.EP2 Março 2018
vinil hip-hop
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Dicas Básicas O rosto que o tabaco não revela
Micro 2 » Planeta Terra shot-b BABA-X
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Micro 2 shot-b bAbA-X
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Dicas Básicas O rosto que o tabaco não revela
SiSTEr
áFRIKA .EP2 Março 2018
O Preço de um Sonho de Graça
B
om dia, boa tarde, boa noite em função do teu fuso ho rário. Receba a mais recente edição da revista Vinil Hip Hop 100% Nacional. Boa leitura. Estamos satisfeitos com a repercussão que teve a primeira edição. Mas não nos acomodamos a zona do conforto que nos proporcionou o primeiro rebento. O desafio permanente é trabalhar cada vez mais. Vencer os nossos medos, contrariar as circunstâncias e fa zer da busca permanente e desenfreada da perfeição, a nossa per feição. Acreditamos que se apreende com os erros, mas não erramos propositadamente apenas para apreender. Cônscios de que a apren dizagem é um processo permanente e dinâmico. Em cada edição ressuscitamos os sonhos de quem já desistiu de sonhar. Elevamos ao infinito a autoestima dos que pensam que só, os outros tem a legitimidade de sonhar e fazer as coisas acontecerem. É sempre bom correr atras dos sonhos. Mas melhor mesmo é correr na velocidade dos seus sonhos. Sonhar é de Graça, mas cada sonho tem um preço. Entretanto, estamos dispostos a pagar o preço do nosso sonho. Não há sonhos caros nem baratos, cada um paga o preço correspondente a magnitude do seu sonho. Não estávamos preparados para passar noites em branco, no computador ao invés de estar na cama com as nossas amadas, nos ensaios ou mesmo num bar ou numa festa com amigos. Foi necessário ignorar as nossas necessidades biológi cas para cumprir com deadlines. Sonha o pobre sonha o rico, sonha o surdo, o mudo e o cego. Mas é preciso sonhar com os pés bem firmes no chão. Um dia sonhamos com uma revista nacional de Hip Hop, mas para os que não acreditam nos seus próprios sonhos nos encorajaram a desistir da fantasia, alegando que já eramos pessoas adultas demais para resgatar sonhos da adolescência das catacum bas. Sonho realizado na primeira edição. O caricato é que foram as mesmas pessoas que nos deram forças para continuarmos a sonhar após a publicação da primeira edição (covardes). O Nosso conselho para os sonhadores, nunca pare de sonhar independentemente da tua idade, acredita em ti e nos teus sonhos para que os outros pos sam fazer o mesmo. Ninguém sonha pequeno, nem grande, cada sonho é um sonho é único e merece nosso devido respeito. É bom e recomenda se correr atrás dos sonhos, mas é preciso correr na velo cidade dos teus sonhos. Há dias em que duvidamos dos sonhos em que acreditamos. A experiência destas duas edições, nos ensinou a nunca nos limitarmos as circunstâncias e a trabalhar em função dos meios disponíveis. Que é preciso respeitar os deadlines para não frustrar as expectativas do nosso prezado leitor e trazer a revista dentro da periodicidade estipulada. Estamos satisfeitos por saber que a nossa revista esta sendo lida em Moçambique, na Europa, nos Estados Unidos da América, na América Latina, na Ásia e em vários países Africanos revelam estatísticas. A Graça de um Sonho de Graça. É o seu preço.
por: Mil Barras
FICHA TÉCNICA Fotos e Layout jcs Criativo Imagem REDACçÃO Mil Barras Kereta REVISOR LINGUÍSTICO Francisco jr. Namburete DirecçÃO Comercial vhmagmoz@gmail.com Propriedade da Solid Souls MuSic
Kuriozidades
O hip hop é um termo que, de acordo com Rocha, Domenich e Casseano (2001), significa em uma tradução literal, movimentar os quadris (to hip, em inglês) e saltar (to hop). O seu criador é o DJ Afrika Bambaataa, que, nos anos de 1960, utilizou esse termo para nomear os encontros dos dançarinos de break, DJs (disc-jóqueis) e MCs.
FrequEncia Hip-Hop
FREQUÊNCIA
99.6FM
Ministerio de Hip-Hop Sábado / das 10 às 13hrs
97.9FM
Hip-Hop Time Domingo/das 16 às 18hrs
93.5FM
Cave de Hip-Hop Domingo/das 18 às 20hrs
Rádio Viva Rádio Cidade Rádio Muthyana
97.1FM
Rádio Apolitécnica
Kaza 2 Sábado/das 12 às 14hrs
89.5FM
Hip-Hop Karakara Sábado / das 15h30 às 17hrs
100.2FM
Hip-Hop Central Parque Sábado/ das 10 às 12hrs
88.3FM
REVOLUÇÃO HIP-HOP Sábado/ das 15 às 17hrs
105.5FM
RAP GAME SEG-SEXTA/ das 13 às 15hrs
106.2FM
Bom do rap sábados/ das 14 às 16hrs
Rádio Indico Rádio SAVANA KFM
Rádio PAMODZI Rádio acção
88.8FM
barras de vida Rádio alfa e omega sábados/ das 14 às 15hrs
98.6FM
Rádio terra verde
estrelas do hip-hop domingos/ das 15 às 16hrs
CANAL
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Hip-Hop Moz Domingo/ das 16 às 18hrs
Gungu Tv
Marcas De Hip-Hop Sábado
TVM
Hip-Hop Randza Sábado
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BACKSTAGE
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“Fizemos dos Mortal Kombat shows uma marca internacional”
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Micro-2 conta com trés álbuns lan çados no mercado, a saber “Andando a Pé,Caneta e Papel e Oficina do Conhecimento, e estando a preparar o seu quarto disco para o ano em curso, inti tulado Planeta Terra .No que que tange a periodi cidade dos lançamentos confessaram que os seus álbuns não obedecem nenhuma periodicidade. O Álbum Planeta Terra será lançado e distribui do pela GM Service.Contará com a participação do Mano Azagaia, Amen Hil, Spice e Breeze nos refrões. Os beatmakers que estiveram por detrás Desta obra discográfica foram: Proofless, como produtor principal, Ilusionista, Nick Slim,Teknik e Kamoflage”.
De acordo com Legacy a Micro2 é um Partido Underground, composto por dois lideres carismáticos, o Flash (Vacina Boss) e o Legacy ( Sombra Negra) .Que surgiu em 2004, no projecto ligado a rádio 9fm. Actualmente conta com dois membros, mas no inicio era composto por trés elementos com o Ras Tm na produção.. Saiba mais sobre o grupo nas linhas que se seguem. Boa leitura....
Os membros do colectivo M2, estabelecem o seu primeiro contacto com a música e desperta a sua paixão pelo hip-hop em 1993, quando andavam no ensino secundário, ouviam rappers lendarios tais como RUN DMC,NWA,ONYX,FUSHI NIGGAS, HOUSE OF PAIN dentre outros. O que lhes distingue dos restantes grupos é a quimi ca, afinidade, cumplicidade, e o amor pela mú sica.Questionados sobre o estágio actual do rap nacional ao que responderam que,o Rap nos dias que correm se encontra num bom cami nho , porém sentem ausência de investimentos de grande envergadura, eventos e festivais de grande magnitude. Nas suas músicas retratam acontecimentos sociais nas suas multiformas.No que tange as suas referências nacionais e inter nacionais, avancaram os seguintes nomes: Na cionais : Wazimbo,Banda Ghorowane,Stewart Sukuma, dentre outros, a nivel internacional: Michel Jackson, Madona,Tina Turner,Wu tang, Nas,etc. Asseguraram-nos que a fórmula mágica para se firmarem como uma referência obriga tória na cena do rap nacional, é a seguinte:Ser original, entregar-se a música de forma real e ser leal a cultura hip hop.Questionados acerca das mudanças que ocorreram no rap nacional ao longo dos tempos são de opinião que Mudamos para melhor em alguns pontos técnicios relativos a qualidade das músicas e materiais de som e imagem. No concernente a ausência de uma indústria musical bem estruturada no nos so país, o grupo nos segredou que encara esta triste e dura realidade com os olhos repletos de lágrimas, ... “ainda estamos longe da realidade”, desabafaram.Acreditam que o rap underground vende porque “se formos a reparar com olhos microscópicos veremos que os rappers que fazem o género rap underground são os que mais discos lançam no mercado», remataram.São da opinião que o nosso mercado esta preparado para consumir o tipo de rap que fazem e reco mendam que se faça um bom rap .”Pois música
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bem feita dura para toda vida”.Eles como um grupo de rappers afirmam que a sociedade olha para eles com respeito e admiração.”Nunca tive mos conflitos, sempre olharam nos com admira ção” .A Micro-2 conta com trés álbuns lançados no mercado, a saber “Andando a Pé,Caneta e Papel e Oficina do Conhecimento, e estando a preparar o seu quarto disco para o ano em cur so, intitulado Planeta Terra que sai sob chancela da GMServices, liderada pelo Dj.Sidney.No que tange a periodicidade dos lançamentos confessa ram- nos que os seus álbuns não seguem nenhu ma periodicidade pré-definida.”Nós seguimos o que a alma diz”.Os shows dos Mortal Kombat 1e 2 foram eventos com bastante sucesso , arriscamos a afirmar categoricamente que foram uns dos melhores shows de hip-hop realizados localmente, fizemos do Mortal Kombat shows uma marca internacional.A ideia dos Mortal Combat Shows consistia em trazer um sentido de batalha entre os integrantes do hip-hop quer ao nível vocal quer a produção de instrumentais. Decidem aventuar pela promoção de eventos no ano 2006, quando notaram que deveriam seguir seu próprio caminho e alavancar o movimento
“não devemos ficar a espera de algo acontecer, mas devemos colocar em práctica os nossos ideais” Hip-hop independente.”somos da opinião que não devemos ficar a espera de algo acontecer, mas devemos colocar em práctica os nossos ideais”.Falando acerca do critério de seleção de rappers para integrarem a música e o video Mortal Combat, avancaram que escolheram os MCs de forma aleatória, fizeram um RAIO-X do rap local e escolheram os que estivessem a altura de responder as exigências da música.Questio nados sobre o furror que criaram e a causa do seu desaparecimento e reaparecimento já com álbuns à solo, depois da Criminologia. Ao que responderam com um sorriso estampado no rosto o seguinte:”Nos trabalhamos no silêncio e fazemos a revolução quando temos algo concreto para apresentar”.No que tange ao Show realizado recentemente NO Cafe Bar GilVicente e intitulado Planeta Terra” relativo ao prenúncio
o Rap nos dias que correm se encontra num bom caminho , porem sentem ausencia de investimentos de grande envergadura, eventos e festivais de grande magnitude
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do lançamento do álbum que leva mesmo nome, nos revelaram que “Planeta Terra”é um projecto que revela o nível de maturidade do grupo. Na obra em referência, o grupo traz abordagens di ferentes e uma musicalidade amadurecida, mas sempre dentro dos padrões predefinidos pelo colectivo,” inovamos no nosso estilo sem diluir a essência da nossa génese”.O álbum Planeta Terra ostenta este nome pelo facto deste Plane ta representar a casa dos seres humanos.A obra supracitada, de acordo com os nossos interlocu tores é um projecto que marca a sua volta após algum tempo de análise e trabalho em projectos
no passado tivemos muitos bons rappers e producers, porém poucas obras discográficas. Devido a falta de uma direção artistica, interesse, determinação e maturidade
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à solo e em compilações dentre outros.Questio nados sobre os factores que terão determinado a escolha das causas do meio ambiente, adian taram que neste trabalho irão falar sobre o meio ambiente e seus problemas , mas também olham para as enfermidades que debelam o nosso meio social.Relativamente a relação entre os rappers da nova e da velha escola, avançaram que ac tualmente a relação tende a melhorar, são da opinião que nos tempos que correm há indícios de existência de uma melhor abertura entre os fazedores do rap, mas “devemos unificar os estilos para a boa saúde do rap nacional”.rematou. De acordo com a Micro-2, no passado tivemos muitos bons rappers e producers, porém poucas obras discográficas. Devido a falta de uma direção artistica, interesse, determinação e maturidade, ainda estavamos na idade da pedra, hoje saimos das cavernas e procuramos mate rializar os nossos sonhos.Olham para o regresso dos rappers da velha escola e os lançamentos de discos como sendo um bom sinal, póis o tempo não perdoa e muitas vezes acabamos perdendo grandes sons por conta dos erros cometidos no passado, dispararam.Relativamente a avalanche de lancamentos de novos e mais álbuns e a gra
vação de poucos videos de rap underground na praça, assumem que devemos gravar mas video -clips, em contrapartida os canais nacionais não promovem devidamente este estilo, facto que desanima os rappers de despenderem muito di nheiro na gravação de vídeos para depois não passarem com frequência nos programas Televi sivos locais, facto que cria desânimo no seio dos rappers nacionais.segundo o colectivo M2 com a obra “Planeta Terra” pretendem alcançar outros patamares, a produção musical deste esteve a cargo do grupo M2 , com destaque para o Lega cy que esteve a acompanhar todo o processo de produção musical e gráfico.O álbum será lança do e distribuido pela GM Service.”Temos apenas um único MC convidado, o Mano Azagaia e con tamos com a participação de Amen Hil, Spice e Breeze nos refrões. Os beatmakers que estiveram por detrás do ál bum foram: Proofless que desempenha o pa pel de produtor principal e outros de peso na cena do rap nacional tais como: ilusionista, Nick Slim,Teknik e Kamoflage”. Relativamente as di ficuldades encaradas responderam que o sua maior barreira prendeu-se a questões de ordem financeira, pois os outros aspectos foram simples de se ultrapassarem,atendendo e considerando que o grupo e bastante admirado e reconhecido, temos boas relações com todo pessoal a volta do trabalho discográfico. ”Na obra em referência, buscamos retratar a nossa dor e amor pelo Planeta Terra e seus elementos vivos, o acesso a obra será anunciado nos meados deste ano, e estará a venda em for mato físico e digital . ”Estamos a trabalhar no nossa nova linha de roupas da M2, e temos um video por gravar, da música: Exclusão Social com a partipação do Azagaia e Amen Hill no refrão, uma produção do proofless. Fora isso, estamos a trabalhar em proejectos à solo, mas isso fica como surpresa.., (risos).Concluiram...
OBRIGADO
É MOVIMENTO
Referências
Genera
O Pai do Rap Português é um Luso-
al D
-Moçambicano
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movimento Hip-Hop em Portugal nasceu na década de 1980 na cidade de Lisboa. É consenso que o rapper “General D” foi o pioneiro deste ritmo musical em terras lusas, sendo por isso, considerado o “pai do rap português”. General D, nascido em Moçambique na década de 1970, imigra com os pais para Portugal aos dois anos de idade e passa a viver em um dos subúr bios de Lisboa. Aluno excelente e desportista recordista dos 100m no atletismo, vai descobrir no rap a sua forma de expressão e inserção na sociedade portuguesa (HIP -HOP TUGA, 2009). Na condição de imigrante, busca suas raízes africanas, ao mesmo tempo em que se torna activista da luta contra o racismo e a favor dos direitos das minorias em Portugal. Anos mais tarde, será candi dato a deputado no Parlamento Europeu pela legenda Movimento Política XXI, sendo porta-voz do movimento SOS Racismo, um canal de denúncia contra a discrimi nação racial (Idem, 2009). General D assim narra a sua condição de imigrante negro, africano, da “segunda ge ração” residindo em Portugal.
O Pioneiro
Sérgio Matsinhe, ou General D, nasceu em Lourenço Marques (actual Maputo), em Moçambique, a 28 de Outubro de 1971. Viveu apenas dois anos em Moçambique e muda se com a família para Portugal. Saiba mais...
