Revista joias & design -

Page 1

2

Revista Joias & Design - Agosto 2014


editorial

Rene Carlos Cruz Rodrigues Diretor - Editor Chefe Amanda Borges Rodrigues Editora Marcia Pompei Colaboradora

Digital ou Impressa? por incrível que pareça, digital!

Eliânia Rosetti Colaboradora Liviane Pires Colaboradora Projeto Gráfico Equipe Editora Leon

Assim que começamos o projeto da revista Joias&Design a questão era: digital ou impressa? Por uma questão de acompanhar as inovações, ter mais agilidade, fazer investimento menor, proporcionar anúncios mais baratos, que ela pudesse ser lida em qualquer lugar a qualquer hora, e principalmente - SER GRATUITA, optamos pela digital. Hoje, no número 4 da Joias&Design estamos felizes e confiantes de que a escolha foi certa. Assim como para a maioria dos leitores, garanto que neste momento seu celular apita e você procura saber se é o instagram, facebook, whatsapp, email e por aí vai! Dá para ficar fora do mundo digital? Claro que não...as informações são em tempo real e é assim que a Joias&Design quer informar você. Em breve teremos grandes novidades. Acompanhamos a versatilidade e agilidade do mundo digital e vimos o número de pessoas que baixam a revista em nosso site ultrapassar muito as nossas espectativas. Mas, o que mais nos interessava era atingir um bom nível de credibilidade junto aos leitores. Mais uma vez acertamos e, edição após edição, nossos leitores interagem com a revista nos dando o norte tão necessário para esse tipo de publicação. É ou não é para ficar feliz? Obrigado, amigo leitor por acreditar em nosso trabalho! Fiquem com Deus! Até a próxima!

Rene Carlos Cruz Rodrigues Editor chefe

A Revista “Joias & Design” não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação de pauta, bem como pelas opiniões emitidas por colaboradores, colunistas emitidas em suas edições. O conteúdo publicado em anúncios é de total responsabilidade do anunciante. Se você tem alguma crítica, sugestão ou elogio, escreva para o email: editor@editoraleon.com.br. Sua opinião é muito importante para nós. Se você é designer e quer ver seu trabalho divulgado na revista escreva para: editor@editoraleon.com.br

Anúncios Em breve a Editora Leon estará abrindo espaço para anunciantes. Preços de anúncios assim como informações sobre a revista serão divulgados no site da Editora Leon. Caso você queira anunciar na revista escreva para o email: anuncio@editoraleon.com.br.

Editora Leon Rua Fortaleza n.244/2 - Recanto Elizabeth - Bragança Paulista SP - CEP 12903-374 Telefone (11)2473-3187

2

Revista Joias & Design - Agosto 2014


ensino

“Joalheria na tela” o portal EAD de joalheria Imagine só fazer um curso de joalheria com aulas teóricas e práticas sem sair de casa ou do trabalho e pela Internet. Fazer esse curso no seu tempo e na hora que você puder. Agora isso é possível!

Em setembro começam as incrições para o curso EAD de joalheria. O portal “Joalheria na Tela” é uma iniciativa pioneira do Atelier Marcia Pompei. Os cursos EAD (Educação à Distância) têm estimulado muitas pessoas a se profissionalizarem. Por oferecerem um aprendizado mediado por tecnologias que permitem que professores e alunos estejam em lugares físicos diferentes - são cursos que facilitam a vida do aluno. Esse método de ensino permite ao aluno criar seu próprio horário, pois geralmente as aulas são minitradas pela Internet. Na educação à distância, o aluno pode gerenciar seu aprendizado porque possui autonomia para estudar, assistir as aulas e praticar técnicas de acordo com seu tempo disponível. Consciente da importância e necessidade da educação à distância o Atelier Marcia Pompei, depois de um período de pesquisa e aprimoramento desse processo de ensino, lança o portal “Joalheria na Tela”. Para nós da revista Joias&Design essa inciativa será de grande importância para o mercado joalheiro. Nossos leitores estão sempre a procura de mecanismos de informação e aprendizado que possam ampliar seus conhecimentos e aprimorar suas técnicas. Por outro lado, a iniciativa também permitirá que muitas pessoas ingressem no mercado e se

3

Revista Joias & Design - Agosto 2014

profissionalizem de maneira adequada e correta. O “Joalheria na Tela” é o primeiro e único portal EAD de joalheria na América Latina. Segundo informações do atelier, o primeiro curso, “Modulo A - Técnicas Básicas” terá aulas teóricas e práticas com peças a serem executadas dependendo de cada etapa liberada pelo professor. Assim, o aluno só avança no curso uma vez que tenha aprendido o conteúdo da aula. No curso serão abordados: proporções e pesagem de ligas metálicas, serramento dos metais, soldagem, formação de aneis, cravação de

pedras, polimento entre outras técnicas. O primeiro módulo contém 22 aulas teóricas e práticas. A ingressar no curso há o pré-requisito de que o aluno possua ferramentas e equipamentos para trabalhar e desenvolver seu aprendizado. O aluno inscrito no curso receberá também material impresso. Além dos cursos, o portal “Joalheria na Tela” terá seções onde pretende oferecer ferramentas, equipamentos, kits de montagem e outros itens que interessem ao aprendiz de joalheria. Mais informações: Atelier Márcia Pompei www.joia-e-arte.com.br atelier@joia-e-arte.com.br.r

www.editoraleon.com.br


fotografia

Fotografando joias e pequenos objetos

Conheça o curso online de Fotografia de joias e pequenos objetos da eduK Diego Rousseaux nos presenteia, pela segunda vez, com um curso recheado de técnicas e segredos da fotografia de joias e pequenos objetos. A partir de cinco pontos-chave - olhar, técnica, posicionamento, iluminação e tratamento - você aprenderá sobre esse exigente e rentável mercado de trabalho: sites, banners, anúncios publicitários e mídia impressa. Como fotografar e tratar imagens de joias ricas em detalhes? Como dar volume a pequenos objetos? Como lidar com diferentes tipos de peça (translúcidas, foscas e reflexivas)? Qual o melhor ângulo para a obtenção de melhor resultado? Aprenda a construir suas respostas com as técnicas e provocações desse expert em fotografia de joias. Diego Rousseaux nasceu em Buenos Aires e sempre teve uma fascinação especial pela fotografia, que o levou a procurar desde cedo os caminhos para se tornar um profissional na área. Aos 18 anos começou como assistente e, em 1987, montou seu próprio estúdio, onde fotografou uma ampla variedade de temáticas, encontrando em cada uma sua própria linguagem, com preocupação pela técnica, estética e busca da Iuz ideal para cada tema. Trabalhou como still photographer em 12 longa-metragens, adquirindo com isso uma grande experiência com atores e com os mais variados cenários. Instalado desde 2001 em São Paulo, atende clientes diretos e agências de publicidade em seu estúdio. Dá workshops, cursos particulares e universitários

4

Revista Joias & Design - Agosto 2014

na área de fotografia publicitária, fotografia de estúdio e iluminação. Na era digital, continua pesquisando para oferecer a melhor qualidade de serviço a seus clientes. http://www.eduk.com.br/cursos/7design-e-fotografia/856-fotografia-dejoias-e-pequenos-objetos


capa

Cravação

a união entre metais e gemas

Adler Jewelers

Da necessidade de fixar as gemas aos metais, mantendo a harmonia e a beleza das joias, sem qualquer outro recurso (colagem), nasceu uma importante técnica de joalheria - a CRAVAÇÃO! O valor agregado à uma joia não se restringe ao preço do metal usado ou da gema empregada. Ele está diretamente ligado ao trabalho dos profissionais envolvidos na produção da joia. São eles que dão o requinte, a sutileza de detalhes e o valor artístico da peça. Uma joia, mesmo carregada de ouro e diamantes, pode perder valor agregado sem as mãos hábeis do ourives e do cravador. Uma joia com um design atraente

também pode ser comprometida sem a habilidade desses profissionais. Da alta joalheria até a produção de uma bijuteria, é o trabalho deles que destaca a peça. O ourives com suas técnicas de fundição, serra, soldagem, limagem, entre tantas outras, dá à joia sua forma e design, mas estará sempre preocupado em deixar tudo ajustado, de maneira adequada para que o cravador una as gemas ao metal e complete a ideia do projeto (desenho).

