Valor Econômico replica matéria do The New Your Times

Page 1

Jornal Valor --- Página 11 da edição "15/05/2014 1a CAD B" ---- Impressa por ivsilva às 14/05/2014@20:23:44 Jornal Valor Econômico - CAD B - EMPRESAS - 15/5/2014 (20:23) - Página 11- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Enxerto

Quinta-feira, 15 de maio de 2014

|

Valor

|

B11

Empresas

A Samsung informou que as vendas da nova versão do seu principal smartphone, o Galaxy S5, somaram mais de 11 milhões de unidades desde o lançamento, no início de abril, superando as do modelo anterior em 10%. É um sinal de que a área de smartphones da gigante sul-coreana está se recuperando, após ter perdido terreno no primeiro trimestre, segundo a Strategy Analytics. Mark Reilly, executivo que comandava as operações da farmacêutica britânica GlaxoSmith Kline na China, foi acusado pelo governo chinês de ter ordenado que sua equipe subornasse médicos e organizações de saúde para aumentar as vendas da empresa no país, prática que teria gerado bilhões de yuans entre 2009 e 2012, segundo o governo. A Glaxo declarou que leva as acusações a sério e que Reilly está colaborando com a investigação. O Citigroup informou que demitiu mais 11 funcionários devido às perdas de cerca de US$ 400 milhões que o banco americano afirma ter sofrido na sua subsidiária do México, o Banamex, ao conceder empréstimos garantidos por faturas falsificadas da Oceanografía, ex-fornecedora da petrolífera estatal Pemex. Entre os demitidos estão quatro diretores administrativos, dois dos quais trabalhavam no México. O banco já havia anunciado uma demissão relativa ao caso. A Sony previu que terá prejuízo de US$ 489 milhões no ano fiscal que termina em março de 2015, ante prejuízo de US$ 1,26 bilhão no ano anterior, devido em parte a despesas de US$ 1,33 bilhão com a venda da sua divisão de PCs. Será a quinta vez nos últimos seis anos que o conglomerado japonês fica no vermelho. A GM contratou um escritório de advocacia para investigar como as informações sobre um defeito no interruptor de ignição, detectado pela primeira vez em 2004, circularam pela empresa. Só este ano a montadora americana anunciou recalls dos modelos que apresentaram o problema, associado a 13 mortes. O caso também está sendo investigado pelo Congresso dos EUA. A PDVSA, petrolífera estatal da Venezuela, informou que emitirá US$ 5 bilhões em títulos de dívida para um grupo de bancos estatais. O dinheiro será usado para investimentos, inclusive em projetos sociais. Os títulos terão vencimento de dez anos e pagarão juros de 6% ao ano. Quinze investidores, entre eles a firma Temasek, de Cingapura, e o banco japonês Mizuho, vão comprar US$ 5,1 bilhões em ações da Citic Pacific para ajudar a mineradora e siderúrgica de Hong Kong a financiar a aquisição, por US$ 37 bilhões, dos ativos do seu controlador, o Citic Group, uma das principais estatais chinesas. O México se tornou importador líquido de produtos de petróleo no comércio bilateral com os EUA pela primeira vez em 40 anos, informou o Banco do México. O país ainda exporta mais de um milhão de barris de petróleo por dia, mas importa gás e derivados, acumulando um déficit de US$ 551 milhões no comércio com os EUA no primeiro trimestre.

REUTERS

Está na hora de comprar café

A alta das exportações do Brasil derrubou a cotação do café, mas a seca que atinge a safra do país deve voltar a elevar os preços. Leia on-line

wsj.com/brasil

Problemas em ferrovias ameaçam plantio no cinturão agrícola dos EUA GETTY IMAGES

Jacob Bunge The Wall Street Journal Os congestionamentos registrados nas grandes ferrovias dos Estados Unidos que atrasaram o embarque de novos carros e carvão agora ameaçam impedir que o plantio de áreas do MeioOeste, região considerada o cinturão agrícola americano, seja realizado em tempo. Os problemas nas ferrovias atrasaram os embarques de fertilizantes, elevando os temores de que os produtores de quatro grandes Estados agrícolas, as Dakotas do Sul e Norte, Minnesota e Wiscousin, fiquem sem nutrientes o suficiente para plantar milho, trigo e cevada. Ao mesmo tempo, os produtores têm se esforçado há meses para conseguir capacidade de carga suficiente nas ferrovias para embarcar os grãos colhidos no ano passado para as usinas processadoras. Alguns temem que mesmo que o plantio ocorra no período ideal, eles não terão espaço bastante nos armazéns para guardar a colheita no fim do ano. A falta de capacidade ferroviária do país está ampliando a ansiedade que os produtores da região normalmente já sentem nesta época do ano, quando eles precisam de um longo período de calor e céu limpo para que o plantio seja realizado e as plantas cresçam antes que o clima frio retorne. Os atrasos já afetaram o faturamento de produtores de fertilizantes, incluindo a Mosaic Co. e a Agrium Inc., e geraram preocupação entre processadores que contam com uma oferta contínua de grãos para operar. Muitos produtores de etanol de milho recentemente tiveram que paralisar as operações de suas usinas durante vários dias porque não conseguiram vagões para transportar o grão. O diretor-presidente da Mosaic, Jim Prokopanko, diz que o atraso registrado na atual temporada de plantio tem sido “diferente de tudo o que já tinha visto antes”. A empresa de Mine-

