CURADORIA DA COMENDA MILTON SANTOS Paulo Gabriel Soledade Nacif Pola Ribeiro
SUMÁRIO
1
APRESENTAÇÃO DO DIVERSIFICA
6
2
A COMENDA MILTON SANTOS’
9
3
MILTON SANTOS E SÉCULO XXI: contribuição secular para a compreensão geográfica e do mundo
10
4
A ATUALIDADE DO PENSAMENTO DE MILTON SANTOS PARA O CAMPO DA CULTURA
12
5
DEFICIENTES CÍVICOS
14
6
COMISSÃO JULGADORA 2018
18
7
BEL BORBA: criador da obra símbolo da comenda
20
8
OS HOMENAGEADOS
23
9
O DIA DA ENTREGA
28
10
UNIVERÃO – LAURO: O AMBIENTE DA CERIMÔNIA DA 1ª. EDIÇÃO DA COMENDA MILTON SANTOS
34
APRESENTAÇÃO DO DIVERSIFICA
O Observatório Nacional da Inclusão e Diversidade na Educação – DIVERSIFICA se constitui em um núcleo de estudos constituído por uma rede de docentes e pesquisadores de universidades federais, com sede na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que visa o diálogo entre o cotidiano da educação (pública e privada) desenvolvida no Brasil e a produção acadêmica universitária, de modo a dinamizar a reflexão das temáticas. A criação e desenvolvimento do Observatório Nacional da Inclusão e Diversidade na Educação – DIVERSIFICA decorre de um interesse recíproco da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB e do Ministério da Educação - MEC de maneira a promover a equidade na educação e o conhecimento necessário para que ela ocorra. A estratégia de funcionamento do Observatório Nacional da Inclusão e Diversidade na Educação – DIVERSIFICA propõe-se a: a) Incentivar a Produção Teórica (livros, artigos, relatos de experiências e outros); b) Organizar Estatísticas e Informações sobre práticas educacionais voltadas para a diversidade e a inclusão; c) Divulgar e disseminar a produção acadêmica e das práticas (por meio de uma plataforma na internet, da realização de eventos, discussões, encontros, debates) como o objetivo de articulação das políticas de diversidade e inclusão. d) Promover programas de Extensão Universitária e integração Universidade/Escola. e) Articular uma rede colaborativa que possa fortalecer iniciativas na área de ensino (graduação e pós-graduação), pesquisa e extensão. f) Democratizar e ampliar o direito de acesso, on line, a informações e notícias sobre a temática educacional.
6
O objetivo geral do Observatório é estabelecer um espaço inter e transdisciplinar de interação com base no ensino, pesquisa e extensão, que promova o monitoramento da evolução de políticas públicas, a formação de recursos humanos e a produção e sistematização de conhecimento na área da inclusão e diversidade na educação e da educação para a diversidade e inclusão. Entre os Objetivos Específicos podemos destacar: Produção teórica a) Fortalecer e ampliar programas de pós-graduação e redes de pesquisa no país e no exterior que tenham como eixo de investigação as temáticas da diversidade e da inclusão; b) Fomentar e articular o diálogo entre a comunidade acadêmica (pesquisadores), os gestores das políticas públicas e dos sistemas de ensino (municipal, estadual, federal e do Distrito Federal), a comunidade escolar e outros atores bem como de organizações envolvidas com os temas da diversidade e da inclusão. c) Promover estudos e pesquisas específicos relacionados com a temática da diversidade e da inclusão educacional. d) Realizar seleção de projetos e pesquisas relacionados aos diferentes níveis e modalidades da educação relativas às temáticas educacionais referentes à inclusão e diversidade na educação para premiações em âmbito nacional. Elaborar estudos estatísticos e organizar dados e informações na área e) Organizar uma plataforma com informações e dados estatísticos que permitam uma visão sempre atualizada dos impactos das políticas relacionadas com a diversidade e a inclusão no cenário educacional, no âmbito dos sistemas educacionais (municipal, estadual, federal e do Distrito Federal). Com isso, o observatório visa democratizar e ampliar o direito de acesso a informações e notícias sobre a temática da educação para a diversidade e inclusão.
7
f) Elaborar um glossário de termos relacionados com a diversidade e com a inclusão que permita a indexação de informações na base de dados textuais produzida. g) Integrar as pesquisas da plataforma proposta a outras plataformas intergovernamentais no Brasil e no exterior que tratem dos temas da diversidade e da inclusão. h) Contribuir com a geração de indicadores que permitam aos órgãos de controle do Estado avaliarem os esforços dos gestores na implantação de políticas públicas na área da educação, diversidade e inclusão (Ministério Público, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União, Tribunas de Contas de Estados e Municípios). Divulgação e disseminação i) Realizar reuniões periódicas com o objetivo de planejamento, gestão e acompanhamento das atividades do Observatório. j) Realizar eventos periódicos com objetivos formativos, de estudos, discussões e socialização de práticas relativas às temáticas educacionais sobre inclusão e diversidade na educação. Extensão Universitária k) Promover, em colaboração com os sistemas de ensino (municipais, estaduais e distrital) e com diferentes órgãos governamentais (municipais, estaduais e federais), o diálogo entre a comunidade acadêmica e a sociedade em geral, mobilizando, gestores, docentes, discentes e participantes da comunidade escolar sobre questões educacionais, culturais e ambientais relacionadas com a diversidade e a inclusão. l) Promover e incentivar a Responsabilidade Social estabelecendo parcerias com organizações não governamentais locais e internacionais. m)
Promover cursos aos graduandos da universidade, professores e gestores das redes
de ensino como oportunidade de disseminação do conhecimento acadêmico.