Van Cleef & Arpels

Cravação A cravação é uma técnica de joalheria que pode ser considerada uma verdadeira arte na união do metal com a gema. Assim como em outras técnicas de joalheria, na cravação é necessário empregar conhecimentos específicos para unir metais e gemas de maneira que o resultado final atenda as exigências do trabalho conjunto de três profissionais: o ourives, o autor de joias e o designer. Muitas vezes um único profissional exerce as três funções. No entanto, é importante saber que a cravação requer trabalho especializado e, normalmente, é feita por um profissional conhecido como cravador. Neste artigo abordaremos os aspectos que julgamos importantes

5

Revista Joias & Design - Agosto 2014

para uma boa visão do processo de cravação. Como a cravação é um processo que fixa a gema na estrutura do metal, estará sempre relacionada com o tipo de lapidação da gema.

http://www.dimassm.es/

Em muitos casos, quando a cravação da gema é mais simples, o próprio ourives ou autor da joia faz o trabalho, como é o caso da cravação de cabochões, por exemplo. Todavia, na cravação pavé, cravação invisível e algumas outras é necessário a atuação do cravador, um profissional especializado que precisa de muita habilidade e conhecimento. Existem diferentes tipos de cravação adaptada ao tipo e design da joia e atrelada ao tipo de corte (lapidação) da gema. Apesar de ser um processo sistemático, muitos cravadores desenvolvem suas técnicas e aprimoram outras já existentes. O uso adequado das ferramentas específicas é outra habilidade do cravador.


Cravador Sendo o profissional especializado em fixar as gemas nas peças de metal, o Cravador desenvolve um trabalho tão importante quanto do ourives, pois além das técnicas apuradas e específicas da cravação deve conhecer aspectos importantes das gemas como, por exemplo, sua dureza, brilho, coloração, etc. Também depende de conhecimentos sobre a dureza e maleabilidade dos metais. Mas, a grande habilidade do cravador está na manipulação das ferramentas usadas na cravação: as fresas, o buril e o peloir. O entendimento entre cravador, ourives e designer é importante para verificação de distâncias, medidas, tamanho, calibre de pedras, etc.

Um vídeo publicado no Youtube pela Gênesis Joias, intitulado “A arte da cravação”, diz:

Gênesis Joias

“Precisão, meticulosidade e paciência, resultam em um dos mais belos trabalhos da arte da joalheria: a cravação!” Link para o vídeo - http://www.youtube.com/watch?v=HUopx-Q-FaI Veja na imagem ao lado, retirada do vídeo, a proporção das pedras e da peça onde serão cravadas as pedras. Mais adiante veremos a meticulosidade desse trabalho. Realmente, um belo trabalho da cravação - uma arte da joalheria.

Vídeo - A arte da cravação Gênesis Joias

Vídeo - A arte da cravação

Ferramentas de cravação As ferramentas usadas pelo cravador são específicas e apropriadas ao seu trabalho. Muitas delas são preparadas pelo próprio cravador. As principais são: o buril, o peloir, motor com chicote, martelo e acessórios.

Buril O buril é o instrumento usado para esculpir o metal. É usado pelo cravador para abrir canaletas, levantar grãos, etc. Existem vários tipos de buril, cada um com uma função específica. Quando comprado vem em estado bruto, isto é, precisa ser preparado. O buril é fornecido em lâmina. O cabo é vendido em separado. Na preparação do buril coloca-se primeiro o cabo para depois preparar a lâmina.

Gênesis Joias

Detalhe do uso do peloir na cravação pavé.

Peloir

Na imagem acima pode-se ver o buril sendo usado para ajustar os furos ao tamanho exato da pedra. Pelo tamanho das pedras é possível compreender o cuidado e a meticulosidade do trabalho do cravador.

6

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Gênesis Joias

O peloir é uma ferramenta de aço com diferentes pontas usado para arredondar e polir as garras. Normalmente é vendido em conjunto de várias peças e pode ser usado com cabo de mandril. É uma ferramenta que requer habilidade no uso, pois é empregada com pressão para modelar garras, cantos, dobrar arestas, arredondar garras, etc. Seus diferentes modelos são usados para diferentes necessidades.


Morsas e Morcetos

Gênesis Joias

Peloir com mandril usado para ajustar as pequenas garras levantadas do metal com o buril.

Motor suspenso com chicote e caneta mandril

Existem muitas ferramentas e dispositivos usados para prender e segurar o metal (joia) durante o processo de cravação. Como a cravação requer movimentos giratórios durante o processo, essas Morsa borboleta ferramentas precisam estar livres na mão do cravador ou possuir sistema que permitam esse giro, como é o caso da bola de cravação.

Bola de cravação Gênesis Joias

Gênesis Joias Motor suspenso com chicote e caneta mandril

O motor suspenso com chicote e caneta mandril é usado com brocas para furação e com fresas para os mais variados fins. Na imagem abaixo, do site da Fornitura Mario Pereira, pode-se ver as fresas do tipo: Bola, Cone invertido, Copo, Chapéu Chinês, Circular, Faca, Espiga.

Morsa com regulagem

Valentim Alianças

Gênesis Joias

Na imagem acima você vê o uso do morceto. Vídeo da Valentim Alianças. http://www.valentimaliancas.com.br/

Nas três imagens acima, à direita, pode-se ver o uso de fresas para furação, alargamento e ajuste das cavidades onde serão cravadas as gemas. O uso de fresas com o mandril (chicote) e motor suspenso é constante no trabalho do cravador. São ferramentas indispensáveis na abertura e nos ajustes das cavidades onde serão colocadas as pedras.

7

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Existem muitos outros dispositivos e maneiras para prender a joia durante o processo de cravação. O pau de cera é um deles, que consiste em um bastão de madeira onde é aplicada laca quente para prender a joia. Depois de seca, a laca segura a peça com segurança e, quando novamente aquecida solta a peça com facilidade.


Lapidação O cravador também precisa entender detalhes sobre o corte (lapidação) das gemas. O posicionamento da gema na joia, o espaço de luz e a maneira de fixá-la depende muito do tipo de lapidação usado na gema. Abordaremos aqui alguns aspectos da lapidação de maneira básica para que o leitor (iniciante em joalheria) entenda melhor a interferência da lapidação na cravação.

Lapidação As gemas usadas na joalheria são encontradas na natureza em estado bruto, isto é, sem a forma, o brilho e a cor final da gema. Neste estado são também conhecidas como pedras brutas. O processo de lapidação consiste em explorar ao máximo as características gemológicas da pedra. Assim, a pedra bruta é estudada, cortada, formada, facetada e polida. É por meio desse processo que se obtém maior profundidade de cor, brilho, simetria e forma final. Pode-se dividir a lapidação em dois grupos: facetadas e cabochões. Nos dois casos, elas são encontradas brutas, serradas e formadas. As facetadas são feitas pelo processo de talhe (corte de facetas) para o total aproveitamento de sua transparência e reflexão da luz que a atravessa.

Facetadas

8

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Existem vários tipos de corte (facetamento) usados nas gemas facetadas: brilhante, navete, gota, entre muitos outros. Cada tipo de corte é estudado de maneira a se obter o máximo de reflexão da luz. As facetas são feitas em degraus para que a luz seja refletida entre eles. Os lapidários (profissional que faz lapidação) usam softwares como o GemCad por exemplo, para elaborar e estudar os diferentes tipos de lapidação. Esses softwares permitem o estudo detalhado da faceta, mostram janelas (locais de perda de luz) e muitos outros detalhes da lapidação. Permitem, ainda, que o lapidário emita um diagrama que estabelece a quantidade de facetas, grau de inclinação, etc. O facetamento é feito em um equipamento específico que trabalha com um disco diamantado. Ao lado do conjunto do disco uma torre segura a caneta onde é fixada a pedra bruta. Essa caneta se movimenta no eixo da torre permitindo que o operador levante-a e a encoste no disco diamantado. A caneta também gira em seu eixo, por meio de uma trava (índex) que posiciona as facetas. O diagrama emitido pelo software estabelece o ângulo e quantidade de facetas. É um trabalho de extrema precisão. Nesse mesmo equipamento é feito todo facetamento e polimento das facetas. Há poucas décadas as pedras com potencial gemológico, isto é, com características especiais para serem transformadas em gemas eram o diamante, o rubi, a esmeralda, a safira, o topázio, a turmalina, entre outras. Com as inovações e tendências de moda, assim como a criatividade dos designers, muitos outros minérios (pedras) apresentaram potencial gemológico e são usados como gemas, como é o caso de vários tipos de quartzo, olho de tigre, pirita, ágata, jaspe, entre outras. É grande a gama de minerais usados na joalheria e a gemologia cuida

de estudar suas características de aplicação como adorno - trabalho do gemólogo. O cabochões são serrados e formados num equipamento com rebolos para formar e polir a gema. Neste caso não há tanta precisão. O resultado final depende muito da habilidade do operador que dá forma às gemas usandos os diferentes rebolos. Nos dois casos o trabalho é feito com constante alimentação de água.

