Portfolio 2011

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ventura JOÃO MARIA VENTURA TRINDADE ARQUITECTOS rua da madalena, 139, 2º/RC 1100 319 LISBOA — PORTUGAL t. +351 218 821 476 f. +351 218 821 477 www.venturatrindade.com geral@venturatrindade.com

© venturatrindade 2011



‘Observar pelo canto do olho é, em ciência, começar a elaborar a hipótese. O que é observado pelo centro do olho é o evidente, o óbvio, aquilo que é partilhado pela multidão. Na ciência, como no mundo das invenções, observar pelo canto do olho é ver o pormenor diferente, aquele que é o começo de qualquer coisa de significativo. Observar a realidade pelo canto do olho, isto é: pensar ligeiramente ao lado. A isto chama-se criatividade. Daqui sairam todas as teorias científicas importantes.’

Gonçalo M. Tavares in ‘Breves Notas sobre a Ciência’, Relógio d’Água Editores, Abril 2006



VENTURA TRINDADE, ARQUITECTOS perfil Transformar Escassez em Eficácia A história do atelier é ainda apenas um episódio breve de apenas cinco anos. Não é, portanto, verdadeiramente ainda uma história, já que em arquitectura facilmente um trabalho demora mais do que esse tempo, entre os primeiros desenhos e a obra construida. O atelier reunia inicialmente outros arquitectos e engenheiros, amigos de infância reencontrados depois de experiências individuais anteriores noutros escritórios. O nome desse colectivo, - SOMA -, significava mais do que a junção de várias partes, que é a sua definição enciclopédica: Era também uma referência subtil ao livro de Aldous Huxley ‘Brave New World’ escrito em1931. Desenrolando-se em Londres 2540 A.D. (632 A.F. no livro), anticipa os desenvolvimentos na tecnologia reprodutiva e na aprendizagem inconsciente que se combinam para alterar a sociedade. A sociedade futura é uma encarnação dos ideiais que formam a base do Futurismo. ‘Soma’ no livro é tomado pelas pessoas quando sentem algum tipo de emoção não programada préviamente, tal como a sensação que nos despertam as ideias inteligentes por detrás de algumas formas arquitectónicas. Os projectos têm sido desenhados com os engenheiros de estruturas com escritório no mesmo edifício e com uma artista plástica cujo estúdio é ao lado, o que explica o resultado das mesmas. Nos primeiros anos, o trabalho do atelier tem estado centrado sobretudo no Sul de Portugal, a região mais pobre do país, caracterizada por uma paisagem de grande contenção formal e paisagística, de escassos mas bem aproveitados recursos. A idéia da escassez está portanto subjacente a todos os projectos que temos realizado: Tentamos maximizar as possibilidades arquitectónicas a partir de investimentos de muito baixo custo. Entender as qualidades da escassez, como factor que obriga à total assertividade das soluções de um projecto e ao máximo rigor na construção. A forma dos edifícios que temos projectado é o resultado de uma estratégia de eficácia e não u objectivo de ordem puramente estético. A escassez de recursos tem obrigado ainda a considerar qualquer pré-existência como parte da equação, independentemente do seu valor patrimonial. Os projectos são assim uma metamorfose de uma situação anterior, quase sempre envolvida na nova construção. Tentamos reunir em cada projecto a história dos acontecimentos passados de um sítio, com uma proposta para a história dos seus acontecimentos futuros. Imaginar um ‘Admirável Mundo Novo”.

ARQUITECTURA coordenação JOÃO MARIA DE PAIVA VENTURA TRINDADE Évora, 1972 Arquitecto pela ESBAL/ FAUTL (1995). Inicia actividade em atelier próprio em 2003. Docente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Lusíada de Lisboa, na disciplina de Projecto do 2º e 5º ano curriculares, desde 1998, na Universidade de Évora desde 2009 e na Universidade Camilo José Cela (UCJC-ESAYT), em Madrid, desde 2011. Entre 1993 e 2002 colaborou em regime de exclusividade no atelier de João Luis Carrilho da Graça, tendo sido coordenador do atelier a partir de 1998. Foi consultor da ParqueExpo e do Ministério do Ambiente, responsável pela gestão dos Projectos de Referência do Programa Polis. Fundou em 2003 o atelier SOMA, com Pedro Matos Gameiro e Carlos Crespo, arquitectos, e Paulo Cardoso e Pedro Romano, engenheiros. Em 2009 recebeu o prémio FAD Arquitectura atribuído pela ArquinFAD Barcelona, com o projecto da EBG, Mourão.

colaboradores ADELAIDE NEVES ANA FILIPA CUSTÓDIO ANA RITA FIGUEIREDO ANDRÉ MONTEIRO ROSA ANDREA CASTELLANI BRUNO FERNANDES CARLOS REIS CHIARA TERNULLO DANIELA SILVA EVA GRILLO FILIPE CARVALHO FILIPE NUNES FILIPE ARAÚJO INÊS MACHADO JOANA PIMENTA JOÃO PATRIARCA JOÃO MATEUS JORGE SOUSA JORGE SANTOS LILIANA RODRIGUES LOURENÇO VAN INNIS LUIS BAMOND MARCELO MOREIRA E SILVA MIGUEL RAMOS NÉLSON RODRIGUES NUNO MARCOS PEDRO DOMINGUES SILVA SUSANA TERRA MEDEIROS VASCO ROSA TOMÁS


PRÉMIOS/ DISTINÇÕES

- B.I.A.U., Bienal Iberoamericana de Arquitectura e Urbanismo, Medellin/ Colômbia, Out’2010 — Seleccionado para a Representação Oficial Portuguesa na Bienal - PRÉMIO EUROPEU DE ARQUITECTURA SUSTENTÁVEL ‘Fassa Bortolo’, Itália — Finalista — EBG, Estação

Biológica do Garducho, Mourão — Maio’2010 - PRÉMIO FAD’09 ARQUITECTURA — PRÉMIO DE JÚRI, outorgado pela ArquinFAD/ Barcelona, Espanha —

EBG, Estação Biológica do Garducho, Mourão — Outubro’09 - PRÉMIOS FAD’09 ARQUITECTURA — PRÉMIO DA CRÍTICA, outorgado pela ArquinFAD/ Barcelona, Espanha, por votação anónima dos sócios e membros do Colégio dos Arquitectos de Barcelona —

EBG, Estação Biológica do Garducho, Mourão — Outubro’09 - PRÉMIOS AR AWARDS — Finalista - outorgados pelo RIBA (Royal Institute of British Architects) — EBG, Estação Biológica do Garducho, Mourão — Novembro’09 - PRÉMIO ENOR’09, Espanha — Finalista — EBG, Estação Biológica do Garducho, Mourão — Abr’09 - PRÉMIO OUTROS MERCADUS’08— Finalista — Exposição POLIS, Pavilhão de Portugal — Jan’07

Prémios em Concursos de Projecto - 1º Prémio - MUSEU MUNICIPAL DE MOURA E ÀREA URBANA ENVOLVENTE, Moura — Fev’09

- 1º Prémio - COMPLEXO DE ARTES VISUAIS E ARQUITECTURA, FÁBRICA DOS LEÕES, Évora — Jan’08 - 1º Prémio - CASAS MORTUÁRIAS EM ALHANDRA, V.F. de Xira - Set’05 - 1º Prémio - PAVILHÃO DESPORTIVO DE CASTANHEIRA DO RIBATEJO, V.F.de Xira — Set’04 - 2º Prémio — I3S, INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO EM SAÚDE, Reitoria U.Porto — Mai’09 - 3º Prémio - CENTRO DE ACOLHIMENTO DO GIANT’S CAUSEWAY, Irlanda do Norte — Mar’05 - Menção Honrosa - REMODELAÇÃO DE TRÊS PRAÇAS, Catânia, Itália — Mai’05 - Menção Honrosa - SEDE DE RESERVA BIOSFERA DE LANZAROTE, Ilhas Canárias, Espanha — Abr’11