8
A COMENDA MILTON SANTOS A primeira edição da Comenda Milton Santos ocorreu no âmbito da Universidade de Verão 2018 e centros de ensino superior de diversas áreas de conhecimento, que foi promovido, de forma pioneira, pela Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas e apoiado por todas as instituições públicas de ensino superior do Estado da Bahia, no período de 15 a 21 de janeiro de 2018. A referida Comenda aconteceu no dia 18 de janeiro, no Auditório do Centro Pan-americano de Judô, às 20h, com o público de 240 pessoas e teve como principal objetivo homenagear personalidades nacionais ou estrangeiras que se distinguiram significativamente na atividade acadêmica, cultural, política e social ou que tenham contribuído, direta ou indiretamente, para o prestígio e engrandecimento do país e do estado, especialmente no desenvolvimento e valorização da inclusão e diversidade. Os homenageados ficaram honrados pelo reconhecimento e distinção que lhes foram dedicados e, no que lhes concernem, sentiram-se lisonjeados por terem suas trajetórias acadêmica, política e/ou social correlacionadas, de alguma forma, com o ilustre Geógrafo Milton Santos. A outorga da Comenda ficou sob a tutela do Observatório Nacional da Inclusão e Diversidade na Educação (DIVERSIFICA), Grupo de Pesquisa cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, certificado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB. Consideramos que essa instância acadêmica é capaz de proteger melhor os princípios dessa honraria.
9
MILTON SANTOS E SÉCULO XXI: contribuição secular para a compreensão geográfica e do mundo Milton Santos nasceu em 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúba - Bahia e faleceu em 2001 na cidade de São Paulo, em plena aurora do século XXI. Responsável pela produção de uma extensa obra que tinha duas finalidades: a primeira, de repensar o objeto de estudo da Geografia, ciência que estuda as relações sociais, econômicas e políticas na produção do espaço e que busca analisar os aspectos espaciais da natureza e dela como recurso. A segunda finalidade era pensar e interferir no pensar da realidade brasileira e dos países denominados Terceiro Mundo e/ou subdesenvolvidos. Dentre tantos reconhecimento pelo trabalho de professor, pesquisador e geógrafo, ganhou o prêmio Vautrin Lud, em 1994, o de maior prestígio na área da Geografia. A contribuição de Milton Santos é inumerável, foi muito além do seu tempo. Seu trabalho no exterior (França, Estados Unidos, Tanzânia, dentre outros países) permitiu a ampliação de acesso aos autores, textos e pesquisadores que contribuíram para instrumentalizar o dom e a capacidade de estudar, analisar as mutações, os problemas e os grandes processos estruturais de dominação na estruturação do espaço. Negro e baiano, Milton Santos tornouse cidadão do mundo. Ao pensar a Geografia, partiu de uma capacidade crítica de traduzir o marxismo, sem ser ortodoxo e reformulou os métodos de desenvolvimento do pensamento crítico sem perder de vista as diferenças espaciais. A Geografia que compõe como instrumental para a produção de leituras de mundo, acaba por impor, de forma dominante, formas de compreensão da realidade e isso incomodava muito Milton Santos. Ao problematizar a Geografia, estava problematizando os olhares sobre os grupos sociais subalternos, sobre as formas de dominação e de exercício do poder através do espaço e as formas de invisibilidade produzidas pela globalização perversa e a globalização como fábula. Por que projetar a obra de Milton Santos para o século XX? Partimos da noção de século, de acordo com as perspectivas de Giácomo Marramao. O filósofo político relaciona o conceito de século ao conceito de secularização. O século não é um conjunto de datas, ou simplesmente uma periodização. A secularização é processo de projeção do futuro. De conseguir pensar e perceber a produção de ações e visões de mundo querem colonizar o futuro como forma de dominação do presente-futuro. Da mesma forma, a secularização permite perceber os projetos em disputa, que buscam desenhar e agir no futuro a partir do presente. O século, torna-se formato operacional, contexto espaço-temporal dessas disputas.
