOS EFEITOS DA SANTIFICAÇÃO Todos os seres humanos são constituídos de corpo, alma e espírito; contudo, o pecado matou o homem espiritualmente e o tornou sujeito à morte física. Nessa condição, ele está banido da presença de Deus. A santificação consiste em regenerar o espírito, transformar a alma e, no futuro, transfigurar o corpo corruptível. Isso implica numa mudança radical em todos os sentidos e em todo o ser. Portanto, vejamos seus efeitos: 1. Esperança em Deus – “que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus” (v. 21). A Bíblia diz que temos que nos purificar de toda impureza, seja da carne, seja do espírito, pois essa é a maneira de aperfeiçoarmos a nossa santidade (2Co 7.1). A nossa esperança só pode ser baseada nisso, já que sem santificação não podemos sequer ver o Senhor (Hb 12.14). Portanto, uma das prerrogativas da santidade é a esperança que temos, por meio de Jesus Cristo, o qual Deus ressuscitou dentre os mortos, de podermos, agora e no porvir, habitarmos com o Senhor que é santo. 2. Amor fraternal não fingido – “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (v. 22). Paulo diz que já nos revestimos do “novo homem que se refaz para o pleno conhecimento segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10). Não faz mais sentido continuarmos demonstrando dia após dia aquela vida de intrigas com o nosso próximo, odiando-o e desejando-lhe o mal. O novo homem representa uma nova vida em Cristo. Isto significa o próprio Senhor habitando em nós e agindo por meio de nossa vida. Assim, o que nos era impossível, tornou-se viável: “o amor fraternal não fingido”. Santidade não é isolamento e menos ainda, alienação. É, na verdade, um relacionamento adequado com o 8
nosso semelhante, por meio de um amor ardente que brota do coração. 3. Vida permanente pela Palavra de Deus – “pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (v. 23). Chegamos finalmente ao ponto em que não podemos deixar de levar em conta que só alcançaremos todas as bênçãos discorridas nesta lição por meio do alimentar diário da Palavra de Deus. Nela, encontramos o modelo divino de santidade, pois é o manual que nos orienta no desenvolvimento correto da santificação, que nos torna úteis a Deus e habilitados, não somente para nos relacionarmos com o Santo, mas também para toda boa obra. CONCLUSÃO A santificação é uma possibilidade para todos os cristãos nascidos da Palavra de Deus. Sem ela, não podemos ver a Deus, muito menos entrar no Seu Reino celestial. Somos vitoriosos sobre o pecado, por meio da santificação efetuada por nosso Senhor Jesus Cristo. Seu sangue nos purifica de todo pecado, e por isso, agora podemos nos relacionar com Deus. Procuremos nos santificar a cada dia. Sejamos santos, porque Deus é santo. Para reflexão: . Como você tem se portado em relação à sua chamada para ser santo? . Você sente que tem progredido na santificação? . Qual é a vontade de Deus para a sua vida? Questionário para avaliação e debate: 1. Qual é o significado da palavra “santo”? 2. Como acontece a santificação no crente? 3. Por que devemos ser santos? 9
Lição 02 - 14 de outubro de 2018 OS SANTOS SE ENTREGAM PLENAMENTE A DEUS
VERSÍCULO CHAVE: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5.23). TEXTO BASE: 1 Tessalonicenses 5.16-23 16 - Regozijai-vos sempre. 17 - Orai sem cessar. 18 - Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. 19 - Não apagueis o Espírito. 20 - Não desprezeis as profecias; 21 - julgai todas as coisas, retende o que é bom; 22 - abstende-vos de toda forma de mal. 23 - O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO Já vimos na lição anterior que a santidade é uma necessidade primordial para o cristão, pois fomos chamados para tal finalidade (1Ts 4.3). O objetivo agora é mostrar o que o cristão pode e deve fazer para se manter santificado e também intensificar a verdade de que a nossa santificação não terá valor se for apenas parcial. Foge à realidade das Escrituras o fato de o cristão tentar ser santo apenas no interior ou somente no exterior. O desejo de Deus é que sejamos conservados plenamente íntegros e que tenhamos uma conduta irrepreensível até a vinda do Senhor Jesus. Vejamos, portanto: 10
I – ACEITANDO DE BOM GRADO AS EXORTAÇÕES DAS ESCRITURAS Já vimos que o Agente da nossa santificação é Deus, diferentemente do que pensavam, no período medieval, alguns cristãos bem-intencionados, que escolhiam o seu próprio método para se santificarem. Acontece que não tem valor algum se essa santificação, efetuada pelo Senhor, não produzir resultados palpáveis no crente. O texto base da lição mostra as várias exortações para que essa realidade seja concretizada na vida do cristão, quais sejam: 1. Para viverem a alegria permanente – “Regozijai-vos sempre” (v. 16). Quando o rei Davi pecou, sentiu imediatamente tristeza em seu coração, e então pediu a Deus que lhe restituísse a alegria da salvação (Sl 51.12). Em Filipenses 4.4, Paulo exorta os cristãos a alegrarem-se sempre no Senhor. Vemos, então, que a alegria espiritual só pode estar na vida de quem está em Cristo. Evidentemente, podemos confundir essa alegria com a que é produzida pelo sucesso financeiro, lazer, saúde e até pelos métodos inovadores aplicados no culto ao Senhor. No entanto, a alegria proveniente do fruto do Espírito Santo na vida dos santificados é diferente de tudo e supera todas as circunstâncias, de modo que podemos cumprir este imperativo em todo o tempo. 2. Para praticarem a oração perseverante – “Orai sem cessar” (v. 17). Orar sem cessar é ter o nosso espírito “conectado” com o Espírito Santo vinte e quatro horas por dia. Isso é possível se mantivermos a nossa mente voltada para Deus e para a Sua Palavra o tempo todo, em súplica e ações de graça. Evidentemente, essa atitude nos impedirá de ocuparmos a nossa mente com aquilo que é inconveniente, e nos fará desviar de tudo o que contraria o Senhor. Ninguém consegue viver em constante oração e, ao mesmo tempo, praticar aquilo que é reprovável para Deus. Se o crente quiser viver orando sem cessar, terá de fugir das práticas mundanas e pecaminosas, onde Deus não habita. Isso ratificará a sua santificação. 3. Para exercitarem o agradecimento a Deus - “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (v. 18). Quando reconhecemos Deus em todos os nossos caminhos (Pv 3.6), adquirimos um coração agradecido, esquecemos as derrotas e 11
enfrentamos com a cabeça erguida os problemas. O que nos leva a uma vida mundana é a preocupação com as coisas deste presente século. Portanto, não devemos nos envolver com “negócios” desta vida, que acabam nos afastando do Senhor. Dar graças a Deus em todas as circunstâncias é aceitar a Sua condição e o processo como Ele nos santifica em tudo. Lembre-se: O perfume só é extraído da flor com o seu esmagamento; o suco da uva é produzido quando elas são pisadas e, da mesma forma, o pão que nos alimenta é produto do trigo amassado. Portanto, em toda situação, lembre-se de agradecer a Deus, porque essa é a Sua vontade. 4. Para examinarem criteriosamente todas as coisas - “julgai todas as coisas, retende o que é bom” (v. 21). Examinar é olhar, analisar minuciosamente, pesar, medir, provar, refletir. Isso é o que o cristão deve fazer em relação ao esporte, ao mundo da moda, da comunicação, do lazer, dos costumes, das culturas, da linguagem etc. Ele deve, antes de usufruir, ponderar, para depois reter somente o que é bom para a edificação de todos. O grande engano de muitos cristãos é que eles nunca procuram conhecer as verdades nas Escrituras para poderem pautar as suas ações e se conduzirem convenientemente nos seus caminhos. Seria melhor perguntarmos quais as implicações de determinados atos do que perguntar se aquilo é ou não pecado. Procurar saber quais as consequências da bebida alcoólica é melhor do que querer saber se é ou não pecado beber. II – ACEITANDO DE BOM GRADO OS CRITÉRIOS DAS ESCRITURAS A santificação acontece de forma instantânea na vida do cristão desde o seu nascimento em Cristo, pois Jesus se fez santificação para nós (1Co 1.30), e é assim que Deus vê e trata os seus santos. Todavia, na prática, vemos que as nossas palavras, pensamentos e ações não condizem com essa realidade. Nesse caso, precisamos entender que as mudanças necessárias dependem de tempo. É um processo que dura a vida inteira. Somos trabalhados diariamente pela ação do Espírito Santo e da Palavra divina, da mesma forma como o escultor trabalha a sua escultura, a partir de uma pedra bruta. Vejamos como agem os santos:
12
1. Deixam o Espírito Santo agir livremente em suas vidas - “Não apagueis o Espírito” (v. 19). Extinguir o Espírito é negar ou ignorar a Sua ação. Significa não dar ouvidos à Sua voz e orientação, como se Ele nem estivesse ali. É como um cônjuge que trata com indiferença as expressões de alegria ou de tristeza do outro. O sinédrio foi reprendido pelo diácono Estêvão por serem “incircuncisos de coração”, pois insistiam em resistir à ação do Espírito Santo (At 7.51). Se quisermos progredir na santificação, precisaremos reconhecer a presença dessa Pessoa bendita e obedecer ao Seu comando. O Espírito Santo trabalha iluminando, avivando e purificando o servo de Deus. 2. Consideram as várias maneiras como Deus fala - “Não desprezeis as profecias” (v. 20). Somente vivendo de acordo com a Palavra de Deus poderemos manter uma vida santa, separada das práticas comuns aos pecadores. Jesus disse que os erros cometidos na vida cristã estão intimamente ligados à falta de conhecimento das Escrituras (Mt 22.29). As profecias referem-se tanto à pregação ou ensino da palavra, como ao falar pelo dom do Espírito. Em ambos os casos, há a necessidade de que se julgue o que está sendo pregado, ensinado ou profetizado. Os critérios são definidos pela própria Palavra de Deus. Existem muitas maneiras de se desprezar as profecias genuinamente inspiradas, e a pior delas é atribuir o que Deus fala a uma mensagem diabólica. Por isso, é imprescindível que as profecias sejam julgadas, a fim de que se retenha o que é bom. 3. Seguem sabiamente a conduta diária - “abstende-vos de toda forma de mal” (v. 22). Outra norma das Escrituras é a recomendação para que fujamos da aparência de tudo aquilo que é duvidoso, ou que venha a colocar em risco a nossa integridade e fé. Trata-se de qualquer coisa que não esteja em harmonia com a ordem divina. Nem tudo que é permitido ao cristão praticar, usar ou possuir, traz edificação (1Co 10.23). O desprezo a esta norma bíblica tem levado muitos a se embaraçarem com as coisas desse mundo (Hb 12.1). O cristão atento e vigilante foge a galopes de tudo que ameaça a sua santificação, como foi o caso de José na casa de Potifar (Gn 39.12). Abster-se de toda forma de mal não significa apenas evitar a prática do pecado, mas também implica em fugir de tudo o que aparenta ser mal. 13
4. Conservam-se íntegros e irrepreensíveis - “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 23). A versão atualizada da Bíblia King James usa o termo: “vos santifique integralmente”. É um erro afirmar que apenas a santificação interior satisfaz a vontade de Deus. Ela precisa abranger o espírito, a alma e o corpo. Nada pode ficar sem ser santificado. A santificação começa no espírito do homem (de dentro para fora), e não poderia ser diferente, pois o pecado entrou no homem por meio da sua carne, ou seja, de fora pra dentro (Rm 5.12). A Palavra de Deus nos exorta a apresentarmos os nossos corpos a Deus (Rm 12.1). Da mesma maneira como apresentamos os nossos membros para servirem à imundície e à maldade, assim devemos apresentá-los para servirem à justiça para santificação (Rm 6.19b). CONCLUSÃO A santificação é a condição básica para que o cristão agrade ao Senhor em todo o tempo. Assim sendo, uma vez que Deus nos deu os meios necessários para sermos Santos, ninguém pode se eximir dessa responsabilidade. Devemos estar atentos às exortações na Palavra quanto à oração constante, para que não venhamos a cair em tentação. É preciso também que nos livremos das preocupações com as coisas desta vida, de forma a conservarmos sempre corações gratos ao Senhor em todas as situações. Não podemos nos esquecer também de que é indispensável que nos abstenhamos da aparência do mal, julgando tudo com sabedoria, de acordo com a Palavra divina. Enfim, sejamos santos, porque Deus é santo. Para reflexão: . Você é um crente santificado? . A sua vida tem sofrido grandes transformações espirituais? . Como o teu espírito, alma e corpo têm glorificado a Deus? Questionário para avaliação e debate: 1. O que é aparência do mal? 2. Como podemos nos alegrar sempre? 3. O que é extinguir o Espírito? 14
Lição 03 - 21 de outubro de 2018 OS SANTOS SÃO CONSAGRADOS VERSÍCULO CHAVE: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12.1). TEXTO BASE: Romanos 12.1-8
1 - Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 - E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 3 - Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 4 - Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, 5 - assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, 6 - tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; 7 - se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; 8 - ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.