Cabochões


Os cabochões são pedras muito utilizadas por designers que os combinam com pedras facetadas. Eles oferecem grande flexibilidade ao designer, pois são mais fáceis de serem lapidados e cravados, além de contribuir com a forma e design.

www.thefind.com

Tipos de lapidações facetadas Com o avanço das tecnologias e equipamentos de lapidação, surgiram muitas formas ou tipos de lapidações diferentes. No entanto, os princípios de reflexão seguem os mesmos parâmetros: os ângulos da coroa e do pavilhão definem reflexão correta. Na ilustração extraída do site da www.allaboutgemstone.com e traduzida por nós, você pode ver a estrutura de corte de uma gema.

Calibragem das gemas Toda gema deve ser calibrada, isto é, ter tamanho pré-definido para ser facilmente adaptada ao projeto do designer. Principalmente no caso do diamante essa calibragem segue um padrão internacional. No entanto, existem muitos casos, de cabochões por exemplo, que não seguem um padrão de calibragem. Nestes casos o designer inicia seu projeto baseado no formato da pedra. Os cortes que

seguem padrão de calibragem são: brilhante, princess, radiante, baguette, etc. A calibragem servirá para orien-

tação do cravador, que faz os furos e cavidades no metal, baseado nas medidas do calibre da pedra. Serve também para orientação do designer.

Exemplo de calibragem de pedra oval

Alguns tipos de lapidação

Oval

9

Gota

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Navete

Brilhante

Quadrada

Coração


No quadro abaixo publicamos um passo-a-passo de uma lapidação brilhante do lapidário Doug Menasdue da empresa Bespoke Gems. 1 - Escolha da pedra bruta que é sempre bem maior do que a pedra lapidada. 2 - Ajuste da pedra no disco diamantado. 3 - Pedra ajustada. 4 - Pedra sendo presa na caneta por meio de laca.

5 - Pedra encanetada. 6 - Arredondamento da pedra no calibre escolhido. Etapa feita com a caneta presa na torre. 7 - Arredondamento pronto. 8 - Facetamento do pavilhão, parte inferior da lapidação brilhante. 9 - Pavilhão facetado. 10 - Ajuste do rondiz (cintura). 11 - Rondiz ajustado. 12 , 13 e 14 - Polimento das facetas do pavilhão e do rondiz. 15 - Polimento terminado da parte

inferior da gema. Nesta etapa a gema é retirada da caneta e invertida para o facetamento e polimento da parte superior da gema. 16 e 17 - Facetamento da parte superior da gema. 18 - Observação do polimento da parte superior. 19 - Gema pronta com facetamento brilhante. O processo de lapidação é complexo, exige habilidade e equipamentos.

Processo de lapidação

Passo-a-passo de Doug Menasdue da Bespoke Gems www.bespoke-gems.com

1

2

5

6

10

15

3

11

16

Algumas pedras lapidadas por Doug Menasdue.

10

Revista Joias & Design - Agosto 2014

4

7

8

9

12

13

14

17

18

19


Tipos de cravação A cravação de uma gema é muito mais do que uma maneira de fixá-la no metal da joia. Ela é parte importante e decisiva no design da peça de joalheria. Apesar da gema determinar, em parte, o tipo de cravação, sempre haverá possibilidade de trabalhar o design da peça. Como ocorre com a lapidação, a cravação é descrita por terminologia específica dentro de padrões conhecidos no mercado joalheiro mundial com poucas variações. A princípio isso pode parecer uma regra que limita o designer na criação, mas você verá que mesmo dentro dos padrões tradicionais os designers sempre encontram formas de enobrecer suas

peças e destacá-las de alguma maneira. De qualquer forma, é importante conhecer a terminologia tradicional e como cada tipo é feito - para que se tenha opção de conversar com o cravador caso você não faça a cravação de suas gemas. Por outro lado, conhecendo os aspectos técnicos da cravação é possivel criar novas op-

ções com mais segurança. Apesar das possibilidades de inovações no design, a cravação sempre estará envolvida com a segurança da pedra, para que não despreenda da joia, para que garras não se enrosquem em roupas e para que tudo isso acabe em um trabalho harmonioso de embelezamento e valorização da joia ou adorno pessoal.

Cravação Besel ou Inglesa É o tipo de cravação mais seguro, pois consiste de uma cinta que envolve a gema por completo. Pode ser usada tanto com gemas e cabochão quanto com facetadas. Uma pequena parte da cinta é pressionada para cima da pedra, por meio de ferramenta especial do tipo peloir com a ponta quadrada e polida, para que a superfície dobrada não fique marcada. Ao empurrar a parte superior da cinta, o cravador movimenta a ferramenta para obter melhor acabamento. Usa-se, também, recursos de acabamento sobre a parte dobrada sobre a gema. Veja figuras ao lado. Esse acabamento pode ser reto, arredondado ou com detalhes descritos no design da peça. O tamanho da parte que será dobrada sobre a gema é uma questão de design e do tamanho da gema. No entanto, um tamanho exagerado pode diminuir o visual do tamanho da gema.

11

Revista Joias & Design - Agosto 2014

A cravação besel ou inglesa pode ser aplicada a quase todos os tipos de lapidação.

Na cravação Besel pode-se usar muitos recursos que alteram o visual da peça. Essa alteração de visual pode ser aplicada a qualquer tipo de lapidação.

Quando a gema necessita de mais abertura para passagem de luz e maior reflexão usa-se, também, o recurso de cravação meio besel.


Cravação com garras Também chamada de cravação com grifas, é o tipo bastante empregado para gemas facetadas e transparentes que necessitem de muita entrada de luz, pois usa muito pouco metal para manter a gema presa. Todavia, esse aspecto está relacionado com o design da peça. Normalmente as garras são feitas em separado e soldadas ao conjunto da joia para, posteriormente, serem dobradas sobre a gema. Em qualquer caso, na garra é feita uma pequena canaleta onde a gema se encaixa independente do tipo e formato da garra. As garras também variam no formato e design e são sempre adaptadas à lapidação da gema. Esse trabalho requer um planejamento cuidadoso da arquitetura da joia, garras e gema. Cada tipo de lapidação requer um tipo de garra diferente e também a forma da canaleta feita na garra.

12

Revista Joias & Design - Agosto 2014

O número de garras é outro fator que depende do tipo da lapidação e tamanho da gema. Em casos de gemas com pontas usa-se também a garra em “V” ou ainda um misto de tipos de garra como mostra a figura ao lado. A precisão na preparação das garras na fase da bancada é de extrema importância. Qualquer descuido pode ocasionar o desalinhamento horizontal da gema e prejudicar o visual da peça assim como a reflexão da luz. Independente do tamanho da gema esse cuidado é fundamental. Veja no detalhe das três vistas abaixo, o cuidado com o alinhamento horizontal da gema, a distância da gema até a união das garras na base e o número de garras. Esse conceito é válido para qualquer tipo de lapidação independente do tamanho da gema. Como no exemplo que vemos abaixo, muitas vezes as garras são feitas em conjunto separados da estrutura principal da joia.

Outro aspecto de extrema importância na preparação da garras é o acabamento. Cantos vivos podem representar áreas que prendam e desfiem o tecido da roupa do usuário. As canaletas das garras devem estar perfeitamente ajustadas ao ângulo do pavilhão e da coroa da gemas - não sobrando espaços vazios. A gema deve ser presa pelo perfeito encaixe na garra e não pela força excessiva da garra sobre a gema.

Os mesmos cuidados devem ser observados nos casos de lapidação cabochão.


Cravação com trilho ou carril É o tipo de cravação que consiste na utilização de trilhos paralelos nos quais, principalmente as gemas quadradas e retangulares, são encaixadas. No entanto, as gemas redondas também são cravadas com trilhos. Neste tipo de cravação, o calibre (tamanho) das gemas é muito importante, pois as canaletas abertas no metal terão a mesma medida em toda a extensão do trilho. Qualquer variação no tamanho da gema poderá deixá-la solta e, até mesmo, desprender-se. A variação aceitável estabelece que as gemas devem sobrepor-se a pelo menos 1/3 da largura do trilho. Durante o processo de layout (desenho) da peça com cravação trilho é importante considerar um pequeno espaço entre uma gema e outra, pois durante a execução da cravação esse espaço será eliminado. Esse trabalho é tão meticuloso que o cravador marca no metal gema por gema. Alguns especialistas dizem que encarreirar 18 gemas numa cravação trilho é um excelente teste para a paciência do cravador, principalmente quando há variação no calibre das gemas. A situação fica ainda mais complicada quando há necessidade de combinar gemas quadradas com redondas

Os trilhos podem ainda descrever linhas sinuosas como na figura abaixo - uma questão de design.