Foi General D quem organizou o primeiro festiva de música rap acontecido em terras lusas que, contou com a participação de grupos famosos na época, entre os quais os Black Company. Três anos depois, em 1994, General D torna-se o primeiro rapper a assinar um contrato discográfico e a lançar o primeiro CD de música rap, intitulado “PortuKKKal é um erro”, com participação de grupos musicais africanos (HIP-HOP TUGA, 2009). O disco com título e faixas musicais provocativas, bem como de intervenção social – com destaque para a música PortuKKKal, cujo videocli pe é filmado a preto e branco, num bairro africano feito de barracos, localizado em uma área de mangue e sem saneamento básico,reacende polêmicas pelas suas le tras incisivas e literais por abordar o racismo, a exclusão social, o desemprego e o confinamento das populações africanas em Aldeias d’África” (Gusmão, 2006),os bairros onde residem as populações africanas em Portugal. Mal recebido pela crítica portuguesa, o disco é bem recebi do na Inglaterra e nos Palop’s, onde este cantor passa a realizar alguns shows e sua música é tocada nas rádios locais especializadas (Idem, 2009). Em suas letras e músicas, General D aborda distintos temas e males que afetam as populações africanas, afrodescendentes e cigana em Portugal,discriminação racial, exclusão, falta de oportunidades, falta de moradia, gravidez na adolescência, prostituição, drogas, imigração, desemprego, violência doméstica e policial, extermínio da juventude lusoafricana. Por isso, entra em confronto directo com a sociedade portuguesa racista que, se pensa branca e europeia, invisibilizando a população africana e seu contributo na construção da nação lusa. Em 1995, lança seu segundo álbum intitulado “Pé na Tchon, Karapinha na Céu”, gravado com o grupo lusoafricano “Os Karapi
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nhas”, no qual General D “africaniza a questão”, com uma qualidade mais refinada e performan ces marcantes nos seus videoclipes, vestindo rou pas africanas, com dreads, rastafári e letras exaltan do sua negritude e pertencimento a África. “Pé Na Tchôn, Karapinha Na Céu” Karapinhas é pro duzido por Jonathan Miller, onde participaram vários músicos convidados, como Marta Dias, Sam ou Boss AC, entre outros. Destacam-se mú sicas como Black Magic Woman exaltando a mu lher negra; Pedro pedreiro,o desemprego, racismo nas obras de construção civil; Raiz desenraizada,a condição de imigrante negro e africano na socie dade portuguesa; Amigo precavido,onde aborda a saúde, o hiv/aids e o uso da camisinha; Suzuka a Prostituta, a exploração sexual e prostituição; Karapinha o cabelo crespo. Neste mesmo período ocorrem vários episódios de racismo, primeiro a violência policial sofrida pelo grupo de rap Black Company e depois, o assassinato de um jovem cabo-verdiano, espancado até à morte por um grupo de vinte jovens skinheads, reacendendo o clima já tenso. General D dá entrevistas denunciando o racismo e entra em confronto com o mais alto escalão do português – a polícia e a presidência. Nesse mesmo ano de 1995, emer gem os Black Company, um grupo irreverente constituído por quatro jovens, entre africanos e lusoafricanos,que lança o CD marcante intitula
do “Geração Rasca”. Além de introduziram o estilo Hip-Hop e o Rap em Portugal, os jovens lusoa fricanos trazem debates incômodos à sociedade portuguesa, quais sejam, as discussões sobre o ra cismo, violência policial, discriminação e invisibi lização das populações africanas, etc. Vítimas de distintas exclusões, os jovens negros, imigrantes africanos ou filhos de imigrantes irão utilizar sua condição marginal para denunciar sua condição social. General D constitui exemplo dessas traje tórias lusoafricanas.
De Volta as suas Raizes No seu terceiro álbum lançado em Portugal, intitulado Kanimambo, 3 lançado em 1997, que teve produção de Joe Fossard (produtor de ou tras bandas nacionais como Ithaka ou Mind Da Gap), este jovem lusoafricano irá “africanizar” ainda mais a questão em Portugal. Logo na capa do CD, aparece uma fotografia frontal do artista, onde evidencia-se seu corpo negro e musculado, de tronco nu e dreads altivas e ao fundo o céu cas tanho com nuvens brancas. Com músicas como Reghetização, na qual denuncia as complicadas condições de vida nos africanos em Portugal: bairros longínquos, murados para ocultar a de gradação, a pobreza, o confinamento uma nova espécie de guetos negros com apartamentos sem janelas, cheio de jovens desempregados, onde os
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taxistas se recusam a parar, ninguém quer viver e a polícia entra para bater, prender ou matar. Na faixa, intitulada Afrika Nossa, este artista questio na, “o que é que se passa na cabeça do jovem afri cano?” “com o meu bairro africano?”, e lamenta a situação da juventude africana na diáspora, as guerras em África, a ocidentalização das mentes, os jovens que vão estudar fora e voltam desen raizados. Já na faixa intitulada Estado de sítio, narra cenas de violência doméstica cotidiana na vizinhança africana, o receio de intervenção dos vizinhos,“entre marido e mulher não põe a mão e ninguém mete a colher”, “entre quatro pare des tudo pode acontecer”, a demora e ineficácia da intervenção policial nesses casos, o medo da morte e a morte das mulheres africanas na diás pora. Neste mesmo ano de 1997, pouco tempo após o lançamento do segundo álbum, os Black Company se desentendem e anunciam o fim do grupo. Os jovens lusoafricanos não veêm um fu turo promissor em Portugal, mas também não se adaptam às sociedades africanas. Pouco tempo depois, General D abandona Portugal e enceta viagens pela África em Moçambique, Angola e Nigéria, mas decepciona-se com o subdesenvolvimento, a ditadura dos partido-estados únicos, as guerras, a corrupção e um futuro incerto. Viaja pela Europa onde faz shows e pelo Caribe onde lança um álbum na Jamaica com a dupla Sly Dunbar e Robbie Shakespeare. No Brasil vive numa das favelas do Rio de Janeiro entra em contato com rappers como Gabriel O Pensador. Já nos EUA varre ruas para sobreviver e aporta na Inglaterra onde vive há cerca de quinze anos e abraça o movimento ecologista.
Rap como Instrumento de Emancipacação Os jovens rappers africanos e lusoafri canos utiliza(ra)m-se do hip-hop e do rap para denunciar a situação de opressão que vivencia(va)m, em uma sociedade europeia mis cigenada, mas racista, que se pensa branca e in viabiliza a matriz africana e o elemento negro. Estes jovens sentiram na pele as distintas formas de exclusão, o estigma de serem chamados de “bandidos”. Suas músicas expressam resistên cia, mas também a busca de um pertencimento a uma África mítica, nas quais, muitos não se adap tam após o contato. O sentimento de não-lugar está presente em suas trajetórias biográficas e musicais. Com a exceção do futebol e da música rap, não se verificam evidencias da participação africana na sociedade portuguesa que, continua invisibilizada. Assim, ao longo dos anos, coube aos rappers, “filhos de África” ressaltar a sua exis tência em Portugal.
RADAR
Hip-Hop é
que
A
Múzika
o contrário do que pensam muitos leigos no assunto, o hip-hop não é um gênero musical, apesar de ter fortes vínculos com a música. Ele representa um dos principais meios de manifestação desta cultura, assím como a dança. Talvez, por este facto, assimile-se o nome hip-hip como sendo um estilo musical e de dança. Todavia, é muito mais que isso. O hip-hop surgiu nos Estados Unidos, na década de 70. Mais precisamente nos subúrbios de Nova Iorque e de Chicago. Frente aos inúmeros problemas de vária ordem que assolavam estes bairros periféricos, tais como: violência, pobreza, tráfico de drogas, racismo, educação, ausência de espaço de lazer para os jovens, a alternativa foi promover organização interna, ou seja, enfrentar o problema com os recursos da própria comunidade, sem depender de influência ou apoio externo, já que o Governo, conforme evidencia (ROSE, 1997, p.202), foi o principal agente causador desta situação.A cultura hip-hop emergiu como fonte de formação de uma identidade alternativa e de status social para jovens numa comunidade, cujas antigas instituições locais de apoio foram destruídas, bem como outros sectores importantes. A identidade do hip-hop está profundamente arraigada à experiência local e específica e ao apego de um status em um grupo local ou família alternativa. Esses grupos formam um novo tipo de família, forjada a partir de um vínculo intercultural que, a exemplo das formações das gangues, promovem isolamento e segurança em um ambiente complexo e inflexível. E, de facto, contribuem para as construções das redes da comunidade que servem de base para os novos movimento sociais. A música teve importante papel
no surgimento do hip-hop já que, além de principal veículo de manifestação das idéias, da causa, foi o grande motivador de sua organização, o agente que fez reunir as pessoas. De acordo com Souza (2004, p.69):“o surgimento do hip-hop está directamentevinculado à história da música negra norte-americana ea luta por espaço e visibilidade por parte desse segmento.Os guetos de Nova Iorque, habitados maioritariamentepor uma população negra e pobre, foram o local ondesurgiram as primeiras experiências da cultura. De lá, o hip-hop se disseminou para outras áreas, obtendo forçaprincipalmente nos centros urbanos que apresentamuma deficiente infra estrutura sócio urbana.”A cultura hip hop nasce a partir de acções para conter as inúmeras guerras e disputas entre gangues que assolavam a periferia de Nova Iorque. Alguns jovens que organizavam bailes, festas de rua e em escolas na periferia, resolveram criar disputas dentro dos bailes, por meio da dança, no intuito de conter as brigas
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ika que aconteciam nas ruas. Assim, incentivavam a dançar o break, no lugar de brigar, e a desenvolver o grafite como forma de arte, e não para demarcar territórios. As gangues transformavam-se em grupos de dança e grafitagem, e as disputas entre elas foram se transformando em função disso. Algumas equipas, além de simplesmente promover a dança e grafitagem buscavam outras formas de envolver os jovens da periferia, ou dar suporte para que pudessem aprimorar-se e destacar-se. A mais famosa dessas equipas foi aUniversal Zulu Nation, que tinha como líder o DJ Afrika Bambaataa ,reconhecido como fundador oficial do Hip-Hop, a qual acabou transformando-se em uma instituição internacional ao longo dos tempos.Podemos considerar que a Zulu Nation foi a primeira Organização não Governamental ligada ao hip hop. Sua principal estratégia era atrair jovens da periferia por meio da música, dança e pintura. A música, dança e pintura, além de sugar as energias evitando que fossem empregadas em acções ilícitas e prejudiciais aos próprios jovens, fez despertar o interesse, querer conhecer, aperfeiçoar-se e expandir a cultura da periferia. Além de estratégia para atrair os jovens e conter disputas e violência entre as gangues, a música, dança e arte do hip hop, funcionam como elementos de promoção da cultura. Para fazer as letras, inventar novos passos de dança e expressões
artísticas, é preciso conhecer a realidade, conhecer história, estar engajado. Dessa forma, promove-se a consciencilização e a inserção social dos.É dessa maneira que a consciencialização do hip-hopacontece.No rap. Por exemplo, ganha prestígio quem tem uma poesiamais elaborada. Como para fazer uma boa letra é precisoter dominio da cultura geral, estudar história, compreender a situação, a realidade e, mais importante, inventar maneiras de expressar tudoisso com as palavras .Mesmo com a dura realidade da pobreza, desemprego, analfabetismo, da periferia, os hip hopers parecem compreender perfeitamente essa necessidade da educação, de saber entender, expressar de modo compreensível os problemas que os assolam.O hip-hop é muito mais que música e dança, muito mais que pular e requebrar,significado literal da tradução em inglês do termo. Ele busca consciencializar, educar, humanizar, promover, instruir e divertir os moradores da periferia, além de reivindicar direitos e o respeito a esse povo. Ou, como afimam Rocha, Domeninich e Casseano (2001, p.20), “mais que um modismo, que um jeito esquisito de se vestir e de falar, mais que apenas um estilo de música, o hip hop, com um alcance global e já massivo, é uma nação que congrega excluídos do mundo inteiro”.
Caixa da Pandora
O Rosto que
o Tabaco não Revela
De oito em oito segundos, diz a Organização Mundial da Saúde, morre uma pessoa devido ao tabagismo. As pesquisas indicam que as pessoas que começam a fumar na adolescência (como ocorre em mais de 70% dos casos) e continuam fumando por dois decênios ou mais morrem 20 a 25 anos mais cedo do que aquelas que nunca acenderam um cigarro. Já foi demonstrado que mais de quarenta elementos contidos no tabaco causam cân cer. O fumante tem v nte e duas vezes mais probabilidades de contrair câncer pulmonar do que os não fumantes. Segundo diversos estudos, quanto mais tempo uma pessoa fuma, maior o risco de contrair diversas outras formas de Cancro, inclusive Cancros do nariz (duas vez mais); da língua; da boca, das glândulas salivares e da faringe (6 a 27 vezes); do esôfago (8 a 10 vezes); da laringe (10 a 18 vezes); do estômago (2 a 3 vezes); dos rins (5 vezes); da bexiga (três vezes); do pênis (duas a três vezes); do pâncreas (duas a cinco vezes); do cólon e do reto (três vezes); e do ânus (cinco a seis vezes). Alguns estudos mostraram também uma ligação entre tabagismo e Cancro de mama. O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Estima-se que aproximadamente 47% dos homens e 12% das mulheres do mundo fumem. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Mantidas as tendências atuais de expansão do uso do tabaco nos países em desenvolvimento, esses números chegarão a 8,4 milhões em 2020 e a 10 milhões de mortes anuais no ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos) (WHO, 2003) O Relatório da Saúde da OMS (2002) atribuiu ao uso do tabaco: 8,8% das mortes/ano no mundo, 4,1% dos anos de vida perdidos ajustados por incapacidade, 12% das doenças vasculares, 66% das neoplasias de traquéia, brônquios e pulmão, e 38% das doenças respiratórias crônicas.
CABINE
o papel dos técnicos de som num show musical é a de garantir que haja uma qualidade sonora agradável
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2RH é um jovem Moçambicano, que assume as facetas de rapper, técnico de som,produtor musical, nos Estudios Chyper e Penthouse. Compositor de mão cheia que não deixa créditos em mãos alheias. Natural de Maputo, residente no bairro de Laulane é responsável pelo som do Café Bar Gil Vicente. O conhecimento liberta. Boa leitura..
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Rh,estabelece o seu primeiro contacto com a mú sica por volta de 1994, influenciado pelo tio que trazia várias cassetes de música de estilos diversos da África do Sul, tais como,Boys 2 Man, 2 Pac, Michel Ja ckson, Guns & Roses, dentre outros. Começou a compor por volta de 1995 na altura estudava na escola SOS, onde ainda na terceira classe teve 14 valores na disciplina de artes expressivas por imitar uma música do grupo Matosi nhas. Entretanto grava o seu primeira música em 2004 no estúdio Beat Masters, que citava no bairro Ferroviário. Se tornou um Producer em 2006, pela necessidade de fazer
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os seus próprios beats, porque na altura não conseguia encontrar alguém que fosse ao encontro do ritmo e as so noridades que procurava. Tornou-se um técnico de som em 2011 quando a convite do Jaime Lourenço e do Leonel Dolobo foi trabalhar para o estúdio”Pegadas”. O Estúdio em referência ja tinha uma banda denominada (Pegadas de Cristo) onde passou a produzir. Em 2013 conheceu o Paulo Borges que é o dono e gerente do Café e Bar Gil Vicente, uma auténtica casa de pastos que é referência obrigatória na cidade de Maputo e não só. Borges deu lhe uma oportunidade de lá trabalhar e aprender. O que lhe serviu de porta pela qual conheceu grandes músicos nacionais e estrangeiros, assím como testemunhou gran des festivais etc…Como técnico de som acredita que a sua responsabilidade é a de alinhar o sistema de som, fazer a manutenção do equipamento (caso necessário), manipu lar o equipamento de modo que o som esteja inteligível. Confessa que é muito difícil trabalhar com o HIP-HOP particularmente com rappers em Moçambique, onde grande parte deles (sem querer ofender a ninguém) mal sabe segurar um microfone direito poucos se dão o tem po de misturar bem as instrumentais. Sou um dos poucos técnicos de som que chega a trabalhar em 2 à 4 shows de hip-hop por semana e percebo a atitude deles, porque antes de ser técnico sou um rapper e cometi os mesmos erros no passado, sempre que posso dou me o luxo de ex plicar as técnicas de performance em palco e segredos de segurar e tratar o microfone compericia.Tenho trabalha do com vários artistas nacionais e internacionais.No Gil
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Vicente já cheguei a cobrir shows de 7 á 10 bandas por semana, cada banda com número mínimo 3 membros. As suas referências nacionais são: Filipe Mondlane (Filipi nho), Paulo Borges, Fanuel Macuácua (Sacre). Em 2013 quando conheceu o Paulo Borges.A sua von tade de aprender e crescer e a simpatia deles (Paulo e Rute Borges) galvanizou a amizadade e relação profis sional.Actualmente trabalha num estúdio denominado (Penthouse Studios), cedido por um amigo seu, Eduar do Monteiro que aliás, funciona no terraco e na sala da casa deste. Como técnico de som o seu campo de actua ção pesa mais para o Estúdio e Live Music, no estúdio faz gravações misturas e masterizaçoes, ao vivo trabalha com montagens, alinhamentos de sistemas, mixagens e pequenas manutenções.