10
É o ambiente em totalização. Por isso, o século não é somente tempo, é espaço também porque o conjunto de fragmentações, tensões, disputas, contradições são espaciais e podem se tornar difusas por meio do meio técnico-científico informacional. Neste sentido, é que Milton Santos é pioneiro e geógrafo que está além do seu tempo, ao contribuir na compreensão do tempo-espaço que se faz. Ao problematizar a natureza do espaço geográfico, está ele problematizando a própria geografia, as ciências humanas e a filosófica e problematizando, portanto, as leituras do mundo, as leituras sobre o mundo. Com o processo democrático brasileiro, em meados dos anos 1980 comemorávamos o fim da Ditadura Militar, mas Milton Santos já apontara para a tendência crescente da “Ditadura do Dinheiro”, e essa ditadura, atrelada à dificuldade de projetar o futuro, Milton Santos demostrava as fragilidades do Estado, em todos os sentido da governança, incluindo a dimensão da Globalização como perversidade e como fábula, quer seja na dimensão instrumental das redes e objetos, por meio das tecnologias de informação, dos sistemas globais, a aceleração do fluxo de dinheiro, pessoas, objetos e ideias, levando a uma velocidade das ações e das inovações que mais alienam do que contribuem para a conscientização. Desse modo, a obra de Milton Santos, que é muito extensa, permite analisar outras tantas contribuições acerca da projeção do século XXI, mas pelos limites dessas páginas finalizo aqui e agradeço por poder fazer parte dessa homenagem tão linda da Universidade de Verão de Lauro de Freitas/Ba - Univerão 2018 a um dos maiores geógrafos de todos os tempos. Cátia Antônia da Silva Docente Associado - Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ.
11
A ATUALIDADE DO PENSAMENTO DE MILTON SANTOS PARA O CAMPO DA CULTURA Num momento em que o obscurantismo intelectual e o ambiente persecutório às políticas públicas para a cultura se alojam no discurso oficial do Estado brasileiro, a leitura e as ideias de Milton Santos afirmam sua atualidade. A lacuna deixada por este intelectual independente, outsider, como ele costumava definir sua atuação enquanto pensador que nunca se alinhou a grupos, movimentos ou partidos, se faz presente de forma abissal nos dias de hoje. Em 1999, já detectava a desestruturação da política no Brasil com a inexistência de um projeto conciliador entre os interesses da classe média e dos partidos e a inércia dos intelectuais, que segundo Santos, não estariam mais contribuindo com um conjunto de ideias para a política (SANTOS, 1999, p. 6). Dois anos antes, já denunciava o acovardamento dos intelectuais refugiados em “clãs e clubes de enturmamento” dentro das universidades no discurso O intelectual e a universidade estagnada (SANTOS, 1997, Online), proferido ao receber o título de professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Creio que estas duas observações nos oferecem vias consistentes para a análise do trágico itinerário que nos levou a este cenário fascistóide que se estabeleceu na política brasileira. A interdisciplinaridade e acuidade intelectual de Milton Santos, cuja obra se espraia por mais de 40 livros publicados em diversos idiomas, centenas de artigos em revistas científicas e jornais, possibilitam análises esteadas em diversas áreas do conhecimento das ciências humanas. Neste breve texto, vou voltar às lentes para a minha área de pesquisa, as políticas públicas para a cultura, e reter minha interlocução com o texto “Da cultura à indústria cultural”, publicado na Folha de S. Paulo, em 19 de março de 2000, portanto, há quase duas décadas atrás. Já nas suas primeiras linhas, o autor traz para o debate um tema que nos anos seguintes entraria na pauta do Ministério da Cultura, sobretudo na gestão de Gilberto Gil, mas que até então era pouco debatida pela pasta, a ideia ou o conceito de cultura a ser adotado no Brasil. Até o ano de 2002, a concepção de cultura incorporada pelo Ministério da Cultura, portanto, a ideia de cultura oficial do país, era a de cultura enquanto “belas artes”, com suas metas e políticas voltadas para as “artes clássicas” e a indústria cultural (pintura, música, cinema, escultura), enquanto as manifestações culturais populares (capoeira, festas tradicionais, samba de roda, etc.) eram amontoadas numa prateleira com a tarja “folclore”, petrificadas em um passado idealizado e convenientemente atrasado, sem contradições, rústico e primitivo, portanto, distante dos cultuados bons modos civilizados. Santos chama a atenção para a ideia de cultura enquanto “manifestação coletiva que reúne heranças do passado, modos de ser do presente e aspirações, isto é, o delineamento do futuro desejado” (SANTOS, 2000, p. 18) e se aproxima do conceito de cultura desenvolvido pelo idealismo alemão
12
