Bienvenido CENTRO DE LAZER E HOSPEDAGEM
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS CENTRO POLITÉCNICO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PESQUISA E METODOLOGIA DO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
Centro de Lazer e Hospedagem
Vanessa Ferreira Dias Orientador: Otávio M. Peres 2012/1
Agradeço, em primeiro lugar aos meus pais, em segundo, Ă todas as pessoas que fizeram parte dessa conquista direta e indiretamente. Sem os ensinamentos de alguns e apoio de todos, nada seria possĂvel.
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................................................4 TEMA ..........................................................................................................................................................5 1.1 Objetivo ................................................................................................................................................5 1.2 Justificativa do tema..............................................................................................................................5 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................................................8 2.1 Conceitos...............................................................................................................................................8 2.1.1 Turismo.................................................................................................................................................8 2.1.2 Hospedagem.......................................................................................................................................13 2.1.3 Lazer...................................................................................................................................................13 2.1.4 Entretenimento....................................................................................................................................14 ASPECTOS HISTÓRICOS...........................................................................................................................15 3.1 Histórico da Hotelaria. ......................................................................................................................15 3.1.1 Evolução do ramo da hospedagem.....................................................................................................18 ANÁLISES DE PRECEDENTES ....................................................................................................................25 4.1 Yotel ...................................................................................................................................................25 4.2 Hotel Club Med Trancoso .................................................................................................................32 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ANÁLISES...................................................................................................41 JAGUARÃO................................................................................................................................................42 6.1 Tombamento.......................................................................................................................................45 SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO..........................................................................................................................50 7.1 Localização do sítio............................................................................................................................50 7.2 Cidade Patrimônio Histórico...............................................................................................................51 7.3 Terreno................................................................................................................................................52 7.4 Acesso ao lote.....................................................................................................................................53
SUMÁRIO 7.5 Reurbanização do Entorno..................................................................................................................54 7.6 Imagens do Entorno............................................................................................................................55 7.7 Setor da orla do Rio Jaguarão.............................................................................................................58 7.8 Análise do entorno do sítio.................................................................................................................59 7.9 Topografia e arborização....................................................................................................................60 7.10 Clima e orientação solar..................................................................................................................60 7.11 Hidrografia.......................................................................................................................................61 7.12 Legislação.........................................................................................................................................62 MAPAS........................................................................................................................................................66 8.1 Acessos................................................................................................................................................66 8.2 Estrutura viária....................................................................................................................................67 8.3 Canais pluviais ...................................................................................................................................68 8.4 Rede de esgoto ...................................................................................................................................69 PROGRAMA DE NECESSIDADES .............................................................................................................70 PRÉ-DIMENSIONAMENTO.......................................................................................................................71 FLUXOGRAMA...........................................................................................................................................74 CONCEITUAÇÃO.......................................................................................................................................75 ZONEAMENTO..........................................................................................................................................80 CONCLUSÃO.............................................................................................................................................83 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................84 ANEXOS.....................................................................................................................................................86
APRESENTAÇÃO O trabalho desenvolvido neste relatório refere-se à disciplina do Trabalho de Conclusão de Curso I, do nono semestre de Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas. Corresponde ao levantamento de dados e desenvolvimento da proposta de projeto a ser apresentada no décimo semestre referente ao trabalho final de graduação. O trabalho concebido no primeiro semestre letivo de 2012 contém a elaboração do estudo que irá embasar o trabalho de conclusão de curso, que tem como tema a elaboração do projeto de um centro de lazer e pousada para turistas na cidade de Jaguarão.
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TEMA 1.1 Objetivo Elaborar um projeto cujo foco são o lazer e a hospedagem e também a integração da cidade de Jaguarão no roteiro que, atualmente é focado na cidade de Rio Branco em vista de seus free shops. A proposta visa expressar a beleza da cidade de Jaguarão, através da integração do projeto com seu espaço urbano e também divulgar a esse público seu lado histórico e cultural.
1.2 Justificativa do tema A proposta de projeto de um centro de lazer e hospedagem surgiu através da percepção de uma característica relativamente nova da cidade de Jaguarão. Devido à cidade ser fronteiriça e sua cidade vizinha, Rio Branco, ter aumentado significativamente seu movimento de turistas em virtude dos free shops, Jaguarão passou a ser uma “cidade de passagem” para muitas dessas pessoas. A maioria delas mora em cidades vizinhas ou dispõem um tempo de seus finais de semana ou feriados para visitarem as lojas com seus carros. Porém, existe uma grande parcela desses turistas que chegam lá por meio de viagens turísticas, excursões. Os ônibus de turismo, impossibilitados de atravessar a ponte e deixarem os passageiros na cidade de Rio Branco, utilizam as ruas de Jaguarão como estacionamento. O projeto visa recepcionar estes turistas, caracterizando-se como ponto de chegada e acolhida na cidade para suprir a falta de acomodação e também de oferta de serviços para esse público, onde eles também possam desfrutar de opções de lazer e entretenimento, visando principalmente os acompanhantes desses grupos e também aqueles que já fizeram suas compras e tem que esperar seus companheiros de viagem em algum lugar.
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TEMA A proposta é que haja oferta de várias atividades para que o tempo de espera dessas pessoas torne-se uma experiência agradável e, assim por consequência, conhecerem a hospitalidade jaguarense e um pouco mais do lado brasileiro da fronteira, que é deixado de lado na grande maioria das vezes. Jaguarão possui vários atributos turísticos e, pela conservação de seu patrimônio, a cidade recentemente foi avaliada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e teve o tombamento do conjunto histórico e paisagístico de Jaguarão e da Ponte Internacional Mauá, no mesmo município, como bens do patrimônio cultural do país. Também, aliado ao projeto arquitetônico, é vista uma necessidade de preocupação com o entorno, visto que boa parte deste, é a orla do Rio Jaguarão, que hoje em dia não dispõe de nenhuma infra estrutura tanto para os moradores quanto para os visitantes. Incluída nessa preocupação com a reurbanização do entorno, está a proposta de um local onde os ônibus possam se acomodar, sem atrapalhar o trânsito e as ruas da cidade de Jaguarão. De acordo com os fatos relatados, acredita-se que haveria grande viabilidade de construção de um local que reserve uma acomodação para essa parcela de turistas que muitas vezes tem de esperar a volta de seus companheiros na rua mesmo, em baixo da sombra de alguma árvore, passando calor ou frio. Como essas pessoas que vão de ônibus tem que atravessar a ponte geralmente a pé, o local proposto para situar este projeto seria um terreno localizado às margens do Rio Jaguarão, aproveitando tanto a proximidade de localização da cidade vizinha, como também o visual do Rio, trazendo maiores atrativos para o projeto.
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REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Conceitos A seguir, são definidos os conceitos que norteiam este projeto.
2.1.1 Turismo Turismo é movimento de pessoas, é um fenômeno social, econômico e cultural que envolve pessoas. É um ramo das ciências sociais e não das ciências econômicas, apesar de que esta última pode ser a razão de tal movimento, o turismo transcende as esferas das meras relações da balança comercial. O conceito de Turismo, segundo o dicionário Michaelis é: "Viagens realizadas, por prazer, a lugares que despertam interesse A tendência da humanidade, nos últimos séculos, é de se concentrar nos grandes núcleos urbanos, e, assim, criou-se a necessidade de se abster da neurose urbana, a procura de uma "fuga" do cotidiano caótico das cidades em busca de uma paisagem paradisíaca ou bucólica, onde a principal preocupação é com o descanso. Mas a definição acadêmica de Turismo, segundo a OMT (Organização Mundial de Turismo), é: "Movimento de pessoas a lugar diverso do qual habite por tempo inferior a 360 dias, desde que esta não realize atividades econômicas". Da importância econômica: O Turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce no Brasil (dentre as espécies, significativamente, o Ecoturismo) e no mundo, movimentando, direta ou indiretamente mais de U$ 3,5 trilhões (2001). É o meio lícito que mais movimenta dinheiro, atrás somente do narcotráfico e da indústria bélica (meios ilícitos). Tal ramo é de fundamental importância para o profissionalismo do setor turístico e necessário para a economia do Brasil, país com excelente potencial Turístico.
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REFERENCIAL TEÓRICO Portanto, Turismo é a realização de viagens para local diverso do qual a pessoa more, seja a lazer, passeio, negocio, religião ou outra atividade diversa da econômica. Daí a divergência sobre a correta utilização do termo "Turismo de negócios". O que deve ter o turismo em geral • Identidade própria: paisagem, atividades tradicionais, comércio, cultura e arquitetura; • Autenticidade: deve ser espontâneo e endógeno; • Preservação das raízes: resgate e valorização dos hábitos e costumes locais, gastronomia, uso de objetos e utensílios típicos, artesanato, móveis e arquitetura; • Divulgação dos costumes: festas locais, músicas, artistas locais entre outros; • Conservação dos atrativos: reconhecer a importância dos atrativos locais, bem como mantê-los tanto nos aspectos naturais como históricos. Pré requisitos • Conhecer a sua região e sua história; • Interagir com os grupos de forma autêntica; • Transmitir entusiasmo e motivação; • Profundo respeito pelo meio-ambiente; • Valorização da cultura e dos hábitos locais; • Buscar um jeito próprio de contar histórias; • Satisfação das necessidades e anseios da comunidade local; • Orientar todos os segmentos da comunidade para as questões da atividade turística; • Atender aos aspectos de boa apresentação pessoal; • Explicar a conduta adequada e os hábitos do local; • Divulgar as rotas estabelecidas para a região de entorno; • Proporcionar a qualificação profissional de todos os setores; • Criar instrumentos sócio-políticos para a sustentabilidade da atividade turística. 9
REFERENCIAL TEÓRICO Segmentação de mercado Definir o perfil dos turistas que já visitam ou que pretendem visitar uma localidade ajuda no planejamento da oferta e diversificação dos produtos e serviços. Ajuda também a atender as expectativas dos visitantes e conseguir que retornem, ou que fiquem com uma imagem positiva da experiência que tiveram. Para isso, é importante entender o comportamento de compra e as motivações que fizeram os visitantes irem até outra cidade, região ou país. Segmentar é dividir a demanda em grupos diferentes nos quais todos os clientes compartilham características relevantes que os distinguem de clientes de outros segmentos (LOVELOCK; WRIGHT, 2001). A sociedade está constituída por um número substancial de pessoas com necessidades básicas já satisfeitas e que estão canalizando seu tempo, dinheiro e esforços para satisfazer outras necessidades e desejos, como o lazer, a viagem, o turismo. Os consumidores podem ser categorizados de acordo com várias dimensões, como as questões geográficas, demografia (os aspectos objetivos de uma população, tais como idade e gênero), o uso que fazem do produto, e psicografia (características psicológicas e de estilo de vida). Formar um grupo de consumidores com características similares não significa que todos terão as mesmas respostas (positivas ou negativas) sobre os produtos consumidos. É preciso considerar que as pessoas são diferentes e já passaram por outras experiências, e que estas influenciarão na percepção que cada um terá do produto. Existem vários critérios para realizar a segmentação da demanda, não só turística, mas para qualquer tipo de produto ou serviço. Existem dois grupos de variáveis que devem ser considerados: as características do grupo (geográficas, demográficas e psicográficas) e as respostas que os indivíduos apresentam em relação aos produtos ofertados (KOTLER; KELLER, 2006).