CONFERÊNCIAS

. Conferência no AICO — Architectural International Congress of Oporto — Agosto/ Setembro’ 2010. . Conferência no Instituto Superior Técnico/ Dep. de Arquitectura, Lisboa — Dez’2009. . Conferência/ Encontros ‘La Ruina Habitada’/ Fernando Gallardo para Architectural Digest — Madrid, Nov’2009; . Conferência de lançamento da Revista DARCO nº10, Porto . Conferência na Ordem dos Arquitectos Portugueses/ Secção Regional Sul — Julho de 2009. . Convidado para o ciclo de conferências “Arquitectura Sustentável/ 3R/ Casa da Vizinha” organizado pela Ordem dos Arquitectos Portugueses/ Secção Regional Norte — Junho de 2009. . Conferência na Universidade Lusíada de Lisboa, integrando o ciclo “Matéria no Tempo” — Maio de 2008. . Convidado para o ciclo de conferências “Road to Wonderland” organizado pela Ordem dos Arquitectos Portugueses/ Secção Regional Norte — Setembro de 2007. . Convidado para o ciclo de conferências “La Citá Complessa”/ Pordenone, Itália — Junho de 2007 . Conferência comemorativa do dia Mundial da Arquitectura 2006 — Ordem dos Arquitectos Portugueses, núcleo do Baixo Alentejo — Beja, Setembro de 2006 . Arquitectura e Vida, nº36, Março 2003 - “O vale desencantado”, texto crítico sobre trabalho académico de Jorge Vicente e Miguel Casal Ribeiro — com Inês Lobo . Quaderni del Laboratorio Internazionale d’Architettura, vol.1, Iiriti Editore, Set./ Out. 2002 — “La realtá, che dovrá esistere, non dovrá essere molto diversa dall’immaginazione. . JA - Jornal Arquitectos, nº 210, Mar./Abr. 2003 — “Polis, projectos ‘especiais’” - Projectos de referência do Programa Polis . “Polis, Projectos de Referência” - Edição do Ministério do Ambiente e da ParqueExpo, Out.’2002 . “A realidade, a existir, não deverá ser muito diferente da imaginação.” - texto para catálogo e exposição dos trabalhos do Seminário Internacional de Arquitectura da Universidade de Reggio Calabria, Itália — 2002 . Conferência na Biblioteca Municipal de Beja, no âmbito dos “VII Encontros com o Património Nov.99”, sobre alguns dos projectos em curso no atelier, como colaborador do atelier do arq. Carrilho da Graça — 1999 . Conferência na sede da delegação Norte da Ordem dos Arquitectos Portugueses, sobre o projecto do “Pavilhão do Conhecimento dos Mares, Expo’98, Lisboa” - Abr.'98, como colaborador do atelier do arq. Carrilho da Graça - 1998


EXPOSIÇÕES

- Exposição inaugural da ‘Casa da Arquitectura’, Porto, de Álvaro Siza, sobre o projecto da Estação Biológica do Garducho — Maio’2010 - Exposição no RIBA, Londres — Prémios AR Awards, 2009. - Exposição “Habitar Portugal 2006-2008”, Cascais — com o projecto da EBG, Estação Biológica do Garducho, Mourão — em exibição - Exposição 'Ordem dos Arquitectos/ Casa da Vizinha' - Museu da Água, Coimbra - com o projecto da EBG — Estação Biológica do Garducho, Mourão — Abril/ Maio ‘09 . Exposição e catálogo “Habitar Portugal 2003/ 2005” — edição e organização Ordem dos Arquitectos Portugueses/ Centro Cultural de Belém . Outubro’06/ Janeiro’07 . Exposição e catálogo “Contemporary Portuguese Architecture” - revista World Architecture, nº 54, Beijing, China — com o projecto da Casa na Quinta do Evaristo, Évora - Fev.’06 . Exposição e catálogo “Concept, International Magazine of Competition”, CAPress Publishing, co., Seoul, Korea — com o projecto para o Giant’s Causeway Visitor Facilities, Irlanda do Norte — Fev’06

PUBLICAÇÕES IMPRESSAS

- revista Architectural Review nº1354, Londres; - revista DOMUS nº925, Itália; - revista On diseño nº 305/306, Espanha; - revista DARCO Magazine nº10; - revista Arquitectura21 nº5; - revista/ jornal JA/ Ordem dos Arquitectos nº 237; - revista ARQ/A nº 69; - livro Anuário de Arquitectura nº12 - revista DARCO nº10, Setembro’09 - revista ARQUITECTURA 21, nº5, Jun/Jul’09 - livro Anuário de Arquitectura nº12, Mai’09, Ed. Caleidoscópio, Nov’09 - jornal ARQUITECTURAS, nº46 - com o projecto da EBG — Estação Biológica do Garducho, Mourão - Março'09 - revista ARQ/A nº 69 - Maio'09 - revista DOMUS/ Itália, nº 925 - Maio'09 . livro “Casas Recuperadas II” - Ed. Caleidoscópio — Junho ’08.

. revista “+ Arquitectura”, nº013 — Maio ’07 . livro “30 Casas”, Caleidoscópio Editores— Fev.’06 . revista “Arquitectura & Vida” nº 65 — Nov.’05 . Jornal Expresso, revista ‘Linha’ — Nov.’05 . revista ‘Espaços’ - Nov.’05 . livro “Small Apartments” (reedição), Evergreen/ Taschen GmbH, Koln - Out.’ 05 . livro “Small Apartments”, editorial Loft, Barcelona, Espanha — Out.’ 03

REPORTAGENS TV

- Documentário e entrevista para apresentação em exposição de Arquitectura Contemporânea Portuguesa no Japão, em 2011 e internet, realizado por Yutaka Shiki e Gonçalo Baptista - programa RTPN/ Arquitectarte - com o projecto da EBG — Estação Biológica do Garducho, Mourão - 8.Março'09

. Edição especial de encerramento do Programa “Tempo&Traço”, SIC-Notícias, com projecto da Casa na Quinta do Evaristo, Évora — Dez.’05 . Bienal de Arquitectura de S.Paulo, Brasil, (apresentação do projecto da Casa na Quinta do Evaristo, Évora, por José Mateus, arq.to) — Nov.’ 05 . Programa “Tempo&Traço”, SIC-Notícias - com projecto da Casa na Quinta do Evaristo, Évora — Nov.’05



EQUIPA PLURIDISCIPLINAR Engenharia JOÃO PAULO GONÇALVES SILVA CARDOSO Elvas, 1973 Licenciado em Engenharia Civil em 1996 pelo Instituto Superior Técnico. Frequentou, no âmbito do Programa Erasmus, em 1997, a parte curricular do curso “Master of Conservation of Historical Towns and Buildings” na K. U. Leuven (Universidade Católica de Lovaina - Bélgica). Entre 1997 e 2004 integrou os quadros técnicos da firma Estiplano — Estudos e Projectos de Engenharia, lda. Fundou a empresa Pedro Romano e Paulo Cardoso, engenheiros, lda., em 1999. Entre 2003 e 2006 íntegra o atelier SOMA (composto por matos gameiro + carlos crespo arquitectos, lda., ventura trindade arquitectos, lda. e pedro romano e paulo cardoso engenheiros, lda). Autor de projectos de estabilidade e coordenador das restantes especialidades em diversas obras públicas e particulares, assenta a sua actividade de projectista na procura de uma abordagem multidisciplinar e integrada em estreita colaboração com os diversos ateliers de arquitectura com que colabora. CARLOS CERTAL HUGO VERÍSSIMO

Arquitectura CARLOS MANUEL FERNANDES CRESPO Elvas, 1970 Entre 1998 e 2005 foi sócio do atelier Matos Gameiro + Carlos Crespo arquitectos, lda., que fundou com Pedro Matos Gameiro. Integrou o atelier SOMA, com João Maria Trindade (Ventura Trindade, arquitectos lda.) e Paulo Cardoso e Pedro Romano (PRPC — engenheiros, lda.). De entre os projectos em que participou como co-autor conta-se a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. LUIS EDUARDO CARVALHO BAMOND Nasceu em Torres Vedras em 1980. De 1999 a 2001 ferquenta o Curso Profissional de Técnicas de Construção em Hameln, Alemanha. Entre 2002 e 2004 frequenta a Licenciatura em Arquitectura no Instituto Superior de Arquitectura em Hildesheim, Alemanha. Em 2005 continua a Licenciatura em Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Em 2007 inicia colaboração no atelier, com Carlos Crespo.

Arte FERNANDA FRAGATEIRO Nasceu no Montijo em 1962, mas vive e trabalha em Lisboa. Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, começou a expor o seu trabalho em 1981, desenvolvendo uma prática artística diversificada. Os seus projectos vão desde a escultura e a instalação, às intervenções em espaços públicos à ilustração e a colaborações em projectos de arquitectura ou paisagismo.

CONSULTORES REGULARES

OHMSOR - Eng. João Mira;

LAMDA - Arq. Henriques Ferrão;

ESPAÇO ENERGIA - Eng. Rui Batista/ Eng. Augusto Macedo; NATURAL WORKS - Eng. Guilherme Carrilho da Graça;

ADF, ENGENHEIROS CONSULTORES - Eng. António Adão da Fonseca/ Eng. Pedro Morujão; AEROPROJECTO - Eng. José Galvão Teles;

ENG. RUBEN CORREIA SOBRAL;

SILVA! DESIGNERS - Jorge Silva/ Levina Valentim;

GLOBAL, ARQUITECTOS PAISAGISTAS - Arq.