15
INTRODUÇÃO Os santos são consagrados ao Senhor com objetivos bem definidos pelas Escrituras: oferecer, com a própria vida, sacrifício agradável a Deus. Essa oferta deve ser viva, imaculada e aceitável ao Senhor. Isso só é possível àquele que se abstém das coisas desse mundo, que procura renovar a sua mente para, consequentemente, ser transformado a cada dia, procurando assim agradar ao Senhor. Queremos nesta lição mostrar a consagração do cristão, evidenciada no culto a Deus e na vida transformada. Vejamos, portanto: I – CONSAGRAÇÃO DEMONSTRADA NO CULTO AO SENHOR – (v. 1) Uma das coisas que o cristão aprende logo após a sua conversão é que precisa cultuar ao seu Deus, o único digno de tal devoção. Entretanto, esse culto não deve ser oferecido de qualquer maneira. Foi por causa da insolência que Caim e sua oferta foram rejeitados (Gn 4.5). Da mesma maneira, a morte dos dois filhos de Arão, Nadabe e Abiú, foi causada pelo “fogo estranho” que trouxeram à presença do Senhor (Lv 10.1). O verdadeiro culto possui qualidades essenciais que devem ser observadas, evitando assim o desagrado de Deus. É o que veremos a seguir: 1. O culto deve ser vivo - O culto na Antiga Aliança era feito por meio do sacrifício realizado com animais mortos durante a cerimônia. Quase sempre, o animal sacrificado teria que ser queimado totalmente para que se tornasse em um “aroma agradável ao Senhor” (Lv 3.1-5). O apóstolo Paulo ensina que, no Novo Pacto, o sacrifício deixa de ser por meio de animais e passa a ser a entrega absoluta do próprio cristão ao Senhor, simbolizando a morte do ofertante. O cristão será aceito por Deus quando se desfizer de todos os seus recursos físicos e intelectuais, transformando-os em “cinzas”. O culto ao Senhor deve ser inteligente, pois os animais não tinham consciência do que estava acontecendo a eles, mas os seus servos devem saber. Portanto, o culto prestado ao “Deus Vivo” (Hb 9.14) deve ser também vivo, dinâmico e constante: “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.13). 16
2. O culto deve ser santo – Uma vez que santo é uma palavra que significa separação, o cristão deve a Deus exclusividade, no sentido de afastar-se daquilo que é trivial, posto que ele foi chamado para ser de Jesus Cristo (Rm 1.6). Portanto, o louvor dos santos precisa ser mesclado com sinceridade e dedicação, além da pureza dos sentimentos, e tudo deve estar voltado para o Senhor num verdadeiro espírito de adoração. Lembre-se que o Senhor quer exclusividade não somente naquilo que é cantado, mas na sua vida como um todo. Um culto é santo quando é isento de misturas no seu ritual. Muito do que se vê hoje em dia nas reuniões da igreja foi copiado daquilo que o mundo aprecia. Acontece, porém, que o que é agradável ao mundo pode não ser ao Senhor: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). 3. O culto deve ser agradável a Deus - Quando o cristão se preocupa mais com a técnica e com a liturgia do culto do que com a sinceridade, singeleza e santidade, demonstra que o objetivo não é agradar a Deus, mas a si mesmo e aos homens. O Senhor está mais interessado no coração de quem lhe apresenta o culto do que nos recursos tecnológicos empregados nele. É imprescindível que se tenha o cuidado de agradar ao Senhor em todos os momentos em que se reúne para adorá-lo. Deve-se evitar que se torne apenas um “show”, às vezes realizado em busca de retorno financeiro e fama. O que Paulo chama de agradável a Deus pode ser entendido como algo que produz alegria no coração do Senhor. Logo, é aprazível para Deus estar no seio da Igreja. II – CONSAGRAÇÃO DEMONSTRADA NA VIDA TRANSFORMADA – (v. 2) A prova cabal da consagração de alguém a Deus é vista no comportamento demonstrado diariamente. Não dá para identificar um santo apenas olhando para a sua aparência. Essa santidade exteriorizada pode ser enganosa, visto que é possível alguém demonstrá-la sem ter sofrido a menor mudança interior. O apóstolo fala de algo mais contundente, que ultrapassa os limites da religiosidade. A dedicação do crente deve abranger uma profunda 17
renúncia a tudo que é mundano, bem como uma transformação radical no entendimento, que mude por completo os velhos conceitos adquiridos no tempo da ignorância. Essa dedicação implica também em experiência com Deus a fim de saber inteiramente a Sua vontade. Portanto, vejamos: 1. Pela renúncia aos costumes do mundo - “E não vos conformeis com este mundo...”. O mundo é esta era onde Satanás age, e a Bíblia nos ensina que tudo que pertence a ele tem relação com a concupiscência da carne, dos olhos e com a soberba da vida, e que, portanto, não tem parte com Deus (1Jo 2.16). O mundo jaz no maligno (1Jo. 5.19), por isso o cristão não pode amá-lo (1Jo 2.15), já que os amigos do mundo constituem-se em inimigos do Senhor (Tg. 4.4). Conformar com o mundo é ser moldado na sua fôrma. Esse “molde” contradiz o modelo deixado por Deus, na Sua Palavra. Aquele que se conformou com o mundo na sua linguagem, diversões, vestes imodestas e provocantes, está andando “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). Quem assim procede está fazendo a vontade da carne e dos pensamentos. Portanto, ainda é, por natureza, filho da ira. (Ef 2.3). 2. Pela renovação do entendimento - “... mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...”. O homem sem Deus tem pensamentos vaidosos, que é o entendimento permeado pelas trevas da ignorância espiritual. Um entendimento obscurecido demonstra o estado de escuridão intelectual plena, onde não há discernimento e nem compreensão das coisas que vêm do alto. É por isso que o cristão deve buscar uma renovação na maneira de conceber as coisas espirituais e as que se referem à vida secular, pois a retidão cristã depende de constante renovação da mente. Este é o maior segredo de uma vida santificada, e isto se dá por meio de um processo contínuo. Ao novo homem foi possibilitado uma nova mente, que o permite entender as coisas concernentes à nova criação (1Co 2.14-16). São muitos os textos onde Paulo, em oração, pede a Deus pelo entendimento renovado dos cristãos (Ef 1.16-18; Cl 1.9 etc). 18
3. Pela submissão a vontade de Deus - “... para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. A transformação se dá por meio da renovação da mente que, por sua vez, nos capacita a discernir, analisar e a optar por obedecer de modo consciente e racional a vontade de Deus, que regulamenta a vida do cristão. O experimentar, nesse texto, significa provar por experiência própria qual é a vontade divina. Se Adão tivesse levado em conta a vontade de Deus, o pecado não teria entrado no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12); se o povo no deserto tivesse seguido a vontade divina, não teria morrido no caminho, antes teria entrado na Terra da Promessa (1Co 10.5-11; Hb 3.7-19). Por outro lado, se Jesus, no Getsêmani, não tivesse resistido à angústia da Sua alma, submetendo-se à vontade do Seu Pai, seria impossível o milagre da salvação (Lc 22.44). Portanto, amados, procuremos um conhecimento experimental da vontade boa, agradável e perfeita de Deus. CONCLUSÃO A grande evidência de uma vida santificada está no comportamento diário do cristão. Jesus disse que é pelos frutos que se conhece a árvore (Mt 7.15-20). A qualidade do culto que ofertamos a Deus é uma dessas comprovações. A adoração feita por um coração fervoroso, santo e que agrada ao Senhor é característica de um cristão cuja vida foi inteiramente consagrada a Ele. Também, a santidade é demonstrada no repúdio ao sistema mundano, pela transformação, produto de uma mente renovada e, pela clara percepção da vontade de Deus. Para reflexão: . Você tem se preocupado com a qualidade do seu culto ao Senhor? . Você tem se oferecido em sacrifício agradável a Deus? . Você tem procurado conhecer a vontade do Senhor? Questionário para avaliação e debate: 1. De acordo com Rm 12.1, quais os itens que compõem o culto ao Senhor? 2. Como o cristão pode renovar a sua mente? 3. Como podemos oferecer ao Senhor um culto vivo?
19
Lição 04 - 28 de outubro de 2018 OS SANTOS SÃO CIDADÃOS DO CÉU
VERSÍCULO CHAVE: “nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6.10). TEXTO BASE: Salmo 15.1-5 1 - Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? 2 - O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; 3 - o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; 4 - o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR; o que jura com dano próprio e não se retrata; 5 - o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado. INTRODUÇÃO Por onde quer que andemos e trabalhemos, estaremos sempre à volta com algum compromisso. Comprometemo-nos com Deus, família, amigos, colegas de trabalho etc. Nesse sentido, é impossível viver sem se comprometer. Importa, porém, que os nossos compromissos, sejam eles seculares ou de cunho espiritual, estejam firmados de acordo com a palavra de Deus. Isso é ser santo em toda a maneira de agir. No texto base desta lição, podemos destacar pelo menos três aspectos importantes a serem observados com relação aos compromissos dos cristãos como cidadãos do céu, vejamos:
20
I – ELES SÃO COMPROMISSADOS NO ANDAR Por onde quer que o cristão santificado ande, sua vida deve estar modelada em Cristo. Ele foi um exemplo vivo de correção nos compromissos firmados, fosse com Deus ou com os homens durante o Seu ministério terreno. O compromisso no andar do cristão deve ter, de acordo com o texto, pelo menos três características, que são: 1. Andam em sinceridade - “Aquele que anda em sinceridade...” (v. 2a). A sinceridade é uma qualidade de quem se expressa sem intenção de enganar. Os santos devem enaltecer a Deus através de um viver autêntico e verdadeiro. Vemos aqui a sinceridade como sendo um requisito básico para se entrar na morada do Altíssimo. Sendo assim, o crente deve, todos os dias de sua vida, cultivar esta qualidade, sabendo que Dele receberá a aprovação, como no caso de Jó, onde o próprio Deus testemunhou dizendo por duas vezes a satanás: observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero (Jó 1.8; 2.3). Vemos, portanto, que o Senhor não está indiferente ao nosso andar; antes, nos observa esperando poder também testemunhar a nosso próprio respeito para o mundo: “Observaste tu a sinceridade do meu servo?”. 2. Praticam a justiça - “... e pratica a justiça...” (v. 2b). No texto lido, a justiça entra como segundo requisito para se entrar no Reino de Deus. A sinceridade por si só é de muito valor, mas não é tudo, pois é perfeitamente possível ser sincero sem, no entanto, ser justo (Gn 20.37). Vemos nas Escrituras o exemplo do patriarca Noé, que era varão justo e reto diante de Deus, e por isso escapou no dilúvio, tendo o seu nome registrado na Bíblia Sagrada e nos anais da história como testemunho vivo e modelo exemplar para sua posteridade. O próprio Deus reconheceu a sua justiça, quando lhe disse: “Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração” (Gn 7.1). A nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20; Lc 11.39). Ela não deve ser apenas aparente e superficial, mas uma marca profunda e impregnada em todo o nosso andar. 3. Não fazem mal ao seu próximo - “... nem faz mal ao seu próximo...” (v. 3b). Quando indagado sobre o que fazer para entrar no 21
Reino de Deus, Jesus pergunta ao doutor da lei sobre o que está escrito nela, o qual Lhe respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração (…) e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10.25-27). Vemos, pois, o amor em evidência como sendo uma prerrogativa para se entrar no santo templo do Senhor. O amor não faz mal ao seu próximo, antes o auxilia e o socorre. A Bíblia diz que "os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo" (Jó 4.8). Não podemos, portanto, fazer mal ao nosso próximo, sob pena de colhermos infortúnios. A maior característica de um santo é a constante prática do amor. II – ELES SÃO COMPROMISSADOS COM A PALAVRA A Bíblia diz que de toda palavra frívola que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo (Mt 12.36). O termo "frívolo" significa fútil, leviano, volúvel. O cristão deve, portanto, dispensar total cuidado com as palavras que saem da sua boca, pois elas procedem do coração e podem contaminar todo o seu corpo. Vejamos então os seguintes importantes princípios, observados na vida daqueles que têm compromisso com a Palavra: 1. Falam a verdade – “... e fala verazmente segundo o seu coração” (v. 2c). Nós vivemos em um mundo cheio de mentiras e enganos. Foi-se o tempo em que podíamos cultivar uma confiança mútua na certeza de que não nos decepcionaríamos. Não obstante a isso, o cristão deve procurar sobressair-se como pessoa íntegra e verdadeira. Falar a verdade, portanto, deve ser uma prática de todos os dias, ainda que seja sob pena de qualquer perda, de prejuízo ou mesmo de morte (Jo 8.40). A verdade deve ser como um colar precioso no pescoço daqueles que são chamados santos. A Bíblia nos recomenda: “Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com seu próximo” (Ef 4.25). Deus é verdadeiro e importa que sejamos também. A mentira procede de satanás, que é o pai da mentira (Jo 8.44). 2. Não difamam com sua língua - “Aquele que não difama com a sua língua...” (v. 3a). A expressão difamar é o mesmo que caluniar. Significa acusar alguém de algum fato considerado criminoso, sem que a pessoa tenha praticado tal coisa. Em outras palavras, difamar com a 22
língua é levantar falso testemunho contra o seu próximo, contrariando assim o mandamento de Deus que diz: “Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa” (Ex 23.1). A Bíblia chama de insensato aquele que difama (Pv 10.18b). A difamação tem como objetivo principal fazer com que a pessoa seja desacreditada, tendo a sua reputação manchada. 3. Não mudam a palavra mesmo com dano seu - “... aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda” (v. 4c). A Bíblia nos admoesta dizendo que nosso falar deve ser sim, sim, não, não, advertindo-nos posteriormente que o que passa disso é de procedência maligna (Mt 5.37). A palavra do cristão deve ser sempre temperada com sal. Ele não deve jurar nem pelo céu, nem pela terra, nem fazendo qualquer outro juramento, para que não caia em condenação (Tg 5.12). Além do que, deve sustentar sua palavra nos compromissos firmados, demonstrando respeito e admiração para com os de fora, honrando a Deus através dos seus compromissos. Enfim, seja santo, também, no falar. III – ELES SÃO COMPROMISSADOS NOS NEGÓCIOS O apóstolo Paulo recomenda: “Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas...” (1Ts 4.6). Vemos, por meio deste texto, que Deus faz justiça e executa juízo sobre aqueles que são infiéis nos negócios firmados. É imprescindível que, em seus compromissos, o servo do Senhor observe alguns princípios básicos: 1. Não emprestam com usura - “Aquele que não empresta o seu dinheiro com usura...” (v. 5a). A palavra usura significa lucro exagerado, avareza. O senhor nos adverte que aquele que empresta com usura e recebe além do normal em termos de lucro não viverá (em nossos dias, pelo menos espiritualmente) (Ez 18.13). A avareza é como pecado de idolatria, e por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência (Cl 3.5,6). Usura é sinônimo de agiotagem, que se define como sendo a prática de empréstimos a juros exorbitantes com vistas a lucros excessivos. O cristão autêntico não se dá a esta prática pecaminosa, antes empresta sem esperar receber de volta (Lc 6.34,35). Se desejamos um caminho ainda mais excelente aos olhos de Deus, o 23
melhor mesmo é dar do que emprestar, pois nos diz a Bíblia: “O ímpio toma emprestado e não paga, mas o justo se compadece e dá” (Sl 37.21). 2. Não aceitam subornos - “... nem recebe subornos contra o inocente...” (v. 5b). Subornar significa dar dinheiro, ou outros valores, com a finalidade de se conseguir coisa oposta à justiça, ao dever ou à moral. Em outras palavras, é o mesmo que atrair com engano, aliciar para um fim desonesto. O discípulo de Jesus não pode se corromper, deixando-se levar pelo lucro fácil; deve antes primar por uma conduta impecável. O Senhor nos adverte: “... não tomarás suborno, porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e perverte as palavras dos justos” (Dt 16.19c). Sendo assim, o suborno é uma obstrução à execução da justiça. Deus chama de rebelde e companheiro de ladrões àqueles que amam o suborno (Is 1.23). O cristão não deve, portanto, aceitar subornos ou subornar, ainda que isso implique em perdas econômicas de qualquer natureza. CONCLUSÃO Tiago diz que devemos ser cumpridores da Palavra e não somente ouvintes (Tg 1.22). Façamos um compromisso com o Senhor e com a Sua palavra: “Pelo que deixai a mentira e falai a verdade” (Ef 4.25a). Vivamos honestamente diante do Senhor, cumprindo a Sua vontade, pois Ele é Santo e deseja relacionar-se com pessoas santas em toda a maneira de viver. Devemos atentar para as exortações vistas na lição, já que elas são as características próprias daqueles que pretendem herdar o Reino de Deus, e são as respostas às perguntas: “Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?” (Sl 15.1). Tomemos posse dessas verdades fundamentais! Para reflexão: . Como você tem se comportado no andar? . Como você tem se expressado na palavra? . Como você tem se conduzido nos negócios? Questionário para avaliação e debate: 1. O que é uma pessoa íntegra? 2. O que é usura? 3. O que é suborno? 24
Lição 05 - 04 de novembro de 2018 OS SANTOS SÃO DILIGENTES
VERSÍCULO CHAVE: “Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (1 Coríntios 10.6). TEXTO BASE: 1 Coríntios 10.1-12 1 - Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, 2 - tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés. 3 - Todos eles comeram de um só manjar espiritual 4 - e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo. 5 - Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto. 6 - Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 7 - Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. 8 - E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil. 9 - Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes. 10 - Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador. 11 - Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado. 12 - Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.