Questionado sobre a qualidade sonora dos espectácu los, ao que respondeu que a qualidade sonora dos es pectáculos é indispensável e o papel dos técnicos de som num show musical é a de garantir que haja uma qualidade sonora agradável. Na sua óptica, os elementos que qualificam o som são os seguintes, a qualidade do material, do local, dos mú sicos, dos técnicos, a experiência dos intervenientes a interação entre as partes, esses aspectos são uma boa base para um bom som. Recentemente, fez um cur so de produção de Audio, mistura e masterização na Backline Academy com o intuito de melhorar os seus trabalhos, e tem dado o seu contributo nessas áreas. Trabalhou recentemente com artistas de peso na pra ca tais como, a Dama do Bling, Pizza W\Pineaples, Eu
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É muito difícil trabalhar com o HIP-HOP particularmente com rappers em Moçambique
ridice Jack, também fez algumas captações de Nandel (Mute Band), tem colaborado com o Fu da Siderurgia, Fóssil Vivo, Rock Manuel. De acordo com o nosso in terlocutor, nos últimos dois anos esteve a trabalhar mais na área LIVE também esteve integrado num es túdio de nome “Cypher Estúdio” (que é propriedade do Nicolas ODC e do YPG a quém agradece por terem lhe ajudado com o curso e não só) onde assumiu o pa pel de técnico e eles lá tinham os seus clientes e Artis tas, trabalhou tambem com Nomas MC e Leonel Dolo bo. Portanto, há por ai vários trabalhos feitos por mim
estruturada em Moz, pensa que e necessário que haja leis que protejam e dignifiquem o artista. 2RH,passou de rapper para producer a técnico de som. Faz um bom balanço relativamenteao actual estagio do rap nacional e acredita que estamos num bom caminho e espera que cresçamos muito mais.
Estamos numa aldeia global em que é preciso produzir local para um mercado global e extremamente exigen te, ja e altura de pensarmos em nos internacionalizar. Ciente de que não temos uma indústria musical bem
Trabalhar mais de modo que mais pessoas possam ou vir os seus trabalhos e que o nome Penthouse estúdios possa ser uma referãncia, são as suas prioridades face ao ano em curso.
No concernente ao papel social de um rapper, ele é da opinião que se cada um compor realmente com a pre tensão de expressar o que pensa e sente com responsa bilidade podemos atingir outros patamares e conquis tar respeito que tanto almejamos.
Arena
Após a sua saída dos ritos de iniciação, descobriu que havia um estilo musical que tinha quase o mesmo modo de execução, que as canções que usavam para a passagem de ensinamentos nos ritos de iniciação. Neste caso o Rap. Identificou- se com o estilo e em 1995 com a influência de alguns vizinhos mais velhos, já soltava as primeiras rimas. VH.Falê nos da Fórmula Funda? Fórmula Funda[mental] é uma espécie de ponto de encontro dos meus ideais e sentimentos. É onde consigo exteriori zar aquela base que recebi na instrução que tive. Integrei o grupo em 2006 e ac tualmente somos quatro elementos, no meadamente: Mugueto, Muringa, Ga matxulo e Obus. Repisar que a Fórmula Funda ainda existe e com todos os mem bros no activo, uns mais visíveis que os outros, mas todos estão activos e temos músicas cuja composição já foi feita, há bastante tempo. O que acontece é que para além de fazer parte do grupo Fórmula Funda, eu em particular, faço parte de outros grupos como Ideologia Ramificada, Baze Central e pSeudo Li ricistas. As minhas aparições podem estar ligadas a qualquer um dos gru pos anteriormente mencionados, ou á solo. O grupo ainda existe. Retirou -se dos palcos para uma introspecção no sentido de encontrar uma melhor forma de se apresentar. O colectivo sentiu a necessidade de parar, por falta de assistência técnica na par te instrumental, tendo em conta que a sonoridade por nos exigida, requeria a inserção de diversos ins trumentos que não são de fácil aces so aos “beatmakers” e para não fazer mos rap só por fazer, decidimos parar até que tenhamos condições reunidas.
VH.De Laulane concretamente na SOS passa para o Bairo de Jardim? Sempre vivi e pertenci ao Bairro do Jar dim, mesmo quando entrei no grupo em 2006 VH.O que te impulsionou a enveredar pela vertente de batalhas? Esta é uma pergunta e extremamente difícil, para mim. Mas entrei na vertente de batalhas, por intermédio de um de safio que tinha feito com o Daltonyk, quando ele ainda fazia parte da organi zação da Moz Battle, e a ideia era mos trar pelo exemplo, tomando em conside ração que inúmeras vezes, afirmei para ele que havia necessidade de elevar a fasquia, no que tange as batalhas em Moz. Aceitei o desafio e fiz a minha par te. Uma das coisas que quis implemen tar é o não uso de termos obcenos nas batalhas e todas as batalhas que realizei, evitei ao máximo usar termos obscenos. VH.Como é que consegue conciliar o Mc e o Gladiador? Antes de ser gladiador (não gosto desta palavra), deve-se ser Mc e um bom Mc, caso contrário teremos gente que só sobe aos palcos para entreter o públi co e isso qualquer um faz. A minha primeira batalha aconteceu no Txiling Club e foi frente ao Muzila Cara Preta. Sempre tive o cuidado de separar o
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meu lado artístico do pessoal. A minha família ainda não conhece o Ntsua (artista) e quero que o conheçam de forma natural e não por nepotismo. Quanto ao público, houve um misto de sentimentos. Uns tantos, reagiram positivamente a minha prestação na primeira batalha, na medida em que consideravam que a abor dagem que apresentara, jamais tinha sido vista numa batalha em Moz; por outro lado, uma minoria sentin do-se ameaçada (de perder o trono, perder visibilidade, etc.), encetaram várias manobras para depreciar minha imagem, rotulando-me de arrogante, prepotente e muitos outros adjectivos, facto que até hoje continua mas não me abalo por considerar isso normal. VH.Como foi o processo de recrutamento? Os concursos da Moz Battle têm sido públicos. É algo que qualquer um, querendo, pode inscrever-se e após um saneamento são apurados os concorrentes aos pré mios, e foi o que aconteceu na 2ª temporada, a que participei.Ao saber que tinha sido qualificado para 2ª temporada da ligade batalhas em referencia, Senti-me motivado para enfrentar o desafio do qual travei 5 ba talhas.Até então, não enfrentei alguém que mostrasse argumentos para me suplantar. De todas as batalhas que realizei, sai vencedor, declarado ou não. O que me avantajou em relação aos meus oponentes foram as seguintes qualidades, Contundência e engenho na composição dos versos. A Mozzbattle deu me mais vi
Não me considero um gladiador de mão cheia. As Mãos cheias não têm espaço para mais homicídios e eu ainda quero dizimar sibilidade e projectou a minha imagem, nao obstante, não acredito que tenha construído uma imagem que tenha que ser gerida, até por que continuo levando mi nha vida normalmente e as batalhas não interferiram no meu modo de vida/ser. Quero continuar a apanhar chapa normalmente, caminhar no meu bairro normalmente, vestir-me normalmente sem que tenha que me esconder para não ser visto a derrapar na imagem. Os meus amigos continuam os mesmos e estão sempre por perto quando preciso deles. VH.Qual é a avaliação que faz do corpo do jurado das batalhas travadas?. Sempre foram justos e sempre decidiram bem, dentro do perímetro do ambiente fervoroso que as batalhas proporcionam.A avaliação tem a ver com muitos facto res e é difícil julgar escolhas de cada um, tomando em
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consideração que o ambiente, muita das vezes, é fervoro so. Face ao ano corrente face esperem muitas surpresas. Não tenho pressa. As coisas virão no tempo apropriado. VH.Que qualidades deve possuir um bom gladiador? Um bom gladiador deve ser Contundente, coerente, e ter alto nivel de conhecimento da cultura geral e de dicação. Sinto-me preparado para combater fora de Moçambique,mas não sei se estaria disponível. A dificuldade que encara como gladiador consiste em conciliar a família, o trabalho e o lado musical.A Liga Mozzbattle mudou o panorama geral de batalhas, incre mentando mais destreza na elaboração dos ataques. As batalhas deixaram de ser baseadas em termos obscenos. VH.Fale nos da batalha Ntsua vs K.Real? A batalha contra K.Real foi um desafio duro, aceitei e não sei se voltaria a aceitar algo do género.desabafou. VH.Como é que conseguiu massacrar o K.Real? Apenas fiz o meu trabalho. Sempre que entro numa batalha, é para desafiar a mim mesmo e superar-me, independentemente de quem quer que seja o oponente. VH.Na tua óptica, qual é o melhor gladiador de Moz? Porque? Temos muitos bons Mc’s de batalhas. Houve muita evo lução de 2016 para cá e as batalhas deixaram de ser aquele entulho de termos obscenos, e passaram a ser coisas mais avaliadas ao pormenor. Será difícil encontrar um Mc que escreva com tanta contundência como o REITOR. Não me considero um gladiador de mão cheia. As Mãos cheias não têm espaço para mais homicídios e eu ainda quero dizimar. VH.Quando é que teremos gladiadores moçambicanos a se internacionalizarem? A questão de internacionalização, está muito ligada a profissionalização. É complicado batalhar regularmen te, enquanto temos outras ocupações que nos roubam a atenção. Não se pode olhar para o rap/batalhas como uma ilha, nós somos uma fracção e estamos inseridos num meio e neste meio, nem aqueles que têm patrocí nios demonstram dificuldades de se internacionalizar. VH.Vencer os angolanos não faz de nós os melhores gladiadores da lusofonia muito menos do mundo? Vencer os angolanos é uma questão de satisfação do nosso ego, pois é conhecida a rivalidade que existe entre as duas nações, em vários domínios. O que não nos torna inimigos. Portanto, não constitui nenhum clímax vencer os angolanos. VH.Qual é o trabalho de casa que deixa para os gladiadores nacionais? Muito trabalho e muita maturidade.
Kazos Notáveis
O Homem que desafiou as suas Limitações e marca Gerações
Lo u i s
Brail
No ambito da celebracao do dia mundial da pessoa portadora de deficiencia visual achamos por bem trazer a tona a historia de um homem que nao se limitou as circunstancias e ditou o seu futuro, louis braille, o criador do sistema de leitura para cegos. Ainda ha mais..
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De acordo com White, Crisell e Principe (2009), o DJ britânico Jimmy Savile, ao final da década de 1940, procurou um metalúrgico para soldar duas mesas de reprodução de discos. A inovação é considerada precursora do modelo de pick-up usado hoje pelos DJs, que possui toca-discos duplos (a pick-up dupla). No entanto, em 1955, o disc-jóquei Bob Casey elaborou o primeiro modelo de pick-up dupla com controlo de volume independente para cada disco, que permitia “maior controle sobre o som”). O novo aparelho fora batizado de pickup, cujo nome deriva do termo em inglês que significa “pegar”, embora hoje em dia seja “conhecido internacionalmente como turntable”.
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ouis Braille nasceu aos 4 de janeiro de 1809 em Coupvray, na França, a cerca de 40 quilômetros de Paris. O seu pai, Simon-René Braille, era fabri cante de arreios e selas. Aos três anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, Louis feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda. A infecção que se seguiu ao ferimento alastrou-se ao olho direito, provo cando a cegueira total. Com 10 anos de idade, Louis gan hou uma bolsa do Institut Royal dês Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris). Em 1821, quando Louis Braille tinha somente 12 anos, Charles Barbier, capitão reformado da artilharia francesa, visitou o instituto onde apresentou um sistema de comunicação chamado de escrita noturna, também conhecido por Serre e que mais tarde veio a ser chamado de sonografia. Trata-se de um método de comunicação táctil que usava pontos em relevo dispostos num retângulo com seis pon tos de altura por dois de largura e que tinha aplicações práticas no campo de batalha, quando era necessário ler mensagens sem usar a luz que poderia revelar posições. Assim, era possível trocar ordens e informações de forma silenciosa. Esta idéia de usar um código para representar palavras em forma fonética foi introduzido no Instituto. Louis Braille dedicou-se de forma entusiástica ao mé todo e passou a efetuar algumas melhorias. Assim, nos dois anos seguintes, Braille esforçou-se em simplificar o código. Por fim desenvolveu um método eficiente e elegante que se baseava numa célula de apenas três pontos de altura por dois de largura. O sistema apresentado por Barbier, era baseado em 12 pontos, ao passo que o sistema desenvolvido por Braille é mais simples, com apenas
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6 pontos. Braille, em seguida, melhorou o seu próprio sistema, incluindo a notação numérica e musical. Em 1824, com apenas 15 anos, Louis Braille terminou o seu sistema de células com seis pontos. Pouco depois, ele mesmo começou a ensinar no instituto e, em 1829, pub licou o seu método exclusivo de comunicação que hoje tem o seu nome. Exceto algumas pequenas melhorias, o sistema permanece basicamente o mesmo até hoje. Em 6 de janeiro de 1809 Coupvray, Île-de-France, França aos 43 anos de idade, morre Louis Braille, criador do sistema de leitura Braille para cegos. O Código Braille Sendo um sistema realmente eficaz, hoje o método sim ples e engenhoso elaborado por Braille torna a palavra es crita disponível a milhões de deficientes visuais. O Braille é lido da esquerda para a direita, com uma ou ambas as mãos. Cada célula Braille permite 63 combinações de pontos. Assim, pode-se designar combinações de pontos para todas as letras e para a pontuação da maioria dos alfabetos. Vários idiomas usam uma forma abreviada de Braille, na qual certas células são usadas no lugar de com binações de letras ou de palavras freqüentemente usadas. Algumas pessoas ganharam tanta prática em ler Braille que conseguem ler até 200 palavras por minuto. O Braille provou ser muito adaptável como meio de co municação. Quando Louis Braille inicialmente inventou o sistema de leitura, aplicou-o à notação musical. O método funciona tão bem que a leitura e escrita de música é mais fácil para os cegos do que para os videntes. Vários termos matemáticos, científicos e químicos têm sido transpostos para o Braille, abrindo amplos depósitos de conhecimen tos para leitores cegos. Relógios com ponteiros reforçados e números em relevo, em Braille, foram produzidos, de modo que dedos ágeis possam sentir as horas.
Kuriozidades
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MURRAL
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Shot
Shot.B é um artista africano. Filho de nativos originários de África. Foi nascido na região sul de áfrica... Concretamente em Moçambique na província de Maputo. Nascido aos 4 de Junho de 1983. Trabalha atualmente com arte como desenho, grafite, animação, moda, fotografia, vídeo artista, compositor MC e professor de arte.para mais detalhes..boa leitura... VH. Por onde tem andado o Shot-B? Tenho andado Em Maputo e pelo mundo a fora nos caminho que a arte me proporciona.
VH. Ultimamente tem desaparecido das rádios. Já não se ouve música do Shot. O que aconteceu? Algo especial... Não Vou Mais atrás disto... Passei a minha infância toda nisto,Hoje em dia me considero mais um artista de YouTube... Acho também que as rádios devem ir ao encontro dos artistas e não o inverso.
VH.Entre as tuas duas mascaras a de Graffit e Mc, qual é a mascara que assumes nesta fase da tua vida? As Duas, pois elas me completam. Jamais parei com nenhuma delas, me fazem bem e não pretendo me desligar de nenhuma delas.
VH.Fale nos do grafite como elemento de hip-hop. Arte plástica que tem Como Seu abate Estúdios a céu aberto, que exterioriza feelings, como qualquer outro tipo de arte. Que marca espaços/territórios trans forma de piores para melhores, espaços para estar e ainda por cima, passa recados.
VH.Qual é a razão de termos poucos grafiteiros, no movimento hip-hop nacional? A aquisição do material,com preços proibitivos des encorajam a massificação desta modalidade do HipHop e a falta de crença bem fundamentada, alem de ser uma Arte com um preços bastante elevado.
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VH.Que qualidades deve possuir um bom grafiteiro? E necessário que seja um Sonhador, persiste, in vestidor, investigador e inovador.
VH. Considera se um grafiteiro profissional? Trabalho nisto desde 1996, portanto Claro que sim!
VH. Que elementos determinam a fraca visibilidade dos grafiteiros no hip-hop nacional? O inverso da qualidade a que deve ter um Bom grafiteiro.
VH. Como é que a sociedade em geral e o movimento hip-hop olha para o elemento grafite? O facto de a maior parte não saber o que esta arte significa.
VH. Como atrair as massas a aderirem ao grafite? Aumentando o numero peças em espaços públi cos, com o intuito de familiarizar a comunidade hip-hop e a sociedade em geral sobre esta arte maravilhosa.
VH. Que balanço faz do grafite em Moçambique? Vejo simplesmente as minhas Peças e de alguns artistas estrangeiros. Nada mal.Porem temos que atrair mais nacionais a abraçarem esta arte divina. Quem pensa que grafite consiste apenas em sujar paredes não sabe o que diz( riso sarcástico).
VH. Que actividades concretas estão sendo levadas a cabo com vista a despertar a sociedade relativamente a esta forma de ser e estar na arte? Neste momento Dou aulas de grafite, a crianças, jovens, adolescentes. E ofereço periodicamente um grafite as estradas das comunidades que me circundam.
VH.Quais são as suas referências nacionais e internacionais -Sempre de entre os melhores os originais.
VH.O que falta para o grafite se tornar numa das vertentes do hip-hop com mais visibilidade em Moz? Maior número de grafiteiros profissionais e ativos.