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REFERENCIAL TEÓRICO Perfil do Turista Os serviços oferecidos por um meio de hospedagem, de modo geral, são definidos em função de algumas variáveis. A motivação de viagem, o estilo de vida, renda, idade e forma de organização da viagem são alguns dos aspectos importantes a serem observados. O que os turistas procuram: • Bom atendimento de um povo educado e gentil • Qualidade de serviços e produtos • Preços justos • Gastronomia típica e artesanato local • Cidade limpa e sinalizada • Lazer e diversão • Informações corretas • Atendimento Personalizado A literatura sobre o comportamento do consumidor-turista mostra que estes tanto os que procuram o interior quanto o litoral, possuem características heterogêneas. Estudos mostram que existem, basicamente, quatro tipos de turistas: O turista de grupos organizados: aquele que só viaja em pacotes, totalmente dependente do turismo institucionalizado. O turista de pacotes individuais: aquele que só viaja em pacotes, apesar de depender de operadoras e agências de viagens, receptivo e guias, gosta de ter maior mobilidade dentro da cidade visitada. O explorador tem espírito aventureiro: prefere escolher o seu próprio roteiro. Apesar de não viajar de forma convencional, não abre mão do conforto da hospedagem e transportes seguros.
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REFERENCIAL TEÓRICO O andarilho extremamente aventureiro: não tem roteiro de viagem pré-determinado, gosta de destinos de longa distância e interage de forma intensa com a cultura do destino visitado. O turista comercial: aquele que geralmente vai às fronteiras para fazer suas compras nos free shops, geralmente por um dia ou um final de semana somente. Este último define o principal tipo de turista a ser abordado por esse trabalho. A tipologia dos turistas mostra que quanto maior for o grau de organização da viagem, sob o ponto de vista da utilização das empresas organizadoras, maior será a necessidade do turista em preservar os aspectos familiares na sua viagem. À medida que o turista se afasta das viagens padronizadas, é atraído pelo novo, pela aventura (AMBRÓSIO, 2002). Assim sendo, o meio de hospedagem precisa dispor de serviços que conquistem e mantenham a demanda turística, atendendo aos gostos de cada segmento trabalhado. Nesse estudo, destaca-se o segmento de Turismo de Negócios e Eventos, tendo seu conceito elaborado ela Embratur como: “Turismo de Negócios & Eventos compreende o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social”. (Marcos Conceituais – MTur). Segundo o volume editado pelo Ministério do Turismo, o turista de negócios e eventos, doméstico e internacional, apresenta algumas características comuns: • escolaridade superior • poder aquisitivo elevado • exige praticidade, comodidades, atendimento e equipamentos de qualidade • representa organizações e empresas • realiza gastos elevados em comparação a outros segmentos • permanência média de quatro dias (doméstico) e de oito dias (internacional)
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REFERENCIAL TEÓRICO 2.1.2 Hospedagem A hospedagem caracteriza-se como uma edificação que exerce o comércio da recepção e de alojamento dos turistas e visitantes em geral. Constitui-se basicamente de um edifício ou prédio contendo unidades habitacionais, uma recepção e uma governança, para hóspedes. Podendo ter ainda o serviço de alimentos e bebidas, na sua estrutura. Pode contar ainda com: estacionamento externo e área de lazer. As redes de hotéis têm se tornado mais fortes e lucrativas, aproveitando-se de várias oportunidades de negócio. Uma série de hotéis tem sido construída para atender diferentes tipos de clientes, aumentando ainda mais sua segmentação. Cita-se o Jules Undersea Lodge, um hotel submerso na Flórida com quartos instalados a sete metros de profundidade; o Library Hotel em Nova York com um acervo de seis mil livros; e o Freedom Paradise, um hotel em Cancun, no México, destinado especialmente para obesos. A subdivisão e classificação dos hotéis acabam sendo restritas e excludentes, além disso, a segmentação faz com que os hotéis, cada vez mais, contem com profissionais de diferentes formações, e que muitas vezes, mesmo trabalhando com o lazer, estes não possuam conhecimento teórico da teoria do lazer (alguns possuem conhecimento prático).
2.1.3 Lazer “Lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais." (Dumazedier, 1976,apud Oleias). A palavra lazer deriva do latim licere, ou seja, "ser lícito", "ser permitido". 13
REFERENCIAL TEÓRICO Poderíamos definir lazer, como uma forma de utilização do tempo dedicado à prática de uma atividade que a pessoa goste de fazer, o que não significa que seja sempre uma mesma atividade. Esta atividade pode ser uma entre tantas outras. Devido ao importante desenvolvimento do lazer durante a segunda metade do século XX e do XXI, pode-se dizer que a diversificação é tamanha que pode-se defini-la nas seguintes formas: Lazer Noturno: se trata de todo o lazer associado à noite e atividades em que elas se desenrolam, bares, discotecas, e outros lugares em que a música e a bebida são os pilares centrais. Lazer espetáculo: todo lazer relacionado com os espetáculos, podendo ser distinguidos os culturais (teatros, concertos, exibições, ópera, cinema, shows, espetáculos, apresentações culturais) e os desportivos. Lazer esportivo: se refere a prática de algum esporte. Lazer alternativo: o lazer alternativo tem duas vertentes, uma que se refere ao lazer alternativo noturno, que na maioria dos casos é dirigido a jovens maiores de 18 anos, para proporcionar uma alternativa mais sadia em suas saídas noturnas.
2.1.4 Entretenimento É o conjunto de atividades que o ser humano pratica sem outra utilidade senão o prazer. É o desvio do espírito para coisas diferentes das que preocupam as pessoas no dia-a-dia. Pode ser uma distração, um passatempo ou um desporto. Algumas formas de entretenimento: Blog, Chat, Cinema, Dança, Esportes, Exposição, Leitura, Festas populares, Música, Passatempo, Pesca, Quadrinhos, Rádio, Teatro, Televisão, Humor, Turismo, Jogos, Uso e/ou apreciação de qualquer forma de arte.
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ASPECTOS HISTÓRICOS 3.1 Histórico da hotelaria A história da hotelaria começou com a utilização do termo “hostellum” para designar palacetes onde reis e nobres se hospedavam na época do Império Romano. Porém, os primeiros registros de hospedagens no mundo vêm do século VI a.C., com comerciantes que ficavam em casas ou quartos de outras pessoas quando viajavam entre a Europa e o Oriente. Em um único espaço poderiam dormir várias pessoas, lembrando o estilo de hospedagem dos albergues da juventude de hoje. A partir de 1407, a França passou a exigir mais segurança e registro dos hóspedes. Em 1561, a cobrança de tarifas foi regulamentada. De 1750 a 1820, na Inglaterra, serviços como limpeza e alimentação passaram a ser vistos como atrativos para novas hospedagens. Em 1870, César Ritz investiu no banheiro privativo, na uniformização dos colaboradores e construiu um empreendimento em Paris. O velho continente viu surgir as primeiras instalações que, no futuro, seriam aprimoradas e chamadas de hotéis. No Brasil, a hotelaria nasceu da mesma forma que na Europa, por iniciativa dos portugueses. Ainda que em solo brasileiro, pessoas passaram a receber viajantes em suas próprias casas. Por sua vez, colégios e mosteiros como o Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, recebiam viajantes ilustres no período colonial. De acordo com estudos realizados pela jornalista Eny Amazonas, editora do estudo Raio-X da hotelaria brasileira, entre as redes hoteleiras do Brasil, foi destacada a cidade de São Paulo como "parte do marco histórico do desenvolvimento hoteleiro no Brasil", pois as primeiras hospedagens ocorreram na nesta por volta do século XVII. A classificação dos empreendimentos em cinco categorias nasceu depois, no início do século XVIII. Já era possível escolher onde ficar, sendo que as hospedarias mais requintadas da capital paulista só recebiam pessoas importantes e com carta de apresentação.
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ASPECTOS HISTÓRICOS O grande marco da hotelaria carioca veio com a inauguração de dois hotéis famosos e com prestígio que perdura até hoje: Hotel Glória, em 1922, e, no ano seguinte, o Copacabana Palace, construído pela família Guinle e projetado pelo arquiteto Joseph Gire. Durante muitos anos as administrações hoteleiras eram majoritariamente familiares. Na década de 40, incentivos de governo fizeram a hotelaria crescer. Em 1970, a criação da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) aliada a incentivos fiscais alavancou ainda mais o mercado, nessa época surgiram os primeiros flats, em São Paulo. Momento importante, também, para o fortalecimento das redes Othon e Luxor no país. Época promissora para cadeias internacionais. "A entrada de redes estrangeiras de hotéis no Brasil na década de 70 foi estimulada pelo acirramento da concorrência entre essas companhias e pela transformação do país em um importante pólo de viagens de negócios, com o crescimento da economia e a entrada das empresas multinacionais", explica Alessandra Damas Frozino no estudo Aspectos do Desenvolvimento da Indústria Hoteleira no Brasil, da Universidade de Taubaté (SP). A primeira forte crise começou na década seguinte, devido ao fim dos financiamentos em longo prazo e dos incentivos fiscais. O Plano Collor, em 1990, também foi prejudicial ao segmento hoteleiro. A situação melhorou após a implantação do Plano Real, em 1994. Vários hotéis de luxo foram inaugurados no país. Por volta de 1998, gigantes internacionais do setor como os grupos Hyatt e Pousadas passam a investir na indústria hoteleira brasileira. E a crise voltou no final dos anos 90. A hotelaria se expandiu muito, mas a demanda não acompanhou o surgimento de novos hotéis, o que obrigou muitos a baixarem drasticamente o valor de suas diárias médias. Atualmente o mercado está em plena recuperação. A ocupação está em 65% e o aumento de cerca de 12% na diária média geral assinalam, novamente, o crescimento do setor.