25
INTRODUÇÃO O texto base da lição traz sérias advertências para a Igreja a partir de exemplos extraídos do Antigo Testamento. É bem provável que os coríntios estivessem bastante confiantes no fato de já pertencerem à comunidade cristã e que isso era o suficiente para lhes assegurar a salvação. Paulo os lembra do passado de Israel, mostrando que, apesar da participação de todos eles nos acontecimentos sobrenaturais, nem todos entraram na terra prometida. Essas coisas sobrevieram como figuras e foram escritas para advertência tanto dos cristãos contemporâneos do apóstolo, como também para nós, a fim de que não caiamos no mesmo erro (v. 11). Portanto, convém atentar-nos com toda diligência para esses avisos: I – OS SANTOS ATENTAM PARA OS EXEMPLOS A SEREM SEGUIDOS – (vv. 1-4) A palavra "todos" aparece quatro vezes no texto para destacar que houve plena participação dos israelitas nos eventos que os faziam separados das gentes pagãs e comprovava a exclusividade deles como nação escolhida por Deus. Eram experiências das quais todos deveriam participar e que se assemelhavam às que os cristãos hoje devem experimentar, tais como a direção de Deus, o ato batismal como forma de identificação com Jesus e a participação no banquete das coisas espirituais. Vejamos, então: 1. Procuram a direção divina - (v. 1). Êxodo 13.21,22 fala da experiência que tiveram os israelitas com a nuvem e a coluna de fogo, que os guiavam dia e noite. Quando a nuvem parava, eles também paravam. É importante notar que mesmo aqueles que posteriormente não entraram na terra prometida, gozaram desse privilégio. A igreja, também, se move direcionada por Deus, por meio do Espírito Santo (Rm 8.1-11). Contrariando o que alguns pensam e ensinam, é possível que alguém, mesmo depois de experimentar todos esses benefícios, aparte-se do Deus vivo, por causa da perversão e da incredulidade (Hb 3.12). Entrar no Reino celestial exige mais do que ser guiado com a multidão e experimentar o que todos experimentam; é necessário nascer de novo (Jo 3.1-7). 26
2. Procuram identificar-se por meio do batismo - “tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés” (v. 2). Paulo interpreta esse acontecimento relacionado com a nuvem e com o mar como uma figura do batismo; isso porque houve uma identificação do povo com Moisés, já que todos estiveram debaixo da nuvem e no seio do mar. Essa inclusão aponta para o batismo do Novo Testamento, onde o crente se identifica com Cristo na Sua morte e ressurreição (Rm 6.4). Nesse sentido, o batismo é fundamental e deve ser ministrado a todos os novos convertidos, antes de se envolverem com qualquer atividade da Igreja. O que aconteceu com o povo de Israel em relação a Moisés, aconteceu com o cristão relativamente a Cristo: “tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados...” (Cl 2.12).
3. Procuram a comunhão espiritual - (vv. 3,4). O texto diz que todos eles comeram de um só manjar espiritual, o maná, dado por Deus sem auxílio de mãos humanas (Êx 16.35) e beberam da fonte espiritual, a rocha que, ferida, produziu água de modo miraculoso (Êx 17.6). Segundo Paulo, a rocha era o Cristo preexistente que os acompanhava. A igreja participa de um banquete espiritual, simbolizado pelos elementos da Ceia – o pão e o vinho. (1Co 11.23-26). É por isso que se trata de um banquete espiritual, porque a comunhão da igreja tem o seu ápice na reunião que celebra a morte e ressurreição do Senhor e, nesse ato, todos comem do mesmo pão (corpo de Cristo) e bebem do mesmo vinho (sangue de Cristo). II – OS SANTOS ATENTAM PARA OS EXEMPLOS A SEREM EVITADOS - (vv. 5-12) Deus não se agradou da maioria deles. Na verdade, todos, menos Josué e Calebe, ficaram prostrados (Nm 14.29,30; Hb 3.17). A igreja de Corinto, mesmo estando contaminada, achava que estava segura quanto à salvação, porque todos haviam sido batizados e tomavam a ceia. O apóstolo faz um alerta para que não caiam no mesmo engano dos israelitas no passado, pois nem todos os 27
batizados que provaram a boa palavra de Deus, entrarão no Seu Reino (Hb 6.4-8). “Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11). Vejamos os exemplos a serem evitados: 1. Deixando de cobiçar - (v. 6). Cobiçar significa desejar com insistência, principalmente coisas materiais. Os israelitas tanto desejaram carne e a pediram que o Senhor os atendeu, mas quando ainda estavam mastigando, o Senhor feriu grande número deles (Nm 11.1-9; 31-35). O que pediram não era necessariamente coisa má, mas o pecado deles foi cobiçar o alimento do Egito: “Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos” (Nm 11.5). Dessa maneira “... no seu coração, voltaram para o Egito (At 7.39). A igreja não pode amar o mundo (1Jo 2.15) e nem cobiçar aquilo que ele oferece. Não pode colocar o coração nas coisas efêmeras desse presente século, antes, deve buscar e pensar nas coisas do alto (Cl 3.1,2). 2. Fugindo da idolatria - (v. 7). O mau exemplo dos israelitas foi participar da cerimônia diante do bezerro de ouro, ofendendo terrivelmente a santidade de Deus com as suas glutonarias, bebedices e danças ritualísticas (v. 7; Êx 32.4-6). Parece que os coríntios acreditavam, assim como os israelitas, que a participação em banquetes pagãos não era idolatria. O apóstolo adverte a Igreja a fugir da idolatria (veneração a imagens, pessoas, objetos, bens etc). Ele adverte também para que ela não participe do banquete que o mundo oferece: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1Co 10.21). “Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2Co 6.16a). 3. Negando a imoralidade - (v. 8). Balaão foi contratado pelo rei moabita, com a finalidade de amaldiçoar o povo israelita. Não deu 28
certo, pois Deus não o permitiu. Posteriormente, o profeta, em busca do prêmio, mudou a sua estratégia e incitou os judeus a se prostituírem com as moabitas que, por fim, os convidou para participarem dos seus cultos idólatras, causando a morte de vinte e três mil israelitas num só dia (Nm 25.1-3; 31.16). O templo da deusa Vênus em Corinto comportava cerca de mil prostitutas e provavelmente muitos crentes já haviam se envolvido na prostituição. Deus não permite que a imoralidade seja tolerada na igreja (1Co 5.1,2). Portanto, irmãos, “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Cl 3.5,6). CONCLUSÃO Os exemplos mostrados na lição foram inicialmente endereçados aos crentes de Corinto, mas também servem de advertência para nós, a fim de que não venhamos cometer os mesmos erros, que são alvo da ira divina (v. 11). Não é sábio nem prudente viver fora da comunhão com Deus e continuar contando com a segurança da vida eterna. Devemos nos atentar para os ensinos vistos aqui, procurando seguir outra “estrada”, a apertada, que nos conduzirá à vida no porvir (Mt 7.14). Atenção! Pode ser desaconselhável conformar-se com a maioria. Para reflexão: . Você já experimentou a salvação? . Esta lição serviu para melhorar sua vida espiritual? . Você confia na salvação por convicção própria, ou porque segue a “maioria”? Questionário para avaliação e debate: 1. O que é cobiça? 2. Mencione um tipo de idolatria. 3. O que aconteceu com a maioria? 29
Lição 06 - 11 de novembro de 2018 OS SANTOS SEGUEM O PADRÃO CELESTIAL
VERSÍCULO CHAVE: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando” (Deuteronômio 4.1-8). TEXTO BASE: Deuteronômio 4.1-8 1 - Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes, para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR, Deus de vossos pais, vos dá. 2 - Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando. 3 - Os vossos olhos viram o que o SENHOR fez por causa de BaalPeor; pois a todo homem que seguiu a Baal-Peor o SENHOR, vosso Deus, consumiu do vosso meio. 4 - Porém vós que permanecestes fiéis ao SENHOR, vosso Deus, todos, hoje, estais vivos. 5 - Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR, meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir. 6 - Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente. 7 - Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o SENHOR, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? 8 - E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?
