VANITAS&CULTURE #0
I n t r o d u ç ão ao traje medieval Técnicas de fabrico e muito mais!
TRAJE, JÓIAS e SAPATOS DA
ÉPOCA MEDIeVAL
ICONOGRAFIA DO
Herança Medieval na
contemporaneidade
BY SANTIAGO LOURENÇO
TRAJE
Campanha publicitรกria Dolce&gabbana 2014
Conteúdos A Evolução do Traje Medieval (traje, Calçado e Joalharia)
11
Moda: Dolce&gabbana, cjanel, Alexander McQueen
28
Hit or miss: met ball 2014
36
Curiosidades: o bosque encantado
38
Then and now
40
Lost and Found. a primeira capa de Anna Wintour
46
Arte: damien hirst
48
Literatura: Cantigas de amigo de um trovador português
56
Shoes lovers: miu miu 2014
58
Cheap and chic: Topshop vs. lanvin
60
Robert Campin, c. 1430 e Alexander McQueen, 1997
by
Santiago Lourenço Vanitas&Culture nasce da paixão de duas estudantes de História da Arte, e do desejo ardente de difundir o conhecimento adquirido ao longo do percurso académico de ambas. Unindo o melhor de dois mundos, as publicações focam-se na História do Traje – a História da Moda ao longo do tempo, numa tentativa de alargar a compreensão e entendimento da mesma como resposta aos anseios e necessidades de uma sociedade em constante mudança. “A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da sociedade – usos, hábitos e costumes – em um determinado momento. O termo “moda” designa uma opção baseada em critérios de gosto, cuja característica principal consiste em apresentar-se como transitória e sofrer uma renovação constante. Esta surgiu pela mera necessidade que o Homem tinha de se proteger do frio, mas, esta necessidade tornou-se num aspeto cultural.” “Fashion is not something that exists in dresses only. Fashion is in the sky, in the street, fashion has to do with ideas, the way we live, what is happening.” (Coco Chanel)
O Nascimento da MODA Por Santiago Lourenço
A verdade é que parecemos ser a única criatura em constante mudança, intencional, sempre a procura de alcançar o ideal, uma forma de vestir que transmita nossa essência – o que somos e o que pensamos. A moda, escreve Sapir, para alguns é “uma espécie de capricho”, ao passo que para outros é apenas “uma nova e incompreensível forma de tirania social”. Mas para Stoetzel, a moda é “a mudança gratuita, a mudança por amor à mudança”. Foram variados os fatores que concretizaram a moda no que ela o é, e de um modo geral, entendemo-la como um ganho contínuo, um espelho que reflete a sociedade em todos os complexos aspetos que a compõem. Contudo, para tentar compreender minimamente o que foi e o que é a moda, é necessário recuar ao longo da História para perceber como o conceito foi evoluindo e adquirindo significados distintos. Antes de mais, e começando pelo meio da conquista da moda, é importante referir o papel da Revolução Francesa que levou a abolição das leis sumptuárias do século XV. Estas leis regulamentaram minuciosamente as roupas, as cores, os tecidos que cada categorial social devia usar; em exemplo concreto temos Milão em pleno ano de 1565, onde as leis sumptuárias proibiam os “artificies e vendedores” de usar roupas de seda, que eram de uso exclusivo aos nobres. Também a separação de vestidos dignos de mulheres solteiras, casadas ou viúvas eram determinadas por lei. Dentro da categoria do género e classe social, a indumentária da prostituição também estava regulamentada - a título de curiosidade, em Pádua, as prostitutas ostentavam um capuz vermelho, em Milão estavam proibidas de vestir preto e em Dijon não lhes era permitido o uso da touca ou do véu. Mas é Durante milhões de anos, vestuário e ornamencom as inovações técnicas do século XVIII e com as alterações significativas na produção dos têxteis que esta tos foram usados de modo a que pudessem comuacarretou consigo, que a moda se torna de facto uma indústria. A criação da Indústria da moda surge, então, nicar as suas maiores necessidades. As pessoas. A como sendo um dos reflexos da afirmação da classe tradição. O progresso. O novo tribalismo. A autentiburguesa, que passa a transgredir as leis sumptuárias e cidade. No meio de tudo isso apenas um único fator a apropriar-se de peças do vestuário aristocrático. Deste modo, de certa forma, devemos a democratização da permaneceu idêntico: a extraordinária capacidade moda, a igualdade das aparências e outros princípios semiótica do corpo humano, do vestuário e dos defendidos pela moda contemporânea, à burguesia. ornamentos. Aquando da Revolução Francesa, os burgueses reduziram a preocupação excessiva com a aparência, dando Ted Pollemus importância ao pragmatismo- sublinha Flugel, que “o homem abandonou a pretensão de ser belo e se preo-
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”
Vanitas&Culture #6
cupou unicamente em ser prático”. Deste modo, as mulheres da burguesia é que passaram a ser as sentinelas da vanguarda da moda. E desde então a moda desenvolveu-se vertiginosamente – é de salientar a invenção da máquina de costura (1755), por Katl Wiesenthall, e o aparecimento de revistas de moda (“Les Journal des Dames et des Modes, França, 1789), que ajudaram na difusão e fomento da mesma.Na segunda metade do séc. XVIII os novos protagonistas no mundo da moda eram intitulados como coiffeurs - de acordo com Marie de Villermont, eram uma “raça singular”. Os coiffeurs vestiam calções pretos, elegantes casacos vermelhos, meias de de seda cinzenta, de espadim à cintura e intitulavam-se orgulhosamente “os primeiros-oficiais da toilette feminina”. Embora considerados como figuras caricatas, os coiffeurs conseguiram, uma centena de anos antes dos costureiros, conquistar uma autonomia criativa em relação aos seus clientes e foram os primeiros no mundo da moda, a declarar-se artistas, por assim dizer, colocando-se ao lado de pintores e escultores. Entre os coiffeurs do século XVIII, é Le Gros que ocupa o primeiro lugar, ao abrir uma Academia de Penteado, onde ensinava a arte de pentear a criados (valets) e criadas de quarto (femmes de chambre).Outro nome incontornável no mundo da moda é Charles-Frédérick Worth, que no séc. XIX transforma o alfaiate em artista, é ele o criador da Haute Couture, responsável pela transformação da conotação do alfaiate “artesão repetitivo e tradicional, num criador, génio artístico e moderno”. O Pret-à-porter, criação do séc. XX, foi o marco democratizador na passerele, e marcou indubitavelmente a história da moda ao estilizar a moda industrial fazendo oscilar o pêndulo da moda de elite para a moda de massa.
Nos anos 40, o sociólogo Gaston Bouthoul, sintetizou o fenómeno que é a moda, nestes parâmetros: • A moda é um fenómeno periódico de natureza sobretudo psicológica; • Cada moda consiste numa invenção, seguida por uma imitação cada vez mais vasta; • As modas são mais frequentes e influenciam um número relativamentemaior de indivíduos nas sociedades dinâmicas, onde o bem-estar moral e material é mais comum; • A moda está quase sempre ligada a considerações de hierarquia social. Uma definição que já se poderá considerar quase caduca. Mas a verdade é que ao longo dos séculos, a moda teve muitos inimigos, estes a representaram como um fenómeno digno de vergonha. Ainda hoje a associação de moda á futilidade, é rápida. A moda é fruto de muitos defeitos da alma humana: em primeiro lugar da vaidade, da ambição e da luxúria. Em todo o caso, e apesar de todo o negativismo, esta acabou por vencer e vender, até aos dias de hoje.Dada a complexidade da moda e a dificuldade em defini-la em poucas palavras apenas, as presentes conclusões poderão ser suficientes.
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A moda é filha de uma complexa constelação de causas: o aparecimento da sociedade aberta e da invenção da escrita e da imprensa, das cortesãs e das cidades cosmopolitas e comerciais, da secularização do amor e da afirmação do relativismo, mas também de duas atitudes mentais convergentes, a primeira antiga e a segunda moderna: o amor pelo novo e a tirania do presente.
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Vanitas&Culture #7
Traje Medieval
Traje
Breves considerações sobre a moda medieval Ao longo da época Medieval o traje usado pela maioria das pessoas era extremamente simples, os tecidos eram cortados em moldes retangulares, com drapeados e costurados em forma de túnica.Quanto aos materiais, a maioria das túnicas e capas eram feitas de lã e linho, embora o couro e as peles tenham sido bastante utilizados, sobretudo nas regiões mais frias do Norte da Europa. Entre os materiais caros, destaca-se a seda, sempre considerada como um artigo de luxo em todos os períodos medievais.Graças as sucessivas viagens e deslocamentos por toda a Europa, o contacto entre diferentes povos permitiu a troca de conhecimentos entre os diferentes povos, deste modo, novos costumes, técnicas e modas foram sendo desenvolvidos.O cisma na Igreja também desempenhou um papel fulcral na história e desenvolvimento do traje. A Igreja, agora dividida em duas vertentes: Oriental (Império Bizantino) e Ocidental (Sacro Império Romano) passou a ter diferentes estilos de vestimentas que distinguiam uma da outra. O vestuário eclesiástico foi então fixado, por decreto papal, sendo que algumas das vestes religiosas ainda hoje seguem estes modelos. Evolução e desenvolvimento. Nos finais da Idade Média a moda já encontrava-se significativamente desenvolvida e o vestuário apresentava complexidade. Era notória a diversidade de peças de vestuário e acessórios, assim como uma variada gama de tecidos, de diversas texturas e cores brilhantes. Durante este longo e contínuo processo de evolução e novidades técnicas, pode se dizer que nasceu a Moda. Portanto, na fase final da Idade Média as túnicas tradicionais já tinham sido substituídas por diferentes e complexas peças indumentárias, de diferentes cores, tecidos e cortes.