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ASPECTOS HISTÓRICOS Desde as primeiras hospedarias até os hotéis mais sofisticados, um ponto em comum que vai além das razões econômicas permeou o desenvolvimento e a consolidação do mercado hoteleiro no Brasil: a primazia pelo serviço de qualidade. "O bom hospedeiro é aquele que se coloca no lugar do hóspede", explicam William Saab e Ilka Daemon, no estudo Gerência Setorial de Turismo, publicado no site do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Quem não prima pela qualidade, não sobrevive no mercado. Atualmente, o mercado encontra-se em momento de expansão. Formar-se em Hotelaria e Turismo não constitui modismo de ocasião. Milhares de jovens já se deram conta de que as chances profissionais nesse campo crescem na mesma velocidade em que brotam projetos hoteleiros em território nacional. O parque hoteleiro nacional possui hoje aproximadamente 25 mil meios de hospedagem e, deste universo, 20 mil são hotéis e pousadas. De acordo com o site da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o faturamento da hotelaria nacional pode chegar a US$ 2 bilhões ao ano. Os meios de hospedagem são variados, compreendendo de uma simples hospedagem domiciliar ou albergue a um palácio com turismo rural ou um mega hotel resort. O Albergue caracteriza-se por dispor de acomodações coletivas e público alvo jovem. No Brasil, a Pousada é caracterizada por ser um meio de hospedagem instalada em edificação de valor histórico e é denominada popularmente como um modelo rústico de hospedagem contando com unidades habitacionais individualizadas e com decoração identificada com a localidade. Já em Portugal a Pousada está associada a um turismo de qualidade, em unidades recuperadas, muitas delas, em edifícios classificados. Para complemento da classificação, e também em razão do tema deste projeto ser um tipo diferenciado de hospedagem, seguem abaixo, as mais novas modalidades no ramo da hotelaria.
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ASPECTOS HISTÓRICOS 3.1.1 Evolução do ramo da hospedagem A hospedagem vem a cada dia criando novas maneiras de captar uma clientela mais específica e, hoje em dia, a maioria dos hotéis trabalham especificamente para proporcionar o lazer aos hóspedes, já sendo organizados com esse propósito. Devido a isso, a maioria dos hotéis na atualidade possui equipamentos de lazer como piscina, sauna, salão de jogos, entre outros. e para isso, surgem os novos conceitos de hospedaria em todo o mundo, atualizados de acordo com a evolução dos tempos. Boutique Hotel Boutique hotel é muito semelhante ao conceito de Hotel de charme, mas com uma ênfase maior nos elementos de arte, individualidade e interatividade. Um boutique hotel deve ter poucos apartamentos, normalmente entre 5 e 50, mas uma completa infra-estrutura de lazer e serviços que só um hotel maior poderia oferecer, e ter grande individualidade. A idéia é que o hóspede de um boutique hotel - como o consumidor de uma loja boutique- tenha direito a usar toda uma infra-estrutura que um hóspede de um hotel normal teria, com o bônus da exclusividade por tratar-se de um estabelecimento para poucos. Também é imprescindível que um boutique hotel tenha instalações consideradas charmosas, com um projeto arquitetônico diferenciado ou instalado em um prédio histórico. Deve haver um elemento criativo e individual a respeito da propriedade e dos serviços oferecidos. Padrões não servem para este tipo de propriedade: ele tem que oferecer o diferente, o individual e, em alguns casos, o temático. Em sua decoração, o boutique hotel deve lançar moda: objetos de design ou de arte - que em muitas propriedades também são vendidos ao hóspede – devem estar presentes.
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ASPECTOS HISTÓRICOS Um elemento não-indispensável - mas desejável - é a interatividade entre hóspedes e proprietários, ou de hóspedes com a propriedade. Desta interatividade surge um elemento contextual que aumenta a experiência do hóspede, transformando uma estadia em uma experiência. A interatividade, por outro lado, deve ser espontânea, e levar o hóspede a sentir-se em casa de amigos ou como "dono do lugar". Um exemplo de interatividade são os livros de sugestões e mensagens existentes em alguns tipos de boutique hotéis. É necessário, no entanto, que as sugestões sejam - desde que pertinentes e dentro do possível efetivamente levadas em conta, e o staff de fato lembre-se dos hóspedes, pois o hóspede que retorna deve sentir que ele também fez uma diferença para o local. Assim, um hóspede que retorna para comemorar um ano de casado - pois passou a lua-de-mel no local - deve ser lembrado. Outro exemplo de interatividade são os chamados "honesty bars", bares onde o hóspede serve-se a si mesmo, e comunica o que consumiu. O exemplo último de interatividade é a presença constante do proprietário, que conversa com os hóspedes e interessa-se pela experiência dos mesmos dentro de sua propriedade.
Boutique Hotel 19
ASPECTOS HISTÓRICOS Yotel Um novo conceito em hotéis para hóspedes de curta permanência, desenvolvido pela YOTEL, parece ser a solução ideal e econômica para viajantes cansados e geralmente ainda sob os efeitos negativos do jet-lag. Idealizado para atender especialmente passageiros que são obrigados a esperar por várias horas uma conexão entre dois vôos de longa distância e cujas duas únicas opções se resumiam a amargar a espera em alguma cadeira desconfortável de qualquer saguão de aeroporto, ou então desembolsar uma diária completa de hotel, acrescida das despesas de transporte nos deslocamentos entre aeroporto/hotel/aeroporto. Segundo Simon Woodroffe, o criador do novo conceito, a idéia surgiu durante uma viagem. "Fiquei bastante feliz ao conseguir uma poltrona-leito da primeira classe e fui dormir pensando no problema de como adaptar o conceito do hotel cápsula japonês de modo que fosse aceitável no ocidente. Despertei imaginando que a solução estava ali mesmo, em volta de mim: Tudo o que eu precisava fazer era encontrar os projetistas da primeira classe e pedir que me ajudassem a projetar um novo tipo de hotel." O novo modelo, que já conta várias filiais, oferece três opções de acomodações e com tarifário flexível, permitindo escolher a hospedagem entre um mínimo de quatro horas durante o dia ou noite, uma diária completa, ou até períodos maiores.
Acomodações do Yotel 20
ASPECTOS HISTÓRICOS Hotel Design O conceito de Hotel Design surgiu em Nova Iorqe, no início da década de 90, com a reforma de um antigo hotel na Broadway. Ian Schranger pediu a Philippe Starck, designer francês, reconhecido mundialmente por sua ousadia, para criar um espaço totalmente novo, diferente de tudo o que mercado hoteleiro já havia concebido - surgia então o Hotel Paramount, que logo tornou-se uma referência na cidade. Utilizando objetos de design arrojado, uma arquitetura inovadora e um atendimento diferenciado, os hotéis design logo conquistaram a preferência de pessoas modernas que valorizam um espaço clean, contemporâneo e, sobretudo diferente.
Eco Hotel O conceito de hotel verde insere-se no propósito da Anab (Associação Nacional de Arquitetura Bioecológica), organização técnico-científica que atua na Itália desde 1989 e a partir de 2005 no Brasil. Silvia Manfredi, diretora-geral, explica que a entidade “tem por objetivo resgatar a ética na arquitetura e promover a sustentabilidade na cadeia produtiva da construção civil. Para isso, atua através da sensibilização, conscientização e, principalmente, através da educação e formação dos agentes produtivos”.
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ASPECTOS HISTÓRICOS Ressalta-se que “no parecer da Anab, não se pode falar em desenvolvimento sustentável sem se pensar no setor da construção civil, um dos mais produtivos (em torno de 12% do PIB na maioria dos países) e mobilizadores de recursos (consome quase 50% dos recursos naturais), ou seja, pode-se dizer que é o de maior impacto ambiental, social e econômico”. O paradigma da sustentabilidade na construção envolve o desafio de melhorar a produtividade (recursos x mão-de-obra), a qualidade e a durabilidade das edificações, a economia de recursos (energia, água e outros insumos) em todo o ciclo de vida do edifício. O setor hoteleiro brasileiro, tem se mobilizado, mas as iniciativas específicas para a construção de hotéis sustentáveis (desde a concepção, planejamento, projeto e construção) ainda são tímidas. Entretanto, é uma tendência que crescerá por força da legislação (cada vez mais restritiva) e de mercado (custos de financiamento, seguros, necessidade de certificações, etc.).
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ASPECTOS HISTÓRICOS Executive Lockers São Paulo é a cidade da América Latina que mais recebe executivos em viagem. De janeiro a março de 2008, cerca de sete milhões de pessoas desembarcaram na capital paulista, grande parte a negócios. Segundo pesquisa da São Paulo Turismo, a maior parte dos executivos permanece na cidade por dois dias. E, no mínimo a cada 10 dias, precisa voltar. Situado no complexo do World Trade Center, no novo pólo comercial da cidade, o WTC Hotel recebe boa parte destes executivos. Pensando em proporcionar maior conforto e praticidade a esses clientes, o hotel criou uma novidade: os Executive Lockers. Segurança e conforto - O serviço consiste de armários individuais, onde os hóspedes podem guardar e trancar os pertences que desejam utilizar em sua próxima estada no hotel. Os Executive Lockers têm espaços dedicados para acomodar sapatos, pendurar camisas e ternos; livros, laptop, objetos de higiene pessoal, entre outros. Com isso, o executivo não precisa mais carregar malas nas viagens à São Paulo. Os armários especiais têm rodinhas e são levados para as suítes dos clientes com os seus pertences assim que esses fazem sua reserva no WTC. Ao deixar o hotel, o Executive Locker é retirado e guardado de volta pelas governantas em local seguro, onde permanece trancado até o retorno do hóspede ao hotel. O serviço é gratuito e oferecido a todos os hóspedes, independentemente da categoria da suíte utilizada. Serviços completos - Classificado na categoria hotel de luxo, com padrão internacional, o WTC Hotel está situado na região da Avenida Berrini.