30
INTRODUÇÃO O desejo do Senhor sempre foi que o Seu povo não se misturasse com os povos pagãos e nem aprendesse seus costumes que, com certeza, os fariam desviar do verdadeiro padrão espiritual e moral, expressado na Palavra. Na Nova Aliança, a Igreja dá continuidade ao cumprimento da vontade do Senhor no meio de uma sociedade corrompida pelo pecado e necessitada de luz para encontrar o verdadeiro caminho. Portanto, o povo de Deus precisa seguir o padrão celestial para poder fazer com que a diferença seja visível e o nome do Senhor seja glorificado. Vejamos: I – O SENHOR DEIXOU UM PADRÃO PARA O SEU POVO SEGUIR Quando o Senhor encarregou Moisés de construir o Tabernáculo com todos os seus utensílios, mostrou-lhe o modelo que deveria ser levado a termo com toda a diligência (Êx 25.40). Esses critérios foram observados rigorosamente durante a confecção de cada peça, tendo como base a planta celestial. Após o término da obra, foi feita uma criteriosa inspeção, no sentido de verificar se tudo estava conforme o que fora determinado por Deus (Êx 39.33-43). É assim que o cristão deve considerar os oráculos de Deus, pois nele está o modelo a ser seguido pelos santos. 1. Esse padrão está na Palavra de Deus - “Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes, para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR, Deus de vossos pais, vos dá” (v. 1). O Antigo Testamento laborou em cima de um modelo que é sombra do verdadeiro, o qual está no céu (Hb 8.5). Na Nova Aliança, vemos que o Senhor nos deixou também um modelo a ser seguido. Esse padrão só pode ser encontrado nas Escrituras Sagradas e, para conhecê-lo, faz-se necessário estudar criteriosamente tudo o que nela está registrado, pois ela é o nosso manual. Nela encontramos o padrão que norteia o nosso culto ao Senhor, o nosso comportamento diante da sociedade pagã, a obra que devemos realizar e toda instrução de que carecemos para fazer a vontade do Senhor. Quem deseja permanecer fiel deve 31
procurar com diligência conhecer esse modelo que nos conduz à vida eterna. 2. Esse padrão não pode ser modificado – “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando - (v. 2). A pretensão do homem sempre foi a de criar novidades para substituir as coisas de que ele pensa estarem ultrapassadas. Muitas vezes, homens de Deus tiveram de restaurar o altar do Senhor que, com o passar do tempo, foi sendo deturpado (2Cr 15.8). Um caso específico de inovação encontramos em 2 Reis 16.10-15, quando o rei Acaz, indo a Damasco, viu ali um modelo de altar que, aos seus olhos, pareceu melhor e mais “moderno” do que aquele que foi dado por Deus; por isso, fez uma cópia, colocando-o no lugar do “antigo”. No entanto, vemos que o mandamento expresso é: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela”. Infelizmente, muitos movimentos dentro das igrejas hoje não passam de inovação para substituir o modelo deixado por Deus. 3. Esse padrão é a nossa garantia – “Porém vós que permanecestes fiéis ao SENHOR, vosso Deus, todos, hoje, estais vivos” (v. 4). Novamente o Senhor traz à lembrança o pecado de Israel quando se contaminou, prostituindo-se com as mulheres moabitas, por conselho de Balaão (Nm 31.16). Fica evidente que o povo de Deus é indestrutível quando está amparado por esse padrão de vida estruturado na Palavra Santa. Balaão sabia que Deus não o permitiria amaldiçoar os israelitas, a não ser que esses pecassem, perdendo a garantia de proteção. A “brecha” foi aberta e ele teve êxito, pelo menos em parte, pois muitos israelitas foram consumidos (v. 3). Portanto, amados, só há garantia para quem permanecer de acordo com os critérios estabelecidos pelo Senhor. II – O SENHOR DEIXOU UM PADRÃO PARA UM POVO EXCLUSIVO Há uma diferença visível entre os que são santos e os que não são, e ela precisa ser vivida e demonstrada na prática pelos cristãos. A sociedade pervertida precisa ver essa luz que brilha no mundo. Isso 32
significa ser irrepreensível e sincero no andar, falar e agir (Fp 2.15). As pessoas que vivem de acordo com o padrão do mundo precisam sentir o sabor do nosso sal e ver a claridade da nossa luz, por meio das obras, a fim de que Deus seja glorificado (Mt 5.13-16). É esse o significado mais profundo da palavra santo. Vejamos a abrangência desse padrão divino: 1. No comportamento – “Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR, meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir” (v. 5). As práticas e o comportamento geral dos israelitas deveriam ser delineados pela Palavra do Senhor. Era necessário praticar os mandamentos de forma clara, para que as nações pudessem ver que eram estatutos e juízos justos, os quais elas não conheciam. A Igreja do Senhor Jesus é a maior prova da existência de Deus a da infalibilidade das Escrituras Sagradas. Nesses mais de dois mil anos de existência, a Igreja tem mostrado que há uma grande diferença entre os filhos de Deus e os de Belial. Portanto, é preciso que ainda outra vez vejam a “diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve” (Ml 3.18). 2. Na sabedoria - “Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e dirão: Só este grande povo é gente sábia e inteligente” (v. 6). O sábio é aquele que teme ao Senhor e foge do pecado; aquele que, nas lutas, sabe se refugiar em Jesus Cristo. Não é o caso daqueles que querem mostrar aparência na carne, agradando ao homem. Cristo não transmitiu qualquer beleza exterior para que a sociedade o desejasse (Is 53.2), pois tal beleza poderia estar relacionada à concupiscência dos olhos (Gn 3.6; 1Jo 2.16). O mundo precisa ver em nós total submissão e obediência à Palavra de Deus. Somente assim poderão contemplar, na igreja, temor, sabedoria e inteligência espiritual. É pregando, ensinando e vivendo as Escrituras Sagradas que seremos tidos por sábios, e não disputando com eles aquilo que eles chamam de sabedoria: sofismas, engodo e falta de transparência nas palavras e nas ações. 33
3. Na espiritualidade - “Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós?” (vv. 7,8). A diferença fundamental está no relacionamento do cristão com o seu Deus. É um desafio para as religiões o fato de o Senhor ser tão chegado aos Seus filhos, os quais Ele santificou. Quem dentre os servos do Senhor ainda não comprovou que todas as vezes que O chamamos Ele está presente? (Sl 46). Qual é também a religião pagã que tem estatutos e juízos tão justos como os que os santos têm nas Escrituras Sagradas? O Reino de Deus consiste em poder (1Co 4.20), pois Deus é vivo, enquanto que os deuses pagãos são mortos. Por isso, o cristão é repreendido e disciplinado todas as vezes que se desvia do caminho. Outra diferença que merece destaque é que a Palavra que seguimos é viva e eficaz, enquanto que eles seguem apenas vãs filosofias e fábulas. CONCLUSÃO Temos o compromisso, primeiramente diante de Deus e depois diante da sociedade, de mostrar o padrão deixado nas Escrituras, em contraposição ao que o mundo preconiza. A nossa força está em obedecer a Palavra de Deus, desviando-nos do pecado e andando com o Senhor. Vimos, nesta lição, a necessidade de seguir criteriosamente a Palavra do Senhor, pois ela nos fará diferentes de todas as pessoas que apenas professam uma religião. É nesse modelo celestial, sem acréscimos ou decréscimos, que está a nossa garantia de alcançarmos a vida no porvir. Para reflexão: . Você conhece o modelo de Deus para o comportamento cristão? . Você tem usado o modelo do mundo, tentando atrair o pecador para Deus? . Você tem se portado como alguém que faz parte de um povo santo? Questionário para avaliação e debate: 1. Mostre a diferença entre a sabedoria de Deus e a do mundo. 2. Mostre a diferença entre o comportamento do mundo e o do cristão. 3. Onde podemos conhecer o padrão deixado por Deus?
34
Lição 07 - 18 de novembro de 2018 OS SANTOS TÊM NOVAS ATITUDES
VERSÍCULO CHAVE: “Livremente, lhe darás, e não seja maligno o teu coração, quando lho deres; pois, por isso, te abençoará o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes” (Deuteronômio 15.10). TEXTO BASE: Deuteronômio 15.7-11 7 - Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas cidades, na tua terra que o SENHOR, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás as mãos a teu irmão pobre; 8 - antes, lhe abrirás de todo a mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. 9 - Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado. 10 - Livremente, lhe darás, e não seja maligno o teu coração, quando lho deres; pois, por isso, te abençoará o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes. 11 - Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: livremente, abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na tua terra.
INTRODUÇÃO As nossas atitudes diárias revelam a qualidade de cristãos que somos. Podemos fazer muitas declarações ao Senhor e prometerlhe obediência e amor, no entanto, é diante do nosso próximo que vamos mostrar se essas qualidades realmente estão presentes em nossas vidas. De nada vale o discurso se não houver demonstração prática, por meio de boas obras palpáveis. Nunca saberíamos se Deus nos ama de fato se Ele não nos tivesse doado o Seu Filho 35
Unigênito (Jo 3.16; Rm 5.8). O texto que vamos estudar aborda um assunto não muito prático hoje em dia e já bastante esquecido por grande parte dos cristãos. Estamos nos referindo ao cuidado com os mais necessitados. Vejamos: I – OS SANTOS ATENTAM PARA OS NECESSITADOS Quando Deus requer a nossa santidade em todo o procedimento, isso inclui o cuidado que devemos dispensar aos necessitados que nos procuram ou àqueles que sabemos onde estão. Vimos em lição passada que “santo” é uma palavra que significa separação do pecado e do mundo, mas sempre com a finalidade de servir ao Senhor. Só existe santidade onde há entrega voluntária e altruísta. Assim veremos, a seguir, de que maneira os santificados atentam para os menos favorecidos: 1. Com sensibilidade de coração – “Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas cidades, na tua terra que o SENHOR, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás as mãos a teu irmão pobre” (v. 7) Estamos tão acostumados com as nossas saudações vazias que, quando passamos por um irmão, perguntamos num tom ritualístico se vai tudo bem. O problema é que logo seguimos adiante, sem esperar resposta. Temos receio de que o irmão nos peça alguma coisa. Neemias fez a pergunta e esperou a resposta; assumiu compromisso e fez o que estava ao seu alcance para solucionar o problema (Ne 1.1-6). Não há necessidade de sair por aí procurando pessoas necessitadas, mas devemos recebê-las quando vierem a nós. Deus sempre colocará diante de nós alguém que precise, não somente de oração, mas de bens materiais. Nesse momento, não devemos nos fazer de surdos; escute o que o teu próximo tem a dizer. 2. Com boas intenções – “Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para 36
com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado” (v. 9). Não humilhe e nem fira o teu próximo perguntando-lhe que tipo de pecado cometeu para estar em tal situação. Não pesquise a sua vida para saber se é um gastador ou pidão. A ordem do Senhor é simplesmente para que você abra o teu coração ao pobre e lhe dê o quanto precisa. Seja misericordioso para com o teu próximo como Deus é misericordioso para contigo (Lc 6.36). Não arrume desculpas tais como: “hoje o mundo está cheio de explorador”; “a Bíblia diz que não devemos sustentar preguiçoso”; “quem não trabalha também não coma”. Lembra-te: o diabo é muito “esperto” em arrumar desculpas para impedir que a Palavra de Deus se cumpra. 3. Com amor deliberado – “Livremente, lhe darás, e não seja maligno o teu coração, quando lho deres” (v. 10a). Uma vez que o Senhor te deu o bastante, não para acumular como o louco da parábola de Lucas 12.13-21 e, sim, para compartilhar com o teu próximo, socorra os necessitados (Lc 18.22). Existem pessoas que afirmam não dar nada aos pobres, porque estariam alimentando a maldição na vida deles. Isso é hipocrisia. Pobreza não é maldição, mas sim, as consequências de um sistema controlado por homens gananciosos e avarentos (2Tm 3.1-3). Os pobres estão no meio dos que têm condições para que estes tenham oportunidade de exercitar o amor. Portanto, não se arrependa de haver dado, nem sinta dor no coração. II – OS SANTOS SOCORREM OS NECESSITADOS Atentar para a necessidade do nosso próximo é de vital importância. A Escritura Sagrada diz: “Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aqueceivos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (Tg 2.15,16). O cristão precisa lembrar que a norma bíblica não se limita ao aspecto espiritual apenas, mas 37
também ao material: “Quem, pois tiver bens do mundo...” (1Jo 3.17a). Portanto, vejamos como devem agir os santificados: 1. Com liberalidade – “antes, lhe abrirás de todo a mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade” (v. 8). Não devemos agir como que dando esmolas ao nosso semelhante, mas compartilhando com ele os recursos que Deus nos deu, pois isso é justo diante do Senhor (Sl 112.9). Dê o que ele precisa receber e não aquilo de que você precisa se desfazer. Faça ao teu semelhante o que você gostaria que outros lhe fizessem (Lc 6.31). “Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe empreste (Mt 5.42). O amor de Deus foi comprovado quando Ele nos deu o Seu Filho Unigênito. Se não agirmos da mesma maneira, não poderemos expressar a caridade de Deus em nós, e estaremos amando de boca para fora (1Jo 3.17,18). Abra o teu coração e reconheça a grande oportunidade de abençoar alguém e, consequentemente, ser também abençoado por Deus. 2. Com ação contínua – “Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: livremente, abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na tua terra” (v. 11). Este é o texto bíblico que mais contraria a pregação contemporânea, a qual afirma a necessidade do cristão ser rico, como forma comprobatória de vida espiritual vitoriosa, e pela qual se pretende exterminar a pobreza no seio da igreja; no entanto, o texto declara: “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra”. Jesus concordou com essa afirmação no Antigo Testamento e a situou no contexto cristão: “Porque os pobres sempre os tendes convosco” (Jo 12.8). Os irmãos pobres estão na igreja em grande maioria; eles não são amaldiçoados, mas estão ali para que os ricos tenham a oportunidade fazerem o bem, suprindo-lhes as necessidades. A igreja primitiva compartilhava desta prática largamente (At 4.32-37). 38
3. Com confiança na recompensa do Senhor – “... pois, por isso, te abençoará o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes” (v. 10b). A Bíblia diz que: “Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício” (Pv 19.17). Portanto, não devemos esperar recompensa ou elogios dos homens, ou até mesmo retorno por parte da pessoa a quem beneficiamos, porque a recompensa vem de Deus. Além do mais, se “... emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto” (Lc 6.34). Em tudo o Senhor abençoará os que procedem assim; principalmente a sua vida espiritual. Em tudo o que colocares a tua mão o Senhor prosperará. O texto é enfático, o Senhor te abençoará “por esta causa”. CONCLUSÃO A Palavra de Deus é excelente em poder e os que a praticam certamente são abençoados e estão no caminho do céu. As suas instruções são sábias e não temos como contestá-las. Só nos resta obedecê-las e depois esperar alegremente a bênção. Os pobres existem e continuarão existindo para que os cristãos generosos exerçam caridade, a maior expressão do cristianismo verdadeiro. Atente para essas verdades estudadas na lição, amados, e coloque em prática o cristianismo, pois esse é o âmago do Evangelho: amar o próximo como a si mesmo. Para reflexão: . Você tem ajudado a quem necessita? . Você se preocupa em saber quem precisa da sua ajuda? . Você tem sido abençoado em consequência da sua generosidade? Questionário para avaliação e debate: 1. Por que devemos dar a quem nos pede ajuda? 2. Qual é a diferença entre pobreza e miséria? 3. De quem devemos esperar a recompensa? 39
Lição 08 - 25 de novembro de 2018 OS SANTOS ANUNCIAM A SALVAÇÃO
VERSÍCULO CHAVE: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.14). TEXTO BASE: Romanos 10.8-15 8 - Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. 9 - Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 - Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. 11 - Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. 12 - Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13 - Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 14 - Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15 - E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!