Vanitas&Culture #10
Nesta pintura, o jovem casal comemora o seu noivado - o turbante vermelho do jovem é decorado com um tecido “picotado”. Peles e penas decoram o turbante da noiva e o seu vestido encaixa-se e modela os quadris. A elegância dos adornos, os turbantes elaborados e os tecidos luxuosos geraram indignação da parte do clero, que constantemente relembrava os ricos que tal ostentação não constituía um bem para a alma.
Moda e SOCIEDADE 600-1449
Embora o universo da moda estivesse em constante mudança, alguns aspetos permaneceram rigidamente definidos. A moda passou a ser uma ferramenta que permitia individualizar, classificar e distinguir socialmente os indivíduos. As restrições variavam do básico como, por exemplo, o fato de que as mulheres deviam cobrir a cabeça à leis mais severas que proibiam que um não nobre se vestisse como nobreza. Essa espécie de “código indumentário” surge, principalmente, devido às diferenças entre as classes sociais, onde o fosso da desigualdade entre ricos e pobres era abismal.
A evolução do
traje ao longo da Idade Média Estilo Bizantino 476-600
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Após a queda de Roma em 476 d.C., Constantinopla (Istambul) tornou-se o centro do mundo Bizantino. Com a ascensão do império veio opulência e uma fusão de estilos grego, romano, do oriente médio e orientais.As roupas surgiram como indicadores do status social, exemplificados pelo ImperadorJustiniano e sua consorte Teodora e suas longas e fluidas sedas, ricamente trabalhadas com incrustações de jóias e fios de ouro. Os véus e sedas usados pelas mulheres e as túnicas e mantos usados p elos homens foram desenvolvidos a partir de vestido oficial romano. Algumas das peças de vestuário, nomeadamente o manto, a casula (veste exterior) e dalmatikon (ampla túnica de manga), foram formalizados pelos ortodoxos e pela igreja católica. Enquanto a nobreza gozava de luxos e roupas ornamentadas, os trabalhadores pobres usavam túnicas de lã simples, calças na altura dos joelhos para os homens, botas e uma longa capa por cima.
Proclamou a Imperatriz Teodora em 532 em reposta aos que se revoltaram contra o governo de seu marido, Imperador Justiniano
Que nunca me falte o púrpura, que eu não viva para ver o dia em que os homens não me chamem de Sua Majestade
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Paris ByzaNce SS11 Chanel
As extravagantes vestes da Imperatriz – adornadas com fio de ouros, jóias e de cor púrpura, enfatizavam a sua riqueza, poder e status. Sua influência na moda é Intemporal, prova disto é a coleção Paris-Byzance Spring 2011 – Chanel, criada pelo renomado estilista Karl Lagerfield, e inspirado na figura e nas vestes de Teodora.
A moda e as GEOGRAFIAS 600-1100 Diferentemente do que conhecemos hoje associado ao conceito da moda vista nas passerelles, que muitas vezes são consideradas obra de arte, dignas de observação, porém pouco práticas, a moda medieval, esteve, também, ao serviço da utilidade. Porém, é importante salientar a simbologia do traje enquanto iconografia do poder e suporte para afirmação e distinção social. Em áreas do norte da Europa (povos germânicos, francos, e de língua nórdica) devido ao clima frio, as roupas deviam ser sobretudo quentes e impermeáveis e, por isso, a lã era o principal tecido utilizado. Diferentemente do que conhecemos hoje associado ao conceito da moda vista nas passerelles, que muitas vezes são consideradas obra de arte, dignas de observação, porém pouco práticas, a moda medieval, esteve, também, ao serviço da utilidade. Porém, é importante salientar a simbologia do traje enquanto iconografia do poder esuporte para afirmação e distinção social. Em áreas do norte da Europa (povos germânicos, francos, e de língua nórdica) devido ao clima frio, as roupas deviam ser sobretudo quentes e impermeáveis e, por isso, a lã era o principal tecido utilizado. Já nas regiões mais quentes do Mediterrâneo, para proteger, mas ao mesmo tempo aliviar o calor, as roupas eram mais leves, fabricadas em tecidos finos como lençóis, lãs (finas), e sedas – de acordo com o poder de compra das pessoas. para proteger, mas ao mesmo tempo aliviar o calor, as roupas eram mais leves, fabricadas em tecidos finos como lençóis, lãs (finas), e sedas – de acordo com o poder de compra das pessoas. Quanto ao vestuário geral, tanto homens como mulheres usavam túnicas soltas (sobre camisas de linho, consideradas como roupa interior), que variavam nas formas de costura, ou nos cintos utilizados. Nas estações mais frias, sobre as túnicas, eram sobrepostas mantas ou tecidos mais pesados (uma espécie de casaco), muitas vezes com tecidos caros, de acordo com a possibilidade económica e a posição social do indivíduo. Para manter as pernas aquecidas e protegidas, os homens utilizavam bandas de lã ou couro, abaixo do joelho (o que com a evolução da moda viria a ser chamado de “calças”). Algumas peças que sobreviveram até nós, nomeadamente de corpos preservados, revelam um especial gosto por peças elegantes, adornadas com bordados, tecidos sobrepostos (pequenas aplicações de tecidos que ornamentavam a peça principal) e jóias intrincadas.
O traje da Alta Idade Média 900-1100 Conforme as pessoas foram se estabelecendo em sociedades estáveis, diferentes estilos de vestuário foram criados. O Sacro Império Romano de Carlos Magno e os mosteiros da Inglaterra anglo-saxónica registraram detalhes da roupa em manuscritos iluminados. As mulheres usavam uma túnica sob uma roupa de linho, e muitas vezes sobre o vestido exterior também. Ainda havia pouca diferença entre o vestuário clerical e secular, tudo continua a ser baseado em princípios romanos antigos (de retângulos drapeados). Áreas do sul das atuais Espanha e Itália, em particular, queriam mostrar vínculos com o antigo império, sendo o seu vestuário desenhado de acordo com o estilo romanesco. As mulheres cobriam a cabeça com véus de acordo com os ideais cristãos de modéstia piedosa. Como a tecnologia têxtil melhorou, as pessoas usavam mais tecido em suas roupas, a seda oriental, oriunda de locais distantes como a China ultrapassou as produções locais em complexidade e beleza, tornando-se altamente valorizada.
Traje do dia-a-dia, baseado na forma e no corte das túnicas romanas, séc XI.
Rei Davi – representação do Rei Bíblico proveniente de um manuscrito, séc XI. O seu traje revela pormenores muito elaborados (entrançado, pregueados).
Moda, LITERATURA e Cruzadas 1100-1200
No século XII – uma época de cruzadas, romances de cavalaria, a moda tornou-se cada vez mais extravagante. Inspirada pela moda sofisticada e vívida do sul do Mediterrâneo, as roupas tornaram-se mais ajustadas ao corpo, mostrando as suas anatomias, curvas e formas pela primeira vez. Até mesmo nos contos de amor, a evolução da moda é retratada, através da evocação de figuras envolvidas em vestidos de seda e camisas bordadas e rendilhadas. Embora o vestuário ainda se baseasse principalmente em cortes retangulares e triangulares, o uso de uma banda que ajustasse o tecido reto e largo ao desenho do corpo tornou-se habitual. Mesmo as mulheres comuns utilizavam suas túnicas mais justas na linha da cintura, nos braços e nos quadris. Também as roupas masculinas tiveram os cortes e as formas alteradas, passando para túnicas mais compridas e alongadas, porém mas justas ao corpo. Nobres de ambos os sexos usavam o brial – uma espécie de túnica em seda fina, com bainha e mangas compridas. Acessórios pendentes, sapatos pontiagudos, cabelos compridos, mantas e capas elaboradas tornaram-se característicos nesta época. Vanitas&Culture #13
É essencialmente a partir desta cronologia que o vestuário secular e religioso começa, verdadeiramente, a diferir.
Quanto ao vestuário religioso, embora o estilo das túnicas continuasse tradicional, a Igreja utilizou os tecidos da melhor qualidade com os melhores bordados para vestir cardeais e bispos, assim como para adornar altares.
O Clero e o Povo 1000-1450 No vestuário da Idade Média, o luxo era um privilégio da minoria rica, incluindo a nobreza, os comerciantes, e o clero. Pessoas comuns: camponeses e camponeses livres, artesãos e trabalhadores do comércio ou profissionais - usavam versões mais simples que lhes permitiam fazer o seu trabalho. Suas roupas eram mais curtas, de tonalidades opacas, muitas vezes produzidas em casa. Peças do vestuário, como aventais, funcionavam para guardar/transportar ferramentas e também pra proteger a roupa inferior. Por norma, os camponeses utilizavam peças de linho sob a roupa de trabalho. Aprendizes e profissionais ostentavam vestes que indicavam o seu estatuto, formação e profissão, diferenciando-os assim dos demais.
Indumentária para viúvas, freiras e mulheres idosas; por norma vestiam-se modestamente e mantinha a cabeça e o pescoço cobertos.