João Gomes da Silva; SILVA acústica; Segurança e Saúde

NPK - ARQUITECTURA PAISAGISTA - Arq. Leonor Cheis;

ACÚSTIPROJECTO - Eng. Luis Santos Lopes;

LUIS EMÍLIO DA

GERMANO RODRIGUES,


Custo: 950.000€ a.b.c.: 1.250m2 Cliente: CEAI - Centro de Estudos da Avifauna Ibérica


EBG - ESTAÇÃO BIOLÓGICA DO GARDUCHO MOURÃO 2002 - 2008

EBG - GARDUCHO BIOLOGICAL STATION MOURÃO 2002 - 2008

Numa área protegida, classificada como Rede Natura 2000, a intervenção procura organizar o programa funcional transformando os três edifícios existentes de modo a permitir a maior área de construção solicitada com menor afectação do solo. Os edifícios funcionam como elementos de apoio de uma estrutura que se eleva acima do terreno e se mantém em suspenso, organizando no ar um conjunto de pátios e percursos entre os diversos núcleos funcionais, permitindo preservar o solo intacto e permeável. A construção está suspensa um metro acima da cota mais elevada do terreno, definindo pátios quase privados em torno do edifício da residência e, devido à inclinação da topografia, uma altura de 2,4 metros abaixo do recinto, marcando o acesso a partir do pátio de entrada junto ao edifício do laboratório, no extremo oposto do rectângulo de 55 x 27,5 metros. O centro do conjunto é marcado por um pátio de maior dimensão, em redor do qual gravitam os diversos edifícios, espaços exteriores cobertos e percursos da estação. Ao nível do solo, os planos suspensos enquadram vistas longas sobre a paisagem horizontal. Por oposição, a partir do acesso em rampa à cota superior, o conjunto é encerrado entre paredes opacas, definindo um intervalo na contemplação da natureza, concentrando a atenção nos conteúdos expositivos que a ela se referem.






Custo: 8.010.000€ a.b.c.: 9.500m2 Área exterior: 17.000m2 Cliente: Universidade de Évora


RECUPERAÇÃO DA 'FÁBRICA DOS LEÕES' ÉVORA 2007 - 2010

RECOVERY OF THE 'FÁBRICA DOS LEÕES' EVORA 2007 - 2010

A vista distante desde o centro histórico e a sequência de aproximação ao conjunto construido da antiga fábrica dos Leões permite perceber que o seu principal valor consiste, estranhamente, na excessiva volumetria imposta de forma abrupta sobre a planura. Dir-se-ia quase uma inesperada e insólita nova topografia, um acidente no relevo da paisagem alongada, distendida, do Alentejo. A proposta de ocupação deste enorme espaço com um programa escolar perspectiva assim, em si mesma, uma radical transformação de valores. Desmontam-se máquinas. Introduzem-se pessoas. O sistema de funcionamento que originou uma fábrica vertical, obriga agora a pensar uma escola em altura. Propôe-se devolver à estrutura existente o carácter austero e essencial que define o conjunto fabril, subtraindo divisórias e adornos sobrepostos ao longo do tempo. Retomando a simplicidade original como valor intrínseco da estrutura. Subtracção que entendemos como processo de projecto, de construção do espaço. Das desmontagens resultam elementos marcados pela história do lugar, que se propõe utilizar novamente na construção do núcleo escolar. No progressivo conhecimento dos espaços da antiga indústria e dos seus sistemas de funcionamento encontramos algumas das estratégias a reutilizar na construção da escola. Um imenso telheiro contorna o pátio principal estabelecendo relações visuais entre todos os espaços do conjunto, em cujo vazio central se estabelece um inesperado prado verde que remete para a idéia dos campus universitários, até então tão distantes deste contexto. O projecto propõe a construção de um corpo que relaciona os diversos volumes ao mesmo tempo que constrói o espaço da Escola, um vasto e alongado átrio, qualquer coisa como a coluna vertebral que permite repôr em funcionamento orgãos antes isolados, tornando-os parte de uma estrutura única.

com Inês Lobo, arquitectos




Custo: 8.300.000€ a.b.c.: 13.500m2 Cliente: Enfis, construções, sa.


UNIDADE PRIVADA DE SAÚDE SANTARÉM 2007 - (em projecto)

PRIVATE HEALTH UNIT SANTAREM 2007 - (ongoing)

A construção desenvolve-se horizontalmente em dois pisos sobrepostos sobre uma cave técnica, ocupando uma área de implantação de sensivelmente 65 x 65m. Este esquema de funcionamento visa responder às exigências de funcionamento de um programa deste género, em que as circulações e acessibilidade a pessoas de mobilidade reduzida e/ou acamados são prementes. O piso térreo é aberto ao exterior, organizando os diversos programas de consultas externas e exames. O piso superior é, pelo contrário, reservado, estabelecendo os espaços dos blocos operatórios, por um lado, e a Unidade de Cuidados Continuados, por outro, organizados em torno de dois extensos pátios interiores. Os circuitos de infraestruturas técnicas, de grande dimensão e complexidade, percorrem o exterior do edifício em galerias técnicas nas fachadas e cobertura, permitindo resolver o cruzamento das permanentes operações de manutenção com as circulações de pacientes e pessoal médico. Deste modo, revela-se o aparelho circulatório da própria construção, mantendo-se visíveis os circuitos e tubagens de climatização, de gases medicinais e de instalações eléctricas, facilitando o acesso aos diversos equipamentos, libertando os corredores e zonas interiores de passagem de pessoas. Também a estrutura do edifício permanece visível, revelando o esqueleto de suporte do corpo construido. Sobre os planos de vidro das fachadas, uma intervenção de Fernanda Fragateiro pretende recriar de um modo abstracto as técnicas de impressão radiográfica, contribuindo para o sombreamento adicional dos espaços interiores. A edificação assumirá, portanto, uma imagem marcadamente contemporânea, para a qual contribuem também as próprias infraestruturas técnicas necessárias ao seu adequado funcionamento.




Cliente: José Cañero


CASA EM SANTO ANTÃO CENTRO HISTÓRICO, ÉVORA 2008

HOUSE IN 'SANTO ANTÃO' HISTORIC CENTRE, ÉVORA 2008

O espaço proposto para construção da casa tem uma particularidade relativamente rara: Estabelece-se em pleno Centro Histórico de Évora, numa das áreas de maior densidade de construção, porém, num espaço perfeitamente livre, encerrado por um muro que desenha a esquina entre duas ruas perpendiculares. Numa fase inicial decidimos desenvolver duas propostas, em competição, onde se propõem atitudes e ocupações distintas perante o carácter irregular do lote a intervir. Ambas prevêm a manutenção e reforço do muro existente junto à Rua Gabriel Victor do Monte Pereira e Rua 31 de Janeiro, assumindo-o como um limite claro cuja opacidade é “furada” pontualmente nas extremidades onde as pessoas, e possivelmente viaturas, acedem à habitação. Este muro/limite estabelece uma relação reservada com as ruas e edificações em redor, uma vez que, para além das referidas entradas, as casas não possuem quaisquer aberturas ao nível da rua, conferindo-lhes um carácter de grande privacidade. Em ambas as casas é proposto um piso semi-enterrado de carácter mais privado (com o programa dos quartos), limitado a Poente pelo muro existente e orientado para um Pátio/Jardim a Nascente que lhes proporciona iluminção.

© atelier venturatrindadearquitectos

Apesar desta condição comum, as duas propostas são bastante distintas na forma de habitar o lote na sua profundidade e no relacionamento com a envolvente à cota acima do muro (Piso 1), assim como na respectiva relação com o Pátio/Jardim, de desenho e qualidades distintas, espaço fundamental em cada uma das casas.


Custo: 17.850.000€ a.b.c.: 20.500m2 Cliente: AGESCO - AQUIRAZ Gestão de Condomínios, sa.


CENTRO DE CONGRESSOS E APARTHOTEL AQUIRAZ RIVIERA RESORT CEARÁ, BRASIL 2008 - (em projecto) CONGRESS CENTRE AND APARTHOTEL AQUIRAZ RIVIERA RESORT CEARÁ, BRAZIL 2008 - (ongoing)

Os projectos do Centro de Congressos e do Aparthotel constituem a parcela central (Village Mall) do empreendimento turístico Aquiraz Riviera, na Costa Nordeste do Brasil, no Estado de Ceará. O complexo organiza uma série de lotes habitacionais e hoteleiros, em torno de um campo de golfe e ao longo da linha de praia. O Centro de Congressos estabelece uma sala polivalente de 30 x 60 metros e respectivos serviços de apoio num embasamento sobre o qual se desenha uma praça de água, assinalando a entrada no Village. Sobre esta praça, ergue-se uma estrutura de cobertura, um tecto espesso mas parcialmente aberto, composto pelas diversas salas de eventos de menores dimensões, que observam de cima a praça de acesso. Esta operação permite manter livre a faixa de visibilidade desde os arruamentos circundantes sobre a área pública comercial do Village Mall. O ApartHotel é constituido por dois corpos compridos de geometria quebrada que delimitam um jardim central onde se organizam as piscinas e espaços exteriores de lazer. Estas duas alas, iniciando-se no corpo de recepção que partilha a praça de acesso com o Centro de Congressos, terminam quase na praia, como dois muros estabelecidos sobre a paisagem de areia e coqueiros. A geometria em 'U' permite que a generalidade dos apartamentos tenha visibilidade sobre a praia e o mar, constituindo por outro lado uma protecção contra o vento permanente.