VH. Shot B já fez uma legião de trabalhos em murros das cidades de Maputo e Matola. Qual é o segredo? -É algo parecido com a fé, apenas acreditar no que não se vê porem se sente e seguir sempre em frente.
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A aquisição do material,com preços proibitivos desencorajam a massificação desta modalidade do Hip-Hop
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VH. Como consegue a autorização das autoridades numa sociedade como a nossa, que faz vista grossa ao hip-hop e aos seus respectivos elementos? Batendo Portas seguras e fortalecendo links que pessoas que são sensíveis a arte. Gente culta.
VH. Como é que consegues conciliar as tuas múltiplas facetas.*(MC, Graffit..etc) Usando uma de cada vez e vice-versa.
VH. Tens alguma obra discográfica já lançada no mercado e que avaliação faz do rap nacional na atualidade? Tenho 7 álbuns gravados e disponibilizados ao publico. Já relativamente ao estado de saúde do rap nacional na actua lidade e muito mau e muito Bom “ mas sou muito selectivo com o que escuto, busco originalidade e descarto plastici dade” gosto de escutar musicas com conteúdo construtivo capaz de transformar e resgatar vidas.
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VH. Conta com algum apoio?
VH. Planos para o futuro.
Claro que sim, Deus sempre esteve comigo e assume o co mando da minha vida.
Lançamento do Album “Blue Train” entre Shot-B vs Pitcho; “3HB” Shot-B Don Mczaleen e Mr Arssen. Xenografts Ur bana com mais obras de grafite para as comunidades cir cunvizinhas..
VH. Qual foi o papel da Escola Nacional de Artes Visuais na sua carreira? Ensinou-me a ver e sentir artisticamente, pautando sempre pela forma e estética. Doutaram-me do Know How e Why. Não basta saber, e preciso saber fazer, ser e estar social e artisticamente e a planificar as actividades com vista a ro bustecer a carteira artística com conhecimento de causa .
www.facebook.com/shotb www.youtube.com/brunosupersign
O rapper Inspector Desusado
Xitiku Ni Mbaula Realiza um Show no Complexo Ka Zinha no bairro Nkobe
lança o álbum As Ruas são MinhasVol.2
Profless
DJ Leopardo
lança Beatape VIBES, sob chancela da GMPro
lança a Beat Tape Unleash the Beast
Agenda Blaze 50th
Azagaia realiza o show da reedição do álbum Babalaza no Mercado de Peixe
lança Mixtape no Café Bar Gil Vicente
Danny Mos
A Micro2
Lança a EP Kodigo Morse
realiza o show Planeta Terra no Café Bar Gil Vicente
Matador Inocente Lança EP intitulada «Combinação Cósmica» em formato eletrônico
Kloro
Rappers da GMPro Vendem os seus álbuns nos bairros
MSMS Label
realiza show de lançamento da reedição do album Xigumandzene no Clube Naval
Lança o álbum View One
HIP-HOP Pharoah Drumz lança a Beat Tape intitulada "the Love side of the Melody"
Kim Jazz prepara a sua 3ª Beat tape
Messiah lança o Álbum Obras de Um Destino Incerto no BeerGarden
A Nexta Vida Enter10mento apresenta Batalhas entre Moçambique e Angola no Coconuts
» Mande a sua Agenda para o email : vhmagmoz@gmail.com
Empreendedor
Dj Sidney VH - G.M Record & Services é a nova ordem da cena do rap nacional. Concorda com a afirmação. Comente. Dj Sidney G.M –(risos) sem dúvidas, estamos a fazer de tudo para ser o vírus sem cura HHMoz. VH - A GM veio nos roubar um dj, pois não? G.M –Nem por isso, continuo a fazer as duas coisas; acho que a equipe que esta do meu lado, faz as coisas muito bem e faz com que tenha tempo pra ser também um dj activo. VH - A quem lhe considera o Messias do rapmoz?
toquei em várias festas e continuo a tocar; em algumas bem pago, em outras nem por isso mas acredita que todas elas foram mesmo pelo respeito a o que faço. VH - Que balanco faz da quase ausência do elemento dj na realidade do rap nacional? G.M – Acho que com as condições que temos actualmente de nem todos termos dinheiro para fazer shows com banda, não será possível eliminar o elemento DJ (pelo menos nos próximos 20anos), para além de que, muitos mcs ainda são conservadores (risos).
G.M – Acho que esta é sem dúvida a parte gratificante das coisas que vamos fazendo pelo HHMoz, e sendo assim, sinto-me sempre grato e cresce a responsabilidade.
VH - Considera se um dj de mão cheia?
VH - Em linhas gerais, quem e o DJ.Sidney?
VH - O que torna um dj profissional?
G.M –Jovem que gosta de desafios e com o sonho de levar o HipHop Moz num patamar ao mais alto nível (começan do pela escala nacional para atingir o internacional).
G.M – A minha forma de trabalhar com a música, desde os vários locais onde tenho trabalhado.
VH - Quando é que te tornas num Dj? G.M – Começo a pôr músicas nas festas nos anos 97, nas festas de família,porque sempre gostei de colecionar k7s, mesmo sem condições financeiras na altura, mas com apoio de amigos a coisa tornou-se possível, e em 99 quando entro para a RTK (88.3) começo a levar o assunto mais a sérioe nos anos 2000 começo a fazer shows de rap no meu bairro (maxaquene), organizados no Bar Sarita com ajuda do Paul Timane. VH - Que factores terão determinado esta escolha? G.M – O Amor pela música. VH - Qual é o papel do dj no movimento hiphop nacional?
G.M – Não gosto muito de auto avaliar-me mas tenho no mínimo requisitos super necessários para tal.
VH - Temos muitos djs na praça, porém poucos vocacionados ao hiphop. Porque? G.M – Eu acho que isso tem haver com as escolha e acima de tudo com as condições financeiras; Ainda não se pode viver de HH em moz mais podes ter um bom emprego e invester no HH como profissão (basicamente isso). VH - Quando é que djs vão tocar com LPs em Moçambique? G.M – Quando os promotores começarem a pagar num mínimo 20mil para conseguires comprar uma agulha no dia seguinte, depois de quebrares uma na noite anterior; não basta sonhar para ter um “turnertable” é preciso ter dinheiro. VH - Que qualidades deve possuir um bom Dj?
G.M – Cada um escolhe o seu e o meu e este de ajudar a quem quer me ajudar.
G.M –Saber estar e ser.
VH - Como é que a sociedade olha para a profissão do dj?
G.M – Eu pessoalmente não encaro muitas dificuldades com os anos de estradas que já tenho, links criados para ter o que preciso com vários djs da praça.
G.M – Eu pessoalmente não tenho razoes de queixas; já
VH - Que dificuldades encara sendo um Dj?
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O Messias do Rap Nacional
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VH - De Dj para empresário. O que aconteceu?
G.M – Lançar obras e fazer chegar ao consumidor.
G.M – Havia essa lacuna para ser preenchida, e acho que devia ser alguém que num mínimo percebesse do que estava ou o que vai fazer.
VH - Quem são os artistas com quem tem trabalhado?
VH - Fale nos da G.M Record & Services. G.M – Editora que tenta se firmar no mercado nacional que estará virada ao HH. VH - Qual é o alcance da G.M Record & Services? G.M – Sonhar em tornar-lhe mais famosa que a 2M a nível nacional e como Heineken a nível internacional. VH - A ausência de uma indústria cultural e musical bem estruturada , terá sido a oportunidade para por em pratica esta iniciativa de louvar? G.M – Sem dúvida. VH - Como é que olha para o mercado e que necessidades identificou? G.M – Existem muitas lacunas no nosso mercado mas acho que se os rappers apostarem no seu talento podemos reduzir algumas.
G.M – Bantu Scriba,Xitiku ni Mbawula, Drakula,Duas Caras,Allan, Messiah, Micro 2,Gee Fly, Matador Inocente e Congio Lirico Mc. VH - Qual é o critério de seleção dos MCs? G.M – Acima de tudo, as mensagens nas suas músicas; Não estamos nem tao pouco interessados em promover (insultos ou palavrões), mas sim mensagens educativas,e quando o artista aceita os nossos termos e condições nos avançamos. VH - Qual foi a razão de apostar num estilo de rap que se diz nao vender? G.M – Acreditar. VH - Qual é a fórmula mágica para fazer o rap underground vender? G.M – Eu sempre acreditei em mim e por isso acho que uso essa chave para poder transmitir aos outros.
GM Nova Ordem do Rap Nacional
VH - Qual é a natureza dos contratos que estabelece com os artistas que trabalham contigo?
VH - Qual é o papel da G.M na cena do rapgame nacional?
G.M – Não existem critérios super definidos porque cada artista tem seu background e suas preocupações quando nos procura, então tratamos o assunto consoante a sua doença. VH - Tem parcerias com estúdios e beatmakers? G.M – Tenho parcerias com estúdio da BRecods (Bee Jr alguém que tenho muito respeito crescemos juntos na cena do HH desde os 90),Tchaya Records, - Beatmakers e produtores tenho o Da Page, Baba X, Proofless (este que actualmente estamos a desenvolver um projecto que será uma bomba), tenho boas relações com Ell Puto que já deu me dois beats que ainda não usei (risos). VH - Qual é a vossa aposta nesta fase face ao ano corrente? G.M – Para este ano tentar contruir nosso império e lançar mais álbuns de mais artistas e 5Tapes ou Eps da G.M records. VH - Que balanco faz do ano passado? G.M – Foi positivo VH - Os lançamentos obedecem alguma periodicidade? G.M – Não, Lançamos o que esta disponível para ser con sumido e o que já foi aprovado por nós. VH - Quem são os vossos parceiros? G.M – AC (alternativas e criatividade) a quem agradece mos desde já ao Cast Duarte pela paciência e a Rap Game, brevemente vamos assinar com a Deep Videos.
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VH - Quando é que pensam em internacionalizar o vosso produto? G.M – Quando as condições tiverem criadas será au tomático. VH - Qual é o segredo das vendas?
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VH - Fale nos dos álbums de Xitiku Ni Mbawula, Duas Caras e Drakulah... em termos de divulgação, cópias vendidas e os records.
G.M – cópias vendidas e os records
G.M – Acreditar VH - Que condições oferece aos MCs? G.M – O suficiente para terem vontade de trabalhar sem pre connosco. VH - Há planos em manga face ao ano em curso? G.M – Lancar uma Ep/Tape da GM, álbuns de Messiah,Geefly, Micro 2, Congio Lirico...continuar com o movimento de venda nos bairros. VH - O que se pode esperar da GM face ao ano corrente? G.M – Muito trabalho e muitas obras e quem sabe ainda, 3grandes shows. VH - Que balanço faz da iniciativa até aqui. Superou as suas expectativas? G.M – Sem dúvidas, porisso ainda estamos firmes. VH - Considera se um empresário de sucesso ou do momento? G.M – Ainda estou longe desse patamar.
1. Duas Caras
1000cds, (943 cds vendidos)
2. Xitiku Ninbaula
foram 800, (600cds vendidos)
3. Drakula
300cds, (210cds vendidos)
divulgamos nas nossas paginas de fb,whatswap,tvs. (não é fácil mas vamos tentando),porisso entramos com esse novo conceito que se chama G.M em movimentos onde vendem os nos bairros (uma espécie de ir ao encontro do cliente). VH - Os discos são gravados internamente ou conta com alguma parceria internacional? G.M – Nas duas opções dependendo da negociação que temos com os artistas.
Café Kom Leite Q –Tip lidera o Hip-Hop Culture Council Kennedy Center
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–Tip já escolheu os membros que vão integrar o Hip-Hop Culture Council no Kennedy Center. Black Thought, Questlove, 9th Wonder, Common Sense, LL Cool J ou Robert Glasper, constam entre as opcoes de MC dos A Tribe Called Quest. Foi durante o ano de 2016 que o John F.Kennedy Center for the Performing Artist anunciou que Q –Tip seria o primeiro artístico na nova curadoria. A sala de espetáculos de Potomac River, Washington DC, vai contar com uma presença ainda mais forte no que toca ao gênero musical nascido no Bronx durante a década de 70. Q –Tip é o líder do recém formado hip-hop Culture Council e através de uma apresentação em vídeo, o rapper revelou os restantes nomes que trabalharão com ele Black Thought, Questlove, ambos membros dos The Roots, 9th Wonder, Common Sense, large Professor, LL Cool J, Pharoah Monch, ou Robert Glasper são alguns dos artistas em
Morreu Craig Mack aos 46 anos
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raig Mack , rapper protegido de P.Diddy durante os anos 90, morreu no dia 12 do corrente mês segundo New York Daily News, o musico faleceu num hospital perto da sua casa na Carolina do Sul, vitima de insuficiência cardíaca.E impossível falar do rapper supracitado sem referenciar a musica “Flava In Ya Ear”, o grande single da sua carreira. Parte do seu disco estréia , Project: Funk Da World, pela Bad Boy Records o tema valeu lhe uma nomeação para os GRAMMYs . LLCool J, Notorious B.I.G e Busta Rhymes ajudaram a prolongar o sucesso com uma remistura que actualmente conta com 15 milhões de visualizações no YOUTUBE.
destaque na lista dos colaboradores apresentada.
3030 Lança disco com participação de MV Bill e Emicida
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om Dez anos de trajetória no mundo da musica independente.a banda em referencia lança agora o 3º álbum da carreira chamado Alquimia considerado o disco mais conceitual do grupo de rap. O trabalho contem 13 faixas em uma mescla do hiphop com diversos ritmos da musica brasileira .O novo projecto tem participação de grandes nomes da cena hiphop nacional. Alem dos rappers MV Bill, Emicida e Rodrigo .
Banda Flat Bush Zombies lança o Single Headstone
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novo single do trio presta homenagem a um largo número de artistas que tanto fizeram pelo movimento musical da cultura Hip-Hop. A letra Headstone está repleta de referências desde 2Pac Shakur, Snoop Dooug, Dr. Dre, Nas, Notorious B.I.G, Mobb Deep, Kanye West, KRS-ONE e Wu – Tang.
Pete Rock e CL Smooth homenageados na segunda temporada da Luke Cage
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segunda temporada de Luke Cage chega no dia 22 de junho e o primeiro trailer já aterrou no youtube. E o que e que isto tem a ver com hip-hop? I Aint no Joke de Eri B e Rakim e a música do anúncio e Pete Rock e Cl Smooth são os grandes homenageados na segunda temporada. Os episódios terão títulos de canções da dupla norte-americana.
Autoridades Chinesas Banem Hip-Hop e Tatuagens da TV
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e acordo com o portal de noticias Sina, ainda no inicio de 2018, a China baniu o hip-hop, as tatuagens a subcultura (cultura diferente da dominante) e a cultura despreocupada (considerada cultura decadente) da televisão daquele país.A Administração Estatal de Imprensa , Publicação , Rádio, Cinema e Televisão da República Popular da China , principal órgão regulador de mídia do país em referência, exigiu que os programas não devem incluir actores com tatuagens , bem como não exibir artistas relacionados ao hip-hop e a culturas que não sejam as dominantes e de acordo com os valores estabelecidos pelo Partido Comunista Chinês.As diretrizes foram lançadas pelo Governo chinês logo após alguns episódios polêmicos na televisão daquele país, quando as autoridades chinesas anunciaram a censura ao hip-hop e restringiram sua aparição nas mídias, isso porque a cultura hip-hop vive tempos prósperos no país e desperta interesse de milhões de chineses. De acordo com a BBC, a atitude do Governo chinês é uma resposta directa a este crescente interesse entre os cidadãos daquele país, em especifico ao reality show chamado “The Rap of China”.O programa em referência foi ao ar na televisão chinesa em 2017 e muitos de seus participantes foram bem vistos e bem recebidos pelo público em geral. Ainda segundo a BBC, o programa foi visto mais de 2.5 bilhões de vezes no ano passado no IQIYI, a maior página
KRS-ONE lança o disco World is Mind lendário Hip-Hoper KRS-ONE esta de volta com um novo álbum intitulado de “World is Mind” repleto de liricismo e Boom-Bap. O TRABALHO independente esta disponível para streaming e Download via Band Camp .com. Na coleccao de 15 faixas , a lenda de South Bronx mostra demonstra a razão pela qual e considerado um dos maiores rappers da historia do HipHop. Este e o seu 13º álbum e conta com algumas faixas interpretadas em línguas africa-
streaming de vídeo da China. No entanto, embora tenha alcançado boa receptividade por parte da população chinesa, alguns dos participantes do programa enfrentaram reações não tão boas de funcionários do Governo.Wang Haop , rapper mais conhecido por PG One, recebeu criticas por uma das suas faixas, que segundo noticias promoviam uso das drogas . Além dele, outros rappers também foram removidos de serviços de streaming de musica e vídeo daquele país. Segundo a Reuters, alguns rappers também foram removidos de aparições já agendadas em programa de te-
nas.
levisão.