Estudioso Italiano representado com livro – pormenor iconográfico que revela instrução.
Vanitas&Culture #14
Traje dos Músicos – normalmente eram vestes elegantes feitas a partir de tecidos coloridos, ou ricamente trabalhados em função de proporcionar um movimento gracioso enquanto esses tocam os seus intrumentos.
O traje e a AFIRMAÇÃO SOCIAL 1200-1300 No século XIII, as roupas tornaram-se mais volumosas, tanto nas vestes femininas quanto nas masculinas essa mudança é expressa. Ao ganhar mais volume, alteraramse também as formas, assim, na parte superior das mangas, ao redor da cava criou-se mais volume pelo uso de mais tecido, enquanto na parte inferior das mesmas, o tecido manteve-se justo. Com a alteração do volume dos tecidos, a túnica elementar passou a ser uma peça demasiado “básica”. Quanto aos ornamentos que as mulheres utilizavam para cobrir a cabeça (espécie de toucado), estes ainda de cortes simples, apresentavam um elegante drapeado e foram tornando-se mais complexos ao longo do tempo. Para o adorno e proteção dos cabelos, as mulheres usavam ainda redes ou uma variante de toucado, que eram atadas através de fitas debaixo do queixo e ciclets (espécie de armação) ao redor da cabeça. Na “moda” masculina, os homens usavam pequenos “chapéus” redondos e passaram a estilizar os cortes e feitios das barbas. Para além da evolução no vestuário e acessórios, também a forma de estar em público - inspirados pela poesia e pelos ideais de beleza e glamour dos romances- sofreu transformações; as mulheres passaram a encaracolar os cabelos, a andar graciosamente - balançando os quadris suavemente, ou a segurar um manto em torno do corpo de modo a exibir uma cintura fina. Dada as inovações técnicas e ao desenvolvimento do comércio, uma maior quantidade de tecidos foi disponibilizada para as classes sociais inferiores, o que levou à alteração das leis suntuárias – que determinavam o que as diferentes classes podiam ou não vestir- tais leis que, de um modo geral, foram pouco eficazes. Para além da evolução no vestuário e acessórios, também a forma de estar em público – inspirados pela poesia e pelos ideais de beleza e glamour dos romances- sofreu transformações; as mulheres passaram a encaracolar os cabelos, a andar graciosamente – balançando os quadris suavemente, ou a segurar um manto em torno do corpo de modo a exibir uma cintura fina.
iNOVAÇÕES TÉCNICAS Antes da introdução do tear horizontal (c. 1000), toda a tecelagem Europeia era feita em teares verticais, num processo extremamente trabalhoso, normalmente desempenhado por mulheres que trabalhavam em casa. Quanto ao tratamento dos tecidos, no caso da Lã, a fibra mais comum, esta tinha de ser tosquiada, limpa e cardada (escovada). Dada a complexidade e dificuldade do processo artesanal de produção, o vestuário foi baseado principalmente em linhas retas, unindo as ourelas (bordas da tela) para minimizar o desperdício. O século XII marca o início de inovações técnicas e novos processos de produzir e trabalhar o tecido, desenvolvimentos que se estenderam até ao século XIV. Foi neste período que o corte tradicional e rudimentar das túnicas dá lugar a silhuetas mais definidas e adaptadas as anatomias do corpo humano. Também na produção dos tecidos e nos custos dos têxteis verificou-se um desenvolvimento significativo. A substituição de teares verticais por horizontais, permitiram uma produção mais rápida e eficaz, o que rapidamente refletiu-se na redução dos preços das roupas. para adornar altares.
Traje de Luxo
Traje imperial Carolíngio
Majestade Imperial
Representação do Imperador Carlos Magno.
Esta iluminura, c.990, retrata o Imperador do Sacro Império Romano, Otto III, cujo traje é representado da forma mais luxuosa possível. Sua túnica é de seda tingida de vermelho, ornada com pedras preciosas e ouro. A coroa, a esfera e o cetro assinalam a sua autoridade.
O imperador ostenta um sumptuoso traje feito de seda e gemas incrustadas; o manto em cor de damasco é particularmente extravagante, sendo ainda ornamentado com motivos de pérolas.
Vanitas&Culture #16
ao longo da
Idade Média
Nobreza Bizantina
Esplendor Real
Seda Bizantina , representação feminina da nobreza do séc. X. Acredita-se que as mulheres das hierarquias sociais elevadas, normalmente, vestiam-se com ricas sedas, de cores luminosas, e com túnicas justas ao corpo, reveladoras de silhuetas. Nesta representação, a túnica interior, tingida de azul (cor associada à nobreza), era provavelmente feita de seda – material dispendioso.
Como convinha a um governante, o rei franco Carlos II, c.870, usava roupas de fina qualidade. O longo manto, em seda, era uma das principais características da iconografia do poder, a qualidade e o esplendor dos tecidos, reforçavam a imagem de autoridade, riqueza e poder.
Vanitas&Culture #17
Tapeçaria Bayeux: Túnicas A tapeçaria de Bayeux (na verdade, um bordado) para alem de documentar a invasão normanda em Inglaterra em 1066, ilustra a moda da época: a túnica, em forma de “T”, com inserções de plenitude. Foi o vestuário básico para saxões e normandos, mas a tendência para usar túnicas curtas era relativamente nova - uma das muitas formas continentais que o rei Eduardo, o Confessor introduziu quando subiu ao trono Inglês, em 1024, após o exílio na Corte da Normandia.A maioria dos homens usava duas túnicas: uma túnica interior, de linho, coberta por uma sobre-túnica. A sub-túnica (túnica interior) as vezes era mais comprida, de modo que a parte inferior da mesma era visível abaixo da bainha da sobre-túnica. Na linha dos ombros, as túnicas tinha uma fenda na parte da frente do pescoço, limitado por uma banda ou Colar, muitas vezes em uma cor contrastante. Cintos eram utilizados na altura da cintura ou abaixo dos quadris (para dobrar o comprimento extra do tecido). Embora as túnicas fossem peças comuns, a qualidade do tecido diferia e refletia a riqueza do portador. A aristocracia retratada na tapeçaria, muitas vezes com o indicador esticado a dar ordens, aparece vestida com túnicas de seda, com bordados dourados importados do Oriente. As cores brilhantes exibidas eram fruto de corantes caros. Já a roupa das pessoas comuns e operários são extremamente simples: túnicas grossas, em cores opacas como castanhos, azuis e verdes (corantes de plantas) e variações de cinzentos.
Inovações formais 1300-1380 A grande conquista no vestuário medieval do século XIV foi a mudança formal da indumentária – o drapeado excessivo e o caráter largo das roupas, dá lugar a peças mais justas, que revelavam o as formas do corpo, marcando assim o início da alfaiataria. Aplicações e fechos, essencialmente botões, tornaram-se muito comuns, presentes nas novas aberturas frontais e ao longo das mangas compridas e justas. Esta nova tendência de fechos e abotoamentos ajudou a esculpir as figuras, tanto dos homens como das mulheres, afunilando as cinturas e enfatizando os quadris. Outra inovação consistiu nos estofamentos, ou seja, moldes que esculpiam e aumentavam a zona do peito (masculino e feminino). Quanto às cores, estas passaram a contrastar ao invés de condizer e o parti-coloured tornaram-se muito populares. Devido à essa sucessão de acontecimentos, as roupas tendiam a refletir ainda mais os estatutos sociais, contudo a diversidade de tecidos e a variedade de acessórios, toucados, cintos, luvas e sapatos, tornaram possíveis aos menos favorecidos copiar, de certa forma, a iconografia dos mais abastados, desvanecendo minimamente as diferenças sociais (através vestuário). Acredita-se que foi a partir desta cronologia que as mudanças na moda se tornaram mais rápidas e evidentes. Grandes evoluções formais. Na viragem do século XV, a moda para a nobreza tornou-se mais extravagante – a melhoria das tecnologias permitiu aos tecelões uma maior liberdade criativa, e assim criaram-se padrões de entrelaçamento, de frutas e de flores, motivos simétricos e geométricos entre outros. Com melhores teares e o método de fabrico menos laborioso, a nobreza passou a ter mais opções de escolha a nível de padrões e complexidade dos tecidos. Os famosos vestidos longos, volumosos que eram arrastados pelo chão, eram então uma forma de ostentação pessoal, cuja mensagem transmitida era que o seu utente era suficientemente rico para pagar grandes quantidades de material. Ambos os sexos usavam uma vestimenta externa volumosa chamada houppelande – esta vestimenta costumava ter uma espécie de “gola” larga, ao redor dos ombros, com muitas camadas de tecido (volume) e as mangas, longas e largas eventualmente eram adornadas com pequenos sinos. Para as mulheres, a silhueta era longa, com uma cintura alta em detrimento da zona do peito, a mulher deveria caminhar com a barriga saliente e com os quadris corretamente alinhados – isto ajudava a equilibrar suportar o peso do tecido, assim como sugerir fertilidade.