INTRODUÇÃO A justificação é a garantia de que estamos salvos; no entanto, uma vez tendo alcançado essa graça, somos imbuídos da responsabilidade de proclamar a salvação a outros que também são necessitados dela, como éramos antes de alguém pregá-la para nós. Para realizar essa tarefa, é necessário que lancemos mão dos meios corretos da salvação, 40
destacando os seus aspectos, empenhando-nos no anúncio do Evangelho, pois é a única maneira de levar outros a crerem no nome do Senhor Jesus e, consequentemente, invocá-lo. Portanto, vejamos a participação dos santos nessa tarefa: I – OS SANTOS DEVEM MOSTRAR OS MEIOS PARA SE APROPRIAR DA SALVAÇÃO Precisamos mostrar às pessoas exatamente como fomos salvos. Tornase, portanto, desnecessário criar novidades ou esconder qualquer detalhe no processo dessa grande salvação, pois é gloriosamente simples a ponto de ser entendida por todos aqueles que a ouvirem. Devemos, apenas, assumir a responsabilidade de proclamar o Evangelho na sua inteireza e autenticidade. Eis, portanto, os meios para se apropriar da salvação: 1. Por meio do recebimento da palavra - “Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. (...) Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido” (vv. 8,11). Romanos 10.17 deixa entendido que a fé brota no coração daquele que ouve a palavra de Deus. Nesse caso, os oráculos divinos tornam-se um subsídio indispensável para que as pessoas venham a crer. Todavia, qual é a palavra que temos pregado? Se for a palavra de Deus viva e eficaz (Hb 4.12), as pessoas poderão se apropriar da salvação, sem jamais ficarem confundidas. Essa acessibilidade em relação às Escrituras é porque ela está disponível em todas as partes, sendo, também, uma mensagem descomplicada, enviada a nós pelo Criador que entende a natureza humana. 2. Por meio da confissão - “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação” (vv. 9,10). Confessar a Jesus Cristo como Senhor implica em um encontro real com Ele, onde o novo convertido recebe o Espírito Santo como o selo da promessa. Doutra maneira lhe seria impossível dizer: “Senhor Jesus” (1Co 12.3), pois essa confissão não é intelectual, mas brota do 41
coração, que é o centro da personalidade humana, incluindo a razão e as emoções. O Senhor Jesus disse que do interior do coração do homem saem os maus pensamentos (Mc 7.21). Certamente é dele, também, que procede a fé viva e vitoriosa quando regenerado. Filipe, diante da pergunta do eunuco quanto à possibilidade do batismo, foi enfático ao dizer: “É lícito se crês de todo o coração” (At 8.37). II – OS SANTOS DEVEM MOSTRAR OS ASPECTOS IMPORTANTES DA SALVAÇÃO Como um bom comerciante que destaca aspectos importantes da sua mercadoria, no intuito de convencer o comprador, assim também nós, os santificados, devemos fazer de tudo para que os homens creiam e abracem a salvação. Vejamos quais são os seus aspectos nos dois subtópicos a seguir: 1. Ela é concedida de maneira justa - “Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos...” (v. 12a - ARC). Algumas pessoas acreditam que se os judeus tivessem aceitado a Cristo, nós, os gentios, estaríamos perdidos, mas essa afirmação não tem procedência bíblica. Primeiro, porque a salvação foi prometida a todas as nações (Gn 12.3); depois, caso os judeus tivessem crido no Senhor, eles próprios anunciariam o Evangelho aos gentios, haja vista tratar-se do “poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego (gentios) (Rm 1.16). O texto afirma que para Deus não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos. Deus assim age com equidade, dando salvação justa, ou seja, tornando-a acessível a todos. “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). 2. Ela é concedida de maneira abundante e universal - “... rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (vv. 12b,13). Essa é a forma mais primitiva de confissão e pode ser vista como elemento essencial no período apostólico (At 2.21; 9.14; 1Co 1.2). É uma forma gloriosamente simples para se apropriar da salvação que, uma vez recebida, deverá ser desenvolvida. O Eunuco, depois de receber a 42
mensagem, confessou com a sua boca: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (At 8.37). A salvação é a maior riqueza que o homem pode receber de Deus. Com ela, ele recebe também, caso permaneça até o fim, o direito de herdar toda a riqueza de Deus. O Senhor é rico em amor, alegria, paz e perdão para com todos os que o invocam. Ele é poderoso para conceder uma salvação abundante e abrangente a todas as criaturas (Mc 16.15). III – OS SANTOS DEVEM MOSTRAR QUE SÃO AGENTES DA SALVAÇÃO Já vimos anteriormente que a proclamação da salvação é um dever de todos os que a conhecem. O mundo perdido necessita ouvir sobre as boas novas de Jesus. Contudo, ninguém ouvirá se não tiver quem pregue (v. 14) e nem conseguirá, por si só, entender as Escrituras Sagradas, se não tiver quem se disponha a explicá-las (At 8.31). É dever de todo cristão, regenerado e santificado, proclamar a salvação da seguinte maneira: 1. Dando subsídios para que as pessoas possam crer - “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?...” (vv. 14,15a). É verdade que alguns não darão crédito a nossa pregação (Rm 10.16), mas outros, sem falta, a aceitarão. Todo aquele que um dia foi justificado por Cristo tem dentro de si a salvação, que flui como um rio, uma fonte viva, que não pode ser contida. A nossa pregação dá subsídios às pessoas para elas pautarem sua fé. Para crer em Jesus, o mundo precisa saber quem Ele é, logo, é imprescindível que aquele que tem conhecimento das Escrituras, anuncie-as ao mundo. Esse foi o belo exemplo de Filipe, que mostrou eficiente manuseio da Bíblia, culminado na salvação do eunuco: “Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35-39). 2. Promovendo a anunciação do Evangelho - “... Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (v. 15b). A paz que o Evangelho proporciona é primeiramente, a reconciliação com Deus. Em Cristo, voltamos a ter paz com o Deus, de quem éramos inimigos 43
(Ef 2.11-17). Assim sendo, o cristão que foi justificado em Cristo deve evidenciar ao mundo a paz que tem com o seu Senhor, pois são: “Bem-aventurados os pacificadores” (Mt 5.9). Os santos devem falar coisas boas, em contraste com o que falam os ímpios. Que maravilha é o cristão que, em todo tempo, tem uma palavra agradável, temperada com sal, sabendo como convém responder a cada um (Cl 4.6). Enquanto o mundo em desespero fala de guerra e de violência, nós falamos de uma nova esperança, de um Senhor rico para com todos os que o invocam. Isso é o que significa anunciar coisas boas. CONCLUSÃO Os santos falam da salvação porque eles, em primeira mão, foram salvos. Trata-se de uma experiência pessoal, a qual flui do interior daqueles que dela usufruíram. A Palavra de Deus é o meio pelo qual o homem é salvo e, uma vez crendo nela, deve invocar o Senhor Jesus. A responsabilidade em anunciar os oráculos de Deus é da Igreja e, se ela não o fizer, como as pessoas poderão ser salvas, já que a fé é resultado do ouvir a Palavra bíblica? Portanto, por onde quer que andemos ou falemos, falaremos do seu amor aos necessitados. “Morri! morri na cruz por ti: Que fazes tu por mim?” (HC 569). Para reflexão: . Você tem certeza da tua salvação? . Você se lembra do estado em que se encontrava quando o Senhor te salvou? . O que você tem feito para ajudar outros a serem salvos? Questionário para avaliação e debate: 1. Quais os dois passos que o homem deve dar para ser salvo? 2. Veja o tópico II da lição e mencione os aspectos da salvação. 3. Discuta a responsabilidade da Igreja diante da palavra: “Como ouvirão se não há quem pregue?” 44
Lição 09 - 02 de dezembro de 2018 OS SANTOS TÊM O DOM SUPREMO
VERSÍCULO CHAVE: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (1 Coríntios 13.13). TEXTO BASE: 1 Coríntios 13.1-13 1 - Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. 2 - Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. 3 - E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. 4 - O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 5 - não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; 6 - não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7 - tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 - O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9 - porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10 - Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. 11 - Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. 12 - Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 13 - Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor. 45
INTRODUÇÃO A igreja de Corinto era bem equipada no que se refere aos dons espirituais; no entanto, faltava àqueles cristãos o principal adorno. O apóstolo Paulo, sem pretender excluir os dons, mostra que há um caminho mais excelente para o cristão, isto é, o amor ágape, que é sacrificial. Sem a caridade de Deus em nós, perde-se todo o sentido das nossas palavras, atitudes e ações; os dons tornam-se inúteis e as nossas obras mortas. Portanto, vamos estudar nesta lição sobre a necessidade, as características e a superioridade do amor prático na vida dos santos, sendo esse, a maior marca na identificação de um cristão autêntico. Vejamos: I – ELES SABEM DA NECESSIDADE DO AMOR O amor derruba todas as barreiras da indiferença e do preconceito, além de fortalecer a Igreja na sua vida prática. A marca que leva à identificação dos discípulos de Jesus é o fato de amarem uns aos outros (Jo 13.35). Os cristãos em Corinto, em meio às facções, não conseguiam exercitar a caridade, e davam ênfase exagerada ao emprego dos dons espirituais. As divisões internas manifestavam-se até mesmo nos cultos da ceia do Senhor (1Co 11.17-20). Portanto, veremos, a seguir, tais necessidades: 1. O amor dá significado às nossas palavras - “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine" (v. 1). Sabemos que o meio de comunicação mais comum é o verbal. Portanto, quem conseguir falar todas as línguas existentes no mundo, e até as dos anjos, terá condições de se expressar com quem quiser. Entretanto, de acordo com o texto acima, nossas palavras ficam sem significado se não forem motivadas pelo amor. É como um som indefinido, semelhante à batida numa chapa de bronze ou o tinir dos sinos. Até a oração com palavras destituídas de amor, torna-se vã. O que deu verdadeiro sentido às palavras de João 3.16 foi o fato de Deus ter dado o Seu Filho Unigênito para morrer por nós (Rm 5.8). 2. O amor dá serventia aos demais dons – “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; 46
ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei” (v. 2). Os dons foram repartidos aos cristãos de acordo com a vontade do Espírito Santo, e para um fim proveitoso (1Co 12.7). Mas eles não são a perfeição, apenas concorrem para que a Igreja chegue à perfeição. As profecias, os ministérios, todo o conhecimento e até mesmo a fé, perdem toda utilidade se não forem confirmados pelo amor. As dádivas espirituais concedidas podem encantar os cristãos desprovidos de objetivos, tanto quanto uma criança que brinca deslumbrada com um presente, sem perceber que um dia se tornará adulto (v. 11). O amor nos moverá a aplicar todos os ornamentos e talentos em prol do crescimento do nosso próximo, desfazendo-se todo exibicionismo e individualismo, dando serventia aos dons. 3. O amor dá motivação às nossas obras – “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (v. 3). Este tópico desfaz toda presunção dos homens que acreditam que podem mudar o mundo para melhor sem a ajuda de Deus. Muitas pessoas que deram toda a sua vida em prol da humanidade, distribuíram seus bens e foram até mesmo martirizadas, podem ter sofrido terrível decepção. Deus não aceita a “generosidade” e nem o sofrimento que não são motivados pela caridade. O martírio egoísta não vale nada. Um exemplo claro dessa situação é o de Cornélio, que tinha todas as suas obras na memória de Deus; mas, para que fossem confirmadas, foi-lhe dado a condição única de crer e de receber o Senhor Jesus (At 10). O amor não é apenas um sentimento ou motivação interior, é o próprio Deus movendo-se em nós por meio de Jesus Cristo (Jo 14.23). II – ELES CONHECEM AS CARACTERÍSTICAS DO AMOR A característica primordial do amor é que a sua essência é divina, por isso não pode ser entendido como um sentimento qualquer. Não se pode concebê-lo sem primeiro receber o próprio Deus, pois quem não O conhece, não pode amar, porque Ele é amor (1Jo 4.8). São as características do amor divino que nos dão condições de convivermos numa sociedade cristã, onde sabemos que há muitas imperfeições, já 47
que a Igreja é constituída de seres humanos. Portanto, veremos a seguir essas características: 1. O que o amor é em essência: “O amor é paciente, é benigno (...) tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (vv. 4a,7). A paciência está presente em todos os atos praticados com amor e, quando algo é praticado com esse viés, sempre trará benefícios aos envolvidos, pois ele é essencialmente benigno. O amor ágape prefere sofrer o dano a passá-lo a outros; não é desconfiado sem medida e sem motivo; é otimista, esperançoso e resistente aos sofrimentos, perseguições e críticas. As guerras, as pelejas e as divisões são obra da carne, mas o amor nos ensina a negar nossos direitos e a deixar de lado nossas razões. 2. O que o amor não pode expressar: “... o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece (...) não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (vv. 4b,6). O amor nunca produz algo que não seja efetivo e nunca faz o mal, antes, busca superar o ódio e as contendas. Quem ama não é ciumento, possessivo e nem ostenta coisa alguma, mas é verdadeiro nas palavras e ações; jamais expressa atitudes arrogantes e egoístas. O amor caridoso nem pensa em cometer ou assentir com a injustiça, porém está sempre em busca da verdade e a defende com esmero. Infelizmente, esses pecados eram dominantes na comunidade de Corinto, apesar de todos os dons espirituais manifestados ali (1Co 1.11; 5.1; 8.9-13; 11.21). 3. O que o amor não pode ser: “não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal" (v. 5). O amor, sendo a própria essência divina, está isento de tudo que é inconveniente, seja no andar, no falar, na maneira de se vestir, naquilo que usa ou consome. A inconveniência pertence aos tolos que não sabem distinguir entre o santo e o profano; entre o lícito e o inconveniente (1Co 6.12; 10.23). O amor faz o bem sem esperar recompensa ou retribuição (Lc 6.34) e não vive buscando benefício próprio. A busca desenfreada por soluções para problemas financeiros e amorosos pode demonstrar o mais alto nível de egoísmo e mundanismo. Os cristãos santificados 48