Cliente: CEAI - Centro de Estudos da Avifauna IbĂŠrica


CENTRO AMBIENTAL DE S.MATIAS ÉVORA 2004 - (em projecto)

S. MATIAS ENVIRONMENTAL CENTRE EVORA 2004 - (ongoing)

O lugar de S.Matias é marcado pela paisagem da Serra de Monfurado e três pequenas construções que com ela constituem um conjunto singular: A igreja quinhentista, dominando desde a cota alta o cemitério, lá em baixo; e uma antiga escola primária, - projecto do Estado Novo profusamente repetido em toda a metade Sul do país, no extremo oposto da área de implantação e de costas para o núcleo religioso. O conjunto foi, aos poucos, conhecendo um novo centro, a meio entre a fachada tardós na igreja, - a antiga Casa do Padre, agora um restaurante -, e o alpendre atrás da escola, - frente temática do centro de interpretação ambiental. Propomos desenhar um terreiro em saibro, - um quadrado perfeito de 30x30m -, actualmente assinalado pela clareira disforme do estacionamento, e recentrar os acessos ao conjunto edificado de s.matias pelo espaço que fôra antes uma espécie de logradouro das construções existentes. Esta imensa área de recepção polivalente está contida por dois muros existentes em alvenaria de pedra seca e é servido, junto ao acesso a sul, por uma área de estacionamento, inscrita debaixo de um manto denso de árvores de espécies autóctones, plantadas sobre um aterro que atenua o ruído da estrada nacional. O terreiro é rematado a norte por uma plataforma empedrada que espreita a paisagem de monfurado já para além dos limites do planalto, sob a sombra de um magnífico sobreiro. Esta esplanada é simultaneamente uma varanda fresca, com bancos e água, e a cobertura do novo espaço polivalente do centro ambiental, construido na diferença de cota entre o terreiro e o vale, interrompendo o muro de pedra que limita o terreno. A sala de trabalho e actividades funciona deste modo também como observatório privilegiado sobre a paisagem. Mais recentemente, imaginámos que pudesse surgir do buraco escavado no terreiro uma torre observatório com 30m de altura, que permitisse uma vista aérea sobre a paisagem, surgindo no conjunto construído como os depósitos de água que muitas vezes se encontram nos montes no alentejo.


Cliente: José Cañero


CASA EM SANTO ANTÃO CENTRO HISTÓRICO, ÉVORA 2008

HOUSE IN 'SANTO ANTÃO' HISTORIC CENTRE, ÉVORA 2008

O espaço proposto para construção da casa tem uma particularidade relativamente rara: Estabelece-se em pleno Centro Histórico de Évora, numa das áreas de maior densidade de construção, porém, num espaço perfeitamente livre, encerrado por um muro que desenha a esquina entre duas ruas perpendiculares. Numa fase inicial decidimos desenvolver duas propostas, em competição, onde se propõem atitudes e ocupações distintas perante o carácter irregular do lote a intervir. Ambas prevêm a manutenção e reforço do muro existente junto à Rua Gabriel Victor do Monte Pereira e Rua 31 de Janeiro, assumindo-o como um limite claro cuja opacidade é “furada” pontualmente nas extremidades onde as pessoas, e possivelmente viaturas, acedem à habitação. Este muro/limite estabelece uma relação reservada com as ruas e edificações em redor, uma vez que, para além das referidas entradas, as casas não possuem quaisquer aberturas ao nível da rua, conferindo-lhes um carácter de grande privacidade. Em ambas as casas é proposto um piso semi-enterrado de carácter mais privado (com o programa dos quartos), limitado a Poente pelo muro existente e orientado para um Pátio/Jardim a Nascente que lhes proporciona iluminção.

© atelier venturatrindadearquitectos

Apesar desta condição comum, as duas propostas são bastante distintas na forma de habitar o lote na sua profundidade e no relacionamento com a envolvente à cota acima do muro (Piso 1), assim como na respectiva relação com o Pátio/Jardim, de desenho e qualidades distintas, espaço fundamental em cada uma das casas.


Cliente: JosĂŠ Maria Trindade


CASA EM S.MAMEDE CENTRO HISTÓRICO, ÉVORA 2005 - 2008

HOUSE IN S. MAMEDE HISTORIC CENTRE, EVORA 2005 - 2008

O projecto refere-se à reabilitação de um edifício classidicado do séc. XVI, na encosta da antiga mouraria, no centro histórico de Évora, para albergar uma habitação unifamiliar. A operação consiste essencialmente na demolição de parte do piso superior, junto a uma empena de grandes dimensões do edifício anexo, de modo a configurar um pátio em torno do qual se organiza a àrea social da casa. Simultaneamente, este pátio permitir estabelecer uma série de lanternins de iluminação natural para o piso inferior, funcionando como uma fachada horizontal em calçada de granito, onde se inscreve o desenho, arqueológico, dos espaços anteriormente aí existentes. Com a mesma área que o núcleo anteriormente demolido, é construido um novo corpo no piso inferior com dois quartos gémeos, para os dois filhos gémeos, cuja cobertura é uma varanda relvada voltada ao jardim, um plano verde topograficamente ondulado pela nova construção. A casa organiza as áreas sociais, em cima, abertas sobre o pátio e jardim, aproveitando uma série de espaços existentes com tectos em abóbadas cruzadas de altura considerável. As zonas de quartos e outros espaços de maior intimidade estabelecem-se em baixo, com o quarto e salas dos pais a Nascente e os quartos e sala de estudo das crianças a poente. O novo átrio exterior coberto, que prolonga o pavimento granítico da rua para o interior da casa, como frequentemente acontece no núcleo antigo de Évora, permite um acesso independente para a ala dos filhos, funcionando futuramente como quase uma habitação separada, com zonas sociais comuns. Uma série de armários confere espessura às novas paredes introduzidas, definindo a iluminação e os vãos de acesso aos novos compartimentos. O pátio superior, privado e protegido pela grande construção anexa, abre em diagonal sobre um enorme loureiro no extremo poente do jardim da casa.


Cliente: MinistĂŠrio do Ambiente


© abílio leitão

EXPOSIÇÃO 'POLIS - VIVER AS CIDADES' PAVILHÃO DE PORTUGAL, LISBOA 2007

'POLIS' EXHIBITION PORTUGUESE PAVILION, LISBON 2007

Num edifício marcante de Álvaro Siza — o Pavilhão de Portugal da Expo’98 -, desenhado como um palácio contemporâneo, junto à água, com uma enorme praça cerimonial coberta, foi proposto organizar uma exposição demonstrativa das intervenções do programa POLIS, cujas premissas fundamentais se baseiam na requalificação e na valorização ambiental dos espaços públicos de algumas cidades portuguesas. O tema tornava pertinente a utilização das áreas exteriores do pavilhão, como a praça, o pátio central e as varandas do piso superior, para além da infindável sucessão de salas e salões no interior. Um pavimento em saibro percorre toda a praça e aparenta entrar no pavilhão. Surge novamente nos espaços exteriores estabelecendo programas complementares à exposição no interior, o que torna indistinta a fronteira entre espaço público e edíficio privado. O saibro que já existia no pátio central do edifício percorre agora também as varandas e a praça, prolongando para o exterior o percurso expositivo, tornando-o parte da vida urbana envolvente. As peças de suporte dos conteúdos expostos são longos planos brancos iluminados que atravessam delicadamente os vários espaços, acolhendo a informação escrita impressa e as imagens projectadas a partir de equipamentos vídeo instalados nas sancas dos tectos. Evitou-se desta forma utilizar como suporte da informação as paredes existentes, permitindo a integridade da leitura dos espaços.


Custo: 1.000.000€ a.b.c.: 1.000m2 Área exterior: 2.000m2 Cliente: Quinta da Pellada


ADEGA NA QUINTA DA PELLADA SEIA 2007 (concurso por convites)

WINERY IN 'QUINTA DA PELLADA' SEIA 2007 (competition by invitation)

Uma incisão no terreno, na bifurcação das duas folhas maiores da encosta sul da vinha, acentua a presença do maciço rochoso e enquadra a vista sobre a paisagem. Mais do que da construção de um edifício, trata-se antes da criação de uma marca na paisagem, landmark com igual intensidade com que aquela se nos propõe neste sítio: um imenso vale enrugado entre a Estrela e o Caramulo, pontuado pelas diversas encostas onde se estabelecem, dispersas e em diferentes exposições solares, as vinhas do Dão. O volume subtraído ao terreno é limitado por um plano de contenção da encosta, definindo um pátio em torno do qual se organizam os vários espaços da adega. Este recinto, com 30x30 metros, desenha um espaço exterior abrigado do vento, que possibilita a existência de sombra e permite a preservação de humidade. Conceptualmente, estabelece um paralelo com as estruturas romanas das adegas escavadas na rocha, como as encontradas nalguns lugares do Douro. Em termos operacionais, funciona como um amplo terreiro de trabalho, onde se desencadeiam algumas das acções consequentes à vindima, e no resto do ano as decorrentes do funcionamento da adega. Neste sentido, entre função e símbolo, lembra os pátios ensolarados dos Montes no Alentejo, ou os claustros de Mosteiros e Conventos, indissociáveis referências nesta temática vinícola.