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Atitude/capa
Guerreira Destemida Sistah Áfrika é uma jovem artista moçambicana que para além de fazer música rap também é artesã. Mãe e dona de casa. Seu primeiro contacto com a música se estabelece na adolescência aos 16 anos.
Guerreira Destemida
Sister Áfrika
Female MC
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omeçou interpretando músicas de rappers diversos com credencias que faziam e ainda fazem hip-hop, influenciada pelo seu irmão, o Ino-D e dai em diante surgiu o desejo de fazer as suas próprias letras e músicas (composições) Isso por volta dos anos 2007 e 2008.Entra em contacto com a música desde o berço, também estimulada pelo seu pai e cresceu ouvindo rap,e foi assim que despertou essa paixão e a veia musical que a caracteriza até aos tempos que correm.O que a carateriza ao mesmo tempo a distingue dos demais rappers é o facto de repar bém (modéstia a parte) diz ser o seu look excêntrico. Ser uma female Mc, para ela significa ter que enfrentar os preconceitos socialmente estabele cidos, que tendem a oprimir a liberdade femini na de escolha. Mas acima de tudo, ser alguém que assume responsabilidade desde a forma de ser,estar, e encarar os niggas de frente.Nas suas músicas procura abordar questões de vária ordem, desde que que possam resgatar vidas e catapultar a autoestima das mulher moçambi cana, falo de si, e não deixa de ser socialmente interventiva uma das caracteristicas da génese
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A Força do Homem e o Poder da Mulher”
do hiphop. Faz um bom balanço do estágio actual do rap nacional,porém ressalta que há pontos que precisam de alguns retoques mági cos e com mestria.tais como: O respeito mútuo entre integrantes do movimento hiphop. Exorta para que Haja uma adesão massia dos rappers em locais de shows e a gritante falta de união entre os rappers e um calcanhar de aquiles para a sustentabilidade do movimento. Abordada so bre a fraca participação da mulher no rap game local, avançou que são diversos os factores que desmotivam as mulheres a aderirem massiva mente no seio do movimento hiphop nacional. Dentre tantos factores, destaca se o cultural que que joga um papel preponderante. Em moçambique a mulher é culturalmente aquela que deve ficar em casa/dona de casa,e o hiphop é infelizmente uma cultura marginaliza
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da e até um certo ponto masculinizado.O que também influencia sobremaneira para que não haja muitas mulheres no mundo hip-hop, outro aspecto prende se a ausência de pessoas que possam encaminhá-las e mostrar que mulheres podem dizer o que sentem ou o que pensam atravez do hip-hop. Ela é da opinião de que agora, a sociedade a olha como uma rapper e activista social.Ela grava as suas músicas na B’Record e já perdeu a conta do número de faixas gravadas. Fubeat maker é o seu producer e director artistico, afirma descaradamente que é um produto das mãos do Fu.Para Sister 2018 será um ano muito trabalhoso pois tem duas missões árduas por cumprir. Por um lado,a gravação do seu álbum á solo, que ainda não tem um título, por preten de outro lado também gravar uma EP do com seu grupo Va Ka Maxaquene, esta intitulada”A força do homem e o poder da mulher”. Na cena do rap nacional e internacional tem vá rias referências,começando pelo beatmaker Fu pela sua singularidade nas composiçoës e nos seus beat’s, gosta também do Goktaz,aka Maxi
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Exorta outros rappers a que criarem formas ou mecanismos de manter viva a chama da paixão pelo rap.Como uma female MC gostaria de ver mais mulheres no hip-hop local, nas suas múltiplas vertentes.São muitos os sonhos que movem a Sistah Afrika a continuar firme e um deles e que gostaria de sentir um dia que o seu rap trouxe uma certa mudança na mentalida de das mulheres, a ala que ela representa. Já trabalhou com beatmaker’s como o Amoxilina e Fubeatmaker.Tendo feito várias colabora ções com diversos MC’s e em tantos estúdios, tais como:Kakana Estúdio,Business Estúdio, MSMS Multimedia e atualmente trabalha com a B.’Records. “Há muito pouca mulher no rap em Moz a soltar rimas,o mercado esta repleto de niggas, mas que nem todos tomam bem a conta do recado, muitos deles com bom flow e rimas, mas não dizem nada...”No concernente a passagem de músicas nas rádios e TVs devia se estabelecer um conjunto de critérios exigidos nas obras apresentadas nos midia,a partir da composicao,capacidade criativa e sonora,porém nao descura os primeiros em detrimento ao
Há muito pouca mulher no rap em Moz a soltar rimas,o mercado esta repleto de niggas, mas que nem todos tomam bem a conta do recado mum, tira chapéu para o Mente-Luz, gosta dos Rappers Órbita,Flash Ency,Azagaia,Sick Brain e dentre outros.Fora do movimento hip-hop na cional, vai buscar outras sonoridades proporcio nadaspor nomes como Assa Matusse, Moreira Chonguissa,Mingas,Rucan Rosy, Wazimbo, Roberto Chitsondzo, a lista não termina ainda sobra espaço para a Lauryn Hill,Asa, Boogie Brown,Rah Diggah, Rapsody, Desaire, e outros tantos.Avancou que ainda não há uma data prevista para o lançamento do seu álbum.Sistah Áfrika vem de uma linhagem muito hardcore em termos de escrita e instrumentais,mas ac tualmente o seu rap reflete outras experiencias musicais, apresenta se com uma linhagem mais abragente desde beat’s até a escrita por cau sa do público que tenciona alcançar,portanto assume que já não canta apenas para rappers, mas para a sociedade em geral. Ciente das condicoes que o pais oferece, diz não ser fácil ser uma artista, mas sempre vale a pena quan do a alma e pequena e quando se corre com gosto nao se cansa porem objectivos se alcanca.
último, o que em última análise pode minar a capacidade de escrita e transmissão de mensa gem construtiva a socieadade.Relativamente a relação entre a nova e a velha escola o resultado é negativo, a meu seu ver, por assegura nos que não há passagem de testemunho ou uma boa transmissão de ensinamento do verdadei ro valor do hip-hop dos mais velhos aos mais novos, o que resulta nesta busca desenfreada pelo protagonismo no que tange a paternidade do rap nacional desnecessária, na sua opiniao, atendendo que todos sao movidos pela mesma causa, hiphop e considerando que a união faz a força apela aos rappers a pautarem mais pela uniao.Para esta, todos os anos são anos de hip -hop, para os que propalam que este e o ano de hiphop. Entretanto assume de pés juntos que as suas músicas são direcionadas a sociedade em geral e com especial enfoque a comunidade feminina do hiphop local.Acredita que a medio e longo prazo as coisas irão mudar, para o efeito um dia o sol irá brilhar p’ra o hip-hop mocam bicano.
Café Kom Leite “The Defiant Ones” chega ao Netflix com Dr.Dre, Eminem E Snoop Doog
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o ano passado vimos a HBO lançar o documentário “The Defiant Ones”, que mostra Jimmy Lovine e Dr.Dre, contando a história de seu surpreendente relacionamento colaborativo e seu enorme impacto na música e na cultura. A série de quatro partes foi ao ar na HBO no ano passado na América e agora será lançada na Netflix. Eles acabaram de lançar um trailer para o documentário que chega nas plataformas no dia 23 de março corrente.Lovine, claro é o produtor de música e co-fundador da Interscope e Beats. Dr.Dre, que teve uma incrível carreira musical com o N.W.A, como artista solo e trabalhando com artistas como Eminem,acabou se juntando ao Lovine para fazer da “Beats” uma das empresas de áudio mais bem sucedidas. O novo trailer da Netflix conta com Eminem, Dr.Dre, Jimmy Lovine e Snoop Doog, fazendo uma impressão muito
divertida do Lovine.
Kendrick lamar e o 3º artista mais ouvido no Spotify
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rapper Kendrick lamar é actualmente o artista mais ouvido no Spotify, com mais de 44 milhões de streams por mês. Vencedor do GRAMMY e dono de múltiplos certificados de platina. Alcançou sucesso do público e da crítica. A faixa “All The Stars”, música que constitui a trilha sonora do filme “Pantera Negra”, é uma parceria entre Lamar e a cantora SZA. Kendrick Lamar e Tiffith colaboraram directamente com Coogler na criação das músicas do filme. Esta é a primeira vez que o Lamar é apelidado pela Rolling Stone de “O maior Rapper Vivo”, pelo facto de compor, realizar e fazer curadoria de uma longa metragem.
DJ Premier e Royce da 5’9 Lançam PRHYME 2
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Álbum em já esta disponível para audição na plataforma norte americana NPR Music. Prhyme e um conceito no qual pegamos no som de um artista e o adaptamos ao estilo do Preemo .A introdução a idéia que nos faz girar o universo de Prhyme 2 é–nos dada por Dj Preemo em “Interlude 1”(Salute) depois de agradecer a Adrian Younge e aproveitando ainda para apresentar Antman Wonder , o produtor cuja sonoridade serve de ponto de partida para este disco. A pré –escuta pela NPR Music permite –nos agora saborear as restantes 15 faixas do projecto, nas quais Premier e Royce colaboram com vários nomes sonantes da cena hip-hop norte americana desde o underground sombrio de Roc Marciano ao Mainstream festivo de 2Chainz, há também espaço para a Rapsody, Big K.R.I.T, CeeLo Green.
Rapper Rick Ross Internado após Convulsões
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ick Ross foi hospitalizado de urgência e encontra se em estado grave. Segundo o site TMZ, o rapper de 42 anos padecia de pneumonia e respirava com dificuldade sofrendo violentas convulsões.O músico foi internado e ligado a máquinas de suporte de vida.Já recuperado, o Rick teve alta e encontra se em sua casa a receber cuidados intensivos. De acordo com a mesma fonte, o artista em referência sofreu um ataque cardíaco. Conhecido pela sua vida de excessos de luxo, Ross já sofreu vários problemas de saúde idênticos. Nomeadamente, em 2011 sofreu uma convulsão durante um vôo. Após outros sustos, empreendeu uma grande dieta e começou a praticar exercício físico tendo perdido bastante peso. Rick Ross é o nome artístico de William Leonard Roberts, é um rapper norte-americano, também conhecido como “Officer Ricky” por ter trabalhado como agente penitenciário em Miami.
EVA RapDiva lança o Single LadyBoss
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adyBoss é o novo single da EVA RapDiva e conta com a participação do Dj Elly Chuva e a produção de Ricardo 2R. O vídeo foi realizado por Black Rose Lisbon.No dia internacional da mulher, a autora de EVA decidiu lançar um novo tema que segundo ela, é uma chamada de atenção para todos aqueles que a criticaram depois do sucesso que conquistou em Angola no ano passado.
Sam The Kid e Mundo Segundo lançam Single Brasa com Produção de Marco Polo
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Brasa e o quarto single a ser revelado no disco, ainda sem data prevista de lançamento da dupla. O tema tem featuring de Zacky Man dos Supa Squad e produção do lendário produtor canadiano Marco Polo conhecido por trabalhar com nomes da nata norte – americana tais como: Talib Kweli, Master Ace, Dj Premier. Nesta faixa juntam se ainda os DJs de serviço Cruzfader e Guze, que acompanham em palco os dois rappers e que aqui mostram a sua mestria nos cuts.
Joey Badass deixa de fumar Canabis
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oey Badass deixou a erva e diz que se sente melhor por isso. O rapper diz que desde que deixou de fumar se sente mil vezes mais funcional e focado. Baddass assím torna-se mais uma exceção a regra ou preconceito de que todos os rappers fumam canabis. A surpreendente confissão foi feita pelo próprio Joey na primeira pessoa e sem qualquer interveniente, numa story enviada no dia 7 de março corrente pelo Instagram. Nela o Badass revelou ter deixado de consumir erva, um comportamento que lhe acabava por ser conotado. Na mesma sequência das histórias e em resposta as reações de surpresa e o espanto dos seus fãs, Joey disse como alterou a sua visão relativamente a erva associando a “Golden Age”. Num outro ponto da sua explicação, Badass deixou ainda o alerta para a probabilidade da erva ser modificada geneticamente e para a importância que isso pode ter, agora que a erva já é legal e até lucrativa. Podendo ser manipulada de modo a maximizar os lucros de mercado sem garantir a segurança dos utilizadores.
Drake Doa 50 Mil Dólares para desabrigados em Miami
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e acordo com o site TMZ , Drake visitou de surpresa um abrigo para mulheres e crianças sem tecto em Miami, onde contribuiu com um cheque de 50 mil dólares e fez doações de brinquedos e jogos para 140 crianças.Segundo o site, a instituição utilizara o dinheiro para financiar o novo abrigo do grupo, que abriu recentemente e possui 500 camas.A presidente da Lotus House , Constance Collins, comentou que a doação do rapper irá nutrir corpos, mentes e espíritos de mulheres e crianças desabrigadas que estão entre as mais vulneráveis daquela comunidade.Na sequência doa mais um cheque de 50 mil dólares para a Miami Senior High School onde gravou o seu vídeo “Gods Plan” que actualmente figura no Top Billiboard. Já na University of Miami, o artista decidiu ajudar uma jovem estudante de biologia com um cheque de 50 mil dólares para custear os seus estudos.
OFICINA
Jerry B.RECORDS É O ESTÚDIO DO MOMENTO
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B.Jerry é um jovem moçambicano, natural de Maputo apaixonado pela música desde a tenra idade, influenciado pelos grandes nomes do rap tais como a M.O.P, dentre outros.Saiba mais....
Um momento de pausa pra voltar a cozinhar
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egundo o nosso entrevistado, o primeiro contacto com a música, se estabeleceu desde a década de 90, concretamente no 1994. Quando o seu saudoso Pai lhe comprou dois álbum em cassete dos rappers SNOOP DOG e CRISS CROSS..A sua paixão pela produção, começa exactamente no ano de 2008, em conjunto com o Dj ANGEL, PROFETA, DAPAGE, FILD, e com a ajuda do MUDEIWANE, criaram a B. Records, como forma de evitar porque passar muitas e longas noites em claro nas filas dos estúdios mais conceituados de então o caso concreto, MALACHO, ZITO FACE, LYS STUDIO, GUILHERME SILVA para gravar as suas musicas e entretanto só conseguiam materi alizar os seus objetivos 2 à 3 meses depois. O nosso interlocutor, passou por alguma forma ção em termos de produção musical” no principio tive aulas de captação, mistura e masterizacao com alguns produtores renomados na arena musical como o Chico Fortuna, e depois matriculei me via online na Audição Critica do Brasil, onde tive a complementaridade sonora e auditiva dos sons, análise dos campos harmônicos, ambiente e espaço dos sons, afinação e colocação dos sons, análise da voz consoante a musicalidade ( ritmo), análise das freqüências e muito mais”. O factores que lhe impulsionaram a entrar no mundo da música, foram Amor pela música, a meditação espiritual que a própria musica pro porciona, o que lhe cativou imenso.