no século XIX, que busca nas especificidades de um povo a sua ideia de cultura e propõe a pluralização do termo: “culturas”. Esta operação vai ganhar relevo nas gestões Gil-Juca (20032010), com a adoção de um conceito antropológico de cultura, mas perde sua essência ainda nas gestões de Ana de Hollanda (2011-2012) e Marta Suplicy (2012-2014), para entrar num ocaso que remete aos anos que precedem o governo FHC, quando a pasta era “rifada” entre nomes que sequer militavam na área e convivia com um rodizio de ministros e a constante ameaça de extinção. Ao reivindicar um conceito plural de cultura, que se manifesta pelas mais diversas formas de expressão da criatividade humana, não só pelas chamadas ”belas-artes”, Milton Santos está advertindo sobre os incontornáveis perigos e armadilha que a sedutora e rentável indústria cultural impõe àqueles que a abraçam e se tornam meros fornecedores de commodities e insumos culturais. Quando a cultura se torna apenas um “bom negócio”, slogan da política cultural do governo FHC, nos leva a ilusão de servir a valores que na verdade estão sendo negados. O que, não raro, tornam seus produtos culturais anedotas e caricaturas de si próprios, sempre se medindo de acordo com o olhar “dito cosmopolita, de forma a atender aos propósitos de lucro dos empresários culturais. Mas cosmopolitismo não é forçosamente universalismo e pode ser apenas servilidade a modelos e modas importados e rentáveis” (SANTOS. 2000, p. 18). Ao jogar para debaixo do tapete toda a responsabilidade de uma epistemologia crítica, esta operação leva ao distanciamento cada vez maior dos produtores, artistas e intelectuais daqueles que deveriam ser os fins principais de uma política pública para a cultura: o acesso universal aos bens produzidos com recursos públicos e a produção de bens culturais enquanto instrumentos para a formação de seres humanos melhores. Envoltos em “cortinas de fumaças” criadas pela sedução do capital, que mede o valor de uma obra ou artista pelo resultado imediato ou pelo sucesso apenas mercantil, ou mesmo pelos discursos de gestores embevecidos com um “economismo” infrutífero que glorifica os valores adicionados pela cadeia produtiva e os impostos gerados pelo setor, os produtores culturais tornam-se estrategistas, cujas metas se concentram mais em seduzir os “rajás do capital e os mandarins da administração” (KURZ, 1998, p.4) do que atingir o público e as propostas artísticas do projeto. Enquanto os artistas se tornam garotos propagandas empunhando as marcas das empresas patrocinadora, tal qual os bobos da corte e os vassalos na era medieval, ajoelhando-se aos pés dos senhores da pósmodernidade: as marcas dos conglomerados internacionais. Ao final, Milton Santos convoca o Ministério da Cultura e, na sua falta, as universidades públicas para o enfrentamento deste problema urgente: a entrega do futuro do “trabalho intelectual em geral e das tarefas especificamente culturais em particular” às leis do mercado. Tudo que foi dito neste texto é de uma atualidade estarrecedora, afinal, há mais de 19 anos atrás uma das nossas mentes mais brilhantes já nos havia advertido e reivindicado o debate. Hoje, o Ministério da Cultura foi destituído com pouca ou quase nenhuma reação da sociedade e as universidades públicas passam por um momento de cortes de verbas para a pesquisa e de possíveis intervenções no seu reitorado. Tomando de empréstimos as palavras de Milton Santos: “Não dá mais para fazer de conta que o problema não existe” (SANTOS, 2000, p.18). Sandro Santana Escritor, produtor cultural e Doutor em Cultura e Sociedade pela UFBA.
13
OS DEFICIENTES CÍVICOS1 Milton Santos
Em tempos de globalização, a discussão sobre os objetivos da educação é fundamental para a definição do modelo de país em que viverão as próximas gerações. Em cada sociedade, a educação deve ser concebida para atender, ao mesmo tempo, ao interesse social e ao interesse dos indivíduos. É da combinação desses interesses que emergem os seus princípios fundamentais e são estes que devem nortear a elaboração dos conteúdos do ensino, as práticas pedagógicas e a relação da escola com a comunidade e com o mundo. O interesse social se inspira no papel que a educação deve jogar na manutenção da identidade nacional, na ideia de sucessão das gerações e de continuidade da nação, na vontade de progresso e na preservação da cultura. O interesse individual se revela pela parte que é devida à educação na construção da pessoa, em sua inserção afetiva e intelectual, na sua promoção pelo trabalho, levando o indivíduo a uma realização plena e a um enriquecimento permanente. Juntos, o interesse social e o interesse individual da educação devem também constituir a garantia de que a dinâmica social não será excludente. Em todos os casos a sociedade será sempre tomada como um referente, e, como ela é sempre um processo e está sempre mudando, o contexto histórico acaba por ser determinante dos conteúdos da educação e da ênfase a atribuir aos seus diversos aspectos, mesmo se os princípios fundamentais permanecem intocados ao longo do tempo. Foi dessa forma que se deu a evolução da ideia e da prática da educação durante os últimos séculos, paralelamente à busca de formas de convivência civilizada, alicerçadas em uma solidariedade social cada vez mais sofisticada. As modalidades sucessivas da democracia como regime político, social e econômico levaram, no após guerra, à socialdemocracia. A história da civilização se confundiria com a busca, sempre renovada, e o encontro das formas práticas de atingir aqueles mencionados princípios fundamentais da educação, sempre a partir de uma visão filosófica e abrangente do mundo. Esse esforço, para o qual contribuíram filósofos, pedagogos e homens de Estado, acaba por erigir como pilares centrais do sistema educacional: o ensino universal (isto é, concebido para atingir a todas as pessoas), igualitário (como garantia de que a educação contribua a eliminar desigualdades), progressista (desencorajando preconceitos e assegurando uma visão de futuro).