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ASPECTOS HISTÓRICOS Hotel Day Use Este na verdade é mais um conceito no que se trata de hospedagens, pois diversos tipo de hotéis permitem que você desfrute de todos os serviços, sem precisar hospedar-se. Com o Day Use, é possível se divertir, trabalhar, relaxar ou simplesmente passar horas desfrutando das instalações do local, podendo usufruir na maioria das vezes da piscina, quadras de esportes, academia, spas próprios, passeios, inclusive instalações onde o cliente pode dormir por algumas horas, serviços de alimentação dentre outros. Existem hotéis que disponibilizam esta possibilidade além do sistema usual de diárias, sendo mais uma opção de atrair turistas para seus estabelecimentos.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES 4.1 Yotel Este hotel altamente tecnológico dispõe de quartos modernos do tipo cabine e de um grande terraço na cobertura. Mas o que mais impressiona no Yotel é a tecnologia aliada ao conforto e o design. O Yotel é uma iniciativa do Simon Woodroffe, um Inglês que era um palestrante motivacional e empreendedor que começou uma rede de restaurante japonês chamada YO! Sushi em 1997, que em 2003 foi vendida por 10 milhões de libras. Em 2007, Simon começou o Yotel em Londres com duas unidades próximas aos aeroportos Gatwick e Heathrow e em 2009 no aeroporto de Amsterdam e, finalmente, um em Nova Iorque. O projeto envolve a colaboração de Rockwell Group e Softroom. O Grupo de Rockwell criou este projeto com um conceito diferente, procurando adaptar o projeto aos hábitos e necessidades dos viajantes que estão sempre em movimento. Este hotel boutique abriga o maior espaço de terraço ao ar livre em Manhattan que conta com restaurante, lounges, bar, local para eventos e reuniões. O interior do hotel demonstra funcionalidade perfeita que agrada a todos os hóspedes. Inaugurado em Junho de 2011, o novo Yotel em Nova Iorque na Times Square West, no bairro vibrante de Manhattan, apresenta mais de 669 cabines. Dentre as tipologias de cabines estão: as cabines Premium padrão, 19 cabinas de primeira classe e 3 suítes camarote VIP, com terraços privados, banheiras de hidromassagem e camas rotativas com vistas inigualáveis. O espaço público acessível inclui um lounge e um bar com DJ, restaurante, ginásio, espaço para eventos e sessões de cinema, e 4.000 m² de terraço ao ar livre, o maior de qualquer hotel em Nova York.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Focada no conceito de "luxo acessível", a visão geral do projeto era criar espaços tecnologicamente sofisticadas e vibrantes que podem ser transformados de acordo com seu padrão de uso. O YOTEL tem a intenção de fornecer uma experiência nova para o hóspede, equilibrado com a acessibilidade e praticidade. Ao mesmo tempo, era fundamental que o hotel transmitisse uma sensação de calor, diversão e boas-vindas aos seus hóspedes. O Edifício A presença do hotel é marcada ao nível da rua por duas intervenções dramáticas na fachada do edifício com deformações que fazem o efeito juntamente com a iluminação, chamando a atenção de qualquer pessoa que circule na rua. Em segundo lugar, uma curvilínea branca esculpida em forma de retângulo arredondado, abraçando o ponto de entrada. Combinados, esses dois gestos servem para articular os aspectos fundamentais do conceito YOTEL de modernidade, limpeza, simplicidade e sofisticação.
Fachada Yotel
O Hall de entrada Com a vontade de reavaliar todos os aspectos de experiência de um hotel, o Yotel demonstra inovação desde seu átrio de entrada. Embora priorize eficiência do processo, o desenho das funções de armazenamento de check-in e bagagem dão uma impressão de modernismo radical.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Mesas de check-in foram em grande parte eliminadas, substituindo-se por uma grande bancada, tornando seu atendimento cordial e eficaz. E o check-in leva segundos para ser feito, pois é automatizado sendo feito por um robô chamado Yobot. Basta colocar os pertences em uma das 150 caixas, inserir uma senha e seu sobrenome e assistir Yobot guardá-la com segurança, fornecendo um recibo de registro. Quando a pessoa precisar de seus pertences de volta, poderá recuperá-lo simplesmente deixando YOBOT escanear o código de barras em seu recibo ou utilizar sua senha e sobrenome. Yobot é livre para realizar acrobacias para o entretenimento dos hóspedes e passantes também. Seguramente um case brilhante e uma forma completamente inovadora e diferente de ver em um hotel. O que mostra que sempre é possível fazer diferente de forma inovadora e encontrar seu espaço e sua relevância. O piso é de concreto polido, um acabamento mais freqüentemente associado à galerias de arte contemporânea, enquanto um dossel de madeira suspenso cai do teto, ladeado por um par de colunas brancas brilhantes. A parede leste inteira do lobby é pavimentada com cerâmica sob medida que ostentam um desenho de losango, ecoando em miniatura os azulejos gigantes da fachada. As aberturas de iluminação de fundo são em arco para os três elevadores de alta velocidade que levam os hóspedes até os principais espaços públicos do quarto andar.
Hall Yotel
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Four Espalhados por mais de 17.000 m² em toda a área do 4º andar do hotel, estes são os principais espaços públicos do hotel, coletivamente, intitulados "Four”. Bem como proporcionar um refúgio acolhedor da agitação da cidade para os hóspedes residentes do YOTEL, os bares, refeitórios e bares interiores e exteriores de Four, atraem a toda comunidade, onde os habitantes podem desfrutar do hotel como um lugar para ver e ser visto. Four também está diretamente ligado ao Teatro, localizado no térreo do prédio, através de um elevador exclusivo, abrindo as instalações públicas do YOTEL para os freqüentadores do teatro. Club Lounge O Club Lounge é um local onde, durante o dia, conta com lugares de refeições, pode ser usado para comer e beber, reuniões improvisadas ou de trabalho privado. À noite, o espaço muda de caráter para se tornar uma casa noturna, modificando seus espaços, tornando-se um bar que serve coquetéis e que também conta com cabine de DJ móvel. O sistema de som e acústica foi ajustado por um super especialista em boates, ajudando a garantir que o ambiente seja sofisticado e alegre. No teto, uma série de computadores controla mudanças de jogo de luzes, criam um céu sereno artificial durante o dia, ou pulsam em sincronia com a música durante a noite.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Dohyo Enquanto a comida e a bebida podem ser apreciadas pelos hóspedes no Four, existe outro espaço onde os clientes podem apreciar um cardápio especialmente criado pelo famoso chef Richard Sandoval. O restaurante Dohyo conta com 115 assentos no restaurante e é inspirado em tatames de lutas japonesas. Academia O Yotel disponibiliza uma infra-estrutura de qualidade, com vários equipamentos para seus hóspedes que desejam praticar algum exercício.
As Cabines Considerando que os YOTELs originais estão localizados nos aeroportos, eles disponibilizam somente duas escolhas de tipos de cabine principal. Já o YOTEL New York Times Square West tem três, incluindo cabines premium, suíte de primeira classe e quartos acessíveis em todos os níveis de preços. A maior das três Suites VIP possui 1.100 m², imponentes lareiras, uma mesa de bilhar conversível, cama rotativa redonda e um terraço com vista panorâmica sobre o Empire State Building e ao longo do rio Hudson. No quinto andar ainda, com o dobro do tamanho, a suíte de primeira classe tem um terraço privado com jacuzzi exterior.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Os quartos do YOTEL - Times Square são claros, equipados com isolamento acústico, TV de tela plana e áudio adaptado para iPod. Todos contam com acesso gratuito à internet sem fio (Wi-Fi), uma cama móvel e um chuveiro forte. O Yotel oferta café, chá e muffins do Club Lounge todas as manhãs incluídos no cardápio completo de café-da-manhã, enquanto o Dohyo oferece pratos da cozinha latino-asiática o dia inteiro. O balcão de serviços fornece assistência, lanches e itens diversos, de acordo com suas necessidades. Cabine Premium com beliche
Cabine Terraço com ofurô
Cabine Premium
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ANÁLISE DE PRECEDENTES A paleta de Materiais A paleta utilizada no projeto é limpa e simples de acordo com os valores da marca. Brancos puros são usados nas texturas de concreto pré-moldado, na fachada de azulejos da parede interna do átrio de entrada e nas cortinas que dividem as áreas de dormir e casa de banho das cabines.. Enquanto isso os tons roxos, utilizados na assinatura da marca, foram usados principalmente para os estofamentos e ecoam na iluminação de realce em ambos os espaços públicos e cabines. O calor dos ambientes se dá por conta da utilização de madeira de bambu e carvalho, painéis de parede de lambri, bandejas personalizadas nas cabines e para os painéis de apoio das televisões. Os tons neutros da paleta de cores são complementados por tons verdes, amarelos e vermelhos nos móveis. Gráficos personalizados foram criados para a cabine e os tapetes do corredor. Banquetas e almofadas nos lounges e no Dohyo são revestidas com tecido resistente. Os balcões dos bares são feitos com material de superfície sólida branca, com estofamento roxo e base de madeira. Gráficos e Sinalização A abordagem gráfica em todo o hotel, desenhado pelo escritório de consultoria GBH, foi criada para ser divertida e intuitiva. Os cubos salientes em locais chave demarcam o prédio onde está localizado o Yotel e localizam os hóspedes em torno dos espaços públicos. Em outros lugares, sinalização digital é usada em colunas adjacentes como no elevador e em toda parede de entrada no check-in. Na fachada, uma versão gigante iluminada do logotipo YOTEL sinaliza a entrada do mesmo pela Avenida 10.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES 4.2 Hotel Club Med Trancoso, Porto Seguro, BA Com edificações feitas com madeira e cobertura de piaçava, o Club Med Trancoso faz parte de uma rede de Resorts e diferencia-se dos demais em decorrência da localização em sítio tombado, o que levou à adoção de conceitos ambientais. Desenvolvido pelo escritório Aflalo & Gasperini, o hotel está situado em Porto Seguro, no litoral sul da Bahia, e divide-se em 33 volumes e áreas de circulação que somam 38 mil metros quadrados de área construída. O amplo terreno situado no alto de uma falésia, de frente para a praia de Trancoso e vizinho de porção preservada da mata atlântica, foi a área escolhida para a construção dessa unidade do Club Med, o primeiro grande complexo hoteleiro da região, distante 20 quilômetros do centro da cidade. O hotel representa a primeira fase do empreendimento Terra Vista, pertencente a um grupo alemão, que conta ainda com campo de golfe e outras edificações para hospedagem, residenciais e de serviços completando o projeto. Segundo o arquiteto Gian Carlo Gasperini, a legislação local faz restrições ao gabarito das construções e exige que elas estejam a pelo menos cem metros de distância da beira da falésia. Nessas condições, o apelo ecológico foi o caminho natural que resultou em uma unidade bastante diferenciada dos outros empreendimentos da rede no Brasil.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES “Optamos por estrutura de madeira e cobertura de piaçava, mas buscamos criar um perfil moderno, sem a banalidade típica da combinação entre esses elementos”, explica. O sistema construtivo de madeira foi empregado em toda a área social, exceto nas unidades de hospedagem. Ele utiliza toras maciças de eucalipto com diferentes diâmetros, solidarizadas por meio de encaixes, parafusos, chapas e peças de conexão. As coberturas foram projetadas com mansardas que contribuem para a constante ventilação natural dos espaços. Ele utiliza toras maciças de eucalipto com diferentes diâmetros, solidarizadas por meio de encaixes, parafusos, chapas e peças de conexão. As coberturas foram projetadas com mansardas que contribuem para a constante ventilação natural dos espaços. O objetivo da implantação era garantir vista para o mar às principais edificações do conjunto, dividido em 33 volumes espalhados pela área e interligados por passarelas de eucalipto que chegam a ter vãos livres de até oito metros.