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Um produtor musical significa nada mais que ser uma pessoa capaz de criar e combinar sons de maneira que sejam úteis e agradáveis ao ouvido e alegrar a alma
Decide se tornar num produtor musical em 2008. Na sua singela opinião na nossa realidade ser um produtor musical significa nada mais que ser uma pessoa capaz de criar e combinar sons de maneira que sejam úteis e agradáveis ao ou vido e alegrar a alma, isso em combinação com a composição melódica do cantor ou musico. Afirma categoricamente que um produtor musical deve ser humilde, sério, atencioso e honesto acima de tudo.relativamente a actual produção musical local e global estamos num bom cami nho. Em 2008 fundas a B.REC, sigla significa BOA GRAVAÇÃO. Para este o que diferencia a BREC dos restantes estúdios de gravação.E o fac to desta ter uma grande equipa responsável, que trabalha em conjunto, fazendo análise de cada música ali criada, pois apostam na qualidade dos produtos que devem trazer ao mercado.O estúdio em referencia trabalha com muitos rappers, quase todos da praça, e alguns internacionais, que passam por La.Em linhas gerais, no estúdio supracitado são trabalhados diversos estilos mu sicais pelo facto desta possuir uma diversidade de produtores e que fazem ritmos diferentes. No que tange ao sucesso deste estúdio, num mercado que tem estúdios já com tradição, nos segredou que a formula mágica e o traba lho em equipa, acima de tudo. Na tua opinião, o que de muitos rappers a aderirem aos serviços prestados pela B.REC. E a Qualidade dos servi ços prestados e o seu diferencial. De acordo com Jerry ate aqui já fora gravados mais de Cinquen ta álbuns no estúdio e neste momento trabalha com DA PAGE, PROFETA, DJ CALIBRA e MU TIZWA.para este, o ano passado em termo de produção musical foi um ano de muito sucesso resultante de trabalho e entrega.A colaboração
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da B. RECORD, com alguns produtores e artistas europeus lhe marcou imenso.Desde a fundação do estúdio sempre apostou no rap nacional e face ao ano corrente da B.REC pode se esperar muito trabalho e mais qualidade para as ruas. Como um produtor musical, e da opinião que, o RAP Un derground não vende por falta de investimento dos próprios artistas. Acredita que o rap nacional tem qualidade internacional porem afirma que alguns tem e outros não. Oportunidades para os que trabalham de verdade e o que falta para ver mos o produto nacional a furar as fronteiras in ternacionais.Avançou, que o material de estúdio e muito caro, mas “Nos fazemos gestão do pouco que ganhamos com vista a investir no material que desejamos usar.Boa instrumentalização, boa composição musical e uma boa melodia, são ele mentos indispensáveis que deve aglutinar uma música bem gravada.Não se considera um produtor musical bem sucedido, porque a produção é um aprendizado e cada dia tem aprendido mais coisas novas e enriquecedoras.
o RAP Underground
não vende por falta de investimento dos próprios artistas
De acordo com Jerry, a falta de editoras em Moçambique se deve em parte as políticas governamentais, e abertura do próprio Estado, concretamente ao Ministério da Cultura, em aceitar operadores privados na área da produção musical. A relação existente entre a B.Rec e a GM Produções consiste na Colaboração relativa mente aos trabalhos. A iniciativa do DJ.Sidney é de louvar, visto que o movimento HIP-HOP nacional, precisava de iniciativas do gênero, rematou.“Questionado sobre os Planos para o futuro, ao que nos respondeu”, “pretendemos Trabalhar mais e lançar mais álbuns no mercado”, concluiu..
tek Nova Função do linkedIn Facilita pedido de Indicação para Vagas
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ma nova função da rede social de negócios LinkedIn agora permite que usuários peçam por indicações ao tentarem se candidatar para empresas com vagas de emprego disponíveis. A ferramenta é chamada de “Solicitar uma indicação.Com ela, um botão de solicitação deve aparecer sempre que você ver uma vaga em uma empresa onde tem conexões. Também será possível filtrar a busca por empregos no LinkedIn Jobs para que ela mostre apenas locais com conhecidos que possam lhe recomendar. A plataforma também deve dar algumas dicas e sugestões de como formular uma boa mensagem na hora de fazer o pedido de indicação.
Samsung e SporTV lançam app que vai mostrar a Copa do Mundo em 4K
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Copa do Mundo de Futebol na Rússia está cada vez mais próxima e as empresas de tecnologia não vão ficar de fora de um evento que agita o mundo todo. Aproveitando a ocasião, a Samsung convidou jornalistas para apresentar o aplicativo desenvolvido em parceria com a SporTV e que vai levar com exclusividade para as SmartTVs da empresa sul-coreana os jogos da Copa ao vivo em 4K. Além disso, a companhia também anunciou o lançamento de uma nova TV na categoria QLED, com a tecnologia de pontos quânticos.
Galaxy S9, Lançamento esperado: entre 3º e 4º trimestres de 2018
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Galaxy S9 da Samsung pode acabar se tornando o primeiro smartphone do mundo com um leitor biométrico de qualidade embutido diretamente na tela. A versão norte-americana do celular deve chegar ao mercado com o Snapdragon 845, impedindo que muitas outras fabricantes coloquem suas mãos nesse chip. As versões internacionais, entretanto, devem trazer um componente equivalente feito pela própria Samsung. É possível que haja melhorias na interface e também no leitor de íris. A tela do aparelho deve cobrir cerca de 90% de sua face frontal.
WhatsApp Atualiza Android Oreo e privilegia Personalização
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versão beta 2.18.74 do WhatsApp, lançada recentemente, trouxe uma novidade no ícone do aplicativo, seguindo o padrão adaptativo do Android Oreo. Isso significa que a nova versão do mensageiro oferece ícones personalizáveis, que podem se ajustar por meio de uma launcher – softwares instalados junto ao Android que podem mudar tudo no sistema, inclusive padrão de cores e formato dos apps – instalada no sistema.
Pesquisadores criam “vidro smart” capaz de converter calor em eletricidade
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m grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley descobriu um novo material que poderá eventualmente ser utilizado para transformar calor em energia elétrica. O material é um tipo de perovskite sintético que, incialmente, foi concebido apenas para funcionar como um “vidro inteligente”, capaz de mudar de cor e opacidade conforme a incidência de raios solares. Durante testes, os pesquisadores descobriram que poderiam utilizar o material para transformar o calor da luz solar em eletricidade e manter as características de mudança de fase do vidro intactas.Dessa forma, essa perovskite não apenas serve para impedir que muita luz e calor do sol entre dentro de um edifício por suas janelas, , mas também ajuda a gerar eletricidade conforme é aquecido.
Samsung anuncia processador Exynos 9610 com melhor processamento de imagem
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Song Maker: saiba criar sua própria música usando o navegador de internet
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Google disponibilizou uma ferramenta de criação de músicas pelo navegador de internet em que qualquer pessoa pode compor a sua própria trilha sonora. A ferramenta é online e conta com uma interface muito intuitiva. A trilhas criadas podem ser salvas ou compartilhadas com os amigos. A novidade integra o conjunto de recursos disponíveis no Chrome Music Lab – site dedicado ao aprendizado musical, veja abaixo como criar a sua própria música. Sobre o programa O Song Maker foi concebido sem a pretensão de se tornar uma ferramenta de criação profissional, mas através dele é possível praticar de maneira divertida os fundamentos musicais. Nas opções avançadas do site é possível configurar um teclado Midi, selecionar alguns instrumentos virtuais como um piano, cordas, sopro, sintetizador e bateria. Para usar o Song Maker basta acessar esse site (aqui) através de qualquer navegador de internet; veja como é fácil compor sua primeira música: O Song Maker é uma opção para a introdução na educação musical e que pode servir como distração para crianças de todas as idades.
Samsung anunciou seu novo processador para smartphones intermediários avançados, o Exynos 9610. Ele faz parte da série Exynos 7, normalmente utilizada na linha Galaxy A de celulares e que fica logo abaixo dos Exynos 9, reservados para os topos de linha da companhia, como o Galaxy S9 e o S9+. A empresa promete mais poder, velocidade e melhoras nas câmeras. O novo chip será o sucessor direto do Exynos 7885, utilizado nos modelos deste ano do Galaxy A8 e do A8+. O Exynos 9610 é fabricado no processo de 10 nanômetros FinFET e tem quatro núcleos Cortex-A73 de 2,3 GHz e quatro Cortex-A53 de 1,6 GHz. Os gráficos ficam por conta de um processador ARM Mali-G72 de segunda geração.O Exynos 9610 tem processamento de imagem baseado em aprendizagem profunda para conseguir gravar vídeos em câmera lenta de 480 quadros por segundo na resolução 1080p. Ele deve utilizar aprendizagem de máquina e uma rede neural para refinar a detecção de rostos e o efeito bokeh, aquele que deixa o fundo desfocado sem a necessidade de ter duas câmeras. Isso também deve beneficiar a performance em ambientes pouco iluminados.O Exynos 9610 começará a ser produzido em larga escala a partir do segundo semestre deste ano, o que significa que ele deve aparecer apenas nos smartphones lançados em 2019.
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Baba-X é um rapper, producer, (beatmaker) moçambicano, nasceu e reside na cidade de Maputo. Um grande apreciador e amante de música. Membro fundador do grupo K7s Azuis. estabelece o seu primeiro contacto com a música, desde a sua tenra idade. A música é minha alma. Não existo sem ela. Rematou...
VH.Quando é como te tornas num beatmaker? Uff.. sabe, essa é daquelas perguntas difíceis de responder porque normalmente alguns consideram a primeira instrumental utilizada como o início de carreira.. mas, eu digo que já existo como beatmaker a muito mais que uma década.
VH.Quando é que produziu o teu primeiro beat e que programa usou? Como disse, seria difícil precisar a data mas, acima de uma década com o famoso e maltratado/benevolente Fruity Loops.. hehehe.(Risos).O primeiro MC a dropar num beat da minha autoria já não me recordo com tanta precisâo, mas provavelmente o Leybniz, na altura fazia dupla com o GunFire.
VH.O que caracteriza os teus beats? Essa é daquelas perguntas que preferia que quem me ouve e gosta de minhas obras respondesse. Mas, irei tentar.. o bassline, a forma como maninpulo o Sample, o Design dos Drums, a harmonia “meio Jazz”, os sons que uso enfim, a atmosfera e feeling dos meus beats..
VH.Quanto tempo leva em média a produzir um beat? Difícil responder.. mas o tempo varia consoante a dis ponibilidade e complexidade trabalho.
VH.Quem são os MCs que cantam nos teus beats? Os membros dos grupos K7s Azuis e Xitiku ni Mbaula, Projecto Olds & Kids, Lube, A Small, Big Chroniks, Olho Vivo, Black Cee “Nvuku”, GeeFly, Laula e outros…um MC para dropar nos teus beats deve haver “química”, ambos devemos gostar do trabalho um do outro, tem que haver abertura e foco, tudo resto facilmente se resolve ou molda com o tempo.
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VH.Quando é que surge a relação entre BABAX com K7S? Sou o membro fundador dos K7s Azuis, isto é, desde os primórdios de 2007. Embora, já vinha trabalhando com a maioria dos membros desde 2006.A“Química”, amizade, foco, metas/ objectivos comuns, muita fraternidade e cumplici dade, preferências musicas/ so noridades “quase” comuns são factores que condicionaram esta parceria. Actualmente trabalha como producer oficial do grupo K7S
VH.O que representa o Sample para ti como beatmaker? O Sample Representa a alma e a essência do Hip Hop.
VH.Podemos imaginar o BABAX sem Samples nos beats? Sim. Por acaso acho impressionante que as pessoas nunca se apercebam quando me desligo do Sample.
VH.Qual é o segredo que há nos samples? O sample é a alma do Hip Hop.. é arte, arte de rein ventar a música.. recriação e contacto com um mundo longínquo e fascinante. O beatmaking em Moz esta Positivo e em constante evolução.
VH. Como beatmaker com uma longa estrada as dificuldades que enfrento dignas de mencao aso as seguintes? Falta de reconhecimento pelo trabalho que executa
O Sample é a Alma e a Essência do Hip - Hop”
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mos, exiguidade de espaço de “antena para promover ou dar a conhecer as nossas obras”, ausencia de um apoio moral,financeiro e falta de equipamento qualificado, mas mesmo assim nao desistimos.orque quem corre com gosto nao cansa, ainda que molhe o rosto.
VH.na tua opiniao, Que elementos tornam um beat perfeito? Difícil.de responder essa pergunta pertinente.Mas direi vagamente, na minha optica a qualidade e harmonia (so noridade), o beat deve ter “alma”.. o beat deve transmitir o verdadeiro sentimento do beatmaker… deve “falar”. A relação entre os beatmakers da nova e da velha escola e boa e saudável!Com vista a passar um bom testemunho a nova geração de beatmakers nacionais busco conviver com eles, trocar experiência acumulada ao longo destes anos e auxília- los no que estiver ao meu alcance… e.. outras coisas que num futuro breve saberão!
VH.Como é que olhas para a emergência de muitos beatmakers na actualidade. Será que a quantidade corresponde a qualidade? Tenho gostado do que tenho ouvido. Há muita entrega e vislumbra-se um futuro risonho da produção local no geral.O que falta para termos beatmakers locais a pro duzirem beats com sonoridades tipicamente nacionais é a entrega, patriotismo, busca de identidade, pesquisa, desenvolvimento e harmonização de nossas sonoridades com o próprio ritmo Hip-Hop. Mas, já existem focus de apropriação de sonoridades locais com o Hip-Hop…Eu parcticularmente uso músicas nacionais como sample… e outros beatmakers enveredam pelo mesmo caminho, já vimos usando paulatinamente obras locais… mas, recon heço que há ainda muito trabalho a desenvolver com maior profundidade. Desde a disponibilização para uso de obras locais até a definição de nossa sonoridade.
nacionais e internacionais a destacar o duo Xitiku ni Mbaula, Olho Vivo e o Fusível.Tenho duas Beatapes… Ponto21_MaiorIdade [Geração Beatz] e a tripla Beatape RaPhorma.O feedback é bom e “encorajador” hehehe( risos) Actualmente estou envolvido em vários!O segredo para se ser um beatmaker de renome num mercado repleto de bons beatmakers, quer da velha e nova geracao consiste em Trabalhar arduamente, criar sua marca/sonoridades peculiares e estar sempre atento a dinâmica da música com vista a adaptar-se ao momento, sem desvirtuar o tua essência! De lá para cá a qualidade, seriedade e diversidade carac teriza o beatmaking nacional, agora ha tudo para todos os gostos. Relativamente, a aquisição do material de producao de beats, dizer que o material não é de fácil acesso. Mas, como é sabido, fazer música é muito caro por causa do preço dos equipamentos. Existem muitas lojas virtuais, locais e nos países vizinhos (RSA) onde facilmente podem ser adquiridos os equipamentos…a questão financeira é que tem sido o “calcanhar de Aquiles”!
VH.Qual é o rapper que já dropou num dos teus beats e disseste , yá? Complicado… são vários! Gosto de trabalhar com rappers que tenho alguma “química” ou ligação profunda.(Risos)
VH.O que tens a dizer para aqueles rappers que gostariam de trabalhar contigo
VH.Quando é que teremos um verdadeiro show de beatmakers nacionais?
Aproximem-se…! No concernente aos planos para um futuro breve, vão sair alguns Projectos strongs: estou a terminar o meu projecto, tenciono ter meu espaço (estúdio), projectar-me de forma mais “certeira” a nível internacional, criar maior intercâmbio com rappers/producers locais e internacionais, projectar a minha marca, “blindar” os projectos de que faço parte, fazer cada vez mais música e estar mais próximo do público e dar todo meu contributo a música nacional,concluiu.
Acredito que este ano teremos muita coisa boa… uma viragem! Já produzi beats para uma infinidade de raps
Muito obrigado pela iniciativa de lovar e pelo espaço concedido e sucessos no vosso trabalho!
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frequências
O Homem de Múltiplas Facetas Nigga Shar é um jovem moçambicano, rapper,beatmaker, radialista, locutor do programa “Casa II”, na Apolitécnica Rádio.Um auténtico apreciador de música na sua generalidade porém com suas preferências como e obvio e perdidamente apaixonado pela literatura científica. Dedica-me à escrita, mas ainda não assumiu o escritor que habita nele em público. Formado nas áreas de Linguística, Jornalismo Elementar e Técnicas de Leitura e Expressão.Nesta edição nos revela a outra perna da sereia...Boa leitura...