1
Matéria publicada na Folha de São Paulo (Caderno Mais!) de 24/1/1999
14
Daí, os postulados indispensáveis de um ensino público, gratuito e leigo (esta última palavra sendo usada como sinônimo de ausência de visões particularistas e segmentadas do mundo) e, dessa forma, uma escola apta a formar concomitantemente cidadãos integrais e indivíduos fortes. Aliás, foram essas as bases da educação republicana, na França e em outros países europeus, baseada na noção de solidariedade social exercida coletivamente como um anteparo, social e juridicamente estabelecido, às tentações da barbárie. A globalização, como agora se manifesta em todas as partes do planeta, funda-se em novos sistemas de referência, em que noções clássicas, como a democracia, a república, a cidadania, a individualidade forte, constituem matéria predileta do marketing político, mas, graças a um jogo de espelhos, apenas comparecem como retórica, enquanto são outros os valores da nova ética, fundada num discurso enganoso, mas avassalador. Em tais circunstâncias, a ideia de emulação é compulsoriamente substituída pela prática da competitividade, o individualismo como regra de ação erige o egoísmo como comportamento quase obrigatório, e a lei do interesse sem contrapartida moral supõe como corolário a fratura social e o esquecimento da solidariedade. O mundo do pragmatismo triunfante é o mesmo mundo do "salve-se quem puder", do "vale-tudo", justificados pela busca apressada de resultados cada vez mais autocentrados, por meio de caminhos sempre mais estreitos, levando ao amesquinhamento dos objetivos, por meio da pobreza das metas e da ausência de finalidades. O projeto educacional atualmente em marcha é tributário dessas lógicas perversas. Para isso, sem dúvida, contribuem: a combinação atual entre a violência do dinheiro e a violência da informação, associadas na produção de uma visão embaralhada do mundo; a perplexidade diante do presente e do futuro; um impulso para ações imediatas que dispensam a reflexão, essa cegueira radical que reforça as tendências à aceitação de uma existência instrumentalizada. É nesse campo de forças e a partir dessa caldo de cultura que se originam as novas propostas para a educação, as quais poderíamos resumir dizendo que resultam da ruptura do equilíbrio, antes existente, entre uma formação para a vida plena, com a busca do saber filosófico, e uma formação para o trabalho, com a busca do saber prático. Esse equilíbrio, agora rompido, constituía a garantia da renovação das possibilidades de existência de indivíduos fortes e de cidadãos íntegros, ao mesmo tempo em que se preparavam as pessoas para o mercado. Hoje, sob o pretexto de que é preciso formar os estudantes para obter um lugar num mercado de trabalho afunilado, o saber prático tende a ocupar todo o espaço da escola, enquanto o saber filosófico é considerado como residual ou mesmo desnecessário, uma prática que, a médio prazo, ameaça a democracia, a República, a cidadania e a individualidade.
15
Corremos o risco de ver o ensino reduzido a um simples processo de treinamento, a uma instrumentalização das pessoas, a um aprendizado que se exaure precocemente ao sabor das mudanças rápidas e brutais das formas técnicas e organizacionais do trabalho exigidas por uma implacável competitividade. Daí, a difusão acelerada de propostas que levam a uma profissionalização precoce, à fragmentação da formação e à educação oferecida segundo diferentes níveis de qualidade, situação em que a privatização do processo educativo pode constituir um modelo ideal para assegurar a anulação das conquistas sociais dos últimos séculos. A escola deixará de ser o lugar de formação de verdadeiros cidadãos e tornar-se-á um celeiro de deficientes cívicos. É a própria realidade da globalização -tal como praticada atualmente- que está no centro desse debate, porque com ela se impuseram ideias sobre o que deve ser o destino dos povos, mediante definições ideológicas sobre o crescimento da economia, como a chamada competitividade entre os países. As propostas vigentes para a educação são uma consequência, justificando a decisão de adaptá-la para que se torne ainda mais instrumental à aceleração do processo globalitário. O debate deve ser retomado pela raiz, levando a educação a reassumir aqueles princípios fundamentais com que a civilização assegurou a sua evolução nos últimos séculos -os ideais de universalidade, igualdade e progresso-, de modo que ela possa contribuir para a construção de uma globalização mais humana, em vez de aceitarmos que a globalização perversa, tal como agora se verifica, comprometa o processo de formação das novas gerações.
16
17
COMISSÃO JULGADORA 2018 COMPOSIÇÃO
Paulo Gabriel Soledade Nacif – É Professor Titular da UFRB e Coordenador do DIVERSIFICA. É Engenheiro agrônomo e concluiu o mestrado e o doutorado em Solos pela Universidade Federal de Viçosa. Foi Secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC), Reitor da UFRB e Secretário de Educação de Lauro de Freitas - Ba.
Luciana Alaíde Santana – Professora da UFRB e Vice Coordenadora do DIVERSIFICA, Nutricionista, Doutora em Ciências da Educação. Na UFRB foi coordenadora do Colegiado do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, Chefe de Gabinete do Reitor e Pró-Reitora de Graduação.
18
Pola Ribeiro – Comunicador, Mestre em Gestão Social, Cineasta, ex-secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, dirigiu diversos filmes, a exemplo de “O jardim das folhas sagradas” e “A lenda do Pai Inácio”, foi por sete anos diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (TVE e Rádio Educadora) e presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABEPEC).
