Estimado Sr Presidente da CMMC, Dr. Manuel Moreira, Caro Sr Presidente da Assembleia de Freguesia de VBB, Manuel António Azevedo, Queridos Colegas de Executivo, Fátima e António, Senhoras e Senhores Deputados da Assembleia de Freguesia Vila Boa do Bispo, Prezadas Senhoras e Prezados Senhores Convidados, Meus conterrâneos Vilaboenses, Marcoenses e Comunicação Social.
É com um enorme orgulho que a JFVBB vos recebe neste dia tão especial para todos nós. É para o executivo desta junta uma fonte de inspiração e motivação contar com as vossas presenças e com os vossos contributos para este simbólico momento que pretende unir toda esta mole humana em torno da identidade Vilaboense. Os vossos rostos, com mais ou menos rugas, reflexo de maior ou menor experiência, com mais ou menos cicratizes, espelho das lutas e disputas que vos trouxeram até aqui, são alguns dos que mais enobrecem esta singela freguesia e é por isso para nós uma satisfação, sincera e sentida, contar convosco neste solene momento da nossa história coletiva. A todos vocês um genuíno “MUITO OBRIGADO” pela vossa presença, disponibilidade e envolvência na vida coletiva da nossa freguesia.
“Ego Rex Afonsu Henrique facio cautum ommi Conventui Sanctae Maria Villa Bonae Domino Egea Priori, ejus fratri Magistro D. Munnioni, istud facio pro multo servitio, quod mihi facistis.”
Datadas de 12 de Fevereiro de 1141, estas são as palavras que estão na génese daquilo que viria a ser Vila Boa do Bispo. Na página 141 da obra “Descrição Histórica” da autoria do Padre Aguiar está bem patente a referência ao documento que constitui a base para a atribuição da Carta de Couto ao convento onde pernoitou D. Afonso Henriques, o Convento de Santa Maria de Valboa. O autor refere que “D. Afonso I visitou, pois, este convento, onde se demorou alguns dias e nele fez uma confissão geral. Grato à maneira fidalga como foi recebido, nessa mesma data, 12 de Fevereiro de 1141, o COUTOU, sendo o seu Prior, por eleição do povo, juíz ordinário no cível e os escrivães eram os mesmos do concelho de Bem-Viver”.
O tempo encarregou-se de trazer consigo episódios, alguns deles assinalados pelo muito estimado António Duarte Pinto há momentos, e incidências que, subliminarmente acumuladas, foram forjando ao longo dos tempos o ADN desta “Gente modesta ou pobre, mas sempre humilde;”. Gente que “Só quem, como nós, viveu e conviveu em Vila Boa do Bispo, sabe e ganhou jus a falar das pessoas desta terra”, “ gente não só trabalhadeira mas também esforçada; gente que, mesmo na incomodidade do seu viver é briosa. Briosa no varrer da cozinha térrea (…). Briosa no estrumar da “necessária” (=retrete) (…). Briosa no limpar das teias de aranha (…). Briosa no lavar e coser da roupa (…).” Onde o “Homem se levanta antes do cantar do galo, para mugir a vaca, para arar a terra, para sobreviver.”.
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Minhas senhoras e meus senhores assim NASCEU VILA BOA DO BISPO.
É esta gente briosa, esta gente com orgulho de ostentar os calos do árduo trabalho, esta gente com vontade de ver maiores dias para que sejam mais produtivos, esta gente que olha nos olhos todo e qualquer desafio para que fique bem claro que não há medo de o enfrentar, esta gente que nunca esconde as suas humildes raízes e até as demonstra com orgulho… É esta a gente de Vila Boa do Bispo. É esta a gente que todos os dias me faz afirmar com orgulho que esta é a minha terra, está a minha casa e este é o cantinho do mundo a que pertenço. É esta a gente que devemos saber reconhecer, que devemos saber admirar e respeitar e que devemos saber agradecer e valorizar. Esta é a alma de Vila Boa do Bispo, esta é a alma dum território que sem a sua gente não seria mais que um belo prado escadeado, gentilmente banhado pelo Tâmega. É esta alma que dá uma dimensão mais que terrena e mais que física ao topónimo “Vila Boa do Bispo”. É esta alma que a Junta de Freguesia quer que perdure, que nunca se esbata pelo avançar das estações do ano nem se desvaneça com o esfriar do inverno ou a chuva regeneradora da primavera. É a esta alma e aos vilaboenses que lhe dão corpo que queremos prestar a nossa homenagem, ano após ano, para que os bons exemplos nunca caiam em esquecimento, para que as gerações vindouras nunca esqueçam que o futuro que têm pela frente está alicerçado no nosso glorioso passado. Permitam-me que, antes de avançar, vos peça uma salva de palmas muito especial para duas pessoas que ajudam, de forma diária, a que nunca se perca a memória coletiva daquilo que somos, para que saibamos sempre de onde viemos e, com isso, melhor interpretar o caminho que temos a percorrer. Cada uma da sua forma e do seu muito pessoal jeito, mas sempre com a nossa história em mente, estas são duas pessoas que deram e irão continuar a dar impulsos decisivos à nossa terra. Seja através de obras literárias magistralmente redigidas ou através de contínuos esforços de divulgação da nossa história e património, estas duas pessoas fazem com que todos os dias a alma de Vila Boa do Bispo viva e cresça mais um pouco. Peço-vos, portanto, minhas e meus senhores, um forte aplauso para estas duas pessoas que hoje nos honram com a sua presença, o António Duarte Pinto e a Professora Emília Monteiro.