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stabelece o primeiro contacto coma música ainda no ventre da sua mãe, como rapper, bem mesmo antes de fazer-se a um estú dio de gravação.Em 2004, comecou a ouvir música para descobrir técnicas de escrita de versos e rimas. Até meados desse mesmo ano, já preenchia quatro páginas das sebentas na escola. Frequentava o 6º ano na Escola Primária Completa 3 de Fevereiro, na Cidade de Maputo, nessa altura.Apenas conheceu a direcção de um estúdio em 2007 na Tchaya Records onde gravou as suas primeiras músicas com Ruga’s. A sua paixão pelo hip-hop desperta na tenra ida de, aos cinco anos. influenciado pelo seu irmão e alguns amigos da zona aventura pelo beat boxing. “Inicialmente, nunca me tinha dito para trilhar pelo mundo do rap. Simplesmente actuei conforme a minha mente pretendia. De acordo com Shar, quando começou a gravar, sua mãe e seu irmão mais velho, mostraram-se contra, porque era menor de idade, além de o rap ter a conotação de estilo marginalista e desviante naquela época. Foi o seu outro irmão mais novo qué após ouvir as suas músicas, lhe encorajou a gravar mais. Contra a vontade inicial da mãe e seu irmão mais velho, continuou a gravar clandes tinamente, porém, mantendo-se sempre a distancia de outros hábitos sociais erroneamente implicados ao rap.Na opinião do nosso interlocutor , falar de Hip-Hop, de certo modo, é falar de todos seus elementos:Mc, Rapper, Dj, B -Boy, Graffitti, Beatbox (beatmaker) com maior incidencia sobre os rappers e beatmakers. Saúde do Rap Nacional “De saúde física o rap demonstra-se forte e robusto, pois, continua a existir e a expandir-se. Há muito material de rap nacional. Infelizmente ouvimos pouco em rádios”.De saúde mental, no geral, demonstra-se frágil e dormente. Há poucos rappers que conhecem a essência do “rapping”, e muitos que, aparentemente, conhecem o lado do entretenimento. Muitos desses, se quer inves tigam sobre rap e showbiz. E porque há uma infinidade de factores socioculturais e político-económicos que in fluenciam o “entretenimento”, muitos optam por ser “as Marias que vão com o vento”. Mas também há aqueles que são mais “artistas” e juntam o útil ao agradável. Li teralmente, o negativo no rap moçambicano é a falta de shows, sobretudo para bons rappers e artistas.E, o posi tivo é que se mantém socialmente actual à custa do pseu do-sucesso dos rappers que escrevem e cantam palha. Parece-me que o Hip-Hop está mais pop. Não porque os tempos mudaram, mas porque agora malucos imitam loucos. desabafou.. O locutor No concernente a qualidade do material que recebe e toca no seu programa, avancou que no geral, o material que recebem é bom, e tende a melhorar. As abordagens apreciativas que fazem sobre as músicas são a sua âncora. Ajudam a evidenciar apenas o que é bom e recomendá vel para todos ouvidos críticos e aqueles que escolhem o
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que ouvir. Isso permite a que os interessados em divulgar suas músicas através do seu programa avaliem as faixas conforme as perspectivas do programa.Ao escutarem as faixas percebem pretensões de profissionalização de to dos os intervenientes, desde o beatmaker a quem maste riza as faixas.Por isso recebem boas músicas. Critério de seleção de Músicas “Depois de a música reunir os requisitos para constar da base de dados do programa, agrupamo-la conforme o assunto de que trata e implicitamente sugere. De acordo com o foco da edição, colocamo-la na lista de sequência. Tudo bem programado e propositado, salvo excepções. Quase nada ocorre por acaso”. esclareceu. O desafio de lidar com rappers Na sua opinião, lidar com rappers Primeiro, é lidar com outra pessoa, sujeita às coisas deste país, logo, alguém di ferente. O contacto é mero acaso dos nossos propósitos enquanto indivíduos solitários na selva dado que em al gum momento das nossas vidas eles confluem. Isso é uma alegria.Também há momentos redutores, o mais difícil. Muitos rappers desrespeitam o nosso trabalho. Há quem pensa que fazemos o programa pelos rappers e/ou para rappers, por isso, está no seu direito irrevogável de exigir de nós alguma coisa. Houve essa fase. Mas actualmente o foco do programa é outro.Na verdade, nós somos idiotas, ou, talvez artistas. Actuamos como sociólogos, psicólogos, conselheiros, auditores, analistas, críticos,etc, evitando a “pseudice”,além do que nos incumbe sendo rappers.Às vezes o nosso trabalho é deitado na lama. Ainda assim, não desistimos, nos mantemos firmes e respeitando cada rapper conforme sua individualidade. Nós procuramos beneficiar o povo através da música com a qual nos identi ficamos, o rap. Nós trabalhamos para apresentar boas mú sicas aos nossos ouvintes fiéis, e aqueles que sintonizam o programa pela primeira vez.Contam-se aos dedos os bons programas radiofónicos de rap em Moçambique. Para mim, há boas músicas de rap que passam em programas de rap que precisam de ser melhorados, incluindo o que apresentamos. Estamos a trabalhar nisso.
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Diferencial O que distingue o nosso programa dos demais prende –se a nossa forma de abordagem, o ponto crucial distinti vo. Procuramos fazer análises técnicas de aspectos muitas vezes ignorados pela maioria. E, porque o programa passa em uma rádio académica, proporcionamos um tratamento científico aos conteudos, conforme as nossas capacidades, para permitir maior alcance da mensagem e aí ajustamos a linguagem. Pensamos que esse trabalho sensibiliza os rappers a buscar mais conhecimentos sobre técnicas de produção musical, desde a concepção da letra à edição do áudio (demo).Outro ponto crucial é a nossa postura (in)formal. A ideia de comunicação que paira em nós transcende a postura canónica imposta por escolas e academias de comunicação. Para nós pouco importa a beleza da voz e a secura e/ou neutralidade na apresen tação do programa, interessa-nos difundir a mensagem, sem equívocos, e influenciar as pessoas. Disparou. Dificuldades São várias e não poderei mencionar todas, porque algu mas têm teor subjectivo. Vou restringir-me a uma, à mais importante. À comunicação. Para mim, a ausência de um mecanismo de controlo e leitura de audiência dificulta a mensuração e definição de padrões que nos possam aju dar a alcançar os nossos objectivos. Objectivamente, de que conteúdo as pessoas gostam quando ouvem o rap. A existência desses dados constituiria um meio para saber se o que comunicamos corresponde às espectativas dos nos sos ouvintes, e para melhorarmos os pontos fortes do pro grama.Ai, nós poderíamos influenciar rappers a produzir o que as pessoas querem. Assim, facilmente conquistáva mos mais pessoas que abarrotariam os shows de rap. Elementos do HIP-HOP Para Shar, aqui em Moçambique pouco se explora as diversas vertentes do hip-hop. De acordo com o nosso
interlocutor, no Hip-Hop moçambicano apenas há dois elementos. O Mc e o DJ . Os outros sobrevivem em ou tros estilos diferentes, na sua maioria Dj’s. Há B-boys em Pandzas, Quizombas; há graffittis fazendo seu trabalho para outras vertentes da sociedade, e não no rap, “olhas para uma parede e vês que o trabalho é de um graffiti mas retrata cenas de futebol”, por exemplo. Na sua óptica, o que falta para o rap nacional furar mercados internacionais? Falta foco e trabalho estratégico.Quando os objectivos, a curto prazo,transcenderem vendas de 1000cd’s e realiza ção de meia dúzia de espectáculos muito mal produzi dos, haverá um plano futurístico na carreira do rapper. O rapper precisa de estudar, aprender a implementar métodos de criação de produto para geração de divisas.. E, o seu conselho, é que, primeiramente, os rappers imi tem e procurem aprender com os homens de sucesso. Existem exemplos nacionais. A ausência de uma indústria musical estruturada no país, não inibe os rappers de criar e lançar as suas obras discográficas. Comente. Em Moçambique não há indústria musical. Penso que a ideia de indústria musical refere-se à existência de movi mento cultural e socio-económico em torno da música. Isso cria-se apartir de focos isolados. Os rappers tentam criar esses focos. Eles já perceberam que o caminho é esse, por isso, lançam, desde há três anos, e de forma recorrente, EP’s, Mixtapes, Beat tapes e Álbuns, tanto em formato fí sico, como em digital, principalmente. O resultado disso é o surgimento de uma editora, em 2017, que aposta exclusi vamente na música rap. Os rappers apostam em criação de artigos para vender e divulgar suas marcas, e investem na produção de shows de forma independente. Isso demons
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tra que eles sabem o que se deve fazer para atingir o que almejam. Basta serem sérios nisso,advertiu.Relativamente a iniciativas tais como da GMProduções no Hip-Hop na cional e o Festival Nacional de Hip-Hop, avancou, que são marcas que se vão firmando facilmente no rap porque vi ram oportunidade de negócio. O bom é que investem no rap. Têm muita valia uma vez que fazem um trabalho difí cil de os rappers fazerem individualmente. Facilitam muito a vida do rapper, e ganham dinheiro com isso. De Locutor a Beatmaker Não posso falar de beatmaking em Moçambique. Apenas de beatmaking em Maputo.A mim parece-me que houve evolução qualitativa dos beats. Respeito. O que não se percebe com muita facilidade é a criação de marcas in dividuais. Precisamos de reconhecer o beat de um beat making apenas pela sonoridade e vibe do beat. Não só. O beatmaking precisa de ser mais criativo. Fazer diferente. Ainda há tendência para reproduzir o que os beatmakers internacionais fazem.Por volta de 2004 á 2008 (talvez até desde a origem do Hip-Hop em Moçambique) os beats moçambicanos eram muito bons e diferentes do que se ouvia de fora. Mas nos anos subsequentes se ouviu sono ridade de outras paragens, o que prevalece até hoje.No que se refere à criatividade estamos quase que estagnados. Fale-nos do custo da aquisição de material de produção de beats? Bem. Isso é difícil. Enquanto os salários da maioria do povo estiverem abaixo dos 100 dólares se dira que os ma teriais estão caros. Os beatmakers saem do povo, das es colas públicas onde não há verdadeiras aulas de música. Os materiais de produção musical são produzidos para quem quer e pode pagar por eles. Mas nós somos artistas em todas as áreas, procuramos driblar esses empecilhos e criamos bons produtos. Quando é que um beat se torna bom? Muitas vezes, quando está dentro das expectativas e li mites da comunidade ouvinte.Quando não incomoda o ouvido e retém o ouvinte na escuta. Se o ouvinte sente arrepios,agita-se ao som, isto é, responde aos estímulos sonoros, o beat é muito bom. Para isso, é preciso asso ciar técnicas de produção à sensibilidade auditiva.Evi
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dentemente o material utilizado contribui para melho rar a qualidade do beat.Na minha óptica, um beat bom, tem noventa por cento de criatividade, cinco de uso de técnicas e cinco de qualidade do material utilizado na concepção. “A partir do momento em que decidi mostrar alguma ins trumental aos meus amigos, em 2013. Havia iniciado as tentativas de criar compassos e ritmo hip-hop no ano an terior dai adiante me tornei num beatmaker assumido”. segredou. Referências Nacionais e Internacionais Não tenho referências nacionais no beatmaking, mas admiro bastante as produções de Teknic, de Hermétiko, de Da Pagee e BillyRay. Existem outros muito bons em Moçambique, e que precisam de ser bem aproveitados. Internacionalmente, busco como exemplo as produções de I.D, J Dilla e Kanye West. O tempo de produção de uma instrumental varia, principalmente, quando não tenho prazo de entrega. Pode sair em poucas horas, ou em várias semanas, ou mesmo que esqueça um projec to. As minhas instrumentais não são muito requisita das. Ainda não me dediquei inteiramente na divulga ção dos beats, pelo que são pouco conhecidos. Ainda não me expus de facto como um beatmaker, salvo em uma duas expo beats, há quase três anos. Preciso de aprimorar mais para apresentar um produto com qua lidade desejada. De beatmaker a um Linguísta Que avaliação faz da questão da composição musical, no cômputo geral e com particular incidência ao rap nacional? Ultimamente, há sensivelmente três anos, dedico-me a ouvir músicas nacionais, e só delas posso comentar. Há pouco discurso coerente e coeso, que demonstre lógica temática nos versos.Porém, tenho ouvido versos dignos de aplausos.Imagine que um verso (refiro-me à letra de uma música) é um corpo humano, completo. Imagine este apenas com o tronco, ou apenas com a cabeça e os pés. Assim se parece a maioria dos versos. Rap envolve Ritmo e a Poesia. Que análise faz da poesia no rap nacional? Bem. Hoje parece não ser inerente o sentido poético no rap. Ele tende a ser mais objectivo. O sentido poético que se verifica parece-me algo à calha, em muitos versos. Ele precisa de ser propositado, e o trabalho envolve muita leitura, tanto de livros científicos versados ao estudo da poesia/escrita, quanto de literatura diversa.Não acontece do dia para a noite, ou vice-versa. Não é fácil. Em suas rimas rappers falam tanto de literatura. Ainda não há ca minho traçado que me leve a pensar sobre o sentido poé tico no rap. Mas reconheço, há boas rimas objectivas.
flash
Messiah Obras de um Destino Incerto
A
s imagens valem mais que mil palavras.Para quém não esteve presente no dia do lançamento oficial do álbum do rapper em referência, que teve no recinto de Beer Garden já pode testemunhar os momentos inesquíveis que marcaram o evento. Confira as imagens... A obra discográfica conta com a produção ex ecutiva do Amen Hill que também nos brindou com corros fantásticos. O lançamento desta obra foi caracterizado por uma sessão de vendas e autógrafos. Estiverem presentes no local figu ras incontornáveis do rap nacional tais como: Mente Negra, Niggah Shar, Akacianos( Billy Ray, Nikel,etc), dj Sidney como representante da GMServices e a equipa da revista VinilHip-Hop, ( Sense e Mil Barras).
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CARGA EXPLOSIVA
Ninofella Revela a Outra Face do Hip- Hop na Província de Tete
Ninofella é um jovem, pai de três filhos, apaixonado pelo Rap e o movimento HipHop desde 1992, inconformado com as coisas deste mundo, principalmente pela falta de justiça entre homens, o leva a conhecer profundamente o movimento. Frisando ainda, sem se descuidar da palavra justiça, como diz u m d i t a d o “ n ó s s o m o s o q u e p e n s a m o s ”, t i v e u m e n c o n t r o p e s s o a l c o m D e u s To d o Po d e r o s o q u e m e c o n f r o n t o u s o b r e o conceito de justiça e me falou que não fazia par te de mim mas sim Dele e agora me usa para levar essa justiça no meio do homens, completando agora sou Ser vo de Deus. + É oriundo de que Província de Moçambique? Por acaso todo homem tem um lar e vem de algum lado, o Ninofella é natural da Província de Tete e reside na Cidade de Tete, se ainda não me mudei daqui porque Deus tem planos comigo de modo a contribuir de alguma forma para desenvolvimento desta província, quer no Rap, na ciência e outras áreas da sociedade. Qual é o estado de saúde do Hiphop na tua Província? O Estado de Saúde do HipHop é animador e desafiante, e para quem quer investir nessa área eu digo seja bem vindo porque os fazedores tem muita sede pelo HipHop e não encontram incentivo. I call it “Berço do HipHop”. Como é que caracterizas o movimento HipHop desse lado do pais? O movimento HipHop nesta província, na minha humilde opinião, eu caracterizo pela existência de muitos bons Mc’s e Rappers que levam a sério o que acreditam, são daqueles Mc’s que dizem, levarei isso até a morte, mas a falta de senso empreendedor leva a obstruição do talento existente e também a falta de união faz com que a cena não chegue longe. O individualismo não faz bem para o movimen to e este não é o tempo de “Eu Eu” é o tempo de juntos conectarmos as nossas mentes para engrandecimento do Hip-Hop. Quem são os Mcs, Producers, Beatmakers e Djs da tua Provincia? A maioria dos fazedores e integrantes do Movimento
Hip-Hop são jovens trabalhadores, estudantes, queren do categorizar podemos concentrar em dois grupos: os de trabalhadores/estudantes e estudantes, quanto aos trabalhores/estudantes são jovens com muita maturidade e respeitam muito o conceito HipHop e os estudantes, muitos deles entram pela nova onda da música que está sendo difundida mundialmente e facilmente podem ser arrastados por outros tipos de músicas mas com profunda investigação podem se tornar bons Mc’s. Onde é que se encontram e passam as suas músicas? Hoje em dia o mundo está numa correria muita séria, as preocupações da vida levam com que as pessoas se encontrem quase pouco, para mim eu posso dizer que os fazedores do HipHop de acordo com as suas afinidades e no círculo de amizades creio haver encontros quando estes estão de folga, mas encontros massivos acontecem mesmo nas redes sociais como WhatsApps e facebooks. Os fazedores do HipHop na maioria deles são chefes de famílias e faz com que os encontros sejam agendados porque a maior parte do tempo estão nos seus locais de trabalho. Como é que a sociedade olha para o HipHop desse lado do país? O HipHop apareceu na sociedade como um movimento de recusa das atitudes de como os homens olhavam para o negro e aí Ele surge para dizer Black is Beautiful, lutando contra a segregação racial, lutando a favor dos direitos iguais entre o homem branco e o negro, nisto teve que
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que ainda não me aprofundei quanto a isso. E quanto aos produtores também são muitos e a opção de escolha depende de cada um; eu conheço producers como Megga Bus, Trida Beatz, O.Skill, Chifundo Mc, Road Kid, ROCK, produtores da UTSI REC, ZECA 7, epah a lista é extensa. Qual é a periodicidade de realização de shows de rap em média por ai? No ano de 2017 a realização de shows de HipHop acontecia semanalmente, existia um agrupamento que organizava shows nos bairros e a onda deste eventos parou em Outubro por falta de estratégias, entrega dos participantes e a localização dos locais que acon teciam os espectáculos. mudar tudo através duma cultura diferente como a forma de vestir, a maneira de cantar e outras manifestações que a sociedade não estava acostumada; quando nós herdamos essa cultura duma certa forma torna-se um choque para os nossos progenitores e começam a olhar com certo cepticís mo e agora graças a Deus nós somos a geração que está a comandar, isto quer dizer, os filhos olhados com desdém agora são país, são governantes e eles levam a mensagem diferente e mostram que a Cultura HipHop é uma arma para a libertação do homem da ignorância; porque para você fazer um rap de respeito deve ser um indivíduo informado. Diz se que Moçambique não é só Maputo. Comentários. Moçambique não é Maputo, boa reflexão! Na mesma onda que Maputo faz as coisas, as outras províncias não estão a dormir, eu me lembro em 2008 cá em Tete agente fazia um rap de assustar, um rap que poderia ser escutado em par de igualdade com as outras partes do mundo mas o mesmo acabou nos ouvidos dos residentes de Tete; porquê isso aconteceu: falta de meios de difusão da nossa música como rádios e televisões. Nós temos que saber o seguinte,os Mc’s que se inspiraram em Onyx, Public Enemy, Wu Tang, 2pac, Notorious Big, etc na capital, são os mesmos que inspiraram os vários Mc’s nas províncias na mesma proporção. O que eu peço Capitalianos, nos dê a mesma oportunidade como dão os Mc’s da Capital. Uma provocação: Será que tinhamos que esperar um PR DOGGY de Sofala para os dar a oportunidade que agora? Há quantos estúdios de gravação na tua província e quem são os producers? Quantos aos estúdios de Gravação cá em Tete, disso não nos queixamos, só no ano passado nasceram dois estúdios não contando com os que já existiam falo de VINOGE STUDIO, MIDNIGHT RECORD, talvés muitos podem dizer só dois que nasceram! Digo isso porque tem requisi tos míminos de trazer um Audio com uma boa qualidade. Dos antigos encontram-se Tha Nasty House, Verbal Re cord e noutros bairros também pululam outros estúdios
Há pessoas singulares que apoiam o movimento e casas de pasto que se prontificam a colaborar? Realmente sempre existem pessoas interessadas em apoi ar, mas depende como os HipHopas correm para alcançar as pessoas, recursos e casas de pastos. Principamente estes últimos tempos que a crise nos assola, os empresários (proprietários das casas de pastos) necessitam de jovens empreendedores para dinamizar actividade de diversão de modo a meter dinheiro nas casas. Quando é que se estabelece o teu primeiro contacto com o hiphop? O que despertou essa paixão? Eu irei responder as duas perguntas duma só vez: quando e o que me despertou para me conectar ao HipHop! Eu tive o primeiro contacto com o HipHop em 1992 graças ao Dj Vellas que Deus o Tenha, ele dinamizava a diversão na minha zona que por sinal era gerente do Bar do meu Pai construido na casa dos meus pais que hoje, a casa é um estúdio de Gravação (THA NASTY HOUSE), o DJ Vel las era um cara que dava aulas de dança, o break dance e eu aprendi dele e no tempo ouviamos muito Bob Brown, Mc Hammer, Vanilla ICE, Mill Vanille, Michael Jackson e outros mostros naquela época e em todas sextas estreia vamos em competição de dança, no entanto foi aguçado cada vez mais o apetite pela músicaquando o meu irmão mais velho compra duas cassete,uma da trilha sonoro Bad Boys 1 e outra o de Me against the world-2pac. Quais são os elementos de hiphop com mais expressão na tua provincia? O elemento com mais expressão na minha província é o RAP, ainda nos faltam as outras expressões como o Djy ing, grafit, B.Boying, precisamos antes crescer na parte de produção e assim iremos despertar que não somente o sistema digital deve fluir, mas o aparato analógico como as mesas de DJ’s, os MPC’s e a preocupação constante de saber tocar um piano, guitara, bateria, falo isso porque depois da agente ter contacto com estes instrumentos sentiremos a necessidade de incorporar uma actuação ao vivo com presenca de um DJ como acontece com a The mute band.