Agricultores esperam ansiosos pela entrega de fertilizantes e, sem milho, usinas de etanol paralisam produção

Tempo ocioso

Mau tempo e tráfego intenso de trens causou um surto de atrasos no terminal de Northtown, no Estado de Minnesota, que atende agricultores do Meio Oeste 80

Toda a ferrovia da BNSF

Terminal de Northtown

Em horas

60

40

20

0

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

2013 Fonte: BNSF Railway

ápolis, uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, estava atrasada na entrega de “muitas centenas de toneladas” antes que as ferrovias voltassem a acelerar o transporte de mercadorias nas últimas semanas, diz Prokopanko. A Mosaic, que geralmente entrega 5 milhões de toneladas de fertilizantes por trimestre, divulgou no início do mês uma queda de 43% no lucro do primeiro trimestre, citando em parte os problemas ferroviários como motivo. Os produtores agora espe-

Nov

Dez

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

2014 The Wall Street Journal

ram receber uma quantidade suficiente de fertilizantes em tempo para terminar o trabalho de campo e plantio antes de julho. “É urgente”, diz Mark Watne, presidente do conselho do Sindicato dos Agricultores da Dakota do Norte. O inverno que castigou os EUA com o maior número de nevascas e as temperaturas mais baixas em muitos anos desestabilizou o sistema ferroviário, o principal meio de transporte da safra agrícola quando os rios congelam no nordeste america-

no. As temperaturas baixas forçaram as redes ferroviárias BNSF Railway Co., a Canadian Pacific Railway Ltd. e outras a operarem com poucos trens, aumentando o tráfego nas vias em direção ao Meio-Oeste. O tempo médio de espera para alguns trens da BNSF, na linha de Northtown, no Estado de Minnesota, chegou a 75 horas durante o inverno, ante uma média de 40,5 horas nos últimos 12 meses, de acordo com informações da empresa. A maior demanda por vagões também ajudou a ampliar o problema. As ferrovias estão carregando mais petróleo bruto da região da gigantesca reserva de gás de xisto de Bakken, na Dakota do Norte, e a recuperação econômica tem levado um volume maior de bens a ser transportados por via férrea, de acordo com as transportadoras. As empresas ferroviárias informam que estão investindo bilhões de dólares em mais trilhos e trabalhando com seus clientes para acelerar as entregas. Tanto a BNSF quanto a Canadian Pacific afirmaram que aceleraram os embarques de

fertilizantes nas últimas semanas depois de serem cobradas pelas autoridades ferroviárias do país. Os problemas nas ferrovias atingiram o cinturão agrícola americano logo depois de o país ter registrado a maior safra de milho e uma das maiores safras de soja da história. A grande oferta, somada ao inverno rigoroso e aos atrasos das linhas férreas, aumentaram as preocupações no setor agrícola sobre a necessidade de uma melhoria na infraestrutura para lidar com uma produção agrícola ainda maior. Pesquisadores da Universidade do Estado da Dakota do Norte estimaram, este mês, que os produtores agrícolas perderam US$ 67 milhões em receita desde o início do ano por conta do atraso dos embarques de grãos e soja. Já a Associação dos Produtores de Milho de Dakota do Sul estimou que os produtores do Estado ainda precisam embarcar cerca de 250 milhões de bushels de milho (cerca de 6,35 milhões de toneladas), ou 31% da safra do Estado em 2013, para criar espaço nos armazéns. Sem fertilizantes, a rentabilidade de alguns grãos pode chegar à metade do normal, dizem produtores. Para tentar assegurar que os elevadores de grãos e as redes de insumos agrícolas tenham fertilizante o suficiente, o Conselho de Transporte Terrestre, uma agência federal que regula as ferrovias dos EUA, exigiu, no mês passado, que a BNSP e a Canadian Pacific forneçam atualizações semanais sobre o andamento das entregas. As empresas de etanol também estão enfrentando problemas similares. Nos últimos meses, empresas das Dakotas têm esperado por semanas pelo retorno dos vagões, o que forçou um corte na produção. “Se não tivermos vagões retornando, não teremos outra alternativa se não fechar as portas ou desacelerar”, diz Tom Hitchcock, diretor-presidente da Redfield Energy LLC. A empresa já fechou uma unidade e perdeu US$ 1 milhão em receita com os problemas ferroviários.