pela ação do Espírito Santo e pela aplicação da Palavra de Deus excluíram da sua vida o ressentimento. Só o amor nos faz ter um relacionamento correto com Deus e com o nosso próximo. III – ELES ENTENDEM A SUPERIORIDADE DO AMOR A preocupação de Paulo é de levar os cristãos à perfeição por meio do amor. Um edifício só poderá ser considerado como tal quando estiver completamente construído. A igreja é o corpo de Cristo e, como todo corpo vivo, precisa desenvolver-se e chegar à maturidade. Mais precisamente “a medida da estatura da plenitude de Cristo" (Ef 4.1216). Quanto à superioridade do amor, o texto traz os seguintes argumentos: 1. O amor é inesgotável - “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará” (v. 8). Os cristãos devem estar firmados naquilo que tem alicerce e que pode resistir à eternidade. As profecias desaparecerão, porque viveremos sob os cuidados do Senhor, sem necessidade de previsões. De igual modo, o dom de línguas e de ciência não subsistirão no porvir. Assim sendo, não é sábio para o cristão viver preso à coisas que desaparecerão, cessarão e passarão. Aqueles que têm os dons como finalidade e não como meio, sempre serão “meninos” ou “anões” espirituais. O amor é a única dádiva de Deus que jamais se acabará. É uma fonte que produz mais e mais à medida que é usado, posto ser o próprio Deus dispensado aos Seus santos na terra. 2. O amor é perfeito - (vv. 9-12). Tudo o que sabemos no momento é apenas uma parte do que haveremos de conhecer, “porque agora vemos como em espelho, obscuramente”... (v. 12). Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado (v. 10). Os dons desaparecerão quando o conhecimento se completar na consumação do plano de Deus. Os espelhos eram feitos de metal polido e refletiam a imagem com pouca nitidez e nunca na sua realidade. Da mesma forma, os dons, a comunicação, as obras, o sofrimento, o conhecimento, enfim, tudo o que pode ser definido como cristianismo, é apenas meio para se chegar à perfeição. Portanto, 49
um dia cessarão para dar lugar ao que é perfeito, mas o amor jamais acaba, ou sofre mutações, porque já é aquilo que sempre foi, é e sempre será. 3. O amor é eterno - “Agora, pois, permanece a fé, a esperança e o amor, estes três: Porém o maior destes é o amor” (v. 13). Sendo o amor maior, podemos afirmar que ele é a raiz que produz a fé e a esperança. “A fé é a certeza de coisas que se espera, a convicção de fatos que não se veem” (Hb. 11.1). Quando vier o que é perfeito, a fé se tornará desnecessária, porque veremos face a face. Igualmente, a esperança, pois aquilo que se vê não é esperança, e nós veremos tudo que é mais glorioso no Reino de Deus, ou seja, o que Ele preparou para os que o amam (Rm 8.24; 1Co 2.9). Desta maneira, quando vier o que é perfeito, a fé e a esperança se desfazem, porque alcançaremos aquilo que agora esperamos. O amor, no entanto, é eterno porque nunca deixará de existir e não se desfará com o tempo. CONCLUSÃO Esta lição nos chama à responsabilidade no emprego correto dos dons e talentos, tendo o amor como a essência da vida cristã. Somos levados a refletir como é que temos lidado com as dádivas espirituais que o Espírito Santo nos outorgou. O amor é tudo aquilo que a nossa natureza caída não é, por isso precisamos cultivá-lo, para desfazer contendas, orgulhos, ciúmes doentios, ressentimentos etc. Só dessa maneira a Igreja poderá ser edificada adequadamente, crescendo rumo à perfeição, à estatura de Cristo Jesus. O amor é, portanto, o dom mais excelente disponível ao cristão. Para reflexão: • Em que você está fundamentado? • Você tem exercitado o amor? • Você tem avançado rumo à perfeição? Questionário para avaliação e debate: 1. Qual é a diferença entre os dons espirituais e o dom do amor? 2. O que o amor, definitivamente, não é? 3. O que o amor é? 50
Lição 10 - 09 de dezembro de 2018 OS SANTOS TIVERAM UM ENCONTRO COM DEUS
VERSÍCULO CHAVE: “Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia” (Êxodo 3.2).
TEXTO BASE: Êxodo 3.1-12 1 - Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus, a Horebe. 2 - Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. 3 - Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima? 4 - Vendo o SENHOR que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eisme aqui! 5 - Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. 6 - Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus. 7 - Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; 8 - por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que 51
mana leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu. 9 - Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. 10 - Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. 11 - Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? 12 - Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte.
INTRODUÇÃO Deus falava com Moisés face a face (Êx 33.11), o que demonstra estreita comunhão entre ambos. Entretanto, nem sempre foi assim. Por muito tempo, o conhecimento do líder que libertaria Israel do poder de Faraó, a respeito de Deus, foi apenas teórico; mas, depois da experiência registrada no texto desta lição, Jeová se fez conhecido a ele. É certo que Deus quer também se fazer conhecido a cada um de nós plenamente (Cl 1.9,10). Os santos, sem dúvida, são aqueles que tiveram um encontro real com Deus, apesar da diversidade de experiências. Esta lição objetiva mostrar as circunstâncias, a natureza e os propósitos desse encontro. Vejamos como ele acontece: I – ENCONTRO A PARTIR DE CIRCUNSTÂNCIAS CRIADAS POR DEUS Muitos pensam, erroneamente, que só podemos encontrar Deus nos templos. Evidentemente que ali é um lugar bem apropriado para esse fim, todavia o Senhor pode ser encontrado em qualquer lugar, desde que soberanamente Ele queira se manifestar a nós. O Senhor criará situações inusitadas para prender a nossa atenção, que está voltada para as coisas deste mundo, visto que deseja falar 52
conosco e manifestar o Seu propósito. Portanto, conheçamos algumas destas situações: 1. Circunstâncias que abrangem nossas atividades diárias - (v. 1). Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro. Trabalhando como uma pessoa comum, envolvido com os afazeres e afadigado pelo trabalho, ele estava impedido de ouvir a voz de Deus. A sua mente e o seu coração estavam postos a serviço do rebanho, mas Jeová o aguardava um pouco mais adiante, no “monte de Deus”, Horebe. Ali o Senhor tinha planos mais elevados. Não podemos nos esquecer de que muitos dos Seus servos foram chamados estando em plena atividade. Como exemplo, mencionamos: Gideão (Jz 6.11,12); Eliseu (1Rs 19.19-21) e alguns dos discípulos (Mc 1.16-20; Lc 5.27,28). Você pode ter um encontro com o Senhor hoje, independentemente do lugar onde se encontra. 2. Circunstâncias que prendem a nossa atenção - (vv. 2,3). Trata-se de uma cena bastante comum naquela região quente do deserto. As sarças secas queimavam-se sob o efeito do sol escaldante. Mas algo diferente chamou a atenção de Moisés, a sarça ardia no fogo, todavia não se consumia, pelo que assustado disse: “... Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima?” (v. 3). A expressão hebraica traduzida para “uma chama de fogo”, significa com mais exatidão “como” ou “no modo de” uma chama. Era uma manifestação sobrenatural de Deus. O Senhor sabe que estamos envolvidos totalmente nos cuidados sufocantes deste mundo (Mc 4.19), porém, quer chamar a nossa atenção para Si. Ele quer que O vejamos bem ao nosso lado, Santo e poderoso, e por isso cria situações para nos fazer voltar para Ele. II – ENCONTRO QUE REVELA A NATUREZA SANTA DE DEUS Talvez seja um dos maiores empecilhos em nossas vidas, o querer conformar Deus à nossa imagem, ao invés do contrário (Sl 50.21). 53
Muitos dizem que tiveram um encontro com Deus; que “bateram um papo com Ele” etc. Contudo, uma vez que não apresentam mudança condizente com a experiência que supostamente tiveram, pode-se dizer que estão completamente equivocadas. Veja o caso de Jacó (Gn 32.30), Moisés (At 7.38) e Paulo (At 9.1-20), que nunca mais foram os mesmos depois do encontro que tiveram com o Senhor. Portanto, vejamos como a natureza divina se manifesta: 1. Natureza que santifica todo lugar onde Deus se manifesta (vv. 4,5). Midiã era uma região localizada a leste do golfo de Ácaba. O texto diz que Moisés chegou ao monte de Deus, Horebe. Este não é um lugar especial em relação a toda a Terra, a não ser pelo fato histórico desta e outras aparições divinas ali. Deus ordenou a Moisés que ficasse descalço, porque estava pisando em terra santa. Evidentemente, que aquele lugar estava santificado por causa da presença de Deus. Podemos afirmar que o templo, onde muitos se portam de maneira desrespeitosa, é um lugar santo, assim como o corpo do crente, a casa do crente e a balança do crente devem ser igualmente santos. Portanto, mais reverência para com o Senhor (Dn 6.26; Hb 12.28)! 2. Natureza que faz o homem reconhecer a sua fragilidade "... Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus" (v. 6b). Ninguém, jamais, conseguirá contemplar glória do Senhor sem estremecer (Dn 10.10-21). Não podemos descrevê-lo e nem entendê-lo totalmente, mas podemos experimentá-lo. O que nos causa pesar é o fato de tantos afirmarem já ter tido um encontro com Deus e permanecerem conformados com o mundo. Os exemplos bíblicos mostram pessoas caindo semimortas, ao contemplarem a majestosa santidade do Senhor, como é o caso de João na ilha de Patmos: “Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último” (Ap 1.17). Veja a experiência de Jacó: “Quão temível é este lugar!” (Gn 28.17); Isaías: “ai de mim! Estou 54
perdido!” (Is 6.5) e Ezequiel “e caí com o rosto em terra” (Ez 3.23). III – ENCONTRO QUE VISA OS PROPÓSITOS DE DEUS Quando o Senhor revela a Sua glória ao homem, é porque quer salvá-lo e usá-lo na Sua obra. Sendo assim, de modo algum fará parte de “aparições” sem sentido. O Senhor procurou Moisés, porque tinha uma missão para lhe entregar; porque tinha um propósito. Da mesma maneira aconteceu com Abraão, Jacó, Moisés, Ezequiel, Isaías, Daniel, Paulo, João etc. Quando um servo de Deus afirmar que teve um encontro com o Senhor, é importante manifestar seu objetivo, pois encontrar-se com o TodoPoderoso significa ser comissionado para realizar os Seus planos eternos. Vejamos, portanto: 1. Propósitos baseados na sua onisciência – (vv. 7-9). Nada está oculto aos olhos do Senhor, cuja presença indica resposta as nossas orações ou ao clamor dos aflitos em busca de salvação. Então o Senhor se revelará a nós e nos levantará com poder do alto para pregarmos boas-novas aos mansos; para restaurarmos os contritos de coração, para proclamarmos liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos (Is 61.1). Numa sequência lógica, o Senhor viu a aflição, ouviu o clamor e conheceu o sofrimento do Seu povo. É impressionante o cuidado zeloso do Senhor, quando afirma: “por isso, desci”. Ele desceu especificamente por causa deles: “pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim”, disse Deus (v. 9). É imprescindível um encontro real com Deus para sermos impactados pelo resto das nossas vidas. 2. Propósitos que fazem cumprir a Sua soberana vontade - (vv. 10-12). O servo de Deus que almeja ter um encontro com o Senhor precisa estar disposto a obedecê-lo naquilo que ordenar. Certamente Ele será com os que se dispuserem a executar o Seu plano eterno. A Moisés foi ordenado que fosse libertar Israel cativo no Egito, porque o povo deveria ser levado para servir ao 55
Senhor. Libertar os povos, levando-os à verdadeira adoração e serviço ao Senhor, é o verdadeiro propósito da manifestação da Pessoa divina a nós: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36). Foi o que aconteceu com Moisés: “Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (v. 10). O mesmo aconteceu com Paulo: “Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (At 9.15). Assim, também, pode acontecer com você. CONCLUSÃO O objetivo desta lição é mostrar que Deus ainda quer encontrar-se com pessoas que tenham um coração disponível para atender ao Seu chamado e obedecer a Sua voz. Pode ser que Ele já tenha lhe manifestado a Sua glória, mas você não percebeu porque estava atento à coisas mais importantes, na sua avaliação. Descalce as sandálias dos seus pés, mantenha seus ouvidos inclinados para ouvir, veja a glória de Deus e receba no seu coração a chamada bendita. Você não poderá, jamais, afirmar ser um santo se não teve um encontro real com Ele e se não faz a Sua vontade. Para reflexão: . Você quer ter um encontro hoje com o Senhor? . Você reconhece que precisa de uma experiência mais impactante com Deus? . Você se sente plenamente realizado e útil na obra de Deus? Questionário para avaliação e debate: 1. O que chamou a atenção de Moisés em relação à sarça? 2. Qual foi a reação de Moisés diante da visão da glória de Deus? 3. Qual foi o resultado dessa experiência na vida de Moisés?