Recepção
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ANÁLISE DE PRECEDENTES A planta baixa se divide em 4 setores de atividades, sendo eles hospedagem, lazer, alimentação e serviço. Abaixo são descritas suas atividades.
Hospedagens O Club Med possui 250 acomodações com capacidade para até 04 pessoas. Divide-se em 3 categorias: Apto Deluxe Próximo a Sede(1), Apto Próximo a Sede(2) e Apto Standard Club(3).
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Lazer Ao comando de sua equipe, o resort oferece aulas e prática de diversas atividades, para todas as idades e todos os níveis. Conta em sua infra estrutura com: • 02 piscinas • 08 quadras de tênis • Vôlei • Arco e Flecha • Caiaque • Campo de Futebol • Campo de Golfe • Ping Pong • Fitness • Spa • Sauna seca e a vapor • Vela e caiaque • Discoteca • Shows noturnos • Anfiteatro Ainda são disponibilizadas na área de Fitness, aulas de ginástica dos mais variados tipos, como: alongamento, Body Combat, Body Pump, Caminhada energética, Ginástica localizada, Hidroginástica, Jogos de piscina e Step.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Alimentação O Club Med Trancoso oferece 03 Bares e 02 Restaurantes (o Principal, dividido em 05 ambientes que representam elementos da natureza, e o restaurante chamado Lua, para jantares mais reservados. Ambos oferecem um variado cardápio internacional). Serviços O Club Med ainda disponibiliza os seguintes serviços: • Estacionamento • Bazar e Boutique • Centro de convenções • Mini Club Med para as crianças • Excursões • Passeios de ecoturismo • Club Med Spa
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ANÁLISE DE PRECEDENTES A implantação tem um formato longitudinal e setoriza o projeto, fazendo com que os apartamentos fiquem em uma parte reservada do terreno, longe do barulho das atividades realizadas ao longo do dia. As quadras de esportes localizam-se em uma área mais reservada e mais distante da orla da praia, porém, a vista para o mar ficou desprivilegiada, pois foram as instalações de serviço que ficaram voltadas para este lado. A recepção com lobby aberto integra-se ao exterior. Mansardas favorecem a ventilação natural.
Entre os edifícios estão a recepção, aberta e integrada aos espaços externos, e o restaurante com balcão e bufê, complementado por quiosques em seu entorno, onde estão dispostas as mesas de refeições, que somam 590 lugares. Também a área da piscina ocupa posição privilegiada, de frente para o oceano. “Do topo do platô tem-se a sensação de estar em um navio em alto-mar”, detalha o arquiteto Roberto Aflalo. Uma escada de eucalipto e terra batida, com patamares inseridos no cânion, conduz os hóspedes da área da piscina até a praia, quase 50 metros abaixo.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES As 250 unidades de hospedagem foram construídas de modo convencional, com concreto e alvenaria, e receberam cobertura de telhas cerâmicas. Sua pintura colorida remete aos vilarejos coloniais da região, preservando sua identidade. Esse setor é dividido em módulos que agrupam de 20 a 25 apartamentos cada um. Já está prevista a ampliação dessa área, com a construção de mais 50 unidades, distribuídas em dois módulos. Inaugurado em janeiro de 2003, o complexo ainda oferece anfiteatro, centro de convenções, quadras esportivas e edifício residencial para funcionários.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Os módulos de apartamentos apresentam características semelhantes às do casario colonial das vilas da região A piscina é um dos pontos chave do projeto, representando a integração dos blocos, onde os hóspedes podem desfrutar de uma visão voltada diretamente para o mar. As edificações respeitam um estilo único, com estrutura de madeira e cobertura de piaçava, destacando-se somente os prédios dos apartamentos, sendo estes em um estilo colonial. A utilização da madeira foi uma opção de projeto que buscava a integração total do projeto em seu ambiente.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES A decoração do Club Med Trancoso ficou a cargo da arquiteta de interiores Patrícia Anastassiadis. Ela conta que alguns dos itens da decoração já são estipulados pela operadora hoteleira Club Med. “Precisamos usar o que é default e surpreender com algo mais”, diz ela. Assim, a idéia de Patrícia foi buscar, no artesanato local e em madeiras de demolição, os materiais para criar os ambientes do hotel. “Eu queria que Trancoso entrasse no village”, diz ela, e não o contrário. Em contato com ONGs, artesãos, fabricantes de cerâmicas e luminárias locais, ela conseguiu os fornecedores que de precisava e conquistou um selo verde para o hotel. Isso significa que ele é ecologicamente aprovado. Além disso, o hotel ficou com a cara da região. “O hóspede não sente que está em mais um Club Med, mas que está em Trancoso”, diz Patrícia. Para ela, que atualmente está trabalhando na decoração do Hotel Botanique, um hotel de charme que está sendo construído em Campos do Jordão, “hoje em dia o hotel faz parte da viagem, tanto quanto o destino”.
Interior do Club Med
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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ANÁLISES As análises foram de extrema importância para a conceituação do projeto, sendo que foram descobertas inovadoras formas de hospedagem que atendem a cada dia um público mais específico. Neste caso, como acredita-se que os hóspedes permaneçam pouco tempo ou passem somente o dia pelo estabelecimento. Cada análise, tanto de conceito, quanto de precedentes, foi destacada na pesquisa já de acordo com alguma característica que interessasse à elaboração do projeto. Os conceitos que destacaram-se foram o de serviços Day Use, que muitos hotéis hoje em dia já estão utilizando. Neste caso, o hóspede usufrui da estrutura de um hotel pagando somente pelos serviços individuais que utiliza por um dia. Sobre a análise de precedentes, foram destacados, primeiramente o Yotel, que se adapta ao conceito por ser um caso típico de acomodação de passagem, para pessoas que geralmente utilizam uma cabine nos aeroportos para descansar enquanto esperam entre um vôo e outro. As cabines são bem equipadas e geralmente possuem cama e algumas tecnologias para o cliente acessar. Já o Med Trancoso, se assemelha ao caso por ser um projeto bem integrado ao seu entorno e se confunde na paisagem que é paradisíaca, cercada de natureza e próximo do mar.
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vanessa; 30/06/2012
JAGUARÃO Jaguarão possui 27.944 habitantes, segundo dados do IBGE em 2010. Localiza-se a aproximadamente 130 km de Pelotas e faz fronteira com a cidade uruguaia de Rio Branco. As duas cidades são separadas pelo Rio Jaguarão e a comunicação entre elas se dá através da Ponte Internacional Mauá, inaugurada em 1930 e uma das maiores obras da fronteira. A cidade é reconhecida nacionalmente por seus sítios arquitetônicos, que constituem um acervo considerado sem similar em número e estado de conservação no Rio Grande do Sul, possuindo mais de 800 prédios antigos com suas fachadas conservadas. Percebe-se o destaque, neste cenário, para os refinados casarões elaborados nos últimos decênios do século XIX e princípios do século XX, período que demarca a fase áurea da construção civil local. Atualmente Jaguarão e Rio Branco voltaram a desenvolver um sistema de interdependência comercial, retomando a característica vocacional que deu origem e permitiu o desenvolvimento de ambas. O cenário comercial obteve mudanças maiores, não estando focado mais em produtos pecuários, mas ao comércio de eletrônicos e produtos importados. Jaguarão recebe diariamente a visita de habitantes de diversas partes do Rio Grande do Sul, que se dirigem ao Uruguai para fazer compras, porém, não permanecem na cidade mais tempo que o necessário para isso.
Igreja Matriz do Divino Espírito Santo
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JAGUARÃO Outro fator que leva as pessoas até a cidade de Rio Branco é devido a ser o menor percurso de rota da capital gaúcha, sendo assim também a menor rota para quem mora em Santa Catarina. Os outros 2 destinos de free shos mais conhecidos são Rivera e Chuí, estes situados respectivamente à 529 e 518km. Jaguarão e Rio Branco, possuem uma distância de 387km somente. Poa/Jaguarão
Poa/Chuí
Poa/Rivera
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JAGUARÃO Na cidade de Rio Branco, no Uruguai, o choque entre free-shops fortemente supridos com os mais diferentes produtos de marcas renomadas no exterior, por outro lado sofre com seu crescimento rápido que tomou proporções que sua urbanização não sustentou. A cidade conta com os mais conhecidos free shops instalados em sua rua principal, deixando as ruas paralelas repletas de carros estacionados aleatoriamente. Sem dúvida o maior atrativo que leva os turistas à Rio Branco é o comércio focado nos free shops, onde pode-se fazer compras de vários tipos como bebidas, cosméticos, perfumes e delicatessen.
Free Shops 44
JAGUARÃO 6.1 tombamento O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprovou no dia 03/05/2011, em Brasília, as propostas de tombamento do conjunto histórico e paisagístico de Jaguarão e da Ponte Internacional Mauá, no mesmo município, como bens do patrimônio cultural do país. A área urbana sobre a qual recairá a proteção proposta guarda um acervo considerável de bens culturais, com edificações coloniais, ecléticas, art déco e modernistas, que variam em tipologias, formas de implantação e acabamentos, e constituem um conjunto ainda extremamente bem preservado e íntegro. O traçado viário da cidade, demasiadamente retilíneo se comparado ao das cidades coloniais brasileiras, decorre possivelmente da forte influência espanhola e militar em seu desenvolvimento. A Ponte Internacional Mauá, por sua vez, tornou-se o primeiro monumento binacional do Brasil, uma vez que a estrutura de ligação com o Uruguai já é reconhecida como patrimônio cultural do país. Em 25 de março de 2009, o Senado aprovou a construção de uma nova ponte, em acordo com o país vizinho, assinado em 2007 para retirar o fluxo intenso de caminhões e ônibus da ponte original.