com Carlos Crespo




Cliente: Sociedade "Montado Alentejano", produtos agro-pecuรกrios


ESCRITÓRIOS 'MONTADO' ÉVORA 2004 - 2005

'MONTADO' OFFICES EVORA 2004 - 2005

Um antigo armazém de lãs construido no período do ‘Estado Novo’ e entretanto desactivado foi proposto para instalação provisória da sede de uma pequena empresa. Os clientes tinham previsto a instalação de um escritório-tipo, com tectos falsos e paredes divisórias em alumínio, ar condicionado e todos os demais adereços que desenham um escritório sem história. O argumento principal do projecto, pareceu-nos, no entanto, que residia precisamente no modo como se poderia compatibilizar a lógica de grande nave do armazém com o programa dos escritórios, com áreas em ‘open-space’, gabinetes reservados e sala de reunião. Propusémos simplesmente instalar umas caixas em madeira abertas no topo, contendo cada uma um gabinete, dispostas de modo a criar um espaço aberto central com as áreas de secretariado e zonas no limite com as paredes do armazém onde estabelecer o restante programa. Entre estas enormes ‘embalagens’ foi montado um pavimento sobre-elevado em contraplacado anti-derrapante, habitualmente usado nos semi-reboques dos camióes. Debaixo deste estrado desenvolvem-se todas as infraestruturas técnicas, incluindo um sistema de aquecimento industrial a gasóleo e sancas de iluminação indirecta que, reflectindo sobre a madeira clara das caixas cria um ambiente confortável. Abriram-se os respiradouros existentes na lage de cobertura para permitir a entrada de luz natural difusa, que complementa a que entra pelas janelas laterais. Um espaço existente sobre a galeria exterior da entrada permitiu introduzir a sala de reuniões, a que se acede por uma escada existente. No patamar superior, uma abertura permite espreitar a nave de trabalho, com os chefes a controlar os funcionários cá em baixo, como no filme de Jacques Tati.


Custo: 1.000.000â‚Ź a.b.c.: 270m2 Cliente: Manuel Janeiro


CASA NA QUINTA DO EVARISTO ÉVORA 2000 - 2005

HOUSE IN QUINTA DO EVARISTO EVORA 2004 - 2005

Num loteamento de origem duvidosa, uma casa, executada sem projecto ao longo de muitos anos, apresentava diversos problemas de construção. As partes somadas insistiam em manter a sua independência e o conjunto revelava os vários problemas internos. A proposta, solicitada para se proceder ao licenciamento da obra, foi quase simplesmente um processo de demolição das partes em excesso. Desmontaram-se telhados e mantiveram-se as lajes sob os mesmos, permitindo o isolamento contínuo da cobertura. Transformou-se a garagem em sala e demoliu-se uma sala interior, originando o pátio em torno do qual a nova casa se contorce e articula. Um limite rectangular veio recintar esta forma retorcida, desenhando alpendres que reúnem e abrigam as aberturas da casa. Entre o interior, quase inalterado, e o exterior confrontado com a proximidade de casas vizinhas, existe agora uma espessura, habitável, que devolve à casa um sentido mais reservado, mediterrânico. Sobreviveram elementos que faziam parte dos espaços anteriores, como a lareira que agora surge no alpendre a Sul, reivindicando memórias. O pavimento, em madeira reciclada, confere um suporte denso e texturado a estes ‘entreriores’, que constrasta com a austeridade do pavimento interno em betão. © atelier venturatrindadearquitectos

O trabalho de Fernanda Fragateiro veio adensar estes espaços-sombra a partir do texto L’attente L’oubli de Maurice Blanchot, onde a única personagem constrói diálogos entre dois heterónimos imaginados. Como nesta casa dupla.





Área acrescentada correspondendo à escada de acesso ao terraço e alpendre sul

Antigas cobertura desmontadas foram retiradas as coberturas inclinadas existentes, mantendo-se as lajes

Área acrescentada correspondendo ao alpendre poente

Escada de acesso ao terraço área acrescentada

Terraço resulta da laje de cobertura existente situar-se a uma cota inferior às restantes

Cobertura plana/ terreiro resutante das lajes existentes

Alpendre sul acesso principal da casa, ligação com a piscina

acesso

Alpendre poente virado para o pinhal

Quartos

quarto

Instalações sanitárias

arrumos

Sala

quarto

corresponde à antiga garagem

Pátio desmontou-se a cobertura da antiga sala interior transformando-se num pátio, exterior alpendre sul pátio

sala

Cozinha relacionada com o alpendre

alpendre poente

quarto

cozinha

Piscina existente

quarto


Cliente: Shining, EstĂşdios Audiovisuais, lda.


ESTÚDIOS FOTOGRÁFICOS 'SHINING' LISBOA 2002 - 2003

SHINING PHOTOGRAPHY STUDIOS LISBON 2002 - 2003

A meio caminho entre a Estação de Sta. Apolónia e a Expo’98, pela avenida marginal que desenha o contorno oriental da cidade, descobre-se agora, de novo, um bairro - o Beato - marcado ainda pelo ambiente industrial e antigas habitações operárias, entre armazéns vários onde se guardam memórias de épocas mais prósperas, oficinas de automóveis e o “Teatro da Garagem”. A luz intensa e branca, característica destas faixas ribeirinhas em Lisboa, e o contexto algo decadente, estabelecem a intriga. O programa não podia ser mais claro: Um estúdio para fotografia com luz de dia e um outro, negro, apenas iluminado de modo artificial; Uma área de trabalho administrativo, camarins, arrumos e espaços de apoio; Uma área de descanso aberta sobre o espaço principal onde se realizam as sessões fotográficas, com um bar de apoio que permita que todo o espaço se abra a festas, de vez em quando. Parte da construção existente eleva-se de modo a permitir o acesso ao interior do quarteirão, perfurado também do lado oposto virado ao rio. Acrescentámos um piso superior, para os escritórios, rematando a cércea do armazém ao lado. Sob a passagem automóvel, o ‘Lounge’ é aberto em dois grandes envidraçados, permitindo perceber o percurso através do quarteirão.

© steve stoer

No piso térreo, o estúdio escuro é pintado a preto e envolto num recinto de cortinas negras que impedem a luz natural. O piso superior, é intensamente branco, sem limites marcados e com uma cobertura transparente. A experiência de passar de um espaço a outro é violenta. O olhar leva algum tempo a adaptar-se a este contraste intenso. A retina contraí-se, procurando proteger-se do excesso de luz, ou dilata-se até quase ao diâmetro do olho, tentando ver no escuro. Em dada altura, todos estes movimentos nos pareceram semelhantes ao funcionamento de uma câmara fotográfica.


Cliente: C창mara Municipal de Vila Franca de Xira


PAVILHÃO DESPORTIVO DE CASTANHEIRA VILA FRANCA DE XIRA 2004 - 2005 (concurso 1ºprémio)

CASTANHEIRA'S SPORTS CENTRE VILA FRANCA DE XIRA 2004 - 2005 (competion 1st prize)

Um embasamento define o terreno recriado; interpreta, resolve e esclarece o ponto de charneira entre a lezíria a nascente e a acidentada topografia a poente. Prolonga o jardim e acesso a norte, regrando a plataforma de acesso. Deformandose, permite ligações entre as diferentes cotas. Tomando o embasamento como ponto de partida, propõe-se construir o conjunto em dois momentos distintos, reflexo de dois modelos construtivos. SUBTRACÇÃO. Por subtracção parcial do embasamento definem-se espaços de apoio e áreas secundárias da prática desportiva. Se uns se escavam entre a massa, como grutas, formando espaços protegidos, outros, mais permissivos, rompem o terreno e ficam a céu aberto, como valas ou trincheiras, expectantes. O material com que se constrói este momento reflecte a massa e peso inerentes, formando-se segundo uma estrutura de muros, macissos, de betão descofrado. Usam-se materiais expostos, sem ilusões ou recobrimentos. ADIÇÃO. Constrói-se, no ar, uma estrutura leve e modulada que pousa sobre o embasamento, recobrindo alguns dos espaços antes deixados abertos, pondo em diálogo directo os dois elementos. Alberga a área desportiva principal, um campo de jogos, formando um grande espaço coberto que se prolonga para além dos limites fechados. Constrói-se em perfis metálicos, numa treliça em filigrana, revelando o seu propósito eventual e leve. Os acabamentos são revestimentos, materiais tecnológicos e artificiais, de natureza composta. A sobreposição dos dois modos construtivos reforça a disparidade da sua natureza, o seu confronto sublinha a próximidade e dependência entre ambas.

em SOMA (com Pedro Matos Gameiro + Carlos Crespo, arq.tos)


Cliente: Tipperary Town Council


CONJUNTO HABITACIONAL EM SCALAHEEN TIPPERARY TOWN, IRLANDA 2005 (concurso - menção honrosa)

HOUSING AT SCALAHEEN TIPPERARY TOWN, IRELAND 2005 (competion - honorable mention)