56
Lição 11 - 16 de dezembro de 2018 OS SANTOS BUSCAM O SENHOR DE TODO O CORAÇÃO
VERSÍCULO CHAVE: “Todo o Judá se alegrou por motivo deste juramento, porque, de todo o coração, eles juraram e, de toda a boa vontade, buscaram ao SENHOR, e por eles foi achado. O SENHOR lhes deu paz por toda parte” (2 Crônicas 15.15). TEXTO BASE: 2 Crônicas 15.1-15 1 - Veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Odede. 2 - Este saiu ao encontro de Asa e lhe disse: Ouvi-me, Asa, e todo o Judá, e Benjamim. O SENHOR está convosco, enquanto vós estais com ele; se o buscardes, ele se deixará achar; porém, se o deixardes, vos deixará. 3 - Israel esteve por muito tempo sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei. 4 - Mas, quando, na sua angústia, eles voltaram ao SENHOR, Deus de Israel, e o buscaram, foi por eles achado. 5 - Naqueles tempos, não havia paz nem para os que saíam nem para os que entravam, mas muitas perturbações sobre todos os habitantes daquelas terras. 6 - Porque nação contra nação e cidade contra cidade se despedaçavam, pois Deus os conturbou com toda sorte de angústia. 7 - Mas sede fortes, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra terá recompensa. 8 - Ouvindo, pois, Asa estas palavras e a profecia do profeta, filho de Odede, cobrou ânimo e lançou as abominações fora de toda a terra de Judá e de Benjamim, como também das cidades que tomara na região montanhosa de Efraim; e renovou o altar do SENHOR, que estava diante do pórtico do SENHOR. 9 - Congregou todo o Judá e Benjamim e também os de Efraim, Manassés e Simeão que moravam no seu meio, porque muitos de 57
Israel desertaram para ele, vendo que o SENHOR, seu Deus, era com ele. 10 - Reuniram-se, em Jerusalém, no terceiro mês, no décimo quinto ano do reinado de Asa. 11 - Naquele dia, ofereceram em sacrifício ao SENHOR, do despojo que trouxeram, setecentos bois e sete mil ovelhas. 12 - Entraram em aliança de buscarem ao SENHOR, Deus de seus pais, de todo o coração e de toda a alma; 13 - e de que todo aquele que não buscasse ao SENHOR, Deus de Israel, morresse, tanto o menor como o maior, tanto homem como mulher. 14 - Juraram ao SENHOR, em alta voz, com júbilo, e com clarins, e com trombetas. 15 - Todo o Judá se alegrou por motivo deste juramento, porque, de todo o coração, eles juraram e, de toda a boa vontade, buscaram ao SENHOR, e por eles foi achado. O SENHOR lhes deu paz por toda parte.
INTRODUÇÃO Destaca-se em toda a Bíblia a verdade de que Deus trabalha no homem a partir da sua entrega, e que tudo aquilo que o homem pensa, fala ou pratica, só tem valor para Ele, se proceder de um coração puro. Para os cristãos santificados se relacionarem com Deus de maneira adequada precisam aplicar o entendimento, a vontade e as emoções na oração, no louvor, no ofertar e em tudo aquilo que fizer para o Senhor. Pretendemos abordar este assunto nesta lição, destacando que o Espírito Santo nos tem feito solenes advertências quanto a buscar o Senhor, mostrando a necessidade urgente de uma renovação espiritual. Veremos a seguir para onde está voltada a atenção dos santos: I – ELES ATENTAM PARA A ADVERTÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO O texto diz: “Veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Obede” (v. 1). A nação israelita estava absorvida pelo pecado, especialmente a idolatria, que havia tomado seus corações, levando-os a se esquecerem de Deus. A afirmação de que o povo ficou muito tempo sem o 58
verdadeiro Deus esclarece bem a ideia do estado em que se encontravam (v. 3). Assim, havia a necessidade urgente de uma intervenção divina, para levá-los ao arrependimento. Por essa razão, veio o Espírito Santo, por meio do profeta, e exortou o rei juntamente com o povo a uma mudança radical de vida. Vejamos quais foram as advertências? 1. Advertência que conclama a buscarmos ao Senhor - (v. 2). O Senhor não pode ter comunhão com o homem se não for correspondido. Seria semelhante a recebermos uma visita em casa e, deixando-a sentada na sala, fôssemos cuidar dos nossos afazeres, sem lhe dar a mínima atenção. Ninguém toleraria uma atitude assim, muito menos o nosso Deus. O texto mostra que é recíproca esta comunhão: “O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele e, se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará” (v. 2b). Ninguém espere receber de Deus grandes coisas, buscando-o somente nos momentos de dificuldades e abandonando-o na bonança. 2. Advertência que conclama a buscarmos a direção na Palavra de Deus - (v. 3). A falta de sacerdotes dispostos a ensinar os mandamentos de Deus levou-os a se desviarem cada vez mais, porque, faltando a Palavra de Deus, o povo se corrompe (Pv 29.18). O profeta Oséias advertiu a nação pelos mesmos motivos, ou seja, o povo rapidamente se degenera e é destruído quando lhes falta conhecimento bíblico (Os 4.6). Comprovadamente, os crentes mais escandalosos e mundanos são os que rejeitam os cultos de ensinamento. Portanto, os líderes e todos aqueles que participam do ensino das Escrituras devem atentar para a responsabilidade que têm para com a Palavra inspirada. 3. Advertência que conclama a atentarmos para os sinais de decadência espiritual – (vv. 4-7). Num círculo vicioso, os israelitas afastavam-se de Deus e se viam às voltas com problemas; caíam em tremenda angústia e, nesse momento, lembravam-se do Senhor e O buscavam. Estas são as evidências de quem está vivendo longe de Deus: muita angústia, tristeza, falta de paz, desavenças etc. Longe de Deus, as bênçãos não são duradouras, e só na presença Dele há abundância de alegria (Sl 16.11). Quando a nação deixava o 59
verdadeiro Deus, as guerras surgiam de imediato, porque abandonava Jeová Shalom, o Senhor da paz. É essa paz que atua em nossos corações como um árbitro (Fp 4.7); portanto, quando ela está em falta, é sinal de que precisamos buscar a Deus. II – ELES ATENTAM PARA A NECESSIDADE DE UMA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL Certamente, nada há pior para o homem do que resistir ao Espírito Santo. Por isso, somos advertidos a não endurecer o coração diante da Palavra de Deus, como sucedeu aos israelitas (Hb 3.7,8). No entanto, no cerco e no aperto, entraram em aliança para buscarem ao Senhor, diligentemente e de todo o coração, sendo imediatamente achados por Ele. Sempre é muito sábio da nossa parte fazer o mesmo. Portanto, vejamos o que os santos do Senhor buscam: 1. Renovação do altar do Senhor - (vv. 8-10). O rei Asa começou da maneira certa, pois renovou o altar do Senhor. Não podemos servir a Deus, e muito menos agradá-lo, oferecendo sacrifícios espirituais em um altar desmantelado. Isso seria muito pretensioso, além de trazer consequências desastrosas para nossas vidas. Elias consertou o altar antes de ofertar ao Senhor (1Rs 18.30). Paulo, escrevendo aos crentes em Roma, implorou para que eles apresentassem seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável ao Senhor (Rm 12.1,2). Isso equivale a restaurar o altar do Senhor dentro do nosso coração, despojando-nos de toda imundícia e malícia, além de outros resíduos misturados às cinzas (Ef 4.20-32). 2. Renovação da entrega ao Senhor - (v. 11). No mesmo dia ofereceram sacrifícios ao Senhor, e não foram relapsos em adiar para o dia seguinte. Muitos cristãos não conseguem perseverar nos caminhos do Senhor porque vivem de promessas que não podem cumprir. Eles dizem: “A partir de amanhã, vou me consagrar a Deus”. “No mês que vem, iniciarei uma vida de oração”, “ano que vem, as coisas serão diferentes” etc. Devemos ofertar a nós mesmos e tudo o que temos ao Senhor hoje, sem deixar reservas para depois. Não podemos estar divididos entre dois pensamentos. Quem coloca a mão no arado não pode olhar para trás (Lc 9.62). Ofereça ao Senhor a tua vida e tudo o que tens, agora! 60
3. Renovação dos compromissos com o Senhor - (vv. 12-15). A nossa alma relaciona-se principalmente com as coisas concernentes ao mundo psicológico, logo, isso significa que o povo buscou o Senhor com todo o entendimento. Passou a aceitar os pensamentos de Deus, que são diferentes dos nossos (Is 55.8). O cristão santificado tem a mente de Cristo, pela qual pode compreender a vontade do Senhor (1Co 2.16). Portanto, façamos como fez o povo israelita: “entraram no pacto de buscarem o Senhor, Deus de seus pais, com todo o seu coração e com toda a sua alma” (v. 12). Parte das orações que fizemos ao Senhor não foram respondidas, provavelmente porque não colocamos nela o nosso coração. Nenhuma oferta ou serviço será aceito por Deus se não proceder de um coração contrito e totalmente submisso a Ele (Mc 7.6). Buscar ao Senhor de todo o coração é aplicar toda a nossa força, vontade e deleite em fazer a Sua vontade (Sl 37.4). CONCLUSÃO Esta lição não deve ser encarada apenas como uma história deslumbrante. É, antes de qualquer coisa, um chamado à comunhão com o Senhor. Todos os nossos conflitos e angústias serão amenizados e controlados pelo Senhor a partir do momento que o buscarmos de todo o coração. Coloquemos na oração, no serviço e na adoração, o nosso coração. Quando buscarmos ao Senhor de todo o coração, Ele nos atenderá; porém, se o deixarmos, Ele nos abandonará à nossa própria sorte. Portanto: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). Para reflexão: . Como está o teu coração para com Deus? . Se Deus sondar o teu coração, o que encontrará nele? . Você tem buscado o Senhor com todas as tuas forças e de todo o coração? Questionário para avaliação e debate: 1. O que representa o altar em nossas vidas? 2. O que faltou ao povo que o levou a desviar-se de Deus? 3. Qual é a causa básica da angústia e falta de paz? 61
Lição 12 - 23 de dezembro de 2018 OS SANTOS ANDAM NA PRESENÇA DE DEUS
VERSÍCULO CHAVE: “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito” (Gênesis 17.1). TEXTO BASE: Gênesis 12.1-4; 17.1 Gênesis 12.1-4 1 - Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; 2 - de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! 3 - Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. 4 - Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Gênesis 17.1 1 - Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceulhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito.