Estação Ferroviária
Santa Casa 45
JAGUARÃO Assim o tombamento, que é o maior em número de exemplares no Rio Grande do Sul, consolida a preservação do sítio histórico e contribui para o aumento da captação de recursos nesta área, visto que o tombamento abrange mais de 800 imóveis do centro da cidade e ainda uma área de entorno. Esta ação modifica algumas das diretrizes do plano diretor e estabelece normas para a construção de novas edificações, devendo ser obedecidas as normas estabelecidas pelo IPHAN.
6.2 Turismo e hospedagens em Jaguarão Após a instalação dos free shops na cidade de Rio Branco – UY, o turismo na cidade de Jaguarão deslanchou, trazendo brasileiros de outros estados: Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Em poucos anos, a cidade, localizada na fronteira com o Uruguai, tornou-se um dos mais promissores destinos turísticos do Estado. A cidade tem sido beneficiada tanto pelos free shops existentes em Rio Branco, no outro lado da fronteira, quanto pelas iniciativas da prefeitura para promover o turismo na região. Como o município não dispõe de indústrias e tem expressão local no comércio e no agronegócio, para a atual administração o turismo é o principal setor para promover o desenvolvimento. Um roteiro turístico pode ser feito em duas horas a pé (Ecletismo no Sul) e leva o visitante a conhecer as 39 casas mais representativas da arquitetura local.
Centro da cidade
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JAGUARÃO Também são pontos de visita obrigatórios o Museu Doutor Carlos Barbosa e a Ponte Internacional Barão de Mauá. Fundado em 1975, o museu, de caráter biográfico, está instalado na residência do médico e político republicano Carlos Barbosa Gonçalves (1851-1933). O acervo inclui documentos e peças da história política do Estado. O Mercado Público Municipal também está incluído nesta rota. Com o início da construção em 1864 e conclusão em julho de 1867, o Mercado Público Municipal (construído em estilo colonial português) tem formato de “U” e conta com um pátio interno, como as antigas casas portuguesas. Foi tombado pelo IPHAE, em 1990, está localizado num local privilegiado, pois de seu prédio avista-se o rio Jaguarão e a Ponte Internacional Mauá.
Museu Carlos Barbosa
Mercado Público
Ponte Barão de Mauá
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JAGUARÃO Apesar de toda a riqueza histórica e cultural, o sucesso de Jaguarão como destino turístico se consolidou desde a instalação dos free-shops, na cidade de Rio Branco (Uruguai) em 2003 junto com a valorização do Real, é notável o grande aumento de turistas que visitam a cidade que reflete, entre outros aspectos, na taxa de ocupação dos hotéis e no volume de atendimentos nos restaurantes da cidade brasileira. A partir da identificação do aumento no fluxo de turistas, empresários de Jaguarão e a Prefeitura Municipal passaram a registrar, desde dezembro de 2007, o número de visitantes em seus estabelecimentos. Dados contabilizados pela Secretaria Municipal de Turismo mostram que, por semana, cerca de 3,5 mil turistas visitam o local. Nos feriados prolongados e nas datas especiais esse fluxo pode ultrapassar 10 mil pessoas. “São turistas de compras à procura de preços acessíveis em Rio Branco e que se hospedam, se alimentam e conhecem os locais turísticos de Jaguarão”, analisa a técnica do Sebrae/RS, Jussara Argoud. Ela lembra que, com o incremento do número de turistas, os empresários sentiram a necessidade de melhorar seus empreendimentos e estão investindo em reformas, ampliações, aperfeiçoamento dos serviços e atendimento, entre outras ações. Um exemplo é o Hotel Sinuelo, um dos hotéis mais tradicionais da cidade, e que se localiza no centro histórico de Jaguarão. Em entrevista, a gerente do Hotel Sinuelo, Ana Valeska, relata: “O free shop ganhou força a partir do final de 2005, a partir de então, começamos a perceber um aumento considerável no fluxo de turistas, foi uma coisa gradual". Em média, nos períodos de maior presença de turistas, a empresa está hospedando 1,3 mil pessoas por mês, enquanto que, em 2007, esse número ficou abaixo de mil e, em anos anteriores, não passava de 600 pessoas.
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JAGUARÃO “Desde a instalação dos free-shops, o número de clientes tem aumentado e a exigência em qualidade e conforto também”, analisa a gerente do hotel. Ela conta que os rendimentos com esse aumento de clientes, estão sendo direcionados a reformas e ampliações e aperfeiçoamento dos colaboradores. O empresário Sérgio Luis dos Santos Goularte, proprietário do Restaurante Reds Buffet, próximo à Ponte Internacional de Mauá, lembra que em 2007 serviam 300 refeições nos domingos, hoje são entre 800 e mil refeições. Ele relata que, antes da instalação dos free-shops em Rio Branco, os negócios iam bem quando o dólar estava em alta com os uruguaios procurando restaurantes brasileiros. Jaguarão oferece muito mais em matéria de turismo além de somente passagem para compras. Para aqueles que reservarem um tempo e um olhar mais atento a essa localidade marcada pela beleza de sua arquitetura e pela arte talhada nas portas de madeira nobre de muitas construções.
Fachada e Interior do Hotel Sinuelo
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.1 Localização do Sítio
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.2 Cidade de Patrimônio Histórico De acordo com o relatório do Iphan, estabelecem-se os limites, áreas e prédios que estão incluídos no tombamento da cidade de Jaguarão, estando o terreno escolhido entre a poligonal de tombamento e a poligonal de entorno (lote37), classificado como setor da orla do Rio Jaguarão.
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.3 Terreno A escolha do terreno deu-se por ele estar localizado às margens do Rio Jaguarão, pois a idéia é situar o projeto estrategicamente mais próximo ao acesso direto à cidade vizinha de Rio Branco e também aproveitar o visual proporcionado pelo rio. Cidade: Jaguarão Endereço: Rua Silveira Martins, lote 37
Limites do terreno: Norte: 112,2om Leste: 106,00m Sul: 112,90m Oeste: 106,00m
O lote escolhido está situado na orla do Rio Jaguarão, sendo este uma de suas divisas. O entorno imediato é cercado de algumas residências, um lote desocupado e principalmente de áreas verdes, sendo esta uma das características importantes para a implantação da proposta, cujo tema geralmente está vinculado à natureza e à valorização do visual do Rio Jaguarão.
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.4 Acesso ao lote O acesso principal ao referido lote se dá, por uma das ruas principais de acesso da cidade, a Rua Uruguai, após pela Rua Barão do Rio Branco e Rua Mauriti. Esta é a via que dá acesso ao país vizinho, através da Ponte Internacional Mauá.
ACESSO BR116/ RUA URUGUAI/ RUA BARÃO DO RIO BRANCO/ RUA MAURITI TERRENO PONTE MAUÁ
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.5 Reurbanização do entorno Além de pensar no projeto em si como um lugar para lazer e entretenimento para os turistas, o estudo prevê a reurbanização de uma área que é muito característica para os moradores da cidade: a orla do Rio Jaguarão. Jaguarão tem uma característica bem específica de movimentação nas horas de lazer, sendo o Largo das Bandeiras e o Cais do Porto de Jaguarão, seus principais pontos de encontro. A maioria gira no fluxo desses dois pontos da cidade, pois quando uma pessoa não está no Largo, está no cais e vice-versa. A idéia é projetar uma melhor infra-estrutura para esses moradores e criar mais uma opção de integração do projeto com a cidade, criando um fluxo que faça com que essas pessoas considerem o estabelecimento em questão como mais uma opção além das já existentes. Como as áreas freqüentadas atualmente estão de um lado da cidade, a idéia dessa reurbanização é redirecionar o tráfego ao lado oposto, passando por baixo da Ponte Mauá, podendo assim também ser criados novos locais de lazer para os moradores, utilizando áreas que hoje em dia estão sem uso.
Áreas de lazer existentes Possíveis novas áreas de lazer Terreno Fluxo de automóveis
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.6 Imagens do entorno
Identificação dos pontos urbanos
1
2 55
SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO
3
4
5
6
7
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO
9
10
11
12
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.7 Setor da Orla do Rio Jaguarão Este setor é de fundamental importância para a leitura do conjunto, não apenas por ser uma das áreas mais antiga da cidade, mas também pela presença do rio Jaguarão e por significar um ponto de união entre os o Brasil e o Uruguai. Predominam edifícios térreos, destacando-se os remanescentes da arquitetura luso-brasileira, eclético simplificado e arquitetura vernacular, construídos no alinhamento predial, bem conservados e íntegros. Destaca-se os usos institucional e residencial, e próximo à Ponte predomina o uso comercial. Essa área sofre grande pressão do comércio informal, que abandonou a área destinada a ele (também na orla, mas no lado direito da ponte) para ocupar uma área no lado esquerdo, pois para estes comerciantes a ponte se constituiu como uma barreira.
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.8 Análise do entorno do sítio O entorno caracteriza-se por ser repleto de áreas desocupadas, contando com poucas residências, sendo estas, pequenas e de no máximo 2 pavimentos, a maior parte do entorno é de áreas verdes sem uso, além do Rio Jaguarão estar posicionado ao lado sul do terreno.
Terreno
Residências
Construção abandonada
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.9 Topografia e arborização A forma de relevo predominante no município é a planície.Os ponos mais elevados estão na divisa com os municípios de Arroio Grande e Herval, onde se encontra o Cerro Alegre, que é o ponto mais alto do município, com cerca de 200m de altitude. O sítio onde se encontra a área urbana é relativamente plano, com altitude média de 26m. A maior parte da área central está localizada em um plano levemente elevado, mas com uma parte mais baixa próxima à margem do Rio Jaguarão. A nordeste destacam-se os dois cerros: o Cerro da Pólvora, onde se encontram as ruínas de uma antiga Enfermaria, e o Cerros das Irmandades. A área que abrange a orla do Rio Jaguarão é em toda sua extensão uma área plana, absorvendo essa parcela do terreno escolhido para o projeto. O terreno possui muitas árvores em toda a sua área como pode-se ver nas imagens abaixo.