O Sul rural da República da Irlanda traduz num relance a imagem estereotipada dos campos verdes suavemente ondulados, entrecortados por muros em pedra, que domina o senso comum sobre a paisagem irlandesa. Em Tipperary County, Scalaheen, próximo de Cork, foi proposta a apresentação de um plano para o desenvolvimento de um conjunto habitacional que, como outros, ocupasse parte desta paisagem agrícola em desuso. A estratégia do projecto que apresentámos assentava na compreensão do modo como a actividade agrícola estruturara, durante vários séculos, a paisagem irlandesa, ao ponto de a transformar na imagem comum que conhecemos. A necessidade de cultivo obrigou à remoção das pedras, utilizadas na construção de muros que delimitam a propriedade e simultaneamente abrigam do vento permanente, definindo uma matriz geométrica sobre a topográfia ondulante. A ocupação do solo, agora por imperativos de construção de áreas habitacionais poderia basear-se nessa mesma matriz, delimitando parcelas de vizinhança, em que as construções seriam dispostas anexas aos muros de pedra, libertando extensos prados verdes entre os alinhamentos construídos e murados. O muro em pedra definiria a fachada de acesso às construções, organizadas sobre a fachada contrária, aberta sobre a paisagem. Os planos brancos assumidos dos edifícios desenhavam o limite entre campo e construção, e outros planos verdes, de sebes arbustivas, definiriam limites ténues mas suficientes para a sensação de privacidade.

em SOMA (com Pedro Matos Gameiro + Carlos Crespo, arq.tos)


Cliente: Fernanda Fragateiro


ATELIER FERNANDA FRAGATEIRO LISBOA 2005

FERNANDA FRAGATEIRO'S ATELIER LISBON 2005

Um fundo branco e neutro, cenário que serve de base ao trabalho criativo que lhe é a razão de ser. Galeria de exposição dos trabalhos, espaço de apresentação dos próprios projectos que aí se desenvolvem ou apenas espaço livre para tudo isso acontecer. Espaço simplesmente, em resumo, foi a solicitação clara que serviu de mote ao projecto para o Atelier de Fernanda Fragateiro, num edifício setecentista da Baixa Pombalina de Lisboa. Procurámos clarificar a tipologia existente e dotar os diversos espaços de todas as infraestruturas tecnológicamente mais evoluídas sem, no entanto, revelar a sua existência, mantendo a imagem da estrutura pombalina intacta. Recuperam-se técnicas antigas na consolidação das estruturas de madeira, sobrados e estuques tradicionais, e tudo isto se contrapôs às cablagens, infraestruturas e outros sistemas e mecanismos mais contemporâneos. Procurou-se que, no final, resultassem subtilmente sobrepostos o carácter marcadamente austero, quase espartano, da estrutura original, e a comodidade permitida pela tecnologia. Ou seja, que do trabalho de projecto e obra, demorado e minucioso, violento ou sensível, não sobrasse mais que a leve impressão que nada tinha afinal sido alterado.


Cliente: Município de Catânia


REMODELAÇÃO DE 3 PRAÇAS EM CATANIA SICÍLIA, ITÁLIA 2005 (concurso - menção honrosa)

RENOVATION OF 3 SQUARES IN CATANIA SICILY, ITALY 2005 (competion - honorable mention)

A cidade de Câtania, na Sícilia, tem na sua história uma cronologia interminável de cataclismos provocados por erupcões vulcânicas e torrentes de lava do Etna. A cada momento de destruição correspondeu, quase sempre, um processo de reconstrução da cidade sob os escombros anteriores. A própria topografia altera-se a cada erupção. A cidade reconstrói-se a cotas sempre mais elevadas, usando como base as ruínas das construções anteriores. A paisagem fértil desta enconsta do Etna hesita entre o negro da lava, com cuja pedra se constrem grande parte dos edifícios do centro urbano, e o verde intenso da vegetação que irrompe sempre novamente após cada erupção. No projecto para remodelação de cinco praças no centro histórico da cidade, que o município lançou a concurso, propusémos construir a partir desta sucessão violenta de acontecimentos da história da cidade, revelando as espessuras sobrepostas do solo a cada escavação, como parte do conhecimento do crescimento da urbe. A esta operação mais violenta sobre a topografia, possibilitando a criação de estacionamentos subterrâneos e ligações pedonais entre cotas distintas, sobrepusémos um outro extracto, à superfície, de pavimentos negros e vegetação colorida. Os sulcos introduzidos a partir da escavação do terreno permitiriam a circulação de água, atenuando nestas zonas verdes da cidade o calor intenso que caracteriza o clima da região e criando uma analogia com os cursos subterrâneos criados pela escorrência da lava, que transparecem nas diversas fontes espalhadas pelo centro.

em SOMA (com Pedro Matos Gameiro + Carlos Crespo, arq.tos)


Cliente: UK government in Northern Ireland


'GIANT'S CAUSEWAY VISITORS FACILITIES' IRLANDA DO NORTE 2005 (concurso - 3ºprémio)

'GIANT'S CAUSEWAY VISITORS FACILITIES' NORTHERN IRELAND 2005 (competion - 3rd prize)

O presente projecto diz respeito a um concurso internacional, promovido pelo Governo do Reino Unido na Irlanda do Norte, para o projecto do edifício de recepção ao visitante e observatório da Calçado dos Gigantes, um importante monumento geológico na Irlanda. Participaram várias equipas de arquitectos de diferentes países.

FINISTERRA The North Antrim Coast pierces the sea, confronting it with violent and determined scarps that surprise the plateau in its waving movement. From the top of the cliffs we attend two different and opposing realities: of the demure, domesticated and perennial horizontality of the flat and cultivated lands that lay over the abrupt, harsh and upright cliff, constantly changing, conforming the brutal transition between land and sea. Paradoxically, it is in the most vigorous movement that we can find the greatest frailty, as its contours slowly adapt to the persistence of the wind and the onslaughts of the sea, forming through the ages different accidents and relives in constant recharacterization. The horizon defines itself in a single stroke, mercilessly, without hesitations. The fold is immediate and frighteningly final. VERTIGO Some buildings that punctuate the cliff in this coast, have been erected as a reflexion of man transforming desire and capacity, as significant and guiding landmarks, attempting to understand the scarp, the sea and its vastness. It’s that understanding that allows the noble gesture and the magical dream that we repeatedly observe along the shore. In all we recognize the moment in which they fold the cliff to fly over the sea, forcing the abyss vertigo. They all express the desire to participate in such a grand gesture. In all we recognize the dream. From all we admire its logic and sense. THE CAUSEWAY COAST EXPERIENCE We’re interested, in sum, in the strong presence of the site. It is our goal to accentuate the cliff experience as an autonomous and constant value in all of the Causeway Coast. We propose to anticipate the course of the visit, integrating it in the building experience, creating a new dramatic and revealing angle, on the limit of a buildingbridge, built at the scale of the cliff, that surveys the cut coast. The arrival is done through a wood of oak trees that protect from the winds, through slowing paths that hide the topographic fold recognition, until the building’s entry. This building will be projected in the sea direction. In the end, over the emptiness, on the ampytheatre, we confront ourselves with the cut coast, at one time, in a way which allows a dramatic understanding and reading of its existence. Two squares organise the fluxes and courses around the building: the lower square is the visitor arrival and departure nexus, connecting to the upper (institutional) level through a ramp that contains the esplanade patio and to the lower level directly to the commercial area; and the upper square, near the mini-bus base, organizing the Causeway tours, both ways. The building is constructed according to two distinct models. Of the continuity and of the discontinuity.

em SOMA (com Pedro Matos Gameiro + Carlos Crespo, arq.tos)


Cliente: C창mara Municipal de Elvas


MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA ELVAS 2003 (concurso)

CONTEMPORARY ART MUSEUM ELVAS 2005 (competion)

Na instalação de um programa museológico, como o proposto, no edifício secular do antigo Hospital da Misericórdia de Elvas, há uma aparente contradição e uma curiosa metáfora: Por um lado, propõe-se instalar uma colecção de arte contemporânea num espaço com meio milénio de existência, num delicado mas interessante confronto geracional; Por outro, tal implica a transformação do conteúdo funcional do edifício, de hospital a museu. A leitura morfológica dos espaços, épocas de construção e características das diversas partes integrantes do conjunto do edifício do antigo hospital e o enquadramento no contexto urbano da cidade permitiu compreender a sua lógica intrínseca, em grande medida já oculta pelas sucessivas alterações funcionais introduzidas.