Cavaleiros e armaduras 600-1449 As armas e armaduras usadas pelos guerreiros medievais evoluíram ao longo do tempo de acordo com os novos desenvolvimentos bélicos e das técnicas de modelar metal. Devido às constantes disputas territoriais e sucessivas invasões, os cavaleiros deviam ser sobretudo eficientes, capazes de se defender face aos ataques dos adversários. No início da Idade Média, os homens de guerra lutavam empunhando espadas, lanças, arcos e flechas, a pé ou a cavalo, e para proteger o corpo utilizavam camisas de manga curta, feitas a partir de uma malha de anéis de metal entrelaçados. Posteriormente, equipamentos mais eficazes como a couraça começaram a ser desenvolvidos no século XII, para resistir a bestas mais eficientes que disparavam parafusos que poderiam perfurar as malhas menos resistentes (soft mail). Por vezes, algumas armaduras foram feitas em couro endurecido por fervura, mas em meados do século XV, os cavaleiros já vestiam fatos completos – “armaduras brilhantes”. Vanitas&Culture #19
Tendências REGIONAIS O século XV viu na mistura elétrica de estilos regionais o “início” das peças que hoje conhecemos como calças. Os homens normalmente usavam pares de calça individual (espécie de “meia” que vestia apenas uma perna), utilizada sob uma túnica (esta, cada vez mais curta). Em bora as roupas se tenham tornado mais vívidas – graças a melhoria da qualidade na tinturaria e na tecelagem – o negro ganhou lugar na moda, especialmente para as “classes médias”, que passaram a poder comprar mais roupa. Entre as grandes novidades desta época estão as “pernas” individuais, que passam a ser costuradas, dando origem as “calças” atuais e a arte da chapelaria, que tornou-se mais inovadora ao introduzir cones de feltro, capuzes em drapeado, chapéus de palha, gorros de seda e de pele e diversos toucados; também as mangas tornaram-se mais elaboradas e criativas.
Vanitas&Culture #20
Novidade e LUXO A partir do final do século XIV e inícios do séc. XV a maneira de vestir tornou-se cada vez mais extravagante e aparatosa. Os vestidos femininos (houppelands) tornaram-se cada vez mais luxuosos, assim como os toucados, cada vez maiores, com armações inclusive. Também os decotes femininos tornaram-se mais profundos, em contraste com as golas altas das roupas interiores. No caso do vestuário masculino, os drapeados, os cintos e as longas mangas transmitiam a ideia de ostentação e luxo.
Sedas Este Fragmento de seda com um padrão de leões e harpias mostra a extraordinária habilidade dos tecelões do século XII. Os tecidos de seda, foram sempre considerados como um produto luxuoso e caro, valorizado pela sua delicadeza, transparência e luz. Peças em seda eram consideradas como prendas ideais para os que pertenciam à elite, dado o seu custo e sobretudo à sua durabilidade e resistência.
Tingimento de têxteis Embora as pessoas comuns (pobres) pudessem tingir as suas roupas, dada a dificuldade de tingimento do linho, as roupas eram usadas na sua paleta natural de cor – variações de cinzento ou bege esbranquiçado. Os corantes vegetais produziam tonalidades de castanhos, amarelos e azuis, que eram fixados nos tecidos com “mordentes”, uma espécie de mineral que fazia com que a cor penetrasse aos poucos em cada parte do tecido. Os vermelhos e o púrpura, para além de serem caros, eram difíceis de produzir, portanto, só a partir do século XV é que o uso dessas cores tornam-se mais correntes.
A evolução do Roupa como indicador de status social. Inscrustação de jóias e fios de ouro.
Pouca diferença entre o vestuário secular e clerical. Espanha e Itália com um estilo romanesco.
Estilo Bizantino 476-600
O traje da Alta Idade Média 900-1100
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Que nunca me falte o púrpura, que eu não viva para ver o dia em que os homens nãome chamem de‘Sua Majestade.
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INOVAÇÕES TÉCNICAS. introdução do tear horizontal. Vanitas&Culture #22
O traje 1100-1200
Roupas mais curtas, de tonalidades opacas, produzidas em casa. As vestes eram indicadores do estatuto, formação e profissão.
O Clero e o Povo 1000-1450
É essencialmente a partir desta cronologia que Quanto ao vestuário religioso, embora o o vestuário secular e religiosocomeça, verdadei- estilo das túnicas continuasse tradicional, a ramente, a diferir. Igreja utilizou os tecidos da melhor qualidade com os melhores bordados para vestir cardeais e bispos, assim comopara adornar altares.
c. 1000
O brial é unisexo. Roupas cada vez mais extravagantes. Roupas mais ajustadas ao corpo feminino, na cintura, braços e quadris.
traje ao longo
Idade Média
Roupas mais volumosas alterando as formas. Uso de toucado nas mulheres, cada vez mais complexos.
O traje e a Afirmação Social
Drapeado excessivo e peças cada vez mais justas. Início da alfantaria. Aplicação comum de fechos e botões.
Inovações formais 1300-1380
Moda e SOCIEDADE 600-1449 Embora o universo da moda estivesse em constante mudança, alguns aspetos permaneceram rigidamente definidos. A moda passou a ser uma ferramenta que permitia individualizar, classificar e distinguir socialmente os indivíduos. As restrições variavam do básico como, por exemplo, o fato de que as mulheres deviam cobrir a cabeça à leis mais severas que proibiam que um não nobre se vestisse como nobreza. Essa espécie de “código indumentário” surge, principalmente, devido às diferenças entre as classes sociais, onde o fosso da desigualdade entre ricos e pobres era abismal.
Vanitas&Culture #23
Evolução do Calçado De Buskins aos Loafers Buskins. Loafers. As Buskins podem ser descritas como botas de cano Dada a necessidade de destacar os sacerdotes de Deus médio, feitas em pele ou tecido variado, possuíam uma abertura para os dedos dos pés e eram arrematadas através do entrelaçado de cordões. Acredita-se que este tipo de calçado tenha surgido durante a Antiguidade Clássica, sendo muito popular por toda a Grécia Antiga, Etruscos, chegando até as sociedades romanas. A palavra buskin – meia bota; apenas reconhecida em Inglaterra no ano de 1503 é de origem desconhecida. Durante a Idade Média, as buskins tornaram-se muito populares entre os Imperadores e os mais abastados, sendo considerada como um calçado nobre. E, por isso, as buskins passaram a fazer parte da indumentária do imperador, normalmente em cor púrpura, ricamente bordadas e adornadas com ouro e motivos animais, como águias de duas cabeças. Dada a popularidade, beleza e simbologia associada aos buskins, estas passaram a fazer parte da indumentária litúrgica da Igreja, com um formato diferente. Ao invés de botas, as buskins litúrgicas eram meias cerimoniais, entrelaçadas com fio de ouro, pesadamente bordadas e utilizadas pelo sumo pontífice durante as missas mais importantes. As buskins litúrgicas foram usadas pelos sacerdotes até cerca do século VII, passando a ser, a partir de então, reservadas ao uso exclusivo dos bispos, como um privilégio episcopal.
Vanitas&Culture #24
na terra, foram criadas diferentes indumentárias e calçados, sempre de acordo com a ocasião para as quais eram destinadas. Uma vez que as meias papais eram utilizadas durante a liturgia, surge a necessidade de criar outro calçado para o uso exterior – loafers. Os loafers eram sapatos papais de couro, de cor vermelha, feitos para serem usados ao ar livre. Assim como muitos nobres, o papa não usava o calçado exterior dentro de sua residência, por sua vez, usava chinelos interiores, também na cor vermelha, feitos em veludo ou sedas e decorados com galões de ouro ou uma cruz.
Um conjunto de loafers vermelhos, feitos á mão pelo sapateiro papal Adriano Stefanelli, de Novara. Estes pertenciam ao Papa Bento XVI
Chopine Chopine é o nome dado a um dos modelos de calça-
do feminino de plataforma, criado nos finais da Idade Média, também popular durante os séculos XV,XVI e XVII. Inicialmente o chopine era apenas uma base elevada adicionada a sola do sapato, de forma a proteger os pés e os vestidos numa saída a rua, evitando que estes se sujassem. Para além do seu sentido prático, a altura do chopine tornou-se um símbolo cultural, um novo espelho do status de quem o usava. Assim sendo, quanto mais alto, mais importante seria o estatuto da mulher que o usava.
Calçado BIZANTINO vs. Moda CONTEMPORÂNEA Muito do que sabemos sobre o calçado bizantino é dependente de suposições baseadas em outras áreas da vida bizantina. Sabemos que o Império Bizantino começou como o Império Romano do Oriente e que a maioria dos costumes de vestuário são baseados em roupas romanas, por isso, provavelmente, os calçados bizantino eram semelhantes as sandálias (solea) e sapatos cobertos (calceus) usados pelos romanos. Mas também sabemos que os bizantinos foram profundamente influenciados pelas trocas comerciais com Oriente Médio e com Oriente, por isso não seria surpreendente ver, nos raros lampejos de calçados bizantino, sapatos de seda bordada e cobertos com jóias.
troca cultural e fusão de estilos Nos tempos medievais, a bacia do Mediterrâneo era o centro mais avançado no mundo para a aprendizagem, tecnologia e comércio. A importação de bens de luxo para as regiões do Mediterrâneo e Norte da Europa têm uma longa história, antes e depois da era das Cruzadas (10951291).Da antiga Rota de Seda – China – que atravessava a Ásia Centra, vieram os luxuosos e caros têxteis. Também as técnicas de tecelagem orientais conquistaram espaço em Bizâncio e na Pérsia, assim como em áreas islâmicas a Norte de África e Andaluz,o reino dos Mouros a Sul de Espanha. Veneza fez sua fortuna através do controle do comércio de luxos com o Oriente Próximo. Durante a Idade Média as culturas do Oriente e do Ocidente estiveram constantemente em contacto, promovendo o intercâmbio cultural, fundindo e criando novos estilos.