Penildon Silva Filho – Comunicador Social, Doutor em Educação, exerce o cargo de Pró-Reitor de Ensino de Graduação e é Professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA); fundador da ONG Oficina de Cidadania, foi também Diretor Geral do Instituto Anísio Teixeira, órgão especial da Secretaria de Educação do Estado da Bahia e Secretário de Comunicação no Município de Vitória da Conquista na Bahia.
Idaci Ferreira da Silva - Possui graduação em Licenciatura Plena em Letras - Português e Inglês pela Universidade Estadual de Feira de Santana - (UEFS) e mestrado em Participação, Poder e Mudança Social - Universidade de Sussex. Atualmente é Coordenadora da Cidade Educadora da Secretaria Municipal de Educação de Lauro de Freitas - Ba.
19
BEL BORBA: criador da obra símbolo da comenda Para concepção e produção da estatueta a ser entregue aos homenageados, foi escolhido o artista plástico ALBERTO JOSÉ COSTA BORBA, conhecido por Bel Borba. O artista plástico Bel Borba nascido no ano de 1957 em Salvador, especializou-se em pintura, escultura (usando aço, madeira, pedra e fibra de vidro), e confecciona painéis de Mosaicos e Azulejos. Sua carreira reúne inúmeras exposições, individuais e coletivas, nacionais e internacionais. É autor de um grande número de obras em áreas e prédios públicas em Salvador e outras capitais. Sua carreira teve início na década de 70, quando em 1975 realizou a primeira exposição na Galeria Canizares com 60 trabalhos. Cinco anos depois faz uma individual no Rio de Janeiro. Na década seguinte passa a trabalhar também com criação de cenários para filmes e desenhos animados. Em 1988 começa a trabalhar com as esculturas. A Yemanjá grávida de uma Praça no Itaigara é desta época. A partir da década de 90 começam os trabalhos com mosaicos. No início da década atual, a cidade passa a conviver com a arte de Bel Borba através de mosaicos e esculturas em praças e encostas. As esculturas ultrapassaram as fronteiras do Brasil e em 2003, foram instalados, em Portugal quebra-molas com a figura de um homem estendido com braços abertos, durante a XII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira. No cenário internacional expôs ainda nos seguintes países: França, Itália, Suíça, Holanda, Alemanha, Argentina e Espanha. Admirador do etnólogo francês Pierre Verger homenageou-o em 2004, com a exposição Bel Borba de 40 para 2000, onde desenvolveu pinturas a partir de fotos de Verger. Fez também exposições individuais em homenagem a Glauber Rocha no Rio de Janeiro e na Bahia junto com o Centro Cultural Caixa Econômica e Raul Seixas no Museu de Arte Moderna na Bahia. Fez exposição no Museu Rodin Bahia com diversos elementos, dentre eles 18 esculturas feitas com escombros da Fonte Nova mereceram destaque, com peças que chegavam a pesar 7 toneladas. Recentemente, os cineastas americanos Burt Sun e Andre Costantini, impressionados com o processo criativo de Borba, fizeram um documentário sobre a rotina do artista e foi assim que Bel Borba ganhou reconhecimento para além da Baía de Todos os Santos. Sob a curadoria de Burt Sun, ele participou de 30 dias de intervenções artísticas pelas ruas de Nova York e teve seu trabalho exibido na Times Square. Este documentário tem duração de 1h e 20min e participará de diversos Festivais de Cinema Internacionais. O primeiro deles foi em San José, na Califórnia, nos EUA, de 4 a 8 de março de 2012. O segundo foi no Festival Internacional de Cinema de Boston, de 13 a 22 de abril de 2012.
20
O que determina a escolha do artista Bel Borba para a produção e confecção da estatueta da Comenda Milton Santos é exatamente o que diferencia sua obra dos demais artistas: a preocupação com a sustentabilidade, tais como:
Reaproveitamento de materiais que seriam descartados e respeito aos recursos naturais
(garrafas pet, fibra de vidro, retalhos de aço e sucata, dentre outros);
Estimulação do olhar ecológico no dia a dia, sensibilizando as pessoas a reaproveitarem tudo
que possa ser reutilizado;
Uso de materiais provenientes de locais e objetos que suscitam a memória afetiva dos
baianos: concreto derivado da implosão e demolição da Fonte Nova; madeira oriunda de fragmentos de saveiro, embarcação tradicional de carga na Bahia antiga;
Grandes intervenções urbanas;
Grande palco de suas exposições: espaço urbano.
21
Estatueta - Comenda Milton Santos por Bel Borba
22
OS HOMENAGEADOS COMPOSIÇÃO COMENDA MILTON SANTOS
Os agraciados pela comenda receberam como troféu uma obra de arte concebida pelo artista plástico baiano Bel Borba, que tem como diferencial o incentivo ao olhar ecológico no cotidiano, buscando sensibilizar as pessoas para o reaproveitamento de materiais que seriam descartados e pelo respeito aos recursos naturais, além do uso de materiais provenientes de locais e objetos que suscitam a memória afetiva dos baianos.