‘Rei’ dos condomínios de Miami aposta alto no Brasil NEURAMA

Robbie Whelan The Wall Street Journal Jorge Perez, o empresário conhecido como o “rei dos condomínios” de Miami, lançou no fim de 2013 seu primeiro projeto de condomínio no Brasil, um conjunto de cinco edifícios em São Paulo conhecido como Parque Global. Menos de seis meses depois, o diretor-presidente do Related Group, uma incorporadora que tem sede na Flórida, já deu início ao seu segundo empreendimento brasileiro: o V:House, um pequeno condomínio cujas vendas começam neste fim de semana. Apesar da desaceleração da economia brasileira, os investidores americanos apostam que o mercado imobiliário, principalmente de condomínios luxuosos, ainda tem espaço para crescer. “Os brasileiros realmente acreditam que se tornarão uma das grandes potências econômicas do mundo”, diz Perez. “E nós queremos estar lá desde o início.” Ele diz que, como muitos investidores, foi atraído para o Brasil porque o país é uma das maiores economias do mundo e por prever um grande crescimento a partir da Copa e dos Jogos Olimpícos do Rio de Janeiro, em 2016. Perez e seu sócio de longa data, Stephen Ross, presidente do conselho da Related Cos., de Nova York, e um dos donos do time de futebol americano Miami Dolphins, montaram uma sociedade em 2012 chamada Related Brasil. Eles contrataram

Imagem do projeto do V:House, condomínio em São Paulo com 303 unidades

Daniel Citron, que havia trabalhado no Brasil como executivo da empresa americana do setor imobiliário Tishman Speyer, e alocaram US$ 120 milhões para serem investidos no país. Em novembro, a sociedade iniciou as vendas da primeira fase do Parque Global, um megaprojeto às margens do Rio Pinheiros que terá 672 apartamentos e custará US$ 450 milhões. O complexo incluirá, no futuro, um hotel, escritórios e um espaço para lojas. Já o V:House será localizado próximo da área financeira da Avenida Faria Lima, também em São Paulo. Com 303 unidades, o projeto tem um custo estimado em US$ 70 milhões. A alta nos preços dos imóveis em São Paulo perdeu fôlego nos últimos três anos, passando dos mais de 25% registrados

em 2011 para menos de 15% em 2013, segundo relatório divulgado semana passada pelo Banco Central. O preço médio pedido pelo metro quadrado num apartamento na cidade era de R$ 8.003 em abril, de acordo com o índice FipeZap, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo site de vendas imobiliárias ZAP Imóveis. Apartamentos no Parque Global foram vendidos por cerca de R$ 10.730 o metro quadrado. O Parque Global está sendo construído por uma sociedade com a firma americana de investimentos Starwood Capital Group e a construtora brasileira Bueno Netto Construções. Para os dois projetos, a sociedade contratou a Arquitectonica, uma firma de arquitetura

de Miami que já projetou condomínios nos Estados Unidos para as empresas tanto de Perez como de Ross. Perez, que também é um colecionador de arte, ficou conhecido ao construir milhares de condomínios de luxo em Miami durante a última bolha imobiliária. Quando a bolha estourou, ele perdeu mais de US$ 1 bilhão de sua fortuna pessoal e teve que entregar várias propriedades aos credores. Ross, por sua vez, é famoso por ter construído o Time Warner Center, em Manhattan. Os dois começaram suas carreiras no setor imobiliário como construtores de moradias populares subsidiadas. A sociedade Related planeja pagar os projetos de São Paulo usando uma combinação de mais de US$ 100 milhões em capital próprio, depósitos de compradores e financiamentos que ainda não foram concluídos. A incorporadora estima que 70% dos custos dos dois projetos sejam pagos com financiamentos. A empresa está tirando proveito do fato de que, no Brasil, os compradores geralmente pagarem até 60% do custo do imóvel antes que a construção termine, o que reduz os riscos do projeto tanto para ela como para os compradores. Os bancos brasileiros pedem que entre 30% e 40% das unidades do novo prédio tenham sido vendidas antecipadamente antes de conceder um empréstimo para a construção. Tanto Perez como Ross “são participantes muito bem-suce-

didos e conhecidos em mercados americanos que vêm tendo forte demanda de brasileiros, principalmente Miami e Nova York”, diz Joel Wells, gestor de um fundo imobiliário de mercados emergentes da Alpine Funds, uma firma de Nova York. A Related está chegando ao Brasil num momento delicado, perto das eleições presidenciais e em meio a uma queda no crescimento econômico. A expansão do PIB do país foi de apenas 0,9% em 2013, ante 7,5% em 2010. As vendas de apartamentos em São Paulo subiram 31% durante os primeiros nove meses de 2013 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Ernst & Young. Ao mesmo tempo, os preços dos apartamentos subiram 13% nos últimos 12 meses. Mas Viktor Andrade, diretor imobiliário da Ernest & Young no Brasil, diz que dados mais recentes indicam que as vendas estão começando a recuar. “O mercado imobiliário não é mais a jogada fácil que era três anos atrás, mas ainda é uma boa ideia”, diz. Perez observa que, apesar da desaceleração, o Parque Global vendeu antecipadamente 80% das suas unidades e, um mês depois de iniciar as vendas para os dois primeiros edifícios, a sociedade já começou a fazer vendas antecipadas unidades do terceiro. “O mercado esfriou um pouco, mas nós acreditamos que é temporário”, diz Perez. “São Paulo consumirá toda essa oferta imobiliária com o tempo? Não tenho a menor dúvida.”


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.