Analisámos, radiografámos metaforicamente a constituição do próprio hospital, convertido, de lugar onde se desencadeia a acção, a corpo do próprio acto da análise. Corpo e Lugar constituem, também, referência temática da Colecção António Cachola, do modo como entre Novembro de 1999 e Janeiro de 2000 foi apresentada no Museo Extremeño Ibero-Americano de Arte Contemporâneo de Badajoz. A intervenção orienta-se segundo uma convicção determinada: A de que, mais do que transformar os espaços do museu em suportes indiferenciados para albergar a exposição, seria da interacção entre a história do edifício e a contemporaneidade das peças a expôr que poderia ser encontrado o carácter singular deste espaço expositivo. A acção sobre o edifício não procura, portanto, restabelecer uma época ou estilo mas tornar visíveis a densidade dos estratos acumulados, a sobreposição dos diversos tempos, nos diversos espaços, com uma atitude, no entanto, decididamente crítica sobre a qualidade intrínseca de cada camada e sempre na perspectiva da adequação desse resultado ao programa proposto.

em SOMA (com Pedro Matos Gameiro + Carlos Crespo, arq.tos)


Cliente: C창mara Municipal de Aveiro


PONTE PEDONAL JARDIM DA BAIXA DE ST.º ANTÓNIO, AVEIRO 2003 (concurso)

PEDESTRIAN BRIDGE 'BAIXA DE STº ANTÓNIO' GARDEN, AVEIRO 2003 (competition)

Uma ponte a ligar um jardim histórico e um parque recente na cidade de Aveiro, atravessados por uma avenida de trânsito intenso que acede ao centro urbano. O Parque Infante D. Pedro e o Jardim da Baixa de Sto. António inscrevem-se numa depressão alongada na topografia, a que corresponde um vale de subsolo arenítico e argiloso, desaguando na ampla laguna da ria de Aveiro. Estrategicamente colocada no território, com precisão cirúrgica, a ponte pretendese simultaneamente essencial e intensa. Uma simples linha inicial, recta e rigorosa, acaba contorcida e sinuosa, contornando àrvores, procurando um espaço próprio, acomodando-se à estrutura que a acolhe. Procura entender o lugar em que lhe é permitido tocar, pousar levemente sobre a frágil condição desta natureza desenhada. Um novo objecto que, simultanea e contraditoriamente, assume a sua condição inovadora e contemporânea, parecendo ter estado sempre ali. O tramo da ponte sobre a avenida assinala uma espécie de fronteira ou entrada no centro urbano, revelando-se misteriosamente entre os troncos e a folhagem dos enormes plátanos da alameda. O trabalho de Fernanda Fragateiro propunha frases escritas a giz sobre este generoso quadro negro, passagens da poesia de Maria Gabriela Llansol que reivindica um apelo à natureza. Ao exterior enigmático, de carácter vincadamente contemporâneo, construído em aço tratado sem pintura, contrapõe-se um interior revestido com sebes, trepadeiras com flores e um pavimento em saibro consolidado por incorporação de um impregnante resinoso. Desenha-se, portanto, como um percurso mais da estrutura de veredas e caminhos do parque e do jardim, diferenciando-se deles apenas quando descola demoradamente do terreno e atravessa o espaço junto à copa das árvores, observando-os do alto.

em SOMA (com Pedro Matos Gameiro + Carlos Crespo, arq.tos)


Š atelier venturatrindadearquitectos


HOTEL EM PALMI CALABRIA, ITÁLIA 2002 (seminário internacional de arquitectura)

HOTEL IN PALMI CALABRIA, ITALY 2002 (international seminar in architecture)

Há neste espaço do limite sul de Itália, debruçado sobre o mediterrâneo, entre Messina e Reggio através do estreito, e daqui a Palmi seguindo a linha de costa pela autoestrada, a sensação de uma enorme violência, contida, mas inequivocamente presente e estranhamente sedutora. Será pelo modo como a paisagem, avassaladora, se deixa seduzir pelo mediterrâneo sereno e imenso. A topografia é feita de subidas e desníveis abruptos que originam situações singulares, como o promontório de S’Elia, 600 metros acima da pequena baía de La Marinella, dominando a paisagem de Palmi, ou o castelo e o núcleo urbano de Schilla. Ou talvez pela presença dos enormes cones fumegantes de Stromboli e do Etna, que se avistam no horizonte e nos relembram permanentemente a dimensão, tectónica, do lugar. A questão fundamental a resolver no Monte S’Elia seria a da transposição do desnível de 600 metros, permitindo uma ligação entre o topo do monte e a pequena enseada, como aliás se enunciava no programa. As propostas iniciais que experimentámos, procurando fundamentar-se no lugar, sempre nos pareceram violentas ou inócuas, excessivas ou insuficientes. Ora cediam à escala do lugar, ora pareciam constituir incisões demasiado violentas sobre tamanha imensidão e beleza. Cedo se percebeu que um lugar assim, como a própria natureza, é cruel ou motor daquilo que sobre ele propomos. Imaginámos então construir um hotel em altura, uma espécie de arranha-céus que se reclina e acomoda no dorso do monte, assumindo posições quase antropomórficas. Uma estreita linha de 6 metros de secção que organiza, em cada piso, apenas um quarto de 6x6x6 metros e os necessários acessos verticais. Um cubo aberto ao mar inteiramente privado, reduzido a uma luxuosa elementaridade. Apenas uma cama e uma zona de água em posição elevada espreitando a vista singular. Sobre a crista das encostas abruptas ou recolhido nas linhas de vale, o edifício encontra, por vezes, estruturas pré-existentes como a antiga galeria da via férrea, da qual se apropria organizando novos programas. No topo do monte e na base da enseada construir-se-iam as àreas de recepção, restaurante e espaços comuns.

como professor convidado de João Luis Carrilho da Graça, arq.to


© atelier venturatrindadearquitectos

Cliente: Câmara Municipal de Évora


PARQUE DE EXPOSIÇÕES E ACTIVIDADES ECONÓMICAS ÉVORA 2001 - (em projecto) EXHIBITIONS AND ECONOMIC ACTIVITIES PARK ÉVORA 2001 (ongoing)

O Parque de Feiras, Exposições e Actividades Económicas de Évora localiza-se na parcela central da Herdade da Caeira, a nascente do centro urbano, numa colina de suave pendente orientada a poente, espreitando sobre o centro histórico. A parcela tem uma àrea total de 47,2 hectares, nos quais se incluem 17 hectares correspondentes a áreas de estacionamento automóvel, comuns com as parcelas adjacentes. Como forma de preservar a estrutura e escala da paisagem desta parte da envolvente da cidade, - constituida por grandes propriedades de cultura cerealífera e pastagens de gado -, inscreve-se no terreno uma marcação de configuração quadrangular de aproximadamente 800x800m, que corresponde aos limites físicos do recinto do parque e aos canais de condução dos sistemas de infraestruturas técnicas necessários. O conjunto organizar-se-á assim a partir de um percurso pedonal estruturante periférico que une as duas entradas no recinto. Este percurso constitui o sistema vertebral a partir do qual se estabelecem os diversos núcleos funcionais, em torno de um grande vazio central que permite a realização de eventos diversos e preserva a partir de qualquer ponto a vista sobre o centro histórico. A proposta em desenvolvimento para as àreas de exposição visa criar uma continuidade efectiva entre os espaços encerrados e as zonas complementares exteriores que lhes estão contíguas, através da sucessão de pátios e naves expositivas que podem, em determinadas circunstâncias, abrir ao exterior. Deste modo, é possível a sua utilização em separado ou de forma coordenada, flexibilizando a organização de eventos de diversos formatos e dimensão. Um parque/ mata nas margens da ribeira do Xarrama, desenhará o limite poente do recinto de feiras e uma zona de lazer relacionada com a cidade, contígua aos bairros que se estabelecem já até essa linha.

com João Luis Carrilho da Graça, arq.to/ JLCG - arquitectos, lda.


Cliente: (privado) a.b.c.: 30m2


CASA NAS JANELAS VERDES LISBOA 2002

HOUSE AT 'JANELAS VERDES' LISBON 2002

A casa inscreve-se no interior de um quarteirão, numa zona antiga da cidade de Lisboa, próximo do rio Tejo. O crescimento da cidade, ao longo de vários séculos, tornou estas àreas centrais densamente construídas, o que gerou habitações de características actualmente difíceis de aceitar. A casa não tem fachada. Não abre para uma rua. Nem sequer para as traseiras do prédio. A sua condição de habitabilidade é tenuemente assegurada por um volume que se escava no quarteirão e possibilita um pátio. A intervenção consiste em organizar o programa de uma habitação individual em pouco mais de 30m2. E em dois pisos. Todo o espaço que foi possível reunir, em cima, permitiu uma sala comprida e estreita, aberta sobre o pátio à altura da copa da àrvore, que se conseguiu, a custo, não fosse cortada. Lateralmente organizam-se a casa de banho (com banheira e duche, em separado...) e a cozinha, com um espaço para refeições junto à janela. Em baixo entalou-se uma cama entre as quatro paredes, organizou-se uma zona de roupas sob a escada e, ainda, o acesso ao pátio. A altura máxima disponível em toda a casa é menos de 2,20m. A pouca luz chega de Norte, através do pátio, filtrada pelas folhas da àrvore. Pintar tudo de branco permitiu um verdadeiro milagre de multiplicação da luz. A proprietária trabalha há alguns anos numa galeria de arte de Lisboa e foi coleccionando um razoável conjunto de telas de pintores portugueses contemporâneos. A casa, branca e comprida, com a luz difusa de Norte, proporcionou-lhes o espaço de exposição desejado.