Os trilhos também são desenhados nos dois sentidos - vertical e horizontal. Alguns projetos, como o da figura abaixo, combinam mais de um tipo de cravação.

O canais normalmente são abertos com fresas tipo chapéu chinês e precisam de grande precisão para o perfeito encaixe da gemas que devem se assentar sem grande pres-

13

Revista Joias & Design - Agosto 2014

são. O desnivelamento do canal também causará mau posicionamento da gema. É importante o cuidado para que as gemas não se sobreponham, pois além do aspecto pobre, podem sofrer desgastes. Muitos problemas de medidas somente são detectados no momento da cravação, por isso o designer deve preocupar-se com esse detalhe para não ter seu projeto modificado ou adaptado.


Cravação Pavé A palavra pavé, originária da França, lembra as antigas ruas francesas pavimentadas com paralepípedos que originou o nome desse tipo de cravação. Entretanto, a ideia é a mesma, cobrir grande áreas de uma joia com diamantes ou outras gemas - pavimentar essas áreas. É o tipo de cravação muito usado na alta joalheria e prima por aproximar ao máximo as gemas. A cravação pavé exige um estudo detalhado da superfície a ser pavimentada. Já existem softwares como o Rhinogold (plugin do Rhinoceros) que fazem esse trabalho de forma automática.

No processo de cravação pavé o cravador faz o furos milimetricamente definidos e, depois, com a fresa abre as cavidades onde serão colocadas as gemas, Figura 1.

1 A cravação pavé também pode ser linear, como vemos no aro do anel abaixo.

Com o buril, ele levanta as garras do próprio metal analisando a posição de cada uma.

2

A dsitribuição das gemas não é feita de maneira aleatória. Ela segue um padrões de posicionamento. O mais osfisticado desse padrões é o com sete pedras e garras compartilhadas.

O conceito de usar o proprio metal da peça como garra também é empregado nas cravações bigodinho e granito.

14

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Usando o peloir, o cravador ajusta as garras sobre a gema e dá à elas a forma esférica - girando e pressionando o peloir.

3

O trabalho de cravação pavé exige muita experiência do cravador e muitas vezes é feito através de microscópio, em virtude do tamanho da gema e da joia. O manuseio do buril e do peloir é próprio de cada cravador e é adquirido com anos de prática e conhecimentos das gemas e dos metais. É um trabalho complexo, muito técnico, que pode ser considerado arte.

As garras podem ser compartilhadas ou individuais. Durante o processo de furação e abertura das cavidades, o cravador precisa de extremo cuidado. Falhas nesse procedimento podem deixar os furos com profundidades diferentes e, consequentemente, um desalinhamento na superfícies do pavé, com pedras mais altas e outras mais baixas. As garras devem ser transformadas em pequenas bolinhas, por meio do peloir, sobre os cantos da pedra. Irregularidades na formação das bolinhas (granitos) podem prejudicar o visual do pavé e de não prender a gema de maneira adequada. Os espaçamentos muito distantes e excesso de metal (granitos) prejudicam a uniformidade e visual da pavimentação. Marca de ferramentas é outro problema na cravação pavé, por isso o uso das ferramentas e seu preparo é uma das principais características do trabalho de um cravador profissional.


Cravação Invisível - Mystery Setting A “Mystery Setting” ou cravação invisível, associada à Van Cleef & Arpels, foi uma invenção deslumbrante que surgiu com o movimento Art Déco. A “Mystery Setting” consiste na técnica de cravação que esconde totalmente o metal - valorizando apenas as gemas. Basicamente é feita com gemas retangulares e quadradas que permitem que uma gema seja totalmente encostada na outra sem nenhuma visibilidade do metal. Nesse tipo de cravação, a gema recebe um corte especial (friso) abaixo da cintura da gema que permite que a malha metálica - embaixo das gemas - a segure com firmeza, proporcionando o efeito visual contínuo das gemas.

Cravação por pressão É o tipo de cravação que se baseia na tensão que se pode obter de um aro para manter a gema presa com dois ou mais pontos de contato. Uma das técnicas usadas no metal para a cravação por pressão é a forja a frio. Ela, além de criar a forma, altera as propriedades do metal deixando-o mais duro.

15

Revista Joias & Design - Agosto 2014

A estrutura do metal forjado a frio é mais refinada, pois o tamanho dos cristais da composição do metal fica menor devido as batidas do martelo durante o processo de forja. Esse procedimento deixa o metal cada vez mais duro e difícil de modelar - o que colabora com a cravação por pressão.


destaque

André Faria

a perfeição da natureza O nosso destaque desta edição é André Faria, designer de joias, que nos encantou com seus desenhos e, principalmente, por sua fonte de inspiração: A natureza! Em seus desenhos, André mostra a possibilidade de ter uma fonte abundante de inspiração e utilização das belezas naturais que demonstram força e fragilidade, antônimos tão presentes na Criação. “E desenho por que minha maior inspiração não me abandona jamais... ela sempre está ali, pra eu adorá-la e ver em suas formas e cores, o que depois, traduzirei em traços... Natureza!” André Faria

André nos conta que começou a desenhar joias em 2002. Nessa época, ele fazia estágio em uma loja de tecidos para o curso de moda. Um joalheiro o viu desenhando um vestido e propôs à ele o desafio de desenhar um anel. Imediatamente foi convidado à trabalhar na empresa desse joa-

16

Revista Joias & Design - Agosto 2014

lheiro e, como ele mesmo diz: “...lá começou minha paixão”. Depois de passar por algumas pequenas empresas do setor foi contratado pela Brüner - uma das mais importantes e tradicionais. Neste período participou de alguns concursos de design como: 3º Prêmio Embrarad de Design de Joias - 2007 tendo sido finalista, 3º Lugar no Tahitian Pearl Trophy 2007, finalista no Prêmio IBGM de Design de Joias de 2006, 2008 e 2º lugar em 2012. Foi finalista com a peça “Ligthness” em parceria com Thais Vilela no Concurso Anglogold Ashanti Auditions 2008.

Colar "Brasil exótico" de André Faria - 2º lugar no Prêmio IBGM de design de jóias 2012, Categoria Joias Poéticas e contemporâneas. Uma homenagem a opulência nativa e as riquezas naturais "desse país bonito por natureza"

O que nos chama a atenção nos desenhos de André, e em desenhos de diversos designers, é forma como a natureza pode, de maneira sutil, despertar a sensibilidade deles, com toda sua exuberância e magnitude. Através da considerável diversidade de cores, formas e traços expressos em cada animal, árvore ou flor, a natureza se torna um campo vasto de idéias e inspiração.


A partir da perfeição da criação, o designer pode criar uma obra com igualdade de beleza e opulência. Como as borboletas que passam por uma metamorfose, intensa e completa - o designer se inspira, desenha e torna realidade sua inspiração, de modo que, através do desenho, ele “aprisiona” uma imagem de beleza natural e, através da peça confeccionada, a torna livre e compartilha com quem a utiliza. Nas imagens ao lado, você pode ver os desenhos de André transformados em realidade.

www.editoraleon.com.br 17

Revista Joias & Design - Agosto 2014


Escola de joalheria Atelier Márcia Pompei

O Atelier Márcia Pompei desde 1997conta com professores altamente qualificados e uma série de cursos para atender quem busca conhecimentos no ramo de joalheria Cursos ministrados

Um dia na semana é reservado para o “Atelier Livre”, período em que o aluno utiliza as ferramentas, instalações e equipamentos do Atelier para adiantar seus exercícios ou produzir novas peças, por conta própria, sem a presença de professor. Uma pequena taxa é cobrada, por hora de Atelier Livre.