Maria Lucia de Santana Neves (Mameto Kamurici) – A Mameto (maior cargo do Candomblé Bantu) Lúcia tem como grande preocupação retirar os meninos e meninas da comunidade de Portão da situação de risco pessoal e social, ofertando aulas variadas de dança à inclusão digital, além de atividades para estimular a leitura com livros específicos sobre a história do povo negro, ressaltando aspectos de resistência, superando o lugar comum do negro escravizado e subjugado. Suas ações ajudaram a construir a Lei Griô Nacional. Em 2004, o terreiro tornou-se patrimônio cultural do estado da Bahia. Em seguida, foi criado o Ponto de Cultura Bankoma, onde se estrutura um bloco afro com o mesmo nome que desfila no Carnaval dando voz e visibilidade às produções da comunidade.
23
Nilza Nascimento Ferreira (Mãe Nilza D’Oxum) – Yalorixá do Terreiro Ilê Axé Yepandá Odé, da Nação Keto. Licenciada em Técnicas Agrícolas pela Faculdade de Formação de Professores de Santo Antônio de Jesus/Ba, lecionou Língua Portuguesa e Literatura Brasileira para o Ensino Médio. Hoje se dedica exclusivamente às atividades do Terreiro, na comunidade rural da Baixa do Morro no Recôncavo Baiano; desenvolve projetos de valorização e preservação da tradição oral com foco em ecologia, culinária, vestimentas, bordados e costumes afro e do candomblé. Realiza palestras, seminários, mesas redondas em universidades como UFRB e UNEB, dentre outras Instituições, disseminando os conhecimentos e costumes afro e a necessidade de maior tolerância, da cultura de paz e de uma sociedade mais ética e solidariamente implicada.
Nilma Lino Gomes – Pedagoga e Mestra em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra. Integra o corpo docente da pós-graduação em Educação Conhecimento e Inclusão Social – FAE/UFMG. Foi Coordenadora Geral do Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG; integrou a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação; tornouse a primeira mulher negra a gerir uma universidade pública federal como Reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB); e Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos do Governo Federal.
24
José Jorge Carvalho – Antropólogo, PhD em Antropologia Social or The Queen's University Of Belfast. Atualmente é Pesquisador e Coordenador do Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCT), do Ministério de Ciência e Tecnologia e do CNPq. É ainda Professor Titular no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UNB). Atualmente Seu trabalho como antropólogo se desenvolve principalmente nas seguintes áreas: Etnomusicologia, Estudos Afro-brasileiros, Estudo da Arte, Religiões Comparadas, Mística e Espiritualidade, Culturas Populares e Ações Afirmativas para os Negros e Indígenas. Possui pós-doutorado pela Rice University e pós-doutorado pela University of Florida. Foi Catedrático Tinker Professor na University of Wisconsin – Madison.
Kabengele Munanga – Nasceu na República do Congo, naturalizou-se brasileiro aos 43 anos de idade, graduou-se em Antropologia Cultural pela Université Officielle du Congo e fez doutorado em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo/USP. Atualmente, é Professor Titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, atuando principalmente nos seguintes temas: racismo, identidade, identidade negra, África e Brasil. Escreveu, entre outras obras, “Negritude: uso e sentidos; Estratégias e Políticas de combate à discriminação racial”; “O negro no Brasil de hoje”; “Origens africanas do Brasil contemporâneo”.
25
Ubiratan Castro de Araújo – Bira Gordo (in memorian) – foi representado por Maria da Glória Machado de Araújo (cônjuge) – Homenageado pela capacidade de contextualizar a história na contemporaneidade, no tempo e no território. Graduado em Direito e História, foi militante comunista e integrou o grupo de esquerda MR 8, atuou como advogado na ditadura defendendo presos políticos, exilou-se na França onde aproveitou para fazer mestrado e doutorado em História. Foi também professor da Universidade Federal da Bahia UFBA onde dirigiu o Centro de Estudos Afro Orientais - CEAO. Ocupou a presidência da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura (Minc) e da Fundação Pedro Calmon da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Dono da cadeira de Nº 33 da Academia de Letras da Bahia, escreveu livros de história e, recentemente um de contos “Histórias de Negro”.
Tania Maria Diederichs Fischer – Professora titular da UFBA e coordenadora do Centro Interdisciplinar em Desenvolvimento e Gestão Social (CIAGS). É Conselheira da Fundação Banco do Brasil, SEBRAE e FIEB. Foi presidente da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Administração (ANPAD) e diretora da Associação Nacional de Programas de Planejamento Urbano e Regional (ANPUR) e Associação Nacional de Programas de Ensino de Transportes (ANPET). Foi consultora da UNESCO, Banco Mundial e BID. Possui doutorado em Administração pela USP, mestrado em Administração pela UFRGS e graduação em Pedagogia pela UFRGS. A honraria foi concedida em reconhecimento à sua contribuição para as Ciências Sociais Aplicadas e a uma carreira acadêmica e profissional exemplar.