Sapatos de couro Os sapatos medievais, em couro, sobrevivem em números muito maiores dada a natureza do material em que são produzidos, do que as indumentárias em tecidos frágeis. Estes exemplos, provenientes de Londres, mostram alguns dos modelos de sapatos utilizados durante a Idade Média. A decoração “Piercing” (espécie de pontilhado recortado) ou incisão com padrões decorativos eram muito populares e os sapatos dos nobres e dos mais abastados era ornados com sedas. O poulaine shoe era normalmente preenchido (parte pontiaguda) com lã para que a forma se mantivesse.Dada a dificuldade em manter os pés secos, as pessoas usavam uma espécie de “tamanco”, com sola de madeira (cunhas) que os elevavam e mantinham-nos acima da lama e do esterco enquanto caminhavam.
Sapatos de couro com medalhões. O mundo bizantino contou com uma variedade de calçados, as botas foram usadas por soldados e operários, os chinelos por monges e clérigos e as sandálias por autoridades do governo; já os pobres, dada a sua condição, andavam com os pés descalços.
Dolce & Gabbana AW13/14. Dos gigantes da Alta-costura italiana Domenico Dolce e Stefano Gabbana, a coleção Outono-Inverno 2013/2014 traz as cores dos mosaicos da Basílica de S. Marcos para as passerelas. Inspiradas nas linhas gerais da moda Medieval, sobretudo nas cores, formas e cortes do traje Bizantino, as peças conjugam o passado e o presente, criando looks para a mulher moderna e elegante do século XXI.
Calçado do Sacro Imperador Romano, c. 1220. Acredita-se que este par de sapatos tenha sido feito antes de 1220 para o Imperador Frederico II daí o emprego de materiais nobres e dispendiosos: pele de bezerro, seda vermelha, pérolas e pedras preciosas.
Alexander McQueen AW1011. Da coleção Outono-Inverno 2010/2011 de Alexander Mcqueen, inspirada em vestes e calçados medievais este par de “botins” consiste na interpretação do criador contemporâneo sobre aquilo que seria o calçado medieval para a nobreza. Com a diversidade cromática, ouro e pedras preciosas, Alexander Mcqueen explora o traje histórico dando sempre o seu toque pessoal irreverente tão característico.
Joalharia Medieval PODER
Beleza, riqueza e ostentação ao serviço da Iconografia do
É fundamental compreender a História da Joalharia da Idade Média enquanto herdeira de múltiplas culturas, essencialmente greco-romana e oriental. Assim, as peças desenvolvem-se como uma “síntese” de diferentes heranças visuais, que se vão desenvolvendo ao longo do tempo, também associadas às novas tecnologias e materiais que permitiram a criação de um estilo muito característico. Grande qualidade artesanal aliada à diversidade de materiais e uma paleta cromática extensa, diferentes tipos de peças e acabamentos destinados a funções específicas, são as principais características destas jóias, ainda hoje, consideradas como icónicas.
“
Quando observamos a variada gama de maravilhosos objetos produzidos pelos ourives medievas; de broches e fivelas de cinto à coroas, cálices, relíquias e altares, podemos apreciar a grande qualidade e minucia fruto do trabalho artesanal (...) O engenho dos artesãos era ilimitado, bem como a diversidade de matérias que utilizaram; pérolas, pedras preciosas, esmalte e camafeus em abundância.
”
Primeiras Peças. Um dos aspectos mais relevantes da joalharia do período Bizantino (cristão) é a adoção de características Clás- Tidas como uma forma de nobilitar a própria imagem, sicas (Helenísticas e Romanas). homens e mulheres ostentavam cintos, fivelas e broNeste colar, por exemplo, temos a ches, adornados com filigrana e arabescos em ouro, junção dos estilos grego e romano, pérolas e esmalte. onde a forma do colar é tipica do período Helenístico e as contas cilindricas que separam os pendentes, podem ser encontrados em peças do período romano tardio.
Pendentes. Os pendentes de ânforas, inicialmente, foram um dos motivos mais favorecidos nas jóias Medievais, tendo sido substituídos pelas cruzes em talha dourada, que tornaram-se populares no século VI. Importância e uso. Ao longo do tempo, as jóias foram sempre tidas como bens preciosos, sobretudo durante o Império Bizantino. Eram usadas fundamentalmente para adornar objetos e vestuário, e principalmente como adereços para o corpo humano (orelhas, pescoço, braços, dedos e cinturas).
Materiais e Técnicas. Dada a posição privilegiada de Constantinopla, seja do ponto de vista econômico ou cultural, a joalharia deste período contempla uma variedade de gemas trazidas por mercadores de regiões como o Golfo Pérsico, Ásia, África, entre outros. À semelhança dos mestres de Roma, os ourives bizantinos preferiram o uso da folha de ouro fino para peças de grande escala, associando sempre variadas pedras preciosas: pérolas do Oceano Índico, lápis-lazúli da Ásia Menor, ágatas, rosas quartz/quarts, esmeraldas e ametistas. Como resultado da diversidade de materiais empregues, surgem jóias com uma paleta cromática arrebatadora, às quais foram adicionados acabamentos em esmaltagem e incrustação, juntamente com várias ligas de ouro esverdeado, rosa ou vermelho. O uso da cor, empregue com grande destreza pelos artesãos, também estava presente através de técnicas de esmaltação. O processo de esmaltagem era utilizado como um acabamento para colorir as jóias. O esmalte atingiu alto grau de refinamento técnico, sendo muito corrente, a técnica denominada closoinné. Vanitas&Culture #27
Moda
As imagens de mosaicos, como o da Igreja de São Vital em Ravena entre outras,são tidas como uma das principais fontes de estudo da joalharia medieval. As representações nos mosaicos sugerem o uso de broches, coroas, cruzes, fivelas e gemas. A arte dos ourives não estava limitada à objetos de ornamentação, podendo também ser encontradas em objetos litúrgicos, assim como cetros e diademas.
Joalharia Medieval vs. CHANEL PARIS-BYZANCE, Maison Chanel 2010/2011. O interesse pelas jóias de inspiração Bizantina tornaram-se populares aquando do lançamento da coleção “Paris-Byzance”, da maison Chanel. As peças da coleção, cuja religião aparece como tema principal, caracterizam-se pelo uso de gemas e filigrana, concebidas de acordo com uma interpretação daquilo que resultaria da junção das culturas orientais e ocidentais.
Joalharia Medieval vs. DOLCE&GABANNA Dolce & Gabbana AW1314. A coleção Outono-Inverno 2013/2014 Dolce & Gabbana, mostra uma variada gama de acessórios inspirados na Regalia Imperial e jóias características do Império Bizantino. Cruzes e coroas inspiradas na Regalia Imperial e nas jóias litúrgicas complementam as peças de alta-costura, trazendo o esplendor e a magia da História para a passerela.
Vanitas&Culture #28
IMPERIAL REGALIA VS. CHANEL Regalia Imperial.
Conjunto de objetos do Imperador chama-se Regalia. A regalia faz parte do aparato da corte e teatralidade do Império, e é composta por objetos fundamentais como: trono, coroa, cetro, capa dourada ou púrpura, espada e um globo. PARIS-BYZANCE, Maison Chanel 2010/2011. No ano de 2011, a renomada maison Chanel lançou uma coleção de jóias e vestes inspiradas na Regalia Imperial do período Medieval. A coleção apresentou em cada uma das peças a herança cultural e as características dominantes do traje e da joalharia da Idade Média. A riqueza do traje histórico foi explorada e trabalhada detalhadamente, sobretudo pelo uso de tecidos nobres e materiais preciosos. Com esta coleção, a maison Chanel conseguiu aliar o esplendor histórico da Corte Medieval ao corte e modelagem, moderno e icónico, introduzidos pela mademoiselle Coco Chanel.
Relíquias Medievais Escassas foram as roupas medievais que sobreviveram até nós completas e em bom estado de conservação. Alguns dos melhores exemplos datam do século XIII, em particular uma peça pertencente a um membro da família real Castelhana, encontrado num dos túmulos do Monastério de las Huelgas, em Burgos, Espanha.Um túmulo do jovem príncipe, de 1275, revelou um aljuba atada (túnica) e um manto. O conjunto de roupas combinando, chamada de “robe”, é da mais fina seda e ouro samito mouro, tecida com os casacos de braços real dos reinos de Castela e Leon. Os achados confirmam a precisão de iluminações contemporâneas e sua utilidade como registros históricos.
Traje Medieval vs.
Dolce&Gabbana Bizantine Mosaic Collection A coleção Dolce & Gabbana Fall 2013 apresenta peças inspiradas na arte do mosaico religioso bizantino do século XII. Reis, santos, animais e símbolos da iconografia bizantina são reproduzidos com habilidade extraordinária em peças de vestuário e acessórios embelezados por pedras preciosas, lantejoulas e filigrana.
Vanitas&Culture #30
Detalhe,Ruggero II, Palermo
Detalhe, Guglielmo II, Duomo di Monreale
Tributo a Santa Agata Vanitas&Culture #31
Poder Medieval vs.