Joalheria - curso básico Joalheria - Curso intemediário Joalheria Clássica (Tradicional) Joalheria Comtemporânea Criação em bancada Lapidação de Gemas Forja Casamento de metais Design de Joias - curso básico Design de Joias - curso avançado Design de Joias - 3D Rhinoceros Modelagem em cera Fundcição por cera perdia Molde de borracha e Injeção de cera para fundição Esmaltação em Joalheria - Básico e avançado Inlay de pedras Titânio na joalheria Cravação - curso básico Cravação - curso avançado Tear em joalheria Alumínio Anodizado na joalheria Acrílico na joalheria Laca Japonesa Gemologia Montagem de Colar de Pérolas Colar articulado com fio metálico Coleções de joias - A criação Formação de preços em joalheria Informações para o vendedor de joias

www.joia-e-arte.com.br Tel: 11 5181-7968 São Paulo-SP-Brasil atelier@joia-e-arte.com.br


cursos

Curso de Titânio coloração por aquecimento

Processo produção joia com titânio

A joalheria contemporânea anda de mãos dadas com novas tecnologias e inovações e, nesse contexto, se inclui a utilização de novos materiais. O curso de titânio, que será ministrado no mês de setembro, pelo Atelier Marcia Pompei mostra os resultados dessas inovações. É muito comum encontrar o titânio em pulseiras de relógios. Ele Ingressou na Joalheria Artística e Autoral há alguns anos, devido à sua característica de produzir óxidos que têm cores muito atraentes e “vivas”. O titânio pode ser “colorido” através de eletrólise ou por aquecimento. Nesse curso é utilizado o maçarico para aquecer esse metal para obter as cores desejadas. A gama é bem variada, indo dos tons de amarelo, ocre, castanhos, rosáceos, sulferinos, bordôs, roxos, azuis diversos até o cinza.

No curso serão desenvolvidas algumas peças explorando as possibilidades de fixação do titânio à prata de maneiras diferentes, visto não aceitar solda tradicional. A próxima turma do curso de Titânio será iniciada no dia 12 de setembro, uma sexta feira, das 13h30 às 16h30 com o prof. Antônio Moreno. Serão 5 aulas, 15 horas. Incluso kit com retalhos de titânio em espessuras variadas. A prata não está inclusa.

Processo produção joia com titânio

Pulseira - Titânio e Prata - Patricia Fonseca

Brincos - Titânio e Prata - Márcia Pompei Pingente Mandala Titânio - Márcia Pompei - foto Almir Pastore Pingente Fada Titânio e Prata - Maura Dias

Informações e matrículas Secretaria - Telefone: (11) 5181-7968 (11) 5181-0187 - Fax: (11) 5181-4971 E-mail: atelier@joia-e-arte.com.br

19

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Brincos - Titânio e Prata Antonio Moreno - foto Daniel Brunod

Retalho de titânio colorido através de eletrólise - Atelier Márcia Pompei foto - Orley Antonaglia


Marcia Pompei

evento

59 FENINJER a.

o maior e mais importante evento do setor joalheiro na América Latina São 118 expositores divididos entre: Joias - Joias em Prata - Pedras Preciosas - Relógios - Expositores, estojos e mostruários - Serviços Para uma feira que teve seu início à bordo de um navio, contando com 10 joalheiros brasileiros, podemos dizer que essa “senhora” é uma vencedora. A feira apresenta o que está

acontecendo na indústria joalheira, principalmente no cenário nacional. São fabricantes de diferentes pontos do Brasil mostrando seus produtos, design e tendências.

A mais importante feira de joias da América Latina, apresentada no Hotel Transamérica, em São Paulo – SP, está quase “sessentando”. Arrisco dizer que é um verdadeiro “labirinto de tentações” para o consumidor tradicional de joias.

Ouro variando muito pouco nas cores alternativas. Além do grande volume do ouro amarelo pude ver um pouco do branco e quase nada do rosê.

Principais percepções pessoais - Ouro amarelo imperando, sem margem de dúvida.

Cores predominantes: azul claro, verde esmeralda, lavanda e amarelo.

Anel em Tanzanita, diamantes e ouro branco 18k - Benne Fatto

Brincos NF Joias

Colar da Coleção Foz Goldbacker - ouro amarelo 18k

Muitas pedras, pequenas são a maioria (em chatões ou na cravação Pavé). Pedras médias também surgem, em menor proporção, e as grandes são raras.

- A Apatita pega carona no sucesso da Turmalina Paraíba e brilha em vários stands.

- Opala (quem diria!!!) em quantidade, brancas e azuladas.

Anel Art´Orafo

20

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Pingente em Turmalina Paraiba, diamantes e ouro branco 18k - Benne Fatto

Brincos Bruner


- Outras gemas que surpreenderam pela presença: cornalina e espessartita.

Há criatividade sim, sem dúvida, mas o clima é “clássico”, tendendo muito para o Oriental.

Brincos Coleção New Hippie - Osny Storel Anel em Espessartita, diamantes e ouro branco 18k - Benne Fatto

- A linha Clássica toma fôlego e mostra que tem muito espaço, mesmo entre peças “menos caras”.

Brincos Benne Fatto em Ouro Branco, diamantes e esmeraldas

- Corte a Laser vem com força. Formas: mandalas vêm em brincos, pingentes e anéis. Em chapa metálica vazada, texturizada e também com pedras. Até impressas elas podem ser vistas, no processo oferecido pela Full Image com criações da designer Carla Abras. Bichos e Cia.: cobras (sempre com muitas pedras), panteras (com e sem pedras), aranhas (estilizadas ou não), libélulas (repletas de pedras e em tamanhos grandes), borboletas (grandes, minúsculas, só metal ou cobertas de pedras) além de alguns flamingos, pandas, aves diversas, tartarugas, golfinhos, escorpiões, sapos, joaninhas e cavalos. Até uma Phoenix “pousou” na FENINJER, na vitrine da DRW Joias.

A “mistura” de pedras está mais liberal, pude ver vermelhos com fumês, roxos com verdes, verdes com laranjas, entre outras. Renda - Muitas peças com micro pedras unidas numa composição inspirada em rendas. E também no metal, chapas vazadas inspiradas nesse tema.

Anel em Morganita Brown, Diamante e Ouro rosé 18k - Benne Fatto

O “queridinho” voltou, os brincos De Dois Lados da DIOR, também conhecidos como Tribal Dior. Trata-se de uma peça com duas pérolas claras, uma maior e outra bem menor. A esfera menor fica posicionada na frente da orelha. Na FENINJER ela volta repaginada pela Benne Fatto, totalmente em metal, num vazado que lembra um bordado.

Brincos Coleção Gipsy - Osny Storel Brincos em Ouro branco e amarelo 18k - Benne Fatto

Pingente Coleção Summer - Osny Storel

Vi poucas peças de vanguarda, mais arrojadas em termos de estilo.

21

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Brincos Coleção New Hippie - Osny Storel

Brincos em Ouro branco e amarelo 18k - Benne Fatto


Gostei de ver pedras cravadas “ao contrário”, com o pinhão para cima.... num lindo “porco espinho anel” da Laura Hueb e em brincos da Paixão Joias. A combinação do branco com amarelo se fez notar. Será que emplaca?

O peso (e preço) baixou: - De uma forma geral as peças estão menores, inclusive nos expositores que têm tradição na linha maxxi. - O corte a laser está fazendo sucesso, as peças têm impacto visual mas são extremamente leves.

- As pedras estão pequenas. A situação financeira está refletindo de forma bem perceptível sobre a Joalheria.

Anel Coleção New Hippie - Osny Storel

Anel em Safira Amarela, diamantes e ouro branco 18k - Benne Fatto

Gostei também das Tanzanitas em cabochão da Arrigoni, fugindo do clássico sem perder a classe. Surpreenderam pela presença: os braceletes e pulseiras duros, em chapa metálica vazada e texturizada, com ou sem pedras, há tempos não chamavam minha atenção.

Brincos em ouro amarelo Cecy Joias

A Goldesign traz uma proposta ousada e inovadora, são as tiaras em pedras, muitas e coloridas, para serem usadas no dia a dia, até mesmo com tênis, bem informal.

Brincos Coleção Jet Set - Osny Storel

- Mistura de cores

- Mistura de cores

Brincos Coleção Freedom - Osny Storel

Pulseira da coleção Venus Stones em ouro amarelo com pedras brasileiras, Goldbacker

Brincos Coleção Jet Set - Osny Storel

Divertidos os anéis da Art´Orafo, enganam os olhos parecendo duas peças quando na verdade são uma só. Em várias cores e combinações.