INTRODUÇÃO Os fatos históricos envolvendo Abraão são importantes registros bíblicos pelo fato de nos revelarem a vida de um patriarca que é exemplo máximo de fé no Antigo Testamento, além do que, os feitos que o envolveram nos servem de excelente analogia para a vida cristã. Às vezes, voltamos a nossa atenção para a chamada de Abraão e ficamos estarrecidos com tamanha graça espiritual, esquecendo-nos de 62
que fomos igualmente chamados para andar na presença do Senhor. A nossa salvação é um lindo encontro com Deus, o que implica em andar com Ele para alcançar o alvo da perfeição. É isso que veremos nos dois tópicos a seguir: I – ANDAR NA PRESENÇA DE DEUS REQUER ALGUMAS DECISÕES – (Gênesis 12.1-4) Toda a nossa vida consiste de preparos. Preparamo-nos para ingressar na faculdade, conseguir um bom emprego, casar, criar filhos etc. No que diz respeito à vida espiritual, faz-se necessário maior preparo ainda, por tratar-se de uma decisão de caráter eterno. Devemos nos preparar, considerando os aspectos econômico, social, psicológico e espiritual para andar com Deus e, para isso, vamos observar as exigências impostas a Abraão, aplicando-as a nossa própria vida. Eis as decisões que devemos levar em conta: 1. Decisão de renunciar os valores materiais - “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra” (v. 1a). A ordem para que Abraão deixasse a sua terra imprime importante significado, pois fala do lugar onde as pessoas estabelecem a sua base econômica, constroem, plantam e adquirem bens. Abraão não teve que deixar a sua riqueza na Mesopotâmia, todavia foi preciso desapegar-se dela (Gn 12.5). Temos de admitir que o nosso coração se apega à “nossa terra” e dificilmente abrimos mão dela (Lc 18.18-30). Deus, quando chama o homem à salvação, lança sobre ele a Sua graça como flecha que lhe traspassa o coração, pois é ali o centro da sua vontade e atenção. Quando deixamos tudo por amor ao Senhor, encontramos um Reino com a sua inteireza, pois Deus prometeu aos que deixarem tudo, uma terra que “mana leite e mel” (Dt 26.9; Fp 3.20; Ap 21.1-7). 2. Decisão de deixar a confiança na estrutura familiar - “... da tua parentela e da casa de teu pai...” (v. 1b). É comum vermos alguém se gabando por possuir esse ou aquele sobrenome, por pertencer a uma importante família. Isso faz sentido, já que da nossa parentela adquirimos toda estrutura cultural, tradições e status. É pela existência dos nossos parentes que sabemos a nossa origem e confirmamos nossa existência no mundo social. Abraão teve de deixar a religião idólatra 63
de seu pai para servir ao Deus verdadeiro (Js 24.2,3). Isso significa quebrar fortes laços entre filho e pai e também se despojar de crenças enraizadas no coração, desde a infância. O homem é desafiado a deixar pai e mãe por amor de Jesus (Lc 14.26). Deus quer nos desestruturar, fazendo-nos sentir como alguém pisando em areia movediça. Ele quer que percamos a nossa base de sustentação. Foi nesse sentido que Jesus Cristo nos mandou deixar a parentela (Mt 10.37; 19.29). 3. Decisão de aceitar o empreendimento de andar pela fé - “... e vai para a terra que te mostrarei” (v. 1c). Abraão pôde sentir o peso da responsabilidade de encontrar-se com Deus e segui-lo, pois foi difícil a decisão de deixar o certo pelo incerto. Com a nossa chamada acontece o mesmo, uma vez que saímos da terra onde estamos plantados para irmos para outra onde o Senhor ainda nos mostrará. Certamente isso trará grande conflito à nossa alma, até que nos rendamos a Ele, visto que é isso que significa andar por fé. É perder aquilo que não posso guardar, para ganhar aquilo que não posso perder (Mt 16.25,26; 2Co 5.7). Como disse o missionário Simonton: “A maior loucura na vida de um homem é estar fora do centro da vontade de Deus. Não há lugar mais seguro, ainda que cercado de perigos, do que no centro da vontade de Deus”. Este é o aspecto espiritual onde o Senhor infundirá em nós a Sua graça redentora. II – ANDAR NA PRESENÇA DE DEUS GERA COMPROMISSOS – (Gênesis 17.1,2) Alguns homens, como Jacó (Gn 32.30), Jeremias (Jr 1.1-7) e Paulo (At 9), que tiveram um encontro decisivo com Deus, são exemplos de pessoas compromissadas. A Bíblia registra que eles sofreram mudanças radicais e nunca mais foram os mesmos. De fato, relacionar-se com Deus significa despojar-se de tudo aquilo que o homem possui como bagagem e tomar toda a vontade do Senhor. Já vimos em lição passada que santificar-se é dispor-se para o serviço do Senhor, sem reservas. Assim, quanto mais dedicado ao Seu Reino nós formos, mais santo seremos na Sua presença. Veremos, a seguir, os compromissos gerados a partir do momento em que passamos a andar com Deus: 64
1. Compromisso com as condições impostas por Deus – “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor” (v. 1a). Por que Deus deu a Abraão maiores responsabilidades na velhice, se poderia tê-lo feito enquanto era jovem e cheio de vigor? Precisamos saber que o tempo de Deus é diferente do nosso. Calebe, por exemplo, teve que esperar quarenta e cinco anos para receber a herança prometida por Deus (Js 14.6-10). Precisamos entender que, se Deus tivesse chamado Abraão ainda jovem, não teríamos um dos mais belos exemplos de fé e um dos milagres mais destacados das Escrituras, conforme Romanos 4.16-24. Tudo aquilo que temos buscado de Deus pode parecer demorado, mas virá no tempo certo. Quando estivermos amadurecidos para possuir, para usar, para manusear; no tempo em que o milagre produzir edificação para a Igreja, conversão para os incrédulos e redundar em glória para Deus. 2. Compromisso com a soberania de Deus – “... Eu sou o Deus Todo-Poderoso...” (El Shaddai) (v. 1b). O Deus onipotente se revelou, mostrando-se competente para fazer qualquer coisa que a Sua soberana vontade determinasse, mesmo as coisas impossíveis aos homens. O Senhor pode cumprir as Suas promessas, e por isso realizou o milagre que trouxe a Abraão e a Sara o filho prometido (Gn 17.15-19). O patriarca teria de seguir o Senhor como a criança segue a sua mãe, pois isso significa dependência integral (Sl 131). Precisamos aprender a confiar em Deus em toda e qualquer circunstância. Quando Deus se revelou como o grande “El Shaddai”, o Todo Poderoso, queria dar ao patriarca a certeza de que Ele poderia confiar a sua vida àquele que sustenta o universo. É assim que Ele quer que O conheçamos (Is 40.21-31). O Senhor dos impossíveis, do inconcebível (Rm 11.33-36). 3. Compromisso para andar na presença de Deus - “... anda na minha presença e sê perfeito” (v. 1c). Abraão, neste novo 65
empreendimento, foi convocado a andar na presença do Todopoderoso. É incorreto pensar que precisamos nos tornar perfeitos primeiro para depois andar com Deus, sendo que a sequência lógica é: anda comigo e sê perfeito. É verdade que Deus capacita os chamados e não o contrário. Andar na presença de Deus é receber nova visão, enxergar por outro prisma os mesmos obstáculos, antes intransponíveis. É ter comunhão com o Senhor o tempo todo. Esse exercício nos leva à perfeição, que é o crescimento espiritual (2Pd 1.3-10). As palavras de Jesus definem bem essa verdade: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim...” (Mt 11.29). É andando com o Senhor que somos aperfeiçoados no amor, mansidão, humildade etc. CONCLUSÃO Dissemos, no início desta lição, que a história da chamada de Abraão é uma analogia, que representa a nossa chamada para a salvação. Isso porque o preparo exigido ao patriarca é o mesmo exigido a nós, com as mesmas implicações. Resta-nos responder a esse chamado divino para andar com o Senhor e alcançar o alvo da soberana vocação em Cristo Jesus, que é a perfeição. O Deus Todo Poderoso é capaz de nos sustentar e garantir segurança em todos os nossos caminhos se andarmos na Sua presença. Para reflexão: 1. Você tem o chamado de Deus? 2. Você anda na presença de Deus? 3. Você está crescendo rumo à perfeição? Questionário para avaliação e debate: 1. Por que Deus chamou Abraão na velhice? 2. O que significa para o cristão deixar a sua “terra”? 3. De que maneira devemos deixar nossos parentes para seguir a Jesus?
66
Lição 13 - 30 de dezembro de 2018 RECAPITULAÇÃO VERSÍCULO CHAVE: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Apocalipse 22.11).
TEXTO BASE: Apocalipse 22.10-12 10 - Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo. 11 - Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. 12 - E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. INTRODUÇÃO O objetivo desta recapitulação é relembrar os ensinos mais importantes vistos no trimestre, para que haja uma melhor fixação no aprendizado. I - OS SANTOS OBEDECEM A VONTADE DE DEUS - (Texto: 1 Pedro 1.15-23) É imprescindível a nossa santificação, por causa do relacionamento que temos com Deus que é Santo. Somos convocados a sermos santos, porque Ele é santo. Como filhos de Deus, nós o invocamos como Pai, portanto, viver uma vida pecaminosa, seguindo o curso do mundo, seria contradição. A nossa conduta seja em temor durante toda a nossa existência efêmera nesse mundo de peregrinação. II - OS SANTOS SE ENTREGAM PLENAMENTE A DEUS (Texto: 1 Tessalonicenses 5.16-23) É um erro afirmar que apenas a santificação interior satisfaz a vontade de Deus. Ela precisa abranger o espírito, a alma e o corpo. Nada pode 67
ficar sem ser santificado. A santificação começa no espírito do homem (de dentro para fora), e não poderia ser diferente, pois o pecado entrou no homem por meio da sua carne, ou seja, de fora pra dentro (Rm 5.12). A Palavra de Deus nos exorta a apresentarmos os nossos corpos a Deus (Rm 12.1). III - OS SANTOS SÃO CONSAGRADOS - (Texto: Romanos 12.18) A prova cabal da consagração de alguém a Deus é vista no comportamento demonstrado diariamente. Não dá para identificar um santo apenas olhando para a sua aparência. Essa santidade exteriorizada pode ser enganosa, visto que é possível alguém demonstrá-la sem ter sofrido a menor mudança interior. A dedicação do crente deve abranger uma profunda transformação no entendimento, que mude por completo os velhos conceitos adquiridos no tempo da ignorância. IV - OS SANTOS SÃO CIDADÃOS DO CÉU - (Texto: Salmo 15.15) Os santos andam em sinceridade, praticam a justiça e não fazem mal ao seu próximo. Eles falam sempre a verdade e não difamam com sua língua. Não mudam a palavra mesmo com dano seu. A Bíblia nos admoesta dizendo que nosso falar deve ser sim, sim, não, não, advertindo-nos posteriormente que o que passa disso é de procedência maligna (Mt 5.37). Os santos não emprestam com usura. A avareza é como pecado de idolatria, e por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência (Cl 3.5,6). V - OS SANTOS SÃO DILIGENTES - (Texto: 1 Coríntios 10.1-12) Êxodo 13.21,22 fala da experiência que tiveram os israelitas com a nuvem e a coluna de fogo, que os guiavam dia e noite. É importante notar que mesmo aqueles que posteriormente não entraram na terra prometida, gozaram desse privilégio. A igreja, também, se move direcionada por Deus, por meio do Espírito Santo (Rm 8.1-11). Contrariando o que alguns pensam e ensinam, é possível que alguém, mesmo depois de experimentar todos esses benefícios, aparte-se do Deus vivo, por causa da perversão e da incredulidade (Hb 3.12). Entrar no Reino celestial exige mais do que ser guiado com a multidão e 68
experimentar o que todos experimentam; é necessário nascer de novo (Jo 3.1-7). VI - OS SANTOS SEGUEM O PADRÃO CELESTIAL - (Texto: Deuteronômio 4.1-8) O Senhor Jesus nos deixou um modelo a ser seguido. Esse padrão só pode ser encontrado nas Escrituras Sagradas e, para conhecê-lo, faz-se necessário estudar criteriosamente tudo o que nela está registrado, pois ela é o nosso manual. Nela encontramos o padrão que norteia o nosso culto ao Senhor, o nosso comportamento diante da sociedade pagã, a obra que devemos realizar e toda instrução de que carecemos para fazer a vontade do Senhor. VII - OS SANTOS TÊM NOVAS ATITUDES - (Texto: Deuteronômio 15.7-11) Estamos tão acostumados com as nossas saudações vazias que, quando passamos por um irmão, perguntamos num tom ritualístico se vai tudo bem. O problema é que logo seguimos adiante, sem esperar resposta. Temos receio de que o irmão nos peça alguma coisa. Deus sempre colocará diante de nós alguém que precise, não somente de oração, mas de bens materiais. Nesse momento, não devemos nos fazer de surdos; escute o que o teu próximo tem a dizer. VIII - OS SANTOS ANUNCIAM A SALVAÇÃO - (Texto: Romanos 10.8-15) Todo aquele que um dia foi justificado por Cristo tem dentro de si a salvação, que flui como um rio, uma fonte viva, que não pode ser contida. A nossa pregação dá subsídios às pessoas para elas pautarem sua fé. Para crer em Jesus, o mundo precisa saber quem Ele é, logo, é imprescindível que aquele que tem conhecimento das Escrituras, anuncie-as ao mundo. Esse foi o belo exemplo de Filipe, que mostrou eficiente manuseio da Bíblia, culminado na salvação do eunuco: “Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35-39). IX - OS SANTOS TÊM O DOM SUPREMO - (1 Coríntios 13.1-13) Os cristãos devem estar firmados naquilo que tem alicerce e que pode resistir à eternidade. As profecias desaparecerão, porque viveremos sob 69
os cuidados do Senhor, sem necessidade de previsões. De igual modo, o dom de línguas e de ciência não subsistirão no porvir. Assim sendo, não é sábio para o cristão viver preso à coisas que desaparecerão, cessarão e passarão. O amor é a única dádiva de Deus que jamais se acabará. X - OS SANTOS TIVERAM UM ENCONTRO COM DEUS (Êxodo 3.1-12) O servo de Deus que almeja ter um encontro com o Senhor precisa estar disposto a obedecê-lo naquilo que Ele ordenar. Certamente Ele será com os que se dispuserem a executar o Seu plano eterno. A Moisés foi ordenado que fosse libertar Israel cativo no Egito, porque o povo deveria ser levado para servir ao Senhor. Libertar os povos, levando-os à verdadeira adoração e serviço ao Senhor, é o verdadeiro propósito da manifestação da Pessoa divina a nós (Rm 11.36). XI - OS SANTOS BUSCAM O SENHOR DE TODO O CORAÇÃO - (2 Crônicas 15.1-15) O Senhor não pode ter comunhão com o homem se não for correspondido. O texto mostra que é recíproca esta comunhão: “O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele e, se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará” (v. 2b). Ninguém espere receber de Deus grandes coisas, buscando-o somente nos momentos de dificuldades e abandonando-o na bonança. XII - OS SANTOS ANDAM NA PRESENÇA DE DEUS - (Gênesis 12.1-4; 17.1) É incorreto pensar que precisamos nos tornar perfeitos primeiro para depois andar com Deus, sendo que a sequência lógica é: anda comigo e sê perfeito. É verdade que Deus capacita os chamados e não o contrário. Andar na presença de Deus é receber nova visão, enxergar por outro prisma os mesmos obstáculos, antes intransponíveis. É ter comunhão com o Senhor o tempo todo. Esse exercício nos leva à perfeição, que é o crescimento espiritual (2Pd 1.3-10). CONCLUSÃO Concluindo o estudo das lições do trimestre, conclamamos a todos os santos que procurem praticar tudo aquilo que o Espírito Santo nos ensinou. 70
71