7.10 Clima e orientação solar O clima do município é temperado e salubre, o mês que apresenta temperatura média mais elevada é o de janeiro e temperatura média mais baixa, o mês de junho ou julho. De acordo com registros do município, em 1943 registrou-se em Jaguarão a temperatura mais elevada até então, 42,6º C. Os ventos dominantes sopram do sudeste e nordeste. O inverno e a primavera são as estações mais ventosas. Entre os ventos característicos temos o “Minuano”, extremamente frio e geralmente seco. As geadas são muito freqüentes no município nos meses de junho, julho e agosto. 60
SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.11 Hidrografia do Rio Jaguarão O Rio Jaguarão é navegável por 32 quilômetros, da foz até o município, com 2,50 metros de profundidade. Principal rio da bacia de mesmo nome, nasce na Serra de Santa Tecla, na Coxilha das Tunas ou do Arbolito (município de Hulha Negra). A Lagoa Mirim faz em parte a fronteira com o Uruguai e recebe as águas do rio Jaguarão que divide os municípios de Jaguarão, no Brasil, e Rio Branco, no Uruguai.
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO 7.12 Legislação De acordo com a lei de uso e ocupação do solo do plano diretor de Jaguarão, existe uma divisão da cidade em zonas, enquadrando-se o terreno em questão na Zona Comercial 1, como pode-se ver no mapa abaixo.
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO O terreno possui área de 5.351m² e, por pertencer à Zona Comercial 1, está designado à atividades comerciais de vários tipos, caracterizada da seguinte forma no Plano Diretor de Jaguarão: “Zona Comercial 1 Localiza-se em uma parte do centro e em uma parte do Bairro Vencato, com destaque da Rua Uruguai e com predominância de comércios e residências. Seus limites são: Margem do Rio Jaguarão; Rua Fernandes Vieira (lotes de ambos os lados); Rua Barbosa Neto (lotes de ambos os lados); Rua João Azevedo (lotes de ambos os lados); Rua Venâncio Aires (lotes até a Rua Independência), com exceção dos lotes com testada para a Rua Independência e Rua Júlio de Castilhos (lotes de ambos os lados). São incentivadas atividades como o comércio cotidiano, serviços pessoais, bares, casas de diversões e entre outros o comércio varejista, sendo proibidas as atividades que provocam ruídos, poeira e movimentação de veículos pesados. Foi fixada altura máxima de nove metros (ou três pavimentos) para edificações, em uso conforme.” USOS EXISTENTES E/OU INDICADOS PARA A ZONA (ZC1) Comércio Cotidiano, Comércio de veículos (peq. Porte), Serviços, Ambulatórios e Postos de Saúde, Bares, Restaurantes, Casas de Diversão, Residências Coletivas, Garagens Coletivas, Templos, Comércio Varejista. USOS PROIBIDOS Comércio Atacadista, Indústria (tipo II), Transportadoras, Indústria (tipo III), Depósitos com mais de 100m².
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO De acordo com o Plano Diretor da cidade, suas diretrizes para construção na área são: IA=1 TO=0,6 Altura máxima= 3 Pavimentos/9m Taxa de absorção= 0,2 Recuo de Posturas/Ajardinamento= Predominância existente no quarteirão Balanço proibido Marquise= Predominância do existente no quarteirão Toldos= Distância mínima de 50 cm do meio fio Ainda um trecho pertinente com o tema é o que se trata do turismo, esporte e lazer, (em anexo) principalmente o seguinte artigo: “Art. 39. A utilização da orla do Rio Jaguarão para atividades culturais, sociais, de turismo, esporte e lazer, será incentivada, desde que não comprometa a qualidade ambiental e paisagística.”
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SÍTIO DE LOCALIZAÇÃO Por situar-se à beira do rio, o terreno passa a estar situado em uma zona de preservação permanente, de acordo com o Código Florestal Brasileiro, porém consta na resolução do Conama n. 369 a seguinte mudança: “Art. 1º Esta Resolução define os casos excepcionais em que o órgão ambiental competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente (APP) para a implantação de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social, ou para a realização de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental.” Consta também no Dossiê de Tombamento de Jaguarão a seguinte determinação: “No inicio do século XX as atividades de lazer e esportes a beira do rio constituíam em um atrativo, mas atualmente a área é pouco apropriada pela população. Entretanto, por sua localização privilegiada, possui grande potencial para o desenvolvimento de atividades voltadas ao lazer e também para pequenos comércios e restaurantes, desde que estes contribuam para qualificar e valorizar o espaço.” “A parte à direita da Ponte não deverá ser densamente ocupada de forma a não prejudicar as visuais e o ambiente.” Portanto, por se tratar de um projeto que visa qualificar a zona e trazer benefícios para a orla do rio e também proporcionar várias atividades de lazer e entretenimento aos visitantes e habitantes da cidade, pode-se enquadrar o projeto como viável para a mesma.
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MAPAS 8.1 Acessos Não existe uma classificação clara para as ruas que dão acesso diretamente ao terreno, porém sua principal ligação é a Rua Uruguai, que é classificada como uma via arterial da cidade.
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MAPAS 8.2 Estrutura Viária As ruas que dão acesso ao terreno são desprovidas de calçamento, apresentando somente o saibro como pavimentação.
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MAPAS 8.3 Canais Pluviais Quanto ao esgoto pluvial, primeiramente deverá ser feita limpeza da canalização existente, conforme mapa a seguir:
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MAPAS 8.4 Rede de Esgoto Atualmente Jaguarão conta com 24 km de rede coletora de esgoto cloacal, que atende a 3.591 domicílios, onde são utilizadas tubulações de cerâmica, cimento amianto e concreto. A rede projetada pela CORSAN tem um total de 29.895 m e já está prevista sua expansão.
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PROGRAMA DE NECESSIDADES Segue abaixo o programa de necessidades estipulados para as várias atividades que serão realizadas no projeto: Administrativo Serviços - Administração - Estacionamento - Recepção - Cozinha e despensa - Guarda volumes - Depósitos - Sanitários – recepção - Lavanderia - Loja souvenirs - Vestiários - WC funcionários - Depósito Jardinagem Lazer e entretenimento Infra-estrutura - Restaurante/bar - Gerador - Lancheria - Transformadores - Sala de TV/cine - Medidor - Sala de jogos - Gás - Brinquedoteca - Reservatório de água - Cyber espaço - Depósito de Lixo - Biblioteca/sala de leitura Hospedagem Área externa - Quartos - Jardim/gazebos - Piscina/ piscina coberta - Deck - Quadra poliesportiva
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PRÉ-DIMENSIONAMENTO
Sala Administração
Administrativo Usuários Funcionários
Mobiliário Equipamentos p/ escritório
Área 10m²
Wc funcionários adm
Funcionários
Cuba, bacia sanitária
7m²
Recepção
Hósp/func/visitantes
150m²
Guarda volumes Sanitários (F e M) Loja souvenirs
funcionário Hósp/visitantes Atendente/hósp/visitantes
Balcão de atendimento, cadeiras, sofá Balcão, armários Cuba, bacia sanitária Prateleiras, caixa
TOTAL
10m² 30m2 30m² 237m²
Serviços Estacionamento
Mobiliário Vaga para 30 carros + 5 ônibus
Usuários Hósp/visitantes
Área 551m2
Cozinha e despensa
TOTAL Funcionários armários, pia, utensílios domésticos, prateleiras
551m² 15m2
Depósitos Lavanderia Vestiários e wc’s Depósito Jardinagem
Funcionários Funcionários Funcionários Funcionários
15m2 30m² 70m² 6m²
Prateleiras e armários Eletros e armários Pia, vaso sanitário Prateleiras e armários TOTAL
138m² 71
PRÉ-DIMENSIONAMENTO Infra-estrutura Gerador Medidores Transformador Gás Reservatório de água
Usuários Funcionários Funcionários Funcionários Funcionários Funcionários
Depósito de lixo
Funcionários
Mobiliário Gerador Transformador Caixas dágua TOTAL
Restaurante/bar Lancheria Sala de TV/cine Sala de jogos Brinquedoteca Cyber espaço Biblioteca/sala de leitura Sala de massagem
Lazer e Entretenimento Usuários Mobiliário Hósp/visitantes Mesas, cadeiras, balcão Hósp/visitantes Mesas, cadeiras, balcão Hósp/visitantes Poltronas, tela, projetor Hósp/visitantes Poltronas, mesas, mesa de jogos Hósp/visitantes Brinquedo infantil Hósp/visitantes Computadores, mesas, cadeiras Hósp/visitantes Cadeiras, poltronas, estantes Hósp/visitantes Cama, armários TOTAL
Área 6m2 3m2 6m² 6m² 10m² 31m²
Área 350m2 100m² 50m2 25m2 50m2 50m² 60m² 30m2 715m² 72
PRÉ-DIMENSIONAMENTO Área Externa Piscina/ piscina coberta Decks/gazebo Quadra poliesportiva
Quartos
Usuários Hósp/visitantes Hósp/visitantes Hósp/visitantes TOTAL Usuários Hóspedes
Mobiliário Piscina Decks/gazebo Quadra poliesportiva
Hospedagem Mobiliário Cama, poltrona, armário, mesa
Área 25x15m (375m2) 125x45m (1125m2) 1500m² Área 20 quartos x 15m² 300m² 300m²
TOTAL TOTAL Subtotal Paredes e circulação 20% TOTAL
3472m² 694,40 4166,40m²
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FLUXOGRAMA
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CONCEITUAÇÃO Turismo comercial, Rio Jaguarão e entretenimento são os tópicos embasam o conceito deste trabalho. • Turismo Sem o turismo, que foi causado em decorrência da instalação dos free shops no país vizinho, não existiria a necessidade da elaboração de um projeto como este. Pois além de atender a esses turistas, também criou um novo posicionamento para a cidade e seus habitantes. A idéia principal é fazer com que esses turistas que vão até a cidade para fazerem suas compras, vejam este local como instalação inicial, para que possam ir e voltar de suas compras e terem uma base para se alojarem. Sabendo-se que o público é maior parte feminino quando se trata de consumo, este local abrigará seus maridos, filhos e demais acompanhantes. Nesse caso específico, sabe-se que maridos não se identificam muito com o ato da compra e principalmente da pesquisa de produtos e valores, então este seria um local em que esses homens e seus filhos poderiam desfrutar de opções de lazer e entretenimento enquanto esperam. O centro de lazer visa abrigar as pessoas que desejam almoçar, fazer lanches, descansarem e até tirar um cochilo após as compras para voltarem descansados aos seus destinos. Além de atingir esse público alvo específico que vai às compras, que é quase 100% do público que os free shops atendem, o estabelecimento também visa atender à uma parcela de moradores da cidade de Jaguarão.