Anéis Art´Orafo

22

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Um viva para: - Get Stones - a empresa vem se estruturando há alguns anos para oferecer o que traz nessa Feninjer, prestação de serviço para empresas e profissionais liberais: Modelagem 3D, Prototipagem, Moldes de Borracha, Lapidação, Fundição, Cravação, Ourivesaria, Banhos, Montagem de Colares, Polimento, Solda a Laser e Corte a Laser, tudo centralizado num só lugar, em São Paulo capital. Vamos aguardar pela próxima, de número 60. Até mais! Márcia Pompei. Atelier Márcia Pompei.


1

Revista Joias & Design - Julho 2014


Livi Pires

gemas

Diamante

os 4Cs de um diamante É com satisfação que recebemos mais uma colaboradora da Revista Joias&Design, Livi Pires. Como Ourives e Designer de joias experiente, temos certeza que ela pode contribuir, e muito, para o objetivo da revista - trazer informação para o estudante e profissional do ramo joalheiro. E como não podia deixar de ser, a matéria feita por ela traz um clássico da joalheria - o diamante!

Meu primeiro texto para a revista Joias&Design, da Editora Leon - é uma honra poder alcançar um outro público. Exemplificar o diamante e desvendá-lo, significar seu valor e glamour, foi isso que as joalherias do mundo todo fizeram até hoje. O marketing foi tão bem feito, que conseguiram com que a pedra - que antes servia somente para lapidar outras pedras virasse desejo de toda mulher. Com figuras públicas como Audrey e Marilyn, o diamante foi glamurizado e eternizado como 'BFF' Best Friend Forever. Com a descoberta dos diamantes coloridos, essas joias ganharam status de peças raras, e seus altos preços as levaram à classificação de exclusivas. Informações técnicas sobre gemas são sempre importantes para quem atua na área de designer de joias, por isso, trago neste artigo as informações sobre os 4Cs dos diamantes e algumas curiosidades.

www.tiffany.com

Os 4Cs de um diamante Mais que um investimento, um diamante representa uma expressão de afeto e amor; sua compra deve ser uma experiência segura e agradável. Pensando nisso, o GIA (Gemological Institute of America), desenvolveu um padrão de classificação de diamantes que é o mais aceito em todo mundo e que mudou a forma como os diamantes são comercializados. Este sistema, conhecido como "Os 4 Cs" se baseia na classificação dos diamantes com referência às suas 4 características básicas, que são: Carat (o peso em quilates) Color (sua cor) Clarity (seu grau de pureza) Cut (o seu corte) sothebysdiamonds.com

Conhecendo os 4 Cs, você pode fazer uma compra segura, baseada em informações precisas e pode, com mais facilidade, comparar diamantes oferecidos por vários fornecedores.

1ºC - Carat O quilate é uma unidade de medida de peso que representa 200 miligramas, ou 1/5 de uma grama. Um diamante de 1 quilate pesa, então, 0,20 gramas. O quilate se subdivide em 100 unidades chamadas PONTOS. Desta maneira, um diamante de 30 pontos possui 0,3 quilates de peso. Considerando-se o mesmo tipo de lapidação, por exemplo o “Brilhante”, quanto maior o peso (quilate) maior será a pedra. Veja abaixo:

www.australiandiamondbrokers.com

24

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Fonte: www.onamap.ca/diamond/diamond-101/


2ºC - Color Para facilitar a comunicação entre compradores e vendedores de diamantes, o GIA criou um padrão de classificação de cores de diamantes que se inicia na letra D e termina na letra Z. Quanto menos cor um diamante apresenta, maior sua classificação na escala. Diamantes com classificação de cor entre D e F são considerados incolores, sendo D a classificação usada para diamantes totalmente sem cor. A medida que o diamante vai apresentando mais tons de amarelo, ele vai descendo na escala, até chegar na classificação (letra) R. O preço de um diamante diminui quanto mais cor ele apresentar. A partir da letra S, o diamante é considerado “fancy” e classificado de maneira diferenciada. A ABNT/IBGM utiliza a seguinte definição, em português, para traduzir a escala de cor do GIA:

Cor

O que significa?

D

Excepcionalmente incolor extra

E

Excepcionalmente incolor

F

Perfeitamente incolor

G

Nitidamente incolor

H

Incolor

I J K L

Cor levemente perceptível Cor perceptível Cor levemente visível Cor visível

M-N

Cor levemente acentuada

O-Z

Cor acentuada

Acima de Z (Fancy)

Cor incomum ou extraordinária

www.tiffany.com

www.cartier.us

Fonte: www.onamap.ca/diamond/diamond-101/

3ºC - Clarity O diamante deve brilhar com profusão e apresentar um "fogo interno" digno da mais valiosa das pedras preciosas. O grau de pureza do diamante se refere à presença (ou não) de inclusões e manchas que possam diminuir seu valor. No Brasil estas manchas e inclusões são também conhecidas como "jaça". A avaliação de pureza do diamantes é feita pelo profissional, utilizando a lupa de mão de 10X ou microscópio gemológico com lente de 10X. A quantidade, tamanho, posição e natureza das imperfeições (jaça) definem o grau de pureza do diamante. Um diamante classificado IF (Internally Flawless - Internamente livre de inclusões) é considerado o mais puro. A ABNT/IBGM utiliza as seguintes definiçôes, em português, para traduzir a escala de pureza do sothebysdiamonds.com GIA (ver quadro próxima página):

25

Revista Joias & Design - Agosto 2014

sothebysdiamonds.com


Grau de pureza FLAWLESS (FL) IF

O que significa? Internamente e externamento puro Internamente livre de inclusões

www.tiffany.com

VVS1 e VVS2

Inclusão ou inclusões pequeniníssimas, muito dificeis de serem visualizadas com lupa de 10x

VS1 e VS2

Inclusões muito pequenas, difíceis de serem visualizadas com lupa de 10x

SI1 e SI2

Inclusões pequenas, fáceis de serem visualizadas com a lupa de 10x

I1

Inclusões evidentes com lupa de 10x

I2

Uma inclusão grande ou inúmeras inclusões menores, fáceis de serem visualizadas a olho nu

I3

Uma inclusão grande ou inúmeras inclusões menores, muito fáceis de serem visualizadas a olho nu

Fonte: www.onamap.ca/diamond/diamond-101/

4ºC - Cut

www.onamap.ca

Corte Brilhante

26

Revista Joias & Design - Agosto 2014

A classificação de corte do diamante diz respeito a como o diamante foi cortado e lapidado. Esta classificação não deve ser confundida com o tipo de lapidação do diamante (Brilhante, Navette, Oval, etc). O corte é o mais importante dos 4 Cs e diz respeito à qualidade de sua lapidação. Uma lapidação bem feita garante ao diamante um brilho e fogo, que o faz se diferenciar das outras gemas. A lapidação consiste em dois parâmetros muito diferentes: as proporções (ângulos e alturas) e o grau de acabamento (simetria e polimento), que traduzem, antes de qualquer coisa, o cuidado e a experiência com que a gema foi tratada no momento da lapidação. A figura ao lado, refere-se ao corte “Brilhante”, considerado ideal. Todos os ângulos e proporções foram cientificamente definidos para garantir a melhor performance da luz dentro do diamante e seu retorno aos olhos do observador, criando as cores e brilho que se vê em um diamante de alta qualidade.


Quanto melhor o corte, lapidação, simetria e polimento do diamante, melhor o retorno de luz e por sua vez, maior seu valor. A ABNT/IBGM utiliza as seguintes definiçôes, em português, para traduzir a escala de corte do GIA:

Corte

O que significa?

Excellent

Lapidação Excelente

Very Good

Lapidação Muito Boa

Good

Lapidação Boa

Fair

Lapidação Aceitável

Poor

Lapidação Fraca

Fonte: www.ideal-scope.com

Outros tipos de corte - Fancy Shapes

www.certifieddiamonddealers.com/

Curiosidades 1 - Diamante Rosa de 59,60 quilates, vai causar frenesi dia 13 de novembro pois o leilão promete chegar a valores de $ 60 milhões. 2 e 5 - Diamantes Harry Winston para os fãs de pedras preciosas, o diamante Hope (45,52 quilates) e a Estrela do Oriente (94,80 quilates). 3 - O belo diamante azul de Wittelsbach, de 35,56 quilates. Lembra a lenda do diamante azul Hope, que teria sido supostamente roubado de um templo sagrado da Índia. Quando os nativos descobriram o roubo, colocaram uma maldição sobre aqueles que por ventura obtivessem a pedra sagrada. 4 - Diamante de 118 quilates, impressionante! 6 - Diamante azul de 7,5 quilates é um tesouro oferecido para os amantes do hipnotizante tom azul, e vai estar à venda na Sotheby Hong Kong, junto com o diamante de 118 quilates.