Muitas e diversas pessoas, mais ou menos, ilustres haveria a distinguir na nossa comunidade. Nunca o critério será feito pelo grau de parentesco ou pela proximidade que existe a qualquer membro do executivo. A Junta de Freguesia tem o dever de ser, em si mesma, um referencial de integridade, de responsabilidade, de igualdade e de justiça. Nós somos a face mais próxima e talvez a mais visível dessa enorme estrutura abstrata a que chamamos “Estado” que nada mais é que o conjunto de todos os cidadãos portugueses. E, portanto, enquanto fieis depositários dessa responsabilidade queremos também nós fomentar a elevação, a valorização e o reconhecimento dos melhores exemplos, de entre nós, de disponibilidade, de prestabilidade, de solidariedade e de integridade. Queremos ajudar a destacar aqueles que consideramos como modelos de referência para que as suas atitudes, os seus gestos e as suas posições possam ser considerados na educação de gerações futuras. Agora, sejamos muito claros, não vamos, em dia algum de ano ou século algum, homenagear o cidadão perfeito. Esse, minhas e meus senhores, não existe. Todos o sabemos, a maioria sabê-lo-á até melhor que eu. De hoje em diante queremos dar espaço aos homens e mulheres que, sendo
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Queria, por fim, deixar um agradecimento muito especial a todos os elementos dos diferentes grupos corais da nossa freguesia que nos proporcionaram um momento arrepiante, fazendo deste hastear de bandeiras, um hastear de bandeiras único no mundo. É para nós um privilégio e uma honra poder contar com tantos grupos corais na nossa freguesia, tão afinados e tão prontamente disponíveis a ajudar nas iniciativas da Junta de Freguesia. Um bem haja a todos vós e, permitam-me que personalize pois o seu esforço foi notório, um agradecimento à Isabel Cruz e ao professor Carlos Nunes, um vilaboense imediatamente adotado como nosso, pela preparação e ensaio desta excelente performance.
de carne e osso e, inerentemente pecadores, procuraram elevar-se e fazer do seu tempo, do seu talento ou dos seus recursos o tempo, o talento ou os recursos de todos nós. E por isso, A Junta de Freguesia foi unânime em prestar homenagem a todos aqueles que dedicaram consideráveis fatias do seu tempo a servir a causa pública. Colocando, sem pestanejar, a sua vida pessoal de parte para que o seu tempo seja dedicado a melhorar o bem-estar comum das gentes de Vila Boa do Bispo. Todos os meus antecessores fizeram as suas opções, nem todas acertadas, mas souberam fazer o melhor uso possível da responsabilidade e decidir no melhor interesse da nossa freguesia. A todos eles devemos também o facto de terem feito de Vila Boa do Bispo uma das freguesias do concelho com melhores índices de qualidade de vida, com infraestruturas que fazem inveja a muitos vizinhos nossos, com uma dinâmica associativa pujante e com um respeito pelos valores da cultura que nos levam a ostentar, orgulhosamente, o epíteto de Capital da Cultura do concelho de Marco de Canaveses. Saibamos estar à altura dos seus feitos e saibamos reconhecer o mérito que lhes é devido. A todos os anteriores presidentes de junta de freguesia quero pedir-vos, minhas senhoras e meus senhores, um caloroso aplauso. Mas o exemplo de serviço à causa pública não se esgota nos meus antecessores. A homenagem que hoje aqui prestamos não é apenas aos líderes dos sucessivos executivos da Junta de Freguesia