Dolce&Gabbana “Once upon a time in Sicily...” “Once upon a time in Sicily …” é o nome dado à coleção Dolce & Gabbana Outono-Inverno 2014/2015. Mais uma vez os criadores Domenico Dolce e Stefano Gabbana servem-se da História como fonte de inspiração para criar peças contemporâneas carregadas de simbologia. Não é a primeira vez que a cronologia escolhida é a Idade Média, contudo,nesta coleção é o poder e a afirmação social através do traje que é explorada. Pela conjugação de elementos do traje militar dos cavaleiros (cota de malha) e acessórios característicos da regalia (luvas e sapatos com incrustações de pedras preciosas), a mensagem de Poder e força é transmitida. Na coleção feminina as modelos aparecem com peças características da armadura masculina, que simbolicamente, reforçam o papel de mulher independente ou da mulher autossuficiente que tem homens sob o seu comando. O corte e material dos tecidos, assim como os comprimentos reduzidos exploram ainda outra vertente, a sexual e, o controle feminino sobre a mesma. Já na coleção masculina, a virilidade e o poder são explorados através do corte justo dos tecidos, que dão especial enfoque às formas do corpo de um modo elegante. É notável o padrão dos tecidos onde o contorno de catedrais românicas e góticas aparecem levemente desenhadas a branco sobre um fundo escuro.
Vanitas&Culture #32
Peças em Metal Os avanços na tecnologia do tratamento dos metais foram fundamentais, uma vez que alteraram o tipo de proteção utilizados pelos cavaleiros. Nos séculos X e XI os soldados carregavam um escudo como uma primeira linha de defesa e utilizavam uma cota de malha com capuz, coberto por um capacete para proteger a cabeça. Somente no século XV os cavaleiros passaram a usar a armadura completa composta por várias camadas de metal, dispensando assim o uso do escudo. Embora a função prática da armadura – a de segurança e proteção- fosse a mais importante, esta inspirou também a literatura e os ideais cavalheirescos e românticos da época. Portanto para ajudar o desempenho do cavaleiro no campo de batalha, a sua amada devia oferecer-lhe uma peça de roupa – luva, véu ou cinto, para ser atado juntamente à armadura em sinal de seu favor.
Arte Bizantina
vs. Alexander
McQueen Alexander McQueen AW10/11. A partir da arte e do traje bizantino, o designer britânico, Alexander McQueen encontrou o perfeito equilíbrio entre o passado artístico-histórico e o design futurista que o caracteriza. Influenciado pelo contraste do que já fora eterno e das formas e cores herdadas da História, e do que é a moda atual, McQueen transformou os seus tecidos em estruturas perfeitamente elaboradas com citações da realidade bizantina, provenientes da Idade Média. A arquitetura dos tecidos e o seu trabalho manual, transformou as próprias modelos que os ostentavam numa versão contemporânea das santas católicas e madonnas, que refletem ainda um certo cariz dramático e barroco proveniente da síntese artística de diversos séculos, fonte de inspiração do designer. Como resultado consequente da mistura das vestes usadas em contexto litúrgico e vestes retratadas em iluminuras ou pinturas a óleo eis a coleção estonteante de Alexander McQueen, o génio rebelde, que através da moda marca a sua opinião e a forma como a tradição deve ser interpretada.
Vanitas&Culture #34
Religião
vs. Alexander
McQueen Alexander McQueen Pre Fall 2013. A casa McQueen nesta coleção cria a sua própria imagem de religião, que resulta da combinação de dois conceitos distintos- a mensagem de liberdade proclamada por esta e o rigor antagónico das suas manifestações, e, através da austeridade e do volume dos tecidos nos remetem para a hierarquia clerical. Embora a coleção seja destinada à um público elitista, o tratamento dos tecidos é feito de modo a que estes ganhem um aspeto de desgaste que pelo seu conteúdo formal leve à associação direta ao vestuário clerical tradicional contemporâneo.
Vanitas&Culture #35
HitOrMiss
Hit Olsen trouxe drama a passadeira vermelha com um vestido preto, Chanel VINTAGE.
Vanitas&Culture #36
Met Ball 2014 vs. Vanitas&Culture
Hit
Hit
Janelle Monae com sapatos Jimmy Choo e j贸ias Kwiat.
Monica Belluci e Roberto Bello vestidos com Dolce&Gabbana
Vanitas&Culture #37
Curiosidades “
Os homens parecem ter-se retirado da paisagem dos primeiros séculos da Idade Média: vastas extensões de bosque, pauis, cidades e aldeias desaparecidas ou reduzidas nas suas dimensões. O número de seres humanos diminui enormemente e comparação com a época imperial romana. Mas o crescimento recomeça antes do que durante muito tempo se supôs, e resiste tenazmente ao malho de uma violência disseminada e recorrente, transformando a paisagem e multiplicando os testemunhos da presença e operosidade humanas.
”
Na antiguidade tardia a paisagem europeia é dominada por bosques e florestas.
“Encontrarás mais nas florestas do que nos livros. As árvores e as rochas ensinar-te-ão coisas que nenhum mestre te dirá” escreveu Bernardo de Claraval.
Vanitas&Culture #38
o bosque encantado “
A floresta é, desde a Antiguidade e durante toda a alta Idade Média, o território essencial para a vida económica e social da população. Sede do mundo animal, é para os homens o lugar privilegiado para cavalgadas cavaleirescas, partidas de caça, desafios e duelos. É o lugar ideal para o retiro dos eremitas e para o banditismo. Para quem teme perseguições ou vinganças, é um refúgio onde se fica inalcançável e se pode viver em liberdade.
”
A floresta é sinonimo do desconhecido, a origem dos mais variados mitos e lendas, local de nascimento de animais selvagens e imaginários, e de recursos materiais significativos para a economia florestal. É o lugar de eremitas e de santos que buscam o isolamento e o palco de noites cujas lendas chegaram até nós. “A lenda de origem céltica da caça selvagem e das noites de sabbath, que revive nas noites arcadas de toda a Europa, tem justamente na floresta e nas árvores a sua origem. As sagas nórdicas, ligadas ao mundo misterioso das florestas e dos bosques, refletem-se depois nos mitos e nas lendas, alimentam obras musicais e teatrais de grande poder sugestivo(...)”
Vanitas&Culture #39
Then &Now Vanessa Paradis para a Vogue Inglesa de Julho 2011
2011
2012 Bianca Balti na Vogue Japรฃo de Marรงo, 2012
Vanitas&Culture #40
2012 Scarlett Johansson na capa da VOGUE Rússia, edião de Outubro, vestida pela Dolce & Gabbana.e fotografada por Victor Demarchelier
Scarlett Johansson por Karl Lagerfeld para Harper’s Bazaar Austrália, Setembro 2013
2013 Vanitas&Culture #41
2012
Vanitas&Culture #42
Scarlett Johansson, Vogue mexico, dezembro 2013
2013 Vanitas&Culture #43
Emma watson atravĂŠs das lentes de
Mario testino e styling de
camilla Nickerson
2012
Emma Watson na Vogue americana de Julho 2011. Fotografia de Mario Testino
Vanitas&Culture #45
Lost &Found
A primeira capa de Anna Wintour Dame Anna Wintour é a atual editora-chefe da edição norte-americana da revista Vogue, a mais conceituada e importante publicação do mundo da moda.
Em 1988, Wintour alcançou o sonho que perseguia desde criança: ser a editora da maior e mais importante revista de moda do mundo - a icónica Vogue Americana. A contratação de Anna surge aquando da ascensão da concorrente francesa Elle, que cria uma variante norte-americana, procurando dominar o mercado americano. Assim, os diretores da Condé-Nast depositaram suas esperanças em Wintour para recuperar a supremacia da Vogue mantendo-a livre da concorrência. Para esbater as demais publicações, Wintour muda completamente a estrutura da Vogue ao optar por conteúdos mais sofisticados e ao inserir uma nova visão estética, mais apeltiva e comtemporânea.Durante o percurso inicial, a introdução de novos conceitos para as capas, foi talvez o comtributo mais marcante de Wintour para a verista. Modelos adolescentes, rostos quase anónimos, luz natural, ausência de maquaigem cabelos molhados, foram algumas das novidades bem sucedidas. Wintour comsagrou-se também ao descobrir e divulgar novos talentos como Marc Jacobs e John Galliano, que rapidamente tornaram-se em nomes sonantes no mundo dos criadores e designers. Em pouco tempo sob seu comando, a Vogue recuperou da influência de suas concorrentes diretas Elle, Harper’s Bazaar, Mirabella e Women’s Wear Daily aumentando seu faturamento e tiragem. Em 2003, Lauren Weisberger, ex-assistente pessoal de Wintour, escreveu o best-seller “O Diabo Veste Prada”, uma comédia-ficção que relata a história de editora de moda, autoritária, rude e temida, expondo o seu relacionamento com secretárias, produtoras, assistentes e demais personagens do mundo da moda. .
Vanitas&Culture #46
Found Curiosidades: - Anna Wintour recebe cerca de dois milhões de dólares anuais, além de todas as mordomias inerentes ao cargo, como 50 000 dólares para roupas. - Apesar de todas as revistas da editora Condé-Nast, inclusive a Vogue, terem secções de resenhas dos livros e filmes lançados, O Diabo Veste Prada nunca foi resenhado em qualquer das revistas do grupo. - Anna Wintour é umas das personalidades mais odiadas pelo grupo PETA , graças ao seu gosto por casacos de pele. - Anna Wintour foi condecorada pelo Príncipe Carlos de Inglaterra com a Ordem do Império Britânico, numa cerimônia que teve lugar no Palácio de Buckingham.