27

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Liviane Pires é ourives, designer e desenhista industrial. Trabalhou na H.Stern, Maria Oiticica e Amsterdan Sauer como ourives. Desenvolveu um blog para mostrar o resultado de suas pesquisas e história da joalheria. Além do blog, desenvolve suas próprias joias e ministra cursos. Contato: livipires@livipires.com Blog: www.joialerismo.com


Márcia Pompei

metais

Metais para trabalho

Cobre

fazer ou comprar?

É muito comum, entre os profissionais da Ourivesaria, a dúvida sobre como conduzir sua rotina de trabalho. O preparo do metal e seus perfis demanda tempo e, consequentemente, se reflete no custo final da joia. Então comprar metal pronto seria a melhor solução? A princípio sim, desde que tenhamos a certeza de que o material comprado é exatamente aquilo que acreditamos ser. O grande problema é que - depois de pronta - é impossível saber, a olho nu, "o que tem" naquela liga. Só testes específicos conseguem confirmar as porcentagens de metal nobre. Quando trabalhamos com prata, normalmente agregamos cobre à liga. Para solda de prata, além do cobre, inserimos também o zinco. Quando o metal é ouro, a liga leva prata e cobre (para liga 750/18k mais tradicional, o ouro amarelo). A solda de ouro recebe também o latão (que é junção de cobre e zinco). De alguns anos para cá alguns ourives têm usado as “pré-ligas”, elas são vendidas pelos fornecedores com a intenção de facilitar todas as etapas do processo. Podem substituir os metais usados para formar a liga e a solda que fazem a joia. Zinco

O problema é que quando compramos material pronto, sua liga pode estar alterada, pode, por exemplo, ser mais baixa, ter menos ouro ou menos prata. As consequências disso? Em primeiro lugar o valor comercial em si. Alguns gramas a menos de ouro puro numa liga fazem uma grande diferença no bolso, e como! Ouro

28

Revista Joias & Design - Agosto 2014

prontos, alguns componentes da joia: tarraxas para brincos, entremeios, argolinhas, pequenas caixas de pedras com garras (chatões), isso sem falar em joias prontas aguardando apenas a cravação de uma pedra. Nesses casos, também é preciso ter muita atenção - o cliente final não sabe de onde veio cada um desses componentes, mas sabe que a sua joia foi feita pelo seu joalheiro. No final das contas é o seu nome que “está lá”. Então, fique atento! Como sempre foi e sempre será nesse nosso setor: Fornecedor confiável é MUITO importante.

www.brasilescola.com/

Outro problema vem com a dificuldade em se trabalhar o metal. Quando não sabemos o que está "dentro" daquela liga, a solda pode reagir de forma irregular, deixando pequenos espaços, "buracos", por exemplo. Alterações quanto à tonalidade, ao lustro, superfície, também podem surgir em função de irregularidades na liga. Além dos perfis metálicos podemos encontrar ainda, vendidos já

www.greatmining.com/

Para que uma liga de prata seja classificada como Ag 950, ela precisa ter 950 partes de prata pura para 50 partes de cobre (ou pré-liga). Para que uma liga de ouro seja classificada como Au 750 ela precisa ter 750 partes de ouro puro (3/4) para 250 partes de outros metais (1/4).

miec-miedz.pl/

Prata

www.britannica.com/

www.tocadacotia.com/

O barato pode sair MUITO caro. Ninguém faz milagre.Um fornecedor antigo, presente nos eventos mais importantes do setor, que tem um nome a zelar e construiu uma imagem dificilmente vai correr o risco de "sujar" esse perfil. E, para concluir, seja como for, é muito importante que saibamos como fazer cada perfil de metal (chapa, fio, tubo, cinta) e cada solda. Num momento de "aperto", quando houver falta do produto no mercado, conseguimos trabalhar e manter os compromissos firmados, um diferencial de mercado. Márcia Pompei Atelier Márcia Pompei www.joia-e-arte.com.br


moda e estilo

Joias étnicas

o design inspirado nas culturas Das contas africanas ao bambu, do linho ao couro, com muita prata e cobre as joias étnicas inspiram a miscigenação e traduzem, através das peças, os conceitos culturais e a liberdade em escolher um estilo de joia. Nesta matéria você verá a inspiração dos designers através das diversas culturas. livemaster.ru

As joias étnicas geralmente são únicas, fabricadas artesanalmente, o que dá um toque de exclusividade. Os designers misturam padrões, texturas e cores, aproveitam da versatilidade das gemas coral, lápis-lazuli e turquesa, que dão cor e, ao mesmo tempo, contrastam com os materiais rústicos como contas africanas, bambu, couro, linho, etc; cobre e prata também são muito utilizados. Essa diversidade de materiais abre um espaço para a criação do designer e também para o consumidor. As influências étnicas podem ser africanas, tribais, indianas, do mediterrâneo e por aí vai. Os resultados variam de peças sofisticadas e nobres até peças baratas e simples, sem perder a expressão cultural e o impacto do design e das cores. Além

“A mulher que escolhe uma joia étnica tem um espaço de expressão de seus pensamentos e sentimentos, através dela transmite seu gosto e estilo, exerce sua liberdade.”

ditam que, através dos acessórios étnicos, a pessoa que os utiliza gera uma identidade própria e reforça sua personalidade e sua individualidade de forma natural.

tumblr.com gypsyriver.com.au

disso, são versáteis e podem ser usadas durante o dia ou à noite, em todas as estações, harmonizam-se com tecidos finos ou jeans e algodão. O conceito da joia étnica traduz a ideia de liberdade, muito usada pelas mulheres que apostam no estilo boho. Esse estilo, vem de um movimento francês, da década de 20, em que grupos de intelectuais apostavam numa relação mais estreita entre a moda e a arte. Ele aposta em elementos étnicos, influência hippie, usa muito couro e abusam dos acessórios - quanto mais melhor! Elas acre-

29

Revista Joias & Design - Agosto 2014

vogue.com


talismã étnico

pinterest.com

O estilo Boho Chic é uma mescla fabulosa de boêmia e onda hippie. Apesar do look parecer desleixado e relaxado é, na verdade, despojado e antenado. Atrizes e modelos como Kate Moss,

A utilização de materiais étnicos de diversas culturas milenares também faz com que a joia ganhe representatividade se associada às tradições espirituais, dando a ideia de que forças misteriosas auxiliam na sorte e no destino da pessoa que a utiliza. Alguns povos e culturas atribuem às joias valores mágicos e espirituais. A palavra talismã provém da palavra grega “Teleo” que significa “consagrar”. ´Povos antigos acreditavam que o amuleto é um objeto com propriedades mágicas naturais e devia ser carregado (consagrado) com poderes mágicos pela pessoa que o criava. Estes, são conceitos que variam de cultura para cultura e, também, da pessoa que utiliza este talismã.

airu.com.br pinterest.com

Sienna Miller e Mary-Kate Olsen são adeptas do estilo Boho e montam seus looks com muito charme e elegância. O visual deve ser muito bem planejado para ficar harmonioso. Um estilo único e personalizado.

lalunaranchwear.com

30

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Algumas joias tem sido criadas por designers com a intenção de invocar essas tradições proporcionando um laço do passado com o presente. A ideia principal é utilizar os elementos Ar, Terra, Fogo e Água para trazer significado, história e energia à peça. O valor agregado da joia étnica vai muito além do valor dos metais nobres e das pedras preciosas. São símbolos de fé, superstições e crenças. Ele alcança a satisfação pessoal e espiritual.

amalthee.fr

A grife Pyrrha, dos designers Wade Papin e Danielle Wilmore, localizada no Canadá, é especialista em talismãs. A dupla desenhou a coleção Pyrrha Talisman depois de descobrir uma caixa velha empoeirada de selos de cera do século 19, muito danificadas. Suas coleções estão em programas de TV e são muito usadas por celebridades como Jeremy Renner, Brad Pitt, Scarlett Johansson, Ryan Reynolds, Halle Berry, Reese Witherspoon e Julia Roberts. Mais recentemente, Danielle e Wade produziram a Coleção oficial de joias talismãs “Pyrrha x Game of Thrones”, que carregam os símbolos das nobres casas de Westeros, de George R.R.Martin. Os talismãs são feitos à mão e fabricados com cobre e prata recuperados, revelando o aspecto antigo que caracteriza a marca.