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Quais são as plataformas de divulgação das vossas obras que tem usado? As plataformas usadas na Divulgação das nossas obras residem em rádios em especial aos programas de HipHop como Locomotivas de HipHop, Pista 1 de HipHop e Sintonia HipHop e agora tornou-se febre a interação com as redes sociais, os blogspots também não descuramos da promoção phone-phone (mão-mão). Porque que não se ouve muito rap das províncias em Maputo? O Rap das Províncias não se ouve muito em Maputo, não é por falta de qualidade, é por falta de interesse do todo sistema ou a indústria em promover o outro lado da cena, continuam arrogantes fazendo isso um monopólio, por exemplo quando nós mandamos as nossas músicas em algumas plataformas internacionais, estas recebem e con somem com muito gosto, o que falta então gorjetas!isso não faz parte do meu vocabulário, quando acharem que devem passar assim será. Este ano queremos ouvir as nos sas músicas nos vários programas de HipHop em Maputo como Ministério de HipHop, Pista 1 de HipHop, Cara cara, Classic HipHop Time, deixem que o pessoal clas sifique. Quais são os rappers nacionais mais badalados na tua província? Os rappers mais badalados da minha províncias são: Double N (Nigga Boy e Niga James), Road Kid, Projecto MB e Bairro Bagunçado. Muitos old schools agora estão preocupados em deixar um registo. Qual e a tua opinião? Já era sem tempo essa aparição da Old School com albuns no Mercado. Isto acontece porque existe um certo estímu lo para tal, se notarmos muitos dos registos que surgem nestes últimos tempo é devido a mente empreendedor de um único homem que não se deixou calar, não cozeu o seu bolso com linha dura mas sim aceitou ariscar para aju dar os outros manos para tal, falo em especial do DJ Sid ney Mavie. Porque na verdade os rappers da Old School são pessoas com excesso de negativismo, para fazer algo pensam mil vezes. Parabéns para a Micro 2, Azagaia, Gpro e outros que tem albuns físicos antes da Revolução GM. Estou a espera do album do Sick Brain. Há muitos álbuns no mercado, mas poucos vídeos. Como lidas com esta situação? Produzir videos não é facíl, são muitos custos envolvi dos, as vezes fazemos cálculos, temos vistos os números a nos sufocar e muito de nós somos chefes de famílias e quando vemos o valor a aproximar a nossa renda mensal caimos de costas, portanto para ultrapassar esta situação é necessário desenvolver uma indústria sólida que estejam envolvidos os videomakers, estúdios de gravação e em presários do rap. Mas também não é correcto ou inconce bível um rapper que lança album não ter nem um vídeo de ilustração do seu trabalho, o que está acontecer Xitiku
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ni Mbaula, estamos a espera de um video. Mando props para Olho Vivo quanto a isso, o cara está investir sério nos vídeos. Também existem outra opção ao vez de desem bolsar uma fortuna para um vídeo, pode-se optar por um vídeo direcionado ao youtube, esta é uma plataforma que está a liderar, porque todo mundo está conectado na net. Já tens um álbum no mercado. Que contributo trouxe para o movimento hiphop? Concerteza, lancei o meu album de originais em Dezem bro de 2017, este album vem fundamentar os alicerces do Rap em Moz, é uma obra que veio fazer diferença e acor dar os fazedores do HipHop que ainda podemos acreditar nos nossos sonhos. Se o álbum não existisse o que perderia o rap nacional? Se este album não existisse, voltariamos a canção antiga que somente na capital as coisas acontecem e também os outros fazedores continuariam a duvidar sobre o con sumo de obras discográficas. Deste modo todos estamos convictos que é possivel vender CD’s em Moz pergun tem o Cara Boss.
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Qual é o titulo e o alcance deste trabalho discográfico? O album por mim lançado intitula-se “Amar em Tempos de Medo” uma obra que alcança todasfaixas etárias e gostos. Este album não foi produ zido para os amantes do HipHop mas sim para todos que gos tam da boa música.
“
A SOCIEDADE olha para mim como uma pessoa que não se adequa ao rítmo que eu faço
Quem esteve a cargo da produção do mesmo? O album esteve a cargo de DEUS na produção, brincadei ras, este album teve o toque inconfundível do The Engi neer In Yo Mind (Mega Bus), ele me acompanha desde os meus primeiros trabalhos discográficos que lancei digital mente (pela internet), citando Tempestade 23 e Relatos. Por acaso In Yo Mind é o produtor residente do Studio Tha Nasty House. Quais são os MCs que participam do álbum e qual foi o critério usado para a sua selecção? Os mcs que participam no album “Amar em Tempos de Medo” são: Pmdotes, Giant Mc, D2K, Black Sency, Niga James, Black Nasty, Lider Boss, J-Nias, Dom Pappaz e corristas como VDL e Boy SD. Na minha província tenho várias opções para featurings, mas estes foram escolhidos por estarem no momento e lugar certo, isto é, no momen to de planeamento para entrar em estúdios, acidental mente encontrava estas figuras e aceitavam o convite e ao mesmo tempo o desafio de descarregar a sua experiência na obra, excepto o Black Sency que eu achei a adequar-se mais pelos temas do album.
Que dificuldades encarrou da idealização concepção á publicação do trabalho? Por acaso eu entrei no estúdio num momento que acabava de ter uma experiência pessoal com Deus, onde Ele me curou duma infermidade que me atormentava a anos e depois dessa experiência andava muito feliz e só isso acabaria numa descarga no estúdio de gravação e dizer que este album foi gravado em 3 meses, pouco tempo né, e a dificuldade encarrada foi no master das múicas porque sentia que a sonoridade não me agradava, foram 3 profissionais a pegar este album até ficar bom e agradeço hoje porque posso escutar este album sem me cansar. O que busca retratar na tua obra discográfica? Este album é carregado de mensagens de fortalecimento da nossa fé, amor, perdão e esperança, resumindo en quanto muitos se encontram esgotados com as notícias ruins, de desencorajamenento, o Amar em Tempos de Medo diz viva como se tudo isso não existisse colocando todas as suas esperanças em Deus.
Quem esteve a cargo da produção dos beats?
Quando é que foi lançado?
Para este album encontrei os seguintes Beatmakers: In Yo Mind (Tete), Kick Master for KMP Production (Maputo), El Capo (B-Town), NT 8719 (Maputo), Tides Beats (Mapu to), Denny Mos (Maputo) e VDL (Lichinga).
O album Amar em Tempos de Medo foi lançado no dia 02 de Dezembro de 2017.
O que terá pesado mais na escolha dos producers? Até agora não sei porquê escolhi estes produtores para estarem neste album, não houve nenhum programa, so mente ouví os beats, espécie um encontro ocasional com os meus producers para expo beats e aí sairam ideias, mas quanto ao In Yo Mind que emprestou a maioria dos Beats, dizer que eu fiquei com a base de dados do cara de 5 anos atrás, beats rejeitados no nosso album Underground Nasty-La Familia e andei a vascullhar e aí os beats soaram recentes e bons para os meus ouvidos e eu disse vou fazer história e Deus confirmou isso.
Como foi a recepção do público. Estás satisfeito? O público e os amigos do Rap há tanto esperavam este album e digo hoje numa viva voz que a recepção foi 5 estrelas e eu não paro de sorrir até hoje porque a qualida de do album é impecável, iniciando do design gráfico e o material usado para print, parabéns Nhosa D for III Bloco dos Incultos. Qual foi a estratégia de divulgação do mesmo? Graças as Redes Sociais (Facebook e WhatsApp) consegui fazer chegar a informação sobre o lançamento do album e não se esquecendo da impressão dos papelinhos que foram distribuidos nas ruas (espécie cartões de visita com informações do lançamento do album) e outra estratégia de Marketing que pesou bastante foi a gravação de vários
março 2018
shots vídeos por parte de algumas figuras renomadas no cenário HipHop, thanks my homies (Desusado, Akaris matic, PmDotes, Niga James, Nigga Boy, El Capo, O.Skill, Denny Mos e outros). Quantas cópias vendeu no dia do lançamento? No dia de lançamento do album vendemos 40 cópias. Como é que caracterizas a reação do público. Superou as tuas expectativas? A reação do Público foi de admiração pela atitude e a ou sadia que eu tive em expor o meu album, porque em Tete não acontece isso, algo deve acontecer de algum lado e aos bocados o público vai percebendo que nós queremos o nosso respeito, não mais a pirataria, para mim superou, falando sério superou as expectativas porque lançei um desafio com a pessoa que me emprestou dinheiro para timbrar os discos e eu disse que pagaria depois de dois dias e isso aconteceu. Como é que as pessoas podem ter acesso a esta obra? As pessoas podem ter o album “Amar em Tempos de Medo” ligando para 844661021 que serve também para o whatsApp e o facebook (edson tomo, Ninofella Oficial, Underground Nasty, Tha Nasty House) e Instagram Edson Tomo. Dizem que o Rap Underground nao Vende. Partilha da mesma opinião? Não partilho, mas digo que o Rap Underground vende sim, a primeira coisa é timbrar o seu nome no mercado nacional e um conselho que deixo: as vezes nós nos en ganamos com as espectativas criadas pelas redes sociais, o que temos de fazer é correr nas instituições públicas, privadas, entreguemos o nosso produto mão-a-mão por que nem todas as pessoas usam as redes e são pessoas que escutam o rap desde a sua adolescência. Eu tenho uma experiência boa na venda do nosso album “ LA FAMILIA” em 2015, saimos de casa as 10 horas estaciona mos no Millenium Bim num dia de salários, desta feita conseguimos vender 57 CD’s. Acredita que o nosso mercado esta preparado para consumir o tipo de rap que fazes? O meu rap é o mais leve possível e este está pronto para ser consumido e eu digo que todo tipo de Rap tem espaço no mercado Nacional, mas primeiro é acreditar que tudo é possível e levar a coisa com paixão e profissionalismo, imaginem o rap de Drácula – Raw Rap, se ele não acre ditasse no que faz e gravasse num wake studio e dissesse que é mesmo Raw, isso iria acabar somente nos phones dele mas ele quebrou todas barreiras foi nas Tvs, correu sem que ele cansasse e fez com que os tímpanos não parassem de balançar e o fim último curou tantos endo moninhados como diz o Muchanga do Rap. Quem e onde foi produzido o álbum em referência? O album “Amar em Tempos de Medo” foi produzido no
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Studio Tha Nasty House e trabalhado por três produtores com ouvidos bem apurados falo-vos do In Yo Mind Mega Bus, Tridah Beats e Guill Nigga O Classic. Fale nos das suas realizações e frustrações na materialização deste sonho? Praticamente este album só me trouxe boas coisas, foi muito vital para a situação financeira em que me encon trava e também serviu para timbrar o meu nome como Rapper a Solo, visto que muita Gente conhece Under ground Nasty (Ninofella & Mega Bus) mas agora é o momento de apresentar ao mundo o que penso mas sem ferir o amor que Deus tem por mim. Quem é o público alvo deste album? Este album eu remeto a todos, desde crianças até os vovós, porque aqui não se escuta só batidas mas a men sagem estampada nele, eu preferia que as batidas fossem do estilo West Gunn Machine, Roc Marciano, KA e Planet Asia para que soasse bem a mensagem sem desconcentrar o ouvido por causa dos hard kicks, snares, hits. Como é que a sociedade olha para ti como um rapper? A sociedade olha para mim como uma pessoa que não se adequa ao rítmo que eu faço, quando entro no palco para começar a minha actuação as pessoas pensam que vão escutar uma música romántica e aí apanham um Bom Bap e dizem hesh e surge um grande respeito por mim e pelo próprio Rap, porque os fazedores são reparados com desdém e associam este rítmo com drogas, coisa leviana, mas nós somos uma geração diferente que recusamos à substâncias que alteram a nossa mente. Há planos em manga face ao ano em curso? Para este ano, preciso me conectar mais a show no sentido de difundir o meu album, fazer chegar o meu album a várias províncias de Moçambique, produzir mais vídeos e conseguir um contrato para a venda digital do album.
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Qual número coresponde a alinha? Indique na Foto.
O álbum “As ruas são minhas” pertence ao rapper: a) Arquivo Vivo b) Nino Fella c) Inspector Desusado
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Quem produziu o beat da música “Lambe Botas”: a) Visónico b) Seven Hallas c) Amen Hill O recado é a música da autoria do rapper: a) Geefly b) Mudungazi c) Don Mczaleen
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CARA \ COROA
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A música do Khronic intitulado “Não leves a peito” foi produzido por: a) Goktas b) Nick Slim c) Da Page A música “Melhor Rapper do Ano” pertence ao: a) Idôneo b) Mil Amperes c) Crack Smoker
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“Duditos Ways” é o titulo da EP do rapper: a) 3H b) 2 Caras c) Hernani
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Onde é que Estavas Refrão Onde é que estavas Quando precisei de ti Quando senti as contracoes do parto e clamei por ti Onde é que estavas para suprir os meus desejos Quando a bolsa estoirou e o puto veio Onde é que estavas
Verso Depois da gravidez não era mais a mesma Aquela moça formosa ficou magricela Aquele seio excitante e parado que gostavas Deixou de ser o que era para mim já não olhavas Na rua quando a gente se cruzava até viravas o rosto Eu Já sentia que te irritava moço Como é que pensas que eu fazia Quando o miúdo adoecia Donde é que viria o descartável e a comida Aquelas coisas todas que tiveste quanto criança Não lhe deste nada nem a tua presença que é de graça No mar de dificuldades a gente mergulhou Quase afundou Quando o barco contigo bazou O tempo não para passou A gente esperou Por onde andaste quando o teu filho um ano de vida completou Deus ilumine a tua trajectoria Use um corretor quando fores a escrever a próxima história Refrão Onde é que estavas Quando precisei de ti Quando senti as contracoes do parto e clamei por ti Onde é que estavas para suprir os meus desejos Quando a bolsa estoirou e o puto veio Onde é que estavas