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CONCEITUAÇÃO • Rio Jaguarão Visto que a cidade não conta com muitas opções de locais urbanos para atender seus habitantes, o projeto também se preocupa com o entorno em que está situado. Por se tratar de um sitio localizado na orla do Rio Jaguarão, é prevista uma reurbanização desta área imediata e também de outra parcela que, hoje, é a área mais movimentada e visitada por seus habitantes. Os moradores da cidade têm como seu cartão postal principal a vista proporcionada por este local, que é chamado de cais do porto. Porém sua estrutura é muito abandonada, não tendo nenhum projeto e nenhuma infra-estrutura para valorização deste local. Recentemente elaboradas, as diretrizes de tombamento histórico da cidade, propõem que sejam previstas atividades para a área da orla do Rio Jaguarão. Além do projeto que irá beneficiar turistas, essas atividades de lazer poderão ser utilizadas por qualquer morador da cidade, movimentando esta área da cidade que merece um olhar mais atento. O terreno, por estar muito arborizado e também perto do rio, deve manter ao máximo a preservação do verde e da natureza. Então o projeto visa integrar-se com a natureza, com a água e com seu entorno que movimentará a região. Respeitando as diretrizes do Plano Diretor de Jaguarão, o projeto poderá ter no máximo 3 pavimentos, então deverá ter um desenho longitudinal e mais plano.
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CONCEITUAÇÃO • Entretenimento A criação de um deck para aproximação das pessoas do rio é um dos nortes do projeto, criando alternativas de passeios de barco e afins e também para contemplação da paisagem. Além dessas atividades aquáticas, também é proposta uma piscina com atividades e relaxamento. Além das opções de lazer aquático, estão incluídas outras como a leitura, jogos, filmes, brinquedos para crianças, massagens e também um espaço com acesso à internet. Tratando-se de entretenimento noturno, é pensado um bar que se torne pub que funcionará desde “happy hours” durante a semana e poderá estender-se até a madrugada nos finais de semana. • Considerações Gerais No que se refere aos acessos, o principal é a BR 116, que “junta-se” com a Rua Uruguai a partir do momento que se entra nos domínios da cidade de Jaguarão que desemboca na Ponte Barão de Mauá e leva as pessoas que chegam à cidade até o destino principal tratado no presente trabalho, a cidade de Rio Branco. O acesso ao estabelecimento será marcado desde a entrada da cidade, anunciando a acolhida pelo Centro de Lazer à todos os visitantes da cidade e dos free shops, inicialmente a idéia é que eles sejam guiados pela simbologia dos pássaros que representarão o percurso a ser seguido
Esta ação já prevê uma característica diferenciada de acesso ao lote e deve ser ressaltado aos olhos de quem está de passagem pela cidade à caminho do Uruguai. Por o sitio estar situado ao lado direito da ponte, serão demarcadas várias guias que sinalizam a chegada até o estacionamento do local. 77
CONCEITUAÇÃO O estacionamento será parte fundamental do projeto, pois deverá abrigar além dos carros que trazem visitantes geralmente com suas famílias, também as excursões de ônibus que trazem vários grupos de pessoas que fazem pacotes de turismo para visitar as lojas. Prevê-se um terreno anexo para localização deste. O primeiro acesso servirá para recepcionar quem chega de carro ou ônibus, onde serão guiados aos serviços que desejam utilizar. Diante dos 3 conceitos principais, o projeto irá representá-los de maneiras diferentes. O turismo será o fator determinante para existência dele, o entretenimento, a base para mantê-lo e o Rio Jaguarão será a tradução das belezas que a cidade tem a oferecer e servirá como elemento de destaque. O projeto tem a finalidade de ressaltar a vista para o rio e também voltar a cidade para a orla, onde terão atividades que serão atrativas para os turistas e para os habitantes. Para isso, sua implantação pretende ser voltada para o rio, com um deck que integrará a orla de origem do terreno até a ponta do cais, servindo como segundo acesso do projeto. Como a legislação da cidade prevê, a zona não permite construções com mais de 3 andares, justamente para que não haja obstrução da vista do rio para a cidade, por isso pretende-se que a implantação faça transparecer a paisagem e não crie barreiras, prevendo uma planta mais horizontal e espalhada pelo terreno. Como a zona possui uma grande parte de mata ainda existente, a preservação dessas espécies também é fundamental para a implantação. As espécies que possam ser retiradas por motivo de adequação do projeto, serão replantadas em outro local.
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CONCEITUAÇÃO Os dois principais acessos levarão à recepção, que deve ser posicionada centralmente no terreno, sendo o principal eixo de ligação entre os setores do Centro de Lazer. A área de lazer, entretenimento e restaurantes serão diretamente ligados ao deck, ficando reservada apensas a ala dos quartos para pernoites. Apesar de manter as composições prediais realizadas no estudo do entorno e integrar-se com a natureza, o projeto deve ser um local que se ressalte por uma forma diferenciada ou por materiais a serem utilizados na técnica construtiva. A utilização de métodos, como vidros e sacadas, devem ser bastante utilizados para que os hóspedes e visitantes possam ter a vista privilegiada da maior parte dos cômodos. O edifício utilizará técnicas de eficiência energética para maior conforto térmico e economia de energia elétrica. O detalhamento mais a fundo da forma da edificação e também dos materiais precisos a serem utilizados, serão adaptados à medida que o projeto for sendo dimensionado e estruturado.
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ZONEAMENTO Zoneamento do entorno do terreno
Reestruturação dos acessos Sítio principal projeto Anexo projeto – estacionamento
Calçamento orla Áreas urbanas de lazer Ponte – acesso Uruguai 80
ZONEAMENTO
Área verde
Adm.
Serviços
Recepção Lazer
Quartos
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ZONEAMENTO Zoneamento do projeto
Ruas de acesso
Recepção
Lazer
Área verde
Administração
Quartos
Estacionamento
Serviços
Deck/acesso
Áreas urbanas de lazer Fluxo 82
CONCLUSÃO Com a presente pesquisa pode-se obter referências para projeto, características e legislação específica do sítio a ser respeitada, além do reconhecimento do entorno e dos costumes da população local. Pode-se identificar algumas necessidades urbanas da cidade que pretendem ser resolvidas juntamente com a elaboração do projeto em si, servindo como base para a disciplina de TCC II.
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REFERÊNCIAS Anastassiadis Arquitetos. Disponível em: <http://www.anastassiadis.com.br> Acesso em: 3 maio 2012. Club Med. Disponível em: <http://www.clubmed.com.br> Acesso em: 3 maio 2012. Design Hotels. Disponível em: <http://www.designhotels.com/hotels/europe/greece/ > Acesso em 30 abr. 2012. Eco Paradise Hotel. Disponível em: < http://www.paradisecumbuco.com.br/>.Acesso em 30 abr. 2012. Hostel and Travel. Disponível em: <http://www. revistahost.uol.com.br> Acesso em: 3 maio 2012. Hotel Camabara. Disponível em: http://www.cambaraecohotel.com.br/Sustentabilidade/>. Acesso em 30 abr. 2012. Hotel Paradies. Disponível em: <http://www.hotelparadies.com.br/lazer-day-use.php> Acesso em 30 abr. 2012. Insólito Boutique Hotel. Disponível em: <http://www.insolitos.com.br/port/design.html> Acesso em 30 abr. 2012. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em <http://portal.iphan.gov.br> Acesso em 03 junho 2012. Neufert, Ernest. A Arte de projetar em arquitetura. São Paulo. Ed. Gustavo Gili do Brasil. 1976 Plano Diretor de Jaguarão. Disponível em< http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br> pag. 74. Acesso em 3 maio 2012. Portal Férias. Disponível em: <http://www.ferias.tur.br/informacoes/7805/jaguarao-rs.html> Acesso em 28 abr. 2012. Portal Municipal. Disponível em: http://portal.cnm.org.br/sites Acesso em 20 junho 2012.
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REFERÊNCIAS RS Virtual. Disponível em: <http://www.riogrande.com.br/r> Acesso em 28 abr. 2012. Skyscraper City Foruns. Disponível em <http://www.skyscrapercity.com> Acesso em 3 maio 2012. Trilhas e aventuras. Disponível em: <http://www.trilhaseaventuras.com.br> Acesso em: 3 maio 2012. Turismo em Jaguarão. Disponível em: <http://turismoemjaguaraors.blogspot.com.br/p/turismo-oque-e.html> Acesso em 28 abr. 2012. Via BR Turismo. Disponível em: <http://www.viabrturismo.com.br> Acesso em: 3 maio 2012. Yotel. Disponível em: <http://yotelnyc.tumblr.com/>. Acesso em 30 abr. 2012.
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ANEXOS Anexo 1 DO TURISMO, ESPORTE E LAZER Art.37 – Com o objetivo de orientar o desenvolvimento do turismo na cidade, ficam estabelecidas as seguintes diretrizes: I - Promoção dos bens naturais e culturais da cidade como atrativos turísticos, através de: a)Melhoria da infra-estrutura de atendimento e serviços aos turistas, com instalação de equipamentos e mobiliário urbano; b)Implantação e gestão de unidades municipais de conservação ambiental com condições de receber o turismo ecológico; c)Desenvolvimento de atividades culturais, de esporte e lazer nos imóveis públicos de valor arquitetônico, histórico ou cultural, buscando gestão municipalizada naqueles estaduais e federais. II. Promoção das características turísticas da cidade, através de: a)Divulgação dos atrasos e eventos de interesse turístico; b)Implantação de posto de informação e de atendimento ao turista; c)Implantação de sinalização turística;
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ANEXOS III. Incentivo à participação e patrocínio da iniciativa privada através de: a)Permissão de uso publicitário no mobiliário urbano de apoio; b)Realização de eventos culturais e esportivos; c)Concessão de Incentivos fiscais; e)Permissão de uso diferenciado do solo. IV. Estímulo ao desenvolvimento das atividades esportivas, através de: a)Inclusão da exigência de área de domínio público destinada à prática de esporte e lazer nos projetos de loteamentos e condomínios; b)Recuperação e construção de centros esportivos, praças e áreas de lazer em número compatível com a necessidade do Município; c)Aproveitamento das áreas de escolas públicas para implantação de equipamentos esportivos e de lazer, para utilização pela população local; d) Não aplicação do imposto progressivo nos terrenos não edificados onde haja efetiva prática de esportes ou lazer e com interesse público na sua continuidade. Art. 38. Nas áreas com deficiência de infra-estrutura, especialmente de abastecimento de água e esgotamento sanitário, os projetos para empreendimentos turísticos deverão apresentar soluções para implantação da infraestrutura básica necessária.
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