de Vila Boa do Bispo. Esta é uma homenagem que se estende a todos os seus secretários e tesoureiros. Estes foram, como em qualquer equipa, a estrutura inabalável e a pedra basilar para o trabalho que se foi desenvolvendo ao longo das últimas décadas na nossa freguesia. O reconhecimento deve ir também para estas senhoras e senhores que dedicaram também o seu tempo à causa que todos nos une: “Vila Boa do Bispo”. Estes senhores, muitas vezes esquecidos e raramente lembrados são também eles exemplos daquilo que de melhor podemos reter da alma vilaboense: trabalho, dedicação, brio e perseverança. Para todos eles, para que nunca caiam no nosso esquecimento e sejam sempre lembrados como grandes vilaboenses, o meu sincero obrigado, em nome de toda a Junta de Freguesia. Vocês são um orgulho para todos nós. Esta homenagem é singela, até medíocre perante tantos desafios e exigências que a vida política vos apresentou mas, acreditem, é sincera, é humilde e é, acima de tudo, genuína. Com esta valorização destes nossos irmãos e irmãs da nossa terra, esta Junta de Freguesia quer também que fique clara uma coisa:
O DIA DA FREGUESIA DEVERÁ, PARA SEMPRE, SER UM DIA DE COMEMORAÇÃO DOS NOSSOS ANTEPASSADOS FAMILIARES, DE TODOS OS DIAS QUE PASSARAM A EDUCAR-NOS E TRANSMITIR-NOS UM POUCO DO SEU SER, MAS, ACIMA DE TUDO, DEVERÁ SER UM DIA DE COMEMORAÇÃO DO NOSSO LAÇO DE UNIÃO, ENQUANTO
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QUE ESTE SEJA PARA SEMPRE UM DIA DE UNIÃO, SEM CORES POLÍTICAS, SEM GUERRILHAS PESSOAIS OU INSTITUCIONAIS POR RESPEITO A TODOS AQUELES QUE FIZERAM DE NÓS AQUILO QUE SOMOS HOJE. QUE NO DIA DA FREGUESIA SAIBAMOS ELEVAR O NOSSO CARÁTER E FAZER DESTA DATA, FAZER DO MOMENTO EM QUE NOS FIZEMOS VILA BOA DO BISPO, HÁ 873 ANOS ATRÁS, UM MOMENTO DE ORGULHO, FRATERNIDADE E UNIÃO E RECONHEÇAMOS QUE TODO O NOSSO TRABALHO PARA O BEM COMUM, SEJA EM QUE CONTEXTO FOR (ASSOCIAÇÃO, CLUBE, IPSS, EMPRESA, VOLUNTARIADO, ETC), É UM PEQUENO GRÃO DE AREIA, UM HUMILDE MAS VALIOSO CONTRIBUTO PARA UM BEM MAIOR. ACIMA DE TUDO E TODOS, QUE ESTEJA SEMPRE VILA BOA DO BISPO.
SERES VIVOS QUE ENCERRAM EM SI A COMBINAÇÃO ÚNICA E FULGURANTE DAQUILO QUE A TODOS NOS UNE: A ALMA DO POVO DE VILA BOA DO BISPO. Minhas senhores e meus senhores, caríssimas convidadas e convidados, com estas palavras termino a minha intervenção, não me querendo alongar mais para que possamos reconhecer publicamente as pessoas que tanto nos deram e, estou certo, muito mais nos continuarão a dar. A Junta de Freguesia é e será sempre o primeiro e maior defensor dos superiores interesses dos vilaboenses e das instituições desta terra. Este é apenas uma gesto simbólico que, esperemos, contribua para que aqueles que mais respeitamos e apreciamos nunca caiam no esquecimento. Que os gestos, por muito insignificante que possam parecer, que nos orgulham de dizer “aquele senhor é meu pai”, aquela senhora é a nossa diretora ou aqueles senhores ali são de Vila Boa do Bispo, nunca sejam branqueados pela falta de memória coletiva.
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Minhas senhores e meus senhores, obrigado a todos pela vossa atenção e pela vossa presença, hoje todos vocês ajudaram a fazer da ALMA VILABOENSE um património imaterial mais forte que pulsa com maior intensidade no coração de cada um de nós. Obrigado por fazerem sentir, a mim e a todos nós, que esta é a nossa casa.
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