26
José Eduardo Vieira Ribeiro – Zezéu Ribeiro (in memorian) – representado por Lola Medeiros Netto Ribeiro (cônjuge) – Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com pós-graduação em Gestão Ambiental, iniciou sua militância política no movimento estudantil, na década de 1970. Foi presidente do Sindicato dos Arquitetos da Bahia, do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento da Bahia (IAB-BA) e membro do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). Filiado ao PT desde 1982, presidiu o partido na Bahia (1995-1999) e integrou o Diretório Nacional (2001-2003). Em Salvador, exerceu o mandato de vereador em três legislaturas, alcançando amplo reconhecimento e foi eleito Deputado Federal em 2002.
Moema Isabel Passos Gramacho – sua trajetória política foi marcada por forte atuação no movimento sindical, sendo eleita vereadora pela cidade de Salvador, deputada estadual e federal, tendo exercido o cargo de Secretária Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza no Estado da Bahia e hoje está em seu terceiro mandato como Prefeita de Lauro de Freitas/BA, se destacando pela forte atuação no combate às desigualdades sociais, promovendo significativamente o desenvolvimento da cidade e, consequentemente, da Região Metropolitana de Salvador. Como deputada federal, ganhou destaque internacional ao compor uma frente feminina de resistência ao golpe parlamentar/jurídico/midiático que depôs a Presidenta Dilma Rousseff. Suas principais premiações: Prefeita Empreendedora e Melhor Prefeita das Américas pela Organização Brasil Américas.
27
O DIA DA ENTREGA
28
Os homenageados Nilma Lino Gomes; Mameto Kamurici; Paulo Gabriel Nacif; Moema Gramacho; Kabengele Munanga; Lola Ribeiro (cônjuge); Mãe Nilza D’Oxum; Tania Fischer; José Jorge Carvalho; Maria da Glória de Araújo (cônjuge).
29
Paulo Gabriel Nacif; Maria da Glória de Araújo cônjuge.
30
O homenageado Kabengele Munanga
31
As homenageadas Nilma Lino Gomes e a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho.
32
O homenageado José Jorge Carvalho
A homenageada Mãe Nilza D’Oxum
33
UNIVERÃO – LAURO: AMBIENTE DA CERIMÔNIA DA 1ª. EDIÇÃO DA COMENDA MILTON SANTOS O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir. Milton Santos
A primeira cerimônia de entrega da Comenda Milton Santos ocorreu no dia 20 de janeiro de 2018, no litoral da Bahia, numa noite estrelada e quente, típica dos trópicos, durante a realização do maior encontro da história das universidades baianas: a Universidade de Verão de Lauro de Freitas. A UNEB, a UFBA, UEFS, UFRB, UNIVASF, UFOB, UFSB, UNILAB, IFBA e o IFBAIANO, com o apoio de vários órgãos do Governo do Estado da Bahia e outras universidades brasileiras, se reuniram por intensos cinco dias de conhecimento, shows, jogos e brincadeiras com a participação de cerca de dezesseis mil pessoas de várias partes do mundo. A Univerão teve por objetivo fomentar os processos de conhecimento nos espaços formais e não formais de aprendizagem, aumentando a autoestima da comunidade escolar de Lauro e da comunidade em geral, potencializando a política da cidade educadora adotada pela Secretaria de Educação do Município, na dimensão local e global. A Univerão proporcionou mais uma oportunidade de educação ao longo da vida para a população de Lauro e para gente de todo o mundo que se desloca para desfrutar o verão da Bahia. O desafio era demonstrar que a toda hora é possível se encantar pelo conhecimento. A diversidade e o colorido das pessoas, instituições e atividades fizeram de Lauro de Freitas um lugar de encontros do verão da Bahia de 2018. Atividades esportivas, culturais e acadêmicas transformaram Lauro de Freitas num imenso campus universitário. Foram 116 ações (cursos, minicursos, palestras, oficinas, exposições, shows) e o DIVERSIFICA se orgulha de ter contribuído com essa iniciativa tão importante. Sob a inspiração do genial Milton Santos e nesse ambiente mágico, tivemos uma noite de gala que homenageou alguns daqueles que se dedicam a construir uma educação inclusiva e acolhedora da diversidade em todos os cantos do Brasil. Viva Milton Santos!
34
Oficina de Grafite
Show de abertura da Univerão 2018 – Alceu Valença
35
Show de abertura da Univerão 2018 – Alceu Valença
36
Show de encerramento da Univerão 2018 – Diogo Nogueira
37
Oficina de MĂşsica
38
Oficina de Arte e Pintura
39
Equipe Organizadora do Relatório Sobre a Primeira Edição da ‘COMENDA MILTON SANTOS’ Débora Privat Lourdes Maria Campos Barreto Paulo Gabriel Soledade Nacif Pola Ribeiro Verônica Cristina Jesus de São José
Concepção e execução do Projeto do e-book Verônica Cristina Jesus de São José
Foto da capa: Milton Santos, por Saulo Nunes. Disponível em: Nuneshttp://www.elfikurten.com.br/2011/04/milton-santos-o-aspecto-humano-da.html © Todos os direitos reservados ao autor