“Assim, na procura da verdade, o homem vai criando símbolos e signos, e usando-os em seus tesouros de pedra, seus talismãs de ouro e bronze. Estes sinais referem-se a um diálogo muito antigo, o do homem e do universo, pelo caminho que leva à compreensão, a interrogação - em todos os sentidos.” FARELLI


pinterest.com

sifreaksichic.com

pinterest.com

pinterest.com

pinterest.com

31

fashionationism.tumblr.com Revista Joias & Design - Agosto 2014

vogue.com

vk.com

pinterest.com


photoshop

Efeito ouro e prata usando o photoshop

É bem provável que você queira montar um catálogo de produtos online ou impresso, ou ainda, acrescentar um novo visual ao blog, Face ou site. Algumas cores e efeitos sempre dão um aspecto mais sério ou com classe, como é o caso do preto, vinho, etc. No entanto, é o ouro, talvez combinado com essas cores que pode incrementar o visual. Nesta edição preparamos um passo-a-passo com efeito de ouro.

Passo1

Abra o Photoshop e crie um arquivo novo, Figura 1.

1

Na janela “Nova Camada”, que se abre, clique em “OK”, Figura 4. Esse procedimento transforma a camada “Plano de Fundo” em uma camada com todos os recursos de edição do Photoshop.

4

1 Na janela “Novo”, Figura 2, determine a largura com 650 Pixels, a altura com 400 Pixels e a resolução com 96 Pixels/Polegada. A largura e altura é uma questão de escolha. Depois, clique em “OK”.

2

Passo2

Abra a aba camada, Figura 3A e clique duas vezes na camada “Plano de Fundo” para transformá-la em camada, Figura 3B.

Passo3

Agora vamos digitar um texto. Para isso, veja a cor de primeiro plano, Figura 5A. Se estiver branca, clique sobre o quadrado de cima e escolha qualquer cor na janela “Seletor de Cores” que será aberta, Figura 5B. Determinamos essa cor apenas para digitar o texto, mais adiante ela será modificada. Em seguida, clique em “OK” para validar a cor escolhida, Figura 5C.

5

C

3

B 32

Revista Joias & Design - Agosto 2014

A

B A


Passo4

Agora, clique na ferramenta de texto, Figura 6. Clique sobre qualquer área da camada branca e digite o texto que receberá o efeito ouro. Não se preocupe se o texto não estiver alinhado. Para posicioná-lo no lugar que preferir clique na ferramenta de seleção, Figura 6A. Depois clique sobre o texto, mantenha o botão do mouse pressionado e arraste o texto para onde desejar. Se preferir, pode usar as setinhas do teclado. Quando selecionar a ferramenta de texto você pode escolher o tipo de fonte: bold, regular ou italic e seu tamanho.

Passo5

Clique na aba “Camadas”, Figura7A, observe se a nova camada de texto está selecionada (em azul). Clique duas vezes sobre ela para abrir as opções de mesclagem.

6

A

Clicando na setinha à esquerda, Figura 9A, você habilitará a janela chamada “Interrupções”, onde poderá mudar a cor de início. Clique no item “Cor”, Figura 9B, para abrir o “Seletor de cores”, Figura 9B.

7

9

A Na janela “Estilo de camada” clique em “Sobreposição de Degradê” para selecionar esse submenu (deve ficar em azul), Figura 8A. Em seguida, clique na opção “Degradê” Figura 8B. A janela “Editor de gradiente” se abrirá. Nela, escolha um gradiente com três cores. Não se preocupe com a cor, pois ela será modificada para uma cor amarela. Observe que, quando o “Editor de gradiente” se abre, logo abaixo há uma janela “Tipo de gradiente” onde podemos modificar o gradiente do nosso degradê. Nas setinhas abaixo da escala podemos modificar as cores de início, meio e fim.

8

B C

33

Revista Joias & Design - Agosto 2014

B 10

B A No “Seletor de cores” na área de RBG, Figura 10A, digite: 244 para R, 216 para G e 24 para B. Clique em “OK”, Figura 10B, observe a mudança de cor na faixa de gradiente. Repita o mesmo procedimento da Figura 9 para a setinha do meio e estabeleça R240, G226 e B137. Depois, repita o mesmo procedimento para a setinha da esquerda e estabeleça R244, G216 e B24. Observe que o gradiente do degradê tem a mesma cor amarela nas pontas e um amarelo mais claro no centro.


Passo6

Agora vamos entalhar o texto. Com a aba “Camadas” aberta, clique duas vezes na camada de texto, Figura 11A, para abrir a janela “Estilo de camada”. Habilite o item e selecione-o (azul mais forte), Figura 11B. Apenas habilite o item “contorno” sem selecioná-lo, Figura 11C. Na janela central “Chanfro & Entalhe”, no quadro “Estrutura”, defina: “Estilo” Chanfro Interno, “Técnica” - Cinzel Sólido, “Profundidade” - 1000, “Direção - Acima, “Tamanho” - 65 e “Suavização” - 0. Ainda na janela central em “Sombreamento” defina: “Ângulo” - -35. Habilite “Utilizar Luz Global”, “Altitude” 20. “Modo de Realce” - Divisão, “Opacidade” - 75, “Modo de Sombra” - Multiplicação, “Opacidade” - 75. Em “Contorno de Reflexo”, clique na setinha ao lado direito, Figura 11D, clique onde marca o quadro de contorno vermelho. Clique onde mostra a Figura 11E para abrir o seletor de cores e digite: 103 para R, 75 para G e 52 para B. Clique em “OK”, Figura 11F. Até aqui estabelecemos todos os parâmetros para o entalhe.

11

A

B

C

D

E

Passo7

A seguir clique em “Contorno” para selecioná-lo (azul mais forte) Figura 12A e depois na setinha, Figura 12B e escolha o ícone que mostra a Figura 12C. Clique em “OK” no canto superior direito da janela.

E A

13

12

C

A

Passo8

Ainda com a camada de texto selecionada clique novamente duas vezes nela para abrir a janela “Estilo de camada”. Depois, habilite e selecione “Sombra Projetada”, Figura 13A. No tópico “Sombra Projetada”, “Estrutura” defina: “Modo de Mesclagem” - Multiplicação, “Opacidade” - 80%, “Ângulo” - -35, Habilite “Utilizar luz Global”, “Distância 6, “ Expansão” - 3, “Tamanho” - 7. Clique em “OK” para confirmar as configurações. A imagem ao lado mostra o resultado final do efeito ouro. No entanto, é importante que você faça testes alterando os parâmetros que estabelecemos nos passos anteriores.

34

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Alterando os parâmetros você pode criar outros tipos de ouro. Mudando a cor do gradiente poderá criar o efeito de prata e outros metais. Na próxima página veremos como fazer isso.


Efeito prata a camada texto selecionada, FiPasso1 Com gura 1A, clique duas vezes sobre ela

1

para abrir a janela “Estilo de camada”. Depois, selecione a opção “Sobreposição de Degradê”, Figura 1B. Em seguida, clique na janela “Degradê”, Figura 1C, para abrir o editor de gradiente. Troque as cores das três setinhas como fizemos anteriormente: R164, G164, B160 para as duas das pontas. Digite R204,G204, B198 para a do meio. Clique em OK”.

A

2

C B

Passo2

Na figura ao lado você vê o resultado da alteração da cor do degradê proporcionando o efeito prata. Você pode, ainda, colocar um fundo colorido para incrementar o visual. Para isso, selecione a cor que você deseja no fundo, clicando no icone “Definir cor de primeiro plano” ele abrirá o “Seletor de cores” onde você poderá escolher a cor, Figura 3A, Depois clique na ferramenta de retângulo, Figura 3B.

3

B

5

A Posicione o mouse no canto superior esquerdo e mantenha-o pressionado, Figura 4A. Arraste-o na diagonal oposta e solte-o, Figura 4B. Assim que você soltar o botão do mouse a camada de cores se formará sobre a camada do texto.

A

4

A Passo3 B

A alteração das cores do degradê proporciona o efeito de outros metais.

35

Revista Joias & Design - Agosto 2014

Clique na aba “Camadas” e, em seguida, clique na camada nova, mantenha o botão do mouse preso e arraste-a abaixo da camada do texto, Figura 5A. Você verá o resultado abaixo. Faça testes com diferentes cores -, sempre haverá uma que combina.


Quer saber mais sobre como desenhar e produzir joias?

Em breve novidades quentĂ­ssimas! 24

www.editoraleon.com.br

Revista Joias & Design - Junho 2014


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.