“
Lost Working on this September’s 120th anniversary cover of a Marc Jacobs–clad Lady Gaga made me think about my very first cover as the editor of Vogue. It was November 1988, and starred the gorgeous Israeli model Michaela Bercu, photographed by Peter Lindbergh and styled by Carlyne Cerf de Dudzeele. Michaela was wearing an haute couture Christian Lacroix jacket with a beaded cross, all very “Like a Prayer,” and stonewashed Guess jeans. The jacket was actually part of a suit, but the skirt didn’t fit Michaela; she had been on vacation back home in Israel and had gained a little weight. Not that that mattered. In fact, it only served to reinforce the idea to take couture’s haughty grandeur and playfully throw it headlong into real life and see what happened. What none of us expected was to run that picture on the cover, least
of all the magazine’s printers, who called up and asked with some consternation, “Has there been a mistake?” I couldn’t blame them. It was so unlike the studied and elegant close-ups that were typical of Vogue’s covers back then, with tons of makeup and major jewelry. This one broke all the rules. Michaela wasn’t looking at you, and worse, she had her eyes almost closed. Her hair was blowing across her face. It looked easy, casual, a moment that had been snapped on the street, which it had been, and which was the whole point. Afterwards, in the way that these things can happen, people applied all sorts of interpretations: It was about mixing high and low, Michaela was pregnant, it was a religious statement. But none of these things was true. I had just looked at that picture and sensed the winds of change. And you can’t ask for more from a cover image than that.
”
por Anna Wintour, artigo: Honoring the 120th Anniversary: Anna Wintour Shares Her Vogue Story, vogue daily @vogue 2012 Vanitas&Culture #47
ARTE
DAMIEN HIRST
Vanitas&Culture #50
Biografia do artista. De origem inglesa Damien Hirst, pintor, escultor e estampador, estudou em Londres , no Goldsmiths College de 1986 a 1989. Desde muito cedo obteve destaque no grupo Young British Artists e, atualmente expõe suas obras nas instalações artísticas mais reconhecidas internacionalmente. O trabalho de Hirst tem como base os dilemas humanos, onde questões existênciais como a fragilidade da vida, a relutância social contra a a morte, a natureza do amor e do desejo, a ingenuidade e a falsidade são exloradas. Normalmente, as instalações do autor são reconhecidas pelo público devido à presença de animais mortos. Recipientes de vidro, como aquários ou vitrines servem de barreira entre os cadáveres e o espectador de modo a reforçar a fragilidade da barreira entre a vida e a morte. Ao expor os corpos sem vida, Damien tem como propósito fomentar a reflexão dos visitantes, de modo a que estes reconsiderem as próprias atitudes enquanto seres vivos, ainda capazes de fazer a diferença.
Série Kaleidoscope. Criada em 2001 a série Kaleidoscope inaugurou-se com a pintura “It’s a Wonderful World”, inspirada numa bandeja de chá vitoriana encontrada por Hirst. Os trabalhos da coleção foram apresentados pela primeira vez em 2003, como parte da exposição “Romance in the Age of Uncertainty” no White Cube, em Londres.
O uso das borboletas são uma das características do trabalho de Hirst, tendo sido utilizadas vivas, em trabalhos anteriores, como na instalação “In and Out of Love “ – 1991; ou então mortas e em pinturas monocromáticas, onde Damien explora o antagonismo do conceito de ideal. O caráter distintivo da série Kaleidoscope consiste na técnica compositiva, em que as pinturas asseAs obras da série Kaleidoscope são compostas a partir melham-se à vitrais religiosos, e também na minunciosa de milhares de asas de borboletas sobrepostas, todas seleção em que somente as borboletas de asas irideselas coloridas e diferentes, de modo a formarem padrões centes foram escolhidas. geométricos. O uso das borboletas tem como referência o valor espiritual e simbólico associado à psique (alma) que estas possuiam segundo a cultura grega e, também ao significado que estes insetos adquiriram na iconografia cristã, associados à ressurreição.
Vanitas&Culture #51
“ I’ve got an obsession with death ... But I think it’s like a celebration of life rather than something morbid. ”
Photographed by Gareth Winters (C) Damien Hirst and Science Ltd. All rights reserved, DACS 2012
Vanitas&Culture #53
Photographed by Stephen White Š Damien Hirst and Science Ltd. All rights reserved, DACS 2012
Photographed by Gareth Winters Š Damien Hirst and Science Ltd. All rights reserved, DACS 2012
Vanitas&Culture #55
LITERATURA Cantiga de Amigo de um trovador português Por Hugo Gonzaga
O exemplo que vos trago é, portanto uma cantiga de amigo. O trovador coloca-se no papel de uma mulher que espera pelo seu amado.
Dá vontade de escrever que, tal como nos nossos dias, já a França ditava a moda na Idade Média. Não me refiro a haute couture, mas sim a uma forma de escrever, de cantar e de viver a poesia que se difundiu pela Europa a partir da Provença e do Languedoc. A primeira escola de poesia românica surgiu nas cortes feudais occitânicas, não restritamente provençais. Era usada a língua d’ oc, mais tarde passou a usar-se o francês do norte, ou língua d’ oïl. Na Occitânia estão, portanto, as origens deste cantar. Na Península Ibérica, a corte de Afonso X, ele próprio um trovador, foi um refúgio para os trovadores Albigenses e, mais tarde, já quase no século XIV, D. Dinis escrevia que os provençais eram um modelo a seguir:
“
Quer’ eu en maneira de proençal Fazer agora Uu cantar d’ amor D. Dinis, Cancioneiro da Biblioteca Nacional 520b
”
Existe uma grande influência provençal nos poetas portugueses desta época. Marca disso são provençalismos utilizados: o sen (senso), o cor (coração), o prez (preço) e o gréu (grave), entre outros. Outra influência é sem dúvida a temática utilizada pelos poetas: o amor cortês e o idílio dos amantes. Podemos distinguir três formas de cantar: As cantigas de amor, as cantigas de amigo e as cantigas de escárnio e de maldizer. A diferença entre as cantigas de amor e de amigo cinge-se a quem canta. Se nas cantigas de amigo quem canta é uma mulher, mesmo que fosse um homem a escrever a cantiga, nas cantigas de amor o trovador canta em seu próprio nome. As cantigas de escárnio e de maldizer são formas satíricas de poesia.
Vanitas&Culture #56
O eu poético do poema é uma dama que espera pelo seu amigo, isto é, pelo seu amado. Dirige-se às flores do verde pinho, a natureza, e pergunta-lhes se sabem de novas do seu “amigo”. A mesma ideia repete-se na segunda copla. O facto de se dirigir à flores sugere que se encontre num local isolado, propício a encontros entre amantes.
Ai, flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai, Deus, e u é? Ai, flores, ai, flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai, Deus, e u é?
Na terceira e quartas coplas o leitor fica a saber um pouco mais sobre o a dama e o seu amigo. Tem-se a impressão de que a dama não confia no seu amado. Refere ela que o seu amado lhe mentiu e que faltou ao combinado.
Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo? Ai, Deus, e u é?
A restante parte da cantiga, composta por quatro coplas, constitui a resposta das flores do verde pinho às ânsias da dama. As flores tentam acalmar a dama dizendo-lhe que o seu amado está bem e de boa saúde e que há-de estar com ela antes da hora marcada. A cantiga é composta por oito coplas de três versos, sendo um destes o refrão que se repete ao longo de toda a cantiga (Ai, Deus, e u é?).
— Ai, flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi à jurado? Ai, Deus, e u é?
Ai, flores, ai, flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai, Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo? Ai, Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi à jurado? Ai, Deus, e u é? — Vós me preguntades polo vosso amigo? E eu ben vos digo que é sano e vivo. Ai, Deus, e u é? Vós me preguntades polo vosso amado? E eu ben vos digo que é vivo e sano. Ai, Deus, e u é? E eu ben vos digo que é sano e vivo e seerá vosco ante o prazo saido. Ai, Deus, e u é? E eu ben vos digo que é vivo e sano e seerá vosco ante o prazo passado. Ai, Deus, e u é?
Vanitas&Culture #57
SHOES LOVERS MIU MIU @pradagroup.com Conhecida pelo experimentalismo refinado, a marca MIU MIU voltou a inovar com a coleção de calçados de 2014; apresentando um conceito alternativo adaptado ao tradicional. Os clássicos pumps pretos mantiveram a cor de base, mas receberam aplicações de gemas, strass e pedras, pormenores que quebraram a monotonia, conferindo-lhes um ar juvial, contemporâneo e moderno, sem deixar de lado a elegância. As incrustrações pelo seu colorido, forma e disposição remetem-nos para as gemas preciosas tão características da arte e do traje bizantino.