Cliente: Universidade do Porto


INSTITUTO DE INOVAÇÃO E INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE PORTO 2009 (concurso - 2ºprémio) INSTITUTE FOR INNOVATION AND INVESTIGATION IN HEALTH OPORTO 2009 (competition - 2nd prize)

A proposta apresentada pretende reafirmar a interioridade do lote do IPATIMUP. A nova intervenção propõe conceder ao edifício uma relativa autonomia e isolamento e em simultâneo promover a consolidação das frentes de rua, contribuindo assim para a consolidação da unidade espacial do campus. A relação com o parque ribeirinho é propositadamente privilegiada e, deste modo, a frente do lote, que confina com as ruas a sudeste e sudoeste, é delimitada por um muro-embasamento que contém uma plataforma-jardim, sobre a qual se implanta o edifício. A topografia reforça assim a possibilidade de recolhimento do edifício em relação à circulação viária. Paralelamente, cria uma ampla área verde que prolonga, a sudeste, o panorama do parque ribeirinho, a noroeste mantém o cenário da mata-sebe existente, na mesma medida em que mantém a relação do edifício existente com a envolvente. Por último, a nordeste, afasta-se da lógica ortogonal e “totalitária” imposta pela grande escala da Alameda central, subvertendo a regra de implantação, aparentemente, imposta. Esta relativa subversão não é mais do que uma opção em encaixar o novo edifício no edifício existente, materializando a extensão e o natural desenvolvimento de um projecto que é anterior ao projecto de arquitectura — o desenvolvimento de um projecto de conhecimento científico. A sebe arbórea, que se implantou originalmente em torno do edifício existente, é mantida na sua totalidade e reforçada junto ás fachadas do novo edifício, que definem as frentes de rua. A nova sebe, em continuidade com a existente, contorna o muro-embasamento, dando origem a uma frente arborizada, francamente diferenciada dos outros lotes edificados e em ligação explicita com o parque ribeirinho.


Custo: 2.300.000€ a.b.c.: 2.000m2 Área Exterior: 10.500m2 Cliente: Câmara Municipal de Moura


REQUALIFICAÇÃO DO ANTIGO MATADOURO EM MUSEU MUNICIPAL MOURA 2009 (concurso - 1ºprémio) - (em construção) RENOVATION OF THE FORMER SLAUGHTERHOUSE INTO THE MUNICIPAL MUSEUM MOURA 2009 (competition - 1st prize) - ongoing

A área do antigo Matadouro Municipal de Moura constitui uma excepção dentro do perímetro urbano pelo facto de integrar a área de salvaguarda e Reabilitação do Centro Histórico da cidade. Esta zona estendeu o estatuto patrimonial do centro para fora dos limites da muralha. Esta situação coloca-nos perante a questão das cidades históricas versus a outra-cidade. Ao transpôr os limites da muralha o estatuto de património contamina a cidade em expansão e abre possiblidades novas de qualificação do espaço público, agregando a cidade histórica e a cidade contemporânea. Deste modo os materiais e tipologias que caracterizam os espaços intimistas da cidade muralhada e patrimonial expandem-se, e abrem a possiblidade de recriar e revitalizar o interior da muralha através de uma relação franca com a cidade em expansão. “Saltar“ a muralha e contaminar de forma bidireccional; interior e exterior, passado e futuro, cidade histórica e cidade em expansão ganha aqui um significado simbólico que se materializa quer pela (re)abertura de uma passagem através da muralha quer pela contaminação da zona de intervenção com materiais e tipologias da cidade histórica que por sua vez poderão desenhar a nova cidade extra-muros. Tanto a muralha quanto a área de salvaguarda e valorização paisagística potenciam as qualidades espaciais do conjunto edificado do antigo Matadouro. Ambas permitem gerar diversas espacialidades, quer seja em articulção com a cidade antiga, com a zona de expansão ou com a paisagem rural envolvente. O troço da muralha e o troço do Rio da Roda que delimitam a área de intervenção testemunham as matérias de construção deste lugar: pedra, terra, rio (água) e vegetação. É também a partir do trabalho sobre estes limites que aqui identificámos como paradigmas de construção do lugar-paisagem que se desenvolverá a nossa proposta. Assim os limites adquirem uma expressão de continuidade e articulação com a cidade-muralhada, a cidade em expansão e a paisagem agrícola circundante.




Custo: 320.000€ a.b.c.: 650m2 Área Exterior: 650m2 Cliente: Leonor Guerra/ Rui Guimarães


CASA GG OEIRAS 2009 - em construção

GG HOUSE OEIRAS 2009 - ongoing

O projecto contempla a construção de um corpo novo, a poente, organizando dois novos quartos em suite, em baixo, sala de estar e de refeições voltada sobre o logragouro e cobertura em terraço acessível. Esta construção é assumidamente diferente da existente, quer em termos construtivos como em relação à implantação, de modo a manter os afastamentos legais aos limites laterais da propriedade. A construção antiga é reformulada interiormente, adaptando-se ao novo programa proposto, mas de modo a manter as suas características essenciais. O embasamento da edificação é redesenhado, o que permite ampliar o espaço de estacionamento, actualmente muito exíguo. Este limite periférico, em betão aparente, cria espaços semi-exteriores entre as duas construções, funcionando como elemento unificador do conjunto. Por outro lado, e de modo a atenuar a grande volumetria da casa actual, este novo embasamento é ligeiramente mais alto, o que cria a ilusão de uma construção de menor altura. Por detrás deste embasamento unificador, surgem os volumes da construção existente e da ampliação a Poente, sendo possível obter uma leitura clara da manutenção do primeiro e de uma intervenção posterior de carácter contemporâneo no segundo, ao mesmo tempo que o embasamento e a relação entre ambos os envolve num claro conjunto.



Circulação exterior sistema de de ligação entre os espaços exteriores, o pátio e o terraço

Pátio reservado à suite e com ligação ao terraço

Varanda alçado frontal, virada para a rua de acesso

Escritório aberto directamente sobre pinheiro e com pequeno óculo focado no terraço

Suite com pátio privativo e ligação com o terraço

Terraço ponto culminante do sistema de espaços exteriores com vista para zona tardoz da casa e abrigado a norte por pinheiro existente

Varanda da sala polivalente espaço intersticial entre a casa e o volume de betão envolvente

Escada de acesso ao pátio circulação exterior entre o terraço e a área exterior da casa

Muros de betão formam o perímetro e envolvem o edifício, contendo o terreno e regularizando a intervenção

Sala polivalente

Sala de estar/ sala de jantar com duplo pé-direito, abre para o pátio e jardim tardoz

Cozinha com ligação para a área exterior

Escada exterior circulação intersticial entre a entrada, frontal, e o jardim, traseiro

Corredor de ligação estabelece a ligação entre o corpo da casa existente e o novo corpo construído

Acesso à casa a partir da rua

Garagem/ Entrada funciona simultâneamente como garagem e entrada, passando o acesso à casa a fazer-se por debaixo da mesma

Quarto com acesso ao pátio e jardim tardoz da casa

Pátio com ligação entre os quartos e o jardim tardoz


Custo: 300.000â‚Ź a.b.c.: 700m2 Cliente: (privado)


CASA AJ/JMT LISBOA 2009 - 2010

AJ/JMT HOUSE LISBON 2009 - 2010



VARANDA 03 0.00 var.

COZINHA 0.00 2.80

I.S 03 2.60 0.10

2.80 0.00

VARANDA 04 0.20

QUARTO 03 2.80 0.00

CLOSET 2.80 0.00

I.S 02 0.25 2.40 02

02

01

SALA 0.00 2.80

12 11 10

QUARTO 01 0.00 3.00

09 08 07 06

I.S 01 0.25 2.40

QUARTO 02 0.00 3.00

!

02 !

05

04

03

02

SALA 0.00 2.80

0.00 2.80

0.00 2.80

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11

22 21 20

VARANDA 01

0.00 2.20

19

HALL/ ENTRADA 18 17

0.00 5.00

16 15 14 13 12

2ยบ PISO


Custo: 4.000.000€ a.b.c.: 1.750m2 Área Exterior: 17.000m2 Cliente: Sousa Cunhal Turismo, sa.


CASAS NA HERDADE DO MERCADOR MOURÃO 2010 - (em curso)

HOUSES AT 'HERDADE DO MERCADOR' MOURÃO 2010 - (ongoing)

EUP 05

EUP 02

EUP 01

EUP 04

EUP 03

As 5 casas na Herdade do Mercador dispõem-se numa parcela de terreno alongada, de formato trapezoidal triangulado, sobre uma pendente voltada a Sul. A organização das casas tem por base a tentativa de estabelecer vistas sobre o plano de água. Os 3 lotes a Sul têm uma orientação Este-Oeste, seguindo a inclinação da topografia, aqui as casas encaixam-se no terreno de forma a permitir vistas sobre a casa para a albufeira do Alqueva. Já os 2 lotes a Norte orientam-se Norte-Sul ocupando a linha de festo, as casas levantam-se do solo permitindo vistas desimpedida sob a casa para a paisagem. As construções são organizadas dentro de rectângulos de implantação de 42m x 24m que delimitam e organizam a área de vivência, interior e exterior, de cada casa.


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