Vanitas&Culture #58
Versatilidade para a marca é um ponto essencial, visto que a sua produção se destina à um público mais jovem do que o da marca Prada, por exemplo. Embora a MIU MIU esteja contantemente a pensar nas meninas-mulheres, que ainda têm uma vida social muito ativa, cada vez mais tem introduzido elegância nos sapatos que produz. O objetivo é conservar a energia das jovens e oferecer-lhes um produto versátil que também lhes possa ser útil em contexto profissional. Pela abordagem ousada e singular que tem apresentado, a MIU MIU tem se tornado cada vez mais a escolha favorita do público feminino. Quanto às estratégias de marketing e publicidade da marca, estas são inspiradas pela visão particular da MIU MIU em relação ao design, que alia conteúdos históricos à manifestações de arte variadas. Os fotógrafos são, também, delicadamente escolhidos, tendo preferência os que defendem e trasmitem uma mensagem vanguardista através do seu trabalho. Todo este conjuntode fatores contribui para que as campanhas da MIU MIU seja uma das mais aguardadas a cada nova temporada. Mais do que campanhas publicitárias, a tentativa é definir um estilo fluído e legítimo que aborda, inclusivamente, questões contraditórias da feminilidade moderna, passando pelo andrógino.
2014
Cheap &Chic
88€ Sandálias, TopShop Preto Camurça Incrustações de jóias no tacão Altura do salto aproximadamente de 4.5cm 100% Têxtil
Vanitas&Culture #60
2,190€ Sandálias, Lanvin Couro metálico Efeito cobra Incrustações de cristais no tacão Altura do salto aproximadamente de 10cm
Art-Ă porter 1.
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1. Sandálias TopShop 2014, 88€ 2. Vestido Oscar de la Renta 2014, 2,400€ 3. Blusão Givenchy 2014, 890€ 4. Colar Parfois 2014, 9,99€ 5. Sandálias TopShop 2014, 88€ 6. Vestido Lanvin 2014, 4,985€ 7. Pulseira Lanvin 2014, 1,145€ 8. Capa IPhone 4 TopShop 2014, 25€ Vanitas&Culture #63
Créditos Capa: Campanha publicitária, Dolce&Gabbana 2014
Pág. 35: http://thesuperslice.com/wp-content/uploads/2013/01/alexander-mcqueen-pre-fall-2013-06_110139542497.jpg, http://25.media.tumblr. Pág. 4: http://partnouveau.com/?p=734, Part Nouveau com/25d0e7b592facf7fd12ab3b88eac7f5a/tumblr_mmuylbgQD31spsPág. 6: http://missowl.com/wp-content/uploads/2014/01/Worth-.jpg fb5o2_1280.jpg, http://thesuperslice.com/wp-content/uploads/2013/01/ Pág. 7: http://mundo52.com/life-style/chanel-historia-de-un-estilo, Cocoalexander-mcqueen-pre-fall-2013-23_110151874217.jpg, http://bloChanel; http://www.chatelaine.com/wp-content/uploads/2012/12/Grace-Cod- gs-images.forbes.com/janelee/files/2013/01/alexander-mcqueen-predington-and-Anna-Wintour-front-row-Jan-12-p125.jpg, Anna Wintour e Grace -fall-2013-25_110153777926.jpg, http://thesuperslice.com/wp-content/ Coddigton; http://www.shopshela.com/wp-content/uploads/2014/03/karl-lauploads/2013/01/alexander-mcqueen-pre-fall-2013-22_110151653601.jpg, gerfeld-1.jpg, Karl Lagerfeld Alexander McQueen Pre Fall 2013 Pág. 8/9: http://metrouk2.files.wordpress.com/2013/03/ay104553314milan-iPág. 36: http://www.celebitchy.com/wp-content/uploads/2014/05/ taly-fe.jpg wenn21320414.jpg Pág. 10: http://2.bp.blogspot.com/-vFtaQaQSKyE/UWRcthJkREI/AAAAAAAA- Pág. 37: http://static1.purepeople.com/articles/7/14/08/57/@/1460521-moCRU/ZFkrBeXuC-g/s1600/2+ANTES+DO+TEXTO.jpg, Mosaico da Imperatriz nica-bellucci-and-guest-attend-the-950x0-1.jpg; http://cdni.condenast. Teodora em Ravena; BARSALI, Isa Belli - Medieval Goldmith’s Work 71 Plates in co.uk/1280x1920/g_j/janelle-monae-vogue-6may14-pa_b.jpg Full Color. 1ª ed. Paul Hamlyn, 1969. Pág. 38: site oficial Dolce&Gabbana, campanhas publicitátias Inverno 2014/15; Pág. 12: http://www.vogue.co.uk/fashion/autumn-winter-2011/ready-to-wear/ Texto base: pág. 229 e 241 ECO, Umberto - Idade Média: Bárbaros, cristãos e chanel-pre, Chanel Byzance Pre Fall 2011 muçulmanos, 1ª edição, Milão, Dom Quixote, 2010 Pág.24: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0f/Buskin_(PSF). Pág. 39: site oficial Dolce&Gabbana, campanhas publicitátias Inverno 2014/15; jpg, ilustração de buskins; http://upload.wikimedia.org/wikipedia/comTexto base: pág. 241 e 243 ECO, Umberto - Idade Média: Bárbaros, cristãos e mons/3/3c/Rote_Loafer_Papst_Benedikt.jpg, loafers papais muçulmanos, 1ª edição, Milão, Dom Quixote, 2010 Pág. 25: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3e/Chopine_ Pág. 40: http://cdni.condenast.co.uk/1280x1920/s_v/Vogue-July-11_b.jpg, (PSF).jpg, ilustracção chopine Capa Vogue 2011; http://www.bloginvoga.com/wp-content/uploads/2012/01/ Pág. 26: FASHION The Ultimate Book of Costume and Style, Dorling Kindersley Bianca-Balti-Vogue-Japan-March-2012-01.jpg, Capa Vogue 2012 Publishers Ltd, 2012; http://1.bp.blogspot.com/-0tF4lcB91j4/US6Q2XPNuaI/ Pág. 41: http://www.designscene.net/wp-content/gallery/092012/scarlettAAAAAAAAPYQ/aXh9GjvIWi8/s1600/_VIE4820-horz.jpg, Dolce & Gabbana -johansson-vogue-russia-october-2012-01.jpg, Capa Vogue 2012; http://weaAW13/14; http://media-cache-ec0.pinimg.com/236x/05/a0/86/05a086d46e- resodroee.files.wordpress.com/2013/08/scarlett-johansson-by-karl-lagerfeld90ff441b066dc0a8e27af0.jpg, Calçado do Sacro Imperador Romano, c. 1220; -for-harpers-bazaar-australia-september-2013.jpeg http://2.bp.blogspot.com/_VDf7fmqtjts/S8_GmSOXa0I/AAAAAAAAAOg/ Pág. 42: http://www.gotceleb.com/wp-content/uploads/celebrities/scarletDIZL8ixQKzk/s1600/315-10-03_20100415_1209.jpg ,Alexander McQueen t-johansson/vogue-russia-magazine-2012/Scarlett%20Johansson%20-%20 AW10/11 Vogue%20Russia%202012-04.jpg Pág. 27: Peixoto, A. 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Pág. 63: http://www.parfois.com/index.php?pais=pt&id=51&idp=22572; W612N1115E2296S3652.download.original.jpg, Dolce & Gabbana Fall 2013 http://eu.topshop.com/en/tseu/product/shoes-485095/heels-485123/royalPág. 31: http://theheritagestudio.com/2013/02/25/dolce-gabbana-fallty-jewelled-heels-2959909?bi=1&ps=200; http://www.net-a-porter.com/pt/ -2013-bizantine-mosaics-inspiration/ en/product/403319; http://www.net-a-porter.com/pt/en/product/431875; Pág. 32: http://irenebrination.typepad.com/.a/6a00e55290e7c4883301a73d7fab74970d-800wi, http://la-pulcinella.com/wp-content/uploIlustrações: FASHION The Ultimate Book of Costuads/2014/02/1907741_10150450368259977_818352496_o-800x533.jpg, me and Style, Dorling Kindersley Publishers Ltd, 2012 Dolce & Gabbana AW 14/15 Pág. 33: http://assets.instyle.co.uk/instyle/live/styles/article_landscape_600_ wide/s3/galleries/14/02/Dolce%20e%20Gabb%20RF14%205065.jpg?itok=fEEROPW0, http://assets.instyle.co.uk/instyle/live/styles/article_landscape_600_wide/s3/galleries/14/02/Dolce%20e%20Gabb%20RF14%20 5096.jpg?itok=MWOgdXof, http://assets.instyle.co.uk/instyle/live/styles/ article_landscape_600_wide/s3/galleries/14/02/Dolce%20e%20Gabb%20 RF14%205242.jpg?itok=xmFybQUp, http://2.bp.blogspot.com/-TV2BuL8iklw/ Uwp1Psw47JI/AAAAAAAAF6U/Bw72uVrQf4A/s1600/DOLCE27.JPG, Dolce & Gabbana AW 14/15 Pág. 34: http://heycrazy.files.wordpress.com/2010/03/mcqueenaw10-11.jpg, http://www.karenruimy.com/blog/wp-content/uploads/2012/04/AlexanderMcQueenFall2010R7.jpg, http://4.bp.blogspot.com/-DpRl0PCjafQ/T9YNfdjcNsI/ AAAAAAAAAg0/IvIR1tiuQZc/s1600/alexandermcqueenfall2010r9.jpg, Alexander McQueen AW 10/11
Próxima edição
“ There is nothing new except what has been forgotten. ”
@2014
“ Não é a satisfação da vontade que é a causa do prazer (...) mas é o facto de que a vontade quer ir mais longe e tornar-se senhora do que se encontra sobre o seu caminho. O sentimento de prazer reside precisamente na insatisfação da vontade, na incapacidade da vontade para sem adversário e resistência. ”
Nietzsche, La Volonté de Puissance